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Devaneio

Saudades desse lugar!


Esse lugar que fisicamente não vi, mas que aqui dentro sinto
conhecer. Algo me pede para voltar.
A tribo, os casebres, o vinho, a dança e a alegria do fogo. As
manhãs e tardes diante do mar. Ah! Essa saudade chega a se
confundir com a dor. Então nada ficou, as águas batendo nas pedras,
as mulheres à beira dos lagos lavando roupas, crianças correndo.
Tinha a igreja, uma capela na verdade. Ah! Nada irá voltar. O que me
atravessa é como o punhal agudo e afiado. Voem as aves no monte
de lá, não sei de mim, se irei voltar.
O trovador que me alegrava as noites se foi. Nada a dizer e nada
mais ficou, o amor pelos meus, somente uma foto quebrada, contem
as aves do monte que eu fui ver o mar! Ai! Só o lamento é meu
companheiro, Tudo passou, as pessoas e os valores, a cidade e os
bosques nada existem mais a não ser o lamento.
Voem altas as aves de lá. Não! Não sei de mim, não sinto nada!
Mãe voltei e você já não está mais aqui, e o pai também se foi! Todos
vocês se foram e não irão mais voltar, o nosso banco de pedra se
quebrou, tudo é escombro , mas cada pedaço de pedra conta a dor
do poeta, a alegria das festas e a dor do partir. Ah! Não sei de mim!
23/02/2006

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