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FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS - FTC

FACULDADE DE DIREITO

ANDRESSA LIMA
ANGÉLICA LUZ SILVA
DAVI NOVAIS BREZOLIN
GABRIELI SOUZA DE OLIVEIRA
GLEISSON DOS ANJOS CARVALHO
LUANA SILVA SOUZA
LUIS FERNANDO ANDRADE CHAVES
NILTON PRADO NASCIMENTO
TIAGO DE ARRUDA MEIRA

A POLÍTICA ANTIDROGAS E SUA EFICÁCIA NO ÂMBITO


NACIONAL

VITÓRIA DA CONQUISTA - BA
2019
ANDRESSA LIMA
ANGÉLICA LUZ SILVA
DAVI NOVAIS BREZOLIN
GABRIELI SOUZA DE OLIVEIRA
GLEISSON DOS ANJOS CARVALHO
LUANA SILVA SOUZA
LUIS FERNANDO ANDRADE CHAVES
NILTON PRADO NASCIMENTO
TIAGO DE ARRUDA MEIRA

A POLÍTICA ANTIDROGAS E SUA EFICÁCIA NO ÂMBITO


NACIONAL

Projeto de pesquisa apresentado à


Faculdade de Tecnologia e Ciências, no 3º
Semestre do curso de Direito, turma 2019.2,
turno noturno, para fins de avaliação da
Unidade II, da disciplina MTC.

Orientador Prof. Álvaro de Azevedo Alves


Brito

VITÓRIA DA CONQUISTA - BA
2019
SUMÁRIO

1 IDENTIFICAÇAO.................................................................................................. 03
2 PROBLEMA.......................................................................................................... 03
3 JUSTIFICATIVA ................................................................................................... 04
4 OBJETIVOS.......................................................................................................... 05
5 REFERENCIAL TEÓRICO................................................................................... 05
6 METODOLOGIA................................................................................................... 17
7 HIPÓTESES.......................................................................................................... 17
8 REFERÊNCIAS..................................................................................................... 19
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1 IDENTIFICAÇÃO

1.1 PESQUISADOR

Andressa Lima; Angélica Luz Silva; Davi Novais Brezolin; Gabrieli Souza De
Oliveira; Gleisson Dos Anjos Carvalho; Luana Silva Souza; Luis Fernando Andrade
Chaves; Nilton Prado Nascimento; Tiago De Arruda Meira.

1.2 ORIENTADOR

Prof. Álvaro de Azevedo Alves Brito

1.3 TEMA

Políticas Antidrogas.

1.4 DELIMITAÇÃO DO TEMA

A política antidrogas e sua eficácia no âmbito nacional.

1.5 ÁREA DE ABRANGÊNCIA

Direito Civil; Direito Penal; Direito Constitucional.

2 PROBLEMA

Como a implementação de políticas antidrogas inadequadas podem ser


prejudiciais para a sociedade?
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3 JUSTIFICATIVA

A publicação da Lei nº. 11.343/06, também conhecida como Nova Lei


Antidrogas, fortemente influenciada pelas Convenções das Nações Unidas, foi
implantada com intuito de minimizar o consumo de drogas no Brasil. O que se tem
discutido é sobre o impacto negativo que a Política Antidrogas vem provocando. Um
dos principais questionamentos é o fato de que as penas para o porte de drogas pra
consumo próprio passa a ser de caráter educativo, e não mais pena de detenção. O
que ocorre é uma dificuldade de fazer uma diferenciação entre portar para consumo
próprio ou para o tráfico.
Com a implantação dessa política, que traz soluções fáceis para problemas
complexos vê-se que alguns preceitos e princípios constitucionais são violados, tais
como: dignidade da pessoa humana, proporcionalidade da pena, individualização da
pena, liberdade individual, reserva legal dentre outros. Nesse combate irracional
contra as drogas os mais prejudicados são os usuários que muitas vezes são
marginalizados pela sociedade e enquadrados como traficantes por falta de
requisitos objetivos da lei.
A lei antidrogas brasileira durantes anos, após a sua promulgação, se
mostrou, também, ineficaz com o combate às organizações criminosos, que são as
que de fato possui o controle sobre o tráfico de drogas. Dessa forma, têm-se um
ciclo vicioso no qual o pequeno traficante, que é retirado da sociedade por práticas
ilícitas, é rapidamente substituído por outro o que faz com que haja um aumento de
encarceramento sem que de fato seja resolvido o problema. Em uma tentativa de
tampar o sol com a peneira vê-se na prática a precarização do sistema penitenciário
que muito viola os preceitos constitucionais e pouco se atinge a finalidade da pena:
a reinserção do delinquente à sociedade.
Além disso, a falta de políticas para contenção da entrada de drogas no país,
de prevenção e tratamento dos usuários de drogas faz com que estes sejam
submetidos a situações de risco quando buscam sanar os seus vícios e quando lhes
são tirados a dignidade e a liberdade ao serem encarcerados e tipificados como
traficantes.
Em suma, têm-se na lei de drogas uma política higienista e que não alcança a
sua finalidade social. Assim sendo, há uma necessidade de visualizar a realidade e,
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a partir disso, implantar uma política que realmente seja eficaz contra as
organizações criminosas e a comercialização ilegal de drogas.

4 OBJETIVOS

4.1 GERAL

 Analisar a política antidrogas adotada pelo Brasil e suas consequências social


e econômica.

4.2 ESPECÍFICOS

 Avaliar as consequências da política antidrogas adotada pelo Brasil;


 Identificar os efeitos da política antidrogas no contexto social;
 Relacionar a política antidrogas ao conceito de liberdade individual;
 Examinar a eficácia da política antidrogas na segurança pública;
 Entender como a política antidrogas influencia na economia brasileira;
 Identificar políticas de drogas alternativas.

5 REFERENCIAL TEÓRICO

No Brasil, a lei que estabelece a política de drogas é uma lei em que foca
estabelecer o fim da comercialização ilegal das drogas, porém ela é uma norma
ineficaz, visto que além de confundir usuário com traficantes ela não ajuda a diminuir
o número dessa comercialização fazendo com que se prendam inúmeras pessoas o
que acaba ocasionando as superlotações nos presídios.
A guerra às drogas pune desproporcionalmente os mais pobres, que têm suas
casas invadidas, seus filhos assassinados e suas vidas ameaçadas pelos dois lados
dessa política insana. A guerra mundial às drogas, patrocinada pelas Nações
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Unidas, pune desproporcionalmente os países mais pobres, que tem o seu território
invadido, os seus cidadãos assassinados e a sua soberania ameaçada.
Resultados da manutenção de uma política antidrogas simples para um
problema complexo são fáceis de avaliar e são visivelmente ruins. O governo tem
permanecido omisso sobre esse tema importante, sobre essa guerra que mata
diariamente em nossas cidades. A guerra às drogas falhou e os números e dados
estatísticos comprovam isso. Jovens primários são condenados a anos de prisão
pelo uso de drogas, condenados a passarem boa parte de suas vidas presos, sem
esperança, sem educação e sem o amparo adequado, pois o governo não faz nada
e nem pensa em mudar a sua política proibicionista.
A punição dos usuários não é e nunca será a solução. O uso da força para
esclarecer a população sobre os efeitos nocivos das drogas e combater o seu uso é
um fracasso e tem fracassado por décadas em vários países pelo mundo. Os
resultados da lei brasileira antidrogas foram notadamente contrários às intenções de
seus formuladores: não há indicação de que mais viciados em drogas procurem
tratamento. O crescimento de 117% do número de supostos traficantes presos
também não parece ter contribuído para o controle da produção, do comércio e do
uso de drogas no Brasil. O que temos hoje são mais usuários sendo condenados
como traficantes, quantidade de drogas circulando continua absurdamente alta, ou
seja, essa política destrói os mais jovens, destrói as famílias e prejudicam o
desenvolver de uma sociedade mais justa.
A repressão, a manipulação e o preconceito não diminuíram o número de
usuários, pelo contrário, só aumentaram e tende a continuar se propagando. Esta
são as consequências da política antidrogas: um efeito contrário à sua finalidade.
A solução de combate às drogas proposta pelo governo, que se baseia em
um argumento falacioso de defesa a saúde pública, em nada é eficaz para o usuário,
que são as vítimas que precisam de ajuda e tratamento, e não de um
encarceramento em presídios degradantes sem nenhuma chance de ressocialização
e que infligem a alma da Constituição ao não assegurar a dignidade da pessoa
humana.
O subterfúgio para a institucionalização da política denominada de
“Antidrogas” é a preservação da saúde pública, definição essa que não ganha
sustentação na prática, visto que apenas no primeiro trimestre de 2019 a cidade de
Rio de Janeiro registrou 434 mortes ligadas a ações policiais, o que em comparação
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se mostra mais que o triplo de mortes registrado nos atentados em Paris no ano de
2015.
A implementação de um modelo repressor contra as drogas mostra sinais
claros de decadência, em relatório divulgado em outubro de 2018 pela International
Drug Policy Consortium (Consórcio Internacional de Políticas Sobre Drogas),
compostas por uma rede de 175 ONG’s, e denominado de Taking Stock: A decade
of drug policy Taking (Balanço: Uma década de política de drogas) demonstra tal
ineficiência, pois dados do relatório apontam aumento de 130% na produção de ópio
de papoula desde 2009 e no aumento de 34% entre 2009 e 2016 no cultivo de folha
da coca. Além de dados relativos ao aumento da produção de substâncias ilícitas, o
relatório aponta ainda cerca de 27 mil mortes extrajudiciais em ofensivas contra as
drogas nas Filipinas apenas em 2016, demonstrando ainda o aumento do
encarceramento em massa por conta da ilicitude das drogas, relatando que a cada 5
detentos no mundo 1 está preso por ofensas relacionadas às drogas. Além disso, a
ONU afirma que em alguns países 80% das mulheres que são detentas são por
envolvimento com tráfico de drogas.
Possuindo a ideia de que a “Guerra as Drogas” não se obteve resultado
desejado desde sua implementação nos EUA (Estados Unidos da América) em
1936, o questionamento é o porquê da sua perpetuação ainda depois da detecção
do seu fracasso. Sobre isso discorre RODRIGUES:

Mas qual seria a ligação explícita entre proibicionismo e controle social? A


ligação começa a ficar mais evidente quando se percebe quais foram os
indivíduos que ocuparam os papéis de traficante e usuário. Desde os
momentos mais antigos da proibição às drogas, as atividades de produção
e venda de psicoativos ficaram a cargo de indivíduos postos à margem do
sistema econômico-social dominante. Na ilegalidade, a economia das
drogas convocou os indivíduos que não tinham espaço no mundo legal:
analfabetos, pobres, e marginalizados foram recrutados pelo nascente
narcotráfico. Esta mesma classe de indivíduos já era alvo das políticas de
contenção social; eles já eram os principais corpos a superlotarem os
sistemas penitenciários. Capturados por ameaçarem os costumes e a
propriedade dos “homens de bem”, esses indivíduos, tidos como
desviantes, passaram a ser rastreados também por negociarem “perigosos
venenos”. Antigos preconceitos foram redirecionados, dando à proibição a
característica especial de instrumento para encarcerar.

A sociedade pós-moderna ligada ao capitalismo onde a renda e o consumo


são responsáveis por determinarem a nova ordem social ao contrário de sua
antecessora, a modernidade, que traz consigo a noção de ordem. A pós-
modernidade abre mão da segurança em troca da liberdade consumista, contudo a
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ideia de “ordem” se mantém como meta inatingível, identificando a fronteira para os


novos “estranhos”, ou seja, aqueles que ameaçam o novo modelo social. Assim
afirma MALAGUTI:

Num mercado totalmente organizado em torno da procura do consumidor e


numa sociedade interessada em manter essa procura permanentemente
insatisfeita, os consumidores falhos são os novos impuros, já que o novo
critério de pureza, ou de reordenamento, é a aptidão e a capacidade de
consumo. Essa nova ordem traz estratégias de privatização e
desregulamentação junto “à preservação da pureza da vida consumista”,
produzindo exigências políticas contraditórias, porém complementares: por
um lado, a exigência de incremento das liberdades do consumidor e, por
outro, o discurso de “lei e ordem” para as vítimas do processo de
privatização e desregulamentação, os consumidores falhos. “O ideal de
pureza da pós-modernidade passa pela criminalização social”.

A política pública de guerra as drogas deixam de ser instrumento para as


gerências das diferenças e se torna um mecanismo de criminalização da pobreza,
fazendo a população comprar a ideia de mais repressão ao passo que a
disseminação do discurso do medo aumenta simultaneamente, tornando a
população refém do próprio medo que muitas vezes é infundado. Em 26 de junho de
2002, o jornal “O Globo” soltou uma matéria afirmando que cerca de 1 em cada 4
jovens moradores da favela do Rio de Janeiro estaria envolvido com o tráfico de
drogas, como há cerca de 1 milhão de “favelados” no Rio haveria então 250 mil
jovens com algum envolvimento com o tráfico. Contudo, o mesmo jornal
anteriormente na data do dia 03 de fevereiro de 2002 publicou uma matéria intitulada
“As forças armadas do tráfico”, relatando a forma de militarização das favelas do Rio
onde afirmava que “em toda a cidade, pelo menos 15 ex-militares treinam bandidos,
num total de 265 jovens, o equivalente a metade de um batalhão no Leblon”. Sendo
assim, esse número representaria apenas 0,1% dos jovens envolvidos no tráfico a
terem treinamento militar.
A atual conjuntura da política criminal adotada no Brasil para lidar com o
problema das drogas é visivelmente ineficaz e arbitrária, tendo em vista que as
prisões e apreensões realizadas pela polícia em nada resultam numa real mudança
para a extinção ou diminuição do uso das drogas, a cada apreensão por maior que
seja não tira de circulação as drogas das ruas; o máximo que acontece é o
encarecimento da substância ilícita para que o comércio ilegal faça a compensação
pela mercadoria perdida.
Segundo SOUZA e KANTORSKIO:
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Quando algo se constitui em problema social, se torna objeto de políticas


voltadas a diminuir, inibir e/ou prevenir as causas desse problema. Ao
passo que o uso abusivo das drogas é considerado um problema social,
principalmente por gerar prejuízos nas esferas afetiva, educativa, produtiva,
econômica, saúde e relações sociais, demanda políticas públicas eficientes
com ações contextualizadas aos objetivos da sociedade.

Estudiosos apresentam dois modelos de abordagem ao problema das drogas


na América Latina, a saber: a) o modelo biomédico: o uso de drogas é visto como
enfermidade psíquico–biológica e as intervenções são voltadas também ao
ambiente; b) o modelo geopolítico estrutural: que considera o problema das drogas,
incluindo fatores judiciais, políticos, econômicos e geográficos, centrando as
intervenções no fortalecimento das estruturas governamentais, no estabelecimento
de medidas de controle da venda, consumo e tráfico das drogas, diminuindo a
oferta–demanda. Embora considerem ambas as estratégias com certo grau de
desenvolvimento e evolução, destacam que ambas não têm apresentado resultados
em termos de impacto social.
A orientação das políticas públicas que preconiza medidas repressivas para
uma “sociedade livre das drogas” advém da filosofia ditada pelo EUA de War on
Drugs. Embora seja evidente o fracasso de tais medidas, há continuidade nas
propostas de cunho repressivo, repetindo as medidas punitivas acompanhadas,
muitas vezes, por discursos eleitoreiros.
As últimas décadas têm sido marcadas pelo aumento do índice de drogas
ilícitas no Brasil, o que denota a inadequação das medidas exclusivamente
repressivas e reforça a necessidade de política integrada, coerente, respaldada por
dados científicos, considerando a diversidade e demandas específicas da
comunidade alvo das intervenções. As metas das ações devem ser o controle do
consumo, a melhoria das condições sociais e de saúde, associada à liberdade
individual com contabilização dos custos sociais.
De acordo com o estudo de 1997 a ineficácia da política repressiva é
evidenciada também por Zaluar (1997) que, por sua vez, ressalta que a redução dos
problemas e processos sociais complexos, acenando apenas para a escolarização,
profissionalização e oportunidades adequadas no mercado de trabalho é simplificar
a questão das drogas que são também consumidas por profissionais bem
remunerados, estudantes universitários de famílias prósperas etc. No entanto, é
evidente que, em relação ao usuário pobre, a diferença está na dificuldade de
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acesso aos serviços de saúde para tratamento, no caso de uso abusivo, e


dificuldades relacionadas à defesa, no caso de problemas com a Justiça.
Em se tratando da segurança pública pátria, é preciso analisar se toda a
despesa adotada é útil e eficaz levando em conta de que parte dos esforços são
direcionados a política antidrogas. Não se pode ignorar o fato de que o orçamento
da União voltado a segurança pública é muito menor que as receitas anuais do
chamados Poderes Paralelos ao Estado.
Segundo o site Portal da Transparência, do Governo Federal, o atual
orçamento para a área de atuação na segurança pública é de R$ 11,54 bilhões de
reais. A maior parte desse orçamento é destinada a parte administrativa. Cerca de
apenas R$ 1,2 bilhões são destinados ao policiamento, defesa civil e informação e
inteligência. O orçamento apresenta uma redução de R$ 1,31 bilhões em relação ao
orçamento de 2018.
Segundo o site da Justiça e Segurança Pública, o FUNAD (Fundo Nacional
Antidrogas) arrecada dinheiro para investimento através de dotações (verba
destinada ao combate ao tráfico), doações, multas do controle de fiscalização,
vendas de bens apreendidos, financiamentos externos e internos.
Há uma diferença abissal e notória de suporte financeiro, se comparar as
receitas anuais de todas as organizações criminosas com o orçamento destinado ao
policiamento, defesa civil, informação e inteligência. O Estado não tem como
equiparar suas forças com as das organizações criminosas. Como o desejo é
repudiado institucionalmente, essas organizações entendem que só tem a ganhar
suprindo a demanda de uma grande parcela da população que anseia pelas drogas
ilegais. O Estado institucionaliza uma guerra contra um adversário muito mais rico.
De acordo com a edição 2498 de outubro de 2016 da Revista Veja, se a
facção criminosa denominada PCC fosse uma empresa, seria uma das maiores do
país:

“Se fosse uma empresa, o PCC seria hoje a décima sexta maior do país, à
frente de gigantes como a montadora Volkswagen. Trata-se de um império
corporativo em que os produtos são as drogas ilícitas. Os clientes são
dependentes químicos. Os fornecedores são criminosos paraguaios,
bolivianos e colombianos. Os métodos são o assassinato, a extorsão, a
propina e a lavagem de dinheiro. As áreas de diversificação são os assaltos
a bancos, o roubo de carga e o tráfico de armas. Apenas com a venda de
drogas para o consumo no território nacional, a organização alcança um
faturamento anual da ordem de 20,3 bilhões de reais, sem incluir as receitas
com roubo de cargas e assalto a banco.”
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No Brasil, o consumo e o comércio dos cigarros de nicotina são legalizados e


auxiliam na movimentação bilionária das receitas da maior empresa de tabaco do
mundo, a Philip Morris International Inc., que em 2018 apresentou receita anual de
29,63 bilhões de dólares. Esse valor, na atual conversão para a moeda brasileira,
equivale a 124,35 bilhões de reais.
As receitas da organizações criminosas que produzem e põe à venda drogas
ilícitas e das empresas que confeccionam e vendem drogas legalizadas, comprovam
que existe uma demanda que, o Estado não garantindo o consumo e o comércio
como um direito a liberdade individual, o poder paralelo irá suprir o desejo de quem
se acha no direito de consumir. Em 2014, com o título “Fortune 5”, o site da revista
norte-americana Fortune, na reportagem de Chris Matthews, elencou as 5 maiores
organizações criminosas do mundo e que apresentavam receitas estrondosas até
aquele ano. São elas:
A. Solntsevskaya Bratva, da Rússia: US$ 8,5 bilhões (19,4 bilhões de reais em
2014);
B. Yamaguchi Gumi (Yakuza), do Japão: US$ 6,6 bilhões (15,312 bilhões de
reais em 2014);
C. Camorra Napolitana, da Itália: US$ 4,9 bilhões (10,976 bilhões de reais em
2014);
D. 'Ndrangheta, da Itália: US$ 4,5 bilhões (10,08 bilhões de reais em 2014);
E. Cartel de Sinaloa, do México: US$ 3 bilhões (6,72 bilhões de reais em 2014).
As consequências de uma política que visa combater o narcotráfico ignorando
uma demanda significativa de usuários que anseiam por drogas ilícitas, podem ser
identificadas não só pelos altos valores das receitas anuais dos poderes paralelos,
como nas mortes envolvidas no conflito entre o Estado e o narcotráfico.
Ao aplicar medidas que visam combater a violência do Brasil, é necessário
analisar tantos os modelos, aplicados fora do país, que dão resultado satisfatório
quanto os modelos que não dão resultados queridos. Mesmo o sistema de
policiamento comunitário do Japão sendo exemplar (Cerca de 6.600 postos policiais
espalhados pelos país), com tolerância zero às armas e com número de homicídios
baixíssimos, a Yakuza (máfia secular, Séc. XVII) consegue gerar bilhões por ano.
Isso comprova que, mesmo com uma política forte de segurança pública, no
Japão, o Estado não tem força suficiente para extinguir uma demanda. No México,
entre 1988 a 2018, cerca de 475 mil pessoas morreram assassinadas na guerra às
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drogas ilícitas. A última guerra declarada do Estado ao narcotráfico (Dez/2006)


gerou 200 mil mortes e 30 mil desaparecidos até hoje. As principais organizações
criminosas do país são o Cartel de Sinaloa e o Cartel do Golfo. Somando as receitas
anuais de todos os cartéis do México, chega-se a soma de US$ 49,4 bilhões de
dólares.
O Cartel de Sinaloa foi responsável pela libertação, autorizada pela polícia
mexicana, de Ovidio Guzman, filho de Joaquín “El Chapo” Guzmán (líder do cartel).
A mando do chefe, o cartel aterrorizou o méxico libertando presos, queimando
carros e atirando contra policiais da cidade de de Culiacán até que Ovidio fosse
libertado. O Estado do México não foi capaz de medir forças com o poder paralelo a
ele.
A Colômbia é o país líder mundial em produção de cocaína com,
aproximadamente, 70% da distribuição total do mundo e 90% do processamento,
segundo fontes do Departamento de Estado dos Estados Unidos, em 2004. Entre
janeiro de 1958 e dezembro de 2012, aproximadamente 220.000 pessoas foram
mortas na Colômbia, sendo mais de 170.000 civis. Os números fazem parte do
relatório “Basta, Já! Colômbia: Memórias de Guerra e Dignidade”, elaborado pelo
Centro Nacional de Memória Histórica.
Nesse país sul-americano, o poder paralelo foi presente em grande
quantidade. Tem-se o Cartel de Medellín, Cartel de Cali, Cartel del Norte del Valle e
Cartel de la Costa; Grupos paramilitares de extrema direita como a Autodefesas
Unidas da Colômbia e Águilas Negras; Guerrilhas de extrema-esquerda como as
FARC e o Exército da Libertação Nacional. Todos esses grupos traficam ou
traficavam cocaína. As FARC eram as maiores guerrilha do país e só se desfez por
ter entrado em acordo com a Colômbia desde 2016, com o intermédio da ONU. O
problema é que outras forças armadas ilegais estão operando em áreas que eram
de posse das FARC. Ocorreu que outro poder paralelo tomou posse de uma
demanda.
No Brasil, especificamente no estado do Ceará, ao menos quatro facções se
dividem no controle do tráfico de drogas - PCC, CV, Guardiões do Estado e Família
do Norte. Em meados da década passada, a facção criminosa Primeiro Comando da
Capital (PCC), hegemônica no controle do tráfico em São Paulo, expandiu seus
negócios para Estados nordestinos e do Norte. O mesmo ocorreu com o Comando
Vermelho (CV), oriundo do Rio de Janeiro.
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Segundo Sheila Freitas, secretária de Segurança do RN, numa reportagem ao


site G1 em 2017, do total de assassinatos no Rio Grande do Norte naquele ano,
cerca de 78% estavam relacionados com o tráfico de drogas. A Região Norte é
estratégica por dois motivos: serve como escoamento de drogas para a Europa e é
uma rota de transporte de drogas produzidas em países vizinhos, como Colômbia e
Peru.
Enquanto São Paulo registra 10,3 homicídios por 100 mil pessoas - a menor
taxa do país -, os nordestinos Rio Grande do Norte e Ceará alcançaram a marca de
62,8 e 60,2, respectivamente. A chegada dessas redes, levando a uma maior oferta
de drogas e armas, aumentaram rivalidades entre traficantes locais. Regiões antes
consideradas mais tranquilas hoje vivem uma espécie de epidemia de assassinatos
É preciso que a política antidrogas seja questionada, a fim de se examinar a
sua eficácia na segurança pública do Brasil, com intuito de saber se compensa o
investimento a ponto de gastar menos, sacrificando vidas inocentes, ou o
equivalente às receitas das grandes organizações criminosas, diminuindo a
violência, mas não extinguindo a demanda.
Em 1972 sob o comando do Presidente Richard Nixon os Estados Unidos da
América declara uma “Guerra as Drogas” a nível nacional, exercendo também forte
influência para que o restante do mundo assim o fizesse, tal prestígio adquirido em
boa parte após o fim da segunda guerra mundial faz com que os países adotem
medidas repressivas e de tolerância zero para o uso de qualquer psicotrópico.
Contudo, após 40 anos dessa política proibicionista a Comissão Global de Políticas
sobre Drogas aponta que:

A guerra mundial às drogas fracassou. Quando a Convenção Única de


Entorpecentes da ONU foi implantada 50 anos atrás e quando o presidente
Nixon lançou a guerra às drogas do governo norte-americano há 40 anos,
os políticos acreditavam que a aplicação rigorosa de políticas repressivas
contra os responsáveis pela produção, distribuição e consumo de drogas
levariam a uma redução do mercado de drogas ilícitas, como heroína,
cocaína, cannabis, até chegarmos a um “mundo inteiramente livre de
drogas”. Na prática, o resultado alcançado foi o oposto do desejado: o
crescimento dramático de um mercado global do mercado de drogas ilícitas,
amplamente controlado pelo crime organizado em escala transnacional.
Embora não se disponha de estimativas precisas quanto ao consumo global
de drogas ao longo dos últimos 50 anos, uma análise focada nos últimos 10
anos mostra um mercado ilegal cada dia mais extenso e crescente.

No Brasil tal medida repressiva não possuiu efeito diverso do que alcançado
por outras nações, que também investem milhões anualmente em políticas
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repressivas sem qualquer retorno em saúde pública ou segurança. Relatório feito


pela Consultora Legislativa da Área IX, Luciana da Silva Teixeira, mostra que
apenas no ano de 2014 o Estado gastou com presos por porte e tráfico de
entorpecentes cerca de 3,32 bilhões, enquanto estima-se 405,9 milhões gastos em
repressão policial apenas relacionada ao tráfico e mais 259,9 milhões em gastos
jurídico-processuais. Tais medidas se tornam incompatíveis com a realidade quando
pesquisas realizadas para verificar o crescimento do PCC (Primeiro Comando da
Capital) tida como a maior organização criminosa do Brasil revela que em seus
primeiros anos a mesma possuía cerca de 8 mil membros e em dados de 2006 a
mesma já tinha 120 mil integrantes, demonstrando mais uma vez a ineficácia das
medidas adotadas.
Em recente entrevista concedida, o general da reserva do Exército Alberto
Mendes Cardoso, Ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) da
Presidência da República afirmou que o comércio ilegal de drogas move no Brasil
cerca de 17 bilhões anualmente. Porém por se tratar de um comércio as margens
sociais essa renda não é convertida para o país de forma direta tornando a proibição
algo ainda menos desvantajoso economicamente, já que além de todos os gastos
necessários para a manutenção da mesma, o país ainda deixa de obter renda às
custas de tais substâncias.
Além disso, segundo o Doutor de Direito Penal da USP e ex secretário
nacional de políticas sobre drogas do Ministério da Justiça, Luiz Guilherme Paiva “O
Brasil possui uma política uma política repressiva cara e ineficiente que prioriza o
combate aos microtraficantes e não afeta o mercado milionário de drogas. O
combate ao tráfico ostensivo custa mais caro do que o valor gasto em saúde e
educação. Além disso um preso custa em média cerca de 2.500 reais enquanto um
estudante universitário das instituições públicas custa menos que um terço deste
valor, aproximadamente 790 reais.
A proibição das drogas aquece um mercado ilegal estimado em centenas de
bilhões. Em 2005 a produção foi avaliada em 13 bilhões de dólares, a indústria do
atacado em 94 bilhões de dólares e o varejo cerca de 332 bilhões de dólares. Assim,
o mercado de drogas no atacado é maior que o equivalente global para produtos
como vinho, cerveja, tabaco, café e cereais juntos. Sem contar que além dos bilhões
desperdiçados na repressão às drogas todo ano, há custos secundários
desastrosos, tanto no âmbito financeiro quanto socialmente.
15

O negócio ilegal das drogas corrói a governança, pois estima-se que


traficantes de cocaína gastam até 500 milhões de dólares por ano em subornos.
Estudos de 1998 apontam que no México os gastos em subornos são maiores que o
orçamento anual da Procuradoria Geral Mexicana. No ano de 2011, grupos de
traficantes de drogas mexicanos e colombianos lavavam cerca de 39 bilhões de
dólares ao ano em receitas da distribuição por atacado.
Dessa forma, o comércio ilegal cria um ambiente hostil aos interesses de
negócios legítimos. Nota-se a diminuição de investimento em turismo cria vitalidade
no setor de concorrência desleal (lavagem de dinheiro) e países inteiros sofrem
devido a distorção da estabilidade macroeconômica.
Percebe-se o fracasso da política proibicionista pois segundo a ONU
(Organização das Nações Unidas) o número de usuário no Brasil sofreu um
aumento de 30% nos últimos dez anos. Estima-se que hoje o número de usuários
Brasileiro gire em torno de 600 mil. Não havendo redução considerável desde a
implementação das políticas antidrogas.
A partir dos dados contundentes apresentados pelos relatórios divulgados,
fica evidente que o consumo das drogas não se reduziu pela criminalização,
ocorrendo o contrário, proliferação do crime organizado, violência, corrupção policial,
insegurança, milhares de mortes, presídios lotados e diversos outros danos
irreparáveis.
De acordo com Salles:

O proibicionismo continua sendo o modelo mais adotado pelos países ao


redor do mundo. Entretanto, como os resultados não estão saindo, alguns
países já começam a vislumbrar alternativas, há vários países trazendo a
droga de volta para a legalidade. Apostando em casos de sucesso, como o
cigarro, por exemplo, em que a quantidade de usuários vem baixando ano
após ano a partir de um olhar mais integral dos desafios e campanhas mais
honestas e transparentes.

No Alasca, maiores de 21 podem comprar até uma onça de maconha (28


gramas) e ter seis plantas em casa. Caso curioso viveram os cidadãos do Colorado.
O primeiro estado americano a legalizar a maconha recreativa se espantou com a
quantidade de impostos recolhidos. Foram US$ 70 milhões (R$ 272 milhões) de
receitas geradas, quase o dobro dos US$ 40 milhões (R$ 144,5 milhões) previstos.
Salles explica como é a política de drogas em Portugal:

Quando Portugal descriminalizou a posse de drogas em 2001, os


legisladores também redirecionaram a política para um modelo com ênfase
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na saúde pública. Sob a lei da descriminalização, quem é pego com uma


quantidade abaixo do limite permitido (que varia de acordo com a droga) é
levado para um painel de três pessoas formado por especialistas médicos,
assistentes sociais e profissionais legais. Os membros do painel se
concentram em uma abordagem centrada na questão da saúde para avaliar
o tratamento que um indivíduo precisa, se for o caso. Os painéis têm uma
ampla gama de sanções à sua disposição – que incluem requerer
tratamento para aqueles que são dependentes de drogas, obrigatoriedade
de serviço comunitário, suspender a carteira de motorista, ou, como último
recurso, a emissão de multas. Para os não-dependentes, infratores pela
primeira vez, os painéis quase sempre vão suspender o processo e impor
nenhuma sanção. Se um indivíduo for encontrado com uma quantidade
superior ao limite será encaminhado a um tribunal penal.

Já na Espanha, que também optou pela descriminalização, se a polícia


encontrar um indivíduo na posse de uma quantidade suficiente para consumo
pessoal de até 5 dias, ele enfrentará apenas uma sanção administrativa.
SALLES relata que há inovações no consumo que garante uma droga segura
e sem vinculação ao comércio ilegal. Um dos exemplos é o clubes cannabicos,
organizações privadas que administram bares ou clubes onde os membros podem
usar maconha em privado, juntamente com outros membros; diferentemente dos
coffee shops holandeses. Atualmente, há mais de 300 clubes operando na Espanha.
Como aponta SALLES, a Holanda é pioneira global em políticas de drogas,
mas lá o posse de drogas não é legalizado:

A Holanda tem sido considerada como pioneira global em política de


drogas, muitas vezes relacionada às alterações em sua legislação de
drogas, quando foi criada uma divisão legal entre drogas leves e pesadas.
Tecnicamente, a legislação de 1976 continuou a criminalizar a posse de
drogas, entretanto, há uma política de não-incriminação, que instrui os
promotores a não processar delitos de pequenas posses de drogas.
Singelamente, o sistema criminal faz “vista grossa” para uma conduta que
segundo a lei continua sendo crime. Ou seja, lá não é legalizado.

As avaliações recentes da política de drogas holandesa mostram números


baixos de mortes por uso de heroína em comparação com o resto do mundo; baixo
uso de drogas injetáveis, e uma diminuição no número de jovens que se tornam
usuários problemáticos.
A posse de drogas para uso pessoal nunca foi criminalizada no Uruguai.
Embora não enfrente graves problemas com o uso, o governo uruguaio estava
incomodado com o alto número de presos por tráfico e com o alto custo que esse
sistema punitivo traz. A solução aprovada pelo Congresso uruguaio foi não apenas
legalizar a maconha, mas transformar o Estado em seu único fornecedor, pela
disputa de um mercado de U$ 30 a 40 milhões.
17

Em Vancouver, relata SALLES, foram criados os locais de injeção de heroína,


faz quase 10 anos desde que o Insite foi aberto – local de injeção supervisionada de
heroína – e dois anos desde que a Suprema Corte do Canadá determinou por
unanimidade que ele deve permanecer aberto para proteger a saúde pública.
Um relatório divulgado recentemente que resume 15 anos de dados sobre a
situação das drogas em Vancouver fornece evidências de que os programas de
redução de danos têm ajudado a reduzir o uso de drogas ilícitas e melhorar a saúde
pública: menos pessoas estão injetando drogas; mais estão acessando tratamento
de dependência; e a transmissão do HIV relacionados ao uso de drogas injetáveis
despencou. Da mesma forma, demonstra que o Insite não aumenta a criminalidade
ou incentiva o uso de drogas.

6 METODOLOGIA

Para o desenvolvimento do projeto de pesquisa sobre o tema “A política


antidrogas e sua eficácia no âmbito nacional” foi adotada a pesquisa exploratória
bibliográfica, com foco na leitura e compilação de informações publicadas em livros,
artigos, dissertações relacionadas ao tema.

7 HIPÓTESES

Há no cenário mundial uma tendência de se enxergar o usuário dependente


de drogas não mais como um criminoso, mas sim uma vítima daquilo que se pode
chamar de violência estrutural. Vários podem ser os fatores que levam uma pessoa
a se envolver no mundo das drogas. Por exemplo, as limitações pessoais, quer
sejam de ordem física ou psicológica, ou ainda, aquelas impostas pelo sistema em
que se vive.
Desde a época colonial até a vigente lei 11343/06, a discussão sobre a
eficácia das leis antidrogas no país é assunto recorrente. As razões que levaram a
humanidade ao uso de entorpecentes variam desde mágicas, religiosas, medicinais,
afrodisíacas ou unicamente como alucinógenas.
Junto com a revolução industrial e o modo de produção capitalista, as
drogas passaram de sua utilização para o bem estar para um produto, uma
mercadoria a ser vendida e comprada. E o fato de que programas de Redução de
18

Danos devem ser considerados apenas como um elemento de uma estratégia mais
ampla e abarcante de redução de demanda, tem sido negligenciado.
Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas (CONAD) é o órgão superior
permanente do Sistema Nacional de Políticas sobre Drogas (SISNAD). Colocando
de forma bem simplicista, a nossa política de drogas é focada em reduzir a oferta e
reduzir a demanda. O responsável por reduzir a oferta, é o Ministério da Justiça, e
reduzir a demanda, o Ministério da Saúde.
O Ministério da Saúde cria as políticas de tratamento para os usuários de
drogas, que faz o convenio com as unidades terapêuticas, cria estratégias de
redução de danos, que administra o centro de atenção psicossocial, álcool e drogas.
O Ministério da Saúde que controla o SENAD (A Secretaria Nacional de Políticas
Sobre Drogas) que integra, juntamente com outros órgãos das esferas Federal,
Estadual e Municipal, o Sistema Nacional de Políticas sobre Drogas (SISNAD),
instituído pela Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006.
A Organização Mundial da Saúde adotou a seguinte terminologia, no que se
refere a drogas:

Experimentador: pessoa que experimenta droga, levada geralmente por


curiosidade. Aquele que prova a droga uma ou algumas vezes e em
seguida perde o interesse em repetir a experiência.

Usuário ocasional: pessoa que utiliza uma ou várias drogas quando


disponíveis ou em ambiente favorável, sem rupturas (distúrbios) afetiva,
social ou profissional.

Usuário habitual: pessoa que faz uso frequente, porém sem que haja
ruptura afetiva, social ou profissional, nem perda de controle.

Usuário dependente: pessoa que usa a droga de forma frequente e


exagerada, com rupturas dos vínculos afetivos e sociais. Não consegue
para quando quer.

A política proibicionistas para o controle e repressão das drogas não


funcionaram em diversos países e no Brasil não seria diferente. A política de
repressão é uma política cega para a realidade e só deteriora a situação do usuário
que é criminalizado inconstitucionalmente. Faz-se necessário, e com urgência, uma
política mais eficaz e que realmente resolva o problema, pois como afirmava Santo
Agostinho “uma lei injusta não é lei alguma”. Assim, a sociedade têm de se
desapegar das velhas ideias fracassadas para os novos tempos.
19

8 REFERÊNCIAS

78% das mortes têm relação com o tráfico de drogas, diz secretária de Segurança
do RN. G1 RN, 2017. Disponível em: <https://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-
norte/noticia/78-das-mortes-tem-relacao-com-o-trafico-de-drogas-diz-secretaria-de-
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2015. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2015/11/1706236-
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