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Paulo Freire indagou sobre a possibilidade de realizar uma educação

pública popular em instituições formais de ensino como um opção política de


atender os mais oprimidos, isto é, um projeto político pedagógico classista.
Paulo Freire (1993) reflete em tom de pergunta mesmo, “No fundo, o
enunciado implícita uma indagação que possivelmente se poderia explicitar
assim: É possível fazer educação popular na rede pública”?
Ao pensar sobre essa relação ele evidencia que não existe “educação
neutra”, pois educação é “um ato político”, mesmo tentando ocultar os seus
fundamentos, ela está impregnado desse elemento norteador e não escapa
aos condicionantes ideológicos, epistemológicos, políticos, econômicos e
culturais.
Do ponto de vista, porém, dos interesses dominantes, é fundamental
defender uma prática educativa neutra, que se contente com o puro ensino, se
é que isto existe, ou com a pura transmissão asséptica de conteúdos
(Freire,1993).
Considerando os limites históricos da educação, Paulo Freire (1993)
esperança que “não podendo tudo, a prática educativa pode alguma coisa.
Esta afirmação recusa, de um lado, o otimismo ingênuo que tem na educação a
chave das transformações sociais, a solução para todos os problemas; de
outro, o pessimismo igualmente acrítico e mecanicista de acordo com o qual a
educação, enquanto supra-estrutura, só pode algo depois das transformações
infra-estruturais (pg.96).
Partindo assim de uma terceira via que vá além de uma perspectiva
ingênua não crítica, que desconsidera os condicionantes da educação, pois
acredita que ela pode tudo e é salvadora da sociedade, também não se
limitando a uma proposição crítico reprodutivista, que evidencia apenas os
limites da educação, mas por outro lado cai em um pessimismo que nada pode
a educação além de reproduzir as desigualdades sociais, procuramos este
diálogo entre a crítica e alternativa, entre denunciar essas mazelas da
educação e também evidenciar as possibilidades que a educação pode mesmo
em seus marcos de uma sociedade desigual.
A educação popular a que me refiro é a que reconhece a presença das classes populares como
um sine qua para a prática realmente democrática da escola pública progressista na medida
em que possibilita o necessário aprendizado daquela prática.

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