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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL

CAMPUS DE TRÊS LAGOAS – CPTL


ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

ALEX CAVALARI
HESTER MARTINS
MARCOS VINICIUS DE CHAGAS PAULINO
YURI HENRIQUE BORGHI DA SILVA

MATERIAIS SEMICONDUTORES E CERÂMICOS

TRÊS LAGOAS
2019
ALEX CAVALARI
HESTER MARTINS
MARCOS VINICIUS DE CHAGAS PAULINO
YURI HENRIQUE BORGHI DA SILVA

MATERIAIS SEMICONDUTORES E CERÂMICOS

Trabalho apresentado a disciplina de


Ciência dos materiais I do Curso de
Engenharia de Produção da UFMS,
campus de Três Lagoas – MS, como
requisito parcial de aprovação, sobre a
orientação da Prof. Dr. Rubens Ribeiro.

TRÊS LAGOAS
2019

SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO......................................................................................................................4
2 MATERIAIS SEMICONDUTORES......................................................................................5
2.1 Dopagem...........................................................................................................................5
2.2 Semicondutor tipo N e P...................................................................................................6
2.3 Aplicação dos semicondutores..........................................................................................7
3. SILÍCIO..................................................................................................................................8
4. MATERIAIS CERÂMICOS..................................................................................................8
4.1 Características dos materiais cerâmicos..........................................................................10
4.2 Classificação dos materiais cerâmicos............................................................................10
4.3 Processamento das cerâmicas.........................................................................................10
4.4 Aplicação dos materiais cerâmicos.................................................................................11
5. CONCLUSÃO......................................................................................................................12
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................13
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1. INTRODUÇÃO

A história do desenvolvimento de um novo material é sempre tortuosa, repleta de idas


e voltas, e, por isso mesmo, rica em aprendizado. Semicondutores foi um tipo de material que
teve dificuldade de ser aceito, inicialmente, na sua própria existência. No entanto, em um
período de mais ou menos 30 anos (1930-1960) ele deu um salto no seu conhecimento técnico
e cientíco, tornando-se o material que revolucionou a tecnologia e a própria sociedade. Vamos
inicialmente caracterizar o que entendemos por um semicondutor. Como o nome diz, ele
caracteriza-se por possuir uma condutividade elétrica intermediária entre os metais e os
isolantes. Mas uma característica fundamental dos semicondutores é sua flexibilidade de
alterar suas propriedades em função de sua composição ou de uma ação externa. Em
particular, a condutividade pode variar em várias ordens de grandeza alterando o grau de
dopagem, necessitando para isso pequenas quantidades de dopante. A condutividade,
diferente do caso dos metais, aumenta com a temperatura. Podemos ainda aumentar a
condutividade dos semicondutores iluminando-os.
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2 MATERIAIS SEMICONDUTORES

São materiais cujas propriedades de condução elétrica ficam entre as de um condutor e


as de um isolante. Um material só conduz corrente elétrica se tiver portadores de carga
móveis (livres). Os elétrons nesta situação ocupam necessariamente níveis energéticos na
banda de condução. Os buracos ocupam necessariamente níveis energéticos na banda de
valência. Um dos mais importantes materiais para a fabricação de semicondutores é o silício.
Situando-se abaixo do Carbono e acima do Germânio, é um material tetravalente, ou seja,
possuem 4 elétrons na camada de valência, criando assim quatro ligações com átomos
vizinhos, formando assim ligações covalentes, se apresentando na forma de reticulado. Tais
elementos, a deriva, são maus condutores de eletricidade, pois não apresentam muitos elétrons
livres à temperatura ambiente; somente após o processo de dopagem, que consiste na
implementação de “impurezas” no reticulado, que o material passa a se comportar como
semicondutor.

2.1 Dopagem

Os materiais semicondutores podem ser tratados quimicamente de diferentes maneiras


de forma a tornarem-se tão condutores quanto o necessário à temperatura ambiente
(dopagem). A combinação de semicondutores com diferentes tipos de dopagens faz emergir
propriedades elétricas não observáveis quando separados, propriedades muito úteis sobretudo
no controle de correntes elétricas.

Quando intrínsecos (puros), possuem em sua composição tipicamente elemento ou


combinação de elementos que lhes confiram uma estrutura covalente com todos os orbitais
eletrônicos ligantes de todos os átomos sempre completos. Não há por tal portadores de carga
elétrica estruturalmente livres quando puros. Quimicamente viáveis há os semicondutores do
grupo IV (ver tabela periódica), como os de germânico ou, com vantagens à temperatura
ambiente, os de silício; do grupo III-V, com destaque para o arseneto de gálio, nitreto de
gálio, sulfeto de cádmio, arseneto de índio, e certamente outros com estequiometrias mais
sofisticadas. Os elementos no composto devem aparecer sempre dispostos em estrutura
cristalina sem falhas ou imperfeições, o que justifica o emprego de técnicas de produção
elaboradas e especialmente desenvolvidas para garantir tal simetria.
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A dopagem é feita utilizando-se elementos diferentes dos que integram a rede


semicondutora, usualmente os elementos da coluna III (para semicondutores tipo P) ou da
coluna V (para semicondutores tipo N). É contudo também comum o emprego de elementos
de outras colunas, incluso a coluna IV, tanto para a obtenção de semicondutores do tipo P
como do tipo N.

2.2 Semicondutor tipo N e P

É caracterizado pela imposição de uma pequena quantidade de, geralmente, Fósforo e


Arsênio no cristal de Silício. Tais elementos possuem mais de 4 elétrons na camada de
valência, possibilitando assim, que um elétron fique livre, aumentando a condutibilidade do
material. Como os elétrons tem sinal negativo, chamamos o semicondutor de “tipo N”.

É caracterizado pela imposição de uma pequena quantidade de Boro, Gálio ou Índio no


cristal de Silício, que se encaixam na estrutura formando 3 ligações covalentes (trivalentes); a
ligação que fica faltando forma um buraco ou “lacuna”. Quando a corrente passa pelo cristal,
os elétrons migram para os vazios das ligações vizinhas, fazendo com que os buracos se
movimentem no sentido da corrente. Como os buracos têm carga positiva, chamamos o
semicondutor de “tipo P”.

Figura 1 – Dopagem tipo N e P


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2.3 Aplicação dos semicondutores

É utilizado para a produção de ligas metálicas, na preparação de silicones, na indústria


cerâmica e, por ser um material semicondutor muito abundante, tem um interesse muito
especial na indústria eletrônica e microeletrônica, como material básico para a produção de
transistores para chips, células solares e em diversas variedades de circuitos eletrônicos. Por
esta razão é conhecida como Vale do silício a região da California ( EUA ) onde estão
concentrados numerosas empresas do setor de eletrônica e informática.

Diodos: Um diodo é o tipo mais simples de semicondutor. É um componente


eletrônico que permite a passagem de corrente elétrica em apenas um sentido. É muito
utilizado para retificar sinal alternado, retificação de Sinal de Áudio, detecção de sinal de
rádio e etc. A imagem a seguir mostra a representação do diodo usada em eletrônica e o
componente real.

Diodos emissores de luz (LED) : O led é uma tecnologia recente em questão de


iluminação. É econômico e promete ainda vários avanços na área de produção de imagem.

Células Solares: células fotovoltaicas, usadas para produzir energia elétrica a partir da
radiação solar.

Figura 2 – Células Solares

Circuito Integrado CI: São circuitos eletrônicos em miniatura, compostos principalmente de


semicondutores.
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Figura 3 – Circuito integrado

3. SILÍCIO
O silício é um elemento de número atômico igual a 14 que só é encontrado na natureza
na forma combinada. Ele é usado como matéria-prima de vários produtos importantes.

O silício (Si) é um elemento químico de número atômico igual a 14 e pertence ao 3º


período da família VI A ou 16 da tabela periódica, a mesma família do carbono. Inclusive, por
essa razão, ele possui estrutura semelhante à do diamante (um dos alótropos naturais do
carbono) e suas reações químicas também são semelhantes às do carbono.

O silício foi descoberto em 1824, pelo químico sueco Jöns Jacob Berzelius, por meio
do aquecimento de tetrafluoreto de silício com potássio.

O silício é o segundo elemento mais abundante na crosta terrestre (27,7%), ficando


atrás somente do oxigênio. Ele é encontrado em praticamente todas as rochas, areias, barros e
solos.

O silício não é encontrado isolado na natureza e, inclusive, combina-se com o


oxigênio para formar a sílica (SiO 2 - dióxido de silício). Combina-se também com outros
elementos para formar principalmente o quartzo – SiO2, os asbestos – H4Mg3Si2O9, a zeolita –
Na2(Al2Si3O10).H2O e a mica – K2Al2(Al2Si3O10).H2O.

4. MATERIAIS CERÂMICOS

Os materiais cerâmicos foram “descobertos” na idade média, antes mesmo que os


metais. As cerâmicas não podem se encontrar na natureza, elas foram os primeiros materiais
criados pelo homem, inicialmente para aplicações domésticas como potes e vasilhas.
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Existem dois tipos de cerâmicas, as tradicionais e as modernas. As tradicionais


são feitas a partir da mistura de barro ou argila, agua e outras substâncias, com isso podem ser
facilmente moldadas e posteriormente endurecidas pela ação do calor. As cerâmicas modernas
são materiais com grande aplicação e interesse em engenharia, podendo ser encontrados em
produtos como memórias de computadores, dispositivos eletro-ópticos, telas de LCD, entre
outras aplicações.

Figura 4 – Evolução da cerâmica em relação ao avanço da tecnologia

Assim, podemos dizer que cerâmicas não são elementos químicos, mas sim
compostos químicos ou misturas de materiais inorgânicos preparados com a ação do calor e
do resfriamento.

Os materiais cerâmicos tipicamente possuem pontos de fusão elevados, baixos


valores de condutividade elétrica e térmica e altas forças de compressão. Além disso, eles
geralmente são duros e quebradiços e possuem uma boa estabilidade química e térmica.

As cerâmicas são compostas por elementos metálicos com não metálicos, essas
combinações formam óxidos, nitretos e carbetos. Observa-se que os semicondutores Silício e
o Germânio funcionam como metais na composição de algumas cerâmicas.
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Figura 5 – Os materiais cerâmicos na tabela periódicas

4.1 Características dos materiais cerâmicos

Os materiais cerâmicos possuem características variadas de acordo com sua


composição química, contudo, algumas características são recorrentes, como sua alta dureza e
fragilidade, estrutura cristalina complexa, elevado ponto de fusão, bom isolante térmico e
elétrico, matéria prima de custo relativamente baixo e em altas temperaturas sua resistência
mecânica tende a aumentar.

As estruturas em cerâmicas dependem do tipo de ligação predominante.


Cerâmicas exibem combinação de ligações com caráter iônico e covalente e o tipo de
estrutura cristalina depende da quantidade dessas ligações.

4.2 Classificação dos materiais cerâmicos

Os materiais cerâmicos podem ser classificados em cristalinos, amorfos (vidros) e


vidro-cerâmicos. Os cristalinos são à base de Silicatos, óxidos, carbonetos e nitretos. Os
amorfos (vidros) possuem, em geral, a mesma composição dos cristalinos, diferindo apenas na
maneira do seu processamento. Os vidro-cerâmicos são formados inicialmente como os
amorfos e tratados termicamente.

Os cerâmicos avançados, são baseados em óxiso, carbonetos e nitretos com


elevados graus de pureza.

4.3 Processamento das cerâmicas

O processamento de cerâmicas é realizado através das seguintes etapas:


Compactação, preparação de material, moldagem, secagem e sinterização.
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Através da compactação de pós ou partículas e aquecimento a temperaturas


apropriadas é feito o processamento de cerâmicas. Na preparação de matéria-prima as
partículas devem possuir tamanho controlado, para atingir um processamento homogêneo.
Sua moldagem podem ser a seco, úmido ou plástica. A secagem do produto conformado é
submetida a fim de eliminar água ou/e ligantes. A sinterização é efetuada com a submissão de
tratamento térmico para densificação.

4.4 Aplicação dos materiais cerâmicos

Através da evolução de aplicações e com o avanço da tecnologia, possui desde


finalidades simplórias até avançadas. Presente em chips para computadores, cartões de
crédito, computadores e processadores. Aplicadas em cerâmicas para revestimento em
aeronaves, em materiais refratários, na qual são materiais de construção que têm que resistir a
altas temperaturas e manter suas propriedades mecânicas, físicas e químicas nas condições de
serviço.

Figura 6 – Exemplos de aplicações de materiais cerâmicos.


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5. CONCLUSÃO
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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

KINGERY, W.D., BOWEN, H.K., UHLMANN, D. R., Introduction to Ceramics, 2 edição,


New York, Wiley, 1976.

MOULSON, A.J., HERBERT, J.M., Electroceramics, 2 edição, Wiley, 2003.

HARPER, C. A., Handbook of Ceramics, Glasses and Diamonds, McGraw-Hill, 2001.

Carter, C. Barry; Norton, M. Grant. , Ceramic Materials: Science and Engineering (Locais do
Kindle 2-4). Springer New York. Edição do Kindle, 2013.

PSCHEIDT, Ana Caroline. Semicondutores: da descoberta às aplicações! Disponível em:


<http://parquedaciencia.blogspot.com/2013/06/semicondutores-da-descoberta-as.html>.
Acesso em: 30 ago. 2019.

MARINHO, Helen Silva. Semicondutores. Disponível em: <http://descobrindo-


fisica.blogspot.com/2012/09/semicondutores-historia-em-1874-braun-o.html>. Acesso em: 30
ago. 2019.

FOGAÇA, Jennifer. Silício. Disponível em:


<https://brasilescola.uol.com.br/quimica/silicio.htm>. Acesso em: 30 ago. 2019.

 TECH, Extreme. O que é silício e por que os microchips são feitos desse
material? Disponível em: <https://canaltech.com.br/hardware/o-que-e-silicio-e-por-que-os-
microchips-sao-feitos-desse-material/>. Acesso em: 30 ago. 2019.

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