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2- DESENVOLVIMENTO

2.1CONCEITOS E GERAÇÕES OU DIMENSÕES DOS DIREITOS


FUNDAMENTAIS.

O conceito do termo é debatido por diversos doutrinadores, haja vista que


alguns preferem usar o termo gerações e outros dimensões. Paulo Bonavides
acredita no termo gerações dos direitos fundamentais esclarece melhor a inserção
histórica dos direitos nas cartas constitucionais dos países.

Bonavides (2006, p.563) "Os direitos fundamentais passaram na ordem


institucional a manifestar -se em três gerações sucessivas, que traduzem sem
dúvida um processo cumulativo e quantitativo".

As doutrinas mais atuais preferem o termo de dimensões de direitos


fundamentais, considerando o mais adequado, uma vez que o termo "gerações" não
define adequadamente a evolução dos direitos fundamentais, por passar uma falsa
ideia de que, na proporção que fossem evoluindo haveria uma substituição de uma
geração pela outra, quando de fato não é substituível por uma subsequente. Já a
terminologia dimensão da ideia de que agem conjuntamente.

No total são 5( cinco) gerações ou dimensões de direitos consagrados pela


doutrina atual. A primeira dimensão dos diretos fundamentais marcou a passagem
do Estado autoritário para o Estado de direito, sendo caracterizado pelas liberdades
individuais e pela ausência do Estado. Compreende os direitos civis e políticos do
indivíduo e que são oponíveis ao Estado. Dentre esses direitos estão à vida,
segurança, à propriedade, locomoção, liberdade de pensamento, expressão entre
outros. Alexandrino diz:

Por serem repressores do poder estatal os direitos fundamentais de primeira


geração (dimensão) serão reconhecidos como direitos negativos, liberdades
negativas, ou direitos de defesa do indivíduo frente ao Estado (Alexandrino,
Paulo, 2012, p.102).
Os direitos de primeira dimensão representam uma segurança para que o
Estado não seja arbitrário com cidadãos.

Nos direitos de segunda dimensão o Estado tem o dever de concretizar


determinados direitos que propiciem ao indivíduo uma vida digna. Neste direito
portanto, foram incluídos em um primeiro momento o Estado ou seja, sem qualquer
garantia de concretização por meio de instrumentos processuais como os que
garantem a liberdade da primeira geração. O preceito de aplicabilidade imediata de
direitos fundamentais como os estabelecidos na Constituição Federal de 1988, surge
para resolver esse impasse.

Portanto a 2° dimensão dos direitos fundamentais reclama do Estado uma


ação que possa proporcionar condições mínimas de vida com dignidade, são os
direitos sociais, econômicos, e culturais, sempre buscando diminuir as
desigualdades sociais na proteção aos mais fracos. O Estado perante o indivíduo
como: assistência social, educação, saúde, cultura, trabalho, lazer dentre outros.

Os direitos fundamentais de terceira dimensão, também são chamados de


direitos transindividuais, referem - se aos valores da solidariedade e fraternidade,
guardando relação com o progresso do meio ambiente, direito a propriedade sobre o
patrimônio comum da humanidade e ao direito de comunicação.

Aos diretos de quarta dimensão refere -se muitos doutrinadores, mesmo não
havendo um consenso, defendem sua existência Bobbio (1992, p.6 fala que essa
dimensão diz respeito aos diretos relacionados á Engenharia Genética em
consonância Bonavides (2006, p.571/572) também coincide com a existência da
quarta geração, porém diz que está dimensão está relacionada à informação, à
democracia e ao pluralismo político. Esses direitos tem ligação direta com o futuro
da humanidade.

E os direitos de quinta dimensão e última dimensão estão relacionados


segundo alguns doutrinadores o direito à paz. Segundo Scarlet (2002, p. 53), não
seria necessário classificar a quarta e quinta dimensões, tendo em vista a bioética,
portanto, na primeira dimensão, de modo que à quinta dimensão, que trata da
cibernética e a informação se enquadraria na terceira dimensão.

Devido à sua relevância eles entendem que esse direito deve ser tratado
como dimensão autônoma.

2.2 A AÇÃO DO ESTADO NA PROTEÇÃO DO CIDADÃO

Os direitos fundamentais constituem a base Ode uma ordem jurídica


organizada e viável. O ordenamento jurídico brasileiro tem sua sequência:

o Constituição Federal de 1988


o Leis, decretos e jurisprudência
o Atos normativos, portarias e resoluções
o Contratos, sentenças judiciais e negócios jurídicos

O estabelecimento de direitos fundamentais do cidadão é destinado a lhes


proteger de qualquer violação, constitui- se em aparato essencial para que se
estabeleça a convivência pacífica.

Em realidade os direitos fundamentais do cidadão constituem- se na base do


Estado juridicamente organizado, segundo o ensinamento de Bonavides, citando a
caracterização intentada por Carl Schimitt, os direitos fundamentais, sob o ponto de
vista formal, são aqueles que o ordenamento Constitucional explicita e que recebem
da Carta Magna tratamento diferenciado, seja por que imutáveis, seja por que
dependem de processo dificultoso para mudança( por meio de emenda à
constituição).

Com está citação de Bonavides entendemos que a ação do Estado na


proteção ao cidadão depende da imutabilidade e de asseguridade que á
Constituição Federal 1988 estabelecem ao Estado. Essa função estabilizadora,
promovida pelo respeito ao conjunto de direitos tidos por essenciais no texto
constitucional, ao enxergar o conjunto social como uma teia de direitos e deveres
recíprocos entre os cidadãos recai sobre o Estado o papel de administrar o bom
funcionamento desse ordenamento. Conforme advertem Gilmar Mendes, Inocêncio
Coelho e Paulo Gonet Branco, os direitos fundamentais vigoram em uma ordem
jurídica concreta e por isso, mesmo devem ser garantidos pelo Estado que os
consagra

O Estado tem papel de garantir os direitos fundamentais inscritos. no texto


constitucional decorre também a vinculação dos poderes públicos. Sim, por que aqui
há uma coesão necessária na clássica separação dos poderes da República, todos
condicionados à efetivação dos direitos fundamentais do cidadão, sob pena de
comprometer o sistema jurídico-constitucional.

Portanto, os direitos fundamentais do cidadão compreendem a própria


essência de um Estado juridicamente organizado. Isso porque, como bem salienta a
Ministra Carmem Lúcia, Ex Presidente do Supremo Tribunal Federal, " Cada homem
integra a humanidade, sendo seu credor e devedor, como membro da sociedade
que não habita nem se esconde em fronteiras, mas que coabita e se enlaça em suas
larguezas humanas".

2.3 DIREITOS FUNDAMENTAIS: DIREITO À VIDA

Dentre os direitos fundamentais inseridos na Constituição Federal de 1988, é


correto apontar o direito à vida, como o principal direito resguardado a todas as
pessoas. É um direito que transcende o cenário jurídico e é objeto de estudos em
diversas áreas, como da sociologia, filosofia e religião.

Antes de proteger qualquer outro direito é dever do Estado se preocupar com


aquele que é o mais importante: o direito à vida humana, que sem este, todos os
demais ficam sem fundamento.

Os direitos fundamentais inseridos na Lei Maior estão classificados em cinco


capítulos, quais sejam, direitos individuais e coletivos, direitos sociais, direitos da
nacionalidade, direitos políticos e direitos relacionados à participação em partidos
políticos.

Direitos fundamentais podem ser definidos como aqueles que são


considerados indispensáveis à pessoa humana, necessários para assegurar a todos
uma existência digna, livre e igual. Não basta ao Estado reconhecê-los formalmente;
deve buscar concretizá-los, incorporá-los no dia-a-dia dos cidadãos e de seus
agentes.

Em 1948 surgia a Declaração Universal dos direitos do homem, que se


preocupava com quatro ordens de direitos individuais. Em um primeiro grupo de
direitos são citados: o direito à vida, à liberdade e à segurança; são chamados de
direitos pessoais do indivíduo. No segundo grupo são referidos os direitos do
indivíduo diante da coletividade: o direito à nacionalidade, direito de livre circulação e
direito de residência, além do direito de propriedade.

A vida deve ser interrompida apenas por causas naturais, restando proibido
que uma pessoa tire a vida de outra. O direito à vida também é um direito à saúde, à
alimentação, à educação, e todas as formas que garantam a dignidade da pessoa
humana. Consequentemente, o Estado deve assegurar tais garantias a todas as
pessoas para garantir, ao mesmo tempo, o próprio direito à vida.

Infelizmente, no Brasil, muitos destes direitos não são respeitados, afrontando


de maneira direta a Carta Magna. Inúmeros casos de pessoas com doenças graves
acabam morrendo porque não tem acesso aos remédios que poderiam salvar suas
vidas, nem tão pouco ao atendimento médico. Outras, por sua vez, vivem na mais
completa miséria, em situações degradantes, sem alimentação para se manterem
vivas.

Ditos direitos estão insculpidos na Constituição Federal de 1988, em seu


artigo 6º, sob o título “Dos Direitos Sociais”. Segundo entendimento de Ricardo Lobo
Torres ao refletir sobre o direito à saúde menciona que:

As atividades preventivas geram o direito ao atendimento integral e gratuito: as


campanhas de vacinação, a erradicação das doenças endêmicas e o combate às epidemias
são obrigações básicas do Estado, deles se beneficiando ricos e pobres independentemente
de qualquer pagamento. A medicina curativa e o atendimento nos hospitais públicos,
entretanto, deveriam ser remunerados pelo pagamento das contribuições ao sistema de
seguridade, exceto quando se tratasse de indigentes e pobres, que tem o direito ao mínimo
de saúde sem qualquer contraprestação financeira, posto que se trata de direitos tocado
pelos interesses fundamentais.

O autor vai além lembrando decisão do Supremo Tribunal Federal em que


resta claro que o direito à saúde está totalmente interligado ao direito à vida. Ficou
decidido que um paciente, portador do vírus da AIDS, tem o direito à assistência
médica e farmacêutica de forma gratuita, pois ser este, um dever do Estado.

Ademais, o direito à vida também está presente no art. 225, § 1º Da Lei


Maior. É um dever que se impõe ao Estado, de preservar a vida e, ainda, com
determinado grau de qualidade. Por outro lado, cabe também ao Estado a proteção
ao direito à vida, com a criação de serviços de polícia, de um sistema prisional e é
claro, de toda uma organização judiciária. O direito à vida não pode ser confundido
como uma mera liberdade, ou seja, a pessoa não tem a opção de deixar de viver.
Assim sendo, até mesmo para aqueles que desejam morrer e pretendam cometer
suicídio, o Estado deve fazer de tudo para evitar, mesmo que essa seja a vontade
da pessoa.

O direito à vida é o principal direito que existe, o primeiro a ser protegido,


mas, ainda assim, pode sofrer restrições. É o que ocorre nos casos de defesa da
própria vida quando a própria vida está em conflito com outro direito de viver, de
outra pessoa, e o Poder Público não pode interceder, é permitida a violação do
direito à vida de outrem, sem punição por parte do Estado. São os casos de legítima
defesa e estado de necessidade. Parece claro que se alguém ameaça outra pessoa
com uma arma de fogo, por exemplo, esta pessoa está autorizada a reagir para
defender sua própria vida, pois está agindo em legítima defesa e está em iminente
perigo de perder seu bem mais valioso: sua vida. Por outro lado, em uma situação
de perigo, como em um naufrágio, a pessoa também está autorizada a pegar a boia
de outrem para salvar sua vida, sacrificando a vida alheia, o que se chama de
estado de necessidade.
A vida é uma matéria muito discutida em todos os ramos da sociedade e em
uma boa parte da matéria do Direito.

A Constituição Federativa do Brasil é em sua totalidade a base para todos os


preceitos que englobam o direito brasileiro.

Após a Ditadura Militar, foi necessária a fundamentação de uma nova


Constituição, esta promulgada em 1988 e vigente até os dias atuais.

A Magna Carta brasileira marcou o apogeu da chamada "Democracia" em


nosso país. Este avanço ocorreu devido à mesma dar certa liberdade ao povo, visto
que o mesmo era oprimido durante a Ditadura instaurada pelos militares durante 25
anos.

Provavelmente um dos pontos mais emblemáticos da Constituição de 88 são


os artigos que discorrem sobre a vida, dignidade e liberdade, principalmente os Art.
1, Inciso III, Caput do Art. 5º, o Art. 170 e o Art. 60 § 4, Inciso IV, que tratam de
alguns dos direitos fundamentais.

O Art.1, Inciso III da Constituição Federativa do Brasil traz:

Caput - A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos


Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de
Direito e tem como fundamentos:

III - a dignidade da pessoa humana. [...]

Toda e qualquer pessoa possui dignidade. Porém a dignidade não é um


direito.

"A dignidade humana não é um direito, porque ela não é um ordenamento jurídico, não é a
Constituição que nos da dignidade. Todos os seres humanos possuem dignidade... A
Constituição diz que cabe ao ordenamento jurídico proteger esta dignidade e promover os
meios necessários a uma existência digna." (NOVELINO, 2010).

Para o eminente filosofo alemão Emmanuel Kant, a dignidade era:


“No reino dos fins, tudo tem ou um preço ou uma dignidade. Quando uma coisa tem preço,
pode ser substituída por algo equivalente; por outro lado, a coisa que se acha acima de todo
preço, e por isso não admite qualquer equivalência, compreende uma dignidade."(KANT,
2004).

Mas o que seria a dignidade?

Dignidade parte do preceito de ser digno. Ter uma moradia confortável,


educação, saúde de qualidade, lazer e um nome que é a sua honra. A Constituição
Federal em seu Art. 1 Inciso III diz que o papel do Estado (Brasil) é garantir esses
direitos, visto que os mesmos são fundamentais, e proteger a dignidade do homem,
pois a mesma parte do estado natural do indivíduo.

A maioria dos Direitos Fundamentais expressos na Carta Magna brasileira se


fundamenta em princípios e não por regras jurídicas, ou seja, os Direitos
Fundamentais Constitucionais provem da natureza humana, portanto a Constituição
tem apenas o dever de zelar por esses princípios.

A Constituição tem seu apogeu justamente no principal artigo de Direitos


Fundamentais transcrito em seu corpo, que se encontra no Caput do Art. 5º.

Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,


garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:

De modo bem abrangente, ou genérico a cabeça do art. 5º garante os


principais direitos que consequentemente ajudarão na manutenção da dignidade do
cidadão submetido a tal Constituição, visto que o referente artigo assegura o direito
à vida, ou seja, o direito de não ser morto, vítima de homicídio, por consequência
assegura o direito de permanecer vivo, como também assegura o direito de ter uma
vida digna e não direito a dignidade.

Como o Art. 5º, Caput assegura a todos os cidadãos brasileiros ou


estrangeiros residentes no Brasil o direito a vida, encontramos o Art. 84, Inciso XIX,
complementado pelo inciso XLVII do 5º artigo da Constituição, que fundamenta a
proibição da pena de morte, salvo em casos de guerra.

“Assim, mesmo por emenda constitucional é vedada a instituição da pena de morte


no Brasil, sob pena de se ferir a cláusula pétrea do Art. 60, § 4º, Inciso IV”. (LENZA, 2010).

“Assim, a Constituição Federal de 1988 garante as necessidades vitais do ser


humano e proibindo qualquer tipo de tratamento índigo, como a tortura, penas de caráter
perpetuo, trabalhos forçados, cruéis etc.”. (LENZA, 2010).

O Direito à Vida, pode não ter utilidade se o Direito à Liberdade não for
assegurado a todos os cidadãos, visto que uma vida sem liberdade não é uma vida
digna. A Liberdade entra de forma vital na Constituição assegurando desta forma a
Liberdade a ter uma vida e consequentemente uma manutenção da dignidade.

2.4 OS DIREITOS FUNDAMENTAIS NA CONSTITUIÇÃO DE 1988

A Constituição Federal de 1988, trouxe em seu Título II, os Direitos e


Garantias Fundamentais, subdivididos em cinco capítulos:

a- Direitos individuais e coletivos: são os direitos ligados ao conceito de


pessoa humana e à sua personalidade, tais como à vida, à igualdade, à dignidade, à
segurança, à honra, à liberdade e à propriedade. Estão previstos no artigo 5º e seus
incisos;

b- Direitos sociais: o Estado Social de Direito deve garantir as liberdades


positivas aos indivíduos. Esses direitos são referentes à educação, saúde, trabalho,
previdência social, lazer, segurança, proteção à maternidade e à infância e
assistência aos desamparados. Sua finalidade é a melhoria das condições de vida
dos menos favorecidos, concretizando assim, a igualdade social. Estão elencados a
partir do artigo 6º;

c- Direitos de nacionalidade: nacionalidade, significa, o vínculo jurídico político


que liga um indivíduo a um certo e determinado Estado, fazendo com que este
indivíduo se torne um componente do povo, capacitando-o a exigir sua proteção e
em contra partida, o Estado sujeita-o a cumprir deveres impostos a todos;
d- Direitos políticos: permitem ao indivíduo, através de direitos públicos
subjetivos, exercer sua cidadania, participando de forma ativa dos negócios políticos
do Estado. Esta elencado no artigo 14;

e- Direitos relacionados à existência, organização e a participação em


partidos políticos: garante a autonomia e a liberdade plena dos partidos políticos
como instrumentos necessários e importantes na preservação do Estado
democrático de Direito, esta elencado no artigo 17.

Todo ser humano já nasce com direitos e garantias, não podendo estes ser
considerados como uma concessão do Estado, pois, alguns estes direitos são
criados pelos ordenamentos jurídicos, outros são criados através de certa
manifestação de vontade, e outros apenas são reconhecidos nas cartas legislativas.

As pessoas devem exigir que a sociedade e todas as demais pessoas


respeitem sua dignidade e garantam os meios de atendimento das suas
necessidades básicas.

Os direitos humanos têm uma posição bidimensional, pois por um lado tem
um ideal a atingir, que é a conciliação entre os direitos do indivíduo e os da
sociedade; e por outro lado, assegurar um campo legítimo para a democracia.

Os Direitos Fundamentais, ou Liberdades Públicas ou Direitos Humanos é


definido como conjunto de direitos e garantias do ser humano institucionalização,
cuja finalidade principal é o respeito a sua dignidade, com proteção ao poder estatal
e a garantia das condições mínimas de vida e desenvolvimento do ser humano, ou
seja, visa garantir ao ser humano, o respeito à vida, à liberdade, à igualdade e a
dignidade, para o pleno desenvolvimento de sua personalidade. Esta proteção deve
ser reconhecida pelos ordenamentos jurídicos nacionais e internacionais de maneira
positiva.

As principais características dos direitos fundamentais são:

a- Historicidade: os direitos são criados em um contexto histórico, e quando


colocados na Constituição se tornam Direitos Fundamentais;
b- Imprescritibilidade: os Direitos Fundamentais não prescrevem, ou seja, não
se perdem com o decurso do tempo. São permanentes;

c- Irrenunciabilidade: os Direitos Fundamentais não podem ser renunciados


de maneira alguma;

d- Inviolabilidade: os direitos de outrem não podem ser desrespeitados por


nenhuma autoridade ou lei infraconstitucional, sob pena de responsabilização civil,
penal ou administrativa;

e- Universalidade: os Direitos Fundamentais são dirigidos a todo ser humano


em geral sem restrições, independente de sua raça, credo, nacionalidade ou
convicção política;

f- Concorrência: podem ser exercidos vários Direitos Fundamentais ao


mesmo tempo;

g- Efetividade: o Poder Público deve atuar para garantis a efetivação dos


Direitos e Garantias Fundamentais, usando quando necessário meios coercitivos;

h- Interdependência: não pode se chocar com os Direitos Fundamentais, as


previsões constitucionais e infraconstitucionais, devendo se relacionarem para
atingir seus objetivos;

i- Complementaridade: os Direitos Fundamentais devem ser interpretados de


forma conjunta, com o objetivo de sua realização absoluta.

Os Direitos Fundamentais são uma criação de todo um contexto histórico-


cultural da sociedade.

Ao fazer uma análise da nossa Constituição Federal, vemos que o papel dos
princípios é singularíssimo, vinculado à própria consciência nacional os quais foram
recepcionados pela nossa Carta Magna.
Bastos e Martins (2004) ensinam que os princípios exercem função tanto
negativa quanto positiva, tornando-os importante no Estado de Direito e de não
Direito, senão vejamos o entendimento autor:

“são princípios que exercem uma função tanto no seu aspecto positivo quanto no
negativo, o que torna particularmente relevantes nos ‘casos limites” (BASTOS; MARTINS,
2004, p. 342).

Já o entendimento de Canotilho (2003), os princípios constitucionais são de


natureza plúrima o qual possui entendimentos variados, é o que vemos quando ele
menciona: “princípios definidores da forma de Estado, dos princípios definidores da
estrutura do Estado, dos princípios estruturantes do regime político e dos princípios
caracterizadores da forma de governo e da organização política em geral”.
(CANTILHO, 2003, p. 178).

Nesta esteira, e corroborando com os ensinamentos de Canotilho (2003),


vemos que a Constituição Federal de 1988, logo no seu Título I, artigo 1º, demonstra
a pluralidade dos princípios, quando traz alguns dos mais importantes princípios
fundamentais, ou seja, quando é declarado que:

a República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados


e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e
tem como fundamentos: ‘a soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana,
os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, o pluralismo político (BRASIL,
1988).

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