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Historia de bom Jesus da lapa

Nascido na cidade de Lisboa no ano de 1657, Francisco de


Mendonça Mar era filho de ourives, tendo aprendido a
profissão e atuado junto a sua família em sua cidade natal
até o ano de 1659, quando decide mudar-se para Salvador,
onde instalou uma oficina de Ourivesaria. Rapidamente
atingiu prestígio, quer pelos trabalhos com ouro e pedras
preciosas ou pela habilidade como pintor.[1]
Esta última habilidade o fez ser convidado pelo então
governador do Brasil Matias da Cunha a decorar as paredes
do recém construído Palácio do Governador Geral do
Brasil em Salvador.[1]
Tendo a promessa de pagamento quando findados os
trabalhos, Francisco empenhou recursos próprios para a
conclusão dos trabalhos. No entanto, quando lhe foi cobrar o
que lhe era de direito, ao invés do pagamento, foi, junto a
seus escravos, açoitado e jogado à prisão. Sua liberdade só
foi alcançada após redigir e enviar uma carta ao então Rei de
Portugal, Dom João V, informando sobre seus infortúnios.[1][2]
Após a obtenção de sua liberdade, despojou-se de todos os
bens, saindo em caminhada pelo Sertão, conduzindo uma
imagem do Senhor Bom Jesus e outra de Nossa Senhora da
Soledade até encontrar uma aldeia de índios Tapuias situada
entre uma grande formação rochosa e as margens do Rio
São Francisco. Sendo esta rocha detentora de várias grutas,
instalou-se na mais oculta destas.[3]
Às margens do Rio São Francisco, iniciou então uma vida
de eremita. Nos anos seguintes, os fiéis, tocados por seu
exemplo, começaram a visitar a Gruta, onde Francisco
realizava uma obra de caridade para com os próximos,
evangelizando os Índios além de dar abrigo a enfermos e
desabrigados.[4]
Estas notícias chegaram aos ouvidos do
então Arcebispo da Bahia, Dom Sebastião Monteiro da Vide.
Este, enviou em 1702 um Visitador Geral que constatou
serem verdadeiras todas as notícias sobre o culto do Senhor
Bom Jesus e sobre a vida exemplar de Francisco.[1] Sendo
assim foi chamado a Salvador para que fosse iniciada sua
preparação como padre, tendo sido ordenado no ano
de 1705. Adotou o nome de Padre Francisco da Soledade,
em honra à Virgem Maria.[4]
Sua morte deu-se após 1722, quando tinha cerca de
sessenta e cinco anos de idade, sendo sepultado no interior
da gruta.[4]

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