Práticas e Modelos de Auto-avaliação das Bibliotecas Escolares
O SENTIDO DA AUTO-AVALIAÇÃO
“— Poderias dizer-me, por favor, que caminho
hei-de tomar para sair daqui? — Isso depende do sítio onde queres chegar! – disse o Gato. — Não interessa muito para onde vou … – retorquiu Alice. — Nesse caso, pouco interessa o caminho que tomes – interpôs o Gato.” Lewis Carroll, Alice no País das Maravilhas
O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares é um
instrumento pedagógico e de melhoria contínua, que permite à escola/agrupamento avaliar o trabalho da Biblioteca Escolar e o impacto desse trabalho no funcionamento global da Escola e nas aprendizagens dos alunos. A avaliação não é um fim em si mesma. Deve ser “entendida como um processo que deverá conduzir à reflexão e deverá originar mudanças concretas na prática”. Avaliar é, segundo Cronin (1982b), “Um processo de recolha de evidências e de inquirição sistemáticos, em detrimento de uma avaliação determinada por uma norma standardizada.
O PAPEL E MAIS-VALIAS DA AUTO-AVALIAÇÃO DA BE
. Determinar até que ponto a sua missão e objectivos estão a
ser alcançados; . Inquirir sobre as práticas de gestão que desenvolve;
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. Obter evidências (informações consistentes) que validem o
trabalho da BE e sustentem o trabalho a desenvolver; . Aferir o sucesso e as consequências dos serviços prestados nos resultados, na alteração das atitudes, valores e conhecimentos dos utilizadores; . Contribuir para a afirmação e reconhecimento da BE na escola; . Identificar áreas de sucesso e áreas mais fracas, investindo nestas de forma a obter melhores resultados; . Planificar estrategicamente o trabalho, tendo em conta o Projecto Educativo da Escola/Agrupamento; . Intervir no percurso formativo e curricular dos alunos; . Reforçar o conceito de cooperação, envolvendo os professores.
O ENVOLVIMENTO DA ESCOLA/AGRUPAMENTO NO PROCESSO
O processo de auto-avaliação deve ser capaz de
mobilizar toda a escola, “melhorando através da acção colectiva as possibilidades oferecidas pela BE.“
• Director – deve ser líder coadjuvante no processo e
aglutinador de vontades e acções. • Conselho Pedagógico – deve analisar o Relatório e tecer recomendações. • Professores, pais/encarregados de educação – contributo de cada um sobre o processo (questionários, grelhas…). Equipa da BE – deve implementar o projecto em conjunto com o professor bibliotecário.
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Professor Bibliotecário – deve desempenhar a função de
catalisador junto de todos os agentes, sendo responsável pelo processo.
De acordo com Lance (2001), todos os estudos recentes sobre
o impacto dos programas de bibliotecas escolares no desempenho académico fornecem evidências para apoiar várias conclusões comuns. Estas incluem: professores bibliotecários com formação e prática fazem, de facto, a diferença que afecta o desempenho dos alunos nos testes de avaliação; para que os bibliotecários escolares façam essa diferença, o apoio dos directores e dos professores é essencial, bem como a disponibilidade de pessoal de apoio que pode libertar os bibliotecários de tarefas de rotina para poderem realizar o seu papel de apoio ao currículo; um papel educativo duplo de ensinar os alunos facilitando o desenvolvimento de competências de literacia da informação necessárias para o sucesso em todas as áreas curriculares, e ensinar os formadores de professores permitindo-lhes estar a par dos recursos mais recentes de informação e serviços de tecnologia da informação em rede dentro e fora da biblioteca escolar.
Em jeito de conclusão ouso citar O Manifesto das Bibliotecas
Escolares: …”quando os bibliotecários escolares e professores trabalham em conjunto, os alunos atingem níveis mais elevados de literacia, leitura, aprendizagem, resolução de problemas e competências em tecnologias de informação e comunicação”. Este é o meu sonho e tal como o filósofo alemão Goethe disse: “Tem um presságio? Aproveite este minuto. Comece aquilo que pode fazer, ou sonha que pode. A ousadia tem genialidade, poder e magia. Basta envolver-se e então a mente cresce enriquecida. Comece e, em seguida, o trabalho será concluído”. O meu trabalho não está concluído, o meu trabalho está em permanente construção!
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