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Técnicas de Memorização para

Estudantes
Estratégias para memorização
• Após a elaboração de resumos ou esquemas torna-se
útil a memorização de alguns conteúdos.
• Dadas as limitações mnésicas (de memória), estas
estratégias devem ser utilizadas nos dias que
antecedem os exames, daí a importância de fazeres o
estudo prévio ao longo dos dias e deixares para os
últimos dias apenas a revisão da matéria. Nesse
sentido, tem em conta as seguintes sugestões:
• Compreender antes de memorizar:
Isto é elementar e fundamental. Isso significa que se
deve perguntar, compreender, etc., antes de tentar
memorizar.
Descansar alguns minutos antes de começar a
memorizar:
• Ajuda a recuperar forças que atuarão positivamente
quando se inicia um novo ciclo de estudo.
Empregar o maior número de entradas sensoriais
para memorizar:
• Quanto mais numerosas e vivas forem as vias de
entrada de informação (principalmente audição, visão
e tato), mais forte e duradoura será a retenção da
informação.
• Portanto, ler oral e mentalmente, sublinhar e
desenhar, são atividades que ajudam para que as
impressões se tornem mais duradouras.
Um método de memorização, empregue
com excelentes resultados, abarca os
seguintes passos:

• Leitura rápida da lição ou questão que se quer


aprender, com o objetivo de obter uma ideia global da
matéria.

• Leitura mais lenta. Voltar a ler e deter-se sobre


aqueles aspectos que parecem ser mais importantes,
o que não seria possível se não se tivesse realizado o
primeiro passo.
• Sublinhar os pontos importantes.

• Fazer um esquema escrito da lição ou questão, seguindo


aquilo que já foi sublinhado. Visa a compreensão do
esquema e a reflexão sobre ele.

• Elaborar um resumo, completando o esquema anterior.

• Repetição oral e escrita do esquema e/ou do resumo até


que se aprenda.
• Assuma o papel de professor: exponha o tema como
se estivesse dando uma aula, ou ensinando a matéria
a alguém que conheça.
• Realize pequenas notas esclarecedoras para garantir
que está assimilando a matéria.

• Insista repetidamente nos passos anteriores, mas


respeitando os limites fixados na planificação.

• Ajuste os processos de memorização ao tipo de


material e ao nível de dificuldade.
• Divida em unidades menores, matérias densas ou
complicadas.

• Utilize a imaginação, faça desenhos, represente, etc.

• Potencie o processo de memorização crítica e reflexiva,


selecione os conteúdos evitando a interiorização arbitrária
das ideias propostas.
Técnicas de memorização
Repetição

A forma mais simples de decorar uma determinada


informação é exatamente repeti-la um determinado
número de vezes até que esteja totalmente
compreendida.

Esta técnica é muito utilizada, mas pode ser demasiado


fatigante ou mesmo pouco útil, uma vez que implica um
esforço mental que resulta muitas vezes no posterior
esquecimento de tudo o que foi decorado.
Imagens mentais

Esta técnica baseia-se na ideia da memória fotográfica.


Para as pessoas que tenham facilidades em decorar
imagens, aconselha-se o recurso a informação
estruturada, que provoque uma impressão forte na
memória e obrigue a uma recordação exata.

A grande desvantagem deste método é que não pode


ser aplicado a todas as matérias.
Técnica dos espaços

Nesta técnica pretende-se utilizar a familiaridade da pessoa com


determinado espaço para recordar determinada informação.

Assim, por exemplo, pode-se associar a cada rua de uma


pequena cidade uma ideia e o indivíduo, enquanto imagina
passear por esses espaços recorda-se das informações que
associou a cada um deles.

Têm a desvantagem de implicar um bom conhecimento dos


espaços, o que não acontece com todos nós, mas também, que
a matéria a estudar se associe com ele.
Palavra-Chave

A ideia desta técnica é associar um tópico a cada


palavra-chave, de modo que ao lembrarmo-nos desse
termo nos recordamos de todo um raciocínio ou de toda
uma matéria.

Embora este método tenha nítidos benefícios do ponto


de vista da compreensão da matéria, também é pouco
fiável, pois a escolha de uma palavra-chave é muito
importante, e também aqui o esquecimento de uma
dessas palavras pode ser fundamental para a perda de
todo o raciocínio.
Elaboração progressiva

Por vezes pode ser útil encadear as informações de tal


maneira que elas sigam uma ordem lógica que nos
permita recordar as informações que elas encerram.

Esta técnica mostra-se bastante útil para descrever


processos, porém, para enumerar listas de
características ou outras informações que pretendemos
decorar, não é muito útil, devido à dificuldade de
encadear os diferentes dados.
Técnica dos números

Algumas pessoas têm uma maior facilidade em recordar


números do que palavras, por exemplo, números de telefone.

Para essas pessoas, a codificação de um conjunto de


informações em números pode ser a forma mais fácil de
adquirir todos esses dados.

No entanto, esta técnica encerra também outros problemas


como o excesso de codificação que pode transformar as
mensagens num conjunto de informações sem sentido e de
memorização ainda mais difícil.
Técnica das iniciais

Muitas pessoas têm também maior facilidade de decorar


um processo ou dados como os elementos da tabela
periódica, se estes formarem, com as suas iniciais
palavras fáceis de memorizar e com sentido.

No entanto, também este método tem problemas, pois a


partir das iniciais apenas, muitas vezes é difícil lembrar
quais as palavras que pretendem representar.
Rimas e jogos

O ensino de crianças passa muitas vezes por rimas e jogos, que se


tornam fáceis instrumentos de memorização.

Por exemplo, certas rimas para decorar o nome dos meses e do


número de dias que os compõem ou mesmo o ritmo que se imprime à
tabuada para que quase se assemelhe a uma cantiga são formas de
memorização mais fáceis de implementar.

Este tipo de método muitas vezes recorre a palavras que soam a


outras e que têm um sentido caricato na frase, o que faz com que a
memória os fixe mais facilmente pois apela à sua componente afetiva.

Para matérias mais complexas, é, no entanto, difícil de


aplicar e geralmente baseia-se em jogos tradicionais,
que não incluem muitas das novas matérias a estudar.
Fatores que influenciam a
memorização
Ligações afetivas

• Naturalmente, é fácil lembrarmo-nos daquilo que


gostamos, do aniversário dos nossos familiares ou
amigos, das matérias ou dos assuntos que nos
agradaram quando os estudamos.

• Desta forma podemos pensar que não vale a pena


tentar forçar a memorização de algo que nos
desagrada profundamente porque mesmo que se
consiga, com um grande esforço, decorar durante
algum tempo, o esquecimento é extremamente rápido.
• É mais útil encontrar algo de que gostamos realmente,
pois essas são as matérias que manteremos mais
facilmente e durante mais tempo na nossa memória.

• Uma outra alternativa consiste em procurarmos gostar


do que temos que aprender, associando os conteúdos
menos agradáveis a momentos e situações
agradáveis (estudar na praia, estudar à lareira,
estudar em uma biblioteca bonita e cheia de luz).
Utilidade:
• Quando pensamos que um conjunto de informações
não tem utilidade nenhuma, a motivação para
memorizar-lo é bastante baixa.
• Desta forma, é necessário que os dados tenham uma
aplicação prática visível para que se consiga
novamente reter as informações por um período mais
ou menos longo.
• Deste modo, é necessário apelar bastante ao
raciocínio e ao sentido prático para encontrar alguma
forma de aplicação dos conhecimentos, pois isso por
si só já nos dá algumas ideias de como conseguir
memorizá-los.
• Podemos sempre falar com colegas ou professores
para que estes nos ajudem a perceber a utilidade dos
conteúdos, por mais que não sejam pré-requisitos
obrigatórios para a aprendizagem de outros conceitos,
os mesmos se tornam mais entendíveis.
Compreensão:
• Assim como se devem encontrar afinidades e
aplicações práticas para os conhecimentos, também a
sua correta compreensão permite uma mais fácil
memorização.
• Assim, é sempre útil tentar enquadrar os dados numa
sequência lógica e não tentar memorizá-los
imediatamente sem se estabelecer previamente
relações de causalidade.
Esquematização e Visualização:
• A memória funciona muitas vezes como uma
impressão que se tem de algo estudado
anteriormente.
• Assim, como numa fotografia, é mais fácil lembrarmo-
nos da localização de um determinado tópico na
página em que o inserimos do que das explicações
que se inseriam dentro desse tópico.
• Quando lemos um jornal, aquilo que fixamos mais
facilmente são as fotografias e os títulos que nos
chamam mais a atenção.
• Por esse motivo, quando se elaboram apontamentos
se deve ter o cuidado de fazer uma apresentação
muito apelativa e organizada, e se possível gráfica,
para que seja mais fácil a memorização dos
conceitos.
Necessidade e urgência:
• Quando um exame se aproxima, é mais urgente
memorizar a matéria que nele se insere, mas,
simultaneamente, o aumento da pressão faz com que
esse estudo tenha menor eficácia e dure menos.
• Por isso, uma memorização e compreensão com uma
certa antecedência é mais benéfica para aplicações
futuras dos conceitos estudados.
Vantagens e Desvantagens das
Técnicas de memorização
Vantagens:
• Permite abarcar um vasto leque de conhecimentos;
• Permite a aquisição de mecanismos mentais que
facilitam o desenvolvimento intelectual;
• Cada pessoa segue o seu ritmo de aprendizagem,
uma vez que existem muitos métodos que se
conciliam com cada pessoa e o seu ritmo específico;

• É uma das formas mais eficientes de lembrar dados


que se pretende ou necessita de utilizar
frequentemente.
Desvantagens:
• Exige um grande nível de treino e esforço, pois a
facilidade de memorização é algo que se obtém ao fim
de algum tempo, não é imediata;

• Requer geralmente bastante tempo até se conseguir


decorar todos os dados de que se necessita;
• Muitas vezes os conhecimentos não ficam durante
muito tempo na mente de quem os decora, a menos
que se compreenda os conteúdos que se memorizou;

• É uma técnica de aprendizagem muito intensa, que


causa bastante cansaço.
• A memorização de conteúdos, em qualquer que seja
a tua estratégia, vai permitir minimizar as tuas
limitações mnésicas (de memória), o que faz com
que consiga saber a matéria pretendida e faz com
que você va mais confiante para os exames.
Outras Dicas de Estudo
“Mente sã em corpo são”
• O nosso cérebro habita no nosso corpo e o nosso
nível físico geral afeta a atividade do cérebro. Fazer
exercício ajuda a oxigenar o cérebro, melhora o sono
e ajuda a manter um nível de energia elevado.
• No mínimo, recomenda-se meia hora, duas vezes por
semana, de exercício. É melhor fazer algum exercício
suave todos os dias, como seja andar a pé, do que
fazer algo extenuante durante quatro ou cinco horas
no fim-de-semana, por exemplo.
• Existem outros problemas de saúde que podem afetar
a capacidade de estudo. Desde problemas com
dentes, à problemas de visão.
• Habitualmente, as pessoas mais pesadas têm menor
tendência a fazer exercício.
O Sono
• É importante dormir de forma regular e um número de
horas suficiente.
• Um estudo sobre violinistas aponta que os melhores
violinistas dormem, em média, mais horas por noite
que os violinistas menos bons, chegando a dormir, em
média, quase nove horas por noite.
• É normal que, em períodos de estudo intenso, seja
necessário dormir mais horas e não menos.
• Existem diversos estudos sobre o efeito dos maus
hábitos de sono e das torturas do sono e todos eles
apontam para efeitos devastadores da falta de sono.
Para se habituar a dormir melhor recomendo algumas
práticas:

• Estabeleça uma hora para se deitar.

• Tenha um ambiente calmo, sossegado e uma temperatura


agradável no local onde dorme.
• Evite fazer atividades que estimulem muito o cérebro
antes de ir dormir.

• Escreva num papel os pensamentos que tenha na sua


cabeça.
• O sono, além do efeito reparador, é importante na
retenção da informação e no “armazenamento” da
mesma.
• Existem expressões populares, tais como “dormir
sobre o assunto” ou “o travesseiro é bom conselheiro”,
mas, na verdade, em testes efetuados com grupos de
pessoas que têm ou não a oportunidade de dormir no
meio da resolução/estudo de um problema, aqueles
que o fazem revelam um melhor desempenho.
• Durante o sono, existem áreas do cérebro que voltam
a ser ativadas e é feita, de alguma forma, uma maior
integração do que se aprendeu com aquilo que já se
sabia.
• Há quem aponte, inclusive, vantagens à sesta, sendo
que esta pode tornar a pessoa mais disponível ao
estudo/trabalho e fazer com que fique com a “cabeça
fresca” para continuar a estudar.
A alimentação
• Ter uma alimentação regular, equilibrada e constante
apresenta vantagens diversas.
• É preferível tomar várias refeições leves do que tomar
uma ou duas refeições muito pesadas.
• Deve começar-se o dia com um bom pequeno-
almoço. Se comer a mesma quantidade de comida ao
longo do dia, quem comer mais ao pequeno-almoço
engordará menos.
• Para se manter o nível de energia no nosso corpo,
deve ir-se repondo água e comida ao longo do dia.
• Se estivermos demasiado tempo sem comer, o nosso
nível de energia baixará muito e poderemos ficar
irritáveis, além de que teremos tendência a comer
mais.
• Por outro lado, se comermos demasiado, ficamos
“empanturrados” e dificilmente terá vontade de
estudar nessa situação.
• A comida possui a energia necessária ao corpo, que
vai libertando neste gradualmente.
• Alimentos com açúcar ou muita gordura têm tendência a
serem rapidamente absorvidos, desencadeando fortes
descargas de energia momentânea, mas que
desaparecem rapidamente.

• É preferível ter um regime alimentar baseado em


alimentos que se decomponham lentamente, como a
massa ou o arroz.
• Os hidratos de carbono constituem a base da energia
consumida, pelo que deve incluir sempre pão, arroz,
batatas ou massa na sua alimentação.
• Os cereais, grãos e todo o tipo de legumes e frutas
são a base da alimentação.

• Nos restaurantes, por vezes, a quantidade do bife é


maior que a quantidade de batatas, o que, de um
ponto de vista alimentar, é errado.
• Habitualmente, a quantidade do acompanhamento
deverá ser duas ou três vezes maior que a do peixe
ou da carne, de forma a ter-se uma alimentação
equilibrada.
• Na pirâmide dos alimentos, os doces e as gorduras
são o alimento menos necessário e cujo uso deve ser
restringido. O sal em excesso também faz mal.
• Uma peça de fruta é muito melhor que um bolo como
comida a ser tomada entre refeições.
• Se está planejando um dia de estudo, planeje também
o que vai comer e a que horas. Se vai estar num local
sem acesso a comida, leve comida consigo.
Os abusos:
• O abuso de álcool, drogas ou outras substâncias
afetam consideravelmente a capacidade de estudo e
concentração.
• Mesmo o uso continuado de medicamentos como
ansiolíticos pode prejudicar a capacidade de estudo.

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