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Discente: Melissa Roberta Faria Santos

Matricula: 145100

Docente: Wellington Damasceno de Almeida

No diálogo Mênon, de Platão, Sócrates investiga a definição de virtude,

sua natureza, para que se possa saber se ela é ensinável ou, em caso de que ela não

possa ser ensinada, de que forma ela pode ser obtida. Ao tentar responder a questão

colocada por Sócrates sobre o que é virtude, Mênon não atribui uma definição, mas, dá

exemplos de virtude. Desta resposta equivocada de Mênon, surge um novo problema:

Não se pode investigar aquilo que não se conhece. A resposta de Mênon à pergunta

sobre a virtude é caracterizada pelo fato de ele não oferecer uma definição de virtude,

mas, enumerar exemplos de virtude.

Para Mênon, há diferentes formas de virtude para cada função social.

Mênon diz que cada um, segundo sua ocupação e sua idade, tem uma virtude

diferente. Ele, então, enumera os exemplos sem definir o que ela é. Para que se possa

chegar a definição de virtude é necessário buscar o que as diferentes formas de

virtudes citadas têm em comum, o ponto de convergência entre todas elas. Mênon

falha ao tentar definir o que é virtude, pois ele responde com a pluralidade e a definição

requer que se chegue à unidade.

Sócrates não se dá por satisfeito com a resposta dada por Mênon, pois

ele não busca conhecer todas as virtudes existentes no mundo, mas aquilo que se
encontra em todas as virtudes existentes e que faz com que elas sejam virtude. A

virtude, enquanto tal, não muda em diferentes casos. Deve haver algo contido em

todas as virtudes que faz com que elas sejam virtudes. Este ponto de convergência

entre todas “as virtudes” será a definição do que é “a virtude”. Mênon toma a extensão

do conceito de virtude, que são as coisas as quais o conceito de virtude se aplica, pela

sua intenção, sua definição, confundindo “uma virtude” com “a virtude”.

Parece ser que qualquer que seja o caso, é necessário que o bom

indivíduo seja justo e prudente. Deste modo, A virtude de cada um deles é a mesma

virtude:

“todos os seres humanos, é pela mesma maneira que são bons;

pois é vindo a ter as mesmas coisas que se tornam bons.” (73c).

Sócrates busca uma unidade dos diferentes exemplos de virtude

propostos por Mênon. O ponto em comum entre a virtude pertencente às mulheres e a

virtude pertencente aos homens se trata de bem comandar. Ele pretende fazer com

que Mênon compreenda que à partir de dois exemplos, é possível alcançar o universal.

Então, Mênon finalmente dá uma definição que Sócrates aceita como

válida: Virtude é saber comandar. Este enunciado definiens tem a pretensão de se

aplicar a todos os casos de virtude, diferentemente das respostas anteriores onde

Sócrates apenas oferecia uma lista de virtudes.


Aquilo que há de comum entre a virtude do homem e da mulher, então, é

governar com prudência e justiça. Já no caso dos velhos e das crianças. A virtude não

consiste em governar, mas ser prudente e justo.

Quando se busca o que há de comum entre a virtude do homem, da

mulher, do idoso, da criança e do escravo, se chega ao comportamento prudente e

justo. Essas duas extensões da virtude- a justiça e a prudência- é o ponto comum entre

a conduta dessas quatro funções sociais. Deve-se buscar pelo geral. Deve-se excluir a

singularidade, conservando aquilo que é geral e se aplica a todos os casos de virtude.

Bibliografia:

Platão, Mênon. Trad. Maura Iglésias. Edição bilíngue grego-português. Ed. PUC/Rio /

Edições Loyola, 2001.

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