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Sefaz-df

Direito Administrativo
Atos Adminitrativos

Livro Eletrônico
DIREITO ADMINISTRATIVO
Atos Administrativos
Prof. Diogo Surdi

SUMÁRIO
Cronograma das Aulas.................................................................................9
Metodologia Utilizada................................................................................. 10
Legislação Aplicável................................................................................... 10
Suporte.................................................................................................... 11
Atos Administrativos.................................................................................. 12
1. Conceito de Ato Administrativo................................................................ 12
2. Diferença entre Atos Administrativos, Atos Jurídicos, Fatos Administrativos
e Atos da Administração............................................................................. 15
3. O Silêncio Administrativo........................................................................ 18
4. Requisitos............................................................................................. 20
4.1. Competência...................................................................................... 22
4.1.1. Características ................................................................................ 23
4.1.2. Delegação e avocação....................................................................... 24
4.1.3. Usurpação de função e função de fato................................................. 26
4.2. Finalidade.......................................................................................... 28
4.3. Forma............................................................................................... 29
4.4. Motivo............................................................................................... 30
4.4.1. Teoria dos motivos determinantes...................................................... 32
4.4.2. Motivação....................................................................................... 33
4.5. Objeto............................................................................................... 35
5. Mérito Administrativo............................................................................. 36
6. Atributos do Ato Administrativo............................................................... 39
6.1. Presunção de legitimidade.................................................................... 40
6.2. Autoexecutoriedade............................................................................. 42
6.3. Imperatividade................................................................................... 45
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6.4. Tipicidade.......................................................................................... 46
7. Invalidação e controle judicial dos atos administrativos............................... 48
7.1. Anulação............................................................................................ 49
7.2. Revogação......................................................................................... 53
7.3. Convalidação...................................................................................... 55
7.4. Cassação........................................................................................... 60
7.5. Caducidade........................................................................................ 61
7.6. Contraposição..................................................................................... 61
7.7. Extinção natural.................................................................................. 62
7.8. Extinção objetiva................................................................................ 62
7.9. Extinção subjetiva............................................................................... 62
8. Espécies de atos Administrativos.............................................................. 63
8.1. Punitivos............................................................................................ 63
8.2. Enunciativos....................................................................................... 64
8.3. Ordinatórios....................................................................................... 65
8.4. Normativos........................................................................................ 66
8.5. Negociais........................................................................................... 67
9. Classificação dos Atos Administrativos...................................................... 70
9.1. Perfeição, validade e eficácia................................................................ 70
9.2. Atos vinculados e atos discricionários..................................................... 72
9.3. Atos de império, atos de gestão e atos de expediente.............................. 73
9.4. Atos simples, atos compostos e atos complexos...................................... 75
9.5. Atos gerais e atos individuais................................................................ 77
10. Resumão............................................................................................ 79
Questões de Concurso................................................................................ 84
Gabarito................................................................................................. 108
Questões Comentadas.............................................................................. 109

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Prof. Diogo Surdi

DIOGO SURDI
Diogo Surdi é formado em Administração Pública e professor de Direito
Administrativo em diversos cursos preparatórios para concursos. Ob-
teve diversas aprovações em concursos públicos, dentre as quais se
destacam: Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil (2014), Analista
Judiciário do TRT-SC (2013), Analista Tributário da Receita Federal do
Brasil (2012) e Técnico Judiciário dos seguintes órgãos: TRT-SC, TRT-
-RS, TRE-SC, TRE-RS, TRT-MS e MPU.

Apresentação

Olá, tudo certo? Espero que sim!

Recentemente, tivemos a autorização para a realização de um dos mais impor-

tantes e esperados concursos da “área fiscal”: Trata-se do concurso para Audi-

tor-Fiscal Tributário da Secretaria de Fazenda do Distrito Federal – SEFAZ

–DF.

Os concursos para a ”área fiscal” se distinguem dos demais por diversos fatores.

Dentre eles, merece destaque a forma como as provas são elaboradas (normal-

mente, por pontos e quantidade mínima de acertos em cada disciplina ou prova) e

a grande quantidade de matérias exigidas.

É essencial, então, que o candidato tenha uma base nas disciplinas que sempre

são exigidas antes mesmo da divulgação do edital. Dentre essas disciplinas, sem

dúvida alguma, está o Direito Administrativo.

Dessa forma, o objetivo deste material é deixar todos vocês em plenas


condições de GABARITAR a prova de Direito Administrativo.

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Ainda não temos uma banca escolhida, tampouco uma organizadora específica

para tomarmos como base. Isso pelo fato de que o último concurso para a SEFAZ-

-DF foi realizado há bastante tempo.

Assim, como forma de possibilitar uma preparação completa, pautaremos nos-

so curso, inteiramente, nos entendimentos de três das principais organizadoras de

concursos existentes: a Fundação Carlos Chagas (FCC), a ESAF e o CESPE.

Em cada aula, dessa forma, serão resolvidas questões exclusivas dessas três

bancas, algo que deixará a todos em plenas condições de realizar, independente da

banca escolhida, uma excelente prova.

Com a publicação do edital, todas as adaptações necessárias serão realizadas para

que o curso cubra todo o conteúdo exigido de Direito Administrativo, bem como os

entendimentos da eventual banca escolhida.

Professor, com tantas matérias exigidas, é realmente estudar Direito

Administrativo?

A resposta é SIM.

E o motivo é bem simples: considerando que o Direito Administrativo, ao con-

trário de diversos outros ramos do direito, não é codificado, grande parte de seu

conteúdo é formado com base na doutrina de inúmeros autores administrativistas.

Como consequência, assuntos como organização administrativa, princípios, atos

administrativos e agentes públicos, por exemplo, não encontram uma norma que

regulamente todos os aspectos exigidos pelas bancas organizadoras, o que faz com

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que o aluno que está iniciando os seus estudos na disciplina tenha, muitas vezes,

certa dificuldade em visualizar onde determinado assunto se “encaixa” na matéria

como um todo.

Com o tempo, percebe-se que todos os assuntos estão interligados, facilitando o

entendimento e a compreensão de diversos institutos extremamente importantes.

Quer um exemplo?

Vamos imaginar a Administração Pública como uma grande construção, tal como

na figura abaixo.

Para que a construção seja resistente e não ofereça riscos à população, ela pre-

cisa estar fundamentada em uma base altamente sólida. Base essa que servirá de

alicerce para todo o restante da estrutura. No Direito Administrativo, essa base é

formada pelos Princípios da Administração Pública.

Internamente, a construção é dividida em diversos “cômodos”. Com a Admi-

nistração, isso também ocorre, dando ensejo à Organização Administrativa e aos

conceitos de órgãos e entidades públicas.


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E quem ocupará essa construção? Certamente que serão pessoas! Estes,

sob o ponto de vista do Direito Administrativo, são os Agentes Públicos, responsá-

veis por agir em nome da Administração com a finalidade de manifestar a vontade

desta.

E é justamente essa manifestação de vontade que será o assunto da aula de

hoje. Assim, é por meio dos Atos Administrativos que a Administração manifesta a

sua vontade com o objetivo de garantir o bem-estar da coletividade.

Percebe como tudo está interligado?

Sendo assim, é extremamente importante que você crie uma base sólida em

Direito Administrativo, base essa que possibilitará, com o tempo, o atingimento de

um alto nível de conhecimento e de acertos nas questões de prova.

Bem... Um dos pilares que estará presente em todo o curso será o diálogo, pos-

sibilitando uma melhor interação entre aluno e professor e a resolução tempestiva

de todas as eventuais dúvidas que surgirem.

Para isso, vamos a uma breve apresentação...

Meu nome é Diogo Surdi, sou formado em Administração Pública e me considero

um “concurseiro de carteirinha”. Em 2014, obtive a aprovação para o cargo de

Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil.

E posso dizer que a sensação de conseguir ser aprovado para um cargo como

esse, que é um dos mais disputados do Brasil, é incrível: envolve amigos e familia-

res e faz com que todo o esforço tenha valido a pena!


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Além disso, obtive a aprovação em diversos outros cargos, dentre os quais

destaco: Analista Judiciário do TRT-SC (3ª colocação); Analista Tributário da RFB;

Técnico Judiciário dos seguintes órgãos: TRT-SC, TRT-RS, TRT-MS, TRE-SC, TRE-RS

e MPU.

Sobre tais aprovações, gostaria apenas de mencionar, para servir de incentivo,

as “adaptações” que tive que fazer em minha rotina para alcançar a aprovação:

Na época em que estudava para AFRFB, minha primeira filha tinha apenas 3

anos. Como não abria mão de vê-la, eu trabalhava no TRT-SC das 12h às 19h, ia

para casa, ficava com minha filha e esposa e, após elas dormirem, ia para um ho-

tel, localizado perto da nossa casa, para poder estudar durante toda a madrugada.

Estudava das 23h às 5h da manhã, dormia das 5h às 11h e me dirigia novamente

para o trabalho.

E assim foi por mais de um ano! Ou seja, eu me adaptei a essa rotina

para poder enfrentar a banca com garra e dedicação!

O que queria passar para você, com isso, é que absolutamente nada será

alcançado sem esforço, que muitas serão as dificuldades e os obstáculos

que vocês encontrarão pelo caminho... Poderá haver momentos em que você

se questionará se tudo o que está passando realmente vale a pena (a privação de

tempo com a família e amigos, a necessidade de poder fazer algo de que gosta sem

se sentir “culpado” por não estar estudando), e a resposta, meu(minha) caro(a), é

que tudo vale MUITO a pena!!!

Após a aprovação, cada um desses momentos de dificuldade será lembrado e

tornará a conquista do seu objetivo muito mais gratificante.

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“Nunca deixem que te digam que não vale a pena acreditar no sonho

que se tem, ou que os seus planos nunca vão dar certo, ou que você

nunca vai ser alguém...” (Renato Russo)

Portanto, não hesite...

Vamos todos, com foco e força de vontade, rumo à aprovação na SEFAZ-DF.

Pode contar comigo em tudo o que for preciso para alcançarmos esse objetivo.

Feitas as apresentações iniciais, passemos à proposta do nosso curso.


Cronograma das Aulas

Nosso curso será dividido em 15 aulas. Cobriremos o conteúdo programático

que as bancas FCC, CESPE e ESAF exigem, normalmente, em seus editais.

Aula Conteúdo
1 Atos Administrativos
2 Princípios Administrativos
3 Organização Administrativa
4 Terceiro Setor
5 Poderes Administrativos
6 Serviços Públicos
7 Licitações Públicas
8 Contrato Administrativos
9 Controle Administrativo
10 Responsabilidade Civil do Estado
11 Improbidade Administrativa
12 Processo Administrativo
13 Agentes Públicos
14 Bens Públicos
15 Intervenção do Estado na Propriedade Privada

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Metodologia Utilizada

A ideia do curso é que ele seja o seu único material de estudo na matéria

de Direito Administrativo. Para isso, cada detalhe do curso foi pensado de forma

a atender completamente todas as lacunas que porventura possam surgir.

Vejamos: na parte teórica, as aulas serão escritas de forma que você ape-

nas se preocupe em entender os conceitos apresentados. Serão utilizados diversos

exemplos, esquemas e macetes para tornar as partes mais “decorebas” da matéria

bem tranquilas e acessíveis, conforme você verá já nesta aula demonstrativa.

Ao término de cada aula, os principais pontos abordados serão reunidos em

um RESUMÃO, material esse que será essencial para sedimentar tudo o que foi

aprendido.

Além disso, serão feitas muitas questões. Neste curso, resolveremos inúmeras

questões do CESPE, da FCC e da ESAF, algo que deixará você em condições de

realizar uma excelente prova.

Legislação Aplicável

Como o Direito Administrativo, ao contrário de diversos outros ramos do Direito,

não é codificado, boa parte de seu conteúdo é formado por entendimentos, doutri-

na, jurisprudências e até mesmo súmulas.

Utilizaremos todas essas, na medida em que seja necessário, para chegarmos

a um grande nível de detalhamento. Em um concurso concorrido como esse, cada

ponto pode ser decisivo.

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Quando estiver sendo tratado de assuntos que em sua maior parte sejam ex-

pressos em leis (como licitações ou improbidade administrativa), será indicado o

diploma legal, para acompanhamento.

Suporte

Quando temos uma dúvida, é sinal de que nossa mente está procurando com-

preender e assimilar a matéria.

Se essa dúvida é solucionada de maneira tempestiva, você pode ter certeza de

que nunca mais esquecerá tal assunto e, o que é mais importante, não pensará

duas vezes na hora da prova... Acertará a questão rapidamente e ganhará tempo

para as demais.

Assim, estarei à disposição para sanar todas as dúvidas que surgirem.

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ATOS ADMINISTRATIVOS

1. Conceito de Ato Administrativo

No âmbito das relações privadas, todas as pessoas, sejam elas físicas ou jurí-

dicas, podem manifestar a sua vontade de diversas formas, tal como ocorre com a

emissão de sinais, com os gestos e com a escrita.

Com a Administração Pública não é diferente. No entanto, como estamos

diante de uma atividade que deve atender às necessidades de toda a coletividade,

as manifestações de vontade do Poder Público estão sujeitas a uma série de requi-

sitos, dando ensejo ao surgimento dos atos administrativos.

Dessa forma, os atos administrativos podem ser vistos como a forma por meio

da qual a Administração manifesta a sua vontade e se “comunica” com terceiros.

Nesse ponto, o conceito que merece destaque é o do autor Hely Lopes Meirelles,

que apresenta a seguinte definição para os atos administrativos:

Toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo nessa


qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e
declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria.

Do mencionado conceito, conseguimos extrair uma série de características dos

atos administrativos:

a) unilateralidade: enquanto nas relações entre particulares temos uma ma-

nifestação bilateral de vontades, no âmbito dos atos administrativos a manifes-

tação é unilateral, ou seja, a vontade da Administração Pública prevalece sobre a

vontade dos particulares, uma vez que cabe ao Poder Público garantir o bem-estar

de toda a população.

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Aprendendo na prática

Caso duas pessoas resolvam celebrar um contrato de compra e venda, a assinatura

do instrumento apenas ocorrerá caso ambas as partes manifestem suas vontades.

Temos, nessa situação, mais de uma manifestação de vontade, que a doutrina

identifica como bilateralidade.

Situação diferente ocorre quando a Administração resolve construir uma ponte com

a finalidade de reduzir o congestionamento entre duas cidades.

Nesse caso, como o Poder Público é o encarregado de garantir o bem-estar da po-

pulação, não há a necessidade de a Administração ouvir, antes da prática do ato,

a população. Por isso mesmo, costuma-se mencionar que estamos diante de uma

situação de unilateralidade, pois apenas a vontade da Administração é levada em

conta.

b) manifestação de vontade da Administração: com a edição de um ato

administrativo, o que a Administração deseja é a realização de um objetivo. Logo,

estamos diante de uma manifestação de vontade da Administração.

Importante salientar que o conceito de administração deve ser o mais amplo

possível, abrangendo todas as pessoas que estejam atuando em nome do Poder

Público, ainda que transitoriamente ou sem o recebimento de remuneração.

Aprendendo na prática

Os mesários voluntários em uma eleição exercem suas funções em caráter tempo-

rário (apenas durante o período das eleições) e sem o recebimento de remuneração

pelas atividades prestadas.

Os atos praticados pelos mesários, no entanto, são atos administrativos, uma vez

que expressam a vontade da Administração Pública.

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c) Direito Público: uma vez que os atos administrativos possuem como objeti-

vo a realização de uma vontade da Administração, são eles regidos, prioritariamen-

te, pelas regras do Direito Público.

E isso ocorre porque uma das partes envolvidas é a própria Administração Pú-

blica, que, como já ressaltado, possui como objetivo a manutenção do bem-estar

coletivo. Dessa forma, não seria viável que as relações entre a Administração Pú-

blica e os administrados fossem regidas pelo Direito Privado, uma vez que o Poder

Público, na condição de gestor do patrimônio de toda a população, possui uma série

de prerrogativas que não são estendidas aos particulares.

Esclarecendo

A principal finalidade da Administração Pública é a manutenção do bem-estar da

coletividade.

Para alcançar esse bem-estar, a Administração deve manifestar sua vontade, opor-

tunidade em que fará uso dos atos administrativos.

Como os atos administrativos objetivam atender a toda a coletividade, a Adminis-

tração goza de uma série de prerrogativas que não são estendidas aos particulares,

motivo pelo qual os atos devem ser regidos pelo Direito Público.

(CESPE/TCE-RO/2013/ANALISTA DE INFORMÁTICA) Existem atos administrativos

produzidos por agentes de entidades que não integram a estrutura da adminis-

tração pública, mas que nem por isso deixam de qualificar-se como tais, como no

caso de certos atos praticados por concessionários e permissionários de serviços

públicos, quando regidos pelo direito público.


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Certo.

Todas as características estão presentes: agentes qualificados como administração

pública, poderes conferidos a eles e o regime de direito público sendo observado.

Assim, não há dúvidas de que estamos diante de um ato administrativo.

2. Diferença entre Atos Administrativos, Atos Jurídicos, Fatos


Administrativos e Atos da Administração

Os atos jurídicos são todas as manifestações de vontade que tenham como

resultado a produção de um efeito jurídico, independente de o Poder Público ser o

responsável pela sua edição. Dessa forma, teremos um ato jurídico tanto na mani-

festação de vontade da Administração Pública (com os atos administrativos) quanto

com a manifestação de vontade dos particulares (com a edição de atos privados).

Aprendendo na prática

Quando um município resolve construir um hospital público, estamos diante de um

ato administrativo. Quando um particular constrói uma casa, estamos diante de um

ato privado.

Em ambas as situações, temos uma característica em comum: a produção de efei-

tos no universo jurídico. Logo, estamos diante de atos jurídicos, ainda que os res-

ponsáveis pela execução sejam pessoas distintas.

Com isso, verifica-se que os atos administrativos podem ser entendidos como
uma espécie do gênero atos jurídicos, conceito que abrange, como já mencionado,

todas as manifestações de vontade que criem efeitos no ordenamento jurídico.


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Os fatos administrativos, por sua vez, são realizações materiais e concretas


da Administração, podendo ser alcançados tanto por meio da edição de atos admi-
nistrativos quanto pela realização de eventos alheios à vontade do Poder Público.

Aprendendo na prática
Quando a Administração resolve editar um ato administrativo de construção de
uma escola pública, teremos, como consequência, um fato administrativo, que,
no caso, será a própria construção da escola. Isso porque o ato administrativo em
questão foi formalizado por meio de um documento, possuindo como “objeto” a
realização da construção.
Quando ocorre um desmoronamento, tendo como consequência a destruição de
uma série de residências, também estaremos diante de um fato administrativo,
uma vez que houve uma realização material, concreta. Nesse caso, no entanto,
o fato administrativo não foi decorrente de um ato administrativo, mas, sim, de
eventos alheios à vontade da Administração Pública.

Nota-se, dessa forma, que temos duas formas distintas de chegarmos ao


fato administrativo: por meio da edição de um ato administrativo ou por meio de

um evento externo, alheio à vontade do Poder Público.


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Por fim, temos os atos da administração, expressão que deve ser utilizada em

seu sentido amplo, abrangendo todos os atos praticados pela Administração, ainda

que não regidos pelo Direito Público ou que se caracterizem pela manifestação bi-

lateral de vontades.

Entram no conceito de atos da administração, com base no que foi exposto:

a) os atos administrativos;

b) os contratos administrativos;

c) as normas editadas pelo Poder Público;

d) os atos políticos, tal como ocorre com a edição de uma política pública;

e) os atos regidos pelo Direito Privado, tal como ocorre com os contratos

de aluguel celebrados com o Poder Público.

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Podemos sintetizar esses quatro importantes conceitos da seguinte forma:

Atos jurídicos Todos os eventos que geram consequências no universo jurídico


Atos administrativos Manifestações de vontade da Administração Pública
Fatos administrativos Realizações materiais e concretas
Atos da administração Todos os atos praticados pela Administração

3. O Silêncio Administrativo

Como afirmado, os atos administrativos são manifestações de vontade da Ad-

ministração Pública, produzindo uma série de efeitos no universo jurídico. Com o

silêncio da Administração, no entanto, ainda que possamos vir a ter a produção de

efeitos jurídicos, deve-se salientar que tal medida não implica em manifestação de

vontade do Poder Público, não podendo ser classificado como ato administrativo.

O silêncio administrativo, dessa forma, pode representar tanto uma aprovação

quanto uma rejeição, produzindo, em ambos os casos, efeitos jurídicos. Nesse sen-

tido, merece destaque o entendimento de Hely Lopes Meirelles:

A omissão da Administração pode representar aprovação ou rejeição da pretensão do


administrado, tudo dependendo do que dispuser a norma competente.

Caso a norma estabeleça que a omissão da Administração implica em uma apro-

vação, e ocorrer o decurso de tal prazo, a situação é tida como aprovada, sem a

necessidade de motivação por parte da Administração.

Se, por outro lado, o silêncio da administração representar uma rejeição, e

igualmente ocorrer o decurso do seu prazo, temos uma negativa da solicitação,

mas, nesse caso, tal comportamento deve ser motivado pela Administração.

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Aprendendo na prática

Caso uma lei estabeleça que a Administração Pública possui o prazo de 5 anos para

anular um ato administrativo e não ocorra, no prazo determinado, a anulação, te-

remos a aprovação do ato administrativo, que não poderá, em momento posterior,

ser anulado. Nesse caso, o silêncio da Administração acarretou a aprovação.

Tal como no exemplo, o silêncio administrativo acarreta uma série de efeitos

no universo jurídico. No entanto, como o silêncio não decorre da manifestação de

vontade do Poder Público, não pode ser considerado ato administrativo. A doutrina

majoritária, com base nesses entendimentos, identifica o silêncio como fato admi-

nistrativo.

(CESPE/PROC MUN FORTALEZA)/PREF FORTALEZA/2017) O item a seguir é apre-

sentada uma situação hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada, a respeito

da organização administrativa e dos atos administrativos.

A prefeitura de determinado município brasileiro, suscitada por particulares a se

manifestar acerca da construção de um condomínio privado em área de proteção

ambiental, absteve-se de emitir parecer. Nessa situação, a obra poderá ser ini-

ciada, pois o silêncio da administração é considerado ato administrativo e produz

efeitos jurídicos, independentemente de lei ou decisão judicial.

Errado.

O silêncio da Administração Pública, ainda que possa vir a produzir efeitos jurídicos,

jamais será considerado um ato administrativo. No silêncio, não temos uma mani-

festação de vontade do Poder Público.

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(CESPE/DPE-PE/2015DEFENSOR PÚBLICO) Em obediência ao princípio da soleni-

dade das formas, o ato administrativo deve ser escrito, registrado e publicado, não

se admitindo no direito público o silêncio como forma de manifestação de vontade

da administração.

Certo.

O silêncio administrativo, ainda que possa produzir efeitos jurídicos perante ter-

ceiros, não pode ser considerado uma manifestação de vontade da Administração

Pública.

4. Requisitos

Os requisitos do ato administrativo são cinco, sendo eles: competência, fina-

lidade, forma, motivo e objeto.

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É importante salientar que nem sempre os cinco requisitos estarão presentes,

dando ensejo à classificação dos atos administrativos em vinculados e discricionários.

Os atos vinculados são aqueles em que todos os requisitos já aparecem pre-

viamente definidos em lei, não havendo margem para a liberdade de atuação do

agente público. Os atos discricionários, por sua vez, são aqueles em que ape-

nas os requisitos competência, finalidade e forma estão previamente definidos em

alguma norma, de forma que o agente estatal pode, quando da prática do ato,

escolher o motivo e o objeto que melhor atendam à necessidade do caso concreto.

Aprendendo na prática

Como exemplo de ato administrativo vinculado, temos a nomeação de um

agente estatal em virtude de aprovação em concurso público. Nessa hipótese, são

elementos do ato de nomeação:

Competência: a autoridade que realizou a nomeação.

Finalidade: aumentar o número de servidores para o exercício da atividade pública.

Forma: escrita, sendo que a nomeação será realizada com a publicação no Diário Oficial.

Motivo: falta de servidores para a realização das atividades administrativas.

Objeto: a própria nomeação do servidor.

Como exemplo de ato administrativo discricionário, temos a nomeação de um

particular para o exercício de um cargo em comissão. Nessa hipótese, a escolha da

pessoa que ocupará o cargo em questão fica livre à autoridade competente, sendo

o ato, dessa forma, composto pelos seguintes requisitos:

Competência: a autoridade que realizou a nomeação.

Finalidade: preencher um quadro de chefia, de direção ou de assessoramento.

Forma: escrita, sendo que a nomeação será realizada com a publicação no Diário Oficial.

Nesse último exemplo, nota-se que a autoridade não precisa demonstrar a razão

pela qual resolveu nomear o servidor (motivo), tampouco o seu objeto. Percebe-

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-se, dessa forma, que a liberdade de atuação, nos atos discricionários, é bem mais

ampla que nos atos vinculados.

4.1. Competência

A competência pode ser conceituada como o poder, definido em lei, para que um

agente público possa realizar determinados atos administrativos.

Como estamos em um Estado Democrático de Direito, todas as atuações do ad-

ministrador público devem estar pautadas no princípio da legalidade. Dessa forma,

aos agentes públicos apenas é permitido fazer aquilo que a lei determine ou autorize.

Aprendendo na prática

Um particular, após aprovação em concurso público, é nomeado, toma posse e pas-

sa a ser considerado servidor público. Com isso, ele passa a contar com uma série

de atribuições, previstas em lei, para o cargo público em que está ocupando.

Durante o desempenho de suas atividades, o servidor público em questão apenas

poderá realizar as atribuições previstas em lei, sob pena de restar caracterizado

excesso ou desvio de poder.

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4.1.1. Características

A doutrina identifica uma série de características para o requisito competência,

sendo elas:

a) improrrogabilidade: se o agente público não utiliza sua competência, isso

não faz com que esta seja transferida a outro agente.

b) irrenunciabilidade: os agentes não podem renunciar às competências que

lhes tenham sido conferidas, uma vez que, em decorrência do princípio da indis-

ponibilidade do interesse público, a Administração Pública atua como mera gestora

dos interesses de terceiros, que, no caso, são os interesses da coletividade.

c) imprescritibilidade: o não exercício da competência não a extingue, ou

seja, se determinado agente não exerce sua competência por um lapso de tempo,

isso não significa que sua competência prescreveu. Como a competência é definida

por lei, apenas outra lei de mesma hierarquia pode extinguir a competência ante-

riormente outorgada.

d) obrigatoriedade: o agente público, quando a situação exigir, deve obri-

gatoriamente utilizar sua competência, sob pena de ser responsabilizado pela sua

omissão.

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4.1.2. Delegação e avocação

Uma característica bastante exigida em provas, com relação à competência, é

sobre a possibilidade desta ser avocada ou delegada.

Nos termos da Lei n. 9.784/1999, que é a norma que estabelece as regras relativas

ao procedimento administrativo, temos que a delegação, como regra, sempre é

possível, apenas não podendo ser realizada nas seguintes hipóteses (art. 13):

a) a edição de atos de caráter normativo;

b) a decisão de recursos administrativos;

c) as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.

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Com a delegação, temos a transferência de parte da competência inicialmente

atribuída a uma autoridade superior. Dessa forma, os atos praticados, quando do

exercício da delegação, serão considerados editados pelo delegado, que assume a

responsabilidade pelas eventuais irregularidades. Trata-se a delegação de um ato

que pode ser revogado, a qualquer tempo, pela autoridade superior.

Aprendendo na prática

Fernando, servidor público, delega parte de suas atribuições para Ulysses, servidor

hierarquicamente subordinado. Para tal, ele publica todas as competências que es-

tão sendo delegadas no meio oficial, bem como o prazo de duração da delegação.

A partir desse momento, todos os atos editados por Ulysses, ainda que resultantes

de delegação, são considerados de sua responsabilidade. Pode Fernando, nessa

hipótese, revogar o ato de delegação a qualquer momento, oportunidade em que a

prática das atribuições volta a ser de sua competência.

A avocação, em sentido oposto, caracteriza-se pelo exercício, por parte da au-

toridade hierarquicamente superior, de competências inicialmente previstas para

um subordinado. Ao contrário da delegação, a avocação apenas pode ser realizada

em caráter de exceção, sendo a regra, por isso mesmo, a impossibilidade de sua

realização.

Delegação Avocação
Competência passa a ser exercida por um Competência passa a ser exercida por um
agente hierarquicamente inferior. agente hierarquicamente superior.
Ocorre apenas com parte da competência. Ocorre apenas com parte da competência.
Como regra, a delegação sempre é possível, Como regra, a avocação não é possível,
salvo nas hipóteses em que a lei proibir. apenas sendo possível nas hipóteses em
que a lei permitir.

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4.1.3. Usurpação de função e função de fato

Tais conceitos são utilizados pela professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro para

definir duas importantes formas de desvio do requisito competência.

A usurpação de função é a mais grave delas, estando associada à prática de

um ato administrativo, privativo dos agentes públicos, por particular que não reúne

tais características. A usurpação, pela sua extrema gravidade, é considerada crime,

estando tipificada no Código Penal.

Aprendendo na prática
Caso um particular, sem nenhum vínculo com o Poder Público, expeça um ato ad-

ministrativo de apreensão de mercadorias, teremos a usurpação da função pública.

Nesse caso, a conduta deverá, a depender da sua gravidade, ser tipificada como

crime, podendo o particular lesado solicitar o pagamento de uma indenização aos

cofres públicos.

(CESPE/PEB (SEDF)/SEDF/ADMINISTRAÇÃO/2017) No que se refere aos poderes

administrativos, aos atos administrativos e ao controle da administração, julgue o

item seguinte.

Ato praticado por usurpador de função pública é considerado ato irregular.

Errado.

Os atos praticados pelos usurpadores de função são considerados crimes, não che-

gando sequer a ser considerados atos existentes em nosso ordenamento jurídico. E

por não existirem, não há que se falar em irregularidade, uma vez que não houve,

no caso, a manifestação de vontade da Administração Pública.


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Já a função de fato é a situação em que diversos atos administrativos são

praticados por sujeitos investidos na condição de agentes públicos, mas com irre-

gularidades na respectiva investidura. Nesse caso, temos que verificar se o admi-

nistrado beneficiado com o ato agiu com boa-fé ou má-fé.

Em caso de boa-fé, todos os atos praticados pelo servidor, em respeito ao prin-

cípio da segurança jurídica, são tidos como válidos em relação a terceiros. Em caso

de má-fé do administrado, temos que todos os atos devem ser anulados.

Aprendendo na prática

Mário, investido no cargo de Auditor-Fiscal, lavrou diversos autos de infração, ge-

rando, como decorrência, uma série de efeitos jurídicos. Posteriormente, a Admi-

nistração verificou que houve falha na documentação exigida no momento da posse

de Mário, acarretando a anulação do respectivo ato.

Nesse caso, temos que analisar se os particulares beneficiados com os atos prati-

cados por Mário estavam agindo de boa-fé ou com má-fé.

Em caso de boa-fé, todos os atos serão considerados válidos. No caso de má-fé, os

atos deverão ser anulados, oportunidade em que todos os efeitos eventualmente

produzidos serão desfeitos.

Não obstante as diferenças apontadas, as bancas organizadoras possuem o hábito

de não relacionar se os particulares agiram com boa ou má-fé. Nesses casos,

devemos entender que estamos diante de uma situação de boa-fé, sendo

que todos os atos do servidor devem ser convalidados em sintonia com o princípio

da segurança jurídica.

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4.2. Finalidade

A finalidade é uma das características que norteia toda a Administração Pública,

sendo, inclusive, uma das hipóteses de utilização do princípio da impessoalidade.

No que se refere aos atos administrativos, podemos identificar duas finalidades:

a) finalidade geral (mediata), que é aquela que norteia toda a Administra-

ção Pública em todas as suas atividades. Tal finalidade pode ser definida como a

obrigação que os entes públicos possuem de garantir o bem-estar da população,

não estando restrita a uma determinada manifestação ou ato, mas sim a todas as

atividades do Poder Público.

b) finalidade específica (imediata), que é aquela que o ato administrativo

deseja alcançar. Tal finalidade está diretamente relacionada com um ato específico

editado pela Administração Pública.

Aprendendo na prática

Vamos utilizar o exemplo da construção de uma ponte para entendermos e diferen-

ciarmos as duas finalidades:

No caso da obra, a finalidade geral, mediata, e que não se relaciona diretamente ao

ato administrativo é a satisfação da população por meio da realização de um bem

comum.

Já a finalidade específica, imediata, e que se relaciona diretamente com o ato admi-

nistrativo praticado é, por exemplo, o descongestionamento do trânsito com mais

uma via de acesso.

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4.3. Forma

A forma está relacionada com o modo de exteriorização do ato administrativo.

Ainda que a imensa maioria dos atos administrativos sejam editados por meio

da forma escrita, é plenamente possível a existência de atos com outros tipos de

forma, tal como ocorre, por exemplo, com as ordens verbais de um superior hie-

rárquico, os gestos e apitos de um guarda rodoviário e até mesmo os sinais de uma

placa de trânsito.

Como mencionado anteriormente, a forma é um dos requisitos que sempre

está vinculado ao ato administrativo. Tal entendimento encontra-se em conso-

nância com a doutrina majoritária.

Salienta-se, no entanto, que parte da doutrina entende que a forma apenas será

vinculada quando for essencial para a validade do ato administrativo. Em sentido

oposto, os atos que possam ser editados de outra forma podem perfeitamente ser

feitos dessa maneira, não havendo que se falar em vício na sua formação.
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Em sintonia com esse entendimento, merece destaque o artigo 22 da Lei n.


9.784/1999, que assim expressa: “Os atos do processo administrativo não de-
pendem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir”.

4.4. Motivo

O motivo do ato administrativo é a situação de fato e de direito que autori-

za a sua prática. Trata-se, dessa forma, da causa do ato administrativo que está

sendo editado.

Como mencionado, tal requisito nem sempre está definido em lei, uma vez que,

nos atos discricionários, os requisitos motivo e objeto ficam a cargo do agente pú-

blico competente para a sua prática.

Aprendendo na prática

Digamos que uma lei reguladora dos direitos e obrigações de uma determinada ca-

tegoria de servidores estabeleça que, em caso de improbidade administrativa por

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parte de qualquer um dos servidores regidos por tal diploma normativo, a autori-

dade competente deverá aplicar a pena de demissão.

Nessa hipótese, o agente competente, ao verificar a ocorrência de improbidade ad-

ministrativa, não tem alternativa que não seja a demissão do servidor. Como tal ato

é vinculado, o motivo do mesmo (a causa do ato de demissão, que é a ocorrência

de improbidade administrativa) não deixa margens para nenhum tipo de considera-

ção por parte da autoridade competente, que deve aplicar a penalidade ao agente

ímprobo.

Por outro lado, se estivéssemos diante de um ato discricionário, tal situação dei-

xaria margens para que a autoridade competente analisasse o motivo e o objeto

do ato praticado, adequando-os da maneira que melhor atendesse ao interesse

público.

(CESPE/PEB (SEDF)/SEDF/ATIVIDADES/2017) Com relação aos poderes e atos ad-

ministrativos, julgue o próximo item.

A construção irregular de um prédio pode ser o motivo para a prática de um ato

administrativo com o objetivo de paralisar a atividade de construir.

Certo.

O motivo é a circunstância de fato e de direito que fundamenta a edição de um ato

administrativo.

Na situação apresentada, o Poder Público quer paralisar a construção de um prédio.

E qual o motivo? O fato da construção estar sendo feita de forma irregular.

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4.4.1. Teoria dos motivos determinantes

Se a Administração precisa motivar um ato para que ele tenha a presunção de

estar de acordo com a sua causa, nada mais justo do que a vinculação de tal mo-

tivo, alegado pela Administração, como forma de controle, pela sociedade, da

relação existente entre o motivo alegado e o ato praticado.

Assim é a teoria dos motivos determinantes, que afirma que, em caso de mo-

tivação dos atos administrativos, a atuação da Administração Pública ficará vincu-

lada ao motivo exposto.

Outra informação importante é que a motivação é obrigatória nos atos vin-

culados e é regra nos atos discricionários. Em outros termos, é como se a Ad-

ministração, ainda que tenha margem de decisão para escolher entre motivar

ou não um ato discricionário, caso o motive, ficasse vinculada ao motivo

apresentado.

Aprendendo na prática
Os cargos em comissão são considerados de livre nomeação e exoneração, de for-
ma que os seus ocupantes podem ser exonerados sem a necessidade de motivação
para a prática do ato.
Caso, entretanto, a autoridade superior exonere um servidor ocupante de cargo em
comissão motivando o ato com a alegação de contenção de despesas, ficará vincu-
lada ao motivo alegado.
Nessa hipótese, caso a Administração, em um curto espaço de tempo, nomeie
outra pessoa para ocupar o cargo em comissão, haverá dissonância com o motivo
alegado, devendo o ato de exoneração ser considerado nulo.

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Jurisprudência para Concursos


Importante julgado do STF (REsp 1.331.224-MG) afirma que a motivação poderá
até mesmo ocorrer em momento posterior à prática do ato administrativo.
O vício consistente na falta de motivação de portaria de remoção ex officio de ser-
vidor público pode ser convalidado, de forma excepcional, mediante a exposição,
em momento posterior, dos motivos idôneos e preexistentes que foram a razão de-
terminante para a prática do ato, ainda que estes tenham sido apresentados ape-
nas nas informações prestadas pela autoridade coatora em mandado de segurança
impetrado pelo servidor removido.

4.4.2. Motivação

Importante distinção deve ser feita entre o motivo e a motivação do ato ad-
ministrativo. O motivo, conforme verificado, é a causa do ato administrativo, o
fundamento para a sua prática, consistindo em requisitos que podem ou não estar
presentes, a depender de estarmos, respectivamente, diante de atos administrati-
vos vinculados ou discricionários.

A motivação, no entanto, é a exteriorização da forma. Se um determinado

ato administrativo, para ser válido, necessita do requisito motivo, a motivação é a

exteriorização desse motivo.

Aprendendo na prática

O ato de concessão de licença-paternidade a um servidor público tem como motivo

o nascimento do filho do servidor. A motivação deste ato é a transcrição, pela auto-

ridade, dos motivos que levaram-na a conceder a licença-paternidade.

É a autoridade administrativa escrever, por exemplo, que “Tendo em vista o nasci-

mento do filho do servidor X, bem como que a Lei Y assegura o direito à licen-

ça-paternidade em tal situação, defere-se o pedido formulado pelo servidor”.


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A Lei n. 9.784/1999 estabelece situações em que a motivação obrigatoriamente

deve ser feita, conforme se verifica da análise do artigo 50. Dessa forma, os atos

administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos funda-

mentos jurídicos, quando:

a) neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;


b) imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
c) decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;
d) dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;
e) decidam recursos administrativos;
f) decorram de reexame de ofício;
g) deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres,
laudos, propostas e relatórios oficiais;
h) importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.

Ainda de acordo com a norma, a motivação ser deve ser explícita, clara e

congruente, podendo consistir em declaração de concordância com funda-

mentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que,

nesse caso, serão parte integrante do ato.

E como a motivação consiste na descrição dos motivos que fundamentaram o

ato administrativo, está ela ligada ao elemento forma (e não ao motivo) do ato ad-

ministrativo. Vício na motivação, como consequência, acarretará a anulação do ato

administrativo, uma vez que a forma não está sendo observada.

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(CESPE/TCE-RO/2013/AGENTE ADMINISTRATIVO) A motivação de um ato admi-

nistrativo é o pressuposto fático e jurídico que enseja a prática do ato. O motivo

de um ato administrativo é a exposição escrita da razão que determinou a prática

do ato.

Errado.

Com base no que acabamos de expor, percebe-se que os conceitos de motivo e

motivação foram trocados pela questão. Enquanto o motivo é o pressuposto para

a edição do ato, a motivação é a exposição escrita dos motivos que determinaram

a sua prática.

4.5. Objeto

O objeto pode ser entendido como o conteúdo do ato administrativo, sendo


considerado o efeito imediato que a Administração deseja alcançar. Além desse
efeito, a doutrina identifica que a finalidade é o efeito mediato de todo e qualquer
ato administrativo.

Aprendendo na prática
Se tomarmos como exemplo o ato administrativo de construção de uma escola
pública, o objeto do ato será a própria construção, ao passo que a finalidade será,

dentre outras, a de propiciar que as crianças tenham melhores condições de ensino.

Nesse exemplo, nota-se que a construção (objeto) é o primeiro efeito a ser alcan-
çado. Com a escola já em funcionamento, verifica-se se o segundo efeito (finalida-
de) também foi alcançado.
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Seria inadmissível, em um ordenamento jurídico pautado na legalidade, que o


objeto de um ato administrativo contrariasse a lei, principal fonte do Direito Admi-
nistrativo. Por isso mesmo é que o objeto do ato, para ser válido, deve ser lícito,
possível e praticado por agente capaz.

Podemos utilizar o mnemônico “OI-FM” para diferenciar os efeitos dos atos admi-
nistrativos:
Objeto – Imediato
Finalidade - Mediato

5. Mérito Administrativo

O mérito administrativo pode ser conceituado como a liberdade que os atos

discricionários recebem da lei para permitir que os agentes competentes escolham,

diante de um caso concreto, a melhor maneira de praticar o ato.

Por isso mesmo, costuma-se afirmar que o mérito administrativo assegura um

juízo de conveniência e oportunidade, que é formado pela possibilidade de escolha

dos requisitos motivo e objeto. Como consequência, pode-se afirmar que o mérito

administrativo só existe nos atos discricionários, pois apenas nestes é que o agente

competente possui liberdade para escolher o motivo e o objeto que melhor aten-

dam ao interesse público.

Considerando que o mérito administrativo é uma prerrogativa eminentemente

interna, uma vez que praticada quando do desempenho da função administrativa,

não cabe ao Poder Judiciário, no exercício de sua função típica de julgar, adentrar

no mérito administrativo.
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Caso isso fosse possível, teríamos uma agressão ao princípio da separação dos

Poderes, uma vez que o Judiciário estaria julgando a própria escolha do agente pú-

blico, que, como mencionado, escolhera uma das hipóteses previstas em lei.

Aprendendo na prática

Ao verificar a ocorrência de uma infração disciplinar, o superior hierárquico tem o

dever de punir o responsável pela irregularidade.

No entanto, a norma que rege os servidores de todos os entes federativos é reple-

ta de conceitos jurídicos indeterminados, dificultando sobremaneira uma apuração

objetiva dos fatos.


Caso a norma preveja uma determinada penalidade para o servidor que “promover
manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição”, fica difícil, para a
Administração, verificar de maneira objetiva se houve ou não a infração disciplinar.
Assim, a lei concede ao agente público a possibilidade de verificar, diante de cada
um dos casos concretos, o motivo e o objeto do ato administrativo praticado, esco-
lhendo a penalidade que melhor se enquadre diante da conduta do servidor.

Na atualidade, cada vez mais a doutrina tenta reduzir o mérito administrativo,


perdendo esse espaço para a estrita legalidade, que é o princípio maior a ser ob-
servado nos Estados Democráticos de Direito.

Jurisprudência para Concursos


Importantes decisões dos nossos Tribunais Superiores vão na linha dessa corrente,
conforme se observa, por exemplo, no REsp 1213843, da lavra do STJ.
Outrossim, a antiga doutrina que vedava ao Judiciário analisar o mérito dos atos
da Administração, que gozava de tanto prestígio, não pode mais ser aceita como
dogma ou axioma jurídico, eis que obstaria, por si só, a apreciação da motivação
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daqueles atos, importando, ipso facto, na exclusão apriorística do controle dos


desvios e abusos de poder, o que seria incompatível com o atual estágio de desen-
volvimento da Ciência Jurídica e do seu propósito de estabelecer controles sobre
os atos praticados pela Administração Pública, quer sejam vinculados (controle de
legalidade), quer sejam discricionários (controle de legitimidade).

Observa-se que o STJ não admite que o Poder Judiciário exerça controle de le-
galidade sobre o mérito administrativo, mas sim afirmando que tal questão não
deve ser deixada completamente ao crivo da administração. Ao Poder Judici-
ário é válido apenas apreciar o mérito sob a ótica da compatibilidade da motivação

efetuada pela Administração.

Não obstante a divergência apresentada, aconselha-se, em provas de concurso,

que sejam adotados os seguintes entendimentos:

• Como regra geral, o Poder Judiciário não pode adentrar no mérito administra-

tivo, que é uma prerrogativa exclusiva da Administração Pública que praticou

o ato.

• A evolução da doutrina e o entendimento dos Tribunais Superiores é no sen-

tido de permitir que o Poder Judiciário examine o mérito dos atos adminis-

trativos, demonstrando que estes estão, aos poucos, perdendo espaço para a

completa legalização.

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6. Atributos do Ato Administrativo

Os atributos dos atos administrativos são as características que estes pos-

suem para conseguir realizar as suas finalidades. Diferentemente dos requi-

sitos, que são condições de validade, os atributos asseguram à Administração uma

série de prerrogativas para o alcance dos objetivos previstos quando da edição dos

atos administrativos.

De acordo com a doutrina majoritária, três são os atributos possíveis para os

atos administrativos, sendo eles a presunção de legitimidade, a autoexecuto-

riedade e a imperatividade. Maria Sylvia Zanella Di Pietro elenca como atributo,

ainda, a tipicidade.

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6.1. Presunção de legitimidade

A presunção de legitimidade é uma das principais garantias que a Administração

dispõe para a prática de seus atos. Por meio desse atributo, todos os atos editados

pela Administração Pública, até que se prove o contrário, são tidos como legítimos

e prontos para produzir todos os efeitos para os quais o ato foi editado.

Essa presunção, no entanto, não é absoluta, sendo admitida prova em contrá-

rio. Por isso mesmo, costuma-se afirmar que se trata de uma presunção relativa,

também conhecida como juris tantum (que admite prova em contrário), e que,

com a edição do ato administrativo, ocorre a inversão do ônus da prova, cabendo

ao particular que se sentir lesado provar à Administração que o ato editado causa

a ele alguma espécie de dano ou prejuízo.

Aprendendo na prática

No exercício de suas atribuições, um agente da vigilância sanitária, alegando ter

encontrado mercadorias vencidas em um mercado, aplica a sanção de interdição

do estabelecimento.

De início, como decorrência da presunção de legitimidade, o ato administrativo em

questão é considerado legítimo, cabendo ao particular que se sentir lesado provar

à administração que a atuação do agente não observou, por exemplo, a proporcio-

nalidade.

Até que isso ocorra, o ato administrativo continua produzindo todos os efeitos para

os quais foi editado.

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Parte da doutrina divide o atributo da presunção de legitimidade em veracidade

e legitimidade. Por meio da presunção de veracidade, todos os fatos alegados

pela Administração, para a prática do ato, presumem-se verdadeiros. De acordo

com a presunção de legitimidade, os atos editados pela Administração são con-

siderados em sintonia com o ordenamento jurídico.

O entendimento majoritário, no entanto, é o de que a presunção de legitimidade

abrange os dois conceitos, sendo esta a forma como o atributo é comumente exi-

gido em provas de concursos.

Dos atributos do ato administrativo, apenas a presunção de legitimidade está

presente em todos os atos. Todos os demais atributos, conforme exposto, podem

ou não estar presentes nos atos administrativos.


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(CESPE/TJ TRE-GO/ADMINISTRATIVA/2015) Acerca de ato administrativo e agen-

tes públicos, julgue o item subsecutivo.

A presunção de legitimidade e veracidade dos atos administrativos é absoluta.

Errado.

A presunção de legitimidade é um atributo que está presente em todos os atos ad-

ministrativos. Por meio dela, até que se prove o contrário, os atos são considerados

legais e aptos a produzir efeitos jurídicos. Tal presunção, contudo, não é absoluta,

mas sim relativa, podendo ser contestada pelos particulares que se sentirem lesados.

6.2. Autoexecutoriedade

A autoexecutoriedade é um atributo extremamente importante para a eficiência

da Administração Pública. Por meio dele, a Administração pode exigir o cumprimen-

to de determinados atos administrativos, por parte de seus administrados, sem a

necessidade de recorrer ao Poder Judiciário para exigir tal comportamento. Pode,

inclusive, utilizar-se da força, quando tal medida se fizer necessário para que suas

ordens sejam obedecidas.

Também é por meio da autoexecutoriedade que a Administração Pública pode

executar certos atos sem precisar de autorização do Poder Judiciário.

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Aprendendo na prática

A Administração recebe uma denúncia de que um restaurante não está observando

as normas sanitárias. A vigilância, por conta disso, faz uma diligência e constata

que a denúncia é procedente, ou seja, realmente o restaurante não respeita as

normas de segurança alimentar.

Diante do caso narrado, se os atos administrativos não tivessem o atributo da au-

toexecutoriedade, seria necessário que a Administração Pública solicitasse a verifi-

cação, por parte do Poder Judiciário, das irregularidades constatadas.

No entanto, até que o Judiciário realizasse todos os procedimentos necessários,

muitas pessoas poderiam ser intoxicadas, o que causaria um sério problema para

toda a coletividade.

Para evitar que isso ocorra é que a Administração dispõe da prerrogativa de

interditar o estabelecimento, fazendo uso, para tal, do atributo da autoexecu-

toriedade.

Tal como ocorre com a presunção de legitimidade, parte da doutrina adminis-

trativista (dentre os quais se destaca Celso Antônio Bandeira de Mello) divide o

atributo da autoexecutoriedade em duas diferentes acepções, sendo elas a exigi-

bilidade e a executoriedade.

Por meio da executoriedade, a Administração, diante de uma situação de ur-

gência, pode adotar diversas medidas sem a necessidade de fazer uso de uma

decisão do Poder Judiciário. Nas hipóteses em que a executoriedade é passível de

utilização, o que é levado em conta é o interesse de toda a coletividade, motivo

pelo qual o atributo em questão está intimamente relacionado com o poder de polí-

cia, ou seja, com a limitação de um direito individual em prol do bem-estar de toda

a população.

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Já a exigibilidade está relacionada com a obrigação que os particulares têm

de cumprir os atos emanados do Poder Público. Trata-se, em última análise, da

possibilidade de a Administração exigir um comportamento de seus administrados.

Enquanto na exigibilidade a Administração possui a prerrogativa de exigir um

determinado comportamento de terceiros, na executoriedade é ela que possui a

prerrogativa de, diretamente, adotar uma medida.

Aprendendo na prática

Caso um particular receba uma intimação com a determinação de realizar a cons-

trução de uma calçada em frente à sua casa, sob pena de multa, teremos a exigi-

bilidade, mas não a executoriedade do ato administrativo.

Por meio da exigibilidade, o Poder Público exige um determinado comportamento

do administrado (no caso, a construção de uma calçada). Caso, no entanto, o par-

ticular não realize a construção, não poderá a Administração forçá-lo a adotar essa

conduta, motivo pelo qual o ato não é executório. Nessa situação, deve o Poder

Público aplicar uma multa pela não efetivação da medida.

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Salienta-se que o atributo da autoexecutoriedade não está presente em todos

os atos administrativos, mas sim apenas naqueles em que seja possível a atuação

direta da Administração.

Exemplo clássico de situação em que a Administração não pode fazer uso de tal

atributo é na aplicação de uma multa administrativa. Uma vez aplicada a sanção, e

não tendo ocorrido o pagamento pelo particular, a Administração poderá, apenas,

ajuizar as medidas de execução cabíveis, não podendo utilizar-se da força para que

o particular pague o valor devido.

6.3. Imperatividade

A imperatividade consiste na possibilidade de a Administração criar, unilateral-

mente, obrigações a terceiros, bem como impor restrições aos administrados inde-

pendente de ter ocorrido a concordância de tais pessoas.

A imperatividade decorre do poder extroverso do Estado, que é a capacidade

que a Administração possui de criar obrigações a si própria e também a terceiros.

Tal poder, por exemplo, é o contrário do atribuído aos particulares, que possuem

apenas o poder introverso, ou seja, a capacidade de criar obrigações exclusivamen-

te para eles mesmos, e não para terceiros.

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A imperatividade é atributo presente na maioria dos atos administrati-

vos. Não encontramos a imperatividade, no entanto, nos atos enunciativos (como

as certidões e os atestados), uma vez que estes apenas declaram uma situação já

existente.

Da mesma forma, não encontramos o atributo da imperatividade quando o ato

administrativo possui a estrita função de conceder um direito aos particulares (tal

como a licença ou a autorização).

Em ambas as situações, não há a imposição de uma obrigação a terceiros, mo-

tivo pelo qual a utilização da imperatividade não faz o menor sentido.

(CESPE/AUX TEC CE (TCE-PA)/TCE-PA/ADMINISTRATIVA/2016) Julgue o item sub-

secutivo, a respeito dos atributos dos atos administrativos.

A imperatividade é atributo indissociável dos atos administrativos.

Errado.

A imperatividade não está presente em todos os atos administrativos, mas sim

apenas naqueles em que o Poder Público faz uso do seu poder de império. O atri-

buto pode, desta forma, ser dissociado de certos atos administrativos.

6.4. Tipicidade

A tipicidade é atributo do ato administrativo que determina que o ato deve

corresponder a uma das figuras definidas previamente pela lei, como aptas

a produzir determinados resultados, sendo corolário, portanto, do princípio da

legalidade.

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Tal princípio é defendido por Maria Silvia Zanella Di Pietro. Segundo a autora,

a Administração deve respeitar uma forma específica, definida em lei, para cada

espécie de ato administrativo.

Dessa forma, o atributo da tipicidade representa uma garantia para o adminis-

trado, pois impede, por exemplo, que a Administração pratique atos dotados de im-

peratividade e executoriedade sem que seja observado o diploma legal respectivo.

Nota-se que a tipicidade está intimamente relacionada com a forma do ato ad-

ministrativo, de maneira que os atos apenas podem ser editados quando possuírem

uma forma anterior prevista em nosso ordenamento.

Duas são as características asseguradas pelo atributo da tipicidade:

a) impedir que a administração produza atos dotados de imperatividade

sem previsão legal;

b) impedir a edição de atos totalmente discricionários.

Aprendendo na prática

De acordo com a tipicidade, a nomeação de um servidor apenas poderá ocorrer se

houver previsão, em lei, da forma como o ato será editado. A mesma característica

deve estar presente quando da edição de uma concessão, de uma exoneração ou

de uma advertência.

Em cada um desses casos, deve-se ter uma forma, anteriormente prevista em lei,

como apta a garantir o controle, pela população, dos atos praticados pelo Poder

Público.

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Ainda que diversos outros autores critiquem a tese da autora, argumentando


que a tipicidade não passa de uma vertente do princípio da legalidade, as bancas,
ocasionalmente, exigem o conhecimento do atributo.
Vejamos cada um dos atributos dos atos administrativos...

O ato administrativo é válido e produz efeitos até a prova em


Presunção de Legitimidade
contrário
A Administração não precisa de autorização do Poder Judiciário
Autoexecutoriedade
para praticar o ato administrativo
Imperatividade A Administração pode se impor a terceiros
Tipicidade O ato deve corresponder a figuras definidas previamente em lei

(ESAF/ANA SIST (MIN)/MIN/INFORMÁTICA E REDES/2012) Os atos administrati-


vos, uma vez expedidos e independentemente de expressa previsão legal, apresen-
tarão sempre o(s) seguinte(s) atributo(s):
a) presunção de legitimidade, imperatividade e autoexecutoriedade.
b) presunção de legitimidade e veracidade, bem assim autoexecutoriedade.
c) autoexecutoriedade, apenas.
d) imperatividade e autoexecutoriedade, apenas.
e) presunção de legitimidade e veracidade, apenas.

Letra e.
Dos atributos, apenas a presunção de legitimidade está presente em todos os atos.

7. Invalidação e controle judicial dos atos administrativos

O estudo da invalidação e do controle judicial dos atos administrativos refere-se


às diversas formas com que os atos administrativos podem ser retirados do univer-

so jurídico.
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7.1. Anulação

A anulação trata-se da forma de desfazimento dos atos administrativos nas si-


tuações em que são verificadas ilegalidades. Como o vício encontrado agride uma
norma e, como consequência, todo o ordenamento jurídico, os efeitos da anulação
são retroativos e com eficácia ex tunc.
Assim, nenhum dos efeitos produzidos pelos atos anulados deve, como regra,
ser mantido em nosso ordenamento. Em caráter de exceção, os terceiros de boa-fé
devem ter os seus direitos adquiridos preservados, sob pena de violação do princí-
pio da segurança jurídica.

Nesse sentido, merece destaque o teor da Súmula 473 do STF, que assim dispõe:

A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tor-
nam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de con-
veniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos
os casos, a apreciação judicial.

Aprendendo na prática

Antônio foi nomeado e entrou em exercício, produzindo uma série de atos admi-

nistrativos, dentre os quais uma certidão negativa de débitos para que o particular

possa participar de uma licitação.

Posteriormente, verificou a Administração que houve falha na investidura de Antô-

nio decorrente de ilegalidade, motivo ensejador da anulação do ato administrativo

de posse. Nesse caso, a anulação acarreta a retirada de todos os efeitos jurídicos

produzidos, possuindo eficácia ex tunc.

No entanto, se assim o fosse, o particular beneficiado com a certidão negativa de

débitos não poderia fazer uso da mesma, sendo invalidado, por consequência, sua

participação no procedimento licitatório.


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Para que isso não ocorra, e evitando assim que a anulação gere uma grave inse-

gurança jurídica, é assegurada aos terceiros de boa-fé a manutenção dos efeitos

decorrentes da atuação do servidor.

A anulação pode ser realizada tanto pela Administração Pública que pra-

ticou o ato quanto pelo Poder Judiciário, exigindo-se, nesse último caso, a

provocação do referido Poder, em plena consonância com o princípio da inafas-

tabilidade de jurisdição.

Salienta-se, no entanto, que a atividade administrativa não é exclusividade do

Poder Executivo, de forma que os demais Poderes podem, no exercício de suas fun-

ções atípicas, praticar atos administrativos. Nesses casos, um ato administrativo

editado pelo Poder Legislativo pode perfeitamente ser anulado pelo mencionado

Poder, sem haver a necessidade de provocação do Poder Judiciário.

Dessa forma, quando a própria Administração é quem anula o ato administrati-

vo, está ela fazendo uso do princípio da autotutela, segundo o qual o ato adminis-

trativo pode ser tanto revogado quanto anulado pela própria Administração que o

praticou.

Jurisprudência para Concursos

Nesse sentido, destaca-se o entendimento do STF, conforme se observa do julgado

do RMS 31661-DF, de seguinte teor:

A Administração Pública pode anular seus próprios atos quando estes forem ilegais. No
entanto, se a invalidação do ato administrativo repercute no campo de interesses indi-
viduais, faz-se necessária a instauração de procedimento administrativo que assegure
o devido processo legal e a ampla defesa. Assim, a prerrogativa de a Administração Pú-
blica controlar seus próprios atos não dispensa a observância do contraditório e ampla
defesa prévios em âmbito administrativo.

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Para que a autotutela seja exercida sem nenhum vício, faz-se necessário que

sejam observados o contraditório e a ampla defesa sempre que a anulação

ou a revogação implicar em prejuízo a um direito individual.

Como mencionado anteriormente, o ato administrativo é composto de cinco

requisitos, sendo que o motivo e o objeto formam aquilo que a doutrina denomina

de mérito administrativo, ou seja, a liberdade que os agentes possuem quando da

prática do ato administrativo.

E considerando que a anulação implica em um juízo de ilegalidade, é correto

afirmar que a anulação do ato administrativo não possui a capacidade de adentrar

no mérito do ato, que, ressalta-se, é exclusividade da Administração que o editou.

As características da anulação podem ser visualizadas por meio do gráfico a

seguir:

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(FCC - AJ TRT4/TRT 4/ADMINISTRATIVA/2015) Considere que determinada autori-

dade pública tenha concedido licença para funcionamento de um estabelecimento

comercial sem, contudo, atentar para o fato de que não estavam presentes os re-

quisitos legais para a concessão. Referido ato é passível de

a) revogação pela mesma autoridade que o praticou, indicando o vício de legalida-

de incorrido.

b) anulação pela própria Administração, com base no princípio da autotutela ou

pelo Poder Judiciário me diante provocação.

c) anulação pela autoridade superior àquela que praticou o ato, com base no poder

de polícia administrativa.

d) revogação, pela via judicial, por ofensa aos princípios básicos da Administração

pública.

e) anulação, pela própria Administração, com base no princípio da discricionarie-

dade administrativa.

Letra b.

No caso narrado, o ato de concessão foi feito sem a observância dos requisitos le-

gais, devendo, por isso mesmo, ser anulado.

Nessa situação, poderá ocorrer a anulação tanto por parte da Administração Públi-

ca (no exercício da autotutela) quanto por parte do Poder Judiciário, exigindo-se,

nesse último caso, a provocação do interessado.

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7.2. Revogação

A revogação, por outro lado, é o desfazimento de um ato válido, sem vício

algum, mas que, por vontade da Administração Pública que o produziu, deve

ser retirado do universo jurídico.

A revogação, dessa forma, possui um sentido completamente diferente da anu-

lação. Enquanto na anulação temos um ato administrativo com vício de ilegalidade,

na revogação o ato não apresenta vícios, estando em sintonia com o ordenamento

jurídico e produzindo todos os efeitos para os quais foi editado. No entanto, a Admi-

nistração, por considerar que o ato é inconveniente ou inoportuno, opta por retirar

o ato do ordenamento.

Por isso mesmo, costuma-se afirmar que a revogação incide diretamente sobre

o mérito administrativo, que implica em um juízo de conveniência e oportunidade.

E como a análise do mérito administrativo é privativa da Administração que editou

o ato, apenas esta pode realizar a revogação do ato administrativo, não sendo tal

providência possível ao Poder Judiciário.

Com base nisso, chegamos a importantes conclusões sobre a revogação:

a) a revogação apenas incide sobre os atos discricionários (pois apenas estes

possuem mérito administrativo).

b) o próprio ato de revogação é um ato discricionário (a Administração po-

deria ter deixado o ato em vigor, produzindo todos os seus efeitos, mas optou por

revogá-lo).

c) enquanto a Administração Pública pode tanto anular quanto revogar os

atos administrativos, o Poder Judiciário pode apenas anular os atos produ-

zidos pela Administração, e, ainda assim, desde que provocado.


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Salienta-se que os efeitos da revogação não retroagem, sendo prospectivos e

produzindo efeitos ex nunc, ou seja, a partir da própria revogação. Com isso, os

efeitos produzidos até a revogação são mantidos, após a qual o ato deixa de pro-

duzir efeitos perante terceiros.

Para memorizarmos a diferença entre as eficácias ex tunc e ex nunc, podemos

fazer uso do seguinte esquema:

Ex-Tunc – Tudo retroage (efeitos retroativos)

Ex-Nunc – Nada retroage (efeitos prospectivos)

(CESPE/TC-DF/2014/TÉCNICO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA) Considere que de-

terminado secretário de Estado do DF tenha editado um ato administrativo que,

embora legal, tenha gerado controvérsia entre os servidores do órgão. Nessa situ-

ação, havendo mudança da titularidade do cargo, novo secretário poderá revogar,

com efeito retroativo, o referido ato administrativo.

Errado.

Enquanto a revogação opera com efeitos prospectivos (para frente), a anulação é

que opera com efeitos retrospectivos (para trás).

Entendimento Doutrinário

A doutrina identifica uma série de situações em que os atos administrativos não

podem ser revogados, sendo eles:

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a) os atos vinculados, pois a revogação está relacionada com o mérito admi-

nistrativo;

b) os atos já consumados, uma vez que se os efeitos para os quais o ato ad-

ministrativo foi editado já se esgotaram, não há como revogar o que ocorreu no

passado;

c) os atos que já geraram direito adquirido;

d) os atos que integram um procedimento administrativo, pois a cada

nova fase do procedimento o ato anterior deixa de produzir efeitos;

e) os atos denominados como “meros atos administrativos”, que apenas

declaram situações que já existem, como a certidão.

7.3. Convalidação

Durante muito tempo, permaneceu como doutrina majoritária, em nosso orde-

namento, a corrente monista, que afirmava que os atos administrativos ou eram

válidos ou eram nulos. Para essa corrente, não havia a possibilidade de o ato admi-

nistrativo ser sanado, convalidado, voltando a produzir efeitos.

Nos tempos atuais, a doutrina majoritária apoia-se na corrente dualista, segun-

do a qual os atos administrativos podem ser nulos ou anuláveis. Assim, no caso de

vícios existentes, o ato pode ser anulado ou, em algumas situações, convalidado.

Dos cinco requisitos do ato administrativo, apenas dois deles ensejam a convalida-

ção, sendo eles:

a) a competência, desde que relativa à pessoa e quando não se trate de compe-

tência exclusiva.

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b) a forma, desde que esta não seja essencial para a prática do ato.

Nessas situações, dizemos que o ato administrativo possui um defeito sanável, po-

dendo tanto ser convalidado quanto anulado.

Aprendendo na prática

Digamos que um Delegado Fiscal seja competente para a expedição de determina-

dos atos administrativos. Tal competência, no entanto, não é exclusiva, de forma

que é possível a delegação do exercício da mesma a um subordinado seu.

Em um determinado dia, quando o Delegado Fiscal não se encontrava na reparti-

ção, fez-se necessário que um ato de sua competência fosse realizado. O Chefe do

Setor, sabendo que tal competência não era exclusiva e que, caso o ato não fosse

praticado, acarretaria sérios prejuízos aos administrados, não teve dúvidas em pra-

ticar o ato.

Na situação em questão, como trata-se de competência em razão da pessoa (e não

da matéria), pode o Delegado, quando do seu retorno, adotar duas providências:

anular ou convalidar o ato administrativo.

Caso ele opte pela anulação, mesmo que concorde com o efeito do ato praticado

pelo Chefe do Setor, terá ele que, primeiramente, anular o respectivo ato, para só

então praticar outro de sua iniciativa. No caso da convalidação, o Delegado sim-

plesmente colocaria o seu carimbo e ratificaria o ato anterior, convalidando-o por

completo.

Assim, percebe-se claramente que a convalidação está amparada na eficiência e

na economicidade, evitando-se que os atos tenham que ser anulados e, posterior-

mente, novamente produzidos.


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Trata-se a convalidação de um controle de legalidade, podendo incidir tanto

sobre os atos administrativos vinculados quanto sobre os atos discricionários, uma

vez que, em ambos os casos, os requisitos competência e forma sempre estarão

presentes. Nota-se, dessa forma, que apenas a revogação incide sobre o mérito

administrativo, ao passo que a anulação e a convalidação são exemplos de controle

de legalidade.

E justamente por “reformar” o ato administrativo é que a convalidação possui

efeitos ex tunc, retroagindo até a data de formação do ato. Caso não fosse assim

(ou seja, caso a convalidação apenas tivesse efeitos prospectivos, a partir de sua

edição), não faria nenhum sentido para a sua utilização, pois a Administração po-

deria perfeitamente anular o ato e posteriormente editar outro em seu lugar.

Jurisprudência para Concursos

Merece destaque, sobre a convalidação, a decisão do STJ no REsp 1.348.472-RS,

reafirmando, em um caso prático, a importância do instituto:

Não deve ser reconhecida a nulidade em processo licitatório na hipótese em que, a


despeito de recurso administrativo ter sido julgado por autoridade incompetente, te-
nha havido a posterior homologação de todo o certame pela autoridade competente.
Isso porque o julgamento de recurso por autoridade incompetente não é, por si só,
bastante para acarretar a nulidade do ato e dos demais subsequentes, tendo em vista
o saneamento da irregularidade por meio da homologação do procedimento licitatório
pela autoridade competente. Com efeito, o ato de homologação supõe prévia e deta-

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lhada análise de todo o procedimento, atestando a legalidade dos atos praticados, bem
como a conveniência de ser mantida a licitação. Ademais, o vício relativo ao sujeito —
competência — pode ser convalidado pela autoridade superior quando não se tratar de
competência exclusiva.

(ESAF – ATA MF/MF/2012) A correção ou regularização de determinado ato, des-

de a origem, de tal sorte que os efeitos já produzidos passem a ser considerados

efeitos válidos, não passíveis de desconstituição e esse ato permaneça no mundo

jurídico como ato válido, apto a produzir efeitos regulares, denomina-se

a) Contraposição.

b) Convalidação.

c) Revogação.

d) Cassação.

e) Anulação.

Letra b.

Trata-se a convalidação de um controle de legalidade, podendo incidir tanto sobre

os atos administrativos vinculados quanto sobre os atos discricionários, uma vez

que, em ambos os casos, os requisitos competência e forma sempre estarão pre-

sentes. Nota-se, dessa forma, que apenas a revogação incide sobre o mérito admi-

nistrativo, ao passo que a anulação e a convalidação são exemplos de controle de

legalidade.

As características dos institutos da anulação, da revogação e da convalida-

ção podem ser mais bem visualizadas por meio da tabela a seguir:

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Anulação Revogação Convalidação


Trata-se de controle de Trata-se de controle do Trata-se de controle de legalidade
legalidade sobre atos que mérito administrativos, sobre atos que apresentam vícios
apresentam vícios insaná- a juízo da Administração. sanáveis.
veis ou sanáveis.
Opera retroativamente Opera prospectivamente Opera retroativamente (eficácia ex
(eficácia ex tunc). (eficácia ex nunc). tunc).
Pode ser efetuada tanto Apenas pode ser efetu- Apenas pode ser efetuada pela
pela própria administração ada pela própria Admi- própria Administração.
quanto pelo Poder Judiciá- nistração.
rio, quando provocado.
Incide sobre atos vincu- Incide apenas sobre atos Incide sobre atos vinculados e dis-
lados e discricionários, discricionários cricionários, desde que se esteja
desde que se esteja ana- analisando a legalidade.
lisando a legalidade.
A anulação pode ser um A revogação sempre é A convalidação é um ato discricio-
ato vinculado (quando o um ato discricionário, nário, pois a Administração pode
vício é insanável) ou dis- pois a Administração escolher entre anular ou convali-
cricionário (quando o vício escolhe se deve ou não dar o ato.
é sanável, pois nesse retirá-lo do universo jurí-
caso pode ela optar entre dico.
anular ou convalidar o ato
em questão).

(CESPE/MTE/2013/AUDITOR-FISCAL DO TRABALHO) A revogação de um ato admi-

nistrativo produz efeitos retroativos à data em que ele tiver sido praticado.

Errado.

Como acabamos de ver, a revogação possui efeitos prospectivos e eficácia ex nunc,

ao passo que a anulação possui efeitos retroativos e eficácia ex tunc.

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7.4. Cassação

Trata-se a cassação da extinção do ato administrativo quando o benefi-


ciário deixa de atender aos requisitos com os quais anteriormente se obri-
gara. A cassação é, na imensa maioria das vezes, considerada uma sanção pela
doutrina, devido ao seu caráter de desfazimento com base em um não cumprimen-
to de obrigação pelo particular.

Aprendendo na prática
Uma pessoa física adquire a permissão para montar um quiosque em uma praça
pública, com a condição de não desmatar a plantação existente na praça.
Caso, posteriormente, seja verificado que o particular descumpriu os requisitos
para a manutenção da permissão, esta será cassada pela autoridade que anterior-
mente a concedeu.

A cassação, assim com a anulação e a revogação, são formas de desfazimen-


to volitivo do ato administrativo, uma vez que, para a sua aplicação, torna-se
necessária a edição de um novo ato desfazendo o ato administrativo anterior. Se
tomarmos o exemplo anteriormente mencionado, nota-se que o desfazimento da
permissão apenas se efetiva com a edição de um novo ato declarando que o parti-
cular não cumpriu as obrigações anteriormente acordadas.

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7.5. Caducidade

Temos a caducidade quando uma legislação posterior à edição do ato

administrativo deixa aquele ato em desconformidade com o ordenamento

jurídico. Trata-se, assim, de uma legislação superveniente que deixa o ato sem a

possibilidade de produzir novos efeitos.

Aprendendo na prática

A administração municipal concede uma permissão para que o particular utilize

uma praça pública. Posteriormente, o município edita uma lei proibindo a realização

de concessões e permissões aos particulares. Nessa situação, estamos diante da

caducidade do ato administrativo que concedeu a permissão, uma vez que legisla-

ção posterior o deixou em desconformidade com o ordenamento jurídico.

7.6. Contraposição

Teremos a contraposição quando um ato posterior extingue o ato ante-

rior, ainda que não faça menção direta nesse sentido. Na contraposição, os

efeitos do ato posterior são diametralmente opostos aos efeitos do ato anterior.

Aprendendo na prática

O exemplo utilizado pela doutrina é a exoneração de servidor, ato que se contra-

põe ao ato anteriormente praticado de nomeação. Assim, ainda que a exoneração

não declare que o ato de nomeação estará extinto, trata-se tal efeito de uma con-

sequência lógica.

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7.7. Extinção natural

A extinção natural é a ordem natural do ato administrativo. Após o seu

nascimento, ele cumpre os seus efeitos e, por não ser mais utilizável, exaure-se.

Aprendendo na prática

O ato administrativo de concessão de licença-paternidade a um servidor público

extingue-se naturalmente com o gozo, pelo servidor, da referida licença.

7.8. Extinção objetiva

A extinção objetiva ocorre com o desaparecimento do objeto do ato ad-

ministrativo, tal como o fechamento de um estabelecimento que tinha sido in-

terditado pela vigilância sanitária. Como o estabelecimento deixou de funcionar, o

próprio ato de interdição deixou de fazer sentido.

7.9. Extinção subjetiva

Aqui, temos uma extinção semelhante à anterior, com a diferença de que quem

desaparece é o próprio sujeito que se beneficiou do ato. Uma nomeação para um

cargo público, por exemplo, deixa de existir quando a pessoa nomeada vem a óbito.

Formas de extinção Conceito Exemplo


Extinção natural Ocorre quando o ato administrativo Gozo de licença paternidade
cumpre todos os seus efeitos
Extinção objetiva Ocorre com o desaparecimento do Fechamento de um estabele-
objeto do ato cimento interditado
Extinção subjetiva Ocorre com o desaparecimento do Falecimento de um servidor
sujeito que se beneficiou com o ato nomeado

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8. Espécies de atos Administrativos

O estudo das espécies dos atos administrativos implica, basicamente, no conheci-

mento da cada uma das espécies e dos principais atos que compõem cada uma delas.

Dessa forma, são espécies de atos administrativos apontados pela doutrina:

a) punitivos;

b) enunciativos;

c) ordinatórios;

d) normativos;

e) negociais.

8.1. Punitivos

Atos administrativos punitivos são aqueles que contêm uma sanção aos

que descumprirem normas legais ou administrativas. Conforme seus desti-

natários, os atos punitivos podem ser classificados como de atuação externa ou de

atuação interna.

Os atos de atuação interna são as penalidades previstas no regulamento de

cada categoria de servidores, tais como a demissão, a advertência e a suspensão.

Já os atos de atuação externa são aqueles direcionados para pessoas que não in-

tegram a estrutura interna da Administração, tendo como principais exemplos a

interdição de um estabelecimento e a multa por descumprimento de deter-

minada norma.

Nota-se, dessa forma, que o fundamento para a existência de atos punitivos

pode ser tanto o exercício do poder disciplinar (quando os destinatários forem ser-

vidores ou terceiros ligados à Administração por um vínculo específico) quanto o

exercício do poder de polícia, oportunidade em que os destinatários serão terceiros

sem vínculo direto com o Poder Público.


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8.2. Enunciativos

Segundo Hely Lopes Meirelles, “os atos administrativos enunciativos são

todos aqueles em que a Administração se limita a certificar ou a atestar

um fato, ou emitir opinião sobre determinado assunto, sem se vincular ao

seu enunciado”.

São atos que não contêm uma manifestação de vontade por parte da Ad-

ministração, limitando-se apenas em atestar uma situação preexistente.

Como principais exemplos de atos administrativos enunciativos temos as certi-

dões, os atestados e os pareceres.

a) certidões: cópias ou fotocópias de atos ou fatos constantes de processos,

livros ou documento que se encontrem nas repartições públicas.


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b) atestados: são atos pelos quais a Administração comprova um fato ou uma

situação de que tenha conhecimento por seus órgãos competente. O que diferencia

o atestado da certidão é que o primeiro atesta uma situação que, embora existente,

não consta em livros ou papéis da Administração.

c) pareceres: manifestação de órgãos técnicos da Administração, tais como os

laudos periciais dos órgãos encarregados da regulação de uma determinada ativi-

dade econômica.

8.3. Ordinatórios

Atos ordinatórios nada mais são do que manifestações internas da Admi-

nistração quando da utilização do seu poder hierárquico.

É por meio dos atos ordinatórios que a Administração disciplina o comportamen-

to dos seus servidores. Por isso mesmo, tal espécie de ato não pode ser utilizada

para regular o comportamento de particulares sem vínculo com a Adminis-

tração.

Como principais exemplos de atos administrativos ordinatórios, temos as ins-

truções internas, as circulares, os avisos, as portarias, os memorandos e os ofícios.

(FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRE-RR/2015) Henrique, servidor público e chefe de

determinada repartição pública, publicou portaria na qual foram expedidas deter-

minações especiais a seus subordinados. No que concerne à classificação dos atos

administrativos, a portaria constitui ato administrativo

a) punitivo.

b) normativo.

c) enunciativo.
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d) ordinatório.
e) negocial.

Letra d.
A portaria é um clássico exemplo de ato ordinatório, instrumento por meio do qual
a administração disciplina o comportamento dos seus servidores.

8.4. Normativos

Os atos normativos são aqueles que contêm comandos gerais e abstratos,


servindo para regulamentar e detalhar as disposições da lei.
Tais atos não possuem destinatários certos, motivo pelo qual se assemelham, em
muitos aspectos, às leis. A diferença entre as duas espécies normativas é que as leis
possuem a característica de inovar no ordenamento jurídico, ao passo que os atos
normativos apenas podem ser editados dentro dos limites legalmente previstos.

Salienta-se, porém, que com a edição da Emenda Constitucional n. 32, ocor-

rida em 2001, passamos a contar, em nosso ordenamento jurídico, com a figura

dos decretos autônomos, que podem, nas estritas hipóteses previstas no texto

da Constituição Federal, inovar no ordenamento jurídico, assim como ocorre com

as leis.

De acordo com o artigo 84, VI, da CF/88, são as seguintes as hipóteses em que os

decretos autônomos podem ser utilizados:

a) organização e funcionamento da administração federal, quando não im-

plicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;

b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos.

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Como exemplo de atos administrativos normativos, temos as seguintes espé-


cies:
a) decreto regulamentar: expedido pelos Chefes do Poder Executivo, que
fazem uso de tal ato para regulamentar e detalhar como determinada lei deve ser
observada e cumprida pelos seus administrados.
b) instruções normativas: se assemelham aos decretos, com a diferenciação
de que têm como titulares os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Mu-
nicipais.
c) regimentos: decorrem do poder hierárquico e regulam o funcionamento in-
terno de órgãos colegiados, tais como Tribunais e as Casas do Legislativo.
d) resoluções: são atos inferiores aos decretos, versando sobre matérias de
interesse interno dos respectivos órgãos.

Em todos os casos, os atos normativos não podem, como regra, ser impugna-
dos diretamente pelos administrados, uma vez que não se destinam a pro-
dução de efeitos concretos.
Tais atos, no entanto, podem ser atacados por meio de ação direta de incons-
titucionalidade, devendo, para isso, ser a ação proposta por um dos legitimados
e ter o ato normativo inovado, em algum aspecto, no ordenamento jurídico.
Dessa forma, os atos normativos são considerados atos administrativos apenas
em sentido formal, uma vez que, materialmente, se assemelham, em diversos as-
pectos, às leis.

8.5. Negociais

Os atos administrativos negociais são aqueles em que a vontade da Admi-


nistração Pública coincide com o interesse do administrado, podendo resul-

tar em atos discricionários ou vinculados e precários ou definitivos.


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Como anteriormente afirmado, os atos administrativos são considerados mani-

festações de vontade da Administração Pública, que, agindo unilateralmente, im-

põe aos particulares a sua vontade. Nos atos negociais, contudo, a vontade do

administrado também deve ser respeitada, sob pena de ocasionar a anulação do

ato administrativo.

Frisa-se que os atos negociais não se tratam de uma relativização da uni-

lateralidade, uma vez que tal característica faria com que estes se assemelhas-

sem aos contratos administrativos, de caráter bilateral. O que está sendo afirmado

é que, ainda que estejamos diante de uma manifestação de vontade unilateral, a

vontade do particular também devem ser levada em conta quando da edi-

ção dos atos negociais.

Duas espécies de atos administrativos negociais merecem destaque, sendo elas

a licença e a autorização.

A licença pode ser definida como o ato administrativo vinculado e definiti-

vo, cuja função é conferir direitos ao particular que preencheu todos os requisitos

legais.

Dessa forma, se o particular atendeu a todos os requisitos impostos pela lei, a

Administração deve, obrigatoriamente, conceder a licença. Por isso mesmo, cos-

tuma-se falar que a licença trata-se de um direito subjetivo do particular, desde,

claro, que todos os requisitos sejam atendidos.

Aprendendo na prática

Como principais exemplos, temos a licença para construir e a licença para dirigir.

Em ambas as situações, caso o particular reúna os requisitos previstos em lei, deve

o Poder Público conceder a licença (ato vinculado). Da mesma forma, não pode a
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Administração, posteriormente à concessão da licença, revogar o ato administrati-

vo, uma vez que tal condição já se incorporou ao patrimônio do administrado (ato

definitivo).

A autorização trata-se de ato administrativo unilateral, discricionário e

precário por meio do qual a Administração Pública possibilita ao particular o exer-

cício de determinada atividade ou serviço ou a utilização de determinados bens.

Por possuir caráter precário e discricionário, possibilita que a Administração o

reveja sempre que necessário.

Aprendendo na prática
Um exemplo clássico é a autorização para porte de arma. Mesmo que o particular
satisfaça todos os requisitos, ainda assim a Administração não possui a obrigação
de conceder a autorização (ato discricionário).
Uma vez tendo sido a autorização concedida, pode a Administração, pautada no
interesse de toda a coletividade, revogá-la a qualquer momento (ato precário).

Fazem parte dos atos negociais, ainda, a concessão e a permissão, institutos


intimamente relacionados com os serviços públicos. Além disso, são considerados
atos negociais, ainda que pouco exigidos em provas, a homologação, o visto, a
admissão e a aprovação.

(CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPU/2015) Os atos administrativos negociais são


também considerados atos de consentimento, uma vez que são editados a pedido
do particular como forma de viabilizar o exercício de determinada atividade ou a

utilização de bens públicos.

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Certo.

Nos atos administrativos negociais, ambas as vontades são levadas em conta: a da

Administração e a do particular interessado.

Assim, uma vez que o particular atenda às condições exigidas em lei, cabe ao Poder

Público consentir com o pedido (nos atos vinculados, tal como as licenças) ou es-

colher entre consentir ou não (nos atos discricionários, tal como as autorizações).

9. Classificação dos Atos Administrativos

Inúmeras são as classificações dos atos administrativos, sendo que todas elas

tomam por base um critério que favoreça o entendimento de alguma particularida-

de do ato administrativo praticado.

Assim, ainda que não haja unanimidade, por parte dos autores administrativis-

tas, acerca das classificações existentes para os atos administrativos, iremos estu-

dar aquelas que são consideradas mais relevantes para o entendimento da matéria

e, principalmente, mais exigidas pelas bancas organizadoras.

9.1. Perfeição, validade e eficácia

Os atos administrativos podem ser visualizados por meio de três diferentes es-

feras, sendo elas a perfeição, a validade e a eficácia.

Por meio da perfeição, verifica-se se o ato completou todo o processo de for-

mação e se todas as etapas de elaboração foram observadas. Em caso afirmativo,

teremos um ato perfeito. Caso, no entanto, falte algum elemento ou alguma das

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etapas de formação ainda não tenha sido observada, o ato será considerado im-

perfeito.

Através da validade, temos um confronto do ato administrativo com o orde-

namento jurídico vigente. Caso o ato não contenha nenhum tipo de vício, será

considerado válido. Em sentido oposto, caso algum vício tenha sido encontrado no

ato administrativo, poderemos ter um ato nulo (quando os vícios forem impossíveis

de convalidação) ou então um ato anulável (quando os vícios forem possíveis de

convalidação).

Por fim, temos a questão da eficácia, que se refere à possibilidade de o ato

administrativo produzir efeitos jurídicos perante terceiros. Caso o ato não dependa

de nenhuma condição para a produção de efeitos, será considerado eficaz. Caso

dependa de alguma condição para poder produzir efeitos, será considerado um ato

administrativo pendente e ineficaz.

Celso Antônio Bandeira de Mello apresenta as possíveis combinações entre os

elementos da perfeição, da validade e da eficácia dos atos administrativos:

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a) ato perfeito, válido e eficaz: trata-se de ato que completou o seu ciclo de

formação, que se encontra de acordo com o ordenamento jurídico e que está pro-

duzindo os efeitos para os quais foi editado.

b) ato perfeito, válido e ineficaz: trata-se do ato que completou o seu ciclo

de formação e que se encontra de acordo com o ordenamento jurídico, mas que

ainda não está produzindo os efeitos para os quais foi editado.

c) ato perfeito, inválido e eficaz: trata-se do ato que completou o seu ciclo

de formação e que está produzindo os efeitos para os quais foi editado. No entanto,

o ordenamento jurídico não foi respeitado quando da edição do ato administrativo,

dando ensejo à sua anulação ou convalidação.

d) ato perfeito, inválido e ineficaz: trata-se do ato que completou o seu ciclo

de formação, mas que não observou o ordenamento jurídico e que não está produ-

zindo os efeitos para os quais foi editado.

9.2. Atos vinculados e atos discricionários

A distinção entre atos administrativos vinculados e discricionários refere-se ao

grau de liberdade que o agente público tem para praticar os atos.

Dos cinco requisitos do ato administrativo, três sempre estarão presentes, sen-

do eles a competência, a finalidade e a forma. Os restantes (motivo e objeto)

formam o denominado mérito administrativo, conferindo uma maior liberdade ao

agente público para analisar o caso concreto.

Nos atos vinculados, todos os requisitos já estarão previamente definidos em

lei, de forma que a margem de liberdade do agente público é praticamente nula.

Nos atos discricionários, o motivo e o objeto são deixados à escolha do agente

estatal, que deve optar, diante do caso concreto, por uma das hipóteses previstas
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em lei. Com isso, a margem de liberdade funcional é ampliada, devendo, contudo,

ser exercida dentro dos limites da lei.

Atoa Vinculados Atos Discricionários


Pouca margem de escolha para a realização Significativa margem de escolha para a realização
do ato. do ato.
Requisitos competência, finalidade e forma Requisitos competência, finalidade e forma são
são sempre vinculados. sempre vinculados.
Requisitos motivo e objeto são vinculados. Requisitos motivo e objeto são discricionários.

9.3. Atos de império, atos de gestão e atos de expediente

Os atos de império são aqueles em que a Administração pratica com algum

grau de superioridade em relação aos administrados. Nesses atos, não é levada em

conta a vontade do particular, que, caso não concorde com o ato, deve procurar os

meios legais cabíveis para impedir ou desfazer a sua prática.

Aprendendo na prática

São exemplos de atos de império a desapropriação, as multas e as diversas inter-

dições às atividades privadas. Em todas essas hipóteses, o que é levado em conta,

para a prática do ato, é o bem-estar da coletividade, e não a vontade do particular.

Se tomarmos como exemplo a desapropriação de um terreno particular com a fi-

nalidade de construir um hospital público, verifica-se que o procedimento possui

como finalidade garantir melhores condições de saúde à população. Caso o particu-

lar se sinta lesado, deve buscar, judicialmente, uma forma de reparar os prejuízos

eventualmente sofridos.

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Os atos de gestão são aqueles em que a Administração, quando da sua prá-

tica, se encontra em grau de igualdade com o particular, sem usar de sua supre-

macia. Tais atos possuem dentre as suas características o fato de estarem regidos,

em sua maioria, pelo direito privado, com algumas derrogações de direito público.

Aprendendo na prática

Quando a Administração Pública abre uma conta-corrente e a movimenta com a

assinatura de cheques, está ela regida pelas normas de direito privado.

Caso não fosse dessa forma, poderia o Poder Público, alegando a necessidade de

destinar recursos para a realização de políticas públicas, deixar de honrar com a

obrigação, o que colocaria em risco a livre concorrência e geraria uma grande inse-

gurança por parte das instituições financeiras.

Os atos de expediente são os atos de rotina interna da Administração, pra-

ticados por servidores subalternos e sendo necessários para o regular andamento

dos processos administrativos. Devido ao seu caráter eminentemente interno, tais

atos não apresentam manifestação de vontade, apenas declarando uma situação

já existente. Parte da doutrina, por isso mesmo, costuma afirmar que os atos de

expediente apenas possuem a aparência de atos administrativos, uma vez que não

geram efeitos no universo jurídico.

Aprendendo na prática

Temos como exemplo de atos de expediente a numeração de processos ou o

carimbo efetuado pelo agente público. Nessas situações, estamos diante de

medidas eminentemente internas, que não afetarão as relações jurídicas cons-

tituídas perante terceiros.

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9.4. Atos simples, atos compostos e atos complexos

Nessa classificação, o que é levado em conta é a quantidade de manifestações

de vontades necessárias para a formação do ato administrativo.

O ato simples é aquele que depende, para a sua realização, da manifestação

de vontade de apenas um órgão. Não podemos confundir, no entanto, a manifesta-

ção de vontade com a quantidade de pessoas envolvidas com o ato.

Dessa forma, o ato simples pode ser realizado tanto com a manifestação de

vontade de apenas uma pessoa (ato simples singular) quanto pela manifestação

de mais de uma pessoa, como ocorre, por exemplo, nas decisões que são tomadas

no plenário dos tribunais (ato simples colegiado).

O ato composto é aquele que, tal como ocorre com o ato simples, também

necessita de apenas uma manifestação de vontade para a sua formação. Nos atos

compostos, porém, é necessário outro ato com a finalidade de colocá-lo em funcio-

namento.

Dessa forma, temos, nos atos compostos, dois atos: um que é a própria ma-

nifestação de vontade, exteriorizada por um único órgão; e outro que apresenta

caráter instrumental, servindo apenas para colocar o primeiro em prática.


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Ressalta-se que esse segundo ato, instrumental, pode se dar de maneira prévia

ou posterior ao ato principal, recebendo, conforme o momento de sua realização, a

denominação de aprovação, ratificação, visto ou homologação.

Aprendendo na prática

Podemos citar como exemplos de atos compostos as nomeações para diversos car-

gos previstos na Constituição Federal, tal como ocorre com os Ministros do STF e

com o Procurador-Geral da República.

Nessas hipóteses, a nomeação apenas poderá ser feita após a aprovação prévia,

por parte da maioria absoluta do Senado Federal, do nome indicado pelo Presidente

da República.

Assim, ainda que estejamos diante de mais de um Poder para a realização do ato

administrativo, a manifestação de vontade é uma só, motivo pelo qual o ato é con-

siderado composto.

Os atos complexos são aqueles que necessitam, para a sua formação, da ma-

nifestação de vontade de dois ou mais órgãos administrativos.

Assim, enquanto nos atos compostos é necessário apenas um órgão para que

seja manifestada a vontade da Administração (sendo o segundo meramente instru-

mental, com a finalidade de colocá-lo em prática), nos atos complexos necessita-se

de dois ou mais órgãos para que a Administração manifeste a sua vontade.

Dessa forma, a manifestação de apenas um órgão é insuficiente para que o ato

administrativo passe a produzir efeitos jurídicos, sendo necessária, a cada etapa, a

manifestação de outro órgão.

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Aprendendo na prática

Exemplo típico de ato administrativo complexo é a aposentadoria do servidor pú-

blico. Uma vez tendo o agente reunido todas as condições para se aposentar, pro-

tocola ele, junto à repartição onde desempenha suas atividades, o pedido de apo-

sentadoria.

Tendo sido deferido o pedido, o servidor passa a receber proventos decorrentes da

aposentadoria. O ato, contudo, ainda não se encontra completo, característica que

apenas ocorrerá com a análise, por parte do Tribunal de Contas, acerca do atendi-

mento de todos os requisitos legais.

Apenas uma manifestação de vontade, ainda que decorrente da decisão de


Atos simples
um órgão simples ou colegiado.
Apenas uma manifestação de vontade, necessitando da edição de dois atos
Atos compostos
(um principal e outro instrumental).
Atos complexos Duas ou mais manifestações de vontade.

9.5. Atos gerais e atos individuais

Os atos gerais, também conhecidos como atos normativos, se caracterizam

por não ter destinatários certos, sendo que o seu conteúdo se aplica a todas as

pessoas que se enquadrem na situação neles prevista.

Tais atos possuem como características o fato de serem sempre discricionários

e, por isso mesmo, revogáveis a qualquer tempo pelo Poder Público. Além disso,

tais atos se assemelham, em muitos aspectos, às leis, com a ressalva de que não

podem inovar no ordenamento jurídico.

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Aprendendo na prática

Pode-se citar como exemplo de ato geral o decreto que regulamenta o IPTU de um

determinado município. Nessa hipótese, o ato deve observar a lei, não podendo

instituir, para os contribuintes, obrigações que não estejam previstas em lei.

Da mesma forma, o ato em questão é aplicável a todas as pessoas que se encon-

trem na condição de contribuintes, não possuindo, por isso mesmo, destinatários

determinados.

Os atos individuais são aqueles que possuem destinatários determinados e

certos, produzindo efeitos concretos e se subordinando aos atos gerais.

Aprendendo na prática

Pode-se citar como exemplo de ato individual a nomeação de candidatos para um

cargo público. Ao contrário dos atos gerais, os atos individuais podem ser discri-

cionários ou vinculados, somente podendo ser revogados se não tiverem gerado

direito adquirido para o seu destinatário.

As características dos atos gerais e individuais podem ser mais bem visualizadas

por meio da tabela a seguir:

Atos Gerais Atos Individuais


Destinatários incertos Destinatários certos
Efeitos abstratos, tal como as leis Efeitos concretos
Ato discricionário Ato discricionário ou vinculado
Regulamentam as leis Subordinam-se aos atos gerais
Como exemplo, temos as instruções nor- Como exemplo, temos as nomeações
mativas, os decretos e os regulamentos para cargos públicos

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10. Resumão

• Diversos são os conceitos de atos administrativos, sendo que as bancas cos-

tumam utilizar o utilizado por Hely Lopes Meirelles, através do qual os atos

são entendidos como “toda manifestação unilateral de vontade da Ad-

ministração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim ime-

diato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar

direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria”;

• Ainda que a Administração Pública seja quem mais pratique atos administra-

tivos, devemos ter em mente que todos os demais poderes também o

fazem, ainda que de maneira atípica. Assim, os atos administrativos não

são uma exclusividade do Poder Executivo;

• Cinco são os requisitos dos atos administrativos: competência, finalidade,

forma, motivo e objeto;

• Dos requisitos presentes, apenas a competência, a finalidade e a forma

sempre estão presentes em todo e qualquer ato administrativo;

• O motivo e o objeto, dessa forma, caracterizam o chamado mérito ad-

ministrativo, que é a valoração da conveniência e da oportunidade que a lei

deixa a cargo dos agentes competentes;

• O mérito administrativo também é responsável pela diferenciação en-

tre atos vinculados e atos discricionários;

• São atributos dos atos administrativos a presunção de legitimidade, a au-

toexecutoriedade, a imperatividade e a tipicidade;

• A presunção de legitimidade é uma característica através do qual os atos

administrativos são considerados legais até a prova em contrário.

Costuma-se dizer, por isso mesmo, que a presunção é juris tantum, ou seja,

presunção relativa, que pode ser contestada pelo particular;


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• A presunção de legitimidade é o único atributo presente em todos os

atos administrativos;

• Parte da doutrina divide o atributo em questão em presunção de veraci-

dade e presunção de legitimidade. De acordo com a veracidade, o ato

deve obediência aos fatos alegados pelo Poder Público. De acordo com

a legitimidade, os atos devem obediência ao ordenamento jurídico

como um todo.

• Pela autoexecutoriedade, a Administração pode exigir o cumpri-

mento de determinados atos administrativos por parte de seus

administrados, sem a necessidade de precisar recorrer ao Poder

Judiciário. Através desse atributo, em alguns casos, pode ela inclusive

utilizar-se da força;

• A imperatividade é o atributo no qual a Administração impõe a sua von-

tade a terceiros, que não possuem outra opção que não seja cumprir o ato.

• A imperatividade decorre do poder de império da Administração, tam-

bém conhecido como poder extroverso, decorrência do princípio da su-

premacia do interesse público;

• Os requisitos são elementos para que os atos administrativos possam

existir, ao passo que os atributos são prerrogativas que os atos dis-

põem para atingir seus objetivos;

• Sobre as formas de desfazimento do ato administrativo, temos três clássicas

maneiras: anulação, revogação e convalidação;

• A anulação pode ser feita pela própria Administração, baseada no seu

poder de autotutela, ou pelo Judiciário, desde que provocado;


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• A Anulação sempre é um controle de legalidade, jamais entrando no

mérito administrativo;

• A anulação possui efeitos retrospectivos, sendo que seus efeitos re-

troagem até a data da prática do ato. Por isso mesmo, costuma-se dizer

que seus efeitos são ex tunc;

• No entanto, mesmo em caso de anulação, os efeitos produzidos pelos

atos, para terceiros de boa-fé, devem prevalecer;

• A revogação, por sua vez, é a possibilidade da Administração que pro-

duziu o ato (e apenas ela) retirar o mesmo do mundo jurídico por ra-

zões de conveniência e oportunidade;

• A revogação adentra no mérito administrativo, possuindo efeitos pros-

pectivos, também chamados pela doutrina de ex nunc;

• A revogação pode incidir apenas sobre atos discricionários, sendo

um controle de mérito. Já a anulação pode incidir sobre atos vinculados

ou discricionários, desde, claro, que seja para analisar a ilegalidade dos

mesmos;

• A convalidação decorre da teoria dualista, através da qual os atos

poderiam ser sanados quando o vício decorresse dos requisitos com-

petência (em razão da pessoa) e da forma (quando esta não for in-

dispensável).

• A convalidação sempre é uma faculdade da Administração, que, em

tese, poderia anular os atos administrativos;

• Com a convalidação, porém, a Administração ganha em eficiência e

economicidade, sem precisar praticar um novo ato, apenas sanando os efei-

tos do anterior;
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• A anulação, a revogação e a convalidação podem ser mais bem visualiza-

das por meio da tabela a seguir:

Anulação Revogação Convalidação


Trata-se de controle de legalidade Trata-se de controle do Trata-se de controle de lega-
sobre atos que apresentam vícios mérito administrativos, a lidade sobre atos que apre-
insanáveis ou sanáveis juízo da administração sentam vícios sanáveis
Opera retroativamente (eficácia ex Opera prospectivamente Opera retroativamente (eficá-
tunc) (eficácia ex nunc) cia ex tunc)
Pode ser efetuada tanto pela pró-
Apenas pode ser efetuada Apenas pode ser efetuada
pria Administração quanto pelo Poder
pela própria Administração pela própria Administração
Judiciário, quando provocado
Incide sobre atos vinculados
Incide sobre atos vinculados e discri-
Incide apenas sobre atos e discricionários, desde que
cionários, desde que se esteja anali-
discricionários se esteja analisando a lega-
sando a legalidade
lidade
A anulação pode ser um ato vincu-
A revogação sempre é um
lado (quando o vício é insanável) ou A convalidação é um ato dis-
ato discricionário, pois a
discricionário (quando o vício é saná- cricionário, pois a Adminis-
Administração escolhe se
vel, pois nesse caso pode ela optar tração pode escolher entre
deve ou não retirá-lo do
entre anular ou convalidar o ato em anular ou convalidar o ato
universo jurídico
questão)

• Cinco são as espécies de atos administrativos: punitivos, enunciativos,

ordinatórios, normativos e negociais;

• Os atos punitivos são aqueles que implicam sanções, que podem ser

de caráter interno ou externo. São exemplos desses atos a advertência, a

suspensão e a demissão (internamente) e a multa e a interdição de estabele-

cimentos (externamente);

• Atos enunciativos são aqueles que declaram uma situação já existen-

te, sendo que muitos autores consideram os mesmos como atos ad-

ministrativos impróprios, uma vez que neles não ocorre uma manifestação

de vontade da Administração;

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• Os atos ordinatórios decorrem do poder hierárquico da Administração

e conferem as prerrogativas de determinar como as diversas ativida-

des devem ser praticadas, tendo como exemplos as circulares, portarias e

as ordens de serviço.

• Os atos normativos são aqueles que contêm comandos gerais e abs-

tratos, servindo para regulamentar e detalhar os comandos da lei. Pos-

suem como principais exemplos os decretos regulamentares (editados pelos

Chefes do Executivo), os regimentos (como o dos Tribunais) e as resoluções;

• Nos atos negociais, o particular possui uma vontade, que depende do

interesse da Administração. Assim, são exemplos desses atos a licença

(quando a administração não tem outra escolha que não seja conceder a

mesma, desde que o particular cumpra todos os requisitos) e a autorização

(quando a Administração, mesmo tendo o particular cumprido todos os requi-

sitos, pode escolher entre conceder ou não a mesma).

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QUESTÕES DE CONCURSO

1. (CESPE/ADMINISTRADOR (FUB)/FUB/2015) Julgue o item subsequente, no que

se refere a atos administrativo.

Competência, finalidade, forma, motivo e objeto são requisitos fundamentais do

ato administrativo, sem os quais este se torna nulo.

2. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO STJ/2015) Quanto aos atos administrativos, jul-

gue o próximo item.

O objeto do ato administrativo deve guardar estrita conformação com o que a lei

determina.

3. (CESPE/ADMINISTRADOR (FUB)/FUB/2015) A respeito dos atos administrativos,

julgue o próximo item.

Quanto ao aspecto subjetivo, o sujeito poderá ser tanto a pessoa jurídica de direito

público, quanto o agente público que efetivamente execute o ato administrativo.

4. (CESPE/TÉCNICO DO MPU/2015) Acerca do regime jurídico dos servidores públi-

cos federais, julgue o item subsequente.

Os atos praticados pelos servidores do MPU possuem presunção de legitimidade,

não sendo possível, por isso, questionar-se, administrativamente, a veracidade dos

fatos expostos em declaração por eles exarada.

5. (CESPE/ADMINISTRADOR (FUB)/FUB/2015) A motivação, como elemento es-

sencial do ato, cria para os administrados possibilidades de terem conhecimento

das razões de determinada prática adotada pela administração pública, o que evita

obscuridades na decisão administrativa e cumpre uma das finalidades da motiva-

ção, que é a de garantir a segurança dos administrados.


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6. (CESPE)/AUD (FUB)/FUB/2015) No que concerne ao regime jurídico-administra-

tivo, julgue o item subsequente.

A presunção de legitimidade ou de veracidade de determinado ato administrativo

produz a inversão do ônus da prova, ou seja, a atuação da administração é pre-

sumidamente fundada em fatos verdadeiros e em observância à lei, até prova em

contrário.

7. (CESPE/AUDITOR (CGE PI)/2015) A administração pode anular os próprios atos,

por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e

ressalvada a apreciação judicial, bem como pode revogá-los quando eles estiverem

eivados de vícios que os tornem ilegais.

8. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE-PE/2015) Julgue o item que se segue, a res-

peito de atos administrativos.

Os atos da administração que apresentarem vício de legalidade deverão ser anu-

lados pela própria administração. No entanto, se de tais atos decorrerem efeitos

favoráveis a seus destinatários, o direito da administração de anular esses atos

administrativos decairá em cinco anos, contados da data em que forem praticados,

salvo se houver comprovada má-fé.

9. (CESPE/TEFC/TCU/2015) Agirá de acordo com a lei o servidor público federal

que, ao verificar a ilegalidade de ato administrativo em seu ambiente de trabalho,

revogue tal ato, para não prejudicar administrados, que sofreriam efeitos danosos

em consequência da aplicação desse ato.

10. (CESPE/TEFC/TCU/APOIO TÉCNICO E ADMINISTRATIVO/TÉCNICA ADMINIS-

TRATIVA/2015) Acerca da invalidação, da revogação e da convalidação dos atos

administrativos, julgue o item a seguir.


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Conforme a teoria dos motivos determinantes, a validade do ato administrativo vin-


cula-se aos motivos que o determinaram, sendo, portanto, nulo o ato administrati-
vo cujo motivo estiver dissociado da situação de direito ou de fato que determinou
ou autorizou a sua realização.

11. (CESPE/ADMIN (SUFRAMA)/SUFRAMA/2014) A respeito do direito administra-


tivo, julgue o item subsecutivo.
Caso a administração seja suscitada a se manifestar acerca da construção de um
condomínio em área supostamente irregular, mas se tenha mantida inerte, essa
ausência de manifestação da administração será considerada ato administrativo e
produzirá efeitos jurídicos, independentemente de lei ou decisão judicial.

12. (CESPE/ANALISTA/ANATEL/DIREITO/2014) Julgue o item, a respeito de atos e


processos administrativos.
Os atos administrativos são praticados por servidores e empregados públicos, bem
como por determinados particulares, a exemplo dos concessionários e permissio-
nários de serviços públicos e oficiais de cartórios.

13. (CESPE/PROCURADOR/PGE-BA)/2014) O ato de exoneração do ocupante de


cargo em comissão deve ser fundamentado, sob pena de invalidade por violação do
elemento obrigatório a todo ato administrativo: o motivo.

14. (CESPE/ANATA (CADE)/CADE/2014) A autoexecutoriedade, um dos atributos


do ato administrativo, dispensa a necessidade de a administração obter autorização
judicial prévia para a prática do ato.

15. (CESPE/AG ADM (MDIC)/MDIC/2014) Acerca da organização administrativa e

dos atos administrativos, julgue o item a seguir.


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Suponha que determinado ato administrativo, percorrido seu ciclo de formação,


tenha produzido efeitos na sociedade e, posteriormente, tenha sido reputado, pela
própria administração pública, desconforme em relação ao ordenamento jurídico.
Nesse caso, considera-se o ato perfeito, eficaz e inválido.

16. (CESPE/PM-CE)/PM-CE/2014) Julgue o item seguinte, a respeito do poder dis-


ciplinar e dos atos administrativos.
Se, após a administração conceder permissão para uso de determinado bem públi-
co, sobrevier norma legal proibindo o uso privativo desse bem por particulares, o
ato de permissão deverá ser extinto por caducidade.

17. (CESPE/ADMINISTRADOR (PF)/PF/2014) Julgue o item a seguir, no que con-


cerne aos atos administrativos e ao controle da administração pública.
Anulação de ato administrativo consiste na extinção de um ato ilegal determinada
pela administração ou pelo poder judiciário, sem eficácia retroativa.

18. (CESPE/TJ-SE/2014/ANALISTA JUDICIÁRIO) No que concerne às regras e aos


princípios específicos que regem a atuação da administração pública, julgue o item
subsequente.
Os atos com vício de forma ou finalidade são convalidáveis.

19. (CESPE/TJ-SE/2014/ANALISTA JUDICIÁRIO) Os atos administrativos gozam da


presunção de legitimidade, o que significa que são considerados válidos até que
sobrevenha prova em contrário.

20. (CESPE/TC-DF/2014/TÉCNICO) Caso determinado servidor, no exercício de sua


competência delegada, edite ato com vício sanável, a autoridade delegante poderá
avocar a competência e convalidar o ato administrativo, independentemente da

edição de novo ato normativo.

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21. (ESAF/2015/ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO/APO) Sobre os atos

jurídicos e sua classificação, julgue os itens abaixo, classificando-os como certos ou

errados. Em seguida, assinale a opção que corresponda às suas respostas.

I – Perfeito, válido e eficaz ─ quando o ato completou o seu ciclo de formação,

encontra-se conforme as exigências legais e está disponível para a produção

dos efeitos jurídicos que lhe são típicos.

II – Perfeito, inválido e eficaz ─ quando o ato concluiu todas as etapas do seu

ciclo de formação, encontra-se em desconformidade com a ordem jurídica e

está produzindo os efeitos jurídicos que lhe são próprios.

III – Perfeito, válido e ineficaz – já completou o seu ciclo de formação, foi editado

conforme a lei e ainda não se encontra disponível para a fruição dos seus

efeitos típicos, por depender de uma condição suspensiva, termo inicial, ou

complementação por outro órgão controlador.

IV – Perfeito, inválido e ineficaz – quando o ato concluiu todas as fases do ciclo de

formação, está em desconformidade com o sistema normativo e ainda não se

encontra disponível para a produção de seus efeitos típicos ou próprios, por

depender de uma condição suspensiva, ou a chegada de um termo ou, ainda,

a prática de um ato complementar por outro órgão.

V – Inválido, eficaz e inexequível – quando o ato se encontra desconforme a lei,

tem disposição para produzir de imediato os seus efeitos jurídicos e ainda

não é exequível ou operante, por estar sujeito a condição ou termo futuro

para sua exequibilidade ou operatividade.

Estão corretos apenas os itens:

a) I, II, III e IV.

b) I, II e III.
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c) II, IV e V.
d) II, III, IV e V.
e) Todos os itens estão corretos.

22. (ESAF/AFRFB/SRFB/2014) Em se tratando da classificação e extinção dos atos


administrativos, é correto afirmar:
a) atos gerais ou normativos são os que se preordenam a regular situações espe-
cíficas como acontece nos decretos expropriatórios.
b) no ius gestionis não há intervenção da vontade dos administrados para sua prá-
tica, como acontece nos decretos de regulamentação.
c) os atos enunciativos indicam juízos de valor de outros atos de caráter decisório,
como acontece nos pareceres.
d) os atos complexos não se compõem de vontades autônomas, embora múltiplas,
visto que há somente uma vontade autônoma, de conteúdo próprio e as demais
instrumentais, como acontece no visto.
e) na cassação há perda dos efeitos jurídicos em virtude de norma jurídica super-
veniente contrária àquela que respaldava a prática do ato.

23. (ESAF/ATRFB/SRFB/GERAL/2012) É incorreto afirmar, quanto ao regime do ato


administrativo:
a) a presunção de legitimidade diz respeito à conformidade do ato com a lei.
b) a autoexecutoriedade é a possibilidade de o ato ser posto em execução pela
própria Administração Pública.
c) a discricionariedade configura a completa liberdade de atuação do agente públi-
co na prática do ato administrativo.
d) a imperatividade é a capacidade do ato de se impor a terceiros independente de
sua concordância.
e) o motivo é o pressuposto de fato e de direito que serve de fundamento para a

prática do ato administrativo.


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24. (ESAF/ACE/MDIC/GRUPO 1/2012) O ato de autorização de uso de um bem

público cujo prazo já tenha expirado e os atos que integram um procedimento ad-

ministrativo que já tenha chegado ao seu fim possuem em comum o seguinte:

a) são atos administrativos vinculados.

b) são atos administrativos anuláveis.

c) são atos administrativos viciados.

d) são atos administrativos irrevogáveis.

e) são atos administrativos conversíveis.

25. (ESAF/ATA MF/MF/2012) Considerando que a atuação administrativa ora se dá

de forma vinculada, ora de forma discricionária, conforme o permissivo legal para

que o administrador integre a lei com seu juízo de conveniência e oportunidade,

correlacione os atos listados na coluna I com a classificação aposta na coluna II. Ao

final, assinale a opção que contenha a sequência correta para a coluna I.

( ) Gradação da penalidade a ser ( 1 ) Ato vinculado


( 2 ) Ato discricionário
aplicada no exercício do poder de

polícia.

( ) Concessão de alvará de licença

de construção.

( ) Concessão de alvará de autori-

zação de uso de área pública.

( ) Remoção de servidor público ex

ofício.

( ) Deferimento de licença para tra-

tar de interesses particulares.

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a) 1 / 1 / 2 / 2 / 2

b) 2 / 1 / 2 / 2 / 1

c) 2 / 1 / 2 / 2 / 2

d) 2 / 1 / 2 / 1 / 1

e) 2 / 2 / 1 / 2 / 2

26. (ESAF/PFN/PGFN/2012) Identifique, entre as assertivas abaixo, a que corres-

ponda a um ato administrativo complexo, observada a concepção técnica usual de

nossa doutrina pátria.

a) O ato cuja produção tenha se dado a partir tão-só da manifestação de vontade

de um órgão colegiado.

b) O que passa a existir com a manifestação de vontade de um órgão, dependente

da manifestação de outro para que se confirme ou seja desconstituído.

c) Determinado ato que somente tenha existência a partir da manifestação neces-

sária de três órgãos.

d) Um ato que, a despeito de existir a partir do momento em que exarado por um

único órgão, somente poderá produzir efeitos com a posterior manifestação de ou-

tro órgão.

e) Aquele que, dada a sua complexidade, somente passa a existir a partir da ma-

nifestação de vontade de mais de um agente público de um mesmo órgão.

27. (ESAF/ANATA MF/MF/2013) Em relação aos Atos Administrativos, é correto

afirmar:

a) a determinação e cumprimento de ato administrativo consistente em apreensão

e destruição de mercadoria imprópria para o consumo está sujeito à revogação

dada a discricionariedade da Administração Pública.

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b) os atos complexos não se compõem de vontades autônomas, embora múltiplas,


havendo na verdade uma só vontade autônoma, ou seja, de conteúdo próprio.
c) a Exigibilidade é a qualidade que certos atos administrativos têm para constituir
situações de observância obrigatória em relação aos seus destinatários, indepen-
dentemente da respectiva concordância ou aquiescência.
d) a supressão retroativa da ilegalidade de um ato administrativo retroage à data
em que este foi praticado.
e) a Extinção Natural ocorre com o desaparecimento do sujeito que se beneficiou
do ato a exemplo da morte do permissionário em se tratando de permissão intrans-
ferível.

28. (ESAF/EPPGG/MPOG/2013) Assinale a afirmativa correta.


a) No atual regramento administrativo, não se reconhece convalidação de atos vi-
ciados em razão de decurso de prazo.
b) Comprovada a má-fé, respeitado o devido processo legal, pode a administração
anular ato de concessão de aposentadoria, ainda não apreciado pelo Tribunal de
Contas da União, mesmo que praticado há mais de cinco anos.
c) Aplicação da “Teoria da Aparência”, para atribuir responsabilidade à adminis-
tração pública, que, por culpa ou dolo, permite que terceiro pratique atos em seu
nome, independe da boa-fé do beneficiado pelo ato.
d) É vedado ao Poder Judiciário, em sede de controle de ato administrativo dis-
ciplinar, anular penalidade de demissão permitindo ao administrador aplicação de
penalidade menos gravosa, pois a fixação da penalidade trata-se de mérito admi-
nistrativo.
e) É vedada a delegação de competência por ato unilateral.

29. (ESAF/AIET/DNIT/AMBIENTAL/2013) São hipóteses de atos administrativos ir-

revogáveis, exceto:
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a) Atos vinculados.

b) Atos que geraram direitos adquiridos.

c) Atos consumados.

d) Atos administrativos praticados pelo Poder Judiciário.

e) Atos, já preclusos, que integrem procedimento.

30. (ESAF/ANA TEC (SUSEP)/SUSEP/CONTROLE E FISCALIZAÇÃO/2010) O cha-

mado mérito administrativo costuma ser relacionado ao(s) seguinte(s) elemento(s)

do ato administrativo:

a) finalidade e objeto.

b) finalidade e motivo.

c) motivo e objeto.

d) finalidade, apenas.

e) motivo, apenas.

31. (ESAF/AG EXEC (CVM)/CVM/2010) A teoria do desvio de finalidade visa con-

trolar a finalidade do ato administrativo por intermédio do controle de dois outros

elementos desse mesmo ato. Assinale a opção que contemple os dois elementos do

ato administrativo utilizados no controle da sua finalidade.

a) Competência/forma.

b) Motivo/objeto.

c) Motivo/competência.

d) Forma/objeto.

e) Competência/objeto.

32. (ESAF/ANA (CVM)/CVM/ARQUIVOLOGIA/2010) Sobre os elementos do ato ad-

ministrativo, assinale a opção correta.


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a) O objeto do ato administrativo, além de não poder contrariar a lei, deve ter com

ela (a lei) relação de subsunção.

b) Objeto, forma e motivação são elementos do ato administrativo.

c) A forma do ato administrativo sempre está prescrita em lei.

d) Objeto e conteúdo são dois elementos distintos do ato administrativo.

e) Não há elementos vinculados no ato administrativo discricionário.

33. (ESAF/AG EXEC (CVM)/CVM/2010) O atributo do ato administrativo que tem

por consequência a inversão do ônus da prova, em favor da Administração, no que

diz respeito à existência de vício no ato administrativo, denomina-se:

a) imperatividade.

b) autoexecutoriedade.

c) exequibilidade.

d) tipicidade.

e) presunção de legitimidade.

34. (ESAF/ATENG (PREF RJ)/PREF RJ/2010) Um servidor público edita um ato ad-

ministrativo, o qual, não havendo condição suspensiva, opera efeitos desde já. Par-

ticular, posteriormente, pode contestar sua validade, sustentando que o ato padece

de vício de legalidade, devendo, contudo, provar sua alegação.

Assinale o item que contém o atributo do ato administrativo que ocasiona a trans-

ferência do ônus da prova da invalidade do referido ato para quem a invoca.

a) Imperatividade

b) Poder regulamentar

c) Presunção de legitimidade

d) Autoexecutoriedade

e) Exigibilidade
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35. (ESAF/AG EXEC (CVM)/CVM/2010) Assinale a opção que contemple uma es-
pécie de ato em que é possível identificar o atributo da autoexecutoriedade do ato
administrativo.
a) Atos administrativos declaratórios.
b) Atos administrativos negociais.
c) Cobrança de multas de trânsito.
d) Atos administrativos punitivos.
e) Atos administrativos enunciativos.

36. (ESAF/AFT/MTE/2010) Assinale a opção que contemple ato administrativo pas-


sível de revogação.
a) Atestado de óbito.
b) Homologação de procedimento licitatório.
c) Licença para edificar.
d) Certidão de nascimento.
e) Autorização de uso de bem público.

37. (ESAF/ANA SIST (MIN)/MIN/INFORMÁTICA E REDES/2012) No que se refere


ao controle dos atos administrativos, é correto afirmar que possuem efeitos retro-
ativos:
a) a revogação, a anulação e a convalidação de tais atos.
b) apenas a anulação e a convalidação de tais atos.
c) a revogação e a anulação de tais atos, apenas.
d) apenas a anulação de tais atos.
e) apenas a revogação e a convalidação de tais atos.

38. (FCC/TRT14/2016/TÉCNICO JUDICIÁRIO) Sobre atos administrativos, consi-

dere:
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I – Os atos administrativos vinculados comportam anulação e revogação.

II – Em regra, os atos administrativos que integram um procedimento podem ser

revogados.

III – A competência para revogar é intransferível, salvo por força de lei.

Está correto o que se afirma em:

a) III, apenas.

b) I, II e III.

c) I e III, apenas.

d) I e II, apenas.

e) II, apenas.

39. (FCC/TRT14/2016/OFICIAL DE JUSTIÇA) Sobre o ato administrativo, considere:

I – O ato administrativo nulo não comporta revogação.

II – O ato administrativo com vício de competência poderá, em determinadas

hipóteses, ser convalidado.

III – Em regra, a anulação do ato administrativo ocorre com efeito ex nunc.

IV – A anulação do ato administrativo, quando feita pela Administração pública,

independe de provocação do interessado.

Está correto o que se afirma em:

a) I, II e IV, apenas.

b) I, II, III, IV.

c) I e IV, apenas.

d) III, apenas.

e) II, apenas.

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40. (FCC/TRT-23/2016/ANALISTA JUDICIÁRIO) Marcilio, servidor público federal e

chefe de determinada repartição pública, convalidou ato administrativo ilegal, haja

vista conter nulidade relativa, suprindo, assim, vício existente no mencionado ato.

Já Ana, também servidora pública federal, revogou ato administrativo com vício de

motivo. A propósito do ocorrido nas duas hipóteses,

a) a convalidação não se destina a atos administrativos ilegais, sendo seu efeito

sempre ex nunc.

b) a revogação é possível no caso narrado, mas se dará com efeitos ex tunc.

c) no primeiro caso, a convalidação ocorrerá com efeitos retroativos à data em que

o ato administrativo foi praticado.

d) a revogação é possível no caso narrado, mas se dará com efeitos ex nunc.

e) o episódio narrado na segunda hipótese comporta tanto revogação quanto anu-

lação que, neste último caso, ocorrerá com efeitos ex tunc.

41. (FCC/TRT-23/2016/TÉCNICO JUDICIÁRIO) Considere:

I – A revogação é sempre discricionária.

II – O ato vinculado, em regra, pode ser revogado.

III – O ato discricionário não comporta anulação.

IV – Na revogação, extingue-se ato válido.

Está correto o que consta APENAS em

a) IV.

b) II e III.

c) I, II e III.

d) I e IV.

e) I, II e IV.

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42. (FCC/TJ TRE RR/TRE RR/ADMINISTRATIVA/2015) Jonas, servidor público, re-

vogou ato administrativo que já havia exaurido seus efeitos. No mesmo dia, anulou

ato administrativo que, embora válido, era inoportuno ao interesse público. Sobre

o tema,

a) incorretas ambas as condutas, haja vista a inexistência dos requisitos legais

para a adoção dos citados institutos.

b) corretas a revogação e a anulação.

c) correta apenas a anulação.

d) correta apenas a revogação.

e) incorretas as condutas, pois não é válido na mesma data utilizar-se de ambos

os institutos.

43. (FCC/TJ TRT3/TRT 3/ADMINISTRATIVA/2015) José, servidor público federal e

chefe de determinado setor, emitiu ofício aos seus subordinados, em caráter oficial,

contendo matéria administrativa pertinente à organização dos trabalhos. O ato ad-

ministrativo em questão classifica-se como

a) ordinatório.

b) enunciativo.

c) normativo.

d) negocial.

e) punitivo.

44. (FCC/JT TRT15/TRT 15/2015) Vários critérios e abordagens são utilizados pela

doutrina para a classificação dos atos administrativos, ensejando classificações em

função das prerrogativas com as quais atua a Administração; de acordo com a for-

mação de vontade para a prática do ato; de acordo com os destinatários; quanto

aos efeitos, entre outros. Considerando tais acepções, a certidão expedida por uma

autoridade administrativa constitui exemplo de ato administrativo


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a) enunciativo, que atesta ou reconhece determinada situação de fato ou de direi-

to.

b) constitutivo, que confere ao administrado condição específica perante a Admi-

nistração.

c) de império, sendo expressão do poder extroverso da Administração.

d) discricionário, configurando manifestação de conveniência e oportunidade da

Administração.

e) normativo, com base nas competências ou atribuições conferidas pelo ordena-

mento jurídico à autoridade que o expediu.

45. (FCC/AUD CS (TMC-GO)/TCM-GO/2015) É certo que a Administração se mani-

festa por meio de atos administrativos. No que concerne ao desfazimento dos atos

administrativos e seus efeitos, é correto afirmar que:

a) Pode ocorrer por atuação da própria Administração, na hipótese de estar pre-

sente vício de legalidade, não sendo possível à Administração, no entanto, desfazer

seus próprios atos por motivos de conveniência e oportunidade, em razão do prin-

cípio da segurança jurídica.

b) Pode ocorrer por atuação da própria administração, a qualquer tempo, por mo-

tivo de legalidade, independentemente de terem, os atos, produzido efeitos favo-

ráveis aos destinatários, sendo que a invalidação, nesse caso, produzirá efeitos ex

tunc.

c) Quando presente vício de legalidade, a Administração tem o dever de anular

o ato administrativo, dever este que encontra limite, sempre que, nos termos da

lei, tenha transcorrido prazo razoável e dos atos decorram efeitos favoráveis para

destinatários de boa-fé.

d) Em razão do princípio da inafastabilidade da jurisdição, o Poder Judiciário pode

anular os atos administrativos ilegais e revogar, a qualquer tempo, os atos adminis-


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trativos inoportunos, operando, nesse último caso, automático retorno da situação

jurídica ao status quo ante.

e) A Administração pode revogar os atos administrativos por razão de conveniência

e oportunidade e anular os atos eivados de vício de legalidade, no entanto, no pri-

meiro caso, deve recorrer ao judiciário, porque não incide, na espécie, a autotutela.

46. (FCC – MPE-PB/ANALISTA MINISTERIAL/AUDITOR DE CONTAS PÚBLICAS/2015)

A Administração pública concedeu autorização para porte de arma a servidor do

Ministério Público do Estado da Paraíba. Cumpre salientar, no entanto, que o ato

administrativo foi fundamentado em motivo falso. Nesse caso, a autorização em

questão

a) será necessariamente válida, haja vista a presunção de veracidade dos atos da

Administração pública.

b) pode ser válida, dependendo do motivo alegado.

c) será nula, em razão do vício de motivo.

d) pode ser válida, dependendo da finalidade pública atingida.

e) será anulável, em razão de vício de motivo e objeto

47. (FCC – MPE-PB/TÉCNICO MINISTERIAL/2015) Considere a seguinte situação

hipotética: Determinado órgão público do Estado da Paraíba nomeia Marcílio para

cargo público inexistente. Nesse caso, o ato administrativo de nomeação apresenta

vício de

a) motivo.

b) forma.

c) competência.

d) objeto.

e) mérito.
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48. (FCC/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRT3 - ADMINISTRATIVA/2015) Marlon, chefe de

determinada repartição pública, ao aplicar penalidade ao servidor Milton, equivo-

cou-se, e aplicou pena de advertência, ao invés da pena de suspensão. No caso

narrado, há

a) mera irregularidade, inexistindo qualquer vício no ato administrativo.

b) vício relativo ao objeto do ato administrativo.

c) vício de finalidade do ato administrativo.

d) vício de motivo do ato administrativo.

e) vício relativo à forma do ato administrativo.

49. (FCC/TM (MPE-PB/TÉCNICO MINISTERIAL/DILIGÊNCIAS E APOIO ADMINIS-

TRATIVO/2015) Considere duas situações distintas:

I – José, servidor público estadual e responsável pela condução de determinado

processo administrativo, aplicou pena de advertência a servidor quando ca-

bível a pena de suspensão.

II – Josefina, servidora pública estadual, revogou ato de permissão de uso, sob

o fundamento de que a Administração pública necessitava daquele bem pú-

blico; no entanto, a seguir, permitiu o uso do mesmo bem a terceira pessoa.

As situações narradas apresentam vício de

a) motivo e objeto, respectivamente.

b) objeto e motivo, respectivamente.

c) motivo em ambos os casos.

d) forma e finalidade, respectivamente.

e) objeto e sujeito, respectivamente.

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50. (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRT3/2015) Dentre os requisitos de validade do


ato administrativo, alguns são de cunho geral, facilmente identificáveis em todos
os atos, outros nem tanto. A identificação de vícios nos elementos do ato adminis-
trativo pode ensejar diferentes consequências, pois há ilegalidades insuperáveis. A
motivação do ato administrativo, por sua vez,
a) constitui indispensável elemento do ato administrativo, pois se consubstancia
nos fatos que ensejaram a prática do ato, representando verdadeira expressão dos
princípios do contraditório e da ampla defesa, sendo obrigatória em todos os atos
administrativos, em maior ou menor extensão.
b) distingue-se do motivo, embora com ele esteja relacionada, pois consiste na
explicitação do motivo − pressuposto fático − e dos fundamentos da prática do ato,
mas não constitui elemento do ato administrativo.
c) é exigível somente quando houver disposição expressa de lei, interferência di-
reta na esfera de direitos dos administrados e quando se tratar da edição de atos
administrativos decorrentes do poder normativo e regulamentar da Administração.
d) prepondera sobre o vício quanto ao motivo, tanto de inexistência, quanto de
inadequação, sempre que a finalidade do ato, de interesse público, for atingida,
independentemente de não ser o resultado pretendido com aquele ato.
e) tanto quanto a finalidade, enquadram-se como elementos discricionários do ato
administrativo, porque cabe ao administrador atender genericamente a finalidade
de interesse público e explicitar as razões que o levaram a tal, ainda que não seja
exatamente o caminho e o resultado previstos na lei.

51. (FCC/AUDITOR (TCE-AM)/TCE-AM/2015) Não se questiona a necessidade de


observância do devido processo legal pela Administração pública, assim como já
estão constitucionalmente reconhecidos direitos e garantias aos administrados em
processos administrativos. Esses direitos e garantias, no mais das vezes traduzidos
por princípios que informam a Administração pública, permeiam todas as funções

executivas e expressam-se, nos atos administrativos,


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a) no atributo da finalidade, porque permite aferir a competência para a prática e,

com isso, verificar a observância do princípio da legalidade, vedando favorecimen-

tos indevidos, conforme dita o princípio da impessoalidade.

b) no elemento objeto, que é o que se pretende atingir com a edição do ato, ime-

diata e mediatamente, propiciando o controle de desvio de poder, em observância

ao princípio da moralidade.

c) no elemento sujeito, porque permite aferir a autoridade competente para a

prática do ato, e, em observância ao princípio da impessoalidade, não admite con-

validação.

d) na motivação, que exige a demonstração dos pressupostos de fato que enseja-

ram a prática do ato, em observância ao princípio da legalidade, e permite o exer-

cício do direito de defesa pelo administrado.

e) no atributo da imperatividade, que admite a restrição de direitos individuais,

para observância do princípio da eficiência, mas exige expressa previsão legal,

como dita o princípio da legalidade.

52. (FCC/ACE (TCE-CE)/TCE-CE/CONTROLE EXTERNO/ATIVIDADE JURÍDICA/2015)

Laerte decidiu construir, sem a devida licença ou alvará de construção, um pequeno

armazém em seu terreno. Os moradores do bairro passaram a comprar no novo es-

tabelecimento. A Administração pública municipal precisa ingressar em juízo para

que o proprietário seja notificado a demolir o que construiu?

a) Sim, porque o direito de propriedade deve ser respeitado, uma vez que a cons-

trução cumpre sua função social.

b) Não, porque os atos administrativos são dotados de legitimidade, imperativida-

de e exigibilidade.

c) Não, porque os atos da Administração pública são dotados de revogabilidade,

executoriedade e legitimidade.
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d) Sim, porque nenhuma lesão ou ameaça a direito será excluída da apreciação do

Poder Judiciário.

e) Sim, porque ninguém é obrigado a desfazer aquilo que realizou em prol de um

interesse social.

53. (FCC/AM (MPE PB)/MPE PB/ANALISTA MINISTERIAL/AUDITOR DE CONTAS PÚ-

BLICAS/2015) Considere as seguintes situações hipotéticas envolvendo três Ana-

listas do Ministério Público da Paraíba:

I – João emite certidão a administrado;

II – Júlio emite parecer em determinado processo administrativo;

III – Clara fornece atestado a administrado.

A propósito do atributo da imperatividade dos atos administrativos,

a) nenhum dos atos é munido de tal atributo.

b) apenas o ato de João é munido de tal atributo.

c) apenas o ato de Júlio é munido de tal atributo.

d) apenas o ato de Clara é munido de tal atributo.

e) todos os atos são munidos de tal atributo.

54. (FCC/PROCURADOR - MPC (TCM-GO)/TCM-GO/2015) Existência, validade e

eficácia do ato administrativo são conceitos correlatos, porém distintos. Esses as-

pectos interagem e se relacionam na análise casuística dos atos administrativos,

sendo, contudo, correto afirmar que a

a) validade do ato jurídico pode ser aferida no momento de seu aperfeiçoamento,

ou seja, quando é produzido, muito embora alterações normativas posteriores con-

videm a sucessivas reanálises sobre a validade dos atos cuja produção de efeitos

se perpetua no tempo.
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b) existência é pressuposto dos demais aspectos, na medida em que é ela que


atesta a conformidade do ato ao ordenamento jurídico em vigor.
c) eficácia precede o exame de validade, posto que somente pode ser válido o ato
que está apto a produzir efeitos.
d) edição de um ato administrativo apócrifo o predica como inválido, mas pode pro-
duzir efeitos jurídicos caso se demonstre que havia firme propósito em praticá-lo.
e) eficácia não é relevante para fins de análise da estrutura do ato administrativo,
tendo em vista que a análise da produção de efeitos é prescindível para exame dos
direitos que decorrem para os administrados.

55. (FCC/ANALISTA/MANAUSPREV)/CIÊNCIAS ATUARIAIS/2015) A Administração


pública pode editar atos administrativos vinculados ou discricionários, em qualquer
dos casos com base no que autorizar a legislação vigente, o que pode ser apontado
como uma semelhança. De outro lado, aqueles atos se distinguem, dentre outras
razões, porque
a) os atos vinculados não dependem da existência de motivo ou motivação para
serem editados, já que todos os aspectos constam da lei que o autorizou, enquanto
que para os atos discricionários é indispensável.
b) os atos discricionários permitem sempre convalidação, enquanto que os atos
vinculados devem seguir estritamente o que constar da lei.
c) os atos vinculados permitem ao administrador exame de escolha estritamente
no que se refere à finalidade, enquanto que os atos discricionários ensejam essa
opção em todos os seus aspectos.
d) somente os atos vinculados permitem autoexecutoriedade das decisões da Ad-
ministração, pois os atos vinculados dependem de atuação judicial.
e) os atos discricionários possuem menor espectro de sujeição a controle judicial,
preservando seu mérito da ingerência externa, enquanto que os atos vinculados
permitem maior controle do Judiciário, visto que ensejam essencialmente exame

de conformidade à lei.
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56. (FCC - ACE (TCM-GO)/TCM-GO/CONTROLE EXTERNO/2015) O responsável

pelo órgão de pessoal de determinada entidade da Administração pública concedeu

benefícios a servidores da entidade sem o necessário amparo na legislação de re-

gência. Passado algum tempo, a situação foi descoberta por auditoria realizada no

âmbito do controle interno da Administração. A conduta a ser adotada pela Admi-

nistração em relação aos atos concessórios dos benefícios consiste em

a) revogar os atos praticados em desacordo com a legislação, com base em seu

poder discricionário.

b) anular os atos eivados de ilegalidade, como exercício da autotutela, desde que

não decorrido o prazo decadencial.

c) convalidar os atos praticados, que gozam de presunção de legitimidade inde-

pendentemente da conformidade com a lei.

d) solicitar judicialmente a anulação dos atos, eis que inviável o desfazimento no

âmbito administrativo.

e) anular os atos no âmbito do processo disciplinar a ser instaurado contra o res-

ponsável, desde que constatada a má-fé.

57. (FCC - ANA (CNMP)/CNMP/APOIO TÉCNICO ADMINISTRATIVO/GESTÃO PÚBLI-

CA/2015) Suponha que determinado diretor, responsável pela área de pessoal de

um órgão público, tenha aprovado escala de férias dos servidores do órgão, sem

atentar, contudo, para as condições de manutenção da regularidade do atendi-

mento ao público, de forma que a manutenção da escala poderá prejudicar o bom

andamento do serviço. Referido ato administrativo:

a) pode ser revogado pela própria Administração, por razões de conveniência e

oportunidade, como expressão da autotutela.

b) somente pode ser revogado se identificada ilegalidade ou desvio de finalidade.

c) uma vez aperfeiçoado, não pode mais ser modificado pela Administração.
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d) pode ser anulado, administrativamente ou judicialmente, tanto por razões de

legalidade como de conveniência administrativa, para fins de preservação do inte-

resse público.

e) é passível de controle pelo órgão hierarquicamente superior ao da autoridade

que o praticou, que pode anular o ato se considerá-lo inoportuno ou inconveniente.

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GABARITO

1. C 25. c 49. b

2. C 26. c 50. b

3. C 27. d 51. d

4. E 28. b 52. b

5. C 29. d 53. a

6. C 30. c 54. a

7. E 31. b 55. e

8. C 32. a 56. b

9. E 33. e 57. a

10. C 34. c

11. E 35. d

12. C 36. e

13. E 37. b

14. C 38. a

15. C 39. a

16. C 40. c

17. E 41. d

18. E 42. a

19. C 43. a

20. C 44. a

21. e 45. c

22. c 46. c

23. c 47. d

24. d 48. b

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QUESTÕES COMENTADAS

1. (CESPE/ADMINISTRADOR (FUB)/FUB/2015) Julgue o item subsequente, no que

se refere a atos administrativo.

Competência, finalidade, forma, motivo e objeto são requisitos fundamentais do

ato administrativo, sem os quais este se torna nulo.

Certo.

Exatamente isso. A assertiva elenca os cinco requisitos de validade formadores dos

atos administrativos: competência, finalidade, forma, motivo e objeto.

2. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO STJ/2015) Quanto aos atos administrativos, jul-

gue o próximo item.

O objeto do ato administrativo deve guardar estrita conformação com o que a lei

determina.

Certo.

O Objeto do ato administrativo, para não conter vício, deve ser lícito, perfeito e de

acordo com a lei. Caso, em sentido oposto, o objeto não guarde relação de subor-

dinação com a lei, será nulo, devendo ser anulado pela Administração Pública ou,

quando provocado, pelo Poder Judiciário.

3. (CESPE/ADMINISTRADOR (FUB)/FUB/2015) A respeito dos atos administrativos,

julgue o próximo item.

Quanto ao aspecto subjetivo, o sujeito poderá ser tanto a pessoa jurídica de direito

público, quanto o agente público que efetivamente execute o ato administrativo.


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Certo.

A edição de atos administrativos, conforme estudado, não é uma exclusividade

do Poder Executivo, podendo ser executados por todos os órgãos e entidades que

compõem a Administração Pública e até mesmo por terceiros que realizem atribui-

ções em nome do Estado, como, por exemplo, os leiloeiros oficiais ou os mesários

de uma eleição.

Em todas essas situações, o que ocorre é a manifestação de vontade da Adminis-

tração, materializada por meio dos atos administrativos.

4. (CESPE/TÉCNICO DO MPU/2015) Acerca do regime jurídico dos servidores públi-

cos federais, julgue o item subsequente.

Os atos praticados pelos servidores do MPU possuem presunção de legitimidade,

não sendo possível, por isso, questionar-se, administrativamente, a veracidade dos

fatos expostos em declaração por eles exarada.

Errado.

A presunção de legitimidade é um atributo presente em todos os atos administrati-

vos. Por meio dela, até que se prove o contrário, os atos são considerados legais e

aptos a produzir efeitos jurídicos. Tal presunção, contudo, não é absoluta, mas sim

relativa, podendo ser contestada pelos particulares que se sentirem lesados.

5. (CESPE/ADMINISTRADOR (FUB)/FUB/2015) A motivação, como elemento es-

sencial do ato, cria para os administrados possibilidades de terem conhecimento

das razões de determinada prática adotada pela administração pública, o que evita

obscuridades na decisão administrativa e cumpre uma das finalidades da motiva-

ção, que é a de garantir a segurança dos administrados.

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Certo.

A motivação é a expressão dos motivos, ou seja, dos fundamentos que serviram de

base para a edição do ato administrativo em questão.

Por meio da motivação, os particulares tomam conhecimento das razões que leva-

ram a Administração a editar o respectivo ato. Caso se sintam lesados, podem eles,

ainda, buscar a reparação na via administrativa ou judicial.

6. (CESPE)/AUD (FUB)/FUB/2015) No que concerne ao regime jurídico-administra-

tivo, julgue o item subsequente.

A presunção de legitimidade ou de veracidade de determinado ato administrativo

produz a inversão do ônus da prova, ou seja, a atuação da administração é pre-

sumidamente fundada em fatos verdadeiros e em observância à lei, até prova em

contrário.

Errado.

Como já mencionado, a presunção de legitimidade trata-se de uma presunção rela-

tiva de que os fatos alegados pela administração para a prática do ato administra-

tivo são verdadeiros e em sintonia com o ordenamento jurídico.

Com a edição do ato administrativo, ocorre a inversão do ônus da prova, de forma

que passa a ser obrigação do particular provar que o ato administrativo editado

possui alguma espécie de vício em sua formação ou eficácia.

Caso assim não proceda, o ato é tido como perfeito, continuando a produzir efeitos

jurídicos.

7. (CESPE/AUDITOR (CGE PI)/2015) A administração pode anular os próprios atos,

por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e

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ressalvada a apreciação judicial, bem como pode revogá-los quando eles estiverem
eivados de vícios que os tornem ilegais.

Errado.

A questão tentou confundir o candidato, invertendo os conceitos de anulação e re-

vogação expressos na Súmula 473 do STF, de seguinte teor:

A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os

tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo

de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada,

em todos os casos, a apreciação judicial.

8. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE-PE/2015) Julgue o item que se segue, a res-


peito de atos administrativos.
Os atos da administração que apresentarem vício de legalidade deverão ser anu-
lados pela própria administração. No entanto, se de tais atos decorrerem efeitos
favoráveis a seus destinatários, o direito da administração de anular esses atos
administrativos decairá em cinco anos, contados da data em que forem praticados,
salvo se houver comprovada má-fé.

Certo.

Havendo ilegalidade nos atos administrativos, deve a Administração realizar a sua

anulação. Contudo, caso os atos estejam produzindo efeitos perante terceiros de

boa-fé, o prazo para que a Administração Pública realize a anulação é de 5 anos,

que serão contados da data em que o ato foi editado.

Neste sentido é o teor do artigo 54 da Lei n. 9.784/1999, de seguinte teor:

O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos


favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram
praticados, salvo comprovada má-fé.

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9. (CESPE/TEFC/TCU/2015) Agirá de acordo com a lei o servidor público federal

que, ao verificar a ilegalidade de ato administrativo em seu ambiente de trabalho,

revogue tal ato, para não prejudicar administrados, que sofreriam efeitos danosos

em consequência da aplicação desse ato.

Errado.

Se houve uma ilegalidade, o servidor deve anular o ato (e não revogá-lo), uma vez

que é por meio da anulação que os atos são retirados do universo jurídico por vício

de legalidade.

10. (CESPE/TEFC/TCU/APOIO TÉCNICO E ADMINISTRATIVO/TÉCNICA ADMINIS-

TRATIVA/2015) Acerca da invalidação, da revogação e da convalidação dos atos

administrativos, julgue o item a seguir.


Conforme a teoria dos motivos determinantes, a validade do ato administrativo vin-
cula-se aos motivos que o determinaram, sendo, portanto, nulo o ato administrati-
vo cujo motivo estiver dissociado da situação de direito ou de fato que determinou
ou autorizou a sua realização.

Certo.

Se a Αdministração, ao editar um ato administrativo, apresentou um motivo como

fundamento para a sua prática, fica ela automaticamente vinculada aos motivos

apresentados. Caso não haja correspondência entre o motivo alegado e o ato ad-

ministrativo consequente, teremos vício de motivo, devendo o ato ser anulado.

11. (CESPE/ADMIN (SUFRAMA)/SUFRAMA/2014) A respeito do direito administra-


tivo, julgue o item subsecutivo.

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Caso a administração seja suscitada a se manifestar acerca da construção de um


condomínio em área supostamente irregular, mas se tenha mantida inerte, essa
ausência de manifestação da administração será considerada ato administrativo e
produzirá efeitos jurídicos, independentemente de lei ou decisão judicial.

Errado.

No caso, estamos diante do silêncio da administração, que, ainda que possa pro-

duzir efeitos jurídicos, não é um ato administrativo, uma vez que não decorre da

manifestação de vontade do Poder Público.

12. (CESPE/ANALISTA/ANATEL/DIREITO/2014) Julgue o item, a respeito de atos e


processos administrativos.
Os atos administrativos são praticados por servidores e empregados públicos, bem
como por determinados particulares, a exemplo dos concessionários e permissio-

nários de serviços públicos e oficiais de cartórios.

Certo.

Os atos administrativos são a manifestação de vontade do Poder Público. Logo,

podem ser praticados por todos aqueles que exerçam atribuições relacionadas com

as finalidades da Administração. Assim, tanto os servidores e empregados públicos

quanto aqueles que exerçam atividades públicas em caráter transitório podem pra-

ticar atos administrativos.

13. (CESPE/PROCURADOR/PGE-BA)/2014) O ato de exoneração do ocupante de


cargo em comissão deve ser fundamentado, sob pena de invalidade por violação do
elemento obrigatório a todo ato administrativo: o motivo.

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Errado.

Nesse caso, estamos diante de um típico ato discricionário, que não exige que

o administrador apresente os motivos que fundamentaram a sua decisão. Logo,

como os cargos em comissão são de livre nomeação e exoneração, podem os seus

ocupantes ser exonerados à qualquer momento, não havendo necessidade da ex-

posição dos motivos que levam o agente a tal medida.

14. (CESPE/ANATA (CADE)/CADE/2014) A autoexecutoriedade, um dos atributos


do ato administrativo, dispensa a necessidade de a administração obter autorização

judicial prévia para a prática do ato..

Certo.

Por meio da autoexecutoriedade, a Administração Pública pode editar atos sem

a necessidade de prévia concordância do Poder Judiciário. Tal atributo evita, por

exemplo, que os administrados sejam lesados nas situações em que uma medida

do Poder Público se faz necessária em caráter de urgência.

15. (CESPE/AG ADM (MDIC)/MDIC/2014) Acerca da organização administrativa e

dos atos administrativos, julgue o item a seguir.


Suponha que determinado ato administrativo, percorrido seu ciclo de formação,
tenha produzido efeitos na sociedade e, posteriormente, tenha sido reputado, pela
própria administração pública, desconforme em relação ao ordenamento jurídico.
Nesse caso, considera-se o ato perfeito, eficaz e inválido.

Certo.

Ótima questão para diferenciarmos os conceitos de perfeição, eficácia e validade do

ato administrativo.
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Por meio da perfeição, o ato deve ter completado o seu ciclo de formação, algo que,
na questão, ocorre. Logo, estamos diante de um ato perfeito.
A eficácia diz respeito à capacidade do ato produzir efeitos jurídicos, algo que tam-
bém ocorre no caso narrado pela assertiva. Trata-se, dessa forma, de um ato eficaz.
Por meio, temos a validade, que diz respeito ao fato do ato estar em sintonia com o
ordenamento jurídico vigente. No caso, a administração verificou, após um tempo,
que o ato estava desconforme, ou seja, inválido.

16. (CESPE/PM-CE)/PM-CE/2014) Julgue o item seguinte, a respeito do poder dis-


ciplinar e dos atos administrativos.
Se, após a administração conceder permissão para uso de determinado bem públi-
co, sobrevier norma legal proibindo o uso privativo desse bem por particulares, o
ato de permissão deverá ser extinto por caducidade.

Certo.
Quando um ato administrativo está produzindo efeitos e, posteriormente, entra em
vigor uma legislação incompatível com a sua prática, o ato é extinto por caducida-
de.

17. (CESPE/ADMINISTRADOR (PF)/PF/2014) Julgue o item a seguir, no que con-


cerne aos atos administrativos e ao controle da administração pública.
Anulação de ato administrativo consiste na extinção de um ato ilegal determinada
pela administração ou pelo poder judiciário, sem eficácia retroativa.

Errado.
A anulação, independente de ter sido promovida pela Administração ou pelo Poder
Judiciário, sempre terá eficácia retroativa e efeitos ex tunc. Assim, todos os efeitos

produzidos pelo ato devem, via de regra, ser desfeitos.

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18. (CESPE/TJ-SE/2014/ANALISTA JUDICIÁRIO) No que concerne às regras e aos


princípios específicos que regem a atuação da administração pública, julgue o item
subsequente.
Os atos com vício de forma ou finalidade são convalidáveis.

Errado.

Os dois requisitos que apresentam a possibilidade de serem convalidados pela Ad-

ministração são a competência e a forma. A finalidade, ao contrário, implica em

anulação do ato administrativo.

19. (CESPE/TJ-SE/2014/ANALISTA JUDICIÁRIO) Os atos administrativos gozam da


presunção de legitimidade, o que significa que são considerados válidos até que
sobrevenha prova em contrário.

Certo.

Exatamente isso, pessoal. Conceito do único atributo que sempre está presente

nos atos administrativos: a presunção de legitimidade, através da qual os atos são

considerados válidos até que algum dos administrados prove o contrário.

20. (CESPE/TC-DF/2014/TÉCNICO) Caso determinado servidor, no exercício de sua


competência delegada, edite ato com vício sanável, a autoridade delegante poderá
avocar a competência e convalidar o ato administrativo, independentemente da

edição de novo ato normativo.

Certo.

Como vimos, um dos requisitos possíveis de Convalidação é a Competência, desde

que esta seja em razão da pessoa, e não em razão da matéria.


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Na questão, temos que o agente que praticou o ato administrativo não possuía a

exclusividade na edição do ato, até mesmo porque a competência para sua edição

foi delegada a ele. Assim, nada mais natural do que a autoridade delegante avocar

a competência anteriormente delegada e convalidar o ato administrativo.

21. (ESAF/2015/ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO/APO) Sobre os atos

jurídicos e sua classificação, julgue os itens abaixo, classificando-os como certos ou

errados. Em seguida, assinale a opção que corresponda às suas respostas.

I – Perfeito, válido e eficaz ─ quando o ato completou o seu ciclo de formação,

encontra-se conforme as exigências legais e está disponível para a produção

dos efeitos jurídicos que lhe são típicos.

II – Perfeito, inválido e eficaz ─ quando o ato concluiu todas as etapas do seu

ciclo de formação, encontra-se em desconformidade com a ordem jurídica e

está produzindo os efeitos jurídicos que lhe são próprios.

III – Perfeito, válido e ineficaz – já completou o seu ciclo de formação, foi editado

conforme a lei e ainda não se encontra disponível para a fruição dos seus

efeitos típicos, por depender de uma condição suspensiva, termo inicial, ou

complementação por outro órgão controlador.

IV – Perfeito, inválido e ineficaz – quando o ato concluiu todas as fases do ciclo de

formação, está em desconformidade com o sistema normativo e ainda não se

encontra disponível para a produção de seus efeitos típicos ou próprios, por

depender de uma condição suspensiva, ou a chegada de um termo ou, ainda,

a prática de um ato complementar por outro órgão.

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V – Inválido, eficaz e inexequível – quando o ato se encontra desconforme a lei,

tem disposição para produzir de imediato os seus efeitos jurídicos e ainda

não é exequível ou operante, por estar sujeito a condição ou termo futuro

para sua exequibilidade ou operatividade.

Estão corretos apenas os itens:

a) I, II, III e IV.

b) I, II e III.

c) II, IV e V.

d) II, III, IV e V.

e) Todos os itens estão corretos.

Letra e.

Os atos administrativos podem ser visualizados por meio de três diferentes esferas,

sendo elas a perfeição, a validade e a eficácia.

Por meio da perfeição, verifica-se se o ato completou todo o processo de formação

e se todas as etapas de elaboração foram observadas. Em caso afirmativo, teremos

um ato perfeito. Caso, no entanto, falte algum elemento ou alguma das etapas de

formação ainda não tenha sido observada, o ato será considerado imperfeito.

Através da validade, temos um confronto do ato administrativo com o ordenamen-

to jurídico vigente. Caso o ato não contenha nenhum tipo de vício, será conside-

rado válido. Em sentido oposto, caso algum vício tenha sido encontrado no ato

administrativo, poderemos ter um ato nulo (quando os vícios forem impossíveis

de convalidação) ou então um ato anulável (quando os vícios forem possíveis de

convalidação).

Por fim, temos a questão da eficácia, que refere-se à possibilidade do ato admi-

nistrativo produzir efeitos jurídicos perante terceiros. Caso o ato não dependa de
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nenhuma condição para a produção de efeitos, será considerado eficaz. Caso de-

penda de alguma condição para poder produzir efeitos, será considerado um ato

administrativo pendente e ineficaz.

Celso Antônio Bandeira de Mello apresenta as possíveis combinações entre os ele-

mentos da perfeição, da validade e da eficácia dos atos administrativos:

a) ato perfeito, válido e eficaz: Trata-se de ato que completou o seu ciclo de forma-

ção, que encontra-se de acordo com o ordenamento jurídico e que está produzindo

os efeitos para os quais foi editado.

b) ato perfeito, válido e ineficaz: Trata-se do ato que completou o seu ciclo de for-

mação e que encontra-se de acordo com o ordenamento jurídico, mas que ainda

não está produzindo os efeitos para os quais foi editado.

c) ato perfeito, inválido e eficaz: Trata-se do ato que completou o seu ciclo de for-

mação e que está produzindo os efeitos para os quais foi editado. No entanto, o

ordenamento jurídico não foi respeitado quando da edição do ato administrativo,

dando ensejo à sua anulação ou convalidação.

d) ato perfeito, inválido e ineficaz: Trata-se do ato que completou o seu ciclo de for-

mação, mas que não observou o ordenamento jurídico e que não está produzindo

os efeitos para os quais foi editado.

Além disso, alguns autores fazem menção à exequibilidade dos atos administrati-

vos. Para estes, os atos eficazes seriam aqueles que estão prontos para produzir os

seus efeitos, ao passo que a exequibilidade estaria ligada diretamente à execução

destes efeitos.

Com base nisso, observa-se que todos os itens estão corretos, apresentando situ-

ações possíveis para os atos administrativos.

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22. (ESAF/AFRFB/SRFB/2014) Em se tratando da classificação e extinção dos atos


administrativos, é correto afirmar:
a) atos gerais ou normativos são os que se preordenam a regular situações espe-
cíficas como acontece nos decretos expropriatórios.
b) no ius gestionis não há intervenção da vontade dos administrados para sua prá-
tica, como acontece nos decretos de regulamentação.
c) os atos enunciativos indicam juízos de valor de outros atos de caráter decisório,
como acontece nos pareceres.
d) os atos complexos não se compõem de vontades autônomas, embora múltiplas,
visto que há somente uma vontade autônoma, de conteúdo próprio e as demais
instrumentais, como acontece no visto.
e) na cassação há perda dos efeitos jurídicos em virtude de norma jurídica super-
veniente contrária àquela que respaldava a prática do ato.

Letra c.

Atos enunciativos são desprovidos de força vinculante, simplesmente atestando

uma situação anteriormente produzida por outro ato.

Letra a. Errada. Os atos normativos são aqueles que contêm comandos gerais

e abstratos, servindo para regulamentar e detalhar os comandos da lei. Possuem

como principais exemplos os decretos regulamentares (editados pelos Chefes do

Executivo), os regimentos (como o dos Tribunais) e as resoluções. Tais atos se

assemelham, em inúmeros aspectos, às leis, com a diferença de que não podem

inovar no ordenamento jurídico.

Letra b. Errada. Os atos de gestão (ius gestionis) são aqueles em que a adminis-

tração, quando da sua prática, encontra-se em grau de igualdade com o particular,

sem usar de sua supremacia. Tais atos possuem dentre as suas características o

fato de estarem regidos, em sua maioria, pelo direito privado, com algumas derro-

gações de direito público.


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Logo, os atos em que não há vontade do particular para a sua prática são os atos

de império, e não os de gestão.

Letra d. Errada. No caso, a banca inverteu os conceitos de Atos Compostos e de

Atos Complexos.

Letra e. Errada. A forma de desfazimento dos atos administrativos em que norma

posterior deixa o ato sem condições de produzir efeitos é a caducidade, e não a

cassação.

23. (ESAF/ATRFB/SRFB/GERAL/2012) É incorreto afirmar, quanto ao regime do ato


administrativo:
a) a presunção de legitimidade diz respeito à conformidade do ato com a lei.
b) a autoexecutoriedade é a possibilidade de o ato ser posto em execução pela
própria Administração Pública.
c) a discricionariedade configura a completa liberdade de atuação do agente públi-
co na prática do ato administrativo.
d) a imperatividade é a capacidade do ato de se impor a terceiros independente de
sua concordância.
e) o motivo é o pressuposto de fato e de direito que serve de fundamento para a

prática do ato administrativo.

Letra c.

A discricionariedade, que se reveste na utilização dos requisitos motivo e objeto,

deve ser efetuada dentro dos limites estipulados em lei, sob pena do ato ser anu-

lado pelo Judiciário. Perceba que neste exemplo o Judiciário poderia perfeitamente

anular o ato, uma vez que o mesmo estaria contrário à legalidade (a lei que auto-

rizou que o ato fosse praticado com certa liberdade).

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Letra a. Correta. A presunção de legitimidade parte do pressuposto de que todos

os Atos Administrativos editados pela Administração, até prova em contrário, são

válidos e em conformidade com as leis.

Letra b. Correta. Exatamente esta é a principal característica da autoexecuto-

riedade, ou seja, a possibilidade da Administração não precisar de autorização do

Judiciário para a prática de seus atos.

Letra d. Correta. É o conceito de Imperatividade.

Letra e. Correta. Motivo é causa do ato, também conhecido como o pressuposto

de fato e de direito para a sua prática. Fato por ter que estar de acordo com a situa-

ção demonstrada pela Administração. Direito por ter que estar de acordo com a Lei.

24. (ESAF/ACE/MDIC/GRUPO 1/2012) O ato de autorização de uso de um bem

público cujo prazo já tenha expirado e os atos que integram um procedimento ad-

ministrativo que já tenha chegado ao seu fim possuem em comum o seguinte:

a) são atos administrativos vinculados.

b) são atos administrativos anuláveis.

c) são atos administrativos viciados.

d) são atos administrativos irrevogáveis.

e) são atos administrativos conversíveis.

Letra d.

Não são todos os atos administrativos, contudo, que são passíveis de revogação.

Assim, a doutrina identifica uma série de situações em que os atos administrativos

não podem ser revogados, sendo eles:

a) os atos vinculados, pois a revogação está relacionada com o mérito administra-

tivo;

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b) os atos já consumados, uma vez que se os efeitos para os quais o ato adminis-

trativo foi editado já se esgotaram, não há como revogar o que ocorreu no passado;

c) os atos que já geraram direito adquirido;

d) os atos que integram um procedimento administrativo, pois a cada nova fase do

procedimento o ato anterior deixa de produzir efeitos;

e) os atos denominados como “meros atos administrativos”, que apenas declaram

situações que já existem, como a certidão.

No enunciado da questão, temos o exemplo de dois atos administrativos irrevogá-

veis:

• Na autorização para utilização de um bem público que já tenha expirado seu

prazo, temos um ato já consumado. Assim, é incabível revogar algo que já

não se encontra mais dentro do plano de validade.

• Nos atos que integram um procedimento administrativo, não há a possibili-

dade de revogação de apenas uma parte (um ato administrativo), uma vez

que a principal característica dos procedimentos é, justamente, ser formado

por um conjunto de atos.

25. (ESAF/ATA MF/MF/2012) Considerando que a atuação administrativa ora se dá

de forma vinculada, ora de forma discricionária, conforme o permissivo legal para

que o administrador integre a lei com seu juízo de conveniência e oportunidade,

correlacione os atos listados na coluna I com a classificação aposta na coluna II. Ao

final, assinale a opção que contenha a sequência correta para a coluna I.

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( ) Gradação da penalidade a ser ( 1 ) Ato vinculado


( 2 ) Ato discricionário
aplicada no exercício do poder de

polícia.

( ) Concessão de alvará de licença

de construção.

( ) Concessão de alvará de autori-

zação de uso de área pública.

( ) Remoção de servidor público ex

ofício.

( ) Deferimento de licença para tra-

tar de interesses particulares.

a) 1 / 1 / 2 / 2 / 2

b) 2 / 1 / 2 / 2 / 1

c) 2 / 1 / 2 / 2 / 2

d) 2 / 1 / 2 / 1 / 1

e) 2 / 2 / 1 / 2 / 2

Letra c.

Vamos analisar cada uma das situações apresentadas:

Gradação da penalidade a ser aplicada no exercício do poder de polícia: Diante de

uma situação de irregularidade verificada, por exemplo, em uma fiscalização de

um supermercado, o agente público possui a liberdade de graduar a penalidade de

acordo com a irregularidade constatada. Trata-se, assim, de um ato discricionário.

Concessão de alvará de licença de construção: As licenças são típicos atos adminis-

trativos vinculados, sendo que o particular que reunir todos os requisitos legalmen-

te previstos terá direito a sua obtenção.

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Concessão de alvará de autorização de uso de área pública: A autorização possui a

natureza de ato administrativo precário e que pode, a depender da vontade da ad-

ministração, ser revogado a qualquer tempo. Trata-se, assim, de ato discricionário.

Remoção de servidor público ex ofício: O termo “ex ofício” refere-se ao “interesse

da administração”. Assim, trata-se de uma decisão que pode ou não ser tomada

pelo Poder Público. E se há a possibilidade da administração escolher como agir, a

discricionariedade está presente.

Deferimento de licença para tratar de interesses particulares: Caso o servidor soli-

cite um licença para tratar de interesses particulares, caberá à autoridade respon-

sável decidir entre conceder ou não a licença, sendo o exemplo de ato administra-

tivo discricionário.

26. (ESAF/PFN/PGFN/2012) Identifique, entre as assertivas abaixo, a que corres-

ponda a um ato administrativo complexo, observada a concepção técnica usual de

nossa doutrina pátria.

a) O ato cuja produção tenha se dado a partir tão-só da manifestação de vontade

de um órgão colegiado.

b) O que passa a existir com a manifestação de vontade de um órgão, dependente

da manifestação de outro para que se confirme ou seja desconstituído.

c) Determinado ato que somente tenha existência a partir da manifestação neces-

sária de três órgãos.

d) Um ato que, a despeito de existir a partir do momento em que exarado por um

único órgão, somente poderá produzir efeitos com a posterior manifestação de ou-

tro órgão.

e) Aquele que, dada a sua complexidade, somente passa a existir a partir da ma-

nifestação de vontade de mais de um agente público de um mesmo órgão.

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Letra c.

Para respondermos à questão, vamos diferenciar os atos complexos dos atos com-

postos e simples:

Atos simples: apenas uma manifestação de vontade, ainda que decorrente da

decisão de um órgão simples ou colegiado.

Atos compostos: apenas uma manifestação de vontade, necessitando da edição

de dois atos (um principal e outro instrumental).

Atos complexos: duas ou mais manifestações de vontade.

Nas alternativas A e E, estamos diante de Atos Administrativos Simples, uma vez

que dependem apenas da manifestação de vontade de um órgão para a produção

de efeitos jurídicos.

Nas alternativas B e D, temos exemplos de Atos Administrativos Compostos, ou

seja, que passam a existir com a manifestação de vontade de apenas um órgão,

mas que depende, para a produção de efeitos jurídicos, da manifestação (em mo-

mento prévio ou posterior) de outro órgão.

Na Letra C, estamos diante de um Ato Administrativo Complexo. Note que a ques-

tão faz menção à necessidade de manifestação de três diferentes órgãos para que

o ato passasse a existir. Tal assertiva deixou muitos candidatos confusos, ainda

mais pelo uso da expressão “somente” e por ser do conhecimento de muitos que

os atos complexos passam a existir com a simples manifestação de dois órgãos.

No entanto, nada impede que uma norma estabeleça que a existência de um ato

administrativo apenas se concretize com a manifestação obrigatória de três órgãos.

27. (ESAF/ANATA MF/MF/2013) Em relação aos Atos Administrativos, é correto

afirmar:

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a) a determinação e cumprimento de ato administrativo consistente em apreensão

e destruição de mercadoria imprópria para o consumo está sujeito à revogação

dada a discricionariedade da Administração Pública.


b) os atos complexos não se compõem de vontades autônomas, embora múltiplas,
havendo na verdade uma só vontade autônoma, ou seja, de conteúdo próprio.
c) a Exigibilidade é a qualidade que certos atos administrativos têm para constituir
situações de observância obrigatória em relação aos seus destinatários, indepen-
dentemente da respectiva concordância ou aquiescência.
d) a supressão retroativa da ilegalidade de um ato administrativo retroage à data
em que este foi praticado.
e) a Extinção Natural ocorre com o desaparecimento do sujeito que se beneficiou
do ato a exemplo da morte do permissionário em se tratando de permissão intrans-
ferível.

Letra d.

Com a anulação, os efeitos de um ato administrativo são suprimidos de forma retro-

ativa, possuindo tal forma de desfazimento, como consequência, caráter ex tunc.

Letra a. Errada. Em caso de mercadorias impróprias, o agente administrativo tem

o DEVER de executar o ato, ficando vinculado a tal medida.

Letra b. Errada. Os atos complexos se formam pela manifestação de duas ou mais

vontades autônomas, de forma que apenas após todas as manifestações de vonta-

de é que o ato passa a existir em nosso ordenamento jurídico.

Letra c. Errada. A assertiva traz o conceito do atributo da Imperatividade.

Letra e. Errada. Nessa hipótese, estamos diante da Extinção Subjetiva, ou seja,

com o desaparecimento do sujeito beneficiado com a edição do ato administrativo.

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28. (ESAF/EPPGG/MPOG/2013) Assinale a afirmativa correta.


a) No atual regramento administrativo, não se reconhece convalidação de atos vi-
ciados em razão de decurso de prazo.
b) Comprovada a má-fé, respeitado o devido processo legal, pode a administração
anular ato de concessão de aposentadoria, ainda não apreciado pelo Tribunal de
Contas da União, mesmo que praticado há mais de cinco anos.
c) Aplicação da “Teoria da Aparência”, para atribuir responsabilidade à adminis-
tração pública, que, por culpa ou dolo, permite que terceiro pratique atos em seu
nome, independe da boa-fé do beneficiado pelo ato.
d) É vedado ao Poder Judiciário, em sede de controle de ato administrativo dis-
ciplinar, anular penalidade de demissão permitindo ao administrador aplicação de
penalidade menos gravosa, pois a fixação da penalidade trata-se de mérito admi-
nistrativo.
e) É vedada a delegação de competência por ato unilateral.

Letra b.

Segundo a jurisprudência dos tribunais superiores, a concessão inicial de aposen-

tadoria, reforma ou pensão caracteriza-se como ato administrativo complexo, de

forma que apenas é considerado completo após a análise, por parte do TCU, da

legalidade da concessão. Logo, antes da análise do TCU, não temos um ato admi-

nistrativo completo, mas sim um ato que encontra-se, ainda, inacabado. Com o

registro do TCU, ocorre a perfeição do ato administrativo.

Deve-se frisar que o prazo para que o Tribunal de Contas da União analise a le-

galidade das concessões iniciais de aposentadoria, reforma e pensão é de 5 anos

contados da data da chegada do processo ao TCU. Dentro de tal lapso de tempo, o

Tribunal de Contas pode decidir sem que haja a necessidade de garantir o contra-

ditório e a ampla defesa.

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Frisa-se, no entanto, que o TCU pode apreciar a qualquer momento os atos que

concedam aposentadorias, reformas ou pensões. Caso a apreciação ocorra após o

prazo de 5 anos contados do recebimento do processo pelo tribunal, o contraditório

e a ampla defesa obrigatoriamente devem estar presentes, sob pena da nulidade

do respectivo ato.

Tais regras são as vigentes para as situações em que o beneficiado não age com

má-fé. Caso, contudo, a autoridade verifique que houve má-fé, possuirá ela a prer-

rogativa de anular o ato de concessão da aposentadoria, ainda que não apreciado

pelo TCU e mesmo que após o lapso de tempo de 5 anos.

Letra a. Errada. A possibilidade de convalidação tácita (pelo decurso do tempo

sem a manifestação da Administração Pública) é possível em nosso ordenamento.

No âmbito federal, por exemplo, a Lei n. 9.784/1999, em seu artigo 54, estabelece

que o prazo para que o Poder Público anule seus atos é de 5 anos:

O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efei-

tos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que

foram praticados, salvo comprovada má-fé.

Como consequência, caso a autoridade competente não anule, no prazo mencio-

nado, os atos administrativos, ocorrerá a convalidação tácita, não podendo mais o

Poder Público desfazer, em regra, o ato em questão.

Letra c. Errada. Por meio da Teoria da Aparência, os atos administrativos pratica-

dos por agentes públicos que ingressaram no serviço público com algum vício em

sua investidura são considerados válidos perante terceiros de boa-fé.

Letra d. Errada. No caso, a autoridade administrativa, após a realização de pro-

cesso administrativo disciplinar, aplicou a servidor público uma penalidade mais

grave que a indicada no regimento funcional.

Inconformado com a decisão, pode o agente estatal tanto acionar a esfera admi-

nistrativa (em grau de recurso) quando o Poder Judiciário, que, neste caso, possui

a prerrogativa de anular a decisão e determinar que outra seja tomada.


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Tal possibilidade de atuação do Poder Judiciário reside no fato de que a ação da ad-

ministração foi ilegal, uma vez que a penalidade aplicada foi mais gravosa do que

a prevista para a conduta do servidor.

Letra e. Errada. As delegações de competência são, por excelência, atos unilate-

rais, podendo ser revogadas a qualquer tempo pela autoridade superior (delegan-

te).

29. (ESAF/AIET/DNIT/AMBIENTAL/2013) São hipóteses de atos administrativos ir-

revogáveis, exceto:

a) Atos vinculados.

b) Atos que geraram direitos adquiridos.

c) Atos consumados.

d) Atos administrativos praticados pelo Poder Judiciário.

e) Atos, já preclusos, que integrem procedimento.

Letra d.

Conforme verificamos na questão anterior, a doutrina identifica uma série de atos

administrativos que não podem ser objeto de revogação, sendo eles:

a) os atos vinculados, pois a revogação está relacionada com o mérito administra-

tivo;

b) os atos já consumados, uma vez que se os efeitos para os quais o ato adminis-

trativo foi editado já se esgotaram, não há como revogar o que ocorreu no passado;

c) os atos que já geraram direito adquirido;

d) os atos que integram um procedimento administrativo, pois a cada nova fase do

procedimento o ato anterior deixa de produzir efeitos;

e) os atos denominados como “meros atos administrativos”, que apenas declaram

situações que já existem, como a certidão.


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A única alternativa que apresenta um ato passível de revogação é a Letra D. Ainda

que o ato administrativo tenha sido praticado pelo Poder Judiciário, cumpre salien-

tar que tal Poder pode exercer tanto a sua função típica (julgar) quanto funções

atípicas (legislar e administrar).

No exercício da função atípica de administrar, o Poder Judiciário pode editar diver-

sos atos administrativos, tal como a publicação de um edital de concurso público

ou a realização de licitações para aquisição de materiais. Em todos estes casos, o

Poder Judiciário (que está atuando como Administração Pública), pode revogar os

atos administrativos por ele editados.

Caso, entretanto, o mencionado Poder estivesse no uso de sua função típica de jul-

gar, a revogação não seria possível, uma vez que tal procedimento implica em um

juízo de conveniência e oportunidade, exclusividade da administração que praticou

o ato.

30. (ESAF/ANA TEC (SUSEP)/SUSEP/CONTROLE E FISCALIZAÇÃO/2010) O cha-

mado mérito administrativo costuma ser relacionado ao(s) seguinte(s) elemento(s)

do ato administrativo:

a) finalidade e objeto.

b) finalidade e motivo.

c) motivo e objeto.

d) finalidade, apenas.

e) motivo, apenas.

Letra c.

O mérito administrativo pode ser conceituado como a liberdade que os atos dis-

cricionários recebem da lei para permitir que os agentes competentes escolham,

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diante de um caso concreto, a melhor maneira de praticar o ato.

Por isso mesmo, costuma-se afirmar que o mérito administrativo assegura um juízo

de conveniência e oportunidade, que é formado pela possibilidade de escolha dos

requisitos motivo e objeto.

31. (ESAF/AG EXEC (CVM)/CVM/2010) A teoria do desvio de finalidade visa con-

trolar a finalidade do ato administrativo por intermédio do controle de dois outros

elementos desse mesmo ato. Assinale a opção que contemple os dois elementos do

ato administrativo utilizados no controle da sua finalidade.

a) Competência/forma.

b) Motivo/objeto.

c) Motivo/competência.

d) Forma/objeto.

e) Competência/objeto.

Letra b.

O desvio de poder, também conhecido como desvio de finalidade, liga-se, como o

próprio nome sugere, a não observância, quando da prática do ato administrativo,

do requisito finalidade.

De acordo com a Teoria do Desvio de Finalidade, os atos administrativos podem ser

controlados, no que se refere ao elemento finalidade, por meio da análise de dois

outros elementos, sendo eles o motivo e o objeto.

Exemplificando

Como exemplo de controle da finalidade realizado pelo requisito objeto, temos a

desapropriação de um terreno particular com a finalidade de construção de uma es-

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cola. Caso, após a realização do procedimento, seja construído, ao invés da escola,

um hospital público, estaremos diante de uma situação em que o objeto do ato ad-

ministrativo foi desviado, acarretando, como consequência, o desvio de finalidade.

Como exemplo de controle realizado com base no motivo, temos a remoção de um

servidor público sob a alegação de redução de despesas. Caso, posteriormente, um

novo servidor seja nomeado para a repartição, o motivo (redução de custos) foi

desviado, acarretando o desvio de finalidade.

32. (ESAF/ANA (CVM)/CVM/ARQUIVOLOGIA/2010) Sobre os elementos do ato ad-

ministrativo, assinale a opção correta.

a) O objeto do ato administrativo, além de não poder contrariar a lei, deve ter com

ela (a lei) relação de subsunção.

b) Objeto, forma e motivação são elementos do ato administrativo.

c) A forma do ato administrativo sempre está prescrita em lei.

d) Objeto e conteúdo são dois elementos distintos do ato administrativo.

e) Não há elementos vinculados no ato administrativo discricionário.

Letra a.

O objeto, como elemento do Ato Administrativo, é hierarquicamente inferior a uma

Lei, principal fonte do Direito Administrativo e capaz de inovar no ordenamento

jurídico.

A alternativa B está errada por incluir a motivação como elemento do Ato Adminis-

trativo, quando o correto seria motivo.

A alternativa C é polêmica, mas para a ESAF, a Forma, em algumas situações, não

precisa estar determinada em lei. Aqui, a banca adotou o entendimento do artigo

22 da Lei n. 9.784/1999, de seguinte teor: “Os atos do processo administrativo não

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dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir”.

Este entendimento deve ser levado para a prova, mas temos que cuidar para não

fazermos confusão.

Bizu

• A Forma é requisito sempre vinculado em todos os Atos Administrativos.

• A Forma nem sempre necessita estar prevista em lei, podendo, em determi-

nadas situações, ser adotada a forma que melhor convir para a Administra-

ção.

Pode parecer controverso, mas a ESAF tem o hábito de mesclar suas questões com

diferentes posicionamentos.

A alternativa D está errada. Objeto e Conteúdo são o mesmo elemento, que, pela

doutrina majoritária, é comumente chamado apenas de Objeto.

A alternativa E está errada. Nos atos discricionários, os elementos Competência,

Finalidade e Forma sempre estão vinculados.

33. (ESAF/AG EXEC (CVM)/CVM/2010) O atributo do ato administrativo que tem

por consequência a inversão do ônus da prova, em favor da Administração, no que

diz respeito à existência de vício no ato administrativo, denomina-se:

a) imperatividade.

b) autoexecutoriedade.

c) exequibilidade.

d) tipicidade.

e) presunção de legitimidade.

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Letra e.

É por meio da Presunção de Legitimidade que os atos administrativos são conside-

rados válidos e de acordo com o ordenamento jurídico. Tal presunção, no entanto,

não é absoluta, admitindo a prova em contrário dos particulares que se sentirem

lesados.

Por isso mesmo, costuma-se afirmar que, como decorrência da presunção de legiti-

midade, ocorre a inversão do ônus de prova, de forma que, a partir de então, cabe

ao particular (e não ao Poder Público) apresentar provas de que o ato administrati-

vo não está em conformidade com a lei ou com o ordenamento jurídico.

34. (ESAF/ATENG (PREF RJ)/PREF RJ/2010) Um servidor público edita um ato ad-

ministrativo, o qual, não havendo condição suspensiva, opera efeitos desde já. Par-

ticular, posteriormente, pode contestar sua validade, sustentando que o ato padece

de vício de legalidade, devendo, contudo, provar sua alegação.

Assinale o item que contém o atributo do ato administrativo que ocasiona a trans-

ferência do ônus da prova da invalidade do referido ato para quem a invoca.

a) Imperatividade

b) Poder regulamentar

c) Presunção de legitimidade

d) Autoexecutoriedade

e) Exigibilidade

Letra c.

Aqui, vemos a importância de resolvermos muitas questões da banca organizadora.

Como analisado na questão anterior, é por meio da Presunção de Legitimidade que

ocorre a inversão do ônus da prova, cabendo ao particular provar ao Poder Público

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que o ato administrado editado carece de vício de legalidade ou não encontra-se

em sintonia com o ordenamento jurídico.

35. (ESAF/AG EXEC (CVM)/CVM/2010) Assinale a opção que contemple uma es-
pécie de ato em que é possível identificar o atributo da autoexecutoriedade do ato
administrativo.
a) Atos administrativos declaratórios.
b) Atos administrativos negociais.
c) Cobrança de multas de trânsito.
d) Atos administrativos punitivos.
e) Atos administrativos enunciativos.

Letra d.

Uma das características decorrentes da autoexecutoriedade é o fato da Adminis-

tração não precisar de autorização do Poder Judiciário para praticar seus próprios

atos.

Tal atributo é mais comumente encontrado nos atos onde a Administração precisa

exercer o seu poder de império, atuando em desigualdade com o particular e, even-

tualmente, se for preciso, utilizando-se até mesmo da força.

A única alternativa que apresenta um ato dotado de autoexecutoriedade é a letra D.

Na Letra A, são os atos declaratórios aqueles que apenas reafirmam uma situação

preexistente e já constituída.

Na Letra B, os atos negociais são aqueles em que o Poder Público e o particular

ficam em igualdade, tal como ocorre, por exemplo, com a assinatura de um che-

que pela autoridade pública. Em tais atos, temos a utilização de regras típicas do

Direito Privado, apenas sendo utilizado, naquilo que for possível, as características

de Direito Público.
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Na letra C, que poderia gerar dúvidas, temos que nos lembrar que a cobrança de

uma multa, por parte do Poder Público, apenas pode ser executada pela via Judi-

cial, não sendo possível a utilização, na esfera administrativa, dos meios coercitivos

de atuação.

Na Letra E, os atos administrativos enunciativos são aqueles em que a Adminis-

tração se limita a certificar ou a atestar um fato, ou então a emitir opinião sobre

determinado assunto, sem se vincular ao seu enunciado. São atos que não contem

uma manifestação de vontade por parte do Poder Público, que se limita, apenas,

em atestar uma situação preexistente.

36. (ESAF/AFT/MTE/2010) Assinale a opção que contemple ato administrativo pas-


sível de revogação.
a) Atestado de óbito.
b) Homologação de procedimento licitatório.
c) Licença para edificar.
d) Certidão de nascimento.
e) Autorização de uso de bem público.

Nas Letras A e D, estamos diante de atos que apenas atestam uma situação pree-

xistente.

Na Letra B, a homologação de uma licitação trata-se de um ato que integra um

procedimento administrativo (no caso, o procedimento licitatório).

Na Letra C, trata-se a licença para edificar de um ato vinculado.

Em todas estas hipóteses, os atos não poderão ser revogados.

Na Letra E, por sua vez, trata-se a autorização de uso de um bem público de um ato

que pode ser revogado pelo Poder Público, bastando para isso a análise, por parte

da Administração responsável pela sua edição, da conveniência e da oportunidade.


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37. (ESAF/ANA SIST (MIN)/MIN/INFORMÁTICA E REDES/2012) No que se refere


ao controle dos atos administrativos, é correto afirmar que possuem efeitos retro-
ativos:
a) a revogação, a anulação e a convalidação de tais atos.
b) apenas a anulação e a convalidação de tais atos.
c) a revogação e a anulação de tais atos, apenas.
d) apenas a anulação de tais atos.
e) apenas a revogação e a convalidação de tais atos.

Letra b.

Podemos distinguir as características da anulação, da revogação e da convalida-

ção dos atos administrativos por meio da tabela abaixo:

Anulação Revogação Convalidação


Trata-se de controle de lega-
Trata-se de controle do méri- Trata-se de controle de lega-
lidade sobre atos que apre-
to administrativos, a juízo da lidade sobre atos que apre-
sentam vícios insanáveis ou
administração sentam vícios sanáveis
sanáveis
Opera retroativamente (efi-
Opera retroativamente (efi- Opera prospectivamente
cácia ex tunc)
cácia ex tunc) (eficácia ex nunc)

Pode ser efetuada tanto pela

própria Administração quan- Apenas pode ser efetuada Apenas pode ser efetuada

to pelo Poder Judiciário, pela própria administração pela própria administração

quando provocado

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Incide sobre atos vinculados Incide sobre atos vinculados

e discricionários, desde que Incide apenas sobre atos dis- e discricionários, desde que

se esteja analisando a lega- cricionários se esteja analisando a lega-

lidade lidade
A anulação pode ser um ato

vinculado (quando o vício é A revogação sempre é um A convalidação é um ato dis-

insanável) ou discricionário ato discricionário, pois a ad- cricionário, pois a adminis-

(quando o vício é sanável, ministração escolhe se deve tração pode escolher entre

pois nesse caso pode ela op- ou não retirá-lo do universo anular ou convalidar o ato

tar entre anular ou convali- jurídico

dar o ato em questão)

Nas situações em que os efeitos são retroativos, todas as situações constituídas,

em regra, devem ser desfeitas, ressalvados os terceiros de boa-fé.

Naquelas em que os efeitos são prospectivos, todos os efeitos são mantidos até a

data do desfazimento do ato administrativo.

Das hipóteses apresentadas, apenas a anulação e a convalidação possuem efeitos

retroativos.

38. (FCC/TRT14/2016/TÉCNICO JUDICIÁRIO) Sobre atos administrativos, conside-

re:

I – Os atos administrativos vinculados comportam anulação e revogação.

II – Em regra, os atos administrativos que integram um procedimento podem ser

revogados.

III – A competência para revogar é intransferível, salvo por força de lei.

Está correto o que se afirma em:


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a) III, apenas.

b) I, II e III.

c) I e III, apenas.

d) I e II, apenas.

e) II, apenas.

Letra a.

Item I: Errado. Os atos administrativos vinculados não podem ser revogados,

uma vez que tal forma de desfazimento implica em um juízo de conveniência e

oportunidade. A revogação, desta forma, apenas é possível nos atos discricionários.

Item II: Errado. Os atos que integram um procedimento não podem ser revoga-

dos. Como o procedimento é composto de vários atos, a cada nova etapa ocorre a

preclusão dos atos da etapa anterior.

Item III: Certo. A revogação implica em um juízo de conveniência e oportunida-

de, tratando-se de competência que apenas pode ser exercida pela Administração

Pública que editou o ato. Para que a revogação possa ser feita por outra pessoa,

deve haver uma lei prevendo tal possibilidade.

39. (FCC/TRT14/2016/OFICIAL DE JUSTIÇA) Sobre o ato administrativo, considere:

I – O ato administrativo nulo não comporta revogação.

II – O ato administrativo com vício de competência poderá, em determinadas

hipóteses, ser convalidado.

III – Em regra, a anulação do ato administrativo ocorre com efeito ex nunc.

IV – A anulação do ato administrativo, quando feita pela Administração pública,

independe de provocação do interessado.

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Está correto o que se afirma em:

a) I, II e IV, apenas.

b) I, II, III, IV.

c) I e IV, apenas.

d) III, apenas.

e) II, apenas.

Letra a.

Item I: Correto. O ato administrativo nulo é aquele que apresenta vícios rela-

cionados com a validade. Tais atos devem ser anulados, não sendo passíveis de

revogação.

Item II: Correto. A convalidação ocorre quando há vício nos elementos forma

ou competência. Nesse último caso, a convalidação apenas é possível quando não

tratar-se de competência exclusiva ou quando for relacionada com a pessoa, e não

com a matéria.

Item III: Errado. A anulação possui, como regra, efeitos ex tunc, sendo que todos

os efeitos do ato até então produzidos serão desfeitos.

Item IV: Correto. Como decorrência da autotutela, a Administração Pública pode

anular seus próprios atos de ofício, sem a necessidade de provocação.

40. (FCC/TRT-23/2016/ANALISTA JUDICIÁRIO) Marcilio, servidor público federal e

chefe de determinada repartição pública, convalidou ato administrativo ilegal, haja

vista conter nulidade relativa, suprindo, assim, vício existente no mencionado ato.

Já Ana, também servidora pública federal, revogou ato administrativo com vício de

motivo. A propósito do ocorrido nas duas hipóteses,

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a) a convalidação não se destina a atos administrativos ilegais, sendo seu efeito

sempre ex nunc.

b) a revogação é possível no caso narrado, mas se dará com efeitos ex tunc.

c) no primeiro caso, a convalidação ocorrerá com efeitos retroativos à data em que

o ato administrativo foi praticado.

d) a revogação é possível no caso narrado, mas se dará com efeitos ex nunc.

e) o episódio narrado na segunda hipótese comporta tanto revogação quanto anu-

lação que, neste último caso, ocorrerá com efeitos ex tunc.

Letra c.

Na primeira situação, está correta a conduta de Marcílio, uma vez que a convalida-

ção é possível, em determinadas situações, com relação ao elemento competência.

Na segunda hipótese, não poderá Ana revogar um ato com vício de motivo, uma

vez que tal defeito acarreta, obrigatoriamente, a anulação dos atos administrativos.

Letra a. Errada. A convalidação possui efeitos ex-tunc, tal como na anulação.

Letra b. Errada. A revogação não é possível na situação descrita. Além disso, pos-

sui ela efeitos prospectivos, ou seja, ex-nunc.

Letra c. Correta. Como mencionado, está correta a conduta de Marcílio, operan-

do-se a convalidação, na situação descrita, efeitos ex-tunc.

Letra d. Errada. A revogação não é possível no caso narrado, uma vez que o vício

refere-se ao elemento motivo.

Letra e. Errada. Na situação narrada, apenas a anulação é possível.

41. (FCC/TRT-23/2016/TÉCNICO JUDICIÁRIO) Considere:

I – A revogação é sempre discricionária.

II – O ato vinculado, em regra, pode ser revogado.

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III – O ato discricionário não comporta anulação.

IV – Na revogação, extingue-se ato válido.

Está correto o que consta APENAS em

a) IV.

b) II e III.

c) I, II e III.

d) I e IV.

e) I, II e IV.

Letra d.

Item I: Correto. A revogação implica em um juízo de mérito, apenas existindo nos

atos administrativos vinculados.

Item II: Errado. Apenas os atos discricionários podem ser revogados, possibilida-

de que não é estendida aos atos vinculados.

Item III: Errado. O ato discricionário pode perfeitamente ser anulado, uma vez

que tal forma de desfazimento trata-se de um controle de legalidade.

Item IV: Correto. Na revogação, temos a retirada de um ato válido, mas que se

tornou inconveniente ou inoportuno para a Administração.

42. (FCC/TJ TRE RR/TRE RR/ADMINISTRATIVA/2015) Jonas, servidor público, re-


vogou ato administrativo que já havia exaurido seus efeitos. No mesmo dia, anulou

ato administrativo que, embora válido, era inoportuno ao interesse público. Sobre

o tema,

a) incorretas ambas as condutas, haja vista a inexistência dos requisitos legais

para a adoção dos citados institutos.

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b) corretas a revogação e a anulação.

c) correta apenas a anulação.

d) correta apenas a revogação.

e) incorretas as condutas, pois não é válido na mesma data utilizar-se de ambos

os institutos.

Letra a.

No primeiro caso, estamos diante de um ato que já produziu os efeitos para os

quais foi editado. Como exemplo, pode-se citar o ato de concessão de férias a um

servidor.

Após o término destas, poderá o ato ser revogado?

Logicamente que não, uma vez que não é possível a revogação de algo que não

mais produz efeitos jurídicos.

Na segunda situação, estamos diante de um ato que se tornou inconveniente e

inoportuno.

Neste caso, pode a Administração fazer uso da anulação?

De forma alguma. A anulação trata-se de um juízo de legalidade. Para a retirada do

ato do universo jurídico, deve o Poder Público fazer uso do instituto da revogação.

Logo, ambas as condutas praticadas por Jonas estão incorretas, uma vez que não

há requisitos legais, nas situações apresentadas, para a utilização de tais formas

de desfazimento.

43. (FCC/TJ TRT3/TRT 3/ADMINISTRATIVA/2015) José, servidor público federal e

chefe de determinado setor, emitiu ofício aos seus subordinados, em caráter oficial,

contendo matéria administrativa pertinente à organização dos trabalhos. O ato ad-

ministrativo em questão classifica-se como

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a) ordinatório.

b) enunciativo.

c) normativo.

d) negocial.

e) punitivo.

Letra a.

Os atos ordinatórios nada mais são do que manifestações internas da administra-

ção fazendo uso de seu poder hierárquico.

Como principais exemplos de atos administrativos ordinatórios, temos as instru-

ções internas, as circulares, os avisos, as portarias, os memorandos e os ofícios.

44. (FCC/JT TRT15/TRT 15/2015) Vários critérios e abordagens são utilizados pela

doutrina para a classificação dos atos administrativos, ensejando classificações em

função das prerrogativas com as quais atua a Administração; de acordo com a for-

mação de vontade para a prática do ato; de acordo com os destinatários; quanto

aos efeitos, entre outros. Considerando tais acepções, a certidão expedida por uma

autoridade administrativa constitui exemplo de ato administrativo

a) enunciativo, que atesta ou reconhece determinada situação de fato ou de direi-

to.

b) constitutivo, que confere ao administrado condição específica perante a Admi-

nistração.

c) de império, sendo expressão do poder extroverso da Administração.

d) discricionário, configurando manifestação de conveniência e oportunidade da

Administração.

e) normativo, com base nas competências ou atribuições conferidas pelo ordena-

mento jurídico à autoridade que o expediu.


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Letra a.

As certidões são conceituadas como cópias ou fotocópias de atos ou fatos constan-

tes de processos, livros ou documento que se encontram nas repartições públicas.

Trata-se a certidão de um ato administrativo enunciativo.

45. (FCC/AUD CS (TMC-GO)/TCM-GO/2015) É certo que a Administração se mani-

festa por meio de atos administrativos. No que concerne ao desfazimento dos atos

administrativos e seus efeitos, é correto afirmar que:

a) Pode ocorrer por atuação da própria Administração, na hipótese de estar pre-

sente vício de legalidade, não sendo possível à Administração, no entanto, desfazer

seus próprios atos por motivos de conveniência e oportunidade, em razão do prin-

cípio da segurança jurídica.

b) Pode ocorrer por atuação da própria administração, a qualquer tempo, por mo-

tivo de legalidade, independentemente de terem, os atos, produzido efeitos favo-

ráveis aos destinatários, sendo que a invalidação, nesse caso, produzirá efeitos ex

tunc.

c) Quando presente vício de legalidade, a Administração tem o dever de anular

o ato administrativo, dever este que encontra limite, sempre que, nos termos da

lei, tenha transcorrido prazo razoável e dos atos decorram efeitos favoráveis para

destinatários de boa-fé.

d) Em razão do princípio da inafastabilidade da jurisdição, o Poder Judiciário pode

anular os atos administrativos ilegais e revogar, a qualquer tempo, os atos adminis-

trativos inoportunos, operando, nesse último caso, automático retorno da situação

jurídica ao status quo ante.

e) A Administração pode revogar os atos administrativos por razão de conveniência

e oportunidade e anular os atos eivados de vício de legalidade, no entanto, no pri-

meiro caso, deve recorrer ao judiciário, porque não incide, na espécie, a autotutela.
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Letra c.

Para responder à questão, temos que fazer uso das disposições da Súmula 473 do

STF, de seguinte teor:

A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tor-
nam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de con-
veniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos
os casos, a apreciação judicial.

Nota-se, desta forma, que a administração pode tanto anular os atos por ela edi-

tados (quando o vício for de legalidade) quanto revogar (quando o ato de tornar

inconveniente para o Poder Público).

Letra a. Errada. A administração pode desfazer seus atos por motivo de conveni-

ência e oportunidade, devendo fazer uso, para tal, do instituto da revogação.

Letra b. Errada. Ainda que a anulação seja realizada, os efeitos produzidos peran-

te terceiros de boa-fé devem ser respeitados, em plena sintonia com o princípio da

segurança jurídica.

Letra c. Correta. Ocorrendo ilegalidade, deve a Administração anular o respectivo

ato administrativo.

Contudo, deve ela observar dois fatores: os direitos já produzidos perante terceiros

de boa-fé e um lapso razoável de tempo para a utilização da medida.

Já pensou em como seria complicado um ato administrativo ser anulado 20 anos

após a sua edição?

Sendo assim, e em plena conformidade com a segurança jurídica que permeia a

relação entre o Poder Público e seus administrados, a Administração deve anular

dentro de um tempo razoável. No âmbito federal, a Lei 9.784 estabelece em 5 anos

o prazo para a anulação dos atos administrativos.

Letra d. Errada. O Poder Judiciário pode apenas anular os atos administrativos.

A revogação, em sentido oposto, apenas pode ser feita pela própria Administração

Pública que tiver editado o ato.


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Letra e. Errada. Não há necessidade de a Administração acionar o Poder Judiciário

para anular ou revogar os seus próprios atos.

46. (FCC – MPE-PB/ANALISTA MINISTERIAL/AUDITOR DE CONTAS PÚBLICAS/2015)

A Administração pública concedeu autorização para porte de arma a servidor do

Ministério Público do Estado da Paraíba. Cumpre salientar, no entanto, que o ato

administrativo foi fundamentado em motivo falso. Nesse caso, a autorização em

questão

a) será necessariamente válida, haja vista a presunção de veracidade dos atos da

Administração pública.

b) pode ser válida, dependendo do motivo alegado.

c) será nula, em razão do vício de motivo.

d) pode ser válida, dependendo da finalidade pública atingida.

e) será anulável, em razão de vício de motivo e objeto

Letra c.

No caso narrado, estamos diante de um ato editado com vício no elemento motivo.

E como esσe requisito não admite convalidação, deve o ato ser considerado nulo.

47. (FCC – MPE-PB/TÉCNICO MINISTERIAL/2015) Considere a seguinte situação

hipotética: Determinado órgão público do Estado da Paraíba nomeia Marcílio para

cargo público inexistente. Nesse caso, o ato administrativo de nomeação apresenta

vício de

a) motivo.

b) forma.

c) competência.
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d) objeto.

e) mérito.

Letra d.

O objeto do ato administrativo consiste no próprio ato em si mesmo. Assim, o ato

de construção de uma ponte tem com objeto a própria construção, o objeto do ato

de nomeação de um servidor (tal como no caso apresentado pela questão) consiste

na própria nomeação.

E como a nomeação foi feita para um cargo inexistente, o objeto do ato perde o seu

sentido, devendo o ato, como consequência, ser considerado nulo.

48. (FCC/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRT3 - ADMINISTRATIVA/2015) Marlon, chefe de

determinada repartição pública, ao aplicar penalidade ao servidor Milton, equivo-

cou-se, e aplicou pena de advertência, ao invés da pena de suspensão. No caso

narrado, há

a) mera irregularidade, inexistindo qualquer vício no ato administrativo.

b) vício relativo ao objeto do ato administrativo.

c) vício de finalidade do ato administrativo.

d) vício de motivo do ato administrativo.

e) vício relativo à forma do ato administrativo.

Letra b.

No caso da aplicação da penalidade, o objeto do ato administrativo está relacionado

com a pena aplicada. Assim, como foi aplicada a penalidade incorreta (advertência

ao invés de suspensão), o ato administrativo encontra vício no seu objeto.

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49. (FCC/TM (MPE-PB/TÉCNICO MINISTERIAL/DILIGÊNCIAS E APOIO ADMINIS-

TRATIVO/2015) Considere duas situações distintas:

I – José, servidor público estadual e responsável pela condução de determinado

processo administrativo, aplicou pena de advertência a servidor quando ca-

bível a pena de suspensão.

II – Josefina, servidora pública estadual, revogou ato de permissão de uso, sob

o fundamento de que a Administração pública necessitava daquele bem pú-

blico; no entanto, a seguir, permitiu o uso do mesmo bem a terceira pessoa.

As situações narradas apresentam vício de

a) motivo e objeto, respectivamente.

b) objeto e motivo, respectivamente.

c) motivo em ambos os casos.

d) forma e finalidade, respectivamente.

e) objeto e sujeito, respectivamente.

Letra b.

Item I: No caso, José aplicou a penalidade errada (advertência ao invés de sus-

pensão). E como o objeto do ato administrativo em questão está ligado à própria

penalidade, o ato deve ser considerado nulo por vício de objeto.

Item II: Se Josefina revogou um ato administrativo de permissão de um bem pú-

blico alegando que a Administração necessitava daquele bem, não poderá ela, pos-

teriormente, permitir que outra pessoa faça uso do bem em questão. Nesta situa-

ção, o motivo alegado por Josefina é inválido, devendo o ato ser considerado nulo.

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50. (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRT3/2015) Dentre os requisitos de validade do


ato administrativo, alguns são de cunho geral, facilmente identificáveis em todos
os atos, outros nem tanto. A identificação de vícios nos elementos do ato adminis-
trativo pode ensejar diferentes consequências, pois há ilegalidades insuperáveis. A
motivação do ato administrativo, por sua vez,
a) constitui indispensável elemento do ato administrativo, pois se consubstancia
nos fatos que ensejaram a prática do ato, representando verdadeira expressão dos
princípios do contraditório e da ampla defesa, sendo obrigatória em todos os atos
administrativos, em maior ou menor extensão.
b) distingue-se do motivo, embora com ele esteja relacionada, pois consiste na
explicitação do motivo − pressuposto fático − e dos fundamentos da prática do ato,
mas não constitui elemento do ato administrativo.
c) é exigível somente quando houver disposição expressa de lei, interferência di-
reta na esfera de direitos dos administrados e quando se tratar da edição de atos
administrativos decorrentes do poder normativo e regulamentar da Administração.
d) prepondera sobre o vício quanto ao motivo, tanto de inexistência, quanto de
inadequação, sempre que a finalidade do ato, de interesse público, for atingida,
independentemente de não ser o resultado pretendido com aquele ato.
e) tanto quanto a finalidade, enquadram-se como elementos discricionários do ato
administrativo, porque cabe ao administrador atender genericamente a finalidade
de interesse público e explicitar as razões que o levaram a tal, ainda que não seja
exatamente o caminho e o resultado previstos na lei.

Letra b.

O motivo é a circunstância de fato e de direito que fundamenta a realização do ato

administrativo. A motivação, por sua vez, consiste na explicitação dos motivos uti-

lizados pelo administrado para a prática do ato.

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Trata-se, em outros termos, do administrador colocar no papel (expressamente)

todos os motivos que foram levados em conta para a edição do ato administrativo.

A motivação, ao contrário do que ocorre com o motivo, não trata-se de um elemen-

to do ato administrativo.

Letra a. Errada. A motivação não se trata de um dos elementos do ato administra-

tivo. De acordo com a doutrina majoritária, são elementos dos atos a competência,

a finalidade, a forma, o motivo e o objeto.

Letra c. Errada. A motivação é a regra para todos os atos da Administração Pú-

blica, possibilitando que os administrados tomem conhecimento dos fundamentos

utilizados e possam, caso entendam necessário, impugnar a sua edição. Importan-

te salientar, contudo, que certos atos discricionários não precisam de motivação.

Letra d. Errada. A motivação está ligada ao elemento forma. Em caso de vício no

elemento motivo, o ato deve ser anulado.

Letra e. Errada. Ao contrário da finalidade, a motivação não é um elemento do

ato administrativo.

51. (FCC/AUDITOR (TCE-AM)/TCE-AM/2015) Não se questiona a necessidade de


observância do devido processo legal pela Administração pública, assim como já
estão constitucionalmente reconhecidos direitos e garantias aos administrados em
processos administrativos. Esses direitos e garantias, no mais das vezes traduzidos
por princípios que informam a Administração pública, permeiam todas as funções

executivas e expressam-se, nos atos administrativos,

a) no atributo da finalidade, porque permite aferir a competência para a prática e,

com isso, verificar a observância do princípio da legalidade, vedando favorecimen-

tos indevidos, conforme dita o princípio da impessoalidade.

b) no elemento objeto, que é o que se pretende atingir com a edição do ato, ime-

diata e mediatamente, propiciando o controle de desvio de poder, em observância

ao princípio da moralidade.
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c) no elemento sujeito, porque permite aferir a autoridade competente para a

prática do ato, e, em observância ao princípio da impessoalidade, não admite con-

validação.

d) na motivação, que exige a demonstração dos pressupostos de fato que enseja-

ram a prática do ato, em observância ao princípio da legalidade, e permite o exer-

cício do direito de defesa pelo administrado.

e) no atributo da imperatividade, que admite a restrição de direitos individuais,

para observância do princípio da eficiência, mas exige expressa previsão legal,

como dita o princípio da legalidade.

Letra d.

Ao editar um ato administrativo, o agente estatal deve obediência a uma série de

normas e princípios. Deve, em outros termos, estar em consonância com o orde-

namento jurídico.

E como forma de permitir que os administrados verifiquem e controlem tais atos é

que a Administração deve, como regra geral, motivar os atos administrativos por

ela editados.

Na motivação, constará a expressão dos motivos que fundamentaram a edição do

ato. Caso os motivos alegados não estejam em sintonia com o ordenamento jurídi-

co, podem os particulares adotar as medidas cabíveis, devendo os respectivos atos

ser anulados.

52. (FCC/ACE (TCE-CE)/TCE-CE/CONTROLE EXTERNO/ATIVIDADE JURÍDICA/2015)

Laerte decidiu construir, sem a devida licença ou alvará de construção, um pequeno

armazém em seu terreno. Os moradores do bairro passaram a comprar no novo es-

tabelecimento. A Administração pública municipal precisa ingressar em juízo para

que o proprietário seja notificado a demolir o que construiu?


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a) Sim, porque o direito de propriedade deve ser respeitado, uma vez que a cons-

trução cumpre sua função social.

b) Não, porque os atos administrativos são dotados de legitimidade, imperativida-

de e exigibilidade.

c) Não, porque os atos da Administração pública são dotados de revogabilidade,

executoriedade e legitimidade.

d) Sim, porque nenhuma lesão ou ameaça a direito será excluída da apreciação do

Poder Judiciário.

e) Sim, porque ninguém é obrigado a desfazer aquilo que realizou em prol de um

interesse social.

Letra b.

De acordo com a doutrina majoritária, três são os atributos dos atos administra-

tivos, sendo eles a presunção de legitimidade, a imperatividade e a autoexecu-

toriedade (este último, para alguns autores, pode ser dividido em exigibilidade e

executoriedade).

E é justamente por meio deste último atributo que a Administração Pública pode,

no caso concreto, exigir que o administrado realize a demolição do estabelecimen-

to, uma vez eu este foi construído sem a observância das normas legais.

53. (FCC/AM (MPE PB)/MPE PB/ANALISTA MINISTERIAL/AUDITOR DE CONTAS PÚ-

BLICAS/2015) Considere as seguintes situações hipotéticas envolvendo três Ana-

listas do Ministério Público da Paraíba:

I – João emite certidão a administrado;

II – Júlio emite parecer em determinado processo administrativo;

III – Clara fornece atestado a administrado.

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A propósito do atributo da imperatividade dos atos administrativos,

a) nenhum dos atos é munido de tal atributo.

b) apenas o ato de João é munido de tal atributo.

c) apenas o ato de Júlio é munido de tal atributo.

d) apenas o ato de Clara é munido de tal atributo.

e) todos os atos são munidos de tal atributo.

Letra a.

Por meio do atributo da imperatividade, a Administração Pública pode se impor

perante terceiros independente da concordância deles. Tal atributo decorre direta-

mente da supremacia do interesse público que permeia toda a atividade adminis-

trativa.

Nas três situações apresentadas (certidão, parecer e atestado) estamos diante de

atos administrativos enunciativos, ou seja, atos que se limitam em atestar uma

situação preexistente, não impondo a vontade do Poder Público perante terceiros.

54. (FCC/PROCURADOR - MPC (TCM-GO)/TCM-GO/2015) Existência, validade e

eficácia do ato administrativo são conceitos correlatos, porém distintos. Esses as-

pectos interagem e se relacionam na análise casuística dos atos administrativos,

sendo, contudo, correto afirmar que a

a) validade do ato jurídico pode ser aferida no momento de seu aperfeiçoamento,

ou seja, quando é produzido, muito embora alterações normativas posteriores con-

videm a sucessivas reanálises sobre a validade dos atos cuja produção de efeitos

se perpetua no tempo.
b) existência é pressuposto dos demais aspectos, na medida em que é ela que
atesta a conformidade do ato ao ordenamento jurídico em vigor.

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c) eficácia precede o exame de validade, posto que somente pode ser válido o ato
que está apto a produzir efeitos.
d) edição de um ato administrativo apócrifo o predica como inválido, mas pode pro-
duzir efeitos jurídicos caso se demonstre que havia firme propósito em praticá-lo.
e) eficácia não é relevante para fins de análise da estrutura do ato administrativo,
tendo em vista que a análise da produção de efeitos é prescindível para exame dos
direitos que decorrem para os administrados.

Letra a.

Três são as diferentes esferas que os atos administrativos podem ser classificados,

sendo elas a perfeição (relacionada com o ciclo de formação), a validade (relacio-

nada com a conformidade do ato com o ordenamento jurídico) e a eficácia (relativa

à possibilidade do ato produzir efeitos jurídicos).

Letra a. Correta. No momento da edição do ato, a validade deste é verificada,

passando o administrador à análise da conformidade deste com o ordenamento

jurídico (leis e demais normas) até em vigor.

Contudo, como as normas constantemente estão sendo modificadas, deve o ato,

de igual forma, ser periodicamente analisado ante as inúmeras modificações e ino-

vações realizadas. Em caso de violação de uma norma (ainda que esta tenha sido

editada em momento posterior à sua edição), deve o ato, obrigatoriamente, ser

anulado.

Letra b. Errada. A conformidade dos atos administrativos com o ordenamento

jurídico é feita por meio da validade, e não da sua existência.

Letra c. Errada. Podemos perfeitamente ter atos inválidos e que produziram efei-

tos jurídicos. Tal situação ocorre, por exemplo, com um ato que produz regular-

mente efeitos perante terceiros, mas que posteriormente à sua edição é considera-

do inválido. Neste caso, a simples invalidade do ato não anula os efeitos até então

produzidos.
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Letra d. Errada. Os atos administrativos apócrifos são aqueles que não foram edi-

tados por uma pessoa. E como o requisito competência não está presente, o ato é

considerado inexistente.

Letra e. Errada. Ainda que a eficácia não seja importante para a verificação da es-

trutura do ato administrativo, ela é fundamental para a análise dos direitos produ-

zidos perante terceiros, uma vez que tais direitos apenas surgem com a produção

dos efeitos do ato.

55. (FCC/ANALISTA/MANAUSPREV)/CIÊNCIAS ATUARIAIS/2015) A Administração


pública pode editar atos administrativos vinculados ou discricionários, em qualquer
dos casos com base no que autorizar a legislação vigente, o que pode ser apontado
como uma semelhança. De outro lado, aqueles atos se distinguem, dentre outras
razões, porque
a) os atos vinculados não dependem da existência de motivo ou motivação para
serem editados, já que todos os aspectos constam da lei que o autorizou, enquanto
que para os atos discricionários é indispensável.
b) os atos discricionários permitem sempre convalidação, enquanto que os atos
vinculados devem seguir estritamente o que constar da lei.
c) os atos vinculados permitem ao administrador exame de escolha estritamente
no que se refere à finalidade, enquanto que os atos discricionários ensejam essa
opção em todos os seus aspectos.
d) somente os atos vinculados permitem autoexecutoriedade das decisões da Ad-
ministração, pois os atos vinculados dependem de atuação judicial.
e) os atos discricionários possuem menor espectro de sujeição a controle judicial,
preservando seu mérito da ingerência externa, enquanto que os atos vinculados
permitem maior controle do Judiciário, visto que ensejam essencialmente exame

de conformidade à lei.

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Letra e.

Ambos os atos administrativos (vinculados ou discricionários) estão sujeito a con-

trole por parte do Poder Judiciário. Tal controle incide sobre aspectos relacionados

com a legalidade dos atos praticados.

Contudo, como os atos discricionários são aqueles que conferem ao agente estatal

uma maior margem de atuação (mérito administrativo), tais atos, por consequ-

ência, não sofrem um controle tão amplo do Poder Judiciário, uma vez tal Poder,

ainda que provocado, não pode adentrar no mérito administrativo, exclusividade da

Administração que editou o ato.

Letra a. Errada. Os atos vinculados dependem da existência de todos os requisitos

ou elementos previstos em lei, sendo eles a competência, a finalidade, a forma, o

motivo e o objeto.

Letra b. Errada. Tanto os atos vinculados quanto os atos discricionários podem ser

convalidados. Para isso, contudo, o vício deve estar relacionado com os elementos

competência e forma.

Letra c. Errada. A liberdade de escolha, por parte dos administradores públicos,

é algo que apenas ocorre nos atos administrativos discricionários. Nos atos vincu-

lados, em sentido oposto, o agente possui uma margem mínima de liberdade de

escolha.

Letra d. Errada. A autoexecutoriedade trata-se de um atributo que está presente

tanto nos atos vinculados quanto nos atos discricionários.

56. (FCC – ACE (TCM-GO)/TCM-GO/CONTROLE EXTERNO/2015) O responsável

pelo órgão de pessoal de determinada entidade da Administração pública concedeu

benefícios a servidores da entidade sem o necessário amparo na legislação de re-

gência. Passado algum tempo, a situação foi descoberta por auditoria realizada no

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âmbito do controle interno da Administração. A conduta a ser adotada pela Admi-

nistração em relação aos atos concessórios dos benefícios consiste em

a) revogar os atos praticados em desacordo com a legislação, com base em seu

poder discricionário.

b) anular os atos eivados de ilegalidade, como exercício da autotutela, desde que

não decorrido o prazo decadencial.

c) convalidar os atos praticados, que gozam de presunção de legitimidade inde-

pendentemente da conformidade com a lei.

d) solicitar judicialmente a anulação dos atos, eis que inviável o desfazimento no

âmbito administrativo.

e) anular os atos no âmbito do processo disciplinar a ser instaurado contra o res-

ponsável, desde que constatada a má-fé.

Letra b.

No caso, houve a concessão de benefícios sem a observância da lei. Logo, os res-

pectivos atos administrativos são considerados ilegais, devendo ser anulados pela

Administração Pública (no exercício da autotutela) ou, quando provocado, pelo Po-

der Judiciário.

Para que a anulação seja possível, deverá ela ser feita dentro de um prazo razoável

de tempo, que, de acordo com a doutrina majoritária (e com previsão na Lei 9.784)

é de 5 anos.

57. (FCC - ANA (CNMP)/CNMP/APOIO TÉCNICO ADMINISTRATIVO/GESTÃO PÚBLI-

CA/2015) Suponha que determinado diretor, responsável pela área de pessoal de

um órgão público, tenha aprovado escala de férias dos servidores do órgão, sem

atentar, contudo, para as condições de manutenção da regularidade do atendi-

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mento ao público, de forma que a manutenção da escala poderá prejudicar o bom

andamento do serviço. Referido ato administrativo:

a) pode ser revogado pela própria Administração, por razões de conveniência e

oportunidade, como expressão da autotutela.

b) somente pode ser revogado se identificada ilegalidade ou desvio de finalidade.

c) uma vez aperfeiçoado, não pode mais ser modificado pela Administração.

d) pode ser anulado, administrativamente ou judicialmente, tanto por razões de

legalidade como de conveniência administrativa, para fins de preservação do inte-

resse público.

e) é passível de controle pelo órgão hierarquicamente superior ao da autoridade

que o praticou, que pode anular o ato se considerá-lo inoportuno ou inconveniente.

Letra a

No caso, estamos diante de um ato administrativo regularmente editado e que não

encontra nenhum tipo de ilegalidade. Contudo, a Administração verificou, após a

sua edição, que a sua aplicação traria prejuízos para a coletividade. Em outros ter-

mos, o ato se tornou inconveniente e inoportuno.

Como consequência, deverá a Administração revogar o ato em questão, fazendo

uso, para isso, da autotutela.

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