Você está na página 1de 2

Hoje é dia da consciência negra, dia em que morreu Zumbi dos

Palmares, representante da luta do negro contra a escravidão no


período colonial. Em 1888, cento e noventa e três anos após sua
morte, foi decretado o fim da escravidão. Mas, a nossa pátria mãe
gentil até hoje não conseguiu saldar a dívida histórica com os
descendentes africanos feitos cativos ao longo de mais de três
séculos. Sim! Até hoje não foram asseguradas garantias que os
libertassem de fato das amarras econômicas, sociais e políticas que
continuam a escraviza-los.

Em pleno século XXI, é triste constatar que ainda precisamos de dias


como o de hoje: um único dia “especial” para lembrar às pessoas a
importância dos negros e de sua cultura na formação de nosso povo,
povo esse , multicolor, que nasceu da união de três etnias e que, com
o passar do tempo foi miscigenando-se cada vez mais.

Entretanto, apesar da nossa diversidade,não fomos educados como


uma nação pluriétnica e multicultural e , por isso, ainda há tanto
preconceito. A ignorância de si mesmo e do povo do qual é parte faz
do racismo uma construção um tanto paradoxal.

Contudo, a falsa superioridade de uma raça em relação à outra se


deve justamente ao fato de a humanidade ter sido dividida em raças.
É preciso, portanto, desfazer esse equívoco, instituindo todos os dias
do ano “datas especiais” onde passemos a celebrar a consciência
humana.

No entanto, enquanto isso não acontece, que saibamos ao menos


reconhecer o negro como a parte de nós ( brasileiros) que sofreu a
escravidão justificada como necessária para viabilizar a economia
daquela época ( e porque não dizer até hoje) , que teve ( tem) sua
história apagada, sua cultura desvalorizada e sua existência
marginalizada. E assim, quem sabe, possamos deixar de lado esse
juízo de valor pré-concebido, que se manifesta por meio da
intolerância ignorante chamada racismo.

Você também pode gostar