Resumo do capítulo 9: O MECANISMO DA FLEXÃO VERBAL
Os VERBOS REGULARES apresentam o mesmo paradigma de flexão. Eles são
regulares quando apresentam radical invariável durante a conjugação e é flexionado de acordo com o modelo que representa a sua conjugação. Os verbos regulares com a mesma terminação apresentam as mesmas desinências modo/pessoais e número/temporais e mesmas vogais temáticas. Ex: eu amo, tu amas, ele ama, nós amamos etc.
Os VERBOS IRREGULARES não seguem o mesmo paradigma, possuem
variação no radical e na flexão. Segundo Câmara Jr. (2011, p. 104), o padrão geral dos verbos portugueses é constituído de um morfema lexical, acrescido, ou não, de vogal temática e de um ou mais morfemas flexionais. A estrutura do verbo regular consiste em T (R+VT) +SF (DMT+DNP). Em algumas ocasiões a estrutura do verbo pode estar constituída de morfema zero, ou ausência de morfema. EX: (tema)cant/(VT) a/(DMT) ria. O motivo de tais ocorrências serem consideradas regulares se deve ao fato de a ausência de um ou mais morfemas ser característica própria da flexão em análise. As desinências modo-temporal e número-pessoal também são conhecidas como sufixos ou morfemas. As formas regulares podem ser dominadas pelos falantes se houver conhecimento da vogal temática e desinências correspondentes a cada terminação. O radical é a base do verbo. Também chamado de lexema ou semantema. Tem o conteúdo significativo externo. Há também verbos que são criados por meio de inclusão de afixos alem do VT. É preciso separar os afixos para se chegar ao radical. Ex: ABUSAR. A delimitação do radical não se encerra no radical secundário, na medida em que podemos derivar palavras de outras já derivadas. Ex: POR/DISPOR.
Chamamos vogal temática o morfema responsável por indicar/construir o tema
do verbo. Nos verbos é fácil identificar a vogal temática, pois seria ela a vogal da terminação do verbo. A- primeira conjugação; E- segunda conjugação; I- terceira conjugação. Não se apresenta em todas as flexões do verbo. Ex: eu canto. – não apresenta vogal temática.
A Desinência modo-temporal indica desinência de modo e tempo verbais e a
desinência número-pessoal indica número e pessoa. Em cantávamos, -va indica o tempo verbal e modo: pretérito imperfeito do indicativo – verbos da 1ª conjugação; e –mos indica a 1ª pessoa do plural para todos os tempos verbais. As formas nominais: gerúndio, particípio e infinitivo tem como terminação os sufixos: -r, -ndo, -ado. São chamados de formas nominais do verbo, pois podem cumprir a função de um nome, não definem pessoa do discurso e por possuírem, quando possíveis, desinências nominais idênticas às que caracterizam a flexão dos nomes. Tais categorias derivam do tema acrescido das desinências verbo-nominais. Existem alguns verbos que são conjugados com pronomes oblíquios. É o caso de verbos como queixar-se, condoer-se etc. A voz verbal (ou diátese) determina a relação entre o acontecimento comunicado e seus participantes. Quando o sujeito gramatical expressa o agente do acontecimento, tem-se voz ativa; quando expressa o paciente, tem-se voz passiva. Os tempos compostos se apresentam na voz ativa e na voz passiva. Na voz ativa são construídos pela composição do verbo ter/haver. Na voz passiva o tempo composto é construído com o verbo ser. .