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5 GOBAIIZACAD, pésmedernidads, minovies,inchise soctl, nacional, locale, ragionclsm, lecnologias, desenvckein. Ip, democracto <0 alguns dos femos que nodsiom os quesies do > mundo contemporéngn, eigindo elloxdo dagveles que enliesiom ‘os desafios da ouelidede. tee de ume nove acem sactl que ccboto os insivigdes polices @ ecovtmiens, alere valores, eal: nha leritbrice, eslabelsce neves pects, fozendo etergic novas liangas e socioblidades. © compo cieatlica se reorganizo, er Morfologia social: as especies sociais, 87. Durkheim e a saciotogia cientifica, #6, Atividadkes, 89. Tema pars debate, 92. Letra complementar [Durkheltn ¢ 0 métosio seciologicol, Florestan Fernandes, 92 Gi Sociologia clemé: a contribuigdio de Max Weber, 94. Inteodusi0, 94. A sociedade sob uma perspectiva histériea, 95. A cio social: uma ago com sentido, 97, 6 tarefa do cientista, 99.0 ‘ipo ideal, 100. A élica protestanie e o espirito do capitalisano, 101 Anilise historica © metodo compreensivo, 102. Atividades, 193. ‘Temas para debate, 106. Leituras complementares: 1. [Miotivo & sentido da arto sociat), Max Weber, 108, 2. A ciéneia como vocagito, Max Weber, 199, BB Karl Mors e « historia da exploragia de homem, 110, Inwodugiio, 110. As origens, 111. A idela de alienagio, 113. As classes sociais, 114. A origem hist6rica do capitalismo, 115. O salar, 116 “Trabalivo, valor e luceo, 117. A mais-vatia, 118. As relagoes polticas, 120. Materiaisino histdrico, 121. 4 historicidade e a totalidade, 123, A amplitude da contibuigaa de Marx, 124. 4 sociologia, 0 socialismo fe marxismno, 125, Atividedes, 129. Temas para debate, 132, Leituras eomslementares: 1. [O homer como animal sociall, Eric Hobsbawrn, 1134. 2 [Politicas do antivalor e auteas politcas|, Francisco de Oliveira, 134, 3, [Asociologia e a obra de Marx, Ralf Dahiencort, 135. TV. ACONTRIBUICAO DA ANTROPOLOGIA AOS ESTUDOS DA SOCIEDADE 10 desenvolvimento da antropologia social, 138. sudéreas da antropologia, 140, O evelucionismo, 180 Cevolucionisen na sociologia, 142. Malinowski e Radeliff-Broven a escola funcionalista, 143. Conceitos ¢ métodos tuncionalistas, 4145. apolémica gerada pelo funcionalismo, 147, Arividades, 149 Leituas complementares: 1, IPreconce'tos e ganéncias), lesa Azcona, 153. 2. A indirect rule" dos antrapélogos, Gérard Leclerc, 154, 3, [Os conceitescriados pelo funcloralismo}, Florestan Fernandes, 155 HEstruturalismo: uma nova abordagem, 156. Intradugio, 186. Sincronla, diacronia © historia, 158, Estruturalismo & marxismo, 161. Andlise sinerénics da sociedade, 161. O método. lingutstice, 162, Antrapelagia cognitiva, 163. Antrogologta © sociologia hoje, 164. Atividades, 166. Tema para debate, 169. Leituras complementaces: 1. [45 sociedactes & a historial, Claude Lévi-Strauss, 169, 2. Dos lugares aos nao-lugares, Marc Augé, 170. 3. © anienal como linguagem, George Steines, 171 IEA ontropologia contemporéinea, 172. Introdugte, 172. A complexa questzo da identidade, 175. Identidade, igualdade e diferenga, 176. Complexilacie © diferenciagao, 178, Maioria, minoria, normalidade e dissidéncia, 179, Maioria ov normalidadet, 180. Atvidades, 182. Tema pata debate, 184. Leturas complementares: 1. {0 preconceite ¢ 28 dilerengas de classe social], Antonia M, Calderazzi, 185, 2. Quem voce pensa due 6? Cresca e aparecal, Renato da Silva Queiroz, 186, 3. Poder € mata, Alain Touraine, 187. V SOCIOLOGIA CONTEMPORANEA, TIA sociologia € 0 expanstio do capitalismo, 190. Introdugdo, 190, Nova coupagem para uma antiga relago de dominaca0, 191. © capitalismo do século XX, 193, Novos rumos da sociologia, 196. Alivicades, 198, Tema para debate, 202, Leituras complementares: 1. As elites empresariis no periodo da formagto dos Estados nacionais, Fernando Henrique Cardoso, 203. 2. €iss0 ai, Reteato do Brasil, 204. 3. Allenacao e animalizacio se contundem, Marcelo Coelho, 205. TBA: toorias do desenvolvimento: de evolucionisme a hermenéutica, 207. Introdu80, 207. © desenvolvimento segundo etapas de crescimento econdimico, 207. Entraves ao desenvolvimento: o tradicionalismo ¢ a questio racial, 210. A historia ¢ 0 desenvolvimento, 211. A abordagem dualista do desenvolvimento, 212, Dualismo e desenvolvimento: semelhangas e diferengas, 213. conceito de periferia, 213. © conceite de marginalidade, 214, A desigualdade como principio, 215. A questo dos wscravos: um estudo de caso, 217, Q subdesenvolvimente como principio, 218. Q que sic pases ei deseavolvimento?, 220. Q desenvolvimentisino © a nova tecnologia, 221. A contribuicao fatina-americana, 224, Atividades, 225, Tema para debate, 227. Leituras complementares: 1. 0 crescimento acelerado: mito ¢ realidade, Oria Giarini, 228. 2. As gucrtilhas pela “ocultura’, Nicolau Sevcenko, 229. 3. [Critica & razao ddualistal, Francisco de Oliveira, 229. 4. Continuidades & descontinuidades, Henri Lefebvre, 230. {BH Teorios do globolizoctio, 231. Incradlugao, 231, Pés-Mosiernidade, 282. Informatica & autornagao, 233. Desterriterializaca0, 236, Metropolizacie, 237, Disparidades © desigualdades, 239. Atividacles, 241. Leituras complementares: 1. Passagem da Modernidade & Pés-Modetnidade, David Harvey, 244, 2. Turbilhao digital, Marcelo Gletser, 248. 3. Bemn-vindo ao deserto do real, Slavo} Zizek, 246. Ti Pobreza e exclustio, 247. Invraclusao, 247. Desiguakiade e pobreza, 247. Pobreza abundancia, 249, A pobreza ralative, 250. Estado de caréncia mtlipla, 251. respansabilidade do sisterna, 252. O peso do fator biclogico, 253. pobreza crescente e incémocia, 254, Urbanizagao e ctiminalidade, 253, (O estigma da pabreza, 256, Um exército de reserva, 257. Atividades, 259, Tena para debate, 261. Leituras complementares: 1. Os favelados do Brasil, Maria do Rosario Torres, 262, 2, Q crédito comunitério na fura contra a pobreza, Paul Singet, 263. [EI Novos modlelos de explicagdo sociolégica, 265. {niodusio, 265. Escola de Chicago, 267. Ecole de Frankfut, 270, Sociologia fancess ~ Pierre Bourdieu, 272. Nosbet Elias um socidlogo a civiteagdo, 273, Alvidades, 274, Tema para debate, 276, Leituas ccomplementares: 1 InvodugSo a uma soriologia rellexiva, Pere Bourdieu, 276. 2. processo civzader, Norbert Bias, 277. 3. Qctaviolanni, 278, TBA sociologie © as teorias da comunicagtio, 280. Introdusao, 280, O advento da sociedade de massas, 202, A.comunicacao como midia, 285. A comunicagao como informacao, 287. A ascola de Palo Alto ou 2 comunicagdo como interagao, 208. A teoria critica e a comunicagao coma industria, 289. A ‘comunicagio came cultura, 297, Comunicagio come texto e contexio, 292. Concluindo..., 298. Atividades, 294. Tema para debate, 296, Leiluras complementares: 1. O principe eletranico, Octavio lanni, 296, 2. Fiegio, comunicagdo e midias, Cristina Costs, 297. 3.Por que estudar a midiaz, Roger Silverstone, 298, VIA SOCIOLOGIA NO BRASIL TBA sociologia no Brasil, 300. Inicodugao, 300. A cultura colonial, 300. A cultura e as classes intermediarias no século XVIII, 301. A cultura da corte e o século XIX, 301, O advento da burguesia, 303, A geragéo de 1930, 305, Institucionalizagao do ensing ¢ divalyacae da sociologia, 306. © integralisino ea intelectualidade de direita, 308, A décaca de 1940, 308, A década de 1950, 310, Darcy Ribeiro e questio indigene, 313, 0 golpe de 1964, 313, As ciéncias sociats pos-1964, 315. Atividades, 317, Tema para debate, 318, Leituras complementares: 1 [Em que ditegao caminhart|, Florestan Fernandes, 319, 2. (O ensino supetiar de sociologia}, Sérgio Miceli, 320. 3. (O estudo universitério ainda € um privilégiol, Nelson Werneck Sodré, 320. 4. Florestan Femandes € a formagao da sociotogia brasileira, Octavio lsnni, 321, ‘VIE METODOS E TECNICAS DE PESQUISA ID Sociologia e sociologias, 324. InrodusSo, 324, Sociologia tebrica ou geral ¢sociologia splicasa, 326 Sociologia técnica e sociologia ertca, 328, A cansinho de uma sneegracho, 330, Atwidades, 331. Temas para debate, 332, Leiuras complementares I. (A sociologia aplicada. —o ambiente intelectual roste-americano}, Florestan Fermandes, 833. 2.Os vajantes re imaginios Oczavio lanni, 384, BBA realidade ¢ os métodos de observasiio, 336. Introducao, 336. Modos de ver, 338. Indicadores, 339. Indicndores quanitatives, 340. Observacao, 341, Observagio em massa, 342. ‘Observago patticipante, 343. Odservaca0 controlada © obserwagdo participante, 344, Odservando documentos e regstros, 344, Registrando SUMARIO a cbservagdo, 345. Atividades, 346, Temas para debate, 348. Leituras complementaras: |. Educagso a distancia —entie 0 entustasno # a critica, Cristina Costa, 349. 2, Técnicas instrumentos de observacao, Perseu Abramo, 351 HEE Experimento, questionéirio, entrevista, grupo de foeo..., 353. Experimenta, 33. Questionsrio, 355. Enews, 356. Amostragem, 258 Atividades, 358. Leituras complemen'ares: 1. Vantagens € desvantagens, Perseu Abramo, 363. 2. Poema pedagsgioo, A. 5. Makarenko, 366 i Outras fontes de dados, 365. Dados censitrios, 368, Historia de vida, 366. Levantamento histérico, 368. Pesquisa iconografica, 368, Pesquisas de intervencao, 371, Criterios de escolha — pesquisas quantitativas e qualtativas, 372, CO sucesso te uma pesquisa, 373. Novos recursos, 374. Atividades, 376, Temas para debate, 377. Leltura compiementar: 1. [Sobre a histiria de vido como métodol, Eciéa osi, 383, Conceitos bésicos de sociologia, 385. Bibliografic, 409. Introducdo © conhecimento como caracteristica da humanidade Nas mats varaclas expe animals, eneontramos formas de comport nant etelacioramentacuenos ker pensar na exsncia de epulridades {que oelenan sa ve erm grup — es anima’s se agrupam, conver, com. jem, acasalom, sobrevivem ese repradzem de forma maisoumenosorde- nada, em fungao de suas caractristicase do ambiente er cue viver, A preservacio das espécles animals e seu aprimoramento parecer ser, como afirnou Darwin na feoria sobre a evolugdo das especies, 0 hjetiva los habitosele vida, conviveneta e sonfabifidlade. Assim, 05 api mais desenvolvem estos proprios de compestamento que Ihes permi- {ein a reproducio e a sabrevivencia. Estabelecem para fo modelos de comportamento complexes, com sistemas de acasalarrento, alojamen- to, migragio, defesa e alimentagio. © homer, como uma denire as varias espécies animals existentes, lambém desenvalveu processos de convivencia, reproduc, acasalamento & defesa. Desse modo, apresenta uma série de atiudes Pinslintvas®, sto 6, aches €reacdes queese desenvolver de forma espon- t2ne9, dispensando 0 apreadizado, come respira, ergata, allmentar- -se, Proveniente de sua bagaxem genétice, ohomem deraonsta também ser capaz de sentir med, prazer ou trio e de estabelecer relacoes de amizade # parentesco. Poré, quer por dificuldades impostas pelo am- biente, quer por partcularidades da propria espécie, © fomesn tarabém thos ens ataso, professor diel, ese que segride), com acontecimentos ne a0 redor do cimpus, com as tenses com a administrago cla Casa = com O8K0s cesidenles, Muito poveas Assuntos pessoais exizn abou dos (por exemple, a solid, ap dfculdaces Financeicas), hem cone) os remiss politicos, de quakquer nivel, Os assunios no erain tracadon er profundidade: ees iam e vinham, agitachas pelo uxo conversacional Os assunios de conversagio durante 9 café cu 0 chit do fim de refegto refletiam menos o arnbiente imediato dos patceires. Ecam tam- ‘bem tratzdos com mais calms, com menes choques ¢ inesmupgaes. AS pines, a5 dradas elpidas, que erau quase obeigatrias durante a refei- (fo, tomavam-se mais raras. A essas muclancas de rine comrespondian abides fsicas: depos de fantar, os paticipantes se secestavam, otsanclo um maior espagn ene eles ea mesa e samando cvidado para ito se tocarem com os cotovelos on com as onabras. & husnaga cle urn cigaio-tnenavasie o melo de permanecer preseate sem ter de falar" TWINKENY Yes. A mye coma Cannas Pups, 19.9. 159 Pedro nig sabe mas talver no fund lespere algums coisa mais linda que o mundo Maior do que © mas, mas pri gue sonhar 52 di o desespero de esperar denals Pedko pedieiso quer volar aus, ‘quer ser peckeio pobre e nacla mais, sem far Esperando, esperando, esperanclo, especando © sol Esperando o rem, esperando aumento para o més que ver Esperaredo um filo pra esperar eumbém [sperandoa fsa, esperand sate, esperindora moe, sperandoo Note JBsperando o dis de espera ninguém, esperando eatin, nasa ras aléo> Que a esperanga allza, endt, infrita do apsto cle rs trem Fedo pelreire pedeein esperandg Pedro pedreiro pedreiro esperando ‘Fedo pedro pedkeiro esperands 0 ten Que i ver, que ja vem, que fi vern, que fi ver, Chics Roars, 2956 Se 0 agricultor ¢ sex planejaments 16 Ne canedo de Chico Buarque de Holanda, procure es requieridaces que ele atibul «9 protagonista Pedro Pedro ¢ tente saber quais delas correspondem a teda uma, colegorio social que Pedso representa, “Brotonclemos, neste autigo, tentas iauginar como umn teaccional produior de gvios planejasia 2 sua abividscle para os prowimos anos, Para canto, vannios considerar hipoteticamente um proprietirio de tet~ Pears Redireiro Pedro pedeieo pense esperando «trem Manhi parece, earece de esperar também Para 6 ber dle quer tem bes de quem no tem vinteen Palo pedseivo fica assim pensando Asstn pensando 6 tempo passa e 4 gente vai feand pra tas Esperanda, esperando, esperanclo, esperando 0 sol Esperia @ tem, esperando anmenta — desde 0 ano passad para o més que vem Pedro pedeeiro espera o caraaval Fs some grande co bilhete pela federal rodo més Esperando, esperando, esperando, esperind o vol Esperande 0 em, esperando aumento para o més que vera sperando a festa, esperando a sorte Ba mulher de Pedra esti esperando um filbo pra esperar também Geltio} Pedro pedreito esd experiado a mote Ou espenindo o dia de volar pro None ras que tein o perfil, como agricuker, da nigcia dos produtoves. Sha gleba é spropriada pars 0 cultivo de cereals, ainds que tena, ao pasado, se iaclinado no wtivo do café e dt capa-deaciicar. Sas maquinas © implementos agricolas so prOprfos para a cultura de ino, sojs ¢ igo, principas produtos que comercializa. Nose personagem — como st maforia de nassos ageicultores — ramibésn amargou temporadas assa2. critica, mdxime nos fllig0s anos. Momentos houve de desinimo, de desolacio, de tisteza. Pensou inuitas vezes em abandonar, como tantos outros, atividade adicio~ nal da familia, pois sentia 2 aproximagio de ser obsigado a vender suis terras para honrar seus compromissos. O ponte alto dessa ctise ‘ecorrew em 1985. ‘© nosso produior, mesmno em face dlessas adversicades, sempre acreditanco que o ‘sucesso de amanfed depende do nossa trabalho de hoje’, redobrou suas forgas & continua com 0 seu teabalho pers verante, apostando, nos tltimas meses, no cultive do ttigo.” Fotba ce § Panto, 2 on. 192 # Come podemes pereater, esse lia, « penetrardo do pensomen'o socicibgico nos meios de comunicasde de massa? Er cus Bobre a sociotogia precctentificals A sdogla ome mode expe eta do copra anit woes ds cones e exert den ttre ‘corset apd teed pesunt mide spun paroles prcten terrains engees pan dete se cada Grécia, da China ou da india, Isso faz tanto sentido quanto liga {25am soos do pesmi, Na ean ec it depute Lenn de epi do mo, ops andes 0 tte aa Erte apeages a cus pont eter cao sez4, com os animais ou com outros seres humanas, as instituigoes i . . socials, a0 sagrado ¢ ao destino humano. O mito, a eeligido ¢ a filo S OC O Wedineeaspunspasformepecenticacccecencae fl A lIOlOg!Ia Me cpa cs cones te tates oe . y ‘ais modalidades de representagio da vida social pada tém em ql ; , conve rom 2 saologa Has pectic, is wae com expo preci ent! fj ca jstemitico € coon profundidade critica, fcetas complexas da vida s0- F cial, Também desempentiarar ou cesempenhams, em seus contexts cculturas, Fangtes intelectuais similares 2s que cabem a vociologia na. ‘vlizacae industrial moderna, pois Coekss Servem aos mesmos puOpd: i silos € 2s mesmas necessidades de explicaglo da posigito do homer fno-cesmos, Entretanto, nenhur desses pontos de contsto olerece base A suposigac de que essas formas pre-cientificas de consciéncia on da i ‘explicagis da vida social renham conoiouido para a formagso © © deseavalvimeato ch sociofogia. Em particukar, elas envolven tipos de rociocinse fundamentalmente distintos e opastos a0 raciocinic elenti co, Mesmio as flosofias greco-romanas e medievais, que deram releve ‘especial a reflexao sistematica sobre a caureza buumana © a organize fo das sociedades, contrastim singufarmente com explicagao socio Jogiea, E que, como riotoe Durkheim, ‘elas tinhan, com efeito, por ebjeto nto explicar as sociedades tais out quais elas so ou tis ou quais elas foram, mias indagar 0 que as sociedacles devem set, como las cevem arganizarse, para sever tao perfeitas quanto possivel’" FERNANDES, Flostan. Esai dosoctebgia gona atid ‘io Paulo Ponca 1900 30-31 Pa cieer ca som Entender 0 texto [ . eats oe rence eS 1 Guol o principal ideie que o autor defonde no texto? 2 Qual e ideie que o aur fonta reutar? 3A rose: “Iso fox tanto sentido quanto liga és formas oréilséficas do pensamen: to" foi elaborada pelo autor come uma afirmacao ov como uma oni? lusiique, Rye recs eee eet “Tanteda soa o lot ene colcates nfo convam da eviginal ste de os ato * O Renascimento Introduséo © Renascimenta considerado um dos mais importantes momentos da hist6ria do Ocidente, eniendido por muitos estuciosos como a rupt= ra entre o mundo medieval, com suas caracteristicas de sociedade agra- fia, estamental, teocrdtica e fundidria, e 0 mundo modeme urbano, bu- ‘gus e comercial Mudancas signiticativas ccorrem na Europa a partir de meados do século XV lancando as bases do que viria a ser, sécaios depois, o mun- do contempordneo. A Europa medieval, relativamente estavel e fechas da, inicia vm processo de abertura e expansio comercial @ maritima, A identidade das pessoas, até entav baseada no cla, no offcio e na propr'- edade fundisria, encontra autras fontes de referencia no nacionatismo ‘¢ no cultivo da prépria indivicualidade, Uma mentalidade mais laica foi se desligando do sagrado das questGes transcendentais pata se Docupar de preocupagiies mais imediatisias e materials, ceniradas prin cipal mente no homem. E, embora as dlivicas metaffsicas que ocupam o pensamento humana desde a Antiguidade continuassem como objeto de reflexdo, hai crescen- te Interesse por umm conhecimento sais pragmético do que meramente speculative: Diferentes visdes do Renascimento Segundo alguns historiadores,essas transiarmagoes, que se piocessa- ram cada vez em ritmo mais acelerado a patic dessa época, decam ori em a uma mentalidade renovadora, repudiando 0 misticismo € 0 conservadorisro proptios do feudalismo, por isso mesma considerado ‘por eles como a Idade das Tievas © do obscurantismo. Esses pensadores avaliaram de forma positiva as mudancas que abalaram primelramente a Ialia.e depois os demais paises da Europa — responsavels pelo desen- solvimento do comércio, da navegagao e do contato com outros povos, polo crescimento urbano & pelo recrudescimento da proctugao artistica © Iterdtia, Por tudo isso e pela retomada de principios norteadores da cul- tra greco-romana, rejeitados, em parte, pelo pensamento medieval, esse movimento recebeu 0 nome de Renascimento, sindnimo da importancia. ‘que passou 2 ser dada ao saber, a arte e enucicao. Outros historiadoves, entietanto, mals pessimistas, percebem essa éo0ca como um periodo de grande turbuléncia sociale politica, Para cles, € imposstvel no reconhecer como caracteristicas marcantes do Renascimento a falta de unidade politica ereligiosa, 0s confltos entre as fragbes que se formavam, as guerras interrindvels e a8 perseguides reli- siesas, desenvolvidas no esforco de conservagio de um mundo que ag0- hizava, Consiceram como sintomas dessa conjumtura os exflios, as con denagbes, 08 longos processos politicos ¢ eclesiésticas, 08 grandes _genacidios promovidos na América eo ressurgimento da escravido como insituigao legal. Significative também desses contlitos fol o desenvalvi- mento de uma flosofia pessimista da historia, pautada em uma angdstia escatoldgica na perspectiva da proximidade do fim do mando. De fato, um certo clima de fim de mundo perpassa a producao art tica do periodo, expresso na Divina comedia dle Dante Alighieri, no julzo Final de Michelangelo, pintado na Capela Sistina, em Roma, ¢em ‘ings quadros do artista ftamengo Hieronyenus Bosch, Lm sentiment de inseguranca e instabilidade esta presente na produgae cultural des- sa Spoca de profunda transicao. A retomads do espirito especulativo Apesar dessas contradigdes ~ ¢ talver por causa delas ~ 0 Renascimento representa una nova postura do homem gcidental dian- te da natureza e do conhecimenta. Juntamente com a perda de hhegemonia da Igreja como instituigao e o consequente aparecimento porere fied feos punidos, 0 gat mai 0 ped Bala espsrama Hustaga0 de Gusts Bore 10952-1885) para ‘sedigha da Davina Comedia, A cena representa 6a de Dontec Viral no imo, Primi Cito da teen, connie et8025| canes em teaumo 208 pagien. © anita feuresca 2 W500, sa sociedad da fee Fr conas como a desse banquets, of pinores renascemlists (cules XV @ XV eatovan a vida terena, de novas doutrinas eseitas conclamando sees seguidares a uma leitura interpretativa clos textos Sogrados, o homnem senascentista redoscobre a “importincia da divida ¢ do pensamento especilativo. O conhecimen, to deiva de ser encarado Como uma revelagio, cesuliante da contemy plagaa e da {8, para volta a ser, como o fora pata os grewos erornants, © resultado de uma bern conduzida atividadle do pencarente Assim, flosofia, ciéneiae arte se voltaram para 2 realdlade conere- ‘a, para o mundo, numa ansia por comhect-lo, descrevé-lo, analiea-lo, medio, quer por meie de instrumenios e técnicas, quer por mole do pena e do pincel “Ovisivel 6 tarabentintelig(vel”, afimou Leonardo da Vinci, alu indo as possibitidades de conhecimento peto plena uso dos sentic dos @ da mente Por outro lado, a via tetrena parece adquirir cada vex mais impor t€ncia e cam eta a propria historia, que passa a set concebida de um onto de vista eminentemente human. Estimulado pelo individualls. mo eHoesto dos valores que o prenciam inremediavelmente a familia & 20 €l3, 0 homem assume seu papel na historia come agente dos acon. tecimentos. Assim, aos polcos, ele rejeita as teorias que © apresentam como pecadore decaido, um ser em permanente divida para com Deus, Para assumir, numa nova perspectiva huumanistae laa, a 302 partic. agao ativa na histécta, Aarte expressa dle forma imvpar essas tansformacaes: Shakespeare, Culos personagens parecem ter engendrado as caracterticas do No. mer maderno, evoca constantemente em suas peas 6 dificcidades humanas diante de sentinentos conteaditériose dla liberdade de acco, Também repletas de glandiosidade so as imagens com cue Asonoca canes Desai do jutzo Final (1536. 1841), aesco de Michela, 0 Renae mente se caracteriza por wna nove postr do bomen etdentat late ee naturexa edo conbecimente Michelangelo representou a criagho do mundo, acontecimento ‘apabsonante que aproxima, de forma inovadora, Deus 9 homem. Esse 0 homem novo do Renascimento: aquele que se liberta da tradigdo pela divida confirma seu valor através dos resultados de seus esforgos: aquele que confia em suas experiéncias ¢ em sua ulzio; o que confia ao novo, pois assume sua realizado dentco da temporalidade PRSSANA. Jv Amen Mo Paani « piu Iv NOVAED,Adauia tnapemumenie "Sh Pada: Compan de taan 16. Enesse ambiente propicio de curiosidade, divide e valorizagao hu~ mana que 0 pensamenio cientifico adquire nova importancia e, com le, 0 interesse pelo entendimento da vida social. © desenvolvimento das cidades e do comércia, as viagens mariimas, 6 contata com outros ovo desafiavam os homens a pensarem a sup realidade proxima e a compararer diferentes culturas. Descobertas de riquezas, de terres, de regies alimentavam a imaginacae da homem renascentista, que pas sou valorizar 0 “novo” e a consideré-lo sinGnimo de “snarauilhoso" Estimuladas por ele, as pessoas rompiam com 0 passado @ buscavar novas explicagbes para um cendirio diferente que se descortinava © para ‘equal a8 antigas crencas nao serviam mais Esse o Horizonte em que se situa 6 descobrimento e a conquista do Novo Mundo, como se fora uma zealizagto € ‘uma fabulaco ca oravessia desvenclindo espagone tempos, “Cott a invengao da América a eultars do Ocidente conseguc, por fim, apropriarse da totalidide da Terra como algo proprio... Ea hora em que o homem ocidemtal coacebe a si proprio come senhor nato do cosmo " av. gras fesmunde. ode anes ante Ban 000 p28 Acoso dese teferese 2 Beaune Goan dt bconctin de ke Arc Mexico: Fondo de Coles Eeeménka, 1958 p81 Até mesino @ desesvolvimento tecnologico, que se torna cada vez ‘mais acelerado, revaluciona a maneira de olhar 0 mundo, provocande mudangas nas relagdes humanas © na producio material da vida. Ao ctlar @ prensa, Gutenberg oa a Europa o instrument que faltava para saciar a évidla necessiiade de comunidade livre pensante de ler os clés sicos, realizar pesquisas empiricas, elaborar hipdteses e tornavias cone Cidas. Assim se inicia um processo inreversivel de divulgacao do conhe- cola manifestava-se no exame sistemtico ¢ contvolado das plantas ¢ dos anitrais, enquanio a observagdo e a classilicaglo se ranstormom em método do conhecimento, perdendo sua atitude ingenua e sua espontaneidade, Multiplicam-se 0s jardins botdnicos, 0s zoolégicos & as colegdes de espécimes, exibindo um nove tipo de curiosidade e a preocupacao com procedimentas adequados de estudo e observacko. CO conhecimento desprende-se também do visivel para aprender tea~ lidaces inteiores ¢ invisiveis, 66 discerntveis pelo uso adequado da investigagdo racional. Aumentem as indagacées acerca do movimen- tomecinico e da luz Usagto de macséo adie se Xi de aoe exconhecido, ‘Rrocietae yor emergin domovimeno renascentss alive 2 lve concani comaacio. —Apactossscomaac cone AG Museus ou “gabinetes de curiosidades" proliferaram nos culos XVI, XVIL e XVII Alguns deles eam farsasos fem toda 4 Europe: ndo 9 as gabinetes dos principes (Rodolfo 1, em Praga, por exemplo, ow Luis XIV, em Pa: ris), mas também de individuos pasiculaces, como 0 clé- igo Manfredo Seraala, em Mila, 0 professor Ulisse Aldrovandl, em Bolonba, o boticirio Basilius Besles, em ‘Nuremberg... Nada menos que 723 colegdes exam conbe- cidas no século XVII s6 em Paris ‘BURKE, Pte. i bist socal do confecoment Tie jneio: Za, 200%, 9. 100. ‘A sociedade inteligivel E, sobre a base do individualisme @ da laicidade estimulados no Renascimento, essa curiosidade ciertfica secirige, de forma inusitad, pare 1 compreensio da sociedade, que passa a set vista como uma realidade diferente e propria, sobre a qual Interferem os homens como agentes. Da ‘agi consciente e interessads sobre a sociedade resutarn diversos modelos de organizagao politica -— a Republica, 2 Monarquia — que devem ser eterccios ¢ implementados come formas possiveis de intervenca0 € 10 Comp resultado de acaso ov do destino da humanidade. Sua validade deve Sec buscada na angumentagaa coerente ¢ racional que tem por objetivo a realizagaeo do homem na corunidade e o exercicio de sua Woerdade. Con- Seguia-se assim, vishumbrar, nesses primdedios do pensamento sociol6gico, 3 oposiggo entteindividuo e sociecade, entze iberdarle e controle social. (Os anos da metade do século XVI foram significativos pelo uso de panfletase jornais em que monarquistas © par lanentarisias expressavam sexs respectivos poatos de vist Brive 1640 © 1663, um lize, Georges Thomason, equiva- lente inglés do parisiense L'Estolle, colecou perto de quinze nil panflets € ais Ge sete mil ernals, colegio conservadk, tna Biblioteca Blcnica ¢ conhiecid como Thomason Tratos. ‘A deflagiagio da guerra civil tumbém coincidis com © cha ‘nado "surgimenra do livzo de noticias Inglés” em 1681, Meccurus Avlicus fot umn jomal importante para um dos lados, « Mercurius Brltnnius, 0 equivalente para 0 0m Tad, vals qual produzindo sus versio dos eventos. ‘BURKE, Peter (ma bitoma seca a mii Wis de vee Zar, 2008.58 A tlustragaio, movimento fkoséfico que sucedeu o Renascimento, ba- seava-se na fice convicgio da razto como fonte de conhecimento, na ciitica 2 toda adesao obscurantista e a toda crenca seen fundamentos racionais, assim come na incessante busca pela realizac30 humana. Ei relacio & vida social, 06 fil6sofes da llustracao procuraram entender a 44 Awanosanécoronce I ojo par un gun de sss oa com ua eae ens, Pee Gait ORenmenta voraos srr ceric ¢ueode [oUt gun como do ner een cess cro Be ace erolamenmuasvmpetacks e ents sociedade como um organisme vivo, ou seja, composto de partes inmerdependentes, cada um delas com suas caracteristicas & necessida- ides — 2 ageicultars, a indistia, a cidade, o campo. Desse exercicio de discernimento resvltou também a compreensao de diferentes instincias dda vida social — as telagies paliticas,jurfdicas e socials ‘Das telacfes entre partes ¢ nstnclas constituintes dependeo funcions- rentodo todo, no qual se furdamenta 0 conceto de nagSo—um conjunto organizado de relagies intersocietsrias, O nacionalismma emergents do Renascimento,identificado ainda com a pessoa lo monarcae associady a0 sentimento de fielidade @ sueicao, dé lugar a nado de uma coletividade Drganizada @ contraual, epresertaca por sistemas legis, policas @ ad-ni- sistraivos convenientes. © poder surge como uma construc légica ej diea,incependente de quesn c ecupa, deforma temporaria represontativa. Percebe-se nos fildsofas da tlustragao 0 aprofundemento no estudo das relates sociais, 0 desenvolvimento de analises abstratas da realiia- ce e a capacidade de criar modeles explicativos para 0 funcionamento dda vida social, Todo esse esforgo ilosotico se expressava tanto no princt+ pio de representatividade politica como na constcugic de teorias para explicara origem da riquez2 edo valor das mercadarias. Conceitos corso ‘ode Valor e Estado exigitam um esforgo te6rica importante: identifiear as celagies fundamentais para 2 compreensso de um objeto, aprender aqullo que é permanente nessas relagbes em diferentes épocas e lugares assim, construir modelos abstratos cue expliquem seu funcionamento. E-finalmente, projetar mudancas baseadas na aco humane ovganizada pa razio, pela vontade ¢ pela expectativa de uma vida mais satistatéra, Alanine orm com 45 Em busca da razéo prética © Renascimento correspondeu a. urn perfado de sistematizagio do pensamento burgués, c2racterizado por uma mentalidade laica que va- Torizava 0 gosto pela vida e @ racionalismno, atribuindo ao individua va- lores pessoais que no provinham da sua ovigem, propriedade au cesta, E, embora ainda expressasse certa transcendentatidade religiosa, 0 Renascimento exaltava a natureza e os beneticios da vida terrena, fos sem eles 0 éxtase religiose ou o simples prazer dos sentidos. 16 aos séculos XVI e XVII entretanto, o frtalecimento de um pode- 030 mercado internacional, praticamente de Arbito mundial, oavanco a produgio maciga de produtos (inicio da Revolucfo Industral na In- slaterra, no século XVI} ea consolidago do lucro Corno una aividacle esejavel¢ just, foram fatores que est? mularam a intelectualidade bur {guesa a avancar para a elabsaragao de um pensamento pr6prio. Assim, 0 onhecimento se transformava nao s6 nua exaltagz0 a vida e dos Feitos de seus hers, mas também num processo que se revelava itil @ aplicavel 3 vida peatica, Afinal, o desenvolvimento industrial se anunci- 4a em toda sua potencialidede © os empreendimentos, quando bem digs, prometian lucres miraculosos. Era preciso preparat as pessoas pata iso e planejar a produce em bases confiaveis expedient A sociedade apresentava necessidades urgentes que desatiovam os cientstas. De um lado, melhores condigdes de vida: prolongamento 6a exisncia humana © uma predispasicao das pessoas para usucutrern sempre qué possvel, tuso 6 que se produaisse de bom e de bens. De outzo, 0 desenvolvimento tecnol6sico capaz de baratear os produtos, aurnentando a produtividade © aprimorando a produsao ea armazena~ ‘gem de mercadoras, 0 transporte e a distibuigao de pessoas e bens. “uel isso resultaria na formagao ce um pyandle contingente de rabalha- ddores e de consumisores, em novos habites de vide ¢ de relacionamen- to, nouso denavas tecnologias e produtos. A sociedade avangava paia a inddsmia a cultura de masse ‘Mas planejar e projetar o futuro exigia a concepgo de um tempo & de um espaco determinadas, corfirmando 0 nascente conceito de esta- ‘do nacional — um teritério soberaro sobre o qual a burguesiareinava, imarimindo uma politica que privilegiava o desenvolvimento econémi- co e as necessidades do mercado. A nagio deveria se crientar por uma palitica que favorecesse a prosperidade e a acumulagao de riqueza & {que tivesse na individuo sua mola-mestra, Um individu liberto das arar= ‘as do passado — da religito, da fé da culpa e do pecado, das oficinas de oficio, das soberanos e dos sacerdotes —, mas pleno de descjos © expectativas de realizaco pessoal ede liberdade para aglr, movimentar- -se, consurni,gerirnegécios e lucrar Novos valores guiznd a vida social para sua modernizacao, mais pesquisas e a exploragao de novos campos do saber, avangas tecnicos, Awenocu A emengente soctedide purges apresentava necessidades eargentes que desafiavam os clentistas. apfg ee ‘Jaalto otimista em relazao 20 futuro do homem, o que levou a esse surto de ideias, conhecido pefo nome de “ilustracio". tm movimento que fpropunta uma atitude curiosae livee que se estendia tanto & elaboragio {edrica como & sistenstica observagao empitica. Que acreditava ser 0 conhecimento fonte de saber, de realizacao e de satisfac3o para ahuma- ridade, Que acreditava na evoluao incessante do ser human em dit ‘G0 etapas cada vez mais avangades de sua existéncia como espeécle, A filosofia social dos séculos XVII e XVIII “Todas essas mudancas eve tiveram origem no Renascimento, envol- vendo a destino das nacbes, o desenvolvimento das comunicagdes ¢ dos transportes, a cléncia e o conheclmento,tiveram, inicialmente, mais &xi- to-com governos absolutistas e centralizados que haviam selade a alian- ‘ca entie a antiga nobreza feudal © a emergente burguesla comercial. Porém, conquistadas as primeiras vilorias dessa revoluco econdmica & politica, em que um poder central garantira 2 emargencia e a organiza ‘gio dessa nova ordem social, os estados absolutistas se tornavem um ‘empecilho 3s exighncias de liberdade ¢ expanse de mercado. A bur~ ‘guesia ansiove por se libertar das amarras estabelecidas pelas monarqu- ‘as absolutas que atravancavam livre iniclativa, a llaerdade de coméxcio, ea concarréncia entre salirios, pregos e produto. ‘A burguesia jd se sentin suficientemente forte e conflante em seus propésitos para dispenser o absolutismo, regime que havia permitide a ‘consolidacio do capitalism. Fortalecide, ela propunha agora formas de. _governo baseadas na legitimidade popular, dente as quats surgia pre ponderane a idula de Republica. ingpirada pow ela, ergueram-se handei- ras conclamando 0 pove a aderir& defesa da igualdsde juridica, da de- moctacia, ainda que resrita, e da liberdade de manilestagao polltica ‘© pensamento da ilstragio defendia a ideia da economia realda par leis naturais de oferta e procura que tenia a estabelocer, pela livie concorréncia, de maneira mals eficiente do que os dactetos reas, 0 me- Thor prego, 0 melhor produta eo melhor contrato, Fiéis a essa proposta havia econornistas que apostaver na industria ¢ 0s que defendiam a _2ricultura como a fonte de (oda riqueza, opondo-se 20 uso ocioso que 3 nobreza fazia de suas progriedades agrérias — eram os chamados fisiocratas. ‘Tendo por base a ela de que a sociedade era regida por leis naturats, semelhantes em seu determinismo 2quelas que segem a natureza @ a relagio entie as espécies, 06 fildsofos da lustracao releltavam toda forma de contale politica que interviesse sobre essa racionalidade natural © fisica. O contrale das relagdes humanas, especialmente as pradutivas, deveria resultar da live acao dessas leis, cua kégica era objetivo da cién- cia descobrir 0 desemvott. mento de captalisme estan sistemattzagaon do pensamento sociation Alusucin ca cpu conan 47 Dente 0s defensores da racionalidade como base da organizacao. da vida € clo pensament humano destacaram-se os franceses René Descartes © Denis Dicierot. © primeire deles, por sintetizar essa fé inabalivel na razdo na frase “penso, logo existo", acabou por em- restar seu nome — em latim, Cartesivs — a esse principio que ficou conhecido como “tacionalismo cartesiana” Assim, a ideia de uma racionalidade natural perpassava a compreen: sia lo homem, de sua vida em sociedarle e de suas atividades prod vas. O principio de liberdade admis que, live de coibigdes, obstaculos «© jugos, © homem seria capaz de exercer sua soberania, escalhendo bern entre fins e objetivos propostos. As lels naturals regulariam as relagoes lecontimicas as sociedades seviam construldas com base na vontade livre e nas relagdes contratuais firmadas ene as homens, Também francés, Jean-lacques Rousseau foi urn dos mais ardorosos defensores dessa ideia e um dos mais ferrenhos critcos da socledade de seu ternpo. Em sua obra Contato social, afiimava que a base da vida social eslava no interesse comum e no conzentimento unanime dos homens era renunciar 3s suas vontades pariculares en favor da coletividade, Mais pessimista que outros filésofos da sua énoca, Rousseau rejeita- va a idela de evolugae ¢, buscando desvendar a crigem das desigual- dades sociais, procurau reconstiuir a historia da humanidade desde 9 igualitasismo primitive até a sociedade complexa e diferenciada, Desse modo, identificou no aparecimenta da propriedade privada a fonte de toda diferenciagao e injustiga social, Tornou-se, assim, partidério de ‘uma sociedade que defendesse principios igualitérios e cuja arganize- 0 politica tivesse uma base livre e contratual, pringipais Femas da Revolugda Francesa que se avizinhava, Jean-Jacques Rousseau aa7i24778) Nascido em Genebra, ftho de burgueses protestantes, Rousseau teve tum vida errante que o levou continuamente da Suiga 3 Franca, 3 lia 2 Inglaterra. Foi aprendiz de gravador, secretirio de nobresilustes & st seminarista. Dedicou-se também ao desenho, 4 pintura € a masiea 'Na Franga, fo contempo-dneo de fildsofos da llusvagio, como Diderot. Suas principais obras foram Emit, Contrato social, Discurso sobee a ‘rigem ¢ 0s fundamentos da desiguafdade entre os homens e Discurso sobre as ciéncias © as artes. Foi alvo de eras severas © persequiOes, mas na época da Revolugao Francesa suas ieias foram intensamente divulgadas. John Locke, pensaclor inglés, também defendeu a ideia da sociedade resultante da livre associagao enti individuos dotados de razio e vonta- de que, como para Rousseau, teria uma base contratual, Esta cegulatl centre outras coisas as formas de poder a garantias de liberdacke indivi- hal Mas, diferenterente do pensador francés, Locke ceconhecia, entre ‘Se direitos individuais, o respeito & propriedade. Recomendava também aque taisprincipios,cieiose liberdades exivessem expressose garanti dos por uma constituigao. ssesfilsofos — por sua preacupagio histbrica ¢ por encararem a sociedade como uma matéria em desenvolvimento, de origer natural ¢ fnao-divina ~ davam in‘cio a uma forma de pensar que levatia a desco- berta das bases mateviais das relacBes socials, Percebe-se claramente que se conscientizavam da diferenca entre individuo e coletividade, que ja identficavam a existencia de regras que dirigiam a vida coletiva, seme ihantes as leis naturals queregiam osurgimento, desenvolvimento e relax senlte espécies, Mas, presos ainda ao principio da individualidade, ese fildsofos entendiam a vida coletiva como a fusio de sujeitos, pos hiltada pela manifestacio explicta das suas vontades. John Locke (1632-1708) Inglés de Wrington, formado em Oxiord, ingressou na casteira dix plomatica. Durante o perforo em que residia na Franca, tomau con- {ato corn 0 métoda cartesiano, Sofieu perseguigies poiticas na la sglaterra que 6 abrigatam a se cefugiar na Holando, Em sua obra Dors fratados sobre 0 goverro civil, delende 0 liberalismo politico, os Gireitos naturais do homem e da propricdade privada, Suas politicas tiveram grande repercussio, assim como sus contiibuigio bo problema do canhecimento, expzessa na obra Ensaio sobre o-en- tendimento humane, ra qual repudia a propesigao cartesiana de que © homer possuaideias inatas e defencle o conhecimento como resultado da experifincia, da petcepcao e da sensibilidade. Publi- cot, ainds, Epstola sobre a rolerdncia, Alguns pensamentos sobre educasso e Racionalidade do ciistianismo. Adam Smith: 0 nascimenio da ciéncia econémica Foi Adam Smith, consicerad fundador da cigneia econdeica, quem demonstrou que a anilise cientitica podia ir akém do que era expressa- mente manifesto nas vontades individuals, Na busca por entender a or fem da riqueza das nacoes, Smith idenficoU no trabalho, se) 8 produtividade, a grande fonte de produgao de valor. Nao somente a agi cultura, como queriam uns, nem a indiistria, come queriam outros, mas frincipalmenteotrabatho cepa de tansforrar matériabruta em mes tadorla ev responsive pela iqueza dasiagdes, Veremosaante come ‘esa idea sorb retomadae eelaborada no século XIX por Kat Mars A filosofie social dat Mustragan tevou a descoveria das bases materials as retagoes soca. Alurwcior a socio cormsan AP a ia RURSUSKT ERE TRERRE EET KERERNEYT. Nesse esfarco por entender as relages econdmicas, Adam Smith pensava a sociedade na como um conjunto abstrato de individuos do- tadios de vontade e fiberdade, tal como haviam feito Rousseau ¢ Locke, ‘mas como um conjunto de seres cujo comportamento obedece a regras diferentes das que regem a ago individual. Senstvel 8 verdadeira nature- 2a da vida social, Adam Smith percebia que a coletividade era muito ‘mais do que a soma dos individues que a compdem. A Revolucao indus- trial estava em pleno andamento e seus frutas se anunciavam. ‘Adam Smith (1723-1790) Nasceu na Fscdcia. Foi professor da Universidade de Glasgow e cconsiderad 0 fundador cla ciéncia econdmica. O seu principal estu- do fol a investigaggo sobre a natureza e as causas da riqueza das rnag6es, que originou 2 sua famosa obra A riquezz das nagdes. Desen- volveu ideias a respeite da visio do trabalho, de funcao da moeda e dda ago dos bancos na economia. Continuou seus estudos no liv Teoria dos sentimentos morais, no qual afirma que a vida social hu- ‘masa esta fundada em sentimentos de bonevoléncia esimpatia. Foi o grande defences do Tiberalisme evundsnice, Legitimidade e liberalismo As teoriss sociais da tlustracao ne século XVII expressam 0 des: pertar do pensar cientiica sabre a sociedad. Tiveram 0 poder de ori entar a agio politic ¢ langar as bases dé que viria a ser 0 Estado capitalista,constitucional e democtitico, desenvolvide no século XIX Incentivaram diferentes movimentos politicos pela legitinacze do poder, fosse de cariter mondrquico, como na Revolugio Gloriosa da Inglaterra, fosse de carster republicano, como na Revolucao France s2, ou ainda do tipo ditatorial, como 10 império napolednico, To importante quanto seu valor como forma de entendimento da vida social foi sua repercussio prética na vida politica da sociedade A filsotia social desse perfodo teve, em relag20 2 renascentista, 4 ‘anagem de nzo consttuir apenas uma erica socal baseava no que: a sociedade podetiaidealmente vir a ser, mas de «riar projetos concretos de realizagao politica para a sociedade burguesa ernergente. Aideia de Estado como uma entidade cuja legitimidade se baseia na pretensa representatividade da sociedade & um avango em reiagae Aideia de monarquia absoluta, Nao se trata mais de uma pessoa que ‘governa por ditsito de heranca e sangue, mas de uma instituica0 abs- trata que admvnista um temitério a pair de pactos estabelecidos pala coletividade. A ilosfia social da lustagio concebia também a idea de nacdo como o gerenciamento @ administracao de leis, riquezas & B_Ascomons equine der. Nesse processo pressupae-se @ nog de conflito de interesses Po confronto social ‘As ideias de Locke ede Montesquieu, out importante pensador da thestrgdo, foram a base da Constituig3o norte-americana de 1787. Arm tos pregaram a divisd0 do Estado em ies poderes:olegislatvo, incur bale da claboracio e da discussie das leis; 0 executivo, encarregado lie sua execucdo eda protegae dos direitos naturais liberdade, a igual Goce # 3 propriedade; e o juciciario, responsével pela fiscalizacio & orcervancla das leis que asseguravam os dzetos individuais © seus Fx ‘nites, E3sa divisio estabelecia a distribuigéo das tarefas governamen- Mise a motuafiscalizagdo entse os podere> do Estado. Locke defendia, ina. aida de que 2 origem da autoridade nig se encanta nos privi~ Tegias da tradiczo, da heranga ov da concessio civina, mas ne Contato expresso pela ivie manifestagio das vontades individuais. ‘Alegislacto norte-americana, instituindo a civisde do Estado nes Wes poderes ¢ estabelecendo mecanismos para garam a eieigao legitima tios governantes 0: direitos do cidadio, pis em prétca os ideas pel Cos liberais e democraticos madernos. Assin, os Estados Unidos da Armé- fica consitutam 9 primeira republica libera-clemocratica burguese. == Compreensio de texto 1 Elenque as mudongas conerales que ecotteram nat economia = ne scnolegia ave fomentaram e evango da ciéncia e do cientficismo, os humanists € 2. Foga vie sitose dos principais avangos conceilvais realizedos pel ‘enciclopedisios no llustago acerca da politica, do poder © de govern. 3 Adom Sith fez uma dos mais importantes contibugses ds clécios sci 2° esmsiicar a origom do riqueze. Explique como ess0 contiovigdo inluenciou Formagdo do sociologia 4 sia cvidadosamerte 0 capitulo © extisia cinco conceltes que, na sva opiniGo, me Ihor eoractrizam o lstrosse, ‘== Interpretasao, problematizasao e pesquisa {5 "Uma vee ave hemom nenhum postu unc ovtoridade natural sobre seu semalhon, ‘e que a forge no produz nenhum dirio,resiom, pofs, a converges come base de toda cvteridode legiima erro os homens.” Ip. 25] Nose rocho, exrcide do Centro social, Rousseau: 6} Considera naturel 0 cutoridads de um heorsem sobre out Por qué } Pate ele, o que lagiimo 0 autoridade de una pesto sobre out! __Alypucines src conm 81 6 "Como a naturazo dé 0 code homem um poder absclulo sabre todos os seus mombras, d6 0 pacto social co corpe paliieo um poder abzsolulo sabre lodes ot seus, © 6 e186 mesmo poder que, drgido pele vonlade geral, recebs, como ev disse, o nome de soberania.”(p. 42) A pattr do trecho ciedo, 0 que & soberonio, pero Rousseov? 7 © ave 0 homem da llsshragdo esperava da ciéncia? E vecé, o que espera da cidncie hoje? 8 Nesse copitule procuromos explicar © liberelismo econémico. Hoje vivernos am period de reflorescimento desses principios, que chamamos de "neoliberalismo” Foca uma pesquise nos jorncis precurando noticias a espe 9 Qual ora a fonte de riqueza do ume nacde pora Adam Smith? Por qué? ¥O Os trechos a seguir foram extroidos de deis retades sobre 0 governo civil, de locke. Leiosos com atencéo e responda és questdes. *O grande objetivo da entrada do homem em sociedide, consis. tind na truigio da propriediade em paz © segutangs, ¢ senda © grinde insicinento ¢ meio dist as leis estabelecidas nessa socieda- de, 2 primeira lei positiva e fundamental de tedas 25 comunidades consiste em extabelocer 0 pader legislative." (p. 86) “Todavia, com as leis elahoradas imediatamente ¢ em prtzo eure ta tém forga constante e durzdaura, precisando para isso de perpe- tua execucio c assisténcia, toma-se necessiria a existéncia de um poder permanente que acompunhe 2 execusio dis leis que se elabo- am ¢ ficam em vigor (p91) "Em todos os casos, enquanto subsiste 0 governo, © legislative & co poder superior; o que ceve dar leis a outzem deve necessariamente serthe superior” (p 94) <} Como Locke jusfica 0 eriacde do poder legislative e do poder executivo? 1) ual deve ser, segundo Locke, a relacdo entre os poderes legislotiva @ exacte tive <} Pera Locke, os poderes executive e legislative podem ser exercidlos ae mesmo tempo pelas mesmas pestoo:? Par qué? wm Api 11 Video 4 ingleso @ 0 duque (Franca, 2001. Dirego de Eric Rohmer. Durapio: 128 min] — Baseado no livre eutebiogréfice de Medame Eliot, Dirlo de minka vida durante 0 Revolisd0 Fronceso, eborda a conturbada relocéo desta nobye ingles monarquista com 0 Duque de Orleans e a nebrezo ‘roncesa, durcnte o Revoligio Francesa. Trotese de uma das mais alvaisreleturas do eonflio de ideins da époco. 1680 de conceitos 1 Analise «visto de madame Eliot acerca de como deverio sera peiica e de que ferme a revolugio nega esse olhar S2_Asooaam atone r Eee ny 2 ee (A posigao sociul) +A racionalizagto do pensamento burgués recomeca com a se- ‘gunda época, isto €, na manuifature relativamente desenvolvids. 56 fentao a classe burguese se mostra como um fato social fstwemente estabelecido, ito &, x6 enido a posigio social dos incividos alot formas relativanente estaves, ¢ a inquietude da ascersfo v da deca- déncis, do progresso € do retwocesso, no consteul mais o aspecto predominante ra imagem da sociedad.” OFLER, Leo. Conbucsin ata hisria dee sce bursa. enor ares Ame 74 f 385 Segundo 0 avier, quals a+ condigdes socieis @ econémicos que favorecem © desenvolvimento do pensamento burgués do século XVI STEER SETAE As das faces do Wberatismo , porat, quetemns compreender apeecag © liberalism, 80 tenes que exeolher ence as dss interpretagtes, 170 Femes que opr centre 0 aspect deolpco e a aboceager souolsgi. Assos eancor- rem para delinic# onignalidade do Uheslismo e para revels o ue ‘consi um de seus tragas essencais, essa. ambiguidade que fx com, ‘que 0 Ibetalsmo text podido se, dtemaivamerte, revolucionino ¢ Conservator, subversv ¢ confers, Os mess honens passarao dt posi por © pads, os menos panos passario do coulate a0 rege 8 defesa das isttuictes. Agind assim, eles nada mas fare clo {que reves sucesivamcnte dois aspecto coonplementares dessa mesma ‘doutrina, ambigua por si snesma, cue mjeta 0 Antigo Regine € que nto ‘quer a democracisnlegral, que se situa a neo caminho ete esses dais estemose ca methor defnigio é, sem david, ¢ apelido dado 2 Wio- argu de Julho: 'o uso meta. E porque. o lberalismo € um esto meio ‘que, vito da diets, parece evcicioniro , visto da esquerda, oonece Conserv. Fe wavon,aucessvainent, dois combats em duns reaes {deren primi, conta a conservagto, © abscinsmo; depois contra fo impulso ts Forgas social, de dousrnas policas mais avaradscpae tle proprio: 0 madcalimo, a democracts iniegri, 0 socialism. Ea conjungio do ideale da realldade, a convergéncia de aspira- 8es intelectuaise sentiments, mas tamivém de ineresses bets pal piveis, que constitu a forgs do enovimento Uber, enue 1815 © 3840, Redizido a uma flosofia politica, ele sem davida no teria ‘obilizado grandes batalhoes, confundido com a defesa pura e sim ples de itctesses, ele nto tera susciado adesbes desinteressss, ‘que foram até 0 sucnficie supremo Alvin g asocumcccneenst_ 53 © iberalismo transformou a Europa tal qual er em J815, ora [gingas as reformtas — farenda uso cl evoligie progressiva, sem Moleneia ‘ona langanda mio da evolugio por meio da mudang revolucionita, Entre esses cois métodos, 9 liberalism, em sis dou ‘ina, nao encontra razio para preferir um so outro. Se cle pode evitar a revolugio, alegra-se com isso. Na verdade isso aconteceu ‘muito racamente, se Entender o texto 1.0 cutor admite que se pede fazer duas lituras disintss do liberalism, porém pro pbe uma outta abordagem. Gueis s60 as leituras pessiveis © qual o propesta do | [ | 0 triunfo da ciéncia ve wa ‘O milagre da ciéncia As ideias de progresso, racionalismo e clentiicisme exerceram todo um encanta snbre 9 mentalidade da época — a vida parecia submeterse ans ditames do homem esclarecido, Preparava-se 0.¢a- rinho para 0 amplo progresso cientifico que aflorou no final do if cst selon he 2 Sagundo © aver «liberalism i¢ foi dasignode com o epitete de “justo me’o". Come i le jsificou ess0 ontonomasia? 3 Per que meios o liberalisme concretize transformacbos? A crise das explicagdes religiosas 1 ea ilgt somente ma Ingen, nog Faas Halos ¢ nos pases Ha filogfia da usta do preparou otereno para osurgimente das, == : me © 2 sociedacle por tio de refoxmas, Em fodess 0s outta hugates, ciéncias socials no culo XIX, langando as bases pars asistemat- Se @ccia AGES ‘Geld Tealoetela GUstbadal dos defensones Ua SEE zagdo do pensamento cientifice e espalhando otimismo em relagao ae cestabelecida, que recusava qualquer concessio, 9 liberalismo recor- | ele. Os efeitos de novos inventos, como o para-raigs e as vacinas, — ™*eplicardo ret ao metodo revolucionario, £ a atitude de Caclos X, em 1830, ¢ a fo desenvolvimento da mecinica, da quimica e da facmécia, ampla- 4 "ature, : promulgagta de ordenangas que violavam o pacto de 1814, que l= | mente verificaveis, pareciam coroar de &xitos as atividades cientifi- ee a ‘vain os liberais a fazer a revolugio para derubar a dinastis. E assim ‘cas, Sem s¢ dar conta das nefastas consequéncias que a Revolugzo ‘amt também que a politica obstinada de Metternich levari a Austria, era | Industiial de século XVIU taria para o mundo tradicional ageério & plana ' 18, devolugto" tranufatureir, 9s homens da epoca se mostraram otimistas er rela- rt iB! rtwonn, ret oveuo woe sige, «4 $80.2 vitriosas conquistas do canhecimento humano © ery sua ‘Sao Prvig: Cubtix. 1974, p. 34-35. | Capacidade de controlar as forcas da natureza, Aa Caras tao xporighe Universal de Londres, or 1851. £m oposiao 3 eiisidade redieval a clenta oa era madera se afrmava cone sindaimeo de verdad eprogreso. Asus cacti aris co meso ction 88 aS 7 eT Tew wee eT eee eee Tee EW) © niimero de descobertas © iaventos se multiplic, de mada que 6 impossivel acompanivicko, Lembrem-se ape- nas de alyumas coiss, por sua iaiportincia ov curiosida- de, Aperfeicoando 06 reldgios, a0 inicio do séeulo XVL fnventa-se 0 reldgio pont, de tata wllidade, pois os an- lerioves eram em geral grandes e de dif] mariabra.. ou tio aparelio que ocupou atencdes dev route trabalho fot ‘maquina t€xtil A roca, bem conhecida, cbrigava a Bar & depots a ensolur os flos em uma bobina. Um aperfeicon- mento permite realizar 30 mesmo temper as datas tacclas GLAST, Francisco. 4 Renhipan tate ‘Se Pau: Sear, 1987. pA Se esse prensamento racional e cient ico parecia valido pata explicar a naturezs, intervir sobre ela e tansforns-la, ele poderia também expli car a sociedade entendida, entao, como parte da natureza, Assim, por associagdo, a sociedade poderia também ser conhecida e transtormada, submetendo-se 20 dominio do conhecimento human. As questées de método O filosofo da tlustragae preacupau-se nao s6.com 0 conhecimento da ratureza como tambem com o desenvolvimento do métade mais ade- quadlo para esse fim. Desse interesse derivararn diferentes modelos de pesquisa e de maneiras de se fazer ciéncia. © primeiro foi a indugao — Iniétode que concebia 9 conhecimento como resultado da experimenta- ‘$40 continua @ do aprofundamenta da manipuleczo empirica, delendi- do por Bacon desde 0 alvorecer do Renascimento. © segundo, que teve em Descartes seu mais ardaroso represenlante, foi o métoda declutvo, que propunha uma forma cle conhecimenta baseado no encadeamento ogico de hipsteses elaboradas 2 partir da razdo. Acciéncia se fundava, pottante, como um conjunta de ideias que diziam respeito a natuzeza dos fatos @ acs métodos para compreende:tos. Por 'ss0, as primeiras questdes que os socidlogos do século XIX tentam res- ponder sfo relativas a identificagio e definigao dos fatos sociais ¢ a0 método mais apropriado de investigacao. Tanto o métoto indutive de Bacon como o dedutive de Descartes sero traduzidos em procedimen- 105 valides para as pesquisas sabre a natureza da sociedadé. O anticlericalismo De especial importancia para o desenvolvimento cientiica e ume pos- tara especulativa diante da natureza e da sociedade foi o antclericalismo, professado por intimerosfildsofos dessa épaca, dentre os quals se destaca a0 francés Voltaire. Fertenho questionador da religiéo eda Igreja Catsli- 36_Arzooony toma ca, chegou a mover aces judicials para revisio de antigos processos de ‘teulsgt. Conseguiv comprovara injustica de alguns veredictos ecesiais {até obteve indenizactes para a famtlas dos condenados Na baixa Idade Média, onde de fato 2 Igreja era antes de cudo ua amestramenio, cagavam-se por toda parte ‘08 mais beles exemplaces das “bestas litas". "Melhor vaa-se", por exemplo, os nobres alemies, Mas com 9 aque 3 parecia em seguida um ta alemao “melhorado" sedzido puns 0 interior do claustro? Com uma earieatt- ado homem, com wim abort. Hle ths se tomado um “pecador’, ele estava em uma jaula, untam-no encarce- rado entre pros conesitos apavorantes.. AL jazia ele doente, miserivel, malévolo para consigo mesmo; cheio de ddl contra as impulsas da vie, cheio de suspelta ‘contra tudo que ainda era forte e venturoso, Resimindo, tom “sist LMIBYZSCHE, Pcdich. Crepe ds sto. Te de aver lame Omer, 200, 9 “Assn lggea fol questionada como tonte de poder secular, potitico & econienica, na medida em que se imiscuta em quests civis de Est ddo Tal questionamanta levou & descrenga na doutrina ena infalibiidade eclesésteas, bem come ao reptidio da secular atuacdo eo cleto. Esse proceso, denominado por alguns historiadores “Iaicizacao da sociedade”, por uttos,“descrstianizagao", atingiu seu spageu no sécu- lo XIX, quando se desenvolveu materiaiismo e quando a pp rel {ido se Vi transformada ems cbjeto de estudo pelas cientistas sociais. Francis Bacon (1561-1625) Ingles, nascido de fanilia de imelectuais, tornou-se jurita e chancetec Fm seus livos busca mostrar que enquant9 a ilosofia esti se perder devaneios, 2s técnica avangam sob dominio do método experimental Francois Marie Arouet 2 (1694-1778) Francés, filio de um burgués com uma aristocrata, demonstroy pen ores para a literatura f4 em tenra idade. Criado por jesuftas, acaba por conviver com intelecuais ¢ artistas @ desenvolve uma atilude cé= fica diante da vida. Acaba preso na Bastilha quando assume o pseu ddonimo de Voltaire. Exilado, passa a viverna Inglaterra, mas retarna 2 Pris, onde morre em idade avancada. A stesnsscmcsctssamnous comune ncn S7. A Igreja como objeto de pesquisa A exisi€ncia da Igreja como instituigao social foi discutida por alguns pensadores © socidlogos do século XIX, Emile Durkheim 2 considerava um meio de integrar os homens em forno de ideias co- muns. Karl Marx @ julgava responsavel por uma falsa imagem dos sroblamas humanos, ligada acomodacao e 8 submissao pregadas por sua doutrina, Defendida por uns, repudiada por outros, 3 Igreia perdia, de qual- {quer maneira, 0 importante papel de explicar 0 mundo aos homens, passando, ao contraria, a ser explicada por eles. A religha0 comeca a ser encarada como um dos aspectos da cultura humana, uma inst luigse como outras, criada pelos homens corn finalidades praticas, ‘muitas delas mais valiadas aos interesses tercenos e materia's do que 2 vida espiritual. Assim, a Igreja e sua doutrina sofreram um proceso de dessacralizagZo, em que se eliminou muito de sua “aura” de transcendentalismo. Todas a5 religies ~» em especial o eatoltcismo = passavam por anélise celica, que as julgava positiva ou negativa- mente dependendo de sua insercao na vida concreta e material dos homens, come promatera de valores socials importantes para a of entacie da conduta humana. Na filosofia, grandes pensaciores siste- matizaram o pensaments laico e anticlerical. Feuerbach, filésoto ale mio, sustentava que nao era ¢ homem obra divina, mas, ao contra rio, fora Deus invertado pelo homem, 3 sua imagem e semelhanca. Nietzsche chega a anunciar 2 morte de Deus e a necessidade de 0 homem assumir a plena responsabilidade sobre sua existéncia no mundo. Ludwig Feuerbach (1804-1872) Filésofo natural da Baviera, dedi- (1844-1900) Friedrich Nietzsche Filésofe alemao, estudiovo da civilizagao A sacralizagtio da ciéncia A sociologia se desenvalveu no século XIX, quando a racionalidade das cincias naturaise de seu metodo haviam ebtida 6 reconhecimen- to necessitio para substtuir 2 religi20 na explicagao da origem, desen- voivimento e finalidade do mundo, Nesse momento, a ciéncia, com a possibilidade de desvendaras leis rraturais de: mundo fisico e social, por meio de procedimentos adequa- dos e controlads, havia conquistado parte da sacralidede que antes pertencera as explicagdes religiosas: a de apantar 20s homens 0 ca ‘tho em diregao a verdade, Aciéncia j8 nde parecia mais uma forma particular de saber, mas @ Linica capaz de exolicar a vida, abolit e suplantar as crengas religiosas fe até mesmo as eiscussdes éticas, Supunha-se que, uiilizando-se ade- quadamente os métodos de investiaacao, a verdade se descortinaria diante dos cientistas — os novos “magos” da civilizagae —, qualsquer {que forsem suas opinides pessoais, seus valores sabre o bem eo mal, 0 carlo € 6 errado. Com @ mesma proposta de isengiio de valores com que se descobri ria let da gravitagao dos corpos celestes na universo,julgave-se poss val descobrir as leis que regulavam as ielagdes enire os homens na sociedade, leis saturais que existriam independeniainente do credo, dda opinio e do julgamento humano. © poder do método cientifico assim se assemethava ao poder das antigas préticas mégicas: bem usa- do, revelaria a0 homem a esséncia da vida © suas formas de controle Toda essa nova mentalidade, reforcando a crenga na materialidade da vida e no poder da ci€ncia, ovientou a formacad da primeira escola Cleatfica do pensamento sociol6gico, 0 positivisme, que estudaremos no prbximo capitulo, sgrega, criticou o cristianismo ¢ foi defensor dda cultura germinica. Exczeveu OAntirisio, ‘50 qual afirmava sero cristianismo uma re ligiao de escravos, responsdvel pela deca- déncia de Império Romano. . . cou-se a estudar a religido de um ponto de vista humanista e antro- poligico que privilegiava a neces- sidade humana do pensamento re- ligioso e magico. Esse olhar laico e especulativo sobre a doutrina religiosa impulsio- nav o desenvolvimento das ciéncias hummanas, em particular das ciéncias socials, na medida em que a sociedade deixou de ser viste como criagéo divina e que as dificuldades humanas deixaram de ser pensadas como castigo. Para o pensamento cientificista do século XIX, 2 vida humana e terrena adquire importancia e um hortem preocupa- . do com seu bem-estar e sua realizagdo pessoal passa a indagar sobre on ‘ as raz6es de ser de seus contlitos & até mesmo sobre a orizem pag ‘iru tales em Edinough Exe), em 1870 esque) aula em sora de das crengas religiosas. vero gtr em 1899. A cibncls mostava sua capseioe de desvendar o maa, Accs natant mcs coraneo acest $8 58_Asconoce wcrc | n " n » n b » ” » ” . id » ” b » , * , » ‘ » , ' , » , ‘ , bh Br = Comproonsio de texto 1 De que maneira se desenvolveu o credibilidede no pensamento cientifico® Quais os Fotores saciais que contribuirarn para esse desenvchvimento? 2. Fags um esquemo comparative dos métodos desenvolvdos pelos iluminislas no tanta. tivo de apreender o raaidads. Depo, classique o frase que se segue em uma dos sexplicagSes: “A melhor domonstragéo &, de longs, « experiéneis, desde que so akenko rigorosamente ao experiments". Procure eneenirar nesso afrmagéo os prncisios do ppensamenio desseflécofo exposios neste capil. Justiique o respeste 3 Gucis forom as primetras @ fundamentals questées que ct socidlogos pioneiras do sécule XIK fiveram que eckrentar por Gua? 4 Por quois roz5es a sociclagia ‘eve que lerse a estidar © entender a eligi inicio de sua consituigdo? ' Interpretacio, problematizardo e pesquisa 5 René Descartes alrmoy em Discurso solve o méted "Fore os nssos seotdon nes onge- F rom Gs vezes, quis supor que nde havia coisa alguma que fosse tal como eles os Fazer itmaginar”. De que marsira esa fase » , Cada uma dessas escolas de pensamemto, partindo de uma atitude laica e . Peagmatica em relagdo ac comportamento humane, procurava identificar os. , principio que povernam a vidasacialdo home, Fo, entetanto, 0 positvisme ’ que iogrou, de forma pianeira, sistematizar o pensamento socicksgico. Foi ele o princi adefnir precisamente 0 objet, a etabelecer concet » tose uma metadolegia de investigagzoe,além disso, defini aespeciicidade L doestuido clentifico da sociedade, Conseguiu distingul-lo de autras dreas do. conhecimem, isttuindo um espaco proprio 2 ciéncia da sociedad. Seu , principal represenante-esstematizador foo pensador francs Auguste Com, ’ i © ome “positivism” tem sua ergem no adjlivo “positive”, que significa certo, seguro, definitive, Como escola filosética, derivou. do “cientticismo”, isto €, da crenga no poder daminante e absoluto da ra zo humana em conhecer 2 reelidade e traduzila sob a forms de leis i ‘que seriamm a base a regulamentaczo da vida do homem, da natureza e Lig de anatomie do cup (16921, piura de Rembrandt Asperquisas nas ciénclas naturals evercea fore inetncia ne desevalurento da sciloga, do prdprio universo. Com esse conhecimento pretendia-se substtuit as explicacdes wolégicas,flosdficas e de senso comum por meio das quais — até enti — 0 homem explicata 2 realidade e sua participagao neta, dessa escola a tentativa de const- fuir seu objeto, pautar seus métodos « elaborar seus conceitos & luz das cdi naturals, rocurando dessa maneica chegat & mesma objetividade f.a0 inosine éxito nas formas de controle sobre os Fendmenos esudndos. © postive reconhee'a que os principosregulidres do mundo fico . edo mundo soci eer qunro hs ext: os pelos dita es CO pov foto pensamento ae kficou 2 sociedad erogeia pelo a acontecmentos exteriors aos homens; os ous, questi hurté~“Gpgaaipmme | | do Selo XIK, em franca expanse, Procurava sole: confitos mas. Erretanto,acrengananigemnaural dears teveopderdeaprcxims- POSTE 1.4 ciais por meio da exaltagd0 a coesto, 2 harmenia natural eneos ind los, Além disso, 3 ripida evolugao dos conhecimentos das ciéncias natutais— pispancia cle viduos, ao bem-estar de todo social, isis, quince, bislogia — 0 vive sucesso de ss decaberas no “™neia de ot mais evidentos que sejam hoje 0 ites, intvesses ideolowias @ “Gpoxtnleno incremento da produgio mateial eno contole das forgas denatureza at weutaoneedy {¢f precenceites inscritos nos estidos postivistas da sociedade, por mas" exalaua t fam 0s primes cients socials para o seu metodo de wvestigagdo. Ea Sana ise fe |_ que ees enham serside como lemas de uma ago poi conservado- — eoesan seca tentatva de deriva as circias sci das cnciaskas patenenas obras "MMP AR ® ra jaticaiva pata a olagdesdesigvals ene sociedad, pr parol dos primeitosesudloses de eaidokesocil. OprégnioCome artes de car nt Te lembrar gue els epresentaram um esorco concreto de andlise i+ og gnditas term “socolgia,chamov de“Thica soci” assuas andl de sociedad tifics da sociedade fa ° A singles posurade que vi em soled apse de etl ste Comte ‘ecomproensdo, que o home possuia—além de eu corpo e sertrien- ee 857) tos — uma natureza social; que as emocdes, 0 desejos e as formas de Nasceu em Montpelier Franga, de uma familia catolica ermonarguista Vive 3 ine facia na France napolednica. Etudou no colegio de sua cidade e depois em Pars, na Escola Politécnica. Yonou-se displ de Saint-Simon, dequem softeu enorme ine iluéncia. Devotou seus estudos 3 flosofia positivist, considerada por ele uta reli Bio, da gual era 0 pregador. Segundo sua ‘ilosofa politica, existiany na histvia tits estacios: um teolégico, auto metaisica € Finalmente © positive, que representava 0 ccoroarnente do pragresso da hurnanidad. Sobre as cigncias, cstinguia 2s bstratas das concretas, sendo que a ciéncia mais com plexa e profunda seria a sociologia, cit cia que batizou em sua obra Curso de fi Josefa positva, em seis volumes, publicada entre 1830 © 1842. Publicou também: Dis: curso Sobre 0 conjunto do positivismo, Sis- tema de politica positiva, Catecismo ppositivieta e Sintese subjeriva PR Asoovers asc vida derivavasn de conlingéneias histéricas e sociais ~, tudo isso foram conquistas de grande importincia, Diante desses estudos, nio devemos perder a perspectiva critica, mas ‘emenclé-los como as primeiras formulagoes objetivas sobre a sociabill= ade humana, Até meso o fato de que fais formulacbes nfo estivessem ‘expiessas nun livra sagrado nem se jusificassem por origem divina & saficiente para meieceremn nossa atengo, Foram teotias que abriram 25 portas para uma nova conceps2o da realidade social com suat sespecificidades e regras. Quase todos 08 paises europeus economicamente desenvolvidos conheceram a positivismo, No entanto, foi na Franga, por exceléncia, | Aussi ep monn sm sos cas 23 i ue floresceu essa escola, a qual, partindo de uma interpretagso or ginal do fegacio de Descartes e dos enciclopedistas, tinha na razao nna experimentagao seus horizontes te6ricos. Ene os l6soles soci anceses, podese destaca polit Taine que formulou uma concepgao da realidade historica resultante de trés : Targa primordial: “raga, que constutiao fundamen boligico, 9 ’meio", que incluiria aspectos fisicos ¢ socials; € “momento”, que | 5 constituiria no zesultado das sucessbes historicas, Qutra figura re- \ ivan Gntve Ue Bon, ico eral, contra Taine, autor de pioneira e conirovertida obra sobre a “psicologia das imultiddes", na qual ete sobre as crengassociis mai eras forma: 5 doras da “mentale coletva”e sua ago em individuos compondo E a multidao. Pierre Le Play, outro desses filésofos sociais, tinha uma ve perspectiva naturalista bem acentuada, havendo concentrado seus tl tsforgos na busca da “menor unidade social", comparév! a0 store datlisie ou as céiulas da bologia Le Play exabeieces fara como | ‘ essa unidade bésica ¢ universal, postulande que as relagdes sociais seriam decorrents das elagGes familiares, em grat vardve de cam | plexidade. Fora da Franca, cabe lembrar mais uma vez 0 trabalho do Ines Herber Spencer poe suas retiexoes no inns do eveluconsmo € do organism Arososa do prinero penadoreawsinspolivias permanece, ois, pesa por uma teflexau de nauteza iostca solve astra e 4 aco humanas.Procelmentos de natreza cient, analises socioke Beas bavesl em lator obnevadon com mar Soemaiza¢b0 toric t metodologace pesquisa 36 seam intoduzides por Ene Durkheim Seu un, que estuarems no posing capitol Uroyravura de Fugen 1835) Ceristas percoreram a) mundo obsersend @ entieand especie” Ha RRA ERT 1 Guol o infuéncia dos idoias « do teorio de Cherles Darwin no penscments socioligi co postivisa? 2. Comoa ideie evolucionista do bislogia taneposts para as ciéncias seciais condicionoy ‘cvséo dos europeus sobre os sociededes nao-europelos com as quais eniiera em -contato a partir do expansionisme imperialisia® 13 Quols.os deis movimentos que Comte distinguia na sociedade? Como ele os relacios nova? = Interpretasdio, problematizagio e pesquisa A donifique e ckeusa as caroclerisicas do pensarrenks posivista presenter noste font: “Todos os dliversos meios gersis de explorayto racional, apli vels as investigagces politics, concomeraam espontaneamente para esrabeleces, de uma maneics igualmente Gecisiva, a inevivel te Uéneia prentiva di burmaniade a uma vkla principalinente multe © sew desting frnal nao menos imesistivel « ins exisiéncia essence mente industrial cunt de sof posi. as AYALA, Bane tora de oct chem ives Losi. 947 p77 5 Com base nas caractersticas do pensamento positivist, analise este texto de Comte: Noss exploragio histrice event fear quase wnicarnente cede kta selegto ou a yanguards dh homanktide, compreendendy 2 aioe pate et ga ranca ou se mages eupetas © ae Kmanelor os para maior precisio, re todos 08 tempos modernes, 298 paves da Europa Central" 6 Otexio a seguir & de autoria do filésofo social Le Bon « foi ratirady de sua obra A rulitdGo, esa en 1895. Leioo @ responde 8 queslbo 0 seguir “Peto mexo fro de formar parce de uma mulidfo organiza un hhomem desce vizios degraus na escala ca civiizagto. Isola, ee poder set un indvidve cultvado, nt muliéko, € um barbaro— 08 Beja uma cintura ce age por insti 1, COHN, Gate. Seeeigin da comunicagte ‘So Poul Moaeta, 1973 p20 ‘Que coracterticas do pensomento posiivstasvalucionisa oder ser encontradas no esto? 7 Pesquite amigos de jornal ou cevsta que contenham alguna descrigao ov opinide sobre un econtecimento qualquer envolvendo ofividades desempenhados por mul: Anacostia so se cis 2S, dbs (comicios, dastlos, prociss3es, porodas, sacues, carnaval, quebraxquebras, cl tos, romarios, espetéculs piblicos). Em que stuocdex se podem enconior, hoje en dia, ideies parecidas com ts de le Bon? 18 Com base nas expicases do texto em pesquisasedicionals em tecos hiséricos, procure ieatlicar os roizes posivses do lema des bendeia broileta: “orders e progesio”. = Aplicagéo de conceitos 9 Vidor iuger nentuen na Atice (Alemanha, 2003, Diresio de Carlie link, Duragdo: 141 min) — Notrade do ponte de vst de fhe Regina, do 5 eros, o fine mova © emigrocdo de uma familia judia da Alemanka nazise pare © Quénie (Africa, ande © maride consegue emprego coro administrador de uma fezenda, © fime aborda cho- que callural 0s preconce’os dos eurapeus em telog0.ansshrizanos ec dif acuturoodo. Observe come o hilme trla os preconceitos que emergem dos relagées entre os eutopeus © 03 habitontes de Qusnia, 10 A invaséo do que em 2003 por exércios de coclizo lderades pelos Estados Unidos de América, sob ordens do Pantégane, teve por jutficeve beni de pais 0 governo ditatorial de Soddam Hussein. Procure em jorncis e/ou revistus da époce, livros cu mesmo na Internet reportagens que mostem essa vise evelucionista de COrdem Murcia, segurde 0 quolo» Estados Unidos reptesentriom @ modelo meis evolide de regime polio do planeta eT ea Meseristiantzagao} *O que se denomina descrstanizagto 1oea, pelo contratio, mas cren- 28 inimas © no vompostamento das pessoas. Ela exprime 0 fara de que, depois de uma centena de anos nas sociedades modernas, aias~ sas de homens, cada vez mals compacis, parecer desinrecessarese or qualquer crencs eeligiosa. Plas ceixam Ge frequentac os higares de ‘cto, afastanise thos sacrementos, negligenclam suas obsigacses rele _Blosas. A regressio da pritiea religiasa é o indicia de urna desafeigao ‘rescente no tocunte As Igreas e & religito, Ao contratio do estacio de espirite que havia presidigo, no inicio do sécvlo XIX, a luicizagaa © ue se definia por uma hostitdade militants, a descristianizasio no exprime mais do que desintcvesse e indierenga. Na venlade, por ser diferente, por sua nature, da secularizacion de combate, descrstanizaio e seaulariagto, historicamente, nao estio de todo cissoascas. A politica antclerical das governos de esquerda, a legislacio andereigiosa, as medidas de excegio tomacas conta a lgreft suas insttuigoes contrbuiram, por cero, para afastar cestas camadas da populacio de seus Mbiros religieses. Parallamente, 0 desacoro manifesto ene as aspiragses do tempo ¢ a posigio das auroridaces 26 Asoomons cic ees aaa religiosas foi responsivel pelo afastumente de emitos que, ebrigacos a Doplir entre a fideidacle & religito radiclonal e a esperangs de consi tint ruinde mas ivre OU mais jaro, escolheram a democracia ou © soetiliomo, a G@neia ou a fatemidade hursana.” RAMOND, René. Odeo XE ISIBISM chp ATE 1 De que monsiro esse hecho expresse @ deserence na raligido © a crescente fe na ciéncia, &s quois oludimos neste copitulot 2. Fase texio poderia ser clossficado come contemporénec? ‘to? Qanitge ¢ 0 nove na Orden Internacional “A Collimbia tuehém foi lider hernisfrica em matéria de ajuda & treinanventa militar anericanos, Neste ease, 0 pretexto € a guerra da Seow, mas iso & wn ‘mite’, como infornam regularmente as o7gani- zag6es dos daeitos humancs & outos investigadores que estucaram. fs Ingos esteeitos que existem entre aavcotraficantes, ltitindhtios, roltares © parumiieaes, respansivels pela maior parte do tezror ssa historia nos ensina mals wma ligio solve © verdadewo signufice cdo do terme ‘democracia en aes ren ein rea ere cp oes ees OA ae pene oe ee er a Gee io een eae ase ee Oaks oe mieten ee sane nie soe ae ee Ee et er SA cg egeme eie aden cones eet sos eaten Sass ase eee eae CE Anarchs acuta se cS ZZ lro-amieticanis vizinhas onde 2s condigées slo semelhantes, Estabilit Ue’ signilica seguranga para es classes abastadas e as grancles empmsis estrangeiras,cujo bemvestar deve ser preservado, Na terminologia dos planejadores de sto nivel, a Guatemala torn: Fe-se um “virus que podia ‘infeccar' outros paises, pois enviava mensa- gens erradas a respeito da possbilidade de urna mudanca social de~ frocricica. Houve muitos outros, enry Kissinger acvertiu que 9 go vverno de Allende ura um virus que podkia espalhar a infecgao até Iiilia, ainda nio ‘estdvel depois de 25 anos de grandes pegeamas ct CIA destinacios 2 subverter a democracia itaiuna, Os vieus téma que set, destruidos ¢ os outros, protegidos da infecgio: a violencia muitas ve 2e5€ o meio ils ciciente de executarambas as tarefis, detgando cum astro medonho de assassinato, error, tortura e devastado.” CHOMSKY. Noam © antigo» o nove Ore internal ‘oot pres. ROSA, Lute Pregl (Chord). Axon Chee (URE Ho Inet. GOPPEVLER, 197 1 Nesse texto 0 autor most que os estrategistes paliticos nortecmericancs também 2. ovtor, um dos mais acide crticos & dora que a intervencée dos Estados U visa 0 desenvolvimento desses poises? Sy Tato 1 eleboravam metiforas referentes 00 co sociel. De que forma? (Arrezao © 4 modelo das eiénclas flsicas} "No véculo XV 9 avsto acquire wn new sentido, Nao & de Cassie ‘o nome coletivo dis icsias natas que nos io dadkas com anteroridade 4 tod a expect @ nla se nos descobne a eséncia absohita cis coisas. Mas, no pensamento di Justraglo, a razto passi a significar a ‘orga espirtual radical que nos concur. aa descobsimento da verdad & 4 sus determinagio e gaunt. 0 conceita de raaio nfo € compreenel- 0 10 sécule XVIII come urn concen de ‘ser’, mas de lazer, no é a posse da veradle, mas a sua conguisa; ou sea vis forma determina le aquisigdo da verdade, A Thstagdo ini enconuar 6 seu método de Slosufi segundo o modelo que oferece a eéncia natural do seu tempo, (01 sea, a8 ragulae philosephansdide Newton, Nio itt voltar ao Discours ster la méitrode de Descanes, mas norteari as formas de seu penser to, segundo as perpectivas demonstradas por Newton. O india deve dliigira reatidade sem idetas preconcebdas para, desta mancia, oder descobrir as leis clentifcas que exisem na natureza. © camino roposto por Newton nao éa pura deduce, masa andlise Nao se deve parr Ge determinades principios ou concetos perais para, através de- B_Asconorg wascn impo dos ciéncias bioldgicas pra explicar 6 poliica internacional norteamericana, const Inidos sobre cuties paises da América lofina Jes, em meio a decugdes abstratas,atingir 0 conbiecimento do panicular, nas deve-se partic da diey2o oposta, Os fendmenios Caservados so os dado, ¢ as leis ow principies, os inquitidos, Deve-se partir, como no método da fisica, cla andlise de fendmenos paniculares para se stings leis geras existentes oa natureza" TTUNDADE, Luna MS. A ies alii ea ores coin “uo Pao: Sc, 1973p ae = Entender 0 texto 1 Sintelize © métedo de Newton descrito nesse lexlo @ compore-c com os métodos ae" de dedugtio e indusdo descrios neste capitulo, Sociedade de medicina do Rio de Janeiro “A fundacdo desta sociedade deve-se 20 devotamento flanirépi: 0 € 40 patiotismo de 6 ox 7 médicos, recomendivels pelo seu saber, que se feuniam para redigir os estatutos. Seu funcionamento foi aprovado ¢ autorizato por decreto imperial de 15 cle janeiro de 11580, assinad por D. Pedeo ,e a sa instalagae piiblica ocorsea a 24 de abnit do mesmo ano sob’ presidéeia clo sninistia de imeria -marqués de Carivelas. A sessio pribliea de seo primeivo aniversieio {ol presidida pelos mrembros dla Regéncia Provisoria A sociedace se divide em quatzo sesioes: de vactnagso, de con: sulias graruitas, de doengas repugnantes e de bigiene geral da ida de do Rio de Janeiro. Els mantém couespoadénda permanente com as sociedades sibias da Europa. As assembleias patticulares reahzamn-se uma vez por semana, dois dias sko consagradas 88 con- sulias gratuits, daclas em sua sede aos indigentes que se apresen- tam e cujos medicamentos sto forecidos gratuitamente por wn Famaceusicn, membro honoririe ca sociedade. A socfeclade se ocupa com perseveranca da andlise raclonal e das propsiedades particulares de uma infincade de plantas indigenas, a fim de aprovelté-las na terap@uciea. Alem disso eviou medalhas de lemulagio e prémios pecuniirics distnbuldos em sessdes piiblicas a nacionais autores de novas deseobertas ni arte de curar; para prowocke “las a sociedade puiblica no fim de cada ano 0 programe de concurso de esmulagaio do ano sequinte. Na lista des membres hanorénos fg- sam brasileira dos mis Gistintos na sociedad ¢ nas c@ncias isicas. (© poograma distrbuido no fin da sessto pablica de 1831 comportix « vt 3 medalhas de ouro de diferentes valores, pars as irés melhores memérias a tespeito das mediclas sanitéras en geval Umm prétnio de $ mil francas era também prometide ao autor de rmeméria que determinasse, com observagées clinicas gerais bases- das em casos paniculares e principalmente autépsias, & naturez2, a8 causas ¢ 0 tratamento de qualquer moléstia endémics no Brasil” DDEDRI Jerm Bape. ag pores ao Bras 20 Jena lacie ‘Sao Pale: Ectusp, 1989. p. 28-29. Anerson pa mesure soa eeasccoaieas 78 = Nesse texto, 0 autor expliza a tworia evolucionisia sob 0 panto de viet bielégico Faca um esquema com os principais ideiat do outer M_Amectoan cscs codificadas em lei, esses alhares t8m © poder de conduzir 0 infrator para o comportamente esperado. Durkheim dé o seguinte exemplo das sang0es espentineas: r — Entender 0 texto r * © pinlor JeanBoptiste Debret veio para o Bras inlegrando a Misséo Acistico Fronceso, razida por D. Jodo Vi em 1816, No descrgto feta pelo pines, sobre i i f or ico da atvidode conti no Bas, ha claronnaleton de ue ce proces A sociologia de Durkheim ‘no pats © modelo cientfice europey. Cite exses elamentos, E P . rand | Oque é fato social rapastosiaaeeta re ecttuat émbora Comte seia considerado o pai da sociologiae tenha-tne dado cmneieee rena emt J esse nome, Durkheim & apontado como um de seus primeinos grandes que pretendo afirmar pode ser expresso em tés enunciades, febricos. Ele e seus colaboradores se esforcaram por emancipar a socio 1. De acorcio com a teoria mocerna — 2 teoria sintética — as logia das demais teorias sobre a sociedadee constituf-la come disciplina ~ Comte dew o lunidades de transmissao, as unidades ce consesvaglo, em hereditati- I jigorosamentclentifica, Em livios © cursos, sua preacupacdo foi define nome de ‘edade, € a unidude de mutagio, sto a mesma, a saber, o gene. Cha- |) con precisie 0 abjeto, o método e as aplicagies dessa nova ciéncia. sociologia a sio-lhe unidade de runsmissio ¢, tambem, unidade de mutagao, y 20 é ‘ {tmbuido dos principios positivisas, Durkheim queria detinir com rie es e¥ncia segunco enunciado fundamental € 0 de que a unidade de enti, eaabalocen ss nie mas selesio, tal come Darwin imaginou, & 6 indvkleo —~ nto o gene. £0 gor sociologis como cfncia, estabelecendo seus princtpiose ii Bena indganborgidas nent DMA lode aie rompendo com as ideias de senso comum.~-08 “achismos” —que inter et ielnn poems gz ipainensaniais poems me eters pretavarn 2 realidade social de maneira vulgare sem crtérios. wees ‘ou de ouaras — ndo através do violento ¢ stmplificado conceit te bits | trauma de vas obras fundamentas, As regras do métado saciokésico, grandes pla vida ou de sobrovivéncia da sais sto, ams aa forma de presses |, publicada er 1895, Ekukheim defini com clateza 0 objeto da socion basta sets que modal a proba de ie genes provers des Toga — os fatos seis doesse conceto, nto £4 sobnevivéncla dy idivko que, enn si mesine, F feo socal & experimentado pelo individuo como uma realidad inde tndotem interesse para seleglo, mas suber ge seu gene tra oportunida, | pendente © preenistente. Assim, sdo Urbs as caractersticas basicas que de de estar presence ou primeic, segunda, terceira, quarts ov ensima —-‘|_istingyem os fatos socials. A primera delas € a “coereao social”, ou Fetasto, sto €0 de que precisumtos para ter evelocko, para ter pressces Leia, fora que os fatos exercem sobre os individuos, levaado-os a Con- Seletivas que signifiquem algo par a select, & sobrevivencia ce vm | formarem-se As egras de sociedade em que vivem, independentemente Velho, se ele ¢ incapaz de gera fils, mo tera qualquer importa de sua vontade e escolha, Essa foiga se manifesta quando o individuo Para a tecria da evchicic. Nao coaluibuisi para 2 evohig2o do homem, desenvoive ou adquire um idioms, quando &crisdo e se submete a urn incl que Sef ratio velho € muito Flharte determinado tipo de formacao familiar ou quando esta subardinado @ 5. 0 tereetro conceito, que €, sab muitos Snyglos, © mats impor certo codigo de e's ou regras morals. Nessascitcunstancias, ser huma tee menos entndido € 0 que tm sd oto de maior aencio. no experiments a forca da sociedade sobre i es | niiiae cia aoe eae [erga cosctva dos aos socas se toma event plas “anges pepubad que.parllin conongeoome, cites trex pooukieae I legais® ou “esponténeas” a que o individuo esté sujetto quanda tenia ‘mendeliana, com recombinagao sexta conduringo i continos erook | rebelarse contra eta "Legals" sto as sangdes prescritas pela socieda- so de novos genonias, através de secombinacto, # una unidate efe- dl, 0b a forma de leis, nas quais se define a inragao e se estaelece 3 lvamente capaz de evoluiz. Como talvez saibam, muito da reflexao | penalidade corresnondente, “Espontaness" sic as que afloram como teorttica gira em toro desse conceit, incluindo 0 desenvolvimento resposta a uma conduta considerada inadequada por um grupo ou por «de complicados e iateressantes modelos de populigdes etn evoluclo.” uma sociedacle, Multas de uansito, por exemplo, fazem parte das coer MONOD, Juanes & propa de tora mele de volo. In. HARKE, bes legais, pois estéo previstas e regelamentadas pela legislagao que ‘on Org) Prolemas ct ooh see snceon © bso 0 ppt regula o wétego de veiculos e pessoas pelas vas publica. é os olhares Se Gas tins. p 22-38, (9 homes € 3 cei) 208 Sociedade: um organismo em adaptacéio Para Durkheim, a sociolngia tina por finalidade ndo sé explicar @ sociedad come também enconitar solugSes para a vida social. A socie- A dade, como tado organismo, apresentaestados que podem ser conside. _“Kenerallade tados estados “normals” ou “naioldgicns, isto, sauddveis ou doentios. etm eto ‘Durkheim considera um fato social como “normal” quando seencon- social tro genealzado pela sociedade os quando dasempenha alguma fungi, "Pe" importante para sua adaptacio ou sua evoluco. Assi, por exempl, me afi que 0 crime € normal no apenas por ser encontrado em toda e DMs 0 qualquer sociedade e em todos os tempos, mas também por representar eee ti fat social ue integra as pessoas em torna de deferrinados valores. socal Punindo 0 criminoso, os membros de uma coletividade reforcam seus pened principios,renovando-os. © ctime tem, portant, uma importante fur- eet 0 social ‘A “genetelidade” de um fto social, nto, sua unanimidade, €garan- tia de normalidade na media em que representa 0 consenso social, a ‘ontade coletiva, ou © acorda de um grupo 3 respeito de deierminada ‘questo, Diz Durkheim: .. para saber se 6 estado econdario atual das poovos europeans, com sua caracterstica ausincia de ofganiza- (Glo, € normal ov nfo, procurarse-d no passado o que lhe ‘eu origem, Se estas condigSes sho ainda aquelas em que fatualmente se encontra nossa sociedad, 6 porque a sit aso € noma, a despeito dos protests que desencadet URKHEM, Ente rp co malate occ. op. ck 7 Paninda, pois, do principio de que o cbjetivo maximo da vida social é rornover a harmonia da sociedad consigo mesma ecomas demaissoct —_ Aauito te dacs, © que essa haimonia éconseguida por meio do consenso sociat,a__ eer risco “sete” do organisrio social se confunde com a generaidade dos aconte- harmonta @ gico, 9} A que fins o autor se cofoe? 1) que o cutor quis dizer na frase citoda? 3 Faa uma comparacao entre as propostos teéricas de Durkheim e o tipo de pesquises sobre o aborto mencienadas no fexte de James Newman anotande © que hé de comum entre, ambos, [Durebetm e 0 método soctotogico} “Durkheim deslocou o problema para um terreno estritarnente formal, nico, em que ele poderia ser estabelecido em uma ciéncia ‘em plena formagio. Uma observasao benfeite em geral deve muito 2 tina teorta constitutdha, mas ela ndo € © produto necessario dos R_Asconoas cusses i : 1 ra Seciclogia alema: a contribuicdio de Max Weber Introdugéio Franga e Inglaterra deseavolverarn 0 pensamento social sob a influ@n= cia do desenvolvimento industrial e urbano, que tomo esses paises po- ‘ncias emergentes nos séculos XV ¢ XVI e sedes do pansamento bur- gues da Europa. A inddstria © a expansao maritima e comercial coloca- ram esses pafses em contato com outras culturgs € outras sociedades, obrigando seus pensadores a um esforgo interpretative da diversidade social. O sucesso alcangado pelas ciOncias fisicas e blolégicas,impulsi= onadas pela indssria e pelo desenvalvimento tecnologico, fizeram com que as primeiras escolas sociolégicas fossem fortermente influenciadas pela adaptago dos principios e da metodalogia dessas citncias & reali= dade social Na Alemanha, enlretanto, a realidade ¢ uistinta. © pensamento bur- gués se organiza tarciamente © quando 0 fa2, jd no século XIX, ¢ sob influencia de outras conrentesflloslicas ¢ da sistematizacan de outras ciéncias hurmanas, como a historia e a antropologia ‘A expansio econdiniea alema se da, por outzo lado, numa época de capitalise concorrencial, no qual os paises disputam com anhas e den tes 0s mercados mundiais, sulsmetendo 4 seu imperialism as mais dife rentes culturas, o que torna a especificidade das formages sociais uma evidencia e um conceito da maior importincia, A Alemania se unifica ¢ se organiza como Estado nacional mais ta diamente que 0 conjunto das nagoes europeias, © que atrasa seu ingres- 50 na conida industrial e imperialisia iniciada na seguads metade do século XIX. Esse descompasso estimulou no pais w interesse pela historia ‘come cigncia da integragio, da meméria e do nacionalismo. Por tudo {ss0, 0 pensamento alemao se volta para adiversidade, erquanto ¢ fran- 65 & 0 inglés, para a universalidade. Weber no ex apenas um homem de eiéneia. Des de cedo, ele pensiva erm seguir uma carceita politica Seurintezesss pela coisa pGblica o leva a reflctir sobre as telagdes entre as aches clentifieas ¢ politicas, Nas conferéacias que da em 1918, na Universidade de Mu- nique, sobre a profissio e 2 vocasia do homem de ciéneias e do homem piiblico (ceistige Arbeit als Beruf, 1919), ele se declara 4 favor de uma cara cisao entre 108 dois tipos de atividade © procura, para tanto, sepa a ciencla de opiniao, LALLEMENT, Michiel Misti das iets soci Op, SK. p.262. Devemnos dstinguir no pensamento alemdo, portanto, a preacupagio ‘como estudo da diferenca, caracterstica de sua formacao politica e de fer desenvolvimento econdmico, Adicione-se a isso a heranga puritana or seu apego 3 inlerpretacao das escriturase livros sagrads, Essa 2880- rage entre historia, esoxco interpretative e facilidade em discernir di- voridades caracterizou » pensamento alemao e influenciou muitos ci- entistas, de Gabriel de Tarde a Ferdinand Tonnies ‘Mas foi Max Weber o grande sisternatizagor da sociologia na Aleman. NNasceu er Sarlat, Franga, de uma familia de origem notre. Inicio 08 seus estudos om Sarat, obtenda um bacharetado em letras. Depois estudou ireto em Toulouse, erminando o cueso em Paris, cious sua careirano judicirio como seoretdnionasssiente até chegar a juz de Ins- tracao. Espacializou-se em pesquisa na ‘criminologia, uma ciéneia nova deservolvi- Jean-Cabriel de Tarde (1843-1904) da pela escola antropoldgicataliana, nofinal do seco XIX. Polemizou muito com Duritheim a respeito io inicial de wma transegao por comenda (primeiras empresas de compra @ venda surgidas na Idade Média) pode ser a constaragao do valor monetirio dos bens transacionades — enquanto esses ao assumirem forma monetiria — eo seu dalanco final pode equivaler a uma dlistribuicho do luero ou das pers ao t€xmiina da operagia, Na medica em que as operiches 530 racionais, tox agio individual das partes é baseada em calcul.” (p. 5) 7 Ao defini « a¢de copitalisto como “aquela que se baseia no expectativa de Iuero através da ullizagic das oportunidades de ‘tozo, isto ¢, nes possibildades pack ficas de iuera” ip. 4j, como Weber aplica seu conceito de acio sucial? 8 Weber afirira que © kobatho do cienlsta porte jesiamente de seu ‘nlerosse pelo abjeto de extudo # de sva vséo particular sobre © assurlo, opordo-se ossin a abje- lividedo © 4 neurslidede pregados pelos positvisias franceses. Como 22sa ideie ‘parece no trecho o seguir? “Deversos desenvelver no curso da discussie, come seu ce= sultado mais inspottaate, a melhor formulacio conceitual do que entendemos agi por espitito do capitalismo, isto é, a methiox do ponta de vista que nos interessa. Este ponto de vista, ademas, nao é, de moda algum, o Gnico possivel a partir do qual fend eno historice que estamos investigando possa ser analisado.” (p. 9 Weber afirma que a agée torial é una aco com sentido, que orienta © comports mento de quem age. Cbserve a sua tura 8 procure descobriro sentida da acdo de ‘lgum colega nesse momento. 10 Vamos oplicar @ metodelogia de Weber na consirugéo de tipa ideal. Procure diver 106 relctos — om ivr, revises oy jorais — sobre mesmo ccontecimento€ proob ta definite com bose nos elementos comuns deseos fonts 11 De que monsira © protesantisme, segundo Weber, gera condulas adequades 00 copitalismo? 12 Que diferencas Weber fe protestantes? labelece enire os attudes @ as visSes de mundo de catélices 13 Uilizandose dos pordmetros demareados por Weber pore analisar a relacie entree calvnismo/protesontisme & © cxpitlisme, fora junto com @ classe ume andlise <> Brosil tendo por bose esses parmetves, considerandose © fato de nosso pais ‘majoritariamente catéhc. 10d A pec lsc sm Aplicagae de conceitos 14 Leia a noticia @ seguir: Jovem, solteiro ¢ anstoso para wer Aba “Ch tenotista suieida islimico se tornou a mals temnéda Figura da sociedade israclense, Sua habilidade em disfarces ¢ tanta que os 1,2 mail soldacios convocados para guamnecer as pontos de Snibus de Jerusalém teceberam ordens de Hear especialmente atenios ‘quand virem alguém trajando uniforme do propeio Exéreito, ‘Actedita-se que os autores dos dois primeisos atentados a bomba, que iniciaram 0 mais recente ciclo de eaxnticina de civis no dis 25, estvam disfarcados de soldados. Um até usava brineo, muito em vvoge entre alguns jovens judeus. Segundo um perfil elaborado por israelenses espectalistas em seguranca, 0s terroristas suicidas so na maioria solteiros, com idade entre 18 © 24 anos e de Familia pobre. Tendem a see fanati- cas no compormmento € nas crengas. Suas morivaches ineluen Gerejo de ve iguakir ao éxito de outros atacaaies ou de vingar stagues softides por suas familias Clétigas do grepo Flamas desempenham importante papel em seu ueinamento, repisanda « promessa contida no Aleorto de ‘que os rristires terau um Paralso especial, no qual cada comba- tente tombado zerebe 72 noivas virgens. Também dizem 208 sti- cidas ome vagas to Paraiso sero reservadas as suas familias — que, 0a Testa. ceceber a assisténcia de entidades henelicentes ligadas a0 Hamas ¢ 8 lad Islamica. Depois que um tersoriste suicide de Gaza vaou pelos ares, 08 paten= tes cricontraram frequentes relerén= cias a0 Paraiso em seus eademos. Ble cesereveu muito sabre seu desejo de morres, de ‘conhecer Deus como mactir © viver uma vida muito me- Thor do que ests’. Segundo oficiais isractenses, a car- ‘2 explosiva de alta poténcia € ge~ ralmenie amarrada ao cozpo € deto- nada por um dispositive de tempo eletrdnico. Os terroristas sao fevados com feequéncia para Inspecionar os alvos de seus ataques. Homens sol- teitos so escathidos para reduzir 0 Tours Hamoot 27 son, ean isco de um suickda revelar uma ata- gages de Savor, emir ress ‘que zo dizer adeus 2 sua mulher. pat rum afague sie, 2004 —Seccscas ts coma As is 108 Os autoves dos atemados estudam muitas vezes em escolas ‘mantilas por iastiuigSes de caridade © dirigidas pelo Hamas. No sera], antes de c1da missdo celebra-se uma sesso final na mesquia, ncle 0 atucante & fortalecido pelos clérigos para sua missi0, No Libano, siguns também zeceberam dsogas. A chocante propenste dos jovens islimicos ao sactifcio foi teve~ Jada segunda-feira em Al Fawwar, um campo de refogiadas perto de Hebron, tea natal dos dois atacantes cesponstveis pelas bombas erm Jenusalém © Ashkefon. Os istaclenses descobriram que, dos 5 mil mioradores, 40 haviam se apreseatado coano voluntirios paca ser ter roristas suicidas* ‘WAIKER, Cistpher Jovem, sero « ansiso para ver AI Ine€ Bade de, Pat) 1994, Aplicando & andlse de no‘icic © que oprendemos sobre o sociologic webericna, responda! 9} Qual 6 « ago socio! « qe « noicia faz referéncia? bj Que valores induzem a ago do terrorist islemicot 4) Que motvas lover o letorisia islémien 0 ogir? 1 Desinqus os axpectos econdmicos, aoliicas © psicologicos desse fenémeno. “2 15 Video: Conta do Brasil Brasil, 1998. Direcdio: Walter Seles. Durogo: 113 min) — Este fine, indicade pare 0 Oscar de melhor filme evrangeio, conte @ histxia do envolvimento de Dora, mulher cue escreve cartes para cnlfabetos na esccdo Cenk 2 do Brosil, com um menine de 9 anos, lsu, que perde.a mee. Cfilme mostra o viagem 4S que embos empreandem com intengic de achor » pai do garoto. INE ® Discuta como é possive identifier nessa histéria a ideia de Weber 0 respeito da ; eg80 social eo que ele prope come relacdo social i ‘ Coke Tarlo ASRS NIRNNNE RR TEED 10 esqrucma ideal) “Examinemos o esqueina ideal que nos tansmstem os escrites agri ros de Roma. Encontramos © aloameno do iastramento falante', vale dizer, « estibulo de escravos, ra mesma cass que o gad Cinsteumento semilalanie). Fle € constiuido pelo dormitério, uma enfernuaria ou Jazareto, uma prevengio (citcere), uma oficina para os vabathadores ‘ede proto se compée ante nossos olhos uma. visio mutto familiar a todas os que vestimin niforme: © quart. E, com efeito, a vida do ‘exeravo €, nosmalmente, uma vida de quartel. Dosme e come em co- mum sob a vigiacia do wlicus a indumentiria de tipo melhor & fentregue a um ‘guantaoupa’,enidado pela molher do inspetor Clifea, que atu co:ne suboflelal de Camare, ¢ mensalinente se faz uma revista do vestairio, O trabalho é rigcrosamente disciptinado, A moda militar 106 _Ascocc obsacn ue as segdes, sob o mando de um cabo, sio formadas de man bedbidiry edo, e paren sob a iapeco de capatazes sto era imprescindivel Produzir para. o meteaco por meio do tbalho serv nie tec Slo pexsivel por muita tempo sem o emprego do htego A i [VERER, Sax. A cat si esi ultram Tor CORN, Gabrel (Org) Seerogie on 3 Com base ne definiedo weberiane de tipo ideal, resporde 1 Weber faz ¢ onélise do escrave romano com base em seu conceito de tipo “deal Esse esquema cetrespande 6 realidade observade® Jusifique 2 Quel « uilidade, para o cientsta do formulordo, desse exquema de sociedade escrovisto? "Hove 2 Grime organizado e crise institucional “Tampouco devese entender a mafia como poder paraielo to haver uma neceaséria conexao entre ela, a polfeia © as istitul- ‘goes. Criminnosos eaipresatios velacionan-se cont pessoas impor Lames, politicos, pobiciats, juizes. © conceito de anttestado & gerado nesse sentido, pals o crime organizado esti ligado a9 pa- er oficial e & preciso estar lento as revirawoltas desis rede Auidas dos personagens piblicos ¢ exteriores 2 organiza minesa que se fmiscuem com ou se sabrepsem a Contudo, ainda segundo Salvatore Luppo. o crime organizado uarda muita coisa de sociedade secrets, com seus rituals inicitticos. or isso mesmo nega a cultuta genesalizada, tradicional ¢ fecha- dla, o inicianda torna-ae newa ses, tabula rasa para receber 0 co- phecimento ¢ a otdem do grpo. A omerta € won dos lados di moeda, cujp outte lado € a subordinagie 2 vontade da organi (Gao, OW Seja, a tenia, Come aas organizagdies magOnicas, no ct ne organizide 0 delator € chamada de infame ¢ a organizagio eid sempre pronta 4 maar ou denunciae o8 seus inimigos por ‘cartas anbnimas ow por Vias secretas a policia. Fazent cegulamen: tos ¢ estatutos, além de dispor de oucoridades Jealslativas e tribu- nals que decidem e punem sem eleméncia, Na Ilia, a raptusa 86 freontece em 1979 quando a mafia toena-se lerrorsta, assassinan- do juizes, politicos honestos, politicos corruptos, rompendo corn seu passado prucente de mimetismo e acordos corn © poder cons titusdo, No Brasil, a publieagao recente de documentos que conti tnham o regulamento do Comando Vermeiho, bem como a aplica~ ‘Gio da pena maxima para quem ouse denuticiar ou prejudicar 08 hegocios dis quadrilhas que controlam favelas ¢ baicros pobres de varias cidades brasileiras, apontam na mesma diega0. Nao hé ‘nis comio negar 0 que se tora cadz vez msis evidente. E aqui também o desespero ou a bravata tem feito traficantes deixarem 1s limites protegides pelos arrunjos do poder para invadir o espa- Soca ae scons as Mak Wats 07 To ee Texto {50 urbane até pouco tempo respeitade. Texemos também formas: de terrorisme ji encontracies em outsos paises? AS titinias ativida- des conjunias do PCC # Comand Vermelho fazer erer que sist.” LZNLUAK Ala. Gree argantaady #crse sstinctina~ Scab “linea e seciedae Sp Pau Lets & Leis, 203 fe 4D 18 De que forma podemos nercabernesse texto a aplicastio da metodolagia weberians para consirueo de um tipo idea, nesle coso 0 crime organizado, que se manifes te de forma paricuor em diferentes épocas @ paises [Motive ¢ sentido da agao social} “(Re raciocinio de Weber], ¢ conceit de ‘mouivo! (.) permite estabelecer uma ponte entre sentido € compreensao, Do ponto de vista clo agents, 0 motivo € o fundamento da agao; para 0 socidlo~ 220, cula tarela & compreender essa ago, a reconsinucao dla moti- vo § fundamental, porque, da sus perspectiva, ele fy ‘causa da acio, Numerosas distingdes poder ser estabeleeidas aq, ¢ Weher realmente o faz. No entanto, apemns interessa assinnilar que, quando se fala de sentids na soa acepgic: mais impostance pars a anilise, aio se est cogitando da genese da agao mas sim daquilo para 9 que ela aponta, para 9 objetivo visado nels; para © seu fim, em sum, Isso sugere que © sentido tem mute a ver com 0 mode como se encadela o process de ago, tomandlo-se a aco efetiva dowa- da de sentido como um meio para aleangar um fim, justamente aquele subjetivimente visado pelo agents, Convém salientar que a. agde social nZ0 & ura ato ‘solado mas via processo, no qual se ercorre uma sequéncia definida de elos significatives (admi dorse que nao hajz interfertneia alguma de elementos nao per entes 4 agao em tela, o que jamais ocorre na experiéncia empitica ¢ 56 & pensavel em termes tipico-ideais). Basta pensar em qu: quer ayo social (por exemplo, despachar uma carta) para vigualizar isso, Os elementos desse processo articulam-se naquilo que Weber chama de ‘cadeia motivacional’s cada ato parcial rea~ Izado no proceso opera como fundsmento do ato seguinte, até completar-se 4 sequéncia.* WEBER, Max. 8s cyusas socks do desi da ula amiga [ieto 2 A clencia como wocagao 0 progresse centificg € win fragmento, © mais importante indubizivelmente, des process cle incelectualizagso a que estamos submetidos dlestle milenins ¢ relativamente ao qual alguimas pes- sous adotara, ert noses dias, posigao estranhamente negativa ‘Tentemos, de inicio, perceber claramente o que significa, na pri- ica, essa ricionalizagio intelectualists que devernos ciéncia ¢ 2 reenica ciemtfica, Sigailica’, por acaso, que todos as que eso eu hides nesta salt possuem, « tespeita cas respectivas condigoes de vids, conhecimenta ele nivel superior 30 que umm hindw ow um hhozentote poderian aleancar acerca de suas prOpsiss conchigdes de vida? E pouco prosiivel, Aquele, denire n6s, que entra num trem DAO tem nogio alguna de mecanismo que permite ao veiculo pérse em marclia — exceto se for um fisico de profissio, Alias, ndo temos necessidade de couhecer agulele mecanismo, Bastaxnos poder 'eon- tae’ com o (ent e orientar, consequentemente, nosso comportanen- to, has nso subemos come se consid: aquela mvéquina que tera condligies ke deslizar © selvagem, ao contnirio, conhece, de mane re Incomparavelmente melhor, 05 instrumentos de que se wuliza. Ea seri: capa dle garantir que t6dios Ou quase todos os meus colegAs conomistas, acasy presentes nesta sala, dariam respostas diferentes 5 pereuata: corno explicar que, udlizando « mesma soma de dinhe to, or se possa adquit grande soma de coisas © ofa uma quantica- Ge miniina? © seleagem, contudo, sabe perietamente como agi para Cohier 6 Jimento queadluno e conhece os ineios capazes de favorect- lo ein seu propose. & incelecrlizagio @ a racionalizagio crescen- tes nao equivalem, portzaco, um conhecimento geral crescent acerca das condigoes ets que vivemos, Significam, antes, que sibemos ou acredtatios que, « qualquer instante, poertanzos, bastando que © ‘quiséssemnes, provar que nio cxiste, em principio, nealzum poder misterioso & kmprevisivel que interfirs com 0 curso de nossa viel, em luna palivea, que podemos deminer ado, por meio «a previsio, Tquivale sso a despojar de magia © munclo. Para 16s nido mais se tiara, como para o selvagem que acredita oa existéncia daqueles potieres, de apelar a meios magicos para dominar os espicitos ou exoreizi tos, mas de recorrer 3 tEemca ¢ 4 previsio, Tal € significa: cio essencial da intelecwalizagao.” AYEDER, Mas, Cicla «pai, dus ouagoes So hate! alas, 1970p 3 1 COMK, Gabue! (ong) Seep op cp. melEtiender oiuiies "= Entonder 0 toxto 1 Nesse texto Waber decodifica © signiiced de inialectualizagio. Explique ost conceie sntelizonde © sva.compreensio das ideias de Weber em um texto de tres ‘0 quate lnhas, Com bose no texto, sinttize © pensaments de Weber sobre motivo, elaborando sma frase que relacione motivo e asac soci 08 Asconams casice Scr ss acovmnucto 6 Mos at 108 Karl Marx e a historia da exploragao do homem Introducéo Quando um espago contendo muftos objetos € iduminado por luzes de diversas cores vindas de varias fortes, obtemos diferentes imagens, cada uma colocando em destague certos cantornos ¢ formas. Oe mane ra andloga ¢ isso que acontece com 0 campo clentifico: os pressupostos tedricos ifuminam de forma peculiar a realidade, resultanco dat niveis alllerentes de abordagem e modelos tesricos particulares, Até este ponto do Livro, procuramos reconstruir 0 percurso gue vai desde o surgimento. do pensamento sociotégico até a organizagao das primeiras teorias so- bre a sociedade, cada uma delas orientada por um conjunta de presst- osios sobre a realidiade e a vida social. Assi como as diversas imagens ‘que abtemos do espaco da experiancia acima, os diferentes madelos vides com lua como peincipios nrteadares fear deomente de umarova sociedad de- te repose bata, nos qual e coronaram di- rere Grupos socinis desde oséculo XIK, quando o mat weeny pe vganiza como corentepolic rai especialmente sensive! sdiiculdades que i wa mma época de pleno e contadi- i esenvelvimento do capitalism: 26 mesmo tem- ta er ura ma ago seus confton Pe wcdes, As conttadigdes bisicas da sociedade c2- itney« as possiildades de supera¢So apontadas Poa ore no pe py permanece ne rere; pelasoctolegia, pelos clentistas socials em ge- ras tn pele cidadso comum, submetido 3 orem V que ele procurou interpetare erties. Dife- sehex morelos de adminiragso pcblics, de organ rete paridara, de acio tevoliclondra‘e de exer a uropa eafrenta al Mane ane eis inflencicamo desenvovimento Gindo poder reconheceram em Karl Mars, nos dtd egaca, da Moy eco te6ricos, cada qual “pondo a luz" determinadas aspectos da realidade social, oferecem diferentes perspectivas que se complementa, Abordamos 0 modelo positivistainicialmente elaborado por Corte, , deoois, © proposto por Durkheim, segunclo © qual a sociedad se epreserta ‘como senclo mais do que a soma de flividuos, constituida por normas, ‘nstituig&es ¢ valores caracteristicos do social. Paisamos depots por West ‘ue, por sua vez, numa perspeetiva mais dindmica e interpeetava, exalicou 95 fos sociais "Suz" da hatdnia da subjetividade do agerte social Simultaneamente as elaboragées dos fundadres da sociologia, porém iluminando outras questoes propostas pla realidade social, desenvolveu-se © pensamento de Karl Marx, expressu pela teoria do materialism hist6rico, otiginando a corrente de pensamento mais revoluciondria tanto do ponto de vista te6rico como da pratica social. E também urn dos pensammentos mais Alificeis de se compreender, explicat ou sintatizae, Como abjetivo de enten= der osisterma capitalista e modltcisdo, Manx escreveu sobre filosofia, cori ‘nia e sociologia. Fle produziu muito, suas ideias se desdobraram em vévias \vertentes e foram incoiporadas 20 diferentes estuciosos. Sua inteng30, po- tos duzentos anos, sua inspiragao. een He eee Ca psy ater en a ict Mec Seat tear Seong eee wonans epee eed Bo gereenetnt ioe wpe done sent nme Saivimatmarn es Kast Marx (118-1883, Imosiments perio muna recoligtes socks de 1048, Mark Sous pa Les, coe seco» tng esi rico da economia o> tee Fol vn dos undadres Aol tasraclon! dos Opes ou revel terion Mose em 1863, ap em wid poe eet Ss pals ab fram woop fom. Mi ce ro Ty Pusat decom pate, de clases Fra O capa nov lume, 0 segunco e terceira foram obras pos {ura pra por Engl com base as nota Sea pot MPD, fem, no era apenas contribu para‘o desenvolvimento da eiéncia, mas 3 ropor oma ampla transformacao poles, econémica e soci. Man nfo mateo éesceveu particolarente para os académicose cents, mas paratodos ox stnce ota ; omens que quisessem assumir sua vocacio revolucicnstia, Suaobramdxi- commntemas $ A$ OFigens ‘ma, O capital, Gestinava-se a todos os homens, n30 apenas acs estdioos — revoluctondrtas ‘O pensamnento manxista foi sintetizador de diferentes preocupagbes filo- Gh errcin @apltca eds sce, € ur ee Hel Ga copeaoment> | oensamerto ania oy eel aod canola teoria marxista. Bis um aleance mais ampio nas suas forulagbes, cue acl social tanto nm: 1 outios pensadores. Em primero lugar, dove-se faze ‘irr dimensbes de ideal revoluctondrio ¢agdo palita efetiva, amt ries ee Pe floma hepelana de quem Ma dixon wna die ‘Marx, acima de tudo, definia-se como um militante da causa socialista, como no da tente percepgao da historia — do um movimento linear ascendente como Por isso stias ideas nao se Himitaram 20 campo tedrico e cientitico, mas _ atdopoltica propunharn os evclucionisas, nem o resultadk da aga voluntariosa M0 Asoc cases ern aston ca rms ess J), lente dos herdis envolvides, convo pensavam os hstoriadores roménticos, Hegel entendla a histria como um processo coeso que envolvia diversas instincias da socfedacle — da religido 4 economia — e cuja dindenica se {dava por oposigaes entre forgas antagOnicas —tese e antiose, Desse emba- twemergia a sintese que fechava a processo “dlaltico" de coaceber a histé- tia, Marx utlizou esse método de explicagao histOrica para o qual os agen tes sociais, apesar de conscienies, no so os tinicos responsivels pela din mice des acontecimentos — as forcas em oposicao aruam sabre 0 devie Georg W. Hegel 1770-1831} Filgsofo alemao nascido em Stuttgart, estudou teolagia ¢ filosofia, totnando-se professor de diversas universidades. Desenvolveu urn mo- dela te6rico historicista pelo geal cada momento histérica define.se pela opasigae dialética entre tendéncias opostas. Entre seus principlos std tambéin a identidade entre azo e realidad. Nos primeiros mneses de 1842, Karl Mars esereveu win, aitigo a respeito da nova censura prussiana, m2 qual © verrios pela primeira vez.exibic suas melhores guilidaces; rele a logica implacivel ¢ 2 onia estnagaclers dle Marx io dinigidas 20s eternas inimigos do autor: aqueles que -negam a seres bumanos os direitos hurmanos, EDMOND, Yon. Reon0@ agao EOD ho Ps Conan do tata 987. pa Tambémn signifcativo foi 9 coniato da Merx com @ pensamenio sociae lista frances e inglés do século XIX, de Claude Herr de Rowvroy owconde ddeSaint-Simson (1760-1825), Fangois-Charles Fourier (1772-1837) @ Rober. (Owen (1771-1858). Mare edrsirava 6 pionevrismo dessescrticos da soci edacle burguesa e suas proposias de transformaco social, apesar de jugs -las “utdpicas', ou se, idealistaseireais Eses autores, influenciados por Rousseau — que atriuira a origem das desigualdades sociais ao advento da propredade privada —, propunham iransformarradicalmente a socie~ dade, implantando uma ordem social justa e igualitria, da eual seriam iminadas o individualismo, a competicg0 € 2 propriedade privada. Os ‘métodos para isso variayam do uso macigo da propaganda até a realiza- fo de experiéncias-modelo, que deveriam servir de guia para o restante da sociedade. Fntretanto, neninum deles havia considerado seriamente 2 necessidade de luta politica ent as classes sociais eo papel revoiuciond- ‘io do proletaiado na implantac3o de uma nova ordem social, Era por esse aspecto que Marx os denominava de utépicos, em contrapartida 0 socialismo defendido por ele era denominado de cientfico, Hd ainda ne obra de Mars toda a leitura crtica do pensamento clissi- ccodos economistas ingleses, em particular Adam Smith e David Ricardo, trahalho gue tomou a atenco de Marx até o final da vide ® resuitou na 1U2_Aseacon cise snaior parte de seu esfrce térico. Fis trajetbria & marcads pelo desen- Tolmento de conceites importantes como alienagéo, classes sociats, Valor, mercadoria, trabalho, mais-valia, modo de producao, Finalmente, impossivel nz fazer referBncia 20 sev grande interlocutor _— Friedrich Engels — economista poltico e revolucionsro alee que trabalhou com Mare de 1844 até sua mote, sendo cofundador do socials tno cientfico, também conhecido por *comunismo, doutina quedemons- trava pela anise cientificaeeilética da realidade social que as contradi~ oes histéicas do capitalism levariara, necessariarmente,& sus superagao por ur regime iualiérto e democrico que seria sua atitese. ‘Yarnos agora trabalhar com os principals conceitos do socialisrno ci ceniflicg, atualmente conhecido por marxisrmo, uma teoria social com- plexe que se destinava a analisaro capitalism e a entender as forgas que D consttuvam e aquels que levariam 8 sua superacio, Friedeich Engels (4620-1895) Nacceu em Barmen, na Alemanha, @ mor. reve Londres, na Inglater. Filho de uma fainflia burguese, dedicads a indtstea, fot um cevolucionsrio, grande observadr da re- slidade do seu tempo. Participou ativamen- onal de Trabsthadores foi coautor do Ma- nifesto do Partido Coniunista e onganizador ide O capital, Exreveu trabalhos oréprios como A situacao da classe trabalhadora na Inglatera eA origers ca fart, da proprie- 1 da formacio de uina Assoclagdo Internax _dadie e do Estado, A ideia de alienacao ‘Apalavsa “alienacaa! Yen um conttido jardico que designa 2 transfe- rencia ou venda de um ber ou iret, Mas, deve a publicacan da obra de Rousseau (1712-1778), pasa a predominar para o txmo a idea de priva- 40, faka ou exclu. Filésofos lems, como Hegel Feuerbach, também fezem uso da palava, empresiandorthe um sentido de desumantzacio € anjustca que ser absorvido por Marx. Este faz do conceto uma peca-chave de sua teovia para a compreensio de exploracto econdmica exercida sobre 6 babalhador no capitalism. A indistria, 2 propriedade privada @ © assalaramento alienavarn ou separavam © operrio dos “meios de produ ‘$lo” — ferramenas, matéri-prima, tera e miquina — e do futo de seu trcallho, que se tomaram proptedlade privada do empresério capitals, Paliticamente, também ohamem se tomou alienado, pois o principio da wepresentatvidade, base do lberalismo, ciow aideia de Estado como ‘um éegio politico imparcial, capaz de representar toda a sociedade righ la pelo poder delegado pelos individuos. Marx mostoe, entretar= to, que na sociedade de clases esse Estado representa apenas a classe dominante © age cocforme o iteresse desta. Segundo Marx, a “divisio social do trabalho" fez com que @ pensa- _mente filos6fico se tomnasse atividade exclusiva eum determinado grupo. |As diversas escolas ilosdficas passaram a expressar a visio parcial que ‘esse grupo tem da vida, da sociedace € do Fstado, refletindo, assim, seus interesses, Alyumas, como o liberalismo, transformararse em verdadei- ras “filosofias do Estado", como intito explicito de defendé-to¢ justiics -lo. 0 mesmo aconteced com 0 pensamenta cienifco que, pretendendo- -se universal, passou a expressar a parcialidade da ciasse social que ele representa, &53¢ comprometimento dl fldso%o & do cients em face do poder resulfou também em nova forma de alienacao pata © homens. Alienado, separado e mutilado, 0 homem s6 pode recuperar a integr= dade de sua condico humana pela critica radical ao sistema econdmi- 0, politica e ifosofia que o excluiram da participacao efetiva na vida social. Essa erica radical, que nasce do livre exercicio da consciéncia, 500 efetivana préxis, queé 2 acio politica conscientee ansformadora, ‘Acttica est assim unida 3 préxis — novo método de abordar e explicar asociedade e tamiaém um projeto para a ago sobre ela, Assim o marxis- ro se propunha como ep;30 libertadora do homem. Mais exatamente, a alienacto € 0 efeto necessirio de certs estaatiris on foimagees socials que, embora senkle produto da agae hurnana, tm por efeltpromat © homer strani 4 si meno, ¢ © resukado de suas apdes, mod ficacos ¢ cventualmente invertdes era relacao a suas in ‘engaes, desejos ou necessidactes. [ROUDON, I. ¢ ROURRICALD, F Bicvomano cries te voctegia op ep 328, As classes sociais Outro conceite basilar do marxisma é o de classes sociais, que Manx lesenvolve na busca por denunciar as desigualdades socials contra a falsa idela de igualdade pollica e juridica proclamada pelos liberais, Para ce, os inaliendveis dicetos de liberdade e justiga, considerados na- turais pelo fiberalismo, nao resistem as evidncias das des gualdaces so- ciais promovidas pelas “relagbes de producao" que dividem os homens ‘em proprietirics ¢ nao-proprietirios dos meios de produgao. Dessa divi sio 2 originam as classes socisis: 0s “proletirios” — trabalhadores despossuldas dos “meins de producao", que vendem sua forga de trabar tho em troca de salério — e 0s “capitalistas", que, nossttindo meios de pproducdo sob a forma legal da propriedade privada, "apropriar-se” do produto do trabalho de seus operstios em troca do salario do qual eles sdependem para sobreyiver {As classes sociais formadas no capitalismo — burgueses e proletarios — exabelecer intransponiveis desigualdades entre os homens e rela ‘Bes que so, antes de tudo, de antagonismo.e exploraglo, A oposicio & 1 seoaman cl ‘oantagonismo derivara dos interesses inconciliveis entre a5 lasses — 0 Capitalsta desejande preservar seu diveto 2 propriedade dos metas de product e dos produtos e& méxima explotacze do trabalho do opens fio, pagando baixos salérios cu ampliando a jomada de trabalho, © tra talhador, por sua vez, uta contra a exploragio, reivindicanéo menor jomada de trabalho, melhores salarios e partcinacac nos lucros que se acamiulam com a vends daquilo que ele prochizi Por outro lado, apesar das oposicies, as classes sociais 620 também ccomplementares @ interdependentes, pois uma s6 existe ern funga0 da cults, Sd existem proorietérios poraue hé uma massa de despossuidos cuja Unica propriedade 6 sua forca de trabalho, dispostes a vendé-a para ‘ssegurar sua sobrevivencia, De igual maneira, 56 existe profetirios porque hi alguém que lucta com seu assalariamento, Pata Mars, a histéria humana é a historia da luta de classes, da disp. ta constante por intecesses que se optem, embora essa oposicso nem sempre se manifeste socialmente sob a forma de conflto ou guerra de clarada. As divergéncias ¢ antagon’smos das classes estitosubjacentes & toda relagao social, nos mais diversos nivels da sociedad, em todos os ternpos, desde 0 surgimento dz sociedade, Aorigem histérica do capitalismo Fara desenvolver sua teria, Man se vale de conceit abrangentes, a aniliseeitica do memente que vive ce uma s6lida visS0histérica com 05 ‘qusis prncura explicara origem das classes socials ede capitalism. € assim «qae ele atibui a origem das desigualdades socials a uma enorme quantids de de viquezas que se concentra, 1a Europa, do século Xl até meados do ‘culo XVII, nas mos de uns pouces indivieuos, que tm 0 objetivo & as possibilidades de acumular bens « obser lucras cada vez maior. No inicio, essa acurnulagao de riquezas se fez por meio da pirataria, éeroubo, dos monopolies e do controle de pregos praticados pelos Esta dos absolutistas. A comercializagSo, principalmente com as colénias, fra a grancle fonte de rendiimentos para os Esiados e a nascente burgue- sia, Mas, a partir do século XV), 0 atest e as corporagbes de offcio foram paulatinamente substituldos, espectivamente, pelo vabalhader“l vie" assalariade — o operdtio — e pela industia, Na producto artesanal europeia da Made Média e do Renascimenta {ldade Mederma), 0 wabalhados mantinha em sua casa os instrumentos de produce. Acs poucas, porém, surgiram oficinas organizadas por comer= Clantes enviquecidos que produziam mais e a baixo custo, Ageneralizago desses galpces originou, em meados do século XVI, na Inglaterra, a Revo~ ugio Industrial, Esta possibilitou a mecanizacio ampla e sistematica da produgie de mercadorias, acelerando 0 processo de sepatacdo entre © ‘rabalhador os instwumentos de producao- levando 3 faléncia os atesdos en ‘Marx aftrmave que 1s retagdes centre as Drorens $80 relaghes de oposicao, santagonismo eee. Segundo Mars @ Revotugdo Industria acelerow 0 processo de alienagio do srabalbador 0s metos © dos prodiwos. de sexe Prabatbo, 15 Com o aplalime,e rebathador ¢expropledo dos moe de produgo edo rod dese trabalbo. A exqueds: crpitevo com sus insurertcs de trabalho. A drstar oper conolanda um tomo dees d= dares. individuats, As mquinase tudo © mats necessro 20 procesco produtive —forga mora, instalagaes, matrias primas — ficaram acessivelssemerr te a0s ernptesivis capitalatas com os quais 08 artes, isoladas, n4o po diam competi. Aésim, mufiplicou-se.o nero de operas, isto treba Ibadores “lives” expropracos, artestos que nan conseguiam competion © sistema industrial ¢ desistiam da produgio individual, empregando-se tas indsras, consttairdo uma nova classe social. O salario operdtio & 0 individao que, nada possuinde, é obrigado a sobrevi ver da sua forca de trabalho. No capitalismo, ele se tora uma mercado- ria, algo Gul, que se pode comprar ¢ vender. Por meio de um contrato estabelecido entre ele eo capilalista, a quem é permitide ao comarar ou “alugar por um certo tempo” sua forca de trabalho em toca de uma quantia em dinheito, 0 szlario, O salério é, assim, o valor da forca de wabalho, considerada coma mercadoria. Como a forga de trabalho ao é uma “coisa’, mas uma ca- pacidade, inseparavel da corpo do onerrto, 0 salério deve corresponder | quantia que permita a0 operdrio alimentarse, vestirse, cuidar dos fi Thos, recuperar as energias , ssim, estar de volta 20 servico no dia se: {guinte. Em outras palavras, o salério deve garantir as condigdes de sub- sisténcia de trabalhador e sua familia, O céleulo do salétio denende do prego dos bens nacessarios a su'b- sisténcia do trabalhador. O tino de bens necessérias depende, por sua vez, dos habitos e dos costurnes dos trabalhadores. Isso faz com que 0 salario varie de lugar pars lugar. Além disso, o salétio denende ainda da naturéza do trabalho e da destreza e da habilidade do proprio traba: 16 Argon olsuca thador No célculo do salir de um operdrio qualificado deve-se com- tar o tempo Que ele gastou com éducacéo e treinarnento para desen: pover suas capacidades. Trabalho, valor e lucro © capitalismo v8 2 forca de trabalho como mercadoria, mas & claro je ndc $e trata de uma mercadoria quatauer. Ela € a tinica capaz de SGarvalor. Os economistaseldssicosingleses, desde Adam Smith, ha am percebido isso 20 reconhecerem 6 trabalho come a verdadeira fon- te de riqueza das sociedades. Marx foi além, Para ele, o rabalho, ao se exercer sobre determinados bjetos, provoca nestes uma espécie de "ressurteigao". Tudo o que redo pelo hhomem, diz Mack, contéms em sium trabalho passado, “mor: torque sé pode ser reanimado por outro trabalho. Assim, por exemplo, tum pedago de coure animal curtido, uma agulha de ago ¢ fios de linha ‘9, todas, prodtos do trabalho humane, Deixados em si mesmos, $60 Cones mortas:utilizados para produzir um parde sapatos, renascem como meios de ptoducao e rio. Era 1919, inauguravarse 2 Terceita Internacional ou Comintern, au como a primeira, procurava difundir os ideais comunistas e organizar os partidos e a luta dos opecérios pela tomada do poder. © Comintern foi dissolvida em 1943, como gesto de amizade do antigo bloco soviético ‘em telago aos aliados da Segunda Guerra Mundial Aaceltago das ideais marxistas ndo se restringia mais apenas 3 Euro 189, Difundia-se pelos quatra continentes, 2 mecida que se desenvolvia a capitalismo internacional. A formagae do operariado no restante do ‘mundo seguia-se 0 surgimento de sindicatas e partidos marxistas. Os ideais marxistas também se adequavam perfeltamente 3 luta por sobera- nla € autonomia, existente nos pafses [atino-americanos no inicio do sé culo XX, assim como 3 luta pela independéncia que surgia nas coldnias europaias da Africa e da Asia, apos 2 Segunda Guerra Mundial Em 1919, surgirarn partidos comunistas na América do Norte, na China eno México; em 1920, na Uruguai; em 1922, no Brasil eno Chile; e, em 1925, em Culba. O movimento revolucionsrie tornava-se mais forte 8 me- dda que of Estados Unidos @ 2 URSS emergiam como poténcias mundiais ce passavam a disputar sua infludncia ne rund. Varias revolucGes, como a chinesa, a cubana, a vietiamita ea coteana, mstauraram governos revolt londrios que, apesar das suas clferengas, organizavam um sistema polit- co com alguras caracteristicas comuns — forte centralizagao, economia altamente planejada, coletivizagio dos meios de producto, fiscalismo © uso intenso de propaganda ideo) dgica e do culto a6 dirigente. Intensificava-se, nos anos 1950 e 1960, a oposigao entre os dois blo cos mundiais — 0 capitalista, liderado pelos Estados Unidos, ¢ 0 socia- lista lideredo pela URSS. A polarizagao politica e ideol6gica é wansferida para.o conjunto do métodlo ea teoria marxsia que passam a ser usados, sab 0 peso da direc yo do stalinismo na LIRSS e ds partidos comunistas 2 ele fliadas, carne um corpo doutrinério fechado para legitimar a tese do “socialismo em um 36 pais”, preconizada pela lideranga sovietica, € da gestio burocrétics dos estads socialistas. O marxismo deixou de ser sum métada de andlise da realidade socie! para transformar-se em (deolo- 8ia, perdendo, assim, muito da sua capacidade de elucidar os homens fem relagao ao seu momento hist6rico mobitizé-los para uma tomada consciente de posigdo, Em razao dessa disseminaco pelo mundo ¢ de sua vulgarizacio, 0 marxismo comesou a ser identificade com todo movimento revolucio~ nario que se propunha combater as desigualdades sociais entre homens ce mulheres, entre diferentes grupos nactonais, étnicos eceligiosas. Todos. les sio considerados movimentos de esquerda — uma referencia 20s jncobinos, partida que, & énaca da Revolucdo Francesa, defendia ideais, de igualdade e liberdade e sentava-se A esquerda na Assembleia, Todos se confundem com 0 marxisme, dificultando a idemtidade © a ‘especiticidade das teorias de Marx 126 A sceoroe cusses 0s ideas marsistas oe adequavan, perfetaments A lute peta independensia nas eoloriag eueropeias da Africa da Asia, miciada aps a Segui. da Guerra Mundi (0 marsisina doteou de ser umm mésodts de andlise pare wransformarse em idoologia. Ran apo Ara Newel eal Ene 1989 ¢ 1991, desfaziase hloco sovidico ap6s uma crise inter externa bastante intensa — dficuldede em concilar a5 cierencas rexio- maib eerie, faa de recursos para manter um estado de permariente bli pring, siaso tecnolégica, gestio burocralica éa economia e do Fstac, tua prodividede,escaseez de orodutes, flaca € comupgao, entre ou tts fates, O fim Ga Unio Sovittica provocou um abalo nos partis de texuerda do mundo todo e a redimensionarnento das forcas intesnacionas Por out lado, nas tltimas décadas, em diferentes paises, partidos socialists conseguitam eleger deputados e até presidentes sem que a fonma de poder au a politica econémicatenham se modificado signifi calivamente, Assim, 0 cardterrevolucionsrio dos parlidos de inspia- {ho marxista passa aser questionado ao mesmo tempo que lorna possi= Nel a convivéncia pacifica destes com o capitalism, pois o objetivo desses partidos nao é mais @ de rornper com 0 capitalismo, mas ape- nas ode reformé-lo, Rever as ideas de Karl Marx, entender que, para tle, & leoria naa pade se distinguir da prsxis sob pena de se tornar alienada evazia, mas que a hist6ria ndo depencle apenas da disposicio hhumena, torna-se fundamental para a compreensao da sociedade con- tempordnea ¢ das crises que ora se apresentam, £ importante também para rever concetos que ndo foram criados para a especulacio cienti- fica mas para 2 ago concreta sobre o mundo, Tord essa explicacio a respeito do marvismo se faz necesséria por diveesasrazbes, Em primeiro gat, pomue a sociologia confunlv-se cam socalismo en muitos pases, em expecia! nos pafses suxdesenvolvidos ou em desen= ‘elvimenta — com sto hoje charnados 0s pafses dependents da Ameri- «alatina eda Asa, sugidas das antigascolOnias europeias. Nesses pases, inelectuals elderes poltcos associaram de tmane'ra catepSrica o desen- solvimento da sociologia 20 desenvolvimento da luta politica e des pari= seu Congreso de fuoeagse da Terceia Intensciona, en Mescou, 1919. Lenin (ierecroa pare dls esquercs) preside os fenbalhee. ‘A teorda maarsist transcends 0 moprento Mstortes no ‘qual jot concobida e ‘as regimes ‘poitticos insptrados por eta. ‘ Y ‘dos manaistas. Entre eles, a dercocada do império soviético foi sentida como, rio-6 rever essa sock tae wilngtaticle preahighereeiangaie Cee } ume condonacdo e que como a nvidia da propria cine, Se ate ctaoainrsceron wenialaie a, na € preciso lembrar que 25 teres maniastranscenderno momento ne allem, (onnagiode locos supanacionase ogareacao police mo Sostor ay historizo no qual sa concebidas e tém urna validade que extrapola qual fe minoras nics, religiosase até sexuais —, enterdendo que as contra. "M0 tersoo al iri tam cona na aby soc foe nto desapareceram mis e express em nova nc we : pura proposta por Mare. Nunca serbestante embrarque a ausencia st io do barbs aval Geotte Sine mest ui dda propriedade privada dos melos de producio écondico ngcessia mas en Re pe dan i bie Sls! secs ne ® ao sfterte da sociedad comunitatevizada por Mar. Asin, rose co gus queexsbamrasotiedade ocidenal.Os ruposetresse apr detmaratoma nl devern confundir tentativas de reatizagdes levadas a efeito por inspiragio sTamam, 2s cistingbes comportamentais dos exos desaparecer, © mundo como posture da eva sta owas propontas de Mande superagaa Gas Cormack rural © 0 Urbano se integram numa estrutura tinica industrial, e assim por ‘te6rioa. HE, gbes capitalists Tambem ¢ improcedante — e de manera ainda ma “Hue nese paspetiva que el propde ur leur 6a eoria man * a gins — sian cls oo ero patico Sous patio. fentando encontrar er diferentes conjunturas soctais formas de contradigao i fe haver integragao entre um @ Ouro mas nunca identidade ‘eexploragav como as que Marx distinguiu na reatidade francesa ena ingle- £ Em segundo lugar, € preciso entender que 2 historia nao termina em aig dois ou 2 Por mais que pretendesse entender o desenvolvimento universal da so- e ‘qualquer de suas manifestagdes particulares, querna vitéria comonista,qUer_ pgs sdewlos def ciedade humana, Marx jamais deixou de respeitar clentficamente & tespecificdade e historicidade de cada uma de suas manifesta, aac === Compreenséio de texto na capitalista. Com Marx mastou, 0 préprio esforgo pormantere reproduc Senge zirum modo de producio acarets modiicactes qualtativas nas forcast apsotena ma ‘oposicio. Assim, em termos cientiicos © mamsistas,€ preciso voliar Ghar Gmetad no para a compreensio da emergencia de novasforges sociaise de novas can: wet ma tradicoes. Erganamse as teonicos ce deta € de esauerda que vem em Yntanotidate sacl momento a realizacao mitica de um modelo ideal de sociedad das wedien fm tercein lugar, hoje se vive nas ciéncias, de manera eral, uni mee ————— mento de particular cauiels, pois, aps dois ou rs sécules de ciena abso- luta na capacidade redentora da ciéncia, em sua possbilidade de explicitar Omens oe stron sd 148 {6 Como conceito de organizacic social, ent auras, os funcional tentarom "oskar ‘que, sob 0 cparente simpicidade das sociedodes riba, exisiom complexos principios Fundomanteis Leis o texto de Malinowski a esse respeio respond @ questo, “Todos 06 cépectos de vida nativa, a relgido, a mogia, ¢ economia eslao interelacionados, ‘mai & zealmente a ergan'zagéo social que os furdomenta a todos. Assim sendo, deve. mos tex em mente o Tato de que as ihos Trobriand formam ums unidede culwrcl 6 linuisice, tem os mesmes instviedes, obedecom 3: mesmas eis requlamenics, eta sob o mesma infuéncia cas mesmos crengas © conwengSas.”[op. cil p- 62} Qual g idea de oxganizugéo social que Molinowski expressa neste texto® Quois os ‘aspecios do vide secial que se inerselacionam na saciedade frcbriandesa? 7 Neste trecho, Malinowski fale do método de investigacée ontropotégica. Explique por que ele ccha fundamental o que foi chomado de “observagae parlciporte™ *Vivendo na alia, sem quaisquer cesponsabilidades que nso a de ‘observar a vida native, 0 etndgrafo v8 os costumes, ceriménias, trans S625 tC, mutase mbies vezes; obtém exemplos de sins crencas tis Como os natives realmente as vivem, Eno, a came ¢ 0 sangue di vida sativa teal preenchim © esquelew varia das consiracoes aban, f or esta rAzao que: o etnOgrafo, trabalhando em condignes como ns «pie vias descrevennlo,€ Cupaz de atcionar algo esseneial a0 esbogo simpliicado da constiuiga tba, suplementando-o cox toxlos cetalhes referentes ao comporamento, 20 nicio ambiente € aos pe genes incidents comuns, Ele & capmz, em cada caso, de estullecer 4 diferenga entre 0s ats pablicase privados; de saber como 0s nativos Se compos ein stias rettnides ou assembleias pablicas e que aj rencia elas in de stiighur entre um fatocontqueiro e uma ococréne ia singular ov extrrdindria; de siber se 08 natives agem em deter mninacla ocovrénicia com sincercade e pureza de alma, ou sea consider samapenas como wna brincadelna; se dela partiipasn com total desir teresse, ou coin dedicagio ¢ fervor” top. et. p. 29) 4 Malinowski nde chega cbordar ov 9 criticar o colonialsmo, mos, por algumas frases, podemos percobar efeitos da colonizarao sobre os sociedadles tradicio- ‘ois. Nos Frases a seguit, idenifique @ comante at referéncies és mudoncas no rode de vido nativa 9] “E muito mais dificil descobrir em que dlregdo se movimentavain os colares de spondydus na cosia meridional. Hoje ema dia a confecgio desses artigos, que era sulto desenvelvida entre os natives, ..) esté parcalmente, embora née complet mente, em decadéncia “Cop. ei. p. 363) 1b) "Neahuon dos sesidemtes brancos realerente vive numna aldeia nativa, ano ser por breves peviodos de tempo; aléi disso, cada tum deles tem os seus préprios afaze ves e negocios, que Ihes tomain grande parte da tempo. Alen do mis, quando um ‘epociante, funcionsrio ou missicnsrio eatabelece relagées ativas coms nativos & para transformi-lo, inluencid-tos, ou usi-los, o que terra impossivel uma obser vagto verdadeiranente imparcial ¢ objeiva e impede um contato abet e sincero — pelo menos quando se trata de misslonivios € oficiis. Cop. cit p. 29) 1SD_Acsrnmcio nt atc on sss ce sora ¢] “Multas hisérins deste tipo tém grande ciroulagao. fornecendo A vids nativa wm. elemento heroico, elemento esse que nos dias le hoje. com o estabelecimento dda influbacia do homem hranco, jt desapareceu.” 6op. cit p- 224) 9 De acorde com a descrig6o 0 seguir, qual & © concelto que Malinowski elobora de sistema social? De todas a Forgas que s¢relacionim 20 ttho agricola e 6 regula, a maga € alvee a wat imports Const. por asin diver unt deparomento independents «ets ac respond dbo feicoteapitala que, depos do cele «do mace fic, uma cs pesonagens ats mportantes da alls nat, A posiao € ewes em ead alge, hi um aetna especie wae, pa sod manna geo pia gece Os. fe sitema porue 0 fice fem ce esecuar une sre de eos ehcnmetoe to campo paasamerte ae ubabo ce ult, fat nie a cca ae do uabalho da aveur marca ead NOW tatiglo de desenvolvimento da planngio top ct p55) 10 Saberdo que os antropéloges avelucionstas consideram @ magia @ supersisao ‘como aspecios do prititvismo € que os funciorelisos defenderam posigio diversa, anclise a poslra de Malinowski no soquints trecho $s ns con em fx oem sent ‘et tnbste agua postaide des apn oa anes wot Tein de qb tannin Ms eases eo que a ei € penta de mans niciou inns ot, eno, liad pa ndoubseragio de een ahs por Fondo tal prowncods se nos lem m0 de ques atonagesao a for de estan nunca sobre a iat, cu rescaled nade eros ner, etc 9 oe tte ule ee tation one iadhnosatoe ce qv otic, qe feglestemeste Sacto opr esponsabticede pn cis, de modo 4 reafinna a Teguagie com gee de oasis —-PHo trenton, eno, Ccldide de entender s ots pelos que ores arenes aga neg, porque rertoma eilanca emote poe dtl por @ ‘Sane tam, como sina, peta conten ey sus ped pode fee A ildad € plo neros a sent qe exe quand trtnes pare esl de case lags oe, aves da I, oro @ devopio, se weicm até nox don stay cone por exempo os da Siac ree os de Loud" (op. tp. 67) = Aplcasiio de conceitos a estudo do 11 Uma vez que 0 métado enagislico, hoje, néo 4 oplicodo apenos ac ‘grupos étnices diferentes, mas a grupos organizodas em lorno de cerkos abjelivas ‘Comuns, vamos fazer um exercicie etnogrdfice. Com uma méquine fotogrétea faga bio teperiagem de um evento ov de um grupo Sci. Depot procure labor un texto descritive procurando interpretar oquile que vee® observou. Lambre-se de que 2 eiscunien x acmacee 0815. jomalistca - fale mais do ebjeto analisado de que da pessoa que observa 12 A reportegem a seguir, publicade no jornol Felho de S Poul, enfoce a influgncia dh cubura até mesmo tobre os aspectosfsicos do ser humans, Analis.a noiis e prone re explicar 6 rolado entre nctureze e cultura, Como surgi o costume “A udmiragao chinesa por pés pequenos, ou alvofiados, naseeu fem 920, segundo pesyisas historicas. O imperacior Li Yu se deixou ie etnogréfica & mois objetivs do que um texto lterério ov ume reportogen 14 Videot 0: devses dovem estar fouces [Bolsvona, 198 1. Direeo de Jamie Uys, Dura- <0. 90 min) — Umo comédia que trota do chogve enire culuras ¢ porir da quede de uma garrate de Coca Cola numa Wibo de naiives aficanes. = Procure identficar o citica 4 cullure acidenial # o que © ditstor nos enaina @ respeita dos prineipios do vids em sociedade, co seduzir por uma concubina que dangava com os pés enfaixados para "esto que s¢ parecessem com uma kia crescente, (Preconcettos e gandncias} © costume aravessou dinaslas dhnests © se sofitcoul em 76 Por que na Furopa 0 temo ‘indi’ continia evocando © precoa- focnas cifereares de se enfaara 08 pes eto com conatagbes do sécalo XIX, pose ser expieida Pel leg- ti ‘Seow da queda da dinen's Gina cem 180 couse a leurado So cultural reccbido dewde a inna através dos vos de vermis, i ‘inspetor de pes. Cabia' ele verilcar se estava sendo repetads & Gos fimes do Orste americana ou slaplesmente peas odeuvasbes probigo deve pelts tom que os ps costumam designac Rado que € rao: No se indie We © poder repubitcazo, no entanto, nfo conse impor sia vor- Na Europa ponece exis toca wea ste de ifitcis eis \e saoetee oes maesicanesar Chae higentaw que iaucativa os indiviisos Toeliene ow2 cular © 949 fabar ox ps sobrevivet alguns anos, a dminr no infos dos féqua petsonalade era contaposigie 40 que se pens set o mis wee ane parents ey ¢ a {sane ct eliza, Em ontras pals, & Gb0 sea Unica forma iis 2 porsivel lose ainda hoje em din compatarse con a es? mas 1 fi 1832 sasto pone deen wn foe abs eons @ (eke inc is san cteatomrney secs ts ee i este pera As ler com. pes tin a eg ee ee ee eee eee s se nines oni loa net af So War ¢ fare de que determin aetos de comnicapo € detxtizados p20 we FTL AED NEES: tissionais da informagio sempre se encontram & caga dis cledviclades: (Os camponeses eno comeganin « abit mao do costume. Foi inais excess. Que outs fagto cumprem esses prog de Teev apenas o regime comunista que consegu liar deinkivamente & Season us hear etoar ep opee apatbnt Ova elal China da prin de enfavar o pe : - Finalinent, gostrfamos de apontar uma expicagiosebce a 20 Alguaas mulheres na casa dos 80 anos sinkla anna fava, por ponies a opera an biropu derloesmeat doe preconceling sbve que com elas semtem menos dores. Os panos protezem os pes. As coletividides nio-europelas as minorias ou grupos minortiios. 13 Ainda hoje as excolénias estudadas pelos primeiros antropéiogos no século XK A-explicagia poderia ter suas raizes no prOprio cater diferencia apsrecem no imaginario ocidental por seu exarismo. Pesquise na midia reportagens do e pluralista da sociedade eusopeia, Contratiameme ac que 5 ‘como esta referente ¢ Tailéndia, publicada no caderno de turismo de O Estado de 5. costa pensar, o pluralism nao traz maior tolerdincia ou, s¢ja come Paula, em marco de 19% e, c partir dala, [uslfique ou n&o esse ponto de vista ‘ior, essa tolerfincia ni se exercita por igual com todos os membros {sociedad com minoras em nenitum caeo, O precomceito de Tatldndia oferece surpresas para quem jd vi tudo grupo 86 aparece na sociectade diferenciada e pluralista,” “a Bam, 41 aes a esac da alee Mae Hom jest neat ne Jong, na fronseire da Taildrxdia com Myanmar: €la 08+ STROMA stb ne pees ‘= Entender o texto tenta nat menos de que 25 ancis 20 longo pescoco, Sinal de beleza, marca das molheres karen long nec, tumisgm conhecidas coun mulhetes-gafas. Da co lorida e delicada arquitetura aos exekicos temperos € perfumes, 0 pais oferece aos visitantes atragio para todos os sentidos, no suave clims produzide pelo bbudisma, Para quem smagina ji ter visto ce td” 152_Acowmucio n macnn scsi ule gi, Tulle, 1996. 1 For que o preconcsito da sociedade europeio, em relacdo ds cultures axéticas no século KX, se mantém aié o etvalidado? 2. O que estimula © preconceito em relapie a0 "indi"? {9 Nos soceddas plurlisas © preconceito em relao ons grupos diferentes ino- ios} & menor? Por gud 2 ceca 19 manmnnce s_ 153 es Texto 2 A direct rule! dos antropéloges ‘Aprovando.a, os antropologos nio deixaram de transformar as caracteristicas ca indirect rule’ De pragmitica que era, (oena se sistent © ceoria, De uitizagte das circunserigdes, tomma-se reorta das cucunsentgées e du sun insergao 94s seciedades africans Lugasd, no seu projecto, tinha defiaido a primeira tarela con ‘creta da nova politica: ‘© primeiro passo a das @ tentar enconteat tum homem inlluente como chefe, ageupar sob « sux autoridade as aldeias ou distritas que for possivel, ensinielo a clelegar pode es, interessislo na sua tesouraria indigena, apotar a sua aueorida- de € Incuicat-he © sentido das respensabilidades." A palavra de ores de Lugard “Find the chef’, retomada pox Malinowski ¢ seus discipulos, estara frequentemente na arigera le mnimezosas pesquésas de campo, consagcadas acpila 4 que nals tarde se denominara de ‘antropalogia polities Porque & propria ercunserigdo & apenas um elemento da ins- Ctuigto politica, © da ‘estrurucs social tofal’, paca vetomar 9 ter mos essenciais (fungces religious, fungdes econémicas da ace nwlagie € dle redistibuisao, ete). Em consequéncta, aprender sus maturezs supoe unt estude Cotalvanie das escrururas dt soci sade indigena Luey Mair diz claramemie: na ‘indirect mile’ a totalidade do projecto luncionalista estt /d em germe: O verdadeiro significado da ‘indirect ride po se resume a frase “Find the chef”, ela cconsiste numa comnpreensia da estrutura da soctedade indiigena eda imertelacto das pares, Mats concvetamente, 25 andlises antropoldgicas a0 sao anélises abstractas ¢ feilas somente com © objective do enriquecimente da 'iéneia’ pura, si0 andlixes que tentam responder a ‘problemas concretos' capacidade de adap- tagio das circunsericGes 4 politica colonial, diregio desta adapea- ho, ete SECUERG, itr. Cia a anropeeata abosHsmps, 2973. p. 104-08, sm Entender 0 texto 1 Quol o significado de expressdo Find the chiaf® 2 No que os funcionalistos se diferenciovam das outras exealas ontropolégi cos? sve Pa nae, 997 ik Accounsscos momciac ms ess a sents 10s concettos eviados pelo fuuncionalismof "Malinowski elabora uma série de conceitos, que sdo de suma importineia na ieterpceracao de suas ideias e na focalizagio de sua contbyigin. Estes conceitos sio os seguintes: escituto, estrutura, regris OM no:mas, apacato material, ativicades € fungdo. © estatuto cansiste no ‘objetivo reconhecide do grupo’, isto &, € 0 abjetiva do ‘grupo ral come aparece ans olhos dos seus componentes ¢ tal corse & definido pela comunidade como um todo. Abrange o sistema total de valores, pars cuja preservagac cs seres hhumanias se organi zam em gropes ou pacicipam de gropes ii existenes, Constitul a ceategoria princizal do conjanto de conceites, pois todos of demais| cependen dele, de mode direto ou tnditeto. A estrutura & as nor mas esto ne primetzo caso, A estrutura consiste no ‘grupo organi= zado segunde principias definides dle aucoridade, divisto de fun- ‘des, € dlistribvigdo de privilégios e deveres’. As normas ou regras cconsttiuem os padsbes de comportamento sociat estabelecidos, po- endo se, de acordo com sua natureza, tecaicts, admintstrativas, leguts ¢ étcas. Exprimem, fovariavelmente, os padrGes iceais de comportanienio do grupo. O aparat material compscenele os dix verses substriins do prupo, entendidos como expresso de uma realidade cals). Tos organizasdio ¢ ivarlavelmente basvacls sobre fe taimamente ssvackda com © meio materal ambiente, ieponsio de uma pargte determinada de territérlo, de um equipamento tecnologico, de proveitos das atividades organizaclas ete. A fung30 cortesponcde ao ‘efelto’ integral das ativilades. Por isso, a6 ativida~ des constituens « anidade hasica do estudo etnologieo. Em prime 70 lugar, deve-se oliservar que elas se distinguens, como comporta- mento manifesta, das nocmnas © rogras, que conatituem os padroes ldleais de. comportamence. Em segunde lagar, € por mete delas que se opera a conexdo entte as categorias exirennas, ito é, 0 estatuta fungi, 4s seis eategorias ordenam-se, de acordo coin o esquema Tamecide per Malinowski, do seguinte modo: Me a win a | i sot sos Ne Nividades, a ve [FERNANDES Forest. Sloman da sacl tre Soo Paulo Bey, 1970 p18 55 ee 5 g cr Q Estruturalismo, uma nova abordagem Introdugdo \No inicio do século XX, indimeras disciplinas 2 dreas do conhecimento alcancaram indiscutivel progresso centrando suas pesquisas no nos dedos observveis e objetivos da ealidade, masno estuca de aspectas subjetivos & "igados linguagem e ao imaginsrio dos individuos e dos grupos socials, A psicandlise, métedio de diagndstico, tratamento e cura das nevro- S85, proposio por Sigmund! Freud, resgatou sentido @ a racionalidade dos sonhos, tides até entaa como manifestacdes inacionals ou sobrenae {urais, Freud procurou mostrar que, por meio dos simbolos oniticos, 0 inconsciente do ser humano se manifesta, rovelando os mais intimos ¢ profundas desejos, instintes ¢ rvstragaes. A semiolog'a (mais tarde rebatizada como seridiica, pelos nozte-arme- ‘icanos), criada no inicio do século XX por Soussute, propas uma ciéneia etal dos signos que procurava descobrir os sentidlos contidos nas diversas Vinguagens co homem — a lingua falada € escrita, os gestos, os sons & os ‘obletos, Esses sentids formariarn sistemas de signos que revalasiam a es- ‘tutura inconsciente que ordenava © comporamenta humsno, (© marxisme eurepet multiplicavs suas pesquisas no campo da ideo= fogia, estudando os mteresses subjacentes ao discurso com a qual os individuos defender os seus interesses, ALE as manifestagdes artsticas, que exam entendidas como exores- ses da Sensibilidad de autores/criadores, de personalidades que liham or caracterstica a distanciamenin em relagao a realidad, mostravam seu potencial explicativo da sociedade, Muitas das descobertas histor: ‘ca5 etnolopicas foram conseguidas gracas 3 leltura das obras de arte de Povos jd desaparecicigs ou sem escria A antropologia nao ficou imune 9 essa nova tendéncia dos estudos Clentificos, ¢ 0 estudo das manifestagbes simbélicas adquisiv cada vez ‘mais impottancia nas analises antropologicas. Claude Lévi-Strauss foi um dos nomes mais importantes da nova tendéncia que gerou 9 aparecl- ‘mento &a consagragao do estruturalisma. © conceito basica dessa teoria & 0 de estrutura social, que ja fore wilizado pelos uncionalistas, mas que correspondia, para eles, A or Banizacao de dacos empsricos, estabelecendo-se, assim, uma carres- Pondéncia entre os fendmenos observaveis € a estrutura da qual fazi- am parte. Para os estruturalisias, entretanto, a estrutura correspondia Aquilo que nao pode ser observado, mas apreendido pela interpreta S80 cientifica, 188_A.coomucin ps one i mors sree Nasceu em Beuxelas, ra Bélgica. Iniciou cestudos juridicos em Paris, onde fez concure 6-92" lecionar isola, Foi professor de ix aut aé ser convidado, em 1934, para lecio- patna Universidade de Sao Paulo (1935~ 11938). Durantea permanbncia no Brasil ae 4839, tealizou breves expedi cis a0 Mato Grosso # a Amazonia epubllcouseu pritrei- to trabalho de cariter anwropokigico a res- peito des (ndios Borore, Ene 1947 « 1948 frabalhou em Nova York. Fot adido cultura Claude Lévi-Strauss (1908), Para Lévi-Strauss, a estrtura é uma elaboracio teérica vapaz de dor sentido aos dados empiticos de unt certa realidade. Utilizando ura metafora, podemos dizer que esse conceite cocresponderia a estrutura de um edificio que, siesma estando ocilla, organiza, distribu, relaciona fe sastenta lorlos 08 elementos abservave's dessa constaugo — 0s andla- fes, as unidades habitacionais, as entradas, as safas eos comedores, Do mesme rnnclo, 6a esruta social que omganiza, conecta welaciona asdivejsas nstancias, estabelecendo as mits relagées ese 0: elemen= dda Franga nos BUA entre 1946 @ 1947, De ‘ota a Franga assum a dtecdo do Muses eo Homem e depois, em 1959, a ctedra de azwopdlogla socaino College de France. Vi= Sitouo Brasil em 1985. Da sua vaste pro. ointelectual, que he valeu amass elevada Condecoragdocientfca francesa, destacan “se Tiss idpics, As eseturaselementer res do parentesco, Antropol estutiral ‘dois volumes), © pensamerio selvagem e ‘Mythoogiques cinco volume . revista “firma que a tebrica copa ewpirtcos. stratus & conseregan ae dar sentido aos dads rarypose.s tugs Aconnian dese aebauro eco pelo alae dos dagosempiacos edo enorme de ses sgtados, Sr elaontsconstttvos do extra reece depres hor grupos tots deos-— oanizarse de mo role, Siva tna de um soma isi loners merdsperdntes ei esto tim imerelos20_Quolguermoieago em oma das panes tem por Censequbrna medica en cada de odes a cua, tw senido i389, 3 Sera 208 emanioe neesaves Hessen eum edici, ‘spares que fo campsem. ue etabelecen Shrelagdes one 0s estruturalistas aceia vyam 2 exstncia de diferentes, sociedades:as maissimpes ou tradicionais, © as chamadas complexas, cu modernas. Dise Finguirarn essas sociedades também como capitalists & ndo-capitalstas, mas afiama- vam que essa diferenca sé p0- deria ser explicada em fungio de sua propria histria eda re- lasdo que cada sociedade smantém como meio natural e social, Os estraturaistes no Principio explicative que rey: lasse a passage de uma es trutura mais simples para ou- {a mais complesa. Com esses pressupostos tedricos oestruturalisme tec erfticas a0 fun- cionalismo © 20 evolucionismo. Deslocava 2 &nfase metodotsgica da observaciio — principal pedra de toque do funcionalisma — para a conse trucéo tedrica © abstrata de um canceito, Além disso, eritwcando. o evolucionismo, pata do principio de que cada sociedade deve ser anae Tisacla em sua especificidade e nao como espécime em un estagia de umn processo tinico do desenvolvimento humano. Peccdore utilzandl uns de bos para A-mente do pesquisador, que se deixon miodelar pel experifneia, aorna-se pateo de aperacoes mentais que Uansformam a experiéncia em modelo, possibilitzado ulkas operagdes menials, C0, Umber. A esr sisonte 0 Baul. Perpecton, 196. 28 Conceitos de primitivisme e arcafsmo, com os quais as antrapslogos lassificavam as mais diferentes socieclades, cairam em desuso, assim como a ideia de que tragos préprios das sociedades nao-capitalistas esta Flam fadados 2 extingao, como se 0 processo histérica se manifestasse Bor am iinico caminho e em um tinica sent, Sincronia, diacronia e historia Segundo os estruturalistas, 0s elementos interdependentes que for ‘mam uma estrutura néo 30 passageiros nem aleatéries, mas respondem 2 necessidades fundamentals de existéncia e manutengao da totalidade organizada as quais esses elementos pertencem, Dai haver uma conrén- rat 38rd, Froia Grane, ira pauls (Ftegra de Levi Strauss) cia que Ihe é intrinseca e que justfica sua forma de ser e sua aparente peculisridade, Pars LévSrauss, a estutura, organizando deforma sist Initia asociedad e tendo por obetive a sua preservagao, assemetha-se uma “méquina que “funcionaria indefinidamente”. Claro que tas ideias leva a uma supervalortzacao do movimento sincrbnico da sociedad eas forgas que o mantém~na medida em que ‘ele que revela 0 que hi de mais definidor e central na sociedade, Prive legia-ee assim 0 estudo de processos ndo-histéricos nos quais se procura dierenciar cora nitidez a estrutura da conjuntura — este sempre mais Sleat6ria e fugaz, A estatura cortespandem os elementos permanentes da vide soci, enquanto & conjuntura os varisveis, Alguns autores, exa- getendo esas diferengas, acabsram por entender como estrturals as ‘orgas dominantes ou principais ds soeiedade contra os fendmenos se- cundétios & menos importantes da conjuntura ou ca histris, Par outro lado, 20 mesmo tempo em que &histviaperdia sua impor taacia camo elemento de compreensbo,profunda de urna detesrinada sociedade, também o inviduo deixava de ser 0 protagonista da vida social, Os problemas vividos pelo homem decorsiam de relacdes estas turais que estavary acima e aquém da decisae individual. A soriedade funcionava como um modelo, de acorde com regras intinsecamente coerentes « validas, cuja emendimente escapave 20 senso corum, O entendimenta dessasregras depencia re un adequado método de ansi seque deveria buscar 0 que era puofund, nvariavel e capaz de explicar 65 thas diferentes atanias circunstanciis da vide social. Assim coma os finguistas explicavam os idiomas como sendo a apli: cogio de urn grupo de regras que orclenavam um conjunto de simbolos pata permitr 2 faa, também os anlropslogos pensavam os tragos cutus ris, 35 Inst tvigdes eas relagéessociais como umn conjunto de possibil dades que eram organizactas por regras que deveriam permitir a vida sociale sua reprodugio, Lévi-Strauss identifi e385 regras come sendo aquelas que, em quale ‘aver sociedade, egulam a maneiza como os homens trocam entre si 0s produtos, as mulheres e as palavras. Essas regras definem 0s tabus do incesto & 2: diferentes formas de organizagao das relages familiares: patriineares, oatilingares, pavilacals ou matrilocais, defininda como cireolam as mulheres ente os diversos grupos socials. £m raz3o dessa s2neseextrutural, esas regrascomespandem determinado ts lingustico de palavras © signs © a criagso de certor mitos, Neles estariam teproduzidas a insituigdes socials, 25 elacies entre os membros € 08 sistemas de toca. Desss forma, o estuturalismo propée uma visso inte sada e global de instincias do sistema socal ‘Aéniaze na anstise sincrbnica foi uma das grandes citcas de que fo- ram alvo 0s esruturalists. E, apesar do imenso prestigio que essa teria alcancou na décacs de 1960, acabou por ser acusada de criar um determinisno semelhante a do positivism, Alguns autores também af fanaa. se sca 152 mara que a analiseestruturalista acabava criane «io um principio teleolégico e expressancio uma visto to natutalista da socierlade como os artigos evcluconisias, na medida em que a realidade so cial passava a ser dependente de estrturas pre- existenes, sobre as cuais 0s seres humanos niu tinham nem consciéncia ner responsabilidade, Por ‘outa lado, aaplicag3o do estruturalisma, dada sua preponderante sincronicidade, resuitou muitas ve- 205 na criaga0 de tipologias e quadras clssficatsrios simpficadores que pouco pareci- ‘am acrescentar ao conhecimento da saciedade. Em resposta a essas contestagies, Lévi-Strauss admit um principio de transformacSo social. Esse principio seria geracional, ito 6, a cada geracao, . fom meio 40 movimento de reprodugio da vida social, abrinse-ia uma gama de possibilidaces de transformacdo, entre as quais estariam aquelas que vista resolver contiadigoes estruturais, Raymond Fh foi um dos antwopsiogas que, mesmo adotands ométedo sutra ce etc d occlude pcr tle 8 ra darnudanca social, Pata ele, o foto de a esrulura Consttuirse de elementos intedependertes tende a favorecer a transformagao social, na media ert ‘que qualquer modiicagio ern um dos seus Componentes acartetaria a trans: toumagdo da esrutura Corto um todo, na "esnsarmagan saciak Anesutlarasoctedide Achech, em Sumatra Firth percebeu que guem deciia 0 casamento de uma Jovem menor era un pazente dist da lina pata, 0 padario pai ou 0 a¥5. A jovem que no tvesse esses parentes ‘sos etria numa situaczo de anormalidade e contradiglo, pois as reyas socias mpunham que ela se casasse antes da maioridade, ao mesmo tem. fo aue imei as menores de e:colher o noivo por sua propria conta Biante dese confit a sociedad Achech adota.um crtéro, 0 wali retires dod ei mugulmana, que insti um tutor pare decidir sobre o cassmenta dlsjovers que no ifm pal nem avo, Aadocio dese comportarento nea preisto pea estutura Achech iniroduz mudancas nas readies sciais,na bievatuia ena dstribuigio de fungées, Inovamse papdisevesras soca, Raymond Fh soca natn 02000 lc a Nove Zelac,ode ce tonu commis Descob trol undo slide ta row na endo Scoot toomes tere depot, sor pel Catinicio sroplaga fa i rnin economies ote ea Zealand Maori, “ fan ven 168 Acammcte oc monaco sc ne sou ‘Os exruualsas Woniticararno| Confit de garages com un flo “hos poncos a antropotogia procurava aprescimar a andtise sineronica da ‘abordagem: biscorica Estruturalismo ¢ marxismo ‘outa polemica trazida pelas andlises estruturalistas foi o fato de que alas retitam do agente as respansabilidades sobre as condigdes da vida Social. Os fendrnenos sociais s30 meras manifestacdes de order est fal e nic expresso da a¢ae e, mulio menos, da vontade humana. De Torco com essa abordagem, 0: homens se tansformam em suportes inconscientes da estrulura social, Destituides de poder de transtorma- ‘5 homens tornam-se mediadores que ager de acordo com a ne idade de realizagso, reproducso e teansformmaglo estrutural. estruturalisme teve mais sucesso na antropologia € nos estudos ide semmiologia ¢ linguistica do que na sociologia. No entanto, alguns tHe seus prinefpins foram adotadles por filésofos e sociSlogos, tais como Ginterdependéncia entre 2¢ partes e a organizagao sincrbnice da todo. Nessa linha, destacaram-ce aqueles que procuraram fazer uma releitura tlos textos marxistas & luz do estruturalismo, camo Louis Althusser, Relevando as diferengas existentes entre as sociedadles e reafirman. ddo-um canjunta de relagdes importantes que as definem, subjiacentes euz diversidade, o metodo estruturalista adaptou-se harmenicamente {as andlizes marvitas, podendo cada sociedade ser definida em fun: {Goo de estrutura de classes socials @ das formas de exploracao de Ihais-valia. E, $¢ por un lad a luta revoluciondria perdia muito de sua militneta, 0 marxismo permitia novas andlises, renovando-se. Anélise sincrénica da sociedade Respondendo 2s crticas que foram feits ao estruturalismn, isto & de steese apenas ans aspectos sincrbnicos da reslidade, sem dar suficiente & rmececida atene30 aos aspectos diacronioos ede mxdanga social, Lévi-Strauss reafimna asdiferencas de abjetivase método entre o bistoriador eo etnSlago. Para ele, @ busca do desenrolar de um proceso no tempo ¢ atividade specifica do historiador, enqjuanto a ordem sincrOnica pertence & pers pectiva aniropol6gics. ‘A explicacao para determinado comportamento est na estrutura social ‘queo gera, endo no processo hist6ico. Lévi-Strauss condena aqueles ant pélogos que vivesn & cata de “origens”. Ele questiona a nossbilidade ce se ‘descobrinam £5535 raizes e 0 valor heuristica dessas tentative. Aponte ainda ‘tencéncia evalucionista que perpassa esses rabalhos eo determinismoem ‘ue essas descobertas mutas vezes caem. Descobrir “origens’ oe tragos sociais leva os pesquizadones, multasvezes,a considerar uma mudane como inevitével, ile necesssria, por excesso de enfase na explicaggo hist6rica, Por essas razdes, ele delna 3 historia a andlise diacrdnica,reafirnan- do que 0 etnélago © o antropdloge devem se ater 20 que é dado e, no rigximo, podem alargar suas andlises tomandovas compreensivels para cientistas de outras saciedades e de épocas diferentes. fanart yo women 141 a © métode linguistico Entretanto, se entre a histéria © a antropologia hd uma nitida dlfe- renca de perspectiva e de método, o mesma ado ocarre entre a antro. pologia ea Linguistica, Como dissemos, Lévi-Strauss propde uma intima colaborag3o entie estas das Sreas do conhecimento, uma vez que revelam estreturas in cconscientes do pensamento ¢ da vida social, por meio da campreensioy do discurso lingulstico. Segundo a linguistica de Saussure, o estudo da Tinguagem néo deve ter por objeto o discutso propriamente dito, os re. r9s © as converges que permiter 3 lingua operat, ou seja, na logica oculta que rege a fala de quem se expressa. Dessa forma, o interesse da semiologia & conhecer a estrutura da lingui, aquilo que é comumn 2 to dos os falantes ¢ que age no nével inconsciente, A dalavra "pai", por exemplo, revela uma série de aspectos da estiutura te parentesco, tas como sexo, idade, atribuicbes, devetes, insensdo numa “caceia hierérquica etc. ss0 porque as palavras no sto sor escolhides aleatoriamente, inas um meio de pensar edenominar a ealidade, roferin. flo-se asiteasSes concretas que envolvem sentiments, cbrigagdes, alin. £28, confltes e hostilidades. A esse conjunto de implicagdes Levi States dio nome de “complexo de atiudes", O homem, na malaria das vores, into tem conscigncia de todos 0s fatores que intervém em suas eelogoes Socials, nem di maneira como se articulam na estrutura social, Odostens ar dessas implicagdes 56 € passtvel pelo méiodo lingulstico, que identi. (a Justamente a organizaczo inconscientee sigeicativa da linguager Com esse métedo LéviStrauss concial que, por ts das variagdes , Proliferam as assoclagoes de bairros, de pais e mestes, de mroradores A antropolo. r € de amigos nas mais diferentes instituigdes. Como atuam, como ident “gua cen ficam seus pares, como se comunicam, sto ceramente temas inleressar~—_zdentiar nat tes para a antropologia contemporgnea, Adequadas as andlises antrop0- —sociedadte tt {gicas 80 também as feiras informats que se multiplicam pelas cidades, conwompords , no tofee por esse time 08 por aquele outro, ranto que em sua colegio coexistem cous. E 0 que dizer de um favelade com 9 exmiscta da Harvard Universi” ‘ CORLHO, ares, Falba de Pant 7 jh. 1008. Cadre theses, = Entender o texto "= Explique por que, segundo 0 autor, que ocarre no Brasil em relostic a0 dominio norieomericono ndo pede ser denominado simple:ments de “infliéncia cubural. a joey As teorias do desenvolvimento:” a do evalucionismo & hermenéutica.’ vA Introdugéo ‘Quando se estabeleceram as relagdes capitalisas internacionais en- volvenda as antigas colénias, agora indepencentese vistas como sScias, fu parceiras nos acordos econémicos, 25 antigas comperagdes cienti- cas entve as sociedades se tornaram ultrapassadlas. Afinal, erm cada urna das novas nac6es aparecia uma burguesia comercial cujo objetivo era 0 |ucro; tavia um Estado reconhecido pelas nagies ocidentars, com leis € burocracia criadas a imiagem dos patses industralizados, Em tas condi 0es, nao se podia mais chamar as recém-criadas nacdes de “primitivas” fu “selvagens’, Flas no se erquadravam mais nos padrGes comparatl- 40s eriados pelo evalucionismo que estudamos anteriormente. Entretanto, por trés dessa semelhanga nas instituigdes politicas € ecc- némicas, as sociedades industrializadas @ as de prockugao agricola mos travam dlferengas signficalivas. Para explics-las, suru, na sociologia, Lum novo tipo de evolucionismo, que podemos chamtar de desenvolvi mmentista. Oe acondo conrete, as diferencas entre as sociedades na eram de natureza, mas de grau de desenvolvimento. ‘As comparagées dsenvolvientistas tinharn por objetivo incentivar a ractonalidade e os comporiamentasditecionados ac desenvolvimento ‘apitalista Trata-se de um novo evolucionismo, que ndo procurava mais as diterencas enme a sociedade europeia eas sociadades arcaicas “core -denadas” ao desaparecimento, mas tentava encontrar, nas Novas NAgoRS, as institulgbes basicas capazes de garantira continuidade e a repredu- Glo das relagées capitalistas, guns ests, inspirados por essa ideia, thegaram a dentificar nas relagos mais tadicionais de troca ligadas 20 parentesco a “origem” dos commpontamentos voltados para © hicro. -Asnagées que se frmavam corn centros de deminac politica e econ mica passaram a consituir modeles cx estes superiones 20s quais deveria chegartado.e qualquer povo. Enire estos as sociedadesdle formas econbni- cas mais tdimentares, estabeleciase umn continuum a partir do qual asc rentes nagis eram classficades como "dese wol vias, “sernidesenwolvidas? “pré-capitalstas’. Essa clasificagio, na verdade, subsist até hoje. Por tras da semethanga das institute 8s politcas, ‘as soctedades industrializee as ena. stndusrtatca. as mostra diperengas signifteativas O desenvolvimento segundo etapas de crescimento econémico ‘William Wilber Rostow, ex-professor do institute de Tecnologia de Massachusetts @ porta-voz da Casa Srancs para assuntos exteriores em Jas reflexdes baseadas nos prine!- ~ Ai aes on enuosnetse: no peace Assan 207 ios desenvolvimentistas. Em sua. obra Est ce che oh ‘ tpt de cesemolvinent oo: namica comentada por Andeé Gunder Hank’en Le ween Subdeserrottante), Rostow identifica etapas de desenvolvimento racterizam cinco tipos de sociedade. es eine go O swat rea gage em maturayto — coresponde ao estigio. GM que as forcas de expansdo econdsnica passam oa nica passam & predominar na 0 auinio ~ sociedacle de prodiucio en massa — 6 0 estigio senvolvtentoeltve da produgto em baer discs, eae gee de pn aumento sigcavo do vestments redutve de apr 'casustontor essa classiicago, entretaato, 0 pos 4quisador tem de despresat tds oe puto, historicas de cada socieclade fom de presupor qe {odastveram uma mesina foemacaooriginal au che mada de maneira genetalizante de "socledade taal ional”; e que para chegar onde chegaramatravessa, ram 3s mesmas etapas de um dniea process, Esse esquematismo ignora tamém a5 relagbes que as ne $85 mantém umes com as outas, 2 concorténcis que Estabelecem entie si eo processo hstérico vardvet ¢ ciclica das nagies Alia, no século XVII, por exemple, possuta uma manufatura de seda extremamente desewolviga oe sanizada em padroes (amillares © domésticos, que fol 8 falencia pelos lazos colonialist estabelecisios com a Inglaterra — que inundou o pals com sedis Produziéa industialmente, oferecide 2 preeon reduzidissimos. As manutaturas indianas entarrnre Gecadéncia, sem qualquer possibilidade de "passe POR Seea004 commnongy, 1 ants, ctor do acoso # da perensaindan : : i (de manufaturas a indéstrias. Ao conteavio, a [ndia “passou” de Rpottadora de seda a importadra de tecidos ingieses, de produtora a fonsumicora, eevertendo 0 percurso evolucionista proposto por Rostow: anistéria de cada nagao € um processo que, mesmo do ponto de vista teenol6gico © econdmico, apresenta recuos, retrocessos @ altemancias, tenvadizendo qualquer teor'a que proponha um movimento linear, lento Eascerdente em diregao ao desenvolvimento, ‘Alen: disso, uma nagso ou mesmo uma regio no formam ua todo «oes0 integrado, podendo uma parte apresentar desenvolvimento € ou- tr, decadncia, Hf na histéria das sociedad oscilagdes verticals @ hor Tomals, no tempo 8 no espaco, muiias dela provocadias por Forgas exter tase ndo intesras. © Nordestebrasleeo, par exeraplo, alcangou grande fujanga na produc do agicar, no século XIX, mas entrow em decadéa- ia 20 ter de enfrentar a concorréncia do agucar sntlhano, produzido em moldes tecnolésicos eecc- roimieos mato semelhantes ao nosso, Em conse: quéncia, a egigo se tornoy uma das mais pobzes do pos, vendo cesaparacer sua prosperidade, Nac how ve, como propunham os desenvolvimmentstas, ne rihuma "passage" ou transformagao de uma e- ‘rutura prodtiva em outra, Assim, percebe-se que no sito apenas 2s possi- bitidades internas de investimento, racionalidade crescimento das técnicas produtvas de urna r= #0 out nage que deterrninam 0 florescimentoo 4a folencia de um ramo da produgao. THe De brags enzados, ot indanes manifesta de ‘rane pactice seu repo so inporalsno ls: 0 desenvoiv® ‘mento de fumet region ou pats nao wpode ser explicado apenas em fungae de suas cond: ‘ses internas, Referindose 8 baci de manuftia ‘ex dala eausada peo fconcorttncia de tei ngs, Canchi feclaeu: "NB ns teido Ge Bek betes ele causa fone = misstio" {rab hada de ua nds eal rmaripulindo sigodao Entraves ao desenvolvimento: o tradicionalismo ea questo racial Na base dos estudos desenvolvimentistes, dos quais @ de Rostow 6 um exempla cléssico, acha-se a ideia de que a desenvolvimento do capi talismo ¢ ca produgdo-em massa ¢ uma mets histérica, tal come tinhar sido a civilizagao europela © a mecanizacio para o evalucionisma do século XIX. Essa meta seria aleangada por meio de um lento mas inevits- vel movimento de mudanga social, Cada estagio econdmico representa rig 0 grau de avange de uma sociedade om relagio & meta almeiada, Decurrente da ideia de que todas as nagfes visam o mesmo abjetiva edepencem apenas de sua organizagao interna para alcangé-lo, ¢ teo- ria que atribui os reveses nessa marcha a “entraves’, ou seja, as dificul- dades advindas de uma constituigSe inadlequads, tanto dos recursos na- tutais quanto dos agentes econdmicas. Um desses entraves seria o clienteliso — tipo de celagio existente entre 0s membros do uma soctedade, dando prinrilade ag relagdes de parentesco e amizade em detrimento de telagdes mais impessoais, mas cepazes de gerar lucre. Fazendo prevalecer ecsas formas tradicionais de relacao entre as pessoas, essas sociesiacles tradicionakistas, apegadlas de- mais as antigas formes de exisiéncia e subsisiéncia, nao consegultiarn se desenvolver, Empresas familiares, em que os parentes dividem entre sis ‘cargos mais elevados independentemente de sua competéncia, seriam exemplo desse tradicionalismo. J8 as seciedades andaimias e de capital aberto seriam tipicas de uma atitude mais rcionl ¢ produtiva, © estudo do desenvolvimento do Japio 6 suficiente para colocar por terra essa ideia. Esse pais oi capaz de ating alto grau de desenvolvimento econd- 'mico sem abrir mo ce suas relagies tradicionais que, ao contrério, em muito ajadaram seu progresso, No estudo das dificuldades econdmicas das sociedades latino-ameri- «canas, enconlramos ainda outros equivacos, como & visto preconceituosa que atribu 0 nosso pouco desenvolvimentn § composi¢go da populagdo ©, em especial, & caracteristicas étnicas e culturais dos paves natives, © Indio brasileiro, por exemplo, for considerado "preguigosa” e “pouco apropriadlo" ao trabalho sedentério, No entanto, nessa anélise despre- zourse completamente o extetminio e a escravidcio dos indigenas, bem como a redugao da populagio a poucos milhares de individuos que se- ‘quer participam das atividades produtivas lucrativas. Coma podiam ser Fesponsiveis pelo "atraso” de instituigées das quas nunca participaram? (Os negros também foram responsabilizados pelo atraso do continen- fe, muito embora toda a riqueza das coldias ihericas tivesce vindo do trabalho dos escravos negios. Afitmava-se que os afrieanos, como de res- 10 todos os poves tropicais, eram pouco afeltos as atividades realmente Pradutivas e incapazes de atingir a “cvilizagio”. PO_Soscsa coven 5 torkas esenvok vinentistas ‘consideravam que ent consequuéncla do subdesen voluimento’ Asteorias deservolvimemtistas voltadas 2 explicar as az6es do sub- dosenvoluimento, na verdade, tomavam por causa aquifo que ere, de falo, ofeito da exploragao colonial capitalista, Desse modo, contri butram para a difusio de preconceitos raciais muito em voga a Euro- pa, desde 0 final do século passado até a atualidade, Buscando justificativas nas condicdes internas dos paises “subde- senvolvidos", capazes de exelicar 0 seu atraso, langauese mo de ar gumentos preconceltuasos ¢ racistas. Raga, Uadicao até mesmo a pacionalidade do povo celonizador foram explicacties aceitas. A or gem ibérica da colonizador da América Latina — menos “desenvolvi- dda” que © colonizador anglo-saxso, também fol apontada como cau sado atraso e do “subdesenvolvimento”, I oepes de ons seca os egos coins ocupand poste2es Sithemne pues de acugvcouriagua eropet Revd, Kanes, Jansen 98 a, SP, 988) A historia e 0 desenvolvimento Vernos, pois, que as teorias que estabeleceram estagios de desen- ‘volvimenta nSo considerataan as relacbes internacionais instauradas pelo capitalismo, nem 0 processo de colonizagio nem a historia pat ticular de cada povo, A histéria, sob essa perspectiva, cetoma o principio evalucionista proposto pelos pasitivistas. As sociedacles percem sua originalidade e especificidade na medida em que a lei da evolugdo ¢ 0 desenvolvi- ‘mentismo € que comandam a transformagio social. Os absticulos a0 livee curso desse movimento ascendente em diregao a0 capitalismo industrial sé encontrariam explicagao nos aspectos internos, anacré- nicos ou “disiuncionais” das sociedades tadicionais. Como desenvolvimentismo, a sociologia parece ter dado um grande passo pata ts, ponda de lado os ensinamentos de Weber e Manx no sentide de ineorporar a histéiria 3 analise social crm anaes no neuen damon 20 5i A abordagem dualista do desenvolvimento Outra tentativa de explicar 0 subdesenvolvimento surgi com as cchamadas teorias dualistas que identificam em certos continentes, palses ov regides uma formacao peculiar na qual coexistem duas es. trutoras distintas. Uma, “desenvolvida", que apresenta crescimento industrial, expansao urbana, sistema de comunicagées amplo e diver- siffcado, alta produtividade e avanco tecnolégico. Outra, “atrasada’, a qual encontramos cidades com pequersa rea e populagaio red. da, producde eminentemente agratia, niveis de renda balxos, produ. tividade insuficiente ¢ disperse demogrdfica Fias Gannagé, ui dos pesquisadores dualistas, assim define o fe- ndmeno: Por duslismo econdmico entendemos toda cisto, toda justaposido, todo histo que se estabeleve seja entre uma Fepido € 0 resto do teritGrio, sja entre dois sistemas ou seiores, seja entre gnipos sociais no interior de uma dea espacial determinaca, ta] como 2 nagao. Os pontos de Contato slo limitades; 08 nexus firquemtemente rompic os © as (ansmisstes frequentemente imperfettas fecmanie du developement Api ie Peston, Bs de ‘ecko do desomoloomertn Sa Fes esata, Std pS De acordo com essa definigao, o dualismo pode se manifestar en- ‘re repides de um mesmo pars ou entre setores de uma mesma econo- "acional. No Brasil, por exemplo, 9 dualismo estaria presente na diferenga de desenvolvimento das regides Nordeste e Sudeste, Pode- fia ser encontrado, ainda, numa mesma érea territorial em que coe xlstem formas econGrnicas arcaicas e avangadas, como na regio me- tropolitana de Salvador, onde ao lado da pesca individual e tinerante fenconiramas 0 complexo industrial de Aratu Nos pafses agroexportadores, o dvalisme se manifestatia entre se- tores de economia — na coexisténcia de uma agricultura altemente mecanizada, voltads para a exportagdo, e uma incipiente producao :manufatureira, Podemos nos deparar com 9 dualismo, ainda, quando uma mesma populacdo se dedica 20 trabalho assalariado e 20 traba- tho autonomo de subsisténcia, Algumas cidades brasileiras voltadas 20 turismo apresentam essa dicotomia: elevado crescimento de em. bresas imobiligrias e construtoras ao lado de praticas tradicionals de Sobrevivencia, como 0 comércia ambuiante de pradutos artesanais & alimentos. figs Gannagé considera subdesenvolvido, portanto, o pas Ycaracte- rizado pela coexisténcia de dois sistemas ecandmicos e sociais, total- mente diferentes, cuja interagao dos elementos estruturais € 6 cormporta ‘mento normal” fp. 55}. 22sec coatutonige rade ide das meshes pee cones as CO isdeemohimn conta em ceatcde melts ecarpern ar co onus garetor dena, nts na cae d io ad, 13a} Dualismo e desenvolviment semelhancas e diferencas Dissemos que 0s pesquisadores desenvol cleslades como estigos diferentes de czescimento dentro de um proces- 50 continuo rumo an desenvalvimenta capitalista industrial imentistas analisam as so- (Os dualistas, por sua vez, pensam essas sociedades como estruturas aan transig3n, isto, fases ce um procesto por meio, do qual setores, regides ou grupos desenvolvides va, gouco & pouco, influenclanda os “ptrasados”, Incexporandowos gradativamente ao desenvolvimento, Entretanto, nas duas formas de anslise, vemos o desenvolvimento car pitalista, industrial, tecnoldgico, como alvo a ser aleangado pelas socie- dades © como fim natural dos processos de murlanga social O conceito de periferia ‘Assim como 0s desenvalvimentistas buscam, nas sociedades “subdesen- volvidas, os flores que reardariam a desenvolvimento, os dualisias procs tam 05 obsticulos 2 absorsa0 dos setores “atrasados” pelos “desenvolvi os". Querern responder 2 pereuntas do seguinte tipo: Por que em deter rnadas sociedades as individuos continuam utilizandec trabalho ndo-assalen riadot Por que a iadvstia nao cresce dle manera 2 estimular os individues 0 rabalho produtive? Por que as cligarquias agrérias continuam a manter politicas econémicas que nao favorecer o deservolviento industrial? Para a abordagem dualista, entretanto, 0 problema nao se encontra ra constituigde étnica, cultural ou racial da populago, mas na condu- ‘cao de poltticas administrativas e econdmicas, no comportamento das ccamadas dirigentes, na falta de estimulo para o progresso, namé orien- tagao do governo, Os efenssens eserwoleimen- istas aralisa diversas sociedades como repre sentando forentes cestagios de isu. Agim ocean. neenowo Aims 213 Pye hI ARAL) BART A! : gr BA vas € acaham estimulando uma economia “periérica”, isto &, setoves ‘econdmicos tradicionais, de haixa produtividade, que se desenvolvem & parte cu na “periferia” dos setores “deserwvoivices © concelto de petieria diz tespeito a0 que, em uma sociedade, & secundliio, relevante ¢ até ancimal em relaco 20 que € central, im Portante, desenvolvido, E um conceito usada apenas para regidies¢ Seto. Fes “atrasatlos” no interior de uina socieviade ou nago "subdese woke da’, Muitoscintistas socas,enterant, empregama exprestdo "paises periférieas” para se reerir as nagdes do dito Terceiro Mundo, Gunnar Myrdal e Wright Mills desenvoivem pesquicas enfatizando o Sardler dual das sociedades “cubdesenvalvidas". Jacques Lamben difuin, ‘iu essas analises de cardterdualita em seu famose lvro Os dois Braces ‘A diferengo ene esses estos estén forma de conceber as veages SE a EERO Ov 0 Sater “desenvoivido* mantém com ¢ seior tadiional, (itdo" ou “petifvco”, Para alguns essasrelacbes sso desimplescoenie {Enea dutanievim perrodo de warsi¢ao, que resultarsna edhgaodo taciein, nal € no pleno desenvolvimento do capitalise indus. Pare outos oe ‘clagdes si de dominacdo, sent prota o stor “desenvalviio”, pro ‘ual se oriena tada a aco potca ¢ taco o investimento econtémnicc, O conceito de marginalidade Outro conceito que surgiuna sociologia para designar os setores "nae “sesenwolvidos” ou as regides “arasadas” foi o de “marginalidade" Segundo Brosses Pereira: © setor tradicional ow marginal é aquele que fica exe extero. Ocolonializmn hoje também enwvol- ‘desenvolvimento técnion ecientfico, tinamert, policas complexas de invesiinsrto uma atuacéo ecordmica glcalizaa, na qual invetidoes do murda nti enim pegs lacrabwasem rome de suas empresas _nais cr nore ce seus paises. E espera retoano dese vestimento Alen sso, formacdo de blocos econémicas representand allancas, acordos,parcenias, em substiuigdo 20 secular padre do estado-nasd, (az emer cdvergénciase identidades nova. Angas valde ixarce en, aproxanda vethos inimigos, a resme tempo er que lagos tadicionals sto desittos, ciard novos Cerios de forgas no censio intemacional. *desenvohiment orn Alegre do Sul, S89 Paulo, 1992) A contribuigéo latino-americana As teoras que foram estudadas neste capitulo dizem espeito a anslses geradas a partir dos paises ricos, desenvolvidos ou industrial izados. No enlanto, os paises pobres e “em desenvolvimento” ne fcaramn imunes & «essa preocupaqies. Oestudo do deservolvimentsmo ocupou grende parte do pensamento saciotégico latino-americano, especialmente a partir da ‘Segunda Guerra Mundial, quando se passou a acreditar no planejamento eno engenthamento de polticas pblicas capazes de romper cor os elr- Cullos vciosos do subdeservolvimento, México, Chile, Argentina e Brasil tiveramtrabalhos de destaque que infam a vantagem de terem surgida do convivio com os problemas que essasterias abordavar, stado e ciéncia comecaram 2 propor formas possivels de ‘enfrentamento e superagSo das sitvacbes de marginaldade e dependen- cla, quer de um pafs sobre outro, quer de uma regido sobre outra, Houve financiamento de pesquisas e grande parte dos estudos social6gicos vol- Louse para desenvolvimentismo. As pesquisasrealizadas no Brasil pela 22k_ Seance coveemnunee ‘As tecnolgias impimers um novo crater aos confor ene eauddeservolsimento™ Mercia de O colnmalsaio bofe onvotve deserve mento téenteo e etenefco, tretnamenta, “poles financetva ede innvestiment, t I 1 i CCepal — Comissz0 Fconfimica para x América Latina —, desenvolvidas sol a orienta de Celso Furtado, repereuriram intemacianalmente Por elas podese combater a teoria clssica do liberalism segundo a qual 0 mercado liwe € capez de distibuitriqueza nacional « intemacional sete, Provau-se cue as desigualdades peceluram e se agrofundam. ‘Oura ménito desses estuds oi ter influenciado as potas ecandmicas esses pases que, adotando estatigias de maior agressividade na deesa de seus ineesses,promovetam 0 desenvolvmenia curaateosanos 1950. 1960. ‘Apatir de eno, totavia, com 0 apcio dos regres militares insalados na ‘América Latina, 0 desenvolvimento conmegon ase pesado ccmo resultado de uma azo conju com as empresas privadas. Fo ertBo que, com esse Cjetiv, insalaramse mo paisa Volkswagen, a Ferd © muita outas Ces == Compreensdo de texto 1 Qual 6 deio que est por ras de todas os cassifcaeas de eulbres,rogiées & noeées que os disinguem como avonzodas/atnasadas ou desenvohkios/subdeservobidas® 2 Como foram chamadas, nos leorias desenvelvimentistas, as novas nagSes? Por qué? 3 For que no poserresocilor que ot razbee do “okaso" dos rows nage ere os corotesias de evs povos oro? 4 Fer que © exemple da asia os permite eon © desemolitento propos por Rostow? Que criticas podem sey feitas & sua teoria? 5 For que podenos dizer que 0 subderenvohimento 6 rsutado da expansGo do coptaliemo? £6 Deque manera o dependnclatencligica omplio os desiguckledes nie as nanbes? 7 Deqpe aan gcbalzcito cata o process de dermhvimero contri nadine = Interpretagdo, problemotizacio e pesquisa & Anclise 0 sequinte echo de Bias Gannage: ‘Os paises subdesenvolvidos apresentam-se como um Conjunto dle egides caja expansio alo ¢ gual. Gertas 2onas estéo avancadas € consttuem pons nevedigicos do ereseimento; cures, Fechaclas so dove si propria, permanecem atrasidas © mio chegom a ulapassar 9 pponto’a pani do qual ¢ processo cumulativa ce cxescimento extza fem jogo." Economie du développement, apuc Luiz Perea, Ensat- 108 de soctologta do deseravivimento, p. 5455.) 9) Podemos affinar que se aia de uma anélise duis? Per qué? 1) Esse duolsmo & deseo como corecteristica inlerna des puises ov como resulante de suns rlocies externas? Explique. Asa so recog po emuncnyo Asemandis 225 4g] Seaunde essa analise, quel & o processs natural das sociedades dualstac? 9] O que-0 autor subentende por canceite de crescimento? 9 °O dualiseno territorial é uma fase transitéric sémio, O erescimenio econd aie eee a, Gomogé d <1 Guel = epeardo qu Els Goomagé dé por oot de eis aan nos patses subderemvalidos? “ “ 4) Segundo 9 que vocd sabe da hisiéria do Bros, ctraso d conesponderia a uma fase de tronsicae? ‘mcs inerente ao desenvolvimentstey rea ndo aparece por todos os lugeres ae mess le cortas regis TO No echo o sau a quem cabs o rexponsabiidode pela "narginaldae dos og “*+crav08 em ralagdo as desenvelimento da naga brosilgia? “A desagrepacio do regime estravocrata ¢ senhorial eperouse, no Eras sem que se cercase a destiuislo dos antiga agentes de sabelhe creravo de assistnciae gacantias que os protegessem na transigio oma ppaistema de eabatho lire. Os senhores fora eximidos da reaporcabh fidade pela manatencao ¢ seguranca dos lbertos, sem que o Baek, on A lstet ou cura qualquer insttuicTo assuminse encarsos especiis, que tivessen por cbjetiva Prepar-ios para o nono regime de vapanieayto da ‘ist € do teat, © tibet vise ernventd, sumdria eabruptanente Seu senho cle si mes, tornando-se nesponsavel por sia peskan © pore Sens depenclentes, embora nao dispusease de meloe materi ¢ niche Para velar essa proeza vos quacks de uaa econoeta cemmpetien” PBINANDES, Boman ira da nego oa tected de laces ‘Ho Paolo: Bode Edaap. {950 pd === Aplicacdo de conceitos 11 Videos: 9} fhe de Fees (Bras, 1999. Digi por lorge Frkido. Ourogdez 95 min.) — patente, verses vezospromiado, no qual o evo Laaca moskor« haf Ge de um forete desde cuando planta alé 0 memenio em que & posse oe pi Ihde, tornendo-se aliments para as que la buscar suo comin ® Eum video mportane para a compreeciao da mletlependoret ene os eles obras ¢ ricos do sociedade e de como ha fhuxos ene eles, 4) Ernesto Varel, do Serra Palade @ Novo Yerk (Brasil, 1984/66, Dirigide por Ferrand Meleles« Marcle Tas) — Asisindo a eee docamenlro, et oot, @ perceber ox confilas regioncis da sociadade contemporines come sceee Ser mas de desigueldades e colonialism, 18 Idenifique esses conceitos no video. <) © tie imperador EUA/Wsia/Inglairra, 1987, Digs por Bernordo Bellet Daraedo: 165 min —- Esse fle relata as nonsformagsea oconrdes ne Omens STS Bponsse do capiichsme, abalando as rlesdos radicioncls enrtenios ne Gina. Estos eitnctesenram em colopse iniciardo un imevesseal eens de ronstormesdo, etzandoce ras informaséos do filme, olabore uma reportagem erica o esptio de come 0 distor oeresentou o choaue enive a colure chicos wedioeeer es modarnizacio de pats. 7 A forga doe peuenos “ples ceugam tn ino des recebem om ergo ds final mero nso gganss ms produ agicolaeeerecem mal ce five dos empreyor 0 cre. pic de eds dos 80870, asl se vansornow em gra icra tt epee Ama tempo, devi sblemuea propaganda, ese tipo ce eur seri cave ola sinagens tes popetaes agian oe iene mecanizdks Por ou hdo, geerahouse ace de ue as ropetides sip hnprodtes responévele or ua Precis ft ch proto agi do pal. Noo xa. On dads do Cento ABpECIHO de 1975 masran, com caer, 2 superidedaspeque © med poprddes apices soe ag grande no produ dead a0 erady nme come Deapor tao. © ean dos pequent extaelscmton co menos ded hecareshecti:1N 4 a, ccipands 21% ds ea ttl osbarven- icio?, pain pts corputadons de boise), tekefones cekilares com seeso 3 nieret, ema digits par ats fora Se eu epetir ess lisa em cinco anes, ela certmente fr8-aparelhios {que sinda nem imepinam0s, Iso seu falas pa consinie produgio de Ahavas versbes de progiawas, cada vez mais poderoxas, que, otc Se- cet sodas, precisa de computadores ead vez mals ripios. © ato custo ca constante renovagio das tecnologias promove 2 ceniséncia de uma “subdasce’ teenolbgica, os deiaidos as mangers {20 tibiae digital. E, como 9 motor fundamental ca sociedad 190 Gera so 2 yeriglo e a roca de inormagio, esses noves maryial- zados digtis coher uma grande desvantagem no mercacho ce tae bulho, Essa estraicagio social € ainda maior em pafses once ac trbusgdo de renda € miko pelarzada, como é o caso brasleio.” GEIR, Maro eae Sel, 12 ap. 22 Came Ma = Entender 0 texto 1 O.aye 6 subclosse toenolbgica® | ay i. ToWo3 we Bom-vindo ao deserto do reat rw ‘Manis’ (1959), o bitdos iemlos Wachowski, rouse ess Lo 90 rl seu ipice:a reali mater que todos ngs expenmnentarnas e vemos aif 2 nossa volt € uma tealdade viral, geraca e ooordenade por ua BH Bigancesto megacerpaador a0 qual estates todos conectados. un. Ht doo herds (papel desempenbngo por Keanu Reeves) despeta na neu | sade rea ele vé uma palsogem arrasida plena de runas queinidas — BS © gue reson de Chicego apd una guera murda © ter da reste ; magia’ Nos Fstados Unices em particular havia uns ceescente rene déneia em raise jofesmagiia como mereadorl, criada @ disc fern uma ‘econosnia da informegtol.” G5, Aa € BURN, Ptr, Une ht ett ea see A She tao So sanos « Grabes &, ontes 10 Segundo o outor 0 que interfere na comuricago ents ome de mois nada, « tecnologia, a midio ov © cultura “Os ms balls wo longo dos ings cinco amas etnonstran «que amerkaosedtbes vive «malo pate co tempo em nds ses ety se ee oes ne feqwuer quando se vata e esabelcer a pane amas imponante distinc absevads peranteoiateocutormo decane de uns coo" tersu, Como serenios 08 fabes utleam mut mais 9 elfsto 0 tact do que os anerianos nerpretan «comin sieveatete bs respeativs das sensors" HALL Eval 4 dimer sult bias Reload Agta, 18 1 tiodeimprenso.com.br, ha diversos orligos 17 Pesquisa — Ne enderego worw observatoriodaimp so de comunicacao de motsa, especialmente o jamalisme, gue permi- fomcalsr dons tas abe eae capi stpecmonte sob epee da leoric eica desonvoivida pela Escola de Frankfurt A Donaei as noms ea comeseacto 295, be ne ke - ri i ¥ we we — Aplicasio de conceitos: 12 Video: Janela do ale (Bras, 2002, Dirigido par Jade Jordim e Wolter Carvalho Durogio: 73 min.) — Documeniétia reunindo depeimentos de 17 pessocs, entre tudo iso reveside do afevilade das usnamissBes a0 vio ¢ do raturaliine das tecnoloiasanaliaias ‘mulheres tiveram papel importante no estabelecimento dessa ova cetidlanidade, como, aliés, de todos os modos e costumes ca octedade utbana indesril, Tendo deixado o meio rural, onde se A soar cs nos ua commscacio 297, jaegravam ix diversas atividades sociais — © plant, as festas & a Sy Sc dos filhes —, essas mulheres dio forma 2 parte inyportane ts sociedade contempesinea: a vida privada. S40 elas que consituns ie © Pabico por excelincia da culturs de massa, que represen fambém a ruptera com a solddo do interior domestica. Come at presses dos comerciantes ambulanees, os micios de comuaicushede massa passumn a disputar es othos e ouvidos cas donas de eee oe Consumidoras por exceléncia do capiculsme instil. ©) uso dy Cala; cla visualiads « clo melodrama resulta taeahém da fons resenca feminina nesse pablico massif = COSTA. Cini. ga compute mii ‘Slo Paulo Some 102 p 6 sm Entender o texto ‘Como © autora explca 0 sucesso dos meios de comunicagio de masse ne secie dade contomporénea? 1A sociologia ? wens no Brasil ee no brasi ser acessados, instanigicamente Entendes a midia como processo tamlxém implica um recone mento de que ele &fundamentatmemte politico ou taler, thats each, SURINe, Policamente econfmico. Os significado oferecidos e pr dludidos pelas varias commicagdes que inundam mows vida exten 2a saisim de instuuigoes cada vez mais slabs ent seu ileanes cog fuss Setsibiklides ¢ insensiblidades. Pouco oprimidis pele poo Risotico de dois xéculos de avango do capiailiima e desereuider rah facts vez mais @ poder tradicional dos Bstaclos nactonats, elas eccne, {eceram uina plataforma, € forgone admits, cura u comuumtcigne oe inassa, Bsa aad & apesar de sua diversidacle e de sn Neubisiade rogressvas, 2 Fem dominane dessa comnicagio. Hla conutrarge invade extturastovais, mesmo gue no as subhupue* SILVERSTONE. Roger Por eater ries So Pa tte ap sms Entender 0 texto § Como 0 outer prope que se estide a midia? ad © at « Be. A sociologia no Brasil Introdugéo Desde 0 inicio deste tivre vimos estudando 0 desenvolvimento do pensamento saciolégico como resultado cle um longo rocesse que teve como suporte as condigdes sécio-histsricas do capitaisma na Furove, © pati do Renascimento. Esse processo culmina com a elaboragao cient fica do pensamento social, no culo XIX, cuando sed sus plona sure mia em relacdo a Filosofia social ¢ quando se realiza a concengio de ‘objetos, conceltos e métodos paiprios de andlise. Na América Latina, ¢ em particular no Brasil, 0 processa de forma: 50, organizagéa e sistematizagéo do pensamento saciolégico obede. cea também as candicdes de desenvolvimento da capitalismo ¢ 2 did. mica propria de insercao do pats na ordem capitatista mundial, Revlote, Portanta, @ situagdo colonial, a heranca da cultura jesultice © 0 lent: _Brocesso de formagao do Estado nacional Desse modo, faremos um breve reraspecto da formaciio cultural & intelectual do Brasil, procurando salientaro processo de desenvalvinen. {0 ds idelas sociais a partir da emergancia de situacdes historicas com. creas. O pensamento socioldgico reffetiv as relagdes coloniais com a Europa e o desenvolv’meno dependente do capitalismo,além da lenta complesa formagie da consciéncia nacional, A cultura colonial No Brasil, desde a colonizagao,teve inicio umi processo de implanta {Go da cultura europeia promavido ptincipalmente pelas ordens rligio. 35, em particular os jesultas que exesceram, durante trés séculos, o mo, apoio sobre a edtucasdo, o pensamento culto ea produgda aititiey Imbuidos do espitito da catequese contraneformista, os Jesuitas toune., ‘am uma flosofia universlista e escoéstica, Promoveramo tupi Acondi: $0 de “lingua geral”, popular, ac lado de latim ¢ do portugues, ntodi, 2iram um sistema miso de exploracio de trabalho indigena que, cemahi nado com o ensino religioso, quase aniquilou, os poucos, a cultura Dative. Assim, 2 Catequese © a evangelizagao foram um importante ings trumento de colonizagso. A adminkstragao, por um lado, ¢ 2 cultura, por outro, trtavam de subordinara colénia aos interesses de Portugal eda Igreja, Implanteucse lyrna cultura erudita e religiosa, uma forma de pensar haseada na retériea £E.em Principios oniversalizantes e de pouco pragmatismo. Seus efeitos forarn a aculturacio indigena, a subsmissdo das populagiies esctaves ea 2O0_Asteoa no Bigs 0 desonvoing mento dy Ponsamicnty soctolSgee no Brasil obede. cet as coma $0 as desenvateh ente do apa ¢ da insergae dy Pats na orden mundial 6 que se dedica ingB0 drSstica das camades cultas, compodas pelos sarap Saber emda 20 trabalho brcal Ese carter do dsinao socil¢ Ye alienagao em relagio 3s reels necesidades da sociedade come um do marcou profundamente 2s alividadesintelectuais que aqui se estar feleceram. Durante séculos, premicla por diferentes cicunstincias, voles a Weagnstnie So pan Rustad, acca fe dominagao, Acultura e as classes intermediérias no século XVIII sto de ubsnizaco, de século XU, amine pronacou un sr decrcvimeto comet ede expratdey gu sles #sooetice ll eno ess ai a dsp pn Sane era eadminisvodorey do loo, eescavos nates de tt, Sian roves capes Ives prac esatos nels da Soca F comerciantes, arifices, cradares de animais, funcionariog da admins. 0, ttago, fscais & cortroladores da extragao de minérios e da export catre outras Ae conto do period acuari, 0 d ineragso aio » com ai 3 ira vez, a populacio livre era mais, posigao da populasao: pela primeira vez, a pop. 2 mes sre uk ua ea tear ea Me predades, ue precede osugment de burg propramente da, tase corsumidra da cultura evrop, em spe a deo a> esa, buscando criar uma identidade nova que a distingusse tanto ‘escrave incult como da elite colonial conservadiora. Nese intuito, 0 _nupo emergente confor com o ensino praticado pelas ovdens religiosas ‘estabelecidas em Minas Gerais, bastante progressistas para a 6paca, 1750, for semindrio de Maan, em Minas Cera, trdado em 1750, reves ene pte coro eile comes Ys lass fa nanan temeivnero de un baroxa orginal ena musi, emp cnet nena acon Ag Oc coo rodueto eran orn as poucosrligaro dedados 3 frog oS inaloge. Psa Sed 0 ster ene, vod fava os etulos uric A cultura da corte eo século XIX Com a transferéneia da corte joanina para o Brasil, em 1808, & Invoduzia na coli cara prague cl pcs, rena ds in fluéncias do humanismo neoclassicista francés e da produsao cultural dda Universidade de Coimbra, A eriago ca Academia de Belas-Artes, 3 fundagio da imprensa, o lancamento do primeito jornal, a organizagao (Ascot 90 Baar 301 da primeira biblioteca © dos primeiros curses superiores romperam em parte com 2 cultura escolésticae lterétia anterioe. Introduziu-se o instu- mental prético destinado a formagao e viabilizag0 do eparelho acm nistativo do império. ‘A cultura dessa Gooca destinava-se a descrever a coldnia por meio de estudos naturalistas, que recebiam © nome genérieo de “histéria nalue ral", €a recrutar, naquelas classes intermediarias a que nos referimos, intelectuais dispostosa servi a corte e ds classes dominantes, Apesar de voltads mais praticidade, continuava sencio urna cultura alienada, clita da pelas nornas europeias,cujo objetivo era organizar o saber desi vo, funcional ¢ ostentatério, além de garantiro dominio do poder mpe- rial. 0 diploma concorria em impartancia com o titulo de propriedade 1a tera, forrando um grupo de letrados portadores de um conhecimen- to juridico e descritivo, sem quslquer conteido critico, Tratava-se de uma cultura filoséfica © humanistica, exercide por jornalistas, professores & funcionérios piblicos dependentes da cove e dos proprietirios de terra sce clistanciamento da classe cults em meagdo 3s condicdesda gran- «le maioria ca populacéo criava uma hiato téo grande que, mesmo qua- do o exercicio do saber levava a rebeliio, como na Conjuracao Mineira ena Revolug3o Pemambucana de 1817, defrontava-se a elite rebelde com uma constrangestora contradigao> ura atividade intelectual critic, de insplragao liberal, exercida por pessoas que depercliam da classe cominante, em uma sociedade ainda colonial ¢ escravacrata. O distanciamento dos rebeldes em relagao 20 zestante da populagae escra- va e espoliada impedia a tansformacao da dissid@ncia em revalucao. E, embora a terra, a nacdo e a pétria emerzissem camo tema e como bjeto de analise na praxiugio intelectual e artistica da época, iso aconte- Cia segundo preceites estrangeirase distantes, nunca come manitestacao do ur novo alhar desse grupo ele artistas e pensacores sobre si mesmas © sobre 0s outros. forma e a linguagem eam estrangeitas, s6 0 motivo era nacional. Essa dicoiomia entre a realidade vivida e o conhecimento pro ddazido e consumide pela elite caracterizava uma nova forma de atiena (20, responsével pelo tardio desenvolvimento da ciéncia no Brasil Embora a imprensa se deservolvesse, com a fundagae do Diario de Ferambuco, no Recife, do Correia Paviistano, em) S80 Paulo, ¢ do Jornal do Comércia, no Rie de janeiro, e ainda que osurgimento co Romiantismo tena estabalecido o habito da leitura com valores como José de Alencar Martins Pena, prevalece o cardter ostentalsrio de uma cultura de elite, ‘Apgs 1870, 50b pressio do que ocorria na Europa, sigificativas ru dang © crescimento populacional é ‘considerdvel, « produgSo caieeira se expande, so implantadas as arimei- ras ferroviss, aumenta a pressio das camadas médias urbanas por maior Partcipagio politica, Ciclos econémicas decagentes provocaram a emer ‘séncia do pensamento critica, Fas tansformagaes se refletem na crin¢30 Teetatia ena critica social com as obras de Aluisio Azevedo, no Maranhao, 302_Asconna no Bun No século XE, © diploma comperia em sinportisicla coms fitio de nebresa e de proprieda. de des terra, ‘Adolfo Caminha, no Cears, Tobias Barrelo, em Pemambuco, Joaquim 'Nabuco e Rui Barbosa, no Rio de Janeiro. Devem-se lembrar ainda Ma chado de Assise Castro Alves, escritores ¢ poetas, Silvio Romero —deser= volvendo a erties litersria — Euclidas da Cunha == tragando em Os saitdes uma elaborada anélise da rebelio camponesa de Canucios, exolicitando o contlito de uma saciedade dividida em dois mundos ana. rentemnente imeconcilidveis: 0 das cidadeslitordneas,receptivas 2 iniluen- cia externa, €0 do interior, arstio e tredicional. ‘Ao laco iso, também se delineia um leio desenvolvimento cientico. £1 1874, surge a Escola Politécnica de Churo Preto e, em 1893, aFscofa de Engenharia de So Paulo. $6 no inicio do século XX fundasse o Instituto >Manguinhos, oo Ria de Janeiro, queimpuisionaréa criagdo de oatas institu 60s de pesquisa cientifca, como o Instituto Bioldgico eo Insta Butanta, 21 Sto Paul Insituto Agiondmico, em Campinas, ode Patologia Expe- fimentl, ern Belém, &0 Instituto Borges de Medeiros, em Pelotas, HE O advento da burguesia © desenvalvimente das alividedes comercials e de exportagao # a ‘expansde capitalista do inicla do século, com a formagée da bureuesia nacional, revolucionaram © mode de pensar no Brasil. Annova classe social necessitava de um saber mals pragmatica, menos | Vinculado a uma estrutura social herdad da colonizacao, capaz de tans- | formar a antiga colinia em ums nacdo capialista, Além de combate as ligarquias agedrias era necessér(o insiulr ¢ emancipar as camadas po- pulates, de maneira « desenvolver necessiclades eatitudes politica, além de possibiltar novas aliangas ideol6gicas. Os interesses que emergiatn | deveriam estar expressos na cultura de ép0ca parte de eno, veriicase uma tenlativa de uptura com a heranca cultrai do passado: procura-se combatero analabatismo, homogenizar os vatores ¢0 discurso, criar um sentimento de patriotism que levasse 3 smudangas reais na estutura social. A modernizagao do pals passava a set iraportante. Nesse sentida desenvolviam-se inimeras campantas, A buaguesia como a abolicionista, do final do sécuto XIK ‘A Primeiss Guerra Mundial e a crise que a sucedey fizeram crescer 0 Sa oder econdnica-e policed burguesia nacional. For aauroradanacio- Reenter de nalsmo. Grands joreals basilar, coma © Estado de S. Paula e 0 "™" ber mate Diario Nacionat ram ports-vozes dessa classe que procuravamodkmni- tena zar 6 pals e reunir as diferentes regiGes sob um idedrio commum, Esse PARMEAHLD, sentimento se manifestavainicialmente, deforma timida, em idetas pro- menos tecionistas, ave propunham a deiesa da preduczo nacional por meio de “Mersin ¢ taxas alfandeparias. $6 mais tarde, sob impacto do crescente interesse do “*P*™ vn capital estangeira em investi no pats, nacional passou a defers tune der idetas e medidas mais radicals ia wo _Asscomanne Ben 903

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