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AUDITOR FISCAL DO TRABALHO

Contabilidade Geral - Aula 04


Egbert Buarque

PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE to é o patrimônio das entidades. (Redação dada


pela Resolução CFC nº. 1.282/10)
Antes de iniciarmos o estudo dos princípios funda- Art. 3º São Princípios de Contabilidade: (Redação
mentais de contabilidade devemos registrar que foi dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10)
editada a Resolução CFC nº 1.282/2010, a qual
promoveu algumas alterações acerca dos princípios I) o da ENTIDADE;
fundamentais de contabilidade. II) o da CONTINUIDADE;
III) o da OPORTUNIDADE;
Uma das alterações promovidas foi a mudança de IV) o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL;
denominação dos princípios de “Princípios Funda- VI) o da COMPETÊNCIA; e
mentais de Contabilidade” para “Princípios de Con- VII) o da PRUDÊNCIA.
tabilidade”. Outra alteração foi a extinção do princí-
pio da atualização monetária, SEÇÃO I
o qual foi incorporado ao princípio do registro pelo O PRINCÍPIO DA ENTIDADE
valor inicial. Apesar destas alterações, do ponto de
vista conceitual, os princípios continuam refletindo Art. 4º O Princípio da ENTIDADE reconhece o
os mesmos significados que são apresentados na Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a
Resolução CFC nº 750/93. autonomia patrimonial,
A seguir, reproduzimos o texto atualizado da a necessidade da diferenciação de um Patrimônio
Resolução nº 750/93, fazendo alguns comentários particular no universo dos patrimônios existentes,
acerca dos conceitos relacionados aos princípios. independentemente de pertencer a uma pessoa, um
Resolução CFC n.º 750/93 conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição
de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins
(Esta Resolução possui o Apêndice II aprovado pela lucrativos. Por conseqüência, nesta acepção, o
Resolução CFC nº 1111/07). Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus
O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou
exercício de suas atribuições legais e regimentais, instituição.
CONSIDERANDO a necessidade de prover funda- Parágrafo único – O PATRIMÔNIO pertence à
mentação apropriada para interpretação e aplicação ENTIDADE, mas a recíproca não é verdadeira. A
das Normas Brasileiras de Contabilidade, (Redação soma ou agregação contábil de patrimônios
dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10) autônomos não resulta em nova ENTIDADE, mas
numa unidade de natureza econômico-contábil.
RESOLVE:
SEÇÃO II
CAPÍTULO I O PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE
DOS PRINCÍPIOS E DE SUA OBSERVÂNCIA
Art. 5º O Princípio da Continuidade pressupõe que a
Art. 1º Constituem PRINCÍPIOS DE CONTABILI- Entidade continuará em operação no futuro e, por-
DADE (PC) os enunciados por esta Resolução. tanto, a mensuração e a apresentação dos compo-
§ 1º A observância dos Princípios de Contabilidade nentes do patrimônio levam em conta esta circuns-
é obrigatória no exercício da profissão e constitui tância. (Redação dada pela Resolução CFC nº.
condição de legitimidade das Normas Brasileiras de 1.282/10)
Contabilidade (NBC).
§ 2º Na aplicação dos Princípios de Contabilidade SEÇÃO III
há situações concretas e a essência das transações O PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE
deve prevalecer sobre seus aspectos formais.
(Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10) Art. 6º O Princípio da Oportunidade refere-se ao
processo de mensuração e apresentação dos com-
CAPÍTULO II ponentes patrimoniais para produzir informações
DA CONCEITUAÇÃO, DA AMPLITUDE E DA íntegras e tempestivas.
ENUMERAÇÃO
Parágrafo único. A falta de integridade e tempestivi-
Art. 2º Os Princípios de Contabilidade representam dade na produção e na divulgação da informação
a essência das doutrinas e teorias relativas à Ciên- contábil pode ocasionar a perda de sua relevância,
cia da Contabilidade, consoante o entendimento por isso é necessário ponderar a relação entre a
predominante nos universos científico e profissional oportunidade e a confiabilidade da informação. (Re-
de nosso País. Concernem, pois, à Contabilidade no dação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10)
seu sentido mais amplo de ciência social, cujo obje-

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SEÇÃO IV e) Atualização monetária. Os efeitos da alteração do


O PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORI- poder aquisitivo da moeda nacional devem ser
GINAL reconhecidos nos registros contábeis mediante o
ajustamento da expressão formal dos valores dos
Art. 7º O Princípio do Registro pelo Valor Original componentes patrimoniais.
determina que os componentes do patrimônio § 2º São resultantes da adoção da atualização
devem ser inicialmente registrados pelos valores monetária:
originais das transações, expressos em moeda
nacional. I – a moeda, embora aceita universalmente como
medida de valor, não representa unidade constante
§ 1º As seguintes bases de mensuração devem ser em termos do poder aquisitivo;
utilizadas em graus distintos e combinadas, ao II – para que a avaliação do patrimônio possa
longo do tempo, de diferentes formas: manter os valores das transações originais, é
I – Custo histórico. Os ativos são registrados pelos necessário atualizar sua expressão formal em
valores pagos ou a serem pagos em caixa ou moeda nacional, a fim de que permaneçam
equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos substantivamente corretos os valores dos
recursos que são entregues para adquiri-los na data componentes patrimoniais e, por consequência, o
da aquisição. Os passivos são registrados pelos do Patrimônio Líquido; e
valores dos recursos que foram recebidos em troca
da obrigação ou, III – a atualização monetária não representa nova
em algumas circunstâncias, pelos valores em caixa avaliação, mas tão somente o ajustamento dos
ou equivalentes de caixa, os quais serão valores originais para determinada data, mediante a
necessários para liquidar o passivo no curso normal aplicação de indexadores ou outros elementos
das operações; e aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da
II – Variação do custo histórico. Uma vez integrado moeda nacional em um dado período. (Redação
ao patrimônio, os componentes patrimoniais, ativos dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10)
e passivos, podem sofrer variações decorrentes dos
seguintes fatores: SEÇÃO VI
a) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos O PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA
valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais
teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos Art. 9º O Princípio da Competência determina que
equivalentes fossem adquiridos na data ou no os efeitos das transações e outros eventos sejam
período das demonstrações contábeis. reconhecidos nos períodos a que se referem, inde-
Os passivos são reconhecidos pelos valores em pendentemente do recebimento ou pagamento.
caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, Parágrafo único. O Princípio da Competência pres-
que seriam necessários para liquidar a obrigação na supõe a simultaneidade da confrontação de receitas
data ou no período das demonstrações contábeis; e de despesas correlatas. (Redação dada pela Re-
b) Valor realizável. Os ativos são mantidos pelos solução CFC nº. 1.282/10)
valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais
poderiam ser obtidos pela venda em uma forma SEÇÃO VII
ordenada. Os passivos são mantidos pelos valores O PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA
em caixa e equivalentes de caixa, não descontados,
que se espera seriam pagos para liquidar as Art. 10. O Princípio da PRUDÊNCIA determina a
correspondentes obrigações no curso normal das adoção do menor valor para os componentes do
operações da Entidade; ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre
c) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor que se apresentem alternativas igualmente válidas
presente, descontado do fluxo futuro de entrada para a quantificação das mutações patrimoniais que
líquida de caixa que se espera seja gerado pelo alterem o patrimônio líquido.
item no curso normal das operações da Entidade. Parágrafo único. O Princípio da Prudência pressu-
Os passivos são mantidos pelo valor presente, põe o emprego de certo grau de precaução no exer-
descontado do fluxo futuro de saída líquida de caixa cício dos julgamentos necessários às estimativas
que se espera seja necessário para liquidar o em certas condições de incerteza, no sentido de
passivo no curso normal das operações da que ativos e receitas não sejam superestimados e
Entidade; que passivos e despesas não sejam subestimados,
d) Valor justo. É o valor pelo qual um ativo pode ser atribuindo maior confiabilidade ao processo de
trocado, ou um passivo liquidado, entre partes mensuração e apresentação dos componentes pa-
conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação trimoniais. (Redação dada pela Resolução CFC nº.
sem favorecimentos; e 1.282/10)

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Art. 11. A inobservância dos Princípios de Contabili- zação da Receita; da Entidade; e da Continuida-
dade constitui infração nas alíneas “c”, “d” e “e” do de.
art. 27 do Decreto-Lei n.º 9.295, de 27 de maio de A afirmativa “a todo débito corresponde um cré-
1946 e, quando aplicável, ao Código de Ética Pro- dito de igual valor” se refere ao princípio contá-
fissional do Contabilista. (Redação dada pela Reso- bil
lução CFC nº. 1.282/10)
Art. 12. Revogada a Resolução CFC n.º 530/81, a) da Prudência.
esta Resolução entra em vigor a partir de 1º de ja- b) da Competência.
neiro de 1994. c) do Custo como Base de Valor.
d) do Denominador Comum Monetário.
Brasília, 29 de dezembro de 1993. e) não se refere a nenhum princípio.

Contador IVAN CARLOS GATTI 5. (CESRANRIO – CHESF – Contador 2012) O


Presidente princípio contábil no qual os ativos e as receitas
não devem ser superestimados, e os passivos e
1. (CESGRANRIO – CMB – Analista – Contabili- as despesas não devem ser
dade 2012) O princípio fundamental da Contabi-
lidade que preceitua que o tratamento destinado subestimados, com o objetivo de atribuir maior
à pessoa jurídica da empresa deve ser distinto confiabilidade ao processo de mensuração e
das pessoas físicas e/ou jurídicas de seus pro- apresentação dos componentes patrimoniais, é
prietários é o princípio da denominado Princípio da

(A) competência (A) Continuidade


(B) continuidade (B) Competência
(C) prudência (C) Integridade
(D) oportunidade (D) Oportunidade
(E) entidade (E) Prudência

2. (ESAF - ANALISTA MPU CONTADOR 2007) 6. (CESGRANRIO – EPE Analista de Gestão Cor-
Assinale o princípio contábil que reconhece o porativa – Contabilidade 2012) Conforme a Reso-
patrimônio como objeto da Contabilidade e afir- lução CFC no 750, de 29/12/1993, com as altera-
ma a autonomia patrimonial é o Princípio ções da Resolução CFC no 1.282, de 28/05/2010,
o Princípio Contábil referente ao processo de
a) da Entidade. mensuração e apresentação dos componentes
b) da Prudência. patrimoniais para produzir informações íntegras
c) das Partidas Dobradas. e tempestivas é o da
d) da Continuidade.
e) da Oportunidade. (A) Oportunidade
(B) Competência
3. (CESGRANRIO – Petrobras Distribuidora SA (C) Entidade
Contador Jr. 2011) As receitas são reconhecidas (D) Prudência
nos resultados em que são geradas, indepen- (E) Materialidade
dente da data do seu recebimento.
Tal afirmação se refere ao princípio de 7. (CESGRANRIO – Petrobras Distribuidora SA
Contador Jr. 2011) As normas contábeis vigen-
(A) caixa tes no país instituem que o patrimônio da em-
(B) continuidade presa não pode ser confundido com o patrimô-
(C) competência nio de seus sócios.
(D) relevância A qual princípio contábil se refere essa afirma-
(E) confiabilidade. ção?

4. (ESAF - APO 2010) De acordo com a Resolu- (A) Entidade


ção 750/93, do Conselho Federal de Contabilida- (B) Continuidade
de, foram aprovados os seguintes Princípios (C) Realização
Fundamentais de Contabilidade: da Competên- (D) Custo como base de valor
cia; da Prudência; do Denominador Comum Mo- (E) Denominador comum monetário
netário; do Custo como Base de Valor; da Reali-

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8. (CESGRANRIO Auditor Jr. FINEP 2012) O re-


conhecimento da receita de uma empresa no
momento da emissão da nota fiscal, indepen-
dente da entrada de dinheiro em caixa ou banco,
demonstra a adequação ao princípio contábil
do(a)

(A) Regime de competência


(B) Regime de caixa
(C) Continuidade
(D) Confiabilidade
(E) Relevância

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GABARITO:

1.E
2.A
3.C
4.E
5.E
6.A
7.A
8.A

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