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TÓPICO 04

Decantadores
Sólidos Sedimentáveis
• Sólidos Sedimentáveis: Cone Imhoff
– Materiais sedimentáveis em
teste de 1 hora;
– PARTE É AREIA.
• Parcela não sedimentável:
– Não será removida por
simples decantação.
• Esgoto Doméstico
– Valor típico: 5 mL/L;
– 60% dos SST são
sedimentáveis.
• Lançamento:
– Corpo Hídrico: até 1 mL/L;
– Bancos de lodo;
– Rede: até 20 mL/L.
Matéria Orgânica
Particulada
Tratamento Primário
• Busca remover:
– Sólidos em suspensão sedimentáveis;
– Sólidos flutuantes → Escuma.
• Características:
– Principalmente → Matéria orgânica;
– Reduz a DBO para o tratamento biológico;
– Remoção biológica é mais custosa.
• Eficiência típica:
– DBO → 25 a 35%;
– SST → 60 a 70%.
• Sólidos sedimentáveis:
– Afluente → 6 a 10 ml/L;
– Efluente → 0,1 a 0,3 ml/L.
Tratamento
• Funcionamento:
– Esgoto flui vagarosamente;
– Sólidos em suspensão sedimentam;
– Formam o LODO PRIMÁRIO.
• Materiais flutuantes:
– Graxa e óleos;
– Formam a ESCUMA;
– Possibilidade de gerar biodiesel;
– Caso da Sabesp.
• Projeto da etapa biológica:
– Considera a eficiência da etapa primária;
– Remoção de DBO varia de 25 a 35%;
– Tratamento físico.
Lodo Primário

Escuma
Tipos de Decantadores

• Retangular;
• Circular.
Decantadores Retangulares
Remoção
de Escuma

Fluxo do
Esgoto Poço de
Lodo
Características
• Uso:
– Limitação de área para a ETE.
• Funcionamento:
– Entrada pela cabeceira;
– Fluxo escoa lentamente até extremo oposto;
– Distribuição → Aspecto crí co da operação.
• Principais vantagens:
– Menor área → Paredes em comum;
– Economia de materiais construtivos;
– Facilidade construtiva;
– Menor possibilidade de curto circuito;
– Maior dificuldade para o arraste do lodo sedimentado.
• Retirada da escuma e do lodo:
– Manual;
– Mecanizada.
Retirada do Lodo e da Escuma

Fluxo do Esgoto

Escuma

Lodo Primário
Remoção
de Escuma

Fluxo do
Esgoto
Poço de
Lodo
Tipos de Correias:
● Madeira;
● Metálica;
● Material plástico
Limpeza por Corrente
• Correntes:
– Dispostas ao longo das paredes;
– Transportam lâminas raspadoras;
– Jusante para montante → Lodo para o poço de
armazenamento;
– Montante para jusante → Escuma para os coletores.
• Problema:
– Correntes metálicas eram sujeitas a corrosão;
– Correntes em contato com o esgoto;
– Manutenção demandava o esvaziamento do tanque;
– Atualmente há plásticos não sujeitos a corrosão.
Decantador com Ponte Rolante (Raspador)
Decantador com Ponte Rolante (Sucção)

Há a sucção pela
formação de um
sifão
Dimensionamento (NBR 12209, 1992)
NBR 12209, 1992
• Vazão de dimensionamento:
– Máxima afluente à ETE.
• Importante:
– Vazão superior a 250 L/s;
– Mais de um decantador primário.
• TAS para a vazão máxima (≤):
– 60 m3/m2.dia → Antes de processo biológico;
– 80 m3/m2.dia → Antes de filtração biológica;
– 120 m3/m2.dia → Antes de lodos a vados.
• Clima frio:
– Baixa temperatura;
– Há aumento da viscosidade;
– Retarda a sedimentação.
Projeto
• Tempo de detenção hidráulica:
– Vazão média → Inferior a 6 h;
– Vazão máxima → Superior a 1 h.
• Decantador retangular:
– Relações empíricas → Experiência de aplicação;
– Largura/Profundidade (L/P) ≥ 2:1;
– Comprimento/Profundidade (C/P) ≥ 4:1;
– Comprimento/Largura (C/L) ≥ 2:1.
– Velocidade de escoamento horizontal ≤ 50 mm/s.
• Taxa de escoamento no vertedor de saída:
– Não deve exceder a 720 m3/m.dia.
Detalhamento
• Tubulação:
– Remoção de lodo;
– Diâmetro mínimo de 150 mm.
• Poço de acumulação de lodo:
– Paredes com inclinação ≥ 1,5 na vertical;
– Paredes com inclinação ≥ 1,0 na horizontal;
– Base → Dimensão horizontal mínima de 0,60 m.
• Dispositivo de Remoção de Lodo:
– Retangular → Velocidade ≤ 20 mm/s.
– Circular → Velocidade ≤ 40 mm/s.
Poço de
Lodo
Dimensões Típicas dos Decantadores
Retangulares (EUA)

• Razão Comprimento/Profundidade ≤ 25;


• Profundidade Lateral: 3,0 a 4,9 m;
• Inclinação de fundo: 1 a 2%;
• Largura: 3 a 25 m;
• Razão Comprimento/Largura: 3 a 10;
• Comprimento: de 10 a 90 m.
Decantadores Circulares
Características

• Entrada do esgoto:
– Centro do tanque ou periferia;
– Alimentação central é a mais empregada;
– Principalmente para tratamento primário.
• Partes constituintes:
– Gaiola, Cortina ou Saia Defletora;
– Poço de lodo;
– Raspadores com Tração Periférica.
Entrada do esgoto
pelo centro

Fluxo do Esgoto

• 1 - Entrada do esgoto;
• 2 - Distribuição do esgoto;
• 3 - Coleta do efluente;
• 4 - Saída do lodo.
Gaiola, Cortina ou Saia Defletora
• Anteparo:
– Formato de tanque circular;
– Localizado no centro do decantador;
– Distribuição equitativa do afluente;
– Dissipação de energia.
• Diâmetro típico do anel:
– Varia de 15 a 20% do diâmetro do tanque.
• Profundidade:
– Varia de 1,0 a 2,0 m;
– Até 50% da profundidade total.
Exemplo

Gaiola
Coleta do Lodo

• Poço de lodo:
– Forma um cone invertido.
• Sólidos sedimentados:
– Raspados para o centro do tanque;
– Raspadores com tração central ou periférica;
– Mais simples que o dos decantadores
retangulares;
– Manutenção mais simplificada.
Poço de
Lodo
Exemplos de Raspadores de Lodo
Poço de • Poço de Lodo:
Lodo – Acumulação de lodo;
– Adensamento do lodo no decantador.
Raspadores com Acionamento por
Tração Periférica
Ponte Rolante por Sucção
Remoção de Escuma
Origem
• Proveniente de:
– Manteigas e Óleos;
– Carnes.
• Problemas:
– Aderem as paredes dos tubos e diminuem seções úteis;
– Produzem odores desagradáveis;
– Compromete o funcionamento de equipamentos.
• Concentração típica no esgoto:
– 50 a 150 mg/L;
• No tratamento:
– Pode criar uma película na superfície líquida;
– Interfere na vida biológica;
– Possui degradação lenta.
• Importante:
– Empregar a caixa de gordura nas residências.
Dispositivo para Remoção de Escuma

Poço de
Escuma
Raspadores
de Escuma
Dispositivo de Saída
• Composição:
– Vertedores periféricos;
– Normalmente em v;
– Altura de 50 mm.
• Anteparo para escuma:
– Localizado próximo a saída;
– ≈ 200 mm do vertedor;
– ≈ 300 mm de altura;
– Evita a saída da escuma junto com o efluente.
Exemplo de Dispositivo de Saída

Anteparo
para a
Escuma

Vertedor de
Saída
Dimensionamento dos Decantadores Circulares

• Eficiência de remoção depende:


– Área superficial;
– Tempo de Detenção Hidráulica (TDH).
• Diâmetro:
– 3 a 60 m.
• Declividade da Base:
– 1/16 (6%) a 1/6 (16%).
• Velocidade dos raspadores:
– 0,02 a 0,05 rpm.
• Fluxo na Lateral do Tanque:
– 125 a 500 m3/m.dia.
Detalhamento
• TDH:
– Vazão média → 1,5 a 2,5 horas.
• Importante:
– Há projetistas que adotam até 1 h para a vazão
máxima e até 6 h para a média.
• Taxa de Aplicação Superficial:
– Vazão Média → 30 a 50 m3/m2.dia;
– Vazão Máxima → 80 a 120 m3/m2.dia.
• Profundidade:
– Avaliada após a determinação da área;
– A partir do TDH desejado;
– Normalmente varia de 3,0 a 4,9 m;
– Influi na velocidade horizontal → Inferior a de arraste.
Cálculo da Eficiência

• Base:
– Decantadores em uso nos EUA.
• Equação Empírica:
– Eficiência =
( )

• Coeficientes:
• DBO → a=0,018 e b=0,020;
• SST → a=0,0075 e b=0,014.
Efluente
Lodo Primário
• Base seca:
– Somente tratamento primário → 4 a 12%;
– Etapa seguinte com reator biológico → 2 a 6%;
– Sólidos Voláteis Totais → 70 a 80%;
– Sólidos Fixos Totais → 20 a 30%;
– Não é considerado lodo biológico.
• Baixa frequência de retirada:
– Maior adensadamento.
• Eficiência:
– Remoção de DBO → 25 a 35%.
• Sólidos sedimentáveis:
– Afluente → 6 a 10 ml/L;
– Efluente → 0,1 a 0,3 ml/L.
Decantador com Limpeza Manual

• Emprego:
– Pequenos decantadores.
• Característica quanto ao lodo:
– Fundo bastante inclinado para seu escoamento;
– Poços intermediários para o armazenamento;
– Retirada por simples carga hidráulica.
• Coleta do efluente:
– Através de vertedores ao longo da parede de
jusante.
• Declividade típica do fundo:
– 1,5:1,0.
• Diâmetros superiores a 7,0 m:
– Aprofundamento exagerado.
Problemas Operacionais – Curto Circuito
• Decantador ideal:
– Todo afluente permanece o mesmo tempo retido.
• Redução no TDH:
– Ocorre devido a presença de curtos-circuitos.
• Causas de curto-circuito:
– Ventos (Células de circulação);
– Diferença de temperatura.
– Presença de turbilhões ou redemoinhos.
• Conseqüência:
– Diminui a eficiência do decantador;
– Menor remoção de material sedimentável.
Interferência da Temperatura
• Água no tanque mais quente ou mais fria que
o afluente;
• Diferença de apenas 1oC entre o afluente e a
água residuária;
• Acarreta distintas densidades;
• Impede a adequada mistura entre ambas;
• Estratificação térmica levará a formação de
um curto circuito;
• Volume efetivo do tanque será menor.
Outros Problemas Operacionais

• Sobrecarga;
• Septicidade do esgoto afluente;
• Septicidade do lodo;
• Fração de DBO solúvel elevada.
Septicidade do Lodo
• TDH:
– Demasiadamente longo para o lodo;
– Lodo séptico → Odor desagradável;
– Biogás pode arrastar o lodo para a superfície;
– Lodo pode sair com o efluente.
• Possível solução:
– Ampliar a freqüência de retirada de lodo.
• Retirada do lodo:
– Grandes estações → Con nua;
– Pequenas → 1 ou 2 vezes ao longo do dia.
• Também acarreta a septicidade:
– Recebimento de lodo de tanques sépticos.
Problemas Operacionais – DBO Solúvel
• DBO solúvel:
– Esgoto de origem doméstica;
– Varia de 25 a 50%.
• Afluente com DBO solúvel elevada:
– Quantidade de material em suspensão que poderá
ir para o fundo do decantador é limitada;
– Levará a eficiência inferior aos valores típicos
encontrados para esgoto doméstico.
• Questão:
– Tem sentido projetar uma ETE com decantador se
o afluente possui baixa concentração de SS?
Tratamento Primário Avançado

• Aumento da eficiência da etapa primária:


– Adição de agente coagulante.
• Coagulantes:
– Cloreto férrico;
– Sulfato de alumínio;
– Auxílio ou não de um polímero.
• Característica:
– Maior geração de lodo.
Bibliografia Base da Aula
• MARCOS VON SPERLING
– Introdução a Qualidade das Águas e ao Tratamento de
Esgotos.
• JORDÃO, E. P.; PESSOA, C. A.
– Tratamento de esgotos domésticos. 3a edição. Rio de
Janeiro, ABES. 2005.
• NBR 12209 (1992)
– Projeto de estações de tratamento de esgoto
sanitário.
• Wastewater engineering. Treatment and reuse.
– METCALF e EDDY.
• Anotações de Aula.

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