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Revolta da Vacina: uma análise a partir de Nicolau Sevcenko e José Murilo

de Carvalho
Marcia Cristina de Oliveira Dias1

Introdução

O início do século XX foi marcado por grandes transformações sociais, políticas e


econômicas. A mudança do sistema político – império para república – e os programas
modernizantes do presidente Rodrigues Alves mudaram radicalmente o modo de vida da
população do então Distrito Federal. Com o objetivo de modernizar o porto do Rio e
reurbanizar a cidade Rodrigues Alves nomeia Pereira Passos como prefeito da cidade. Em
seguida o médico sanitarista Oswaldo Cruz é convocado para implantar um projeto sanitarista
na cidade com o objetivo de acabar ou diminuir os surtos de varíola, malária e febre amarela
entre outros que ocorriam constantemente na cidade em decorrência das más condições de
higiene. As reformas urbanas de Pereira Passos somada aos projetos sanitaristas de Oswaldo
Cruz foram responsáveis por inúmeras desapropriações, expulsões e invasões de residências.
Estas ações modernizantes e autoritárias causaram um grande descontentamento na população
mais pobre, além da desconfiança sobre as intenções do governo em relação a eles. Uma das
ações sanitárias mais polêmicas foi a vacinação obrigatória. A população, por razões diversas,
não concordou com esta obrigatoriedade e se insurgiu contra o Estado num evento que ficou
conhecido como a Revolta da Vacina – uma série de conflitos entre populares e forças do
governo ocorrida na cidade do Rio de Janeiro entre os dias 10 e 16 de novembro de 1904.
Existem leituras diversas para explicar esta revolta. Segundo alguns autores, a motivação para
a revolta foi a desconfiança, por parte da camada mais pobre da população – ao descobrir que
a vacina era feita com o vírus da varíola –, de que a vacinação obrigatória fosse um recurso
do governo para exterminar de vez com os pobres. O governo os desalojou, expulsou e agora
envenenava. Outros autores afirmam que a defesa de valores modernos e tradicionais foram as
principais motivações para a revolta. Uma terceira leitura é a de que a motivação foi política,
organizada por grupos de esquerda. A partir de dois autores – José Murilo de Carvalho (Os
Bestializados) e Nicolau Sevcenko (A Revolta da Vacina) – este trabalho se propõe a mostrar
como o mesmo fato histórico pode levantar questões e respostas divergentes e controversas,
de acordo com a metodologia adotada e as fontes pesquisadas.

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Artigo apresentado como requisito parcial de disciplina do curso de Ciências Sociais. 2013.
Os autores

José Murilo de Carvalho, nascido em Minas Gerais, em 1939, é historiador, cientista


político, professor de História do Brasil na UFRJ e membro da Academia Brasileira de Letras.
Escritor de vários artigos e livros, entre os quais “A Escola de Minas de Ouro Preto: o peso
da glória”, “Forças Armadas e Política no Brasil”, “A Cidadania no Brasil: o Longo
Caminho”, “Os Bestializados. O Rio de Janeiro e a República Que não Foi”.
Nicolau Sevcenko, nascido em São Paulo em 1952. Filho de imigrantes russos, da
Ucrânia, Sevcenko é graduado em História pela USP. Faz parte do Centre for Latin American
Cultural Studies, da Universidade de Londres e também é editor-associado de The Journal of
Latin-American Cultural Studies, importante publicação da Universidade de Cambridge,
Estados Unidos e professor de história da cultura na USP. Autor de vários livros –“Literatura
como missão”, "Orféu Extático na Metrópole - São Paulo nos Frementes Anos 20", “A
Revolta da Vacina: mentes insanas em corpos rebeldes” entre outros. Suas áreas de interesse
são história política, econômica, literatura e mais recentemente, tecnologia.

Contexto histórico do Rio de Janeiro no início do século XX

O período de transição do sistema político imperial para o republicano foi uma fase
de mudanças socioeconômicas e política. A abolição da escravatura, imigração e o êxodo
rural e regional foram alguns dos fatores responsáveis pelo repentino e expressivo
crescimento demográfico. O crescimento demográfico aliado ao desemprego agravava os
problemas relacionados à habitação e saúde. O surto de varíola e febre amarela, ocorrido em
1891, associado aos episódios de malária e tuberculose fez com que a taxa de mortalidade
alcançasse o patamar de 52 mortes por mil habitantes. O Rio de Janeiro era considerado um
lugar altamente insalubre a ponto de o governo inglês conceder adicional de insalubridade a
seus diplomatas baseados na cidade. Este foi um período marcado pelas ideias de
modernidade importadas da Europa, em geral ideias positivistas baseadas no lema de ordem e
progresso. Por outro lado, a mudança de sistema político fez surgir a noção de pátria e o
conceito de cidadania. Surgiram várias correntes políticas – anarquismo, liberalismo,
positivismo e socialismo. Num cenário de tantas mudanças estruturais, as elites dominam o
cenário e se utilizam de estratégias para reduzir a possibilidade de participação política
popular, criando uma aparência de apatia, de desinteresse político, de povo bestializado.
Segundo dados do censo eleitoral, o povo era realmente apático em relação à política, havia
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pouquíssimos eleitores – apenas 20% da população. No entanto, a história do Brasil mostra a
intensa participação popular nas questões políticas. Fraude eleitoral e intimidação – presença
de capangas nos locais de votação – são algumas das explicações para a pequena participação
popular nos processos eleitorais e a consequente ausência de partidos políticos. A participação
política da população ocorria por meios não oficiais – greves, arruaças e movimentos
populares. (CARVALHO, 1987).

Reformas Urbanas e Revolta da Vacina

No inicio do século XX o município do Rio de Janeiro, passou por grandes


transformações urbanísticas e estruturais. O então presidente do Brasil, Rodrigues Alves que
tinha como meta de governo o saneamento e urbanização da capital federal, nomeou Pereira
Passos para assumir a prefeitura do Rio de Janeiro. Pereira Passos influenciado pelas reformas
urbanísticas de Haussmann, em Paris, assumiu o governo municipal sonhando transformar o
então Distrito Federal numa nova Paris e, apoiado num discurso higienista, derrubou vários
cortiços do centro, onde morava boa parte da população pobre da cidade, em evento que ficou
conhecido como “bota abaixo”. As desapropriações tiveram início em dezembro de 1903 e as
demolições a partir de fevereiro de 1904. Paralelamente às reformas urbanas de Pereira
Passos, iniciou-se, sob a orientação de Oswaldo Cruz, o projeto de saneamento da cidade e
entre as várias ações neste sentido, uma – a publicação no dia 09 de novembro de 1904 da
obrigatoriedade da vacinação contra a varíola – culminou na Revolta da Vacina.
Antes da Revolta da Vacina, o Brasil já tinha um histórico de vacinação obrigatória.
Primeiramente apenas para crianças de até três meses. Depois para todas as pessoas e
novamente para crianças, desta vez, até seis meses de idade. Como muitas das leis e decretos
que tornavam a vacinação obrigatória, não pegavam, não eram respeitadas pela população, em
20 de julho de 1903 o senado aprovou uma nova lei que reintroduziu a vacinação obrigatória
para todas as pessoas. Os argumentos do governo para justificar a aprovação desta lei era sua
importância para a saúde pública e o sucesso da vacinação em países da Europa. A
regulamentação desta lei ficou a cargo de Oswaldo Cruz que impôs regras rígidas de modo
que, do recém-nascido ao idoso, todos deveriam ser vacinados. Apesar de existir a opção de
aplicação da vacina por médico particular, o atestado deveria ter firma reconhecida. A
apresentação deste atestado se tornou obrigatória para tudo – casamento, matrícula em escola,
votação, hospedagem em hotel, serviço militar, emprego público e em empresas privadas etc..
Esta regulamentação – publicada no dia 9 de novembro – encontrou fortes opositores,
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divididos, genericamente, em jacobinos (grupos de civis), florianistas (grupo de militares) e
monarquistas.
No senado, o tenente-coronel Lauro Sodré, na Câmara de Deputados, o major
Barbosa Lima – ambos positivistas e florianistas2. Sodré, Barbosa Lima e Alfredo Varela –
dono do jornal O Commercio do Brazil – defendiam o direito do povo à recusa da vacinação.
Os positivistas não aceitavam a intromissão do governo na saúde pública porque segundo eles
isto não passava de “um despotismo sanitário”3 e difundiam os perigos da vacina –
convulsões, diarreia, meningite, gangrenas, tuberculose. O jornal O Paiz acusou Oswaldo
Cruz de “cientista desligado das realidades do país” (CARVALHO, 1987, p. 99). Oswaldo
Cruz pretendia acabar com os surtos de varíola, mas o que conseguiu foi irritar e contrariar
toda a população de uma cidade. O grupo de insatisfeitos era bastante heterogêneo – políticos
opositores do governo, população pobre, militares, operários. Até quem votou pela
obrigatoriedade da vacina se indignou com tantas exigências por parte de Oswaldo Cruz. As
manifestações públicas contra a vacina não tardaram a acontecer. Os debates se iniciaram
antes mesmo da noticia ser veiculada pela imprensa. Até Rui Barbosa, ilustre representante da
elite se revelou temeroso em ser submetido a uma vacina feita com o vírus da varíola. Para
piorar o sentimento de repulsa em relação à vacinação obrigatória, uma mulher morreu logo
após ser vacinada, sendo sua morte atribuída, pelo médico legista, a complicações decorrentes
da vacinação.
A Liga Contra a Vacina Obrigatória, criada no dia 05 de novembro era formada pela
classe operária – majoritariamente os marítimos –, e sob a presidência de Lauro Sodré, foi a
primeira a se reunir para discutir sobre a obrigatoriedade da vacina. Discursos contra o
governo e acusações de desrespeito à honra do chefe de família e das mulheres foram
questões levantadas – invasão das casas pelos agentes de saúde para aplicação da vacinação e
a ofensa à honra das mulheres ao intimá-las a expor seu braço “desnudo” para aplicação da
vacina por um estranho. O apelo feito na reunião foi pela “legítima defesa armada contra
violência do Estado” (CARVALHO, 1987, p. 101).
Vários grupos foram para a rua protestar contra o governo e a vacinação. A ameaça
de prisão de um estudante acirrou os ânimos agravando ainda mais as manifestações
populares. A cidade do Rio enfrentou – entre os dias 10 e 16 de novembro de 1904 –
repetidos e violentos conflitos entre a polícia e manifestantes. No dia 13 de novembro ocorreu
o conflito mais violento. Após o apedrejamento do carro do chefe de polícia Cardoso de
Castro, a polícia avançou atirando contra a multidão que por sua vez, reagiu destruindo a

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Setores militares ligados ao governo militar de Floriano Peixoto
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Esta expressão foi adotada pelos opositores do governo e da vacinação.
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cidade – bondes quebrados, iluminação arrancada, ataques à delegacia de polícia e ao quartel
da cavalaria. A noite foi de terror – enquanto o povo e a polícia se enfrentavam, ladrões
aproveitavam para roubar. Foram inúmeras as prisões, pessoas feridas e mortas. Nos dias
seguintes os conflitos continuaram se estendendo por todo o Rio de Janeiro. Fábricas,
delegacias, agencia funerária, espaço publico foram atacados e destruídos. A polícia pedia à
população “pacifica” que não saíssem de suas casas de modo que a polícia pudesse usar de
todo rigor partindo do pressuposto de que somente os “desordeiros” estariam na rua. No dia
14, os militares – majores Gomes de Castro e Pinto de Andrade – que estavam entre os líderes
da Revolta forma presos. A Revolta continuou mesmo sem a liderança dos militares e o
governo do Rio recebeu apoio das forças policiais de São Paulo e Minas Gerais. Enquanto a
polícia enfrentava os manifestantes nas ruas da cidade, a marinha ameaçava atacar pelo mar e
grande parte da população fugia aterrorizada, com medo de bombardeios.
Dia 16 de novembro foi decreto estado de sítio. O mesmo jornal – jornal O Paiz –
que havia se referido a Oswaldo Cruz como “cientista desligado das realidades do país”
agora se referia manifestantes como anarquistas. Este jornal se referiu ao local onde os
manifestantes se encontravam como “o ultimo reduto dos anarquistas” ou “Porto Azul –
indivíduos desclassificados, facínoras [...], acobertados com a capa de marítimos e de
trabalhadores da estiva” (CARVALHO, 1987, p. 109). À tarde Marinha e Exército
avançaram contra “Porto Azul”, porem quando lá chegaram não havia mais ninguém e
descobriu-se que a tão temida artilharia pesada não existia. Dia 18 a cidade já estava
praticamente normalizada. Numa das últimas ações da polícia – dia 23 de novembro – foi a
invasão com 180 policiais ao Morro da Favela – atual Morro da Providência – que à época
contava com apenas 100 casebres, como não encontraram ninguém a quem prender, no
caminho de volta pararam nos cortiços e fizeram algumas prisões. Ao fim da Revolta mais de
700 pessoas haviam sido espancadas e presas na Ilha das Cobras. Segundo o presidente
Rodrigues Alves o grupo de manifestantes era composto por “desordeiros e desclassificados
de toda espécie” (SEVCENKO, 1984, p. 54). Pelo que se pode depreender das palavras do
chefe de polícia, a Revolta da Vacina acabou por fazer parte da reforma higienista de
Oswaldo Cruz, ou seja, a revolta foi o pretexto para a realização de uma limpeza social. A
polícia se referia aos manifestantes do mesmo modo que se referiam aos ratos.

Basta lembrar, [...] que a autoridade se julgou obrigada a pedir aos cidadãos
pacíficos, aos homens de trabalho, se reconhecessem às habitações para que
as ruas pudessem ser varridas, pelo emprego de medidas extraordinárias, dos
elementos vivos de destruição e de morte que as infestavam, dominando-as
com as armas homicidas. Cogitou-se mesmo de sufocar a desordem a
metralha (SEVCENKO, 1984, p. 53).
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Várias foram as versões sobre as motivações para a Revolta, no entanto pode-se
classificá-las, de modo mais geral, em duas – a dos que simpatizavam com o movimento e a
dos apoiadores do governo. Os simpatizantes da Revolta identificavam o povo como
participante consciente e disposto a lutar contra as arbitrariedades do governo. Os apoiadores
do governo não acreditavam na capacidade de organização política da classe popular e o
governo não admitia que a maior parte da população pudesse ter se insurgido contra sua
autoridade.

Conclusão

Na obra “Os Bestializados”, Carvalho discorre sobre a participação política do povo,


utilizando como recorte temporal o início da República até o governo Rodrigues Alves e
espacial, o Rio de Janeiro. Por falta de fontes históricas, foi utilizado arquivos policiais e
judiciais nos quais era possível encontrar informações como os nomes e ideais políticos dos
presos. Embora frisando o cuidado especial que se deve ter no uso de fontes deste tipo, para
não incorrer no erro de reproduzir ideias de um grupo em particular como sendo senso
comum, foi com meio delas que Carvalho descobriu que, no caso da Revolta da Vacina
apenas os líderes foram processados, os demais integrantes foram enviados de navio para
lugares distantes. Carvalho se contrapõe a leitura maniqueísta – povo bom/Estado mal – que
mostra o povo como apático, bestializado e dependente de ação paternalista do Estado e faz
uma leitura do povo como cidadão, ou seja, indivíduos conscientes de seus direitos. Segundo
Carvalho, embora o censo eleitoral se esforçasse para mostrar a população como
politicamente apática, na realidade o povo estava bem atento em relação às questões políticas.
A população “bestializada” possuía uma concepção própria de cidadania e sobre a relação
indivíduo/Estado. Quando acreditaram que seus direitos civis – direito à cidadania – estavam
sendo ameaçados pela vacinação obrigatória, se rebelaram e insurgiram contra o Estado.
Segundo Carvalho, em relação à política, bestializado era quem a levasse a sério. O povo não
acreditava nem confiava na política, não via a República respeitar os direitos civis que
propagava, via apenas corrupção no meio político. A República, portanto, era uma farsa.
Segundo Sevcenko “a revolta não visava o poder, [...] era somente um grito, uma
convulsão de dor, uma vertigem de horror e indignação” (1984, p. 50). A obrigatoriedade da
vacinação humilhava e evidenciava a subordinação do povo e o autoritarismo do governo. Foi
este constrangimento imputado a esta população que deflagrou a revolta. A própria marca da
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vacina já atestava a submissão à ordenança jurídica e sanitarista. O sistema político mudou
porem o autoritarismo e a repressão do império teve continuidade na república. Na ânsia de
modernização, de europeização da cidade do Rio de Janeiro, o presidente Rodrigues Alves, o
prefeito Pereira Passos e o médico sanitarista Oswaldo Cruz projetaram e realizaram reformas
que não levavam em conta a população local, especialmente as mais pobres, que viram suas
casas e suas vidas serem invadidas duas vezes, primeiro pelo aviso de desapropriação ou
expulsão e posteriormente pelos agentes de saúde designados para aplicarem a vacinação
obrigatória.
Esse processo de reurbanização trouxe consigo fórmulas
particularmente drásticas de discriminação, exclusão e controle social,
voltadas contra os grupos destituídos da sociedade (SEVCENKO,
1984, p. 65).

Embora Carvalho tenha realizado uma leitura minuciosa da Revolta da Vacina, um


misto de Antropologia, Etnografia, Sociologia e História, o fato dele ter afirmado que o povo
não se interessava por política pelo fato de não acreditar que ela devesse ser levada a sério é
um ponto delicado, pois é justamente pelo modo como os políticos tratam as questões
públicas que o povo deve participar ativamente do processo político e eleitoral, pois somente
uma população atuante poderá melhorar a atuação da política brasileira. Sevcenko atribui a
Revolta da Vacina a humilhação que o povo sentiu ao serem atingidos mais uma vez pelo
projeto modernizador de Rodrigues Alves. Carvalho atribui a Revolta, principalmente, à
consciência cidadã que o povo “bestializado” possuía e que foi despertada quando viram seus
direitos civis serem desrespeitados pelo autoritarismo do governo. Em comum os dois autores
veem na Revolta da Vacina a história dos excluídos.

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Bibliografia

CARVALHO, José Murilo de. Os Bestializados: o Rio de Janeiro e a República que não foi.
São Paulo: Companhia das Letras, 1987.
MUNDO EDUCAÇÃO. Disponível em
<http://www.mundoeducacao.com/historiadobrasil/revolta-vacina.htm>. Acesso em 30/08/13.
REVISTA DE HISTÓRIA. Disponível em
<http://www.revistadehistoria.com.br/secao/entrevista/nicolau-sevcenko>. Acesso em
30/08/13.
SEVCENKO, Nicolau. A Revolta da Vacina: mentes insanas em corpos rebeldes. São Paulo:
Ed. Brasiliense, 1984.

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