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Terga-feira, 2 de Julho de 1991 SUMARIO ‘Assembleia da Repéblica: Resohupo n° 3/2: Ratifica o Tratado para a crisr$o de ume Prefereocial para oe Extador da Africa Orlental e Austral, Gcignse per PTA | Resoluglo n° 3/91 de 2 de Julho Materializando o principio de incrementar, acelerar € estimular o desenvolvimento econémico ¢ social, conscientes cexigem uma efectiva cooperacSo econsmica, os paises da Oriental e Austral ‘0 Protocolo para a criaglo de uma ‘Zona de Comércio Preferencial, designada P-T.A. ‘A Repailica de Mogambique como Estado integrante da zona a P.T.A, aderiu no Tratado em Abril de 1989, tendo na ocasio solicitado algumas derrogagées na aplicagio de determinadas ‘cldusulas atendendo & situago econémica em que 0 pals se encontra, [Neste termos, 20 abrigo da alinea k) do n® 2 do artigo 135 da ‘Constituiglo, a Assembleia da Repiblica determina: Unico, £ ratificado 0 Tratado para a criagko de uma Zona de Comércio Preferencial para os Estados da “Africa Oriental e Austral, designada por P.T.A. ‘Aprovada pela Assembleia da Repdblica. Publique-se. (© Presidente da Assembleia da Repiblica, Marcelino dos Santos. PREAMBULO (© Presidente da Repiblica Popular de Angola: (O Presidente da Repiblica do Botswana, (0 Presidente da Repiblica do Burundi; (Presidente da Repiiblica Federal Islémica das Comores, O Presidente da Repiblica de Djibouti Presidente do Conselho Administrativo Militar Provis6rio da Comissio Organizativa do Partido do Povo Trabalhador da Eti6pia ¢ Comandahte-cm-Chefe do Exército Revolucionério da EtiGpia Socialista; (O Presidente da Repiiblica do Kenya; ‘Sua Majestade © Reino do Lesotho; (© Presidente da Repablica Democrdtica de Madagéscar, #0 Presidente Vitalicio da Repiilica do Malawi; (© Primeiro-Ministro das Mauricias; ‘O Presidente da Repiblica de Mogambique; (O Presidente da Repiiblica do Rwanda; (OPresidente da Repiblica das Seychelles; (O Presidente da Repiblica Democratica da Somalia; ‘¢ Sua Majestade O Rei do Reino da Swazildndia; ‘O Presidente da Repiiblica Unida da Tanzania; (O Presidente da Repaiblica do Uganda; O Presidente da Repablica do Zaire; ‘O Presidente da Repablica da Zambia; (0 Presidente da Repiblica do Zimbabwe, ‘Conscientes da necessidade imperiosa de incrementar, acelerar ¢ estimular 0 desenvolvimento econdmico ¢ social dos seus Estados a fim de melhorar 0 nivel de vida dos seus povos; Convencidos de que a promoglo de um desenvolvimento ‘econémico harmonioso dos seus Estados exige uma efectiva ‘cooperago econémica que seria essencialmente assegurada por ‘meio de uma politica decidida e concertada de autonomia;, Lembrando a Declaragio africana a cooperacto, 0 desenvolvimento ¢ a independéncia econémica adoptada pela Conferéncia dos Chefes de Estado e de Governo da’ de Unidad Atcana ma ua dima sessto em Malo de 1973 em Bii6pia); 184-) Considerando a Declaragio de imengoes e de compromisso relativa a criagSo de uma Zona de Comércio Preferencial para 0s Estados da Africa Oriental e Austral adoptada pela Conferéncia dos Ministros do comércio, das finangas e de planificagao na sua primeira sessio extraordinéria realizada em 30 31 de Margode 1978, em Lusaka (Repibliuca da Zambia); Inspirados pela decisto constante da Acta final da segunda sesso extraordindria da Assembleia de Chefes de Estado ¢ de Governo da Organizagio da Unidade Africana realizada ém Lagos a 28 ¢ 29 de Abril de 1980, visando crar um mercado comum africano antes do ano 2 000; Determinados a favorecer as relagdes econémicas ¢ outras mais estreitas entre os seus Estados € contribuir para 0 progresso €.0 desenvolvimento do continente africano bem como para 0 estabelecimento de um mercado comum africano; Decididos a agit em conjunto para a criagio.de uma Zona de Comércio Preferencial como primeira ctapa para acriagode um ‘mercado comum © posteriormente de uma comunidade ‘econdmica dos Estados da Africa Oriental ¢ Austral; ¢ Tendo em conta os principios do direito internacional que regem as relagdes entre as NagOes, nomeadamente os princfpios de oberania, deigualdade ede independénciade wxdos osEstados ede nfo ingeréocia nos assuntos internos dos Estados; Acordam, pelo Presente , 0 seguintc: CAPITULO! ARTIGO} Interpretagio No presente Tratado: <> significaa ConfertnciadeChefesde Estados de Governos da Zona de Comércio Preferencial, criai 30 abrigo do Artigo 6 do presente Tratado; -<<0 Banco>> significa Banco da Arica Oriental Austeal para © comércio © o desenvolvimento eriado pelo Arugo 32 do presente Tratado; eA Comissta>> significa a Comissio intergovernamental de peritos criada pelo Artigo II do presente Tratado; << Comité>> signitica qualquercomitéerao pelo Argo do Dresente Tratado ou a0 abeigo do reterido artigo; <> temosignificadoque he Satnbuidona Artgo primeira da Anexo I do presente Tratado: <> implica tabolasdetarifasidénucas impostas da mesma mancira; <<> compreende a execucto pelos Estados mem: bros, em comum, conjuntamente ou em concertagto, das actividades que visam promover os abyecuivos da Zona de Comércio Preferencral, tas como delamitos no presente Tea I SERIE — NUMERO 26 tado, ou de Qualquer contrato ou acordo conclufdo ao abrigo do referido Tratado, ou relativo aos objectivos da Zona de Contércio Preferencial <<< Conselho>> significa o Consetho de Ministros criado pelo Artigo 7 do presente Tratado; or << direitos aduaneiros>> entendem-se 0s direitos de entrada importagao) ou de safda (exportago) ¢ outros encargos com efeitos equivalentes apticados sobre as mercadorias devido & suaimportayo ouexportag 0, incluindo os direitos suspensos 0s dircitos ou taxas fiscars cm todos 0s casos em que estes direitos ou taxas influem sobre a importagloe aexportacso de mercadorias, a excepeio dos direitos ¢ taxas intemnas tis como: impostos sobre o rencimento, impostos de consumo apliacados a tiulo de encargos diferentes dos direitos de importagdo e de exportagdo de mercadorias. «<> significam as mercadorias trans- portadas entre dois Estados membros ou entre um Estado ‘membro e um terceiro pals atavessando um ou mais Estados membros: <> deve ser interpretado neste sentido; <> significa Estado membro da Zona de Comércio Preferencial;, <> significa uma pessos [isica ou jurfdice «<> significa ZonadeComércio Preferencial para os Estados da Africa Oriental ¢ Austral criada pelo Antigo 2 do presente Tratado. <> significa o secretariado da Zona de Comércio Preferencial criado pelo Artigo 9 do presente Tratado; -<> significa o Secretariado-Geral da Zona de Comércio Preferencial tal como prevém as disposigdes do Artigo 9 do presente Tratado: -<> significa todos 08 outros paises que ntlo sejam Estados membros; ‘<> significa 0 Tratado para a criagio da Zona de Comércio Preferencial; <<> significa otibunal da Zona de Comércio Preferen- cial criado pelo Artigo 10 do presente Tratado; <<> aplicada ao Botswana, a0 Lesothoe ‘Sway kindia representa os problemasecnémicos, gcogrficos, monetérios bem como os problemas igados.aos rabalhadores 1granles, € dos tansportes © comunicagées com os quais cestes paises se debatem. CAPITULO. CRIAGAO E OBJECTIVOS ARTIGO 2 Cru dioe Composigaio da Zon cle Comérew Prelerencial para 05 Estados da Attica Onental ¢ Austral 2 DE JULHO DE 1991 1, AS ALTAS PARTES CONTRATANTES criam por este intermédio entre os seus respectivos estados, uma zona de ‘Comércio Preferencial para os Estados da Africa Oriental e ‘Austral designada no presente Tratado <> como primeira etapa para a criagto de um mer- ado comum ¢ posteri ‘de uma comunidade econémica des Exacos a tia a Oriental ¢ Austral, 2. A adesto como membro & Zona de Comércio Preferencial ‘esti aberta aos seguintes Estados da Africa Oriental ¢ Austral: ‘Repiblica Popular de Angola; Repiiblica do Botswana; Repsiblica do Burundi: Repiblica Federal Istémica das Comores, Repiiblica do Djibouti; Eti6pia Sociatista; Repsiblica Popular de Mocambique; Repsiblica do Rwanda; Repiiblica das Seychelles; Repiiblica Isiimica da Somélis; Reino da Swaziléndia; Repsblica Unida da Tancfinia; Repibtica do Uganda; Repiilica do Zaire; Repiblica da Zambia, Repiiblica do Zimbabwe. 3. Os Estados membros da Zona de Comércio Preferencial slo os Estados dé Africa Oriental ¢ Austral enumerados no pardgrafo 2 do presente Artigo que assinei 0 presente Tratado, © ratifiquem ou a ele adiram € 0s. outros Estados africanos vizinhos préximos que se tornem membros da Zona de comércio Preferencial ao abrigo das dispsoigdes do Artigo 46 do presente Tratado. ARTIGO 3 Objectivos e obrigagdes.especificas 1, O objectivo da Zona de Comércio Preferencial facititar a cooperagio € o desenvolvimento em todos os dominios da ac~ tividade econémica, particularmente nos dominios do comércio, das alfAndegas, da industria, dos transportes, das comunicagdes, da agriculatura, dos recursos naturais¢ dos assuntos monetirios, com 0 objectivo de elevar o nivel de vida das populagdes de ppromover relagoes mais estrcilas entre 0s Estados membros € ccontribuir para o progresso e 0 desenvolvimento do continente african. 2. 0 funcionamento © desenvolvimento da Zona de Comérfeio Preferencial sero permanentemente revistos de acordo com as disposides do presente Tratado, tendo em vista ‘8 criago de um mercado comum ¢ posicriormente de uma comunidade econémicados Estados da A rica Oricntale Austral. 3. Para efeitos do disposto nos §§ 1 ¢ 2 do presente Antigo, os Estados membros acordam em respeitar os compromissoscnun- ciados no § 4 do presente Artigo bem como em qualquer outra 184-49) > e que é ‘composta pelos Chefes de Estado e de Governo dos estados membros. 2. AConfertncia, que 6 0rgto supremo daZona dé Comércio Preferencial éencarregada de analjsarasquesides de politica geral ede assegurar a direc¢Ho-geral eo exercicio das fungoes execu- tivas da Zona de Comércio Preferencial bem como a realizagto. dos seus abjectivos. 13. As decisbes que aConfertncia tomar e xs diectivas que des em aplicacto das disposigdes do presente Tritado s8o obri- galsrias para todas as outras insttuicdes dependentes da Zona ‘de Comércio Preferencial bem como para as insituigbes que de- Pendam da drea de jurisdigto da Conferéncia a quom 80 1 SERIE— NUMERO 26 enderegudas, a excepefo do Tribunal. 4. A Conferéncia redne nonmalmente uma ves por ano ¢ poder realizar sess0es extruordindrias w pedido de um dos seus membros, desde que este pedido soja epoiado por um tergo dos membros, ou em resposta a uma proposta do Con- selho de ministros dirigida ao Secretsrio-Geral, Sob reserva das disposi¢6es do presente Tratado, a Con- ertncia adopuurd o scu proprio regulamento interno, 5. As decisoes da Confertncia sto tomadas por consenso, ARTIGO7 OConsetho de Ministros 1. presente Tratado cria im Consetho designado Conselho de Ministros que & composio pelos Ministros que forem design dos pelos Estados membros. 2.0 Conselho tem por fungdes: 4) Assegurar 0 funcionamento ¢ o desenvolvimento apro- priado da Zona de Comércio Preferencial eacompan- har constantemente a sua evolug8o de acordo com as ~ disposigbes do presente Tratado; b) Formular recomendag6es & Confertncia sobre questbes de'politicas geral relativas 20 funcionamento © 20 desenvolvimento eficuz ¢ harmonioso da Zona de Comércio Preferencial; ¢) Transmiti di todas as outras insttuigbes su- bordinadas,& Zona de Comércio Preferencial; € ) Exercer todos 0s outros poderes ¢ todas as outras tung6es que 0 presente Tratado Ihe confere ou the impbe ou que de vez em quando, a Conferéncia possa determinar. 3. As decisbes que o Conselho tomar as directivas que der ‘emaplicago das disposi¢Bes do presente Tratado sto obrigatsrias ‘para todas as outras instituigbes dependentes da Zona de Comércio Preferencial bem como para as instituigdes que de- pendem da érca de jurisdigo da Conferéncia a quem sto ‘enderegadas, a excep¢o do tribunal 4. 0 Conselho retine pelo menos duas vezes por ano; ummg~ dessas reunites tem lugar imediatamente antes da reuni8o amual ordindria da Confertncia, O Consetho pode ter reunies extraor- dinérias a pedido dum Estado membro desde que esse pedido seja apoiado por um tergo dos Estados membros. 5. Sob reserva das directivas que a Conferéncia possa formu nee das diapasigBes do presente Trntadio,0Conselho determinard {© scu proprio regulamento interno incluindo as regras que Tegulem a convocaggo das suas reunides bem como a rolagio da funglio de Presidente entre os membros do Conselho. 6. As decisdes do Consetho sertio tomadas por consenso. 7..NoS casos em que se registar uma objec¢do em nome dum Estado membro a uma proposta submetida & decisto do Con- selho, esta proposta serd enviada & Confertncia para decisHo, a ‘menos que essa objecglo seja retirada, ARTIGO8 Decistes da Conferéncia ¢ do Consetho ‘A Confertncia determina.as regras a aplicar paraa difusto das suas informagoes ¢directivas assim como dasdo Consethoe para 2 DE JULHO DE 1991 ‘quesides relacionadas com a entrada em vigor dessas decisics edirectivas. ARTIGO9 Osecretariado 1, E criado, por este intermédio, um secretariado daZona de Comércio Preferencial. 2.0 Secretariado édirigido por um Secretério-Geral nomeado pela Conferéncia para ocupar esta fungo por iim periodo de ‘quatro anos podendo solicitara renovac0 do seu mandato por um perfodo suplementar de outros quatro anos. 3.0 Secretirio-Geral € 0 administrador executivo psincipal da Zona de Comércio Preferencial. Além do Secretério-Geral, hhavers todos 0s outros funciondrios do secretariado que 0 Con- selho decidir nomear. 4, As condigbes de emprego do Secretério-Geral e de outros funciondrios do secretariado so regidas por regulamento que 0 ‘Consetho estabelecerd de vez.em quando: ficando entendido que 0 Secretério-Geral s6 pode ser

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