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304 Artigo Ed78 PDF
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1. INTRODUÇÃO
sujeito à flexão, enquanto que, na Figura 2: Flambagem lateral com torção de vigas.
figura 1.b pode-se observar a
ocorrência da flambagem local da Um outro modo de instabilidade local que pode caracterizar a falha do perfil é
mesa em experimento realizado por aquele no qual ocorre a distorção da seção transversal em seu próprio plano,
Javaroni (1999). envolvendo deslocamentos laterais e rotações das partes componentes do perfil.
A expressão analítica para o cálculo Dessa forma, o cálculo da tensão perfis aquele denominado
da carga crítica é obtida a partir das crítica é feito de acordo com o mesmo comercialmente como USI-SAC 300.
equações gerais da instabilidade por procedimento para as barras O lote de aço foi caracterizado
flexo-torção, Timoshenko, Gere (1961); comprimidas e para as barras fletidas, através de ensaios em 16 corpos-de-
Vlasov (1962), aplicadas ao caso de uma dobrando-se o coeficiente da mola prova à tração simples, obtendo-se
barra comprimida com apoio elástico rotacional para as barras fletidas. como valores médios:
contínuo. • Tensão limite de escoamento fy
Inicialmente, o problema é = 340 MPa;
3. Análise experimental
resolvido para uma barra comprimida • Tensão limite de ruptura à tração
e posteriormente alterado para as fu = 447 MPa;
barras fletidas. Esta alteração Com o objetivo de analisar o • Alongamento médio de 28%.
corresponde a uma modificação no comportamento dos perfis tipo U
coeficiente da mola rotacional. enrijecidos sujeitos ao modo de falha Na tabela 1 encontram-se as
Para um perfil comprimido, a por distorção quando solicitados à dimensões das seções transversais
distorção das mesas ocorre em flexão, foram realizados 24 (vinte e utilizadas e suas principais
sentidos opostos, podendo-se quatro) ensaios nesses perfis, características geométricas.
idealizar a alma como um elemento variando-se as dimensões das suas Os perfis foram ensaiados com vão
restrito nas extremidades, com seções transversais. de 6 metros, sob uma única situação
momentos fletores iguais e contrários Os vãos, carregamentos, trava- de carregamento, conforme ilustra a
ali aplicados, figura 6.a. mentos laterais e dimensões das figura 7, Javaroni (2002).
Já para um perfil fletido, a distorção seções transversais foram escolhidos
dá-se apenas na mesa comprimida, prevendo-se a ocorrência da Os travamentos laterais, indicados
idealizando-se a alma do perfil como flambagem por distorção. por X na figura 7, tanto nos apoios
um elemento restrito nas quanto nos pontos intermediários,
extremidades, com momento fletor 3.1. Metodologia empregada foram obtidos através do ensaio dos
aplicado a apenas uma extremidade, perfis aos pares, possibilitando a
figura 6.b. Os perfis ensaiados foram ligação entre os mesmos, como
conformados a frio por prensagem, ilustrado na figura 8. Assim, o
com comprimento de 6 metros, sendo programa experimental compreendeu
o aço empregado na confecção dos um total de 48 perfis ensaiados.
Figura 6: Apoios idealizados para as almas dos perfis. Figura 7: Esquema de carregamento para os ensaios à flexão.
MR = Wef fy (1)
b) Perfil Ue 400x85x25x2,25
Figura 9: Falha ocorrida nos ensaios.
ρ FLT
é o fator de redução associado 4.3. Flambagem por distorção da onde:
à flambagem lateral com torção cal- seção transversal
culado em função de λ0, como a seguir: λdist = (fy/σdist)0,5
Para as barras com seção trans- σdist = (0,5E/Ad){α1 + α2 – [(α1 + α2)2 - 4α3]0,5}
λ0 ≤0,6 0,6 < λ0 < 1,336 λ0 ≥1,336 versal aberta sujeitas à flambagem por α1 = (η/β1)(β2 + 0,039It Ld 2) + kφ /(β1ηE)
ρFLT = 1,0 ρFLT = 1,11(1 – 0,278λ0 ) ρFLT = 1/λ02
2
distorção, o momento fletor resisten- α2 = η(Iy - 2 yoβ3/β1)
te nominal deve ser calculado pela se- α3 = η(α1Iy - ηβ32/β1)
onde: guinte expressão: β1 = hx2 + (Ix + Iy)/Ad
β2 = Ixbf2
λ0 = (Wcfy/Me)0,5; MR = Mdist (7) β3 = Ixybf
Wc é o módulo de resistência elás- β4 = β2 = Ixbf2
tico da seção bruta em relação à fibra onde M dist é o momento fletor de Ld = 4,8(0,5Ix bf 2 bw /t3)0,25
comprimida; flambagem por distorção, dado por: η = (π/Ld)2
M e é o momento fletor de
flambagem lateral com torção, em λdist < 1,414 λdist ≥ 1,414
regime elástico, sendo que, para
Mdist = Wcfy (1 – 0,25ldist2) Mdist = Wcfy /λdist2
seções monossimétrica sujeitas à
flexão em torno do eixo de simetria
(eixo x), pode ser calculado como:
Me = Cbr0(NeyNet)0,5 (3)
As propriedades geométricas Ad; Ix; Iy; Ixy; It; hx e hy devem ser calculadas para a
π EI y
2
seção transversal constituída apenas pela mesa e pelo enrijecedor de borda da
N ey = (4)
( K y Ly ) 2 seção, como ilustra a figura 5.
π 2 ECw
1 (5) O valor de σ dist
deve ser calculado, em primeira aproximação, fazendo-se
N et = 2 2
+ GI t na expressão de α1.
( K t Lt )
r0
12,5Mmax
Cb = 4.4. Aplicação aos modelos ensaiados
2,5Mmax + 3M A + 4M B + 3MC
(6) Aplicando o procedimento da norma brasileira ao perfil Ue 250x85x25x2,65
tem-se:
Na expressão de Cb, Mmax é o máxi- a. FLT
FLT
mo valor do momento fletor solicitante
de cálculo, em módulo, no trecho ana-
lisado. MA; MB e MC são os valores dos
momentos fletores solicitantes de cál-
culo, em módulo, no 1°, 2° e 3º quartos
do trecho analisado, figura 10.
b. Distorção
A Revista Construção Metálica comunica que os Artigos Técnicos enviados para esta Seção deverão conter informações técnicas gerais, não configurando propaganda. E-mail: imprensa@abcem.org.br
Foram apresentados os procedi-
O cálculo de σdist em primeira aproximação fornece:
mentos e resultados de um programa
experimental em perfis formados a frio
submetidos a flexão. Nesses ensaios
o modo de falha foi o de instabilidade
por distorção da seção transversal.
Sendo assim:
Pode-se constatar que os resulta-
dos têm, em geral, boa correlação. Em
particular, os resultados da norma bra-
sileira que mais se afastam dos expe-
c. Resistência ao momento fletor rimentais são aqueles referentes aos
Dos valores dos momentos fletores encontrados, observa-se que o modo perfis Ue 300x85x25x2,25 para menos e
distorcional é crítico e fornece: Ue 350x85x25x2,65 para mais.
Observa-se que os resultados ex-
MR = 25,15 kN.m perimentais do conjunto Ue
350x85x25x2,65 apresentaram valores
5. COMPARAÇÃO DE RESUL
COMPARAÇÃO TADOS
RESULT inferiores aos obtidos para o conjunto
Ue 350x85x25x2,25. Depois de verifica-
A tabela 3 apresenta os resultados da norma brasileira em comparação com dos os procedimentos e resultados do
os obtidos experimentalmente. ensaio, não se constatou nenhum fato
que comprometesse esse comporta-
mento inesperado.