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TÓPICO 02

Níveis de Tratamento,
Tratamento Preliminar e
Gradeamento
Níveis de Tratamento de Esgoto
• Preliminar:
– Sólidos grosseiros;
– Ação física.
• Primário:
– Sólidos sedimentáveis;
– Físico;
– Pode ser químico também.
• Secundário:
– Matéria orgânica suspensa;
– Matéria orgânica dissolvida;
– Processo Biológico.
• Terciário:
– Poluentes específicos, tóxicos ou não biodegradáveis;
– Poluentes não suficientemente removidos no tratamento
secundário;
– Químico;
– Processo Biológico.
Características
• Operação Física Unitária → Forças sicas:
– Gradeamento;
– Mistura;
– Floculação;
– Sedimentação;
– Flotação;
– Filtração.
• Processo Químico → Produtos químicos:
– Precipitação;
– Adsorção;
– Desinfecção.
• Processo Biológico → A vidade biológica:
– Remoção de matéria orgânica;
– Remoção de nutrientes.
Tratamento Preliminar
• Objetivo:
– Remoção de sólidos grosseiros;
– Remoção de areia.
• Origem dos sólidos grosseiros:
– Uso inadequado dos coletores públicos.
• Base para remoção:
– Mecanismos físicos.
• Partes integrantes:
– Gradeamento;
– Caixa de areia.
Gradeamento

• Normalmente por
meio de grades:
– Material maior que o
espaçamento das
barras é retido.
Material Removido
• Típico:
– Rochas;
– Galhos e Folhas;
– Madeira;
– Papel;
– Plástico, Tampas e Seringas;
– Trapos e Fraldas;
– Animais mortos.
• Dependência:
– Educação sanitária da população;
– Remoção de ignorância.
• Interferência:
– Presença de águas fluviais;
– Arraste de materiais presentes nas ruas.
Exemplo de Materiais Retidos
Finalidade da Remoção
• Proteção:
– Dispositivos de transporte;
– Bombas;
– Tubulações.
• Proteção das unidades de tratamento:
– Reatores;
– Tanques.
• Proteção de equipamentos:
– Raspadores;
– Aeradores;
– Meios filtrantes.
Exemplo de Gradeamento
ETE Brasília
Características das Grades

• Base do Projeto:
– Remoção do material desejado;
– Proteção das etapas seguintes;
– Ocasionar o mínimo de perda de carga;
– Robustez.
• Podem ser:
– Verticais ou inclinadas;
– 45 a 60o com a horizontal.
Classificação
Tipo de Grade Espaçamento (mm)

Grossa 40 a 100

Média 20 a 40

Fina 10 a 20

Ultrafina 3 a 10
Quantidade de Material Removido
Tipo de Espaçamento Sólidos ETE para 40.000
Grade (mm) (L/1000 m3) habitantes (8.000 m3/dia)
Fina 12,5 a 20,0 38 a 50 352 L
Média 25,0 a 35,0 12 a 23 140 L
Grossa 40,0 a 50,0 6a9 60 L

• Eficiência em termos de DBO:


• Fixas: 5 a 20%;
• Rotatórias: 25 a 50%.
Destinação do Material Retido
• Importante:
– Remover tão rapidamente quanto possível.
• Esta ação evita:
– Grande perda de carga;
– Represar o esgoto na tubulação;
– Represar o canal de entrada de esgoto;
– Diminuir a velocidade a montante das barras.
• Sem retirada frequente:
– Possível deposição de areia;
– Possível deposição de matéria orgânica;
– Possível geração de odores desagradáveis;
– Aumento da velocidade do esgoto entre as barras;
– Arraste de material já removido.
Formas de Remoção

• Tipos:
– Mecanizada;
– Manual.
• Mecanizada:
– Controle do acionamento de limpeza;
– Temporizador;
– Flutuadores;
– Ultrassom.
Limpeza Manual
Ancinhos
Remoção Mecanizada
Sensor para Remoção Mecanizada

Sensores
NBR 12208 (1992)
• Limpeza mecanizada:
– Vazão afluente final ≥ 250 L/s;
– Volume de material retido diariamente justifica
este equipamento;
– Recomenda-se instalar pelo menos duas unidades.
• Situação:
– Não existindo a possibilidade de 2 unidades
mecanizadas;
– Construir canal de desvio (“by-pass”);
– Protegido por grade de limpeza manual de mesmo
espaçamento entre barras.
Inclinação em Relação à Horizontal
• Limpeza manual:
– Inclinadas;
– 45° a 60°.
• Limpeza mecânica:
– inclinadas ou verticais;
– 60° a 90°;
• Pequena inclinação (<30o):
– Acarreta em grande extensão do canal.
Localização
• Posição na ETE:
– Grade grosseira → Montante da elevatória;
– Grade fina → Jusante: cota mais alta;
– Considerar a dificuldade de retirada do material;
– Avaliar a manutenção;
– Segurança do trabalhador.
• Deve permitir:
– Circulação de pessoas;
– Retirada do material;
– Manutenção.
Exemplo Típico
Gradeamento
Fino

Gradeamento
Grosseiro

Estação
Elevatória de
Esgoto
Gradeamento Grosseiro (ETE ABC)
ETE Barão Geraldo
Posicionamento na ETE
Principais Tipos de Grade

• Manual;
• Cremalheira;
• Peneiras;
• Espiral;
• Rotativa;
• Cabos;
• Escalar.
Grade Grossa e Simplificada
Gaiola
Tipo Espiral (Parafuso Transportador)
• Projeto do canal de chegada:
– Dependerá das características da grade
escolhida.
Tipo Rotativa
Tipo Cabos
Deve-se ter cuidados com a
presença de correntes em
contato com o líquido. Pode
haver quebra e corrosão.
Tipo Escalar
Abertura → 2 a 6 mm;
Inclinação → Maior que 40o
Pratos Perfurada
Tambor
Rotativo
Grade Ultrafina
• Espaçamento:
– Varia de 0,2 a 0,6 mm.
• Remoção de DBO:
– Pode chegar a 20%.
• Perda de carga:
– Varia de 0,8 a 1,4 m;
– Valor exato → Ob do com o fabricante.
• Necessidade especial:
– Presença de jato de água;
– Retirada de graxa ou sólidos.
Peneiras
• Aberturas:
– 0,25 a 6,00 mm;
• Remove:
– Sólidos muito finos;
– Sólidos fibrosos;
– Pode ser empregada para reduzir a carga orgânica;
– Papel e celulose.
• Tipos:
– Está cas → Promovem a autolimpeza;
– Móveis → Cilindros giratórios.
Peneira Estática

• Aberturas de 0,25 a 2,50 mm;


• Capacidade pode superar 600 m3/h;
• Promovem a autolimpeza.
Esgoto

Material
Removido
Esgoto

Material
Removido
Peneira Rotativa
Vídeos de Gradeamento

• https://www.youtube.com/watch?v=YxLBNhV39PM
• https://www.youtube.com/watch?v=3VlFnVqGd7U
• https://www.youtube.com/watch?v=aKNNHChAtOU
• https://www.youtube.com/watch?v=FMWNMNrfzC4
• https://www.youtube.com/watch?v=vdqcMjYhZtc
• https://www.youtube.com/watch?v=VSTkBdwmwSU
• https://www.youtube.com/watch?v=jqXstuHCjf8
• https://www.youtube.com/watch?v=LVu3_14hsGA
Destino do Material Removido
• Imediatamente afastado da estação:
– Aterros sanitários;
– Incineração;
– Produção de energia?
• Características:
– Umidade: 50 a 80%;
– Densidade: cerca de 960 kg/m3;
– Prever destino para o líquido gerado.
• Atenção:
– Pode ser o maior gerador de odor na ETE;
– Proliferação de insetos;
– Aspecto desagradável.
• Para evitar problema:
– Adicionar óxido de cálcio ao material retirado;
– Manter as grades em local confinado.
Compactadores
• Objetivo:
– Retirada de água do material gradeado;
– Umidade → 60 a 90% para 50 a 75%;
– Facilita o transporte.
• Possível trituração do material:
– Retorno ao fluxo de esgoto;
– Clima frio → Evita o congelamento;
– Diminui o manuseio desse material;
– Clima quente → Por que retornar ao fluxo?
Dimensionamento (NBR 12208, 1992)
• Canal afluente:
– Vazão inicial → Velocidade mínima de 0,40 m/s;
– Pelo menor uma vez ao dia (Pedro Alem);
– Evita a deposição de material → Geração de odor;
– Exemplo: Brasília.
• Passagem na grade:
– Vazão afluente final;
– Velocidade máxima → 1,20 m/s;
– Velocidade maior → Arrasta o material re do;
• Outros autores:
– Vazão média → 0,60 a 1,00 m/s;
– Vazão máxima → 1,20 a 1,40 m/s.
• Perda de carga:
– Valores mínimos no cálculo;
– Limpeza manual: 0,15 m → No caso de limpeza manual, a perda
de carga deve ser calculada para 50% de obstrução da grade;
– Limpeza mecanizada: 0,10 m.
Canal
Grade
V = 0,40 m/s
(ao menos 1
Vmáxima ≤ 1,20 m/s
vez ao dia)
Equações

• Conservação de Energia:

–Y + =Y + + ∆H

• Perda de Carga:
– ∆H = −
,
Bibliografia Base da Aula
• TSUTIYA, M. T.; ALÉM SOBRINHO, P.
– Coleta e transporte de esgoto sanitário.
• MARCOS VON SPERLING
– Introdução a Qualidade das Águas e ao Tratamento de
Esgotos.
• NBR 9649 (1986)
– Projeto de redes coletoras de esgoto sanitário.
• NTS 025 (2006)
– Norma Técnica Sabesp. Projeto de Redes Coletoras de
Esgotos.
• Wastewater engineering. Treatment and reuse.
– METCALF e EDDY.
• Anotações de Aula.

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