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Promoção
Colégio Pedro II
ABEG - Associação Brasileira de Expressão Gráfica
Realização
Departamento de Desenho do Colégio Pedro II
Organização Geral
Sandra de Araujo Barata Gomes
Resumo
A visualização tridimensional e interoperabilidade proporcionadas por softwares
para autoestrada do Building Information Modelling (BIM) vêm sendo peça chave
para proporcionar uma melhor elaboração de projetos, além de permitir acelera-
ção nos processos licitatórios. Neste artigo realçamos aspectos positivos e negati-
vos resultantes da representação de estradas através do desenho técnico gerado
por programas digitais da plataforma BIM, na expectativa de ampliar a divulgação
acerca da importância de investimentos na capacitação dos profissionais envolvi-
dos e implementação dessa tecnologia nos projetos de rodovias no Brasil.
Abstract
The three-dimensional and interoperational visualization provided by software
aimed at the motorway branch that compose the construction information
modeling (BIM) has been the key piece for the development of a project idea,
besides allowing an acceleration in the bidding processes. In this article we
highlight the positive and negative aspects of road representation through the
technical drawing generated by the digital platform programs BIM, in expectation
to expand the dissemination about the importance investments training of
professionals involved and implementation of this technology in the projects of
highways in Brazil.
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Universidade Estadual de Feira de Santana, camilladourado27@gmail.com
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Universidade Estadual de Feira de Santana, sulz@uefs. br
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taforma BIM, permite que essa análise seja feita de forma mais aberta do que se tinha nos
sistemas bidimensionais clássicos. O programa digital ajuda a identificar pontos cegos ou zo-
nas de falta de visibilidade a partir de marcadores de diferentes cores, através dos quais são
detectados pontos onde a visibilidade está comprometida por obstruções, conforme mostra
a figura abaixo (AUTODESK, 2019).
Teall (2014) também apontou as competências que vêm sendo incluídas nas concep-
ções que adotam o BIM no setor em estudo. No seu trabalho, destaca a redução do número
de alterações no projeto, além das reduções no retrabalho e desperdício quando o projeto é
construído virtualmente antes do trabalho local. O autor reitera que além de utilizar os mo-
delos BIM para detectar conflitos e revisar projetos é possível recorrer às ferramentas BIM
para transferir as informações mais efetivamente da equipe do projeto para o proprietário.
Um ponto negativo colocado em questão foi o fato de haver múltiplos sistemas de armazena-
mento de informações, o que, combinado com a falta de padronização, acaba dificultando a
obtenção de informações relevantes. Como sugestão, o autor recomenda que haja a criação
de um banco de dados de objetos 3D e o desenvolvimento de classificação de nomencla-
turas adequadas para o setor de rodovias. Segundo Teall, isso ajudaria no progresso futuro
para adoção do BIM dentro de grandes projetos de alta disponibilidade (tradução nossa).
Ainda com a temática das funcionalidades da plataforma, Park et al. (2014) desenvol-
veram um sistema baseado em BIM atrelado ao Sistema de Informação Geográfica (SIG ou
GIS – Geographic Information System) para uma melhor seleção de rotas a partir da fase
preliminar de viabilidade. Segundo os autores, o sistema proposto estima os custos do proje-
to para cada rota incluindo custos de construção, custos de aquisição de terrenos, operação
e manutenção, além de permitir que as tomadas de decisão partam da melhor rota para
o projeto com base nas comparações de custo entre as alternativas apresentadas. Como
possíveis melhoramentos provocados pelo sistema são postos em destaque a visualização
3D, que, ao ser ligado com a informação associada, fornece ao usuário uma melhor com-
preensão do projeto e a sua flexibilidade, já que permite ao usuário mudar facilmente a rota.
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Dando continuidade aos resultados produzidos pelo uso de softwares do BIM na área
de infraestrutura, Pascoal et al. (2017) afirmam que os projetos melhores, incluem desde
maior precisão nas quantidades, maior qualidade na informação a ser utilizada na fase de
operação, e menores prazos e custos são resultantes da aplicação do BIM. Mas, segundo
os autores, apesar dos benefícios referenciados, a implementação exige mudança no modo
de pensar por parte das pessoas envolvidas nos processos de projeto e construção. Sobre a
realidade atual do Brasil, destacam que embora a utilização do BIM tenha grande potencial
para gerenciar informações, o país se identifica com uma ampla necessidade de reformula-
ção em relação aos processos, pessoas, tecnologia e dados envolvidos nas etapas de projeto
e execução de obras, de maneira a atender as necessidades de crescimento e melhoria da
qualidade na indústria da construção civil. Conforme observado por Pascoal et al. (2017),
tem-se que, além do aumento da qualidade da produtividade, o BIM elimina incompatibilida-
des entre os projetos. Dessa maneira, a possibilidade de erros é considerada muito menor
com a otimização proporcionada pela plataforma, conforme foi exemplificado pela afirmação
de Brandão e Ferreira (2015, p. 60).
Acrescentando com os prós analisados, Brandão (2014) observa que o uso da metodo-
logia BIM também possibilita uma integração entre os setores de projeto, planejamento e or-
çamento em um só programa ou software. Segundo o autor, isso aperfeiçoa os processos no
estudo de obras para licitação e elaboração de propostas. Sem contar que tais ganhos são ge-
rados para empresas participantes dos processos e também para os órgãos governamentais,
que irão ter uma forma muito mais prática e eficiente de analisar e verificar se o projeto aten-
de às expectativas previstas. Brandão (2014) ainda cita outras funcionalidades do Building
Information Modeling, quando combinado com o SIG. A partir de tal integração, é permitida
a criação de modelos que concordam com a realidade existente no entorno da obra, como é
mostrado na Figura 3. São exemplos disso os dados extraídos como, por exemplo, de tipo de
solo, nascentes de rios, áreas ocupadas, zonasurbanas, zoneamento e uso do solo.
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jeto para identificar possíveis erros no cronograma, o que contribui para o gerenciamento
eficaz de um projeto. Ao adicionar uma componente de custo ao processo se cria uma quinta
dimensão, ou seja, um modelo 5D. A partir de uma pesquisa sobre a viabilidade econômica
do uso do modelo, foi confirmado que há alto retorno geral do investimento de modelagem
para o proprietário, independente do tamanho do projeto, sugerindo que a implementação
da modelagem pode vir a ser uma ferramenta vital que resulta em economia de custo signi-
ficativa para todas as partes interessadas. O autor instrui que os avanços nas tecnologias de
computadores estão facilitando o uso dessas ferramentas tridimensionais e quadrimensio-
nais no projeto de rodovias, além de realçar que os modelos também podem ser usados para
detectar os diferentes sistemas antes da instalação, o que reduz o número de alterações
durante a construção. O quadro abaixo sintetiza o panorama competente de cada dimensão.
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4 Conclusão
Através desse estudo foi possível verificar que existe uma grande quantidade de vantagens
fornecidas pelo uso da base de dados em BIM, já que essa metodologia é apontada como
uma evolução que revolucionou a forma de realizar projetos rodoviários em todo o mundo.
O ambiente bidimensional passou a dar espaço a uma interoperabilidade que conecta vá-
rias dimensões e traz a possibilidade de reunir vários profissionais envolvidos em um único
software ou ambiente para que trabalhem ao mesmo tempo. Assim, os ajustes são feitos de
forma integrada e mais eficiente. As prerrogativas mais citadas passaram pelo aumento de
lucro e redução de prazos. Sobre as dificuldades na utilização do BIM para projeto de estra-
das, verifica-se que estas se concentram, principalmente, na necessidade de mudança de
comportamento das pessoas envolvidas em todas as fases de projeto.
Dessa maneira, concluímos que, para a infraestrutura brasileira, o BIM representa uma
revolução na maneira de desenvolver projetosao permitir que esses se apresentem mais oti-
mizados e seguros, além de aumentar a possibilidade de melhor e mais eficiente aplicação
de recursos em obras públicas. Caberá aos envolvidos compreender que há uma necessi-
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dade premente de qualificação constante para que continuem inseridos no mercado de tra-
balho, e que tais inovações precisam ser discutidas, fomentadas e inseridas nos programas
formativos de profissionais da construção civil.
Agradecimentos
Agradeço à Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e, especialmente, à Fundação
de Amparo a Pesquisa (FAPESB) pelo auxílio e apoio proporcionado a partir da concessão da
bolsa de iniciação científica.
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