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Acessibilidade em Museus

Acessibilidade Museus
Sumário

Apresentação........................................................................................................... 3

Os diferentes tipos de deficiências...........................................................................5

A importância da acessibilidade universal nos museus.............................................8

Encerramento......................................................................................................... 10
Módulo 1 – Introdução

Apresentação
Olá!

Bem-vindo(a) ao curso Acessibilidade em Museus.

O curso objetiva fornecer informações a respeito do tema Acessibilidade em Museus


e capacitar seus participantes a propor, acompanhar e avaliar adequações de aces-
sibilidade universal e de acesso aos conteúdos patrimoniais desenvolvidas em suas
instituições e projetos.

O curso está estruturado em sete módulos. Cada módulo é composto de conteúdo


técnico, teórico e exemplos de aplicação de adequações de acessibilidade e questões
a serem respondidas, que servem para avaliar o nível de conhecimento adquirido ao
participar das aulas.

Os módulos tratarão dos seguintes assuntos:

1° Módulo: Introdução

§§ Apresentação do curso;
§§ Os diferentes tipos de deficiências (físicas, sensoriais, intelectuais, múltiplas);
e
§§ A importância da acessibilidade universal nos museus.
2° Módulo: Acessibilidade Universal

Conceitos básicos (desenho universal, espaço inclusivo, uso equitativo, flexibili-


dade no uso, uso simples e intuitivo, informação perceptível, tolerância ao erro,
mínimo esforço físico, dimensão e espaço para aproximação de uso, rota acessível,
inclusão, experiência espacial e acessibilidade atitudinal).

3° Módulo: (In) acessibilidade em Museus

Barreiras físicas, sensoriais e atitudinais em diversos espaços dos museus: entor-


no, acessos, caminhos e percursos, pisos, portas, janelas, circulações, iluminação,
acústica, equipamentos de transporte vertical, escadas, sinalizações, comunica-
ção visual, sanitários, materiais de orientação, mobiliário expositivo, programas
educacionais e etc.

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Módulo 1 – Introdução

4° Módulo: Recursos e Adaptações Físicas

Adaptações físicas nos espaços dos museus que visam, principalmente, possibili-
tar a acessibilidade de pessoas com deficiências físicas.

Ex.: rampas, escadas, guarda-corpos, dimensionamento de vagas, circulações ver-


ticais e horizontais, portas e acessos, sanitários, mobiliários etc.

5° Módulo: Recursos Sensoriais e Educacionais

Recursos, equipamentos e tecnologias que possibilitam a fruição dos museus por


pessoas com deficiências sensoriais e intelectuais.

Ex.: sinalização tátil (direcional e alerta), sinalização e informação em braille,


audiodescrição, Libras, ambiência visual e acústica, sinalizações ampliadas, avisos
visuais e legendas para pessoas com deficiências auditivas, alertas sonoros,
maquetes táteis etc.

Capacitações e ações educativas e culturais acessíveis.

Ex.: programas de treinamento e capacitação de recursos humanos para o acolhi-


mento de visitantes portadores de deficiências, propostas de mediações e ações
educativas acessíveis e inclusivas etc.

6° Módulo: Legislações e normativas vigentes

Legislações, normas e tratados nacionais e internacionais acerca da acessibilidade


em equipamentos culturais.

7° Módulo: Experiências nacionais e internacionais

Experiências nacionais e internacionais em museus e em centros culturais que


promovem a acessibilidade e inclusão de visitantes portadores de deficiências.

Com este curso, esperamos auxiliar profissionais dos museus e espaços culturais
brasileiros a compreenderem a importância de proporcionar ambientes culturais
mais acessíveis e inclusivos para pessoas com deficiência e demais diversidades e,
consequentemente, mais amigáveis a todos os visitantes.

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Módulo 1 – Introdução

Os diferentes tipos de deficiências


De acordo com a Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência da ONU de
2006, são consideradas pessoas com deficiência os indivíduos que possuem algum
tipo de limitação em diferentes gradações, que podem variar de comprometimentos
leves, médios e graves até a perda total da capacidade:

§§ Física (membros superiores, inferiores, paralisias cerebrais, em partes do corpo,


membros amputados, má-formação e deficiência de crescimento);
§§ Intelectual (síndromes e déficits cognitivos devido a acidentes ou má-formação
congênitos ou adquiridos até os 18 anos);
§§ Sensorial (visual e auditiva).

Exemplo
Por exemplo, o termo “cego” define o indivíduo que perdeu totalmente a
capacidade de enxergar, enquanto o termo “deficiente visual” pode repre-
sentar um indivíduo com perdas visuais de leve a grave. As deficiências
também podem ocorrer simultaneamente com um mesmo indivíduo, o
que é denominada deficiência múltipla.

Como indivíduos que sofrem exclusão do meio social pelas dificuldades


de acesso, principalmente físico, aos equipamentos e atividades, as pes-
soas com mobilidade reduzida (idosos, gestantes, obesos, amputados e
fraturados) são beneficiadas com as adequações de acessibilidade.

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Módulo 1 – Introdução

As estatísticas da Organização Mundial da Saúde


(OMS) estimam que 1 bilhão de pessoas no mundo
1 bilhão
todo têm algum tipo de deficiência. No Brasil,
segundo o último Censo realizado em 2010 pelo
IBGE, 23,9% da população tem alguma deficiência,
o que corresponde a aproximadamente 45 milhões
de pessoas. As estatísticas, no entanto, ainda não
apresentam números relacionados às pessoas com 23,9
mobilidade reduzida, o que aumenta a quantidade
de indivíduos com restrições de acesso a diversas
esferas sociais, impedidas do pleno exercício da
cidadania.

Segundo o Movimento Internacional de Inclusão 45 milhões


Social, a LBI – Lei Brasileira de Inclusão – de 2015
e a Convenção dos Direitos das Pessoas com De-
ficiência da ONU, de 2006, devemos usar em projetos, textos e divulgações o termo
“pessoa com deficiência”.

Exemplo
Pessoa com deficiência visual, pessoa com baixa visão, pessoa com de-
ficiência intelectual, pessoa com surdocegueira, pessoa com deficiência
múltipla, pessoa com transtorno do espectro autista.

Dentro da comunidade de pessoas com deficiência auditiva, grande parcela conside-


ra a surdez como uma identidade, e não como deficiência. Por isso, são utilizados os
seguintes termos: surdos e pessoas com deficiência auditiva. É comum que esse co-
letivo utilize a Língua Brasileira de Sinais – Libras – como primeira opção linguística.
Nesse caso, sugerimos que utilize a seguinte forma de redação: “surdos e pessoas
com deficiência auditiva”.

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Módulo 1 – Introdução

A seguir, apresentamos os tipos de deficiência e suas variações.

Pessoa com deficiência física: paraplegia, tetraplegia, mem-


bros amputados, má-formação, baixa estatura, paralisia ce-
rebral.

Pessoas com deficiência intelectual: síndrome de Down, sín-


drome do X frágil, síndrome de Prader-Willi, síndrome de An-
gelman, erros inatos de metabolismo (fenilcetonúria e hipoti-
reoidismo congênito).

Pessoas com deficiência visual: cegueira e baixa visão.

Pessoas surdas e com deficiência auditiva: perda auditiva to-


tal ou parcial.

Pessoas com deficiência múltipla: surdocegueira, pessoa com


deficiência física e visual, visual e intelectual, surdez e física,
surdez e intelectual, intelectual e física.

Pessoas com transtorno do espectro autista: pessoas com de-


ficiência de comunicação e interação social (Lei Federal nº
12.764/2012).

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Módulo 1 – Introdução

Atualmente, as pessoas com deficiência encontram-se em todas as esferas sociais e


frequentam os museus e espaços culturais como:

§§ Público familiar: um dos membros da família – pai, mãe, avó, filhos com defi-
ciência;
§§ Público escolar: crianças, jovens e adultos com deficiência em grupos de esco-
las, cursos técnicos e alunos de graduação;
§§ Grupos de empresas ou órgãos públicos: trabalhadores com deficiência incluí-
dos pela Lei de Cotas;
§§ Público regular e espontâneo: consumidores, estudantes, trabalhadores e tu-
ristas;
§§ Visitantes especializados: formadores de opinião, diretores e executivos de
grandes corporações, diretores de espaços culturais, políticos, jornalistas, es-
critores e especialistas (pesquisadores, estudantes universitários).
A condição de deficiência está ligada a diferentes fatores. Em alguns casos, não é a
condição física ou psicossocial que define se o indivíduo tem ou não uma deficiência.

Na abordagem atual defendida pela OMS, a deficiência está atrelada a uma classifica-
ção, a Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF), que leva em consideração,
com igual importância, o aspecto ambiental, isto é, as barreiras sociais enfrentadas
pelos indivíduos.

O movimento de inclusão social luta por uma sociedade livre de barreiras físicas,
sociais e comunicativas para que as pessoas com deficiência, independentemente,
de sua condição física, sensorial e intelectual, possam viver plenamente em todos os
ambientes e ter oportunidades iguais aos demais indivíduos.

A importância da acessibilidade universal nos museus


Segundo a Declaração Internacional de Direitos Humanos redigida pela ONU, há 60
anos:

[...] toda pessoa tem o direito de tomar parte livremente na vida cultural
da comunidade, de fruir as artes e de participar no progresso científico
e nos benefícios que deste resultam (ONU, 1948).

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Módulo 1 – Introdução

Assim, a adequação de museus e centros culturais visando à acessibilidade universal


é uma importante demanda para garantir o direito das pessoas com deficiência e
mobilidade reduzida ao acesso a essas instituições. Compreende-se que tal acesso
deve ser sem barreiras físicas, de comunicação e de fruição.

No Brasil, há uma vasta legislação que garante os direitos das pessoas com defi-
ciência. A mais atual e que corrobora com as leis e decretos anteriores é a LBI – Lei
Brasileira de Inclusão – de 2015, que afirma:

Acessibilidade é um direito que garante à pessoa com deficiência ou


com mobilidade reduzida viver de forma independente e exercer seus
direitos de cidadania e de participação social (BRASIL, 2015).

No texto da LBI, o Capítulo 9 é destinado exclusivamente ao direito à cultura, ao


esporte, ao turismo e ao lazer, que apresenta a obrigatoriedade de todas as produções
e instituições culturais adequarem seus espaços e conteúdos.

Além dos benefícios garantidos para as pessoas com deficiência, seus familiares e
acompanhantes, as adequações de acessibilidade universal também beneficiam to-
dos os visitantes, pois resultam em ambientes livres de barreiras de acesso físico,
comunicacional, intelectual e de atitudes, que tornam os museus e espaços culturais
mais acolhedores e inclusivos para todos: os idosos, as pessoas com mobilidade re-
duzida, as famílias com bebês e crianças pequenas, os novos visitantes, os imigran-
tes, os refugiados etc.

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Módulo 1 – Introdução

Encerramento
Finalizamos o primeiro módulo do curso.

Abordamos conceitos introdutórios ao tema da acessibilidade universal em museus


e sua importância diante dos diferentes tipos de deficiências.

Vamos seguir para o Módulo 2, que trata especificamente da Acessibilidade Univer-


sal.

Até lá!

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