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DESENVOLVIMENTO NATURAL DA IGREJA

Redigi este livreto porque estou convicto que o


desenvolvimento da igreja interessa a cada cristão, tenha ele uma
tendência mais teórica ou prãtiea,.seja eleteõlogo ou — que palavra
discriininatórial - “leigo”.

Quero ser ainda mais específico: o assunto interessa


especialmente àqueles que est*ao voltados para a práti- ca, aqueles
de nós que não são teólogos. Estes são os verdadeiros especialistas.
Se, para o desenvolvimento da igreja, fôssemos contar apenas com os
teólogos e estudiosos profissionais, o futuro das nossas igrejas seria
sombrio.
Posso apresentar-merapidamente* Quemeu nome é Christian
A. Schwarz você já leu no título deste livteto; que eu moro com mínha
família maravilhosa —esposa e três pimpolhos — no norte da
Alemanha nâo tem muito a ver com o nosso.assunto; antes, sim, que
nosso Insti- tuto se concentrou nos últimos anos especialmente na
pesquisa do crescimento da igreja e, neste processo, chegou a um
grande número de ,conclus6es que antes eram desconhecidas.
O que mais tem a ver com nosso assunto é que, há. mais de
dez anos estou, praticamente a cada flui de semana, em alguma igreja
para ajudar a põr em prádca no dig-a-dia os princípios a que
chegamos com nossas pesquisas. Este trabalho de campo tomou-me
decidi- damente cético em relação a teorias de .como o cresci- mento
da igreja deveria estar ocorrendo: ele totnou-me um defensor da
prática. Acima de tudo, o trabalho com tantas pessoas maravilhosas
nos mais diversos pafses, denominações e culturas mostrou-me quem
sito os verdadeiros atores do desenvolvimento da igreja: os
colaboradores voluntários.
Neste livreto não quero conversar com vocé sobre todos os
detalbes possfveis da nossa pesquisa (se você se interessa por eles,
você pode apmfundar-se nos meus
livros técnicos, em que abundam termos como “para-
digmas”, “encarnação” e “eibernétíca”...). Em vez disto, quero
concentrar-me naqueles elementos dos quais estou convicto de que
interessam a todo cristão.
Você não liga que eu o trate por “você”? Se vocE visitasse
nosso Instituto. de qualquer forma teria de mu- dar do “senhor” e
“senhora” fomial para o “vocE” ami- gável, ainda antes de terminar o
primeiro cafezinho.
Eu farei de conta que você vem visitar-me no norte da
Alemanha e diz:
— Christian, eu gostaria que minha igreja pro- gredisse, pelo
menos mais do que tem acontecido. Voce lida com as mais variadas
igrejas, com as que crescem e outras que diminuem. fi, se eu
compreendi você corre- tamente, seu alvo é simplesmente .que cada
igreja faça progressos, para alcançar cada vez mais pessoas com a
mensagem cristã, Serii que você consegue resumir para mim em 20
minutos o que você aprendeu sobre este assunto nos últimos dez
anos - e isto de urna maneira tai que eu possa ap1ic$-lo em meu
trabalho na igreja?
Eu tomaria mais um gole do meu café e diria:
— Com todo o prazer.

Por que temos tantas dificuldades com o crescimento da igreja?

Antes, porém, de começar com o meu monólogo, eu faria uma


pergunm a vocé:
— Por que você acha que geralmente temos tantas dificuldades
com o crescimen to da igreja?

Você talvez respondesse:

— Eu acho que a razão é que hoje em dia há muita resistência a fé


cristã. Nós cristãos nos esforçamos, mas nossa mensagem parece
encontrar um contexto adver-so.
Em resposta a isto eu lhe mostraria o desenho abaixo. Nele você
vé uma carroça com quatro rodas
quadradas, que transporta um sem
número de belas e eficientes rodas
redondas.

A carroça é puxada e
empurrado por duas pessoas que, sem
dúvida, apresentam muito empenho, mas fazem a
experiência que todo o empreendimento é penoso, lento e bastante
frustrante.

Para mim este desenho é mais que uma caricatura. É uma descrição
quase que profética da condição de muitos segmentos da igreja de Jesus
Cristo. É verdade que a igreja se movimenta para a frente, mas com tremenda
lentidão. Por que?
Se perguntarmos aos dois penonagens, talvez eles nos dêem esta
resposta: “É que um vento muito forte sopra contra nós"; ou: “A colina
que temos de subir é muito íngreme”.
Estas constatações, em muitos casos, são até verdadeiras. Às vezes
nós cristãos enfrentamos ventos muito fortes, e outras vezes o caminho que
a igreja tem de andar ê mesmo íngreme. O desenho, todavia, nos deixa
claro que o verdadeiro problema não é este; ele náo estaria resolvido se
as circunstâncias externas fossem outras.

Esta ilustração serve para esclarecer algo essencial: Deus colocou à


nossa disposição todos os meios de que precisamos para o
desenvolvimento da igreja. O problema consiste em que muitas vezes não
fazemos uso deles. Em vez de utilizar os instrumentos que Deus nos
forneceu, nós tentamos empurrar e puxar a igreja com forças próprias.
Pode até ser que pensemos que o uso de “rodas quadradas”— é
especialmente espiritual.

— Se o entendi corretamente — você talvez responda — importa


que finalmente coloquemos as rodas redondas, que nossa igreja já tem
em abundância, no lugar em que deveriam estar, pelo plano de Deus.
— Exatamente. O mais interessante em nossas pesquisas foi que,
figuradamente, encontramos uma grande abundância de rodas redondas,
que existem em todas as igrejas, Acontece que algumas fazem uso delas, as
o u t ras n ão .
O que podemos aprender deoutras igrejas - e o que não

obrigado que você eie deu esta oportunidade de abrir


o assunto. Muitos cristãos com quem tive contato nos últimos anos tim
dificuldades até para considerar a pesquisa do crescimento da igreja algo
“espiritual”. Eles suspeitain que hã alguma técnica questionãvel por trás disto,
nao apropriada para a igreja de Jesus Cristo. Na verdade trata-se de algo bem
diferente: adquirir uma visão mais acusada dos princípios que Deus usa
para edificar sua igreja. Quanto mais nos ocupamos com estes princípios, mais
aprendemos comp Deus lida conoseo em nossa época.
Todavia, como descobriremos quais são estes princípios?
Podemos, por exemplo, perguntar aos pastores de igrejas que crescem o
que elea consideram o “segredo do seu sucesso”. AS respostas serào tantas
quantas as igrejas que eles dirigem. Uns consideram o segredo do seu
sucesso o culto voltado totalmente .para ssoas afastadas da igreja; outros são
adeptos do culto como luggr de adoração e edificação. Uns celebram
novos métodos de marketing como método indispen- sável de crescimento
da igreja; outros experimentar um crescimento bpnito em sua igreja sem
jamais ter ouvido falar de “marketing”, É difícil encontrar um denomina-
dor comum para estas respostas.
Por mais convincente que cada resposta isolada possa parecer, com
cada nova resposta que coletamos o quadro fica mais confuso. Quem estã
com a razão?
e.
Se, ‹laf, ainda percebemos que cada um se apresenta com a
convicção: “Fas ã • Omo eu e vocé terã o mesmo sucesso!”, parece que só
nos restam duas alternativas: ou nos vendemos sem reservas a ceno
modelo de igreja
— ou desistimos. designados.
Felizmente liá ainda uma terceira alternativa. Em vez de dar
ouvidos apenas às respostas que os pastores destas igrejas nos dão,
podemos investigar as próprias igrejas, para verificar se bá elementos que
são comuns a todas as igrejas que crescem. Em vez de aprender somente
de um modelo, podemos olhar centenas de modelos de igrejas sob o
microscópio — pequenas e grandes —para descobrir quais elementos sàn
princípios de aplicação universal (e, assim, também relevantes para outras
igrejas), e quais. elementos podem até ser interessantes, mas de forma
alguma fundamentais no crescimento da igreja.
Você está entendendo? Eu mesmo levei anos até
eompreender!claramente esta diferença. Dizemos agora que esta é a
diferença entre uma postura “voltada para modelos” e outra “voltada para
princípios”. ‘Modelos™ sãn conceitos cnm que uma ou até muitas igrejas
em qualquer lugar do mundo fizeram experiências positivas
— mas cuja imitação em qualquer outro contexto de jeito
nenhum seria a resposta certa. “Princípios”. por outro lado, são
elementos dos quais pode-se provar que têm validade no mundo todo
para as igrejas que crescem..
A esta altura vocé deve estar suspirando. Como aprender de uma
igreja que cresce você ainda conseg- uia imaginar, Mas centeiias e até
milhares? Do mundo inteiro? Como isto poderia funcionar?
Se vocé está ficando desanimado. imagine eu, quando percebi há
alguns anos que os livros sobre crescimento de igreja priorizam a postura
“voltada para modelos” (mesmo quando a maioria dos modelos, e este é o
verdadeiro problema, afirma que oferecem algo como princípios
universais). Ocupei-inc durante muito tempo com a literatura sobre
crescimento de igre- ja, estudei algum tempo na “Meca” do movimento de
crescimento .de igrejas, o Fuller Theological Seminary na Califórnia, para
afinal chegar designado ã conclusão
— apesar de muitas coisas .boas que aprendi: apesar de 40 anos
de pesquisa do crescimento da igreja, ainda niio fora feito um estudo que
respondesse, a nfvel mundial e com exatidão científica, quais são os
princípios que têm validade comprovada no mundo inteiro para todas as
igmjas que crescem.
Bem, isto mo podia ficar assim, o que determi- nou como passei os
próximos anos da minha vida. Eu encontrada um dos maiores desafios da
minha vida (até entfio)'

O que é que as igrejas que crescem fazem de diferente?

ara obter uma base suficiente de informações, para


sõtutoprecisou pesquisar peln menos 1.000ígrejas locais
em todos os cinco continentes: pequenas e grandes, em
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crescimento ediminuição, peneguidas ou subventiona- das pelo


governo, famosos como modelns ou totalmente desconhecidas. Precisávamos
tanto de igrejas de regiões que atualmente experimentar um avivamento
(como o Brasil e a Coréia do Sul), como de regiões que, a nível mundial,
podem ser consideradas ”países espiritualmente em desenvolvimento”
(como.a Alemanha).
A pesquisa acabou .se tomando o projeto mais abrangente jamais
implementado de investigação das causas do crescimento da igreJa.
Participaram igrejas de 32 países; o questionário que deveria ser preenchido
por 30 membros de cada igreja foi traduzido para 18 idiomas; no fim
tivemos de avaliar quase 4,2 milhões de respostas. Se todas as pe untas que
foram respondi- das durante a pesquisa fossem coladas uma ao lado da
outra, a tira de papel airavessaria o Brasil indo do Rio de Janeiro até
Fortaleza!
No fim do projeto eu não tinha só mais cabelos brancos e mais
dívidas, mas algo espantoso tiaha acon- tecido. Pela primeira vez nós
dnhamos diante de nós, preto no branco, os princfpios que,
compmvadamente, sâo usados por Deus no mundo inteiro para edificar a
sua igreja — literalmente do Alasca atf Vladivostok, da Groenlándia até a
terra do Fogo, do cabo Norte até o cabo da Boa Hsperan
As 8 marcas de qualidade das igrejas que crescem

páginas seguintes eu gostaria de falar-lhe dos ZY oito princípios


mais importantes que encontramos no transcurso da nossa pesquisa. Não
se deixe impres- sionar com os nomes que escolhemos para descrever
estes princípios, que parecem meio abstratos: liderança capacitadora,
ministérios orientados pelos dons, es- piritualidade contagiante, estruturas
funcionais, .culto inspímdor, gnipos familiares, evangelização orienmda para
as necessidades, relacionamentos marcados pelo amor fraternal. Nõs os
chamamos de “as. g marcas de qualidade das igrejas que crescem.”
É verdade que, no começo, isto tudo soa meio teórico. Contudo,
quando olhamos o que se esconda por trás de cada um destes princípios, vocé
verá que tudo tem uma aplicação imediata h situação da sua igreja. Yocõ
lembra da sua primeira pergunta? “O que podemos fazer para que nossa igreja
progrida mais do que atf agora?” A resposta fi: Esforce-se para que cada
uma destas 8 marcas de qualidade tome .forma em sua igreja melhor do que
até agora!
Em nossas pesquisas aprendemos que nenhuma igreja que quer
crescer pode negligenciar uma sõ destas marcas de qualidade.
LIDr.BANÇA ÚAPACITADORA
primeira coisa ein que você deve prestar .atenção é que não
dissemos liderança “capaz”, tuas 'capaci- tadora”..Deixe-me explicar no que
consiste a diferença.
"Lider s• capaz" poderia dar a entender que voc6tem um (ou mais,
mas geralmente um) líder capacitado em todas as áreas e uma grande
visão. Este lfder, porém, Só precisa de colaboradores voluntários que o
aj u d e m a
colocar sua visão em prática.
Fora do ambiente cristão este conceito 8s vezes é chamado de
“üderança de guni” — e ele não é raro nas igrejas.At6hã quem digaque ele
contém um princípio de crescimento especialmente eficiente: de um lado o
lfder/ guxu com a grande visíío, de outro a infantaria de leigos, que estáo
dóceis 1 dísposiÇão do lfder tode-poderoso na implementação do sonho
da,sua vida.
Nossa pesquisa, todavia, mostrou que existem poucas coisas mais
distantes da verdade. Se hã uma coisa que os líderes de igrejas que crescem
não tentam fazer é ampliar sua capacidade a ponto de se tornarem
mdepodemsosElesa mdefonnaexataneotsopoxta: uma das suas tarefas tnais
importantes consiste em ajudar os outros cristãos a chegar cada vez mais ao
nível de capacidade que Deus planejõu para eles. Eles capacitar. apóiain,
motivar; acompanhamcadacrista”o, pára que se tome aquilo que Deus desde o
começo planejou para ele. Pode ser que alguns destes cristãos, rio fim do
processo,
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andem por um caminho totaknente diferente do líder. Um líder
“capacitados” pode alegrar-se de coração com isto, porque sabe que Deus tem
um chamado individual para cada cristão.
Interessante é que a maioria dos pastores que atingem as notas
mais elevadas em nossa avaliação geralmente nâo são muito conhecidos..
No entanto, via de regra é mais fâcil aprender deles os princípios básícos de
liderança do que dos “astros espirituais”. Líderes de Igrejas que crescem
não precisam ser astros, na ver- dade o modelo de “super-herói” até pode
atrapalhar o crescimento da igreja. Deus nâo criou ninguém como “o
homem dos sete insmimentos”, e, se alguém exezce este papel (ou é
obrigado pela igreja, que espera isto dele), este é um sinal inquestionável
de que alguma coisa está errada.

ossa segunda marca de qualidade é expressão da de que o próprio


Deus determinou em
seu plano quais cristãos devem assumir quais funções na igreja. A
tarefa da liderança da igreja f ajudar os membros a descobrir os dons que
Deus lhes deu e a encontrar um ministério que combina com estes dons.
Um princípio que parece simples, mas cuja aplicação dificilmente ficará
sem conseqüências radicais.
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Se você. como cristão. viver se acordo com seus dons espirituais,
vocE não trabalharã mais na força própria; é o Hspínto de Deu.e quem
ttabalhará em você. Assim você, como pessoa “comum” no mais verda-
deiro sentido da palavra, poderfi realizar coisas fora do comum.
A maioríadoscristfios —isto também descobrímos em nossa pesquisa
— não. exerce nenhuma funçlo na igreja, ou alguma que não corresponde
aos seus dons. 80a dos cristãos que nós entrevistamos nem mesmo sabem
quais sâo seus dms espirituais. Isto náo é incrível? Talvez vocé selembre aqui do
desenho da carrosa com as rodas quadrados. Umapessoaqueexecutaumatarefa
que
não corresponde aos seus dons assemelba-sea uma roda quadrada. E
um cristão que nao tem nenhuma função na igreja? Este talvez seja uma das
rodas redondas, das quais tantas estdo jogadas dentro da carroça, sem uso.
E agora você mesmo talvez consiga imaginar o que, gas categorias desta
ilustração, seria um cristão que vide de acordo com os seus dons espirituais!
Não é de adinirar que a aplicaçíío deste princípio tem efeitos tão dramáti- nos
sobre o crescimento da igreja.
Um dos resultados mais interessantes da nossa pesquisa foi que
talvez nâo haja outro fator que tenha uma relação tâo forte com a felicidade
de um crista”o do que a pergunta se ele vive de acordo com seus dons es.-
pirituais ou não. Posso confirmar isto em minha própria vida A partir .do
momento etc que en me esf s em
moldar meu ministério de modo coerente com meus
dons espirituais, experimento tràs efeitos. Em primeiro lugar sou inpa
pessoa mais feliz do que eu era antes;
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em segundo lugar, sou muito mais eficiente do que antes; e, em
terceiro lugar’, sou mais criticado por outros cristãos do que antes! Talvez esta
terceira experiência seja o preçti que temos de pag.ir se queremo.e atender
ao chamado de Deus.

llfarca Numero 3

EsPIRITUALIDADE CONTAGIANTE
Sao foi possível evitar que esta marca de qualidade 2 Y tivesse
uma conotação abstrata. Tivemos de en- contrar um termo que pudesse
descrever as forma.e mais diversas de espiritualidade. Isto porque uma das
conclusões do nosso estudo é que. no que se refere ao crescimento da
igreja, não importa tanto o tipo de espiritualidade (desde que ela seja
autêntica!) quanto que a fé seja exercida com devoção, fogo e entusiasmo.
Pode-se provar que o griiu de consagração espiritual é o ponto que
diferencia as igrEjas que crescem das que não crescem.
A partir desta marca de qualidade é possível estudar como são
secundários os métodos com que se trabalha na igreja. Em uma igreja que
vive sua fé com entusiasmo, funciona praticamente qualquer método. E vice-
versa: em uma igreja que está emperrada nesta úrea, o melhor método do
mundo está fadado ao fracasso. De que serve o motor mais patente do
mundo se o tanque de combustível estfi vazio. se falta a energia?
Há uma “matéria” em que nós cristãos, na minha
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experiência, chegamos a um triste mestrado: descobrir estratégias
de como impedir este entusiasmo espiritual. Em meu escritório tenho duas
pastas para a matca de qualidade “espiritualidade contagiante” (assim
como pam as outras). Na primeira estou colecionando todos os auxílios
que facilitam ao cristão viver seu entusiasmo espiritual de modo cada vez
mais coerente. Na segunda coleciono conceitos que sufocam o entusiasmo
espiritual até antes que ele germine. Depois de cada viagem cIas- sifico
tudo o que aprendi nestas duas pastas.
O resultado até agora tem sido frustrante: a primeira pasta leio
pouco mais de dois centímetros de volume; enquanto isto, a segunda
pasta está tão cheia que quase nào consigo mais fechà-la! Creio que isto
diz mais sobre nossa atitude diante do entusiasmo espiritual do que a
maioria de nós quer aceitar.

EsmUTUBAS TUNCIONÂIS

interessante que, entre todas as características de igrejas que


crescem, a marca dequalidade“estrutu- ras.funcionais” evidenciou-se como a
mais controvert- ida. Na verdade, o põncfpio subjacente é relativamente
simples. Na questão das formas e estruturas da igreja, o critério mais
importante é se elas cumprem seu objetivo ou não. Estruturas eclesiãsticas
jamais são um fim .em si messias, sempre são apenas um meio para chegar a
determinado fim.
Tudo o que mo se enquadm neste critério (por exemplo, estruturas
de liderança que impedem o ama- durecimento dos membros da igreja, horas
de culto não
.apropriadas, formas de programas descontextualizadas) precisa ser
mudado ou eliminado. Com este processo contínuo de renovação, evita-se
em grande parte as calcificaçoes tradicionalistas.
De onde, enfim, vêm as resistências contm este princípio?
Simplesmente do fato de que a maioria das pessoas tende a ficar mais
tradicionalista com o tempo. O nadicionalismo defende que as formas
eclesiais de- vem ficar sempre como foram até agora. como estou
acostumado com elas. Não é de admírar que, de todos os fatoms que
comprovadamente têm efeitos negativos sobre o crescimento da igreja, o
tradicionalismo estã bem no alto da lisa

àr‹rrca Nriàxer« 5
ÜIILTO INSPIRADOR

oculto:. dificilmente há uma área em que a dife- Crença


importante entre modelos e princípios fi negligenciada com mais
freqüência.. Intlmems cristãos acham que precisam adotar certos modelos de
culto de outras igrejas, porque supostamente este é um princípio de
crescimento.
Nossa pesquisa mostrou que o culto pode estar direcionado para
cristííos ou não cristãos, pode ser cel- ebrado em “gfria de igreja” ou em
linguagem “secular”,
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pode ser organizado de forma litórgica ou livre — tudo isto não é
decisivo para o crescimento da igreja. Decisivo é outro critério: participar do
culto é uma “experiência inspiradora”? Este é o campo em que igrejas que
crescem se diferenciam claramente .das que não crescem. A opinião geral
dos participantes destas atividades é que o culto — termo que muitos
cristãos não gostam mais de usar — foi ‘Com”.
Com isto também fica .evidente de onde vem a oposição contra
esta marca de qualidade: de cristãos que encaram a freqüência ao culto
antes de tudo como o cumprimento de uma obrigação cristfi. Eles não vfio
ao culto porque se trata deumaexperiénciagratificante, que eles não
querem perder de jeito nenhum. Bles vão para fazer.um favor para Deus
(ou o pastor ou quem quer que seja). As veEes até se desenvolve o conceito
de que Deus abençoarã e6ta “fidelidade” em suportar com paciência uma
prãóca que em si é desagradável.
Quando eu conto a história do carro com as rodas qiiadtadas a um
grupo de pessoas com a atitude acima, geralmente e)as não véem nadade
estranho nela. Acham normal, ãs vezes até especialmente espiritual agir
como os dois homens do desenho. Vocà estã vendo a relação?

LRUPO6ÃAW]LIABR6

Igrejas que crescem desenvolveram um sistema de


J grupos familiares em que o cristão individual pode
encontrar atenção humana, ajuda prática e intercâm- bio
espiritual intensivo. Estes grupos não conversar somente ,sobre textos
bíblicos ou escutam a exposição de um especialista. mas agregam impulsos
bíblicos às indagações cotidianas dos participantes.
Certa vez mencionei em um seminário a maior igreja do mundo, de
Seul, na Coréia do Sul, que na época contava com meio milhão de membms.
Uma das participantes interrompeu-me para confessar que não conseguia
imaginar-se como membro de uma igreja tào grande. Quando perguntei pelo
motivo, ela disse: 'W não conseguiria suportar tanto anonimato. Preciso de
relações de confiança com pessoas que conheço .bem.”
Pouco tempo depois enconnei um dos pastores daquela igreja e lhe
perguntei como eles lidam com o problema do anonimato. Ele me olhou sem
entender. “Anonimato? Até hoje ninguém queixou-se disto.” fi então ele me
contou de como a igreja tinha elaborado um sistema de grupos/células
independentes com no máximo doze pessoas, nos quais a maioria dos membros
está integrada.
Tudo bem, a Coréia do Sul fi longe, e liderar uma igreja com 500.000
membros não fi o nosso problema. Porém nossa pesquisa mostra que o
princípio seguido pela igreja tia Coréia do Sul tem realmente validade
universal. Grupos familiares na igreja não são uma idéia interessante, mas
dispensável, não; ali se torna prático muito daquilo que faz parte da
essência da igreja de Jesus Cristo.
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Marca Numero 7

EYANGELIZAÇÃO ORIENTADA PA RA OS NECE5iSlDADES

ue não se pode pensar em crescimento de igreja sem


evangelizaçiio. é evidente também mesmo sem
uma pesquisa mundial. De que outra maneii’a uma igreja poderia
crescer, se não pela proclamação do evangelho, de modo que cada vez
mais pessoas se agregam à igreja de Jesus Cristo. Este é o processo
chamado de “evange- lização” pelos cristãos.
A pergunta realmente importante, portanto, não foi se a
evangelização é necessária ou não, mas como seria uma evangelização que
comprovadamente contribui para o crescimento da igreja. Há quem pense
que o mé- todo da “torquês” é o melhor dos caminhos: tenta-se, às vez.es
com métodos bastante manipulativos, apertar as pessoas pai’a que se
decidem pela fé cristã. Não é de estranhar que muitos entre nós sentem
um mal-estar no estômago quando ouvem a palavra “evangelização”!
No entanto. é possível provar quc o método da torquês é
praticamente o oposto do que se pode aprender da prática evangelística
das igrejas que crescem. Seu segredo e transmitir o evangelho de uma
maneira que vai ao encontro das necessidades das pessoas que estào
distantes da fé cristã.
JE pode gostar deste conceito ou não, mas é pos- Y sível provar
que igrejas que crescemte“mum“coefi- ciente de amor” bem mais eleYado
que igrejas que estão estagnadas ou diminuem.
Sempre que uso esta expressão nos cursos, alguns cristãos
protestam: "Como é que você pode falar en um ’coeficiente de amor’! Que
termo horroroso”. Por isso, deixe-me explicar rapidamente como
medimos este “coeficiente”. Nosso questionário contém uma série de
perguntas a partir das quais podemos concluir até que ponto os
relacionamentos entre os crista“os sâo amorosos. Por exemplo, nós
perguntamos quanto tempo os membros da igreja passam com outros
cristãos fora das atividades da igreja, quantas vezes eles se convi- dam
para refeições ou lanchns, com que generosidade (ou avareza) distribuem
elogios, até que ponto o pastor conhece os problemas pessoais dos seus
colaboradores, quanto se ri na igreja.
Qualé o resultado? Todos estes quesitos, eoutms mais, te‘m uma
relação muito forte com o crescimento da igreja. Uma relação pelo menos
bem rriais forte do que os inúmeros métodos que.constam dos livros sobre
crescimento de igreja e dos quais muitos cristãos estão convictos de que
sejam o verdadeiro segredo das igrejas
QII MSDRID.
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Isto é suipreendente?Amorevidenciado de modo convincente
confere a uma igreja uma força de atração muito maior do que todos os
esforços de marketing do mundo conseguiria L O mu rfing de nina igreja
pode sez comparado a uma flor artificial. Ela pode ser até mais bonita que uma
flor de verdade, mas não tem aroma. O amor verdadeiro espalha aquele
aroma misterioso. tão

Nenhuma marca de qualidade


pode faltar

6 isto. Passamos rapidamente pelos princípios mais importantes que,


comprovadamente, estâo por trás
do crescimento da igreja.
Destas marcas dequalidade podemos dizer atual- mente, com alto
grau de certeza três coisas: primeiro, que se trata de princípios de validade
universal (isto é, que se aplicam a igrejas em todo o mundo). Segundo, que
eles podem ser aplicados em nossa situação espe- cífica (mesmo que o
resultado seja um pouco diferente de igreja para igreja). E, em terceiro
lugar, que cada princípio tem uma relação positiva com a qualidade e o
crescimento da igreja. Se queremos que nossa igreja alcance cada vez mais
pessoas, niío podemos renunciar a nenhuma destas marcas de qualidade.
Pelo menos é isto o que nos diz a pesquisa. Nós cristãos às vezes
dizemos .outra coisa. Estes dias, por
exemplo, eu ouvi um orador dizer em uma conferência cristã: “Estes
princípios de crescimento de igreja não tém nada a ver.” E os ouvintes
saudaram esta afirmação eom aplausos. Eu não sei como você teria reagido
nesta situaçao: com palmas ou assobios, Seja hpnesto!
Eu vou lhe dizer por que não assobiei. mas não deixei de dizer
depois ao orador porque eu consider- ava sua mensagem uma heresia
descarada. O que ele tinha em mente quaado proclamou que os princípios
do crescimento da igreja “não tinham cada a vgr”? Nós já vimos, por
exemplo, que a prática do amor cristão (marca número 8) é um destes
princípios. Isto quer dizer que o palestrante afirmou: “O amor é
dispensável.” Outro princfpio abrange a oração consagrada (marca número
3). Quer dizer que a oração também não faz diferença? Vocé pode fazer o
mesmo exercício com todos os princf- pios do crescimento da igreja de que
falamos acima
— e talvez você compreenda por que não é um exagero afirmar
que sua declaração foi “herética”,
É claro que o palestrante não estava pensando em tudo isso. Mas
então temos de nos perguntar: Por que ele disse o que disse?
Estou contando este episódio porque com freqüên- cia me deparo com
reações semelhantes quando uso a expressão “princípio de crescimento de
igreja”. Muitas pessoas pensam que se trata de um método manipula- tivo
de marketing e ,chegam, com razão, à conclusão de que de fato não
precisamos destas coisas. Por isto importa-me que.pelo menos. você..que
me honrou com sua atenção paciente, daqui em diante tenha uma reação
diferente. Se no fllttiro, em stra presença, alguém disser:

“Estes princípios de crescimento de igreja não t5m nada a ver’, você
pode retrucar: “Tenho a impressão de que você tem uma idéia errada dos
princípios de crescimento da igreja. VocE sabia que a prática do
mandamento do amor cristão é um destes princípios? Você não deve estar
pensando a sério que a Bíblia nos ensina que este amor nâo .é
importante?”
Qoando olhamos os oito princípios mais de perto, COilStatamos —
surpresos ou niio — que cada um deles resume conteúdos centrais da
mensagem bíblica. Não é maravilhoso que a pesquisa mais abrangente
que até hoje foi feita sobre este tema na crístandade, confirma
exatamente aquilo que Deus nos disse hã muito tempo em sua Palavra?
Os princípios do desenvolvimento da igreja, dos quais falamos,
nada mais são do que os princípios do próprio Deus. Nâo me entenda mal:
os termos que usei neste .livreto para.designar os princfpios podepi não
ser perfeitos. O método de pesquisa que usamos para che gar aos
princípios é falho. como qualquer outro método cientíbco. O material que
elaboramos para trabalhar com os princípios pode aer melhorado. Nada
disto, porém, muda o fato de que os princípios em si. que buscamos com
nossos meios imperfeitos e que procuramos des- cobrir de modo falho,
nada mais são do queos princfpios do prdprio Deus.
Oprincípio do‘@or-si-mesmo”
gora chegamos ã verdadeira chave das nossas pes- o quisas. Nos
chamamos, o princípio básico que está por trás dz todas as oito marcas de
qualidade de princípio do “por-si-mesmo”. E possível provar que o segredo
das igrejas que crescem exatamente não consiste eei puxar ou emplitraf a
igreja pela força humana — vocé se lembra da ilustração da carroça? — mas
em permitir o desenvolvimento do potencial que Deus já colocou nela. Daí o
crescimento acontece automaticamente.
Crescimento de igreja é algo que nós,. seres humanos,. não
podemos “fabricar”. Nossa tarefa não passa de fazer funcionar melhor do
que até então os mecanismos automáticos de crescimento com os quais o
próprio Deus edifica a sua igreja. Desculpe se acabei usando um daqueles
termos técnicos que eu rio começo ãisse que pretendia evitar. Porém aquilo
que estã por tr$s, da expressão “mecanismos automáticos de crescimento” é
absolutamente central no desenvolvirtyento da igreja. Portanto, o que eu
quero dizer com esta expressão que a princípio parece estranha e nada
biTilica7
Nada mais e nada menos que um conceito bíblico central„ou melhor, a
aplicação.deste conceito no trabalho prático da.igreja. .Em Marcos 4,26-29
Jesus nos conta a seguinte parábola: “O reinode Deus é assim como se um
•• f• sse ri semente à terra, depois dormisse e se levantasse, de noite
e de dia, e a semente terminasse e crescesse, não sabendo ele como. A terra
por si mesm‹i
fíutifíca, primeiro a erva, depois a espiga, .e, por fim, o
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grão cheio ria espiga. E quando o fruto já e.irá nutdum, lugo se lhe
mete a force, porque é che,qada a c'ei{a.”
Nesta parábola se vê claramente o que é a tarefu do ser humano — e o
que mao: ele pode e deve semear, ele pode e deve colher, ele pode e deve
“dormir e levantar”. O que ele não pode é: produzir o íiuto. Aqui diz miste-
riosamente que a teiTa “por si mesma” frutifica.
No texto original grego o termo é automate
— que significa “automaticamente”. Portanto, aqui se fala
expressamente de um mecanismo automático de crescimento. Eu enfatizo
istu potque muitos cristãos aos quais tentei explicar este princípio suspeitam
que não se trata de um princípio bíblico. Por isso quero mostrar-lhe não só o
princípio é bíblico. mas até o termo. É só olhar o texto original.
Esta parábola de forma alguma é apenas uma il- ustração
interessante. Este é o ponto ceniral, estratégico, do desenvolvimento da igreja.
Igrejas que crescem — es- tejam disto cientes ou não — fazem uso do
mecanismo automático de crescimento descrito acima. Este é o “segredo
do seu sucesso”!
Como isto acontece na prática? Ao refletir sobre esta pergunta, é
proveitoso olhar mais uma vez corri atenção para as oito marcas de
qualidade. Cada uma consiste em duas partes: um substantivo (por
exemplo: liderança, ministérios, espiritualidade, estrutufas) e um adjetivo ou
a descrição de um adjetivo (por exemplo: ca- pacitadoi’a, orientados,
contagiante, funcionais). O seg- redo de cada marca de qualidade niio está no
substantivo (algum tipo de liderança, ministérios, espiritualidade.
estrutura, etc., pois existem em toda igreja), O segredo estd, antes,
na apI s• prática do que estã por trás do adjetivo ou descrição de um
adjetivo correspondente.
Olhando os adjetivos mais de perto, vemos que todos estão
voltados para a liberação dos mecanismos automáticos de crescimento
com os quais o próprio Deus edifica a sua igreja. Usando as categorias da
nossa ilustração: em vez de empurrar e puxar a carroça (= a igreja),
importa descarregar as rodas que esta*o sobre a carroça e flxã-las no lugar
apropriada — e depois fazsr a experiência gratificante de que é o vento do
Espírito Santo quem coloca a carroça (ao que parece) “automati- camente”
em movimento.

O que importa é a quaUdade das


nossas igrejas!
Ço sei ac tudo o que eu Ihe
contei é novidade parã 2 Y vocà ou somente confirmou .o que você jã
suspei- tava ou sabfa. Para a maioria dos cnstfios com quem eu
compartilho estas descobertas, estes princípios são algo totalmente
diferente do que eles imagina i as então, quando ouviam
.expressões como “crescimento
de igreja”, “desenvolvimento dg igreja” ou “edificas • de igreja"..
Uma das conclusões mais importantes do projeto de pesquisa é:
quando tefletimos sobre o crescimento da igreja, na verdade o que
importa é a .qualidade da
igreja. A qualidade (que pode ser medida pelas 8 mar- cas de
qualidade) 6 a raiz„ a, quantidade (mais gente freqüontando o culto) é
o fruto.
Esta constatação tem conseqiltncias consideráveis para o trabalho
prático. Nõs não partimos da pergunta: “Como fazer para ter mais pessoas no
cu1to?”Antes, nos perguntamos. “Como podemos experimentar crescimen- to
nas oito áreas de qualidade mencionadas?” Por trás disto estíí a convi•s ão,
baseada na teologia e na prática, de que esta qualidade sempre resultará
na quantidade (isto é, com mais freqüentadores no culto).
Esta perspecõva qualitativa está baseada noprincí- pio bíblico de
que uma árvore boa produz fruto bom (Mt 7.17). Ou seja: pelo fato de a
árvore ser boa (de qualidade de grau elevado), ela produz frutos bons (por
exemplo, mais cristãos que se unem ã igreja). Mais uma vez é fascinante
ver com que precisão um estudo estatístico confirma a veracidade desta
afumação da Bíblial

Uma regra para a qual nào háexceções

rmita-me contar agora dos resultados dão J nossas pesquisas,


que eu pessoalmente acho que é o mais interessante da coisa. Enquanto para
cada princípio de edificação de igreja hã exceções, nós, em todas as
1.000 igrejas avaliadas até agora ainda não encontmmos
nenhuma exceção ã seguinte regra: toda igreja em que
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cada uma das oito marcas de qualidade atingiu deter- minado nível
(em nosso *jargão técnico” um “índice de qualidade” de 65 ou mais), é
uma igreja que cresce.
Portanto, existe um padrão qualitativo exato, comprovado pela
estatística, a partir do qual uma igreja
.sempre.cmsce. Istn não é impressionante?
Se hoje, nos mais variados círculos, discute-se o que fazer para que
mais pessoas freqüentem os cultos, a única resposta que, até onde eu sei,
pode ser comprovada cientificamente, é: “Esforcemo-nos para atingir nas
oito ózeas um fndice de qualidade de 65”, As pessoas podem gostar desta
resposta ou não, podem acbá-la muito es- piritual ou muito pouco
espiritual, podem até declarar, teimosas: “Nós nem queremos que nossa
igreja cresça!” Todavia, o que elas não podem mais fazer é simples- mente
deixar de dar atenção aos resultados da pesquisa. Pelo menos não seria
uma atitude muito séria.
Com minhas palavras de forma alguma quero diz- er que é f5cil
experimentar cresciment9 desta maneira. Não se trata de um “milagre”
metodológico, não é um método instantâneo, que promete crescimento
de igreja em três minutos como se fosse macarrão. O caminho é duro para
incrementar até este grau a qualidade da nossa igreja. Mas onde, na
Bíblia, nos é prometido que seria Iêc“ú ser fiel, como igreja, ã tarefa do
nosso Senhor7
Pode ser que você considere quase eseandaloso dizer que há um
valor, a partir do qual o crescimento quantitativo acontece com certeza,
que pode ser medido. Olhando mais de perto, porém, este fenómeno nãoe
mais tão estranho. O que quer dizer que uma igrejaatingiu em todas as oito ãr
as um “índice de qualidade” de 65?
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Se libertarmos esta afirmaçiío da abstmçJo da linguagem
estatística, veremos que se trata de uma igreja em que a liderança se
devotou com todas as .forças .ao crescimento da igreja, em que quase
cada cnstão usa seus dons espirituais na edificação da igreja, em que a
grande maioria dos membros da igreja víve sua fé com autoridade e
entusiasmo eontagiante, em que as estruturas da igreja são avaliadas
apenas pelo critério da utilidade para o desenvolvimento da igreja, em
que a participação no culto é o ponto culminante da semana para a
maioria dos envolvidos, em que se pode experimentar nos grupos
familiares a força amorosa e terapêutica da comunhão crístà, em que
quase todos os cristãos contribuem Ôe acordo com os seus dons para que
a tarefa ssionâtia seja realizada, em que o amor de Cristo permuta quase
todas as formas de atuação da igreja. Alguém consegue imaginar uma
igreja assim estagnando ou até diminuindo?

QuÕ é o nosso ponto .mais fraco?


Çoscristiios: que ouvern faiar destes princípios KZ pela primeira vez,
começam a.suspirar:"Como vou atender a tudo isto ao mesmo tempo? De
tantas árvores, nemconsigo mais vm a floresta!” A estaalturaumaoutra
conclusão da nossa pesquisa pode ser útil: é totalmente suhciente
concentrar-se em uma área de cada vez. E qual
é esta área estrategicamente.mais indicada?
E fácil mostrar que sào as marcas de qualidade menos
desenvolvidas em uma igreja (que chamamos ds ‘fatores mínimos”) que
mais impedem o crescimento. Em outras palavras. se concentramos nossa
energia nestes fatores mínimos, podemos esperar que isto tenha efeitos
positivos sobre a conónuaçâo dodesenvolvimento da igreja.
Eu fiz a experiência de que a maioria dos cristãos não se deixa
convencer dasta regra por análises científi- cas, por mais bem
fundamentadas que sejam, mas, sim, por uma demonstração simples.
Para os meus cursos eu mandei confeccionar um barril como este
do desenho ao lado, que consiste de tábuas de comprimentos variados.
Quando trabalha- mos em uma igreja para a qual elaboranios o “perfil da
igreja”, a primeira coisa que
faço é escrever sobre as tábuas os nomes das oito marcas de
qualidade, de acordo com
o grau maior ou menor de desenvolvimento das vfirias marcas.
A tábuamais curtaleva o nome do ‘Tator mínimo” (por exemplo:
estruturas), e a tábua mais longa recebe o nome do "fator máximo"
(por exemplo: espiritualidade).
.Em seguida eu derramo água no barril até que ele começa a
transbordar. Deixo a ãgua escorrer até que ela chega ao carpete ou aos pfs
dos ouvintes sentados na primeira fila, e pergunto aos participantes o
que, na
opinião deles, eu deveria fazer. Alguns, entre os quais via de regra
está o zeladoi, protestar para que eu pare ímediatamente de derramar
àgua. E claro que eu me recuso a fazer isto, pois era nossa ilustração a âgua
que jorm do céu para dentro do barril se compara com a bênção de Deus.
Sao deveríamos msolver o problema da nossa igteja, que mo consegue
receber toda a água, pedindo a Deus que nos .abençoe menos!
Depois disto outros sugerem que .devemos orar mais. Ent$o digo
aos participantes que considero a, oração.algo extremamente importante e
atéindispensável para o desenvolvimento da igreja, e alongo a tâbua ! da
“espiritualidade contagiante” — que já estã longa — por mais dez cendmetros,
para que todos vejam que esta medida elogiãvel não soluciona o problema.
A água continua escorrendo para o chão.
Mais cedo ou mais tarde alguém tem a idéia de pedir que eu alongue
a tábuado fator mínimo. E, veja só: no momento em que deixamos a
tábuamenor um pouco mais alta. mesmo que seja por poucos centímetros,
cabe mais $gua no barril.

O que é tarefa nossa,


e o que só Deus pode fazer?

esta analogia é possível .demonsnar .de modo Wmarcante qual é o


alvo do desenvolvimento da igreja em si, O barril confeccionado de oito
tábuas (=
marcas dequalidade) representa aquilo que nós podemos “construir”, e
até devemos, pela vontade de Deus. Nosso trabalho com afinco na qualidade do
banil. por outro lado, não pode fazer com que mais “figua” (= pessoas ganhas)
corra para dentro do barril. Se Deus não faz chover “ãgua”, o melhor barril
mo nos serve para nada. No entanto: se Deus derrame a ãgua — e, em termos te-
ológicos, temos muitos motivos para entendermos que ele adora fazer isto! —
ent$o a qualidade do nosso ‘fiar- ril” (= igreja) farâ muita diferem Disto
dependerá se o barríl poderá reter a água, afmal de contas.
O crescimento numérico du igreja é exatamente
.aquilo que niío podemos fazer. Nosso trabalho deve concentrar-se
em melhorar a qualidade da igreja, desta forma contribuindo para que a bsnçao
com a qual Deus atéjl tenha começado a inundar nossa igreja, nioescorra para fora.
O apóstolo Paulo nlo utiliza a ilustração do.barríl feito de tábuas, mas tem
em mente a mesma relação entre a ação humana e a de Deus quando .diz: “Eu
plantei, Apolo regou, mas o crescimento veio de Deus” ICo 3.6). Ali ficaclaro
o que todo agricultor sabe mesmo sem ter lido estas palavras: aquilo que ele
pode “fazef’ e .o que não. Ele pode plantar, regar, colher. O que ele não pode
produzir é o crescimento. Por outro lado, ele sabe que seu ato.de plantar e regar
certamente tem influElteiã sobre a colheita futura.
O Desenvolvimento Natural da Igreja
s resultados da pesquisa podem nos .ajudar a com- p preender melhor
o .crescimento das igrejas (ou a ausência dele). Contudo, não podemos
ficar só na com- preensão. De que nos serve o melhor diagndstico, se o
médico não sabe qual terapia sugerir?
Para n5o ficarmos só discutindo sobre o desen- volvimento da
igreja, em nosso instituto elaboramos uma porção de material de trabalho,
com o propósito de colocar em prática na igreja os princípios que pudemos
descobrir com nossas pesquisas.
Nós chamamos o conceito de edificação da igreja que deduzimos do
trabalho de pesquisa de “Desenvolvi- mento Natural da Igreja”. Uma
pequena seleçao destes materiais você encontra nas próximas páginas:
ptimei.ro os livros sobre o Desenvolvimento Natural da Igreja em geral, e
depois livros práticos de como trabalhar em algumas das oito marcas de
qualidade.

O primeiro passo
“entrada" na pfítica do Desenvolvimento Natural da Igreja consiste
para muitas igrejas em fazer o levantamento do “perfil da. igreja”. que
A
mostrará seus pontos fortes e fracõs. O perfil da igreja responde, entre
FIM
Uma visão completa do Desenvolvimento Natural da Igreja

O Desenvolvimento Natural da igreja


“O livro mais prático e únl quejã foi escrito sobre o tema crescimento da
igreja. A igreja que implantar esses princípio.e crescerfl autoinatícam ente,”

Dr. Russell P. Shedd

A Prática do Desewoivimento Natural da igreja


Cada igreja tam uma caraclerísôca incoofondível. Em vez de usar as
experiências de algumas pounas igrejas-modelo e projemr as suas
experiências para as demais, o material do Desenvolvimento Natural da
Igreja quer ajudar a descobrir e desenvolver e caracaterfstica que Deus
tem dado a cada igreje. “A Prática du Desenvolvimento Natural da Igreja” é
a continuação do livro “O Desenvol vimento Neturnl da Igreja”.

Mudança de Paradigma na Igreja


Mudança de PaiuJ igma na Igreja apresenta o ino- dekj feoTõgico que
é o fundamento das ferramentas pr4Li0os c dos concmto6 por trgs dn
DesmvojVi- menta NsturBJ õa Igreja.
Materiais para as marcas dequalidade

As 3 Cores dos seus Dons


As 3 Cores
dosAseus
libDons
eraçlto dos doris espirituais que Deus concedeu à igreja é uma
pedra fundamenm do desem'olvimento natural da igreja. O livro Rx 3 Cores
dos seus Dons mosln a cada cristão como descobrir os seus dons
espirituais.

Aprendendo a Amar

Enquanto As 3 Cores dos seus Dons trata da des- cof•eria e da


prática dos dons, Aprtndenzfo a Amor ooncentra-ac no ‘Muito do Espírito” que
é mencionado eie Gálatas 5.22. O livro contém, entre oucos, o ”Tecte fr ó Ia
tax-5” com a ajuda do qual cada cristao pode descobrir eiri que áreas ele
deve se concentrar para cmscer no amor. O livm é um convite para novos
pasaos na fé, por meio dos quais iremps conhecer
melhor a a6s mesmos, as outras pessoas e a Deos!

Celebrando o amor de Deua


Celebrando o amor de Deus mostraconio cada cristão pode contribuir
para que o culto se iorne uma cele- bração inspiradora.
Trnauçãp

Msnocl A. Fc«kinghm›s

2’ ivagcm - 3.fXX} - 200I 8' m - R l XK t - M 7


Impressão: Imprensa da Fé A Editora Evangúlico Esperança
CBL — Cãmara Brasílcím do Livto
ASEC - Associação de Ediinres Cristãmi

Editora Evangélica Esperança


Rua Aviador Vicente Wol8ki, 353 8251 0-420 Curitiba - PR
Fuae: f04l ) 3022-3391a Fux: (041) 3256-3662
o-mail: eee &esperiitica—editora.corp.br www.esperam-editnm.com.br
Sobre este hare:
Separe 20 minutos para ler este material explicativo, e vocé ficará
inteirado dos princípios mais importantes do desenvolvimento da igreja, que
se aplicam a cada cristão e a cada igreja.

Sobre o autor:
Christian A. Schmarz, nascido em 1960, dirige o instituto de
Desenuoluimento/YaturaI daIgreja. Deus
/iuros sobre teoria e prótica do desenuoluimento da igreja jó foram
publicados em 34 pníses. Entre 1994 e 199 6 ele orpnnirou o projeto de
pesquisa mais abrnnpente das causns do crescimento da i9reja até hoje
realizado na cris/ondode: mais de 1.000 igrejas locais dos cinco continentes
participaram do estudo. Schmarz estudou teologia no Alemanha e nos Estados
Unidos, e atualmente uiue com sua /omí/io no norte da Alemanha.

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