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A

BIBLIASAGRADA,

CONTENDO

O V E L H O E O NOVO TESTAMENTO,

TRADUZIDA E H PORTUGUEZ

PELO PADRE

J O A O F E R R E I R A A. D ’A L M E I D A ,

m m m to p u io a d o r do « aw cto b v a n o k l h o e m b a t a v ia .

NOVA YORK:

SOCIEDADE a m e r i c a n a d a b í b l i a ,

1850.

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IN D E X .
Capit.
O primeiro livro do Moy»es chamado Ge- O livro de Job..............................................
nesis............................. .............. ............... 50 O livro dos Psnlmos........................- .........
O segundo livro de Moyses ehumado Êxo­ Provérbios, ou Sentenças de Salamao......
do — . — ..-------- -— ........................... 40 Livro do Kcclesiastcs, ou Pregador...........
O terceiro livro de Moyses cham ado Le­ Cantares do S alam ao................................ .
vítico......................................................... 27 A Propliecia de Esaias........ .....................
O quarto livro de Moyses chamado doa A Propliecia de Jerem ias............ .............
Números............................. ...................... 8ti As Lamentacoemi de Jeremias . ......
O quinto livro de Moyses chamado Deute. A Propliecia de Ezechiel_____ _______ _
ronomio............................... - .................... 34 A Prophecia de D aniel...... ...................
O livro de Jo su a....................................... — 24 A PropiwcM <le Hoseas.............................. ]
O livro dos Ju ize s........—...................... — 21 A Propliecia de J o e l............ ................... ..
O livro de Ruth. ..................- ........................ 4 A Prophecia de A m os.........................
O primeiro livro de Samuel....................... 31 A Prophecia de O hadias..........................
O segundo livro de Samuel........................ 24 A Prophecia de Jonas................................
O primeiro livro dos Reys............................ 22 A Propliecia de Micheas...........................
O segundo livro dos Reys........... ................. 25 A Prophecia de Nahum .........................
O primeiro livro das Chronicas..................— 29 A Prophecia de llab acu c ..........................
O segundo livro das Chronicas................... 36 A Prophecia de Zephamas.......... ..... .....
O livro de E sra........................- ................. 10 A Prophecia de H a g g e n ..................... _
O livro de Nehemias----------- ---------------- 13 A Prophecia de '/acharia* ....................... 1
O livro de Esther ................................ - ...... 10 A Prophecia de Molachias.......................

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0 PRIM EIRO LIVRO DE MOYSES,
CHAMADO

GENESIS.

CAPITULO I. 13 E foi a tarde, e a manhã, o dia


terceiro.
N O principio criou Deos o ceo e a
terra.
2 E a terra estava vasta e vasia, e
14 E Deos disse: Haja luminarias
no firmamento do ceo, para fazer
separação entre o dia, e entre a noi­
havia trevas sobre a face do abismo: te ; e sejão por signaes, e por tem­
e o Espirito de Deos se movia sobre a pos determinados, e por dias, e por
face das aguas. annos.
3 E disse Deos: Haja luz: e houve luz. 15 E sejão por luminarias no firma­
4 E vio Deos <jue a luz era boa: e mento do ceo, para alumiar a terra: e
fez Deos separação entre a luz, e en­ foi assim.
tre as trevas. 16 E fez Deos as duas luminarias
5 E Deos chamou a luz dia, e as tre­ grandes: a luminaria grande, para se­
vas chamou noite: e foi a tarde e a nhorear no dia, e a luminaria peque­
rnanhã. o dia primeiro. na, para senhorear na noite; e as es­
6 E aisse Deos: Haja hum firma­ treitas.
mento no meio das aguas, e faça sepa­ 17 E Deos as pós no firmamento do
ração entre aguas e aguas. oeo, par a alumiar a terra.
7 E fez Deos hum firmamento, e 18 E para senhorear no dia e na
fez separação entre as aguas, que es- noite, e para fazer separação entre a
taváo debaixo do firmamento, e en­ luz e entre as trevas: e Deos vio que
tre as aguas que estavão sobre o firma­ era bom.
mento : e foi assim. 19 E foi a tarde, e a manhã, o dia
8 E Deos chamou o firmamento, quatro.
ceo: e foi a tarde e a manha, o dia 20 E Deos disse: Produzào as agu­
segundo. as abundantemente reptil de alma vi­
9 E disse Deos: Ajuntem-se as agu­ vente : e voem as aves sobre a face
as debaixo do ceo em hum lugar, e do firmamento do ceo.
apareça a seca: e foi assim. 21 E Deos criou as grandes baleas,
10 E chamou Deos a seca, terra, e e todo reptil de alma viva, que as agu­
o ajuntamento das aguas chamou, mà- as abundantemente produzirão segun­
res: e Deos vio, que era bom. do suas especies; e toda ave de asas
11 E Deos disse : A terra produza segundo sua especie: e vio Deos que
herva verde, herva que dè semente, era bom.
arvores fructuosas, que dem fruto se­ 22 E Deos as abençoou, dizendo:
gundo sua especie, cuja semente este­ fructificai e multiplicai-vos, e enchei
ja nellas sobre a terra: e foi assim. ás aguas nos mares: e as aves se mul­
12 E a terra produzio herva verde, tipliquem na terra.
herva que dà semente conforme a sua 23 E foi a tarde, e a manhã, o dia
especie, e arvores fructiferas, cuja se- quinto.
mente nellas estâ. conforme a sua es* 24 E Deos disse: produza a terra
pecie: e Deos vio, que era bom. a lio a vivente segundo sua especie,

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4 GÊNESIS. n.
gado e reptis, e bestas feras da terra feito chover sobre a terra, e n&o havia
segundo suas especies: e foi assim. homem para lavrar a terra.
25 E fez Deos as bestas feras da ter* 6 Porem hum vapor subia da terra,
ra segundo suas especies, e o gado se­ e regava toda a face da terra.
gundo sua especie, e todo reprtil da 7 E formàra J eh o v a h Deos ao ho­
terra segundo sua especie: e vio De­ mem do pó da terra, e sopràra em se­
os, que era bom. us narizes o foiego da vida; e foi feito
26 E Deos disse: Façamos o homem o homem em alma vivente.
à nossa imagem, conforme a nossa se­ 8 E J e h o v a h Deos plantàra huma
melhança, e senhoree sobre os peixes horta em Eden à banda do Oriente; e
do mar, e sobre as aves do ceo, e sobre pôs ali ao homem, que formàra.
o gado, e sobre toda a terra, e sobre 9 E J eh o v a h Deos fez brotar da ter­
todo reptil, que se move sobre a terra. ra varias arvores desejáveis à vista, e
27 E Deos criou o homem à sua ima­ boas para comida: e a arvore da vida
gem, à imagem de Deos o criou: Ma­ no meio da horta, e a arvore da scien
cho e Femea os criou. cia do bem e do mal.
28 E Deos os abençoou, e Deos dis­ 10 E sahia hum rio de Eden para
se-lhes : fructificai e multiplicai-vos e regar a horta; e d’ali se repartia em
enchei a terra, suçeitando-a; e senho­ quatro cabeças.
reai sobre os peixes do mar, e sobre 11 O nome do primeiro he Pison:
as aves do ceo. e sobre todo animal Este rodea toda a terra de Havila, on­
que se move soDre a terra. de ha ouro.
29 E disse Deos: Eis aqui, vos te­ 12 E o ouro desta terra he bom; ali
nho dado toda herva que dá semente, ha Bdellion, e a pedra Schoham.
que está sobre a face de toda a terra; 13 E o nome do segundo rio he Gi-
e toda arvore em que ha fruto que hon: este rodea toda a terra Cusch.
dà semente, serà-vos para comida. 14 E o nome do terceiro rio he Hid-
30 E a todo animal aa terra, e a to­ dekel. que vai para a banda do Ori­
da ave do ceo, e a todo reptil da ter­ ente ae Assyria: e o quarto rio he Eu-
ra, em que ha alma vivente, toda ver­ phrates.
dura de herva, para comida serà: e foi 15 E tomou J e h o v a h Deos ao ho­
assim. mem, e o pós na horta de Eden, para
31 E vio Deos tudo o que fez. e eis a lavrar e a guardar.
que era muito bom: e foi a tarae, e a 16 E mandou J e h o v a h Deos ao ho­
manhã, o dia seisto. mem, dizendo: De toda arvore da hor­
ta comendo comerás.
CAPITULO n. 17 Porém da arvore da sciencia do
bem e do mal, delia n&o comerás:
FORÃO acabados os ceos e a ter­ porque no dia em que d’ella comeres
E ra, e todo seu exercito.
2 E havendo Deos acabado no séti­
ae morte morrerás.
18 E J eh o v a h Deos disse: N&o he
mo dia sua obra, que tinha feito, re­ bem, que o homem esteja só ; far-lhe-
pousou ao setimo dia de toda sua obra, hei huma adjutora que esteja como di­
que havia concluido. ante delle.
3 E bemdis8e Deos ao dia setimo, e 19 Havendo pois J eh o v a h Deos for­
o sanctificou. porque nelle repousou mado da terra todo animal do campo,
de toda sua obra, que Deos criàra para e toda ave do ceo, os trouxe a Adam,
fazer. para ver como lhes chamaria; e que
4 Estas sào as origens do ceo e da como Adam a toda alma vivente cna-
terra, quando forão criados; no dia em masse, isso seria seu nome.
que J eh o v a h Deos fez a terra e o ceo. 20 E pós Adam os nomes a todo ga­
5 E toda planta do campo, que ainda do, e às aves do ceo, e a todo animal
nâo estava na terra, e toda herva do do campo: mas para o homem nào
campo, que ainda n&o brotava; por­ se achava adjutor que estivesse como
que J e h o v a h Deos ainda n&o tinha diante delle.

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GENESIS, m . 6
21 Entâo J e h o v a h Deos fez cair 10 E elle disse: Ouvi tua voz n&
hum sono pesado sobre Adam, e ador- horta, e temi, porque estou núo, e es­
, meceo*, e tomou huma de suas coste- condi-me.
'las, e cerrou carne em seu lugar. l l E disse: Quem te ensinou, que es­
22 E J e h o v a h Deos edificou a cos­ tavas nuo ? Tens comido da arvore, de
tela, que tomoa de Adam, em mulher; que te mandei;que não comesses delia?
e trouxe a a Adam. 12 Então disse Adam: A mulher
23 E disse Adam: esta agora he os­ que me déste, ella me deu da arvore,
so de meus ossos, e carne de minha e comi.
carne: Esta será chamada varoa, por­ 13 E disse J e h o v a h Deos à mulher:
que do varâo foi tomada. porque isto fizeste 1 E disse a mulher:
24 Por tanto deixará o varâo a seu A serpente me enganou? e comi.
pai e a sua mãi, e anegar-se-ha a sua 14 É J eh o v a h Deos disse á serpen­
mulher, e serâo em numa carne. te : Porquanto fizeste isto, maldita se­
25 E ambos estavâo nuos, Adam e rás mais que toda besta, e mais que
soa mulher; e nâo se envergonhavão. todos os animaes do campo: sobre
teu ventre andarás, e pó comerás to­
CAPITULO m . dos os dias de tua vida.
15 E porei inimizade entre ti e en­
RA a serpente era mais astuta que tre a mulher, e entre tua semente e en­
O todos os animaes do campo, que tre sua semente: Esta te ferirá a ca­
J e h o v a h Deos tinha feito: e esta disse
beça, e tu lhe ferirás os calcanhares.
à mulher: He tambem assim que De­ > 16 E á mulher disse: Multiplican­
os disse: não comereis de toda arvore do multiplicarei tua dor, e tua prenhi-
desta horta ? dãoj com dor parirás filhos, e a teu
2 E a mulher disse à serpente: Do mando será teu desejo, e elle se en-
fruto de toda arvore desta horta come­ senhorearà de ti.
remos. 17 E a Adam disse: Porquanto deste
3 Mas do fruto da arvore, que estÃno ouvidos à voz de tua mulher, e co­
meio da horta, disse Deos: nâo come­ meste da arvore, de que te mandei,
reis delle, nem tocareis nelle, para que dizendo: Nâo comerás delia: malditi,
nâo morrais. seja a terra por amor de t i ; com dor
4 Então a serpente disse à mulher: comerás delia todos os dias de tua vida.
de morte nâo morrereis. 18 Espinhos e cardos te produzirá, e
5 Porque Deos sabe, que no dia em comerás a herva do campo.
que comerdes delle, se abrirão vossos 19 No suor de teu rosto comerás teu
olhos, e sereis como Deos, sabendo-o pâo, até que te tornes ã terra, porque
bem e o mal. aella tomado foste j porquanto pó es,
6 E vio a mulher queaquella arvore e em pó te tornarás.
era boa para comer, e hum prazer aos 20 E chamou Adam o nome de sua
olhos, e arvore desejável para dar en­ mulher, Eva; porquanto ella era mãi
tendimento ; pelo que tomou de seu de todos os viventes.
fruto, e comeo; e aeu tambem a seu 21 E fez J e h o v a h Deos a Adam e a
marido, e comeo com ella. sua mulher vestidos de peles, e vestio-
7 E assim forão abertos os olhos del­ 08 .
les ambos, e conhecerão que estavâo 22 Então disse J ehov ah Deos: Eis-
nuos, e coserão folhas de figueira, e que o homem he como hum de Nós,
fizerâo para si avantaes. sabendo o bem e o m al: Ora pois pa­
8 E ouvirão a voz de J e h o v a h Deos. ra que não estenda sua mão, e tome
que passeava na horta ao ar do dia: E tambem da arvore da vida, e coma, e
eacondeo-se Adam e sua mulher de viva eternamente:
diante da face de J eh o v a h Deos, no 23 J eh o v a h Deos o mandou fora da
meio das arvores da horta. horta de Eden, para lavrar a terra, de
9 E chamou J eh o v a h Deos a Adam, que fôra tomado.
e disse-lhe: Onde estás tu 1 24 E havendo lançado fora ao ho-

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6 GSNES®, IV.
mem, p ó s Cherubins ao Oriente da ra. e será, que todo aquelle que me
horta de Eden, e a chama da espada acn&r. me matará.
qne andava ao redor, para guardar o 15 Porem J e h o v a h lhe disse: Por­
caminho da arvore da vida. tanto qualquer que matar a Cain, sete
vezes será castigado: e pôs J e h o v a h
CAPITULO IV. hum sinal em Cain, para que nâo o
ferisse qualquer que o achasse.
CONHECEO Adam a Eva sua 16 E sahio Cain de diante da face de
E mulher; e ella concebeo e pario J eh ov ah : e habitou na terra de Nod,
a Cain, e disse: Alcançei ao Varào de da banda do Oriente de Eden.
Jeh o v ah . 17 E conheceo Cain a sua mulher, e
2 E pario mais a sua irmâo Abel: concebeo, e pario a Hanoch: e edificou
e Abel foi pastor de ovelhas, e Cain huma cidade, e chamou o nome da ci­
foi lavrador da terra. dade do nome de seu filho Hanoch.
3 E aconteceo á cabo de dias, que 18 Ea Hanoch nasceo Hirad, e Hirad
Cain trouxe do fruto da terra huma gerou a Mechujael, e Mechujael gerou
o fle rta a J e h o v a h . a Methusael, e Methusael gerou a La-
4 E Abel tambem trouxe d o s pri­ mech.
mogênitos de suas ovelhas, e d e s u a 19 E tomou Lamech para si duas
gordura: e attentou J e h o v a h p a r a mulheres: o nome da huma era Ada,
Abel e para sua offerta. e o nome da outra Zilla.
5 Mas para Cain e para sua offerta 20 E pario Ada a Jabal: Este foi o
nâo attentou. E assanhouse Cain em pai dos que habitavfto em tendas, e
grande maneira, assim que cahirâo- tinhão gados.
Ine suas faces. 21 E o nome de seu irmfto era Ju-
6 E J e h o v a h d iss e a Cain: p o rq u e b a l: Este foi o pai de todos os que
te assanhaste ? e p o rq u e te cahirâo tu ­ tratâo harpa e orgâo.
as faces. 22 E Zilla tambem pario a Tubal-
7 Nâo haverá exaltação, se bem fize­ cain, hum mestre de toda obra de me­
res ? e se nào fizeres bem, o peccado tal; e de ferro: e a irmâa de Tubal-
estâ deitando à porta, cujo desejo he cam foi Naama.
para ti. e delle te ensenhorearàs. 23 E disse Lamech á suas mulheres
8 E lallou Cain com seu irmâo Abel: Ada e Zilla: Ouvi minha voz; vós
e aconteceo, que estando elles no mulheres de Lamech escutai meu di­
campo, se levantou Cain contra seu to : Que hum varâo tenho matado por
irmâo Abel, e matou-o. minha ferida, e hum mancebo por
9 E disse J e h o v a h a Cain: onde meu vergão.
está Abel teu irmâo? e elle disse: 24 Porque sete vezes Cain será vin­
Nâo sei: sou eu guardador d e meu gado : mas Lamech setenta vezes sete.
irmão ? 25 E tornou Adam a conhecer a sua
10 Edisse Deos: Que fizeste? avoz mulher, e pario hum filho, e chamou
do sangue de teu irmâo clama a mim seu nome Seth; porque disse: Deos
da terra. me deu outra 6emente por Abel; por­
11 E agora, maldito sejas tu da terra, quanto Cain o matou.
que abrio sua boca, para receber o 26 E a Seth mesmo tambem nasceo
sangue de teu irmâo de tua mâo. hum filho, e chamou seu nome Enos:
12 Quando lavrares a terra, nâo te Então se começou a invocar o nome
dará mais sua força: vagabundo e de J e h o v a h .
forasteiro serás na terra.
13 Então disse Cain a J eh o v a h : Ma­ CAPITULO V.
ior he minha maldade, que se per­
doe. STE he o livro das descendenciaa
14 Eis que hoje me lanças da face E de Adam: no dia em que Deos
da terra, e de tua face me esconderei; criou ao homem, á semelhança de
e serei vagabundo, e forasteiro na ter­ Deos o fez.

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GENESIS, VI. 7
3 Macho e Femea os criou, e aben- 23 E forão todos os dias de Henoch
çooo-os, e chamou seu nome Homem, trezentos e sessenta e cinco annos.
no dia em que forão criados. 24 E andou Henoch com Deos, e n&o
3 E viveo Adam cento e trinta an­ estava mais; porquanto Deos o le­
nos, e gerou hum filho & sua seme­ vou.
lhança, conforme a sua imagem, e cha­ 25 E viveo Methusalah cento e oi­
mou soa nome Seth. tenta e sete annos, e gerou a Lamech.
4 £ forão os dias de Adam, depois 26 E viveo Methusalah, depois que
que gerou a Seth. oito centos annos; gerou a Lamech, sete centos e oiten­
e gerou filhos e filhas. ta e dous annos, e gerou filhos e
5 E forão todos os dias qne Adam filhas.
riveo, nove centos e trinta annos; e 27 E forão todos os dias de Methu­
morreo. salah, nove centos e sessenta e nove
6 E viveo Seth cento e cinco annos, annos; e morreo.
e gerou a Enos. 28 E viveo Lamech cento e oitenta e
7 E viveo Seth depois que gerou a dous annos, e gerou hum filho.
Enos, oito centos e sete annos; e ge­ 29 E chamou seu nome Noah, di­
rou filhos e filhas. zendo : Este nos consolará ácerca de
8 E forão todos os dias de Seth, nove nossas obras, e do trabalho de nossas
centos e doze annos; e morreo. mãos, por amor da terra, que J e h o ­
9 E viveo Enos noventa annos, e ge­ v a h amaldiçoou.
rou a Kenan. 30 E viveo Lamech, depois que ge­
10 E viveo Enos, depois que gerou rou a Noah, quinhentos e noventa e
a Kenan, oito centos e quinze annos; cinco annos; e gerou filhos e filhas.
e gerou filhos e filhas. 31 forão todos os dias de Lamech
11 E forão todos os dias de Enos no­ sete centos e setenta a sete annos; e
ve centos e cinco annos; e morreo. morreo.
12 E viveo Kenan setenta annos, e 32 E era Noah de idade de quinhen­
gerou a Mahalaleèl. tos annos; e gerou Noah a Sem, Cham,
13 E viveo Kenan depois que gerou e Japhet.
a Mahalaleèl, oito centos e quarenta
annos, e gerou filhos e filhas.
14 E forão todos os dias de Kenan CAPITULO VI.
nore centos e dez annos, e morreo. ACONTECEO, que como os ho­
15 E viveo Mahalaleèl sessenta e cin­
co annos ; e gerou a Jared.
E mens se começarão a multipli­
car sobre a terra, e lhes nascerão
16 E viveo Mahalaleèl, depois que filhas:
gerou a Jared, oito centos e trinta an­ 2 Virão os filhos de Deos, que as
nos: e gerou filhos e filhas. filhas dos homens erão fermosas, e to­
17 E forão todos os dias de Mahala­ marão para si mulheres de todas as
leèl oito centos e noventa o cinco an­ que escolherão.
nos; e morreo. 3 Então disse J ehov ah : Não con­
18 E viveo Jared cento e sessenta e tenderá meu Espirito eternamente
dous annos, e gerou a Henoch. com o homem; porque elle he carne;
19 E viveo Jared depois que gerou porem seus dias serão cento e vinte
a Henoch, oito centos annos: e gerou annos.
filhos e filhas. 4 Havia nanuelles dias gigantes oa
20 E forão todos os dias de Jared terra, e tamoem depois, quando os
nove centos e sessenta e dous annos, filhos de Deos entrarão ás filhas dos
e morreo. homens, e delias gerarão filhos: Estes
21 E viveo Henoch sessenta e cinco são os valentes que desda antiguidade
«nnos. e gerou a Methusalah. forão varões de fama.
22 É andou Henoch com Deos, de­ 5 E vio J eh o v a h ; que a maldade do
pois que gerou a Methusalah, trezen­ homem se multiplicara sobre a terra,
tos a n n o s ; e gerou filhos e filhas. e que todo o fingimento dos pensa-

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8 GENESIS, Vn.
mentos de seu coração somente era 20 Das aves segundo sua especie, e
mao em todo tempo. das bestas segundo sua especie, de
6 Então se arrependeo J e h o v a h de todo reptil da terra segundo sua espe­
haver feito ao homem sobre a terra, e cie : dous de cada hum virão a ti, para
pesoulhe em seu coração. os conservar em vida.
7 E disse J e h o v a h : Destruirei ao 21 E tu toma para ti de toda comida
homem que tenho criado, de sobre a que se come, e a ti a junta, para que
face da terra, desdo homem até o ani­ seja por mantimento para U, e para
mal, até o reptil, e até a ave do ceo• elles.
porque me arrependo de os haver feito. 22 E fez Noah assim conforme a tu­
8 Porem Noah achou graça nos olhos do o que Deos lhe mandou, assim fez.
d e J eh o v a h .
9 Estas são as gerações de Noah: capitulo v n .
Noah era varâo justo e recto em suas
gerações: Noah andava com Deos.
10 E gerou Noah tres filhos, a Sem, D EPOIS disse J e h o v a h a Noah: En­
tra tu e toda tua casa na a rc a:
Cham, e Japhet. porque te hei visto justo diante de mi­
11 Porem a terra estava corrompida nha face nesta geração.
diante da face de Deos: e encheo se 2 De todo animal limpo tomarás, pa­
a terra de violência. ra ti de sete em sete, macho e sua fe­
12 E vio Deos a terra, e eis que es­ mea : mas de animaes que nâo são
tava corrompida; porque toda carne limpos, dous, macho e sua femea.
havia corrompido seu caminho sobre 3 Tambem das aves do ceo de sete
a terra. em sete, macho e femea. para guardar
13 Então disse Deos a Noah: o fim em vida a semente soDre a lace da
de toda carne he vindo diante de mi­ toda a terra.
nha face, por que a terra estâ cheia 4 Porque passados ainda sete dias,
de violência por elles: e eis que os farei chover sobre a terra quarenta di­
desfarei com a terra. as e quarenta noites; e desfarei toda
14 Faze para ti huma arca de ma­ sustancia, que fiz de sobre a face da
deira de Gopher : com apartamentos terra.
farás a arca, e a betumarás por den­ 5 E fez Noah conforme a tudo o que
tro e por fora com betume. J eh o v a h lhe mandara.
15 E desta maneira a farás: De tre­ 6 E era Noah de idade de seiscentos
zentos covados a compridão da arca, annos, quando o diluvio das aguas veio
e de cincoenta covados sua largura, e sobre a terra.
de trinta covados sua altura. 7 E entrou Noah, e seus filhos, e sua
16 Huma janella farás na arca, e mulher, e as mulheres de seus filhos
hum covado da banda de riba a aca­ com elle na arca, por via das aguas do
barás, e a porta da arca porás a sua diluvio.
ilhargaj e farás-lhe sobrados baixos, 8 Dos animaes limpos e dos animaes
segundos, e terceiros. que não erão limpos, e das aves, e de
17 Porque eu, eis que trago hum todo o reptil sobre a terra.
diluvio de aguas sobre a terra, para 9 Entrarão de dous em dous a Noah
desfazer toda carne, em que ha espi­ na arca, macho e femea, como Deos
rito de vida debaixo do ceo: tudo o mandára a Noah.
que hover na terra espirará. 10 E aconteceo que as aguas do di­
18 Porem comtigo estabelecerei meu luvio ao setimo dia vierão soore a terra.
concerto; e entrarás na arca, tu, e teus 11 No anno de seis centos da vida
filhos, e tua mulher, e as mulheres de de Noah, no mes segundo, aos dez e
teus filhos comtigo. sete dias do mes, naqueile mesmo dia
19 E de tudo o que vive, de toda se romperão todas as fontes do erande
a carne, dous de cada hum. meterás na abismo, e as janellas do ceo se abrirão.
arca, para comtigo em viaa os conser­ 12 E houve chuva sobre a terra, qua­
var : macho e femea serão. renta dias e quarenta noites.

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GENESIS, VIII. 9
13 E no mesmo dia entrou Noah, p a s s a r h u m v e n to so b re a t e m , 0qui*
• Sem, e Chain, e J&phet, 00 filhos etar& o-se a s a g u a s .
de Noah, como tambem a mulher de 2 Cerrar&o-se tambem as fontes do
Noah, e as tres mulheres de seus filhos abismo, e as janellas do ceo, e a chu­
com elle na arca. va do ceo deteve-se.
14 Elles, e todo animal segundo sua 3 E tornar&o-se as aguas de sobre a
especie,e toda rezde gado segundosua terra, indo e tornando; e as aguas
especie, e todo reptil que anda de pei­ desfalecerão a cabo de cento e cinco­
tos sobre a terra, segundo sua espe­ enta dias.
cie, e toda ave segundo sua especie, -4 E repousou a arca no setimo mez,
todo passaro de toda sòrte de azas* aos dez e sete dias do mez, sobre os
15 E de toda carne, em que havia montes de Ararat.
espirito de vida, entrarão de dous em 5 E forão as aguas indo e mingoan-
dous a Noah na arca. do até o mezdecimo: no decimo mez,
16 E os que vinhão, macho e femea ao primeiro dia do mez aparecerão os
de toda carne vinhão, como Deos lhe oumes dos mentes.
tinha mandado: e J e h o v a h cerrou a 6 E aconteceo que à cabo de quaren­
tras delle. ta diaSj, abrio Noah a janeDa da arca,
17 E estava o diluvio quarenta dias que feito tinha.
sobre a terra, e mulliplicarâo-se as 7 E enviou fora ao oorvo, o qual sa-
agoas, e levantarão a arca, de manei- hio sahindo e tomando, até que as
ia que se levantou sobre a terra. aguas se secarão de sobre a terra.
18 E prevalecerão as agoas, e se 8 Depois enviou de si fora a pomba,
multiplicarão grandemente sobre a ter­
ra* e endava a arca sobre as aguas. n
v e r. s e a s a g u a s s e h a v iá o a le v ia -
e soDre a te r ra .
19 E as aguas prevalecerão grandis- 9 Porém n&o achou a pomba repouso
«mamente sobre a terra: de maneira para a planta de seu p é : e tornou-se
qoe todas as mais ahas montanhas, a elle à arca; porque as aguas ainda
que debaixo de todo o ceo havia, forão estav&o sobre a face de toda a terra;
cobertas. e estendeo sua m&o, e tomou-a, e me*
20 Quinze covados a riba prevalece- teo-a comsigo na arca.
rto as aguas; e os montes forão cu- 10 E esperou ainda outros sete dias, e
bertos. tomou a enviar a pomba fora da arca.
21 E espirou toda carne que se mo­ 11 E a pemba tomou a elle à hora
via sobre a terra, de ave, e de rezes, da tarde. e eis huma folha de olivei­
e de bestas feras, e de todo reptil que ra tomada em seu bico; e entendeo
andava de peitos sobre a terra, e todo Noah, que as aguas se havi&o alevia-
homem. do de sobre a terra.
21 Tudo o que tinha'folego de espi­ 12 Entflo esperou ainda outros sete
rito da vida em seus narizes, tudo o dias; e enviou fora a pomba; porém
que havia na seca, morreo. n&o tomou mais a elle.
23 Assim foi desfeita toda sustancia, 13 E aconteceo, que no anno de seis
qne havia sobre a face da terra, desdo centos e hum, no mez primeiro, ao pri­
homem até o animal, até o reptil, e meiro dia do mez, se secar&o as aguas
até a ave do ceo, e forão desfeitos da de sobre a terra: Ent&o tirou Noah a
terra: e ficou somente Noah, e o que cuberta da arca, e olhou, e eis que a
com elle na arca estava. face da terra estava enxuta.
24 E prevalecerão as aguas sobre a 14 E no mez segundo, aos vinte e
terra cento e cincoenta dias. sete dias do mez, s e secou a terra.
15 Ent&o fallou Deos a Noah, dizendo.
16 Sai da arca, tu e tua mulher, e
capitulo v m . teus filhos, e as mulheres de teus
LEMBROU-SE Deos de Noah, e filhos com tigo.
E de todo animal, e de toda rez que 17 Todo animal que está com tigo,
wni elle estava na arca: e Deos fezde toda carne, de ave, e de rez, e de
1*
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10 GENESIS. IX.
todo reptil que anda de peitos sobre a 8 Fallou mais Deos a Noah, e a seus
terra, tua com tigo: e povoem abun­ filhos com elle, dizendo:
dantemente a terra, e íructifiquem e 9 Porém eu, eis que estabeleço meu
multipliquem sobre a terra. concerto com vósoutros, e com vossa
18 Ént&o sabio Noah e seus filhos, semente depois de vós.
e sua mulher, e as mulheres de seus 10 E com toda alma vivente, que
filhos com elle. com vosoo está, de aves, de rezes, e de
19 Todo animal, todo reptil, e toda todo animal da terra com vosoo: des
ave, tudo o que se move soore a terra, de todos que sairão da arca, até todo
segundo seus generos, sairão da arca. animal da terra.
20 E edificou Noah a J k botah hum 11 E eu com vosco estabeleço meu
altar; e tomou de todo animal Hmpo, concerto, que nâo será destruída mais
e de toda ave limpa, e offereceo holo- toda carne pelas açoas do diluvio: e
caustos sobre o altar. que nâo haverá mais diluvio, para ar­
21 E cheirou J khovah aquelle sua­ ruinar a terra.
ve cheiro^ e disse J ehovah em seu co­ 12 E disse Deos: Este he o signaldo
ração : Nâo tornarei mais a amaldi­ concerto que ponho entre mim e entre
çoar a terra por causa do homem, por­ vósoutros, e entre toda alma vivente,
quanto o fingimento do coração do que está com vósoutros, em gerações
homem he mâo desde sua meninice: ao século.
e nâo tomarei mais a ferir todo o vi­ 13 Meu arco tenho posto na nuvem:
vente. como tenho feito. este será por signal do concerto entre
22 ror diante todos os dias da terra, mim, e entre a terra.
sementeira, e sega, e frio, e calma, e 14 E acontecerá, que quando eu
▼erão, e inverno, e dia, e noite, nâo trouxer nuvens sobre a terra, apare­
cessarão. cerá este arco nas nuvens.
15 Então me lembrarei de meu con­
CAPITULO IX. certo, que está entre mim e entre vós­
outros, e entre toda alma vivente de
ABENÇOOU Deos a Noah e a se­ toda carne: e nâo serão mais as aguas
E us filhos, e dispe-lhes: Fructificai
e multiplicai, e enchei a terra.
por diluvio, para destruir toda carne.
16 E quando estará este arco nas
2 E seja vosso temor e vosso pavor nuvens, eu o verei, para me lembrar
sobre todo animal da terra, e sobre to­ do concerto eterno entre Deos, e entre
da ave do ceo: Tudo que sobre a ter­ toda alma vivente de toda carne, que
ra se move, e todos os peixes do mar, esta sobre a terra.
em vossa mâo são entregues. 17 E disse Deos a Noah: Este -he o
3 Tudo quanto se move, que he vi­ signal do concerto, que tenho esta­
vente, vos seja por mantimento: tudo belecido entre mim, e entre toda car­
vos tenho dado como verdura da herva. ne, que está sobre a terra.
4 Porém a carne com sua alma, isto 18 E os filhos de Noah, que da arca
he com seu sangue n&o comereis. sahirâo, forão Sem, e Cham, e Japhet;
5 E certamente requererei a vosso e Cham he o pai de Canaan.
sangue, o sangue de vossas almas; da 19 Estes tres forão os filhos de Noah;
mâo de todo animal o requererei: co­ e destes se povoou toda a terra*
mo tambem da mâo do homem, e da 20 E começou Noah a ser lavrador
mâo do irmâo de cada hum requererei da terra; e plantou huma vinha.
a alma do homem. 21 E bebeo do vinho, e em b e b e d o u -
6 Quem derramar sangue do homem, se ; e d escubrio-B e no meio de sua
elo homem seu sangue será derrama- tenda.
So : Porque Deos fez ao homem con­ 22 E vio Cham, o pai de Canaan, a
forme a sua imagem. nueza de seu pai. e feio saber a am­
7 Mas vósoutros fructificai e multi­ bos seus irmãos tora.
plicai : povoai abundantemente a ter­ 23 Então tomou Sem e Japhet huma
ra, e multiplioai-vos nella. capa, e puserão-a sobre ambos seus

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GENESIS, X. 11
ombros^ e indo virados a tras, cubri- 12 E a Resen, entre Nineve e en­
râo a mieza de seu pai, e seus rostos tre Calah: Esta he aquella grande ci­
erão virados, de maneira qne n&o vi- dade.
r&o a nueza de seu pai. 13 E Mitsraim gerou a Ludim, e a
24 E desperteu Noah de seu vinho, e Anamim, e a Lehabim, e a Naphtu-
attentou, o que seú filho menor lhe ti* hira.
nha feito. 14 E a Pathrusim^ e a Casluchim,
25 E disse: Maldito seja Canaan: donde sahir&o os Philisteos, e a Caph-
servo dos servos seia a seus irm&os. torím.
26 Disse mais: Bemdito seja Jeho- 15 E Canaan gerou a Sidon, seu pri­
vah o Deos de Sem: e seja-lhe Ca­ mogênito, e a Heth.
naan por servo. 16 E ao Jebusi, e ao Emori, e ao
27 Dilate Deos a Japhet, e habite nas Girgasi.
tendas de Sem: e seja-lhe Canaan por 17 E ao Hivi, e ao Arki. e ao Sini.
servo. 18 E ao Arvadij e ao Zemari, e ao
28 E viveo Noah depois do diluvio, Hamathi: e depois se espargir&o as
trezentos e cincoenta annos. familias dos Cananeos.
29 E for&o todos os dias de Nòah, 19 E foi o termo dos Cananeos des­
nove centos e cincoenta annos, e de Sidon, indo a Gerar, até Gaza, in­
morreo. do a Sodoma, e Gomorra, e Adama, e
Zeboim, até Lasa.
CAPITULO X. 20 Estes s&o os filhos de Cham se­
gundo suas familias, segundo suas lin-
E STAS pois s&o as gerações dos
filhos de Noah, Sem. Cham, e
Japhet; e nascerão lhes filhos depois
guas, em suas terras, em suas gentes.
21 E a Sem nascer&o filhos e elle he
o pai de todos os filhos de Heber, o
do diluvio. irm&o de Japhet o maior.
2 Os filhos de Japhet s&o, Gomer e 22 E os fifnos de Sem s&o, Elam, e
Magog. e Madai, e Javan, e Tubal, e Assur, e Arphaxad, e Lud, e Aram.
Mesecn, e Tiras. 23 E os filhos de Aram s&o, Uz, e Hul,
3 E òs filhos de Gomer, s&o, Asque- e Gether, e Mas.
naz, e Riphat, e Togarma. 24 E Arphaxad gerou a Selah: e Se-
4 E os nlhos de Javan s&o, Elisa, e lah gerou a Heber.
Tharsis; Chittim, e Dodanim. 25 E a Heber nascer&o dous filhos:
5 Por estes for&o partidas as ilhas das o nome do hum foi Peleg, porquanto
em seus dias se repartio a terra, e o
§o*sua lingua, segundo suas famiíi&s, nome de seu irm&o, Joktan.
entre suas gentes. 26 E Joktan gerou a Almodad, e a Se-
6 E os filhos de Cham s&o, Cus, e leph, e a Hazarmaveth, e a Jarah.
Mitsraim, e Put, e Canaan. 27 E a Hadoram, e a Huzal, e a
7 E os nlhos de Cus s&o, Seba, e Ha- Dicla.
vila. e Sabta, e Raema, e Sabtecha: e 28 E a Obal, e a Abimael, e a
os filhos de Raema s&oScheba e Dedan. Scheba.
8 E Cus gerou a Nimrod: Este come­ 29 E a Ophir, e a Havila e a Jobab:
çou a ser poderoso na terra. todos estes for&o filhos de Joktan.
9 Este foi poderoso caçador diante 30 E foi sua habitaç&o desde Mes-
da face de J e h o v a h : pelo que se diz, oha, indo para Sephar, montanha do
Como Nimrod poderoso caçador dian­ Oriente.
te da face de J e h o v a h . 31 Estes s&o os filhos de Sem segun­
10 E o principio de seu reino foi Ba­ do suas famüias,segundo suas línguas:
bel, e Erech, e Akkad, e Calne, na em suas terras, em suas gentes.
terra de Sinear. 32 Estas s&o as familias dos filhos de
11 Desta mesma terra sahio Assur, e Noah segundo suas geraçôes; em suas
edificou a Nineve, e a Rehoboth, a Ir. gentes: e destes for&o divididas as
e a Calah. gentes na terra depois do diluvio.

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12 GENESIS, XI, XII.

CAPITULO XI. 17 E viveo Heber, depois que ge­


rou a Peleg, quatro centos e trinta
ERA toda a terra de huma mesma annos, e gerou filhos e filhas.
E língua, e de humas mesmas pa­ 18 E viveo Peleg trinta annos, e ge­
lavras. rou a Rehu.
2 E aconteceo, que partindo-se elles 19 E viveo Peleg, depois que gerou
do Oriente, acharão hum valle na ter­ a Rehu, duzentos e nove annos, e ge­
ra de Sinear, e habitarão ali. rou filhos e filhas.
3 E disse o varão a seu companheiro: 20 E viveo Rehu, trinta e dous e ge­
Ea, façamos ladrilhos, e bem os quei­ rou a Serug.
memos : e foi-lhes o ladrilho por pedra, 21 E viveo Rehu, depois que gerou
e o betume por cal. a Serug, duzentos e sete annos, e ge­
4 E disserão: Ea, edifiquemos nós rou filhos e filhas.
huma cidade e huma torre, cujo cume 22 E viveo Serug trinta annos, e ge­
toque no ceo, e façamos nós nome, rou a Nahor.
para que por ventura não sejamos dis­ 23 E viveo Serug, depois que gerou
sipados sobre a face de toda a terra. a Nahor, duzentos annos, e gerou filhos
5 Então deceo J e h o v a h para ver a e filhas.
cidade e a torre, que os filhos dos ho­ 24 E viveo Nahor. vinte e nove an­
mens edificarão. nos, e gerou a Teran.
6 E disse J eh o v a h : Eis que o povo 25 E viveo Nahor depois que gerou
he hum, e todos tem huma mesma lín­ a Terah, cento e dezenove annos, e
gua, e isto he o que começão a fazer: gerou filhos e filhas.
mas agora, nâo será cortado-lhes tu­ 26 E viveo Terah setenta annos, e
do o que intentarão a fazer ? gerou a Abram, a Nahor, e a Haran.
7 Ea, descendamos e confundamos 27 E estas sâo as gerações de Te­
ali sua lingua, para que não entenda o rah : Terah gerou a Abram, a Nahor,
varão a lingua de seu companheiro. e a Haran: e Haran gerou a Loth.
8 E J eh o v a h os espargio dali sobre 28 E morreo Haran diante da face
a face de toda a terra: e cessarão de de seu pai Terah, na terra de seu
edificar a cidade. nascimento, em Ur dos Chaldeos.
9 Porisso se chamou eeu nome Ba­ 29 E tomarão Abram e Nahor mu­
bel ; porquanto ali confundio J eh o v a h lheres para si: o nome da mulher de
a lingua de toda a terra, e dali os es­ Abram era Sarai, e o nome da mulher
pargio J eh o v a h sobre a face de toda de Nahor era Milca, filha de Haran,
a terra. pai de Milca, e pai de Jiska.
10 Estas são as gerações de Sem : 30 E Sarai foi esteril, e não tinha
Sem foi de idade de cem annos, e ge­ filhos.
rou a Arphaxad, dous annos depois do 31 E tomou Terah a Abram seu filho,
diluvio. e a Loth filho de Haran, filho de seu
11 E viveo Sem, depois que gerou filho, e a Sarai sua nora, mulher de
a Aiphaxad, quinhentos annos; e ge­ seu nlho Abram, e sahio com elles de
rou nlhos e filhas. Ur dos Chaldeos, para ir & terra de
12 E viveo Arphaxad trinta e cinco Canaan; e vierão até Haran, e habita­
annos, e gerou a Selah. rão ali.
13 E viveo Arphaxad, depois que . 32 E forão os dias de Terah duzen­
gerou a Selah, quatro centos e tres tos e cinco annos: e morreo Terah em
annos; e gerou filhos e filhas. H^ran.
14 E viveo Selah trinta annos, e ge­
rou a Heber.
15 E viveo Selah, depois que gerou CAPITULO XII.
a Heber. quatro centos e tres annos, e
gerou filnos e filhas. O RA J e h o v a h havia dito a Abram :
saiote de tua terra, e de tua pa­
16 E viveo Heber trinta e quatro an­ rentela, e da casa de teu pai, para a
nos, e gerou a Feleg. terra que eu te mostrarei.

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HS, XII. 13
2 £ far-te-hei em grande gente, e e foi a mulher tomada para a casa de
abeoçoar-te-hei, e engrandeoerei teu Pharaó.
nome; e tu sé benção. 16 £ fez bem a Abram por amor
3 £ abençoarei aos que te abençoa­ delia; e teve ovelhas, e vacas, e asnos,
rem, e amaldiçoarei aos que te amal­ e servos e servas, e asnas, e camelos.
diçoarem : e em ti ser&o bemditas to­ 17 £ ferio J eh o v a h a Pharaó com
das as gerações da terra. grandes pragas, tambem a sua casa,
4 £ partio-se Abram, como Je h o ? por causa de Sarai mulher de Abram.
▼ah lhe tinha dito, e partio Loth com 18 Então chamou Pharaó a Abram,
e lle : e era Abram ae idade de se- e disse: Que he isto que me fizeste ?
lenta e cinco annos, quando de Ha­ porque não me notificaste que ella era
ran sahio. tua mulher %
5 £ tomou Abram a Sarai sua mu­ 19 Porque diceste : Minha irm& he ?
lher, e a Loth filho de seu irmão, e de maneira que a houvera tomado
toda soa fazenda, que havião aque- por mulher: agora pois, eis aqui tua
rido, e as ahnas que alcançarão em mulher, toma-a e vai-te.
Haran: e sahirão-se para irem à ter­ 20 E mandou Pharaó com elle va-
ra de Canaan; e vierão à terra de ròea e acompanharão a elle, e a sua
Cánaan. mumer, e a tudo quanto tinha.
6 £ passou Abram por aquella ter­
ra até o lugar de Sicnem, até o car­
valhal de Moré; e estavào então os c a p it u l o x n i.
Cananeos na terra.
7 £ apareceo J e h o v a h a Abram, e A SSIM subio Abram de Egypto pa­
ra a banda do Sul, elle e sua mu­
disse: A toa semente darei esta ter­ lher, e tudo o que tinha, e com elle
ra : então edificou ali hum altar a Je- Loth.
h o v a h , que lhe aparecéra. 2 £ hia Abram carregado muito com
8 E moveo-se d7ali paia a montanha gado. com prata, e com ouro.
k banda do Oriente de Bethel, e ar­ 3 E foi por suas jornadas da banda
mava soa tenda: e era Bethel ao do Sul ate Bethel, até o lugar aonde
Occidente, e Ai ao Oriente; e edifi­ no principio estivera sua tenda, entre
cou ali hum altar a J e h o v a h , invo­
cando o nome de J e h o v a h . 4 Até o lugar do altar que d’antes
9 Depois partiose Abram dPalt, an­ ali tinha feito; e invocou là Abram o
dando e caminhando' para a banda nome de J e h o v a h .
do Sul. 5 E tambem Loth, que hia com
10 E havia fome naquella terra: e Abram, tinha ovelhas, e vacas,e tendas.
descendeo Abram a Egypto, para pe­ 6 E não os soportava a terra para
regrinar ati, porquanto a fome havia habitarem juntos; porquanto sua fa­
grave na terra. zenda, era muita; de maneira que não
11 £ aconteceo que, chegando elle podião habitar juntos.
para entrar em Egypto, disse a Sarai 7 E houve contenda entre os pasto­
soa mulher: Ora bem sei que es mu­ res do gado de Abram, e entre os pas­
lher formosa de vista. tores do gado de Loth: habitavão
12 £ será que quando os Egypcios tambem então os Cananeos e os Phe-
te virem, dirão: esta he sua mulher: e rezeos naquella terra.
matar-me~hão,e te guardarão em viaa. 8 £ dose Abram a Loth: Ora não
13 Dize pois que es minha irmã, pa­ haja porfia entre mim e entre ti, e en­
ra que eu naia bem per tua causa, e tre meus pastores, e entre teus pasto­
viva minha alma por amor de ti. res, DOTque varões irmãos somos.
14 £ aconteceo que, entrandp Abram 9 Não está toda a terra diante de tua
em Egypto, virão os Egypcios a esta face 1 Ea pois, aparta te de m im ; se
mulher, que era mui formosa. escolheras a mão esquerda, eu irei pa­
15 £ vendo a ella osprincipesde ra a direita; e s e a direita escolheres,
Pharaó, gabarão a diante de Pnaraó: eu irei para a esquerda.

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14 GENESIS, XIV.
10 E lpvantou Loth seus olhos, e vio 5 E aos quatorze annos veio Quedor
toda a campina do JordaÕ, que toda a Laomer, e oe Reis que estav&o com
regava: Antes aue J ehovah destrui­ elle, e ferirâe a Rephaim em Aste-
rá a Sodoma e Gomorra, era oom oa roth Camaim. e a Zu*im em Ham, e
horta de J ehovah , oomo a terra de a Emim em Sohave Quiriathaim.
Egypto, aonde entras em Zoar. 6 E aoe Horeoe em sua montanha
H E Loth esoolheo para si toda a de Seir, até a oampina de Pferan, junto
campina do Jordão, e partio-se Loth ao deserto.
para a banda do Oriente, • apartar&o- 7 Depois tornarão e vier&o a En Mis-
se o hnm do outro. pat, que he Cade^ e ferir&o toda a
12 Habitou pois Abram na terra de terra dos Amalequitas; e tambem ao
Canaan; e Loth habitoa nas cidades Emoréo, que habitava em Hazezon
da campina, e armou suas tendas até Thamar.
Sodoma. 8 E sahio o Rei de Sodoma, e o Rei
13 E erão os varões de Sodoma ma- de Gomorra^ e o Rei de Adama, e o
os, e grandes pecadores oontra J e h o ­ Rei de ZebouEL e o Rei de Bela, esta
vah. he Zoar: e ordenarão batalha contra
14 E disse J ehovah a Abram, de­ elles no valle de Siddim.
pois que Loth se apartou delle: Le­ 9 Contra Quedor Laomer Rei de
vanta agora teus olhos, e olha desdo Elam, e Thideal Rei das gentes, e
lugar aonde estás, para a banda do Amraphel Rei de Sinear. e Arioch
Norte; e do Sul, e da Oriente, e do Rei ae EUasar: quatro Reis contra
Oocidente. cinoo.
15 Porque toda esta terra que ves, te 10 E o valle de Siddim estava cheio
hei de dar a ti, e a tua semente, para de pooos de betume: e fugirão o Rei
todo sempre. de Sodoma e de Gomorra, e cahirào
16 E porei tua semente oomo o pó a li: e os de mais fugirfto para a mon-
da terra; de maneira que se alguem
poder contar o pó da terra, tambem 11 E tomarão toda a fazenda de So­
tua semente será contada. doma e de Gomorra, e todo seu man­
17 Levanta-te, vai por esta terra, por timento, e forfto-se.
sua longura, e por sua largura: porque 12 Tambem tomaria a Loth filho do
a ti a darei. irm&o de Abram, esaa fazenda, e for&o
18 E Abram armava tendas, e veio, se; porquanto habitava em Sodoma.
e habitou nos canralhaes de Mamre, 13 Ent&o veio hum que escapou, e
que estào junto a Hebron; e edificou denunciou oa Abram o Hebreo, que
ali hum altar a J e h o v a h . habitava nos carvalhaes de Mamre do
Emoréo, irm&o de Escol, e irmAo de
CAPITULO XIV. Aner, que er&o ôa confederados de
Abram.
ACONTECEO noa dias de Amra- 14vOuvindo pois Abram que seu ir­
E phel Rei de Sinear, de Arioch m&o era preso, qrmou a seus criados,
Rei ae EUasar, de Quedor Laomer nascidos em sua casa, trezentos e de­
Rei de Elam, e de Thideal Rei das zoito, e perseguio os até Dan.
gentes. 15 Ê dividio-ie oontra elles de noke,
2 Que estes fizerfto guerra a Bera Rei elle e seus criados, e ferio-oe, e per-
de Sodoma, e a Birsa Rei de Gonrçorra; eeguio-oe até Hoba, que está á m&o
a Sinab Rei de Adama, e a Semeber esquerda de Damasoo.
Rei de Zeboim, e ao Rei de Bela, esta 16 E tomou a trazer toda a fazenda,
he Zoar. e tambem a Loth seu irm&o; e tomou
8 Todos estes se ajuntarão no valle a trazer sua fazenda; como tambem
de Siddim, que he o mar de saL as mulheres, e o povo.
4 Doze annos haviâo servido a Que­ 17 E o Rei de Sodoma sahio-lhe ao
dor Laomer, porém aos treze annos encontro (depois que tornou de ferir
rebelar&o-se. a Quedor Laomer e aos Reis que <

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GENES1S, XV, XVI. 15
que estav&o com elle, até o valle de 8 E disse elle: Senhor J e h o v a h ^ em
Schave, aue he o valle del-Rei. que saberei, que em herança hei de
18 E Melchizedek Rei de Salem possuila?
trouxe p&o c vinho: e era esteSacer- 9 E disse-lhe: Toma me huma be­
dote de Deoe altíssimo. zerra de tres annos, e huma cabra de
19 E abençoou-o, e disse: Bemdito tres annos, e hum carneiro de tres an­
seja Abram ae Deos altíssimo, posses­ nos, e huma rola, e hum pombinho.
sor do ceo e da terra. 10 E trouxe-lhe tudo isso, e partio o
20 E bemdito seja o Deos altíssimo, pelo meio, e pôs cada parte em fronte
qoe entregon teus inimigos em tua da outra; mas as aves n&o partio.
m&o; e deu-lhe os dízimos de tudo. 11 E deci&o as aves sobre os corpos
21 E o Rei de Sodoma disse a Abram: mortos; porém Abram as enxotava.
Dá-me as almas,eafazenda toma pa­ 12 E aconteceo aue, pondo-se sol,
ia ti. cahio sono grave sobre Abram; e eis
22 Porém Abram disse ao Rei de So­ que espanto e grande escuridade ca­
doma : Levantei minha m&o a J e h o - hio sobre elle.
víb o Deo* altíssimo, possessor do ceo 13 Ent&o disse a Abram: Saibas de
e da terra. certo, que tua semente será peregrina
23 Se desde hum fio até a correade em terra, que n&o he sua, e servilos
hum capato, ou cousa alguma tomar h&o, e amigilos h&o quatro centos
de tnao o que he teu: para que nâo annos.
digas: Eu enriqueci a Abram. 14 Mas tambem eu julgarei a gente,
24 Fora somente do que os mance­ a qual servirão; e depois sahir&o com
bos comer&o, e a parte dos varões que grande fazenda.
comigo forão, Aner, Escol, e Mamró, 15 E tu irás a teus pais em paz: em
estes tomem soa parte. boa velhice serás sepultado.
16 E a quarta geraç&o tomará para
CAPITULO XV. c á ; porque ainda n&o he cumprida a
injustiça dos Amoréos.
D EPOIS destas cousas foi a p a la ­
v r a de J e h o v a h a Abram em
vis&o, dizendo: N&o temas Abram,
17 E aconteceo que posto o sol houve
escuHdade: e eis hum forno de fumo,
e huma tocha de fogo, que passou por
en sou teu escudo, teu grandíssimo aquellas ametades.
galard& o. 18 Naquelle mesmo dia fez J e h o ­
2 Ent&o disse Abram: Senhor J e h o ­ v a h hum concerto com Abram, dizen­
vah que me has de dar, pois ando sem do : á tua semente tenho dado esta
filhos! e o mordomo de minha casa he terra, desdo rio de Egypto até o rio
o Damasceno Elieser. grànae, o rio de Enphrates.
3 Disse mais Abram: eis que me 19 E ao Keneo, e ao Keniceo, e ao
n&o tens dado semente. eeis, o filho de Kadmoneo.
minha casa será meu herdeiro. 20 E ao Hetheo, e ao Phereseo, e ao
4 E e is q u e foi a p a la v ra d e J e h ov ah Rephaim.
a e lle , d i z e n d o : e s te n&o s e r á tô u h e r ­ 21 E ao Amoréo, e ao Cananeo, e ao
d e ir o ; m a s a q u e lle q u e s a h ir d e tu a s Girgaseo, e ao Jebuseo.
e n tr a n h a s , e s te s e r á te u h e rd e iro .
5 Ent&o o levou fora, e disse: Olha CAPITULO XVI.
agora para o ceo, e conta as estrellas,
se as podes contar; e disse-lhe: assim SARAI mulher de Abram n&o lhe
será toa semente.
6 E c r e o elle e m J e h o v a h , e c o n to u -
E
paria, e ella tinha huma serva
Esrypcia, cuio nome era Hagar.
lh e is to por ju s tiç a . 2 E disse Sarai a Abram: eis que
7 Disse-lhe mais: Eu sou J e h o v a h , J eh o v a h me tem cerrado, que n&o
que te tirei de Ur dos Chaldeos. para paro; entra pois á minha serva, por­
a ti dar esta terra, para possui-la em ventura serei delia edificada: e ouvio
herança. Abram a voz de Sarai.

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16 GENESIS, XVII.
3 Assim tomou Sarai mulher de CAPITULO XVII.
Abram a Hagar Egypcia, sua serva, à
cabo de dez annos que Abram habi­ ENDO pois Abram de idade de no­
tara na terra de Canaan, e deu-a por
mulher a Abram seu marido.
S venta e nove annos, J e h o v a h apa­
receo a Abram, e disse-lhe: Eu sou o
4 E eUe entrou a Hagar, e ella oon- Deos Todo poderoso, anda diante de
cebeo: e vendo ella que concebera, meu rosto, e sé sincero.
foi sua Senhora desprezível em seus 2 E porei meu concerto entre mim
olhos. e entre ti, e te multiplicarei grandissi-
5 Então disse Sarai a Abram: Meu mamente. '
agravo he sobre ti: minha serva eu 3 Então eahio Abram sobre seu ros­
pus em teu regaço; vendo ella agora to ; e fallou Deos com elle, dizendo:
que concebeo, sou menosprezada em 4 Quanto a mim, eis meu concerto
seus olhos: J e h o v a h julgue entre mim comtigo: e tu serás por pai da multi­
e entre ti. dão de gentes.
6 E disse Abram a Sarai: Eis, tua 5 E não se chamará mais teu nome
serva estâ em tua mâo, faze com ella Abram, senão Abraham será teu nome;
o que bom for em teus olhos: e Sa­ porque te tenho posto per pai da. mul­
rai a aíüigio; e ella fugio de sua face. tidão de gentes.
7 E o Anjo de J eh o v a h a achou 6 E te tarei frutificar grandissima-
junto a huma fonte de agua no deser­ mente, e te porei em gentes, e Rei»
to, junto a fonte no caminho de Sur. sahirão de ti.
8 E disse: Hagar serva de Sarai 7 E estabelecerei meu concerto entre*
donde vens, e para onde vas? e ella mim e entre ti, e entre tua semente
disse: venno fugida da face de Sarai depois de ti em suas gerações, por
minha Senhora. concerto perpetuo, para ser a ti por
9 Entào lhe disse o Anjo de J e h o ­ Deos, e a tua semente depois de ti.
v a h : Toma-te para tua Senhora, e 8 E darei a ti, e a tua semente de­
humilha-te debaixo de suas mãos. pois de ti, a terra de tuas peregrina­
10 Disse-lhe mais o Anjo de J e h o ­ ções, toda a terra de Canaan em perpe­
v a h : Multiplicando multiplicarei a tua possessão, e ser-lhes-hei por Deos.
tua semente, de maneira que pela 9 Disse mais Dpos a Abraham: Tu
multidão não será contada. porém meu concerto guardarás, tu, e
11 Disse-lhe tambem o Anjo de J e ­ tua semente depois de ti,^em suas ge­
hovah : Eis que estàs prenhe, e pari­ rações.
rás hum filho, e chamarás seu nome 10 Este he meu concerto, que guar­
Ismael; porquanto J e h o v a h ouvio tua dareis entre mim e entre vósoutros, e
aífiição. entre tua semente depois de ti, que
12 E elle será homem feroz, e sua todo macho vos será circuncidado.
mão será contra todos, e a mão de 11 E circuncidareis a carne de vossa
todos contra elle: e habitará diante prepúcio; e isto será por signal do con­
da face de todos seus irmãos. certo entre mim e entre vósoutros.
13 E ella chamou o nome de J e h o ­ 12 De oito dias pois o filho vos será
v a h , que com ella faliava: Tu Deos de circuncidado, todo macho em vossas
vista: porque disse: Eu tambem aqui gerações: o nascido èm casa, e o com­
tenho vista para aquelle que me vé ? prado por dinheiro de todo estrangei­
14 P0ris80 se chama aquelle poço, ro, que não for de tua semente.
o poço de Lacliai Roi; eis que está 13 Circuncidando será circuncidado*
entre Kades e entre Bered. o nascido em tua casa, e o comprado
15 E pario Hagar a Abram hum por teu dinheiro: e estará meu con
filho; e chamou Abram o nome de seu certo em vossa carne por concerto*
filho, que Hagar parira. Ismael. eterno.
16 E era Abram de idade de oitenta 14 E o macho com prepúcio, cuja
e seis annos, quando Hagar a Abra­ carne do prepúcio circuncidada não*
ham pario a Ismael. houver,aquella alma desarreigada serfc

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GENESIS, XVIII. 17
de seus povos; meu concerto que c a p it u l o x v ra .
brantou.
15 Disse Deos mais a Abraham: EPOIS lhe apareceo Jehovah nos
Nâo chamarás mais o nome de Sarai D carvalhaes de Mamre, estando
tua mulher, Sarai, sen&o Sara será elle assentado á porta da tenaa, encal-
seu nome. mando já o dia.
16 Porque eu a hei de abençoar, e 2 E levantou seus olhos, e olhou, e
a ti delia te hei de dar hum filho; e eis tres varões estav&o em pé em
dê tal modo a abençoarei, que será fronte delle: e vendo-os correo-lhes
gor gentes; Reis dos povos sahir&o ao encontro desd’a porta da tenda, e
inclinou-se á terra.
17 Ent&o cahio Abraham sobre seu 3 E disse : Senhor, se agora tenho
rosto, e rio-se, e disse em seu coração: achado graça em teus olhos, rogo-te,
a hum homem de cem annos ha de que n&o passes de teu servo.
nascer hum filho ? e parirá Sara do 4 Traga-se agora hum pouco de agua,
idade de noventa annos ? e lavai vossos pes, e recostai-vos de­
18 E disse Abraham a Deos: Ouxa- baixo desta arvore.
la, viva Ismael diante de teu rosto! 5 E trarei hum bocado de p&o. para
19 E disse Deos: Em verdade. Sa­ que esforçeis vosso coraç&o ; aepois
ra tua mulher te parirá hum filno. e passareis a diante, porquanto ponsso
chamarás seu nome Isaac, e com elle passastes até vosso servo: e disserão:
estabelecerei meu concerto, por con­ Faze como tens dito.
certo eterno para sua semente depois 6 E apresurouse Abraham para a
delle. tenda a Sara, e disse : Apresura-te,
20 E tocante a Ismael, te tenho ou­ amassa tres medidas de flor de fari­
vido : Eis aqui já o tenho abençoado, nha, e faze bolos.
e fa-lo-hei frutificar e multiplicar gran- 7 E correo Abraham ás vacas, e to­
dissimamente: doze príncipes gerará, mou huma vitela tenra e boa, e deu-
e por grande gente o porei. a ao moço, que apresurouse a prepa-
21 Porém meu concerto estabele­ rala.
cerei com Isaac, ao qual Sara te pa­ 8 E tomou manteiga e leite, e a vi­
rirá neste mesmo tempo, ao anno se­ tela que tinha preparado, e o pós di­
guinte. ante delles, e elle estava em pé junto
22 E acabou de fallar com elle, e a elles debaixo daquella arvore, e co­
subio Deos de Abraham. mer&o.
23 Entâo tomou Abraham a seu filho 9 E disser&o-lhe: Aonde está Sara
Ismael, e a todos os nascidos em sua tua mulher ? e elle disse; eis aqui
casa, e a todos os comprados por seu na tenda.
dinheiro, todo macho entre os ho­ 10 E disse: Tomando tornarei a ti
mens da casa de Abraham; e cir­ rto deste tempo da vida; e eis que
cuncidou a carne de seu prepúcio, ra tua mulher terá hum filho; e ou­
naquelle mesmo dia, como Deos fal- via o Sara á porta da tenda, que esta­
lara com elle. va atras delle.
24 E era Abraham de idade de no­ 11 E er&o Abraham e Sara já ve­
venta e nove annos, quando lhe foi lhos, e entrados em dias; já a Sara
circuncidada a carne de seu prejmcio. havia cessado o oostume das mulhe­
25 E Ismael seu filho era de idade res.
de treze annos, quando lhe foi circun­ 12 Assim que riose Sara entre si, di­
cidada a carne ae seu prepúcio. zendo : Terei ainda deleite depois de
26 Neste mesmo dia foi circuncida­ haver envelhecido, e meu Sennor ser
do Abraham e Ismael seu filho. já velho.
27 E todos os varões de sua casa, o 13 E disse J e h o v a h a Abraham :
nascido em casa, e o comprado por Porque rio-se Sara^ dizendo: Pariria
dinheiro do estrangeiro, forão circun­ eu ainda, havendo iá envelhecido ?
cidados com elle. 14 Haveria cousa alguma difflcil a J e-

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18 GENESIS, XIX.
h ovah ? ao tempo determinado toma­ les cinco toda a cidade? £ disse: Náo
rei a ti, perto deste tempo da vida, e a destruirei, se eu achar ali quarenta
Sara terá hum filho. e cinco.
15 E Sara negou, dizendo: Nâo me 29 E proseguio ainda a fallar-lhe, e
r i ; porquanto temeo : e elle disse : disse: Se porventura acharem-se ali
Nâo, senâo te riste. quarenta? e disse: Nâo o farei por
16 E levantarâo-se aquelles varões amor de quarenta.
d’ali, e olharão para a banda de Sodo- 30 Disse mais: Ora nâo se hanoje o
m a : e Abraham hia com elles, acom- Senhor, se eu ainda fallar: Se porven­
pannando-os. tura acharem-se ali trinta ? e disse:
17 E disse J eh ov ah : Encubrirei eu Nâo o farei, se achar ali trinta.
a Abraham o que faço. 31 E disse: Eis que agora me atre­
18 Porque Abraham certamente ha­ vi a fallar ao Senhor: Se porventura
verá de ser em grande e poderosa gen­ charem-se ah vinte ? e disse : Nâo a
te, e nelle serâo Demditas todas as gen­ destruirei por amor dos vinte.
tes da terra. 32 Disse mais: Ora nâo se hanoie o
19 Porque eu o conheci, para que Senhor, que ainda sò esta vez fallo:
mandasse a seus filhos e a sua casa Se porventura acharem-se ali dez ? e
depois de si, que guardassem o cami­ disse: Nâo a destruirei por amor dos
nho de J e h o v a h , para fazer justiça e dez.
uizo * para que J eh o v a h faça vir so- 33 E foi-se J e h o v a h , como acabou
t >re Abraham, o que tem fallado sobre de fallar a Abraham: e Abraham se
elle. tomou a seu lugar.
20 Disse mais J e h o v a h : Porquanto
o clamor de Sodoma e Gomorra foi CAPITULO XIX.
multiplicado, e porquanto seu peoca-
do foi agravado muito. VIERÃO os dous Anjos a Sodoma
21 Decerei agora, e verei, se segun­
do seu clamor, que he vindo até mim
E á tarde, e estava Loth assentado
á porta de Sodoma; e vendo os Loth,
hajâo consumado; e se n&o.sabé-lo-hei. levantou-se-lhes ao encontro, e incli-
22 Entâo virarão aquelles varòes o nou-se com o rosto á terra.
rosto d?ali, e forâo-se a Sodoma; mas 2 E disse: Ora sus, Senhores meus,
Abraham ficou ainda em pé diante da entrai agora em casa de vosso servo,
face de J eh o v a h . e jpassai nella a noite, e lavai vossos
23 E chegou-se Abraham, dizendo: pes; e de madrugada vos levantareis,
Destruirás tambem ao justo com o e ireis vosso caminho: e elles disse­
impio ? rão : Nâo, antes na rua passaremos a
24 Se porventura est&o cincoenta jus­ noite.
tos na cidade; destrui-los-has tambem, 3 E perfiou com elles muito, e vie­
e nâo perdoarás ao lugar por amor rão com elle, e entrarão em sua casa:
dos cincoenta justos, que estâo dentro e fez-lhes hum convite, cozendo bo­
delia ? los sem levadura, e comerão.
25 Fora de ti que faças tal cousa, 4 E antes que se deitassem, cerca­
que mates ao justo com o impio: que rão os varòes daquella cidade a casa,
o justo seja como o impio, fora de t i : os varòes de Sodoma, desd’o mais
Nâo faria o Juiz de toda a terra juizo ? moço até o mais velho; todo o povo
26 Entâo disse J eh o v a h : Se eu em desd’o estremo cabo.
Sodoma dentro da cidade achar cinco­ 5 E chamarão a Loth, e disserão-
enta justos, perdoarei a todo o lugar lh e: Onde estâo os varòes, que vierão
por amor delles. a ti nesta noite? tira-os fora a nós,
27 E respondeo Abraham, dizendo: para que os conheçamos.
Eis que agora me atrevi a fallar ao 6 Entâo sahio Loth a elles á porta,
Senhor, ainda que sou pò e cinza. e fechou a porta após si.
28 Se porventura faltarem de cinco­ 7 E disse: Meus irmftos, rogo-vos,
enta justos cinco; destruirás por aquel­ que nâo façais mal.

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ÔENESIS, XIX. 19
8 Vedes aqui, duas filhas tenho, que ceste tua misericordia, que a mim me
cànda nâo conhecerão varâo, fora vo- fizeste, para guardar minha alma em
las tirarei, e fazei delias, como bom vida; porém eu nâo poderei escapar
for em vossos olhos; somente nada na montanha, para que por ventura
façais a estes varões, porque porisso nâo se me pegue este mal, e morra.
vierão à sombra de meu telhado. 20 Eis que agora esta cidade está
9 Porém elles disserão : Chega-te perto, para fugir para láj e he peque­
mais para c à : mais disserão: Como na; ora ali me escaparei, (nâo he pe­
peregrino este hum veio aqui habitar, quena ?) para que minha alma viva.
e seria juiz em tudo ? Agora te fare­ 21 E disse-lhe: Eis aqui, aceitado
mos mais mal que a elles; e aperta­ tenho teu rosto até neste negocio, pa­
rão ao varâo, a Loth, e chegarâo-se ra nâo trastomar esta cidade, de que
para arrombar a porta. fallaste.
10 Porém aquelles varões estenderão 22 Apressa-te, escapa-te alá; porque
sua mào, e fizerào entrar a Loth com­ nada poderei fazer, até que nâo cne-
sigo em casa, e fecharão a porta. gues a li; porisso se chamou o nome
11 E ferirão aos varões que estavâo aesta cidade Zoar.
â porta da casa, com cegueira, desd’o 23 Sahia o sol sobre a terra, quando
menor até o maior, de maneira que Loth entrou em Zoar.
cansarâo-se por achar a porta. 24 Entâo fez J e h o v a h chover sobre
12 Entâo disserão aquelles varões a Sodoma e sobre Gomorra enxofre e
Loth: Aquem tens ainda mais aqui ? fogo, de J e h o v a h desd’o ceo.
genro, ou teus filhos, ou tuas filhas, e 25 E trastornou aquellas cidades, e
todos quantos tens nesta cidade, tira- toda aquella campina, e todos os mo­
os fora deste lugar. radores daqueUas cidades, e a novida­
13 Porque himos a destruir este lu­ de da terra.
gar, porquanto seu clamor foi feito 28 E olhou sua mulher para tras
grande diante da face de J e h o v a h , e delle, e converteo-se em estatua de
J e h o v a h nós enviou a destruilo. sal.
14 Entâo sahia Loth, e fallou a seus 27 E Abraham levantou-se aquella
genros, os que haviâo de tomar suas mesma manhâ de madrugada para
filhas, e disse: Levantai-vos, sahi des­ aquelle lugar, aonde estivera diante
t e lugar; porque J e h o v a h ha de des­ da face de J e h o v a h .
truir a cidade; porém foi tido por zom­ 28 E attentou para Sodoma e Gomor­
bador nos olhos de seus genros. ra, e para toda a terra daquella cam­
15 E subindo a alva, os Anjos aper­ pina ; e attentou, e eis que hum fumo
tarão a Loth, dizendo: Levanta-te, to­ subia da terra, como o fumo de bum
ma tua mulher, e tuas duas filhas, que forno.
&mâo estâo, para que nâo pereças na 29 E aconteceo que, destruindo De­
injustiça desta cidade. os as cidades desta campina, Deos se
16 Porém elle se detinha, e aquel­ lembrou de Abraham, e tirou a Loth
les varões lhe pegarão da mâo, e da do meio da destruição, trastomando
mâo de sua mulher, e da mâo de suas aquellas cidades, em que Loth habi­
duas filhas, pela misericordia de J e ­ tara.
h o v a h sobre elle; e tirarâo-o, e puze- 30 E subio Loth de Zoar, e habitou
râo-o fora da cidade. na montanha, e suas duas filha6 com
17 E aconteceo que tirando-os fora, elle; porque temia de habitar em Zo­
disse: Escapa-te por tua vida, e nâo ar : e habitou em huma caverna, elle,
olhes pera tras de ti, e nâo pares em e snas duas filhas.
toda esta campina, escapa-te na mon- 31 Entâo a primogênita diBse &me­
tanha. para que nâo pereças. nor : Nosso pai he já velho e nâo ha
18 É Loth disse-lhes: Ora nâo, Se­ varâo na terra, que entre a nòs segun­
nhor ! do o costume ae toda a terra.
19 Eis que agora teu servo tem acha­ 32 Yem, demos de beber vinho a
do graça em teus olhos, e engrande­ nosso pai, e deitemos-nos com elle.

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20 GENESIS, XX.
para que em vida conservemos semen­ tra mim; porisso te n&o permitti to­
te de nosso pai. car nella.
33 E derfto de beber vinho a seu pai 7 Agora pois toma a mulher a seu
naquella noite; e veio a primogênita, marido, porque Propheta he; e rogará
e deitou-se com seu pai, e nâo sentio por ti, para que vivas; porem se nâo
quando ella se deitou, nem quando se a tomares, 6abe tu, que morrendo
levantou. morrerás, tu e tudo quanto teu for.
34 E aconteceo ao outro dia. que dis­ 8 E levantou-se Abimelech pela man­
se a primogênita à menor: ves aqui, hã de madrugada, e chamou a todos
eu já hontera à noite me deitei com seus servos, e fallou todas estas pala­
meu pai: demos-lhe de beber vinho vras em seus ouvidos; e temerão mui­
tambem esta noite, e entâo entra, dei­ to aquelles varões.
ta-te cem elle, para que em vida con­ 9 É chamou Abimelech a Abraham,
servemos semente de nosso pai. e disse-lhe: Que nos fizeste ? e em
35 E derâo de beber vinho a seu pai, que pequei eu contra ti, que sobre
tambem naquella noite: e levantou- mim, e sobre meu reino troxesses táo
se a menor, e deitou-se com elle; e grande peccado ? obras que nâo sâo
nâo sentio quando ella se deitou, nem de fazer, fizeste comigo.
quando se levantou. 10 Disse mais Abimelech a Abra­
36 E conceberão as duas filhas de ham : Que tens visto, para fazer tal
Loth de seu pai. cousa?
37 E pario a primogênita hum filho, 11 E disse Abraham: Porque dizia
e chamou seu nome Moab: Este he o eu, certamente nâo ha temor de Deos
pai dos Moabitas até o dia de hoie. neste lugar, assim que me matar&o
38 E a menor tambem pario num por amor de minha mulher.
filho, e chamou seu nome Ben-Ammi; 12 E na verdade tambem he minha
Este he o pai dos filhos de Ámmon irmâ, filha de meu pai, mas nâo filha
até o dia de hoje. de minha mãi; e foi-me por mulher.
13 E aconteceo que, fazendo-me De­
os sahir vagabundo aa casa de meu
CAPITULO XX. pai, eu lhe disse: Seja esta tua benefi-
PARTIO-SE Abraham d’ali para cencia, que comigo farás em todo lu­
E a terra do Sul, e habitou entre
Kades e entre Sur; e peregrinou
gar aonde viermos, dize de mim, meu
irmâo he.
em
Gerar. 14 Entâo tomou Abimelech ovelhas
2 E disse Abraham de Sara sua mu­ e vacas, e servos e servas, e deu os a
lher : minha irmã, h e : e enviou Abim- Abraham; e tomou-lhe a Sara sua
elech Rei de Gerar, e tomou a Sara. mulher.
3 Porem Deos veio a Abimelech 15 E disse Abimelech : Eis aqui
em sonhos de noite, e disse-lhe: Eis minha tenra estâ diante de tua la­
que morto es por via da mulher que ce : habita aonde bom for em teus
tomaste; porque casada he com ma­ olhos.
rido. 16 E a Sara disse: Ves aqui dado
4 Mas Abimelech ainda nâo era che­ tenho a teu irmâo mil moedas de pra­
gado a ella; porisso disse: Senhor, ma­ ta : Eis que elle to seja por veo de olhos
tarás tambem a gente justa ?_ para com todos que comtigo estâo: até
5 Não me disse elle mesmo; minha para com todos, e escaramenta.
irmâ he ? e ella tambem disse; meu 17 E orou Abraham a Deos; e sarou
irmâo he? com sinceridade de meu Deos a Abimelech, e a sua mulher,
coração, e com pureza de minhas ma- e a suas servas, de maneira que pa­
os tenho feito isto. rirão.
6 E disse-lhe Deos em sonhos: Tam­ 18 Porque J ehov ah fechando havia
bem eu sei, que em sinceridade de fechado toda madre da casa de Abi­
teu coracâo fizeste isto; e tambem melech, por causa de Sara, mulher de
pu te tenno impedido de peccaj: con­ Abraham.

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GENESIS. XXÍ. 21

CAPITULO XXI. 15 E consumida a agua do frasco,


lançou ao menino debaixo de huma
JEHOVAH visitou aSara, como ti- das arvores.
E nha dito: e fez Jehovah a Sara,
como tinha fallado.
16 E foi-se, e assentou-se em fronte,
afifastando-se tanto quanto hum tiro de
2 E concebeo Sara, e pario a Abra­ arco; porque dizia: Nào veja eu mor­
ham hum filho em sua velhice, ao rer ao menino; e assentou-se em fron­
tempo determinado, que Deos lhe ti­ te e levantou sua voz, e Chorou.
nha dito. 17 E ouvio Deos a voz do moço. e
3 E chamou Abraham o nome de bradou o Anio de Deos a Hagar destPo
•eu filho que lhe nascera, que Sara lhe ceo, e disse-lhe: Que he comtigo, Ha­
parira, Isaac. gar ? n&o temas, porque Does ouvio a
4 E Abraham circuncidou a seu filho voz do rapaz descPo lugar aonde est&.
laaac, filho de oito dias, como Deos 18 Ergue-te, levanta ao moço, e pe­
lhe tinha mandado. ga-lhe pela m&o, porque o porei em
5 E era Abraham de idade de cem grande gente.
annos, quando lhe nasceo Isaac seu 19 E abrio-lhe Deos os olhos, e vio
filho. hum poço de agua: e foi-se, e éncheo
6 E disse Sara: Riso me tem feito o frasco de agua, e deu de beber ao
Deos, todo aquelle que o ouvir, se ri­ rapaz.
rá comigo. 20 E foi Deos com o rapaz, e cre­
7 Disse m ais: Quem diria a Abra­ ceo ; e habitou no deserto e foi tira-
ham, que Sara deo de mamar a filhos í dor de arco.
porque pari-lhe hum filho em sua ve­ 21 E habitou no deserto de Paran;
lhice. e sua mãi tomou-lhe mulher da terra
8 E creceo o filho, e foi destetado; de Egypto.
entâo Abraham fez hum grande con­ 22 È aconteceo naquelle mesmo tem­
vite no dia em que Isaac foi deste­ po, que Abimelech e Pichol cabeça
tado. ae seu exercito, fallou com Abraham,
9 E vio Sara ao filho de Hagar a dizendo: Deos he comtigo em tudo o
Egypcia, ao qual tinha parido a Abra­ que fazes.
ham, que zombava. 23 Jüra-me pois agora aqui por De­
10 E disse a Abraham: Deita fora os. se me mentirás a mim, ou a meu
a esta serva e a seu filho; porque o filno, ou a meu neto: segundo a bene-
filho desta serva nâo herdará com meu ficencia que te fiz, me farás a mim, e
filho, com Isaac. á terra aonde peregrinaste.
11 E pareceo esta palavra mui má 24 E disse Abraham: Eu iurarei.
em os olhos de Abraham, por causa 25 Porém Abraham reprendeo a Abi­
de seu filho. melech por causa de hum poço de
12 Porém Deos disse a Abraham: agua, que os servos de Abimelecn por
N&o te pareça m&o em teus olhos ácer­ força haviâo tomado.
ca do moco, e ácerca de tua serva; tu­ 26 Ent&o disse Abimelech: Eu n&o
do o que Sara te disser, ouve sua voz; sei quem tenha feito esta cousa; e
porque em Isaac te será chamada se­ tambem tu m’o n&o fizeste saber, nem
mente. eu o ouvi, sen&o hoje.
13 Mas tambem ao filho desta ser­ 27 E tomou Abraham ovelhas e va­
va porei em gente, porquanto he tua cas. e deu-as a Abimelech; e fizer&o
semente. ambos concerto.
14 Ent&o se levantou Abraham pela 28 E pôz Abraham sete cordeiras
manh& de madrugada, e tomou pâo, da manada a parte.
e hum frasco de agua, e deu-o a Ha­ 29 E Abimelech disse a Abraham:
gar, pondo o sobre seu hombro j tam­ de que servem aqui estas sete cordei­
bem lhe deu ao menino, e enviou a ; ras, que poseste à parte %
e ella foi-se, andando vagabunda no 30 E disse: De que tomarás sete ca­
deserto de Berseba. deiras de fninlia m&o, para que sejâo

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22 GENESIS, XII.
em testimunho, que eu cavei e«te 10 E estendeo Abraham sua mâo»
poço. e tomou o outelo, para degolar a seu
31 Por isso se chamou aquelle lugar filho.
Berseba, porquanto ambos jurarão ali. 11 Mas o Anjo de J e h o v a h lhe bra­
32 Assim fizerâo concerto em Berse­ dou desdo ceo, e disse: Abraham,
ba : Depois se levantou Abimelech e Abraham! e elle disse : Eis me aqrd.
Pichol cabeça de seu exercito, e tor- 12 Ent&o disse: Nâo estendas tua
narâo-se para a terra dos Philisteos. mâo sobre o rapaz, e nâo lhe faças
33 E plantou hum bosque em Ber­ nada; porquanto agora sei, que es te­
seba, e invocou là o nome de J e h o ­ mente a Deos, e nâo me refusaste a
v a h , Deos eterno. teu filho, a teu unico.
34 E peregrinou Abraham muitos di­ 13 Entâo levantou Abraham seus
as na terra dos Philisteos. olhos, e olhou; e eis hum carneiro de
tras delle, travado por seus cornos em
CAPITULO XII. hum mato; e foi Abraham, e tomou o
carneiro, e offereceo-o em nolocausto,
ACONTECEO depois destas cou­ em lugar de seu filho.
E sas, que Deos tentou a Abraham,
e disse-lhe: Abraham! e elle disse:
14 E chamou Abraham o nome da-
quelle lugar, J e h o v a h proverá; por
Eis-me aqui. onde se diz o dia de hoje : No monte
2 E disse: Toma agora a teu filho, de J e h o v a h se proverá.
teu unico aauem amas, a Isaac, e vai- 15 Entâo o Anjo de J e h o v a h bra­
te á terra ae Moria, e ofterece o ali dou a Abraham á segunda vez desdo
em holocausto sobre huma das mon­ ceo.
tanhas, que eu te direi. 16 E disse: Por mim mesmo juro,
3 Entâo se lerantou Abraham pela diz J eh o v a h : Porquanto fizeste esta
manhã, de madrugada, e albardou seu obra, e nâo refusas-te a teu filho, a teu
asno, e tomou dous de seus moços unico.
comsigo, e a Isaac seu filho; e fenaeo 17 Que abençoando-te abençoarei,
tenha para o holocausto, e levantou-se, e multiplicando multiplicarei tua se­
e foi-se ao lugar que Deos lhe dissera. mente como as estrellas do ceo, e co­
4 Ao terceiro dia levantou Abraham mo a area que está na praia do m ar;
seus olhos, e vio o lugar de longe. e tua semente possuirá em herança
5 E disse Abraham a seus moços: as portas de seus inimigos.
ficai-vos aqui com o asno, e eu com o 18 E em tua semente serâo bemdi-
hiremos até ali; e havendo ado- tas todas as gentes da terra: porquan­
X nós tornaremos a vós-outros. to obedeceste à minha voz.
6 É tomou Abraham a lenha do ho­ 19 Entâo Abraham tornou a seus
locausto, e pôla sobre Isaac seu filho; moços, e levantarâo-se, e forão juntos
e elle tomou o fogo e o cutelo em sua para Berseba; e Abraham habitou
mâo, e forão ambos juntos. em Berseba.
7 Éntâo fallou Isaac a Abraham seu 20 E aconteceo depois destas cou
pai, e disse: Pai meu! e elle dis­ sas, que denunciarão a Abraham, di
se: Eis me agui filho meu! e elle zendo: Eis que tambem Milca pario
disse: Eis aqui o fogo e a lenha, porém filhos a Nahor teu irmâo.
aonde está o cordeiro para o holocau­ 21 A Uz seu primogênito, e a Buz
sto? seu irmâo, e a Kerauel pai de Aram.
8 E disse Abraham: Deos proverá 22 E a Chesed, e a Haso, e a Pildas.
para si hum cordeiro em holocausto, e a Jidlaph, e a Bethuel.
meu filho : Assim hiâo ambos juntos. 23 E Bethuel gerou a Rebecca: es­
9 E vierão ao higar que Deos lhe tes oito pario Milca a Nahor, irmâo
dissera, e edificou Abranam ali hum de Abraham.
altar, e compóz, a lenha, e amarrou a 24 E sua.concubina cujo nome era
Isaac* seu filho, e deitou-o sobre o al­ Reuma, ella pario tambem a Tebah
ter em cima da lenha. e a Ganam, e a Tahas, e a Maacfca,

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GENESIS, XXIII, XXIV. 23

CAPITULO XXffl. 14 E respondeo Ephron a Abraham,


dizendo-lhe:
A vida de Sara foi cento e vinte e 15 Meu senhor, ouve-me: A terra
E sete annos: estes for&o os annos
da vida de Sara.
he de quatrocentos siclos de pjrata;
que isto he entre mim e entre ti? se­
2 E morreo Sara em Kirjath-Arba, pulta teu morto.
esta he Hebron na terra de Canaan; 16 E Abraham deu ouvidos a Ephron,
e veio Abraham a lamentar a Sara, e e Abraham pesou a Ephron o ainhei-
a chorála. ro de que tinha fallado em ouvidos
3 Depois se levantou Abraham de dos filhos de Heth, quatrocentos siclos
aobre a face de seu morto, e fallou aos de prataj correntes entre mercadores.
filhos de Heth, dizendo: 17 Assim se confirmou o campo do
4 Peregrino e forasteiro sou entre Ephron que estava em Machpela, em
vósoutros: dai-me possessão de sepul­ fronte de Mamre, o campo e a cova
tura com vosco, para que eu sepulte a que nelle estava, e todo o arvoredo que
meu morto de aiante ae minha face. no campo havia, que estava em todo
5 E responderão os filhos de Heth a seu contorno ao reaor.
Abraham, dizendo-lhe : 18 A Abraham em possessão diante
6 Ouve-nos, meu senhor; principe dos olhos dos filhos de Heth, de todos
de Deos es no meio de nôsoatros; en­ os que entra vâo pela porta de sua ci­
terra teu morto no escolhido de nossas dade.
sepulturas; nenhum de nós te impe­ 19 E depois sepultou Abraham a
dirá sua sepultura, para enterrar teu Sara sua mulher na cova do campo de
morto. Machpela, em fronte de Mamre que
7 Ent&o se levantou Abraham, e in­ he HeDron, na terra de Canaan.
clinou-se diante do povo da terra, di­ 20 Assim se confirmou aquelle cam­
ante dos filhos de Heth. po dos filhos de Heth, e a cova que
8 E fallou com elles, dizendo: Se he nelle estava, a Abraham em posses­
com vossa vontade, que eu sepulte são de sepultura.
meu morto de diante ae minha face,
ouvi-me, e fallai por mim â Ephron o CAPITULO XXIV.
filho de Zohar.
9 Que elle me dé a cova de Mach-
pela que tem, que he ao cabo de seu
campo; que me dá pêlo devido preço
A BRAHAM pois era já velho e en­
trado em aias, e J e h o v a h havia
abençoado a Abraham em tudo.
em herança de sepulcro, no meio ae 2 E disse Abraham a seu servo, o
vósoutros. mais velho de sua casa, que tinha o
10 Ora Ephron estava assentado no governo sobre tudo que possuia : Po-
meio dos filhos de H eth: e respondeo em agora tua mâo debaixo de minha
Ephron Hetheo a Abraham em ouvi­ coxa.
dos dos filhos de Heth, de todos os que 3 Para que eu te faça iurar por J e h o ­
entrav&o pela porta de sua cidade, di­ v a h o Deos do ceo, e Deos da terra,
zendo : que nâo tomarás para meu filho mu­
11 Nâo, meu senhor, ouve-me: o lher das filhas dos Cananeos, em meio
campo te dou, tambem te dou a cova dos quaes eu habito.
que nelle está; diante dos olhos dos 4 Mas que irás à minha terra, e à
jilhos de meu povo t’a dou; sepulta minha parentela, e tomarás de lá mu­
teu morto. lher para meu filho Isaac.
12 Entâo Abraham se inclinou di­ 5 E disse-lhe o servo: Porventura
ante da face do povo da terra. nâo quererá seguir-me aquella mu­
13 E fallou a Enhron em ouvidos do lher a esta terra: Tomanao tomarei
povo da terra, aizendo: mas tu es pois a teu filho á terra d’onde tens
este ? ora ouve-me: O preço do cam­ sahido ?
po darei, toma-o de mim, e sepultarei 6 E Abraham lhe disse: Guarda-te*
ali meu morto. que n&Q tomes lá a meu filho.

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24 GENÈSIS, XXIV.
7 J e h o v a h o Deos do ceo, que me e apresurou-se, e abaixou sêu cantaro
tomou da casa de meu pai, e da ter­ sobre sua m&o, e deu-lhe de beber.
ra de minha parentela, e que me 19 E acabando ella de lhe dar de
fallou, e que me jurou, dizendo: A beber, disse: Tambem tirarei agua
tua semente darei esta terra: Elle ara teus camellos, até que acabem
enviará seu anjo diante de tua face, S e beber.
para aue de lá tomes mulher para 20 E apresurou-se, e vazou seu can­
meu filho. taro na pia, e correo outra vez ao po­
8 Porem se a mulher nâo quiser se­ ço a tirar agua, e tirou para todos seus
guir-te, serás limpo deste meu jura­ camellos.
mento : somente nào tomes 1&a meu 21 E o var&o estava espantado del­
filho. ia, callando, para saber se J eh o v a h
9 Entâo pós o servo sua m&o de­ havia prosperado seu caminho, ou
baixo da coxa de Abraham seu se­ n&o.
nhor, e jurou-lhe sobre este negocio. 22 E aconteceo que, acabando os
10 E tomou aauelle servo dez ca- camellos de beber, tomou o varào hum
mellos dos camellos de seu senhor, e pendente de ouro. de meio siclo de
partio-se e toda a fazenda de seu peso, e duas manilnas sobre suas mâos
senhor estava em sua m&o, e levan- de peso de dez siclos de ouro.
tou-se e partio-se a Mesopotamia, á ci­ 23 E disse: Cuja filha es ? Ora faze-
dade de Nahor. me o saber: Ha tambem em casa de
11 E fez ajoelhar os camellos fora teu pai lugar para nos a pousar ?
da cidade, junto a hum poço de agua, 24 E ella lhe dissera: Eu sou a filha
á hora da tarde, as tempo que as moças de Bethuel, filho de Milca, ao qual
sahi&o a tirar agua. pario a Nanor.
12 E disse: J e h o v a h , Deos de meu 25 Dissera-lhe mais: Tambem te­
senhor Abraham! Ora faze que ella mos palha e muito pasto, tambem lu­
encontre hoje diante de mim, e faze gar para passar a noite.
misericordia a meu senhor Abra­ 26 Ent&o inclinou-se aquelle varâo.
ham. e adorou a J e h o v a h .
13 Eis que eu estou em pé junto a 27 E disse: Bemdito J e h o v a h Deos
fonte de agua, e as filhas dos varões de meu senhor Abraham, que n&o
desta cidade sahir&o a tirar agua: tirou sua beneficencia e sua verdade
14 Seja pois que a moça, a quem eu de meu senhor: quanto a mim, J e h o ­
disser: Aoaixa agora teu cantaro pa­ va h me guiou neste caminho à casa
ra que eu bebaj e ella disser: Bebe, dos irm&os de meu senhor.
o tambem darei de beber a teus ca­ 28 E a moça correo, e fez saber estas
mellos ; aquella seja a que assinalaste cousas na casa de sua mãi.
a teu servo Isaac, e que eu conheça 29 E Rebecca tinha hum irmâo, cujo
nisso, que fizeste misericordia a meu nome era Laban; e Laban correo fo­
senhor. ra a aquelle varâo á fonte.
15 E aconteceo que, antes que elle 30 E aconteceo que, quando elle vira
acabasse de fallar, eis que Rebecca ao pendente e as manilhas sobre as
sahia, que havia nascido a Bethuel, mâos de sua irmâ j e quando ouvira
filho de Milca, mulher dó Nahor, ir­ as palavras de sua irmâ Rebecca, que
m&o de Abraham, e trazia seu cantaro dizia: Assim me fallou aquelle va­
sobre seu hombro. râo ; veio ao varâo, e eis que estava
16 E a moça era mui fermosa de em pé junto aos camellos á fonte.
vista, virgem, a que varâo n&o havia 31 E disse: Entra, bemdito de J e h o ­
conhecido : e deceo á fonte, e encheo v a h , porcjue estarás fora? pois já eu
seu cantaro, e subio. aparelhei a casa, e o lugar para os
17 Ent&o o servo lhe correo ao en­ camellos.
contro, e disse: Deixa-me ora beber 32 Eutâo veio aquelle var&o a casa,
huma pouca de agua de teu cantaro. e desatar&o-os camellos, e der&o pa­
18 E ella disse: Bebe meu senhor; lha e pasto aos camellos, e agua para

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GENESIS, XXIV. 25
h w os pés delle, e os pés dos varões 46 E ella se apresurou, e abaixou
qoe estavão com elle. seu cantaro de sobre si, e disse: Be­
33 Depois poserão diante delle de be, e tambem darei de beber a teus
comer • porem elle disse: Nâo come­ camellos; e bebi, e ella deu tambem
rei, até aue haja fallado minhas pala- de beber aos camellos.
t o s ; e disse: Falia. 47 Então lhe perguntei, e disse: Cu­
34 Enláo disse: Eu sou o servo de ja filha tu efc ? e ella disse: Filha de
Abraham. Bethuel, filho de Nahor, a quem lhe-
35 EJ ehovah a b e n ç o o u m u ito a m e u ario Milca; entâo tenho posto o pen-
senhor, d e m a n e ir a q o e foi e n g ra n ­ S ente em seu rosto, e as manilhas so­
decido, e d e u -lh e o v e lh a s e v a c a s , e bre suas mãos.
prata e ouro, e s e rv o s e se rv a s , e c a ­ 48 E inclinando-me adorei a J eh o ­
rnelios e asnos. vah , e bemdisse a J eh o v a h , Deos de
36 E Sara a mulher de meu senhor meu senhor Abraham, que me havia
pario hum filho a meu senhor depois encaminhado por caminho da verda­
de sua velhice, e deu-lhe tudo quanto de, para tomar a filha do irmâo de
tem. meu senhor para seu filho.
37 E meu senhor me fez jurar, di­ 49 Agora pois, «e vósoutros haveis
zendo : Nâo tomarás mulher para meu de fazer misericordia e verdade a meu
filho das filhas dos Cananéos, em cuja senhor, fazei-m’o saber; e se nâo,
terra habito. tambem fazei>m’o saber, para que eu
38 Senão irás á casa de meu pai, olhe à mão direita, on á esquerda.
e a minha família, e tomarás mumer 50 Entâo responaeo Laban e Bethu­
para meu filho. el, e disserão : De J e h o v a h procedeo
3) Então disse eu a meu senhor: Por este negocio; não podemos fallar a ti
ventura não me seguirá a mulher. mal oubem.
40 £ elle me disse: J e h o v a h , dian­ 51 Ves aqui, Rebecca está diante de
te de eujo rosto andado tenho, envia­ tua face, toma-a, e vai-te, seja a mu­
rá sen anjo comtigo, e prosperará teu lher do filho de teu senhor, como tem
caminho, para que tomes mulher para dito J e h o v a h .
roeu filho de minha familia, e da casa 52 E aconteceo qne, ouvindo o ser­
de meu pai. vo de Abraham suas palavras, incli­
41 Entào serás limpo de meu jura­ nou-se á terra diante a e J e h o v a h .
mento, quando fores a minha familia; 53 E tirou o servo vasos de prata e
e se nâo te a derem, limpo serás de vasos de ouro, e vestidos, e deu-os a
meu juramento. Rebecca; tambem deu cousas precio­
42 E hoje cheguei á frtrate, e disse : sas a seu irmão, e a sua mãi.
Jehovah, Deos de meu senhor Abra­ 54 Então comerão e beberão, elle e
ham! se tu agora prosperarás meu os varões que com elle estavão; e pas­
caminho, no qual eu ando. sarão a noite: e levantarão-se pela ma*
43 Eis que estou junto á fonte de nhã, e disse: Deixai-me ir a meu
agoa: Seja pois, que a donzella que senhor.
sahir para tirar agua, e á qual eu dis­ 55 Então disse seu irmão a sua mãi;
ser; ora dâme huma pouca de agua Fique a moça com nosco alguns ou dez
de teu cantaro: dias, depois irás.
44 E ella me disser; bebe tu tam­ 56 Porem elle lhes disse: Nâo me
bem, e tambem tirarei agua para teus detenhais, pois J eh o v a h tem prosperar
camellos: esta seja a mulher, que J e ­ do meu caminho; deixai-me partir,
hovah assinalou ao filho de meu se­ que me vou a meu senhor.
nhor. 57 E disserão: Chamemos a moça,
45 Antes que eu acabasse de fallar e perguntemos-lhe-o.
em meu coração, eis que Rebecca sa­ 58 E chamarão a Rebeoca, e d iss e -
hia etrazia seu cantaro sobre seu hom- rão-lhe: Irás tu com este varão? e
bto. e deceo á fonte, e tirou agna ; e ella respondeo: Irei.
eu lhe disse : Ora dá-me de beber. 59 Então despedirão a R«b«cca snaa
2
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26 GENESIS, XXV.
irmâ, e a sua ama, e ao servo de Abra­ da vida de Abraham, que viveo; cen­
ham/ e a seus varões. to e setenta e cinco annos.
60 E abençoarão a Rebecoa, e dis> 8 E espirou e morreo Abraham em
serão-lhe: a nossa irmã, sejas tu em boa velhice, velho e farto de dias: e
milhares de milhares, e tua semente foi congregado a seus povos.
possua a porta de seus aborrecedores! 9 E sepultarão-o Isaac e Ismael, seus
61 E Rebecca se levantou com suas filhos, na cova de Machpela, no cam­
m o ç a s, e subirão so b re os camellos, e po de Ephron, filho de Zohar Hethéo,
seguirão ao varão: e tomou aquelle que estava em fronte de Mamre.
Bervo a Rebecca. e partio-se. 10 No campo que Abraham compra­
62 Ora Isaac vinha d’onde se vem a ra dos filhos de H eth: Ali está sepul­
o poço de Lachai-Roi; e habitava na tado Abraham, e Sara sua mulher.
terra do Sul. 11 E aconteceo depois da morte de
63 E Isaac sahira a orar no campo, Abraham, que Deos abençoou a Isaac
à hora da tarde: e levantou seus olhos, seu filho: e habitava Isaac juuto aa
e olhou, e eis que os camellos vinhão. poço Lacnai-Roi.
64 Rebecca tambem levantou seus 12 Estas porem são as gerações de*
olhos, e vio a Isaac, e lançou-se do ca- Ismael filho de Abraham, a quem pa­
mello. rio Hagar Egypcia, serva de Sara, a.
65 E disse ao servo: Quem he aquel­ Abraham.
le varão, que vem pelo campo ao en­ 13 E estes são os nomes dos filhofi.
contro de nós %e o servo disse : Este de Ismael por seus nomes, segundo*
he meu senhor; então tomou ella o suas gerações : o primogênito de Is­
veo, e cubriose. mael era Nebajoth, depois Kedar, e
66 E o servo contou a Isaac todas as Abdeel, e Mibsam.
cousas que fizera. 14 E Misma, e Duma, e Massa.
67 E Isaac trouxe-a em a tenda de 15 Hadar, e Thema, Jetur, Naphis,
sua mãi Sara, e tomou a Rebecca, e e Kedma.
foi-lhe por mulher, e amou-a: assim 16 Estes são os filhos de Ismael, e
Isaac foi consolado depois da morte de estes são seus nomes em suas villas, e
sua mãi. em seus paços; doze príncipessçgun-
do suas familias.
17 E estes são os annos da vida de
CAPITULO XXV. Isrtiael, cento e trinta e sete annos; e
ABRAHAM proseguio, e tomou elle espirou, e morreo, e foi congrega­
E outra mulher) e seu nome era
Ketura.
do a seus povos.
18 E habitarão desde Ha vila até Sur,
2 E pario-lhe a Zimran, e a Joksan, que está em fronte de Egypto, aonde
e a Medan, e a Midian e a Jisback, e vas para Assur; e fez seu assento di­
a Su?h. ante da face de todos seus irmãos.
3 E Joksan gerou a Seba, e a De- 19 E estas são as gerações de Isaac,.
dan: e os filhos de Dedan forão As- filho de Abraham: Abraham gerou a
surim, e Letusim, e Leunimim. Isaac.
4 E os íilho8 de Midian forão Epha, 20 E era Isaac de idade de quaren­
e Epher, e Hanoch, e Abidah, e El- ta annos, quando tomou a Rebecca,
dah: estes todos forão filhos de Ke­ filha de Bethuel Araméo de Paddan-
tura. Aram, irmã de Laban Araméo, por
5 Porem Abraham deu tudo o que sua mulher.
tinha a Isaac. 21 E Isaac orou a J eh o v a h em pre­
6 Mas aos filhos das concubinas que sença de sua mulher, porquanto era
Abraham tinha, deu Abraham presen­ esteril j e J e h o v a h moveo-se delle,
tes, e despedio-os de seu filho Isaac, de maneira que concebeo Rebecça sua
vivendo elle ainda, ao Oriente para a mulher.
terra Oriental. 22 E os filhos se empuxavão em seu
7 Estes pois são os dias dos aimp§ ventre; então disse: Se assim he, por­

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GENESIS, XXVI. 27
que eu bou aqui ? E foi-se a perguntar tigo, e te abençoarei: porque a ti e a
a J eh o v a h . tua semente darei todas estas terras,
23 E J e h o v a h lhe disse: Dous po­ e confirmarei o juramento, que tenho
voe ha em teu ventre, e duas nações jurado a Abraham teu pai.
se dividirão de tuas entranhas, e o 4 E multiplicarei tua semente como
hum povo será mais forte que o outro as estrellas do ceo, e darei à tua se­
poro: e o maior servirá ao menor. mente todas estas terras; e em tua se­
24 £ cumprindo-se seus dias para mente serão bemditas todas as gentes
parir, eis gêmeos em seu ventre. da terra.
25 E sahio o primeiro ruivo, e era to­ 5 Porquanto Abraham obedeceo à
do como hum vestido cabelludo; por­ minha voz, e guardou meu mandado,
isso chamarão seu nome Esau. meus-preceitos, meus estatutos, e mi­
26 E depois sahio seu irmão, trava­ nhas leis.
da sua mâo do calcanhar de Esau; 6 Assim habitou Isaac em Gerar.
risso se chamou seu nome Jacob: 7 E perguntando-lhe os varões da-
era Isaac de idade de sessenta an­ uelle lugar ácerca de sua mulher,
nos, quando os gerou. isse: Minha irmã he; porque temia
27 E crescerão os meninos, e Esau de dizer, minha ráulher ne, para que
foi varâo entendido na caça, varâo do porventura dizia elle me não matem
campo; mas Jacob era varâo sinoe- os varões daquelle lugar por amor
ro, habitando em tendas. de Rebecca; porque era formosa de
28 E amava Isaac a Esau, porque a vista.
caça era por sua boca; mas Rebecca 8 E aconteceo que, como elle esteve
amava a Jacob. ali muito tempo, Abimelech Rei dos
29 E Jacob guisara hum guisado; e Philisteos olhou por huma janella e
veio Esau do campo, e estava can­ vio, eis que Isaac estava zombando
sado. com Rebecca sua mulher.
30 E disse Esau a Jacob: Deixa-me 9 Então chamou Abimelech a Isaac,
ora sorver deste vermelho, o vermelho e disse: Eis que na verdade ella he
ali, porque estou cansado: porisso se tua mulher; como pois disseste; mi­
chamou seu nome, Edoixi. nha irmâ he í e disse-lhe Isaac: Por­
31 Entâo disse Jacob: Vende-me que eu dizia; para que eu por ventura
hoje tua primogenitura 1 não morra por amor delia.
32 E disse Esau: Eis que me vou a 10 E disse Abimelech: Que he isto
morrer, e para que me servirá logo a que nos fizeste? Facilmente se houve­
primogenitura ? ra deitado algum deste povo com tua
33 Entâo disse Jacob: Jura-me ho­ mulher, de maneira que nouveras tra­
je ; e jurou-lhe, e vendeo sua primo­ zido culpa sobre nós.
genitura a Jacob. 11 E mandou Abimelech a todo o
34 E Jacob deu pão a Esau e o gui­ povo, dizendo: Qualquer que tocar a
sado das lentilhas; e comeo, ebebeo; este varão ou a sua mulher, de morte
e levantou-se, e foi-se: Assim despre­ morrerá.
zou Esau a primogenitura. 12 E semeou Isaac naquella mes­
ma terra, e achou naquelle mesmo
CAPITULO XXVI. anno cem medidas, porque J eh o v a h
o abençoava.
HAVIA fome na terra, de mais 13 E engrandeceo-se o varâo, e hia-
E da primeira fome; que foi nos di­
as de Abraham: porisso foi-se Isaac
se engrandecendo, ^té que foi feito
mui grande.
a Abimelech Rei dos Philisteos em 14 E tinha possessão de ovelhas, e
Gerar. possessão de vacas, e muito aparato;
2 E appareceo-lhe J eh o v a h , e disse: de maneira que os Philisteos o enve-
Nâo desças a Egypto; habita na terra javão.
que eu te disser. 15 E todos os poços, que os servos
3 Peregrina nesta terra, e serei çoin- de seu pai nos dias de seu pai Abra-

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28 GENESIS, XXVIÍ.
ham tinhão cavado, os Philisteos en­ te em paz: Agora tu es o bemdito de
tulharão, e os encherão de terra. J eho v a h .
16 Tambem disse Abimelech a Isa­ 30 Entâo lhes fez hnm convite, e
ac: Aparta-te de nósoutros; porque comerão e beberão.
muito mais poderoso te tens feito que 31 E levantarâo-se de madrugada, e
nós. jurarâo-o hum ao outro: depois os
17 Ent&o Isaac foi-se d’ali, e fez seu despedio Isaac, e partirâo-ee deüe em
assento no valle de Gerar, e habitou lá. paz.
18 E tomou Isaac, e cavou os poços 32 E aconteceo naquelle mesmo dia,
de agua, que cavarão nos dias de que vierão os.servos de Isaac, e de­
Abraham seu pai, e que os Philisteos nunciarão-lhe ácerca do negocio do
taparão depois da morte de Abra­ poço, que tinhão cavado; e disseráo-
ham ; e chamou seus nomes dos no­ lhe: Temos achado agua.
mes, com que lhes chamara seu pai. 33 E chamou-lhe, Seba: porisso he
19 Cavarão pois os servos de Isaac o nome daquella cidade Ber-Seba até
naquelle valle, e acharão ali hum po­ o dia de hoje.
ço de aguas vivas. 34 Ora sendo Esau de idade de qua­
20 E os Pastores de Gerar porfiarão renta annos, tomou por mulher a Ju-
com os pastores de Isaac, dizendo: ditlL filha de Beeri Hetheo, e a Bas-
Nossa he esta agua: porisso chamou matn, filha de Elon Hetheo.
o nome daquelle poço, Esek; porque 35 E estas forão a Isaac e a Rebecca
contenderão com elle. huma amargura do espirito.
21 Entào cavarão outro pôço, e tam­
bem porfiarão sobre elle: poriseo cha­ CAPITULO XXVII.
mou seu nome Sitna.
22 E partio-se d?ali, e cavou outro ACONTECEO que, como Isaac
poço, e nâo porfiarão sobre elle : por-
1880 chamou seu nome Rehobotn, e
E envelheceo, e seus olhos se es­
curecerão, de maneira que não podia
disse: Porque agora nos dilatou J e ­ ver. chamou a Esau seu filho maior,
h o v a h , e crecémos nesta terra. e aisse-lhe: Meu filho: e elle lhe
23 Depois subio d,ali a Ber Seba. disse: Eis-me aqui.
24 E apareceo-lhe J eh o v a h naquella 2 E elle disse: É íb que já agora enve­
mesma noite, e disse: Eu sou o Deos lheci, e nâo sei o dia de minna morte.
de Abraham teu pai: nâo temas, por­ 3 A^ora pois, toma ora teu aparelho,
que eu sou comtigo e abençoar-te-nei, tua aljava e teu arco, e sahe ao cam­
e multiplicarei tua semente, por amor po, e caça para mim caça.
de Abraham meu servo. 4 E faze-me manjares saborosos, co­
25 Entâo edificou ali hum altar, e mo eu os amo, e traze-me-os; para
invocou o nome de J e h o v a h , e armou que eu coma, para que minha alma
ali sua tenda; e os servos de Isaac te abençoe, antes que morra.
cavarão ali hum poço. 5 E Rebecca escutou quando Isaac
26 E Abimelech veio a elle de Ge­ fallava a seu filho Esau: e foi-se Esau
rar, com Ahuzzath seu amigo, e Pi- ao campo, para caçar a caça, que
chol o principe de seu exercito. havia de trazer.
27 E disse-lhes Isaac: Porque vies­ 6 Entâo fallou Rebecca a Jacob seu
tes a mim^ pois que vos me aborreceis, filho, dizendo: Eis que tenho ouvido
e me enviastes de vósoutros ? a teu pai, que fallava com Esau teu
28 E elles disserão: Vendo have­ irmâo, dizendo:
mos visto, que J eh o v a h he comtigo, 7 Traze-me caça, e faze para mim
pelo que dissemos: Haja agora jura­ manjares saborosos, para que eu co­
mento entre nòsoutros, entre nós e en­ ma, e te abençoe diante aa face de
tre ti : e façamos concerto comtigo. J e h o v a h antes de minha morte.
29 Que nos nâo faças mal, como nós 8 Agora pois, filho meu, ouve minha
nâo temos te tocado, e como somente voz nacjuillo que te manao.
te havemos feito bem, e deixámos ir- 6 Vai agora ao rebanho, e traze

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GENESIS, XXVII. 29
para. mim de lá dous bons cabritos das perto de mira, para que coma da caça
cabras, e eu farei golodices para teu de meu filho; para que rainha alma
pai, como elle ama. te abençoe : e chegou-lh,o, e comeo;
10 E tu as levarás a teu pai, e co­ trouxe-lne tambem vinho, e bebeo.
merá ; para que te abençoe antes de 26 E disse-lhe Isaac seu p a i: Ora
sua morte. chega-te, e beja-me, filho meu.
11 Entâo disse Jacob a Rebecca sua 27 E chegou-se, e bejou-o ; então
mãi : Eis que Esau meu irmão he cheirou o cheiro de seus vestidos? e
var&o velloso, e eu varão liso. abençoou-o. e disse: Eis que o cheiro
12 Porventura me apalpará meu pai, de meu filho he como o cheiro do
e serei em seus olhos como engana­ campo, que J e h o v a h abençoou.
dor : assim traria eu sobre mim mal­ 28 Assim pois te dê Deos do orvalho
dição, e não benção. do ceo. e das gorduras da terra \ e mul­
13 E disse-lhe sua mãi: Meu filho, tidão ae trigo e de mosto.
tua maldição seja sobre mim; ouve so­ 29 Sirvão-te povos, e nações se in-
mente minha voz, e vai, trazè-m’os. curvem a ti: Sé senhor de teus ir­
14 E foi, e tomou-os, e trouie-os a mãos, e os filhos de tua mãi se incur-
sua mãi; e sua mãi fez manjares sa­ vem a t i : Malditos os que te amal­
borosos, como seu pai os amava. diçoarem, e bemditos os que te aben­
15 Depois tomou Rebecca os vesti­ çoarem.
dos preciosos de Esau seu filho maior, 30 E aconteceo, acabando Isaac de
ue tinha comsigo em casa, e vestio a abençoar a Jacob, sucedeo <jue. Jacob
3 acob seu filho menor. sahindo apenas havia sahiao aa face
16 E as peles dos cabritos daS cabras de Isaac seu pai, veio Esau seu irmão
fez vestir sobre suas mãos, e sobre a de sua caça.
lisadura de seu pescoço. 31 E fez tambem elle manjares sa­
17 E den os manjares saborosos, e o borosos, atrouxe-os a seu pai; e disse
pão, que tinha adereçado, na mão de a seu pai: Levante-se meu pai, e co­
Jacob sen filho. ma da caça de seu filho, para que me
18 E elle veio a seu pai, e disse; abençoe tua alma.
Meu p a i! e elle disse: Eis-me aqui; 32 E disse-lhe Isaac seu pai: Quem
quem es tu, meu filho ? es tu ? e elle disse : Eu sou teu filho,
19 E Jacob disse a seil pai: Eu sou teu primogênito, Esau.
Esau teu primogênito; feito tenho co­ 33 Então estremeceo Isaac de hum
mo me disseste: Levanta-te agora, as­ estremecimento muito grande; e dis­
senta-te, e come de minha caça, para se : Quem pois he aauelle, que caçou
qne tua alma me abençoe. a caça, e m/a trouxe 1 e corai de tudo,
20 Então disse Isaac a seu filho : antes que tu viesses, e abençoei-o:
Como he isto, mie tão apressadamen­ Tambem será bemdito.
te a achaste, filho meu í e elle disse : 34 Ouvindo Esau as p a la v ra s d e seu
Porquanto J eh o v a h teu Deos a fez p a i, b ra d o u co m g r a n d e e m u i a m a rg o
encontrar diante de minha face. Drado, e d iss e a seu pai: Abençoa-
21 E disse Isaac a Jacob: Chega-te m e ta m b e m a m im , m e u p a i.
agora, para que te apalpe, meu filho; 35 E elle disse: Veio teu irmão com
se es meu filno Esau mesmo, ou não. engano, e tomou tua benção.
22 Então se chegou Jacob a Isaac 36 Então disse elle: Não porisso seu
seu pai, que o apalpou, e disse : A voz nome foi chamado Jacob, porque já du­
he a voz de Jacob, porém as mãos são as vezes me enganou 1 minha primo­
as mãos de Esau. genitura me tomou, e eis que agora
23 E não o conheceo, porquanto suas me tomou minha benção: mais disse:
mãos esta vão vellosas, como as mãos Não reservaste pois para mim nenhu­
de Esau seu irmão: e abenooou-o. ma benção.
• 24 E disse: Es tu meu filho Esau 37 Então respondeo Isaac, e disse a
mesmo ? e elle disse: Eu sou. Esau: Eis que o tenho posto por se­
35 Então disse : Faze chegar isso nhor sobre ti, e todos seus irmãos lhe

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30 GENESIS, XXVIII.
tenho dado por servos: e de trigo e e te faça frutificar, e te multiplique)
de mosto o tenho fortalecido ; que pois para que sejas em multidão de povos.
te farei agora, meu filho ? 4 E te de a benção de Abraham, a
38 E disse Esau a seu pai: Tens so­ ti e a tua semente comtigo, para que
mente esta huma benção meu pai ? em herança possuas a terra de tuas
abençoa-me tambem a mim, meu pai; peregrinações, que Deos deu a Abra­
e levantou Esau sua voz, e chorou. ham.
39 Entâo respondeo Isaac seu pai, e 5 Assim enviou Isaac a Jacob, o qual
disse-lhe : Eis que nas gorduras da foi-se a Paddan-Aram, a Laban filho
terra será tua habitação, e do orvalho de Bethuel Syro. ifmâo de Rebecca,
do ceo, de riba serás bemdito. mãi de Jacob e ae Esau.
40 E por teu cutelo viverás, e a teu 6 Vendo pois Esau, que Isaac aben­
irmâo servirás: Porem acontecerá que çoara a Jacob, e 0 enviara a Paddan-
quando tu senhoreares, entâo descar­ Aram, para tomar mulher para si d’ali,
regarás seu jugo de teu pescoço. e que abençoando-o, lhe mandara, di­
41 E aborreceo Esau a Jacob por zendo : Nâo tomes mulher das filhas
causa daquella benção, com que seu de Canaan.
pai o tinha abençoado; e Esau disse 7 E que Jacob obedecera a seu pai,
em seu coracáo: Chegar-se-hâo os di­ e a sua mãi, e se fóra.a Paddan-
as do luto ae meu pai: e matarei a Aram.
Jacob meu irmâo. 8 Vendo tambem Esau, que as filhas
42 E denunciadas forão a Rebecca de Canaan erão màs nos olhos de Isaac
estas palavras de Esau seu filho mai­ seu pai.
or ; e ella enviou, e chamou a Jacob 9 Foi-se Esau a Ismael, é tomou pa­
seu filho menor, e disse-lhe: Eis que ra si por rnulher, alem de suas mulhe­
Esau teu irmâo se consola sobre ti, pa­ res, a Mahalath filha de Ismael, filho
ra te matar. de Abraham, irmâ de Nebajoth.
43 Agora pois meu filho, ouve minha 10 Partio-se pois Jacob de Berseba,
voz e levanta-te: Acolhe-te. a Laban e foi-se a Haran.
meu irmâo em Haran. 11 E chegou a hum lugar, onde pas­
44 E mora com elle algnns dias, até sou a noite, porque ja o sol era posto:
que passe o furor de teu irmâo. E tomou das pedras daqijelle lugar, e
45 Até que se desvie de ti a ira de as pôs a sua cabeceira, e deitou-se na-
teu irmâo, e se esqueça do que lhe quelle mesmo lugar.
fizeste: entâo enviarei, e te tomarei 12 E sonhou: E eis huma escada era
de lá ; porque seria eu aesfilhada tam­ posta na terr^, cuja cabeça tocava no
bem de vos ambos em hum dia ? ceo: e eis que os Anjos de Deos su-
46 E disse Rebecca a Isaac: Enfa­ biâo e deciâo por ella.
dada estou de minha vida, por causa 13 E eis que J e h o v a h estava em ci­
das filhas de Heth: se Jacob tomar ma delia, e disse: Eu sou J e h o v a h , o
mulher das filhas de Heth. cotno es­ Deos de Abraham teu pai, e o Deos
tas são, das filhas desta terra, para que de Isaac: Esta terra, em que estás
me será a vida ? deitado, te darei a ti, e a tua se­
mente.
14 E tua semente será como o pó da
CAPITULO XXVIII. terra, e estender-se ha ao occidente, e
ISAAC chamou a Jacob, e aben- ao oriente, e ao norte, e ao sul, e em
E çoou-o, e mandou-lhe, e disse-
lhe : Nâo tomes mulher das filhas de
ti, e em tua semente serâo bemditas
todas as familias da terra.
Canaan. 15 E eis que estou comtigo, e te
2 Levanta-te, vai a Paddan-Aram, á guardarei por onde quer que fores, e
casa de Bethuel, pai de tua mãi, e to­ te tomarei a esta terra: porque te nâo
ma te de lá huma mulher das filhas deixarei, até que haja íeito o que te
de Laban, irmâo de tua mãi. tenho dito.
3 E Deos Todopoderoso te abençoe, 16 Acordado pois Jacob de seu so

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GENESIS, XXIX. SI
no, dizia: Certaménte J e h oVah está 8 E disserão: Nâo podemos, até que
neste lugL/; e eu nâo o sabia. todos os rebanhos se ajuntem, e revol-
17 E temeo, e disse : Quam temero­ vâo a pedra de sobre a boca do poço,
so he este lugar, outra cousa nâo he para que abeberemos as ovelhas.
aqui, senão casa de Deos; e esta he 9 Estando elle ainda fallando cora
a porta do ceo. elles, veio Rachel com as ovelhas de
18 Entâo se levantou Jacob pela ma­ seu pai; porque ella era pastora.
nhã de madrugada, e tomou a pedra, 10 E aconteceo que, vendo Jacob a
que tinha posto por sua cabeceira, e a 'Rachel filha de Laban, do irmâo de
pós por estatua, e derramou azeite em sua mãi, e as ovelhas de Laban do
cima delia. irmão de sua mãi. chegou Jacob, e
19 E chamou o nome daquelle lugar revolveo a pedra de sobre a boca do
Bethel; sendo porem o nome daquella poço, e abeberou as ovelhas de La-
cidade d^antes, Luz. Dan, irmão de sua mãi.
20 E Jacob votou hum voto, dizendo: H E Jacob beiou a Rachel) e le­
Se Deos for oomigo, e me guardar vantou sua voz, e chorou.
nesta viagem que Faço, e me der pâo 12 E Jacob annunciou a Rachel,
para comer, e vestidos para vestir ; que era irmão de seu pai, e que era
21 E eu em paz tomar â casa de nlho de Rebecca : então ella correo,
meu p a i: J e h o v a h me será por Deos.
e o annunciou a seu pai.
22 E esta pedra que tenho posto por 13 E aconteceo que, ouvindo Laban
estatua, será casa ae Deos, e de tudo as novas de Jacob filho de sua irmã,
quanto me deres, dezimando dezima- correo-lhe ao encontro, e abraçou-o,
rei para ti. e bejou-oj e levou-o a sua casa; e
contou a Laban todas estas cousas.
CAPITULO XXIX. 14 Então Laban disse-lhe: Verda­
deiramente es tu meu osso e minha

E
ente.
NTAO levantou Jacob seus pés, e carne ; e ficou com elle hum mes in­
foi-se à terra dos filhos do ori­ teiro.
15 Depois disse Laban a Jacob: Por­
2 E olhou, e eis hum poço no cam­ que tu es meu irmão, me has de ser­
po, e eis tres rebanhos de ovelhas que vir de balde ? declara-me, que será teu
aeitavâo junto a elle ; porque daquel­ salario.
le poço abeberavão os reDanhos: e 16 E Laban tinha duas filhas; o no­
havia huma grande pedra sobre a me da maior era L ea; e o nome da
boca do poço. menor Rachel.
3 E ajuntavâo-se ali todos os reban­ 17 Porem Lea tinha olhos tenros;
hos, e revolviâo a pedra de sobre a mas Rachel era de formoso sembrante,
boca do poço, e abeberavão as ovel­ e fermosa de vista.
has : e tornavâo a pedra sobre a boca 18 E amava Jacob a Rachel, e dis­
do poço, em seu lugar. se : Sete annos te servirei por Rachel
4 E disse-lhes Jacob: Meus irmãos, tua filha menor.
donde vós sois 1 e disserão: Somos 19 Então disse Laban : Melhor he
de Haran. que eu a dé a ti, do que e u a d è a
5 E elle lhes dissa: Conheceis a outro varão : fica comigo.
Laban filho de Nachor ? e dizião: 20 Assim servio Jacob sete annos
Conhecemos. por Rachel j e forão em seus olhos
6 Disse-lhes m ais: Está elle bem ? como poucos dias, porquanto a amava.
e disserão : Bem está, e eis aqui Ra­ 21 E disse Jacob a Laban: Dá-m«
chel sua filha, que vem com as ove­ minha mulher, porque meus dias são
lhas. compridos, para que entre a ella.
7 E elle disse; Eis que o dia ainda 22 Então ajuntou Laban a todos os
he grande, não he tempo de ajuntar o varões daquelle lugar, e fez hum
gado, abeberai as ovelnas, e ide, apa- convite.
oentai-aa. | 23 E aconteceo â tarde, que tomou a

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32 GENESIS, XXX.
Lea sua filha, e trouxe lh7a : e entrou contra Rachel, e disse : Estou eu logo
a ella. em lugar de Deos, que te impedio o
24 E Laban deu-lhe a Zilpa sua fruto de teu ventre ?
serva, a Lea sua filha por serva. 3 E ella disse : Eis aqui minha ser­
25 É aconteceo pela manhã, e eis va Bilha, entra a ella, para que paira
que Lea era : pelo que disse a Laban ; sobre meus joelhos, e eu tambem se­
porque me fizeste isso ? não tenho ja edificada delia.
servido comtigo por Rachel 1 porque 4 Assim lhe deu a Bilha sua serva
pois me enganaste ? por mulher : e Jacob entrou a ella.
26 E disse Laban: Não se faz assim 5 E concebeo Bilha, e pario a Jacob
em nosso lugar, que a menor se dá hum filho.
antes da primogênita. 6 Entâo disse Rachel: Julgou-me
27 Compre a semana desta; então Deos, e tambem ouvio minha voz, e
te tambem daremos a esta, pelo ser­ me deu hum filho: porisso chamou
viço, que ainda outros sete annos ser­ seu nome Dan.
vires comigo. 7 E Bilha serva de Rachel tornou a
28 E Jacob fez assim; ecomprio a conceber, e pario a Jacob o filho
semana desta: então lhe deu a Ra­ segundo.
chel sua filha, lhe por mulher., 8 Então disse Rachel: Com lutas de
29 E deu Laban a Rachel sua filha Deos tenho lutado com minha irmâ,
a Bilha sua serva, lhe por serva. tambem venci; e chamou seu nome
30 E entrou tambem a Rachel, e Naphtali.
amou tambem a Rachel mais que a 9 Vendo pois Lea, que cessava de
L ea; e servio com elle ainda outros parir, tomou tambem a Zilpa sua ser­
sete annos. va, e deu-a a Jacob por mulher.
31 Vendo pois J eh o v a h aue Lea 10 E pario Zilpa serva de Lea hum
era aborrecida, abrio sua madre; po­ filho a Jacob.
rem Rachel era esteril. 11 Entâo disse L ea: Veio huma
32 E concebeo Lea, e pario hum chusma: e chamou seu nome Gad.
filho, e chamou seu nome Ruben: 12 Depois pano Zilpa serva de Lea
porque disse : Porque J eh o v a h atten­ o filho segundo* a Jacob.
tou para minha amição. porisso ago­ 13 Então disse L ea: Para minha
ra me amará meu mariao. ventura; porque as filhas me terão
33 E concebeo outra vez, e pario por bemaventurada: e chamou seu
hum filho, dizendo : Porquanto J e h o ­ nome Aser.
v a h ouvio, que eu era aborrecida, me 14 E foi Ruben em os dias da sega
tambem aeu a este; e chamou seu do tigo, e achou Dudains no campo,
nome Simeon. e trouxe-as a Lea sua mãi: Entâo
34 E tomou a conceber, e pario hum disse Rachel a L ea; dá-me ora das
filho, dizendo: Agora esta vez se Dudains de teu filho.
ajuntará meu mariao comigo, porque 15 E ella lhe disse : Pouco he, que
tres filhos lhe tenho parido : porisso hajas tomado meu marido, tambem
chamou seu nome Levi. tomarás as Dudains de meu filho %
35 E concebeo outra vez, e pario Então disse Rachel: porisso se deitará
hum filho, dizendo : Esta vez louva­ comtigo esta noite, pelas Dudains de
rei a J eh o v a h ; porisso chamou seu teu filho.
nome Judá: e cessou de parir. 16 Vindo pois Jacob á tarde de cam­
po, sahio Lea lhe ao encontro, e dis­
CAPITULO XXX. se : A mim entrarás, porque alugando
te aluguei pelas Dudains ae meu filho:
ENDO pois Rachel que nâo paria e deitou-se com ella aquella noite.
V a Jacobo, teve Rachel enveja de 17 E ouvio Deos a L ea; e concebeo,
sua irmâ, e disse a Jacob: Da-me e pario a Jacob o filho quinto.
filhos, ou se nâo, sou morta. 18 Entâo disse-Lea: Deos tem da­
2 Entâo se acendeo a ira de Jacob do meu galardão; pois tenho dadomi-

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GENESIS, XXXI. 33
Tiha serva a meu marido: e chamou 34 Entâo disse Laban: Eis que, ou-
seu nome Iseaschar. xalá, seja conforme a tua palavra.
19 E tomou Lea a conceber, e pario 35 E separou naquelle mesmo dia
a Jacob o filho seisto. os bodes pintados e manchados, e to­
20 E disse L ea: Deos me deu a mim das as cabras pintadas e manchadas,
huma boa dadiva; esta vez morará tudo o em que havia brancura, e tudo
meu marido comigo, porque lhe tenho o moreno entre os cordeiros; e deu-
parido seis filhos: e chamou seu no­ os em as mâos de seus filhos.
me Zebulon. 36 E pós tres dias de caminho entre
21 E depois pario huma filha, e cha­ si e entre Jacob: e Jacob apascentava
mou seu nome Dina. os de mais rebanhos de Lat>an.
22 E lembrou-se Deos de Rachel, e 37 Entâo tomou-se Jacob varas ver­
Deos a ouvio, e abrio sua madre. des de alemo, e de aveleira, e de cas­
23 E concebeo, e pario hum filho, e tanheiro ; e descascou nelias riscas
diese: Tirou Deos minha vergonha. brancas, descobrindo a brancura, que
24 E chamou seu nome Joseph, dizen­ nas varas havia.
do : J e h o v a h me acrecente outro filho. 38 E pôs estas varas que tinha des­
25 E aconteceo que, como Rachel cascado, nos canos e nas pias de agua
pario a Joseph, disse Jacob a Laban: de abeberar, aonde o rebanho vinha
D eix a-m e i r , q u e me v o u a m e u lu g a r, a beber, em fronte do rebanho; e es­
e a m in h a te r r a . quentavâo-se vindo a beber.
26 Dà-mi minhas mulheres, e meus 39 E esquentava-se o rebanho diante
filhos, pelas quaes te tenho servido, e das varas, e as ovelhas parirão salpi­
ir-me-nei; pois tu sabes meu serviço, cados pintados, e mancnados.
que te tenho feito. 40 Entâo separou Jacob os cordeiros,
27 Entâo lhe disse Laban: Se ago­ e pôs as faces do rebanho para os sal-
ra tenho achado graça em teus olhos: icados. e tudo o moreno entre o re-
Experimentado tenho, que J e h o v a h anho de Laban; e pôs seu rebanho
me abençoou por amor de ti. á parte, e nâo o pôs com o rebanho de
28 E disse mais: Determina-me teu Laban.
jomaL que eu ti o darei. 41 E sucedia que, cada vez quando
29 Entâo lhe disse : Tu sabes, como o rebanho das têmporas se esquen­
te tenho servido, e como passou teu tava, pôs Jacob as varas diante dos
gado comigo. olhos do rebanho nos canos: Para
30 Porque o pouco que tinhas antes que se esquentassem diante das va­
de mim, he augmentado em multidão: rias.
e J ehovah te tem abençoado a meu 42 Mas quando o rebanho se esquen­
pé: Agora pois, quando nei de traba­ tava tarde, nâo as pôs: Assim as tar­
lhar tambem por minha casa í dias erão de Laban, e as têmporas de
31 E disse elle: Que te darei ? en­ Jacob.
tâo disse Jacob: Nada me darás; se 43 E creceo o varâo em grande ma­
fizeres-me isto, tomarei a apascentar e neira, e teve muitos rebaimos, e ser­
a guardar teu rebanho. vas, e servos, e camellos, e asnos.
32 Passarei hoie por todo teu reba­
nho, separando delle todo gado pinta­ CAPÍTULO XXXI.
do e manchado, e to^o gado moreno
NTAO ouvia as palavras dos filhos
entre os cordeiros; e o manchado e
pintado entre as cabras: e isto será
meu iomal.
E de Laban, que diziâo: Jacob tem
tomado tudo o que era de nosso pai:
v33 Assim testificará por mim minha e do que era de nosso pai, elle fez to­
justiça ao dia da mannâ, quando vie­ da esta gloria.
res por meu salario diante ae tua face: 2 Via tambem Jacob o rosto de La­
tudo o que nâo for pintado e mancha­ ban ; e eis que nâo era para com elle
do entre as cabras, e moreno entre os como de hontem e de ante hontem.
cordeiros, ser-me-ha por furto. 3 E disse J e h o v a h a Jacob: Torna-

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34 GENESIS, XXXI.
te à terra de teus pois, e a tua paren­ dan-Aram, pera vir a Isaac seu pai, à
tela, e eu serei comtigo. terra de Canaan.
4 Entâo enviou Jacob e chamou a 19 E havendo Laban ido a trosquiar
Rachel e a Lea, ao campo a seu re­ suas ovelhas, furtou Rachel os Tera-
banho. phins, que seu pai tinha.
5 E disse-lhes: Vejo que o rosto de 20 É furtou-se Jacob do caraçâo de
vosso pai para comigo nâo he como de Laban Syro, porque nâo fez saber-lhe,
hontem e ante hontem; porem o Deos que fugia.
de meu pai esteve comigo. 21 E fugio elle com tudo o que ti­
6 E vosoutras sabeis^ que com todo nha, e levantou-se, e passou o rio : e
meu poder tenho servido a vosso pai. pós seu rosto para a montanha de
7 Mas vosso pai me enganou, e mu­ Gilead.
dou meu salario dez vezes; porem 22 E o terceiro dia foi denunciado a
Deos nâo lhe permittio, que me fizes­ Laban, que Jacob era fugido.
se mal. 23 Entâo tomou comsigo seus irmãos,
8 Quando elle dizia assim: Os pin­ e perseguio o caminho de sete dias; e
tados serâo teu salario, todos os reba­ alcançou-o na montanha de Gilead.
nhos pariâo pintados; e quando dizia 24 Porem veio Deos a Laban Syro
assim: Os salpicados serâo teu salario, em sonhos de noite, e disse-lhe: Guar-
todos os rebanhos pariâo salpicados. da-te, que nâo falles com Jacob nem
9 Assim Deos tirou o gado de vosso bem nem mal.
pai, e m’o deu a mim. 25 Alcançou pois Laban a Jacob ; e
10 E sucedeo que, ao tempo quando armàra Jacob sua tenda naquella mon­
o rebanho se esquentava, eu levantei tanha ; armou tambem Laban com se­
meus olhos, e vi em sonhos, e eisque us irmãos a sua na montanha de Gi­
06 bodes, que subiâo sobre o rebanno, lead.
erão salpicados, pintados, e saraivados. 26 Entào disse Laban a Jacob: Que
11 E disse-me o Anjo de Deos em fizeste, que te furtaste de meu cora­
sonhos: Jacob; e eu disse: Eis-me aqui. ção, e levaste minhas filhas como ca­
12 E disse elle: Levanta ora teus tivas à espada ?
olhos, e vé todos os bodes, que subem 27 Porque escondidamente fugiste,
sobre o rebanho, sâo salpicados, pinta­ e te furtaste de mim í e nâo me fizes­
dos e sarai vados: porque tenho visto te saber, para que eu te enviei com
tudo o que LaBan te fez. alegria, e com cantos, com tambor e
13 Eu sou o Deos de Beth-El, aon­ com harpa 1
de tens ungido a estatua; aonde tam­ 28 Nâo tambem me permittiste a be-
bem me tens votado o voto; Levanta- jar meus filhos e minnas filhas: Ago­
te agora, sai-te desta terra, e toma-te ra pois loucamente fizeste, fazendo
â terra de tua parentela. assim.
14 Entâo respondeo Rachel e Lea, 29 Poder havia em minha mâo, para
e disserâo-lhe : Ha ainda para nós vos fazer m al: mas o Deos de vosso
parte ou herdade na casa de nosso pai ? pai me fallou hontem à noite, dizen­
15 Nâo elle estima-nos como estra­ do : Guarda-te, que nâo falles com
nhas? pois vendeo-nos, e gastando tem Jacob nem bem nem mal.
gastado nosoo dinheiro. 30 E agora indo tens ido, porquanto
16 Porque toda a riqueza, que Deos tinhas grande desejo à casa de teu
tirou de nosso pai, he nossa, e de nos­ p ai: porque tens furtado meus deo-
sos filhos: agora pois, faze tudo o que ses?
Deos te tem dito. 31 Entâo respondeo Jacob, e disse a
17 Entâo se levantou Jacob, pondo Laban: Porque temia; pois que dizia:
•eus filhos e suas mulheres sobre os Que por ventura me nâo roubasses tu­
camellos. as filnas.
18 E levou todo seu gado, e toda sua 32 Com quem acharás teus deoses,
fazenda, que havia aquirido; o gado aquelle nâo viva; reconhece diante
que possunia, que alcançara em Pad- de nossos irmãos, <jue he o teu comi­

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GENESIS, XXXII. 35
go. e toma o para t i : Pois Jacob n&o 44 Agora pois vem e foçamos con­
sabia, que Rachel os tinha fartado. certo, eu e tu, que seja por testimu-
33 Entâo entrou Laban na tenda de nho entre mim, e entre ti.
Jacob, e na tenda de Lea, e na ten­ 45 Ent&o tomou Jacob huma pedra,
da de ambas as servas, e nâo achou; e alçou-a por estatua.
e sahindo da tenda de Lea, entrou na 46 E disse Jacob a seus irmãos:
tenda de Rachel. Ajuntai pedras, e tomarão pedras, e
34 Mas tomara Rachel os Teraphins, fizerâo hum montào, e comerão ali so­
e pusera-os na albarda de hum camel- bre aquelle montão.
b, e assentara-se sobre elles; e apal­ 47 E chamou-lhe Laban Jegar Saha-
pou Laban toda a tenda, e nâo achou. dutha; porem Jacob chamou-lhe Ga-
35 E ella disse a seu pai: Nâo se leed.
accenda a ira nos olhos de meu se­ 48 Entâo disse Laban: Este montão
nhor, que nâo posso levantar-me diante seja hoje por testimunha entre mim e
de tua face: porquanto tenho o cos­ entre t i : porisso se chamou seu no­
tume das mulheres: e elle buscou, mas me Galeea.
nâo achou os Terraphins. 49 E Mizpa: porquanto disse: At-
36 Entâo irou-se Jacob, e contendeo tente J e h o v a h entre mim e entre ti;
com Laban; e respondeo Jacob e dis­ quando nos esconderemos o hum do
se a Laban: Que he minha maldade 1 outro.
que he meu peccado í que feio furiosa- 50 Se affiigires a minhas filhas, e
mente me tens perseguido ? se tomares mulheres alem de minhas
37 Havendo apalpado todo meu fato, filhas, ninguém está com nosoo: At-
que achaste de todo o fato de tua ca­ tenta que Deos ha de ser testimunha
sa'! pôe-o aqui diante de meus ir­ entre mim e entre ti.
mãos, e teus irmãos; e julguem entre 51 Mais disse Laban & Jacob: Eis
nós ambos. aqui este mesmo montão^ e eis aqui
38 Estes vinte annos eu estive com­ esta estatua que levantei entre mim
tigo, tuas ovelhas e tuas cabras nun­ e entre ti.
ca moverão, e nâo comi os carneiros 52 Este mesmo montão seja teste­
de teu rebanho. munha, e esta estatua seja testemunha,
39 Nâo te trouxe-o despedaçado, eu que eu nâo passarei este montão a ti,
pagava-o. de minha mâo o requerias, o e que tu nâo passarás este montão e
furtado ac dia, e o furtado de noite. esta estatua a mim, para mal.
40 Eu estive assim que de dia me con­ 53 O Deos de Abraham, e o Deos
sumia a quentura, e de noite a gea­ de Nahor, o Deos de seu pai julgue
da ; e meu sono se foi de meus olhos. entre nôs; e jurou Jacob pelo temor
41 Estive agora vinte annos em tua de seu pai Isaac.
casa; catorze annos te servi por tuas 54 E sacrificou Jacob hum sacrifício
duas filhas, e seis annos por teu reba­ naquella montanha, e convidou a se­
nho; mas meu salário tens mudado us irmãos, para comer pâo; e come­
dez vezes. rão pão, e passarão a noite na monta­
42 Se o Deos de meu pai, o Deos de nha.
Abraham, e o temor de Isaac nâo fo­ 55 E levantou-se Jacob pela manhã
ra comigo,por certo enviasses-me ago­ de madrugada, e bejou a seus filhos,
ra vazio: Deos attentou para minna e a suas filhas, e abençoou-os; e
afflicçâo, e para o trabalho de minhas partio-se, e tomou-se Laban a seu lu­
mâos, e reprendeo-te hontem â noite. gar.
43 Entâo respondeo Laban. e disse a
Jacob: Estas filhas são minhas filhas, c a p i t u l o xxxn.
e estes filhos são meus filhos, e este
rebanho he meu rebanho, e tudo o que FOI tambem Jacob seu caminho,
ves, meu h e : E que farei hoje a es­ E e encontrar&o-o os Anjos de
tas minhas filhas, ou a seus filhos, que Deos.
parirão? 2 E Jacob disse, quando os vio: Es-

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36 GENESIS, XXXII.
te he exercito de Deos; e chamou-o 17 E mandou ao primeiro, dizendo:
nome daquelle higar Mahanaim. Quando Esau meu irmâo te encon­
3 E enviou Jacob mensageiros dian­ trar, e te perguntar dizendo: Cujo tu
te de sua face a Esau seu irmâo, á ter­ es, e para onae vás? e cujas sâo estas
ra de Seir. territorio de Edom. cousas diante de tua face ?
4 E mandou-lhes, dizendo; Assim di­ 18 Entâo dirás: 0 presente he do
reis a meu senhor Esau: Assim diz Ja­ teu servo Jacob, que envia a meu Se­
cob teu servo; Como peregrino morei nhor a Esau; e eis que elle mesmo
com Laban, e me detive atégora. vem tambem a tras de nós.
5 E tenho bois e asnos, ovelhas, e 19 E mandou tambem ao segundo,
servos e servas; e enviei para annun- tambem ao terceiro, tambem a todos
ciar a meu senhor, para que ache gra­ os que vinhão a tras dos rebanhos,
ça era teus olhos. dizendo: Conforme a este mesma pa­
6 E os mensageiros tomarão a Ja­ lavra fallareis a Ésau, quando o achar­
cob, dizendo: Viemos a teu irm&o, a des.
Esau; e tambem elle procede a encon­ 20 E direis tambem: Eis que teu
trar-te, e quatrocentos varòes com elle. servo Jacob vem a tras de nós; porque
7 Entâo Jacob temeo muito, e an- dizia: Apaziguarei sua face com este
gustiou-se; e repartio o povo que com tresente, que vai diante de minha
elle estava, e as ovelhas, e as vacas, Íàce, e depois verei sua face \ porven­
e os camellos, em dous bandos. tura aceitará minha face.
8 Porque dizia: Se Esau vier ao 21 Assim passou o presente diante
hum bando, e o ferir, o outro bando de sua face ; porem ene passou aquel-
escapará. la noite no arraial.
9 Disse mais Jacob: Deos de meu 22 E levantou-se aquella mesma noi­
pai Abraham, e Deos de meu pai te, e tomou suas duas mulheres, e su­
Isaac, J ehovah ! que me disses-te: as duas servas, e seus onze filhos, e
Torna-te a tua terra, e a tua parente­ passou o váo de Jabbok.
la, e bem far-te-hei. 23 E tomou-os, e feios passar o ribei­
10 Eu menor sou que todas as bene- ro ; e fez passar tudo o que tinha.
ficencias, e que toda a verdade, que 24 Porem Jacob ficou só; e lutou
fizeste a teu servo: Porque com meu oom elle hum varâo, até que a alva
cajado passei este Jordão, e agora es­ subia.
tou sobre dous bandos. 25 E vendo que nâo prevalecia con­
11 Livra*me pois da mâo de meu ir­ tra elle, tocou a juntura de sua coxa,
mâo, da mâo de Esau; porque o te­ de máneira que se desengonçara a
mo, que por ventura nâo venha, e me juntura da coxa de Jacob, lutaudo
fira, a mãi com os filhos. com elle.
12 Tu mesmò disses-te: Bem fazen­ 26 E disse: Deixa-me ir. porque já
do-te farei bem, e porei tua semente a alva subio; porem elle clisse : Nâo
como a area do mar, que pela multi­ deixarei-te ir. se me nâo abençoares.
dão nâo pode contar-se. 27 E disse-lne: Como he teu nome %
13 E passou ali acjuella noite; e to­ e elle disse Jacob.
mou do que lhe veio á sua nyâo, hum 28 Entâo disse: Nâo se chamará
presente para seu irmâo Esau. mais teu nome Jacob, mas Israel:
14 Duzentas cabras, e vinte bodes; pois como principe lutaste com Deos,
duzentas ovelhas, e vinte carneiros. e com os homens, e prevaleceste.
15 Trinta camélias de leite com seus 29 6 Jacob perguntou e disse: Ora
filhos, quarenta vacas, e dez novilhos; dame a saber teu nome; e disse:
vinte asnas, e dez burrinhos. Porque perguntas por meu nome ? e
16 E deu-o na mâo de seus servos, abençoou-o ali.
cada rebanho a parte, e disse a seus 30 E chamou Jacob o nome daquelle
servos: Passai diante de minha face, lugar Pniel: porque dizia tenho visto
o ponde espaço entre rebanho e entre a Deos face a face, e minha alma foi
rebanho. livrada.

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GENESIS, XXXUL XXXIV. 37
31 E sahio-lhe o sol, quando passou 13 Porem elle lhe disse: Meu se­
a Pniel; e manquejava de sua coxa. nhor sabe, que estes filhos s&o tenros,
32 Porisso os filhos de Israel n&o co­ e que tenho comigo ovelhas e vacas
mem o nervo encolhido, que está so­ de leite; se as anadigarem somente
bre a juntura da coxa até o dia de hoje; hum dia, todo o rebanho morrerá.
porquanto tocàra a juntura da coxa de 14 Ora passe meu senhor diante da
Jacob no nervo encolhido. face de seu servo; e eu irei como por
guia pouco a pouco, conforme o passo
capitulo x x x m .
aa obra, que he diante de minha face,
e conforme o passo dos meninos, até
LEVANTOU Jacob seus olhos e que chegue a meu senhor em Seir.
E olhou, e eis que vinha Esau, e
quatrocentos homens com elle: En­
15 E Esau disse: Ajuntarei logo para
ti desta gente, que está comigo; e elle
t&o repartio os filhos entre Lea e en­ disse: Atra que isso 1 ache eu graça
tre Rachel, e entre as duas servas. nos olhos de meu senhor.
2 E pôs as servas e seus filhos di­ 16 Assim-se tomou Esau aquelle dia
ante, e a Lea com seus filhos a tras; por seu caminho a Seir.
porem a Rachel e a Joseph os derra­ 17 Porem Jacob se paxtio para Suc-
deiros. ooth, e edificou para si huma casa;
3 E elle passou diante delles, e in- e fez cabanas para seu gado: porisso
clinou-se á terra sete vezes, até que chamou o nome daquefle lugar Suc-
chegou a seu irm&o. coth.
4 Ent&o Esau correo-lhe ao encon­ 18 E chegou Jacob salvo à cidade de
tro, e abraçou-o, e lançou-se sobre seu Sichem, que está na terra de Canaan,
pescoço, e beijou-o, e chorar&o. quando vmhade Paddan-Aram; efez
5 Depois levantou seus olhos, e vio seu assento diante da cidade.
as mulheres, e os filhos, e disse: Que 19 E comprou huma parte do campo
s&o estes comtigo ? e elle disse: Os em que estendera sua tenda, da mâo
filhos que Deos graciosamente tem dos nlhos de Hemor, pai de Sichem,
dado a teu servo. por cem pecças de dinheiro.
6 Ent&o chegar&o as servas; ellas, e 20 E levantou ali hum altar, e cha-
seus filhos, e inclinar&o-se. mou-lhe; o Deos de Israel he Deos.
7 E chegou tambem Lea com seus
filhos, e inclinar&o-se; e depois che­ CAPITULO XXXIV.
gou Joseph e Rachel, e iuclinar&o-se.
8 E disse: Para quem te he todo 17* SAHIO Dina filha de Lea, que pa-
este exercito que tenho encontrado ? J jj rira a Jacob, para ver as filhas
e elle d is s e P a r a achar graça nos da terra.
olhos de meu senhor. 2 E Sichem filho de Hemor Heveo,
9 Mas Esau disse: Eu tenho bas­ príncipe daquella terra, vio-a, e tomou-
tante, meu irm&o, seja para ti o que a, e deitou-se com ella, e forçou-a.
tens. 3 E sua alma se apegou com Dina
10 Ent&o disse Jacob: Ora n&o, se filha, de Jacob, e amou a moça, e fal­
agora tenho achado graça em teus lou segundo o coração da moça.
olhos, toma meu presente de minha 4 Fallou tambem Sichem a Hemor
m&o; porquanto tenhe visto teu rosto, seu pai, dizendo: Toma-me esta moça
como se tinha visto o rosto de Deos, por mulher.
e tomaste contentamento em mim. 5 Quando Jaeob ouvio, que contami­
11 Ora toma minha benç&o, que te nara a Dina sua filha, seus filhos esta­
foi trazida; porque Deos graciosa­ v&o no campo oom o gado; e calkra
mente m’a tem dado; e porque tenho Jacob até que viessem.
de tudo; e perfiou com elle, assim-que 6 E sahio Hemor, pai de Sichem, a
o tomou. Jacob, para fallar com elle.
12 E disse: chama-mos e andemos, 7 E vier&o os filhos de Jacob do
e eu partirei diante de ti. campo, em ouvindo isso, e entristeoe*

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38 GENESIS, XXXV.
r&o-se os varòes, e assanhar&o-se, por sua face; tomaremos nós suas filhas
quanto fizera doudice em Israel, dei­ por mulheres, e daremos-lhes nossas
tando-se com a filha de Jacob; o que filhas.
n&o se devia fazer assim. 22 Porem nisto consentir&o aquelles
8 Ent&o fallou Hemor com elles di­ varòes, de habitar com nosco, para
zendo : A alma de Sichem meu filho que sejamos hum povo, se todo ma­
está namorada de vossa filha; ora cho entre nós se circuncidar, como
dai-lh’a por mulher. elles s&o circuncidados.
9 E apparentai-vos comnosco, dai- 23 Seu gado, sua possess&o, e todos
nos vossas filhas, e tomai nossas filhas seus animaes nâo ser&o nossos? con-
para vós. sinta-mo8 somente com elles, e habi­
10 E habitai comnosco; e a terra tar&o com nosco.
estará diante de vossa face: habitai 24 E der&o ouvidos a Hemor, e a Si­
e negoceai nella, e tomai possessão chem seu filho, todos os que sahia o
nella. da porta de sua cidade; e foi circun­
H E disse Sichem ao pai delia, e cidado todo macho, de todos que sa-
aos irm&os delia: Ache eu graça em hi&o pela porta de sua cidade:
vossos olhos, e darei o que me disser­ 25 Ê aconteceo que, ao terceiro dia,
des. quando estav&o com a maior dor, to­
12 Augmentai muito sobre mim o marão os dous filhos de Jacob. Sime-
dote e a dadiva, e darei o que me dis­ on e Levi, irm&os de Dina, caaa hum
serdes ; dai-me somente a moça por sua espada, e entrar&o affoutadamen-
mulher. te na cidade, e matarfto a todo ma­
13 Ent&o responderão os filhos de cho.
Jacob a Sichem e a Hemor seu pai 26 Matar&o tambem a fio da espada
enganosamente, e fallar&o, porquanto a Hemor, e a seu filho Sichem; e to­
havia contaminado a Dina sua irm&. marão a Dina da casa de Sichem, e
14 E disser&o-lhes: N&o podemos sahir&o.
fazer isso, que dissemos nossa irmâ a 27 Vier&o tambem os filhos de Ja­
hum varào, que tem prepúcio; porque cob aos mortos, e saquearão a cida­
isso seria vergonha para nós. de ; porquanto contaminar&o a sua ir­
15 Porem nisso consentiremos a vós; mã.
se fordes como nósoutros, que se cir­ 28 Suas ovelhas, e suas vacas, e se­
cuncide todo macho entre vós. us asnos, e o que na cidade, e o que
16 Ent&o daremos-vos nossas filhas, no campo-havia, tomarão.
e tomaremos nós vossas filhas, e ha­ 29 E toda sua fazenda, e todos seus
bitaremos com vosoo, e seremos hum meninos, e suas mulheres levar&o pre­
povo. sas, e despojar&o-as, e tudo que havia
17 Porem se n&o ouvirdes nós, e n&o em casà.
vos circuncidardes, tomaremos nossa 30 Ent&o disse Jacob a Simeon e a
filha, e nós iremos. Levi: Me tendes turbado, fazendo-
18 E suas palavras forfto boas nos me feder entre os moradores desta
olhos de Hemor, e nos olhos de Si­ terra, entre os Cananeos e entre os
chem filho de Hemor. Phereseos, sendo eu pouco povo em
19 E n&o tardou o mancebo em fa­ numero; se ajuntarem-se contra mim,
zer isto; porque a filha de Jacob lhe ferir-me-h&o, e ficarei destruído, eu e
contentava; e elle era o mais honra­ minha casa.
do de toda a casa de seu p&i. 31 E elles disser&o: Faria pois elle
20 Veio pois Hemor e Sichem seu a nossa irm& como a huma solteira?
filho à porta de sua cidade, e fallar&o
aos varões de sua cidade, aizendo.
21 Estes varòes s&o pacificos com CAPITULO XXXV.
nosco, portanto habitar&o nesta terra, EPOIS disse Deos a Jacob: Le­
e negocear&o nella, e a terra (eis que D vanta-te, sobe a Bethel e habita
he larga de espaço) estará diante de ali; e faze ali hum altar ao Deos

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GENESIS, XXXVI. 39

que te appareceo, quando fugias dian­ 15 E chamou Jaôob o nome daauelle


te da foce de Esau teu irmâo. lugar, aonde Deos com elle failara,
2 Entâo disse Jacob a sua familia, Bethel.
e a todos oe que com elle estav&o: 16 Epartirâo-se de Bethel; e havia
Tirai os deoees estranhos, que ha no ainda hum pequeno espaço de terra
meio de vós. e purificai-vos, e mudai para chagar a Ephrata, e pario Ra­
vos»» vestiaos. chel, e ella teve trabalho em seu parto.
3 E levantemos-nos, e subamos a 17 E aconteceo que. tendo ella tra­
Bethel; e ali farei hum altar ao Deos, balho em seu parto, (he disse a par­
qne me respondeo no dia de minha teira : Nâo temas, porque tambem este
angustia, e foi comigo no caminho que filho terás.
tenho andado. 18 E aconteceo que, sahindo-se-lhe
4 Entâo derâo a Jacob todos os deo- a alma. porque morreo, chamou seu
ses estranhos, que havia em sua mâo, nome Benoni; mas seu pai chamou-
e as arrecadaci, que estavâo em suas lhe Benjamin.
orelhas; e Jacob os escondeo debaixo 19 Assim morreo Rachel; e foi se­
do carvalho, que està junto a Sichem. pultada no caminho de Ephrata, esta
5 E partirâo-se; e o terror de Deos he Bethlehem.
foi sobre as cidades, que estavâo ao 20 E Jacob pôs huma estatua sobre
redor delles, e nâo seguírão após os sua sepultura: esta he a estatua da
filho6 de Jacob. sepultura de Rachel até o dia de hoje.
6 Assim chegou Jacob a Luz, aue está 21 Entâo se partio Israel; e estenaeo
na terra de Canaan, esta he Bethel; sua tenda de Migdal Eder.
elle e todo o povo que com elle havia. 22 E aconteceo que, habitando Isra­
7 E edificou ali hum altar, e cha­ el naquella terra, foi Ruben, e deitou-
mou aquelle lugar El Beth-El: por­ se com Bilha concubina de seu pai; e
quanto Deos ali se tinha manifestado- Israel ouvio-o: e forão os filhos de Ja­
lhe, quando fugia diante da face de cob doze.
seu irmâo. 23 Os filhos de Lea o primogênito de
8 E morreo Débora a ama de Re­ Jacob Ruben, depois Simeon e Levi,
becca, e foi sepultada ao pé de Bethel, e Judá, e Issaschar, e Zebulon.
debaixo do carvalho, cujo nome cha­ 24 Os filhos de Rachel, Joseph e Ben­
mou Allon Bachuth. jamin.
9 E appareceo Deos outra vez a Ja­ 25 E os filhos de Bilha, serva de Ra­
cob, vinao de Paddan-Aram; e aben- chel, Dan e Naphtali.
çoou-o. 26 E os filhos de Zilpa, serva de Lea,
10 E disse-lhe Deos: Teu nome he Gad e Aser; estes sâo os filhos de
Jacob; nâo se chamará mais teu no­ Jacob, que lhe nascerão em Paddan-
me Jacob, mas Israel será teu nome; Aram.
e chamou seu nome Israel. 27 E Jacob veio a seu pai Isaac, a
11 Mais disse-lhe Deos: Eu sou o Mamre a Quiriath Arba, esta he He-
Deos Todopoderoso, fructifica e mul­ bron, aonde peregrinarão Abraham e
tiplica-te, gente e multidão de gentes Isaac.
sahirá de ti, e Reis procederão de teus 28 E forão os dias de Isaac cento an­
lombos. nos e oitenta annos.
12 E esta terra que tenho dado a 29 E Isaac espirou e morreo. e foi
Abraham e a Isaac, darei a ti; e a recolhido a seus povos, velho é farto
tua semente depois de ti darei esta de dias; e sepultarão o Esau e Jacob
terra. seus filhos.
13 E Deos subio delle, do lugar onde
faliara com elle. CAPITULO XXXVI.
14 E Jacob pôs huma estatua no lu­
ESTAS sâo as gerações de Esau,
gar onde fallara com elle, huma esta­
tua de pedra; e derramou sobre ella
derramadura,e deitou sobre ella azeite.
E que he Edom.
2 Esau tomou suas m u lh eres qas

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40 GENESIS, XXXVI.
filhas de Canaan: a Ada filha de filho de Esau: o Príncipe Nahath, o
Elon Hetheo, e a Aholibama filha de Principe Zerah, o Principe Samma, o
Ana, filha de Zibeon Heveo. Principe Missa; estes sâo os Prínci­
3 E a Basmath filha de Ismael, ir­ pes de Rehuel na terra de Edom; es­
mã de Nebaioth. tes sâo os filhos de Basmath, mulher
4 E Ada pario a Esau Eliphaz; e de Esau.
Basmath pario a Rehuel. 18 E estes sâo os filhos de Aholiba­
5 E Aholibama pario a Jehus, e a ma, mulher de Esau: o Principe Je­
Jaelam, e a Corah: estes são os filhos hus, o Principe Jaelam, o Principe Co*
de Esau, que nascer&o-lhe na terra de rah; estes s&o os Príncipes de Aholi­
Canaan. bama, filha de Ana mulher de Esau.
6 E Esau tomara suas mulheres, e 19 Estes sâo os filhos de Esau, e
seus filhos, e suas filhas, e todas as estes s&o seus Príncipes: elle he
almas de sua casa, e seu gado, e to­ Edom.
dos seus animaes, e toda sua fazenda, 20 Estes s&o os filhos de Seir Horeo,
que havia aquirido na terra de Canaan; moradores daquella terra: Lothan, e
e fora-se a outra terra de diante da SobaLe Zibeon, e Ana.
face de Jacob seu irm&o. 21 £ Dison, e Eser, e Disan: Estes
7 Porquanto a fazenda delias era mu­ s&o os Principes dos Horeos, filhos de
ita, para habitarem juntos; e a terra Seir na terra de Edom.
de suas peregrinações n&o os podia 22 E os filhos de Lothan for&o; Ho-
soportar por causa de seu gado. rí e Hemam; e a irmâ de Lothan era
8 Portanto Esau habitou na monta­ Timna.
nha de Seir: Esau he Edom. 23 E estes s&o os filhos de Sobal:
9 Estas pois sâo as gerações de Esau, Alvan, e Manahath, e Ebal, e Sepho,
pai dos Eaomeos,na montanha de Seir. e Onam.
10 Estes sâo os nomes dos filhos de 24 E estes s&o os filhos de Zibeon.
Esau: Eliphaz filho de Ada. mulher Haja, e Ana; este he o Ana. que achou
de Esau, Rehuel filho de Basmath, os mulos no deserto, quanao apascen­
mulher de Esau. tava os asnos de Zibeon seu pai.
11 E os filhos de Eliphaz forão; Te- 25 E estes s&o os filhos de Ana: Di­
man, Omar, Zepho, e Gaetam, e Que- son; e Aholibama era a filha de Ana.
naz. 26 E estes s&o os filhos de Disan:
12 E Timna era concubina de Eli­ Hemdan, e Esban, e Ithran, e Cheran.
phaz. filho de Esau, e pario a Eliphaz 27 Estes s&o os filhos de Ezer: Bi-
Amalek: Estes sâo os filhos de Ada lhan, e Zaavan, e Akan.
mulher de Esau. 28 Estes s&o os filhos de Disan: Uz>
13 E estes forão os filhos de Rehuel; e Aran.
Nahath, e Zerah, Samma, e Missa: 29 Estes s&o os Principes dos Horé-
estes for&o os filhos de Basmath, mu­ os: o Principe Lothan, o Principe So­
lher de Esau. bal, o Principe Zibeon, o Principe
14 E estes forão os filhos de Aholi­ Ana.
bama, filha de Ana, filha de Zibeon, 30 O Principe Dison, o Principe Ezer,
mulher de Esau; e pario a Esau a o Principe Disan; estes s&o os Princi­
Jehus, e Jaelam, e Corah. pes dos Horéos, segundo seus Princi­
15 Estes sâo os Principes dos filhos pes na terra de Seir.
de Esau; os filhos de Eliphaz o pri­ 31 E estes s&o os Reis que reina-
mogénito de Esau, forão; o Príncipe r&o na terra de Edom, antes que rei­
Teman, o Príncipe Omar, o Príncipe nasse algum Rei sobre os filhos de Is­
Zepho, o Príncipe Quenaz. rael.
16 O Príncipe Corah, o Principe Ga­ 32 Reinou pois em Edom Bela filho
etam, o Príncipe Amalek; estes sâo de Beor, e o nome de sua cidade foi
os Principes de Eliphaz na terra de Dinhaba.
Edom: estes sâo os filhos de Ada. 33 E morreo Bela; e Jobab filho de
17 E estes sâo os filhos de Rehuel Zerah de Bosra reinou em seu lugar.

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GENESIS, XXXVII. 41
34 E morreo Jobab: e Husam da nho, que contou a seus irmãos: Porisso
terra dos Temanitas reinou em seu o aborrecião tanto mais.
hagar. 6 E disse-lhes: Ouvi ora este sonho,
35 E morreo Husam; e em seu lu­ que tenho sonhado.
gar reinou Hadad, filho de Bedad. o 7 E eis que estavamos atando mo
que ferio a Midian no campo de Mo- lhos no meio do campo, e eis que meu
a b ; e o nome de sua cidade foi Avith. molho se levantava, e tambem ficava
36 E morreo Hadad; e Samla de em pé, e eis que vossos molhos o ro-
Masreca reinou em seu lugar. deavão, e se inclinavão a meu molho.
37 E morreo Samla; e Saul de Re- 8 Então lhe disserão seus irmãoé:
hoboth aa rio reinou em seu lugar. Tu pois reinando reinarás sobre nos?
38 E morreo Saul; e Baal Hanan ensenhoreando tetensenhorearãs sobre
filho de Achbor reinou em seu lugar. nós ? porisso o aborrecião tanto mais
39 E morreo Baal Hanan, filho de p»r seus sonhos, e por suas palavras.
Achbor; e Hadar reinou em seu lu­ 9 E sonhou ainda outro sonho; e o
gar, e o nome de sua cidade foi Pahu; contou a seus irmãos, e disse: Eis que
e o nome de sua mulher foi Meheta- ainda sonhei hum sonho: e eis que o
beel, filha de Matred filha de Meza- sol, e a lua, e onze estrellas se inclina-
hab. vão a mim.
40 E estes são os nomes dos Princi­ 10 E contando-o a seu pai e a seus
pes de Esau, segundo sua gerações, irmãos, reprendeo o seu pai, e disse-
segundo seus lugares com seus nomes: lhe ; Que sonho he este qué sonhas­
o Príncipe Timna, o Príncipe Alva, o te ? porventura viremos eu e tua raai?
Príncipe Jetheth. e teus irmãos, para inclinar-nos a ti
41 O Príncipe Aholibama, o Prínci­ em terra.
pe Ela, o Príncipe Pinon. 11 Seus irmãos pois o envejavão j po­
42 O Príncipe Quenaz, o Príncipe rem seu pai guaraava este negocio.
Temas, o Príncipe Mibzar. 12 E seus irmãos forão-se a apascen­
43 O ^Príncipe Magdiel, o Príncipe tar o rebanho de seu pai junto de Si­
Iram : Estes s&o os Principes de Edom chem.
segundo suas habitações, na terra de 13 Disse pois Israel a Joseph: Não
sua possessão; Este he Esau pai de apascentão teus irmãos junto de Si­
Edom. chem? vem e enviar-te-hei a elles? e
elle lhe disse: Eis me aqui.
14 E elle lhe disse: Ora vai-te, vé-
CAPITULO XXXVII. como estão teus irmãos, e como estâ
JACOB habitou na terra das pere­ o rebanho, e traze-me reposta: Assim
E grinações de seu pai, na terra de
Canaan.
o enviou ao valle de Hebron, e veio a
Sichem.
2 Estas são as gerações de Jacob: 15 E achou o hum varão, porque eis
sendo Joseph filho de dezesete annos, que andava errado pelo campo; e per-
apascentava as ovelhas com seus irmã­ puntou-lhe aquelle varão, dizendo :
os, e estava mancebo com os filhos de Que buscas ?
Bilha, e com os filhos de Zilpa; mu­ 16 E elle disse: Busco a meus irmã­
lheres de seu pai; e Joseph trazia sua os; ora dize-me aonde elles apascen-
m á fama a seu pai. tão?
3 E Israel amava a Joseph mais aue 17 E disse aquelle varão: forão-se
a todos seus filhos; porauanto era filho daqui; porque ouvi-lhes dizer; vamos
de sua velhice; e fez-lhe huma rou­ a Dothan: Joseph pois seguio a seus
peta de varias cores. irmãos, e achou-os em Dothan.
4 Vendo pois seus irinãos, que seu 18 E virão-o de longe, e antes que
pai o amava mais que a todos seus ir­ chegasse a elles, conspirarão contra
mãos aborrecerão-o, e nâo podiào fal­ elle, para o matarem.
lar com elle pacificamente. 19 E disserâo-o hum a outro: Eis 14
5 Sonhou tambem Joseph hum so­ vem o mestre dos sonhos,

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42 GENESIS, XXXVttl.
20 Vinde pois agora, e mate-mo-lo, e epôs saco sobre ftetis lombos, e t r o t t i e
o lançemos em huma destas covas, e do por seu filho muitos dias*
diremos: Huma besta fera o comeo, e 35 E levantarão-se todos seus filh o s
veremos que serão seus sonhos. e todas suas filhas, para o consolarem ;
21 E ouvindo o Ruben, livrou o de porem engeitou de ser consolado, e
suas mâos, e disse: Nâo lhe tiremos disse: Porquanto com choro hei d e
a vida. decer a meu filho até a sepultura: a s ­
22 Tambem disse-lhes Ruben: Nâo sim o chorou seu pai.
derrameis sangue, lançai-o nesta co­ 36 E os Midianitas venderão-o e m
va, que està no deserto, e nâo lançeis Egypto a Potiphar, Eunucho de P h a-
mâos nelle: para livrà-lo de suas mâ­ raó, Capitão dos da guarda.
os, e para tomâ-lo a seu pai.
23 É aconteceo que? chegando Jo­ capitulo x x x v m .
seph a seus irmãos, tirarão a Joseph
sua roupeta, a roupeta de varias cores, ACONTECEO no mesmo tempo,
que trazia.
24 E tomarâo-o, e lançarão-o na co­
E que Judá desceo de seus irmãos,
e entrou a hum varâo de Adullam,
va ; porem a cova estava vazia, nâo cujo nome era Hira.
havia agua nella. 2 E vio Judá ali a filha de hum va­
25 Depois assentarâo-se a comer pão; râo Cananeo, cujo nome era S ua; e
e levantarão seus olhos, e olharão, e tomou-a. e entrou a ella.
eis que huma companhia de Ismaeli- 3 E ella concebeo e pario hum filho,
tas vinha de Gilead; e seus camellos e chamou seu nome Her.
traziâo especiarias, e balsamo, e mir­ 4 E tornou a conceber, e pario hum
ra, e hiâo a levalo a Egypto. filho, e chamou seu nome Onan.
26 Entâo Judá disse a seus irmãos: 5 E continuou ainda, e pario hum
Que proveito haverá, que matemos a filho, e chamou seu nome èelah; po­
nosso irmâo, e escondamos seu sangue? rem elle estava em Chesib, quando
27 Vinde e o vendamos a estes Is- ella o pario.
maelitas, e não seja nossa mão sobre 6 Judá pois tomou huma mulher pa­
elle; porque elle he nosso irmâo, nos­ ra Her seu primogênito, e seu nome
sa carne: e seus irmãos obedecerão. era Thamar.
28 Passando pois os mercadores Mi- 7 Porem Her o primogênito de Judá
dianitas, tirarão e alçarão a Joseph da eramao nos olhos de J ehovah ; pelo
cova, e venderão a Joseph aos Ismae- que J e h o v a h o matou.
litas por vinte moedas de prata, que 8 Então disse Judá a Onan; Entra
levarão a Joseph a Egypto. à mulher de teu irmâo, e casa-te com
29 Tornando pois Ruben â cova, eis ella, e desperta semente a teu irmão.
que Joseph não estava na cova; entâo 9 rorem sabendo Onan, que esta se­
rasgou seus vestidos. mente não havia de ser para elle, acon­
30 E tornou a seus irmãos, e disse: teceo que quando entrava 4 mulher
O moco não h a ; e eu aonde irei ? de seu irmão, corrompia-a na terra,
31 Então tomarão a roupeta de Jo­ para não dar semente a seu irmâo.
seph, e degolarão hum cabrito das ca­ 10 E o que fazia era mão nos olhos de
bras, e tingirão a roupeta no sangue. J eh o v a h : pelo que tambem o matou.
32 E enviarão a roupeta de varias 11 Entâo disse Judá a Thamar sua
cores, e íizerào levála a seu pai, e di- nora : Fica-te viuva na casa de teu
zião: Esta temos achado, conhece ago­ pai, até que Sela meu filho seja gran­
ra, se esta seja a roupeta de teu filho de ; porquanto disse: Para que por
ou não ? ventura não tambem morra este, co­
33 E conheceo-a, e disse: A roupeta mo seus irmãos: Assim foi-se Tha­
de meu filho he, alguma mà besta o mar, e ficou-se na casa de seu pai.
tragou ; despedaçando despedaçado 12 Passando-se pois muitos dias,
he Joseph. morreo a filha de Sua, mulher de.Judá:
34 Entâo Jacob rasgou seus vestidos, Depois se consolou Judá, e subio aos

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GENESIS, XXXIX. 43
troeqniadoies de soa* ovelhas em 25 E tirando-a fora, ella enviou a
Timna, e lle e Hira seu amigo, o dizer a seu sogro: Daquelle varáo,
Adoftamita. cujas sâo estas cousas, eu estou em­
13 E deráo aviso a Thamar, dizen­ prenhada ; e ella disse mais: Conhece
do : Eis que teu sogro sobe a Timna, ora, cujo he este seilo, • estes lenços,
a troequiar suas ovelhas. e este cajado.
14 Então ella tirou de sobre si os 26 E conheceo os Judá, e disse:
vestidos de sua viuveza, e cubrio-se Mais justa he que eu, porquanto não
com hum veo, e envolveo-se, e assen- a tenho dado a Sela meu filho; e
roo-se á entrada das duas fontes, que nunca mais a conheceo.
está no caminho de Timna: porque 27 E aconteceo ao tempo do parir,
▼ia, que Sela ja era grande, e ella lhe eis que havia gemeos em seu ventre.
não fora dada por mnlher. 28 E aconteceo que parindo ella, que
15 E vendo a Judá, teve a por soltei­ o hum deu fora a mão, e a parteira
ra ; porquanto ella cubrira seu rosto. tomou-a. e atou em sua mão hum fio
16 E apartou-se a ella ao caminho, de grâ, dizendo: Este sahio primeiro.
e disse: Vem ora deixa-me entrar a 29 Mas aconteceo que tomando elle
ti : porquanto não sabia que era sua a recolher sua mâo, eis que sahio seu
nora: e ella dissej que me darás, irmão, e ella disse: Como tu tens
para que entres a mim. rompido ? sobre ti he a rotura; e cha­
17 E elle disse: Eu te enviarei hum marão seu nome Perez.
cabrito das cabras do rebanho; e ella 30 E depois sahio seu irmão, em
disse: Se darás prenda, até que o en­ cuja mâo estava o fio de grâ; e cha­
vies. marão seu nome Zerah.
18 Entào elle disse: Que prenda he
que te darei ? e ella disse; teu sello, CAPITULO XXXIX.
e teu lenço, e teu cajado, que estâ em
tua máo: o que elle lhe deo, e entrou OSEPH pois foi levado a Egypto,
a ella, e ella concebeo delle.
19 É ella levantou-se e foi-se, e tirou
J e Potipnar Eunucho de Pharaó,
Capitão dos da guarda, varão Egypcio,
seu veo de sobre si, e vestio os vesti­ comprou-o da mâo dos Ismaelitas, que
dos de sua viuveza. o haviâo levado lá.
20 E Judá enviou e cabrito das ca­ 2 E J e h o v a h era com Joseph, de
bras por máo de seu amigo o Adulla- maneira que foi varão prosperado; e
mita, para tomar a prenda da máo da estava na casa de seu senhor Egypcio.
mulher; porem nâo a achou. 3 Vendo pois seu senhor, que J e h o ­
21 EpeTguntou aos homens daquelle va h eja com elle, e tudo o que fazia,
lugar, dizendo: Aonde está a solteira, J eh o v a h prosperava em sua mão:
que estava no caminho junto as duas 4 Achou Joseph graça em seus olhos,
fontes? e disserão: Aqui nâo esteve e servia-o; e elle o pós sobre sua casa,
solteira. e entregou em sua mão, tudo o que
22 E tomou-se a Judá, e disse: Nâo tinha.
a achei; e tambem disserão os ho­ 5 E aconteceo que desde que o pu­
mens daquelle lugar: Aqui nâo es­ sera sobre sua casa, e sobre tudo o que
teve solteira. tinha, J e h o v a h abençoou a casa do
23 Entâo disse Judá: Tome-o para Egypcio por amor de Joseph; e a
si, para que por ventura nâo venhamos benção de J eh o v a h foi sobre tudo o
em desprezo; eis que tenho enviado que tinha, na casa e no campo.
este cabrito; mas tu nâo a achaste. 6 E deixou tudo o que tinha, na mão
24 E aconteceo que quasi tres meses de Joseph, de maneira que sabia de
depois, derâo aviso a Judá, dizendo: nada com elle, mais que do pão que
Thamar tua nora tem fomicado, e eis comia; e Joseph era tormoso de pa­
aue está prenhe da fornicação; Entâo recer, e formoso de vista.
oisse Ju d á: Tirai-a fora, para que sèja 7 E aconteceo depois destas cou­
queimada. sas, que a mulher de seu senhor pós

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44 CENESIS, XL.
seus olhos em Joseph, e disse: Deita 21 Porem J e h o v a h era com Joseph,
te comigo. e estendeo sobre elle sua misericor­
8 Porem elle o refusou; e disse à dia, e deu-lhe graça nos olhos do
mulher de seu senhor: Eis que meu Maioral da casa ao cárcere.
senhor n&o sabe comigo do que ha em 22 E o Maioral da casa do caroere
casa; e entregou em minha mâo tudo entregou na mâo de Joseph todos os
o que tem. presos, que estav&o na casa do cár­
9 Ninguém ha maior que eu nesta cere, é elle fazia tudo o. que se fazia
casa, e nenhuma cousa me vedou, ali.
senâo a ti, porquanto tu es sua mu­ 23 E o Maioral da casa do cárcere
lher : Como pois eu faria este tamanho n&o teve cuidado de nenhuma cousa,
mal, que peccaria contra Deos? ue estavà na mâo delle; porquanto
10 E aconteceo que. fallando ella ?EiiovAH era com elle, e tudo o que
cada dia a Joseph, e elle lhe n&o dan­ fazia, J eh o v a h prosperava.
do ouvidos, para aeitar-se com ella, e
estar com eíla:
11 Succedeo a hum certo dia, que CAPITULO XL.
veio à casa para fazer seu serviço; e ACONTECEO depois destas cou­
n&o havia ninguém dos da casa ali
em casa;
E sas, que peccar&o o Copeiro del-
Rei de Egypto, e o Padeiro contra seu
12 E ella lhe pegou de seu vestido, senhor, contra el-Rei de Egypto.
dizendo: Deita-te comigo; eelle dei­ 2 De maneira que Pharaô, indig­
xou seu vestido na m&o delia, e fugio nou-se muito contra seus dous Eunu-
e sahio-se fora. chos, contra o Maioral dos copeiros, e
13 E aconteceo que, vendo ella que contra o Maioral dos padeiros.
deixara seu vestido em sua m&o, e 3 E entregou-os em guarda na casa
fugira para fora; do Capit&o dos da guarda, na casa do
14 Chamou aos homens de sua casa, cárcere, no lugar aonde Joseph estava
e fallou-lhes, dizendo: Vede, trouxe- preso.
nos ao varfto Hebreo; para escarnecer 4 E o Capitão dos da guarda pós a
de nós; entrou a mim, para deitar-se Joseph com elles, para que os servisse;
comigo, e eu gritei com grande voz. e estiver&o muitos dias na pris&o.
15 È aconteceo que, ouvindo elle que 5 E ambos sonharão hum sonho,
eu levantava minha voz, e gritava, cada hum seu sonho em huma noite,
deixou seu vestido comigo, e fugio, e cada hum oonforme à declaraç&o de
sahio-se fora. seu sonho, o Copeiro e o Padeiro del-
16 E ella pôs seu vestido perto de Rei de Egypto, que estav&o presos na
si, até que seu senhor veio a sua casa. casa do cárcere.
17 Ent&o fallou-lhe conforme às 6 E veio Joseph a elles pela manhft,
mesmas palavras, dizendo: Veio a e attentou para elles, e eis que esta­
mim o servo Hebreo, que nos trouxes­ v&o turbados.
tes, para escarnecer ae mim. 7 Entâo perguntou aos Eunuchos de
18 E aconteceo que, levantando eu Pharaó, que com elle estav&o no cár­
minha voz, e gritando, elle deixou séu cere da casa de seu senhor, dizendo:
vestido comigo, e fugio para fora. Porque vossos rostos hoje est&o tris­
19 E aconteceo que, ouvindo seu tes ?
senhor as palavras de sua mulher que 8 E elles lhe disser&o: Havemos so­
fallava-lhe, dizendo: Conforme a es­ nhado hum sonho, e ninguém ha au e'
tas mesmas palavras me fez teu servo; o declare; e Joseph disse-lhes: Nâo
sua ira se accendeo. sâe de Deos as declarações? ora
20 E o senhor de Joseph o tomou, e o contai me-o.
entregou na casa do oarcere, no lugar 9 Ent&o contou o Maioral dos copei­
aonde os presos del-Rei estavâo pre­ ros seu sonho a Joseoh, e disse-me:
sos ; assim esteve ali na casa do cár­ Eis que em meu sonho havia huma
cere. vide diante de minha fape.

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GÊNESIS, X tt. 45

10 E na vida erão tres sarmentos, e


estava como brotando, sua flor sahia, CAPITULO XLI.
seus cachos madureci&o em uvas. ACONTECEO que, a cabo de do­
11 £ a copa de Pharaó estava em us annos inteiros, Pharaó sonhou,
minha mâo, e eu tomava as uvas, e as e eis que estava em pé junto ao rio.
espremia na copa de Pharaó, e dava 2 E eis aue subifto do rio sete vacas,
a copa na mão ae Pharaó. formosas ae vista e gordas de carne, e
12 Entâo disse-lhe Joseph: Esta he pastavâo no prado.
sua declaração; os tres sarmentos sâo 3 E eis que subiâo do rio apôs ellas
tres dias. outras sete vacas, feas de vista, e
13 Dentro de ainda tres dias Pharaó magras de carne; e paravâo-se junto
levantará tua cabeça, e te fará tomar às outras vacas à praia do rio.
a teu estado, e darás a copa de Pharaó 4 E as vacas feas de vista e magras
em sua mâo. conforme o primeiro cos­ de carne, comiâo as sete vacas formo­
tume, quando eras seu Copeiro. sas de vista e gordas: Entâo accordou
14 Porem lembra-te de mim comti­ Pharaó.
go, quando houveres bem; e rogo-te, 5 Depois dormio, e sonhou outra vez,
que faças comigo misericordia, e*que e eis que de hum colmo subiâo sete
facas menção de mim para com Pha- espigas cheas e boas.
rao, e faze-me sahir desta casa. 6 E eis que sete espigas miudas e
15 Porque de roubo foi roubado de queimadas do vento oriental, brotavão
terra dos Hebreos; e tambem aqui apos ellas.
nada tenho feito, porque me pusessem 7 E as espigas miudas devoravão as
nesta cova. sete espigas grossas e cheas; entâo
16 Vendo entâo o Maioral dos pa­ aoordou Pharaó, e eis que era sonho.
deiros, que havia declarado bem, disse 8 E aconteceo que pela manhã seu
a Joseph: Eu tambem sonhava, e eis espirito perturbou-se, e enviou, e cha­
que tres sestos brancos estavâo sobre mou todos os adevinnadores de Egyp­
minha cabeça. to, e todos seus sabios; e Pharaó con-
17 E no sesto mais alto havia de tou-lhes seu sonho, mas ninguém ha­
todo manjar de Pharaó, da obra do via, que os declarasse a Pharaó.
eiro; e as aves o comiáo do sesto 9 Entâo fallou o Maioral dos copei­
S jobre minha cabeça. ros a Pharaó, dizendo: De meus pec­
18 Entâo respondeo* Joseph e disse: cados me lembro hoje.
Esta he sua declaração; os tres sestos 10 Estando Pharaó mui indignado
sâo tres dias. contra seus servos, e pondo-me em
19 D*entro de ainda tres dias Pharaó guarda na casa do Capitão dos da
levantará tua cabeça sobre ti, e te guarda, a mim e ao Maioral dos pa­
pendurará em hum pão, e as aves co­ deiros.
merão tua carne de Sobre ti. 11 Entâo sonhámos hum sonho hu­
20 E aconteceo ao terceiro dia, o dia ma mesmà noite, eu e elle, cada hum
do nascimento de Pharaó, que fez conforme à declaração de seu sonho
hitm convite a todos seus servos; e le­ sonhamos.
vantou a cabeça do Maioral dos co- 12 E ali estava com nosco hum man­
eiros, e a cabeça do Maioral dos pa- cebo Hebreo, servo do Capitão dos da
S eirosL no meio de seus servos. guarda, e contamos-lhos, e declarou
21 E fez tomar ao Maioral dos co­ nos nossos sonhos, aoada hum os de­
peiros a seu officio do copeiro; e deu clarou conforme a seu sonho.
a copa na mâo de Pharaó. 13 E como elle nos declarou, assim
22 Mas ao Maioral dos padeiros en­ mesmo foi feito: a mim me fez tomar
forcou, como Joseph lhes na via decla­ a meu estado, e a elle fez enforcar.
rado. 14 Entâo enviou Pharâo, e chamou
23 Porem o Máhral dos copeiros a Joseph, e o fizerão sahir correndo da
n&o lembrou-se de Joseph, antes es- cova; e tosquiarâo-o, e mudarão seus
queoeo-se delle. vestidos, e veio a Pharaó.

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46 GENESIS, XLI.
15 E Pharaó disse a Joseph: Eu so­ sete annos de fome, e toda aquella far­
nhei hum sonho, e ninguém ha que o tura será esquecida na terra de Egyp­
declare; mas de ti ouvi dizer, que to, e a fome consumirá a terra.
quando ouves hum sonho, o declares. 3-1 E a abundancia na terra n&o será
16 E respondeo Joseph a Pharaó, conhecida, â causa daquella fome, que
dizendo: Sem mim he tsso; Deos an- haverá depois; porquanto será gravís­
nunciarà paz a Pharaó. sima.
17 Entâo disse Pharaó a Joseph: 32 E que o sonho foi segundado du­
Eis que em meu sonho estava em pé as vezes a Pharaó, he, porquanto esta
á praia do rio. cousa he determinada de Deos, e Deos
IS E eis que subi&o do rio sete va­ se apressa para fazéla.
cas, gordas de carne e formosas de 33 Portanto Pharaó se proveja agora
vista, e pastavão no prado. de hum var&o entendido e sabio, e o
19 E eis que outras sete vacas subi&o ponha sobre a terra de Egypto.
após estas, magras e mui feas de 34 Faça isso Pharaó, e ponha gover­
vista, e fracas de carne: N&o tenho nadores sobre a terra, e tome a quinta
visto outras semelhantes em fealdade parte da terra de Egypto nos sete an­
em toda a terra de Egypto. nos da fartura.
20 E as vacas fracas e feas comiâo 35 E ajuntem toda comida destes
as primeiras sete vacas gordas. bons annos, aue vem, e amontoem tri­
21 E entrav&o em suas entranhas, go debaixo da m&o de Pharaó, para
mas n&o se conhecia que houvessem mantimento nas cidades, e o guar­
entrado em suas entranhas: porque dem.
seu parecer era feio como no, princi­ 36 Assim será o mantimento para
pio : Ent&o acordei. provimento da terra, para os sete an­
22 Depois tenho visto em meu so­ nos da fome, que haverá na terra de
nho, e eis que de hum colmo subi&o Egypto; para que a terra n&o pereça
sete espigas cheas e boas. de fpme.
23 E eis que sete espigas secas, miú­ 37 E esta palavra foi boa nos olhos de
das e queimadas do vento oriental, Pharaó, e nos olhos de todos seus ser­
brotav&o após ellas. vos.
24 E as sete espigas miudas devo- 38 Assim ,que disse Pharaó a seus
rav&o as sete espigas boas; e eu o 6ervos: Acha riamos hum var&o como
tenho dito aos adevinhadores, mas nin­ este, em quem haja o Espirito de Deos?
guém houve que mJo declarasse. 39 Depois disee Pharaó a Joseph:
25 Ent&o disse Joseph a Pharaó: O Pois que Deos te fez saber tudo isto,
sonho de Pharaó he hum mesmo; o ninguém ha tão entendido e sabio co­
que Deos ha de fazer, notificou a Pha­ mo tu.
raó. 40 Tu estarás sobre minha casa, e
26 As sete vacas formosas s&o sete por tua boca se governará todo meu
annos; as sete espigas formosas tam­ povo, somente neste throno eu serei
bem s&o sete annos: o sonho he hum maior que tu.
mesmo. 41 Mais disse Pharaó a Joseph: Ves
27 E as sete vacas magras e feias, aqui. te tenho posto sobre toda a terra
que subi&o deppis delias, s&o sete an­ de Egypto.
nos : e as sete espigas miudas e quei­ 42 E tirou Pharaó seu anel de sua
madas do vento oriental, ser&o sete m&o?e o pôs na m&o de Joseph, e o fez
annos de fome. vestir de vestidos de linho nno, e pos
28 Esta he a palavra que tenho di­ hum colar de ouro em seu pescoço.
to a Pharaó: o que Deos ha de fazer, 43 E o fez subir no segundo carro
mostrou a Pharaó. que tinha, e clamav&o diante de sua
29 E eis que sete annos que vem, face: Ajoelhai; assim o pós sobre to­
será grande fartura em toda a terra da a terra de Egypto.
de Egypto. 44 E disse Pharaó a Joseph: Eu sou'
30 E depois delles levanta r-se-hào Pharaó; porem sem ti nlpguem le-

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GENESIS, XLI1. 47
vantará sua mão ou seu pé, em toda
a terra de Egypto. CAPITULO XLH.
45 E chamou Pharaó o nome de Jo­ ENDO pois Jacob, que havia trigo
seph Zaphnath Paaneah, e deu-lhe
por mulher a Asnath, filha de Potiphe-
V em Egypto, disse Jacob a seus
filhos: Porque estais olhando huns pa­
râ, Maioral de On ; e Joseph sahio pe­ ra os outros?
la terra de Egypto. 2 Disse m ais: Eis que tenho ouvido,
46 E Joseph era de idade de trinta que ha trigo em Egypto; decei para
annos, quando esteve diante da face lá, e comprai para nós d’ali, para que
de Pnaraó, Rei de Egypto; e sahio vivamos e não morramos.
Joseph da face de Pharaó, e passou 3 Então decerão os dez irmãos de Jo­
por toda a terra de Egypto. seph, para comprar trigo do Egypto.
47 E a terra produzio nos sete annos 4 Porem a Benjamin irmão de Jo­
de fartura a mâos cheas. seph não enviou Jacob com seus ir­
48 E ajuntou todo o mantimento dos mãos, porque dizia: Para que lhe por
sete annos, que houve na terra de ventura não succeda algum desastre.
Egypto, e guardou o mantimento nas 5 Assim vierão os filhos de Israel a
cidades, pondo o mantimento do cara- comprar^ entre os que vinhão lâ ; por­
o de cada cidade, que estava ao re- que navia fome na terra de Canaan.
5 or delia, no meio delia. 6 Joseph pois éra o Regente daquel­
49 Assim Joseph ajuntou muitíssi­ la terra; elle vendia a todo o povo da
mo trigo, como a area do mar, até que terra: e. os irmãos de Joseph vierão,
cessou-se de contar; porquanto não e inclinarão-se a elle com a face na
havia numero. terra.
50 E nascerão a Joseph dous filhos, 7 E vendo Joseph seus irmãos, con-
antes que viesse hum anno de fome, heceo-08 ; mas elle se mostrou estra­
que lhe pario Asnath, filha de Poti- nho para com elles, e fallou com elles
phera Maioral de On. asperamente, e disse-lhes: Donde vin­
51 E chamou Joseph o nome do pri­ des ? e elles disserão : Da terra de Ca­
mogênito, Manasse; porque disse: De­ naan, a comprar mantimento.
os me fez esquecer ae todo meu tra­ 8 Joseph pois conheceo seus irmãos;
balho, e de toaa a casa de meu pai. mas elles não o conhecerão.
52 E o nome do segundo chamou, 9 Então Joseph lembrou-se dos so­
Ephraim; porque disse: Deos me fez nhos, que havia sonhado delles,e disse-
crecer na terra de minha afflicçáo. lhes : Vósoutros sois espias, e sois vin­
53 Entâo acabarão-se os sete annos dos, para olhar o descuberto da terra.
de fartura, que havia na terra de 10 E elles lhe disserão: Náo, senhor
Egypto. meu; mas teus servos são vindos a
54 E começarão a vir os sete annos comprar mantimento.
da fome, como Joseph tinha dito; e 11 Todos nosoutros somos filhos de
havia fome em todas as terras, mas hum varão, homens de verdade so­
em toda a terra de Egypto havia pão. mos; nunca teus servos forão espias.
55 E tendo toda a terra de Egypto fo­ 12 E elle lhes disse; Não; antes vi­
me, clamou o povo a Pharaó por pão; e estes, para olhar o descuberto da terra.
Pharaó disse a todos os Egypcios: Ide 13 E elles disserão: Nós teus servos
a Joseph, o que elle vos disser, fazei. eramo3 doze irmãos, filhos de hum
56 Havendo pois fome sobre toda a varão na terra de Canaan; e eis aqui
terra, abrio Joseph tudo em que havia o menor está com nosso pai hoje; mas
mantimento, e vendeo aos Egypcios; o hum não està mais.
porque a fome creceo na terra de 14 Então lhes disse Joseph: Isso he
Egypto/ que vos tenho dito, dizendo; que sois
57 E todas as terras vinhão a Egyp­ espais.
to, para comprar de Joseph; porquan­ 15 Nisto sereis provados; pela vida
to a fome havia crecido em todas as de Pharaó, se sahirdes daqui, senão
terras. quando vosso irmão menor vier aqui,

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48 GENESIS, XLm.
16 Enviai hum de vósoutros, que to­ 30 Aquelle varâo, o senhor da terra,
me a vosso irmâo; mas vósoutros fica­ fallou com nós asperamente, e tratou
is presos, e vossas palavras serão pro­ a nós como espias da terra.
vadas, se ha verdade com vosco; e se 31 Mas dissemos-lhe i Somos ho­
nâo, pela vida de Pharaó, vós sois es- mens de verdade, nunca fomos es­
pias. pias.
17 E os pos juntos em guarda tres dias. 32 Éramos doze irmãos filhos de
18 E ao terceiro dia lhes disse Jo­ nosso pai; o hum nâo mais apparece,
seph : Fazei isso, e vivereis: porque e o menor està hoje com nosso pai na
eu temo a Deos. terra de Canaan.
19 Se sois homens de verdade, hum 33 E aquelle varâo, o senhor da ter­
de vossos irmãos fique preso na casa ra, nós disse: Nisto conhecerei, aue
de vossa prisão: e vósoutros ide, le­ vósoutros sois homens de veraaae;
vai trigo para a fome de vossa casa. deixai comigo hum de Vossos irmãos,
20 E trazei-me a vosso irmâo menor, e tomai para a fome de vossas casas,
e serâo verificadas vossas palavras, e e parti-vos.
nâo morrereis; e elles fizerâo assim. 34 E trazei-me vosso irmâo menor,
21 Entâo disserão hum ao outro: Na assim saberei, que nâo sois espias,
verdade somos culpados ácerca de nos­ senâo homens de verdade; entdo vos
so irmâo, pois vimos a angustia de sua darei a vosso irmâo, e negoceareis na
alma, quando nos rogava, porem nos terra.
nâo ouviamos: Porisso vem sobre nós 35 E aconteceo que, vazando elles
esta angustia. seus sacos, eis que caaa hum tinha o
22 E Ruben respondeo-lhes, dizendo: amarrado de seu dinheiro em seu sa­
nâo eu o dizia a vós, dizendo: Nâo co ; e virão os amarrados de seu di­
pequeis contra o moço, mas nâo ou­ nheiro, elles e seu pai, e temerão.
vistes ; e vedes aqui, seu sangue tam­ 36 Então Jacob seu pai disse-lhes:
bem he requerido. Tendes-me desfilhado; Joseph nâo ap-
23 E elles nâo sabiâo, que Joseph os parece, e Simeon nâo apparece: agora
entendia, porque havia interprete en­ levareis a Benjamin r Todas estas cou­
tre elles. sas são contra mim.
24 E retirou-sè delles, e chorou. De­ 37 Mas Ruben fallou a seu pai, di­
pois tornou a elles, e fallou-lhes, e to­ zendo : Mata dous de meus filhos, se eu
mou a Simeon delles, e o amarrou pe­ não tomar a traze-lo a t i ; da-o em mi­
rante seus olhos. nha mão, porque tornarei a traze-lo a ti.
25 E mandou Joseph que euchessem 38 Porem elle disse: Nâo decerá
seus sacos de tri^o, e que lhes restitu­ meu filho com vosco; porquanto seu
íssem seu dinheiro a cada hum em irmão he morto, e elle ficou só : Se-
seu saco. e lhes dessem comida para lhe succedesse algum desastre no ca­
o caminno; e fizerâo-lhes assim. minho que fordes, fareis decer minhas
26 E carregarão seu trigo sobre seus caãs com tristeza à sepultura.
asnos, e partirâo-se dali.
27 E aDrindo hum delles seu saco,
para dar pasto a seu asno na venda, CAPITULO XLin.
vio seu dinheiro; porque eis que es­ A fome era gràve na terra.
tava na boca de seu saco. 2 E aconteceo que; como aca­
28 E disse a seus irmãos: Meu di­ barão de comer o mantimento, que
nheiro he tornado, e eilo tambem aqui trouxerão de Egypto, disse-lhes seu
em meu saco: Entâo lhes desfaleceo pai: Tomai, comprai-nos hum pouco
o coração, e espantarâo-se, dizendo o ae alimento,
hum ao outro: Que he isto que Deos 3 Mas Judá respondeo-lhe dizendo:
nós tem feito ? Protestando nós protestou aquelle va­
29 E vierão a Jacob seu pai na terra râo, dizendo: Nâo vereis minha face,
de Canaan; e contarão-lhe tudo que se vosso irmão nâo he com vosco.
lhes succedera, dizendo: 4 Se enviares com nosco a nosso ir-

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GENESIS, XLIIt. 49

máo, deceremos e te compraremos ali­ tes varòes comerão comigo ao meio


mento. dia.
5 Más se nâo o enviares, não dece­ 17 E o varão fez como Joseph dis­
remos; porquanto aquelle varão nos sera ; e o varão levou aquelles varòes
disse: Não vereis minha face, se vos­ á casa de Joseph.
so irmão não he com vosco. 18 Entào temerão aquelles varòes
6 E disse Isra e l: Porque me fizestes porquanto forão le v a d o B ã casa de Jo­
tal mal, notificando aquelle varão, qué seph, e diziáo: Por causa do dinheiro,
tinhais ainda outro irmão ? que d’antes foi tornado em nossos sa­
7 E elles disserão: Perguntando nos cos, fomos levados aqui, para se revol­
peiguntou aquelle varão por nosoutros, ver sobre nós, e sobrevir-nos, para que
e por nossa parentela, dizendo: Vive tome a nós por servos, e a nossos as*
ainda vosso pai í tendes mais hum nós.
irmâo ? e notihcámos-lh?o conforme ás 19 Por isso chegarão-se ao varão, que
mesmas palavras: Podíamos nós sa­ estava sobre a casa de Joseph. e (alia­
ber, que oiseesse: Trazei vosso irmão ? rão com elle à porta da casa.
8 Então disse Judá a Israel seu pai: 20 E disserão: Ai senhor m eu! cer­
Envia ao mancebo comigo, e levanta­ tamente decemos d7antes, a comprar
remos-nos, e iremos, para que vivamos mantimento.
e não morramos, nem nós, nem tu, i l Aconteceo pois que, chegando-
nem nossos filhos. nos á venda, e abrindo nossos sacos,
9 Eu serei fiador por elle, de rainha eis que o dinheiro de cada varão es­
máo o requererás; se eu não o troux­ tava na boca de seu saco, nosso di­
er a ti, e o puser perante tua face, pe- nheiro por seu peso; e tornamos a tra-
canle serei contra ti todos os dias. zelo em nossas mãos.
10 E se nos não houvéramos detido, 22 Tambem trouxemos outro dinhei­
certamente ia tomaramos duas vezes. ro em nossas mãos, para comprar man­
11 Entâo disse-lhes Israel seu pai: timento; nâo sabemos, quem tenha
Pois que assim he, fazei isso; torraai posto nosso dinheiro em nossos sacos.
do mais precioso desta terra em vossos 23 E elle disse: Paz seja a vósou­
vasos, e levai áquelle varáo hum pre­ tros, não temais; vosso Deos, e o De­
sente : Hum pouco de balsamo, e hum os de vosso pai vos tem dado hum
pouco de mel, especiarias, e mirra, thesouro em vossos sacos; vosso di­
pinhões e amêndoas. nheiro veio a mim: e levou a Simeon
12 E tomai em vossas mãos dinhei­ a elles fora.
ro dobrado, e o dinheiro, que tomou na 24 Depois levou o varão aquelles
boca de vossos sacos, tomai a levar varòes ã casa de Joseph, e deu-lhes
em vossas mãos; porventura foi erro. agua, e lavarão seus pés; tambem
13 Tomai tambem a vosso irmâo, e deu pasto a seus asnos.
levantai-voe, e tomai a aquelle va- 25 E fizerâo prestes o presente, até
rào. que Joseph vmha ao meio dia; por­
14 E Deos Todopoderoso de vos mi­ que tinhão ouvido, que ali havião de
sericordia perante a face daquelle va- comer pão.
iáo, paraque deixe ir com vosco vosSO 26 Vindo pois Joseph á casa, trouxe-
ontro irmâo, e a Benjamin; e eu, co­ râo-lhe em casa o presente, que esta­
mo privado de filhos, sou privado. va em sua mão; e inclinarão-se a elle
15 E os varões tomarão aquelle pre­ á terra.
sente, e tomarão dinheiro dobrado em 27 E elle lhes perguntou como esta-
soas mãos, e Benjamin; e levantarâo- vão, e disse: Vosso pai o velho, de
ae, e decerão á Egypto, e apresenta- quem dissestes, estâ bem ? vive ainda ?
rto-se diante de face de Joseph. 28 E elles disserão: Bem está teu
16 Yendo pois Joseph com elles a servo nosso pai, ainda vive; e abai­
Benjamin, disse ao que estava sobre xarão a cabeça, e inclinarão-se.
soa casa: Leva estes varòes ã casa, e 29 E elle levantou seus olhosk e vio
degolaanimaes, e aparelha; porque es­ á Benjamin seu irmão, filho ae sua

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50 GENESIS, XLIV.
mãi, e disse: Este he vosso irmâo tejão teus servos, de fazerem seme­
menor de quem me dissestes ? depois lhante cousa.
elle disse: Deos te faça misericordia, 8 Eis que o dinheiro, que temos»
meu filho. achado nas bocas de nossos sacos, te*
30 E Joseph apressou, porque 6uas tomámos a trazer desda terra de Ca­
entranhas moverão-se para com seu naan ; como pois furtariam os da casa.
irmâo, e buscou lugar para «horar) e de teu senhor prata ou ouro ?
entrou na camara, e chorou ali. 9 Aauelle, em quem de teus servos
31 Depois lavou seu rosto, e sahio; for acnada, morra; e ainda nós sere­
e forçou-se, e disse : Ponde pâo. mos escravos de meu senhor.
32 E puserão-lhe à parte, e a elles à 10 E elle disse: Ora seja tambem
parte, e aos Egypcios, que comiào assim conforme a vossas palavras;
com elle, à parte; porque os Egypci­ aquelle em quem se achar seja meu
os nâo podem comer pâo com os He- escravo, porem vósoutros sereis sem
breos, porquanto he abominação para culpa.
os Egypcios. 11 E elles apressarão, e cada hum
33 E assentarão-se diante de sua face, fez descender seu saco na terra, e ca­
o primogênito segundo sua primogeni­ da hum abrio seu saco.
tura, e o menor segundo sua minoria: 12 E buscou, começando do maior,
Do que os varões maravilhavâo-se en­ e acabando no menor: e achou-se a
tre si. copa no saco de Benjamin.
34 E apresentou-lhes das iguarias, 13 Então rasgarão seus vestidos, e
que estavâo diante delle; mas o qui­ carregou cada hum seu asno, e toma-
nhão de Benjamin era cinco vezes rão á cidade.
maior, que os quinhões delles todos: 14 E veio Judá com seus irmãos à
E beberão, bebendo com elle até far­ casa de Joseph, porque elle mesmo
tura. ainda estava ali; e postrarâo-se diante
de sua face na terra.
CAPITULO XLIV. 15 E disse-lhes Joseph: Que obra
he esta que fizestes? não sabeis vós­
E MANDOU ao que estava sobre
sua casa, dizendo: Enche os sa­
cos destes varões de mantimento,
outros, que tal homem como eu, ade­
vinhando sabe adevinhar 1
16 Então disse Judá: Que diremos
quanto poderem levar, e poem o di­ a meu senhor, que fallaremos ? e co­
nheiro ae cada varâo na Doca de seu mo nos justificaremos ? achou Deos a
saco. injustiça de teus servos; eis que so­
2 E minha copa, a copa de prata, mos escravos de meu senhor, assim
porás na boca do saco do menor, com nós, como aquelle, em cuja mão foi
o dinheiro de seu trigo; e fez confor­ achada a copa.
me á palavra de Joseph, que tinha dito. 17 Mas elle disse: Nunca eu tal faça;
3 Vinda a luz da manhâ, despedi- o varão em cuja mão a copa foi acna­
râo-se estes varões, elles, e seus asnos. da, aquelle será meu servo: Porem
4 Sahindo elles da cidade, e não se vósoutros subi em paz a vosso pai.
havendo ainda alongado, disse Joseph 18 Entâo Judá se cheçou a elle, e
ao que estava sobre sua casa : Levan- disse: Ai senhor meu, aeixa ora teu
ta-te, e persegue aquelles varões; e servo fallar huma palavra ante os ouvi­
alcançando-os, dirás-lhes: porque pa­ dos de meu senhor, e nâo se encenda
gastes mal por bem? tua ira contra teu servo; pois tu es co­
5 Nâo he esta, de que bebe meu se­ mo Pharaó.
nhor ? e em que elle adevinhando ade- 19 Meu senhor perguntou a seus ser­
vinha ? fizestes mal no que fizestes. vos, dizendo: Tendes vós pai ou ir­
6 E alcançou-os, e fallou-lhes as mes- mão?
maspalavras. 20 E dissemos a meu senhor: Te­
7 E elles disseráo-lhe : Porque meu mos hum pai velho, e hum mancebo
senhor falia tais palavras ? longe es- de sua velhice, o menor, cujo irmãa

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GENESIS. XLV. 61
he morto; e elle ficou só de soa mãi, para que nâo veja o mal, que sobre­
e sen pai o ama. virá a meu pai.
21 Entâo tu disseste a teus servos:
Trazei-m’o a mim, e eu porei meu CAPITULO XLV.
olho nelle.
92 E nós dissemos a meu senhor: NTAO Joseph se nâo podia con­
Aquelle mancebo nâo poderá deixar E
ter diante de todos os que esta­
a sen pai: Se deixar a seu pai, mor­ vâo com elle, e clamou: fazei sahir
rerá. de mim a todo varâo; e ninguém ficou
23 Entâo tu disseste a teus servos: com elle, quando Joseph se deu a co­
Se vosso irmâo menor nâo descender nhecer a seus irmãos.
com rosco, nunca mais verei» minha 2 E levantou sua voz com choro; de
face. maneira que os Egypcios o ouvi&o, e
24 E aconteceo que, subindo nós a a casa de Pharaó o ouvia.
teu servo meu pai, e contando-lhe as 3 E disse Joseph a seus irmãos: eu
palavras de meu senhor: sou Joseph, vive ainda meu pai? e
25 E nosso pai dissesse; Tomai, seus irmãos lhe nâo puderâo respon­
comprai-nos hum pouoo de manti­ der; porque estavâo atonitos diante
mento. de sua face.
26 Nosontros dissemos: Nâo pode­ 4 E disse Joseph a seus irmãos:
remos descender; se nosso irmâo me- Ora chegai-vos a mim; e chegárâo-se;
not for com noeco, descenderemos: entâo elle disse: eu sou Joseph vosso
Pois nâo poderemos ver a face da- irmâo, a quem vendestes para Egypto.
quelle varâo, se este nosso irmâo me- 5 A g o ra p o is n â o v o s e n tris te ç a is ,
noTn&o estiver com nosco. n e m vos in d ig n e is e m vo sso s olhos,
27 Entáo disse-nos teu servo meu p o r m e h a v e rd e s v e n d id o p a r a c á ; p o r­
pai: Vósoutros sabeis, que minha mu­ q u e p a r a c o n se rv a ç ã o d a v id a D eo s
lher me pario dous. m e e n v io u d ia n te a e v o ssa fa c e .
28 £ o num sahio de mim, e eu dis­ 6 Porque ja dous annos houve de fo­
se: Certamente despedaçando foi des­ me no meio da terra, e ainda restâo
pedaçado, e o n&o tenho visto ate cinco annos, em que nâo haverá la­
agora. voura nem sega.
29 Se agora tambem tirardes a este 7 Pelo que Deos me enviou diante
de minha face, e lhe acontecesse al­ do vossa face, para que ficásseis por
gum desastre, faríeis decer minhas resto na terra, e para guardar-vos em
cais com dor à cova. vida por huma grande livraçâo.
30 Agora pois vindo eu a teu servo 8 Assim que vos nâo me enviastes
meu pai, e o mancebo nâo for com para cá, senâo Deos, que me tem posto
nosco, (pois sua alma está atada com por pai de Pharaó, e por senhor de
a alma delle;) toda sua casa, e por Regente em toda
31 Acontecerá que, vendo elle que a terra de Egypto.
omancebo ali nâo está, morrerá; e 9 Apressai-vos e subi a meu paL e
teus servos farâo decer as caâs de teu dizei-lhe: Assim tem dito teu filno Jo­
ttrvo nosso pai com tristeza á cova. seph ; Deos me tem posto por senhor
32 Porque teu servo se deu por fia­ em toda a terra de Egypto, descende
dor por este mancebo para com meu a mim, e nâo te detenhas.
çai, dizendo: Sé nâo te tomá-lo, eu 10 E habitarás na terra de Gosen, e
«rei culpado a meu pai todos os estarás perto de mim. tu e teus filhos,
dias. e os filhos de teus filhos, e tuas ove­
33 Agora pois, fique teu servo por lhas, e tuas vacas, e tudo o que tens.
este mancebo por escravo de meu se- 11 E ali te sostentarei, porque ainda
ntor; porem o mancebo suba com serâo cinco annos de fome, paraque
irmãos. nâo empobreças, tu e tua casa, e tudo
34 Porque como eu subirei a meu o que tens.
pai, se o mancebo nâo for comigo ? 12 E eis que vossos olhos o vem, e

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52 GENESIS, XLVI.
os olhos de meu irmâo Bénjamin, que 27 Porem havendo elles fallado-Ihe
vos falia miiiha boca. todas as palavras de Joseph, que elle
13 E denunciai a meu pai toda mi­ lhes fallara; e vendo elle os carros
nha gloria em Egypto, e tudo o que que Joseph enviara para leváio, revi­
tendes visto, e apressai-vos a fazer veo 0 espirito de Jacob seu pai.
descender a meu pai para cà. 28 E disse Israel: Basta, ainda vive
14 E lançou-se ao pescoço de Benja­ meu filho Joseph, eu irei, e o verei
min seu irmâo, e chorou; e Benjamin antes que morra.
chorou tambem a seu pescoço.
15 E bevou a todos seus irmãos, e CAPITULO XLVI.
chorou sobre elles; e depois seus ir­
mãos f&llarâo com elle. PARTIO-SE Israel com tudo quan­
16 Como esta fama foi ouvida na
casa de Pharaó, que se disse: Os ir­
E to tinha, e veio a Berseba; e sac­
rificou sacrincios ao Deos seu pai
mãos de Joseph são vindos, pareceo o Isaac.
bem em olhos de Pharaó e em olhos 2 E fallou Deos a Israel em visões
de seus servos. de noite, e disse: Jacob, Jacob! e
17 E disse Pharaó a Joseph; Dize a elle disse: Eis me aqui.
teus irmãos, fazei isto, carregai vos­ 3 E disse: Eu sou o Deos,o Deos
sas bestas, e parti-vos, tomai à terra de teu pai; nâo temas de descender
de Canaan; a Egypto, porque eu te porei ali em
18 E tornai a vosso pai, e a vossas gente grande.
famílias, e vinde a m im ; e eu vos da­ 4 E descenderei comtigo a Egypto,
rei o melhor da terra ae Egypto, e e te farei tomar a subir, subindo jun­
comereis a gordura da terra. tamente, e Joseph porâ sua mâo sobre
19 Tu pois manda; fazei isto, tomai- teus olhos.
vos da terra de Egypto carros para 5 Entào levantou-se Jacob de Berse-
vossos meninos, e para vosso pai, e ba{ e os filhos de Israel levarão a seu
vinde. pai Jacob, e a seus meninos, e a suas
20 E vosso olho nâo poupe a vossas mulheres, nos carros que Pnaraó en­
alfaias; porque o melhor de toda a viara, para o levar.
tQjrra de Egypto será vosso. 6 E tomarão seu gado, e sua fazen­
21 E os filhos de Israel fizeráo assim: da que tinhão aquirido na terra de
E Joseph deu-lhes carros conforme a Canaan, e vierão a Egypto, Jacob e
o manaado de Pharaó; tambem deu- toda sua semente com elle.
lhes mantimento para o caminho. 7 Seus filhos e os filhos de seus filhos
22 A todos lhes deu, a cada hum, com elle; suas filhas, e as filhas de
mudanças de vestidos; mas a Benja­ seus filhos, e toda sua semente levou
min deu trezentas moedas de prata, e comsigo a Egypto.
cinco mudanças de vestidos. 8 E estes sâo os nomes dos filhos
23 E a seu pai enviou semelhante­ de Israel, que vierão a Egypto, Jacob
mente dez asnos carregados do me­ eseusfilnos: o primogénito de Jacob,
lhor de Egypto, e dez asnas carrega­ Ruben.
das de trigo, e pâo, e comida por seu 9 E os filhos de Ruben; Hanoch, e
pai para o caminho. Pallu, e Hezron, e Carmi.
24 E despedio seus irmãos, e parti- 10 E os filhos de Simeon; Jemuel,
r&o-se; e disse-lhes: nâo contendais e Jamin, e Ohad, e Jachin, e Zohar,
pelo caminho. e Saul, o filho da mulher Cananea.
25 E subirão de Egypto, e vierão & 11 E os filhos de Levi; Gerson, Ke-
terra de Canaan a Jacob seu pai. hath e Merari.
26 Entâo lhe denunciarão, dizendo: 12 E os filhos de Judá; Her e Onan,
Joseph ainda vive, e elle tambem he e Sela, e Perez, e Serah: Porem Her
Regente em toda a terra de Egypto : e Onan morrerão na terra de Canaan;
E seu coração desmaiou-se, porquê e os filhos de Perez forão Hezron e
Itâo os cria. Hamul,

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GENISES, XLVH. 53
13 E os filhos de Issaschar; Tola e 30 E Israel disse a Joseph: Morra
Pua, e Job, e Simron. eu agora, pois ja tenho visto teu rosto,
14 E os nlhos de Zebulon; Sered e que ainda vives.
Elonw e Jahleel. 31 Depois disse Joseph aseus irmã­
15 Estes são os filhos de Lea, que pa­ os, e à casa de seu pai: Eu subirei, e
rio a Jacob em Paddan-Aram, com Di­ denunciarei a Pharaó. e lhe direi:
ná sua filha: todos as almas de seus Meus irmãos e a casa de meu pai,que
filhos e de suas filhas forão trinta e estavâo na terra de Canaan, vierão a
tres. mim.
16 E os filhos de Gad; Ziphion, e 32 E os varões s&o pastores de ove­
Chãggi. Schuni, e Ezbon, En, e Aro- lhas, porque são homens de gado, e
di, Areíi. trouxerão comsigo suas ovelhas, e su­
17 E os filhos de Aser; Imna, e Isch- as vacas, e tudo que tem.
va. e Ischvi, e Beria, e Sera a irmã 33 Quando pois acontecer, que Pha­
delles: e os filhos dè Beria; Heber e raó vos chamar, e disser: Que he vos­
Malchiel. so negocio %
18 Estes sâo os filhos de Zilpa, que 34 Então direis: Teus servos forão
Laban dera a sua filha Lea; e pario a homens de gado desde nossa moci­
Jacob estas dezaseis almas. dade até agora, assim nós como nos­
19 Os filhos de Rachel^ mulher de sos pais: Para que possais habitar na
Jacob ; Joseph e Benjamin. terra de Gosen: porque todo pastor
20 E nascerão a Joseph na terra de de ovelhas he abominação aos Egyp­
Egypto, Manasse e Ephraim, que lhe cios.
pario Asnath, filha de Potiphera, Ma­
ioral de On.
21 E os filhos de Benjamin; Bela, CAPITULO XLVII.
Becher e Asbel; Gera e Naaman, Echi NTAO veio Joseph, e denunoiou
e fíosj Woppim e Huppim, e Ara.
22 Estes são os filhos de Rachel, que
E a Pharaó, e disse: Meu pai, e
meus irmãos, e suas ovelhas, e suas
nascerão a Jacob, por todos catorze vacas, com tudo que tem, são vindos
almas. da terra de Canaan: E eis que estão
23 E os filhos de Dan; Chusim. na terra de Gosen.
24 E os filhos de Naphtali, Jachzeel, 2 E tomou huma parte de seus ir­
e Guni, e Jezer, e Sillem. mãos, a saber cinco varões, e os pós
25 Estes são os filhos de Bilha, que diante de Pharaó.
Laban dera a sua filha Rachel; e pa­ 3 Então disse Pharaó a seus irmãos:
rio estes a Jacob, por todos sete al­ Que são vossos negocios ? e elles dis­
mas. serão a Pharaó: Teus servos são pas­
26 Todas as almas que vierão com tores de ovelhas, assim nós como nos­
Jacob a Egypto, que sahirão de sua sos pais.
coxa. sem as mulheres dos filhos de 4 Disserão mais a Pharaó: Viremos
Jacob, todas forão sessenta e seis al­ para peregrinar nesta terra; porque
mas. não ha pasto para as ovelhas de teus
27 E os filhos de Joseph, que lhe nas­ servos, porquanto a fome he grave na
cerão em Egypto, erão duas almas: terra de Canaan: Agora pois rogamos-
Todas as almas da casa de Jacob, que te, que teus servos habitem na terra
vierão a Egypto, forão setenta. de Gosen.
28 E enviou a Judá diante de sua 5 Então fallou Pharaó a Joseph, di­
face a Joseph, para o encaminhar a zendo : Teu pai, eteus irmãos vierão
Gosen; e chegarão á terra de Gosen. a ti.
29 Então Joseph fez prestes seu car- 6 A terra de Egypto està diante de
iro; e subio ao encontro de Israel seu tua face, no melhor da terra faze habi­
pai a Gosen: E mostrando-se elle lhe, tar teu pai e teus irmãos; habitem
lançou-se a seu pescoço, e chorou so­ na terra de Gosen: E se sabes, que
bre seu pescoço longo tempo. entre elles são homens valentes, os

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54 GENESIS, XLVTI.
porás por raaioraes do gado sobre o de meu senhor, sen&o nosso corpo, e
que eu tenho. nossa terra.
7 E Joseph tambem trouxe a Jacob 19 Porque morreremos diante d e t e ­
seu pai. e o pôs diante de Pharaó; e us olhos, assim nos como nossa terra. ?
Jacob abençoou a Pharaó. compra a nós e a nossa terra por p&o,
8 E Pharaó disse a Jacob: Quantos e nos e nossa terra seremos servos d e
s&o os dias dos annos de tua vida ? Pharaó, e dá semente para que viv a­
9 E Jacob disse a Pharaó: Os dias mos, e nào morramos, e a terra n&o se
dos annos de minhas peregrinações assole.
s&o cento e trinta annos: poucos e 20 Assim Joseph comprou toda a te r­
maos for&o os dias dos annos de mi­ ra de Egypto para Pharaó, porque os
nha vida, e n&o chegar&o aos dias dos Egypcios venderào cada hum seu cam ­
annos da vida de meus pais, nos dias po, porquanto a fome prevaleceo sobre
de suas peregrinações. elles; e a terra ficou por de Pharaó.
10 E Jacob abençoou a Pharaó, e 21 E quanto ao povo, feio passar â s
sahio de diante da face de Pharaó. cidades, desde o hum cabo dos termos
11 E Joseph fez habitar a seu pai e de Iteypto, até seu outro cabo.
a seus irm&os, e deu-lhes possessão na 22 Somente a terra dos sacerdotes
terra de Egypto, no melhor da terra, n&o comprou, porquanto os sacerdotes
na terra de Rameses, como Pharaó tinhão porç&o de Pharaó, e elles comi-
mandara. &o sua porç&o, que Pharaó lhes tinha
12 E Joseph sostentava a seu pai, e dado; porisso nào vender&o sua terra.
a seus irm&os, e a toda casa de seu pai 23 Entào disse Joseph ao povo: Eis
de pào, até à boca dos meninos. que hoje tenho comprado a vós e a
13 E n&o havia p&o em toda a terra, vossa terra para Pharaó; vedes ahi
porque a fome era mui grave; de ma­ tendes semente para vós, para que se­
neira que a terra de Egypto e a terra meeis a terra.
de Canaan desfaleci&o á causa da 24 Porem será, que das colheitas da­
fome. reis o quinto a Pharaó. e as quatro
14 Ent&o Joseph recolheo todo di­ partes serâo vossas, para semente do
nheiro, que se achou na terra do Egyp­ campo, e para vosso mantimento, e dos
to, e na terra de Canaan, pelo trigo que estào em vossas casas, e para que
comprav&o: e Joseph trouxe o comào vossos meninos.
n eiro à casa de Pharaó. 25 E disserão : A vida nos tens da­
15 Acabando-se pois o dinheiro da do ; achemos graça em olhos de meu
terra de Egypto, e da terra de Cana­ senhor, e seremos servos de Pharaó.
an, vierão tdaos os Egypcios a Joseph, 26 Joseph pois pôs isto por estatuto
dizendo: Dà-nos p&o; porque pois até o dia de hoje, sobre a terra de
morreremos em tua presença? por­ Egypto, que Pharaó achasse o quinto:
quanto o dinheiro falta. salvo que só a terra dos sacerdotes
16 E Joseph disse: Dai vosso gado, nào ficou por de Pharaó.
e eu o vos darei por vosso gado, se fal­ 27 Assim habitou Israel na terra de
ta o dinheiro. Egypto, na terra de Gosen, e nella
17 Ent&o trouxer&o seu gado a Jo­ tomar&o possessào, e fructificarào-se e
seph; e Joseph deu-lhes p&o por ca- multiplicarào-se muito. *
vallos, e pelo gado das ovelhas, e pe­ 28 È Jacob viveo na terra de Egyp­
lo gado das vacas, e por asnos: E os to dezesete annos: assim que os aias
sostentava de p&o aquelle anno por de Jacob, os annos de sua vida, forào
todo seu gado. cento e quarenta e sete annos.
18 E acabado aquelle anno, vierão a 29 Chegando-se pois os dias de Isra­
elle ao segundo anno, e disser&o-lhe: el para morrer, chamou a Joseph seu
N&o encobriremos diante de meu se­ filho, e disse-lhe: Se agora tenho acha­
nhor, que o dinheiro he acabado, e do graça em teus olhos, rogo-te, que
meu senhor possue os animaes. e ne­ ponhas tua mâo debaixo ae minha
nhuma outra cousa ficou diante da face coxa, e faças comigo beneficencia e

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GENESIS, XLVní. 56
rerdãde ; rogo-te, que me ílàò enter­ ver; e os fez chegar a elle, e beijou-
res em E g y p to ; os, e abraçou-os.
30 Mas que eu deite com meus pa­ 11 E Israel disse a Joseph: Eu nâo
is ; porisso me levarás de Egypto, e cuidei ver teu rosto; e eis que Deos
me sepultarás na sepultura delles; e tambem me fez ver tua semente.
elle disse: Farei conforme a tua pa­ 12 Entâo Joseph os tirou de seus
lavra. joelhos, e inclinou-se à terra diante de
31 E elle d is s e : Jura-m e; e jurou- sua face.
lhe: e Israel se inclinou à cabeceira 13 E tomou Joseph os ambos, a
da cama. Ephraim em sua mâo direita á es­
querda de Israel, e a Manasse era sua
C A P IT U L O X L V m .
mâo esquerda á direita de Israel, e os
fez chegar a elle.
conteceo pois depois destas 14 Mas Israel estendeo sua mâo
A cousas, que disserão a Joseph: direita^ e a pós sobre a cabeça de
Eis que teu pai está enfermo: entâo Ephraim, ainda que era o menor, e
tomou comsigo seus dous filhos Ma­ sua esquerda sobre a cabeça de Ma­
nasse a Ephraim. nasse, dirigindo suas mâos prudente­
2 E denunciarão a Jacob, e disserão: mente ; porque Manasse era o primo­
Eis que Joseph teu filho vem a t i: e génito.
esforçoo-se Israel, e assentou-se sobre 15 E abençoou a Joseph, e disse:
acama. O Deos, em cuia presença andarão
3 Depois disse Jacob a Joseph: O meus pais Abranam e Isaac, o Deos
Deos Todopoderoso me appareceo em que me sostentou, desde que eu sou
Lnz na terra de Canaan, e me aben- até este dia.
ÇOOQ. 16 O Anjo que me livrou de todo
4 Eme disse : Eis que te farei fruc- mal, abençoe a estes rapazes, e meu
tificar e multiplicar, e te porei por nome seja chamado nelles, e o nome
multidão de povos, e darei esta terra de meus pais Abraham e Isaac, e se-
à tua semente depois de ti, em pos­ jão como peixes em multidão no meio
sessão perpetua. da terra.
5 Agora pois, teus dous filhos, que te 17 Vendo pois Joseph, que seu pai
nascerão na terra de Egypto, antes que punha sua mâo direita sobre a cabeça
euviesse a ti em Egypto, sâo meus: de Ephraim, foi mâo em seus olhos;
Ephraim e Manasse serâo meus como e tomou a mâo de seu pai, para a
Ruben e Simeon. transpor de sobre a cabeça de Ephraim
6 Mas tua geração, que gerarás de- á cabeça de Manasse.
ois delles, será tua: segundo o nome 18 E Joseph disse a seu pai: Nâo
5 e seus irmãos serâo cnamados em assim meu pai; porque este he o pri­
soa herança. mogénito, poem tua mâo direita so­
7 Vindo pois eu de Paddan, me bre sua cabeça.
morreo Rachel em terra de Canaan, 19 Mas seu pai o recusou, e disse:
no caminho como ainda era hum es­ Eu o sei, filho meu, eu o sei: tam­
paço pequeno de terra, para vir a bem elle será em povo, e tambem elle
Ephrata; e eu a sepultei ali no ca­ será grande; mas com tudo seu irmâo
minho de Ephrata, que he Bethle­ menor será mais grande que elle, e
hem. sua semente será plenidâo das gen­
8 E Israel vio os filhos de Joseph, e tes.
disse: Cujos sâo estes? 20 Assim os benzeo áquelle dia, di­
9 E Joseph disse a seu pai: Elles zendo : Em ti abençoará Israel, dizen­
sâo meus filhos, que Deos me tem do : Deos te ponha como a Ephraim,
dado aqui; e elle disse: Ora traze-os e como a Manasse; e pós a Ephraim
a mira, para que os abençoe. diante de Manasse.
10 Porem os olhos de Israel erão 21 Depois disse Israel a Joseph:
«gravados da velhice, ja nâo podia I Eis que eu morro; mas Deos será

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56 GENESIS, XLIX.

com vósoutros, e vos fará tomar á ter­ 14 Issaschar he asno de fortes os­
ra de vossos pais. sos, deitado entre dous fardos.
22 E eu te tenho dado a ti hum pe­ 15 Vendo elle que o descanço era
daço da terra sobre teus irmãos, que bom, e aue a terra era deleitosa, abai­
tomei com minha espada e com meu xou seu nombro para acarretar, e ser-
arco da mâo dos Amoreos. vio sob tributo.
16 Dan julgará a seu povo, como
hum dos tribos de Israel.
CAPITULO XLIX. 17 Dan será serpente junto ao ca­

DEPOIS chamou Jacob seus filhos,


e disse: Ajuntai-vos, e denunci-
minho, huma bibora junto à vereda,
que morde os calcanhares do caval-
ar-vos-hei o que vos ha de acontecer lo, e a seu cavalleiro faz cahir por de
nos dias seguintes. tras.
2 Ajuntai-vos, e ouvi, filhos de Ja­ 18 Espero tua salvação, Je h o v a h !
cob ; e ouvi a Israel vosso pai. 19 Quanto a Gad, huma tropa o aco­
3 Ruben, tu es meu primogénito, m eterá; mas elle a acometerá por
minha força, e o principio de meu vi- derradeiro.
gor? o mais excellente em alteza, e o 20 De Aser, seu pão será gordo; e
mais excellente em potência. elle dará delicias reaes.
4 Corrente como as aguas: nâo se­ 21 Naphtali he cerva solta, que d à
rás o mais excellente; porquanto su­ palavras formosas.
biste ao leito de teu pai: Então o 22 Joseph he ramo fructuosò, ramo
contaminaste; subio a minha cama. fructuoso á fonte: cada qual dos ramos
5 Simeon e Levi são irmãos: sua»ac­ corre sobre o muro.
ções sâo instrumentos de violência. 23 Os frecheiros lhe derâo amargura,
6 Em seu secreto conselho não en­ e o frecharão e aborrecerão.
tre minha alma, nem minha gloria se 24 Porem seu arco ficou em sua tesi-
ajunte com sua congregação; porque dão, e os braços de suas mâos se es­
em seu furor matarão ao varâo, e em forçarão pelas mãos do valente de Ja­
sua teima arrebatarão ao boi. cob ; donde elle he hum pastor, hum a
7 Maldito seja seu furor, pois he pedra de Israel.
forte, e sua ira, pois he dura: eu os 25 Do Deos de teu pai, o qual te
dividirei entre Jacob, e os espargirei aiudará, e do Todopoderoso, o qual te
entre Israel. abençoará com benções do ceo de
8 Judá, tu es, te louvaráo teus ir­ riba. com benções do abysmo que es­
mãos; tua mâo será sobre o pescoço tá abaixo, com benções das mamas e
de teus inimigos: os filhos de teu pai da madre.
se inclinarão a ti. 26 A s benções de teu pai sobre pu -
9 Judá he leâo-sinho, da presa su­ jâo as benções de meus pais, ate o
biste, filho meu: encurva-se, e deita- cabo dos outeiros eternos: ellas esta­
se como hum leão. e como leão velho: rão sobre a cabeça de Joseph, e sobre
quem o acordará í a moleira da cabeça do separado de
10 O Cetro nâo se arredará de Judá, seus irmãos.
nem o Legislador dentre seus pés, ate 27 Benjamin como lobo despedaça­
que venha Siloh ; e a elle obedecérão r á ; pela manhã comerá presa, e k
os povos. tarde repartirá depojo.
11 Elle amarra seu asninho á vide, 28 Todos estes tribos de Israel sâo
e o filho de sua asna á cepa mais ex­ d o z e : e isso he o que fallou-lhes seu
cellente : elle lava seu vestido no vi­ pai, quapdo os abençoou ; a cada-
nho, e sua capa em sangue de uvas. num delles abençoou segundo sua
12 Elle he vermelho de olhos pelo benção.
vinho, e branco de dentes pelo leite. 29 Depois mandou-lhes, e disse-lhes:
13 Zebulon habitará ao porto dos Eu me congrego a meu povo; sepultai-
mares, e ao porto dos navios, e seu me com meus pais, na cova que està
termo será para Sidon. no camoo de Ephron o Hetheo.

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GENESIS, L. 57

30 Na cova que está no campo de 10 Chegando elles pois á eira do es-


Machpela, que está era fronte de inhal, aue está d’alem do Jordão,
Mamre na terra de Canaan. a qual zerão ali hum pranto grande e mui
Abraham comprou com aquelle cam­ grave; e fez a seu pai hum pranto por
po de Ephron o Hetheo, por herança sete dias.
de sepultura. 11 E vendo os moradores da terra,
31 Ali sepultarão a Abraham, e a os Cananeos, ao pranto na eira do es-
Sara sua mulher: ali sepultárão a inhal, disserão: Este he pranto gran-
Isaac, e a Rebecca sua mulher : e ali e dos Egypcios: porisso chamou-se
eu sepultei a Lea. seu nome Abel Mizraim, que está
32 O campo, e a c ova que está nelle, d’alem do Jordão.
foi comprado dos filhos de Heth. 12 E fizerão-lhe seus filhos assim
33 Acabando pois Jacob de dar man­ como elle lhes mandara.
damentos a seus filhos, encolheo seus 13 Pois seus filhos o levarão à terra
pés na cama, e espirou, e foi congre­ de Canaan, e o sepultarão na cova do
gado a seus povos. campo de Machpela, que Abraham
tinha comprado com o campo, por
herança de sepultura de Ephron o
CAPITULO L.
Hetheo, em fronte de Mamre.
N T A O Joseph se lançou sobre .o 14 Depois tomou-se Joseph para
E rosto de seu pai; e cnorou sobre
elle, e o beiou.
Egypto, elle e seus irmãos, e todos os
que com elle subirão a sepultar seu
2 E Joseph mandou a seus servos os pai, depois de haver sepultado a seu
médicos, que embalsamassem a seu pai.
pai: e os médicos embalsamarão a 15 Vendo então os irmãos de Joseph,
IsraeL que seu pai ja era morto, disserão:
3 E cumprirão-se-lhe quarenta dias; porventura nos aborrecerá Joseph, e
porque assim se cumprem os dias da- nós pagará certamente todo o mal,
quelles que se embalsamáo : e os que lhe fizemos.
Egypcios o chorarão setenta dias. 16 Portanto enviarão a Joseph, di­
4 Passados pois os dias de seu choro, zendo : Teu pai mandou antes de
falloa Joseph à casa de Pharaó, dizen­ sua morte, dizendo:
do : Se açora tenho achado graça em 17 Assim direis a Joseph: Ora rogo-
vossos olhos, rogo-vos; que falíeis em te, que perdoes a transgressão de teus
ouvidos de Pharaó, dizendo: irmãos, e seu peccado, que te renderão
5 Meu pai me fez jurar, dizendo: mal: Agora pois rogamos te, que
Eis que eu morro; em meu sepulcro, perdoes a transgressão dos servos do
que cavei para mim na terra de Ca­ Deos de teu pai; e Joseph chorou
naan, ali me sepultarás: agora pois, quando elles lhe fallavâo.
te peço, que eu suba, para que sepulte 18 Depois vierão tambem seus ir­
a meu pai, entâo me tomarei. mãos, e postrarão-se diante delle, e
6 E Pharaó disse: Sube, e sepulta disserão: Eis nós aqui por teus ser­
a teu pai, como elle te fez jurar. vos.
7 E Joseph subio para sepultar a seu 19 E Joseph lhes disse: Não temais,
pai, e subirão com elle todos os ser­ porque estou eu em lugar de Deos ?
vos de Pharaó, ós Anciãos de sua casa, 20 Vósoutros bem pensastes mal con­
e todos os Anciãos da terra de E^)'pto. tra mim; porem Deos pensou aquillo
8 Como tambem toda a casa ae Jo­ para bem, para que elle faça, como
seph, e seus irmãos, e a casa de seu isso estâ neste dia, para conservar em
pai: somente deixarão na terra de vida hum povo grande.
Gosen seus meninos, e suas ovelhas, 21 Agora pois não temais: eu sostea-
e suas vacas. tarei a vós, e a vossos meninos. Assim
9 E subirão tambem com elle, assim os consolou, e fallou segundo o cora­
carros, como gente de cavallo; e foi ção delles.
hum esquadrão mui grave. 22 Joseph pois habitou em Egypto,

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58 %EXODO, f .

elle e a casa de seu pai: e viveo Jo­ terra, que jurou a Abraham, a Isaac,
seph cento e dez annos. e a Jacob.
23 E vio Joseph de Ephraim filhos 25 E Joseph fez jurar os filhos d e
da terceira geração: tambem os filhos Israel, dizendo: Visitando-vos visitará
de Machir, lilho de Manasse, nascerão Deos; assim que fareis transportai
sobre os joelhos de Joseph. meus ossos d’aqui.
24 E disse Joseph a seus irmãos: 26 E morreo Joseph de idade de cen­
Eu morro; mas Deos visitando vos to e dez annos: e o embalsamarão, e
visitará, e vos fará subir desta terra á o puserão em huma arca em Egypto.

0 S E GU ND O LI VRO DE MOYSES,
CHAMADO

EXODO.

cargas: Porque edificarão a Pharaó


C A P IT U L O I.
cidades de thesouros, Pitom e Raam-
STES pois são os nomes dos filhos ses.
E de Israel, que entrarão em Egyp­
to com Jacob: cada hum entrou com
12 Mas quanto mais o afíligião, tan­
to mais se multiplicava, e tanto mais
sua casa. crecia: de maneira que se enfadavão
2 Ruben, Simeon, Levi e Judá. por causa dos filhos de Israel.
3 Issaschar, Zebulon e Benjamin. 13 E os Egypcios fazião servir os
4 Dan e Naphthali, Gad e Aser. filhos de Israel com dureza.
5 Todas as almas pois, que procede­ 14 Assim que lhes fizerão amargar a
rão da coxa de Jacob, forão setenta vida com dura servidão em barro, e
almas; porem Joseph estava em Egyp­ em ladrilhos, e com todo trabalho no
to. campo; com todo seu serviço, em que
6 Sendo pois Joseph falecido, e to­ os servião com dureza.
dos seus irmãos, e toda aquella gera­ 15 De mais disto fallou el-Rei de
ção: Egypto ás parteiras das Hebreas, (das
7 Os filhos de Israel fructificarão e quaes o nome da huma era Siphra, e
multiplicarão-se, e forão augmentados o nome da outra Pua.)
e fortalecidos grandemente; de ma­ 16 E disse: Quando fizerdes parir
neira que a terra se encheo delles. as Hebreas, e as virdes sobre os as­
8 Depois levantou-se hum novo Rei sentos : se for filho, matai-o ; mas se
sobre Egypto, que não conhecera a for filha, viva.
Joseph. 17 Porem as parteiras temerão a
9 O qual disse a seu povo: Eis que Deos, e não fizerão como el-Rei de
o povo dos filhos de Israel he muito, Egypto lhes dissera, antes guardavão
e mais poderoso que nosoutros. aos meninos em vida.
10 Ea. sejamos sabios para com el­ 18 Então chamou el-Rei de Egypto
le, para que não se multiplique, e acon­ as parteiras, e disse-lhes; Porque fize­
teça que, vindo guerra^ elle tambem stes isto? que guardastes aos meni­
se ajunte com nossos inimigos, e pele­ nos em vida.
je contra nós, e suba da terra. 19 E as parteiras disserão a Pharaó:
11 E puserão sobre elle Maioraes de Porquanto as mulheres Hebreas m\o
tributos, para o affiigirem com sua? ôão çpmo as Egypcias: porque sãp rçt

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EXODO, II. 59

bostas, antes que a parteira venha a e vio que hum varão E gypcio feria a
ellas, ja tem parido. hum varão Hebreo de seus irmãos.
20 Portanto Deos fez bem às partei­
12 E olhou á huma e à outra banda,
ras : e o povo se augementou, e see vendo que ninguém ali havia, ferio
corroborou muito. ao Egypcio, e escondeo-o na area.
21 E aconteceo que, porquanto as 13 E tornou a sahir ao dia seguinte,
parteiras temerão a Deos, edificou-lhes e eis que dous varões Hebreos conten-
c asas. diâo; e disse ao injusto; porque fe­
22 Então mandou Pharão a todo res a teu proximo ?
seu povo, dizendo : A todos filhos que 14 O qual disse : Quem te tem pos­
nascerem, lançareis no rio^ mas a to­ to a ti por maioral e juiz sobre nos-
das filhas guardareis era vida. outrosf dizes isso por me matar, co­
mo mataste ao Egypcio ? entâo temeo
Moyses, e disse; certamente este ne­
c a p it u l o n.
gocio foi descuberto.
F O I-S E hum varão da casa de Le- 15 Ouvindo pois Pharâo este nego­
E vi, e tomou huma filha de Levi.
2 E a mulher concebeo, e pario hum
cio, procurou matar a Moyses : mas
Moyses fugio de diante da face de
filho : e vendo o que era formoso, es- Pharaó, e habitou na terra de Midian,
condeo-o tres meses. e assentou-se junto a hum poço.
3 Porem não o podendo mais escon­ 16 E o Sacerdote de M iaian tinha
der, tomou huma arca de juncos, e a sete filhas, as quaes vierão a tirar agua,
abetumou com betume e pez; e pon­ e encherão as pias, para abeberar o
do nella ao menino, a pôs era os jun­ rebanho de seu pai.
cos á praia do rio. 17 Então vierão os pastores, e lança­
4 E sua irmã parou-se de longe, pe­rão as d ’a l i ; porem Moyses levantou-
ja saber o que Ine-havia de acontecer.
se e defendeo-as, e abeberou seu reba­
5 E a fiJha de Pharaó deceo a lavar^
nho.
se no rio, e suas donzellas passearão 18 E vindo ellas a Rehuel seu pai,
pela borda do rio : e ella vio a arca no
disse e lle : Porque hoje tomastes tão
meio dos juncos, e enviou sua criada,depressa ?
e a tomou. 19 E ellas disserão: Hum varão
6 E abrindo-a. vio ao menino, e eis Egypcio nós livrou da mão dos pasto­
que o menino cnorava; e moveo-se de res ; e tambem nós tirou agua em abun-
compaixão delle,e disse : Dos meninos dancia, e abeberou o rebanho.
dos Hebreos he este. 20 E disse a suas filhas: E aonde elle
7 Entâo disse sua irmã à filha de eçtà ? porque deixastes ir a este ho­
Pharaó: Irei eu a chamar huma ama mem ? chamai-o, para que coma pâo.
das Hebreas, que crie a este menino 21 E Moyses consentio em morar com
por ti í aauelle varão: e ellç deu a Moyses sua
8 E a filha de Pharaó disse-lhe, vai- filna Zippora.
te : e foi-se a moça, e chamou a m ãi 22 A qual pario hum filho, e elle cha­
do menino. mou seu nome G ersom ; porque d isse:
9 Entâo lhe disse a filha de Pharaó : Peregrino sou em terra alhea.
Leva este menino, e cria-m?o, eu te 23 E aconteceo depois de muitos
darei teu salario: e a mulher tomou destes dias morrendo el-Rei de E gyp­
ao menino, e criou-o. to, que os filhos de Israel suspirarão e
10 E sendo o menino ja grande, ella clamarão por causa da servidão: e
o trouxe á filha de Pharaó, a qual o seu clamor por causa de sua servidão
perfilhou ; e chamou seu nome Moy­ subio a Deos.
ses, e disse: Porque das aguas o tei- 24 E ouvio Deos seu gemido, e lem­
nho tirado. brou-se Deos de seu concerto com
11 E ac onteceo naquelles dias, que Abraham, com Isaac, e com Jacob.
sendo Moyses ja grande, sahio a seus 25 E attentou Deos para os filhos de
irmãos, e attentou para suas cargas: Israel, e conhereo-os Deos.

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60 EXODO, III.

13 Então dih»e Moyses a Deos : E i &


CAPITULO IU.
ue vindo eu aos filhos de Is ra e l, o
APASCENTAVA Moyses o re- izendo-lhes: O Deos de vossos p a is
E banho de Jethro seu sogro, Sacer­
dote em Midian : e levou o rebanho a
me enviou a vósoutros; e elles m e
disserem: Qual he seu nome 1 q u e
tras do deserto, e veio ao monte de lhes direi ?
Deos, a Horeb. 14 E disse Deos a M oyses: S E R E I
2 E apareceo-lhe o Anjo de J e h o v a h O Q U E S ER EI. M ais disse: A s s i m
em huma chama de fogodos meio de dirás aos filhos de Is ra e l: S E R E I - m e
huma çarça: e olhou, e eis que a çarça enviou a vósoutros.
ardia no togo, e a çarça nâo se consu­ 15 E disse Deos mais a M o y s e s :
mia. Ai»sim dirás aos filhos de Isra el: J e h o ­
3 E Moyses disse: Agora me vira- v a h o Deos de vossos pais, o Deos d e
rei para lá, e verei esta grande visão, Abraham , o Deos de Isaac, e o D e o s
porque a çarça se nâo queime? de Jacob, me enviou a vósoutros:
4 E vendo J e h o v a h , que se virava Este he meu nome eternamente, e
para la a ver, bradou Deos a elle do este he meu memorial de geração e m
meio da çarca, e disse; Moyses, Moy­ geração.
ses: e elle aisse; eis me aqui. 16 Vai e aiunta os Anciãos de Is ­
5 E disse: Nâo te chegues para ca: rael, e dize-lhes: J e h o v a h o Deos d e
tira teus çapatos de teus pés; porque vossos pais me appareceo, o Deos d e
o lugar em que tu estás, he terra Abraham, de Isaac, e de Jacob, di­
sancta. zendo : Visitando-vos tenho visitado,
6 Mais disse: Eu sou o Deos de teu e visto o que vós he feito em E g y p ­
pai, o Deos de Abraham, o Deos de to.
Isaac, e o Deos de Jacob: e Moyses 17 Portanto eu disse: Farei-vós so-
encubrio seu rosto, porque temeo de bir da afflicçâo de Egypto á terra do
ver a Deos. Cananeo, do Hetheo, e do Amoreo, e
7 E disôe J e h o v a h : Vendo tenho do Pherezeo, e do Heveo, e do Je­
visto a afflicçâo de meu povo, que estâ buseo, a huma terra,que mana de leite
em Egypto, e tenho ouvido seu cla­ e mel.
mor por causa de seus arrecadadores, 18 E ouvirão tua v o z : e irás, tu e os
porque conhecei suas dores. Anciãos de Israel a el-Rei de Egypto,
8 Portanto descendi para livrálo da e dir-lhe-heis: J e h o v a h o Deos dos
mâo dos Egypcios, e para fazer sobilo Hebreos nos encontrou: agora pois
desta terra, à huma terra boa e larga, deixa-nos ir caminho de tres dias para
á huma terra que mana de leite e o deserto, para que sacrifiquemos &.
m e l: ao lugar ao Cananeo. e do H e­ J e h o v a h nosso Deos.
theo, e do Amoreo, e do Pherezeo, e 19 Porem eu sei, que el Rei de
do Heveo, e do Jebuseo. Egypto nâo deixará ir-v o s: nem ain­
9 E agora, eis que o clamor dos filhos da por huma mâo forte.
de Israel he vindo a mim: e tambem 20 Porque eu estenderei minha mâo,
tenho visto a opressão, com que os e ferirei a Egypto com todas minhas
Egypcios os oprimem. maravilhas, que farei no meio delle:
10 Vem pois agora, e eu te enviarei depois vós deixará ir.
a Pharaó, para que tires meu povo 21 E eu darei graça a este povo em
(os filhos de Israel) de Egypto. olhos dos Egypcios: e acontecerá que,
11 Entâo Moyses disse a Deos: Quem quando sahirdes, não sahireis vazi­
sou eu, qué v á a Pharaó, e tire de os.
Egypto os filhos de Israel ? 22 Porque cada mulher pedirá a sua
12 E elle disse: Certamente serei vezinha e a sua hospela vasos de
com tigo; e isto te será por sinal, de prata, e vasos de ouro, e vestidos: os
que eu te en v iei: Quando ouveres ti­ quaes poreis sobre vossos filhos, e
rado este povo de Egypto, servireis a sobre vossas filhas3 e despojareis a
Deos neste monte. Egypto.

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EXODO, IV. 61

14 Entâo se accendeo a ira de Je h o ­


CAPITULO IV.
vah contra Moyses, e disse: Nâo he
T?NTAO respondeo Moyses, e disse: Aaron o Levita teu irmâo? eu sei,
J j Mas eis que me nâo crerão, nem que elle fallarà mui bem : e eis que
ouvirão minha voz, porque dirão: Je­ elle tambem sahirá-te ao encontro;
hovah te não appareceo. e vendo-te; se alegrará em seu cora­
2 E Jehovah d isse-lhe: Que he isso ção.
em tua mão ? e e lle d isse; huma vara. 15 E tu fallaràs a elle, e porás as
3 E elle disse: Lança-a na terra; e palavras em sua boca: e eu serei com
elle a lançou na terra, e tornou-se em tua boca, e com sua boca, ensinando-
cobra; e Moyses fugia delia. vos, o que haveis de fazer.
4 Então disse J e h o v a h a Moyses: 16 E elle fallarà por ti ao povo: e
Estende tua mão, e toma-a pelo rabo ; acontecerá, que elle te será por boca,
e estendeo sua mâo, e a tomou pelo e tu lhe serás por Deos.
rabo, e tomou-se em vara em sua mâo. 17 Toma po:.s esta vara em tua mâo,
5 Para que creão, que te appareceo com que farás os sinaes.
Je h o v a h o Deos de seus pais, o Deos 18 Então foi-se Moyses. e tomou a
de Abraham, o Deos de Isaac, e o De­ Jethro seu sogro; e disse-lhe: Eu irei
os de Jacob. agora, e tomarei a meus irmãos, que
6 E disse-lhe J e h o Va h mais: Mette estão em Egypto, para ver, se ainda
agora tua mâo em teu seio: e metteo vivem. Disse pois Jethro a Moyses:
sua mão em seu seio: e tirando-a, vai ém paz.
cis que sua mâo estaVa leprosa, bran­ 19 Disse tambem J e h o v a h a Moy­
ca como a neve. ses ém Midian: Vai, torna-te a Egyp­
7 E disse: Toma-a metter tua mão to ; porque todos os que buscavão tua
em teu seio; e tomou a metter sua alma, morrerão.
mâo em sen seio: depois tirou-a de 20 Tomou pois Moyses sua mulher,
seu seio, e eis que se tornara como e seus filhos, e os levou sobre hum
sua ouíra carne. asno, e tomou-se à terra de Egypto;
8 E acontecerá que, se elles te não e Moyses tomou a vara de Deos em
crerem, nem ouvirem a voz do primei­ sua mão.
ro sinal, crerão a voz do derradeiro 21 E disse J e h o v a h a Moyses: Quan­
smal. do fores tomado a Egypto, attenta
9 E se acontecer^ que ainda não cre­ que faças diante de Pharaó todas as
rem a estes dous smaes, nem ouvirem maravilhas, que tenho posto em tua
tua voz, tomarás das aguas do rio, e as mâo: mas eu endurecerei seu coração,
derramarás na seca: e tomar-se-hâo para que nâo deixe ir ao povo.
aquellas aguas que tomarás do rio, 22 Então dirás a Pharaó: Assim
tomar-se-hâo digo em sangue sobre a diz J e h o v a h ; meu filho, meu primo­
seca. génito, he Israel.
10 Então disse Moyses a J e h o v a h : 23 E eu te tenho dito; deixa ir meu
Ah Senhor! eu nâo bou homem que filho, para que me sirva; mas tu refu-
bem falia, nem de hontem, nem de saste ae o deixar ir : eis que eu mata­
ant’ontem, nem ainda desde que tens rei a teu filho, teu primogénito.
fallado a teu servo: porque sou pesa­ 24 E. aconteceo no caminho em
do de boca, e pesado de língua. huma estalagem, que J e h o v a h o en­
11 E disse-lhe Je h o v a h : Quem deo controu, e o quiz matar.
aboca ao homemTou quem fez ao 25 Então Zippora tomou huma pedra
mudo, ou ao surdo, ou ao que vé, ou aguda, e circuncidou o prepúcio ae seu
ao crço ? nâo eu o sou, J e i I o v a h ? filho, e o lançou a seus pés, e disse:
12 Vai pois agora, e eu serei com tua Certamente me es hum eBposo do
boca, e te ensinarei, o que has de fállar. sangue.
13 Porem elle aisse : Ah Senhor ! 26 E desviou-se delle. Entâo elle
envia pela mâo daquelle a quem tu has disse: Esposo do sangue, por causa da
de enviar. I circuncisão.

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62 EXODO, V.

27 Disse tambem Je h ovah a Aaron: tem : nada diminuireis delia, p o r q u e


Vai-te ao encontro a Moyses ao deser­ andão ociosos; porisso c la m â o , d i ­
to. E elle foi-se, e encontrou-o ao zendo : Vamos, sacrifiquemos a n osso
monte de Deos, e bejou-o. Deos.
28 E denunciou Moyses a Aaron to­ 9 Agrave-se o serviço sobre e s te s
das as palavras de Jeh ovah , que o homens, para que se ocupem n elle, e
enviara; e todos os sinaes, que lhe não confiem em palavras de m entira.
mandara. 10 Entào sahirão os mandadores d o
29 Entào foi-se Moyses e Aaron, e povo, e seus governadores, e fallarao
ajuntarão todos os Anciãos dos filhos ao povo dizendo; Assim diz Pharaó,
de Israel. eu nào vos darei mais palha.
30 E Aaron fallou todas as palavras, 11 Ide vós mesmos, e tomai vós pa -
que Je h o v a h fallara a Moyses: e fez lha. dJonde a achardes: porque nada
os sinaes perante os olhos do povo. se diminuirá de vosso serviço.
31 E o povo creo; e ouvirão que 12 Entãp o povo se espalhou p o r to­
Jeh o v a h visitava aos filhos de Israel, da a terra de Egypto, a colher rastolh o
e que via sua afflicçâo: e inclinarão- em lugar de palha.
se, e adorarão. 13 E os mandadores os apertavão,
dizendo: Acabai vossa obra, a tarefa
de cada dia em seu dia, como quando
C A P IT U L O V .
havia palha.
DEPOIS forão Moyses e Aaron, 14 E açoutavào aos governadores
E e disserão a Pharaó; Assim diz
Je h o v a h o Deos de Israel; deixa ir
dos filhos de Israel, que os mandado­
res de Pharaó tinhão posto sobre elles,
meu povo, para que me celebre huma dizendo: porque não acabastes vossa
festa no deserto. tarefa, fazendo ladrilhos como antes,
2 Mas Pharaó disse: Quem he J e ­ assim tambem hontem e hoje 1
h o v a h , cuja voz eu ouvirei para dei­ 15 Pelo que forão-se os governadores
xar ir a Israel? não conheço a J eho ­ dos filhos de Israel, e clamarão a Pha
v a h , nem tão pouco deixarei ir a Is­ raó, dizendo: porque fazes assim a
rael. teus servos ?
3 E elle disserão; O Deos dos He- 16 Palha se nào dã a teus servos, e
breos nos encontrou : portanto deixa nos dizem: Fazei-os ladrilhos: e eis
agora ir-nos caminho de tres dias ao que teus servos são açoutados; porem
deserto, para que sacrifiquemos a Je ­ teu povo tem a culpa.
h o v a h nosso Deos, e elle não venha -17 M as elle disse: Andais ociosos,
sobre nós com pestilencia, ou com ociosos an dais: porisso dizeis; vamos,
espada. sacrifiquemos a Jehovah.
4 Então disse-lhes el-Rei de Egyp­ 18 Ide pois agora, trabalhai; porem
to: Moyses e Aaron, porque fazeis palha se vos não d a rá : cora tuao da­
cessar o povo de sua obra 1 ide a vos­ reis a contia dos ladrilhos.
sos cargos. 19 Então os governadores dos filhos
5 E disse tambem Pharaó: Eis que de Israel virão se em afflicçâo, por-
o povo da terra ja he muito, e vos fa­ uanto se d iz ia : Nada diminuireis
zeis cessálos de seus cargos ? e vossos ladrilhos, da tarefa do dia
6 Portanto mandou Pharaó naquelle cm seu dia.
mesmo dia aos mandadores do povo, 20 E encontrarão a Moyses e a Aaron,
e aos governadores delle, dizendo: que estavão em fronte delles, quando
7 D5aqui em diante não mais dareis sahirão de Pharaó.
palhá ao povo. para fazer ladrilhos, 21 E disserão-lhes: Jehovah attente
como f i z e s t e s hontem e anteontem; sobre vós, e julgue isso} porquanto
vão elles mesmos, e colhão palha pa­ fizestes feder nosso cheiro diante de
ra si. Pharaó, e diante de seus servos, dan­
8 E lhes imporeis a contia dos la­ do-lhes a espada nas mãos, para ma
drilhos, que fizeráo hontem e an^on­ tar a nós.

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EXODO, VI. 63
22 Entâo se tomou Moyses a J eho ­ hovah, dizendo : Eis que os filhos de
vah, e disse: Senhor! porque fizeste Israel me nâo tem ouvido, como pois
maJ a este povo ? porque me enviaste Pharaó me ouvirá? tambem eu sou
agora? incircunciso de beiços.
23 Porque desde que entrei a Pha­ 13 Todavia fallou J e h o v a h a Moy­
raó, para fallar em teu nome, elle mal­ ses e a Aarou, e deo-lhes mandamen­
tratou a este povo} e tâo pouco tu li­ to para os filbos de Israel, e para Pha­
vraste a teu povo. raó Rei de Egypto, para que tirassem
aos filhos de Israel da terra de Egypto.
C A P I T U L O V I.
14 Estas sâo as cabeças das casas
de seus jjais: Os filhos de Ruben, o
NTÃO disse J e h o v a h a Moyses: primogénito de Israel sáo; Hanoch e
E Arvora verás o que hei de fazer a
Pharaó: porque por huma mâo pos­
rallu, Hezron e Charmi; estas sâo as
familias de Ruben.
sante os deixará ir, sim, por huma mâo 15 E os filhos de Simeon sáo ; Jemu-
possante os ha de expellir de sua terra. el, e Jamin, e Ohad, e Jachin, e Zohar,
2 Mais fallou Deos a Moyses, e dis­ e Saul, filho de huma Cananea; estas
se : Eu sou J e h o v a h . sâo as familias de Simeon.
3 E eu appareci a Abraham, a Isaac, 16 E estes sâo os nomes dos filhos
e a Jacob, c omo Deos o Todopoder- de Levi segundo suas gerações; Ger­
oso: mas com meu nome J ehovah son e Kehath, e Merari: e os annos
não foi conhecido-lhes. da vida de Levi forão cento e trinta e
4 E tambem estabeleci meu concer­ sete annos.
to com elles, para dar-lhes a terra de 17 Os filhos de Gerson sáo; Libni e
Canaan, a terra de suas peregrinações, Simei segundo suas familias.
na qnal forão peregrinos. 18 E os filhos de Kehath sáo; Am-
5 E tambem tenno ouvido o gemido ram, e Izhar, e Hebron, e Uzziel: e
dos filhos de Israel, aos quaes os os annos da vida de Kehath forão cen­
Egypc ios fazem servir, e me lembrei to e trinta e tres annos.
de meu concerto. 19 E os filhos de Merari sáo; Ma-
6 Por tanto dize aos filhos de Israel: hali. e Musi; estas sâo as familias de
Eu «ou J e h o v a h , e vos tirarei de de­ Levi segundo suas gerações.
baixo das cargas dos Egypcios, e vos 20 E Am ram tomou por mulher a
livrarei de sua servidão, e vos resga­ Jochebed sua tia, e ella pario-lhe a
tarei com braço estendido, e com juí­ Aaron e a Moyses: e os annos da vi­
zo® grandes. da de Amram forão cento e trinta e
7 E eu vos tomarei por meu povo, e sete annos.
a vós serei por Deos: e sabereis que 21 E os filhos de Izhar sáo; Korah,
eu sou J e h o v a h vosso Deos, que vos e Nepheg, e Zichri.
tiro de debaixo das cargas dos Egyp­ 22 E os filhos de Uzziel sáo; Misael,
cios. e Elzaphan, e Sithri.
8 E eu vôs levarei na terra, pela 23 E Aaron tomou por mulher a Eli-
qual levantei minha mâo, que a daria seba, filha de Amminadab, irmâ de
a Abraham, a Isaac, e a Jacob; e vo- Nahesson; e ella pario-lhe a Nadab
la darei por herança, eu J e h o v a h . e Abihu, Eleazar e Ithamar.
9 Deste modo fallou Moyses aos filhos 24 E os filhos de Korah sáo; Assir,
de Israel: mas elles nâo ouvirão a e Elkana, e Abiasaph; estas sâo as fa­
Moyses, por causa da ancia do espi­ milias dos Korithas.
rito, e da dura servidão. 25 E Kleazar filho de Aaron tomou
10 Mais fallou Je h o v a h a Moyses^ para si por mulher huma das filhas de
dizendo: Puthiel; e ella pario-lhe a Pinehas;
11 Entra e falia a Pharaó Hei de estas sâo as cabeças dos pais dos Le­
Egypto, que despeda os filhos de Isra­ vitas segundo suas familias.
el àe sua terra. 26 Este he Aaron e Moyses, aoq
Porem Moyses fallou perante Je­ quaes Jehov ah disse: Tirai os filhos

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64 EXODO, VII.

de Israel da terra de Egypto por seus vah mandara: e lançou Aaron soa v a ­
Exércitos. ra diante da face de Pharaó, e diante
27 Estes são os que fallarâo a Pha­ da face de seus servos, e tomou-se em
raó Rei de Egypto, para que tirassem dragaó.
de Egypto os filhos de Israel: Este 11 E chamou Pharaó tambem ossa
he Moyses e Aaron. bios e encantadores: e os magos de
28 E aconteceo que naouellé dia, Egypto fizerâo tambem o mesmo com
quando J e h o v a h fallou a Moyses na seus encantamentos.
terra de Egypto: 12 Porque cada hum lançou sua vara,
29 Fallou J e h o v a h a Moyses, dizen­ e tornarão-se emdragoés: mas a vara
do : Eu sou Jehovah ; falia a Pharaó, de Aaron tragou as varas delles.
Rei de Egypto, tudo que eu te digo 13 Porem o coração de Pharaó se
a ti. endureceo, e não os ouvio, como Je­
30 Entáo disse Moyses perante a h o v a h tinha dito.
face de J e h o v a h : Eis que eu sou 14 Entâo disse J e h o v a h a Moyses;
incircunciso de beiços, como pois Pha­ o coração cie Pharaó está agravado:
raó me ouvirá ? recusa despedir o povo.
15 Vai pela manhâ a Pharaó: eis
[ue elle sahirá ás aguas: poem-te em
CAPITULO VII. ?ronte delle á praia do rio, e tomarás
NTAO disse J e h o v a h a Moyses: em túa máo a vara, que se tornou em
E Eis que te tenho posto por Deos cobra.
sobre Pharaó, e Aaron teu irmâo será 16 E lhe dirás: J e h o v a h o Deos dos
teu Propheta. Hebreos me tem enviado a ti, dizen­
2 Tu fallarás tudo que eu te man­ do : Deixa ir meú povo, para que me
dar : e Aaron teu irmâo fallará a Pha­ sirva no deserto; porem, eis que até
raó, que despeda os filhos de Israel agora nâo tens ouvido.
de sua terra. 17 Assim diz J e h o v a h : Nisto sabe­
3 Porem eu endurecerei o coração rás, que eu sou Je h o v a h : Eis que eu
de Pharaó; e multiplicarei na terra com esta vara, que tenho em minha
de Egypto meus sinaes, e minhas ma­ mâo, ferirei as aguas, que estâo no rio,
ravilhas. , e tonar-se-hão em sangue.
4 Pharaó pois nâo vos ouvirá, e eu 18 E os peixes, que estâo no rio,
porei minha mâo sobre Egypto ; e tira­ morrerão, e o rio federá; e os Egyp­
rei meus exercitos, meu povo os filhos cios affaaigar-se-hão, bebendo a agua
de Israel, da terra de Egypto, por gran­ do rio.
des juizos. 19 Mais disse J e h o v a h a Moyses:
5 Éntâo saberão os Egypcios, que Dize a Aaron; toma tua vara, e es­
eu sou J e h o v a h , quando estender mi­ tende tua mâo sobre as aguas do*
nha mâo sobre Egypto, e tirarei os Egypcios, sobre sua correntes, sobre
filhos de Israel do meio delles. seus rios, e sobre seus tanques, e so
6 Entâo fez Moyses e Aaron como bre todo ajuntamento de suas aguas,
J e h o v a h lhes mandara, asfeim fizerâo. para que se tornem em sangue: e naja
7 E Moyses era de idade de oitenta sangue em toda a terra de Egypto,
annos, e Aaron de idade de oitenta e assim em os vasos de madeira, como
tres annos, quando fallarâo a Pharaó. em os de pedra. ,
8 E fallou J e h o v a h a Moyses e a 20 E Moyses e Aaron fizerâo assim
Aaron, dizendo. como J e h o v a h tinha mandado: e le­
i 9 Quando Pharaó vos fallar, dizen­ vantou a vara> e ferio as aguas, que
do : Fazei por vós algum milagre; di­ estavâo no rio, diante dos olhos de
rás a Aaron; toma tua vara, e a lança Pharaó, e diante dos olhos de seus ser­
diante da face de Pharaó, e se tomará vos; e todas as aguas no rio se torna­
em dragão. rão em sangue.
10 Entáo entrarão Moyses e Aaron 21 E os peixes, que estavâo no rio,
a Pharaó, e fizerâo assim como Jeho ­ morrerão, e o rio fedeo, que os Egyp-

D ig itize d by L j O O Q ie
EXODO, VIII. 65

cios n&o podiAo beber a agua do rio: disse; seja conforme a toa palavra,
• houve sangue por toda a terra de para que saibaa, que ninguém ha como
Jeho vah nosso Deos.
^2sHporem os magos de Egypto tom- 11 E as raãs apartar-se-h&o de ti, e
bem fizerão o mesmo oom seus encan­ de tuas casas, e de teus servos, e de
tamentos ^ de maneira que o coraç&o teu povo: somente ficar&o no rio.
de Pharaó se endureceo, e n&o os ou­ 12 Ent&o sahio Moyses e Aaron de
vio, oomo Jeho vah tinha dito. Pharaó: e Moyses clamou a Jehovah
23 E virou-se Pharaó, e foi-se para por causa das raãs, que tinha posto
soa casa: e nem ainda nisto pós seu sobre Pharaó.
coração. 13 E Jehovah fez conforme à pala­
24 K todos os Egypcios cavar&o po­ vra de Moyses: e as raãs morrer&o
ços junto ao rio, pera beber agua; por- das cãsas, dos pateos, e dos campos.
uanto nâo podi&o beber das aguas 14 E ajuntar&o-as em montões, e a
3 o rio. terra fedeo.
95 Assim cumprirâo-se sete dias, de­ 15 Vendo pois Pharaó, que havia
pois que Jehovah ferira o rio. descanço, agravou seu coraç&o, e n&o
os ouvioj como Jehovah tinna dito.
16 Mais disse Jehovah a Moyses;
C APITULO VDI.
dize a Aaron: estende tua vara, e fere
T \ E P O IS disse Jehovah a Moyses: o pó da terra, para que se tome em pi­
U Entra a Pharaó, e dize-lhe: As­ olhos por toda a terra de Egypto,
sim diz Jehovah ; deixa ir meu povo, 17 E fizer&o assim; porque Aaron
pata que me sirv&o. estendeo sua m&o com sua vara e fe­
2 E se recusares de o despedir, eis rio o pó da terra, e havia muitos pio­
que ferirei com raãs todos teus termos. lhos em os homens, e no gado: todo o
3 E o rio criará raãs, que subir&o e pó da terra se tomou em piolhos em
virâo em tua casa, e em teu dormito- toda a terra de Egypto.
rio, e sobre tua eama, e nas casas de 18 E os magos ftzer&o tambem assim
teus serros, e sobre teu povo, e em com seus encantamentos, para produ­
teus fornos, e em tuas arcas de pâo. zir piolhos, mas nâo puder&o; e havia
4 E as raãs subir&o sobre ti, e sobre piolhos em os homens, em o gado.
teu povo, e sobre todos teus servos. 19 Ent&o disser&o os magos a Pha­
5 Mais disse Jehovah a Moyses: raó : 0 dedo de Deos he este : porem
Dize a Aaron; estende tua mâo com o c oração de Pharaó se endureceo, e
tua vara sobre os correntes e sobre os n&o os ouvia, como Jehovah tinha,
rios, e sobre os tanques, e faze subir dito.
raãs sobre a terra de Egypto. 20 Disse mais Jehovah a Moyses:
6 E Aaron estendeo sua m&o sobre Levanta-te pela manhâ cedo, e poem
as a^uas de Egypto, e subir&o raãs, e te diante da face de Pharaó; eis que
cubrrrâo a terra ae Egypto. elle sahirá ás aguas, e dize-lhe: Assim
7 Ent&o os magos fizer&o o mesmo diz Jehovah : Deixa ir meu povo, pa­
com seus encantamentos; e fizer&o ra que me sirva.
subir raãs sobre a terra de Egypto. 21 Porque se n&o deixares ir meu
8 E Pharaó chamou a Moyses e Aa­ povo, eis que enviarei sobre ti, e sobre
ron, e disse: Rogai a Jehovah , que teus servos, e sobre teu povo e sobre
tire as raãs de mim, e de meu povo; tuas casas, numa mistura de animaes:
depois deixarei ir o povo, para que e desta mistura se encher&o as casas
sacrifiquem a Jehovah . dos Egypcios, e tambem a terra, em
9 E Moyses disse a Pharaó; tu te­ que elles estiverem.
nhas a honra sobre mim : quando ora­ 22 E naquelle dia eu separarei a
rei por ti, e por teus servos; e por teu terra de Gosen, em que meu povo ha­
povo, para tirar as raãs de ti, e ae tuas bita, que nella n&o seja huma mistura
casas, que somente fiquem no rio? de ammaes, para que saibas que eu
10 È elle disse: Amanhã, e Moyses sou Jehovah no meio desta terra.

D ig itize d by L j O O Q ie
66 EXODO, IX.

23 E porei redemçáo entre meu po­ bre os camellos, sobre as vacas, e so­
vo, e entre teu povo: a manhã será bre as ovelhas, com pestilencia gra­
este sinal. víssima.
24 E Je h o v a h fez assim; e veio hu­ 4 E Jeh ovah farà separação entre
ma grande mistura de animaes na ca­ o gado dos Israelitas, e entre o gado
sa de Pharaó, e nas casas de seus ser­ dos Egypcios, que nada morra de todo
vos, e sobre toda a terra de Egypto: a o dos filhos de Israel,
terra foi corrompida desta mistura. 5 E Jehovah assinalou certo tem­
25 Ent&o chamou Pharaó a Moyses po, dizendo: A manhã farà Jehovah
e a Aaron, e disse : Ide, e sacrificai a esta cousa na terra,
vosso Deos nesta terra. 6 E Jehovah fez esta cousa ao dia
26 E Moyses disse: Náo convem seguinte, e todo o gado dos Egypcios
que façamos assim, porque sacrificarí­ morreo: porem do gado dos filnos de
amos a Je h o v a h nosso Deos a abomi­ Israel não morreo hum. >
nação dos Egypcios: eis que se sacri- 7 E Pharaó mandou ver, e eis que
ficassemos a aoominaçào dos Egyp­ do gado de Israel nào monéra hum:
cios perante seus olhos, não elles nos porem o coração de Pharaó se agra­
apedrejariáo? vou, e náo deixou ir ao povo.
27 Deixa-nos ir caminho de tres dias 8 Entào disse Jehovah a Moyses e
ao deserto, para que sacrifiquemos a a Aaron: Tomai vossos punhos cheos
J e h o v a h nosso Deos, como elle nos de cinza do forno, e Moyses a espa­
dirâ. lhe para o ceo perante os olhos de
28 Então disse Pharaó: Deixarei ir- Pharaó.
vos, para que sacrifiqueis a Je h ovah 9 E tomar-se-ha em pó sobre toda a
vosso Deos no deserto; somente que terra de Egypto, e nos homens e no
indo nâo vades longe: orai tambem por gado se tomará em sarna, que arre*
mim. benta em bexigas por toda a terra de
29 E Moyses disse: eis que saio dè Egypto.
ti, e orarei a Je h o v a h , que esta mis­ 10 E elles tomarão a cinza do forno,
tura de animaes a manhã se retire de e poserâo-se diante de Pharaó, e Moy­
Pharaó, de seus servos, e de seu po­ ses a espalhou para o ceo: e tornou-se
vo : somente que Pharaó não mais me em sarna, que arrebentava em bexi­
engane, não deixando ir a este povo, gas nos homens e no gado.
para sacrificar a J e h o v a h . 11 De maneira que os magos não po-
30 Então sahio Moyses de Pharaó, e diáo parar diante de Moyses por cau­
orou a Jehovah. sa da sarna: porque havia sarna em
31 E fez Jeh o v a h conforme â pala­ os magos, e em todos os Egypcios.
vra de Moyses, e a mistura de ani­ 12 Porem Jehovah endureceo o co­
maes se retirou de Pharaó, de seus ração de Pharáo, e não ob ouvio, como
servos, e de seu povo: náo ficou hum. Jehovah tinha dito a Moyses.
32 Mas agravou Pharaó ainda esta 13 Entào disse Jehovah a Moyses:
vez seu coração, e não deixou ir ao Levanta-te pela manhã, cedo, e poem-
povo. te diante de Pharaó, e dize-lhe; assim
diz Jehovah o Deos dos Hebreos; dei­
CAPITULO IX.
xa ir meu povo, para que me sirva.
14 Porque esta vez enviarei todaa
EPOIS Jehovah disse a Moyses: minhas pragas em teu coração, e sobre
D Entra a Pharaó, e dize-lhe; assim
diz Jehovah o Deos dos Hebreos: De­
teus servos, e sobre teu povo, para que
saibas, que náo ha outro como eu em
ixa ir meu povo, para que me sirva. toda a terra.
2 Porque se recusares de os deixar 15 Porque agora tenho estendido mi­
ir, e ainda por força os detiveres: nha máo, para te ferir a ti, e a teu po­
3 Eis que a m ão de J e h o v a h serà vo com pestilencia, e para que sejas
sobre teu gado, que estâ no cam po, destruído da terra.
sobre os cavallos, sobre os asnos, so­ 16 Mas de véras para isto te levan-

D ig itize d by L j O O Q ie
EXODO, X. êr
lei, para m ostrar minha potênc ia em hindo da cidade estenderei minhas
Új e para qne meu nome seja anun­ mâos a Je h o v a h : os trovões cessarão,
c iado em toda a terra. e nâo haverá mais saraiva; para que
17 T i f ainda te levantas contra meu saibas aue a terra he de Je h o v a h .
poro. para n&o deixâlos ir ? 30 Todavia quanto a ti e teus servos,
18 Eis qne a manhâ a estas horas eu sei, que ainda nâo temereis diante
farei chover saraiva mui grave, qual da face de Je h o v a h Deos.
unnca foi em Egypto, desdo dia que &1 E o linho e a cevada for&o feri­
foi fandado até agora. dos, porque a cevada ja estava na es­
19 Agora pois envia, recolhe teu ga­ piga, e o linho na cana.
do, e todo que tens no campo: todo 32 Mas o trigo e o centeo n&o for&o
homem e animal, que for achado no feridos, porque estav&o cubertos.
campo, e n&o for recolhido à casa, a 33 Sahio pois Moyses de Pharaó da
saraiva c ahirá sobre elles, e morre­ cidade, e estendeo suas mâos a Jeh o ­
rão. v a h : e cessarão os trovões e a sarai­
20 Quem dos servos de Pharaó te­ va, e a chuva n&o cahio mais sobre a
terra.
mia a palavra de J e h o v a h , fez fugir
seus servos e s e u gado âs casas. 34 Vendo Pharaó, que cessou a chu­
21 Mas a q u e lle aue seu coraç&o n&ova, e a saraiva, e os trovões, conti­
tinha posto à palavra de Jeh ovah , nuou em peccar: e agravou seu cora­
deixou seus servos e seu gado no ç&o, elle e seus servos.
campo. 35 Assim o coração de Pharaó se en­
22 Ent&o disse J e h o v a h a Moyses: dureceo, e n&o deixou ir os filhos de
Estende tua m&o para o ceo, e nave- Israel, como Je h o v a h tinha dito por
rk saraiva em toda a terra de Egypto, Moyses.
sobre os homens e sobre o gado, e so­
bre toda a herva do campo na terra de
C A P IT U L O X. •
^Tê^Moyses estendeo sua vara para EPOIS disse Jeh o v a h a Moyses:
o ceo, e deo trovões e saraiva, e fogo
discorria pela terra: e Jehovah fez
D entra a Pharaó, porque tenho
agravado seu coraç&o, e o coraç&o de
chover saraiva sobre a terra de Egyp­ seus servos, para fazer estes meus
to. signaes no meio delle.
24 E havia saraiva, e fogo misturado 2 E para que conteis diânte dos ou­
entre a saraiva, mui grave, qual nun­ vidos ae teus filhos^ e de teus netos,
ca foi em toda a terra de Egypto, des­ as cousas que obrei em Egypto, e me­
de que veio a ser povo. us sinaes, que tenho feito entre elles:
25 E a saraiva ferio em toda a ter­ para que saibais que eu sou Je h o v a h .
ra de Egypto, tudo que estava no cam­ 3 Assim forão Moyses e Aaron a Pha­
po, des aos homens até os animaes: raó,e disserâo-lhe: Assim diz Je h o v a h
tambem a saraiva ferio toda a herva o Deos dos Hebreos: até quando re­
do campo, e quebrou todas as arvores cusas dç humilhar-te perante minha
do campo. face 1 deixa ir meu povo, para que
26 SÒmente na terra de Gosen, onde me sirvâo.
estav&o os filhos de Israel, n&o havia 4 Porque se ainda recusas de dei­
saraiva. xar ir meu povo, eis que trarei a ma*
27 Ent&o Pharaó enviou para cha­ nhâ gafanhotos em teus termos.
mar a Moyses e a Aaron, e disse-lhes: 5 E cubrirâo a face da terra, que a
esta vez pequei ;* Je h o v a h he justo, terra nâo possa ver-se; e elles come­
mas eu, e meu povo ímpios. rão o resto do que escapou, o que vos
28 Orai a Jehovah (pois que basta) ficou da saraiva: tambem comerão
que n&o haja mais trovões de toda arvore que vos crece no campo.
nem saraiva; e eu vos deixarei 6 E encherão tuas casas, e as casas
ir, 9 n&o ficareis mais aqui. de todos teus servos, e as casas de to­
29 Ent&o lhe disse Moyses: em sa- dos os Egypcios, quaes nunca vir&o

D ig itiz e d b y L j O O Q le
68 EXODO, XI.

teus pais, nem os pais de teus pais, pequei contra Jehovah vosso Deos, e
desdo dia que elles forão sobre a terra contra vósoutros.
até o dia de hoje: e virou-se, e sahio 17 Agora pois peço-te, que perdões
de Pharáo. meu peccaao somente esta t t z e q u e
7 Eos servos de Pharaó disserão h e: oreis a Je h o v a h vosso Deos que tire
até quando e6te nos ha de ser por la­ de mim somente esta morte.
ço ? deixa ir os homens, para que sir- 18 E sahio ds Pharaó, e orou a Jc-
váo a J ehovah seu Deos : ainda não HOVAH.
sabes, que Egypto está destruido % 19 Entào Jehovah trouxe hum v e n ­
8 Entào Moyses e Aaron forão leva­ to Occidental fortíssimo, o qual le v a n ­
dos outra vez a Pharaó, e disse-lhes: tou os gafanhotos, e os lançou no m a r
Ide, servia Je h o v a h vosso Deos: qua- vermelho; nem ainda hum gafanhoto
es são os que hão de ir? ficou em todos os termos de Egypto.
9 E Moyses disse: havemos de ir com 20 Porem Jehovah endureceo o oo-
nossos meninos, e com nossos velhos, raçào de Pharaó, e não deixou ir ot
com nossos filhos, e com nossas filhas, filhos de Israel.
com nossas ovelhas, e com nossos bôis 21 Então disse Jehovah a M oyses:
havemos de ir ; porque festa de Jeho­ Estende tua mão para o oco, e viráo
v a h temos. trevas sobre a terra de Egypto, trevas
10 Então elle lhesdisse: Seja Je h o ­ que se palpem.
v a h assim com vosco, como eu vos 22 E Moyses estendeo sua mão para
deixarei ir a vós, e a vossos filhos: o ceo, e houve trevas grossas em toda
olhai,que ha mal diante de vossa face. a terra de Egypto por tres dias.
11 Não assim: andai agora vós va­ 23 Nào vio hum ao outro, e ninguém
rões, e servi a Jehovah ; pois isso he se levantou de seu lugar em tres dias;
o que pedistes. E os empuxarão da mas todos os filhos de Israel tinhfto
face dei Pharaó. luz em suas habitações.
12 Entào disse Je h o v a h a Moyses: 24 Então Pharaó chamou a Moyses,
Estende tua mão sobre a terra de e disse: Ide, servi a Je h o v a h ; so­
Egypto pelos gafanhotos, para que sa­ mente fiquem vossas ovelhas, e vos­
bão sobre a terra de Egypto, e comào sas vacas : vão tambem com vosoo
toda a herva da terra, tudo o que dei­ vossas famílias.
xou a saraiva. 25 Porem Moyses disse: Tu tam­
13 Então estendeo Moyses sua vara bem darás em nossas mios sac rifícios
sobre a terra de Egypto, e trouxe Je­ e holocaustos, que offereçamos a Je­
h o v a h sobre a terra hum vento ori­ h o v a h nosso Deos.
ental todo aquelle dia, e toda aquella 26 E tambem nosso gado ha de ir
noite: e aconteceo qúe pela manhã com no8oo,nem huma unha ficará; por­
o vento oriental trouxe os gafanho­ que d'aquelle havemos de tomar, para
tos. servir a Jehovah nosso Deos: Porque
14 E subirão os gafanhotos sobre não sabemos com que havemos de ser­
toda a terra de Egypto, e assentarão- vir a Jehovah, ate que venhamos la.
se sobre todos os termos de Egypto, 27 Porem J eh o v a h endureceo o cora­
em grande maneira; antes destes ntm- ção de Pharáo, e não os quiz deixar ir.
ca houve taes gafanhotos, nem depois 28 E disse-lhe Pharaó: Vai-te de
delles virão outros taes. mim, guarda-te que não mais vejas
15 Porque cubrirão a face de toda meu rosto; porque no dia em que
a terra, que a terra se esoureceo; e verás meu rosto, mprrerás.
comerão toda a hervfc da terra^ e todo 29 E disse Moyses: Bem disseste;
o fruto das arvores, que deixára a eu nunca mais verei teu rosto.
saraiva; e não ficou alguma verdura
nas arvores, nem na herva do campo
CAPITULO XI.
em toda a terra de Egypto.
16 Entáo Pharaó se apressurou. para JEHOVAH dissera a Moyses: ain­
chamar a Moyses e a Aaron, e d isse: E da huma praga trarei sobre Pba-

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EXODO, XII.

vftflLe sobre Egypto: depois vos deixará 3 Fallai a toda congregação de Isra­
ir aaqui: e quando vos deixar ir total­ el, dizendo; aos dez deste mes tome
mente. lançando-vos lançará daqui. caída hum hum cordeiro, segundo as
2 Falfè agora aos ouvidos do povo, casas dos pais, hum cordeiro para ca­
que cada varfto peça a seu vizinho, e da casa.
cada mulher a sua vizinha, vasos de 4 Mas se a casa for pequena para
prata, e vasos de ouro. hum cordeiro, entâo elle o tome a seu
3 £ Je h o v a h deu graça ao povo em vezínho perto de sua casa, conforme
os olhos dos Egypcios: tambem o va­ ao numero das almàs: cada hum con­
rio Moyses em mui grande na terra forme a seu comer ; fareis a conta
de Egypto perante os olhos dos ser­ conforme ao cordeiro.
vos de Pharaó, e perante os olhos do 5 O cordeiro será a vósoutros intei­
povo. ro, hum macho de hum anno; o qual
4 Mais disse Moyses; assim Jeh o ­ tomareis das ovelhas, ou das cabras.
v a h tem dito; k meia noite eu sahirei 6 E o guardareis até o decimo quar­
pelo meio de Egypto. to dia deste m e s : e toda a congrega­
5 E todo primogênito na terra de ção do ajuntamento de Israel o sacri­
Egypto morrerá desd;o primogênito ficará entre as duas tardes.
de Pliaraó, que ouvesse de assentar-se 7 E tomarão do sangue, e o porâo
sobre seu throno, até o primogênito da em ambas as umbreiras, e na lumiei-
serva, cpie está tras da mó, e todo pri­ ra da porta, nas casas em que o come­
mogênito dos animaes. rão.
6 E haverá grande clamor em toda 8 E naquella noite comerão a carne,
a terra de Egypto, qual nunca heuve, assada ao fogo, com paens asmos; com
e uunca haverá. hervas amargosas a comerão.
7 Mas entre todos os filhos de Israel 9 Nâo comereis delia cru, nem cozi­
nem ainda hum câo moverá sua lín­ do em agua, senâo assado ao fogo, sua
gua, desd;os homens até os animaes, cabeça com seus pés, e com suas en­
ra que saibais, que Jehovah fez tranhas.
S ferença entre os Egypcios, e entre
os Israelitas.
10 E nada delia dei xareis até a ma­
nhâ : mas o que delia ficar até a ma­
8 Ent&o todos estes teus servos dioe» nhâ, queimareis no fogo.
râo a mim, e se inclinarão perante 11 Assim pois o comereis ; vossos
mim, dizendo: sai tu e todo o povo lombos serâo cingidos, vossos çapatos
que segue tuas pisadas: e depois eu em vossos pés, e vosso cajado em vos­
sahirei: e sahio-se de Pharaó em ar­ sa mâo; e o comereis apressadamen­
dor de ira. te : este he a Pascoa de Je h o v a h .
9 E Je h o v a h dissera a Moyses: 12 E eu passarei pela terra de Egyp­
Pharaó vós nâo ouvirá, para que mi­ to esta noite, e ferirei todo primogênito
nhas maravilhas se multipliquem na na terra de E gjyto, desdos homens até
terra de Egypto. os a n i m a e s e (arei juizos em todos os
10 E Moyses e Aaron fizerão todas deoses de É gv p to ; Eu Jehovah.
estas maravilhas diante da face de 13 E aquelle sangue vos será por
Pharaó; mas Jeh ovah endureceo o sinal nas casas, em que estiverdes:
coração de Pharaó, que nâo deixou ir vendo eu o sangue, passarei por vós­
os filhos de Israel ae sua terra. outros, e não haverá entre vos praga
de mortandade, quando eu ferir a ter­
ra de Egypto.
CAPITULO XII.
14 E este dia Vos será por memória,
FALLOU Je h o v a h a Moyses e a e celebra-lo-hèis por festa a Je h o v a h :
E
zendo:
Aaron na terra de Egypto, di­ entre vossas gerações o celebrareis
por estatuto perpetuo.
2 Este mesmo mes vos será por ca­ 15 Sete dias comereis paens asm os ;
beça dos meseS: este vos será o pri­ pelo que ao primeiro dia fareis cessar
meiro dos meses do anno. o formento em vossas casas: porque

D ig itiz e d by L i O O Q le
70 EXODO, xn.

qualquer que comer levado desdo pri­ 27 Então direis: Este he o sacrifick)
meiro até o sétimo dia, aquella alma da Pascoa a Je h o v a h , que passou ás
serà cortada de Israel. casas dos filhos de Israel em Egypto,
16 E ao primeiro dia haverá sancta quando ferio aos Egypcios, e livrou
convocação : tambem tereis sancta nossas casas. Então o povo se incli­
convocação ao setimo dia: nenhuma nou, e adorou.
obra se fará nellesj mas o que cada 28 E forão os filhos de Israel, e fize-
alma houver de comer, isso sómente rào isso : como J e h o v a h mandara a
adereçareis para vósoutros. Moyses e a Aaron, assim fizerâo.
17 Guardai pois os paens asmos, por- 29 E aconteceo à meia noite, que
ue naquelle mesmo dia haverei tira- J e h o v a h ferio a todos os primogênitos
o vossos exercitos da terra de Egyp­ na terra de Egypto, desda primogêni­
to : pelo que guardareis a este dia en­ to de Pharaó. que ouvesse de assentar-
tre vossas gerações por estatuto per­ se em seu tnrono, até o primogênito
petuo. do cativo?que estava no cárcere, e to­
18 No primeiro mes, aos catorze dias dos os primogênitos doa animaes.
do mes, à tarde, comereis paens as- 30 E Pharaó levantou-se de noite,el­
mos até os vinte e hum dias do mes a le e todos seus servos, e todos os Egyp­
tarde. cios, e havia grande clamor em Egyp­
19 Por sete dias não se ache ne­ to : porque não havia casa, em que não
nhum formcnto em vossas casas: por­ estava hum morto.
que qualquer que comer levado, aquel­ 31 Então chamou a Moyses e a Aa­
la alma será cortada da congregação ron de noite, e disse: Levantai-vos,
de Israel, assim o estrangeiro, como o 6ahi de meio de meu povo, assim vós
natural da terra. como os filhos de Israel; e ide, servi
20 Nenhuma cousa levada comereis: a J e h o v a h , como tendes dito.
em todas vossas habitações comereis 32 Tomai tambem com vosco vossas
paens asmos. ovelhas, e vossas vacas^ como tendes
21 Chamou pois Moyses a todos os dito; e ide, e abençoai-me tambem
Anciãos de Israel, e disse-lhes: Esco­ a mim.
lhei e tomai-vos cordeiros para vossas 33 E os .Egypcios apertavào ao po­
familias, e sacrificai a Pascoa. vo, apressando-se para lançalos da ter­
22 Então tomai hum manolho de Iso- ra : porque diziào; todos sonios mor­
po, e o molhai no sangue, que estiver tos.
em huma bacia, e ponde na lumieira 34 E o povo tomou sua massa, antes
da porta, e em amoas as umbreiras, que se levedasse, seus bolos de mas­
do sangue que estiver na bacia: po­ sa, atados em seus vestidos sobre seus
rem nenhum de vosoutrps saia da por­ hombros.
ta de sua casa até a manhã. 35 Fizerâo pois os filhos de Israel
23 Porque Je h o v a h passará para fe­ conforme a palavra de Moyses, e pe­
rir aos Egypcios; porem quando vir dirão aos Egypcios vasos de prata, e
o sangue na lumieira da porta, e em vasos de ouro, e vestidos.
ambas as umbreiras, J e h o v a h passa­ 36 E J e h o v a h deu graça ao povo em
rá aquella porta, e nào deixará entrar os olhos dos Egypcios, e emprestavâo-
ao destruiaor em vossas casas, pera Ihes: e elles despojavão aos Egypcios.
ferir. 37 ABçim partirão-se os filhos de Is­
24 Por tanto guardai isto por estatu­ rael de Rameses para Succoth, quasi
to para vós, e para vossos filhos para Beis centos mil de pé, somente de va­
sempre. rões sem os meninos. /
25 E acontecerá aue, quando entrar­ 38 E subio tambem com elles muita
des na terra, que J e h o v a h vos dará, mistura de gente, e ovelhas, e vacas,
como tem dito, guardareis este culto. huma grande multidão de gado.
26 E acontecerá qne, quando vossos 39 E coserão da massa, que levarão
filhos vos disserem; que culto he este de Egypto, bolos asmos, porque não
VQS80 } foi leveaada, porquanto forão lançados

D ig itize d by L j O O Q le
EXODO, x n i. 71
de Egypto, e nâo puderâo deterse, nem 3 E Moyses disse ao povo: Lem­
ainda aparelhar para si comida. brai*vos deste mesmo dia, em que sa-
40 O tempo que os filhos de Israel histes de Egypto, da c asa da servi­
habitarão em Egypto, foi quatro cen­ dão ; pois com mâo forte J e h o v a h
tos e trinta annos. vos tirou d’aqui: portanto nâo come­
41 E aconteceo passados os quatro reis levedado.
centos e trinta annos, naquelle mesmo 4 Hoje no mez de Abib vós sahia.
dia succedeo, que toaos os exercitosde 5 E acontecerá aue, quando J e h o ­
Jehovah s&hirâo da terra de Egypto. v a h te ouver mettido na terra dos Ca­
42 Esta noite se guardará a Jeh o v a h , naneos, e dos Hetheos, e dos Amo-
porque nella os tirou da terra de Egyp­ e dos Heveos, e dos Jebuseos, a
to: esta he a noite de Jeh ovah , que
devem guardar todos os filhos de Isra­
P jurou a teus pais, que t’a daria,
terra que mana leite e mel, guarda­
el entre suas gerações. rás este culto neste mez.
43 Disse mais Jeh o v a h a Moyses e 6 Sete dias comerás paens asmos;
a A a ro n ; esta he a ordenança da Pas- e ao setimo dia haverá festa a J e h o ­
coa : nenhum filho do estrangeiro co­ vah.
merá delia. 7 Sete dias se comerão paens as­
44 Porem todo servo de qualquer, mos, e o levedado não será visto em
comprado por dinheiro, depois que o ti, nem ainda formento será visto em
ouveres circuncidada, entâo comerá todos teus termos.
delia, 8 E naquelle mesmo dia farás sa­
45 O estrangeiro e o salariado nâo ber a teu filho, dizendo: isto Ae pelo
comerá delia. que J e h o v a h me tem feito, quando
46 E m hnma casa se comerá ; não eu sahi de Egypto.
levarás daquella carne fora da casa, 9 E te será por sinal sobre tua mâo,
nem nella qnebrareis osso. e por memorial entre teus olhos, pa­
47 Toda a congregação de Israel o ra que a lei de J e h o v a h esteja em tua
fará. boca: porquanto com mâo forte J e ­
48 Se pois algum estrangeiro pere­ h o v a h te tiro de Egypto.
grinar com tigo, e quiser celebrar a 10 Portanto tu guardarás este esta­
Paseoa a Jehovah , seja-lhe circun­ tuto a seu tempo, de anno em anno.
cidado todo macho, e então chegue 11 Tambem acontecerá que, quando
a celebràla, e será como o natural da J e h o v a h te houver mettido na terra doa
terra : mas nenhum incircunciso co­ Cananeos, como jurou a ti e a teus
merá. delia. pais, e quando te a houver dado.
49 Huma mesma lei haja para o na­ 12 Farás passar a Je h o v a h tudo o
tural, e para o estrangeiro, que está que abrir a madre, e tudo o que abrir
peregrinando no meio de vósoutros. a madre do fruto aos animaes que te­
50 E todos os filhos de Israel o fize- rás : os machos serão de J e h o v a h ,
r â o : como Je h o v a h mandára a Moy­ 13 Porem tudo o que abrir a madre
ses e a Aaron, assim fizerão. da asna, resgatarás com cordeiro; e
51 E aconteceo naquelle mesmo dia. se nâo o resgatares, cortar-lhe-has a
oue Jehovah tirou os filhos de Israel cabeça: mas todo o primogénito do
da terra de Egypto segundo seus exer­ homem entre teus filhos resgatarás.
cito*. 14 Se acontecer, cjue teu funo á ma­
nhâ te pergunte, aizendo: Que he is­
to? dir-lhe-has; J e h o v a h nos tirou
CAPITULO xin.
com mâo forte de Egypto, da casa da
NTAO fallou Je h o v a h a Moyses, servidão.
E dizendo: 15 Porque succedeo que, endurecen-
2 Santifica-me todo primogénito, a do-se Pharaó, para não deixar-nos ir,
abertura de toda madre entre os filhos Je h o v a h matou todos os primogénitos
de Israel, de homens e de animaes: na terra de Egypto^ do primogénito
porque meu he. do homem até o primogénito dos an-

D ig itize d by L j O O Q le
72 EXODO, XIV.

imaes: porisso eu sacrifico a J e h o ­ eu sou Jehovah : e elles fizerão as-


v a h os machos de tudo que abre a ma­ sim.
dre; porem a todo pnmogenito de 5 Sendo pois denunciado a el-Rei
meus filhos eu resgato. de Egypto, que o povo fugia, se mu*
16 £ será por sinal sobre tua mâo, e dou o coração de Pharaó e de seus
por frontaes entre teus olhos: porque servos contra o povo, e disserão; por­
Je h o v a h nos tirou de Egypto com que fizemos isso, havendo deixado ir
mâo forte. a Israel, que nos nâo sirva?
17 E aconteceo oue, como Pharaó 6 E ajuntou seu carro, e tomou com
deixou ir ao povo, Deos nâo os levou sigo seu povo.
pelo caminho da terra dos Philisteos, 7 E tomou seis centos carros esco­
ue estava mais perto; porque Deos lhidos, e todos os carros de Egypto,
isse: Para que por ventura o povo e oe capitães sobre elles todos.
nâo se arrependa vendo a guerra, e se 8 Porque Jehovah endureceo o cora­
tornem a Egypto. ção de Pharaó Rei de Egypto, que per­
18 Mas Deos fez rodear o povo pelo seguisse aos filhos de Israel: porem os
caminho do deserto do mar vermelho: filhos de Israel sahirâo com alta mâo.
e subirão os filhos de Israel da terra 9 E os Egypcios os perseguirão, e os
de Egypto armados. alcançafâo, com o campo assentado
19 E tomou Moyses os ossos de Jo­ junto ao mar, todos os cavallos e car­
seph com sigo, porquanto ajuramen­ ros de Pharaó, e seus èavalleiros, e seu
tando havia ajuramentado aos filhos exercito, iunto a Pihachiroth diante de
de Israel, dizendo; vislando-vos visi­ Baal-Zephon.
tará Deos; fazei pois subir d’aqui me­ 10 E chegando Pharaó, os filhos de
us ossos com vosco. Israel levantarão seus olhos, e eis que
20 Assim se partirão de Succoth, e os Egypcios vinhão após elles, e teme­
assentarão o campo em Etham ao ca­ rão muito: entâo os filhos <le Israel
bo do deserto. clamarão a Je h o vah .
21 E J e h o v a h h ia diante delles, de 11 E disserão a Moyses; nâo havia
d ia em h u m a colum n a d e n uvem , p a ­ sepulcros em Egypto, que nos tiraste
ra os g u ia r p elo c a m in h o ; e d e noite de tá, para que morramos neste deser­
em h u m a colum na d e fogo, p ara os to? porque nos fizeste isto, que nos
alum iar; p ara qu e cam in h assem d e dia tens tirado de Egypto ?
e de noite. 12 Nâo he esta a palavra que te te­
22 Nunca tirou de diante da face mos fallado em Egypto, dizendo; dei­
do povo a colunma de nuvem de dia, xa-nos, que sirvamos aos Egypc ios*
nem a calumna de fogo de noite. pois que melhor nos fora servir aos
Egypcios, do que morrer no deserto.
13 Porem Moyses disse ao povo: não
CAPITULO XIV. temais, estai quedos, e vede a livraçâo
NTAO fallou J e h o v a h a Moyses, de Jeho vah , que hoje yos fará: por­
E dizendo:
2 Falia aos filhos de Israel, que tor­
que aos Egypcios que hoje vistes, nun­
ca mais vereis eternamente.
nem, e assentem seu campo diante 14 Jehovah pelejará por vósoutros,
de Pihachiroth, entre Migdol e entre e vos callareis.
o mar, diante de Baal-Zephon; em 15 Entâo disse Jehovah a Moyses;
fronte delle assentareis o campo junto ue clamas a mim ? dize aos filhos
ao mar. n srael, que marchem.
16 E tu, levanta tua vàra, e estende
3 Entâo Pharaó dirà dos filhos de
Israel; errados andâo na terra, o de­ tua mâo sobre o mar, e o parte, que os
serto os encerrou. filhos de Israel passem,pelo meio do
4 E eu endurecerei o coração de mar em seco.
Pharaó, para qje os persiga, e serei 17 E eu, eis que endurecerei o oo-
glorificado em Pharaó e em todo seu racâo dos Egypcios, para que entrem
exercito, e saberão os Egypcios, que nelle após elles: e eu serei glorifioadQ

D ig itize d by L j O O Q le
ÊXODO, XV. 7*

em Pharaó, e em todo sen exercito, todo o exercito de Pharaó, que os havi-


em seus carros, e em seus cavallei- &o seguido no m ar: nem ainda hum
ros. delles ficou.
18 E os Egypcios saberão que eu 29 Mas os filhos de Israel for&o-se
sou Je h o v a h , quando for glorificada pelo meio do mar em seco : e as ?tgu-
em Pharaó, em seus carros, e em seus as for&o-lhes como muro a sua m&o
cavaUeiros. direita, e a sua esquerda.
19 E o Anjo de Deos, que hia diante 30 Assim Jehovah salvou a Israel
do exercito de Israel, se retirou, e hia naquelle dia da m&o dos Egypcios: e
de tras delles: tambem a columna de Israel vio os Egypcios mortos à praia
nuvem se retirou de diante de sua do mar.
face, e se pôs a tras delles. 31 E vio Israel a grande m&o, que
20 E hia entre o campo dos Egyp- Jehovah mostràra aos Egypcios; e o
cios^e entre o campo ae Israel: e a povo temeo a Jehovah ; e c rerão em
nuvem era juntamente porescuridade, Jehovah , e a Moyses seu servo.
e alnmiava tambem a noite: de ma­
neira que em toda a noite o hum n&o
CAPITULO XV.
chegou ao outro.
21 Ent&o Moyses estendendo sua NTAO cantou Moyses e os filhos
máo sobre o mar, fez Jehovah reti­
rar o mar por hum forte vento orien­
E de Israel esta cantiga a Jehovah ,
e fallar&o, dizendo: Cantarei a Jeho­
tal toda aquella noite; e o mar tor- vah , porque exalçando-se exalçou:
noa-se em seco, e as aguas for&o par­ lançou no mar ao cavallo e a seu ca-
tidas. valleiro.
22 E os filhos de Israel entràr&o 2 Jehovah he minha força, e meu
pelo meio do mar em seco: e as agu­ cântico, elle me foi por salvaç&o: es­
as forfto-lhes como muro a sua m&o te he meu Deos, portanto me farei
direita, e a sua esquerda. habitaç&o agradavel; elle he o Deos
23 E os Egypcios os seguir&o, e en- de meu pai, porisso o exalçarei.
trar&o após elles, todos os cavaUos de 3 Jehovah he var&o de guerra: Je­
Pharaó, seus carros, e seus cavallei- hovah he seu nome.
ros, até o meio do mar. 4 Lançou no mar aos carros de Pha­
24 E aconteceo na vigia daquella raó, e a seu exercito; e seus escolhi­
ntanhAj que Jehovah na columna do dos principes afiogar&o-se no mar ve*
fogo e aa nuvem vio o campo dos melno.
Egypcios; e alvoroçou o campo dos 5 Os abismos os cubrír&o: decér&o
Egypcios. Às profundezas como pedra.
25 E tirou-lhes as rodas de seus car­ 6 Tua m&o direita, ó Jehovah , foi
ros, e félos passar difficilmente: en- glorificada em potência: tua m&o di­
tfto diseer&o os Egypcios; fujamos da reita o Jehovah , tem quebrantado ao
face de Israel, porque Jehovah por inimigo.
elles peleja contra os Egypcios. 7 E com a grandeza de tua excel*
26 E disse Jeh ovah a Moyses; Es­ lencia trastomaste aos que se levan-
tende tua m&o sobre o mar, para que tar&o contra mimrenviaste teu furor,
as aguas tornem sobre os Egypcios, que os consumio como ao rastolho.
sobre seus carros, e sobre seus ca- 8 E com o sopro de teus narizes
valleiro8. amontoar&o-se as aguas: as correntes*
27 Ent&o Moyses estendeo sua m&o parar&o-se comomont&o: os abismos
sobre o mar. e o mar tomou-se em sua coalhar&o-se no coraç&o do mar. ;
força quanoo amanhecia, e os Egyp­ 9 0 inimigo dizia: Perseguirei, al­
cios fugir&o a seu encontro: e Je h o ­ cançarei, repartirei os despojos: mi­
v a h derribou os Egypcios no meio do nha alma se enehera delles, arranca­
mar. rei minha espada, minha m&o os des­
28 Porque tomando as aguas., cubri- truirá.
r&o aos carros, e aos cavalleiros de 10 Sopraste com teu vento, o mar
4

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74 EXODO, XVI.

o» cubrio: atfundarâo-se como chum­ 25 E elle clamou a Jehovah , e Je ­


bo em vehementes aguas. hovah mostrou-lhe hum lenho, qne
11 O Jehovah, quem he como tu lançou em as aguas; e as aguas se
entre os Deóses í quem he como tu adoçarão: ali lhes deu estatutos e
glorificado em sanctidade, terrível em direitos, e ali os tentou.
louvores, fazendo maravilhas ? 26 E disse: Se ouvindo ouvires a
12 Estendes-te tna mâo direita, a ter­ voz de Je h o v a h teu Deos, e fizeres o
ra os tragou. recto perante seus olhos, e inclinares
13 Com tua beneficencia guiaste a teus ouvidos a seus mandamentos, e
este povo, que salvaste: com tua for­ guardares todos seus estatutos: ne­
ça os levaste á habitação de tua sane- nhuma das enfermidades trarei sobre
tidade. ti, que trouxe sobre a terra de Egypto j
14 Os povos o ouvírâo, elles treme­ porque eu sou J e h o v a h teu medico.
rão : dòr tomou aos moradores de Pa­ 27 Entâo vierão a Elim. e havm ali
lestina. doze fontes de agua, e setenta palmei­
15 Entâo os príncipes de Edom se­ ras: e ali fizerão seu assento junto
rão pasmados, tremor tomará aos po­ ás aguas.
derosos de Moab; todos os moradores
de Canaan se derreterão.
16 Espanto e temor cahirà sobre CAPITULO XVI.
elles: pela grandeza de teu braço em* PARTIDOS de Elim. todo o ajun­
mudecerâo como pedra; até que teu
povo haja passado, Jehovah , até que
E tamento dos filhos de Israel veio
ao deserto de Sin, que está entre
passe este povo, que resgataste. Elim 0 entre Sinai, aos quinze dias
17 Tn os introduzirás, e os plantarás do mes segundo, depois que sahirâo
no monte de tuâ herdade, no lugar, dâ terra de Egypto.
que tu ó Jehovah aparelriaste para 2 E toda a congregação dos filhos
tua habitação, no Sanctuario, que fir­ de Israel murmurou contra Moyses e
marão tuas mâos, o Senhor. contra Aaron no deserto.
18 Jehovah reinará eterna e perpe­ 3 E os filhos de Israel disserâo-lhes:
tuamente. Ah se morrêramos por mâo de Jeho ­
19 Porque o cavallo de Pharaó en­ v a h na terra de Egypto, quando esta-
trou no mar, com seus canros, e com vamoe assentados junto ás panelas de
seus cavalleiros, e Jehovah fez toma­ carne, quando comiamos pai até far­
ras aguas do mar sobre elles; mas os tura ! porque nós tendes ti rado a este
filhos de Israel passarão pelo meio do deserto, para matar de fome a toda
mar em seco. esta multidão.
20 Entâo Miriam a profetisa, a ir­ 4 Entâo disse Jehovah a Moyses:
mâ de Aaron, tomou o adufe em sua Eis que vos choverei pâo do ceo ; e
mâo, e todas as mulheres sahiráoapòs o povo sahirá, e colherá cadadia para
ella com adufes, e com pandeiros. cadâ hum dia, para que eu o tente, se
*1 E Miriam lhes respondia: Can­ anda em minha lei, ou nâo.
tai a Jehovah , porque exalçando ex­ 5 E acontecerá ao seisto dia, que
alçouse, e lançou no mar ao cavallo aparelhem o que colhérâo : será pois
com seu cavalleiro. dobrado sobre o que colhem cada dia.:
22 Depois fez Moyses partir os Is­ 6 Entâo disse Moyses e Aaron a to­
raelitas do mar vermelho, e sahirâo a dos os filhos de Israel: à tarde sabe­
o deserto de Sur: e andarão tres di­ reis, que Jehovah vos tirou da terra
as uo deserto, e nâo acharão aguas. de Egypto.
23 Entâo chegarão a Mara; mas nâo 7 E a manhâ vereis a gloria de Je-
puderâo beber as aguas de Mara, por­ h ovah , porquanto ouvio vossas mur­
que erão amargas: porisso chamou-se murações contra Je h o v a h : porque,
seu'nome Mara. quem somos nos, que murmureis con­
24 E o povo murmurou contrâ Moy- tra nós ? ,
■ses, dtaendo: qne havemos de beber í 8 Mais disse Moyses: quando J e h o -

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EXODO, XVI. 75
t a » á tarde vos der oame para comer, deixarão para a manhã: e aquelle
e à manhã pão a fartura, elle fará criou bichos, e fedeo: porisso indig-
MOy por quanto Jehovah ouvio voasas nou-se Moyses contra elles.
murmurações, com que murmurais 21 Elles pois o colhiâo cada manhât
contra elle : porque, quem somos nós? cada hum conforme o que podia co­
vossas murmurações não são oontra mer : porque aquentando o sol, derre­
nóa, senão contra Jehovah . tia-se.
9 Depoia disse Moyses a Aaron: dize 22 E aconteceo que ao seisto dia co­
a toda a congregação dos filhos de lherão pão em dobro, dous Gomer pa­
Israel; chegai-vos perante a face de ra cada hum: e todos os principes da
Jeh o vah , porque ouvio vossas mur­ congregação vierão, e o denunciarão
murações. a Moyses.
10 É aconteceo que, quando fallou 23 E elle lhes disse: Isto he o que
Aaron a toda a congregação dos filhos Jehovah tem dito; a manhã he re­
de Israel, e elles se virarão para o de­ pouso, o santo Sabbado de Jehovah :
serto, eis que a gloria de Jehovah o qtie auiserdes coser, oosei-o, e o que
appareceo na nuvem. quiserdes coser em agua? cosei-o em
11 E Je h o v a h fallou a Moyses, di­ agua; e tudo o que sobejar, para voa
zendo : ponde em guarda até a manhã.
12 Tenho ouvido as murmurações 24 E o guardarão até a manhã, oo­
dos filhos de Israel; falla-lhes, dizen­ mo Moyses tinha mandado: e não fe­
do : entre as duas tardes oomereis car­ deo, nem nelle houve algum bicho.
ne, e pela manhã sereis fartados de 25 Então disse Moyses: eomei-o ho­
pão: e sabereis que eu sou Jehovah je, porquanto hoje he o Sabbado de Je­
vosso Deos. hovah : hoje não o achareis no campo.
13 E aconteceo que á tarde subirão 26 Seis dias o colhereis: porem ao
codoraizes, e cubnrão o arraial: e pe­ setimo dia he o Sabbado, naquelle não
ia gyiahá o orvalho deitou ao redor do haverá.
arraial. 27 E aconteceo ao setimo dia. que
14 E alçando-se o orvalho cahido, eis alguns do povo sahirâo, para colher;
que sobre a face do deserto estava hu­ porem não acharão.
ma cousa miuda redonda, miuda como 28 Entâo disse Jehovah a Moyses:
a geada sobre a terra. Até quando refusareis de guardar me­
15 E ven do-o os filhos de Israel, dis­ us mandamentos, e minhas leis 1
serão huns aos outros: M anná he isto: 29 Vede, porquanto Jehovah vos deu
porque não sabíão o que era : disse- o Sabbado, portanto elle no seisto dia
lhes pois M o y s e s ; este he o pão, que vos dà pão para dous dias: cada hum
Jehovah vos deu para comer. fique em sua estancia, que ninguém
16 Esta he a palavra aue Jehovah saia de seu lugar no setimo dia.
tem mandado; colhei delle eada hum 30 Assim repousou o povo ao setimo
conforme o que pode comer, hum Go­ dia.
mer por cada cabeça, segundo o nu­ 31 E a casa de Israel chamou seu
mero de vossas almas: cada hum to­ nome Manná; o era como semente de
mará para os que estão em sua tenda. coentro branco, e seu sabor como bo­
17 E os filhos de Israel fizerão assim; los de mel.
e colherão, huns mais, e outros menos. 32 E disse Moyses; esta he a pala­
18 Porem medindo-o com o Gomer, vra que Jehovah tem mandado: en­
não sobejava ao que colhéra muito, cherás hum gomer delle em guarda
nem faltava ao que colhéra pouco: para vossas gerações, para que vejão o
cada hum colheo tanto quanto podia pão, que vos tenho daao a comer neste
comer. deserto, quando eu vos tirei da terra
19 E disse-lhes M o y s e s : Ninguém de Egypto.
d5elle de ix e para a manhã. 39 Disse tambem Moyses a Aaron;
20 Porem elles não derão ouvidos a toma hum vaso, e mette nelle hum go­
Moyses, antes alguns varões d’elle mer cheo de Manná, e o poem perante

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76 exodo, xvn, xvm.
a face de Jeh ovah , em guarda para cume do outeiro, e a vara de Deos
vossas gerações. será em minha máo.
34 Como Jxhovah tinha mandado a 10 E fez Josua como Moises lhe dis­
Moyses, assira Aaron o pôs diante do sera, peleiando contra A m a le k : mas
testimunho em guarda. Moyses, Aaron, e Hur subirão ao cu­
35 E os filhos de Israel òoméráo Man- me do outeiro.
nà quarenta annos, até que entrarão em 11 E aconteceo que, quando Moyses
terra habitada: comérão Manná, até levantou sua mâo, Israel prevalecia :
que chegarão aos termos da terra de mas quando elle abaixou sua mão,
Canaan. Am alek prevalecia.
36 E hum gomer he a decima parte 12 Porem as mãos de Moyses erão
de hum epha. pesadas, porisso tomarão huma pedra,
e a poserâo debaixo delle, pera assen­
tar-se sobre e lla ; e Aaron e Hur sos-
CAPITULO XVII. tentarão suas mâos, o hum da huma, e o
EPOIS toda a congregação dos outro da outra banda. Assim suas máoe
D filhos de Israel partio ao deserto
de Sin por suas jornadas ao manda­
ficarão firmes, até que o sol se pòs.
13 E assim Josua desfez a Am alek,
mento ae Jehovah ; e assentarão o e a seu povo a fio da espada.
campo em Raphidim : e não havia ali 14 Então disse Jehovah a Moyses :
agua, para que o pove bebesse. Escreve isto por memória em hum
2 Então contendeo o povo com Moy­ livro, e o pôe em ouvidos de Josua;
ses, e dizião; dai-nos agua, que beba­ que eu totalmente hei de borrar a
mos : e Moyses lhes disse; porque con­ memória de A m alek debaixo do oeo.
tendeis comigo ? porque tentais a Je­ 15 E Moyses edificou hum altar, e
hovah % chamou seu nome, Jehovah he m i­
3 Tendo pois ali o povo sede de agua, nha bandeira.
murmurou o povo contra Moyses, e 16 E disse: Porquanto a mão está
disse; porque nos fizeste subir de sobre o throno de Jehovah, será guer
Egypto,para matar-me a mim de sede, ra de Jehovah contra Am alek de ge
e a meus filhos, e a meu gado ? ração em geração.
4 E clamou Moyses a Jehovah, di­
zendo : que farei a este povo ? d ’aqui
a pouco me apedrejarão.
c a p it u l o xvm.
5 Então disse Jehovah a Moyses: R A ouvindo Jethro, Sacerdote de
Passa diante da face do povo, e toma
comtigo alguns dos anciãos de Israel: O Midian, sogro de Moyses, todas
as oousas. que Deos tinha feito a M o y ­
e toma em tua mão tua vara, com que ses, e a Israel seu povo: como Jeho­
feriste o rio, e vai. vah tinha tirado a Israel de Egypto.
6 Eis que eu estarei ali diante de 2 Tomou Jethro, sogro de Moyses, a
tua face sobre a rocha em Horeb, e tu Zippora, a mulher de Moyses (depois
ferirás a rocha, e delia sahirão aguas, que a enviara).
que beba o povo; e Moyses fez assim 3 Com seus dous filhos, dos quaes o
perante os olhos doe anciãos de Is­ hum se chamava Gerson (porque dis­
rael. se, eu foi peregrino em terra alhea.)
7 E chamou o nome d’aquelle lugar 4 E o outro se chamava Eliezer^
Massa e Meriba, pela contenda aos porque disse: o Deos de meu pai foi
filhos de Israel, e porquanto tentarão por minha ajuda, e m e livrou da espa­
a Jehovah, dizendo; está Jeh ovah no da de Pharaó.
meio de nòs, ou não ? 5 Vindo pois Jethro o sogro de M o y ­
8 Então veio Amalek, e pelejou con­ ses com seus filhos, e com sua mu­
tra Israel em Raphidim. lher a Moyses no deserto ao monte
9 Pelo que disse Moyses a Josua; es­ de Deos, aonde tinha assentado o
colhe-nos varões, e sane, peleja contra cam po:
Amalek: à manhã eu estarei sobre o 6 Disse a M o y s e s : eu, teu sogro Je«

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EXODO. XIX. 77

thro, venho a ti, cora tua mulher, e está tu pelo povo diante de Deos, e
seus dous filhos cora ella. leva os negocios a Deos.
7 Entâo sahio Moyses ao encontro 20 E declara-lhes as ordenanças e
de seu sogro, e inclinou-se, e beijou-o, as leis, e mostra-lhes o caminho por
e perguntarão hum ao outro como onde andem, e o que hâo de fazer.
estavâo, e forâo-se á tenda. 21 E tu entre todo o povo attenta-
8 E Moyses contou a seu sogro todas ras para varões virtuosos, tementes a
as cousas, qne Jehovah tinha feito a Deos, varões de verdade, que abor­
Phaiaó e aos Egypcios por amor <}e recem a avareza; e os pôe sobre elles
Israel, e todo o trabalho, quo passarão por Maioraes de mil, Maioraes de
no caminho, e como Jehqvah os cento. Maioraes de cincoenta, e Maio­
livráia- raes ae dez.
9 E alegrourse Jethro de todo y bem, 22 Para que julguem este povo em
que Jeho vah tinha feito a Israel li- todo tempo; e seja, que todo o nego­
vrando-o da mâo dos Egypcios. cio grave levem a ti, mas todo o ne­
10 £ Jethro disse: Bemdito seja Je- gocio pequeno elles julguem: assim a
h o t a h ; que vos livrou da mfto do* ti mesmo te alevia da carga, e elles a
Egypcios, e da mâo de Pharaó: que levem comtigo.
livrou a este povo de debaixo da mâo 23 Se isto fizeres, e Deos t’o mandar,
dos Egypcios. poderás subsistir: assim tambem todo
11 Agora sei, que Jehovah he maior este povo em paz virá a seu lugar.
que todos os Deoses: porque na cou­ 24 E Moyses deu ouvidos à voz de
sa- em que se ensoberDecérâo contra seu sogro, e fez tudo o que elle disse.
elles, os sobrepujou. 25 E escolheu Moyses varões vir­
12 Entâo tomou Jethro, o sogro de tuosos de todo Israel, e os pôs por
Moyses, holocausto e sacrifícios para Cabeças sobre o povo: Maioraes de
Deos: e veio Aaron e todos os an­ mil, Maioraes de cento, Maioraes de
ciãos de Israel, a comer nâo com o cincoenta, e Maioraes de dez.
sogro de Moyses diante da face de 26 Para que julgassem ao povo em
Deos. todo tempo, o negocio arduo levassem
13 E aconteo ao outro dia, que Moy- a Moyses, e todo negocio pequeno el­
ses se assentou a julgar o povo; e.o les julgassem.
povo estava em pé diante ae Moyses 27 Entâo despedio Moyses a seu so­
desda raanhâ ate à tarde. gro : e elle fbi-se á sua terra.
14 Vendo pois o sogro de Moyses
tudo o qne elle fazia ao povo, disse:
CAPITULO XIX.
que he isto, que tu fazes ao povo í
porque tu só te assentas, e todo o A 0 terceira mez da sahida dos filhos
povo está em pé diante ae ti, desda ü de Israel da terra de Egypto, no
manhâ até à tarde 1 mesmo dia vierão ao deserto de
15 Entâo disse Moyses a seu sogro; Sinai.
porquanto este povo vem a mim, para 2 Porque partirão de Raphidim, e
consultar a Deos. vierão ao deserto de Sinai, e assen­
16 Quando tem algum negocio, vera tarão o campo no deserto: Israel pois
a mim, a aue eu julgue entre o hum e ali assentou o campo em fronte da-
o outro, e lhes declare os estatutos de quelle monte.
Deos, e suas leis. 3 E subio Moyses a Deos: e Jeho ­
17 Porem o sogro de Moyses lhe v a h clamou a elle do monte, dizen­
disse; nâo he bom o que fazes. do : assim fallarás á casa de Jacob, e
18 Totalmente desfalecerás, assim denunciarás aos filhos de Israel.
tu, como este povo, que está com tigo : 4 Vósoutros tendes visto o que fiz
porque este negocio he mui dimcil aos Egypcios: como vos levei sobre
para ti, tu sò nâo o podes fazer. asas de aguias, e vos trouxe a mim.
19 Ouve agora minha voz, eu te 5 Agora pois, se ouvindo ouvirdes
aconselharei, e Deos será comtigo: minha voz, e guardardes meu coa*

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Í8 EXODO, XX.

certo, vós sereis minha propriedade arraial ao encontro de Deos; e pti-


de todos os povos : porque toaa a ter­ serão-se ao pé do monte.
ra minha he. 18 E todo o monte de Sinai fume­
6 E vósoutros me sereis hum Remo gava, porquanto Jeh ovah descende­
Sacerdotal, e povo sancto. Estas s&o ra sobre elle em fogo: e seu fumo
as palavras, que fallarás aos filhos de subia como o fumo ae hum forno, e
Israel. todo o monte tremia grandamente.
7 E veio Moyses, e chamou aos an­ 19 E o soido da bozina hia esforçan­
ciãos do povo, e propôs diante de suas do-se em grande maneira: Moyses
faces todas estas palavras, que Jeho ­ fallava, e Deos lhe respondia em voz.
vah lhe tinha mandado. 20 E descendendo Jehovah sobre o
8 Entâo todo o povo respondeo a monte de Sinai, sobre o cume do
huma vóz, e disserão: tudo o que Je ­ monte, chamou Jehovah a Moyses a
hovah tem fallado, faremos: e tomou acnme do monte; e Moyses subio.
Moyses a Jehovah com as palavras 21 E disse Jehovah a Moyses; de-
do povo. soe, protesta ao povo, que não tras­
9 E disse Jehovah a Moyses: eis passem o termo, para ver a Jeho vah ,
que eu virei a ti em huma nuvem es­ e caia multidão delles.
pessa, para que o povo ouça, fallando 22 E tambem os sacerdotes^ que se
eu comtigo, e para que tambem te chegão a Jehovah , se hão de sancti-
creiâo eternamente: porque Moyses fioar, para que Jehovah não faça ro­
tinha denunciado as palavras do povo tura nelles.
a Jehovah. 23 Então disse Moyses a Jeho vah ;
10 Disse tambem Jehovah a Moy­ o povo nâo poderá subir ao monte de
ses : vai ao povo, e os sanctifica hoje Sinai: porque tu nos tens protestado
e amanhã, e para que lavem seus dizendp; assinala termos ao monte,
vestidos. e sanctifica-o.
H E estejão apercebidos para o ter­ 24 E disse-lhe Jehovah : vai, desce:
c eiro dia: porquanto ao terceiro dia depois subirás tu, e Aaron comtigo :
Jehovah decerá perante os olhos de porem os sacerdotes e o povo nâo
todo o povo sobre o monte de Sinai. traspassem o termo, para subir a Jeho ­
12 E assignarás termo ao povo de v a h , para que não faça rotura nelles.
redor, dizendo; guardai-vos que nâo . 25 Entáo Moyses desceo ao povo, e
subais ao monte, nem toqueis a seu lhes o denunciou.
term otodo aquelle, que tocar ao
monte, morrendo ha ae morrer.
13 Nenhuma mâo tocará nelle: por­ CAPITULO XX.
que certamente será apedrejado ou NTAO fallou Deos todas estas pa­
asseteado, seja animal, ou seja lio- E lavras, dizendo:
mem, não viverã: soando o oorno 2 Eu sou Jehovah teu Deos, que te
de carneiro longamente, subirão ao tirei da terra de Egypto, da casa da
monte. servidão.
14 Então Moyses deceo do monte a 3 Nâo terás Deoses alheos diante de
o povo, e sanctificou o povo; e lava­ meu rosto.
rão seus vestidos. 4 Não farás para ti imagem de vul­
15 E disse ao povo: estai aperce­ to, nem alguma semelhança do que ha
bidos ao teroeiro dia; e não chegueis a riba no ceo, nem abaixo na terra,
à mulher. nem nas aguas debaixo da terra. *
16 E acontece ao terceiro dia, vin­ 5 Nfeo te encurvarás a ellas, nem
do amanhã, que houve trovões e re- as servirás: porque eu Jehovah tea
lampagos sobre o monte, e espessa Deos, sou Deos zeloso, que visito a
nuvem, e hum soido de bozina mui maldade dos pais sobre os filhos, até
forte: assim que estremeoeo todo o ã terceira e quarta geração daquelle»
povo, que estava no arraial. que me aborrecem.
17 E Moyses levou o povo fora do 6 E faço misericordia em. milhares,

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EXODO, XXI. 19
aos qne me amâo, e guard&o meus 24 Hum altar da terra me farás, e
mandamentos. sobre elle sacrificarás teus holoeaus-
7 Nao tomaras o nome de Jehovah tos, e tuas oflertas gratificas, tuas ove­
teu Deos em vâo: porque Jehovah lhas, e tuas vacas: em todo lugar, aon­
n&o terá por innocente ao que tomar de eu farei celebrar a memória de meu
seu nome em v&o. nome, virei a ti, e te abençoarei.
8 Lembnute do dia do Sabbado, para 25 E se me fizeres hum altar de pe­
o santificar. dras, n&o o farás de pedras lavradas:
9 Seis dias trabalharás, e farás toda se sobre elle levantares teu boril, pro-
tua obra. fauft-jo-has.
10 Mas o setimo dia he o Sabbado 26 N&o tambem subirás por de gra»
de Jehovah teu Deos: n&o farás ne­ os a meu altar, para que tua neuza n&o
nhuma obra, nem tu, nem teu filho, seja descuberta diante delle.
nem tua filha, nem teu servo, nem tua
serva, nem tua besta, nem teu estran­
C A P I T U L O X X I.
geiro, que está dentro de tuas portas.
11 Porque em seis dias fez Jehovah S T E S s&o os direitos que lhes pro­
o ceo e a terra, o mar e tudo que nel-
les ha, e ao setimo dia descansou:
E porás.
2 Se comprares hum servo Hebreo,
portanto benzeo Jehovah ao dia do seis annos servirá; mas ao setimo sa­
Sabbado, e o santificou. hirá forro de balde.
12 Honra a teu pai e a tua mãi, pa­ 3 Se entrou só com seu corpo, s6 com
ra que teus dias sej&o prolongados na seu corpo sahira: se elle era homem
terra, que Jehovah teu Deos te dá. casado, sahira sua mulher com elle.
13 N&o matarás. 4 Se seu senhor lhe houver dado hu­
14 N&o adulterarás. ma mulher, e ella lhe houver parido
15 N&o furtarás. filhos ou filhas, a mulher» e seus filhos
16 N&o dirás ialso testimunho con­ sei&o de seu senhor, e elle sahira sô
tra ten proximo. Com seu corpo.
17 N&o cobiçarás a casa de teu proxi­ 5 M as se o servo dizendo disser: eu
mo: nào cobiçarás a mulher de teu amo a meu senhor, e a minha mulher,
proximo, nem seu serve, nem sua ser­ o a meus filhos; n&o quero sahir forro.
va, nem seu boi, nem seu asno, iem 6 Ent&o seu senhor o levará aos
alguma cousa de teu proximo. Deoses, e o fará chegar á porta, ou ao
18 E todo a povo vio os trovões, e postigo, e seu senhor lhe furará a ore­
os relampagos, e o soido da bozina, e o lha com huma sovela; e o servirá pa­
monte fumegando: vendo Uso o povo, ra sempre.
retirar&o-ee e poser&o-se de longa 7 E quando algum vender sua filha
19 E disserão a Moyses: Falia tu com por serva; n&o sahirá como sahem os
nosco, e ouviremos: e n&o falle Deos servos.
com nosco, para que n&o morramos. 8 So desagradar nos olhos de seu se­
20 E disse Moyses ao povo: n&o te­ nhor, e n&o se desposar com ella, fará
mais, que Deos veio para tentar-vos, que se resgate: n&o podera vendela a
e para que seu temor esteja diante de hum povo estranho, visto que desleal­
vossa face, que n&o pequeis. mente. tratou com ella.
21 E o povo estava em pé de longe: 9 Mas se a desposar com seu filho;
porem Moyses se chegou á escuridade, fará com ella conforme ao direito das
aonde Deos estava. filhas.
22 Ent&o disse Jehovah a Moyses; 10 Se lhe tomar outra; n&o diminui­
assim dirás aos filhos de Israel: vósou­ rá o mantimento desta, nem seu ves­
tros tendes visto, qne eu fallei com tido, nem sua obrigaç&o maritaL
vosco desdo ceo. 11 E se lhe n&o fizer estas tares cou­
23 N&o fareis oomigo Deoses de pra­ sas, sahirá debalde sem dinheiro.
ta, e n&o fareis para vôs Deoses de 12 O que ferir a alguem, que morra,
ouro. morrendo morrerá.

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80 EXODO, XXII.

13 Porem o que lhe n&o fizer ciladas, neador, e seu dono foi convencido dis­
mas Deos o fez encontrar a suas mã­ so, e n&o o guardou, matando homem
os; ordenar-te-hei hum lugar, aonde ou mulher; o boi será apedrejado, e
elle fugirá. tambem seu dòno morrerá.
14 Mas se alguem 6e ensoberbecer 30 Se lhe for imposto resgate, ent&o
contra seu proximo, matando-o com dará por resgate de sua alma tudo
engano; tira-lo-has de meu altar, pa­ quanto lhe for imposto.
ra que morra. 31 Quer tenha escomado hum filho,
15 O aue ferir seu pai, ou a sua mãi, quer tenha escomado huma filha; con-
morj-enao morrerá. foràie a este direito lhe será feito.
.16 È quem furtar algum homem, e 32 Se o boi escomar hum servo ou
o vender, ou for achado em sua mâo, serva; dará trinta siclos de prata a seu
morrendo morrerá. senhor, e o boi será apedrejado.
17 E quem maldisser a seu pai, ou 33 Se alguem abrir alguma cova, ou
a sua mãi, morrendo morrerá. se alguem cavar alguma cova; e n&o a
18 E se alguns varões pelejareni, fe­ cubnr, e nella cahir algum boi ouasno;
rindo-o hum ao outro com pedra òu 34 O dono da cova o pagará, a seu
com o punho, e nâo morrer, senâo ca- dono o dinheiro restituirá; mas o mor­
hir em cama. to será seu.
19 Se elle tomar a levantar-se, e an­ 35 Se o boi de alguem ferir ao boi
dar fora sobre seu bordão; entâo o de seu proximo; e morrer: ent&o se
que o ferio, será absolto : somente lhe venderá o boi vivo, e o dinheiro delle
pagará sua cessão, e o fará curar to­ se repartirá igualmente, e tambem o
talmente. morto se repartirá igualmente.
20 Se alguem ferir a seu servo, ou a 36 Mas se foi notorio, que aquelle
sua serva com pâo, e morrer debai­ boi d’antes era escomeador, e seu do­
xo de sua mâo; certamente será vin­ no o n&o guardou; pagando pagará boi
gado. por boi; porem o morto serà seu.
21 Porem se ficar vivo por hum dia
ou dous, nâo será vingado, porque he c a p it u l o xxn.
seu dinheiro.
22 Se alguns varões pelejarem, e fe­ UANDO alguem furtar boi ou ga­
rirem a alguma mulher prenhe, e o Q do miudo, e o degolar, ou vender;
fruto lhe cahir, porem nâo nouver mor­ por hum boi pagará cinco bois, e por
te, certamente será castigado, confor­ gado miudo quatro ovelhas.
me ao que lhe impuser o marido da 2 Se o ladrão for achado na mina, e
mulher; e pagará por juizes. for ferido, e morrer, o que o ferio n&o
23 Mas se houver morte, entâo da­ será culpado do sangue.
rás alma por alma. 3 Se o sol hdiiver sahido sobre elle,
24 Olho por olho, dente por dente, será culpado do sangue: totalmente
mâo por mâo, pé por pé. o pagará: se n&o tiver, será vendido
25 Queimadura por queimadura, fe­ por seu furto.
rida por ferida, golpe por golpe. A 4 Se o furto for achado vivo em sua
26 E quando alguem ferir o olho de m&o, seja boi, ou asno, ou gado miú­
seu servo, ou o olho de sua serva, e o do, em aobro o pagará.
danar; o deixará ir forro por seu olho. 5 Quando alguem fizer pastar cam­
27 E se tirar o dente de seu servo, po ou vinha, e largar sua besta, para
ou o dente de sua serva; o deixará ir comer no campo de outro; o melhor
forro por seu dente. de seu campo, e o melhor de sua vinha
28 E se alguem boi escofnar homem restituirá.
ou mulher, e morrer; o boi será ape­ 6 Quando sahir hum fogo, e prender
drejado certamente, e sua carne se os espinhos, e abrasar a meda de tri­
nâo comerá; mas o dono do boi será go, ou a seára, ou o campo: aquelle
absolto. que aCcendeo o fogo, paganao pagarfk.
29 Mas se o boi d’antes era escor- o queimado.

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EXODO, xxm. 81
7 Quandô alguém der prata ou vasos e elles clamando clamarem a mim, eu
a seu proximo a guardâr, e for fartado ouvindo ouvirei seu clamor.
da casa daquelle homem : se o ladrão 24 E minha ira se accenderá, e vos
se achar, pagará dobrado. matarei à espada ; e vossas mulheres
8 Se o ladrão não se achar, então o ficarão viuvas, e vossos filhos orfâos.
dono da casa será levado aos juizes, 25 Se emprestares dinheiro a meu
se não meteo sua mão na fazenda de povo, que está pobre com tigo, cora
seu proximo. elle não farás como hum onzeneiro;
9 Sobre todo negocio de injustiça, nâo lhe imporeis onzena.
sobre boi, sobre asno, sobre gado mi- 26 Se tomares em penhor o vestido
udo, sobre vestido, sobre toda cousa de teu proximo; Ih^o tomarás, antes
perdida, de que alguem disser, que he de se por o sol.
sua: a causa de ambos virá perante 27 Porque só aquillohe sua cubertu-
os juizes: aquelle a quem condena­ ra, e o vestido de sua pele; em que
rem os juizes, o pagará em dobro a se deitaria 1 será pois, que quando cla­
seu proximo. mar a mim, eu o ouvirei, porque sou
10 Quando alguem a seu proximo misericordioso.
houver dado a guardar hum asno, ou 28 Aos Deoses não amaldiçoarás, e
boi, ou gado miudo, ou alguma besta; ao Principe em teu povo nâo maldirás.
e morrer, ou for quebrantado, ou aífu- 29 Tua plenidão e tuas lagrimas nâo
gentado, ninguém o vendo: dilatarás : ao primogênito de teus
11 Então haverá juramento de Jeho­ filhos me darás.
v a h entre ambos, que não meteo sua 30 Assim faràs de teus bois, e de tu­
mão na fazenda de seu proximo: e as ovelhas: sete dias estarão com sua
seu dono o aceitará, e nâo o restituirá. mãi, e ao oitavo dia m’os darás.
12 Mas 6e lhe for furtado, o pagará 31 E ser-me-heis varões santos: por­
a sen dono. tanto não comerèis carne despedaça­
13 Porem se lhe for despedaçado, da no campo : aos caens a lançareis.
trará testimunha disso; e nâo pagará
o despedaçado. CAPITULO XXIII.
14 £ quando alguem a seu proximo
pedir alguma cousa, e for quebradà ou AO admittirás falso rumor; e não
morta, seu dono não estando presente, N poràs tua mão com o impio, para
ser testimunha falsa.
restituindo a restituirá.
15 Se seu dono esteve presente, não 2 Não seguirás aos muitos para mal
a restituirá: se foi alugada, será por fazer: rçem fallarâs na demanda, en­
seu alugamento. costando-te aos muitos, para torcer o
16 Quando alguem enganar alguma direito.
virgem, que não for desposada, e dor­ 3 Nem ao pobre favorecerás em sua
mir com ella, dotando a dotará por sua demanda.
mulher. 4 Quando encontrares ao boi de teu
17 Se seu pai recusando recusar, de inimigo, ou a seu asno errado; tor­
lh’a dar ; dará dinheiro conforme ao nando ln’o tomarás.
dote das virgens. 5 Quando vires o asno do que te abor­
18 A feiticeira não deixarás viver. rece, deitado debaixo de sua carga,
19 Todo aquelle que se deitar com deixarás entâo de ajudálo ? ajudando
animal, morrendo morrerá. o ajudarás.
20 O que sacrificar aos Deoses, e não 6 Não perverterás o direito de teu
sò a Jehovah , será matado. pobre em sua demanda.
21 Ao estrangeiro não faràs força, 7 De palavras de falsidade te affas-
nem o oprimirás; pois estrangeiros taràs: e nâo matarás ao innocente e
fostes na terra de Egypto. justo: porque n&o justificarei ao impio.
22 A nenhuma viuva nem orfão af- 8 Tambem n&o tomarás presente:
fligireis. porque o presente cega aos que vero,
23 Que se tu affligindo os afftigires, e perverte os negocios dos justos.

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82 EXODO, XXIV.

9 Tambem nâo oprimirás ao estran­ serei inimigo de teus inimigos* e ad ~


geiro ; pois vósoutros conheceis a al­ versario de teu« adversarios.
ma do estrangeiro, que fostes estran­ 23 Porque meu Anjo irá diante d e
geiros na terra de Egypto. tua face, e te meterá aos Amoreos, e
10 Tambem seis annos semearás tua aos Hetneos, e aos Phereseos, e a o s
terra: e recolherás seus frutos. Cananeos^ Heveos, e Jebuseos: e en
11 Mas ao setimo a soltarás e deixa­ os destruirei.
rás descansar, para que possâo comer 24 N âo te encurvarás a seus Deoses,
os pobres de teu povo, e do sobejo co- nem os servirás, liem farás conforme
mâo os animaes ao campo: Assim fa­ a suas obras; antes o destruirás total­
rás com tua vinha o com teu olival. mente, e quebrantarás de todos suas
12 Seis dias farás teus negocios, mas estatuas.
ao setimo dia descansarás: para aue 25 E servireis a Jehovah vosso D e ­
descanse teu boi e teu asno, e o filho os, e elle abençoará vosso pâo e vossa
de tua serva, e o estrangeiro tome re- a g u a : e eu tirarei as enfermidades do
frigerio. meio de ti.
13 E em tudo o que vos tenho dito, 26 N âo haverá mulher que mova,
guardai-vos: e do nome de outros De­ nem esteril em tua terra: o numero
oses vos nâo lembreis, nem se ouça de teus dias cumprirei.
de tua boca. 27 Enviarei meu terror diante de tua
14 Tres vezes no anno me celebra­ face. fazendo atonito a todo o povo,
reis festa. aonde entrares: e farei que todos te­
15 A festa dos paens asmos guarda­ us inimigos te virem as costa#.
rás : sete dias comerás paens asmos 28 Tam bem enviarei abespões dian­
(como te tenho mandado) ao tempo te de tua face, que lançem fora aos
apontado no mes de Abib ; porque nel­ Heveos, aos Cananeos, e aos Hetheos
le sahiste de Egypto: porem nmguem diante ae tua face.
appareça vazio parante minha face. 29 Em hum anno os nâo lançarei fo­
16 E a festa aa sega dos primeiros ra diante de füa face, para que a terra
frutos de teu trabalho, que houveres se nâo tome em desei to, e as feras do
semeado no campo: e a festa da co­ campo se nâo multipliquem sobre ti.
lheita á sahida do anno, quando hou­ 30 rouco a pouco os lançarei diante
veres colhido teu trabalho do campo. de tua face, até que sejas multiplica­
17 Tres vezes no anno todos teus va­ do, e possuas a terra por herança.
rões apparecerâo perante a face do 31 E porei teus termos desdo mar ver­
Senhor Je h o v a h . melho até o mar dos Philisteos, e des­
18 Nâo sacrificarás o sangue de meu do deserto até o rio : porque darei em
sacrifício com pâo lévado: nem o ce­ tuas mâos os moradores da tevra, para
vo de minha festa ficará de noite até que os lances fora diante de tua face.
a manhâ. 32 Nâo farás alguma aliança com
19 As primícias dos primeiros frutos elles, ou com seus Deoses.
de tua terra trarás á casa de J e h o v a h 33 Em tua terra nâo habitarão, paia
teu Deos: nâo cozerás ao cabrito com que te nâo façâo peecar contra m im ;
o leite de sua mãi. se servires a seus Deoses, isso te será
20 Eis que eu envio hum Anjo di­ por laço.
ante de tua face, para que te guarde
neste caminho, e tè leve ao lugar que
C A P J T U L O X X IV.
tenho aparelhado.
21 Guarda-te diante de sua face,’e EPOIS disse a M oyses: sube a Je­
ouve sua voz, e nâo o provoques a ira:
porque nâo perdoará vossa rebelliâo;
porquanto meu nome está no meio
D hovah, tu e Aaron, Nadab e A bi-
hu, e setenta dos anciãos de Israel; e
inclinai-vos de longe.
deHe. 2 E Moyses só se chegará a Jeho­
22 Mas se ouvindo ouvires sua voz, vah ; mas elles nâo se cheguem ; nen*
e fizeres todo o que eu disser; entâo o povo suba com elle,

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EXODO, XXV. 83

3 Vindo pois Moyses, e contando ao cubrio por seis dias: e ao sétimo dia
o poro todas as p ala v ra s de J e h o v a h , chamou a Moyses do meio da nuvem.
e todo6 os direitos; entáo o povo res- 17 E o parecer da gloria de Jeh o ­
pondeo à huma voz. e disserão: todas v a h éstava como hum fogo que con­
as palavras, qoe J e h o v a h tem fallado, sume no cume do monte em os olhos
faremos. dos filhos de Israel.
4 E Moyses escreveo todas as pala­ 18 E Moyses entrou no meio da nu­
vras de Jeh ovah , e levantou-se pela vem depois que subio ao monte: e
raaoháde madrugada, e edificou hum Moyses esteve no monte quarenta dias
aliar ao pé do monte, e doze estatuas e quarenta noites.
«gundo as doze tribus de Israel.
5 E enviou os m an c ebos dos filhos
de Israel, os quaes ofFerecérão holo-
CAPITULO XXV.
NTAO fallou J e h o v a h a Moyses,
caustos e sacrificarão a J e h o v a ii sa-
criâcios gratificos d e bezerros.
6 E Moyses tomou a metade do san­
E dizendo:
2 Falia aos filhos de Israel, que to­
gue, e o pós em b a c ia s; e a outra mem para mim oflerta: de todo varão,
metade do sangue espargio sobre o cujo coração se mover voluntariamen­
altar. te, tomareis minha ofTerta.
7 E tomou o liv ro d a alliança, e lia 3 E esta he a ofTerta, que tomareis
o aos ouvidos do p o v o ; e elles disse­ delles: ouro, e prata, e cobre.
rão: tudo que J e h o v a h tem fallado, 4 Como tambem azul, e purpura, e
faremos, e o b e d ec e rem o s. carmesim, e linho fino, e pelos de ca­
8 Entáo tomou M oyses aquelle san- bras.
güe, e espargio o sobre o povo, e dis­ 5 E peles de carneiros tingidas de
se: eis aqui o' sangue da alliança, que vermelho, e peles de texugos, e ma­
JEHorifl tem feito com vosco sobre deira de Sittim.
todas estas palavras. 6 Azeite para a lumieira, especiarias
9 E subirão M oyses é*Aaron, Nadab para o oleo da unção, e especiarias
e Âbihu. e setenta dos anciãos de Is­ para o perfume.
rael. 7 Pedras sardónicas, e pedras de en­
10 E virão ao D eos de Israel, e de­ chimento para o Ephod, e para o Pei­
baixode seus pés como a obra de la­ toral.
drilhos de Saphiro, e como o parecer 8 E me farão hum Santuario, e ha­
do ceo em sua claridade. bitarei no meio delles.
U Porem nâo estendeo sua mão so­ 9 Conforme a tudo que eu te mostrar
bre « separados dos filhos de Is ra e l: por semelhança do Tabemaculo, e
erirâo a Deos, e c omerão, e beberão. por semelhança de todos seus vasos,
12 Entáo disse J e h o v a h a M o y ses: assim mesmo o fareis.
®be a mim ao monte, e fica l á : eu 10 Tambem farão huma Arca de ma­
pois te darei taboas de pedra, e a lei, deira de Sittim: sua compridâo será
os mandamentos, que tenho escrito de dous covados e meio; e sua largu­
para os ensinar. ra de hum covado e meio; e sua altu­
13 E levantou-se Moyses com Josua ra de hum covado e meio.
seu servidor; e subio Moyses ao mon­ 11 E cubrila-has de ouro puro, por
te de Deos. dentro e por fora a cubrirás: e farás
14 E disse aos Anciãos: esperai-vos sobre ella numa coroa de ouro ao redor.
aqui, até que tomemos a vósoutros: 12 E fundiras para ella quatro argo­
e eis que Aaron e Hur estâo cora vos- las de ouro, e as porás a suas quatro
00 5 quem tiver algum negocio, se esquinas, de maneira que duas argolas
chegará a elles. estejâo ao hum lado delia, e duas ar­
15 E subido Moyses ao monte, huma golas a seu outro lado.
tavem cubrio ao monte. 13 E farás barras de madeira de Sit­
16 E a gloria de J e h o v a h h abitava tim, e as cubrirás com ouro.
sobre o monte de Sinai, e a nuvem o 14 E meterás as barras pelas argo-

D ig itize d by t ^ o o Q ie
84 EXODO, XXVI.

Ia& que estão aos lados da Arca, pa­ ra de Sittim, e as cubrirás com ouro;
ra levar a Arca com ellas. e a mesa se levará com ellas.
15 As barras estarão nas argolas da 29 Tambem farás seus pratos, e su­
Arca; n&o se tirarão delia. as taças de perfume, e suas cubertas,
16 Depois porâs na Arca o testimu­ e seus taçoés (com que se hão de cu-
nho, que eu te darei. brir:) de ouro puro os faràs.
17 Tambem farás huma cuberta de 30 E sobre esta mesa porás o p&o da
propiciação de puro ouro: sua com- proposição perante rainha face con­
pridâo será de aous covados e meio; tinuamente.
e sua largura de hum covado e meio. 31 Tambem farás hum castiçal de
18 Farás tambem dous Cherubins ouro puro: de ouro batido se fará es­
de ouro : de ouro batido os farás, aos te castiçal: seu pé, suas canas, suas
dous cabos da cuberta de propicia­ copas, suas maçãs, e suas flores ser&o
ção. do mesmo.
19 Farás-o hum Cherubim ao hum 32 E de seus lados sahirâo seis ca­
cabo de huma parte, e o outro Cheru­ nas: tres canas do castiçal de seu hum
bim ao outro cabo da outra parte: lado, e tres canas do castiçal de seu
da cuberta de propiciação fareis os outro lado.
Cherubins a seus dous cabos. 33 Em huma cana haverá tres copas
20 Os Cherubins estenderão suas asas amendoadas, huma maçã e huma flor;
por cima, cubrindo com suas asas a e tres copas amendoadas em outra ca­
cuberta de propiciaç&o; as faces del­ na, huraã maçã e huma flor: assim se­
les a huma em fronte da outra: as fa­ râo as seis canas,que sahem do castiçal.
ces dos Cherubins attentarão para a 34 Mas no castiçal mesmo havera
cuberta de propiciação. quatro copas amendoadas, com suas
21 E porás a cuberta de propiciação maçãs, e com suas floros.
em cima da Arca, depois que houve­ 35 E huma maçã debaixo das duas
res posto na Arca o testimunho, que canas, que sahem delle; e huma maçã
eu te darei. debaixo de duas outras canas, que
22 E ali virei a ti, e fallarei com ti- sahem delle; e ainda huma maçã de­
go de cima da cuberta de propiciação, baixo de duas outras canas, que sahem
ao meio dos dous Cherubins (que es­ delle: assim sefará com as seis canas,
tiverem sobre a Arca do testimunho) que sahem do castiçal.
tudo que eu te mandar para os filhos 36 Suas maçãs e suas canas ser&o
de Israel. do mesmo: tudo será de hum pedaço
23 Tambem farás huma mesa de obra batida de puro ouro.
madeira de Sittim: sua compridão, 37 Tambem lne farás sete lampa-
será de dous covados, e sua largura de das, as quaes aecendersehâo, para alu­
hum covado, e sua altura de hum co­ miar a seus lados.
vado e meio. 38 Seus espivitadores, e suas palhe­
24 E a cubrirâs com ouro puro: tam­ tas serão de ouro puro.
bem lhe farás huma coroa de ouro ao 39 De hum talento de ouro puro o
redor. farás, com todos estes vasos.
25 Tambem lhe farás huma moldura 40 Attenta pois, que o faças confor­
ao redor de largura tle huma mão: e me a sua semelhança, que te foi mos­
farás-lhe huma coroa de ouro ao redor trada no monte.
da moldura.
26 Tambem lhe farás quatro argo­
CAPITULO XXVI.
las de ouro; e porás as argolas ás
quatro esquinas, que estarão a seus O Tabernaculo farás de dez corti­
quatro pés.
27 Era fronte da moldura estarão as
E nas, de linho fino torcido, e azul,
e purpura, e carmesim: com Cheru­
argolas, por lugares para as barras, bins as farás da obra do artifice.
para levar a mesa. 2 A compridão de huma cortina será
28 Farás pois estas barras de madei­ de vinte e oito covados, e a largura

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EXODO, XXVI. 85

de huma cortina de quatro covados: 16 A compridão de huma taboa será


todas estas cortinas serào de huma de dez covados: e a largura de cada
medida. taboa será de hum covado e meio.
3 Cinco cortinas 9e ajuntarão a huma 17 Duas couceiras terá cada taboa,
com a outra: 3 as outras cinco corti­ apegada a huma com outra: assim fa­
nas se ajuntario a huma com a outra. ràs com todas as taboas do Tabema­
4 E farás laçadas de azul na ponta culo.
da huma cort:na, ao cabo na juntura: 18 E farás as taboas para o Tabema­
assim tamben farás na ponta do cabo culo assim: vinte taboas para a banda
da outra cortiia na juntura segunda. do meio dia ao Sul.
5 Cincoenta laçadas farás em huma 19 Farás tambem quarenta bases de
cortina, e oídras cincoenta laçadas prata debaixo das vinte taboas: duas
farás no cabo da cortina, que está na bases debaixo de huma taboa a suas
segunda juntara: as laçadas estarão duas couceirasj e duas bases debaixo
contra postas huma á outra. de oütra taboa a suas duas couceiras.
6 Farás tambem cincoenta corchetes 20 Tambem haverá vinte taboas do
de ouro, e ajmtarãs com estes corche­ outro lado'do Tabemaculo, para a
tes as cortuus, a huma com a outra, banda do Nort£.
para que o Tabemaculo seja hum. 21 Com suas quarenta bases de prata:
7 Farás tambem cortinas de pelos de duas bases debaixo de huma taboa, e
cabras por lenda sobre o Tabemacu­ duas taboas debaixo de outra taboa.
lo : de onze cortinas as farás. 22 Porem ao lado do Tabemaculo
8 A compridão de huma cortina será para o Occidente farás seis taboas.
de trinta covados, e a largura da mes­ 23 Farás tambem duas taboas para
ma cortina de quatro covados: estas as esquinas do Tabemaculo de ambos
onze cortinas serão de huma medida. os lados.
9 E ajuntarás cinco destas cortinas 24 E por baixo se ajuntarão como
a parte, e as ouiras seis cortinas tam­ gemeas, e tambem pelo mais alto delle
bem a parte: e dobrarás a seista cor­ se ajuntarão com huma argola como
tina diante da face da tenda. gemeas: Assim se fará com as duas
10 E farás cincoenta laçadas na bor­ taboas; ambas serão por taboas de
da de huma cort.na ao cabo na juntura; esquina.
e outras cincoenta laçadas na borda 25 Assim serão as oito taboas com
da outra cortina, na segunda juntura. suas bases de prata, dez a seis bases:
11 Farás tambem cincoenta corche­ duas bases debaixo da huma taboa,
tes de cobre, e metteràs os corchetes e duas bases debaixo da outra taboa.
nas laçadas, e ajuntarás a tenda, pa­ 26 Faràs tambem cinco barras de
ra que seja huma. madeira de Sittim, para as taboas do
12 E o iesto aue sobeja nas cortinas hum lado do Tabemaculo.
da tenda, a metade da cortina que 27 E cinco barras para as taboas do
sobeja, penderá de sobejo às costas outro lado do Tabemaculo; como tam­
do Tabenaculo. bem cinco barras para as taboas do
13 E hum covado da huma banda, e outro lado do Tabemaculo, de ambas
outro covado da outra banda, cjue so­ as bandas para o Occidente.
bejará na compridão das cortinas da 28 E a barra do meio estará no meio
tenda, penderá de sobejo aos lados do das taboas, passando do hum cabo até
Tabemaculo da huma e da outra ban­ o outro.
da, para cubrilo. 29 E cubrirás as taboas de ouro, e
14 Farás tambem à tenda huma cu­ suas argolas para meter por ellas as
berta de peles de carneiro, tingidas barras faràs ae ouro: tambem as bar­
de vermemo; e outra cuberta de pe­ ras cubrirás de ouro.
les de texugo em cima. 30 Então levantarás o Tabemaculo
15 Farás tambem para o Tabema­ conforme a sua traça, que te foi mos­
culo taboas de madeira de Sittim, que trada no monte.
estão em pé. 31 Depois farás hum veo de azul,

D ig itize d by L j O O Q ie
86 EXODO, xxvn.
e purpura, e carmesim, e de linho fino d7ambos os lados do altar, quando se­
torcido: ae obra prima se fará com rá levado.
Cherubins. 8 Cavado de toboas o farás: como
32 E o porás sobre quatro columnas te mostrou no monte, assim o farão.
de madeira de Sittim, cubertas de 9 Farás tambem o pàtio do Tabema­
ouro: seus corchetes serâo de ouro, culo : ao lado do meio dia para o Sul
sobre quatro bases de prata. o patio terá cortinas de linho fino tor­
33 E pendurarás o veo debaixo dos cido ; a compridão de cada hum lado
corchetes, e metterás a Arca do testi- será de cem covados.
munho ali a dentro do veo: e este veo 10 Tambem suas vinte columnas, e
vos farà separação entre o Santo, e suas vinte bases serão de metal: os
entre o Santíssimo. corchetes das columnas e suas faixas
34 E porás a cuberta da propiciação de prata.
sobre a Arca do testimunho no San­ 11 Assim tambem ao lado do Norte
tíssimo. serão as cortinas na longura de cem
35 E a mesa porás fora do veo. e o covados de compridão: e suas vinte
castiçal em fronte da mesa, ao laclo do columnas, e suas vinte bases de me­
Tabemaculo para o Sul: mas a mesa tal ; os corchetes das columnas e suas
porás ã banda do Norte. faixas serão de prata.
36 Farás lambem á porta do Taber- 12 E na largura do patio ao lado do
naculo huma cuberta de azul, e pur­ Occidente haverá cortinas de cinco­
pura, e carmesim, e de linho fino tor­ enta covados: suas columnas dez, e
cido, de obra do brostador. suas bases dez.
37 E farás para esta cuberta cinco 13 Semelhantemente & largura do
columnas de madeira de Sittim, e as cu­ patio ao lado orienta! para o Levante
brirás de ouro: seus corchetes serâo será de cincoenta corados.
de ouro; e far-lhe-has de fundição 14 De maneira que haião quinze
cinco bases de metal. covados das cortinas ao hum lado:
suas columnas tres, e suas bases tres.
15 E nuinze covados das cortinas ao
CAPITULO XXVII.
outro laao : suas columnas tres, e suas
ARAS tambem hum Altar de ma­ bases tres.
F deira de Sittim: cinco covados
será a compridão, e cinco covados a
16 E á porta do patio haverá huma
cuberta de vinte covados; de azul, e
largura, (será quadrado o Altar) e tres purpura, e carmesim, e de linho fino
covados sua altura. torcido, da obra de broslador: suas
2 E farás seus cornos a seus quatro columnas quatro, e saas bases quatro.
cantos: seus cornos serão do mesmo, 17 Todas as columnas do pateo ao re­
e o cubrirás de metal. dor serâo cingidas de faixas de prata :
3 Farás-lhe tambem caldeirões, para seus corchetes serão de prata, mas su­
alimpar sua cinza, e suas bassouras, e as bases de metal.
suas bacias, e seus garfos, e suas pás: 18 A compridão do pateo será de cem
todos seus vasos farás de metal. covados, e a largura ae cada banda de
4 Far-lhe-has tambem hum crivo de cincoenta, e a altura de cinco cova­
metal da obra de rede: e farás a esta dos, de linho fino torcido: mas suas
rede quatro argolas de metal a seus bases serâo de metal.
quatro cantos. 19 Tocante todos os vasos do Taber-
5 E as porás dentro do cerco do altar naculo em todo seu serviço, até todos
abaixo; de maneira que a rede chegue seus pregos, e todos os pregos do pa­
até o meio do Altar. teo serão de metal.
6 Farás tambem barras para o altar, 20 Tu pois mandarás aos filhos de
barras de madeira de Sittim, e as cu­ Israel, que levem a ti azeite puro de
brirás de metal. oliveiras, moido para ócandieiro; pa­
7 E as barras se meterão nas argo- ra fazer accender as lampndas con­
las7de maneira que as barras estejão tinuamente.

D ig itize d by L j O O Q ie
EXODO, x x v n i. 87

21 Na Tenda da congregação fora breiras do Ephod, por pedras de me­


do veo, que está diante do testimu­ mória para os filhos de Israel: e Aa­
nho- Aaron e seus filhos as concerta­ ron levará seus nomes sobre seus am­
rão, deed:a tarde até a manhã, peran­ bos hombros por memória perante a
te a face d e J e h o v ah : hum estatuto face de Jehovah .
perpetuo será este por suas gerações, 13 Faràs tambem engastes de ouro.
aos filhos de Israel. 14 E duas cadeinhas do puro ouro;
de igual medida? de obra de fieira as
farás: e as oademhas de fieira porás
C A P I T U L O XXVIII.
nos engastes.
TVEPOIS faràs chegâr a ti teu ir- 15 Farás tambem o Peitoral do joi-
U mào Aaron e seus filhos com el­ zo da obra do artifice, conforme à obra
le do m eio dos filhos de Israel, para do Ephod o farás: de ouro? azul, e
me adminirtrar o officio sacerdotal: purpura, e carmesim, e de linho fino
a saber Aaron. Nadab e Abihu. Ele­ torcido o farás.
azar o Ithamar. os filhos de Aaron. 16 Quadrado e dobrado será, de hum
2 E faràs vestidos santos a Aaron palmo sua compridão, e de hum pal­
teu irmftoTpara gloria e ornamento. mo sua largura.
3 Fa liarás tambem a todos os que 17 E o encherás de pedras de enchi­
sâo sábios de eoraçào, a quem eu te­ mento, com quatro ordens de pedras;
nho enchido <lo espirito da sabedoria, a huma ordem de huma Sardia, hum
qne fação vestidos a Aaron para san- Topázio, e hum Carbunculo: esta he
tiôcálo ; para cue me administre o of- a primeira ordem.
fieio sacerdotal 18 Ea segunda ordem de huma Es­
4 Estes pois i&o os vestidos que fa­ meralda, huma Saphira, e hum Dia­
rão : bnm Peitoral, e hum Epnod, e mante.
hum Manto, e hum Pelote cíieo de 19 Ea terceira ordem de hum Jacin­
olhos, huma Mitra, e hum Cinto: fa- to, Agata, e Ametisto.
ráo pois sanlos vestido6 a Aaron teu 20 E a quarta ordem de huma Tur­
irmâo, e a seus filhos, pera me admi­ quesa, e huma Sardónica, e huma las-
nistrar o officio sacerdotal. pe: engastadas serâõ em seus engas­
5 E tomarão aquelle ouro. e azul, e tes de ouro
purpura, e carmesim, e linno fino. 21 E serâo aquellas pedras segundo
6 E farâo o Ephod de ouro, e azul, os nomes dos filhos de Israel, doze se­
e purpura, e carmesim, e linho fino gundo seus nomes: serâo esculpidas
torcido, de obra do artince. como sellos, cada huma com seu no­
7 Terá duas hombreiras, quese ajun­ me, para as doze tribus.
tem a suas duas pontas, com que se 22 Tambem farás ao peitoral cadei­
ajontará. nhas de igual medida da obra de tran­
8 E o ciíito artificial de seu Ephod, que ça de ouro puro.
estará sobre elle, será de sua mesma 23 Tambem farás ao peitoral dous
obra, do mesmo, de ouro, azul, e purpu­ aneis de ouro: e porás os dous aneis
ra, e carmesim, e linho fino torcido. nas duas pontas do peitoral.
9 E tomarás duas pedras sardoniôas. 24 Entâo meterás as duas cadeinhas
e lavrarás nellas os nomes dos filhos de fieira de ouro em os dous aneis nas
de Israel. pontas do peitoral.
10 Os seis de seus nomes na huma 25 Mas as duas pontas das duas ai-
pedra, e os outros seis nomes na outra deinhas de fieira meterás em os dous
pedra, segundo suas gerações. enpastes, e as porás nas hombreiras
11 Conforme à obra de lapidario, co­ do Ephod à banda dianteira.
mo o lavor de sellos lavrarás estas du­ 26 Farás tambem dous aneis de ou­
as pedras, com os nomes dos filhos de ro, e os porás em as duas pontas do
Israel: ao redor em ouro engastadas peitoral de dentro em sua borda, que
a* faràs. está da banda do Ephod.
J2 E porás as dnas pedras nas hom­ 27 Farâs tambem dous aneis de ou*

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88 EXODO, XXIX.

ro, que poràs nas (tuas hombreiras do jão agradaveis diante da face d e JWr*
Ephod abaixo da banda dianteira, em H OVAH .
fronte de sua juntura, sobre o cinto ar­ 39 Tambem farás huma túnica de
tificial do Ephod. linho fino: tambem farás a mitra de
28 E ajuntarão o peitoral com seus linho fino: mas o cinto farás de obra
aneisaos aneis do Ephod por riba com de broslador.
hum cordão de cardeno, para que es­ 40 Tambem farás túnicas aos filhos
teja sobre o cinto artificral do Ephod; de Aaron, e farás-lhes cintos: tambem
e o peitoral não será separado do lhes farás chapeos, para gloria e orna­
Ephod. mento.
29 Assim Aaron levará os nomes dos 41 E vestirás com elles a Aaron teu
filhos de Israel no peitoral do juizo irmão, e tambem seus filhos: e os un­
sobre seu coração, quando entrar no girás, e encherás suas mãos? e os san­
Santuario: para memória diante da tificarás, para que me administrem o
face de Jeh o v a h continuamente. Sacerdocio.
30 Tambem porás no peitoral do jui­ 42 Faze-lhes tambem calções de li­
zo Urim e Thummim, para que estejâo nho, pára cubrir a carne da vergonha:
sobre o coração de Aaron, quando en­ serão dos lombos até as pemas.
trar diante da face de Je h o v a h : As­ 43 E estarão sobre Aaron e sobre se­
sim Aaron levará o juizo dos filhos de us filhos, quando entrarem no Taber-
Israel sobre seu coração diante da fa­ naculo da congregação, ou quando
ce de Jk h o vah continuamente. chegarem ao altar para ministrar no
31 Tambem farás o manto de Ephod, Santuario, para que não levem iniqui­
todo de cardeno. dade, e morrão: isso será estatuto per­
32 E o bocal da cabeça estará no petuo para elle e para sua semente
meio delle: este bocal terá huma bor­ depois delle.
da de obra tecida ao redor: como bo­
cal da cota de malha será nelle, para
CAPITULO XXIX.
que se não rompa.
32 E em suas bordas farás romãs de STO he o que lhes has de fazer, pa­
cardeno, e purpura, e carmesim ao re­ I ra os santificar, para que me ad­
dor de suas bordas; e campainhas de ministrem o Sacerdocio: Toma hum
ouro entre ellas ao redor. novilho, filho de vaca, e dous carnei­
34 Huma campainha de ouro, e hu­ ros perleitos.
ma romã, outra campainha de ouro, e 2 É pão asmo, e bolos asmos, amas­
outra romã haverá nas pontas do man­ sados com azeite, e coscorões asmos,
to ao redor. untados com azeite: com flor de fari­
35 E estará sobre Aaron quando mi­ nha de trigo os farás.
nistrar : para que se ouça seu soido, 3 E os porás em hum cesto, e os of-
quando entrar no Santuario diante da ferecerás no cesto com o novilho e os
face de Je h o v a h , e quando sahir, pa­ dous carneiros.
ra que não morra. 4 Então farás chegar a Aaron e a se­
36 Tambem farás huma folha de ou­ us filhos a porta da Tenda do ajunta­
ro puro, e nella esculpirás como se es­ mento, e os levarás cora agua.
culpem os sellos: s an tid a d e de Je ­ 5 Depois tomarás os vestidos e ves­
hovah. tirás a Aaron a tunica, e o manto do
37 E a pegarás com hum cordão de Ephod, e o Ephod mesmo e o peito­
cardeno, ae maneira que esteja na mi­ ral: e o cingirás com cinto artificial
tra da banda dianteira da mitra estará. do Ephod.
38 E estará sobre a testa de Aaron, 6 E a mitra porás sobre sua cabeçac
para que Aaron leve a iniquidade das a coroa da santidade porás sobre a
cousas santas, que os filhos de Israel mitra.
santificarem em todas as offertas de 7 E tomarás o azeite da unção, e o
suas santas cousas; e estará c ontin­ derramarás sobre sua cabeça: assim o
uamente em sua testa, para que se- ungirás.

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EXODO, XXIX. 89

8 Depois farás chegar seus filhos, e ção, e o espargirás sobre Aaron e so­
lhes farás vestir as túnicas. bre seus vestidos, e sobre seus filhos,
9 E os cingirás com o cinto, a Aaron e sobre os vestidos de seus filhos com
e a seus filhos, e lhes atarás as coifas, elle: para que elle seja santificado, e
para que tenhão o Sacerdocio por esta­ seus vestidos, tambem seus filhos, e
tuto perpetuo: e encherás as mâos de os vestidos de seus filhos com elle.
Aaron, e as mãos de seus filhos. 22 Depois tomarás do carneiro o ce­
10 E farás chegar o novilho diante bo, e o rabo, e o cebo que cobre as
da Tenda do ajuntamento: e Aaron e estranhas, e o redanho do figado, e
seus filhos porão suas mâos sobre a ambos os rins com o cebo que houver
cabeai do novilho. nelles^ e o hombro direito, porque he
H E degolarás o novilho perante a carneiro das consagrações.
face de Jjehovah, á porta da Tenda 23 E huma fogaça de pão, e hum
da congregação. bolo de pão azeitado, e hum coscorão
12 Depois tomarás do sangue do no­ do cesto dos paens asmos, qne estará
vilho, e o porás com teu dedo sobre os diante da face de Je h o vah .
cornos do altar, e todo de mais sangue 24 E tudo porás nas mãos de Aaron,
derramarás no fundo do altar. e nas mãos ae seus filhos: e com mo­
13 Tambem tomarás todo o cebo, vimento o moverás perante a face de
aue cobre as entranhas, e o redanho Je h o v ah .
de sobre o figado, e ambos os rins, e o 25 Depois o tomarás de suas mãos,
cebo que houver nelles: e o accende- e o accenderás no altar sobre o holo­
rás sobre o altar. causto por cheiro suave perante a face
14 Mas a carne do novilho, e sua pe­ de Jehovah ; offerta acoendida he a
le, e seu esterco queimarás com fogo Je h o v ah .
fora do arraial: he sacrificio por pec- 26 E tomarás o peito do carneiro das
cado. consagrações, que he de Aaron, e oom
15 Depois tomarás ao hum carnei­ movimento o moverás perante a face
ro, e Aaron e seus filhos porão suas de Jehovah : e isso será tua parte.
mãos sobre a cabeça do carneiro. 27 E santificarás o peito do movi­
16 E degolarás o carneiro, e toma­ mento, e o hombro alçadivo, que foi
rás sen sangue, e o espalharás sobre o movido e alçado do carneiro dos en­
altar ao redor. chimentos, que for de Aaron e de seus
17 E partirás o carneira em suas filhos.
parte* e lavarás suas entranhas e su­ 28 E será para Aaron e para seas
as pernas, e as poras sobre suas par­ filhos por estatuto perpetuo dos filhos
tes, e sobro sua cabeça. de Israel; porque he offerta alçadiva:
18 Assim accenderás todo o carnei­ e a offerta alçadiva será dos fi lhos de
ro sobre o altar: porque he hum holo­ Israel de seus sacrifícios pacificos; sua
causto para Jehovah em suave chei­ offerta alçadiva será para Jehovah .
ro; offerta accendida he a Jehovah. 29 E os vestidos santos aue são de
19 Depois tomarás ao outro carnei­ Aaron, serão de seus filhos aepois del­
ro, e Aaron e seus filhos porão suas le, para ser ungidos nelles, e para en­
mãos sobre a cabeça do carneiro. cher sua mão nelles.
80 E degolarás o carneiro, e toma­ 30 Sete dias os vestirá aquelle que de
rás de sen sangue, e o porás sobre a seus filhos em seu lugar for sacerdote;
tenrilha da orelha direita de Aaron, e o que entrará na Tenda do ajuntamen­
sobre a tenrilha das orelhas direitas de to, para ministrar no Santuario.
seus filhos, como tambem sobre o de­ 31 E tomarás o carneiro dos enchi­
do polegar de suas mãos direitas, e so­ mentos, e cozerás sua carne no lugar
bre o dedo polegar de seus pés direi- santo.
los: e o resto do sangue espargirás 32 E Aaron e seus filhos comerão a
sobre o altar ao redor.. came deste carneiro, e o pão que está
21 Então tomarás do sangne; que es­ no cesto, à porta da Teaaa do ajunta­
tará sobre o altar, e do azeits da un­ mento.

D ig itiz e d b y L j OOQ Le
90 EXODO XXX.

33 E comerão as cousas com qoe for de EgVpto, pata habitar no meio del­
feita expiação, para encher suas mãos, les : Eu sou Jehovah seu Deos.
t para santificalos: mas hum estran­
geiro as não comerá; porque santas
C APITULO XXX.
são.
34 E se sobejar alguma cousa da FA R A S hum Altar de perfume
c arne das consagrações ou do pão até E para perfumar: de maaeira de
á manhã, o que sobejar queimarás Sittim o farás.
com fogo: não se comerá; porque 2 Sua compridão será de hum cova­
santo he. do, e sua largura de hum covado; será
35 Assim pois farás^a Aaron e a seus quadrado, e de dous covados sua altu­
filhos, conforme a tudo que eu te tenho ra : seus cornos sahirão delle.
mandado: por sete dias encherás su­ 3 E com ouro puro o forrarás, seu
as mãos. tecto e suas paredes ao redor, e seus
36 Tambem cada dia prepararás hum cornos; e lhe farás huma coroa de ou­
novilho do peccado para as propioia- ro ao redor.
ções, e expiarás o altar, fazeiido pro­ 4 Tambem lhe farás duas argolas de
piciação sobre elle; e o ungirás para ouro debaixo de sua coroa: a seus dous
santincálp. lados as farás, a suas amoas bandas:
37 Sete dias farás propiciação pelo e serão por lugares das barras, oom
altar, e o santificarás: então o. altar que será levado.
será santidade de santidades; tudo 5 E as barras farás de mandeira d e
que tocar ao altar será santo. Sittim, e as forrarás com ouro.
38 Isto pois he o que prepararás so­ 6 E o porás diante do veo, que está
bre o altar: dous cordeiros de hum diante da Aroa do testixqunno: diante
anno cada dia continuamente. do propiciatorio, que estará sobre o
39 O hum cordeiro prepararás pela testimunho, aonae me ajuntarei oem
manhã, e o outro cordeiro prepararás tigo.
entre as duas tardes. 7 E Aaron sobre elle accenderá o
40 Com a decima parte de flor de fa­ perfume das especiarias: cada manhã,
rinha, misturada com a quarta parte o accenderá, quando tem concertado
de hum Hin de azeite moido, e para as lampadas.
derramadura a quarta parte de hum 8 E accendendo Aaron as lampadas
Hin de vinho, para o hum cordeiro. entre as duas tardes; o queimará: este
41 E outro o cordeiro prepararás en­ será o perfume continuo perante a face
tre as duas tardes: com elle farás co­ de JsáovAH por vossas gerações.
mo com a offerta da manhã, e como 9 Não poreis sobre elle alheo perfu­
com sua derramadura por saave chei­ me, nem holocausto, neni offerta al­
ro ; offerta accendida ne a Jeho vah . guma: nem tam pouco derramareis
42 Este Berà o holocausto continuo sobre elle derramadura.
por vossas gerações, à porta da Tenda 10 E huma vez no anno Aaron fará
ao ajuntamento perante a face de Je­ expiação sobre seus cornos com o san­
h o v a h : aonde virei a vósoutros, para gue do sacrifício das propiciações: hu­
ali fallar comtiço. ma vez no anno fará expiação sobre
43 E ali virei aos filhos de Israel, elle por vossas gerações; santidade
para aue por minha gloria sejão san­ de santidades he a J eh ovah .
tificados. 11 Fallou mais Jehovah a Moyses,
44 E santificarei a Tenda do ajunta­ dizendo:
mento e o altar, tambem santificarei 12 Quando tomares a somma doa
a Aaron e seus filhos,para que me ad­ filhos de Israel conforme a sua conta:
ministrem o Sacerdocio. cada hum delles dará a Jehovah o res­
45 E habitarei no meio dos filhos de gate de sua alma?quando os contares;
Israel, e lhes serei por Deos. para que náo haja entre elles alguma
46 É saberão, que eu sou Jehovah plaga, quando os contares.
seu Deos, que os tenho tirado da tena 13 Isto dará qualquer que passar aos

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EXODO, XXXI. 91

w ntadoi^ 4 metade de imm siclo, se­ e o Castiçal com seus vasos, e o Akar
gundo o siclo do Santuario: (este si­ do perfumd.
d o he d e vinte obolos) a metade de 28 E o Altar do holocausto com to­
ham siclo he a offerta a Jehovah . dos seus vasos, e a Tina com sua
14 Qualquer que passar aos contados base.
de Tinte annos e de mais; dará a offer­ 29 Assim santificarás estas oousas,
ta a Je h o v a h . ara que sejão santidade de santida-
S
15 O rico não augmentará, e o pobre es: tudo que tocar nellas, será santo.
nâo diminuirá da metade do siclo, 30 Tambem ungirás a Aaron e seus
quando se dà offerta a Jehovah, paia filhos: e os santificarás, para me ad­
Jazer propiciação por vossas almas. ministrar o Sacerdocio.
16 E tomarás o dinheiro das propi- 41 E fallarás aos filhos de Israel, di­
ciaçòes dos filhos de Israel, e o darás zendo : este me será o azeite da san­
ao serviço da Tenda do ajuntamento; ta unção em vossas gerações.
e será por memória aos filhos de Is­ 32 Sobre a carne de homem não se­
rael diante da face de Jehovah , para rá untado, nem fareis outro seme­
fazer propiciação por vossas almas. lhante conforme a sua composição:
17 E fallou J e h o v a h a Moyses, di­ santidade he, e será santidade a vós­
zendo : outros.
18 Farás tambem huma Tina de me­ 33 O varão que fizer tal unguento
tal, com sua base de metal, para la­ como este, ou qne delle posèr sobre
var : € a porás entre a Tenda ao ajun­ cousa alguma estranha, será desarrai­
tamento e entre o altar j e guardarás gado de seus povos.
agua nella. 34 Mais disse Jzhovah a Moyses:
19 E Àaron e seus filhos delia se la­ toma-te especiarias aromaticas, Esto-
varão. soas mâos e seus pés. raque, e Onicha, e Galbano; estas es­
20 Qaando entrarem na Tenda do peciarias aromaticas e encenso puro;
ajuntamento, lavar-se-hão com agúa, que cada qual seja a parte.
-paia que n&o morrão: ou quando se 35 E d’isto farás hum perfume aro-
chegarem ao altar para ministrar, pa­ matico de obra do perfumador, mistu­
ra accender a Jehovah a offerta ac- rado, puro. e santo.
cendida. 36 E delle moendo polvarizarás, e
21 Lavarão pois suas mãos e seus delle porás diante do testimunho, na
pé*t paia que não morrão: e isto lhes Tenda do ajuntamento, aonde eu vi­
será por estatuto perpetuo, a elle e a rei a t i: santidade de santidades vos
soa semente em suas gerações. será.
22 Fallou mais Jehovah a Moyses, 37 Porem conforme a este perfume,
dizendo: aue farás, não vos fareis outro seme­
23 Tu pois toma para ti das prínci- lhante : santidade te será para Je­
paes especiarias, da mais pura mirrha h o v a h .
quinhentos siclos, e de canela aroma- 38 O varão que fizer semelhante,
ttca a metade tanto, a saber duzentos para cheirar, será desarraigado de
e cincoenta siclos, e de calarao aroma- seus povos.
tico duzentos e cincoenta siclos.
24 E de cassia quinhentos, segundo
CAPITULO XXXI.
o siclo do Santuario; e de azeite de
oliveiras hum Hin. EPOIS fallou Jehovah a Moyses,
25 E disto farás o azeite da santa D dizendo:
nnçáo. o unguento precioso, feito da 2 Eis que eu tenho chamado por
obra ao perfumador: este será o azei­ nome a Bezaleel, o filho de Uri, filho
te da santa uncão. de Hur, da tribu de Judá.
26 E com elle ungirás a Tenda do 3 E o enchi do Espirito de Deos, de
ajuntamento e a Arca do testimu­ sabedoria e de entendimento, e de
nho. sciencia, em todo artificio.
27 E a Mesa com todos seus vasos, 4 Para inventar invenções; para

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92 ex od ò , xxxn.

obrar em ouro, e em prata, e era ^18 E deu a Moyses (como acabou de


metal. fallar com elle no monte de Sinai) as
5 £ em artificio de lavrar pedras duas taboas do testimunho, taboas de
para engastar, e em artificiosae ma­ pedra, escritas com o dedo de Deos.
deira, para obra em toda obra.
6 E eis que eu tenho posto com elle
C APITULO XX X II.
a Aholiab, o filho de Ahisamach, da
tribu de Dan; e tenho dado sabedo­ AS vendo o povo aue Moyses tar­
ria no coraçfto de todo aquelle que he
sabio de coração: e farão tudo que te
M dava em decer ao monte, aiun-
tou-se o povo a Aaron, e disserâo-fhe:
tenho mandaao. Levanta-te, faze-nos Deoses, que vão
7 A saber a Tenda da congregação, diante de nossa face : porque não sa­
e a Arca do testimunho, e o Propicia- bemos, que succedeo a este Moyses»
torio, aue estará sobre ella, e todos os a aaueíle varão, que nos tirou da terra
vasos ua Tenda. de Egypto.
8 E a Mesa com seus vasos, e o 2 E Aaron lhes disse: Arrancae as
Castiçal puro com todos seus vasos, e arrecadas de ouro, que estão nas ore­
o Altar ao perfume. lhas de vossas mulheres, e de vossos
9 E o Altar do holocausto com todos filhos, e de vossas filhas, e trazei m^as.
seus vasos, e a Tina com sua basa. 3 Entâo todo o povo arrancou as ar­
10 E os vestidos do ministério, e os recadas de ouro, que estavâo em suas
vestidos santos de Aaron o sacerdote, orelhas, e as trouxerão a Aaron.
e os vestidos de seus filhos, para ad­ 4 E elle as tomou de suas mãos, e
ministrar o Sacerdocio. formou o ouro com hum boril, e fez
11 E o azeite da unçâo, e o perfume d5elle hum bezerro de fundição. En­
aromático para o S&ntuario : farão tão disserão: estes são teus Deosés
conforme a tudo que te tenho man­ ô Israel, que te tirarão da terra de
dado. Egypto.
12 Fallou mais Jehovah a Moyses, 5 O que Aaron vendo, edificou hum
dizendo: altar diante delle: e Aaron apregoou,
13 Tu pois falia aos filhos de Israel, e disse: á manhã será festa a J e h o ­
dizendo: todavia guardareis meus vah.
Sabbados: porquanto isso he sinal 6 E ao dia seguinte madrugarão, e
entre mim e entre vósoutros em vos­ offerecerão holooaustos, e trouxerão
sas gerações; para que saibais; que eu pacificos: e o povo se assentou a co­
sou Jehovah , que vos santifica. mer e a beber; depois se levantarão
14 Portanto guardareis o Sabbado, a folgar.
porquanto santo he a vósoutros: aquel­ 7 Então disse Jehovah a Moyses:
le que o profanar, morrendo morrerá; Vai, descende; porque teu povo, que
porque qualquer que nelle fizer algu­ fizeste subir de Egypto, se tem cor­
ma obra, aquella alma será desarrai­ rompido.
gada do meio de seus povoe. 8 E depressa se tem desviado do
15 Seis dias se farà obra, porem ao caminho, que eu lhes tinha mandado:
sétimo dia he o Sabbado do descanço, fizerâo para si hum bezerrô de fundi­
a santidade de Je h o v a h : qualquer ção, e perante elle se inclinarão, e
que no dia do Sabbado fizer obra, mor­ sacrificarão-lhe, e disserão: estes são
rendo morrerá. teus Deoses ô Israel, que te tirarão da
16 Guardaráopois o Sabbado os filhos terra de Egypto.
de Israel, celebrando o Sabbado em 9 Disse mais Jehovah a Moyses:
suas gerações por concerto perpetuo. tenho visto a este povo, e eis que he
17 Entre mim e entre os filhos de povo obstinado.
Israel será hum sinal para sempre: 10 Agora pois deixa-me, que meu
porquanto em seis dias fez Jehovah furor se acCenda contra elles, e ôs con­
os ceos e a terra, e ao setimQ dia des­ suma : e eu te farei em grande gente.
cansou, e pe recreou. U PQregi adorou a face de

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EXODO, XXXII 9*

Je ü o Vjlh seuDeos, e disse: 6 Jeho ­ 23 Disserão pois a mim: Faze-nos


v ah , porque teu furor se accenderà Deoses, qiie vâo diante de nossa face;
contra teu povo, que tu tiraste da terra porque nâo sabemos, que succedeo a
de Egypto com grande força e com este Moyses, a aquelle varâo, que nos
forte mão * tirou da terra de Egypto.
12 Porque nâo de fallar os Egypcios, 24 Entâo eu lhes disse: Quem tem
dizendo: por ma os tirou, para matá- ouro, arranque-o: e derâo a mim: e
los em os montes, e para aestruilos da eu o lancei no fogo, e sahio este oe-
face da terra 1 toma-te da ira de teu zerro.
furor, e te arrepende do mal de teu 25 E vendo Moyses que o povo es*
povo. tava despido, (porque Aaron o havia
13 Lembra-te de Abraham, de Isaac, despido para vergonha entre seus ini­
e de Israel teus servos, aos quaes por migos.)
ti mesmo tens jurado, e lhes disseste: 26 Estava em pé Moyses na porta do
multiplicarei vossa semente como as arraial, e disse: Quem he de J eho ­
estreuas dos ceos, e darei a vossa se­ v a h . venha amim: entâo se ajuntarão
mente toda esta terra, de que tenho a elle todos os filhos de Levi.
dito, para qoe a possuâo por herdade 27 E disse-lhes: Assim diz Jeho ­
eternamente. vah o Deos de Israel; cada hum ponha
14 Entâo J e h o v a h se arrependeo do sua espada sobre sua coixa: pafesai e
mal, que dissera, que hávia de fazer a tomai pelo arraial de porta em porta,
■eu povo. e cada hum mate a seu irmâo, ecada
15 E tomou-se Moyses, e deceo do hum a seu amigo, e cada hum a seu
monte com as duas taboas do testi- proximo.
munho em sua mâo: as taboas escri­ 28 E os filhos de Levi fizerâo con­
tas estavâo de ambas suas bandas, forme à palavra de Moyses: e cahi-
de huma e de outra banda escritas es­ râo do povo aquelle dia como tres mil
tavâo. varões.
16 E aquellas taboas erão obra de 29 Porquanto Moyses tinha dito:
Deos: tambem a escritura era a mes­ consagrai hoje vossas mâos a Jeho ­
ma escritura de Deos, esculpida nas v a h ; porque cada hum será contra seu
taboas. ^ filho, e contra seu irmâo: e isto, pa­
17 E ouvindo Josua a voz do povo, ra què elle hoje âé benção sobre vós­
arue jubilava, disse a Moyses; alarido outros.
ae guerra ha no arraial. . . 30 E aconteceo que ao dia seguinte
18 Porem elle disse: Nâo he alari­ Moyses disse ao povo: Vósoutros pec-
do dos victoriosos, nem alarido dos castes grande peccado: porem aoora
vencidos: eu ouço o alarido dos que subirei a Jehova h ; por ventura farei
cantáo. propiciação por vosso peccado.
19 E aconteceo aue, cheganao elle 31 Assim tomou-se Moyses a Jeh o ­
ao arraial, e vendo o bezerro e as vah, e disse, Eu te rogo, este povo
danças, accendeo-se o furor de Moy­ peccou peccado grande, fazendo para
ses, e àrremeçou as taboas de suas si Deoses de ouro.
mâos, e as quebrou ao pé do monte. 32 Agora pois. se perdoarás seu pec­
20 E tomou o bezerro que tinhão cado, e se nâo, oorra me agor%de teu
feito, e o queimou no fogo> moendo o livro, que tens escrito.
até que tomou-se em pó; e o espargio 33 Entâo disse Je h o v a h a Moyses:
sobre as aguas, e o fez beber aos Eu borrarei de meu Hvro a quem fcec-
filhos de Israel. car contra mim.
21 E Moyses disse a Aaron: que te 34 Vai pois agora, leva a este povo
tem feito este novo, que sobre elle aonde te tenho dito: eis que meu
trouxeste tamanho peccado 1 Anjo ira diante de tua face; porem
22 Entâo disse Aaron: Nâo se accen- no dia dé minha visitação visitarei
da a ira de meu senhor: tu sabes que seu peccado sobre elles.
este povo he inclinado ao mal. 35 Assim ferio Je h o v a h ao povo, por­

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ÊXODO, XXXIÍI.

quanto fizerão 0 bezerro, que Aaron de Nun, mancebo, nunca se apartava


tinha feito. do meio da Tenda.
12 E Moyses disse a J e h o v a h ; eis
que, tu me dizes: faze subir a este
CAPITULO XXXIII.
povo, porem não me fazes saber, a
ISSE mais a Moyses; quem nas de enviar comigo: e tu cLis>
D Jeh ovah
vai, sube daqui, tu e o povo, que
fizeste subir da terra de Ègypto & ter­
seste; oonheço-te por teu nome, e tam ­
bem achaste graça em meus olhos.
ra que jurei a Abraham, a Isaac, e a Ja­ 13 Agora pois, se tenho achado g ra ­
cob, dízendo; à tua semente a darei. ça em teus olhos, rogo-te, que agora
2 E enviarei hum Anjo diante de me faças saber teu caminho, e conhe-
tua face, (e fora lançarei aos Cana­ cer-teiei, para que ache graça e m
neos, e aos Amorreos. e aos Hetheos, teus olhós: e attenta que esta nação
e aos Phereseos, e aos Heveos, e aos he teu povo.
Jebuseos). 14 Disse pois: Minha face irá ju n to
3 A a terra, que mana leite e m el: para te fazer descançar.
porque eu n&o subirei no meio de ti, 15 Então disse-llie: se tua face não
porquanto es povo obstinado, para que for junto, nâo nos faças subir daqui.
eu te nâo consuma no caminno. 16 Porque em que cousa agora se
4 E ouvindo o povo esta má. palavra, conhecerá, que tenho achado graça em
entristecerão-se, e nenhum delles pôs teus olhos, eu e teu povo ? nâo em is­
sobre si seus atavios. so, se andas com nosco ? assim sepa­
5 Porquanto Jeh o v a h tinha dito a rados seremos^ eu e teu povo, de todo
Moyses: dize aos, filhos de Israel; o povo, que está jsobre a face da terra.
povo obstinado es, em hum momento 17 JCntâo J e h o v a h disse a Moyses :
subirei no meio de ti, e te consu­ farei tambem isto, que tens dito ; por­
mirei: porem agora, tira de ti teus quanto achaste graça em meus olnos,
atavios, e saberei o que te hei de fazer. e eu te conheço por teu nome.
6 Então os filhos ae Israel se despo­ 18 Entâo elle disse: rogo-te, que me
jarão de seus atavios, desviados do mostres tua gloria.
monte de Horeb. 19 Porem elle disse: eu farei pas­
7 E tomou Moyses a Tenda, e a es­ sar toda minha bondade, por diante
tendeo para si fora do arraial, longe de tua face, e apregoarei o nome de
desviado do arraial, e chamoii-lhe a J e h o v a h diante de tua face : mas te­
Tenda do ajuntamento: e aconteceo rei misericordia, de quem eu tjver
que qualquer que buscava a Je h o v a h , misericordia, e me compadecerei, de
sahia á Tenda do ajuntamento, que quem me compadecer.
estava fora do arraial. 20 E disse mais: Não póderás ver
8 E aconteceo que, sahindo Moyses minha face: porquanto nenhum ho­
á Tenda, todo o povo se levantava, e mem vera minha face, e viverá.
cada hum estava em pé á porta de 21 Mais disse Je h o v a h : eis aqui
suatenda; e olhavão após Moyses, até hum lugar junto a mim; ali te porás
que elle entrava na Tenda. sobre a penna.
9 E aconteceo que, quando Moyses 22 E acontecerá que, quando minha
entrava *a Tenda, a columna da nu­ gloria passar, te porei em huma fenda
vem decia, e se punha a porta da da penha, e te cubrirei com minha
Tenda; e elle failara com Moyses. mâo, até que eu haja passado.
10 E vendo todo o povo a columna 23 E havendo eu tirado minha mio,
da nuvem, que estava a porta da Ten­ me verás por de tras; mas minha
da, todo o povo se levantou, e incliná- face não se verá.
rão-se cada hum á porta de sua tenda.
11 E fallava Je h o v a h a Moyses ca­
ra a cara. como qualquer falia com CAPITULO XXXIV.
seu amigo: depois tomeu-se ao ar­ NTAO disse J e h o v a h a Moyses:
raial : mas seu servidor Josua o filho E lavra-te duas taboas de pedra, co-

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EXODO, XXXIV. »6

mo as primeiras; e eu esc reverei nas 12 Guardaste que n&o faças concerto


taboas as mesmas palavras, que esta- com o morador daterra, aonde has d »
vfto nas primeiras taboas, que tuque­ entrar: para que não seja por laço no
braste. meio ae ti.
2 E aparelha-te para a manhã, para 13 Mas seus altares trastornareis, e
que guoás pela manhã ao monte de suas estatuas quebrareis, e seus bos­
Sinal, e ali pôe-te diante de mim no ques cortareis.
cume do monte. 14 Porque te não inclinarás diante
3 E ninguém suba comtigo, e tam­ de outro Deos: pois o nome de J e h o ­
bem ninguém appareça em todo o v a h he Zeloso; Deos ZeloBo he elle.
monte; nem ovelha nem boi pastem 15 Para que por ventura não faças
em fronte do monte. concerto com o morador da terra, e não
4 Então elle lavrou duas taboas de fomiquem apôs seus Deoses, nem sa­
pedra, como as primeiras; e levan­ crifiquem a seus Deoses; e tu, convi­
tou-se Moyses pela manhã de madru­ dado delle, comas de seus sacrificios.
gada, e subio ao monte de Sinai, c o­ 16 E tomes mulheres de suas filhas
mo J e h o v a h lhe tinha mandado: e to­ para teus filhos: e suas filhasfornican-'
mou as duas taboas de pedra em sua do após seus Deoses; fação que tam­
mão. ç bem teus filhos fomiquem apôs seus
5 E J e h o v a h descendeo em huma Deoses.
nnvem, e se pós ali junto a elle: e 17 Não te farás Deoses de fundição.
elle apregpou o nome de Je h o v a h . 18 A festa dos paens asmos guarda­
6 Passando pois J e h o v a h perante rás, sete dias comerás paens asmos
soa face, clamou: J e h o v a h , J e h o v a h como te tenho mandado, ao tempo
Deos, misericordioso e piedoso, tar­ apontado do mez de Abib: porque no
do de iras, e grande em Deneficencia mez de Abib sahiste de Egypto.
e verdade. 19 Tudo que abre a madre, meu he;
7 O que guarda a beneficencia em até todo teu gado, que sera macho,
milhares, que perdoa a iniquidade, e abrindo a madre de vacas e de ovelhas,
a transgressão, e o peccado: que oo 20 Porem o asno que abrir a madre,
culpado nâo tem por innocente ; que resgatarás com gado mindo: mas se o
visita a iniquidade dos paes sobre os não resgatares, cortar- lhe-has a cabe­
filhos, e sobre os filhos dos filhos até ça : todo primogénito de teus filhos
á terceira e quarta geração. resgatarás: e ninguém apparecerá va­
8 E Moyses apressou-se, e inclinou zio diante de minha face.
a cabeca á terra, e incurvou-se. 21 Seis dias obrarás, mas ao setimo
9 E aisse: Senhor, se agora tenho dia descansarás: na arada e na sega *
achado graça ém teus olhos, Và agora descansarás.
o Senhor no meio de nós: porque es­ 22 Tambem guardarás a festa das
te he povo obstinado; porem perdoa Bemanas,que he a festa das primícias
nossa miquidade e nosso peccado, e da sega do trigo: e a festa de colhei­
nos toma por tua herança. ta á voha do anno.
10 Entâo disse: eis que eu faço hum 23 Tres vezes no anno todo macho *
concerto; farei maravilhas perante to­ entre ti apparecerá perante a face do
do teu povo, que ntmca forão feitas em Senhor Je h o v a h , Deos de Israel.
toda a terra, nem entre algumas gen­ 24 Porque eu lançarei fora as gentes
tes : de maneira que todo este povo, de diante de tua face, e alargarei teu
em cujo meio tu estás, verá a obra de termo: ninguém cobiçará tua terra,
J e h o v a h ; porque cousa terrível he, quando subires para apparecer tres
que faço comtigo. vezes no anno diante de Je h o v a h teu
11 Guarda o que eu te mando hoje: Deos.
eis que eu lançarei fora diante de tua 25 Não sacrificarás o sangue de meu
faoe aos Amorreos, e aos Cananeos, e sacrifício com. pão lévado: nem o sa­
aos Hetheos, e aos Phereseos, e aos crifício da festa de Pascoa ficará da
Heveos, e aos Jebuseos. noite para a manhã»

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99 EXODO, XXXV.

26 As primicias dos primeiros frutos do do repouso a Je h o v a h : todo aquel­


de tua tetra trarás à oasa de J e h o v a h le que fizer obra neile, morrerá
teu Deos: náo cozerás o cabrito no 3 N&o accendereis fogo em nenhu­
leite de sua mãi. ma de vossas moradas no dia do Sab­
27 Mais disse J e h o v a h a Moyses: bado.
Esc reve-te estas palavras: porque con­ 4 Fallou mais Moyses a toda a con­
forme ao teôr destas palavras tenho gregaç&o dos filhos de Israel, dizendo:
feito concerto com tigo, e com Israel. esta he a palavra que Jeho vah man­
28 E esteve ali com J e h o v a h qua­ dou, dizendo :
renta dias e quarenta, noites, náo co- 5 xomai do que vos tendes huma of­
meo p&o, nem bebeò agua: e eBcre- ferta para Jehovah : cada hum cujo
veo as palavras do concerto nas tabo­ coraç&o he voluntário, a trará por of­
as, as aez palavras. ferta alçadiva a Jehovah ; ouro, e
29 E aconteceo que, como deceo prata, e metal.
Moyses do monte de Sinai, (e Moyses 6 Como tambem cardeno, e purpura,
trazia as duas taboas do testimunho e carmesim) e linho fino, e pelos de
em sua m&o, quando deceo do monte) cabras.
Moyses n&o sabia, aue a pele de seu 7 E peles de carneiros, tingidas de
rosto resplandeceo, aepois que fallara vermelho, e peles de texugos, e ma­
cora elle. deira de oittim.
80 Attentando pois Aaron e todos os 8 E azeite para a luminaria, e espe­
filhos de Israel para Moyses, eis que ciarias para o azeite da unç&o; e para
a pele de sen rosto resplandecia; pelo o perfume especiarias aromaticas.
que temer&o de chegar-se a elle. 9 E pedras sardónicas, e pedras de
31 Ent&o Moyses os chamou: e Aa­ engaste, para o Ephod e para o Peito­
ron e todos os Maioraes da congrega­ ral.
ção tomar&o a elle : e Moyses Jhes 10 E todos os sábios de coraç&o en­
fallou. , tre vósoutros vir&o, e far&o tudo que
32 Depois chegarào tambem todos Jehovah tem mandado.
os filhos de Israel; e elle lhes mandou 11 O Tabemaculo, sua tenda, e sua
tudo que J e h o v a h com elle fallára no cuberta: seus corchetes, e suas tabo>
monte de Sinai. as, suas barras, suas columnas, e suas
33 Assim acabou Moyses de fallar bases.
com elle: e tinha posto num veo sobre 12 A Arca, e euas barras, o propicia-
seu rosto. torio, e o veo da cuberta.
34 Porem entrando Moyses penmte 13 A mesa, e suas barras, e todos se­
a face de Je h o v a h , para fallar com us vasos; e os paens da proposiç&o.
elle, tirou o veo até aue sahia: e sa- 14 E o Castiçal da luminaria, e seu*
hido fallava com os nlhos de Israel o vasos, e suas lampadas, e o azeite pa­
que lhe foi mandado. ra a luminaria.
35 Assim pois vi&o os filhos de Is­ 15 E o Altar do perfume, e suas bar­
rael o rosto de Moyses, que resplan­ ras, e o azeite da unç&o, e o perfume
decia a pele do rosto de Moyses: e de especiarias aromaticas, e a cuber­
tomou Moyses a pór o veo sobre seu ta da porta á entrada do Tabemaculo.
rosto, até que entrava para fallar com 16 O Altar do holocausto, e o crivo
elle. de metal que terá, suas barras, e todos
seus vasos: a Tina, e sua base.
17 As cortinas do pateò. suas colum­
CAPITULO XXXV. nas. e suas bases, e a cuberta da por­

E NTAO fez Moyses ajuntar toda a ta do pateo.


congregaç&o dos filhos de Israel, e 18 As estacas do Tabemaculo, e as
disse-lhes: Estas s&o as palavras, que estacas do pateo, e soas cordas.
J i h o v a h mandou se faç&o. 19 Os vestidos do ministério çara
2 Seis dias se fará obra, mas ao sé­ ministrar no Santuario: os vestidos
timo dia vos será santidade o Sabba- santos de Aaron o sacerdote, e os ve»«

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EXODO, XXXVI. 97
tidos da seus filhos, peia administrar de sabedoria, entendimento e sciencia
o saoerdocio. em todo artificio.
20 Ent&o toda a congregação dos 32 E para inventar invenções, para
filhos de Israel sahio de diante da fa­ obrar em ouro, e em prata, e em metal.
ce de Moyses. 33 E em artificio ae pedras para en­
21 £ veio todo varâo, a quem sen gastar ; e em artificio de madeira, pe­
coração m oveo, e todo aquelle cujo ra obrar em toda obra artificiosa.
esaintD o fez voluntário, e trouxerâo a 34 Tambem lhe tem dado em seu
offerta alçad iva d e J e h o v a h para a coração, para ensinar a outros: a elle
obra da T e n d a d o ajuntamento, e pa­ e a Aholiab, o filho de Ahisamach da
ia todo seu serviço , e para os vestidos tribu de Dan.
JB&XdS, 35 Encheo-os de sabedoria do cora­
22 Assim que vierão varões e mu­ ção, para fazer toda obra de mestre, e
lheres, todo voluntário de coração: a mais artific iosa, e do broslador, em
trouxerâo fivelas, e arrecadas, e aneis, cardeno, e em purpura, em carmesim,
e braceletes, todo vaso de ouro, e todo e em linho fino, e do tecelão: fazendo
varâo que ófíerecia offerta de ouro a toda obra, e inventando invenção.
Je h o v a h ,
23 £ todo varâo que se achou com
cardeno, e purpura, e carmesim, e li­ CAPITULO XXXVI.
nho fino, e pelos de cabras, e peles de SSIM obrou Bezaleel e Aholiab, e
carneiros, tingidas de vermelho, e pe­
les de texugos, o trazia.
A todo varâo sabio de coração, a
quem J e h o v a h déra sabedoria e in-
24 Todo aquelle que offerecia offer­ telligencia, para saber, como havião
ta alçadiva de prata ou de metal, a de fazer toda a obra para o serviço
trazia por offerta alçadiva a Jehovah ; do Santuario, conforme a tudo que
e todo aquelle que se achava com ma- J e h o v a h tinha mandado.
deiia de Sittim, a trazia para toda a 2 Porque Moyses charaàra a Beza­
obra do serviço. leel e a Aholiab, e a todo varão sabio
25 E todas mulheres sabias de cora­ de coração, em cujo coração Deos ti­
ção fiaváo com suas mâos; e traziâo nha dado sabedoria: a todo aquelle a
o fiado, o cardeno e a purpura, o car­ quem seu coração movéra, que se che­
mesim e o linho fino. gasse à obra para fazéla.
26 £ todas as mulheres^ cujo cora­ 3 Tomarão pois de diante da face de
ção as moveo em sabedona, fiavâo os Moyses toda a offerta alçadiva, que
pelos de cabras. trouxerâo os filhos de Israel para a
27 E os Maioraes traziâo pedras Sar­ obra do serviço do Santuario para fa-
dónicas, e pedras de engastes para o zela: e ainda elles trazião-lhe cada
Ephod, e para o Peitoral. manhã offerta voluntaria.
28 E especiarias, e azeite para a 4 E vierão todos os sabios, que fa-
laminaria, e para o azeite da unção, e ziâo toda a obra do Santuario: cada
para o perfume especiarias aromati­ hum da obra que elles faziâo.
cas. 5 E fallàrão a Moyses, dizendo: o
29 Todo varâo e mulher, cujo cora­ povo traz muito, mais do que basta
ção voluntariamente se moveo a tra­ para o serviço da obra, que J e h o v a h
zer alguma cousa para toda a obra, que mandou fazer.
J e h o v a h mandára fazer pela mâo de 6 Então mandou Moyses, que fizes­
Moyses, aquMo trouxerâo os filhos de sem passar huma voz pelo arraial, di­
Israel por offerta voluntaria a Jeho ­ zendo: nenhum varão nem mulher
vah. faça mais alguma obra para a offerta
30 Depois disse Moyses aos filhos alçadiva do Santuario: assim o povo
de Israel: eis que Je h o v a h tem cha- foi atalhado de trazer mais.
madopor nome a Bezaleel, o filho de 7 Porque tinhão matéria bastante
Uri, filho de Hur, da tribu de Judá. para toaa a obra que havia de fazer-
31 E o Espirito de Deos o encheo se, e ainda sobejava.
5

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98 EXOBO, XXXVI.

8 Assim todo sabio de coração, entre pregadas huma com a outra: assim fe r
os que faziào a obra, fez o Taberna- com todas as taboas do Tabemaculo.
culo de dez cortinas: de linho fino 23 Assim pois fez as taboas para o
torcido, e de cardeno, e de purpura, e Tabemaculo: vinte taboas para a ban­
de c armesim com Cherubins ) aa obra da do Sul ao meio dia.
mais artificiosa as fez. 24 E fez quarenta bases de prata
9 A compridão de huma cortina era debaixo das vinte taboas: duas bases
de vinte e oito covados, e a largura debaixo de huma taboa a suas duas
de huma cortina de quatro covados: couceiras, e duas bases debaixo, det
todas as cortinas tinhão huma mesma outra taboa a suas duas couceiras.
medida. 25 Tambem fez vinte taboas ao ou­
10 E ajuntou cinco cortinas a huma tro lado do Tabemaculo da banda do»
com a outra; e outras cinco cortinas Norte.
ajuntou a huma com a outra. 26 Com suas quarenta bases de pra­
11 Depois fez laçadas de cardeno ta : duas bases debaixo de huma taboa,,
na borua da huma cortina, ao cabo e auas bases debaixo de outra taboa.
na juntura: assim tambem fez na 27 E ao lado do Tabemaculo para o»
borda ao cabo da juntura da segunda Occidente fez seis taboas.
cortina. 28 Fez tambem duas taboas para aa;
12 Cincoenta laçadas fez em huma esquinas do Tabemaculo aos dous la­
cortina, e cincoenta laçadas fez ao dos.
cabo da cortina, que se ajuntava com 29 As quaes se ajuntav&o por baixo,,
a segunda: estas laçadas travavão a e tambem se ajuntavão por riba com
huma com a outra. huma argola: assim fez com ellas
13 Tam bem fez cincoenta corche­ ambas em as duas esquinas.
tes de ouro, e com estes corchetes 30 Assim erão oito taboas com suas.
ajuntou as cortinas a huma com a out­ bases de prata, a saber dezaseis bases l
ra: e assim foi feito hum Tabemaculo. duas bases debaixo de cada taboa.
14 Fez tambem cortinas de pelos de 31 Fez tambem barras de madeira
cabras para a tenda sobre o Tabem a­ de Sittim: cinco para as taboas d »
culo : cie onze cortinas as fez. hum lado do Tabemaculo.
15 A compridão de huma cortina era 32 E cinco barras para as taboas do
de trinta covados, e a largura de huma outro lado do Tabemaculo; e outras.
cortina de quatro covados; estas onze cinco barras para as taboas do Taber-
cortinas tinnào huma mesma medida. naculo de ambas as bandas do Occi­
16 E ajuntou cinco cortinas á parte, dente.
e seis cortinas â parte. 33 E fez, que a barra do meio pas­
17 E fez cincoenta laçadas na bor­ sasse pelo meio das taboas de hum
da da ultima cortina na juntura: tam­ cabo até o outro.
bem fez cincoenta laçadas na borda 34 E cubrio as taboas de ouro, e su­
da cortina da outra juntura. as argolas (os lugares das barras) fez
18 Fez tambem cincoenta corchetes de ouro: as barras tambem cubrio de
de metal, para ajuntar a Tenda, que ouro.
fosse huma, 35 Depois fez o veo de cardeno, o
19 Fez tambem para a Tenda huma purpura, e carmesim, e linho fino tor­
cuberta de peles de carneiros, tingidas cido: de obra artificiosa o fez com
de verm elho; e por cima huma cuber­ Cherubins.
ta de peles de texugos. 36 E fez-lhe quatro columnas de ma­
20 Tam bem fez taboas estantes pa­ deira de Sittim, e as cubrio de ouro :
ra o Tabemaculo de madeira de Sit­ e seus corchetes feg de ouro; e fundiò
tim. lhe quatro bases de pratat
21 A compridão de huma taboa era 37 Fez tambem para a porta da Ten­
de dez covados; e a largura de cada da o veo de cardeno, e purpura, e car*
taboa era de hum covado e meio. mesim, e linho fino torciao, da obrtt
22 Cada taboa tinha duas couceiras, do broslador.

D ig itize d by L j O O Q ie
EXODO, XXXVII. 99

38 Como suas cinco columnas, c seus 14 Em fronte da moldura estavâo as


corchetes; e suas cabeças, e suas mol­ argolas para os lugares das barras, pa­
daras cubrio de ouro: e suas cinco ra levar a mesa.
bases erão de metal. 15 Fez tambem as barras de madei­
ra de Sittim, e as cubrio de ouro, para
levar a mesa.
CAPITULO XXXVII.
16 E fez os vasos que havifto de estar
"TT^EZ tambem Bezaleel a Arca de sobre a mesa, seus pratos, e suas ta­
_L madeira de Sittim : sua compri- ças de perfume, e suas escudelas, e
dào era de dous covados e meio, e sua suas cupertas (com que se havião de
iargura de hum covado e meio; e sua cubrir) de ouro puro.
a/tura de hum covado e meio. 17 Fez tambem o castiçal de ouro
2 E cubrio a de ouro puro de dentro puro: de obra maciça fez este cas­
e de fora ;e fez lhe huma coroa de ouro tiçal ; seu pé, e suas canas, suas co­
ao redor. pas, suas maçãs, e suas flores do mes­
3 E fundio-lhe quatro argolas de ouro mo.
a seus quatro c antos, em hum lado du­ 18 Seis canas sahião de seus lados:
as, e no outro lado duas argolas. tres canas do castiçal de seu hum lado,
4 E fez barras de madeira de Sittim, e tres canas do castiçal do seu outro
e as cubrio de ouro. lado.
5 E meteo as barras pelas argolas a 19 Em huma cana estavâo tres copas
os lados da Arca, para levar a Arca. amendoadas, huma maçã, e huma flor:
6 Fez tambem o propiciatorio de ou­ e em outra cana tres outras copas
ro puro: sua compridão era de dous amendoadas, huma maçã e huma flor:
covados e meio, e sua largura de hum assim erão as seis canas, que sahião
covado e meio. do castiçal.
7 Fez tambem dous Cherubins de 20 Mas no mesmo castiçal havia
ouro; de obra maciça os fez, de ambos quatro copas amendoadas, com suas
oe cabos do propiciatorio. maçãs e com suas flores.
8 O hum Coerubim do hum cabo a 21 E era huma maçã de baixo de
esta banda, e o outro Cherubim do ou­ duas canas do mesmo: e outra maçã
tro cabo â outra banda: do propicia­ debaixo de duas canas ao mesmo; mais
torio fez os Cherubins de seus dous huma maçã debaixo dè duas canas do
cabos. mesmo: assim se fez com as seis ca­
9 E os Cherubins estendiáo as asas nas, que sahião delle.
por riba, cubrindo com suas asas o 22 Suas maçãs e suas canas erão do
propiciatorio: e seus rostos estavâo mesmo: tudo era huma obra maciça
em fronte hum do outro: os rostos de ouro puro.
dos Cherubins estavâo para o propici­ 23 E fez* lhe sete lampadas: seus es-
atorio. pivitadores e suas palhetas erão de
10 Fez tambem a mesa de madei­ ouro puro.
ra de Sittim: sua compridão era de 24 De hum talento de ouro puro o
dous covados, e sua largura de hum f et, e todos seus vasos.
corado: e sua altura de hum covado e 25 E fez ao altar do perfume de ma­
meio. deira de Sittim: de hum covado era
11 E cubrio-a de ouro puro: e fez- sua compridão, e de hum covado sua
lhe huma coroa de ouro ao redor. largura, quadrado; e de dous cova­
12 Fez-lhe tambem huma moldura dos sua altura: seus cornos erão do
de largura de huma mão ao redor: e mesmo.
fez huma coroa de ouro ao redor de 26 E cubrio-o de ouro puro,'sua cu­
sua moldura. berta e suas paredes ao redor, e seus
13 Fundio-lhe tambem quatro argo­ cornos: e fez-lhe huma coroa de ouro-
las de ouro ; e pós as argolas aos qua­ ao redor.
tro cantos, que estavâo a seus quatro 27 Fez-lhe tambem duas argolas de
pés. ouro debaixo de sua coroa, e seus dous

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100 EXODO, XXXVin.

cantos, de ambos seus lados, para os chetes das columnas e suas molduras
lugares das barras, para levâlo com erão de prata.
ella8. 13 E aa banda oriental ao Oriente,
28 E as barras fez de madeira de cortinas de cincoenta covados.
Sittim, e as cubrio de ouro. 14 As cortinas desta banda erão de
29 Tambem fez o azeite santo da quinze covados: suas columnas tres,
unção, e o perfume aromatico, puro, e suas bases tres.
de obra do perfumador. 15 E da outra banda da porta do pa­
teo de ambos os lados, erão cortinas
de quinze covados: suas columnas
CAPITULO XXXVIII. tres, e suas bases tres.
EZ tambem ao altar do holocausto 16 Todas as cortinas do pateo ao re­
F de madeira de Sittim; de cinco
covados era sua compridão. e de cinco
dor erão de linho fino torcido.
17 E as bases das columnas erão de
covados sua largura, quaarado, e de metal: os corchetes das columnas, e
tres covados sua altura. suas molduras erão de prata ; e a cu­
2 E fez-lhe seus cornos a seus qua> berta de suas cabeças de prata; e to­
tro cantos; do mesmo erão seus cor­ das as columnas do pateo erão cingi­
nos: e cubrio o de metal. das de prata.
3 Fez tambem todos os vasos do al­ 18 E a cuberta da porta do patio era
tar ; os caldeirões, e as bassouras, e de obra de broslador, de cardeno e
as bacias, e os earfos, e as pás: todos purpura, e carmesim, e linho fino tor­
seus vasos fez de metal. cido ; e a compridão era de vinte co­
4 Fez tambem ao altar hum crivo de vados, e a altura na largura de cinco
metal de obra de rede, em seu cerco covados, em fronte das cortinas do
debaixo, até o meio delle. pateo.
5 E fundio quatro argolas aos quatro 19 E suas quatro columnas, e suas
cabos do crivo de metal, para os luga­ quatro bases erão de metal: seus cor­
res das barras. chetes de prata; e a cuberta de suas
6 E fez as barras de madeira de Sit­ cabeças, e suas molduras de prata.
tim, e as cubrio de metal. 20 E todas as estacas do Taber-
7 E meteo as barras pelas argolas a naculo e do pateo ao redor erão de
os lados do altar, pera leválo com el- metal.
las: o fez cavado ae taboas. 21 Estas são as cousas contadas do
8 Fez tambem a Tina de metal com Tabemaculo, do Tabemaculo do testi­
sua base de metal, dos espelhos das munho, que por mandado de Moyses
mulheres ajuntando-se, que ajunta- forão contadas para o ministério dos
vâo-se à porta da Tenda da congrega­ Levitas por mão de Ithamar, filho de
ção. Aaron o sacerdote.
9 Fez tambem o pateo da banda do 22 Fez pois Bezaleel o filho de Uri,
meio dia ao Sul: as cortinas do pa­ filho de Hur, da tribu de Judá, tudo
teo erão de linho fino torcido, de cem quanto Je h o v a h tinha mandado a
covados. Moyses.
10 Suas vinte columnas e suas vinte 23 E com elle Aholiab, o filho de
bases erão de metal: os corchetes des­ Ahisamach, da tribu de Dan, hum
tas columnas e suas molduras erão de Mestre e engenhoso artifice, e brosla­
prata. dor em cardeno, e em purpura, e em
11 E da banda do Norte cortinas de carmesim, e em linho hno.
cem covados; suas vinte columnas e 24 Todo 0 ouro gastado na obra, em
suas vinte bases erão de metal: os toda a obra do Santuario, a saber, o
corchetes das columnas e suas mol­ ouro da offerta, foi vinte e nove talen­
duras, de prata. tos, e sete centos e trinta siclos, con­
12 E da banda do Occidente erão cor­ forme ao siclo do Santuario.
tinas de cincoenta covados, suas co-' 25 E a prata dos contados da congre­
lumnas dez?e suas bases dez: os cor­ gação foi cem talentos, e mil e sete

D ig itize d by L j O O Q ie
EXODO, XXXIX. 101

centos e setenta e cinco siclos, con­ dónicas, engastadas em ouro, lavradas


forme ao siclo do Santuario. de lavor de sello, com os nomes dos
26 Hum Beca por cada cabeça, isto filhos de Israel.
Ju meio siclo conforme ao siclo do 7 E as pós sobre as hombreiras do
Santuario: de qualauer que passava Ephod por pedras de memória para
aos contados, de idaue de vinte annos os filhos de Israel; como Je h o vah
e a riba, gue forão seis centos mil, tres mandára a Moyses.
mil e quinhentos e cincoenta. 8 Fez tambem o peitoral de obra pri­
27 E houve cem talentos de prata ma, como a obra ao Ephod, de ouro,
para fundir as bases do Santuario, e cardeno, e purpura, e carmesim, e li­
as bases do veo: para cem bases erão nho fino torcido.
cem talentos; hum talento para cada 9 Quadrado era; dobrado fizerão o
basa peitoral: sua compridão era de hum
23 Mas dos mil e sete centos e seten­ palmo, e sua largura de hum palmo,
ta e cinco siclos fez os corchetes das dobrado.
columnas, e cubrio suas cabeças, e as 10 E engastárão nelle quatro ordens
cingio de molduras. de pedras ; huma ordem de huma
29 E o metal da offerta foi setenta Sardia, hum Topázio, e hum Carbun-
talentos, e dous mil e quatro centos culo; esta he a primeira ordem.
siclos. 11 E a segunda ordem de huma Es­
30 E delle fez as bases da porta da meralda, huma Saphira, e hum Dia­
Tenda da congregação, e o altar de mante.
metal, e o crivo de metal que tinha, e 12 E a terceira ordem de hum Ja­
todos os vasos do altar. cinto, Ágata, e Ametysto.
3 1 E as bases do pateo ao redor, e 13 E a quarta ordem de huma Tur­
as bases daporta do patio, e todas as quesa, e huma Sardónica, e hum Jaspe:
estacas do Tabemaculo, e todas as es­ engastadas em seus engastes de ouro.
tacas do pateo ao redor. 14 Estas pedras pois com os nomes
dos filhos de Israel erão doze, com se­
us nomes, de lavor de sello, cada hum
CAPITULO XXXIX. com seu nome segundo as aoze tribus.
ZERAO tambem os vestidos do 15 Tambem fizerão peitoral cadei­
F ministério, para ministrar no San­ nhas deigual medida, aa obra de tran­
tuario, de cardeno, e purpura, e car­ ça de ouro puro.
mesim : tambem fizerão os vestidos 16 E fizerão dous engastes de ouro. e
santos, que erão para Aaron, como duas argolas de ouro; e puserão as au-
J e h o v a i i mandára a Moyses. as argolas aos dous cabos do peitoral.
2 Assim fez ao Ephod, de ouro. car­ 17 E puserão as duas cadeinhas de
deno, e purpura, e carmesim, e linho trança de ouro nas duas argolas, aos
fino torcido. cabos do peitoral.
3 E estenderão as planchas de ouro, 18 E os outros dous cabos das duas
e as cortarão em fios, pera entretecer cadeinhas de trança puserão em os
entre o cardeno, e entre a purpura, dous engastes: e as puserão sobre as
e entre o carmesim, e entre o linho hombreiras do Ephoa, a sua banda di­
fiuo da obra mais artificiosa. anteira.
4 Fizerão nelle hombreiras que se 19 Fizerão tambem duas argolas de
ajuntassem: a seus dous lados se ajun­ ouro, que puserão aos outros dous ca­
tava. bos do peitoral; de dentro era sua bor­
5 E o cinto artificioso de seu Ephod, da, que está ao lado do Ephod.
que estava sobre elle. era conforme a 20 Fizerão mais duas argolas de ou­
sua obra, do mesmo, ae ouro. cardeno, ro, que puserão nas duas hombreiras
e purpura, e carmesim, e linho fino do Ephod, de baixo a sua banda dian­
torcido, como J e h o v a h mandára a teira, em fronte de sua juntura, sobre
Moyses. o cinto artificioso do Epnod.
Ç Tambem preparárão as pedras Sar­ 21 E atàrão o peitoral com suas ar-

D ig itize d by L j O O Q ie
102 EXODO, XL.

golas às argolas do Ephod cora hum 36 A mesa com todos seus vasos, e
cordão de cardeno, para que estivesse os paens da proposição.
sobre o cinto artificioso do Ephod, e o 37 O castiçal puro com suas lampa­
peitoral náo se apartasse do Ephod; das, as lampadas da ordenança, e to­
como J e h o v a h mandára a Moyses. dos seus vasos; e o azeite para a lu­
22 E fez o manto do Ephod de obra minaria.
tecida, todo de cardeno. 38 Tam bem o altar de ouro, e o azei­
23 E o bocal do manto estava no te da unçáo; e o perfume de especia­
meio delle, como bocal da cota de rias aromaticas, e a cuberta da porta
malha: este bocal tinha huma borda da Tenda.
ao redor, para que se nâo rompesse. 39 O altar de metal, e seu crivo de
24 E nas bordas do manto fizerâo m etal; suas barras, e todos seus v a­
româs de cardeno, e purpura, e car­ sos ; a tina, e sua base.
mesim, a fio torcido. 40 A s cortinas do pateo, suas colum­
25 Fizerâo tambem as campainhas nas. e suas bases, e a cuberta da por­
de ouro puro, pondo as campainhas no ta ao pateo, suas cordas, e suas esta­
meio das româs nas bordas da capa cas, e todos os vasos do serviço do
ao redor entre as româs : Tabemaculo, para a Tenda da congre­
26 Huma campainha e logo huma gação.,
româ; outra campainha e outra româ 41 Os vestidos do ministério para m i­
nas bordas do manto ao redor: para nistrar no Santuario: os santos ves­
ministrar, como J e h o v a h mandára a tidos de Aaron o sacerdote, e os ves­
Moyses. tidos de seus filhos, para administrar
27 Fizerâo tambem as túnicas de o sacerdocio.
linho fino, de obra tecida, para Aaron 42 Conforme a tudo que J ehovah
e para seus filhos. mandára a Moyses, assim fizerâo os
28 E a mitra de linho fino, e o orna­ filhos de Israel toda a obra.
to das coifas de linho fino; e os cal­ 43 Vio pois Moyses toda a obra, e
ções de linho fino torcido. eis que a tinhão feito; como Je h o vah
29 E o cinto de linho fino torcido, e mandára, assim a fizerâo: entáo M o v -
de cardeno, e purpura, e carmesim, ses os abençoou.
de obra de broslador, como J e h o v a h
mandára a Moyses.
C A P IT U L O X L . -
30 Fizerâo tâmbem a folha da coroa
de santidade de ouro puro, e nella A L L O U mais Jehovah a M oyses,
escreverão o escrito como de lavor de
sello: S a n t i d a d e de J e h o v a h .
F dizendo:
2 No dia do mez primeiro, ao primei­
31 E a pegárâo com hum cordão de ro do mez, levantarás o Tabem aculo,
cardeno, para pegar com a mitra em a Tenda da congregação.
cima; como J e h o v a h mandára a 3 E porás nelle a Arca do testimu­
Moyses. n h o : e cubrirás a A rca com o veo.
32 Assim se acabou toda a obra do 4 Depois meterás nelle a mesa, e or­
Tabemaculo da Tenda da congrega­ denarás nella o que ha de ordenar-se:
ção ; e os filhos de Israel fizerâo con­ tambem meterás nelle o castiçal, e
forme a tudo que J e h o v a h mandára accenderás suas lampadas.
a Moyses, assim o fizerâo. 5 E porás o altar de ouro para o per­
33 Depois trouxerâo a Moyses o Ta­ fume diante da Arca do testimunho:
bemaculo, a Tenda e todos seus va­ entâo pendurarás a cuberta da porta
sos ; seus corchetes, suas taboas, suas do Tabemaculo.
barras, e suas columnas, e suas bases. 6 Porás tambem o altar do holocaus­
34 E a cuberta de peles de carneiro to diante da porta do Tabem aculo d a
tingidas de vermelho, e a cuberta de Tenda da congregação.
peles de texugos, e o veo da cuberta. 7 E porás a tina entre a Tenda d a
35 A Arca do testimunho, e suas bar­ congregação e entre o altar; e nella
ras, e o propiciatorio. porás agua.

D ig itize d by L j O O Q ie
EXODO, XL. 103

8 Depois poràs o pateo ao redor, e perante a face de J e h o v a h ; como


pendurarás a cuberta à porta do pa­ Je h o v a h mandára a Moyses.
teo. 24 Tambem pôs na Tenda da con-
9 Ent&o tomarás o azeite da unção, gregacão o castical em fronte da me­
e ungirás o Tabemaculo, e tudo que sa, ao lado do Tabemaculo para o Sul.
ha nelle: e o santificarás com todos 25 E accendeo as lampaaas perante
seus vasos; e será santidade. a face de Je h o v a h ; como Je h o v a h
10 Tambem ungirás o altar do holo- mandára a Moyses.
cansto, e todos seus vasos; e santifi­ 26 E pôs o altar de ouro na Tenda
carás o altar; e o altar será santi­ da congregação, diante do veo.
dade de santidades. 27 E accendeo sobre elle o perfume
11 Entâo ungirás a Tina e sua base; de especiarias aromaticas; como Je ­
e a santificarás. h o vah mandára a Moyses.
12 Tambem farás chegar a Aaron 28 Tambem pendurou a cuberta da
e a seus filhos à porta aa Tenda da porta do Tabemaculo.
congregação; e os lavarás com a^ua. 29 E pôs o altar do holocausto á
13 E vestirás a Aaron os vestidos porta do Tabemaculo da Tenda da
santos, e o ungirás, e o santifica­ congregação, e offereceo sobre elle
rás, para que me administre o sacer- holocausto e offerta de manjares; co­
docio. mo J e h o v a h mandára a Moyses.
14 Tambem farás chegar a seus 30 Tambem pôs a Tina entre a Ten­
filhos, e lhes vestirás as tynicas. da da congregação, e entre o altar;
15 E os ungirás como ungiste a seu e derramou agua nella, para lavar.
pai, para que me administrem o sa- 31 E Moyses, e Aaron, e seus filhos
cetdocio; e será, que sua unçâo lhes lavarão delia suas mãos e seus pés.
será por sacerdocio perpetuo em suas 32 Quando entravão na Tenda da
gerações. congregação, e quando chegavâo ao
16 Moyses pois o fez: conforme a altar, lavavão-se; como Je h o v a h man­
fado que Jehov a h mandou-lhe, assim dára a Moyses.
fez. 33 Tambem levantou o pateo ao re­
17 E aconteceo no mez primeiro, no dor do Tabemaculo e do altar, e pen­
anno segundo, ao primeiro do mez, durou a cuberta da porta do pateo.
que o Tabemaculo foi levantado. Assim Moyses acabou a obra.
18 Porque Moyses levantou o Ta- 34 Entâo a nuvem cubrio a Tenda
bemaculo, e pós suas bases, e armou da congregação, e a gloria de Je h o ­
suas taboas. e meteo nelle suas bar­ v a h encheo o Tabemaculo.
ras, e levantou suas columnas. 35 De maneira que Moyses não po­
19 E estendeo a Tenda sobre o Ta­ dia entrar na Tenda da congregação;
bemaculo, e pôs a cuberta da Tenda porquanto a nuvem ficava sobre ella,
•obre ella em cima; como Je h o v a h e a gloria de Je h o v a h enchia o Taber-
mandára a Moyses. naculo.
20 Tomou mais e pôs o testimunho 36 Quando pois a nuvem se levan­
na Arca, e meteo as barras â Arca; e tava de sobre o Tabemaculo, então os
pÔs o propiciatorio sobre a Arca em filhos de Israel caminhavão em todas
cima. suas jornadas.
21 E levou a Arca em o Tabema­ 37 Porem se a nuvem nâo se alça­
culo ; e pendurou o veo da cuberta, e va, nâo caminhavão, até ao dia em
cubrio a Arca do testimunho; como que ella se alçava.
Je h o vah mandára a Moyses. 38 Porquanto a nuvem de Je h o v a h
22 Tambem pôs a mesa na Tenda estava de dia sobre o Tabemaculo, e
da congregação, ao lado do Tabema­ o fogo estava de noite sobre elle, pe­
culo para o Norte, fora do veo. rante os olhos de toda a casa de Isra­
23 E sobre ella pôs em ordem o pâo el! em todas suas jornadas.

D ig itize d by L j O O Q ie
104 LEVÍTICO, I.

0 T E R C E I R O L I V R O DE M O Y S E S
CHAMADO

LE V ÍT IC O .

sacerdotes, espargirão seu sangue ao


CAPITULO I. redor sobre o altar.
CHAMOU Jeh o v a h a Moyses, e 12 Depois o partirá em seus peda­
E fallou com elle da Tenda do
ajuntamento, dizendo:
ços, como tambem sua cabeça e seu
rebanho: e o sacerdote os ordenará
2 Falia aos filhos de Israel, e dize- sobre a lenha, que está no fogo sobre
lhes: Quando alguem de vósoutros o altar.
offerecer offerta a Je h o v a h ; ôffere- 13 Porem a fressura e as pernasla-
cereis vossas offertas do gado, de va­ var-se-hão com agua; e o sacerdote
cas e de ovelhas. isso tudo offerecerâ, e o accenderá so­
3 Se sua offerta for holocausto de va­ bre o altar: isso he holocausto, ofFer-
cas, offerecerâ macho inteiro: á porta ta accendida de suave cheiro a J e h o ­
da Tenda do ajuntamento a offere­ vah.
cerâ de sua própria vontade, perante 14 E se sua offerta para J e h o v a h
a face de Je h o v a h . for holocausto de aves; offerecerâ sua
4 E porá sua mâo sobre a cabeça do offerta de rolas, ou de pombinhos.
holocausto, para que seja aceito por 15 E o sacerdote a levará ao altar,
elle, para expiálo. e fenderá sua cabeça com sua unha,
5 Depois degolará o bezerro peran­ e a accendera sobre o altar; e seu san­
te a face de Je h o v a h ; e os filhos de gue será espremido a parede do altar.
Aaron, os sacerdotes, offerecerão o 16 E seu papo com suas penas tira­
sangue, e espargirão o sangue ao re­ rá, e o lançará junto ao altar para a
dor do altar, que está diante da porta banda do Oriente no lugar da cinza.
da Tenda do ajuntamento. 17 E a fenderá com suas asas, porem
6 Então esfolará o holocausto, e o náo as separará: e o sacerdote a accen­
partirá em seus pedaços. derá em cima do altar sobre a lenha,
7 E os filhos de Aaron, o sacerdote, que está no foço : isso he holocausto,
porão fogo sobre o altar, dispondo a offerta accendida de suave cheiro a
lenha sobre o fogo. Je h o v a h .
8 Tambem os filhos de Aaron, os
sacerdotes, disporão os pedaços, a ca­
beça, e o redanho sobre a lenha, que CAPITULO H.
está no fogo em cima do altar. QUANDO alguma pessoa oífere
9 Porem sua fressura, o suas pernas
lavar-se-hão com agua; e o sacerdote
E cer offerta de manjares a J e h o ­
v a h , sua offerta será de flor de fari­
tudo isto accenderá sobre o altar: ho­ nha ; e nella deitará azeite, e porá.
locausto he, offerta accendida de suave encenso sobre ella.
cheiro a Je h o v a h . 2 E a trará aos filhos de Aaron, os
10 E se sua offerta for de gado sacerdotes, dos quaes o hum delia to­
miudo, de ovelhas ou de cabras pa­ mará hum punhado de sua flor de
ra holocausto; offerecerâ macho in­ farinha, e de seu azeite com todo seu
teiro. encenso: e o sacerdote accenderá sua
11 E o degolará ao lado do altar pa­ offerta memorativá sobre o altar : of­
ra a banda do Norte perante a face ferta accendida he em suave cheiro a
de J e h o v a h ; e os filhos de Aaron, os Jeh ovah .

D ig itiz e d b y Cj OOQ Le
LEVÍTICO, Hl. 105

3 E o q u e aobejar da offerta de man­ do, e de seu azeite, com todo seu en­
jares, s e r á de Aaron e de seus filhos: censo : offerta acoendida he a Je h o ­
santidade de santidades he de offer- vah.
tas a c c e n d id a s de Je h o v a h .
4 E q u a n d o offereceres offerta de
m anjares, cosida em forno: será de
CAPITULO III.
bolos asmos d e flor de farinna, amas­ SE sua offerta for sacrifício grati­
sados com azeite^ e coscorões asmos,
untados com azeite.
E fico : se a offerecer de vacas, ma­
cho ou feraea, a offereoerà inteira di­
5 E se tua offerta for offerta de man­ ante de Je h o v a h .
jareis, cozida na sartà; será de flor de 2 E porá sua mâo sobre a cabeça de
farinha sem fermento, amassada com sua offerta, e a degolará diante dar
azeite. porta da Tenda do ajuntamento; e
6 Em pedaços a partirás, e sobre ella os filhos de Aaron, os sacerdotes, es­
deitarás azeite: oflerta he de manjares. pargirão o sangue sobre o altar ao
7 E se tua offerta for offerta de man­ redor.
jares d a cassou I a : far-se-ha de flor de 3 Depois offerecerá do sacriíicio
farinha com azeite. gratifico a offerta accendida a Je h o ­
8 Entào trarás a offerta de manjares, v a h ; o cevo que cobre a fressura, e
que se fa r á d 7aquillo, a J ehovah j e todo o cebo que está sobre a fressura.
se apresentará ao sacerdote, o qual a 4 Entâo ambos os rins, e o cebo que
levará ao altar. está sobre elles e sobre as tripas, e o
9 E o sacerdote tomará daquella of­ redanho que está sobre o figado com
ferta de manjares sua offerta memo- os rinfe, tirará.
rativo, e a accenderà sobre o altar: of­ 5 E os filhos de Aaron o accenderão
ferta accendida he de suave cheiro a sobre o altar, em cima do holooausto
Jehovah. que estará sobre a lenha, que no fogo
10 E o que sobejar da offerta de man­ está: offerta accendida he de suave
jares. seríi de Aaron e de seus filhos: cheiro a J e h o v a h .
santidade de santidades he de offertas 6 E se sua offerta for de gado miudo
accendidas de J e h o v a h . por sacrifício gratifico a Je h o v a h , seja
11 Nenhum a offerta de manjares, que macho ou femea, inteiro o offerecerá.
offerecerdes a J e h o v a h , se fará com 7 Se offerecer cordeiro por sua of­
form ento: porque de nenhum formen- ferta, offerecé-lo-ha perante a face de
to, nem de ahçum mel offerecereis of­ Je h o v a h .
ferta accendida a J e h o v a h . 8 E porá sua mão sobre a cabeça
12 A offerta das primícias offerece­ de sua offerta, e a degolará diante cia
reis a J e h o v a h : mas sobre o altar náo Tenda do ajuntamento; e os filhos de
subirão por suave cheiro. Aaron espargirão seu sangue sobre o
13 E toda offerta de teus manjares altar ao redor.
salgarás com sal; e náo deixarás fal­ 9 Entào do sacrifício gratifico of­
tar o sal do concerto he teu Deos de ferecerá a Je h o v a h por offerta accen­
tua offerta de manjares: em toda tua dida seu cevo, o rubo inteiro, ao qual
offerta offerecerás sal. tirará do espinhaço: e o cebo que co­
14 E se offereceres a J eh ovah offer­ bre a fressura, e todo o cebo que está
ta d e m anjares das prim ícias; offere- sobre a fressura.
ceras a onerta de manjares de tuas 10 Como tambem ambos os rins, e o
prim icias de espigas verdes, tostadas cebo que está sobre elles e sobre as
a o fo go ; isto lie, do grão trilhado de tripas, e o redanho sobre o figado cora
espigas verdes cheas. os rins, tirará.
15 E sobre ella deitarás azeite, e po­ 11 E o sacerdote o accenderà sobre o
rás sobre ella encenso : offerta he de altar: manjar he da offerta accendida
m anjares. a Je h o v a h .
16 Assim os acerdote accenderà sua 12 Mas se sua offerta for cabra, pe­
offerta raemorativa de seu gráo trilha- rante a face de J e h o v a h a offereoerà.
5*

D ig itize d by L j O O Q ie
106 LEVÍTICO, IV.

13 E porá eüa mâo sobre sua cabe­ que está a porta da Tenda do ajunta­
ça, e a degolará diante da Tenda do mento.
ajuntamento; e os filhos de Aaron es­ 8 E todo o cebo do novilho da expi­
pargirão seu sangue sobre o altar ao ação levantará d e lle : o cebo que co­
redor. bre a fressura, e todo o cebo que estâ
14 Depois offerecerâ delia sua offer­ na fressura.
ta, por offerta accendida a Je h o v a h ; 9 E os dous rins, e o cebo que está
o oebo que oobre a fressura; e todo o sobre elles, que estâ nas tripas, e o
oebo qoe está sobre a fressura. redanho soDre o fígado, com os rins
15 Como tambem ambos os rins, e o tirará.
cebo que está sobre elles e sobre as LO Como se tira do boi do sacrifício
tripas; e o redanho sobre o fígado com gratifico: e o sacerdote o accenderá
os rins, tirará. sobre o altar do holocausto.
16 E o sacerdote o accenderá sobre 11 M as o couro do novilho, e toda
o altar: manjar he da ofTerta accendi­ sua carne; com sua cabeça e com su­
da de suave cheiro. Todo o cebo será as pernas, e suas entranhas e seu es­
de Jehovah . terco ;
17 Estatuto perpetuo isso serâ por 12 É todo aquelle novilho levará fora
vossas gerações em todas vossas ha­ do arraial a num lugar'limpo, aonde
bitações ; nenhum cebo nem alguma se lança a cinza; e o queimará com
sangue comereis. fogo sobre a len h a: aonde se lança a
cinza, queimar-se-ha.
13 M as se toda a congregação de
CAPITULO IV.
Israel houver errado, e o negocio for
ALLOU mais Jehovah a Moyses. oc ulto aos olhos da congregaçào; e se
F dizendo:
2 Falia aos filhos de Israel, dizendo:
fizerem contra hum de touos os man
damentos de J f h o v à h , que nfto deve
quando huma alma peccar por erro de fazer-se, e forem culpados.
algum dos mandamentos de Je h ovah, 14 E o peccado que em contra pec-
ácerca do que nAo deve fazerse; e carem, for notorio: entáo a congrega­
fizer contra alçum delles: ção offerecerâ hum novilho, lilho de
3 Se o sacerdote ungido peccar para vaca. por expiaçfto do peccado, e o tra
esc andalo do povo: offerecerâ por seu rá diante da Tenda do ajuntamento.
pec cado, que peccou, hum novilho, 15 E os nnciâos da congregação po-
filho inteiro de vaca, a J e h o v a h por láos uas inãos sobre a cabeça do no­
expiação do peccado. vilho perante a face de J e h o v a h : e o
4 E trará o novilho à porta da Tenda saccraote degolará o novilho perante a
do ajuntamento perante a face de Je ­ face de J e h o v a h . 9
h o v a h , e porá sua mâo sobre a cabe­ 16 Entáo o sacerdote ungido do san­
ça do novilno, e degolará o novilho pe­ gue do novilho trará ã Tenda do ajun­
rante a face de Je h o v a h . tamento.
5 Entáo o sacerdote ungido tomará 17 E o sacerdote molhará seu dedo
do sangue do novilho, e o trará á Ten­ naquelle sangue, e deite sete vezes
da do ajuntamento. espargirá perante a face de J e h o v a h ,
6 E o sacerdote molhará seu dedo no diante do veò.
sangue, e daquelle sangue espargirá 18 E daquelle sangue porá sobre os
sete vezes perante a face de Je h o v a h , cornos do altar, que está perante a face
diante do veo do Santuario. de J e h o v a h na Tenda ao ajuntamen­
7 Tambem o sacerdote daquelle san­ to : e todo o de mais sangue derram a-
gue porá sobre os cornos do altar do rá no fundo do altar do holocausto,
perfume de espeeiarias aromaticas que está diante da porta da T en da do
perante a face ae Jehovah , que está ajuntamento.
na Tenda <ip ajuntamento: e todo o 19 E tirará delle todo seu cebo, e o
de mais «angue do novilho derrama­ accenderá sobie o altar.
rá no fundo do altar do holocausto, 20 E fará a este novilho, como fez a

D ig itiz e d b y L j O O Q le
LEVÍTICO, V. 107

o novilho da expiação; assim ihe fa­ 32 Mas se por sua offerta trouxer
rá : e o sacerdote por elles fará propi­ cordeiro para expiação do peccado, fe­
ciação, e lhes perdoar-se-ha. mea inteira será, que trouxer.
21 Depois levará o novilho fora do 33 E porá sua mâo sobre a cabeça
arraial, e o queimará, como queimou da expiação do peccado, e o degolara
ao primeiro novilho: úfohe expiação por expiação do peccado, no lugar aon­
do peccado da congregação. de se degola o holocausto.
22 Quando peccar hum Maioral, e 34 Depois o sacerdote com seu dedo
por erro fizer contra algum de todos os tomará do sangue da expiação do pec­
mandamentos de Je h o v a h seu Deos, cado, e o porá sobre os cornos do al­
que nâo deve fazer-se; e assim for tar do holocausto: entâo todo seu de
cuipado; mais sangue derramará no fundo do
23 Ou seu peccado, oue peccou em altar.
contra, lhe for notificado; entâo trará 35 E tirará todo seu cebo, como se
por sua offerta hum cabrão das ca- tira o cebo do cordeiro do sacrificio
Dras, macho inteiro. gratifico; e o sacerdote o accenderà
24 E porá sua mâo sobre a cabeça sobre o altar em cima das offertas
do cabrão, e o degolará no lugar, aon­ accendidas de Je h o v a h : assim o sa­
de se degola o holocausto perante a cerdote por ella fará propiciação de
face de J e h o v a h : isto he expiação seus peccados, que peccou; e lhe se­
de peccado. rá perdoado.
25 Depois o sacerdote com seu dedo
tomará ao sangue da expiação, e o porá
sobre os cornos do altar do holocausto: CAPITULO V.
entào seu de mais sangue derramará QUANDO alguma pessoa peccar,
no fundo do altar do holocausto.
26 Tambem accenderà sobre o altar
E ouvindo huma vós de blasfêmia,
de que for testimunha, seja que o vio,
todo seu cebo, como o cebo do sacri­ ou que o soube: se o nâo denunciar,
ficio gratifico: assim o sacerdote por levará sua iniquidade.
elle fará expiação de seu peccado; e 2 Ou quando alyima pessoa tocar em
lhe será perdoado. qualquer cousa ímmunda; seja hum
27 E se qualquer outra pessoa do corpo morto de besta fera immunda,
povo da terra peccar por erio, fazendo seja hum corpo morto de animal im-
contra algum dos mandamentos de Je ­ raundo, ou corpo morto de reptil im-
h o v a h , que nâo deve fazer-se; e assim mundo, ainda que lhe foi oculto; com
for culpada. tudo será immunda e culpada.
28 Ou seu peccado, que peccou, lhe 3 Ou quando tocar a immundicia de
for notificado \ entâo trará por sua of­ hum homem, segundo toda sua im­
ferta huma cabrinha, femea inteira, mundicia, com que se faz immundo:
por seu peccado, que peccou. e lhe for oculto, e o souber depois ; se­
29 E porá sua mâo sobre a cabeça rá culpada.
da expiação do peccado, e a expiação 4 Ou quando alguma pessoa jurar,
do peccado degolar-se-ha no lugar do pronunciando temerariamente com se­
holocausto. us beiços, para fazer mal. ou para fa­
30 Depois o sacerdote com seu dedo zer bem ; em tudo que o homem pro­
tomará de seu sangue, e o porá sobre nuncia temerariamente com juramento,
os cornos do altar do holocausto: e e lhe for oculto, e o souber depois, cul­
todo seu de mais sangue derramará no pada será em huma destas cousas.
fnndo do altar. 5 Será pois, que culpada sendo em
31 E tirará todo seu cebo, como se huma destas cousas, confessará aquilr
tira o cebo do sacrificio gratifico : e o lo, em que peccou.
sacerdote o accenderà sobre o altar 6 E trarà por sua expiação a Jeho­
por suave cheiro a Je h o v a h : e o sa­ vah por seu peccado, que peccou, hu­
cerdote por ella fará propiciação ; e ma femea de gado miudo, huma cor-
lhe será perdoado. dei ra. ou huma cabrinha pelo peccado •

D ig itize d by L j O O Q ie
*108 LEVÍTICO, VI.

assim o sacerdote por ella ferá propi­ rá ao sacerdote. Assim o sacerdote


ciação de seu peccado. com o carneiro da expiação por ella
7 Mas se sua m&o nâo alcançar, o fará perdoado.
-que basta para gado miudo; entâo 17 É se alguma pessoa peccar, e fizer
trarà em sua expiação da culpa qne contra algum de todòs os mandamen­
peccou, a Je h o v a h duas rolas^ ou dons tos de Je h o v a h , o que nâo deve far
pombinhos; o hum para expiaç&o do zer-se; ainda que nâo soube, com tu­
peccado, e o outro para holocausto. do será culpada, e levará sua iniqui­
8 E os trarà ao sacerdote, o qual dade.
primeiro offerecerá aquelle, qne he 18 E trarà ao sacerdote hum car­
para expiação do peccado; e com sua neiro inteiro do rebanho, conforme a
unha lhe fenderá a cabeça junto ao sua estimação por expiação da culpa;
pescoço, mas nâo parti rã. e o sacerdote por ella iará propiciação
9 E do sangue da expiação do pecca­ de seu erro, em que errou sem saber;
do espargirá à parede do altar; porem e lhe será perdoado.
o que sobejar daquelle sangue, expre- 19 Expiação de culpa he: fazendo-ee
mer-se-ha no fundo do altar: isto he culpada 6e fez culpada a Je h o vah .
expiação de peccado.
10 E do outro farà holocausto con­ CAPITULO VI.
forme ao costume: assim o sacerdote
por ella farà propiciação de seu pecca­ ALLOU mais Je h o v a h a Moyses,
do, que peccou ; e lhe será perdoado.
11 Porem se sua mâo nâo alcançar
F dizendo:
2 Quando alguma pessoa peccar, e
duas rolas, ou dous pombinhos; entâo por trespasso trespassar contra Jeho­
aquelle que peccou, trarà por sua of­ v a h , e negar a seu proximo o deposi­
ferta a dezima parte de hum Epha de to, ou o que tem posto em sua mâo, on
flor de farinha, para expiação do pec­ roubo, ou o que retem violentemente
cado : nâo deitará sobre ella azeite, a seu proximo.
nemporàencenso sobre ella, porquan­ 3 Ou aue achou o perdido, e o negar
to he expiação de peccado. com falso juramento, ou fizer outra
12 E a trarà ao sacerdote, e o sacer­ alguma cousa de todas, em que o ho­
dote delia tomará sen punho cheo por mem costuma peccar.
sen memorial, e a accenderà sobre o 4 Será pois qne, porquanto peccou e
altar, em cima das offertas accendi­ ficou culpada, restituirá o roubo que
das de Jeh o v a h : isto he expiação de roubou, ou o retendo que retem vio­
peccado. lentamente, ou o deposito que lhe tbi
13 Assim o sacerdote por elle fará dado em guarda, ou o perdido que
propiciação de seu peccado, que pec­ achou.
cou em alguma destas cousas, e lhe 5 Ou tudo aquilk) sobre que jurou
serà perdoado; e serà do sacerdote, falsamente; e o restituirá em seu ca­
como a offerta de manjares. bedal, e ainda sobre isso acrecentarà
14 Fallou mais Je h o vah a Moyses, o quinto: cujo he, a aqueHe o dará no
dizendo; cjia de sua expiação.
15 Quando alguma pessoa por tres- 6 E sua expiação trarà ao sacerdote
pas8amento trespassar, e peccar por a Je h o v a h , num carneiro inteiro do
erro, tirando alguma cousa das cousas rebanho, conforme a tua estimação,
sagradas de Je h o v a h ; entâo trará a por expiação.
Je h o v a h por sua expiação hum car­ 7 E o sacerdote por ella fará expia*
neiro inteiro do rebanho, conforme a çâo diante de Je h o v a h , e alcançará
tua estimação em siclos de prata, se­ perdão de qualquer de todas as cousas
gundo o siclo do Santuario, por ex­ que fez, sendo culpada nellas.
piação da culpa. 8 Fallou mais Je h o v a h a Moyses,
16 Assim restituirá o que peccando dizendo.
tirou das cousas sagradas, e ainda de 9 Manda a Aaron e a seus filhos, di­
mais acrecentarà seu quinto, e o da­ zendo : esta he a lei do holocausto;

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LEVÍTICO, VII. 109

este holocausto será accendido sot?re dos do presente offerecerás em suave


o altar toda a noite até À manhã, e o cheiro a Je h o v a h .
fogo do altar arderá nelle. 22 Tambem o sacerdote, que de se­
10 E o sacerdote vestirá sua veste us filhos em seu lugar será ungido, fará o
de linho, e vestirá as calças de linho mesmo; estatuto perpetuo seja; toda
sobre sua c arne, e levantará a cinza, será accendida a j e h o v a h .
quando o fogo haverá consumido ao 23 Assim todo presente do sacerdote
holocausto sobre o altar, e a porá junto totalmente será queimado; não se co­
ao altar. merá.
11 Depois despirá suas vestes, e ves­ 24 Fallou mais Je h o v a h a Moyses,
tirá outras vestes: e levará a cinza fora dizendo:
do arraial ao lugar limpo. 25 Falia a Aaron e a seus filhos, di­
12 0 fo go pois sobre o altar arderá zendo : esta he a lei da expiação do
nelle, nào se ap agará; mas o sacer­ peccado : no lugar aonde se degola o
dote n e lle cada manhã accenderá le­ noloeausto, se degolará a expiação do
nha, e sobre elle ordenará o holocaus­ peccado perante a face de J e h o v a h ;
to, e sobre elle accenderá a gordura santidade de santidades he isso.
das o ífertas gratificas. 26 O sacerdote que a offerecer pelo
13 O fogo arderá continuamente so­ peccado, a comerá : no lugar santo se
bre o altar; náo será apagado. comerá, no pateo da Tenda do ajun­
14 E esta he a lei do presente: tamento.
hum dos filhos de Aaron o offerecerâ 27 Tudo que tocar em sua carne, se­
perante a face de Je h o v a h diante do rá santo: se alguem de seu sangue es­
altar. pargir sobre algum vestido, aquillo, so­
15 E delle tomará seu punho cheo bre que cahio, lavarás no lugar santo.
d a flor de farinha do presente, e de 28 E o vaso de barro, em que for
seu azeite, e todo o encenso que está cozida, será quebrado; porem se for
sobre o presente : entáo o accenderá cozida em hum vaso de metal, esfre-
sobre o a lta r ; suave cheiro he isso por gar-se-ha, e se lavará na agua.
sua m em ória a Je h o v a h . 29 Todo macho entre os sacerdotes
16 E o restante delle comerão Aa­ a comerá: santidade de santidades
ron e seus filhos; asmo se comerá he isso.
no lugar santo, no patio da Tenda do
ajuntamento o comeráo. cado, de cujo sangue se trará na 'fen­
17 Levado náo se cozerá: sua por- da do ajuntamento, para reconciliar
<^áo he, que lhes dei de minhas offer- no Santuario, se comerá: no fogo se
tas accendidas: santidade de santi­ rà queimada.
dades he, como a expiação do pecca­
do. e como a expiação da culpa. CAPITULO V II.
18 Todo macno entre os nlhos de
Aaron comerá delle : estatuto perpe­ ESTA he a lei da expiação da
tuo será para vossas gerações aas of-
fertas accendidas de Je h o v a h ; tudo
E
he.
culpa : santidade de santidades

que tocar nellas, será santo. 2 No lugar aonde degolão o holo­


!9 Fallou mais Je h o v a h a Moyses, causto, degolarão a expiação da cul­
d iz e n d o : pa; e seu sangue se espargirá sobre o
20 Esta he a offerta de Aaron e de altar ao redor.
seus filhos, que offerecerão a Je h o ­ 3 E delia se offerecerâ toda sua gor­
v a h , ao dia em que for ungido • a de- dura ; o rabo, e a gordura que cobre a
zima parte de hum Epha de flor de fressura.
üarinha por presente continuo; a me­ 4 Tambem ambos os rins, e o cebo
tade delia pela manhã, e a outra me­ que nelles ha, que estâ sobre as tripas,
tade delia a tarde. e o redanho sobre o figado, com os
21 Em huma sartã se fará com azei­ rins se tirará.
te; frita a trarás; e os pedaços cozi­ 5 E o sacerdote o acceuderá sobre o

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110 LEVÍTICO; VII.

altar em offerta accendida a Jehovah : 19 E a carne qne tocar cousa algu­


eipiaç&o da culpa he isso. ma immunda nâo se comerá; com fo­
6 Todo macho entre os sacerdotes a go será queimada : mas da outra car­
co m erá: no lugar santo se com erá: ne, qualquer limpo comerá daquella
santidade de santidades he isso. carne.
7 Como a expiação do peccado, assim 20 Porem se alguma pessoa comer a
será a expiação da c u lp a: huma mes­ carne do sacrificio gratifico, que he
ma lei haverá para ellas : será do sa­ de Je h o v a h ,estando immunda : aquel­
cerdote, que houver feito propiciação la pessoa serà desarreigada de seus
com ella. povos.
8 Tam bem o sacerdote, que offere­ 21 E se hum* pessoa tocar alguma
cer o holocausto de alguem, o tal sa­ cousa immunda; comoimmundicia de
cerdote terá o couro cio holocausto, homem, ou gado immundo, ou qual-
que offerecer. uer abominação immunda, e comer
9 Como tambem todo o presente, que a carne do sacrificio gratifico, que
se cozer no forno, com tudo que se he de Je h o v a h ; aquella pessoa será
adereçar em sartá e em caçoula, será desarreigada de seus povos.
do sacerdote, que o offerece. 22 Depois fallou Je h o v a h a Moyses,
10 Tam bem todo presente amassado dizendo:
com azeite, ou seco, será de todos os 23 Falia aos filhos de Israel, dizen­
filhos de Aaron, assim do hum, como do : nenhum cebo de boi, nem de
do outro. carneiro, nem de cabra comereis.
11 E esta he a lei do sacrificio gra­ 24 Porem do cebo de corpo morto,
tifico, que se offerecerá a Jehovah. e do cebo do arrebatado, para toda
12 Se o offerecer por offerta de lou­ obra usarse pode; mas em nenhuma
vores, com o sacrificio de louvores of­ maneira o comereis.
ferecerá bolos asmos, amassados com 25 Porque qualquer qne comer o ce­
azeite, e coscorôes asmos, untados bo de animal, de qual se offerec er a
com azeite; e os bolos amassados com J eh o v a h offerta accendida; a pessoa
azeite serão fritos de flor de farinha. que o comer, será desarreigada de
13 Com os bolos offerecerá pão lé- seus povos.
vado por sua offerta, com o sacrificio 26 E nenhum sangue comereis em
de louvores de sua offerta gratifica. todas vossas habitações; quer de aves,
14 E de toda a offerta offerecerá quer de gado seja.
hum delles por offerta alçadiça a J e­ 27 Toda pessoa que comer algum
hovah : que será do sacerdote, que sangue, aquella pessoa serà desarrei-
espargirá o sangue da offerta gratifica. gaaa de seus povos.
15 M as a carne do sacrificio de lou­ 28 Fallou mais Je h o v a h a Moyses,
vores de sua offerta gratifica se come­ dizendo:
rá no dia de seu offerecimento: nada 29 Falia aos filhos de Israel, dizen­
se deixará delia até á manhã. do: quem offerecer a Je h o v a h seu
16 E se o sacrificio de sua offerta for sacrificio gratifico; trará sua offerta a
voto, ou offerta voluntaria^ no dia em jEnovAH de seu sacrificio gratifico.
que offerecer seu sacrificio, se come­ 30 Suas mâos traráo as offertas accen­
rá ; e o que delle ficar, tambem co- didas de Jeh o v a h : trará o cebo do
mer-se-na ao dia seguinte. peito com o peito, para movélo por
17 E o que ainda ficar da carne do offerta movediça perante Je h o v a h .
sacrificio ao terceiro dia, será quei­ 31 E o Sacerdote accenderà o cebo
mado com fogo. sobre o altar; porem o peito será de
18 Porque se da carne de seu sacrificio Aaron e de seus filhos.
gratifico em alguma maneira se comer 32 Tambem a espadoa direita dareis
ao terceiro dia,aquelle que a offereceo, ao sacerdote por offerta alçadiça de
não será aceito, nem lhe será imputa­ vossos sacrifícios gratificos.
do ; cousa abominavel será, e a pessoa 33 O qual dos filnos de Aaron offere­
que comer della,levará sua iniquidade. cer o sangne do sacrificio gratifico, e

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LEVÍTICO, vni. 111
é cevo, daquelle será a espadoa direi- na mitra diante de seu rosto pós a
trpOFJtta parte. folha de ouro, a coroa da santidade;
34 Porque o peito movediço e a es­ como Je h o v a h mandára a Moyses.
padoa alçadiça tomei dos filnos de Is­ 10 Entào Moyses tomou o azeite da
rael de seus sacrifícios gratificos, e o unção, e ungio ao Tabemaculo, e tu­
dei a Aaron o sacerdote, e a seus filhos do que havia nelle, e o santificou.
por estatuto perpetuo dos filhos de Is­ 11E delle espargio sete vezes sobre
rael. o altar, e ungio ao altar e todos seus
35 Esta he a unção de Aaron, e a un­ vasos, como tambem a Tina e sua ba-
ç&ode seus filhos das offertas ac cendi- sé, para santificáJas.
dasJe Je h o v a h . no dia em que os fez 12 Depois derramou do azeite da
cbegar. para administrar o sacerdocio unção sob/e a cabeça de Aaron, o un­
a Je h o v a h . gio o, para santificálo.
36 O que J e h o v a h mandou, que se 13 Tambem fez Moyses chegar aos
lhes desse dos filhos de Israel, no dia filhos de Aaron, e vestio-lhes as túni­
em que os ungio: estatuto perpetuo cas, e cingio-os com cinto, e apertou-
sèja para suas gerações. lhes as coifas; como Je h o v a h man­
37 Esta he a lei do holocausto, da dára a Moyses.
offerta de manjares, e da expiação do 14 Então fez chegar ao novilho da
peccado, e da expiação da culpa, e da expiação do peccado; e Aaron e seus
offerta <ías consagrações, e do sacrifí­ fimos puserão suas mãos sobre a cabe­
cio gratifico. ça do novilho da expiação do peccado.
38 Que J e h o v a h mandou a Moyses 15 E o degolárão, e Moyses tomou o
no monte de Sinai, no dia em que sangue, e pós delle com seu dedo sobre
mandou aos filhos de Israel, que one- os cornos do altar ao redor, e expiou
receasem suas offertas a Je h o v a h no ao altar: depois derramou o de mais
deserto de Sinai. Bangue no fundo do altar, e o santi­
ficou, para fazer propiciação por elle.
16 Depois tomou todo o cebo, que
CAPITULO V11L está na fressura, e o redanho do figado,
ALLOU mais* Je h o v ah a Moyses, e os dous rins e seu cebo; e Moyses
F dizendo: 0 accendeo sobre o altar.
2 Toma a AaTon e a seus filhos com 17 Mas o novilho com seu couro, e
elle. e os vestidos, e o azeite da unção; sua carne, e seu esterco queimou com
como tambem o novilho da expiação fogo fora do arraial; como Je h o v a h
do peccado, e os dous carneiros, e o mandára a Moyses.
cesto dos paens asmos. 18 Depois fez chegar ao carneiro do
3 E aiunta toda a congregação á por­ holocausto; e Aaron e seus filhos pu­
ta da Tenda do ajuntamento. serão suas mãos sobre a cabeça do
4 Fez pois Moyses como J eh o v a h carneiro.
lhe m a n d á r a ; e a congregação ajun­ 19 E o degolárão. e Moyses espargio
tou-Se à porta d a Tenda do ajunta­ o sangue sobre o altar ao redor.
mento. 20 f^rtio tambem ao carneiro em su­
5 Então disse Moyses á congregação: as parte"; e Moyses accendeo a cabe­
isto he o que Jeh o v a h mandou fazer. ça, e as partes, e o cebo.
6 E Moyses fez chegaT a Aaron e a 21 Porem a fressura e as pernas la­
seus filhos: e os lavou com agua. vou com agua; e Moyses accendeo to­
7 E lhe vestio a tunica, e cingio-o do o carneiro sobre o altar: isso era
com o cinto, e pôs sobre elle o manto ; holocausto de suave cheiro, huma of­
tambem pôs sobre elle o Ephod, e cin- ferta accendida a Jehov a ií ; como Je­
gio o com o cinto artificioso do Ephod. hovah mandára a Moyses.
e o apertou com elle. 1 27 Depois fez chegar ao outro carnei-
8 Depois pôs-lhe o peitoral, pondo I ro, o carneiro das consagrações: e
no peitoral o Urira e o Tummim. * Aaron com seuà filhos puserão suas
9 E pôs a mitra sobre sufi cabeça, e I mãos sobre a cabeça do carneiro.

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112 LEVÍTICO, IX.

23 E o degolarão ; e Moyses tomou até ao dia, em que se cumprirem oa.


de seu sangue, e o pôs sobre a tenrilha dias de vossas consagrações: porquan­
da orelha direita de Aaron, e sobre o to por sete dias sereia consagrados.
polegar de sua mão direita, e sobre o 34 Como se fez neste dia, assim Je h o ­
polegar de seu pé direito. vah mandou fazer, para expiar-voa.
24 Tambem fez checar aos filhos de 35 Ficareis pois à porta da Tenda do
Aaron; e Moyses pôs daquelle sangue ajuntamento dia e noite por sete dias,
sobre a tenrilha de sua orelha direita, e fareis a guarda de Je h o v a h , para
e sobre o polegar de sua mão direita, [ue não morraes: porque assim me
e sobre o polegar de seu pé direito: e ?oi mandado.
36 E Aaron e seus filhos fizerão todas
Moyses espargio o de nuas sangue so­
bre o altar ao redor. as cousas, que Je h o v a h mandou pela
25 E tomou o cebo, e o rabo, e todo mão de Moyses.
o cebo que está na fressura, e o reda­
nho do figado, e ambos os rins, e seu CAPITULO IX.
cebo, e a espadoa direita.
26 Tambem do cesto dos paens as­ ACONTECEO ao dia oitavo, que
mos, que estava diante da lace de J e ­
h o v a h , tomou hum bolo aamo, e hum
E Moyses chamou a Aaron e a se­
us filhos, e aos anciãos de Israel.
bolo de pão azeitado, e hum coscorão; 2 E disse a Aaron: toma-te hum be­
e o pôs sobre o cebo, e sobre a espa­ zerro, filho de vaca, para expiação do
doa direita. peccado, e hum carneiro para holo­
27 E tudo isto deu nas mâos de Aaron, causto, inteiros: e traze-os perante a
e nas mâos de seus filhos; e o moveo face de Je h o v a h .
por offerta movediça perante a face 3 Depois fallaràs aos filhos de Israel,,
de Je h o v a h . dizendo: tomai hum cabrão das ca­
28 Depois Moyses o tomou de suas bras para expiação do peccado, e hum
mâos, e o accendeo no altar sobre o ho­ bezerro, e hum cordeiro de hum anno,
locausto : estas forão consagrações de inteiros, para holocausto.
suave cheiro, offerta accendida a Je­ 4 Tambem hnm boi e hum carneiro
hovah. por sacrificio gratifico, para sacrificas
29 E tomou Moyses o peito, e moveo perante a face de J ehovah ; e offerta
o por offerta movediça perante a face ae manjares, amassada com azeite:
de J e h o v a h : aquelle foi a quinhão de porquanto hoje Je h o v a h vos appare­
Moyses do carneiro das consagrações: cêra.
como J e h o v a h mandára a Moyses. 5 Entâo tomarão o que mandou Moy­
30 Tomou Moyses tambem do azeite ses, trazendo-o diante da Tenda do
da unção, e do sangue que estava so­ ajuntamento, e chegou-se toda a con­
bre o altar, e o espargio sobre Aaron gregação, e se pôs perante a face de .
e sobre seus vestidos, e sobre seus JEHOVAH.
filhos, e sobre os vestidos de seus filhos 6 E disse Moyses: esta cousa que
com elle; e santificou a Aaron, e seus Je h o v a h mandou, fareis; e a gloria
vestidos, e seus filhos, e os vestidos de de Je h o v a h vos apparecerá.
seus filhos com elle. 7 E disse Moyses a Aaron: chega-te
31 E Moyses disse a Aaron, e a seus ao altar, e faze tua expiação de pec­
filhos: cozei a carne diante da porta cado e teu holocausto; e faze propi­
da Tenda do ajuntamento, e ali a co­ ciação por ti e pelo povo: depois faze
mei com o pâo, que está no cesto das a offerta do povo, e faze propiciação
consagrações, como tenho mandado, por elles, como mandou Je h o v a h .
dizendo: Aaron e seus filhos a co­ 8 Então Aaron chegou-se ao altar, e
merão. degolou o bezerro da expiação, que
32 Mas o que sobejar da carne e do era por elle.
pão, queimareis com fogo. 9 É os filhos de Aaron trouxerâo-lhe
33 Tambem da porta da Tenda do o sangue, e molhou seu dedo no san­
ajuntamento não sahireis em sete dias, gue, e o pôs sobre os corno» do altar •

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LEVÍTICO, X. 113

e o de mais sangue derramou no fundo vendo todo o povo, jubilarão e cahi-


do altar. rào sobre suas faces.
10 Mas o cebo, e os rins, e o redanho
do figado da expiação do peccado ac-
cendeo sobre o altar; como Jehovah CAPITULO X.
mandára a Moyses. OS filhos de Aaron, Nadab e Abi-
11 Porem a carne e o couro queimou
com fogo fora do arraial.
E hn, tomàrão cada hum seu encen-
sario, e puserão fogo nelles, e puse­
12 Depois degolou o holocausto; e rão encenso sobre elle, e trouxerâo
os filhos de Aaron lhe entregàrâo o fogo estranho perante a face de Jeh o ­
sangue, e espargio o sobre o altar ao v a h ; o que lhes não mandára.
redor. 2 Entâo fogo sahio de diante da face
13 Tambem lhe entregàrâo o holo­ de J e h o v a h , e consumio-os; e mor­
causto em seus pedaços, com a cabe­ rerão perante a face de Je h o v a h .
ça ; e accendeo o sobre o altar. 3 E disse Moyses a Aaron : isto he o
14 E lavou a fressura e as pernas; e que Je h o v a h fallou, dizendo: serei
as accendeo sobre o holocausto no altar. santificado naquelles que chegâo-se a
15 Depois fez chegar a offerta do mim, e serei glorificado perante a face
povo, e tomou o cabrão da expiação de toao o povo: porem Aaron callou-se.
do peccado, que era do povo, e o dego­ 4 E Moyses chamou a Misael e a
lou, e o adereçou por expiação do pec­ Elzaphan, filhos de Ussiel, tio de Aa­
cado, como ao primeiro. ron, e disse-lhes: chegai, tirai a vossos
16 Fez tambem chegar o holocausto, irmãos de diante do Santuario fora
e o adereçou segando o rito. do arraial.
17 E fez chegar a offerta de manja­ 5 Então chegarão, e os levarão em
res, e delia encheo sua mão. e o accen­ suas túnicas fora do arraial; como
deo sobre o altar; alem do holocausto Moyses tinha dito.
da manhã. . . 6 E Moyses disse a Aaron, e a Elea­
18 Depois degolou ao boi è ao car­ zar, e a Itnamar, seus filhos : nâo des-
neiro em sacrificio gratifico, que era cubrireis vossas cabeças, nem rasga­
do povo; e os filhos de Aaron entre­ reis vossos vestidos, para que nâo mor­
garão-lhe o sangue, que espargio sobre rais, nem venha grande indignação
o altar ao redor. sobre toda a congregação: mas vossos
19 Como tambem o cebo do boi, e irmãos, toda á casa ae Israel, lamenta­
do carneiro, o rabo, e o que cobre a rão este incêndio, que J e h o vah accen­
fressura, e os rins, e o redanho do figa­ deo.
do. 7 Nem sahireis da porta da Tenda
20 E puserão o cebo sobre os peitos; do ajuntamento, para que não morra-
e accendeo o cebo sobre o altar. es: porque o azeite da unção de Je ­
21 Mas os peitos e a espadoa direi­ h o v a h estâ sobre vósoutros: e fize­
ta Aaron moveo por offerta movediça rão conforme á palavra de Moyses.
perante a face de Je ho vah ; como 8 E fallou Je h o v a h a Aaron,dizendo:
Moyses tinha mandado. 9 Vindo nem cidra tu e teus filhos
22 Depois Aaron levantou suas mãos comtigo não bebereis, quando entra­
ao povo, e benzeo-os; e deceo, havendo reis na Tenda do ajuntamento, para
feito a expiação do peccado, e o holo­ que náo morrais: estatuto perpetuo
causto, e a offerta gratifica. seja isso entre vossas gerações.
23 Entào entrou Moyses com Aaron 10 E para fazer differença entre o
na Tenda do ajuntamento: depois sa- 6anto e entre o profano; e entre o
hirão, e benzerão ao povo; e a glo­ immundo e entre o limpo.
ria de Jehovah appareceo a todo o 11 E para ensinar os nlhos de Israel
povo. todos os estatutos, que Je h o v a h lhes
24 Porque fogo sahio de diante da tem fallado pela mão de Moyses.
face de j e h o v a h , e consumio o holo­ 12 E disseMoyses a Aaron, e a Ele­
causto e o cebo sobre o altar: o que azar, e a Ithamar, seus filhos, que lh*

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114 LEVÍTICO, XI.

ficàrâo : tomai o presente, restante 2 Falia aos filhas de Israel, dizendo:


das offertas accencudas de Jehovah, Estes sâo os animaes, que comerep
e o comei sem levadura junto ao al­ de todas as bestas, que estão sobre a
tar ; porquanto he santidade de santi­ terra.
dades . 3 Tudo que tem unhas fendidas, e a
13 Portanto o comereis no lugar san­ fenda das unhas divide em duas, e re-
to ; porque is to he tua quinhâOj e a môe entre os animaes, aquillo c ome­
quinnão de teus íilhos das offertas reis.
accendidas deJEHovAH: porque assim 4 Porem estes nâo comereis, que so­
me foi mandado. mente remóem, ou somente tem unhas
14 Tam bem o peito movediço e a fendidas: o camelo, que remóe, mas
espadoa alçadiça comereis em lugar nâo tem unhas fendidas; este vos será
limpo, tu, e teus filhos, e tuas filhas immundo.
com tigo; porque forão dados por tua 5 E o coelho, porque remóe, mas n&o
quinhão, e por quinhão de teus filhos, fende as unhas; este vos serà im­
dos sacrifícios gratificos dos filhos de mundo.
Israel. 6 £ a lebre, porque remóe, mas n&o
15 A espadoa alçadiça e o peito mo­ fende as unhas; esta vos serà im­
vediço trarão com as offertas accendi­ munda.
das ao cebo, para mover por offerta 7 Tambem o porco, porque tem un­
movediça perante a face de Jehovah ; has fendidas, e a fenaa das unhas-se
o que serà por estatuto perpetuo para divide em duas, mas nâo remóe o co­
ti, e para teus filhos com tigo; como mido : este vos serà immundo.
Jehovah tem mandado. 8 De sua carne nâo comereis, nem
16 E Moyses diligentemente buscou tocareis a seu corpo morto; estes vos
ao cabrão da expiação, e eis que ja serâo immundos.
era queimado : por tanto indignou-se 9 Isto comereis, de tudo que nas agu­
grandemente contra Çleazar e contra as ha: tudo que tem barbatanas e es­
Ithamar, os filhos que de Aaron ficà- camai nas aguas, nos mares, e nos ti­
rão, dizendo: os, aquillo comereis.
17 Porque nâo comestes a expiação 10 Mas tudo que nâo tem barbatanas
do peccado no lugar santo 1 pois he nem escamas nos mares, e nos rios,
santidade de santidades : e a deu a de todo reptil dás aguas, e de toda
vósoutros, para que levásseis a iniqui­ alma vivente, que está nas aguas, vos
dade da congregação, para fazer pro­ serâo abominação.
piciação por elles diante da face de 11 Em abominação vos ser&o: de
Jehovah. sua carne nâo comereis; e abomina­
18 Eis que seu sangue-se nâo trouxe reis seu corpo tnorto.
ao Santuario de dentro: comendo ha­ 12 Tudo que não tem barbatanas ou
veis de comela no Santuario; como escamas nas aguas, vos serà abomina­
tenho mandado. ção.
19 Então disse Aaron a M o y s e s : Eis 13 E das aves estas abominareis,
que hoje offerecérão sua expiação de não se comerão, serâo abominação : a
peccado, e seu holocausto perante a aguia, e o açor, e o esmerilhão.
face de Jehovah. a tais cousas me 14 E o milnano, e a pega segundo
succedérâo: se eu noje coméra a expi­ sua especie.
ação do peccado, seria pois aceito em 15 Todo corvo segundo sua especie.
olnos de Jehovah. 16 E o abestruz, e o mocho, e o cu­
20 E ouvindo Moyses isto, foi aceito co, e o gavião segundo sua especie.
em seus olhos. 17 E o bufo, e o corvo marinho, e a^
curuja.
18 E a gralha, e o cisne, e o pelic&o.
C A P IT U L O XI.
19 E a cegonna, a garça segundo sua
F A L L O U Jehovah a Moyses e a especie, e a poupa, e o murcego.
Aaron, dizendo-lhes: 20 Todo reptil quç avôa, que anda

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LEVÍTICO, XI. 115

B obn q m tio p e s, vos será por abomi- houver nelle, serà immundo, e o txzso
quebrareis.
isto comereis de todo reptil 34 Todo manjar que se come, sobre
que avòa, que anda sobre quatro pés ; ue vier a agua, serà immundo; e to-
o que tiver pernas sobre seus pés, pa­ a bebida que se bebe, em todo vaso
ra saltar com ellas sobre a terra. serà immurida.
22 Delles comereis estes; o gafa­ 35 E sobre que cahir alguma cousa
nhoto segundo sua especie, e o Somam de seu corpo morto, serà immundo:
segundo soa especie, e o Hargol se­ o forno e o vaso de barro serào que­
gundo soa especie, e o Hagab segun­ brados; immundos s&o: portanto vos
do soa especie. serâo por immundos.
23 E todo re p til que avôa, aue tem 36 Porem a fonte ou cisterna, em
quatro pés, vos será por aDomina- que se recolhem aguas, serà limpa:
çáo. mas quem tocar a seu corpo morto,
24 E por estes sereis immundos: será immundo.
qualquer que tocar seus corpos mor­ 37 E se de seus corpos mortos cahir
tos, immundo será até á tarde. alguma cousa sobre alguma semente de
25 Qualquer que levar seus corpos semear, que se semea, será limpa.
mortos, lavará seus vestidos, e serà 38 Mas se for deitada agua sobre
immundo até â tarde. a semente, e se de seu corpo morto
26 Todo animal que tem unhas fen­ cahir alguma cousa sobre ella, vos se­
didas, mas a fenda nâo divide em du­ rá por iramunda.
as. nem remòe, vos será por immun­ 39 E se morrer algum dos animaes,
do: qualquer que tocar nelles, será que vos são por mantimento; quem
immundo. tocar a seu corpo morto, serà immun­
27 E todo que anda sobre suas pa­ do até à tarde.
tas de todo anima], que anda a quatro 40 E quem comer de seu corpo mor­
pesy vo6 serà por iminundo: qualquer to, lavará seus vestidos, e serà im­
qae tocar a seus corpos mortos, serà mundo até à tarde; e quem levar seu
immundo até â tarde. corpo morto, lavará seus vestidos, e
28 E o que levar seus corpos mor­ será immundo até à tarde.
tos, lavará seus vestidos, e serà im­ 41 Tambem todo reptil, que anda
mundo até á tarde: vos serâo por im- de peito sobre a terra, serà abomina­
muodos. ção ; nâo se comerá.
29 Estes tambem vos serào por im- 42 Tudo que anda sobre o peito, e
mnndos entre os reptiles, que andâo tudo que anda sobre quatro pés, ou
de peito sobre a terra: a doninha, e que tem mais pés, entre todo reptil
o rato, e o cágado segundo sua es­ que anda de peito sobre a terra, nâo
pecie. comereis; porquanto sâo abominação.
30 E o ouriço cacheiro, e o lagarto, 43 Não façais vossas almas abomi-
e a lagartixa, e a lesma, e a toupeira. naveis em nenhum reptil, que anda
31 Estes vos serào por immundos de peito; nem nelles vos contamineis,
entre todo reptil, qualquer <jue os to­ para ser immundos por elles.
car, estando mortos, será immundo 44 Porque eu sou J e h o v a h vosso
até à tarde. Deos: Portanto vos santificareis, e
32 E tndo aqui 11o, sobre que delles sereis santos, porque eu sou santo;
cahir alguma cousa, estando mortos, e nâo contaminarei* vossas almas em
será immundo; seja todo vaso de ma­ nenhum reptil, que anda de peito so­
deira, ou vestido, ou pele, ou saco; bre a terra.
qualquer instrumento, com que se faz 45 Porque eu sou Je h o v a h , que vos
alguma obra; será mettido na agua, e faço subir da terra de Egypto, para
perà immundo até à tarde; depois que eu seja vosso Deos; e para que
será limpo. sejais santos, porque eu sou santo.
33 E todo vaso de barro, em qué 46 Esta he a lei dos animaes, e das
cahir alguma cousa delles, tudo que aves, e de toda alma vivente, que se

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116 LEVÍTICO, XII, XIII.

move nas aguas: e de toda alma, que entâo serà levado a Aaron o sacerdote,
anda de peito sobre a terra. ou a hum de seus filhos, os saceidotes.
47 Para fazer diflerença entre o im­ 3 E o sacerdote attentarà para a
mundo e entre o limpo; e entre os chaga na pele da came; se o pelo na
animaes, que se podem comer, e en­ chaga se tomou branco, e a chaga
tre os animaes, que n&o se podem co­ parecer mais profunda que a pele de
mer. sua carne; chaga de lepra he: vendo-
o assim o sacerdote, o declarará por
immundo.
CAPITULO XII.
4 Mas se a empóla na pele de sua
A LLO U mais J e h o v a h a Moyses, carne for branca, e nâo parecer mais
F dizendo: profunda que a pele, e o pelo náo se
2 Falia aos filhos de Israel, dizendo: tornou branco: entào o sacerdote en­
Quando a mulher conceber e parir cerrará ao chagado por sete dias.
hum macho, será immunda sete aias; 5 E ao setimo dia o sacerdote atten­
conforme aos dias da separação de tarà para elle ; e eis que, se a chaga
sua enfermidade será immunda. a seu parecer parou, e a chaga na pe­
3 E ao dia oitavo será circuncidada le se nâo estendeo; entâo o sacerdote
a carne de seu prepúcio. o encerrará por outros sete dias.
4 Depois ficará trinta e tres dias no 6 E o sacerdote ao setimo dia outra
sangue de sua purgação: nenhuma vez attentarà para elle; e eis que, se
cousa santa tocará, e nâo virá ao San­ a chaga se recolheo, e a chaga na pe­
tuario, até que se cumprào os dias de le se náo estendeo, entâo o sacerdote
sua purgação. o declarara por limpo: postema era ;
5 Mas se parir huma femea, será im­ e lavará seus vestidos, e será limpo.
munda duas semanas conforme sua 7 Mas se a postema na pele esten­
separação: depois ficará sessenta e dendo se estendeo, depois que foi
seis dias no sangue de sua purgação. mostrado ao sacerdote para sua puri­
6 E quando forem cumpridos os di­ ficação ; outra vez será mostrado ao
as de sua purgação por filho ou por sacerdote.
filha, trará num cordeiro de hum an­ 8 E o sacerdote attentarà para elle,
no por holocausto, e hum pombinho e eis que, se a postema na pele se
ou huma rola para expiação de pec­ tem estendido, o sacerdote o declara­
cado, diante da porta da Tenda do rá por immunao: lepra he.
ajuntamento ao sacerdote, 9 Quando no homem houver chaga
7 O qual offerece-lo-ha perante a face de lepra, serà levado ao sacerdote.
de J e h o v a h , e por ella fará propicia­ 10 Se o sacerdote vir, que inchação
ção; e será limpa do fluxo de seu branca ha na pele, a qual tomou o pe­
sangue: esta he a lei da que parir lo em branco, e houver alguma saude
macho ou femea. de came viva na inchação;
8 Mas se sua mâo nâo alcançar as­ 11 Lepra envelhecida ne na pele de
saz para hum cordeiro, entâo tomará sua came: por tanto o sacerdote de-
duas rolas, ou dous pombinhos, hum clara-lo-ha por immundo: nâo o en­
para o holocausto, e hum para a expia­ cerrará; pòrque immundo he.
ção do peccado: assim o sacerdote por 12 E se a lepra reverdecer na pele,
ella fará propiciação, e será limpa. e a lepra cubnr toda a pele do chaga­
do. desde sua cabeça até seus pés, a
toda a vista dos olhos do sacerdote.
CAPITULO XIII. 13 E o sacerdote attentar que, eis
ALLO U mais J e h o v a h a Moyses que a lepra tem cuberto toda sua car­
F e a Aaron, dizendo: ne ; entâo ao chagado declarará por
2 O homem, quando na pele de sua limpo: todo se tornou branco; lim­
carne houver inchação, ou chaga, ou po he.
empôla branca, que estiver na pele 14 Mas no dia em que apparecer uel-
de soa carne como chaga de lepra; la came .viva, serà immundo.

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LEVÍTICO, xin. 117

15 Vendo pois o sacerdote a carne dura: portanto o sacerdote o decla­


viva, declara-lo-ha por immundo: a rará por limpo; porque sinal he da
came viva he immunda; lepra he. queimadura.
16 Ou tornando a carne viva, e mu­ 29 E quando homem ou mulher ti­
dando-se em branca^ entâo virá ao sa­ ver chaga na cabeça, ou na barba.
cerdote. 30 E o sacerdote attentando a cha­
17 E vendo-o o sacerdote, e eis que ga, eis que ella parece mais funda que
a chaga se tomou branca ; entâo o sa­ a pele, e pelo amarello fino nella ha, o
cerdote por limpo declarará ao cha­ sacerdote o declarará por immundo,
gado; limpo he. tinha he, lepra he da cabeça ou da
18 Se tambem a carne, em cuja pele barba.
houver alguma postema, se sarar: 31 Mas havendo o sacerdote atten-
19 E em lugar da postema vier in­ tado a chaga da tinha, e eis que ella
chação branca ou empóla branca en- nâo parece mais funda que a pele, e
vermelliecida; se mostrará ao sacer­ pelo preto nâo houver nella; entâo o
dote. sacerdote encerrará ao chagado da
20 Se o sacerdote attentar que, eis tinha por sete dias.
que ella parece mais funda que a pele: 32 E o sacerdote attentarà a chaga
e seu pelo se tomou branco; o sacer­ ao setimo dia, e eis que se a tinha nâo
dote declara-lo-ha por immundo: cha­ for estendida, e nella nâo houver pelo
ga da lepra h e; pela postema brotou. amarello, nem a tinha parecer mais
21 E vendo ao sacerdote, e eis que funda que a pele.
nella náo parece pelo branco, nem es­ 33 Entâo se trosquiarà; mas nâo
tiver mais funda que a pele, mas en­ trosquiarà a tinha; e o sacerdote se­
colhida ; entâo -o sacerdote o encer­ gunda vez encerrará ao tinhoso por
rará por sete dias. sete dias.
22 &e depois estendendo estendeo-se 34 Depois o sacerdote attentarà a
na pele. o sacerdote o declarará por tinha ao setimo dia; e eis que, se a
immundo; chaga he. tinha nâo houver estendida na pele, e
23 Mas se a empóla parar em seu ella nâo parecer mais funda que a
lugar, nâo se estendendo, queimadura pele, o sacerdote o declarará por lim­
da postema he ; o sacerdote pois de­ po, e lavará seus vestidos, e será limpo.
clara-lo-ha por limpo. 35 Mas se a tinha depois de sua pu­
24 Ou quando na pele da carne hou­ rificação estendendo-se houver esten­
ver queimadura de fogo, e o que he dido na pele;
Murado da queimadura, houver empóla 36 E o sacerdote o attentar, e eis
branca, vermelha, ou branca somente. que a tinha se tem estendido na pele;
25 E vendo ao sacerdote, e eis que o sacerdote nâo buscará pelo amarel­
o peio na empóla se tomou branco, e lo: immundo he.
ella parece mais funda que a pele, 37 Mas se a tinha a seu parecer
lepra he, que reveideceo pela quei­ parou, e pelo preto nella creceo; a
madura : portanto o sacerdote o decla­ tinha está saã, limpo he : por tanto o
rará por immundo; chaga de lepra he. sacerdote declara-lo-ha por limpo.
26 Mas vendo ao sacerdote, e eis que 38 E quando homem ou mulher ti­
na empóla nâo apparecer pelo branco, verem empólas, empólas brancas na
nem estiver mais funda que a pele, pele de sua came.
recolhida; o sacerdote o encer- 39 E o sacerdote attentar, que na
rarà por sete dias. pele de sua carne apparecem empólas
27 Depois o sacerdote o attentarà ao recolhidas brancas: bustela branca
setimo a ia ; se totalmente houver es­ he, que reverdeceo na pele; limpo he.
tendida, o sacerdote o declarará por 40 E quando se pelar a cabeça do
immundo: chaga de lepra he. homem; calvo he, limpo está.
28 Mas se a empóla parar em seu 41 E se de huma banaa de seu rosto
lugar, e na pele nâo se estender, mas se lhe pelar a cabeça ; meio calvo he,
Se recolher; inchação he da queima* limpo está.

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118 LEVÍTICO, XIV.

42 Porem se na calva, ou na meia ga, depois que for lavada, e eis que a
calva houver chaga branca vermelha; chaga não mudou seu parecer, nem a
lepra he, reverdecendo em sua calva, chaga se estendeo; immundo ne, com
ou em sua meia calva. fogo o queimarás; chaga penetrante
43 Havendo pois o sacerdote o atten- he em sua calva, ou em sua meia
tado, e eis que a inchação da chaga calva.
em sua calva ou meia calva estâ bran­ 56 Mas se o sacerdote attentar, que
ca vermelha, como parece a lepra na a chaga se tem recolhido, depois que
pele da carne. for lavada, entâo a rasgara ao vesti­
44 Leproso he aquelle homem, im­ do, ou da pele, ou do fio da tea, ou do
mundo está: o sacerdote o declarará liço.
totalmente por immundo; sua chaga 57 E se ainda apparecer no vestido
está em sua cabeça. ou no fio da tea, ou no liço, ou em
45 Tambem os vestidos do leproso, qualquer cousa de peles, lepra bro-
em quem está a chaga, serâo rompi­ tante h e : com fogo o queimarás em
dos, e sua cabeça será descuberta, e que a chaga estâ.
cubrirá o beiço de riba, e clamará : 58 Mas o vestido, ou o fio da tea,
immundo, immundo. ou o liço, ou qualquer cousa de peles,
46 Todos os diasj em que a chaga que lavares, e de que a chaga se re­
houver nelle, será immundo, immun­ tirar, lavar-se-ha segunda vez, e serâ
do está, habitará só: sua habitação limpo.
serà fora do arraial. 59 Esta he a lei da chaça da lepra,
47 Quando tambem em algum ves­ do vestido de lâa, ou de linho, ou do
tido houver chaga de lepra; em vesti­ fio da tea, ou do liço ou de qualquer
do de lã, ou em vestido de linho. cousa de peles, pera declaràlo por
48 Ou no fio da tea, ou no liço do limpo ou por immundo.
linho, ou da lâa; ou em pele, ou em
qualquer obra de peles. C APITULO XIV.
49 E a chaga no vestido, ou na pele,
ou no fio da tea, ou no liço, ou em qual­ EPOIS fallou J e h o v a h a M o y s e s ,
quer cousa de peles apparecer verde
ou vermelha, chaga de lepra he, pelo
D dizendo :
2 Esta será a lei do leproso no dia
que mostrar-se-ha ao sacerdote. de sua purificação: será levado ao sa­
50 E o sacerdote attentará a chaga; cerdote.
e encerrará a cousa chagada por sete 3 E o sacerdote sahirá fora do arrai­
dias. al: e attentando o sacerdote, que à
51 Então attentará a chaga ao séti­ chaga da lepra do leproso for sarada.
mo dia^ se a chaga houver estendida 4 Então o sacerdote mandará, que
no vestido, ou no fio da tea, ou no liço, por aquelle que se houver de purificar,
ou na pele, para qualquer obra a pele se tomem duas aves vivas, limpas, e
for feita; tal chaga lepra de roedura páo de cedro, e grâ, e hysopo.
he, immundo está. 5 Mandará tambem o sacerdote, que
52 Pelo que queimará aquelle vesti­ se degole a huma ave em hum vaso
do, ou fio aa tea, ou liço de leã, ou de de barro sobre aguas, vivas.
linho, ou qualquer obr& de peles, era 6 E tomará a ave viva, e o pao de
que houver a chaga; porque lepra de cedro, e a grâ, e o hysopo, e o mo­
roedura-he, com fogo queimar-se-ha. lhará com a ave viva no sangue da
53 Mas vendo o sacerdote, e eis que ave, que foi degolada sobre as aguas
a chaga se não estendeo no vestido vivas.
ou no fio da tea, ou no liço, ou em 7 E sobre aquelle que ha de purifi-
qualquer obra de peles. car-se da lepra, espargirá sete vezes:
54 Então o sacerdote mandará, que entâo o declarará por limpo, e soltara
se lave o que for chagado; e o encer­ a ave viva sobre a face do campo.
rará segunda vez por sete dias. 8 E aquelle que purificar-se-ha, la­
55 E attentando o sacerdote a cha­ vará seus vestidos, e rapará todo seit

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LEVÍTICO, XIV. 119

pelo, e se lavará com agua; assim se­ ve na mão do sacerdote, porá sobre a
rá limpo: e depois entrará no arraial; cabeça daquelle que purificar-se-ha :
porem ficará tora de sua tenda por assim o sacerdote fará propiciação por
sete dias. elle perante a face de j e h o v a h .
9 £ serà aue ao setimo dia rapará 19 Tambem o sacerdote adereçará
todo seu pelo, sua cabeça, e sua bar- a expiação do peccado, e farà propi­
ba, e as sobrancelhas de seus olhos; e ciação por aquelle que purificar-se-ha
rapará todo seu outro pelo: e lavará de sua ímmundieia; e depois degola­
seus vestidos. e lavará sua oame com rá o holocausto.
agua e será limpo. 20 E o sacerdote pflerecerà o holo­
10 fe ao dia oitavo tomará dous cor­ causto e a offerta de manjares sobre
deiros inteiros, ehuma cordeira intei­ o altar: assim o sacerdote farà propi­
ra de hum anno, e tres dezimas de ciação por elle, e será limpo.
flor de farinha para offerta de manja­ 21 Porem se for pobre, e sua mão
res, amassada cora azeite, e hum Log não alcaDçar tanto, tomará hum cor­
de azeite. deiro para expiação da culpa em mo­
11 E o sacerdote que faz a purifica­ vimento, para fazer propiciação por
ção, appresentará ao varâo que purifi- elle; e a dezima de flor de iariniia,
car-se-ha com aquellas cousas perante amassada com azeite) para offerta de
a face de J e h o v a h , á pórta da Tenda manjares, e hum Log de azeite.
do ajuntamento. 22 E duas rolas, ou dous pombinhos,
12 E o sacerdote tomará o hum cor­ que alcançar sua mão : dos quaes o
deiro, e offerece-lo-ha com o Log de hum serà para expiação do peccado, e
azeite por expiação da culpa; e o mo­ o outro para holocausto.
verá por offerta movediça perante a 23 E ao oitavo dia de sua purifica­
fa c e de Je h o v a h . ção os trarà ao sacerdote, à porta da
13 Entâo degolará ao cordeiro no lu­ Tenda do ajuntamento perante a face
gar, em que se degola a expiação do de Je h o v a h .
peccado e o holocausto, no lurar san­ 24 E o sacerdote tomará o cordeiro
to; porque assim a expiação da culpa da expiação da culpa, e o Log do
como a expiação do pecrado he para azeite; e o sacerdote os moverá por
o sacerdote ; santidade de santidades offerta movediça perante a face de
he. Je h o v a h .
14 E o sacerdote tomará do sangue 25 Então degolará ao cordeiro da ex­
da expiação da culpa, e o sacerdote o piação da culpa, e o sacerdote toma­
porá sobre a tenrilha da orelha direi­ rá ao sangue da expiação da culpa, e
ta daquelle que ha de purificar-se, e o porá sobre a tenrilha da orelha di­
sobre o polegar de sua mão direita, e reita daquelle que ha de purificar-se,
no polegar de sen pé difeito: e sobre o polegar de sua mão direita,
15 Tambem o sacerdote tomará do e sobre o polegar de seu pé direito.
Log de azeite, e o derramará sobre a 26 Tambem o sacerdote derramará
mAn esquerda do sacerdote. do azeite sobre a mão esquerda do
16 Entãa o sacerdote molhará seu sacerdote.
dedo direito no azeite que está em sua 27 Depois o sacerdote com seu dedo
mâo esquerda, e daquelle azeite com direito espargirá do azeite que està
seu dedo espargirá sete vezes perante em sua mão esquerda, sete vezes pe­
a face de Jc h o v a h . rante a face de Je h o v a h .
17 E o restante do azeite, que está 28 E o saoerdote porá do azeite que
em sua mão, o sacerdote porá sobre está em sua mão, na tenrilha da ore­
a tenrilha da orelha direita daquelle lha direita daquelle que ha de purifi-
aue purificar-se-ha, e sobre o polegar car-se, e no polegar de sua mão di­
de sua mão direita, e sobre o polegar reita, e no polegar de seu pé direito
de seu pé direito, em cima do sangue no lugar do sangue da expiação da
da expiação da culpa. culpa.
E Q restante do azeite, que este­ 29 £ o que sobejar do azeite, que

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120 LEVÍTICO, XIV.

estâ na m&o do sacerdote, porá sobre dras ; e outro barro se tomará, e a ca­
a cabeça do qae ha de purificar-se, sa se rebocará.
para fazer propiciação por elle peran­ 43 Porem se a chaga tomar, e brotar
te a face de Je h o v a h . na casa, depois que as pedras se arran-
30 Depois adereçará a huma das ro­ càrâo, e a casa foi raspada, e depois
las ou dos pombmnogjdo que alcançar que foi rebocada.
sua mão. 44 Entâo o sacerdote entrará, e at­
31 Do que alcançar sua mão, será o tentando que a chaga na casa se tem
hum para expiação do peccado, e o estendido; lepra de roedura ha na ca­
outro para holocausto com a offerta sa, immunda estâ.
de manjares: assim o sacerdote fará 45 Portanto se derribará a casa, suas
propiciação por aquelle que se ha de pedras, e sua madeira, como tambem,
purificar perante a face de Jeh o v a h . todo o Darro da casa; e se levará fora
32 Esta he a lei daquelle em quem da cidade a hum lugar immundo.
estiver a chaga da lepra, cuja m&o 46 £ o que entrar naquella casa em
não alcançar aquillo para sua purifica­ qualquer dia, em que for fechada, se­
ção. rà immundo até a tarde.
33 Fallou mais Je h o v a h a Moyses e 47 Tambem o que se deitar a dor­
a Aaron, dizendó: mir em tal casa, lavará seus vestidos:
34 Quando ouverdes entrado na ter­ e o que comer em tal casa, lavará se­
ra de Canaan, que vos hei de dar por us vestidos.
possessão; e eu enviar a chaga da 48 Porem tomando o sacerdote a en­
lepra em alguma casa da terra de vos­ trar, e attentando que, eis que a chaga
sa possessão: na casa se nâo tem estendido, depois
35 Ent&o virá aquelle, cujo for a ca­ que a casa foi rebocada; o sacerdote
sa, e o fará saber ao sacerdote, dizen­ por limpa declarará a casa, porque a
do : como a chaga apparece em mi­ chaga está curada.
nha casa. 49 Depois tomará para expiar a ca­
36 E o sacerdote mandará, que des­ sa duas aves, e pao cie cedro, e grâ, e
pejem a casa, antes que venna o sa­ hisopo.
cerdote para attentar a chaga, para 50 E degolará a huma ave em hum
que tudo que está na casa, nâo seja vaso de barro sobre aguas vivas.
contaminado: e depois virá o sacer­ 51 Entâo tomará o pao de cedro, p
dote, para attentar a casa, o hisopo, e a grâ, e a ave viva. e o
37 E vendo a chaga, e eis que a cha­ molhará no sangue da ave degolada,
ga nas paredes da casa tem covinhas e nas aguas vivas; e espargirá á casa
verdes ou vermelhas, e parecem mais sete vezes.
fundas que a parede. 52 Assim expiará aquella casa como
38 Entâo o sacerdote sahirá daquella sangue da avezinha, e com as aguas
casa â porta da casa, e cerrará a casa vivas, e com a avezinha viva, e com
por sete dias. o pao de cedro, e com o hisopo, e com
39 Depois tomará o sacerdote ao a grâ.
setimo aia ; se attentar, que a chaga 53 Entâo soltará a ave viva fora da
nas paredes da casa se tem estendi­ cidade sobre a face do campo: assim
do. farà propiciação pela casa; e será
40 Então o sacerdote mandará, que limpa.
arranquem as pedras, em que estiver 54 Esta he a lei de toda chaga de
a chaga, e as lançem fora da cidade lepra, e de tinha.
em hum lugar immundo. 55 E de lepra dos vestidos, e dai
41 E fará raspar a casa por dentro ao casas.
redor, e ao pó, que raspàrão, lança­ 56 E da inchação, e da postema, e
rão fora da cidade em hum lugar im­ das empolas.
mundo. 57 Para ensinar, em que dia alguma
42 Depois tomarão outras pedras, e cousa serà immunda, e em que dia
as porão no lugar das primeiras pe­ será limpa. Esta he a lei da lepra.

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LEVÍTICO, XV. 121
rante a face de Jjbhovah à porta da
CAPITULO XV.
Tenda do ajuntamento, e os darà ao
ALLO U m a is Jk h q v a h
a Moyses sacerdote.
F e a Aaron, dizendo:
2 Fallai aos filhos de Israel, e di­
15 E o sacerdote os aparelhará, o
hum para expiação de peccado, e o
rei-lhes : qualquer varâo, quando sua outro para holocausto: assim o sacer­
semente sahir de sua came, serà im­ dote por elle farà propiciação de seu
mundo por seu fluxo. fluxo perante a face de Jchovah.
3 Esta pois será sua immundicia por 16 Tambem o varâo, quando sahir
seu fluxo: se sua came destila sen delle a semente do ajuntamento, toda
lluxo, ou se sua carne se cerra de seu sua carne banhará com agua, e serà
fluxo, esta he sua immundicia. immundo até a tarde.
4 Toda cama, em que se deitar o 17 Tambem todo vestido, e toda pe­
ue tiver fluxo, serà immunda; e to- le, em que houver semente do ajunta­
2 a cousa, sobre que se assentar, serà
immunda.
mento, se levará com agua, e serà im­
mundo até a tarde.
5 E qualquer que tocar a sua cama, 18 E tambem a mulher, com que o
lavará seus vestidos, e se banhará em varâo se deitar com semente de ajun­
agua, e serà immundo até a tarde. tamento : pelo que se banharão com
6 E o que assentar-se sobre o vaso, agua. e serâo immundos até a tarde.
em que se assentou o que tem o fluxo, 19 Mas a mulher, quando tiver fluxo,
lavará seus vestidos, e se banhará em e seu fluxo de sangue estiver em sua
agua, e serà immundo até a tarde. carne; estará sete dias em sua sepa­
7 E o que tocar a came do qiie tem ração, e qualquer que a tocar, serà
o fiuxo, tevará seus vestidos, e se ba­ immundo até a tarde.
nhará em agua, e serà immundo até 20 E tudo aquillo, sobre que ella se
a tarde. deitarem sua separação, serà immun­
8 Quando tambem o qne tem o fluxo do ; e tudo sobre que se assentar, se­
cuspir sobre hum limpo, lavará seus rà immundo.
vestidos, e se banhará em agua, e se­ 21 E qualquer aue tocar a sua cama,
rà immundo até a tarde. lavará seus vestidos, e se banhará com
9 Tambem toda sella, em que caval­ agua, e serà immundo até a tarde.
gar o que tem o fluxo, serà immunda. 22 E qualquer que tocar alguma cou.
10 E qualquer que tocar em alguma sa, sobre que ella se houver assentado,
cousa, qne estiver debaixo delle, serà lavará seus vestidos, e se banhará com
immundo até a tarde: e o que a le­ agua, e serà immundo até a tarde.
var, lavará seus vestidos, e se banha­ 23 Setambem alguma cousa estiver
rá em agua, e serà immundo até a sobre a cama, ou sobre o vaso em gue
tarde. ella se assentou; se a tocar, serà im­
11 Tambem todo aquelle, a quem mundo até a tarde.
tocar o que tem fluxo, sem haver lava­ 24 E se varâq deitando se deitar com
do suas mâos com agua, lavará seus ella, e sua immundicia estiver sobre
vestidos, e se banhará em agua, e se­ elle, immundo serà por sete dias: tam­
rà immundo até a tarde. bem toda cama, sobre que se aeitar,
12 E o vaso de barro, que tocar o serà immunda.
que tem fluxo, serà quebrado: pórem 25 Tambem a mulher, quando ma­
todo vaso de madeira serà lavado com nar o fluxo de seu Bangue por muitos
agua. dias fora do tempo de sua separação,
13 Quando pois o que tem o fluxo, ou quando tiver fluxo de sangue de
for alimpado de seu fluxo, se contará mais de sua separação; todos os dias
sete dias para sua purificação, e lava­ do fluxo de sua immundicia serà im­
rá seus vestidos, e oanharà sua came munda, oomo nos dias de sua separa-
em aguas vivas; e serà limpo. Ç*o-
14 E ao dia oitavo se tomará duas 26 Toda cama, sobre que se deitar
rolas, ou dons pombinhos, e virá pe­ todos os dias de seu fluxo, será-lho
0

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122 LEVÍTICO, XVI.

como a cama de 6ua separação; e to­ linho, e se cubrirà com a mitra de li­
da cousa, sobre que se assentar, serà nho : estes sâo vestidos santos; por­
immunda, conforme à immundicia de isso banhará sua carne c om agua, e
sua separação. os vestirá.
27 E qualquer que as tocar, será im­ 5 E da congregação dos filhos de Is­
mundo ; portanto lavará seus vestidos, rael tomará dous cabrões das cabras
e se banhará com agua, e será im­ para expiação do peccado, e hum c ar­
mundo até a tarde. neiro para holocausto.
28 Porem quando for limpa de seu 6 Depois Aaron offerecerâ o novi­
fluxo, entào se contará sete dias, e lho da expiaçâo? que serà para el­
depois será limpa. le ; e farà propiciação por si e por sua
29 E ao dia oitavo se tomará duas casa.
rolas ou dous pombinhos, e os trará 7 Tambem tomará ambos os ca­
ao sacerdote à porta da Tenda do brões, e os porá perante a face de Je­
ajuntamento. hovah, à porta aa Tenda do ajunta­
30 Entào o sacerdote preparará a mento.
hum para expiaçào do peccado, e o 8 E Aaron lançará sortes sobre os
outro para holocausto: e o sacerdote dous cabrões; a huma sorte por Je h o­
por ella fará propiciação do fluxo de vah, e a outra sorte pelo cabrão en­
sua immundicia perante a face de viado.
Je h o v a h . 9 Entào Aaron fará chegar o cabrão,
31 Assim separareis os filhos de Is­ sobre que cahir a sorte por J e h o v a h ,
rael de suas ímmundicias, para que e o preparará para expiação do pecca­
nào morrão em suas immundicias, do.
contaminando meu Tabemaculo, que 10 Mas o cabrfto, sobre que cahir a
está no meio delles. sorte, para ser cabrão enviado, vivo
32 Esta he a lei daquelle que tem o appresentar-se-ha perante a face de J e ­
fluxo, e do que sahe a semente do h o v a h , para fazer propiciação sobre
ajuntamento, pelo que fica immundo; elle, para enviàlo ao deserto como
33 Como tambem da mulher enfer- cabrão enviado.
jna em sua separação, e daquelle que 11 E Aaron fará chegar o novilho
padece seu fluxo, seja macno, ou fe­ da expiação, que serà para elle, e fa­
mea j e do homem que se deita com rà propiciação por si e por sua casa;
immunda. e degolará o novilho da expiação, que
serà pira elle.
12 Tomará tambem o encensarío
CAPITULO XVI.
cheo de brasas do fogo do altar, de
FALLOU J e h o v a h a Moyses, de­
E pois que morrerão os dous nlhos
de Aaron, quando se chegàrào diante
diante da face de J e h o v a h ; e seus
punhos cheos de perfume aromatico,
moido, e o metterà a dentro do veo.
de Jehovah ; e morrerão. 13 E porá o perfume sobre o fogo
2 Disse pois Je h o vah a M oyses: Di­ perante a face ae Je h o v a h , para que
ze a Aaron teu irmâó, que nâo entre a nuvem do perfume cubra o propi­
no Santuario em todo tempo, a den­ ciatorio, que està sobre o testimunho,
tro do veo diante do propiciatorio, que e elle nâo morra.
està sobre a Arca, para que nào mor­ 14 E tomará do sangue do novilho,
ra j porque eu appareço na nuvem so­ e com seu dedo espargirá sobre a face
bre o propiciatorio. do propiciatorio para a banda do Ori­
3 Com isto Aaron entrará no San­ ente ; e perante o propiciatorio espar­
tuario : com hum novilho, filho de va­ girá sete vezes do sangue com seu
ca para expiação do peccado, e hum dedo.
carneiro para holocausto. 15 Depois degolará o cabráo da ex­
4 Vestirá-se a tunica santa de li­ piação, que será para o povo, e mete­
nho, e terá ceroulas de linho sobre rá seu sangue a dentro do veo; e fa­
sua carne, e cingir-se-ha com cinto de rà com seu sangue, como fez com o

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LEVÍTICO, XVII. 123

sangue do novilho, e o espargirá sobre vestidos, e banhará sua carne com


o propiciatorio, e perante a face do agua; e depois entrará no arraial.
propiciatorio. 27 Mas o novilho da expiação e o ca­
16 Assim fará propiciação pelo San­ brão da expiação do peccado, cujo san­
tuario a causadas immundicias dos gue foi metido para fazer propiciação
filho* de Israel, e de soas transgres­ no Santuario, serà levado fora do ar­
sões segundo todos seus peccados: e raial: porem suas peles, sua carne, e
assim farà à Tenda do ajuntamento; seu esterco aueimarâo com fogo.
qae mora com elles no meio de soas 28 E aquelle que os queimar, lavará
immundicias. seus vestidos, e banhará sua came
17 E nenhum homem estará na Ten­ com agua; e depois entrará no ar­
da do ajuntamento, quando elle entrar raial.
a fazer propiciação no Sautuario, até 29 E isto vos serà por estatuto per­
que elle sahir: assim farà propiciação petuo: no setimo mez, aos dez do
por si mesmo, e por sua casa, e por mez afligireis vossas almas, e nenhu­
toda a congregação de Israel. ma obra fareis; nem o natural, nem o
18 Entào sahirá ao altar, que está estrangeiro, que peregrina entre vos.
perante a face de Je h o v a h , e fará 30 Porque naquelle dia fará propicia­
propiciação por elle; e tomará do san­ ção por vos, para purificar-vos: e sereis
gue do novilho, e do sangue do oabrào, purificados de todos vossos peccados
e o porá sobre os cornos do altar ao perante a face de Je h o v a h .
redor.w 31 Sabbado de descanço vos será, e
19 E daquelle sangue espargirá sobre afligireis vossas almas: isto he esta­
eUe com seu dedo sete vezes, e o pu­ tuto perpetuo.
rificará das immundicias dos filhos de 32 £ o sacerdote, que for ungido, e
Israel, e o santificará. cuja mâo for chea, para administrar o
20 Havendo pois acabado de expiar sacerdocio em lugar de seu pai, fará
ao Santuario, e a Tenda do ajunta­ a propiciação; havendo vestido os ves­
mento, e ao altar; então fará cnegar tidos de linho, os vestidos santos.
ao cabrão vivo. 33 Assim expiará ao santo Santua­
21 E Aaron porá ambas suas mâos rio ; tambem expiará a Tenda do ajun­
sobre a cabeça do cabrão vivo, e so­ tamento e ao altar: semelhantemen­
bre elle confessará todas as iniquida- te fará propiciação pelos sacerdotes,
des dos filhos de Israel, e todas suas e por toao o povo da congregação.
transgressões segundo todos seus pec­ 34 E isto vos serà por estatuto perpe­
cados : e os porá sobri* a cabeça do tuo, para fazer propiciação pelos filhos
cabrão, e envia-lo-ha ao deserto pela de Israel de todos seus peccados, hu­
mâo de hum varâo aparelhado. ma vez no anno: E fez Aaron, como
22 Assim aquelle cabrão levará so­ Je h o v a h mandára a Moyses,
bre si todas as iniquidades delles à
terra apartada; e enviará o cabrão ao
deserto. CAPITULO XVII.
23 Depois Aaron virá á Tenda do ALLOU mais Je h o v a h a Moyses,
ajuntamento, e despirá os vestidos de
linho, que havia vestido, quando entra­
F dizendo:
2 Falia a Aaron e a seus filhos, e a
va nó Santuario; e aíi os deixará. todos os filhos de Israel, e dize-lhes:
24 E banhará sua carne com agua nô esta he a nalavra que Je h o v a h man­
lugar santo, e vestirá seus vestidos: dou, dizendo:
entâo sahirá, e preparará seu holo­ 3 Qualquer varâo da casa de Israel,
causto, e o holocausto do povo, e fará que degolar boi, ou cordeiro, ou ca­
propiciação por si e pelo povo, bra, no arraial, ou quem os degolar
25 Tambem accenderà o cebo da ex­ fora do arraial.
piação Jo peccado sobre o altar. 4 E os nâo trouxer à porta da Tenda
26 E o que houver levado ao cabrão do ajuntamento, para offerewr díferta
(que era cabráo enviado), lavará seus a Je h o v a h diaute do Tabemaculo de

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124 L e v í t i c o , xvm .

J eh o vah : ao tal varão serà imputa­ entre os estrangeiros, que comer cor*
do o sangue, derramou sangue: pelo po morto ou despedaçado; lavará seus
que tal varão será desarreigado de seu vestidos, e se banhará com agua, e
povo. será immunda até a tarde; depois se­
5 Para que os filhos de Israel, trazen­ rá limpa.
do seus sacrifícios, que sacrincâo so­ 16 Mas se os n&o lavar, nem banhar
bre a face do campo, os tragão a Je­ sua came, levará sua iniquidade.
h o v a h , â porta da Tenda do ajunta­
mento ao sacerdote, e os sacrifiquem CAPITULO XVIU.
por sacrificios gratincos a Jehovah.
6 E o sacerdote espargirá o sangue ALLOU mais Jehova h a Moyses,
sobre o altar de Jeh o v a h à porta da
Tenda do ajuntamento, e accenderá o
F dizendo:
2 Falia aos filhos dè Israel, e dize-
cebo em perfume de suave cheiro a lhes: Eu sou J ehovah vosso Deos.
Je h o v a h . 3 Nâo fareis segundo as obras da ter­
7 E nunca mais sacrificarão seus sa­ ra de Egypto, em que habitastes; nem
crificios aos demonios, apòs que for** fareis segundo as obras da terra de
nicão: isto será-lhes por estatuto per­ Canaan, na qual eij vos meto; nem
petuo em suas gerações. andareis em seus estatutos.
8 Dize-lhes pois: qualquer varâo da 4 Meus direitos fareis, e meus esta­
casa de Israel e dos estrangeiros, que tutos guardareis, para andar nellee:
peregrinâo entre vósoutros, que offe- Eu sou Je h o v a h voáso Deos.
recer holocausto ou sacrifício. 5 Portanto meus estatutos e meus di­
9 E nâo o trouxer á porta da Tenda reitos guardareis ^ es quaes fazendo o
do ajuntamento, para aparelha-lo a J e ­ homem, viverá por elles: Eu sou J e ­
h o vah ; o tal varâo será desarreigado hovah.
de seus povos. 6 Nenhum varâo se achegará a al­
10 E qualquer varâo dá casa de Is­ guma parenta de suá came, para des-
rael e aos estrangeiros, que peregri­ cubrir as vergonhas: Eu sou Je h o v a h .
nâo entre elles, que comer algum san­ 7 Náo descubrirás as vergonhas de
gue ; contra aquella alma, que comer teu pai, e as vergonhas de tua m ãi:
sangue, eu porei minha face, e a de- tua mãi he; nâo descubrirás suas ver­
sarreigarei ae seu povo. gonhas.
11 Porque a alma da came está no 8 Nâo descubrirás as vergonhas da
sangue; pelo que volo tenho dado so­ mulher de teu pai: as vergonhas de
bre o altar, para fazer propiciação por teu pai sâo.
vossas almas: porquanto he o sangue, 9 As vergonhas de tua irmâ, filha
que fará propiciação pela alma. de teu pai, ou filha de tua mãi, nasci­
12 Portanto tenho dito aos filhos de da em casa, ou fòra da casa; suas ver­
Israel: nenhuma alma de vósoutros co­ gonhas não descubrirás.
merá sangue; nem o estrangeiro, que 10 As vergonhas da filha de teu filho,
peregrina entre vos, comerá sangue. ou da filha de tua filha; suas vergo­
13 Tambem qualquer varão dos nlhos nhas não descubrirás: porque tuas
de Israel, e dos estrangeiros, que pere- vergonhas sâo.
grinão entre elles, que caçar caça de 11 As vergonhas da filha da mulher
animal ou de ave, que Be come; der­ de teu pai, gerada de teu pai. (toa
ramará seu sangue, e ocubrirá com pó. irmâ he) suas vergonhas nâo aescií-
14 Porquanto he a alma de toda car­ brirás.
ne ; seu sangue he por suá alma: por 12 As vergonhas da irmâ de teu pai
isso tenho dito aos filhos de Israel; náo descubrirás; parenta de teu pai
nâo comereis o sangue de nenhuma he.
cam e: porque a alma de toda came 13 As vergonhas da rrmâ de tua ma!
he seu sangue; qualquer que o comer, nâo descubrirás: pois parenta de tua
será desarreigado. mãi he.
15 E toda alma entre os natnraes, ou 14 As vergonhas do irmâo de teu pai

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LEVÍTICO, XIX. 125
náo descubrirás: nâo chegarás a sua 29 Porem (jualquer que fizer alguma
mulher: tua tia be. destas abominações; as almas, que as
15 A s vergonhas de tua nora náo fizerem, serâo desarreigadas de seu
descubrirás: mulher de teu filho h e; povo.
nâo descubrirás suas vergonhas. 30 Portanto guardareis meu manda­
16 As vergonhas da mulher de teu do, nâo fazendo algum dos estatutos
irmâo nâo descubrirás; as vergonhas abominavéiS, que se fizerão antes de
de teu irmâo sâo. vós, e nâo vos contamineis com elles;
17 As vergonhas de huma mulher e Eu sou J e h o v a h vosso Deos.
de sua filha nâo descubrirás: não toma­
rás a filha de seu filho, nem a filha de CAPITULO XIX.
sua filha, para descubrir suas vergo­
nhas * parentas sâo: maldade he. ALLOU mais Je h o v a h a Moyses,
18 E nâo tomarás huma mulher com
sua irmâ, para afiligila, descubrindo
F dizendo:
2 Falia a toda a congregação dos
matas vergonhas com ella em sua vida. filhos de Israel, e dize-lhes: Santos
19 E nâo chegarás á mulher na se­ sereis; porque Eu Jehovah vosso De­
paração de sua immundicia, para de­ os sou santo.
scobrir suas vergonhas. 3 Cada hum temerá a sua mãi e a
20 Nem te deitarás com a mulher de seu pai, e guardará meus sabbados:
teu proximo para ajuntamento de se­ Eu sou Je h o v a h vosso Deqs.
mente, para te contaminar com e]1a. 4 Náo vos viráreis aos idolos, nem
21 E ae tua semente nâo darás, pa- vos fareis Deoses de fundição: Eu
t& fazer passar pelo fogo perante Mo- sou Je h o v a h vosso Deos.
lech; e nâo profanarás o nome de teu 5 E quando sacrificardes sacrificio
Deos: Eu sou Je h o v a h . gratifico a Je h o v a h , de vossa própria
22 Com macho te nâo deitarás com vontade o sacrificareis.
cohabitaçáo de mulher: abominação 6 No dia em que sacrificardes, e a
Jie. o dia seguinte se comerá; mas o que
23 Nem te deitarás com hum animal, sobejar ao terceiro dia, serà queima­
para te contaminar com elle: nem do com fogo.
a mulher se porá perante hum ani­ 7 E se ao terceiro dia comendo for
ma], para aiuntar-se com elle; mistura comido; cousa abominavel he, nâo
abominaveí he. será aceitado.
24 Com nenhuma destas cousas vos 8 E qualquer que o comer, levará
contamineis: porque em todas estas sua iniquidade, porquanto profanou a
cousas se contaminàrflo as gentes, que santidade de Je h o v a h ; porisso tal
eu lanço fora de diante de vossa face. alma serà desarreigada de seus po­
25 Pelo que a terra está contamina­ vos.
da, e eu sobre ella visito sua iniqui­ 9 Quando tambem segardes a sega
dade ; e a terra vomita seus morado­ de vossa terra, ao canto de teu cam­
res. po nâo segarás totalmente, nem espi­
26 Porem vósoutros guardareis meus gas colherás de tua sega.
estatutos e meus direitos, e nenhuma 10 Semelhantemente nâo rabiscarás
destas abominações fareis, nem o na- tua vinha, nem colherás os bagos cai-
tnial, nem o estrangeiro, que peregri­ dos de tua vinha: os deixarás ao po­
na entre vós. bre e ao estrangeiro; Eu sou Jeh o ­
27 Porque todas estas abominações v a h vosso Deos.
fizeTâo os homens desta terra, que nel­ 11 Nâo furtareis, nem mentireis,
la estavâo antes de vós; e a terra foi nem usareis de falsidade cada hum
contaminada. com seu proximo.
28 Para que a terra vos nâo vomite, 12 Nem falsamente jurareis por meu
havendo a contaminado; como vomi­ nome; pois profanarias o nome de teu
tou a gente, que nella estava antes de Deos: Eu Sou Je h o v a h .
\os. 13 Nâo oprimirás a teu proximo, nem

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186 LEVÍTICO, XX.
o roubarás: o jornal do jornaleiro com 26 Nâo comereis com sangue; náo
tigo nâo trasnoitará até a manhâ. agourareis, nem adevinhareis.
14 Nâo maldirás ao surdo, nem po­ 27 Nâo trosquiareis os cantos de vos­
rás tropeço perante a face do cego; sa cabeça ao redor; nem danarás»
mas terás temor de teu Deos; Eu sou ponta de tua barba.
Je h o v a h . 28 Por hum corpo morto nâo fareis
15 Nâo fareis perversidade no juizo; rasgadura em vossa came; nem fareis
nâo aceitarás a face do pequeno, nem em vósoutros algum esorito de picadu-
respeitarás a face do grande; com ra: Eu sou Je h o v a h .
justiça julgarás a teu proximo. 29 Nâo contaminarás a tua filha, fa­
16 Nâo andarás como mexeriqueiro zendo a fornicar; para que a terra nâo
entre teus povos: nâo te porás con­ fomique, e se encna de maldade.
tra o sangue de teu proximo: Eu sou 30 Meus Sabbados guardareis, e meu
Je h o v a h . Santuario reverenciareis: Eu sou J e­
17 Nâo aborrecerás a teu irmâo em h o v a h .
teu coração: reprendendo reprende- 31 Nâo vos viráreis aos adevinhado-
ràs a teu proximo, e nelle nâo sopor- res e aos encantadores; nâo os bus­
taràs o peccado. queis, contaminando-vos com elles:
18 Nâo te vincarás, nem guardarás Eu sou Je h o v a h vosso Deos.
ira contra os filhos de teu povo j mas 32 Diante das caâs te levantarás, e
amarás a teu proximo como a ti mes­ honrarás a face do velho; e terás te­
mo : Eu sou JEHOVAH. mor de teu Deos: Eu sou Je h o v a h .
19 Meus estatutos guardareis: ateus 33 E quando o estrangeiro peregri­
animaes de differente especie nâo dei­ nar comtigo em vossa terra, nâo o
xarás ajuntar para mistura: em teu oprimireis.
campo nâo semearás semente de mistu­ 34 Como hum natural de vosòutros
ra : e vestido de misturâs de diversa será entre vós o estrangeiro, que pere­
estofa náo subirá sobre ti. grina com vosco: ama-lo-has como a
20 E quando hum varâo com ajun­ ti mesmo; pois estrangeiros fostes na
tamento de semente se deitar com terra de Egypto: Eu sou Je h o v a h
huma mulher, que for serva despreza­ vosso Deos.
da do varâo, e nâo for resgatada, nem 35 Nâo fareis perversidade no juizo,
lhe se houver dado liberdade; entâo com vara, com peso, ou com medida.
serâo açoutados, náo morrerão; pois 36 Balanças justas, pedras justas,
nâo foi libertada. Epha justa, e Hin justo tereis: Eu sou
21 E por expiação de sua culpa tra­ Jeh o v a h vosso Deos, que vos tirei da
rá a Je h ovah á porta da Tenda do terra de Egypto.
ajuntamento hum carneiro da expia­ 37 Pelo que guardareis todos meus
ção. estatutos, e todos meus direitos, e os
22 E com o carneiro da expiação da fareis: Eu sou Je h o v a h .
culpa o sacerdote fará propiciação por
elle perante a face de Je h o v a h por
seu peccado que peccou) e seu pec­ CAPITULO XX.
cado que peccou, lhe sera perdoado. ALLOU mais Je h o v a h a Moyses,
23 E quando ouverdes entrado na F dizendo:
terra, e plantardes toda arvore de co­ 2 Tambem dirás aos filhos de Isra­
mer, circuncidareis o prepúcio de seu el : qualquer que dos filhos de Israel,
fruto; tres annos vos será incircun- ou dos estrangeiros, que peregrinâo
cisa; delia se nâo comerá. em Israel, der de sua semente ao Mo-
24 Porem no quarto anno todo seu lech, morrendo morrerá: o povo da
fruto será santidade de louvores a terra o apedrejará com pedras.
Je h o v a h . 3 E eu porei minha face contra o tal
25 E no quinto anno comereis seu varâo, e o desarreigarei do meio de
fruto, para que vos faça crerer sua no­ seu píovo, porquanto deu de sua se
vidade : Eu sou Je h o v a h vosso Deos. mente ao Molech; para contaminai

D ig itiz e d b y L j O O Q ie
LEVÍTICO, XX. 127

meu Santuario, e profanar meu santo mento com elle; a aquella mulher ma­
nome. tarás com o animal; morrendo morre­
4 E s e o povo da terra escondendo rão ; seu sangue he sobre elles.
esconder seus olhos daquelle varão, 17 E quando hum varâo tomar sua
que houver dado de sua semente ao irmâ, fiioa de seu pai, ou filha de sua
M olech; asaim que o n&o matem: mãi; e elle vir as vergonhas delia, a
5 Entâo eu porei minha face contra ella vir as suas; torpeza he : por tanto
aquelle varâo e contra sua família; e serâo desarreigados peiante os olhos
o desarreigarei do meio de seu povo dos filhos de seu povo: descubrio as
com Iodos os que forniçâo após elle, vergonhas de sua irmâ, levará sua in­
fomicando após Molech. iquidade.
6 Quando huma alma. se virar aos 18 E quando hum varâo se deita,
adevinhadores e encantadores, para com huma mulher, aue tem sua en­
fomicar após elles; porei minha face fermidade, e descubrir suas vergo­
contra aquella alma, e a desarreigarei nhas, descubrindo sua fonte; e ella
do meio de seu povo. descubrir a fronte de seu sangue j am­
7 Portanto santificai-vos, e sêde san­ bos serâo desarreigados do meio de
tos : pois Eu sou Jeh o vah vosso Deos. seu povo.
8 E guardai meus estatutos, e os fa­ 19 Tambem as vergonhas da irmâ
zei : Eu sou J e h o v a h , que vos santi­ de tua mãi, e da irmã de teu pai não
fico. descubrirás: porquanto descubrio sua
9 Quando hum varâo maldisser a seu parenta, levarão sua iniquidade.
pai ou a sua mãi, morrendo morrerá: 20 Quando tambem hum varão se
maidiaag a seu pai ou a sua mãi; seu deitar com sua tia, descubrio as ver-
sangue he sobre elle. gpnhas de seu tiò: seu peccado leva­
10 Tambem o varâo que adulterar rão ; sem filhos morrerão.
com a mulher de outro, havendo adul­ 21 E quando hum varão tomar a mu­
terado com a mulher de seu proximo, lher de seu irmâo, immundicia he: as
morrendo morrerá, o adúltero e a vergonhas de seu irmâo descubrio;
adultera. sem filhos ficarão.
11 E o varâo que se deitar com a 22 Guardai pois todos meus estatu­
mulher de seu pai; descubrio as ver­ tos e todos meus direitos, e os fazei:
gonhas de seu pai; ambos morren­ para que vos nâo vomite a terra, na
do morrerão ; seu sangue he sobre qual eu vos meto, para habitar nella.
elles. 23 E não andeis em os estatutos da
12 Semelhantemente quando hum gente, que eu lanço fora diante de vos­
varâo se deitar com sua nora, ambos sa face ; porque fizerão todas estas
morrendo morrerão: fizerão mistura cousas: portanto me enfadei delles.
abominavel; seu sangue he sobre el­ 24 E a vósoutros tenhio dito: em he­
les. rança possuireis sua terra; e eu a da­
13 Quando tambem hum varâo se rei a vósoutros, para possuila em he­
deitar com outro varâo, como com a rança, terra que mana leite e mel: Eu
mulher: ambos fizerão abominação : sou Je h o v a h vosso Deos, que vos sep­
morrendo morrerão; seu sangue he arei dos povos.
sobre elles. 25 Fareis pois differença entre os
14 E quando hum varâo tomar hu­ animaes limpos e immundos, e entre
ma mulher e sua mãi, maldade he: a as aves immundas e as limpas; e vos­
elle e a ellas queimarão com fogo; sas almas não fareis abommaveis em
para que nâo haja maldade entre vós­ os animaes, e em as aves, e em tudo
outros. que anda de peito sobre a terra; as
15 Quando tambem hum varâo se quaes cousas apartei de vós, para te­
deitar com hum animal; morrendo las por immundas.
morrerá; e matareis o animal. 26 E serme-heis santos; porque Eu
16 Tambem a mulher, que sè che­ Je h o v a h sou santo: e separei-vos dos
gar a algum animal, para ter ajunta­ povos, para ser meus.

D ig itize d by L j O O Q ie
128 LEVÍTICO, XXH

27 Quando pois algum homem òu 13 E elle tomará mulher em sna vir-


mulher em si tiver hum espirito ad- ginidade.
vinhante, ou for encantador, morren­ 14 Viuva, ou repudiada, ou profana­
do morrerão: com pedras apedrejar- da solteira,' estas nâo tomará: mas
se-hâo; seu sangue he sobre elles. virgem de seus povos tomará por mu­
lher.
15 E nâo profanará sua semente en­
CAPITULO XXI.
tre seus povos; porque Eu sou Je h o ­
EPOIS disse Je h o v a h a Moyses: v a h , que o santifica.
D Falia aos sacerdotes, filhos de 16 Fallou mais Je h o v a h a Moyses,
Aaron, e dize-lhes; o sacerdote nâo se dizendo:
contaminará por hum morto em seus 17 Falia a Aaron, dizendo: ninguém
povos. de tua semente em suas gerações, em
2 Salvo por seu parente? mais che­ quem houver alguma falta, se chega­
gado a elle: por sua mãi, e por seu rá a offerecer o pâo de seu Deos.
pai, e por seu filho, e por sua filha, e 18 Pois nenhum varâo, em quem
por seu irmâo. houver alguma falta, se chegará: como
3 E por sua irmâ virgem, chegada a varâo cego, ou coxo, ou curto, ou com­
elle, que ainda nâo teve varâo: por prido de membros.
ella se contaminará. 19 Ou varâò, em quem houver que­
4 Nâo se contaminará por maioral bradura de pé, ou quebradura de
entre seus povos, para se profanar. mâo.
5 Nâo farâo calva em sua cabeça, e 20 Ou corcovado, ou anâo, ou que ti­
nâo raparão a ponta de sua barba; ver tea em seu olho, ou sarna, ou em-
nem cortarão cortadura em sua carne. pigens; ou que tiver companham que­
6 Santos serâo a seu Deos, e nâo pro­ brado.
fanarão o nome de seu Deos; porque 21 Nenhum varâo da semente de
offerecem as offertas accendidas de Aaron o sacerdote, ém quem houver
Je h o v a h , o pâo de seu Deos: portan­ alguma falta, se chegará a offerecer
to serâo santos. as offertas accendidas de Je h o v a h :
7 Nâo tomarão mulher que he sol­ falta nelle ha; nâo se chegará a offe­
teira ou infame: nem tomarão mulher recer o pâo de seu Deos.
repudiada de seu marido; pois santo 22 O pâo de seu Deos das santida­
he a seu Deos. des de santidades, e das cousas santas
8 Portanto o santificarás, porquanto poderá comer.
offerece o pâo de teu Deos: santo se­ 23 Porem até o veo nâo entrará, nem
rà a ti, pois Eu sou santo, Jehovah se chegará ao altar, porquanto falta ha
que vos santifica. nelle; para que nâo protane meus san-
9 E quando a filha de hum sacerdo­ tuarlos i porque Eu sou Je h o v a h , qne
te começar a fomicar, profana a seu os santifica.
pai; com fogo serà queimada. 24 E Moyses fallou isto a Aaron, e
10 E o summo Pontifice entre seus a seus filhos, e a todos os filhos de
irmãos, sobre cuja cabeça foi derra­ Israel.
mado o azeite da unçâo, e cuja mâo
se encheo, para vestir os vestidos, nâo
descubrirà sua cabeça, nem rasgará CAPITULO XXII.
seus vestidos. EPOIS fallou Je h o vah a Moyses»
11 E nâo virá a nenhum corpo mor­ D dizendo:
to ; nem por seu pai, ou por sua mãi se 2 Dize a Aaron e a seus filhos, que
contaminará. se apartem das cousas santas dos filhos
12 Nem sahirá do Santuario, para que de Israel, que a mim me santificâo;
nâo profane o Santuario de seu Deos; para que nâo profanem o nome de
pois a coroa do azeite da unçâo de minha santidade: Eu sou Je h o v a h .
seu Deos està sobre elle ; Eu sou Je ­ 3 Dize-lhes: todo varâo, que entre
hovah. Vossas gerações de toda vossa sernen o

D ig itize d by L j O O Q le
LEVÍTICO, m 129

se chegar às cousas santas, que os 16 Nem os farâo levar a iniquidade


filhos de Israel santificâo a Jehovah, da culpa, comendo suas cousas san­
tendo sobre si sua immnndicia; aquel­ tas ; pois Eu sou Jeh ovah, que os san­
la alma será desarreigada de diante tifica.
de minha face. Eu sou Jeh ovah. 17 Fallou mais Je h o v a h a Moyses,
4 Ninguém da semente de Aaron, dizendo:
for leproso, ou tiver fluxo, comera 18 Falia a Aaron, e a seus filhos, e
cousas santas, até que seja lim­ a todos os filhos de Israel, e dize-lhes:
po: como tambem o que tocar algu­ qualquer que da casa de Israel, e dos
ma cousa immunda de corpo morto; estrangeiros em Israel offerecer sua
ou aquelle do que sahir a semente do offerta segundo todos seus votos, e se­
ajuntamento. gundo todas suas offertas volnntarias,
5 Ou qualquer que tocar ã algum que offerecerem a Je h o v a h em holo­
reptil, pelo que se fez immundo, ou a causto :
algum homem, pelo que se fez immun­ 19 De vossa vontade será; macho
do, secundo toda sua immundicia. inteiro das vacas, dos cordeiros, ou
6 O homem que o tocar, será immun­ das cabras.
do até a tarde; e náo comerá das cou­ 20 Nenhuma cousa, em que haja fal­
sas santas, mas banhará sua came ta, offerecereis; porque nâo seria acei­
com agua. ta por vósoutros.
7 E Havendo-se o sol ja posto, entáo 21 E quando alguem offerecer sa­
será limpo; e depois comerá das cou­ crifício gratifico a Je h o v a h . separan­
sas santas; porque este he seu pâo. do das vacas ou das ovelhas num voto,
% 0 corpo morto e o despedaçado ou offerta voluntaria; inteiro será, pa­
náo comerá, para se nelle contaminar: ra que seja aceito; nenhuma falta na-
Eu sou Jehovah. veiá nelle.
9 Goardarào pois meu mandado, pa­ 22 O cego, ou quebrado, ou aleiado,
ra que porisso nâo levem peccado. e ou verruguento, ou samosch ou cheo de
morráo nelle, havendo as profanaao: empigens; estes nâo offerecereis a
Eu sou Je h o v a h que os santifica. Jehovah, e delles nâo poreis offerta
10 Tambem nenhum estranho co­ accendida a Jeh ovah soDre o altar.
merá das cousas santas: nem o alu­ 23 Porem boi ou gado miudo, com
gador do sacerdote, nem o jornaleiro prido ou curto de membros, poderás
comerão das cousas santas. offerecer por offerta voluntana; mas
11 Mas quando o sacerdote comprar por voto nâo será aceito.
alguma alma por seu dinheiro, aquella 24 X) machucado, ou moido, ou des­
comerá delias; e o nascido em sua pedaçado, ou cortado, nâo offerecereis
casa, estes comerão de seu pâo. a J e h o v a h : nâo fareis isto em vossa
12 E quando a filha do sacerdote se terra.
casar com varâo estranho, ella nâo co­ 25 Tambem da mâo do estrangeiro
merá da offerta movediça das cousas nenhum manjar offerecereis a vosso
santas. Deos de todas estas cousas; pois sua
13 Mas quando a filha do sacerdote corrupção está nellas; falta nellas ha:
for viuva ou repudiada, e nâo tiver nâo serâo aceitas por vósoutros.
semente, e se ouver tornado à casa de 25 Fallou mais Jehova h a Moyses,
seu pai como em sua mocidade, do dizendo:
pâo ae seu pai comerá; mas nenhum 27 Quando nascer o boi, ou cordeiro,
estranho comerá delle. ou cabra, sete dias estará debaixo de
14 E quando alguem por erro comer sua mãi; depois desdo dia oitavo e a
a cousa santa, sobre ella acrecentarà diante será aceito por offerta accendi­
sen quinto, e c dará ao sacerdote com da a Je h o v a h .
a cousa santa. 28 Tambem boi ou gado miudo, a
15 Assim nâo profanarão as cousas elle e a seu filho nâo degolareis em
santas dos filhos de Israel, que offe- hum dia. .
recérto a Jehovah . 29 E quando sacrificardes sacrifício

D ig itize d by Goosle
LEVÍTICO, xxrn.

da louvores a J e h o v a h ; o sacrifica- 12 E ao dia, em que moverdes o


reis de vossa vontade. manolho, preparareis hum cordeiro
30 No mesmo dia se comerá; nada inteiro de hum anno em holocausto a
deixareis ficar até a manhã: Eu sou Je h o v a h .
JjCliOVA,II. 13 E sua offerta de manjares, duas
31 Pelo que guardareis meus manda­ dezimas de ílor de farinha, amassada
mentos, e os fareis: Eu sou Je h o v a h . com azeite, para offerta accendida em
32 E náo profanareis meu santo no- suave cheiro a Je h o v a h , e seu derra­
me{ para que eu seja santificado no mamento de vinho, o quarto de hum
meio dos filhos de Israel: Eu sou J e ­ Hin.
h o v a h , que vos santifico : 14 E não comereis pão, nem trigo
33 Que vos tirei da terra de Egypto, tostado, nem espigas verdes, até aquel­
para ser vosso Deos: Eu sou Je h o v a h . le mesmo dia, que trouxerdes a offerta
de vosso Deos: estatuto perpetuo he
por vossas gerações, em todas vossa?
CAPITULO XXIII.
habitações.
EPOIS fallou Je h o v a h a Moyses, 15 Depois para vos contareis desdo
D dizendo: dia seguinte do Sabbado,desdo dia que
2 Falia aos íilhos de Israel, e di- trouxerdes o manolho da offerta mo­
ze-lhes: as solenidades.de Je h o v a h , vediça : sete semanas inteiras serâo.
que apregoareis, serâo santas con- 16 Até o dia seguinte do setimo Sab­
vocações: estas sâo minhas soleni- bado contareis cincoenta dias: entâo
dades: oíferecereis nova offerta de manjares
3 Seis dias se farà a obra, mas ao a J e h o v a h .
setimo dia serà o Sabbado do descan­ 17 De vossas habitações trareis dous
ço, santa convocação; nenhuma obra paens movediços: de duas dezimas de
tareis; Sabbado ae Je h o v a h he em flor de farinha serâo, lévadas se coze­
todas vossas habitações. rão : primícias são a Je h o v a h .
4 Estas sâo as solenidades de Je h o ­ 18 Tambem com o pão offerecereia
v a h , as santas convocações, que apre­ sete cordeiros inteiros de hum anno,
goareis a seu tempo determinado. e hum novilho, filho de vaca, e dous
5 No mez primeiro, aos catorze do carneiros: holocausto serâo a Je h o ­
mez, entre as duas tardes, a Pascoa de v a h , com sua offerta de manjares, e
JuiovAH he. seus derramamentos, por offerta accen
6 E aos quinze dias deste mez he a dida de suave cheiro a Je h o v a h .
festa dos asmo&de Jeh o vah : sete dias 19 Tambem preparareis hum cabrão
comereis asmos. das cabras para expiação do peccado,
7 No primeiro dia tereis santa con­ e dous cordeiros de hum anno poi
vocação : nenhuma obra servil fareis. sacrificio gratiiieo.
8 Mas sete dias oíferecereis offerta 20 Então o sacerdote os moverá com
accendida a Je h o v a h : ao setimo dia o pão das primicias por offerta move­
haverá santa convocação ; nenhuma diça perante a face de Je h o v a h , com
obra servil fareis. os dous cordeiros: sautidade serâo a
9 E fallou J ehovah a Moyses, di­ Je h o v a h para o sacerdote.
zendo : 21 E naquelle mesmo dia apregoa­
10 Falia aos filhos de Israel; e di- reis, que tereis santa convocação; nen­
ze-lhes; quando ouverdes entrado na huma obra servil fareis: estatuto per­
terra, que vos hei de dar, e segardes petuo he em todas vossas habitações
sua sega j entâo trareis hum manolho por vossas gerações.
das primícias de vossa sega ao sacer­ 22 E quando secardes a >eira, de
dote. vossa terra, segando náo acabarás de
11 E elle moverá o manolho perante segar o canto de teu campo, nem co­
a face de Js h o v a h , para que sejais lherás as espigas caidas de tua sega:
aceitos: ao seguinte aia do Sabbado ara o pobre e para o estrangeiro as
o moverá o sacerdote* S
eixaràt; Eu «ou Jeh o v a h vosso Deos,

D ig itize d by L j O O Q le
LEVÍTICO, XXIV. 131

4 3 £ fa llo u J e h o v a h a Moyses, di- e alem de vossos dons, e alem de to­


■endo : dos vossos votos, e alem de todas vos­
24 Falia aos filhos de Israel, dizen­ sas offertas voluntarias, que dareis a
do : no mez sétimo, ao primeiro do Je h o v a h .
mez tereis descanço, a memória da 39 Porem aos quinze dias do mez
jabilacáo, huma santa convocação, setimo, quando ouverdes recolhido a
25 Nenhuma obra servil fareis: mas novidade da terra, celebrareis a festa
offerecereis offerta accendida a J e h o ­
de J e h o v a h por sete dias; ao dia
vah. primeiro haverá descanço, e ao dia
26 Fallou mais J e h o v a h a Moyses. oitavo haverá descanço.
dizendo: 40 E ao primeiro dia para vos toma­
27 Mas aos dez -deste mez setimo se­ reis ramos de formosas arvores, ramos
rá o dia da propiciação; tereis santa de palmas, e ramos de arvores espes­
convocação: então atfligireis vossas sas, com salgueiros de ribeiras; e vos
mimas, e offerecereis offertaaccendida alegrareis perante a face de Je h o v a h
a Je h o v a h . vosso Deos por sete dia*.
28 E n a qu e lle mesmo dia nenhuma 41 E celebrareis esta festa a Je h o ­
obra fareis : porque he o dia da recon- v a h por seta dias cada an n o : estatu­
süiação, p a ra fazer propic iação por vós to perpetuo he por vossas gerações;
perante a fa ce d e Jehovah vosso Deos. no mez setimo a celebrareis.
29 Porque toda alma, que naquelle 42 Sete dias habitareis em cabanas.
mesmo dia se não affiigir, serà corta­ todos os naturaes em Israel habitarão
da de seus povos. em cabanas.
30 Tambem toda alma, aue naquelle 43 Para que saibão vossas gerações,
mesmo dia fizer alguma oDra, a tal al­ que eu fiz habitar os filhos de Israel em
ma en destruirei do meio de seu povo. cabanas, quando os tirei da terra de
31 Nenhomá obra fareis: estatuto Egypto: Eu sou Jehovah vosso Deos.
perpetuo he por vossas gerações em 44 Assim pronunciou Moyses as so­
Codas vossas habitações. lenidades de Je h o v a h aos filhos de
32 Sabbado de descanço vos serà; en­ Israel.
tão atSigireis vossas almas: aos nove
do mez à tarde, de tarde até a tarde
celebrareis o vosso Sabbado. CAPITULO XXIV.
33 E fallou J e h o v a h a Moyses, di­ FA LLO U Jehovah a Moyses, di­
zendo :
34 Falia aos filhos de Israel, dizen­
E zendo :
2 Manda aos filhos de Israel, que
do : aos quinze dias deste mez seti­ te tragão azeite de oliveiras, puro moi­
mo será a festa das Cabanas a Je h o ­ do. para a luminaria, para accender as
v a h por sete dias. lampadas continuamente.
35 Ao primeiro dia haverá santa con­ 3 Aaron as concertará perante a fo­
vocação : nenhuma obra servil fareis. ce de Jehov a h continuamente, desda
36 Sete dias offerecereis offertas tarde até a manhã fora do veo do
accendidas a J e h o v a h : ao dia oitavo testimunho na Tenda do ajuntamen­
tereis santa convocação, e offerece­ to: estatuto perpetuo he por vossas
reis offertas accendidas a J e h o v a h : gerações.
dia de prohibição he, nenhuma obra 4 Sobre o castiçal puro concertará
servil fareis. as lampadas perante a face de Jeho­
37 Estas são as solenidades de Je­ v a h continuamente.
h o v a h . que apregoareis para santas 5 Tambem tomarás fior de farinha,
convocações, para offerecerâ J eh o ­ e delia cozerás doze bolos: cada bolo
vah offerta accendida, holocausto, e será de doas dezimas.
oferta de manjares, sacrifício, e der­ 6 E os porás em duas ordens; seis
ramamentos, cada qual em seu dia, em huma ordem sobre a mesa pura
eadadia. perante a face de J e h o v a h .
38 Alem dos Sabbados de Jehovah, 7 E sobre cada ordem porás encenso

D ig itize d by L j O O Q ie
132 LEVÍTICO, XXV.

poro, que serà pua o p&o por offerta 23 E disse Moyses aos filhos de Is­
memorial: offerta accendida he a Je­ rael, que levassem ao blasfemo fora
hovah. do arraial, e o apedrejassem oom pe­
3 Em cada dia de Sabbado isto se or­ dras: e fizerão os filhos de Israel oo­
denará perante a face de Jeh ovah con­ mo Je h o v a h mandára a Moyses
tinuamente, pelos filhos de Israel por
concerto perpetuo. CAPITULO XXV.
9 E serà de Aaron e de seus filhos,
os quaeso comerão no luçar santo: ALLOU mais Je h o v a h a Moyses
porque santidade de santidades he F no monte de Sinai, dizendo:
para elle das offertas accendidas de 2 Falia aos filhos de Israel, e dize-
Je h o v a h , por estatuto perpetuo. lhes : quando ouverdes entrado na ter­
10 E sahio hum filho de huma mulher ra, que eu vos dou; então aterra des­
Israelita, o qual era filho de hum va­ cansará hum Sabbado a Je h o v a h .
râo Egypcio no meio dos filhos de Is­ 3 Seis annos semearás tua terra, e
rael: e o filho da Israelita, e hum va­ seis annos podarás tua vinha, e colhe­
rão Israelita porfiàrão no arraial. rás sna novidade.
11 Então o filho da mulher Israelita 4 Porem ao setimo anno haverá Sab­
blasfemou o N om e . e maldisse; pelo bado de descanço para a terra, hum
ue o trouxerâo a Moyses: e o nome Sabido a Jeh o v a h : não semearás
e sua mãi era Schelomith, filha de teu chão, nem podarás tua vinha.
Dibri, da tribu de Dan. 5 O que nascer de si mesmo de tua
12 É o levàrâo à prisão, até que lhes sega, não segarás, e as uvas de tua se­
fosse declarado pela boca de Je h o v a h . paração não vindimarás: anno de des­
13 E fallou Jeh o v a h a Moyses, di­ canço será para a terra.
zendo : 6 Mas a novidade do Sabbado da terra
14 Tira ao blasfemo fora do arrai­ vos serà por mantimento, a ti, e a teu
al ; e todos os que o ouvirão, porão servo, e a tua serva, e a teu jornaleiro,
suas mãos sobre sua cabeça: entâo e a teu forasteiro, que peregrinâo com
toda a congregação o apedrejará. tigo.
15 E aos filhos de Israel fallarâs, 7 E a teu gado, e a teus animaes,
dizendo: Qualquer que maldisser a ue estão em tua terra,-toda sua novi-
seu Deos, levará seu peccado. ade serà por mantimento.
16 E aquelle que blasfemar o Nome 8 Tambem te contarás sete sema­
de Je h o v a h , morrendo morrerá; toda nas de annos, sete vezes sete annos;
a congregação apedrejando o apedre­ de maneira que os dias das sete se­
jará : assim o estrangeiro como o natu­ manas de annos te serão quarenta e
ral, blasfemando o N ome , serà matado. nove annos.
17 E quem ferir de morte a alma de 9 Então no mes setimo, aos dez do
hum homem; morrendo morrerá. mez farás passar a trombeta do jubilo:
18 Mas quem ferir de morte hum no dia da propiciação fareis passar
animal; o restituirá, alma por alma. trombeta por toda vossa terra.
19 Quando tambem alguem fizer si­ 10 E santificareis o anno cincoenta,
nal a seu proximo; como elle fez, as- e apregoareis liberdade na terra a to­
sim-lhe serà feito: dos seus moradores: anno de iubileo
20 Quebradura por quebradura, olho vos será, e tomareis cada qual a sua
por olho, dente por dente: como elle possessão, e tornareis cada qual a sua
fez sinal a algum homem, assim-lhe familia.
rà feito. 11 O anno cincoenta vos serà jubi-
21 Quem pois ferir de morte hum ani­ leo: não semeareis, nem segareis o
mal; restitui-lo-ha: mas quem ferir que nelle nascer de si mesmo, nem
de morte hum homem; serà matado. nelle vindimareis as uvas das separa*
22 Hum mesmo direito tereis; assim ções.
serà o estrangeiro como o natural; 12 Porque jubileo he, santo vos set
pois eu sou Je h o v a h vosso Deos. rà: a novidade 4o campo comereis.

D ig itize d by L j O O Q le
LEVÍTICO, XXV. 133

13 Neste anno do jubileo tornareis até o anno do jubileo: porem no an­


cada hum a sua possessão. no do jubileo sahirá, e elle tornará a
14 Pelo aue qnando venderdes algu­ sua possessão.
ma cousa de venda a vosso proximo, 29 £ quando alguem vender huma
oua comprardes da mão de vosso pro­ casa de nabitação em cidade murada;
ximo: ninguém oprima a seu irmão. então seu resgate será até que se cum­
15 Conforme ao numero dos annos pra o anno de sua venda; hum anuo
desdojubileo compraras de teu proxi­ inteiro serà seu resgate.
mo; e conforme ao numero dos annos 30 Mas se, cumprindo-se-lhe hum
dasnoridades elle venderá a ti. anno inteiro, ainda não for resgatada;
16 Conforme á multidão dos annos então a casa, que estiver na cidade
aqgmentarás seu preço; e conforme que tem muro, arrematadamente fica­
á pouquidade dos annos diminuirás rá ao que a comprou, entre suas ge­
seupreço; porque o numero das no­ rações : não sahirá no jubileo.
vidades eÚe te vende. 31 Mas as casas das aldeas, que n&o
17 Ninguém pois oprima a seu prox­ tem muro ao redor, serão estimadas
imo; mas terás temor de teu Deos: como o campo da terra: para ellas
porque Ea sou Je h o v a h vosso Deos. haverá resgate, e sahirâo no jubileo.
18 £ fazei meus estatutos, e guardai 32 Mas tocante ^s cidades dos Le­
meusdireitos, e os fa zei: assim habi­ vitas, as casas das cidades de sua pos­
tareis seguros sobre a terra. sessão; os Levitas terão resgate per­
19 E a terra dará seu fruto, a come­ petuo.
reisa fartar, e nella habitareis segu­ 33 £ havendo-se feito resgate entre
ros. os Levitas, então a compra da casa e
ÍOE.se disserdes: que comeremos da cidade de sua possessão sahirá no
aoamosetimo ? eis que não havemos jubileo: porque as casas das cidades
desemear,nemcolher nossa novidade. dos Levitas são sua possessão no meio
21 Entào eu mandarei minha ben- dos filhos de Israel.
C*>sobre vós ao seisto anno, para que 34 Porem o campo do arrabalde de
dè fruto por tres annos. suas cidades não se venderá; porque
22 Eao anno oitavo semeareis, e co­ possessão perpetua he para elles.
mereisda novidade velha até o anno 35 £ quando teu irmão empobrecer,
ono: até que venha sua novidade, e sua mão vanguejar comtigo, sosten-
comereis a velha. ta-lo-has, tambem ao estrangeiro e pe­
23 Tambem a terra não se venderá regrino, para que viva comtigo.
arremetadamente; porque a terra he 36 Não tomarás delle onzena nem
minha: pois vósoutros sois estrangei­ ganho demasiado; mas de teu Deos
ro* e peregrinos comigo. terás temor, para que teu irmão viva
24 Por tanto era toda a terra de vos­ comtigo.
sapossessão dareis resgate à terra. 37 Não darás-lhe teu dinheiro a on­
25 Qnando teu irmão empobrecer, zena ; nem darás teu manjar a ganho
e Tender alguma cousa de sua posses­ demasiado.
são; então virá seu resgatador, seu 38 Eu sou Je h o vah vosso Deos, que
jwente, e resgatará o que vendeo seu vos tirei da terra de Egypto, para vos
irmio. dar a terra de Canaan, para ser vosso
26 E se alguem não tiver resgata­ Deos.
do**, porem sua mão alcançar e achar 39 Quando tambem teu irmão em­
oque basta para seu reògate: pobrecer, estando comtigo, e vender
27 Então contará os annos de sua se a t i; não o farás servir serviço de
Hada, e o que ficar, restituirá ao va- escravo.
I*°> a quem o vendeo ; e tomará a 40 Como jornaleiro, como forasteiro
«a possessão. estará comtigo; até o anno do jubileo
Mas se sua mão não alcançar o te servirá.
que basta para restituir-lhe, então o 41 Então sahirá de ti, elle e seus
vendido ficará na mão do comprador filho# com elle; e tornará a sua fa-

D ig itize d by L j O O Q ie
134 LEVÍTICO; XXVI.
milia, e â possessão de seus pais tor­ rearâ sobre elle com rigor perante te­
nará. us olhos.
42 Porque sâo mens servos, que ti- 54 E se com isto se nâo resgatar, sa­
rei da terra de Egypto: náo serâo ven­ hirá no anno do jubileo, elle e sens
didos, como se vendem os escravos. filhos com elle.
43 Nâo te ensenhorearás delle com 55 Porque os filhos de Israel me s&o
rigor; mas de teu Deos terás temor. servos; meus servos sâo elles, aue ti­
44 Teu escravo ou tua escrava que rei da terra de Egypto .* Eu souJ e h o ­
tiveres, serâo das gentes, que estâo a v a h vosso Deos.
o redor de vósoutros; delles compra­
reis escravos e escravas.
45 Tambem os comprareis dos filhos CAPITULO XXVI.
dos forasteiros, que peregrináo entre VTAO fareis para vósoutros ídolos;
vos; delles, e ae suas gerações, que IN nem vos levantareis imagem de
estiverem cem vosco, que houverem vulto, nem estatua; nem poreis pedra
gerado em vossa terra; e vos serâo figurada em vossa terra, para inclinar-
por possessão. vos a ella: porque Eu sou J e h o v a h
46 E vos poreis por possessores so­ vosso Deos.
bre elles para vossos filhos depois de 2 Guardareis meus Sabbados, e re­
vós, para herdar a possessão; perpe­ verenciareis meu Santuario: Eu sou
tuamente os fareis servir: mas sobre J e h o v a h .
vossos irmãos os filhos de Israel; ca­ 3 Se andardes em meus estatutos,
da hum sobre seu irmâo, nâo se ense- e guardardes meus mandamentos, e
nhoreará sobre elle com rigor. os fizerdes.
47 E quando a mâo do estrangeiro 4 Entâo eu darei vossas chuvas a
e peregrino, que está comtigo, alcan­ sen tempo; e a terra dara sua novi­
çar riqueza, e teu irmâo, aue está com dade, e a arvore do campo dará seu
elle, empobrecer ; e venaer-se ao es­ fruto.
trangeiro ou peregrino, que está com­ 5 E a trilhadura vos chegará à vin­
tigo, ou à raça da linhagem do es­ dima, e a vindima chegaTá á semen­
trangeiro. teira; e comereis vosso pâo a fartar,
48 Depois que se houver vendido, ha­ e habitareis seguros em vossa terra.
verá resgate para elle; hum de seus 6 Tambem darei paz na terra, e dor­
irmãos o resgatará. mireis seguros, e nâo haverá quem vos
49 Ou seu tio, ou o filho de seu tio o espante : e farei cessar as mas bestas
resgatará; ou hum dos chegados a sua da terra, e por vossa terra nâo passa­
carne de sua familia o resgatará: ou rá espada.
ee sua mâo alcançar riqueza, resgatará 7 E perseguires a vossos Inimigos, e
a si mesmo. perante vossa face cahirâo à espada.
50 E contará com aquelle que o com­ 8 Cinco de vós perseguirão á cento,
prou, desdo anno que se venaeo a elle, e cento de vós perseguirão à dez m il;
até o anno do jubileo; e o dinheiro e vossos inimigos cahirâo á espada
de sua venda será conforme ao nume­ perante vossa face.
ro dos annos: conforme aos dias de 9 E a vós me tomarei; e vos farei
hum jornaleiro será com elle. fructificar, e vos multiplicarei, e con­
51 Se ainda muitos daquelles annos firmarei meu concerto com vosco.
faltarem; conforme a elles restituirá 10 E comereis o velho envelhecido ;
seu resgate do dinheiro, pelo qual foi e tirareis fora o velho por causa do
vendido: novo.
52 E se ainda restarem poucos da- 11 E porei meu Tabemaculo no
qnelles annos até o anno do jubHeo ; meio de vósoutros; e minha alma de
entâo fará oontas com «H e: conforme vos nâo se enfadará.
a seus annos restituirá seu resgate. 12 E andarei no meio de vósoutros,
63 Como jornaleiro de anno por an- e eu vos serei por Deos, e vos me se
no estará com elle : nâo se ensenho- reis por povo.

D ig itize d by L j O O Q le
LEVÍTICO, XXVI. 130

13 fia s o u Jehovah roao Deos, que e sereis entregados na m&o do ini­


vos tirei da terra dos Egypcio», para migo.
que n&ofoeaeis seus escravos: e que­ 26 Quando eu vos quebrantar o bor­
brantei os teroòes de vosso jugo, e vos dão do p&o, ent&o das mulheres coze­
fiz andar direitos. rão vosso pâo em hum forno, e toma­
14 Mas se me n&o ouvirdes, e nâo rão vosso p&o por peso; e comereis,
fizetdes todos estes mandamentos: mas náo vos fartareis.
15 E se eegeitardes meus estatuto», 27 E se com isto me n&o houvirdes,
e to m alrna. se enfadar de meus di­ senão mnda comigo andardes ao en­
reitos. nâo fazendo todos meus mau* contro:
ciamsiitos, para invalidar meu con­ 28 Tambem eu com vosco andarei
certo. ao encontro em furor; e vos castigarei
16 Ent&o eu tambem vos fhcei isto: sete vezes mais por vossos peccados.
Dorei sobre vós terror, eteguidade, e 29 Porque comereis a came de vos­
febre quente, que consum&o os olhos, sos filhos^ e a came de vossas filhas
e atormentem a alma: e semeareis comereis.
debalde vossa semente, e vossos inimi­ 30 E destruirei vossos altos, e desfa­
gos a comerão. rei vossas imagens solares, e lançarei
17 E porei minha face contra vós­ vossos corpos mortos sobre os corpos
outros, e sereis feridos perante a face mortos de vossos Deoses de esterco;
de vossos inimigos; e os que vos abor­ e minha alma se enfadará de vós.
recem, de vós se ensenhorear&o; e fu­ 31 E porei vossas cidades por deser­
gireis, n&o havendo quem vos persiga. to, e assolarei vossos santuarios; e
\% E se ainda cem estas oougas nâo n&o cheirarei vosso cheiro suave.
me hoovkdesj ent&o eu proeeguirsi a 32 E assolarei a tenra dê tal manêtra,
castigar-vos sete vezes mot# por vossos que se espantem disso vossos inimi­
peccados. gos, que nella morarem.
19 Porque quebrantarei a soberba 33 E vos espalharei entre as gentes,
de roem força; e farei vpsso ceo co­ e arrancarei espada após vós; e vossa
mo ferro, e vossa terra oomo metal. terra será assolada^ e vossas cidades
20 E vosso- poder se consumirá em serão deserto.
v&o; e vossa terra nâo dará sua novi­ 34 Então a terra folgará em seus
dade. e as^arvores da terra nâo darâo Sabbados, todos os dias de sua assola-
set fruto. ç&o, e vósoutros estareis na terra de
21 E se andanles comigo ao» encon­ vossos inimigos: ent&o a terra descan­
tro, e nâo me quiserdes ouvirj acre- çará, e folgará em, seus Sabbados.
centarei sobre vós pancadas sete ve*- 35 Todos os dias da assolaç&o descan­
zes mãi» conforme a vossos pecca­ sará ; porque não descansou em vos­
dos. sos Sabbados, qnando habitaveis nella.
22 Porque enviarei entre vós as bes­ 36 E quanto aos que ficarem de vós,
tas do campo, as quaes vos desfilha- eu meterei tal covardia em seus cora­
r&o, e desfarão vosso gado, e vos apou» ções nas terras d« seus inimigos, que
carâo: e vossos caminhos ser&o de­ o soido de huma folha movida os per­
sertos. seguirá, e fugirão como de fugida da
23 Se ainda com estas cousas me n&o espada, e cakir&o, n&o havendo quem
fordes asmz castigados, sendo aindm os perfiga.
coniffo andardes ao encontro: 37 Ecahiiáo huns sabre outros como
24 Eu tambem com voseo andarei de diante da espada, nâo havendo
ao encontro; e tambem vos ferirei quem os persiga : e n&o podereis pa­
sete vezes wiat* por causa* de vossos ra perante vossos inimigos.
peccados. 38 E perecêreis entre as gentes, e a
25 Porque trarei sobre vós eapadn. terra de vossos inimigò» vos consu­
qoe vincará a vinçança do conee-rto, mirá.
e ajuntados estareis em vossas cida­ 30 E os que ficarem de vósoutros,
des; ent&o enviarei a pesteontre vòs> se derreter&o per sua iniquidade um

D ig itiz e d b y Google
136 LEVÍTICO, XXVII.

terras de vossos inimigos; e pela ini­ 4 Porem sendo femea, tua estimâ-
quidade de seus pais com elles se ç&o serà de trinta siclos.
aerreter&o. 5 E se for de cinco annos até vinte j
40 Entào consessarào sua iniquida­ tua estimaç&o de hum macho serà vin­
de, e a iniquidade de seus pais com te siclos, e da femea dez siclos.
suas trespassações, com que trespas* 6 E se for de hum mez até cinco
sàr&o contra mim; como tambem, que annos; tua estimaç&o de hum macho
comido andár&o ao encontro. será de cinco siclos de prata, e tua
41 E que tambem eu haverea inda- estimaç&o pela femea será de tres si-
do com elles ao encontro, e os haverei clos de prata.
levado na terra de seus inimigos: sé- 7 E se for de sessenta anno^e a ri-
ent&o seu coração incircunciso se hu­ boj pelo macho tua estimaç&o será de
milhará, e elles tomarão prazer no quinze siclos, e pela femea dez siclos.
castigo de sua iniquidade. 8 Mas se for mais pobre que tua esti­
42 Tambem eu me lembrarei de maç&o, ent&o se porá perante a foce
meu concerto com Jacob, e tambem do sacerdote, e o sacerdote o apreça­
de meu concerto com Isaac, e tam­ rá : conforme ao que alcançar a m&o
bem de meu concerto com Abraham do que fez o voto, o apreçará o sacer­
me lembrarei; e terei lembrança da dote.
terra. 9 E se for animal, de que se ofFere-
43 Quando a terra será desempara- ce ofTerta a Jehovah : tudo que der
da delles, e folgará em seus Sabbados, delle a J e h o v a h , serà santo.
sendo assolada delles: e elles toma­ 10 N&o o mudará, nem trocará bom
rão prazer no castigo ae sua iniquida­ por m&o, ou mao por bom : e se tro­
de : porquanto engeitàr&o meus direi­ cando trocar animal por animal; o tal
tos, e sua alma se enfadàra de meus e o trocado será santo.
estatutos. 11 E se for algum animal immttndo,
44 E de mais disto tambem , estan­ de que n&o se offerece offerta a J e h o ­
do elles na terra de seus inimigos, eu v a h : ent&o porá o animal perante a
n&o os engeitarei, nem me enfadarei face do saceraote.
delles, para consumilos, invalidando 12 E o sacerdote o apreçará, seja
meu concerto com elles: porque Eu bom, ou seja m&o: segundo tua esti­
sou Jeh ovah seu Deos. maç&o, o sacerdote, assim será.
45 Antes me lembrarei delles do 13 Porem se resgatando o resgatar;
concerto dos antigos, que tirei da terra ent&o acrecentarà seu quinto alem de
de Egypto perante os olhos das gentes, tua estimaç&o.
para ser-lhes por Deos, Eu Je h o v a h . 14 E quanto alguem santificar sua
46 Estes s&o os estatutos, e os direi­ casa por santificação a J e h o v a h , o
tos, e as leis, que deu Je h o v a h entre saceraote a apreçará, seja boa ou seja
si e entre os filhos de Israel no monte m á : como o sacerdote a apreçar, as­
de Sinai, pela m&o de Moyses. sim serà.
15 Mas se o santificante resgatar
sua casa: ent&o acrecentarà o quinto,
c a p itu lo xxvn. de mais ao dinheiro de tua estimação,
ALLOU mais Je h ovah a Moyses,
r dizendo:
2 Falia aos filhos de Israel, e dize-
e serà sua.
16 Se tambem alguem do campo de
sua possess&o santificar alguma cousa
lhes ; quando alguem fizer particular a J e h o v a h ; ent&o tua estimaç&o serà
voto; segundo tua estimaç&o ser&o as segundo sua semente: hum Homer de
almas de Je h o v a h . semente de cevada serà apreçado a
3 Sendo tua estimaç&o de hum ma­ cincoenta siclos de prata.
cho de idade de vinte annos até à ida­ 17 Se santificar seu campo desdo
de de sessenta, ent&o serà tua esti­ anno do jubileo; conforme a tua esti­
maç&o de cincoenta sidos de prata, maç&o ficará.
•egundo o tido do Santuario. 18 Mas se santificar seu campo dr*

D ig itize d by L j O O Q le
NÚMEROS, I . 13*

pois do anno do jubileo, entâo o sacer­ 27 Mas se for de hum animal im­
dote lhe contará o dinheiro conforme mundo, o resgatara segundo tua esti­
aos annos restantes até o anno do ju­ mação, e sobre ella acrecentarà seu
bileo, e tirar-se-h a de tua estimaç&o. quinto: e se nâo se resgatar, vender-
19 E se aquelle que santificou o se-ha segundo tua estimação.
campo, resgatando o resgatar; entâo 28 Todavia nenhuma cousa consagra­
acrecentarà o quinto, de mais do di­ da, que alguem consagrar a Je h o v a h
nheiro de tua estimação, e ficará-lhe. de tudo que tem, de homem, ou de
20 R se n&o resgatar o campo, ouse animal, ou do campo de sua posses­
vender o campo a outro varâo; nunca são, se venderá nem resgatará: toda
mais se resgatará. cousa consagrada serà santidade de
21 Mas q u an to o campo sahir no an­ santidades a Je h o v a h .
no do jnbiieo, se rà santo a Jehovah, 29 Toda cousa consagrada, que for
como campo consagrado: a possessão consagrada do homem, nâo será res­
delle será do sacerdote. gatada : morrendo morrerá.
22 E se san tificar a Jehovah o cam­ 30 Tambem todas as dezimas do
po que com prou, e nâo for do campo campo, da semente do campo, do fru­
de roa p o ss e s s ã o : to das arvores, sâo de Je h o v a h : san­
23 Entâo o sacerdote lhe contará a tas sâo a Je h o v a h .
socnma d e tu a estimação até o anno 31 Porem se alguem de suas dezi­
do jubileo j e n o mesmo dia dará tua mas resgatando resgatar alguma cou­
estimação p o r santidade a Jehovah. sa, acrecentarà seu quinto sobre ella.
24 Na anno do jubileo o campo tor­ 32 Tocante a todas as dezimas de
nará a aquelle, de quem o comprou, vacas e ovelhas, tudo que passar de­
a aquelle cujo era a possessão do baixo da vara, o dezimo será santo
campo. a Je h o v a h .
25 E toda tua estimação se fará con­ 33 Nâo esquadrinhará entre o bom
forme ao siclo do Santuario: o siçlo e o mâo, nem o trocará: mas se tro­
será de vinte Gera. cando o trocar, o tal e o trocado será
26 Mas o primogênito, que de hum santo ; nâo será resgatado.
anhnal nascer primeiro a J e h o v a h , 34 Estes sâo os mandamentos, que
ninguém santificará; seja boi ou ga­ J e h o v a h mandou a Moyses para os
do miudo, de J e h o v a h he filhos de Israel no monte de Sinai.

0 U U AR TO L IV RO DE M0YSE8,

NÚME R OS .

pais, no numero dos nomes de todo


CAPITULO I.
macho, cabeça por cabeça.
ALLOU mais J e h o v a h a Moyses 3 De idade de vinte annos e a riba,
P no deserto de Sinai, na Tenda do todos os que sahem à guerra em Isra­
ajuntamento, ao primeiro do mez se­ el: a estes contareis segundo seus
gundo, no segundo anno de sua sàhida exerckos, tu e Aaron.
da terra de Egypto, dizendo: 4 E estarão com vosco de cada tribu
2 Tomçi a contia de toda a oongre* hum varâo, que seja cabeça da casa
gaçâo doe filhos de Israel, segundo de seus pais.
soa» gerações, segundo a casa de seus 5 Estes pois sâo os nomes doa varQ*

D ig itize d by L j O O Q le
138 NÚMEROS, I.

que estarão com vosco : de Ruben, por suas familias, segundo a casa de
zur, filho de Sedeur. seus pais; no numero dos nomes dos
6 De Simeon,.Selumiel filho de Su- de vinte annos e a riba, todos que po­
risaddai. di&o sahir à guerra.
7 De Judá, Nahesson, filho de Ara- 25 Seus contados da tribu de Gad
minadab. quarenta e cinco mil e seis centos e
8 De Issaschar, Nethanael, filho de cincoenta.
Suhar. 26 Dos filhos de Judá, suas gerações
9 De Zebulon, Eliab, filho de Helon. por suas familias, segundo a casa de
10 Dos íilhos de Joseph: de Ephra­ seus pais; no numero dos nomes dos
im, Elisama, filho de Ammihud: de de vinte annos e a riba, todos que po­
Manasse, Gamaliel, filho de Pedazur. di&o sahir à guerra:
11 De Benjamin, Abidan, filho de 27 Seus contados da tribu de Judá
Gideoni. er&o setenta e quatro mil e seis centos.
12 De Dan, Ahieser, filho de Am- 28 Dos filhos de Issaschar, suas ge­
misaddai. rações por suas familias, segundo a
13 De Aser, Pagiel, filho de Ochran. casa de seus pais; no numero dos
14 De Gad, Eliasaph, filho de Dehuel. nomes dos de vinte annos e a riba,
15 De Naphtali, Anira, filho de Enan. todos que podi&o sahir à çuerra.
16 Estes for&o os chamados da con­ 29 Seus contados da tnbu de Issa­
gregação, os Maioraes das tribus de schar er&o cincoenta e quatro mil e
seus pais, as cabeças dos milhares de quatro centos.
Israel! 30 Dos filhos de Zebulon, suas gera­
17 Ent&o tomarão Moyses e Aaron ções, por suas familias, segundo & ca­
a estes varões, que for&o declarados sa de seus pais; no numero dos no­
por seiis nomes. mes dos de vinte annos e a riba, todos
18 E ajuntàr&o toda a congregaç&o que podi&o sahir á guerra.
ao primeiro dia do mez segundo, e 31 Seus contados da tribu de Zebu­
declarárâo sua decendencia segundo lon er&o cincoenta e sete mil e quatro
suas familias, segundo a cosa de seus centos.
p&is, no numero dos nomes dos de 32 Dos filhos de Joseph; dos filhos
vinte annos e a riba, cabeça por ca­ de Ephraim, suas gerações por suas
beça. familias, segundo a casa de seus pais;
19 Como J e h o v a h mandára a Moy­ no numero dos nomes doâ de vinte
ses, assim os contou no deserto ae annos e a riba, todos que podi&o sahir
Sinai. à guerra.
20 For&o pois os filhos de Ruben o 33 Seus contados da tribu de Ephra­
primogênito de Israel, suas gerações im eráo quarenta mil e quinhentos.
por suas familias, segundo a casa de 34 Dos nlhos de Manasse, suas gera­
seus pais, no numero dos nomes, ca­ ções por suas familias, segundo acasa
beça por cabeça, todo macho de vinte de seus pais; no numero dos nomes
annos e a riba, todos que podi&o sahir dos de vinte annos e a riba, todos que
á guerra. podi&o sahir á guerra.
21 Seus contados da tribu de Ruben 35 Seus contados da tribu de Manas­
er&o quarenta e seis mil e quinhentos. se er&o trinta e dous mil e duzentos.
22 Dos filhos de Simeon, suas gera* 36 Dos filhos de Beniamin, suas ge­
ções por suas familias, segundo a casa rações por suas famílias segundo a
de seus pais; seus contados, no nu­ casa de seus pais; no numero dos
mero dos nomes, cabeça por cabeça, nomes dos de vinte annos e a riba, to­
todo macho de vinte annos e a riba, dos aue podi&o sahir á guerra*
todos que podi&o sahir à guerra. 37 Seus contados da tribu de Benja­
' 23 Seus contados da tribu de Si­ min er&o trinta e cinco mil e quatro
meon er&o cincoenta e nove mil e centos.
trezentos. 38 Dos íilhos de Dan, suas gerações
. 24 Dos filhos de Gad, suas gerações por suas familias, segundo a casa Ae

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NUMEBOS, n. 189

fceus pais, no números dos nomes dos 53 Mas os Levitas assentarão suas
de Tinte annos e a riba, todos que po- tendas ao redor do Tabemaculo do
diào sahir á guerra. testimunho, para que nâo haia indig­
39 Seus contados da tribu de Dan nação sobre a congregação doe filhos
erão sessenta e dous mil e sete centos. de Israel: pelo que os Levitas terâo o
40 Dos filhos de Aser, suas gerações cuidado da guarda do Tabemaculo do
por suas famílias, segundo a casa de testimunho.
seus pais: no numero dos nomes dos 54 Assim fizerâo os filhos de Israel:
de Tinte annos e a riba, todos que conforme a tudo que J e h o v a h man­
podiáo sahir á guerra. dára a Moyses, assim fizerâo.
41 Seus contados da tribu de Aser
erão quarenta e hum mil e quinhentos.
42 Dos fiihoB do Naphtali, suas gera­ CAPITULO II.
ções por suas famílias, segundo a casa FALLOU J e h o v a h a Moyses e a
de seus pais; no numero dos. nomes
dos de Tinte annos e a riba, todos que
E Aaron, dizendo:
2 Os filhos de Israel assentarão suas
podiáo sahir â guerra. tendas, cada hum debaixo de sua ban­
43 Seus contados da tribu de Naph- deira, segundo as insígnias da casa de
tali erão cincoenta e tres mil e quatro seus pais: do redor em fronte da Ten
centos. da do ajuntamento assentarão suas
44 Estes sâo os contados, que contou tendas.
Moyses e Aaron, e os Maioraes de Is­ 3 Os aue assentarão suas tendas da
rael, doze Tarões; cada qual era pela banda dp Oriente para o nascente, se­
casa de seus pais. rá a bandeira do exercito de Judá se­
45 Assám forão todos os contados dos gundo seus esquadrões: e Nahesson,
filhos de Israel segundo a casa de seus filho de Amminadab, será príncipe
pais, de Tinte annos e a riba, todos que dos filhos de Judá.
podiáo sahir à guerra em Israel: 4 E seu exercito e seus contados erão
, 46 Todos os contados pois forão seis setenta e quatro mil e seis centos.
centos e tres mil e quinhentos e cin­ 5 E junto a elle assentará suas ten­
coenta. das a tribu de Issaschar; e Nathanael,
47 Mas os Levitas, segundo a tribu filho de Suar, será principe dos filhos
de seos pais, nâo forão contados entre de Issaschar.
elles. 6 E seu exercito e seus contados
48 Porquanto Je h ovah tinha fallado erão cincoenta e quatro mil e quatro
a Moyses, dizendo: centos.
49 Porem nâo contarás a tribu de 7 E a tribu de Zebulon; e Eliab,
Leri, nem tomarás a contia delles en­ filho de Helon, serà principe dos filhos
tre os filhos de Israel. de Zebulon.
50 Mas tu, póe os Levitas sobre o 8 E seu exercito e seus contados
Tabemaculo do testimunho, e sobre to­ erão cincoenta e sete mil e quatro
dos seus vasos, e sobre tudo que per­ centos,
tence a e lle : elles levarão o Taberna- 9 Todos os contados do exercito de
jdIo e todos seus vasos; e elles o ad­ Judá cento e oitenta e seis mil e qua­
ministrarão, e assentarão seu arraial tro centos segundo seus esquadrões:
ao redor do Tabemaculo. estes irâo diante.
51 E quando o Tabemaculo partir, 10 A bandeira do exercito de Ruben
os Levitas o desarmarão; e quando o segundo seus esquadrões estará para
Tabemaculo assentará o arraial, os a handa do Sul; e Eliasur, filho de
Levitas o armarão j e o estranho, que Sedeur, serà principe dos filhos de
Be chegar, morrerá. Ruben.
52 £ os filhos de Israel assentarão 11 E seu exercito e seus contados
suas tendas, cada hum em seu esqua­ erão quarenta e seis mil e quinhentos.
drão. e cada hum junto a sua bandei­ 12 E junto a elle assentará suas ten­
ra segundo seus exercitos. das a tribu de Simeon ; e Selumiel,

D ig itize d by L j O O Q ie
140 NÚMEROS, III.

filho de Surisaddai, será principe dos filho de Enan, serà principe dos filhos
filhos de Simeon. de Naphtali.
13 E seu exercito e seus contados 30 E seu exercito e seus contada
erão cincoenta e nove mil e trezentos. eráo cincoenta e tres mil e quatro cen­
14 E a tribu de Gad; e Eliasaph, tos.
filho de Rehuel, será principe dos 31 Todos os contados no exercito de
filhos de Gad. Dan erão cento e cincoenta a sete mil
15 E seu exercito e seus contados e seis centos: estes partirào traseiros
eráo quarenta e cinco mil e seis cen­ segundo suas bandeiras.
tos e cincoenta. 32 Estes são os contados dos filhos
16 Todos os contados no exercito de de Israel segundo a casa de seus pais;
Ruben erão cento e cincoenta e hum todos os contados dos exercitos por se­
mil e quatro centos e cincoenta, se­ us esquadrões forão seis centos e tres
gundo seus esquadrões: e estes parti- mil e quinhentos e cincoenta.
rfto os segundos. 33 Mas os Levitas nâo foráo conta­
17 Entào partirá a Tenda do ajunta­ dos entre os filhos de Israel, como Je­
mento com o exercito dos Levitas no h o v a h mandára a Moyses.
meio dos exercitos: como assentarão 34 E os íilhos de Israel fizerão con­
o arraial, assim partirão, cada hum em forme a tudo que J e h o v a h mandára
seu lugar segundo suas Dandeiras. a Moyses: assim assentárâo o arraial
18 A bandeira do exercito de Eph­ segundo suas bandeiras: e assim par­
raim segundo seus esquadrões estará tirão cada qual segunao suas gera­
para o Occidente; e Elisama, filho de ções, segundo a casa de seus pais.
Ammihnd serà principe dos filhos de
Ephraim.
CAPITULO III.
19 E seu exercito e seus contados
erão quarenta mil e quinhentos. ESTAS sâo as gerações de Aaron
20 Ejunto a elle a tribu dè Manas­
se j e Gamliel, filho de Pedazur, será
E e de Moyses, no dia em que Je­
h o v a h fallou com Moyses no monto
principe dos filhos de Manasse. de Sinai.
21 E seu exercito e seus contados 2 E estes sâo os nomes dos filhos
eráo trinta e dous mil e duzentos. de Aaron: o primogênito, Nadab; de­
22 Logo a tribu de Benjamin: e Abi- pois Abihu, Eleasar e Ithamar.
dan, filho de Gideoni, serà principe 3 Estes sâo os nomes dos filhos de
dos filhos de Benjamin. Aaron. dos sacerdotes ungidos * cujas
23 E seu exercito e seus contados mâos forão enchidas, para administrar
erão trinta e cinco mil e quatrocentos. ó sacerdocio.
24 Todos os contados no exercito dê 4 Mas Nadab é Abihu mórrérão pe­
Ephraim erão cento e oito mil e cen­ rante a face de J e h o v a h , quando of-
to, segundo seus esquadrões: e estes ferecérâo fogo estranho perante a fa ce
partirào os terceiros. de J e h o v a h no deserto de Sinai; e
25 A bandeira do exercito de Dan não tiverâo filhos: porem Eleasar e
estará para o Norte, segundo seus es­ Ithamar administràrâo o sacerdocio
quadrões; e Ahieser, nlho de Ammi- diante de Aaron, seu pai.
saddai, serà principe aos filhos de Dan. 5 E fallou J e h o v a h a Moyses, di­
26 E seu exercito e seus contados zendo :
erão sessenta e dous mil e^ete centos. 6 Faze cliegar a tribu de Levi, e a
27 E junto a elle assentará suas ten­ poem diante de Aaron o sacerdote,
das a tribu de Aser j e Pagiel; filho para que o sirvâo.
de Ochran, será principe dos filhos de 7 E tenhão cuidado de sua guarda,
Aser. e da guarda de toda a congregação
28 E seu exercito e seus contados diante da Tenda do ajuntamento, pa­
erão quarenta e hum mil e quinhen­ ra administrar o ministério do Taber-
tos. naculo.
29 E a tribu de Naphtali; e Ahira, 8 E tenhão cuidado de todas a s a l-

D ig itize d by L j O O Q ie
NÚMEROS, III. 141

fayas da Tenda do ajuntamento, e da dos Gersonitas serà Eliasaph, filho de


gnarda dos filhos de Israel, para ad­ Lael.
ministrar o ministério do Tabemaculo. 25 E a guarda dos íilhos de Gerson
9 Darás pois os Levitas a Aaron e a na Tenda do ajuntamento será o Ta­
seus filhos: dados dos filhos de Israel, bemaculo, e a Tenda, sua cuberta, e
lhe sâo dados. o veo da porta da Tenda do ajunta­
10 Mas a Aaron e a seus íilhos orde­ mento.
narás, qae guardem seu sacerdocio ; e 26 E as cortinas do patio, e o pave-
o estranho que chegar, morrerá. lhAo da porta do patio, que est&o junto
11 E fallou Jehovah a Moyses, di­ ao Tabemaculo, e junto ao altar ao
zendo: redor: como tambem suas cordas pa­
12 E eu, eis que tenho tomado os ra todo seu Serviço.
Levitas do meio dos filhos de Israel, 27 E de Cahatn he a geração dos
e m lugar de todo o primogênito, que Amramhas, e a geraç&o aos Jizhari-
a b r e a madre dos filhos de Israel: e tas, e a geraç&o dos Hebronitas, e a
o s Levitas ser&o meus. geraç&o dos Hussielitas: estas s&o as
13 Porque todo primogênito meu h e: gerações dos Cahathitas.
desdo dia que tenho ferido a todo pri­ 28 Em o numero de todo macho de
mogênito na terra de Egypto, me san­ idade de hum mez e a riba, for&o oito
tifiquei todo o primogênito em Israel, mil e seis centos, que tinh&o cuidado
desdo homem até o animal: meus se- da guarda do Santuario.
t&o ; Eu J e h o v a h . 29 As gerações dos filhos de Cahath
14 E fallou J e h o v a h a Moyses no asscntar&o suas tendas ao lado do Ta­
d eserto de Sinai, dizendo : bemaculo da banda do Sul.
15 Conta os filhos de Levi segundo a 30 E o principe da casa patema das
e s s a d e seus pais por suas gerações:
gerações dos Cahathitas será Elisa-
con tarás a todo macho de idaae de phan, filho de Ussiel.
hum mez e a riba. 31 E sua guarda será a Arca, e a me­
16 E Moyses os contou conforme ao sa, e o castiçal, e os altares, e os vasos
do Santuario, com que ministr&o, e o
m a n d a d o d e J e h o v a h , como lhe foi
m andado. veo com todo seu serviço.
17 Estes pois for&o os filhos de Levi 32 E o principe dos pnncipes de Le­
»r seus nomes; Gerson, e Cahath, e vi será Eleasar, filho ae Aaron o sacer­
K erari. dote ; preposito será sobre os que tem
IS E estes s&o os nomes dos íilhos cuidado da guarda do Santuano.
de Gerson por suas gerações: Libni, 33 De Merari he a geraç&o dos Ma-
e Simei. helitas, e a geraç&o dos Musitas: es­
19 E os filhos de Cahath por suas ge­ tas s&o as gerações de Merari.
rações; Amram, e Jizhar, Hebron, e 34 E seus contados no numero de to­
Uziel. do macho de hum mez e a riba, for&o
20 E os filhos de Merari por suas ge­ seis mil e duzentos.
rações ; Maheli e Musi: estas s&o as 35 E o principe da casa patema das
gerações dos Levitas segundo a casa gerações de Merari será Suriel, filhò
de seus pais. de Abihail: assentar&o suas rendas
21 De Gerson he a geraç&o dos Lib- áo lado do Tabemaculo da banda do
nitas, e a geraç&o dos Simeitas: estas Norte.
ako as gerações dos Gersonitas. 36 E o cargo da guarda dos filhos de
22 Seus contados no numero de todo Merari ser&o as taboas do Tabemacu­
macho de idade de hum mez e a riba; lo, e suas barrarf, e suas columnas, è
•eus contados for&o sete mil e qui­ suas bases, e toaos seus vasos, com
nhentos. todo seu serviço:
23A s gerações dos Gersonitasas senta- 37 E as còlumnas do pateo ao redor,
rfto s o a s tendas a tras do Tabemacu­ e suas bases, e suas estacas, e suas
lo ao Occidente. cordas.
24 E o principe da casa paterna 38 E os que assentar&o suas tendas

D ig itize d by L j O O Q ie
142 NÚMEROS, IV.

diante do Tabemaculo ao Oriente di­ gatados a Aaron e a seus filhos, segun­


ante da Tenda do ajuntamento, para do o mandado de Je h o v a h ; como Je ­
a banda do nascente, serào Moyses e h o v a h mandára a Moyses.
Aaron com seus filhos, tendo cuidado
da guarda do Santuario, pelo guarda
CAPITULO IV.
dos filhos de Israel: e o estranho que
se chegar, morrerá. FALLOU J e h o v a h a Moyses, e a
39 Todos os contados dos Levitas,
aue contou Moyses e Aaron, por man-
E Aaron, dizendo:
2 Toma a contia dos filhos de Cahath
aado de J e h o v a h segundo suas gera­ do meio dos íilhos de Levi, por suas
ções ; todo macho de hum mez e a ri­ gerações, segundo a casa de seus pais.
ba, forão vinte e dous mil. 3 De iaade de trinta annos e a riba,
40 E disse J e h o v a h a Moyses: con­ até 03 cincoenta annos será todo aquel­
ta todo primogênito macho dos filhos le que entrar neste exercito, para fazer
de Israel, de idade de hum mez e a obra na Tenda do ajuntamento.
riba, e toma o numero de seus nomes. 4 Este será o ministério dos filhos de
41 E para mim tomarás os Levitas Cahath na Tenda do ajuntamento: na
(Eu J e h o v a h ) em lugar de todo pri­ Santidade das Santidades.
mogênito dos filhos de Israel; e os 5 Quando partir o arraial, virá Aaron
animaes dos Levitas, em lugar de e seus filhos, e tirarào o veo da cuber­
todo primogênito entre os animaes ta, e com elle cubrirào a Arca do tes­
dos fUnos de Israel. temunho.
42 E contou Moyses como J e h o v a h 6 E em cima porào huma cuberta de
lhe mandára, todo primogênito entre peles de texugos, e sobre elia estende-
os filhos de Israel. rào hum pano, todo de cardeno, e lhe
43 E todos os primogênitos dos ma­ porào suas barras.
chos, no numero dos nomes dos de ida­ 7 Tambem sobre a mesa da propo­
de de hum mez e a riba, segundo seus sição estenderão hum pano de carde­
contados, forào vinte e dous mil e du­ no : e sobre ella porào os pratos, e as
zentos e setenta e tres. taças de perfume, e os tações, e os cu-
44 E fallou Je h o v a h a Moyses, di­ bertores; tambem o pâo continuo es­
zendo : tará sobre ella.
45 Toma os Levitas em lugar de to­ 8 Depois por em cima estenderão
do primogênito entre os filhos de Is­ hum pano de carmesim, e com a cu­
rael, e os animaes dos Levitas em lugar berta de peles de texugos o cubrirào
de seus animaes: porquanto os Levi­ e lhe porào suas barras.
tas serio meus; Eu sou J e h o v a h . 9 Entào toma rào hum pano de car­
46 Quanto aos duzentos e setenta e deno, e cubrirào o castiçal da luraina-
tres, que se houverem de resgatar, que ria, e suas lampadas. e seus espivita-
sobrepujào aos Levitas dos primogêni­ dores, e suas palhetas, e todos seus
tos dos nlhos de Israel. vasos de azeite, com que o servem.
47 Tomarás por cada cabeça oinco 10 E metterào a elle e a todos seus
siclos : conforme ao siclo do Santua­ vasos na cuberta de peles de texugos;
rio os tomarás; a vinte Geras o siclo. e o porào sobre as barras.
48 E a Aaron e a seus filhos darás o J1 E sobre o altar de ouro estende­
dinheiro dos resgatados, dos que sobe- rão hum pano de cardeno, e com a cu-:
jào entre elles. berta de peles de texugos o cubrirào,
49 Entào Moyses tomou o dinheiro e lhe porào suas barras.
do resgate dos que sobejárào sobre os 12 Tambem tomarào todos os vasos
resgatados pelos Levitas. do ministério, com que servem no
50 Dos primogênitos dos filhos de Santuario; e os porào em hum pano
Israel tomou o dinheiro?mil e trezen­ de cardeno, e os cubrirào com huma
tos e sessenta e cinco siclos segundo o cuberta de peles de texugos, e os po­
siclo do Santuario. rão sobre as barras.
&1 E Moyses deu o dinheiro dos res­ 13 E varrerào a cinza do altar, e por

D ig itiz e d b y L j O O Q le
NÚMEROS, IV. 143

em cima estenderão hum pano de pur­ 26 E as cortinas do pateo, e o veo


pura. da porta do pateo, que està junto ao
14 E sobre elle porâo todos seus va­ Tabemaculo, e junto ao altar ao re­
sos com que o servem; as pás, os dor, e suas cordas, e todos os instru­
garfos, e as vassouras, e as bacias; to­ mentos de seu ministério; com tudo
dos os vasos do altar: e por em cima que se adereçar para elles, para que
estenderão* huma cuberta de peles de ministrem.
texugos, e lhe porâo suas barras. 27 Todo o ministério dos filhos dos
15 Havendo pois Aaron e seus filhos, Gersonitas em todo seu cargo, e em
ao partir do arraial, acabado de cu- todo seu ministério, serà segundo o
brir o Santuario, e todos os vasos do mandado de Aaron e de seus filhos:
Santuario, então os filhos de Cahath e lhes encomendareis em guarda todo
riráo para levâlo; mas a o Santuario seu cargo.
náo tocaTào, para que não morrão: es­ 28 Este he o ministério das gerações
te he o cargo dos filhos de Cahath na dòs filhos dos Gersonitas na Tenda do
Tenda do ajuntamento. ajuntamento: e suá guarda serà sob
16 Porem o cargo de Eleasar, filho de a mâo de Ithamar, filho de Aaron o
Aaron o sacerdote, será o azeite da lu- sacerdote.
minaria, e o perfume da especiaria aro- 29 Quanto aos filhos de Merari; se­
matica, e a continua offerta dos man­ gundo suas gerações e segundo a casa
jares, e o azeite da unção: o cargo de de seus pais os contarás.
todo o Tabemaculo, e de tudo que nelle 30 De idade de trinta annos e a ri­
ha, no Santuario, e em seus vasos. ba até os cincoenta contarás a todo
17 E fallou J e h o v a h a Moyses, e a uelle que entrar nesta milicia, para
Aaron, dizendo: ministrar o ministério da Tenda do
18 Não deixareis desarreigar a tribu ajuntãmento.
das gerações dos Cahathitas do meio 31 Esta pois serà a guarda de seu
dos Levitas. cargo, segundo todo seu ministério, na
19 Mas isto lhes fareis para que vi- Tenda >do ajuntamento : as taboas do
váo, e não morrão, quando chegarem Tabemaculo, e suas barras, e suas co­
á Santidade das Santidades: Aaron e lumnas, e suas bases.
seus filhos virão, e a cada hum porão 32 Como tambem as columnas do
em seu ministério, e em seu cargo. pateo ao redor, e suas bases, e suas
20 Porem não entrarão a ver, quan­ estacas, e suas cordas com toaos seus
do cubrírein o Santuario, para que não instrumentos, e com todo seu minis­
morrão. tério : e contareis os vasos da guarda
21 Fallou mais J e h o v a h a Moyses, de seu cargo, nome por nome.
dizendo: 33 Este he o ministério das gerações
22 Toma tambem a contia dos filhos dos filhos de Merari, segundo todo seu
de Gerson, segundo a casa de seus ministério, na Tenda do ajuntamento,
pais, segundo suas gerações. sob a mão de Ithamar, filho de Aaron
23 De idade de trinta annos e a ri­ o sacerdote.
ba até os cincoenta contarás a todo 34 Moyses pois e Aaron, e os maio­
aquelle que entrar a militar na milí­ raes da congregação contarão aos fil­
cia; para administrar o ministério na hos dos Cahathitas, segundo suas ge­
Tenda do ajuntamento. rações, e segundo a casa de seus pais.
24 Este serà o ministério das gera­ 35 De idade de trinta annos e a riba
ções dos Gersonitas, no administrar, até os cincoenta, a todo aquelle que
e na carga. entrou a esta miíicia, para o ministé­
25 Levarão pois as cortinas do Ta­ rio na Tenda do ajuntamento.
bemaculo, e a Tenda do ajuntamento, 36 Seus contados pois segundo suas
soa cuberta, e a cnberta de peles de gerações, forão dous mil e sete cen­
texugos, que está em cima sobre elle: tos e cincoenta. . „.
e o veo da porta da Tenda do ajunta­ 37 Estes são os contados das gera­
mento. ções dos Cahathitas, de todo aquelle

D ig itize d by L j O O Q ie
144 NÚMEROS, V.

que ministrava na Tenda do ajunta­ 2 Manda aos filhos de Israel, qoe


mento, aos quaes contárâo Moyses e lançem fora do arraial todo leproso,
Áaron; conforme ao mandado de Je- e todo que padece fluxo de semente,
h o v a h por mâo de Moyses. e todos os immundos por morto.
38 Semelhantemente os contados dos 3 Desdo homem até à mulher os
filhos de Gerson, segundo suas gera­ lançareis; fora do arraial os lança­
ções, e segundo a casa de seus pais. reis, para que nâo contaminem seus
39 De idade de trinta annos e a riba arraiaes, em meio dos quaes eu ha­
até òs cincoenta; a todo aquelle que bito. _
entrou a esta milicia, para o ministé­ 4 E os filhos de Israel fizerâo assim,
rio na Tenda do ajuntamento. e os lançárâo fora do arraial; como J e ­
40 Seus contado segundo suas gera­ h o v a h íallára a Moyses, assim fizerâo
ções, segundo a casa de seus pais, fo­ ós filhos de Israel.
rão dous mil e seis centos e trinta. 5 Fallou mais Je u o v a h a Moyses,
41 Estes sâo os contados das gera­ dizendo :
ções dos filhos de .Gerson, de todo 6 Falia aos filhos de Israel: quando
aquelle que ministrava na Tenda do homem ou mulher fizer em algum de
ajuntamento: aos quaes contarão Moy­ todos os peccados humanos, prevari­
ses e Aaron conforme ao mandado de cando prevaricação contra J e h o v a h ;
j£HOVAH. tal alma culpada he.
42 E os contados das gerações dos 7 E confessarão seu peccado que fize­
filhos de Merari, segundo suas gera­ râo ; entâo restituirá sua culpa segun­
ções, segundo a casa de seus pais. do a total contia, e lhe acrecentarà
43 De idade de trinta annos, e a riba seu quinto, e • dará a aquelle, contra
até os cincoenta. a todo aquelle que quem se fez culpado.
entrou a esta miíicia, para o ministé­ 8 Mas se aquelle homem nào tiver
rio na Tenda do ajuntamento. resgatador, a quem se restitua a culpa;
44 Forão pois seus contados segundo entâo a culpa que se restituir a J e h o ­
suas gerações tres mil e duzentos. v a h , será ao sacerdote, alem do car­
45 Estes sâo os contados das gerações neiro da expiação, com que por elle
dos filhos de Merari: aos quaes contá- farà expiação.
râo Moyses e Aaron conforme ao man­ 9 Semelhantemente toda ofTerta de
dado de Je h o v a h por mâo de Moyses. todas as cousas santificadas dos filhos
46 Todos os contados, que contarão de Israel, que trouxerem ao sacerdote,
Moyses e Aaron e os Maioraes de Is­ serà sua.
rael dos Levitas, segundo suas geraçõ­ 10 E as cousas santificadas de cada
es, e segundo a casa de seus pais. qual serâo suas: o que alguem der ao
47 De idade dè trinta annos e a riba sacerdote, será seu.
até os cincoenta? a todo aquelle que 11 Fallou mais J e h o v a h a Moyses,
entrava a administrar a ministério da dizendo:
administração, e o ministério do car­ 12 Falia aos filhos de Israel, e dize-
go na Tenda ao ajuntamento. , lhes : quando a mulher de algum se-
48 Seus contados forão oito mil e desviar, e prevaricando prevaricar con­
quinhentos e oitenta. tra elle.
49 Conforme ao mandado de J e h o ­ 13 De maneira que algum varâo por,
v a h , por mâo de Moyses forão conta­ cohabitaçâo de semente com ella hou­
dos, cada qual segundo seu ministé­ ver deitado, e aos olhos de seu mari­
rio, e segundo seu cargo: e forão seus do for occulto. e ella o tiver occultado,
contados aquelles que J e h o v a h man­ havendo se ella contaminado: e con­
dára a Moyses. tra ella nâo houver testimunha, e no
feito nâo for apanhada.
14 E o Espirito de ciumes vier sobre
CAPITULO V.
elle, e de sua mulher tiver ciumes,
FALLOU Jehovak a Moyses, di­ por ella se haver contaminado: ou so­
E zendo: pre elle vier o espirito de ciumes, e

D ig itize d by L j O O Q ie
MUMERQS, VI. 145.

de soa molhar tiver ciumes, n&o se lher, e moverá a offerta de manjares


havendo ella contaminado: perante a face de J e h o v a h , e a offe­
15 Entâo aquelle varâo trarà sua recerá sobre o altar.
mulher perante o sacerdote, e ajunta* 26 Tambem o sacerdote tomará hum
mente trarà sua offerta por ella; hu­ punhado da offerta de manjares, da
ma deoima de Epha de farinha de ce­ offerta memorativa, e sobre o altar o
vada ; sobre a qual nâo deitará azeite, accenderà: e depois dará a beber a
nem sobre ella porá eacenso, por agua à mulher.
quanto he offerta de manjares de ciú­ 27 E havendo-lhe dado a beber aquel­
mes, offerta memorativa, que traz a la a^ua, será que, se ella se tiver con­
iniquidade em memória. taminado, e contra seu marido pre­
16 £ o sacerdote a farà chegar, e a varicando tiver prevaricado, a agua
porá perante a face de Je h o v a h . amaldiçoante entrará nella para amar­
17 E o sacerdote tomará agua san­ gura, e seu ventre se inenará, e sua
ta em hum vaso de barro; tambem coixa cahirà; e aquella mulher será
lemarà o sacerdote do pó, que houver por maldição em meio de seu povo.
ao eháo do Tabemaculo, e o deitará 28 Mas se a mulher se nâo tiver con­
na agua. taminado, mas for limpa; entâo será
18 Então o sacerdote apresentará a Hvre, e com semente serà semeada.
mulher perante a face de Je h o v a h , e 29 Esta he a lei dos ciumes, quando
deseubrirâ a cabeça da m ulher; e a a mulher em poder de seu marido se
offerta memorativa de manjares, que desviar, e for contaminada.
h e a offerta de manjares dos ciumes, 30 Ou quando sobre o homem vier
p orá sobre suas mâos, e as aguas o espirito de ciumes, e tiver ciumes
a m a rra s amaldiçoantes estarão na de sua mulher: apresente a mulher
m â o do sacerdote. perante a face de J e h o v a h , e o sacer­
19 E o sacerdote a conjurará, e a dote nella execute toda esta lei.
aqae ila am lherdirá: se ninguém com­ 31 E o varâo serà livre da iniqui­
tigo se deitou, e se nâo te apartaste dade ; porem a mulher levará sua ini­
de teu marido pela immundicia, des­ quidade.
tas aguas am argas amaldiçoantes se­
rás hvre.
20 Mas se te apartaste de teu mari­ CAPITULO VI.
do, e te contaminaste, e alguem ho­ FA LLO U J e h o v a h a Moyses, di­
mem fora de teu marido se deitou
eomSijio;
E zendo :
2 Falia aos filhos de Israel, e di-
21 Entâo o sacerdote conjurará a ze-lhes: quando hum homem ou mu­
mulher com a conjuração da maldi­ lher se tiver separado, fazendo voto
ção; e o sacerdote dirá à mulher: Je ­ de Nazareo, para se separar a J e h o ­
h o v a h te ponha por maldição e por vah.
ooiijuraçâo no meio de teu povo: fa- 3 De vinho e de cidra se apartará:
sendo te J e h o v a h «ahir a coixa, e in­
vinagre de vinho, nem vinagre de ci­
char o ventre. dra nâo beberá; nem beberá algum
22 E esta mesma agua amaldiçoante liquor de uvas; nem uvas frescas, nem
entre em tuas entranhas, para te fazer secas comerá.
inchar o ventre, e te fazer cahir a coi­ 4 Todos os dias de seu Nazareado
xa ; entâo a mnlner dirá; amen, amen. nâo comerá de alguma cousa, que se
23 Depois o sacerdote escreverá es­ faz da cepa de vinho, desdos caroços
tas mesmas maldições em hum livro, até ás cascas.
e oom a agua amarga o apagará. 5 Todos os dias do voto de seu N a­
24 E a agu a am arga amaldiçoante zareado sobre sua cabeça nâo passará
dará a beber à mulher, e a agua am al­ navalha: até que se cumprào os dias,
diçoaste entrará nella para amargurar. que se separou a Je h o v a h , santo se­
26 E o sacerdote tomará a offerta de rá; as guedelhas do cabello de sua
Banjnes dos ciumes da mâo da mu­ cabeça deixando crecer.

D ig itize d by L j O O Q ie
146 NÚMEROS, Vn.

6 Todos os dias que se separar a J e ­ do ajuntamento rapará a cabeça de-


h ovah, n&o chegará ao corpo de hum seu Nazareado, e tomará o cabello da*
morto. cabeça de seu Nazareado, e o porá
7 Por seu pai, ou por sua mãi, por sobre o fogo que está debaixo do sa­
seu irmâo, ou por sua irmâ, por elles crifício gratifico.
se n&o contaminará, quando forem 19 Depois o sacerdote tomará a es-
mortos; porquanto o Nazareado de padoa cozida do carneiro, e hum bo­
seu Deos está sobre sua cabeça. lo azimo do açafate, e hum coscorâo
8 Todos os dias de seu Nazareado azimo, e os porá nas mâos do Naza­
santo serà a Je h o v a h . reo, depois ae haver rapado seu N a­
9 E se o morto junto a elle a caso zareado.
subitamente morreo, que contaminas­ 20 E o sacerdote os moverá em offer­
se a cabeça de seu Nazareado; entâo ta movediça perante a face de J e h o ­
no dia de sua purificação rapará sua v a h ; santidade he para o sacerdote,
cabeça, ao setimo dia a rapará. juntamente com o peito da offerta
10 E ao dia oitavo trará dnas rolas, movediça, e com a espadoa da offerta
ou dous pombinhos ao sacerdote á por­ alçadiça; e depois o Nazareo beberá
ta da Tenda do ajuntamento. vinho.
11 E o sacerdote adereçará ao hum 21 Esta he a lei do Nazareo, que
por expiação do peccado, e ao outro fizer voto de sua offerta a Je h o v a h
por holocausto; e fará propiciação por por seu Nazareado, de mais do que
elle do que peccou no corpo morto : alcançar sua m âo: segundo seu voto,
assim naqueUe mesmo dia santificará ue fizer, assim farà conforme à lei
sua cabeça. e seu Nazareado.
12 Entâo separará os dias de seu 22 E fallou J e h o v a h a Moyses, di­
Nazareado a Je h o v a h , e por expiação zendo :
da culpa trará hum cordeiro de hum 23 Falia a Aaron, e a seus filhos, di­
anno: e os dias antecedentes serâo zendo : assim abençoareis aos fiíhos
anulados, porquanto seu Nazareado de Israel, dizendo-lhes:
foi contaminado. 24 J e h o v a h te abençoe, e te guarde :
13 E esta he a lei do Nazareo: no 25 J e h o v a h faça resplandecer seu*
dia em que se cumprirem os dias de rosto sobre ti, e tenha misericordia
seu Nazareado, isto trará à porta da de ti.
Tenda do ajuntamento. 26 J e h o v a h sobre ti levante seu ros-
14 Por sua offerta offerecerâ a Je ­ to, e te dè paz.
h ovah hum cordeiro inteiro de hum 27 Assim porâo meu nome sobre os>
anno em holocausto, e huma cordeira filhos de Israel: e eu os abençoarei.
inteira de hum armo por expiação do
peccado, e hum carneiro inteiro por
C APITULO VII.
offerta gratifica.
15 E hum açafate de bolos azimos, ACONTECEO no dia, em que
bolos de flor de farinha com azeite
amassados, e coscorôes asimos unta­
E Moyses acabou de levantar o-
Tabernaculo, e o ungio, e o santificou,
dos com azeite; como tambem sua e todos seus vasos ; como tambem o
offerta de maajares, e suas offertas de altar, e todos seus vasos, e os ungio,
derramamento. e os santificou.
16 E o sacerdote "o trará perante a 2 Que os Mãi oraes de Israel, as ca­
face de J e h o v a h , e adereçará sua ex­ beças da casa de seus pais offerecé-
piação do peccado, e seu holocausto. ráo os Maioraes das tribus, que esta­
17 Tambem adereçarão carneiro em vâo sobre os contados.
sacrifício gratifico a Jehovah, cora o 3 E trouxerâo sua offerta perante a
açafate dos bolos azimos, c o sacerdo­ face de J e h o v a h , seis carros cubertOb,
te adereçará sua offerta de manjares, e doze bois; por dous Maioraes h u m
e sua offerta de derramamento. carro, e por cada hum hum bói: e os
18 Entâo o Nazareo à porta da Tenda trouxerâo diante do Tabemaculo. -T

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NÚMEROS, VII. 147

4 E Fallou Je h o v a h a Moyses, di­ tuario : ambos cheos de flor de farinha


zendo: com azeite amassada, para offerta de
5 Toma os delles, e serão para ser­ manjares.
vir o ministério da Tenda do ajunta­ 20 Huma taça de perfume de dez si­
mento : e os darás aos Levitas, a cada clos de ouro, chea ae perfume.
qual segundo seu ministério. 21 Hum novilho, filho de vaca, hum
6 Assim Moyses tomou os carros e os carneiro, hum cordeiro de hum anno,
bois, e os deu aos Levitas. para holocausto.
7 Dous carros e quatro bois deu aos 22 Hum cabrão das cabras para ex­
filhos de Gerson, segundo seu minis­ piação do peccado:
tério. 23 E para sacrificio gratifico dous
8 E quatro carros e oito bois deu bois, cinco carneiros, cinco cabrões^
aos filhos de Merari, segundo seu mi­ cinco cordeiros de hum anno: esta foi
nistério, sob a mâo de Ithamar, filho a offerta de NathanaeL filho de Suhar,
de Aaron o sacerdote. 24 O terceiro dia o Maioral dos filhos
9 Mas aos filhos de Cahath nada de Zebulon, Eliab, filho de Helon.
deu: porquanto a seu cargo estava o 25 Sua offerta foi hum prato de pra­
ministério das santidades, que leva- ta, de peso de cento, e trinta siclos,
vào aos hombros. huma bacia de prata de setenta siclos,
10 E offerecérão os Maioraes para a segundo o siclo do Santuario: ambos
consagração do altar, no dia em que cheos de flor de farinha com azeite
foi ungido: offerecérão pois os Maio­ amassada, para offerta de manjares.
raes sua onerta perante o altar. 26 Huma taça do perfume, de dez si­
11 EdiBse J e h o v a h a Moyses: cada clos de ouro, chea ae perfume.
Maioral offerecerão sua offerta (cada 27 Hum novilho, filho de vaca, hum
anal em sen dia) para a consagração carneiro, hum cordeiro de hum anno,
ao aitar. para holocausto.
12 0 que pois o primeiro dia offere- 28 Hum cabrão das cabras para ex­
ceo sua offerta, foi Nahesson, filho de piação do peccado,
Amminadab, pela tribu de Judá. 29 E para sacrificio gratifico dous
13 E sua onerta foi hum prato de bois, cinco carneiros, cinco cabrões^
prata, de peso de cento e trinta siclos; cinco cordeiros de hum anno: esta foi
numa bacia de prata de setenta siclos, a offerta de Eliab filho de Helon.
segundo o siclo do Santuario: ambos 30 O quarto dia o Maioral dos filhos
cheos de fior de farinha, amassada de Ruben, Elizur, filho de Sedeur.
com azeite, para offerta de manjares. 31 Sua offerta foi hum prato de pra­
14 Huma taça de perfume, de aez si­ ta, de peso de cento e trinta siclos,huma
clos de ouro, chea de perfume. bacia de prata de setenta siclos, se­
15 Hum novilho, filho de vaca, hum gundo o siclo do Santuario: ambos
carneiro, hum cordeiro de hum anno, cheos de flor de farinha, com azeite
para holocausto. amassada, para offerta de manjares:
16 Hum cabrão das cabras para ex­ 32 Huma taça de perfume de dez si­
piação do peccado. clos de ouro, cnea <fe perfume.
17 E para sacrificio gratifico dous 33 Hum novilho filho de vaca, hum
bois, cinco carneiros, cinco cabrões^ carneiro, hum cordeiro de hum anno,
cinco cordeiros de hum anno: esta foi para holocausto.
a offerta de Nahesson filho de Am­ 34 Hum cabião das cabras para ex­
minadab. piação do peccado:
18 O segundo dia fez sua offerta Na- 35 E para sacrificio gratifico dous
thanael, filho de Suhar, Maioral de bois, cinco carneiros, cinco cabrões,
Issaschar. cinco cordeiros de hum anno: esta
19 E por sua offerta offereceo hum foi a offerta de Elizur, filho de Sedeur.
prato de prata, de peso de cento e 36 O quinto dia o Maioral dos filhos
trinta siclos ; huma bacia de prata de de Simeon, Selumiel, filho de Zuri-
setenta siclos, segundo o siclo do San­ saddai.

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14? NÜMERÒS, Vtfc

37 Sua offerta foi hnm prato de pra­ bois, cinco carneiros, cinco cabròss,
ta, de peso de cento e trinta siclos, huma cinco cordeiros de hum anno: esta foi
bacia de prata de setenta siclos, se­ a offerta de Elisama, filho de Ammi-
gundo o siclo do Santuario; ambos hud.
cheos de fior de farinha, com azeite 54 O oitavo dia o Maioral dos filhos
amassada, para offerta de maniares: de Manasse, Gamaliel, filho de Peda-
38 Huma taça de perfume de dez « - zur.
cios de ouro, chea dfe perfume. 55 Sua offerta foi hum prato de pra»
39 Hum novilho, filho de vaca, hum ta, de peso de cento e trinta siclos;
carneiro, hum cordeiro de hum anno, huma bacia de setenta siclos, segundo
para holocausto: o siclo do Santuario: ambos cheos da
40 Hum cabrão das cabras para ex­ flor de fârinha, com azeite amassada,
piação do peccado: para offerta de manjares.
41 E para sacrifício gratifico dous 56 Huma taça de perfume de dez si*
bois, cinco carneiros, cinco cabrões^ cios de ouro, chea de perfume.
cinco cordeiros de hum anno: esta foi 57 Hum novilho, filho de vaca, hum
a offerta de Selumiel, filho do Zuri- carneiro, hum cordeiro de hum anno,
saddai. para holocausto.
42 O seisto dia o Maioral dos filhos 58 Hum cabrão das cabras para ex­
de Gad, Eljasaph, filho de Dehuel. piação do peccado.
43 Sua offerta foi hum prato de pra­ 59 E para sacrifício gratifico dous
ta, de peso de cento e trinta siclos; bois, cinco carneiros, cinco cabrões,
huma bacia de prata de setenta siclos, cinco cordeiros de hum anno: esta foi
segundo o siclo do Santuario: ambos a offerta de Gamaliel, filho de Peda-
cheos de flor de farinha, com azeite zur.
amassada, para offerta de manjares. 60 O dia nono o Maioral doe filhos
44 Huma taça de perfume de dez si­ de Benjamin, Abidan, filho de Gide-
clos de ouro, chea de perfume. oni.
45 Hum novilho, filho de vaca, hum 61 Sua offerta foi hum prato de pra­
carneiro, hum cordeiro de hum anno, ta, de peso de cento e trinta sidas,
para holocausto. huma bacia de prata de setenta, siclos,
46 Hum cabrão das cabras para ex­ segundo o siclo do Santuario: ambos
piação do peccado. cheos de flor de farinha, com azeite
47 E para sacrifício gratifico dous amassada, para offerta de manjares.
bois, cinco carneiros, cinco cabrões, 62 Huma taça de perfume de dez si­
cinco cordeiros de hum anno: esta clos de ouro, chea de perfume.
foi a offerta de Eljasaph, filho de De­ 63 Hum novilho, filho de vaca, hum
huel. carneiro, hum cordeiro de hum anno,
48 O setimo dia o Maioral dos filhos para holocausto.
de Ephraim, Elisama, filho de Ammi- 64 Hum cabrão das cabras para ex­
hud. piação do peccado:
49 Sua offerta foi hum prato de pra­ 65 E para sacrifício gratifico dous
ta de peso de cento e trinta sidos, huma bois, cinco carneiros, cinco cabroens^
bacia de prata de setenta siclos, se­ cinco cordeiros de hum anno: esta foi
gundo o siclo do Santuario: ambos a offerta de Abidan, filho de Gideoni.
cheos de flor de farinha, com azeite 66 O decimo dia o Maioral dos filhos
amassada, para offerta de manjares. de Dan, Ahieser. de Ammisaddai.
50 Huma taça de perfume de dez si­ 67 Sua offerta foi hum prato de pra­
clos de ouro, chea ae perfume. ta, de peso de cento e trinta siclos ;
51 Hum novilho, filho de vaca, hum huma bacia de prata de setenta siclos,
carneiro, hum coideiro de hum anno, segundo o siclo do Santuario: ambos
para holocausto. cheos de flor de farinha, com azeite
52 Hum cabrão das cabras para ex­ amassada, para offerta de manjares.
piação do pecoado. 68 Huma taça de perfume, de dez 9v-
53 E para sacrifício gratifico dous de ouro, chea de perfume.
cios

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NÚMEROS, VHl. Us

i 69 Hum novilho, filho de vaca, hum toda a prata dos vasos foi dous mil e
carneiro, hum cordeiro de hum anno, uatro centos sidos} segundo o siclo
pára holocausto. o Santuario.
70 Hum cabrão das cabras para ex­ 86 Doze taças de perfume de ouro,
piação do peccado. cheas de perfume, cada taça de per­
71 £ paia sacrificio gratifico doas fume de dez siclos, segundo o siclo do
bois, cinco carneiros, cinco cabrões, Santuario: todo o ouro das taças de
cinco cordeiros de hum anno: esta foi perfume foi cento e vinte siclos.
a offerta de Ahieser, filho de Ammi- 87 Todos os bois para holocausto fo­
saddai. rão doze novilhos, doze carneiros, doze
72 O undécimo dia o Maioral dos cordeiros de hum anno, com sua offer­
filho* de Aser, Pagiel, filho de Ochran. ta de manjares, e doze cabrões das
73 Sua offerta foi hum prato de pra­ cabras, para expiação do peccado.
ta, de peso de cento e trinta siclos ; 88 E todos os bois para sacrificio
huma bacia de prata de setenta siclos, gratifico, forão vinte e quatro novilhos:
segundo o siclo do Santuario: ambos os carneiros sessenta, os cabrões ses­
cheos de flor de farinha, com azeite senta, os cordeiros de hum anno ses­
amflLwwadatj para offerta de manjares. senta : esta he a consagração do altar,
74 Huma taça de perfume ae dez depois que foi ungido.
*tdos de ouro, chea ae perfume. 89 E quando Moyses entrava na Ten­
75 Hum novilho, filho de vaca, hum da do ajuntamento, para fallar com
carneiro, hum cordeiro de hum anno, elle, ouvia a voz que faUava a elle em
para holocausto. cima do propiciatorio, que está sobre
■76 Hum cabrão das cabras para ex­ a Arca áo testimunho entre os dous
piação de peccado: Cherubins: assim com elle fallava.
77 £ para sacrificio gratifico dous
bois, cinco carneiros, cinco cabrões,
cinco cordeirosde hum anno: esta foi CAPITULO VIU.
a offerta de ftgiel, filho de( Ochran. FALLOU Je h o v a h a Moyses, di­
78 0 duodécimo dià o Maioral dos fil­
hos de Naphtali, Ahira, filho de Enan.
E zendo :
2 Falia a Aaron, e dize-lhe: quando
79 Soa offerta foi hum prato de pra­ aocenderes as lampadas; em fronte do
ta, de peso de cento e trinta staos ; candieiro alumiarão as sete lampadas.
huma bacia de prata, de setenta siclos, 3 E Aaron fez assim: em fronte da fa­
segundo o siclo do Santuario: ambos ce do candieiro. accendeo suas lampa­
cheos da flor de farinha, com aceite das, como Jehovah mandára a Moyses.
amassada, para offerta de maniares. 4 E era esta obra do candieiro de ou­
80 Huma taça de perfume de dez ro batido,'des de seu pé até suas flores
sidos de ouro, chea de perfume. era batido: conforme ao model-que
81 Hum novilho, filho de vaca, hum Jeh ovah mostràra a Moyses, assim fez
carneiro, hum coraeiro de hum anno, o candieiro.
para holocausto. 5 E fallou Jeh ovah a Moyses, di-
82 Hum cabrão das cabras para ex­ zendó:
piação do peccado: 6 Toma aos Levitas do meio dos
83 £ para sacrificio gratifico dous filhos de Israel, e os purifica.
bois, cinco carneiros, cinco cabrões, 7 E assim lhes farás, para os purifi­
cinco cordeiros de hum aimo: esta foi car ; esparge sobre elles a agua aa ex­
a offerta de Ahira, filho de Enan. piação , e sobre toda sua came farão
84 Esta he a consagração do altar, passar a navalha, e lavarão seus ves­
feita pelos Maioraes de Israel, no dia tidos. e se purificarão.
em que foi ungido, doze pratos de pra­ 8 Então tomarão hum novilho, filho
ia, doze bacias de prata, doze taças de vaca, com sua offerta de manjares
de perfume de ouro. de flor de farinha, amassada com azei­
85 Cada prato de prata de cento e te : e tomarás outro novilho, filho de
trinta siclos, e cada oaeia de setenta: vaca, para expiação do peccado.

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150 NÚMEROS, IX.

9 E farás chegar os Levitas peran­ dos Levitas, assim os filhos de Isr&èl


te a Tenda do ajuntamento; e farás lhes fizerâo.
ajuntar toda a congregação aos íilhos 21 E os Levitas se expiàrão, e lavá-
de Israel. rào seus vestidos, e Aaron os moveo
10 Farás pois chegar os Levitas pe­ por offerta movediça perante a face
rante a face de Je h o v a h : e os filnos de Je h o v a h , e Aaron tez propiciação
de Israel porão suas mãos sobre os por elles para purificálos.
Levitas, 22 E depois vierão os Levitas, para
H E Aaron moverá os Levitas por administrar seu ministério na Tenda
offerta movediça perante a face de do ajuntamento perante a face de
J e h o v a h pelos íilhos de Israel; e se­ Aaron, e perante a face de seus filhos,
rào para que sirvão no ministério de como Je h o v a h mandára a Moyses
Je h o v a h . ácerca dos Levitas, assim lhes fizerâo.
12 E os Levitas porào suas màos 23 E fallou J e h o v a h a Moyses, di­
sobre a cabeça dos novilhos: entào zendo.
adereça tu o num para expiaçáo do 24 Isto he quanto aos Levitas: de
peccado, e o outro para holocausto a idade de vinte e cinco annos e a riba
J eh o v a h , para fazer expiaçáo sobre entrarão, para militar a milicia no mi­
os Levitas. nistério da Tenda do ajuntamento.
13 E porás os Levitas perante a face 25 Mas desda idade de cincoenta
de Aaron, e perante a face de seus annos sahirá da malicia deste ministé­
filhos, e os moverás por offerta move­ rio : e nunca mais servirá.
diça a Jeh o vah . 26 Porem com seus irmãos servirá
14 E separarás os Levitas do meio na Tenda do ajuntamento, para ter
dos filhos de Israel, para que os Levi­ cuidado da guarda; porem o ministé­
tas meus sejào. rio não administrara: assim farás aos
15 E depois os Levitas entrarão a Levitas em suas guardas.
administrar a Tenda do ajuntamento:
e tu os purificarás, e por offerta mo­
vediça os moverás CAPITULO IX.
16 Por quanto dados do meio dos filhos FALLOU J e h o v a h a Moyses no
de Israel me são dados: pela abertura
de toda madre, pelo primogênito de
E deserto de Sinai, no anno segun­
do de sua sahida da terra de Egypto,
cada qual dos filhos de Israel, para no mes primeiro, dizendo:
mim os tenho tomado. 2 Que os filhos de Israel celebras­
17 Porque meu he todo primogênito sem a Pascoa a seu tempo determi­
entre os filhos de Israel, entre os ho­ nado,
mens, e entre os animàes; no dia em 3 Aos catorze dias deste mes, entre
que na terra de Egypto feri todo pri­ as duas tardes a seu tempo determina­
mogênito, os santifiquei para mim. do a celebrareis: segundo todoç seus
18 E tomei os Levitas por todo pri­ estatutos, e segundo todos seus direi­
mogênito entre os filhos de Israel. tos a celebrareis.
19 E os Levitas, dados a Aaron e a 4 Disse pois Moyses aos filhos de
seus filhos do meio dos íilhos de Is­ Israel, que celebrassem a Pascoa.
rael, tenho dado, para administrar o 5 Entâo celebrárão a Paacoa-aos ca­
ministério dos filhos de Israel na Ten­ torze dias do mes primeiro^ entre as
da do ajuntamento, e para fazer pro­ duas tardes no deserto de Sinai; con
piciação pelos filhos ae Israel; para forme a tudo que J e h o v a h mandára
[ue não naja praga entre os filhos de a Moyses assim fizérào os filhos de
?srael, checando-se os filhos de Israel
ao Santuario.
Israel.
6 E houve alguns que estavâo im­
20 E fez Moyses e Aaron, e toda a mundos pelo corpo de hum homem
congregação dos íilhos de Israel aos morto; e no mesmo dia não podiáo
Levitas assim: conforme a tudo que celebrar a Pascoa: pelo que se che­
Je h o v a h mandára a Moyses ácerca garão perante a face de Movses, e

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NÚMEROS, X. iti
perante a face de Aaron aquelle mes­ filhos de Israel se partião, e segundo
mo dia. o dito de Je h o v a h assentavão o arrai­
7 E aqueUes homens disserão-lhe: al ; todos os dias em que a nuvem
immundos estamos pelo corpo de hum parava sobre o Tabemaculo, assenta­
homem morto; porque seriamos im­ vão o arraial.
pedidos de nâo offerecer a offerta de 19 E quando a nuvem se detinha
J e h o v a h a seu tempo determinado muitos dias sobre o Tabemaculo, en­
em meio dos filhos de Israel ? tão os filhos Israel tinhão cuidado da
8 E Moyses lhes disse: Esperai, e guarda de Je h o v a h , e não se partião.
ouvirei o que Je h o v a h tos mandarã. 20 E era que, quando a nuvem pou­
9 E n tào fallou Je h o v a h a Moyses, cos dias estava sobre o Tabemaculo,
dizendo: segundo o dito de J e h o v a h se aloja-
10 Falia aos filhos de Israel, dizen­ vão, e segundo o dito de J e h o v a h se
do: quando alguem entre vósoutros partião.
on entre vossas gerações for immun­ 21 Porem era que, quando a nuvem
do por corpo morto, 011 for em cami­ desda tarde até ã manhã ficava ali,
nho longo ; com tudo ainda celebrará e a nuvem se alçava pela manhã, en­
a Pascoa a J e h o v a h . tão se partião: quer de dia quer de
11 No mez segundo, aos catorze noite alçando-se a nuvem, partião-se.
dias entre as duas tardes a celebrarão: 22 Ou quando a nuvem sobre o Ta­
com paens asmos e ervas amargas a bemaculo se detinha dous dias, ou
comerão. hum mez, ou hum anno, ficando so­
12 Delia nada deixarão até á ma­ bre elle; então os filhos de Israel se
nhâ, e delia nâo quebrarão osso al­ alojavão, e nâo se partião: e ella se
gum: segundo todo estatuto dá Pas­ alçando, partião-se.
coa a celebrarão. 23 Segundo o dito de Je h o v a h se
13 Porem quando hum varão for alojavão, e segundo o dito de J e h o ­
limpo, e náo estiver no caminho, e v a h se partião: da guarda de J e h o ­
deixar de celebrar a.Pascoa, tal alma v a h cuiaado tinhão segundo o dito de
de seus povos será desarreigada: por J e h o v a h por mão de Moyses.
quanto não ofiereceo a offerta de Je­
h o vah a seu tempo determinado; o
CAPITULO X.
tal varão levará seu peccado.
14 E quando hum estrangeiro pere­ ALLOU mais J e h o v a h a Moyses.
grinar entre vós, e tambem celebrar
a Pascoa a Jeh o v a h ; segundo o esta­
F dizendo:
2 Faze-te duas trombetas de prata;
tuto da Pascoa e segundo seu costume de obra batida as farás: e te serão
assim a celebrará: hummesmo estatu­ para a convocação da congregação, e
to haverá para vós,assim para o estran­ para a partida aos arraiaes.
geiro, como para o natural da terra. 3 E quando ambas as tocarem, então
15 E no dia de levantar o Taberna- toda a congregação se congregará a
culOj a nuvem cubrio o Tabemaculo ti â porta da Tenda do ajuntamento.
sobre a Tenda do testimunho: e a 4 Mas quando tocarem a huma só, en­
tarde estava sobre o Tabemaculo co­ tão a ti se congregarão os Maioraes,
mo huma apparencia de fogo até á ma­ as cabeças dos milhares de Israel.
nhâ. 5 Quando retinindo as tocardes, en­
16 Assim era de continuo: a nuvem tão partirão os arraiaes, que alojados
o cubria, e de noite havia apparencia estão da banda do Oriente.
de fogo. 6 Mas quando a segunda vez reti­
17 Mas segundo que a nuvem se nindo as tocardes, então partirão os
alçava sobre a Tenda, assim os filhos arraiaes, que se alojâo da banda do
de Israel após ella se partião: e no Sul: retinindo as tocarão por suas
higar aonde a nuvem parava, ali os partidas.
filnos de Israel assentavão seu arraial. 7 Porem ajuntando a congregação as
18 Segundo o dito de Je h o vah ob tocareis; mas sem retinir.

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152 N ú m e r o s, x.

8 £ os íilhos de Aaron sacerdotes 21 Entáo partiráo-se os Cahathitas,


tocarão as trombetas: e a vós serào levando o Santuario; e os outros le^
por estatuto perpetuo era vossas gera­ vantáráo o Tabemaculo, entre tanto
ções. que estes vinhão.
9 E quando em vossa tèrra sahirdes 22 Depois partio-se a bandeira do
a pelejar contra o inimigo, que vos arraial aos filhos de Ephraim segun­
apertaj tambem tocareis as trombe­ do seus exercitos: e sobre seu exerci­
tas retinindo, e perante a face de Je­ to estava Elisama filho de Ammiud. ‘
h o v a h vosso Deos haverá lembrança 23 E sobre o exercito da tribu dos
de vós, e salvos sereis de vossos ini­ filhos de Manasse, Gamaliel filho de
migos. Pedazuí.
10 Semelhantemente no dia de vos­ 24 E sobre o exercito da tribu doé
sa alegria, e em vossos solenidade», e filhos de Benjamin, Abidan filho de
aos principios de vossos mezes, tam­ Gideoni.
bem tocareis as trombetas sobre vos­ 25 Então partio-se a bandeira do ar­
sos holocaustos, e sobre vossos sacri­ raial dos filhos de Dan, fechando todos
fícios, gratificos, e vos serão por lem­ os arraiaes segundo seus exercitos: e
brança perante a face de vosso Deos: sobre seu exercito estava Ahiezer;
Eu J e h o v a h vosso Deos. filho de Artnnisaddai.
11E aconteceo no anno segundo, no 26 E sobre o exercito da tribu dos
segundo mez, aos vinte do mez, que filhos de Aser, Pagiel filho de OÔhran:
a nuvem se alçou de sobre o Tabema­ 27 E sobre o exercito da tribu doS
culo do testimunho. fifhos de Naphthali, Ahira filho de
12 E os filhos de Israel se partirão Enan.
segundo suas partidas do deserto de 28 Estas erão as partidas dos filhos
Sinai: e a nuvem se parou no deserto de Israel segundo seus exercitos,
de Paran. quando se partiâo.
13 Assim a primeira vez se partirão 29 Disse entâo Moyses a Hobab,
segundo o dito de J e h o v a h , por mâo filho de Reguei o Midianita, sogro de
de Moyses. Moyses: caminhamos para aquelle
14 Porque primeiramente partio-se lugar, de que J e h o v a h disse; vôlo
a bandeira do arraial dos nlhos de darei; vai com nosco, e te faremos
Judá segundo seus exercitos: e sobre b e m : porqtíe J e h o v a i i bem fallou so­
seu exercito estava Nahesson, filho de bre Israel:
Amminadab. 30 Porem elle Ihé disse: rião irei;
15 E sobre o exercito da tribu dos antes irei a minha terra e a minha
filhos de Issaschar, Nethaneel filho de parentela.
Suhar. 31 E elle disse: Ora nâo nos dei
16 E sobre o exercito da tribu dos x e s: pois porque tu sabes nosso alo
filhos de Zebulon, Eliab filho de He- jamento no deserto, de olhos nos ser
lon. virás.
17 Entâo desarmáráo ao Tabema­ 32 E será que. indo tu com nosco, e
culo, e os filhos de Gerson e os filhos snccedendo o bem, com que Je h o v a h
de Merari se partirão, levando o Ta- nos fará bem, tambem nós te faremos
bernaculo. bem.
18 Depois partio-se a bandeira do 33 Assim se partirão tres dias de ca­
arraial ae Ruben segundo seus exer­ minho do monte de J e h o v a h : e a
citos : e sobre seu exercito estava Eli- Arca do concerto de J e h o v a h cami­
zur filho de Zedeur. nhou diante de sua fàce caminho de
19 E sobre o exercito da tribu dos tres dias, a buscar lugar de descanso
íilhos de Simeon, Selumiel filho de para elles.
Zurisaddai. 34 E a nuvem de J e h o v a h hia so­
20 E sobre o exercito da tribu dos bre elles de dia, quando partiâo-se do
filhos de Gad, Eliasaph filho de De- arraial.
huel. 35 Era pois que, partindo-se Aroa,

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NÚMEROS, XI. 153
Moyses dizia: Levanta-te J e h o v a h , e povo ? pari-o eu % que me dissesses:
teus inimigos dissipados seiáo, e teus leva-o em teu colo, como o aio leva a
aborrecedores fugâo diante ae tna face. o que cria, â terra que juras-te a seus
36 E pousando ella. dizia: Toma-te pais?
J e h o v a h aos d ez mil dos milhares de 13 Donde eu teria came para dar a
Israel. todo este povo ? porquanto contra mim
chorão, aizendo; dá-nos came a co­
C APITULO XI.
mer:
14 Eu só nâo posso levar a todo este
ACONTECEO que, queixando-se povo: porque demasiado pesado he
E o povo, era mal em ouvidos de para mim.
J e h o v a h ; porque J e h o v a h ouvio-o, e 15 E se assim fazes comigo, mata-me
soa ira se accendeo, e o fogo de J e h o ­ tâo sómente, se tenho achado graça
v a h ardeo entre elles, e consumio no em teus olhos, e nâo me deixes ver
cabo do arraial. meu mal.
2 Entâo o povo clamou a Movses, e 16 Edis8e Je h o v a h a Moyses: Ajun-
Moyses ouro a Je h o v a h , e o fogo es ta-me setenta varões dos anciãos de
apagou. Israel, de quem sabes que sâo anciãos
3 Pelo que chamou a aquelle lugar do povo, e seus ofiiciaes: e os trarás
Tabera, porquanto o fogo d e J e h o v a h perante a Tenda do ajuntamento, e
se accendéra entre elles. ali se porâo com tigo.
4 E o vulgo, que estava em meio 17 Entâo eu descenderei, e ali fal-
delles, veio a ter grande desejo: pe­ larei comtigo, e separarei do Espirito
lo que os filhos de Israel tomàrâo a que está em ti, e o porei sobre elles:
chorar, e disserão: quem nos dará e comtigo levarão o cargo do povo,
came a comer ? para que tu só o nâo leves.
5 AJembramos-nos dos peixes, que 18 E dirás ao povo: santificai-vos
em Egyptocomiamos de graça; c dos para amanhã, e comereis came: por­
pepinos, e dos melões, e dos porros, quanto chorastes aos ouvidos de J e h o ­
e das cebolas, e dos alhos. v a h , dizendo; quem nos dará came
6 Mas agora nossa alma se secca; a comer? pois bem nos hia em Egyp­
cousa nenhuma ha senâo este Manna to : pelo que J e h o v a h vo s dará came,
diante de nossos olhos. e comereis:
7 E era o Manna como semente de 19 Nâo comereis hum dia, nem dous
coenrro, e sua cor como a cor de Be- dias, nem cinco dias, nem dez dias,
dolah. nem vinte dias:
8 Espalhava-se o povo, e colhia, e 20 Até hum mez inteiro, até que vós
em moinhos, o moía, ou em almofari­ saia pelos narizes, até que vos enfas­
zes o pilava, e em panelas o cozia, e tieis delia: porquanto engeitastes a
delle fazia bolos: e seu sabor era co­ J e h o v a h , que está em meio de vos,
mo o sabor do melhor liquor do azeite. e chorastes perante sua face, dizendo;
9 E quando o orvalho de noite des­ porque ora sahimos de Egypto.
cendia sobre o arraial, o Manna des­ 21 E disse Moyses: seis centos mil
cendia sobre elle. de pé he este povo, em cuio meio es­
10 Entâo Moyses ouvio chorar o po­ tou : e tu tens dito; darei-lhes came,
vo por suas familias, cada qual á porta e comerão hum inteiro mez.
de sua tenda: e a ira de J e h o v a h 22 Degolar-se-hâo pois para elles
grandemente se accendeo, e pareceo ovelhas e vacas que lhes bastem ? ou
mal aos olhos de Moyses. ajuntar-se-hâo para elles todos os pei­
11 E disse Moyses a Je h o v a h : por­ xes do mar, que lhes bastem ?
que fizeste mal a teu servo, e porque 23 Porem J e h o v a h a Moyses disse:
em teus olhos nâo achei graça; que seria logò encurtada a mâo de J e h o ­
posesses sobre mim o cargo de todo v a h 1 agora verás se minha palavTa
este povo ? te acontecerá, ou nâo.
12 Concebi en porventura a todo este 24 E sahio Moyses, e fallou as pala-
7*
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154 NÚMEROS, XII.

vras de J e h o v a h ao povo: e ajuntou


CAPITULO Xll.
setenta varões dos anciãos do povo,
e os pós ao redor da Tenda. FA LLO U Miriam e Aaron contra
25 Ent&o Je h o v a h descendeo na nu­ E Moyses, por causa da mulher
vem, e lhe fallou; e separando do Es- Cusitica, que tomàra: porquanto tinha
irito, que estava sobre elle, o pôs so- tomado mulher Cusitica.
re aquelles setenta varões anci&os: 2 E disserão: por ventura fallou Je­
e aconteceo que, assim como o Espiri­ h o v a h somente por Moyses? não fal­
to repousou sobre elles, profetizárào * lou tambem por riósoutros? e Je h o ­
mas depois nunca mais. v a h o ouvio.
26 Porem no arraial ficàrâo dous va­ 3 E era o varâo Moyses mui manso;
rões: o nome de hum era Eldad, e mais que todos os homens que havia
o nome do outro Medad; e o Espirito sobre a terra.
repousou sobre elles, (porquanto esta­ 4 E logo J e h o v a h disse a Moyses, e
vâo entre os escritos, ainda que nâo a Aaron, e a M iriam : vós tres sahi â
sahirâo à Tenda) e profetizavâo no ar­ Tenda ao ajuntamento; e sahirâo el­
raial. les tres.
27 Entâo correo hum moço, e o de­ 5 Entâo J e h o v a h descendeo na co­
nunciou a Moyses, e disse: Eldad e lumna da nuvem, e se pôs ã porta da
Medad profetizâo no arraial. Tenda: depois chamou a Aaron e a
28 E Josue filho de Nun, servidor de Miriam, e elles sahirâo ambos.
Movses, hum de seus mancebos esco­ 6 E disse : ouvi agora minhas palav­
lhidos respondeo e disse: senhor meu, ras j se entre vós houver Propheta, Eu
Moyses, prohibelh’o. J e h o v a h em visâo me lhe notificarei,
29 Porem Moyses lhe disse : tens tu ou em sonhos fallarei com elle.
ciumes por mim? praza a Deos, que to­ 7 Assim não he meu servo Moyses,
do o povo de Je h o v a h fossem profe­ que he fiel em toda minha casa. •
tas, que J e h o v a h désse seu Espirito 8 Boca a boca fallo com elle, e de
sobre elles! vista e nâo por figuras ; pois vê a se­
30 Depois Moyses se recolheo ao ar­ melhança de J e h o v a h : porque pois
raial, elle e os anciãos de Israel. nâo tivestes temor, de fallar contra
31 Entâo sahio hum vento de J e h o ­ meu servo, contra Moyses?
v a h , e trouxe codomizes do mar, e as 9 Assim a ira de J e h o v a h contra el­
espalhou pelo arraial quasi caminho les se accendeo; e foi-se.
de hum dia da huma banda, e quasi Ca­ 10 E a nuvem se desviou de sobre a
minho de hum dia da outra banda ao Tenda; e eis que Miriam era leprosa
redor do arraial; e estavâo quasi dous como a neve: e olhou Aaron para
covados sobre a terra. Miriam, e eis que era leprosa.
32 Entâo o povo se levantou todo 11 Pelo que Aaron disse a Moyses:
aquelle dia e toda aquella noite, e to­ Ah senhor meu. ora não ponhas sobro
do o dia seguinte, e colhérâo as codor- nós este peccado, aue fizemos louca­
nizes j o que menos tinha, colhéra dez mente, e com que navemos peccado.
Homers: e estendendo-as estendérào 12 Ora não seja ella como hum mor­
para si ao redor do arraial. to, que sahindo do ventre de sua mãi,
33 Ainda a carne estava entre seus a metade de sua carne ja está consu­
dentes, antes que era mastigada, a ira mida.
de J e h o v a h contra o povo se accen­ 13 Clamou pois Moyses a J e h o v a h ,
deo ; e ferio J e h o v a h ao pòvo com dizendo: ó Deos, rogo-te que a cures.
huma praga mui grande. 14 E aisse J e h o v a h a Moyses: se
34 Pelo que o nome daquelle lugar se seu pai cuspindo-lhe cuspira em seu
chamou Kibroth Taava: porquanto ali rosto, nâo seria envergonhada sete di­
enterr&râo ao povo, que teve o desejo. as? esteja fechada sete dias fora do
35 De Kibroth Taava caminhou o arraial, e depois a recolhâo.
povo para Hazeroth; e parárão em 15 Assim Miriam estava fechada fora
Hazeroth. do flrraial sete dias: e o povo nâq

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NÚMEROS, XIII. 156

partio, se até que recolhérâo a Mir- ta, se boa ou m á: e quaes sej&o as


íam. cidades em que habita; ou em arraia-
es, ou em fortalezas.
21 Tambem qual seja a terra, se
CAPITULO XIII.
grossa ou magraj se nella ha arvores,
OREM depois o povo se partío de ou nâo: e esforçai-vos, e tomai do fru­
P Hazeroth; e assentárâo o arraial to da terra: e erão aquelles dias os
no deserto de Paran. dias das primicias das uvas.
2 E fallou J e h o v a h a Moyses, di­ 22 Assim se pa^tírâo. e espiarão a
zendo : terra desdo deserto de Zin até Rehob à
3 Envia-te varões, que espiem a ter­ entrada de Hamath.
ra de Canaan, que eu hei de dar aos 23 E subirão para a banda do Sul,
filhos de Israel: de cada tribu de seus e vierão até Hebron; e estavâo ali
pais enviareis hum varâo, sendo cada Ahiman, Sesai, e Talmai, filhos de
qual Maioral entre elles. Enac: e Hebron foi edificada sete an­
4 E enviou os Moyses do deserto de nos antes de Zoan em Egypto.
Paran segundo o dito de J e h o v a h : 24 Depois vierão até o valle de Es­
todos aquelle varões erão cabeças dos col, e dali cortârâo hum ramo de vide
filhos de Israel. com hum cacho de uvas, que trouxe­
5 E estes sâo seus nomes: Da tribu râo dous sobre huma verga: como
de Ruben, Sammua filho de Saccur. tambem das româs e dos figos.
6 Da tribu de Simeon, Saphath filho 25 Chamarâò a aquelle lugar, o valle
de Hori. de Escol, por causa do cacno que dali
7 Da tribu de Judá, Caleb filho de cortârâo os filhos de Israel.
Jepihunne. 26 Depois se tomàrâo de espiar a
8 Da tribu de Issaschar, Jigeal, filho terra, a cabo de quarenta dias.
de Joseph. 27 E caminharão, e vierão a Moyses
B Da tribu de Ephraim, Hosea filho e a Aaron, e a toda a congregação dos
de Nun. filhos de Israel no deserto de Paran,
10 Da tribu de Benjamin, Palti filho a Cades, e tomàrâo a trazer reposta a
de Raphu. elles, e a toda a congregação, e mos-
11 Da tribu de Zebulon, Gaddiel filho trárâo-lhes o fruto da terra.
de Sodi. 28 E contârâo-lhe e disserão: fomos
12 Da tribu de Joseph, pela tribu de nôs à terra a que nos enviaste; e ver­
Manasse, Gaddi filho de Susi. dadeiramente mana leite e mel, e es­
13 Da tribu de Dan, Ammiel filho te he seu fruito.
de Gemalli. 29 Salvo que o povo que habita nes­
14 Da tribu de Aser, Sethur filho de ta terra, he poderoso, e as cidades for­
Michael. tes, e mui grandesj e tambem ali vi­
15 Da tribu de Naphtali, Nahhi filho mos os filhos de Enac.
de Vophsi. 30 Os Amalequitas habitâo na terra
16 Da. tribu de Gad, Guel filho de do Sul; porem os Hetheos, e os Jebu-
Machi. seos, e os Amoreos habitâo na monta­
17 Estes são os nomes dos varões, nha : e os Cananeos habitâo junto ao
que Moyses enviou a espiar aquella mar, e â praia do Jordão.
terra : e a Hosea filho de Nun, Moy­ 31 Entáo Caleb fez callar o povo
ses chamou Josue. perante Moyses, e disse: subamos
18 Enviou-os pois Moyses a espiar animosamente, e a possuamos em he­
a terra de Canaan : e disse-lhes: su­ rança ; porque prevalecendo prevale­
bi por aqui para a banda do Sul, e su­ ceremos contra ella.
bi á montanha. 32 Porem os varões que com elle
19 E vede qual seja a terra e o po­ subirão disserão: nâo poderemos su­
vo, que nella habita; se he forte ou bir contra aquelle povo, porque he
fraco: se pouco ou muito. mais forte que nòs.
20 E qual seja a terra em que habi­ 33 E infamârâo a terra que tinhão

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156 NÚMEROS, XIV.

espiado para com os filhos de Israel, quando este povo me irritará? e até
dizendo: a terra pela qual passamos quando me não crerão por todos os si-
a espiála, he terra que consume seus naes que fiz em meio delles ?
moradores; e todo o povo que vimos 12 Com pestilencia o ferirei, e o re-
no meio delia, sáo homens de grande geitarei; e te farei por maior e mais
estatura. forte povo que este.
34 Tambem vimos ali gigantes filhos 13 E disse M o y se s a J e h o v a h : assim
de Enac, dos gigantes: e éramos em os Egypcios o ouvirão; porquanto com.
nossos olnos como gafanhotos, e assim tua força fizeste subir a este povo do
tambem eramos em seus olhos. meio delles.
14 E dirão aos moradores desta ter­
ra, que ouvíião que tu ó Je h o v a h es­
CAPITULO XIV. tás em meio deste povo, que de olho
NTAO se levantou toda a congre­ a olho ó J e h o v a h appareces, que tua
E gação, e alçarão suas vozes: e o nuvem está sobre elles, e que vás em
povo chorou naquella mesma noite. huma columna de nuvem de dia? e
2 E todos os filhos de Israel murmu- em huma columna de fogo de noite,
rârâo contra Moyses e contra Aaron; diante de sua face :
e toda a congregação lhe disse: Ah se 15 E matarias a este povo como a
morrêramos na terra de Egypto ! ou, hum só homem ? assim as gentes que
ah se morrêramos neste deserto! ouvirão tua fama, fallaráo, dizendo :
3 E porque J e h o v a h nos traz a esta 16 Porquanto J e h o v a h náo podia
terra, que caiamos a cutelo, e nossas meter este povo na terra, que lhes ti­
mulheres, e nossas crianças sejão por nha jurado; porisso os matou no de­
presa % não nos seria melhor para tor­ serto.
nar a Egypto ? 17 Agora pois, rogo-te, que a força
4 E diziáo hum ao outro: levante­ de Senhor se engrandeça; como tens
mos huma cabeça, e tomemos a Egyp­ fallado, dizendo:
to. 18 J e h o v a h he longanime, e grande
5 Então Moyses e Aaron cahirão so­ em beneficencia, que perdóa a iniqui­
bre suas faces perante a face de toda dade e a transgressão, que ao culpado
a campanhia da congregação dos filhos náo tem por innocente, e visita a ini­
de Israel. quidade aos pais sobre os filhos até à
6 E Josue filho de Nun, e Caleb filho terceira e quarta geração.
de Jephunne, dos que espiárão a terra, 19 Perdoa pois a iniquidade desto
rasgâráo seus vestidos. povo; segundo a grandeza de tua be­
7 E fallàrão a toda a congregação nignidade : e como tambem perdoas­
dos filhos de Israel, dizendo: a terra te a este povo desda terra de Egypto
por onde passámos a espiàla, he terra até aqui.
muito boa. 20 E disse J e h o v a h : conforme a
8 Se J e h o v a h se agradar de nós, tua palavra lhe perdoei.
meterá-nos nesta terra, e nôla dará: 21 Porem certamente, vivo eu, que
terra que mana leite e mel. a gloria de Je h o v a h encherá toda a
9 Tão sómente náo sejais rebeldes terra.
contra J e h o v a h , e náo temais ao po­ 22 E que todos os varões que virão
vo desta terra, porquanto nosso pão minha gloria e meus sinaes. que fiz
são elles: sua sombra se retirou delles, em Egypto e no deserto; e aez vezes
e J e h o v a h he com nosco; não os te­ atentárão-me, e náo obedecerão a mi­
mais. nha v ó z:
10 Então disse toda a congregação, 23 Náo verão a terra, de que a seus
que os apedrejassem com pedras: po­ pais jurei, e até nenhum d’aquefles
rem a gloria de Je h o v a h appareceo que me irritârão, a verá.
na Tenda do ajuntamento a todos os 24 Porem meu servo Caleb, por­
filhos de Israel. quanto nelle houve outrò espirito, e
11 E disse J e h q v a h a Moyses: até perseverou em seguir-íne: eu o lcva-

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NÚMEROS, XV. 157

rei á terra, em que entrou, e sua se­ todos os filhos de Israel: entáo o po­
mente a possuirá em herança. vo se contristou muito.
25 £ os Amalequitas e os Cananeos 40 E levantàrâo-se pela manhâ de
habitâo no valle : tomai-vos ámanhâ, madrugada, e subirão ao cume do
e caminhai para o deserto pelo cami­ monte, dizendo: eis nos aqui, e subi­
nho do mar vermelho. remos ao lugar, que Je h o v a h tem di­
26 Depois íallou J e h o v a h a Moyses to ; porquanto navemos peccado
e a Aaron, dizendo: 41 Mas Moyses disse: porque que­
27 Até quando estarei com esta ma- brantais o mandado de Je h o v a h ?
lina congregação, que murmura con­ pois isso náo prosperará.
tra mira ? ouvido tenho as murmura­ 42 Não subais; pois Je h o v a h não
ções dos filhos de Israel, com que estará em meio de vós, para que náo
murraurâo contra mim. sejais feridos diante da face de vossos
28 Dize-lhes: vivo eu, diz Je h o v a h , inimigos.
que como fallastes a meus ouvidos, 43 Porque os Amalequitas e os Ca­
asoim farei a vósoutros. naneos estão ali diante de vossa face,
29 Neste deserto cahirâo vossos cor­ e cahireis a cutelo: pois porquanto
pos mortos, como tambem todos vos- vós desviastes de Jehovah, Jeh ovah
806 contados segundo toda vossa con­ náo será comvosco.
ta, de vinte annos e a riba, os que 44 Com tudo temerariamente inten-
contra mim murmurastes. tàrâo, para subir ao cume do monte:
30 Que nâo entrareis na terra, pela raas a Arca do concerto de Jehova h e
qual levantei minha mâo, que vos fa­ Moyses se nâo apartàrâo do meio do
ria habitar nella; salvo Caleb filho de arraial.
Jephunne, e Josue filho de Nun. 45 Entáo descendérâo os Amalequi­
31 E vossas crianças, de que dizieis; tas e os Cananeos, que habitavâo na
por presa serâo, meterei nella; e el­ montanha, e os ferirão, moendo-os até
les saberão da terra, que vos engei- Horma.
tastes desprezivelmente.
32 Porem quanto a vós; vossos cor­ CAPITULO XV.
pos mortos cahirâo neste deserto.
33 E vossos filhos pastorearão neste EPOIS fallou Je h o v a h a Moyses,
deserto quarenta annos, e levarão vos­
sas fornicações, até que vossos corpos
D dizendo:
2 Falia aos filhos de Israel, e dize-
mortos se consumâo neste deserto. lhes: quando entrardes na terra de
34 Segundo o numero dos dias em vossas habitações, que eu vos der;
que espiastes esta terra, quarenta di­ 3 E á Jehovah fizerdes offerta accen­
as. por cada dia hum anno, levareis dida, holocausto, ou sacrifício, para
vossas iniquidades quarenta annos, e separar voto, ou em offerta voluntaria;
sabereis meu quebrantamento. ou em vossas solennidades, para a J e ­
35 Eu J i h o v a h fallei; se assim nâo h o v ah fazer cheiro suave de vacas ou
fizer a toda esta malina congregação, de gado m iu do:
qae se levantou contra mira: neste 4 Entâo aquelle que offerecer sua of­
deserto se desfarão, e ahi falecerão. ferta a Je h o v a h , por offerta de man­
36 E os varões que Moyses mandá­ jares offerecerâ huma decima de flor
ra a espiar a terra, e que tomados fize­ de farinha com a quarta parte de hum
râo murmurar toda a congregação con­ Hin mexida de azeite.
tra elle, infamando a terra. 5 E de vinho para offerta de derra­
37 Aquelles mesmos varões, que in­ mamento prepararás a quarta parte de
famarão a terra, morrérâo da praga hum Hin para holocausto ou para sa­
perante a face de J e h o v a h . crifício por cada cordeiro:
38 Mas Josue filho de Nun, e Caleb 6 E por cada carneiro prepararás hu­
filho de Jephunne, ficârâo em vida ma offerta de manjares de duas deci­
dos varões que forão se a espiar a terra. mas de flor de farinha, mexida com a
39 E fallou Moyses estas palavras a terça parte de hum Hin de azeite.

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158 NÚMEROS, XV.
7 E de vinho para a offerta de derra­ fizerdes todos estes mandamentos, que
mamento offerecerâs a terça parte de J e h o v a h fallou a Moyses.
hum Hin a Jehovah em suave che­ 23 Tudo quanto J e h o v a h vos tem
iro. mandado por mâo de Moyses, desdo
8 E quando preparares novilho para dia que J e h o v a h o mandou, e a di­
holocausto ou sacrificio, para separar ante em vossas gerações:
voto, ou em sacrificio gratifico a Je ­ 24 Serà que, quando se fizer cousa
hovah. alguma por erro, e aos olhos da congre­
9 Com o novilho offerecerá huma of­ gação fo r encuòerto, toda a congrega­
ferta de manjares de tres decimas de ção preparará hum novilho filho de
fior de farinha, com a metade de hum vaca para holocausto em suave cheiro
Hin mexida de azeite. a Je h o v a h , com sua offerta de manja­
10 E de vinho para a offerta de der­ res e de derramamento conforme ao
ramamento offerecerâs a metade de estatuto; e hum cabrão das cabras
hum Hin, em suave cheiro a Jehovah, por expiação do peccado.
11 Assim se fará com cada boi, ou 25 E o sacerdote farà propiciação
com cada carneiro, ou com o gado >r toda a congregação dos íilhos de
meudo dos cordeiros ou das cabras.
12 Secundo o numero que preparar­
K rael, e lhes serà perdoado: porquan­
to foi erro, e trouxerâo sua offerta,
des, assim fareis com cada qual segun­ offerta accendida a Je h o v a h , e sua
do seu numero. expiação do peccado perante a face
13 Todo natural assim farà estas cou­ de J e h o v a h por causa de seu erro.
sas, offerecendo offerta accendida em 26 Serà pois perdoado a toda a con­
suave cheiro a Je h o v a h . gregação dos nlhos de Israel, e maiã
14 Quando tambem peregrinar com ao estrangeiro que peregrina em meio
vosco algum estrangeiro, ou que esti­ delles: porquanto por erro sobreveio a
ver em meio de vós em vossas gera- todo o povo.
ões; e elle preparar offerta accendida 27 E se alguma alma peccar por er­
e suave cheiro a Je h o v a h : como vos ro, por expiação do peccado offereoe­
fizerdes, assim elle fará. rà huma cabra de hum çuino.
15 O congregação, hum mesmo es­ 28 E o sacerdote farà propiciação
tatuto aja para vós e para o estrangei­ pela alma peccante, quando peccar por
ro que entre vós peregrina, por estatu­ erro, perante a face de Je h o v a h ; fa-
to perpetuo em vossas gerações; como zenao propiciação por ella; e lhe sera
vós assim serà o peregrino perante a perdoado.
face de Jehovah. 29 Para o natural dos filhos de Is­
16 Huma mesma lei e hum mesmo rael,. e Dara o estrangeiro que em
direito haverá para vós e para o es­ meio delles peregrina, numa mesma
trangeiro, que peregrina com vosco. lei vos serà, pçira o que tsso fizer por
17 Fallou mais Jeh o v a h a Moyses, erro.
dizendo: 30 Mas a alma que fizer alguma cou­
18 Falia aos filhos de Israel, e dize- sa com mâo levantada, quer dos na-
lhes: quando entrardes na terra em turaes, quer dos estrangeiros, injuria
que vos hei de meter: a Je h o v a h ; e tal alma serà derarrei
19 Acontecerá que quando comer­ gada do meio de seu povo.
des do pâo da terra, entâo oíferecereis 31 Pois desprezou a palavra de Je­
a Je h o vah offerta alçadiça> h o v a h , e anullou seu mandamento:
20 Das primicias de vossa massa of- desareigando desarreigada serà tal
ferecereis hum bolo em offerta alçadi­ alma, sua iniquidade he sobre ella.
ça; como a offerta da eira, assim a of- 32 Estando pois os filhos de Israel
ferecereis. no deserto, achárão hum homem apa­
21 Das primicias de vossas massas nhando lenha no dia do Sabbado.
dareis a Je h o v a h offerta alçadiça em 33 E os que o acharão apanhando
vossas gerações. lenha, o trouxerâo a Moyses e a Aaron,
22 E quando vierdes a errar, e nâo e a toda a congregação.

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NÚMEROS, XVI. 159

34 E o poserão em guarda: porquan­ seja seu e o santo, a quem fará che­


to ainda n&o estava declaraao, o que gar a s i: e aquelle a quem escolher,
lhe devia fazer-se. iará chegar a si.
35 Disse pois Jehovah a Moyses: 6 Fazei isto: tomai vos encensarios
morrendo morrerá o tal varâo ; toda a Corah e toda sua congregação:
congregação com pedras o apedreja­ 7 E pondo fogo nelles a manhã so­
rá fora do arraial. bre elles deitai perfume perante a
36 Entâo toda a congregação o tirou face de J e h o v a h : e serà que o varâo
fora do arraial, e com pedras o ape­ a quem J e h o v a h escolher, este serà
drejarão, e morreo; como Je h o v a h o santo: já demasiado he para vós»
mandára a Moyses. filhos de Levi.
37 E fallou Je h o v a h a Moyses, di­ 8 Mais disse Moyses a Corah: ouvi
zendo: agora filhos de L evi:
38 Falia aos íilhos de Israel, e di­ 9 Tampouco vos he, que o Deos <de
ze-lhes ; que nas bordas de seus vesti­ Israel vos separou da congregação de
dos facão franjas em suas gerações: Israel, para vos fazer chegar a si, a
e nas iraçjas das bordas porâo hum administrar o ministério do Tabema­
cordão de cardeno. culo de J e h o v a h , e estar perante a
39 E nas franjas vos estará, para face da congregação, para ministrar
que o vejais, e vos lembreis de todos lhes?
os mandamentos de Je h o v a h , e os 10 E te fez chegar, e todos teus ir­
façais : e nâo atten tareis após vosso mãos os íilhos de Levi com tigo; ain­
coração e após vossos olhos, após os da tambem procurais o sacerdocio ?
quaes andais fomicando. 11 Pelo que tu e toda tua congre­
40 Para que vos lembreis de todos gação, congregados estais contra J e ­
meus mandamentos, e os façais, e h o v a h : porque Aaron que he, que
santos sejais a vosso Deos. murmurais contra elle ?
41 Eu Jehovah vosso Deos, que vos 12 E Moyses enviou a chamar a Da­
tirei da terra de Egypto, para a vós than e Abiram Íilhos de Eliab: porem
serpor Deos: Eu Je h o v a h vosso Deos. elles disserão; náo subiremos.
13 Tampouco he, que nos fizeste
subir de huma terra, que mana leite
CAPITULO XVI.
e mel, a matar-nos neste deserto ? se­
CORAH filho de Jizhar, filho de não que tambem ensenhoreando-te
E Cahath, filho de Levi, tomou oom
sigo a Dathan e a Abiram filhos de
ensennoreas de nósoutros ?
14 Nem tampouco nos trouxeste a
Eliab, e a On filho de Peleth, filhos de huma terra que mana leite e mel, nem
Ruben. nos deste campos e vinhas em heran­
2 E levantárâo-se perante a face de ça : por ventura arrancarás os olhos a
Moyses com duzentos e cincoenta estes varões? náo subiremos.
varões dos filhos de Israel, Maioraes 15 Então Moyses se accendeo muito,
da congregação, chamados do ajunta­ e disse a Je h o v a h ; não attentes pa­
mento varões de nome. ra sua oíferta; nem ainda hum asno
3 E se congregarão contra Moyses e tomei delles, nem a nenhum delles
contra Aaron, e lhes disserão: Ja de­ fiz mal.
masiado he para vós; pois toda esta 16 Disse mais Moyses a Corah: tu
congregação, todos elles são santos, e e toda tua congregação vos ponde pe­
Jehovah está em meio delles: por­ rante a face de J e h o v a h , tu e elles
que pois vós levantais sobre a congre­ com Aaron a manhã.
gação de J e h o v a h % 17 E tomai cada hum seu encensa-
4 Como Moyses isto ouvio, se lançou rio, e nelles ponde perfume; e trazei
•obre sua face. cada hum seu encensario perante a
5 E fallou a Corah e a toda mia face de Je h o v a h , duzentos e cinco­
congregação, dizendo: amanhã pela enta encensarios; tambem tu e Aa­
manha J e h o v a h fará saber, quem ron, cada qual seu encensario.

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160 NÚMEROS, XVI.
18 Tomárão pois cada qual seu en- 32 E a terra abrio sua boca, e os tra*
censario, e nelles poserão fogo, e nel­ gou com suas casas; como tambem &
les deitarão perfume; e se poserão todos os homens que pertençião a Co­
perante a porta da Tenda do ajunta­ rah, e toda sua fazenda.
mento com Moyses e Aaron. 33 E elles e tudo que era seu, des-
19 E Corah fez ajuntar contra elles to­ cendérão vivos ao inferno; e a terra
da a congregação à porta da Tenda do os cubrio, e perecérão do meio da
ajuntamento: então a gloria de J e h o ­ congregação.
v a h appareceo a toda a congregação. 34 E todo Israel que estava ao re­
20 E fallou J e h o v a h a Moyses e a dor delles, fugirão do clamor delles;
Aaron, dizendo: porque dizião: que por ventura a ter­
21 Apartai-vos do meio desta con­ ra nos tambem não trage.
gregação, e como em hum momento 35 Então sahio fogo de Je h o v a h , e
os consumirei. consumio os duzentos e cincoenta va­
22 Mas elles se postrârão sobre suas rões, que QÍferecião o perfume.
faceSj e disserão: ó Deos, Deos dos 36 E fallou J e h o v a h a Moyses, di­
espintos de toda came: peccaria hum zendo :
só varão, e indignarte has tu tanto 37 Dize a Eleazar filho de Aaron o
contra toaa esta congregação % sacerdote, que tome os encensarios do
23 E fallou J e h o v a h a Moyses, di­ meio do incêndio, e espalhe o fogo
zendo : longe: porque santos são.
24 Falia a toda esta congregação, di­ 38 Os encensarios d?aquelles qué
zendo : levantai-vos do redor da habi­ peccàrão contra suas almas, para que
tação de Corah, Dathan. e Abiram. delles se fação folhas estendidas para
25 Então Moyses se levantou, e se cuberta do Altar; porquanto os trou-
foi a Dathan e Abiram: e após elle xerão perante a face de J e h o v a h ; pe­
forão-se os Anciãos de Israel. lo que sanctos são, e serão por sinal a
26 E fallou á congregação, dizendo: os filhos de Israel.
desviai-vos ora das tendas destes ím­ 39 E Eleazar o sacerdote tomou o*
pios varòes, e não toqueis a nada do encensarios de metal, que trouxerâo
que he seu; para que por ventura não os queimados, e os estendérão para
pereçais em todos seus peccados. cuberta do Altar.
27 Levantârão-se pois do redor da 40 Por memorial para os filhos dé
habitação de Corah, Dathan, e Abi­ Israel, que nenhum estranho que náo
ram : mas Dathan e Abiram sahirão, for da semente de Aaron, se chegue
e se poserão à porta de suas tendas, ara accender perfume perante a face
juntamente com suas mulheres, e se­
us filhos, e suas crianças.
S e J e h o v a h ; para que não seja como
Corah e sua congregação, como J e h o ­
28 Então disse Moyses: nisto conhe­ v a h tinha dito a elle por boca de
cereis, que J e h o v a h me enviou a fa­ Moyses.
zer todos estes feitos; que de meu 41 Mas o dia seguinte toda a congre­
coração não procedem. gação dos filhos de Israel murmurou
29 Se estes morrerem como morrem contra Moyses e contra Aaron, dizen­
todos os homems, e se ferem visita­ do: Vósoutros matastes ao povo de
dos como se visitão todos os homens; Je h o v a h .
então J e h o v a h me não enviou. 42 E aconteceo que, ajuntando-se a
30 Mas se J e h o v a h criar alguma congregação contra Moyses e Aaron,
cousa nova, e a terra abrir sua boca, e e virando-se para a Tenda do ajunta­
os tragar com tudo que he seu, e vivos mento, eis que a nuvem a cubrio, e a
descend^-em ao inferno; então con­ gloria de J e h o v a h appareceo.
hecereis que estes varões irritàrão a 43 Vierão pois Moyses e Aaron pe­
Je h o v a h . rante a Tencta do ajuntamento.
31 E aconteceo que, acabando elle 44 Então fallou J e h o v a h a Moyses,
de fallar todas estas palavras, a terra dizendo:
que estava debaixo delles, se fendeo. 45 Levantai-vos do meio desta con­

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NÚMEROS, XVU, XVlII. 161

gregação, e a consumirei òomo ém a face de Jehovah na Tenda do teste­


fimn momento: entâo se postrár&o munho.
sobre suas faoes. 8 Sucoedeo pois que o dia seguinte
46 E disse Moyses a Aaron: toma-o Moyses entrou ná Tenda do testemu­
encensario, e pôe nelle fogo do altar, nho, e eis que a vara de Aaron pela
m deita perfume sobre elle, e vai-te casa de Lev i florecia: porque produ­
depressa â congregação, e faze propi­ zira flores, e brotâra renovos, e déra
ciação por élles: porque grande in­ amêndoas.
dignação sahio de diante da faee de 9 Então Movses tirou todas as varas
J e h o v a h ; ja a plaga começou. de diante da face de Jehovah a todos
47 E tomoü o Aaron como Moyses os filhos de Israel; e elles o virão, e
tinha fallado, e correo no meio da tomàráo cada hum sua vara.
congregação, e eis que ja a plaga ha­ 10 Então Jehovah disse a Moyses:
via c omeçado entre o povo; e deitou torna a vara de Aaron perante o teste­
perfume nelle, e fez propiciação pelo munho, para que se guarde por sinal
povo. para os filhos rebeldes: assim farás
48 E eslava em pé entre os mortos e acabar suas murmurações contra mim,
entre os vivos ; assim cessou a plaga. e não morrerão.
49 E oe que morrerão cPaquelia pla­ 11 E Moyses fez assim; como lhe
ga, forão catorze mil e sete centòs, de mandára Jehovah, assim fez.
mais dos mortos pela causa de Co­ 12 Então faUarão os filhos de Israel
rah. a Moyses, dizendo: eis aqui, nós es­
50 E Aaron tornou-se a Moyses á piramos, perecemos, nos perecemos
pdrta da Tenda do ajuntamento: e a todos.
çtoga oesson. 13 Todo aquelle que checando se
ehegar ao Tabemaculo de* Jehovah,
morrerá: seremos pois consumidos
CAPITULO XVII. espirando ?
ÍT W W O faUon Jehovah a Moyses,
Jl í tò e n d o :
CAPITULO XVIII.
2 Falia aos filhos de Israel, e toma
delles huma vara por cada casa pater­ NTAOdisse Jehovah a Aaron: tu
na de Iodos seus Maioraes, segundo
as casas de seus pais doze varas; e
E
e teus filhos, e a casa de teu pai
comtigo levareis a iniquidade do San­
escreverás o nome de cada hum so­ tuario : e tu e teus filhos comtigo leva­
bre soa vata. reis a iniquidade de vosso sacerdocio.
3 Porem o nome de Aaron escreve­ 2 E tambem farás chegar comtigo
teus irmãos, a tribu de Levi, a tribu
rás sobre a vara de Levi; porque cada
cabeça da casa de seus pais terá hu­de teu pai, para que se ajuntem a ti,
ma vara. e te sirvão; mas tu e teus filhos com­
4 E as porás na Tenda do ajunta­ tigo estareis perante a Tenda do tes­
mento perante o testemunho, aonde te munho.
eu virei a vousootros. 3 E çlles guardarão tua guarda, e a
■6 E será que a vara do varão que euguarda de toda a Tenda; mas nâo
chegarão aos vasos do Santuario e ao
tiver escolhido, florecerâ; açsim farei
Cessar as murmurações dos filhos de altar, para que não morrão, assim
Israel contra mim, com que murmuráo elles, como vósoutros.
oontra vósoutros. 4 Mas se ajuntarão a ti. e guarda­
rão a guarda aa Terida do ajuntamen­
6 Fallou pofe Mojrses aos filhos de
Israel; e todos seus Maioraes dérão to em todo o ministério da Tenda: e
lhe cada hum huma vara, por cada o estranho se não chegará a vósoutros.
Maioral huma vara, segundo as casas 5 Vósoutros pois guardareis a guar­
de seus pais doze varas; e a vara deda do Santuario e a guarda do altar;
Aaron estava entre suas varas. para que nâo mais haja furor sobre os
7 E Moyses pós estas varas perante filhos de Israel.

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162 NÚMEROS* XVm.
6 Porque eis aqui, eu tenho tomado 17 Mas o primogênito de Vaca, ou
vossos irmãos os Levitas no meio dos primogênito de ovelha, ou primogên­
filhos de Israel: dados a vósoutros em ito de cabra nâo resgatarás; santos
dadiva por J e h o v a h , para administrar são: seu sangue espargirás sobre o
o ministério da Tenda do ajuntamento. Altar, e sua gordura accenderás em
7 Mas tu e teus filhos comtiso guar­ offerta accendida de suave cheiro a
dareis vosso sacerdocio em toao nego­ J eh o v a h .
cio do altar, e no que estiver d7entro 18 E suá came serà tua: como o
do veo, úto administrareis: eu vos dou peito movediço, e como o hombro di­
vosso sacerdocio em dadiva ministério reito teu serà.
al,e o estranho que se chegar, morrera. 19 Todas as offertas alçadiças das
8 Disse mais Je h o v a h a Aaron: eeu, santidades, que os filhos ae Israel of-
eis que te tenho dado a guarda de mi­ ferecerem a Je h o v a h , tenho dado a
nhas offertas alçadiças, com todas as ti e a teus filhos, e a tuas filhas com*
santidades dos íilhos de Israel; por cau­ tigo por estatuto perpetuo: concerto
sa da unção as tenho dado a ti, e a teus perpetuo de sal serà perante a face de
filhos por estatuto perpetuo. J e h o v a h , para ti e para tua semente
9 Isto teràs da santidade das santida­ comtigo.
des do fogo: todas suas offertas com to­ 20 Disse tambem J e h o v a h a Aaron:
das suas offertas de manjares, e com em sua terra herdarás nenhuma cou­
todas suas expiações do peccàdo, e sa, e em meio delles teràs nenhuma
com todas suas expiações da culpa, que parte: eu sou tua parte e tua herança
me restituirão; serà santidade ae san­ em meio dos filhos de Israel.
tidades para ti, e para teus filhos. 21 E eis que aos filhos de Levi te­
10 No lugar santissimo o comerás: nho dado todos os dizimes em Israel
todo macho o comerá; santidade será por herança, por seu ministério quó
para ti. administrão, o ministério da Tenda
11 Tambem isto serà teu: a offerta do ajuntamento.
de seus dons com todas as offertas 22 E nunca mais os filhos de Israel
movediças dos filhos de Israel ; a ti e se chegarão à Tendo do ajuntamento,
a teus nlhos. e a tuas filhas com tigo para levar peccado, e para morrer.
as tenho daao por estatuto perpetuo: 23 Mas os Levitas administrarão o
todo limpo em tua casa as comerá. ministério da Tenda do ajuntamento,
12 Tuao o melhor do azeite, e tudo e levarão sua iniquidade: para vossas
o melhor do mosto e do grão, suas pri­ gerações serà estatuto perpetuo; e
mícias que derem a J e h o v a h , tenho em meio dos filhos de Israel herda­
dado a ti. rão nenhuma herança.
13 Os primeiros frutos de tudo que 24 Porque os dizimos dos filhos de
houver em sua terra, que trouxerem a Israel, que offerecerem a J e h o v a h em
J e h o v a h , serão teus: todo limpo era offerta alçadiça, tenho dado por he­
tua casa os comerá. rança aos Levitas: portanto eu lhes
14 Toda cousa interdita em Israel, disse; em meio dos filhos de Israel
serà tua. herdarão nenhuma herança.
15 Tudo que abrir a madre, de toda 25 E fallou J e h o v a h a Moyses, di­
came que trouxerem a J e h o v a h , as­ zendo:
sim de homens como de animaes, serà 26 Tambem fallaràs aos Levitas, e
teu: porem os primogênitos dos ho­ dir-lhes-has: quando receberdes os di
mens resgatando resgatarás; tambem zimos dos filhos de Israel, que eu del­
resgatarás os primogênitos dos ani­ les vos tenho dado por vossa herança,
maes immundos. delles offerecereis huma offerta alçaai-
16 Os que pois delles se houverem de ça de J e h o v a h ; os dizimos dos dizimos.
resgatar, resgatarás de idade de hum 27 E vos contar-se-ha por vossa offer­
mez, segundo tua avaliação, por cinco ta alçadiça, como grão da eira, e como
siclos de dinheiro, segundo o siclo do plemdão do lagar.
Santuario ; que he de vinte Geras. 28 Assim tambem a offerecereis a Jc-

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NÚMEROS, XIX. 163

h d v à b huma offerta alçadiça de todos raial em hum lugar limpo: e estará


vossos dízimos, que receberdes dos em guarda para a congregação dos
filhos de Iàrael, e delles dareis a offer­ filhos de Israel, para a agua aa separa­
ta alçadiça de J e h o v a h a Aaron o sa­ ção ; expiação he.
cerdote. 10 E o que apanhou a cinza da be­
29 De todos vossos dons oíferecereis zerra. lavará seus vestidos, e será im-
toda o f f e r t a a lç a d iç a d e J e h o v a h : raunao até a tarde : isto será por esta­
de tu d o o m e lh o r delles, su a santifi­ tuto perpetuo aos filhos de Israel e ao
cação d e l i a . estrangeiro, que peregrina em meio
30 Dir-lhes has pois: quando offere- delles.
cerdes o melhor delles, como novidade 11 Aquelle que tocar a algum morto,
da eira, e como novidade do lagar, se corpo morto de algum homem, immun­
contará aos Levitas. do será sete dias.
31 E o comereis em todo lugar, vós 12 Ao terceiro dia se expiará com
e vossa casa, porque vosso galardão ella, e ao setimo dia serà limpo: mas
he por vosso ministério na Tenda do se ao terceiro dia se nâo expiar, nâo
ajuntamento. será limpo ao setimo dia.
32 Pelo que nâo levareis peccado, 13 Todo aquelle que tocar a algum
quando delles ofierecerdes o melhor: morto, corpo morto de algum homem,
e nâo profanareis as santidades dos que estiver morto, e nâo se expiar,
filhos de Israel, para que nâo morrais. contamina o Tabemaculo de J e h o ­
v a h : pelo que aquella alma será de­
sarreigada ue Israel: porquanto a agua
CAPITULO XIX. da separação não foi espargida sobre
ALLOU mais J e h o v a h a Moyses e elle, immundo será: ainda sua im­
Í a Aaron, dizendo:
2 Este he o estatuto da Lei, que Je­
mundicia esta nelle.
14 Esta he a lei, quando morrer al­
hovah mandou, dizendo; dize aos gum homem em alguma tenda: todo
filhos de Israel, que te tragâo huma be­ aquelle que entrar naquella tenda, e
z e rra ruiva inteira, em que haja nenhu­ todo aquelle que estiver naquella ten­
m a falta, e sobre que nâo subio jugo. da, será immundo sete dias.
3 E a dareis a Eleazar o sacerdote; 15 Tambem todo vaso aberto, sobre
e a tirará fora do arraial, e se degola­ que nâo houver pano atado, será im­
rá perante sua face. mundo.
4 E Eleazar o sacerdote tomará de 16 E todo aquelle que sobre a face
seu sangue com seu dedo, e delle es­ do campo tocar a algum, que for mor­
pargirá para a fronteira da Tenda do to a cutelo, ou outro morto, ou ossos
ajuntamento sete vezes. de algum homem, ou sepultura; serà
5 Entâo queimarão a bezerra peran­ íiümundo sete dias.
te seus olhos, seu couro, e sua came, 17 Para hum immundo pois tomorAo
e seu sangue, com seu esterco se quei­ do pó da queima da expiação, e sobre
mará. elle porão agua viva em hum vaso.
6 E o sacerdote tomará páo de cedro, 18 E hum limpo varâo tomará hisso­
e hissopo. e carmezim, e os lançara po, e o molhará naquella agua, e a es­
no meio ao incêndio da bezerra. pargirá sobre aquella tenda, e sobre
7 Entâo o sacerdote lavará seus ves­ todo o fato, e sobre as almas que ali es­
tidos, e banhará sua came em agua, tiverem : como tambem sobre aauelle
e d e p o is entrará no arraial: e o sa­ ue tocar ossos, ou algum matauo ou
c e rd o te será immundo até a tarde. efunto, ou sepultura.
8 Tambem o que a queimou, lavará 19 E o limpo ao terceiro e setimo
teus vestidos com agua, e em agua ba­ dia espargirá sobre o immundo : e ao
nhará sua came, e immundo será até setimo dia o expiará; e lavará seus
a tarde. vestidos, e se banhará em agua, e à
9 E hum varâo limpo apanhará a tarde serà limpo.
cinza da bezerra, e a norá fora do ar­ 20 Porem o que fcr immundo, e se

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164 NÜMEROS, XX.

nào expiar, a tal alma do meio da lhes; ouvi agora rebeldes, porventura
congregação será desarreigada; por­ tiraremos agua desta penha para vós ?
quanto contaminou ao Santuario de 11 Entâo Moyses levantou sua máo,
J e h o v a h ; agua de separação sobre e ferio a penha duas vezes com sua,
èlle nào foi espargida; immundo he. vara, e sahirão muitas aguas; è bebeo
21 Isto lhes será por estatuto perpe­ a congregação e seus animaes.
tuo: e o que espargir a agua da sepa­ 12 Pelo que Jeh o v a h disse a Moyses
ração, lavará seus vestidos ; e o que e a Aaron: porquanto a mira nâo cres-,
tocar a agua da separação, será im­ tes, para me sanctificar diante dos
mundo até a tarde. filhos de Israel, portanto não metereis
22 E tudo que tocar o immundo, tam­ a esta congregação na terra que lhes
bem será immundo; e a alma que o tenho dado.
tocar, será immunda até a tarde. 13 Estassâo as aguas de Meriba* por­
que os filhos de Israel contenderão
com J e h o v a h :e se sanctificou nelles.
CAPITULO XX.
14 Depois Moyses desde Cades man­
HEGANDO os filhos de Israel, toda dou mensageiros ao Rei de Edom, di­
C a congregação ao deserto de Zin,
nomes primeiro, o povo ficou em Ca-
zendo: assim diz teu irmão Israel;,
sabes todo o trabalho, que nos sobre­
des: e Miriam morreo ali, e ali foi veio.
sepultada. 15 Como nossos pais descendérão a
2 E nâo havia agua para a congre­ Egypto, e nós em Egypto habitámos
gação: entâo se congregárâo contra muitos dias; e como os Egypcios mal-
Moyses e contra Aaron. tratàrâo a nós e a nossos pais.
3 E o povo côntendeo com M o y ses: 16 £ clamámos a Je h o v a h , e elle
e fallàrão, dizendo; oxalà espirára­ ouvio nossa voz, e mandou hum anjo,
mos, quando espiráráo nossos irmãos e nos tirou de Egypto: e eis que es­
perante a face ae Je h o v a h ! tamos em Cades, cidade no fim de
4 E porque trouxestes a congrega­ teus termos.
ção de Je h o vah a este deserto ? para 17 Deixa nos pois passar por tua ter­
que morramos ali, nós e nossos ani­ ra ; nâo passaremos pelo campo, nem
maes ? pelas vmhas, nem beberemos agua
5 E porque nos fizestes subir de dos poços: iremos pela estrada real,
Egypto, para nos trazer a este lugar nós não desviaremos à mão direita
mâo ? lugar náo de semente, nem de nem à esquerda, até que passemoa
figos, nem de vides, nem de româs, por teus termos.
nem de agua para beber. 18 Porem Edom lhe disse: nâo pas­
6 Entào Moyses e Aaron se forão de sarás por mim, para que porventura eu
diante da face da Congregação à porta nâo saia a cutelo ao encontro de ti.
da Tenda do ajuntamento, e se lançá- 19 Então os filhos de Israel lhe dis­
râo sobre suas faces: e a gloria de serão : subiremos pelo caminho igua­
J ehovah lhes appareceo. lado, e se eu, e meu gado bebermos
7 E Jeh o v a h fallou a Moyses, di­ de tuas aguas, darei o preço delias ^
zendo : sem cousa outra alguma somente pas­
8 Toma a varase ajunta a congrega­ sarei a pé.
ção. tu e Aaron teu irmão, e fallai â 20 Porem elle disse: não passarás >
peniia perante seus olhos, e dará sua e lhe sahio Edom ao encontro com,
a : assim lhes tirarás agua da pe- muita gente, e com mão forte.
X , e darás a beber à congregação
e a seus animaes.
21 Assim refusou Edom de deixar
passar a Israel por seu termo: pelo-
9 Entâo Moyses tomou a vara de di­ que Israel se desviou delle.
ante da face de Je h o v a h , como lhe 22 Entào se partirão de Cades; e os
tinha mandado. filhos de Israel toda a congregação vis-
10 E Moyses e Aaron congregárâo a rào ao monte de Hor.
congregação diante da penha, e disse- $3 E fallou Jeh o vah a Moyses e a

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KÜMEROS, XXI. 160
Aaron Ho monte de Hor, nos termos disserão: peccado havemos, porquanto
da terra de Edom, dizendo^ temos fallado contra Je h o v a h e con­
24 Aaron recolhido será a seus po- tra ti; ora a Je h o v a h , que tire de nós
vocl porque não entrará na terrá, que estas serpentes: então Moyses orou
dado tenho aos filhos de Israel: por­ pelo povo.
quanto rebeldes fostes à mibha boca 8 E disse Je h o v a h a Moyses; te
ás aguas de Meríba. faze huma serpente ardente, e apoem
25 Toma a Aaron e a Eleazar seu sobre huma aste: e será que viverá
filho, e faze os subir ao monte de todo o mordido, que attentar para ella.
Hor. 9 E Moyses fez huma serpente de
26 E desde a Aaron seus vestidos, e metal, e a pós sobre huma aste; e era
os veste a Eleazar seu filho: porque que mordendo alguma serpente a al­
Aaron será recolhido, e morrerá ali. guem, attentava para a serpente de
27 Fez pois Moyses oomo J e h o v a h metal, e ficava vivo.
lhe mandará: porque subirão ao mon­ 10 Então os filhos de Israel se parti­
te de Hor perante os olhos de toda a rão, e alojáião-se em Oboth.
congregação. 11 Depois se partirão de Oboth, e se
38 E Moyses despio a Aaron os ves* alojárâo nos outeiros de Abarim, no
tidos, e os vestio a Eleazar seu filho; deserto, que está em fronte de Moab,
e morreo Aaron ali sobre o cume do ao nascente do sol.
monte; e descendeo Moyses e Eleazar 12 IVali se partirão, e se alojárâo,
do monte. junto ao ribeiro de Zered.
29 Vendo pois toda a congregação, 13 E d7ali se partirão, e se alojárâo
que Aaron eia morto, pranteárão a Aa­ desta banda de Amon, que está no
rontrinta dias, toda a casa de Israel. deserto, e sahe dos termos dos Amo*
reos: porque Amon he termo de Mo­
ab, entre Moab e entre os Amoreos.
CAPITULO XXI. 14 (Pelo que se diz no livro das guer­
UVINDO o Cananeo o Rei de Ha- ras ae J e h o v a h : contra Vaheb em
O ndj que habitava paraa banda do hum pé de vento, e contra os ribeiros
Sul, qne Israel vinha pelo eaminho das de Amon).
espias; pelejou contra Israel, e delle 15 E a corrente dos ribeiros, que se
levsn algunf presos por presioneiros, volve para a situação de Ar, e se en­
2 Entâo Israel fez mim voto a J e h o ­ costa aos termos de Moab.
v a h , dizendo: se entregando entrega­ 16 E dali a Beer se partirão: este he
res este povo em minha mão, em in­ o poço, de que Je h o v a h disse a Moy­
terdito porei suas cidades. ses : aiunta ao povo, e lhe darei agua.
3 Jjchov ah' pois ouvio a voz de Isra­ 17 (Então Israel cantou este cântico:
el, e entregou os Cananeos, e pôs em sube poço, cantai de elle por vezes.
interdito a elles e a suas cidades: e o 18 Tu poço, que cavàrâo os prínci­
nome daquelle lugar chamou Horma. pes, que escavárâo os nobres do povo,
4 Então se partirão do monte de Hor e o legislador com seus bordões:) e
»lo caminho do mar vermelho, a ro- do deserto se partirão a Mattana.
S ear a terra de Edom: porem a alma 19 E de Mattana a Nahaliel, e de
do povo se angustiou neste caminho. Nahaliel a Ramoth.
5 E o povo fallou contra Deos e con­ 20 E de Bamoth ao valle que está
tra Moyses: porque nos fizestes subir no campo de Moab, no cume de Pis-
de Egypto, para que morressemos nes­ ga, e a vista do ermo.
te deserto T pois aqui nem pão nem 21 Então Israel mandou mensageiros
agua ha; e nossa alma tem fastio des­ a Sihon Rei dos Amoreos, dizendo:
te pão tão vil. 22 Deixa-me passar por tua terra; a
6 Então Je h o v a h entre o povo man­ os campos, nem ás vinhas nos não des­
dou serpentes ardentes, que mordérâo viaremos; as aguas dos poços não be­
ao povo, emorreo muitopovo de Israel. beremos: iremos pela estrada real,
7 Pelo que o povo veio a Moyses, e até que passemos teus termos.

D ig itize d by L j O O Q ie
166 NÚMEROS, XXII.

23 Porem Sihoii nào deixou passar a


CAPITULO XXII.
Israel por seus termos; antes Sihon
congregou todo seu povo, e sahio ao EPOIS os filhos de Israel se parti-
encontro de Israel ao deserto, e veio a
Jahza, e pelejou contra Israel.
D ' râo, e se alojárâo nas campinas
de Moab, desta banda do Jordão de
24 Mas Israel o ferio a fio da espa­ Jericho.
da, e tomou sua terra em possessão he- 2 Vendo pois Balac filho de Zippor
reditaria, desde Amon ate Jabbok, até tudo que Israel fizerà aos Amoreos.
os filhos de Ammon: (porquanto o ã Moab temeo muito perante a face
termo dos filhos de Ammon era fir­ deste povo, porque era muito: e Mo­
me.) ab andava angustiado perante a face
25 Assim Israel tomou todas estas dos filhos de Israel.
cidades: e Israel habitou em todas 4 Pelo que Moab disse aos Ançi&os
as cidades dos Amoreos, em Hesbon dos Midianitas: agora esta congrega­
e em todas suas aldeas. ção lamberá tudo quanto houver ao
26 Porque Hesbon era a cidade de redor de nós, como o boi lambe a er­
Sihon Rei dos Amoreos, e tinha pele­ va do campo: naquelle tempo Balac
jado contra o precedente Rei dos Mo- filho de Zippor era rei dos Moabitas.
abitas, e tinha tomado de sua mâo to­ 5 Este enviou mensageiros a Bileam
da sua terra até Amon. filho de Beor a Pathor, que está junto
27 Pelo que dizem os proverbiantes: ao rio, na terra dos filhos de seu povo,
vinde a Hesbon; a cidade de Sihon a chamálo, dizendo: eis que hum po­
se edifique e fortifique. vo sahio de Egypto; eis qne cobre a
28 Porque fogo sahio de Hesbon, e face da terra, e parado está em fronte
huma cnama da cidade de Sihon: e de mim.
consumio a Ar dos Moabitas e os Se­ 6 Vem pois agora, rogo-te que a este
nhores dos altos de Amon. povo me amalcfiçòes, pois mãi» pode­
29 Ai de ti Moab ! perdido es povo roso he que eu; por ventura o pode­
de Chamoz! seus filhos que hiâo fu­ rei ferir, ou o lançarei da terra: por­
gindo, e suas filhas entregou em pri­ que eu sei que a quem tu abençoares,
são a Sihon Rei dos Amoreos. será abençoado; e a quem tu amaldi­
30 E nosoutros os derribámos; Hes­ çoares, será amaldiçoado.
bon perdida he até Dibon, e Os asso­ 7 Entâo forão se os Anciãos dos Moa­
lámos até Nophah, que até Medeba bitas, e os Ançiâos dos Midianitas,
se estende. com o preço dos encantamentos em
31 Assim Israel habitou na terra do suas mâos: e chegarão a Bileam, e
Amoreo. lhe fallarâo as palavras de Balac.
32 Depois mandou Moyses a espiar 8 E elle lhes disse : passai aqui es­
e Jaezer, e tomárâo suas aldeas, e da- ta noité, e vos tTarei a reposta, como
quella possessão lançárâo aos Amo­ J x h o v a h me fallar; entâo os Principes
reos que estavâo ali. dos Moabitas ficarão com Bileam.
33 Entâo virârâo-se, e subirão cami­ 9 E veio Deos a Bileam, e disse:
nho de Basan: e Og Hei de Basan sa­ quem sâo estes homens, que estâo
hio contra elles, elle e todo seu povo, comtigo?
à peleja em Edrei. 10 E Bileam disse a Deos; Balac
34 E disse Je h o vah a Moyses: nâo filho de Zippor, rei dos Moabitas os
o temas; porque o dado tenho em tua enviou a mim ditendo;
mâo, a elle e a todo seu povo, e a sua 11 Eis que hum povo sahio de Egyp­
terra, e far-lhe-has como fizeste a Si­ to, e cubrio a face daterra: vem ago­
hon rei dos Amoreos, que habitava ra amaldiçoa-me-o; porventura pode­
em Hesbon. rei pelejar contra elle, ou o lançarei
35 E de tal maneira o ferírâo a elle, fora.
e a seus filhos, e a todo seu povo, que 12 Entâo disse Deos a Bileam; n&o
nenhum delles escapou : e tomàrâo irás com elles: nem amaldiçoarás a
sua terra em possessão hereditam. este povo, porquanto bemdito he.

D ig itize d by L j O O Q ie
NÚMEROS, XXII. 167

13 Entáo Bíleam ise levantou pela J e h o v a h , apertou-se com a parede, e


manhâ, e disse aos Príncipes de Ba- com a parede apertou o pé de Bileam:
lac: ide-vos à vossa terra; porque pelo que tornou a espancála.
Jk h o v a h refuaa de me deixar ir com 26 Então o Anjo ae J e h o v a h pas­
TOSCO. sou mais a diante, e se pôs em hum
14 Assim que os Principes dos Moa- lugar estreito, aonde não havia cami­
bitas se levantáráo: e vierão a Balac, nho, para se desviar nem à máo dire­
e disserão: Bileam refusou de vir com ita, nem ã esquerda.
nosco. 27 E vendo a asna ao Anjo de Je­
15 Porem Balac proseguio ainda em h o v a h , se deitou debaixo de Bile­
enviar mais Principes, e mais honra­ am : e a ira de Bileam se accendeo, e
dos do que aquelles. espancou a asna com o bordáo.
16 Os quaes vierão a Bileam, e lhe 28 Então J e h o v a h abrio a boca da
disserão: assim diz Balac filho de Zip- asna, a qual disse a Bileam: que eu
por; rogo-te que te não detenhas em te fiz, que me tens espancado tres
vir a mim. vezes ?
17 Porque honrando te honrarei mu- 29 E Bileam disse á asna; porquan­
ito?e farei todo que me disseres: vem to de mim zombaste: ouxalà eu tivéra
pois Toge-te, amaldiçoa-me a este espada em minha mão! que agora te
povo. matára.
18 Entáo Bileam respondeo, e disse 30 E a asna disse a Bileam: por
aos servos de Balac: ainda que Ba­ ventura não sou tua asna, sobre que
lac me désse sua casa chea de prata cavalgaste, desde o tempo que eu fui
e ouro, eu não poderia traspassar o tua até a este dia ? costumei eu algu­
mandado de Jeh o v a h meu Deos, p a ­ ma vez de fazer assim comtigo ? e elle
ra fazer cousa pequena ou grande. respondeo, náo.
19 E rogo-vos agora, que tam bem 31 Entào J e h o v a h destapou os olhos
aqui fiqueis esta noite, p ara que eu a Bileam, de maneira que vio ao An­
saiba o q o e J e h o v a h m e fa llar mais. jo de Je h o v a h , que estava no cami­
20 Veio pois J e h o v a h a Bilèam de nho, e sua espaaa arrancada em sua
noite e disse-lhe: pois que aquelles máo: pelo que inclinou a cabeça, e
varões vierão a charaar-te, levanta-te, se postrou soore sua face.
vai com elles: e todavia farás o que 32 Entào o Anjo de J e h o v a h lhff
eu te disser. disse: porque ja tres vezes espancaste
21 Entáo Bileam se levantou pela tua asna ? eis que eu sahi por teu ad-
manhâ, e albardou sua ãsna, e foi-se versario, porquanto este caminho se
com os Principes de Moab. desvia de diante de mim.
22 E a ira de Deos se accendeo, por­ 33 Porem a asna me vio, e ja tres
que se hia: e o Anjo de Je h o v a h vezes se desviou de diante de minha
se pôs no caminho por seu adversa- face: se ella se nâo desviára de dian­
rio; e elle caminhando hia sobre sua te de minha face, na verdade aue eu
asna. e dous de seus moços com agora te tambem matára, e a ella dei-
elle. xára com vida.
23 Vio pois a asna ao Anjo de Je ­ 34 Então Bileam disse ao Anjo de
h o v a h , que estava no caminho com J e h o v a h : pequei, que náo soube que
sua espada arrancada em sua máo; te punhas ao encontro de mim neste
pelo que a asna se desviou do cami­ caminho: e agora, se parece mal era,
nho, e se foi pelo campo: entáo Bi- teus olhos, tomar-me-hei.
leam espancou a asna, para fazéla tor­ 35 E disse o Anjo de J e h o v a h a Bi~
nar ao caminho. leam: vai-te com estes varões; mas
24 Mas o Anjo de Jehovah se pôs somente a palavra que eu fallar a ti*
em hum altalho de vinhas, havendo esta faljarás: assim Bileam foi se com
huma parede d*esta, e huma parede os Principes de Balac.
de outra banda. 36 Ouvindo pois Balac que Bileam
85 Vendo pois a asna ao Anjo de vinha, lhe sahio ao encontro até á oi-»

D ig itize d by L j O O Q le
m nümebos, xxni.
dade doa Moabitas, que está no ter­ este povo habitará só, e entre as gas­
mo de Amon, ao fim do termo. tes nâo serà contado.
37 E Balac disse a Bileam; por 10 Quem contará o pó de Jacob?
Ventura enviando não enviei a chamar e o numero, ou quarta parte de Israel ?
te ? porque nâo vieste a mim ? nâo eu minha alma morra da morte dos jus­
te posso honrar convenientemente ? tos, e meu fim seja como o seu.
38 Entâo Bileam disse a Balac : eis 11 Então disse Balac a Bileam: que.
que eu sou vindo a ti; por ventura me fizeste? te chamei para amaldi­
poderei fallar alguma cousa ? a pala­ çoar a meus inimigos, mas eis que
vra que Deos poser em minha boca, abençoando os abençoaste.
esta fallarei. 12 E elle respondeo e disse: por­
39 E Bileam foise com Balac, e vi­ ventura não terei cuidado de fallar o
erão a Quiriath Huzoth. que J e h o v a h pôs em minha boca?
40 Entâo Balac matou bois e ove­ 13 Entâo Balac lhe disse: rogo-te que
lhas ; e delles enviou a Bileam, e aos venhas comigo a outro lugar, donde
Principes que estavâo com elle. o verás; somente viste seu cabo, mas
41 E foi que pela manhâ Balac to­ a todo elle n&o viste: e d’ali m’o
mou a Bileam, e o levou aos altos de- amaldiçoa.
Baal, que d’ali visse o cabo do povo. 14 Assim o tomou comsigo ao cam­
po de Zophim, ao cume de Pisga: e
edificou sete altares, e offereceo hum
CAPITULO XXIII.
bezerro, e hum carneiro em cada altar.
NTAO Bileam disse a Balac: edi­ 15 Entâo disse a Balac: fica aqui
E fica-me aqui sete altares; e apa­ junto a teu holocausto, e ali o encon­
relha-me aqui sete bezerros, e sete trarei.
carneiros. 16 E encontrando J e h o v a h com Bi-
2 Fez pois Balac como Bileam dis­ leam, pôs palavra em sua boca : e
sera; e Balac e Bileam offerecerão disse; toma-te a Balac, e falia assim.
hum bezerro, e hum carneiro em ca­ 17 E vindo elle, eis que estava junto
da altar. a seu holocausto, e os Principes dos
3 Entâo Bileam disse a Balac: fica Moabitas com elle: disse-lhe pois
junto a teu holocausto, e eu irei; Balac; que cousa fallou Je h o v a h ?
.por ventura Je h o v a h me sahirá ao 18 Entâo alçou seu dito, e disse:
encontro, e o que me mostrar te noti­ levanta-te Balac, e ouve; inclina teus
ficarei : entâo se foi a huma altura. ouvidos a mim filho de Zippor.
4 E encontrando-se Deos com Bile­ 19 Nâo he Deos homem para que
am, elle lhe disse: ordenei sete al­ minta; nem filho do homem para que
tares, e offereci hum bezerro, e hum se arrependa; diria-o, e não o fana ?
carneiro em cada altar. ou fallaria, e nâo o confirmaria ?
5 Então Je h o v a h pôs a palavra na 20 Eis que recebi para abençoar:
boca de Bileam, e o isse : toma-te a pois que elle abençoa, nâo o reboca­
Balac, e falia assim. rei eu.
6 E tomando-se a elle, eis que esta­ 21 Não vé iniquidade em Israel, nem.
va junto a seu holocausto, elle e todos, contempla maldade em Jaoob: Je h o ­
os Principes dos Moabitas. v a h seu Deos he com elle, e a jubila-
7 Então alçou seu dito, e disse : de çâo d’el Rei está com elle.
Syria me mandou trazer Balac rei 22 Deos os tirou de Egypto; suas
dos Moabitas, das montanhas do Ori­ forças são como as do unicornio.
ente, dizendo: vem, amaldiçoa-me a 23 Pois contra Jacob nâo ha enoan-
Jacob: e vem detesta a Israel. tamento, nem adevinhação contra Is­
8 Como amaldiçoarei ao que Deos rael : neste tempo Be dirá de Jacob «*
n&o amaldiçoa? e como detestarei, de Israel, que Deos tem obrado.
quando Je h o v a h nâo detesta ? 24 E^s que o povo se levantará co •
9 Porque do cume das penhas o ve­ mo leão velho, e se exalçará eomo
jo, e dos outeiros o contemplo: eis que le&o: nâo se deitará até que nto co*

D ig itize d by L j O O Q ie
NÜMÊRÔS, X ítV . 169

meo a presa, e bebeo o sangue dos brantará seus ossos, e os atravessara


mortos. com suas setas.
25 Entâo Balac disse a Bileam: nem 9 Agachou-se, abateo-se como leâo,
amaldiçoando o amaldiçoarás, nem e como leâo velho; quem o desperta­
abençoando o abençoarás. rá ? bemditos os que te abençoarem,
26 Forem Bileam réspondeo^ e disse e malditos os que te amaldiçoarem.
a Balac: nào eu te fallei, dizendo: 10 Entào a ira de Balac se accendeo
tudo que J c h o v a h fallar, aquillo fa­ contra Bileam, e bateo suas palmas ;
rei? e Balac disse a Bileam: para amaldi­
27 Disse mais Balac a Bileam: ora çoar a meus inimigos te tenho cha­
vem, e te levarei a outro lugar: por mado ; porem agura ja tres vezes
ventura bem parecerá aos omos cra- abençoando os abençoaste.
quelle Deos, que d?ali m’o amaldi- 11 Agora pois te acolhe a teu lugar:
çôes. eu tinha dito, que honrando te hon­
*28 Entâo Balac tomou a Bileam com­ raria ; mas eis que J e h o v a h te privou
sigo ao cume de Peor, que vê para a desta honra.
banda do deserto. 12 Entâo Bileam disse a Balac: não
29 E Bileam disse a Balac: edifica* fallei eu tambem a teus mensageiros,
me aqui sete altares, e aparelha-me que enviaste a mim, dizendo:
aqui sete bezerros, e sete carneiros. 13 Ainda que Balac me desse sua
30 Balac pois fez como dissera Bi­ casa chea de prata e ouro; traspassar
leam ; e offereceo hum bezerro e hum nâo posso o mandado de J e h o v a h ,
carneiro era cada altar. fazendo bem ou mal de meu proprio
coração: o que Je h o v a h fallar, isso
fallarei eu.
CAPITULO XXIV.
14 Agora pois eis aue me vou a meu
ENDO Biieam que bem parecia povo : vem, aconselhar-te-hei, o que
y aos oihos de J e h o v a h , que aben* este povo fará a teu povo nos últimos
çoasse a Israel, nâo foi se esta vez dias
como d’antes ao encontro dos encan­ 15 Entâo alçou seu dito, e disse:
tamentos: mas pôs sua face para o falia Bileam nlho de Beor, e falia o
deserto. varâo de olhos abertos.
2 E alçando Bileam seus olhos, e 16 Falia o que ouvio os ditos de Deos,
vendo a Israel, que habitava segundo e o que sabe a sciencia do Altissimo:
suas tribus, o Espirito de Deos veio o aue vio a visâo do Todopoderoso, o
sobre elle. enlevado, e o descuberto ae olhos.
3 E alçou seu dito, e disse: falia 17 Ve-lo-hei, mas nào agora; con-
Bileam filho de Beor, e falia o varâo templa-lo-hei,masnào de perto: huma
de olhos abertos. estrella procederá de Jacob, e hum
4 Falia o que ouve os ditos de Deos, cetro subirá de Israel, que ferirá os
o aue vê a visâo do Todopoderoso, o termos dos Moabitas, e destruirá todos
enlevado, e o descuberto de olhos. os filhos de Seth.
5 Quam boas são tuas tendas, ó Ja­ 18 E Edom será possessão heredita-
cob ! tuas moradas 6 Israel! ria, e Seir será possessão hereditaria
6 Como ribeiros se espraiâo, como a seus inimigos; pois Israel fará proe­
hortas junto aos rios: como arvores zas.
de sandalo J e h o v a h os plantou, como 19 E dominará hum de Jacob, e ma­
cedros junto ás aguas. tará os do resto das cidades.
7 De seus baldes manarào aguas, e 20 E vendo aos Amalequitas, alçou
n a semente estará em muitas aguas: seu dito, e disse: Amalek he primi*-
e teu Rei se exalçará mais que Agag, cias das gentes; porem seu fim sera
e seu Reino será egatyado. - para perdição.
8 Deos o tirou de Egypto j suas for­ ?1 È vendo aos Quenitas, alcou seu
ças sâo como as do unioornio: consu­ dito, e djsse: firme está tua haDitaçâo,
mirá as gentes seus inimigos, e que- e poseste teu ninho em penha.

D ig itize d by L j O O Q ie
170 NÚMEROS, XXV, XXVI.

22 Toda via Cain serà consumido, zelou meu zelo em meio delles ; que
até que Assur te léve por presioneiro. em ineu zelo nâo consumi os filhos de
23 E alçando ainda seu dito, disse. Israel.
Ah quem viverá, quando Deos fizer 12 Portanto dize: eis que lhe dou
isto! meu concerto de paz.
24 E as naus da costa de Chittim 13 E elle e sua semente depois delle
afíligiráo a Assur; tambem affligirào terá o concerto do sacerdocio perpe­
a Heber; e tambem elle será para tuo ; porquanto teve zelo por seu Deds,
perdição. e fez propiciação pelos filhos de Is­
25 Então Bileam se levantou, e foi- rael.
se, e se tomou a seu lugar: e tambem 14 E o nome do varâo Israelita mor­
Balac se foi por seu caminho. to, que fora morto com a Midianita,
era Zimri filho de Saiu, Maioral da
casa patema dos Simeonitas.
CAPITULO XXV. 15 E o nome da mulher Midianita
ISRAEL se deteve em Sittim, e morta, era Cosbi filha de Zur, Cabeça
E o povo começou a fomicar com
as filhas dos Moabitas.
de povos da casa patema entre os
Midianitas,
2 E convidàrâo ao povo aos sacrifí­ i€ Fallou mais J e h o v a h a Moyses,
cios de seus Deoses: e o povo comeo, dizendo:
e se inclinou a seus Deoses. 17 Affligireis os Midianitas como ini­
3 Conjuntando-se pois Israel a Baal- migos, e os ferireis.
peor, a ira de Jeh o v a h se accendeo 18 Porque elles affligirào a vósou­
contra Israel. tros com seus refolhos, com que vos
4 E disse Jeh o v a h a Moyses: toma enganàrâo no negocio de Peor, e no
todas as Cabeças do povo, e as en- negocio de Cosbi, filha do Maioral
força a Jeh o v a h em fronte do sol, e o dos Midianitas, a irmâ dellès, que foi
ardor da ira de J eh o V a h se retirará morta no dia da plaga pelo negocio
de Israel. de Peor.
5 Entáo Moyses disse aos Juizes de
Israel: cada qual màte a seus varões,
CAPITULO XXVI.
que se conjuntârâo a Baalpeor.
6 E eis que veio hum varão dos CONTECEO pois que depois d*a-
Íilhos de Israel, e trouxe huma Mi- A qtiella plaga fallou J e h o v a h a
dianita a seus irmãos perante os olhos Moyses, e a Eleazar, filho de Aaron
de Moyses, e perante os olhos de to­ o sacerdote, dizendo :
da a congregação dos filhos de Israel, 2 Tomai a somma de toda a congre­
chorando elles diante da Tenda do gação dos filhos de Israel, de idade
ajuntamento. de vinte annos e a riba, segundo as
7 Vendo isso Pinehas filho de Elea­ casas de seus pais; todo o que em
zar, o filho de Aaron sacerdote, se le­ Israel sahe ao exercito.
vantou do meio da congregação, e to­ 3 Fallou-lhes pois Moyses e Eleazar
mou huma lança em sua mâo. o sacerdote, nas campinas de Moab,
8 E se foi apos o var&o Israelita até junto ao Jordão de Jericho? dizendo:
à mancebia, e os atravessou ambos, 4 Contareis de idade de vmte annos
ao varão Israelita e a mulher por sua e a riba, como J e h o v a h mandára a
barriga: então a plaga cessou de so­ Moyses e aos filhos de Israel', que sa­
bre os filhos de Israel. hirâo de Egypto.
9 E os que morréráo d^quella plaga, 5 Ruben o primogênito de Israel; os
forão vinte e quatro mil. filhos de Ruben forão Hanochj Ao
10 Então J e h o v a h fallou a Moyses, qual em a geraç&o dos Hanochitas:
dizendo: ae Pallu a geraç&o dos Palluitas.
11 Pinehas filho de Eleazar, ò filho 6 De Hezron a geração dos Hezroni-
de Aaron sacerdote desviou minha tas* de Carmi a geração dos Carmi-
ira de sobre os filhos de Israel; pois Ita§,

D ig itize d by L j O O Q ie
NÚMEROS, XXVI. 171

7 Estas s&o as gerações dos Rubeni- ç&o dos Talaitas: de Puva a geraç&o
tas: e seus contados for&o quarenta e aos Puvitas.
tres mil e sete centos e trinta. 24 De Jasub a geraç&o dos Jasubitas:
8 E os filhes de Paftu, Eliab. de Simron a geraç&o dos Simronitas.
9 E os filhos de Eliab, Nenrael, e 25 Estas s&o as gerações de Issa­
Dathan, e Abiram: estes, Dathan e schar segundo seus contados: sessen­
Abiram for&o os chamados da congre­ ta e quatro mil e trezentos.
gação, que movér&o a contenda oontra 28 Os filhos de Zebulon segundo su­
Moyses, e oontra Aaron na congrega­ as gerações, for&o; de Sered a gera­
ção de Corah, qnando movér&o a con­ ç&o dos Sereditas: de Elon a geraç&o
tenda oontra J s h o v a h . dos Elonitas: de Jahleel a geraç&o
10 E a te m abrio sua boca, e os tra­ dos Jahleelitas.
gou com Corah, auando morreo a con- 27 Estas s&o as gerações dos Zebu-
ffregaç&o: qoanao o fogo consnmio lonitas segundo seus contados: ses­
duzentos e cincoenta varões, e for&o senta mil e quinhentos.
por smal. 28 Os filhos de Joseph segundo suas
11 Mas os filhos de Corah n&o mor- gerações, for&o Manasse e Ephraim.
réi&o. 29 Os íilhos de Manasse for&o; de
Os filhos de Sime&o segundo suas Machir a geraç&o dos Machiritas: e
gerações: de Nemuel a geraç&o dos Machir gerou a Gilead: de Gilead a
Nemuelitas: de Jamin a geraç&o dos geraç&o dos Gileaditas.
Jaminitas: de Jachin a geraç&o dos 30 Estes s&o os filhos de Gilead;
Jachinitas. Jezer a geraç&o dos Jezeritas: de He-
13 De Zerah a geraç&o dos Zerahi- lek a geraç&o dos Helekitas.
tas: de Saul a geraç&o de 8anlitas. 31 E de Asriel a geraç&o dos Asrie-
14 Estas s&o as gerações dos Simeo- litas: e de Sechem a geraç&o dos Se-
nitas, vinte e dous mil e duzentos. chemitas.
15 0§ filhos de Gad segundo suas 32 E de Semida a geraç&o dos Se-
gerações: dê Zephon a geraç&o dos midaitas: e de Hepher a geração dos
Zepnonitas: de Haggi a geraç&o dos Hepheritas.
Haggitas: de Seni a geraç&o dos Su- 33 Porem Zelaphead filho de He­
nitãs. pher não tinha filhos, senão filhas: e
16 De Ozni a geraç&o dos Oznitas: os nomes das filhas de Zelaphead forão,
de Heri a geraç&o dòs Heritas. Machia e Noa, Hogla, Milca, e Tirza.
17 De Arod a geraç&o dos Aroditas: 34 Estas, s&o as gerações de Ma­
•le Areli a geraç&o dos Arelitas. nasse : e seus contados for&o cinco­
18 Estas s&o as gerações dos filhos enta e dous mil e sete centos.
de Gad segando seus contados, qua­ 35 Estes s&o os filhos de Ephraim
renta mil e quinhentos. segunda suas gerações; de Sutelah a
19 Os filhos de Judá, Er e Onan: geraç&o dos Sutelanitas: de Becher a
mas Er e Onan morrér&o na terra de geraç&o dos Becheritas: de Tahan a
Canaan. geraç&o dos Tahanitas.
$0 Assim os filhos de Judá for&o se- 36 E estes s&o os filhos de Sutelah;
pmdo suas gerações; de Sela a gera» de Eran a geraç&o dos Eranitas.
ç&e dos Selanitas: de Perez a gera- 37 Estas s&o as gerações dos filhos
çlo dos Perezitas: de Zerah a gera­ de Ephraim segundo seus contados;
ção dos Zerahitas. trinta e dous mü e quinhentos: estes
21 E os filhos de Perez for&e; de s&o os filhos de Joseph segundo suas
Hezron a geraç&o dos Hezronitas: de gerações.
Hatnul a geraç&o dos Hamulitas* 38 Os filhos de Benjamin segundo
22 Estas s&o as gerações de Judá suas gerações; de Bela a geraç&o dos
segundo seus eontados: setenta e seis Belaitas: de Asbel a geraç&o aos As-
mil e quinhentos. belitas: de Ahivama geraç&o dos Ahi-
23 Os filhos, de Issaschar segundo ramitaa:
i gerações, for&o; de Tola a gera-* De Sypham a geração dos Supha*

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172 NÚMEROS, XXVIÍ.

mitas: de Hupham a geração dos Hu- 57 E estes ião os contados de Levi


phamitas. segundo suas gerações; de Gerson a
40 £ os íilhos de Bela forão Ard e geração dos Gersonitas; de Caath a
Naaman: de Ard a geração dos Ardi- geração dos Caathitas; de Merari a
las: de Naaman a geração dos Naa- geração dos Meraritas.
manitas. 58 Estas são as gerações de Levi:
41 Estes são os filhos de Benjamin se­ a geração dos Libnitas, a geração dos
gundo suas gerações: e seus contados Hebronitas, a geração aos Mahlitas, a
forão quarenta e cinco mil e seis centos. geração dos Musitas, a geração dos
42 Estes são os filhos de Dan segun­ Corhitas: e Caath gerou a Amram.
do suas gerações: de Suham a gera­ 59 E o nome da mulher de Amram foi
ção dos Suhamitas: estas são as gera- Jochebed, filha de Levi, a qual a Levi
' çóes de Dan segundo suas gerações. nasceo em Egypto: e esta a Amram
43 Todas as gerações dos Suhamitas pario Aaron, e Moyses e Miriam sua
segundo seus contados, forão sessenta irmã.
e quatro mil e quatro centos. 60 E a Aaron nascerão Nadab,e Abi-
44 Os filhos de Aser segundo suas hn, Eleazar e Ithamar.
gerações forão; de Imna a geração 61 Porem Nadab e Abihu morrerão,
dos Imnaitas; de Isvi ageraçào dos Is- quando trouxerâo fogo estranho pe­
vitas: de Beria a geração dosBereitas. rante a face de J k k o v a h .
45 Dos filhos de Beria forão; de He­ 62 E forão seus contados vinte e tres
ber a geração dos Hebritas: de Mal- mil, todo macho de idade de hum mez
chiei a geração dos Malchielitas. e a riba: porque estes não forão con­
46 E o nome da filha de Aser foi tados entre os filhos de Israel, por­
Serah. quanto lhes não foi dada herança en­
47 Estas são as gerações dos filhos tre os filhos de Israel.
de Aser segundo seus contados, cinco­ 63 Estes são os contados por Moyses
enta e tres mil e quatro centos. e Eleazar o sacerdote, que contàrãoa
48 Os filhos de Naphtali segundo os filhos de Israel nãs campinas de
suas gerações; de Janzeel a geração Moab, junto ao Jordão de Jericho.
dos Jahzeelitas: de Guni a geração 64 E entre estes nenhum houve dos
dos Gunitas. contados por Moyses e Aaron o sacer­
49 De Jezer a geração dos Jezeritas: dote, quando cqntárão aos filhos de Is­
de Sillem a geração dos Sillemitas. rael nó deserto de Sinai.
50 Estas são as gerações de Naphta­ 65 Porque J sh o v a h dissera delles,
li segundo suas gerações; e seus con­ que morrendo morrerião no deserto:
tados forão quarenta e cinco mil e e nenhum delles ficou, senão Caleb
quatro centos. filho de Jephunne, e Josue filho de
51 Estes são os contados dos filhos Nun.
de Israel, seis centos e hum mil e sete
centos e trinta.
52 E fallou J e h o v a h a Moyses, di­ CAPITULO xxvn.
zendo : CHEGARAO as filhas de Zela-
53 A estes se repartirá a terra em
herança, segundo o numero dos nomes.
E pbead, filho de Hepher, filho de
Gilead, filho de Machir, filho de Ma-
54 A os muitos multiplicarás sua he­ nassoi entre as gerações de Manasse,
rança; e aos poucos diminuirás sua filho ae Joseph: ( e estes são os nomes
herança: a cada qual se dará sua he­ de suas filhas; Machia, Noa, e Hogla,
rança segundo seus contados. e Milca, e Tirta).
55 Toda via a terra se repartirá por 2 E poserão-se perante a face de
sortes: segundo os nomes das tribus MoyBes, e perante a face de Eleazar
de seus pais a herdarão. o saceraote, e perante a face dos Ma­
56 Segundo a sorte se repartirá a he­ ioraes e de toda a congregação, à porta
rança de cada qual, entre os muitos e da Tenda do ajuntamento, dizendo:
os poucos. 3 Nosso pai morreo no deserto, e

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NÚMEROS, XXVIII. 173

nâo estava entre a congregação dos toma a ti a Josue filho de Nun, varâo
q n e se congregáiáo contra J e h o v a h em quem ha espirito, e põe tua mâo
n a congregação de Corah: mas mor- sobre elle.
> r e o e m m u peccado, e nâo teve filhos. 19 E o apresenta perante a face de
4 Porque se tiraria o nome de nosso Eleazer o sacerdote, e perante a face
pai do meio de sua geração, porquan­ de toda a congregação, e lhe dá man­
to náo teve filhos ? Da-nos possessão damentos perante seus olhos.
entre os irmãos de nosso pai. 20 E pôe sobre elle de tua gloria,
5 E Moyses levou sua causa perânte para aue ouçâo, toda a congregação
a f a c e de Je h o v a h : dos filnos de Israel.
6 E fallouJ e h o v a h a Moyses,d izendo: 21 E se porá perante a face de Eleazar
7 As filhas de Zelaphead fallfto di­ sacerdote, o qual por elle consultará
reitamente : dando-lhes darás posses­ segundo o juízo cie Urim, perante a
são de herança entre os irmãos de seu face de Je h o v a h : por seu dito sahi­
p a i; e a herança de seu pai farás pas­ râo, e por seu dito entrarão, elle e to­
sar a ellas. dos os nlhos de Israel com elle, e toda
8 E fallarás aos filhos de Israel, di­ a congregação.
zendo : quando alguém morrer, e nâo 22 E fez Moyses como J e h o v a h lhe
tiver filho, entâo fareis passar sua he­ mandára: porque tomou a Josue, e o
rança a sua filha. apresentou perante a face de Eleazar
9 E se nâo tiver filha, entâo sua he­ o sacerdote, e perante a face de toda
rança dareis a seus irmãos. a congregação.
10 Porem se nâo tiver irmãos, entâo 23 E pôs suas mãos sobre elle, e
dareis sua herança aos irmãos de seu lhe deu mandamentos, como J e h o v a h
pai. mandára por mâo de Moyses.
11 Se tambem seu pai nâo tiver ir­
mãos, entâo sua herança dareis a seu
peuvnte, lhe o mais cnegado de sua CAPITULO XXVIII.
geração, para que a possua hereditaria- ALLOU mais Je h o v a h a Moyses,
mente: isto aos filhos de Israel será
por estatuto de direito, como J e h o v a h
F dizendo:
2 Manda aos filhos de Israel, e dize-
mandou a Moyses. lhes : cuidado tereis de minha offerta,
12 Depois disse J e h o v a h a Moyses: de meu manjar para minhas offertas
sobe a este monte de Abarim,e vé ater­ accendidas, de meu suave cheiro, para
ra, que tenho dado aos filhos de Israel. me offerecélas a seu tempo determi­
13 E havendo a visto, entâo serás re­ nado.
colhido a teus povos, assim tu, como 3 E dir-lhes-has: esta he a offerta ac­
foi recolhido teu irmâo Aaron: cendida, que offerecereis a J e h o v a h ;
14 Porquanto a meu mandado rebel­ dous cordeiros de hum anno inteiros
des fostes no deserto de Zin, na con­ cada dia, em continuo holocausto:
tenda da congregação, para me san­ 4 Ao hum cordeiro aparelharás pela
tificar nas aguas perante seus olhos: manhã, e ao outro cordeiro aparelha­
estas sâo as aguas ae Meriba de Cades rás entre as duas tardes:
no deserto de Zin. 5 E a decima parte de hum Epha
15 Entâo fallou Moyses a J e h o v a h , de flor de farinha em ofTerta de man­
dizendo: jares, mexida com a quarta parta de
16 J e h o v a h , Deos dos espíritos de hum Hin de azeite moido.
toda came, ponha hum varâo sobre 6 Este he o holocausto continuo, in­
esta congregação. stituído no monte de Sinai em cheiro
17 Qne saia diante de sua face, e suave, offerta accendida a J e h o v a h .
qne entre diante de sua face, e que as 7 E sua offerta de derramamento
tire, e que'as meta: para que a con­ será a quarta parte de hum Hin para
gregação de J e h o v a h nâo seja como o hum cordeiro: no Santuario offe-
ovelha» que nâo tem pastor. recerás a offerta do derramamento de
18 Eot*ç dispc Jehovah a Moyses: cidra a J e h o v a h .

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174 NÜMER06, XXIX.

8 E o outro cordeiro aparelharás en­ 20 E sua offerta de manjares serà de


tre as duas tardes; como a offerta de flor de farinha mexida com azeite;
manjares da manhá, e como sua offer­ aparelhareis tres decimas para hum
ta de derramamento o aparelharás, bezerro, e duas decimas para hum
em offerta accendida de suave cheiro carneiro.
a Jeh ovah . 21 Para cada cordeiro aparelhareis
9 Porem ao dia do Sabbado dous huma decima, para cada qual dos sete
cordeiros de hum anno inteiros, e duas cordeiros.
decimas de flor de farinha, mexida 22 Depois hum cabráo por expiaçáo
com azeite, em offerta de manjares, do peccado, para fazer propiciaçào por
com sua offerta de derramamento. vós.
10 Holocausto he do Sabbado em ca­ 23 Estas cousas aparelhareis, de mais
da Sabbado, de mais do continuo holo­ do holocausto de pela manhà, que he
causto, e sua offerta de derramamento. o holocausto continuo.
11 E nos principios de vossos meses 24 Segundo estas cousas cada dia
offerecereis em holocausto a J e h o va h , aparelhareis por sete dias o manjar da
dous bezerros filhos de vaca, e hum onerta accendida em cheiro a suave a
carneiro, sete eordeiros de hum anno Je h o v a h : de mais do continuo holo­
inteiros. causto se aparelhará com sua offerta
12 E tres decimas de flor de farinha de derramamento.
mexida com azeite em offerta de man­ 25 E ao setimo dia tereis santa con­
jares, para o hum bezerro: e duas de­ vocação : nenhuma obra servil fareis.
cimas de flor de farinha mexida com 26 Semelhantemente tereis santa
azeite, para o hum carneiro. convocação ao dia das primícias, quan­
13 E c ad a d ec im a d e flor d e farin h a do offerecerdes offerta nova de man­
m e x id a com azeite, em offerta d e m an ­ jares a J e h ova h , segundo vossas se­
jares, para o hum c o rd e iro : holocaus­ manas, nenhuma obra servil fareis.
to he d e cheiro suave, offerta accen ­ 27 Entào offerecereis a J e h o v a h por
d id a a J e h o v a h . holocausto em suave cheiro, dous De-
14 E suas offertas de derramamento zerros filhos de vaca, hum carneiro,
serio a ametade de hum Hin para sete cordeiros de hum anno;
hum bezerro, e a terça parte de num 28 E sua offerta de manjares de flor
Hin para hum carneiro, e a quarta de farinha, mexida com azeite: tres
parte de hum Hin de vinho para hum decimas para hum bezerro, duas deci­
cordeiro: este he o holocausto da lua mas para hum carneiro.
nova de cada mez, segundo os mezes 29 Para cada cordeiro huma decima,
do anno. para cada qual dos sete cordeiros.
15 Tambem se aparelhará hum ca­ 30 Hum cabrão das cabras, para fa­
brão das cabras por expiaçáo do pec­ zer propiciaçào por vós.
cado, de mais do holocausto continuo, 31 De mais do holocausto continuo e
com sua offerta de derramamento, a sua offerta de manjares os apparelha-
Je h o v a h . reis: inteiros vos serào, com suas of­
16 Porem no mez primeiro, aos cator­ fertas de derramamento.
ze dias do mez he Pascoa a J e h o v a h .
17 E aos quinze dias do mesmo mez
haverá festa: sete dias se comerão CAPITULO XXIX.
paens asmos. E M E L H A N T E M E N T E tereis
18 Ao primeiro dia haverá santa santa convocação no mez setimo,
convocação: nenhuma obra servil fa­ ao primeiro dia ao mez ; nenhuma
reis : obra servil fareis: vos serà hum dia
19 Mas por offerta accendida em ho­ de jubilaçào.
locausto offerecereis a J e h o v a h dous 2 Entào por holocausto em suave
bezerros filhos do vaca, e hum carnei­ cheiro a J e h o v a h apparelhareis hum
ro : com mais sete cordeiros de hum bezerro filho de vaca, hum carneiro,
anno : inteiros vos serào. sete cordeiros inteiros de hum anno.

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mTMEBOS, XXIX. 175
3 £ por s o a o ffe rta d e m a n ja r e s d e expiação do peccado, de mais do holo­
f lo r d e f a r in h a , m e x id a e o m a a e ite , causto continuo, sua offerta de man-
I r e s d e c i m a s p a r a o b e z e rro , d u a s d e -jares^e sua offerta de derramamento.
t i m n p a r a o c a rn e iro . 17 Depois ao segundo dia doze be­
4 E huma decima para hum cordei­ zerros nlhos de vaca, dous carneiros,
ro, para cada qual dos sete cordeiros. catorze cordeiros inteiros de hum
6 E hum cabrão das cabras para ex­ anno.
piação do peccado, para fazer expia­ 18 E sua offerta de manjares, e suas
ção por vós. offertas de derramamento para os be­
6 D e m a i s d o h o lo cau sto d o m e z e zerros, para os carneiros, e para os
s u a o f f e r t a de m a n ja r e s , e o h o lo cau sto cordeiros por sua conta, segundo o
c o n tin u o , e s u a o fferta d e m a n ja re s, estatuto:
c o m s u a s o ffe rta s d e d e rra m a m e n to , 19 £ hum cabrão das cabras por ex­
s e g u n d o s e u e s ta tu to e m su a v e c h e iro piação do peccado, demais do holocau-
p a r a o f f e r t a a c c e n d id a a J e h o v a h . sta continuo, e sua offerta de manjares,
7 E aos dez deste setimo mez tereis com suas offertas de derramamento.
eonvocaçâo santa, e affligireis vossas 20 £ ao terceiro dia onze bezerros,
almas: nenhuma obra fareis. dous carneiros, catorze cordeiros in­
8 Mas por holocausto em suave ehei- teiros de hum anno.
xo a Je h ovah oíferecereis hum bezer­ 21 £ suas offertas de manjares, e
ro filho de vaca, hum carneiro, sete suas offertas de derramamento para
eordeiros de hum anno; inteiros vos os bezerros, para os carneiros, e para
serio. os cordeiros, por sua conta, segundo o
9 E p o r su a o ffe rta d e m a n ja r e s d e estatuto.
flo r d e farin h a, m e x id a c o m a z e ite , 22 £ hum cabrão por expiação do
tr e s d e c im a s p ara o b e z e rro , d u a s d e ­ peccado, de maiado holocausto conti­
c i m a s p a ra o num c a rn e iro . nuo, e sua offerta de derramamento.
10 E numa d e c im a p a r a h u m c o rd e i­ 23 £ ao quarto dia de/ bezerros,
ro, para c a d a q u a l d o s s e le c o rd e iro s. dous carneiros, catorze cordeiros in­
11 Hum cabrão das cabras para ex­ teiros de hum anno.
piação do peccado, de mais da expia­ 24 Sua offerta de manjares, e suas
ção do peccado das propioiaoòes, e o offertas de derramamento para os be­
holocausto continuo, e sua onerta de zerros, para os carneiros, e para os cor­
manjares, com suas offertas de derra­ deiros por sua conta, segundo o esta­
mamento. tuto :
12 Semelhantemente aos quinze di­ 25 £ hum cabrão das cabras por ex­
as deste setimo mez tereis convoca­ piação de peccado, de mais do holo­
ção santa, nenhuma obra servil fareis; causto continuo, sua offerta de manja­
mas sete dias celebrareis festa a J e ­ res, e sua offerta de derramamento.
hovah. 26 £ ao quinto dia nove bezerros,
13 E por h o lo cau sto em o fferta a c c e n ­ dous carneiros, e catorze cordeiros
d i d a d e su a v e c h e iro a J c h o v a h offe- inteiros de hum anno.
r e c e r e i s tr e z e b e z e rro s filhos de v a c a , 27 £ sua offerta de manjares, e suas
d o u s c a rn e iro s , c a to rz e c o rd e iro s d e offertas de derramamento para os be­
hum a n n o ; in te iro s ser&o. zerros, para os carneiros, e para os
14 E por sua offerta de manjares de cordeiros por sua conta, segundo o
flor de farinha, mexida com azeite, estatuto:
tres decimas para hum bezerros, para 28 £ hum cabrão por expiação, do
cada qual dos treze bezerros y duas de­ peccado, de mais do holocausto oonti-
cimas para cada carneiro entre os dous nuo, e sua offerta de manjares, e sua
carneiros. offerta de derramamento.
15 E para hum cordeiro huma deci­ 29 E ao seisto dia oito bezerros, dous
ma, para cada qual dos catorze cor­ carneiros, catorze cordeiros inteiros de
deiros. hum anno:
16 E hum cabrão das cabras para 30 E s u a o f f e r ta d e m a n ja r e s , e s u a s

D ig itize d by L j O O Q ie
176 NÚMEROS, XXX.
offertas de derramamento, para os be­ sua palavra: segundo tudo que sahio
zerros, para os carneiros, e para os de sua boca, fará.
cordeiros por sua conta, segundo o es­ 3 Porem quando huma mulher a J*-
tatuto : h o v a h fizer voto, e com obrigação se
31 E hum cabrão por expiação do ligar em casa de seu pai em sua mo­
peccado, de mais do holocausto con­ cidade :
tinuo, sua offerta de manjares, e sua 4 E seu pai ouvir seu voto e sua
offerta de derramamento. obrigação, com que ligou sua ahna: e
32 E ao setimo dia sete bezerros, seu pai se callar para com ella, toaos
dous carneiros, catorze cordeiros intei­ seus votos serão valiosos: e toda obri­
ros de hum anno; gação com que ligou sua alma, será
33 E sua offerta de manjares, e su­ valiosa.
as offertas de derramamento, para os 5 Mas se seu pai o quebrantar no
bezerros, para os carneiros, e para os dia que tal ouvir, todos seus votos e
cordeiros por sua conta, segundo seu suas obrigações, com que tiver ligado
estatuto: sua almp, não serão valiosos: mas J e ­
34 E hum cabrão por expiação do h o v a h lh’0 pordoará, porquanto seu
peccado, de mais do holocausto conti­ pai lh}os fez quebrantar.
nuo, sua offerta de manjares, e sua of­ 6 Porem se he que tiver marido, e
ferta de derramamento. for obrigada a alguns votos, ou a pro-
35 Ao oitavo dia tereis dia de prohi- nunciaçâo de seus beicos, com que ti­
biçáo: nenhuma obra servil fareis. ver ligado sua alma:
36 E p o r h o lo c a u s to e m o f f e r ta a c c e n ­ 7 E seu marido o ouvir, e se callar
d i d a d e s u a v e c h e i r o a J e h o v a h o ffe ­ para com ella no dia em que o ouvir,
r e c e r e i s h u m b e z e r r o , h u m c a r n e i r o , seus votos valiosos serão; e suas obri­
s e t e c o r d e ir o s in t e i r o s d e h u m a n n o . gações com que ligou sua alma, serâo
37 Sua offerta de manjares, e suas valiosas.
offertas de derramamento, para o be­ 8 Mas se seu marido ll^o quebran­
zerro, para o carneiro, e para os cor­ tar no dia em que o ouvir, e anullar
deiros, por sua conta segundo o esta­ seu voto a que estava obrigada, como
tuto : tambem a pronunciaçâo de seus bei­
38 E hum cabrão por expiação do cos, com que ligou süa ahna; J e h o ­
peccado, de mais do holocausto conti­ v a h lh ’0 perdoará.
nuo, e sua offerta de manjares, e sua 9 Tocante ao voto da viuva, ou da re­
offerta de derramamento. pudiada ; tudo com que ligar sua ahna,
39 Estas cousas fareis a J e h o v a h em sobre ella serà valioso.
vossas solenidades, de mais de vossos 10 Porem se fez voto em casa de sen
votos, e voseas offertas voluntarias, marido, ou ligou sua alma com obri­
com vossos holocaustos, e com vossas gação ae juramento.
offertas de manjares, e com vossas of­ 11 E seu marido o ouvio, e se cal-
fertas de derramamento, e com vossas lou para com eJla, e o nâo quebrantou;
offertas gratificas. todos seus votos serâo valiosos; como
40 E fallou Moyses aos filhos de Isra­ tambem toda obrigação, com que li­
el, conforme a tudo que J e h o v a h man­ gou sua alma, serà valiosa.
dára a Moyses. 12 Porem se seu marido anullando
lh’os anullar no dia em que os ouvio ;
CAPITULO XXX. tudo quanto sahio de seus beiços, quer
de seus votos, quer da obrigação de
FALLOU Moyses ás cabeças das sua alma, nâo será valioso: seu ma­
E tribus dos filhos de Israel, dizen­ rido lh’os anullou, e J e h o v a h lh?o per­
do : esta he a palavra que J e h o v a h doará.
tem mandado: 13 Todo voto, e todo juramento de
2 Quando hum varão a J e h o v a h fizer obrigação, para humilhar a alma; seu
voto, ou jurar juramento, ligando sua marido o confirmará, ou seu mando q
alma com obrigação, não profanará anullará.

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N17MER0S, XXXI. ' 177
14 Porem se seu marido de dia em 11 E tomàrâo todo o despojo e toda
dia callando-se callar para com ella; a presa de homens, e de animaes.
entâo confirma todos seus votos e to­ 12 Depois trouxerâo a Moyses e a
das suas obrigações, qne estiverem Eleazar o sacerdote e à congregação
sobre e lla : confirmado lh’os tem, por­ dos filhos de Israel os presioneiros, e
quanto se callon para com ella no dia a presa, e o despojo ao arraial^ nas
em que o ouvio. campinas de Moab, que estâo junto
15 Porem se anullando lh’os anui- ao Jordão de Jericho.
lar depois que o ouvio j entâo elle le­ 13 Porem Moyses e Eleazar o sacer­
vará a iniquidade delia. dote, e todos os Maioraes da congre­
16 Estes sâo os estatutos que Jeho­ gação sahirâo a recebélos até fora do
vah mandou a Moyses entre o marido arraial.
e soa mulherj entre o pai e sua filha, 14 E indignou-se Moyses grandemen­
em sua mocidade; em casa de seu te contra os Capitaes do exercito, os
Tribunos e Centuriôes, que vinhão da
peleja d;aquella guerra.
CAPITULO XXXI. 15 E Moyses disse-lhes: viver dei­
xastes todas as mulheres ?
FALLOU J ehovah a Moyses, di­ 16 Eis que estas forão as que por
E zendo :
2 Vinga os filhos de Israel dos Mi­
conselho de Bileam aos filhos de Is­
rael derâo occasiâo de prevaricar con­
dianitas: depois recolhido serás a tra J c h o v a h . no negocio de Peor: pe­
teuspovos. lo que aquelle estrago houve entre a
3 íallou pois Moyses ao povo, dizen­ congregação de J e h o v a h .
do } alguns de vósoutros se armem pa­ 17 Agora pois matai todo macho en­
ra a peleja, e saifto contra os Midiani­ tre as crianças; e matai toda mulher,
tas, paia fazer a vingança de J ehovah que por ajuntamento de varâo conhe­
nos Midianitas. ceo algum varâo.
4 Mil de cada tribu entre todas as 18 Porem todas as crianças femeas,
tribns de Israel enviareis â peleja. que nâo conhecérâo ajuntamento de
5 Assim forão dados dos milhares de varâo, para vos deixai viver.
Israel mil de cada tribu: doze mil ar­ 19 E vósoutros vos alojai sete dias
mados para a peleja. fora do arraial: qualqner aue tiver
6 E Moyses os mandou â peleja, de matado algum homem, e qualquer que
cada tribu mil, a elles e a Pinenas, tiver tocado a algum morto, ao tercei­
filho de Eleazar sacerdote, â peleja ro dia, e ao setimo dia vos expiare­
eom os vasos sanctos, eas trombetas is, a vós e a vossos presioneiros.
do jubilo em sua mâo. 20 Tambem expiareis todo vestido,
7 E pelejârâo oontra os Midianitas, e toda obra de peles, e toda obra de
oomo J ehovah mandára a Moyses: pelos de cabras, e todo vaso de ma­
e matàrâo a todo macho. deira.
8 Matàrâo mais além de seus mor­ 21 E disse Eleazar o sacerdote aos
tos aos reis dos Midianitas, a Evi. e homens de guerra^ que partírâo-se a
a Requem, e a Zur, e a Hur, e a Ke- peleja: este he o estatuto da lei que
ba, cinco reis dos Midianitas: tam­ J e h o v a h mandou a Moyses:
bem a Bileam filho de Beor matarão 22 Tam sòmente o ouro, e a prata,
a cutelo. o meta], o ferro, o estanho, e o chum­
9 Porem os filhos de Israel levarão bo:
presioneiras as mulheres dos Midian- 23 Toda cousa que pode soportar fo­
itas, e suas crianças: tambem ronbá- go, fareis passar pelo fogo, para que
râo todos seus animaes, e todo seu ga­ nque limpo; toda via se expiará com
do, e toda sua fazenda. a agua da separação: mas tudo quò
10 E a fogo queimarão todas suas ci­ nâo pode soportar fogo, fareis passar
dades com todas suas habitações, e to­ pela agua.
dos seus castellos. 24 Tambem lavareis Toeeoe vestido*
8*

D ig itize d by L j O O Q ie
178 NÚMEROS, XXXII.

ao setimo dia, para que fiqueis lim­ 41 E deu Moyses a Eleazar sacer­
pos : e depois entrareis no arraial. dote o tributo da alçação de J e h o v a h ,
25 Fallou mais J ehovah a Moyses, como J e h o v a h mandára a Moyses.
dizendo: 42 E da ametade dos filhos de Israel
26 Toma a somma da presa dos pre- que Moyses partira dos varòes que pe­
sioneiros, de homens* e de animaes, lejárão :
tu e Eleazar o saceraote, e as Cabe­ 43 (Porem a ametade da congrega­
ças dos pais da congregação. ção foi das ovelhas, trezentas e trinta
27 E divide a presa em duas araeta- e sete mil e quinhentas.
des entre os que acometérâo a peleja, 44 E dos bois trinta e seis m il:
e sahirão à guerra; e entre toda a 45 E dos asnos trinta mil e quinhen­
congregação. tos:
28 Então para J ehovah tomarás o 46 E das almas humanas dez e seis
tributo dos homens de guerra, que mil.)
sahirão a esta guerra, de quinhentos 47 Desta ametade dos filhos de Isra­
huma alma, dos homens, e aos bois, e el Moyses tomou hum presioneiro de
dos asnos, e das ovelhas. cincoenta, de homens, e de animaes:
29 De sua ametade o tomareis, e o e os deu aos Levitas, que tinhão cui­
dareis ao sacerdote Eleazar, para a dado da guarda do Tabemaculo de
alçação de J ehovah. J e h o v a h , como J e h o v a h mandára a
30 Mas da ametade dos filhos de Is­ Moyses.
rael tomarás de cincoenta hum presio- 48 Então se chegarão a Moyses os
neiro, dos homens, dos bois, dos asnos, Capitaes que estavâo sobre os milhares
e das ovelhas, de todos os animaes: e do exercito, os Tribunos e os Cen-
os darás aos Levitas, que tem cuida­ turiôes;
do da guarda do Tabemaculo de J e­ 49 E disserão a Moyses: teus ser­
hovah. vos tomàrâo a somma dos homens de
31 E fizerâo Moyses e Eleazar o sa­ guerra, que estive rào sob nossa mâo:
cerdote, como J ehovah mandára a e nenhum falta de nosoutros.
Moyses. 50 Pelo que trouxemos huma offerta
32 Foi pois à presa, o restante do de J e h o v a h , cada qual o que achou,
despojo, que tomàrâo os homens de vasos de ouro, cadeas, ou manilhas,
guerra, seis centas e setenta e cinco aneis, arrecadas, e colares, para fazer
mil ovelhas: propiciação por nossas almas perante
33 E setenta e dous mil bois: a face de J e h o v a h .
34 E sessenta e hum mil asnos. 51 Assim Moyses e Eleazar o sacer­
35 E de almas humanas, das mulhe­ dote tomou d’elles o ouro; todos vasos
res que náo conhecérâo ajuntamento bem obrados.
de varão j todas as almas forão trinta 52 E foi todo o ouro da alçação, que
e duas mil. offerecérão a J e h o v a h , dez e seis mil
36 E a ametade, a parte dos que sa- e sete centos e cincoenta siclos, dos
hirão à guerra, foi em numero trezen­ Tribunos e dos Centuriôes.
tas e tnnta e sete mil e quinhentas 53 Quanto aos homens de guerra,
ovelhas. cada qual roubàrapara si.
37 E das ovelhas foi o tributo para 54 Tomou pois Movses e Eleazar
J ehovah, seis centas e setenta e cinco. sacerdote o ouro dos Tribunos, e dos
38 E f o r ã o o s b o is t r i n t a e s e i s m i l : Centuriôes; e o trouxerâo à Tenda do
e s e u tr ib u to p a r a J e h o v a h , s e t e n t a e ajuntamento, por lembrança para os
dous, filhos de Israel perante a lace de J e ­
39 E forão os asnos trinta mil e quin­ hovah.
hentos : e seu tributo para J ehovah,
sessenta e hum.
40 E houve de almas humanas dez e CAPITULO XXXII.
seis m il: e seu tributo para J ehovah, OS filhos de Ruben e os filhos dé
trinta e duas almas. E Gad tinhão muito gado em gran­

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NÚMEROS, XXXII. 179

de multidão; e attentàrâo para a ainda mais acrecentar o ardor da ira de


terra de Jaezer, e para a terra de Gi­ J ehovah contra Israel.
lead, e eis que o lugar era lugar de 15 Se vos tomades apôs elle, tam­
gado. bem elle preseguirá a deixàk) no de­
2 Vierão pois os filhos de Gad e os serto, e destruireis a todo este povo.
filhos de Raben, e fallárâo a Moyses, 16 Entâo se chegárào a elle, e disse­
e a Eleazar o sacerdote, e aos Maio­ rão: edificaremos curraes aqui para
raes da congregação, dizendo; nosso gado, e cidades para nossas cri­
3 Ataroth, e Dibon, e Jaezer, e Nim- anças.
ra, e Hesbon, e Eleale, e Schebam, e 17 Porem nosoutros nos armaremos,
Nebo, e Behon; apresurando nos diante da face dos
4 Esta terra que J ehovah ferio pe­ filhos de Israel, até que os levemos a
rante a face da congregação de Israel, seu lagar: e nossas crianças ficarão
he terra de gado: e teus servos tem nas cidades fortes por causa dos mo­
gado. radores da terra.
5 Disserão mais: se achámos graça 18 Nâo tomaremos a nossas casas,
em teus olhos, esta terra se dê a teus até que os filhos de Israel se ponhâo
servos em possessão; e nâo nos faças por possuidores hereditários, cada
passar o Jordão. qual de sua herança.
6 Porem Moyses disse aos filhos de 19 Porque nâo heraaremos com elles
Gad e aos filhos de Ruben: Irâo vos­ d’alem dfo Jordão nem mais a diante;
sos irmãos a peleja, e vós ficareis uando nos teremos nossa herança
aqui? 'aquem do Jordão ao levante.
7 Porque pois quebrantareis o cora­ 20 Entâo Moyses lhes disse: se isto
ção dos filhos de Israel; para que náofizerdes assim, se vos amardes à pele­
passem á terra, que J ehovah lhes tem ja perante a face de J ehovah :
21 E cada qual de vósoutros armado
£ Assim fizerão vossos pais, quando passar o Jordão perante a face de Je­
os mandei de Cades Barnea, a ver esta hovah, até que haja lançado fora seus
terra. inimigos de diante de sua face:
9 Chegando elles até o valle de Es­ 22 E a terra esteja sugeita perante a
col, e attentando para esta terra, que- face de J ehovah ; entâo vos tornareis,
brantârâo o coração dos filhos ae Is­ e desculpados ficareis perante J eho­
rael, para que nâo viessem á terra, que vah e perante Israel: e esta terra vos
J ehovah lhes tinha dado. serà por possessão perante a face de
1 10 Entâo a ira de J ehovah se accen­ J ehovah:
deo naquelle mesmo dia, e jurou, di­ 23 E se náo fizerdes assim eisque pec-
zendo : castes contra J ehovah : porem senti­
11 Que os varões, que subir&o de reis vosso peccado, auanao achar-vos.
Egypto, de vinte annos e a riba, nâo 24 Edifirâi-vos cidades para vossas
veráo a terra, que jurei a Abraham, a crianças, e curraes para vossas ove­
Isaac, e a Jacob! porquanto nâo per- lhas; e fazei o que sahio de vossa
severárâo em seguir-me. boca.
12 Excepto Caleb filho de Jephunne 25 Entâo fallàrâo os filhos de Gad,
o Kenezeo, e Josue filho de N un: por­ e os filhos de Ruben a Moyses, di­
quanto perseverárão em seguir a Je­ zendo : como manda meu senhor, as­
hovah. sim farfto teus servos.
13 Assim se accendeo a ira de J cho­ 26 Nossas crianças, nossas mulheres,
vah contra Israel, e os fez andar va­ nossa fazenda, e todos nossos animaes
gabundos até que se consumio toda estarão ahi nas cidades de Gilead.
aquella geração, que fizera mal em 27 Mas teus servos passarão, cada
olhos de J ehovah . cjual armado ao exercito para a pele­
14 E eis que vósoutros huma multi­ ja, perante a face de J ehovah, como
dão de homens peccadores vos levan­ meu senhor tem dito.
tastes em lagar de vossos pais, para 28 Entâo Moyses os encomendou a

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180 NÚMEROS, XXXIII.

Eleazar o sacerdote, e a Josue filho CAPITULO XXXIII.


de Nun, e os Cabeças dos pais das
STAS sâo as partidas dos filhos de
tribus dos filhos de Israel.
29 £ disse-lhes Moyses: se os filhos
de Gad, e os filhos de Ruben com
E Israel, que sahirão da terra de
Egypto segundo seus exercitos por
vosco passarem o Jordão, cada qual mâo de Moyses e Aaron.
armado para a guerra perante a l ace 2 E Moyses escreveo suas sahidas,
de J ehovah : e a terra estiver sugeita segundo suas partidas, conforme ao
diante de vossa face, em possessão mandado de J ehovah : e estas sâo
lhes dareis a terra de Gilead. suas partidas segundo suas sahidas.
30 Porem se nâo passarem armados 3 Partirão pois de Rahmeses no mez
com vosco, entâo se porâo por possui­ primeiro, aos quinze dias do primeiro
dores em meio de vósoutros na terra m ez: o seguinte dia da Pascoa sahirão
de Canaan. os filhos de Israel por alta mâo, aos
31 E respondérfto os filhos de Gad olhos de todos os Egypcios.
e os filhos de Ruben, dizendo: o que 4 Enterrando os Ègypcios aos que
J e h o v a h fallou a teus servos, isso fa­ J ehovah tinha ferido entre elles, a to­
remos. do primogênito: e havendo J ehovah
32 Nós passaremos armados perante feito juizos em seus Deoses.
a face de J e h o v a h à terra de Canaan,. 5 Partidos pois os filhos de Israel de
e teremos a possessão de nossa he- Rahmeses, alojârào-se em Succoth.
iança d’aquem do Jordão. 6 E partirão de Succoth, e aloiârâo-
33 Assim Moyses aos filhos de Gad, se em Etham, que está no fim ao de­
e aos filhos de Ruben, e á meia tribu serto.
de Manasse filho de Joseph, lhes deu 7 E partirão de Etham, e tomàrâo
o reino de Sihon Rei-dos Amoreo», e se a Pihachiroth, que está em fronte
o reino de Og Rei de Basan: a terra de Baal-Zephon: e alojârâo-se diante
com suas cidades em seus termos, as de Migdol.
cidades da teria do redor. 8 E partirão de Hachiroth, e passà-
34 E os filhos de Gad edificárâo a râo pelo meio do mar ao deserto: e
Dibon, e a Ataroth, e a Ároer. andàrâo caminho de tres dias no deser­
35 E a Atroth-Sophan, e a Jaezer, e to de Etham, e alojârâo-se eín Mara.
a Jogbeha. 9 E partirão de Mara, e vierão a
36 E a Beth-Nimra, e a Beth-Ha- Elim: e em Elim havia doze fontes
ran: cidades fortes, e curraes de ove­ de aguas, e setenta palmas, e alojàrâo-
lhas. se afi.
37 E os filhos de Ruben edificárâo a 10 E partirão de Elim, e alojârâo-se
Hesbon, e a Eleale. e a Quiriathaim: junto ao mar vermelho.
38 E a Nebo, e a Baal-Meon, mu- H E partirão do mar vermelho, e
dando-as de nome, e a Sibma: e os alojârâo-se no deserto de Sin.
nomes das cidades que edificárâo, 12 E partirão do deserto de Sin, e
chamàrâo por outros nomes. alojârâo-se em Dophka.
39 E os nlhos de Machir filho de 13 E partirão de Itophka, e alojàrâo-
Manasse, forâo-se a Gilead, e a tomá- se em Alus.
râo: e draquella possessão lançarão 14 E partirão de Alus, e alojàrâo-se
aos Amoreos, que estavâo nella. em Raphidim; porem nâo havia ali
40 Assim Moyses deu Gilead a Ma­ agua, para que o povo bebesse.
chir filho de Manasse, o qual habitou 15 rartirâo pois de Raphidim, e alo-
nella. jàrâo-se no deserto de Sinai.
41 E foi-se Jair filho de Manasse, e 16 E partirão do deserto de Sinai, e
tomou suas aldeas; e chamou-lhes, alojàrâo-se em Quibroth-taava.
Havot-Jair. 17 E partirão de Quibroth-taava, e
42 E foi-se Nobah, e tomou a Que- alojàrâo-se em Hazeroth.
nath com suas aldeas; e chamou<rlhe, 18 E partirão de Hazeroth, e alojà'
Nobah, segundo seu nome. râo«se em Ritma.

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NÚMEROS, XXXIV. 181
19 E partirão de Rithma, e alojárâo- 43 E partirão de Phunon, e alojàrào-
se em Rimmon-Perez. se em Oboth.
20 £ partirão de Rimmon-Perez, e 44 E partirão de Oboth, e alojárâo-
alojàrào-se em Libna. se nos outeirinhos de Abarim, no ter­
21 E partirão de Libna, e alojàrào-se mo de Moab.
em Rissa. 45 E partirão dos outeirinhos <ie Aba­
22 E partirão de Risàa, e alojarão-ae rim, e alojárâo-se em Dibon-Gad.
em Kehelatha. 46 E partirão de Dibon-Gad, e alojá -
23 E partirão de Kehelatha, e alojá­ rão-se em Almon-Diblathaim.
râo-se no monte de Sapher. 47 E partirão de Almon-Diblathaim,
24 E partirão do monte de Sapher, e e alojàrào-se nos montes de Abarim
alojàrào-se em Harada. em fronte de Nebo.
25 E partirão de Harada, ealojárão- 48 E partirão dos montes de Abarim,
se em Magheloth. e alojàrào-se nas campinas dos Moa­
26 E partirão de Magheloth, e alo- bitas, junto ao Jordão de Jericho.
jàrào-se em Taohath. 49 É alojárâo-se junto ao Jordão, des­
27 E partirão de Tachath, e alojà- de Beth-Jesimoth até Abel-Sittim, nas
rão-se em Tharah. campinas dos Moabitas.
28 E partirão de Tharah, e alojárâo- 50 E fallou J e h o v a h a Moyses nas
se em Mithka. campinas dos Moabitas, junto ao Jor­
29 E partirão de Mithka, e alojàrão- dão de Jericho, dizendo:
se em Hasmona. 51 Falia aos filhos de Israel, e dize-
30 E partirão de Hasmona, e alojá­ lhes : quando houverdes passado o Jor­
râo-se em Moseroth. dão para a terra de Canaan.
31 E partiráo de Moseroth, e alojá- 52 Fora lançareis a todos os mora­
rão-se em Bene-Jaakan. dores da terra de diante de vossa face,
32 E partirão de Bene-Jaakan, e alo­ e destruireis todas suas pinturas: tam­
járâo-se em Hor-gidgad. bem destruireis todas soas imagens
33 E partirão de Hor-gidgad, e alo­ de fundição; e desfareis todos seus
járâo-se em Jothbatha. altos.
34 E partirão de Jothbatha, e alojà- 53 E tomareis a terra em possessão
râo-se em Abrona. hereditaria, e nella habitareis: por­
35 E partirão de Abrona, e alojárão- quanto vos tenho dado esta terra, pa­
se em Êzeon-Geber. ra possuila por herança.
36 E partirão de Ezeon-Geber, ealo- 54 E por sortes tomareis a terra em
járão-se no deserto de Zin,que heCades. possessão hereditaria, segundo vossas
37 E partirão de Cades, e alojàrào- gerações; aos muitos a herança mul­
se no monte de Hor, no fim da terra tiplicareis. e aos poucos a herança di­
de Edom. minuireis : aonde a sorte sahir a al­
38 Então Aaron o sacerdote subio a guem, ali a te rá : segundo as tribus de
o monte de Hor, conforme ão manda* vossos pais tomareis as heranças.
do de J e h ov a h ; e morreo ali aos qua­ 55 Mas se não lançardes fora aos
renta annos da sahida dos filhos de fnoradores da terra de diante de vossa
Israel da terra de Egypto, no mez face, então os que deixardes ficar del­
quinto, ao primeiro do mez. les, vos serão por espinhos em vossos
39 E era Aaron de idade de cento e olhos, e por agulhões em vossas ilhar­
vinte e tres annos, quando morreo no gas, e apertar-vos-hão na terra em que
monte de Hor. nabitaraes.
40 E ouvio oCananeo, Rei de Harad, 56 E será que farei a vósoutros, co­
que habitava ao Sul na terra de Canaan, mo pensei fazer-lhes.
que chegavâo os íilhos de Israel.
41 E partirão do monte de Hor, e alo- CAPITULO XXXIV.
jàrão-se em Zalmona.
ALLOU mais Jehovah a Moyses,
42 E partirão de Zahnona, e alojá-
rão-se em Phunon. F dizendo:

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182 NÚMEROS, XXXV.
2 Manda aos filhos de Israel; e dize- de Jericho, da banda do Orientd ao
lhes: quando entrardes na terra de Nascente.
Canaan, esta ha de ser a terra que vos 16 Fallou mais J e h o v a h a Moyses,
cahirà em herança; a terra de Cana­ dizendo:
an segundo seus termos. 17 Estes sâo os nomes dos varões,
3 O cabo de Sul vos serà desdo de­ que vos repartirão a terra por heran­
serto de Zin até aos termos de Edom: ça : Eleazar o sacerdote, e Josue o
e o termo do Sul vos serà doüm do filho de Nun.
mar salgado para a banda do Oriente. 18 Tomareis mais de cada tribu hum
4 E este termo vos irâ rodeando do Maioral, para repartir a terra em he­
Sul para a subida de Acrabbim, e pas­ rança.
sará até Zin; e suas sahidas serâo do 19 E estes são os nomes dos varões:
Sul a Cades-Bamea; e sahirá a Ha- da tribu de Judá, Caleb filho de Je-
zar-Addar, e passará a Azmon: phunne.
5 Rodeará mais este termo de Az­ 20 E da tribu dos filhos de Simeon,
mon até o rio de Egypto: e suas sahi­ Semuel filho de Ammíud.
das serâo para a banaa do mar. 21 Da tribu de Benjamin, Elidad
6 Acerca do termo do Occidente, o filho de Chislon.
mar grande vos será nor termo: este 22 E da tribu dos filhos de Dan, o
vos serà o termo do Occidente. Maioral Bucqi filho de Jogli.
7 E este vos serà o termo do Norte: 23 Dos filhos de Joseph, da tribu dos
desdo mar grande marcareis até o filhos de Manasse, o Maioral Hanniel
monte de Hor. filho de Ephod.
8 Desdo monte de Hor marcareis até 24 E da tribu dos filhos de Ephraim
â entrada de Hamath: e as sahidas o Maioral Quemuel filho de Siphtan,
deste termo serâo até Zedad. 25 E da tribu dos filhos de Zebulon,
9 E este termo sahirá até Ziphron, e o Maioral Elizaphan filho de Parnah.
suas sahidas serâo em Hazar-Enan : 26 E da tribu dos filhas de Issaschar,
este vos será o termo do Norte. o Maioral Paltiel filho de Assan.
10 E por termo da banda do Oriente 27 E da tribu dos filhos de Aser, o
vos marcareis de Hazar-Enan até Se- Maioral Ahihyd filho de Selomi.
pham. 28 E da tribu dos filhos de Naphtali,
l l E este termo descenderá desde o Maioral Pedael filho de Ammihud.
Sepham até Ribla para a banda do 29 Estes são os, aos quaes J e h o v a h
Oriente de Ain: depois descenderá mandou repartir as heranças aos filhas
este termo, e irá ao longo da borda do de Israel na terra de Canaan,
mar de Cmnereth para a banda do
Oriente.
12 Descenderá tambem este termo CAPITULO XXXV.
ao longo do Jordão, e suas sahidas se­ FALLOU J e h o v a h a Moyses nas
râo ao mar salgado: esta vos serà a
terra segundo seus termos ao redor.
E campinas dos Moabitas, junto ao
Jordão de Jericho, dizendo:
13 E mandou Moyses aos filhos de 2 Manda aos filhos de Israel, que da
Israel, dizendo: esta he a terra, que herança de sua possessão dém cidades
tomareis em sorte por herança, a qual aos Levitas, em aue habitem: tam­
J e h o v a h mandou dar a as nove tribus, bem aos Levitas oareis arrabaldes ao
e a a meia tribu. redor delias.
14 Porque a tribu dos filhos dos Ru- 3 E terão estas cidades, para habita-
benitas secundo a casa de seus pais, las : porem seus arrabaldes serão pa­
e a tribu dos filhos dos Gaditas segun­ ra suas bestas, e para sua fazenda, e
do a casa de seus pais já recebérâo; para todos seus animaes.
tambem a meia triou de Manasse re* 4 E os arrabaldes das cidades que
cebeo sua herança. dareis aos Levitas, desdo muro da ci­
15 Jà duas tribus e meia tribu rece­ dade a fora serâo de mil covados ao
bérâo sua herança d’aquem do Jordão redor.

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NÚMEROS, XXXV. 183

5 E d^fora da cidade da banda do ella morrer, homicida he: morrendo


Oriente medireis dous rail covados, e o homicida morrerá.
da banda do Sul dous mil covados, e 19 O vingador do sangue matará ao
da banda do Occidente dous mil co­ homicida: en contrando-o, matalo-ha.
vados, e da banda do Norte dous mil 20 Se tambem a empuxar com odio,
covados, e a cidade no meio: isto ou a cinte lançar sobre ella, e morrer:
terão por arrabaldes das cidades. 21 Ou|jor inimizade a ferir com sua
6 Das cidades pois que dareis aos mão, e morrer; morrendo o feridor
Levitas, haverá seis cidades de refu­ morrerá; homicida he: o vingador
gio ; as quaes dareis, para que o ho­ do sangue matará ao homicida, en*
micida ali se acolha: e de mais destas contrando-o.
lhes dareis quarenta e duas cidades. 22 Porem se a empuxar de repente
7 Todas as cidades que dareis aos sem inimizade ; ou sobre ella lançar
Levitas, serão quarenta e oito cidades, instrumento algum sem teimas:
juntamente com seus arrabaldes. 23 Ou sobre ella fizer cahir alguma
8 E as cidades que derdes da he­ pedra sem o ver, de que possa mor­
rança dos íilhos de Israel, do aue ti­ rer, e ella morrer; e elle não era seu
ver muito, tomareis muito; e ao que inimigo, nem procurava seu m al:
tiver pouco, tomareis pouco: cada qual 24 Então a congregação julgará en­
de suas cidades dará aos Levitas se­ tre o feridor, e entre o vingador do
gundo sua herança, que herdar. sangue segundo estas leis.
9 Fallou mais J e h o v a h a Moyses, 25 E a congregação livrará ao ho­
dizendo. micida da mão do vingador do san­
10 Falia aos filhos de Israel, e di­ gue, e a congregação o fará tomar á.
ze-lhes : quando passardes o Jordão à cidade de seu refugio, aonde se tinha
terra de Canaan: acolhido: e ali ficará até á morte do
11 Fazei que ciclades vos esteião â summo Pontífice, a quem ungirão com
mão, que vos sirvão de cidades ae re­ o santo oleo.
fugio ; para que ali se acolha o homi­ 26 Porem se sahindo o homicida sa­
cida, que ferir a alguma alma por erro. hir dos termos da cidade de seu refu­
12 E estas cidades vos serão por gio, a que se tinha acolhido;
valhacouto do vingador do sangue: 27 E o vingador do sangue o achar
para que o homicida não morra,até que fora dos termos da cidade de seu re­
esteja perante a congregação no juizo. fugio : se o vingador do sangue matar
13 E das cidades que derdes, haverá ao homicida; não será culpado do
seis cidades de refugio para vósoutros. sangue.
14 Tres destas cidaue» dareis d?a- 28 Pois ficará na cidade de seu refu­

r 'm do Jordão, e tres destas cidades


eis na terra de Canaan: cidades de
refugio serão.
gio até á morte do summo Pontifice:
mas depois da morte do summo Pon­
tifice o homicida tomará à terra de
15 Estas seis cidades aos filhos de sua possessão.
Israel, e ao estrangeiro, e ao coha- 29 E estas cousas vos serâo por es­
bitador em meio delles serão por va­ tatuto de direito a vossas gerações,
lhacouto ; para que ali se acolha em todas vossas habitações.
aquelle que ferir a alguma alma por 30 Todo aquelle que ferir a alguma
erro. alma, conforme ao dito das testemu­
16 Porem se a ferir com instru­ nhas matarão ao homicida: mas huma
mento de ferro, e morrer; homicida só testemunha não testemunhará con­
he : morrendo o homicida morrerá. tra huma alma, para que morra.
17 Ou se a ferir com pedra de mão, 31 E tomareis nenhuma expiação pe­
de que possa morrer, e ella morrei; la alma do homicida, que culpado está
homicida he: morrendo o homirida de morte: antes morrendo morrerá.
morrerá. 32 Tambem tomareis nenhuma ex
18 Ou se a ferir com instrumento de piação por aquelle que se acolher á ci­
pão da mâo, de que possa morrer, e dade de seu refugio, para tornar a habi­

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184 DEUTERONOMIO, I.
tar na terra até à morte do summo ra n ç a s e d im in u iria d a trib u d e nossos
Pontífice. p a is .
33 Assim n&o profanareis a terra em 5 Ent&o Moyses mandou aos filhos
que estais; porque o sangue faz pro­ de Israel, segundo o mandado de Je­
fanar a terra: e nenhuma expiaçáo se h o v a h , aizendo: a tribu dos filhos de
farà pela terra à causa do sangue que Joseph falia direito.
se derramar nella, sen&o cohi o san­ 6 Esta he a palavra, que J e h o v a h
gue dJaquelle que o derramou. t mandou ácerca das filnas de Zelaphe-
34 N&o contamineis pois a terra, á ad, dizendo: sejáo por mulheres a
qual vós ides a habitar, em meio da quem bem parecer em seus olhoe:
qual eu habitarei: pois eu J e h o v a h com tanto que se casem na geraç&o
habito em meio dos filhos de Is­ da tribu de seu pai.
rael. 7 Assim a heratíça dos filhos de Is­
rael n&o passará de tribu em tribu:
CAPITULO XXXVI. pois os fimos de Israel, se chegar&o ca­
da qual â herança da tribu de seus pais.
CHEGARAO os Cabeças dos pais 8 E qual quer filha que herdar he­
E da geraç&o dos filhos de Gilead,
filho de Machir, filho de Manasse,
rança alguma das tribus dos filhos de
Israel, se casará com algum da gera­
das gerações dos filhos de Joseph, e ç&o da tribu de seu p a i: para que os
fallàrão perante a face de Moyses, e nlhos de Israel possu&o cada qual a
perante a face dos Maioraes, Cabeças herança de seus pais.
aos pais dos filhos de Israel. 9 Assim a herança rodeando n&o an­
2 E disserão: J e h o v a h a meu Benhor dará de huma tribu em outra: poisas
mandou dar esta terra por sorte em tribus dos filhos de Israel se chegarão
herança aos filhos de Israel: e a meu cada qual a sua herança.
senhor foi mandado por J e h o v a h . que 10 Como J e h o v a h mandára aMoyses,
a herança de nosso irmâo Zelapnead assim fizerâo as filhas de Zelaphead.
se désse a suas filhas. 11 Pois Machia, Thirsa, e Hogla, e
3 E casando-se ellas com algum dos Milca, e Noha, filhas de Zelaphead
filhos das outras tribus dos filhos de se casár&o com os filhos de seus tios.
Israel, ent&o sna herança seria dimi­ 12 Das gerações dôs filhos de Ma­
nuída da herança de nossos pais, e nasse filho de Joseph ellas for&o mu­
acrecentada a herança da tnbu de lheres : assim sua herança ficou á tribu
uem forem: assim se tiraria da sorte da geraç&o de seu pai.
S e nossa herança. ' ^ 13 Estes s&o os mandamentos e os
4 Vindo tambem o anno do Jubileo direitos que mandou J e h o v a h por
dos filhos de Israel, sua herança se m&o de Moyses aos filhos de Israel
acrecentaria á herança da tribu de nas campinas dos Moabitas, junto ao
quem houvesse de se r: assim sua he­ Jord&o cie Jericho.

0 Q U I N T O L I V R O D E MO Y S E S
CHAMADO

D E U T E R O NOMIO.

CAPITULO 1. fronte de Suph, entre Paran e Tophel,


e Laban, e H a z e r o th , e Dizahab.
STAS s&o as palavras que Moyses 2 Onze Jornadas ha desde Horeb,
E fallou a todo Israel (Paquem do
Jord&o, no deserto, na plaineza em
caminho d a montanha d e Seir, até
Cades-Barnea.

D ig itize d by L j O O Q le
DEUTERONOMIO, I. 185

3 £ fo i que aos quarenta annos, no 16 E no mesmo tempo mandei a


m ez undécimo, ao primeiro do mez, vossos Juizes, dizendo: ouvi a causa
Moyses fallou aos filhos de Israel, con­ entre vossos irmãos, e julgai direita­
f o r m e a tudo qne J e h o v a h lhe man­ mente entre o varão e seu irmão, e
dára á c erca delles: entre seu estrangeiro.
4 Depois que ferio a Sihon Rei dos 17 Não attentareis para a face em
Amoreos, que habitava em Hesbon; juízo, assim ao pequeno como ao gran­
e a O g Rei de Basan, que habitava em de ouvireis: da face de ninguém te­
Astaroth, em Edrei. mereis : porque o juizo de Deos he ;
5 D’aquem do Jordão em terra de porem a causa que vos for difficil, fa­
Moab começou Moyses a declarar es­ reis vir a mim, e eu a ouvirei.
ta lei, dizendo: 18 Assim naquelle tempo vos mandei
6 J e h o v a h nosso Deos aos fallou em todas as cousas, que havieis de fazer.
Horeb3 dizendo; assaz estado haveis 19 Então partimos de Horeb, e ca­
neste monte. minhámos por todo aquelle grande e
7 Tomai-vos e parti-vos, e ide à tTemendo deserto que vistes, pelo ca­
montanha dos Amoreos, e a todos se­ minho das montanhas dos Amoreos,
us ve zinhos, à plaineza, e á montanha, como J e h o v a h nosso Deos nos man­
e ás varzeas, e ao Sul, e aos portos do dára : e chegámos a, Cades-Barnea.
m ar; à terra dos Cananeos; e ao Li- 20 Então eu vos disse; chegados sois
bano, até o grande rio; o no de Eu- às montanhas dos Amoreos, que J e ­
phrates. h o v a h nosso Deos nos dará.
8 Vedes aqui, esta terra vos dei pe­ 21 Eis aqui, J e h o v a h teu Deos te
rante vossa face: entrai e possui á deu esta terra perante tua face: sube,
terra hereditariamente. que J e h o v a h a possue hereditariamente, como te
jurou a voseos pais, ADraham, Isaac, fallou J e h o v a h o Deos de teus pais;
e Jacob, que a daria a elles, e a sua não temas, e não te espantes.
semente depois delles. 22 Então todos vósoutros vos chegas­
9 E no mesmo tempo eu vos fallei, tes a mim, e dissestes: mandemos va­
dizendo: eu só náo poderei levar-vos. rões diante de nossa face, que nos
10 J e h o v a h vosso Deos ja vos tem reconheção a terra, e nos tomem a
multiplicado: e eis que ja hoje ém mul­ reposta, porque caminho subiremos a
tidão sois como as estrellas dos ceos. ella, e á que cidades iremos. #
11 J e h o v a h o Deos d e vossos pais 23 Pareceo-me pois bem este nego­
vos augmente, como sois ainda mil cio : assim gue de vósoutros tomei ao-
vezes m ais: e vos abençoe, como vos ze varões, ae cada tribu hum varão.
tem fallado. 24 E forão-se, e subirão á montanha,
12 Como eu só soportaria vossas mo­ e vierão até o valle de Escol, e o es-
léstias. e vossas cargas, e vossas de­ piárão.
mandas ? 25 E tomárão do fruto da terra em
13 Tomai-vos varões sabios e enten­ suas mãos, e nôlo trouxérão, e nos tor-
didos, e experimentados entre vossas nàrão a reposta, e disserão: boa he a
tríbus, para que os ponha por vossos terra que nos dá J e h o v a h nosso Deos.
cabeças. 26 Porem vos não quisestes subir:
14 Então vós me respondestes, e dis­ senão fostes rebeldes ao mandado de
sestes : bom he de fazer a palavra que J ehovah.
tens fallado. 27 E murmurastes em vossas tendas,
15 Tomei pois as cabeças de vossas e dissestes: porquanto J e h o v a h nos
tríbus, varões sabios e experimenta­ aborrece, nos tirou da terra de Egyp­
dos, e os tenho posto por cabeças so­ to, para nos entregar em mão aos
bre vósoutros, por Maioraes de milha­ Amoreos, a destruir-nos.
res, e por Maioraes de cento, e por 28 Aonae subiríamos ? nossos irmã­
Maioraes de cincoenta, e por Maio­ os fizerão derreter nosso coração, di­
raes de dez, e por Governadores de zendo : maior e pais alto he este pç-
rossas tríbus. vo que nos; a» cidades grandes, e for.

D ig itize d by L j O O Q ie
186 DEUTERONOMIO, li.
tificadas até os ceos: e tambem vimos nâo subais, nem pelejeis, pois nào es­
ali filhos dos gigantes. tou em meio de vós; para que nâo se­
29 Entào eu vos disse: nào vos es­ jais feridos perante a face de vossos
panteis, nem os temais. inimigos.
30 J ehovah vosso Deos, aue cami­ 43 Porem eu vos fallando, nâo ou­
nha diante de vossa face, elle por vos vistes : antes fostes rebeldes ao man­
pelejará, conforme a tudo aue fez dado de J e h o v a h , e vos ensoberbeces­
com vosco perante vossos olnos em tes, e subistes â montanha.
Egypto. 44 E os Amoreos, que habitavâo na­
31 Como tambem no deserto, aonde quella montanha^ vos sahirâo ao en­
viste, que J ehovah teu Deos nelle te contro ; e perseguirão-vçs como fazem
tem trazido, como o varâo traz a seu as abelhas, e moerão-vos desde Seir
filho, por todo o caminho que andas­ até Horma.
tes, até chegardes a este lugar. 45 Tornando pois vósoutros, e cho­
32 Mas nem porisso crestes a J eho ­ rando perante a face de J e h o v a h , J e ­
vah vosso Deos. h o v a h não ouvio vossa voz, e não in­
33 Que caminhando hia diante de clinou seus ouvidos a vós.
vossa face, para vos reconhecer lugar, 46 Assim em Cades estivestes mui­
aonde vos alojar: de noite no fogo, tos dias, segundo os dias que estives­
para vos mostrar o caminho, por onde tes ali.
navieis de andar j e de dia na nuvem.
34 Ouvindo pois J ehovah a voz de CAPITULO II.
vossas palavras, indignou-se e jurou,
dizendo: EPOIS tomámos, e caminhámos
35 Nenhum dos varões desta malina
eraçáo verá esta boa terra, que jurei
D ao deserto, caminho do mar ver­
melho, como J e h o v a h me tinha dito,
e dar a vossos pais. e muitos dias rodeámos a montanha
36 Salvo Caleb filho de Jephunne j de Seir.
elle a verá, e a terra que pisou, darei 2 Entâo J e h o v a h me fallou, dizen­
a elle e a seus filhos: porquanto per­ do:
severou em seguir a J ehovah . 3 Assaz rodeado tendes esta mon­
37 Tambem J ehovah se indignou tanha : tomai vós ao Norte.
contra mim por amor de vós, dizendo: 4 E manda ao povo, dizendo: pas­
tambem tu lá.nâo entrarás. sareis ao termo de vossos irmãos, os
38 Josue filho de Nun, que está pe­ filhos de Esau, què habitâo em Seir: e
rante tua face, elle ali entrará: esfor- elles terão medo de vós; porem guar-
ça-o, porque elle a fará herdar a ís- dai-vos muito.
rael. 5 Vos não revolvais com elles: por­
39 E vossos meninos, de que disses­ que vós não darei de sua teira, nem
tes : por presa serâo; e vossos filhos, ainda a pisada da planta de hum pé ;
que hoje nem bem nem mãi sabem, porquanto a Esau tenho dado a mon­
elles aíi entrarão: e a elles a darei, e tanha de Seir por herança.
elles a possuirão por herança. 6 Comida para comer comprareis
40 Porem vósoutros tomai vos, e vos delles por dinheiro: e tambem agua
parti ao deserto, caminho do mar ver­ para beber delles comprareis por di­
melho. nheiro.
41 Entâo respondestes, e me disses­ 7 Pois J e h o v a h teu Deos te aben­
tes: peccâmos contra J ehovah ; nos çoou em toda obra de tuas mâos; elle
outros subiremos e pelejaremos, con­ sabe que andas por este tamanho de­
forme a tudo que nos mandou J eho ­ serta: estes quarenta annos J e h o v a h
vah nosso Deos: armando-vos pois esteve comtigo, henhuma cousa to
vósoutros, cada qual de suas armas de faltou.
uerra, e ja prestes estando para su- 8 Passando pois de nossos irmãos os
f ir à montanha; filhos de Esau, que habitavâo em
42 Me disse J e h o v a h : dize-lhes; Seir, desdo caminho da plaineza de

D ig itize d by L j O O Q le
DEUTERONOMIO, Ü. 187
Elath, e de Ezeon-Geber; nos torná­ os lançàrâo fora, e habitàrâo em seu
mos, e passámos o caminho do deser­ lugar.
to de Moab. 22 Como fez com os filhos de Esau,
9 Entâo J e h o v a h me disse : nâo mo­ que habitavâo em Seir: de diante de
lestes a Moab, e com elles te nâo re­ cuja face destruio aos Horeos, e elles
volvas em peleja : porque te nâo da­ os lançàrâo fora^ e habitàrâo em seu
rei herança de soa terra; porquanto a lugar até este dia.
Ar tenho dado aos filhos de Loth por 23 Tambem os Caphtoreos, que s a -
herança. hírão de Caphtor, destruirão aos Ave-
10 Os Emeos d’antes habitarão nel­ os, que habitavão em Hazerim até
la : hum poro grande e muito, e alto, Gaza, e habitàrâo em seu lugar.
como os gigantes. 24 Levantai-vos, parti-vos e passai
11 Tambem estes forão contados por o ribeiro de Amon; eis aqui em tua
gigantes como os Enaquins: e os Mo- mâo tenho dado a Sihon Rei de Hes-
abitas lhes chamavâo Emeos. bon, Amoreo, e a sua terra; começa a
12 IVantes os Horeos tambem habi­ possuila por herança, e te revolve com
tarão em Seir: porem os filhos de Esau elles em peleja.
os lançàrâo tora, e os destruirão de 25 Neste dia começarei a pór teu
diante de sua face, e habitàrâo em seu espanto e teu temor sobre a face dos
lugar: como Israel fez à terra de sua povos debaixo de todo o ceo: os que
herança, que J e h o v a h lhes tinha da­ ouvirem tua fama, tremerão de tua
do. face, e se angustiarão.
13 Levantai-vos agora, e passai o ri­ 26 Então mandei mensageiros desdo
beiro de Zered: assim passamos o ri­ deserto de Quedemoth a Sihon Hei
beiro de Zered. de Hesbon, com palavras de paz, di­
14 E os dias que caminhámos desde zendo :
G&des-Bamea, até que passámos o ri­ 27 Deixa-me passar por tua terra:
beiro de Zered, forão tnnta e oito an­ soitíente pelo caminho irei, nem me
nos; até aue toda aquella geração dos desviarei a mão direita, nem à es­
homens ae çuerra se consumio do querda.
meio do arraial, como J e h o v a h lhes 28 A comida que eu coma, me vende
jtorarà. por dinheiro, e aáme agua por dinhei­
15 Assim tambem sobre elles foi a ro que beba: tão somente me deixa
mão de J e h o v a h , para os destruir do passar com meus pés.
meio do arraial, até os aver consu­ 29 Como comigo fizerâo os filhos de
mido. Esau, que habitâo em Seir, e os Mo-
16 E sucedeo que, sendo ja todos os abitas que habitâo em Ar: até que
homens de guerra pela morte consu­ passe o Jordão, à terra que J e h o v a h
midos do meio do arraial. nosso Deos nos ha de dar.
17 J e h o v a h me fallou, dizendo: 30 Mas Sihon Rei de Hesbon nâo
18 Hoje passarás a Ar, ao termo de quiz deixar passar-nos por s i: por­
Moab. quanto J e h o v a h teu Deos endurecéra
19 E te chegaras até em fronte dos seu espirito, e emperrára seu coração,
filhos de Ammon: não os molestes, e para o dar em tua mão, como neste
e0m elles te nâo revolvas: porque da aia consta.
terra dos filhos de Ammon te não da- 31 J e h o v a h medisse : Eis aqui, co­
761 herança ; porquanto aos filhos de meçado tenho a dar Sihon e a sua
Loth a tenho aado por herança. terra diante de tua face : começa pois
20 Tambem esta foi contada por a herdála, para possuir sua terra em
terra de gigantes: dantes nella ha Di­ herança.
tavão gigantes; e os Ammonitas lhes 32 E Sihon sahio-nos ao encontro,
chamavâo Zamzummeos. elle e todo seu povo, à peleja, a Jahaz.
21 Hum povo grande, e muito, e 33 E J e h o v a h nosso Deos nôlo deu
alto, como os gigantes: e J e h o v a h os diante de nossa face, e ferimos a elle
destruio de diante de sua face, e elles e a seus filhos, e a todo seu povo.

D ig itize d by L j O O Q le
188 DEUTERONOMIO, UI.
34 E’naquelle tempo tomámos todas quem do Jordào: desdo rio de Amon,
suas cidaaes, e destruímos todas as até o monte de Hermon.
cidades, homens, e mulheres, e crian­ 9 (Os Sidonios a Hermon cham&o
ças: náo deixámos a ninguém. Sirion; porem os Amoreos lhe cha-
35 Somente roubámos ao gado para mào Senir.)
nôsoutros: e o despojo das cidades, 10 Todas as cidades da terra plaina,
que tomámos. e todo Gilead, e toda Basan até Sal-
36 Desde Aroer, que está à borda do cha e Edrei: cidades do Reino de
ribeiro de Amon, e a cidade que está Og em Basan.
junto ao ribeiro, até Gilead, nenhuma 11 Porque sò Og o Rei de Basan
cidade honve, que de nos escapasse: ficou do resto dos gigantes; eis que
tudo isto J e h o v a h nosso Deos entre­ seu leito, hum leito de ferro n&o está
gou diante de nossa face. em Rabba dos íilhos de Ammon ? de
37 Somente â terra dos íilhos de nove covados sua comprid&o, e de
Ammon n&o chegaste; nem a todo o uatro covados sua largura, ao covado
estirão do ribeiro de Jabbok, nem ás e hum var&o.
cidades da montanha, nem a cousa 12 Tomámos pois esta terra em pos-
alguma que nos prohibíra J e h o v a h sessào naquelle tempo : desde Aroer,
nosso Deos. que está junto ao ribeiro de Amou, e
a ametade da montanha de Gilead,
CAPITULO III. com suas cidades tenho dado aos Ru-
benitas e Gadítas.
EPOIS nós tornámos, e subimos o 13 E o resto de Gilead, como tam­
D caminho de Basan: e Og Rei de
Basan nos sahio ao encontro, elle e
bem todo Basan o Reino de Og, dei
à meia tribu de Manasse: todo aquel­
todo seu povo, à peleja em Edrei. le estirão da terra de Argob, por todo
2 Entào J e h o v a h me disse: n&o o Basan, se chamava a terra aos gigan­
temas, porque a elle e a todo seu po­ tes.
vo, e a sua terra tenho dado em tua 14 Jair, filho de Manasse alcançou
.m&o: e far-lhe-has, como fizeste a Si­ todo o estiráo da terra de Axgobj até
hon Rei dos Amoreos, que habitava o termo dos Gesuritas, e Maacnatitas:
em Hesbon. e a chamou de seu nome, Basan Havot
3 E tambem J e h o v a h nosso Deos Jair até este dia.
deu em nossa m&o a Og Rei de Ba­ 15 E a Machir dei Gilead.
san, e a todo seu povo: de maneira 16 Mas aos Rubenitas e Gaditas dei
(]ue o ferimos, até ninguém lhe de­ desde Gilead até o ribeiro de Amon,
ixar. o meio do ribeiro, e o termo: e até o
4 E ’naquelle tempo tomámos todas ribeiro de Jabbok, o termo dos filhos
suas cidades: nenhuma cidade houve, de Ammon.
que lhes n&o tomássemos: sessenta 17 Como tambem a campina, e o
cidades, todo o estir&o da terra de Jordão com o termo: desde Cinnereth
Argob, o Reino de Og em Basan. até o mar da campina, o mar salgado,
5 Todas estas cidades fortificadas a baixo de Asdoth-Pisga ao Oriente.
com altos muros, portas e ferrolhos: 18 Mandei-vos mais no mesmo tem­
de mais de outras muitas cidades sem po, dizendo: J e h o v a h v o s so Deos vos
muros. deu esta terra, para possuila por he­
6 E as destruímos; como fizemos a rança; passai pois armados vos ou­
Sihon Rei de Hesbon, destruindo to­ tros, todos os varões belicosos, diante
das as cidades, homens, mulheres, e da face de vossos irmãos, os filhos de
c rianças. Israel.
7 Porem todo o gado, e o despojo das 19 Tam somente vossas mulheres e
cidades tomámos para nôs por presa. vossas crianças, e vosso gado (porque
8 Assim que naquelle tempo tomá­ eu sei que tendes muito gado) ficarão
mos a terra da mão d'aquelle* dous em vossas cidades, que já V99 tenho
Reis dos Amoreos, que estav&o d’a- dado.

D ig itize d by L j O O Q le
DEUTERONOMIO, IV. 189
2 0 Â t é que J e h o v a h dè descanso a de J e h o v a h vosso Deos, que ea vos
vossos i r m ã o s como a vòs: para que mando.
t a m b e m elles herdem a terra, que J e ­ 3 Vossos olhos tem visto o aue Deos
hovah vosso Deos lhes ha de dar d’a- fez por Baalpeor: pois a todo varâo
le m do Jordão: entâo vos tomareis que seguio a Baalpeor, J e h o v a h teu
cada qual a sua herança, que ja vos Deos consumio do meio de ti.
tenho dado. 4 Porem vos, que vos achegastes a
21 Tambem mandei a Josue no mes­ J e h o v a h vosso Deos, hoje todos estais
mo tempo, dizendo: teus olhos veem vivos.
tudo que' J e h o v a h v o s so Deos tem 5 Vedes aqui, vos tenho ensinado
feito a estes dous Reis \ assim J e h o ­ estatutos e direitos, como me mandou
v a h farà a todos os reinos, a que tu J e h o v a h meu Deos: para que assim
passarás. façais no meio da terra, a qual ides
22 Nâo os temais: porque J e h o v a h a herdála .
vosso Deos he o que peleja por vós­ 6 Guardai-os pois, e os fazei; por­
outros. que esta será vossa sabedoria e vosso
23 Tambem eu a J e h o v a h pedi mi­ entendimento perante os olhos dos po­
sericordia no mesmo tempo, dizen­ vos : que ouvirão todos estes estatutos,
do: e dirão; este grande povo sô he gente
24 Senhor J e h o v a h ; ja começaste sabia e entendida.
mostrar a teu servo tua grandeza, e 7 Porque que gente grande ha, que
tua forte máo: porque que Deos ha tenha Deoses tam chegados, como J e ­
nos ceos e na terra, que possa obrar h o v a h nosso Deos, todas as vezes que
segundo tuas obras, e segundo teus o chamamos ?
poderios. 8 E que gente grande ha, que tenha,
25 Rogo-te que me deixes passar, e tam justos estatutos e direitos, como
veja esta boa terra, que estâ d’alem tpda esta Lei, que. hoje dou perante
do Jordão: esta boa montanha, e o vossa face?
Líbano! 9 Tam somente olha por ti, e bem
26 Porem J e h o v a h se indignou mui­ guarda tua alma, que te não esqueças
to contra mim por causa de vósoutros, e d’aquellas cousas, que teus olhos tem
me não ouvio; antes me disse: baster visto, e se nâo apartem de teu coração
te ; neste negocio me nâo falles mais. todos os dias de tua vida: e as farás
27 Sube ao cume de Pisga, e levan­ saber a teus íilhos, e aos filhos de
ta teus olhos ao Occidente, e ao Nor­ teus filhos.
te, e ao Sul, e ao Qriente, e vé com 10 O dia que estiveste perante a face
teus olhos: porque não passarás este de J e h o v a h teu Deos em Horeb, quan­
Jordão. do J e h o v a h me disse: ajunta-me este
28 Manda pois a Josue, e esforça-o, povo, e os farei ouvir minhas pala-
e conforta-o; porque elle passará di­ vras^e aprende-las-hão, para me temer
ante da face deste povo, e a terra que todos os dias, que na terra viverem, e
vires, o fará possuir em herança. as ensinar a seus filhos.
29 Assim ficámos neste vafle, em 11 E vósoutros vos chegastes, e vos
fronte de Beth-Peor. posestes ao pé do monte: (e o monte
em fogo ardia até o meio dos ceos, e
CAPITULO IV. havia trevas e nuvens, e escuridão.)
12 Entâo J e h o v a h vos fallou do me­
GORA pois, ó Israel, houve os es­ io do fogo : a voz das palavras ouvis­
A tatutos e os direitos, que eu vos tes; porem semelhança nenhuma vis­
ensino a fazer: .para que vivais, e en­ tes de mais da voz.
treis, e herdeis a terra que, J e h o v a h 13 Entâo vos denunciou seu concer­
o Deos de vossos pais vos dá. to, que vòs mandou fazer, as dez pa­
3 Nâo a c r e c e n t a r e i s á p a l a v r a q u e lavras, e as escreveo em duas taboas
vos m a n d o , n e m d i m i n u i r e i s d ’e l l a ; de pedra.
paia q u e g u a r d e i s o s m a n d a m e n t o s 14 Tambem J ehovah me mandou no

D ig itize d by G oosle
100 DEUTERONOMIO, IV.
m e s m o te m p o , q u e e u v o s e n s in a s s e vós o ceo e a terra, que perecendo
e s t a t u t o s e d i r e i t o s : p a r a q u e o s fiz e s - perecereis de pressa da terra, a que
s e i s n a t e r r a , a q u a l p a s s a is a h e r d à l a . passais o Jord&o a herdàla : n&o pro­
15 Olhai pois por vossas almas: (pois longareis vossos dias nella, antes des­
semelhança nenhuma v is te S no dia em truídos sereis de todo.
que J e h o v a h vosso Deos em Horeb 27 E J e h o v a h vos espalhará entre
fallou com vosco do meio do fogo): os povos, e ficareis poucos em numero
16 Que n&o vos corrompais, e vos fa­ entre as gentes, às quaes vos levar
çais alguma escultura, semelhança de J e h o v a h .
imagem, figura de macho, ou de fe­ 28 E ali servireis a Deoses, que s&o
mea. obra de ra&os de homem : madeira e
17 Figura de algum animal, que haja pedra, que nào veem, nem ouvem,
na terra; figura de alguma ave de nem comem, nem cheirào.
asas, que voa pelos ares. 29 Ent&o d’ali buscarás a J e h o v a h
18 Figura de algum animal, que an­ teu Deos, e o acharás: quando o bus­
da de peitos sobre a terra; figura de cares com todo teu coraç&o, e com to­
algum peixe, que esteja nas agoas de da tua alma.
baixo da terra: 30 Quando estiveres em angustia, e
19 Que n&o levantes teus olhos aos todas estas cousas te alcançarem; en­
ceos, e vejas o sol, e a lua, e as estrei­ t&o no fim de dias te tornarás a J e h o ­
tas, todo o exercito dos ceos; e sejas v a h teu Deo6, e ouvirás sua voz.
impellidof a que te inclines perante 31 Porquanto J e h o v a h teu Deos he
elles, e sirvas a aquelle», que J e h o v a h Deos misericordioso; n&o te desam­
teu Deos repartio a todos os povos de­ parará, nem te destruirá; e se n&o
baixo de toaos os ceos. esquecerá do concerto que' jurou a
2 0 Mas J e h o v a h v o s tomou, e vos tens pais.
tirou do forno de ferro de Egypto, pa­ 32 Forque, pergunta agora pelos tem­
ra que lhe sejais por povo hereditário, pos passados, que for&o antes de ti,
como neste aia conjla. aesdo dia em que Deos criou ao ho­
21 Tambem J b h o v a h se indignou mem sobre a terra, desde hum cabo
contra mim por causa de vossas pala­ do ceo até o outro; se ja mais suoce-
vras, e jurou que eu n&o passaria o Jor- deo, ou se ouvio tam grande cousa
d&o, e que n&o entraria na boa terra, como esta ?
que J e h o v a h teu Deos te dará por he­ 33 Ou se algum povo ouvio a voz de
rança. Deos, fallando do meio do fogo, como
22 Porque eu nesta terra morrerei; tu a ouviste, e ficaste com vida.
n&o passarei o Jord&o: porem vòs o 34 Ou se hum Deos intentou a ir pa­
passareis, e herdareis aquella boa ter­ ra si tomar hum povo do meio de
ra. outro povo, com provas, com sinaes, e
23 Guardai-vos de que vos n&o es­ com milagres, e com peleja, e com
queçais do concerto de J e h o v a h v o s ­ mào forte, e com braço estendido, e
so Deos, que feito tem com vosco : e com grandes espantos; conforme a
vos façais escultura alguma, imagem tudo que J e h o v a h vosso Deos vos fez
de alguma cousa, que J e h o v a h vosso em Egypto perante vossos olhos ?
Deos vos prohibio. 35 A ti foi mostrado para que sou­
24 Porque J e h o v a h teu Deos he besses, que J e h o v a h he Deos: nin­
hum fogo que consume, hum Deos guém mais he fora d^elle.
zeloso. 36 Desdos ceos te fez ouvir sua vez,
25 Quando pois g e r a r d e s filh o s e para te ensinar : e sobre a terra te
filh o s d e filh o s , e v o s e n v e l h e c e r d e s mostrou seu grande fogo. e ouviste
na t e r r a ; e v o s c o r r o m p e r d e s , e f iz e r ­ suas palavras do meio do fogo.
des a l g u m a e s c u ltu r a , s e m e l h a n ç a d e 37 E porquanto amava a teus paisj
alguma cousa, e f iz e r d e s m a l e m o lh o s e escolhéra sua semente depois del­
d e J e h o v a h , p a r a o p r o v o c a r & ir a . les ; te tirou de Egypto diante de su^
96 Hoje tomo por testimunho contra face, com sua grande força:

D ig itize d by L j O O Q le
DEUTERONOMIO, V. 191
38 P ara de diante de tua face lançar tutos e direitos, que hoje fallo perante
fora gentes mais grandes e mais pode­ vossos ouvidos: e aprendelos-heis, e
rosas qne tu, para le introduzir nella, güardalos-lieis, para os fazer.
e te dar sua terra por herança, oomo 2 J ehovah nosso Deos com nosco fez
neste d ia consta. concerto em Horeb.
39 Pelo que hoje saberás, e reduzi­ 3 Nâo com nossos pais J e h o v a h fez
rás a t e u coração, que J e h o v a h só este concerto; senâo com nosco, todos
Deos he a riba no ceo, e abaixo na ter­ os eme hoje aqui estamos vivos.
ra, e ninguém mais. 4 Cara a cara J e h o v a h fallou com
40 £ guardarás seus estatutos e seus vosco no monte de meio do fogo.
mandamentos, que te mando hoje \ 5 (Naquelle tempo eu estava entre
pu a que bem te vá a ti, e a teus filhos J e h o v a h e vósoutros, para vos noti­
depois d e t i : e para que prolongues ficar a palavra de. J e h o v a h : porque
os dias n a terra que J ehovah teu Deos temieis ao fogo, e n&o subistes ao
te dà para todo sempre. ' monte) dizendo:
41 Entâo Moyses separou tres cida­ 6 Eu sou J e h o v a h teu Deos, que te
des d’aquem do Jordão, da banda do tirei da terra de Egypto, da casa da
nascimento do Sol. servidão.
42 Para que ali se acolhesse o homi­ 7 Náo terás outros Deoses diante de
cida, qne por erro matasse a seu pro­ meu rosto.
ximo, a quem tivesse nenhum odio 8 Nâo farás para ti imagem de vul­
desd’ontem t anfontem: e se aco­ to, nem alguma semelhança do que ha
lhesse a huma destas cidadese vivesse. a riba no ceo, nem a baixo na terra,
43 K Bezer no deserto, na terra plai­ nem nas aguas debaixo da terra.
na para os Rubenitas^ e a Ramoth em 9 Náo te encurvarás a ellas, nem as
Gilead para os Gaditas: e a Golan servirás: porque Eu J e h o v a h teu De­
em Basan para os Manassitas. os, sou Deos zeloso, que visito a mal­
44 Esta he pois a Lei, que Moyses dade dos pais sobre os filhos, e até á.
propôs aos filhos de Israel: terceira e quarta geração daquelles
45 Estes sáo os testimunhos, e os que me aborrecem.
estatutos, e os direitos, auç Moyses 10 E faço misericordia em milhares
fallou aos filhos de Israel, navçndo sa- aos aue me amâo, e guardâo meus
hido de Egypto. manuamentos.
46 I>aquem do Jordão, no valle em 11 Nâo t o m a r á s o n o m e d e J e h o v a h
fronte de Bethpeor, na terra de Sion, te u Deos e m vâo: p o r q u e J e h o v a h
Rei dos Amoreos, que habitava em n â o t e r á p o r in n o c e n te a o q u e t o m a r
Hesbon : aquem ferio Moyses e os s e u n o m e e m vâo.
íilhos de Israel, havendo sahido de 12 Guarda o dia do Sabbado, para o
Egypto. santificar; como te mandou J e h o v a h
47 E tomárão sua terra em posses­ teu Deos.
são ; como tambem a terra de Og, Rei 13 Seis dias trabalharás, e farás toda
de Basan; dous Reis dos Amoreos, tua obra.
que estavâo d’aquem do Jordão, da 14 Mas o setimo dia he o Sabbado de
banda do nascimento do Sol. J e h o v a h teu Deos: nâo farás nenhuma
48 Desde Aroer, que está á borda doobra, nem tu nem teu filho, nem tua
ribeiro de Arnon, até o monte de Sion,
filha, nem teu servo, nem tua serva,
que he Hermon. nem teu boi, nem teu asno, nem al­
49 E toda a campina d’aquem do gum de t£us animaes, nem teu estran­
geiro, que está dentro de tuas portas:
Jordão, da banda do Oriente, até o Mar
da campina, abaixo de Asdoth Pisga, para que teu servo e teu serva des­
canse. como tu.
CAPITULO V. 15 Porque te lembrarás, que foste
servo em terra de Egypto, e que J e­
CHAMOU Deos a todo Israel, e h o v a h teu Deos de tirou d’ali com mâo
E disse-l^es: ouve Israel ps esta­ forte, e braço estendido: pelo que J e-»

D ig itize d by L j O O Q ie
d é ü t e r o n o Mío , v í .

h ó v a h teu Deos te mandou, que guar­ ra que bem lhes fosse a elles e a seus
dasses o dia do Sabbado. filhos para sempre.
16 Honra a teu pai, e a tua mãi, 30 Vai, dize-lnes: tornai vòs a vos­
como J e h o v a h teu Deos te mandou, sas tendas.
para que se prolonguem teus dias, e 31 Porem tu está aqui comigo, para
para que te và bem na terra que te dà que eu a ti te diga todos os manda­
J e h o v a h teu Deos. mentos e estatutos, e direitos, que tu
17 N&o matarás. lhes has de ensinar, que facão na ter­
18 E nâo adulterarás. ra, que eu lhes darei para nerdàla. .
19 E náo furtarás. 32 Olhai pois que façais como vos
20 E nâo dirás falso testimunho con­ mandou J e h o v a h vosso Deos: nem
tra teu proximo. vos desvieis á mâo direita, nem à es­
21 E n&o cobicarás a mulher de teu querda.
proximo: e n&o desejarás a casa de 33 Andareis em todo cammho que
teu proximo nem seu ch&o, nem seu vos manda J e h o v a h vosso Deos, pa­
servo, nem sua serva, nem seu boi, ra que vivais, e bem vos vá, e prolon­
nem seu asno, nem alguma cousa de gueis os dias na terra que haveis de
teu proximo. herdar.
22 Estas palavras fallou J e h o v a h a
toda vossa congregação no monte do CAPITULO VI.
meio do fogo, aa nuvem e da escuri­
dade, com grande voz, e nada acre- TESTES pois são os mandamentos, os
oentou: e as escreVeo em duas taboas J l i estatutos, e os direitos, que man­
de pedra, e a mim m’as deu. dou J e h o v a h vosso Deos, para ensi-
23 E succedeo que, ouvindo vósou­ nar-ves, para que os fízesseis na terra,
tros a voz do meio da escuridade, e o a que passais para possuila por heran-
monte ardendo em foço, vos achegas­ ça.
tes a mim todas as Cabeças de vossas 2 Para que temas a J e h o v a h teu De­
tribus, e vossos Anciãos. os, e guardes todos seus estatutos e
24 E dissestes: eis que J e h o v a h seus mandamentos, que eu te mando;
nosso Deos nos fez ver sua gloria e tu e teu filho, e o filho de teu filho, to­
sua grandeza, e ouvimos sua voz do dos os dias de tua vida; e que teus
meio do fogo: no dia de hoje vimos, dias sejâo prolongados.
que Deos falia com o homem, e que 3 Ouve pois, ó Israel, e attenta que
nca vivo. os guardes; para que bem te vá, e
25 Agora pois, porque morreríamos'? muito te multipliques (como te disse
pois este grande fogo nos consumiria: J e h o v a h o Deos de teus pais) na ter­
se ainda mais ouvíssemos a voz de ra que mana leite e mel.
J e h o v a h nosso Deos, morreríamos. 4 Ouve, Israel, J e h o v a h nosso Deos
26 Porque quem ha de toda carne, he o unico J e h o v a h .
que ouvio a voz do Deos vivente, fol­ 5 Amarás pois a J e h o v a h teu Deos
iando do meio do fogo, como nós, e com todo teu coração, e com toda tua
ficou vivo ? alma, e com todo teu poder.
27 Chega-te tu, e ouve tudo que dis­ 6 E estas paVivras que hoje te man­
ser J e h o v a h nosso Deos; e tu nos do, estàrâo em teu coração.
dize tudo que te disser J e h o v a h nos­ 7 E as intimarás a teus nlhos, e d’ellás
so Deos, e o ouviremos, e o faremos. fallarás assentado em tua casa, e an
28 Ouvindo pois J e h o v a h a voz de dando pelo caminho, e deitando-te, e
vossas palavras, quando fallaveis a levantando-te.
mim; J e h o v a h me disse: ouvi a voz 8 Tambem as atarás por sinal em
das palavras deste povo, que te disse­ tua mão, e te serão por frontaes entre
rão : bem estâ tudo o que disserão. teus olhos.
29 Oxalá tivessem tal coração, que 9 E as escreverás nos umbraes de
me temessem, e guardassem todos toa casa, e em tuas portas.
meus mandamentos todos os dias! pa­ 10 Havendo-te póis J e h o v a h teu Deos

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DEUTERONOMIO, VII. 193
introduzido na terra, que jurou a teus 25 E nos será justiça, quando tiver­
pais Abraham, Isaac, e Jacob: de a mos cuidado de fazer todos estes man­
ti dar çrandes e boas cidades, que tu damentos, perante a face de J e h o v a h
náo edificaste: nosso Deos, como nos tem mandado.
11 E casas cheas de todo o bem, que
tn n&o encheste; e poços cavados,
que tu n&o cavaste ; vinhas e olivaes, CAPITULO VII.
qne tu n&o plantaste; e comeres, e te UAJí DO J e h o v a h teu Deos te tiver
fartares; Q introduzido na terra, a qual vás a
12 Guarda-te, que te n&o esqueças Herdàla: e lançar muitas gentes de
d e J e h o v a h , que te tirou da terra de diante de tua face, aos Hetheos, e aos
Egypto, da casa de servidão. Girgaseos, e aos Amoreos, e aos Ca­
13 A J e h o v a h teu Deos temerás, e naneos, e aos Phereseos, e aos Heveos,
a elle servirás, e por seu nome jurarás. e aos Jebuseos, sete gentes, muitas e
14 N&o andareis após outros Deoses, mais poderosas que tu.
dos Deoses dos povos, que houver do 2 E J e h o v a h teu Deos as der diante
redor de vós. de tua face, para as ferir; destruindo
15 Porque J e h o v a h vosso Deos está as destruirás: nâo farás com ellas li-
Deos zeloso em meio de t i : para que ança, nem terás piedade d’ellas.
a ira de J e h o v a h teu Deos se n&o 3 Nem te consograrás com ellas: não
iccenda contra ti, e te destrua de so­ darás tuas filhas a seus filhos, e não
bre a face da terra. tomarás suas filhas para teus nlhos.
16 N&o tentareis a J e h o v a h vosso 4 Pois fariâo desviar teus filhos de
Deos, como o tentastes em Massa. mim, que servissem a outros Deoses;
17 Guardando guardareis os manda­ e a ira de J e h o v a h se accenderia con­
mentos de J ehovah voseo Deos; oomo tra vós, e de pressa vos consumiria.
tambem seus testemunhos, e seus es­ 5 Porem assim lhes fareis: decriba-
tatutos, qne te tem mandado. reis seus altares, e quebrantareis suas
18 E farás o recto e o bom em olhos estatuas^ e cortareis seus bosques, e a
de J e h o v a h : para que bem te vá, e fogo queimareis suas imagens ae vulto.
entres, e herdes a boa terra, que Je­ 6 Porque es povo santo a J e h o v a h
h o v a h jurou a teus pais. teu Deos: J e h o v a h teu Deos te esco-
19 Para que lançe todos teus inimi­ lheo, para que lhe fosses povo proprio
gos de diante de tua face, como Je­ de todos os povos, que sobre a terra
h o v a h tem dito. ha.
20 Quando amanhã teu filho te per­ 7 J e h o v a h v o s não cobiçou, nem
guntar, dizendo: quaes são os teste­ vos escolheo por vossa multidão mais
munhos, e estatutos, e direitos, que que todos os ae mais povoa; pois vós­
J e h o v a h nosso Deos vos mandou i outros ereis os mais poucos de todos
21 Então dirás a teu filho: heramos os povos:
servos de Pharaó em Egypto; porem 8 Mas porque J e h o v a h vos amava,
J e h o v a h nos tirou com mão forte de e para guardar o juramento que jurá­
Egypto. ra a vossos pais, J e h o v a h vos tirou
22 E J e h o v a h deu sinaes, e grandes com mão forte, e vos resgatou da casa
e roins maravilhas em Egypto, a Pha­ da servidão, da mão de Pharaó Rei
raó, e a toda sua casa diante de nos­ de Egyptó.
sos olhos. 9 Saberás pois que J e h o v a h teu De­
22 E d’ali nos tirou, para nos levar, os he Deos, o Deos fiel, que guarda o
e nos dar a terra, que jurára a nossos concerto e a beneficencia ate em mil
pais. gerações aos que o amão, e guardão
24 E J e h o v a h nos mandou fazer to­ seus mandamentos.
dos estes estatutos, para temer a Je­ 10 E dá o pago em sua cara a qual­
h o v a h nosso Deos, para nosso perpe­ quer dos que o aborrecem, fazendo o
tuo bem, para nos guarder em vida, perecer: não o dillataraao que o abor­
como parece no dia de hoje. rece ; em sua casa lh’o pagará,
9

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194 DEUTERONOMIO, VIII.
11 Guarda pois os mandamentos, e tua face, e as farà pasmar com giande
os estatutos, e os direitos, que hoje te pasmo, até que sejão destruídas.
mando fazer. 24 Tambem seus reis dârá em tom
12 Será pois que, por ouvirdes estes máo, para que desfaças seus nome»
direitos, os guardardes e fazerdes, J e­ debaixo dos ceos: nenhum var fto para­
hovah teu Deos te guardará o con­ rá perante ti, até que os destruâs.
certo e a benefícencia, que jurou a 25 As imagens de vulto de seus Deo—
teus pais. ses queimarás a fogo; a prata e o ou­
13 E amar-te-ha, e abençoar-te-ha, e ro sobre ellas não cobiçarás, nem os-
te fará multipliçar, e abençoará o fru­ tomarás para ti, para que te nâo enla—
to de teu ventre, e o fruto de tua terra, çes nelles : pois ne abominação a J e­
teu grão, e teu mosto, e teu azeite, e h o v a h teu Deos.
a criação de tuas vacas, e o rebanho 26 Nâo meterás pois abom inação em
de teu gado miudo, na terra que jurou tua casa, para que não sejas anathema
de dar-te a teus pais. como ella, detestando a detestarás, e
14 Bemdito serás mais que todos os abominando a abominarás, porque
povos: nem macho nem femea entre anathema he.
ti havera esteril, nem entre teus ani­
maes. CAPITULO VIII.
15 E J ehovah de ti desviará toda
enfermidade : e sobre ti nâo porá ne­
nhuma das más doenças dos Egypci­
os, que bem sabes, antes as porá so­
T ODOS o s mandamentos que hoje
vos mando, guardareis para os
fazer: para que vivais, e vos multipli­
bre todos os que te aborrecem. queis, e entreis, e heraeis a terra qua
16 Pois consumirás a todos os povos, J e h o v a h jurou a vossos pais.
que te der J ehovah teu Deos: teu 2 E te lembrarás de toao o caminhoy
olho4hes nâo perdoará; e nâo servi- por qual J e h o v a h teu Deos te guiou no
rása seus Deoses; pois te seria por laço. deserto estes quarenta annos, para hu­
17 Se disseres em teu coração: estas milhar-te, e tentarte, para saber o que-
gentes sâo muitas mais que eu ; como estava em teu coração; se guardaria*
as poderia lançar fora ? seus mandamentos, ou nâo.
18 Delias nâo tenhas temor: lem- 3 E te humilhou, e te deixou ter fo­
brando-te lembrarás do que J ehovah me, e te sustentou com o Manna, que
teu Deos fez a Pharaó, e a todos os tu não conheceste, nem teus pais o
Egypcios. conhecérão : para te dar a entender,
19 Das grandes provas que vírâo teus que o homem não sò vive do pão, mas
olhos, e dos sinaes, e maravilhas, e ue o homem vive de tudo que sahe
mâo lorte, e braço estendido, com que a boca de J e h o v a h .
J ehovah teu Deos te tirou: assim fará 4 Nunca se envelheceo teu vestido
J ehovah teu Deos com todos os po­ em ti, nem se inchou teu pé estes
vos, de diante de cuja face tu temes. quarenta annos.
20 E mais J ehovah teu Deos entre 5 Confessa pois em teu ooraçâo, que
elles mandará abespas, até que pere- como o varão castiga a seu filho, assim
câo os que ficarem, e se esconderem te castiga J e h o v a h teu Deos.
ae diante de tua face. 6 E guarda os mandamentos de Je­
21 Não te espantes perante sua face: h o v a h teu Deos, para o temer, e an­
porque J ehovah teu Deos está em dar em seus caminhos.
hieio de ti hum grande e temeroso 7 Porque J e h o v a h teu Deos te mete
Deos. em huma boa terra, terra de ribeiros
22 E J ehovah teu Deos lançará estas de aguas, de fontes, e de abismos, que
gentes pouco a pouco de diante de tua sahem de valles e montanhas.
face: tam presto náo poderás acabá- 8 Terra de trigo e oevada, e de vi­
las, para que as feras do campo se não des, e figueiras, e romeiras; terra de
multipliquem contra ti. oliveiras, abudantes de azeite e
23 h J ehovah t’as dará diante de mel,

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DEUTERONOMIO, IX. 195

9 Terra era que comerás o pâo sem maiores e mais fortes que tu ; cidades
escasseza, e nada te faltará nella : ter­ grandes, e fortalecidas até os ceos.
ra cujas pedras são ferro, e de cujos 2 Hum povo grande e alto, filhos de
montes tu cortarás o metal. gigantes, que tu conheces, e de que
10 Quando pois haverás comido, e fo­ ja ouviste: quem pararia perante a
r e s fartado, louvarás a J e h o v a h teu face dos filhos dos gigantes*
Deos pela boa terra que te der. 3 Saibas pois hoie, que J ehovah teu
11 Guarda-te que te nâo esqueças Deos, que passa diante de tua face,
de J ehovah teu Deos, para que nâo he hum fogo que consume, que os
suardes seus mandamentos, e seus destruirá, e os derribará de aiante de
direitos, e seus estatutos, que hoje te t i ; e tu os lançarás fora, e cedo os
mando. desfarás, como J ehovah te tem dito.
12 Para que por ventura, havendo tu 4 Quando pois J ehovah teu Deos os
eomido e te fartado, e edificado boas empuxar de diante de ti, nâo falles
c a s a s , e habitando-as; em teu coração, dizendo: por minha
13 E se augmentarem tuas vacas e justiça J ehovah me trouxe a herdar
toas ovelhas, e se acrecentar a prata esta terra: porque pela impiedade
e o ouro; e se multiplicar tudo quanto destas gentes J ehovah as lança fora
tens: diante de ti.
14 Teu coração se nâo alçe, © te 5 Não por tua justiça, nem pela rec­
e s q u e ç a s de J e h o v a h teu Deos, que te tidão de teu coração entras a herdar
tirou a a terra de Egypto, da casa de sua terra: mas pela impiedade destas
servidão: gentes J ehovah teu Deos as lança fo­
15 Q u e t e g u io u p o r a q u e l le g r a n d e e ra de diante de tua face ; e para con­
te m e r o s o d e s e rto d e a r d e n t e s s e r p e n ­ firmar a palavra, que J ehovah teu
te s , e d e e sc o rp iõ e s , e d e s e c u r a , e m Deos jurou a teus pais, Abraham,
q u e nâo h a v ia a g u a ; e tir o u a g u a p a r a Isaac, e Jacob.
t i da p e n h a d o s e i x a l : 6 Saibas pois, que não por tua justi­
16 Que no deserto te sustentou com ça J ehovah teu Deos te dá esta boa
Manna, que teus pais nâo conhece­ terra para herdàla: pois es povo de
rão ; para humilhar-te, e tentar-te, pa­ duro pescoço.
ia por derradeiro te fazer bem : 7 Lembra-te e não te esqueças, que
17 E digas em teu coração: minha a J ehovah teu Deos muito provocaste
força, e a fortaleza de meu braço me á ira no deserto; desdo dia que sahis-
aquirio este poder. tesde Egypto, até que chegastes a esse
18 A n t e s t e l e m b r a r á s d e J e h o v a h lugar, rebeldes fostes contra J ehovah .
teu D e o s , q u e e lle h e o q u e te d á fo r­ 8 Pois em Horeb tanto à ira provo­
ç a , p a r a a q u i r i r p o d e r ; p a r a c o n f ir m a r castes a J ehovah, que se accendeo
seu c o n c e r t o , q u e ju r o u a t e u s p a i s ; contra vós para vós destruir.
o o m o p a r e c e n e s te d ia . 9 Subindo eu ao monte a receber
19 Acontecendo porem, que esque­ as taboas de pedra, as taboas do Con­
cendo te esqueceres de J ehovah teu certo, que J ehovah fizera comvosco;
Deos, e andares apôs outros Deoses, e então fiquei no monte quarenta dias e
os servires, e te inclinares perante quarenta noites; pão não comi, e agua
elles; hoie eu protesto contra vós, que nâo bebi.
perecendo perecereis. 10 E J ehovah me deu as taboas de
2 0 Come as gentes q u e J e h o v a h des- pedra, escritas com dedo de Deos: e
truhio perante vossa face, assim vós nellas conforme a todas aquellas pala­
perecereis: porquanto nâo havereis vras, que J ehovah fallado tinha com
ouvido a voz de J e h o v a h vosso Deos. vosco no monte do meio do fogo, no
dia do ajuntamento.
CAPITULO IX. 11 Succedeo pois, que ao cabo dos
quarenta dias e quarenta noites J eho­
UVE Israel; hoje passarárf o Jor­ vah me deu as auas taboas de pedra,
O dão, para entrar a herdar gentes, as taboas do Concerto.

D ig itize d by L j O O Q ie
m DEUTERONOMIO, X.
12 E J e h o v a h disse a m im : levanta- dado de J e h o v a h vosso Deos, e nâo o
te, depressa desoende d’aauij porque crestes, e n&o obedecestes à sua voz.
teu povo que tiraste de Egypto, ja 24 Rebeldes fostes contra J e h o v a h 9
corrompido se tem : cedo se desvia­ desdo dia aue vós conheci.
rão do caminho que eu lhes tinha 25 E me lançei perante a face de
mandado : imagem de fundição para J e h o v a h aquelles quarenta dias e
si fizerâo. quarenta noites, em que estava lan­
13 Fallou-me mais J e h o v a h , dizen­ çado j porquanto J b h o v a h dissera, que
do : attentei para este povo, e eis que vós aueria destruir.
he povo de duro pescoco. 26 E eu orei a J e h o v a h , dizendo:
14 Deixa-me que os aestrua, e apa­ Senhor J e h o v a h , n&o destruas a teu
gue seu nome de debaixo dos ceos: e povo e a tua herança, que resgataste
te porei em gente mais poderosa, e com tua grandeza, que tiraste de
mais em numero que esta. Egypto com mâo forte.
15 Ent&o me tornei, e descendi do 27 Lembra-te de teus servos, Abra­
monte; e o monte ardia em fogo, e ham, Isaac, e Jacob : n&o attentes pa­
as duas taboas do Concerto estavâo ra a dureza deste povo, nem para sua
em ambas minhas m&os. impiedade, nem para seu peccado.
16 E olhei, e eis* que havieis pecca­ 28 Para que a terra d’onde nos ti­
do contra J e h o v a h vosso Deos: vós raste, n&o diga: porquanto J e h o v a h os
tinhe-is feito hum bezerro de fundi- n&o pode introduzir na terra, de que
ç&o: cedo viestes a desviar-vós do lhes tinha fallado, e porque os aborre­
caminho, que J e h o v a h v ó s mandára. cia, os tirou, para os matar no deserto.
17 Ent&o peguei das duas taboas, e 29 Toda via s&o teu povo e tua he­
as arrogei de ambas minhas m&os, e rança, que tu tiraste com tua grande
as quebrei perante vossos olhos. força, e com teu braço estendido.
18 E me lançei perante a face de
J k h o v a h , como d’antes, quarenta di­
as e quarenta noites n&o comi p&o, e CAPITULO X.
nâo bebi agua, por causa de todo vos­ AQUELLE mesmo tempo me dis­
so peccado que havieis peccado, fa­ N se J e h o v a h : alisa-te duas taboas
zendo mal em olhos de J e h o v a h , pa­ de pedra, como as primeiras, e sube a
ra o provocar &ira. mim a este monte: depois te farâs
19 Porem temi &cansa da ira e do huma arca de madeira.
furor, com que J e h o v a h tanto estava 2 E naquellas taboas escreverei as
irado contra vós, para vós destruir: palavras, que estav&o nas primeiras
porem ainda esta vez J e h o v a h me taboas que quebraste: e as porâs na
ouvio. arca.
20 Tambem J e h o v a h se irou mui­ 3 Assim fiz huma arca de madeira de
to contra Aaron para o destruir; mas Sittim, e alisei duas taboas de pedra,
tambem orei por Aaron no mesmo como as primeiras: e subi ao monte
tempo. com as duas taboas em minha mâo.
21 Porem eu tomei vosso peccado, o 4 Entâo escreveo nas taboas, confor­
bezerro que tinheis feito, e o quei­ me â primeira escritura, as dez pala­
mei a fogo, e o pilei, bem o moendo, vras, que J e h o v a h vos fallára o dia do
até que se desfez em p ó : e seu pó ajuntamento no monte do meio do fo­
lançei no ribeiro, que deseendia do go : e J e h o v a h a mim m’as deu.
monte. 5 E tomei-me, e descendi do monte,
22 Tambem em Thabera, e em Mas­ e pus as taboas na arca, que fizera : e
sa, e em Quibroth-Taava indignastes ah estâo, como J e h o v a h me mandou.
muito a J e h o v a h . 6 E partir&o-se os filhos de Israel de
23 Quando tambem J e h o v a h vó s Beeroth Bene-Jaakan e Mosera: ali fa-
ip&ndou desde Cades-Barnea, dizen­ leceo Aaron, e ali foi sepultado, e Ele­
do : subi, e herdai esta terra, que vos azar seu filho administrou o sacerdo­
tenho dado; rebeldes fostes ao man­ cio em seu lugar.

D ig itize d by L j O O Q le
DEUTERONOMIO, XI. 19Í

7 D‘ali se partirão a Gudgod: e de e lle s e r v i r á s ; e a e lle t e a c h e g a r á s , e


Godgod a Jotbath, tenra de nbeiros de p o r s e u n o m e j u r a r á s .
aguas. 21 Elle he teu louvor e teu Deos, que
& No mesmo tempo J e h o v a h sepa­ te fez estas grandes e terríveis cousas,
rou a tribu de Levi, para levar a Arca que teus olhos tem visto.
d o Concerto de J e h o v a h , para estar 22 Com setenta almas teus pais des-
d i a n t e da face de J e h o v a h , para o cendéràoa Egypto; e agora J ehovah
servir, e para abençoar em seu nome teu Deos te pós em multidão como as
a t é o aia de hoje. estrella» dos ceos.
9 Pelo que Levi com seus irmãos não
tem parte nem herança: J e h o v a h he CAPITULO XI.
sua herança, como J e h o v a h teu Deos
lhe tem dito.
10 E eu estive no monte, oomo os P
OIS amarás a Je h o v a h teu Deos,
e guardarás Bua observancia, e
dias primeiros, quarenta dias e qua­ seus estatutos, e seus direitos, e seus
renta noites : e J e h o v a h me ouvio mandamentos todos os dias.
ainda esta vez : não quis J e h o v a h 2 E hoie sabereis, que fallo nâo com
destruirte.' vossos íilhos, que o nâo sabem, e não
11 Porem J e h o v a h me disse : le- virão a instrucção de Jeh o v ah vosso
vanta-te, pôe-te a caminho diante do Deos, sua grandeza, sua mão forte, e
povo, para que entrem, e herdem a seu braço estendido.
terra, que jurei a seus pais de lhes 3 Nem tam pouco seus sinaes, nem
dar. seus feitos, que fez em meio de Egyp­
12 Agora pois, ó Israel, que pede de to a Pharaó Rei de Egypto, e a toda
ti J e h o v a h teu Deos, senão que temas sua terra;
a J e h o v a h teu Deos, que andes em 4 Nem o que fez ao exercito dos
todos seus caminhos, e o ames, e sir­ Egypcios, a seus cavallose a seus car­
vas a J e h o v a h teu Deos com todo teu ros ; que as aguas do mar vermelho fez
coração, e com toda tua alma. ondear sobre suas faces, quando vin­
13 Para guardar os mandamentos de hão após vósoutros; e J ehovah os des-
J e h o v a h e seus estatutos, que hoje te truhio até o dia de hoje;
mando para teu bem. 5 Nem o que vos fez no deserto, até
14 Eis que os ceos e os ceos dos ce­ que chegastes a este lugar.
o s são de J e h o v a h teu Deos; a terra 6 E o que fez a Dathan e a Abiram,
e tudo que nella ha. filhos de Eliab, filho de Ruben: como
15 Tam somente J e h o v a h tomou a terra abrio sua boco, e os tragou com
prazer em teus pais, para os am ar: e suas casas e com suas tendas; como
a vós, sua semente depois delles esco- tambem tudo que subsistia, e lhes per­
lheo de todos os povos, como neste dia tencia, em meio de todo Israel.
consta. 7 Porquanto vossos olhos sáo os que
16 Circuncidai pois o prepúcio de virão toda a grande obra, que fez J e ­
vosso coração, e mais nào endureçais hovah.
vosso pescoço. 8 Guardai pois todos os mandamen­
17 Pois J ehovah vosso Deos he o tos, que eu vos mando hoje; para que
Deos dos Deoses, e o Senhor dos Se­ vos esforçeis, e entreis, e herdeis a
nhores : o Deos grander poderoso e te­ terra, a que passais a herdàla.
meroso ; que não attenta para o rosto, 9 E para que prolongueis os dias na
nem aceita peita. terra, que J ehovah jurou a vossos pais,
18 Que faz direito ao orfão e á viu­ de a dar a elles e a sua semente: terra
va, e ama ao estrangeiro, que lhe dá que mana leite e mel.
pão e vestido. 10 Porque a terra a que ides a her­
19 Pelo que amareis ao estrangeiro, dar, nâo he como a terra de Egypto,
pois fostes estrangeiros na terra de donde sahistes; em que semeavas tua
Egypto. semente, e a regavas com teu pé, co*
20 A Jeh o v a h teu Deos temerás, a mo horta de hortaliça.

D ig itize d by L j O O Q ie
198 DEUTERONOMIO, XII.
11 Mas a terra a que passais a her* do Libano, desdo rio o rio de Phrath
dàla, he terra de montes e valles: da até o mar traseiro será vosso termo.
chuva dos ceos beberás as aguas. 25 Ninguém parará perante vossa
12 Terra de que J e h o v a h teu Deos face: J e h o v a h v o s so Deos dará vosso
tem cuidado : os olhos de J e h o v a h espanto e vosso temor em toda terra
teu Deos de continuo estão sobre ella, que pisardes, como ja dito vos tem.
desdo começo até o cabo do anno* 26 Eis que, hoje eu ponho diante de
13 E serà que, se obedecendo obe­ vós a benção e a maldição.
deceres a meus mandamentos, que 27 A benção : quando ouvirdes o»
hoje te mando, para a m a r a J e h o v a h mandamentos de J e h o v a h v o s so De­
teu Deos, e o servir com todo teu co­ os, que hoje vos mando.
ração, e com toda tua alma; 28 Porem a maldição: se nâo ouvir­
14 Entâo darei a chuva de vossa ter­ des os mandamentos de J e h o v a h v o s ­
ra a seu tempo, a temporâ, e a tardia; so Deos, e vos desviardes do caminho
para que recolhas teu grâo, e teu mos­ que hoje vos mando; para andar após
to, e teu azeite. outros Deoses, que náo conhecestes.
15 E darei erva em teu campo a tu­ 29 E serà que, havendo te J e h o v a h
as bestas, e comerás, e fartar-te-has. teu Deos introduzido na terra, a que
16 Guardai-vos de que vosso coração vas a herdàla; entâo pronunciarás a
se nâo engane, e vos desvieis, e sir­ benção sobre o monte de Gerizim, e
vais, a outros Deoses, e vos inclineis a maldição sobre o monte de Ebal.
perante elles: 30 Por ventura nâo estâo d’aquem
17 E a ira de Jehovah se accenda do Jordáo, tras o caminho do sol po­
contra vósoutros, e feche aos ceos, e ente, na terra dos Cananeos. que habi-
nâo haja agua, e a terra nào dê sua tâo na campina em fronte de Gilga),
novidade: e cedo pereçais da boa ter­ junto aos carvalhaes de More *
ra, que Jeh o v ah vos dá. 31 Porque passareis o Jordão para
18 Ponde pois estas minhas palavras entrar a herdar a terra, que vós dá Ji>
em vosso coração, e em vossa alma, h o v a h vosso Deos: e a possuireis por
e as atai, por sinal em vossa mâo, pa­ herança, e nella habitareis.
ra que estejão por frontaes entre vos­ 32 Tende pois cuidado de fazer to­
sos olhos. dos os estatutos e direitos, que eu vos
19 E as ensinai a vossos íilhos, fal- hoje proponho.
lando delias assentado .em tua casa, e
andando pelo caminho, e deitando-te,
e levantando-te. CAPITULO XII.
20 E as escreve nos umbraes de tua STES sâo os estatutos e os direitos,
casa, e em tuas portas.
21 Para que se multipliquem vossos
E que tereis cuidado de fazer na
terra, que vos deu J e h o v a h o Deos de
dias, e os dias de vossos íilhos n a ter­ vossos pais, para a possuir por heran­
ra, que J e h o v a h jurou a vossos pais ça : todos os dias que viverdes sobre
de lhes dar, como os dias dos ceos so­ a terra.
bre a terra. 2 Destruindo destruireis todos oshi-
22 Porque se guardando guardardes gares, aonde as gentes que herdareis
todos estes mandamentos, que vos servirão a seus Deoses, sobre as altas
mando para os guardar, amando a Je ­ montanhas, e sobre os outeiros, e de­
h o v a h vosso Deos, andando em todos baixo de toda arvore verde.
seus caminhos, e a elle vos achegan- 3 E derribareis seus altares, e que­
do; brareis suas estatuas, e seus Dosques
23 Tambem J e h o v a h de diante de queimareis a fogo, e talhareis as ima­
vósoutros lançará fora todas estas gen­ gens de vulto de seus Deoses: e apa­
tes, e por herança possuireis gentes gareis seu nome (^aquelle lugar.
maiores e mais poderosas que vós. 4 Assim nâo fareis a J e h o v a h vosso
24 Todo lugar que pisar a planta de Deos.
vosso pé, será vosso: desdo deserto e 5 Mas o lugar que J e h o v a h v o s s o

D ig itize d by L j O O Q ie
DEUTERONOMIO, XIÍ. Í9Í
Deos feôfcolbw* de todas vossas tribus, mereis; sobre a terra o derramareis
para ali pòr sea nome, buscareis sua como agua.
babitacào, e ali vireis. 17 Em tuas portas n&o poderás co­
6 £ ali trareis vossos holocaustos, e mer o dizimo ae teu gr&o?nem de teu
voosos sacrifícios, e vossos dizimos, e mosto, nem de teu azeite, nem as
a offerta alçadiça de vossa m&o, e vos­ primogenituras de tuas vacas, nem de
sos votos, e vossas offertas voluntarias, tuas ovelhas; nem nenhum de teus
e os primogênitos de vossas vacas, e votos, que houveres votado, nem tuas
de vossas ovelhas. offertas voluntarias, nem a offerta al­
7 E ali comereis perante a face de çadiça de tua m&o.
J e h o v a h vosso Deos, e vos alegrareis 18 Mas o comerás perante a face de
de tndo em qae poreis vossa m&o, vos J e h o v a h teu Deos, no lugar que esco­
e vossas casas, no que te abençoar lher J e h o v a h teu Deos, tu e teu filho,
J e h o v a h teu Deos. e tua filha, e teu servo, e tua serva, e
8 Nâo fareis conforme tudo o que o Levita que está dentro de tuas por­
boje fazemos aqui, cada qual tudo que tas : e perante a face de J e h o v a h teu
bem parece em seus olhos. Deos te alegrarás de tudo, em que
9 Porque até agora n&o entrastes no porás tua m&o.
descanso e na herança, que vos dà Je­ 19 Guarda-te de que n&o desempa-
h o v a h vosso Deos. res ao Levita todos teus dias em tua
10 Mas passareis o Jordão, e habi­ terra.
tareis na terra, que vos farà herdar 20 Quando J e h o v a h teu Deos dilatar
J e h o v a h vosso Deos: e voó dará re­ teu termo, como te disse ; e disseres:
pouso de todos vossos inimigos do re- comerei came, porquanto tua alma
aor, e morareis seguros. tem desejo de comer came, conforme
11 Entào haverá hum lugar, que ha a todo o desejo de tua alma comerás
de escolher J e h o v a h v o s so Deos, para came.
ali fazer habitar seu nome; ali trareis 21 Se longe de ti estiver o lugar que
tudo o que vos mandoj vossos holo­ J e h o v a h teu Deos escolher, para ali
caustos, e vossos sacnficios, vossos pôr seu nome; ent&o degolarás de
dizimos, e a offerta alçadiça ae vossa tuas vacas e de tuas ovelhas, que Je­
máo, e toda a escolha de vossos votos, h o v a h te tiver dado, como te tenho
que votardes a J e h o v a h . mandado; e comerás dentro de tuas
12 E vos alegrareis perante a face portas, conforme a todo o desejo de
de J e h o v a h vosso Deos, vósoutros, e tua alma.
vossos filhos, e vossas filhas, e vossos 22 Porem como se come o corço e o
servos, e vossas servas; e o Levita, cervo, assim o comerás; o immundo e
que está dentro de vossas portas; pois o limpo juntamente comerão delias.
com vosco n&o tem parte nem he­ 23 Somente te esforça de que n&o
rança. comas o sangue; pois o sangue he a
13 Guarda-te de que n&o offereças alma: pelo que n&o comerás a alma
teus holocaustos em todo lugar que com a cam e:
vires. 24 Náo o comerás: em terra o der­
14 Mas no lugar que J ehovah esco­ ramarás como agua.
lher em huma de tuas tribus, ali offe- 25 N&o o comerás: para que bem
recerâs teus holocaustos: e ali farás te vá a ti, e a teus filhos depois de ti,
tndo que te mando. quando fizeres o recto nos olhos de
15 Porém conforme a todo desejo J e h o v a h .
de tua alma, degolarás, e comerás 26 Porem tuas cousas santas, que ti­
carne segundo à benç&o de J e h o v a h veres, e teus votos tomarás, e virás ao
teu Deos, que te dà em todas tuas lugar que J e h o v a h escolher.
portas: o immundo e o limpo d’ella 27 E prepararás teus holocaustos, a
comerá; como de hum corço, e de carne e o sangue sobre o altar de J e ­
hum cervo. h o v a h teu Deos, e o sangue de teus
16 Tam somente o sangue n&o co- sacrifícios se derramará sobre o altar

D ig itize d by L j O O Q ie
200 DEUTERONOMIO, XIII.
de J chovah teu Deos; porem a carne hovah teu Deos, para andar nella :
comerás. assim tirarás o mal do meio de ti.
28 Guarda e ouve todas estas pala­ 6 Quando te incitar teu irmão, filho
vras que te mando, para que bem te de tua mãi, ou teu filho, ou tua filha,
v à a ü ,e a teus filhos depois de ti pa­ ou a mulher de teu regaço, ou teu
ra sempre, quando fizeres o bom e amigo, que te he como tua alma, te
o recto nos olhos de J e h o v a h teu dizendo em segredo: vamos, e sirva­
Deos. mos a outros Deoses, que não conhe­
29 Quando J e h o v a h teu Deos desar­ ceste, nem tu nem teus pais.
raigar as gentes de diante de tua face, 7 Dos Deoses dos povos, que estão
a que vàs a possuilas por herança; e ao redor de vós, perto ou longe de
as possuires por herança, e habitares ti, desdo hum cabo da terra até o
em sua terra: outro.
30 Guarda-te de que te n&o enlaçes 8 Não consentirás com elle, nem o
após ellas, depois que forem destruí­ ouvirás; nem teu olho lhe perdoará,
das diante de ti ; e ae que n&o pergun­ nem te apiadaràs, nem o esconderás.
tes ácerca de seus Deoses, dizendo: 9 Mas matando o matarás; tua mão
como estas gentes servirão a seus De­ será a primeira contra elle, para o
oses, assim tambem farei eu. matar; e depois a mão de todo o
31 Assim n&o faràs a J e h o v a h teu povo.
Deos: porque tudo que he abomina- 10 E com pedras o apedrejarás, até
ç&o a J e h o v a h , o que aborrece, fize­ que morra; pois te procurou empu­
rão a seus Deoses: pois até a seus xar de J ehovah teu Deos, que te ti­
íilhos e a suas filhas queimàrão com rou da terra de Egypto, da casa da
fogo a seus Deoses. servidão.
32 Tudo que eu vos mando, guarda­ 11 Para que todo Israel o ouça, e te­
reis para fazer; nada lhe acrecenta- ma; e nâo prosiga a fazer segundo
rás, e nada lhe diminuirás. esta cousa má em meio de ti.
12 Quando ouvires dizer de algu­
CAPITULO XIII. ma de tuas cidades^ que J ehovah teu
Deos te dá, para ah habitar:
UANDO propheta ou sonhador de 13 Varões filhos de Belial sahirâo
Q sonhos se levantar em meio de t i ;
e te der hum sinal ou prodi^io.
do meio de ti, que incitárâo aos mora­
dores de sua cidade, dizendo: vamos
2 E o tal sinal ou prodigio, que te e sirvamos a outros Deoses, que n&o
disser, vier; dizendo: vamos após ou­ conhecestes:
tros Dteoses, que não conheceste, e os 14 Então inquirirás, e informar-te-
sirvamos; has, e oom diligencia perguntarás; e
3 Não ouvirás as palavras de tal pro­ eis que este negocio verdade sendo e
pheta ou sonhador de sonhos: por­ certo, que se fez huma tal abominação
quanto J e h o v a h vosso Deos vos tenta, em meio de ti.
para saber se amais a J e h o v a h vosso 15 Entâo ferindo a fio da espada fe­
Deos com todo vosso coração, e com rirás aos moradores d’aquella cida­
toda vossa alma. de, destruindo a fio da espada a ella,
4 Após J e h o v a h vosso Deos anda­ e a tudo que houver nella, até aos ani-
reis, e a elle temereis, e seus manda­ maes.
mentos guardareis, e sua voz ouvireis, 16 E ajuntarás todo seu depojo no
e a elle servireis, e a elle vos ache­ meio de sua praça; e a cidado e to­
gareis. do seu despojo queimarás totalmen­
5 E tal propheta ou sonhador de te para J ehovah teu Deos, e será per­
sonhos morrerá; pois fallou rebeldia petuo montão, nunca mais se edifi­
contra J e h o v a h vosso Deos, que vos cará.
tirou da terra de Egypto, e vos resga­ 17 Tambem nada se pegará a tua
tou da casa da servidão, para te em­ mão do anathema, para que J ehovah
puxar do caminho que te mandou Je­ se aparte do ardor ae sua ira, e te fa-

D ig itize d by L j O O Q ie
DEÜTERONOMIO, XIV. m
ça misericordia; e tenha piedade de 17 E o oisné, e o pediçâo e o corvo
ti, e te multiplique; como jurou a te­ marinho.
ns pais. 18 E a cegonha, e a garça segundo
18 Quando ouvires a voz de J ehovahsua especie; e a poupa, e o murcego.
teu Deos, para gnardar todos seus 19 Tambem toao reptil que avôa,
mandamentos, que hoie te mando; pa­ ves será immundo: nâo se comerá.
ia fazer o rec to nos olhos de J ehovah 20 Toda ave limpa comereis.
teu Deos. 21 Nâo comereis nenhum animal
morto; ao estrangeiro, que està den­
CAPITULO xiy. tro de tuas portas, o darás a Comer;
ou o vende ao estranho: porauanto
LHOS sois de J ehovah vosso De­ es povo santo a J íe h o v a h tefc Deos:
F os : nâo vos sarjareis, nem poreis nâo cozerás o càbrito com o leite de
calva entre vossos olhos por algum sua mãi.
morto. 22 Dizimando dizimarás toda a ren­
2 Porque es povo santo a Jehova h da de tua semente, que cada anno
teu Deos: e Jehovah te escolheo de procede do campo.
todos os povos, que ha sobre a face da 23 E perante a face de Jehovah teu
terra, para lhe ser pòvo proprio. Deos, no lugar que escolher para ali
3 Nenhuma abominação comereis. fazer habitar seu nome, comereis os
4 Estes s&o os animaes que come­ dizimos de teu grâo, de teu mosto, e
reis ; o boi, o gado miudo das ove­ de teu azeite, e os' primogênitos de
lhas, e o gado miudo das cabras. tuas vacas, e de tuas ovelhas; para
5 O cervo, e o corço, e o buíaro, e o que aprendas temer a Jehov a h teu
cabrão raontez, e o teixugo, e o boi Deos todos os dias.
silvestre, e a gama. 24 E guando o caminho te for tâo
6 Todo animal que tem unhas fendi­ comprido, que os nâo possas levar, pôr
das, e divide a fenda das unhas em longe estar de ti o lugar, que escolner
dua& que remóe entre os animaes, J e h o v a h teu Deos, para ali pôr seu
aquillo comereis. nome. quando J e h o v a h teu Deos te
7 Porem estes nâo comereis, dos que tiver Demdito;
wômente remóem, ou que tém a unha 25 Entâo os vende, e ata o dinheiro
fendida: o camelo, e a lebre, e o coe­ em toa mâo, e vai ao lugar, que es­
lho; porque remóem, mas nâo tém colher J e h o v a h teu Deos.
a unha fendida: immundos vos serâo. 26 E aquelle dinheiro darás por tudo
8 Nem o porco, porque tem unha que deseja tua alma, por vacas; e por
fendida, mas nâo remoe: immundo ovelhas, e por vinho, e por cidra, e
vos serà: nâo comereis da came des­ por tudo que pedir tua alma de t i ; o
tes, e nâo tocareis em seu corpo morto. céme ali perante a face de J e h o v a h
9 Isto comeréis de tudo que ha nas teu Deos, e te alegra, tu e tua casa.
aguas: tudo que tem barbatanas e es- 27 Porem não desempatarás ao Le­
camâs, c o m e re iB . vita, que està dentro de tuas portas:
10 Mas tudo que nâo tiver barbata­ pois nâo tem parte nem herança com­
nas nem escamas, nâo comereis: im­ tigo.
mundo vos serà. 28 Ao cabo de tres annos tirarás, to­
11 Toda ave limpa comereis. dos os dizimos de tua renda no mesmo
12 Porem estas sâo as de que nâo anno; e os recolherás em tuas por­
comereis: a aguia, e o açor, e o es­ tas.
merilhão. 29 Entâo virá o Levita (pois nem
13 E o abütre, e a pega, e o milha- parte nem herança tem comtigo) e o
no segunda sua especie . estrangeiro, e o orfão, e a viuva, que
14 £ todo oorvo segundo sua especie. estâo dentro de tuas portas, e come­
15 E o abestruz, e o mocho, e o cu­ rão, e fartar-se-hfto: para que J e h o v a h
co, e o gavião segundo sua especie. teu Deos te abençoe em toda obra de
16 E o bufo, e a curuja, e a gralha. tuas mâos, que fizeres.
9*

D ig itize d by L j O O Q le
202 DEUTERONOMIO, XV, XVI.

CAPITULO XV. brea se vender a ti, seis annos te ser­


virá: mas ao setimo anno o despe­
O cabo dos sete annos faràs re­ dirás forro de ti.
A missão.
2 Este pois he o modo da remissão;
13 E quando o despedires de ti for­
ro, o nào despedirás vazio.
que todo acreder; que emprestou a 14 Carregando o carregarás de teu
seu proximo, o quite: não arrecadará rebanho, e de teu eira, e de teu lagar:
diviaas de seu proximo ou de seu ir­ no que J e h o v a h teu Deos de tiver
mão : pois a remissão de Jehovah he abençoado, lhe darás.
apregoada. 15 E lembrar-te-has que foste servo
3 Do estranho arrecadarás; mas o na terra de Egypto, e que J e h o v a h
que tiveres em poder de teu irmão, teu Deos te resgatou: pelo que isto te
tua mão quitará: mando hoje.
4 Somente para que entre ti não haja 16 Porem serà que, dizendo elle a
mendigo: pois J e h o v a h abençoando- ti: nào sahirei de comtigo: porquan­
te abençoará na terra, que J e h o v a h to ama a ti e a tua casa, por bem lhe
teu Deos te dará por herança, para ir comtigo:
possuila em herança. 17 Entào tomarás huma «oyela, e fu­
5 Se somente ouvindo ouvires a vos rarás em sua orelha e na porta, e teu
de J e h o v a h teu Deos; para ter cui­ servo será para sempre: e tambem
dado de fazer todos estes mandamen­ assim farás a tua serva.
tos, que hoje te mando. 18 Não seja cousa dura em teu*
6 Porqile J e h o v a h teu Deos te aben­ olhos, quando o despedires forro de
çoará,como te tem dito: assim empres­ ti; pois seis annos te servio em do­
tarás a muitas gentas, mas não toma­ bro de salario do jornaleiro : assim J e­
rás emprestado; e dominarás sobre h o v a h teu Deos te abençoará em tu­
muitas gentes; mas ella não domi­ do que fizeres.
narão soDre ti, 19 Todo primogénito que nascer en­
7 Quando entre ú houver algum po­ tre tuas vacas e entre tuas ovelhas, o
bre de teus irmãos, em algumá de tuas macho santificarás a J e h o v a h teu
portas, em tua terra, que J e h o v a h Deos: com o primogénito de teu boi
teu Deos te d à ; não endurecerás teu não trabalharás, nejn trosquiarà» o
coração, nem fecharás tua mão a teu primogénito de tuas ovelhas.
irmão, que for pobre. 20 Perante a face de J e h o v a h teu
8 Antes abrmdo-lhe abrirás tua mão, Deos os comerás de anno em anno,
e emprestando-lhe emprestarás o que no lugar que J e h o v a h escolher, tu e
lhe falta, quanto basta por sua falta. tua casa.
9 Guarda-te de que nào haja palavra ~21 Porem havendo nelle alguma fal­
de Belial em teu coração, dizendo: ta, manco ou cego, ou qualquer roim
chegando se vai o setimo anno, o an­ falta; o nào sacrificarás a J e h o v a h
no aa remissão: e que teu olho seja teu Deos.
malino para com teu irmão pobre, e 22 Em tuas portas o comerás: o im­
lhe dés nenhuma cousa: e clame contra mundo e o limpo juntamente, como
ti a J e h o v a h , e peccado haja em ti. de hum corço, ou de hum cervo.
10 Dando-lhe aarás, e teu coração 23 Sômente seu sangue nào come­
não seja malino, quando lhe deres: rás : sobre a terra o derramarás como
pois por esta causa te abençoará J e ­ agua.
h o v a h teu Deos em toda tua obra, e
em tudo no que poseres tua mão. CAPITULO XVI.
11 Pois nunca cessará o pobre do
meio da terra: pelo cjue te mando, UARDA o mez de Abib, e cele­
dizendo: abrindo abrirás tua mão a G bra Pascoa J e h o v a h teu Deos:
teu irmão, a teu afftigido, e a teu po­ lorque no mez de Abib J e h o v a h teu
bre em tua terra. )eos te tirou de Egypto de noite.
12 Quando teu irmão Hebreo ou He- 2 Então sacrificarás a Pascoa a J e -

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DEUTERONOMIO, XVII. 203

H oV A H teu Deos, ovelhas e vacas, no e o orfâo, e a viuva, que estâo dentro


lugar que J e h o v a h escolher, para ali de tuas portas.
fazer habitar seu nomp. 15 Sete dias celebrarás a festa a
3 Nella nâo comerás levado: sete J e h o v a h teu Deos, no lugar que J e ­
dias nella comerás asmos, pâo de h o v a h escolher: porque J e h o v a h teu
afflicçâo (porquanto apresuradameníc Deos te ha de abençoar em toda tua
sahiste da terra de Egypto) para que colheita, e em toda obra de tuas maos;
te lembres do dia de tua sahida da pek> que te alegrarás certamente.
terra de Egypto, todos os dias de tua 16 Tres vezes no anno todo macho
vida. entre ti apparecerá perante a face de
4 Lévado não apparecerá com tigo J e h o v a h teu Deos, no lugar qué es­
por pete dias em todos teus termos: colher; na festa dos asmos, e na festa
tambem da came que matyres a tarde das semanas, e na festa das cabanas:
ao primeiro dia, nada ficará até a porem nâo apparecerá vazio perante a
manhã. face de J e h o v a h .
5 Nâo poderás ^sacrificar a Pascoa 17 Cada qual conforme ao dom de
em nenhuma de toas portas, que te dá sua mâo, conforme à benção de Je­
J c h o v a h teu Deos. h o v a h teu Deos, que te tiver dado.
6 Senão no lugar que escolher J e ­ 18 Juizes e Officiaes te porás em
h o v a h teu Deos, para fazer habitar todas tuas portas, que J e h o v a h teu
seu nome, ali sacrificarás a Pascoa a Deos te dará entre tuas, tríbus; para
tarde, ao pôr do sol, ao témpo deter­ que julguem ao povo com juízo de
minado de tua sahida de Egypto. justiça.
7 Entâo a cozerás, e comerás no lu­ 19 Nâo torcerás ao juizo, nâo aten­
gar que escolher J e h o v a h teu Deos: tarás para o rosto, nem tomarás peita;
depois te tomarás pela manhã, e irás porquanto a peita céga os olhos dos
a tuas tendas. . ~ sabios, e perverte as palavras dos
8 Seis d ia s c o m e r á s a s m o s , e a o s e t ­ justos.
im o d i a h e s o le n i d a d e a J e h o v a h 20 A justiça, a justiça seguirás; pa­
te u D e o s : n e n h u m a o b ra fa rá s . ra que vivas, e em herança possuas a
9 Sete semanas te contarás: desde terra, que te dará J e h o v a h teu Deos.
que a fouce começar na seara, come­ 21 Nâo te plantarás nenhum bosque
çarás a contar as sete semanas. de arvores junto ao altar de J e h o v a h
10 Depois celebrarás a festa das se­ teu Deos, que fizeres para ti.
manas a J e h o v a h teu Deos; o que 22 Nem ne levantarás estatua, a qual
deres, será tributo voluntário de tua aborrece J e h o v a h teu Deos.
mâo: segundo J e h o v a h teu Deos te
tiver abençoado. CAPITULO XYII.
11 E te alegrarás perante a face de
J e h o v a h teu Deos, tu e teu filho, e AO sacrificarás a J e h o v a h teu
tua filha, e teu servo, e tua serva, e o Deos boi ou gado miudo, em que
Levita, que está dentro de tuas portas, haja falta, ou alguma má cousa; pois
e o estrangeiro, e o orfâo, e a viuva, he abominação a J e h o v a h teu Deos.
que estão em meio de ti, no lugar 2 Quando em meio de ti. em alguma
que escolher J e h o v a h teu Deos, para de tuas portas, que te aã J e h o v a h
ali fazer habitar seu nome. teu Deos, se achar algum homem ou
12 E lembrar-te-has, que foste servo mulher, que fizer mal nos olhos de
em Egypto: e guardarás estes esta­ J e h o v a h teu Deos, traspassando seu
tutos, e os faràs. concerto:
13 A festa das cabanas guardarás 3 Que for-se, e servir a outros De­
sete dias, quando colheres de tua eira, oses, e se encurvar a elles, ou ao sol,
e de teu lagar. ou á lua, ou a todo o exercito do ceo;
14 E em tua festa te alegrarás, tu o que eu nâo mandei:
e teu filho, e tua filha, e teu servo, e 4 E te for denunciado, e o ouvires;
tua serva, e o Levita, e o estrangeiro, entâo bem o inquirirás: e eis que ver-

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204 DEÜTERONOMIO, XVIII.

- dade he e certo, que se fez tal abomi­ 16 Porem nâo multiplicará cavallos
nação em Israel; para si, nem farà tornar o povo a
5 Ent&o tirarás ao homem on a mu­ Egypto, para multiplicar cavallos: po­
lher, que fez este malefício, a tuas is J k h o v a h vos tem dito: nunca mais
portas, ao tal homem digo ou mulher: tomareis por este caminho.
e os apedrejarás com pedras, até que 17 Tào pouco para si multiplicará
morrão. mulheres, para que seu coração se
6 Por boca de duas testemunhas ou nâo desvie: nem prata, nem ouro
tres testemunhas serà matado o que multiplicará muito para si.
houver de morrer: por boca de huma 18 Serà tambem, que quando se as­
só testemunha n&o morrerá. sentar sobre o throno cie seu reino,-
7 A m&o das testemunhas serà pri­ entâo escreverá para si hum traslado
meiro contra elle, para matàlo; e de­ desta lei egi hum livro, dó que està
pois a m&o de toaoo povo: assim ti­ perante a face dos sacerdotes bevitas.
rarás o mal do meio de ti. 19 E o terá com sigo? e nelle lerà
8 Quando alguma cousa te for enco­ todos os dias de sua vidá: para que
berta em juizo, entre sangue e sangue, aprenda temer â J k h o v a h seu Deos,
entre demanda e demanda : entre fe­ para guardar todas as palavras desta
rida e ferida, em negocios ae penden- lei, e estes estatutos, para fazéíos.
cias em tuas portas: ent&o te levan­ 20 Para que seu coração se nào le­
tarás, e subirás ao lugar, que escolher vante sobre seus irmãos; e se aparte
J e h o v a h teu Deos: do mandamento, nem à mâo direita,
9 E virás aos sacerdotes Levitas, e nem á esquerda: para que prolongue
ao Juiz, que houver naqtíelles dias; os dias em seu reino, elle e seus filhos
e inquirirá», e te denunciar&o a pala­ no meio de Israel.
vra ao direito.
10 E farás conforme ao mandado cap itu lo xvm .
da palavra, que te denunciar&o do lu­
gar que escolher J ehovah; e terás S sacerdotes Levitas, toda a tribu
cuidado de fazer conforme a tudo que O de Levi, náo terâojparte nem he­
te ensinarem. rança em Israel: das offertas accendi­
11 Conforme ao mandado da Lei das de J e h o v a h e de sua herança co­
que te ensinarem, e conforme ao jui­ merão.
zo que te disserem, farás: da palavra 2 Pelo que nâo terá herança em meio
que te denunciarem, te n&o desviaràs, de seus irm&os: J e h o v a h ne sua he­
nem à mâo direita, nem à esquerda. rança, còmo lhe tem dito.
12 0 varâo pois que fizer soberba- 3 Eçte pois serà o direito dos saoer-
mente, n&o dando ouvidos ao sacerdo­ dotes, do povo, dos que sacrificarem
te que està, para ali servir a J e h o v a h sacrificio, seja ooi, ou gado miudo, que
teu Deos, nem ao Juiz: o tal varâo dará ao sacerdote; a espadoa, e as
morrerá; e timràs o mal de Israel: queixadas, e o bucho.
13 Para que todo o povo o ouça,-e 4 As prímicias de teu grâo, de teu
tem a; e nunca mais se ensoberbeça. mosto, e de teu azeite; e as prímicias
14 Quando entrares na terra, qué te da trosquia de tuas ovelhas lne darás.
dà J e h o v a h teu Deos, e a posíroires 5 Porque J e h o v a h teu Deos o esco-
em herança e nella habitares, e dis­ lheo de todas tuas tribus, para que as­
seres : sobre mim porei rei, como to­ sista a servir em nome ae J e h o v a h ,
das as gentes, que estâo ao redor de elle e seus filhôs, todos os dias.
mim: 6 E quando vier hurii Levita de al­
15 Pondo porás por rei sobre ti a guma de tuas portas, de todo Israel,
aquelle que escolher J e h o v a h teu De­ aonde habitar; e vier com todo o de­
os : do meio de teus irm&os porás rei sejo de sua alma âo lugar que J e h ò -
sobre ti ; n&o poderás pôr varâo es­ v a h escolheo:
tranho sobre ti, que nâo seja de teus 7 E servir em nome de J e h o v a h seu
írmâos. Deos, como tambem todos seus irmãos

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DEUTERONOMIO, XIX. 206
os Levitas, que assistem ali perante a nome de J ehovah, e tal palavra se
face d e Jehovah : n&o cumprir, nem vier; esta he pala­
8 Igual porção comeráo, alem de su­ vra que J ehovah n&o fallou: com so­
a s vendas entre as familias dos pais. berba a fallou o tal propheta: n&o te­
9 Quando entrares na terra, qne Je- nhas temor delle.
HOTiH teu Deos te d ér; n&o aprende­
rás conforme as abominações <raquel­ CAPITULO XIX.
las gentes.
10 E ntre ti se n&oachará, quem faça UANDO J ehovah teu Deos desar­
paasar pelo fogo seu filho, ou sua filha;
nem adevinhador de adevinhações,
Q raigar as gentes, cuja terra te da­
rá J ehovah teu Deos, e tu as possuires
nem prcmosticador, nem agoureiro, em herança, e morares em suas cida­
nem feiticeiro. * des, e em suas casas:
11 Nem encantador de encantamen­ 2 Tres cidades te separarás em me­
tos, nem quem pergunte a hum espi­ io de tua terra, que te dará J eho­
rito adevinhante, nem magico, nem vah teu Deos, para a possuir em he­
que pergunte aos morto». rança.
12 Pois todo aquelle que faz tal cou­ 3 Adereçai^te-has o caminho; e o
sa, he abominaç&o a J e h o v a h ; e por termo de tua terra, qne te fará herdar
estas abominações J e h o v a h teu Deos J ehovah teu Deos, partirás em tres:
as lança fora ae diante de tua face. e isto será, para que todo homicida se
13 Sincero serás com J eh o v a h teu acolha ah.
Deos. 4 E este seja o negocio do homici­
14 Porque estas gentes, que h a s de da, que se acolher au. para que viva:
herdar, O uvem a o s p r o n o s tic a d o r e s , e aquelle que por erro lerir a seu prox­
a o s a d e v in h & d o re s : p o r e m a t i J e h o ­ imo, a quem n&o aborrecia de hontem
vah te u Deos n â o p e r m i t t i o t a l c o y s a . nem de ante hontem:
15 J e h o v a h teu Deos te despertará 5 Como aauelle, que se foi com seu
hum Propheta do meio de tí, de tens proximo ao bosque, a cortar lenha; e
irm&os, como eu ; a elle ouvireis. pondo força em sua m&o com o ma­
16 Conforme a tudo aue pediste a chado a cortar lenha, o ferro salta do
J e h o v a h teu Deos em Hoveb, no dia cabo. e toca a seu proximo, e morre;
do ajuntamento, dizendo: n&o mais o tal se acolherá a numa destas cida­
oovirei a voz de J e h o v a h meu Deos, des, e viverá:
nem mais verei este grande fogo, pa­ 6 Para que o vingador do sangue
ia que náo morra. n&o vá após o homicida, qnando se
17 Ent&o J e h o v a h me disse: bem esquentar seu coraç&o, e o alcançar,
está o que disser&o. pôr comprido ser o caminho, e lhe ti­
18 Despertarei-lhes hum Propheta do re a vida; porque n&o he culpado de
meio de seus irmáos, como tu ; e po­ morte, pois o n&o aborrecia nem de
rei minhas palavras em sna boca, e elle hontem nem de ante hontem.
lhes fallarà tudo que eu lhe mandar. 7 Pelo que te mando, dizendo: tres
19 E será que, qualquer aue n&o ou­ cidades te separarás.
vir minhas palavras, que elle fallar ém 8 E se J ehovah teu Deos dilatar teu
meu nome, eu o requererei delle. termo, como jurou a teus pais, e te
20 Porem o propheta que presomir der toda a terra, que disse aaria a te­
soberbamente, de fallar alguma pala­ us pais.
vra em meu nome, que eu lhe n&o te­ 9 (Quando gjiardares todos estes man­
nho mandado fallar: ou o que fallar damentos, que hoie te mando, para fa-
cm nome de outros Deoses, o tal pro­ zélos, amando a J ehovah teu Deos, e
pheta morrerá. andando em seus caminhos todos os
21 E se disseres em teu coraçAo: co­ dias: ent&o accrecentaràs outras tres
mo conheceremos a palavra que Je­ cidades a estas tres.
h o v a h n&o fallou ? 10 Para que o sangue innocente se
22 Quando o tal propheta fallar em n&o derrame em meio de tua terra,

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206 DEÜTERONOMIO, XX.
que J ehovah teu Deos te d à por he­ 2 E serà que, quando vos achegar­
rança : e sangue haja sobre ti. des à peleja, o sacerdote se adiantará,
11 Mas havendo alguem, que abor­ o Callará ao povo.
rece a seu proximo, e lhe arma cila­ 3 Edir-lhe-ha: ouve Israel, hoje vos
das, e se levanta contra elle, e o fere achegais àpeleja contra vossos inimi­
na vida que morra; e se acolhe ã al­ gos : vosso coração se não amollente;
guma destas cidades. nâo temais nem tremais, nem vos ate­
12 Entâo os Anciãos de sua cidade morizeis perante sua face.
mandarão, e d7ali o tirarão; e o en­ 4 Pois J e h o v a h vosso Deos he o que
tregarão em mâo do vingador do san­ vai com vosco, a pelejar contra vossos
gue, para que morra. inimigos, para salvar-vos.
13 Teu olho lhe não perdoará; antes 5 Então os Officiaes fallarâo ao povo,
tirarás o sangue innocente de Israel, dizendoqual he o varão, que edificou
para que bem te và. casa nova, e ainda a não consagrou ;
14 Não arranques o termo de teu và e se torne a sua G asa, para que por
proximo, que limitàrão os antigos em ventura nào morra na peleja, e outro
tua herança, que herdarás na terra, alguem a consagre.
que te dà J e h o v a h teu Deos, para a 6 E qual he o varâo que plantou hu­
possuir em herança. ma vinha, e ainda nâo logrou fruto
15 Huma só testemunha contra nin­ delia; vã e se tome a sua casa, piara
guém se levantará por qualquer ini­ que por ventura não morra na peleja,
quidade, ou por qualquer peccado, de e outro alguem a logre.
todo peccado que peccasse : em boca 7 E qual he o varão aue està despo­
de duas testemunhas, ou em boca de sado com alguma mullier, e ainda a
tres testemunhas consistirá o negocio. nâo recebeo; vá e se tome a sua casa,
16 Quando se levantar testemunha para que por ventura nâo morra na pe­
de malicia contra alguem, para teste- leja, e outro algum varâo a receba.
ficar contra elle acerca de desvio. 8 E proseguirão os Officiaes em fal­
17 Entâo aquelles dous varòes, que lar ao povo, dizendo: qual he o varâo
tiverem a demanda, se apresentarão timido, e fraco de coração; vá e se tor­
perante a face de J e h o v a h : perante ne a sua casa, para que o coração de
a face dos sacerdotes, e dos juizes que seus irmãos se nâo derreta como seu
houver naquelle» diaá. coração.
18 E os juizes bem inquirirão; e eis 9 E serà qüe, quando os Officiaes
que a testemunha he testemunha fal­ acabarem de fallar ao povo, então or­
sa, que testificou falsidade contra seu denarão aos Maioraes dos exercitos
irmão: mas dianteiras do povo.
19 Far-lhe-heis como cuidou fazer a 10 Quando te achegares a alguma
seu irmão: assim tirarás o mal do cidade a combatéla; lhe apregoarás
meio de ti. a paz.
20 Para que os que ficarem, o ouçâo 11 E serà que. se te responder <Upaz;
e temào; e nunca mais tomem a fa­ e te abrir; todo o povo que se achar
zer tal malefício em meio de ti. nella, te será tributário, e te servirá.
21 Teu olho nâo perdoará: vida por 12 Porem se ella não fizer paz com­
vida, olho por olho, dente por dente, tigo, antes te fizer guerra; entào a si­
mão por mão, pé por pé, tiarás.
13 E J e h o v a h teu Deos a dará em
CAPITULO XX. tua mão; e a todo macho qüe houver
nella, e ferirás a fio da espada.
UANDO sahires à peleja contra te­ 14 SSalvo somente as mulheres, e as
Q us inimigos, e vires cavallos e car­ crianças^ e os animaes, e tudo que hou­
ros, e povo maior em numero que tuver ; na cidade, todo seu despojo toma­
delles nâo teràs temor: pois J e h o v a h rás para t i : e comerás o despojo de
teu Deos, que te tirou da terra de teus inimigos, que te deu J e h o v a h
Egypto, està comtigo. teu Deos.V

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DEUTERONOMIO, XXI. 207

15 Assim farás a todas as cidades, rão suas mâos sobre a bezerra dego­
que estiverem mui longe de t i ; que lada no valle.
náo forem das cidades destas gentes. 7 E protestarão, e dirâo: nossas ma-
16 Porem das cidades destas gentes, os náo derramárâo este sangue, e nos­
que J ehovah teu Deos te dâ em he­ sos olhos o náo virâo.
rança, nenhuma cousa que tem bafo, 8 Apiàda te de teu povo Israel, que
com vida deixarás. tu 6 jehovah resgataste; e náo po­
17 Antes destruindo as destruirás, nhas o sangue innooente em meio de
aos Hetheos, e aos Amoreos, e aos Ca­ teu povo Israel: e aquelle sangue lhes
naneos, e aos Pherezeos, e aos Heve­ serà expiado. .
os, e aos Jebuseos, como te mandou 9 Assim tirarás o sangue innocente
Jchovah teu Deos. do meio de t i : pois faràs o que he
18 Para que vós náo ensinem a fazer recto em olhos de J ehovah.
eegundo todas suas abominações, que 10 Quando sahires à peleja contra
fizerão a seus Deoses, e pequeis con­ teus inimigos, e J ehovah teu Deos os
tra Jeh o v ah vosso Deos. der em tua mâo, e tu delles levares
19 Quando sitiares huma cidade por presos:
muitos dias, peleiando contra ella, 11 E tu entre os presos vires huma
para a tomar, náo destruirás seu arvo­ mulher formosa de parecer, e a cobi­
redo, pondo machado nelle; porque çares, e a tomares por mulher:
delle comerás: pelo que o náo corta­ 12 Entâo a trarás a tua casa: e ella
rás (pois o arvoredo do campo he num- rapará sua cát>eça, e cortará suas un­
úmento do homem) para que sirva por has.
trancmeira. diante ae tua face. 13 E de st tirará o vestido de sua
2Q Mas o arvoredo que souberes, que prisão, e se assentará em tua casa, e
nào he arvoredo de comer, destruirás chorará a seu pai e a sua mãi hum
e cortarás: e contra a cidade que mez inteiro: e depois entrarás e ella, e
guerrear contra ti7edificarás tranquei­ tu serás seu marido, e ella tuamulher.
ras, até que seja derribada. 14 E seráque, se te náo contentares
cVeüa, a deixarás ir. à sua<vontade;
mas vendendo a nâo venderás por di­
CAPITULO XXI. nheiro, nem com ella mercarás; pois
AUANDO na terra quele der J e h o - a tens affiigido.
VJ vah teu Deos para herdàla, se 15 Quando hum varâo tiver duas mu­
acnar algum matado, cahido no cam­ lheres, a huma amada, e a outra abor­
po, náo se sabendo quem o matou : recida ; e a amada, e a aborrecida lhe
2 Entào sahirâo teus Anciáos e teus parirem ülhos; e o filho primogénito
Juizes, emedirâo até às cidades, que for da aborrecida:
estiverem do redor do matado. 16 Serà que ao dia que fizer herdar
3 E na cidade mais chegada ao ma­ a seus filhos o que tiver, náo poderá
tado, os Anciaõs da mesma cidade to­ dar a primogenitura ao filho da ama­
marão huma bezerra das vacas, que da perante a face do filho da aborre­
it&o servio, e nâo tkixou a jugo. cida, que he o primogénito.
4 E os Anciãos d;aqueila cidade tra- 17 Mas ao filho da aborrecida co­
tío a bezerra a hum valle aspero, que nhecerá p o r primogénito, dando-lhe a
nunca foi lavrado nem semeado: e parte de dous de tudo auanto lhe for
ali naquelle valle degolarão a baeerra. achado: porquanto aquelle he o prin­
5 Entâo se achegarão os sacerdotes, cipio de sua força, o direito da primo­
filhos de Levi, (pois Je h o v ah teu Deos genitura seu he.
os escolheo para 0 serVir, e para aben­ 18 Quando alguem tiver filho contu­
çoar no nome de Jehovah ; e por seu maz e rebelde, que náo obedecer à
dito se determ inará toda dem anda e voz de seu pai e à voz de sua mãi:
toda ferida). e elles castigàndo-o, elle lhes não der
6 E todos os Anciáos da mesma ci­ ouvidos:
dade, mais chegados ao matado, lava­ 19 Entâo seu pai e sua mãi trava-

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20* DEÜTERONOMIO, XXII.

T&o delle, e o tirarão aos. Anci&os de 8 Quando edificares casa nova, farás
sua cidade, e à porta de seu lugar. hum rodeio em teu telhado, para. que
20 E dir&o aos Anciftos de sua cida­ n&o ponhas culpa de sangue em tua
de : este nosso filho he rebelde e con­ Casa, se alguem oahindo cahir delia.
tumaz, não dà ouvidos à nossa voz: 9 N&o semearás tua vinha de mes-
hum comilfto e beberão he. turas, para que se n&o profane o en­
21 Ent&o todos os varões de sua ci­ chimento da semente que semeares,
dade o apedrejarão com pedras, até e a novidade da vinha.
que moira; e tirarás o mal do meiode 10 Com o boi e com o asno junta-*
t i ; para que todo Israel o ouça, e tema. mente n&o lavrarás.
22 Quando tambem em alguem hou­ 11 Não te vestirás de mestnras de
ver peccado, digno do juizo da morte, 1&e linho juntamente.
e haja de morrer ; e o pendurares em 12 Franjas te porás nos quatro ca*
hum madeiro. boa de teu roupão, com que te cubri*
23 Seu corpo morto n&o anoitecerá rás.
no madeiro, antes enterrando o enter­ 13 Quando hum var&o tomar mulher,
rarás no mesmo d ia: porquanto o pen­ e entrando a ella a aborrecer:
durado he maldição para Deos: assim 14 E lhe poser achaques de cousas,
n&o contaminaras tua terra, que J eho­ e sobre ella divulgar má fama, dizen­
vah teu Deos te dà em herança. do: tomei esta mulher, e me cheguei
a, ella, porem n&o achei a virgindade
CAPITULO XXII. nella:
15 Ent&o o pai da moca e sua mãi
O boi ou gado miudo de teu ir- tomarão as virgindades da moca, e as
A mfto n&o verás errado, nem d e l­ tirar&o aos Anci&os da cidade a porta.
les te esconderás: tomanao os toma­ 16 E o pai da moça dirá aos An­
rás a teu irm&o. ci&os :. eu dei minha filha por mulher
2 E se teu irm&o n&o estiver perto a este homem ; porem elle a aborre-
de ti, ou tu o n&o conheceres; o re­ ceo.
colherás em tua caaa?para que fiquem 17 E eis que lhe pôs achaques de
comtigo, até que teu irm&o os busque, cousas, dizendo: n&o achei e virgin­
e tu lfros tomes. dade em tua filha: porem eis aqui as
3 Assim tambem farás cora seu asno, virgindades de minha filha; e esten­
e assim farás com seus vestidos; assim derão o lençol perante a face dos An­
farás tambem com toda cousa perdi­ ciãos da cidade.
da. que se perder de teu irm&o, e tu a 18 Ent&o os Anci&os da mesma ci­
acnáres; náo te poderás esconder. dade tomarão a aquelle homem, e o
4 Ao asno de teu irm&o ou a seu castigarão.
boi nâo verás cahido no caminho, e 19 E o condenarão em cem pesos de
d’elles te esconderás: levantando-os prata, e os dar&o ao pai da moça;
levantarás com elle. porquanto divulgou ma fama sobce
5 Hum trajo de homem n&o haverá huma virgem de Israel; e lhe será por
na mulher, e o homem n&o vestirá ves­ mulher: em todos seus dias n&o a po-
tido de mulher: porque qualquer que der4 despedir.
faz isto, abominaç&o he a J ehovah 20 Porem se este negocio for verda­
teu Deos. de, que a virgindade se n&o achou na
6 Quando encontrares algum ninho
de ave no caminho em alguma arvore, 2?^it& o tirar&o a moça à porta da
ou no ch&o, com passarinhos, ou ovos, casa de seu pai, e os varões de sua
e a mãi posta sobre os passarinhos, ou cidade a apedrejarão com pedras, até
sobre os ovos; n&o tomarás a mãi que morra; pois fez louquice em Is­
com os íilhos. rael, fornicando na casa de seu p a i:
7 Enviando enviarás a mãi, e os assim tirarás o mal do meio de ti.
filhos tomarás para t i ; para que bem 22 Quando hum var&o for achado,
te vá, e prolongues os dias. deitado com mulher, casada com ma-

D ig itize d by L j O O Q ie
DEUTERONOMIO, XXHI. 209

rido, ambos tambem morrerão, q va­ agua, a receber-vos no caminho, quan­


r&o que ae deitou com a mulher, e a do sahieis de Egypto; e porquanto
mulher : assim tirarás o mal de Israel. contra ti alugou a Bileam, filno de
23 Quando houver moça virgem, des­ Beor, de Pethor, de Mesopotamia,
posada com algum var&o; e hum va­ para te amaldiçoar.
râo a achar na cidade, e se deitar com 5 Porem J e h o v a h teu Deos n&o quis
e lla : ouvir a Bileam: antes J e h o v a h teu
24 Ent&o os ambos tirareis à porta Deos a maldição te tomou em ben­
d’aquella c idade, e os apedrejareis ção; porquanto J e h o v a h teu Deos te
com pedras, até que morrão: a moça, amava.
porquanto não gritou na ciaade, e o 6 Nào procurarás sua paz nem seu
var&o, porquanto aífligio a mulher de bem em todos teus dias para sempre.
seu proximo : assim tirarão o mal do 7 Nào abominarás ao Edumeo; pois
meio de ti. teu irmão h e : nem abominarás ao
25 E se algum varão no campo achar Egypcio; pois foste peregrino em sua
huma moça desposada, e o varão a for­ terra.
çar, e se deitar com ella; então mor­ 8 Os filhos que lhes nascerem na ter­
rerá só a var&o, que se deitou com ceira geração, cada qual delles entra­
ella: rá na congregação de J e h o v a h :
26 Porem à moça n&o farás nada: a 9 Quando o exercito sahir contra te­
moça n&o tem culpa de morte; porque us inimigos, te guardarás de toda cou­
como o var&o que se levanta contra sa ma.
seu proximo, e lhe tira a vida, assim 10 Quando entre ti houver alguem,
he este negocio. que por algum accidente de noite não
27 Pois a achou no campo; a moça estiver limpo, sahirá fora do exercito;
desposada gritou, e nào houve quem nâo entrará no meio do exercito.
a livrasse. 11 Porem serà que, declinando a tar­
28 Quando hum varão achar huma de, se lavará com agua; e em se pon­
moça vi/gera, que não for desposada, do o sol, entrará no meio do exerci to.
e travar aella, e se deitar com ella, e 12 Tambem terás hum lugar fora do
forem achados: exercito; e ali sahirás fora.
29 Entào o varão que se deitou com 13 E entre tuas armas terás huma
ella, ao pai da moça dará cincoenta estaca; e será que quando estiveres
pesos de prata: e porquanto a aífligio, assentado fora, então com ella cava­
lhe serà por mulher; não a poderá rás, e virando te cubrirás o que sahio
despedir em todos seus dias. de ti.
30 Nenhum varão tomará a mulher 14 Porquanto J e h o v a h teu Deos an­
de seu pai; nem descubrirâ a ourela da no meio de teu exercito, para-te
de seu pai. livrar, e entregar teus inimigos diante
de tua face : pelo que teu exercito se­
CAPITULO XXIII. rá santo: para que elle não veja cou­
sa escandalosa entre ti, e se torne
QU EBRADO de quebradura, e o após de ti.
O castrado não entrará na congre­ 15 Nâo entregarás o servo a seu se­
gação de J ehovah . nhor, que se acolher a ti de seu se­
2 Nenhum bastardo entrará na con­ nhor :
gregação de J ehovah : nem ainda sua 16 Comtigo ficará em meio de ti, no
decima geraç&o entrará na congrega­ lugar que escolher em alguma de tu­
ção de J ehovah . as portas, aonde lhe estiver bem: não
3 Nenhum Ammonita nem Moabita o oprimiras.
entrará na congregação de J ehovah : 17 Nâo haverá puta entre as filhas
nem ainda sua decima geração entra­ de Israel; nem haverá puto entre os
rá na congregaç&o de J ehovah eter­ filhos de Israel.
namente. 18 Nào trarás salario de puta nem
4 Porquanto n&o salúr&o com p&o e preço de c&o á basa de J e h o v a h teu

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210 DEUTERONOMIO. XXIV.
Deos por algum voto: porquanto tam­ náo farás peccar a terra, que J ehovah
bem estes ambos s&o abominação a teu Deos te dá por herança.
J ehovah teu Deos. 5 Quando algum varâo tomar mu­
19 A teu irm&o n&o darás à onzena, lher nova, nâo sahirá ao exercito, nem
nem a onzena de dinheiro, nem à on­ se lhe imporá alguma carga; por hum
zena de comida, nem á onzena de anno inteiro ficará livre em sua casa,
qualquer cousa, com que se dá à on­ e alegrará sua mulher, que tomou.
zena. 6 Ambas as môs se náo tomarão em
20 Ao estranho daràs à onzena, po­ penhor, ao menos não a mó de riba;
rem a teu irmào nâo darás à onzena: pois a alma se penhoraria.
para que J ehovah teu Deos te aben­ 7 Quando se achar alguem, que fur­
çoe em tudo no que poseres tua mâo, tar huma alma de seus irmãos dos filhos
na terra â qual vás a herdàla. de Israel, e com ella ganhar, e a ven­
21 Quando votares algum voto a J e­ der ; o tal ladrão morrerá, e tirará* o
hovah teu Deos, nâo dilatarás pagá- mal do meio de ti.
lo ; porque requerendo o requererá 8 Guarda-te na chaga da lepra, que
J ehovah teu Deos de ti, e haverá pec­ tenhas grande cuidaao de fazer con­
cado em ti. forme a tudo que te ensinarem os sa­
22 Porem abstendo te de votar, nâo cerdotes Levitas; como lhes tenho
haverá peccado em ti. mandado, terás cuidado de fazer.
23 O que sahio de tua boca, guarda­ 9 Lembra-te do que J ehovah teu
rás e o farás; como votaste a J ehovah Deos fez a Miriam no caminho, quan­
teu Deos offerta voluntaria, o que fal-do sahistes de Egypto.
laste com tua boca. 10 Quando emprestares alguma cou­
24 Quando entrares na vinha de teu sa a teu proximo, nâo entrarás em sua
proximo, conforme a teu desejo co­ casa, a penhorar seu penhor.
merás uvas até te fartares; porem as 11 Fora estarás; e o varâo a quem
nâo poras em teu vaso. emprestaste, te tirará fora o pennor.
25 Quando entrares na seara de teu 12 Porem se for homem pobre, te
proximo, com tua mâo arrancarás as nâo deitarás com seu penhor.
espigas ; porom nâo metterás a fouce 13 Em se pondo o sol, tomando-lhe
na seara ae teu proximo. tomarás o penhor; para que durma
em sua roupa, e te abençoe: e te será
CAPITULO XXIV. justiça diante de J ehovah teu Deos.
14 Náo oprimirás ao jornaleiro po­
UANDO hum varâo tomar mulher, bre e necessitado de teus irmãos, ou
Q e se casar com ella; será que, se de teus estrangeiros, que estâo em tua
náo achar graça em seus olhos, por­ terra, e em tuas portas.
quanto nella achou cousa torpe ; lhe 15 Em seu dia lhe darás seu jornal,
escreverá carta de desquite, e a dará e o sol se náo porá sobre isso; porquan­
em sua mão, e a despedirá de sua to pobre he, e sua alma se atém a isso :
casa. para que não clame contra ti a J eho­
2 Se pois sahindo de sua casa, for e vah, e peccado haja em ti.
se casar com outro varâo; 16 Os pais nâo morrerão pelos filhos*
3 E este ultimo varâo a aborrecer, e nem os filhos pelos pais: cada qual
lhe escrever carta de desquite, e a morrerá por seu peccado.
der em sua mâo, e a despedir de sua 17 Nâo torcerás o direito do estran­
casa; ou sete este ultimo varâo, que a geiro, c do orfâo: nem tomarás em
tomou para si por mulher, vier a mor­ penhor a roupa da viuva.
rer ; 18 Mas te lembrarás que foste servo
4 Entâo seu primeiro marido, que a em Egypto, e que J ehovah te livrou
despedio, nâo poderá tornara tomàla, d’ali; pelo que te mando que faças
para que seja sua mulher, depois que isto.
foi contaminada: pois he abominarão 19 Quando em teu campo segares
perante a face de J ehovah ; assim tua sega, e esqueceres huma gavela no

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DEÜTERONOMIO, XXV. 211
campo, n&o tomarás a tom ála; para o elle perante os olhos dos Anciãos, e
estrangeiro, para o orf&o, e para a ILe descalçará seu çapato do pe, e lne
viuva serà: para que J chovah teu De­ cuspirá em seu rosto, e protestará, e
os te abençoe em toda obra de tuas dirà: assim se farà ao varâo, que nâo
mâos. edificar a casa de seu irmâo.
20 Qnando sacudires tua oliveira, 10 E seu nome serà chamado em
nâo tornarás a tras de ti, a sacudir os Israel: a casa do descalçado do ça­
ram os: para o estrangeiro, para o or- pato.
fào, e para a viuva serà. 11 Quando pelejarem varòes hum
21 Quando vendimares tua vinha, contra o outro, e a mulher do hum
nâo a rebuscarás tras de ti: para o chegar para livrar a seu marido da
estrangeiro, para o orf&o, e para a viu­ mão do que o fere j e ella estender sua
va será. mâo, e travar de suas vergonhas.
22 E lembrar-te-has de que foste ser­ 12 Entáo lhe cortarás a mão: teu
vo em terra de Egypto: pelo que te olho não perdoará.
mando, que faças isto. 13 Em tua bolsa nâo teràs duas sor­
tes de peso, huma grande e huma pe­
CAPITULO XXV. quena.
14 Em tua casa não teràs duas sor­
UANDO houver contenda entre al- tes de Epha, huma grande e huma pe­
Q , guns, e vierem ao juizo, a ser jul­ quena.
gados ; ao justo jnstifícar&o, e ao in­15 Peso inteiro e justo teràs: Epha
justo condenarão. iuteira e justa teràs; para que teus
2 E serà que, se o injusto merecer dias se prolonguem na terra, que te
açoutes, o juiz o fará deitar, e o farà dará J ehovah teu Deos.
açoutar perante sua face, quanto bas­ 16 Porque abominação he a J eho­
tar por sna injustiça, por certa conta. vah teu Deos todo aquelle que faz isto,
3 Quarenta acoutes lhe farà dar, n&o todo aquelle que fizer injustiça.
m ais ; para que por ventura,se lhe fizer 17 Lembra-te do que te fez Amalek
dar mais açoutes que estes, teu irm&o no caminho, quando sahieis de Egyp­
nâo fique envilecídoperante teus olhos. to.
4 Nâo encabrestarás ao boi, quan­ 18 Como te sahio ao encontro no ca­
do trilhar. minho, e ferio entre ti na retaguarda
5 Qnando irmãos morarem juntos, e todos os fracos após t i : estando tu can­
algum delles morrer, e tiver nenhum sado e afFadigado; e não temeo a
filho; entâo a mulher do defuncto se Deos.
nâo casara com varâo estranho de fo­ 19 Será pois que, quando J ehovah
ra : seu cunhado entrará a ella, e a teu Deos te tiver dado repouso de to­
tomará por mulher, e fará-lhe o que dos teus inimigos ao redor, na terra
convem ao cunhado. que J ehovah teu Deos te dará por he­
6 E será que o primogênito que ella rança, para a possuir em herança, en­
parir, estara em nome de seu irmâo tão apagarás a memória de Amalek
defuncto; para que seu nome se nâo debaixo do ceo: não te esqueças.
apague em Israel.
7 Porem se o tal varâo náo quiser to­ CAPITULO XXVI.
mar sna cunhada; entâo sua cunhada
snbirâ à porta dos Anciãos, e dirà: SERA que, quando entrares na
meu cnnhado refusa despertar nome E terra que J ehovah teu Deos te
em Israel a seu irmâo; não quer fazer der por herança, e a possuíres por he*
o qne convem de fazer ao cunhado. rança, e nella nabitares:
8 Entâo os Anciãos de sua cidade o 2 Então tomarás das prímicias de
c hamarão, e com elle fallarâo: e se todos os frutos da terra, que trouxe­
elle ficar nisto, e disser: nâo quero res de tua terra, que te dà J ehovah
tomàla. teu Deos, e as porás em hum açafate :
9 Entâo sua cunhada se chegará a e irás ao lugar, que escolher J e h o v a h

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DEUTERONOMIO, XXVÜ.
teu Deos, para ali fazer habitar seu 14 I^ella n ã o c o m i em minha triste­
nome. z a , n e m d ’e l l a n a d a t i r e i para im-
3 E virás ao sacerdote, que houver m u n d ic ia . n e m d ’e lla d e i para algum
naquelles dias, e dir-lhe-nas: hoje de­ m o r t o : o D e d e c i á v o z d e J e h o v a h
claro perante J e h o v a h teu Deos, que meu Deos, c o n f o r m e a tu d o q u e me
entrei na terra, que J e h o v a h jurou a m a n d a s te , tenho f e ito .
nossos pais, de dar-nos. 15 Olha desda tua santa habitação
4 E o sacerdote tomará o açafate de desdo ceo; e abençoa a teu povo, a
tua mão, e o porá diante do altar de Israel, e á terra que nos déste, como
J ehovah teu Deos. juraste a nossos pais; terra que mana
5 Entâo portestarâs perante a face leite e mel.
de J ehovah teu Deos, e dirás: meu 16 Neste dia J e h o v a h teu Deos te
pai foi hum miserável Syro, e descen­ manda fazer estes estatutos e direitos:
deo a Egypto, e ali peregrinou com guarda-os pois, e os faze com todo teu
pouca gente ] porem ali creceo em coração; e com toda tua alma.
gente grande, poderosa, e muita. 17 Hoje fizeste dizer a J e h o v a h , que
6 Mas os Egypcios nos maltratàrão, te será por Deos, e que andarás em
e nos aíHigirão; e sobre nos puserão seus caminhos, e guardarás seus esta-
huma dura servidão. tutos, e seus mandamentos, e seus di­
7 Entâo clamámos a J ehovah Deos reitos, e daras ouvidos á sua voz.
de nossos pais; e J ehovah ouvio nos­ 18 E J e h o v a h hoje te fez dizer, que
sa voz, e attentou para nossa miséria, lhe serás por povo proprio, como te
e para nosso trabalho, e para nossa tem dito, e que guaraarás todos seus
oppressâo. mandamentos.
8 E J ehovah nos tirou de Egypto 19 Para assim te pôr alto sobre todas
com mão forte, e com braço estendi­ as gentes que fez, para louvor, e para
do, e com grande espanto, e com si- fama, e para gloria, e para que sejas
naes, e com milagres. povo santo a J e h o v a h teu Deos» oo­
9 E nos trouxe a este lugar, e nos mo tem dito.
deu esta terra, terra que mana leite e
mel. CAPITULO XXVÜ.
10 E eis que agora eu trouxe as pri­
micias dos frutos da terra, que tu ô MANDOU Moyses juntamente
J ehovah me déste; então as porás E com os Anciãos ao povo de Is­
perante a face de J ehovah teu Deos, rael, dizendo: guardai todos estes
e te inclinarás perante a face de J e ­ mandamentos, que hoie vos mando.
hovah teu Deos. 2 Serà pois que, no dia em que pas­
11 E te alegrarás por todo 0 bem, sares o Jordão á terra, que te der J e ­
que J ehovah teu Deos te tem dado a h o v a h teu Deos, te levantarás pedras
ti, e a tua casa, tu e o Levita, e o es­ grandes, e as caiarás com cal.
trangeiro, que está em meio de ti. 3 E havendo o passado, escreverás
12 Quando acabares de dizimar to­ nellas todas as palavras desta le i;
dos os dizimos de tua novidade no para entrar na terra, que te der J e ­
anno terceiro, que he o anno dos dizi­ h o v a h teu Deos: terra que mana lei­
mos, então darás ao Levita, ao es­ te e m el; como te disse J e h o v a h o
trangeiro, ao orfào, e á viuva, que Deos de teus pais.
comão em tuas portas, e se fartem. 4 Será pois que, quando houveres
13 E dirás perante a face de J eho­ passado o Joraâo, levantareis estas
vah teu Deos: tirei a santidade da pedras, que hoje vos mando, no monte
casa, e tambem a dei ao Levita, e a ue Ebal, e as caiarás com cal.
o estrangeiro, ao orfâo, e â viuva, con­ 5 E ali edificarás hum altar a Je­
forme a todos teus mandamentos, que h o v a h teu Deos, hum altar de pedras;
me tens mandado: nada traspassei não alçarás ferro sobre ellas.
de teus mandamentos, nem delles me 6 De pedras inteiras edificarás o al­
esqueci. tar de J ehovah teu Deps: e sobre

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DEUTERONOMIO, XXVIII. 213

elle offerecerâs holocaustos a J eho­ filha de sua mãi; e todo o povo dirá;
vah teu Deos. Amen.
7 Tambem sacrificarás offertas gra­ 23 Maldito aquelle, que se deitar
tificas, e ali comerás perante a face com sua sogra; e todo o povo dirá;
d e J e h o v a h teu Deos, e te alegra* Amen.
rás. 24 Maldito aquelle, que ferir a seu
8 E nestas pedras escreverás todas roximo em oculto; e todo o povo
as palavras desta lei, bem expressas. irá ; Amen.
9 Fallou mais Moyses, juntamente 25 Maldito aquelle, que tomar peita
com os sacerdotes LeviUcos a todo para ferir a alguma alma, o sangue do
Israel, dizendo: escuta e houve, ó Is­ mnocente j e todo o povo dirá; Amen.
rael ! neste dia vieste a ser por povo 26 Maldito aquelle, que não con­
a J ehovah teu Deos. firmar as palavras desta lei, fazendo-
10 Portanto obedecerás á voz de Je­ as; e todo o povo dirá; Amen.
h o v a h teu Deos; e farás seus man­
damentos e seus estatutos, que hoje CAPITULO XXVIII.
te mando.
11 E mandou Moyses naquelle dia SERA que, se ouvindo ouvires a
ao povo, dizendo:
12 Quando houverdes passado o Jor­
E voz de J e h o v a h teu Deos, tendo
cuidado de guardar todos seus man­
d&o, estes estarão sobre o monte de damentos, que eu te mando hoje; J e ­
Gerizim, para abençoar ao povo : Si­ h o v a h teu Deos te porá alto sobre
meon, e Levi, e Judá, e Issaschar, e todas as gentes da terra.
Joeepn, e Benjamin. 2 E todas estas benções virão sobre
13 £ estes estarão para amaldiçoar ti, e te alcançarão, quando ouvires a
sobre o monte de E bal: Ruoen, Gad, voz de J e h o v a h teu Deos:
e Aser, e Zebulon, Dan e Naphtali. 3 Bemdito serás tu na cidade, e bem-
14 E os Levitas protestarão a todo dilo no campo.
varão de Israel em alta voz, e dirão. 4 Bemdito o fruto de teu ventre, e o
15 Maldito o varão, que fizer alguma fruto de tua terra, e o fruto de teus
imagem de vulto, ou de fundição, animaes: e a criação de tuas vacas, e
abominação a J e h o v a h , obra d e mão os rebannos de teu gado miudo.
do artifice, e a poser em oculto: e to­ 5 Bemdito teu açafate, e tua arca de
do o povo responderá, e dirá; Amen. pão.
16 Maldito aquelle, que desprezar a 6 Bemdito serás em teu entrar, e
seu pai, ou a sua mãi: e todo o povo bemdito em teu sahir.
dirá; Amen. 7 J e h o v a h entregará teus inimigos,
17 Maldito aquelle, que arrancar o ue se levantarem contra ti, ferido»
termo de seu proximo; e lodo o povo iante de tua face: por hum caminho
dirá; Amen. sahirâo a ti, mas por sete caminhos
18 Maldito aquelle, que fizer errar fugirão diante de tua face.
io cego no caminho; e todo o povo 8 J e h o v a h mandará a benção, que
dirá; Amen. esteja comtigo em teus celeiros, e em
19 Maldito aquelle, que perverter o tudo, no que poseres tua mâo: e te
direito do estrangeiro, do orfão, e da abençoará na terra, que te der J e h o ­
viuva; e todo o povo airá; Amen. v a h teu Deos.
20 Maldito aquelle, que se deitar 9 J e h o v a h te confirmará para si por
com a mulher ae seu pai, porquanto povo santo, como te tem jurado;
descubrio a ourela de seu pai; e todo uando guardares os mandamentos
o povo d irá; Amen. e J e h o v a h teu Deos, e andares em
21 Maldito aquelle, que se deitar seus caminhos.
com algum animal; e todo o povo 10 E todos os povos da terra verâo
dirá; Amen. que o nome de J e h o v a h he chamado
22 Maldito aquelle, que se deitar sobre ti, e terão temor de ti.
com sua irmã, filha de seu pai, ou 11 E J e h o v a h te fará abundar em

D ig itize d by L j O O Q le
214 DEÜTERONOMIO, XXVHI.

bem no fruto de teu ventre, e no 24 J e h o v a h dará pó e póeiro por


fruto de teus animaes, e no fruto de chuva de tua terra: dos ceos descen­
tua terra, sobre a terra que J ehovah derá sobre ti, até que pereças.
jurou a teus pais de dar te. 25 J e h o v a h te aará fendo diante
12 J ehovah te abrirá seu bom the- da face de teus inimigos; por hum
souro, ao ceo, para dar chuva a tua caminho sahirás a elles, e por sete
terra em seu tempo, e para abençoar caminhos fugirás diante de sua face:
Ioda a obra de tuas m&os; e empres­ e perturbado serás de todos os reinos
tarás a muitas gentes ; porem tu nâo da terra.
tomarás emprestado. 26 E teu corpo morto será por co­
13 E J ehovah te porá por cabeça, mida a todas as aves dos ceos, e aos
e nâo por rabo : e somente estarás de animaes da terra: e ninguém os es­
cima, e nâo deoaixo: quando obede­ pantará.
ceres aos mandamentos de J ehovah 27 J e h o v a h te ferirá com as chagas
teu Deos, que hoje te mando, para os de Egypto, com almorreimas, e com
guardar, e fazer: sarna, e com coceira, de que nâo pos­
14 E te nâo desviarás de todas as sas ser curado.
palavras, que hoje te mando, nem á 28 J e h o v a h te ferirá com desatino,
mâo direita, nem à esquerda, para e com cegueira, e com pasmo de co­
andar após outros Deoses, e os servir. ração.
15 Será porem que, se nâo deres ou­ 29 E apalparás ao meio dia, como
vidos à voz de J ehovah teu Deos, pa­ o cego apalpa na escuridade, e nâo
ra nâo ter cuidado de fazer todos seus prosperarás teus caminhos rporem so­
mandamentos, e seus estatutos, que mente serás oprimido e roubado todos
hoie te mando; entâo sobre ti virâo os dias, e não haverá livrador.
todas estas maldições, e te alcança* 30 Com mulher te desposarás, porem
râo: outro varâo dormira com ella: edifi­
16 Maldito serás tu na cidade, e carás casa, porem não morarás nella:
maldito no campo. plantarás vinha, porem nâo a profa­
* 17 Maldito teu açafate, e tua arca narás.
de pâo. 31 Teu boi será matado perante te­
18 Maldito o fruto de teu ventre, e us olhos, porem delle nâo comerás:
o fruto de tua terra: a criação de teu asno será roubado diante de tua
tuas vacas, e os rebannos de teu gado face, e nâo tomará a t i : teu gádo miu­
miudo. do será dado a teus inimigos, e nâo
19 Maldito serás em teu entrar, e haverá livrador para ti.
maldito em teu sahir. 32 Teus íilhos e tuas filhas serâo da­
20 J ehovah m andará entre ti a m al­ dos a outro povo, teus olhos o verão,
dição, a turbação e a perdição, em e após elles desfalecerão todo o d ia ;
tuào no que poseres tua mâo pafa porem nâo haverá poder em tua mâo.
fazer; até que sejas destruido, e até 33 O fruto de tua terra e todo teu
que repentinam ente pereças, por cau­ trabalho comerá hum povo, que nunc a
sa da maldade de tuas obras, com que conheceste: e tu somente serás opri­
me deixaste. mido e quebrantado todos os dias.
21 J ehovah te fará pegar a pesti­ 34 E aesatinado andarás pelo que
lencia, até que te consuma da terra a verás com tens olhos.
que passas a herdar. 35 J e h o v a h te ferirá com chagas
22 J ehovah te ferirá com etegui- roins nos juelhos, e nas pernas, de que
dade, e com febre, e com quentura, e não possas ser curado, desd’a planta
com ardor, e com secura, e com prui- de teu pé, até a tua moleira.
doj e com tericia; e te perseguirão 36 J e h o v a h te levará a ti e a teu
ate que pereças. Rei, que tiveres posto sobre ti, à
23 E teus ceos que estâo sobre tua gente que nâo conheceste tu nem te­
cabeca, serâo de metal; e a terra que us pais; e ali servirás a outros Deo-
está aeWxo de ti, será de ferro, ses, a pâo e pedra.

D ig itize d by L j O O Q ie
DEUTERONOMIO, XXVIII. 215
37 E serás por pasmo, por ditado, o mosto, nem azeite, criação de tuas va­
fabula entre todos os povos, a que cas, nem rebanhos de teu gado miudo;
ovah te levará. até que te tenha consumido.
38 Tirarás moita semente ao cam­ 52 E té angustiará em todas tuas
po, porem colherás pouco, porque o portas, até que venhâo a cahir teus al­
gafanhoto a consumirá. tos e fortes muros, em que te confia­
39 Plantarás vinhas, e cultivarás: vas em toda tua terra; e te angustia­
porem nâo beberás vinho, nem colhe­ rá até em todas tuas portas, em toda
rás alguma cousa; porque o bicho o co­ tua terra, que te tem dado J e h o v a h
merá. teu Deos.
40 Em todos teus termos terás oli­ 53 E comerás o fruto de teu ventre,
veiras: porem te n&o ungirás com a came de teus filhos, e de tuas filhas,
azeite; porque a azeitona cahirá de que te der J e h o v a h teu Deos, no cer­
toa oliveira. co, e no aperto, com que teus inimi­
41 Filhos e filhas gerarás; porem gos te apertar&o.
n&o serâo para ti; porque ir&o em 54 Quanto ao varâo mimoso entre
cativeiro. ti, e mui delicioso: seu olho sera
42 A todo teu arvoredo, e ao fruto malino contra seu irmâo, e contra a
de tua terra consumirá a lagarta. mulher de seu regaço, e contra os de
43 O estrangeiro, que está em meio mais de seus filhos, que ainda lhe
de ti, mui alto suDirá sobre t i ; e tu ficarem:
mui baixo descenderás. 55 Para a algum d’elles nâo dar da
44 Elle emprestará a ti; porem tu came de seus filhos, que elle comer;
lhe náo emprestarás: elle será por ca­ porquanto d’ella nada guardou para
beça, e tu serás por .rabo. si, no cerco, e no aperto, com que teu
45 E todas estas maldições virfto so­ inimigo te apertará em todas tuas
bre ti, e te perseguirão, e te alcança- portas.
jú oy até que sejas destruído: por quan­ 56 E quanto à mimosa e deliciosa
to nâo haverás dado ouvidos á voz de entre ti, que de mimo e delicadeza
J e h o v a h teu Deos, para guardar seus nunca provou pôr a planta de seu p£
mandamentos e seus estatutos, que sobre a terra; seu olho será malino
tem mandado. contra o varâo de seu regaço, e contra
46 E serâo entre ti por sinal, e por seu filho, e contra sua filha.
maravilha; como tambem entre tua 57 E isto por suas pàreaft, que sahi-
semente para sempre. rem d’entre seus pés, e por seus filhos,
4 7 P o r quanto nâo haverás servido a ue parir; porque os comerá às escon-
J e h o v a h teu Deos com alegria e bon­ id&s pela mingoa de tudo, no cerco,
d a d e de coração, pela abundancia de e no aperto, com que teu inimigo te
tu d o . apertará em tuas portas.
48 A ssim a teus inimigos, que J eho - 58 Se nâo tiveres cuidado de guardar
v a h m and ar entre ti, servirás com todas as palavras d’esta lei, que estâo
fome, e com sede, e com nueza, e com escritas neste livro, para tamer e este
m ingoa d e tu d o : e sobre teu pescoço glorioso e terrível nome, a J e h o v a h
porá. jugo de ferro, ate que te tenha teu Deos:
destraiao. 59 J e h o v a h tuas plagas, e as plagas
4 9 J k h o v a h c o n tr a t i l e v a n t a r á g e n ­ de tua semente fará maravilhosas;
t e d e lo n g e , d o fim d a te r r a , q u e v o a grandes e certas plagas, e más e cer­
c o m o a g u i a ; g e n t e c u j a lin g o a n â o tas enfermidades serâo.
e n te n d e r á s . 60 E farà tomar sobre ti todos os
50 Gente feroz de rosto, que n&o at­ males de Egypto, de que tu tiveste
tentarà para o rosto do velho, nem se temor: e se apegarão a ti.
apiadarà do moço. 61 Tambem J e h o v a h faràr vir sobre
5 1 E comerá o fruto de teus ani» ti toda enfermidade e toda plaga, que
mães, e o fruto de tua terra, até que n&o està escrita no livro d’está íei,
pejas destruído; e te nâo deixará giào, até que sejas destruído,

D ig itize d by L j O O Q le
216 DEÜTERONOMIO, XXIX.
62 E ficareis poucos varões, em lu- para ver, nem ouvidos para ouvir, até
ar de haver sido como as estrellas ao dia de hoje.
S o ceo em multidão: porquanto nâo 5 E quarenta annos vos fiz, andar
déste ouvidos à voz de J ehovah teu pelo deserto: vossos vestidos em vôs
Deos. se nâo envelhecérâo; e teu çapato
63 E serà que, como J ehovah se em teu pé se nâo envelheoeo.
gozava de vós, bem vos fazendo, e vos 6 Pâo nâo comestes, e vinho e cidra
multiplicando; assim J ehovah se go­ nâo bebestes: para que soubesseis,
zará de vós, destruindo-vos, e consu­ que eu sou J ehovah vosso Deos.
mindo-vos : e desarreigado» sereis da 7 Vindo-vos pois a este lugar, Sihon
terra, â qual tu passas para herdála. rei de Hesbon, e Og rei de Basan sa-
64 E Jeh o v ah vos espalhará ontre hio-nos ao encontro, á peleja; e nos-
todos os povos, desdo hum cabo da outros os ferimos.
terra até outro: e ali servirás a ou­ 8 E tomámos sua terra, e a démos
tros Deoses, que nâo conheceste tu por herança aos Rubenitas, e aos
nem teus pais, a pao e pedra. Gaditas, e a meia tribu dos Manas-
65 E n e m a i n d a e n t r e a s m e s m a s sitas.
g e n t e s d e s c a n s a r á s , n e m a p l a n t a de 9 Guardai pois as palavras deste
t e u p é t e r á r e p o u s o : p o r q u a n to J e h o - concerto, e fazei-as, para que acerteis
v a h a li t e d a r á c o r a ç ã o t r e m e n t e , d e em tudo quanto fizerdes.
e s f a le c im e n to d e o lh o s, e d e s m a io d e 10 Vósoutros todos estais hoje pe»
a lm a . rante a face de J ehovah vosso Deos;
66 E tua yida estará pendurada em as Cabeças de vossas tribus^ vossos
fronte de t i: e estremecerás de»noite Anciãos, e vossos Officiaes, todo varâo
e de dia, e nâo estarás seguro de tua de Israel.
vida. 11 Vossos meninos, vossas mulheres,
67 Pela manhã dirás: ah se já an- e teu estrangeiro, que está em meio
oitecéra! e a tarde dirás: ah se ja ama- de teu arraial; desde teu lenheiro
nhecéra! pelo pasmo de teu-coraçâo, até teu agoadeiro.
«om que pasmarás, e pelo que verás 12 Para passar ao concerto de J e ­
com teus olhos. hovah teu Deos, e a seu juramento,
68 E J ehovah te fará tornar a Egyp­ que J ehovah teu Deos hoje faz com-
to em navios, pelo caminho, de que tigo.
te tenho dito; nunca ja mais o verás; 13 Para que hoje te confirme a sipor
e ali querereis vender-vos por servos povo, e elle te seja .por Deos, como te
e por servas a vossos inimigos; mas tem dito: e como íurou a teus paia
nâo haverá comprador. Abraham, Isaac, e Jacob.
14 E nâo somente com vosco faço
CAPITULO XXIX. este concerto, e este juramento:
15 Senão com aquelle, que hoje està
STAS são as palavras do concerto, aqui com nosco perante a face de J e ­
E que J ehovah mandou fazer a hovah nosso Deo^ e com aquelle, que
Moyses na terra de Moab com os hoje nâo está aqui com nosco.
íilhos de Israel, de mais do concerto 16 Porque vósoutros sabeis, como ha­
que fizéra com elles em Horeb. bitámos na terra de Egypto: e como
2 E chamou Moyses a todo Israel, e sámos pelo meio das gentes, pe-
disse-lhes: tendes visto tudo quanto C quaes passastes.
J ehovah fez na terra de Egypto pe­ 17 E vistes suas abominações, e seus
rante vossos olhos, a Pharaó, e a to­ Deoses de esterco, pâo e pedra, prata
dos seus servos, e a toda sua terra: e ouro, que havia entre elles.
3 As grandes provas que teus olhos 18 Para que entre vósoutros nâo haja
tem visto; aquelles sinaes e grandes varâo, ou mulher, ou familia, ou tribu,
maravilhas. que hoje desvie seu ooração de J e h o­
4 Porem J ehovah vos não tem da­ v ah nosso Deos, para-ir-se a servir a
do ooração para entender, nem olhos os Deoses destas gentas; paia que

D ig itize d by L j O O Q ie
DÉÜTÊRONOMIO, XXX. 217
entre vós não haja raiz que dô fel e todo sempre, para fazer todas as pala­
alosna. vras desta lei.
19 E aconteça que, ouvindo as pala­
vras desta maldição se abençoe em
seu coração, dizendo; terei paz, ainda CAPITULO XXX.
que ande conforme ao bom pareceT de SERA que, sobrevindo-te todas es­
meu coração; para acrecentar a bêba­
da a sedenta.
E tas cousas, abamção ou a maldi­
ção, que tenho proposto a t i ; tornarás
20 Jk h o v a h lhe não quererá perdo­ a teu coração entre todas as gentes,
ar ; m as entâo fumegará a ira de J e ­ ás quaes te empuxar J e h o v a h teu
hovah e seu zelo sobre o tal varão, e Deos.
todo a màldicâo escrita neste livro ja­ 2 E te converterás a J e h o v a h teu
zerá sobre e lle : e Jehovah apagará Deos, e darás ouvidos a sua voz, con­
seu nom e de deoaixo do ceo. forme a tudo que eu te mando hoje,
21 E J ehovah o separará para mal tu e teus filhos, com todo teu coração,
de todas as tríbus de ísrael: conforme e com todá tua alma.
a todas as maldições do concerto, es­ 3 E J e h o v a h teu Deos tomará a tra­
crito no livro desta lei. zer teu cativeiro, e se apiadarà de ti;
22 Então dirá a geração vindoura, e tomará a ajuntar-te de todas as gen­
vossos filhos, que se levantarem de­ tes, entre as quaes te espalhou J e h o ­
pois de voeoutros, e o estranho que vi­ v a h teu Deos.
rá de longas terras; vendo as plagas 4 Ainda que teus empuxados estive-
desta terra, e suas enfermidades, com rão no cabo do ceo: desd^li te ajun­
que J ehovah a fez enfermar: tará J e h o v a h teu Deos, e te tomará
23 E toda sua terra abrasada com d*ali.
enxofre e sal, que não será semeada, 5 E J e h o v a h teu Deos te trará á
e nada produzirá, nem rielle crecerá terra, que teus pais possuirão em he­
alguma, erva: como a destruição de rança, e a possuirás em herança; e te
Sodoma e Gomorra, de Adama e Ze- fará bem, e te multiplicará mais que
boim, que J ehovah destruhio em sua a teus pais.
ira e em seu furor. 6 E J e h o v a h teu Deos circuncidirà
24 E todas as gentes dirão : porque teu coração, e o coração de tua se­
J ehovah fez assim com esta terra ? mente ; para amar a J e h o v a h teu De­
anal foi o incêndio deste tão grande os com todo teu coração, e com toda
furor ! tua alma, para que vivas.
25 Então se dirá: porquanto dèixá- 7 E J e h o v a h teu Deos porá todas
rão o concerto de J ehovah o Deos de estas maldições sobre teus inimigos,
seus pais, que com elles tinha feito, e sobre teus aborrecedores, que te per­
quanao os tirou de Egypto; seguirão.
26 E elles forão-se; e servirão a ou­ 8 Converter-te-has pois, e darás ou­
tros Deoses, e seinchnárão diante del­ vidos à voz de J e h o v a h ; e farás todos
les; Deoses que os não conhecérâo, e seus mandamentos, que hoje te mando.
dos quaes nenhum lhes tinha dado al­ 9 E J e h o v a h teu Deos te fará abun­
guma cousa. dar em toda obra de tuas mãos, no
27 Pelo que a ira de J ehovah se fruto de teu ventre, e no fruto de teus
accendeo contra esta tenra, para tra­ animaes, e no fruto de tua terra para
zer sobre ella toda a maldição, que bem : porquanto J e h o v a h tomará a
está escritá neste livro. alegrar se de ti para bem, como se al­
28 E J ehovah os tirou de sua ter­ egrou de teus pais:
ra cem ira, e com indignação, e com 10 Quando deres ouvidos à voz de
grande furor, e os lançou em outra J e h o v a h teu Deos, guardando seus
te rra; como parece neste dia. mandamentos, e seus estatutos, escri­
29 As cousas encobertas são para tos neste livro da le i: quando te con­
J ehovah nosso Deos; porem as reve­ verteres a J e h o v a h teu Deos com to­
ladas são para nos e nossos filhos para do teu coração, e com toda tua alma.
10

D ig itize d by L j O O Q ie
218 DEÜTERONOMIO, XXXI.
11 Porque este mesmo mandamento, de tua face, elle destruirá estas gentes
que hoje te mando, te náo he enco­ diante de tua face, para que as possuas
berto, e tão pouco està longe. em herança: Josua passará diante de
12 Nào està nos ceos, para dizer: tua face, como J e h o v a h tem dito.
quem subirá por nòs aos ceosj para 4 E J e h o v a h lhes fará, como fez a
que nolo traga, e nôlo faça ouvir, pa­ Sihon e a Og, reis dos Amoreos, e a
ra que o façamos ? sua terra, aos quaes destruhio.
13 Nem tam pouco està d’alem do 5 Quando pois J e h o v a h o s der dian­
mar, para dizer: quem passará por nós te de vossa lace; então com elles fa­
d’alem do mar, para que nôlo traga, e reis conforme a todo mandamento,
nòlo faça ouvir, para que o façamos ? que vos tenho mandado.
14 Porque esta palavra està mui per­ 6 Esforçai-vos, e animai-vos, nâo te­
to de ti, em tua boca, e em teu cora­ mais, nem vos espanteis perante sua
ção, para o fazeres. face: porque J e h o v a h teu Deos he o
15 Ves aqui, hoje te tenho proposto que vai comtigo) não te deixará, nem
a vida e o bem ; e a morte e o m a l : te desamparará.
16 Porquanto te mando hoje, para 7 E chamou Moyses a Josua, e lhe
amar a J e h o v a h teu Deos, andar em disse perante os olhos de todo Israel:
seus caminhos, e guardar seus manda­ esforça-te e anima-te; porque com es­
mentos, e seus estatutos, e seus direi­ te povo entrarás na terra, que J e h o ­
tos, para que vivas, e te multipliques, v a h jurou a seus pais de lhes d ar; e
e J e h o v a h teu Deos te abençoe na tu os farás herdàla.
terra, â qual entras a herdàla. 8 J e h o v a h pois he aquelle, que vai
17 Porem se teu coração se desviar, diante de tua face, elle serà comtigo,
e não quiseres dar ouvidos; e fores não te deixará, nem te desamparará;
empuxado, para te inclinar a outros não temas, nem te espantes.
Deoses, e os servir: 9 E Moyses escreveo esta lei, e a
18 Então eu vos denuncio hoje, que deu aos sacerdotes, íilhos de Levi, que
perecendo perecereis : não prolonga­ levavâo a Arca do concerto de J e h o ­
reis os dias na terra, a que vàs passan­ v a h , e a todos os Anciãos de Israel.
do o Jordão, para que entrando nella 10 E mandou-lhes Moyses, dizendo:
a possuas em herança. ao fim de sete annos, no tempo deter­
19 Os ceos e a terra hoje tomo por minado do anno da remissão na festa
testemunhas contra vós,que te tenho das Cabanas:
proposto a vida e a morte, a benção e 11 Quando todo Israel vier a compa­
a maldição: escolhe pois a vida, para recer perante a face de J e h o v a h teu
que vivas, tu e tua semente. Deos, no lugar que escolher, apregoa­
20 Amando a J e h o v a h teu Deos, rás esta lei a todo Israel em seus ou­
dando ouvidos á sua voz, e te ache­ vidos :
gando a elle: pois elle he tua vida e a 12 Ajunta o povo, varões e mulhe­
longura de teus dias; para que fiques res, e meninos, e teus estrangeiros,
na terra, que J e h o v a h jurou, a teus que estâo dentro de tua6 portas; para
pais, Abraham, Isaac, e Jacob, lhes que ouçâo, e aprendão e temâo a J e ­
daria. h o v a h vosso Deos, e tenhão cuidado
de fazer todas as palavras desta lei.
CAPITULO XXXI. 13 E que seus filhos, que a não sou-
bérâo, o ouçâo, e aprendão a temer
EPOIS foi Moyses, e fallou estas J e h o v a h vosso Deos, todos os dias que.
D palavras a todo Israel.
2 E disse-lhes: de idade de cento e
viverdes sobre a terra, à qual ides pas­
sando o Jordão, a herdàla.
vinte annos eu sou hoje: ja mais não 14 E disse J e h o v a h a Moyses: ek
poderei sahir e entrar; alem disto J e ­ que teus dias são chegados, para que
h o v a h me disse: nào passarás o Jor­ morras: chama a Josua, e ponde*vos na
dão. Tenda do ajuntamento, para que ou lhe
3 Jeh o v ah teu Deos passará diante dè mandamentos; assim foi Moyses

D ig itize d by L j O O Q ie
DEUTERONOMIO, XXXII. 219
e Josua, e se poserâo na Tenda do 25 Mandou Moyses aos Levitas, que
ajuntamento. levavâo a Arca do concerto de J e h o ­
15 Entâo J e h o v a h appareceo na Ten­ v a h , dizendo:
da, n a columna da nuvem; e a colum­ 26 Tomai este livro da lei, e o ponde
na d a nuvem estava sobre a porta da ao lado da Arca do concerto de J e h o ­
Tenda. v a h vosso Deos, para que ali esteja
16 £ disse J e h o v a h a Moyses : eis por testemunha contra ti.
que dormirás com teus pais: e este 27 Porque conheço tua rebelliâo, e
povo ae levantará, e fomicarà após os teu duro pescoço: eis que vivendo eu
Deoses dos estranhos da terra, à qual ainda hoje com vosco, rebeldes fostes
vai em meio delia, e me deixará, e contra J e h o v a h ; quanto mais depois
anulará meu concerto, que tenho feito de minha morte.
com elle. 28 Ajuntai a mim todos os Anciãos
17 Assim minha ira naquelle dia se de vossas tríbus, e vossos Officiaes, e
accenderà contra elle, e desampara- em seus ouvidos fallarei estas pala­
lo-hei, e esconderei minha face delles, vras, e contra elles por testemunhas
paia que sejâo devorados; e tantos tomarei os ceo6 e a terra.
males e angustias o alcançarão, que 29 Porque eu sei, que depois de mi­
dirá naquelle dia: nào me alcançarão nha morte corrompendo-vos corrom­
estes males, porquanto meu Deos nào pereis, e vos desviareis do caminho
está em meio de mim ? que vos mandei: entâo este mal vos
18 Escondendo pois esconderei mi­ alcançará nos últimos dias. quando
nha Cace naquelle dia. por todo o mal fizerdes mal nos olhos de J e h o v a h ,
que tiver feito, por se naver tornado a para o provocar a ira com a obra de
outros Deoses. vossas mâos.
19 Âgora pois, vos escrevei esta can- 30 Entâo Moyses fallou as palavras
çâo, e a ensinai aos íilhos de Israel: desta cançào aos ouvidos de toda a
pondo a em sua boca; para que esta congregação de Israel, até se acaba-
cançáo me seja por testemunha contra
os rnhos de Israel.
20 Porque o metterei na terra, que CAPITULO XXXII.
jurei a seus paia que mana leite e
mel; ecomerá,e lartar-se-ha, e engor- NCLINAI os ouvidos, ò ceos, e fal­
dar-se-h a : entâo se tornará a outros
Deoses, e os servirá, e irritar-me-hâo,
I larei : e a terra ouça os ditos de
minha boca.
e anularão, meu concerto. 2 Minha doutrina goteje como a chu­
21 E serà que, quando o alcançarem va, meu dito destile como o orvalho :
muitos males e angustias, entâo esta como chovisco sobre a grama, e como
canção responderá em sua cara por gotas sobre a erva.
testemunha, pois nào serà esquecida 3 Porque apregoarei o nome de Jç«
da boca de sua semente; porquanto HOVAH : dai grandeza a nosso Deos.
conheçe sua imaginação, que faz hoie, 4 Elle he a penha, cuja obra he perr
antes que o metta na terra, que tenho feita, porque todos seus caminhos juízo
jurado. sâo: Deos he verdade, e nào injusti­
22 Assim Moyses eacreveó esta can- ça ; justo e recto he.
câo naquelle dia, e a ensinou aos filhos 5 Corrompeo se contra elle, seus
de Israel. filhos elles nào sào, sua mancha he
23 E mandou a Josua filho de Nun, delles: geração perversa e torcida he.
e disse: esforçaste, e anima-te; por­ 6 Isto recompensais a J e h o v a h , po­
que tu raetterás os filhos de Israei na vo louco e ignorante ? nào he Elle teu
terra qqe }bes jurei; e eu serei corçi- pai, que te aoquirio, que te fez, e te
tigo. confirmou í.
24 E aoonteoeo que, acabando Moy* 7 Lembra-te dos dias da antiguidade,
pes «lê escrever as palavras desta lei attentai para os annos de oada gsra«
ttt hum livro; até a* todo ai acabar, çào: psrgwttf* a m pai, e ©Ue t'o no*

D ig itize d by L j O O Q ie
220 DEÜTERONOMIO, XXXII.
tificarà, a teus velhos, e elles t’o di­ os provocarei a zelos com os qtle náo
rão. sâo povo; com gente louca os desper­
8 Quando o altíssimo distribuía as tarei â irâ.
heranças a as gentes, quando dividia 22 Porque fogo se encendeo em mi­
os filhos de Adam huns dos outros; os nha ira, e arderá até o mais profundo
termos dos povos tem posto conforme do inferno, e consumirá a terra com
ao numero dos filhos de Israel. 6ua novidade, e abrasará os fundamen­
9 Porque a porçáo de J e h o v a h he tos dos montes.
seu povo ; Jacob he o cordel de sua 23 Males amontoarei sobre elles;
herança. minhas setas consumirei nelles.
10 Achou-o na terra do deserto, e em 24 Mirrados serâo de fome, comidos
hum ermo solitário de gritos; o trouxe de cabrunco e de peste amarga: e
ao redor, instruhio-o, guardou o como entre elles enviarei dentes de aúima-
a menina de seu olho. es, com ardente peçonha de serpentes
11 Como a aguia desperta seu ninho, do po.
se move sobre seus pintâos, estendè 25 De fora roubará a espada, e das
suas asas, toma-os, e os leva sobre recamaras o espanto: até o mancebo,
suas asas: até a donzella, assim o que mama, c o­
12 Assim J e h o v a h sò o guiou: e nâo mo o varâo de câs.
havia com elle Deos estranho. 26 Eu dizia: em todos os cabos os
13 O fez cavalgar sobre as alturas espalharia: faria cessar sua memória
da terra, e comeo as novidades do dentre os nomens:
campo; e o fez chupar mel da rocha, 27 Se eu nâo receàra da ira do ini­
e azeite da penha do seixal: migo, que seus adversarios o estra­
14 Manteiga de vacas, e leite de ga­ nhassem ; e para que nâo digfto: nos­
do miudo, com a gordura dos cordei­ sa mâo esteve alta; J e h o v a h nflo fez
ros, e dos carneiros, que pastão em Ba- tudo isto.
san, e dos cabrões com gordura dos 28 Porque sâo gente que se perde
rins do trigo; e bebeste o sangue das por conselhos, e nelles nâo ha enten­
uvas, o vinho puro. dimento.
15 E engordando-se Jeschurun, cou- 29 Ouxalá, forão sabioa! que isto
ceou: (engordaste-te, engrossaste-te, entendessem : attentariáo para seu
c de gordura te cobriste) e deixou a fim.
Deos, que o fez, e desprezou a penha 30 Como hum só perseguiria mil, e
de sua salvação. dous fariâo fuerir dez mil, se sua pen­
16 Com Deoses estranhos o provacá- ha os náo vendéra, e J k h o v a h os náo
râo a zelos; com abominações o as­ entregára ?
sanharão. 31 Porque süa penha nâo he eomo
17 Sacrifícios offerecérâo aos diabos, nossa penha j até nossos inimigos jui­
nâo a Deos; aos Deoses, que nâo con­ zes sendo d’isso.
hecerão, novos, que vierão de perto, 32 Porque sua vide he da vide de
de que nâo estremecérâo vossos pais. Sodoma, e dos campos de Gomorra:
18 Esqueceste-te da penha que te suas uvas sâo uvas peçonhentas, ba­
gerou; e em esquecimento poseste a gos amargosos tem.
Deos que te formou. 33 Seu vinho he ardente veneno de
19 O que vendo J e h o v a h , os despre­ dragões, e peçonha cruel de biboras.
zou ; provocado à ira contra seus filhos 35 Nâo ne isto fechado comigo?
e suas filhas. sellado em meus thesouros?
20 E disse: esconderei minha face 35 Minha he a vingança, e a recom­
delles, verei qual será seu fim delles; pensa, ao tempo que vaciíar seu pé :
porque sâo geração de perversidade, porque o dia de sua ruina está perto,
filhos em que nâo ha lealdade. e as cousas que lhes hâo de succeder,
21 A zelos me provocàrào com aquil- se vâo apresurar.
lo que nâo he Deos; com suas vaida- 36 Porque J e h o v a h fará justiça a
des me provocàrào a ira; portanto eu seu povo, e se arrependerá sobre seus

D ig itize d by Go ogle
DEUTERONOMIO, XXXHI. 221
servo»: porquanto verá que a mâo se 50 E falèce no monte, ao qual su­
foi, e que nâo ha fechado, nem desam­ birás; e te congréga a teus povos;
parado. como Aaron teu irmâo faleceo no
» 37 Entâo d irá: aonde sâo seus De­ monte de Hor, e se congregou a seus
oses ? a penha em uuem confiavâo 1 povos.
38 De cujos sacrincios comiâo a gor­ 51 Porquanto prevaricastes contra
dura, e de cujas offertas de derrama­ mim em meio dos filhos de Israel, ás
m ento bebiâo o vinho; levantem-se, e aguas da contenção em Cadez, no de­
vos ajudem ; que haja escondedouro serto de Zin; pois me nâo santificas­
para vós. tes em meio dos filhos de Israel.
39 Vede agora que Eu, Eu O sou, e 52 Pelo que verás a terra de em fron­
mais nenhum Deos comigo : Eu ma­ te, porem nâo entrarás lá, á terra que
to, e E u vivifico; Eu firo, e Eu saro: darei aos filhos de Israel.
e ninguém ha que escape de minha
mâo.
40 Porque levantarei minha mâo aos CAPITULO XXXIII.
ceos; e direi: £u vivo para sempre. STA porem he a benção, com que
41 Se eu amollar minha espada relu­
zente, e minha mâo travar do juizo;
E Moyses varâo de Deos aben­
çoou aos filhos de Israel antes de sua
farei tornar a vingança sobre meus morte.
adversarios , e o recompensarei a me­ 2 Disse pois: J e h o v a h veio de Si­
us abhorrecedores. nai, e lhes subio de Seir, resplande-
42 Emborracharei minhas setas de ceo desdo monte de Paran, e veio
sangue, e minha espada comerá car­ com dez milhares de santos: à sua
ne : do sangue dos mortos, e dos pri­ mâo direita estava a lei de fogo para
sioneiros; desda cabeça haverá vin­ elles.
ganças do inimigo. 3 Na verdade ama os povos; todos
43 Jubilai gentes com seu povo; por­ seus santos estâo em tua mâo: pos­
que vingará o sangue de seus servos, tos serão no meio entre teus pés, ca­
e sobre seus adversarios farà tornar a da qual recebera de tuas palavras.
vingança, e reconciliará sua terra, e 4 Moyses nos mandou a Lei, por he­
seu povo. rança da congregação de Jacob.
44 E veio Moyses, e fallou todas as 5 E foi Rei em Jeschurun, quando
palavras desta canção aos ouvidos do se congregárâo os Cabeças do povo,
povo: elle e Hosea, filho de Nun. com as tribus de Israel.
45 E acabando MoyseS de fallar to­ 6 Viva Ruben, e nâo faleça; e eeus
das estas palavras a todo Israel; varões sejâo em numero.
46 Disse-lhes: ponde vosso coraç&o 7 E isto he o que disse de Judá:
em todas as palavras, que hoje pro­ ouve ó J e h o v a h a voz de Judá, e o
testo entre vósoutros, para que as man­ toma a seu povo: suas mâos lhe a bas­
deis a vossos filhos, que tenhão cui­ tem, e tu lhe sejas em ajuda contra
dado de fazer todas as palavras desta seus inimigos.
lei. 8 E de Levi disse: teu Tummim e
47 Porque esta palavra nâo he vâ teu Urim sâo para o varâo teu favore­
para vósoutros, antes vossa vida h e : cido; a quem attentaste em Massa,
e por esta mesma palavra prolonga­ com quem contendeste ás aguas de
reis oe dias na terra, a que passais o Meriba.
Jordão a herdàla. 9 Aquelle que disse a seu pai e a sua
48 Depois fallou J e h o v a h a Moy- m ãi: nunca o v i; e nâo conheceo se­
ses naquelle mesmo dia, dizendo: us irmãos, e nâo estimou seus filhos:
49 Sube ao monte de Abarim (este pois guardàrâo tua palavra, e obser-
he o monte de Nebo» que está na ter­ várâo teu concerto.
ra de Moab, em fronte de Jericho) e 10 Ensinarão teus direitos a Jacob,
olha a terra de Canaan, que darei aos e tua lei a Israel: porâo perfume a te­
filhos de Israel por possessão. us narizes,e holocausto sobre teu altar.

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222 DEÜTERONOMIO, XXXIV.
11 Abençoa sen poder, 6 J e h o v a h , rança possue o occidente, e o meio
e a obra de suas mâos te agrade : fere dia.
os lombos dos que se levantâo contra 24 E de Aser disse: Aser seja bem­
elle, e o aborrecem, que nunca mais dito com filhos^ agrade a seus irmãos,
se levantem. e molhe seu pe em azeite.
12 E de Benjamin disse: o amado 25 Ferro e metal estará debaixo de
de J e h o v a h , habitará seguro com e lle : teu çapato; e tua força será como te­
todo o dia o cobrirá, e morará entre us dias.
seus hombros. 26 Ninguém, ó Jeschurun, ha seme­
13 E de Joseph disse : bemditaseja lhante a Deos! que cavalga sobre os
sua terra de J e h o v a h , com o mais ceos para tua ajuda; e com sua alte­
excellente dos ceos, com o orvalho, e za sobre as mais altas nuvens.
com o abismo, que jaz abaixo. 27 O Deos eterno te seja por habi­
14 E com as mais excellentes novi­ tação de riba, e debaixo por braços
dades do sol, e com as mais excellen­ eternos: e lance ao inimigo de diante
tes produções da lua. de tua face, e diga; destrue.
15 E com o mais excellente dos mon­ 28 Israel pois habitará sô seguro, e
tes antigos, e com o mais excellente o olho de Jacob estará em terra de
dos outeiros eternos. grâo, e de mosto : e seus ceos goteja­
16 E com o mais excellente da terra, rão orvalho.
e com sua plenidâo, e com a benevo- 29 Bemaventurado tu Israel! quem
lencia d’aquelle, que habitava na çar­ he como tu? hum povo livrado por
ça, a benoáo venha sobre a cabeça de J e h o v a h , o escudo de teu socorro,
Joseph, e sobre a moleira do separado e a espada de tua altura: pelo que te­
de seus irm&os. us inimigos se sogeitarâo a ti fingi-
17 Elle tem a gloria do primogênito damente, e tu pisarás sobre suas al­
de seu boi? e seus cornos sâo cornos turas.
de unicornio : com elles acomearâ os
povos juntamente até os fins da ter­ CAPITULO XXXIV.
ra ; estes pois sâo os dez milhares de
Ephraim, e estes sâo os milhares de T^NTAO subio Moyses das campinas
Manasse. J j de Moab ao monte de Nebo, ao
18 E de Zebulon disse: Zebulon, ale­ cume de Pisga,que està em fronte de
gra-te de tuas sahidas; e tu Issaschar Jericho; e J e h o v a h mostrou-lhe^toda
ae tuas tendas. a terra desde Gilead até Dan.
19 Chamarão os povos ao monte; 2 E todo Naphtali, e a terra de Eph­
ali offerecerão offertas de justiça : raim, e Manasse; e toda a terra de
porque chuparão a abundancia dos Judá. até o mar traseiro.
mares, e os thesouros escondidos da 3 L o Sul, e a campina do valle de
area. Jericho, a cidade das palmeiras até
20 E de Gad disse: bemdito aquelle Zoar.
que faz dilatar a Gad: habita como 4 E disse-lhe J e h o v a h : esta he a
leâo velho, e despedàça o braço e a terra de que jurei a Abraham, Isaac,
moleira. e Jacob, dizendo: à tua semente a
21 E se proveo do primeiro, por­ darei: r a mostro para ver com teus
quanto ali estava escondido na por­ olhos; porem là nâo passarás.
ção do legislador: pelo que veio com 5 Assim faleceo ali Moyses servo de
os Cabeças do povo; executou a jus­ J e h o v a h na terra de Moab, conforme
tiça de J e h o v a h , e seus juizos com ao dito de J e h o v a h .
Israel. 6 E o sepultou em hum valle. na
22 E de Dan disse: Dan he leâozi- terra de Moab, em fronte de Beth-
nho; saltará de Basan. peor; e ninguém soube sua sepultura
23 E de Naphtali disse : farta-te, ô até o dia de hoje.
Naphtali, da benevolencia, e enche- 7 Era pois Moyses de idade de cen­
t e da benção de J e h o v a h ; em he­ to e vinte annos, quando falèceo; seus

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JOSUA, I. 223

olhos ntmea se escurecérâo, nem per- 10 E nunca mais se levantou em


deo sen visor. Israel algum Propheta como Moyses,
8 E os filhos de Israel pranteàrâo a a quem J e h o v a h conhecéra cara a
Moyses trinta dias nas campinas de cara:
M oab: e os dias do pranto do hito de 11 Em todos os sinaes e maravilhas,
Moyses se comprírâo. a que J e h o v a h o enviou para fazer
9 E Josua filho de Nun foi cheo do na terra de Egypto, a Pharaó, e a to­
Espirito d a sabedoria; porquanto Moy­ dos seus servos, e a toda sua terra;
ses tinha posto suas mâos sobre elle: 12 E em toda a mâo forte, e em to­
assim os nlhos de Israel lhe dérâo ou­ do o espanto grande, que fez Moy­
vidos, e fizerão como J e h o v a h man­ ses perante os olhos de todo Israel.
dara a Moyses.

0 L I V R O DE J O S U A .

CAPITULO I. conforme a tudo quanto nelle está


escrito; porque entâo farás prosperar
ACONTECEO depois da morte teus caminhos, e entâo prudentemente
E de Moyses, servo de J e h o v a h ,
que J e h o v a h fallou a Josna, filho de
te haverás.
9 Nâo t’o mandei eu 1 esforça-te, e
Nun, servo de Moyses, dizendo : tem bom animo; nâo pasmes, nem te
2 Meu serro Moyses he morto: le- espantes: porque J ehovah teu Deos
vanta-te pois agora, passa este Jord&o, he comtigo, aonde quer que andares.
tu e todo este povo, à terra, que eu 10 Entâo mandou Josua aos Maio­
aos filhos de Israel lhes dou. raes do povo, dizendo:
3 Todo lugar, que pisar a planta de 11 Passai por meio do arraia], e
vosso pé, vos tenho dado: como eu mandai ao povo, dizendo: apercebei-
disse a Moyses. vos de comida: porque dentro de tres
4 Desd’o deserto e este Libano, até dias passareis este Jordão; para que
o grande rio, o rio de Eupràtes, toda entreis a herdar a terfa, gue vos dá
a terra dos Hetheos, e até o grande J ehovah vosso Deos, que nerdeis.
mar do poénte do sol, será o vosso 12 E fallou Josua aos Rubenitas, e
termo. aos Gaditas, e à meia tribu de Ma­
5 Ninguém subsistirá diante de tua nasse, dizendo.
face, todos os dias de tua vida: como 13 Lembrai-vos da palavra, que vos
foi com Moyses, assim serei comtigo; mandou Moyses, servo de J ehovah ,
nâo te deixarei, nem te desempararei. dizendo: J ehovah vosso Deos vos dá
6 Esforça-te, e tem bom animo: por- descanso, e vos dá esta terra.
gue tu a este povo hereditariamente 14 Vossas mulheres, vossos meninos,
farás possuir esta terra, que a seus e vosso gado fiquem na terra, que
pais jurei lhes daria. Moyses vos deu desta banda do Jor­
7 Tam somente te esforça, e tem dão ) porem vósoutros passareis arma­
mui bom animo, para cuidado teres dos perante a face de vossos irmãos,
de fazer conforme a toda a lei, que todos os valentes e valerosos, e aju-
meu servo Moyses te mandou; delia da-los-heis.
n&o te desvies, nem á mâo direita 15 Até que J ehovah dê descanso
nem á esguerda: para que prudente­ a vossos irmãos, como a vósoutros, e
mente te najas, por onde quer que an­ elles tambem hereditariamente pos-
dares. suáo a tena. que J ehovah vosso De­
8 O livro desta lei se nâo aparte de os lhes dá: entâo tomareis à terra
tua boca, antes dia e noite nelle me­ de vossa herança, e hereditariamente
dita, para que tenhas cuidado de fazer possuireis a que vos deu Moyses servo

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224 JOSUA, II.
de J jc h o v a h , desta banda do Jordfto, sei que J e h o v a h vos deu esta teria,
para o nascente do sol. e que vosso pavor cahio sobre nós, e
16 Ent&o respondérão a Josua, di­ que todos os moradores da terra des­
zendo : tudo quanto nos mandaste, fa­ maiados estão diante de vosso rosto.
iemos, e aonde quer que nos enviares, 10 Porque temos ouvido, que J e h o ­
iremos. v a h secou as aguas do mar vermelho
17 Como em tudo ouvimos a Moy­ diante de vosso rosto, quando sahieis
ses, assim te ouviremos a ti: tam so­ de Egypto: e o que nzestes aos dous
mente J e h o v a h teu Deos seja comti­ reis aos Amoreos, a Sihon, e a Og,
go, como foi com Moyses. que estavâo d’alem do Jordão, aos
18 Todo varâo, que for rebelde a tua quaes posestes em interdito.
boca, e nâo ouvir tuas palavras em 11 O que ouvindo, desmaiou nosso
tudo quanto lhe mandares, morrerá: coração, e em ninguém mais ha ani­
tam somente te esforça, e tem bom mo algum, por causa de vossa presen­
animo. ça: porque J e h o v a h vosso Deos he
Deos a riba nos ceos, e abaixo na
CAPITULO II. terra.
12 Agora pois, jurai-me, vos peço,
ENVIARA Josua filho de Nun por J e h o v a h , que pois vos fiz benefi-
E dous varões desde Sittim, a es­
piar secretamente, dizendo; andai,
cencia, vós tambem fareis beneficen-
cia á casa de meu pai, e dai-me hum
considerai a terra, e a Jericho: forão certo sinal.
iis e entrârâo em casa de huma mu- 13 De que vida dareis a meu pai e
K er solteira, cujo nome era Rachab, a minha mãi, como tambem a meus
e dormirão ali. irmãos e a minhas irmãs, com tudo o
2 Então foi denunciado ao rei de que (em: e de que livrareis nossas
Jericho, dizendo: eis que esta noite vidas da morte.
viérão aqui varões dos filhos de Isra­ 14 Entâo aquelles varões lhe res-
el, a espiar a terra. pondérão; nossa alma por vósoutros â
3 Pelo que o rei de Jericho enviou morte pomos} se nào denunciardes este
a Rachab, dizendo: tira fora aos varõ­ nosso negocio: será pois que, dando-
es, que viérâo a ti? e entrârâo era nos J e h o v a h esta terra, usaremos com­
tua casa j porque viérâo a espiar toda tigo beneficencia e fieídade.
a terra. 15 Ella então os guindou com huma
4 Porem aquella mulher tomára a corda pela janella: por quanto sua ca­
ambos aquelles varões, e os escon- sa estava sobre o muro da cidade, e
déra: e disse ; verdaae he, varões ella morava sobre o muro.
viérão a mim, porem nâo sabia, don­ 16 E disse-lhes: Ide vós ao monte,
de erão. para que por ventura vos nâo encon­
5 E aconteceo que, havendo-se de trem os que vão após vós, e escondei-
fechar a porta, sendo ja escuro, aquel­ vos lá tres dias, até que se tomem os
les varões se sahirâo; não sei, aonde que vâo após vós, e depois ide vosso
aquelles varões se forão: ide apresu- caminho.
radamente após elles, que vós os al­ 17 E dissérâo-lhe aquelles varões:
cançareis. desobrigados seremos deste teu jura­
6 Porém ella os fizera subir ao te­ mento, que nos fizeste jurar.
lhado : e os escondéra entre as canas 18 Eis que vindo nós á terra, ataras
do linho, que puzéra sobre o telhado. este cordão de fio de grã ã janella, por­
7 E forâo-se aquelles varões após que nos {guindares abaixo; e recolhe­
elles pelo caminho do Jordfto, até os rás comtigo em casa a teu pai. e a tua
vaos: e fechou-se a porta, havendo mãi, e a teus irmãos, e a toda a fa-
sahido os que hiâo apos elles. milia de teu pai.
8 E antes que elles dormissem, ella 19 Será pois, que qualquer que sahir
subio a elles sobre o telhado. fora da porta de tua casa, seu sangue
9 E disse a aquelles varões; Jjem será sobre sua cabeça, e nós seremos

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jo su a , m. 285

sem culpa: mas qualquer que estiver Arca do concerto, e passai diante da
comtigo em casa, seu sangue seja so­ face deste povo: íevantàrào pois a Ar­
bre nossa cabeça, se nelle se poser ca do concerto, e forão andando diante
m&o alguma. da face do povo.
20 Porem se tu denunciares este nos­ 7 Porque J e h o v a h dissera a Josua,
so negocio: seremos desobrigados de este dia começarei a engrandecer-te
teu juramento, que nos fizeste jurar. perante os olhos de todo Israel: para
21 E ella disse; conforme a vossas que saibão, que assim como fui com
palavras, assim seja; entâo os despe- Moyses, assim serei comtigo,
oio, e elles se forão; e ella atou o cor­ 8 Tu pois mandarás aos sacerdotes,
dão de grft à janella.' ue levâo a Arca do concerto, dizen-
22 Forão-se pois; e cheçárâo ao mon­ 3
o : quando vierdes até a borda das
te. e ficarão-se ali tres dias, até que se guas do Jordão, parareis em o Jordão.
tomàrâo os que hiâo após elles, por­ 9 Então disse Josua aos filhos de Is­
que os que após elles andavâo, busca­ rael : chegai-vos para cá, e ouvi as pa­
rão os por toao o caminho, porém não lavras de J e h o v a h vosso Deos.
os achárão. 10 Disse mais Josua: nisto conhece­
23 Assim aquelles dous varões se reis, que o Deos vivente está em me­
tomarão, e descendérâo do monte, e io de vósoutros: e que lançando lan­
passarão, e vierão a Josua, .filho de çará diante de vossa face aos Canane­
Nun: e contárâo-lhe tudo quanto lhes os, e aos Hetheos, e aos Heveos, e
acontecéra. aos Pherezeos, e aos Girgaseos, e aos
24 E disserão a Josua, certamente Amoreos, e aos Jebuseos.
J k h o v a h tem dado toda esta terra em 11 Eis que a Arca do concerto do
nossas mãos : pois até todos os mora­ Senhor de toda a terra entra no Jordão
dores estão desmaiados diante de nos­ diante de Vossa face.
sos rostos. 12 Tomai-vos pois agora doze varões
das tribus de Israel, de cada tribu hum
CAPITULO IH. varão.
13 Porque ha de acontecer, que em
EVÁNTOU-se pois Josua de ma­ as plantas dos pés dos sacerdotes, que
L drugada, e partirão de Sittim, e levâo a Arca de J e h o v a h , o Senhorea-
viérão até o Jordão, elle e todos os dor de toda a terra, Repousando nas
filhos de Israel: e tiverão ali a noite, aguas do Jordão; as aguas do Jordão
antes que passassem. se partirão, a saber as aguas que de
2 E succedeo a cabo de tres dias, que cima descendem: e se pararão em
os maioraes passarão pelo meio do ar­ hum montão.
raial. 14 Ê aconteceo que, partindo-se o
3 E mandârão ao povo, dizendo: povo de suas tendas, para passar o Jor­
quando virdes a Arca do concerto de dão, levavão os sacerdotes a Arca do
J e h o v a h vosso Deos, e que os sacer­ concerto diante da face do povo.
dotes Leviticos a levâo : parti-vos ou­ 15 E como os que levavão a Arca,
tros tambem de vosso lugar, e segui-a. chegárão até o Jordão, e os pés dos
4 Haja com tudo distancia entre vos sacerdotes, que levavão a Arca, se rao-
outros a ella, como de medida de dous lhárão na Dorda das aguas; (porque o
mil covados: e não vos chegueis a ella, Jordão trasbordava sobre toaas suas
para que saibais o caminho, que ha­ ribanceiras, todos os dias da sega:)
veis de ir; porquanto por este cami­ 16 Parárâo-se as aguas, que des-
nho nem hoje, nem, hontem passastes. cendião de cima; levantàrão-se em
5 Disse Josua tambem ao povo: San- hum montão, mui longe da cidade de
tíficai-vos: porque amanhã farà Je­ Adam, que está da banda de Sartan;
h o v a h maravilhas em meio de vós­ e as que descendião ao mar das prai-
outros. nuraflL ao mar salgado, se acabarão,
6 Da mesma maneira fallou Josua partidas forão: então passou o povo
aos sacerdotes, dizendo: Levantai a em fronte de Jericho.
10*

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4*6 JOSUA, IV.
17 Porém os sacerdotes, que levavfto to J ehovah a Josua mandára dizer ao
a Arca do concerto de J e h o v a h , se j)ovo, conforme a tudo quanto Moyses
par&r&o firmes em seco no meio do tinha mandado a Josua: e apresurou­
Jordfto: e todo Israel passou em seco, se o povor e passou.
até que todo o povo acabou de passar 11 fe succeaeo que, como todo o povo
o Jordfto. acabou de passar: entâo passou a Ar­
ca de J e h o v a h , e os sacerdotes peran­
te a face do povo.
CAPITULO IV. 12 E passàrâo os filhos de Ruben, e
CONTECEO pois que, acabando os filhos de Gad, e a meia tribu de
A todo o povo ae passar o Jordão, Manasse, armado» diante da face dos
fallou J e h o v a h a Josua. dizendo. filhos de Israel: como Moyses lhes
2 Tomai-vos do povo aoze varões, de tinha dito.
cada tribu hum varâo. 13 Quasi até auarenta mil homèns
3 E mandai-lhes, dizendo: tomai-vos de guerra armaaos passàrâo diante da
d’aqui do meio do Jordão, do lugar do face de J e h o v a h para batalha, ás prai-
assento dos pés dos saceraotes, e pre­ nuras de Jericho.
parai doze pedras: e passai-as com 14 Naquelle mesmo dia J e h o v a h en-
vosco, e jirantai-as no alojamento, em grandeceo a Josua diante dos olhos de
que haveis de passar esta noite. todo Israel: e temérâo-o, como havifto
4 Chamou pois Josua aos doze varõ­ temido a Moyses, tbdos os dias de sua
es, que fizera ordenar dos filhos de Is­ vida.
rael: de cada tribu hum Varâo. 15 Fallou pois J e h o v a h a Josua, di­
5 E disse-lhes Josua: passai diante zendo.
da Arca de J e h o v a h vosso Deos, ao 16 Manda aos sacerdotes, que levfto
meio do Jordão: e levaiitai-vos cada- a Arca do testemunho, que subào do
hum huma pedra sobre seu hombro, Jordfto.
conforme ao nttmero das tribus dos 17 Entâo mandou Josua aos sacerdo­
filhos de Israel. tes, dizendo : subi do Jordão.
6 Para que isto seja por Binai entre 18 E aconteceo que, como os sacer­
vósoutros: quando vossos filhos ama­ dotes, que levavâo a Arca do concer­
nhã perguntarem, dizendo: que vos to de J e h o v a h , subirão do meio do
signihcáo estas pedras* Jordão, e as plantas dos pés dos sacer­
7 Entâo lhes direis^ que as supas do dotes se poserâo em seco: as aguas do
Jordfto se partirão diante da lace da Jordão se toraárâo a seu lugar, e forfto-
Arca do concerto de J e h o v a h ; pas­ se como hontem e ante hontem, a to­
sando ella pelo Jordão, as aguas do das suas ribanceiras.
Jordão se partirão: assim que estas 19 Subio pois o povo do Jordfto aos
pedras serâo para sempre por memo­ dez do mez primeiro: e alojárâo em
rial aos filhos de Israel. Gilgal, da banda oriental de Jericho.
8 Fizerão pois os filhos de Israel as­ 20 E as doze pedras, que haviâo to­
sim como Josua tinha mandado, e le- mado do Jofdâo, levantou Josua em
vantárâo doze pedras do meio ao Jor­ Gilgal.
dão, como J e h o v a h dissèra a Josua, 21 E fallou aos filhos de Israel, 4i-
conforme ao numero das tribus dos zendo: quando amanhà vossos filhos
filhos de Israel: e passârâo-as comsi­ perguntarem a seus pais, dizendo:
go ao alojamento, e as prantârâo ali. que signtjicão estas pearas ?
9 Levantou Josua tambem doze pe­ 22 Fareis 6aber a vossos filhos, di­
dras ho meio do Jordão, no lugar do zendo: Israel passou em seco por este
assento dos pés dos sacerdotes, <jue le- Jordão.
vavâo a Arca do concerto: e ali estâo 23 Porque diante de vossas faces
até o dia de hoje. J e h o v a h vosso Deos fez secar as agu­
10 Parárâo-se pois os sacerdotes, que as do Jordão, até que passasseis por
levavfto a Arca, no meio do Jordão elle: como J e h o v a h vosso Deos tez
em pé, até que tudo se cumprio, quan­ ao mar vermelho, que fez secar pe«

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JOSUA, V, VI. 397
rante nossa face, até que passámos je revolvi de sobre vósoutros o vitu
por elle. perio de Egypto, pelo que o nome da-
24 P aia que todoa os povos da tena ouelle lugar se (mamou Gilgal, até o
canheçáo a máo de J khovah, qae he aia de hoje.
forte: p a ra que tema is a J ehovah vos­ 10 Estando pois os filhos de Israel
so Deos todos os dias. alojados em Gilgal, celebrárâo a Pas­
coa aos catorze dias do mesmo mez, á
CAPITULO V. tarde, nas prainuras de Jericho.
11 E oomér&o do trteo da terra do
ACONTECEO que, ouriado todos anno a traz, ao outro dia da Pascoa,
E os reis dos Amoreos, que desta paens asmos e espigas tostadas, no
banda do Jordão ao occidente, e todos mesmo dia.
os Reis dos Cananeos, que Junto ao 12 E cessou o Mannà ao outro dia,
mar estavâo, que J khovah fizéra se­ depois que houvérâo comido do trigo
car as aguas do Jord&a perante a face da terra (lo annoatrazado: e os filhos
dos filhos de Iscael, até que passámos de Israel n&o tivérào mais Mannà: po­
por e lle : sen coração se derreteo, e rem no mesmo anno comér&e da novi­
nào houve mais animo nelles perante dade da terra de Canaan.
a face dos filhos de Israel. 13 E sucçedeo que, estando Josua
2 Naquelle tempo, disse J xhovah a junto a Jericho, levantou seus olhos,
Josua : faze-te facas de pedra, a tor­ e olhou; e eis que em fronte delle se
na a circuncidar aos filhos de Israel a pós em pé hum varão, que tinha hu­
segunda vez. ma espada arrancada na m&o: e foi-
3 Entào Josua se fez facas de pedra, se Josua a elle, e disse-lhe; es tu dos
c circuncidou aos filhos de Israel no nossos, ou de nossos inimigos ?
monte dos prepúcios. 14 Edisse elle; náo, porem eu sou o
4 E foi esta a causa porque Josua os Principe do exercito de J ehovah ; ago­
circuncidou: todo o povo que havia ra vim : ent&o Josua se postrou sobre
saiiido de Egypto, os machos, todos os seu rosto em terra, e adorou, e disse-
homens de guerra, erão ja mortos no lhe ; que diz meu Senhor a seu servo ?
deserto pek> caminho, depois que sa- 15 Ènt&o disse o Principe do exer­
hírio de Egypto. cito de J e ho v a h a Josua; descalça
5 Porque tooo o povo que sahira, es­ teus çapatos de teus pés; porque o
tava circuncidado; mas todo o povo lugar, em que estás, he santo: e fez
aue nascéra no deserto pelo caminho, Josua assim.
aepoisde haverem sahido de Egypto,
náo o circuncidârâo. CAPITULO VI.
6 Porque quarenta annos andàrão
os filhos de Israel peio deserto, até se ERICHO porém se cerrou, e estava
acabar toda a çente dos homens de
guerra, que sahirão de Egypto, e náo
J cerrada perante a face dos filhos
de Israel: ninguém sahia, nem en­
obedecér&o à voz de J ehovah : aos trava.
quaes J ehovah tinha jurado, que lhes 2 Entáo disse Jeh o v a h a Josua;
náo havia de deixar ver a terra, qae olha, tenho dado em tua mão a Jeri­
J ehovah juràra a seus pais de dar- cho, e a seu re i: com seus valentes e
nos: terra que mána leite e mel. valorosos.
7 Forem em seu lugar pós a seus 3 Vós pois, todos os homens de guerra,
filhos; a estes Josua circuncidou: por­ rodeareis a cidade, cercando a cidade
quanto estavâo incircuncisos, porque huma vez: assim fareis por seis dias.
os náo circuncidârâo no caminho. 4 E sete sacerdotes levàráo sete bo-
8 E aconteceo que, acabando de cir­ zinas de carneiros diante da Arca, e
cuncidar a toda esta gente, ficàrão-se ao setimo dia rodeareis a cidade sete
em seu lugar no arraial, até que sa- vezes: e os sacerdotes tocarão as bo-
ràráo. zinas.
9 Disse mais Jehovah a Josua : ho­ 5 E serà que, tocando-se l o n g a m e n te

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228 JOST A, VI.
a bozina de carneiro, ouvindo vósou­ Josua ao povo, Jubilai; que J e h o v a h
tros o soido da bozina, todo o povo ju­ vos tem aado a cidade.
bilará gritando com grande jubilo: e 17 Porem a cidade será postagem
o muro da cidade cahirà de baixo de interdito a J e h o v a h , ella e tudo quan­
si; e o povo subirá nelle, cada qual em to houver nella: somente a solteira
direito de si. Rachab viverá, ella e todos os que
6 Entâo chamou Josua íilho de Nun com ella estiverem em casaj por­
aos sacerdotes, e disse-lhes: levai a quanto escondeo os mensageiros, que
Arca do concerto; e sete sacerdotes enviámos.
levem sete bozinas de carneiros, dian­ 18 Tam sómente vos guardai do in­
te da Arca de J e h o v a h . terdito, para que vos nâo mettais em
7 E disse ao povo: passai e rodeai interditô, tomando do interdito, e nâo
a cidade : e quem estiver armado, ponhais em interdito ao arraial de Is­
passe diante da Arca de J e h o v a h . rael, nem o turbeis.
8 E foi como Josua dissera ao povo, 19 Porèm toda a prata, e o ouro, e
que forão os sete sacerdotes, levando vasos de metal e de ferro, consagrados
as sete bcfcinas de carneiros diante da serâo a J e h o v a h : irâo ao thesouro de
face de J e h o v a h , e passàrâo, e tocá- J e h o v a h .
rfto as bozinas: e a Arca do concerto 20 Jubilou pois o povo, tocando elles
de J e h o v a h o s seguia. as bozinas: e succedeo que, ouvindo
9 E os armados hiâo diante da face o povo o soido da bozina, jubilou o po­
dos sacerdotes, que tocavâo os bozi­ vo com grande jubilo; e o muro cahio
nas : e a retaguarda seguia apos a debaixo de si, e o povo subio à oidade
Arca, andando e tocando-se as d o z í- cada qual em direito de si, e tomarão
nas. a cidade.
10 Porem ao povo Josua tinha man­ 21 E tudo quanto na cidade havia,
dado, dizendo : nâo jubilareisr nem poserâo em interdito a fio da espada,
fareis ouvir vossa voz, nem sahirá aesdo homem até à mulher, aesdo
palavra alguma de vossa boca: até menino até o velho, e até o boi, e ga­
o dia, que vos digo; Jubilai; entâo do muido, e o asno.
jubilareis. 22 Porem Josua disse aos dous va­
11 E fez rodear a Arca de Jehovah rões, que haviâo espiado a terra; en­
ao redor da cidade, cercando-a huma trai na casa da mulher solteira: e tirai
vez : e vierão ao arraial,« passàrâo a de lá a esta mulher com tudo quanto
noite no arraial. tiver, como lhe tendes jurado.
12 Depois Josua se levantou de ma­ 23 Então entrârâo os mancebos es­
drugada, e os sacerdotes levàrào a Ar­ pias, e tiràráo a Rachab, e a seu pai,
ca de J e h o v a h . e a sua mãi, e a seus irmãos,« a tudo
13 E os sete sacerdotes, que levavâo quanto tinha; tiràrâo tambem a todaa
as sete bozinas de carneiros diante da suas familias: e puzérâo-os fora do
Arca de J e h o v a h , hiâo andando, e to­ arraial de Israel.
cavâo as bozinas: e os armados hiâo 24 Porem a cidade, e tudo quanto
diante de sua face. e a retaguarda se­ havia nella, queimàrâo o fogo: tam
guia a p ó s a Arca ae J e h o v a h , andan­ somente a prata e o ouro, com os va­
do e tocando-se as bozinas. sos de metal e de ferro derào para o
14 Assim rodearão outra vez a cida­ thesouro da casa de J e h o v a h .
de o dia segundo, e tomàrâo-se ao ar­ 25 Assim deu Josua vida à solteira
raial : assím fizerão por seis dias. Rachab, e à família de seu pai, e a
15 E foi que ao setimo dia madru- tudo quanto tinha ; e habitou em meio
gàrâo ao subir da alva, e da mesma de Israel até o dia de hoje: porquan­
maneira rodeàrào a cidade sete vezes: to escondéra os mensageiros, que Jo
aquelle dia sómente rodeàrào a cida­ sua enviara a espiar a Jericho.
de sete vezes. 26 E naquelle mesmo tempo Josua
16 E sucoedeo que, tocando os sacer­ os esconjurou, dizendo: maldito dian­
dotes a setima vez as bozinas, disse te da face de J e h o v a h seja o varâo,

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JOSUA, VII. 229

âne 8© levantar, e edificar esta cidade


e Jericho; em seu primogênito a
vanta-te : porque estás postrado assim
sobre tua lace %
funde, e ponha suas portas em seu 11 Israel peccou, e até meu concerto,
menor. que mandado-lhes tinha, quebrantá-
27 Assim era J e h o v a h com Josua: e râo: e até do interdito tomàrão, e
sua fam a corria por toda a terra. tambem furtárão, e tambem menti­
rão, e até debaixo de sua bagagem o
CAPITULO VII. poserâo.
12 Pelo aue os filhos de Israel nâo
OS filhos de Israel cometerão pre­ poderão suDsistir perante a face de
E varicação no interdito: porquan­ seus inimigos: virarão as costas dian­
to Achan nJho de Charmi, filho de te da face de seus inimigos; porquan­
Zabdi, filho <le Zerah; da tribu de to estão em interdito: não serei mais
Judá, tomou do interdito; e a ira de com vosco, se nâo desarreigardes o
J e h o v a h se encendeo contra os filhos interdito do meio de vósoutros.
de Israel. 13 Levanta-te; santifica ao povo, e
2 Enviando pois Josua de Jericho dize: santificai-vos para a manhã:
alguns varões a Ai, que está junto a ue assim diz J e h o v a h , o Deos de
Bethaven, da banda do Oriente de C j1 ; interdito ha em meio de ti,
Bethel, fallou-lhes, dizendo; subi, e Israel; perante a face de teus inimi­
espiai a terra : subirão pois aquelles gos não poderás subsistir, até que
varões, e espiàrào-a A.i. não tires o interdito do meio de vósou­
3 E tomárão a Josua, e dissérâo-lhe; tros.
nào suba todo o povo; subáo alguns 14 Amanhã pois vos chegareis se-
dous mil, ou alguns tres mil varões, undo vossas tribus: e serà que a tri-
f
a aue firão a Ai: nâo fadigues ali a u, em que J e h o v a h pegar, se chega­
toao o povo; porque poucos sâo. rá segundo as gerações, e a geração,
4 Assim sribírão lá do poVO alguns em que J e h o v a h peçar, se chegará
tres mil varões: o s quaes fuçirão di­ por familias; e a família, em que J e ­
ante da face dos varões de Ai. h o v a h pegar, se chegará varão por
5 E os varões de Ai ferirão delles varão.
alguns trinta e seis. e seguirão-os des­ 15 E Será que aquelle, que for toma­
da porta até Schebarim, e ferírão-os do com o interdito, serà queimado a
em numa decida: e o coração do povo fogo, elle e tudo quanto tiver: por­
se derreteOj e se tornou como agua. quanto transgresson o concerto de Je­
6 Então Josua rasgou seus vestidos, h o v a h , e fez doudice em Israel.
e se postrou em terra sobre sua face 16 Então Josua se levantou de ma­
perante a Arca de J e h o v a h até a tar­ drugada, e fez chegar a Israel segun­
de, elle e os anciáos de Israel: e dei- do suas tribus: e a tribu de Judá foi
tàrão pó sobre suas cabeças. tomada.
7 E disse Josua; ah Senhor Jeho­ 17 E fazendo chegar a tribu de Ju­
v a h ! porque passando fizeste passar a dá, pegou na geração de Zarchi: e
este povo o Jordão, para dar-nos em fazendo chegar a geração de Zarchi
mãos dos Amoreos, para nos fazer pe­ varão por varão, foi tomado Zabdi.
recer ? oxalá nos contentáramos, com 18 E fazendo chegar sua familia va­
ficarmos nos d7alem do Jordão! rão por varão, foi tomado Achan filho
8 Ah Senhor! que direi 1 pois Isra­ de Charmi, filho de Zabdi, filho de
el virou as costas diante da face de Zerah. da tribu de Judá.
seus inimigos! 19 Então disse Josua a Achan, filho
9 Ouvindo isto os Cananeos, e todos meu, dà, te peço, gloria a J e h o v a h o
os moradores da terra, nos cercarão, Deos de Israel, e faze confessão pe­
e desarreigarào nosso nome da terra: rante elle: e declara-me agora o que
e ent&o que faràs a teu grande no­ fizeste, não mro encubras.
me? 20 E respondeo Achan a Josua, e dis­
10 Então disse J ehovah a Josua, le­ se : verdadeiramente pequei contra

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230 JOSUA, v m .
J e h o v a h o Deos de Israel; e assim, e poreis emboscadas à cidade, por de
assim fiz. tras da cidade; n&o vos alongueis
21 Que vi entre os despojos hum bom muito da cidade: e todos vósoutros
roup&o Babylonico, e duzentos siclos estai apercebidos.
de prata, e huma lingua de ouro de 5 Porem eu, e todo o povo que está
peso de cincoenta siclos, e cobicei-os, comigo, nos achegaremos á cidade: e
e tomei-os; e eis que est&o escondi­ será que, quando nos sahirem ao en­
dos na terra em meio de minha tenda, contro, como d?antes, fugiremos dian­
e a prata debaixo delle. te de sua face,
22 Ent&o Josua enviou mensageiros, 6 Deixai-os pois sahir aj>òs nos, até
que for&o correndo tenda: e eis que que os arranquemos da cidade; por­
estava escondido em sua tenda, e a que dir&o; fugem diante de nossas
prata debaixo delle. faces, como d’antes: e fugiremos di­
23 Tomàr&o pois aquellas oousas do ante de suas faces.
meio da tenda, e as trouxér&o a Josua 7 Ent&o sahireis vósoutros da embos­
e a todos os filnoa de Israel: e as dei- cada, e tomareis a cidade: porque
tàr&o perante a face de J e h o v a h . J e h o v a h vosso Deos vò-la dará em
24 Ent&o Josua, e todo Israel com vossa m&o.
elle tomou a Achan, filho de Zerah, e 8 E será que, tomando vósoutros a
a prata, e a roup&o, e a lingua de ouro, oidade, poreis a cidade a fogo, con­
e a seus íilhos, e a suas filhas, e a seus forme a palavra de J e h o v a h fareis:
bois, e a seus asnos, e a seu gado, e a olhai, que vôlo tenho mandado.
sua tenda, e a tudo quanto tinha; e 9 Assim Josua os enviou, e elles se
levàr&o-os ao valle de Aohor. forÂo á emboscada; e ficár&o entre
25 E disse Josua; como assim nos Bethel e Ai, ao occidente de A i: po­
turbaste ? J e h o v a h te turbará a ti este rem Josua passou aquella noite em
d ia : e todo Israel o apedrejou com meio do povo.
pedras, e os queimàráo a fogo, e os 10 E levantou-se Josua de madruga­
apedrejár&o com pedras. da, e contou ao povo: e subio elle, e
26 E levantár&o sobre elle hum gran­ os anciãos de Israel diante da face do
de mont&o de pedras, atá o dia de povo a Ai.
hoje: assim J e h o v a h se tornou do ar­ 11 Subio tambem toda a gente de
dor ae sua ira : pelo que o nome da­ guerra, que estava com elle, e chegá-
quelle lugar se chamou o valle de r&o-se, e viér&o em fronte da cidade:
Achor, até o dia de hoje. e alojár&o-se da banda do norte de
A i; e hnm valle havia entre elle e Ai.
CAPITULO vm. 12 Tomou tambem quasi cinco mil
varões, e pólos entre Bethel e Ai em
NTAO disse J e h o v a h a Josua: emboscada, ao occidente da cidade.
E n&o temas, e n&o te espantes; to­
ma comtigo toda a gente de guerra,
13 E poser&o ao povo, a todo o ar­
raial, que estava ao norte da cidade,
e levanta-te, sube a A i: olha, que ao e «ua emboscado ao occidente da ci-
rei de Ai, e a seu povo, e a sua ci­ oade: e foi Josua aquella mesma
dade, e a sua terra tenho dado em tua noite ao meio do valle.
m&o. 14 E succedeo que, vendo-o o rei de
2 Farás pois a Ai, e a seu rei, como Ai, so apresurár&o, e se levantár&o de
fizeste a Jericho, e a seu re i; salvo madrugada, e os varões da cidade
aue para vósoutros saqueareis: seus sahir&o ao encontro a Israel ao com­
despojos, e seu gado: pôe-te embos­ bate, elle e todo seu povo, ao tempo
cadas á cidade, por de tras delia. assinalado, perante as prainuras: por­
3 Ent&o Josua se levantou, e toda a que elle n&o sabia,que se lhe houvesse
gente de guerra, para subir a Ai; e posto emboscada de tras da cidade.
escolheo Josua trinta mil homens va­ 15 Josua pois^ e todo ísrael u hou-
lentes e valerosos,e enviou-os de noite. vérâo como fendos diante de sua face,
4 E mandou-lhes, dizendo: olhai, e fugir&o pelo caminho do deserto.

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JOSUA, IX. 231

16 P eío que todo o povo que estava tomou em hum montão perpetuo, em
na cidade, foi convocado, para os se­ assolaménto, até o dia de hoje.
guir : e seguírão a Josua, e arrançá- 29 E ao rei de Ai enforcou em hum
ráo-se da cidade. madeiro, até a tarde: e quasi ao pôr
17 £ nem hum só varão ficou em Ai, do sol mandou Josua, que seu corpo
nem em Bethel, que não sahisse após se tirasse do madeiro; e o lançàrâo â
Israel: e deixàrâo a cidade aberta, e porta da cidade, e levantàrâo sobre
seguírão a Israel. elle hum grande montão de pedras,
18 Então J e h o v a h disse a Josua, es­ até o dia dé hoje.
tende a lança, que tens em tua mão, 30 Entâo Josua edificou hum altar a
para A i; porque a darei em tua mão: J e h o v a h o Deos de Israel, no monte
e Josua estendeo a lança, que estava de Ebal.
em sua m&o para a cidade. 31 Como Moyses servo de J e h o v a h
19 Então a emboscada se levantou mandára aos nlhos de Israel, confor­
de seu lugar apresuradamente, e cor­ me ao que está escrito no livro da
rerão em estendendo elle sua mão, e lei de Moyses; a saber altar de pe­
viérão á cidade, e tomàrâo-a: e apre- dras inteiras, sobre que se não mové-
suràrão-se, e posérão a cidade à fogo. ra ferro: e offerecérâo sobre elle ho­
20 E rirando-se os varòes de Ai para locaustos a J e h o v a h , e sacrificàrào
trás, olhãrâo, e eis que o fumo da cida­ sacrifí cios gratifícos.
de subia ao ceo, e não tivérão lugar pa­ 32 Tambem escreveo ali em pedras
ra fugirem á huma nem à outra parte: a repetição da lèi de Moyses, que ja
porque o povo, que fugia para o deser­ tinha escrito perante a face dos filhos
to, se tomou contra os que os seguião. de Israel.
21 E vendo Josua e todo Israel, qüe ' 33 E todo Israel, com seus anciãos,
a emboscada tomàra a cidade, e que e maioraes, e seus juizes, estavâo de
o fumo da cidade subia: tomàrâo, e huma e outra banda da Arca, perante
femáo aos varòes de Ai. os sacerdotes Leviticos, que levavão
22 Tambem aquelles da cidade lhes a Arca do concerto de J e h o v a h , assim
sahirão ao encontro, e assim ficárão em estrangeiros como naturaes; ametade
meio dos Israelitas, huns da huma, e delles em fronte do monte Gerizim, e
outros da outra parte: e ferírão-os, a outra ametade em fronte do monte
até que nenhum delles ficou, que esca­ Ebal: comò Moyses servo de J e h o ­
passe. v a h mandára, para primeiramente
23 Porem ao rei de Ai tomàrâo vi­ bendizer ao povo de Israel.
vo, e o trouxerâo a Josua. 34 E depois leo em alta voz todas
24 E foi que, acabando os Israelitas as palavras da lei, a benção, e a mal­
de m atar a todos os moradores de Ai dição : conforme a tudo que està es­
no campo, no deserto, aonde os tinhão crito no livro da lei.
seguido; e havendo todos cahido a fio 35 Palavra nenhuma houve de tudo
da espada, até todos serem consumi­ que MôyBes mandára, que Josua nào
dos : todo Israel se tornou a Ai, e a lesse em alta voz perante toda a con­
poserão a fio de espada. gregação de Israel, e das mulheres, e
25 E todos os que cahirâo aquelle aos meninos, e dos estrangeiros, que
dia, assim homens como mulheres, fo­ andavão em meio delles.
rão doze m il: todos moradores de Ai.
26 Nem tão pouco Josua retirou sua CAPITULO IX.
mão, que estendéra com a lança, até
não pôr em interdito a todos os mota* FOi que, ouvindo isto todos os
dores de Ai. E reis, que estavâo d?aquem do
27 Tam sômente os Israelitas sâqueá- Jordão, nas montanhas, e nas prai­
ião para si ô gado, e os despojos da nuras, e em toda a costa do grande
cidade: conforme a palavra de J e h o ­ mar, em fronte do Libano; os Hethe-
v a h , aue tinha mandado a Josua. os, e os Amoreos, os Cananeos, os Phe-
28 Queimou pois Josua & Ai: e a rezeoS) os Heveos, e os Jebuseos :

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232 JOSUA, IX.

2 Ajuntár&o-se de hum commum de sua provisão: e náo perguntár&o a


acordo a huma. para pelejar contra boca de J e h o v a h .
Josua, e contra Israel. 15 E Josua fez paz com elles, e tra­
3 E ouvindo os moradores de Gibe- tou com elles liança, aue lhes daria a
on o que Josua fizera com Jericho e vida: e os maioraes aa congregaç&o
com A i: lhes iurár&o.
4 Usár&o tambem de astúcia, e for&o, 16 E súccedeo que, a cabo de tres
e se fingirão embaixadores: e tomá- dias, depois de fazerem liança com
râo sacos velhos sobre seus asnos, e elles, ouvir&o que er&o seus vezinhos,
odres de vinho velhos, e rotos, e re­ e que morav&o em meio delles.
mendados. 17 Porque partindo-se os filhos de
5 E em seus pés çapatos velhos e Isçael, cnegárào a suas cidades ao
manchados, e vestiaos velhos sobre terceiro dia: e suas cidades eráo. Gi-
s i: e todo o p&o, que trazi&o para o beon, e Chephirá, e Beeroth, e Kiri-
caminho, era seco e bolorento. ath-Jearim.
6 E vier&o a Josua ao arraial a Gil­ 18 E os filhos de Israel os n&o feri­
gal : e disserão a elle, e aos varões rão porquanto os maioraes da con­
de Israel; vimos de terra de longe, gregaç&o lhes iurár&o por J e h o v a h o
fazei pois agora liança com nosoo. Deos de Israel : pelo que toda a con­
7 E os varões de Israel respondé- gregaç&o murmurava contra os maio­
r&o aos Heveos: porventura habitais raes.
em meio de nosoutros; como pois 19 Ent&o todos os maioraes diase-
faremos liança com vosco ? r&o a toda a congregaç&o; nos jura­
8 Ent&o disserão a Josua; somos te­ mos-lhes por J e h o v a h , o Deos de Is­
us servos: e disse-lhes Josua; quem rael : pelo que lhes n&o podemos tocar.
sois, e dJonde vindes? 20 Isto porem lhes faremos, aue lhes
9 E elles lhe respondér&o; teus ser­ daremos a vida: para que n&o naja ira
vos vierão de terra mui longe, por grande sobre nós, por causa do jura­
causa do nome de J e h o v a h teu Deos: mento que ja lhes temos jurado.
porquanto ouvimos sua fama,,e tudo 21 Disser&o-lhes mais os maioraes:
quanto fez em Egyptq. vivâo pois; e sej&o lenheiros e agua­
10 E tudo quanto fez aos dous reis deiros de toda a congregaç&o, como
dos Amoreos, que estav&o d’alem do os maioraes lhes tem dito.
Jord&o: a Sinon rei de Hesbon, e a 22 E Josua os chamou, e fallou-lhes,
Og rei de Basan, que em Astaroth dizendo: porque nos enganastes, di­
morava. zendo ; mui longe de vósoutros habi­
11 Pelo que nossos anci&os, e todos tamos, morandç vós em meio de no-
os moradores de nossa terra nos fal- soutros í
làr&o, dizendo: Tomai com vosco em 23 Sereis pois agora malditos: e d e n ­
vossas m&os provisão para o caminho, tre vós n&o deixará 4© haver servos,
e ide-lhes ao encontro: e dizei-lhes) nem lenheiros, nem aguadeiros, para
somos vossos servosj fazei pois agora a casa de meu Deos.
liança com nosco. 24 Ent&o respondér&o a Josua, e dis­
12 Este nosso p&o tomámos quente serão ; porquanto em certeza foi de­
de nossas casas para nossa provis&o, nunciado a teus servos, que J e h o v a h
o dia que sahimos para vir a vósou­ teu Deos mandou a Moyses seu servo,
tros : e eilo aqui agora ja seco e bo­ que a vósoutros daria toda esta terra;
lorento. e destruiria todos os moradores da
13 E estes odres, que enchèmos de terra diante de vossa face: temèmos
vinho, eráo novos j e eilos aqui ja ro­ muito por nossas vidas diante de vos­
tos: e estes nossos vestidos, e nos­ sas faces, porisso fizemos assim.
sos çapatos ja se tem envelhecido, por 25 E eis que agora estamos em tuas
causa da muita compríd&o do cami­ mâo»: aquillo que bom e recto em
nho. teus olhos te parece nos fazer, faze.
14 Ent&o aquelles varões tomár&o 26 Assim pois lhes fez: e livrou-os

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X. 233
das mâos dos filhos de Israel, e n&o os de Israel, e ferio-os de grande ferida
matáráo. em Gibeon: e seguio-os pelo cami­
27 £ naquelle mesmo dia Josua osnho, que sube a Bethhoron, e ferio-os
deu por lenheiros e aguadeiros da con­ até Azeka e Makeda.
gregação, e isso para o altar de J e h o ­ 11 E succedeo que, fugindo elles di­
v a h , até o dia de hoje, no lugar que ante da face de Israel, â decida de
escolhesse. Bethhoron, J e h o v a h lançou sobre el­
les do ceo grandes pedras até Azeka,
CAPITULO X. e morrérâo: muitos mais forão os
ue morrérâo das pedras da saraiva,
FOI que, ouvindo Adoni Zedek, 0 que os filhos de Israel matárâo à
E rei de Jerusalem, que Josua to­ espada.
mara a Ai, e a posera em interdito; e 12 Entâo Josua fallou a J e h o v a h ,
fizéra a Ai e a seu rei, como tinha fei­ o dia que J e h o v a h deu os Amoreos
to a Jericho e a seu re i: e que os mo­ em mâos dos filhos de Israel; e disse
radores de Gibeon fizerâo paz com os perante os olhos dos Israelitas: sol,
Israelitas, e estavâo em meio delles: aetem-te em Gibeon, e tu lua, no valle
2 Temérâo muito em grande ma­ de Ajadon.
neira ; porque a grande cidade de Gi­ 13 È o sol se deteve, e a lua se pa­
beon era como huma das cidades re- rou, até que o povo se vingou de seus
a e s: e ainda maior que Ai, e todos inimigos. Isto nâo estâ escrito no li­
seus varões valentes. vro do Recto ? o sol pois se deteve no
3 Pelo que Adoni Zedek rei de Jeru­ meio do ceo, e nâo se apresurou a pôr-
salem enviou a Hoham rei de Hebron, se, quasi hum dia inteiro.
e a Piream rei de Jarmuth, e a Ja- 14 E nâo houve dia semelhante a es­
phiá rei de Lachis, e a Debir rei de te, nem antes nem depois delle .ouvindò
Egloa . dizendo: J e h o v a h assim a voz de hum homem:
4 Subi a mim, e ajudai-me, e firamos porque J e h o v a h pelejava por Israel.
a G ibeon : por quanto fez paz com 15 E tomou-se Josua, e todo Israel
Josua, e com os nlhos de Israel. com elle, ao arraial a Gilgal.
5 Entáo-se ajuntarão, e subirão ciuco 16 Porem aquelles cinco reis fugirão,
reis dos Amoreos, o rei de Jerusalem, e se escondérâo na cova de Makeda.
o rei de Hebron, o rei de Jarmuth, o 17 E foi denunciado a Josua, dizen­
rei de Lachis, o rei de Eglon, elles e do : Achados sâo os cinco reis, escon­
todos seus exercitos: e sitiàrâq a Gi­ didos na cova em Makeda.
beon. e pelejárâo contra ella. 18 Disse pois Josua; arrojai grandes
6 Enviàrâo pois os varões de Gibe­ pedras à boca da cova: e ponde a
on a Josua ao arraial a Gilgal, dizen­ ella varões, que os guardem.
do : nâo retires tuas mãos de teus Ber- 19 Porém vós nâo vos detenhais, se-
vos : sube apresuradamente a nosou- 1 a vossos inimigos, e feri-os no ra-
tros, e livra-nos, e ajuda-nos; por­ : nâo os deixeis entrar em suas ci­
quanto todos os reis dos Amoreos, que dades, porque J e h o v a h vosso Deos ja
habitâo na montanhâ, se ajuntárâo vo-los aeu em vossa mâo.
contra nós. 20 E foi que, acabando Josua e os
7 Entâo subio Josua de Gilgal, elle filhos de Israel, de os ferir a grande
e toda a gente de guerra com elle, e ferida até consumilos; e que os que
todos os valentes e valerosos. ficârâo delles, se retirárâo as cidades
8 Porque J e h o v a h dissera a Josua: fortes.
nâo os tem as; porque os tenho dado 21 Todo o povo se tomou a Josua ao
em tuas mâos: nenhum delles parará arraial em Makeda em paz: nâo ha­
diante de ti. vendo ninguém que movesse sua lin­
9 E veio JFosua apresuradamente a gua contra os filhos de Israel.
elles: toda a noite veio subindo desde 22 Depois disse Josua ; abri a boca
Gilgal. da cova, e trazei-me aquelles cinco
10 E J ehovah o® conturbou diante reis fora da cova,

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234 JOSUA, XI.
23 Fizer&o pois assim, e trouxer&o- rio, a elle e a seu povo, até que ne­
lhe aquelles cinco reis fora da cova: o nhum lhe deixou de resto.
rei de Jerusalem, o rei de Hebron, o 34 E Josua, e todo Israel com elle
rei de Jarmuth, o rei de Lachis, e o passou de Lachis a Eglon: e a sitiá-
rei de Eglon. ráo, e pelejár&o contra ella.
24 E foi que, trazendo aquelles reis 35 E no mesmo dia a tomàr&o, e a
a Josua, Josua chamou a todos os va­ ferirão a fio da espada; e a toda alma,
rões de Israel, e disse aos maioraes que nella havia, pôs em interdito no
da gente de guerra, que com elle fo­ mesmo dia: conforme a tudo o que
r&o ; chegai, ponde vossos pés sobre fizera a Lachis.
os pescoços destes reis: e chegar&o, 36 Depois Josua e todo Israel com
e puzer&o seus pés sobre seus pesco­ elle subio de Edon a Hebron: e pe-
ços. lejàr&o contra ella.
25 Ent&o Josua lhes disse; n&o te­ 27 E tomár&o-a, e a ferír&o-a fio da
mais^ nem vos espanteis: esforçai-vos, espada, assim a seu rei, como a todas
e animai-vos; porque assim fará Je­ suas cidades; e a toda alma, que nel-
h o v a h a todos vossos inimigos, contra las havia, a ninguém deixou com vida,
os quaes pelejardes. conforme a tudo o que fizera a Eglon:
26 E depois d’isto Josua os ferio, e e a pôs em interdito a ella, e a toda
os matou, e os enforcou em cinco ma­ alma, que nella havia.
deiros : e ficàr&o enforcados nos ma­ 38 Ent&o Josua e todo Israel com
deiros até a tarde. elle tornou a Debir: e pelejou contra
27 E foi que ao tempo do pôr do ella.
sol, mandou Josua, que os tirassem 39 E tomou-a com seu rei, e a to­
dos madeiros; e lanyárâo-os na co­ das suas cidades, e as ferír&o-a fio da
va, aonde se esconder&o: e poserâo espada, e a toda alma que nellas ha­
grandes pedras á boca da cova, que via, poser&o em interdito, nada deixou
ainda ali estáo até o mesmo dia de de resto: como fizera a Hebron, assim
hoje. fez a Debir e a seu rei, e como fizera
28 E naquelle mesmo dia tomou Jo­ a Libna e a seu rei.
sua a Makeda, e ferio-a a fio da espa­ 40 Assim ferio Josua toda aquella
da, e pôz em interdito a seu rei, a terra, as montanhas, o sul, e as prai-
elles, e a toda alina, que nella havia, nuras, e as decidas das aguas, e a to­
nada deixou de resto: e fez ao rei dos seus reis, nadp. deixou de resto :
de Makeda, como fizera ao rei de até tudo que tinha folgo, pôz em inter­
Jericho. dito, como mandára J e h o v a h o Deos
29 Ent&o Josua e todo Israel com de Israel.
elle passou de Makeda a Libna, e pe­ 41 E Josua os ferio desde Cades-Bar-
lejou contra Libna. nea, e até Gaza: como tambem toda
30 E tambem J e h o v a h a deu em a terra de Gosen, e até Gibeon.
m&o de Israel, a ella e a seu rei, e a 42 E de huma vez tomou Josua to­
ferio a fio da espada, a ella e a toda dos estes reis, e suas terras: porquan­
alma, que nella navia, nada deixou de to J e h o v a h o Deos de Israel pelejava
resto: e fez a seu rei, como fizera ao por Israel.
rei de Jericho. 43 Ent&o Josua e todo Israel com elle
31 Ent&o Josua e todo Israel com se tomou ao arraial em Gilgal.
elle passou de Libna a Lachis: e a si­
tiou, e pelejou contra ella.
32 E J e h o v a h deu a Lachis em m&o CAPITULO XI.
de Israel, e tomou-a o dia seguinte, e UCCEDEO depois d’isto, que, ou­
a ferio a fio da espada, a ella e a toda
alma, que nella navia: conforme a
S vindo-o Jabin rei de Hazor, enviou
a Jobab rei de Madon, e ao rei de Sim-
tudo o que fizera a Libna. ron, e ao rei de Achsaph.
33 Ent&o Horam rei de Gezer, subio 2 E aos reis, que estavâo ao Nor­
a ajudar a Lachis : porém Josua o fe­ te, nas montanhas, e nas campanhas

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J06ÜA, xn. 236

to Sul de Chinneroth, e nas prainu­ des, e o gado, os filhos de Israel saque-


ras, e em Naphoth-Dor, da banda do ár&o para s i: tam sòmente a todos os
mar. homens ferír&o a fio da espada, até
3 A o Cananeo ao Oriente, e ao Oc- que os destruirão, nada do que folgo
cidente; ea o Amoreo, e ao Hetheo, tmha, deixárão de resto.
e ao Pherezeo, e ao Jebuseo nas mon­ 15 Como mandára Je h o v a h a Moy­
tanhas : e ao Heveo abaixo de Her- ses seu servo, assim Moyses mandou
mon. na terra de Mispa. a Josua: e assim Josua o fez; nem ti­
4 Sahírio pois estes, e todos seus ex- rou huma palavra de tudo o que Je ­
ercitoe com elles, muito povo, como h o vah mandára a Moyses.
a area. que està na praia do mar em 16 Assim Josua tomou toda aquella
multidão: e muitisshnos e carros» terra, as montanhas e todo o sul, e to­
5 Todos estes reis se ajuntár&o, e da a terra de Gosen, e as prainuras, e
vierão, e juntamente se aíojàr&o-a as as campanhas, e as montanhas de Is­
aguas de Merom, para pelejarem con­ rael, e suas prainuras.
tra Israel. 17 Desdo monte calvo, que sube a
6 E disse Jxho Vah a Josua: nâo te­ Seir^ até Baal Gad, no valle do Liba-
mas perante suas faces, que a manhâ no, as raizes do monte de Hermon:
como a estas horas eu os darei todos tambem tomou todos seus reis, e os
feridos perante a face dos filhos de Is­ ferio, e os matou.
rael : seus cavallos deceparás; e seus 18 Por muitos dias Josua fez guerra
canos aueimarás a fogo. contra todos estes reis. -
7 E Josua, e toda a gente de guer­ 19 N&o houve cidade, que fizesse paz
ra com elle veio apresuradamente so­ com os filhos de Israel, sen&o os He-
bre elles a as aguas de Merom: e de- veos, moradores de Gibeon : por guer­
rào nelles de repente. ra as tomàr&o todas.
8 E Jf.hovah os deu em m&o de Is­ 20 Porquanto de Je h o v a h vinha, aue
rael, e os ferírâo, e os seguírão até a seus corações endurecessem, a sanir
grande Sidon, e até Misrephoth-Ma- ao encontro a Israel com guerra, pa­
ira. e até o valle de Mispé ao Oriente, ra os pôr em interdito, por se n&o ter
e feríráo-os até que nenhum delles piedade delles: mas para os destruir
deixárão de resto. todos, como Jeh ovah mandára a Moy­
9 E fez-lhes Josua, como J ehovah ses.
lhe dissera: seus cavallos decepou, e 21 Naquelle tempo veio Josua, e de­
seus carros queimou a fogo. sarraigou aos Enaquins das monta­
10 E naquelle mesmo tempo tomou nhas, de Hebron, de Debir, de Anab,
Josua, e tomou a Hazor, e a seu rei e de todas as montanhas de Judá, e
ferio a espada : porquanto Hazor d’an- de todas as montanhas de Israel: Jo­
tes era a cabeça de todos estes Rei­ sua os pôz em interdito com suas ci­
nos. dades.
11 E a toda alma, que nella havia, 22 Nenhum dos Enaquins ficou de
feri rào a fio da espada, pondo-a em resto na terra dos filhos de Israel: sò­
. interdito; nada do que folgo tinha, mente ficár&o de resto em Gaza, em
âcou de resto: e a Hazor queimou Gath, e em Asdod.
com fogo. 23 Assim Josua tomou toda esta terra,
12 E Josua tomou todas as cidades conforme a tudo o que Je h o v a h disse­
destes reis, e todos seus reis, e ferio- ra a Moyses: e Josua a deu em he­
os a fio da espada, pondo os em inter­ rança aos filhos de Israel, conforme a
dito : como mandára Moyses servo de suas repartições, conforme a suas tri­
Je h o v a h . bus : e a terra repousou da guerra.
13 Tam sòmente os Israelitas náo i
queitnár&o as cidades, que estavâo so­ CAPITULO xn.
bre seus outeiros: salvo sòmente Ha­
zor, a qual Josua queimou. STES pois s&o os reis da terra- aos
14 E todos os dj»\ ojos destas cida­ E quaes ferír&o os filhos de ísra-

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%
236 JOSUA, XIII.

el, e possuirão sua terra em herança 13 O rei de Debir, outro; o rei de


d’alem do Jordfto ao nascente do sol: Geder, outro.
desdo ribeiro de Amon, até o monte 14 O rei de Horma, outro; o rei do
de Hermon, e toda a prainura do Ori­ Harad, outro.
ente. 15 O rei de Libna, outro; o rei de
2 Sihon rei dos Amoreos, que habi­ Adullam, outro.
tava em Hesbon: o que senhoreava 16 O rei de Makeda, outro; o rei de
desde Aroer, que está â bordado ribei­ Bethel, outro.
ro de Amon, e desd1o mei do ribeiro, 17 O rei de Tappuah, outro; o rei de
e a meitade de Gilead, e até o ribei­ Hepher, outro.
ro de Jabbok, o termo dos íilhos de 18 O rei de Aphek, outro; o rei de
Ammon. Lassaron, outro.
3 E desd1 a campanha até o mar de 19 O rei de Madon, outro; o rei de
Chinneroth ao Onente, e até o mar Hasor, outro.
da campanha, o mar salgado ao Ori­ 20 O rei de Simron-Meron, outro; o
ente, caminho de Beth-Jesimoth: e rei de Achsaph, outro.
desdo Sul abaixo de Asdoth-Pisga. 21 O rei deTaanach, outro; o rei de
4 Como tambem o termo de Og rei Megiddo, outro.
de Basan, que era do resto dos gigan­ 22 O rei de Kedes, outro; o rei de
tes, e habitava em Astharoth, e em Jokneam ao Carmel, outro.
Edrei. 23 O rei de Dor, em Naphath-Dor,
5 E senhoreava no monte de Her­ outro; o rei das gentes em Gilgal, ou­
mon, e em Salcha, e em toda Basan, tro.
até o termo dos Gesureos e dos Ma- 24 O rei de Tirsa, outro; trinta e
achateos: e a meitade de Gilead, ter­ hum reis por todos.
mo de Sihon rei de Hesbon.
6 A estes Moyses servo de J k h o v a h
CAPITULO XIII.
e os íilhos de Israel ferir&o: e Moyses
servo de J x h o v a h deu esta terra aos RA porém Josua ja velho, entrado
Rubenitas, e aos Gaditas, e á meia
tribu de Manasse em possess&o here-
E em dias: e disse-lhe J e h o v a h ; ja
estás velho, entrado em dias; e ainda
ditaria. muitíssima terra ficou para possuir
7 E estes sáo os reis da terra, que em herança.
ferio Josua, e os filhos de Israel a’a- 2 A terra que fica de resto, he esta:
quem do Jord&o ao Occidente, desde todos os termos dos Philisteos, e toda
Baal-Gad no valle do Libano, e até Gesuri.
o monte calvo, que sube a Seir: e Jo­ 3 Desde Sihor, que está diante de
sua a deu a as tribus de Israel em pos­ Egypto, até o termo de Ekron ao Nor­
sess&o hereditaria segundo suas repar­ te, que se conta por dos Cananec^:
tições. cinco Principes dos Philisteos, o G;»-
8 O que havia nas montanhas, e nas zeo, e o Asdodeo, o Ascalonita, o Gi>
prainuras, e nas campanhas, e nas theo, e o Ekroneo, e os Aveos.
descidas das aguas, e no deserto, e 4 Desdo Sul, toda a terra dos Ca­
ao Sul: o Hetheo, o Amoreo, e o Ca- naneos, e Meara, que he dos Sidone-
naneo, o Pherezeo, o Heveo, e o Je- os, até Aphek: até o termo dos Amo­
buseo. reos.
9 O rei de Jericho, hum: o rei de 5 Como tambem a terra doS Gible-
Ai, que está ao lado de Bethel, ou­ os, e todo o Libano ao nascente do sol,
tro. desde Baal-Gad a baixo do monte de
10 O rei de Jerusalem, outro: o rei Hermon, até á entrada de Hamath.
de Hebron, outro. 6 Todos os que habitão nas monta­
11 O rei de Jarmuth, outro; o rei nhas desdo Libano até Misrephoth-
de Lachis; outro. Maim, todos os Sidoneos; eu os lan­
12 O rei de Eglon, outro; o rei de çarei de diante da face dos filhos de
Geser; outro. tsrael; tam somente faze, que caia a

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JOSUA, XIV. 237

Israel em sorte por herança heredita- 22 Tambem os íilhos de Israel ma*


ria, como ja te tenho mandado. tárâo â espada a Bileam filho de Beor,
7 Reparte pois agora esta terra pot o adevinho, como os de mais que por
herança a as nove tribus, e á meia tri­ elles foráo mortos.
bu de Manasse. 23 E foi o termo dos filhos de Ruben,
3 Com quem os Rubenitas e os Ga- o Jordáo, e seu termo: esta he a he­
ditas ja sua herança recebér&o: a qual rança dos filhos de Ruben, segundo su­
lhes deu Moyses d’alem do Jora&o, as familias, cidades, e suas aldeas.
ao Oriente ; como ja lhes tinha dado 24 E deu Moyses á tribu de Gad,
Moyses servo de Je h o v a h . aos filhos de Gaa, segundo suas fami­
9 Desde Aroer, que está à borda do lias.
ribeiio de Amon, e a cidade que está 25 E foi seu termo Jaezer, e todas
no meio do ribeiro, e toda a campa­ as cidades de Gilead, e ametade da
nha de Medeba até Dibon. terra dos filhos de Ammon, até Aroer,
10 £ todas as cidades de Sihon, rei que está diante de Rabba.
dos Amoreos, que reinou em Hesbon: 26 E desde Hesbon até Ramath-Mis-
até o termo dos íilhos de Ammon. pe^ e Bethonim: e desde Mahanaim
11 E Gilead, e o termo dos Gesure- ate o termo de Debir.
08, e dos Machateos, e todo o monte 27 E no valle de Bethharam e Beth-
de Hermon, e toda Éasan até Salcha. nimrá, e Succoth, e Saphon, aue ficá-
12 Todo o Reino de Og em Basan, ra de resto do Reino del-Rei ae Sihon
qne reinou em Astharoth, e em Edrei: em Hesbon; o Jordáo, e seu termo:
•ste ficou do resto dos gigantes, que até o cabo do mar de Chinnereth d’a-
Moyses ferio e desterrou. lem do Jordflo, ao Oriente.
13 Porem os filhos de Israel náo des­ 28 Esta he a herança dos íilhos de
terrarão aos Gesureos, nem aos Ma­ Gad, segundo suas familias, cidades e
chateos : antes Gesnr e Maachath ha- suas viUas.
bitârào em meio de Israel, até o dia 29 Deu tambem Moyses herança á
de hoie. meia tribu de Manasse: que ficou a
14 Tam somente á tribu de Levi nâo meia tribu dos filhos de Manasse, se­
deu herança: os sacrifícios ardentes gundo suas familias.
de J e h o v a h Deos de Israel sâo sua 30 De maneira que seu termo foi des­
herança, como ja lhe tinha dito. de Mahanaim, toda Basan, todo o Rei­
15 Assim Moyses deu à tribu dos no de Og rei de Basan, e todas as al­
filhos de Ruben conforme a suas fa­ deas de Jair, que estáo em Basan, ses­
mílias. senta cidades.
16 E foi seu termo desde Aroer, que 31 E a meitade de Gilead^ e Astha­
está á borda do ribeiro de Amon, e a roth, e Edrei, cidades do remo de Og
cidade, que está no meio do ribeiro, e em Basan, aos filhos de Machir, filho
toda a campanha até Medeba. de Manasse, a saber a a meitade dos
17 Hesbon e todás suas cidades, que filhos de Machir, segundo suas fami­
sstâo na eampaoha: Dibon, e Bamoth- lias.
Boal, e Beth-Baal-Meon. 32 Isto he o que Moyses repartira
18 EJahsa,eKedemoth,eMephaath. em herança nas campanhas de Moab,
19 E Kiriathaim, e Sibma, e Zereth, d’alem do Jordáo de Jericho ao Ori­
e Hassahar, no monte do valle. ente.
20 E Beth-Peor, e Asdoth-Pisga, e 33 Porém à tribu de Levi Moyses
Üeth-Jesimoth. n&o deu herança: Je h o v a h o Deos de
21 E todas as cidades da campanha, Israel he sua nerança; como ja lhes
e todo o reino de Sihon, rei dos Amo­ tem dito.
reos, que reinou em Hesbon: a quem
Moyses ferio, como tambem aos Prin­ CAPITULO XIV.
cipes de Midian, Evi, e Rekem, Sur,
e Hur, e Reba, maioraes de Sihon, STO pois he o aue os filhos de Isra­
moradores da terra. I el tivér&o em nerança na terra de

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238 JOSUA, XV.

Canaan: o aue Eléazar sacerdote, e que Moyses fallou aquelle dia: pois
Josua filho de Nun, e os cabeças aos aquelle mesmo dia tu ouviste, que o s
pais das tribus dos filhos de Israel, lhes Enakins estão ali, e grandes e fortes
nzerão repartir em herança. cidades ha ali: porventura J e h o v a h
2 Por sorte de sua herança: como será comigo, para dali os expelir, co­
J e h o v a h mandára pelo ministério de mo Jehovah disse.
Moyses? ácerca das nove tribus e da 13 E Josua o abendiçoou, e deu a
meia tribu. Caleb filho de Jephunne, Hebron em
3 Porquanto a as duas tribus, e a a herança.
meia tribu ia déra Moyses herança 14 Portanto Hebron foi de Caleb,
d’alem do Jordão: mas aos Levitas filho de Jephunne o Kenezeo, em he­
n&o tinha dado herança entre elles. rança até o dia de hoje : porquanto
4 Porque os íilhos ae Joseph forão perseveràra em seguira Je h o v a h De­
duas tribus, Manasse e Ephraim: e os de Israel.
aos Levitas n&o dér&o herança na ter­ 15 Fora porém d7antes o nome de
ra, sen&o cidades em que habitassem, Hebron, Kiriath-Arba, que entre os
e seus arrabaldes para seu gado, e pa­ Enakins foi hum grande homem: e &
ra sua possessão. terra repousou da guerra.
5 Como J e h o v a h mandára a Moy­
ses, assim fizerâo os filhos de Israel, e
CAPITULO XV.
repartirão a terra.
6 Ent&o os filhos de Judá chegár&o FOI a sorte da tribu dos filhos de
a Josua em Gilgal, e Caleb. filho de
Jephunne o Kenezeo, lhe disse : tu
E Judá, segundo suas familias, jun­
to ao termo de Edom, o deserto de Sin
sabes a palavra, que Je h o v a h fallou ao Sul, sendo o ultimo do Sul.
a Moyses var&o de Deos, em Cades- 2 Assim que seu termo ao Sul, foi o
Barnea por causa de mim, e de ti. ultimo do mar salgado, desda lingua,
7 De idade de quarenta annos era que olha para o Sul.
eu, quando Moyses servo de J e h o v a h 3 E sahe para o Sul até à subida
me enviou de Cades-Bamea a espiar de Akrabbim. e passa a Sin, e sube
a terra: e eu lhe trouxe resposta, co­ do Sul a Catles-Bamea, e passa por
mo sentia em meu ooração: Hezron, e sube a Adar, e rodes a
8 Mas meus irm&os, que subirão co­ Carca.
migo, fizer&o derreter o coraç&o do po­ 4 E passa a Asmon, e sahe ao ribei*
vo : eu porém perseverei em seguir a ro de Egypto, e as sahidas deste ter­
J e h o v a h meu Deos. mo irão até o mar: este será vosso
9 Ent&o Moyses naquelle dia jurou, termo da banda do Sul.
dizendo: certamente a terra que pi­ 5 O termo porém ao Oriente serà o
sou teu pé,-será tua, e de teus filhos, mar salgado, até o cabo do Jord&o: e
em herança perpetuamente: pois per­ o termo ao Norte será da lingua do
severaste em seguir a J e h o v a h meu mar, desdo ultimo do Jordão.
Peos. 6 E este termo subirá até Beth-Ho-
10 E agora, eis que J e h o v a h me con­ gla, e passará do Norte a Beth-Araba;
servou em vida, como disse ; quaren­ e este termo subirá até â pedra de
ta e cinco annos ha agora, desde que Bohan, filho de Ruben.
J e h o v a h fallou esta palavra a Moyses, 7 Subirá mais este termo á Debir
andando Israel ainaa no deserto: e desdo valle de Achor. e olhará ao Nor­
agora eis que ja sou de idade de oiten- te para Gilgal, a qual está á subida de
te e cinco annos. Adummim, que está ao Sul do ribei­
l l E ainda hoje estou tam forte, co­ ro: então este termo passará até ás
mo o dia que Moyses me enviou; qual aguas de En-Semes: o suas sahidas
minha força ent&o era, tal he agora estarão da banda de En-Ro"el,
minha força, pnro a guerra, o para »a. 8 E este termo passará pelo valle do
Jiir, e para entrar, filho de Ilinnom, da banda dos Jebu«
13 Agora poj?, dá-m# fite monte, de seo» do S u l; esta he J e rv w itm ; « fw#

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XV. 239

birà este termo ate o cume do monte, tribu dos filhos de Judá até o termo
que está diante do valle de Hinnom de Edom ao Sul: Cabseel, e Eder, e
ao Occidente, aue está no fim do valle Jagur.
dos Rephains da banda do Norte. 22 E Kina, e Dimona, e Adada.
9 Entâo este termo irâ desda alturá 23 E Kedes, e Hasor, e Itnan.
do monte até à fonte das aguas de 24 Ziph, e Telem. e Bealoth.
Nephthoah. e sahirá até às cidades 25 E Hasor, Haaattha, e Kirioth;
do monte ae Ephron: irá mais este Hesron he Hasor.)
termo até Baala; esta he Kiriath-Je- 26 Amam, e Sema, e Molada.
arim. 27 E Hasar, Gadda, e Hesmon, e
10 Entâo tornará, este termo desde Beth-Palet.
Baala ao Occidente, até &s montanhas 28 E Hasar-Sual, e Beer-Seba, e Biz-
de Seir, e passará ao lado do monte
de Jearim da banda do Norte; esta ^29 íiaala. e Iim, e Asem.
he Kesalon; e descenderá a Beth-Se- 30 E Eltnolad, e Chesil, e Horma.
mes, e passará por Timna. 31 E Sjklag, e Madmanna, e San-
11 Sahirá este termo mais ao lado sanna.
de Ekron ao Norte, e este termo irá 32 E Lebaoth, e Silhim, e Ain, e
a Sichron, e passará o monte de Ba­ Rimmon: em todas vinte e nove ci­
ala, e sahirá em Jabneel: e as sahi- dades, e suas aldeas.
das deste termo irâo ao mar. 33 Nas pramuras: Esthaol, e Sora,
12 Será porem o termo da banda do e Asna.
Occidente o mar grande, e seu termo: 34 E Zanoah, e Engannim; Tappu-
este he o termo aos filhos de Judá ao ah, e Enam.
redor, segundo suas familias. 35 Jarmuth, e Adullamj Socho, e
13 Mas a Caleb filho de Jephunne Azeka.
deu huma parte em meio dos tâhos de 36 E Saaraim, e Adithaim, e Gede-
Jada, conforme ao dito de J e h o v a h ra, e Gederothaim: catorze cidades,
a Josua: a saber a cidade de Arba, e suas aldeas.
pai de Enak; este he Hebron. 37 Senan, e Hadasa, e Migdal-Gad.
14 E expelio Caleb d’ali os tres filhos 38 E Dilan, e Mispe, e Jocteel.
de Enak: Sesaí, e Ahiman. e Talmai, 39 Lachis, e Boscath. e Eglon.
gerados de Enak. 40 E Chabbon, e Lachmas, e Chitlis.
15 E d7ali subio aos moradores de 41 E Gederoth, Beth-Dagon, e Naa-
Debir: e fòra d7antes o nome de De­ ma, e Makeda: dezaseis cidades, e
bir, Kiriath-Sepher. suas aldeas.
16 E disse Caleb; quem ferir a Ki- 42 Libna, e Ether, e Asan.
riath-Sepher, e a tomar, lhe darei a 43 E Jiphtah, e Asna, e Nezib.
minha filha Achsa por mulher. 44 E Kehila, e Achzib, e Maresa:
17 Tomou a pois Othniel filho de nove cidades, e suas aldeas.
Kenaz. irmâo de Caleb: e deu-lhe a 45 Ekron, e os lugares de sua jurdi-
soa filna Achsa por mulher. ç&o, e suas aldeas.
18 E succedeo que, vindo ella a elle, 46 Desde Ekron. e até o mar: todas
ella o persuadio, que pedisse hum as que estâo da banda de Asdod, e
campo a seu pai: e se apeou do as­ suas aldeas. '
no: entâo Caleb lhe disse: que has? 47 Asdod, os lugares de sua jurdi-
19 E ella disse: Dá-me alguma bem- câo, e suas aldeas; Gaza, os lugares
diçâo; pois me déste terra seca, dá- ae sua jurdiçfto, e suas aldeas, até o
me tambem fontes de aguas: então rio de Egypto: e o mar grande, e seu
lhe deu as fontes de riba, e as fontes termo.
debaixo. 48 E nas montanhas, Samir, e Iat-
20 Esta he a herança da tribu dos thir, e Socho.
íilhos de Judá, segundo suas fami' 49 E Dannai e Kiriath-Sanna, quç
lias. he Debir.
21 Sâo pois as cidades do cabo d » $0 G Anabj £stemo, e Anim*

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540 JOSUA, XVI. XVlt.

61 E Gosen, e Holon, e Gilo : onze roth, e a Naharath; e toca èm Jeri­


cidades, e suas aldeas. cho, e vai sahir ao Jord&o.
52 Arab, e Duma, e Esan. 8 De Tappuah vai este termo para
53 E Janum, e Beth-Tappuah, e o Occidente ao ribeiro de Cana. e su­
Apheka. as sahidas ao mar: esta he a neran-
54 E Humta, e Kiriath-Arbá, (que ça da tribu dos filhos de Ephraim, se­
lie Hebron,) e Sior: nove cidades, e gundo suas familias.
suas aldeas. 9 E as cidades, que se separàr&o pa­
55 Maon, Carmel. e Ziph, e Juta. ra os filhos de Éphraim, estavâo em
56 Jezreel, e Jokdeam, e Zanoah. meio da herança dos filhos de Ma­
57 Cain, Gibea, e Timna : dez cida­ nasse : todas aquellas cidades e suas
des, e suas aldeas. aldeas.
58 Halhul, Beth-Sur, e Gedor. 10 E n&o expellir&n aos Cananeos,
53 E Maarath, e Beth-Anoth, e El- que habitàr&o em Gazer: assim os
tekon: seis cidades, e suas aldeas. Cananeos habitàr&o em meio dos Eph-
60 Kiriath-Baal, (que he KiriathrJea- raimitas até o dia de hoje; porem ser­
rim,) e Rabba: duas cidades, e suas vião tributando.
aldeas.
61 No deserto: Beth-Araba, Middin,
e Secaca. CAPITULO XVII.
62 E Nibsan, e a cidade do sal, e AMBEM a tribu de Manasse teve
Engedi: seis cidades, e suas aldeas.
63 N&o podér&o porem os íilhos de
T sorte, por-quanto era o primogé­
nito de Joseph: a saber Machir o pri­
Judá expellir aos Jebuseos moradores mogénito de Manasse, pai de Gilead,
de Jerusalem: assim habitàrâo osJebu- porquanto era homem ae guerra, teve
seos com os filhos de Judá em Jerusa­ a Gilead e Basan.
lem, até o dia de hoje. 2 Tambem os de mais filhos de Ma­
nasse tiver&o sorte segundo suas fa­
milias, a saber os filhos de Abiezer,
CAPITULO XVI. os filhos de Helek, e os filhos de As-
AHIO depois a sorte dos íilhos de riel, e os filhos de Sechem, e os filhos
S Joseph, desdo Jordão de Jericho de Hepher, e os filhos de Semida:
às aguas de Jericho. ao Oriente: su­ estes s&o os filhos machos de M&nas-
bindo ao deserto ae Jericho pelas se? filho de Joseph, segundo suas fa­
montanhas de Beth-El. mílias.
2 E de Beth-El sahe a Luza, e passa 3 Selaphead porem, filho de Hepher,
ao termo do Archeo, até Ataroth. o filho de Gilead, filho de Machir, o
3 E descende da banda do Occidente filho de Manasse, n&o teve filhos, se­
ao termo de Japhleti, até o termo de não filhas: e estes s&o os nomes de
Beth-horon debaixo, e até Gazer: suas filhas, Machia e Noa, Hogla, Mil-
sendo suas sahidas para o mar. ka, eTirsa.
4 Assim alcançâr&o sua herança os 4 Estas pois chegàr&o perante a face
íilhos de Josepn, Manasse e Eph­ de Eleazar sacerdote, e perante a face
raim. de Josua filho de Nun, e perante a fa­
5 E foi o termo dos íilhos de Eph­ ce dos Maioraes, dizendo: J e h o v a h
raim, segundo suas familias: a saber mandou a Moyses, que se nos désse
o termo de sua herança ao Oriente, herança em meio de nossos irm&os:
era Atharoth-Addar, até Beth-horon peloGue conforme ao dito de J e h o ­
de cima. v a h lhes deu herança no meio dos ir­
6 E sahe este termo ao Occidente mãos de seu pai.
junto a Mikmetath desdo Norte, e tor­ 5 E cahirâo a Manasse dez cordéis
na este termo para o Oriente a Tha- de mais da terra de Gilead e Basan,
anat-Silo, e passa por ella desdo Ori­ que està d’alem do Jord&o.
ente a Janoha. 6 Porque as filhas de Manasse em
7 E descende desde Janoha a Ata­ meio de seus filhos possuirão heran-

D ig itize d by L j O O Q ie
JOSUA, XVIll. 241

ç t : e a terra de Gilead tiverâo os de do valle, entre os de Beth-Sean e os


mais dos filhos de Manasse. lugares de sua iurdiçâo. e entre os que
7 Assim qne o termo de Manasse foi estão no valle ae Izreeí.
desde Aser até Mikmethat, que está 17 Então Josua fallou â casa de Jo­
diante de Sechem: e vai este termo seph, a Ephraim, e a Manasse, dizen­
& mâo direita, até os moradores de do : granae povo es, e grande força
Entappuah. tens, numa so sorte não terás.
8 Bem tinha Manasse a terra de 18 Porém as montanhas serâo tuas;
Tappuah: porem a Tappuah no termo e pois que bosque he, corta-o, e suas
de Manassé, tinhão os nlhos de Eph­ sanidas serão tuas: porque expelliràs
raim. aos Cananeos, ainda que tenhão car­
9 Entâo descende este termo ao ri­ ros ferrados, ainda que sejâo fortes.
beiro de Cana, ao Sul do ribeiro; de
Ephraim sâo estas cidades em meio
das cidades de Manasse: e o termo
CAPITULO xvm.
de Manasse está ao Norte do ribeiro, TODA a congregação dos filhos
sendo suas sahidas ao mar.
10 Ephraim ao Sul, e Manasse ao
E de Israel se ajuntou em Silo, e
ali armárão a Tenda do ajuntamento,
Norte, e o mar he seu termo: e ao depois que a terra foi sugeita diante
Norte tocâo em Aser, e ao Oriente a delles.
Issaschar. 2 E dentre os filhos de Israel ficárâo
11 Porque em Issaschar, e em Aser sete tribus, a que não tiuhâo reparti­
tinha Manasse a Beth-Sean. e aos lu­ do sua herança.
gares d e sua jurdiçãOj e Jibleam, e 3 E disse Josua aos filhos de Israel:
_ aos lugares de sua jurdiçâo, e aos mo­ até quando sereis negligentes, a pas­
radores de Dor, e aos lugares de sua sardes para possuir em nerança a ter­
jurdiçâoj e aosmoradores de Endor, e ra, que J e h o v a h o Deos de vossos
aos lugares de sua jurdiçâo, e aos pais vos deu ?
moradores de Thaanak, e aos lugares 4 De cada tribu dai vos tres varões,
de sua jurdiçâo, e aos moradores de para que eu os envie, e se levantem,*
Megiddo, e aos lugares de sua jurdi­ e corrão a terra, e a descrevão seçundo
çâo : tres comarcas. suas heranças, e se tomem a mim.
12 E os filhos de Manasse nâo pode­ 5 E a repartirão em sete partes: Ju­
rão expellir os moradores daquellas ci­ dá se ficará em seu termo do Sul, e a
dades : porquanto os Cananeos queri- casa de Joseph se ficará em seu ter­
âo habitar na mesma terra. mo do Norte.
13 E foi que, esforçando-se os filhos 6 E vósoutros descrevereis a terra
de Israel, fizerão aos Cananeos tribu­ em sete partes, e a trareis a mim aqui
tários: porem não os expellírão de descripta: para que eu aqui vos lançe
todo. as sortes perante a face de J e h o v a h
14 Entâo os filhos de Joseph fallàrão nosso Deos.
a Josua, dizendo: porque so me déste 7 Porquanto os Levitas nâo tem par­
por herança huma sorte e hum cordel, te em meio de vósoutros, porem o
sendo eu hum tão grande povo ? por sacerdocio de J e h o v a h he sua parte:
em quanto J e h o v a h até aqui me aben- e Gad, e Ruben, e a meia tribu de
çoon. Manasse tomârão sua herança d7alem
15 È disse-lhes Josua: se tam gran­ do Jordão o Oriente, á qual lhes deu
de povo es, sube ao bosque, e corta Moyses servo de J e h o v a h .
para ti ali lugar na terra dos Phere- 8 Então aquelles varões se levantà-
zeos e dos Rephains: pois as monta­ râo, e se forão: e mandou Josua aos
nhas de Ephraim te são tão estreitas. que hiâo a descrever á terra, dizendo:
16 Entâo disserão os filhos de Jo­ Ide, e correi á terra, e descrevei-a, e
seph : a s montanhas nos nâo bastarião: entâo tornai a mim, e aqui vos lançarei
ta m b e m carros ferrados ha entre to­ as sortes perante a face de J e h o v a h
dos o s Cananeos, que habitão na terra em Silo.
H

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34ft JOSUA, XIX.

9 Forão pois aquelles varòes, e pas- 20 E termina ae Jord&o ao cabo d »


sárâo pela terra, e a descrevérâo se­ Oriente : esta he a herança dos filho*
gundo as cidades em sete partes em de Benjamin em seus termos ao re­
hum livro: e tornàrâo-se a Josua, ao dor, segundo suas familias.
arraial em Silo. 21 E as cidades da tribo dos filho»
10 Entâo Josua lhes lançou as sortes de Benjamin, segundo sua» família*,
em Silo, perante a face de J e h o v a h : sâo Jericho, e Beth-Hogla, e Emekr
e ali repartio Josua a terra aos íilhos Kesis.
de Israel, conforme a suas partes. 22 E Beth-Araba, e Semaraim, e
11 E suoio a sorte da tribu dos íilhos Beth-El.
de Benjamin, 6egundo suas familias: 23 E Hawim, e Para, e Ophra.
e sahio o termo de sua sorte, entre os 24 E Chephar-Haammonai, e Ophui,.
íilhos de Judá, e entre os íilhos de Jo­ e Gaba: doze cidades, e suas aldeaa.
seph. 25 Gibeon, e Rama, e Beeroth,
12 E seu termo foi ao lado do Nor­ 26 E Mispe, e Chephira, e Mosa,
te desdo Jordão: e sube este termo ao 27 E Rekem, e Irpeel, e Tharala,
lado de Jericho ao Norte, e sube pe­ 28 E Sela, Eleph, e Jebusi, (esta he
la montanha ao Occidente. sendo suas Jerusalem,) Gibatn, K iriath; catorze
sahidas ao deserto de Bethaven. cidades com suas aldeas: esta he a
13 E d7ali passa este termo a Luza, herança dos filhos de Benjamin, segun­
ao lado de Luza (que he Beth-el) ao do suas familias.
Sul: e descende este termo a Ataroth-
Addar iunto ao monte, que está da
CAPITULO XIX.
banda do Sul de Beth-horon debai­
xo. SAHIO a segunda sorte por Sime-
14 E vai este termo e torna ao lado
do Occidente da banda do Sul do
E on, pela tribu dos filhos de Sime*
on, segundo suas familias: e foi sua
monte, que está em fronte de Beth­ herança em meio da herança doa
horon da banda Sul. e suas sahidas íilhos ae Judá.
vão para Kiriath-Baal (que he Kiriath- 2 E tiverâo em sua herança, a Beer-
Jeanm) cidade dos íilhos de Judá: este Seba, e a Seba, e a Molada,
he o cabo do Occidente. 3 E a Hasar-Sual, e a Bala, e a Asem.
15 E o cabo do Sul estâ ao ultimo 4 E a Eltholad, e a Bethul, e a Hòr-
de Kiriath-Jearim: e sahe este termo ma,
ao Occidente, e vem a sahir â fonte 5 E a Siklag, e a Beth-Hammaica-
das aguas de Nephtoah. both, e a Hasar-Susa.
16 E descende este termo até o ulti­ 6 E a Beth-Lebaotn, e a Sarahen:
mo do monte, que está em fronte do treze cidades, e suas aldeas.
valle do filho de Hinnom, que está no 7 Ain, Rimmon, e Ether, e Asan:
valle dos Rephains ao Norte : e de­ quatro cidades, e suas aldeas.
scende pelo valle de Hinnom da ban­ 8 E todas as aldeas, que havia do re­
da dos Jebuseos ao Sul; e entâo de­ dor destas cidades, até Baalath-Beer,
scende á fonte de Rogel. que he Ramath do Sul: esta he a he­
17 E vai do Norte, e sahe a Ense- rança da tribu dos íilhos de Simeon,
mes: d’ali sahe a Geliioth, que está segundo suas familias.
em fronte da subida de Adummim: e 9 A herança dos filhos de Simeon
descende à pedra de Boan, filho de està entre o cordel dos de Judá: por­
Ruben. quanto a herança dos filhos de Judá
18 E passa ao lado de em fronte de para elles era demasiadamente gran
Araba ao Norte, e descende a Araba. ae j pelo que os filhos de Simeon tivt*
19 Passa mais este termo ao lado rào sua herança em meio delles.
de Beth-Hogla ao Norte, estando as 10 E sahio a terceira sorte peloa
sahidas deste termo á lingua do mar íilhos de Zebulon, segundo suas lami*
salgado ao Norte, ao ultimo do Jor- lias: e foi o termo de sua herança
dfi o ao Sul: este he o termo do Sul. até Sarid.

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J6SUA, XIX. m
IX £ sute- seo termo ao Occidente tâo para o mar, desdo cordel da terra
a- M ania, e chega até Dabbeseth: até Achsib.
chega tambem ao ribeiro, que está 30 E a Uma, e a Aphek, e a Rechob:
ante Jokneam. vinte e duas cidades, e suas aldeas.
12 £ de Sarid volta ao Oriente, pa­ 31 Esta he a herança da tribu dos
ia o levante do sol, até o termo de íilhos de Aser, segundo suas familias:
Chisioth-Tabor: e sahe a Dobrath, e estas cidades, e suas aldeas.
vai subindo a Japhia. 32 E sahio a seista sorte pelos filhos
13 £ d’ali passa pelo Oriente ao le- de Naphthali; para os filhos de Naph*
▼ante, a Galh-Hepher. em Eth-Casin; thali, segundo suas familias.
e sah e a Rimmon-Methaar, que he Nea. 33 E he seu termo desde Heleph e
14 E toma este termo ao Norte a desde Allon em Saanannim, e Adami
Hannathon : e suas sahidas sâo o valle Nekeb, e Jabneel, até Lackum: e es­
de Jiphtah-El. tâo suas sahidas junto ao Jordão.
15 E Cattath, e Nahalal, e Simron, * 34 E volta este termo ao Occidente
e IdaU, e Bethlehem: doze cidades, a Asnoth-Thabor, e d’ali passa a Huc-
e soas aldeas. cok: e chega a Zebulon ao Sul, e
16 Esta he a herança dos filhos de chega a Aser ao Occidente. e a Judá
Zebuloo, segundo suas familias: estas ao Jordão, ao levante do sol.
cidades, e suas aldeas. 35 E são as cidades fortes: Siddim-
17 A quarta sorte sahio por Issas­ Ser, e Hammatli, Raecath, e Chinne-
char : digo pelos íilhos de Issaschar, reth.
segando soas familias. 36 E Adama, e Rama, e Hasor.
18 E foi seu termo Jezreel, e Che- 37 E Kedes, e Edrei. e En-Hasor.
«ullolh, e Sunem. 38 E Iron, e Migdal-El, Horeno, e
19 E Hapharaim, e Sion, e Anacha- Beth-Anath, e Beth-Semes: dezenove
rath. cidades, e suas aldeas.
20 E Babbithf e Kision, e Ebes. 39 Èsta he a herança da tribu doa
21 E fíemeth, e En-Gannim, e En- filhos de Naphtali, segundo suas fa­
Hadda, e Beth-Pastes. milias : estas cidades, e suas aldeas.
22 E chega este termo até Thabor, 40 A setima sorte sahio pela tribu
e Sahasima, e Beth-Semes; e as sahi­ dos filltos de Dan, segundo suas fa­
das de seu termo estâo para o Jordão: milias.
dezeseis cidades, e suas aldeas. 41 E foi o termo de sua herança*
23 Esta he a herança da tribu dos Sora, e Estaol, e Ir-Semes.
filhos de Issaschar. segundo suas fa­ 42 E Saalabbin, e Aialon, e Ithla,
miliar : estas cidades, e suas aldeas. 43 E Elon. Timnath, e Ekron,
24 E sahio a quinta sorte pela tri- 44 E Elteke, e Gibethon, e Baalath,
bn dos filhos de Aser, segundo suas 45 E Jehud. e Bene-Berak, e Gath-
familias. Rimmon.
25 E foi seu termo Helkath, e Hali, 46 E Meiarcon, e Raccon: com o
e Beten, e Achsaph. termo em fronte de Japho.
26 E Alammelech. e Amad, e Mi- 47 Sahio porém pequeno o termo
sal: e chega a Carmel ao Occidente, aos íilhos de Dan : pelo que subirão os
e a Sihor Libnath. filhos de Dan, e pelejarão contra Le­
27 E volta do levante do sol a Beth- sem, e a tomarão, e a ferirão a fio da
Dtgon, e chega a Zebulon, e ao valle espada, e a possuirão em herança, e
deJiphtah-El ao Norte a Beth-Emek, habitarão nella, e a Lesem chamâ-
e a Neiel, e vem sahir até Cabul á rão Dan, conforme ao nome de Dan
mâo esquerda. seu pai.
28 E a Ebron, e a Rehob, e a Ham- 48 Esta he a harança da tribu dos
mon, e a Cana, até a grande Sidon. filhos de Dan, segundo suas familias:
29 E volta este termo a Rama, e até estas cidades e suas aldeas.
a fort* cidade de Tyro: entâo torna 40 Acabando pois de repartir a ter­
este termo a Hosa, e suas sabidas es­ ra em herança segundo seus termos,

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244 JOSUA, XX, XXI.

dérâo os filhos de Israel a Josua filho a Ramoth em Gilead da tribu de Gad,


de Nun, herança em meio delles. e a Golan em Basan da tribu de Ma­
50 Segundo o dito de J e h o v a h lhe nasse.
dérâo a cidade que pedio, a Thim- 9 Estas sâo as cidades, que forão as­
nath-Serath na montanha ae Ephra­ sinaladas para todos os filnos de Isra­
im : e edificou aquella cidade, e nabi- el, e para o estrangeiro, que andasse
tou nella. entre elles; para que se acolhesse a
51 Estas sáo as heranças, que Elea­ ellas todo aquelle que ferisse alguma
zar sacerdote, e Josua filho de Nun, alma por erro: para que nâo morresse
e os Cabeças dos pais das familias a mâos do redimidor do sangue, até
por sorte era herança repartirão ás que se nâo posesse perante a face da
tribus dos filhos de Israel em Silo, pe­ congregação. >•
rante a face de J e h o v a h , á porta da
Tenda do ajuntamento: assim acabá-
CAPITULO XXI.
râo de repartir a terra.
NTAO o s Cabeças dos pais dos
CAPITULO XX. E Levitas se achegárâo a Eleazar
sacerdote, e a Josua filho de Nun. e
EALLOU
dizendo.
mais Je h o v a h a Josua, aos Cabeças dos pais das tribus aos
filhos de Israel.
2 E fallárào-lhes em Silo na terra
2 Falia aos filhos de Israel, dizen­
do : Ordenai vós as cidades ae refu- de Canaan, dizendo: J e h o v a h man­
ffio, de que vos fallei pelo ministério dou pelo ministério de Moyses, que se
ae Moyses. nos déssem cidades para habitar, e
3 Para que fuja ali o homicida, que seus arrabaldes para nossos animaes.
matar alguma alma por erro, e nào a 3 Pelo que os nlhos de Israel dérâo
sabendas: para que vos sejâo por re­ aos Levitas de sua herança, conforme
fugio do reaimidordo sangue. ao dito de J e h o v a h , estas cidades^ e
4 E fugindo para alguma daquelles ci­ seus arrabaldes.
dades, pôr-se-ha á porta da cidade, e 4 E sahio a sorte pelas familias dos
proporá suas palavras perante os ou­ Cahathithas: e aos filhos de Aaron
vidos dos Ançiâos da tal cidade : en­ sacerdote, dentre os Levitas caMr&o
tâo o tomarão comsigo na cidade, e em sorte da tribu de Judá, e da tribu
lhe dará lugar, para que habite com de Simeon. e da tribu de Benjamin,
elles. treze cidaaes.
5 E quando o redimidor do sangue 5 E aos de mais dos filhos de Ca­
o seguir; nâo entregarão em sua mâo hath cahirâo em sorte das familias d&
ao homicida: porquanto nâo ferio a tribu de Ephraim, e da tribu de Dan,
seu proximo a sabendas, e o não abor- e da meia tribu de Manasse; dez ci­
receo desde hontem e ante hontem. dades.
6 E habitará na mesma cidade, até 6 E aos filhos de Gerson cahirâo em
que se ponha a juizo perante a face da sorte das familias da tribu de Issas­
congregação, até que morra o summo char, e da tribu de Aser, e da tribu
Pontifice, que houver naquelles dias: de Naphthali, e da meia tribu de Ma­
entâo o homicida tomara, e virá a sua nasse em Basan, treze cidades.
cidade, e a sua casa, á cidade d’onde 7 Aos filhos de Merari, segundo su­
fugio. as familias, da tribu de Ruben, e da
7 Entào santificárâo a Kedes em tribu de Gad, e da tribu de Zeoulon,
Galilea na montanha de Naphthali, e doze cidades.
a Sichem na montanha de Ephraim, 8 Assim os filhos de Israel aos Levi­
e a Kiriath-Arba, esta he Hebron, na tas estas cidades e seus anabaldes
montanha de Judá. dérâo por sorte, como J e h o v a h man­
8 E d’alem do Jordão de Jericho dára pelo ministério de Moyses.
ao Oriente, derâo a Beser no deserto, 9 Derâo mais da tribu dos filhos de
na campanha da tribu de Ruben, e Judá, e da tribu dos filhos de Simeon

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JOSUA, XXI. 245

estas cidades, que por nome forão no­ 26 Todas as cidades para as famili­
meadas. as dos de mais filhos de Cahath, forão
10 Para que fossem dos filhos de dez, e seus arrabaldes.
Aaron. das familias dos Cahathitas, 27 E aos filhos de Gerson das fami­
dos filnos de Levi: porquanto a pri­ lias dos Levitas, a Golan da meia tri­
meira sorte foi sua. bu de Manasse, cidade de refugio do
11 Assim lhes dérão a cidade de homicida em Basan, e a seus arrabal­
Arba do pai de Anok (esta he Hebron) des j e a Bee6tra, e a seus arrabaldes:
no monte de Judá, e seus arrabaldes duas cidades.
do redor delia. 28 E da tribu de Issaschar, a Kisjon,
12 Porem o campo da cidade, e su­ e a seus arrabaldes; a Dobrath, e a
as aldeas, dérão a Caleb, filho de Je- seus arrabaldes.
phunne, por sua possessão. 29 A Jarmuth, e a seus arrabaldes,
13 Assim aos filhos de Aaron sacer­ a En-Gannim, e a seus arrabaldes:
dote dérào a cidade de refugio do ho­ quatro cidades.
micida, a Hebron, e a seus arrabaldes: 30 E da tribu de Aser, a Misal, e a
e a Libna, e a seus arrabaldes. seus arrabaldes: a Abdon, e a seus
14 E a Jatthir, e a seus arrabaldes, arrabaldes.
e a Estmoa, e a seus arrabaldes. 31 A Helkath, e a seus arrabaldes, e
15 E a Cholon, e a seus arrabaldes, a Rehob, e a seus arrabaldes: quatro
e & Debir, e a seus arrabaldes. cidades.
16 E a Ain, e a seus arrabaldes, e a 32 E da tribu de Naphtali, a Kedes,
Jutta, e a seus arrabaldes, e a Beth- cidade de refugio do homicida em Ga­
Semes, e a seus arrabaldes: nove ci­ lilea, e a seus arrabaldes; e a Hamoth-
dades destas duas tribus. Dor, e a seus arrabaldes; e a Cartan,
17 E da tribu de Benjamin, a Gibe­ e a seus arrabaldes: tres cidades.
on, e a seus arrabaldes: a Geba, e a 33 Todas as cidades dos Gersonitas,
seus arrabaldes. segundo suas familias. forão treze ci­
18 A Anathoth, e a seus arrabaldes, dades, e seus arrabaldes.
e a Almon, e a seus arrabaldes: qua­ 34 E a as familias dos filhos de Me­
tro cidades. rari, dos de mais Levitas, forão dadas
19 Todas as cidades dos Sacerdotes da tribu de Zebulon; Jokneam e seus
filhos de Aaron, forão treze cidades e arrabaldes: Carta e seus arrabaldes.
sens arrabaldes. 35 Dimnà e seus arrabaldes, Naha-
20 E as familias dos filhos de Ca­ lal e seus arrabaldes: quatro cidades.
hath, Levitas, que de mais fícàrão dos 36 E da tribu de Ruben, a Beser, e
filhos de Cahath, tiverão as cidades a seus arrabaldes: e a Jahsa, e a seus
de sua sorte da tribu de Ephraim. arrabaldes.
21 E dérão-lhes a Sichem cidade de 37 A Kedemoth, e a seus arrabaldes,
refugio do homicida, e seus arrabal­ e a Mephaath, e a seus arrabaldes:
des no monte de Ephiaim: e a Gezer, quatro cidades.
e a seus arrabaldes. 38 E da tribu de Gad, a Ramoth, ci­
22 E a Kibsaim, e a seus arrabaldes, dade de refugio do homicida em Gi­
e a Beth-horon, e a seus arrabaldes: lead, e a seus arrabaldes: e a Maha-
quatro cidades. naim, e a seus arrabaldes.
23 E da tribu de Dan, a Elteke, e a 39 A Hesbon, e a seus arrabaldes:
seos arrabaldes: a Gibbethon, e a se­ a Jaezer e a seus arrabaldes: por to­
us arrabaldes. das, quatro cidades.
24 A Ajalon, e a seus arrabaldes, a 40 Todas estas cidades forão dos
Gath-Rimmon, e a seus arrabaldes: filhos de Merari, segundo suas fami­
quatro cidades. lias, que ainda restavão das familias
25 E da meia tribu de Manasse, a dos Levitas: e foi sua 6orte, doze ci­
Thaanath, e a seus arrabaldes, e a dades.
Gath-Rimmon, e a seus arrabaldes: 41 Todas as cidades dos Levitas em
duas cidades. meio da herapça dos filhos de Israel,

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046 JOSUA, XXII.

íbr&o quarenta e oito cidades, e seus 8 E fallou-lhes, dizendo: tomai-voe


arrabaldes. a vossas tendas com grande riquezas,
42 Estavâo estas cidades, cada aual e com muitissimo gado, com prata, e
com seus arrabaldes do redor delles: com ouro, e com metal, e com ferro, e
assim todas estas cidades estavâo. com muitíssimos vestiaos: e com vos­
43 Desta sorte deu J e h o v a h a Israel Isos irmàos reparti o despojo de vossos
toda a terra, que juràra de dar a seus inimigos.
pais: e a possuirão em herança, e ha- 9 Assim os íilhos de Ruben, e os
Ditárâo nella. filhos de Gad, e a meia tribu de Ma­
44 E J e h o v a h lhes deu repouso ao nasse se tornarão, e se partirão dos
redor, conforme a tudo quanto juràra filhos de Israel de Silo, ijue está na
a seus pais: e nenhum varão de todos terra de Canaan: para se irem á terra
seus inimigos parou perante sua face; de Gilead, á terra de sua possessão,
a todos seus inimigos J e h o v a h deu de que foráo feitos possuidores, con­
em sua mào. forme ao dito de J e h o v a h pelo min­
45 Palavra nenhuma cahio de todas istério de Moyses.
as boas palavras, que J e h o v a h fallára 10 E vindo elles aos limites do Jor­
à casa de Israel: tudo succedeo. dão, que estão na terra de Canaan, ali
os íilhos de Ruben, e os filhos de Gad,
e a meia tribu de Manasse edificàrão
CAPITULO XXII.
hum altar junto ao Jordão, hum altar
NTAO Josna chamou aos Rubeni- de grande apparencia.
E tas, e aos Gaditas; e a meia tribu 11 E ouvirão os filhos de Israel di­
de Manasse. zer : eis que os filhos de Ruben, e os
2 E disse-lhes: tudo quanto Moyses filhos de Gad, e a meia tribu de Ma­
servo de J e h o v a h v o s mandou, guar­ nasse edificárâo hum altar em fronte
dastes: e á minha voz obedecestes da terra de Canaan, nos limites do Jor­
em tudo quanto vos mandei. dão, da banda dos filhos de Israel.
3 A vossos irmàos em tanto tempo 12 0 que os filhos de Israel ouvindo,
até o dia de hoje nâo desamparastes : |toda a congregação dos filhos de Isra­
antes tivestes cuidado da guarda do 1el se ajuntou em Silo, para sahir con­
mandamento de J e h o v a h vosso Deos. tra elles em exercito.
4 E agora J e h o v a h v o s s o Deos deu 13 E enviárão os filhos de Israel a
repouso a vossos irmàos, como lhes ti­ os filhos de Ruben, e aos filhos de Gad,
nha promettido: tornai-vos pois ago­ e à meia tribu de Manasse, à terra de
ra, e ide-vos a vossas tendas, a terra de Gilead, a Pinehas, filho tíe Eleazar
vosea possessão, que Moyses servo de sacerdote:
J e h o v a h v o s deu dJalem do Jordão. 14 E a dez príncipes com elle, de
5 Tam somente tende cuidado de cada casa paternal hum principe, de
guardar com diligencia o mandamen­ todas as tribus de Israel: e cada qual
to e a lei, que Moyses servo de J e h o ­ era cabeça da casa de seus pais noa
v a h vos mandou; que ameis a J e h o ­ milhares de Israel.
v a h v o s s o Deos, e andeis em todos 15 Vindo elles entào aos filhoe de
seus caminhos, e guardeis seus man­ Ruben. e aos filhos de Gad, e à meia
damentos, e vos achegueis a elle, e o tribu de Manasse, â terra de Gilead,
sirvais com todo vosso coração, e com fallárão com elles dizendo.
toda vossa alma. 16 Assim diz toda a congregação de
6 Assim Josua os abendiçoou: e des- J e h o v a h : Que prevaricação he esta,
pedio-os; e forâo-se a suas tendas. com que prevaricastes contra o Deos
7 Porquanto Moyses déra herança em de Israel, tornando-vos hoje de empos
Basan à meia tribu de Manasse; po­ J e h o v a h , edificando vos hum altar*
rem à outra ameitade deu Josua entre para vos rebellardes contra J e h o v a h 1
•eus irmàos, d’aquem do Jordão ao Oc- 17 Foi-nos a iniquidade de Peor pou­
cidente: e enviando os Josua tambem co ? de que ainda até o dia de hoje
a suas tendas, os abendiçoou. nâo estamos purificados : ainda que

D ig itize d by L j O O Q le
JOSUA, rxm. ur
tecrre castigo na congregação de Je- tos, e com nésaos sacrifícios, e com
-h u v a h 1 nossas offertas gratificas: e vossos
18 £ pois hoje vos tomais de empos filhos amanhã a nossos filhos n&o di-
J e h o v a h : será que rebellando-vos ho­ gâo; nâo tendes parte em Je h o v a h *
je contra Jehovah, amanhã se irará 28 Pelo que dissemos; quando foi,
grandemente contra toda a congrega­ que amanhã assim nos digão a nós, e
ção de Israel. a nossas gerações: entâo diremos;
19 Se he porem, que a terra de vossa vede o retrato do altar de Je h o v a h ,
possessão he immunda, passai-vos à que fizerâo nossos pais, nâo para ho­
terra da possessão de J e h o v a h , aonde locausto, nem para sacrifício, porem
habita o Tabemaculo de Je h o v a h , e para ser testemunho entre nós outros
tomai Possessão entre n ó s : mas não e vósoutros.
vos rebelleis contra Je h o v a h , nem 29 Nunca tal a nós aconteça, que
tam pooco vos rebelleis contra nós, rebellassemos contra Je h o v a h , ou que
edificando-vos altar, de mais do altar hoje nos tomássemos de empos Je h o ­
de J e h o v a h nosso Deos. v a h , edificando altar para holocausto,
20 Nâo cometeo Achan filho de Ze- offerta de manjar ou sacrifício, de
rah prevaricação no interdito 1 e nâo mais do altar de Je h o v a h nosso Deos,
veio furor sobre toda a congregação que está perante seu Tabemaculo.
de IsTael 1 assim que aquelle homem 30 Ouvindo pois PineHas sacerdote,
n&o morreo só em sua iniquidade. e os Maioraes da congregação, e os
21 Entâo respondérâo os íilhos de Cabeças dos milhares de Israel, aue
Ruben, e os filhos de Gad, e a meia com elle estavâo, as palavras, que dis­
tribu de Manasse, e dissérâo aos Ca­ serão os filhos de Ruben, e os filhos
beças dos milhares de Israel. de Çad, e os filhos de Manasse; pa-
22 O Deos dos deoses Je h o v a h , o receo bem em seus olhos.
tteos dos Deoses Je h o v a h , elle o sabe, 31 E disse Pinehas; filho de Eleazar
e Israel mesmo o saberá: se he por sacerdote aos filhos âe Ruben, e aos
rebeldia, ou por prevaricação contra filhos de Gad, e aos filhos de Manas­
Je h o v a h , hoje nâo nos preserveis. se ; hoje sabemos, que Je h o v a h está
23 Se nos edificamos altar, para nos em meio de nós; porquanto náo co­
tomar de empos J e h o v a ii , ou para metestes prevaricação contra Jeh o ­
•obre elle offerecer holocausto e offer­ v a h : agora livrastes aos filhos de Is­
ta de manjares ou sobre elle fazer rael da mâo de Je h o v a h .
píferta gratifica; Je h o v a h mesmo de 32 E tornou-se Pinehas, filho de Ele­
nos o requeira. azar sacerdote; com os Maioraes, de
24 E se o nâo fizemos de receo dis­ com os filhos de Ruben, e de com os
to, dizendo: amanhã vossos filhos vi­ filhos de Gad, da terra de Gilead â
rão a fallar a nossos filhos, dizendo: terra de Canaan aos filhos de Israel:
Que tendes vós outros que fazer com e trouxerâo-lhes a reposta.
Je h o v a h o Deos de Israel. 33 E foi a reposta boa nos olhos dos
25 Pois Je h o v a h pôs ao Jordão por filhos de Israel, e os filhos de Israel
termo entre nós e vósoutros, ó filhos louvárão a Deos: e mais não fallârâo
de Ruben, e filhos de Gad; não ten­ de subir contra elles em exercito, a
des parte em Jeh ovah : e assim bem destruir a terra, em que habitavão os
poderiâo vosáos filhos fazer desistir a filhos de Ruben e os fílhos de Gad.
nossos filhos de temet a Je h o v a h . 34 E os filhos de Ruben, e oS filhos
26 Pelo que dissemos: Façamos ora, de Gad poserão hum nome ao altar:
como nos edifiquemos hum altar: não para que seja testemunho entre nós,
para holocausto, nem para sacrifício. que Je h o v a h he Deos.
27 Mas para que entre nós e vós ou­
tros, e nossas gerações depois de nós, c a p i t u l o xxm .
nos se ja em testemunho, para poder­
mos exercitar o serviço cie J e h o v a h ACONTECEO que, muitos dias
perante sua face com nossos holocaus- E depois que Je h o v a h déra repou-

D ig itize d by L j O O Q ie
248 JOSUA, XXIV.

00 a Israel de todos seus inimigos ao 13 Sabei certamente, que Je h o v a h


redor, e Josua ja fosse velho e entrado vosso Deos não proseguirá em mais
em dias: expellir a estas gentes de diante de
2 Chamou Josua a todo Israel, a se­ vossa face : mas vos serão por laço, e
us Anciãos, e a seus Cabeças, e a seus rede, e açoute a vossas ilhargas, e es­
Juizes, e a seus Ofhciaes: e disse- pinhos em vossos olhos; até que pe­
lhes; eu ja sou velho e entrado em reçais desta boa terra, que vos deu
dias. Jehovah vosso Deos.
3 E vósoutros ja tendes visto tudo 14 E eis aqui, eu vou hoje pelo ca­
uanto Je h o v a h vosso Deos fez a to­ minho de toaa a terra: e vós Dem sa­
as estas gentes perante vossa face: beis com todo vosso coração, e com
porque J eh o v a h vosso Deos he, o que toda vossa alma, aue nem huma só pa­
pelejou por vósoutros. lavra cahio de toaas as boas palavras,
4 Vedes aqui, que vos fiz cahir em que fallou de vós Je h o v a h vosso De­
sorte por herança a vossas tribus a os: todas vós sobreviérão, nem delias
estas ae mais gentes: desdo Jordão, canio huma só palavra.
com todas as gentes que tenho des­ 15 E será que, assim como sobre vós
truído, e até o grande mar ao poente vierão todas estas boas cousas, que
do sol. Je h o v a h vosso Deos vos disse, assim
5 E Jeho^h vosso Deos as empu­ trará J e h o v a h sobre vós todas aquel­
xara de diante de vósoutros, e as ex- las más cousas, até vos destruir de
pellirâ de diante de vossa face : e vós sobre a boa teria, que vos deu Jkho-
outros possuireis sua terra hereditaria- v a h vosso Deos.
mente; como Jeh o v a h vosso Deos vos 16 Quando traspassardes o concerto
tem dito. de Jeh o v a h vosso Deos, que vos tem
6 Esforçai-vos pois muito, a guar­ mandado, e fordes, e servirdes a ou­
dar. e a fazer tudo quanto està escrito tros deoses, e a elles vos incKnardes:
no livro da lei de Moyses: para que entâo a ira de Jeh o vah sobre vós se
delle não vos aparteis nem à mão di­ accenderà, e logo perecereis de sobre
reita, nem â esquerda. a boa terra, que vos deu.
7 Por náo entrardes a estas gentes,
que ainda ficàrão com vosco: e dos CAPITULO XXIV.
nomes de seus deoses não façais men­
ção, nem por elles façais jurar, nem EPOIS ajuntou Josua todas as tri­
os sirvais, nem a elles vos inclineis.
8 Mas a Jehovah v o s s o Deos vos
D bus de Israel em Sichem: e cha­
mou aos Anciãos de Israel, e a suas
achegareis: como fizestes até o dia Cabeças, e a seus Juizes, e a seus
de hoje. Officiaes, e poserão-se perante a face
9 Pois Je h o v a h expellio de diante de Deos.
de vossa face a grandes e numerosas 2 Entâo Josua disse a todo o povo $
gentes: e quanto a vós, ninguém pa­ assim diz Je h o v a h Deos de Israel: d’a>
rou diante ae vossa face até o dia de lem do rio antigamente habitàrâo vos­
hoje. sos pais, Terahpai de Abraham, e pai
10 Hum só varão dentre vósoutros de Nachor: e servirão a outros deoses.
perseguirá a m il: pois Jehovah v o s s o 3 Eu porem tomei a vosso pai Abra­
Deos mesmo he, o que peleja por vó­ ham d’alem do rio, e o fiz andar por
soutros, como ja vos tem dito. toda a terra de Canaan: tambem mul­
11 Portanto attentai muito por vos­ tipliquei sua semente,e dei-lhe alsaak.
sas almas, que ameis a Je h o v a h vosso 4 E a Isaak dei Jacob e Esau : e a
Deos. Esau dei a montanha de Seir, para a
12 Porque-se apartando-vos apartar­ possuir em herança; porem Jacob e
des, e vos achegardes ao resto destas seus filhos descendérâo a Egypto.
gentes, que ainda ficou com vosco; e 5 Então enviei a Moyses e a Aaron,
com ellas vos aparentardes, e vós a e feri-a Egypto, como o fiz em meio
ellas entrardes, e ellas a vósoutros: delle : e depois vos tirei de lá.

D ig itize d by L j O O Q ie
JOSUA, XXIV. 249
6 £ tirando eu a vossos pais de Egyp­ Je h o v a h , para serviremos a outros de­
to, viestes ao mar; e os Egypcios se­oses.
guírão a vossos pais com carros, e com 17 Porque J e h o v a h he nosso Deos,
cavalleiros, até o mar vermelho. elle he o que nos fez subir a nós e a
7 E claraârâo a J e h o v a h , e pôs hu­
nossos pais da teria de Egypto, da
ma escuridão entre vós e os Egypcios,casa de servidão: e o que tem leito
e trouxe o mar sobre elles, e cubrio os,
estes grandes sinaes perante nossos
e vossos olhos virão o aue en fiz em olhos, e nos guardou por todo o cami­
Egypto: depois muitos aia&habitastes nho, qne andamos, e entre todos os po­
no deserto. vos, por meio dos quaes passámos.
8 Então eu vos trouxe à terra dos 18 È J e h o v a h rempoxou perante nos»
Amoreos, que habitavâo d’alem do sa face a todas estas gentes, até ao
Jordão; os quaes pelejárâo contra vós:
Amoreo, morador da terra: tambem
porem os dei em vossa mâo, e possu­ nos serviremos a J e h o v a h , porquanto
ístes sua terra em herança, e os des­he nosso Deos.
trui perante vossa face. 19 Entâo Josua disse ao povo; nâo
9 Levantou-se tambem Balak filho podereis servir a J e h o v a h , porquanto
de Sippor, rei dos Moabitas, e pelejou
ne Deos santo: he Deos zeloso, que
oontra Israel: e enviou, e chamou a não perdoará vossa transgressão, nem
Bileam filho de Beor, para que vos vossos peccados.
amaldiçoasse. 20 Se deixardes a J e h o v a h , e servir­
10 Porem eu nâo quiz ouvir a Bile­des a deoses estranhos, entâo se tor­
am: pelo que abendiçoando-vos aben­ nará. e vos fará mal, e consumir-vos-
diçoou, e rivreivos de sua mâo. ha, depois de vos fazer bem.
11 E passando-vos o Jordão, e vindo
21 Entâo disse o povo a Josua: nâo;
a Jericho, os moradores de Jericho pe-
antes a J e h o v a h serviremos.
lejárào contra vós, os Amoreos, e os 22 E Josua disse ao povo: sois tes­
Pnerezeos, e os Cananeos, e os Hethe-
temunhas contra vós mesmos, de que
os, eos Girgaseos, e os Hev eos, e os Je-
vos escolhestes a J e h o v a h , para o ser­
buseos: porem os dei em vossa mão. vir : e disserão; somos testemunhas.
12 E enviei abespões diante de vós, 23 Deitai pois agora fóra aos deoses
aue os expellír&o de diante de vossa estranhos, que em méio de vós ha : e
lace, como a ambos os reis dos Amo­ inclinai vosso coração a Je h o v a h De­
reos : náo por tua espada, nem por teu
os de Israel.
arco. 24 E disse o povo a Josua: servire­
13 Assim vos dei huma terra, em mos a J e h o v a h nosso Deos, e obede­
que nada trabalhastes; e cidades que ceremos a sua voz.
nâo edificastes, e habitais nellas: e 25 Assim Josua no mesmo dia fez
comeis das vinhas e olivaes, que nâo concerto com o povo, e lh’o pôs por
prantastes. estatuto e direito em Sichem.
26 E Josua escreveo estas palavraB
14 Agora pois temei a J e h o v a h , e
servi-o em sinceridade e em verdade: no livro d a Lei de Deos: e tomou hu­
e deitai fora aos deoses, aos quaes m a g ran d e pedra, e a em pinou a li de­
servirão vossos pais d?alem do rio e baixo do carvalho, que estava junto ao
em Egypto, e servi a J e h o v a h . Santuario de J e h o v a h .
15 Porem se vos parece mal em vos­ 27 E disse Josua a todo o povo; eis
que esta pedra nos será por testemu­
sos olhos, servir a Je h o v a h , escolhei
vós hoje a quem sirvais; ou aos de­ nho ; pois ella ouvio todas as palavras,
oses, aos quaes servirão vossos pais,que Je h o v a h nos tem dito: e tambem
que estavâo d’alem do rio, ou aos de­será testemunho contra vós, para que
oses dos Amoreos, em cuja terra habi­nâo mintais a vosso Deos.
tais : pois eu e minha casa serviremos28 Entâo Josua enviou ao povo, a
a Je h o v a h . cada qual para sua herdade.
16 Entâo respondeo o povo; e disse; 29 E depois destas cousas succedeo,
nunca nos aconteça, que deixemos a que Josua filho de Nun, servo de Jx-
11*

D ig itize d by L j O O Q ie
268 JUIZES, I.

hovah faleceo, sendo de idade de cen­ 32 Tambem enterràrâo em Sichem


to e dez annos. os ossos de Joseph, que os filhos de Is­
30 E sepultàrão-o no termo de sua rael trouxerâo de Egypto, naquella par­
herdade, em Timnath Serah, que està te do campo, que Jacob comprara dos
no monte de Ephraim, ao Norte do filhos de Hemor, pai de Sicnem, por
monte de Gaas. cem peças de prata: porquanto forão
, 31 Servio pois Israel a Je h o v a h to­ em herança para os filhos de Joseph.
dos os dias de Josua. e todos os dias 33 Faleceo tambem Eleazar filho de
dos Anci&os, que ainaa vivérâo muito Aaron : e sepultàrão-o no outeiro de
depois de Josua, e sabiâo toda a obra, Pinehas seu filho, que lhe fora dado
que Jk h o vah tinha feito a IsraeL na montanha de Ephraim.

0 LI VRO DOS J U I Z E S .

ue habitavão nas montanhas, e no


CAPITULO L ul, e nas prainuras.
ACONTECEO aue depois da mor­ 10 E partira Judá contra os Canane­
E te de Josua, os nlhos ae Israel per-
guntàrão a Je h o v a h , dizendo: quem
os, que nabitavâo em Hebron; (era po­
rem d’antes o nome de Hebron, Kiri-
aentre nós outros primeiro subira aos ath-Arba:) e ferirão a Sesai, e a Ahi-
Cananeos, para pelejar contra elles? man, e a Thalmai.
2 E disse J e h o v a h : Judá subirá: eis 11 E d’ali partira contra os morado­
que lhe dei esta terra em sua mão. res de Debir: e era d’antes o nome de
3 Então disse Judá a Simeon seu ir­ Debir, Kiriath-Sepher.
mão : sube comigo em minha sorte, e 12 E disse Caleb, quem ferir a Kiri­
pelejemos contra os Cananeos, e tam­ ath-Sepher, e a tomar, lhe darei a mi­
bem eu comtigo subirei em tua sorte: nha filha Achsa por mulher.
assim Simeon partio com elle. 13 E a tomou Othniel, filho de Ke-
4 E subio Judá, e Je hovah lhe deu naz, o irmão de Caleb, menor que
em sua mâo aos Cananeos e aos Phe- elle : e Caleb lhe deu a sua filha Ach­
rezeos: e ferirão delles em Bezek a sa por mulher.
dez mil varões. 14 E foi que vindo ella a elle, persua-
5 E achárão a Adoni-Bezek em Be­ dio-lhe, que pedisse hum campo a seu
zek, e pelejàrâo contra elle : e ferirão pai; e ella se apeou do asno saltando:
aos Cananeos, e aos Pherezeos. e Caleb lhe disse, que tens?
6 Porem Adoni-Bezek fugio, e o se­ 15 E ella lhe cíisse: dâme alguma
guirão, e o prendérâo, e lhe cortârâo bemdiçâo \ pois me déste terra seca,
os polegares das mâos e dos pés. dâme tambem bulhões de aguas: e
7 Entâo disse Adoni-Bezek: setenta Caleb lhe deu os bulhões altos, e os
reis com os polegares das mâos e dos bulhões baixos.
pés cortados, apanhavâo as migalhas 16 Tambem os filhos do Keiieo, so­
debaixo de minha mesa; como fiz, as­ gro de Moyses, subirão da cidade das
sim Deos me pagou: e o trouxerâo a palmas com os filhos de Judá ao deser­
Jerusalem, e morreo ali. to de Judá. aue està ao Sul de Arad :
8 Porque os filhos de Judá pelejàrâo e forão, e nabitárão com o povo.
contra Jerusalem, e a tomàrâo, e a fe­ 17 Foi pois Judá com Simeon seu ir­
rirão a fio da espada: e a cidade pose­ mão, e ferirão aos Cananeos, que ha-
rão a fogo. bitavâo em Sephath : e a poserão^em
9 E depois os filhos de Judá descen- interdito, e chamarão o nome desta ci
dérâo a pelejar contra os Cananeos, dade, Horma.

D ig itize d by L j O O Q ie
j u iz e s , n. 261

18 Tomou mais Judá a Gaza com seu moradores de Acco, nem aos morado­
termo, e a Ascalon com seu termo, e res de Sidon: como nem a Achlab,
a Ecron com seu termo. nem a Achsib, nem a Chelba, nem a
19 E foi J e h o v a h com Judá, e des­ Aphik, nem a Rechob.
povoou as montanhas: porem nâo ex- 32 Porem 06 Assentas habitârâo em
pellio aos moradores do valle; por­ meio dos Cananeos, que habitavâo na
quanto tinhão carros ferrados. terra: porquanto os nâo expelliâo.
20 E dérâo Hebron a Caleb, como 33 Tam pouco Naphtali expeliio aos
Moyses dissera: e d7ali expeliio aos moradores de Beth-Semes, nem aos
tres filhos de Enak. moradores de Beth-Anath; mas habi­
21 Porem os filhos de Benjamin nâo tou em meio dos Cananeos, que habi­
expellirúo aos Jebuseos, que habita­ tavâo na terra: porém forão lhes tri­
vâo em Jerusalem : antes os Jebuseos butários os moradores de Beth-Semes
habitârâo com os filhos de Benjamin e Beth-Anath.
em Jerusalem, até o dia de hoje. 34 E apertâiráo os Amoreos aos filhos
22 E subio tambem a casa de Joseph dé Dan até ás montanhas: porque
a Bethel: e foi J e h o v a h com elles. nem os deixavâo descender ao valle.
23 E fez a casa de Joseph espiar a 35 Tambem os Amoreos quizerâo
Bethel: e foi dJantes o nome desta habitar nas montanhas de Heres, em
cidade, Luza/ Ajalon, e em Saalbim: porém a mâo
24 E virâo os espias a hum varâo, da casa de Joseph se carregou, e ficâ-
que sahia da cidade: e disserâo-lhe; râo tributários.
mostra-nos ora a entrada da cidade, e 36 E foi o termo dos Amoreos des­
usaremos comtigo de beneficencia. da subida de Akrabbim: desda pe­
25 E mostrando-lhes elle a entrada nha, e d’ali para riba.
da cidade, ferirão a cidade a fio da
espada: porem a aquelle varâo, e a
Ioda sua íamilia deixàrâo ir. CAPITULO n.
26 Entâo aquelle varâo se foi & ter­ SUBIO o Anjo de Je h o v a h de
ra dos Hetheos: e edificou huma cida­
de, e chamou seu nome Luza; este
E Gilgal a Bochim: e disse: de
Egypto vos fiz subir, e vos trouxe à
he seu nome até o dia de hoje. terra, que a vossos pais tinha jurado,
27 Nem Manasse expeliio a Beth- e dito; nunca invalidarei meu con­
Sean; nem aos lugares de suá jurdi- certo com vòsco.
cào ; nem a Thaanak, com os lugares 2 E quanto a vósoutros, nâo fareis
ue sua jurdiçâo; nem aos moradores concerto com os moradores desta ter­
de Dor, com os lugares de sua iurdi- ra, antes derribareis seus altares: mas
çâo; nem aos moradores de Jibleam, vósoutros nâo obedecestes a minha
com os lugares de sua jurdiçâo ; nem voz: porque fizestes isto 1
ao6 moradores de Megiddo, com os 3 Pelo que tambem eu disse: de di­
lugares de sua jurdiçâo: e quizerâo os ante de vossa face os nâo expellirei:
Cananeos habitar na mesma terra. antes estarão a vossas ilhargas, e seus
28 E foi que, esforçando-se Israel, deoses vos serâo por laço.
fez aos Cananeos tributários: porem 4 E foi qne, fallando o Anjo de Je­
náo os expeliio de todo. h o v a h estas palavras a todos os filhos
29 Tam pouco expeliio Ephraim aos de Israel, o povo levantou sua voz, e
Cananeos, que habitavâo em Gezer: chorou.
antes os Cananeos habitâvâo em meio 5 Pelo que chamàrâo a aquelle lugar,
delle, em Gezer. Bochim: e sacrific&râo ali a Je h o v a h .
30 Tam pouco expeliio Zebulon aos 6 E havendo Josua enviado ao povo.
moradores de Kitron, nem aos mora­ forâo-8e os filhos de Israel, cada quaí
dores de Nahalol: porem os Cananeos a sua herdade, a possuir a terra em
habitavâo em meio delle, e forão tri­ herança1 .
butários. 7 E servio o povo a Jehovah todos
31 Tam pouco Aser expeliio aos os dias de Josua, e todos os diaà dos

D ig itize d by L j O O Q ie
252 JUIZES, III.

Anciãos, aue vivéiáo largo tempo de­ cendo, tomavâo e se corrompiâo mais
pois de josua, e virâo toda aquella que seus pais, andando apos outros
grande obra de Je h o v a h , que nzéra aeoses, servindo-os, e encurvando-se
a Israel. a elles: nada deixavâo cahir de suas
8 Falecendo porem Josua filho de obras, nem de seu duro caminho.
Nun, servo de Je h o v a h , de idade de 20 Pelo que a ira de Je h o v a h 6e en-
cento e dez annos: cendeo contra Israel: e disse; por­
9 E sepultando-o no termo de sua quanto este povo traspassou meu con­
herdade,em Thimnath-Heres,no mon­ certo, que tinha manaado a seus pais,
te de Ephraim, ao Norte dó monte de e nâo dérâo ouvidos à minha voz;
Gaas. 21 Tam pouco desapossarei mais di­
10 E congregada toda aquella gera- ante delles a ninguém das gentes, que
çào a seus pais, outra geraç&o após Josua deixou, morrendo:
elles se levantou, que nâo conhecia a 22 Para por ellas provar a Israel, se
Je h o v a h , nem tam pouco a obra, que hâo de guardar o caminho de Je h o ­
fizéra a Israel. v a h , para por elle andarem, (como
11 Ent&o fizer&o os filhos de Israel seus pais o guardarão,) ou nào.
o que parecia mal em olhos de Je h o ­ 23 Assim Je h o v a h deixou ficar aquel­
v a h : e senrirâo aos Baalins. las gentes, e nâo as desterrou logo:
12 E deixâr&o a Je h o v a h o Deos de nem as entregou em m4o de Josua.
seus pais, que os tiràra da terra de
Egypto, e for&o-8e após outros deoses, CAPITULO UI.
dentre os deoses das gentes, que havia
do redor delles, e encurvàr&o-se a el­ STAS pois sâo as gentes, que Je­
les : e provocàr&o a Jeh o v a h a ira. E h o v a h deixou ficar, para por ellas
13 Porquanto deixàr&o a Je h o v a h : attentar a Israel: a saber a todos os
e servirão a Baal e a Astharoth. que nâo sabiâo de todas as guerras de
14 Pelo que a ira de Je h o v a h se en- Canaan.
cendeo oontra Israel, e os deu em m&o 2 Tam somente para que as gerações
dos roubadores, e rottb&r&o-os: e ven- dos filhos de Israel delias soubes­
deo-os em m&o de seus inimigos do re­ sem, (para lhes ensinar a guerra:)
dor ; e n&o poder&o mais parar peran­ pelo menos os que dantes nâo sabiâo
te a face de seus inimigos.
15 Por onde quer que sahi&o, a m&o 3 Cinco príncipes dos Philisteos, e to­
de Je h o v a h era contra elles para mal; dos os Cananeos, e Sidonios, e Heve­
como Je h o v a h tinha dito, e como Je ­ os, que habitavâo nas montanhas do
h o v a h lh’o tinha jurado: e estavâo Libano: desdo monte de Baal-Her-
em muito aperto. mon, até a entrada de Hamath.
16 E despertou Je h o v a h Juizes, que 4 Estes pois fic áxâo, para por elles
os livràr&o da m&o dos que os roubàr&o. attentar a Israel: para saber, se dariâo
17 Porém tam pouco ouvir&o aos Jui­ ouvidos aos mandamentos de Je h o ­
zes, antes fomicar&o-apòs outros deo­ v a h , que tinha mandado a seus pais,
ses, e encurvárâo-se a elles: asinha pelo ministério de Moyses.
se aesviár&o do caminho, em que an- 5 Habitando pois os filhos de Israel
dàr&o seus pais, ouvindo os manda­ em meio dos Cananeos, dos Hetheos,
mentos de Je h o v a h ; o que n&o fize­ e Amoreos, e Pherezeos, e Heveos, e
r&o assim. Jebuseos:
18 E quando Je h o v a h lhes desper­ 6 Tomârâo de suas filhas para si por
tava Juizes, Je h o v a h era com osJuiz, mulhéres, e dérâo suas filhas a seus
e livrava-os da m&o de seus inimigos, filhos; e servirão a seus deoses.
todos os dias daquelle Juiz: porquan­ 7 E os filhos de Israel fizerâo-o que
to Jeh o v a h se arrependia por seu ge­ parecia mal em olhos de J e h o v a h , e
mido, por causa dos que os apertav&o esquecérâo-se de Jehovah seu Deos:
e oprimi&o. e servirão aos Baalins, e aos Bos­
19 Porém era que, em o Juiz fale* ques,

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III. 253

8 Entâo a ira de Je h o v a h se encen- 20 E Ehud entrou a elle, a hum ce


deo contra Israel, e vendeo os em mâo naculo fresco, que para si só tinha,
de Cusan-Kisathaim, rei de Mesopo- aonde estava assentado: e disse Ehud;
tamia: e os filhos de Israel servirão tenho palavra de Deos para t i: e le­
a Cusan-Risathaim oito annos. vantou-se da cadeira.
9 E os filhos de Israel clamàrâo a 21 Entâo Ehud estendeo sua m&o
Jehovah , e Jeh o vah despertou aos esquerda, e lançou mâo da espada a
filhos de Israel hum libertador, e os sua coixa direita: e metteo-lh*a pela
libertou: a Othniel, filho de Kenaz, barriga.
irmâo de Caleb, menor que elle. 22 De tal maneira que entrou até a
10 E o Esjpirito de Je h o v a h foi so­ empunhadura após a folha, e a gordu­
bre elle, e julgou a Israel, e sahio ã ra apertou a folha; (porque nâo tirou
peleja; e J e h o v a h deu em sua mâo a a espada de sua barriga:) e o esterco
Cusan-Risathaim, rei de Syria: e sua se Ihft sahia.
mâo prevaleceo contra Cusan-Risa- 23 Entâo Ehud se sahio à sala, e
thaim. cerrou após si as portas do cenáculo,
11 Entâo a terra sossegou quarenta e os fechou.
annos: e Othniel, filho ae Kenaz fa­ 24 E sahindo elle, vierão seus servos,
leceo. e virâo, e eis que as portas do cenácu­
12 Porém os filhos de Israel tornà- lo estavâo fechadas: e disserão; sem
râo a fazer o que parecia mal em olhos duvida cubre seus pés na recàmara
de J e h o vah : entâo Jehovah esfor­ do cenáculo fresco.
çou a Eglon, rei dos Moabitas contra 25 E esperando até se envergonha­
Israel*, porquanto fizerâo o que pare­ rem, eis que nem ainda abria as por­
cia mal em olhos de Je h ovah. tas do cenáculo: entâo tomàrâo a
13 E ajuntou comsigo aos filho^de chave, e abrirão, e eis seu Senhor ca-
Ammon, e aos Amalekitas, e foi. e hido morto em terra.
ferio a Israel, e tomàrâo a cidade das 26 E Ehud se escapou, em quanto
palmas em possessão. elles se detivérâo: porque elle passou
14 E os nlhos de Israel servirão a pelas imagens de vnlto, e se escapou
Eglon, rei dos Moabitas, dezeoito an­ em Seirath.
nos. 27 E foi que, entrando elle. tocou a
15 Entâo os filhos de Israel clamà­ bozina nas montanhas de Ephraim:
râo a J e h o v a h , e Je h o v a h lhes des- e os filhos de Israel descendérâo com
ertou hnm libertador, a Ehud, filho elle das montanhas, e elle diante da
S e Gera, filho de Jemini, varâo es­ sua face.
querdo : e os filhos de Israel enviârâo 28 E disse-lhes: segui-me; porque
por sua mâo hum presente a Eglon, Je h o v a h vos tem dado a vossos ini­
rei dos Moabitas. migos os Moabitas em vossa mâo: e
16 E Ehud se fez huma espada de descendérâo após elle, e tomàrâo os
dous fios, de longura de hum covado: vaos do Jordão a Moab, e a ninguém
e cingio-a por debaixo de seus vesti­ deixárão passar.
dos, à sua coixa direita. 29 E naquelle tempo ferirão dos Moa­
17 E levou aquelle presente a Eglon, bitas quasi a dez mil homens, todos
rei dos Moabitas, e era Eglon homem corpulentos, e todos valorosos varões:
mui gordo. o nenhum varão escapou.
18 E foi que, acabando de entregar 30 Ássim Moab naquelle dia foi soju-
o presente, aespedio a gente, que trou­ gado debaixo da mão de Israel: e a
xera o presente. terra sossegou oitenta annos.
19 Porem tomou-se desdas imagens 31 Depois delle foi Samgar, filho de
de vulto, que estâo junto a Gilgal, e Anath, que ferio seiscentos homens
disse: tenho huma palavra secreta pa­ dos Pnilisteos com huma aguilha-
ra ti, ô rei: o qual disse, calla; e todos da de bois: e tambem elle libertou
«mantos lhe assistiâo, sahírào-se de a Israel,
diante delle.

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254 JUIZES, IV.

13 E Sisera cõnVocôü à todos seus


CAPITULO IV. , carros, a nove centos carros ferrados,
OREM os íilhos de Israel tornárâo e a todo o povo, que estava com elle :
P a fazer o que parecia mal em olhos desde Haroseth das gentes, até o ri­
de J e h o v a h , depois de Ehud falecer. beiro de Kison.
2 E vendeo os J e h o v a h em mâo de 14 Entâo disse Debora a Barak: le­
Jabin, rei de Canaan, que reinava em vanta-te ; porque este he o dia, em
Hasor: e Sisera era a Cabeça de sua que J e h o v a h tem dado a Sisera em
armada, o qual entâo habitava em tua mâo; por ventura J e h o v a h nâo
Harosetn das gentes. sahio diante de tua face? Barak pois
3 Entâo os filhos de Israel clamàrâo descendeo do monte de Thabor, e dez
a J e h o v a h , porquanto elle tinha nove mil homens apôs elle.
centos carros ferrados, e oprimira aos 15 E J e h o v a h desbaratou a Sisera,
filhos de Israel violentamente vinte e a todos seus carrop e a todo seu
annos. exercito a fio da espadía perante a fa­
4 E Débora, mulher Prophetisa, mu­ ce de Barak : e Sisera descendeo do
lher de Lappidoth, julgava a Israel carro, e acolheo-se a pé.
naquelle tempo. 16 E Baj-ak os segui o após os carros,
5 E habitava debaixo da palma de e após o exercito, até Haroseth das
Debora, entre Rama e Betn-El, nas gentes: e todo o exercito de Sisera
montanhas de Ephraim: e os filhos cahio a fio da espada, até nem ainda
de Israel subiâo a ella a juizo. hum ficar.
6 E enviou, e chamou a Barak, filho 17 Porem Sisera se acolheo a pé á
de Abinoam de Kedes de Naphtali, e tenda de Jael, mulher de Heber Ke­
disse-lhe: porventura J e h o v a h Deos neo : por quanto havia paz entre Jabin
de Israel náo mandou, que vas, e at- rei de Hazor, e a casa de Heber Ke­
traias gente ao monte cie Thafeor, e neo.
tomes comtigo dez mil varões dos 18 E Jael sahio ao encontro a Sisera,
filhos de Naphtali, e dos filhos de Ze­ e disse-lhe: retira-te, Senhor mteu, re-
bulon ? tira-te a mim; nâo temas: e retirou-
7 E attrahirei a ti ao ribeiro de Ki- se a ella á tenda, e cubrio o com hu­
son a Sisera^ Cabeça da armada de ma cuberta.
Jabin, com seus carros, e com sua 19 Então elle lhe disse: dame ora hu­
multidão : e o darei em tua mâo ? ma pouca de agua que beber; porque
8 Entâo lhe disse Barak; se fores tenho sede: entâo ella abrio hum oare
comigo, irei: porém se nâo fores co­ de leite, e deu-lhe de beber, e cubrio-o.
migo, nâo irei. 20 E elle disse a ella; pôe-te à por­
9 E disse ella; bem irei comtigo, ta da tenda: e sendo que algum vier,
porèm nâo será tua a honra pelo ca­ e te perguntar, e disser; ha aqui al­
minho aue levas; pois em mâo de hu­ guem % responde tu entâo, nâo.
ma mulner J e h o v a h venderá a Sise­ 21 Entào Jael mulher de Heber to­
ra: assim Debora se levantou, e se mou huma estaca da tenda, e lançou
partio com Barak a Kedes. mâo de hum martelo, e foi-se mansa­
10 Entâo Barak convocou a Zebulon mente a elle, e me-teo-lhe a estaca
e a Naphtali em Kedes, e subio com pela fonte da cabeça, e encravou a
dez mil homens após si: e Debora com a terra: elle porèm carregado de
subio com elle. hum profundo sono, e ja cansado, as­
11 E Heber Keneo se apartava de sim morreo.
Cain, dos filhos de Hobab, sogro de 22 E eis que, seguindo Barak a Si­
Moyses: e estendeo suas tendas até sera, Jael lhe sahio ao encontro, e dis­
o carvalho de Saanaim, que está junto se-lhe ; vem e mostrar-te-hei ao va­
a Kedes. râo, que buscas: e veio a ella, e eis
12 E denunciàrâo a Sisera, que Ba­ que Sisera jazia morto, e a estaca na
rak filho de Abinoam subira ao monte fonte de sua cabeça.
de Thabor. 23 Assim Deos aquelle dia sujeitou a

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JUIZES, V. 265

Jabin rei de Canaan, perante a face o povo: J e h o v a h me faz dominar so­


dos íilhos de Israel. bre os violentos.
25 £ foi a mâo dos filhos de Israel 14 De Ephraim sábio sua raiz con­
proseguindo e endurecendo-se sobre tra Amalelc: tras-te vinha Benjamin
Jabin rei de Canaan: até que desar- entre teus povos: de Machir e Zebu­
reigárâo a Jabin rei de Canaan. lon descendérâo oS legisladores, pas­
sando com o cajado do escriba.
15 Tambem os principaes de Issas­
CAPITULO V.
char forão com Debora; e como Issas­
CANTOU Debora, e Barak filho char, assim tambem Barak; foi envi­
E de Abinoam naquelle mesmo ado a pé ao valle: nas divisões de
dia, dizendo: Ruben forão grandes as imaginações
2 Louvai a J e h o v a h : pois tomou de coração.
vingança em Israel, porquanto o povo 16 Para que te ficaste entre as ma­
ee offereceo voluntariamente. lhadas, a ouvir os berros dos reba­
3 Ouvi, reis; dai ouvidos, Principes: nhos? as divisões de Ruben tivérão
eu eu cantarei a J e h o v a h ; psalmo- grandes esquadrinhações do coração.
diarei a J e h o v a h Deos de Israel. 17 Gilead se ficou a’alem do Jordão,
4 J e h o v a h , sahindo tu de Seir, ca­ e Dan, porque se deteve em navios í
minhando tu desdo campo de Edom, Aser se assentou nos portos do mar,
a terra estremeceo; até os ceos gote* e ficou em suas ruinas.
jàrào: até as nuvens gotejàrâo aguas. 18 Zebulon he povo, que expôs sua
5 Os montes se derretérâo diante da vida à morte, como tambem Naphta­
face de Je h o v a h : e até Sinai diante li, em as alturas do campo.
da face de Je h o v a h Deos de Israel. 19 Vierão reis, pelejàrâo: entáo pe-
6 Nos dias de Samgar filho de Anath, lejàrão os reis ae Canaan em Tna-
nos dias de Jael cessarão os cami­ anak, junto às aguas de Megiddo: nâo
nhos ; e os que andavão por veredas, tomàrâo ganho de prata.
hiâo-se por caminhos torcidos. 20 Desd’os ceos pelejàrâo: até as
7 Cessárâo as aldeas em Israel, ces­ estrellas desd’os lugares de seus cur­
sarão : até que eu Debora me levan­ sos pelejàrâo contra Sisera.
tei, por mãi em Israel me levantei. 21 O ribeiro de Kison os varreo, o
8 Em deoses novos escolhendo, logo ribeiro de Kedumim? o ribeiro de Ki­
a guerra estava âs portas: via-se por­ son : pisa, ò alma mmha, aos fortes.
isso escudo ou lança entre quarenta 22 Entào as unhas dos cavallos se
mil em Israel. despedaçàrâo: pelo patear, o patear
9 Meu ooração he para os legislado­ de seus valentes.
res de Israel, que voluntariamente se 23 Amaldiçoai a Meroz, diz o An­
offerecérâo entre o povo; louvai a jo de J e h o v a h , amaldiçoando amal­
Je h o v a h . diçoai a seus moradores: porquanto
10 Vôs que cavalgais sobre burras nâo vierão ao socorro de J e h o v a h , ao
brancas, que vos assentais em juizo, socorro de J e h o v a h com os valo­
e que iaes caminhando, fallai disto. rosos.
11 Do estrondo dos frecheiros, entre 24 Bemdita seia sobre as mulheres
os lugares onde se tirâo aguas, ali fal­ Jael, mulher de HeberoKeneo: bem­
lai das justiças de Je h o v a h , das justi­ dita seja sobre as mulheres nas tendas.
ças que fez a suas aldeas em Israel: 25 Agua ellepedio, leite ella lhe deu:
entâo o povo de J e h o v a h descendia em taça de senhores lhe offereceo
ás portas. manteiga.
12 Desperta, desperta Debora, des­ 26 Sua mâo esquerda estendeo à esta­
perta, desperta, dize huma canção: le- ca, e sua direita ao maço dos traba­
vauta-te, Barak, e leva presos a teus lhadores : e maçou a Sisera. e rasgou-
prisioneiros, tu filho de Abinoam. lhe a cabeça, quando lhe pregoü e
13 Então aos que ficàrão de resto, atravessou as fontes da cabeça.
fez dominar sobre os magníficos entre 27 Entre seus pés 3e encurvou, oa-

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36* JUIZES, VI.

hio, ficoü estirado: entre setis pés se 8 E J e h o v a h enviou hum varâo Pm-
encurvou cahio; aonde se encurvou, heta aos filhos de Israel, aue lhes
ali ficou abatido. isse: assim diz J e h o v a h , Deos de
28 A mãi de Sisera olhava desda Israel; de Egypto eu vos fiz subir, e
janela, e exclamava por entre as gra­ vos tirei da casa de servidão:
des: porque seu carro se detem em 9 E V06 livrei da mâo dos Egypcios,
vier ? porque os passos de seus carros e da mâo de todos quantos vos opri-
ficâo a tras ? miâo : e os expelli ae diante de vossa
29 As mais sabias de suas damas face, e a vos dei sua terra:
respondér&o: e até ella se respondia 10 E vos disse: Eu sou J e h o v a h V o s ­
a suas mesmas razões. so Deos, nâo temais aos deoses dos
30 Por ventura náo achariâo e repar­ Amoreos, em cuja terra habitais: mas
ti riào despojos % huma ou duas moças náo désfes ouvidos a minha voz.
a cada varâo ? para Sisera despojos de 11 Entâo o Anjo de J e h o v a h veiô*
varias cores, despojos de varias cores e se assentou debaixo do carvalho,
bordados: ae varias cores bordados
de ambas as bandas, para os pescoços 3 ue está em Ophrá, e pertencia a
oas Abi-Ezrita: e Gideon seu filho
do despojo 1 estava malhando o trigo no lagar, para
31 Assim ó J e h o v a h pereç&o todos o escapar de diante dos Midianitas.
teus inimigos! porem os que o amâo, 12 Entâo o Anjo de J e h o v a h )he
sejáo como o sol, quando sahe em sua appareceo, e disse-lhe: J e h o v a h he
força. E sossegou a terra quarenta comtigo, valoroso Varâo.
annos. 13 Mas Gideon lhe respondeo: ah,
Senhor meu, se J e h o v a h ne com nos­
co, porque tudo isto nos sobre-veio ?
CAPITULO VI.
e que he de todas suas maravilhas,
OREM os filhos de Israel fizerão o ue nossos pais nos contàrâo, dizen-
P que parecia mal em olhos de J e ­
h o v a h : e J b h o v a h o s deu em mâo
o ; nâo nos fez J e h o v a h subir de
Egypto? porem agora J e h o v a h nos
dos Midianitas, por sete annos. desamparou, e nos deu em mâo dos
2 E prevalecendo a mâo dos Midi­ Midianitas.
anitas sobre Israel, fizerão os filhos 14 Entâo J e h o v a h olhou para elle,
de Israel paia si, por causa dos Midi­ e disse ; com esta tua forca vai, e li­
anitas, as covas que estâo nos montes, vrarás a Israel da mâo dos Midianitas,
e as cavemas, e as fortificações. porventura nâo te enviei eu ?
3 Porque succedia que, semeando Is­ 15 E elle lhe disse: ah, Senhormeu,
rael, suoiâo os Midianitas, e os Ama- com que livrarei a Israel? eis que
lekitas; e tambem os do Oriente con­ meu milhar he o mais pobre em Ma­
tra elle subiâo. nasse, e eu o menor em casa de meu
4 E punhâo-se contra elles em cam- pai.
pOj e destrahiâo a novidade da terra, 16 E J e h o v a h lhe disse, porauanto
ate chegarem a Gaza ; e náo deixa- eu hei de ser comtigo, tu feriras aos
vâo mantimento em Israel, nemgado Midianitas como a hum varâo.
miudo. nem bois, nem asnos. 17 E elle lhe disse; se agora tenho
5 Porque subiâo oom seus gados e achado graça em teus olhos, dáme
tendas; vinhão como gafanhotos em hum sinal, de que tu es o que comigo
tanta multidâo; que nem elles, nem falias.
seus camelos tinhão numero: e vinhão 18 Rogo-te que daqui te nâo desvies,
à terra, para a destruir. ate que eu venha a ti, e tire meu pre­
6 Assim Israel empobreceo muito po- sente, e o ponha perante t i: e disse :
la presença dos Midianitas: entâo os eu esperarei, até que tomes.
filhos de Israel clamârâo a J e h o v a h . 19 É entrou Gideon, e fez prestes
7 E foi que, clamando os filhos de hum cabrito das cabras, e bolos asmos
Israel a J e h o v a h por causa dos Midi­ de hum Epha de farinha; a came
anitas. pos em hum açafate, e o caldo pôs

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;, VII. 257

em humapanella: e trooxe-lh}oaté de­ 31 Porem Joas disse a todos os que


baixo do carvalho, e lh’o apresentou. se poserâo contra ellej contendereis
20 Porem o Anjo de Deos lhe disse : vósoutros por Baal ? livra-lo-heis vó­
toma a carne e os bolos asmos, e os soutros? qualquer que por elle con­
pôe sobre esta penha, e verte o caldo: tender, ainda esta manhâ será morto:
e assim o fez. se Deos he, por si mesmo contenda;
21 £ o Anjo de Je h o v a h estendeo a pois derribárâo seu altar.
ponta do cajado, que estava em sua 32 Pelo que aquelle dia lhe charná-
mâo, e tocou a came e os bolos asmos: râo Jerubbaal, dizendo: Baal conten­
entâo subio fogo da penha, e consumio da contra elle^ pois derribou seu altar.
a came, e os bolos asmos; e o Anjo 33 E todos 09 Midianitas, e Amale-
de J e h o v a h desapareceo a seus olhos. kitas, e os filhos do Oriente se ajuntá-
22 Entâo vio Gideon, que era o An- râo a huma: e passàrâo, e poserâo seu
io de J e h o v a h : e disse Gideon: ah? campo no valle de Jizreèl.
Senhor Je h o v a p , he porisso que eu vi 34 Entâo o Espirito de J e h o v a h re-
ao Anjo de J e h o v a h de face a face! vestio a Gideon: o qual tocou a bozi­
23 Porem J e h o v a h lhe disse; paz na, e os Abi-Ezritas se convocàrâo
hajas, nâo temas: nâo morrerás. apôs elle.
24 Entâo Gideon edificou ali hum 35 E enviou mensageiros por todo
altar a J e h o v a h , e lhe chamou, Je h o ­ Manasse, e elle tambem se convocou
v a h he paz: e ainda até o dia ae hoje após elle: tambem enviou mensagei­
está em Ophra dos Abi-Ezritas. ros a Aser, e a Zebulon^ e a Naphtali,
25 E aconteceo naquella mesma noi­ e sahirâo lhe ao encontro.
te, que J e h o v a h lhe dissej toma o 36 E disse Gideon a Deos: se has
touro dos bois de teu pai, a saber o de livrar a Israel por minha mâo, co­
segundo touro de sete annos: e derriba mo tens dito:
o altar de Baal, que he de teu pai: e 37 Eis que eu porei hum vello de lâ
corta o bosque, que está junto a elle. na eira: 6e o orvalho estiver somente
26 E edinca a Je h o v a h teu Deos no vello, e a seca sobre toda a terra,
hum altar no cume deste lugar forte, entâo conhecerei que has de livrar a
em hum lugar conveniente: o toma Israel por minha mâo, como tens dito.
ao segundo tourou, e o offerecerâs em 38 E aconteceo assim; porque ao ou­
holocausto com a lenha que cortares tro dia se Jevantou de madrugada, e
do bosque. apertou o vello: e do orvalho ao vello
27 Entâo Gideon tomou a dez va­ espremeo huma taça chea de agua.
rões de seus servos, e fez, como J e ­ 39 E disse Gideon a Deos; tua ira
h o v a h lhe dissera: porem foi que te­ nâo se encenda contra mim, se ainda
mendo elle de o fazer de dia, em razão fallar so esta vez: rogo-te que só esta
da casa de seu pai, e dos varões da- vez faça a prova com o vello; rogo-te
quella cidade, o fez de noite. que sô no yello esteja a seca, e em
28 Levantando-se pois os varões da- toda a terra esteja o orvalho.
quella cidade de madrugada, eis o al­ 40 E Deos o fez assim aquella noite:
tar de Baal derribado, e o bosque que pois a seca estava em sô o vello, e em
junto a elle estava, cortado: e o se­ toda a terra estava o orvalho.
gundo touro offerecido no altar de novo
edificado. CAPITULO VII.
29 E huns aos outros disserão; quem
fez este feito? e esquadrinhando, e NTAO Jerubbaal (que he Gideon)
inqui rindo-se-disse; Gideon o filho de
Joas fez este feito.
E se levantou de madrugada, e todo
o povo que com elle havia, e se pose­
30 Entâo os varões daquella cidade râo em campo a fonte de Haroa : de
disserão a Joas; tira fora a teu filho, maneira que tinha o arraial dos Mi­
para que morra: pois derribou ao al­ dianitas ao Norte, tras o outeiro de
tar de Baal, e cortou ao bosque, que Moré, no valle.
estava junto a elle. % E disse J e h o v a h a Gideon; muito

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968 ju ize s * vn.
he o povo, que està comtigo, para dar como a area que ha na praia do mar
aos Midianitas em sua máo: a fim em multidão.
ue Israel se n&o glorie contra mim, 13 Chegando pois Gideon, eis que
izendo; minha m&o me livrou. hum varâo estava contando hum sonho
3 Agora pois apregoa agora perante a seu companheiro: e dizia ; eis que
os ouvidos do povo, dizendo: quem hum sonho sonhei, e eis hum pâo de
for covarde e medroso, torne-se, e va- ceváda torrado roaava no arraial doe
se apresuradamente das montanhas Midianitas, e chegava até as tendas,
de Gilead : ent&o se tomàrâo do povo e as ferio, e cahirâo, e as trastomou
vinte e dous mil, e dez mil ficáráo. debaixo para riba; e ficarào abatidas.
4 E disse Je h o v a h a G ideon : ainda 14 E respondeo seu companheiro, e
muito povo ha, faze os descender a as disse; nâo he isto outra cousa, senâo
aguas, e ali t’os provarei: e será que a espada de Gideon, filho de Joas, va­
daquelle, de que eu te disser ; este ir& râo Israelita: Deos tem dado em sua
comtigo, esse comtigo i r á ; porem de mâo aos Midianitas, e a todo este
todo aquelle de que eu te disser; este arraial.
nâo irá comtigo, esse comtigo nâo irá. 15 E foi que ouvindo Gideon a rela­
5 E fez descender ao povo a as agu­ ção deste sonho, e sua explicação, ado­
as : entâo Je h o v a h disse a Gideon; rou : e tomou-se ao arraial de Israel,
qualquer que lamber as aguas com sua e disse: levantai-vos, que J e h o v a h
lingua, como as lambe o câo, esse po­ tem daao ao arraial doB Midianitas
rás à parte; como tambem a todo em vossas mâos.
aquelle que se abaixar de juelhos a 16 Entâo repartio os trezentos va­
beber. rões em tres esquadrões: e deu-lhes a
6 E foi o numero dos que lambér&o cada qual em suas mâos bozinas, e oan-
as aguas com a mâo à boca, trezentos taros vazios, com tochas nellas acesas.
▼ardes: e todo o resto do povo se 17 E disse-lhes; olhai para mim, e
abaixou de juelhos a beber as aguas. fazei como eu fiz e r: e eis que chegan­
7 E disse Je h o v a h a Gideon; com do eu ao extremo do arraial, será, que
estes trezentos varòes que lambérâo como eu fizer, assim fareis vósoutros.
as aguas, vos livrarei, e darei aos Midi- 18 Tocando en e todos os que comi­
anitas em tua mâo: pelo que todo o de go estivérem a bozina, entâo tambem
mais povo se và cada qual a seu lugar. vósoutros tocareis a bozina do redor
8 E o povo tomou a provisão e suas de todo o arraial, e direis; pelo Jcho-
bozinas em sua mâo, e enviou a todos v a h , e por Gideon.
os de mais varões de Israel cada qual 19 Chegou pois Gideon, e os cem va­
a sua tenda, porem aos trezentos va­ rões aue com elle hiâo, ao ultimo do
rões reteve: e tinha o arraial dos arraial, ao principio da guarda da me­
Midianitas a baixo no valle. ia noite, em havendo ja posto as guar­
9 E foi que aquella mesma noite das : e tocàrâo as bozinas, e batérâo
J e h o v a h lhe disse; levanta-te, e des­ os cantaros, que tinhão em suas mâos.
cende ao arraial: porque tenho o dado 20 Assim os tres esquadrões tocàrâo
em tua mâo. asbozinasj e batendo quebrárâo os can­
10 E se ainda temes de descender: taros ; e tinhão em suas mâos esquer­
descende tu, e teu moço Pura, ao ar­ das as tochas acesas, e em suas mãos
raial. direitas as bozinas, que tocavâo: e
11 E ouvirás o que dizem, e entâo exclamàrâo; espada de J e h o v a h , e de
tuas mâos se esforçarão, e descende­ Gideon.
rás ao arraial: entâo descendeo elle 21 E estiverâo-se cada qual em seu
com seu moço Pura até o extremo das lugar ao redor do arraial: entâo todo
centinelas, que estavâo no arraial. o arraial deitou a correr, e gritando-se
12 E os Midianitas, e Amalekitae, e acolhérâo.
todos os filhos do Oriente jaziâo no 22 Tocando pois os trezentos as bo­
valle como gafanhotos em multidão: zinas, Je h o v a h pôs a espada do hum
e seus camelos erão innumeraveis, contra o outro, e isto em todo o arrai-

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JUIZES, VIII.
'A l: -e o trimfcl fagio até Beth-Sitta a J e h o v a h der em minha mâoaZebah
Tseredath, até os limites de Abel-Me- ^ a Tsalmuna, trilharei vossa came
riba de Tabbath. com espinhos do deserto, e com abro­
23 Entâo os varões de Israel delhos.
Naphtali, e de Aser, e de todo Ma- 8 E d’ali subio a os varões de Pnuel,
liasse for&o convocados, e seguírão aos e fallou-lhes da mesma maneira: e
Midianitas. os varões de Pnuel lhe respondérâo,
94 Tambem Gideon enviou mensa­ como os varões de Succoth llie haviâo
geiros a todas as montanhas de Eph- respondido.
mim, dizendo; descendei ao encontro 9 Pelo que tambem fallou aos varões
aaoe Midianitas, e tomai-lhes as aguas de Pnuel, dizendo: quando eu tomar
até Béth-Bara, a saber o Jordão: con­ com paz, derribarei esta torre.
vocados pois todos os varões de Eph- 10 Estavâo pois Zebah e Tsalmuna
laim, tomárâo-J&es as aguas até Beth- em Carcor, e seus exercitos com elles,
B ara' e o Jordão. perto de quinze mil homens} todos os
26 E prendérâo a dous príncipes dos ae resto do exercito dos filhos do Ori­
Midianitas, a Oreb e a Zeeb ; e ma- ente : e os delles cahidos, forão cento
tàr&o a Oreb na penha de Oreb, e a e vinte mil varões, que arrancavâo da
Zeeb matàrâo no lugar de Zeeb, e se­ espada.
guírão aos Midianitas: etrouxéràoas 11 E subio Gideon, caminho dos qne
cabeças de Oreb e de Zeeb a Gideon, habitâo em tendas, ao Oriente de No-
d’alem do Jordão. bah e Jogbeha: e ferio aquelle exer­
cito, porquanto o exercito estava des­
cuidado.
CAPITULO vn i.
12 E fugírâo Zebah e Tsalmuna, po­
NTAO osvarões de Ephraim lhe rem elle foi em seu alcance : e tomou
disserão; que he isto que nos fizes­ presos a ambos os reis dos Midianitas,
te, de qne nâo nos Chamaste, quando a Zebah e a Tsalmuna, e espantou a
foste a pelejar contra os Midianitas? todo o exercito.
e contendérâo c om elle fortemente. 13 Tornando pois Gideon, filho de
? Porem elle lhes disse; que mais Joas da peleja, antes da nacença do
fiz en agora, quo vósoutros ? nâo sâo sol:
porventura os rabiscos de Ephraim me* 14 Tomou preso a hum rapaz dos
Jhores, qae a vendima de Abi-Ezer ? varões de Succoth, e lhe fez pergun­
3 Deos vos deu em vossa mâo aos tas: o qual lhe deu por escrito aos
príncipes dos Midianitas, Oreb e Zeeb; Maioraes de Succoth, e a seus Anciã­
que mais pode eu logo fazer, do que os, setenta e sete varões,
vósoutros? entâo sua sanha se abran­ 15 Entâo veio aos varões de Suc­
dou para com elle, quando fallou esta coth, e disse; vedes aqui a Zebah e
palavra. a Tsalmuna: dos quaes desprezivel­
4 E como Gideon veio ao Jordão, mente me deitastes em rosto, dizen­
passou com os trezentos varões, que do ; está ja a palma da mâo de Eebah
com elte estavâo, ja cansados, porem e Tsalmuna em tua mâo, para que de­
em alcance do inimigo. mos pâo a teus varões ja cansados ?
6 E disse aos varões de Succoth; 16 E tomou aos Anciãos daquella
dai ora cdguns pedaços de pâo ao po- cidade, e espinhos do deserto, e abro­
vo, que segue minhas pisadas: porque lhos : e o deu a entender aos varões
ettâo cansados, e eu vou em alcance de Succoth.
de Zebah e Tsalmuna, reis dos Midi- 17 E derribou a torre de Pnuel, e
tnitas. matou aos varões da cidade.
6 Porem os Maioraes de Succoth 18 Depois disse a Zebah e a Tsal­
disserão; estâ ja a palma da mâo de muna ; que homens erão os quematas-
Zebah e Tsalmuna em tua mâo, para tes em Thabor ? e disserão; qual tu,
demos pâo a teu exercito ? taes erão elles, cada hum ao pareoer,
Entâo disse Gideon; pois, quando como filhos do rei.

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•260 JUIZES, IX.

; 19 Entáo disse elle; meus irm&os procedér&o de sua coixa: porquanto


erão filhos de rainha mãi: vive J e h o ­ tinha muitas mulheres.
v a h , que se os deixáreis em vida, n&o 31 E 6ua concubina, que estava em
vos mataria eu. Sichem, lhe pario tambem hum filho:
20 E disse a Jether, seu primogé­ e pôz-lhe por nome, Abimelech.
nito, levanta-te, mata-os: porem o 32 E faleceo Gideon filho de Joas
mancebo n&o arrancou de sua espada, em boa velhice: e foi sepultado no
porque temia; porquanto ainda era sepulcro de seu pai Joas, em Ophra
mancebo. do Abi-Ezrita.
21 Ent&o disserão Zebah e Tsalmu­ 33 E aconteceo que, como Gideon
na ; levanta-te tu, e acomete-nos; que faleceo, os filhos de Israel se tomàrâo,
qnal o varão, tal sua valentia: levan­ e fornicárão após os Baalins: e pose-
tou-se pois Gideon, e matou a Zebah rão-se a Baal-Berith por Deos.
e a Tsalmuna, e tomou as luetas, que 34 E os filhos de Israel se nào lem-
estavâo aos pescoços de seus came­ brárão de J e h o v a h seu Deos^ gue os
los. livràra da mão de todos seus inimigos
22 Então os varões de Israel disse­ do redor.
rão a Gideon; domina sobre nós ou­ 35 Nem usárão de beneficencia com
tros, assim tu, como teu filho, e o filho a casa de Jerubbaal, a saber de Gide­
de teu filho: porquanto nos livraste da on : conforme a todo o bem, que elle
mão dos Midianitas. usára com Israel.
23 Porem Gideon lhes disse; sobre
vós outros eu nào dominarei, nem
CAPITULO IX.
tam pouco meu filho sobre vós outros
dominará: J e h o v a h sobre vósoutros ABIMELECH filho de Jerubbaal
dominará.
24 Disse-lhes mais Gideon; huma
E foi a Sichem, aos irm&os de soa
mãi, e fallou a elles, e a toda a gera­
petiç&o vos farei; cada qual de vós ção da casa do pai de sua mãi, di­
me aè os pendentes de seu despojo: zendo.
porque os Midianitas tinhão pendentes 2 Faliai ora perante os ouvidos de
ae ouro, porquanto erão Ismaelitas. todos os cidad&os de Sichem; qual
25 E disserão elles; de boamente os vos he melhor, que setenta varõee, to­
daremos: e estenderão huma capa, e dos os íilhos de Jerubbaal dominem
cada hum delles deitou ali hum pen­ sobre vósoutros, ou que num varão
dente de seu despojo. sobre vósoutros domine ? lembrai-vos
26 E foi o peso dos pendentes de tambem, que sou vosso osso, e vossa
ouro, que pedio, mil e sete centos si­ carne.
clos de ouro, a fora as luetas, e as ca- 3 Ent&o os irm&os de sua mãi fallà-
deas, e os vestidos de purpura, que r&o ácerca delle perante os ouvidos
traziâo os reis dos Midianitas, e a fo­ de todos os cidad&os dc Sichem todas
ra os colares, que os camelos traziào aquellas palavras: e seu coração del­
ao pdfecoço. les se inclinou após Abimelecn; por­
27 E fez Gideon delle hum Ephod, que disserão; he nosso irm&o.
e pólo em sua cidade, èm Ophra; e 4 E dérão-lhe setenta moedas de pra­
toao Israel fornicou ali após elle: e ta, da casa de Baal-Berith: e com el­
foi por tropeço a Gideon, e a sua las alugou Abimelech varões ouoiosos
casa. e levianos, que o seguirão.
28 Assim forão os Midianitas abati­ 5 E veio à casa de seu pai a Ophra,
dos diante da face dos filhos de Israel, e matou à seus irm&os, os filhos de
e nunca mais levantárão sua cabeça: Jerubbaal; setenta varões sobre huma
e sossegou a terra quarenta annos em pedra: porem Jotham filho menor de
os dias de Gideon. Jerubbaal ficou de resto; porquanto se
29 E foi Jerubbaal, filho de Joas, e escondéra.
habitou em sua casa. 6 Ent&o-se ajuntàr&o todos os cida­
30 E teve Gideon setenta íilhos, que d&os de Sichem, e toda a casa de

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JUIZES, IX. 261
M ü lo; e for&o, e levantarão a Abim- Abimelech, e tambem elle se alegre
elech por rei: junto ao carvalho alto, com vosco.
que está perto de Sichem. 20 Mas se não, fogo saia de Abime­
7 £ dizendo-o a Jotham, foi, e pôs-se lech, e consuma aos cidadãos de Si-
no cume do moote de Gerizim, e le­ chem, e a casa de Millo: e fogo saia
vantou sua voz, e clamou: e disse-lhes; dos cidadãos de Sichem, e da casa de
ouvi-me a mim, cidadãos de Sichém, Millo, que consuma a Abimelech.
e Deos vos ouvirá a voe. 21 Então fugio Jotham, e acolheo-se,
8 Forão huma vez as arvores, a un­ e foi-se a Beer: e ali habitou por me­
gir rei sobre si: e disserão á oliveira; do de Abimelech seu irmâo.
reina tu sobre nosoutros. 22 Havendo pois Abimelech domi­
9 Porem a oliveirâ lhes disse j dei­ nado tres annos sobre Israel.
xaria eu minha gordura, que Deos e os 23 Enviou Deos hum mau espirito
homens em mim prezão ? e iria a la­ entre Abimelech, e os cidadãos de
butar sobre as arvores ? Sichem: e os cidadãos de Sichem se
10 Entáo disserão as arvores á figuei­ houvérâo aleivosamente contra Abim­
ra : vem tu, e reina sobre nosoutros. elech.
11 Porem a figueira lhes disse; dei­ 24 Para que a violência, feita aos
xaria eu minha doçura, e meu bom setenta filhos de Jerubbaal, viesse, e
ücuto ? e iria a labutar sobre as arvo­ seu sangue cahisse sobre Abimelech
re»? seu irmão, que os matára; e sobre os
12 Entâo disserão as arvores â vi­ cidadãos ae Sichem, que lhe corrobo-
deira: vem tu, e reina sobre nosou­ rárão as mãos, para matar a seus ir­
tros. mãos.
13 Porem a videira lhes disse; dei­ 25 E os cidadãos de Sichem poserâo
xaria eu meu mosto, que alegra a De­ contra elle, quem lhe armasse embos­
os e aos homens ? e iria a labutar so­ cadas sobre os cumes dos montes; e
bre as arvores. a todo aquelle que passava pelo cami­
14 Entâo todas as arvores disserão nho junto a elles, o salteavâo: e foi di­
ao espinhal: vem tu, e reina sobre nós. to a Abimelech.
15 E disse o espinhal a as arvores; 26 Veio tambem Gaal filho de Ebed,
se em verdade me ungis por rei sobre com seus irmãos, e passàrão-se a Si- '
vós outros; vinde, e confiui-vos de­ chem: e os cidadãos de Sichem se fiâ-
baixo de minha, sombra: mas se não, râo delle.
fogo « i a do espinhal, que consuma os 27 E sahirâo ao campo, e vendimá-
cedros do Libano. rão suas vinhas, e pisàrão as uvas, e
16 Agora pois, se he que em verdade fizerão canções de louvor: e forão à
e sinceridade obrastes, em fazer rei casa de seu Deos, e comérào e bebé-
a Abimelech: e se bem fizestes para rão, e amaldiçoarão a Abimelech.
Jerubbaal, e para com sua casa; 28 E disse Gaal, filho de Ebed; quem
e se com elle usastes conforme ao me­ he Abimelech, e qual he Sichem, pa­
recimento de suas mâos. ra que o servíssemos? nâo he porven­
17 (Poraue meu pai peleiou por vós­ tura filho de Jerubbaal, e Zebul seu
outros. e aesprezou sua vida, e vos li­ mordomo ? servi antes aos varões de
vrou aa mâo dos Midianitas. Hemor, pai de Sichem; pois por que
18 Porem vos hoje vos levantastes razão nós o serviríamos a elle ?
centra a casa de meu pai, e matastes 29 Ah se este povo estivera em mi­
a seus filhos, setenta varões, sobre nha mão! eu expellira a Abimelech:
huma pedra: e a Abimelech filho de e a Abimelech se disse; multiplica
saa serva fizestes reinar sobre os ci­ teu exercito, e sahe.
dadãos de Sichem; porquanto he vos­ 30 E ouvindo Zebul o maioral da
so irmâo.) cidade as palavras de Gaal, filho de
19 Assim que se em verdade e sin­ Ebed, encendeo-se sua ira.
ceridade usastes com Jerubbaal e com 31 É enviou astutamente mensagei­
sua casa este d ia ; alegrai-vos com ros a Abimelech, dizendo : eis que

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262 JUIZES, IX.

Gaal, filho de Ebed, e seus irmãos que com elle liavia, dérão uelles- dt
vierão a Sichem, e eis que elles com improviso, e parárão à entrad&dapor»
esta cidade se hão como inimigos con­ ta da cidade: e as oulrm dua* tropo*
tra ti. dérão de improviso sobre todos quan­
32 Levanta-te pois de noite, tu e o tos estavâo no campo, e ferirão-os.
povo aue houver cora tigo: e pôe em- 45 E Abimelech pelejou contra a l i ­
Doecaaas no campo. dade todo aquelle aia, e tomou a cida­
33 E levanta-te pela manhã em sa- de, e matou o povo, que nella havia:
hindo o sol, e dá de improviso sobre e assolou a cidade, e semeou a de sal.
a cidade: e eis que, sahindo elle e o 46 O que ouvindo todos os cidadãos
povo, que houver com elle, contra ti, da torre de Sichem, entrârâo na forta»
ínze-lhe, como alcançar tua mâo. leza, em casa do Deos Berith*
34 Levantou-se pois Abimelech, e 47 E foi dito a Abimelech, que to*
todo o povo que com elle havia, de dos os cidadãos da torre de Sichem «s
noite : e poserão emboscadas a Si- havião congregado.
ohem, cora quatro tropas. 48 Subio pois Abimelech ao monte
35 E Gaal filho de Ebed sahio, e pós de Tsalmon, elle e todo o povo, que
se à entrada da porta da cidaíde : e com elle havia: e Abimelech tomou
Abimelech, e todo o povo que com elle em sua mão machados, e cortou hunr
havia, se levantou das emboscadas. ramo das arvores, e o levantou, e pólo
36 E vendo Gaal aquelle povo, disse a seu hombro, e disse ao povo, quei
a Zebul: eis que gente descende dos com elle havia; o quer me vistes fa­
cumes aos montes; Zebul ao contra* zer, dai-vos pressa, fazei como eu.
rio lhe disse; as sombras dos montes 49 Assim pois tambem todo o pove,
vés por homens. cada qual cortou seu ramo, e seguírão
37 Porem Gaal ainda tomou a fallar, a Abimelech, e pegado à fortaleza oe
e disse ; eis ali descende gente do poserão, e queimarão a fogo a fortale»
meio da terra: e huma tropa vem do za com elles: de maneira que todo*
caminho,do carvalho de Meonenim. os da torre de Sichem morrérâo, ooao
38 Entào lhe disse Zebul; aonde es­ até mil homens e mulheres»
tà agora teu parolear, quando dizias: 50 Entâo Abimelech se foi a^The-
quem he Abimelech, para que o ser­ bes, e pôs a Thebes de cerco, e to*
víssemos? não he este porventura o mou-a.
povo que desprezaste ? sahe ora pois, 51 Havia porem no meio da cidade
e peleja contra elle. huma torre forte; e todos os homens
39 E sahio Gaal diante da face dos e mulheres, e todos os cidadãos da ci­
cidadãos de Sichem, e pelejou contra dade se acolhérão a elJa, e fechàrâo
Abimelech. após si as portas, e subirão ao telhado
40 E Abimelech o segnio, porquanto da torre.
fugio de diante de sua face: e muitos 52 E Abimelech veio até a torre, *;
feridos cahirâo, até a entrada da por­ a corabateo: e chegou-se até a poria
ta da cidade. da torre, para a queimar a fogo.
41 E Abimelech se ficou em Aru- 53 Porem huma mulher lançou hum
m a: e Zebul expellio a Gaal e a seus pedaço de huma mô corredoura sobre
irmãos, para que nâo podeasem habi­ a cabeça de Abimelech: e quebrou»
tar em Sichem. lhe os cascos.
42 E succedeo o dia seguinte, que o 54 Então chamou logo ao moço, que
povo sahio ao campo, e o disserão a levava suas armas, e aisse-lhe; arran­
Abimelech. ca de tua espada, e meta-me; para
43 Entâo tomou o povo, e repartio o aue se nâo diga de mim; huma mn-
em tres tropas, e pôs emboscadas no lher o matou : e seu moço o através
campo: e olhou, e eis que o povo sahia sou, e morreo.
da cidade, e levantou-se contra elles, 55 Vendo pois os varões de Israel,
e ferio-os. qne ja Abimelech era morto, forão**
44 Porque Abimelech, e as tropas cada qual a seu lugar.

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JUIZES) X, XI.
56 Assim Deos for tomar sobre Abi- mos peocado, assim porque deixamos
melech o mãi, que tinha feito a seu. a nossa Deos, como porque servimar
paát raatanda-eeuraetenta irmãos. aos Baalins.
57 Gomo tambem todo o mal dos va- 11 Porem J e h o v a h disse aos filhas
rõee de Sichem fez tornar sobre sua de Israel: por ventura dos Egypcios,
cabeça delles : e a maldição de Jo­ e dps Amoreos, e dos filhos de Am*
tham, filho de Jerubbaal, veio sobre mon, e dos Philisteos.
elles. 12 E dos Sidonios, e Amalekita*. e
Maonitas, que vosoprimiáo, quando a
mim clamastes, de sua mâo entâo voa
CAPITULO X.
nâo livrei ?
ÁPOS Abimelech se levantou, par 13 E com tudo vos me deixastes a
E ra livrar a Israel, Thola, filho de
Pua, filho de Dodo, varâo de Issas­
mim, e servistes a outros Deoses: pe­
lo que vos nâo livrarei mais.
char : e habitava em Samir, na mon­ 14 Andai e clamai aos Deoses, que
tanha de Ephraim. escolhestes: livrem-vos elles no tempo
2 E julgou a Israel vinte e tres an­ de vosso aperto.
nos: e morreo, e foi sepultado em 15 Mas os filhos de Israel disser&o
Saaair. a J e h o v a h ; pecoamos, faze-nos con­
3 E após elle se levantou Jair o Gi- forme a tudo quanto te parecer bem
lsadita, e julgou a Israel vinte e dous em teus olhos: tam somente, te roga­
annos. mos, que nos livres neste dia.
4 E tinha este trinta filhos, que oa- 16 E tiràrâo os Deoses alheos de em
'f&kgarào sobre trinta burricos; e ti­ meio de si. e servirão a J e h o v a h :
nhão trinta cidades, a que chamarão entâo sua alma se angustiou, por cau­
Havoth-Jair, até o dia de hoje; as sa do trabalho de IsraeL
quaes estào em terra de Gilead. 17 E os filhos de Ammon se convo-
5 E morreo Jair, e foi sepultado em cárâo, e se poserâo em campo em
Camon. Gilead: e tambem os filhos de Israel
6 Ent&o tornàrào os filhos de Israel se congregarão, e se poserâo em cam­
a fazer o que parecia mal em olhos po em Mispa.
de Je h o v a h . e servirão aos Baalins, 18 Entâo o povo, os Maioraes de Gi­
e aAstharotn, e aos Deoses de Syria, lead disserão huns aos outros; quem
e aos Deoses de Sidon, e aos Deoses será o varâo, que começará a pelejar
de Moab, e aos Deoses dos filhos de contra os filhos de Ammon ? elle será,
Ammon, e aos Deoses dos Philisteos: por cabeça de todos os moradore» de
e deixàrâo a J e h o v a h . er o n&o servi- Gilead.
Táo.
7 E a ira de J e h o v a h se encendeo
oontra Israel: e vendeo-os em mâo CAPITULO XI.
dos Philisteos, e em mâo dos filhos de RA entâo Jephthe o Gileadita va­
Ammon.
8 E naquelle mesmo anno oprimi­
E lente e valoroso; porem filho de
huma solteira : mas Gilead geràra a
rão e atropelârâo aos filhos de Israel: Jephthe.
dezeoito annos oprimirão a todos os 2 Tambem a mulher de Gilead lhe
filhos de Israel, que estavâo d’alem pario filhos : e sendo os filhos desta
do Jordão, em terra do» Amoreos, que mulher ja grandes, expellírâo a Jeph­
está em Gilead. the, e lhe disserão; nâo herdarás em
9 Até os filhos de Ammon passár&o casa de nosso pai; porque es filho de
o Jordáo, a pelejar tambem contra outra mulher.
Judá, e contra Benjamin, e contra a 3 Entào Jephthe fugio de diante da
easa de Ephraim: de maneira que face de seus irmãos, e habitou em
Israel ficou mui angustiado. terra de Tob: e homens leviano» se
10 Entâo os filhos de Israel clamàrâo ajuntarão com Jephthe, e sahião com
a Je h o v a h , dizendo: contra ti have­ elle.

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264 JUIZES, XI.

4 £ aconteceo que, depois de alguns andou pelo deserto até o mar verme­
dias, os íilhos de Ammon pelejarão lho, e chegou até Cades.
c ontra Israel. 17 E Israel enviou mensageiros ao
5 Aconteceo pois que, como os filhos rei dos Edomitas, dizendo: rogo-te
de Ammon pelejassem contra Israel, que me deixes passar por tua terra j
forão os anciãos de Gilead a trazer a porem o rei dos Èdomitas não lhe deu
Jephthe da terra de Tob. ouvidos; enviou tambem ao rei dos
6 £ disserão a Jephthe; vem, e se Moabitas, o qual tambem não quiz *
nôs por Maioral: para que combata­ e assim Israel se ficou em Cades.
mos contra os íilhos de Ammon. 18 Depois andou pelo deserto, e ro­
7 Porem Jephthe disse aos anciãos deou a terra dos Edomitas, e a terra
de Gilead; por ventura não me abor­ dos Moabitas, e veio do rtascente do
recestes vósoutros a mim, e me expel- so{ á terra dos Moabitas, e alojàrào-se
listes da casa de meu pai ? porque pois d’alem de Amon: porem não entrà-
agora viestes a mim, quando estais em rào nos limites dos Moabitas: porque
aperto? Amon he limite dos Moabitas.
8 E disserão os anciãos de Gilead a 19 Mas Israel enviou mensageiros a
Jephthe: porisso tomamos a ti, para Sihon rei dos Amoreos, rei de Hes­
que venhas com nosco, e combatas bon: e disse-lhe Israel; deixa-nos ora
contra os íilhos de Ammon: e nos se­ passar por tua terra até meu lugar.
jas por cabeça sobre todos os morado­ 20 Porem Sihon se nào fiou de pas­
res de Gilead. sar Israel por seus limites; antes Si­
9 Então Jephthe disse aos anciãos hon ajuntou a todo seu povo, e poser&o-
de Gilead; se me tomardes a levar se em campo em Jasa: e combateo
para combater contra os íilhos de Am­ contra Israel.
mon, e J e h o v a h o s der diante de mi­ 21 E J e h o v a h o Deos de Israel deu
nha face: entào eu ser-vos-hei por ca­ a Sihon com todo seu povo em mâo
beça % de Israel, e os ferirão: assim Israel to­
10 E disserão os Anciãos de Gilead mou por nerança toda a terra dos Amo­
a Jephthe: J e h o v a h esteja ouvindo reos, que habitavâo naquella terra.
entre nôs, se assim o nào fizermos 22 E por herança tomàrào todos os
conforme a tua palavra. limites aos Amoreos: desde Amon até
11 Assim Jephthe se foi com os an­ Jabbok, e desdo deserto até o Jordão.
ciãos de Gilead, e o povo o pôs por 23 Assim que J e h o v a h o Deos de
cabeça e maioral sobre si: e Jephthe Israel desapossou aos Amoreos de di­
fallou todas suas palavras perante a ante da face de seu povo de Israel: e
face de J e h o v a h em Mispa. os possuirias tu ?
12 E enviou Jephthe mensageiros 24 Nâo possuirias tu aquelle, que
ao rei dos filhos de Ammon, dizendo: Camos teu Deos desapossasse ae di­
que ha entre mim e ti, que vieste a ante de ti ? assim possuiremos nós a
mim a pelejar contra minha terra ? todos quantos J e h o v a h nosso Deos de­
13 E disse o rei dos filhos de Am­ sapossar de diante de nossa face.
mon aos mensageiros de Jephthe; por 25 Agora pois, es tu ainda melhor
quanto sahindo Israel de Egypto, to­ qne Balak nlho de Tsippor, rei dos
mou minha terra, desde Amon até Moabitas ? porventura contendeo em
Jabbok, e ainda até o Jordão: toma algum tempo com Israel 1 ou pelejou
me a pois agora em paz. alguma vez contra elles ?
14 Porem Jephthe proseguio ainda 26 Em quanto Israel habitou trezen­
em enviar mensageiros ao rei dos tos annos em Hesbon e em suas vil-
filhos de Ammon. la& e em Aroer e em suas villas, e em
15 Dizendo-lhe; assim diz Jephthe: toaas as cidades, que estào ao longo
Israel nào tomou nem a terra dos de Amon: porque o nào recuperastes
Moabitas, nem a terra dos filhos de naquelle tempo 1
Ammon. 27 Tam pouco pequei eu contra ti;
16 Porque subindo Israel de Egypto, porem tu usa» inal comigo, em pele»

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JUIZES, XII. 265

jar contra mim: J e h o v a h , que he juiz, ella nâo conheceo varâo; do que ficou
julgue hoje entre os filhos ae Israel, e costume em Israel.
entre os nlhos de Ammon. 40 Que ás filhas de Israel hiâo de
28 Porem o rei dos filhos de Ammon anno em anno. a fallar com a filha de
náo deu ouvidos às palavras de Jeph- Jephthe, o Gileadita: quatro dias ao
the, que lhe havia enviado. anno.
29 bntão o Espirito de J e h o v a h ve­
io sobre Jephthe, e atravessou por Gi­
C APITULO Xll.
lead e Manasse: porque passou até
Mispa de Gilead. e ae Mispa de Gilead NTAO as varões de Ephraim se
passou até os filnos de Ammon. E convocàrâo, e passarão ao Norte:
30 E Jephthe votou hum voto a J e ­ e disserão a Jepnthe. porque passaste a
h o v a h , e disse: se totalmente deres combater contra os filhos de Ammon, e
aos filhos de Ammon em minha mâo. nosnâo chamaste para ir comtigo? quei
31 Aquillo que sahindo da porta de maremos a foco tua casa comtigo.
minha casa, me sahir ao encontro, tor­ 2 E Jephthe lhe disse; eu e meu po­
nando eu dos filhos de Ammon em paz; vo tivemos grande contenda com os
isso serà de J e h o v a h , e o offerecerei filhos de Ammon: e chamei-vos, e nâo
em holocausto. me livrastes de sua mâo.
32 Assim Jephthe passou aos filhos 3 E vendo en, que me nâo livráveis,
de Ammon, a combate contra elles: pus minha alma em minha palma, e
e J e h o v a h os deu em sua mâo. passei aos filhos de Ammon, e J e h o ­
33 E ferio os de grande ferida, des­ v a h os deu em minha mâo: porque
de Aroer até virdes a Minnith, Vinte pois subistes a mim o dia de hoje, pa­
cidades, e até Abel Keramim: ae»im ra combater contra mim ?
forão sujeitados os filhos de Ammon 4 E ajuntou Jephthe a todos osvarões
diante da face dos filhos de Israel. de Gilead, e combateo com Ephraim:
34 Vindo pois Jephthé a Mispa a sua e os varòes de Gilead ferirão a Eph­
casa, eis que sua filha lhe sahio ao raim; porque estando os Gileaditas
encontro com adnfes e danças: e era entre Ephraim e Manasse, disserão;
eUa só a uniea; náo tinha ae si filho, fugitivos sois de Ephraim.
nem filha outra alguma. 5 Porque tomàrâo os Gileaditas aos
35 E aconteceo que em a vendo, ras­ Ephraimitas os vâos do Jordão: e era
gou seus vestidos, e disse; Ah filha que, qnando os fugitivos de Ephraim
minha, muito me abateste, e es den­ diziâo; passarei; entâo os varões de
tre os que me turbâo! porque eu abri Gilead lne diziâo; es tu Ephratita ? e
minha boca a J e h o V a h , e nâo toma­ dizendo elle, nâo:
rei a tras. 6 Entâo lhe diziâo; dize pois. Schib-
36 E ella lhe disse; pai meu; abris­ boleth; porem elle dizia, SibDoleth;
te tu tua boca a J e h o v a h , faze de mim, e assim o nâo podia pronunciar bem;
como sahio de tua boca: pois J e h o ­ entâo pegavâo delle, e o degollavâo aos
v a h te vingou inteiramente de teus ini­ vaos do Jordão: e cahirâo de Ephraim
migos, os filhos de Ammon. naquelle tempo quarenta e dous mil.
37 Disse mais a seu pai; faça-se-me 7 E Jephthe julgou a Israel seis an­
isto: deixa-me por aous mezes, que nos : e Jephthe o Gileadita faleceo. e
vá, e descenda pelos montes, e chore foi sepultado nas cidades de Gileaa.
minha virgindade, eu e minha* com­ 8 E depois delle julgou a Israel Eb-
panheiras. san de Bethlehem.
38 E disse elle, vai; e a deixou ir 9 E tinha este trinta filhos; e enviou
por dous mezes: entâo se foi ella com fora a trinta filhas; e trinta filhas trou­
suas companheiras, e chorou sua vir­ xe de fora para seus filhos: e julgou a
gindade pelos montes. Israel séte annos.
39 E foi que, a cabo de dous mezes, 10 IÇntâo faleceo Ebsan, e foi sepul­
se tomou a seu pai, o qual cumprio tado em Bethlehem.
nella seu voto, que tinha votado: e 11 E depois delle julgou a Israel
12
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266 JUIZES, XIII.

Elon o Zebulonita: e julgou a Israel aste, ainda torne a nòs, e nos ensine o
dez annos. ue devemos fazer ao menino, que ha
12 E faleceo Elon o Zebulonita, e foi e nascer.
sepultado em Aijalon, em terra de Ze­ 9 E Deos ouvio a voz de Manoah: e
bulon. o Anjo de Deos tornou â mulher; e
13 E depois delle julgou a Israel ella estava no campo, porem seu ma­
Abdon, filho de Hillel, o Pirhathonita. rido Manoah nâo estava com ella.
14 E tinha este quarenta filhos, e 10 Apresurou-se pois a mulher, e
trinta filhos de filhos, que cavalgavâo correo. e o notificou a seu marido: &
sobre setenta burricos: e julgou a Is­ disse-lhe; eis que aquelle varâo me
rael oito annos. appareceo, que veio a mim aquelle dia.
15 Entào faleceo Abdon, filho de 11 Entào Manoah se levantou, e foi
Hillel, o Pirhathonita; e foi sepultado após sua mulher, e veio a aquelle va­
em Pirhathon, em terra de Ephraim, rão, e disse-lhe; es tu aquelle varâo,
no monte do Amalekita. que fallaste a esta mulher ? e disse, si
sou.
12 Entâo disse Manoah: tuas pala­
CAPITULO XIII.
vras se cumprâo: mas que será o modo
OS filhos de Israel tomárâo a fa­ e serviço do menino ?
E zer, o que parecia mal em olhos
de J e h o v a h : e J e h o v a h o s deu em
13 E disse o Anjo de J e h o v a h a
Manoah: de tudo quanto disse eu â
máo dos Philisteos por quarenta an­ mulher, se guardará ella.
nos. 14 De tudo quanto procede da vide
2 E havia hum varâo de Tsora, da tri­ de vinho, nâo comerá; nem vinho
bu do Danéo, cujo nome era Manoah: nem^cidra beberá, nem cousa immun­
e sua mulher era esteril, e nâo paria. da comerá: tudo quanto lhe tehho
3 E o Anjo de J e h o v a h appareceo a mandado, guardará.
esta mulher, e disse-lhe: eis que ago­ 15 Entâo Manoah disse ao Anjo de
ra es esteril e nunca tens parido; po­ J e h o v a h : oca deixa que te detenha­
rem conceberás, e parirás hum filho. mos, e te preparemos hum cabrito das
4 Agora pois guarda-te, de que nào cabras.
bebas vinho, nem cidra, nem comas 16 Porem o Anjo de J e h o v a h disse
cousa immunda. & Manoah; ainda que me detenhas,
5 Poroue eis que tu conceberás, e nâo comerei de teu pâo, e se fizeres
parirás hum filho, sobre cuja cabeça holocausto, o offerecerâs a J e h o v a h :
nâo subirá navalha: porquanto o me­ porque nâo sabia Manoah, que fosse
nino será Nazareo de Deos desdo ven­ o Anjo de J e h o v a h .
tre : e elle começará a livrar a Israel 17 E disse Manoah ao Anjo de J e
da mâo dos Philisteos. h o v a h : qual he teu nome “ ? para que,
6 Entào a mulher entrou, e fallou a quando se cumprir tua palavra, te hon­
seu marido, dizendo; hum varâo de remos.
Deos veio a mim, cuja vista era seme­ 18 E o Anjo de J e h o v a h lhe disse :
lhante à vista de hum Anjo de Deos, porque assim perguntas por meu nome?
terribilissima: e nâo lhe peiguntei, que he maravilhoso.
d’onde era, nem elle me disse use 19 Entâo Manoah tomou hum cabri­
nome. to das cabras, e huma offerta de man­
7 Porem disse-me; eis que tu conce­ jares, e os offereceo sobre huma penha
berás, e parirás hum filho: agora pois a J e h o v a h : e obrou o Anjo , fazendo
nâo bebas vinho, nem cidra, e nâo maravilhas, vendo o Manoah e sua
comas cousa immunda; porquanto o mulher.
menino será Nazareo de Deos, desdo 20 E foi que, subindo a flajna do
ventre até o dia de 6ua morte, altar para o ceo, o Anjo de J e h o v a h
8 Entâo Manoah orou instantemente subio na flama do altar: o que vendo
a J e h o v a i i , e disse : ah Senhor roeu ! Manoah e sua mulher, caiiírào e m —
rogo-te que o varâo d® Deos, que envi­ terrft pobre suas faces, *

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JUIZES, XIV. 267

21 E nunca mais appareceo o Anjo de 7 E descendeo, e fallou á aquella


Je h o v a h a Manoati, nem a sua mu­ mulher: e agradou aos olhos de Sam­
lher: ent&o conheceo Manoah, que son.
era o Anjo de J e h o v a h . 6 E depois de alguns dias tomou
22 E disse Manoah a sua mulher} para a tomar: e desviando-se a ver o
certamente morreremos: porqttanto corpo do leâo morto, eis que no corpo
temos visto a Deos. do leâo havia hum exame de abelhas
"23 Porem sua mulher lhe disse; se com mel.
J e h o v a h nos quizera matar, n&o acei- 9 E tomou-o em suas mâos, e foi-se
lâra de nossa m&o o holocausto e a of­ andando e comendo dellej e foi-se a
ferta de manjares, nem nos mostr&ra seu pai e a sua mãi, e deu-lhes delle, e
tndo isto : nem nos deixara ouvirtaes comerão: porem nâo lhes deu a enten­
•cousas em semelhante tempo. der,aue tomâra o mel do corpo do leâo.
24 Depois pario esta mulher hum 10 Descendendo pois seu pai a aquel­
'filho, e chamou seu nome, Samson: e la mulher, celebrou Samson ali suas
«o menino cresceo, e J e h o v a h o aben- bodas} porquanto assim sahião fazer
•diçoou. os mancebos.
25 E o Espirito de Jeh o v a h o come- 11 E foi que em o vendo, tomárâo
-çoo a impellir de quando eni quando trinta companheiros, que estivessem
no campo de Dan, entre Tsora e Es- com elle.
thaol. 12 Disse-lhes pois Samson: vos da­
rei huma adevinhaçâo a adevinhar: e
se fios sete dias das bodas m;a decla­
CAPITULO XIV.
rardes e achardes, vos darei trinta len-
DESCENDEO Samson á Thimna- çòes, e trinta muaas de vestidos.
E tha: e vendo em Thimnatha a 13 E se m’a nâo poderdes declarar,
kama mulher das filhas dos Philisteos. vós me dareis a mim os trinta lençôes,
2 Subio, e o declarou a seu pai, e e as trinta mudas de vestidos: e elles
a sua mãi. e disse: vi huma mulher em lhe disserão: dà-no5 tua adevinhaçâo
Thimnatna das filhas dos Philisteos : a adevinhar. e a ouçamos.
agora pois, raPa tomai por mulher. 14 Então Ines disse: comer sahio do
3 Perem seu pai e sua mãi lhe dis­ comente, e doçura sahio do forte: e
serão: n&o ha porventura mulher en­ em tres dias nâo podérão declarar a
tre as filhas de teus irmãos, nem entre adevinhaçâo.
tode mea povo, para que te vas a to­ 15 E foi que ao setimo dia disserão
mar molher dos Philisteos, aquelles à mulher de Samson: persuade a teu
incircuncisos ? e disse Samson a seu marido, qne nos declare a adevinha­
pai; toma-me esta; porque ella agra­ çâo, para que por ventura nâo queime­
da a meus olhos. mos a fogo a ti, e a casa de teu pai:
4 Mas seu pai e sua mãi n&o sabi&o, chamastes-nos vósoutros para possuir
que isto vinha de J e h o v a h ; pois bus­ o nosso % não he assim 1
cava occasiâo dós Philisteos: porquan­ 16 E a mulher de Samson chorou pe­
to naquelle tempo os Philisteos domi- rante elle, e disse ; tam somente me
navão sobre Israel. aborreces, e nào me amas; pois déste
5 Descendeo pois Stfmson,com seu aos filhos de meu povo adevinhaçâo
pai e com sua mãi a Thimnatha: e a adevinhar, e ainaa m’a não decla­
phegaitdo às vinhas de Thimnatha, raste : e elle lhe disse; eis que nem
ptç quê bum filho de íèâo bramando a meu pai nem a minha mãi a decla­
lhe sokio ao encontro. rei, e a ti i’a declararia %
(5 Etitâb o Espirito de J e h o v a h o en- 17 E chorou perante elle ao setimo
f estiò tam'possantemente, que o fçri; dia, em que celebravão as bodas; foi
deo ã ialVabcttX0j como quem fende pois que ao setimo dia lh’a declarou,
hum cabrito, sem ter nada em sua porquanto o importunava; entâo de­
m ào: porem nem a seu pai nem á clarou a adevinhaçâo aos filhos de seu
pua m ãi deu a entender o que fizefrá', pove. ’

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268 JUIZES, XV.

18 Disserào-lhe pois os varões da- poserão em campo contra Judá: eefi*


quella cidade, ao setimo dia, antes que tendérâo-se por Lechi.
o sol se posesse; que cousa he mais 10 E disserão os varôesde Judá; por­
doce que mel 1 e aue he mais forte que subistes contra nós ? e elles dis­
que o leâo í e elle lhes disse; se nào serão ; subimos para amarrar a Sam­
lavrareis com minha novilha^ nunca son, a fazer-lhe, como elle fez a nós.
achareis minha adevinhaçâo. 11 Entâo tres mil varões de Judá
19 Entào o Espirito de Jehovah tam descendérâo até à cova da rocha de
possantemente o investio. que veio aos Etam, e disserão a Samsou; nâo sa­
Ascalonitas, e matou delles trinta va­ bias tu, que os Philisteos dominâo so­
ròes, e tomou seus vestidos, e deu as bre nós? porque pois nos fizeste isto?
mudas de vestidos aos que declararão e elle lhes disse; assim oomo elles
a adevinhaçâo: porem encendeo se me fizerâo a mim, eu lhes fiz a elles.
sua ira, e suoio a casa de seu pai. 12 E disserâo-lhe; descendemos a
20 E a mulher de Samson foi de seu amarrar-te, para te entregar em mâo
companheiro, que o acompanhava. dos Philisteos: entâo Samson lhes dis­
se; jurai-me, que vós me nâo aco-
meteréis.
CAPITULO XV.
13 E elles lhe fallârào, dizendo; nâo,
ACONTECEO depois de alguns porém fortemente te amarraremos, a
E dias, que na sega do trigo Sam­
son visitou a sua mulher com hilnfi ca­
te entregaremos em sua mâo; mas
em maneira nenhumâ te mataremos:
brito das cabras, e disse; entrarei a e amarràrâo o com duas cordas novas,
minha mulher na camara: porem seu e o fizerâo subir da rocha,
pai delia o nào deixou entrar. 14 E vindo elle a Lechi, os Philiste­
2 Porque disse seu pai; por certo os lhe sahiráo ao encontro jubilando:
dizia eu, que aborrecendo a aborreci­
as ; assim que a dei a teu companhei­ temente o envestio, e as cordas^ue
ro : porem nào he sua irmâ menor mui havia em seus braços, se tomàrâo co­
mais formosa que ella ? esta pois te mo fios de linho, que sâo queimados
seja em seu lugar. do fogo, e suas amarraduras se des-
3 Entâo Samson disse delles; inno- fizerâo de suas mâos.
cente sou esta vez para com os Philis­ 15 E achou huma queixada de asno
teos, quando lhes fizer algum maí. fresca, e estendeo sua mâo, e tomou-a,
4 E foi Samson, e prenaeo trezentas e ferio com ella mil varões.
raposas: e tomando tições, e ajuntan­ 16 Entâo disse Samson; com huma
do rabo a rabo, pôs hum tiçâo entre queixada de asno hum montão, dous
os dous rabos em meio. montões; com huma queixada de as­
5 E encendeo com fogo os tiçoes, no feri a mil varões.
e as lançou à seara dos Philisteos: e 17 E aconteceo que, acabando elle
assim abrasou os montões, como a se­ de fallar, lançou a queixada de sua
ga do trigo, e as vinhas, e os olivaes. mâo: e chamou a aquelle lugar, Ra­
6 Entâo disserão os Philisteos; quem math-Lechi.
fez isto ? e disserão, Samson o genro 18 E como tivesse grande sede, cla­
do Thimnata; porque lhe tomou sua mou a J k h o v a h , e disse; pela mâo de
mulher, e a deu a seu companheiro: teu servo' tu déste esta grande salva­
entâo subirão os Philisteos, e queimà- ção : morreria eu pois agora de sede,
râo a fogo a ella^ e a seu pai. e cahiria em mâo destes incircunci-
7 Entâo lhes disse Samson; assim o sos?
havieis de fazer 1 pois havendo-me 19 Entâo J k h o v a h fendeo a caver­
vingado eu de vós, entâo cessarei. na, que estava em Lechi; e sahio del­
8 E ferio-os de grande ferida, perna ia agua, e bebeo; e seu espirito tor­
juntamente com coixa: e descendeo, nou, e reviveo : pelo que chamóu seu
e habitou no cume da rocha de Etam. nome; a fonte uo que clama, que es­
9 Entâo os Philisteos subi rào, e se tà em Lechi, até o dia de hoje.

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JUIZES, XVI. 269

20 E julgoua Israel em dias dos Phi­ mentiras: ora declara-me agora, com
listeos, vinte annos. que poderias ser amarrado.
11 E elle lhe disse; se me amar­
’ CAPITULO XVI. rassem fortemente com cordas novas,
oom que obra nenhuma se haja feito:
E FOI-se Samson a Gaza: e vio ali entâo me enfraqueceria, e seria como
huma mulher solteira, e entrou qualquer outro homem.
a ella. 12 Entâo Delila tomou cordas novas,
2 E foi dito aos Gazitas; Samson e o amarrou com ellas^ e disse-lhe ; os
entrou aqui; forão pois em roda, e to­ Philisteos vem sobre ti, Samson; (e os
da a noite lhe poserão espias á porta espias estavâo assentados em huma
da cidade: porem toda a noite estivé- camara:) entâo as quebrou de seus
rfto callados, dizendo; até a luz da braços, como hum fio.
manhâ esperemos; efttfo o matare­ 13 È disse Delila a Samson; até
mos. agora zombaste comigo; e me disseste
3 Porem Samson se deitou até a me­ mentiras; declara-me pois agora, com
ia noite, e & meia noite se levantou, ue poderias ser amarrado %e elle lhe
e travou das portas da porta da cidade isse, se teceres sete guedelhas de mi­
cem ambas as umbreiras, e junta­ nha cabeça ao redor do liço do tear.
mente com a tranca as tomou, e as 14 E ella as fixou com huma estaça,
pós sobre seus hombros: e levou-as a e disse-lhe; os Philisteos vem sobre ti,
riba ao cume do monte, que està à Samson : entâo se levantou de seu so­
vista de Hebron. no, e arrancou a estaca das guedelhas
4 E depois d7isto aconteceo, que se tecidas, juntamente com o liço do tear.
afleiçoou de huma mulher ao ribeiro 15 Entâo ella lhe disse; como dirás;
de Sorek^cujo nome era Delila. tenho-te amor, nâo estando teu cora­
5 Entào os príncipes dos Philisteos ção comigo: ja tres vezes zombaste
nhírào a ella^e lhe disser&o: persua­ ae mim, e ainda me nâo declaraste,
de-o, e vé, em que consista sua grande em que consiste tua grande força.
forca, e com que nos poderíamos en- 16 E foi que, importunando o ella
sennorear delle, e amarrálo, para assim todos os diascom suas palavras, e mo-
oaffligirmos: e te daremos cada-hum lestando-o, sua alma se angustiou até
mil e cem moedas de prata. a morte.
6 Disse pois Delila a Samson; ora 17 E descubrio-lhe todo seu coração,
deciara-me, em que consista tua gran­ e disse*lhe; nunca subio navalha a
de força, e com aue poderias ser amar­ minha cabeca; porque sou Nazareo
rado, para te poaer affligir. de Deos desao ventre de minha mãi:
7 E disse-lhe Samson; se me amar­ se viesse a ser rapado, minha força-se
rassem com sete vergas de vimes fres~ retiraria de mim, e me enfraqueceria,
oos, que ainda n&o estejâo secos: en- e seria como todos os de mais homens.
tto me enfraqueceria, e seria como 18 Vendo pois Delilar que jalhedes-
qualquer outro homem. oubríra todo seu coraç&o, enviou, e
8 Ent&o os príncipes dos Philisteos chamou aos príncipes dos Philisteos,
lhe trouxerâo sete vergas de vimes dizendo; subi esta vez, porque ja me
fiescoe, que ainda nâo estavâo secos: descubrio todo seu coração: e os prín­
e amarrou o com ellas. cipes dos Philisteos subirão a ella, e
9 Eos espias estavâo assentados com trouxérâo o dinheiro em sua mâo.
etia em huma camara; entâo ella lhe 19 Entâo ella o fez dormir em seus
diase; oe Philisteos vem sobre ti, juelhos. e chamou a hum homem, e
Samson: entâo quebrou as vergas de rapou-lne as sete guedelhas de sua
vimes, oomo se quebra o fio da es­ cabeça: e oomecou a afftigilo, e sua
topa, quando cheira ao fogo; assim se força se retirou delle.
nâo soube sua força. 20 E disse-ella; os Philisteos vem
10 Entâo disse Delila a Samson; eis sobre ti, Samson : e despertou de seu
que zombaste comigo, e me disseste sono, e disse; sahirei ainda esta vez,

D ig itize d by L j O O Q ie
270 JUIZES, XVII.

como as outras, e mé sacudirei; por­ nella havia: e forão m râos mortfòç.


quanto elle nâo sabia, que ja J e h o v a h que matou em sua morte, do que os
se retirám delle. que matàra em sua vida.
21 Entâo os Philisteos pegárâo delle, 31 Entâo seus irmãos-descenderão, e
e lhe arrancârào os olhos, e fizerão o toda a casa de seu pai, e tomárão-o, e
descender a Gaza, e amarrárão-o com subirão com elle, e sepultàrão-o entre
duas cadeas de bronze, e andava mo­ Tsora e Esthaol, no sepulcro de Ma­
endo no cárcere. noah seu pai: e elle julgàra a Israel
22 E o cabello de sua cabeça lhe vinte annos.
começou a ir crecendo, como quando
foi rapado. CAPITULO XVII.
23 Então os príncipes dos Philisteos
se ajuntàrâo, para offerecer hum gran­ HAVIA hum varão da montanha
de sacrificio a seu Deos Dagon, e pa­
ra se alegrarem: e dizião: nosso Deos
Echa.
de Ephraim, óujo nome era M i

nos deu em nossa mão a Samson nos­ 2 O qual disse a sua mãi; as mil e
so inimigo. Cem moedas de prata, que te forão to­
24 Semelhantemente vendo o povo, madas, por que deitavas maldições, e
louvavão a seu Deos: porque dizião, tambem as disseste em meus ouvidos;
nosso Deos nos deu em nossa mâo a eis que este dinheiro eu o tenho, eu
nosso inimigo, e ao que destruhia nos­ o tomei: então disse sua mãi; bem­
sa terra, e ao que multiplicava nossos dito seja meu filho de J e h o v a h .
mortos. 3 Assim tomou as mil e cem moedas
25 E foi que, estando ja seu coração de prata a sua mãi: porem sua mãi
alegre, disserão: chamai a Samson, disse; inteiramente ienho dedicado
para que brinque perante nòs: e cha- este dinheiro de minha mão a J e h o ­
màrão a Samson do cárcere, e brincou v a h para meu filho, para fazer huma
perante suas faces, e fizerão o estar imagem de vuko e de fundição; assim
entre as columnas. que agora t’o tomarei.
26 Entâo disse Samson ao moço, 4 Porèm elle tomou aquelle dinheiro
que o tinha da mâo; guia-me a que a sua mãi: e sua mãi tomou duzen-
apalpe às columnas, sobre que se sus­ tas moedas de prata, e as deu ao onri-
tenta a casa: para que me encoste vez, o qual fez delias huma imagem
a ellas. de vulto e de fundição, e esteve em
27 Ora estava a casa chea de homens casa de Micha.
e mulheres; e tambem ali estavâo to­ 5 E teve este varão Micha casa de
dos os príncipes dos Philisteos: e so­ deoses: e fez hum Ephod, e Thera-
bre o telhado havia perto de tres mil phins, e consagrou a hum de seus
homens e mulheres, que estavâo ven­ filhos, para que lhe foese por sacerdote.
do brincar a Samson. 6 Naquelles dias não havia rei em
28 Então Samson clamou a J e h o v a h , Israel: cada quál fazia o que parecia
e disse: Senhor J e h o v a h , peço-te que direito em seus olhos.
te lembres de mim, e esforça me ago­ 7 E havia húm mancebo de Bethle­
ra só esta vez, o Deos; para que de hem de Judá, da tribu de Judá, que
huma vez me vingue dos Philisteos, era Levita, e peregrinava ali.
por meus deus olhos. 8 E este varâo se partira da cidade
29 Abraçou-se pois Samson com as de Bethlehem de Judá, a peregrinar
duas columnas do meio, sobre que se aondè quer que achasse comodidade:
sustentava a casa, e arrimou-se a ellas, chegando elle pois à montanha de
com sua mão direita & huma, e com Ephraim até a casa de Micha, para ir
sua esquerda à outra. seu caminho;
30 E disse Samson; minha alma 9 Disse-lhe Micha; donde vens? e
morra com os Philisteos; e inclinou- elle lhe disse, sou *Levita de Bethle­
se com força, e a casa cahio sobre os hem de Judá, e vou a peregrinar aon­
príncipes, e sobre todo o povo, que de quer que achar comodidade.

D ig itize d by G oogle'
JUIZES, XVin. 271

10 Entâo lhe disse Micha; fica-teTsora e a Esthaol: e seus irmàos lhes


comigo, e sé me pôr pai e sacerdote; disserão, que dtzeis vósoutros ?
e cada anno te aarei dez moedas de 9 E elles disserão; levantai-vos, e
prata, e o ordinário de vestidos, e teu subamos a elles; porque attentamos
sustento: e o Levita se ficou com elle. para a terra, e eis que he bonissima:
1 1 E consentio o Levita em se ficar pois estareis callados l nâo sejais pre­
com aquelle varâo: e este mancebo guiçosos. para ir, a entrar a esta terra,
lhe foi como hum de seus filhos. a possuila em herança.
12 E consagrou Micha ao Levita, e 10 (Quando la vierdes, vireis a hum
aquelle mancebo lhe foi por sacerdo­ povo confido, e a terra he larga de ex­
te : e esteve em casa de Micha. tensão ;) porque Deos a deu em vossa
13 Entâo disse Micha; agora sei, mâo: lugar, em que não ha falta de
que J e h o v a h me farà bem '. porquan­ cousa alguma, que haia na terra.
to tenho hum Levita por sacerdote. 11 Entâo partirão d’ali da tribu dos
Dáneos, de Tsora e de Esthaol, seis
centos varões, armados de armas de
CAPITULO XVIII. guerra.
N AQUELLES dias nâo havia rei 12 E subirão, e poserão-se em cam­
em Israel: enos mesmos dias a tri­ po junto a Kiriath-Jearim em Judá :
bu dos Daneos buscava pára si herança pelo que chamàrão a este lugar, Ma-
para habitar; porquanto até aquelle chane-Dan, até o dia de hoje: eis que
dia entre as tribus de Israel lhe nâo está de tras de Kiriath-Jearim.
havia cahido em herança bastante sorte. 13 E d’ali passàrâo à montanha de
Assim que os filhos de Dan enviá- Ephraim : e viérâo até a casa de Mi-
rto de sua tribu cinco varões dé seus chà.
confins, varões-valorosos, de Tsora e 14 Entâo respondérâo os cinco va­
de Esthao}, a espiar e rastejara terra; rões, aue forão a espiar a terra de La­
e lhes disserão; ide, rasteiai a terra: ís, e aissérâo a seus irmãos; sabeis
e viérâo a montanha de Ephraim até à vósoutros tambem, que n’aquellas ca­
casa de Micha, e passàrâo ali a noite. sas ha hum Ephod, e Terafins, e ima­
3 E estando elles junto à casa de gem de vulto e de fundição? vede
Micha, conhecérâo a voz do mancebo, pois agora o que haveis de fazer.
do Levita: e chegarão-se para lá, e lhe 15 Então-se forão para lá, e viérão á
disserão; quem .te trouxe aqui, e que casa do mancebo, do Levita, em casa
fazes aqui, e que he o que tens aqui ? de Micha: e perguntàrâo-lne, como
4 E elle lhes disse; assim e assim estava.
me tem feito Micha: pois me tem 16 E os seis centos varões, que erão
alugado, e sou-lhe por sacerdote. dos filhos de Dan, armados de suas ar­
5 Entâo lhe disserão; ora pergunta mas de guerra, ficarão-se à entrada
a Deos : para que possamos saber, se da porta.
prosperará o caminho, que levamos. 17 Porem subindo os cinco varòes,
6 É disse-lhes o sacerdote * ide em que forão a espiar a terra, entrârâo
p a z : o caminho, que ltevardes, está nella, e tomárâo a imagem de vulto,
p e r a n te J e h o v a h . ao Ephod, e aos Terafins, e a imagem
7 Entâo aquelles cinco varòes se fo­ de fundição: ficando-se o sacerdote
rão, e vierão a Lais: e virâo que o parado à entrada da porta, com os seis
povo, que havia em meio delia, estava centos varões, que estavâo armados
seguro conforme ao costume dos Sido- com armas de guerra.
nios, quieto, e confiado; nem havia 18 Entrando elles pois em casa de
algum possessor do reino, que por cau­ Micha, e tomando a imagem de vulto,
sa alguma envergonhasse a alguem na- e o Ephod, e os Terafins, e a imagem
2 nella terra: tambem estavâo longe de fundição: disse-lhes o sacerdote;
os Sklonios, e nâo tinhão que fazer que estais fazendo ?
com nenhum homem. 19 E elles lhe disserão; calla-te, pôe
8 Então tomárâo a seus irmãos a a mão na boca, e vem-te com nosco e

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272 JUIZES. XIX.

sé-nos por pai e sacerdote: melhor te que fizera Micha, estabelecérâo entre
he que sejas sacerdote da casa de hum si, todos os dias, que a casa de Deos
só varâo, do aue ser sacerdote de hu­ esteve em Silo.
ma tribu,e de huma geraç&o em Israel?
20 Entâo o coração do sacerdote se
CAPITULO XIX.
alegrou, e tomou o Ephod, e os Tera­
fins, e a imagem de vulto: e veio-se CONTECEO tambem naquelles
em meio do povo.
21 Assim se tomárâo. ese partirão:
A dias, em que nâo havia rei em
Israel, que houve hum varâo Levita,
e aos meninos, e o çaao, e a bagagem que peregrinando aos lados da mon­
poserâo diante de si. tanha de Ephraim, tomou para si hu­
22 E estando ja longe da casa de Mi­ ma mulher concubina de Bethlehem
cha, os varões, que estavâo nas casas de Judá.
junto á casa de Micha, se convocárâo, 2 Porem sua concubina fòmicou con­
e alcançárâo os filhos de Dan. tra elle, e se foi delle a casa de seu
23 E clamàrâo após os filhos de Dan, pai, a Bethlehem de Judá : e esteve
os quaes virârâo seus rostos: e disse­ ali alguns dias, a saber quatro mezes.
rão a Micha; que tens, que assim te 3 E seu marido se levantou, e se par­
convocaste ? tio após ella, para lhe fallar conforme
24 Entâo elle disse; a meus deoses, a seu coração, e a tornar a trazer, e
que eu fiz, me tomastes, juntamente seu moço e hum par de asnos hiâo com
com o sacerdote, e vos fostes; que elle: e ella o levou a casa de seu pai;
mais me fica agora ? a aue proposito e vendo-o o pai da moça, alegrou-se
pois me dizeis, nue tensj com seu encontro.
25 Porem os filhos de Dan lhe dis­ 4 E seu sogro, o pai da moça o dete-
serão ; nâo nos faças ouvir tua voz: ve^ e ficou com elle tres dias: e co­
para que porventura varões de animo merão e bebérâo, e passàrâo ali a
amargo nâo dem sobre vós, e tu per­ noite.
cas tua vida, e a vida dos de tua casa. 5 E foi que ao quarto dia pela ma­
26 Assim os filhos de Dan se forão nhâ madrugárâo, e elle se levantou
seu caminho: e vendo Micha, qué para se ir: entào o pai da moça dis­
mais fortes erão que elle, voltou, e se a seu genro: conforta teu coração
tomou-se a sua casa. com hum bocado de pâo, e depois voe
27 Elles pois tomárâo o que Micha partireis.
tinha feito, e ao sacerdote que tivéra, 6 Assentarão-se pois, e oomérâo am­
e viérâo a Lais a hum povo quieto e bos juntos, e beberão: e disse o pai
confiado, e os ferirão a fio da espada: da moca ao varâo; peço-te que ainda
e queimárâo a cidade a fogo. esta noite queiras passar aqui, e alegre
28 E ninguém houve que os livrasse; se teu coração.
porquanto estavâo longe de Sidon, e 7 Porem o varâo se levantou para se
nâo tinho que fazer com nenhum ho­ ir: mas seu sogro o constiangeo, a
mem^ e a cidade estava no valle, que que tornasse a passar ali a noite.
está junto a Beth-Rechob : depois re­ 8 E madrugando ao quinto dia pela
edificarão a cidade, e habitârâo nella. manhá para se ir, disse o pai da mo­
29 E chamárâo o nome da cidade, ça ; ora conforta teu coração; e deti-
Dan, conforme ao nome de Dan seu vârio-se até ja declinar o dia: e am-
pai, nue nascéra a Israel: sendo po­ bos juntos comérâo.
rem evantes o nome desta cidade, Lais. 9 Entâo o varâo se levantou para se
30 E os filhos de Dan levantárâo-se ir, elle e sua concubina, e seu moço:
aquella imagem de vulto: e Jonathan e disse seu sogro, o pai da moça; eis
fimo de Gerson, o filho de Manasse, que ja o dia se abaixa, e ja a tarde
elle e seus filhos forão sacerdotes da vera entrando, peço-te que aqui passes
tribu dos Daneos, até o dia do cativei­ a noite; eis que ja o dia vai acaban­
ro da terra. do, passa aqui a noite^ e teu coração
£1 Assim pois a imagem de vu)to 50 alegre; e a mauhâ de madruga<{a

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JUIZES, XX. 273

levantai-vos a caminhar, e vai-te à toa to aos asnos: e lavando-se os pés, co-


tenda. mérâo e bebérâo.
10 Porem o varâo nâo quiz ali passar 22 Estando elles alegrando seu co­
a noite, antes se levantou, e partio-se, ração, eis que os varões daouella ci­
e veio até em fronte de Jebus, (que dade (varões que erão filhos de Belial)
he Jerusalem:) e com elle o par de cercárâo a casa, batendo à porta: e
asnos albardados, como tambem sua fallàrâo ao varâo velho, senhor da ca­
concubina. sa, dizendo: tira fora âo varâo, que en­
11 Estando pois ja perto de Jebus, ja trou em tua casa, para que o conheça­
o dia muito havia declinado : e disse mos.
o moço a seu Senhor; caminha orà, e 23 E o varâo senhor da casa sahio a
retiremos-nos a esta cidade dos Jebu- elles, e disse-lhes; nâo irmãos meus,
seos, e passemos ali a nojte. ora nâo façais semelhante mal: de­
12 Porem seu Senhor lhe disse: n&o pois que este varâo entrou em minha
nos retiraremos a nenhuma cidade es­ casa, nâo façais tal doudice.
tranha, que náo seja dos filhos de Is­ 24 Eis que a minha filha virgem, e
rael : senâo passaremos até Gibea. a sua concubina, volas tirarei fora, vio-
13 Disse mais a seu moço; caminha, lai-as, e fazei delias o que parecer bem
e cheguemos a hum daquelles lugares: em vossos olhos: porem a este varâo
e passemos a noite em Gibea, ou em nâo façais cousa ae tal doudice.
Rama. 25 Porem aquelles varões o nâo qui-
14 Passàrâo pois a diante, e cami­ zerâo ouvir j entâo aquelle varâo pe­
nharão, e o sol se lhes pôz junto a Gi­ gou de sua concubina, e lha tirou fo­
bea, que he cidade de benjamin. ra : e elles a eonhecérâo. e abusârâo
15 E Teúràrâo-se para lá, para en­ delia toda a noite até pela manhâ, e
trar a pasear a noite em Gibea: e en­ subindo a alva, a deixárão.
trando, assentou-se na praça da cida­ 26 E ao romper da manhâ veio a mu­
de, porque nâo houve quem os reco­ lher, e cahio à porta da casa daquelle
lhesse em casa para passar a noite. varâo, em que seu senhor estava, e
16 E eis que hum varâo velho vinha ficou-se ali até que fez claro.
à tarde de seu trabalho do campo; e 27 E levantando-se seu senhor pela
era este varâo da montanha de Eph­ manhâ, e abrindo as portas da casa, e
raim, mas peregrinava em Gibea : sahindo a seguir seu caminho: eis que
erão porem os varões deste lugar filhos a mulher sua concubina jazia â porta
de Jemini. da casa, com as mâos sobre 0 umbral.
17 Levantando elle pois os olhos, vio 28 E elle lhe disse: levanta-te, e va-
a este passageiro na praça da cidade: mos-nos; porem nâo respondeo: entâo
e disse o varâo velho; para onde vâs, a pôs sobre o asno; e levantou-se o
e donde vens ? varâo, e foi-se a seu lugar.
18 E elle lhe disse ; passamos de 29 Chegando pois a sua casa, tomou
Bethlehem de Judá até os lados da hum cutelo, e pegou de sua concubi­
montanha de Ephraim, donde sou; na, e a despedaçou com seus ossos em
porquanto fui a Bethlehem de Judá: doze partes: e enviou as por todos os
porem agora vou &casa de J e h o v a h ; e termos de Israel.
ninguém ha, que me recolha em casa. 30 E foi, que qualquer que tal via,
19 Ainda que ha palha e pasto para dizia: nunca tal se fez. nem se vio,
noesos asnos, e tambem pâo e vinhp desdo dia que os filhos ae Israel subi­
ha para mim, e para tua serva, e para rão da terra de Egypto, até o dia de
o moço, que vem com teus servos: de hoje; ponde sobre isto 0 coração, dai
cousa nenhuma ha falta. conselho, e fallai.
20 Entâo disse o varâo velho: paz
tenhas; tndo quanto te faltar, fique
CAPITULO XX.
agora sobre mim: tam sòmente nâo
NTAO todos os filhos de Israel sa-
passes a noite na praça»
21 E trouxe-o a sua casa, e deu pas-
12*
E hu&o, e a congregação se ajuntou,

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274 JUIZES, XX.

como sefora hum só varâo, desde Dan de Benjamin nào quizerâo ouvir a voz
até Berseba, como tambem a terra de de seus irmàos, os filhoB de Israel.
Gilead, a J e h o v a h em Mispa. 14 Antes os filhos de Benjamin se
2 E dos cantos de todo o povo se ajuntàr&o das cidades em Gifcea, para
apresentár&o de todas as tríbus de Is­ sahirem a pelejar contra os filhos de
rael na congregação do povo de Deos, Israel.
quatro centos mil homens de pé, que 15 E contárào-se naquelle dia os
arrancavfto de eBpada. filhos de Benjamin, das cidades, vinte
3 (Ouvir&o pois os filhos de Benja­ e seis mil varões, que arrancaváo da
min, que os filhos de Israel havi&o su­ espada, a fora os moradores de Gibea,
bido a Mizpa:) e disserão os filhos de que se contárào sete centos varões
de Israel: fallai, como succedeo esta escolhidos.
maldade ? 1<> Entre todo este povo (havia sete
4 Entâo respondeo o var&o Levita, centos varões escolhidos, esquerdos, os
marido da mulher que fora morta, e quaes todos tiravào com a funda huma
disse: cheguei com minha concubina pedra a hum cabello, e nâo erravâo.
a Gibea cidade de Benjamin, a passar 17 E contárào-se dos varões de Is­
a noite. rael, a fora os de Benjamin, quatro
5 E os cidad&os de Gibea se levan- centos mil varões, que arrancaváo da
tárâo contra mim; e cercár&o a casa espada, e todos estes homens de gu­
contra mim de noite: intentár&o ma­ erra.
tar-me, violár&o minha concubina, dè 18 E levantárào-se os filhos de Isra­
maneira que veio a morrer. el, e subirão a Beth-El, e perguntàr&o
6 Ent&o peguei de minha concubi­ a Deos, e disserão, quem dentre nôs
na, e a fiz em pedaços, e a enviei em outros subirá o primeiro a pelejar con­
toda a terra da nerança de Israel: por­ tra Benjamin? e disse J e h o v a h , Judá
quanto fizér&o tal malefício e desatino subirá o primeiro.
em Israel. 19 Levantárào-se pois os filhos de
7 Eis que todos sois filhos de Israel: Israel pela manhà, e posérão-se em
aqui vos dai palavra e conselho. campo contra Gibea.
8 Entâo tooo o povo se levantou, co­ 20 E os varões de Israel sahirâo &
mo hum só homem, dizendo: nenhum peleja contra Benjamin : e o rdenarão
de nos irâ a sua tenda, nem neíihum os varões de Israel contra ellés a pe­
de nos se retirará a sua casa. leja junto a Gibea.
9 Porem isto he o que faremos a 21 Entào os filhos de Benjamin sa-
Gibea: procederemos contra ella por hírào de Gibea, e derribárãò em terra
sorte. naquelle dia vinte e dous mil varões
10 E tomaremos dez homens de cem de Israol.
de todas as tribus de Israel, e cem de 22 Porem o povo dos varões de Isra­
v mil, e mil de dez mil, para tomarem el se esforçou: e tomárâo a ordenar
bastimento para o povo: para que, a peleja, no lugar em que o dia dan­
vindo elles a Gibea de Benjamin, lhe tes a ordenárâo.
faç&o conforme a todo o desatino, que 23 È subir&o os filhos de Israel, e
tem feito em Israel. chorár&o perante a face de J e h o v a h
11 Assim todos os varões de Israel se até a tarde, e perguntarão a J e h o v a h ,
ajuntàr&o a esta cidade, alliados, como dizendo: tomar-me-hei a chegar à pe­
hum só var&o. leja contra os filhos de Benjamin, meu
12 E as tribus de Israel enviárâo irm&o? e disse J e h o v a h , subi contra
varões por toda a tribu de Benjamin, elle.
dizendo: que maldade he esta, qoe 24 Chegárâo-se pois os filhos de Is-
se fez entre vósoutros ? rael aos filhos de Benjamin, o dia se­
13 Dai-nos pois a^ora aquelles Va­ guinte.
rões, filhoS ae Belial, que est&o em 25 Tambem os de Benjamin, o dia
Gibea, para que os matemos, e tire­ seguinte lhes sahír&o ao encontro de
mos o mal de Israel: porem os filhos Gibea, e derribàr&o ainda em terra

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JUiZES, XX. *75

mais dezoito mü varões: todos dos ue estavâo feridos: porque os varões


qae arrancavão da espada. e Israel dérão lugar aos JBenjamitas;
26 Entào todos os filhos de Israel, e porquanto estavâo confiados na em-
todo o povo subirão, e viérào a Beth- ooscada, que havião posto contra Gi­
EL e cnoràrão, e estivérão ali perante bea. .
a face de J e h o v a h , e jejumárão aquel­ 37 È a emboscada se apresurára, e
le dia até a tarde: e onerecérão holo­ acomettéra a Gibea: e a emboscada
caustos e offertas gratificas perante a arremetera contra ella, e ferira à fio
face de J e h o v a h . da espada a toda a cidade.
27 E os filhos de Israel perguntârão 38 É òs varões de Israel tinhão hum
a J e h o v a h : (porquanto a Arca do tempo determinado com a emboscada:
concerto de Deos estava ali naquelles quando fizessem levantar da cidade
dias. grande altura de fumo.
28 E Pinehas filho de Eleazar, o 39 Virãrão pois os varões de Israel
filho de Aaron, estava perante sua face na peleja as costas: e ja Benjamin co-
naquelles diasdizen do; sahirei ain­ meçára a ferir dos varões de Israel
da mais a pelejar contra os filhos de quasi trinta varões, e a atravessar;
Benjamin, meu irmão, ou pararei ? e
disse J e h o v a h , subi, que a manhã o
darei em tua mão.
O ne diziâo, ja infallivelmente estão
os diante de nós, como na peleja
passada.
29 Então Israel pôs emboscadas a 40 Então a altura de fumo se come­
Gibea do redor. çou a levantar da cidade, como huma
30 E subirão os filhos de Israel ao columna de fumo: e virando-se Benja­
terceiro dia contra os filhos de Benja­ min a olhar para tras de si, eis que o
min: e ordenàrão a peleja junto a Gi­ fogo da cidade subia ao ceo.
bea, como as outras vezes. 41 E os varões de Israel vir&râo os
31 Entâo os filhos de Benjamin sa- rostos, e os varões de Benjamin pas-
hírúo ao encontro ao povo, e desviá- màrão: porque virão, que o mal mes
rào-se da cidade : e começarão a ferir tocaria.
alguns do povo, e a atravessar, como 42 E viràrâo as costas diante dos va­
as outras vezes pelos caminhos, (hum rões de Israel, para o caminho do de­
dos quaes sube para Beth-El, e o outro serto ; porem a peleja os apertou: e
para Gibea pelo campo;) quasi trinta os das cidades os desfizérão em meio
aos varões ae Israel. delles.
32 Então os filhos de Benjamin dis- 43 E cercarão a Benjamin, e o segui­
sérão, Vão feridos diante de nós como rão, e á vontade o pisarão: até diante
d’antes: porem os filhos de Israel dis- de Gibea^ ao nascente dò sol.
sérâo: fujamos, e desviemos os da ci­ 34 E cahirâo de Benjamin dezoito
dade aos caminhos. mil varões: todos estes varões va­
33 Então todos os varões de Israel lentes.
se levantarão de seu lugar, e ordenà­ 45 Então virárão as costas, e fugirão
rão a peleja em Baal-Thamar: e a em­ ao deserto à penha de Rimmon; fizé-
boscada de Israel sahira de seu higar, rão ainda delles huma rebusca pelos
depois do despejo de Gibea. caminhos, de cinco mil homens: e de
34 E dez mil varões escolhidos de perto os seguirão até Gideom, e feri­
todo Israel viérão de em fronte de Gi­ rão delles dous mil varões.
bea, e a peleja se engraveceo: porem 46 E forão todos os que de Benjamin
elles não sabião, que o mal lhes toca­ naquelle dia cahirâo, vinte e cinco
ria. mil varões, que arrancavão da espa­
35 Então ferio J e h o v a h a Benjamin da : todos estes varões valentes.
diante de Israel: e desfizerão os filhos 47 Porem seis centòs varões virá­
de Israel naquelle dia vinte e cinco rão at costas, e se acolherão ao de­
mü e cem varões de Benjamin: to­ serto à penha de Rimmon: e ficárfto
dos dos que arrancavão espada. se na penha de Rimmon quatro me­
36 E virão os filhos de Benjamin, ses.

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276 JUIZES, XXI.

48 E os varões de Israel se tomà- 11 Porem isto he que haveis de fazer:


rfto aos filhos de Benjamin, e os feri­ a todo macho, e a toda mulher, que
rão a fio da espada, assim aos homens hòuver conhecido ajuntamento de ma­
da cidade, como aos animaes, até to­ cho, poreis em interdito.
do quanto se achava: como tambem 12 £ achárão entre os moradores de
a todas cidades quantas se achárão, Jabes de Gilead quatro celtas moças
poserâo a fogo. donzellas, que nâo conhecerão varâo
em ajuntamento de macho : e astrou-
xérào ao arraial a Siló, que está. em
CAPITULO XXI. terra de Canaan.
H AVIAO porem os varões de Israel 13 Entâo todo o ajuntamento enviou,
em Mispa jurado, dizendo: ne­ e fallou aos filhos de Benjamin, que
nhum de nosoutros, darà sua filha por estavâo na penha de Rimmon: e con-
mulher aos Benjamitas. vidárão-os a paz.
2 Veio pois o povo a Beth-El, e ali 14 E ao mesmo tempo tomárâo os
se ficàrâo até a tarde diante da face Benjamitas; e déráo-lhes as mulheres,
de Deos: e levantàrâo sua voz, e pran- ue navião guardado em vida das mu-
teàrâo com grande pranto.
a leres de Jabes de Gilead: porem ain­
3 E disserão; ah J e h o v a h , Deos de da lhes nâo bastárâo.
Israel, porque succedeo isto em IsraeL 15 Entâo o povo se arrependeo por
que hoie falte huma tribu em Israel í causa de Benjamin: porquanto J e h o ­
4 E foi que o dia seguinte o povo v a h fizera abertura nas tribus de Is­
pela manhà se levantou, e ali edifi­ rael.
cou hum altar: e offerecérão holo- 16 É disserão os anciãos do ajunta­
caustos e offertas gratificas. mento ; que faremos, ácerca de mu­
5 E disserão os filhos de Israel, quem lheres, aos que ficárão de resto ? pois
de todas as tribus de Israel nâo su­ as mulheres são destruidas de Benja­
bio ao ajuntamento a J e h o v a h ? por­ min.
quanto hum grande juramento se nze- 17 Disserão mais; a herança dos
ra ácerca dos que nâo viessem a Je­ que ficàrâo de resto, he de Benjamin :
h o v a h a Mispà, dizendo; morrerá de e nénhuma tribu de Israel deve ser
morte. destruida.
6 E arrepende rào^se os filhos de Is­ 18 Porem nos nâo lhes .poderemos
rael ácerca de Benjamin seu irmâo: dar mulheres de nossãs filhas: por­
e dissérâo; cortada he hoje huma tri­ quanto os filhos de Israel juràrâo, di­
bu de Israel. zendo ; maldito aquelle que der mu­
7 Que faremos, ácerca de mulheres, lher aos Benjamitas.
aos que ficàrâo ae resto: pois nos te­ 19 Então disserão • eis que de anno
mos jurado por J e h o v a h , que nenhu­ em anno ha solenniaade ae J e h o v a h
mas de nossas filhas lhes dariamos em Silo, que se celebra ao Norte do
por mulheres. Beth-El da banda da nascença do sol,
8 E disserão; ha alguem das tribus ao caminho alto, que suoe de Beth-
de Israel, que nâo subisse a J e h o v a h El a Sichem, e ao Sul de Lebona.
a Mispa í e eis que ninguém de Jabes 20 E mandàrão aos filhos de Benia-
de Gilead viéra ao arraial à congre­ min, dizendo: ide, e espreitae das
gação. vinhas.
9 Porquanto o povo se contou: e eis 21 E attentai, e eis ahi, sahindo as

2!
ue nenhum dos moradores de Jabes filhas de Silo a dançar em ranchos, sa-
e Gilead se achou ali. hi vósoutros das vinhas, e arrebatai
10 Entâo o ajuntamento enviou la vos cada qual sua mulher das filhas de
doze mil varões dos mais valentes: e Silo: e ide-vos á terra de Benjamin.
mandàrâo-lhes, dizendo; ide, e a fiò 22 E será que, quando seus pais ou
da espada feri aos moradores de Ja­ seus irmãos viérem a litigar comnosco,
bes de Gilead, e as mulheres e aos nós outros lhes diremos; por amor de
meninos. nós que vos apiedeis delles; pois nes­

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1, I. 277

ta guerra náo tomamos mulheres para e reedificàr&o as cidades, e habitârâo


cada hum delles: porque n&o m’as nellas.
destes vósoutros, paia que agora fique­ 24 Tambem os filhos de Israel ent&o
is culpados. se for&o d’ali, cada qual a sua tribu, e
23 É 06 filhos de Benjamin o fizer&o a sua geraç&o: sahir&o-se d7ali cada
asôm, e lçvâr&o mulheres conforme qual a sua nerança.
a teu numero, das aue arrebatár&o 25 Naquelles dias n&o havia rei em
dos ranchos das que aançavâo; e fo- Israel: porem cada hum fazia o qne
dto-se, e tomárâo-se a sua herança, parecia recto em seus olhos.

0 LIVRO RUTH.

9 Je h o v a h vos dè, que acheis des­


CAPITULO I.
canso cada hum a em casa de seu ma­

E Fzes
d que. nos dias em que os Jui­
juígavâo, houve fome na
rido : e beijando-as ella, levantàr&o
sua voz, e cnorár&o.
terra: pelo aue hum varâo de Beth­ 10 E aissér&o-lhe: certamente nós
lehem ae Juaa se foi a peregrinar aos tomaremos comtigo a teu povo.
campos de Moab, elle e sua mulher, e 11 Porem Naomi disse; tomai-vos.
seus dous filhos. filhas minhas: porque irieis comigo í
2 E era o nome deste varâo Elime-tenho eu ainaa em meu ventre mais
lech, e o nome de sua mulher Naomi, filhos, para que vos fossem por mari­
e os nomes de seus filhos Machlon e dos?
Chdjon, Ephrateos, de Bethlehem de 12 Tomai-vos, filhas minhas, ide-vos
Judá: e viérâo aos campos de Moab, embora; que ja mui velha sou; para
e ficár&o-se ali. ter mariao: quando eu ainda disséra,
3 E morreo Elimelech, marido de tenho esperança, ou ainda que esta
Naomi: e ficou ella com seus dous noite tivesse marido, e ainda parisse
filhos. filhos;
4 Os quaes tomárâo para si mulhe­ 13 Espera-los-heis vosoutras até que
res Moabitas; e era o nome de huma viessem a ser grandes ? deter-vos-he-
Orpa, e o nome da optra Ruth: e ficâ- is vosoutras, de por elles n&o tomardes
râo-se ali quasi dez annos. marido ? n&o, filhas minhas, que mais
5 E morrérâo tambem os dous, Ma-, amargo me he a mim do que a vosou­
chlon e Chiljon: assim esta mulher tras mesmas; porquanto a m&o de Je­
ficou desentparada de seus dous filhos h o v a h sahio contra mim.
e de seu marido. 14 Ent&o levantár&o sua voz, e tor-
6 Ent&o ella se levantou com suas nàr&o a chorar: e Orpa beijou a sua
noras, e se tomou dos campos de Mo­ sogra, porem Ruth se apegou a ella.
ab : porquanto em terra de Moab ou­ 15 Pelo que disse; eis que tua cunha­
vio, que Je h o v a h visitâra a seu povo, da se tomou a seu povo, e a seus deo­
dando-lhes p&o. ses: tu tambem te toma após tua
7 Pelo que se sahio do lugar, onde cunhada.
estivéra, e suas duas noras com ella: 16 Disse porem Ruth; n&o me resis­
e indo ellas caminhando, para toma­ tas, para que te deixe, e me tome de
rem à terra de Judá; empos de t i: que aonde quer que fo­
8 Disse Naomi a suas duas noras; res, irei, e aonde qner que a noite pas­
ide, tomai-vos cada huma â casa de sares, a passarei: teu povo he meu
sua mãi: J e h o v a h use oómvosco de povo, e teu Deos he meu Deos.
beneficencia, como vós usastes com 17 Aonde quer que morreres, morre­
os defuntos e comigo. rei, e ali serei sepultada: assim Jeh o »

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278 RUTH, II.

VAH m e faça, e ainda acrecente, se tó após os segadores: assim que veio, 6


a morte não serà, a que entre mim e desde pela manhâ até agora esteve
ti farà apartamento. aqui; pouco ha, que està assentada em
18 Vendo ella pois, qae de todo esta» casa.
va resolvida, para com ella se ir, dei­ 8 Entâo disse Boaz a Ruth; nâo ou­
xou de lhe fallar nisto mais. ves, filha minha ? nâo vás a colher a
19 Assim pois ambas se forão, até outro campo, nem tam pouco passes
que chegàrâo a Bethlehem: e foi aue, daqui : porem aqui te ajuntarás com
entrando ellas em Bethlehem, toda a minhas mocas.
cidade se commoveo por ellas, e dizi- 9 Teus olnos estarão attentos a este
âo; não he esta Naomi ? carapo que segarem, e irás após ellas;
20 Porem ella lhes dizia, nâo me nâo mandei eu aos moços, que te nâo
chameis Naomi: chamai-me Mara; toquem ? tendo tu sede, vai aos vasos,
n ue grande amargura me tem da-
Toaopoderoso.
21 Chea me fui, porem vazia J e h o ­
e bebe do que os moços tirarem.
10 Entâo ella cahio sobre seu rosto,
e se inclinou à terra * e disse-lhe; por­
v a h me fez tomar *: porque pois me que achei graça em teus olhos, para
ohamarieis Naomi, pois J e h o v a h tes- que a mim me conheças, sendo eu hu­
tefica contra mim, e e Todopoderoso ma estrangeira ?
me tem feito tanto mal. 11 E respondeo Boaz, e disse-lhe;
22 Assim Naomi se tomou e com tudo assaz me foi dito, quanto fizeste
ella Ruth a Moabita, sua nora, que oom tua sogra, depois da morte de
tornava dos campos de Moab: e chs- teu marido: e deixaste a teu pai e a
gàrâo a Bethlehem no principio da tua mãi, e a terra de teu aaturâl, e te
sega das cevadas. vieste a hum povo, que dantes nâo
conheceste.
12 J e h o v a h galardoe teu feito: e
CAPITULO n.
teu galardão seia cumprido de J e h o -
TINHA Naomi hum parente de v a h ? o Deos de Israel, sob cujas asas

E seu marido, varâo valente e po­


deroso, da geração de Elimelech: e
te vieste a abrigar.
.13 E disse ella; ache eu graça em
era seu nome Boaz. teus olhos, Senhor meu, pois me con­
2 E Ruth a Moabita disse a Naomi j solaste, e pois fallaste conforme ao
deixa-me ir ao campo, e apanharei coração de tua aerva: nâo sendo eu
espigas após aquelle em cujos olhos ainda como huma de tuas criadas.
acoar graça: e ella lhe disse; vai em­ 14 E sendo ia horas de comer, disse-
bora. filha minha. lhe Boaz; achega-te aaui, e come do
3 Foi pois, e chegou, e apanhava es- pâo, e molha teu bocado no vinagre:
pisas no campo após os segadores: e e ella se assentou da banda dos sega­
canio-lhe a caso em sorte huma parte dores, e elle lhe deu do trigo tostado,
do campo de Boaz, que era da gera­ e comeo, e se fartou, e ainda lhe sobe­
ção de Elimelech. jou.
4 E eis que Boaz veio de Bethle­ 15 E levantando-se ella a colher,
hem, e disse aos segadores; Je h o v a h Boaz mandou a seus mòços, dizendo;
seja com vosco: e dissér&o-lhe elles; até entre as gavelas a deixai colher,
Jehovah te abendiçoe. e nâo a envergonheis:
5 Depois disse Boaz a seu moço, que 16 Antes de quando em quando lhe
estava posto sobre os segadores: cuja deixai cahir dos manolhos: e deixai
he esta moça ? o ficar, para que o colha, e nâo a re-
6 E respondeo o moço, que estava preiidais.
E osto sobre os segadorea, e aisse: esta
e a moça Moabita, qne tomou oom
17 Assim colheo naquelle campo até
a tarde: e debulhou o que colhera, e
Naomi dos campos ae Moab. foi quasi hum Epha de cevadá.
7 E disse; ora deixa-me colher es­ 18 E tomou-o, e veio-se á cidade; e
pigas, e as ajuntar entre as gavelas vio sua sogra o que colhéra: tambem

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RUTH. III. IV. 279

tiroa. e lhe deu o qne lhe sobejàra de mente, e lhe descubrio os pés, e se
sua fartura. deitou.
19 Ent&o suasogn lhe disse; aonde 8 E foi que a meia noite o var&o se
hoje colheste, e aonde trabalhaste * estremeceo, e encolheo-se: e eis que
bemdito seja aquelle que a ti te reco- huma mulher jazia a seus pés.
nheceo: e relatou a sua sogra, com *9 E disse elle; quem es? e ella dis­
quem havia trabalhado; e disse/o se ; sou Ruth, tua serva; estende pois
nome do varâo, com quem hoje tra­ tua asa sobre tua serva; porque tu cs
balhei, he Boaz. o redimidor.
20 Entâo Naomi disse a sua nora; 10 E disse elle; bemdita tu de J e h o ­
bemdito seja de J e h o v a h , que ainda v a h . filha minha; melhor fizeste esta
nâo tem deixado sua beneficencia nem tua Deneficencia derradeira, do que a
para com os vivos, nem para com os primeira; pois apôs nenhuns mance­
mortos: disse-lhe mais Naomi; este bos foste, quer pobres sejâo, quer ricos.
var&o he nosso parente chegado e hum 11 Agora pois, filha minha, n&o te­
de nossos redimidores. mas ; tudo quanto disseste, te farei:
21 E disse Ruth a Moabita: tambem pois toda a cidade de meu povo sabe,
ainda m e disse, com os moços, que te­ que es mulher virtuopa.
nho, te ajuntarás, até que acabem to­ 12 Porem agora, bem he verdade,
da a sega, que tenho. que eu sou redimidor: mas ainda outro
22 E disse Naomi a sua nora Ruth: redimidor ha, mais chegado que eu.
melhor he, filha minha, que saias eom 13 Fica-te aqui esta noite; e será
soas moças, paraque noutro campo te qué amanh&, se elle te redimir, bem
nào encontrem. está, redima-fe ; porem se te n&o qui-
23 Assim se ajuntou com as mocas zer redimir, vive J e h o v a h . que eu te
de Boaz paracomer, até que a sega aas redimirei: deita te aqui ate amanh&.
c evadas e a dos trigos se acabâr&o:, e 14 Picou-se pois deitada a seus pés
ficou se com sua sogra. até pela manha, e levantou-se, antes
que num podesse conhecer a outro:
porquanto disse; n&o se saiba, que
CAPITULO IU. alguma mulher veio á eira.
E DISSE-lhe Naomi sua sogra: filha
minha, n&o te buscaria eu des­
15 Disse mais; dà cá o roup&o, que
tens sobre ti. e tem m&o nelle; e ella
canso, para que bem te vá ? teve m&o nelle: e elle medio seis me­
2 Ora pois, n&o he Boaz, com cujas didas de cevada, e as pôs sobre ella;
moças estiveste, de nossa parentela ? ent&o se veio à cidade.
eis que esta noite padejara a cevada 16 E veio-se a sua sogra; a qual
na eira. disse; qnem es, filha minha T e ella
3 Lava-te pois, e unge-te, e veste-te lhe contou tudo quanto aquelle varâo
teus vestidos, e descende à eira: po­ lhe fez.
rem n&o te aés a conhecer ao varâo, 17 Disse mais, estas seis medidas de
até que n&o acabe de comer e beber. cevada me deu: porquanto disse; n&o
4 E será que, quando elle se deitar, vás vazia a tua sogra.
saberás o lugar, em que se deitar; en­ 16 Entáo elle disse, sossega-te, filha
t&o entra, e lhe descubre os pés, e te minha, até que saibas, como irá o ca­
deita, e elle te fará saber, que he o so : porque aquelle varâo n&o descan­
que nas de fazer. sará, ate que n&o conclua hoje este
5 E ella lhe disse: tudo quanto nu negocio.
disseres, farei.
6 Ent&o se foi á eira: e fez conforme
CAPITULO IV.
a tudo quanto sua sogra lhe mandou.
7 Havendo pois Boaz comido e bébi- BOAZ subio á porta, e assentou-
do; e estando ja seu corac&o alegre, E se ali * e eis que o redimidor, de
veio-se a deitar ao pé de hum mon- que Boaz tinha fallado, hia passando;
tSuo de trig o : ent&o veio ella callada- e disse-lhe, ô fulano ou cicrano, des*

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280 I. SAMUEL, I.

via te para cà, assenta te aqui: e des­ ra que o nome do defunto náo seia
viou se para ali, e se assentou. desarreigado dentre seus irm&os, e aa
2 Ent&o tomou a dez varões dos an­ porta de seu lugar: dyisto sois hoje
ci&os da cidade, e disse; assentai-vos testemunhas.
aqui: e assentárâo-se. H E todo o povo, que estava na por­
3 Ent&o disse ao redimidor; aquel­ ta, juntamente com os anci&os, disse­
la parte de terra, que foi de Elirne- rão; somos testemunhas : Jeh ovah fa­
lecn nosso irm&o, Naomi, que tornou ça a esta mulher, que entra em tua
da terra dos Moabitas, a vendeo. casa, como a Rachel e como a Lea,
4 E disse eu, manifestaulo^iei a teus que ambas edificárâo a casa de Israel;
ouvidos, dizendo; toma-a perante os e tu te ha valorosamente em Ephratha,
moradores, e perante os anci&os de e faze-te nome aífamado em Bethle­
meu povo; se a has de redimir, redi- hem.
me-a ; e sé n&o se houver de redimir, 12 E tua casa seja como a casa de
declara-mo, para que o saiba; pois Peres, (que Thamar pario a Judá) da
outrem ninguém ha fora de ti que a semente que J e h o v a h te der de esta
redima, sen&o eu depois de t i : ent&o moça.
disse elle, eu a redimirei. 13 Assim Boaz tomon a Ruth, e ella
5 Disse porem Boaz, no dia em que to­ lhe foi por mulher; e elle entrou a
mares a terra da m&o de Naomi, tam­ ella: e J e h o v a h lhe deu, que conce­
bem a tomarás da m&o de Ruth a Moa­ besse, e parisse hum filho.
bita, mulher do defunto, para despertar 14 Entâo as mulheres disserão a Na­
o nome do defunto sobre sua herdade. omi ; bemdito seja J e h o v a h , que nâo
6 Ent&o disse o redimidor; para mim deixou de hoje te dar redimidor: e
n&o a poderei redimir, para que n&o seu nome seja nomeado em Israel.
dane minha herdade: redime tu mi­ 15 Elle te será por recreador da al­
nha remiss&o para ti, porque eu n&o ma, e conservara tua velhice: pois
a poderei redimir. , tua nora, que te ama, o pario: que
7 Havia pois ja de muito tempo este mais te vai esta, que sete nlhas.
costume em Israel na remiss&o e con­ 16 E Naomi tomou ao filho, e o pôs
trato, para confirmar todo o negocio, em seu colo, e foi sna ama.
que o var&o descalçava seü çapato, e 17 E as vizinhas lhe dérão nome, di­
o dava a seu proximo: e isto era por zendo ; a Naomi nasceo hum filho: e
testemunho em Israel. chamár&o seu nome Obed; este he o
8 Disse pois o redimidor a Boaz, to­ pai de Isai, pai de David.
ma a para t i: e descalçou seu çapíato. 18 Estas sâo pois as gerações de Pe­
9 Ent&o Boaz disse aos anci&os, e a res : Peres gerou a Hesron.
todo o povo; sois hoje testemunhas, de 19 E Hesron gerou a Ram, e Ram
que tomei tudo quanto foi de Elime­ gerou a Amminadab.
lech, e de Chilion, e de Machlon; da 20 E Amminadab gerou a Nahes-
m&o de Naomi. son, e Nahesson gerou a Salroá.
10 E de que tambem tomo por mu­ 21 E Salmon gerou a Boaz, e Boaz
lher a Ruth, a Moabita, que fo i tóu- gerou a Obed.
lher de Machlon, para despertar o no­ 22 E Obed gerou a Isai, e Isai ge­
me do defunto sobre sua herdade, pa­ rou a David.

0 P R I M E I R O LI V RO DE SAMUEL*

c a p it u lo í. Ephraim. cujo nome era tilcana* filho


de Jerocnam, filho de Elihu, filho dè
OUVE hum varâo de Ram&thaim Tohu, filho de Tsuph Ephrateo.
f f de Tsophim, da montanha de 2 E este tinha duas mulheres, o do-

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I. SAMUEL, I. 281

me da huma Anna, e o nome da outra nâo, Senhor meu, sou mulher attribu-
Peninna: e Peninna tinha filhos, po­ lada de espirito; nem vinho, nem ci­
rem Anna n&o tinha filhos. dra tenho oebido: porem tenho der­
3 Subia pois este varâo de sua cida­ ramado minha alma perante a face de
de de anno em anno a adorar, e a sa­ Je h o v a h .
crificar a J e h o v a h dos exercitos em 16 Nào tenhas pois a tua serva por
Silo: e estavâo ali os sacerdotes de filha de Belial: que da multidão de
Je h o v a h . Hophrií e Pinehas, os dous meus pensamentos e de meu desgosto
filhos de Eli. tenho fallado até agora.
4 E foi que o dia, em que Elcana ' 17 Entâo respondeo Eli,edisse; vai
sacrificava, dava partes a Peninna sua em paz: e o Deos de Israel te dè tua
mulher, e a todos seus filhos, e a to­ petição, que lhe pediste.
das suas filhas. 18 E disse ella, tua serva ache gra­
5 Porem a Anna dava huma parte ça em teus olhos: assim a mulher se
excellente: porquanto a Anna amavay foi seu caminho, e comeo, e sua face
porem J e h o v a h lhe cerrára a madre. náo era mais como primeiro.
6 E sua competidora irritando á irri­ 19 E levantáráo-se de madrugada, e
tava, para a embravecer: porquanto adorárão perante a face de J e h o v a h ,
Jeh o vah lhe cerrára a madre. e tornárâo-se, e viérão a sua casa a
7 E assim o fazia elle de anno em Rama : e Elcana conheceo a Anna
anno: desde que subia à casa de Je­ sua mulher, e J e h o v a h se lembrou
h o v a h , assim a outra a irritava: pe­ delia.
lo que chorava, e não comia. 20 E foi que, passado algum tempo,
8 Então Elcana, seu marido, lhe dis­ Anna concebeo, e pario hum filho, e
se-, Anna, porque choras] e porque chamou seu nome Samuel j porquanto,
não comesl e porque está mal teu co­ dizia ellcu o tenho pedido a J e h o v a h .
ração ? nào te sou eu melhor, que dez 21 E s u d ío aquelle varâo Elcana com
toda sua casa, a sacrificar a J e h o v a h o
9 Então Anna se levantou, des aue sacrificio annual, e a cumprir seu voto.
comérão e bebérão era Silo: (e Eli 22 Porem Anna nào subio: mas dis­
sacerdote estava assentado em huma se a seu marido, seiido o menino ja
cadeira, junto a hum pilar do templo destetado, entâo o levarei: para que
de Je h o v a h ) appareça perante a face de J e h o v a h ,
10 Ella pois com amargura de alma e ahi se fique para sempre.
orou a Jeh o v a h , e chorou abundante­ 23 E Elcana seu mando lhe disse;
m ente. faze o que bem te parecer em teus
11 E votou hum voto, dizendo: Je­ olhos, ficate até que o destetes; tam
h o v a h dos exercitos! se benignamen­ sômente J e h o v a h confirme sua pala­
te attentares para a afilicçâo de tua vra : assim a mulher sç ficou, e criou
serva, e de mim te alembrares, e de a seu filho, até que o destetou.
tua serva te não esqueceres, mas a 24 E havendo o destetado, o fez su­
tua serva deres semente de varão, a bir comsigo, com tres bezerros, e hum
J e h o v a h o darei todos os dias de sua Epha de farinha, e hum odre de vi­
vida, e sobre sua cabeça nào subirá nho, e o trouxe à casa de J e h o v a h a
navalha. Silo, e era o menino ainda muito me­
12 E foi que, perseverando ella em nino.
orar perante a face de Je h o v a h , Eli 25 E degolàrâo hum bezerro: e as­
attentava para sua boca. sim trouxérào o menino a Eli.
13 Porquanto Anna em seu coração 26 E disse ella; vive tua alma. Se­
fallava, tam sómcnte seus beiçòs se nhor meu, que eu sou aquella mulher,
movião, sua voz porem se nâo ouvia: que aqui esteve comtigo, para orar a.
peloq ue Eli a teve por bebada. Je h o v a h .
14 E disse-lhe E li; até quando te es­ 27 Por este menino orava eu: e Je­
tarás bebada ? aparta de ti teu vinho. h o v a h me deu minha petição, que eu
15 Porem Anna respondeo^ è disse : lhe tinha pedido.

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282 I. SAMUEL, II.

28 Pelo que tambem a J e h o v a h eu 12 Eráo porem os filhos de Eli íilhos


o entreguei, todos os dias que viver; de Belial, nâo conhecião a J e h o v a h .
pois a J e h o v a h foi pedido : e elle 13 Porquanto o costume daquelles
adorou ali a J e h o v a h . sacerdotes oom o povo era, que offe-
recendo alguem algum sacrificio, vi­
nha o moço do sacerdote, estando-se*
CAPITULO II.
cozendo a came, com hum garfo de
E NTAO orou Anna. e disse ; meu tres dentes,
coraç&o salta de prazer em Jeho­ 14 E dava com elle na caldeira, ou
v a h , meu esforço está exalçado em Je­ na panela, ou no caldeirão^ on no po­
h o v a h : minha boca se dilatou sobre te ; e tudo quanto o garfo tirava, o sa­
meus inimigos, porquanto me alegro cerdote tomava para si: assim laziâo
em tua salvação. a todo Israel, que vinha lá a Silo.
2 Ninguém na santo, como J e h o v a h ; 15 Tambem antes de encender o se­
porquanto ninguém na mais que tu: bo, vinha o moço do sacerdote, e dizia
e rocha nenhuma ha, como nosso De­ ao varâo que sacrificava, dá essa came
os. para assar ao sacerdote: porque nâo
3 N&o multipliqueis o dito de fallar toniará de ti came cozida, sen&o crua.
de altivezas, nem sai&o cousas arduas 16 E dizendo-lhe o var&o, encendâo
de vossa boca : porque J e h o v a h he o primeiro o sevo de hoje; e depois to­
Deos das sciencias, e seus feitos s&o ma para ti. como desejar tua alma:
rectos.
5 orem elle lhe dizia; nâo, agora o has
4 O arco dos fortes foi quebrado, e e dar; e se nâo, por força o tomarei.
os que tropeçavào, for&o cingidos de 17 Assim que mui grande era o pec­
força. cado destes mancebos, perante a íace
5 Os fartos por p&o se alugárâo, e os de J e h o v a h : porquanto os homens
famintos mais o n&o sào: até á esteril desprezav&o a offerta de J e h o v a h .
pario sete, e a que tinha muitos filhos, 18 Porem Samuel ministrava peran­
enfraqueceo. te a face de J e h o v a h : sendo ainda
6 J e h o v a h mata e vivifica: faz des­ mancebo, vestido com huma roupeta
cender ao inferno, e faz tomar a subir de litiho.
delle. b t 19 E sua mãi lhe fazia huma tunica
7 Je h o v a h empobrece e enriquece: pequena, e de anno em anno lh’a tra­
abaixa, e tambem exalça. zia : quando com seu marido subia, a
8 Levanta do pò ao coitado, e desdo sacrificar o sacrificio annual.
esterco exalça ao necessitado, para o 20 E ElLabendiçoava a Elcana e a
fazer assentar com os príncipes; e sua mulher, e dizia: J e h o v a h te dè
faz-lhes herdar a cadeira de nonra: semente desta mulner, pela petição
porque de J e h o v a h sâo os fundamen­ que pedio a J e h o v a h : e tomavâo-se
tos da terra, e assentou sobre elles o a seu lugar.
mundo. 21 Visitou pois J e h o v a h a Anna, e
9 Os pés de seus privados guardará, concebeo, e pario tres filhos, e duas
porem os impios se callàr&o na escu­ filhas: e o mancebo Samuel crecia
ridade : porquanto o homem por força para com J e h o v a h .
nâo tem poaer. 22 Era porem Eli ja mui velho; e
10 Os que contendem com J e h o v a h , ouvia tudo quanto seus filhos faziâo a
h&o de ser quebrantados, desdos ceos todo Israel, e que dormiâo com as mu­
trovoará sobre elles: J e h o v a h julga­ lheres, que em bandos vinhão á porta
rá aos fins da terra: e dará força a da Tenaa do ajuntamento.
seu rei, e exalçará o esforço de seu 23 E disse-lhes; porque fazeis taes
ungido. cousas? que ouço de todo este povo
11 Ent&o Elcana se foi a Rama, a vossos malefícios,
sua casa : porem o menino se ficou 24 N&o fiUios meus, porque n&o he
servindo a J e h o v a h , perante o sacer­ boa fama esta, que ouço: fazeis trans-
dote Eli. gressar ao povo de J e h o v a h ~

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I. SAMUEL, m . 283

25 Peccando homem contra homem, fiel, que faça conforme u meu ooração
08 Deoses o julgarão; peccando porem e a minha alma: e eu lhe edificarei
o homem contra J e h o v a h , quem ro­ casa firme, e andará sempre perante a
gará por elle ? mas nâo ouvirào a voz face de meu Ungido.
de seu pai, porquanto J e h o v a h os 36 E serà que todo aquelle qae ficar
queria matar. de resto em tua casa. se virá a incli­
26 E o mancebo Samuel hia crecen- nar perante elle por numa moeda de
do, e fazia-se agradavel, assim para prata, e por hum bocado de pâo; e
com J e h o v a h , como tambem para dirà: rogo-te que me aceites em al­
com os homens. gum ministério sacerdotal, para que
27 E veio hum varâo de Deos a Eli, possa comer hum pedaço ae pâo.
e disse-lhe; assim diz J e h o v a h ; ma­
nifestando-me nâo me manifestei á
casa de teu pai, estando elles ainda CAPITULO m .
em Egypto, na casa de Pharaó ? O mancebo Samuel servia a Je­
28 E me o escolhi dentre todas as
tribus de Israel por sacerdote, para
E h o v a h perante a face de E li: e
a palavra de J e h o v a h era de muita
offerecer sobre meu altar, para encen- valia naquelles dias; nâo havia visâo
der o perfume, e para trazer o Ephod manifesta.
perante minha face: e dei â casa de 2 E foi que naquelle dia. estando
tea pai todas as offertas encendidas Eli em seu lugar deitado; (e ja seus
dos nlhos de Israel ? olhos se começavâo a escurecer, que
29 Porque oouceais contra meu sa­ nâo podia ver:)
crifício e contra minha offerta de man­ 3 E estando tambem Samnel ja dei­
jares, que mandei na morada? e hon­ tado, antes que a lampada de Deos se
ras a teus filhos mais cpie a mim. para apagasse no Templo ae Je h o v a h , era
vos engordar do principal de toaas as que a Arca de Deos estava:
otfertas de meu povo de Israel \ 4 Je h o v a h chamou a Samuel; e
30 Portanto diz J e h o v a h , Deos de disse elle; eis me aqui.
Israel; dizendo dizia eu, que tua casa, 5 E corre© a Eli, eaisse, eis me ama,
e a casa de teu pai andariâo perante porque tu me chamaste} mas elle ais-
minha face perpetuamente : porem se; nâo te chamei eu, toma-te a dei­
agora diz Je h o v a h ; nunca eu tal fa­ tar : e foi-se, e deitou-se.
ça : porque aos que me honrâo, hon­ 6 E J e h o v a h tomou a chamar outra
rarei ; porem os que me desprezâo, Vez a Samuel, e Samuel se levantou,
serâo envilecidos. e se foi a Eli, e disse, eis me aoui,
31 Eis que dias vem, em que cor­ porque tu me chamaste: mas elle dis­
tarei teu braço, e o braço da casa de se, nâo te chamei eu, filho meu, tor-
teu pai: de tcí modo, que nâo haja na-tc a deitar.
mais velho algum em tua casa. 7 Porem Samuel ainda nâo conhecia
32 E verás o aperto da morada de a J e h o v a h : e ainda nâo lhe fora ma­
Deos, em lugar de todo o bem que nifestada a palavra de J e h o v a h .
houvera de fazer a Israel: e mais em 8 J e h o v a h pois tomou a chamar a
dia nenhum haverá velho algum em Samuel a tçrceira vez; e elle se le­
tua casa. vantou e se foi a Eli, e disse; eis me
33 O varâo porem que eu te nâo de- aqui, porque tu me chamaste : entâo
sarreigar de meu altar, seria para des- entendeo Eli, que J e h o v a h chamava
fazer-te os olhos, e para entnstecer-te ao mancebo.
a alma: e toda a multidão de tua casa, 9 Pelo que Eli disse a Samuel, vai
ja varões feitos, morrerá. te a deitar; e será que, se te chamar,
34 E isto te será por sinal, a saber, dirás; falia J e h o v a h , que teu servo
o que sobrevirá a teus dous filhos, a ouve: entâo Samuel se foi, e deitou-
Hophni, e a Pinehas: que ambos mor­ se em seu lugar.
rerão em hum dia. 10 Entâo veio J e h o v a h , e pôs-se
35 E eu me despertarei sacerdote ali, e chamou como as outras vezes;

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284 I. SAMUEL, IV.

Samuel, Samuel: e disse Samuel; fal­ dem de batalha, para sahir ao encon­
ia, que teu Serro ouve: tro a Israel; e estendendo-se a peleja,
l l E disse J e h o v a h a Samuel, eis Israel foi ferido diante dos Philisteos:
que me vou a fazer huma oousa em Is­ porque ferirào na batalha em campo
rael, que a qualquer que a ouvir, am­ quasi a quatro mil homens.
bas as orelhas lhe retin&o. 3 E tornando o povo ao arraial, dissé-
12 Naquelle mesmo dia despertarei râo os anciãos de Israel; porque Je­
sobre Eli tudo quanto tenho fallado h o v a h nos ferio hoje diante dos Phi­
contra sua casa: começa-lo-hei, eaca- listeos ? de Silo nos tomemos a Arca
ba-lo-hei. do concerto de J e h o v a h , e venha ao
13 Porque ja eu lhe fiz saber, que meio de nôs, para que nos livre da
julgarei sua casa para sempre : pela m&o de nossos inimigos.
iniquidade, que bem soube, porque 4 Enviou pois o povo a Silo, e trou-
fazendo-se seus filhos execráveis, lhes xér&o de lâ a Arca do concerto de Je­
n&o mostrou o rosto azedo. h o v a h dos exercitos, que habita entre
14 Portanto jurei â casa de Eli, que os Cherubins: e os aous filhos de Eli,
nunca ja mais serà expiada a iniqui­ Hophni e Pinehas estav&o ali com a
dade da casa de Eli com sacrificio, Arca do concerto de Deos.
nem com offerta de manjares. 5 E foi que, vindo a Arca do con­
15 E Samuel se ficou deitado até certo de J e H o v a h ao arraial, todo Is­
ela manhi, e então abrio as portas rael jubilou com grande jtiDilo, que
S a casa de J e h o v a h : porem temia
Samuel de notificar esta vis&o a Eli.
a terra estremeceo.
6 E ouvindo os Philisteos a voz do ju­
16 Ent&o chamou Eli a Samuel, e bilo, disser&o; que voz de tâo grande
disse: Samuel, filho meu : e disse elle, jubilo he esta no arraial dos Hebreos!
eis me aom. ent&o soubér&o, que a Arca de J e h o ­
17 E elle disse, que palavra he a v a h era vinda ao arraial.
que te fallou í peço-te que mea n&o en­ 7 Pelo que os Philisteos se atemorizá-
cubras : assim Deos te faça, e assim te r&o; porque dizi&o; Deos veio ao arrai­
acrecente, se me encubrires alguma al : dizi&o mais, ai de nós! que tal n&o
palavra de todas as palavras, que te succedeo hontem nem ante-nontem.
fallou. 8 Ai de nôs! quem nos livrará da
18 Ent&o Samuel lhe notificou todas mào destes granaiosos Deoses ? estes
aquellas palavras, e nada lhe encu- s&o os Deoses, que ferirào aos Eyp-
brio: e disse elle; J e h o v a h he, faça cios com toda plaga, junto ao deserto.
o que bem parecer em seus olhos. 9 Esforçai-vos, e sede varões, 6 Phi­
19 Ecrecia Samuel: e J e h o v a h era listeos, para que por ventura n&o ven­
com elle, e nenhumá de todas suas pa­ hais a servir aos Hebreos, como elles
lavras deixou cahir em terra. servir&o a vósoutros: sede pois varò­
20 E todo Israel desde Dan até Ber- es, e pelejai.
seba conheceo, que Samuel estava 10 Ent&o pelejàr&o os Philisteos, e
confirmado por Propheta de J e h o v a h . Israel foi ferido, e fugirão cada hum
21 E oontinuou J e h o v a h em appare- a suas tendas; e fez-se t&o grande es­
cer em Silo .* porquanto J e h o v a h se trago, que cahirâo de Israel trinta mil
manifestava a Samuel em Silo pela homens de pé.
palavra de J e h o v a h . 11 E foi tomada a Arca de Deos: e
os dous filhos de Eli, Hophni e Pine-
has morrér&o.
CAPITULO IV.
12 Entào correo da batalha hum va­
FOI a palavra de Samuel a todo Is­ râo de Benjamin, e chegou o mesmo
E rael : e Israel sahio ao encontro â
peleja aos Philisteos, e poser&o-se em
dia a Silo: e trazia seus vestidos rotos,
e terra sobre sua cabeça.
campo junto a Eben-Haezer; e os Phi­ 13 E chegando elle, eis que Eli es­
listeos campearão junto a Aphek. tava assentado sobre huma cadeira,
2 E os Philisteos se poserâo em or­ atalaiando á huma banda do caminho;

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I. SAMUEL, V.

pôrqnanto seu coração estava tremen­ 2 E tomàrâo os Philisteos a Arca de


do pela Arca de Deos: entrando pois Deos, e a mettérâo em casa de Dagon,
aquelle varão a denunciar isto na ci­ e a posérão junto a Dagon.
dade, toda a cidade gritou. 3 Levantando-se porem de madru­
14 £ ouvindo Eli a voz do grito, gada os de Asdod o dia seguinte, eis
disse; que voz de alvoroço he esta \ que Dagon estàva cahido em terra so­
entâo aquelle varão se apresurou, e bre sua face perante a Arca de J e h o ­
veio, e o denunciou a Eli. v a h : e tomàrâo a Dagon, e tomàrâo-o
15 (E era Eli de idade de noventa a pôr em seu lugar.
e oito annos: e seus olhos estavâo tão 4 E levantando-se de madrugada o
escurecidos, que ja não podia ver.) dia seguinte pela manhâ, eis que Da­
16 E disse aquelle varão a Eli; eu gon jazia cahido em terra sobre sua
sou o que venho da batalha; porque face perante a Arca de J e h o v a h : com
eu fugi hoje da batalha: e disse elle,a cabeça de Dagon, e ambas as pal­
que cousa succedeo, filho meu í mas de suas mâos cortadas sobre o
17 Então respondeo o que trazia as umbral, Dagon sòmente ficou sobre
novaSy e disse; Israel fugio de dian­ elle.
te da face dos Philisteos, e tambem 5 Pelo que nem os sacerdotes de Da­
g ra n d e desfeita houve entre o povo:
gon, nem ntnguem de todos os que en-
de rnAw disto tambem teus dous filhos,trâo na casa de Dagon, pisão o um­
Hophni e Pinehas morrérâo, e a Arca bral de Dagon em Asdod, até o dia
de Deos he tomada. de hoje.
18 E snccedeo que, fazendo elle 6 Porem a m ã o de J e h o v a h rc agra­
menção da Arca de Deos, E li cahio vou sobre os de Asdod, e os assolou:
da cadeira para tras, da banda da e ferio os oom almorreimas, a Asdod,
porta, e o toutiço se lhe quebrou, ee a seus termos.
morreo; porquanto o varão era velno 7 Vendo então os varões de Asdod,
e pesado; e elle tinha julgado a Is­ ue assim o negocio hia, dissérão; não
rael quarenta annos. que comnosco a Arca de Deos de
19 E estando sua nora, a mulher de Israel; pois sua mâo he ardua sobre
Pinehas prenhe, e perto para parir, enôs, e sobre Dagon nosso Deos.
ouvindo estas novas de que a Arca de 8 Pelo que enviârâo, e congregárâo
Deos era tomada, e que seu sogro e a si a todos Os príncipes dos Philisteos,
seu marido morrérâo. encurvou-se, e e dissérão; que faremos com a Arca
pario; porquanto as aores lhe sobre- do Deos de Israel ? e respondérâo, a
viérão. Arca do Deos de Israel rodei a Gath:
20 E quasi ao tempo aue se hia assim a rodeârâo com a Arca do Deos
morrendo, dissérão as mulheres, que de Israel.
estavâo com ella; não temas, porque 9 E foi que, desde que a ouvérão ro­
tens parido filho: porem ella nâo res­deado com ella, a mâo de J e h o v a h
pondeo, e nisso não pôs o coração. veio contra aquella cidade, com mui
21 E chamou ao menino, Icabod; di­ grande vexação; pois ferio aos varões
zendo : a gloria he levada de Israel: aaquella cidade, desdo pequeno até
porquanto a Arca de Deos fora levada o grande: e tinnâo almorreimas nas
presa, e por amor de seu sogro, e de partes secretas.
sen marido. 10 Então enviârâo a Arca de Deos a
22 E disse; de Israel a gloria he le­
Ekron : succedeo porem que. vindo a
vada presa: pois he tomada a Arca Arca de Deos a Ekron, os ae Ekron
d e Deos. exclamârâo, dizendo: transportárâo a
mim a Arca do Deos de Israel, para
C APITULO y .
matarem a mim e a meu povo.
H E enviârâo, e congregárâo a todos
A 8 Philisteos pois tomàrâo a Arca de os Principes dos Philisteos, e dissérão;
v J Deos: e a trouxérâo de Eben- enviai a Arca do Deos de Israel, e tor­
Haezer a Asdod. ne-se a seu lugar, para que não mate

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286 I. SAMUEL. VI.

nem a mim, nem a meu povo: por­ de seu termo a Beth-Semep, elle nos
quanto havia mortal vexação em toda fez este grande m al: e se nào, sabe­
a cidade, e a mâo de Deos muito se remos, que sua mào nos n&o tocou, e
agravàra ali. que isto nos succedeo a caso.
12 E os homens que nào morríào, 10 E aquelles varões íizér&o assim,
erão tam feridos com almorreimas,que e tomárâo duas vacas que criav&o, e
o clamor da cidade subia até o ceo. as posérâo ao carro: e seus bezerros
encerrárào em casa.
11 E posér&o a Arca de J e h o v a h so­
CAPITULO VI.
bre o carro: como tambem O cofre
AVENDO pois estado a Arca de com os ratos de Ouro, e com as formas
H J e h o v a h em terra dos Philisteos de suas almorreimas.
sete mezes. 12 Ent&oas vacas direitamente se en­
2 Os Philisteos chamàrâo aos sacer­ caminharão ao caminho de Betb-Se-
dotes e aos adevinhos, dizendo: que mes, e seguido hum mesmo caminho,
faremos com a Arca de J e h o v a h ? fa­ indo andando e berrando, sem desviar-
zei-nos saber, com que a tornaremos se, nem â mâo direita, nem à esquerda:
a enviar a seu lugar. e os Principes dos Philisteos se forão
3 Os quaes dissérâo; se enviardes a tras delias,até o termo de Beth-Semes.
Arca do Deos de Israel, n&o a envieis 13 E os de Beth-Semes andavâo se­
vazia j porem rendendo-lhe rendereis gando a sega do trigo no valle, e le­
a expiação da culpa: entào sarareis, vantando seus olhos virão a Arca, e
e saber se vos farà, porque sua m&o vendo a se alegràrào.
se n&o desvia de vósoutros. 14 E o carro veio ao campo de Jo­
4 Ent&o dissérâo; qual he a expia­ sua o Beth-Semita, e parou a li; e ali
çào da culpa, que lhe havemos de estava huma grande pedra: e fendérào
render ? e dissérâo; secundo o nume- a madeira do carro, e as vacas offere­
jo dos Principes dos Philisteos, cinco cérão a J e h o v a h em holocausto.
Almorreimas de ouro, e cinco ratos de 15 E os Levitas descendér&o a Arca
«ouro: porquanto a plaga he huma de J e h o v a h , como tambem o cofre,
mesma sobre todos vósoutros, e sobre que estava junto a ella, em que esta-
vossos Principes. vão as obras de ouro, e poséráo-os so­
5 Fazei pois as fornias de vossas al­ bre aquella grande pedra: e os varões
morreimas, e as formas de vossos ra- de Beth-Semes offerecérão holocaus-
rtos; que andào destruindo a terra, e tos, e sacrificárâo sacrifícios a J e h o ­
•dai gloria ao Deos de Israel: porven­ v a h o mesmo dia.
tura aleviarà sua mào de sobre vósou­ 16 E vendo aquillo os cinco prínci­
tros, e de sobre vosso Deos, e de sobre pes dos Philisteos, tornàrâo-se a Ekron
vossa terra. o mesmo dia.
6 Porque pois agravaríeis vosso co- 17 Estas são pois as almorreimas de
raçào, como os Egypcios e Pharaó ouro, que rendérão os Philisteos a Je­
agravàrào seu coraç&o? porventura h o v a h em expiação da culpa: por
depois de os haver tratado tani mal} Asdod huma, por Gaza outra,por Aske-
os n&o deixárào ir, e se forào ? lon outra, por Gath outra, por Ekron
7 Agora pois tomai e fazei-vos hum outra.
carro novo, e tomai duas vacas que 18 Como tambem os ratos de ouro,
criem, sobre que não subio jugo: e segundo o numero de todas as cidades
ponde as vacas ao carro, e tornai se­ dos Philisteos, que estavâo sob os cin­
us bezerros de após ellas â casa. co principes, desdas cidades fortes, até
8 Entào tomai a Arca de J e h o v a h , as aldeas: e até Abel, a grande pedra,
e ponde a sobre o carro, e as obras de sobre que posérào a Arca de J e h o v a jí,
ouro, que lhe haveis de render em ex­ que axnda está até o dia de hoje no
piação de culpa, mettei em hum cofre campo de Josua o Beth-Semita.
p. seu lado: e assim aenviareiSjO vá-se. 19 E dentre os varòes de Beth-Se-
P Vede então, se subir pelo camirçho mas ferio Jehovah a alguns, porquanto

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I . SAMUEL, VII, VIII. 287

olhárâo na Arca de Jkh ovah ) até fe­ 8 Pelo aue disserão os filhos de Israel
rir do povo cincoenta mil e setenta ho­ a Samuel; nâo cesses de clamar a Je­
mens: entâo o povo se entristeceo, h o v a h nosso Deos por nós outros: pa­
porquanto Jehovah fizéra tam grande ra que nos livre da mâo dos Philisteos.
estrago entre o povo. 9 Entâo tomou Samuel hum cordeiro
20 Entâo dissérão os varões de Beth- de leite, e sacrificou o inteiro em ho­
Seraes; quem poderia estar em pé pe­ locausto a J e h o v a h : e clamou Samu­
rante a face ae Je h o v a h , este Deos el a J e h o v a h por Israel, e J e h o v a h
santo t e a quem subirá desde nos ou­ lhe deu ouvidos.
tros. 10 E succedeo que, estando Samuel
21 Enviârâo pois mensageiros aos sacrificando o holocausto, os Philiste­
moradores de Kiriath-Jearim, dizen­ os chegárâo à peleja contra Israel: e
do : os Philisteos tem tornado a Arca trovoou J e h o v a h aquelle dia com gran­
de J e h o v a h ; descendei pois, e fazei de trovoada sobre os Philisteos, e tam
a subir a vósoutros. feramente os assombrou, que forão des­
feitos perante a face dos filhos de Is­
rael.
CAPITULO VII.
11 E os varões de Israel salúrâo de
NTAO viérâo os várões de Kiri- Mispa, © perseguirão os Philisteos:
E ath-Jearira, e leváráo a Arca de
Jeh ovah , è a trouxérâo à casa de Abi-
e os ferirão até abaixo de Beth Car.
12 Entào tomou Samuel huma pedra,
nadab no outeiro: e consagràrâo a e a pós entre Mispa e Sen, e chamou
Eleazar seu filho, para que guardasse seu nome, Eben-Haezer: e disse; até
a Arca de Je h o v a h . aqui nos ajudou J e h o v a h .
*1 E foi que desd’aquelle dia a Arca 13 Assim os Philisteos íorâo abatidos,
ficou emKiriath-Jearim, e tantos dias e nunca mais viérâo aos termos de
se paasàrâo, que chegárâo até vinte Israel: porquanto a mâo de J e h o v a h
annos, e lamentava toda a casa de Is­ foi contra os Philisteos todos os dias
rael após Jehovah . dé Samuel.
3 Entâo fallou Samuel a toda a casa 14 E as cidades, que os Philisteos
de Israel, dizendo: se com todo vosso tinhão tomado a Israel, tofnárâo-se a
coração vos converterdes a Je h o v a h , Israel, desde Ekron até Gath; e até
tirai dentre vósoutros os deoses estra­ seus termos Israel arrebatou da mâo
nhos, e os Astharothes: e endereçai dos Philisteos: e houve paz entre Is­
vosso coração a Je h o v a h , e servi aelle rael e entre os Amoreos.
só; e voe arrebatará da mâo dos Phi­ 15 E Samuel julgou a Israel todos os
listeos. dias de sua vida.
4 Entâo os filhos de Israel tirârâo 16 E hia de anno em anno, e rodea­
dentre si aos Baalins e aos Astharo­ va a Beth-El, e a Gilgal, e a Mispa:
thes: e servírào só a Jehovah. e julgava a Israel em todos aquelles
5 Disse mais Samuel; congregai a lugares.
todo Israel em Mispa: e orarei por vós 17 Porem tornava-se a Rama, por­
outros a Je h o v a h . quanto estava ali sua casa, e ali julga­
6 E congregárâo-se em Mispa, e ti­ va a Israel: e edificou ali hum altar
rarão agua, e a derramàrâo perante a a Je h o v a h .
face de Je h o v a h , e jejumárâo aquelle
dia, e dissérão a li; Peccamos contra
CAPITULO VIII.
J e h o v a h : e julgava Samuel aos filhos
de Israel em Mispa. FOI que, sendo Samuel ja velho,
7 Ouvindo pois os Philisteos, que os E constituio a seus filhos por Juizes
filhos de Israel estavâo congregados sobre Israel.
em Mispa, subírâo os Maioraes dos 2 J5 era o nome de seu filho primo­
Philisteos contra Israel: o que ouvindo génito, joe^ e o nome de seu segun­
os filhos de Israel, temérâo de tliante do, Abià: e forão Juizes em Bersebà.
da face dos Philisteos. 3 ^'oreirt sciis íilhos não andàrâo em

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288 I. SAMUEL, IX.

seus caminhos, antes se inclinarão á17 Vosso rebanho dezimarâ: e vòé


lhe servireis de criados.
avareza, e tomárâo presentes, e per-
vertérão o direito. 18 Entâo naquelle dia clamereis por
causa de vosso rei, que vos houverdes
4 Então todos os anciãos de Israel
escolhido: mas J e h o v a h v o s não ou­
se congregárão, e viérão a Samuel a
Rama. virá naquelle dia..
5 E dissérâo-lhe; eis que ja velho19 Porem o povo não quiz ouvir a
voz de Samuel: e dissérâo; nâo, se­
esj e teus íilhos não andào em teu6 ca­
minhos: pelo que constitue agora não que rei haverá sobre nós outros.
rei sobre nós, para julgar-nos, como20 E nós tambem seremos como to­
todas as gentes o costumáo. das dLsde mais gentes: e nosso rei nos
6 Porem esta palavra pareceo maljulgará, e sahirá diante de nós outros*
em olhos de Samuel, quando disse­ e fará nossas guerras.
rão ; dà-nos rei, para julgar-nos: e21 Ouvindo pois Samuel todas as pa­
Samuel orou a Je h o v a h . lavras do povo, fallou-as perante os
ouvidos de J e h o v a h .
7 E disse Jeh o vah a Samuel; ouve
22 Entào J e h o v a h disse a Samuel;
a vóz do povo, em tudo quanto te dis­
dà ouvidos a sua voz. e con&titue-lhes
serem : pois não te tem enfeitado a
re i: então Samuel oisse aos varões
ti, antes a mim me tem engeitado, pa­
ra que nâo reine sobre elles. de Israel: va-se cada qual a sua ci­
8 Conforme a todas as obras, que dade.
íizérão, desdo dia que os tirei de Egyp-
to até o dia de hoje, e a mim me dei-
CAPITULO IX.
xàrão, e a outros deoses servirão: as­
sim comtigo tambem o fazem.
9 Agora pois houve sua voz: porem E HAVIA hum varâo de Benjamin,
cujo nome era Kis, filho de Abi-
S rotestando-lhes protesta, e notifica-
íes o costume do rei, que houver de
reinar sóbre elles.
el. filho de Tseror. filho de Bechorath,
filno de Aphiah, nlho de hum varão
de Jemini: varão esforça4o.
10 E fallou Samuel todas as palavras 2 Este tinha hum filho, cujo nome
de Je h o v a h , ao povo, que lhe pedia era Saul, mancebo, e tam formoso,
rei. que entre os filhos de Israel não havia
l l E disse : este serà o costume do outro homem mais formoso que elle :
rei, que houver de reinar sobre vós desdos ombros a riba era mais alto que
outros: a vossos íilhos tomará, e os todo o povo.
porá a seus carros e a seus cavallei- 3 E perdé rão-se as burras de Kis,
ros, para que corrão diante de seus pai de Saul: pelo que disse Kis a seu
carros. rilho Saul; toma agora comtigo a hum
12 E os porá por maioraes de milha­ dos moços, e levanta-te, e vai a bus­
res e de cincoentenas : e para que lav­ car as burras.
rem suas lavouras, e seguem suas se­ 4 Passou pois pela montanha de Eph­
gas, e facão suas armas de guerra, e raim, e d'mi passou à terra de Salisa,
os petrecnos de seus carros. porem não as achárão : depois passà-
13 E a vossas íilhas tomará por bo- rão á terra de Sahalim, porem tam
tiçarias, e cozinheiras, e padeiras. pouco ali estavâo; tambem passou á
14 E vossas terras, e vossas vinhas, terra de Jemini, porem tam pouco as
e vossos melhores olivaes tomará, e os achárão.
darà a seus criados. 5 Vindo elles então à terra de Zuph,
15 E vossas sementes, e vossas vi­ Saul disse a seu moço, que com elle
nhas dezimarâ, e as darà a seus eunu- hia, vem, e tomemos-nos: para que
chos, e a seus criados. porventura meu pai nào deixe o cui­
16 Tambem vossos criados, e vossas dado das burras, e por nós outros se
criadas, e vossos melhores mancebos, congoxe.
e vossos asnos tomará: e com elles 6 Porem elle lhe disse; eis aue está
farà sua obra. hum varào de Deos nesta cidade, e

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I. SAMUEL, IX. 289
varáo honrado he; tudo quanto diz, 17 E em Samuel vendo a Saul, J e h o ­
vem infallivelmente: vamos-nos ago­ vah lhe respondeo, eis aqui o varâo,
ra lá, por ventura que nos mostrará o de quem ja te tenho dito, este domina­
caminho, que devemos seguir. rá sobre meu povo.
7 Entâo Saul disse a seu moço; eis 18 E Saul se achegou a Samuel no
porem, se lá formos, que levaremos meio da porta, e disse; mostra-me ora,
entâo a aquelle varâo ? porque o pâo aonde está aqui a casa do vidente.
de nossos alforges se acabou, e pre­ 19 E Samuel respondeo a Saul, e dis­
sente nenhum temos, que levar ao va­ se ; eu sou o vidente; sube perante
râo de Deos: que temos ? mim ao alto, e comei hoje comigo:
8 E o moço tomou a responder a e pela manhã te despedirei, e tudo
Saul, e disse; eisque ainda se acha quanto está em teu coração, te notiô-
em minha mâo hum quarto de Siclo cárei.
de prata: o qual darei ao varâo de 20 Que quanto a as burras, que se
Deos, para que nos mostre o cami­ te perdérâo, hoje ha tres dias, deixa
nho. o cuidado delias; porque ja sâo acha­
9 (Antigamente cada qual em Israel, das : e cujo he toao o desejo que ha
indo a consultar a Deos, assim dizia; em Israel ? porventura nâo he teu, e
vinde e vamos ao vidente: porque o de toda a casa de teu pai ?
que hoje se chama Propheta, antiga­ 21 Entâo respondeo Saul. e disse;
mente se chamava vidente.
10 Entâo disse Saul a seu moço; Sorventura nâo sou filho de Jemini.
a mais pequena das tribus de Israel f
bem dizes, vem pois, vamos: e forão e minha geração a mais pequena de
se á cidade, aonae estava o varâo de todas as gerações da tribu de Benja­
Deos. min í porque pois me falias com se­
11 E subindo elles pela subida da ci­ melhantes palavras.
dade, acharão humas moças, que sa- 22 Porem Samuel tomou a Saul e a
hiâo a tirar agua : e disserâo-lhes; seu moço, e os levou à camara e deu
está o vidente aqui í lhe lugar à cabeceira dos convidados,
12 E ellas lhes respandérâo, e disse­ que erão quasi até trinta varòes.
rão, si, eilo aqui perante t i: apresura- 23 Entâo disse Samuel ao cozinhei­
te pois, porque hoje veio á cidade; por­ ro, dá cá a porção, que te dei: de que
quanto o povo tem hoje saorifício no te disse, pôe-a á parte comtigo.
alto. 24 Levantou pois o cozinheiro hu­
13 Entrando vósoutros na cidade, lo­ ma espadoa, com o que havia nella, e
go o achareis, antes que suba ao alto a pôs perante Saul; e disse Samuel,
a comer; porquanto o povo nâo come­ eis que isto he o sobejo, pôe-o diante
rá. até que elle nâo venha; porque de ti, e come; poraue a seu tempo se
elle abendiçâo ao sacrifício, e depois guardou para ti, dizendo eu; tenho,
comem os convidados: subi pois ago­ convidado ao povo: assim comeo Saul
ra, que hoje o achareis. com Samuel aquelle dia.
14 Subirão pois à cidade: e vindo 25 Entâo descendérào do alto à ci­
elles ao meio da cidade, eis que Sa­ dade : e fallou com Saul sobre o ter­
muel lhes sahio ao encontro, para su­ rado.
bir ao alto. 26 E se levantárâo de madrugada;
15 Porquanto J e h o v a h o revelára e foi que, quasi ao subir da alva, cha­
aos ouvidos de Samuel, hum dia antes mou Samuel a Saul ao terrado, e lhe dis­
que Saul viesse, dizendo. se ; levanta-te, e despedir-te-hei: en­
16 Amanhã a estas horas te envia­ tâo Saul se levantou, e ambos, elle e
rei hum varâo da terra de Benjamin, Samuel, sahirâo fora.
ao qual ungirás por Guia sobre meu 27 E descendendo elles até o cabo
povo de Israel, e elle livrará a meu da cidade, Samuel disse a Saul; dize
povo da mâo aos Philisteos: porque ao moço, que passe avante de nós; (e
tenho attentado para meu povo; por- passou:) porem tu espera agera, • te
quanto seu clamor chegou a mim. farei ouvir a palavra ae Deos.

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m I. SAMUEL, X.

11E aconteceo que, como todoè 00


C APIT U LO X. que dantes o conheciâo. virâo, eis qua
NTÀO tomou Samuel huma almo- com os Prophetas propnetizava entáo
E tolia de azeite, e a derramou so­
bre sua cabeça, ebeijou-o; e disse ; por­
disse o povo. cada qual a seu compa­
nheiro ; que ne o que succedeo ao filho*
ventura te nâo tem ungido Je h o v a h de Kis ? tambem Saul estâ entre o&
por Guia sobre sua herdade ? Prophetas ?
2 Em partindo-te hoje de mim, acha* 12 Entâo hum varâo d’ali respon^
ràs a dous varões junto ao sepulcro deo, e disse; pois quem he seu pai.
de Rachel, no termo de Benjamin em delles ? pelo que se tornou em pro­
Tselsah: os quaes te dir&o, achadas vérbio ; tambem Saul està entre os.
s&o as burraa, que foste a buscar; e Prophetas ?
eis que ja teu pai deixou o negocio 13 E acabando de prophetizar, veio
das burras, e anda congoxado por vós­ ao alto.
outros, dizendo ; que farei por meu 14 E disse-lhe 0 tio de Soul a elle,
filho? e a seu moço, aonde fostes ? e disse
3 E como d’ali passares mais a di­ elle, a buscar as burras, e vendo que
ante, e chegares a Elon-Thabor, ali te n&o appareçiao, viemos a Samuel.
acharão tres varões, que v&o subindo 15 Entfto disse 0 tio de Sául: ora de-
a Deos a Beth~E!: hum levando tre6 clara-me? que vos disse Samuel *
cabritos, e outro tres bolos de p&o, e 16 E disse Saul a seu tio; ao certo
outro huma borracha de vinho, nos declarou, que as burra* se achá­
4 E perguntar-te-hâo, como estás, e rão : porem 0 negocio do reino^de quo
dar-te-hâo dous pais, que tomarás de Samuel fellára, me n&o declarou.
sua mfto: 17 Convocou pois Samuel o povo a
5 Entáo virás ao outeiro de Deos, Jehovah em Mispa.
áonde está a guarnição dos Philisteos: 18 E disse aos filhos de Israel, assim,
ê será que, em entrando ali na cidade, disse J e h o v a h , o Deos de Israel; eu
énòontraráshum rancho de Prophetas, fiz subir a Israel de Egypto, e lívrei-
que descendem do alto, e trazem di­ vos da m&o dos Egypcios, e da m&o de
ante de si alaúdes, e tamboris, e frau- todos os reinos, que vos oprimiâo.
tas, e harpas, e prophetiéarào. 19 Mas vósoutros tendes engeítado
6 E o Espirito de J e h o v a h se rá hoje a vosso Deos, que vos livrou do
prestes sobre ti, e prophetizarás com toaos vossos males e trabalhos, e lho
elles, e im idar-te-h as em outro ho­ tendes dito; pôe rei sobre nosoutros:
m em . agora pois vos ponde perante a fàce
7 E será que, guando estes sinaes te de J e h o v a h , por vossas tribus e por
vierem, faze o que te vier á mâo; por­ vossos milhares.
quanto Deos he comtigo. 20 Fazendo pois chegar Samuel a
8 Tu porem descenderás diante dè todas as tribus, tomou-se a tribu do
mim a Gilgal; e eis que eu a ti des­ Benjamin.
cenderei a sacrificar holocaustos, e a 21 E fazendo chegar a tribu de Ben­
offerecer offertas gratificas: ali sete jamin por suas gerações, tomou-se a
dias esperarás, até que eu venha a ti, geração dé Matri: e delia se tomou
e te notifique o que has de fazer. Saul, filho de Kis; e o buscár&o, po­
9 Succedeo pois que, em virando elle rem nâo se achou.
as costas, para partir-se de Samuel, 22 Ent&o tomàrâo a perguntar a Je­
Deos lhe mudou o coraç&o em outro: h o v a h , se aquelle var&o ainda viria
e todos a^uellés sinaes viérâo aquelle ali? e disse J e h o v a h , eis que se es-
mesmo dia. condeo entre a bagagem.
10 E chegando elles ao outeiro, eis 23 E corrér&o, e o tomàrâo d ^ , o
que hum rancho de Prophetas lhe sa­ se pôs em meio do povo: e desdo om­
hio ao encontro: e o Espirito de Je- bro a riba, era mais alto que todo o
H o v a h foi prestes sobre elle, e pro- povo.
phetizava entre elles. 24£o^dÍ8«6SanmelatodoopoT(v

D ig itize d by L j O O Q ie
I. SAMUEL, XL XII. 2*1

vedes j a a quem J k h o v a h tem elegi­ 8 E contou os em Bezek: e houve


do? oois em todo o povo ninçnem na dos filhos de Israel trezentos mil, e dos
semelhante a elle : entào iubilou todo varões de Judá trinta mil.
o povo, e dissérâo; viva el R ei! 9 Entâo disserão aos mensageiros,
3
*5 E disse Samuel a o povo o direi­ ue viérâo, assim direis aos varões de
to do reino, e escreveo o em hum li­ abes de Gilead j à manhâ em aque­
vro, e o pôs perante a face de J e h o ­ cendo o sol; vos virâ livramento: vmdo
v a h : entâo enviou Samuel a todo o pois os ménsageiros, e denunciando-o
povo, cada qual a sua casa. aos varões de Jabes alegrárão-se.
26 E foi-se tambem Saul a sua casa 10 E os varões de Jabez disserão;
a Gibea: e forão com elle do exército amanhã sahiremos a vósoutros: en­
lUs cujos coràçôes Deos tocara. tâo nos fareis conforme a tudo que
Mas os filhos de Belial dissérâo; parecer bem em vossos olhos.
he este o que nos ha de livrar ? e o 11 E foi que o dia seguinte Saul p>ôs
desprezárâo, e nào lhe trouxérào pre­ ao povo em tres esquadrões, e vié­
sentes: porem elle se fez como surdo. râo ao meio do arraial pela vela da-
manhâ; e ferirão a Ammon, até que
o dia aqueceo: e foi que os restantes
CAPITULO XI.
sei derramàráo, que nâo ficàrâo dous
NTAO subio Nahas o Ammonita, deles juntos.
E e sitiou a Jabes de Gilead: e dis­ 12 Entâo disse o povo a Samuel;
sérâo todos os varões de Jabes a Na­ quem he aquelle que dizia; Saul rei­
has, faze alliança com nosco, e te ser­ naria sobre nós ? dai cà a aquelles
viremos. varões, e os mataremos.
2 Porem Nahas o Ammonita lhes dis­ 13 Porem Saul disse, nâo morrerá va­
se ; com esta condiòáo farei alliança rão algum neste dia: pois hoie tem
comvosco, que a toaos vos arranque o feito J e h o v a h livramento em Israel.
olho direito, e assim ponha esta anron- 14 E disse Samuel ao povo; vinde,
ta sobre toao Israel. vamos-nós â Gilgal, e renovemos ali o
3 Entâo os Anciãos de Jabes lhe dis­ reino.
sérâo ; deixa-nos por sete dias, para 15 E todo o povo se foi a Gilgal, e
que enviemos mensageiros por todos levantârâo ali a Saul por rei perante a
os termos de Israel: e nâo havendo face de J e h o v a h em Gilgal; e offe-
ninguém que nos livre, entào sahire- recérào ali offertas gratificas perante
mos a ti. a face de J e h o v a h : e Saul se alegrou
4 E vindo os mensageiros a Gibea de muito ali, com todos os varões de Is­
Saul, fallãrâo estas palavras perante rael.
os ouvidos do povo: entào todo o povo
levantou sua voz, e chorou.
C APITULO Xll.
5 E eis que Saul após os bois vinha
do campo, e disse Saul; que tem o NTAO disse Samuel a todo Israel,
povo, que chorão? e contârào-lhe as
palavras dos varòes de Jabes.
E eis que ouvi vossa voz em tudo
quanto me dissestes, e puz rei sobre
6 Entâo o Espirito de Deos envestio vósoutros.
a Saul, em ouvindo estas palavras: e 2 Agora pois, eis que el rei vai di­
sua ira se encendeo em grande ma­ ante ae vósoutros, e eu ja me envelhe­
neira. ci e encaneci, e eis que meus filhos
7 E tomou hum par de bois, e cor- estào comvosco: e eu tenho andado
tou-os em pedaços, e 09 enviou a to­ perante vósoutros, desde minha moci­
dos os termos de Israel pelas mâos dade até o dia de hoje.
dos mensageiros, dizendo, qualquer 3 Eis me aqui, testeficai contra mim
que nâo sahir após Saul e após Sa­ erante J& h o v a h , e perante seu Ungi-
muel, assim se fará a seus bois: entâò o, cujo boi tomei, e cujo asno tomei,
c ahio o temor de J e h o v a h sobre o e a quem fiz semrazâo, a quem tenho
poro, e sahirâo como hum só vàrâo. oprimido, e de cuja mâo tenho tomado

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292 I. SAMUEL, XIII.

presente, e delle encubri meus olhos: dito de J e h o v a h : a mâo de J e h o v a h


e vôlo restituirei. será contra vósoutros, como contra
4 Entâo dissérâo; nenhuma semrezâo vossos pais.
nos fizeste, nem nos oprimiste: nem de 16 Ponde-vos tambem agora aqui, e
mào de alguem tomaste alguma cousa. vede esta grande cousa, que J e h o v a h
5 E elle lhes disse; Jeh ovah seja ha de fazer perante vossos olhos.
testemunha contra vósoutros, e seu 17 Não he hoje a segá dos trigos?
Ungido seja testemunha este aia, que clamarei pois a J e h o v a h , e dará tro­
nada tendes achado em minhas màos: vões e Chuva: e sabereis e vereis,
e disse o povo ; seja testemunha. aue he grande vosso mal, que tendes
6 Entào disse Samuel ao povo: Je­ feito perante a face de J e h o v a h , pe­
h o v a h he o que fez a Moyses e a Aa­ dindo rei para vósoutros.
ron, e tirou a vossos pais da terra de 18 Entào invocou Samuel a J e h o v a h ,
Egypto. e J e h o v a h deu trovões e chuva na-
7 Agora pois aqui vos ponde, e con­ quelle d ia: pelo que todo o povo temeo
tenderei comvosco perante a face de em grande maneira a J e h o v a h e a
Jeh o vah , sobre todas as justiças de Je ­ Samuel.
h o v a h , que fez a vós e a vossos pais. 19 E todo o povo disse a Samuel,
8 Havendo entrado Jacob em Egypto, roga por teus servos a J e h o v a h teu
vossos pais clamàrào a Je h o v a h , e Deos, para que nâo venhamos a mor­
Je h o v a h enviou a Moyses e a Aaron, rer : porquanto a todos nossos pecca­
que tirárâo a vossos pais de Egypto, dos temos acrecentado este mal, pe­
e os fizérào habitar neste lugar. dindo rei para nosoutros.
9 Porem esquecérâo-se de Jeh ovah 20 Entâo disse Samuel ao povo. nâo
seu Deos: entào os vendeo em mào de temais, vósoutros tendes comettido to­
Sisera, cabeça da armada de Hasor, e do este m al: porem nâo vos desvieis de
em mâo dos Philisteos, e em mào do após J e h o v a h com todo vosso coração.
rei dos Moabitas, que pelejárào con­ 21 E nào vos desvieis: pois seguirí­
tra elles. eis após as vaidades, que de nada
10 E clamârâo a Jehovah, e dissé­ aproveitâo, e tam pouco Uvrâo, por­
râo ; peccámos, pois deixámos a Jeho­ quanto vaidades sào.
vah, e servimos aos Baalins, e aos 22 Pois J e h o v a h nâo desamparará
Astharotes: agora pois nos arrebata a seu povo, por seu grande nome:
da mâo de nossos inimigos, e te ser­ porquanto aprouve a J e h o v a h de vos
viremos. fazer seu povo.
11 E Je h o v a h enviou a Jerubbaal, e 23 E quanto a mim, nunca tal haja em
a Bedan, e a Jephte, e a Samuel: e mim, que eu peque contra J e h o v a h ,
arrebatou-vos da mâo de vossos inimi­ deixando de orar por vósoutros: antes
gos do redor, e habitastes seguros. vos ensinarei o bom e direito caminho.
12 E vendo vósoutros, qtie Nahas, 24 Tam somente temei a J e h o v a h ,
rei dos filhos de Ammon vinha con­ e servi o fielmente com todo vosso co­
tra vós, dissestes-me; nâo, se nâo rei ração : porque vede, quam grandiosas
reinará sobre nós: sendo porem Je­ cousas vos fez.
h o v a h vosso Deos vosso rei. 25 Porem se perseverardes em fazer
13 Agora pois vedes ahi el rei, que m al: assim vos, como vosso rei, pe­
elegestes, e que pedistes: e eis que J e ­ recereis.
h o v a h tem posto rei sobre vósoutros.
14 Se temerdes a Je h o v a h , e o ser­
virdes, e derdes ouvidos a sua voz, e c a p it u l o xm .
nâo fordes rebeldes ao dito de Jeho ­ 1 I UM anno havia estado Saul em seu
v a h : assim vósoutros, como o rei, queJ jL reinado: e o segundo anno rei­
reinar sobre vósoutros, andareis após nou sobre Israel.
Je h o v a h vosso Deos. 2 Entâo Saul se escolheo tres mil
15 Mas se nâo derdes ouvidos a voz varões de Israel; e estavâo com Saul
de Jehovah, antes fordes rebeldes ao dous mil em Mikmas, e na montanha

D ig itize d by L j O O Q ie
I . SAMUEL, XIV. 293

de Bethel, e mil estavâo com Jonathan te mandou: se não agora Je h o v a h


em Gibea de Benjamin: e ao resto do ouvéra confirmado teu reino sobre Is­
povo despedio, cada qual para sua casa. rael para sempre.
3 £ Jonathan ferei a guarnição dos 14 Porem agora teu reino não sub­
Philisteos, que havia em Gibea; o que sistirá : ja tem buscado J e h o v a h pa­
os Philisteos ouvirão: pelo que Saul ra si hum varão conforme a seu cora­
tocou a trombeta por toda a terra, di­ ção, e ja lhe tem mandado J e h o v a h ,
zendo, ouçào-o os Hebreos. que seja guia sobre seu povo; por
4 Então todo Israel o u y ío dizer, Saul quanto não guardaste o que J e h o v a h
ferio a guarnição dos Philisteos, e tam­ te mandou.
bem Israel se fez feder aos Philiste­ 15 Entâo Samuel sò levantou, e su­
os : então o povo foi convocado apôs bio de Gilgal a Gibea de Benjamin:
Saul em Gilgal. è Saul contou ao povo, que se achou
5 E os Philisteos se ajuntârão para com elle, quasi seis centos varões.
pelejar contra Israel, trinta mil carros, 16 E Saul, e Jonathan seu filho, e o
e seis mil cavalleiros, e povo em mul­ povo que se achou com elles, se ficâ-
tidão como a area, que está à borda rào em Gibea de Benjamin: porem
do mar: e subirão, e em campo se po- os Philisteos se estavâo em campo em
sérão em Mikmas, ao Oriente de Beth- Mikmas.
Aven. 17 E os destruidores sahirâo do cam-
6 Vendo pois os varões de Israel, o dos Philisteos em tres esquadrões
qne estavâo em angustia; (porquanto E um dos esquadrões voltou pelo ca­
o povo estava apertado:) o povo se minho de Opnra à terra de Saul.
eacondeo pelas cavernas, e pelos espi- 18 O outro esquadrão voltou pelo ca­
nhaes, e pelos penhascos, e pelas for­ minho de Beth-Horon: e o outro es­
tificações, e pelas cavas. quadrão voltou pelo caminho do ter­
7 E os Hebreos passàrâo o Jordão mo, que olha para o valle Tseboim ao
para a terra de Gad e Gilead: e es­ deserto.
tando Saul ainda em Gilgal, todo o 19 E em toda a terra de Israel ne­
povo veio apos elle tremendo. nhum ferreiro se achava: porquanto
8 E esperou sete dias, até o tempo os Philisteos haviâo dito; para que os
que Samuel determinàra; não vinao Hebreos nào fação espada nem lança.
porem Samuel a Gilgal, o povo se 20 Pelo que toao Israel devia descen­
delle espalhava. der aos Philisteos, a amollar cada hum
9 Então disse Saul, trazei-me aqui sua relha, e sua enxada, e seu macha­
hum holocausto, e offertas gratificas: do, e seu sacho.
e offereceo o holocausto. 21 Tinhão porem limas adentadas
10 E foi que, acabando elle de of­ para seus sachos, e para suas enxa­
ferecer o holocausto, eis que Samuel das, e para as forquilhas de tres den­
chegou: e Saul lhe sahio ao encon- tes, e para os machados, e para con­
teo, a saudàlo. certar as aguilhadas.
11 Entào disse Samuel, que fizes­ 22 E foi que, no dia da peleja, se
te t e disse Saul, porquanto via, que não aohou nem espada, nem lança em
o povo se de mim espalhava, e tu não mão de todo o povo, que estava com
vinhas ao tempo determinado dos di­ Saul e com Jonathan: porem se achá­
as, e os Philisteos ja estavâo juntos rão com Saul e com Jonathan seu
em Mikmas: filho.
12 Eu disse ; agora descendérão os 23 E sahio o arraial dos Philisteos
Philisteos a mim a Gilgal, e ainda a ao passo de Mikmas.
face de J e h o v a h nâo orei seriosamen-
t e : e violentei-me, e offereci o holo­
causto. CAPITULO XIV.
13 Então disse Samuel a Saul; par- UCCEDEO pois, que hum dia disse
voamente tens feito: nào guardaste o
mandamento, que J e h o v a h teu Deos
S Jonathan nlho ae Saul ao moço,
que trazia suas armas; vem, passe­

D ig itize d by L j O O Q ie
m I. SAMUEL, XIV.
mos à guarnição dos Philisteos, que 13 Então trepou Jonathan com seus
estâ lá daquella banda: porem nào o és e com suas mãos, e seu pagem
fez saber a seu pai. e armas apôs elle: e cahirâo perante
2 E estava Saul ao cabo de Gibea a face de Jonathan, e seu pagem de
debaixo da romeira, que estava em armas os matava após elle.
Migron: e o povo, que navia com elle, 14 E succedeo esta primeira desfei­
era quasi seis centos varões. ta, em que Jonathan e seu pagem de
3 E Ahia, filho de Ahitub, irmâo de armas ferirão até quasi vinte varões,
Icabod, o filho de Pinehas, filho de uasi no meio de huma geira de terra
Eli, sacerdote de J e h o v a h em Silo, e hum. par de bois.
trazia o Ephod: porem o povo náo sa­ 15 E houve tremor no arraial, no
bia, que Jonathan se fora. campo e em todo o povo; tambem a
4 £ entre os passos, pelos quaes Jo­ mesma guarnição e os destruidores
nathan procurava passar à guarnição tremérão: e ate a terra se alvoroçou;
dos Philisteos, desta banda havia huma porquanto era tremor de Deos.
penha aguda, e da outra banda huma 16 Vendo pois as ointinelas de Saul
penha aguda: e era o nome da huma desde Gibea de Beqjamin, que eis que
Boses. e o nome da outra Senné. a multidão se derramava, e se acolhia
5 A numa penha ao Norte estava em e espanqueava:
fronte de Mikmas: e a outra ao Sul 17 Disse entâo Saul ao povo, que
em fronte de Gibea. estava com elle, passai logo mostra,
6 Disse pois Jonathan ao moço, que e vede, quem dos nossos se haja ido:
trazia suas ^rmas; vem, passemos á e passárão mostra, e eis que nem Jo­
guarnição destes incircuncisos, por­ nathan, nem seu pagem ae armas es-
ventura obrará J e h o v a h por nosou- tavâo ali*
tros: porque para com J e h o v a h ne­ 18 Então Saul disse a Ahia, traze
nhum impedimento ha, para livrar aqui a Arca de Deos: (porquanto
com muitos, ou com poucos. aquelle dia a Arca de Deos estava
7 Então seu pagem de armas lhe com os filhos de Israel.)
disse, faze tudo quanto tens em teu 19 E foi que, estando Saul ainda fal-
coração: volta, ves-me comtigo â tua lando com o sacerdote, o alvoroço qne
vontade. havia no arraial dos Philisteos hia cre­
8 Disse pois Jonathan, eis que pas­ cendo muito, e se multiplicava: pe­
saremos a aquelles varões: e nosdes- lo que disse Saul ao sacerdote, retina
cubriremos a elles. tua mão.
9 Se nos disserem assim, parai-vos, 20 Então Saul e todo o povo, que
até que cheguemos a vósoutros: en­ havia com elle, se convocárão, e vierão
tão nos estaremos em nosso lugar, e à peleja: e eis que a espada do hum
não subiremos a elles. era contra o outro, e houve mui gran­
10 Porem dizendo assim, subi a nos- de tumulto.
outros, entâo subiremos; pois J e h o ­ 21 Tambem com os Philisteos havia
v a h os tem entregado em nossas mã­ Hebreos como d’antea, que subirão
os : e isto nos será por sinal. com elles ao arraial de redor: e tam­
11 Descubrindo-se elles pois ambos bem estes se ajuntarão com os Israeli­
à guamiçáo dos Philisteos, dissérão tas, que havia com Saul e Jonathan.
os philisteos; eis que ja os Hebreos 22 Ouvindo pois todos os varões de
sahirão das cavernas, em que se ti­ Israel, que se escondérão pela mon­
nhão escondido. tanha de Ephraim. que os Philisteos
12 E os varões da guarnição respon- fugiào: tambem elles de |>erto segui­
dérão a Jonathan, e a seu pagem de rão na peleja após elles.
armas, e dissérão; subi a nosoutros, e 23 Assim livrou J e h o v a h a Israel
nosoutros vôlo ensinaremos: e disse aquelle dia: e o arraial passou a
Jonathan a seu pagem de açmas, sube Beth-Aven.
após mim; porque J e h o v a h o s tem 24 E estavâo os varões de Israel ja
entregado em máo de Israel. esbofados aquelle dia: porquanto Saul

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i. S am u el, xiv. m
oonjnrára ao povo, dizendo, maldito 36 Depois disse Saul: descendamos
o varâo, que comer pâo até a tarde, de noite após os Philisteos, e os sa­
para que me vingue de meus inimi­ queemos até que amanheça a luz, e
gos ; pelo que todo o povo nâo provàra nâo deixemos ae resto hum varâo del­
algum pâo. les ; e dissérâo, tudo que parecer bem
25 E toda a terra chegou a hum em teus olhos, faze: disse porem o sa­
bosque: e havia mel na superfície do cerdote, cheguemos-nos aqui a Deos.
campo. 37 Entâo consultou Saul a Deos, di­
26 E chegando o povo ao bosque, eis zendo ; descenderei após os Philiste-
que havia hum manancial de mel: os ? entregá-los-has em mão de Israel %
porem ninguém chegou sua mão á porem aquelle dia lhe nào respondeo.
boca, por quanto o povo temia a con- 38 Entâo disse Saul, chegai-vos para
juracào. cá de todos os cantos ao povo: e infor­
27 Porem Jonathan nâo ouvira, quan­ mai-vos, e vede. em que se cometteo
do seu pai conjurara ao povo, e esten­ hoje este peccaao.
deo a ponta da vara, que estava em 39 Porque vive J ehovah, que salva
seu mâo, e a molhou em hum favo de a Israel, que ainda que fosse em meu
mel: e tomando sua mâo á boca, se­ filho Jonathan, morrerá de morte : e
us olhos se aclararão. ninguém de todo o povo lhe respon­
28 Então respondeo hum do povo, e deo.
disse; solennemente conjurou teu pai 40 Disse mais a todo Israel; vósou­
ao povo, dizendo; maldito o varâo tros estareis a huma banda, e eu e
que comer hoje algum pâo; pelo que meu filho Jonathan estaremos â outra
o povo desfalece. banda: entâo disse o povo a Saul, fa-
29 Entâo disse Jonathan; meu pai ze-o que parecer bem em teus elhos.
tem turbado a terra: vede ora, como 41 Fallou pois Saul a J ehovah Deos
sâo aclarados meus olhos por gostar de Israel; mostra ao innocente; en­
hum pouco deste mel. tão Jonathan e Saul forão tomados por
30 Quanto mais, se o povo hoje livre­ sorte, e o povo sahio livre.
mente coméra do despojo, que achou 42 Então disse Saul; lancai a sorte
de seus inimigos : porem agora nâo entre mim e meu filho Jonatnan: efoi
foi tam grande o estrago dos Philisteos. tomado Jonathan.
31 Ferirão porem aquelle dia aos 43 Disse então Saul a Jonathan; de­
Philisteos desae Mikmas até Aijalon: clara-me o que teus feito: e Jonathan
e o povo se cansou muito. lh7o declarou, e disse; tam somente
32 Então o povo se lançou ao des­ gostei hum pouco de mel com a pon­
pojo, e tomarão ovelhas, e vacas, e be­ ta da vara, que estava em minha, m âo;
zerros, e os degolarão no chão: e o eis-me aqut, morrerei ?
povo os comeo com sangue. 44 Então disse Saul; assim me faça
33 E o denunciàrão a Saul, dizendo ; Deos, e assim acrecente: que morre­
eis q u e o povo pecca contra J ehovah, rás de morte, Jonathan.
com endo com sangue: e disse elle, 45 Porem o povo disse a Saul, mor*
aleivem ente fizestes ; revolvei-me ho­ reria Jonathan, que obrou tara grande
je h u m a grande pedra. salvação em Israel? nunca tal succeda;
34 Disse mais Saul. derramai-vos en­ vive J ehovah, que nem hum cabello
tre o povo, e dizei-lnes, trazei-me ca­ de sua cabeça ha de cahir em terra!
da qual seu boi, e cada qual sua ove­ pois com Deos isso fez hoje: assim o
lha, e degolai-os aqui, e comei, e não povo livrou a Jonathan, que não mor­
pequeis contra J ehovah, comendo com reo.
sangue : então todo o povo trouxe de 46 E Saul subio de após os Philiste­
noite cada qual com sua mão seu boi, os : e os Philisteos se forão a seu lugar.
e os degolarão ali. 47 Entâo tomou Saul o reino sobre
35 Entao edificou Saul a J ehovah Israel: e pelejou contra todos seus in­
hum ahar: este foi o primeiro altar, imigos do redor; contra Moab, e contra
que edificou a J ehovah. os nlhos de Ammon, e contra Edom,

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296 I. SAMUEL, XV.

e contra os reis de Tsoba, e contra os desde Havila até vires a Sur, que està
Philisteos, e para onde quer que se em fronte de Egypto.
tornava, executava castigos. 8 E tomou Vivo a Agag, rei dos
48 E houve-se valerosamente, e ferio Amalekitas: porem a todo o povo pós
aos Axnalekitas: e libertou a Israel da em interdito a fio da espada.
mâo dos que o saqueavâo. 9 Assim que Saul e o povo perdoà-
49 E os filhos de Saul erão Jonathan, râo a Agag, e o melhor das ovelhas e
e Isvi, e Malchisua: e os nomes de das vacas, e as da segunda sorte, e aos
suas duas filhas erão estes, o nomè da cordeiros, e ao melhor que havia, e
maior, Merab, e o nome da menor, nâo os quizérâo por em interdito: po­
Michal. rem a toda cousa desprezível e esvae-
50 E o nome da mulher de Saul, civel poséráo em interdito.
Ahinoam, filha de Ahimaàs: e o no­ 10 Entâo foi a palavra de J ehovah
me de seu Geral da milicia, Abiner, a Samuel, dizendo,
filho de Ner, tio de Saul. 11 Arrependo-me de haver posto a
51 E Kis era pai de Saul; e Ner, Saul por rei-; porquanto se tomou de
pai de Abner, era filho de Abiel. após mim, e náo confirmou minhas
52 E houve forte guerra contra os palavras: entâo Samuel se encendeo,
Philisteos, todos os dias de Saul: pelo e toda a noite clamou a J e h o v a h .
que a todos valentes e valerosos varõ­ 12 E madrugou Samuel a encontrar
es, que Saul via, ajuntava comsigo. a Saul pela manhâ: e foi denunciado
a Samuel, dizendo; ja chegou Saul ao
Carmelo, e eis que levantou para bí
CAPITULO XV. huma columna; entâo rodeou, e pas­
sou, e descendeo a Gilgal.
E NTAO disse Samuel a Saul, J e h o ­
v a h me enviou, a que te ungisse
por rei sobre seu povo, sobre Israel:
13 Veio pois Samuel a Saul: e Saul
lhe disse; bemdito tu de J e h o v a h ;
ouve pois agora a voz das palavras de confirmei a palavra de J e h o v a h .
J ehovah. 14 Entâo aisse Samuel, que berro
2 Assim diz J eh o v a h dos exercitos, pois de ovelhas em meus ouvidos 1»
visitado tenho o que fez Amalek a Is­ este, e o berro de vacas, que ouço ?
rael : como se lhe opôs no caminho, 15 E disse Saul, de Amalek as trou-
quando subia de Egypto. xérâo; porquanto o povo perdoou ao
3 Vai pois agora, e fere a Amalek; melhor das ovelhas e das vacas, para
e ponde em interdito a tudo quanto offerecélas a J eh ov ah teu Deos: o
tiver, e nâo lhe perdões: porem ma­ resto porem temos posto em interdito.
tarás desdo varâo até a mulher, des- 16 Entâo disse Samuel à Saul; es­
dos meninos até os da mama, desdos pera. e notificar-te-hei ò que J ehovah
bois até as ovelhas, e desdos camelos me aisse esta noite: e elle disse-lhe;
até os asnos. falia.
4 O que Saul denunciou ao povo, e 17 E disse Samuel; porventura, sen­
contou-os em Telaim, duzentos mil do tu pequeno em teus olhos, nâo fos­
homens de p é : e dez mil varões de te por cabeça das tribus de Israel í
Judá. e J eh o v a h te ungio por rei sobre Is­
5 Chegando pois Saul â cidade de rael.
Amalek, pôs emboscada no valle. 18 E enviou te J eh o v a h a este ca­
6 E disse Saul aos Keneos, ide vós, minho, e disse; vai, e pôe em inter­
retirai-vos, e sahi-vos do meio dos dito a estes peccadores, os Amaleki-
Amalekitas, para que vos nâo expelia tas; e peleja contra elles, até que os
iuntamente com elles, porque vos usas­ aniquiles.
tes de misericordia com todos os filhos 19 Porque pois náo déste ouvidos â
de Israel, quando subirão de Egypto : voz de J e h o v a h : antes voaste ao des­
assim os Keneos se retirarão do meio pojo ; e fizeste o que parecia mal em
dos Amalekitas. olhos de J e h o v a h ?
7 Entâo ferio Saul aos Amalekitas 20 Ent&o disse Saul a Samuel, antes

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LAAllDat* m 997
dei ouvidoe & vos de J e h o v a h , e c a ­ 3 Disse porem Samuel, como tua
minhei o eaminhe, a qne J e h o v a h me espada desnlhfett as mulheres, asêitíi
enviou: e trouxe a Agag, rei de Aroa- tua mãi sera desfílbada entre as hm*
lek, e «os Amjdekhas pôs em inter­ lheres: entào Samuel despedaçou a
dite. Agag) perante a face de J ehovah em
21 Mas o povo tomou do despojo ove* ÕílgaL
lhas e vacas, o melhor do interdito: 34 Então Samuel se foi a Rama: e
paia offerecer a J e H o v a h tett Deos 8aul sabio a sua casa. a Gibea de Saúl.
em Gilgal. 35 E nunca mais vro Samuel a Saul
22 Porem Samuel disse; tem porven­ atà o dia de sua tnorte; porque Sam­
tura J e h o v a h prazer em holooaUstos uel teve d6 de Saul: e J ehovah ee
e sacrifícios, como em obedeoer â pa­ arrependeo de que poséra a Saul por
lavra d e J e h o v a h ? eis que obedecer rei sobre Israel.
he melhor que sacrifício; estar attento
melhor he que o sebo de carneiros.
2 3 P o r q u e a r e b e liã o h e p e c c a d o d e
CAPITULO XVI.
NTAO disse J ehovah a Samuel;
f e i t i ç a r i a , e o p o r f ia r h e i d o l a t r i a e
c u lto d e i m a g e n s : p o r q u a n to e n g e i t a s - E
tfté quando terás dó de Saul, ha­
te a p a la v r a d e J e h o v a h , ta m b e m vendo o eu engeitado, para que nâó
reine sobre Israel? encne teu como
e lle t e e n g e i t o u , p a r a q u e n ã o s e j a s r e i.
24 Então disse Saúl a Samuel; jte- de azeite, e vem, enviar-te-hei a Isai
<mei; porquanto tenho traspassado o o Bethlehemita; poroue dentre seus
dito de J k h o v a h , e tuas palavras: filhos mè tenho proviao de ieí.
porque temi ao povo, e dei ouvidos a 2 Porem disse Samuel; comto irià
sua t o * . eu ? pois ouvindo o Saul, me matará*
2i A g o ra p o i s te ro g o , p e rd o a -e t* entâo disse J ehovah, toma huma be­
m e u p e c c a d o : e t o m a - t e c o m ig o , p a ­ zerra das vacafe, e dize; vim a sácrifi-
i a que a d o re a J e h o v a h . car a JfeHOVXH.
26 Porem Samuel disse a Saul, nâo 3 E convidarás a Isai ao sacrifício:
tomaUBÍ comtigo: porquanto éngeitas- e eu te farei sáber o que has de fazer,
t e a palavra de J e h o v a h , ja te engei­ e ungir-me-has a quem eu te disser.
to u J e h o v a h , para que n ã o sejas rei 4 Fez pois Samuel o aue disséta Je­
s o b r e Israel. h o v a h , e veio a Bethleíiem: então os
27 E virando-seSamuel para se ir, pe­ Anciãos da cidade tremendo lhe sahi­
gou da borda de sua capa, e rasgou-se. râo ao encontro, e dissérâo; he tuà
2 8 Então Samuel lhe disse; J c h o ­ vinda cfepaz'?
v a h tem rasgado de ti hoje o reino 5 E disse elle, he de paz, vim a sa­
d e Israel: e o tem dado a teu proxi- crificar a J ehovah ; santificai-vos, e
mo, melhor que tu. vinde comigo ao sacrificio: e santifi­
29 E tambem aquelle que he a vic- cou a Isai e a seus filhos, e os convi­
t o r i a de Israel, não mente.-nem se ar­ dou ao sacrificio.
repende : porquanto não ne homem, 6 E süccedeo que, entrando elles, vio
para que se arrependa. a Eliab: e disse; certamente perante
30 Disse pois, pequei; honra-me po­ JehoV ah está seu Ungido.
rem agora perante os anciãos de meu 7 Pqrem J ehovah disse a Samuel;
poyo, e perante Israel: e toma-te co­ não attentes para sua apparencia, nertl
migo, para que adore a J ehovah teu para a altura de sua estatura; porque
Deos. o tenho engeitado: porque n&o he co­
31 Então Samuel se tomou apòsSaul: mo vé o homem; pois o homem vé '
e Saul a d o r o u a J e h o v a h . o que está perante os olhos, porem
32 Então disse Samuel, trazei-me J ehovah vé o coração,
aqui a Agag rei dos Amalekitas; e 8 Ent&o chatnou Isai a Abtaadab, e
Agag veio a elle melindrosamente: e o fez pasfear perante Samuel: o qtttd
disse Agag: em verdade ja se desvi­ disse, nem a este tem escolhido J e ­
ou a amargura da morte. hovah.
13*

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298 I..SAMUEL» XVH.
, 9 Entâo Isai fez passar a Samma: 21 Aesim David veio a Saul, e esteve
porem disse; tam pouco a este tem perante sua face: e amou-o muito, e
escolhido J ehovah. foi seu pagem de armas.
10 Assim Isai fez passar a seus sete 22 Entâo Saul mandou dizer a Isai:
filhos perante Samuel: porem Samuel deixa estar a David perante minha fa­
disse a Isai, J ehovah nâo tem esco­ ce ; pois achou graça em meus olhos.
lhido a estes. 23 E era que, quando o mao espirito
11 Disse mais Samuel a Isai; aca- de parte de Deos vinha sobre Saul,
bàrâo-se os mancebos? e disse, ainda David tomava a harpa, e a tocava com
falta o menor, e eis que apascenta as sua mâo: entâo Saul se alentava, e se
ovelhas: disse pois Samuel a Isai, en­ achava melhor; e o espirito mâo se
via, e manda-o chamar; porquanto não retirava delle.
nos assentaremos em roaa d mesa, até
que nâo venha aqui. c a p it u l o xvn .
12 Entâo mandou em busca delle, e
trouxe o (e era ruivo e formoso de OS Philisteos ajuntárâo seus ar­
olhos, e bello de parecer:) e disse Je­
h o v a h , levanta-te, e unge-o; porque
E raies para a guerra, e congregá­
râo se em Sooo, que está ein Judá: e
este he. alojârâo-se entre Soco e Azeka, no
13 Entâo Samuel tomou-o como do termo de Dammim.
azeite, e ungio-o em meio de seus ir­ 2 Porem Saul e os varões de Israel
mãos; e d e ã 'aquelle dia em diante o se ajuntárâo e alojárào no valle do
Espirito de J ehovah envestio a Da­ carvalho: e ordenarão ã batalha con­
vid : entâo Samuel se levantou, e se tra os Philisteos.
tornou a Rama. 3 E os Philisteos estavâo em hum
14 E o Espirito de Jeh o v ah se reti­ monte da banda dJalem, e os Israeli­
rou de Saul: e assombrava-o o espi­ tas estavâo em outro monte da ban­
rito mâo de parte de Jbhov ah . da d’aquem: e o valle estava entre
15 Entâo os criados de Saul lhe dis- elles.
sérâo: eis aue agora o espirito mao 4 Entâo sahio do arraial dos Philis­
de parte de j e h o v a h te assombra: teos hum varâo guerreiro, cujo nome
16 Diga pois nosso Senhor a seus era Goliathj de Gath: que tinha de
servos, que estâo perante sua face, altura seis covados e hum palmo.
que busquem a algum varâo, que sai­ 5 E tinha hum capacete de bronze
ba tanger harpa: e será que, quando em sua cabeça, e vestia huma couraça
o espirito mao de parte de Je h o v ah de escamas: e era o peso da couraça
vier sobre ti, entâo tangerá com sua cinco mil siclos de bronze.
mâo, e te acharás melhor. 6 E grevas de bronze por cima de
. 17 Entâo disse Saul a seus servos: seus pés: e hum escudo de bronze
olhai-me pois por algum var&o, que entre seus hombros.
bem tanja, e trazei-me-o. 7 E a astea de sua lança era como
18 Entâo respondeo hum dos man­ orgâo de tecelão, e o ferro de sua lan^
cebos, e disse; eis que tenho visto a ça de seis centos siclos de ferro: e o
hum filho de Isai o Bethlehemita, que escudeiro hia diante delle.
sabe tanger, e he valente e animoso, 8 E parou, e clamou aos esquadrões
e varâo de guerra, e entendido em de Israel, e disse- lhes; para que sa-
negocios, e gentilhomem: e Je h ovah hirieis a ordenar batalha i nâo sou eu
he com elle. Philisteo, e vós servos de Saul ? esco­
19 E Saul enviou mensageiros a Isai: lhei dentre vós hum varâo, que des­
dizendo; envia-me a David teu filho, cenda a mim.
o que está com as ovelhas. & Se poder pelejar comigo, e me fe­
. 20 Entâo tomou Isai hum asno com rir; a vós seremos por servos: porem
pfio, e hum odre de vinho, e hum ca­ se eu o vencer, e o ferir; entôo-a nós
brito das cabras: e enviou-os a Saul sereis por servos, e nos servireis.
pela mâo de David seu filho. 10 Disse mais o rhilisteo; hoje afron*

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h SAMUEL. XVIÍ. 299
tei aos esquadrões de Israel, dizen­ cujo nome era Goliath o Philisteo, de
do : dai-me hum varâo, para que am­ Gath, e fallou conforme a aquellas pa­
bos pelejemos. lavras : e David as ouvio.
11 Ouvindo ent&o Saul e todo Israel 24 Porem todos os varões em Is­
estas palavras do Philisteo, espantá- rael, em vendo a aquelle var&o, fugiâo
rão-se. e temérâo muito. de diante delle, e temi&o grande­
12 E David era filho de hum var&o mente.
Ephrateo, de Bethlehem de Judá. cu­ 25 E dizi&o os varões de Israel; vis­
jo nome era Isai, aue tinha oito filnos: tes a aquelle varâo, aue subio ? pois
e em dias de Saul era este var&o ja subio para afrontar a Israel: será pois
velho, e vindo em grande idade entre que ao var&o que o ferir, el rei o enri-
os homens. erá com grandes riquezas, e lhe
13 E os tres filhos maiores de Isai n sua filha, e farà franca a casa de
for&o e seguírão a Saul à guerra: e seu pai em Israel.
er&o os nomes de seus tres nlhos, que 26 Ent&o fallou David aos varões,
se for&o à guerra, Eliab o primogêni­ qne estavâo com elle, dizendo; que
to, e o segundo delle Abinaaab, e o ter­ far&o a aquella var&o, que ferir a este
ceiro Samma. Philisteo, e tirar a afronta de sobre Is­
14 E David era o menor: e os tres rael ? porque, quem he este incircun-
maioraes seguírão a Saul., ciso Philisteo, para afrontar aos esqua­
15 David porem se foi, e se tornou drões de Deos vivente % '
de Saul, para apascentar as ovelhas de 27 E o povo lhe tomou a fallar con­
seu pai em Bethlehem. forme a aquella palavra, dizendo: as­
16 Chegava-se pois o Philisteo pela sim far&o ao var&o, que o ferir.
manhá, e à tarde: e apresentou-se 28 E ouvindo Eliab seu irm&o maior
por quarenta dias. fallar a aquelles varões, encendeo-sea
17 E disse Isai a David seu filho; ira de Eliab contra David, e disse; a
toma ora para teus irmãos hum Epha que descendeste aqui l e a quem dei­
deste gráo tostado, e estes dez paens: xaste aquellas poucas ovelhas no de­
e correndo os leva ao arraial, a teus serto ? bem conheço tua presunç&o, e
inn&os. a maldade de teu coração, que des­
t8 Porem estes dez queijos de leite cendeste para ver a peleja.
leva ao Maioral de m il: e visitarás a 29 Ent&o disse David, quefizagora?
teus irmàos, a ver se lhes vai bem, e por ventura n&o ha raz&o para isso ?
tomarás prendas delles. 30 E desviou-se delle para outro, e
19 E estav&o Saul, e elles, e todos fallou conforme a aquella palavra: a
os varões de Israel no valle do carva­ o povo lhe tomou a responder con­
lho, pelejando cora os Philisteos. forme as primeiras palavras.
20 David ent&o de madrugada se le­ 31 E ouvidas as palavras, que David
vantou pela manhã, e deixou as ove­ havia faUado, denunciár&o-as a Saul,
lhas no ovelheiro, e carregou se d7a- e mandou em busca delle.
auillo, e partio-se, como Isai lhe man­ 32 E David disse a Saul; a nenhum
dára : e chegou a carruagem, quando var&o desfaleça o coraç&o jx>r causa
ia o arraial sahia em ordem de bata­ delle : teu servo irá, e pelejará com
lha, e a gritos chamarão á peleja. este Philisteo.
21 E os Israelitas e Philisteos se pu- 33 Porem Saul disse a David; con­
zér&o em ordem, esquadr&o contra es­ tra este Philisteo n&o poderás ir a pe­
quadrão. lejar com elle: pois tu ainda es moço
22 E David deixou a carga de sobre e elle homem ae guerra desde sua
si em m&o do guarda da bagagem, e mocidade.
correo à batalha; e chegando, pergun­ 34 Ent&o disse David a Saul; teu
tou a seus irra&os, se estav&o bem. servo apascentava as ovelhas de seu
23 E estando elle ainda fallando com p a i: e vinha hum le&o e hum urso, e
elles, eis aue vinha subindo do exer­ tomava huma ovelha do rebanho.
cito dos Pnilisteos o var&o guerreiro, ZS E eu sahia apòs elle, e o feria,

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*00 I. SAMUEU XVII.
9 t Uvravade sua boca: e levantando- ra : e toda a terra saberá, que ba
se elle contia mim, lançava-lhe m&o Deos em Israel.
da barba, e o feria, e o matava. 47 E toda esta congregação ha de
36 A feria teu servo ao leâo, co- saber, que J e h o v a h salva nem com
104» ao urao: aseim este inoirounoiso espada, nem com lança: porque de
Philisteo serà oomo hum delles; por J e h o v a h he a guerra, e vos dará em
quanto affrontou aos esquadrões do nossas m&os.
Deos vivente. 48 E foi que, levantando-se o Phi­
37 Disse mais David >Jkhovah, que listeo, e indo a encontrar-se com Da­
me livrou da m&o do leâo, e da do vid, David se apressou, e correo ao
urso, elle me livrará de m&o deste combate, a encontrar-se com o Phi*
Philisteo: ent&o disse Saul a David, listeo.
vai emborQf e Jshoyah seja comtigo. 49 E David metteo sua mão no al­
38 E Saul vestio a David de seus forge, e tomou d’ali huma pedra, e
vestidos, e põMhe sobre a cabeça com a funda lh’a atirou, e ferio ao Pui-
hum capacete de bronze: e vestio-lhe listeo na testa: e a pedra se lhe en­
huma oouraca. cravou na testa, e canio sobre seu ros­
39 £ Davia se cingio sua espada so­ to em terra.
bre seus vestidos, e^começou a andar: 50 Assim David sobrepujou ao Philis­
parque nunca o havia experimentado; teo com huma funda e numa pedra, e
ent&o disse David a Saul; n&o posso ferio ao Philisteo, e o mantou: sem que
andar com isto, pois nunca ç experi­ David tivesse huma espada na m&o.
mentei ; e Davia tirou aquillo de so­ 51 Pelo que correo David, e se pós
bre si. sobre o Philisteo, e tomou sua espada,
40 £ tomou seu cajado efe sua m&o, e arrancou-a de sua bainha, e o ma­
e esoolheo-ee cinco seixos do ribeiro, tou, e cortou-lhe com ella a cabeça:
e pólos no alforge pastoril, que trazia, vendo ent&o os Philisteos, que seu va­
a saber no çurr&oy e lançou m&o de lentão era morto, fugirão.
sua fiiada: e foi-se chegando ao Phi- 52 Então os varões de Israel e Judá
listeo. se levantárào, e jubilarão, e seguirão
41 O Philietee tambem, veio, e se aos Philisteos, ate chegares ao valle,
vinha chegando a David: e seu pagem e até as portas de Ekron: e. cahirâo
de? escudo hia diaoie delle- feridos aos Philisteos pelo caminho
42 £ olhando o Philisteo, e vendo.a de Saaraim até Gath, e até Ekron.
David, o desprexou: porquanto era 53 Então os filhos de Israel se tor­
mancebo, ruivo, e gentÜhomem de narão de tam furiopmente seguir aos
vista. Philisteos: e despojàrão seus arraiaes.
43 Disse pois o Philisteo a David; 54 E David tomou a cabeça do Phi*
sou eU c&o, que te vens a mim c*m listeo, e a trouxe a Jerusalem: porem
pfcoat e o Philisteo amaldiçoou a Da­ suas armas pôs em sua tenda.
vid por seus Deoses. 55 Vendo porem Saul sahir a David
44 Disse mais o Philisteo a David : a encontram-se com o Philisteo, disse
WH te a mim» e darei tua oarae a as a Abner, o Maioral do exercito; cujo
avee do eeo, e aos animaes do campo. filho he este mancebo, Abner; e dis­
45 David porem disse ao Philisteo; se Abner 1 vive tua alma, o rei, que o
tu te vens a mim oom espada, e com n&o sei.
lança, e oom escuda: porem eu me 56 Disse ent&o o rei: pergunta po­
venho a ti em nome de J xhovah dos is, cujo filho seja este mancebo.
exeroitoe, o Deos doe esquadrões de 57 Tomando pois David de ferir ao
Israel, a quem tens affrontado. Philisteo, Abner o tomou comsigoj e Q
44 O dia de hoje J eh ov ah te fecha* trouxe perante Saul: trazendo eUe em
vk em minha m&o, e ferir-te-héi, e te sua m&o a cabeça do Philisteo.
tirarei a cabeça, e os corpos do arrai­ 58 E disse-lhe Saul; cujo filho és,
al doa Philisteos o dia de hoje d^rei a mancebo 1 e disse David : filho de teu
as aves do oeo, e aos animaes da ter­ servo Isai Bethlehemita.

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I. 8AMÜÍ3L XVIQ. 301

CAPITULO XVHI. 14 E David se havia prudentemente


em todos seus caminhos: e J ihovah
Tp JXM que, acabando elle de fallar era com elle.
oom Saul,aalio*de JonathpAte 15 Vendo entâo Saul, que tam pra»
boa com a ahna de Dayid: e Jonathan dentemente se havia, temia delle.
amou-o, como a sua própria alma, 16 Porem todo Israel e Judá amava
2 £ Saul o tomoucopmgo aquelle dia>e a David; porquanto sahia e entrava
náo o deixou tomai à casa de seu pais, diante deUes. \ ,
3 £ Jonathan e David fizérâo. alli- 17 Pelo que Saul disse a David; eis
aaça: porquanto Jonathano amava oq- que a Merab minha filha maior te dar
mo a sua própria alma. rei por mulher; tam somente me sé
4 £ Jonathan se tirou a capa, que tva- filho valoroso, e guarréa as guerras de
iia, e a deu a David: como tambem JjEHOVáH: (porquanto Saul dizia,, nâo
seus vestidos, até sua espada, e seu minha mâo, senâo a dos Philisteos
areo^ e seu cinto. seja contra elle.)
5 É sahia David aonde quer que Saul 18 Mas David disse a Saul; quem
o enviava, e havia se prudentemente) sou eit e que he minha vida, c a fs-
eSaul o pôs sobre a gente de guprra: milia de meu pai em Israel» paia aer
e agradava em olhos de todo o,povo, genro d;el Bei i
e até eoa olhos dos servos de Saul. 19 Succedeo porem, aue ao tempo
$ Suecedeo porem que, vindo elles, que Merab) filha de Saul, se devia dar
e tomando David de ferix aos Philis- a David, ella se ^eu por mulher a
tesfe as mulheres de todas as cidades Adriel Meholathita.
de Israel sahirâo ao euponlro ao rei 20 Mas Michal, a outra filha de Saul,
Ssul cantando, e em danças: com amava a David: o que sendo dertunci»
adufee, com alegria, e com instrumen­ adp a Saul, pareceo isto recto em seus
tos de mosica. olho*
7 £ tangendo as mulheres Jmrnas 4* 21 £ Saul disse; lha a darei, para
se respondiào) e dizião: Saul que lhe seja por laço, e a mâo dos
ferio seus miles, porem David seus Piúlisteos yenha contra elle: pelo que
dez miles. Saul disse a David; com a outra serás
8 Entâo Saul se iudigúou muito, e hqje meu genro.
aquella palavra pareceo mal em seus 22 £ Saul.mandou a seus servos;
omos; e disse; dez mil derâo a Da­ fallai em seçredo a David, dizendo;
vid, e a mim tórnânfa mil : em verdade qisque elBei te está mui affeiçoade,
q*e tambem o reino será para elle. e todos seus servos te am âo: agora
9 E deed’aqueUç diaemoiaateSaul pois aceita ser genro d7el Rei.
do olho a David. 23 £ os servos de Saul fallárâo toda»
1Q K aconteceo o dia seguinte* que estas palavras aos ouvidos de David:
o mao espirito da parte de Deos en- entâo disse David; pouco vos pareee
vestio a Saul) e profetizava em meio em vosaos olhos*, ser genro d'*el Reil
de casa r- e David tocava com sua mâo sendo eu homem pobre e desprezível 1
q instrumento musical, eomo de dia 24 E os servos ae Saul lhe denuncia­
em, <Ua: Saul porem tinha na mâo rão isto, dizendo: tais palavras fallou
hntna. lança. David.
11 £ Saul atirou com a lança dizen­ 25 Entâo disse Saul, assim direis a
do; encravarei a David na parede : David: o contentamento d’el Rei nâo
porem David se desviou delle por du- está. em o dote, senftoem cem prepú­
as vezes. cios de Philisteos, para que se tome
12 E temia Saul de David: porquan­ vingança dos imnugos d7el Rei: pou*
to J kbovah em com elle, e se havia quantoSaul pensava-dfe derribar a Da»
apartado de Saul, vid por mâos dos Philisteos.
13 Pek> que Saul o desviou de si, « 26: £ seuasecvos denunoiárâo a Da­
pólo por maioral de tnii; a sahia e vid estas palavras, e este negocio par
entrara diante do povo. reoeo recto em oitos de David, de

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302 I. SAMUEL. XÍX.
que foaae genro d’el Rei: porem ainda ve perante elle, como hontem $ ante*
os dias se n&o havi&o cumprido. hontem.
27 Entào David se levantou, e elle e 8 E tornou a haver guerra: esahio
seus varões se partirão, e ferirão den­ David, e pelejou contra os Philisteos,
tre os Philisteos duzentos homens, e e ferio-os de grande ferida, e fugir&o
David trouxe seus prepúcios, e por em diante delle.
oheio os entregàrfto a el Rei, para 9 Porem o espirito m&o d* parte de
ue fosse genro dei Rei t entâo Saul J e h o v a h se tornou sobre Saul, estando
a ie deu a sua filha Michal por mu­ elle assentado em sua casa, e tendo
lher. sua lança em sua m&o, e tangendo Da­
28 E vio SauL e notou, <jue J e h o ­ vid com a m&o o instrumento musi­
v a h era com David : e Michal filha cal.
de Saul. o amava. 10 E procurava Saul de encravar a
:29 Entâo Saul se temeo muito mais David com a parede, porem elle se
de David: e foi Saul todos seus dias desviou de diante de Saul, o qual fe­
inimigo de David. rio com a lança na parede : ent&o fu-
30 E sahindo os príncipes dos Phi­ gio David, e se escapou naquella mes­
listeos succedeo que, sahindo elles, ma noite.
David se houve mais prudentemente, 11 Porem Saul mandou mensageiro»
que todos, os servos de Saul; assim &casa de David, que o guardassem,
que seu nome erft mui estimado. e o fnatassem pela manhâ : o que Mi-
chal sua mulher notificou a David, di­
zendo ; se n&o salvares tua vida esta
CAPITULO XIX. noite, amanh& te matar&o.
FALLOU Saul a Jonathan seu filho, 12 Ent&o Michal desceo a David por
E e a todos seus servos, para que huma janella abaixo: e elle se foi, e
matassem a David: porem Jonathan, fugio, e se escapou.
filho de Saul, estava mui affeiçoado a 13 E Michal tomou huma estatui,
David. e a deitou sobre a cama, e pôs-lhe7à
2 E Jonathan o denunciou a David, cabeceira huma pele de cabra: e a
dizendo; meu pai Saul procura ma­ cubrio com huma coberta.
tar-te : asaim que agora te guarda pela 14 E mandando Saul mensageiros,
manhã, e fica-te em occulto, e escon­ que trouxessem a David, ella disse,
de-te. está enfermo.
3 E sahirei eu, e me estarei à m&o 15 Ent&o Saul mahdou m e n s a g e iro s ,
de meu pai no campo^ em que estive­ que vissem a David, dizendo: trazei-
res, e eu fallarei de ti a meu pai: e m’o na cama, para que o matem.
verei o que houver, e t’o denunciarei. 16 Vindo pois os mensageiros, eis a
4 Ent&o Jonathan fallou bem de Da­ estatua na cama, e a pele de cabra à
vid a Saul seu pai: e disse-lhe; n&o sua cabeceira.
peçjue el Rei contra seu servo David, 17 Ent&o disse Saul a Michal, por­
pois n&o peccou contra-ti, e pois seus que assim me enganaste, e a meu ini­
feitos te s&o mui bons. migo deixas-te ir e escapar se ? e disse
5 Porque pôs sua alma em sua palma, Michal a Saul; porque elle me d i s s e ;
e ferio ao s Philisteos, e fez J b h o v a h deixa-me ir, porque eu te mataria 1
hum grande livramento a todo Israel: 18 Assim David fugio e se escapou,
tu mesmo o viste, e te alegraste: por­ e se veio a Samuel a Rama, e notin-
que pois peccarias contra sangue inno- cou-lhe tudo quanto Saul lhe fizéra:
cente, matando a David sem causa ? e forão elle e Samuel, e ficár&o-se em
6 E Saul deu ouvidos à voz de Jona­ Najoth.
than: e jurou Saul? vive J k h o v a h , 19 E o denunciar&o a Saul, dizendo:
que n&o morrerá. eis que David esta em Najoth, ju n to a
7 E Jonathan chamou a David, e Rama.
notificou-lhe todas estas palavras: e 20 Ent&o enviou Saul mepsageifl*
Jonathan levou a David a Saul, e este­ a trazer a David, os quaes vir&o n u m a

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I. SAMUEL, XX. 308
coogregaçáo de profetas profetizando, falta: dirás, David me pedio muito,
aonde estava Samuel, que presidia so­ que o deixasse ir correndo a Bethle­
bre elles: e o Espírito de Deos vèio hem sua cidade; porquanto lá ha sa­
sobre os mensageiros de Saul, e tam­ crificio annual para toda a linhagem.
bem elles profetizárào. 7 Se assim disser; bem está; entào
21 E denunciando o a Saul, enviou teu servo tem paz: porem se muito
ootros mensageiros, e tambem estes se indignar, sabe, aue ja o mal total­
profetizárào: entâo enviou Saul ainda mente está concluiao delle.
aos terceiros mensageiros, os quaes 8 Usa pois de misericordia com teu
tambem profetizárào. servo, poisJrouxeste comtigo a teu ser­
22 Entâo tambem elle mesmo se foi vo na liança de J e h o v a h : se porem
a Rama, e chegou, ao poço grande, crime ha em mim, mata-mo tu mes­
que estava em Sechu; e perguntando, mo ; porque me levarias a teu pai ?
aisse, aonde estào Samuel e David ? e 9 Entào disse Jonathan; nunca tal
dissérào-lhe; eis que estào em Najoth te aconteça: porem se em alguma ma­
junto a Rama. - neira notasse, que ja este mal total­
23 Ent&o se foi lá a Najoth junto a mente estivesse concluido de meu
Rama: e o mesmo Espirito de Deos ai, para que viesse sobre ti, nào t’o
veio sobre elle, e hia profetizando, até S escubriria eu ?
chegar a Najoth junto a Rama. 10 E disse David a Jonathan; quem
24 E elle tambem Be despio de seus tal me fará saber, respondendo-te teu
vestidos, e elle tambem profetizou pe­ pai asperamente i
rante Samuel; e esteve cahido nuo to­ 11 Entào disse Jonathan a David;
do aquelle dia e toda aquella noite: vem, e saiamos ao campo: e ambos
pelo que se diz: tambem Saul entre sahirâo ao campo.
os profetas? 12 E disse Jonathan a David: J e h o ­
v a h Deos de Israel, se inquirindo eu de

CAPITULO XX.
meu pai amanhà a estas horas, ou de­
pois d’a manhâ, e eis que ha bom
NTAO fugio David de Naioth jun­ para David; e eu entào nào enviar a
E to a Rama: e veio, e disse pe­
rante Jonathan, que fiz ? qual he meu
ti, e o nào descubrir a teus ouvidos:
13 J e h o v a h assim façaa Jonathan, e
crime ! e qual he meu peccado perante assim Wo acrecente; que se a meu pai
teu pai, que me procura tirar a vida í aprouver o mal sobre ti, a teus ouvi­
2 E elle lhe dissej tal nào haja: nào dos o descubrirei, e retirar-te deixa­
morrerás; eis que meu pai nào faz rei, e em paz te irás: e J e h o v a h seja
cousa nenhuma grande nem pequena, comtigo, assim como foi com meu pai.
que nào descubra a meus ouvidos: 14 E se eu entâoaínda viver, porven­
porque pois meu pai me encubriria tura nào usarás comigo da beneficen-
este negocio ? tal nào ha. cia de J e h o v a h , para que nào morra?
3 Entào David tornou a jurar, e dis­ 15 Nem tam pouco rasgarás tua be*
se ; mui bem sabe teu pai, que achei neficencia de minha casa eternamen­
graça em teus olhos; pelo que disse; te : nem ainda, quando J e h o v a h de»
nào saiba isto Jonathan, para que se sarreigar da teria a cada hum dos ini­
nào magóe: e na verdade, viva J eh o ­ migos de David.
vah , e vive tua alma, que apenas ha 16 Assim Jonathan fez alliança com a
hum passo entre mim é a morte. casa de David, dizendo: J e h o v a h , o re­
4 Entào disse Jonathan a David : o queira da jnâo dos inimigos de David.
que disser tua alma, te farei. 17 Eproseguio Jonathan em fazer ju­
5 E disse David a Jonathan, eis que rar a David, porquanto o amava: por­
amanhà he a Lua nova, em que me que o amava com o amor de sua alma,
deveria assentar com el Rei a comer: 18 E disse-lhe Jonathan; amanhà
tu porem me deixa ir, e esconde r-me- he Lua nova, e menos te acharão,, pois
bei no campo, até à tarde terceira. teu assento se achará vazio.
6 Se teu pai notando notar minha 19 E ausentando-te tu tres dias, de-

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«04 I. SAMUEL, XX.
Ééénde apresuradamente, e vai te á- 31 Porque todos os dias, qne o fiftò
tiüelle lugar, aonde te escondeste 6 de iB ai v i v e r sobre a terra, nem tu se­
aia deste negocio: e fica té á pedra rás f ir m e , nem teu r e i n o : pek> que en­
de Ezel. v i a agora, e 0 t r a z e a mim; que he
20 E eu atirarei tres frechas para d ig n ò d e m o r t e .
aquella banda, como se aliràra ao alvo. 32 Entâo respondeo Jonathan a Saul
21 E e is q u e m a n d a r e i a o m o ç o , di~ sen pai. e disse-lhe; norque ha de
zendo; a n d a , b u s c a a s f r e c h a s : s e e u morrer 1 que tem feito 1
e x p r e s s a m e n t e d is s e r a o m o ç o 5 v é s 33 Entâo Saul lhe atirou com a lança,
a li a s f r e c h a s m a is p a r a c á d e t i ; t o ­ para ferilo: assim entendeo Jonathan,
m a - o comtigo; e v e m - t e ; p o r q u e p a z que ia de seu pai totalmente estava
h a p á r a ti, e c o u s a outra n e n h u m a , concfnido de matada David.
v iv e J e h o v a h . 34 Pelo que Jonathan, encendidoem
22 Porem se disser ao moço assim ; ira, se levantou da mesa: e 0 segundo
eis ali as frechas mais para lá de t i : dia da lua nova náo comeo pâo; por­
vai-te embora; porque J e h o v a h te que se magoava de David, porquanto
deixa ir. seu pai o tinha affrontado.
23 E q u a n to a o n e g o c io , de q n e eu 35 E aconteceo pela manhâ, que
e t u fa llá m o s , e is q u e J e h o v a h e s t á Jonathan sahio ao campo, ao tempo
e n t r e m i m e ti e t e r n a m e n t e . apontado a David: e hum moço pe­
24 Escondeo-se pois David no cam­ queno com elle.
po : e sendo a lua nova, assentou-se o 36 Entâo d isS e a sen m o ç o ; c o rre a
Kei a C o m e r p â o . b u s c a r a s f r e c h a s , q u e e u a t i r a r : cor­
25 E assentando-se 0 Kei em seu as­ r e o jrois o m o ç o , e e l l e a tir o u huma
sento, esta vez como as outras, no lugar f r e c n a , a u e f e z p a s s a r d ^ l e m d e lle .
junto â parede, Jonathan se levantou, 37 E cnegando o moço ao lugar di
e Abner se assentou á ilharga de Saul: frecha, que Jonathan havia atirado,
e 0 lugar de David se achou vazio. bradou Jonathan apòs o moço, e disse;
26 Forem aquelle dia Saul fallotf na­ nâo estâ porventura a frecha mais pa­
da : porque diiia, aconteceo^The algu­ ra lá de ti?
ma cousa, de que nâo està limpo; cer­ 38 Outra vez bradou Jonathan apto
tamente nâo está limpo. 0 moço, apressa-te, apresnra-te, nào te
27 Succedeo tambem o dia seguinte, detenhas: e 0 moço de Jonathan apa­
0 segundo da lua nova, que o lugar de nhou as frechas, e veio-se a seu se­
David se achou vazio: aisse pois Saul nhor.
a Jonathan seu filho, porque o filho de 39 E o moço nâo entendeo nenhuma
Isai nâo veio nem hontem, nem hoje, cousa: só Jonathan e David sabiâo
a comer pâo 1 deste negocio.
28 E Jonathan respondeo a Saul: Da­ 40 Entâo Jonathan deu sttas armas
vid me pedio encarecidamente, qne ao moço. que trazia: e disse-lhe; an­
pudesse ir a Bethlehem; da, e as leva â cidade.
29 Dizendo, peço-fe que me deixes 41 E indo-se o moço, David se le­
ir, porquanto nossa linhagem tem sa- vantou da banda do Súl, e lançou-se
crincio na cidade, e meu irmâo mes­ sobre seu rosto em terra, e inclinou-se
mo mJo mandou; e pois agora tenho tres vezes: e beijárâo-se hum ao ou­
achado graça em teus olhos, peço-fe tro, e chorárâo hum com 0 O utro, até
que me possa escapulir, para que veja que David fez hum grande pranto.
a meus irmãos: pelo que nâo veio â 42 E disse Jonathan a David, vai em
mesa d’el Rei. paz: o que nós temos jurado ambos
30 Entâo a ira de Saul se encendeo em nome de J e h o v a h , dizendo; J kho ­
contra Jonathan. e disse-lhe; filho da v a h seja entre mim e ti, è entre minha
perversa em rebeldia: náo sei eu, que semente e tua semente, seja perpetua­
tens elegido ao filho de Isai, para tua mente.
vergonha, e para vergonha da nueza 43 Entâo David se levantou, e m
de tua mãi. foi: e Jonathan entrou na cidade.

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I. SAMUEL. XXI. XXII. 305

CAPITULO XXI. aquelle dia de diante de Saul: e veio


se a Achis, rei de Gath.
NTAO veio David a Nob ao sacer­ 11 Porem os criados de Achis lhe
E dote Achimelech: e Achimelech
tremendo sahio ao encontro a David,
dissérâo ,* nâo he este David o rei da
terra ? nâo se cantava d’este nas dan­
e disse-lhe; porque vens só, e varâo ças, dizendo: Saul ferio seus tailes,
nenhum comtigo ? porem David seus dez miles ?
2 £ disse David ao sacerdote Achi­ 12 E David pós estas palavras em
melech; el Rei me encomendou hum seu coração: e temeo muito diante de
negocio, e disse-me j ninguém saiba Achis, rei de Gath.
deste negocio, a que eu te enviei, e te 13 Pelo que mudou seu sembrante
mandei: quanto aos mancebos, apon­ perante seus olhos delles, e se fez dou-
tei-lhes o lugar de hum tal. ao entre suas mâos: e esgravatava nas
3 Agora pois* que tens â mâo ? dá- portas do portal, e deixava correr sua
me cinco paens em minha, mâo, ou o baba por sua barba.
qne se achar. 14 Entâo disse Achis a seus criados:
4 £ respondeo o sacerdote a David, eis que bem vedes que este homem
e disse; nâo tenho pâo commum â está furioso, porque m’o trouxestes a
m âo: ha porem pâo sagrado, se ao mim?
menos os mancebos se abstiverâo das 15 Faltâo-me a mim doudos, para
mulheres. ne trouxesseis a este, a que fizesse
5 £ respondeo David ao sacerdote, oudice8 perante mim? este viria a
e disse-lhe; si em boa fé, as mulhe­ minha casa ?
res se nos vedárâo desde hontem e
ante-hontem, quando me sahi, e os CAPITULO XXII.
vasos dos mancebos sâo santos: e em
alguma maneira he pão commum, NTAO David se retirou d’ali. e se
quanto mais que hoje se santificará
ouiro nos vasos.
E escapou na caverna de Aduílam:
e ouvírâo-o seus irmãos e toda a casa
6 Entâo o sacerdote lhe deu o pão de seu pai, e descendérâo ali a elle.
sagrado: porquanto nâo havia ali ou­ 2 E ajuntárâo-se a elle todo varâo af-
tro pâo, senâo os paens da proposição, flicto, e todo varâo endividado^ e todo
que se tiràrâo de diante da face de varâo de alma agravada, e foi maio­
J e h o v a h , para pôr ali pâo quente, o ral delles: assim que houve com elle
dia qne aquelle se tirasse. como até quatro centos homens.
7 Estava porem ali aquelle dia hum 3 E foi-se David d’ali a Mispe dos
dos criados de Saul, retirado perante Moabitas: e disse ao rei dos Moabi­
a face de J e h o v a h , e era seu nome tas, deixa estar meu pai e minha mãi
Doeg, Edumeo o mais possante entre comvosco, até que saiba o que Deos
os pastores, que Saul tinha. ha de fazer de mim.
8 E disse David a Achimelech; n&o 4 E trouxe-os perante o rei dos Moa­
tens aqui â m&o lança ou espada al­ bitas : e ficàrâo com elle, todos os di­
guma? porque nâo tomei em minha as que David esteve no nigar forte.
mâo nem minha espada, nem minhas 5 Porem o Profeta Gad disse a Da­
arm as; porquanto o negocio d’el Rei vid ; nào te fiques naquelle lugar for­
era apressado. te : vai-te, e entra em terra de Judá:
9 E disse o sacerdote, a espada de entâo David se foi, e se veio ao bos­
Goliath, o Philisteo, que tu feriste no que de Chereth.
valle do carvalho, eis que aquella aqui 6 E ouvio Saul, que ja se sabia de
esta envolta em hum pano de trás do David e dos varões, que estavâo com
Ephod; se t’a queres-tomar, toma-a, elle: e estava Saul em Gibea de bai­
porque nenhuma outra ha aqui, senâo xo de hum arvoredo em Rama, e sua
«aquella: e disse David; nâo ha outra lança tinha em sua mào, e todos seus
semelhante, dâ-m’a. criados estavâo com elle.
10 E David se levantou, e fugio 7 Entâo disse Saul a todos seus cri-

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806 I. SAMUEL, XXm.
ados, aue estav&o com elle; ouvi ara, tai aos sacerdotes de J i h o v a H ; pôr-
filhos ae Jemini: darà vos tambem o quanto tambem sua m&o he com Da­
filho de Isai a todos vósoutros terras vid, e porquanto soubér&o, que fugia,
e vinhas? a todos vósoutros porá por e m?o n&o descubrir&o ao ouvido:po­
Maioraes de milhares, e por Maioraes rem os criados do rei n&o quizérto
de centenas ? estender suas m&os, para arremeter
8 Que todos vós outros conspirastes oontra os sacerdotes de J k h o v a h .
contra mim, e ninguém ha que me de­ 18 Ent&o disse o rei a Doeg; vira-
scubra ao ouvido, que meu filho tem te tu, e arremete contra os sacerdo­
feito alliança com o filho de Isai, e tes : ent&o se virou Doeg, o Edumeo,
nenhum dentre vós ha que se doa de e elle arremeteo contra os sacerdo­
mim, e m’o descubra ao ouvido : pois tes, e matou naquelle dia oitenta e
meu filho tem despertado a meu ser­ cinco varões, que vestiào Ephod de
vo contra mim, para armaraie cila­ linho.
das, como se vé neste dia. 19 Tambem a Nob, cidade destes
9 Entâo respondeo Doeg o Edumeo, sacerdotes ferio a fio da espada, des­
aue tambem estava com os criados do var&o até a mulher, deraos meni­
ae Saul, e disse: ao filho de Isai vi nos até os m am anfs: e até aos bois,
vir a Nob, a Ahimelech filho de Ahi- e asnos, e ovelhas, /«rio-a fio da es­
tub. pada.
10 O qual consultou por elle a J jc- 20 Porem escapou-se hum dos filhos
h o v a h , e proveo o de mantimento: e de Achimelech, filho de Ahitab, cuio
deu-lhe tambem a espada de Goliath, nome era Abiathar: o qual fugio apos
o Philisteo. David.
11 Ent&o o rei mandou chamar a 21 E Abiathar denunciou a David,
Achimelech sacerdote, filho de Ahi- ue Saul tinha matado aos sacerdotes
tub, e a toda a casa de seu pai, os sa­
cerdotes, que estav&o em Nob; e to­
3 e Jehovah.
22 Ent&o David disse a Abiathar,
dos elles viér&o ao rei. bem sabia eu naquelle dia, qne estan­
12 E disse Saul, ouve ora, filho de do ali Doeg, o Edumeo, nfto deixaria
Ahitub: e elle disse; eis-me aqui. Se­ de denunciàlo a Saul: eu dei a causs
nhor meu. oontra todas as.almas da casa de teu
13 Ent&o lhe disse Saul ; porque
conspirastes contra mim, tu e o filho 23 Fica-te comigo, náo temas; por­
de Isai ? pois déste-lhepâo e espada, que quem procurar minha morte, tas»-
e consultaste por elle a Deos, para que bem procurará a tua: pois estatàs guar­
se levantasse contra mim a armar-m* dado comigo.
ciladas, como se vé neste dia ?
14 E respondeo Achimeleeh ao rei,
e disse; e quem entre todos teus cria­ c a p it u l o xxm.
dos ha tam fiel, como David, e o genro FOI denunciado a David, dizen­
d’el rei, proseguindo em tua obedien-
cia, e honrado em tua casa ?
E do : eis que os Philisteos pelejftO
contra Keila, e saqué&o aa eiras.
15 Comecei porventura hoje a con­ 2 E consultou David a J c h o v a h , di­
sultar por elle a Deos ? nunca tal haja zendo ; irei eu, e ferirei a estes Phi­
em m im ! n&o imponha el rei cousa listeos? e disse J e h o v a h a David;
nenhuma a seu servo; nem à toda a vai. e ferirás aos Philisteos, e livrarás
casa de meu pai; pois teu servo n&o a Keila.
soube nenhuma cousa de todas estas, 3 Porem os varões de David lhe dis­
grande nem pequena. sérâo, eis que tememos aqui em Judá:
16 Porem o rei disse; Achimelech, quanto mais indo a Keila contra os es­
morrerás de morte: tu e toda a casa quadrões dos Philisteos.
de teu pai. 4 Ent&o David tornou a consultar a
17 E disse o rei aos de sua guarda, J je h o v a h ; e J e h o v a h lhe respondeo,
que estav&o com elle, virai-vos, e ma­ e disse; levanta-te, descende a Keila:

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I. SAMUEL, x x m . m
qae te dou em tna m&o aos Philis­ 17 E disse-lhe; nâo temas, aue a
teos. mâo de Saul meu pai te nâo acnará,
5 Ent&o David se partio cora seus porem tu reinarás sobre Israel, e eu
varòes a Keila, e pelejou contra os serei comtigo o segundo: o que tam­
Philisteos, e levou seus gados, e fez bem Saul meu pai bem sabe.
grande estrago entre elles: e David 18 E ambos fizérâo alliança perante
Evron aos moradores de Keila. a face de J e h o v a h : e David se ficou
6 E succedeo que, acolhendo se Ab- no bosque, e Jonathan se tomou a sua
iathar. filho de Aohimelech, a David casa.
a Keila, descendeo com o Ephod em 19 Entâo subirão os Zipheos a Saul
soa mâo. a Gibea, dizendo: nâo se escondeo
7 E foi denunciado a Saul, que Da­ David entre nós, nos lugares fortes no
vid era vindo a Keila: e disse Saul, bosque, no outeiro de Hachila, que estâ
Deos o entregou em minhas mâos; á máo direita de Jesimon ?
pois està encerrado, entrando em ci­ 20 Agora pois, ó Rei, apresurada­
dade de portas e ferrolhos. mente descende conforme a todo o de­
8 Entâo Saul mandou chamar a to­ sejo de tua alma: que a nós cabe o
do o povo à peleja: para que descen­ entregar em mâos d*el Rei.
dessem a Keila, a cercar a David e a 21 Entâo disse Saul, bemditos vósou­
•eus varões. tros de J e h o v a h , que vos compade­
9 Entendendo pois David, aue Saul cestes de mira.
maquinava este mal contra elle, disse 22 Ide pois, e apercebei tudo ainda
a Aoiathar sacerdote; traze aqui o mais, e sabei e notai seu lugar; aonde
Ephod. tem seu caminho, quem o naja visto
10 E disse David; J e h o v a h , Deos a li: porque me foi aito, que he astu­
de Israel, teu servo de certo tem ou­ tíssimo.
vido, que Saul procura vir a Keila, a 23 Pelo que bem attentai, e informai
destmir a cidaae por amor de mim. vos ácerca de todos os escondedouros,
11 Eatregar-rae-nâo os cidadâosde em que se esconde; e entáo vos tor­
Keiia em sua mâo? descenderá Saul, nai a mim com toda certeza, e ir-rae-
como teu servo tem ouvido7? ah Je­ hei comvoseo; e será que, se estiver
h o v a h , Deos de Israel! faze o saber naquella terra, o buscarei entre todos
& teu servo: e disse J e h o v a h ; des­ os milhares de Judá.
cenderá. 24 Entâo se levantàrâo, e se forão a
12 Disse mais David, entregar-me^ Ziph diante de Saul: David porem e
hiâo os cidadóes de Keila a mim. e a seus varòes se estavâo no deserto de
meus varòes em mâos de Saul ? e aisse Maon, na campanha, à mâo direita
J e h o v a h ; entregariâo. de Jesimon.
13 Entâo se levantou David com seus 25 E Saul e seus varòes se forão
varòes, como até seis centos, e sahi- em busca deüe; o que denunciàrâo a
râo-se de Keila, e forão*se aonde pu- David, que descenaeo à aquella pe­
dérâo: e sendo denunciado a Saul, que nha, e se ficou no deserto ae Maon:
David escapára de Keila, cessou de o que Saul ouvindo, seguio a David ao
sahir tontra elle. deserto de Maon.
14 E David se esteve no deserto em 26 E Saul hia desta banda do monte,
os lugares fortes, e ficou-se em hum e David e seus varòes da outra banda
monte no deserto de Ziph: e Saul o do monte: e foi aue David se apresu-
buscava todos os dias, porem Deos nâo rou a se escapar ae Saul; Saul porem
o entregou em sua m&o. a seus varòes cercàrâo a David e a
15 Vendo pois David, que Saul sahi­ seus varòes, para lançar mâo delles.
rá a lhe procurar a morte, David se este­ 27 Entâo veio hum mensageiro a
ve no deserto de .Ziph em hum bosque. Saul, dizendo: apresura-te, e vem,
16 Entâo Jonathan filho de Saul se que os Philisteos com impeto entrá-
tovantou, e se foi a David ao bosque : râo na terra.
e confortou sua mâo em Deos. 28 Pelo que Saul se tomou de seguir

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308 I. SAMUEL, XXIV, XXV.
após David, e foi se ao encontro aos minha mào contra meu Senhor; pois
Rrilisteos: por esta razão aquelle lu­ he o Ungido de J e h o v a h .
gar se chamou Sela Machlecoth. 12 Olha pois, pai meu, vés aqui &
borda de tua capa em minha mào:
CAPITULO XXIV. porque cortando-te eu a borda da ca­
pa, te nâo matei; attenta pois, e vê,
SUBIO David d,alli, e ficou-se nos que nâo ha em minha mâo nem mal,
E lugares fortes de Engedi. nèm prevaricação nenhuma, e nào pe­
2 E succedeo que, tomando se Saul quei contra ti; porem tu andas a ca­
de após os Philisteos, lhe denunciá- ça de rainha vida, para m’a tirar.
râo, dizendo; eis que David está no 13 Julgue J e h o v a h entre mim e ti,
deserto de Engedi. e vingue-me J e h o v a h de ti: porem
3 Entào tomou Saul tres mil varões minha mào nào será contra ti.
escolhidos dVntre todo Israel, e foi- 14 Como diz o provérbio dos anti­
se em busca de David e de seus varòes, gos; dos impios procede impiedade:
até sobre os cumes das penhas das ca­ porem minha máo nâo serà contra ti.
bras monteses. 15 Após quem sahio el Rei de Isra­
4 E chegou ás malhadas de ovelhas el? a quem persegues? a hum cào
no caminho, aonde estava huma caver­ morto ? a huma pulga?
na ; e entrou nella Saul, a cubrir seus 16 J e h o v a h porem serà Juiz, e jul­
pés: e David e seus varões estavâo gará entre mim e ti, e attentarà nisto,
aos lados da caverna. e preiteará meu preito, e me defen­
5 Entâo os varões de David lhe dis­ derá de tua mâo.
sérâo; vés aqui o dia, que J e h o v a h 17 E foi que, acabando David de
te diz; eis que te dou a teu inimigo fallar a Saul todas estas palavras, dis­
em tuas mâos, e far-lhe-has como te se Saul; he esta tua voz, filho mea
parecer bem em teus olhos: e levan­ David ? entâo Saul alçou sua voz, e
tou se David, e mansamente cortou a chorou.
borda da capa de Saul. 18 E disse a David; mais justo es do
6 Succedeo porem, que depois o co­ que eu: pois tu me recompensaste com
ração picou a David: porquanto cor- bem, e eu te recompensei com mal.
tàra a borda da capa de Saul. 19 E tu mostraste hoje, que usaste
7 E disse a seus varões : J eh ov ah comigo bem : pois J e h o v a h me tinha
me guarde de fazer tal cousa a meu dado em tuas mâos, e tu me nâo ma­
Senhor, o Ungido de J eh o v a h . de que taste.
estenda minha mâo contra elle: jxris 20 Porque quem encontrará a see
he o Ungido de J e h o v a h . inimigo, e o deixará ir por bom cami­
8 E David divertio a seus varões nho ? J eh ov ah poiste pague com bem,
com palavras, en nâo lhes permittio pelo que me fizeste o dia de hoje.
que se levantassem contra Saul: e Saul 21 Agora pois eis que b e m sei, que
se levantou da caverna, e se foi ao certamente has de reinar, e que o
caminho. reino de Israel ha de ser firme em
9 Depois tambem David se levantou, tua mâo.
e sahio da caverna, e clamou após 22 Portanto agora me jura por J e h o ­
Saul, dizendo, rei meu Senhor! e v a h , que nâo desarreigarás minha se­
olhando Saul tras si, David se inclinou mente depois de mim: nem desfarás
com o rosto em terra, e se prostrou. meu nome da casa de meu pai.
10 E disse David a Saul: porque es­ 23 Entâo jurou David a Saul: eSanl
cutas as palavras dos homens, que di­ se foi a sua casa; porem David e seus
zem : eis que David procura \èu mal ? varões subirão ao lugar forte.
11 Eis que este dia teus olhos virâo,
que J e h o v a h hoje te deu em minhas
mâos nesta caverna, e dissérâo que te CAPITULO XXV.
matasse; porem minha mâo te per­ FALECEO Samuel, e todo Isreol
doou: porque disse; nâo estenderei E se ajuntou, e o pranteârâo, e o

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L SAMUEL, XXV. 800
Bepaltâráo em sua casa, em Rama: e apôs David como até quatro centos
David se levantou, e descendeo ao varòes, e duzentos se ficàrâo com a
deserto de Paran. bagagem.
2 E havia hum varâo em Maon, que 14 Porem hum mancebo dos mance­
tinha seu trato no Carmelo: e era este bos o denunciou a Abigail, mulher de
varâo mui poderoso, e tinha tres mil Nabal, dizendo: eis aue David enviou
òveLhas e mil cabras: e estava tos­ mensageiros desd’o deserto, a saudar
quiando suas ovelhas no Carmelo. nosso amo; porem elle os ajgravou.
3 E era o nome deste varâo, Nabal, 15 Todavia mui bons varões estes
e o aome de sua mulher, Abigail: e nos forão, e nunca fomos agravado
era a mulher de bom entendimento, delles, e nada nos faltou em todos os
e formosa de vista ; porem o varâo dias que conversámos com elles, quan­
era aspero, e malino de obras, e era do estavamos no campo.
Càlebita. 16 De muro ao redor nos servirão
4 E ouvindo David no deserto, que assim de dia, como de noite : todos os
Nabal tosquiava suas ovelhas: dias que andamos com elles, apascen­
5 Enviou David dez mancebos, e tando as ovelhas.
disse aos mancebos, subi ao Carme* 17 Attenta pois agora, e vê o cjue has
lo, e vindo a Nabal, perguntai-lhe em de fazer; que ja de todoconcluido està
meu nome, como està. o mal contra nosso amo, e contra toda
6 E assim direis a aquelle prospero; sua casa: e elle he tam grande filho
paz tenhas, e tua casa tenha paz, e de Belial, que nâo ha quem lhe possa
todo que tens, tenha paz! fallar.
7 Açora pois tenho ouvido, que tens 18 Entào Abigail se apresurou, e to­
tosquiadores : ora os pastores que mou duzentos paens, e dous odres de
tens, estivérâo comnosco, agravo ne­ vinho, e cinco ovelhas guisadas, e cin­
nhum lhes fizemos, nem cousa algu­ co medidas de trigo tostado, e cem
ma lhes faltou, todos os dias que esti- fiados de uvas passadas, e duzentas
verâo no Carmelo. maças de figos passados, e os pós so­
8 Pergunta a teus mancebos, e elles bre asnos.
t’o dirâo; estes mancebos pois achem 19 E disse a seus mancebos, ide di­
graça em teus olhos, por quanto vie­ ante de mim, eis que logo após vósou­
mos em bom d ia: dà pois a teus ser­ tros me vou: o que porem nâo decla­
vos, e a David teu filho, o que achar rou a seu marido Nabal.
tna máo. 20 E foi que, subindo ella em hum
9 Chegando pois osmancebos de Da­ asno, desceiuleo ao encuberto do
vid, e fallando a Nabal todas aquelias monte; e eis que David e seus varõ­
palavras em nome de David, paràrâo. es lhe vinhão ao encontro: e encon­
10 E Nabal respondeo aos criados de trou com elles.
David, e disse: quem he David.e auem 21 Edisséra David: na verdade que
o filho de Isai * muitos servos na noje, em vâo tenho guardado tudo quanto
qne cada hum se arranca de seu Se­ este tem no deserto, e nada lhe faltou
nhor. de tudo quanto tem : e elle me pagou
11 Tomaria eu pois meu pâo, e mi­ mal por bem.
nha agua, e minha degolada rez, que 22 Assim faça Deos aos inimigos de
degolei para meus tosquiadores, e o David, e assim lhes acrecente: que
daria a varòes, que nâo sei d’onde são í nâo deixarei até amanhã de tudo
12 Entâo os mancebos de David se quanto tem, o que ourine à parede.
tornárâo a seu caminho: e voltárâo e 23 Vendo pois Abigail a David, anre-
viérâo, e denunciárâo-lhe tudo confor­ surou-se, e descendeo do asno, e lan­
me a todas estas palavras. çou-se perante a face de David sobre
13 Pelo que disse David a seus varõ­ seu rosto, e inclinou-se k terra.
es, cada qual se cinja sua espada; e 24 E lançou-se a seus pés, e disse:
cada qual se cingio sua espada, e cin- ah Ser.hor meu, minha seja a prevari­
gio tambem David a sua : e subirão cação : deixa pois fallar tua serva a t e - .

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310 I. SAMUEL, XXVI.
UBouvidos, e ouve as palavras de tua tro, a Nabal até a luz da manhâ ne­
serva. nhum ficára, o que ourine á parede.
25 Senhor meu agora não ponha seu 35 Entâo David tomou de sua mão
coração neste varão de Belial, em Na­ o que lhe trouxe, e disse-lhe: sube em
bal 3 porque tal he elle, qual seu nome paz a tua casa, vés aqui que tenho da­
he ; Nabal he seu nome, e a doudice do ouvidos a tua voz, e tenho aceitado
está com elle : e eu tua serva não vi tua face.
aos mancebos de meu Senhor, que 36 E vindo Abigail a Nabal, eis que
enviaste. tinha convite em sua casa, como con­
26 Agora pois, Senhor meu, vive J e ­ vite de re i; e o coração de Nabal es­
h o v a h , e vive tua alma, que J e h o v a h tava alegre nelle, e elle ja mui borra­
te impedio de vires com sangue, e de cho : pelo que náo lhe deu a entender
que tua mão te salvasse : e agora, taês, nenhuma palavra, pequena nem gran­
qual Nabal, sejão teus inimigos, e os de, até a luz da manhâ.
que procurão mal contra meu Senhor. 37 Succedeo pois que pela manhã,
27 E agora esta he a benção, que havendo ja sahido o vinho de Nabal,
tua serva trouxe a meu Senhor: dé-se sua mulher lhe deu a entender aquel­
aos mancebos, que andão após as pe­ las palavras: e seu coração se amorte-
gadas de meu Senhor. ceo nelle, e elle se ficou como pedra.
28 Perdoa pois a tua serva esta pre­ 38 E aconteceo que, passados quasi
varicação : porque certamente fará dez dias, J e h o v a h ferio a Nabal, que
J e h o v a h casa firme a meu Senhor) morreo.
porquanto meu Senhor .guerrea as 39 E ouvindo David, que Nabal mor-
guerras de J e h o v a h , e mal se não tem réra, disse; beihdito seja J e h o v a h , que
achado em ti desde teus dias. litigou o litigio de minha aflronta da
29 E levantando-se varão algum a mão de Nabal, e a seu servo deteve
perseguir-te, e a procurar tua morte : do m al; e J e h o v a h fez tornar o mal
então a vida de meu Senhor será ata­ de Nabal sobre sua cabeça: e mandou
da no feixe dos que vivem com J e h o ­ David fallar a Abigail, para tomai»
vah teu Deos; porem a vida de teus por sua mulher.
inimigos se lançará ao longe, desdo 40 Vindo pois os criados de David a
meio do concavo da funda. Abigail ao Carmelo, fallârão-lhe, di­
30 E será que, usando J eh o v a h com zendo : David nos tem mandado a ti,
meu Senhor conforme a todo o bem, a tomarte por sua mulher.
que ja tem dito de t i ; e que te man­ 41 Então ella se levantou, c se in­
dar aue sejas Guia em Israel: clinou com o rosto à terra: e disse, eifl
31 Então, Senhor meu, nào te será aqui tua serva servirá de criada, para
por tropeço, nem por bater do coração, lavar os pés dos criados de meu Se­
o sangue que sem causa derramares, nhor.
nem tam pouco o haver-se salvado meu 42 E Abigail se apresurou, e se le­
Senhor a si mesmo : e quando J e h o ­ vantou, e subio a hum asno, com suas
v a h fizer bem a meu Senhor, entâo cinco moças, que seguião suas pisadas:
lembra te de tua serva. e ella seguio aos mensageiros de Da­
32 Então David disse a Abigail : vid, e foi sua mulher.
bemdito J ehovah Deos de Israel, que 43 Tambem tomou David a Ahino-
te enviou o dia de hoje, a encontrar am de Jizreel: e tambem ambas fo­
comigo. rão suas mulheres.
33 E bemdito teu conselho, e bem- 44 Porque Saul tinha dado sua filha
dita tu, (jue o dia de hoje me estorva­ Michal, mulher de David, a Palti, filho
ste de vir com sangue, e de que mi­ de Lais, o qual era de Gallim.
nha mâo me salvasse.
34 Porque na verdade, vive J e h o v a h
Deos de Israel, que me impedio de CAPITULO XXVI.
fazer-te mal, que se te nâo houvéras OS Zipheos viérão a Saul a Gibea,
apresurado, e me não viéras ao encon­ E dizendo: não se tem David es-

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I. SAMU EL, XXVI. 311
oandido no outeiro de Hanhrta, á en- 13 E pisando David da outra bato
ta d a der Jesisaon. da, pôs se sobre o cume do monte de
% EníâoSaul se levantou, e descen- longe, cjue entre elles havia grande
deo ao deserto ,de Ziph. e com elle distancia.
tias m il homens eaòolniaos de Israel, 14 E David bradou ao povo, e a Ab-
a buscar a David no deserto de Ziph. ner filho de Ner, dizendo; nâo res­
3 £ Saul assentou seu arraial no ou­ ponderás, Abner í entâo Abner res­
teiro de Hachila, que está á entrada de pondeo, e disse, quem es tu, que bra­
Jesimon, junto ao caminho: porem das a el Rei ?
David ficou no deserto, e vio, que Saul 15 Entâo dissè David a Abner; por­
vinha após elle ao deserto. ventura nâo es varâo í e quem ha teu
4 Porquanto David enviára espias, e igual em Israel ? porque pois nâo guar­
entendeo, aue Saul vinha de certo. daste a el Rei teu Senhor ? porque
5 £ David se levantou, e veio ao hi- hum do povo veio a destruir a el Rei
gar, aonde Saul campeava: e David teu Senhor.
vio o lugar, aonde jazia Saul) com Ab- 10 Nâo he bom isto, que tens feito;
ner7 filho de Ner, maioral de sua ar­ vive J e h o v a h , que sois dignos do
mada : e Saul jazia na carruagem, e o morte, vósoutros que nâo guardastes
povo estava pelo oampo ao redofr delle, a vosso Senhor, o Ungido de J e h o v a h :
6 E respondeo David, e fallou a Achi­ vede pois agora, aonde está a lança
melech o Hetheo, é a Abisai filho de d’el Rei, e a botija de agua. que tinna
Tseruia, irmâo de Joab, dizendo; a sua cabeeeira.
quem descenderá comigo a Saul ao 17 Entâo conheceo Saul o voz de Da­
anaial 1 e disse Abisai; eu descen­ vid, e disse; nâo he esta tua voz, filho
derei comtigo. meu David ? e disse David, minha voz
7 Assim David e Abisai viérâo de noi­ hp, Rei meu Senhor.
te ao povo, e eis que Saul estava dei­ 18 Disse mais, porque meu Senhor
tado dormindo na carruagem,e sua lan­ persegue assim a seu servo? porque que
ça pregada em terra à sua cabeceira: fiz eu ? e que mal ha em minhas mâòs?
e Abner e o pevo jaziâo ao redor delle. 19 Agora pois praza a el Rei meu
& Entâo disse Abisai a David: hoje Senhor ouvir as palavras de seu ser­
encerrou Deos a teu inimigo em tuas vo : se J e h o v a h te inõita contra mim,
mftoe; deixa m’o pois agora encravar cheire elle a offerta de manjares; po­
com a Jança de huma vez contra ter­ rem se filhos de homens, malditos sâo
ra, e nâo o ferirei segunda vez. jperante a face de J e h o v a h ; pois elles
9 £ disse David a Abisai; nenhum expelido me tem hoje de me ficar
dano lhe faças: porque quem pôs su­ apegado á herança de J e h o v a h , di­
as mâos no Ungido de J eh o v a h , e zendo ; vai, serve a outros deoses.
fioou inculpado? 20 Agora pois meu sangue nâo caia
1 0 D is s e mais David, vive J e h o v a h , em terra de diante da face de J e h o ­
que J k h o v a h o ferirá, ou seu dia che­ va h : poisei Rei de Israel sahio em
gará, para que morra, ou descenderá busca de huma pulga; como quem
em batalha, e acçbarà; persegue a gallinhola pelos montes.
11 J e h o v a h me guarde, de que po­ 21 Entâo disse Saul, pequei; toma­
n te as mâos no Ungido de J e h o v a h : te, filho meu David, porque nenhum
agora porem toma lá a lança, que está mal te farei mais; porquanto hoje mi­
& soa cabeceira, e a botija de agua, e nha vida foi preciosa em teus olhos:
vamos-nos. eis que fiz loucamente, e errei gran-
12 Tomou pois David a lança e a dissimamente.
botija de agua, da cabeceira de Saul, 22 David entâo respondeo, e disse;
e forào-se: e ninguém houve que o eis amii a lança d’el Rei; passe cá
viesc nem o advertisse, nem aeordas- hum aos mancebos, e a tome.
m \ porque todos estav&o dormindo, 23 J e h o v a h porem pague a cada
porquanto hum profundo sono de J e­ uai sua justiça, e sua lealdade: pois
h o v a h havia cahido sobre elles. 3 eh o v a ji te tinha dado hoje em mmha

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312 I. SAMUEL, x x v n , x x v r a .
m&o, porem n&o quiz estender minha dava. vida nem a homem nem a mu­
m&o ao Ungido de J eh o v a h . lher, e tomava ovelhas, e vacas, e as­
24 E e is q u e a s s im co m o tu a v id a o nos, e camelos, e roupas; e tomava-
d ia d e h o je foi d e ta n ta e s tim a e m se, e vinha a Achis.
m e u s o lh o s : d e o u tra ta n ta e s tim a 10 E dizendo Achis, sobre onde des­
s e ia m in h a v id a e m o lhos d e J k h o v a h , tes hoje í David dizia, sobre o Sul de
e liv re -m e d e to d o tra b a lh o . Judá, e sobre o Sul dos Jerahmeleos,
25 Ent&o Saul disse a David, bemdi- e sobre o Sul doe Keneos.
to seiastu, filho meu David; assim fa­ 11 E David n&o dava vida nem a
zendo o farás, e prevalecendo preva­ homem, nem a mulher, para trazélos
lecerás : ent&o David se foi seu cami­ a Gath, dizendo; para aue porventura
nho, e Saul se tomou a seu lugar. de nos n&odenunciem, dizendo: assim
David o fez: e este era seu costume
CAPITULO XXVII. todos os dias, que habitou em tem
doe Philisteos.
T\ISSE porem David em seu cora- 12 E Achis cria a David, dizendo:
J J ç&o, ora ainda algum dia acaba­ muito aborrecivel se tem feito para
rei á m&o de Saul: nada melhor me com seu povo em Israel f pelo que me
será, do que apressadamente me es­ será por servo perpetuamente.
capar à terra dos Philisteos, para que
Saul perca a esperança de mim, paia capitulo xxvm .
mais me buscar em os termos de Isra­
el ; e assim me escaparei de sua m&o. ACONTECEO naquelles dias, que
2 Ent&o David se levantou, e passou E ajuntando os Philisteos seus exer­
elle com os seiscentos varões, que cito» à peleia, para fazer guerra a Isr*
com elle estav&o, a Achis, filho de el, disse Acnis a David; saibas de cer­
Maoch, Rei de Gath. to, que comigo sahiráà ao arraial, tue
3 E David se ficou com Achis em teus varões.
Gath, elle e seus varões, cada qual 2 Ent&o disse David a Achis; assim
oom sua casa: David com ambas suas tu saberáso que fará teu servo: e disse
mulheres, Ahinoam a Jizreelita, e Abi­ Achis a David, porisso te porei por
gail a mulher de Nabal o Carmelita. guarda de minhía cabeça para sempre.
4 E sendo denunciado a Saul, que 3 E ja Samuel èra morto, e todo Is­
David se acolhera a Gath, n&o conti­ rael o havia pranteado, e o tinhão se­
nuou mais em o buscar. pultado em Rama, que era sua cidade:
5 E disse David a Achis: se he que e Saul havia desterrado aos adevinhas
tenho achado graça em teus olhos, dé- e aos encantadores.
se-me algum lugar em alguma das ci­ 4 E ajuntar&o-se os Philisteos e vié-
dades da terra, para que habite nelle: r&o, e assentarão seu arraial em Sa­
porque porque raz&o habitaria teu ser­ nem : e Saul ajuntou a todo Israel, e
vo comtigo na cidade real 1 assentár&o seu arraial em Gilboa.
6 Ent&o lhe deu Achis naquelle dia 5 E vendo Saul o arraial dos Philip
a cidade de Tsiklag: pelo que foi Tsi­ teos, temeo, e seu coração muito se
klag dos reis de Judá até o dia de estremeceu.
hoje. 6 E perguntou Saul a J e h o v a h , po­
7 E foi o numero dos dias, que Da­ r e m J k h o v a h lh e n&o respondeo, nem
vid habitou em terra dos Philisteos, por sonhos, nem por Urim. nem por
hum anno e quatro mezes. Profetas.
8 E subia David com seus varões, e 7 Ent&o disse Saul a seus criadoe:
dav&o sobre os Gesuritas, e os Gersi- buscai me huma mulher, que tenh*
e os Amalekitas: porque desda espirito de adevinhar. para que và «-
antiguidade estes for&o os moradores ella, e consulte por ella: e seus cria-
da terra; desd’onde vás a Sur, até à dos lhe dissér&o, eis que em Endor h»
terra de Ejgypto. huma mulher, que tem espirito de
9 E David teria aquella terra, e n&o adevinhar.

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I. SAMUEL, XXIX. 313
8 E Sanl se disfraçou, e se vestio ou­ amanhã tu e teus filhos estareis co­
tros vestidos. e foi elle^ e dous varões migo : e ao arraial de Israel J e h o v a h
com elle, e de noite viérâo á mulher: dará em mâo dos Philisteos.
e disse, peço te que me adevinhes pe­ 20 E naquelle mesmo instante Saul
lo espirito de adevinhar} e me faças cahio estirado em terra, e grande­
subir a quem eu te disser. mente temeo por aquellas palavras de
9 Entâo a mulher lhe disse; eis aqui Samuel: e nâo ficou força nelle; por­
tu sabes o que Saul fez, como tem quanto todo aquelle dia e toda aquella
destruido da terra aos adevinhos e en­ noite nâo coméra pâo.
cantadores : porque pois poens tropeço 21 Então veio a mulher a Saul, é
à minha vida, para lazer-me matar* vendo, que tam turbado estava; disse-
10 Entâo Saul lhe jurou por J e h o ­ lhe ; eis que tua criada deu ouvidos a
vah , dizendo: vive J e h o v a h , que ne­ tua voz, e pôs minha alma em minha
nhum mal te sobrevirá por isto. palma, e ouvi as palavras, que me
11 A mulher entâo lhe disse: a quem disseste.
te farei subir ? e disse elle, a Samuel 22 Agora pois ouve tambem tu as
me faze subir. palavras de tua serva, e porei hum
12 Vendo pois a mulher a Samuel, Docado de pão diante de ti, e come,
clamou em altas vozes, e a mulher e haverá esforço em ti, para te pores
fallou a Saul, dizendo: porque me tens a caminho.
enganado? pois tu mesmo es Saul. 23 Porem elle o refusou?e disse ; não
13 E o rei lhe disse, nâo temas; po­ comerei; porem seus criados e a mu­
rem que he o que vés \ entâo a mulner lher aporfiarão com elle; e deu ouvi­
disse a Saul; vejo deoses, que subem dos à sua voz: e levantou-se do chão,
da teria. e assentou-se sobre huma cama.
14 E elle lhe disse; qual he seu pa­ 24 E tinha a mulher em casa huma
recer %e disse ella, hum varâo ancião bezerra cevada, e apresurou-se, e a
vem subindo, e está envolto em huma degolou, e tomou farinha, e amassou-
capa: e entendendo Saul, que Samuel a, e cozeo delia bolos azimos.
era, se inclinou com o rosto â terra, e 25 E os trouxe diante de Saul e de
se postrou. seus criados, e comérâo: depois se
15 Samuel disse a Saul; porque me levantárão, e forão aquella mesma
desenquietaste, fazendo-me subir? en­ noite.
tâo disse Saul, mui angustiado estou,
porquanto os Philisteos guerreâo con­ CAPITULO XXIX.
tra m im ; e Deos se tem desviado de
mim, e mais me não responde^ nem JA haviâo ajuntado os Philisteos
pelo ministério dos Profetas, nem por
sonhos; pelo que a ti te chamei, para
E todos seus exercitos em Aphek:
e os Israelitas assentârâo seu arraial
que me façàs saber o que hei de fazer. junto á fonte, que está em Jizreel.
16 Entâo disse Samuel, porque pois 2 E os Principes dos Philisteos se
a mim me perguntas ? pois J e h o v a h forão para lá com centenas, e com
ae tem desviado de ti, e feito teu ini­ milhares: porem David e seus varõ­
migo. es hiâo com Achis na retaguarda.
17 Porquanto J ehov ah tem feito pa­ 3 Dissérâo entâo os Maioraes dos
ra comsigo, como fallou por meu mi­ Philisteos, que fazem aqui estes He­
nistério, e tem rasgado o reino de tua breos? e disse Achis aos Maioraes
m âo, e o tem dado a teu companheiro dos Philisteos; nâo he este David, o
David. criado de Saul rei de Israel, que ja
18 Como tu nâo déste ouvidos â voz alguns dias ou alguns annos ha que
d e J e h o v a h , e não executaste o fervor esteve oomigo ? e cousa nenhuma
d e sua ira contra Amalek, porisso Je­ achei nelle desdo dia que se revoltou,
h o v a h este dia te fez isto. até o dia de hoie.
19 E J e h o v a h darà tambem a Isra­ 4 Porem os Maioraes dos Philisteos
e l cora tigo em mão dos Philisteos, e muito se indignárão contra elle; q
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314 I. SAMUEL. XXX.
dissérâo-lhe os Maioraes dos Philis­ matarão desdo menor até o maior;
teos ; faze tomar a este varâo, e tome- tam sòmente os levarão, e fe forão,
se a seu lugar, aonde o constituíste, e seu caminho.
nâo descenda comnosco à batalha, pa­ 3 E David e seus varões viérâo à ci­
ra que na batalha se nos nâo tome em dade, e eis que estava queimada a fo­
adversario: poraue com que agradaria go, e que suas mulheres, e seus filhos,
este a seu Sennor? porventura nâo e suas filhas erão levados presos.
seria com as cabeças (testes varões ? 4 Entâo David, e o povo que com
5 Nâo he este aquelle David, de elle estava, alçàrâo sua voz, e chorà-
uem huns aos outros respondiâo nas râo: até que nelles nâo houve mais
anças, dizendo: Saul ferio seusmiles,força para chorar.
porem David seus dez miles ? 5 Tambem as duas mulheres de Da­
6 Entâo Achis chamou a David, e vid forão levadas presas: Ahinoam a
Jizreelita, e Abigail a mulher de Na­
disse-lhe ; vive J e h o v a h , que recto
es, e que tua entrada e tua sahida bal o Carmelita.
comigo no arraial he boa em meus 6 E David muito se angustiou, por­
olhos; porque nenhum mal achei em que o povo fallava de apedrejâlo: por­
ti? desdo dia que a mim vieste, até o quanto o animo de todo o povo estava,
dia de hoje: porem nos olhos dos em amargura^ cada qual por seus filhos,
Principes nâo agradas. e por suas nlhas: todavia David ae
7 Assim que agora te toma, e em paz esforçou em J e h o v a h seu Deos.
te vai : para que nâo facas mal em 7 E disse David a Abiathar sacer­
olhos dos Principes dos Philisteos. dote, filho de Achimelech; traze-me
8 Entâo David disse a Achis, por­ ora aqui o Ephod; e Abiamar trouxe
que ? que fiz 1 ou que achaste em teu o Ephod a Ifevid.
servo, desdo dia que estive perante 8 Entâo consultou David a J e h o v a h ,
tua face, até o dia de hoje: para que dizendo; seguirei a esta tropa? al-
nâo vâ, e peleje contra os inimigos cança-la-hei ? e disse-lhe; segue-a:
dJel rei meu Senhor ? porque de certo a alcançarás, e tudo
9 Respondeo porem Achis. e disse libertarás.
a David, bem o sei; ena verdade, que 9 E foi David, elle e os seiscentos
em meus olhos es aceito como hum varòes, que estavâo com elle, e che­
Anjo de Deos: porem dissérão os Mai­ gárâo ao ribeiro de Besor, aonde se
oraes dos Philisteos; nâo suba este ficou hum resto.
comnosco à batalha. 10 E seguio os David, elle e os qua­
10 Agora pois amanhã de madru­ tro centos varões: porem duzentos va­
gada te levanta com os criados de teu rões s^ ficàrâo, por tam cansados es­
Senhor, que tem vindo comtigo: e le­ tarem, que nâo pudérâo passar o ribe­
vantando-vos pela manhâ de madru­ iro de Besor.
gada, e vendo a luz, parti-vos. 11 E achárão hum varâo Egypcio no
11 Entâo David de madrugada se campo, e o trouxérâo a Davia: e de-
levantou, elle e seus varões, para se râo-lne pâo, e comeo, e dérâo-lhe de
partirem pela manhâ, e se tomarem beber agua.
â terra dos Philisteos: e os Philisteos 12 Derâo lhe tambem hum pedaço
subirão a Jizreel. de massa de figos passados, e dous ca­
chos de passas, e comeo, e seu espiri­
CAPITULO XXX. to se tomou a elle: porque em tres
dias e tres noites nem coméra pâo,
UCCEDEO pois que, chegando Da­ nem bebéra agua.
S vid e seus varões o terceiro dia 13 Entâo David lhe disse, cujo es !
a Tsiklag, ja os Amalekitas com im- e d’onde es? e disse o moço Egyp­
peto haviâo dado no Sul, e em Tsiklag, cio ; sou servo de hum varâo Amale-
e ferido a Tsiklag, e o posto a fogo. kita, e meu Senhor me deixou; por­
2 E as mulheres, que estavâo nella, quanto tres dias ha que adoeci.
levarão prisioneiras, porem a ninguém 14 Com impeto nòs demos na ban-

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I. SAMUEL, XXXI. 315
ba do sol doa Cherethitas, e no que he rá a parte dos que ficàrâo com a ba­
de Judá, e na banda do sul de Caleb: gagem ; igualmente partirão.
e a Tsiclag aueimàmos a fogo. 25 O que assim foi desde aquelle dia
. 15 E disse-lhe David, poderias des­ em diante: porquanto o pôs por esta­
cendendo me guiar a esta tropa I e tuto e direito em Israel, até o dia de
disse elle, por Deos me jura, que me hoje.
náo matarás, nem me entregarás em 26 E chegando David a Tsiklag, en­
mâo de meu Senhor; e descendendo viou do despojo aos Anciãos de Judá,
4e guiarei a esta tropa. seus amigos, dizendo: eis ahi para
16 E descendendo o guiou; e eis vósoutros huma benção do despojo dos
aue estav&o espalhados sobre a face inimigos de J e h o v a h .
-ae toda a terra, comendo, e bebendo, 27 Convem a saber aos de Beth-El, e
« dançando, por todo aouelle grande aos de Ramoth do Sul, e aos de Jatter.
despojo, que tomarão da terra dos 28 E aos de Aroer, e aos de Siph-
Philisteos, e da terra de Judá. moth, e aos de Esthemoa.
17 E ferio os David desdo lusco e 29 E aos de Rachai, e aos que es-
fosco até a tarde de seu dia seguinte, tavão nas cidades Jerahmeelitas, e
e nenhum delles escapou, senáo sô nas cidades dos Keneos.
quatro centos mancebos, que subiráo 30 E aos de Horma, e aos de Cor-
a camelos, e fugirão. Asan, e aos de Athak.
18 Assim livrou David tudo quanto 31 E aos de Hebron: e a todos os
tomàráo os Amalekitas: tambem a su­ lugares, em que andára David, elle e
as doas mulheres livrou David. seus varões.
19 E ninguém lhes faltou, desdo me­
nor até o maior, e até os filhos e filhas, CAPITULO XXXI.
e tambem desdo despojo até tudo
quanto lhes tinhão tomado: tudo Da­ S Philisteos pois pelejàrào contra
vid tomou a trazer. O Israel: e os varões de Israel fu­
20 Tambem tomou David todas as girão de diante dos Philisteos, e cahí-
ovelhas e vacas: e levavâo as diante rão atravessados na montanha de Gil-
do de mais gado, e dizião, este he o boa.
despojo de David. 2 E os Philisteos apertárão com Saul
21 E chegando David aos duzentos e seus filhos: e os Philisteos matàrâo
varões, que tam cansados ficarão, que a Jonathan, e a Abinadab, e a Mal-
náo pudérão seguir a David, e qne chisua, filhos de Saul.
deixarão ficar ao ribeiro de Besor, es­ 3 E a peleja se agravou contra Saul,
tes sahirâo ao encontro a David, e ao e os frecheiros o alcançàrão; e muito
povo que com elle vinha: e checando- temeo aos frecheiros.
se David ao povo, perguntou-lhe, co­ 4 Então disse Saul a seu pagem de
mo se achavão. armas, arranca tua espada, e atraves­
22 Entâo todos os mãos e filhos de sa-me com ella, para que porventura
Belial dentre os varões, que haviâo não venhâo estes inoircuncisos, e me
ido com David, respondéráo e disse­ atravessem, e de mim escarneçáo;
rão ; porquanto náo forão comnosco, porem seu pagem dermas não quiz,
não lnes daremos do despojo, que li­ porquanto temia muito : então Saul to­
bertámos : mas cada qual sua mulher mou a espada, e lançou-se sobre ellu.
e seus filhos leve, e vá-se. 5 Vendo pois seu pagem de arma s
23 Porem David disse; assim não que Saul ja era morto, tambem elle se
fareis, irmãos meus, com o que J eho ­ lançou sobre sua espada, e morreo
v ah nos deu, e nos guardou, e entre­ juntamente com elle.
gou a tropa, que contra nôs vinha, em 6 Assim faleceo Saul,e seus tres filhos,
nossas mãos. e seu pagem de armas, e tambem todos
24 E quem em tal caso vos daria ou­ seus varòes juntamente aquelle dia.
vidos ? porque qual he a parte dos que 7 E vendo os varões do Isrsiel. que
fle^enuerão à peleja, tal tambem se­ estavâo desta banda do valle, e desta

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316 n . SAMUEL, t.
banda do Jord&o, que os varões de 10 E puzérào suas armas no templo
Israel fugirào. e que Saul e seus filhos de Astharoth: e seu oorpoaffizàiào
erão mortos, aesamparárào as cidades, no muro de Beth San.
e fugirão, e viérâo os Philisteos, e ha- 11 Ouvindo entào isto os moradores
bitârâo nellas. de Jabes de Gilead, o que os Philis­
8 Succedeo pois que, vindo os Philis­ teos fizéráo a Saul:
teos o dia seguinte, a despojar os mor­ 12 Todo varão valoroso se levantou,
tos, achárão a Saul e a seus tres filhos, e caminhàrào toda a noite, e tiràràoo
estirados na montanha de Gilboa. corpo de Saul, e os corpos de seus
9 E cortarão ihe a cabeça, e o des- filhos do muro de Beth San: e vindo
pojárào de suas firmas, e enviârâo pe­ a Jabes, os queimàr&o.
la terra dos Philisteos ao redor, a ae- 13 E tomárão seus ossos, e os sepul-
nunciàlo no templo de seus idolos, e tàrâo debaixo de hum arvoredo em
entre o povo. 1Jabes, e jejumàr&o sete dia».

0 SEGUNDO L I V R O DE S A M U E L .

CAPITULO I.
9 Entào elle me disse; ora te arre­
messa sobre mim, e mata-me; qoe es­
ACONTECEO depois da morte ta saia de malha me deteve; pois ain­
E de Saul, que, tornando se David da minha vida totalmente està em
da desfeita dos Amalekitas, e ficando mim.
se David dous dias em Tsiclag: 10 Arremessei-me pois sobre elle, e
2 Succedeo ao terceiro dia, que eis o matei; porque bem sabia eu, que
que hum varào veio do arraial, de nào viveria depois de sua quèaa: e
Saul, com os vestidos rotos, e com ter­ tomei a coroa que em sua caoeça, e a
ra sobre a cabeça: e foi que, chegan­ manilha que em seu braço trazia, e
do elle a David, se lançou no chão, e as trouxe aqui a meu Senhor.
se inclinou. 11 Entào travou David de seus vesti­
3 E David lhe disse, donde vens? e dos, eos rasgou: como tambem todos
elle lhe disse; escapei do exercito de os varões, que estavâo com elle.
Tsrael. 12 E pranteárão, e choràr&o, e jeju-
4 E disse-lhe David; que houve? màrão,até a tarde por Saul, e por Jona­
conta m7o era: e disse, que o povo fu­ than seu filho, e pelo povo ae Jeho-
gira da peleja, e como muitos do po­ v a h , e pela casa de Israel, porquanto
vo cahírão e morrérâo, assim tambem haviào cahido à espada.
Saul e Jonathan seu filho erào mortos. 13 Disse entào David ao mancebo,
5 E disse David ao mancebo, que lhe que lhe trouxéra as novas, donde es
trazia as novas: como sabes tu, que tu ? e disse elle, sou filho de hum va­
Saul morto he, e Jonathan seu filho ? rào estrangeiro, Amalekita.
6 Entâo o mancebo, que as novas 14 E David lhe disse: como ? n&o te­
lhe trouxéra, disse ; a caso cheguei á meste de estender tua mão, para fazer
montanha de Gilboa, e eis que Saul algum dano ao Ungido de J e h o v a h .
estava encostado sobre sua lança: e 15 Entào chamou David a hum dos
eis que carros e Capitaens de cavalla- mancebos, e disse: chega, e arremete
ria apertavào com elle. com elle: e ferio-o, e morreo.
7 E olhando elle por de tras de si, 16 E disse-lhe David; teu sangue
me vio a mim, e chamou-me; e eu seja sobre tua cabeça: que tua própria
disse, ei8-me aqui. boca testeficou contra ti, dizendo; eu
8 E elle me aisse; quem es tu ? e matei ao Ungido de J e h o v a h .
eu lhe disse; sou Amalekita, 17 E lamentou David a Saul e a Jo-

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D. SAMUEL, lí. 317
nathan seu filho, com esta lamenta­ rões que estavâo com elle, cada qual
ção: com sua familia: e habitârâo nas ci­
18 Dizendo elle, que ensinassem aos dades de Hebron.
* filhos de Judá a tirar de arco : o que 4 Entâo viérâo os varões de Judá,
eis que estâ escrito no livro do Recto. e ungirão ali a David por Rei sobre a
19 Ah ornamento de Israel! em te­ casa de Judá: e denunciárâo a David,
us altos foi ferido: como cahirâo os dizendo; os varões de Jabes de Gile­
Valentes! ad sâo os que sepultàrâo a Saul.
20 Nâo o denuncieis em Gad, nâo 5 Entâo enviou David mensageiros |
deis as novas nas roas de Ascakm: pa­ aos varões de Jabes em Gilead, e dis- j
ra qne as filhas dos Philisteos se nâo se-lhes; bemditos vósoutros de J e h o ­
alegrem, nara que as filhas dos incir- v a h , que fizestes tal beneficencia a
cuncisos de contentamento nâo saltem. vosso Senhor, a Saul, e o sepultastes! i
21 Vós montes de Gilboa, nem orva­ 6 Agora pois J e h o v a h use comvos­
lho, nem chuva haja sobre vós, nem co de beneficencia e fieldade : e tam- ,
campos de offertas alçadicas: pois ahi bem eu vos farei este bem, porquanto !
rezivelmente foi arrojado o escu- fizestes isto. |
n os Valentes, o escudo de Saul, co­ 7 Vossas mâos pois agora se esfor-
mo se nâo fora Ungido com oleo. çem, e sede varões valentes; pois Saul
22 Nem do sangue dos feridos, nem vosso Senhor he morto: mas tambem
da gordura dos Valentes, o arco de Jo­ os da casa de Judá me ja ungirão por
nathan nunca se retirou para tras: nem rei sobre si.
a espada de Saul se tournou vazia. 8 Porem Abner filho de Ner, maio­
23 Saul e Jonathan, tam amados e ral do exercito de Saul, tomou a Isbo-
queridos em sua vida, nem ate em sua seth, filho de Saul, e o passou a Ma- *
morte forão apartados: erão mais li­ hanaim.
geiros que aguias, mais fortes que 9 E o constituio por rei sobre Gile­
ad, e sobre os Asuntas, e sobre Jizreel,
24 Vós filhas de Israel, chorai por e sobre Ephraim, e sobre Benjamin,
Saul, que vos vestia de escarlata em e sobre toao Israel.
delicias, que vos fazia trazer orna­ 10 De idade de quarenta annos era
mentos de ouro sobre vossos vestidos. Isboseth; filho de Saul, quando come­
25 Como cahijrâo os Valentes em me­ çou a reinar sobre Israel; e reinou o
io da peleja! Jonathan em teus altos segundo anno: tam somente os da ca­
foi fendo. sa de/Judá seguiâo a David.
26 Angustiado estou por ti, irmâo 11 E foi o numero dos dias, que Da­
meu Jonathan; quam amabilissimo vid reinou em Hebron sobre a casa de
me eras! mais maravilhoso me foi Judá, sete annos e seis mezes.
teu amor, que o amor das mulheres. 12 Entâo sahio Abner, filho de Ner,
27 Como cahirâo os Valentes, e pere­ com os servos de Isboseth, filho de
cerão as armas de guerra! Saul, de Mahanaim a Gibeon.
13 Sahirâo tambem Joab, filho de
Tseruia, e os servos de David, e en-
CAPITULO n . contrârâo-se huns com os outros ao
ACONTECEO depois d7isto, que tanque de Gibeon: e parárâo-se estes
E David consultou a J e h o v a h , di­ dJaquem do tanque, e os outros d’alem
zendo ; subirei a alguma das cidades do tanque.
de Judá? e disse-lhe J e h o v a h ? sube: 14 E disse Abner a Joab, deixa le­
e disse David, para onde subirei ? e vantar-se os mancebos, e juguem pe­
disse, para Heferon. rante nós: e disse Joab; levantem-se.
2 E subio David para lâ, e tambem 15 Entâo 6e levantarão e passàrâo
suas duas mulheres, Ahinoam a Jiz- por conta, doze de Benjamin, de parte
reelita, e Abigail, a mulher de Nabal ae Isboseth, filho de Saul; e doze dos
o Carmelita. servos de David.
3 Fez tambem David subir aos va­ 16 Ecada qual lançou mâo da cabeça

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318 n . SAMUEL, ra.
hum do outro, e metteo-lhe a espada pe­ 28 Entâo Joab tocou a bozina, e todo
la ilharga, e cahirâo juntamente: don­ o povo parou, e nâo seguirão mais em-
de se chamou aquelle lugar Helkath pos de Israel: e tampouco pelejarão
Hatsurim, que está iunto a Gibeon. mais.
17 E houve aquelle dia huma mui 29 Assim que Abner e seus varòes to­
ardua peleja: porem Abner e os va­ da aquella noite se forão pela campa­
rões de Israel forão feridos diante dos nha : e passando o Jordão, caminhàrâo
servos de David. por todo Bithron, e viérâo a Mahanaim.
18 E estavâo ali os tres filhos de Tse- 30 Tambem Joab se tomou de em­
ruia. Joab e Abisai, e Asael: e Asael pós de Abner, e aiuntou a todo o povo:
era ligeiro de pés, como huma das ca­ e dos servos de David faltàrâo aez e
bras monteses, que ha no campo. nove varões, e Asael.
19 E Asael seguio empòs de Abner: 31 Porem os servos de David ferirão
e nâo se desviou de seguir empòs de de Benjamin, e dentre os varões de
Abner, nem à mào direita, nem a es­ Abner, a trezentos e sessenta varões,
querda. que ali ficàrâo mortos.
20 E olhando Abner tras si, disse; 32 E levantârâo a Asael, e sepulta­
es tu este, Asael 1 e disse elle, eu sou. rão o na sepultura de seu pai, que es­
21 Entâo lhe disse Abner, aesvia-te tava em Bethlehem: e Joab e seus
à tua mão direita, ou á tua esquerda, varões caminhàrâo toda aquella noite,
e lança mào de hum dos mancebos, e e amanheceo-lhes em Hebron.
toma-te seus vestidos: porem Asael se
nâo quiz desviar de empós delle. CAPITULO m.
22 Entâo Abner tornou a dizer a As­
ael ; desvia te de empòs de mim: por­ HOUVE guerra larga e n tT e a casa
que ferindo te darei em terra ? e co­
mo levantaria meu rosto perante teu
E de Saul, e a casa de David: po­
rem David se hia fortificando; mas os
irmâo Joab í da casa de Saul se hiâo enfraquecendo.
23 Porem nâo se querendo elle des­ 2 E a David nascérâo filhos em He*
viar, Abner o ferio com o conto da bron: e foi seu primogênito Amnon,
lança pela quinta costella, e a lança de Ahinoam a Jizreelita.
lhe sahio por de tras, e cahio ali, e 3 E seu segundo Chileab, de Abigailr
morreo naquelle mesmo lugar: e foi mulher de Nabal o Carmelita: e o ter­
que todos quantos chegavâo ao lugar, ceiro. Absalào, filho de Maaka, filha
aonde Asael cahira e morréra, se pa­ de Tnalmai, rei de Gesur.
ravâo. 4 E o quarto Adonias, filho de Hag-
24 Porem Joab e Abisai seguirão em­ gith: e o quinto Sephatias, filho de
pòs de Abner: e o sol se pôs, chegan­ Abital.
do elles ao outeiro de Ammà, que està 5 E o seisto Jithream, de Egla, tam­
diante de Giah, junto ao caminho do bem mulher de David: estes nascérâo
deserto de Gibeon. a David em Hebron.
25 E os íilhos de Benjamin se ajun­ 6 E havendo guerra entre a casa de
tarão empòs de Abner, e fizérâo hum Saul, e a casa de David, succedeo, que
esquadrão, e puzérào-se no cume de Abner se esforçava na casa de Saul.
hum outeiro. 7 E tivéra Saul huma concubina, cu­
26 Entâo Abner bradou a Joab, e jo nome era Rispa, filha de A ia : e
disse; para sempre consumirá a espa­ disse Isboseth a Aüner, porque entras­
da ? não sabes tu, que ao fim haverá te à concubina de meu pai ?
amargura ? e até quando náo has de 8 Entâo se anojou Abner muito pe­
dizer ao povo, que se torne de seguir las palavras de Isboseth, e disse ; sou
após seus irmãos. eu cabeça de cão, que pertença a Ju­
27 E disse Joab: vive Deos, que, se dá? ainda hoje faço beneficencia a
não houvéras fallado, ja desíde pela casa de Saul teu pai, a seus irmãos, e
manhâ o povo se houvéra desviado de a seus amigos, e te não entreguei em
cada hum perseguir a seu irmão. mâos de David? para que hoje me es-

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n . SAMUEL, m . 319
tjuadrinhes áçerca da maldade de hu­ 21 Entào disde Abner a David, eu
ma mulher. me levantarei, e irei, e ajuntarei a el
9 Assim faça Deos a Abner, e a«um Rei meu Sennor todo Israel, para fa­
lhe acreceate, q u e como J e h o v a h ju­ zerem alJiança comtigo; e tu reina­
rou a David, assim lhe hei de fazer: rás em tudo, como desejar tua alma:
10 Transportando o reino da casa de assim despedio David a Abner, e foi-
Saul, e levantando a cadeira de David se em paz.
sobre Israel e sobre Judá, desde Dan 22 E eis que os servos de David e
até Berseba. Joab viérâo de huma tropa, e traziào
11 E nem ainda huma palavra podia comsigo grande despojo: e ja Abner
resjwnder a Abner: porquanto temia nào estava com David em Hebron;
porque o havia despedido, e tinha-se
12 Entâo mandou Abner de sua par­ ido em paz.
te mensageiros a David; dizendo; cuia 23 Chegando pois Joab, e todo o
he a terra ? e disse mais, faze tua alíi- exercito que vinha com elle, dérào
ança comigo, e eis que minha mâo se­ aviso a Joab, dizendo: Abner, filho de
rà comtigo, para tomar a ti a todo Ner, veio a el R ei: e despedio-o, e
Israel. foi-se em paz.
13 E dis6e David; bem, eu farei com­ 24 Entào Joab entrou ao Rei, e dis­
tigo alliança: porem huma cousa te se ; que fizeste ? eis que Abner veio
peço, dizendo; nào veràs minha face, a ti; porqne pois o despediste, que
ee primeiro me nào trouxeres a Mi­ tam livremente se fosse.
chal, filha de Saul, quando vieres a 25 Bem conheces a Abner, filho de
ver minha face. Ner, aue te veio a enganar, e a saber
14 Tambem enviou David mensa­ tua sanida e tua entrada, e a entender
geiros a Isboseth, filho de Saul, dizen­ tudo quanto fazes.
do: dá’jne minha mulher Micnal, que 26 E sahindo se Joab de David, en­
desposei comigo por cem prepúcios de viou mensageiros apôs Abner, e o tor-
Philisteos. nàrâo a trazer desdo poço de Sira:
15 E enviou Isboseth, e a tomou ao sem que David o soubesse.
marido: a saber a Paltieí, filho de Lais. 27 Tornando pois Abner a Hebron,
16 E foi seu marido com ella, ca­ Joab o desviou à entrada da portfi^ a
minhando, e chorando após ella, até fallar com elle em segredo: e ferio-o
Bahurim: entào lhe disse Abner; vai- ali pela quinta costella, e morreo, por
te agora, torna-te ; e tornou-se. causa do sangue de Asael seu irmâo.
17 E praticàra Abner com os An­ 28 O que David depois ouvindo, dis­
ciãos de Israel, dizendo: ja muito ha se ; innocente sou eu, e meu Reino,
que procuráveis, que David fosse rei para com J e h o v a h para sempre do
sobre vósoutros. sangue de Abner, filho de Ner.
18 Fazei o pois agora: porquanto Je­ 29 Fique se sobre a cabeça de Joab,
h o v a h fallou a David, dizendo; pela e sobre toda a casa de seu pai: e nun­
mâo de David meu 6ervo livrarei meu ca da casa de Joab falte quem padeça
povo das màos dos Philisteos, e das fiuxo^ nem leproso, nem quem se te­
mâos de todos seus inimigos. nha a espada, nem quem tenha min-
19 E fallou tambem Abner o mesmo goa de pào.
perante os ouvidps de Benjamin: e 30 Assim Joabe Abisai seu irmâo ma-
ioi-se tambem Abner a dizer perante tàrão a Abner: porquanto matára a
os ouvidos de David em Hebron, tudo Asael seu irmâo, na peleja em Gibeon
quanto parecia bem em olhos ae Is­ 31 Disse pois David a Joab, e a todo
rael; e em olhos de toda a casa de o povo que com elle estava; rasgai
Benjamin. vossos vestidos, e cingi-vos de saccos,
20 E veio Abner a David a Hebron, e ide pranteando diante de Abner: e
« vinte varões com elle : e David fez o Rei David hia de tras da tumba.
banquete a Abner, e aos varòes, que 32 E sepultando a Abner em Hebron,
com elle vinhão. o rei levantou sua voz, e chorou à

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320 II. SAMUEL, IV, V.
sepultura de Abner; e chorou todo tomou, e se acolheo: e foi que, apres­
o povo. sando-se ella a fugir, elle cahia e
33 E pranteando o rei a Abner disse, ficou coixo, e seu nome era Mephibo-
como! morreo Abner como morre o seth.
cobarde ? 5 E forão os filhos de Rimmon o
34 Tuas mãos nâo estavâo atadas, Beerothita, Rekab e Baena. e entràrto
nôm teus pés em grilhões de bronze em casa de Isboseth, inao ja o dia
ligados ; mas cahiste como os que ca- encalmando: estando elle deitado a
hem diante de filhos de maldade! en­ dormir ao meio dia.
tâo todo o povo chorou muito mais 6 E ali entrârâo até o meio da casa,
por elle. coroo que vinhão a tomar trigo; e o fe­
35 Entâo todo o povo veio a fazer rirão na quinta costella: e Rekab, e
comer pâo a David, sendo ainda de Baenâ seu irmâo se escapárâo.
dia: porem David jurou, dizendo: as­ 7 Porque entrârâo em sua casa, estan­
sim Deos me faça, e assim me acre- do elle na cama deitado em sua reca­
cente, se, antes que o sol se ponha, mara : e o ferirão, e o matàrâo, e cor-
gostar pâo, ou algnma cousa ? tàrâo-lhe a cabeça: e tomando sua
36 O que todo o povo entendendo, cabeça, forâo-se toda a n oite, cami­
bem pareceo em seus olhos: assim nhando pela campanha.
que tudo quanto o rei fez, pareceo bem 8 E trouxérão a cabeça de Isboseth
em olhos de todo o povo. a David a Hebron, e dissérâo ao Rei,
37 E todo o povo, e todo Israel en- eis aqui a cabeça de Isboseth, filho de
tendérão aquelle mesmo dia, que nâo Saul teu inimigo, que te procurava a
vinha do rei, que matassem a Abner, morte: assim J e h o v a h o dia de hoie
filho de Ner. a el Rei meu Senhor deu vingança ae
38 Entâo disse o rei a seus servos: Saul, e de sua semente.
nào sabeis que o dia de hoje cahio em 9 Porem respondendo David a Re-
Israel hum principe, e hum Grande? kab, e a Baena seu irmâo, filhos de
39 Que eu ainda sou tenro, e de novo Rimmon o Beerothita, disse-lhes: vive
ungido por re i; e estes varões, filhos J e h o v a h , que redemio minha alma
de Tseruia mais duros que e u : Jeho­ de toda ansia:
vah pagará ao malfeitor, conformô à 10 Que, pois a aquelle que me trouxe
sua maldade. novas, dizendo; eis que Saul morto
he; parecendo-lhe porem em seos
CAPITULO IV. olhos, que era como quem traz boas
novas; eu logo lançei mâo delle, e
UVINDO pois o filho de Saul, que matei o em Tsiklaç: cuidando elle
O Abner morréra em Hebron, as
mâos se lhe affroxàrâo: e todo Israel
que eu porisso lhe desse alvíçaras:
11 Quanto mais, a impios varões,
pasmou. que matàrâo a hum varâo justo em sua
2 E tinha o filho de Saul dous va­ casa sobre sua cama: agora pois não
rões, Capitaens de tropas: e era o requereria eu seu sangue de vossas
nome de hum Baena, e o nome do ou­ mâos, e vos tiraria da terra?
tro Rekab, filhos de Rimmon o Bee- 12 E mandou David a seus mance­
rothita, dos filhos de Benjamin: por- bos, que os matassem; e cortárão-lhes
ue tambem Beeroth se contava por os pés e as mâos, e os pendurarão so­
e Benjamin. bre o tanque de Hebron: porem a ca­
3 E havião-se acolhido osBeerothitas beça de Isboseth tomárâo, e a sepul-
a Gitthaim: e ali haviâo peregrinado tàrâo na sepultura de Abner em He­
até o dia de hoje. bron.
4 E Jonathan, filho de Saul, tinha
hum filho aleijado de ambos os pés:
sendo de idade de cinco annos, quan­ CAPITULO V.
do as novas da desfeita de Saul e Jo­ ftTAO todas as tribus de Israel
nathan viérâo de Jizreel, e sua ama o E viérão a David a Hebron: e fal-

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H. SAMUEL, VI. 321
l&iâo, dizendo; eis-nos aqui, teus ossos 14 E estes são os nomes dos que lhe
e toa came somos. na8cérào em Jerusalem: Sammua, e
2 E tambem d’antes, sendo Saul ain­ Sobab, e Nathan, e Salamão.
da Rei sobre nosoutros, eras tu o que 15 E Jibchar, e Elisua, e Nepheg, e
sahias e entravas com Israel: e tam­ Japhia.
bem J e h o v a h te d i s s e ; tu apascenta­ 16 E Eiisama, e -Eliada, e Eliphelet.
rás a meu povo de Israelj e tu serás 17 Ouviudo pois os Philisteos, que
Gaia sobre Israel. havião ungido a David por rei sobre
3 Assim pois todos os Anciãos de Is­ Israel, todos os Philisteos subirão em
rael vierão ao Rei a Hebron; e o Rei busca de David: o que David ouvindo,
David fez com elles alliança em He­ descendeo á fortaleza.
bron, perante a face de J eh o v a h : e 18 E os Philisteos viérâo, e estende­
ungirão a David por Rei sobre Israel. rão se pelo valle de Rephaim.
4 De idade de trinta annos era Da­ 19 E David consultou a J e h o v a h .
vid, quando começou a reinar: qua­ dizendo; subirei contra os Philisteos f
renta annos reinou. dálos has em minhas mãos ? e disse
5 Em Hebron reinou sobre Judá sete J e h o v a h a David, sube ; porque cer*
annos e seis mezes: e em Jerusalem tamente darei os Philisteos em tuas
reinou trinta e tres annos, sobre todo mãos.
Israel e Judá. 20 Então veio David a Baal Prasim;
6 E partio-se o Rei com seus varões e ferio-os ali David, e disse ; quebran­
1 Jerusalem, contra os Jebuseos que tou J eh o v a h a meus inimigos diante
habita vão naquella terra; e fallárâo a de mim, como quebrantamento de
David, dizendo; não entrarás aqui; aguas: porisso chamou o nome da­
que os cegos e os coixos te rechaça- quelle lugrar Baal Prasim.
ião d7aqui; quer dizer; não -entrara 21 E deixárão ali seus idolos: e Da­
David aqui. vid e seus varões os tomárão.
7 Porem David tomou a fortaleza de 22 E os Philisteos tornárão a subir, e
Sion: esta he á cidade de David. estendérão-se pelo valle de Rephaim.
8 Porque David disséra aquelle dia, 23 E David consultou a J e h o v a h , o
qualquer que ferir aos Jebuseos^ e qual disse; não subirás: mas rodéa
chegar ao canal, e aos coixos e aos por de trás delles, e virás a elles por
cegos, que a alma de David aborrece, em fronte dos moreiraes.
será Cabeça e Maioral: porisso se diz; 24 E será que, ouvindo tu hum estron*
nem cego nem coixo entrarã nesta do de andadura pelas copas dos morei­
casa. raes, entáo te apressarás: porque en­
9 Assim que David habitou na fòrtár tâo ja tem sahiao J e h o v a h diante de
leza; e chamou-lhè, a cidade de Da­ ti, a ferir ao arraial dos Philisteos.
vid : e David foi edificando ao redor, 25 E fez David assim como J e h o v a h
desde Millò até dentro. lhe mandára: e ferio aos Philisteos
10 E hia-se David cada vez mais aug- desde Gibea, até chegares a Gézer.
mentando e crescendo: porque J e h o ­
v a h Deos dos exercitos era com elle.
H E Hiram, rei de Tiro enviou men­ ^ CAPITfJLO VI .
sageiros a David, e madeira de cedro, TORNOU David a ajuntar a todos
e carpenteiros e pedreiros: e edifica­
rão a David huma casa.
E os escolhidos de Israel, trinta mil.
2 E levantou-se David, e foi-se com
12 E entendeo David, que J e h o v a h todo o povo, que tinha comsigo, de
o confirmára por rei sobre Israel: e Baalim de Judá: a fazer subir d’ali a
que exalçára seu reino, por amor de Arca de Deos, junto a qual se invoca
•eu povo Israel. o nome, o nome de J e h o v a h dos ex*
13 E tomou David mais concubinas eroitos, que se assenta entre os Che­
e mulheres de Jerusalem, depois que rubins.
viéra de Hebron : e nagcérão a David 3 E puzérão a Arca de Deos em hum
J&ait filhos e filhas. carro novo, e a levárão de casa de
14*
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322 n. SAMUEL, VII.
Abinadab, que está em Gibea: e Uza ianela; e vendo ao rei David ciu hia
e Ahio, filhos de Abinadab guiavão o balhando e saltando diante da lace de
carro novo. J e h o v a h , o desprezou em seu coração.
4 E levando o da casa de Abinadab, 17 E introduzindo a Arca de J eh o ­
que está em Gibea, com a Arca de v a h , a puzérão em seu lugar, na ten­
Deos, Ahio hia diante da Arca. da, que David lhe armara: e offereceo
5 E David, e todá a casa de Israel David holocaustos e offertas gratificas
faziào alegrias perante a face de J e ­ perante a face de J e h o v a h .
h o v a h , com toda sorte de instrumentos 18 E acabando David de offerecer os
de pâo de faia: como com harpas, e holocaustos e offertas gratificas, aben-
com alaúdes, e com tamboris, e com oou ao povo em o nome de J eho v a h
pandeiros, e com címbalos. os exercitos.
6 E chegando à eira de Nachon, 19 E répartio a todo o povo, ç a toda
estendeo Uza sua mão à Arca de De­ a multidão de Israel, desdos varões
os, e teve mâo nella ; porque os bois até as mulheres, a cada hum hum bolo
se desviavâo. de pãm, e hum bom pedaço de carnel
7 Entâo a ira de J ehovah se encen- e hum frasco de vinno: então se foi
deo contra Uza, e Deos ferio O ali por todo o povo, cada hum para sua casa.
esta imprudência: e morreo ali junto 20 E tomando David para abençoar
à Arca de Deos. a sua casa, Michal, a filha de Saul sa­
8 E David se anojou, porquanto J e ­ hio a David ao encontro, e disse;
hovah abrira abertura em Uza: e cha­ quam honrado foi el Rei de Israel,
mou aquelle lugar, Peres Uzà, até o nescubrindo-se hoje perante os olhos
dia de noje. das B erv as de seus servos, como sem
9 E temeo David a J ehovah aquelle pejo se descubre algum dos vadios.
d ia : e disse, como virà a mim a Arca 21 Disse porem David a Michal; pe­
de J ehovah 1 rante a face de J e h o v a h , que me esco-
10 E nâo quiz David retirar a si a lheo mais que a teu pai, e a toda sua
Arca de J ehovah à cidade de David: casa, mandando-me que fosse Guia so­
antes David a fez levàr à casa de Obed bre o povo de J e h o v a h , sobre Israel:
Edom o Getheo. perante a face de J ^ h o ^ a h |enho fei­
11 E ficou a Arca de J ehovah em to alegrias.
casa de Obed Edom o Getheo, tres 22 E ainda mais que isto me envile­
mezes: e abençoou J ehovah a Obed cerei, e me humilharei em meus olhos:
Edom, e a toda Sua casa. e com as servas, de quem fallas-te,
12 Entào denunciarão a David, di­ com ellas serei honrado.
zendo; abençoou J ehovah a casa de 23 E Michal, a filha de Saul não te­
Obed Edom, e a tudo quanto tem, por ve fijhos, até o dia de suíumorte.
amor da Arca de Deos: assim que foi
David, e trouxe a riba a Arca de De­
os, da casa de Obed Edom, â cidade CAPITULO VII.
de David, com alegria. Tj^ SUCCEDEO que, estando o rei Da-
13 E era, como os que levavâq a J li vid em sua casa, e que J e h o v a h
Arca de J ehovah, haviâo andado seis lhe tinha dado descanso de todos seus
passos, sacrificava bois e carneiros ce­ inimigos do redor:
vados. 2 Disse o rei ao Propheta Nathan,
14 E David saltava com toda força olha agora, eu moro em casa de ce­
diante da face de J ehovah : e era Da­ dros, e a Arca de Deos mora em meio
vid cingido com hum Ephod de linho. de cortinas.
15 Assim subindo leva vão David e 3 E disse Nathan ao rei; vai, e fa­
todo Israel a Arca de J ehovah, com ze tudo quanto está em teu coração:
jubilo, e com soido de trombetas. porque J e h o v a h he comtigo.
16 E foi que, entrando a Arca de J e ­ 4 Porem succedeo aquella mesma
h o v a h na cidade de David, Michal, noite, que a palavra de J e h o v a h veio
a filha de Saul estava olhando desda a Nathan, dizendo.

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II. SAMÜEL, VII. 328
5 Vai, è dize a meu servo, a David, perante a face de J eh o v a h : e disse :
assim d iz J e h o v a h : tu me edificarias quem sou eu, Senhor J e h o v a h , e qual
casa para minha habitação ? he minha casa, que me trouxeste até
6 Porque em casa nenhuma habitei, aqui?
desdo aia que fiz subir aos filhos de 19 E ainda pouco foi isto diante de
Israe! de Egypto, até o diá de hoje: teus olhos, Senhor J e h o v a h , senâo
mas andei em tenda e em taberna- que tambem fallaste da Casa de teu
eiilo. , servo de muito tempo antes: e isto
7 E todo lugar que andei com todos segundo a lei dos homens, Senhor J e ­
os fihos de Israel, fallei porventura hovah !
alguma palavra com alguma das tribus 20 E que mais te fallara ainda Da­
de Israel, a quem haja mandado apa- vid ? pois tu conheces bem a teu serro,
scenUr a meu povo de Israel, dizendo: Senhor J e h o v a h !
porque me nào edificais casa de cedros! 21 Por tua palavra, e segundo teu
8 Agora pois^assim dirás a meu servo, coração fizeste toda esta grandeza: fa­
a David ; assim diz J e h o v a h dos ex­ zendo a saber a teu servo.
ercitos ; eu te tomei da malhada de 22 Portanto grandioso es, J e h o v a h
tras das ovelhas: para que fosses Guia Deos: porque ninguém he como t u ;
sobre meu povo, sobre Israel. e não ha outro Deos, senão tu só, se-
9 E fui comtigo, aonde quer que fo- gundp tudo o que temos ouvido com
ate, e destrui a teus inimigos diante nossos ouvidos.
ce t i : e te fiz grande nome, comó o 23 E quem ha como teu povo, como
nome dos grandes, que ha na terra. Israel, gente unica na terra ? a quem
10 E preparei lugar para meu povo, Deos veio a resgatar para si por povo,
para Israel, e o prantei, paraque habi­ e a fazer-se nome j é a fazer-vos estas
te em seu logar, e nào mais seja mo- grandes e terríveis cousas a tua ter­
▼ido, e nunca mais os filhos de per­ ra, de diante de teu povo, que te res­
versidade os afflijáo, como diante». gataste de Egypto, desterrando as gen­
11 E desdo dia que mandei, aue ou- tes e a seus deoses.
vesse Juizes sobre meu povo Israel: 24 E confirmaste-te a teu povo Israel
porem te dei descanso de |odos teus por teu povo para sempre; e tu, J e h o ­
inimigos: tambem J e h o v a h te faz sa­ v a h , lhes foste por Deos.
ber, que J e h o v a h te fará casa. 25 Agora pois. J e h o v a h Deos, esta
12 Quando teus dias forem cumpri­ palávra, que fallaste sobre teu servo,
dos, e vieres a dormir com teus pais, e sobre sua casa, confirma para sem­
então farei levantar depois de ti a tua pre : e faze, como tens fallado.
semente, que sahir de tuas entranhas: 26 E engrandeça se teu nome para
e confirmarei seu reino. sempre, paraque se diga, J e h o v a h dos
13 Este edificará casa a meu nome: exercitos he Deos sobre Israel: e a
e confirmarei a cadeira de seu jreino casa de teu servo David será confir­
para sempre. mada diante de tua face.
14 Eu Ine serei por pai, e elle me se­ 27 Pois tu, J e h o v a h dos exercitos,
rá por filho: que se vier a prevaricar, Deos de Israel, Tevelaste aos ouvidos
castiga-lo-hei com vara de homens, e de teu servo, dizepdo ; casa te edifi­
com açoutes de filhos de homens. carei : portanto teu servo achou seu
15 Mas minha benignidade se nâo coração preparado para fazer a ti esta
apartará delle: como a tirei de Saul, oraçãç.
a quem tirei de diante de ti. 28 Agora pois, Senhor J e h o v a h , tu
16 Porem tua casa, e teu reino sera es o mesmo Deos, e tuas palavras se­
affirmado para sempre diante de t i : râo v erd a d e : e tens fallado a teu ser­
tua cadeira sera firme para sempre. vo este bem .
17 Conforme a todas estas palavras, 29 Sejas pois agora servido de aben­
e conforme a toda esta visão, assim çoar a casa de teu servo, para perma­
fallou Nathan a David. necer para sempre diante de tua face:
18 Entâo entrou o rei David, e ficou pois tu, Senhor J e h o v a h o disseste, e

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324 II. SAMUEL, VAI, IX.
com tua benção serà bemdita a casa de 12 De Syria, e de Moab, e dos filhos
teu servo para sempre. de Ammon, e dos Philisteos, e de Ama­
lek, e dos despojos de Hadadezer, filho
CAP1TULÒ VIII. de Rechob, rei de Zoba.
13 Tambem David ganhou nome, tor­
T? SUCCEDEO depois d^isso, que Da- nando de ferir os Syros no valle do sal,
J h vid ferio os Philisteos, e os sugei- a saber a dezoitò mil.
tou : e David tomou a Meteg Ammá 14 E pôs guarnições em Edom, em
das mâos dos Philisteos. todo Edom pôs guarnições, e todos
2 Tambem ferio os Moabitas, e me- os Edomeos ficàrâo por servos de Da­
dio-os com cordel, fazendo-os deitar vid : e J e h o v a h ajuaava a David, por
em terra ; e medio-os com dous cordé­ onde quer que hia.
is, para matálos, e com hum cordel 15 Assim David reinou sobre todo
inteiro, para deixàlos em vida: assim Israel: e David fazia direito e justiça
os Moabitas ficàrâo por servos de Da­ a todo seu povo.
vid, trazendo presentes. 16 E Joab, filho de Zeruia presidia
3 Ferio tambem David a tíadadezer, sobre o exercito: e Josaphat, fiiho de
filho de Rechob, rei de Zoba: indo elle Ahilud era Chanceler.
a virar sua mâo para o rio Euphrates. 17 E Zadok filho de Ahitub, e Ahi*
4 E tomou-lhe David mil e sete cen­ melek filho de Abiathar, erão sacer­
tos cavalleiros. e vinte mil homens dotes : e Zeraià Escrivão.
de pé : e David jarretou a todos os ca- 18 Tambem Benaia, filho de Joiada
vallos dos carros, e guardou delles cem estava com osCretheos e Pletheos: po­
carros. rem os filhos de David erão Principes.
5 E viérâo os Syros de Damasco, a
soccorrer a Hadadezer, rei de Zoba: CAPITULO LX.
porem David ferio dos Syros vinte e
dous mil varões. DISSE David, ha ainda alguem,
6 E David pôs guarnições em Syria E que ficasse da casa de Saul, pa-
de Damasco, e os Syros ficàrâo por ra que lhe faça beneficencia, por amor
servos de David, trazendo presentes: e de Jonathan \
J e h o v a h ajudava a David, por onde 2 E tinha a casa de Saul hum servo,
quer que hia. cujo nome era Ziba; e o chamarão,
7 E David tomou os escudos de ou­ que viesse a David: e disse-lhe o rei;
ro, que havia com os servos de Hada- es tu Ziba ? e elle disse, eu teu servo,
dezer: e os trouxe a Jerusalem. esse sou.
8 Tomou mais o rei David muitís­ 3 E disse o rei, nâo ha ainda algu
sima copia de bronze, de Bethah e de em da casa de Saul? para que use com
Berothai, cidades de Hadadezer. elle de beneficencia de Deos ? entáo
9 Ouvindo entâo Thoi, rei de Ha- disse Ziba ao Rei; ainda ha hum filho
math. que David ferira a todo o exer­ de Jonathan, aleijado de ambos os pés.
cito ae Hadadezer. 4 E disse-lhe o re i; aonde estâ ?. e
10 Mandou Thoi seu filho Joram ao disse Ziba ao re i; eis que está em
rei David, a perguntar-lhe como esta­ casa de Machir, filho de Ammiel, em
va, e a dar-lne os parabéns ácerca de Lodebar.
que pelejâra contra Hadadezer, e o 5 Entâo mandou o rei David, e o to­
ferira; (porque Hadadezer de contí­ mou da casa de Machir, filho ae Am­
nuo fazia guerra a Thoi:) e em sua miel, de Lodebar.
mâo havia vasos de prata, e vasos de 6 E entrando Mephiboseth, fijho de
ouro, e vasos de bronze. Jonathan, o filho de Saul a David, pos-
11 Os quaes tambem o rei David trou-se sobre sua face, e inclinou-se:
consagrou a J e h o v a h , juntamente com e disse David; Mephiboseth! e disse
a prata e o ouro, que ja havia consa­ elle; eis aqui teu servo.
grado de todas as gentes^ que se tinha 7 E disse-lhe David, nâo temas; por­
sugeitado: que certo, que usarei comtigo de be-

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II. SAMUEL, X. 325
neficencia, por amor de Jonathan teu ba, e cortou-lhes ametade dos vesti­
pai; e te restituirei todas as terras de dos, até as nádegas: e osstm os enviou.
Saul teu pai: e tu de contino comerás 5 O que fazendo saber a David, en­
pâo á minha mesa. viou-lhes ao encontro; porque esta­
8 Entâo se inclinou, e disse; que he vâo estes varòes mui envergonhados:
teu servo, que attentaste para hum e disse o rei, ficai-vos em Jericho, até
cào morto, como eu ? que vos torne a crecer a barba; e en*
9 Entâo chamou David a Ziba, mo­ tão vinde.
co de SauL e disse-lhe: tudo quanto 6 Vendo pois os filhos de Ammon
loi de SauL e de toda sua casa, tenho que se tinhão feito fedorentos para com
dado ao filho de teu Senhor. David, enviarão os filhos de Ammon,
10 Pelo que a terra lhe lavrarás, tu e alugárâo dos Syros de Beth Rechob
e teus filhos, e teus servos, e os frutos e dos Syros de Zoba vinte mil homens
recolherás, para que o filho de teu Se­ de pé, e do rei de Maacamil homens,
nhor tenha pâo, que coma; e Mephi­ e dos varòes de Tob doze mil homens.
boseth, filho de teu Senhor, de contino 7 O que ouviádo David, enviou a
comerá pâo a minha mesa: e tinha Joab, e a todp o exercito com os va
Ziba quinze filhos, e vinte servos. lentes.
11 E disse Ziba ao rei, conforme a 8 E sahirâo os filhos de Ammon, e or-
todo, quanto meu Senhpr el rei man­ denárâô a batalha á entrada da porta:
da a seu servo, assim fara teu servo : mas os Syros de Zoba e Rechob, e os
porem Mephiboseth comerá a minha varões de Tob e Maaca estavâo à
mesa. como hum dos filhos d’el rei. . parte no campo".
12 E tinha Mephiboseth hum filho 9 Vendo pois Joab, que a fronteira da
ueno, cujo nome era Mica: e to- batalha se endereçava contra elle por
quantos moravâo em casa de Ziba, diante e por de tras, escólheo de toaos
erão servos de Mephiboseth. os escolhidos de Israel, e em ordem os
13 Assim Mephiboseth morava em pés contra os Syros.
Jerusalem, porquanto de continuo co­ 10 £ o resto do i»vo entregou em
mia á mesa do re i: e era coixo de mâo de Abisai seu irmão: o aual em
ambos seus pés. ordem o pós contra os filhos ae Am­
mon.
CAPITULO X. 11 E disse, se os Syros forem mais
fortes que eu, tu me virás em soccor-
ACONTECEO depois disto, que ro : e se oa, filhos de Ammon forem
morreo o rei dos filhos de Am­ mais fortes que tugirei a soccorrer-te.
mon : e seu filho Hannn reinou em 12 Esforça-te pois. e esforçemosnos
•eu lugar. por nosso povo, e pelas cidades de nos­
2 Entâo disse David; usarei de be­ so Deos: e faça J eh ov ah éntáo o que
neficencia cora Hanun. filho de Nahas, bem parecer em seus olhos.
como seu pai usou ae beneficencia 13 Então Joab, e o povo que estava
comigo; e enviou David a cousolàlo com elle, se chegou á peleja contra os
elo ministério de seus servos, ácerca Syros: e fugirão de diante delle.
S e seu pai: e viérâo os servos de Da­ 14 E vendo os filhos de Ammon, que
vid á terra dos filhos de Ammon. os Syros fugiâo. tambem elles fugirão
3 Entâo dissérâo os principes dos de (Uante de Aoisai, e entrârâo na ci­
íilhos de Ammon a seu Senhor Hanun, dade : e Joab se tornou de apôs os
porventura honra David a teu pai em filhos de Ammon, e se veio a Jerusa­
teus olhos, porque te enviou consola­ lem.
dores ? porventura nâo te enviou Da­ 15 Vendo pois os Syros, que forão
vid seus servos, para reconhecerem feridos diante de Israel, tornárâo-se a
esta cidade, e a espiarem, e a trastor- ajuntar á huma.
liarem 1 16 E enviou Hadarezer, e fez sahir
4 Entâo tomou Hanun os servos 4© aos Syros, que estavâo d’aquera do
David, e rapou-lhes ametadfe da bar­ rio, é viérâo a Helam : e SobachMa-

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326 H. SAMUEL, XI.
ioral do exercito de Hadarezer mar­ 9 Porem Urias se deitou à porta d a
chava diante delles. casa real, com todos os servos d e s e u
17 O que sendo dito a David, ajun­ Senhor: e nâo descendeo à s u a c a s a .
tou a todo Israel, e passou ao Jordão, 10 E o fizérâo saber a David, dizen­
e veio a Helam: e os Syros se posé- do, Urias nâo descendeo a sua casa :
râo em ordem contra David, e pelejá- entâo disse David a Urias, porventura
râo com elle. nâo vens tu de caminho ? porque nâo
18 Porem os Syros fugirão de diante descendeste a tua casa ?
de Israel, e David ferio dos Syros a 11 E disse Urias a David; a Arca, e
sete centos cavallos de carros, e a qua­ Israel, e Judá ficâo em tendas; e Joab
renta mil homens de cavallo: tambem meu Senhor e os servos de meu Se­
ao mesmo Sobach ferio, e morreo ali. nhor estâo em campo oom arraial as­
19 Vendo pois todos os reis^ servos sentado ) e entraria eu em minha casa, ^
de Hadarezer. que forão feridos pe­ a comer e a beber, e a me deitar com
rante Israel, nzérâo paz com Israel, e mínha mulhei4? vives tu, e vive tua
o servirão: e temerão os Syros de soc- alma, se tal fizer.
correr mais aos íilhos de Ammon. 12 Entáo disse David a Urias, ficate
tambem hoje aqui; e amanhã te des­
pedirei : assim Unas se fióou em Je­
CAPITULO XI. rusalem aquelle dia, e o seguinte.
ACONTECEO, que com a volta 13 E David convidou-o, e comeo e
E do anno, no tempo em quB os
reis sahem, David enviou a Joab, e a
bebee perante elle, e o embebedou: m
à tarde sahio a deitar se em seu encos­
seus servos com elle,’e a todo Israel, to com os servos de seu Senhor; po­
para que destruíssem aos íilhos de Am- rem nào descendeo a sua easa.
mon? e cercassem a Rabba: porem 14 E fo i q u e , p e l a m a n h â David es-
David se ficou em'Jerusalem. c r e v e o h u m a c a r t a a Joab: emandou
2 E aconteceo ao tempo da tardey lh’a poT m á o d e Urias.
que David se levantou de seu leito, e 15 E escreveo na carta, dizendo:
andava passeando no eirado da casa ponde a Urias em fronte da maior for­
real, e vio desdo eirado a huma mu­ ca da peleja; o retirai-vos^ de empòa
lher, que se estava lavando: e era es­ delle, para que seja ferido, e morra.
ta mulher mui formosa de vista. 16 Aconteceo pois, que attentando
3 E enviou David, e perguntou por Joab para a cidade, pos a Urias em o
aquella mulher: e disserão, porventu­ lugar, aonde sabia que havia homens
ra nâo he esta Bathseba, filha de Éli- valentes.
am, mulher de Urias o Hetheo? 17 E sahindo os varões da cidade, •
4 Entâo enviou David mensageiros, pelejando com Joab, cahirâo alguns d e
e a mandou trazer; e entrando ella a povo, dos servos de David: e morreo
elle, deitou-se com ella, (e ja ella se tambem Urias o Hetheo;
tinhíà purificado de sua immundicia:) 18 Entâo enviou Joab, e fez saber
entâo se tornou para sua casa. a David todo o sucoeseo daquella pe­
5 E a mulher conçebeo: e enviou, e leja
fez saber a David, e disse; prenne 19 E mandou ao mensageiro, dizen­
estou. do : como acabares de dizer a el rei
6 Entâo enviou David a Joab, étizen- todo o successo desta peleja:
dOj envia-me a Urias o Hetheo: e Jo­ 20 E se he que el rei se encolerizar,
ab enviou a Urias a David. e te disser, porque tanto Voe chegastes
7 Vindo pois Urias a elle, perguntou a cidade a pelejar ? nào sabies vòs,
David, como ficava Joab, e como fica­ que haviào ae atirar do muro?
va o povo, e como hia com a guerra. 21 Quem ferio a Abimelech, filho de
8 Depois disse David a Urias, des­ Jerubbeseth* nâo lançou huma mu­
cende a tua casa, e lava teus p es: e lher desdo muro hum pedaço de huma
sahindo Urias da casa real, logo apôs mó corredoura sobre elle, de que mor­
elle sahio iguaria do Rei. reo em Thebes ? porque vos chegastes

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II. SAMUEL, XIL 327
ao muro ? então dirás, tambem leu h o v a h , que digno de morte he o ho­
servo Urias, o Hetheo he morto. mem. que fez isso.
22 E foi o mensageiro, e entrou, ç 6 E pela cordeira tomará quatro tan­
fez saber a David tudo, porque Joab o tos : porquanto fez tal cousa, e porque
enviâra. nâo se compadeceo.
23 E disse o mensageiro a David, 7 Entâo disse Nathan a David, tu es
na verdade que mais poderosos forão aquelle varão: assim diz J ehovah^
aquelies varòes do que nós. e sahirâo- Deos de Israel; eu te ungi por rei
a nós ao campo: porem nos fomos sobre Israel, e eu te livrei das mãos
contra elles, ate a entrada da porta. de Saul.
24 Então os frecheiros atirái&o con­ 8 E te dei a casa de teu Senhor, e
tra teus servos desdo muro, e morré- as mulheres de teu Senhor em teu re­
rão alguns dos servos d?el rei: e tam­ gaço, e tambem te dei a casa de Isra­
bem teu servo Urias, o Hetheo he el e de Judá: e se pouco he, mais te
morto. acrecentaria taes e taes cousas.
25 E disse David ao mensageiro, as­ 9 Porque pois desprezaste a palavra
sim dirás a Joab, não te pareça isto de J eh o v a h , fazendo o mal em seus
mal em teus olhos; pois a espada as­ olhos ? a Urias o Hetheo feriste á es­
sim consume a este, como a aquelle: pada, e a sua mulher te tomaste por
esforçâ tuia peleja contra a ciaade, e mulher: e a elle mataste com a espa­
a derroca : assim tu esforça-o. da dos filhos de Ammon,
26 Ouvindo pois a mulher de Urias, 10 Agora pois, não se apartará de tua
que Urias seu marido era morto, pôs- casa a espada eternamente: porquan­
se de dó por seu Senhor. to me desprezaste, e tomaste a mulher
27 E passado o dó, enviou David, e de Urias o Hetheo, para que te seja
a recolheo em sua casa, e foi-lhe por por mulher.
mulher, e pario-lhe hum filho: porem 11 Assim diz J e h o v a h , eis que des­
e sta cousa que David fez, pareceo mal pertarei mal sobre ti de tua mesma
em olhos d e J e h o v a h . casa, e tomarei tuas mulheres perante
teus olhos, e as darei a teu proximo:
CAPITULO XII. o qual se deitará com tuas mulheres
perante este sol.
E JEHOVAH enviou a Nathan a
David: e entrando elle a David,
disse-lhe; havia dous homens em hu­
12 Porque tu o fizeste em occulto :
mas eu farei este negocio perante todo
Israel, e perante o sol.
ma cidade, hum rico, e outro pobre. 13 Então disse David a Nathan, pe­
2 O rico tinha muitíssimas ovelhas quei contra J eh ov ah : e disse Nathan
e vacas. a David, tambem J e h o v a h traspassou
3 Mas o pobre não tinha cousa ne­ teu peccado; não morrerás.
nhuma, senão huma pequena cordei­ 14 Todavia, porquanto com este fei­
ra, que çomprârà, e a criâra, e crecé- to injuriosamente fizeste blasphemar
ra com elle e com seus íilhos igual­ aos inimigos de J eh o v a h ; tambem o
mente : de seu bocado comia, e de filho, que te nasceo, morrerá de morte.
sen copo bebia, e dormia era seu re­ 15 Entào Nathan se foi para sua
gaço. e a tinha como filha. casa; e J e h o v a h ferio á criança, aue
4 Sobrevindo pois ao homem rico a mulher de Urias parira a David, e
hum passageiro, escuspu tomar de su­ enfermou gravemente.
as ovelhas e de suas vacas, para fazer 16 E Üavid buscou a Deos pela cri­
prestes ao caminhante, que viéra a ança : e jejumou David, e entrou, e
elle : e tomou a cordeira do homem passou a noite deitado em terra.
pobre, e a fez prestes para o homem, 17 Então os anciáos de sua casa se
que viéra a elle. levantârão a elle, para o fazerem le­
5 Entâo o furor de David se encon- vantar da terra: porem elle náo quiz,
deo em grande maneira contra aquel­ e não comeo pâo com elles.
le homem, e disse aNathan; vive Je ­ 16 E succedeo que ao setimo dia

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n. sàm uêl, xnt.
morreo a criança: e temiâo os servos de ouro, e havia nella pedras precioefts,
de David dizer-lhe, que a criança era e ioi posta sobre a cabeça de David: e
morta; porque dizião, eis que sendo a da cidade levou mui grande depojo.
criança ainda viva, lhe fallavamos, po­ 31 E ao povo, que havia nella, tirou,
rem n&o dava ouvidos à nossa voz; e o pós ás serras, e às talhadeiras de
como pois lhe diremos, a criança he ferro, e aos machados de ferro, e os
morta? porque mais mal lhe fana. fez passar por forno de tiolos; e assim
19 Vio porem David, que seus servos fez a todas as cidades dos filhos de
murmuravão; e entendeo David, que Ammon: e David, e todo o povo se
a criança era morta; pelo que disae tomou para Jerusalem.
David a seus servos, he morta a crian­
ça? e elles dissérâo; he morta. c a p ít u l o xnt.
20 Então David se levantou da ter­
ra, e lavou-se, e ungio-se, e mudou ACONTECEO depois d’isto, qne
seus vestidos, e entrou na casa de J e ­
h o v a h , e adorou: entâo veio a sua
Ehumã
tendo Absalâo, nlho de David,
irmã formosa, cujo nome era
casa, e pedio pão; e diante lhe posé- Thamar, Ammon filho de David s e
râo pâo. e comeo. affeicoou delia.
21 E dissérâo-lhe seus servos, que he 2 E angustiou-se Amnon até enfer­
isto, que fizeste ? pela criança viva je- mar, por Thamar sua irinã; porque
jumaste e choraste; porem depois da era virgein: e parecia em olhos de
criança morta levantaste-te, e comeste Amnon dimcultoso fazer-lhe cousa al­
pâo. guma.
22 E d isse e lle , v iv en d o a in d a a c ri­ 3 Tinha porem Amnou hum amigo,
a n ç a , je ju m e i e c h o r e i : p o rq u e d iz ia , cujo nome era Jonadab, filfyo de Si-
q u e m sa h e , se J e h o v a h tiv e ss e co m ­ mea, irmâo de David: e era Jonadab
p aix ão d e m im , q u e v iv esse á c r ia n ç a ? varão mui sabio.
23 Porem agora que he morta, por­ 4 O qual lhe disse, porque tu de
que jeiumaria eu agora? eu a poderei manhã em manhâ tanto emmagreces,
mais lazer tornar ? bem eu irei a ella, filho d’el Rei ? nâo m’o faràs saber
porem ella nâo tomará a mim. a mim ? entâo lhe disse Amnon, de
24 Então consolou David a Bathse- Thamar irmâ de Absalâo meu irmAo
ba sua mulher, e entrou a ella, e dei­ estou affeicoado.
tou-se com ella: e pario ella hum filho, 5 E Jonaaab lhe disse; deita-te em
cujo nome chamou Salamão, e J e h o ­ teu leito, e finge-te doente: e quando
v a h o amou: teu pai vier a te ver, lhe dirás, peço-
25 E enviou por mão do Propheta te que minha irmâ Thamar venna, e
Nathan, e chamou seu nome Jedid- me faça comer pâo, e aparelhe peran­
Jah : por amor de J e h o v a h . te meus olhos a comida, para que eu
26 Entretanto pelejou Joab contra a veia, e coma de sua mâo.
Rabba dos filhos de Ammon, e tomou 6 Deitou-se pois Amnon, e fingio-se
a cidade real. doente: e vindo o Rei a vélo, disse
27 Entâo mandou Joab mensagei­ Amnon ao Rei, peço-te que minha ir­
ros a David, e disse; pelejei contra mã Thamar venha, e aparelhe peran­
Rabba, e tambem tomei a cidade das te meus olhos dous bolos, e eu coma
aguas. de sua mâo.
28 Ajunta pois agora o resto do povo, 7 Então David enviou a Thamar re­
e cerca a ciaade. e a toma: para que, cado a casa, dizendo: vai a casa de
tomando eu a cidade, meu nome se Amnon teu irmâo, e faze-lhe alguma
não aclame sobre ella. comida.
29 Entâo ajuntou David a todo o po­ 8 E foi Thamar a casa d e Amnon
vo, e marchou para Rabba; e pelejou s e u irmâo; ( e lle p o r e m e s t a v a d e i t a ­
oontra ella, e a tomou. d o : ) e to m o u massa, e a a m a s s o u , e
30 E tomou a coroa de seu rei de fez Dolos p e r a n t e s e u s o lh o s , e c o z e Q
sua cabeça, cujo peso era hum talento o s b o lo s .

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II. SAMUEL, Xin. 829
9 E tomon a sartâ, e os tirou peran­ 21 E ouvindo o Rei David todas estás
te elle; porem elle refusou comer: e cousas, muito se encendeo em ira.
disse Amnon, fazei retirar de mim a 22 Porem Absalâo nâo fallou com
todos: e todos se retirárâo delle. Amnon, nem mal, nem bem : porque
10 Entâo disse Amnon a Thamar^ Absalâo aborrecia a Amnon, porquan­
traze a comida na camara, e comerei to forcára a Thamar sua irmã.
de tua m&o: e tomou Thamar os bo­ 23 L aconteceo que, passados dous
los, que fizéra, e os trouxe a Amnon inteiros annos, Absalào tinha tosquia-
seu irmão à camara. dores em Baaí hasor, que está junto a
11 E chegando-lh’os, para que co­ Ephraim: e convidou Absalâo a todos
messe, pegou delia, e disse-lhe; vem, os filhos do Rei.
deita-te comigo, irmâ minha. 24 E veio Absalâo ao Rei, e disse;
12 Porem eUa lhe disse; n&o, irmâo eis que teu servo tem tosquiadores:
meu, nâo me forçes; porque nâo se peço, que el Rei e seus servos se ve-
faz assim em Israel: nâo faças tal nhâo com teu servo.
parvoíce. 25 0 Rei porem disse a Absalâo, nâo,
13 Porque aonde iria eu com minha filho meu, nâo vamos todos juntos, pa­
vergonha í e tu serias como hum dos ra não te sermos pesados: e porfiou
loucos de Israel: agora pois peço-fe com elle; porem elle nâo quiz ir, mas
que falles a el Rei; porque não meve- o abendiçoou.
dará a ti. 26 Então disse Absalâo; senão, deixa
14 Porem elle nâo quiz dar ouvidos ir com nosco a Amnon meu irmâo:
a sua voz: antes sendo mais forte que porem o Rei lhe disse ; para que iria
dia, a forçou,e se deitou com ella. comtigo?
15 Depois Amnon a aborreceo com 27 E porfiando Absalâo oom elle,
grandíssimo aborrecimento; porque deixou ir com elle a Amnon, e a todos
maior era o aborrecimento, com que os filhos do Rei.
a aborrecia, do que o amor, com que 28 E mandára Absalâo a seus moços,
a amàta: e disse-lhe Amnon; levan­ dizendo; attentai bem, quando o cora­
ta-te, e vai-te. ção de Amnon estiver alegre do vinbo,
16 Entâo ella lhe disse, nâo ha ra­ e eu vos disser, feri a Amnon, entâo o
zão de assim me despedires; maior matareis; nâo temais: nâo he porven­
seria este mal, do que o outro que ja tura, porque eu vo-lo mandei * esfor­
me tens feito: porem nâo lhe quiz dar çai-vos, e sede valentes.
ouvidos. 29 E os moços de Absalâo fizérâo a
17 E chamou a seu moço que o ser­ Amnon, como Absalào mandára: en­
via. e disse; a esta me lançai fóra, e tâo todos os filhos do Rei se levantà-
fecna a porta apôs ella. r&o, e cada hum 6nbio a seu mulo, e
18 E trazia ella huma roupa de mui­ fugirão.
tas cores; (porque assim se vestião as 30 E aconteceo que, estando elles
filhas virgens dos Reis com capas:) ainda no eaminho, a nova veio a Da­
e seu criado à lançou fora, e fechou a vid, de que se dizia: Absalâo ferio a
porta após ella. todos os filhos do Rei, e nenhum del­
19 Entâo Thamar tomou cinza sobre les ficou.
sua cabeça, e a roupa de muitas co­ 31 Entâo o Rei se levantou, e rasgou
res, que trazia, rasgou: e pos-se as seus vestidos, e deitou-se em terra:
mâos sobre a cabeça, e foi se andan­ da mesma maneira todos seus servos
do e clamando. estavâo com vestidos rotos.
20 E Absalào seu irmâo lhe disse; 32 Mas Jonadab, filho de Simea, ir­
esteve Amnon teu irmâo comtigo ? ora mâo de David, respondeo, e disse; não
pois, irmâ minha, calla-te, que teu ir­ diga meu Senhor, que a todos os man­
mão h e ; nâo ponhas teu coração nes­ cebos, filhos do Rei, matárâo: que só
te negocio: assim Thamar se ficou, e Amnon he morto: porque Absalâo o
esteve solharia em casa de Absalâo teve de olhot desdo dia que forçou a
fcen irmâo. Thamar sua irmã.

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330 II. SAMUEL, XIV*
33 Assim que ftgora el Rei meu Se­ vantou dotitfâ tua serva, e dissérâo:
nhor n&o tome em seu coraç&o este ne­ dá aqui aquelle que ferio a seu irmâo,
gocio, dizendo; todos os íilhos d’el para que o matemos pela vida de seu
Rei 8&o mortos: porque sô Amnon he irm&o, a quem matou, e destruamos
morto. tambem ao herdeiro: assim apaga-
34 E Absalâo fugio: e o mancebo, râo a brasa que me ficou, para que nâc
que estava de guarda, levantou seus deixem a meu marido nome, nem res­
olhos, e olhou; e eis que muito povo to sobre a terra.
vinha pelo caminho por de tras delle, 8 E disse o Rei â mulher, vai-te
pela banda do monte.. para tua casa: e eu mandarei ácerca
35 Entâo disse Jonadab ao Rei, eis de ti.
aqui os íilhos d’el Rei vem: conforme 9 E disse a mulher Thecoita ao Rei>
à palavra de teu servo, assim foi. a injustiça Rei meu Senhor, venha so­
36 E aconteceo que, como acabou bre mim e sobre a casa de meu pai:
de fallar, os íilhos do Rei viérâo, e le- e el Rei e seu throno fique inculpável.
vantàrâo sua voz, e choràrào: e tam­ 10 E disse o R ei: quem fallar contra
bem o Rei, e todos seus servos chora­ ti, traze m’o a m im ; e nunca mais te
rão com mui grande choro. tocará.
37 (Assim que Absalâo fu"io, e se l l E disse ella, ora el Rei se lem­
foi a Thalmai, filho de Ammihur, Rei bre de J e h o v a h seu Deos, para ciue os
de Gesur:) e David trouxe dô por seu vingadores do sangue se nâo multipli­
filho todos aquelles dias. quem a deitar-nos a perder, e nâo aes-
38 Assim Absalâc fugio, e se foi a truarâo a meu filho: ent&o disse elle,
Gesur: e esteve ali tres annos. vive J e h o v a h , que nem hum dos ca-
39 Entâo desejava a alma do Rei Da­ bellos de teu filho cahirá em terra.
vid muito de sahir contra Absalâo: 12 Entào disse a mulher, peço-te que
porque ja se tinha consolado ácerca tua serva falle huma palavra a el Kei
de Amnon, de que era morto. meu Senhor: e disse elle; falia.
13 E disse a mulher, porque pois ta
pensaste o mesmo contra o povo de
CAPITULO XIV. Deos ? porque fallando el Rei tal p>-
ONHECENDO pois Joab, filho de .lavra, se fica como culpado; porquaato
C Zeruia, que o coração do Rei ainda
era contra Aosalâo:
el Rei nâo toma trazer seu engeita&fe.
14 Porque morreremos de maite, e
2 Enviou Joab a Thecoa, e tomou de seremos como aguas derramadas em
la huma mulher sabia, e disse-lhe: terra, que n&o se ajuntâo mais : Deos
peço te que te ponhas como de dò, e te pois lhe nâo tirará a vida, mas pensará
vistas roupas de dó, e te nâo unjas com pensamentos, de nâo engeitar de si ao
oteo, e sejas como huma mulher, que engeitado.
ja muitos dias ha, que traz dó por al­ 15 E que eu agora vim a fallar esta
gum morto. palavra a el Rei, meu Senhor, he por­
3 E entra ao Rei, e falia lhe confor­ quanto o povo me atemorizou: assim
me a esta palavra: e Joab lhe pos as que tua serva dizia, fallarei pois a el
palavras na boca. R ei; porventura farà el Rei segundo
4 E a mulher Thecoita fallou ao Rei, a palavra de sua serva.
e derribando-se em terra sobre sua 16 Porque el Rei ouvirá, para livrar
face, postrou-se, e disse; salva, o Rei. a sua serva da mâo do varâo, que in­
5 E disse-lhe o Rei, que tens? e dis­ tenta destruir a mim e a meu filho
se ella, na verdade que sou huma mu­ juntamente da herança de Deos.
lher viuva, e ja meu marido he morto. 17 Dizia mais tua serva, seja agora
6 Tua serva pois tinha dous filhos, e a palavra d’el Rei meu Sennor para
ambos estes pelejàrâo no campo, e n&o descanso: porque como hum Anjo de
houve apartador entre elles: assim Deos, assim he el Rei meu Senhor, pa
que o hum ferio ao outro, e o matou. ra ouvir o bem e o mal; e J e h o v a h
7 E eis que toda a linhagem se le­ teu Deos será comtigo,

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II. SAMUEL, XV. 331
18 Entâo respondeo o rei, e disse á para enviàlo ao Rei; porem nâo quiz
mulher, ora nào me encubras o ne­ vir a elle: e enviou ainda segunda
gocio, que eu te perguntar: e disse vez, e com tudo nâo quiz vir.
a mulher, ora falle el Rei meu Se­ 30 Entâo disse a seus servos, vedes
nhor. ali o pedaço de campo de Joab està
19 £ disse o rei; he porventura a pegado ao meu, e tem cevada nelle;
mâo de Joab em tudo isto comtigo ? ide e ponde-lhe fogo: e os servos de
e respondeo a mulher, e disse, vive Absalâo posérâo fogo ao pedaço de
tua alma, Rei meu Senhor, que nin- campo.
guem à mâo direita ou esquerda se 31 Entâo Joab se levantou, e veie a
poderia desviar de tudo quanto el Rei Absalào em casa, e disse-lhe, porque
meu Senhor tem dito; porque Joab teus servos posérâo fogo ao pedaço
teu servo he o que m’o mandou, e elle de campo, que he meu 1
pós na boca de tua serva todas estas 32 E disse Absalâo a Joab, eis que
palavras. enviei por ti, dizendo, vem ca, para
20 Que eu virasse a forma deste ne­ que te envie ao Rei, a lhe dizer, pa­
gocio, Joab teu servo fez isto: porem ra que vim de Gesur í melhor me fora
sabio he meu Senhor, conforme à sa­ estar me ainda lá : agora pois veja eu
bedoria de hum anjo de Deos, para at­ a face d7el Rei; e se ha ainda em mim
tentar para tudo auanto ha na terra. alguma culpa, mate me.
21 Entâo o Rei aisse a Jeab, eis que 33 Entào entrou Joab ao Rei, e assim
fiz este negocio: vai pois, e torna a lh’o disse; entâo chamou a Absalâo,.
trazer o mancebo Absalâo. e elle entrou ao Rei, e inclinou se so~
22 Entâo Joab se derribou sobre sua bre sua face à terra diante do Rei: e
face em terra, e inclinon-se, e a^rade- o Rei beijou a Absalâo.
ceo o ao rei : e disse Joab, hoje en­
tendeo teu servo, que achei graça em CAPITULO XV.
teus olhos. Rei meu Senhor; porquan­
to el Rei fez segando a palavra de teu ACONTECEO depois d’isto, que
serro. E Absalâo se fez aparelhar carros
23 Levantou-se nois Joab, e foi a Ge- e cavallos, e cincoenta homens, que
sur: e trouxe a Absalâo a Jerusalem. corressem diante delle.
24 E disse o Rei, torne-se a sua ca­ 2 Tambem Absalâo se levantou pela
sa, e nâo veja minha face: assim Ab­ manhâ, e pôs-se a huma banda do ca­
salâo se tomou a sua casa, e nâo vio minho da porta: e era, que a todo va-
a face do Rei. rào que tinha alguma demanda, para
25 Nâo havia porem em todo Israel vir ao Rei a juizo, Absalâo o chama­
varâo tam gentilhomem, e tanto de va a si, e lhe dizia, de que cidade es
rezar, como Absalâo : desda planta tu ? e dizendo elle, de huma das tribus
S o pé, até a molleira, nenhuma tacha de Israel he teu servo:
havia nelle. 3 Entâo Absalào lhe dizia; vez aqui
26 E quando tosquiava sua cabeça; teus negocios sâo bons e rectos: po­
(era pois que no fim de cada anno a rem nào tens quem te ouça da parte
tosquiava, porquanto muito llie pesa­ d*el Rei.
va, e assim a tosquiava:) pesava o ca- 4 Dizia mais Absalâo, ah, se me po-
bello de sua cabeça duzentos siclos, sessem por Juiz na terra! para que to­
segundo o peso real. do homem, que tivesse demanda ou
27 Tambem nascérâo a Absalào tres causa alguma juridica, viesse a mim,
filhos, e huma filha, cuio nome era para que lhe fizesse justiça.
Tham ar: e esta era mulher formosa 5 Era tambem que, guando alguem
de vista. se chegava a elle, para inclinar-se elle,
23 Assim se ficou Absalâo dous annos elle estendia sua mâo, e pegava delle,
inteiros em Jerusalem: e nào vio a e o beijava.
face do Rei. 6 E (lesta maneira fazia Absalâo a
*29 Pelo que enviou Absalâo por Joab, todo Israel, que vinha ao Rei a juizo:

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332 II. SAMUEL, XV.
assim Absalâo furtava o coração dos 19 Disse pois o rei a Ithai, o Ge­
varões de Israel. theo, porque tu tambem irias com nos­
7 Aconteceo pois ao cabo de quaren­ co? toma-te, e fica-te com o Rei;
ta annos, que Absalâo disse ao Rei, porque estranho es, e tambem te tor­
deixa me ir a pagar em Hebron meu narás a teu lugar.
voto, que votei a J e h o v a h . 20 Hontem vieste, e eu hoje te leva­
8 Porque morando eu em Gesur em ria comnosco a caminhar? poisforpa
Syria, teu servo votou hum voto, di­ me he ir, aonde querque puder ir:
zendo : se J eh o v a h outra vez me tor­ toma-te pois} e toma a levar a teus ir­
nar a Jerusalem, servirei a J e h o v a h . mãos comtigo, com beneficencia e
9 Entào lhe disse o Rei, vai em fieldade.
paz: levantou-se pois, e foi-se a He­ 21 Respondeo porem Ithai ao Rei?
bron. e disse: vive J eh o v a h , e vive el Rei
10 E enviára Absalâo espias por to­ meu Senhor, que no lugar que estivei
das as tribus de Israel, a dizer: quan­ el Rei meu Senhor, seja para morte,
do ouvirdes o som das trombetas, di­ seja para vida, ahi certamente estará
reis, Absalâo reina em Hebron. tambem teu servidor.
11 E de Jerusalem forão com Absa­ 22 Entào David disse a Ithai, vera
lâo duzentos varões convidados, po­ pois e passa a diante: assim Ithai c
rem hiâo em sua simplicidade: por­ fcetheo passou, e todos seus varões t
que nada sabiâo d1aquelle negocio. todas as crianças, que havia com elle.
12 Tambem Absalâo enviou por Achi- 23 E toda a terra chorava em altas
tophel o Gilonita do conselho de Da­ vozes, indo todo o povo passando:
vid, à sua cidade de Gilo^ estando elle tambem o Rei passou o ribeiro de
sacrificando seus sacrifícios: e a con­ Cedron, e passou todo o povo, em di­
juração se fortificava, e vinha o povo, reito do caminho do deserto.
e augmentava se com Absalâo. 24 E eis que tambem Zadok ali es*
13 Entâo veio hum mensageiro a Da­ tava, e todos os Levitas com elle. que
vid, dizendo: o coração de cada hum levavào a Arca do concerto Deo^
em Israel se vai após Absalâo. e posérão ali a Arca de Deos; e sobifl
14 Disse pois David a todos seus ser­ Abiathar, até que todo o povo acabou
vos, que estavâo com elle em Jerusa­ de passar da cidade.
lem; levantai-vos, e fujamos; porque 25 Então disse o Rei a Zadok, toma
não poderíamos escapar diante de Ab- a Arca de Deos à cidade: que se
salão: dai-vos pressa a caminhar, pa­ achar graça em os olhos de J ehovah ,
ra que por ventura se não apresure, e elle me tornará para lá} e m’a deixará
nos alcançe, e lance sobre nos algum ver a ella, e a sua habitação.
mal, e fira a cidade a fio de espada. 26 Se porem assim disser, náo tenho
15 Entâo os servos do Rei dissérâo prazer em ti: eis-me aqui, faça de
ao Rei: eis aqui teus servos estão mim como parecer bem em s e u s olhos.
prestes a tudo quanto eleger el Rei 27 Disse mais o Rei a Zadok sacer*
nosso Senhor. dote, por ventura tu náo es o Vidente!
16 E sahio o Rei com toda sua casa toma-te pois em paz para a cidade:
a p é : deixou porem o Rei dez mu­ como tambem vossos dous íilhos, Ahi-
lheres concubinas, para guardarem a maas teu filho, e Jonathan filno de
casa. Abiathar, comvosco.
17 Havendo se pois sahido o Rei com 28 Vedes que me deterei nas cam-
todo o povo a pé, parârão-se em hum pinas do deserto: até que me digáo
lugar longe. palavra alguma que venha de vósou­
18 E todos seus servos hiâo a seu tros.
lado, como tambem todos os Cretheos, 29 Assim tornou Zadok e Abiathar a
e todos os Pletheos: e todos os Ge- Arca de Deos a Jerusalem; e íicâr&o
theos, seis centos homens, que viérâo se ali.
de Gath a pé, caminhavão diante do 30 E subio David pela subida dat
Rei. oliveiras, subindo e chorando, e com

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II. SAMUEL. XVI. 333
a cabeça envolta; e caminhava a pés porque disse, hoje a casa de Israel me
descalços: e todo o povo, que hia com restaurará o reino de meu pai.
elle? cubríra cada hum sua cabeça, e 4 Então disse o rei a Ziba, eisque teu
subiâo sem cessar chorando. he tudo quanto tem Mephiboseth: e
31 Então fizérào saber a David, di­ disse Ziba, a ti me inclino, ache eu
zendo, tambem Achitophel está entre graça em teus olhos, rei meu Senhor.
os que se conjurarão com Absalâo: 5 E chegando o rei David a Bahu-
pelo que disse David; ô J eh o v a h en­
rim, eis que d’ali sahio hum homem
louquece o conselho de Achitophel. da linhagem da casa de Saul, cujo no­
32 E aconteceo que, chegando David me era Simei, filho de Gera, e sahin-
ao cume, para adorar ali a Deos, eis do, hia maldizendo.
que Husai o Archita lhe sahio ao en­ 6 E apedrejava com pedras a David,
contro, com seu vestido rasgado, e ter­e a todos os servos do rei David: ainda
ra sobre sua cabeça. que todò o povo, e todos os valentes hi-
33 E disse-lhe David: se passares ào a sua mào direita, e a sua esquerda.
comigo a diante, ser-me-has pesado. 7 E amaldiçoando o Simei, assim di­
34 Porem se para a cidade tornares, zia: sahe, sane, varão de sangue, e
e disseres a Absalâo. eu serei, o rei. varão de feelial.
tea servo; bem foi a ’antes servo dé 8 J e h o v a h fez tomar sobre ti todo
teu pai, mas agora serei teu servo: o sangue da casa de Saul, em cujo lu­
assim me dissiparias o conselho de gar tens reinado; ja deu J e h o v a h
Achitophel. o reino em mão de Absalâo teu filho;
35 £ nào estão ali comtigo Zadok e e eis te agora em tua desgraça; por­
Abiathar, sacerdotes? e serà que to­ quanto es varão de sangue.
das as cousas, que ouvires da casa do 9 Então disse Abisai, filho de Ze-
rei, faràs saber a Zadok e a Abiathar ruya, ao re i: porque amaldiçoaria
sacerdotes. este cão morto a el Rei meu Senhor?
36 Eis que estão tambem ali com elles
deixa-me passar,e lhe tirarei a cabeça.
seus dous filhos, Ahimaás o de Zadok, 10 Disse porem o rei, que tenho eu
e Jonathan o de Abiathar: assim por comvosco, nlhos de Zeruia? ora amal­
soa mão delles me mandaréis aviso de diçoe elle; pois J e h o v a h lhe disse;
todas as cousas, que ouvirdes. Amaldiçoa a David; quem pois diria,
37 Assim Husai amigo de David veio porque assim fizeste ?
à cidade: e Absalâo veio a Jerusa­ 11 Disse mais David a Abisai, e a
lem. todos seus servos; eis que meu filho,
que sahio de minhas entranhas, pro­
cura minha morte: quanto mais ainda
CAPITULO XVI. este filho de Jemini? deixai-o, que
PASSANDO David hum pouco amaldiçoe; porque J e h o v a h lh’o disse.
E mais a diante do cume, eis que 12 Porventura J e h o v a h attentarà pa­
Ziba o moço de Mephiboseth lhe sa­ ra minha miséria: e J eh o v a h me tor­
hio ao encontro, com hum par de as­ nará bem por sua maldição, neste dia.
nos albardados, e sobre elles duzentos 13 Assim David e seus varões hião
paens. com cem atados de passas, e caminhando : e tambem Simei hia ao
cem de frutas do verão, e hum odre longo do monte, em fronte delle, ca­
de vinho. minhando e maldizendo, e atirava pe­
2 E disse o rei a Ziba? que preten­ dras contra elle, e levantava poeira.
des com isto ? e disse Ziba, os asnos 14 E chegou o Rei, e todo o povo,
■Ao para a casa d’el Rei, para subirem que hia com elle, cansados: e refres­
nelles; e o pão, e as frutas do verão, cou-se ali.
para comerem os moços; e o vinho, 15 Absalâo pois, e todo o povo, os
para beberem os cansados no deserto. varòes de Israel, viérão a Jerusalem:
3 Então disse o rei, onde está lo­ e Achitophel com elle.
go o filho de teu Senhor ? e disse Ziba 16 E foi que, chegando Husai o Ar­
po rei, eis que se ficou em Jerusalem} chita, amigo de David, a Absalâo,

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$34 II. SAMUEL, XVII.
.disse Husai a Absalâo, viva el Rei, vi­lou-lhe Absalâo, dizendo; em tal ma­
va el Rei! neira fallou Achitophel, faremos con­
17 Porem Absalâo disse a Husai, he forme a sua palavra ? senâo, falia tu.
.esta a beneficencia para com teu ami­ 7 Então disse Husai a Absalào: o
go? porque nâo fostq com teu amigo? conselho, que Achitophel esta vez
18 E disse Husai a Absalâo, nâo, se­ aconselhou, nâo he bom.
não daquelle que eleger J e h o v a h , e8 Disse mais Husai, bem conheces tu
vtodo este povo, e todos os varòes de a teu pai, e a seus varões, que sào valo­
Israel, delle serei? e com elle ficarei.rosos, e estão amargos de animo, como
19 E de mais d’isto, a quem serviria a ursa no campo, roubada dos filhos:
eu? porventura nâo seria isto diante de mais disto teu pai he varâo de guer­
•de seu filho? como servi diante de teu ra, e não passará a noite com o povo.
pai, assim serei diante de ti. 9 Eis que agora estará escondido em
20 Entâo disse Absalào a Achito­ alguma cova, ou em qualquer outro lu­
phel: dai entre vósoutros conselho, gar : e será que. cahindo ao principio
que faremos? alguns dentre elles, cada qual, que o
21 E disse Achitophel a Absalâo, en­ ouvir, entào dirá, houve aesfeita no
tra a as concubinas de teu pai, que povo que segue a Absalâo.
•deixou para guardarem a casa; e assim 10 Entâo até o homem valente, cujo
todo Israel ouvirá, que te fizeste fedo­
coração he como coração de leâo, sem
rento para com teu pai; e esforçar- duvida desmaiará: porque todo Israel
se-hâo as mâos de todos os que estâo sabe, que teu pai he valoroso, e ho­
comtigo. mens valentes os que estâo com elle.
22 Assim que estendérâo huma tenda 11 Eu porem aconselho, que em to­
a Absalâo no terrado: e entrou Absa­ da pressa a ti se ajunte todo Israel
lâo a as concubinas de seu pai, perantedesae Dan até Berseba, em multidão
os olhos de todo Israel. como a area, que está no mar: e que
23 E era o conselho de Achitophel, tu em pessoa vas juntamente á peleja.
que aconselhava naquelles dias, como 12 Entâo viremos a elle, em qual­
se a palavra de Deos se consultàra: quer lugar que se achar, e ifacilmente
tal era todo o conselho de Achitophel viremos sobre elle, como o orvalho
assim para com David, como para com cahe sobre a terra: e nâo ficará delle,
Absalâo. e de todos varões que estão com elle,
nem ainda só hum.
CAPITULO XVII.
13 E se em cidade alguma se retirar,
todo Israel trará cordas a aquella ci­
TkISSE mais Achitophel a Absalâo: dade : e até o ribeiro a arrastaremos,
JL/ deixa-me escolher doze mil ho­ até que nem huma pedrinha se ache
mens. e me levantarei, e seguirei após mais ali.
Davia esta noite. 14 Então disse Absalâo e todo varâo
2 E virei sobre elle, pois está cansa­ de Israel, melhor he o conselho <le
do e froixo de mâos; e espanta-lo-hei, Husai o Archita, do que o conselho
e fugirá todo o povo que estâ com elle: de Achitophel: (porem assim J k h o v a h
e entao ferirei ao rei só. o mandára, para aniquilar o bom con­
3 E farei tornar a ti todo o povo: o selho de Achitophel, para que J e h ^
varâo a quem tu buscas, he como se v a h trouxesse o mal sobre Absalào.)
tomàrâo todos, assim todo o povo es­ 15 E disse Husai a Zadok, e a Abia*
tará em paz. thar sacerdotes; assim e assim acon­
4 E esta palavra pareceo bem em selhou Achitophel a Absalãpe aosAn­
olhos de Absalâo, e em olhos de todos ciãos de Israel: porem assfm e assim
os Anciãos de Israel. í aconselhei eu.
5 Disse porem Absalào, chamai ora ' 16 E a pois, envia e apresuradamen­
tambem a Husai o Arcliita : e ouça­ te, e denunciai a David, dizendo; náo
mos o que tambem elle diz. passes esta noite nas campinns (lo de­
6 E chegando Husai a Absalào, fal- serto. e logo tambem passa a diante

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II. SAMUEL, XVIII. 386
paia que e] Rei e todo o povo, que com dos filhos de Ammon, e Machir filho
elle está, nào seja devorado. de Ammiel de Lodebar, e Barzillai o
17 Estavâo pois Jonathan e Ahimaas Gileadita de Rogelim.
junto á fonte de Rogel; e foi huma 28 Camas e bacia*, e vasilhas de
criada^ e lhes o disse; e elles forão, barro, e trigo, e cevada, e farinha, e
e o dissérâo ao Rei David: porque, erão tostado; e favas, e lentilhas, tam­
vindo á cidade, nâo se podiào mos­ bem tostadas.
trar. 29 E mel, e manteiga, e ovelhas, e
18 Mas ainda hum moço os vio, e queijos de vacas, trouxerâo a David,
disse ao Absalâo: porem ambos logo e ao povo, que com elle estava, para
se forão apresuradamente, e viérâo a comerem: porque dissérâo, este povo
casa de hum varâo a Bahurim, o qual no deserto está faminto e cansado e
tinha hum poço em seu pàteo, e ali sedento.
dentro descenaérâo.
19 E tomou a mulher huma manta,
e a estendeo sobre a boca do poço, e CAPITULO XVIII.
espalhou tisana sobre elle: assim o DAVID contou ao povo, aue tinha
negocio nâo foi entendido.
20 Chegando pois os servos de Ab-
E comsigo: e pôs sobre elles Mai­
oraes de cento.
salâo à mulher a aquella casa, dissé­ 2 E David enviou ao povo. hum ter­
râo, aonde estâo Ahimaàs e Jonathan ? ço debaixo da mâo de Joao; e outro
e a mulher lhes disse, ja passàrâo o terço debaixo da mâo de Abisai, filho
Tâo das aguas: e havendo os buscado, de Zeruia, irmâo de Joab, e outro ter­
e nâo os achando, tomárâo-se para Je­ ço debaixo de mâo de Ithai o Getheo:
rusalem. e disse o Rei ao povo, eu tambem jun­
21 E foi que, depois que se forão, tamente sahirei comvosco.
sahirâo do poço, e forão, e o denuncia­ 3 Porem o povo disse, nâo sahirás;
rão a David: e dissérâo a David, le­ porque se formos obrigados a fuçir,
vantai-vos, e passai apresuradamente nâo porào o coração em nôs; e am-
as aguas; porque assim aconselhou daque a metade de nôs morra, nâo
contra vos Achitophel. orào o coração em nôs; porque ain-
22 Então David, e todo o povo que S a. taes como nós somos, ajuntarás dez
com elle estava; se levantou, e passa­ m il: assim que melhor será, que des
rão o Jordão: e ja à luz da manhâ nem da cidade nos soccorras.
ainda hum faltava, que nào passasse o 4 Entâo David lhes disse, o que
Jordão. bem parecer em vossos olhos, farei:
23 Vendo pois Achitophel, que nào e o rei se pôs da banda da porta, e
•e seguira seu conselho, albardou o as­ todo o povo sahio em centenas e em
no, e levantou-se, e foi-se a sua casa milhares.
a sua cidade, e deu ordem a sua casa, 5 E o rei mandou a Joab, e a Abi­
e enforcou-se: e morreo, e foi sepul­ sai, e a Ithai, dizendo; brandamente
tado na sepultura de seu pai. me tratai ao mancebo, a Absalâo: e
24 E David veio a Mahanaim: e Ab­ todo o povo ouvio, quando o rei man­
salâo passou o Jordáo, elle, e todo va­ dou a todos os Maioraes, acerca do
râo de Israel com elle. negocio de Absalâo.
25 E Absalâo constituirá a Amasa 6 Assim o povo sahio em campo, ao
em lugar de Joab, sobre o arraial: e encontro a Israel: e foi a peleja junto
era Amasa filho de hum varâo, cujo ao bosnue de Ephraim.
nome era Jethra o Israelita; o qual 7 E ali foi ferido o povo de Israel,
entrára a Abigal filha de Nahás, irmâ diante dos servos de David: e aquelle
de Zernia mãi de Joab. mesmo dia houve ali huma grande
26 Israel pois e Absalâo assentárâo desfeita de vinte mil.
seu arraial em terra de Gilead. 8 Porque ali se derramou f\ peleja
27 E foi que, chegando David a Ma­ sobre a face de toda aquelle terra: e
hanaim; Sobi filho de Nahas de Rabba mais consumio do povo ç bosque, do

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*36 n . SAMUEL, XVÜI.
qne os que a espada consumio aquelle dok, deixa me correr, e denunciarei a
mesmo dia. el Rei, que ja J eh o v a h o julgou da
9 E deu Absalfto de encontro com os mão de seus inimigos.
servos de David: e Absalâo hia sobre 20 Mas Joab lhe disse ; tu nâo seràs
hum mulo; e entrando o mulo debai­ hoje o portador de novas, porem outro
xo da espessura dos ramos de hum dia as levarás: mas hoje não darás a
grande carvalho, pegou-se-lhe a cabe­ nova; porquanto o filho d’el Rei he
ça ao carvalho, e ficou pendurado en­ morto.
tre o ceo e a terra; e o mulo, que es­ 21 E d is s e Joab a Cusi, vai-tu; e dize
tava debaixo delle, passou a diante. a el Rei, quanto viste: e Cusi se in­
10 O que vendo hum varâo, o fez sa­ clinou a Joab, e correo.
ber a Joab: e disse, eis que vi a Ab­ 22 E proseguio Ahimaas, filho de
salâo pendurado de num carvalho. Zadok, e disse a Joab; seja o que for,
11 Entâo disse Joab ao varâo, que deixa-me tambem correr após Ôusi: e
lhJo fizéra saber; pois o viste, porque disse Joab, para que agora correrias,
ali logo o nâo feriste em terra ? e eu filho meu, pois nâo tens conveniente
fora oDrigado, a dar-te dez moedas de mensagem f
prata, e hum cinto. 23 Seja o que for, disse Ahimaas, cor­
12 Disse porem aquelle varâo a Joab, rerei ; e Joab lhe disse, corre: e Ahi­
ainda que eu me podesse pesar em maas correo pelo caminho da campi­
minhas mâos mil moedas de prata, nâo na, e passou a Cusi.
poria minhas mãos no filho d’el R ei: 24 £ David estava assentado entre
pois bem ouvimos, que el Rei mandou as duas portas; e a atalaia subira ao
a ti, e a Abisai, e a Ithai, dizendo; terrado da porta junto ao muro; e le­
cada qual de vós se guarde de tocar ao vantou seus olhos, e olhou, e eis que
mancebo, a Absalâo. hum varão corria só.
13 Ainda que à falsa fé tratasse con­ 25 Clamou pois a atalaia, e disse o
tra minha vida, nem porisso cousa ao Rei; e disse o Rei, se sò vem, ha
nenhuma se esconderia a el Rei: e tu mensagem em sua boca: e vinha an­
mesmo te porias em fronte. dando, e chegando.
14 Entâo disse Joab, nâo me assim 26 Então a atalaia vio a outro varão
deterei aqui comtigo: e tomou tres correndo, e a atalaia clamou ao por­
dardos, e os fixou no coraçáo de Ab­ teiro, e aisse, eis que la vem outrosa-
salâo, estando elle ainda vivo no meio rão correndo s ó : entâo disse o Rei,
do carvalho. tambem este he denunciador.
15 E o cercârâo dez mancebos, que 27 Disse mais a atalaia, veio o correr
levavão as armas de Joab: e ferirão do primeiro, como o correr de Ahiraa-
a Absalâo, e o matàrão. âs, filho de Zadok : então disse o Rei,
16 Então Joab tocou a bozina, e o este he homem de bem, e virá com
«jovo se tornou de perseguir a Israel: boa mensagem-
porque Joab deteve ao povo. 28 Clamou pois Ahimaas e disse ao
17 E tomàrâo a Absalâo, e o lança­ Rei, paz; e inclinou-se ao Rei com
rão no bosque em huma grande cova; sua face em terra: e disse, bemdito
e levantàrâo sobre elle hum mui gran­ sejá J e h o v a h , que entregou os varões,
de montão de pedras: e todo Israel que levantàrâo sua mâo contra el Rei
fugio cada qual para sna tenda. meu Senhor.
18 E Absalâo tomára e levant&ra 29 Entâo disse o Rei, vai-ZAe bem ao
para si em sua vida huma columna, mancebo, a Absalâo ? e disse Ahima­
aue esta no valle do Rei; porque dizia; as ; vi hum grande alvoroço, quando
nlho nenhum tenho, para conservar a Joab mandou ao servo d’el Rei, e
memória de meu nome: e cham&ra a mim teu servo; porem nâo sei o que
aquella columna de seu nome; pelo era.
que, até o dia de hoje se chama, a 30 E disse o Rei, vira-te, e pôe-te
mâo de Absalâo. aqui: e virou-se, e parou-se.
J9 Então disse Ahimaas, filho de Za- 31 E eis que vinha Cusi; e disse

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ü . SAMUEL, XDL 337
Casi; denuncia-se a el Rei meu Se­ isto, do que todo quahto mal te sobre­
nhor, que hoje J x h o y a h te julgou dá veio desde tua mocidade, até agora.
jntode todos os que se levaatàrSo con- 8 Entâo o Rei se levantou, e se as­
trm ti. sentou à porta: e fizérâo saber a to­
3 2 Ent&o disse o Rei a Cusi, vai-lhe do o povo, dizendo, eis que el Rei es­
bem ao mancebo, a Absalâo * e disae tá assentado à porta; entâo todo 6
Cusi, como aquelle mancebo sejâo os povo veio perante o acatamento do
inimigos d?ei Rei meu Senhor^ e to­ Rei, porem Israel fugio cada qual para
dos o» que se levantâo oontra ti para suas tendas.
mal. 9 E todo o povo em todas as tribus
33 Entâo o Rei se turbou, e subio à de Israel anaava porfiando entre si,
sobresala da porta, e chorou: e indo dizendo: el Rei nos tirou das mâos de
andamdo. assim dizia; filho meu Ab­ nossos inimigos, e elle nos livrou das
salâo, filho meu, filho meu Absalâo! mâos dos Philisteos; e agora fugio da
ah se eu mesmo por ti morréra, Ab- terra por amor de Absalâo.
saÜOj filho meu, £uho m eu! 10 E Absalâo, a quem ungíramos so­
bre nôs, ja morreo na peleja: agora
CAPITULO XIX. pois, porque vos callais, para tomar a
trazer a el Rei í
DISSERÃO a Joab: eis que el 11 Entâo o Rei David enviou a Za­
E Rei anda chorando, e lastimasse dok e a Abiathar sacerdotes, dizendo,
por Absalâo. fallai aos Anciãos de Judá, dizendo;
t Ent&o a victqria se tornou naquelle porque vósoutros serieis os últimos
n ewnio d ia em tristeza para todo o em tomar a trazer ao Rei a sua casa?
fofo: porque aquelle mesmo dia o (porque as palavras de todo Israel ohe-
novo ouvira dizer, mui triste está el gárâo ao Rei até sua casa.)
«ei por seu filho. 12 Vósoutros sois meus irmãos, me­
3 E aquelle mesmo dia o povo en-us ossos e minha came sois vos: por­
troa escondidamente na cidade: como que pois serieis os últimos em tornar
o povo de vergonhoso se escoa escon­ a trazer ao Rei ?
didamente, quando fogem da peleja. 13 E a Amasa direis, porventura tu
4 Estava pois o Rei cuberto com o nâo es meu osso e minha came ? assim
rosto; e o Kei clamava am alta voz: me faça Deos, e assim me acrecente,
filho m eu Absalâo, Absalâo meu filho, se nâo fores Maioral do arraial diante
fllhn m e u ! de mim para sempre, em lugar de Joab.
5 Ent&o entrou Joab ao Rei em ca­ 14 Assim moveo o coração de todos
sa: e disse, hoje envergonhaste a os varões de Judá, como o de hum sô
íaee d e todos teus servos, que livrà- várâo: e enviàrâo ao Rçi, dizendo,
«*o h o je tua vida, e a vida de teus toma-te tu com todos teus servos.
flfeos, e de tuas filhas, e a vida de 15 Entâo o Rei se tornou, e chegou
tuas mulheres, e a vida de tuas con­ até o Jordão: e Judá veio a Gilgal, a
cubina*. sahir ao encontro ao Rei, para passa­
6 Amando tu aos que te aborrecem, rem ao Rei d’alem do Jordão.
e aborrecendo aos que te amào: por­ 16 E apresurou-se Simei, filho de
que hoje dás a entender, que nada Gera, filho de Jemini, que era de Ba-
sâo para Comtigo Maioraes e servos; hurim: e descendeo com os varòes
porque entendo hoje, que, se Absalâo de Judá ao encontro ao Rei David.
vivera, e nôs todos hoje foramos mor­ 17 E com elle mil varòes de Benja
tos, entâo bem te parecéra em teus m in; como tambem Ziba servo da ca­
olhos. sa de Saul, e seus quinze filhos, e se­
7 L e v a n t a s t e pais a g o r a , s a h e , e f a lia us vinte servos com elle: e prompta-
c o n f o r m e a o c o m ç â o d e te n s s e rv o s: mente passàrâo o Jordão antes do Rei-
p o r q u e p o r J z h o v a h te ju r o , q u e , s e 18 E passando a barca, para passar
n â o e a h i r e s , n e m h u m só v a r â o n q u e a casa ao Rei, e fazer o que bem pa­
c o m tig o a n o ite ; e m a is m a l te s e r á recesse em seus olhos: entâo Simei,
15

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338 II. SAMUEL, XIX.

filho de Gera, sé derribou diante do 30 E disse Mephiboseth ao Rei, to>


Rei, passando elle o Jord&o. me elle tambem tudo: pois ja veio
19 E disse ao Rei, n&o me impute el Rei meu Senhor em çaz a sua casa.
meu Senhor minha culpa, e não te 31 Tambem Barzillai o Gileadita
lembres do que tam perversamente fez descendeo de Rogelim; e passou com
teu servo, o dia que el Rei meu Se­ o Rei o Jordão, para acompanhàlo
nhor sahio de Jerusalem: para tomá- d;alem do Jordão.
lo el Rei no coração. 32 E era Barzillai mui velho, de
20 Porque teu servo de veras con­ idade de oitenta annos: e elle suBten-
fessa, que eu pequei: porem eis que tára ao Rei, quando tinha sua manl»
eu o primeiro sou, que ae toda a casa da em Mahanaim; porque era homem
de Joseph vim descender ao encontro mui grande.
a el Rei meu Senhor. 33 E disse o rei a Barzillai: pana
21 Então respondeo Abisai filho de tu comigo, e sustentar-te-hei comigo
Zeruia, e disse, pois náo morreria Si- em Jerusalem.
mei por isto, havendo amaldiçoado 34 Porem Barzillai disse ao rei:quaa»
ao Ungido de J e h o v a h ? tos serão os dias dos annos de minha
22 Porem David disse; que tenho eu vida. para que suba com el rei a Je-
com vosco, filhos de Zeruia, para que f J
rusalem.
hoje me sejais Satanases? morreria 35 Dé idade de oitenta annos soo
hoje àlguem em Israel ? porque por­ hoje; poderia eu discernir entre bem
ventura não sei, que hoje íoi feito e mal? poderia teu servo ter gosto no
Rei sobre Israel? què comer e beber; poderia eu mais
23 E disse o Rei a Simei, não mor­ ouvir a voz dos cantores e cantoras?
rerás : e o Rei lh*o iurou. e porque teu servo ainda será pesado
24 Tambem MepniboSeth, filho de a el rei meu Senhor ?
Saul, descendeo ao encontro ao R ei: 36 Com el rei passará teu serro
e não lavára seus pés, nem fizéra sua ainda hum pouco mais alem do Jor­
barba, nem lavára seus vestidos desdo dão : e porque el rei me recompensa­
dia que o Rei se fora, até o dia que ra com tal recompensa ?
tomou em paz. 37 Deixa tornar a teu servo, e mor­
25 E foi que, vindo elle a Jerusalem rerei em minha cidade, junto a sepul­
ao encontro ao Rei, disse-lhe o Rei; tura de meu pai, e de minha mãi:
porque não foste comigo, Mephibo­ mas eis ahi està teu servo Chimham,
seth ? o qual passe com el rei meu Senhor,
26 E disse elle, Rei meu Senhõr, meu e faze-lhe o que bem parecer em tens
servo me enganou; porque teu servo olhos.
dizia, hum asno me albardarei, e nelle 38 Então disse o rei, Chimham pas­
subirei, e irei com el Rei; pois teu sará comigo, e eu lhe farei como
servo he coxo. bem parecer em teus olhos, e tudo
27 De mais d’isto, falsamente accu- quanto me pedires, te farei.
sou a teu servo diante d>el Rei meu 39 Havendo pois todo o povo passado
Senhor: porem el Rei meu Senhor he o Jordão, e passando tambem o rei,
como hum Anjo de Deos; faze pois beijou o rei a Barzillai, e o abendi-
o que parecer bem era teus olhos. çoou: e elle se tomou para seu lugar.
28 Porque toda a casa de meu pai 40 E d3ali passou o rei a Gilgal, e
nada mais foi que varões de morte Chimham passou com elle: e todo o
perante el Rei meu Senhor; e com povo de Judá passàra ao rei, como
tudo poseste a teu servo entre os que tambem ametaae do povo de Israel.
comem á tua m esa: e que mais justi­ 41 E eis que todos os varões de Is-
ça eu tenho, nem que mais clamar a rael viérâo ao rei, e dissérão ao Rei;
el Rei? porque nossos irmãos, os varões de
29 E disse lhe o Rei, porque ainda Judá, te furtárão. e passárão a el Rei
mais falias de teus negocios ? ja disse e a sua casa d^alem do Jordão, e to*
eu, tu e Ziba partais as terras. dos varões de David com elles1

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II. SAMUEL, XX. 339
42 Entáo responderão todos os va­ Jerusalem, para irem após Seba. filho
rões de Judá aos varões de Israel, por­ de Bichri.
quanto el Rei he nosso parente; e por­ 8 Chegando elles pois â pedra gran-
que vos irais por isso? porventura de; que está junto a Gibeon, Amasa
comemos ás custas d’el-rei? ou nos veio perante elle^: e estava Joab cin­
apresentou algum presente ? gido de sua saltimbarca, quo vestio, e
43 E respondérâo os varões de Is­ sobre ella hum cinto, a que a espada
rael aos varões de Judá, e dissérâo, estava apegada a seus lombos em sua
dez partes temos em el-rei, e até em bainha: e adiantando-se elle, cahio-
David mâis temos nos que vósoutros; Ihe.
porque pois tam era pouco nos tives­ 9 E disse Joab a Amasa, vai-te bem,
tes, que nossa palavra nâo foi a pri­ irmâo meu ? e Joab com a mâo direi­
meira, para tornar a trazer a nosso ta pegou da barba de Amasa, para
rei ? porem a palavra dos varões de beijálo.
Judá foi mais forte, do que a palavra 10 E Amasa nâo se guardou da espa­
dos varões de Israel. da, que estava na mâo de Joab; assim
que o ferio com ella na quinta costel-
CAPITULO XX. la, e derramou suas entranhas em ter­
ra, e segunda vez o nâo ferio, e mor­
NTAO sse achou ali a caso hum
E varâo de Belial, ciijo nome era
Seba, filho de Bichri, varâo de Jemi-
reo : entâo Joab e Abisai seu irmâo,
se forão após Seba, filho de Bichri.
11 Mas hum varâo dos moços de Jo­
ni: o qual tocou a bozina, e disse, nâo ab se parou junto a elle: e disse, quem
temos parte em David, nem herança ha que bem queira a Joab ? e quem
no filho de Isai; cada qual se torne que seja por David? siga a Joab.
a suas tendas, ô Israel. 12 E Amasa estava revolto em seu
2 Então toao varâo de Israel subio sangue no meio do caminho: e ven­
de após David, após Seba, filho de do aquelle varâo, que todo o povo se
Bichri: porem os varões de Judá se parava, desviou a Amasa do cami­
apegàrâo a seu rei desdo Jordão até nho para o campo, e lançou sobre elle
Jerusalem. huma veste; porquanto via. que todo
3 Vindo pois David a sua cada a Je­ aquelle que vinha junto a elle, se pa­
rusalem, tomou o rei as dez mulheres, rava.
suas concubinas, que deixara para 13 E como esteve apartado do cami­
guardar a casa, e pólas em huma ca­ nho, todo varâo seguio a Joab, para
sa em guarda, e as sustentava; porem irem após Seba, filho de Bichri.
a ellas nâo entrou: e estiverâo encer­ 14 E passou por todas as tribus de
radas até o dia de sua morte, vivendo Israel a Abel, a saber, a Beth Maaca,
como viuvas. e a todo Berim: e ajuntarâo-se, e
4 Disse mais o rei a Amasa, convo­ tambem o seguírão.
ca-me aos varões de Judá para o ter­ 15 E viérâo, e cercárâo o em Abel
ceiro dia : e tu entáo aqui te apresenta. de Beth Maaca, e levantàrâo huma
5 E foi Amasa a convocar a Judá: tranqueira contra a cidade, assim que
porem deteve se mâis do tempo de­ ja estava em fronte do antemuro: e
terminado,que lhe tinha determinado, todo o povo, que estava com Joab, ba­
6 Entâo disse David a Abisai, mais tia o muro, para derribálo.
mal agora nos farà Seba o filho de Bi­ 16 Entâo huma mulher sabia clamou
chri do que Absalâo: velo que toma desda cidade: ouvi, ouvi, peço-ros que
tu aos servos de teu Sennor, e vai após digais a Joab; chega te aqui, e faÚa-
elle; para que porventura nâo ache rei comtigo.
para si cidaaes fortes, e se desvie de 17 E chegando-se elle a ella, disse
nossos olhos. a mulher; es tu Joab? e disse elle,
7 Entâo sahirâo após elle os varões eu sou: e ella lhe disse, ouve as pala­
de Joab, c os Cretheos, e os Plethéos, vras de tua serva; e disse elle ; ouço.
e todos os valentes: estes sahitâo de 18 Entáo fallou ella, dizendo: An-

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340 II. SAMt EL, XXI.
tigamente sohiâo fallar, dizendo, con­ ciliaçáo, para que abendiçoeis a he­
statando perguntarão em Abel; e ae- rança de J eho vah ?
sim o cumpnáo. 4 Então oç Gibeonitas lhe dissérão*
19 Huma das pacificas e das fieis sou nào he por prata, nem ouro, que com
eu em Israel: e tu procuras matar hu­ Saul e com sua casa o havemos, nem
ma cidade? que he madre em Israel; tampouco pretendemos matar a al­
porque pois devorarias a herança de guem em Israel: e disse elle, que
Jehovah 7 quereis logo que vos faça ?
20 Entáo respondeo Joab, e disse: 5 E disserão ao Rei, o varão que nos
nunca tal, nunca tal em mim haja, destruio, e intentou contra nos, que
que eu devore, nem arruine ! fossemos assolados, serti que pudes-
21 Nào vai assim o negocio; porem semos subsistir em termo algum de
hum varão do monte de Ephraim, cu­ Israel:
jo nome he Seba, filho de Bichri, le­ 6 De seus filhos sete varões se nos
vantou sua máo contra el-Rei, contra dém, para que os enfoquemos a Jeho­
David} entregai a este só. e retirar- v a h em Gibea de Saúl, ò Eleito de Je ­
me-hei da cidade : entào aisse a mu­ h o v a h : e disse ó Rei/ eu os darei.
lher a Joab, eis que sua cabeça te lan­ 7 Porem o Rei escusou a Mephibo­
çarão desdo muro. seth, filho de Jonathan, filho de Saul:
22 E a mulher entrou a todo o povo pelo juramento de J jehovaH; que eo-
com sua sabedoria, e cortârâo a cabe­ tre elles houvéra, entre David e Jom*
ça de Seba, filho de Bichri, ea lança­ than, filho de Saul.
rão a Joab; então tocou a bozina, e 8 Porem tomou o Rei aos dous filhos
retiràrão-se da cidade cada qual a su­ de Rispa, filha de Aia, que tinha pa­
as tendas: e Joab se tornou a Jerusa­ rido a Saul, a saber a Annoni e a Me­
lem ao Rei. phiboseth; como tambem aos cinco
23 E Joab estava sobre todo o exer­ filhos da irmâ de Michal, filha de Saulj
cito de Israel: e Benaia, filho de Jo- que parira a Adriel, filho de Barzillai
iada. sobre os Cretheos, e sobre os Meholathita.
Pletneos. 9 E deu os em mão dos Gibeonitas,
24 E Adoram sobre os tributos : e os quaes os enforcârào no monte pe­
Josaphath, filho de Ahilud, era o Chan­ rante a face de J e h o v a h , e cahirâo
celer. estes sete juntamente: e forão mortòs
25 E Seia o Escrivão: e Zadok e nos dias da sega, nos dias primeiros,
Abiathar, os sacerdotes. no principio da sega das cevadas.
26 E tambem Ira, o Jairita, era o 10 Entâo Rispa, filha de Aia tomon
Official maior de David. hum saco, e estendeo-lh,o sobre hu­
ma penha, desdo principio da sega,
CAPITULO XXI. até que destillou agua sobi-e elles do
ceo: e nào deixou as aves do ceo pou­
EM dias de David tres annos sar sobre elles de dia, nem o s animaes
E houve fome, annos após anno; e
David consultou a face de J ehovah :
do campo de noite.
11 E ioi dito a David o que fizéra
e J ehovah disse; por Saul e pela ca­ Rispa, filha de Aia concubina de Saul.
sa de sangue; he, porquanto matou aos 12 Entáo foi David, e tomou os os­
Gibeonitas, sos de Saul, e os ossos de Jonathan seu
2 Entào o Rei chamou aos Gibeoni- filho, dos moradores de Jabés em Gi­
tas, e disse-lhes: (não erão porem os lead, os quaes os furtarão da rtta de
Gibeonitas dos filhos de Israel, mas Beth san, aonde os Philisteos os ha-
do resto dos Amoreos, e os filhos de vião pendurado, quando os Philisteos
Israel lhes haviào jurado, porem Saul ferírào a Saul em Gilboa.
curou ferilos em seu zelo pelos 13 E fez subir d’ali os ossos de Satd,
os de Israel e de Judá.) e os ossos de Jonathan seu filho: «
3 Disse pois David aos Gibeonitas, ajuntárâo tambem os ossos dos enfor­
que vos farei ? e com que farei recon- cados.

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Ur SAMUEL, XXII. 841
14 B enterráráko os on o b de Saul, e 3 Deos he meu rochedo, nelle con­
deJonathan «eu filho em terra de Ben­ fiarei : meu escudo, e o como de mi­
jamin em Zela, na sepultura de seu nha salvação, meu alto retiro, o meu
pai Kis, e fizérâo tudo rjuanto o Rei refugio, meu Salvador, de violência
mandára: e depois d’isto Deos se me salvaste.
splacoa com a terra. 4 A J e h o v a h , digno de louvor; invo­
15 Tivérâo mais 06 Philisteos huma quei : e de meus inimigos fiquei livre.
peleja contra Israel: e descendeo Da­ 5 Porque me cercàrâo ondas de mor­
vid, 9 seus servos com elle, e tanto pe- te: ribeiros de Belial me assombràrâo.
lejáráo com os Philisteos, que David 6 Cordéis do inferno me cingirão:
se cansou. encontrârâo me laços de morte.
16 E Isbi-Benob, que era dos filhos 7 Estando em angustia, invoquei a
de Rapha, e o peso de sua lança tinha J e h o v a h , e a meu Deos clamei: e
trezentos sidos de peso de metal, e desde seu palacio ouvio minha voz, e
estava cingido de huma espada neva; meu clamor chegou a seus ouvidos.
este intentou ferir a David. 8 Èntâo se abalou e tremeo a terra,
17 Porem Abisai, filho de Zeruia. o os fundamentos dos cfeos se movérâo,
ajudou, e ferio ao Philisteo, e matou e abaláráo, porquanto se indignou.
o: entâo Os varões de David lhe jurà- 9 Subio fumo de seu nariz, e de sua
rto, (tizendo; nunca mais sahiràs com­ boca fogo que consumia: carvões se
nosco & peleja, pata que náo apagues encendérâo delle.
a candea de Israel. 10 E abaixou os ceos, e descendeo:
18 E aconteceo depois d’isto, que e escuridão havia debaixo de seus pés.
aiada outra peleja houve em Gob con­ 11 E andou em Cherubim. e voou:
tra 06 Philisteos : entáo Sibbechai o e foi visto sobre as asas do vento.
Husathita ferio a Saph, que era dos 12 E por'tendas pós as trevas ao
fifbos de Rapha. redor de s i: acolhimento de aguas,
19 Houve mais outra peleja oontra nuvens dos ceos.
os Philisteos em Gob: e El hanan, 13 Do resplandor de sua presença,
filho de Jaaré-Oregim ferio a Beth- brasas de fogo se encendem.
halachmi, o que estava com Goliath 14 Trovoou desdosceos J e h o v a h : e
Getheo, e era a aste de sua lança, co­ o Altíssimo deu sua voz.
mo oreâo de tecelão. 15 E despedio frechas, e dissipou-os:
20 Houve ainda tambem outra pele­ raio, e perturbon-os.
ja em G ath : aonde estava hum varâo 16 E as profundezas do mar se virâo,
ée alta estatura, que tinha em cada os fundamentos do mundo se descu-
máo seis dedos, e em cada pé outros brirâo: pela reprensâo de J e h o v a h , e
seis, vinte e quatro por todos, e tam­ pelo assopro do vento de seu nariz.
bem este nascera a Rapha. 17 Desdo alto enviou, e me tomou:
21 E injuriava a Israel: porem Jo­ tirou-me de muitas aguas.
nathan filho de 8imea, irmâo de Da­ 18 Livrou-me de meu possante ini­
vid, o ferio. migo, e de meus aborrecedores; por­
22 Estes quatro nascérâo á Rapha quanto mais poderosos erão, que eu.
em G ath: e cahirâo pela mfto de Da­ 19 Encontrarâo-me no dia de minha
vid, e pela mâo de seus servos. calamidade: porem J e h o v a h me foi
encosto.
CAPITULO XXII. 20 E tirou-me à largura, e arrebatoú-
me d*ali; porque tinha prazer em mim.
FALLOU David a J e h o v a h as 21 Recompensou-me J e h o v a h con­
E palavras d’este cântico, o dia aue forme a minha justiça: conforme &
pureza de minhas mâos me rendeo.
J t h o v a h o livrou das mâos de todos
seye inimigos, e das mâos de Saul. 22 Porque guardei os caminhos de
2 Disse pois: J e h o v a h me he minha J e h o v a h : e impiamente me nâo apar­
penha, e meu lugar forte, e meu Li- tei de meu Deos.
VTadoT. 23 Porque todos seus direitos estavâo

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842 II. SAMUEL, XXIII.
diante de m im : e de seus estatutos 43 Ent&o os moí como ao pó da ter­
me n&o desviei. ra : como a lama das ruas os pilei e
24 Porem foi sincero perante elle: dissipei.
e guardei-me de minha miquidade. 44 Tambem me livraste das conten­
25 E rendeo-me J eh o v a h conforme das de meu povo: guardaste-me para
a minha justiça: conforme a minha cabeça das Gentes; o povo que nâo
pureza, perante seus olhos. conhecia, me servio.
26 Com o benigno te mostras benig­ 45 Estranhos fingidamente se mesn-
no : com o heroe sincero te mostras geit&râo: em ouvindo minha voe me
sincero. obedecérâo.
27 Com o puro te mostras puro: mas 49 Çstranhosdescahírâo: e cingindo
com o perverso te mostras avesso. se sahirão de seus en erramentos.
28 E ao povo afflicto livras: mas 47 Vive J e h o v a h , e bemdito seja
teus olhos s&o contra os altivos, e tu meu rochedo: e exalçado seja Deos,
os abaterás. a rocha de minha salvação.
29 Porque tu J e h o v a h , es minha 48 O Deos, que me dà. inteira vin­
candea: e J e h o v a h esclarece minhas gança : e demba os povos debaixo de
trevas. mim.
30 Porque comtigo entro por hum 49 E o que me retira de meus ini­
esquadr&o: com meu Deos salto por migos : e tu me exalças sobre os que
hum muro. contra mim se levant&o; do var&o mui
3 1 0 caminho de Deos he perfeito : violento me arrebatas..
e a palavra de J eh o v a h refinada; es­ 50 Pelo que, J e h o v a h , te louvarei
cudo he para todos os que nelle confiâo. entre as gentes: e a teu nome psal*
32 Porque, quem he Deos, sen&o J e ­ modiarei.
h o v a h ? equem rochedo, sen&o nosso 51 He a torre das salvações de sen
Deos? rei: e usa de benignidaae com sen
33 Deos he minha fortaleza e força: Ungido, com David e com sua semen*
e elle perfeitamente desembaraça meu te, para todo sempre.
caminho.
34 Faz meus pés como os das cer­ CAPITULO XXJU.
vas : e em minhas alturas me poem.
35 Ensina minhas m&os para a pele­ ESTAS s&o as ultimas palavras
ja, assim que hum Arco de bronze foi
quebrado por meus braços.
E de David: diz David, filho de
Isai; e diz o varâo que foi posto alto:
36 Tambem me déste o escudo de o Ungido do Deos de Jacob, e o suave
tua salvaç&o: e humilhando-me tu, em psalmos de Israel.
me vieste a engrandecer. 2 0 Espirito de J e h o v a h fallou por
37 Alargaste meus passos debaixo de mim: e sua palavra esteve em minha
mim: e meus artelhos n&o vacillár&o. boca.
38 Meus inimigos persegui, e os des­ 3 Disse o Deos de Israel, a Rocha de
baratei : e nunca me tornei, até os nâo Israel a mim me fallou: naverá hum
consumir. Senhoreador sobre os homens, justo,
39 E os consumi, e os atravessei, que Senhoreador nó temor de Deos.
nunca mais se levantâr&o: mas cani- 4 E serà como a luz da manhâ, quan­
r&o debaixo de meus pés. do sahe o Sol. da manhâ sem nuvens,
40 Porque me cingiste de força para quando por seu resplandor, e por chuya
a peleja: fizeste abater-se debaixo de a erva Brota da terra.
mim aos que se levantàrâo contra mim. 5 Ainda que minha casa nào e»ta
41 E deste-me o pescoço de meus assim para com Deos: com tudo hum
inimigos, de meus aborrecedores, e os concerto eterno estabeleceo comigo,
desfiz. que em tudo està bem ordenado e
42 Olh&r&o, porem n&o houve Livra* guardado; pois toda minha salvação
dor: a J e h o v a h , porem nâo lhes res­ e todo meu prazer estâ ’ne!fc, nào ob­
pondeo. stante que ainda o nâo faz brotar.

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H. SAMUEL, XXin. 343
6 Porem os varòes de Belial, todos teça, que tal faça; beberia eu o sangue
ser&o oomo ob espinhos, que se lanção dos varões, que forão a risco de sua
fora: porquanto se lhe nâo pode pegar vida ? assim que a nâo quiz beber:
com a mâo. isto fizérâo aquelles tres Herões.
7 Mas qualcjuer que os quizer tocar, 18 Tambem Abisai, irmâo de Joab,
bem se prove de ferro, e da aste de filho de Zeruia, era cabeça de tres; e
huma lança: e com fogo totalmente este alçou sua lança contra trezentos
serâo queimados no mesmo lugar. feridos: e tinha nome entre os tres.
8 Estes sâo os nomes dos Herões. que 19 Porventura este não era o mais
David tev e: Joseb-Bassebeth, filho de nobre dentre estes tres? pois era o pri­
Tahchemoni, o principal dos capitães; meiro delles; porem aos primeiros tres
este era Adino Esnita, que se opusera não chegou.
a oito centos, e os ferio de huma vez. 20 Tambem Benaia filho de Joiada,
9 E depois delle Eleazar filho de Po- filho de hum valente varâo, de Cab-
dó, filho de Ahohi, entre os tres He- seel, grande em obras: este ferio dous
rôes que esjavâíwpa paVid, quando fortes lèões de Moab; e descendeo
aos Pnitisteos provocarão': qut ali se elle, e ferio a hum leão em meio de
ajuntÃrâo à peleja, e os varões de Is­ huma cava, no tempo de neve.
rael subírâó. 21 Tambem este ferio a hum varão
10 Este se levantou, e ferio aos Phi- Egypcio, varâo de respeito: e em mâo
fisteos, até que sua mâo se cansou, e do Egypcio havia huma lança, porem
a mâo se lhe pegou à espada; e aquel­ elle descendeo a elle com hum caiado,
le dia J c h o v a h obrou num grande li- e arrancou a lança da mâo do Égyp-
mmento: e o povo se tomou apóá elle, cio, e matou o com sua própria lança.
somente a tomar o despojo. 22 Estas cousas fez Benaia, filho de
11 E depois delle Sammâ filho de Joiada : pelo que teve nome entre os
Àçé, o Hararita: quando os Philisteos tres Herões.
ae ajuntârâo em huma multidão, aon­ 23 Dentre os trinta elle era o mais
de navia hum pedaço de châo cheio nobre, porem aos tres primeiros nâo
de lentilhas, e o povo fugira de dian- chegou : e David o pós sobre seus
íe dos Philisteos. guardas.
12 Este p o is se p ô s n o m e io d ^ q u e l- 24 Asael irmão de Joab estava entre
le p e d a c o de cháa7 e d e fe n d e o o, e f e ­ os trinta: que erão Elhanan filho de
rio ao s P h i l i s t e o s : e J eh o v a h o b ro u Dodo. de Bethlehem.
h u m g r a n d e liv ra m e n to . 25 Sammá Harodita, ElikaHarodita.
13 Tambem tres cjos trinta cabeças 26 Heles Paltita, Ira filho de Ikkes
de*cendérâo, e viérão na sega a Da­ Thekoita.
vid, á caverna de Adullam: e a mul­ 27 Abiezer Anathothita, Mebunnai
tidão dos Philisteos assentára arraial Husathita.
no valle de Rephaim. 28 Zalmon Ahohita, Maharai Neto-
14 E David estava entâo em hum phathita.
togar forte: e a guarnição dos Philis­ 29 Heleb filho de Baena, Netopha-
teos estava entâo em Bethlehem. thita: Ithai filho de Ribai, de Gibea
15 E teve David desejo, e disse: dos filhos de Benjamin. •
quem me darà de beber aa agua da 30 Benaia Pirhathonita, Hiddai do
cisterna de Bethlehem, que está á ribeiro de Gaás.
porta? 31 Abi Albon Arbathita, Azmaveth
16 Entâo aquelles tres Herões rom- Barhumita.
pérâo pelo arraial dos Philisteos, e ti­ 32 Elijahba Saalbonita, Bne-Jasen,
rarão agua da cisterna de Bethlehem, e Jonathan.
qne está à porta; e a tomárâo e trou- 33 Samma Hararita, Ahiam filho de
xérâo a David: porem elle nâo a quiz Sarar, Ararita.
beber, mas derramou a perante J eho­ 34 Éliphelet filho de AhasbaL filho
vah. de hum Maacathita: Eliaxn filno de
17 E disse, ntmca Jehovah me acon­ Achitophel, Gilonita.

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844 II. SAMUEL, XXIV.
35 Hesrai Carmelita, Paarai Arbita. vid a J e h o v a h , muito pequei noqqe
36 Ighal filho de Nathan, de Zoba; fiz; porem agora, J eh o v a h , peço-t$
Bani Gadita. que traspasses a iniquidade ae teu
37 Zelek Ammonita, Naharai Bee- servo; porque tenho leito mui louca­
rothita, o que trazia as armas de Joab, mente.
filho de Zeruia. 11 Levantando-se pois David pela
38 Ira Jethrita, Gareb Jethrita. manhã; veio palavra de J ehovah ao
39 Urias Hetheo: trinta e sete por Propheta Gad, Vidénte de David, di­
todos. zendo.
12 Vai; e dize a David, assim diz Jb*
h o v a h ; tres cousas te offereço: es­
CAPITULO XXIV. colhe te huma delias, que te faça.
A ira de J e h o v a h se tornou a en- 13 Veio pois Gad a David, e fez ifro
E cender contra Israel: e incitou a
David contra elles, dizendo; vai, con­
saber: e disse-lhe, queres que sete an-
Uos de fome te venhâo a tua terra;
ta a Israel e a Judá. ou que tres mezes fujas diante de teus
2 Disse pois o Rei a Joab, Maioral inimigos, e elles te peTsigam; ou que
do arraial, ao qual tinha comsigo: ago­ tres dias haja peste em tua terra ? at-
ra rodea por todas as tribus de Israel, tenta agora, e olha, com que reposta
desde Dan até Berseba, e contai ao tornarei ao aue me enviou.
povo : para que saiba o numero do 14 Entâo aisse David a Gad, estou
povo. era grande angustia : porem caiamos
3 Então disse Joab ao Rei, ora, mul­ em mâos de J e h o v a h , porque muitas
tiplique J e h o v a h teu Deos a este povo são suas misericórdias; mas em mâos
cem vezes tanto, quanto agora he, e de homens nâo caia eu.
os olhos d’el Rei meu Senhor o vejão: 15 Então enviou J ehova ^í peste em
mas porque el Rei meu Senhor deseja Israel, desde pela manhã até o tempo
este negocio ? determinado: e desde Dan até Berse­
4 Porem a palavra do Rei jprevàleceo ba, setenta mil homens do povo mor*
contra Joab, e contra os Maioraes do réráo.
arraial: Joab pois sahio com os Mai­ 16 Estendendo pois o Anjo sua mio
oraes do arraial, de diante da face d’el sobre Jerusalem, para a destruir, Ji-
Rei, a contar o povo de Israel. h o v a h se arrependeo d’aquelle mãi;
5 E passãrão o Jordão: e poserão se e disse ao Anjo que fazia a destrui­
em campo junto a Aroer, á máo direi­ ção entre o povo; basta, agora reti­
ta da cidade, que está no meio do ri­ ra tua mão; e o Anjo de J e h o v a h
beiro de Gaa, e junto a Jaezer. estava junto à eira de Arauna, o Je-
6 E vierão a Gilead, e á terra baixa buseo.
de Hodsi: tambem viérâo até Dan- 17 E vendo David ao Anjo, que feria
Jaan, e ao redor de Zidon, ao povo, fallou a J e h o v a h , e disse;
7 E viérâo à fortaleza de Tyro, e a eis que eu eu pequei, e eu, eu iniqua-
todas as oidades dos Heveos e dos Ca­ mente obrei; porem estas ovelhas que
naneos ; e sahirão para a banda do Sul fizérão? seja pois tua mão contra mim,
de Judá, a Berseba. e contra a casa de meu pai.
8 Assim rodéarào por toda a terra: 18 E Gad veio aquelle mesmo dia
e a cabo de nove mezes, e vinte dias, a David: e disse-lhe, sube, levanta a
tomârão a Jerusalem. J eh o v a h hum altar, na eira de Arauna
9 E Joab deu ao Rei a somma do nu­ o Jebuseo.
mero do povo contado: e havia em Is­ 19 Assim David subio conforme k
rael oito centos mil homens de guer­ galavra de Gad, como J e h o v a h man-
ra, que arrancavão espada ; e os va­
ròes de Judá erão quinhentos mil va­ 20 E olhou Arauna, e vio ao rei e a
rões. seus servos vir a elle: sahio pois Arau­
10 E o coração ferio a David, depois na, e inclinou-se ao rei com a face em
de haver contado ao povo: e disse Da­ terra,

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I. REIS, I. 346
21 E isso Arauna, porque vem el-Rei disse mais Arauna ao Rei, Jehovah
meu Senhor a seu servo ? e disse Da­ teu Deos tome prazer em ti.
vid, para comprar de ti esta eira, para 24 Porem o Rei disse a Arauna, náo,
edificar nella hum altar a J e h o v a h , senâo por certo preço de ti comprarei,
paraque este castigo cesse de sobre o porque de graça nâo afferecerei holo­
poro. caustos a J eh o v a h meu Deos: assim
22 Entáo disse Arauna a David; to­ David comprou a eira e os bois por
me, e offereça el-Rei meu Senhor o cincoenta siclos de prata.
que bem parecer em seus olhos: eis 25 E edificou ali David a J eh o v a h
ahi bois para o holocausto^ e o tri­ hum altar, e offereceo holocaustos e
lhos e o aparelho dos bois para a offertas gratificas: assim J eh o v a h se
lenha. aplacou para com a terra, e aquelle
23 Tudo isto deu Arauna o Rei ao Rei: castigo cessou de sobre Israel.

0 P R I M E I R O L I V R O DOS R E I S .

CAPITULO I. que David tinha, náo estavaõ com


Adonias.
OENDO pois o rei David já velho, t 9 E matou Adonias ovelhas, e vacas,'
O adiantado na idade, cubriáo-o com e cevados, junto à pedra de Zoheleth,
▼estes, porem nâo aquecia. que está junto à fonte de Rogel: e
% Entáo seus servos lhe dissérâo; convidou a todos seus irmãos, os filhos
busquem para el-Rei meu Senhor hu­ do Rei, e a todos os vuróes de Judá,
ma moça virgem, que esteja perante servos do Rei.
el-Rei, e o regale: e durma em seu 10 Porem a Nathan Propheta, e a
regaço, para que el-Rei meu Senhor Benaià, e aos Heroes, e a Salamão seu
aqueça. irmâo náo convidou.
3 E buscàrâo huma moça formosa 11 Entáo fallou Nathan a Bathseba
por todos os termos de Israel $ e acha­ mãi de Salamão, dizendo, nâo ouviste,
rão a Abisag Sunamita; e a trouxé- que Adonias filho de Haggith reina ?
râo ao Rei. e David Senhor nosso o nâo sabe ?
4 E era a moça sobre maneira for­ 12 Vem pois agora, e deixa-me dar-
mosa : e regalava ao Rei, e servia-o; te hum conselho: para que suardes
porem o Rei náo a conheceo. tua vida, e a de Salamão teu rnho.
5 Entáo Adonias, filho de Haggith, 13 Vai e entra a el-Rei David, e dize-
se levantou, dizendo, eu reinarei: e lhe, náo juraste tu. Rei Senhor meu
preparou-se carros, e cavalleiros, e a tua serva, dizendo, certamente teu
cincoenta varões, que corressem di­ filho Salamão reinará depois de mim.
ante delle. e elle se assentará em meu throno i
6 E seu pai nunca o contiistára, di­ porque pois reina Adonias í
zendo, porque assim o fizeste 1 e era* 14 Eis que estando tu ainda ahi fal-
elle tambem mui formoso de parecer; lando com el-Rei. eu tambem entra­
e Hagçith o parira depois de Absalâo. rei após ti, e acabarei tuas palavras.
7 E tinha seus tratos com Joab, filho 15 E entrou Bathseba ao rei na re­
de Zeruia, e com Abiathar o sacer­ camara ; porem o Rei era mui velho:
dote : os quaes 0 ajudavâo, seguindo e Abisag a Sunamita servia ao Rei.
a Adonias. 16 E Bathseba inclinou a cabeça, e
8 Porem Zadok o sacerdote, e Bena- postrou-se perante o Rei: e disse o
ià filho de Joiadá) e Nathan o Pro­ kei, que tens?
pheta, e Simei, e Rei, e os Heroes 17 Ê ella lhe disse, Senhor meu, tu
? 15*

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juraste a tua serva por J ehovah teu throno em meu lugar: que assim o fa­
Deos, certamente Salamão teu filho rei o dia de hoie,
reinará depois de mim, e elle se assen­ 31 Entáo Batnseba se inclinou com
tará sobre meu throno. sua face á terra, e postrou-se perante
18 £ agora eis que Adonias reina: e o R ei: e disse, viva el-Rei David meu
agora. Rei Senhor meu, tu o n&o sabes. Senhor para sempre!
19 É matou vacas, e cevados, e ove­ 32 E aisse o Rei David, chamai-rae
lhas em abundancia, e convidou a to­ a Zadok o sacerdote, e a Nathan o Pro­
dos os filhos d’el-Rei, e a Abiathar o pheta, e a Benaia filho de Joiada: e
sacerdote, e a Joab Geraldo exercito: viérâo perante o Rei.
mas a teu servo Salamão nào convidou. 33 E o Rei lhes disse, tomai comvo­
20 Porem tu, Rei meu Senhor, oô sco os servos de vosso Senhor, e a meu
olhos de todo Israel estào sobre ti: filho Salamão fazei subir em minha
para que lhes declares, quem se assen­ mula; e fazei-o descender a Gihon.
tará sobre o throno d?eí-Rei meu Se­ 34 E Zadok o sacerdote, com Na­
nhor depois de si. than o Propheta, ali o ungirão por Rei
21 D’outro modo sucederá que?quan­ sobre Israel: entâo tocareis a trombe­
do el-Rei meu Senhor dormir com ta, e direis, viva el-Rei Salamão!
seus paes, eu, e Salamão meu filho, 35 Entâo subireis após elle, e virá e
seremos pecantes. se assentará em meu throno, e elle
22 E estando ella ainda fallando ootn reinará em meu lugar: porque tenho
o Rei, eis que entra o Propheta Nathan. mandado, que elle seja Guia sobre
23 É o fizéráo saber ao Rei, dizendo; Israel e sobre Judá.
eis ali está o Propheta Nathan: e veio 36 Entâo Benaia, filho de Joiada, re­
erante a face do Rei, e postrou-se spondeo ao Rei, e disse, Amen: as*
S iante do Rei sobre sua face em terra. sim diga Je h o v ah Deos d’el-Rei meu
24 E disse Nathan, Rei meu Senhor, Senhor.
disseste tu, Adonias reinará depois de 37 Como J ehovah foi com el-Rei
mim, e elle se assentará sobre meu meu Senhor, assim seja com Salamão:
throno? e faça seu tlirono maior, que o throno
25 Porque hoje descendeo, e matou dJel-Rei David meu Senhor.
vacas, e cevados, e ovelhas em abun­ 38 Entâo descendeo Zadok o sacer­
dancia, e oonviuou a todos os filhos dote, e Nathan o Propheta, e Banaia
d’el-Rei, e aos Capitães do exercito, filho de Joiada, e os Cretheos e os Ple-
e a Abiathar o sacerdote, e eis aue theos, e a Salamão fizérâo subir na mu­
estáo comendo e bebendo perante elle: la do Rei David: e o levàr&o a Gihon.
• dizem, viva el-Rei Adonias! 39 E Zadok o sacerdote tomou o cor­
26 Porem a mim sendo eu teu servo, no de azeite do Tabernaculo, e ungio
e a Zadok o sacerdote, e a Benaia a Salamão e tocàrâo a trombeta, e tão
filho de Joiada, e a Salamão teu servo, o povo disse, viva el-Rei Salamão!
náo convidou. 40 E todo o povo subio após elle, e
27 Veio este negocia d’el-Rei meu o povo tangia com gaitas, e alegrava-
Senhor ? e n&o fizeste saber a teu ser­ se com grande alegria: de maneira
vo, quem se assentaria sobre o throno que com sen clamor á terra se abria.
d7el-Rei meu Senhor depois de si? * 41 E ouvio o Adonias, e todos os
28 E respondeo el-Rei David, e disse, convidados aue estavâo oom elle, que
chamai-me a Bathseba, e ella veio pe­ 'a tinh&o acaoado de comer: tam wm
rante o Rei, e pôa-se diante do Rei. Ítoab ouvio o soido das trombetas, e
29 Ent&o jurou o Rei e disse: vive disse, porque ha tal ruido na cidade,
J ehovah, o qual redimio minha alma qut está revolta ?
de toda angustia: 42 Estando elle ainda fallando, eis
30 Qne como te jurei pelo J ehovah que vem Jonathan, filho de Abiathar
Deos de Israel, dizendo, certamente o Sacerdote: e disse Adonias, entra,
teu filho Salam&o reinará depois de porque es varão valente, e trarás boas
mim, e elle se assentará sobre meu novas.

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I. REIS, 11. 847
48 E respondeo Jonathan, • disse a 3 E guarda a observancia de Jeho­
Adonias: Sim, porem nosso Senhor el- teu Deos, para andares em seus
vah
Rei David por rei levantou a Sála- caminhos, e para guardares seus esta­
raao. tutos, e seus mandamentos, e seus di­
44 E el-Rei enviou com ella a Za­ reitos, e seus testimunho*, como está
dok o sacerdote, e a Nathan o Prophe­ escrito na Lei de Moises: para que
ta, e a Benaia filho de Joiada, e a os prudentemente te ajas em tudo quan­
Cretheos e aos Pletheoe: e o fizér&o to fizeres, e a tudo aonde quer que te
subir na mula d’el-Rei. volveres.
45 E Zadok o sacerdote, e Nathan o 4 Para que J kh ov ah confirme a pa­
Propheta o ungirào por rei em Gihon, lavra, que tem dito ácerca de mim, di-
e d 7ali subir&o alegres, e a cidade es­
rZendo, se teus filhos g u a rd a re m seu
tà revoha: este he o clamor, que ou­ caminho, t>ara andarem p e r a n te mi­
viste. nha face fie lm e n te , com to d o seu co­
46 E tambem Salamão está assenta­ ração e com toda sua alma: nunca,
do no throno do Reino. disse, te faltará suocessor do throno de
47 E tambem os servos d’el-Rei vi­ Israel.
érâo a bendizer a nosso Senhor el-Rei 5 E tambem tu sabes o que me fez
David, dizendo; melhor faça teu Deos Joab filho de Zeruia, e o que fez aos
o nome de Salamão, que teu nome; e dous Geraes do exercito de Israel a
maior faça seu throno, que teu throno: Abner filho de Ner, e a Amasa fimo
e el-Rei adorou em o leito. de Jether, aos quaes matou, e ejn paz
48 E ainda el-Rei assim disse: Bem* derramou sangue de guerra; e pós
dito J e h o v a h Deos de Israel, que ho­
.sangue da guerra em seu cinto, que
je tem dado, quem se assente em meu tinha a seus lombos, e em seus çapa-
throno, e que meus olhos o vissem. tos, que trazia em seus pés.
49 Ent&o estremecérâo e se levantá- 6 Faze pois segundo tua sabedoria;
râo todos os convidados, que estavâo e nâo deixes descender suas caãs à se­
eom Adonias: e cada qual foi seu ca­ pultura em paz.
minho. 7 Porem com os filhos de BarziJlai o
50 Porem Adonias temeoa Salamão: Gileadita usarás de beneficencia, e
e levantou-se, e foi, e pegou dos cor­ estarão entre os que comem a tua me­
nos do altar. sa : porque assim se chegárâo elles a
51 E fez-se saber a Salamão, dizen­ mim, quando eu fugia diante de teu
do : eis que donias Ateme a el-Rei Sa­ irmâo Absalâo.
lamão : porque eis que pegou dos cor­ 8 E eis que tambem comtigo está Si-
nos do altar, dizendo; Jure-me hoje mei filho de Gerà, filho de Jemini de
el-Rei Salamão, que náo matará a seu Bahurim, que me maldisse com mal-
servo â espada. diçaõ atroz, o dia que eu hia a Maha-
52 E disse Salamão, se for varâo de náim: porem elle me sahio ao en­
bem, nem hum de seus cabellos cahi- contro junto ao Jordão, e eu por J e ­
rà em terra: porem se mal algum se h o v a h lhe jurei, dizendo, que o nâo
achar neile? morrerá. mataria à espada.
53 E enviou o Rei Salamão, e fizé- 9 Mas agora o nâo tenhas por incul­
râo o descender do altar; e veio, e pável, pois es homem sabio: e bem
postrou-se perante o Rei Salamão: e saberás o que lhe has de fazer, para
que faças descender suas caãs à se­
Salamão lhe disse, vai te para tua casa.
pultura com sangue.
10 E David dormio com seus paes:
CAPITULO II. e foi sepultado na cidade de David.
CHEGARAO-se os dias da morte ,11 E lorâoos dias que David reinou
E de David: e mandou a Salamão sobre Israel, quarenta annos: sete an­
•eu filho, dizendo. nos reinou em Hebron, e em Jerusa­
2 Eu vou pelo caminho de toda a lem reinou trinta e tres annos.
terra: esforça-te pois, e se eo homem. 12 E Salamão se assentou no throno

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348 I. REIS, II.
de seu pai David : e seu reino ficou de Benaia, filho de Joiada: o qual ar-
firme em grande maneira. remeteo com elle, e morreo.
13 Ent&o veio Adonias, filho de Hag- 26 E a Abiathar o sacerdote disse o
ith, a Bathseba mãi de Salamão: e Rei, para Anathoth te vai em teu»
f isse ella, he tua vinda de paz ? e elle campos, porque varão de morte es*
disse, he de paz. porem o aia ae hoje te não matarei
14 Ent&o dÍ9se elle, huma palavra te­ porquanto levaste a Arca de J ehovah
nho que dizer-te :• e ella disse, falia." Deos diante de David meu pai, e por
15 Disse pois elle, bem sabes, que o quanto foste affligido em tudo quanto
Reino era meu, e todo Israel tinha meu pai foi affligido.
po^to sua face em mim, para que eu 27 Lançou pois Salamão fora a Ab­
viesse a reinar: ainda que o Reino se iathar, para que não fosse Sacerdote
traspassou, e veio a ser ae meu irm&o; de J eh o v a h : para cumprir a palavra
por quanto foi feito seu por J e h o v a h . de J e h o v a h ^ que tinha dito sobre a
16 Assim que agora huma sópetiç&o casa de Eli ém Silo.
te peço, n&o me faças virar o rosto: e 28 E veio a fama até Joab, (porque
ella lhe disse; falia. Joab se desviàra após Adonias, ainda
17 E elle disse, peço-te que falles a que após Absalâo se nào desviara:)
el-Rei Salamão, (porque elle te n&o e Joab se acolheo ao Tabemaculo
farà virar o rosto:) que me dê por de J e h o v a h , e pegou dos cornos do
mulher a Abisag Sunamita. altar.
18 E disse Bathseba, bem eu falia- 29 E dissérâo ao rei Salamão, que
rei por ti a el-Rei. Joab se acolhera ao Tabemaculo de
19 Assim Veio Bathseba ao Rei Sala­ J e h o v a h ; e eis que està junto ao al­
mão, a fallar lhe por Adonias: e o Rei tar : entâo enviou Salamão a Benaia
se lhe levantou ao encontro, e se lhe filho de Joiada, dizendo: vai, arre­
inclinou, entào se assentou sobre seu mete com elle.
throno; e fez pôr huma cadeira à mãi 30 E veio Benaia ao Tabemaculo
do Rei, e ella se assentou à sua mào de J e h o v a h , e disse-lhe, assim diz el-
direita. Rei, sahe d1ahi; e disse elle, nâo, po­
20 Entào disse ella, sô huma pe­ rem aqui morrerei: e Benaia tornou
quena petição te peço, nâo me faças com a reposta ao rei, dizendo : assim
virar o rosto: e o Rei lhe disse; jpe- fallou Joab, e assim me respondeo.
de, mãi minha, que te nâo f^rei virar 31 E disse-lhe o rei, faze, como elle
o rosto. disse, e arremete com elle, e sepulta-
21 E ella disse, dê-se Abisag a Su­ o : para que tires de mim, e da casa de
namita. a Adonias teu irmâo por mu­ meu pai, o sangue, que Joab sem cau­
lher, sa derramou.
22 Então respondeo o Rei Salamão, 32 Assim tomará J eh o v a h seu san­
e disse a sua mãi; e porque pedes a gue sobre sua cabeça; por quanto ar-
Abisag a Sunamita para Adonias ? pe­ remeteo com dous varões, mais justos
de tambem para elle o Reino; (por­ e melhores que elle, e matou-os à espa­
que he meu irmão maior:) sim para da, sem que meu pai David o soubesse:
elle, e tambem para Abiathar o sacer­ a saber a Abner fuho de Ner, Geral do
dote, e para Joab filho de Zeruia. exercito de Israel; e a Amasa filho de
23 E jurou o Rei Salamão por J e ­ Jethet, Geral do exercito de Judá.
hovah, dizendo: assim Deos me faça, 33 Assim tomará seu sangue sobre a
e assim me acrecente, que contra sua cabeça de Joab, e sobre a cabeça d e
vida fallou Adonias esta palavra. sua semente, para sempre: mas Da­
24 Agora pois, vive J eh o v a h , que vid, e sua semente, e sua casa, e seu
me confirmou, e me fez assentar no throno, de J e h ov ah teTà paz para todo
throno de David meu pai, e que me sempre.
tem feito casa, como havia dito: que 34 E subio Benaia filho de Joiada,
boje morrerá Adonias. e arremeteo com elle, e matou-o: e
25 E enviou o Rei Salamão por mão foi sepultado em sua casa, no deserto

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I. REIS, m. 349
35 £ o rei pôs a Benaia, filho de CAPITULO III.
Joiada, em seu lugar sobre o exerci­
t o : e a Zadok o sacerdote pôs o rei SALAMAO se acunhadou com
em lugar de Abiathar. -
36 Depois enviou o rei, e chamou a
E Pharaó, rei de Egypto: e tomou
a filha de Pharaó, e a trouxe à cidade
Simei, e disse-lhe, edifica-te huma ca­ de David, até que acabasse de edificar
sa em Jerusalem, e habita abi: e d’&- sua casa, e a casa de J eh o v a h , e a
hi náo saias, nem a huma, nem a ón- muralha de Jerusalem ao redor.
tra parte. 2 Tam somente o povo sacrificava
37 Porque ha de ser, o dia, em que nos altos: porque ainda nào havia casa
sahires, e passares o ribeiro de Cedrào, edificada ao nome de J eh o v a h , até
saibas de certo, que certamente mor­ aquelles dias.
rerás : teu sangue será sobre tua ca­ 3 E Salamão amava a J eh o v a h , an­
beça. dando em os estatutos de David seu
38 E Simei disse ao rei, boa he essa p a i: tam somente nos altos sacrifica­
palavra, como tem dito el-Rei meu Se­ va e perfumava.
nhor, assim fará teu servo: e Simei 4 E foi o rei a Gibeon a sacrificar
habitou era Jerusalem muitos dias. ali, por quanto aquelle era alto gran­
39 Sucedeo porem, que acabo de tres de : mil holocaustos sacrificou Sala­
annos, dous servos ae Simei se aco­ mão em aquelle altar.
lherão a Achis, filho de Maaca, Rei 5 E em Gibeon appareceo J e h o v a h
de G a th : e denunciarão a Simei, di­ a Salamão de noite em sonhos: e disse-
zendo : eis que teus servos estào em lhe Deos, pede o que quizeres que te dè.
Gath. 6 E disse Salamão, de grande benefi­
40 Entào Simei se levantou, e albar­ cencia usaste tu com teu servo David
dou seu asno, e foi-se a Gath a Achis, meu pai, como tambem elle andou
a basear seus servos: assim foi Simei, comtigo em verdade, e em justiça, e
e trouxe seus servos de Gath. em rectidão de coração, perante tua
41 E disserão a Salamão, como Simei face: e guardaste-lhe esta grande be­
de Jerusalem fora a Gath, e já tor­ neficencia, que lhe déste hum filho,
nara. que se assentasse em seu throno, co­
42 Entáo enviou o Rei, e chamou mo se vê neste dia.
a Simei, e disse-lhe, nào te conjurei 7 Agora pois, J eh o v a h Deos meu, tu
eu por Jehovah, e protestei contra ti, fizeste reinar a teu servo em lugar de
dizendo; o dia que sahires a huma ou David meu p ai: e sou ainda peque­
a outra parte, saibas de certo, que cer­ no mancebo, nem sei sahir, nem en­
tamente morrerás? e tu me disseste, trar.
boa he essa palavra, que ouvi. 8 E teu servo está em meio de teu
43 Porque pois nào guardaste o jura­ povo, que elegeste: povo grande, que
mento de J eh o v a h , nem o mandado nem se pode contar, nem numerar, em
que te mandei ? razão da multidão.
44 Disse mais o Rei a Simei, bem sa­ 9 A teu servo pois dà hum coração
bes tu toda a maldade, que teu cora­ entendido, para julgar a teu povo. qvie
ção sabe, que fizeste a David meu p ai: prudentemente discirna entre o Dem
polo que J e h o v a h tomou tua maldade e o m al: porque quem poderia julgar
sobre tua cabeça. a este teu tam grave povo %
45 Mas o Rei Salamão he bendito: 10 E esta palavra pareceo bem em
e o throno de David serà confirmado olhos do Senhor, de que Salamão pe­
perante a face de J eh o v a h para todo disse esta cousa.
sempre. 11 E disse-lhe Deos; por quanto pe­
46 E o Rei mandou a Benaia, filho diste esta cousa, e nào pediste para
de Joiada, o qual sahio, e arreme- ti muitos dias, nem pediste para ti ri­
teo com elle. que morreo: assim o quezas, nem pediste a vida de teus
reino foi confirmado em mào de Sala­ inimigos: mas pediste para ti enten­
mão. dimento, para ouvir causas de juízo:

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360 I. RKfâ, IV.
12 Eis que fiz segundo tuas palavras: espada: e tjouxéráo huma espada pe­
eis-que te dei hum coração tam sabio rante o Rei.
e entendido, que antes de ti teu igual 25 E disse o Rei. parti ao menino
não houve, e depois de ti teu igual se vivo pelo meio: e ciai ametade a hu­
não levantará. ma, e ametade k outra.
13 E tambem até o que não pediste, 26 Mas a mulher, cujo filho era o
' te dei, assim riquezas, como gloria: vivo, fallou ao Rei; (porque suas ea-
que nào haja teu igual entre os reis, trannas se encendérào por seu filho;)
todos teus idas. e disse; ah Senhor meu, dai-lhe o
14 E se andares em meus caminhos, menino vivo, e por modo nenhum o
guardando meus estatutos, e meus mateis: porem a outra dizia; nem
mandamentos, como andou David teu teu nem meu seja, partido antes.
p a i: tambem prolongarei teus dias. 27 Entáo respondeo o Rei, e disse;
15 E acordou Salamão, e eis que era dai a esta o menino vivo, e em ma­
sonho: e veio a Jerusalem, e pôs-se neira nenhuma o mateis: que esta he
perante a Arca do concerto de Jeho­ sua mãi.
vah, e sacrificou holocaustos, e prepa­ 28 E todo Israel ouvio o juizo, que
rou sacrifícios gratificos, e fez hum julgàra o Rei, e temeo ao R ei: porque
banquete a todos seus servos. vírâo, que sabedoria de Deos havia
16 Entào viérão duas mulheres solte­ nelle, para fazer juizo. .
iras ao rei, eposérão-se perante elle.
17 E disse-me huma das mulheres: CAPITULO IV.
ah Senhor meu, eu e esta .mulher mo­
ramos em huma casa: e pari com ella SSIM foi Salamão rei sobre todo
naquella casa. A Israel.
18 E foi que, ao terceiro dia depois 2 E estes erão os Principes,que tinha:
de meu parto, tambem esta mulher Azarias, filho de Zadok, Sacerdote.
pario: e estavamos juntos, estranho 3 Elihoreph e Ahia, filhos de Sisa,
nenhum estava comnosco em casa, se­ Secretários: Josaphat, filho de Ahilud,
não nas duas naquella casa. Chanceler.
19 E de noite morreo o filho desta 4 Benaia filho de Joiada estava so*
mulher: por quanto se deitara sobre bre o exercito: e Zadok e Abiathar
elle. erão Sacerdotes.
20 E levantou-se à meia noite, e to­ 5 E Azarias, filho de Nathan, sobre
mou meu filho de apar de mim, dor­ os provedores: e Zabud, filho ae Na­
mindo tua serva, e o deitou a sua ilhar­ than, official maior, amigo do Rei.
ga : e a seu filho morto deitou à minha 6 É Ahisar Mordomo: Adoniram
ílharea. filho de Abda, sobre o tributo.
21 E levantando-me eu pela manhã, 7 E tinha Salamão doze p ro v e d o re s
para dar o peito a meu filho, eis que sobre todo Israel, que proviâo ao Rei
estava morto: mas attentando pela e a sua casa: a cada num cabia ao
manhàa para elle, eis que nào era anno hum mes, para dar provimento.
meu filho, aue eu havia parido. 8 E estes sâo seus nomes; Ben Hur,
*22 Entâo aisse a outra mulher; nâo, nas montanhas de Ephraim.
mas o vivo he meu filho, e teu filho o 9 Ben Deker em Makas e em Saal-
morto; porem a outra disse; náo por bira.e em Beth-Semes: e em Elon, e
certo, o morto he teu filho, e meu em Bet Hanan.
filho o vivo: assim fallàraõ perante o 10 Ben Hesed em Arubboth: tam­
Rei. bem este tinha a Sochó e a toda a ter­
23 Entào disse o rei; esta diz; este ra de Hepher.
que vive, he meu filho, e teu filho o 11 Ben Abinadab em todo o termo
morto: e esta outra diz; nào por cer­ depor: tinha este a Taphath, filha àfi
to, o morto he teu filho, e meu filho o Salamão, por mulher.
vivo. 12 Baana, filho de Ahilud, tinha a
24 Disse mais o Rei, trazei-me huma Tanach, e a Megiddo, e a toda Beth-

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I. REIS, IV. V. 361
Sean, que está junto a Zartana, a bai­ mil estrebarias de cavallos paia seus
xo da Izreel; desde Beth-Secui até carros, e doze mil cavalleiros.
Abel Mehola; até d’alem de Jpkme- 27 Piovião pois estes provedores, ca­
am. da qual seu mes ao Rei Salamão, e a
13 O filho de Geber em Ramoth de todos auantos se chegavão à mesa do
Gilead: tinha este as aldeas de Jair, Rei Salamão: cousa nenhuma deixa-
filho de Manasse, as quaes estâo em vâo faltar.
Gilead; tambem tinha o termo de Ar- 28 E trazi&o a cevada, e a palha pa­
gob, o qual està em Basan, sessenta ra os cavallos. e para os Dromedanos,
«andes cidades com muros e ferrolhos ao lugar aonae estava oada qual se­
de metal. gundo seu cargo.
14 Ahinadab, filho de Iddó, em Ma- 29 E deu Deos a Salamão sabedoria,
hanaim. e muitíssimo entendimento: e am­
15 Ahimaas em Naphtali: tambem plificado entendimento de coração co­
este tomou a Basmatn, filha de Sala» mo a area, que està na praia do mar.
mão, por mulher. 30 E era a sabedoria de Salamão
16 Baana, filho de Husai, em Aser, e maior que a sabedoria de todos os do
em Aloth. Oriente, e que toda a sabedoria dos
17 Josaphat, filho de Paruah, em Is­ Egypcios.
saschar. ~ 31 E foi ainda mais sabio que todos
18 Simei, filho de Ela, em Benjamin. os homens; e aue Ethan Ezrahita, e
19 Geber, filho de Uri, na terra de Heman, e Calcai, e Darda filho de Ma-
Gilead, a terra de Sihon, Rei dos hol: e foi seu nome entre todas as
Aicoreoa, e de Qg, Rei de Basan; e gentes do redor.
aò huma guamiç&o havia naquella 32 E disse tres mil provérbios; e
terra. seus cânticos forão mil e cinco.
20 £r*o pois os de Judá e Israel mu­ 33 Tambem fallou das arvores, des­
itos, como a area, que està junto ao do Cedro, que està no Lib&no, até o
niar em multidão, comendo, e beben­ Hysopo. que nasce na parede: tam­
do, e folgando. bem fallou dos animaes, e das aves,
21 E dominava Salamão sobre to­ e dos reptiles, e dos peixes.
dos os reinos desdo rio até a terra doe 34 E vinhão de todos os povos a ouvir
Philisteos, e até o termo de Egypto: a sabedoria de Salamão: e de todos
os quaes traz ião presentes, e servi­ os reis da terra, que tinhão ouvido de
rão a Salamão todos os dias de sua sua sabedoria.
rida.
22 Erá pois o provimento de Sala­ CAPITULO Y.
mão, de pôr dia, trinta Coros do flor
de farinha, e sessenta Coros de fari­ ENVIOU Hiram, Rei de Tyro,
nha : E seus servos a Salamão: (porque
23 Dez vacas gordas, e vinte vacas ouvira, que ungirão a Salamão por Rei
de pasto, e cem carneiros: a fora os em lugar de seu p ai:) por auanto Hi­
veados e as cabras montezes, e os bu­ ram sempre tinha amado a David. i
faras, e cevados escolhidos. 2 Então Salamão enviou a Hiram,
24 Porque dominava sobre tudo dizendo.
quanto havia de aquem do rio desde 3 Bem sabes tu, que David meu pai
Tiphsah até Gaza, sobre todos os não poude edificar casa ao nome de
reis d’aquem do rio: e tinha paz de to­ J k h o v a h seu Deos, por causa da guer­
das soas bandas do redor. ra, com que o ceroàrAo: até que Jk­
25 E Judá e Israel habitavfto segu­ h o v a h os pôs debaixo das plantas de
ros, cada qual debaixo de sua videira, seos pés.
e debaixo de sua figueira, desde Dan 4 Porem agora J k h o v a h meu Deos
até Ber Seba: todos os aiasde Sala­ me tem dado descanço dos oredores:
mão. adversario não ha, nem algum mao
26 Tiaha tambem Salamão quarenta encontro.

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362 I. REIS, V, VI.
5 E eis que eu ao nome de J eh o v a h la obra, tres mil e trezentos, que ti*
meu Deos intento edificar casa, como nhào mandado sobre o povo, que fa­
iallou J e h o v a h a David meu pai, di­ zia aquella obra.
zendo: teu filho» que porei em teu 17 Ê mandou o Rei, que trouxessem
lugar no teu throno, elle edificará hu­ pedras grandes, e pedras preciosas,
ma casa a meu nome. pedras lavradas, para fundarem a ca­
6 Manda pois agora, que do Libano sa.
me cortem cedros, e meus servos es­ 18 E as lavravào os edificadores de
tarão com teus serros, e eu te daréi o Salamão, e os edificadores de Hiram,
salario de teus servos, conforme a tu­ e os Giblitas: e preparavào a madei­
do quanto disseres : porque bem sabes ra e as pedras, para edificar a casa.
tu, que entre nós ninguém ha, que sai­
ba cortar a madeira, como os Sido- CAPITULO VI.
nios.
7 E aconteceo que ouvindo Hiram FOI que no anno de auatro cen­
as palavras de Salamào. muito folgou:
e disse, bemdito seja noie J ehovah ,
E tos e oitenta, depois ae os filhos
de Israel sahirem de Egypto, no anno
que deu a David hum filho sabio, so­ quarto do reino de Salamão sobre la-
bre este tam grande povo. rael, no mes de Ziv, (este he o mes
8 E enviou Hiram a Salamào, dizen­ segundo,) começou a eaificar a casa de
do : bem ouvi, porque a mim enviaste: Jehovah.
eu farei toda tua vontade, acerca dos 2 E a casa que o Rei Salamão edi­
cedros e acerca das faias. ficou a J e h o v a h , era de sessenta co­
9 Meus servos os levarão desdo Li­ vados em sua oompridào, e de vinte
bano ao mar, e eu os porei em janga­ em sua largura, e de trinta covados
das sobre o mar, ate os levarem ao em sua altura.
lugar, que me ordenares, e ali os de­ 3 E o alpendre diante do templo da
samarrarei : e tu os tomarás: tu tam­ casa era de vinte covados em sua com-
bem farás minha vontade, dando sus­ ridào, segundo a largura da casa, e
tento a minha casa.
10 Assim deu Hiram a Salamào ma­
S e dez covados em sua largura, diante
da casa.
deira de cedros e madeira de faias, 4 E fez à casa janellas de vista es­
conforme a toda sua vontade. treita.
11 E Salamào deu a Hiram vinte mil 5 E edificou ao redor da parede da
Coros de trigo, para sustento de sua casa camaras, ao redor das p a re d e s
casa, e vinte Coros de azeite batido: da casa} assim do Templo, c o m o do
isto dava Salamào a Hiram de anno Locntono: e assim lhe fez c am aras
em anno. collateraes ao redor.
12 Deu pois J eh o v a h a Salamào sa­ 6 A camara de baixo era de cinco
bedoria, como lhe tinha dito: e houve covados em sua largura, e a do meio
paz entre Hiram e entre Salamào, e de seis covados em sua largura, e a
ambos fizérào aliança. terceira de sete covados em sua largu­
13 E o Hei Salamào fez subir leva ra : porque por de fora à casa do re­
de gente d*entre todo Israel: e foi a dor nzéra encostas, para nào travarem
leva de gente trinta mil homens. das paredes da casa.
14 E enviou-os ao Libano, cada mes 7 E .edificando-se a eaaa? com pe­
dez mil por suas vezes; hum mes es- dras perfeitas, oomo as traziâo se edi
tavào no Libano, e dous meses cada ficava: de maneira que nem martelo,
hum em sua casa: e Adoniram estava nem machado, nem nenhum outro in­
sobre a leva de gente. strumento de ferro se ouvio na casa»
15 Tinha tambem Salamào setenta quando a edificavào.
mil, que levavào as cargas: e oitenta 8 A porta da camara do meio esta­
mil cortadores nas montanhas. va à banda direita da casa: e por ca-
16 Afora os Maioraes dos Officiaes racôes se subia à do meio, e da d©
de Salamào, que estavâo sobre aqnel- meio à terceira.

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I. REIS, VI. 35»
9 Asaim pois edificou a casa, e aper- bins de madeiraolearia: cada qual de
ieiçoou-a: e cubrio a casa com viga­ altura de dez covados.
mentos e taboamentos de cedros. 24 E huma aza de hum Cherubim
10 Tambem edificou as camaras a era de cinco covados, e a outra aza
toda a casa, de cinco covados em sua do Cherubim de outros cinco covados:
altura: e travou-as com a casa com dez covados havia desdo cabo da hu­
madeira, de cedro. ma de suas azas, até o cabo da outra
.11 Entáo veio a palavra de J jbho- de suas azas.
vah a Salamão, dizendo. 25 Assim era tambem de dez cova­
12 Quanto a esta casa, que tu edifi­ dos o outro Cherubim: ambos os Che­
cas , se andares em meus estatutos, e rubins erão de huma mesma medida,
fizeres meus direitos, e guardares to­ ç de hum mesmo corte.
dos meus mandamentos, andando nel­ 26 A altura de hum Cherubim d*
les : confirmarei para comtigo minha dez covados: e assim a do outro Che­
palavra, a qual fatiei a David teu pai. rubim.
13 E habitarei no meio dos filhos 27 E pós a estes Cherubins no meio
de Israel: e nào desampararei a meu da casa de dentro; e os Cherubins
pòvo de Israel. eslendiào as azas, de maneira que a
14 Assim edificou Salamão aquella aza de hum tocava huma parede, e a
casa, e a aperfeiçoou. aza do outro Cherubim tocava a outra
15 Tambem cubrio as paredes da parede: e. suas azas no meio da casa
ca» por de dentro com taDoas de ce- tocavâo aza a aza.
dio, desdo soalho da casa até o telha­ 28 E cubrio aos Cherubins de ouro.
do das paredes, tudo cubrio com ma­ 29 E todas as paredes da casa ao
deixapor de dentro: e cubrio o soalho redor lavrou de esculturas e entreta-
da casa cora taboas de faia, lhaduras de Cherubins e de palmas, e
16 Edificou mais vinte covados de de flores abertas: por de dentro, e por
tafrnfrR de cedro aos lados da casa, de fora.
desdo soalho até às paredes: o que 30 Tambem o soalho da casa cubrio
por de dentro lhe edificou para o Lo- de ouro: por de dentro e por de fora.
cotorio, para o Santo dos Santos. 31 E à entrada do Locutorio fez por­
17 Era poisa casa de quarenta co­ tas de madeira olearia: o umbral de
vados: a saber o templo anterior. cima com as nmbreiras fazião a quin­
lâ E o cedro da casa por de dentro ta parte da parede.
exa lavrado de botões e flores abertas: 32 Tambem as duas portas erão de
tudo era cedro, pedra nenhuma se madeira olearia, e lavrou nella* entre-
via. talhadurasde Cnerubins, e de palmas,
19 Ç o Locutorio na casa por de deur- e de flores abertas, as quaes cubrio
tro preparou: para pôr ali a Arca do com ouro : tambem estendeo ouro
ooncerto de J ehov ah . sobre os Cherubins e sobre as pal­
20 E o Locutorio ao anterior era de mas.
vinte covados de compridão, e de via- 33 E assim fez á porta do Templo ura-
te covados de largura, e de vinte cova- breiras de madeira olearia: da quarta
dos de altura; e cubrio o de ouro ma­ parte da parede.
ciço : tambem cubrio delle ao altar de 34 E erão as duas portas de madeira
eedro. de faia: e as duas bandas de huma
21 E eubrio Salamào a casa por de porta erão movediças; assim erão tam­
dentro de ouro maciço; e com cadeas bem as duas bandas entretalhadas de
de ouro pôs hum veo diante do Locu­ outras as portas movediças.
torio, e cubrio-o com ouro. 36 E lavrou as de Cherubins, e de
22 Asaim toda a casa cubrio de ouro, palmas^ e de flores abertas: e cubrio,
até acabar toda a casa: tambem todo as com ouro, acommodado ao lavor.
o AUar, que estava dianté 4o Locut»- 36 Tambem edificou o pâtep interior
rio, cubrio de ouro. de tres ordens de pedras lavradas, e
23 E no Loe*k>rie fez dous Chefu* de huma ordem de vigas de cedro,

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354 I. HEIS, vn.
37 No anno quarto se pôs o funda* pedras preciosas, pedras grandesi sô*
mento da casa de J e h o v a h , no mes bre pedras de dez covados, e pedras
de Ziv. de oito covados.
38 E no anno onzeno no mes de Bul, H E em cima sobre pedras preciosas,
que he o mes oitavo, acabou-se esta lavradas segundo as medidas, e ce­
casa com todos seus aparelhos, e com dros.
tudo o que lhe convinha: e a edificou 12 E era o pateo grande a o redor
em sete annos. de tres ordens de pedras lavradas, com
huma ordem de vigas de cedro: assim
era tambem o pateo interior da casa
CAPITULO VII. de J eh q v a h , e o alpendre daquella
OREM sua casa edificou Salamão casa.
P em treze annos: e assim acabou
toda sua casa.
13 E enviou o Rei Salamão, e man­
dou trazer a Hiram de Tyro.
2 Tambem edificou a casa de bosque 14 Era este filho de huma mulher vi-
do Li bano, de cem covados em sua uva, da tribu de Naphtali, e fora seu
compridão, e de cincoenta covados em pai hum varâo de Tyro, que trabalha­
sua largura, e de trinta covados em va em metal; e era cheo de sabedo­
sua altura: sobre quatro ordens de pi­ ria, e de entendimento, e de sciencia,
lares de cedro, e vigas de cedro sobre para fazer toda obra de metal: este
os pilares. veio ao Rei Salamão, e fez toda sua
3 E por riba estava cuberta de ce­ obra.
dro sobre as costas, que estavâo sobre 15 Porque formou duas columnas de
quarenta e cinco columnas: quinze metal: a altura da huma columna era
em hum a ordem. de dezoito covados, e hum fio de doze
4 E havia tres ordens de vistas: e hu­ covados cercava a outra columna.
ma janella estava em fronte da outra 16 Tambem fez dous capiteis de fun­
janella, em tres ordens. dição de metal, para pôr sobre as ca­
5 Tambem todas as portas e umbre- beças das columnas: de cinco cova­
iras quadradas erão de huma mesma dos era a altura do hum capitel, e
vista: e huma janella estava de fronte de cinco covados a altura do outro ca­
da outra, era tres ordens. pitel.
6 Depois fez hum alpendre de co­ 17 As redes erão de obra de rede, as
lumnas ; de cincoenta covados sua com- ligas de obra de cadea para os capi­
pridào, e de trinta covados sua largu­ teis, que estavâo sobre a cabeça das
ra : e o alpendre estava em fronte del­ columnas: sete para o hum capitel, e
ias, e as columnas com as grossas vigas sete para o outro capitel.
em fronte dèllas. 18 Assim fez as columnas: junta­
7 Tambem fez o alpendre para o mente com duas fileiras ao reaor da
throno, aonde julgava, para alpendre huma rede, para cubrir os capiteis,
do juizo, que estava cubefto de cedro, que estavâo sobre a cabeça das romãs;
de soalho a soalho. assim tambem fez ao outro capitel.
8 E em sua casa, em que morava, 19 E os capiteis, que estavâo sobre
havia outro páteo mais a aentro do al­ a cabeça das columnas, erão de obra
pendre, de obra semelhante a este: de lirio no alpendre: de quatro cova­
tambem para a filha de Pharaó, que dos.
Salamão tomára por mulher, fez huma 20 Os capiteis pois sobre as duas co­
casa semelhante a aquelle alpendre. lumnas estavâo tambem por em fron­
9 Todas estas cousas erão de pedras te em cima da barriga, que estavajun­
preciosas, cortadas à medida, serradas to a rede: e duzentas româs em olei­
à serra, por de dentro e por de fóra: ras do redor erão tambem sobre o ou­
e isto aesdo fundamento até as pedras tro capitel.
nogaes hum palmo de largo, e por de 21 Depois levantou as columnas no
fora até o grande pateo. alpendre do templo: e levantando a
10 Tambem estava fundado sobre columna da mâo direita, chamou seu

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I. REIS, v n . S66
nome Jachín; e levantando a columna xo das cinta*, e os eixos das rodas na
da esquerda, chamou seu nome Boaz. base: e era a altura de cada roda, de
22 E sobre a cabeça, das columnas covado e meio.
eslava a obra de lirios: e assim se 33 E era a obra das rodas, como a
acabou a obra das columnas. obra da roda de carro: seus eixos, e
23 Fez mais o mar de fundição: de seus cinchos, e suas maças, e seus rai­
d ez covados de huma borda até a ou­ os, todos erão fundidos.
tra borda, redondo ao redor, e de cin­ 34 E quatro ombros havia aos qua­
co c ovados em sua altura, e hum cor­ tro cantos de cada base : seus ombros
dão de trinta covados o cingia ao re­ sahião da base.
dor. 35 E sobre a cabeça de cada base
24 E por debaixo de sua borda ao re­ havia huma altura redonda de meio co­
dor havia botoens, que o cingiào; por vado ao redor: tambem sobre a cabe­
dez covados cercavão aquelle mar ao ça de cada base havia azas e cintas,
redor; duas ordens destes botoens fo­ que sahião delias.
rão fundidas em sua fundição. 36 E nas planchas de suas azas, e
25 E estava sobre doze bois, tres em suas cintas lavrou Cherubins, leo-
que attentavão para o Norte, e tres e palmas: segundo o vazio ae ca-
que attentavão para o Occidente, e
tres que attentavão para o Sul, e tres
n uma, e junturas a o redor.
37 Conforme a esta fez as dez bases:
que attentavão para o Oriente: e o todas tinhão huma mesma fundição,
mar em cima estava sobre elles: e to­ huma mesma medida, e huma mesma
das soas trazeiras erão para a banda entre talhadura.
de dentro. 38 Tambem fez dez pias de metal.
26 £ sua. grossura era de hum palmo, em cada pia cabiâo quarenta Batos, e
e soa borda como a obra da borda de cada piá era de quatro covados, e so­
hum copo, ou de flor de lirios: em que bre cada base das dez bases estava
c&biào dous mil Batos. huma pia.
27 Tambem fez dez bases de metal: 39 E pôz cinco bases à mão direita
a compridão de huma base de quatro da casa, e cinco à esquerda da casa:
covados, e de quatro covados sua lar­ porem o mar pôz ao lado direito da
gura, e de tres covados sua altura. casa para a banda do Oriente, em
28 E esta era a obra das bases; ti­ fronte do Sul.
nhão cintas: e as cintas estavâo entre 40 Depois fez Hirom as pias, e as
molduras. pás, e as baçias: e acabou Hiram de
29 E sobre as cintas que estavâo en­ fa^er toda a obra, que fez ao Rei Sa­
tre as molduras, havia leoens, bois, e lamão. para a casa de J e h o v a h .
Cherubins, e sobre as molduras huma 41 A saber as duas columnas, e os
base por de cima: e debaixo dos leo­ globos dos capiteis, qüe estavâo sobre
ens e dos bois, junturas de obra es­ a cabeça das duas columnas: e as duas
tendida. redes, para oubrir os dous globos dos
30 E huma base tinha quatro rodas capiteis, que estavâo sobre a cabeça
de metal, e laminas de metal; e seus das columnas.
quatro cantos tinhão ombros: debaixo 42 E as quatrocentas româs para as
oa pia estavâo estes ombros fundi­ duas redes: a saber duas carreiras de
dos, da banda de cada huma das jun­ romãs para cada rede, para cubrirem
turas. os dous globos dos capiteis, que esta-
31 E sua boca estava dentro da co­ vãoem cima das columnas.
roa, e de hum covado por riba; e era 43 Juntamente com as dez bases, e
soa boca redonda de obra de base de as dez pias sobre as bases.
covado e meio: e tambem sobre sua 44 Como tambem hum mar, e os
boca havia entretalhaduras, e suas doze bois debaixo daquelle mar.
cintas erão quadradas, não redon­ 45 E os caldeiroens, e as pás, e as
das. bacias, e todos estes vasos, que fez
32 E as quatro rodas estavâo debai­ Hiram ao Rei Salamão, para a casa

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856 L REIS, v in .
de Jehovah: todos er& o d e m e t a l b u r - gaç&o de Israel, qne se coDgregtea a
n id o . elle, estava com elle diante da Arcai
46 Na plaineza do Jord&o, em terra sacrificando ovelhas e vacas, que Ée
maciça o Rei os fundio: entre Suk- n&o podi&o contar nem numerar pOk
koth e Zarthan. multidão.
47 £ deixou Salam&o dê pesar a to­ 6 Assim trouxérão os sacerdotes a
dos os vasos pola grandíssima multi­ Arca do concerto de J e h o v a h a seu
dão : nem o pesado metal se inqnirio. lugar ao Oracalo da casa, ao Lugar
48 Tambem fez Salamão todos os santíssimo: até debaixo das azaedos
v a so s , que c o n v in h â o à casa de J e h o ­ Cherubins.
v a h : o altar de ouro e a mesa de ou­ 7 Porque os Cherubins estendião am­
ro, sobre a qual estavâo os paens de bas as azas sobre o lugar da Arca: e
proposição. cubriào os Cherubins a Arca e soas
49 £ os oastiçaes, cinco à mão direi­ barras por de cima. ^
ta, e cinc o à esquerda, diante do Orá­ 8 E as barras tanto tirárào para fo­
culo, de ouro finíssimo: e as flores, e ra, aue as cabeças das barras se vüo
as lampadas, e os espivitadores, tam­ desdo Santuario de diante doOraculO,
bem de ouro. porem fora se nâo viào: e ficarão ah
50 Como tambem as taças, e as cu­ até o dia de hoje.
telas, e as bacias, e os perfumadores, 9 Na Arca nada havia, senão so as
e os braseiros, de ooro nnissimo: e as duas taboas de pedra, que Moyses ah
couceiras das portas da oasa de den­ puzéra junto a Horeb: qnando J eho *
tro do Lugar santíssimo, e aa das por­ v a h contratou com o filhos de Israel,
tas da casa do Templo, tambem de sahindo elles da terra de Egypto.
ouro. 10 £ foi cjue. sahindo os sacerdotes
51 Assim se acabou toda a obra, que do Santuario, numa nuvem eneheo a
fez o Rei Salamão para a casa de J e ­ Casa de J e h o v a h .
h o v a h : então trouxe Salamão as san­ 11E nào se podiào os sacerdotes ter
tidades de seu pai David; a prata, e para ministrar, por causa da nuvem:
o ouro, e os vasos pôz entre os thesou­ porque a gloria de J e h o v a h enchera
ros da oasa de J e h o v a h . a casa de J e h o v a h .
12 Entào disse Salam&o: J ehovah
c a p itu lo vm. disse, que habitaria na escuridade.
13 Edificando te edifiquei huma casa
NTAO congregou Salamão aos An­ para morada: assento para toa eterna
E ciãos de Israel, e todos os cabe­
ças das tribus, os Maioraes dos pa­
aabitação.
14 Ent&o virou o Rei seu rosto, e
is, á3entre os filhos de Israel, ao Rei abendiçoou a toda- a congregaç&o de
Salamão em Jerusalem: para faze* Israel: e toda a congregaç&o de Is*
rem subir a Arca do ooncerto de Je­ rael estava em pé.
h o v a h da cidade de David, que he 15 E disse, bemdito seja J e h o v a h o
Sião. Deos de Israel, que fallou de sua bo­
2 E todos os varoens de Israel se ca ar David men p ai: e de sua m&o o
congregàr&o ao Rei Salamão, no mes cumprio, dizendo.
de Ethanim, na festa: que he o seti­ 16 Desdo dia que tirei meu povo Is­
mo mez. rael de Egypto, n&o escolhi alguma ei*
3 £ viérão todos os Anciãos de Is­ dade de toaas as tribus de Israelj paia
rael : e os sacerdotes alçarão a Arca. edificar casa alguma, paraque ah esti­
4 £ trouxérão a Arca de J e h o v a h vesse meu Nome: porem escolhi a
a cima, e o Tabemaculo do ajunta­ David, para que p>re si disse sobre mea
mento, juntamente com todos os vasos povo Israel.
sagrados, qne havia no Tabemaculo: 17 Tambem David meu pai piopo'
assim que os Bacerdotes e os Levitas zéra em sen coraç&o, de eoiâcarcasa
os trouxérão a cima. ao nome de J e h o v a h , o Deos de I*
5 £ o Rei Salamão, e toda a congre­ rael.

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I. REIS, VIII. 857
Focem J s h o v a h disse a David 29 Que teus olhos noite e dia eetejâo
meu pai; porquanto propuzesle em abertos sobre esta casa, sobre este lu­
fett ooração> de edificar c a s a a meu gar, de que disseste; meu nome esta­
nome: bem fizeste de o propôr em teu rá ali: paira ouvires a oração, quo tou
coração. servo orar para este lugar.
10 Todavia tu nâo edificarás esta casa: 30 Ouve pois a supplicaçâo de teu
porem teu filho, que sahir de teus lom­ servo, e de teu povo Israel, que ora­
bos, edificará esta essa a meu nome, rem a este lugar; tambem, ouve tu no
20 Assim ovnfirraou J e h o v a h s u a lugar de tua habitação nos ceos; ouve
paiavia que tinha dito: porque me le­ tambem, e perdoa.
vantei em lugar de David meu pai, e 31 Quando alguem peoear contra seu
me aesento no throno de Israel, como proximo, e puxerem sobre elle jura­
tem dito J e h o v a h ; e edifiquei huma mento de maldição, para amaldiçoar
casa ao nome de J e h o v a h , o Deos a si mesmo; -e vier juramento de mal­
de Israel. dição perante teu Alta* a esta casa:
21 E aparelhei ali lugar para a Ar­ 32 Ouve tu entâo ,nos ceos^ e obra,
ca, em que está o concerto de J eho­ e julga a teus servos, condenando ao
vah : o qtaal fez com nossos pais, injusto, dando seur caminho sobre sua
quando os tirou da terra de Egypto. cabeça: ejustificando ao justo, ren-
22 E jpofese Salamão diante do Al­ dendo-lne segundo sua justiça.
tar de J k h o v a h , em fronte de toda a 33 Quando teu povo Israel for ferido
congregação de Israel: e estendeo diante do inimigo, por quanto peocárâo
soas m6os para o s ceos. contra ti; e se converterem a ti, e
23 E disse; J sh o v a h Deos de Is- confessarem teu nome, e orarem e
vael, nâo ha Deos como tu* a riba ’nos supplicarem a ti nesta casa:
ceos, nem abaixo na teria: que guar­ 34 Ouve tu entâo }nos ceos, e perdoa
das o concerto e a beneficencia a teus o peccado de teu povo Israel; e toma-
cervos, que andáo com todo seu cora­ os á terra, que tens dado a seus pais.
ção perante tua face. 35 Quando os ceos se cerrarem, e
24 Que guardaste a teu servo David não houver chuva, porquanto peccárâo
meu pai, o que lhe disséras: porque contra t i ; e orarem- para este lugar,
eqm tua boca o disseste, e oom tua e confessarem teu nome, e se conver­
mâo o cumpriste como neste dia se vé. terem de seus peccados, havendo-os tu
25 Agora pois, J xh o v a h , Deos de Is- affligido:
lael, guarda a teu servo David meu 86 Ouve tu então ’nos ceos. e perdoa
pai o que lhe faliaste, dizendo; nâo o peccado. de teus servos, e ae teu po­
te faltará suooessor diante de minha vo Israel, ensinando-lhes o bom ca­
tace, qne se assente no throno de Is­ minho, em que andem; e dá chnva
rael : tam somente que tens filhos gu­ em tua terra, que déste a teu povo em
ardem seu caminho, para andarem di­ herança.
ante de minha face, eomo tu andaste 87 Quando houver fome na terra,
dieitte de minha face. quando houver peste, quando houver
26 Age ca tambem, o Deos de Israel, queima de paens, ferrugem, gafanho­
seja verdadeira tua palavra, que dis­ tos, e pulgão, quando seu inimigo o
seste a teu servo David meu pai. cercar na. térra de suas portas ; o u
27 Mas em verdade, habitaria Deos houver plaga ou doença alguma:
aa ten al eis qne os ceos e até o ceo 88 Toda oração, toda supplicaçâo,
dos ceos te nâo comprenderião. quan­ que fizer homem algum de todo teu
to mento esta casa, que eu tenno edi­ povo Israel; conhecendo cada qual á
ficado. plaga de seu ooração, er estendendo
28 Volve-te pois para a oração de suas maos a esta casa:
teu serVo, e pera sua supplicaçâo, J jb- 39 Ouve tu então nos ceos, assento
H0Vah meu Deos: paia ouvires ao de tua habitação, e perdoa e obra, e
clamor, e á oração, que teu servo hoje dá a cada qual conforme a toées seus
pm perante tua face. caminhos, segundo conheces seu co­

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358 I. REIS. Ym .
ração: porque tu só conheces o cora­ peccado contra ti, e todas suas preva­
ção de todos os filhos dos homens. ricações, com que ouverem prevari­
40 Para que te temão todos os dias, cado contra ti: e dá-lhes misericordia
que viverem na terra, que d é B te a nos­ perante aquelles que os tem cativos,
sos pais. para que se apiàdem delles.
41 E tambem ouve ao estrangeiro, 51 Porque teu povo e tua herança
que n&o for de teu povo Israel; porem são, que tiraste aa terra de Egypto,
vier de longes terras, por amor de teu do meio do forno de ferro.
nome: 52 Para que teus olhos estejão aber­
42 (Porque ouvirão de teu grande tos & supplicação de teu servo, e i
nome, e de tua forte mào, e de teu supplicação de teu povo Israel: afim
braço estendido:) e vindo orar para de os ouvires, em tudo quanto clama­
esta casa: rem a ti.
43 Ouve tu ’nos ceos. assento de tua 53 Pois tu por tua herança t’os ele­
habitação, e faze conlorme a tudo o geste de todos os povos da terra: oo­
que o estrangeiro a ti clamar: a fim mo tens dito pelo ministério de Moy­
que todos os povos da terra conheção ses teu servo, quando tiraste a nossos
teu nome, para te temerem, como teu pais de Egypto, Senhor J e h o v a h .
povo Israel; e para saberem, que teu 54 Sucedeo pois, que acabando Sala­
nome he cnamado sobre esta casa, mão de orar a J e h o v a h toda esta ora­
que tenho edificado. ção e esta supplicação, levantou se de
44 Quando teu povo sahir em guerra diante do Altar de J e h o v a h de ajoe­
contra seu inimigo, pelo caminho que lhado sobre seus juelhos, com suas
os enviares; e orarem a J e h o v a h , pa­ mãos estendidas para os ceos.
ra o caminho desta cidade, que tu ele­ 55 E poz-se em pé. e abendiçoou a
geste, e em direito desta casa, que toda a congregação ae Israel em alta
edifiouei a teu nome: voz, dizendo.
45 Ouve então nos ceos sua oração 56 Bemdito seja J e h o v a h , que deu
e sua supplicação; e executa seu di­ repouso a seu povo Israel, segundo tu­
reito. do o que disse: nem huma sò palavra
46 Quando peccarem contra ti (pois cahio de todas suas boas palavras, que
não ha homem que não peque)e tu te fallou pelo ministério de Moises, seu
indignares contra elles, e os entrega­ servo.
res diante do inimigo; para que os que 57 J e h o v a h nosso Deos seja com
os cativarem, os levem em cativeiro nosco, como foi com nossos pais: n&o
à terra do inimigo, quer longe ou per­ nos desampare, e não nos deixe.
to esteja: 58 Inclinando a si nosso coração, pa­
47 E na terra aonde forem levados ra andar em todos seus caminhos, e
em cativeiro, tornarem em si; e se para guardar seus mandamentos, e se­
converterem, e na terra de seu cati­ us estatutos, e seus direitos, que man­
veiro a ti supplicarem, dizendo, pec- dou a nossos pais.
camos, e perversamente obramos, e 59 E que estas minhas palavras,
impiamente tratámos: com que suppliquei perante Je h o v a h ,
48 E se converterem a ti com todo estejão perto diante de J e h o v a h nos*
seu coração e com toda sua alma, na so Deos, dia e noite: paraque e x e c u te
terra de seuB inimigos, que os levàrão o direito de seu servo, e o direito de
em cativeiro; e orarem a ti para o ca­ seu povo Israel, a cada qual cada dia
minho de sua terra, que déste a seus em seu dia.
pais, para esta cidade que elegeste, e 60 Para que todos os povos da terra
para esta casa que edifiquei a teu saibão, que J e h o v a h he Deos, e nin­
nome: guém mais:
49 Ouve então nos ceos, assento de 61 E vosso coração seja i n t e i r o para
tua habitação, sua oração e sua sup- com J e h o v a h nosso Deos; para andar­
plicação; e executa seu direito. des em seus estatutos, eguardardes se­
50 È perdóa a teu povo, que houver us mandamentos, como o dia de hoje.

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I. REIS, IX. 309
62 E o rei, e todo Israel com elle 5 Então oonfirmarei o throno de teu
Mcrificárào sacrifícios perante a face reino sobre Israel para sempre: co­
de J e h o v a h . mo fallei ácerca ae teu pai David,
63 E offereceo Salamão em sacrifício dizendo: varão te não faltará do thro­
gratifico, o que sacrificou a J e h o v a h , no de Israel.
vinte e auas mil vacas, e cento e vinte 6 Porem se vósoutros e vossos filhos
mil ovelhas: assim o Rei e todos os em qualquer maneir^ vos apartardes
filhos de Israel consagrárào a casa de de em pos de mim, e não guardardes
J ehovah. meus mandamentos, e meus estatutos,
64 No mesmo dia santificou o Rei que vos tenho proposto; mas fordes,
o meio do páteo, que estava diante e servirdes a outros deoses, e vos enr
da casa de J eh o v a h ; porquanto ali curvardes perante elles.
preparara os holocaustos, e as offer- 7 Então aestruirei a Israel da terra,
tas, com o sebo doe sacrifícios gratifi- aue lhes dei; e a esta casa, que santi­
cos: porque o Altar de metal, que es­ fiquei a meu nome, lançarei ae minha
tava diante da face de J e h o v a h , era face: e Israel será por ditado e mote,
muito pequeno para nelle caberein entre todos os povos.
os holocaustos, e as offertas, e o sevo 8 E quanto a esta casa^tie haverá si­
dos sacrifícios gratifícos. do exalçada, todo aquelle que por ella
65 No mesmo tempo celebrou Sala­ passar, pasmará e assobiará: e dirão,
mão a festa, e todo Israel com elle, hu­ porque J e h o v a h assim fez a esta ter­
ma grande congregaç&o. desda entra­ ra, e a esta casa ?
da ae Hamath até o no ae Egypto, pe- 9 E dirão, porquanto deixárão a Je­
n a t e a face de J eh o v a h nosso Deos; hov a h sen Deos, que a seus pais tirá-
por sete dias, e sete dias: catorze dias. ra da terra de Egypto, e se apegá-
66 E ao oitavo dia despedio o povo, rão a deoses alheos, e se encurvárão
e elles abendiçoárào ao Rei: ent&o perante elles, e os servirão: porisso
se forão a suas tendas, alegres e gozo­ trouxe J e h o v a h sobre elles toao este
sos de coração, por causa de todo o mal.
t e u , que J e h o v a h fízéra a David seu 10 E sucedeo a cabo de vinte annos,
servo, e a Israel seu povo. que Salamão edifícára as duas casas;
a casa de J eh o v a h , e a casa do Rei:
CAPITULO IX. 11 (Para o que Hiram Rei de Tyro
trouxéra a Salamão madeira de ce­
UCEDEO pois em acabando Sala­ dro e de faia, e ouro, segundo todo
S m&o de edificar a casa de J e h o ­
v a h . e a casa do Rei; e todo o desejo
seu desejo ;) então deo o Rei Sala­
mão a Hiram vinte cidades em terra
de Salamão, que lhe veio à vontade, de Galilea.
fazer: 12 E sahio Hiram de Tyro a ver as
2 Que J e h o v a h tornou a aparecer cidades, que Salamão lhe déra: po­
a Salamão; como lhe aparecera em rem nào forão boas em seus olhos.
Gibeon. 13 Pelo que disse, que cidades são
3 E J e h o v a h lh e d iss e , o u v i ta a ora- estas, que me déste, irmão meu ? e
e â o , e t u a su p p lica ção , q u e su p p lica n - chamárào-lhes, terra de Cabul, até o
d o f iz e s te p e r a n te m in h a f a c e : sa n ­ dia de hoje.
t i f i q u e i a c a s a q u e e d ific a s te ,a n m d e 14 E enviàra Hiram ao Rei cento e
p ó r a li m e u nom e p ara se m p re : e vinte talentos de ouro.
m e u s o lh o s, e m e u c o ração e s ta rã o a li 15 É esta he a causa do tributo, quê
t o d o s o s d ia s . impoz o Rei Salamão, pára edificar a
4 E se tu andares perante minha casa de J e h o v a h , e sua oasa e Milló, e
face; como andou David teu pai, com o muro de Jerusalem: como tambem
inteireza de coração e com sincerida­ a Hasor, e a Megiddo, e a Gezer.
de, para fazeres segundo tudo o que 16 Porque Pharaó Rei de Egypto
te mandei; e guardares meus estatu­ s u b ir a , e tomàra a Gezer, e a q u e i-
to», e meus direitos: m à r a a fogo, e aoB Cananeos, que

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860 I. REIS, X.
moravâo na cidade, matáia: e a dóra CAPITULO X.
em doto a sua filha, mulher de Saia*
OUVINDO a Rainha de Scheba
mâo.
17 Assim Salamão edificou a Ge&er,
e a baixa Beth-Horon.
E a fama de Salamão, ácerca do
nome de J e h o v a h , veio a atentale
18 £ a Baalath, e a Tharaor uo de­ cpm enigmas,
serto daquella terra: 2 E veio a Jerusalem com hum mui
19 E todas as cidades das munico- grande exercito; com camelos carre­
ena, que Salamão tinha, e as cidades gados de especiarias, e muitíssimo
dos carros, e as cidades dos cavallei- ouro, e pedras preciosas: e veio a
ros : e o que o desejo de Salamão Salamão, e disse, lhe tudo quanto ti­
quiz edificar em Jerusalem, e uo Li- nha em seu coração.
banOp e em toda a terra de seu se­ 3 E Salamão lhe declarou todas sua*
nhorio. palavras: nenhuma cousa se escoo-
20 Quanto a todo o povo, que restou deo ao Rei, que nâo declarasse a ella.
dos Amoreos, Hetheo», Pherezeoj», He* 4 Vendo pois a Rainha de Scheba
veos, e Jebuseos, e que n&o erão dos toda a sabedoria de Salam&o, e a ç m
filhos de Israel: que edificàra.
21 A seus filhos, que restàr&o de* 5 E a comida de süa mesa, eow -
pois delles na terra, aos quaes os sentar de seus servos, e o estar de se­
nlhos de Israel nâo pudéráo pôr em us criados, e seus vestidos, e seus co­
interdito, Salamão os reduzio a tribu­ peiros, e sua subida, por onde subia i
to servil, até o dia de hoje. casa de Jehovah : ella fioouüora de ú-
22 Porem dos filhos de Israel nào 6 E disse ao Rei: verdade foi a pa­
fez Salamão servo algum: porem er&o lavra, que ouvi em minha terra de Ai­
homens de guerra, e seus criados, e as cousas, e de4ua sabedoria.
seus Prinoipes, e seus Capitaens, e 7 E eu nào cria aquellas palavra^
Maioraes de seus carros, e seus oa~ até que vim, e meus olhos o vír&o; a
valleiros, eis que me nâo dissérão ametade: ao-
23 Estes erão os Maioraes dos Of­ bsepujaste oom sabedoria e beb» ♦
ficiaes, que estavâo sobre a obra de fama, que ouvi.
Salamão, quinhentos e cincoenta, que 8 Bemaventurados teus varòes, be-
mandav&o 0 povo, que trabalhava na maventuradós estes teus servos, qae
obra. estâo de contino perante ti, que ou­
24 Subio porem a filha de Pharaó vem tua sabedoria!
da cidade ae David a sua casa, que 9 Bemdito seia Je h o v a h teu Pepfl,
lhe edificàra; entáo edificou a Mi- que teve agrado em ti, para pôr te
lió. no throno & Israel: porquanto Jk h o­
25 E offerecia Salamão tres vezes v a h ama a Israel sempitemamea$,
cada anno holocaustos e sacrifícios por isso te estabeleceo por Rei, para
gratificos sobre o Altar, que edifieàia fazeres direito e justiça.
a J s h o v a h , e queimava perfumes so­ 10 È deu ao Rei cento e vinte
bre o que estava perante a face de lentos de ouro, e Hiuitissimas especi­
J e h o v a h : havendo acabado a casa. arias, e pedras preciosas: nunca vajo
26 Tambem o Rei Salam&o fez naos especiana em tanta abundancia, co­
em Eseon Geber, que está junto a mo a que a Rainha de Scheba deu to
Eloth, à praia do mar de Suph, na Rei Salamfto.
terra de Edom. 11 Tambem as naos de Hiram, cme
27 E mandou Hiram com aquellas de Ophir levavão ouro, trazi&o de OpW
naos a seus servos, marinheiros, que muitíssima madeira de Almuggim* e
sabi&o do mar: oom os servos de Sa­ pedras preciosas.
lam&o. 12 E desta madeira de AlmtJggi®
28 E viérâo a Ophir, e tomàrâo de fez o Rei sustentáculos para a caaa
là quatro centos • vinte talentos de de J x h o v a h , e para a casa do Roi,
ouro: e o trouxerâo ao Rei Salamfto. como tambem harpas e alaúdes para

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I. REB> XI. Ml

00 eantéres: nunca veio tal madeira 25 E traziâo cada qual por seu pre­
dê Ahnuggim, nem se vio até o dia sente, vasos de prata e vasos de ouro,
dê hoje. e vestidos, e armaduras, e especiarias,
13 E o Rei Salamão deu à Rainha cavallos e mulos: cada cousa de anno
dfe Scheba todo quanto lhe pedioa seu em anno.
desejo, de mais do que lne deu se* 26 Tambem ajuntou Salamão carros
gundo o poder do Rei Salamão: en­ e cavalleiros, de sorte que tinha mil e
tâo tomou e partio-se para sua terra, quatro centos carros, e doze mil caval­
eBa e seus servos. leiros : e os levou a as cidades dos car­
14 £ era o peso do ouro, que Sala­ ros, e junto ao Rei em Jerusalem.
mão tinha de rendas cada anno, seis 27 £ fez o Rei que em Jerusalem
centos sesBenta e seis talentos de havia tanta prata, como pedras: e ce­
ouro. dros em abundancia como moreiras
15 De mais do dos negociantes, e do bravas, que estào nas plainezas.
contrato dos especièiros: e de todos 28 £ tiravâo cavallos por Salamão de
os Reis de Arabia, e dos principaes da Egypto: e quanto à mercancia, os
mesma terra. mercadores do Rei tal mercancia to­
16 Tambem o Rei Salam&o fez du­ mavâo à renda.
zentos pavezes de ouro batido: seis 29 £ subia e sahia o carro de Egyp
centos siclos de ouro mandou pesar to por seis centos siclos de prata, e o
para cada pavez. cavallo por cento e cincoenta: e assim
17 Assim mesmo trezentos escudos por suas maõs os tiravâo para todos os
de ouro batido; tres arrateis de ouro Reis dos Hetheos, e para os Reis de
mandou pesar para cada escudo: è o Syria.
Bei os pôz na casa do bosque do Lí­
bano.
18 Fez mais o Rei hum grandé CAPITULO XI.
throno de matfim; e cubrio o de ouro O Reri Salamão amou muitas mu­
puríssimo.
19 Tinha este throno seis degraos,
E lheres estranhas, e isso de mais
da filha de Pharaó: Moabitas, Am*
e era a cabeça do throno pôr de tr&s monitas, Edomeas, Zidonias, e Hethe-
redonda, e de ambas as bandas tinha as:
encostos até o assento: e dous leões 2 Das gentes, de que J ehovah tinha
estavâo junto aos encostos. dito aoS filhos de Israel, nào entrareis
20 Tambem doze leões estavâo ali a ellas, e ellas nào entrarão a vós;
sobre os seis degraos de ambas as d’outra maneira inclinaríâo vosso co­
bandas: nunca outro tal se tinha feito ração após seus deoses: a estas se
em nenhuns reinos. apegou salamào com amor.
21 Tambem todos os vasos de beber 3 £ tinha setecentas mulheres, prin­
do Rei Salamão erão de ouro, e todos cesas, e trezentas concubinas: e suas
os vasos da casa do bosque do Libano mulheres m ovérâo seu coração.
erão de ouro maciço: nâo haviaiielles 4 Porque sucedeo que, no tempo da
prata; porque em dias de Salamão se velhice de Salamão, suas mulheres in-
estimava em cousa nenhuma. clinàrâo seu coração após outros deo­
22 Porque o Rei tinha no mar as ses: eseu coração nâo era inteiro pa­
naos de Tharsis, com as naos de Hi­ ra com J ehovah seu Deos, como o co­
ram : huma vez em tres annos torna- ração de David sen pai.
vâo as naos de Tharsis, e traziâo ouro 6 Porque Salamão andou após Asta-
e prata, marsim,ebugios, e pavões. roth, Deos dos Zidonios, e após Milk-
23 Assim o Rei Salamão se fez mai­ om, a abominação dos Ammonitas.
or que todos os Reis da terra: assim em 6 Assim fez Salamão o que parecia
xiquezas, como em sabedoria. mal em olhos de Jehovah : e nâo per­
24 £ toda a terra buscava a face de severou em seguir a Jeh o v a h , como
Salamão: para ouvir sua sabedoria, David seu pai.
que Deos déra em seu coração. 7 Entâo edificou .Salamão hum alto
16

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362 i. REIS) XI.
a Camos, a abominação dos Moabi­ a seu filho Genubath, ao qual Tachjje-
tas, sobre o monte, que està diante de nes criou em oasa de Pharaó: assim
Jerusalem: e a Molech, a abomina­ que Genubath estava em casa de Pha­
ção dos íilhos de Ammon. raó, entre os filhos de Pharaó.
8 E assim fez para com todas suas 21 Ouvindo pois Hadad em Egypto
mulheres estranhas: as quaes queima- que ja David dormira com seus pais,
vào perfumes e sacrificavào a seus e que Joab Maioral do exercito era
deoses. morto, disse Hadad a Pharaó. despe­
9 Pelo que J e h o v a h se indignou con­ de-me, para aue me vá a minna terra.
tra Salamão: por quanto desviàra seu 22 Porem Pnaraó lhe disse, pois que
coração de J e h o v a h Deos de Israel, o te falta comigo, que eis que ir te pro­
qual duas vezes lhe aparecéra. curas a tua terra í e disse elle, nada,
10 E ácerca desta matéria lhe man­ mas todavia despede-me.
dára, que nào andasse apôs outros deo­ 23 Tambem Deos outro adverearío
ses: porem nâo guardou, o que J e h o ­ lhe levantou, a Rezon filho de Eliada,
v a h mandára. que fugira de seu Senhor Hadad-Ezer,
11 Pelo que disse J b h o v a h a Sala­ Rei de Zoba.
mão, por quanto isto houve em ti, que 24 Contra quem tambem ajuntàra
nâo guardaste meu concerto e meus varões, e foi Capitão de hum esqua­
estatutos, que te mandei, certamente drão, quando David os matou: e indo
rasgarei de ti este reino, e o darei a se para Damasco, habitârâo ali, e rei-
teu servo. nárâo em Damasco.
12 Todavia em teus dias o nâo farei, 25 E foi adversario de Israel todos
por amor de David teu pai: da mâo os dias de Salamão, e isto de mais do
de teu filho o rasgarei. mal, que Hadad fazia: porque detes­
13 Porem todo o reino nâo rasgarei: tava a Israel, e reinava sobre Syria.
huma tribu darei a teu filho, por amor 26 Até Jerobeam, filho de Nebat
de meu servo David, e por amor de Ephratheo, de Zereda, servo de Sala­
Jerusalem, que tenho elegido. mão, (de cuja mãi o nome era Zerua,
14 Levantou pois J e h o v a h a Sala­ mulher viuva :) tambem levantou a
mào hum adversario, a Hadad o Edo- mâo contra o Rei.
meo: elle era da semente do Rei em 27 E esta foi a causa? porque levan­
Edom. tou a mâo contra o Rei; edificára Sa­
15 Porque sucedeo que, estando Da­ lamão a Milló, e cerrára a quebradura
vid em Edom, e subindo Joab, o Ma­ da cidade de David seu pai.
ioral do exercito, a enterrar os mor­ 28 E o varâo Jerobeam era he roe va­
tos, ferio a todo macho em Edom. lente : e vendo Salamão a este mance­
16 (Porque Joab ficou ali seis meses bo, que era trabalhoso, elle o pôz so­
com todo Israel: até que destruio a bre todo o cargo da casa de Joseph.
todo macho em Edom.) 29 Sucedeo p q í s naquelle tempo, que
17 Hadad porem fugira, elle e al­ sahindo Jerobeam de Jerusalem, en­
guns varòes Edomeos dos servos de controu o o Propheta Ahias, o Silo-
seu pai com elle. para se ir a Egypto: nita no caminho, e elle se vestira de
era porem Hadad rapaz pequeno. hum vestido novo, e sós ambos esta­
18 E levantárào-se de Midian^ e vie­ vâo no campo.
rão a Paran: e tomárâo comsigo va­ 30 E Ahias pegou do vestido novo,
rões de Paran, e vié râo-se a Egypto que sobre si tinha: e rasgou-o em doze
a Pharaó, Rei de Egypto, o qual lhe pedaços.
deu huma casa, e lhe prometeo sus­ 31 E disse a Jerobeam, toma-te os
tento, e lhe deu huma terra. dez pedaços: porque assim diz J e h o ­
19 E achou Hadad grande graça em v a h Deos de Israel, eis que rasgarei o
olhos de Pharaó: de maneira que a ir­ reino da mâo de Salamào, e a ti da­
mã de sua mulher lhe deu por mulher, rei as dez tribus.
a irmaã de Tachpenes a Rainha. 32 Porem elle terá huma tribu, por
20 E a irmâ de Tachpenes lhe parip amor de David meu servo, e por amor

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I. REIS, XII. 363
é e Jerusalem, a cidade que elegi de
todas as tribus de Israel. CAPITULO XII.
33 Porquanto me deixárâo, e encur- PARTIO-se Rehabeam para Si­
'várâo-se a Astaroth Deos dos Zidoni-
*06) a Camos Deos dos Moabitas, e a
E chem: porque todo Israel viéra
a Sichem, para o fazerem Rei.
Milkom Deos dos íilhos de Ammon: e 2 Sucedeo pois, que ouvindo o Jero­
náo andàrâo em meus caminhos, para beam, filho de Nebat, estando ainda
fazerem o que parece recto em meus em Egypto; (porque fugira de dian­
olhos, a satrêr, meus estatutos e meus te do Rei Salamão: e habitava Jero­
direitos, como David seu pai. beam em Egypto.)
34 Porem nào tomarei nada deste 3 Enviárâo, e mandârâo-o chamar;
reino de sua mâo: mas por principe e Jerobeam e toda a congregação de
o ponho todos os dias de sua vida, por Israel viérâo: e fallárâo a Rehabeam,
amor de David meu servo, a quem ele­ dizendo.
gi, o qual guardou meus mandamen­ 4 Teu pai agravou nosso jugo: agora
tos e meus estatutos. pois alevia tu a dura servidão de teu
35 Mas da mâo de seu filho tomarei p a i, e seu pesado jugo, que nos im-
e reino: e a ti darei as dez tribus poz; e te serviremos.
delle. 5 E elle lhes disse, ide vós até o terce­
36 E a seu filho darei huma tribu: pa­ iro dia, e tomai a m im: e o povo se foi.
ra que David meu serro sempre tenha 6 E teve o Rei Rehabeam conselho
huma lampada perante minha face em com os anciãos, que estavâo perante a
Jerusalem, a cidade que me elegi, pa­ face de seu pai Salamão, vivendo el­
ia pôr ali meu nome. le ainda, dizendo: como aconselhais
37 E te tomarei, e reinarás sobre vós outros, que se responda a este
tudo (manto desejar tua alma: e serás povo ?
JZeisoore Israel. 7 E elles lhe fallárâo, dizendo; se
38 E será que, se ouvires tudo o que hoje fores servo deste povo, e o servi­
eu te mandar, e andares em meus ca­ res, e respondendo-lhe, boas palavras
minhos, e fizeres o que parecer recto lhe fallares: todos os dias teus servos
em meus olhos, guardando meus esta­ serâo.
tutos e meus mândamentos, como fez 8 Porem elle deixou o conselho dos
David meu servo: eu serei comtigo, e anciãos, que lhe tinhão aconselhado:
te edificarei casa firme, Como edi­ e teve conselho com os mancebos, que
fiquei a David, e a ti darei a Is­ haviâo crecido com elle, que estavâo
rael. perante elle.
39 E porisso affligirei a semente de 9 E disse-lhes, que aconselhais vós­
David: todavia nâo para sempre. outros, que respondamos a este povo?
40 Pelo que Salamão procurou matar que me fallárâo, dizendo, alevia o ju­
a Jerobeam : porem Jerobeam se le­ go, que teu pai nos impoz.
vantou, e se acolheo para Egypto, a 10 E os mancebos, aue haviâo creci­
Sisak Rei de Egypto; e eáteve em do com elle, lhe fallárâo, dizendo;
Egypto, até que Salamão morreo. assim fallarás a este povo, que te fal­
41 Quanto ao de mais dos sucessos lárâo, dizendo; teu pai agravou nosso
de Salamão, e tudo quanto fez, e sua jugo, mas tu o alevia de sobre nós;
sabedoria: porventura nâo está es­ assim lhes fallarás, meu menor dedo
crito no l i v r o dos sucessos de Sala­ he mais grosso, que os lombos de meu
mão? pai.
42 E foi o tempo, que reinou Sala­ 11 Assim que se meu pai vos fez car­
mão em Jerusalem sobre todo Israel, regar pesado jugò; ainda eu acrecen-
quarenta annos. tarei a vosso jugo: meu pai vos cas­
43 E dormi o Salamão com seus pais. tigou com açoutes, porem eu vos cas­
e-foi sepultado na cidade de E&vid tigarei oom escorpiões.
seu pai: e Rehabeam seu filho rei- 12 Veio pois Jerobeam e todo o po­
uouera seu lugar. vo o terceiro dia a Rehabeam: como

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364 I. REI8, X1U.

o Rei havia fallado, dizendo, tomai a 24 Assim diz J e h o v a h ; nâo subireis


mim ao terceiro dia. nem pelejareis contra vosws inaáos
13 E o Rei respondeo ao povo dura­ os filhos de Israel, cada qual se tome
mente : porque deixára o conselho doe a sua casa; parque de por mim se fez
anciãos, que lhe haviâo aconselhado, esta obra: e ouvirão a palavra de Jk ­
14 E fallou-lhes conforme ao con­ h o v a h , e tomàrâo para se irem segun­
selho dos mancebos, dizendo, meu pai do a palavra de J e h o v a h .
agravou vosso jugo, porem eu ainda 25 E Jerobeam edificou a Sichem
acrecentarei a vosso jugo: meu pai no monte de Ephraim, e habitou ali: e
vos castigou com açoutes, porem eu sahio d?ali, e edificou a Pnuçl.
vos castigarei com escorpiões. 26 E disse Jerobeam em seu cora­
15 Assim que o Rei n&o ouvio ao po­ ção : açora se tornará o reino à oaaa
vo : porque esta revolta vinha de Je­ ae David.
h o v a h , para coníirmar sua palavra, 27 Se este povo subir a fa^er sacri­
qae J e h o v a h tinha dito pelo ministé­ fícios na casa de J k h o v a h em Jeru­
rio de Ahias, o Silonita, a Jerobeam salem, o coração deste povo se torna­
filho de Nebat. rá a seu Senhor, a Rehabeam, Rei áe
16 Vendo pois todo Israel, que o Rei Judá: e me matarào, e se tomarào a
os não ouvia, tomou-lhe o povo a res­ Rehabeam, Rei de Judá.
ponder, dizendo, que parte temos com 26 Pelo que o Rei teve conselho, e
David í e náo na para nós herança fez dous bezerros de ouro, e disse-lhes,
no filho de Isai; a tuas tendas, ó muito trabalho vos serà subir a Jeru­
Israel! prove agora a tua casa, ò Da­ salem, vês aqui teus deoses, ó Israel,
vid: então Israel se foi a suas ten­ que te fizérão subir da terra de Egyp"
das. to.
17 Tocante porem aos filhos de Isra­ 29 E pôz ao hum em Bethel: e a
el, aue habitavão nas cidades de Judá, o outro collocou em Dan.
tamoem sobre elles reinou Rehabeam. 30 E este feito se tomou em pecca­
18 Entáo o Rei Rehabeam enviou do : assim que o povo hia o hum até
a Adoram, que estava sobre os tri­ Dan.
butos ) e todo Israel o apedrejou com 31 Tambem fez casa de altos: e fez
pedras, e morreo: mas o Rei Reha- saoerdotes dos mais baixos do povo,
beam se animou a subir em hum car­ que não erão dos filhos de Levi.
ro, e se acolher a Jerusalem. 32 E fez Jeroboam huma festa ao
19 Assim descahírão os Israelitas da mez oitavo, aòs quinze dias do mes,
casa de David, até o dia de hoje. como a festa que se fazia em Judá, e
20 E sucedeo que, ouvindo toao Isra­ sacrificou no altar; semelhantemente
el, que Jerobeam tornâra, enviârâo e fez em Bethel, sacrificando aos be­
o chamàrâo ao ajuntamento, e o fizév zerros, que fizéra: tambem em Bethel
râo Rei sobre todo Israel: e ninguém estabeleceo sacerdotes dos altos, que
seguio a casa de David, senâo só a tri­ fizéra.
bu de Judá. 33 E sacrificou no Altar, que fizéra
21 Vindo pois Rehabeam a Jerusa­ em Bethel, aos quinze dias do mes
lem, ajuntou a toda a casa de Judá, e oitavo, do mes que elle tinha inventa­
a tribu de Benjamin, cento e oitenta do de seu coração: assim fez a festa a
mil escolhidos, destros para a guerra: os filhos de Israel, e sacrificou no Al­
para pelejar contra a casa de Israel, tar, queimando perfumes.
para que tomasse o reino a Reha-
Deaxn. filho de Salamão.
capitulo xni.
22 rorem veio palavra de Deos a
Semajas, varão de Deos, dizendo. EIS que hum varâo de D e o s veio
23 Falia a Rehabeam filho de Sala­ E d e J u d á com a palavra d e Jk h o ­
mão, Rei de Judá, e a toda a casa de v a h a Bethel: e J e r o D o a m e s ta v a jun­
Judá, e a Benjamin, e ao de mais do to ao Altar, para queimar perfumes.
povo, dizendo. 2 E clamou contra o Altar com a pa*

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I. REIS, XIII. 365
lavra. d e J x h o v a h , • dkâOj Altar. Al­ 13 Entâo disse a seus filhos, albar­
ter ! aanm diz J e h o v a h : e i s q u e num dai-me o asno: e albardàrâo-lhe o as­
filho nascerá a casa de David, cujo no- no, e subio nelle.
' m e serà Josias» o qual sacrificará em 14 E foi-se apôs o varâo de Deos, e
ti aos sacerdotes dos Altos, que quei- o achou assentado debaixo de hum
mâo em ti perfumes, e ossos de ho­ carvalho: e disse-lhe, eB tu o varâo de
mens se queimarão em ti. Deos, que vieste de Judá ? e elle disse,
3 E d e u n a q u e lle m e s m o d ia h u m eu sou.
m i l a g r e , d iz e n d o , e s te h e o m ila g re , 15 Entâo-lhe disse, vem comigo a
d e q u e J e h o v a h f a llo u : e is q u e o Al­ casa, e come pâo.
ta r s e f e n d e r á , e a c in z a , q u e n e lle 16 Porem elle disse, nâo posso tor­
e s tá . s e d e r r a m a r á . nar comtigo, nem entrarei comtigo:
4 Sucedeo pois, que, ouvindo o Rei nem tampouco comerei pâo, nem be­
a palavra do varâo de Deos. que cla­ berei comtigo agua neste lugar.
mara contra o Altar de Betnel, Jero­ 17 Porque me foi mandado pela pa­
beam estendeo sua mâo de sobre o lavra de J e h o v a h ; ali nem comerás
Altar, dizendo: pegai delle: mas sua pâo, nem beberás agua: nem toma­
mâo, que estendera contra elle, se se­ rás a ir pelo caminho, que foste.
cou, e nâo a podia tornar a si. 18 E elle lhe disse, tambem eu sou
5 E o Altar se fendeo, e a cinza se Propheta como tu, e hum Anjo me
derramou do Altar: segundo o mila­ fallou pela palavra de J e h o v a h , di­
gre, que o varâo de Deos apontáia pe- zendo : toma o comtigo a tua oasa,
m palavra de J e h o v a h . para que coma pâo, e beba agua: po­
6 Entâo respondeo o Rei, e disse ao rem mentio-lhe.
rato de Deos, de veras ora à face 19 E tomou com elle, e comeo pâo
de J e h o v a h teu Deos, e roga por mim, em sua casa, e bebeo agua.
qne m in h a mâo a mim tom e: entâo o 20 E sucedeo que, estando elles á
▼aráo de Deos orou a face de Je h o ­ mesa, a palavra de J e h o v a h veio ao
v a h , e a mâo do Rei tomou a elle, e Propheta, que o fez tomar.
ficou como d’antes. 21 E c la m o u ao v a râ o d e D eos, q u e
7 E o Rei disse a o varâo de Deos, v ié r a d e Ju d á , d i z e n d o : a s s im d iz J e ­
vem comigo a casa, e conforta-íí : e h o v a h : p o rq u a n to fo ste r e b e ld e á b o -
darei-te hum presente. o a d e J e h o v a h , e n â o g u a rd a s te o
8 Porem o varâo de Deos disse ao m a n d a m e n to , q u e J e h o v \ h te u D e o s
Rei, ainda que me désses ametade de te m a n d á r a :
tua casa, nâo iria comtigo: nem co­ 22 Antes tomaste, e comeste pâo, e
meria pâo, nem beberia agua neste bebeste agua no lugar de que te disse­
lugar. ra, nem comerás pâo, nem beberás
9 Porque assim me mandou J e h o v a h agua: teu corpo nâo entrará no sepul­
por sua palavra, dizendo: nem come­ cro de teus pais.
rás pâo, nem beberás agua: e nâo tor­ 23 E foi que, depois que comeo
narás pelo caminho, que foste. pâo, e depois que bebeo, ao Prophe­
10 E foi-se por outro caminho: e ta, que fizéra tomar, lhe albardou o
nâo tomou pelo caminho, por onde vi­ asno.
éra a Bethel. 24 Foi se pois, e hum leâo o encon­
11 E morava em Bethel hum Pro­ trou no caminho, e o matou: e seu
pheta velho: e veio seu filho, e con- corpo estava lançado no caminho, e o
tou-lhe tudo o que o varâo ae Deos asno estava junto a elle; e o leâo esta­
fizéra aquelle dia em Bethel, e as pa­ va junto a o corpo.
lavras que dissera ao Rei, e as con- 25 E eis que os varões passàrâo, e
tárâo a seu pai. virâo a o corpo lançado no caminho,
12 E seu pai lhes disse, porque ca­ como tambem ao leâo, que estava
minho se foi? e virâo seus nlhos o junto ao corpo: e viérâo, e disserão o
caminho, por onde fbra 0 varâo de na cidade, aonde o Propheta velho
Deos, que viéra de Judá. habitava.

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366 I. REIS, xm. XIV.
26 E ouvindo-o o Propheta, que o bolos, è hum* botija de mel, e n i t
fizéra tomar do caminho, disse: o va­ elle: elle te declarara o que ha de
râo de Deos he, que foi rebelde &bo­ ser deste moço.
ca de J e h o v a h : porisso J e h o v a h o 4 E a mulher de Jerobeam assim fez,
entregou ao leâo, que o quebrantou e e levantou-se. e foi a Silo, e entrou
matou, segundo a palavra de J e h o ­ em casa de Anias: e já Ahias nâo po­
v a h , que disséra a elle. dia ver j porque já seus olhos estavâo
27 Entâo disse a seus filhos, albar- escurecidos por causa de sua velhice.
daeme ao asno: e elles o albardárâo. 5 Porem J e h o v a h disse a Ahias, eis
28 Entâo foi, e achou seu corpo que a mulher de Jerobeam vem a con­
lançado no caminho, e ao asno e oo sultar-te por seu filho, porque enferme
leâo, que estavâo junto ao corpo: o está: assim e assim lhe fallaràs: e
leâo não comera ao corpo, nem que­ serà que, entrando ella, se demudará.
brantara ao asno. 6 E foi <jue, ouvindo Ahias o ruide
29 Entâo o Propheta levantou o cor­ de seus pes, entrando ella pela porta,
po do varâo de Deos, e o deitou sobre disse elle, entra mulher de Jerobeam:
o asno, e o tomou a levar: assim o porque assim te demudas? pois eu
Propheta velho veio á cidade a pran­ sou enviado a ti com duras novas.
tear e ao enterrar. 7 Vai, dize a Jerobeam, assim diz
30 E pôs seu corpo em seu sepulcro: J e h o v a h Deos de Israel; por quanto
e prantearão sobre elle, dizendo: ah te levantei do meio do povo, e te puz
irmão meu! por Guia sobre meu povo Israel:
31 E sucedeo que, depois de o haver 8 E rasguei o reino da casa de Da­
sepultado, fallou a seus filhos, dizen­ vid, e a ti t’o dei: e tu nâo foste, co­
do : morrendo eu, sepultai-me no se­ mo meu servo David, que guardou
pulcro, em que o varâo de Deos està meus mandamentos, e que andou após
sepultado: junto a seus ossos ponde mim com todo seu coração, para ffazer
meus ossos. sòmente o que parecia recto em meus
32 Porque certamente se cumprirá O lh o s:
o que pela palavra de J e h o v a h ex­ 9 Antes tu fizeste o mal, jpeior que
clamou contra o Altar, que està em todos os que forão antes de t i : e foste
Bethel: como tambem contra todas e fizeste-te putros deoses, e im*ggn«
ascasaB dos altos, que estâo nas cida­ de fundição, para provocar-me á ira,
des de Samaria. e deitaste-me de trás de tuas costas:
33 Depois deste sucesso, Jerobeam 10 Portanto eis que trarei mal sobre
se não tomou de seu mao caminho: a casa de Jerobeam, e destruirei de
antes dos mais baixos do povo tornou Jerobeam ao que ourina à parede,
a fazer sacerdotes dos altos; a quem assim ao encerrado, como ao desam­
queria, lhe enchia a máo, e assim era parado em Israel: e lançarei fóra aos
hum dos sacerdotes dos altos. descendentes da casa ae Jerobeam,
34 E isso foi causa de peccado à como se lança fora o esterco: até que
casa de Jerobeam : para a fazer cor­ de todo se acabe.
tar e destruir da terra. 11 Ao que de Jerobeam morrer na
cidade, os caens o comerão, e ao que
CAPITULO XIV. morrer no campo, as aves do ceo o
comerão: porque J e h o v a h o disse.
AQUELLE mesmo tempo enfer­ 12 Tu pois levanta-te, e vai-te a tua
N mou Abias. filho de Jerobeam. casa: em entrando teus pés na cidade,
2 E disse JeroDeam a sua mulher, le- o menino morrerá.
vanta-te agora, e disfarça-te,para que 13 E todo Israel o pranteará, e o se­
nâo conheçâo, que es mulher de Je­ pultará : poraue este sò entrará em se­
robeam : e vai a Silo, eis que là está pultura ae Jerobeam, porquanto se
o Propheta Ahias, o qual ae mim fal­ achou nelle alguma cousa de bem
lou, que eu seria Rei sobre este povo. para com J e h o v a h Deos de Israel, em
3 E toma em tua mâo dez paens, e casa de Jerobeam.

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I. REIS» XV. 367
14 J e h o v a h porem se despertará Rei 26 E tomou os thesouros da casa de
sobre Israel, que destruirá a casa de e os thesouros da casa do
Jeh o v ah ,
Jerobeam no mesmo dia : mas que Rei; e ainda tomou tudo: tambem
será tambem agora ? tomou todos os escudos de ouro, que
15 Tambem J e h o v a h ferirá a Israel, Salamào tinha feito.
oomo se move a cana nas agoas; e 27 E em seu lugar o Rei Rehabeam
arrancará a Israel desta boa terra, que fez escudos de metal: e os encom-
tinha dado a seus pais, e espargilos-ha mendou em mào dos Maioraes dos da
d’alem do rio: porquanto nzerào seus
bosques, irritando a J e h o v a h . fuarda,
o Rei.
que guardavào a porta da casa
16 E entregará a Israel pelos pecca­ 28 E era aue) quando o Rei entrava
dos de Jerobeam, o qual peccou, e fez na casa de J e h o v a h , o s da guarda os
peccar a Israel. levavào, e os tornavào à camara dos
17 Ent&o a mulher de Jerobeam se da guarda.
levantou, e foi, e veio a Zirsa: che­ 29 Quanto ao de mais dos sucessos
gando ella ao umbral da porta, o man­ de Rehabeam. e a tudo quanto fez,
cebo morreo.
18 E o sepultárào, e todo Israel o Sorventura nào está escrito no livro
as Chronicas dos Reis de Judá ?
pranteou: conforme à palavra de Je­ 30 E houve guerra entre Rehabeam
h o v a h , a qual disséra pelo ministério e Jerobeam. todos seus dias.
de seu servo Ahias o Propheta. 31 E RehaD.eam dormio com seus pa­
19 Quanto ao de mais dos suceàsos is, e foi sepultado iunto a seus pais
de Jerobeam, como guerreou, e como ná cidade ae David; e era o nome
reinou: eis que estào escritos no livro de sua mãi, Naama, a Ammonita: e
das Chronicas dos Reis de Israel. Abiam seu filho reinou em seu lugar.
20 £ foráo os dias, que Jerobeam
íeiuou, vinte e dous annos: e dormio CAPITULO XV.
com seus pais, e Nadab seu filho rei­
nou em seu lugar. NO anno dez e oito do Rei Jero­
21 E Rehabeam filho de Salamão
reinava em Judá: de quarenta a hum
E beam filho de Nebat, Abiam rei­
nava sobre Judá.
annos de idade era Rehabeam, quando 2 E tres annos reinou em Jerusalem:
começou a reinar, e dez e sete annos e era o nome de sua mãi Maaca, filha
reinou em Jerusalem, na cidade que de Abisalom.
J e h o v a h elegéra de todas as tribus de 3 E andou em todos os pecados de
Israel, para pôr ali seu nome; e era seu pai, que tinha feito antes delle:
o nome de sua mãi, Naama, a Am- e seu coração nào sou inteiro para com
monita. J e h o v a h seu Deos, como o coraçào de
22 E fez Judá o que parecia mal em David seu pai.
olhos de J e h o v a h : e o provocarão a 4 Mas por amor de David J e h o v a h
zelo, mais do que todos seus pais fizé- lhe deu huma lampadaem Jerusalem:
láo, com seus peccados, que cometé- despertando a seu filho depois delle,
rào. e confirmando a Jerusalem.
23 Porque tambem elles se edificà- 5 Porquanto David fizéra o que pa­
T&o altos, e estatuas, e imagens do recia recto em olhos de J e h o v a h : e
bosque: sobre todo alto outeiro, e de­ nào se desviàra de tudo o que lhe man­
baixo de toda arvore verde. dára em todos os dias de sua vida,
24 Havia tambem rapazes escandalo­ senâo sò no sucesso de Urias o He­
sos na terra: fizérào conforme a todas theo.
as abominações das gentes, que J e ­ 6 E houve guerra entre Rehabeam
h o v a h de diante dos filhos de Israel e Jerobeam, todos os dias de sua vi­
knçára de sua possessão. da.
25 Sucedeo pois, aue no quinto anno 7 Quanto ao de mais dos sucessos de
do Rei Rehabeam, Sisak Rei de Egyp­ Abiam, e a tudo quanto fez; porven­
to subio contra Jerusalem. tura nào està escrito no livro das Chro-
\
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368 1. BEIS, XV.
nicas dos Reis de Judá 1 tambem hou­ 21 E foi que, ouvindo o Baesa, de­
ve guerra entre Abiam e Jerobeam. ixou de edificar a Rama: e ficou se
8 E Abiam dormio com seus pais, e em Zirsa.
o sepultár&o na cidade de David; e Asa 22 Ent&o o Rei Asa fez apregoar por
seu filho reinou em seu lugar, toda Judá, que todoç sem excepção
9 E no anno vinte de Jerobeam, Bei trouxessem as pedras de Rama, e sua
de Israel, Asa reinou em Judá. madeira, com aue Baesa edificàra: e
10 E quarenta e hum annos reinou com ellas edificou o Rei Asa a Geba
em Jerusalem: e era o nome de sua de Benjamin, e a Mispa.
mãi, Maaca, filha de Abisalom. 23 Quanto ao de mais de todos os
11 E Asa tez o que parecia recto em sucessos de Asa. e a todo seu poder, e
olhos de J eh o v a h : como David seu a tudo quanto lez, e as cidades que
pai. edificou; porventura n&o está escrito
12 Porque tirou da terra aos rapazes no livro das Chronicas dos Reis de
escandalosos: e tirou a todos os deoses Judá ? porem no tempo de sua velhice
de esterco, que seus pais fizér&o. enfermou dos pés.
13 E até a Maaca sua mãi suspen- 24 E Asa dormio com seus pais, e
deo, para que n&o fosse Rainha; por* foi sepultado com seus pais. na ci­
quanto fizera hum horrivel idolo a dade de David seu pai: e Josaphat
Asera: tambem Asa desfez a seu hor­ seu filho reinou em seu lugar.
rivel idolo, e o queimou junto ao ribe­ 25 E Nadab filho de Jerobeam rei­
iro de Cedron. nou sobre Israel, no anno segundo de
14 Os altos porem se não tirár&o: to­ Asa, Rei de Judá: e reinou sobre Isra­
davia foi o coração de Asa reoto p a r a el dous annos..
com J s h o v a h todos seus d ia s . 26 E fez o que parecia mal em olhos
15 E à c a s a d e J e h o v a h tr o u x e a s de J s h o v a h : e andou nos caminhos
c o u s a s c o n s a g r a d a s d e s e u p a i, e suas de seu pai, e em seu peccado, com
c o u s a s c o n s a g r a d a s : p r a t a e o u ro , e que fizéra peccar a Israel.
v a so s . 27 E conspirou contra elle Baesa filho
16 E houve guerra entre Asa, e Ba- de Ahias, da casa de Issaschar, e ferio
esa Rei de Israel, todos seus dias. p Baesa em Gibbethon, que era dos
17 Porque Baesa Rei de Israel subio Philisteos: quando Nadab e todo Isra­
oontra Judá, e edificou a Rama: para­ el a Gibbethon tinh&o de cerco.
que a ninguém deixasse sahir, nem 28 E matou o Baesa no anno terce­
entrar a Asa Rei de Judá. iro de Asa, Rei de Judá: e reinou em
18 Ent&o Asa tomou toda a prata e seu lugar.
ouro, que fieira nos thesouros aa casa 29 Sucedeo pois que, reinando ell^
de J e h o v a h , e os thesouros da casa do ferio a toda a casa ae Jerobeamnada
Rei, e os entregou nas m&os de seus de Jerobeam deixou, que tivesse folgo,
servos: e o Rei Asa os enviou a Ben- até o n&o destruir: conforme á pala­
hadad, filho de Tab-Rimmon. filho de vra de J e h o v a h , que disséra pelo mi­
Hezion Rei de Syria, que nabitava nistério de seu servo Ahias, o Silo-
em Damasco, dizendo. nita.
19 Aliança na entre mim e ti, entre 30 Poios peccados de Jerobeaxtt, o
meu pai e teu pai: vés aqui que te qual peccou, e fez peccar a Israel: e
mando hum presente, prata e ouro; pela irritaç&o, com que irritàra a Je­
vai; e anu 11a tua aliança oom Baesa h o v a h , Deos ae Israel.
Rei de Israel, para que se retire de 31 Quanto ao de mais dos sucessos
sobre mim. de Nadab, e a tudo quanto fez: por­
20 E Benhadad deu ouvidos ao Rei ventura n&o está escrito no livro das
Asa, e enviou aos maioraes dos exer­ Chronicas dos Reis de Israel 1
citos, que tinha, contra as cidades de 32 E houve guerra entre Asá ejteft*
Israel; e ferio a Iyon, e a Dan, e a Abel bç. Rei de Israel, todos seus dias.
de Beth-Maaca: e a toda Chinnerothi 33 No anno terceiro de Asa Rei do
eom toda a terra de Naphthali. Judá, Baesa filho de Ahias reinou s*

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1. R m XVI. 369
krs todo Israel em Ziraa, t reinou vin­ ourína sse à parede: nem a seus pa­
te e quatro annos. rentes, nem a seus amigos.
34 £ fez o que parecia mal em olhos 12 Assim destruio Zimri toda a casa
de Jjchovah : e andou no caminho de de Baesa: conforme a palavra de Je­
Jerobeam, e em seu peccado, com que h o v a h , que fallàra pelo ministério do
fizéra peccai a Israel. Propheta Jehu, sobre Baesa:
13 Por todos oa peccados de Baesa,
e os peccados de Ela seu filho: com
CAPITULO XVI. que peccàrâo, e com que fizérâopec-
NTAO v e io p a l a v r a d e J e h o v a h a cara Israel, irritando a J e h o v a h , Deos
E Jehu, filho de Hanani, contra Ba­ de Israel, com suas vaidades.
esa, dizendo. 14 Quanto ao de mais dos sucessos
2 Porquanto te levantei do pò, e te de Ela, e a tudo quanto fez: porven­
pos por Guia sobre meu povo Israel; tura nâo està escrito no livro das Chro-
e ta andaste no caminho de Jerobe­ nicaa dos Reis de Israel ?
am, e fizeste peccar a meu povo Isra­ 15 No anno vinte e sete de Asa, Rei
el, irritando-me com seus peccados: de Judá, reinou Zimri sete dias em
3 Eis que tirarei aos descendentes Zirsa: e o povo se prantou em arrai­
de Baesa, e aos descendentes de sua al contra Gibbethon, que era dos Phi­
casa: e farei a tua casa, como à casa listeos.
de Jerobeam, filho de Nebat. 16 E ouvio dizer o povo, que sé pran-
4 0 que de Baesa morrer na cidade, tàra em arraial; Zimri tem conspira­
oomeráoos caens: e o que delle mor­ do, e até ao Rei ferio: pelo que todo
rei no campo, comerão as aves dos Israel no mesmo dia a Omri, Maioral
ctot. do exercito, fez Rei sobre Israel, no
5 Qnanto ao de mais doa sucessos de arraial.
Baesa, e ao que fez, e a seu poder: 17 E subio Omri, e todo Israel com
pomeotura nâo està escrito no livro elle, de Gibbethon: e cercàrào a
áasChronicas dos Reis de Israel? Thirsa.
I E Baesa dorraio oom seus pais, e 18 E foi que, vendo Zimri, que a
/oi sepultado em Ziraa: e Eia seu cidade era tomada, foi-se ao paço da
filho reinou em seu lugar. casa do Rei; e queimou sobre ai a
7 Âssimveio tambem palavra de Jt- casa do Rei a fogo, e morreo.
hotah, pelo ministeiro do Propheta 19 Por seus peccados que cometéra.
Jehu, filho de Hanani, contra Baesa, e fazendo-o que parecia mal em olhos
contra sua casa; e isso por todo o mal, de J e h o v a h ; andando no caminho de
qne fizéra em olhos de J k h o v a h , irri­ Jerobeam, e em seu peccado que fizé­
tando o com a obra de suas mâos, pa­ ra, fazendo peccar a Israel.
ra ser como a casa de Jerobeam : e 20 Quanto ao de mais dos sucessos
porauanto a ferira. de Zimri, e a sua conspiração que con-
8 No anno vinte e seia de Asa Rei spirou: porventura nâo està escrito no
de Judá, Ela filho de Baesa reinou livro das Chronicas dos Reis de Israel?
em Zirsa sobre Israel, e reinou dous 21 Entâo o povo de Israel se dividio
annos. em duas ametades: ametade do povo
9 E Zimri seu servo, Maioral d’ame- seguia a Thibni, filho de Ginath, para
tade dos carros, conspirou contra elle: fazek) R ei: e a outra ametade seguia
estando elle em Ziraa, bebendo e em­ a Omri.
borrachando-se em caaa de Arsa, Mor­ 22 Mas o povo que seguia a Omri,
domo em Zirsa. foi mais forte que o povo, que seguia
10 Entrou pois Zimri, e o ferio, e o a Thibni filho de Ginath; e Thibni
matou, no anno vinte e sete de Asa, morreo, e Omri reinou.
Rei de Judá: e reinou em seu lugar. 23 No anno trinta e hum de Asa Rei
U E foi que, reinando elle, e estan­ de Judá Omri reinou sobre Israel, e
do assentado em seu throno. ferio toda reinou doze annos: e em Thirsa rei­
à casa de Baesa, nâo lhe deixou o que nou seis annos.

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24 E de Semer comprou o monte de cuja face estou, qne nestes annos nem
Samaria por dous talentos de prata: e orvalho, nem cfrava haverá: senão se­
edificou ao monte; e chamou o nome gundo minha palavra.
da cidade, que edificou, conforme ao 2 Depois veio a elle palavra de J eho ­
nome de Semer, senhor do monte, de v a h , dizendo.
Samaria. 3 Vai-te d?aqui, e volve-te j»ra o
25 £ fez Omri o q u e parecia m a l e m Oriente: e esconde-te junto ao ribeiro
olhos de J e h o v a h : e fez peior, q u e de Crith, que esta diante do Jordáo,
todos quantos forão antes deUe. 4 E serà que beberás do ribeiro: e
26 E andou em todos os caminhos de eu tenho mandado aos corvos, que ali
Jerobeam, filho de Nebat, como tam­ te sustentem.
bem em seus peccados, com aue fizéra 5 Foi pois, e fez conforme a palavra
peccana Isrãel: irritando a J eh o v a h , de J e h o v a h : por que foi, e habitou
Deos de Israel, com suas vaidades. junto ao ribeiro de Crith, que está di­
27 Quanto ao demais dos sucessos de ante do Jordão.
Omri. o que fez, e seu poder que pos 6 E os corvos lhe. traziâo pão e car­
em oDra: porventura nào estào escri­ ne pela m anhã: como tambem pâo
tos no livro das Chronicas dos Reis de e carne a noite: e bebia do ribeiro.
Israel ? 7 E foi que, a cabo de muitos dias,
28 E Omri dormio com seus pais, e o ribeiro se seccou: porque nào hou-
foi sepultado em Samaria : e Achab, véra chuva na terra.
seu filho, reinou em seu lugar. 8 Entâo veio a elle palavra de J eho ­
29 E começou Achab, filho de Omri, v a h , dizendo.
a reinar sobre Ismel no anno trinta e 9 Levanta-te, e vai-te a Zarphath,
oito de Asa, Rei de Judá: e reinou que he de Zidon, e habita a li: ei§ que
Achab, filho de Omri, sobre Israel em là mandei a huma mulher viuva, que
Samaria vinte e dous annos. sustente.
30 E fez Achab, filho de Omri, o que 10 Entâo elle se levantou, e se foi a
parecia mal em olhos de J eh o v a h : Zarphath; e chegando a porta da cida­
mais que todos os que forào antes delle. de, eis que estava ali huma mulher
31 E foi que (como se fora cousa le­ viuva apanhando lenha: e elle a cha­
ve andar nos peccados de Jerobeam, mou, e lhe disse: traze-me ora neste
filho de Nebat:) ainda tomou por mu­ vaso hum pouco de agoa, que beba.
lher a Jezabel; filha de Eth-Baal Rei 11 E indo ella a trezéla, elle a cha­
dos Sidonios, e foi, e servio a Baal, e mou, e lhe disse; traze-me ora tambem
encurvou-se a elle. hum bocado de pão em tua mào.
32 E levantou hum altar a Baal, na ca­ 12 Porem ella disse: vive J e h o v a h
sa de Baal, que edificara em Samaria. teu Deos, que nem hum bolo tenho,
33 Tambem Achab fez hum bosque: senão somente hum punhado de fari­
de maneira que Achab fez muito mais nha em huma talha, e hum pouco de
para irritar a J e h o v a h , Deos de Israel, azeite em huma botija: e ves aqui
ao que todos os Reis de Israel, que apanhei hum par de cavacos, e vou, e
forão antes delle. o aparelharei para mim e para meu
34 Em seus dias Hiel Bethelita edifi­ filhOjDaraqueo comamos,e morramos.
cou a Jericho: sobre Abiram seu pri­ 13 E Elias lhe disse, nào temas, vai,
mogênito a fundou, e sobre Segub seu faze conforme a tua palavra: porem
ultimo pôz suas portas: conforme a primeiro me faze d}ani hum bolo pe­
palavra de J eh o v a h . que fallara pelo queno, e traze m’o fóra; mais para ti,
ministério de Josua, filho de Nun. e para teu filho depois alguma cousa
faràs.
capitulo x vn.
14 Porque assim diz J e h o v a h , Deos
de Israel; da talha a farinha se n&o
NTAO Elias o Thisbita, dos mora­ acabará, e da botija o azeite nào falta­
E dores de Gilead, disse a Achab, rá : até o dia que Jshovah dé chuva
vive J e h o v a h , Deos d e Israel, perante
•obre a terra,

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I. REIS, x v m . 371
15 E foi ella, e fez conforme ápala- bel aos Prophetas de J ehovah , Oba­
vra de Elias: e assim comeo ella) e dias tomou a cem Prophetas, e de
elle, e soa casa muitos dias. cincoenta em cinooenta os escondeo
16 Da tatha a farinha se nào acabou, em huma cova, e os sustentou com pâo
e da botija o azeite nào faltou: con­ e agua.
forme a palavra de J e h õ v a h , q u e fal- 5 E disséra Achab a Obadias, vai
lára pelo ministério de Elias. pela terra a todas as fontes de agua,
17 E depois destas cousas Bocedeo, e a todos os rios: pode ser que ache­
que enfermou o filho desta mulher, da mos erva, para que em vida conserve­
hospeda da casa: e sua enfermidade mos aos cavallos e mulos, e nada fa­
se esforçou muito, até que nelle fol­ çamos perder das bestas.
go nenhum ficou. 6 E partirão entre si a terra, para
18 Entâo ella disse a Elias, que te­ passarem por ella: Achab foi à parte
nho eu comtigo, varâo de Deos? vie­ por hum caminho, e Obadias tambem
ste tu a mim, para trazeres em memó­ fòi à parte por outro caminho.
ria minha iniquidade, e matares a meu 7 Estando pois Obadias ja em cami­
filho? nho, eis que Elias o encontrou; e co-
19 E elle lhe disse, dá me teu filho: nhecendo-o elle, postrou-se sobre seu
e elle o tomou de seu regaço, e ò levou rosto, e disse; es tu meu Senhor
a riba a o cenáculo, aonde elle mes­ Elias?
mo estava, e o deitou em sua cama. 8 E disse-lhe elle, eu sou: vai, e
20 E clamou a J e h o v a h , e disse: dize a teu Senhor, eis que aqui està
J i h o v a h Deos meu, tambem até a Elias. #
esta viuva, com quem habito, tam 9 Porem elle disse* em que pequei,
maltrataste a seu filho % para que dés a teu servo em mâo de
21 Entâo se medio sobre o meninoAchab, para que me mate ?
tres vezes, e clamou a J e h o v a h e dis­ 10 Vive J e h o v a h teu Deos, que náo
se : J e h o v a h , Deos meu, rogo que se houve naçâo, nem reino, a que meu
tome a alma deste menino a entrar Senhor nào mandasse em busca de
nelle. t i : e dizendo elles, aqui nâo está, en­
22 E J e h o v a h ouvio a voz de Elias; tâo conjurava a reinos e a nações,
e a alma do menino se tomou a entrar se te nâo haviâo achado.
nelle, e reviveo. H E agora dizes tu : vai, dize a teu
23 É Elias tomou ao menino, e o Senhor, eis que dqui está Elias.
trouxe do cenáculo â casa, e o deu a 12 E poderia ser que, indo-me eu
sua m ãi: e disse Elias, vés aki} teu de ti, o Espirito de J e h o v a h te to­
filho vive. masse, nâo sei para onde: e vindo eu
24 Entâo a mulher disse a Elias, ni­ a dar as nòvas a Achab, e nâo achan­
sto conheço agora, que tu és varâo de do-te elle, me mataria: e eu teu servo
Deos: e que a palavra de J e h ov a h temo á J e h o v a h desde minha moci­
em tua boca he verdade. dade.
13 Porventura nâo dissérão a meu
Senhor, o que fiz, quando Jezabel ma­
c a p it u lo xvm . tava aos Prophetas de J e h o v a h ? co­
FOI que, depois de muitos dias, mo escondi a cem varões dos Pro­
E palavra de J e h o v a h veio a Elias phetas de J e h o v a h de cincoenta em
no anno terceiro, dizendo: vai, mos­ cincoenta, em huma cova, e os susten­
tra-te a Achab; porque darei chuva tei com pâo e agua ?
sobre a terra. 14 E agora dizes tu, vai, dize a teu
2 E foi Elias a mostrar-se a Achab: Senhor, eis que aqui està Elias: e me
e a fome se esforçava em Samaria. mataria.
3 E Achab chamàra a Obadias o 15 E disse Elias, vive J e h o v a h dos
mordomo: e era Obadias mui temen­ exercitos, perante cuja face estou, que
te a J e h o v a h . de veras hoie me mostram a elle.
4 Porque foi que, desterrando Jeza- 16 Entâo foi Obadias a encontrar-se

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372 I. REIS, x v ra .
com Achab, e lh’o denunciou: e Achab les zombava, e dizia: clamai a altas
se-foi a encontrar com Elias. vozes, porque elle he hum Deos, podt
17 E foi que, vendo Achab a Elias, ser que tem algum cuidado, ou que
disse-lhe Achab; es tu o perturbador tem cousa alguma que fazer, ou que
de Israel ? intenta alguma viagem; por ventura
18 Entâo disse elle, eu nâo tenho dorme, e despertará.
erturbado a Israel, mas tu e a oasa 28 E elles clamavào a grandes vo­
S e teu pai: em que deixastes os man­ zes, e sarjavâo-se com facas, e com
damentos de J s h o v a h , e te foste após lancetas, conforme a seu costume:
os Baalims. até derramarem sangue sobre si.
19 Agora pois manda, ajunta a mim 29 E foi que, passado o meio dia,
todo Israel no monte Carmelo: oomo prophetizárào elles até que a offerta
tambem aos quatro centos e cincoen­ de manjares se offerecesse: porem nào
ta Prophetas de Baal, e' aos quatro houve voz, nem reposta, nem attençáo
centos Prophetas de Asera, que co­ alguma.
mem da mesa de Jezabel. 30 Entâo Elias disse a todo o po­
20 Entâo enviou Achab a todos os vo : chegai-vos a mim; e todo o povo
filhos de Israel: e aiuntou os Prophe­ se chegou a elle: e reparou ao a]tar
tas no monte Carmelo. de J e h o v a h , que estava quebrado.
21 Entâo Elias se chegou a todo o 31 E Elias tomou doze pedras, con­
povo, e disse, até quando coixeareis forme ao numero das tribus dos íilhos
entre dous pensamentos? se J e h o v a h de Jacob: ao qual viéra palavra de
he Deos, iae após ellej e se Baal, ide J e h o v a h , dizendo, Israel será teu
após elle: porem4o povo tos lhe nâo nome.
respondeo nada. 32 E com aquellas pedras edificou
22 Entâo disse Elias ao povo, eu só o Altar em nome de J eh o v a h : de­
fiquei por Propheta de J e h o v a h : e os pois fez hum rego ao redor do Altar,
Prophetas de Baal sâo quatro centos e segundo a largura de duas medidas
cincoenta varòes. de semente.
23 Dem-se nós pois dous bezerros, 33 Entâo armou a lenha: e ao be­
e elles se eseolhâo hum dos bezerros, zerro dividio em pedaços, e pólo so­
e o dividâo em pedaços, e o ponhâo bre a lenha.
sobre a lenha, porem fogo lhe nâo po­ 34 E disse, enchei quatro cantaros
nhâo: e eu aparelharei ao outro De» de agua, e a deitai sobre o holocausto,
zerro, e o porei sobre a lenha, e fogo e sobre a lenha: e disse, fazei-o se­
lhe nâo porei. gunda vez, e o fizérâo segunda vez;
24 Entâo invocai o nome de vosso disse ainda, fazei-o terceira vez, e o
Deos, e eu invocarei o Nome de Je­ fizérâo terceira vez.
h o v a h ; e serà, que o Deos que re­ 35 De maneira que a agua corria a
sponder por fogo, esse serà Deos: e o redor do Altar: e ainda até o rego
todo o povo respondeo, e dissérâo; encheo de agua.
boa he esta palavra. ' 36 Sucedeo pois que, offerecendo-se
25 E disse Elias aos Prophetas de a offerta de maniares, o Propheta Eli­
Baal; escolhei-vos hum dos bezerros, as se chegou, e disse; J e h o v a h , Deos
e aparelhai o primeiro; porque sois de Abraham, de Isaac, e de Israel,
muitos: e invocai o nome de vosso manifeste»se hoje, que tu és Deos em
Deos, e fogo lhe nâo ponhais. Israel, e que eu «sou teu servo, e que
26 E tomárâo o bezerro, que lhes conforme a tua palavra fiz todas estas
déra, e o aparelhárâo; e invocàrâo o cousas.
nome de Baal, desda manhâ até o 37 Responde-me, J eh o v a h ,responde-
meio dia, dizendo; ah Baal, responde- me ; para que este povo conheça, que
nos ! porem nem voz, nem respondente tu J e h o v a h es Deos: e que tu fizeste
havia: e saltavâo contra o altar, que tomar seu coração para trás.
se fizéra. 38 Entâo cahio fogo de J e h o v a h ,
27 E foi que ao meio dia Elias del­ e consumio ao holocausto, e a lenha,

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I. REIS, XIX. 373
e as pedras, e ao p ó : e ainda lambeo animo a morte, e disse, ja basta J eho­
a agua, que estava no rego. v a h , toma agora minna alma; pois
39 O que vendo todo o povo, cahir&o n&o sou melhor que meus pais.
sobre seus rostos: e dissérâo, J e h o ­ 5 E deitou-se, e dormio debaixo de
v a h só he Deos, J e h o v a h s ó he Deos! hum zimbro: e eis que ent&o hum An­
40 E Elias lhe disse, lançai mâo jo o tocou, e lhe disse, levanta-te,come.
dos prophetas de Baal, que nenhum 6 E olhou, e eis que à sua cabeceira
deDes escape; e lançàr&o mão delles: estava hum bolo? cozido sobre as bra­
e Elias os fez descender ao ribeiro sas, e huma botija de agua: e comeo,
de Kison, e os degolou ali. e bebeo; e tomou-se a deitar.
41 Ent&o disse Elias a Achab, sobe, 7 E o Anjo de J e h o v a h tomou se­
come e bebe: porque ruido ha de gunda vez, eo tocou, e disse, levanta-
abundante chuva. te, come; porque mui comprido te
42 E Achab subio a comer e a beber: seria o caminho.
mas Elias subio ao cume do Carmelo, 8 Levantou-se pois, e comeo, e be­
e estendeo-se para diante em terra, e beo : e com a força daquella comida
pôz seu rosto entre seus juelhos. caminhou quarenta dias e quarenta
43 E disse a seu moço, sobe agora, noites, até o monte de Deos, Horeb.
e olha para a banda do m ar: e subio, 9 E ali entrou em huma caverna, e
e olhou e disse, n&o ha nada: ent&o passou ali a noite : e eis que a pala­
disse elle, toma sete veze& vra de J e h o v a h veio a elle, e lhe dis­
44 E foi que à setima vez disse, eis se, que fazes aqui, Elias ?
Vwrma. pequena nuvem, como a m&o de 10 E elle disse; com grande zelo
km homem, subindo do m ar: ent&o ^zelei por J ehovah , Deos dos exerci­
dkae elle, sobe, dize a Achab, apa­ tos ; porque os filhos de Israel deixá-
relha ttu carro , e descende, para que a r&o teu concerto, derribàr&o teus alta­
chura te nào apanhe. res, e matàrâo teus prophetas à espa­
45 E foi que, entretanto os ceos se d a : e eu só fiquei; e dusc&o minha
snnegrecérâo com nuvens e vento, e vida, para m’a tirarem.
veio huma grande chuva: e Achab 11 E elle lhe disse; sahe fóra, e pôe
mbio em carro, e foi-se a Jizreel. te neste monte perante a face de J e ­
4 6 E a mâo de J e h o v a h estava sobre h o v a h ; e eis que passava J e h o v a h ,
Elias, o qual cingio seus lombos: e como tambem hum grande e forte ven­
veio correndo perante Achab, até a to, que fendia os montes, e quebrava
entrada de Jizreel. as penhas diante da face de J e h o v a h ;
porem J e h o v a h n&o estava no vento:
CAPITULO XIX. e após o vento hum terremoto; tam­
bem J e h o v a h n&o estava no terre­
DENUNCIOU Achab a Jezabel moto.
E tudo quanto Elias fizéra: e como
totalmente à espada matàra a todos
12 E após o terremoto hum fogo; po­
rem tambem J e h o v a h nâo estava no
os prophetas. fogo: e após o fogo hum zonido de
2 Ent&o Jezabel mandou hum men­ huma suáve quietação.
sageiro a Elias, a dizer-lhe: assim me 13 E foi que, ouvindo o Elias, en-
fàçAo os deoses, e assim ainda acre- volveo seu rosto com sua capa, e sahio
centem, se de certo &manh& a estas fóra, e poz-se à entrada da caverna:
horas n&o puzer tua alma como a de e eis que veio a elle huma voz, que di­
Hnm delles. zia, aue fazes aqui, Elias ?
3 O que venda elle, levantou-se, e 14 £ elle disse: com grande zelo ze­
por escapar com vida, se foi, e veio lei por J eh o v a h Deos aos exercitos;
a Berseda, que he de Judá: e deixou porque os filhos de Israel deixàrâo teu
ali seu moço. concerto, teus altares derribarão, e te­
4 E elle se foi ao deserto hum dia us prophetas matàrâo à espada: e eu
d e caminho, e veio, e assentou-se de­ só fiquei, e busc&o minha vida, para
baixo de hum zimbro: e pedio em seu m7a tirarem.

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374 I. REIS, XX.
15 E J jeh o v a h lhe disse, vai, torna- ta. e teu ouroj e tuas mulheres, e teui
te por teu c aminho, ao deserto de Da­ filhos me daras:
masco : e vera, e unge a Hazael por 6 Porem à manhâ a estas horas en­
Rei sobre Syria. viarei meus servos a ti, que visitem
16 Tambem a Jehu, filho de Nimsi tua casa, e as casas de teus servos: e
ungirás por Rei de Israel: e tambem serà que tudo o desejável em teus olhos
a Eliseo filho de Saphat. de Abei Me- porão em suas mâos, e o levarão.
hola, ungirás por rropneta, em teu 7 Entâo o rei de Israel chamou a to­
lugar. dos os Anciãos da terra, e disse; no­
17 E será que\ o que escapar da es­ tai ora, e vede, como este busca mal:
pada de Hazael, o matará Jehu: e o pois enviàra a mim por minhas mu­
que escapar da espada de Jehu, o ma­ lheres, e por meus nlhos, e por mi­
tará Eliseo. nha prata, e por meu ouro, e nâo lhe
18 Tambem eu fiz ficar em Israel o neguei.
sete m il: todos juelhos. que se nâo 8 E todos os Anciãos, e todo o povo
encorvárâo a Baal, e toda boca, que o lhe dissérão: naõ lhe dés ouvidos,
nâo beijou. nem consintas.
19 Partio-se pois Elias d,ali, e achou 9 Pelo que disse aos mensageiros de
a Eliseo filho ae Saphat, que andava Benhadad, dizei a el-rei meu Senhor;
lavrando com doze juntas de bois di­ tudo porque primeiro enviaste a teu
ante de si, e elle estava com a doze- servo, farei; porem isto nâo posso fa­
na : e Elias passou a elle, e lançou zer : e forão os mensageiros, e lhe tor­
sua capa sobre elle. narão com esta reposta.
20 Entâo deixou aos bois, e correo 10 E Benhadad enviou a elle, e dis­
apôs Elias; e disse, deixa-me beijar se, assim me façâo os deoses, e ainda
a meu pai, e a minha mãi, e entáo acrecentem: que o pò de Samaria nào
bastará para encher as mâos de todo o
irei após t i : e elle lhe disse, vai, e lo­
go toma; porque que he, o que te fiz. povo, que segue minhas pegadas.
21 Tornou-se pois de erapós elle, 11 Porem o rei de Israel responde^
e tomou huma junta de bois, e os ma­ e disse; dizei-lhe; nâo se gabe o qae ie
tou, e com o haviamento dos bois co- cinge, como aquelle que se descinge.
zeo sua carne, e a deu ao povo, e co­ 12 É foi que, ouvindo elle esta pa­
merão : entâo se levantou, e se foi lavra, estando bebendo elle e os reis
após Elias, e o servia. nas tendaêL disse a seus servos: ponde-
vos em oraem; e puzérâo-se emorde*
CAPITULO XX. contra a cidade.
13 E eis aue hum Propheta se che­
BENHADAD, rei de Syria, ajun­ gou a Achao rei de Israel, e lhe disse,
E tou todo seu poder; e trinta e assim diz J e h o v a h ; viste a toda esta
dous Reis, e cavallos e carros haviagrande multidão ? eis que hoie a da­
com elle : e subio, e cercou a Sama- rei em tuas mâos, para que saibas, que
ria, e pelejou contra ella. eu sou J e h o v a h .
2 E enviou mensageiros a Achab, 13 E disse Achab, por quem? eelle
rei de IsraeL á cidade. disee, assim diz J e h o v a h ; p e l o s moços
3 E disse-lhe, assim diz Benhadad, dos Maioraes das províncias: e disse,
tua prata e teu ouro meus sâo: e tuas quem começará a pele-ja ? e disse, tu.
mulheres e os melhores de teus filhos 15 Entâo contou aos moços dos
meus sâo. Maioraes das províncias, e foiâo du­
4 E respondeo o rei de Israel, e dis­ zentos e trinta e dous: e depois del­
se, conforme a tua palavra, rei meu les contou-a todo o povo, a todos os
Senhor, teu sou eu, e tudo quanto te­ filhos de Israel, sete mil.
nho. 16 E sahirão ao meio dia: e Benha­
5 E tomàrâo os mensageiros, e dis­ dad estava bebendo e se emborrachan­
serão, assim falia Benhacrad, dizendo: do nas tendas, elle e os Reis, os trinta
Bem enviei eu a ti, dizendo: tua pra­ e dous Reis, que o ajudavâo.

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I. HEIS, XX. 375
17 E os moços dos Maioraes das 29 E estiverâo estes postos em cam­
províncias sahirâo primeiro: e Benha­ po, em fronte dos outros, sete dias: e
dad enviou-a alguns, que lhe denun­ foi que ao setimo dia a peleja come-
ciarão, dizendo, varões sahirâo de Sa- çou? e os íilhos de Israel ferirào dos
maria. Syrios a cem mil homens de pé em
18 E elle disse, ainda que para paz hum dia.
sahissem, tomai os vivos: e amda que 30 E os restantes fugirão a Aphek à
à peleja sahissem, vivos os tomai. cidade; e cahio o muro sobre vinte e
19 Sahirâo pois da cidade os moços sete mil homens, que restárâo: Ben-
dos Maioraes das províncias: e o exer­ hadad porem fugio, e veio à cidade,
cito, que os seguia. andando de camara em camara.
20 É cada qual ferio seu varâo, e os 31 Entâo seus servos lhe dissérâo,
Syrioe fumrâo. e Israel os seguio: po­ eis que ja temos ouvido, que os Reis
rem Benhadaa Rei de Syria se esca­ da casa de Israel sâo Reis benignos:
pou a cavallo, com alguns cavalleiros. ponhamos pois sacos em nossos lom­
21 E sahio o Rei de Israel, e ferio bos, e cordas a nossas cabeças, e saia­
os cavallos e os carros: e feno grande mos ao Rei de Israel; pode ser que
de ferida nos Syrios. tua alma guardará em vida.
22 Entâo o Propheta chegou ao Rei, 32 Entâo cingirão seus lombos com
e lhe disse, vai, esforçaste, e attenta, sacos, e suas cabeças com cordas, e
e olha o que has de lazer: porque â viérâo ao Rei de Israel, e dissérâo,
▼cita do anno o Rei de Syria subirá Benhadad teu servo diz; deixa-me vi­
contra ti. ver: e disse elle, pois ainda vive?
23 Porque os servos do Rei de Syria meu irmâo he.
The disserão, seus deoses sâo deoses 33 E aquelles varões bem attentâ-
dos montes, pelo que forão mais fortes râo, e logo observàrâo, como se d’elle
qne nós: mas por certo, pelejemos fosse; e dissérâo, teu irmâo Benhadad
com elles em campo raso, e veremos, vive ; e elle disse, vinde, trazei-o; en­
ae nâo somos mais fortes que elles! tâo Benhadad sanio a elle, e elle o fez
24 Pelo que isto faze: tira aos Reis, subir no carro.
a cada qual de seu lugar, e pôe Con­ 34 E disse elle, as cidades que meu
des em seu lugar. pai tomou de teu pai, te tomarei, e
25 E tu te conta outro exercito, como faze-te ruas em Damasco, como meu
o exercito que de teus cahio, e caval­ pai fez em Samaria; e eu, respondia
los como aquelles cavallos; e carros Achab, te deixarei ir com esta aluança:
como aquelles carros, e pelejemos com e fez com elle alliança, e o deixou ir.
elles em campo raso, e veremos, se nâo 35 Entâo hum dos varões dos filhos
somos mais fortes que elles! e deu dos Prophetas disse a seu proximo,
ouvidos a sua voz, e assim fez. por palavra de J e h o v a h , fere-me óra:
26 E foi á volta do anno, que Ben- e o varâo refusou ferilo.
hadad fez alardo dos Sirios: e subio 36 E elle lhe disse, porquanto nâo
a A p h e k , á peleja contra Israel. obedeceste &voz de J e h o v a h , eis que
27 Tambem dos filhos de Israel se em apartando te de mim, hum leâo
fez alardo, e providos de mantimento te ferirá: e como delle se apartou,
lhes forão ao encontro: e os filhos de hum leâo o encontrou, e o ferio.
Israel em campo se puzérâo em fronte 37 Depois encontrou a outro varâo,
delles como dous nuos rebanhos de ca­ e disse-Me, fere-me óra; e ferio-o
bras ; mas os Syrios enchiâo a terra. aquelle varâo, ferindo-o e chegando-o.
28 E checou o varáo de Deos, e fal­ 38 Entâo foi o Propheta, e poz-se
lou ao Rei ae Israel, e disse, assim diz perante o Rei no éaminho: e aisfar-
J s h o v a h ; por quanto os Syrios disse­ çou-se com cinza sobre seus olhos.
rão, Deos aos montes he J e h o v a h , e 39 E foi que, passando o Rei, cla­
nâo Deos dos valles: toda esta grande mou elle ao Rei. e disse, teu servo
multidão entregarei em tuas mâos; sahio ao meio aa peleja, e eis que,
|*éta que saibais, que eu sou Jshovah. desviando*se hum varâo, trouxe outro

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varâo a mim, e disse, guarda a este va­ coração; eu te darei a vinha de Na­
râo ; se vier a faltar, tua vida serà em both o Jizreelita.
lugar de sua vida, ou hum talento de 8 Entâo escreveo cartas em nome
prata pesarás. de Achab, e sellou-as com seu sinete:
40 Sucedeo pois que, estando teu ser­ e mandou as cartas aos anciãos, e aos
vo em huma e outra parte occupado, nobres que havia em sua cidade, e
entretanto desapareceo: entâo o Rei habitavâo com Naboth.
de Israel lhe disse, este he teu juizo, tu 9 E escreveo nas cartas, dizendo:
mesmo o sentenciaste. apregoai jeium, e ponde a Naboth na
41 Entâo elle se apressou, e tirou a cabeceira ao povo.
cinza de sobre seus olhos: e o Rei de 10 E ponde em fronte delle dous
Israel o conheceo, que era hum dos varões nlhos de Belial, que testimu-
Prophetas. nhem contra elle, dizendo,bemdieees-
42 E disse-lhe, assim diz J e h o v a h , te a Deos e a el-Rei: e o levai fóra,
porquanto soltaste da mâo ao varâo, e o apedrejae, que morra.
que eu puzéra em interdito: tua vida 11 E os varões de sua cidade, os an­
será em lugar de sua vida, e teu povo cião» e os nobres, que habitavâo em
em lugar de seu povo. sua cidade, fizérâo como Jezabel lhes
43 E o Rei de Israel se foi a sua mandára: como estava escrito nas car­
casa, desgostado e indignado: e veio tas, que lhes mandára.
a Samaria. 12 Apregoárâo jejum: e puzérâo a
Naboth na cabeceira do povo.
13 Entâo viérâo dous varòes filhos
CAPITULO XXI. de Belial, e puzérâo-se em fronte del­
FOI depois destas cousas, tendo le ; e os varões, filhos de Belial, tes-
E Naboth o Jizreelita huma vinha, timunhárâo contra elle, contra Naboth.
ue em Jizreel estava; junto ao paço perante o povo, dizendo, Naboth, bem-
3 e Achab, Rei de Samaria: aisse a Deoa, e a el-Rei: e o levárào
2 Que Achab fallou a Naboth, dizen­ fóra da cidaae, e o apedrejárâo com
do, dá me tua vinha, para que me pedras, que morreo.
sirva de horta de hortali ça, pois está 14 Entâo enviárâoa Jezabel, dizen­
chegada junto a minha casa; e te da­ do: ja foi apedrejado Nabotn, e he
rei por ella outra vinha melhor que morto.
esta: ou se parece bem em teus olhos, 15 E foi que, ouvindo Jezabel, que
dar-te-hei sua valia em dinheiro. ja fora apedrejado Naboth, e era mor­
3 Porem Naboth disse a Achab : to, disse Jezabel a Achab, levanta-te,
guarde-me J e h o v a h de que eu te dé e possúe em herança a vinha de Na­
a herança de meus pais. both o Jizreelita, que t’a refusou dar
4 Entâo Achab veio desgostado e in­ por dinheiro; porque ja Naboth nâo
dignado a sua casa, pela palavra que vive, mas he morto.
Naboth o Jizreelita me fallára, e ais- 16 E foi que ouvindo Achab, que ja
séra, nâo te darei a herança de meus Naboth era morto, que Achab se levan­
pais: e deitou se em sua cama, e vi­ tou, para descender â vinha de Naboth
rou sua face; e nâo comeo pâo. o Jizreelita, para possuila em herança,
5 Porem vmdo Jezabel sua mulher a 17 Entâo veio a palavra de Je h o vah
elle, disse-lhe, que ha, que teu espirito a Elias o Thisbita, dizendo.
está tam desgostado, e nâo comes pâo ? 18 Levanta-te, descende ao encon­
6 E elle lhe disse, porque fallei a Na­ tro a Achab Rei de Israel, que está
both o Jizreelita, e lhe disse, dá-me tua em Samaria: eis que está na vinha de
vinha por dinheiro; ou se te apraz, da­ Naboth, aonde tem descendido, peia
rei-te outra vinha em seu luzar: porem a possuir em herança.
elle disse, nâo te darei minha viuha. 19 E lhe fallarás, dizendo, asàimdii
7 Entâo Jezabel sua mulher lhe dis­ J e h o v a h ; porventura nâo mataste, e
se, serias tu agora Rei sobre Israel ? tomaste a herança ? fallarás-lhe mais,
levanta-te, come pâo, e alegre-se teu dizendo, assim diz J e h o v a h ; em lugar

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I. REIS, XXII. 377
que 06 caens lambéráo o sangue de 2 Porem no anno terceiro sucedeo,
Naboth, os caens lamberão teu san­ que Josaphat Rei de Judá descendeo
gue, o tea meemo. ao Rei de Israel.
20 £ disse Achab a filias, ia me acha­ 3 E o Rei de Israel dissera a seus
ste, inimigo meu ? e elle disse, achei servos, nâo sabeis vòs, que Ramoth de
U ; porquanto ja te vendeste, para fa­ Gileaa he nossa t e nós estamos quie­
zeres o que parece mal em olhos de tos, sem a tomar da mâo do Rei de
J e h o ta h . Syria 1
21 Eis que trarei mal sobre ti, e ti- 4 Entâo disse a Josaphat, Irás tu co-
iarei tua posteridade: e de Achab ar­ miço à peleia a Ramoth de Gilead ?
rancarei o que ourina á parede, como e disse Josaphat ao Rei de Israel, serei
tambem ao encerrado e desamparado oomo tu, e meu povo como teu povo,
em Israel. e meus cavallos, como teus cavallos.
22 £ farei a tua casa, como açasa 5 Disse mais Josaphat ao Rei de
de Jerobeam filho de Nebat, e como a Israel: consulta porem primeiro hoje
casa de Baesa filho de Ahias: pela ir­ a palavra de J e h o v a h .
ritação, oom que vu iriitaste, e fizeste 6 Entâo o Rei de Israel ajuntou a
peccar a IsraeL os Prophetas até quasi quatro centos
23 E tambem acerca de Jezabel fàl- varões, e disse-lhes, Irei à peleia oon-
lou J e h o v a h , dizendo: os caens co­ tra Ramoth de Gilead, ou deixaío-hei:
merão a JezabeL junto ao antemuro e elles dissérão, sobe, porque J k h o v a h
de Jizreel. a dará na mâo d’el-Rei.
24 Aquelle que de Achab morrer na 7 Disse porem Josaphat, nâo ha aqui
cidade, os caens o comerão: e o que ainda algum Propheta de J k h o v a h , ao
mora? no campo, as aves do ceo o co­ qual possamos consultar?
merão. 8 Entâo disse o Rei de Israel a Josa­
Éá F o r e m ninguém fora como Achab, phat, ainda ha hum varâo, para con­
que se vendéra para fazer o que pare­ sultar por elle a J e h o v a h ; porem eu
cia mal em olhos de J e h o v a h : por­ o aborreço, porque nunca prophetiza
quanto Jezabel sua mulher o incitava. de mim bem, porem só mal, a soter,
26 E fez grandes abominações, an* Micha, filho ae Jim la: e disse Josa*
dando após deoses de esterco: con­ phatnâo falle el-Rei assim.
forme a tudo o que fízérâo os Amore­ 9 Entâo o Rei de Israel chamou a
os, aos quaes J k h o v a h lançou f ó r a de hum Eunuoho: e disse, traze logo a
sM poeeessâo, de diante dos filhos de Micha, filho de Jimla.
Israel. 10 E o Rei de Israel, e Josaphat
27 Sucedeo pois que, ouvindo Achab Rei de Judá estavâo assentados cada-
estas palavras, rasgou seus vestidos, e hum em seu throno, vestidos de ve­
envolveo hnm saco sobre sua came, e stiduras reata, na praça, à entrada da
jejnmon: e jazia em hnm saco, e an­ porta de Samaria: e todos os Prophe­
dava vagarosamente. tas prophetizavâo em sua presença.
28 Entào veio palavra de J c h o v a h 11 E Zedekias filho de Chaana, se
a Elias o Thisbita, dizendo. fizéra cornos de ferro: e disse, assim
29 N&o viste, aue Achab se humilha diz J e h o v a h ; com estes escomarás
perante minha tace 1 pelo que poisso aos Syrios, até de todo os consumir.
fnwnilKa. perante minha face, nâo tra­ 12 È todos os Prophetas prophetizà-
rei este mal em seus dias, v m nos râo assim, dizendo: sobe a Ramoth de
dias de seu filho trarei este mal sobre Gilead, e serás prosperado; que J k h o ­
sua casa. v a h a dará em mâo d’el-Rei.
13 E o mensageiro, que fora chamar
CAPITULO XXII. a Micha, fallou-ibe, dizendo, vés aqui,
qne as palavras dos Prophetas sâo a
ESTIVERAO quietos tres annos, huma boca boas para el-Rei: seja pois
E nâo havendo guerra entre Syria e
entre Israel.
tua palavra oomo a palavra de hum
delles, s falia bem.

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«78 I. REIS, XXII.
14 Porem Micha disse: vive J e h o ­ o com páo de angustia, e oom agua de
vah, aue o que J eh o v a h me disser, amargura, até que eu venha em paz.
isso fallarei. 28 E disse Micha, se he que tomares
15 E vindo elle ao Rei, o rei lhe em paz* J eh o v a h náo tem fallado por
disse, Micha, iremos a Ramoth de Gi­ mim: disse mais, ouvi tòdos os povos!
lead à peleja, ou deixàlo-hemos; e elle 29 Assim o Rei de Israel, e Josaphat
lhe disse, sobe, e serás prospero; por­ Rei de Judá subiráo a Ramoth de Gi­
que J ehov ah a dara em mão d’el-Rei. lead.
16 E o Rei lhe disse, ate quantas 30 E disse o Rei de Israel a Josa­
vezes te conjurarei, que me nào falles phat, eu me disfarçarei, e entrarei na
senâo a verdade, no nome de J eh o v a h : peleja; porem tu te veste teus vesti­
17 Entáo disse elle; vi a todo Israel dos : disfarçou-se pois o Rei de Israel,
espargido pelos montes, como ovelhas, e entrou na peleja.
que náo tem pastor: e disse J e h o v a h , 31 E mandára o Rei de Syria aos
estes náo tem senhor; cada qual se Maioraes dos carros, de que tinha
tome para casa em paz. trinta e dous, dizendo, náo pelejareis
18 Entáo o Rei de Israel disse a Josa­ nem com pequeno, nem com grande:
phat: náo te disse eu, que nunca pro- mas só com o Rei de Israel.
phetizará de mim bem, senáo só mal; 32 Sucedeo pois que, vendo os Ma­
19 Entáodisse elle, ouve pois a pala­ ioraes dos carros a Josaphat, disserão
vra de J eh o v a h : vi a J eh o v a h estar elles, certamente este he o Rei de Is­
assentado em seu throno, e todo o ex­ rael : e chegárâo-se a elle, para pelejar
ercito celestial estava junto a elle, á com elle: porem Josaphat exclamou.
sua mâo direita, e á sua esquerda. 33 E foi que, vendo os Maioraes dos
20 E disse J eh ov ah , quem induzirá carros, que nào era o Rei de Israel,
a Achab, a que suba, e caia em Ra­ tornáráo-se de após elle.
moth de Gilead ? e hum dizia assim, 34 Entáo hum varâo entesou o arco
e outro dizia assim. em sua simplicidade, e ferio ao Rei de
21 Entáo sahio hum espirito, e pôs- Israel por entre as fivelas e as coura­
se perante a face de J e h o v a h . e disse, ças : entáo elle disse a seu carreteiro,
eu o induzirei: e J eh o v a h lne disse, toma tua mâo, e tira-me do arraial,
com que ? que estou mui ferido.
22 É disse elle, eu sahirei, e serei 35 E a peleja foi creoendo naquelle
espirito -de mentira na boca de todos dia, e o Rei parou no carro, em ironte
seus Prophetas; e elle disse, tu o in­ dos Syrios: porem elle morreo á tar­
duzirás, e ainda prevalecerás; sahe, e d e ; e o sangue da ferida oorria ao
faze assim. fundo do carro. '
23 Agora pois, eis que J eh o v a h pôs 36 E pondo-se já o sol j hum pregio
espirito de mentira na boca de toaos passou pelo exercito, dizendo: cada
estes teus Prophetas, e J eh o v a h íallou qual a sua cidade, e cada qual a sua
mal sobre ti. terra se torne!
24 Entáo Zedekias, filho de Chaana 37 E morreo o Rei, e o levárâo a
chegou, e ferio a Micha na queixada: Samaria: e sepultáráo ao Rei em Sa­
e disse, por que caminho o espirito de maria.
J e h o v a h se passou de mira, para fal­ 38 E lavando-se o carro no tanque
lar a ti? de Samaria, oé caens lambérâo seu
25 E disse Micha, eis que naquelle sangue, aonde as solteiras se la v a v ã o :
mesmo dia o verás: quando entrares conforme à palavra de J e h o v a h , que
de camara em camara, para te escon­ tinha dito.
deres. 39 Quanto ao de mais dos sucessos
, 26 Entáo disse o Rei de Israel, tomai de Achab, e a tudo quanto fez, e a ca­
a Micha, e tomai ao Amon o Maioral sa que de marfim edificou, e a todas
da cidade, e a Joas filho d’el-Rei. as cidades que edificou: porventura
27 E direis, assim diz el-Rei: ponde nào estào escritos no livro aas Chroni-
a este na casa do cárcere: e sustentai- cas dos Reis de Israel ?

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II. REIS, 1. 379
40 Assim Achab dormio com seus 48 Entào nào havia Rei em Edom,
p a is : e Achazias seu filho reinou em porem hum Visorei.
seu lugar. 49 E fez Josaphat navios de Tarais,
4 1 E Josaphat, filho de Asa reinou para irem a Ophir por ouro; porem
sobre Jada; no anno quarto de Achab nâo forão: porque os navios se que-
Rei de Israel. bràrâo em Esion Geber.
42 E era Josaphat de trinta e cinco 50 Entào Achazias filho de Achab
annos, quando reinou j e vinte e cin­ disse a Josaphat; deixa que vào meus
co annos reinou em Jerusalem: e era servos com teus servos nos navios: po­
o nome de sua mãi Azuba, filha de rem Josaphat nào quiz.
Sflchi. 51 E Josaphat dormio com seus pa­
43 E andou em todo o caminho de is,. e foi sepultado junto a seus pais
seu pai Asa, náo se desviou delle: fa- na cidade de David, seu p a i: e Joram
zenao-o que parecia recto em olhos de seu filho reinou em seu lugar.
J ehovah. 52 E Achazias, filho de Achab rei­
44 Todavia os altos n&o se tiràrão: nou em Samaria? no anno dez e sete
ainda o povo sacrificava e perfumava de Josaphat, Rei de Judá: e reinou
nos altos. dous annos sobre Israel.
45 E Josaphat esteve em paz com o 53 E fez o que parecia mal em olhos
Bei de Israel. de J e h o v a h : porque andou no cami­
46 Quanto ao de mais dos sucessos nho de seu pai, como tambem no ca­
de Josaphat, e ao poder que mostro», e minho de sua mãi. e no caminho de
como guerreou: porventura nâo estâo Jerobeam, filho ae Nebat, que fez
escritos no livro das Chronicas dos peccar a Israel.
Ben de Judá ? 54 E servio a Baal, e se encorvou
47 Tambem desterrou da terra o re- perante elle: e indignou a J ehovah
*o dos rapazes escandalosos, que ficà­ Deos de Israel, conforme a tudo quan­
râo nos d i as de seu pai Asa. to fizéra seu pai.

0 S E G U N D O L I V R O DOS R E I S .

5 E os mensageiros se tornàrào a
CAPITULO I. elle: e elle disse-lhes, que ha, que vos
DEPOIS da morte de Achab, tornais ?
E2 E cahio
Moab se rebellou contra Israel.
Achazias por humas grades
6 E elles lhe dissérâo, hum varâo
nos sahio ao encontro, e nos disse, ide
em seu cenaculo; que tinha em Sama­ tomai-vos ao Rei que vos mandou, e
ria, e enfermou: e enviou mensagei­ dizei-lhe, assim diz J eh o v a h ; porven­
ros, e disse-lhes, ide e perguntai a tura nào ha Deos em Israel, para que
Baal-Zebub, Deos de Ekron, se sara­ mandes a consultar a Baal-Zecmb, De­
rei desta enfermidade. os de Ekron ? portanto da cama, a que
3 Mas o Anjo de JehovaH disse a subistte, nâo descenderás; mas mor­
Elias o Thisbita, levanta-te, sobe ao rendo morrerás.
encontro dos mensageiros do Rei de 7 E elle lhes disse, qual era o trajo
Samaria: e disse-lhes, porventura nâo do varâo, que vos veio ao encontro,
ha Deos em Israel, para que vades a e vos fallou estas palavras?
consultar a Baal-Zebub, Deos de Ek­ 8 E elles lhe dissérâo,hum varâo era-
ron ? vestido de pelos, e com hum cinto de
4 E portanto assim diz Jeh o v ah ; da couro cingido a seus lombos: entào
cama, a que subiste, nào descenderás, disse elle, Elias o Thisbita he.
mas morrendo morrerás: entào Elias 9 Entào lhe enviou hum Capitão de
se foi. cincoenta, com seus cincoenta: e su-

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38Ò II. REIS, II.

bindo a elle, (porque eis que estava CAPITULO II.


assentado no came do monte, J disse-
lhe, varâo de Deos, el-Rei aiz, que UCEDEO pois que, havendo J e h o ­
descendas. S v a h de enlevar a Elias em hum
10 Mas Elias respondeo, e disse ao pé de vento ao ceo, Elias com Eliseo
Capitão de cincoenta. se eu pois sou se foi de Gilgal.
var&o de Deos, fogo aescenda do ceo, 2 E disse Eüas a Eliseo^ fica-te aqui,
e consumaste a ti, e a teus cincoenta: porque J e h o v a h me enviou a Betnel;
entâo fogo descendeo do ceo, e con- porem Eliseo disse, vive J e h o v a h , e
suraio a elle, e a seus cincoenta. vive tua alma, que te n&o deixarei: e
H E tomou a enviar-lhe outro Ca­ assim se for&o a Bethel.
pitão de cincoenta, com seus cinco­ . 3 Ent&o os filhos dos Prophetas, que
enta : este lhe fallou, e disse, var&o de estav&o em Bethel, sahirâo a Eliseo,
Deos, assim diz el-Rei; descende logo. e disser&o-lhe, sabes, qne J ehovah
12 E respondeo Elias, e disse-lhe, hoje tomará a teu Senhor por de cima
se eu sou varâo de Deos, fogo descen­ de tua cabeça ? e elle disse, tambem
da do eeo, e consuma-te a ti, e a teus eu bem o sei} callai-vos.
cincoenta: ent&o fogo de Deos de­ 4 E Eüas lhe disse, Eliseo, fica-te
scendeo do ceo, e consumio a elle, e aqui, porque J e h o v a h me enviou a
a seus cincoenta. Jericho; porem elle disse, vive J eho­
13 E tomou a enviar a outro Capit&o v a h , e vive tua alma, que te n&o dei­
dos terceiros cincoenta, com seus cin- xarei : e assim viér&o a Jericho.
eoenta: ent&o subio o Capit&o de cin­ 5 Ent&o os filhos dos Prophetas, qne
coenta, e veio, e pôs-se de juelhos estavâo em Jericho, se chegár&o a
diante de Elias, e supplicou-lhe,e disse- Eliseo, e dissérâo-lhe, sabeB, que Jx-
llie ; varâo de Deos, seja ora minha vi­ h o v a h hoje tomará a teu Senhor por
da, e a vida destes cincoenta teus ser­ de cima de tua cabeça ? e elle disse,
vos preciosa em teus olhos! tambem eu bem o sei; callai vos.
14 Eis que fogo descendeo do ceo, 6 E Elias lhe disse, fica-te aaui,
e consumio a aquelles dous primeiros porque J e h o v a h me enviou ao Jor­
Capitaes de cincoenta; com seus cin­ dão; mas elle disse, vive J e h o v a h , e
coenta : porem agora minha vida seja vive tua alma, que te nâo deixarei: e
preciosa em teus olhos. assim ambos se forão.
15 Ent&o o Anjo de J e h o v a h disse 7 E forão cincoenta varões dos filhos
a Elias, descende com este, n&o temas dos Prophetas, e parárâo-se em fronte
perante sua face: e levantou-se, e de­ de longe: e elles ambos se parário
scendeo com elle ao Rei. junto ao Jord&o.
16 E disse-lhe, assim diz J e h o v a h ; 8 Ent&o Elias tomou sua capa, e a
porquanto enviaste mensageiros a con­ dobrou, e ferio as aguas, as quaes se
sultar a Baal-Zebub, Deos de Ekron; dividir&o de huma á outra banda: e
(porventura he, porque em Israel De­ ambos passàrâo em seco.
os n&o haja, para consultar sua pala­ 9 Sucedeo pois que, havendo elles
vra ?) por tanto d’esta cama, a que su­ passado, Elias disse a Eliseo, pede, o
biste, n&o descenderás, mas morrendo que te faça, antes que seja tomado de
.morrerás. comtigo: e disse Eliseo, Peço-te, que
17 Assim pois morreo conforme à duas partes de teu espirito sej&o sobre
palavra de J e h o v a h , que Elias fallára; mim.
a Joram reinou em seu lugar no anno 10 E disse, cousa dura pediste: se
segundo de Joram, filho de Josaphat me vires quando for tomado de com­
Rei de Judá: porquanto n&o tinha tigo, assim se te farà: porem se n&o,
filho. n&o se farà.
IS O de mais dos feitos de Achazias, 11 E sucedeo que, indo elles an­
que tinha feito, porventura n&o está dando e fallando, eis aue hum carro
escrito no livro das Chronicas dos de foge com cavallos ae fogo fez se­
Reis de Israel ? paração entre elles ambos: assim

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n . r e is , m . m
£has subio ao ceo em hum pé de v&o delle, e dizi&o-lhe: sobe calvo,
vento. sobe calvo!
12 O qae Eliseo vendo, clamou, Pai 24 E virando-se elle pera tras, vio-õs,
meu, Pai meu, carros de Israel, e seus e amaldiçoou-os no nome de J z h o v a h :
cavalleiros! e nunca maiso vio: e tra­ ent&o dous ursos sahir&o do bosque, e
vando de seus vestidos, rasgou-os em despedaçàr&o delles quàrenta e dous
doas partes. meninos.
13 Tambem levantou a capa de Eli­ 25 E foi-se d’ali ao monte Carmelo:
as, que se lhe cahíra: e tornou-se, e e d’ali se tomou a Samaria.
parou-se &praia do Jord&o.
14 E tomou a capa de Elias, que se
lhe c ahira, e ferio as aguas, e disse, capitulo m .
aonde està J e h o v a h o Deos ae Elias? JORAM, filho de Achab, reinoa
Elle mesmo ? ent&o ferio as aguas, e
dhridir&o-se ellas de huma à outra ban­
E sobre Israel em Samaria no anno
dez e oito de Josaphat, Rei de Judá:
da; e Eliseo passou. e reinou doze annos.
15 Vendo-o pois os filhos dos Pro­ 2 E fe* o que parecia mal em olhos
phetas, que estavâo em Jericho dè de J e h o v a h ; porem n&o como sen
fronte, dissér&o; o espirito de Elias pai, nem oomo sua mãi: porque tirou
repousa sobre Eliseo: e viér&o-lhe a a estatua de Baal, que seu pai fizéra.
o encontro, e postrárâo-se perante elle 8 Com tudo se achegou aos peccados
em terra. de Jerobeam, filho de Nebath, que
16 E dissér&o-lhe, eis que com teus fizéra peccar a Israel: n&o se apartou
teros ha cincoenta valentes varões, delles.
ora deixa-os ir, para buscar a teu Se­ 4 Ent&o Mesa, Rei dos Moabitas, era
nhor; pode ser que o enlevasse o contratante de gado, e pfcgava ao Rei
Espirito de J e h o v a h , e o lançasse em de Israel cem mil cordeiros, e cem
algum dos montes, ou em algum dos mil carneiros com sua laã.
Tsules: porem elle aisse, n&oos envieis. 5 Sucedeo porem, que morrendo
17 Mas elles apertár&o com elle, até Achab, o Rei aos Moabitas, se rebel-
•e envergonhar: e disse-ftas, enviai: lou contra o Rei de Israel.
eenviàr&o cincoenta varões, que obus- 6 Pelo aue Joram no mesmo tempo
càr&o tres dias, porem n&o o achárão. sahio de samaria: e a todo Israel feí
18 Entâo se tornárào a elle, haven- passar mostra.
do-se elle ficado em Jerioho: e disse- 7 E foi, e enviou a Josaphat, Rei de
lhes, eu n&o vos disse, que n&o fosseis? Judá, dizendo, o Rei dos Moabitas se
19 E os varões da cidade disserão rebeflou contra mim ; irâs tu comigo
a Eliseo, eis que boa he a habitação à guerra contra os Moabitas ? e disse
desta cidade, como meu Senhor vê: elle, subirei; e eu serei como tu, meu
porem as aguas s&o màs, e a terra he povo como teu povo, e meus cavallos
esteril. como teus cavallos.
20 E elle disse, trazei-me huma sal­ 8 E elle disse, porque caminho subi­
va nova, e ponde nella sal: e lh’a trou* remos'? ent&o disse elle, pelò caminho
xér&o. do deserto de Edom.
21 Ent&o foi ao manancial das aguas, 9 Assim se partio o Rei de Israel, e
e deitou sal nelle: e disse, assim diz o Rei de Judá, e o Rei de Edom; e ha­
J e h o v a h ; sararei a estas aguas; n&o vendo rodeado sete dias de caminho,
h a v e T à mais nellas morte nem esteri­ o exercito, e o gado que os seguia, n&o
lidade. tinha agua.
22 Assim aquellas aguas ficâr&o saãs 10 Ent&o disse o Rei de Israel: Ah!
a t é o dia de hoje: conforme & pala­ que J í h o v a h chamou a estes tres Reis,
v r a de Eliseo. que tinha dho. para os dar em m&os dos Moabitas.
23 Ent&o subio d’ali a Bethel: e su­ 11 E disse Josaphat, n&o ha aqui ai-
bindo elle pelo caminho, moços pe­ gum Propheta de J e h o v a h , para que
quenos sahir&o da cidade, e zomtrn- consultemos a J e h o v a h por elle ? en-

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382 II. REIS, IV.
tâo respondeo hum dos servos do Rei e se matàrâo hum ao outro: agora
de IsraeL e disse, aqui está Eliseo pois ao despojo, Moabitas!
filho de Saphat, que dava agua sobre 24 Porem chegando elles ao arraial
as mâos de Elias. de Israel, os Israelitas se levantàrâo, e
12 E disse Josaphat, está com elle a ferirào aos Moabitas, os quaes fugirào
palavra de J s h o v a h : entáo o Rei de diante delles: e ainda ferirào em su­
Israel, e Josaphat, e o Rei de Edom as terras, ferindo ali tambem aos Mo­
descendérâo a elle. abitas.
13 Mas Eliseo disse ao Rei de Isra­ 25 E arrasarão as cidades, e cada qua)
el, que tenho eu comtigo ? vai aos lançou sua pedra em todos os bons
Prophetas de teu pai, e aos Prophetas pedaços de terra, e os entulharão, e
de tua mãi: porem o Rei dé Israel lhe tapàrào todas as fontes de aguas, e
disse, nào, porque J e h o v a h chamou a cortárâo todas as boas arvores, até que
estes tres Reis, para entregàlos em só em Kir-Hareseth deixárâo ficar su­
m&os dos Moabitas. as pedras: e os fundeiros a cercárâo,
14 E disse Eliseo, vive J e h o v a h dos e a ferirào.
exercitos, perante cuja face estou, que 26 Mas.vendo o Rei dos Moabitas,
s? eu nào attentasse para a face de que a peleja prevalecia contra elle, to­
Josaphat, Rei de Judá, nào olhàra pa­ mou comsigo setecentos homens, que
ra ti, nem te vira. arrancaváo espada, para romper contra
15 O r a p o is, tr a z e i- m e h u m ta n g e - o Rei de Edom, porem nào podéráo.
d p r : e fo i q u e , ta n g e n d o o ta n g e d o r , 27 Entâo tomou a seu filho primogê­
v e io s o b r e e l l e a m â o d e J e h o v a h . nito, que havia de reinar em seu lu­
16 E disse, assim diz J e h o v a h : fa­ gar, e offereceo-o em holocausto sobre
zei neste valle muitas cavas. muro,; pelo que houve grande indig­
17 Porem assim diz J khovah, nào nação em Israel: porisso retiràrào-se
vereis vento, e nâo vereis chuva; to­ delle, e tomárâo-se a sua terra.
davia este valle-se encherá de tanta
agua, que bebereis vósoutros, e vosso CAPITULO IV.
gado, e vossas animaes.
HUMA mulher das mulheres do*
18 E ainda isto he pouco em olhos
de J c h o v a h : darà tambem aos Mo­
abitas em vossos mâos.
E filhos dos Prophetas clamou a Eli*
seo, dizendo, meu marido teu servo
19 E ferireis a todas as cidades for­ morreo; e tu 6abes, que teu servo te­
tes, e a todas as cidades escolhidas, e mia a J e h o v a h : e o acredor veio, pa­
todas as boas arvores cortareis, e a ra tomar-se a meus filhos ambos por
todas as fontes de aguas tapareis: e servos.
todo bom pedaço de terra danificareis 2 E Eliseo lhe disse, que te hei de
com pedras. fazer ? declara me que he o que tens
20 E foi que pela manhâ, oferecen­ em casa, e ella disse, tua serva nâo
do se a onerta de manjares, eis que tem nada em casa, senâo huma botija
aguas vinhão pelo caminho de Edom: de azeite.
e a terra se encheo de agua. 3 Então disse elle, vai, pede p^ra ti
21 Ouvindo pois todos os Moabitas, vasos emprestados, a todos teus vezi-
que os Reis tinhão subido, para pele­ nhos. vasos vazios, nào poucos.
jarem contra elles, convocârâo-se jun­ 4 Entào entra, e fecha a porta apos
tamente desde todos os que cingiâo ti, e após teus filhos, e deita o azeite
talabarte e a riba, e puzérào-se ás em todos aquelles vasos: e ao que
fronteiras. estiver cheio, pôe á parte.
22 E levantando-se de madrugada 5 Partio-se pois delle, e fechou a
pela manhâ, e sahindo o sol 6obre as porta após si, e apos seus filhos: e elles
aguas, virào os Moabitas de em fronte lhe traziâo os vasos, e ella deitava nel­
as aguas vermelhas como sangue. les o azeite.
23 E dissérâo, sangue he isto; certa­ 6 E foi que, cheios os vasos, disse
mente os Reis se destruirão à espada a seu filho, traze-me ainda hum vaso;

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II. RÇIS, IV. 38$
porem elle lhe disse, n&o ha mais va­ 20 E o tomou, e o levou a sua mãi:
so nenhum: ent&o o azeite parou. e esteve sobre seus juelhos delia até
7 Ent&o veio ella, e o fez saber ao o meio dia, e morreo. k
varão de Deos; e disse elle, vai, ven­ 21 E subio ella, e o deitou sobre a ca­
de o azeite, e paga tua divida: e tu ma do varão de Deos: e fechou-lhe a
com teus íilhos vivei do resto. porta, e sahio.
8 Sucedeo tambem hum dia que, indo 22 E chamou a seu marido, e disse,
Eliseo a Sunem, havia ali huma mu­ manda-me logo hum dos moços, e hu­
lher grandiosa, a qual o reteve a co­ ma das burras: para que corra ao va­
mer pào: e foi que todas as vezes que rão de Deos, e me tome.
passava, ali se retirava a comer p&o. 23 E disse elle, porque vàs a elle ho­
9 E ella disse a seu marido, eis que je ? nào he Lua nova. nem Sabbado:
bem attentei, que este var&o de Deos e ella disse, tudo vai Dem.
he aancto, que sempre passa por nós 24 Entâo albardou a burra, e disse a
outros. seu moço, guia?e anda: e nâo me de­
10 Façaraos-Zta pois hum pequeno tenhas no caminhar, senâo quando eu
cenáculo de paredes, e ali lhe ponha­ t*o disser.
mos cama, e mesa, e cadeira, e can­ 25 Assim se partio, e veio ao Varão
dieiro : e serà que, vindo elle a nós de Deos, ao monte Carmelo: e foi
outros, ali se retirará. que, vendo ao varão de Deos de lon­
11 E foi que hum dia veio ali: e re­ ge, disse a Gehazi 6eu moço, eis ali a
tirou-se a aquelle cenáculo, e deitou- Sunamita.
ee ali. 26 Aspra pois corre-lhe ao encon­
12 Então disse a seu moço Gehazi, tro, e dize-lhe, vai bem a ti? vai bem
chama a esta Sunamita: e chamando a teu marido ? vai bem ao filho ? e eUa
a elle, ella se pôz perante elle. disse, vai bem.
13 (Porque lhe tinha dito, dize a ella, 27 Chegando ella pois ao varâo de
eis que cuidado de nós tiveste com Deos ao monte, pegou de seus pés:
todo cuidado; que ha que por ti fa­ mas chegou Genazi para rempuxàla:
zer ? ha cousa alguma que falle por ti disse porem o varão ae Deos, aeixa-a,
ao Rei, ou ao Maioral do exercito ? e porque sua alma nella está triste de
dissera ella, eu habito em meio de amargura, e J e h o v a h m’0 encubrio, e
meu povo. n^o nâo notificou.
14 Então dissera elle, que ha pois 28 E disse ella, pedi eu a meu Se­
que fazer por ella? e Gehazi disséra, nhor filho aipim ? não disse eu, nâo
agora ella não tem filho, e seu marido me enganes f
he velho. 29 E elle disse a Gehazi, cinge teus
15 Pelo que disséra elle, chama-a: e lombos, e toma meu bordão em tua
chamando a elle, ella se pôz à por­ mâo, e vai; se encontrares alguem,
ta.) nào o saudes) e se alguem te saudar,
16 E elle disse, a este tempo deter­ não lhe respondas: e pôe meu bordão
minado, perto d^ste tempo da vida, sobre a face do menino.
abraçarás hum filho: e disse ella, não, 30 Porem disse a mãi do menino,
Senhor meu, varão de Deos, não min­ vive J e h o v a h , e vive tua alma, que
tas a tua serva. nâo te hei de aeixar: entâo elle se le­
17 E concebeo a mulher, e pario hum vantou, e a 8eguio.
filho, a tal tempo determinado, segun­ 31 E Gehazi passàra diante delles, e
do o tempo da vida, que Eliseo lhe pôz o bordão sobre a face do menino;
disséra. porem não havia nelle voz, nem senti­
18 E sendo o filho grande, sucedeo do : assim que lhe tomou ao encontro,
qne hum dia sahio a seu pai junto a e lhe trouxe aviso, dizendo, nâo des­
os segadores. pertou o menino.
19 E disse a seu pai, minha cabe­ 32 E chegando Eliseo a aquella ca-"
ça ! minha cabeça! entáo disse p. Jiurn sa, eis que o menino jazia morto sobre
moço, o leva a sua mãi. sua cama.

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II. Rl IS, V.
33 Entâo entrou elle, e fechou a
pòrta âpòa ambos: e orou a Jeho­ CAPITULO V.
NAAMAN, Maioral do exercito
vah.
$4 E subio, e deitou-âe sobre o rtie- E do Rei de Syria, era grande va­
nino, e pon-do sua boca sobre sua bo­ râo perante seu Senlior, e de muito
ca, e seus olhos sobre seus olhos, e su­ respeito; porque por elle J e h o v a h dé-
as mâos sobre suas mâos, se estendeo ra livramento aosSyrios: e era este
éôbre elle: e a came do menino aque- varâo homem valoroso,joorem leproso.
cêo. 2 E sahírâo tropas de Syria, e da ter­
35 Depois tomou, e passeou naquel­ ra de Israel levàrâo presa a huma me­
la casa de huma píarte à outra, e tor­ nina, que estava em serviço da mu­
nou a subir, e estendeo-se sobre elle: lher de Naaman.
entâo o menino espirrou sete vezes, e 3 E disse està a sua Senhora, ah! se
o meninô abrio os olhos. meu Senhor estivéra perante o Pro-
36 Entâo chamou a Gehazi, e dis­ heta, que estâvém Samaria, elle o
S
se, chama a esta Sunamita: e cha- escarregaria de sua lepra.
mou-a, e veio a elle : e disse elle, to­ 4 Entâo entrou Naaman , e notificou
ma a teu filho. ao seu Senhor, dizendo: assim e as­
37 E veio ella, e derrabou-se a seus sim fallou a menina, que he da terra
pés, e inclinou-se à terra: e tomou a de Israel.
seu filho, e sahio. 5 Entâò disse o Rei de Syria, vaij
38 E tomando Eliseo a Gilgal, havia anda, e eu enviarei huma carta ao Rei
fome naquella terra, e os filhos dos Pro­ de Israel: e foi, e tomou em sua máo
phetas estavâo assentados perante el­ dez talentos de prata, e seis mil siclos
le : e disse a seu moço, pôe a panela de ouro, e <lez mudas de vestidos.
grande ao fogo, e coze potagem para 6 E levou a caira ao Rei de Israel,
os filhos dos Prophetas. dizendo: logo em chegando a ti esta
39 Entâo hum sahio ao campo a apa­ carta, Saibas que enviei a ti a Naa­
nhar hervas, e achou huma parra bra­ man meu servo, para que o descarre­
va, e colheo delia sua capa chea de uvas gues de sua lepra.
bravas: e veio, e cortou-as na panela 7 E foi que, lendo o Rei de Israel
da potagem; porque as nâo conhe- a Carta, rasgou seus vestidos, e disse,
ciâo. sou eu Deos, para matar e vivificar,
40 E tirárâo de comer para os varõ­ para que este envie a mim, a qae des­
es : e sucedeo, que comendo elles da- carregue a hum varâo de sua lepra 1
quella potagem, clamárâo e disserão, pelo que de veras notai ora, e vede,
varâo ae Deos, a morte éstà na pa­ que busca occasiâo contra mim.
nela : e nâo podérâo comer. 8 Sucedeo porem que, ouvindo Eli­
41 Porem elle disse, trazei pois fari­ seo varâo de Deos, que o Rei de Isra­
nha: e deitou-a na panela: e disse, ti­ el rasgàra seus vestidos, mandou a di­
rai de comer para o povo; entâo nâo zer ao Rei, ponjue rasgaste teus ves­
havia nenhum mal na panela. tidos ? o deixa vir a mim, e saberá,que
42 E hum varâo veio ae Baal-Salisa, ha Propheta em Israel.
e trouxe ao varâo de Deos parens das 9 Veio pois Naaman com seus caval­
prímicias, vinte paens de cevada, e es­ los, e com seu cairo: e parou-se â por­
pigas verdes em suas palhas: e aisse, ta de Eliseo.
aá ao povo, e comâo. 10 Entào Eliseo lhe mandou hum
43 Porem seu servo disáe, como po­ mensageiro, dizendo, vai, e lava-te se­
ria isto perante cem varões? e disse te vezes no Jordâo2e tua came te tor­
elle, dâ o ao povo, e comâo; porque nará, e ficarás purificado. y
a s s im diz J e h o v a h , comer se ha, e so­ 11 Porem Naaman muito se indig­
bejará. nou, e se fo i: e dizia, eis que eu em
44 Entâo o pôz perante elles, e co­ mim mesmo dizia, certamente elle sa­
merão, e sobejou-lhes, conforme â pa­ hirá, e em pé se ficará, e invocará o no­
lavra ae J e h o v a h . me de J e h o v a h seu Deos, e passará sua

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II. REIS, V, VI. 385
mâo sobre o lugar, e descarregará ao vendo Naaman, que corria após elle,
leproso. saltou do carro a encontrálo; e disse-
12 Nâo sáo porventura Abana e Phar- Ike, vai bem?
phar, rios de Damasco, melhores que 22 E elle disse, bem vai; meu Se­
todas as aguas de Israel ? nâo me po­ nhor me envia a dizer, eis que agora
deria eu lavar nelles, e ficar purifica­ mesmo viérâo a mim dous mancebos
do * e tomou-se, e se foi com indig­ dos filhos dos Prophetas da montanha
nação. de Ephraim: da-lhes pois hum talento
13 Entâo seus servos se achegárâo, de prata, e duas mudas de vestidos.
e lhe fallárâo, e dissérâo, pai meu, se 23 E disse Naaman, sé servido es,
o Propheta te disséra alguma grande toma dous talentos; e aporfiou com
consa^ porventura nâo a fizéras? quan­ elle; e amarrou dous talentos de prata
to mais, que só te disse, lava-te, e fica­ em dous sacos, com duas mudas de
rás purific ado. vestidos; e pólos ás cosths a dous de
14 Entâo descendeo, e mergulhou seus moços, os quaes os levárâo diante
no Jordão sete vezes, conforme à pa­ de sua face.
lavra do varâo de Deos: e sua came 24 E chegando elle à altura, tomou-
tomou, como a came de hum meni­ os de suas mâos. e entregou os em
no, e ficou purificado. huma casa: e despedio a aquelles
15 Entâo se tornou ao varâo de De­ homens, e forâo-se.
os, elle e todo seu esquadrão, e veio, 25 Entâo elle entrou, e pôs-se perante
e poz-se perante elle, e diátoe, eis que seu Senhor; e disse-lhe Eliseo, donde
tenho conhecido, que em toda a terra vens Gehazi ? e disse: teu servo nâo
Deos nâo ha, senâo em Israel: agora foi nem a huma nem a outra parte,
pois te peço, que tomes huma benção 26 Porem elle lhe disse; porventura
de teu servo. não foi tambem juntamente meu cora­
16 Porem elle disse, vive J e h o v a h , ção, quando aquelle varâo tomou de
perante cuja face estou, que a nâo to­ sobre seu carro, a encontrar-te ? era
marei : e aporfiava com elle, que a to­ isto tempo para-tomares prata, e para-
masse j mas elle refusou. tomares vestidos, e olivaes, e vinhas,
17 E disse Naaman, quando nâo, e ovelhas, e bois, e servos, e servas i
com tudo se dé a teu servo huma carga 27 Portanto a lepra de Naaman se
de terra de hum jugo de mulas: por­ pegará a ti, e a tua semente para sem­
que nunca mais offerecerá, teu servo pre : entâo sahio de diante delle le­
holocausto nem sacrificio a outros deo­ proso, branco como a neve.
ses, senâo a J e h o v a h .
18 Nisto perdôe J e h o v a h a teu ser­ CAPITULO VI.
vo: quando meu Senhor entra na casa
de Rimmon a encuryarae ali, elle se DISSERÃO os filhos dos Prophe­
encosta em minha mâo, entâo eu tam-
hem me hei de encurvar na casa de
E tas a Eliseo: eis que o lugar, em
que habitamos perante tua face, he-
Rimmon: quando assim me encurvar nos estreito.
na casa de Rimmon, que nisto J e h o ­ 2 Vamos pois ate o Jordfto, e cada-
v a h perdôe a teu servo. hum de lá tomemos huma viga, e faça­
19 E elle lhe disse; vai em paz: e mos nós ali hum lugar, para habitar
foi-se delle hum pequeno estirão de ali: e disse elle, ide.
terra. 3 E disse hum, sirvas-te de ires com
20 Entâo Gehazi, moço de Eliseo teus servos: e disse, eu irei.
varâo de Deos, disse; eiscpie meu Se­ 4 E foi com elles: achegando elles
nhor impedio a este Syno Naaman, ao Jordão, cortârão madeira.
quede sua mâo se tomasse alguma cou­ 5 E sucedendo que, derribando hum
sa do que trazia: porem vive J e h o v a h , huma viga, que o ferro cahio na agua:
hei de correr apôs elle, e toniar e clamou, e disse: ah Senhor meu!
n e algutna cousa. poraue era emprestado.
21 E seguio Gehazi após Naaman: e 6 E disse o varâo d? Deos, aonde

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386 II* Hl [S, VI.
cahio ? e mostrando-lhe elle o lugar, 19 Entâo Eliseo lhes disse, nâo he
cortou hum pao, e o lançou ali, e fez este o caminho: nem he esta a ci­
nadar a riba ao ferro. dade ; vinde após mim; e guiar-vos
7 E disse, levanta t’o : entâo esten­ hei ao varâo, que buscais, e guiou-os
deo sua mâo, e tomou-o. a Samaria.
8 E o Rei de Syria fazia guerra a 20 E foi que. chegando elles a Sa­
Israel: e consultou a seus servos, di­ maria, disse Eliseo, J e h o v a h , abre a
zendo, no lugar de hum tal estará estes os olhos, para que vejão: e J e-
meu assento. h o v a h lhes abrio os olhos, para que
9 Mas o varâo de Deos enviou ao vissem; e eis que estav&o em meio
Rei de Israel, dizendo, guarda-te que de Samaria.
nâo passes por tal lugar: porque os 21 E quando o Rei de Israel os vio,
Syrios descendérâo ali. disse a Eliseo: feri-los-hei, feri-los-hei,
10 Pelo que o Rei de Israel enviou pai meu ?
a aquelle lugar, de que o varâo de 22 Mas elle disse, n&o os ferirás; fe­
Deos lhe dissera, e o tinha avisado, e ririas tu aos que tomasses prisionei­
guardou-se ali, nâo huma, nem duas ros com tua espada, e oom teu aroo?
vezes. pôe-lhes diante pâo e agua, paraque
11 Entâo o coração do Rei de Syria comâo e bebào, e se vâo a seu Se­
se turbou deste trato: e chamou a nhor.
seus servos, e disse-lhes, n&o me fa­ 23 E aparelhou lhes hum grande
reis saber, quem dos nossos he pelo convite, e comérào e bebér&o; e des-
Rei de Israel 1 pedio-os, e for&o-se a seu Senhor: e
12 E disse hum de seus servos, nào, nunca mais entràrâo tropas de Syrios
Rei, meu Senhor: mas o Propheta em terra de Israel.
Eliseo, aue está em Israel, faz saber 24 E succedeo dejxrís dJisto, que Ben-
ao Rei ae Israel as palavras, que tu Hadad, Rei de Syria, ajuntou todo seu
falias em tua mais secreta recamara. exercito: e subio, e cercou a Samaria.
13 E elle disse, vai e vé, aonde está, 25 E houve grande fome em Sama-
ra que envie, e mande a trazé-lo: e ria; porque eis que a cercárâo, até
érâo-lhe saber,dizendo, eis que está que se vendeo huma cabeça de asno
em Dothan. por oitenta moedas de prata, e a quar­
14 Ent&o enviou lá cavallos, e car­ ta parte de hum cabo de esterco de
ros, e hum grande exercito: os quaes pombas por cinco moedas de prata.
viérâo de noite, e cercárâo a cidade. 26 E sucedeo que, passando o Rei
15 E o moço do varâo de Deos se elo muro, huma mulher lhe bradou,
levantou mui cedo, e sahio, e eis que izendo, acude-me, Rei meu Senhor.
hum exercito tinha cercado a cidade 27 E elle disse, se J e h o v a h te náo
com cavallos, e carros; entáo seu acode, d’onde te acudirei eu ? da eira,
moço lhe disse, Ah Senhor m eu! que ou do lagar %
faremos í 28 Disse-lhe mais o Rei, que tens!
16 E elle disse, nâo temas: porque e disse ella, esta mulher me disse, dá
mais sâo os que estâo comnosco, do a teu filho, paraque hoje o comamos,
que os que estâo com elles. e a manhâ comeremos meu filho.
17 E orou Eliseo, e disse, J e h o v a h , 29 Assim que cozemos meu filho, e
abre ora seus olhos, para que veja: e o comemos: mas dizendo lhe eu ao
J jch o v a h abrio os olhos do moço, e vio; outro dia, dá a teu filho.paraque tam­
e eis que o monte estava cheio de bem o comamos; esconaeo seu filho.
cavallos e carros de foco, ao redor de 30 E sucedeo que, ouvindo o Rei as
Eliseo. palavras desta mulher, rasgou seus
18 E como descendérâo a elle, Eli­ vestidos, indo passando pelo muro: e
seo orou a J e h o v a h , e disse, fere ora vio o povo, que eis que trazia hum
a esta gente com cegueiras: e ferio saco por de dentro sobre sua came:
a com cegueiras, conforme a palavra 31 E disse, assim*ne faça Deos, e as­
de Eliseo. sim me acrecente: se a cabeça de

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II. REIS, VII. 387
Eliseo, filho de Saphat, hoje ficar sobre grande exercito: de maneira que dis­
elle. serão hum ao outro, eis que o Rei de
32 (Estava ent&o Eliseo assentado [srael alugou contra nós aos Reis dos
em soa casa, e tambem os Anciáos es- Hetheos e aos Reis dos Egypcios, pa­
tavào assentados com elle:) e enviou ra virem contra nos.
a hum varâo de diante ae si; mas 7 Pelo que se levantárâo, e entre lus­
antes que o mensageiro viesse a elle, co e fusco fugirão. e deixár&o suas
disse elle aos Anciâop, vistes, como tendas, e seus cavaHos, e seus asnos, e
o filho do homicida enviou a tirar-me ao arraial, como estava: e fugiráo
a cabeça? olhai pois que} quando vier por salvarem sua vida.
o mensageiro, lhe fecheis a porta, e o 8 Chegando pois estes leprosos á fron­
rempuxeís fora com a porta; por­ teira do arraia], entràráo em huma ten­
ventura náo vem o ruido dos pés ^e da, e comér&o e bebér&o, e tomárâo
seu senhor após elle ? dJali prata, e ouro, e vestidos, ,e for&o,
33 E estando elle ainda fallando com e o escondérâo: entáo tomárâo e en-
elles, eis que o mensageiro descendia trâráo em outra tenda, e d’ali tambem
a elle : e ais6e, eis que este mal vem algo tomárâo, e o escondér&o.
de Jehovah ; qtie mais pois esperaria 9 Entáo dissérâo hum ao outro, náo
a Jehovah. fazemos bem, este dia he dia de boas
novas, e nos callamos; se esperarmos
CAPITULO VII. até a luz da manhâ, a iniquidade nos
achará: pelo que agora vamos, e o de­
NTAO disse Eliseo, ouvi a palavra nunciemos â casa do Rei.
E 1 de J e h o v a h : assim diz J e h o v a h :10 Viérâo pois, e bradárâo ao portei­
à manhâ* quasi a este tempo, huma ro da cidade, e denunciâr&o-lhes, di­
medida de flor de farinha haverá por zendo, fomos ao arraial dos Syrios, e
hum siclo, e duas medidas de cevada eis que lá nâo havia ninguém, nem voz
por hum siclo, â porta de Samaria, de homem: porem so cavallos atados,
2 Porem hum Capit&o, em cuja m&oe asnos atados, e as tendas como esta­
o Sei s e encostava, respondeo ao va­ vâo dJantes.
rio de Deos, e disse, eis que ainda 11 E elle chamou aos outros portei­
q u e J e h o v a h fizesse janellas no ceò, ros : e elles o denunciárâo dentro em
poder-se-hia fazer isso ? e elle disse, casa do Rei.
eis qne o verás com teus olhos, porem 12 E o Rei se levantou de noite, e
d,ahi n&o comerás. disse a seus servos: Agora vos farei
3 E quatro homens leprosos estavâo saber. que he o que os Syrios nos fizé­
à entrada da porta: os quaes dissé­ râo : bem sabem elles, aue esfaimados
râo hum ao outro, para que nos esta­ estamos, pelo que se sanirâo do arrai­
mos aqui, até que venhamos á mor­ al, a esconder-se no campo, dizendo,
rer? quando sahirem da cidade, entâo vi­
4 Se dissermos entremos na cidade, vos os tomaremos, e entraremos na
fome ha na cidade, e morreremos ahi í cidade.
e se ficarmos aqui, tambem morre­ 13 Entâo hum de seus servos respon­
remos : eis pois agora, e demos com* deo, e disse, tomem-se pois cinco dos
nosco no arraial aos oyrios: se nos cavallos de resto,que ficarão aqui den­
deixarem viver, viveremos, e se nos tro; (pois sáo como toda a multidão
matarem, tam somente morreremos. dos Israelitas, que ficàrâo aqui de res­
5 E levantàr&o-se entre lusco e fus­ to, e como toda a multidão aos Israe­
c o , para se irem ao arraial dos Syri­ litas, que já perecérâo:) e enviemo-
o s : e chegando á fronteira do arraial los, e vejamos.
d o s Syrios, eis que n&o havia ali nin­ 14 Tomárâo pois dous cavallos de
guém. carro: e o Rei os enviou após o ar­
6 Porque o Senhor fizéra ouvir ao raial dos Syrios, dizendo, ide, e vede.
arraial dos Syrios ruido de carros, e 15 E forão após elles até o Jordfto, e
ruido de c avallos, como o ruido de hum eis que todo o caminho estava cheio

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388 ii. r e is , vm .
de vestido* e de haviamentos, que os ao Rei por sua casa, e por seu châo:
Syrios, apressando-se, lançàrâo fora: entáo disse Gehazi, Rei, meu Senhor,
e tomàrâo os mensageiros, e denunci­ esta he a mulher, e este seu filho, a
arão o ao Rei. quem Eliseo vivificou.
16 Então sahio o povo, e saqueou o 6 E o Rei o perguntou à mulher, e
arraial dos Syrios: enavia huma medi­ ella lh’o contou: entáo o Rei lhe deu
da de flor de farinha por hum siclo, hum Eunucho, dizendo, faze-lhe tor­
e duas medidas de cevada por hum si­ nar tudo quanto seu era, e todas as
clo, conforme à palavra, de J e h o v a h . rendas do châo, desdo dia que deixou
17 E poséra o Rei à porta ao Capi­ a terra, até agora.
tão, em cuja máo se encostava; e o 7 Depois veio Eliseo a Damasco, es­
povo o atropelou na porta, e morreo: tando £en-Hadad,Reide Syria doente:
como fallàra o varâo de Deos, o aue e denuuciàrão-lhe o dizendo, o var&o
fallou, quando o Rei descendéra a elle. de Deos he vindo aqui.
18 Porque assim succedeo, como o va­ 8 Entáo o Rei disse a Hazael, toma
râo de Deos fallàra ao Rei, dizendo: hum presente em tua mâo, e vai ao
A manhâ auasi a este tempo haverá varâo de Deos ao encontro: e per­
duas mediaas de cevada por hum si­ gunta por elle a J e h o v a h . dizendo,
clo, e huma medida de flor de farinha sararei eu desta enfermidaae ?
por hum siclo, â porta de Samaria. 9 Foi-lhe pois Hazael ao encontro, e
19 E o Capitão respondéra ao varâo tomou hum presente em sua mâo, a
de Deos, e disséra, eis que ainda que saber, todo o bom de Damasco, qua­
J xhov ah fizesse janellasno ceo, poder- renta camelos carregados: e veio,e
se hia isso fazer oonforme a essa pa­ poz-se perante elle, e disse, teu filho
lavra ? e elle disséra, eis aue o verás Ben-Hadad, Rei de Syria, me enviou a
oom teus olhos, porem d’ani nâo co­ ti a dizer, sararei eu desta enfermi­
merás. dade?
20 E a s sim lh e s u o c e d e o : p o rq u e o 10 E Eliseo lhe disse, vai, dize-lhe,
p o v o o a tro p e lo u à p o rta , e m o rreo . certamente nâo sararás: porque Je­
h o v a h me tem mostrado, que morre­

c a p i t u l o vni. rá de morte.
11 E afürmou sua vista, e pôla firme
FALLARA E liseo a a q u e lla
E m u­
lh e r, cu jo filho v iv ific a ra , d iz e n ­
do , le v a n ta s te , e v ai-te, tu e tu a fa m i­
nelle, até se envergonhar: e chorou
o varâo do Deos.
12 Entâo disse Hazael, porque chora
lia , e p e r e g r in a a o n d e p u d e r e s p e r e ­ meu Senhor ? e elle disse, porquanto
g r in a r: p o rq u e J eh o v a h c h a m o u a sei o mal, que has de fazer aos filhos
fo m e, a q u a l ta m b e m v ir à à te r r a de Israel; suas fortalezas porás a fo­
por s e te an n o s. go, e seus mancebos matarás â espa­
2 E a mulher se levantàra, e fizéra da, e seus meninos despedaçarás, e
oonforme à palavra do varâo de Deos: suas prenhes fenderás.
porque fora ella com sua familia, e 13 E disse Hazael. pois que he teu
peregrinára em terra dos Philisteos servo, o câo, para lazer tam grande
sete annos. cousa ? e disse Eliseo, J e h o v a h me
3 E foi que, a cabo dos sete annos, a tem mostrado, que tu has de ser Rei
mulher se tomou da terra dos Philis­ de Syria.
teos: e sahio a clamar ao Rei, por 14 Entâo-se partio de Eliseo, e se
sua casa, e por seu châo. veio a seu Senhor; o qual lhe disse,
4 Entáo o Rei fallou a Gehâzi, mo­ que te disse Eliseo ? e disse elle, disse
ço do varâo de Deos, dizendo: conta- me, que certamente sararás.
me ora todas as grandes obras, que 15 E succedeo o dia seguinte, que
Eliseo tem feito. tomou hum cobertor, e molhou o na
5 E foi que, contando elle ao Rei agua e estendeo o sobre sua face. e
como vivificára a hum morto, eis que morreo: e Hazael reinou em seu la­
a mulher, cujo filho vivificára, c lamou gar.

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II. REIS. IX. 389
16 E no anno quinto de J oram, filho curar se em Jizreel das feridas, que
de Achab, Rei de Israel, reinando os Syrios lhe dérâo em Rama, quando
ainda Josaphat em Judá, reinou Jeho- pelejou contra Hazael, Rei ae Syria:
ram, filho de Josaphat, Rei de Judá. e descendeo Achazias, filho de Jeho-
17 De idade de trinta e dous annos ram, Rei de Judá, a ver a Joram, filho
era, quando reinou: e oito annos rei­ de Achab, em Jizreel; porquanto es­
nou em Jerusalem. tava enfermo.
18 E andou no caminho dos Reis de
Israel, como tambem fizerão os da ea- CAPITULO IX.
sa de Achab; porque tinha por mu­
lher a filha de Achab: e f e z o que pa­ NTAO o Propheta Eliseo chamou
recia mal em olhos d e J e h o v a h .
19 Porem J e h o v a h nâo quiz de­
E a hum dos nlhos dos Prophetas:
e disse lhe, cinge teus lombos, e toma
struir a Judá, por amor de David seu esta almotolia de azeite em tua mâo,
servo: como lhe tinha dito, que lhe e vai te a Ramoth de Gilead.
daria por seus filhos para sempre hu­ 2 E chegando lá, ve aonde está Jehu,
ma lampada. filho de Josaphat, filho de Nimsi; e
20 £ m seus dias-se rebellárâo-os entra; e faze o levantar do meio de
Edomitas de debaixo do mando de seus írmâos, e leva o à recamara in­
Judá : e puzérâo Rei sobre si. terior.
21 Pelo que Joram pasábu a Zair, e 3 E toma a almotolia de azeite, e
todos os carros cora elle: e elle-se derrama o sobre sua cabeça, e dize,
levantou de noite, e ferio aos Edomi­ assim diz J e h o v a h , ungi te por Rei
tas cjue estavâo ao redor delle, e aos sobre Israel: entâo abre a porta, e
Múoraes dos carros; e o povo se foi foge, e nâo te detenhas.
a soas tendas. 4 Foi pois o mancebo, o mancebo do
22 Todavia os Edomitas se ficàrâo Propheta, a Ramoth de Gilead.
rebeldes de debaixo do mando de 5 E entrando elle, eis que os Capi-
Judá, até o dia de hoje: entâo tomftem taens do exercito estavâo assentados
se rebelloa Libna. no mesmo tempo. ali; e disse, Capitão, tenho huma pa­
23 O de mais aos successos de Jo­ lavra que dizer t e : e disse Jehu, a
ram, e tudo quanto fez, porventura qual de todos nosoutros? e disse, a ti,
nâo está escrito no livro das Chroni­ Capitão!
cas de Judá ? 6 Entâo se levantou, e entrou em
24 E Joram dormio com seus jpais, casa, e derramou o azeite sobre sua
e foi sepnltado junto a seus pais na cabeça: e disse lhe, assim diz J e h o -
cidade de David: e Achazias seu V a h , Deos de Israel; ungi te por Rei
filho reinou em seu lugar. sobre o povo de J e h o v a h , sobre Israel.
25 No anno doze de Joram, filho de 7 E ferirás a casa de Achab, teu
Achab, Rei de Israel, reinou Achazias, Senhor: para que eu vingue o sangue
filho de Jehoram. Rei de Judá. de meus servos os prophetas, e o san-
26 De vinte e dous annos de idade ue de todos os servos de J e h o v a h ,
era Achazias, quando reinou, e hum
anno reinou em Jerusalem: e era o
§ a mâo de Jezajbel.
8 E toda a casa de Achab perecerá:
nome de sua mãi Athalia, filha de e destruirei de Achab todo o que ouri-
Omri, Rei de Israel. na à parede, assim ao encerrado, co­
27 E andou no caminho da casa de mo ao desamparado em Israel.
Achab, e fez mal nos olhos de J e h o ­ 9 Porque à casa de Achab hei de
v a h , como a casa de Achab: porque fazer, como à casa de Jerobeam, filho
era genro da casa de Achab. de Nebat: e como á casa de Baesa,
28 E foi com Joram, filho de Achab, filho de Ahias.
a Ramoth em Gilead à peleja contra 10 E os caens comerão a Jezabel, no
HazaeL Rei de Syria: e os Syrios feri­ pedaço do chão de Jizreel; nâo havera
rão a Joram. quem a enterre: entâo abrio a porta, •
39 Entâo o Rei Joram se tomou a fugio.

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390 ti. REIS, IX.
l l E sahindo Jehu aos servo* de seu Rei de Judá, cada hum em seu cafro,
Senhor, dissérâo lhe, vai tudo bem ? e sahirâo ao encontro a Jehu, e o
porque veio este louco a t il e elle achárão no pedaço de chão de Naboth,
lhes disse, bem conheceis ao varâo e o Jizreelita.
seu fallar. 22 E foi que vendo Joram a Jehu,
12 Mas elles dissérâo, he mentira; disse; ha paz, Jehu? e disse elle, que
agora faze-no-lo saber: e disse, assim, paz; em quanto as fornicações de tua
e assim me fallou, dizendo: assim diz mãi Jezabel, e suas feitiçarias sâo
J e h o v a h , ungi-te por Rei sobre Israel. tantas?
13 Entâo se apressàrâo, e cadaqual 23 Então Joram volveo sua mâo, e
tomou seu vestido, e o pôz do baixo fugio: e disse a Achazias, engano
delle, no mais alto aegrão: e tooârâo a ha, Achazias.
buzina, e dissérâo, Jehu reina! 24 Mas Jehu entesou seu arco com
14 Assim Jehu, filho de Josaphat, toda a mâo, e ferio a Joram entre se­
filho de Nimsi, conjurou contra Joram, us braços, e a frecha sahio por seu
(tinha porem Joram em guarda a Ra­ coração: e cahio em seu carro.
moth de Gilead, elle e todo Israel, por 25 Entâo Jehu disse a Bidkar, seu
causa de Hazael, Rei de Syria. Capitão, toma o, lança o no pedaço
15 Porem o Rei Joram se tornàra, de chão de Naboth o Jizreelita: por
a curarse em Jizreel das feridas, que que lembra te que, indo eu e tu juntos
os Syrios lhe derâo, quando pelejou a cavallo apos seu pai Achab. J eho­
contra Hazael Rei de Syria:) e disse v a h pôz sobre elle esta carga, aixendo.
Jehu, se he vossa vontade, ninguém 26 Se eu hontem à tarde nâo visse o
saia da cidade, nem escape, para ir sangue de Naboth, e o sangue de seus
a denunciar isto em Jizreel. filhos, diz J e h o v a h ; tambem t’o’nfto
16 Entâo Jehu subio em carro, e pagaria neste pedaço de ehão7diz Ji*
foise a Jizreel j porquanto Joram es­ h o v a h : ea pois, toma o, e lança o
tava deitado a li: e tambem Achazias, neste pedaço de chão, conforme à pa­
Rei de Judá, descendéra a ver a Jo­ lavra de J e h o v a h .
ram. 27 O que vendo Achazias, Rei de
17 E a atalaia estava na torre em Judá, fugio pelo caminho da casa do
Jizreel, e vio a tropa de Jehu, que jardim, porem Jehu seguio apos elle,
vinha, e disse, vejo huma tropa: en­ e disse, tambem a este feri no carro
tâo disse Joram, toma hum cavalleiro, á subida de Gur, aue está junto a Jib-
e envia lh’o ao eneontro, e diga, ha leam; e fugio a Megiddo, e morreo
paz? ali.
18 E o cavalleiro lhe foi ao encon­ 28 E seus servos o levàrâo em hum
tro, e disse, assim diz el-Rei, ha paz? carro a Jerusalem: e o sepultárâo em
e disse Jehu, que tens tu que fazer sua sepultura junto a seus pais, na
com a paz; vira te apos m im : e a ata­ cidade de David.
laia o fez saber, dizendo, chegou a 29 E no anno onzeno de Joram, filho
elles o mensageiro, porem não toma. de Achab, Achazias reinára sobre
19 Então enviou a outro cavalleiro, Judá.
e chegando este a elles? disse, assim 30 E Jehu veio a Jizreel: o que ou­
diz el-Rei, ha paz ? e disse Jenu que vindo Jezabel, alvejou seu rosto, e en­
tens tu que fazer com a paz ? vira te feitou sua cabeça, e olhou da janella.
apos mim. 31 E entrando Jehu pelas portas,
20 E a atalaia o fez saber, dizendo, disse ella; ha paz, ô Zimri, matador
tambem este chegou a elles, porem de seu Senhor ?
nâo torna: e a marcha parece como 32 E elle levantou seu rosto para a
a marcha de Jehu, filho de Nimsi; janella, e disse, quem he c o m iço?
porque sohia marchar furiosamente. quem? e dous ou tres eunuchos ofliâ-
21 Entâo disse Joram, aparelhâ o râo para elle.
carro; e aparelhârâo seu carro: e sa­ 33 Entâo disse elle, empurrae a
hio Joram Rei de Israel, e Achazias d’alto abaixo j e empurrâráo a d’alto

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n. REIS, X. 391
abaixo: e com seu sangue a parede mim a Jizreel: (e os filhos do Rei, se­
e os cavallos forão salpicados, e elle a tenta varões, estavâo com os grandes
acouceoo, da cidade, que os mantinhâo.)
34 Entrando elle pois. e havendo co­ 7 Succedeo pois que chegada a carta
mido e bebido, disse, olhai por aquella a elles, tomàrâo aos filhos do Rei, e
maldita, e sepultai-a: porque he filha degolárão a setenta varões: e puzer&o
de Rei. suas cabeças em cestos, e as man-
35 E forão para sepultá-la:' porem dàr&o-lhe a Jizreel.
n&o achàr&o delia, sen&o somente a 8 E hum mensageiro veio, e de-
caveira, e os pés, e as palmas de suas nunciou-lhe dizendo: trouxérào as ca­
m&os. beças dos filhos do Rei: e elle disse,
36 Ent&o tomâr&o, e fizcrâo-lhJo ponde-as em dous montões à entrada
sab er; e elle disse, esta he a palavra da porta, até manhâ.
de J k h o v a h , a qual fallou pelo minis­ 9 E foi que pela manhâ, sahindo
tério de Elias o Thisbita, seu servo, elle, parou, e disse a todo o povo,
dizendo: no pedaço de cháo de Jiz- justos sois vósoutros: eis que eu con­
reel os caés comerão a c&rae de Je­ spirei contra meu Senhor, e o matei;
zabel. mas quem ferio a todos estes?
37 E o corpo de Jezabel será como 10 Sabei pois agora, que da palavra
esterco sobre o campo no pedaço de de J e h o v a h , que J k h o v a h fallou con­
ckào de Jizreel: que se n&o possa di­ tra a casa de Achab, nada cahirà em
zer, esta he Jezabel. terra: porque J k h o v a h tem feito o
que fallou pe)o ministério de seu ser­
CAPITULO X. vo Elias.
11 Tambem Jehu ferio a todos os
ACHAB tinha setenta filhos em restantes da casa de Achab em Jiz­
E Samaria: e Jehty escreveo car-
e enviou-as a Samaria aos Maio-
reel, como tambem a todos seus gran­
des, e a seus conhecidos, e a seus sa­
nes de Jizreel, aos Anci&os, e aos cerdotes : até que nenhum lhe deixou
Aios de Achab, dizendo. ficar de resto.
2 Logo em chegando a vósoutros esta 12 Ent&o se levantou, e se partio,
carta, pois est&o com vosco os filhos e se foi a Samaria: e estando no ca­
de vosso Senhor: como tambem os minho em Beth-Eked dos pastores.
carros, e os cavallos, e a eidade forta­ 13 Jehu achou aos irm&os de Aoha-
lecida. e as armas; zias, Rei de Judá, e disse, quem sois
3 Olnai pelo melhor e mais recto vósoutros í e elles dissér&o, os irm&os
dos filhos de vosso Senhor, ao qual de Achazias somos; e descendemos a
ponde sobre o trono de seu pai, e pe­ saudar aos filhos do Rei, e aos filhos
lejai pela casa de vosso Sennor. da Rainha.
4 Porem elles temér&o muitíssimo, 14 Então disse elle, pegai delles
e dissérão, eis que dous Reis n&o pu- vivos; e pegârâo delles vivos: e dego-
dèráo parar perante sua face: como làr&o os junto ao poço de Beth-Eked,
parariamos nosoutros logo 1 a quarenta e dous varões; e a ne­
5 Ent&o o que tinha cargo da casa, nhum delles deixou de resto.
e o que tinha cargo da cidade, e os 15 E partindo se d7ali, encontrou a
Anci&os, e os Aios enviârâo a Jehu, Jonadab, filho de Recab, que lhe vinha
dizendo: teus servos somos, e tudo ao encontro, ao qual saudou, e lhe
quanto nos disseres, faremos: a nin­ disse; he teu coraç&o recto, como
guém poremos por Rei. faze o que meu coraç&o com teu coraç&o? e disse
padecer bem em teus olnos. Jonadab, ne, si he, dà-me a m&o: e
6 Ent&o segunda vez lhes escreveo deu-lhe a m&o; e félo subir comsigo
outra carta, dizendo: se sois meus, e no carro.
ouvirdes minha voz, tomai as cabe­ 16 E disse, vai comigo, e olha meu
ças dos varões, filhos de vosso Senhor, zelo para com J c h o v a h : e o puzérfto
e à manhâ, a este tempo, vijide a em seu carro.

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392 II. REIS, XI.
/

17 E chagando a Samaria, ferio a 29 Porem nâo se apartem Jehu da


todos 00 <yie ficàrâo de AchaD e m Sa­ seguir os peccados de Jerobeam, filho
maria, ate qne o destrnhio: conforme de Nebat, que fez peccar a Israel: a
à griavra d e J e h o v a h , que disséra a saber doa bezerros de ouro, que em
Bethel, e que em Dan estavâo.
18 E ajuntou Jehu a todo o povo, e 30 Pelo aue disse J e h o v a h a Jehu,
disse-lhes, pouco servio Achab a Baal: porquanto Dem te houveste em fazer o
Jehu porem muito o servirá. aue he recto em meus olhos, e con­
19 Pelo que chamai-me agora a todos forme a tudo quanto et*tinha em meu
os Prophetas de Baal, a todos seus coração, fizeste à casa de Achab: te­
servos e a todos seus sacerdotes, ne­ us filnos até a quarta geração se assen­
nhum falte; porque tenho hum gran­ tarão em o throno de Israel.
de sacrifíoio para Baal; todo aquelle, 31 Mas Jehu nâo attentou em aàdar
aue faltar, náo viverá: porem Jehu com todo seu coração na lei de J*w>-
fazia isto com astúcia, para destruir v a h , Deos de Israel: nem se apartou
os servos de Baal. dos peccados de Jerobeam, que fez
20 Disse mais Jehu, consagrai a Baal peccar a Israel.
hum dia de prohibiçâo; e o apregoàrào. 32 Naquelles dias começou JeBo-
21 Tambem Jehu enviou por todo Is­ v a h a diminuir em Israel: porque Ha-
rael ; e todos os servos de Baal viérâo, zael os ferio em todos os termos da
e nenhum varâo delles ficou. que nâo Israel.
viesse: e entrârâo na casa ae Baal, e 33 Desdo Jordão até o nascimento do
encheo-se a casa de Baal de cabo a Sol, a toda a terra de Gilead, dos
oabo. Gaditas, e dos Rubenitas, e dos Ma-
22 Entâo disse ao que tinha cargo nassitas: desde Aroer, que estâ iunto
do vestiário, tira as vestes para todos ao ribeiro de Amon, e a Gilead, e a
os servos de Baal; e tirou-lhes as Basan.
vestes. 34 Ora o de mais dos successos da
23 E entrou Jehu com Jonadab, filho Jehu, e tudo quanto fez, e todo sou
de Recab, na casa de Baal: e disse poder: porventura nâo está escrito no
aos servos de Baal, enaueri e vede livro das Chronicas de Israel ?
bem, que porventura nennum dos ser* 35 E Jehu dormio com seus pais, e
vos de J e h o v a h aqui haja comvosco, o sepultárâo em Samaria: e Joaoháx,
senâo sois os servos de fiaal. seu filho, reinou em seu lugar.
24 E entrando elles a fazerem sacri- 36 E os dias, que Jehu reinou sobre
fioios e holocaustos, Jehu fóra se pre­ Israel em Samaria, forão vinte e oito
parou oitenta varòes, e disse-lhes} se annos.
escapar algum dos varões, que eu puz
em vossas mâos, sua vida será pela
delle. CAPITULO XI.
26 E foi que, acabando de fazerem TTENDO pois Athalia, mãi de Acha-
o holocausto, disse Jehu aos de sua V zias, que seu filho era morto: le­
guarda, e aos Capitães, entrai, feri vantou-se, e destrnhio a toda a se­
os, nenhum escape; e os ferirão a fio mente real.
da espada: e os aa guarda, e os Capi­ 2 Mas Joseba, filha do Rei Joram,
tães, os lançàrâo fora; entâo se fo­ irmâ de Achazias, tomou a Joas filho
rão &oidade, à casa de Baal. de Achazias, e o furtou d’entie os
26 E tirárâo as estatuas da casa de filhos do Rei, aos quais matàvâo, i *
Baal, e as queimàrâo. elle e a sua ama pôz na recamara: e
27 Tambem quebrárâo a estatua de o escondeo de diante de Athalia, e náo
Baal: e derribárâo a casa de Baal, e o matàrâo.
fizérâo delia privadas, até ò dia de 3 E esteve com ella escondido na
hoje. casa de J e h o v a h seis annos: e Atha­
28 E assim Jehu a Baaldestruhio de lia reinava sobre á terra.
Israel. 4 E’a o setimo anno enviou Joiada,

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II. BEIS, x n . 393
e tomou cs Centuriôes, com os Capi­ 15 Porem o sacerdote Joiada mandou
tães, e com o? da guarda, e meteo aos Centuriôes, que tinhão car^o do
os comsigo na casa de J e h o v a h : e exercito, e disse-lhes, tirai a ate fora
fez com elles alliança, e ajuramentou- das fileiras, e a quem a seguir, matai-
os na casa de J e h o v a h , e mostrou-lhes o à espada: porque ò sacerdote dissé­
ao filho do Rei. ra, não a matem na casa de J e h o v a h .
5 E mandou-lhes, dizendo, esta he a 16 E dérão-lhe lugar, e foi-se pelo
obra que vósoutros haveis de fazer: caminho da entrada dos cavallos à ca­
huma terça parte de vósoutros, que sa do R ei: e ali a matàrão.
entrão ao Sabbado, farà a guarda da 17 E Joiada fez aliança entre J e h o ­
casa do Rei. v a h , e o Rei, e o povo, que seria po­
6 E ou tra terça parte estará à porta vo de J e h o v a h : como tambem entre
de Sur; e outra terça parte à porta de o Rei, e o povo.
tias dos de guarda: assim fareis a 18 Então todo o povo da terra entrou
guarda d ’esta casa com apartamento. na casa de Baal. e a derribàrão, como
7 E as duas partes de vósoutros, to­ tambem seus altares, e suas imagens
dos os que sahem ao Sabbado, fa­ mui bem quebràrão, e a Mattan sa­
rão a guarda da casa de J e h o v a h , cerdote de Baal matàrão perante os
junto a el-Rei. altares: entào o sacerdote ordenou os
8 E a el-Rei cercareis ao redor, ca­ officios na casa de J e h o v a h .
da qual com suas arma* em suas ma- 19 E tomou aos Centuriôes, e aos
òs, e aquelle que entrar entre as filei­ Capitães, è aos da guarda, e a todo
ras, mata-lo-hão: e vósoutros estai com o povo da terra; e nzétáo descender
el-Rei, quando sahir, e quando en­ ao Rei da casa de J e h o v a h , e viérâo
toar. à casa do Rei pelo caminho da porta
9 Fizéiáo pois os centuriôes confor­ dos da guarda: e assentou-se no thro­
me a tudo quanto mandára o sacer­ no dos Reis.
dote Joiadá, tomando cada qual seus 20 E todo o povo da terra se alegrou,
v a rõ e s, assim aos que entra vão ao Sab­ e a cidade se repousou: depois que
bado, como aos que sahião ao Sabba­ a Athalia matàrão à espada junto à
do: e viétíLo ao sacerdote Joiada. casa do Rei.
10 E o sacerdote deu aos Centuriôes 21 Erà Joas de idáde de sete annos,
as lanças e os escudos, que havião sido quando a fizerâo Rei.
do Rei David: que estavâo na casa de
J ehovah.
11 E os da guarda se puzéráo,cada CAPITULO xn.
ouai com suas armas em snas màos, O anno setimo de Jehú reinou
oesda mão direita da casa até á N Joas, è quarenta annos reinou em
esquerda da casa, da banda do Altar, Jerusalem: e era o nome de sua mãi,
e da banda da casa, junto ao Rei, ao Zibia, de Ber-Seba.
redor. 2 E fez Joas o aue era recto em olhos
12 Então tirou ao filho do Rei, e pôz- de J e h o v â h , touos os dias, em que o
lhe a coroa, e deu-lhe o Testimunho j sacerdote Joiada o instruhia.
e o fizérão Rei, e o ungirão: e baté- 3 Tam sòmente os altos se nâo tirâ-
rào as mãos, e dissérão, viva el-Rei. rão: porque ainda o povo sacrificava
13 E ouvindo Athalia a voz dos da e queimava perfumes nos altos.
guarda, e do povo, entrou ao povo na 4 E disse Joas aos sacerdotes, todo
casa de Jehovah* o dinheiro das cousas santas, que se
14 E olhou, e eis que o Rei estava trouxer à casa de J e h o v a h , a saber o
junto à columna, conforme ao costu­ dinheiro daauelle aue passa aos con­
me, e os Maioraes e as trombetas jun­ tados, o dinneiro ae cada huma das
to ao JRei, e todo o povo da terra ale­ pessoas segundo sua estimação; e todo
gre, e tocava as trombetas: então o dinheiro que à vontade de cada hum
Athalia rasgou seuô vestidos, e cla­ vier. para o trazer à casa de J e h o v a h :
mou. treiç&o, trei^áo! 5 Os sacerdotes o recebâo, cada qual

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394 n. reis, xm.
de seus conhecidos; e elles reparem aquelle dinheiro, pera o dar &õ6 que
as auebraduras da casa, segundo toda faziâo a obra: porquanto fielmente
queoradura, que se achar nella. tratavâo.
6 Succedeo porem que, no anno vinte 16 Mas o dinheiro de sacrificio por
e tres do Rei Joas, os sacerdotes atn- delitos, e o dinheiro por sacrificio de
da nào haviâo reparado as quebraduras peccados, se nâo trazia à casa de J e­
da casa. h o v a h : porem para os sacerdotes era.
7 Entào o Rei Joas chamou ao sa­ 17 Entâo subio Hazael, Rei de Syria,
cerdote Joiada, e aos de mais sacer­ e pelejou contra Gath, e tomou a : de­
dotes, e disse-lnes, porque nâo repa­ pois Hazael pôz sua face em subir
rais as quebraduras da casa? agora contra Jerusalem.
pois nâo tomeis mais dinheiro de vos­ 18 Porem Joas, Rei de Judá, tomou
sos conhecidos, para o dar polas que­ todas as cousas santas, que Josaphat,
braduras da casa. e Joram, e Achazias, seus pais, Rei»
8 E consentirão os sacerdotes, era de Judá, consagrarão, como tambem
nâo tomarem mais dinheiro do povo, todo o ouro, que se achou nos thesou­
nem de repararem as quebraduras da ros da casa de J e h o v a h , e na casa do
casa. Rei: e o mandou a Hazael, Rei de
9 Porem o sacerdote Joiada tomou Syria; e entáo se retirou de Jerusa­
huma Arca, e fez hum buraco em sua lem.
cuberta: e pôla iunto ao Altar, àmâo 19 Ora o de mais dos successos de
direita de quando alguem entrava na Joas, e tudo quanto fez mais, porven­
casa de J e h o v a h ; e os sacerdotes, tura nâo estâ escrito no livro das Çhro-
que guardavâo a entrada da porta, me- nicas dos Reis de Judá í
tiâo ali todo o dinheiro, que se trazia 20 E seus servos se levantárâo, e
à casa de J e h o v a h . conspiràrâo contra elle: e ferirào a
10 Succedeo pois que, vendo elles, Joas na casa de Milló. que descende
que ja havia muito dinheiro na Arca, à Silla.
o tabaliào do Rei subia com summo 21 Porque Jozacar filho de Simeath,
pontifice, e contâvão e ensacavâo o e Jozabad, filho de Somer, seus ser­
dinheiro, que se achava na casa de vos, o ferirão, e morreo; e sepultârâo
J ehovah. o com seus pais na cidade'de David:
11 E o dinheiro bem pesado davâo e Amasias. seu filho, reinou em sen
em mâos dos vedores da obra, que ti­ lugar.
nhão cargo da casa de J e h o v a h : e
elles o distribuhiào aos carpinteiros,
e aos edificadores, que reparavâo a CAPITULO XIII.
casa de J e h o v a h . ESDO anno vinte e tres de Joa$
12 Como tambem aos pedreiros, e D filho de Achazias, Rei de Judá,
aos cabouqueiros, e para comprarem reinou Joachaz, filho ae Jehu, sobre
madeira e pedras de cantaria, para Israel em Samaria, dez e sete annos.
repararem as quebraduras da casa de 2 E fez o que parecia mal em olhos
J e h o v a h : e para tudo quanto para a de J e h o v a h : porque andou apos os
casa se dava, para a repararem. peccados de Jerobeam, filho de Ne­
13 Todavia do dinheiro, que se tra­ bat, que fez peccar a Israel; nâo se
zia à casa de J e h o v a h , ainda nâo se apartou delles.
faziâo nem taças de prata, nem cute­ 3 Pelo que a ira de J e h o v a h se en-
las, nem bacias, nem trombetas, nem cendeo contra Israel: e deu-os em mâo
nenhum vaso de ouro, ou vaso de pra­ de Hazael Rei de Syria, e em mâo
ta, para a casa de J e h o v a h . de Ben-Hadad filho de Hazael, todos
14 Porque aos que faziâo a obra, o aquelles dias.
davâo: e reparavâo com elle a casa 4 Porem Joachaz orou seriosamente
de J e h o v a h . à face de J e h o v a h : e J e h o v a h o ou­
15 Tambem conta nâo pediâo aos vio ; porque vio a oppressâo de Israely
varòes, em cujas m&os entregavâo que os opprimia ç Hei de Syria.

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n. REIS, XIV. 39o
5 (Assim qne J shovah deu liberta­ 17 E disse, abre a janella para o
dor a Israel, e sahirâo de debaixo das Oriente; e abrio-a: ent&o disse Eli­
mâos dos Syrios: e os filhos de Israel seo, atira; e atirou; e disse, a frecha
habitârâo em suas tendas, como d’an- he do livramento de J e h o v a h , e a
tes. frecha do livramento contra os Syrios;
6 Com tudo se nâo apartàrâo dos porque ferirás aos Syrios em Aphek,
peccados da casa de Jerobeam; aue até os consumir.
fez peccar a Israel: varem, elle àndou 18 Disse mais, toma as frechas; e
nelles: e tambem o bosque ficou em tomou-as: entâo disse ao Rei de Is­
pé em Samaria.) rael, fére a terra; e ferio a tres vezes,
7 Porque nâo deixara a Joachaz e cessou.
mais povo, senâo só cincoenta caval- 19 Entâo o varâo de Deos se indig­
leiros, e dez carros, e dez mil homens nou muito contra elle, e disse, cinco
de p é : porquanto o Rei de Syria os ou seis vezes a houvéras de ferir; en­
matára, e félos como ao pó, trilhan­ tâo feririas aos Syrios, até os consu­
do 05. mir : porem agora só trçs vezes feri­
8 Ora o de mais, dos successos de rás aos Sjrios.
Joachaz, e tudo quanto fez mais, e 20 Depois morreo Eliseo, e o sepul­
seu poder, porventura nâo està escri­ tarão : e as tropas dos Moabitas entra­
to no livro das Chronicas dos Reis de rão na terra â entrada do anno.
Israel? 21 E succedeo que, enterrando a hum
9 E Joachaz dormio com seus pais, homem, eis que virâo huma tropa, e
e o sepultarão em Samaria: e Joas, lauçárâo o homem na sepultura de
seu filho, reinou em seu lugar. Eliseo: e cahindo nella o homem, e
10 Desdo anno trinta e sete de Joas, tocando ps ossos de Eliseo, reviveo, e
Rei de Judá, reinou Joas, filho de levantou-se sobre seus pés.
Joachaz, sobre Israel em Samaria, dez 22 E Hazael, Rei de Syria, oppri-
e seis annos. mio a Israel todos os dias de Joas.
H E fez o que parecia mal em olhos 23 Porem J e h o v a h teve misericor­
de J e h o v a h : nâo se apartou de todos dia delles, e apiadou-se delles, e vol-
os peccados de JeroDeam, filho de veo-se a elles, por amor de seu con­
Nebat, que fez peccar a Israel; porem certo com Abraham, Isaac e Jacob:
andou nelles. e nâo os quiz destruir, e nâo os lançou
12 Ora o de mais dos successos de de sua face, até agora.
Joas, e de tudo quanto fez mais, e seu 24 E morreo Hazael Rei de Syria:
poder, cora que pelejou contra Ama- e Ben-Hadad, seu filho, reinou em seu
aias, Rei de Juaa, por ventura nâo lugar.
está escrito no livro das Chronicas dos 25 E Joas, filho de Joachaz, tomou
Reis de Israel ? a tomar as cidades das mâos ae Ben-
13 E Joas dormio com seus pais, e Hadad, que elle tomara das mâos de
Jerobeam se assentou em seu throno: Joachaz seu pai na guerra: tres ve­
e Joas foi sepultado em Samaria, junto zes Joas o feno, e recuperou as cida­
aos Reis de Israel. des de Israel.
14 E adoecéra Eliseo de sua doen­
ça de que morreo: e Joas Rei de Is­ CAPITULO XIV.
rael, descendéra a elle, e chorara so­
bre sua face, e disséra; pai meu? pai O anno segundo de Joas, filho de
meu, carro de Israel, e seus cavalleiros? N Joachaz, Rei de Israel, reinou
15 E Eliseo lhe disse, toma hum ar­ Amasias; filho de Joas Rei de Judá.
co e frechas: e tomou-se hum arco e 2 De vinte e cinco annos era, quando
frechas . reinou, e vinte e nove annos reinou
16 Entáo disse ao Rei de Israel, pôe em Jerusalem: e era o nome de sua
tua mâo ao arco; e pôz sua mâo a elle, mãi, Joaddan, de Jerusalem.
e Eliseo pôz suas mâos sobre as mâos ,3 E fez o que era recto em olhos de
do Rei. J e h o y a h ainda que nâo como seu pai

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396 II. REIS, XV.
David: fez porem conforme a tudo o 15 Ora ode mais dos successos de Jo­
que fizéra Joas seu pai. as, o que fez mais, e seu poder, e co­
4 Tam somente os altos se nâo tirá- mo pelejou contra AmasiaS Rei de Ju­
râo. porque ainda o povo sacrificava e dá : porventura nâo está escrito no li­
queimava perfumes noâ altos. vro das Chronicas dos Reis de Israel?
6 Succedeo pois que, sendo jâ o rei­ 16 E dormio Joas com seus pais, e
no confirmado em sua mâo, matou a foi sepultado em Samaria junto aos
seus servos, que matàrão ao Rei seu Reis ae Israel: e Jerobeam seu filho
pai. reinou em seu lugar.
6 Porem aos filhos dos matadores 17 E viveo Amasias filho de Joas,
nào matou: como està escrito no livro Rei de Judá, depois da morte de Joas
da Lei de Movses, aonde J e h o v a h filho de Joachaz, Rei de Israel, quin­
mandou, dizendo, náo matarão aos pa­ ze annos.
is pelos filhos, e aos filhos nào matarão 18 Ora o de mais dos successos de
pelos pais; mas a cada hum por seu Amasias, Bor ventura nâo está escrito
peccado matarão. no livro das Chronicas dos Reis de
7 Este ferio a dez mil Edumeos no Judá?
valle do Sal, e tomou a Sela por guer­ 19 E conspiràrâo contra elle em Je­
ra : e chamou seu nome Jocteèl, até o rusalem, e acolheo-se a Lachis: po­
dia de hoje. rem enviârâo apos elle até Lachis, e
8 Entâo Amasias enviou mensage­ o matàrão ali.
iros a Joas. filho de Joachaz, filho de 20 É o trouxérâo sobre cavallos: e
Jehu, Rei cie Israel, dizendo: vem, ve- o sepultarão em Jerusalem; iunto a se­
jamos-nos cara a cara. us pais, na cidade de Davia.
9 Porem Joas Rei de Israel, enviou 21 E todo o povo de Judá tomou a
a Amasias Rei de Judá, dizendo, o Azarias, aue jà era de dez e seis an­
cardo que està no Libano, enviou ao nos : e o nzérfto Rei em lugar de Ama­
Cedro que està no Libano, dizendo, dà sias, seu pai.
tua filha a meu filho por mulher: mas 22 Este edificou a Elath. e restituío
os animaes do campo, que ha no Li­ a Judá, depois que o Rei dormio com
bano, passàrâo, e pisàrâo ao cardo. seus pais.
10 Em verdade que feriste aos Mo­ 23 Desdo anno quinze de Amasias
abitas, pelo que teu coração te levan­ filho de Joas, Rei ae Juda^ reinou Je­
tou: retém tua honra, e fica-te em robeam filho de Joas, Rei de Israel,
tua casa; que porque te misturarias no em Samaria, quarenta e hum annos.
mal, para cahires tu, e Judá comtigo ? 24 E fez o que parecia mal em olhos
11 Mas Amasias nâo o ouvio; pelo de J e h o v a h : nunca se apartou de to­
que subio Joas Rei de Israel: e virâo- dos os peccados de Jerobeam, filho de
8e cara a cara, elle e Amasias Rei de Nebat, que fez peccar a Israel.
Judá, em Beth-Semes, que està em 25 Tambem este restituio os termos
Judá. de Israel, desda entrada de Hamath,
12 E Jada foi ferido perante Israel: até o mar da plaineza: conforme à
e fugio cada qual a suas tendas. palavra de Jehovah Deos de Israel, a
] 3 E Joas Rei de Israel tomou a Ama­ qual fallàra pelo ministério de seu ser­
sias Rei de Judá, filho de Joas, o filho vo Jonas, filho do Propheta Amithai, o
de Achazias, em Beth Semes: e veio qual èra de Gath Hepher.
a Jerusalem, e quebrou no muro de 26 Porque vio J e h o v a h , que a misé­
Jerusalem, desda porta de Ephraim, ria de Israel era mui amarga: e q&
até a porta da esquina, quatro centos nem havia encerrado, nem desampara­
covados. do, nem quem ajudasse a Israel.
14 E tomou todo o ouro, e a prata, e 27 E ainda nâo f a l l à r a J e h o v a h de
todos os vasos, que se achárão na ca­ apagar o nome de Israel de debaixo
sa de J e h o v a h , e nos thesouros da ca­ do ceo: porem livrou-os por máo de
sa do Rei, como tambem os refens: Jerobeam, filho de Joas.
e tornou-se a Samaria. 28 Ora o de mais dos successos de Jo-

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ÍI. REI S, XV. 397
robeam, e tudo quanto fez, e seu po­ até a quarta geração se te assentarão
der, como pelejou, e como restituio a sobre o throno de Israel: e assim foi.
Damasco, e a Hamath, pertencentes a 13 Sallum, filho de Jabés, reinou no
Judá, sendo Rei em Israel: porventu­ anno trinta e nove de Uzias Rei de
ra nâo está escrito no livro das Chron- Judá: e reinou hum inteiro mes em
icas de Israel % Samaria.
29 E Jerobeam dormio com seus pa­ 14 Porque Menahem, ílho de Gadi,
is, com os Reis de Israel: e Zachari- subio de Thirsa, e veio a Samaria: e
as, seu filho reinou em seu lugar. ferio a Sallum, nlho de Jabés, em Sa­
maria: e matou-o, e reinou em seu
lugar.
CAPITULO XV. 15 Ora ode mais dos successos de Sal­
O anno vinte e sete de Jerobeam, lum, e sua conspiração, que fez: eis
R ei de Israel, reinou Azarias, ue está escrito no livro das Chronicas
filho de Amasias^ Rei de Judá. os Reis de Israel.
2 De dez e seis annos era, quando 16 Entáo Menahem ferio a Tiphsah,
reinou, e cincoenta e dous annos rei­ e a todos os que nella havia, como tam­
nou em Jerusalem: e era o nome de bem a seus termos desde Thirsa, por­
sua mãi, Jecholía, de Jerusalem. que nâo lhe tinháo aberto, e ferio-os;
3 E fez o que era recto em olhos de e rachou a todas suas prenhes.
J e h o v a h : conforme a tudo o que fizé- 17 Desdo anno trinta e nove de Aza­
xaAmasias seu pai. rias, Rei de Judá, Menahem filho de
4 Tam somente os altos se náo tirâ- Gadi, reinou sobre Israel, dez annos
iáo: porque ainda o povo sacrificava e em Samaria.
queimava perfumes nos altos. 18 E fez o que parecia mal em olhos
5 £ J e h o v a h ferio ao Rey, e ficou de J e h o v a h ; todos seus dias se nâo
leproso até o dia de sua morte; e ha­ apartou dos peccados de Jerobeam,
bitou em huma casa separada: porem filho de Nebat, que fez peccar a Is­
Jotham, filho do Rei, tinha o cargo da rael,
casa, julgando ao povo da terra. 19 Entào veio Phul, Rei de Assyria,
6 Ora o de raaLs do» successos de Aza­ contra a terra: e Menahem deu a Phul
rias, e tudo o mais que fez: porventu­ mil talentos ae prata: para que sua
ra náo está escrito no livro das Chroni­ mâo fosse com ell e, a fim de affirmar
cas dos Reis de Judá ? o Reino em sua mâo.
7 E Azarias dormio com seus pais, e 20 E Menahem tirou este dinheiro
o sepultarão junto a seus pais, na çi- de Israel, de todos os fortes em poder,
dade de David: e Jotham, seu filho, para dar ao Rei de Assyria, por cada
reinou em seu lugar. varâo cincoenta siclos de prata: assim
8 No anno trinta e oito de Azarias, o Rei de Assyria se tornou e nâo ficou
Rei de Judá, reinou Zacharias, filho ali na terra.
de Jerobeam, sobre Israel, em Sama­ 21 Ora o de mais dos successos de Me­
ria, seis meses. nahem, e tudo quanto fez mais: por­
9 E f e z o q u e p a r e c i a m a l e m o lh o s ventura nâo está escrito no livro das
d e J e h o v a h , c o m o t i n h á o f e ito s e u s Chronicas dos Reis de Israel ?
ais: nunca se apartou dos peccados 22 E Menahem dormio com seus pa­
S e Jerobeam, filho de Nebat, que fez is : e Pekahia, seu filho, reinou em seu
peccar a Israel. lugar.
10 E Sal lura, filho de Jabés, conspi­ 23 Desdo anno cincoenta de Azarias,
rou contra elle, e ferio o perante o po­ Rei de Judá, reinou Pekahia, filho de
vo, e matou o: e reinou em seu lugar. Menahem, sobre Israel em Samaria,
11 Ora o de mais dos successos de dous annos.
Zacharias, eis que está escrito no li­ 24 E fez o que parecia mal em olhos
vro das Chronicas dos Reis de Israel. de J e h o v a h : nunca se apartou dos
12 Esta foi a palavra de J e h o v a h , peccados de Jerobeam, filho de Nebat,
que fallou a Jehu, dizendo, teus filhos que fez peccar a Israel.

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398 n. REIS, XVI.
25 E Pekah, filho de Remalias, seu a enviar a Judá a Resin, Rei de Syria,
Capit&o, conspirou contra elle, e ferio e a Pekah. filho de Remalias.
o em Samaria no paço da casa do Rei, 38 E Jotham dormio com seus pais,
juntamente com Argob, e com Arje; e foi sepultado junto a seus pais, na
e com elle erão cincoenta varões dos cidade de David seu pai: e Acnaz seu
filhos dos Gileaditas: e matou-o, e rei­ filho reinou em seu lugar.
nou em seu lugar,
26 Ora o demais dos successos de Pe­ CAPÍTULO XVI.
kahia, e tudo quanto fez mais: eis que
està escrito no livro das Chronicas aos O anno dez e sete de Pekah, filho
Reis de Israel, de Remalias, reinou Achaz, filho
27 Desdo anno cincoenta e dous de de Jotham, Rei de Judá.
Azarias, Rei de Judá, reinou Pekah, 2 De vinte annos de idade era Achas,
filho de Remalias, sobre Israel, em Sa­ quando começou a reinar, e reinou dez
maria, vinte annos. e seis annos em Jerusalem, e nâo fez
28 E fe z o q u e p a r e c ia m a l e m olhos o que era recto em olhos de J ehovah
d e J e h o v a h : n u n c a se a p a rto u d o s seu Deos, como David seu pai.
ceados de Jerobeam, filho de Ne- 3 Porque andou no caminho dos Reis
t, que fez peccar a Israel. de Israel: e até a seu filho fez passar
29 Nos dias de Pekah, Rei de Israel, pelo fogo, segundo as abominações
veio Tiglath-Pileser, Rei de Assyria) das gentes, que J e h o v a h lançara fora.
e tomou a Iyon, e a Abel de Beth-Ma- de diante dos filhos de Israel.
aca, e a Janoah, e a Kedes, e a Hasor, 4 Tambem sacrificou, e queimou
e a Gilead, e a G a lile a , e a toda a ter­ perfumes nos altos, e nos outeiros:
ra de Naphthali: e levou-os a Assyria. como tambem de baixo de todo arvo­
30 E Hoseas, filho de Ela, conspirou redo.
contra Pekah, filho de Remalias, e fe- 5 Entâo subio Resin, Rei de SyriSj
rio-o, e matou-o, e reinou em seu lu­ com Pekah, filho de Remalias, Rei
gar, aos vinte annos de Jotham, filho de Israel, a Jerusalem à peleja: e
ae Uzias. cercárâo a Achaz, porem nâo a pode­
31 Ora o demais dos successos de Pe­ rão tomar por combate.
kah, e tudo quanto fez mais: eis que 6 Naquelle mesmo tempo Resin, Rei
està escrito no livro das Chronicas dos de Syria, restituio Elath a Syria, e aos
Reis de Israel. Judeos lançou fora de Eloth: e os Sy­
32 No anno segundo de Pekah, filho rios viérâo a Elath, e habitârâo ali até
de Remalias. Rei de Israel, reinou Jo­ o dia de hoje.
tham, filho de Uzias, Rei de Judá. 7 Pelo que Achaz enviou mensagei­
33 De vinte e cinco annos de idade ros a Tiglath-Pileser, Rei de A ssyria,
era, quando começou a reinar, e reinou dizendo: teu servo e teu filho sou:
dez e seis annos em Jerusalem: e era sobe, e livra me das mâos do Rei de
o nome de sua mãi, Jerusa, filha de Syria, e das mâos do Rei de Israel,
Zadok. que s e levantâo contra mim.
34 E fez o que era recto em olhos de 8 E tomou Achaz a prata, e o ouro,
J e h o v a h : fez conforme a tudo, quanto que se achou na casa de J e h o v a h , e
fizéra seu pai Uzias. nos thesouros da casa do R ei: e man­
35 T a m so m e n te o s a lto s s e n â o tirá - dou hum presente ao Rei de A ssyria.
ro â ? porque a in d a o povo sa c rific a v a 9 É o Rei de Assyria lhe deu ouvi­
e q u e im a v a p e rfu m e s n os a l t o s : e s te dos ) pois o Rei de Assyria subio con­
ed ifico u a p o rta a lta d a c a s a d e J e h o ­ tra Damasco, e tomou-a, e levou os
vah. presos a Kir: e matou a Resin.
36 Ora o de mais dos successos de Jo­ 10 Entâo o Rei Achaz foi ao encon­
tham, e tudo quanto fez mais: por­ tro a Tiglath-Pileser, Rei de A ssy ria,
ventura nâo està escrito no livrou das a Damasco; e vendo hum altar, que
Chronicas dos reis de Judá ? estava em Damasco, o Rei Achaz en­
37 N a q u e lle s d ias co m eço u J eh ov ah viou ao sacerdote Urias a semelhança

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n. heis, xvn. 390
do altar, e seu retrato, conforme a to­ CAPITULO xvn.
da sua feição.
1 1 E Urias o sacerdote edificou hum ESDO anno doze de Achaz, Rei de
altar, conforme a tudo o que o Rei D Judá, reinou Hoseas, filho de Ela,
Achaz desde Damasco ordenara, as­ sobre Israel, em Samaria, nove annos.
sim o sacerdote Urias o fez, entre tan­ 2 E fez o que parecia mal em olhos
to que o Rei Achas viesse de Da­ de J e h o v a h : com tudo nâo como os
masco. Reis de Israel, que forão antes delle.
12 Vindo pois o Rei de Damasco, o 3 Contra elle subio Salmanasar, Rei
Rei vio ao altar: e o Rei se chegou de Assyria: e Hoseas ficou seu servo,
ao altar, e sacrificou nelle. e pagava lhe presentes.
13 E encendeo seu holocausto, e sua 4 Porem o Rei de Assyria achou em
offerta d e manjares, e derramou sua Hoseas conspiração; porque enviàra
offerta de bebida: e espargio o sangue mensageiros a &>, Rei de Egypto, e
de seus sacrifícios gratificos naquelle nâo pagava presentes ao Rei de As­
altar. syria cada anno, como d’antes: entâo
14 Porem o altar de metal, que esta­ o Rei de Assyria o encerrou, e o apri­
va perante a face de J e h o v a h , tirou sionou na casa do cárcere.
do dianteiro da casa, d’entre seu altar 5 Porque o Rei de Assyria subio por
e a casa de J e h o v a h : e pelo ao lado toda a terra: e veio até a Samaria, e
de seu altar, da bando do Norte. a cercou tres annos.
15 E o Rei Achaz mando a Urias o 6 A os nove annos de Hoseas o Rei
sacerdote, dizendo, no grande altar de Assyria tomou a Samaria, e a Isra­
eocende o holocausto de pela manhâ, el transportou a Assyria: e félos ha­
oomo tambem a offerta de manjares bitar em Halah, e em Habor, junto ao
de noite; e o holocausto de el Rei. e rio de Gozan, e nas cidades dos Medos.
soa offerta de manjares; e o holo­ 7 Porque succedéra, qne os filhos de
causto de iodo o povo da terra^ sua Israel peccarào contra J e h o v a h seu
offerta. de manjares, è suas offertas Deos, que os fizéra subir da terra dé
de bebida, e todo o sangue dos holo­ Egypto de debaixo da mâo de Pharaó,
caustos, e todo o sangue dos sacrifí­ Rei de Egypto; e temerão a outros
cios espargirás nelle: porem o altar deoses.
de metal serà para mim, para inquirir 8 E andàrâo em os estatutos das gen­
delle. tes, que J e h o v a h lançàra fora de di­
16 E fez Urias o Sacerdote, confor­ ante dos filhos de Israel, e nos dos Reis
me a tudo quanto o Rei Achaz lhe de Israel, que os fizérâo.
mandára. 9 E os filhos de Israel palleàrâo cou­
17 E o Rei Achaz cortou as cintas sas, que nâo erão rectas, contra J e h o ­
das bases, e de cima delias tomou a v a h seu Deos: e edificàrâo-se altos
pia, e o mar tirou de sobre os bois de em todas suas cidades, desdas torres
metal, que estavâo de baixo delle : e das atalaias, até as cidades fortes.
pelo sobre hum soalho de pedra. 10 E levantàrâo se estatuas e ima­
18 Tambem a cuberta ao Sabbado, gens do bosque, em todo alto outeiro,
que edificárâo na casa, e a entrada de e debaixo de todo verde arvoredo.
fora do Rei retirou, por dentro da casa l l E queimàrâo ali perfumes em to­
de J e h o v a h : por causa do Réi de As­ dos os altos, como as gentes, que J e ­
syria. h o v a h transportàra de diante delles:
19 Ora o demais dos successos de e fizérâo cousas roins, para provoca­
Achaz, e o que fez m ais: porventura rem à ira à J e h o v a h .
náo está escrito no livro das Chroni-* 12 E servirão os deoses de esterco:
cas dos Reis de Judá 1 dos quaes J e h o v a h lhes disséra, nâo
20 E dormio Achaz com seus pais, fareis estas cousas,
e foi sepultado junto a seus pais, na 13 E J e h o v a h protestàra a Israel e
cidade ae David: e Ezeçhias seu fil- a Judá, pelo ministério dfe todos os
bo reinou em seu lugar. Prophetas, e de todos os Videntes, di-

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400 lí. REIS, x v n .

zendo, convertei-vos de vossos maos voS) os Prophetas: assim Israel foi


caminhos, e guardai meus mandamen­ transportado de 6ua terra a Assyria,
tos e meus estatutos, conforme a toda até o dia de hoje.
a Lei, que mandei a yossoa pais, e que 24 E o Rei de Assyria trouxe gqUes
eu vos enviei pelo ministério de meus de Babel, e de CutKa, e de Ava, e de
servos, os Prophetas. Hamath, e Sepharvaim, e as fez habi­
14 Porem n&o dérâo ouvidos: antes tar nas cidades de Samaria, em lugar
endureçérào seu pescoço, como o pes­ dos filhos de Israel; e tomárâo a Sa­
coço de seus pais, que nâo crérào a Jx- maria em herança, eiiabitàrâo em su­
u o v a h seu Deos. as cidades.
15 E regeitàrâo seus estatutos, e seu 25 E foi que no principio de sua ha­
concérto, que fizéra com seus paisj co­ bitação ali, nâo temérão a J e h o v a h :
mo tambem seus testemunhos, com e mandou entre elles J e h o v a h leões
que protestára contra elles: e anda­ que a alguns delles matàrâo.
rão apos a vaidade, e ficàrâo vâos; co­ 26 Pelo que fallárâo ao Rei de As­
mo tambem apos as gentes, que havia syria, dizendo, as gentes que trans­
do redor delles, das quaes J e h o v a h portaste, e fizeste habitar nas cidades
lhes mandára, que nâo fizessem como ae Samaria, nâo sabem o costume do
ellas. Deos da terra: pelo que mandou leões
16 E deixár&o todos os mandamen­ entre elles, e eis que as matâo; por
tos de J e h o v a h seu Deos» e fizérâo se uanto nâo sabem o costume do Deos
imagens de fundicâo, dous bezerros: a terra.
e fizérâo idolo do bosque, e postrárâo 27 Entâo o Rei de Assyria mandou,
se perante todo exercito do ceo, e ser­ dizendo, levai ali a hum dos Sacerdo­
virão a Baal. . tes, que transportastes de l á ; e vào-
17 Tambem fizérâo passar a seus se, e habitem lá : e elle lhes ensine o
filhos e a suas filhas peto fogo, e de- costume do Deos da terra.
râo-se a adevinhações, e criâo em 28 Veio pois hum dos sacerdotes, que
agouros: e vendérâo-se a fazer o que transportárâo de Samaria, e habitou
parecia mal em olhos de J e h o v a h , em Bethel: e ensinou-lhes, como ha­
para o provocarem á ira. viâo de temer a J e h o v a h .
18 Pelo que J e h o v a h muito se indig­ 29 Porem cada naçâo fez seus deoses:
nou sobre Israel, e os regeitou de sua e os puzérâo nas casas dos altos, que
face: nada mais ficou, que só a tribu os Samaritanos fizérâo; cada nação
de Judá. em suas cidades, em que erão mora­
19 Até Judá nâo guardou os manda­ dores.
mentos de J s h o v a h seu Deos: antes 30 E os de Babel fizérâo a Succoth-
andárâo nos estatutos de Israel, que Benòth; e os de Cuth fizérâo a Ner*
fizérâo. gal: e os de Hamath fizérâo a Asi-
2 0 Pelo que J e h o v a h engeitou a toda ma.
a semente de Israel, e opprimio-os, e 31 E os Aveos fizérâo a Nibha e
deu-os em mâos dos roubadores: até a Thartak: e os Sepharvitas queima-
que os regeitou de diante de sua face. vâo a seus filhos a fogo, a Aara-Me-
21 Porque rasgou a Israel da casa lech e a Ana-Melech, deoses de Se­
de David ; e fizerão Rei a Jerobeam, pharvaim.
filho de Nebat: e Jerobeam rempu- 32 Tambem temiâo a J e h o v a h ; e
xou a Israel de apes J e h o v a h , e os dos mais baixos se fizérâo S a c e rd o te s
fez peccar huip grande peccado. dos altos, os quaes lhes faziâo o mnis*
22 Assim andárâo os filhos de Israel terio nas casas dos altos.
era todos os peccados de Jerobeam, 33 .Assim que a J e h o v a h temiâo: e
aue tinha feito: nunoa se apartárâo tambem a seus deoses servião, segundo
delles, o costume das gentes, d’entre as quaes
23 Até que J s h o v a h regeitou a Is­ transportárâo aquellas.
rael de diante de sua face, oomo fal- 34 Até o dia de hoje fazem segundo
làra pele ministério de todos seus ser* os primeiros costumes: nâo temem a

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II. REIS, XVIII. 401
J khovah ; nem fazem segundo seus houve seu semelhante entre todos os
estatutos, e segundo seus direitos, e Reis de Judá, nem entre os que fo­
segundo a Lei, e segundo o manda­ rão antes delle.
mento, que J ehovah mandou aos íilhos 6 Porque se a c hegou a J x h o v a h ;
de Jacob, a quem deu o nome de Israel. não se apartou de após elle: e guar­
35 Com tudo J ehovah fizéra con­ dou seus mandamentos, que J e h o v a h
certo com elles, e mandàra-lhes, di­ déra a Moyses.
zendo, nào temereis a outros deoses, 7 Assim foi J e h o v a h com elle; em
nem vos postrareis a elles, nem os ser­ toda parte a que sahia, prudentemente
vireis, nem lhes sacrificareis. se havia: e rebellou se contra o Rei de
36 Mias a Je h ova h , que vos fez subir Assyria, e nâo o servio.
da terra de Egypto com grande força, 8 Elle ferio aos Philisteos até Gaza,
e com braço estendido, a este teme­ como tambem ti seus termos: desda
reis: e a elle vos postrareis, e a elle torre das atalaias, até as cidades fortes.
sacrificareis. 9 E succedeo no anno quarto do Rei
37 E os estatutos, e os direitos, e a Ezechias, íque era e setimo anno de
Lei, e o mandamento, que vos escre­ Hoseas, nino de Ela, Rei de Israel:)
veo, tereis cuidado de lazer todos os Salmanasar, Rei de Assyria, subio con­
dias: e nâo temereis a outros deoses. tra Samaria, e cercou-a.
38 E do concerto^ que fiz comvosco, 10 E a tomàrâo a cabo de tres an­
vos não esquecereis: e nâo temereis nos, no anno seisto de Ezechias: que
a outros deoses. era o anno nono de Hoseas, Rei de Is­
39 Mas a J e h ovah vosso Deos teme­ rael, quando tomàrâo a Samaria.
reis: e elle vos livrará das mâos de 11 E o Rei de Assyria transportou a
iodos voesos inimigos. Israel a Assyria: e feios levar a Halah,
40 Porem elles nâo ouvirão: antese a Habor, junto ao rio de Gozan, e às
segundo seu primeiro costume fizérâo. cidades dos Medos.
4! Mas estas nações temiào a J e h o ­ 12 Porquanto nâo obedecérào a voz
vah , e servião a suas imagens de vul­ de J e h o v a A seu Deos; antes trans-
to: tambem seus filhos, e os filhos de pa8sàrâo seu concerto, e tudo quanto
seus filhos, como fizerâo seus pais, fa­ mandára Moyses, servo de J e h o v a h :
zem até o dia de hoje. nem o ouvírâo* nem o fizérâo.
13 Porem aos catorze annos do Rei
Ezechias, subio Sanherib, Rei de Afi-
CAPITULO XVIII. syria, contra todas as cidades fortes
FOI que no anno terc eiro de Ho- ae Judá, e tomou-as.
E sêas, filho de Ela, Rei de Israel, 14 Entâo Ezechias, Rei de Judá, en­
reinou Ezechias, filho de Achaz, Rei viou ao Rei de Assyria a Lachis, di­
de Judá. zendo, pequei, torna-te de mim, tudo
2 De vinte e cinco annos de idade o que me imçuzeres, levarei: entâo o
era, quando reinou, e vinte e nove Rei de Assyria impoz a Ezechias, Rei
annos reinou em Jerusalem: e era o de Judá, trezentos talentos de prata,
nome de sua mãi, Abi, filha de Zacha- e trinta talentos de ouro.
rias. 15 Assim deu Ezechias toda a prata,
3 E fez o que era recto ém olhos de que se achou na casa de J e h o v a h , e
J xhovah : conforme a tudo o que fize­ nos thesouros da casa do Rei.
ra David seu pai. 16 Naquelle tempo cortou Ezechias
4 Este tirou os altos, e auebrou as o ouro aas portas do Templo de Je­
estatuas, e desarraigou o oosque: e h o v a h , e das umbreiras, de que Eze­
esmiuçou a serpente de metal, que chias, Rei de Judá as cubríra: e o deu
Moyses fizéra; porquanto até aquelle ao Rei de Assyria.
dia os filhos de Israel lhe queimavâo 17 Com tudo enviou o Rei de Assyr­
perfumes; e chamàfâo lhe Nehustan. ia a Tharton, e a Rabsaris, e a Rabsa-
5 E m J ehovah Deos de Israel con­ ké, de Lachis, com hum grande exer­
fiou: de maneira que depois delle nâo cito ao Rei Ezechias a Jerusalem: e

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402 II. REIS, XVni.
subirão e viérâo a Jerusalem; e subin­ 28 Rabsaké pois se pôz em pé, e cla­
do e vindo elles, parârâo ao cano da mou em alta voz em Judaico: e fal-
agua do viveiro mais alto, que estâ lou; e disse, ouvi a palavra do grande
iunto ao caminho alto do campo do Rei, d’el Rei de Assyria.
lavandeiro. 29 Assim diz el Rei, nâo vos engane
18 E chamárâo ao Rei, e sahio a elles Ezechias: porque nâo vos poderá li­
Eliakim filho de Hilkias, o Mordomo, vrar de suas mâos.
e Sebna o Escrivão, e Joah filho de 30 Nem tampouco Ezechias vos faça
Asaph, o Chanceler. confiar em J e h o v a h , dizendo, certa­
19 E Rabsaké lhes disse, ora dizei a mente nos livrará J e h o v a h : e esta
Ezechias: assim diz o grande Rei, el cidade nào será entregada em mâos
Rei de Assyriâ; que confiança he esta, do Rei de Assyria.
em que confias ? 31 Nâo deis ouvidos a Ezechias:
20 Dizes tu, (porem palavra de bei­ porque assim diz el Rei de Assyria^
ços h e ;) ha conselho e poder para a contratai comigo por presentes, e sahi
guerra: em quem pois agora confias, a mim, e cada qual coma de sua vide,
que contra mim te rebellas ? e de sua figueira, e cada qual beba a
21 Eis que agora tu confias naquelle agua de sua cisterna.
bordão de cana quebrada, em Egypto, 32 Até que eu venha, e vos leve a
em quem se alguem se encostar, en- huma terra como a vossa, terra de tri­
trar-lhe-ha pela m&o, e lh7a furará: go e de mosto, terra de pâo e de vi­
assim he Phara&, Rei de Egypto, para nhas, terra de oliveiras, ae azeite, e
com todos os que nelle connão. de mel j e assim vivereis, e nâo mor­
22 Se porem me disserdes, em J e h o ­ rereis : e nâo deis ouvidos a Ezechi­
v a h nosso Deos confiamos: porventu­ as ) porque Vos provoca, dizendo, Je­
ra nâo he este aquelle, cujos altos e h o v a h nos livrará.
cujos altares Ezechias tirou, e disse a 33 Porventura os deoses das gentes
Judá e a Jerusalem, perante este altar pudérâo livrar, cada qual sua terra,
vos postrareis em Jerusalem ? aas mâos d’el Rei de Assyria ?
23 E a pois aposta agora com meu 34 Que he dos deoses de Hamath, e
Senhor el Rei de Assyria: e eu te da­ de Arpad 1 que he dos deoses de Seph-
rei dous mil cavallos, se tu podes dar arvaim, Hena e Iva ? porventura livra­
cavalleiros para elles. rão a Samaria de minhas mâos ?
24 Como farias pois virar o rosto a 35 Quaes sâo d’entre todos os deo­
hum só Principe aos menores servos ses das terras, os que livràrâo sua ter­
de meu Senhor? porem tu confias em ra de minhas mâos ? porque J e h o v a h
Egypto, à causa dos carros e cavallei­ livrasse a Jerusalem ae minhas mâos %
ros. 36 Porem o povo callou, e palavra
25 Agora pois subi eu porventura sem nenhuma lhe respondeo: porque man­
J e h o v a h contra este lugar, toara des- dado do Rei havia, dizendo, nâo lhe
trui lo ? J e h o v a h me disse, sobe contra respondereis.
esta terra, e a destrue. 37 Entâo Eliakim filho de Hilkias,
26 Entâo disse Eliakim filho de Hil­ o Mordomo, e Sebna, o Escrivão, e
kias, e Sebna, e Joah, a Rabsaké, ro­ Joah filho de Asaph, o Chanceler, vi­
çamos-te que falles a teus servos em érâo a Ezechias com os vestidos ro­
Syriaco; porque bem o entendemos j tos : e fizérâo-lhe saber as palavras de
e nâo nos falles em Judaico, a ouvidos Rabsaké.
do povo, que està sobre o muro.
27 Porem Rabsaké lhes disse, por­
ventura mandou me meu Senhor só a CAPITULO XIX.
teu Senhor e a ti, a fallar estas pala­ ACONTECEO que em o ouvindo
vras ? e nâo antes aos varões, que estâo
assentados sobre o muro, que junta­
E Ezechias, rasgou seus vestidos: e
cubrio se com hum saco, e entrou na
mente comvosco comerão seu esterco, casa de J e h o v a h .
e beberão sua ourina ? 2 Entâo enviou a Eliakim o Mordo­

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II. REIS. XIX. 403
mo, e a Sebná o Escrev&o. e aos An­ chias estendeo-as perante a face de
ciãos dos sacerdotes, cuoertos com J e h o v a h .
sacos, a Esaias Propheta, filho de 15 E orou Ezechias perante a face
Amos. de J e h o v a h , e disse, J e h o v a h , Deos
3 E dissérâo-lhe, assim diz Ezechi­ de Israel, que habitas entre os Cheru­
as ; Este dia he dia de angustia, e de bins, tu mesmo, tu só es Deos de to­
vituperação, e de blasphemia: porque dos os reinos da terra: tu fizeste os
chegados s&o os filhos ao parto, e força ceos e a terra.
náo ha para parir. 16 Inclina, J e h o v a h , teu ouvido, e
4 Bem pode ser que J e h o v a h teu De­ ouve; abre, J e h o v a h , teus olhos, e
os ouça todas as palavras de Rabsaké, olha: e ouve as palavras de Sanne-
ao qual enviou seu Senhor, o Rei de rib, que enviou a este, a affrontar ao
Assyria, a affrontar ao Deos vivente, Deos vivente.
e a vituperàlo com as palavras, que 17 Verdade he, J e h o v a h , que os
J e h o v a h teu Deos tem ouvido: faze Reis de Assyria assolârâo as gentes,
pois oração pelo resto, que se acha. e suas terras.
5 E os servos do Rei Ezechias viérâo 18 E a seus deoses lançàrâo no fo­
a Esaias. go : porquanto deoses nâo erão, mas
6 E Esaias lhes disse, assim direis a obra de mâos de homens, madeira e
vosso Senhor: Assim diz J e h o v a h ; pedra; porisso os destruirão.
nâo temas pelas palavras que ouviste, 19 Agora pois J e h o v a h nosso Deos,
com as quaes os servos do Rei de As- sejas servião de livrar nos de suas
syria blasphemàráo de mim. mãos: e assim saberão todos os rei­
7 Eis que meterei nelle hum espiri­ nos da terra, que tu so es J e h o v a h
to, que oavirá arroido, e tornar-se ha Deos.
a soa terra : a à espada o derribarei 20 Então Esaias, filho de Amos, man­
em soa terra. dou dizer a Ezechias, assim diz J e h o ­
8 Torooa pois Rabsaké, e achou aov a h , Deos de Israel; o que me pediste
Rei de Assyria pelejando contra Lib- ácerca de Sanherib, Rei de Assyria,
ná: porque ouvira, que se partira de ouvi.
Lachis. 21 Esta he a palavra, que J e h o v a h
9 E ouvindo elle dizer de Tirhakà, fallou delle: a virgem, a filha de Sião,
Rei de Cus, eis que tem sahido a te te despreza, de ti zomba; a filha de
fazer guerra, tòmou a enviar mensa­ Jerusalem menea a cabeça apos ti.
geiros a Ezechias, dizendo. 22 A quem affrontaste, e de quem
10 Assim fallareis a Ezechias Rei blasphemaste ? e contra quem alçaste
de Judá, dizendo, nâo te engane teu a voz í que levantaste teus olhos em
Deos, em quem confias, dizendo: Je­ alto, contra o santo de Israel ?
rusalem nâo será entregada em mâos 23 Por meio de teus mensageiros
do Rei de Assyria. affrontaste ao Senhor, e disseste, com
1 1 Eis que ja tens ouvido, que fizé- a multidão de meus carros s u d í eu
rfto os Reis de Assyria a todas as ter­ aos cumes dos montes, aos lados do
ras, pondo-as em interdito: e tu te Libano: e cortarei seus altos cedros,
livrarias ? e suas mais formosas faias, e entrarei
12 Porventura as livràrâo os deoses em sua extrema estalagem, até no bos­
das genteS) a quem meus pais destrui­ que de seu campo fértil.
rão, como a Gozan, e a Haran? e a 24 Eu cavei, e D eb i aguas estranhas:
Reseph e aos filhos de Eden, que es­ e com as plantas de meus pés seccarei
tavâo em Telassar ? todos os nos de Egypto.
13 Que he do Rei de Hamath, e do 25 Porventura nâo ouviste? que ja
Rei de Arpad, e do Rei da cidade de d’antes muito ha fiz isto, e ja desde
Sepharvaim ? Henà, e Ivâ ? dias antigos o formei % agora porem o
14 Recebendo pois Ezechias as car­ fiz vir, para que tu fosses que destru-
tas das mâos dps mensageiros, e lendo- isses as cidades fortes a montões de­
as, subio â casa d e J e h o v a h ; e Eze­ sertos.

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404 II. REIS, XX.
26 Porisso seus moradores, com as CAPITULO XX.
mios encolhidas forão pasmados e con­
fundidos : erão como a erva do campo, AQUELLES dias Ezechias enfer­
e a hortaliça verde, e o feno dos te­
lhados, e o trigo queimado, antes que
N mou de morte : e o Propheta
Esaias. filho de Amos, veio a elle, e
se levante. disse-lhe, assim diz J e h o v a h ; Dispõe
27 Porem teu assentar^ e teu entrar de tua casa: porque has de morrer, e
eu sei, e teu furor centra mim. náo has de viver.
28 Por teu furor contra mim, e por­ 2 Então virou seu rosto para a pare­
que tua revolta subio a meus ouviaos: de; e orou a J e h o v a h , dizendo.
portanto porei meu enzol em teu na­ 3 Ah J e h o v a h ! sejas servido de
riz. e meu freio em tua boca; e tornar lembrar-te de aue anaei perante tua
te farei pelo caminho, por onde vi­ face em verdade, e com inteiro cora­
este. ção, e fiz o que era recto em teus olhos:
29 E isto te seja por sinal; que este e chorou Ezechias muitissimo.
anno se comerá o que de proprio na- 4 Succedeo pois que. não havendo
cer ; e o anno seguinte, o que dahi Esaias ainda sahido ao meio do pa­
proceder: porem o terceiro anno se­ teo, palavra de J e h o v a h veio a elle,
meai e segai, e prantai, vinhas, e co­ dizendo.
mei seus fruitos. 5 Torna-te, e dize a Ezechias, guia
30 Poraue o que escapou da casa de de meu povo, assim diz J e h o v a h , De­
Judá, e ae resto ficou, tornará a ar- os de teu pai David; ouvi tua oraç&o,
raigar-se abaixo: e dará fruto por e vi tuas lagrimas: eis que eu te sara­
riba. rei ; ao terceiro dia subirás à casa de
31 Porque de Jerusalem sahirá o Jeh o v ah .
restante, e do monte de Sião q que 6 E acrecentarei a teus dias quinze
escapou: o zelo de J e h o v a h dos ex­ annos, e das mâos do Rei de Assyru
ercitos fará isto. te livrarei, e a esta cidade: e ampa­
32 Pelo que assim diz J e h o v a h ácer­ rarei a esta cidade por amor de nun,
ca do Rei de Assyria, náo entrará nes­ e por amor de David meu servo.
ta cidade, nem lançará nella frecha 7 Disse mais Esaias, tomai massa de
alguma: tam pouco virá perante ella figos: e a tomárâo e a puzérfto sobre
com escudo, nem levantará contra a chaga; e elle sarou.
ella tranqueira alguma. 8 E Ezechias disséra a Esaias, qual
33 Pelo caminho que veio. por elle he o sinal, de que J e h o v a h níe haja
se tornará: porem nesta cidade não de sarar ? e de queao terceiro dia haja
entrará, diz J e h o v a h . de 6ubir á casa de J e h o v a h ?
34 Porque eu ampararei a esta ci­ 9 E disse Esaias, Isto te será sinal
dade, para a livrar, por amor de mim, de J e h o v a h , de que J e h o v a h cum­
e por amor de meu servo David. prirá a palavra, que disse: passará a
35 Succedeo pois que aquella mes­ sombra dez graos a diante, ou tornai
ma noite sahio o Anjo de J e h o v a h , e dez graos a tras?
ferio no arraial dos Assvrios a cento 10 Entâo disse Ezechias, facil cousa
e oitenta e cinco mil delles: e levan­ he declinar a sombra dez graos; nâo,
tando-se pela manhã cedo, eis que to­ mas a sombra tome dez graos a tras.
dos erão coipos mortos. 11 Então o Propheta Esaias clamou
36 Então Sanherib, Rei de Assyria, a J e h o v a h : e fez tomar a s o m b ra dez
se partio, e se foi, e assim se tomou: raos a tras, pelos graos que tinha
e ficou-se em Ninive. eclinado nos graos de relegio de sol
37 E succedeo que, estando elle pos- de Achaz.
trado na casa de Nis Roch seu deos, 12 Naquelle tempo enviou Berodac
Adramelech e Sareser, seus filhos o Baladan, filho de Baladan, Rei de 6a-
ferirào à espada; porem elles se es- bylonia, cartas e hum presente a Ett*
capàrâo em terra ae Arrarat: e Esar chias: porque ouvira, que Ezechias
Haddon, seu filho, reinou em seu lugar. estivéra enlermo.

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II. REYS, XXI. 405
13 £ Ezechias lhes deu ouvidos, e terrara de diante dos filhos de Israel,
mostrou-lhes toda a casa de seu the- de suas possessões.
aonro, a prata, e o ouro, e as especia­ 3 Porque tomou a edificar os altos,
rias, e os melhores unguentos, e sua que Ezechias seu pai, destruirá: e le­
casa de armas, e tudo quanto se achou vantou altares a Baal; e fez hum idolo
em seus thesouros: cousa nenhuma de bosaue; como o que fizéra Achab,
hoave, que lhes não mostrasse, nem Rei de Israel; e postrou-se perante todo
em sua casa, nem em todo seu se­ o exercito dos ceos, e servio a estes.
nhorio. 4 E edificou altares na casa de Je­
14 Entâo o Propheta Esaias veio ao h o v a h , de que J e h o v a h disséra, em
Rei Ezechias: e disse-lhe, que dis­ Jerusalem porei meu nome.
sérâo aquelles varões, e d’onde viérâo 5 Tambem edificou altares a todo o
a ti í e disse Ezechias, de longes ter­ exercito dos ceos, em ambos os pate-
ras viérâo, de Babylonia. os da casa de J e h o v a h .
15 E disse elle, que vírâo em tua ca­ 6 E até a seu filho fez passar pelo
s a * e d is B e Ezechias, tudo quanto ha foço, e usava de illusões, e era agou­
e m minha, c a s a , virâo; cousa nenhu­ reiro, e ordenou adevinhos e feiticei­
ma h a e m meus thesouros, que lhes ros : e proseguio em fazer mal em
nâo h a j a mostrado. olhos de J e h o v a h , para o provocar a
16 Entâo disse Esaias a Ezechias: ira.
o uve a p a l a v r a de J e h o v a h . 7 Tambem pôz huma imagem de
17 Eis que dias vem, em que tudo vulto do idolo ae bosque, que fizéra, na
quanto houver em tua casa, e o que casa de que J e h o v a h dissera a David
eotheaoaràrâo teus mis até o dia de e a Salamão seu filho, nesta casa e em
ho)e, será levado a Babylonia: nada Jerusalem, que escholhí de todas as
ficarfc de resto, disse J e h o v a h . tribus de Israel, porei meu nome para
18 E ainda até de teus filhos, quesempre.
procederem de ti, e tu gerares, toraa- 8 É mais nâo proseguirei em mover
ráo : para aue sejâo eunuchos no paço o pé de Israel aesta terra, que tenho
do Rei de Babylonia. dado a seus pais: tam somente que
19 Entâo disse Ezechias a Esaias, tenhão cuidado de fazer conforme a
Boa he a palavra de J e h o v a ü , q u e tudo o que lhes tenho mandado, e con­
disseste : aisse mais, e pois nâo o se­ forme a toda a Lei, que Moyses meu
ria ? pois em meus dias naverá paz è servo lhes mandou.
verdade. 9 Porem nâo ouvirão: porque Ma­
20 Ora o de mais dos successos de nasse os fez errar, que nzerào peior
Ezechias, e todo seu poder, e como aue as gentes, que J e h o v a h destruíra
fez o viveiro, e o cano da agua, e ae diante dos filhos de Israel.
trouxe agua à cidade: porventura nâo 10 Entâo J e h o v a h fallou pelo min­
està escrito no livro das Chronicas dos istério de seus servos, os Prophetas,
Reis de Judá ? dizendo.
21 E Ezechias dormio com seus 11 Porquanto Manasse, Rei de Judá,
pais: e Manasse, seu filho, reinou em fez estas abominações, fazendo peior
■eu lugar. do que quanto fizérâo os Amoreos, que
antes delle forão j e até tambem a
Judá fez peccar cora seus deoses de
CAPITULO XXI. esterco:
E doze annos de idade era Ma­ 12 Porisso assim diz J e h o v a h Deos
D nasse, quando começou a reinar; de Israel, eis que hei de trazer hum
e cincoenta e cinco annos reinou em mal sobre Jerusalem e Judá, que qual­
Jerusalem: e era o nome de sua mãi, quer que o ouvir, lhe retinâo ambos
Hephsiba. os ouvidos.
2 E fez o que parecia mal em olhos 13 E sobre Jerusalem puxarei o cor­
de J e h o v a h : conforme as abomina­ del de Samaria, e o prumo da casa de
ções das gentes, que J e h o v a h des­ Achab: e alimparei a Jerusalem, co-

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406 II. REYS, XXII.
mo quem alimpa a escudela, a alimpa CAPITULO x x n .
e vira sobre sua face.
14 E desampararei o resto de minha E oito annos de idade era Josias,
herança, e entregálos-hei em mâos de
seus inimigos: e serâo em roubo e
D quando começou a reinar, e remou
trinta e hum annos em Jerusalem: e
despojo para todos seus inimigos. era o nome de. sua mãi, Jedida, filha
15 Porquanto fizérâo o que parecia de Adaias, de Boskath.
mal em meus olhos, e me provocarão 2 E fez que era recto em olhos de
a ira: desdo dia que seus pais sahirão J e h o v a h : e andou em todo o cami­
de Egypto, e até o dia de hoje. nho de David seu pai, e não se apar­
16 De mais d’isto tambem Manasse tou delle nem à mão direita, nem a
derramou muitissimo sangue innocen- ezquerda.
t e , até que encheo a Jerusalem de ca­ 3 Succedeo pois que aos dezoito an­
bo a cabo: de mais de seu peccado, nos do Rei Josias o Rei mandou ao es­
com que fez peccar a Judá, fazendo o crivão Saphan, filho de Asalias, filho
que parecia mal em olhos de Jeh o ­ de Mesulfam, â casa de J e h o v a h , di­
vah. zendo.
17 Quanto ao de mais dos successos 4 Sobe a Hilkias, o summo Pontífi­
de Manasse, e tudo quanto fez mais, ce, para que tome o dinheiro, que se
e seu peccaao, que peccou: porventu­ trouxe â casa de J e h o v a h , o qual os
ra nâo estâ escrito no livro aas Chro­ guardas do umbral da porta ajuntárâo
nicas dos Reis de Judá ? do povo.
18 E Manasse dormio com seus pais, 5 E que o dem em mãos dos que
e foi sepultado no jardim de sua casa, tem cargo da obra, e estâo ordenados
no jardim de Uza: e Amon seu filho, sobre a casa de J e h o v a h : para que o
reinou em seu lugar. dem a aquelles, que fazem a obra,
19 De vinte e dous annos de idade que ha na casa de J e h o v a h , para re­
era Amon, quando reinou, e dous an­ pararem as quebraduras da casa.
nos reinou em Jerusalem: e era o no­ 6 Aos carpinteiros, e aos edificado­
me de sua mãi, Mesullemeth, filha de res, e aos pedreiros: e para comprar
Harus. de Jotba. madeira e pedras lavradas, para repa­
2 0 E f e z o q u e p a r e c i a m a l e m o lh o s rarem a casa.
d o J e h o v a h : c o m o f iz e r a Manasse, 7 Porem com elles se nâo fez conta
s e u p a i. do dinheiro, que se lhes entregàra em
21 Porque andou em todo o caminho, suas mãos, porquanto fielmente trata-
em que andâra seu pai: e servio aos vão.
deoses de esterco, a que seu pai tinha 8 Então disse o summo Pontifice Hil­
servido, e postrou-se a elles. kias ao escrivão Saphan, o livro da Lei
22 Assim deixou a J e h o v a h , Deos achei na casa de J e h o v a h : e Hilkias
de seus pais: e nâo andou no caminho deu o livro a Saphan, elle oleo.
de J e h o v a h . 9 Então o escrivão Saphan veio ao
23 E os servos de Amon conspirârâo Rei, e referio ao Rei a reposta: e dis­
contra elle : e matarão ao Rei em sua se, teus servos ajuntárâo o dinheiro,
casa. que se achou na casa ; o entregârâo
24 Porem o povo da terra ferio a to­ em mãos dos que tem cargo da obra;
dos os que conspirârâo contra o Rei e estão ordenados sobre a casa de Jí-
Amon: e o povo da terra pôz a Josias, HOVAH.
seu filho, por Rei em seu lugar. 10 Tambem. Saphan o escrivão íet
25 Quanto ao de mais dos successos Raber ao Rei, dizendo : o Sacerdote
de Amon, que fez: porventura nâo es­ Hilkias me deu hum liv ro : e Saphan
tá escrito no livro aas Chronicas dos o leo perante o Rei.
Reis de Judá ? 11 Succedeo pois que, ouvindo oRei
26 E o sepultàrâo em sua sepultura, as palavras do livro da Lei, rasgou se­
no jardim de Uza: e Josias, seu filho, us vestidos.
reinou em seu lugar. 12 E o Rei mandou a Hilkias o Sa-

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II. REIS, x x m . 407
cerdote, e a Ahikam filho do Saphan, 2 E o Rei subio â casa de J e h o v a h ,
e a Acbor filho de Micaias, e a Saphantodo varão de Judá, e todos os mora­
o escrivão, e a Asaias o servo do Rei,dores de Jerusalem com elle; e os
dizendo. Sacerdotes Prophetas, e todo o povo,
13 Ide, e consultai a J e h o v a h por
desdo menor até 0 maior: e leu pe­
mim, e pelo povo, e por todo Judá, rante seus ouvidos todas as palavras
ácerca das palavras deste livro, que do livro do concerto, que se achàra na
se achou; porque grande he o furor casa de J e h o v a h .
de J e h o v a h , que se encendeo contra
3 E o Rei se pôz em pé junto à co­
nós j porquanto nossos pais nâo dérâo lumna, e fez 0 concerto perante a face
ouvidos às palavras deste livro, para de J e h o v a h , para andarem após J e ­
fazerem conforme a tudo, quanto, està h ovah , e guardarem seus mandamen­
escrito por nôs. tos, e seus testemunhos, e seus esta­
14 Entào foi o Sacerdote Hilkias, e tutos com todo o coração, e com toda
Ahikam, e Acbor, e Saphan, e Asaias, a alma: confirmando as palavras deste
à Prophetissa Hulda, mulher de Sal­ concerto, que estavâo escritas naquel­
tam, nlho de Thikva, o filho de Har- le livro: e todo o povo esteve por este
has, o guarda das vestiduras; (e ella concerto.
habitava em Jerusalem, na segunda 4 E o Rei mandou ao summo Pontí­
parte :) ç fallárâo-lhe. fice Hilkias, e aos Sacerdotes da se­
gunda ordem, e aos guardas do um­
15 E ella lhes disse, assim diz J eh o ­
bral da porta, que se tirassem do Tem­
vah , o Deos de Israel: dizei ao varão,
qne vos enviou a mim. plo de J e h o v a h todos os haviamentos,
que se tinhão feito para Baal, e para
16 Assim diz J e h o v a h , eis que tra­
o idolo do bosque, e paia todo 0 exer­
rei mal sobre este lugar, e sobre seus
moradores: a saber* todas as palavras
cito dos ceos: e queimou-os fora de
do livro, que leo o Rei de Juaa. Jerusalem nos campos de Cedron; e
17 Porquanto me deixarão, e perfu-levou o pó d’elles a Bethel.
márâo a outros deoses; para me pro­ 5 Tambem abrogou aos Ghemarins,
vocarem a ira com toda a obra de su­ que os Reis de Judá estabelecérào,
as mâos: meu furor se encendeo con­ para perfumarem sobre os altos nas
tra este lugar, e não se apagará. cidades de Judá, e ao redor de Jeru­
18 Porem ao Rei de Judá, que vos en­salem: como tambem aos que per-
fumavão a Baal, ao Sol, e á Lua, e aos
viou a consultar a J e h o v a h , assim lhe
de mais Planetas, e a todo o exercito
direis: assim diz J eh o v a h o Deos de
IsraeL ácerca das palavras, que ouviste.
dos ceos.
19 Porquanto teu coração se enter- 6 Tambem tirou da casa de J e h o ­
neceo, e te humilhaste perante a face v a h o idolo do bosque, e levou 0 fora
de Jerusalem até o ribeiro de Cedron,
de J m o v a h , em ouvinao tu 0 que fal-
e o queimou junto ao ribeiro de Ce­
lei contra este lugar, e contra seus mo­
radores ; que serião pará assolação e dron, e desfélo em pó: e lançou seu pó
para malaicáo; e que rasgaste teus sobre as sepulturas dos filhos do povo.
vestidos, e cnoraste perante minha fa­ 7 Tambem derribou as casas dos ra­
pazes escandalosos, que estavâo na ca­
ce: tambem eu te ouvi diz J e h o v a h .
*20 Pelo que eis que e u te ajuntarei a
sa de J e h o v a h : em que as mulheres
teus pais, e tu serás ajuntado em paz tecião casinhas,parao idolo do bosque.
a tua sepultura, e teus olhos nào verão 8 E a todos os Sacerdotes trouxe
das cidades de Judá, e profanou os al­
todo o mal, que hei de trazer sobre este
tos, em que os Sacerdotes perfumà-
lu gar: entào referirão ao Rei a reposta.
ráo, desde Geba até Ber-Seba: e der­
c a p i t u l o xxm . ribou aos altos das portas, como tam*
bem o que estava à entrada da porta
NTAO o Rei enviou: e todos os de Josua, o Maioral da cidade, que
E I e6tava à mão ezquerda daquelle que
Anciãos de Judá, e de Jerusalem
se ajuntarão a elle. entrava pela porta da cidade.

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408 n . REIS, x x m .
9 Mas os Sacerdotes dos alto não 18 E disse, o deixai estar; ninguém
sacrificavão sobre o altar de J e h o v a h bula com seus ossos: assim livrârão
em Jerusalem: porem comião paens seus ossos, com os ossos do Propheta,
asmos em meio de seus irmãos. que viéra de Samaria.
10 Tambem profanou a T opheth, 19 De mais dJisto tambem Josias ti­
que està no valle dos filhos de Hin­ rou todas as casas dos altos, que havia
nom : para que ninguém fizesse passar nas cidades de Samaria, e os Reis de
seu filnou, ou sua filha, pelo fogo a Israel fizérâo, para a J x b q f j b provo­
Molech. carem a ira: e fez-lhes conforme a
11 Tambem tirou aos cavallos, que todos os feitos, que tinha feito em
os Reis de Judá tinhão ordenado pa­ Bethel.
ra o Sol, desda entrada da casa de J e - 20 E sacrificou a todos os sacerdo­
h o v a h , até a camera de Nathan-Me- tes dos altos, que havia ali, sobre os
lech o Eunucho, que estava em Par- altares; e queimou ossos de homens
varim: e aos carros do Sol queimou sobre elles: depois se tomou a Jeru­
a fogo. salem.
12 Tambem o Rei derribou os alta­ 21 E o Rei mandou a todo o povo,
res, que estavâo sobre o terrado do dizendo, celebrai a Pascoa a J eho­
cenáculo de Achaz, aos quaes fizérâo v a h vosso Deos: como está escrito
os Reis de Judá ] como tambem o Rei no livro do concerto.
derribou os altares, que fizéra Manasse 22 Porque nunca se celebrou tal
nos dous pateos da casa de J e h o v a h : Pascoa, çomo esta, desdos dias dos
e esmiuçados os tirou d’aü, e lançou Juizes, que julgàrão a Israel : nem
seu pô no ribeiro de Cedron. em toaos os dias dos Reis de Israel,
13 0 Rei profanou tambem aos altos, nem tam pouco dos Reis de Judá.
que estavâo em fronte de Jerusalem, 23 Porem aos dez e oito annos do
à mão direita do monte de Mashith, Rei Josias, esta Pascoa se celebrou
aos quais edificàra Salamão, Rei de a J e h o v a h em Jerusalem.
Israel, a Astoreth a abominação dos 24 E tambem aos adevinhos, e aos
Sidomos, e a Camos a abominação feiticeiros, e aos Theràphins, e aos
dos Moabitâs, e a Milcom a abomina­ deoses de esterco, e todas as abomi-
ção dos filhos de Ammon. naçôe^ que se viâo em terra de Judá
14 Semelhantemente quebrou as es­ e em Jerusalem, desarraigou Josias:
tatuas, e desarraigou os bosques: e en- para confirmar as palavras da Lei, que
cheo seu lugar com ossos de homens. estavâo escritas no livro, que o Sacer­
15 E tambem ao altar, que estava dote Hilkias achàra na casa de J eho­
em Bethel, e ao alto, que fez Jero­ vah.
beam filho de Nebat, que fizéra pec­ 25 E antes delle nâo houve Rei se­
car a Israel, juntamente com aquelle melhante, que se convertesse a J**
altar tambem o alto derribou: quei­ h o v a h com todo seu coração, e com
mando o alto, -em pó o esmiuçou, e toda sua alma, e Comtodas suas forças,
queimou o idolo do bosque. conforme a toda a Lei de Moyses: e
16 E virando-se Josias vio as sepul­ depois delle nunca se levantou outro-
turas, que estavâo ali no monte, e en­ tal.
viou, e tomou os ossos das sepulturas, e 26 Todavia J e h o v a h se nâo tomou
queimou os sobre aquelle altar, e assim do ardor de sua grande ira, com aue
o profanou: conforme à palavra de Je­ ardia sua ira contra Judá: oor toaas
h o v a h , que apregoára o varão de De­ as provocações, com que Manasse o
os, quando apregoou estas palavras. provocâra.
17 Entâo aisse, que sinal, de se­ 27 E disse J e h o v a h , tambem a Ju­
pultura he este, que vejo? e os varões dá hei de tirar de diante de minha
aa cidade lhe dissérão, a sepultura do face, como tirei a Israel: e regeitarei
varâo de Deos he, que veio de Judá, esta cidade de Jerusalem, que elegi)
e apregoou estas cousas, que fizeste como tambem a casa, de que disse,
contra este altar de Bethel. estará ali meu Nome.

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II. REIS, XOV. 400
28 Ora o demais dos successos de fioou tres annos seu servo; depois se
Josias, e tudo quanto fez: porventura virou, e se rebellou oontra elle.
nâo està escrito no livro das Chroni- 2 E Deos enviou contra elle às tro­
cas dos Reis de Judá? pas dos Chaldeos, e as tropas dos Sy-
29 Em seus dias subio Pharaó Ne­ rios, e as tropas dos Moabitas, e as
cò, Rei de Egypto, contra o Rei de tropas dos filhos de Ammon j e envi­
Assyria. ao rio ae Éuphrates: e o Rei ou-as contra Judá a destruila: con­
Josias lne foi ao encontro: e o ven­ forme à palavra de J e h o v a h , que fal-
do elle, o matou em Megidaó. làra pelo ministério de seus servos, os
30 E seus servos o levàrão morto de Prophetas.
Megiddó, e o trouxérão a Jerusalem, 3 £ na verdade, conforme ao man­
e o sepultàrão em sua sepultura: e o dado de J e h o v a h , assim succedeo a
povo aa terra tomou a Joachaz, filho Judá; que a tirou de diante de sua
de Josias, e o ungirão, e o fizérâo Rei,
face: pelos peccados de Manassé, con­
em lugar de sen pai. forme a tudo quanto fizéra.
31 De idade de vinte e tres aiftios 4 Como tambem pelo sangue inno-
era Joachaz, quando reinou, e tres cente, qne derramara, e enchéra a
mezes reinou em Jerusalem: e era 0 Jerusalem com sangue innocente: pe­
nome de sua mãi, Hamutal, filha de lo que J e h o v a h lhe não quiz perdoar.
Jeremias, de Libna. 5 Ora o demais dos successos de Jo­
32 E fez o que parecia mal em olhos iakim, e tudo quanto fez: porventura
de J e h o v a h : conforme a tudo o que
não està escrito no livro das Chronicas
fizerão seus pais. dos |leis de Judá *
33 Porem Pharaó Necò o mandou 6 È Joiakim dormio com seus pais:
prender em Ribla, em terra de Ha- e Joiachin seu filho reinou em seu
math. para que não reinasse em Jeru­ lugar.
salem : e á terra impoz pena de cem 7 E o Rei de Egypto nunca sahio
taientos de prata, e hum talento de mais de sua terra: porque o Rei de
ooro. Babylonia tomou tudo quanto era do
34 Tambem Pharaó Necò estabele- Rei de Egypto, desdo rio de Egypto,
ceo por Rei a Eliakim, filho de Jo­ até o rio de Éuphrates.
sias^ em lugar de seu pai Josias* e 8 De dez e oito annos de idade era
mudou seu nome em o de Jqjfikim: Joiachin, quando reinou; e reinou
porem a Joachaz tomo comsigo, que tres mezes em Jerusalem: e era o no­
veio a Egypto, e morreo ali. me de sua mãi, Nehustha, filha de
35 E Joiakim deu aquella prata, e Elnathan, de Jerusalem.
aquelle ouro, a Pharaó; porem fintou 9 E fez o que parecia mal em olhos
a t e m , para dar este dinheiro con­ de J e h o v a h : conforme a tudo quanto
forme ao mandado de Pharaó: a ca­ fizéra seu pai.
da hum segundo sua finta demandou 10 Naquelle tempo subirão os servos
a prata, e o ouro do povo da terra, pa­de Nebucadnezar, Rei de Babylonia,
ra o dar a Pharaó Necó. a Jerusalem: e a cidade foi cercada.
36 De vinte e cinco annos de idade 11 Tambem veio Nebucadnezar, Rei
em Joiakim, quando reinou, e reinou de Babylonia, contra a cidade: quan­
onze annos em Jerusalem: e era o do ja seus servos a estavâo cercando.
nome de sua mãi, Zebudda, filha de 12 Então sahio Joiachin, Rei de Ju­
Pedaia, de Ruma. dá, ao Rei de Babylonia, elle, e sua
37 E tez o que parecia mal em olhos mãi, e seus servos, e seus Principes,
de J s h o v a h : conforme a tudo quanto
e seus eunuchos: e o Rei de Babylo­
fizérâo seus pais. nia o tomou preso, no anno oitavo de
seu reinado.
13 E tirou d’ali todos os thesouros da
CAPITULO XXIV. casa de J e h o v a h , e os thesouros da
M seus dias subio Nebucadne- casa do R ei: e fendeo todos os vasos
E i zar. Rei de Babylonia: e Joiakim 4e ouro, que fizéra Salamão, Rei de
18

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410 n. xxv.
Israel, no Templo de J s h o v a h ; como estayão do redor contra a cidade:) e
J e h o v a h tinha dito. 0 Rei se foi pelo caminho da campina.
14 E traspassou a toda Jerusalem, 5 Porem o exercito dos Chaldeos ae-
como tambem a todos os Principes, e guio ao Rei, e o alcançàrão nas cam­
a todos os varòes valorosos^ dez mil pinas de Jericho: e todo seu exercito
presos, e a todos os carpinteiros e fer­ se espargio delle.
reiros : ninguém ficou mais, senão só 6 E tomárâo ao Rei, e 0 fizérâo subir
o pobre povo da terra. ao Rei de Babylonia a Ribla: e pro-
15 Assim traspassou a Joiachin a cedérão contra elle.
Babylonia: como tambem a mãi do 7 E aos filhos de Zedekias degolárão
Rei, e as mulheres do Bei, e a seus perante seus olhos: e os olhos a Ze­
eunuohos, e aos poderosos da terra dekias cegarão, e 0 atarão com duas
levou presos de Jerusalem a Babylonia. cadeas de bronze, e 0 levàrão a Ba­
16 E a todos os valentes varões até bylonia.
sete mil, e carpinteiros e ferreiros até 8 E no mez quinto, aos sete do mez
mil, e a todos os Heròes destros na (este era o anno dez e nove de Nebu­
guerra: a estes, o Rei de Babylonia cadnezar Rei de Babylonia) veio Ne-
levou presos a Babylonia. buzaradan, Maioral dos da guarda, ser­
17 £ o Rei de Babylonia estabeleceo vo do Rei de Babylonia, a Jerusalem.
a Matthanias, seu tio, por Rei em seu 9 E queimou a casa de J e h o v a h , e a
lugar: e ruudou seu nome no de Ze­ casa do Rei: como tambem a todas as
dekias. casas de Jerusalem, e todás as casas
18 De vinte e hum annos de idade dos Grandes queimou a fogo.
era Zedekias, quando reinou, e reinou 10 E aos muros de Jerusalem ao re­
ofize annos em Jerusalem: e era o dor derribou todo o exercito dos Chal­
notue de sua mãi, Hamutal, filha de deos, que estava com o Maioral dos
Jeremias, de Libna. da guarda. ..
19 E fez o que parecia mal em olhos 11 E ao de m ais do povo, que dei-
de J e h o v a h : conforme a tudo quan­ xàrão ficar na cidade, e aos rebeldes,
to fizéra Joiakim. que se readérão ao Rei de Babylonia,
20 Porque assim succedeo, pela ira de e ao de m ais da multidão, Nebpzara-
J e h o v a h contra Jerusalem, e contra dan, 0 Maioral dos da guarda, levou
Judá, até os regeitar de diante de sua p reso s.^
face: e Zedekias se rebellou contra o 12 Porem dos mais pobres da terra,
Rei de Babylonia. deixou 0 Maioral dos da guarda ficar
a alguns: para vinheiros, e para lavra­
CAPITULO XXV. dores.
13 Quebrárão mais os Chaldeos as
A os nove annos de seu reinado, columnas de bronze, que estavâo na
E no mez decimo, aos dez do mez,
succedeo que Nebucadnezar, Rei de
casa de J e h o v a h ; como tambem f5
bases e o mar de bronzè, que estavâo
Babylonia, veio contra Jerusalem, elle na casa de J e h o v a h : e levàrão seu
e todo seu exercito, e se pôz em cam­ bronze a Babylonia.
po contra ella: e levantárâo contra 14 Tambem as caldeiras, e as pás,e
ella tranqueiras ao redor. as cutelas, e os perfumadores, e todos
2 Assim a cidade veio a estar de cer­ os vasos de bronze, com que se min­
co : até o anno onzeno do Rei Zedekias. istrava, tomárâo.
3 Aos nove do mez quarto, quando 15 Tambem aos braseiros, e as ba­
ja a fome se esforçava na cidáde; e cias, assim 0 que de puro quto, como 0
o povo da terra nâo tinha pão: gue de prata maciça era,jtomou 0 Ma
4 Então a cidade foi arrombada, e ioral dos da guarda.
todos os homens de guerra fugiráo 16 As duas columnas, 0 hum niar>6
de noite pelo caminho da porta, entre as bases, que Salamão fizéra para a
os dous muros, que estavâo junto ao casa de J e h o v a h : o bronze de todos
Jardim do Rei ; (porque os Chaldeos estes vaaos não tinha peso.

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1. CHRONICAS, I. 411
17 A altura da huma columna era de de Tanhumeth o Netopljatita, e Ja-
dez e oito covados, e tinha sobre si zanías filho do Maacatita, elles e seus
hnm capitel de bronze, e era a altura varões. r
do capitel de tres covados; e a rede, 24 E Gedalias lhes iuróu a elles e a
e a8 romãs do redor do capitel, tudo seus varões, e disse-lhes, não temais
era de bronze: e semelhante a esta de ser servos dos Chaldeos: -ficai na
era a outra columna com a rede. terra, e servi ao Rei de Babylonia, e
18 Tambem tomou o Maioral dos da bem Vos irá. i
guarda a Seraías primeiro Sacerdote, 25 Succedeo porem, que, no setimo
e a Zephanias Sacerdote segundo: e mez, veio Ismael, filho de Nethanias,
aos tres guardas do umbral da porta. o filho de Elisama, da semetfte Real,
19 E da cidade tomou a hum eu- e dez varões com elle, e ferirão a Ge­
rnicho, que tinha cargo da gente de dalias, e morreo: como tambem aos
guerra, e a cinco varões dos que vido Judeos, e aos Chaldeos, que; estavâo
a face do Rei, e se achárão na cidade, com elle era Mispa. X
como tambem ao Escrivão maior do 26 Entáo todo o povo se levantou,
exercito, que registrava ao povo da desdo menor até o maior, 'otfno tam­
terra para a guerra: e a sessenta va­ bem os Maioraes dos exercijtóSj e vié-
rões do povo da terra, que se achárão râo-se a Egypto: porque témiâo aos
nacidaue. Chaldeos. £
20 E tomando os Nebuzaradan, o 27 Depois disto succedéorque, aos
Maioral doe da guarda, trouxe-os ao trinta e sete annos da traspássaçâo de
Rei de Babylonia, a Ribla. Joiachin, Rei de Judá, no mez doze
H E ferio os o Rei de Babylonia, e no, aos vinte e sete no mez, exalçou
untou-os em Ribla, na terra de Ha- Evil-Merodach Rei de Babylonia, no
math: e assim Judá foi levado preso anno em (\\\e reinou, a èabeça de Joi­
de sobre sua terra. achin, Rei dé Judá, da òasa da prisão.
22 Porem quanto ao povo, que ficá- 28 E fallou com ellé affabelmente:
ra em terra de Judá, é Nebucadnezar, e pôz sua cadeira mais a riba que a
Rei de Babylonia, deixàra ficar: pôz cadeira dos Reis, que estavâo com
sobre elles por Maioral a Gedalias, elle em Babylonia.
fiiho de Ahifcam, o filho de Saphan. 29 E mudou os vestidos de 6ua pri­
23 Ouvindo pois os Maioraes dos exer­ são : e de contino comeo pâo perante
citos, elles e seus varòes, que o Rei sua face, todos os dias de sua vida.
de Babylonia puzéra a Gedalias por 30 E tocante a seus gastos, do Rei
M aioraí; viérâo a Gedalias a Mispa: lhe foi dado gasto ordinário, cada co­
a saber, Ismael filho de Nethanías. e tidiana porção em seu d ia: todos os
Johanan filho de Kareah, e Seraias filho dias de sua vida.

0 P R I M E I R O LI VRO DAS CHRONICAS.

CAPITULO I. ^ 7 E os filhos de Javan, Elisa, e Thar-


sis: Chittim, e Dodanim
DAM, Seth, Enos. 8 Os filhos dó Cham: Cus e Misraim,
A 2 Kenan, Mahalaleél, Jared.
3 Henpch. Mathnsalem, Lamech.
Put e Canaan.
9 E os filhos de Cus erão Seba, e Ha-
4 Noe, Sem, Cham e Japheth. vila, e Sabta, é Raema, e Sabteca:
5 Os filhoe de Japheth forão Gomar, e os filhos de Raema. erão Seba a De-
e Magog. e Madae, e Javan, e Thubal: dan.
eM esecn, e Tiias. 10 E Cns gérou a Nimrod, que come­
ç E os filhos de Gomer: Askenaz, çou a ser poderoso na terra.
e Diphat, e Thogarma. 11 E Misraim gerou aos Ludeos, e

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412 I. CHRONICAS, II.
aos Anameos, e aos Lehabeos, e aos Omar, Zephi, e Gatam, Kenaz, e Thim­
Naphthuheos. na, e Amalek.
12 E aos Pathruseos. e aos Casluhe- 37 Os filhos de Reuèl: Nahat, Zerah,
os, (dos quaes proceaérâo os Philis­ Samma, e Mizza.
teos,) e aos Capnthoreos. 38 E os filhos de Seir; Lotan, e So-
13 E Canaan gerou a Zidon seu pri­ bal, e Zibeon, Ana: e Dison, e Êser, e
mogénito, e a H eth: Disan.
14 E aos Jebuseos, e aos Amoreos, e 39 E os filhos de Lotan, Hori e Ho-
aos Girga8eos: m am : e a irmâ de Lotan foi Thimna.
15 E aos Heveos, e aos Arkeos, e aos 40 Os filhos de Sobal, erão Alian e
Sineos: Manahath, e Ebal, Sephi e Onam: e
16 E aos Arvadeos, e aos Zemareos, os filhos de Zibeon, erão Aia e Ana.
e aos Hamateos. 41 Os filhos de Ana, forão Dison : e
17 E for&o os filhos de Sem, Elam, os filhos de Dison forão Hamran, e Et»
e Assur, e Arphacsad, e Lud, e Aram: ban, e Ithran, e Cheran.
e Us, e HuL e Gether, e Mesech. 42 Os filhos de Eser, erão Bilhan, e
18 E Arpnacsad gerou a Salah: e Zaavan, e Jaakan: 06 filhos de Disan
Salah gerou a Eber. erão Us e Aran.
19 E a Eber nascérâo dous filhos: o 43 E estes sâo os Reis, que reinário
nome do hiim foi Peleg, porquanto em em terra de Edom, antes que reinasse
seus dias se repartio a terra; e o no­ algum Rei sobre os filhos de Israel:
me de seu irmâo, era Joktan. Bela, filho de Beor; e era o nome de
20 E Joktan gerou a Almodad, e sua cidade, Dinhaba.
a Seleph: e a Hasarmaveth, e a Je- 44 E morreo Bela: e reinou em sen
rah. lugar Jobab, filho de Zerah, de Bosra.
21 E a Hadóram, e a Uza], e a Dikla: 45 E morreo Jobab: e reinou em sen
22 E a Ebal, e a Abimael, e a Seba: lugar Husam, da terra dos Themani-
23 E a Ophir, e a Havila, e a Jobab: tas.
todos estes forão íilhos de Joktan. 46 E morreo Husam: e reinou em
24 Sem, Arphacsad, Salah: sen lugar Hadad, filho de Bedad; es­
25 Eber, Peleg, Reú: te ferio aos Midianitas no campo de
26 Serüg, Nachor, Tarah: Moab m y e era o nome de sua cidade
27 Abram, que he Abraham. Avith.
28 Os filhos de Abraham forão Isaac 47 E morreo Hadad : e reinou em
e Ismael. seu lu g aT Samla, de Masreka.
29 Estas sâo suas gerações: o primo- 48 E morreo Samla: e reinou em
enito de Ismael foi Nabaioth, e Ke- seu lugar Sanl, de Rehobath junto ao
ar, e Adbeel, e Mibsam : rio.
30 Misma e Duma, Masla, Hadad e 49 E morreo Saul: e reinou em seu
Th em a: lugar Baal Hanan, filho de Acbor.
31 Jetur. Naphis, e Kedma: estes 50 E morrendo Baal-Hanan, Hadad
forão os íilhos de Ismael. reinou em seu lugar; e era o nome de
32 Quanto aos íilhos de Ketura, con­ sua cidade. P ai: e o nome de sua mn-
cubina de Abraham, esta pario a Zim- lher era Mehetabel, filha de Matred,
ran, e a Joksan, e a Medan, e a Midi* a filha de Mezahab.
an, e a Isbak, e a Suah: e os íilhos de 51 E morrendo Hadad, forão Princi­
Joksan forão Seba e Dedan. pes em Edom, o Principe Thimna, o
33 E os filhos de Midian, Epha, e Principe Alja, o Principe Jetheth.
Epher, e Hanoch, e Abida, Eldaa: to­ 52 O Principe Aholibama, o Prínci­
dos estes forão filhos de Ketlira. pe Ekuo Principe Pinon.
34 Abraham pois gerou a Isaac: $ 53 O Principe Kenaz, o Principe The-
forão os filhos cie Isaac, Esau e Israel. man, o Principe Mibsíar.
35 E os filhos de Esau: Eliphaz, 54 0 Principe MagdieJL o Principe
Beuél, e Jeus, e Jalam, e Korah. Iram : estes forão os Principes ae
36 Os filhos de Eliphaz: Theraan, e Edom,

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I. CHRONICAS, II. 413

CAPITULO II. Machir, pai de Gilead ; e sendo elle


de sessenta annos, a tomou: e ella lhe
E STES sãor' os filhos de Israel: Rn-
ben, Sime&o, Levi e Judá, Issas-
pario a Segub.
22 E Segub gerou a Jair: e este ti­
car e Zebulon. nha vinte e tres cidades em terra de
2 Dan, Joseph e Benjamin} Naphta­ Gilead.
li, Gad e Aser. 23 E Gesur e Aram tomou delles as
3 Os filhos de Judá forão Er, e Onan, aldeas de Jair, a Kenath, e seus luga­
e S e la ; estes tres lhe nascér&o da filha res, sessenta cidades: todos estes fo­
de Soa, a Canaanea: e Er, o primo­ rão filhos de Machir, pai de Gilead.
gênito de Judá, foi mão em olnos de 24 E depois da morte de Hesron, em
J e h o v a h , pelo que o matou. Caleb de Ephrata, Abia, mulher de
4 Porem Thamar, sua nora, pario-lhe Hesron, lhe pario a Ashur, pai de Te-
a Peréa, e a Zerah: todos os filhos de koa.
Judá forão cinco. 25 E os filhos de Jerahmeel, primo­
5 O» filhos de Peres forão Hesron e gênito de Hesron, forão, Ram o primo­
Hamul. gênito: e Buna, e Oren, e Osem e
6 E oe filhos de Zerah, Zimri e Ethan, Ahia.
e Heman, e Calcol, e Dara; cinco por 26 Teve tambem Jerahmeel ainda
todos. outra mulher, cujo nome era A tara:
7 E os filhos de Carmi, forão Acar, esta foi a mãi de Onam.
0 perturbador de Israel, que prevari­ 27 E forão os filhos de Ram, primo­
cou no interdito. gênito de Jerahmeel: Maas, e Jamim,
8 E os filhos de Ethan for&o Azarias. e Eker.
9 E os filhos de Hesron, que lhe nas­ 28 E forão os filhos de Onam, Sam-
cerão, forão Jerahmeél, e Ram, e Che- raae, e Judá : e os filhos do Sammae,
hibae. Nadab, e Abisur.
10 E Ram gerou a Amminadab: e 29 E era o nome da mulher de Abi-
Amminadab gerou a Nahesson, Prin­ sur^ Abihail: que lhe pario a Ahban,
cipe doe filhos de Judá. e a Molid.
11 E Nahesson gerou a Salma,eSal- 30 E forão os filhos de Nadab, Seled
ma gerou a Booz. e Appaím: e Seled morreo sem filhos.
12 E Booz gerou a Obed, e Obed ge­ 31 É os filhosde Appaim, forão Isei;
ou a Isai. e os filhos de Isei, Sesan: e os filhos
13 E Isai eerou a Eliab, seu primo­ de Sesan, Ahlai.
gênito : e Aminadab o segundo, e Si- 32 E os filhos de Jada, irmão de
mea o terceiro. Sammae, forão Jether, e Jonathan: e
14 Nathanael o quarto, Raddai o Jether morreo sem filhos.
quinto. 33 E os filhos de Jonathan forão Pe-
15 Osem o seisto? David o setimo. leth e Zaza: estes forão os filhos de
16 E forão suas irmãs, Zeruia, Abi­ Jerahmeel.
gail : e forão os filhos de Zeruia, Abi- 34 E Sesan não teve filhos, senão
sai, e Joab, e Asael, tres. filhas: e tinha Sosan hum servo Egyp­
17 E Abigail pario a Amasa: e foi cio, cujo nome era Jarha.
o pai de Amasa. Jether, o Ismaelita. 35 Deo pois Sesan sua filha por mu­
18 E Caleb, filho de Hesron, gerou lher a Jarha seu servo; e pano-lhe a
filhos de Azuba sua mulher, e de Je- Attai.
rioth* e os filhos desta forão estes, 36 E Attai gerou a Nathan, e Nathan
Jeeer, e Sobab. e Ardon. gerou a Zabad.
19 É morta Azuba, Caleb tomou pa­ 37 E Zabad gerou a Ephlal, e Eph-
ra si a Ephrath, a qual lhe pario a lal gerou a Obed.
H or . 38 E Obed gerou a Jehu, e Jehu ge­
20 E Hur gerou a Uri, e Uri gerou a rou a Azarias.
Besaleel. 39 E Azarias gerou a Heles, e He-
21 Ent&o Hesron entrou à filha de les gerou a Eleasa.

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414 I. CHRONICAS, 01.
40 £ Eleasa gerou a Sisznai, e Sis- 2 O terceiro Absalâo, filho de Ma­
niai gerou a Sallum. aca, filha de Thalmai, Rei de Gesur;
41 £ Sallum gerou a Jekamias, e o quarto Adonias, filho de Haraith.
Jekamias gerou a £lisama. 3 0 quinto Sepnatias, de Abital: o
42 £ for&o os filhos de Caleb, irm&o seisto Jethream, de Egía sua mulheT.
de Jerahmeel, Mesa, seu primogénito; 4 Seis lhe nascérâo em Hebron: por­
(este foi o pai de Ziph:) e os filhos de que ali reinou sete annos e seis me-
Maresa, pai de Hebron. zes: e trinta e tres ánnos reinou em
43 £ fòrã^os filhos de Hebron, Ko­ Jerusalem.
rah, e Tappuah, e Rekem, e Sema. 5 £ estes lhe nascérâo em Jerusa­
44 £ Sema gerou a Raham. pai de lem : Simea, e Sobab, e Nathan, e
Jorkeam : e Rekem gerou a Sammai. Salamão: estes auatro lhe nascérâo de
45 £ foi o filho de Sammai, Maon: Bath-Sua, filha ae AmmieL
e Maon pai de Beth-Zur. 6 Nascérâo lh* mais Jebchar, e Eti-
46 £ Epha, a concubina de Caleb, sama, Eliphelet:
pario a Haran, e a Mosa, e a Gazez: 7 E Nogah, e Nepheg, e Japhia:
e Haran gerotta Gazez. 8 £ EUsanla, e Eliada, e Eliphelet,
47 E forão oi filhos de Johdai: Re- nove.
ím, e Jothaní, e Gesan, e Pelet, e 9 Todos estes forão filhos de David:
f pha, e Saaph*. excepto os filhos das concubinas, e
48 De Maaca, concubina, gerou Ca­ Thamar sua irmâ.
leb a Seber, e a Thirhana. 10 £ filho de Salamão foi Rehabe­
49 E a mulher de Saaph, pai de am : e seu filho, Abias; e seu filho,
Madmanna, pario a Seva pai de Mah- Asa; e seu filho, Josaphat.
bena, e pai cte>Gibea: e ioi a filha de 11 £ seu filhò, Joram; e seu filho,
Caleb, Acsa. • Achazias; e seu filho, Joas.
50 Este»* forão os filhos de Caleb, 12 E seu filho, Amasias; e seu filho,
filho de Húr, primogénito de Ephra- Joram.
th a : Sobal, pai de Kiriath-Jearim. 13 E seu filho, Achaz, e seu filho
51 Salma pai dos Bethlehemilas, Ha- Ezechias; e seu filho, Manasse.
reph pai de Beth-Gader. 14 E seu filho, Amon: e seu filho,
52 É foráo os filhos de Sobal, pai de Josias.
Kiriath-Jearim: Haroé, e Hasi-Ham- 15 E os filhos de Josí&b forão: o pri­
menuhoth. ’ mogénito Johanan; o segundo Joia­
53 E as gerações de Kiriath-Jearim kim: o terceiro Zedekias; o quarto
forão os Jethreos. e os Putheos, e os Sallum.
Sumatheos, e os Misraeos: destes sa­ 16 E os filhos de Joiakim: Jechonias
hir ão os Zoratheos, e os Esthaoleos. seu filho, e Zedekias seu filho.
54 Os filhos de Salma forão os Beth- 17 E os filhos de Jechonias, Assir, e
lehemitas, e os Netophatitas, Atroth, seu filho Séàlthiel.
e Beth-Joab: e ametade dos Manah- 18 Os filhos d’este forão Malchiratn,
titas, e os Zorita8. e Pedaia, e Senatiar: Jekamias, Ho*
55 E as familias dos escribas, que sama, e Nedabias.
habitavâo em Jabez, forão os Thira- 19 E os filhos de Pedaia, Zorobabel,
thitas, os Simathita8, e os Sucathitas : e Simei: e os filhos de Zorababw,
estes sáo os Kmithas, aue viérâo de Mesullam, e Hananias, e Selomith
Hammath, paí da casa de Rechab, sua irmâ.
20 E Hasuba, e Ohel, e Berechias, e
CAPITULO m . Hasadias, e Jusab-Hesec, cinco.
21 É os filhos d e Hananias, Pelatias,
ESTES forão os filhos de David, e Jesaias : os filhos d e Rephaiafc 08
E que lhe nascérâo em Hebron: o
primogénito Amnon, de Ahinoam a
filhos d e Aman, os filhos d e Obadiat,
e os filhos d e Secánia.
jizreelita; o segundo Daniel, de Abi­ 22 E os filhos de Sechanias erão Se-
gail a Carmelita. maias; e os filhos de Semaias Hattus,

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I, CfíRONlClâ, IV. 416
e- Jege&L e Bariah, e Naarâs, e Sa- 15 E for&o ôs filhos dto Caleb, filho
phat, seis. de Jephunne, Iru, Ela, e Naam: e as
23 £ os filhos de Nearias, Eliodaai, filhes de Ela, a saber Kenas.
e Ezechias, e Axrikam, tres. 16 E os filhos de Jehalelel: Ziph, e
24 £ os filhos de Elioénai, Hodavias, Zipha, Thirea e Asareel.
e Eliasib, e Pelaias, e Akkub, e Jo- 17 E os filhos de Ezra, Jether, e Me-
hanan, e Delaias, e Anani, sete. red, e £phre, e Jalon: e ella pario a
Miriam, e a Sammai, e Isbah pai de
CAPITULO IV. Esthemo.
18 £ sua mulher Judea pario a Jered
S filhos de Judá forão : Perea Hes- pai de Gedor. e a Heber, pai de Soco,
O ron, e Carmi, e Hur e Sobal. e a Jekuthieí pai de Zanoah; e estes
2 E Reaia& filho de Sobal, gerou a for&o os filhos de Bitia, filha de Pha­
Jahath, e Janath gerou a Ahttmai, e a raó, que Mered tom&ra.
Lahad : estas sâo as familias dos Zo- 19 É for&o os filhos da mulher de
rathitas. Hodias, irmà de Naham, Abi-Keila o
3 £ estas as do pai de Et&m; Jizreel, Garmita: e Esthemo o Maacatita.
e Isma, e Idbas: e era o nome de sua 20 E os filho» de Sime&o, Amnon, e
irmá. Hatóelelponi. Rinna, Ben-Hanan, e Tilon: e os filhos
4 £ mais Pnuel, pai de Gedor, e de Isei, Zoheth e Ben-Zoheth.
Ezer, pai de Husa: estes for&o os 21 Os filhos de Sela, filho de Judá,
filhos de Hur, primogênito de Ephra­ Er pai de Lecha, e Lada pai de Ma­
ta, pai de Betlaehem. resa : e as familias da oasa dos obrei­
5 E tinha Ashur, pai de Tekoa, du­ ros de linho, em casa de Asbea,
as mulheres: Hela, e Naara.. 22 Como tambem Jokim, e os varõ­
6 E Naara lhe pario a Ahuzzam, e es de Cozeba. e Joas, e Saraph, (que
a Hepber, e a Temeni, e a Haahasta- dominàr&o sobre os Moabitas,) e Jasu-
ri: estes for&o os filhos de Naara. di-Lehem: porem estas cousas ja s&o
7 E os filhos de Hela: Zereth, Jeso- antigas.
har, e Ethnan. 23 Estes fbr&o oleiros e habitavio em
S £ Kos gerou a Anub, e a Hatsobe- vetges hortas: estes ficàrâo ali com o
ba: e as familias de Aharhel, filho Rei em sua obra.
de Harum. 24 Os filhos de Sime&o for&o: Ne-
9 £ foi Jaebes mais nobre que seus muel, e Jamin, Jarib, Zerah, e Saul.
irm ãos: e sua mãi chamàra seu nome 25 Cujo filho foi Sallum, e seu filho
Jaebes, dizendo; porquanto eom do­ Mibsam, e seu filho Misma.
res o pari. 26 E os filhos de Misma for&o, Ham-
10 Porque Jaebes invocou ao Deos muel seu filhOg oujo filho foi Zaccur, e
de Israel, dizendo, se he que me mui­ seu filho Simei.
tíssimo abendiçoares, e meus termos 27 E Simei teve dez e seis filhos, e
amplificares, e tua m&o for comigo, e seis filhas, porem seus irm&os n&o tivé-
fizeres que do mal n&o tenha senti­ r&o muitos filhos: e toda sua familia
mento ; e fez Deos que lhe viesse o tanto se n&o multiplicou, como as dos
que pedio. filhos dè Judá.
11 E Chelub, irm&o de Suba, gerou 28 E habitârâo em Ber-Seba, e em
a M ehir: este he o pai de £sthon. M oluda,m Hasar-Sual.
12 E Esthon gerou a Beth Rapha, e 29 £ em Bilha, e em £sem, e em
a Peseah, e a Thehinna, pai de Ir- Tholad.
N ahas: estes for&o os varões de Reca. 30 E em Bethuel, e em Horma, e em
13 E foráo os filhos de Kenas, Och- Ziklag.
niel, e Seraias: e hum dos filhos de 31 E em Beth-Marcaboth, c em Ha-
OthnieL Hathath. aaivSusim, e em Beth-Biri, e em Saa-
14 E Meonothai Heron a Ophra: e raim: estas for&osuas cidades, até que
Seraias gerou a Joab, pai do valle dos David reinou.
artífices; porque for&o artífice*; 32 E for&o suas aldeas, Etam, e Ain,

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416 I. CHRONICAS, V.
Rimmon, e Tocben, e Asan: cinco ci­ 3 For&o pois os filhos de Ruben, nri-
dades. mogenito ae Israel: Hanoch, e PaJlu,
33 £ todas suas aldeas, que estav&o Hesron^ e Carmi.
ao redor destas cidades, ate Baal: es­ 4 Os nlhos de Joel: Semaias seu filho,
tas forão suas habitações, e suas gene­ Gog seu filho, Simei seu filho.
alogias para elles. 5 Micha seu filho, Reaja seu filho,
34 Porem Mesobab, e Jamlech, e Jo- Baal seu filho.
sa, filho de Amasias: 6 Beera seu filho, ao qual Thilgath-
35 E Joel; e Jehu filho de Josibias, Pilneser, Rei de Assyria. levou preso:
filho de Seraias, filho de Asiel: este foi Principe dos RuDenitas.
36 E Elioenai. e Jaakoba, e Isohaias, 7 Quanto a seus irm&os em suas fa­
e Asaias, e Adiei, e Jesimiel, e Be- milias, quando se puzér&o nas gene­
naias: alogias segundo suas descendencias:
37 E Ziza filho de Siphi, filho de Al- cabeças for&o Jeiel, e ZachariaS.
lon, filho de Jedaias, filnotle Simri, 8 E Bela filho de Azaz, filho de Sema,
filho de Semaia: filho de Joel. que habitou em Araer
38 Estes registados por seus nomes, até Nebo, e Baal-Meon.
forão Principes em suas familias: e 9 Tambem habitou da banda do Ori­
as familias ae seus pais trasbordàrâo ente, até a entrada do deserto, desdo
em multid&o. rio ae Euphrates: porque seu gado se
39 E chegárâo até a entrada de (re­ multiplicara em terra ae Gilead.
dor, até o Oriente do valle, a buscar 10 É nos dias de Saul fizérâo guer­
pasto para suas ovelhas. ra aos Hagarenos, que cahir&o a suas
40 E acharão fertiles e bons pastos, m&os: e elles habitàr&o em suas ten­
e terra espaciosa, e quieta, e descan­ das em fronte de toda a branda orien­
sada : porque os de Cham habitàr&o tal de Gilead.
ali d’antes. 11 E os filhos de Gad habitàr&o em
41 Estes pois que est&o descritos por fronte delles, em terra de Basan, até
seus nomes, viérâo nos dias de Ezech­ Salcha.
ias Rei de Judá, e ferirfto as tendas e 12 Joel foi cabeça, e Sapham o se­
habitações dos que se acharão ali, e gundo : porem Jaenai, e Saphat sefica­
as puzéráo em interdito, até o dia de rão em Basan.
hoje, e habitàr&o em seu lugar: por­ 13 E seus irm&os, segundo suas ca­
que ali havia pasto para suas ovelhas. sas paternas, for&o, Michael, e Me-
42 Tambem delles, dos filhos de Si- sullam,e Seba, e Jorai, e Jachan, e
me&o, quinhentos varòes se for&o as Zia, e Eber, sete.
montannas de Seir: e a Pelatias, e a 14 Estes lor&o os filhos de Abihail
Nearias, e a Rephaias, e a Uzziel, filho de Huri, filho de Joroath, filho de
filhos de Isei, levàr&o por cabeças. GileacL filho de Michael, filho de Je-
43 E ferirão o restante dos que esca- sisai, filho de Jahdo, filho de Buz.
pàr&o dos Amalekitas, e habitàrâo ali 15 Ahi filho de Abdiel, filho de Gu
até o dia de hoje. ni, foi cabeça da casa de seus pais.
16 E habitàr&o em Gilead, em Basan,
CAPITULO V. e nos lugares de sua jurdiç&o: como
tambem em todos os arrabaldes de
UANTO aos filhos de Ruben, pri­ Saron, até suas sahidas.
Q mogênito de Israel; (porque elle 17 Todos estes for&o oontados segan­
erã o primogênito, mas porquanto pro- do suas genealogias em dias de Jo*
fanàra a cama de seu pai, sua primo­ tham, Rei de Judá: e em dias de Je­
genitura se deu aos filhos de Joseph, robeam, Rei de Israel.
nlho de Israel: para assim não ser con­ 18 Dos filhos de Ruben, e dos Gadi-
tado na genealogia da primogenitura. tas, e da mea tribu de Manasse, dos
2 Porque Judá foi poderoso entre se­ mais beHicoso8 Varões que trazi&o es­
us irm&os, eoque era Guia; vinha delle*; cudo e espada, e entesav&oarco, e erio
porem a primogenitura foi de Joseph). destros na guerra: òuve quarenta s

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I. CHRONICAS, VI. 417
quatro mil, e sete centos e sessenta, 5 E Abisua gerou a Bukki, e Bukki
que sahião ao exercito. gerou a Uzzi.
19 E fizérâo guerra aos Hagarenos: 6 E Uzzi gerou a Zerahias, e Zera-
como tambem a Jetur, e a Naphis, e hias gerou a Meraioth.
a Nodab. 7 Meraioth gerou a Amarias, e Am­
20 £ for&o ajudados contra elles, e os arias gerou a Ahitub,
Hagarenos, e todos quantos estav&o 8 E Ahitub gerou a Zadok, e Zadok
cora elles, for&o dados em suas m&os: gerou a Ahimaas.
porquanto clamâráo a Deos na peleja, 9 E Ahimaas gerou a Azarias, e
e deu-lhes ouvidos j porquànto confi- Azarias gerou a Johanan.
àrão nelle. 10 E Johanan gerou a Azarias: este
21 E seu gado levâr&o preso, de seus he 0 que administrou o sacerdocio na
camelos cincoenta m il; e duzentas e casa, que Salamão edificàra em Jeru­
cincoenta mil ovelhas, e dous mil as­ salem.
nos : e cera mil almas de homens. 11 E Azarias gerou a Amarias: e
22 Porque muitos feridos cahirâo; Amarias gerou a Ahitub.
porquanto de Deos era a peleja: e 12 E Ahitub gerou a Zadok, e Zadok
habitârâo em seu lugar, até o cati­ gerou a Sallum.
veiro. 13 E Sallum gerou a Hilkias, e Hil­
23 E os filhos de mea tribu de Ma­ kias gerou a Azàrias.
nasse habitârâo naquella terra: de Ba- 14 E Azàrias gerou a Seraias, e Se­
ean até Baal-Hermon, e Senir. e o raias gerou a Josadak.
monte de Hermon, elles se multipli­ 15 E Josadak foi, quando J e h o v a h
carão. levou presos a Judá e a Jerusalem:
24 E estes forão cabeças de suas ca­ pela mão de Nebucadnezar.
sas paternas : a saber, Hepher, e Isei, 16 Assim que os filhos de Levi forão
e Efiei, e Azriel e Jeremias, e Hoda- Gerson, Kahath, e Merari.
viasj e Jahdiel, varões valentes de for­ 17 E estes são os nomes dos filhos
ça^ varões de nome, e cabeças das de Gerson, Libni e Simei.
casas de seus pais. 18 E os filhos de Kahath : Amram,
25 Porem prevaricàrâo contra o Deos e Isharr e Hebron, e Uzziel.
de seus pais: e fomicàrâo apos os de­ 19 Os filhos de Merari, Maheli e
oses dos povos da terra, aos quaes De­ Musi: estas são as familias dos Levi­
os destruíra de diante aelles. tas, segundo seus pais.
26 Pelo que o Deos de Israel deSper- 20 De Gersom: Libni seu filho, Ja-
tou ao espirito de Phul, Rei de Assy­ hath seu filho, Zimma seu filho.
ria, e ao espirito de Tiglath-Pilneser, 21 Joah seu filho, Iddo seu filho, Ze­
Rei de Assyria, que os levou presos 3 rah seu filho, Jeathrai seu filho.
a saber, aos Rubenitas e Gaditas, e â 22 Os filhos de Kahath forão: Ara*
mea tribu de Manasse : e trouxe os a minadab seu filho, Korah seu filho,
Halah, e a Habor, e a Hara, e ao rio de Assir seu filho.
Gozan, até o dia de hoje. 23 Elkana seu filho, e Ebiasaph seu
filho, e Assir seu filho.
CAPITULO VI. 24 Thahath seu filho, Uriel seu filho,
Uzias seu filho, e Saul seu filho.
S filhos de Levi forão: Gerson, 25 E os filhos de Elkana, Amasai e
OE os filhos de Kahath: Amram,
2
Kahath, e Merari. Ahimoth.
26 Quanto a Elkana: os filhos de
Ishar, e Hebron, e Uzziel. Elkana forão Zophai seu filho, e sen
3 E os filhos de Amram. Aaron. e filho Nahath.
Moyses, e Miriam: e os filhos de Aa­ 27 Seu filho Eliab, seu filho Jero-
ron, Naaab, e Abihu, Eleazar, e Itha- ham, seu filho Elkana.
mar. 28 E os filhos de Samuel, Vasni seu
4 E Eleazar gerou a Pinehas, Pine­ primogénito, então Abias.
has gerou a Abisua. 29 Os filhos de Merari, Maheli: e
18*

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418 I. CHRONICAS, VI.
seu filho Libni, seu íilho Simei, seu para toda a obra do lugar santíssimo:
filho Uzza. e para fazer raconciliação por Israel,
30 Seu filho Simea, seu filho Hag- conforme a tudo quanto Moyses, servo
gias, seu filho Asaias. de Deos mandára.
31 Estes sãopois os que David cons- 50 E estes forão os filhos de Aaron:
tituio para o omcio do canto em a casa seu filho Eleazar, seu filho Pinehas,
de J e h o v a h : depois que a Arca teve seu filho Abisua:
repouso. 51 Seu filho Bukki, seu filho Uzzi,
32 E ministravão diante do Taber- seu filho Serahias:
naculo da Tenda do juntamento com 52 Seu filho Meraioth, seu filho Am­
cantares até que Salamão edificou a arias. seu filho Ahitub:
casa de J e h o v a h em Jerusalem: e es- 53 Seu filho Zadok, seu filho Ahi-
tiveráo segundo seu costume em seu maas.
ministério. 54 E estas forão suas habitações,
33 Estes são pois os que ali estavâo segundo seus castellos, em seu termo:
com seus filhos: dos filhos dos Kaha- a saber dos filhos de Aaron de familia
thitas, Heman o Cantor, filho de Joel, dos Kahathitas, porque por elles sahio
filho de Samuel: a sorte.
34 Filho de Elkana. filho de Jero- 55 Derâo-lhes pois a Hebron em ter­
ham. filho de Eliel, filho de Thoah: ra de Judá: e a seus arrabaldes do
35 Filho de Zuph, filho de Elkana, redor delia.
filho de Mahath, filho de Amasai: 56 Porem o territoiio da cidade, e
36 Filho de Elkana, filho de Joel, suas aldeas, derâo a Caleb, filho de
filho de Azarias, filho de Zephanias: Jephunne.
37 Filho de Tnahat, filho de Assir, 57 E aos filhos de Aaron derâo das
filho de Ebiasaph, filho de Korah: cidades de refugio, a Hebron, e a Lib-
38 Filho de Isnar j filho de Kahath, na e seus arrabaldes: e a jattir, e a
filho de Levi, filho de Israel. Esthemo e seus arrabaldes.
39 E seu irmão Asaph estava à sua 58 E a Hilen e seus arrabaldes, e a
máo direita: e era Asaph filho de Be- Debir e seus arrabaldes.
rechias. filho de Simea: 59 E a Asan e seus arrabaldes, e a
40 Filho de Michael, filho de Bae- Beth-Semes e seus arrabaldes.
seias, filho de Malchias: 60 E da tribu de Benjamin, a Geba
41 Filho de Ethni, filho de Zerah, e seus arrabaldes, e a Allemeth e seus
filho de Adaias: arrabaldes, e a Anathoth e seus arra­
42 Filho de Ethan, filho de Zimma, baldes : todas suas cidades, em suas
filho de Simei: familias, forão treze cidades.
43 Filho de Jahath, filho de Gersom, 61 Mas os íilhos de Kahath, que de
filho de Levi. resto ficarão, da familia da tribu, da
44 E seus irmãos, os filhos de Mera­ mea tribu de meio Manasse, por sor­
ri, estavâo á máo esquerda: a saber, te tivérão dez cidades.
Ethan filho de Kisi, filho de Abdi, 52 E os filhos de Gersom, segundo
filho de Malluch: suas familias da tribu da Issaschar, e
45 Filho de Hasabias. filho de Hil­ da tribu de Aser, e da tribu de Naph
kias: thali, e da tribu de Manasse, em 6a-
46 Filho de Amsi, filho de Bani, filho san, tivérão treze cidades.
de Semer: 63 Os filhos de Merari segundo suas
47 Filho de Maheli, filho de Musi, familias da tribu de Ruben, e da tribu
filho de Merari, filho de Levi. de Gad, e da tribu de Zebulon, por
48 E seus irmãos, os Levitas, forão sorte tivérão doze cidades.
postos para todo o ministério uo Ta- 64 Assim os filhos de Israel derâo a
bemaculo da casa de Deos. os Levitas esta cidades e seus arra­
49 E Aaron, e seus filhos perfuma- baldes.
vão sobre o Altar do holocausto, e so­ 65 E derâo-lhes por sorte, da tribu
bre o Altar do perfume: ordenados dos filhos de Judá, e da tribu d o s filhos

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1. CHRONICAS, VIL 419
Ae Sime&o, e da tribu dos filhos de
Benjamin, estas cidades, as quaes no- CAPITULO VII.
meár&o por seus nomes. . QUANTO aos filhos de Issaschar,
66 E quanto aos de mais das familias
dos íilhos de Kahath : as cidades de
E forão Thola, e Pua, Jasib, e Sim-
ron, quatro.
seu termo se lhes der&o da tribu de 2 E os filhos de Tholá for&o Uzzi,
£phraim. e Rephaias, e Jeriel,e Jahmai,e Ibsam,
67 Porque der&o-lhes das cidades e SemueLcabeças das casas de seus
de refugio, a Sichem e seus arrabal- pais, de Thola; valentes herões era
desnas montanhas de Ephraim: co­ suas gerações: seu numero em dias de
mo tambem a Gezer e &eus arrabal­ David foi, vinte e dous mil e seis centos.
des. 3 E quanto aos filhos de Uzzi? hou­
68 E a Jokmeam e seus arrabaldes, ve Izrahia8, e os filhos de Izrahias fo­
e a Beth-Horon e seus arrabaldes. rão Michael, e Obadias, e Joel, e Is-
69 E a Ailon e seus arrabaldes, e a sias; todos estes cinco cabeças.
Gath-Rimmon e seus arrabaldes. 4 E houve com elles em suas gera­
70 E da mea tribu de Manasse, a ções, segundo suas casas paternas, em
Aner e seus arrabaldes, e a Bileam e tropas de gente de guerra, trinta e seis
seus arrabaldes: estas cidades tivér&o m il: porque tivérâo muitas mulheres
os que ficar&o da familia dos filhos de e filhos.
Kahath. 5 E seus irmàos em todas as fami­
71 Os filhos de Gersom da familia lias" de Issaschar, herões valentes, fo­
da mea tribu de Manasse, tivéráo a r&o oitenta e sete mil, todos contados
Golan em Basan, e seus arrabaldes: por suas genealogias.
e a Astharoth e seus arrabaldes. 6 Os filhos de Benjamin for&o, Bela
72 E da tribu de Issaschar, a Kedes e Becher, e Jediael, tres.
e seus arrabaldes: e Dobrath e seus 7 E os filhos de Bela, Esbon, Uzzi,
arrabaldes. e Uzziel, e Jerimoth, e In, cinco ca­
73 E a Ramoth e seus arrabaldes, e beças de casas dos pais, herões valen­
a Anem e seus arrabaldes. tes: que forão contados por suas ge­
74 E da tribu de Aser, a Masal e nealogias, vinte e dous mil e trinta e
seus arrabaldes: e a Abdon e seus ar­ quatro.
rabaldes. 8 E os filhos de Becher, Zemirat
75 E a Hukok e seus arrabaldes, e e Joas, e Eliezer. e Elioenai, e Omri
a Rehob e seus arrabaldes. e Jeremoth, e Abias e Anathoth, e
76 E da tribu de Naphtali, a Kedes Alameth: todos estes for&o filhos de
era Galilea, e seus arrabaldes, e a Becher.
Hammon e seus arrabaldes: e aKiri- 9 E forão contados por suas genea­
alheim a seus arrabaldes. logias, segundo suas gerações, e ca­
77 Os que ficàr&o dos filhos de Me­ beças das casas de seus pais, herões
rari, da tribu de Zebulon, tivéráo a valentes: vinte mil e duzentos.
Rimmono e seus arrabaldes: a Tha­ 10 E foráo os filhos de Jediael, Bi-
bor e seus arrabaldes. Ihan, e os filhos de Bilhan, foráo Jeus,
78 E d 7alem do Jordão da banda de e Benjamin, e Ehud, Chenaana, e Ze-
Jericho ao Oriente do Jord&o, da tri­ than, e Tharsis, e Ahisahar.
bu de Ruben, a Beser em o deserto, 11 Todos estes filhos de Jediael fo­
e seus arrabaldes: e a Jassa e seus ráo cabeças das familias dos pais, he­
arrabaldes. rões valentes: dez e sete mil e duzen­
79 E a Kedemoth e seus arrabaldes, tos, aue sahiáo ao exercito â peleja.
e a Mephaath e seus arrabaldeò. 12 E Suppim, e Huppim, nlhos de
80 E a a tribu de Gad, a Ramoth em Ir, e Husim dos filhos de Áher.
Gilead, e seus arrabaldes: e a Ma­ 13 Os filhos de Naphthali, Jahsiel
hanaim e seus arrabaldes. e Guni, e Jezer, e Sallum, filhos de
81 E a Hesbon e seus arrabaldes, e a Bilha.
Jaezer e seus arrabaldes. 14 Os filhos de Manasse Asriel, que

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420 I. CHRONICAS, Vni.
a mulher de Gilead pario; porem sua diçâo : nestas habitàrâo os filhos de
concubina a Syra, pario a Machir, pai Joseph, filho de Israel.
de Gilead. 30 Os filhos de Aser forão Imna, e
15 £ Machir tomou a irmã, de Hup- Isva, e Isvi, e Beria, e Sera sua irmã.
pim e Suppim por mulher, e era seu 31 E os filhos de Beria, Heber, e
nome Maaca, e foi o nome do segun­ Malchiel: este foi o pai de Birzavith.
do Zelophehad : e Zelophehad teve 32 E Heber gerou a Japhlet, e a
filhas. Somer, e a Hotham: e a Sua, sua ir­
16 E Maaca, mulher de Machir, pa­ mâ.
rio hum filho, e chamou seu nome 33 £ forão os filhos de Japhlet, Pa-
Peres; e o nome de seu irmâo foi Se­ sach, e Bimhal, e Asvath: estes fo­
res : e forão seus filhos Ulam e Rekem. rão os filhos de Japhlet.
17 E os filhos de Ulam, Bedan: es­ 34 £ os filhos de Semer: Ahi, e
tes forão os filhos de Gilead, filho de Rohega, Jehubba, e Aram.
Machir, filho de Manasse. ^ 35 E os filhos de seu irmâo Helem:
18 E quanto a sua irmâ Molecheth, Zophah, e Imna, e Séles, e Amai.
pario a Ishod, e a Abiezer, e a Mahela. 36 Os filhos de Zophah: Suah, e
19 E forão os filhos de Semida, Ahian Hamepher, e Suai, e Beri, e Imra:
e Sechem, e Likhi, e An iam. 37 Beser, e Hod, e Samma, e Silsa,
20 E os filhos de Ephraim. Suthe- e Ithran, e Beera.
lah: e seu filho Bered, e seu élho Ta- 38 E os filhos de Jether: Jephunne,
hath, e seu filho Elada, e seu filho e Pispa, e Ara.
Tahath. 39 £ os filhos de UUa: Arah, e
21 E seu filho Zabad, e seu filho Hanniel, e Risia.
Suthelah, e Ezer, e Elad: e os varões 40 Todos estes forão filhos de Aser,
de Gath, naturaes da terra, os matà- oabeças das casas paternas, herões va­
râo, porquanto descendérâo a tomar lentes escolhidos, cabeças de Princi­
seus gados. pes : e contados em suas genealogias
22 Pelo que Ephraim, seu pai, por no exercito para a guerra, foi seu nu­
muitos dias se anojou: e viérâo seus mero, vinte e seis mil varões.
irmãos ao consolar.
23 Depois entrou a sua mulher, e c a p it u l o vm .
concebeo, e pario hum filho: e cna-
mou seu nomo, Beria; porquanto es- BENJAMIN gerou a Bela seu
tivéna com paixão em sua casa.
24 E sua filha foi Seera, que edi­
E Drimogenito: a Asbel o segundo,
e a Anrah o terceiro.
ficou a Beth-Horon a baixa, e a alta : 2 A Noha o quarto, e a Rapha o
como tambem a Uzzen-Seera. quinto.
25 E foi seu filho Rephah. e Reseph, 3 E Bela teve estes filhos: a Addar,
e seu filho Thelah, e seu filho Tahan. e a Gera, e a Abihud.
26 Seu filho Laedan, seu filho Am- 4 E a Abisua, e a Naaman, e a Aho*
mihud, seu filho Elisama. ah.
27 Seu filho Non, seu filho Josua. 5 E a Gera, e a Sephuphan, e a Hu*
28 E foi sua possessão e habitação ram.
Beth-El, e os lugares de sua jurdiçâo: 6 E estes forão os íilhos de Ehnd:
e ao Oriente Naaran, e ao Occidente estes forão cabeças dos pais dos mo­
Gezer, e os lugares ae sua jurdiçâo., e radores de Geba; e transportàrâo os
Sichem e os lugares de sua jurdiçâo, a Manahath:
até Azza e os lugares de sua jurdi­ 7 E a Naaman, e Ahias, e Gera; a
çâo. estes transportou) e gerou a Uzza e
29 E da banda dos filhos de Manasse, a Ahihud.
Beth-Sean e os lugares de sua jurdi- 8 E Saharaim (depois de os enviar)
âo, Taanach o os lugares de sua jur- em terra de Moab, gerou filhos de
içâo, Megiddó e os lugares de sua Husim e Baara suas mulheres.
jurdiçâo, Dos e os lugares de sua jur­ 9 E de Hodes sua mulher gerou *

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I. CHRONICAS, IX. 421
Jobab, e a Zibia, e a Mesa, e a Mal- 35 E os filhos de Micha for&o, Pithon,
cam. e Melech, e Tharea, e Achaz.
10 £ a Jeus, e a Sochias, e a Mir- 36 E Achaz gerou a Joadda, e Joad-
m a : estes forão seus filhos, cabeças da çerou a Aleme th, e a Asmaveth, e
dos pais. a Zimri: e Zimri gerou a Mosa.
11 £ de Huaim gerou a Abitub, e 37 E Mosa gerou a Bina: cujo fiJho
a Elpaal. foi Rapha, cujo filho Elasa, cujo filho
12 £ forão os filhos de Elpaal, Eber, Asei.
e Misam, e Semer: este edificou a 38 E teve Asei seis filhos, e estes fo­
OnOj e a Lod e aos lugares de sua r&o seus nomes Azrikam, Bocru, e Is­
jordiçâo. mael, e Searías, e Obadías, e Hanan:
13 £ Beria e Sema forão cabeças todos estes for&o filhos de Asei.
dos pais dos moradores de Ayalon: 39 E os filhos de Esek seu irm&o:
estes afTugentáráo aos moradores de Ulam seu primogénito^ Jeus o segun­
Gath. do, e Eliphelet o terceiro.
14 £ Ahio, Sasak e Jeremoth: 40 E for&o os filhos de Ulam varões
15 E Zebadias, e Arad, e Eder: herões valentes, e destros frecheiros;
16 £ Michael, e Ispa, e Joha, for&o e tivér&o muitos filhos, e filhos de
filhos de Beria. filhos, cento e cincoenta: todos estes
17 £ Zebadias, e Mesullam, e Hiz- for&o dos filhos de Benjamin.
ki, e Heber.
18 E Ismerai, e Izlias, e Jobab, filhos CAPITULO IX.
de Elpaal.
19 E Jakim, e Zichri, e Zabdi: TODO Israel foi contado por gen­
20 E Elienai, e Zillethai, e Eliel.
21 E Ajdaias, e Beraías, e Simrath,
E ealogias; e eis que est&o escritos
no livro dos Reis de Israel: e os de
filhos de Simei. Judá for&o transportados a Babylonia,
22 E Ispan, e Eber, e Eliel. por sua transgressão.
23 E Abdon, e Zichri. e Hanan. 2 E os primeiros habitadores, que vi-
24 E Hananias, e E lam, e Antho- ér&o em sua possessão a suas cidades,
thias. for&o os Israelitas, os Sacerdotes, os
25 E Iphdías, e Penuel, filhos de Levitas, e os Nethineos.
Sasak. 3 Porem dos filhos de Judá. e dos
26 E Samserat, eSeharías, e Athalias. filhos de Benjamin, e dos filnos de
27 £ Jaaresias, e Elias, e Zichri, Ephraim e Manasse, habitár&o em Je­
filhos de Jeroham. rusalem.
28 Estes for&o cabeças dos pais, se­ 4 Uthai filho de Ammihud, filho de
gundo suas gerações' cabeças; e es­ Omri, filho de Imri, filho de Bani, dos
tes habitár&o em Jerusalem. filhos de PereSj filho de Judá.
29 E em Gibeon habitou o pai de 5 E dos Silonitas, Asaias o primogé­
G ibeon: e era o nome de sua mulher nito, e seus filhos.
Maaka. 6 E dos filhos de Zerah, Jeuel: e
30 £ seu filho primogénito Abdon: houve de seus irm&os seis centos e
depois Zur. e Kis, e Baal, e Nadab. noventa.
31 E Gedor, e Ahio, e Zecher. 7 E dos filhos de Benjamin Sallu
32 £ Mikloth gerou a Simea: e tam­ filho de Mesullam, filho ae Hodavias,
bem estes em fronte de seus irm&os filho de Hassenua.
habitár&o em Jerusalem com seus ir­ 8 E Ibneias filho de Jeroham, e Ela
mãos. filho de Uzzi, filho de Michri: e Me­
33 E Ner gerou a Kis, e Kis gerou a sullam filho de Sephatias, filho de Reu-
S aul: e Saul gerou a Jonathan, e a el, filho de Ibnías.
Malchi-Sua, e a Abinadab, e a Es- 9 E seus irm&os, segundo suas gera­
Baal. ções, nove centos e cincoenta e seis :
34 E filho de Jonathan foi Merib- todos estes varões for&o cabeças dos
Baal, e Merib-Baal gerou a Micha. pais nas casas de seus pais.

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422 I. CHRONICAS, IX.
10 E dos Sacerdotes: Jedaias, e Joi- 24 Os porteiros estavâo aos quatro
arib, e Jachin. ventos: ao Oriente, ao Occidente, ao
11 E Azarias filho de Hilkias, filho Norte, e ao Sul.
de Mesullam, filho de Zadok, filho de 25 E seus irmàos estavâo em soas
Meraioth, filho de Ahitub, Maioral da aldeas, e o setimo dia de tempo em
casa de Deos: tempo entravào a servir com elles.
12 E Adaias filho de Jeroham, filho 26 Porque havia naquelle officio qua­
de Pashur, filho de Malchias: e Masai tro porteiros móres, que_ erão Levitas:
filho de Adiei, filho de Jahzera, filho e tinhão cargo das camaras e dos the­
de Mesullam, filho de Mesillemith, souros da casa de Deos.
filho de Immer. 27 E de noite se ficavão ao redor da
13 Como tambem seus irmàos, cabe­ casa de Deos: porque a guarda lhes
ças nas casas de seus pais, mil e sete estava encarregada, e tinhão cargo de
centos e sessenta: herões valentes abrir, e isto cada manhã.
para a obra do ministério da casa de 28 E alguns delles tinhão cargo dos
Deo6. vasos do ministério: porque por conta
14 E dos Levitas: Semaias filho de os meltião, e por conta os tiravâo.
Hassub, filho de Azrikam, filho de 29 Porque delles alguns havia, qne
Hasabias, dos filhos de Merari. tinhão cargo dos vasos e de todos os
15 E Bakbakkar, Heres, e Galai: e vasos sagrados: como tambem da flor
Matthanias filho ae Micha, filho de de farinha, e do vinho? e do azeite, e
Zichri, filho de Asaph. do incenso, e da especiaria.
16 E Obadias filho de Semaias, filho 30 E dos filhos dos Sacerdotes erto
de Galai, filho de Jeduthun e Berechi- os obreiros do perfume das especia­
as filho ae Asa, filho de Elkana; mo­ rias.
rador das aldeas dos Netophathitas, 31 E Matthithías d’entre os Levitas,
17 E forão porteiros Sallum, e Akkub, o primogênito de Sallum o Korahita,
e Talmon, e Ahiman: e seus irmàos, tinha cargo da obra, que se fazia em
cuja cabeça era Sallum. sartãs.
18 E tambem até agora da porta do 32 E dos filhos dos Kahathitas de
Rei ao Oriente, estes forão os porteiros seus irmãos houve algims que tinháo
entre os arraiaes dos filhos de Levi. cargo dos paens da proposição: para
19 E Sallum filho de Kore, filho de os fazerem prestes todos os Sabbados.
Ebiasaph, filho de Korah, e seus irmã­ 33 D’estes forão tambem os canto­
os da casa de seu pai, os Korahitas ti­ res, cabeças dos pais entre os Levitas
nhão cargo da obra do ministério, e nas camaras, exemptos de serviço:
erão guardas dos umbraes do Taber- porque dia e noite estava a seu cargo,
naculo: como seus pais forão Capitaes occupar se naquella obra.
do arraial de J c h o v a h , e guardadores 34 Estes forão cabeças dos pais en­
da entrada. tre os Levitas, cabeças em suas gera­
20 Sendo Pinehas, filho de Eleazar. ções : estes habitârâo em Jerusalem.
d’antes entre elles guia, com o q u a l 35 Porem em Gibeon habitârâo Jeiel
e ra J e h o v a h . pai de Gibeon: (e era o nome de sua
21 E Zacharias, filho de Meselmias, irmã Maaca.)
porteiro da porta da Tenda do ajunta­ 36 E seu filho primogênito Abdon:
mento. dejpois Zur, e Kis, e Baal, e Ner, e Na-
22 Todos os escolhidos para porteiros
dos umbraes, forão duzentos e doze: 37 E Gedor, e Ahio, e Zacharias, e
e forão estes, segundo suas aldeas. Mibloth.
postos em suas genealogias; e David 38 E Mikloth gerou a Simeam: e
e Samuel o Vidente os constituirão tambem estes em fronte de seus ir­
em seu officio. mãos habitârâo em Jerusalem com
23 Estavâo pois elles, e seus filhos seus irmàos.
ás portas da casa de J e h o v a h , na ca­ 39 E Ner gerou a Kis, e Kis gerou
sa da Tenda, junto aos guardas. a Saul, e Saul gerou a Jonathan. e a

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I. CHRONICAS, XI. 423
Maichi*Sua, e a Abinadab, e a Es- beça, e suas armas: e as enviârâo a
Baal. terra dos Philisteos ao redor, para de-
40 E filho de Jonathan foi Merib- nuncialo a seus idolos, e ao povo.
B aal: e Merib-Baal gerou a Micha. 10 E puzérâo suas armas na casa de
41 E os filhos de Micha forão Pithon, seu deos: e sua cabeça afiixárào na
e Melech, e Thahrea. casa de Dagon.
42 E Achaz gerou a Jaera, e Jaera 11 Ouvindo pois tóda Jabes de Gi­
gerou a Alemeth, e a Azmaveth, e a lead, tudo quanto os Philisteos fizérâo
Z im ri: e Zimri gerou a Mosa. a Saul:
43 E Mosa gerou a Bina: cujo filho 12 Entáo todos os varões bellicosos
foi Rephaias. cujo filho foi Elasa, cujo se levantàrâo, e tomàrâo o corpo de
filho foi Asei. Saul, e os corpos de seus filhos, e os
44 E teve Asei seis filhos, e estes fo­ trouxérâo a Jabes: e sepultàrão seus
rão seus nomes; Azrikam, Bocru, e Is­ ossos debaixo de hum carvalho em
mael, e Se raias, e Obadias, e Hanan : Jabes, e jejumàrão sete dias.
estes forão os filhos de Asei. 13 Assim morreo Saul em sua pre­
varicação, com que prevaricára contra
J e h o v a h ; por causa da palavra de
CAPITULO X. J e h o v a h , a qual não havia guardado:
~T7* OS Philisteos pelejàrâo com Israel: e tambem porque buscàra a adevinha-
V à e os varões de Israel fugiráo de dora, para, a consultar.
•diante dos Philisteos, e cahirâo feridos 14 E não buscàra a J e h o v a h ; pelo
nas montanhas de Gilboa. que o matou : e transportou o reino a
t E os Philisteos apertarão com Saul David, filho de Isai.
e com. seus filhos e ferirão os Philiste-
•oft, a Jonathan, e a Abinadab, e a Mal- CAPITULO XI.
‘Chi-Suá7filhos de Saul.
3 E a peleja se a^ravòu contra Saul, NTAO todo Israel se ajuntou a Da­
e os frecheiros o alcançarão: e temeo
maito aos frecheiros.
E vid em Hebron, dizendo: eis que
somos teu osso, e tua came.
4 Entâo disse Saul a seu escudeiro, 2 E tambem ja d’antes, sendo Saul
arranca tua espada, e atravessa-me ainda Rei, tu fazias sahir e entrar a
com ella ; para que porventura não Israel: tambem J e h o v a h teu Deos te
venhâo estes incircuncisos, e escarne- disse, tu apacentarás meu povo Israel,
^âode m im ; porem seu escudeiro não e tu seras Guia de meu povo Israel.
quiz ; porque temia muito: então to­ 3 Tambem viérâo todos os anciãos
mou Saul a espada, e lançou-se sobre de Israel ao Rei a Hebron, e David
ella. fez com elles aliança em Hebron pe­
5 Yendo pois seu escudeiro, que Saul rante a face de J e h o v a h : e ungirão
estava morto, tambem elle se lançou a David por Rei sobre Israel, conforme
•obre a espada, e morreo. a palavra de J e h o v a h pelo ministério
6 Assim morreo Saul, e seus tres de Samuel.
filhos ; e toda sua casa morreo junta­ 4 E David e todo Israel se partio a
mente. Jerusalem, que he Jebus: porque ali
7 E vendo todos os varòes de Israel, estavâo os Jebuseos, moradores da
que estavâo no valle, aue havião fugi­ terra.
do, e que Saul e seus nlhos erão mor­ 5 E dissérão os moradores de Jebns
tos : deixárão suas cidades, e fugirão: a David, tu não entrarás aqui: porem
entâo viérâo os Philisteos, e habitarão David ganhou a fortaleza ae Sião, que
nellas. he a cidade de David.
£ E foi que o dia seguinte, vindo os 6 Porque disse David, Qualquer que
Philisteos a despojar os mortos: achá­ primeiro ferir aos Jebuseos, serà ca­
rão a Saul, e a seus filhos, estirados beça e Maioral: entâo Joab, filho de
nas montanhas de Gilboa. Zeruia, subio o primeiro a ella 3 pelo
9 E o despojarão, e tomàrâo sua cà- que foi cabeça.

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I. CHRONICAS XL
7 E David habitou na fortaleza: pe­ foi cabeça de tres, o qual brandetado
lo que se chamou a cidade de David. sua lança contra trezentos, os ferio:
8 E edificou a cidade ao redor desde e teve nome entre os tres.
Milló até o circuito: e Joab renovou 21 Dos tres foi mais illustre que os
o de mais da cidade. dous, pelo que foi seu cabeça: porem
9 E hia-se DavicJ cada vez mais aug- nâo cnegou aos primeiros tres.
mentando e crecendo: porque J e h o ­ 22 Tambem Benaias filho de Joiada,
v a h dos exercitos era com elle. filho de hum valente varâo, grande em
10 E estes forão os cabeças dos he­ obras, de Kabseel: elle ferio a dous
rões, que David tinha, e varonilmente fortes leões de Moab; e tambem de­
se ouvérâo para com elle em seu reino scendeo, e ferio hum leão dentro de
com todo Israel, para o fazerem R ei: huma cava em tempo de neve.
conforme á palavra d e J e h o v a h , to­ 23 Tambem ferio elle a hum varâo
cante a Israel . Egypcio, varâo de grande altura, de
11 E estes foráo do numero dos he­ cinco covados; e trazia o Egypcio
rões, que David tinha: Jasobam, filho huma lanca na mão, como o orgâo de
de Hachmoni, o principal dos Capi- tecelão; mas descendeo a elle eom
taens, o qual brandeando sua lança cajado: e arrancou a lança da mâo ao
contra trezentos, de huma vez os ma­ Egypcio, e matou o com sua própria
tou. lança.
12 E depois delle Eleazar, filho de 24 Estas cousas fez Benaias, filho de
Dodo o Anohita: elle estava entre os Joiada pelo que teve nome entre
tres herões. aquelles tres herões.
13 Este esteve com David em Pas- 25 Eis que dos trinta foi o mais il­
Dammim, quando os Philisteos ali se lustre j com tudo não chegou aos tres:
ajuntàr&o á peleja, e o pedaço do cam­ e David o pôz sobre os de sua guarda.
po estava cheio de cevada: e o povo 26 E foráo os herões dos exercitos:
fugira de diante dos Philisteos. Asael irmâo de Joab, Elhanan filho de
14 E puzérào-se no meio daquelle Dodo, de Bethlehem.
pedaço, e defendérão-o, e ferirão os 27 Sammoth o Harodita, Heles o
Philisteos: e obrou J e h o v a h hum Pelonita.
grande livramento. 28 Ira filho de Ikkes, o Thekoita,
15 E tres dos trinta cabeças descen- Abiezer o Anathothita.
dérão â penha a David, na caverna de 29 Sibbechai o Husathita, liai o Aho-
Abdullam : e o arraial dos Philisteos hita.
se aloiou no valle de Rephaim. 30 Maharai o Netophathita, Heled
16 E David estava entâo no lugar filho de Baena, o Netophatita.
forte: e o alojamento dos Philisteos 31 Ithai filho de Riba), de Gibea, dos
estava entào em Bethlehem. filhos de Benjamin: Benaias o Pira-
17 E desejou David, e disse: quem thonita.
me dará de beber da agua do poço de 32 Hurai do ribeiro de Gaas, Abiel
Bethlehem, que esta â porta. o Arbathita.
18 Entáo aquelles tres rompérão pelo 33 Asmaveth o Baharumita, Eliah-
arraial dos Philisteos, e tirárâo agua ba o Saalbonita.
do poço de Bethlehem que estava á 34 Dos filhos de Hasem o Gizonita,
porta, e tomárâo delia, e a trouxérão Jonathan filho de Sage, o Hararita.
a David: porem David a nâo quiz be­ 35 Ahiam filho de Sachar, o Hara­
ber, antes a derramou a J e h o v a h . rita, Eliphal filho >de Ur.
19 E disse, nunca meu Deos permit- 36 Hepher o Mecherathita, Ahias o
ta, que tal faça! beberia eu o sangue Pelonita.
destes varões com sua vida 1 pois com 37 Hesro o Carmelita, Naarai filho
perigo de sua vida a trouxérãò; assim de Esbai.
que a nào quiz beber: isto fizérâo 38 Joel irmâo de Nathan, Mibhar
aquelles tres herões. filho de Geri.
20 E tambem Abisai, irmâo de Joab, 39 Zelek o Ammonita: Nahiai o

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I. CHRONICAS, XH. 426
Berothita, escudeiro de Joab filho de 11 Atthai o seisto, Eliel o setimo.
Zeruia. 12 Johanan o oitavo, Elzabad o nono.
40 Ira o Ithrita, Gareb o Ithrita. 13 Jeremias o decimo, Machbannai
41 Urias o Hethita, Zabad filho de o undécimo.
Ahlai. 14 Estes dos filhos de Gad forão os
42 Adina filho de Siza, o Rubenita, Capitaens do exercito: hum dos me­
cabeça dos Rnbenitas; todavia sobre nores tinha cargo de cento, e o maior
elle havia trinta. de mil.
43 Hanan filho de Maac ha, e Josa- 15 Estes s&o os que passàr&o o Jord&o
phath o Mithnita. no mes primeiro, quando elle tresbor-
44 Uzias o Astharathita: Sama e Jei- dava sobre todas suas ribanceiras: e
el, filhos de Hotham o Aroerita. fizer&o fugir a todos os dos valles ao
45 Jediael filho de Sirari, e Joha seu Oriente e ao Occidente.
irmâo o Thisita. 16 Tambem vier&o alguns dos filhos
46 E liel Hammahavim, e Jeribai, e de Benjamin e de Judá a David, ao
Josarias^ filhos de Elnaam: e Ithma lugar forte.
o Moabita. , 17 E David lhes sahio ao encontro,
47 Eliel, e Obed, e Jaasiel de Me- e fallou-lhes, dizendo; se sois vindo
sobaya. a mim para paz e para ajudar-me,
meu coraç&o serà unido com vósou­
c a p it u l o xn.
tros : porem se he paraentregar-me a
meus inimigos, sendo minhas m&os
STES porem s&o os qne vierão a sem deslealdade; o Deos de nossos
E I Davia a Ziklag, estando elle ain­pais o veja, e o redargua.
da encenado por causa de Saul, filho 18 Ent&o o Espirito revestio a Ama»
de Kis: e erão dos valentes, que aju- sai, cabeça de trinta, e disse, teus so­
dario a esta guerra. mos, ô David! e comtigo estamos, ó
2 Armados de arco, eusav&o da mâofilhide Isai! paz. paz comtigo! e paz
direita e esauerda, em atirar pedras, com teus aiudaaores! pois que teu
e em despedir frechas com aroo: erão Deos te ajuda: e David os recebeo, e
estes dos irm&os de Saul, Beniamitas. oonstituio os entre os Capitaens aas
3 Ahiezer o cabeça, e Joas. nlhos de tropas.
Semaa o Gibeathita 3 e Jeziel, e Pelet, 19 Tambem de Manasse alguns se
filhos de Asmaveth: e Beracha, e Jehu passàr&o a David, quando veio com os
o Anaihotita. Philisteos à batalha contra Saul, ain-
4 E Ismaias 0 Gibeonita, valente en­ daque n&o os aiudàr&o: porque os Sà-
tre oa trinta, e Capitão dos trinta: e trapas dos Philisteos com conselho o
Jeremias, e Jahaziel, e Johanan, e Jo- despedir&o, dizendo, a custa de nossas
zabad o Gederathita. cabeças se passará a seu senhor Saul.
5 Eluzai, e Jerimoth, e Baalias, e 20 Assim que, tomando elle a Ziklag,
Sama rias, e Saphatias o Haruphita. só passàr&o a elle de Manasse, Adnah,
6 Elkana. e Isaias, e Azareel, e Joe- e Jozabad, è Jediael, e Michael, e Jo-
zer, e JasoDam, os Korahhas. zabad. e Elihu, e Zillethai, cabeças
7 E Joela, e Zabadias, filhos de Je- de milhares dos de Manasse.
roham de Gedor. 21 E estes ajudàr&o a David contra
8 E dos Gaditas se retirárâo a David, aquella tropa: porque todos elles er&o
ao lagar forte no deserto, herões va­ heròes valentes: e for&o Capitaens no
lentes. varòes de guerra para pelejar, exercito.
armados oom rodela e lança: e seus 22 Porque naquelle tempo de dia em
rostos erão como rostos de leòes, e dia vinhão a David para o ajudar: até
ligeiros como corças sobre os montes. que se fez hum grande arraial, como
9 Ezer o cabeça, Obadias o segundo, arraial de Deos.
Eliab o terceiro. 23 Ora estas s&o as contas dos oabe-
10 Mismanna o quarto, Jeremias o ças armados para a peleja, que vierão
quinto. a David em Hebron: para traspassar

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426 I. CHRONICAS, XIIÍ.
a e lle o re m o d e Saul, c o n fo rm e à pfe- dias, comendo e bebendo: porque m i
lavra d e Je hovah. irmãos lhes fizerão prestes.
24 Dos filhos de Judá, que traziâo ro­ 4 0 E tambem seus vezinhos de mus
dela e lança: seis mil e oito centos, ar­ perto, até Issaschar,e Zebulon, e Nauh-
mados para a peleja. tali trouxérão pâo sobre asnos, e sobre
25 Dos filhos de Sime&o, herões va­ camelos, e sobre mulos, e sobre bois,
lentes para pelejar: sete mil e cento. comer de farinha, massas de figos e
26 Dos filhos de Levi, quatro mil e de passas, e vinho, e azeite, e bois, e
seis centos. gado meudo em multid&o: porque ha­
27 Joiada porem era o Guia dos de via alegria em Israel.
Aaron: e com elle tres mil e sete
centos. CAPITULO XIII.
28 E Zadok, sendo ainda mancebo^
herõe valente : e da familia de seu pai
vinte e dous Principes. E TEVE David conselho com o*
Maioraes dos milhares, e dos cen­
29 E dos filhos de Benjamin, irm&^ tos, e com todos os Principes.
os de SauL tres m il: porque até ent&o 2 E disse David a toda a congrega*
havia ainda muitos aelles, que erão çÃo de Israel, se bem vos parece, e
pela casa de Saul. que vem de J e h o v a h nosso Deos, de-
30 E dos filhos de Ephraim, vinte ressa enviemos mensageiros a nossos
mil e oito centos, herões valentes, va­ emais irm&os em todas as terras de
rões de nome em casa de seus pais. Israel, e aos Sacerdotes e aos Levitas,
31 E da mea tribu de Manasse, dez que houver com elles, nas cidades e
oito m il: que foráo apontados nome em seus arrabaldes, para. que se ajus­
por àome, para vir a fazer Rei a David. tem comnosco.
32 E dos filhos de Issaschar, destros 3 E tornemos a trazer a Arca de nos­
na sciencia dos tempos, para saberem so Deos a nosoutros: porque n&o a
o que Israel devia fazer: duzentos de buscámos em dias de Saul.
seus cabeças, e todos seus irm&os se- 4 Ent&o disse toda a congregação»
guião sua palavra. que assim se fizesse: porque este ne­
33 De Zebulon, dos que sahi&o ao gocio pareceo recto em olhos de tode
exercito, apercebidos à peleja com to­ o povo.
das armas de guerra, cincoenta m il: 5 Àjuntou pois David a todo Israel,
como tambem destros para ordenarem desde Sihor de Egypto, até chegar a
huma batalha com coração conBtante. Hamath: para trazer a Arca de Deos
34 E de Naphthali mil Maioraes: e de Kiriath-Jearim.
com elles trinta e sete mil com rodela 5 Entáo David com todo Israel subio
e lança. a Baala, e d’ali a Kiriath-Jearim, Qoe
35 È dos Danitas apercebidos para a está em Judá : para fazer S u b ir dfali
peleja, vinte e oito mil e seis centos. a Arca de Deos J s h o v a h , que habita
36 E de Aser, dos que sahi&o ao ex­ entre os Cherubma, e aonde seu nome
ercito, a guardar a ordem de guerra, he invocado.
quarenta mil. 7 E levàr&o a Arca de Deos sobre
37 E d’alemdo Jordáo, dos Rubenitas hum carro novo, da casa de Abinadab:
e Gaditas, e da mea tribu de Manas­ e Uza e Ahio guiav&o o carro.
se, com toda sorte de instrumentos de 8 E David e todo Israel faziâo alegri­
guerra para pelejar, cento e vinte mil. as perante a face de Deos com toda
38 Todos estes varões de guerra, pos­ força: assim com cânticos, como oo»
tos em ordem de batalha, com cora­ harpas, e com alaúdes, e com tambo­
ç&o inteiro viér&o a Hebron, pata le­ ris, e côm cimbalos, e com trom betas.
vantar a David por Rei sobre todo 9 E chegando à eira de Chidon, es­
Israel: e tambem todo o de mais de tendeo Uza sua m&o, para ter mAoaa
Israel, tinha o mesmo coraç&o para Arca: porque os bois tro p e ç a vão.
levantar a David por Rei. 10 Ént&o se encendeo a ira de Jiho-
29 E estivéráo ali com David tres v a h contra Uza, e o ferio; porquante

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I. CHRONICAS, XIV, XV. 4*7
ôstendéra sua mào á Arca: e morreo 12 E deixàr&o ali seus dsotsfc: e
ali perante a face de Deos. mandou David, que se queimassem a
11 E David se anojou de que Jhho- fogo.
v a h houvesse rasgado rasgadura em 13 Porem os Philisteos tomárâo, e
U za: pelo que chamou a aquelle lugar estendérão-se pelo valle.
Perez-Uza, até o dia de hoie. 14 E tornou David a consultar a De­
12 E aquelle dia temeo David a Je­ os; e disse-lhe Deos, n&o subiras apôs
h o v a h , dizendo: como trarei a mim elles: mas rodea por de tras delles, e
a Arca de Deos} vem a elles em fronte dos moreiraes.
13 Pelo que David n&o trouxe a Ar­ 15 E ha de ser que, ouvindo tu hum
ca a si, a cidade de David: porem a ruido de andadura pelas copas dos
fez retirar à casa.de Obed-Edom o moreiraes^ent&o sahe à peleja: por-
Getheo.
14 Assim ficou a Arca de Deos com íerir o arraial dos Philisteos.
a familia de Obed-Edom tres mezes 16 E fez David como Deos lhe man­
em sua casa: e J e h o v a h abendiçoou dára : e ferirão o arraial dos Philisteos
a casa de Obed-Edom, e tudo quanto desde Gibeon até Gazor.
tinha. 17 Assim o nome de David se divul­
CAPITULO XIV. gou por todas aquellas terras: e Je­
h o v a h pôz seu temor sobre todas
NTAO Hiram, Rei de Tiro man­ aquellas gentes.
E dou mensageiros a David; e ma­
deira de cedro, e pedreiros, e carpin­
teiros : para lhe edificar huma casa. CAPITULO XV.
2 E entendeo David, que J e h o v a h EZ tambem casa para si na cidade
o linha confirmado por Rei sobre Is­
rael ; porque seu reinou se tinha mui
F de David: e aparelhou hum lu-
ar para a Arca de Deos, e armou-lhe
eiaJcado, por amor de seu povo Israel. f uma tenda.
3 É David tomou ainda mais mulhe­ 2 Ent&o disse David, ninguém pode
res em Jerusalem: e gerou David ain­ levar a Arca de Deos, sen&o os Levi­
da mais filhos e filhas. tas : porque J e h o v a h os elegeo, para
4 E estes s&o os nomes dos filhos, que levar a Arca de Deos, e para o servir
tinha em Jerusalem: Sammua e So- eternamente.
bab, Nathan e Salam&o. 3 E David ajuntou a todo Israel em
5 E Jibhar, e Elisua, e Elpelet. Jerusalem: para fazerem subir a Ar­
6 E Nogah, e Nepheg, e Japhia. ca de J e h o v a h a seu lugar, que lhe
7 E Elisama e Beeliada, e Eliphelet. tinha preparado.
8 Ouvindo poisos Philisteos, que Da­ 4 E David ajuntou aos filhos de Aa­
vid fora ungido por Rei sobre todo Is­ ron, e aos Levitas.
rael, todos os Philisteos subir&o em 5 Dos filhos de Kehath: a Uriel o
busca de David: o oue David ouvindo, Maioral, e de seus irm&os cento e
logo sahio contra elles. vinte.
9 E vindo os Philisteos, estendérâo- 6 Dos filhos de Merari: Asajas o
•epelo valle de Rephaim. Maioral, e de seus irm&os ducentos e
10 Ent&o consultou David a Deos, di- vinte.
zendot subirei contra os Philisteos. e 7 Dos filhos de Gersom: Joel o Mai­
em minhas mãos os entregarás ? e J e ­ oral, e de seus irm&os cento e trinta.
h o v a h lhe disse, sobe; porque os en­ 8 Dos filhos de Elisaphan: Semaias
tregarei em tuas mâos. o Maioral, e de seus irm&os duzentos.
11 E subindo a Baal-Perasim, David 9 Dos filhos de Hebron: Eliel o Mai­
ali os ferio; e disse David, por mi­ oral, e de seus irm&os oitenta.
nha mão Deos rasgou a meus inimi­ 10 Dos £lhos de Uziel: Amminadab
gos, como a rasgadura de aguas: pelo o Maioral, e de seus irmãos cento e
qne chamár&o o nome daquelle lugar, doze.
Baal-Perasim. H E chamou David aos sacerdotes

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428 1. CHRONICAS. XVI.
Zadok e Abiathar: e aos Levitas Uriel, 24 E Sebanias, e Josaphat, e Ne-
Asaias, e Joel, Semaias, e Eliel, e thaneel, e Amasai, e Zacnarias, e Be­
Amminadab. naias, e Eliezer, os sacerdotes, tocar
12 E disse-lhes, vósoutros sois cabe­ v&o as trombetas perante a Arca de
ças dos pais entre os Levitas: santifí- Deos: e Obed-Edom e Jehias er&o
cai-vos, vósoutros e vossos irm&os, para porteiros da Arca.
que foçais subir a Arca de J e h o v a h , 25 Succedeo pois, que David, e os
Deos de Israel, a o lugar que lhe tenho Anci&os de Israel, e os Maioraes dos
preparado. milhares, for&o a fazer subir a Arca
13 Porque porquanto primeiro vòs do concerto de J e h o v a h , da oasa de
assim o n&o fizestes, J k h o v a h fez ras­ Obed-Edom, com alegria.
gadura entre nós, porquanto o n&o bus­ 26 E foi que ajudarão Deos aos Le­
cámos segundo o direito. vitas, que levavão a Arca do concerto
14 Assim que os sacerdotes e Levi­ de J eh o v a h , sacrifiòav&o sete novi­
tas se santificàr&o: para fazerem su­ lhos, e sete carneiros.
bir a Arca de J e h o v a h Deos de Israel. 27 E David hia vestido de hum rou-
15 E os íilhos dos Levitas trouxér&o p&o de linho fino j como tambem to­
a Arca de Deos sobre seus hombros, dos os Levitas, que levavão a Arca.
como Moyses tinha mandado confor­ e os cantores; e Chenanias, Maioral
me a palavra de J eh o v a h : com as do levar da voz} e dos cantores: tam­
barras aue tinh&o sobre si. bem David levava sobre si huma rou­
16 E aisse David aos Maioraes dos peta de linho.
Levitas, que ordenassem a seus ir­ 28 Assim todo Israel fez subir a Ar­
m&os os cantores com instrumentos ca do concerto de J e h o v a h , com ju­
músicos, com alaúdes, harpas e cim- bilo, e com soido de bozinas, e com
balos: para que se fizessem ouvir, le­ trombetas, e com cimbalos: fazendo
vantando a voz com alegria . soido com alaúdes, e com harpas.
17 Ordenàr&o pois os Levitas a He- 29 E foi que, chegando a Arca do
man filho de Joel, e de seus irm&os a concerto de J eh o v a h á cidade de
Asaph filho de Berechías: e dos filhos David, Michal a filha de Saul olhou
de Merari, seus irm&os, a Ethan filho de huma janella, e vendo a David
de Kusaias. dançar e fazer alegrias, desprezou 0
18 E com elles a seus irm&os da se­ em seu coraç&o.
gunda ordem: a Zacharias, Ben, e t
Jaaziel, e Semiramoth, e Jehiel, e Uni,
Eliab, e Benaias, e Maaseias, eMat- CAPITULO XVI.
thithias, e Elipheléhu, e Mikneias, e APRAZENDO pois a Arca de Deos, a
Obeb-Eaom, e Jeiel, os porteiros. X puzer&o no meio da tenda, que
19 E os cantores, Heman, Asaph e David lhe tinha armado: e offercérfto
Ethan, se fazi&o ouvir com cimbalos holocaustos e sacrifícios gratificos, pe­
de metal: rante a face de Deos.
20 E Zacharias, e Aziel, e Semira­ 2 5 acabando David de offerêcer
moth, e Jehiel, e Uni, e Eliab, e Maa­ os holocaustos e sacrifícios gratificos,
seias, e Benaias; com alaúdes sobre abendiçoou ao povo em nome de Ji-
Alamoth: HOVAH.
21 E Matthithia*, e Eliphelehu, e 3 E repartio a todos em Israel des­
Mikneias, e Obed-Edom, e Jeiel, e dos homens até as mulheresk a cada
Azazias; com harpas sobre Seminith, aual hum bolo de pâo, e hum Dom pe­
para esforçar o tom. daço de came, e hum frasco de vinho.
22 E Chenanias, Maioral dos Le­ 4 E pôz perante a Arca de J ehovah
vitas, tinha cargo do levar da voz: a alguns dos Levitas por ministros: e
ensinava-os no levar delia; porque era isso para recordarem, e louvarem, e
entendido. celebrarem a J e h o v a h Deos de Is­
23 E Berechías, e Elkana, er&o por­ rael.
teiros da Arca. 5 Era Asaph 0 cabeça, e Zacharias

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I. CHRONICAS, XVI. 4*9
o segundo depois delle : Jeiel, e Se- 25 Porque grande he J e h o v a h , e
miramoth, e Jehiel, e Matthithias, e muito de louvar; e mais tremendo he,
Eliab, e Benaias, e Obed-Edom. e que todos os deoses.
Jeiel, com instrumentos de alauaes, 26 Porque todos os deoses das gentes
e com harpas: e Asaph se fazia ouvir s&o vaidades; porem J s h o v a h fez os
com cimbalos. ceos.
6 Porem Benaias, e Jahaadel, os sa­ 27 M&gestade e esplendor ha perante
cerdotes, de contino com trombetas, sua face, força e alegria em seu lugar.
perante a arca do concerto de Deos. 28 Dai a J s h o v a h , ó familias das
7 Ent&o aquelle mesmo dia David gentes, dai a J sh o v a h gloria e força.
deu em primeiro lugar o P salmo se- 29 Dai a J e h o v a h a floria de seu
guinte, para louvarem a J s h o v a h : nome: trazei presentes, e vinde pe­
pelo ministério de Asaph, e de seus rante sua face: adorai a J s h o v a h na
írm&oe. gloria de sua santidade.
8 Louvai a J e h o v a h , invocai seu 30 Assombrai-vos perante sua foce,
nome, notificai entre os povos seus vós toda a terra; pois o mundo se affir-
feito». tüarà, para que se n&o abale.
9 Cantai-lhe, psalmodiai-lhe, atten- 31 Alegrem se os ceos, e goze-se a
tivamente fallai de todas suas mara­ terra; e diga-se entre as gentes, Js­
vilhas. ho v a h reina.
10 Gloriai vos em seu santo nome: 32 Brame o mar com sua plenid&o,
alegre se o coraç&o dos que busc&o a salte de prazei o campo, com tudo o
Jb h o v a h . que ha nelle.
11 Perguntai por J s h o v a h , e de sua 33 Ent&o jubilar&o as arvores dos
força; buscai sua face de contino. bosques, perante a face de J s h o v a h :
12 Lembrai* vos de sua&maravilhas, porquanto yem a julgar a terra.
aue fez, de seus prodígios, e dos juizos 34 Louvai a J sho va h ; porque he
ae soa boca. bom; pois sua benignidade dura per­
13 Vós semente de Israel seu ser­ petuamente.
vo, vós filhos de Jacob, seus eleitos. 35 E dizei, salva-nos, ô Deos denos-
14 Elle he J s h o v a h nosso Deos, em sa salvaç&o, e ajunta-nos, e livra-nos
toda a terra est&o seus juizes. das gentes para que louvemos teu san­
15 Lembrai-vos peipetuamente de to nome, e nos gloriemos de teu louvor.
seu concerto, e da palavra que man­ 36 Louvado seja J s h o v a h Deos de Is­
dou até mil-gerações. rael, de seculo em seculo: e todo o po­
16 Do que contratou com Abraham, vo disse, Amen! e louvou a J s h o v a h .
e de seu juramento a Isaac. - 37 Ent&o deixou ali diante da Arca
17 O qual tambem a Jacob ratificou do concerto de J s h o v a h , a Asaph e a
por estatuto, e a Israel por concerto seus irm&os: para ministrarem de con­
eterno. tino perante a Arca, segundo se orde­
18 Dizendo, a ti darei a terra de Ca- nara para cada dia.
naan, o cordel de vossa herança. 38 Ê mais a Obed-Edom, com seus
19 Sendo vósoutros poucos homens irm&os sessenta e oito: a este Obed-
em numero, e estrangeiros nella. Edom, filho de Jedithun, e a Hosa or­
20 E andárâo de gente em gente,, denou por porteiros.
de hum reino a outro povo. 39 E mais a Zadok o sacerdote, e a
21 A ninguém permittio, que os op- seus irm&os os sacerdotes^ diante do
primisse; e por amor delles repren- Tabemaculo de J s h o v a h : no aho,
dee a reis, dizendo. que està em Gibeon.
22 N&o toqueis a meus ungidos, e a 40 Para offerecerem a J s h o v a h os ho­
meus Prophetas n&o façais mal. locaustos sobre o Altar dos holocaus­
23 Cantai a J e h o v a h toda a terra, tos continuamente, pela manh& e &
aimunciai de dia em dia sua salvaç&o. tarde: e isto segundo tudo o que est&
24 Contai entre as gentes sua çloria; escrito na Lei de J e h o v a h , que tinha
entre todos os povos suas maravilhas. mandado a Israel.

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4ft0 I. CHRONICAS, XVn.
41 £ com elles a Heman. e a Jedu- ca mais os filhos de perversidade os
thun, e aos de mais escolhidos, que fo­ debilitarão, como primeiro.
rão apontados nome por nome: para 10 E desdos dias que mandei que
louvarem a J e h o v a h , porque sua be­ hoüvesse Juizes sobre meu povo Isra­
nignidade dura perpetuamente. el ; porem abati a todos teus inimi­
42 Com elles pois estav&o Heman e gos : tambem te fiz saber, que J e h o ­
Jeduthun com trombetas, e cimbalos v a h te edificaria casa.
para os que se fazifto ouvir, e com in­ 11 E será que, quando teus dias se
strumentos de musica de Deos: porem cumprirem, para que te vas a teus pais,
os íilhos de Jeduthun estav&o à porta. despertarei tua semente depois ae ti,
43 Entào todo o povo se foi, cada a qual serà de teus filhos: e confirma­
qual para sua casa: e tambem David rei seu reino.
se tornou-a abendiçoar a sua casa. 12 Este me edificará casa: e eu con­
firmarei sua cadeira para sempre.
13 Eu lhe serei por pai, e elle me
CAPITULO XVH. será por filho: e minha bènignidade
UCCEDEO pois que, morando Da­ n&o desviarei delle, como a tirei da­
S vid ja em sua casa, disse David ao
Propheta Nathan, eis que moro era ca­
quelle, que foi antes de ti.
14 Mas o confirmarei em minha ca­
sa de cedros, mas a Arca do concerto sa, e em meu Reino para sempre: e
de J e h o v a h està debaixo de cortinas. sua cadeira serà firme para sempre.
2 Ent&o Nathan disse a David, tudo 15 Conforme a todas estas palavras,
quanto tens em teu coraç&o, faze: por­ e conforme a toda esta vis&o, assim
que Deos he comtigo. fallou Nathan a David.
3 Mas succedeo na mesma noite, que 16 Entâo entrou o Rei David, efioou
a palavra de J e h o v a h veio a Nathan, se perante a face de J eh o v a h ; e disse,
dizendo. quem sou eu, J e h o v a h Deos ? e qual
4 Vai, e dize a David meu servo, as­ he minha casa, que me trouxeste até
sim diz J e h o v a h : tu me n&o edifica­ aqui 1
rás huma casa para morar. 17 E ainda isto, ó Deos. foi pouco em
5 Porque em casa nenhuma morei, teus olhos; pelo que fallaste da casa
desdo dia que fiz subir a Israel, até o de teu servo para mais long&: ® P*0”
dia de hoje: mas foi de tenda em veste-me humanamente oom esta ex-
tenda, e de Tabemaculo em Taberna- altaç&o, J eh o v a h Deos.
erão. 18 Que mais te dirà David, ácerca
6 Por todas as partes por onde andei da honra feita a teu servo ? porem tu
com todo Israel, porventura fallei pa­ bem conheces a téu servo.
lavra alguma a algum dos Juizes de Is­ 19 J e h o v a h , por amor de teu servo,
rael, a quem mandei apasoentar a meu e segundo teu coraç&o, fizeste todas
povo, dizendo: porque me n&o edifi­ estas grandezas: para fazer notorias
cais casa de cearos % todas estas grandezas.
7 Agora pois assim dirás a meu ser­ 20 J e h o v a h , ninguém ha como tu, a
vo, a David; assim diz J e h o v a h dos n&o ha Deos fora de ti: conforme a tudo
exercitos; eu te tirei do curral de tras quanto ouvimos com nossos o u v id o s.
das ovelhas, para que fosses Guia de 21 E quem ha como teu povo Israel^
meu poyò Israel. unica gente na terra ? a quem Deos foi
8 E foi comtigo a toda parte que fos­ a redimilo por seu povo, fazendo-ts
te, e de diante de ti desarraiguei a nomeado com cousas grandes e teme­
todos teus inimigos; e te fiz nomeado, rosas, lançando-as gentes de diante de
como os Grandes nomeados, que est&o teu povo, que redimiste de Egypto-
na terra. 22 E tomaste-te a teu pevo Israel por
9 E ordenei hum lugar para meu po­ povo para sempre: e tu, J e h o v a h ,
vo IsraeL epiantei o, para que habite lhe foste por Deos.
em seu lugar, e nunca mais seja re­ 23 Agora pois, J e h o v a h , a palavra
movido de numa a outra parte: e nun­ que fallaste ae teu serro, e de sua casa,

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I. CHRONICAS, XVIII, XIX. 431
seia certo para sempre: e faze, como 9 E ouvindo Thou, Rei de Hamatii,
fallaste. aue David destruirá a todo o exercito
24 Si, certa seja, e teu nome se en­de Hadar-Ezer, Rei de Zoba:
grandeça para sempre, e diga-se, Jx- 10 Mandou seu filho Hadoram a Da­
h o v a h dos exercitos, o Deos de Israel* vid, a lhe perguntar oomo estava, e ao
he Deos por Israel: e a casa de David abendiçoar, ácerca de que pelejàra
teu serro fique firme perante tua faoe. com Hadar-Ezer. e o destruirá; (por­
$5 Porque tu Deos meu revelaste ao que Hadar-Ezer lazia guerra a Thou:)
ouvido de teu servo, que lhe edificari­ enviando-lhe juntamente toda sorte de
as casa: pek> que teu servo se achou vasos de ouro, e de prata, e de metal.
esperto a orar perante tua face. 11 Os quaes Davia tambem consa­
26 Agora pois, J e h o v a h , tu es o mes­ grou a J e h o v a h , juntamente com a
mo Deos: e fallaste este bem ácerca prata e o ouro, que trouxéra de todas
de teu servo. as de mais gentes: dos Edomeos, e
27 Agora pois foste servido de aben- dos Moabitas, e dos filhos de Ammon,
diço&res a casa de teu servo, para que e dos Philisteos, e dos Amalekitas.
esteja perpetuamente perante tua fa- 12 Tambem Absai, filho de Zeruia,
ee: porque tu J s h o v a h a abendiçoas- ferio dez e oito mil Edomeos no valle
te, e ficará abeadiçoada para sempre. do Sal.
13 E pôz guarnição em Edom, e to­
dos os Edomeos ficàrâo servos de Da­
c a p i t u l o xvm. vid: e J e h o v a h guardava a David,
T* DEPOIS disto aconteceo, que Da- por onde quer que hia.
XÀ vid ferio aos Philisteos, e os aba- 14 Assim David reinou sobre todo
leo . e tomou a Gath, e aos lugares de Israel: e fazia juizo e justiça a todo
soa rardiçào, da mâo dos Philisteos. seu povo.
2 Tambem ferio aos Moabitas: e os 15 E Joab, filho de Zeruia, tinha
Moabitas ficàrâo servos de David, tra­ cargo do exercito: e Josaphat, filho
zendo presentes. de Ahilud. era Cancellario.
Z Tambem David ferio a Hadar-Ezer, 16 E Zadok filho de Ahitub, e Abi­
Bei de Zoba, junto a Hamath: indo melech filho de Abiathar, sacerdotes:
elle a pôr soa mâo junto ao rio de Eu- e Sausa escrivão.
phrates. 17 E Benaias, filho de Joiada, tinha
4 E David lhe tomou mil cavallos de cargo dos Cretheos e Pletheos: porem
carros, e sete mil cavalleiro», e vinte os filhos de David os primeiros estàvào
mil homens de p é : e David decepou à mâo do Rei.
a todos os cavallos dos carros; porem
reservou delles cem oavallos. CAPITULO XIX.
5 E viérâo os Syrios de Damasco a
ajudar a Hadar-Ezer Rei de Zoba: ACONTECEO depois disto, que
porem dòs Syrios ferio David vinte e
dous m il homens.
E Nahas Rei dos filhos de Ammon
morreo: e seu filho reinou em seu
6 E David pôz guarnição em Syria lugar.
de Damasco e os Syrios facárâo servos 2 Entâo disse David, usarei de be­
de David, trazendo presentes: e Jb- neficencia com Hanun, filho de Na­
hovah guardava a David, por onde has ; porque seu pai usou de benefi­
quer que hia. cencia comido; pelo que David envi­
7 E tomou David os escudos de ouro, ou mensageiros, ao consolarem ácerca
que tinhão os servos de Hada*»Ezer: de seu pai: e vindo os servos de David
e trouxe os a Jerusalem. à terra dos filhos de Ammon a Hanun,
& Tambem de Tibchath, e de Chun, ao consolarém:
cidades de Hadar-Ezer, tomou David 3 Disséiâo os Principes dos filhos de
muitíssimo metal de que Salamão fez Ammon a Hanun, porventura honra
o mar de metal, e as columnas, e os David a teu pai em teus olhos, porque
vasos de metal. te mandou consoladores ? nâo vierão

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432 I. CtÍRONlCAS. X*.
seus servos a ti, a esquadrinhar, e a fugiráo de diante de Absai, seu irmão,
trastoraar, e a espiar a terra? e entráráo na cidade: e Joab se veio
4 Pelo que Hanun tomou aos servos a Jerusalem.
de David, e rapou-os, e cortou-lhes os 16 E vendo os Syrios, que foráo fe­
vestidos por meio até a coxa da per­ ridos diante de Israel, enviàtáo men­
na : e despedio-os. sageiros, e fizérâo sahir aos Syrios,
5 £ for&o-se, e denunciár&o a David que habitavâo d’alem do rio: e So-
ácerca destes varões, e mandou-lhes phach, Maioral da armada de Hadar-
recado ao encontro^ porque aquelles Ezer, marchava diante delles.
varões estav&o mui envergonhados: 17 0 aue 6endo dito a David, ajun­
disse pois o Rei, ficai-vos em Jericho, tou a todo Israel, e passou ao Jord&o,
até que a barba vos tome a crecer, e e veio a elles, e ordenou a batalha
entáo tomai. contra elles: e havendo David orde­
6 Vendo pois os filhos de Ammon, nado a batalha contra os Syrios, pele-
que se fizeráo fedorentos para com jàráo contra elle.
David, entáo enviou Hanun. e os filhos 18 Porem os Syrios fugírâo de diante
de Ammon, mil talentos ae prata, a de Israel, e ferio David dos Syrios
alugar para si carros e cavalleiros de sete mil cavallos de carros, e quarenta
Mesopotamia, e de Syria de Maacha, mil homens de p é: e a Sophach, Ma­
e de Zoba. ioral da armada, matou.
7 E alugárfto para si trinta e dons 19 Vendo pois os servos de Hadar-
mil carros; e o Rei de Maacha e sua Ezer, que for&o feridos diante de Is­
çente viérâo, e assentáráo seu arraial rael, fizér&o paz com David, e o ser-
aiante de Medeba: tambem os filhos vir&o: e nunca mais os Syrios quizé-
de Ammon se ajuntáráo de suas cida­ r&o soccorrer aos filhos de Ammon.
des, e viérâo à peleja.
8 O que ouvindo David; enviou a CAPITULO XX.
Joab, e a todo o exercito, juntamente
com os Herões. conteceo pois que, ao tempo
9 E sahindo os filhos de Ammon,
ordenárào a batalha á porta da cida­
A da tomada doarmo, no tempe
que os Reis fazem sua sahida, Joab
de : porem os Reis que viérâo, se pu- levou o exercito, e destruio a terra
zéráo à parte no campo. dos íilhos de Ammon, e veio, e cer­
10 E vendo Joab, que a fronteira da cou a Rabba, porem David se ficou
batalha estava contra elle de diante e em Jerusalem: e Joab ferio a Rabba,
de tras, elegeo alguns de todos os mais e a assolou.
escolhidos de Israel, e em ordem os 2 E David tomou a coroa de seu Rei
pôz contra os Syrios. de sua cabeça, e a achou de hum ta­
11 E o de mais do povo entregou em lento de peso de ouro, e havia nella
máo de Absai seu irmáo; e em or­ pedras preciosas; e foi posta sobre a
dem os puzérão contra os filhos de cabeça ae David: e levou da cidade
Ammon. mui grande despojo.
12 'E disse, se os Syrios forem mais 3 Tambem ao povo, que estava nella,
fortes que eu, tu me virás a soccorrer: levou, e os fez serrar com a serra, e
e se os filhos de Ammon mais fortes cortar com talhadeiras de ferro, e com
que tu forem, eu te soccorrerei. machados; eassim fez David a todas
13 Esforça-te, e esforçemos-nos por as cidades dos filhos de Ammon: en­
nosso povo, e pelas cidades de nosso t&o se tornou David, com todo o povo,
Deos: e faça J e h o v a h o qne parecer a Jerusalem.
bem em seus olhos. 4 E depois d’isto aconteceo que, le­
14 Entáo se achegou Joab. e o povo vantando-se guerra em Gazer com os
aue tinha comsigo, á peleja diante dos Philisteos, ent&o Síbbechai, o Husathi-
Syrios: e fugiráo de diante delle. ta, ferio a Sippai, dos filhos de Rapha;
15 Vendo pois os filhos de Ammon, e fioár&o abatidos.
que os Syrios fugiráo, tambem elles 5 E tomou a haver guerra com os

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I. CHRONICAS, XXI. 488
Philkteos: e Elhan&n, filho de Jair, sim diz J e h o v a h ; tres cousas te pro­
ferio a Lahmi, irm&o de Goliath o ponho : escolhe-te huma delias, que te
Getheo, cuja aste da lança era como faça.
org&o de tecel&o. l l E Gad veio a David: e disse-lhe,
6 E tornou a haver guerra em Gath: assim diz J e h o v a h ; toma para ti:
e havia ali hum var&o de alta estatu­ 12 Ou tres annos de fome; ou que
ra, e er&o seus dedos de seis em seis. tres meses te consumas diante de teus
por todos vinte e quatro, e tambem adversarios, e a espada de teus inimi­
era da raça de Rápha. gos te alcançe; ou tres dias a espada
7 E injuriou a Israel: porem Jona­ ae J e h o v a h , isto he a peste na terra,
than, filho de Simea, irm&o de David, e o Anjo de J e h o v a h destruidor enr
o ferio. todos os termos de Israel? ve pois
8 E stes nascerão a Rapha em Gath: agora, que reposta levarei ao que me
e cahir&o pela m&o de David, e pela enviou.
m&o d e seus servos. 13 Ent&o disse David a Gad, estou
em grande angustia: caia eu pois em
CAPITULO XXI. mâos de J e h o v a h ; porque suas mis­
ericórdias s&o muitíssimas; e eu n&o
NTAO Satanas se levantou contra caia em m&os de homens.
E Israel : e induzio a David, que 14 Deu pois J e h o v a h peste em Is­
contasse a Israel. rael : e cahirâo de Israel setenta mil
2 E disse David a Joab, e aos Maio- homens.
taes do povo, ide, e contai a Israel, 15 E J e h o v a h mandou hum Anjo a
desde Berseba até Dan: e trazei me Jerusalem, a destruila; e destruindo a
a conta, para que saiba seu numero. elle, J e h o v a h o vio, e se arrependeo
3 Ent&o disse Joab, J ehovah acre-daquelle mal, e disse ao Anjo destru­
cente a seu povo cem vezes tanto co­ idor ; basta, agora retira tua m&o: e o
mo he; porventura, Rei meu Senhor, Anjo de J e h o v a h estava junto à eira
náo est&o todos por servos de meu de Oman, o Jebuseo.
Senhor 1 porque procura isto meu Se­ 16 E levantando David seus olhos,
nhor ? porque a Israel seria por culpa ? vio ao Anjo de J e h o v a h , que estava
4 Porem a palavra do Rei prevale- entre a terra e o ceo, com sua espada
ceo contra Joab: pelo que sahio Joab, arrancada em sua mâo, estendida con­
e passou por todo Israel ; ent&o se tor­ tra Jerusalem: entâó David e os An­
nou a Jerusalem. ciãos, cubertos de sacos, se prostràr&o
5 E Joab deu a David a somma dó sobre suas faces.
numero do povo: e foi todo Israel 17 E disse David, nâo sou eu o que
onze centos mil homens, dos que ar­ disse, que se contasse o povo? e eu
rancav&o espada; e de Judá quatro mesmo sou o que pequei, e fiz muito
centos e setenta mil homens, dos que m al; mas estas ovelhas que fizérâo ?
arrancavão espada. ah J e h o v a h , Deos meu, tua mâo seja
6 Porem aos de Levi e Benjamin nào contra mim, e contra a casa de meu
contou entre elles: porque a palavra pai, e n&o para castigo de teu povo.
do Rei foi abominavel a Joab. 18 Ent&o o Anjo de J e h o v a h disse
7 E este negocio tambem pareceo a Gad, que dissesse a David, que su­
mal em olhos de Deos: pelo qae ferio bisse David, a levantar hum Altar a Je­
a Israel. % h o v a h na eira de Ornan, o Jebuseo.
8 Ent&o disse David a Deos, grave­ 19 Subio pois David, conforme â pa­
mente pequei, em fazer este negocio: lavra de Gad, que fallàra em nome de
porem agora sejas servido, de tirar a J e h o v a h .
iniquidade de teu servo; porque fiz 20 E virando-se Oman, vio ao Anjo,
mui loucamente. e seus quatro filhos com elle se es­
9 Fallou pois J ehovah a Gad, o Vi­ conderão: e Ornan estava trilhando
dente de David, dizendo. o trigo.
10 Vai, e falia a David, dizendo, as- 21 E David veio a Oman: ®olhou
19

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434 I. CHRONICAS, XXn.
Oman, e vio a David, e sahio da eira, 4 E madeira de cedro sera conta:
e postrou se a David com a foce em porque os Sidonios e Tyrios traziâo
terra. a David madeira de cearo em abun­
22 E disse David a Ornan, dá-me dancia.
este lugar da eira, para edificar nella 5 Porque dizia David, ainda meu
hum Altar a J eh o v a h : pelo pleno di­ filho Salamão he moço e tenro, e a
nheiro me a dà, para que cesse este casa que se ha de editicar para J s h o ­
castigo de sobre o povo. v a h , se ha de fazer magnifica em ex«
23 Entào disse Oman a David: toma cellencia, por nome e gloria em todas
a para ti, e faça el Rei meu Senhor as terras; eu pois lhe prepararei mate-
delia o que parecer bem em seus riaes: assim David preparou materiaes
olhos: eis que dou os bois para holo­ em abundancia, antes de sua morte.
caustos, e os trilhos para lenina, e o tri­ 6 Entâo chamou a Salamão seu filho:
go para offerta de manjares, tudo dou. e mandou-lhe edificar casa a J e h o v a h
24 E disse o Rei David a Oman, nâo, Deos de Israel.
antes pelo pleno dinheiro o quero com- 7 E disse David a Salamão: filho
rar: porque nâo tomarei o que teu meu, quanto a mim, tive proposto em
e, p a r a J e h o v a h ; p a r a q u e d e g ra ç a meu coração, de edificar casa ao No­
n â o o ffereça h o lo cau sto . me de J e h o v a h meu Deos.
25 E David deu a Oman por aquelle 8 Porem palavra de J e h o v a h veio a
higarseis centos siclos de peso de ouro. mim, dizendo, tu derramaste sangne
26 Entâo David edificou ali hum Al­ em multidão, e fizeste grandes guer­
tar a J e h o v a h , e offereceo nelle holo­ ras ; nào edificarás casa a meu Nome;
caustos e sacrifícios gratificos: e invo­ porquanto muito sangue tens derrama­
cou a J eh o v a h , o qual lhe respondeo do na terra, perante minha face.
com fogo do ceo sobre o Altar do ho­ 9 Eis que o filho que te nascer, serà
locausto. varâo de repouso: porque repouso lhe
127 E J e h o v a h m a n d o u ao Anio, e hei de dar de toaos seus mimigos ao
e lle to m o u su a e s p a d a a s u a b a in n a . redor: portanto 8alamâo será seu no­
28 Vendo Davia no mesmo tempo, me, e paz e quietação darei sobre Is­
u e J e h o v a h lh e re s p o n d é ra n a e ir a rael em seus dias.
e Oman, o Jebuseo, sacrificou ali. 10 Este edificará casa a meu Nome,
29 Porque o Tabemaculo de J eh o ­ e elle me serà por filho, e eu a elle
v a h , que Moyses fizéra no deserto, e por p ai: e confirmarei o tnrono de seu
o Altar do holocausto, naquelle tempo reino sobre Israel, para semj>re.
estava no alto de Gibeon. 11 Agora pois, nlho meu, J e h o v a h
30 E nâo podia David perante elle seja comtigo: que prospéres, e edifi­
ir buscar a J e h o v a h : porque estava ques a casa de J e h o v a h teu Deos, oo­
perturbado por causa aa e6pada do mo tem fallado de ti.
Anjo de J e h o v a h . 12 Tam sômente J e h o v a h te dè pru­
dência e entendimento, e te instrâa
CAPITULO XXII. ácerca de Israel: e isso para guardar
a Lei de J e h o v a h teu Deos.
DISSE David, esta serà a casa de 13 Entáo prosperarás, se tiveres cui­
E J e h o v a h Deos: e este serà o Al­
tar do holocausto para Israel.
dado de fazer os estatutos e os direi­
tos, que J e h o v a h mandou a Moyses
2 E mandou David, que se ajuntas­ ácerca de Israel: esforça-te, e tem bom
sem os estranhos, que estavâo em ter­ animo j nâo temas, nem tenhas pavor.
ra de Israel: e ordenou cortadores de 14 Eis que em minha oppressáO pre­
pedras, que lavrassem pedras de can­ parei para a casa de J e h o v a h cem
taria, para edificar á casa de Deos. mil talentos de ouro, e hum milhão de
3 E aparelhou David ferro em multi­ talentos de prata, e de metal e de fer­
dão. ate pregos para as portas das en- ro nào ha peso j porque em abundan­
traaas, e para as junturas: como tam­ cia h e : tambem madeira e pedras pre*
bem metal em abundancia, sem peso. parei, e tu supre o que faltar.

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I. CHRONICAS, XXIII. 435
15 Tambem tens comtigo oíüciaes 10 E os filhos de Simei, Jahath, Zi-
mecânicos em multidão, cortadores, e nau e Jeus? e Berias: estes forão os
artífices em obra de pedra e madeira: filhos de Simei, quatro.
e toda sorte de sabios em toda sorte 11 E Jahath era o cabeça, e Ziza o
de obra. segundo : mas Jeus, e Berias nâo ti-
1 6 D o o u ro , d a p r a t a , e d o m e t a l , e vérão muitos filhos; pelo que forão
d o f e r r o n ã o h a n u m e r o : le v a n ta - te contados em casa de seus pais por só
p o i s , e f a z e a o b r a ; e J e h o v a h s e ja huma familia.
c o m tig o . 12 Os filhos de Kahath, Amram, Is-
17 E David mandou a todos osprin- har, Hebron, e Uziel, quatro.
cipes de Israel, que ajudassem a Sala­ 13 Os filhos de Amram, Aaron* e
mão sen filho, dizendo. Moyses: e Aaron foi separado, para
18 Porventura J eh ov ah vosso Deos santificar a santidade das santidades,
não està comvosco, e não vos deu re­ elle e seus filhos, eternamente; para
pouso do redor %porque tem entrega­ perfumar diante da face de J e h o v a h ,
do era minhas mãos aos moradores da para o servirem, e para darem a ben­
terra; e a terra foi sojugada perante ção em seu Nome, eternamente.
J e h o v a h , e perante seu povo. 14 E quanto a Moyses, varão de De­
19 Agora pois com ooração e alma os, seus filhos forão contados entre a
vos dai a buscar a J eh ov ah vosso De­ tribu de Levi.
os: e levantai-vos, e edificai o Santu­ 15 Forão pois os filhos de Moyses,
ario de J e h o v a h Deos, para que a Ar­ Gersom e Eliezer.
ai do concerto de J e h o v a h , e os vasos 16 Dos filhos de Gersom, Sebuel foi
ngrados de Deos se tragão a esta ca­ o cabeça.
to, qne se ha de edificar ao Nome de 17 E quanto aos filhos de Eliezer, Re-
J ehovah . habias foi o cabeça: e Eliezer não te­
ve outros filhos; porem os filhos de Re-
CAPITULO XXIII. habias se multiplicárão grandemente.
18 Dos filhos de Ishar, Selomith foi

S
ENDO pois David ja velho, e farto o cabeça.
d e dias, fez a Salamão seu filho, 19 Quanto aos filhos de Hebron: Je-
Rei sobre Israel. rias foi o cabeça, Amarias o segun­
2 E ajuntou a todos os Principes de do, Jahaziel o terceiro, e Jekamam o
Israel, como tambem aos Sacerdotes, quarto.
e Levitas- 20 Quanto aos filhos de Uziel: Mi­
3 E forão contados os Levitas de cha o cabeça, e Issias o segundo.
trinta annos e a riba: e foi seu nume­ 21 Os filhos de Merari, Maheli e
ro, segundo suas cabeças, trinta e oito Musi; os filhos de Maheli, Eleazar, e
mil varões. Kis.
4 Destes havia vinte e quatro mil, 22 E morreo Eleazar, e náo teve
p u a apressarem a obra da casa de Je­ filhos, porem filhas: e os filhos de Kis,
h o v a h : e seis mil Officiaes e Juizes. seus irmãos, as tomàrâo por mulheres.
5 E q u a t r o m il p o r te iro s : e q u a tro 23 Os filhos de Musi, Maheli, e Eder,
m il p a r a lo u v a re m a J k h o v a h co m os e Jeremoth, tres.
m s t r u m e n t o s , q u e e u fiz p a r a o louvar, 24 Estes são os filhos de Levi, se­
disse David. gundo a casa de seus pais, cabeças
6 E David os repârtio em partes: dos pais, segundo os contados no nu­
segundo os filhos de Levi, Gerson, Ka- mero dos nomes, segundo seus cabe­
bath, e Merari. ças, que faziào a obra do ministério
7 Dos Gersonitas, Ladan. e Simei. aa casa de J x h o v a h : de idade de vin­
8 Os filhos de Ladan, Jehiel o cabe­ te annos e a riba.
ça, e Zetham. e Joel? tres. 25 Porque disséra David, J e h o v a h
9 Os filhos ae Simei, Selomith, e Ha- Deos de Israel deu repouso a seu po­
« e l, e Haran, tres: estea forão os ca­ vo: e habitará em Jerusalem para
beças dos pais de Ladan. sempre.

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436 I. CHRONICAS, XXIV.
26 E tambem quanto aos Levitas: 5 E os r epartír&o por sortes, os huns
que nunca mais levassem o Taberna- com os outros: porque houve Maiora­
c ulo, nem algum de seus aparelhos es do Santuario e Maioraes de Deos,
jtertencentes a seu ministério. assim dos filhos de Eleazar, como doe
27 Porque, segundo as ultimas pa­ filhos de Ithamar.
lavras de David for&o contados os 6 E escreveo os Semaias, filho de
filhos de Levi: de idade de vinte annos Nethanael, o Escrivão dentre os Levi­
e a riba. tas, perante o Rei, e os Principes, e
28 Porque seu cargo era de estar ao ZadoK o Sacerdote, e Ahimelech filho
mandado dos íilhos d e Aaron no min­ de Abiathar, e os cabeças dos pais en­
is té rio da casa de J eh o v a h ^ nos pate- tre os Sacerdotes, e entre os Levita»:
06, e nas camaras, e na purificação de huma casa de pais se tomou para Ele­
todas as cousas sagradas: e na obra azar, e semelhantemente se tomou
do m iniB terio da casa de Deos. outra para Ithamar.
29 A saber, para os pains da propo- 7 E sahio a primeira sorte por Joia
siç&o. e para a flor de farinha para a rib, a segunda por Jedaias:
onerta de manjares, e para os cosco- 8 A terceira por Harim, a quarta por
roés asmos, e para as sartãs, e para o Seorim:
tostado: e para toda medida e mensura. 9 A quinta por Malchias, aseistapor
30 E p a r a e s t a r e m c a d a m a n h & e m Miyamin:
lo u v a re m e c e le b ra re m a J ehovah : e 10 A sétima por Hakkos, a oitara
s e m e l h a n t e m e n t e á ta r d e . por Abias:
31 E para cada offerecimento dos 11 A nona por Jesua, a decima por
holocaustos de J e h o v a h e nosSabba- Sechanias:
dos, nas luas novas, e nas solennida- 12 A onzena por Eliasib, a dozesa
des, por conta, segundo seu costume por Jakim:
continuamente, perante a face de J e ­ 13 A trezena por Huppa, a catorze-
hovah. na por Jesebeab:
32 E para que tivessem cuidado da 14 A quinzena por Bilga, a decima
uarda da Tenda do ajuntamento, e seista por Immer:
fa guarda do Santuario, e da guaraa 15 E decima sétima por Hezir, a de­
dos filhos de Aaron seus irm&os: no cima oitava por Happises;
ministério da casa de J e h o v a h . 16 A decima nona por Petahias,a
vigésima por Jehezkel:
CAPITULO XXIV. J7 A vigésima prima por Jachin, »
vigésima segunda por Gamul:
QUANTO aos íilhos de Aaron, es­
E tes for&o seus repartimentos: os
íilhos de Aaron for&o Nadab e Abihu,
18 A vigésima tercia por Delaias, a
vigésima quarta por Maazias.
19 O officio destes em seu ministé­
Eleazar e Ithamar. rio era, entrar na casa de Jeh o v a h ,
2 E morreo Nadab e Abihu, antes segundo lhes fora ordenado p o r Aaron
de seu pai, e n&o tivér&o íilhos: e Elea­ seu pai: como J e h o v a h Deos de Is­
zar, e Ithamar administrav&o o sacer­ rael lhe mandára.
docio. ' 20 E dos de mais filhos de Levi: dos
3 E David os repartio, como tambem filhos de Amram, Subael; dos filhos
a Zadok dos filhos de Eleazar, e a Ahi- de Subael, Jehdias.
melech dos filhos de Ithamar: segun­ 21 Quanto a Rehabias: dos filhos de
do seu officio em seu ministério. Rehabias, Issias era cabeça.
4 E dos íilhos de Eleazar se achárão 22 DosIsharitas,Selomotn: dos filhos
mais para cabeças de varões, que dos de Selomoth, Jahath.
íilhos de Ithamar, quando os repartí- 23 E dos filhos de Hebron, Jeriaso
r&o: dos filhos de Eleazar dez e seis primeiro : Amarias o segundo, Jaha-
cabeças das casas dos pais; mas dos ziel o terceiro, Jekamam o quarto.
filhos de Ithamar, segundo as casas de 24 Dos filhos de Uziel, Micha \ dos
seus pais, oito. filhos de Micha, Samir.

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í. CHRONICAS, XXV. 437
25 O irmâo de Micha, Isaias; dos para o ministério da casa de Deos: e
filhos de Isaias, Zacharias. a mandado do Rei, Asaph, Jeduthun,
26 Os filhos de Merari, Maheli e e Heman.
Musi: dos filhos de Jaazias, Beno. 7 E foi seu numero, juntamente com
27 Os filhos de Merari de Jaazias, seus irmãos instruidos no canto de J e ­
Beno, e Soham, e Zaccur, e Hibri. h o v a h , todos mestres, duzentos e oi­
28 De Maheli, Eleazar; e este nâo tenta e oito.
teve filhos. 8 E deitàrão as sortes ácerca da guar­
29 Quanto a Kis, dos filhos de Kis, da igualmente, assim o pequeno como
Jerahmeel: o grande, o mestre juntamente com o
30 E os filhos de Musi, Maheli e discípulo.
Eder, e Jerim oth: estes forão os filhos 9 Sahio pois a primeira sorte por
dos Levitas, segundo suas casas pater­ Asaph, a saber por Joseph: a segun­
nas. da por Gedalias; e erão elle, e seus
31 E tambem elles deitàrão sortes irmàos, e seus filhos, por todos doze.
igualmente com seus irmãos, os filhos 10 A terceira por Zaccur, seus filhos
de Aaron, perante o Rei David, e Za­ e seus irmãos; doze.
dok, e Ahimelech, e os cabeças dos 11 A quarta por Isri, seus filhos, e
pais entre os Sacerdotes e entre os Le­ seus irmãos; doze.
vitas : o cabeça dos pais contra seu 12 A quinta por Nethanias, seus
irmâo menor sorteando. filhos, e seus irmãos; doze.
13 A 8eista por Bukkias, seus filhos,
CAPITULO XXV. e seus irmàos; doze.
14 A setima por Jesarela, seus filhos,
SEPAROU David, juntamente com e seus irmãos; doze.
E os Maioraes do exercito, para ser­ 15 A oitava por Jesaias, seus íilhos,
viço dos filhos de Asaph, e Heman, e e seus irmãos; doze.
Jeaatban, aos que haviâo de propne- 16 A nona por Matthanias, seus filhos,
tizãr com harpas, com alaúdes, e com e seus irmàos; doze.
psaiteiros: e este foi o numero dos va­ 17 A decima por Simei, seus filhos,
rões aptos para a obra de seu minis­ e seus irmàos; doze.
tério. 18 A onzena por Azareel, seus filhos,
2 Dos filhos de Asaph forão Zaccur, e seus irmàos; doze.
e Joseph, e Nethanias, e Asarela, filhos 19 A dozenapor Hasabias, seus filhos,
de Asapn: a cargo de Asaph, que pro- e seus irmàos: doze.
phetizava a mandado do Rei David. 20 A trezena por Subael, seus filhos,
3 Quanto a Jeduthun: forão os filhos e seus irmàos; doze.
de Jeduthun, Gedalias, e Zeri, e Jesa­ 21 ^ catorzena por Matthithías, se­
ias, Hasabias, e Matthithías, seis, a us filnos, e seus irmàos; doze.
cargo d e seu pai Jeduthun, para tan­ 22 A quinzena por Jeremoth, seus
ger harpas: o qual prophetizava, lou­ filhos, e seus irmàos; doze.
vando e dando graças a J e h o v a h . 23 A decima seista por Hananias,
4 Quanto a Heman: os filhos de He­ seus filhos, e seus irmàos; doze.
man, Bukkias,Matthanias,Uziel, Sebu- 24 A decima setima por Josbekasa,
el, e Jerimoth, Hananias, Hanani, Eli- seus filhos, e seus irmàos; doze.
atha,6iddalthi. eRomamthi-Ezer, Jos- 25 A decima oitava por Hanani, se­
bekasa, Mallotni, Hothir, e Mahazioth. us filhos,' e seus irmàos; doze.
5 Todos estes forão filhos de Heman, 26 A aecima nona por Mallothi, se­
o vidente do Rei nas palavras de De­ us filhos, e seus irmàos; doze.
os, para exalçar a corneta: porque 27 A vigésima por Eliatha, seus
Deos déra a Heman catorze nlhos e filhos, e seus irmàos; doze.
tres filhas. 28 A vigésima prima por Hothir, se­
6 Todos estes estavâo ordenados de us filhos, e seus irmàos • doze.
seu pai para o canto da casa de J e h o - 29 A vigésima segunaa por Giddal*
vaki, com psaiteiros, alaúdes e harpas, thi, seus filhos, e seus irmàos; doze.

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438 I. CHRONICAS, XXVI.
30 A vigésima tercia por Mahazioth, Zacharias, conselheiro entendido; e
seus filhos, e seus irm&os; doze^ sua sorte sahio ao Norte.
31 A vigésima quarta por Romamth 15 E por Obed Edom ao Sul: e por
Ezer, seus filhos, e seus írmàos; doze. seus filhos a casa das thesourarias.
16 Por Suppim e Hosa ao Occidente,
CAPITULO XXVI. com a porta Sallecheth, junto ao ca­
minho alto da subida: guarda em fron­

Q
UANTO aos repartimentos dos por­ te de guarda.
teiros, dos Korahitas foi Mesele- 17 Ao Oriente spis Levitas; ao Nor­
mias filho de Kore, dos filhos de Asaph.te quatro de dia, ao Sul quatro de dia:
2 E forão os filhos de Meselemias: porem às thesourarias, de dous em
Zacharias a primogênito, Jediael o se­ dous.
gundo, Zebadias o terceiro, Jathniel o 18 Em Parbar ao Occidente: quatro
quarto. junto ao caminho alto, dous junto a
3 Elam o quinto, Johanan o seisto, Parbar.
Elioenai o setimo. 19 Estes s&o os repartimentos dos
4 E os filhos de Obed Edom for&o: porteiros d7entre os filhos dos Korahi­
Semaias o primogênito, Jozabad o tas, e d’entre os filhos de Merari.
segundo, Joah o terceiro? e Sachar o 20 E quanto aos Levitas: Ahias tin­
quarto, e Nethanael o quinto. ha cargo dos thesouros da casa de De­
5 Ammiel o seisto, Issaschar o seti­ os, e dos thesouros das cousas sagradas.
mo, Peullethai o oitavo: porque Deos 21 Quanto aos filhos de Ladan, filhos
o tinha bemdito. de Ladan Gersonita: de Ladan Ger-
6 Tambem a seu filho Semaias filhos sonita, forão cabeças dos pais, Jehieli.
nascerão, que senhoreàrâo sobre a ca­ 2 2 O b filhos de Jehieli: Zetham. e
sa de seu pai: porque for&o Herôes Joel seu irmâoj estes tinh&o cargo aos
valentes. thesouros da casa de J e h o v a h .
■7 Os filhos de Semaias, Othni, e Ra- 23 Para os Amramitas^ para os Is-
phael, e Obed, e Elzabad, seus irm&os, haritas, para os Hebromtas, para os
homens valentes: Elihu, e Semachias. Ozielitas.
8 Todos estes for&o dos filhos de Obed 24 E Sebuel filho de Gersom, o filho
Edom, elles e seus filhos, e seus ir­ de Moyses, era Maioral dos thesouros.
m&os, varões valentes de força para 25 E seus irm&os for&o da banda de
o ministério: por todos sessenta e dous, Eliezer, Rehabias seu filho, e Jesaias
de Obed Edom. seu filho, e Joram seu filho, e Zichri
9 E os filhos e irm&os de Mesele­ seu filho, e Selomith seu filho.
mias, homens valentes, for&o dez e 26 Este Selomith e seus irm&os ti­
oito. nhão cargo de todos os thesouros das
10 E de Hosa, dentre os filhos de cousas sagradas, que o Rei David com-
Merari, for&o os filhos: Simri o cabe­ sagràra: tambem er&o cabeças dos
ça, (ainda que n&o era o primogênito, pais, Maioraes de milhares, e de cen­
com tudo seu pai o pôz por cabeça.) tenas, e Maioraes do exeroito.
11 Hilkias o segundo, Tebalias o ter­ 27 Das guerras, e dos despojos as
ceiro, Zacharias o quarto: todos os consagrarão: para concertarem a casa
filhos e irm&os de Hosa for^o treze. de J e h o v a h .
12 Destes se fizérâo os repartimen­ 28 Como tambem tudo quanto con­
tos dos porteiros entre os cabeças dos sagrara Samuel o vidente, e Saul filhe
varões da guarda igualmente com se­ de Kis, e Abner filho de Ner, e Joab
us irmãos: para ministrarem na casa filho de Zeruia: tudo quanto qualquer
de J e h o v a h . consagrâra, estava debaixo da mâo de
13 E lançár&o as sortes, assim os pe­ Selomith e seus irm&os.
quenos como os grandes, segundo as 29 Dos Isharitas for&o Chenanias, e
casas de seus pais, para cada porta. seus filhos, para a obra de fora, orde­
14 E cahio a sorte do Oriente a Se- nados sobre Israel por Officiaes e por
lemias: e lançou se a sorte por seu filho Juizes.

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I. CHRONICAS, XXVÜ. 43»
30 Dos Hebrotiitas foráo Hasabias e ral Samhuth o Israhita: tambem em
seus irmàos, homens valentes, mil e seu repartimento havia vinte e quatro
sete centos, que tinháo cargo dos of- mil.
ficios em Israel d’aquem do Jordáo ao 9 O seisto do seisto mez, Ira filho de
Occidente: em toda a obra de J e h o ­ Ikkes o Thekoita: tambem em seu re­
v a h , e para serviço do Rei. partimento havia vinte e quatro mil.
31 Dos Hebronitas era Jerias o ca­ 10 0 setimo do setimo mez, Heles o
beça dos Hebronitas do suas gerações Pelonita, dos filhos de Ephraim: tam­
entre os pais: no anno quarenta do bem em seu repartimento havia vinte
reino de David se buscáráo e achárào e quatro mil.
entre elles Heroes valentes em Jaezer 1 1 0 oitavo do oitavo mez, Sibbechai
de Gilead. o Husathita, dos Zarithas: tambem
32 E seus irmàos, homens valentes, em seu repartimento havia vinte e
dous mil e sete centos, cabeças dos quatro mil.
pais: e o Rei David os constitnio so­ 12 O nono do nono mez, Abieser o
bre os Rubenitas e os Gaditas, e a mea Anathotita, dos Benjaminitas: tam­
txibu dos Manassitas, para todos os ne- bem em seu repartimento havia vinte
gocios de Deos, e os negocios do Rei. e quatro mil.
13 0 decimo do decimo mez, Ma-
CAPITULO XXVÜ. harai o Netophathita, dos Zarnitas:
tambem em seu repartimento havia
STES sáo os filhos de Israel se­ vinte e quatro mil.
E gundo seu numero, os cabeças dos
pais, e os Maioraes dos milhares e das
14 0 onzeno do onzeno mez, Bena­
ias o Pirathonita, dos filhos de Ephra­
centenas: com seusOíficiaes, que ser­ im : tambem em seu repartimento
vião ao Rei em todos os negocios dos havia vinte e quatro mil.
repartimentos, entrando e sahindo de 15 O dozeno do dozeno mez, Heldai
mes em mez, em todos os mezes do o Netopharita, de Othniel: tambem
anno: cada repartimento de vinte e em seu repartimento havia vinte e
quatro mil. quatro mil.
2 Sobre o primeiro repartimento do 16 Porem sobre as tribus de Israel
mez primeiro era Jasobham, filho de eráo estes; sobre os Rubenitas era
Zabdiel: e em seu repartimento ha­ Guia Eliezer filho de Ziohri: sobre os
via vinte e quatro mil. Simeonitas, Sephatias, filho de Maa­
3 Era este dos filhos de Peres, ca­ cha.
beça de todos os Maioraes dos exer­ 17 Sobre os Levitas, Hasabias filho
citos, para o mez primeiro. de Kemuel: sobre os Aaronitas, Za­
4 È sobre o repartimento do mez dok.
segundo era Dodai o Ahohita, com seu 18 Sobre Judá, Elihu, dos irmàos
repartimento, oujo Guia era Mikloth: de David: sobre Issaschar, Omri, filho
tambem em seu repartimento havia de Michael.
vinte e quatro mil. 19 Sobre Zebulon, Ismaias, filho de
5 O terceiro Maioral do exercito do Obadias: sobre Naphthali, Jerimoth!
mez terceiro, éra Benaias filho de Jo­ filho de Azriel.
iada, official maior e cabeça: tambem 20 Sobre os filhos de Ephraim, Ho-
em seu repartimento havia vinte e seas, filho de Azazias: sobre a mea
quatro mil. tribu de Manasse, Joel, filho de Pe-
6 Era este Benaias hum Herõe entre daias.
os trinta, e sobre os trinta: e sobre seu 21 Sobre a outra mea tribu de Ma­
repartimento era Ammizabad seu filho. nasse em Gilead, Iddo, filho de Za­
7 O quarto do quarto mez, Asael ir- charias : sobre Benjamin, Jaasiel, filho
de Joab, e aepois delle Zebadi- de Abner.
as sen filho: tambem em seu reparti­ 22 Sobre Dan, Azarei, filho de Jero­
mento havia vinte e quatro mil. ham : estes eráo os Maioraes das trí­
$ O quinto do quinto mez, o Maio­ bus de Israel.

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440 I. CHRONICAS XXVIII.
23 Náo tomou pprem David o nume­ ráes de toda a fazenda e possessão do
ro dos de vinte annos e a baixo: por Rei, e de seus íilhos, como tambem
quanto J eh ov ah disséra, q u e havia de aos £unuchos e Herões, e todo valen­
multiplicar a Israel, como as estrellas te Herõe.
do ceo. 2 E o Rei David se levantou em pé,
24 Bem havia Joab, filho de Zeruia, e disse, ouvi-me, meus, irmãos, e meu
começado a contar, porem náo aca­ ovo: em meu coração propuzéra eu
bou ; porquanto viera porisso grande
ira sobre Israel: pelo que o numero se
S e edificar huma casa de repouso pa­
ra a Arca do concerto de J e h o v a h q
náo pôz na conta das Chronicas do para o escabello dos pés de nosso De­
Rei David. os, e eu tinha feito aparelho para edi­
25 £ sobre os thesouros do Rei era ficar.
Azmaveth, filho de Adiei: e sobre os 3 Porem Deos me disse, náo edifi­
thesouros aa terra, das cidades, e das carás casa a meu nome: porque es
aldeas^ e das torres, Jonathan, filho varáo de guerra, e derramaste muito
de Uzias. sangue.
26 £ sobre os que faziáo a obra do 4 E J e h o v a h Deos de Israel me ele-
campo, na lavoura da terra: Ezri, geo de toda a casa de meu pai, pare
filho de Chelub. que eternamente fosse Rei soDre Isra­
27 £ sobre as vinhas, Simei o Ra- el ; porque a Judá elegeo por guia, e a
mathita: porem sobre o que das vides casa de meu pai na casa de Judá: e
entrava nos thesouros do vinho, Zabdi entre os filhos de meu pai se agradou
o Siphmita. de mim, para me fazer reinar robre
28 £ sobre os olivaes e moreiras todo Israel.
bravas, que havia nas campinas, Baal 5 £ de todos meus filhos (porrnw
Hanan o Gederita: porem Joas sobre muitos filhos me deu J e h o v a h :) ele*
os thesouros do azeite. geo a meu filho Salamáo, para se as­
29 £ sobre as vacas que pasciáo em sentar na cadeira do reino de Jiao-
Saron, Sirai o Saronita: porem sobre v a h sobre Israel.
as vacas dos valles, Saphat, filho de 6 £ disse a mim, teu filho Salamão,
Adiai. elle edificará minha casa e meus pa-
30 £ sobre os camelos. Obil o Isma- teos: porque me o elegi por filho, e
lita : e sobre as asnas, Jehdias o Me- eu lhe hei de ser por pai.
ronothita. 7 E estabelecerei seu reino para
31 £ sobre o gado miudo, Jaziz o sempre : se se esforçar a fazer meus
Hagaritha: todos estes erão Maioraes mandamentos e meus direitos; oomo
da fazenda, que tinha o Rei David. até o dia de hoje.
32 £ Jonathan, tio de David, era do 8 Agora pois, perante os olhos de
conselho, varáo entendido, e tambem todo Israel, a congregação de Je h o ­
Escriba: e Jehiel, filho de Hacmoni, v a h , e perante os ouvidos de no«o
estava com os filhos do Rei. Deos, guardeis e busqueis todos of
33 £ Achitophel era do conselho do mandamentos de J e h o v a h vosso De­
Rei: e Husai o Archita, amigo do Rei. os: para que em herança possuais
34 £ depois de Achitophel, Joiada, esta boa terra, e a façais herdar a
filho de Benaias, e Abiatnar; porem vossos filhos depois de vôs, para sem­
Joab era Maioral do exercito do Rei. pre.
9 £ tu, meu filho Salamão, conhece
ao Deos de teu pai, e serve o de co­
CAPITULO XXVIII. ração inteiro, e de alma voluntaria;
NTAO David ajunta em Jerusalem porque todos os corações esquadrinha
E a todos os Maioráes de Israel, aos
Maioráes das tribus, e aos Maioráes
J e h o v a h , e todas as imaginações do»
pensamentos entende: se o buscares,
dos repartimentos, que servião ao Rei, será achado de tim; porem se o dei­
e aos Maioráes aos milhares, e aos xares, regeitar te ha para sempre.
Maioráes das centenas, e aos Maio­ 10 Olha pois agora, porque J e h o ta H

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I. CHRONICAS, XXIX. 441
te elegeo, para edificares casa para a obra do serviço da casa de J eho­
Santuario; esforça te, e faze a obra. vah.
11 E deu David a Salamão seu filho 21 E eis que ahi tens os repartimen­
a traça do alpendre com suas casarias, tos dos Sacerdotes e dos Levitas, para
e suas thesouratias, e sens cenáculos, todo o ministério da casa de Deos: es­
e suas recamaras de dentro, como tào tambem comtigo para toda a obra
tambem da casa do Propiciatorio. todas sortes de voluntários com sabe­
12 E tambem a traça de tudo quan­ doria, para todo ministério; como tam­
to tinha em seu animo, a saber dos bem todos os Principes, e todo o povo,
pateos d a casa de J e h o v a h , e de to­ prestes a todos teus mandados.
das as camaras do redor: para os the­
souros d a casa de Deos, e para os the­
souros dasr cousas sagradas: CAPITULO XXIX.
13 E dos repartimentos dos Sacer­ ISSE mais o Rei David a toda a
dotes, e dos Levitas, e de toda obra
do ministério da casa de J e h o v a h :
D congregação, Deos sômente ele­
geo a Salamào meu filho, ainda moço
e de todos os vasos do ministério da e tenro: e esta obra he grande ; por­
casa de J e h o v a h . que nào he palacio para homem, se-
14 O ouro deu segundo o peso de nào para J e h o v a h Deos.
oaro, para todos os vasos de eada mi- 2 Eu pois com toda minha força ja
nisteno: tambem a prata, por peso, tenho aparelhado para a casa de meu
paia todos os vasos ae prata, para to­ Deos ouro para as obras de ouro, e
dos os vasos de cada mmisteno: prata para as de prata, e metal para
15 E o peso para os castiçaes de ou­ as de metal, ferro para as de ferro, e
ro, e soas c a n a e a s de ouro, segundo o madeira para as de madeira: pedras
peso de cada castiçal e suas candeas: Sardónicas, e as de engaste, e pedras
tambem para os castiçaes de prata omatorias, e obra de broslado, e toda
segando o peso do castiçal e suas can­ sorte de pedras preciosas, e pedras
deas, segundo o ministério de cada marmoraes em abundancia.
castiçal. 3 E ainda de minha própria vontade
16 Tambem deu o ouro por peso pa­ para a casa de meu Deos, o ouro e pra­
ra as mesas da proposição, para cada ta particular que tenho, de mais eu
mesa: como tambem a prata para as dou para a casa de meu Deos, a fora
mesas de prata. tudo quanto tenho prestes para a casa
17 E ouro puro para os garfos, e pa­ do Santuario.
ia as bacias e as escudelas: e para 4 Tres mil talentos de ouro, do ouro
as taças de ouro, para cada taça seu de Ophir: e sete mil talentos de pra­
peso; como tambem pará as taças de ta purificada, para cubrir as paredes
prata, para cada taça seu peso. das casas.
18 E para o Altar do perfume, ouro 5 Ouro para os vasos de ouro, e prata
purificado, por seu peso: como tam­ para os de prata; e para toda obra de
bem o ouro para o modelo do carro, mào dos artifices: quem pois hoje he
a saber dos Cherubins, que havi&o de voluntário, venha ofFerecer 6ua mào
estender as asas, e cubrir a Arca do chea a J e h o v a h ?
concerto de J e h o v a h . 6 Entáo os Maioraes dos pais, e os
19 Tudo isto, disse David, por escri­ Maioraes das tribus de Israel, e os
to me deráo a entender por mandado Maioraes dos milhares, e das cente­
de J e h o v a h : a saber todas obras des­ nas ; até os Maioraes da obra do Rei,
ta traça. voluntariamente contribuírào:
20 E disse David a Salamão seu filho, 7 E deráo para o serviço da casa de
esforça-te, e tem bom animo, e obra; Deos cinco mil talentos de ouro, e dez
n&o temas, nem te espavoreças: por­ mil dragmas, e dez mil talentos de
que J e h o v a h Deos. meu Deos, ha de prata, e dez e oito mil talentos de me­
eer comtigo; n&o te deixará, nem te tal, e cem mil talentos de ferro.
desamparará! até que náo acabes toda 8 E os que se achárào com pedras
19*

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442 1. CHRONICAS, XXIX.
pnciosas, as der&o para o thesouro da mentos, teus testemunhos, e teus os*
casa de J e h o v a h , em mâo de Jehiei ta tutos: e para fazer tudo, e pata
o Gersonita. edificar este pakcio que tenho apare­
9 £ o povo se alegrou de que tam lhado.
voluntariamente houvesse daao; por- 20 Entào disse David a toda a con-
ue de inteiro coraç&o voluntariamente gregaçào, agora louvai a J e h o v a h vos­
er&o a J e h o v a h : e tambem o Rei so Deos: ent&o toda a congregaç&o
David se alegrou com grande alegria. louvou a J e h o v a h Deos de seus pais,
10 Pelo que David louvou a J e h o v a h e inclinar&o-se, e postr&rào-se perante
perante os olhos de toda a G o n g re g a - J e h o v a h , e perante o Rei.
çáo: e disse David; bemdito tu, Je­ 21 E sacrincàr&o a J e h o v a h sacrifí­
h o v a h , Deos de nosso pai Israel, para cios, e oíferecérào holocaustos a J e h o ­
todo sempre dos sempres. v a h amanhà do dia seguinte, mil be­
11 Tua he, J e h o v a h , a magnificên­ zerros, mil carneiros, mil cordeiros,
cia, e a potência, e a honra, e a vioto- com suas offertas de licor: e sacriâ-
ria, e a magestaae; porque teu he tu­ cios em multid&o por todo Israel.
do quanto ha nos ceose na terra: teu 22 E comér&o e Debérào aquelle dia
he, J e h o v a h , o Reino, e tu te exal­ perante a face de J e h o v a h , com gran­
çaste sobre todos por cabeça. de gozo: e a segunda vez fizérâo Rei
12 £ riquezas e gloria vem de dian­ a Salam&o, filho de David, e o ungii&o
te de ti, e tu dominas sobre tudo, e em a J e h o v a h , por Guia, e a Zadok por
tua mâo ha força e potência: e em tua Saòerdote.
m&o está engrandecer e esforçar tudo. 23 Assim Salam&o se assentou no
13 Agora pois, 6 Deos nosso, graças throno de J e h o v a h , por Rei, em lugar
te damos, e louvamos o Nome de tua de David seu pai, e prosperou : e todo
gloria. Israel lhe deu ouvidos.
14 Porque quem sou eu, e quem meu 24 E todos os Principes, e os Herões,
povo, que tivessemos poder, para tam e até todos os filhos do Rei David, de-
voluntariamente dar semelhantes cou­ r&o a m&o, de que estari&o debaixo do
sas $ poraue tudo vem de ti, e de tua Rei Salamào.
m&o teo a amos. 25 E J e h o v a h magnificou a Salamão
15 Porque somos estranhos perante grandissimamente, perante os olhos
tua face, e peregrinos como todos nos­ ae todo Israel: e deu-lhe magestade
sos pais: como a sombra s&o nossos real, qual nenhum Rei antes oelle te­
dias sobre a terra, e n&o ha outra es­ ve em Israel.
perança. 26 Assim David, filho de Isai, reinou
16 J e h o v a h , Deos nosso, toda esta sobre todo Israel.
multid&o, que preparámos, paraedifí- 27 E for&o os dias que reinou sobre
carte casa a teu santo Nome, vem de Israel, quarenta annos: em Hebron
tua m&o, e toda he tua. reinou sete annos, e em Jerusalem
17 £ bem sei eu, Deos meu, fjue tu reinou trinta e tres.
provas os corações, e que das sinceri­ 26 E morreo em boa velhice, farto
dade® te agradas: eu tambem em sin­ de dias, riquezas e gloria: e Salam&o
ceridade de meu coraç&o voluntaria­ seu filho reinou em seu lugar.
mente dei todas estas cousas; e agora 29 Os successos pois do Rei David,
a teu povo, que se acha aqui, vi oom assim os primeiros, como os últimos,
alegria, que voluntariamente te deu. eis que estào escritos nos successos de
18 J e h o v a h , Deos de nossos paifl Samuel o Vidente, e nos succeasos do
Abraham, Isaac, e Israel, conserva isto Propheta Nathan, e nos successos de
para sempre na intenç&o dos pensa­ Gaa o Vidente:
mentos do coraç&o de teu povo: ee n ­ 30 Juntamente com todo seu reino,
caminha seu coraç&o a ti. e sua potência: e os tempos que paa-
19 £ a Salam&o, meu filho, dà oora- sàr&o sobre elle, e sobre Israel, e sobre
ç&o inteiro, para guardar teu» manda­ todos os reinos oaquellas terne»

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n. CHRONICAS, I, n. 443

O S E G U N D O LI VRO DÁS C H R O N I C A S .

CAPITULO h não pediste riquezas, fazenda, ou hon­


ra, nem a morte de teus aborrecedo­
SALAM AO, filho de David se es­
E forçou em sen reino: porque J e ­
h o v a h seu Deos era com elle, e o
res, nem tam pouco pediste muitos
dias de vida: mas pediste para ti sa­
bedoria e sciencia, paraque pudesses
magnificou grandissimamente. julgar a meu povo, sobre que te puz
2 E fallou Salamão a todo Israel, aos por Rei:
Maioraes d e milhares, e das centenas, 12 Sabedoria e sciencia te são da­
e aos Juizes, e a todos os Principes das: e tambem riquezas, e fazenda
em todo Israel, cabeças dos pais. e honra te darei, qual nenhuns Reis
3 E forão Salamão, e toda a congre­ antes de ti tivérão; e depois de ti taes
gação com elle, ao alto que estava em nâo havera.
Gibeon: porque ali estava a tenda do 13 Assim Salamão se veio a Jerusa­
ajuntamento de Deos. que Moyses, lem do alto, que está em Gibeon, de
serro d e J x h o v a h tinha feito no de­diante da tenda do ajuntamento: e
serto. reinou sobre Israel.
4 (Mas David fizéra subir a Arca de 14 E Salamão ajuntou carros e ca-
Deos de Kirath-Jearim ao lugar que valleiros, e teve mil e quatro centos
David lhe tinha aparelhado: porque carros, e doze mil cavalleiros: e pélos
lhe aunara huma tenda em Jerusa- nas cidades dos carros, e junto ao Rei
lemj em Jerusalem.
5 Tambem o Altar de metal, que 15 E fez o Rei que ouro e prata
fizéra. Besaleel filho de Uri. filho de houvesse em Jerusalem, como pedras :
Hor, estava ali diante do Tafcemaculo e cedros em tanta abundancia, como
de J e h o v a h : e Salamão e a congre­ moreiras bravas, que ha pelas campi­
gação o visita vão. nas.
6 E Salamão offereceo ali sacrifícios, 16 E o tirar dos cavallos, era o qne
perante a face de J e h o v a h , sobre o Salamão tinha de Egypto : e auanto
Altar de metal, que estava na tenda ao fio de linho, os mercadores ao Rei
do ajuntamento: e offereceo sobre tomavão o fio ae linho pelo preço.
eüe mil holocaustos. 17 E faziâo subir e sahir ae Egypto
7 Naquella mesma noite Deos appa­ cada carro por seis centos siclos de
receo a Salamão: e disse-lhe, pede ó prata, e cada cavallo por cento e cin­
que quizeres que eu te dè. coenta : e assim por suas mãos os ti-
8 E Salamão disse a Deos, tu usaste ravão para todos os Reis dos Hetheos.
de grande beneficencia com meu pai e para os Reis de Syria.
David: e a mim me fizeste Rei em
seu lugar. CAPITULO n.
9 Agora pois J e h o v a h Deos, seja
DETERMINOU Salamão de edi­
verdadeira tua palavra, dada a meu
pai David: porque tu me fizeste rei­ E ficar casa ao Nome de J e h o v a h ;
nar sobre hum povo copioso, como o como tambem huma casa para seu
pó da terra. Reino.
10 Dá-me pois agora sabedoria e 2 E contou Salamão setenta mil ho­
sciencia, para que possa 6ahir è entrar mens de carga, e oitenta mil, que cor­
perante este povo: porque quem po­ tassem na montanha: e juntamente
deria julgar a este teu tam grande tres mil e seis centos Mandadores so­
poro? bre elles.
U Então Deos disse a Salamão, por­ 3 E Salamão enviou a Huram, Rei
quanto houve isto em teu coração, e de Tyro, dizendo; como usaste com

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n . CHRONICAS, ra.
David meu pai, e lhe mandaste ce­ 13 Agora pois envio hum varâo sa»
dros, para edificar-se casa. em que bio de grande entendimento, a saber
morasse; assim tambem usa comigo. Huram Abi.
4 Eis que estou para edificar casa 14 Filho de huma mulher das filhas
ao Nome de J e h o v a h meu Deos, para de Dan, e cujo pai foi varâo de Tyro;
lhe consagrar, para encender perante este sahe lavrar em ouro e em prata,
sua face perfumes aromaticos, e para em bronze, em ferro, em pedras e em
o appareJno do páo continuo, e para os madeira, em purpura, em cardeno, e
holocaustos de pela manhâ e da tarde, em linho fino. e em carmesim, e he
aos Sabbados, e às Luas novas, e às capaz para toda obra do buril, e para
festividades de J e h o v a h nosso Deos: toaas engenhosas invenções: qualquer
o que he perpetuamente em Israel. cousa que se lhe propuzer, juntamente
5 E a casa, que estou para edificar, com teus sabios, e os sabios de David,
ha de ser grande: porque nosso Deos meu Senhor, teu pai.
he maior que todos os deoses. 15 Agora poisj meu Senhor mande a
6 Porem quem teria a força, para lhe seus servos o trigo, e a cevada, o
edificar casa ? pois os ceos e até os azeite, e o vinho, que disse.
ceos dos ceos o nâo comprendem : e 16 E nôs cortaremos tanta madeira
quem sou eu, que lhe edificasse casa? no Libano, quanta houveres mister, e
salvo para encender perfume diante t’à traremos em jangadas por mar a
de sua face. Japho: e tu a farás subir a Jerusalem.
7 Assim que agora me manda hum 17 E Salamão contou a todos os va
varâo sabio para obrar em ouro, e em rôe8 estranhos, que havia em terra de
prata, e em Dronze, e em ferro, e em Israel, conforme a conta, com que os
purpura, e em carmesim, e em car­ contàra David seu pai: e achárão se
deno ; e que saiba lavrar ao buril: cento e cincoenta e tres mil e seis
juntamente com os sabios que estâo centos.
comigo em Judá e em Jerusalem, e 18 E fez delles setenta mil carretei
David meu pai apercebeo. ros, e oitenta mil cortadores na mon
8 Manda me tambem madeira de tanha: como tambem tres mil e seis
cedros, faias, e Algummims do Liba­ centos Mandadores, para fazerem tra­
no j porque bem sei eu que teus ser­ balhar ao povo.
vos sabem cortar madeira no Libano :
e eis que meus servos estarão com
teus servos. CAPITULO III.
9 E isso para que me apercebâo mui­ COMECOU Salamão a edificar a
ta madeira: porque a casa, que estou
para fazer, hia de ser grande e mara­
E casa de J e h o v a h em Jerusalem,
no monte de Moria,que fora mostrado
vilhosa. a David seu pai: no lugar que David
10 E eis que a teus servos, os corta­ apercebéra na eira de Oman Jebuseo.
dores, que cortarem a madeira, hei 2 E começou a edificar no mez se-
de dar vinte mil Coros de trigo ma­ undo, aos dous do mez} no anno quarto
lhado, e vinte mil Coros de cevada: e seu reinou.
e vinte mil Batos de vinho, e vinte 3 E estas forão as fundações de Sa­
mil Batos de azeite. lamão, para edificar a casa de Deos:
11 E Huram, Rei de Tyro, respondeo foi a compridão de covados segundo
por escrito, e enviou a Salamão, di­ a medida primeira, de sessenta cova­
zendo : porquanto J e h o v a h ama a seu dos, e a largura de vinte covados.
povo, te pôz sobre elle por Rei. 4 E o alpendre que estava diante,
12 Disse mais Huram, bemdito seja da compridão segundo a largura da
J e h o v a h Deos de Israel, que fez os casa, era de vinte covados, e a altura
ceos. e a terra: o que deu ao Rei Da­ de cento e vinte: o que de dentro cu­
vid num filho sabio, de grande pru­ brio com ouro puro.
dência e entendimento, que edinque 5 E a casa grande cubrio com ma­
casa a J e h o v a h , e para seu Reino. deira de faia \ e entâo a cubrio com

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H. CHRONICAS IV. 445
bom onro: e fez sobre el]a palmas e
obra de cadeas. CAPITULO IV.
6 Tambem a casa cubrio de pedras
preciosas para ornamento: e era o
onro ouro do Parvairo.
T AMBEM fez hum Altar de meta],
de vinte covados em sua compri­
dão, e de vinte covados em sua largu­
7 Tambem na casa cubrio as traves, ra: e de dez covados em sua altura.
os nmbraes, e suas paredes, e suas 2 Fez tambem o Mar de fundição:
portas, com ouro: e lavrou Cnerubins de dez covados de huma borda até a
nas paredes. outra, redondo ao redor, e de cinco co­
8 Fez m ais a Casa da santidade das vados em sua altura; e num cordel de
santidades, cuja compridão; segundo trinta corados o cercava ao redor.
a krgura d a casa, foi de vinte cova­ 3 E debaixo delle havia figuras de
dos, e sua largura de vinte covados: bois, que ao redor o cingiáo, por dez
e eubrio a de bom ouro, de até seis covados cercarão aquelle Mar ao re-
centos talentos. dor: e tinha duas carreiras de bois,
9 £ o peso dos pregos foi de até cin­ fundidos em sua fundição.
coenta siclos de ouro: e os cenáculos 4 E estava sobre doze bois, tres que
cobrío de ouro. olhavão para o Norte, e tres que olha-
10 Tambem fez na Casa da santida­ vão para o Occidente, e tres que olha­
de das santidades dous Cherubins de vão para o Sul, e tres que olhavão pa­
feição de andantes: e cubrio os de ra o Oriente; e o Mar estava sobre el­
ouro. les por de cima: e todas suas trazei-
11 E quanto as asas dos Cherubins, ras tinhão para a banda de dentro.
na compridão era de vinte covados; a 5 £ sua grossura era de hum palmo,
asadohum de cinco oovados, * tocava e sua borda como a obra da borda de
na parede da casa; e a outra asa de hum copo, ou como huma flor de lis,
cinco conulos, e tocava na asa do ou­ capaz ae muitos Bathos; tres mil ca-
tro Cherabim. bião nelle.
12 Tambem a asado outro Cherubim 6 Tambem fez dez pias; e pôz cin­
era de cinco covados, e tocava na pa­ co à mão direita, e cinco à esquerda,
rede da casa: era tambem a outra asa para lavarem nellas; o que pertencia
de cinco covados, e estava pegada à ao holocausto, o alimparão nellas: po
asa do outro Cherubim. rem o Mar era, para que os Sacerdo­
13 £ as asas destes Cherubins se tes se lavassem nelle.
estendi&o vinte covados: e estavâo so­ 7 Fez tambem dez castiçaesde ouro,,
bre seus pés, e seus rostos em direito segundo sua forma: e pól-los no Tem­
da casa. plo, cinco à mão direita, e cinco à es­
14 Tambem fez o véo de cardeno, e querda.
purpura, e carmesim, e linho fino: e 8 Tambem fez dez mesas, e pôl-las
pôz sobre elle Cherubins. no Templo, cinco à mão direita, e cin­
15 Fez tambem diante da casa du­ co à esquerda: tambem fez cem ba­
as columnas de trinta e cinco cova­ cias de ouro.
dos de compridão, e o capitel; que es­ 9 Fez mais o pateo dos Sacerdotes,
tava sobre sua cabeça, de cinco co­ e o pateo granae: como tambem as
rados. portadas para o pateo, e suas portas
16 Tambem fez as cadeas, como cubrio de metal.
no Locutorio, e as pôz sobre as cabe­ 10 £ o Mar pôz ao lado direito, para
ças das columnas: fez tambem cem a banda do Oriente em fronte do Sul.
romãs, as quaes pôz entre as ca­ 11 Tambem Huram fez as caldeiras,
deas. e as pás, e as bacias: assim Huram
17 E levantou as columnas diante acabou de fazer a obra, que fazia pa­
do Templo, a huma à m&o direita, e ra o Rei Salamão, na casa de Deos.
outra à esquerda; e chamou o nome 12 As duas columnas, e os globos,
da direita, Jachin, e o nome da esquer­ e os dous capiteis sobre as cabeças das
da, Booz. columnas: e as duas redes, para cubrir

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44a n . CHRQNICAS, V.
os dous globos dos oapkeis, que esta­ 3 E todos oa varões de Israel se ajtra*
vâo sobre a cabeça das columnas. tár&o ao Rei na festa: que era ao mez
13 E as quatro centas romãs para as setimo.
duas redes: duas carreiras de roín&s 4 E viérâo todos os Anci&oe de Isra­
para cada rede; para cobrirem os doas el : e os Levitas levantàr&o a Arca.
globos dos capiteis, que estav&o em 5 E fizérâo subir a Arca, e a Tenda
cima das columnas. do ajuntamento, com todos os vasos sa­
14 Tambem fez as bases: e as pias grados, que estav&o na Tenda: os Sa­
pôz sobre as bases. cerdotes e os Levitas os fizérâo subir.
15 Hum Mar. e os doze bois debaixo 6 Ent&o o Rei Salamão, e todo o ajun­
delle. tamento de Israel, que se tinha ajun­
16 Semelhantemente os potes, e as tado oom elle diante da Arca, sacrifi-
p&s, e os garfos, e todos seus vasos cár&o carneiros, e bois, que se n&o po­
fez Huram Abiu para o Rei Salam&o, di&o contar nem numerar, por causa
para a casa de J e h o v a h , de metal pu­ da multid&o.
rificado. 7 Assim trouxér&o os Sacerdotes a
17 Na campina do Jord&o os fundio Aroa do concerto de J e h o v a h a seu
o Rei em terra maciça: entre Suocoth lugar, ao Locutorio da casa, a santida­
e entre Zeredatha. de das santidades: até debaixo das
18 E fez Salam&o todos estes vasos asas dos Cherubins.
em grande multid&o: porque o peso 8 Porque os Cherubinsestendi&o am­
do metal se n&o esquadrinhava. bas as asas sobre o lugar da Arca: e
19 Fez tambem Salam&o todos os os Cherubins por de oixna oubriâo a
vasos, que er&o para a casa de Deos: Arca, e suas borras.
como tambem o Altar de ouro, e as 9 Ent&o as barras tiràrâo mais paca
mesas, sobre que se poem os paens de fora. para que as cabeças das barras
proposiç&o. da Arca se vissem perante o Locuto­
20 E os castiçaes com suas candeas rio, mas nâo se vissem de fora: e es­
de ouro finissimo, para as enoenderem teve ali até o dia de hoje.
segundo o costume, perante o Locuto­ 10 Na Arca nâo havia, senâo somen­
rio. te as duas Taboas. que Moyses pozéra
21 E as flores, e as candeas, e oa es- nella junto a Horeb: quando J e h o v a h
pivitadores de ouro: do mais perfeito contratou com os filhos de Israel, sa­
ouro. hindo elles de Egypto,
22 Como tambem os garfos, e as ba­ 11 E foi que, sahindo os Saoerdotes
cias, e as taças, e os encensarios de do Santuario: foorque todos os Saoer­
ouro finíssimo: e quanto a entrada da dotes, que se achárão, se santificár&o,
casa, suas portas de dentro da Santi­ sem guardarem os repartimentos.
dade das santidades, e as portas da 12 £ 06 Levitas que er&o Cantores
casa do Templo er&o de ouro. de todos elles, de Asaph, de Heman,
de Jeduthun, e de seus filhos, e de so-
CAPITULO V. us irmãos, vestidos de linho fino, com
cimbalos, e com alaúdes, e com har­
SSIM se acabou toda a obra, que pas estavâo em pé ao Oriente do Al­
A Salam&o fez para a casa de J e h o ­ tar : e com elles até cento e vinte Sa­
v a h : ent&o trouxe Salam&o as cousas cerdotes. que tocavâo as trombetas.)
consagradas de seu pai David; e a pra­ 13 E elles uniformemente tocav&o aa
ta, e o ouro, e todos os vasos, e pôl-los trombetas, e cantavâo, para fazerem
entre os thesouros da casa de Deos. ouvir huma igual voz, bemdi zendò e
2 Ent&o Salam&o ajuntou em Jerusa­ louvando a J e h o v a h ; e levantando
lem aos Anci&os de Israel, e a todos os elles a voz com trombetas, e com cim­
cabeças das tribus, os Maioraes dos balos, e com outros instrumentos mu-
pais entre os filhos de Israel: para faze­ sioos, e bemdizendo a J e h o v a h ^ por-
rem subir a Arca do ooncerto de J e h o ­ ue era bom, porque sua benignidade
v a h , da oktade de David, qne he Si&o. urava para sempre: a casa se eaofeeo

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n . c h r o n ic a s , vi. m
de hnrna travam, a scbtr a casa de Je- de J e h o v a * , em fronte de toda a oon-
HOVAH. gregaç&o de Israel: e estendeo suas
14 £ n&o podiáo os Sacerdotes ter- m&os.
se em pé, para ministra^ por causa 13 fPorque Salam&o fizéra hum púl­
da nuvem: porque a Gloria de J e h o - pito ae metal, e o puzéra no meio do
v a h enchéra a Casa de Deos. pateo, de cinco covados em sua oom-
prid&o. e de cinco covados em soa lar­
gura, e de tres covados em sua altura:
CAPITULO VI. e pôz se nelle em pé, e ajuelhou-se de
NTAO disse Salam&o: J e h o v a h juelhos em fronte de toda a congre­
E
ridão.
dito tem, que habitaria na escu­ gaç&o de Israel, e estendeo suas m&os
para o ceo.)
2 E eu te tenho edificado huma ca­ 14 E disse; J e h o v a h , Deos de Is­
sa para morada: e hum firme lugar rael, n&o ha Deos semelhante a ti,
para tua eterna habitação. nem nos ceos, nem na terra: gue
3 Entâo o Rei virou seu rosto, e abem- guardas o concerto e a beneficencia a
diçoou a toda a Congregação de Isra­ teus servos, aue caminh&o perante tua
el: e toda a Congregação de Israel face com toao seu coraç&o:
estava em pé. 15 Que guardaste a teu servo David
4 E elle aisse : bemdito seia J eho­ meu pai, o que lhe disséras: porque
v a h . Deos de Israel, que fallou com tu com tua boca o disseste, e com tua
sua ooca a David meu pai; e com su­ m&oo cumpriste, como se vé neste dia.
as m&os o cumprio, dizendo. 16 Agora pois, J e h o v a h , Deos de
5 Desdo dia, que tirei a meu novo Israel, guaraa a teu servo David meu
da. terra de Egypto, nenhuma ciaade pai o de aue lhe fallaste, dizendo:
elegi de todas as tribus de Israel, pa­ nunca te faltará var&o de diante de
ra edificar casa em que meu nome es- minha face, que se assente sobre o
tivesse: nem elegi var&o nenhum, pa­ throno de Israel: tam somente que
ta ser Guia de meu povo Israel. teus filhos guardem seu caminho, pa­
6 Porem ele^i a Jerusalem, para que ra andarem em minha lei, como tu
meu nome estivesse a li: e elegi a Da­ andaste perante minha face.
vid, para que tivesse cargo ae meu 17 Assim que agora, J e h o v a h , Deos
povo Israel. de Israel, seja verdadeira tua palavra,
7 Tambem David meu pai teve pro­ que fallaste a teu servo, a David.
posito em seu coraç&o, de edificar casa 18 Mas verdadeiramente, habitaria
ao nome de J e h o v a h , Deos de Israel. Deos com os homens na terra? eis
8 Porem J e h o v a h aisse a David meu que os ceos, e o oeo dos ceos n&o te
pai, porquanto tiveste proposito em teu podem comprender; quanto menos
coraç&o, de edificar casa a meu nome: esta casa, que tenho edificado?
bem fizeste, de ter tal proposito em 19 Volve-te pois para a oração de teu
teu coraç&o. servo, e para sua supplicaç&o; J e h o ­
9 Com tudo tu n&o edificarás a esta vah Deos m eu: para ouvires ao cla­
casa: mas teu filho, qne ha de proce­ mor, e a oraç&o, que teu servo ora pe­
der de teus lombos, esse edificará a rante tua face.
esta casa a meu nome. 20 Que teus olhos dia e noite esteiâo
10 Assim confirmou J e h o v a h sua pa­ abertos sobre este lugar, de que dis­
lavra, que fallàra: porque eu me le­ seste, que ali porias teu nome: para
vantei em lugar de David meu pai, e ouvires a oraç&o, que tem servo orar
me assentei sobre o throno de Israel, neste lugar.
como J e h o v a h disse, e edifiquei casa 21 Ouve pois as supplicações de teu
ao nome de J e h o v a h , Deos ae Israel. servo, e de teu povo Israel, oue ora­
l l E puz nella a Arca, em aue está rem neste lugar: e ouve tu ao lugar
o concerto de J e h o v a h , q u e fez com de tua habitaç&o, desdos ceos; ouve
os íilhos d e Israel. pois, e perdoa.
12 E pôz se em pé perante o Altar 2 t Quando alguem peccar oootrn seu

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448 ü . CHRONICAS, VI.
proximo, e lhe impnzer juramento de nome, e de tua forte m&o, e de teu
maldiç&o, para se amaldiçoar a si braço estendido: vindo elles e orando
mesmo, e o juramento de maldição nesta Casa.
vier perante teu Altar, a esta Casa: 33 Ent&o tu ouve desdos ceos, do
23 Entáo tu ouve desdos ceos, e obra, assento de tua habitaç&o, e faze con­
e julga a teus servos, ao impio pagan­ forme a tudo, por que o estranho a ti
do. lançando seu caminho sobre sua clamar: a fim que todos os povos da
•caDeça: e justificando ao justo, dando- terra conheç&o teu nome, e para te
lhe segundo sua iustiça. temerem, como teu povo Israel; e
24 Quando tambem teu povo Israel para saberem, que teu nome he cha­
for ferido diante do inimigo, por have­ mado sobre esta Casa, que edifiquei.
rem peccado contra t i ; e se conver­ 34 Quando teu povo sahir à guerra
terem, e confessarem teu nome, e contra seus inimigos, pelo caminho
orarem e supplicarem perante tua fa­ que os enviares; e orarem a ti para a
ce nesta Casa: banda desta cidade que elegeste, e
25 Ent&o ouve tu desdos ceos, e per­ para a desta Casa, que edifiquei a teu
doa os peccados de teu povo Israel; nome:
e torna-os a trazer â terra, que lhes 35 Ouve ent&o desdos ceos sua ora-
tens dado a elles e a seus pais. cáo, e sua supplicaç&o, e executa seu
26 Quando os ceos se cerrarem, e direito.
n&o houver chuva, por haverem pec­ 36 Quando peccarem contra ti, (pois
cado contra t i; e orarem neste lugar, n&o ha homem que nâo peque,) e tu
e confessarem teu nome, e se conver­ te indignares contra elles, e os entre­
terem de seus peccados, havendo os gares diante do inimigo; para que os
tu aíHigido. que os cativarem, os levem em cativ­
27 Tu ent&o ouve desdos ceos, e per­ eiro a alguma terra, longe ou perto:
doa o peccado de teus servos, e de teu 37 E na terra aonde forem levados
povo Israel, ensinando-lhes o bom ca­ em cativeiro, tornarem em si; e se
minho, em que andem; e dà chuva converterem, e na terra de seu cati­
sobre tua terra, que déste a teu povo veiro a ti supplicarem, dizendo: peo
em herança. cámos, perversamente fizemos, e im­
28 Havendo fome na terra, havendo piamente tratámos:
peste, havendo queimadura dos trigos, 38 E se converterem a ti com todo
ou ferrugem, gafanhotos, e pulgào; seu coração e com toda sua alma, na
cercando o alguem de seus inimigos terra de seu cativeiro, a que os levá-
na terra de suas portas: ou quando rào presos; e orarem para a banda de
houver plaga, ou enfermidade alguma. sua terra, que déste a seus pais, e pa­
29 Toda oraç&o, e toda supplicaç&o, ra a desta cidade que elegeste, e para
que qualquer homem fizer, ou todo a desta Casa, que edifiquei a teu nome:
• teu povo Israelj conhecendo cada 39 Ouve entâo desdos ceos, do as­
qual sua plaga, e sua dor, e estender sento de tua habitação, sua oração, e
. suas m&os para esta casa: suas supplicações, e executa seu di-
30 Ent&o tu ouve desdos ceos, do as­ reito; e perdoa a teu povo, que houver
sento de tua habitação, e perdoa, e dà peccado contra ti.
a cada qual conforme a todos seus 40 Agora pois, ó Deos meu, estejão
. caminhos, segundo conheces seu co­ teus olhos abertos, e teus ouvidos at-
ração : pois tu sô conheces o coraç&o tentos, à oração deste lugar.
dos filhos dos homens. 41 Levanta-te pois agora J e h o v a h
31 A fim que te temão, para anda- Deos, para teu repouso, tu e a Arca de
• rem em teus caminhos, todos os dias tua fortaleza: teus sacerdotes, J e h o ­
que viverem na terra, que déste a v a h Deos, s e iâo vestidos de salvação,
- nossos pais. e teus privados se alegrem do bem.
32 Assim tambem ao estranho, que 42 Ah J ehovah Deos, nâo facas vi­
n&o for de teu povo Israel; mas vier rar o rosto de teu ungido: lembra-te
f de longes terras por amor de teu grande das beneficencias de David teu servo.

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II. CHRONICAS, VII. 449

CAPITULO VII. 11 Assim Salamão acabou a Casa de


J ehovah, e a casa do R ei: e tudo
E ACABANDO Salamào de orar, de­ uanto Salamào intentou fazer na Casa
scendeo o fogo do ceo, e consu- e J e h o v a h e em sua casa, prospera­
mio o holocausto, e os sacrifícios: e a mente o effeituou.
gloria de J e h o v a h encheo a Casa. 12 E J e h o v a h de noite appareceo a
2 £ os sacerdotes nâo podiào entrar Salamào: e disse-lhe, ouvi tua oraç&o,
n a Casa de J e h o v a h : porque a gloria e elegi-me este lugar para easa de
de J e h o v a h enchéra a Casa de J e h o ­ sacriírcio.
vah. 13 Se eu cerrar aos ceos, e náo hou­
3 E vendo todos os filhos de Israel ver chuva; ou se mandar aos gafan­
descender o fogo, e a gloria de J e h o ­ hotos, que consumâo a terra: ou se
v a h sobre a Casa: encurvârào-se com enviar a peste entre meu povo:
seus rostos em terra no soalho, e ado­ 14 E meu povo, sobre quem se no-
rárão e louváráo a J e h o v a h , porque mea meu nome. se humilhar, e orar, e
bom he, porque sua benignidade dura buscar minha face, e se converterem
pare sempre. de seus mâos caminhos: entáo eu ou­
4 E o Hei e todo o povooffereciâo sa­ virei desdos ceos, e perdoarei seus
crifícios perante a face de J e h o v a h . peccados, e curarei sua terra.
5 E o Rei Salamão ofifereceo sacrifí­ 15 Agora meus olhos estarão abertos,
cios de bois, vinte e dous mil, e de e meus ouvidos attentos, á oração des­
ovelhas cento e vinte mil: assim o te lugar.
ReLe todo o povo consagráráoa casa 16 Porque agora elegi e santifiquei a
de Deos. esta Casa, para que meu nome esteja
6 E os sacerdotes em suas guardasnella perpetuamente: e meus olhos,
estarão em pé, como tambem os Le­ e meu coração estarão nella todos os
vitas com os instrumentos músicos de dias.
J e h o v a h , que o Rei David fizéra, pa­ 17 E quanto a ti, se andares perante
ia louvarem a J e h o v a h , porque sua minha face, como andou David teu
benignidade dura para sempre, quando pai, e fizeres conforme a tudo quanto
David o louvava por seu ministério: e te mandei; e guardares meus estatu­
o§sacerdotes tocavâo as trombetas em tos, e meus direitos:
fronte delles, e todo Israel estava em pé. 18 Tambem confirmarei o throno de
7 E Salamào santificou o meio do teu reino ; como contratei com David
pateo, que estava diaute da oasa de teu pai, dizendo; nào te faltará varâo,
J e h o v a h \ porquanto preparára ali-os que domine em Israel.
holocaustos, e o sebo dos sacrifícios 19 Porem se vósoutros vos desviar­
gratifícos: porque no Altar de metal, des, e deixardes meus estatutos, e
que Salamão fizéra, náo podia caber o meus mandamentos, que vos tenho
holocausto, e a offerta de manjares, e proposto; e fordes, e servirdes a ou-
o sebo. trosÜe uses, e vos prostrardes a elles:
8 E naquelle mesmo tempo celebrou 20 Entào os arrancarei de minha ter­
Salamào a festa sete dias, e todo Is­ ra, que lhes dei; e a esta casa, que
rael com elle, huma mui grande con­ consagrei a meu Nome, lançarei de
gregação : desda entrada ae Hamath, diante de minha face: e a porei por
até o rio de Egypto. ditado e mote entre todas as gentes.
9 E ao dia oitavo celebràrâo o dia 21 .E desta casa, que fora tam exal­
de prohibiçâo: porque sete dias cele- çada, se espantará qualquer que pas­
brárao a consagração do Altar, e sete sar por ella : e dirá, porque J e h o v a h
dáiA a festa. assim fez com esta terra, e com esta
10 Porem aos vinte e tres do mez casa?
setimo deixou ir ao povo para suas ca­ 22 E dirâo, porquanto deixáráo a J e ­
banas : alegres e de bom animo, pelo h o v a h Deos ae seus pais, que os tira­
bem que J e h o v a h fizéra a David, e a ra da terra de Egypto, e se derâo a
Salamão, e a seu povo Israel outros deoses, e se prostrarão a elles,

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460 II. CHRONICAS, V lll, IX.
e os servirão; pelo que trouxe sobre 13 E isto segundo a ordem de cada
elles todo este mal. dia, ofFerecendo segundo o manda­
mento de Moyses, nos Sabbados e nas
Luas novas, e nas solennidades tres
CAPITULO VIII. vezes no anno: na festa dos asmos. e
SUCCEDEO a cabo d e vinte an­ na festa das semanas, e na festa aas
E nos, em que Salamão edificara a cabanas.
casa d e J e h o v a h , e sua casa: 14 Tambem conforme à ordem de
2 Que Salajnão edificou as cidades, David seu pai, ordenou os reparti­
que Huram lhe déra; e fez habitar mentos dos Sacerdotes acerca de seu
nellas aos filhos de Israel. ministério, como tambem os dos Levi­
3 Depois Salamão foi a Hamath Zo­ tas ácerca de suas guardas, para lou­
ba, e a tomou. varem a Deos, e ministrarem diante
4 Tambem edifioou a Thadmor no dos Sacerdotes, segundo a ordenação
deserto: e todas as cidades das muni­ de cada dia, e aos porteiros em seus
ções. que edificou em Hamath. repartimentos a cada porta: porque
5 Edificou tambem a alta Beth-Ho- tal era o mandado de David, o varão
ron, e a baixa Beth-Horon: cidades de Deos.
fortes com muros, portas, e ferrolhos. 15 E náo se desviàrâo do mandado
6 Como tambem a Baalath, e a todas do Rei aos Sacerdotes e Levitas, em
as cidades das munições, que Sala­ negocio nenhum, nem ácerca dos the­
mão tinha, e a todas as cidades dos souros.
carros, e as cidades dos cavalleiros: e 16 Assim toda a obra de Salamão se
tudo quanto conforme seu desejo Sala­ preparou desdo dia da fundação da
mão quiz edificar em Jerusalem, e no casa de J e h o v a h , até se acabar: e
Libano, e em toda a terra de seu do­ assim a casa de J e h o v a h se aperfei­
mínio. çoou.
7 Quanto a todo o povo, que ficâra 17 Entâo Salamão se foi a Esion-Ge-
dos Hetheos, e Amoreos, e Pnerezeos, ber. e a Eloth, à costa do mar, na ter­
e Heveos, e Jebuseos, que nâo erão de ra de Edom.
Israel: 18 E enviou-lhe Huram, por mâo de
8 De seus filhos, que ficàrâo depois seus servos, navios, e servos destros
delles na terra, aos quaes os filhos de no mar, e forão com os servos de Sala­
Israel não destruirão; Salamão os fez mão a Ophir, e tròuxérão de lá quatro
tributários, até o dia de hoje. centos e cincoenta talentos de ouro:
9 Porem dos filhos de Israel, a quem e os levàrâo ao Rei Salamão.
Salamão nâo pôz por servos em sua
obra; (porque erão homens de guerra,
e Maioraes de seus Capitaens, e Ma­ CAPITULO IX.
ioraes de seus carros, e de seus caval­ OUVINDO a Rainha de Scheba a
leiros :) fama de Salamão, veio a Jerusa­
10 Doestes pois erão os Maioraes dos lem, a atentar a Salamão com adevin-
Officiaes, que o Rei Salamão tinha, haçôes, com hum mui grande exerci­
duzentos e cincoenta; que presidião to, e camelos carregados de especia­
sobre o povo. rias, e ouro em multidão, e pedras
11 E Salamão f e z subir a filha de preciosas: e veio a Salamão, e fallou
Pharaó da cidade de David a casa, com elle tudo quanto havia em seu
que lhe tinha edificado: porque dis­ coração.
se, minha mulher não morará na casa 2 E Salamão lhe declarou todas suas
d e David, Rei de Israel; porquanto palavras: e nenhuma cousa se occul-
santos sâo os lugares, a que veio a Ar­ tou a Salamão, que lhe nâo declarasse.
c a de J e h o v a h . 3 Vendo pois a Rainha de Scheba a
1 2 Entâo Salamão a J k h o v a h offere- sabedoria de Salamão, e a casa, que
ceo holocaustos. sobre o Altar de J e h o ­ edificàra:
v a h , que edificara diante do alpendre: 4 E as iguarias de sua mesa; e o

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n . CHRONICAS, IX. 451
H m n t t i r d e s e u s s e rv o s, e o e s t a r d e 15 Tambem fez Salamão duzentos
s e u s c ria d o s , e s e u s v e s tid o s ; e s e u s pavezes de ouro batido: para cada pa-,
c o p e i r o s , e 6 e u s v e s tid o s , e s u a s u b i­ vez mandou pesar seis centos stclos de
d a p o r o o d e s u b ia á c a s a d e J e h o v a h : ouro batido.
e l l a f i c o u f o r a d e s i. 16 Como tambem trezentos escudos
5 Então disse ao Hei, palaxra verda­ de ouro batido; para cada escudo man­
deira foi, que ouvi em minha terra dou pesar trezentos siclos de ouro: e
ácerca d e tuas cousas, e de tua sabe­ Salamào os pôz na casa do bosque do
doria. Libano. .
6 Porem náo cri suas palavras, até 17 Fez mais o Rei hum grande thro­
que vim, e meus olhos o virào, e eis no de marfim: e o cubrio de ouro puro.
aue me não disserão a metade da gran­ 18 E o throno tinha seis degraos, e
deza de tua sabedoria: sobrepujaste hum escabello de ouro. ao throno pe­
a fama que ouvi. gado, e encostos d’amDas as bandas
7 Bemaventurados teus varões, ebe- no lugar do assento: e dous leões esta-
maventurados estes teus servos, que vào junto aos encostos.
estào d e contino perante tua face, e 19 E outros doze leôes estavâo ali
ouvem to a sabedoria! d’ambas as bandas, sobre os seis de­
8 Bemdito seja J e h o v a h teu Deos, graos : outro tal se nào fez em nenhum
que se agradou de ti para pôr-te por reino.
Rei sobre seu throno, a J e h o v a h teu 20 Tambem todos os vasos de beber
Deos: porquanto teu Deos ama a Isra­ do Rei Salamào erão de ouro, e todos
el, para estabelecélo perpetuamente; e os vasos da casa do bosque do Libano
póz-te por Rei sobre elles, para fazer de ouro maciço: a prata emcousanen-
JQÍ2De justiça. huma se estimava em dias de Salamào.
9 £ deu ao Rei cento e vinte talen­ 21 Porque indo os navios do Rei com
tos de ouro, e especiarias em grande os servos de Huram, a Tharsis, huma
muhidáOy e pedras preciosas: e nun­ vez em tres annos tornavâo os navios
ca iuuve tais especiarias, quaes a Rai- de Tharsisj e traziâo ouro e prata, mar­
niia de Scheba aeu ao Rei Salamào. fim, e bugios, e pavões.
10 (E tambem os servos de Huram, 22 Assim o Rei Salamão se fez mai­
e os servos de Salamào, que tinhão or que todos os Reis da terra, em ri­
trazido ouro de Ophir, trouxérão man- queza e sabedoria.
deira de Algummim, e pedras preci­ 23 E todos os Reis da terra procura­
osas. vão ver o rosto de Salamão: para ou­
11 E fez o Rei da madeira de Algum­ vir sua sabedoria, que Deos lhe dera
mim corredores até a casa de J e h o ­ em seu coração.
v a h , e até a casa do Rei, como tam­ 24 E cada qual trazia seu presente,
bem harpase alaúdes para os cantores: vasos de ouro, e vestidos, armaduras,
quaee n u n c a d-antes se virào na terra e especiarias, cavallos, e mulos: cada
de J u d á . ) cousa de anno em anno.
12 E o Rei Salamào deu à Rainha 25 Teve tambem Salamào quatro
de Scheba> tudo quanto lhe agradou, mil estrebarias de cavallos, e carros,
e o que lhe pedio, excepto o que ella e doze mil cavalleiros: e pôl-los nas ci­
mesma trouxéra ao Rei: assim se tor­ dades dos carros, e junto ao Rei em
nou, e se foi a sua terra, ella e seus Jerusalem.
aervoe. 26 E dominava sobre todos os Reis:
13 E era o peso do ouro^ que vinha desdo rio até a terra dos Philisteos, e
cado anno a Salamào, seis centos e até o termo de Egypto.
sessenta a seis talentos de ouro. 27 Tambem o Rei tez que em Jerusa­
14 De mais do que os negociantes lem prata houvesse como pedras, e ce­
e mercadores traziâo: tambem todos dros em tanta abundancia, como asmo-
os Reis de Arabia? e os Principes da reiras bravas, que ha pelas campinas.
mesma terra traziâo a Salamào ouro 28 E de Egypto, e ae todas aquellas
e prata. terras traziâo cavallos a Salamão.

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452 II. CHRONICAS, X, XI.
29 O de mais pois dos successos de o alevia de sobre nós: assim pois lhes
Salamfto, assim os primeiros, como os fallàras; meu menor dedo mais grosso
últimos, porventura náo està escrito no he que os lombos de meu pai.
livro das falias de Nathan o Propheta, 11 Assim que se meu pai vos fez car­
e na prophecia de Ahias o Silonita, e regar de pesado jugo, eu ainda acre-
nas visões de Jedi o Vidénte, ácerca centarei sobre vosso jugo: meu pai
de Jerobeam filho de Nebat ? vos castigou com açoutes, porem eu
30 E reinou Salamfto em Jerusalem vos castigarei com escorpiões.
quarenta annos sobre todo Israel. 12 Veio pois Jerobeam? e todo o po­
31 E dormio Salamfto com seus pais, vo a Rehabeam, ao terceiro dia: como
e o sepultárfto na cidade de David seu o Rei mandára, dizendo, tomai a mim
p a i: e Rehabeam seu filho reinou em ao terceiro dia.
seu lugar. 13 E o Rei lhes respondeo aspera­
mente : porque o Rei Rehabeam dei­
CAPITULO X.
xou o conselho dos Anciftos.
14 E fallou-lhes conforme ao conse­
REHABEAM se foi a Sichem, lho dos mancebos, dizendo; meu pai
E porque todo Israel viéra a Si­
chem, para o fazerem Rei.
agravou vosso jugo, porem eu lhe acre-
centarei m ais: meu pai vos castigou
2 Succedeo pois que, o ouvindo Je­ com açoutes, porem eu vos castigarei
robeam filho ae Neoat, (o qual estava com escorpiões.
entfto em Egypto, aonde fugira da pre­ 15 Assim o Rei nfto deu ouvidos ao
sença do Rei salamfto:) Jerobeam se povo: porque esta revolta vinha de
tornou de Egypto. Deos, para que J e h o v a h confirmasse
3 Porque enviárfto a elle, e o cha- sua palavra^ a qual fallàra pelo minis­
márâo; veio pois Jerobeam com to­ tério de Ahias, o Silonita, a Jerobeam
do Israel: e fallárftoa Rehabeam, di­ filho de Nebat.
zendo. 16 Vendo pois todo Israel, que o Rei
4 Teu pai endureceo nosso jugo: tu lhes nâo dava ouvidos, entfto o povo
pois nos alevia agora a dura servidfto respondeo ao Rei, dizendo; que parte
de teu pai, e seu pesado jugo, que nos temos com David %ja herança nâo te­
tinha imposto; e te serviremos. mos no filho de Isai; Israel, cada qual
5 E elle lhes disse, daqui a tres dias a vossas tendas! prové agora a tua ca­
tornai a mim : entfto o povo se foi. sa, David : assim todo Israel se foi a
6 E teve Rehabeam conselhd com 6ua8 tendas.
os Anciftos, que estivérfto perante Sa­ 17 Porem quanto aos filhos de Isra­
lamfto seu pai, em quanto viveo, di­ el, que habitavâo nas cidades de Ju­
zendo : como asconselhais, que se res­ dá, sobre elles reinou Rehabeam.
ponda a este povo ? 18 Entfto o Rei Rehabeam enviou a
7 E elles lhe fallârfto, dizendo, se teHadoram, que tinha cargo dos tributos;
ouveres benigno e affabel com este po­ porem os nlhos de Israel o apedrejà-
vo, e lhes fallares boas palavras: todos rfto com pedras, de que morreo : eil-
os dias serfto teus servos. tâo o Rei Rehabeam se esforçou a su­
8 Porem elle deixou o conselho, que bir em hum carro, e se acolheo a Je­
os Anciftos lhe dérfto: e teve conse­ rusalem.
lho com os mancebos, que crescérfto 19 Assim os Israelitas se rebellárâo
com elle, e estavfto perante elle. contra a casa de David, até o dia de
9 E disse-lhes, que aconselhais, que hoje.
respondamos a este povo ? que me fal-
lârfto, dizendo, alevia-nos o jugo, que CAPITULO XI.
teu pai nos impoz.
10 E os mancebos, que com elle cres­ INDO pois Rehabeam a Jerusa­
cérfto, lhe fallârfto, dizendo; assim di­ V lem, ajuntou da casa de Judá e
rás a este povo, que te fallou, dizendo; Benjamin cento e oitenta mil escolhi­
teu pai agravou nosso jugo, tu porem dos, destros na guerra: para peleja-

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II. CHRONICAS, XII. 453
retó. contra Israel, e tomarem o reino Jerimoth filho de David, a Abihail,
a Rehabeam. filha de Eliab filho de Isai.
2 Porem a palavra de J e h o v a h veio 19 A qual lhe pario filhos, a Jeus, e
a Semaias, varâo de Deos. dizendo. a Semarias, e a Zaham.
3 Falia a Rehabeam filno de Sala­ 20 E apos ella tomou a Maaca, filha
mão, Rei de Judá: e a todo Israel em de Absalâo: esta lhe pario a Abias,
Judá e Benjamin, dizendo. e a Atthai, e a Ziza, e a Selomith.
4 Assim cfiz J e h o v a h , nào subireis, 21 E amava Rehabeam mais a Ma­
nem pelejareis contra vossos irmàos, aca filha de Absalâo, que a todas su­
cada <]ual se torne a sua casa; porque as outras mulheres e concubinas; por­
de mim veio este negocio: e ouvírào que tomara dezoito jpulheres, e ses­
as palavras de J e h o v a h , e tornârào se senta concubinas: e gerou vinte e
de iretn contra Jerobeam. oito filhos, e sessenta filhas.
5 £ Rehabeam habitou em Jerusa­ 22 E Rehabeam pôz por cabeça a
lem : e edificou cidades, para fortale­ Abias, filho de Maaca, para ser maio­
zas em Judá. ral entre seus irmàos: porque o queria
6 Edificou pois a Bethlehem, e a fazer Rei.
Etam, e a Thekoa. 23 E usou de prudência, e de todos
7 E a Beth-Zur, e a Soco, e a Adul- seus filhos alguns espargio por todas
lam. as terras de Judá e Benjamin, em to­
8 E a Gath, e a Maresa, e a Ziph. das as cidades fortes; e deu-lhes vitu-
9 E a Adoraim, e a Lachis, e a Azeka. alha em abundancia: e procurava a
10 E a Zora, e a Aialon, e a Hebron, multidão de mulheres.
qae estavâo em Judá e em Benjamin:
cidades fortes.
11 Efortificou estas fortalezas: e pôz CAPITULO XII.
nella* Maioraes, e despensas de vitu- UCCEDEO pois que, havendo Re­
aiha, e de azeite, e de vinho.
12 E em cada cidade pavezes e lan­
S habeam confirmado o reino, e
havendo se fortalecido, deixou a Lei
ças; e fortificou as em grande manei­ de J e h o v a h : e com elle todo Israel.
ra: e Judá e Benjamin forào seus. 2 Pelo que succedeo no anno quinto
13 Tambem os Sacerdotes, e os Le­ do Rei Rehabeam, que Sisak, Rei de
vitas, qae havia em todo Israel, se ajun- Egypto subio contra Jerusalem: (por­
tàrâo a elle de todos seus termos. que prevaricárâo contra J e h o v a h . )
14 Porque os Levitas deixàrão seus 3 Com mil e duzentos carros, e com
arrabaldes, e sua possessão, e viérâo sessenta mil cavalleiros: e não havia
a Judá, e a Jerusalem: porque Jero­ numero do povo, que vinha com elle
beam, e seus filhos, os lançáráo fora, de Egypto, de Lybios, Suchitas e
qne nào ministrassem a J e h o v a h . Ethiopes.
15 E elle constituio para si Sacerdo­ 4 E tomou as cidades fortes, que Ju­
tes, para os altos, e para os demonios: dá tinha: e veio a Jertisalem.
e para os bezerros, que fizéra. 5 Entào veio Semaias, o Propheta, a
16 Apôs estes támbem de todas as Rehabeam e aos Maioraes de Judá,
tribus de Israel, os que derâo seu co­ que se ajuntarão em Jerusalem por
ração a buscarem a J e h o v a h Deos de causa de Sisak: e disse-lhes; assim
Israel, viérâo a Jerusalem, para offe- diz J e h o v a h ; vósoutros me deixastes,
recerem sacrifícios a J e h o v a h Deos pelo que tambem eu vos deixei em
de seus pais. mâo de Sisak.
17 Assim fortalecerão ao reino de 6 Entâo se humilhàrâo os Maioraes
Judá, e fortificàrão a Rehabeam filho de Israel, e o R ei: e dissérâo; justo
de Salamão por tres annos: porque he J e h o v a h .
tres annos andárâo no caminno de 7 Vendo pois J e h o v a h , que se hu-
David e Salamão. milhavâo, veio palavra de J e h o v a h a
18 E Rehabeam tomou para si por Semaias, dizendo; humilhàrâo-se, nâo
mulher demais de Mahalath, filha de os destruirei: antes em breve lhe» da-

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454 II. CHRONICAS, XIII.

rei lugar de eseaparem, para que meu filha de Uriel de Gibea: e houve
furor se n&o derrame Bobre Jerusa­ guerra entre Abias e Jerobeam.
lem, por m&o de Sisak. 3 E Abias ordenou a peleja com hum
8 Porem serào seus servos: para que exercito de herôes bellicosos. de qua­
conheçâo a dijferença de minna servi- tro centos mil varões escolnidos: e
dào, e da servidão dos Reinos da terra. Jerobeam compoz contra elle a bata­
9 Subio pois Sisak, Rei de Egypto, lha de oito centos mil varões escolhi­
contra Jerusalem, e tomou-os thesou­ dos, todos herôes valentes.
ros da casa de J e h o v a h , e os thesou­ 4 E Abias se levantou de sobre o
ros da casa do Rei; tudo o levou: monte de Zemaraim,que està na mon­
tambem tomou os escudos de ouro, tanha de Ephraim; e disse; ouvi-me,
que fizéra Salamão. Jerobeam e todo Israel.
10 E fez o Rei Rehabeam em seu 5 Porventura vos náo convem saber,
lugar escudos de bronze: e entregou- que J e h o v a h Deos de Israel deu o
os entre as mâos dos Maioraes dos da reino sobre Israel a David para sem­
guarda, que guardavâo a porta da ca­ pre : a elle e a seifs filhos, com ali­
sa do Rei. ança de sal ?
l l E era que, entrando o Rei na ca­ 6 Com tudo se levantou Jerobeam,
sa de J e h o v a h , vinhào-os da guarda, filho de Nebat, servo de Salamão filho
e traziâo-os, e tornaváo-os à camara de David: e rebellou-se contra seu
da guarda. Senhor.
12 E humilhando-se elle, a ira de 7 E aiuntárâo-se a elle hom eB S va­
J e h o v a h se desviou delle, para que o dios, filhos de Belial: e fortificáràíwe
nâo destruisse de todo: porque ainda contra Rehabeam, filho d e Salamão:
em Judá havia algumas boas cousas. sendo Rehabeam ainda mancebo, e
13 Fortificou-se pois o Rei Rehabeam tenro de coração, e nâo 6e podia esr
em Jerusalem, e reinou: porque Re­ forçar contra elles.
habeam era de idade de quarenta e 8 E agora cuidais de esforçar-vos
hum annos, quando reinou: e dez e contra o Reino de J e h o v a h , <W estâ
sete annos reinou em Jerusalem, a ci- em mâo dos filhos de Davia: bem
# dade que J e h o v a h elegeo de todas as sois vos huma grande multidão; po­
tribus de Israel, para pôr ali seu No­ rem tendes comvosco os bezerros de
me ; e era o nome de sua mãi, Naama, ouro, que Jerobeam vos fez por deoses.
Ammon ita. 9 Nâo lançastes vós fora aos Sacer­
14 E f e z o q u e e r a m a l : p o r q u a n to dotes de J e h o v a h , o s filhos de Aaron,
n â o e n d e r e ç o u s e u c o r a ç ã o p a r a b u s ­ e aos Levitas: e fizestes para vósou­
car a J ehovah. tros Sacerdotes, como as gentes das
15 Os successos pois de Rehabeam, outras terras ? qualquer que vem a con­
assim os primeiros, como os últimos, sagrar-se com hum novilho filho de
porventura náo estâo escritos nos liv­ vaca, e sete carneiros, logo se faz Sa­
ros de Semaias o Propheta, e de Iddô o cerdote d’aquelles que n&o são deoses.
Vidente, na relação das genealogias: 10 Porem, quanto a nós, J e h o v a h
como tambem das guerras de Reha­ he nosso Deos, e nunca o deixámos:
beam e Jerobeam em todos seus dias? e os Sacerdotes, que ministrâo a J e ­
16 E Rehabeam dormio com seus h o v a h , sâo os filnos de Aaron, e os Le­
pais^ e foi sepultado na cidade de vitas estâo em obra.
David: e Abia», seu filho, reinou em 11 E encendem holocaustos a J e h o ­
seu lugar. v a h cada manhâ e cada tarde, como
tambem perfumes de especiarias aro-
CAPITULO XIII. maticas, com a disposição dos paens
sobre a mesa limpa, e o castical de
OS dez e oito annos o Rei Jero­ ouro, e suas candeas, para arderem
A beam, reinou Abias sobre Israel. cada tarde; porque nos temoe cuida­
2 Tres annos reinou em Jerusalem; do da guarda de J e h o v a h nosso De-
e era o nome de sua mãi, Michaia, I os; porem vósoutros o deixastes.

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ü . CHRONICAS, XIV. 455
12 Pelo que eis que Deos estâ com­ 2 E Asa fez o bom e recto em olhos
nosco na dianteira, e seus Sacerdotes de J e h o v a h seu Deos.
tambem, tocando com as trombetas, 3 Porque tirou os altares dos deoses
ara tocar alarma contra vos, ô filhos estranhos, e os altos: e quebrou as
S e Israel; n&o pelejeis contra J e h o ­ estatuas, e cortou os bosques.
v a h , Deos de voseos pais; porque n&o 4 E mandou a Judá, que buscassem
prosperareis. a J e h o v a h Deos de seus pais, e que
13 Mas Jerobeam fez huma embos­ fizessem a Lei, e o mandamento.
cada do redor, para darem sobre elles 5 Tambem tirou de todas as cida­
or de tra s : assim que estav&o diante des de Judá os altos, e as imagens do
S e Judá, e a emboscada por de tras
delles.
sol: e o reino esteve quieto perante
elle.
14 Entâo Judá olhon, e eis que ti­ 6 E edificou cidades fortes em Ju­
nhão a peleja diante e de tras; entâo dá: porque a terra estava quieta, e
clamárâo a J e h o v a h : e os Sacerdotes nâo havia guerra contra elle naquelles
tocàrâo as trombetas. annos; porquanto J e h o v a h lhe dera
15 E os varões de Judá gritárâo alar­ repouso.
ma : e foi que, gritando os varòes de 7 Disse pois a Judá: Edifiquemos
Judá alarma, Deos ferio a Jerobeam estas cidaaes, e Cerquemos as ae mu­
e a todo Israel diante de Abias e Judá. ros e torres, portas e ferrolhos, em
16 E os filhos de Israel fugiráo de quanto a terra ainda estâ quieta pe­
diante de Judá: e Deos os deu em rante nôs, pois buscámos a J e h o v a h
suas m&os. nosso Deos, o buscámos, e deu-nos re­
17 Assim que Abias e seu povo fez pouso do redor: assim que edificârâo,
grande estrago entre elles: porque e prosperârâo.
cahirâo feridos de Israel quinnentos 8 Tinha pois Asa hum exercito de
mil varões escolhido»; trezentos mil de Judá, que traziâo pa-
18 Assim os filhos de Israel forão vez e lança; e duzentos e oitenta mil
abatidos naquelle tempo: e os filhos de Benjamin, que traziâo escudo, e
de Judá se nzérâo poderosos; porque atiravâo arco: todos estes erão herões
estribârâo sobre J e h o v a h , Deos de valentes.
seus pais. 9 E Zerah o Ethiope sahio contra
19 Ê Abias seguio apos Jerobeam: elles, com hum exercito de mil milha­
e tomou-lhe cidades, e Bethel com os res, e trezentos carros: e chegou até
lugares de sua juraiçáo, e a Jesana Maresa.
com os lugares ae sua jurdiçâo: e a 10 Entâo Asa sahio contra elle: e
Ephron com os lugares de sua jurdiçâo. ordenàrâo a batalha no valle de Ze-
20 E Jerobeam nâo reteve mais ne­ phatha, junto a Maresa.
nhuma força em dias de Abias: porem l l E Asa clamou a J e h o v a h seu De­
J e h o v a h o ferio, do que morreo. os, e disse: J e h o v a h , nada para ti he,
21 Assim Abias se fortificou, e to­ ajudar ao poderoso, ou ao de força
mou para si catorze mulheres: e gerou nenhuma; ajuda-nos pois, J e h o v a h
vinte e dous filhos^ e dez e seis filhas. nosso Deos; porque em ti estribamos,
22 O de mais pois dos successos de e em teu nome viemos contra esta
Abias, assim seus caminhos, como multid&o: J e h o v a h , tu es nosso Deos,
suas palavras: está escrito na nistoria náo prevaleça contra ti o homem mor­
do Propheta Iddo. tal.
12 E J e h o v a h ferio aos Ethiopes di­
CAPITULO XIV. ante de Asa e diante de Judá: e fugi­
rão os Ethiopes.
ABIAS dormio com seus pais, e o 13 E Asa, e o povo que estava com
E sepultàrâo na cidade de David;
e Asa seu filho reinou ém seu lugar:
elle^ seguírão apos elles até Gerar, e
cahirâo tantos dos Ethiopes, que ja
em seus dias a terra esteve quieta dez nâo havia nelles vigor algum: porque
annos. for&o quebrantados diante de J e h o *

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456 II. CHRONICAS, XVI.
vah, e diante de seu arraial: e levá- mez terceiro: aos quinze annos do
rão <VciLi mui grande despojo. reino de Asa.
14 E ferirão a todas as cidades do 11 E no mesmo dia offerecérão em
redor de Gerar ; porque o terror de sacrifício a J e h o v a h , do despojo que
J eh o v a h estava 6obre elles: e sa­ trouxérão, seis centos bois e seis mil
quearão todas as cidades; porque ha­ ovelhas.
via nellas muita presa. 12 E entrárão em concerto, de que
15 Tambem ferirào as cabanas do buscarião a J e h o v a h , Deos de seus
gado: e levàrão ovelhas em multid&o, pais; com todo seu coração, e com to­
e camelos, e tornárão-se a Jerusalem. da sua alma:
13 E que todo aquelle que náo bus­
CAPITULO XV. casse a J e h o v a h Deos de Israel, mor­
resse; desdo menor até o maior, e
NTAO veio o Espirito de Deos so­ desdo homem até a mulher.
E bre Azarias, filho de Oded.
2 E sahio ao encontro de Asa, e dis­
14 E juràrão a J e h o v a h em alta voz,
e com jubilo: como tambem com.
se-lhe, ouvi-me, Asa, e todo Judá e trombetas e com buzinas.
Benjamin: J eh o v a h està comvosco, 15 E todo Judá se alegrou deste ju­
em quanto vós estais com elle, e se o ramento ; porque com todo sei\ cora­
buscardes, o achareis; porem se o ção juràrão, e com toda sua vontade
deixardes, vos deixará. o buscàrão, e o achárão: e J e h o v a h
3 E Israel muitos dias esteve sem o lhes deu repouso do redor.
verdadeiro Deos, e sem Sacerdote que 16 E quanto a Maaca, mãi do Rei
o ensinasse, e sem Lei. Asa, elle a depoz, de que não mais
4 Mas quando em seu aperto se con- fosse Rainha; p o rq u a n to fizéra a Ase-
vertiáo a J eh o v a h , Deos de Israel, e ra hum horrível idolo: tambem Asa
o buscaváo, achavào-o. destruio seu horrivel idolo, e o despe­
5 E naquelles tempos não havia paz, daçou, e o queimou junto ao ribeiro
nem para o que sahia, nem para o que de Cedron.
entrava: senão muitas perturbações 17 Os altos porem se não tiràrâo de
sobre todos os habitadores daquellas Israel 4 com tudo o coração de Asa foi
terras. inteiro todos seus dias.
6 Porque gente contra gente, e ci­ 18 E trouxe as cousas sagradas de
dade contra cidade se despedaçavão: seu pai, e suas cousas sagradas, à ca­
porque Deos os conturbára com toda sa de Deos: prata, e ouro, e vasos.
angustia. 19 E nào houve guerra: até o anno
7 Pelo que vósoutros vos esforçai, e trinta e cinco do reino de Asa.
vossas mãos não desfaleçáo: que na
galardão segundo vossa obra.
8 Ouvindo pois Asa estas palavras, CAPITULO XVI.
e a prophecia do Propheta, filho de O anno trinta e seis do reino de
Oded, esforçou-se, e tirou as abomi­ Asa, Baesa Rei de Israel subio
nações de toda a terra de Judá e de contra Judá, e edificou a Rama, para
Benjamin, como tambem das cidades, ninguém deixar sahir nem entrar a
que tomàra nas montanhas de Eph­ AsajRei de Judá.
raim : e renovou o Altar de J e h o v a h , 2 Então tirou Asa a prata e o ouro
que estava diante do alpendre de J e ­ dos thesouros da casa de Deos, e da
hovah. i casa do Rei: e enviou a Ben-Hadad
9 E ajuntou a todo Judá, e Benja­ Rei de Syria, que habitava em Da­
min, e com elles aos estranheiros de masco, dizendo.
Ephraim e Manasse, e de Simeão: 3 Aliança ha entre mim e ti, e entre
porque de Israel descahiào a elle em meu pai e teu pai: eisque te envio
multidão, vendo que J e h o v a h seu prata e ouro, vai pois e aniquila tua
Deos era com elle. aliança com Baesa, Rei de Israel, para
10 E ajuntárão-se em Jerusalem no que se retire de sobre mim.

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II. CHR0NÍCA9, XVI!. 45T
4 E Ben-Hadad deu ouvidos ao Rei
Asa, e enviou aO Maioral dos exerci- CAPITULO xvn .
tos, que tinha, contra as cidades de JOSAPHAT seu filho reinou em
Israel, e ferirão a Ijon, e a Dan, e a
Abel-M aim: e a todas as cidades das
E seu lugar: e fortificou-se contra
Israel.
m unições de Naphthali. 2 E pôz gente de ffuerra em todas
5 E foi que ouvindo o Baesa, deixou as cidades fortes de Judá: e pôz gu­
de edificar a Rama: e deu de mão a arnições na terra de Judá, como tam­
sna obra. bem nas cidades de Ephraim, que Asa
6 Entâo o Rei Asa tomou a todo Ju­ seu pai tomára.
dá, e levârâo as pedias de Rama, e 3 É foi J e h o v a h com Josaphat: por­
s u a madeira, com qüe Baesa edificâra: que andou nos primeiros caminhos de
e edificou com isto a Geba, e a Mispa. David seu pai. e não buscou aos Baa-
í Naquelle mesrçio tempo veio Ha- lins.
nani, oVidénte* a Asa Rei de Judá: 4 Antes buscou ao Deos de seu pai,
e disse-lhe; porquanto estribaste em o e andou em séus mandamentos: e
Rei de SynsL e não estribaste em Je­ não segundo as obras de Israel.
h o v a h teu Deos, portanto o exercito 5 E J e h o v a h confirmou o reinou em
do Rei de Syria escapou de tuas mãos. sua mâo, e todo Judá deu presentes a
8 Porventura não forão os Ethiopes Josaphat: e teve riquezas e gloria em
e os Lybios hum grande exercito, com abundancia.
muitíssimos carros e cavalleiros? es­ 6 E seu coração se exalçou nos ca­
tribando tu porem em J e h o v a h , elle minhos de J e h o v a h : e ainda de mais
os entregou em tuas mãos. tirou os altos e os bosques de Judá.
9 Porque quanto a J e h o v a h , seus 7 E ao anno terceiro de seu reinou
olhos paasfto por toda a terra, para enviou a seus principes, a Ben-Chali,
m o strar-5e forte a aquelles cujo cora­ e a Obadias, e a Zacharias, e a Na-
ção he inteiro para com elle; nisto thanael, e a Michaia: para que ensi­
pois fizeste loucamente: porque desde nassem nas cidades de Judá.
agora haverá guerras contra ti. 8 E com elles aos Levitas, Semaias
10 Porem Asa se indignou contra o e Nethanias: e Zebadias, e Asael, e
Vidente, e lançou-o na casa do tronco; Semi ramoth, e Jonathan, e Adonias,
porque d’isto grandemente se alterou e Tobias, e Tob-Adonias, Levitas: e
contra e lle : tambem Asa no mesmo com elles os Sacerdotes, Elisama e
tempo opprimio a alguns do povo. Joram.
11 E is pois que os successos de Asa, 9 E ensinàrão em J u d á , e tinhão
assim os primeiros, como os últimos, comsigo o livro da Lei de J e h o v a h :
eis que estâo escritos no livro dos Reis o rodeàrâo todas as cidades de Judá,
de Judá e Israel. e ensinàrão entre o povo.
12 E enfermou Asa de seus pés no 10 E o pavor de J e h o v a h veio sobre
anno trinta e nove de seu reino ; todos os reinos das terras, que estavâo
grande por estremo era sua enfermi­ do redor de Judá: e não guerreàrão
dade : e com tudo em sua enfermida­ contra Josaphat.
de nfto buscou a J e h o v a h , senão aos l l E dos Philisteos trazião presentes
Médicos. a Josaphat, com o dinheiro do tributo:
13 Assim Asa dormio com seus pa­ tambem os Arábios lhe tronxérâo de
is: e morreo no anno quarenta e hum gado miudo, sete mil e sete centos car­
de seu reino. neiros, e sete mil e sete centos bodes.
14 E o sepultàrâo em seu sepulcro, 12 Assim Josaphat foi crecendo e
que lavràra para si na cidade ae Da­ enprandecendo-se extremamente: e
vid, havendo o deitado na cama, que edificou fortalezas e cidades de mu­
se enchéra de cheiros e especiarias nições em Judá.
preparadas segundo a arte aos perfu- 13 E teve muita obra nas cidades de
madores: e fizerâo-lhe queima mui Judá: e gente de guerra, herões va­
grande. lentes em Jerusalem.
20
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458 Ü. CHRONICAS. XVIII.
14 E este he seu numero, segundo he Micha, filho de Jimla: e disse Jo­
as casas de seus pais: era Judá erão saphat, nâo falle el Rei assim.
Maioraes dos milnarès, o Maioral Ad- 8 Entâo o Rei de Israel chamou a
na, e com elle havia trezentos mil he­ hum Eunucho: e disse, traze presto
rões valentes. a Micha filho de Jimla.
15 E apos elle o Maioral Johanan: 9 E o Rei de Israel, e Josaphat Rei
e com elle duzentos e oitenta mil. de Judá, cada qual estava assentado
16 E apos elle Amasias, filho de em seu throno, vestidos de seus vesti­
Zichri, que voluntariamente se entre­ dos, e estavâo assentados na praça á
gara a J e h o v a h : e coro elle duzentos entrada da porta de Samaria: e todos
mil Herões valentes os Prophetas prophetizavào em sua
17 E de Benjamin Eliada, herõe presença.
valente: e com elle duzentos mil, ar­ 10 E Zedekias, filho de Canaana, se
mados de arco e escudo. fizéra cornos de ferro: e disse, assim
18 E apos elle Jozabad : e com elle diz J e h o v a h ; com estes acornearás
cento e oitenta mil apercebidos para aos Syrios, até de todo os consumires.
a guerra. 11 E todos os Prophetas propheti-
19 Estes estavâo em serviço do R ei: zavão o mesmo, dizendo: Sobe a Ra­
demais dos que o Rei puzéra nas cida­ moth de Gileau, e prosperarás; por­
des fortes por todo Judá. que J e h o v a h a dará em mào d’el Rei.
12 E o mensageiro, que fora a cha­
CAPITULO XVIII. mar a Micha, lhe fallou. dizendo, eis
que as palavras dos Propnetas á huma
T INHA pois Josaphat riquezas e
gloria em abundancia: e conso-
grou se com Achab.
boca sâo boas para com o Rei: seja
pois tambem tua palavra como a de
num delles, e falia o bem.
2 E a cabo de alguns annos descen­ 13 Porem Micha disse: vive J e h o ­
deo a Achab a Samaria; e Achab ma­ v a h , que o que meu Deos me disser,
tou ovelhas e bois em multidão, para isso fallarei.
elle, e para o povo que vinha com elle: 14 Vindo pois ao Rei, o Rei lhe disse,
e o persuadio a subir com elle a Ramoth Micha iremos a Ramoth de Gilead á
de Gilead. guerra, ou deixâ-lo-hei ? e elle disse,
3 Porque Achab, Rei de Israel, disse Subi, e prosperareis; que se vos darão
a Josaphat, Rei de Judá, Irás tu comi- em vossa mâo.
zo a Ramoth de Gilead? e elle lhe 15 E o Rei lhe disse, até quantas
aisse, como tu es, serei eu; e como vezes te conjurarei, para que me nào
teu povo he, meu povo serâ, e seremos falles, 6enâo a verdade no nome de
comtigo nesta guerra. J ehovah ?
4 Disse mais Josaphat ao Rei de Is­ 16 Entâo disse elle, vi a todo Israel
rael : consulta porem primeiro hoje a espargido pelos montes, como ovelhas
palavra de J e h o v a h . que nâo tem pastor : e disse J e h o v a h ,
5 Entâo o Rei de Israel ajuntou aos estes não tem Senhor; cada qpal se
Prophetas, quatro centos varões, e torne em paz para su^ casa.
disse-lhes; iremos a guerra contra 17 Entâo o Kei de Israel disse a Jo­
Ramoth de Gilead, ou deixâ-lo-hei] saphat : não te disse eu, que este nào
e elles dissérâo, Sobe; porque Deos projphetizaria de mim bem, senâo
a dará em mào d’el Rei.
6 Disse porem Josaphat, não ha ainda 18 Disse mais; pois ouvi a palavra
aqui Propheta algum de J e h o v a h , pa­ de J e h o v a h : vi assentado a J e h o v a h
ra que o consultemos ? em seu throno, e a todo o exercito ce­
7 Entáo o Rei de Israel disse a Jo­ lestial em pé à sua mâo direita, e à
saphat, ainda ha hum varão para con­ sua esquercfa.
sultar por elle a J ehovah; porem eu 19 E disse J e h o v a h , quem persua
o aborreço, porque nunca prophetiza dirâ a Achab Rei de Israel, a que su­
!e mim bem, senão sempre m al; este ba, e caia em Ramoth de Gilead?

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U. CHRONICAS, XIX. 45»
disse mais, este diz assim, e estoutro 32 Porque succedeo que, vendo os
diz assim. Maioraes dos carros, que nâo era o
20 Entâo sahio hum espirito, e p ô z - Rei de Israel, tornàrâo-se de após elle.
se n a presença de J e h o v a h , e disse, 33 Entâo hum varâo armou o arco
eu o persuadirei: e J e h o v a h lhe disse, em sua simplicidade, e ferio ao Rei
com que ? de Israel entre as junturas e a coura­
21 E elle disse,.eu sahirei, e serei ça: entáo disse ao carreteiro, volve
espirito de mentira em boca de todos tua mâo, e tira-me do arraial: porque
seus Prophetas: e disse J e h o v j h , tu estou mui ferido.
o persuadirás, e tambem prevalece­ 34 E aquelle dia creceo a peleja, e o
rás ; sahe, e o faze assim. Rei de Israel se fez estar em pé no
22 Agora pois, eis que J e h o v a h en- carro em fronte dos Syrios até a tarde:
vioa espirito de mentira à boca destes e morreo a tempo que o sol se punha.
tens Prophetas: e J e h o v a h fallou de
ti raal.
23 Entâo Zedekias, filho de Canaana, CAPITULO XIX.
se achegou, e ferio a Micha na queix­ JOSAPHAT, Rei de Judá, se tor­
ada : e disse, por que caminho o Es­
pirito de J e h o v a h se passou de mim,
E
lem.
nou á sua casa em paz a Jerusa­
para fallar a ti? 2 E Jehu, filho de Hanani?o Vidente?
24 E disse Micha, eis que no mes­ lhe sahio ao encontro, e disse ao Rei
mo dia o verás: quando andarás de Josaphat, ao impio havias tu de aju­
camara em camara, para te esconde- dar, e aos que a J e h o v a h abojTecem?
TOS. amar? pelo que grande ira sobre ti
25 Entáo disse o Rei de Israel, to­ virá, de diante de J e h o v a h .
mai a Micha, e o tomai a Amon o 3 Com tudo tambem boas cousas se
Maioral da cidade, e a Joas filho d’el achárão em t i : porque tiraste os bos­
fei- ques da terra; e apercebeste teu cora­
26 E direis, assim diz el Rei; ponde ção, para buscar a Deos.
a este na casa do cárcere: e o man­ 4 Habitou pois Josaphat em Jeru­
tende com páo de aperto, e com agua salem : e tomou a passar pelo povo
do aperto, até c^ue eu venha em paz. desde Ber-Seba até as montanhas de
27 E disse Micha, se he que toma­ Ephraim, e os fez tomar a J e h o v a h
res em paz, J e h o v a h nâo tem fallado Deos de sens pais.
por mim: disse mais, ouvi, todos os 6 E pos Juizes na terra, em todas as
povos! oidades fortes, de cidade em cidade.
28 Subio pois o Rei de Israel, e Jo­ 6 E disse aos Juizes, vede o que fa­
saphat Rei de Judá. a Ramoth de Gi­ zeis ; porque nào julgais de parte de
lead. homem, senâo de parte de J e h o v a h :
29 E disse o Rei de Israel a Josa­ e elle està comvosco no negocio do
phat, disfarçando-me eu, entáo entra­ juizo.
rei na peleja; porem tu te veste teus 7 Agora pois, seja o pavor de J e h o ­
vestidos: aisfarçou-se pois o Rei de v a h comvosco: o guardai, e o fazei;
Israel, e entrârâo na peleja. porque nâo ha em J e h o v a h nosso
30 Mandára porem o Rei de Syria aos Deos Iniquidade, nem aceitação de
Maioraes dos carros que tinha, dizen­ pessoas, nem aceitação de presentes.
do, nâo pelejareis nem contra peque­ 8 E tambem Josaphat a aipins dos
no, nem contra grande: senâo contra Levitas, e dos Sacerdotes, e aos cabe­
só o Rei de Israel. ças dos pais de Israel pôz sobre o juizo
31 Saocedeo pois que, vendo os Mai­ de J e h o v a h , e sobre as causas judi-
oraes dos carros a Josaphat, dissérâo, ciaes: e tomárâo a Jerusalem.
wte he o Rei de Israel; e o cereárâo 9 E mandou-lhes, dizendo: assim fa­
para pelejar; porem Josaphat clamou, zei no temor de J e h o v a h , com fiel-
e J ehovah o àjudou, • Deos os des­ dade.e com coração inteiro.
too delle. 10 E em toda differença, que vier a

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460 n . CHRONICAS, XX.

v ó s d e vossos irm&os, q u e habit& o e m da, juizo, ou peste, ou fome, p o r e m o s


nos diante desta casa e diante d e t i ;
s u a s c id a d e s , e n tr e sa n g u e e s a n g u e ,
pois teu Nome està ne6ta casa: e cla­
e n tr e le i e m a n d a m e n to , e n tr e e s ta tu ­
maremos a ti de nossa angustia 3 e tu
to s e d i r e i to s ; a m o e sta i-o s, q u e s e n&o
nos ouvirás e livrarás.
faç&o cu lp a d o s p a r a c o m J e h o v a h , e
10 Agora pois, eis que os filhos de
n a o v e n h a g r a n d e ir a so b re v ó s, e so­
Ammon e Moab, e os das montanhas
b r e vossos irm & o s: f a z e i a s sim , e n&o
v o s fa re iâ c u lp a d o s. de Seir, Delos quaes não permittiste
11 E eis que Amarias, Sacerdote su­passar a Israel, quando vinhão da ter­
premo, presidirá sobre vos em todo ne- ra de Egypto: antes delles se desvia­
ocio de J eh o v a h ; e Zebadias, filho rão, e os nâo destruirão.
e Ismael, principe da casa de Judá, 11 Eis que nos dão 0 pago: vindo
em todo negocio do Rei j tambem os para lançar nos fora de tua herança,
Officiaes, os Levitas, est&o perante que nos fizeste herdar.
vós: esforçai-vos pois, e o fazei, e Je­ 12 Ah Deos nosso, porventura n&o os
h o v a h serà com os bons. julgarás ? porque em nos n&o ha força
perante esta grande multid&o, que
vem contra nós: e n&o sabemos nós
CAPITULO XX. 0 que faremos; porem nossos olhos
FOI aue. depois d’isto, os filhos est&o sobre ti.
E de Moab, e os filhos de Ammon, 13 E todo Judá estava em pé p e r a n ­
e com elles outros de mais dos Am- te a face de J e h o v a h : como t a m b e m
monitas, viérâo ã peleja contra Josa­ suas crianças, suas mulheres, e seus
phat. filhos.
2 Entáo viérâo alguns, que dér&o 14 Ent&o veioo Espirito de J e h o v a h ,
aviso a Josaphat, dizendo, vem con­ no meio da congregação, sobre Jaha»
tra ti huma grande multia&o d7alem ziel filho de Zacharias, filho de Bens*
do mar, de Syria: e eis que ja est&o ias, filho de Jehiel, filho de Mattha-
em Hatson-Thamar, que he Engedi. nias, Levita dos filhos de Asaph.
3 Ent&o Josaphat temeo, e pôz sua 15 E disse, attentai todo Judá, e mo­
face em buscar a J e h o v a h : e apre­ radores de Jerusalem, e tu o Rei Josa­
goou jejum em todo Judá., phat: assim J e h o v a h vos diz; n&o
4 E Judá se ajuntou, nara pedir so­ temais, nem vos alvoroçeis por cansa
corro a J e h o v a h : tam Dem de todas desta grande multid&o: pois a peleja
as cidades de Judá viér&o a buscar a nâo he vossa, senão de Deos.
J ehovah. 16 Amanhã descendei contra elles ;
5 E poz-se Josaphat em pé na con­ eis que sobem pela ladeira de Z is: •
gregação de Judá e de Jerusalem, na os achareis no fim do valle, diante do
casa de J e h o v a h : diante do pateo deserto de Jeruel.
novo. 17 Nesta peleja não tereis que pele?
6 E disse, a h J e h o v a h , Deos de nos­ ja r: parai vós, estai em pé, e vede a
sos pais, porventura não és tu Deos salvaç&o de J e h o v a h comvosco, ó Ju­
em os ceos ? pois tu es o Senhoreador dá e Jerusalem; n&otemais, nem vos al­
sobre todos os reinos das gentes: e voroçeis, amanhã lhes sahi ao encon­
em tua mâo h a força e potência, que tro ; porque J e h o v a h serà com vosco.
não ha quem te possa resistir. 18 Ent&o Josaphat com o rosto se in­
7 Porventura, o Deos nosso, nâo lan­ clinou à terra: e todo Judá e os mo­
çaste tu aos moradores desta terra de radores de Jerusalem se lançàrâo pe­
diante de teu povo Israel, e a déste à rante a face de J e h o v a h , adorando a
semente de Abraham teu amigo, p a r a J e h o v a h .
sempre ? 19 E levantàr&o-se os Levitas dos
8 Pelo que habitàrâo nella: e edifi- filhos dos Kahathitas, e dos filhos dos
càr&o-te nella Santuario a teu Nome, Eorahitas: para louvarem a J e h o v a h ,
dizendo. Deos de Israel, com clara voz altisst-
9 Se mal algum nos sobrevier, espa­ mamente.

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II. CHBONICAS, XXI. 461
20 £ pela manhâ cedo se levantárâo, quieto: e seu Deos lhe deu repouso ao
e sahirâo ao deserto de Thekoa: e, redor.
sahindo elles, Josaphat se pôz em pé, 31 Assim Josaphat reinou sobre Ju­
t e d isse; ouvi-me, o Judá e morado­ dá : de idade de trinta e cinco annos
re s de Jerusalem: crede em J e h o v a h era, quando reinou, e vinte e cinco
v o s s o Deos, e estareis seguros; crede annos reinou em Jerusalem; e era o
a seus Prophetas, e sereis prospera­ nome de sua mãi, Azuba, filha de
dos. Silhi.
21 E aconselhou-se com o povo, e 32 E andou no caminho de Asa seu
ordenou cantores para J e h o v a h , que pai, e nâo se desviou delle : fazendo o
louvassem a Magestade santa: sahin­ que era recto em olhos de J e h o v a h .
do diante dos armados, e dizendo, 33 Com tudo os altos se nào tiràrào:
louvai a J e h o v a h , porque sua benigni­ porque ainda o povo nâo preparàra seu
dade dura para sempre. coração para com o Deos de seus pais.
22 E ao tempo que começàrâo com 34 0 de mais pois dos successos de
jubilo e louvor, J e h o v a h pôz embos­ Josaphat, assim os primeiros, como os
cadas contra os filhos de Ammon, derradeiros, eis que està escrito nas
Moab; e os das montanhas de Seir, notas de Jehu, filho de Hanani, que
que viérâo contra Judá, e ferirâo-se. lhe fizérâo apontar no livro dos Reis
23 Porque os íilhos de Ammon e de Israel.
Moab se levantàrão contra os morado­ 35 Porem depois disto, Josaphat, Rei
res das montanhas de Seir, para os de Judá, se conjuntou com Achazias,
destruir a maneira de interdito: e aca­ Rei de Israel, que era dado a fazer
bando elles com os moradores de Seir, mal-
huns aos outros se ajudàrâo para sua 36 E conjuntou se com elle, para fa­
perdição. zer navios, que fossem a Tharsis: e
24 Entretanto chegou Judá á atalaiafizérâo os navios em Eseon-Geber.
do deserto: e olhàrâo para a multidão, 37 Porem Eliezer, filho de Dodava,
e eis que erão corpos mortos, que ja- de Maresa, prophetizou contra Josa­
ziáo em terra, e nenhum escapou. , phat, dizendo: porquanto te conjun-
25 E viérâo Josaphat e seu povo a taste com Achazias, J e h o v a h despe­
saquear seus despojos, e achárão nel­ daçou tuas obras; assim os navios se
les assaz, assim fazenaa e corpos mor­ quebrárâo, e náo pudérâo ir a Tharsis.
tos, como vasos preciosos, e tomárâo
para si tanto, que nâo podiâo levar CAPITULO XXI.
mais: e tres dias saqueáráo o despojo,
porque era muito. EPOIS Josaphat dormio com seus
2 6 E ao quarto dia se ajuntárâo no D pais, e o sepultàrâo com seus pais
valle de Be racha; porque ali louvarão na cidade de David: e Joram, seu
a J e h o v a h : pelo que chamàrâo o no­ filho, reinou em seu lugar.
me daquelle lugar, o valle de Bera- 2 É teve irmãos, filhos de Josaphat,
cha, até o dia de hoje. a Azarias, e a Jehiel, e a Zacharias,
27 Entáo todos os varòes de Judá e e a Asarias, e a Michael. e a Sepha-
de Jerusalem se tomárâo, e Josaphat tias: todos estes foráo filnos de Josa­
em sua dianteira, para se virem a Je­ phat, Rei de Israel.
rusalem com alegna: porque J e h o v a h 3 E seu pai lhes déra muitos dons de
os alegrâra ácerca de seus inimigos. prata, e de ouro. e de cousas precios­
28 E vierão a Jerusalem com alaú­ íssimas, com ciaades fortes em Judá:
des, e com harpas, e com trombetas à porem o reinou deu a Joram, porquan­
casa de J e h o v a h . to era o primogênito.
29 E veio o pavor de Deos sobre to­ 4 E subindo Joram ao reinou de seu
dos os reinosaaquellas terras: ouvin- pai, e havendo se fortificado, matou a
doj q u e J e h o v a h pelejara contra os todos seus irmãos a espada: como
mimigos de Israel. tambem a alguns dos Principes de Is­
30 Assim o reino de Josaphat esteve rael.

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462 n. CHRONICAS, XXII.
5 De idade de trinta e dous annos Arábios, que estào da banda dos Ethi­
era Joram, quando reinou: e reinou opes.
oito annos em Jerusalem. 17 Estes subirão a Judá, e derâo
6 E andou no caminho dos ReiB de sobre ella. e levarão toda a fazenda,
Israel, como fazia a casa de Achab; que se acnou em casa do Rei; como
porque tinha a filha de Achab por mu­ tambem a seus filhos, e a suas mulhe­
lher : e fazia o que parecia mal em res : de modo que lhe nâo deixàrâo
olhos de J chovah. filho, senâo a Joachaz, o menor de seus
7 Porem J ehovah nâo quiz destruir filhos.
a casa de David por amor do concerto, 18 E d e p o is d e tu d o is to J e h o v a h o
que tinha feito com David: como f e r io e m s u a s e n t r a n h a s d e h u m a en­
tambem disséra, que lhe daria huma f e r m i d a d e i n c u r á v e l.
lampada, e a seus filhos, por todos os 19 E era isto de anno em anno, e ac­
dias. abado o tempo do fim dos dous annos,
8 Em seus dias se revoltàráo os EdU suas entranhas sahirâo com a enfer­
omitas de debaixo do mando de Judá: midade ; e morreo de más enfermi­
e puzérâo Rei sobre si. dades : e seu povo lhe nâo fez quei­
9 Pelo que Joram passou a diante ma, como a queima de seus pais.
com seus Maioraes, e todos os carros 20 De idade de trinta e dous annos
com elle: e levantou-se de noite, e era, quando reinou, e reinou em Jeru­
ferio aos Edomitas, que estavâo do re­ salem oito annos: e foi-se sem deixar
dor delle, e aos Maioraes dos carros. de si saudades algumas; e o sepultàrâo
10 Todavia os Edomitas se revoltá- na cidade de David, porem nâo nos
râo de debaixo do mando de Judá, até sepulcros dos Reis.
o dia de hoje; entào ntf mesmo tem­
po Libna se revoltou de debaixo de c a p it u l o xxn.
seu mando: porque deixàra a J eho ­
vah , Deos de seus pais. OS moradores de Jerusalem Gz*
11 Elle tambem lez altos nos mon­ E râo Rei a Achazias, seu filho
tes de Judá: e fez fomicar aos mora­ menor, em seu lugar; porque huma
dores de Jerusalem, e até a Judá im- tropa, que viéra com os Arábios ao ar­
pellio a isso. raial, matàra a todos os primeiros:
12 Entào lhe veio hum escrito de assim que reinou Achazias, filho de
Elias o Propheta, aue dizia: assim Joram, Rei de Judá.
diz J ehovah, Deos ae David teu pai; 2 De idade de quarenta e dous an­
uanto nâo andaste nos caminhos nos era Achazias, quando reinou, e
n osaphat teu pai, e nos caminhos reinou hum anno em Jerusalem: c
dê Asa, Rei de Judá: era o nome de sua mãi, Athalia, filha
13 Antes andaste no caminho dos de Omri.
Reis de Israel, e fizeste fornicar a Ju­ 3 Tambem este a n d o u n o s caminhos
dá, e aos moradores de Jerusalem, se­ da casa de Achab: porque sua m*1
gundo a fornicação da casa de Achab: era sua conselheira, para obrar impia*
e tambem mataste a teus irmàos, da mente.
casa de teu pai, melhores que tu : 4 E fez o que parecia mal em olhos
14 Eis que J ehovah ferirá de hum de J e h o v a h , como a casa de Achab:
grande estrago a teu povo, e a teus porque elles erão seus c o n se lh e iro s
nlhos, e a tuas mulheres, e a toda tua depois da morte de seu pai, para sua
fazenda. perdiçào.
15 Tu tambem seras em grandes en­ 5 Tambem andou em seu conselho,
fermidades pela enfermidade de tuas e foi-se c o m Joram, filh o de A chab,
entranhas: até que tuas entranhas sa­ Rei de Israel, à peleja contra Hazael»
ião por causa da enfermidade, de dia Rei de Syria, junto a Ramoth de Gi­
em aia. lead : e os Syrios ferirào a Joram-
16 Despertou pois J ehovah contra 6 E to r n o u a c u r a r s e e m
Joram o espirito dos Philisteos, e dos p o r q u e vinha com f e r id a s , q u e se lho

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II. CHRONICAS, XXin. 463
derâo junto a Rama, pelejando con­ 3 E toda aquella congregação fez ali­
tra Hazael, Rei de Syria: e Azarias, ança com o Rei na casa de Deos: e
filho de Joram, Rei de Judá, descen­ Joiada lhes disse, eis que o filho dJel
deo a ver a Joram filho de Achab, em Rei reinará, como J e h o v a h fallou dos
Jiz re e l; porque estava enfermo. filhos de David.
7 Veio pois de Deos o abatimento 4 Esta he a obra que haveis de fazer.
de Achazias, para que viesse a Joram: huma terça parte ae vósoutros, os Sa­
porque vindo elle, sahio com Joram a cerdotes e os Levitas, que entrão ao
Jehu, filho de Nimsi, a quem J e h o v a h Sabbado, serão porteiros das portas.
ungira, para desarraigar a casa de 5 E outra terça parte estará à casa
Achab. d7el Rei; e outra terça parte â porta
8 £ foi que executando Jehu juizo fundamental: e todo o povo estará nos
contra a casa de Achab, achou aos pateos da casa de J e h o v a h .
Principes de Judá, e aos filhos dos ir­ 6 Porem ninguém entre na casa de
m&os ae Achazias, que servião a Acha­ J e h o v a h , senão os Sacerdotes, e os
zias, e os matou. Levitas que ministrão: estes entrarão,
9 Depois buscou a Achazias, (por­ porque santos são: mas toda o povo
que se escondéra em Samaria;) e o vigiará a guarda de J e h o v a h .
alcançarão, e o trouxérâo a Jehu, e o 7 E os Levitas cercarão a el Rei do
matàrão. e o sepultarão; porque dis- redor, cada qual com suas armas em
sérâo, filho he ae Josaphat, que bus­ sua mâo, e qualquer que entrar na ca­
cou a J e h o v a h com todo seu coração: sa, morrera: porem vósoutros estai
assim que ja a casa de Achazias não com el Rei, quando entrar, e quando
tinha a ninguém, que tivesse força pa­ sahir.
ra o Reino. 8 E fizérâo os Levitas, e tddo Judá,
10 Vendo pois Athalia, mãi de Acha-conforme a tudo o que mandára o Sa­
zias, aue seu filho era morto, levantou- cerdote Joiada; e cada qual tomou
se, e aestruio a toda a semente real da seus varões, que entravão ao Sabbado,
casa de Jqda. com os que sahião ao Sabbado : por­
11 Porem Joôabath, filha do Rei, to­ que o Sacerdote Joiada nâo déra li­
mou a Joas filho de Achazias, e fur­ cença aos repartimentos.
tou o d ’entre os filhos do Rei, a quem 9 Tambem o Sacerdote Joiada deu
mata vão, e o pôz com sua ama na ca­ aos Maioraes das centenas as lanças,
mara dos leitos: assim Josabath, filha e os escudos, e as rodelas, que forão
do Rei Joram, mulher do Sacerdote do Rei David: os quaes estavâo na ca­
Joiada, (porque era irmã de Achazias,) sa de Deos.
o esconaeo de diante de Athalia, de 10 E pôz em ordem a todo o povo, e
modo que não o matou. a cada qual com suas armas em sua
12 E esteve com elles escondido na mão desaa banda direita da casa até à
casa de Deos seis annos: e Athalia banda esquerda da casa, ao Altar e á
reinou sobre a terra. casa, ao redor d*el Rei.
11 Entâo tirárâo fora ao filho do Rei,
CAPITULO XXIII. e puzerâo-lhe a coróa : e derâo-lhe o
testemunho, e o fizérâo Rei: e Joiada
OREM ao setimo anno Joiada se e seus filhos o ungirão, e disserão, vi­
P esforçou, e tomou comsigo em va el R ei!
aliança aos Maioraes das centenas, a12 Ouvindo pois Athalia a voz do po­
Azarias filho de Jeroham, e a Ismael vo que concorria, e louvava ao Rei,
filho de Johanan, e a Azarias filho de veio ao povo à casa de J e h o v a h .
Obed, e a Maaseias filho de Adaias, e 13 E olhou; e eis que o Rei estaVa
a Elisaphat filho de Sicri. junto a sua columna, â entrada; e os
2 Estes rodeàrão a Judá, e ajuntá- Maioraes, e as trombetas junto ao Rei;
rào aofl Levitas de todas as cidades de e todo o povo da terra estava alegre, e
Judá, e aos cabeças dos pais de Israel: tocava as trombetas; e os cantores
• vierão a Jerusalem. com instrumentos músicos, e davâo a

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464 II. CHRONICAS, XXIV.
entender que se deviào cantar louvo­ 4 E succedeo depois disto, que a Jo­
res : entáo Athalia rasgou seus vesti­ as veio em coração de renoyar a casa
dos, e clamou ; treiçáo, treição! de J e h o v a h .
14 Porem o Sacerdote Joiada tirou 5 Assim que ajuntou aos Sacerdotes,
fora aos Centuriòes, que estavâo pos­ e aos Levitas, e disse-lhes: sahi pelas
tos sobre o exercito, e disse-lhes; ti­ cidades de Judá, e de todo Israel ajun­
rai-a fora, até fora dos repartimentos, tai dinheiro, para reparar a casa de
e o que a seguir, morrerá à espada: vosso Deos de anno em anno; e vósou­
porque disséra o Sacerdote, náo a ma­ tros vos apresurai a este negocio : po­
tareis na casa de J e h o v a h . rem os Levitas se não apresuràrào.
15 E pusérào nella as mâos, e ella 6 Eo Rei chamou a Joiada, o cabe­
se foi á entrada da porta dos cavallos, ça, e disse-lhe, porque nâo fizeste in­
à casa do Rei: e ali a matàrâo. quirição entre os Levitas; para qae
16 E Joiada fez aliança entre si, e trouxessem de Judá, e de Jerusalem
o povo, e o Rei: que seriâo povo de a finta de Moyses servo de J e h o v a h ,
J eho v a h . e da Congregação de Israel, à tenda do
17 Depois todo o povo entrou na casa Testemunho.
de Baal: e a derribárào, e quebrâráo 7 Porque sendo Athalia impia, 6eus
seus altares, e suas imagens: e a Ma-, filhos á força abrírâo a casa ae Deos:
than, Sacerdote de Baal, matàrâo di­ e até todas as cousas sagradas da casa
ante dos altares. de J e h o v a h empre^àrào nos Baalins.
18 E Joiada ordenou os officios na 8 E mandou o Rei, e fizérâo huma
casa de J e h o v a h debaixo da mâo dos arca: e a puzérâo fora á porta da capa
Sacerdotes Leviticos, que David re­ de J e h o v a h .
partira na casa de J e h o v a h , para offer- 9 E lançàrào pregào em Judá, e em
ecer os holocaustos de J e h o v a h , como Jerusalem, aue trouxessem a J eh o v a h
está escrito na Lei de Moyses, com a finta de Moyses servo de J e h o v a h ,
alegria e com canto, conforme a insti- imposta a Israel no deserto.
tuiçào de David. 10 Entào todos os Maioraes, e todoo
19 E p ô z p o r te ir o s à s p o r ta s d a c a ­ povo se alegràráo: e trouxérão a finto
s a d e J e h o v a h : p a r a q u e n à o e n t r a s ­ e a lançàrào na arca, até que acabá-
s e n e l l a n in g u é m , im m u n d o e m c o u s a rào a obra.
a lg u m a . H E era que, ao tempo que traziâo
2Q E tomou aos Centuriòes. e aos a arca por mâo dos Levitas segundo
poderosos, e aos que tinhão dominio o mandado do Rei, e vendo q u e h a ­
entre o povo, e a todo o povo da terra, e via muito dinheiro, vinha o Escrivão
descendeo ao Rei da casa de J e h o ­ do Rei, e o deputaao do Summo Pon­
v a h , e viérâo pelo meio da porta ma­ tífice, e vaziavâo a arca, e tornavâo*,
ior ácasa do Rei: e assentárào ao Rei e toma vão a a seu lugar : assim fazi­
no throno do reino. âo dè dia em dia, e ajuntarão dinhe­
21 E todo o povo da terra estava al­ iro em multidão.
egre, e a cidade se aquietou: depois 12 O qual o Rei e Joiada davão aos
que matàrâo a Athalia à espada. aue tinnâo cargo da obra do serviço
aa casa de J e h o v a h : e alugarão cor­
CAPITULO XXIV. tadores e carpinteiros, para renovarem
a casa de J e h o v a h j como tambem
E sete annos de idade era Joas, ferreiros e sarralheiros, para repara­
D quando reinou, e quarenta annos rem a casa de J e h o v a h .
reinou em Jerusalem: e era o nome 13 Assim os que tinhão cargo da
de sua mãi, Zibia, de Ber-Seba. obra, faziâo que a reparação da obra
2 E fez Joas o que era recto em hia crecendo por sua mâo: e restau-
olhos de J e h o v a h , todos os dias do ràrâo a casa ae Deos em seu estado,
Sacerdote Joiada. e a fortifipárào.
3 E Joiada lhe tomou duas mulhe­ 14 Havendo pois acabado, trou?érào
res : e gerou filhos e filhas. o resto <}o dinheiro peraatç p Bei P

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EL CHRONICAS, XXV. '465
Joiada, do qne fez v a s o s para a casa 25 E partindo se delle, (porque com
de J s h o v a h , vasos para ministrar, e grandes enfermidades o deixàrâo;) se­
offerecer, e perfumadores, e vasos de us servos conspiràrào contra elle por
ouro e de prata: e continuamente sa­ causa do sangue do filho do Sacerdote
crificarão holocaustos na casa de J e ­ Joiada, e o matàrâo em sua cama, e
h o v a h , todos os dias de Joiada. morreo: e o sepultarão na cidade de
15 £ envelheceo Joiada, e morreo David, porem nâo o sepultàrâo nos se­
farto de dias: de idade de cento e trin­ pulcros dos Reis.
ta annos era quando morreo. 26 Estes pois forão os que conspirá-
16 £ o sepultárâo na cidade de David rào contra elle: Zabad filho de Si-
com os R eis: porque fizéra bem em meath a Ammonita, e Jozabad filho
Israel, assim a Deos. como a sua casa. de Simreth a Moabita.
17 Porem depois aa morte de Joia­ 27 E quanto a seus filhos, e à gran­
da viérão os Principes de Judá, e po- deza do cargo que se lhe impoz, e ao
stráráo-se perante o Rei: e o Rei os edificio da casa de Deos, eis que està
ouvio. escrito na historia do livro dos Reis: e
18 Assim que deixàrâo a casa de Je­ Amasias seu filho reinou em seu lugar.
h o v a h , Deos de seus pais, e servirão
as imagens do bosque, e aos idolos;
entáo veio grande ira sobre Judá e Je­ CAPITULO XXV.
rusalem, por esta sua culpa. ENDO Amasias de idade de vinte
19 Porem enviou Prophetas entre e l ­ S e cinco annos, reinou, e reinou
le s. para os fazer tomar a J e h o v a h : vinte e nove annos em Jerusalem: e
os quaes protestarão contra elles; m a s era o nome de sua mãi, Joadan, de Je­
elles nào derào ouvidos. rusalem.
20 E o Espirito de Deos revestio a 2 E fez o que era recto em olhos de
Zacharias, filho do Sacerdote Joiada, J e h o v a h : porem nâo com inteiro co­
o qnal se pôz em pé por de cima do ração,
povo: e disse-lhes, assim diz Deos; 3 Succedeo pois que, sendo-lhe o rei­
ue quebrantais os mandamentos no ja confirmado, matou a seus servos,
n e h o v a h ? portanto nào prospera­ que ferirào ao Rei seu pai.
reis: porquanto deixastes a J e h o v a h , 4 Porem nâo matou a seus filhos:
tambem elle vos deixará. fe z porem como na Lei esta escrito
21 £ elles conspirarão contra elle, e no livro de Moyses, aonde J e h o v a h
o apedrejàrâo cora pedras, por man­ mandou, dizenuo : nào morrerão os
dado do Rei, no pateo da casa de Je­ pais pelos filhos, nem os filhos mor­
hovah. rerão pelos pais; mas cada qual mor­
22 De maneira que o Rei Joas se rerá por seu peccado.
náo lembrou da beneficencia, que seu 5 E Amasias ajuntou a Judá, e os pôz
pai Joiada lhe fizéra, porem matou a segundo as casas dos pais, por Maio­
seu filho: o qual morrendo, disse, Je­ raes de milhares, e por Maioraes de
h o v a h o verá, e requererá. centenas, por todo Judá e Benjamin :
23 Pelo que 6uccedeo â volta do anno, e fez-lhes passar mostra, de vinte an­
que o exercito de Syria subio contra nos e a riba, e achou delles trezentos
elle, e viérâo a Judá e a Jerusalem, e mil de escolha, que sahião ao exerci­
destruirão dJentre o povo a todos os to, e jogavâo de lança e rodela.
Principes do povo: e todo seu despo­ 6 Tambem de Israel tomou a soldo,
jo enviáráo ao Rei de Damasco. cem mil herões valentes, por cem ta­
24 Porque ainda que o exercito dos lentos de. prata. /
Syrios viéra com poucos homens, com 7 Porem hum varâo de David veio
tudo J e h o v a h deu em sua mào hum a elle, dizendo; ah Rei, nâo deixes ir
exercito de grande multidào; porquan­ comtigo ao exercito de Israel: porque
to deixàrâo a J e h o v a h , Deos de seus J e h o v a h nào he com Israel, nem com
pais: assim executàrào os juizos con- todos os filhos de Ephraim.
8 Se porem fores, faze o, esforça-te

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466 It. CHRONICAS, XXVI.
para a peleja: Deos te farà cahir di­ tua filha a meu filho por mulher: po­
ante do inimigo; porque força ha em rem os animaes do campo, que est&o
Deos, para ajudar e para fazer cahir. no Libano, passàrâo e atropelàrâo ao
9 E aisse Amasias ao varâo de Deos, cardo.
que sé farà pois dos cem talentos de 19 Tu dizes; eis que tenho ferido
prata, que dei às tropas de Israel ? e aos Edomitas; pelo que teu ooração te
aisse o varâo de Deos, mais tem J k h o ­ exaltou, para gloriar: agora pois fica
v a h que te dar, do aue isto. em tua casa; porque te entremeterias
10 Entâo separou Amasias as tropas no mal, para que c a h is s e B tu, e Judá
que viérâo a elle de Ephraim. para comtigo f
que se fossem a seu lu^ar: pelo que 20 Porem Amasias lhe nâo deu ou­
sua ira muito se encendeo contra Ju­ vidos : porque isto vinha de Deos, mia
dá, e tornàrâo-se a seu lugar em ardor os dar em suas mâos: porquanto W-
de ira. càrâo aos deoses dos Edomitas.
11 Esforçou-se pois Amasias, e a seu 21 Assim que Joas, Rei de Israel,
povo guiou fora, e foi-se ao valle do subio; e elle, e Amasias, Rei de Judá
sal: e ferio dos filhos de Seir dez mil. se virâo cara a cara em Beth-Semes,
12 Tambem os filhos de Judá pren- que està em Judá.
dérâo vivos dez mil, e os trouxérâo a 22 E Judá foi ferido diante de Israel:
o cume da rocha: e do mais alto da e forâo-se cada (jual a suas tendas.
rocha os lançàrâo d’alt’ adaixo, e todos 23 E Joas, Rei de Israel, prendeoa
arrebentárâo. Amasias Rei de Judá, filho de Joas, o
13 Porem os varòes das tropas, tjue filho de Joachaz, em Beth-Semes: eo
Amasias despedira, para que nào fos­ trouxe a Jerusalem; e deribou o muro
sem com elle á peleja, derâo sobre as de Jerusalem, desda porta de Ephra­
cidades de Judá, desde Samaria, até im até à porta do canto, quatro centos
Beth-Horon : e ferírâo delles tres mil, covados.
e saqueàrâo grande despojo. 24 Tambem tomou todo o ouro, e s
14 E succeaeo que depois que Ama­ prata, e todos os vasos que se achirio
sias veio da matança dos Edomitas, e na casa de Deos com O b e d -E d o m , eos
trouxéra comsigo os deoses dos íilhos thesouros da casa do Rei, e os refens:
de Seir, tomou os por seus deoses: e e tomou-se a Samaria.
postrou-se diante delles, e queimou- 25 E viveo Amasias filho de Joas, Rei
lhes perfumes. de Judá. depois da morte de Joas filho
15 Entâo a ira de JraovAH se encen­ de Joachaz,Rei de Israel, quinze annos.
deo contra Amasias: e mandou-lhe 26 Quanto ao de mais dos successos
hum Propheta, que lhe disse; porque de Amasias, assim os primeiros, como
buscaste deoses de povo, que a seu os derradeiros: eis que porventura nâo
povo nâo livrárâo de tua mâo 1 està escrito no livro doe Reis de Judá
16 E foi que fallando-lhe elle. lhe e Israel ?
respondeo; puzérâo-te por conselhei­ 27 E desdo tempo que Amasias se
ro (Pel Rei ? deixa-te, ponjne te feri- desviou de apòs J e h o v a h , c o n s p irâ râ o
riâo? entâo o Propheta deixou, e dis­ oontra elle em Jerusalem, porem elle
se ; bem vejo eu, que j a J e h o v a h fugio a Lachis: entâo enviârâo apòs
deliberou de destruir-te ; porquanto elle a Lachis, e o matàrão ali.
fizeste isto, e nâo déste ouvidos a meu 28 E o trouxérâo sobre cavallos: e o
conselho. sepultàrâo com seus pais na cidade de
17 E tendo Amasias Rei de Judá Judá.
conselho, enviou a Joas filho de Joa­ CAPITULO XXVI.
chaz, filho de Jehu, Rei de Israel, a
dizer: vem, vejamos nós cara a cara. NTAO todo o povo tomou a Uzias,
18 Porem Joas, Rei de Israel, man­ E (que entâo era de idade de dez e
dou dizer a Amasias, Rei de Judá; o seis annos:) e o fizérâo Rei em lugar
cardo que estâ no Libano, mandou di­ de seu pai Amasias.
zer ao Cedro, que està no Libano; dà 2 Este edificou a Elod, e a tomou »

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H. CHRONICAS, XXVL 467

Ju d á : depois do Rei dormir com seus o exercito, escudos, e lanças, e capa­


pais. cetes, e couraças, e arcos: e até fundas
3 De idade de dez e seis annos era de atirar pedras.
Uzias, quando reinou ; e cincoenta e 15 Tambem fez em Jerusalem obras
cinco annos reinou em Jerusalem: e artificiosas de invenção de engenhei­
era o nome de sua mãi, Jecholia, de ros, que estivessem nas torres e nos
Jerusalem. cantos, para atirarem com frechas e
4 E fez o que era recto em olhos de com grandes pedras: assim que seu
J e h o v a h : conforme a tudo o que fizé­ nome mui longe se estendeo; porque
ra Amasias seu pai. maravilhosamente foi ajudado,até que
5 Porque deu-se a buscar a Deos se fortificou.
nos dias de Zacharias, entendido nas 16 Havendo-se porem ja fortificado,
visões de Deos; e era os dias, que seu coração se exalçou até se corrom­
buscou a J e h o v a h , Deos o fez pros­ per ; e prevaricou contra J e h o v a h
perar. seu Deos: porque entrou no Templo
6 Porque sahio. e guerreou contra os de J e h o v a h , para queimar perfumes
Philisteos, e quetrou o muro de Gath, no Altar do perfume.
e o muro de Jabne, e o muro de As- 17 Porem 0 Sacerdote Azarias en­
dod: e edificou cidades em Asdod, e trou após elle: e com elle oitenta Sa­
entre os Philisteos. cerdotes de J e h o v a h , varões valentes.
7 E Deos o ajudou contra os Phi­ 18 E resistirão ao Rei Uzias, e dissé-
listeos, e contra os Arábios, que habi- râo-lhe; a ti Uzias nâo compéte perfu­
tavào em Gur-Baal, e contra os Meu- mar a J e h o v a h , senâo aos Sacerdotes
nitas. filhos de Aaron, que sâo consagrados
8 E os Ammonitas derâo presentes para perfumar, sahe-te do Santuario;
aTJzias: e seu nome foi divulgado até porque prevaricaste; e isto te nâo serà
a entrada de Egypto ; porque se for­ para honra de parte de J e h o v a h Deos.
tificou altamente. 19 Entâo Uzias se indignou, que ti­
9 Tambem Uzias edificou torres em nha o perfume para perfumar em sua
Jerusalem à porta do canto, e à porta mâo: indignando-se elle pois con­
do valle, e junto aos cantos: e as for­ tra os Sacerdotes, a lepra lhe sahio á
tificou. testa perante os Sacerdotes, na casa
10 Tambem edificou torres no deser­ de J e h o v a h , junto ao Altar do per­
to, e cavou muitos poços; porquanto fume.
tinha muito gado, assim nos valles, co­ 20 Entâo o Summo Pontifice Azarias
mo nas campinas: lavradores e vinhe- olhou para elle, como tambem todos
iros, nos montes e nos campos fertiles; os Sacerdotes, e eis que ja estava le­
porque era amigo da agricultura. proso em sua testa, e apresuradamen­
11 Tinha tambem Uzias hum exer­ te o rempuxârâo dali: e até elle mes­
cito de homens destros na guerra, que mo foi impeilido a sahir, porquanto
sahiào ao exercito em tropas, segundo J e h o v a h o ferira.
o numero de sua mostra, por mâo de 21 Assim o Rei Uzias foi leproso em
Jeiel Chanceler, e Maasejas Official: huma casa separada, porque fora ex­
debaixo da mão de Hananjas, hum dos cluído da casa J e h o v a h : e Jotham
Principes do Rei. seu filho tinha cargo da casa do Rei,
12 Todo 0 numero dos cabeças dos julgando ao povo da terra.
pais, herões valentes, era dous mil e 22 Quanto ao de mais dos successos
seis centos. de Uzias, assim os primeiros, como os
13 E debaixo de sua mâo havia hum derradeiros: o Propheta Esaias, filho
exercito guerreiro de trezentos e sete de Amos, o escreveo.
mil e quinhentos homens, que se ad- 23 E dormio Uzias com seus pais, e
extraváo para a guerra com força bel- 0 sepultárâo com seus pais no campo
licosa: para ajudar ao Rei contra os do sepulcro que era aos Reis; por­
inimigos. que disserão; leproso h e : e Jotham
14 E preparou-lhes Uzias, para todo seu filho reinou em seu lugar.

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468 li. c h r o n ic a s , x x v n . x x v m .
4 Tambem sacrificou e perfumou nod
CAPITULO XXY1I. altos, e nos outeiros: como tambem
E vinte e cinco annos de idade era debaixo de toda arvore verde.
D Jotham, quando reinou, e dez e
seis annos reinou em Jerusalem: e era
5 Pelo que J ehovah seu Deos o deu
em mâo do Rei dos Syrios, os quaes o
o nome de suá mãi, Jerusa, filha de ferirão, e levârâo delle presa grande
Zadok. multidão de presos, que trouxérâo a
2 E fez o que era recto em olhos de Damasco: tambem foi dado em mâo
J e h o v a h : conforme a tudo o que fizé­ do Rei de Israel, o qual o ferio de
ra Uzias seu pai, excepto que n&o en­ grande ferida.
trou no Templo de J e h o v a h : e ainda 6 Porque Pekah, filho de Remalias,
o povo se corrompia. em Judá matou em hum dia cento e
3 Este edificou a porta alta da casa vinte mil, todos varões bellicosos:
de J e h o v a h , e tambem muito edificou porquanto deixárão a J e h o v a h , Deos
no muro de Ophel. de seus pais.
4 Tambem eaificou cidades nas mon­ 7 E Zichri, varáo potente de Eph­
tanhas de Judá; e edificou nos bos­ raim, matou a Maasejas filho do Rei:
ques castellos e torres. oomo tambem a Azrikam o Mordomo:
5 Elle tambem guerreou contra o e a Elkana o segundo depois do Rei.
Rei dos filhos de Ammon, e prevale- 8 E os filhos de Israel levárâo pre­
ceo sobre elles, de modo que os filhos sos de seus irmãos duzentos mil, mu­
de Ammon naquelle anno lhe derâo lheres, filhos e filhas: e saqueárâo tam­
cem talentos de prata, e dez mil Coros bem delles grande despojo: e trouxe­
de trigo, e dez mil de cevada: isto lhe râo o despojo a Samaria.
trouxérâo os filhos de Ammon tambem 9 E estava ali hum Propheta de Jk­
o segundo e o terceiro anno. hovah, cujo nome era Ôded, o qual
6 Assim Jotham se fortificou: porque sahio ao encontro ao exercito, que vi­
endereçou seus caminhos perante J e ­ nha a Samaria, e disse-lhes; eis qne
h o v a h seu Deos. enfurecendo se J ehovah Deos de vos­
7 O resto pois dos successos de Jo­ sos pais contra Judá, entregou-os em
tham, e todas suas guerras, e seus ca­ vossa mâo: e vós com tanta ira os ma­
minhos j eis que estâo escritos no Li­ tastes^ que até os ceos tem chegado.
vro dos Reis de Israel e de Judá. 10 E agora vósoutros cuidais, de a
8 De vinte e cinco annos de idade vos sugeitar os filhos de Judá e Jeru­
era, quando reinou: e dez e seis an­ salem, por cativos e cativas: porven­
nos reinou em Jerusalem. tura nâo sois vós mesmos aquelles, en­
9 E dormio Jotham com seus pais, tre os quaes ha culpas contra J e h o v a h
e o sepultarão na cidade de David: e vosso Deos ?
Achaz seu filho reinou em seu lugar. 11 Agora pois ouvi-me, e tomai-a
enviar os prisioneiros, que trouxestes
capitulo x x v m .
resos de vossos irmãos: porque o ar-
or da ira de J ehovah està sobre vós­
E vinte annos de idade era Achaz, outros.
D quando reinou, e dez e seis annos
reinou em Jerusalem : e nâo fez o que
12 Entâo se levantàrâo alguns varões
dos cabeças dos filhos de Ephraim;
era recto em olhos de J e h o v a h como Azarias nlho de Johanan, Berechias
David seu pai. filho de Mesillemoth, e Jehizkias filho
2 Antes andou nos caminhos dos de Sallum, e Amasa filho de Hadlai:
Reis de Israel: e de mais d’isto fez contra os que se tornaváo do exer­
imagens fundidas aos Baalins. cito.
3 Tambem perfumou no valle do filho 13 E dissérâo-lhes; náo fareis entrar
de Hinnom: e queimou 6eus filhos no aqui estes presos; para culpa sobre nos
fogo, conforme ás abominações das contra J ehovah, vósoutros intentais
e n te s , q u e J e h o v a h t i n h a d e s te r r a d o acrecentar mais a nossos peccados, e
e diante dos filhos de Israel.* a nossas culpas: sendo que ja temôs

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n . CHRONICAS, XXIX. 469
t a n t a c u lp a , e j a est& o a r d o r d a ir a ra si altares em todos os cantos de Je­
s o b r e Is ra e l. rusalem.
14 Entâo os das armas deixàrâo aos 25 Tambem em cada cidade de Ju­
presos e ao despojo, diante dos Maio> dá fez altos, para perfumar a outros
raes, e de toda a congregação. deoses: assim provocou à ira a J e h o ­
15 E os varões, que forão apontados v a h , Deos de seus pais.
por s e u s nomes, se levantarão, e tomâ- 26 O resto pois de seus successos e
rào aos presos, e vestirão do despojo a de todos seus caminhos, assim os pri­
todos os que delles estavâo nuos; e os meiros como os derradeiros: eis que
vestirão, e os calçàrào, e derâo-lhes està escrito no livro dos Reis de Judá
de comer e de beoer, e os unçirâo, e e de Israel.
a todos os que estavâo fracos, levàrão 27 E dormio Achaz com seu pais, e
sobre asnos, e os trouxérão a Jericho, o sepultárâo na cidade em Jerusalem;
à cidade das palmas, a seus irmãos: porem nâo o puzérâo nos sepulcros
depois se tomárâo a Samaria. dos Reis de Israel: e Jehizkias seu
16 Naquelle tempo o Rei Achaz en­ filho reinou em seu lugar.
viou ao? Reis de Assyria, para que o
ajudassem.
17 De mais d7isto tambem os Edo- CAPITULO XXIX.
mitas viérâo, e ferirão a Judá, e levá- E vinte e cinco annos de idade era
râo presos em cativeiro.
18 Tambem os Philisteos dérâo so­
D Jehizkias, quando reinou, e rei­
nou vinte e nove annos em Jerusa­
bre as cidades da campina e do Sul de lem : e era o nome de sua mãi, Abia,
Judá, e tomárâo a Betnsemes, e a Aia- filha de Zacharias.
loo, e a Gederoth, e a Socho. e aos lu­ 2 E fez o que era recto em olhos de
gares de sua jurdiçâo, e a Thimna, e J e h o v a h : conforme a tudo quanto
aos lugares de sua jurdiçâo, e a Gim- fizéra David seu pai.
zo, e aos lugares de sua jurdiçâo: e 3 Este no anno primeiro de seu rei­
habitârâo ali. nado, no mez primeiro, abrio as portas
19 P o rq u e J e h o v a h a b a te o a J u d á , da casa de J e h o v a h , e as reparou.
por c a u s a d e A c h a z , R e i d e I s r a e l: 4 E trouxe os Sacerdotes, e os Levi­
p o rq u e d e s v iá ra a J u d á , q u e d e todo tas : e os ajuntou na praça Oriental.
se a é r a a p r e v a r ic a r c o n tra J e h o ­ 5 E disse-lhes, ouvi-me, ô Levitas:
vah. santificai-vos agora, e santificai a ca­
20 E Tillegath-Pilneser, Rei de As­ sa de J e h o v a h , Deos de vossos pais;
syria, veio a elle : porem o pôz em e tirai do Santuario a immundicia.
aperto, e nâo o corroborou. 6 Porque nossos pais prevaricarão,
21 Porque Achaz tomou parte da ca­ e fizérâo o que parecia mal em olhos
sa de J e h o v a h , e da casa do Rei, e de J e h o v a h nosso Deos, e o deixàrâo:
dos Principes: o que deu ao Rei de e desviárào suas faces do Tabemaculo
Assyria; porem nâo o ajudou. de J e h o v a h , e virárâo-i/ie o toutiço.
22 Até ao tempo em que o punhâo 7 Tambem fechárâo as portas do
em aperto, entào tanto mais prevari­ Alpendre, e apagárâo as lampadas, e
c a v a contra J e h o v a h : tal era o Rei nâo queimàrâo perfume: e nâo offe-
Achaz. recérâo holocausto no Santuario, ao
23 Porque sacrificou aos deoses de Deos de Israel.
Damasco, aue o ferirão; e disse; por- 8 Pelo que houve grande ira de Je­
quànto os aeoses dos Reis de Syria os h o v a h so ore Judá e Jerusalem: e os
ajudão, eu lhes sacrificarei, para que entregou à perturbação, á assolação,
me ajudem: porem elles lhe forão por e a assovio, como estais olhando com
sua cahida, e a todo Israel. vossos olhos.
24 E Achaz ajuntou os vasos da ca­ 9 Porque eis que nossos pais cahirâo
sa de J e h o v a h , e fez em pedaços os à espada: e nossos filhos, e nossas
vasos da casa de Deos, e fechou as filhas, e nossas mulheres porisso esti-
portas da casa de J e h o v a h : e fez pa­ vérâo em cativeiro.

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470 II. CHRONICAS, XXIX.
10 Agora propuz em meu coraçào, 21 E trouxérão sete novilhos, e sete
de fazer aliança com J e h o v a h , Deos carneiros, e sete cordeiros, e sete bo­
de Israel: para que o ardor de sua ira des das cabras, para sacrificio pelo
se desvie ae nós. peccado, pelo Reino, e pelo Santua­
11 Agora, filhos meus, nào sejais rio, e por Judá: e disse aos filhos de
negligentes: pois J e h o v a h vop tem Aaron, os Sacerdotes, que os ofere­
eleito para estardes diante de sua face, cessem sobre o Altar de J e h o v a h .
para o servirdes, e para serdes seus 22 Assim degolarão os bois, e os Sa­
ministros e perfumaaores. cerdotes tomárâo o sangue, e o espar­
12 Então se levantáráo os Levitas, girão sobre o Altar: tambem degola
Mahath filho de Amasai, e Joel filho rão os carneiros, e espargirão o san­
de Azarias, dos filhos dos Kahathitas, gue sobre o Altar, semelhantemente
e dos filhos de Merari, Kis filho de degolárâo os cordeiros, e espargirão o
Abdi, e Azarias filho de Jehallelel: e sangue sobre o Altar.
dos Gersonitas, Joah filho de Zimma, 23 Então trouxérão os cabrões para
e Eden filho de Joah. sacrificio pelo peccado, perante o Rei
13 E dos filhos de Elisaphan, Simri e a congregação: e puzérâo sobre
e Jeiel: e dos filhos de Asaph, Za­ elles suas mãos.
charias e Matthanias. 24 E os Sacerdotes os degolárão, e
14 E dos filhos de Heman, Jehiel e com seu sangue fizérâo expiação do
Simei: e dos filhos de Jeduthun, Se- >eccado sobre o Altar, para reconci-
majas e Uziel. Í iar a todo Israel: porque o Rei or-
15 E ajuntàrão a setis irmãos, e san- denára aquelle holocausto e sacrificio
tificárào-se, e viérâo conforme ao man­ pelo peccado, por todo Israel.
dado do Rei, pelas palavras de J e h o ­ 25 E pôz os Levitas na casa de Je­
v a h : para purificarem a casa de J e ­ h o v a h com cimbalos, com alaúdes,
hovah. e com harpas, conforme ao mandado
16 Porem os Sacerdotes entrârâo den­ de David, e de Gad o Vidente do Rei,
tro da casa de J e h o v a h , para a puri­ e do Propheta Nathan: porque este
ficar, e tiràrâo toda a sujidade, que mandado veio da mào de J e h o v a h ,
achárão no Templo de J e h o v a h , ao por mão de seus Prophetas.
patio da casa de J e h o v a h : o os Le­ 26 Assim que os Levitas estavâo em
vitas a tomárâo, para a levarem fora pé com os instrumentos de David, e
ao ribeiro de Ceuron. os Sacerdotes com as trombetas.
17 Começàrâo pois a santificar ao 27 E mandou Hizkias, que oífere-
primeiro do mez primeiro: e aos oito cessem o holocausto sobre o Altar: e
aias do mez viérão ao Alpendre de ao tempo que começou o holocausto,
J e h o v a h , e purificàrào a casa de J e ­ começou o canto de J e h o v a h , com as
h o v a h em oito dias: e aos dez e seis trombetas, e com os instrumentos de
dias do mez primeiro acabárão. David, Rei de Israel.
18 Entào entrârâo dentro ao Rei 28 E toda a congregação se pros­
Hizkias, e dissérâo, ja purificámos to­ trou, quando cantavâo o canto, e as
da a casa de J e h o v a h : como tambem trombetas se tocavão: tudo isto até o
ao Altar do holocausto com todo seu holocausto se acabar.
aviamento, e a mesa da proposição 29 E acabando de o offerecer, o Rei
com todo seu aviamento. se encurvou, e todos quantos com elle
19 Tambem todo o aviamento, que se achárão, e se prostrarão.
o Rei Achaz em seu reinado lançâra 30 Entào disse o Rei Jehizkias, e os
fora por sua prevaricação^ ja prepa­ Maioraes, aos Levitas que louvassem
rámos e santificámos: e eis que estâ a J e h o v a h com as palavras de David
diante do Altar de J e h o v a h . e de Asaph o Vidente: e o louvárão
20 Entâo o Rei Jehizkias se levan­ até se alegrarem, e se inclinarão, e se
tou de madrugada, e ajuntou os Maio­ prostrárão.
raes da cidade; e subio â casa de Je­ 31 E respondeo Jehizkias, e disse ;
hovah . agora consagrastes vossas mitos a J e-

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H. CHRONtCAS, XXX. 471
h o v a h ; chegai-vos, e trazei sacrifí­ nâo tinhão celebrado, como estava es­
cios, e offertas de louvor, â casa de crito.
J khovah : e a congregação trouxe sa­ 6 Forão pois os correos com as car­
crifícios e offertas de louvor, e todo tas da mâo do Rei e de seus Princi­
voluntário de coração, holocaustos. pes, por todo Israel e Judá, e segundo
32 E foi o numero dos holocaustos, o mandado do Rei, dizendo: filhos de
que a congregação trouxe, setenta Israel, convertei vos a J ehovah, De­
bois, cem carneiros, duzentos cordei­ os de Abraham, de Isaac, e de Isra­
ros : tudo isto em holocausto para Jk­ el ; e elle se tomará aos que escapâ-
hovah. rão, e vos ficarão da mâo dos Reis de
33 Houve tambem de cousas consa­ Assyria.
gradas, seis centos bois e tres mil 7 E nâo sejais como vossos pais, e
ovelhas. como vossos irmãos, que prevaricarão
34 Erão porem os Sacerdotes mui contra J ehovah, Deos de seus pais:
poucos, e nâo podiáo esfolar a todos pelo que os deu em assolação, como
os holocaustos: pelo que seus irmãos vedes.
os Levitas os ajudàrâo, até a obra se 8 Nâo endureçais agora vosso touti-
acabar, e até que os outros Sacerdo­ o, como vossos pais: dai a mão a
tes se santifícârâo; porque os Levitas ehovah , e vinde a seu Santuario, ao
forão mais rectos ae coração, para se uai santificou para sempre, e servi a
santificarem, do que os Sacerdotes. 3 khovah vosso Deos; e o ardor de
35 E houve tam bem holocaustos em sua ira se desviará de vósoutros.
multidão, com o sebo das offertas gra­ 9 Porque em vos convertendo a J e ­
tificas, e com as offertas de licor, pa­ hovah, vossos irmãos e vossos filhos
n o s holocaustos : e assim o m inistério acharão misericordia perante os que
da casa d e Je h o v ah se ordenou. os prendérâo, e tomarão a esta terra:
36 Assim que Jeluzkias, e todo o po­ porque J ehovah vosso Deos he piedo­
vo se alegrârâo, de que Deos prepara­ so e misericordioso, e nâo desviará a
ra ao povo: porque apresuradamente face de vós, se vos converterdes a elle.
se fez esta. obra. 10 Assim os correos forão passando
de cidade em cidade, pela terra de
Ephraim e Manasse, até Zebulon: po­
CAPITULO XXX. rem rirâo e zombàrâo-se delles.
EPOIS disto Jehizkias enviou por 11 Todavia alguns de Aser, e de Ma­
D todo Israel e Judá, e escreveo nasse, e de Zebulon, se humilhárâo,
tambem cartas a Ephraim e a Ma­ e viérâo a Jerusalem.
nasse, que viessem â Casa de Jkho­ 12 Tambem em Judá esteve a mâo
v a h a Jerusalem : para celebrarem a de Deos, dando-lhes hum mesmo co­
Pascoa a Jeh o v a h? Deos de Israel. ração: para fazerem o mandado do
2 Porque o Rei tivéra conselho com Rei e aos Principes, conforme a pa­
seus Maioraes, e com toda a Congre­ lavra de J ehovah .
gação em Jerusalem: para celebrarem 13 E ajuntou-se em Jerusalem mui­
a Pascoa no mez segundo. to povo, para celebrar a festa dos as­
3 Porque no mesmo tempo nâo a mos, no mez segundo: huma mui
pudérâo celebrar: porquanto os Sa­ grande Congregação.
cerdotes se nâo santifícârâo bastante- 14 E levantárâo-se, e tiràrâo os al-
mente. e o povo se nâo ajuntâra em tareB , que havia em Jerusalem: tam­
Jerusalem. bem tirárâo todos os aviamentos de
4 E foi isto recto em olhos do Rei, perfume, e os lançàrâo no ribeiro de
e em olhos de toda a congregação. Cedron.
5 E assentârâo, que se fana passar 15 Entâo degolâro a Pascoa aos ca­
pregão por todo Israel, desde Ber-Se- torze do m ez: e os Sacerdotes e Levi­
ba até Dan, para que viessem a cele­ tas se envergonhârâo e se santifícârâo,
brar a Pascoa a J ehovah , Deos de e trouxérâo holocaustos â Casa de J e ­
Israel, a Jerusalem: porque muitos a hovah.

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472 II. CHRONICAS, XXXI.
.16 £ puzérâo-se em sua estancia, se­ em Jerusalem: porque desdos dias de
gundo seu costume, conforme a Lei Salamão, filho ae David, Rei de Is­
ae Moyses varào de Deos: e os Sa­ rael, tal náo houve em Jerusalem.
cerdotes espargião o sangue, tomando 27 Então os Sacerdotes Leviticos se
o da mão dos Levitas. levantárão, e abendiçoárâo ao povo;
17 Porque havia huma multidão na e sua voz foi ouvida: porque sua ora­
Congregação, que se não tinha santi­ ção chegou até sua santa habitação
ficado : pelo que os Levitas tinhão car­ aos ceos.
go de degolarem os cordeiros da Pas­
coa por todo aquelle que não estava CAPITULO XXXI.
limpo, para o santificarem a J e h o v a h .
18 Porque multidão de povo, muitos ACABANDO tudo isto, todos oe
de Ephraim e Manasse, Issaschar e
Zebulon, se náo tinhão purificado, e
E Israelitas, que ali se achárão, sa-
hírão a as cidades de Judá, e quebra­
com tudo comérão a Pascoa, nâo co­ rão as estatuas, e cortárào aos bos­
mo está escrito: porem Jehizkias orou ques, e derribárão aos altos e altares
or todo Judá e Benjamin, como tam-
o r e lle s , d iz e n d o j J e h o v a h , q u e h e
o m , f a ç a r e c o n c i lia ç ã o p o r aquelle. Eem em Ephraim e Manasse, até que
19 O qae endereçou seu coração, pa­ tudo destruirão: então se tornárâo to­
ra buscar a J e h o v a h Deos, o Deos de dos os filhos de Israel? cada qual a
seus pais: ainda que não segundo a sua possessão, a suas cidades.
purificação do Santuario. 2 E ordenou Hizkias os repartimen­
20 E ouvio J e h o v a h a Jehizkias, e tos dos Sacerdotes e Levitas, segundo
curou ao povo. seus repartimentos, a cada qual se­
21 Assim que os filhos de Israel, que gundo seu ministério, aos Sacerdotes
se acharão em Jerusalem, celebrárãoa e Levitas, para o holocausto e para as
festa dos asmos séte dias com grande offertas gratificas: para ministrarem,
alegria: e os Levitas e os Sacerdotes e louvarem, e bendizerem ás portas
louvavão a J e h o v a h de dia a dia, com dos arraiaes de J e h o v a h .
instrumentos fortemente retinintes de 3 Tambem a parte do Rei. de sua far
J ehovah. zenda, para os holocaustos; para os ho­
22 E Jehizkias fallou benignamente locaustos da manhã e da tarde, e para
a todos os Levitas, aue tinhão enten­ os holocaustos dos Sabbados, e das
dimento no bom conhecimento de Je­ Luas novas, e das solemnidades: co­
h o v a h : e comérão as offertas da so- mo está escrito na lei de J e h o v a h .
• lemnidade por sete dias, offerecendo 4 E mandou ao povo, aos moradores
offertas gratificas, e louvando a J e h o ­ de Jerusalem, que dessem a párte dos
v a h , Deos de seus pais. Sacerdotes e Levitas: para que se pu­
23 E tendo toda a Congregação con­ dessem esforçar na lei de J e h o v a h .
selho, para celebrarem outros sete 5 E como este dito se divulgou, os
dias; celebrarão ainda sete dias com filhos de Israel trouxérão muitas pri­
alegria. micias de trigo, mosto e azeite, e mel,
* 24 Porque Jehizkias, Rei de Judá, e de toda a novidade do campo: tam­
apresentou à Congregação mil novi­ bem os dezimos de tudo trouxérão em
lhos, e sete mil ovelhas; e os Princi­ abundancia.
pes apresentàrão à Congregação mil 6 Quanto aos filhos de Israel e de Ju­
novilhos, e diz mil ovelhas: e os Sa­ dá, que habitavâo nas cidades de Ju­
cerdotes se santificárão em multidão. dá, tambem elles trouxérão dezimos
25 E alegrárão-se toda Congregação das vacas e das ovelhas, e dezimos
de Judá, e os Sacerdotes e Levitas, e das cousas sagradas, que forão consa­
toda a Congregação de todos os que gradas a J e h o v a h seu Deos: e fizé­
viérâo de Israel: como tambem os râo muitos montões.
estrangeiros que vierão da terra de 7 No mez terceiro começàrâo a fazer
Israel, e os que habitavâo em Judá. os primeiros montões: e aos mez seti­
26 Assim que houve grande alegria mo acabárão.

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II. CHRONICAS, XXXll. 473

8 Vindo pois Jehizkias e os Princi­ 18 Como tambem conforme as ge­


pes, e vendo aquelles montões, bem- nealogias, com todas suas crianças,
dissérão a J e h o v a h , e a seu povo Is­ suas mulheres, e seus filhos, e suas
rael. filhas, por toda a congregação: porque
9 E perguntou Jehizkias aos Sacer­ pela fidelidade destes se santi&cavão
dotes e aos Levitas, ácerca daquelles as cousas consagradas.
montões. 19 Tambem cPentre os filhos de Aa­
10 E Azarias, o cabeça dos Sacer­ ron havia Sacerdotes nos campos dos
dotes da Casa de Zadok, lhe fallou, arrabaldes de suas cidades, em cada
dizendo: desde que esta offerta se co­ cidade, varões que forão apontados
meçou a trazer á Casa de J e h o v a h , por seus nomes: para distribuírem as
houve que comer e de que se fartar, porções a todo macho dentre os Sacer­
e ainda sobejo em abundancia; por­ dotes, e a todos os que estavâo apon­
que J e h o v a h bemdisse a seu poyo, e tados, nas genealogias entre os Le­
sobejou esta multidão. vitas.
11 Então mandou Jehizkias, aue se 20 E assim fez Jehizkias em todo
preparassem camaras na Casa ae Je­ Judá: e fez 0 que era bom, e recto,
h o v a h ? e as preparârào. e verdadeiro, perante J e h o v a h seu
12 Ali metéráo fielmente as offertas, Deos.
e os dezimos, 0 as cousas consagra­ 21 E era toda a obra, que começou
das : e tinha cargo disto, Chananias o no serviço da Casa de Deos, e na lei,
Levita Maioral, e Simei, seu irmão, 0 e nos mandamentos, para buscar a
segundo. seu Deos: com todo seu coração o
13 Porem Jehiel,e Azarias, e Nahath, fez, e prosperou.
e Asahel, e Jerimoth, e Jozabad, e
Eliel, e Ismachias, e Mahath, e Be-
naias, erão superintendentes debaixo CAPITULO XXXII.
dã máo de Chananias e Simei seu ir­ EPOIS destas cousas e sua con­
mão, por mandado do Rei Jehizkias,
e de .Azarias Maioral da Casa de Deos.
D firmação, veio Sanherib, Rei de
Assyria: e entrou em Judá, e pôz se
14 E Kore filho de Jimna 0 Levita, em campo contra as cidades fortes, e
porteiro da banda do Oriente, tinha intentou de as separar para si.
cargo dos dons voluntários de Deos: 2 Vendo pois Jehizkias, que Sanhe­
para distribuir a offerta alçadiça de rib vinha, e sua face era para fazer
J e h o y a h , e as cousas santissimas. guerra a Jerusalem.
15 E á sua mão estav&o Eden, e 3 Teve conselho oom seus Principes
Miaiamin, e Jesua, e Semaias, Amo- e seus Herôes, para tapar as fontes
ria», e Sechanias, nas cidades dos Sa­ das aguas, que havia fora da cidade:
cerdotes, com fiaelidade, para distri- e elles o ajudarão.
buirem a seus irmãos, segundo os re­ 4 Porque muito povo se ajuntou, que
partimentos, assim aos pequenos, co­ tapou todas as fontes, como tambem
mo aos grandes: ao ribeiro que se estendia pelo meio
16 (De m a is d o s q u e e sta v â o a p o n ­ da terra, dizendo: porque virião os
ta d o s n a s g e n e a lo g ia s d o s m a ch o s, d e Reis de Assyria, e acharião tantas
i d a d e d e t r e s an n o s e a r i b a ;) a todos aguas?
os q u e e n tra v ã o n a C asa d e J e h o v a h , 5 Assim, que se fortificou, e edificou
p a r a a o b ra d e c a d a d ia e m c a d a d i a ; todo 0 muro quebrado, e até as torres
p o r s e u m in isté rio e m su a s g u a rd a s, o levantou, com outro muro por de
se g u n d o s e u s re p a rtim e n to s . fora j e fortificou a Millo na cidade de
17 Juntamente com os que estavâo David: e fez armas e paveses em
apontados nas genealogias dos Sacer­ multidão.
dotes, segundo a casa de seus pais; 6 E pôz Maioraes de guerra sobre o
como tambem os Levitas, de idade de povo: e ajuntou os a si na praça da
vinte annos e a riba: em suas guar­ porta da cidade, e fallou lhes confor­
das, segundo seus repartimentos: me a seu coração, dizendo,

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474 II. CHRONICAS, x x x n .
7 Esforçai-vos, e tende bom animo, livràrâo a seu povo de minha mâo,
n&o temais, nem vos espanteis, por tam pouco o Deos de Jehizkias livrará
causa do Rei de Assyria, mem por a seu povo de minha mâo.
causa de toda a multidão, que està 18 E clamàrâo em alta voz em Ju­
com elle: porque mais estão comnos* daico contra o povo de Jerusalem, que
co, do que com elle. estava sobre o muro, para o atemori­
8 Com elle estâ o braço de came, zarem, e o perturbarem: para toma­
mas comnosco J e h o v a h nosso Deos, rem a cidade.
para ajudar-nos, e para guerrear nos­ 19 E fallárâo do Deos de Jerusalem,
sas guerras: e o povo estribou sobre as como dos deoses dos povos da terra,
palavras de Jehizkias, Rei de Judá. obra de mâos de homens.
9 Depois d’isto Sanherib, Rei de As­ 20 Porem o Rei Jehizkias, e o Pro­
syria, enviou seus servos a Jerusalem ; pheta Esaias, filho de Amos, orárâo
(elle porem estava diante de Lachis, contra isso: e clamàrâo ao ceo.
com todo seu dominio:) a Jehizkias, 2 1 Entâo J e h o v a h enviou hum An-
Rei de Judá, e a todo Judá, que esta­ io, que destruio a todos os herões va­
va em Jerusalem, dizendo. lentes, e aos Principes, e aos Maioraes
10 Assim diz Sanherib, Rei de As­ no arraial do Rei ae Assyria: e assim
syria : em que confiais vósoutros, que se tomou com vergonha ae face a sua
vos ficais na fortaleza em Jerusalem? terra; e entrando na casa de seu De­
11 Porventura nâo vos incita Jehiz­ os, os mesmos aue sahirâo de suas en­
kias, para morrerdes à fome e à sede, tranhas, o derribárão ali à « s p a d a .
dizendo: J e h o v a h nosso Deos nos liv­ 22 Assim livrou J e h o v a h a Jehiz­
rará das mâos do Rei de Assyria? kias, e aos moradores de Jerusalem,
12 Nâo he Jehizkias o mesmo, que da mâo de Sanherib Rei de Assyria, e
tirou seuB altos e seus altares: e lal- da mâo de toaos: e guiou os doredor.
lou a Judá e a Jerusalem; dizendo^ di­ 23 E muitos traziâo a J e h o v a h pre­
ante do unico Altar vos postrareis, e sente a Jerusalem, e cousas preciosis*
sobre elle queimareis perfumes? simas a Jehizkias Rei de Judá: de
13 Nâo sabeis vós o que eu e meus modo que depois disto foi ex alça d o
pais fizemos a todos os povos das ter­ perante os olhos de todas as gentes.
ras? porventura pudérâo em algunia 24 Naquelles dias Jehizkias enfer­
maneira os deoses das nações daquel- mou de morte: e orou a J e h o v a h ; o
las terras livrar sua terra de minha qual lhe fallou, e lhe deu hum sinal
mâo ? miraculoso.
14 Qual houve de todos os deoses 25 Mas nâo pagou Jehizkias con­
daquellas nações, que meus pais des- forme ao beneficio, que se lhe fez;
tmirâo, que pudesse livrar a seu povo porquanto seu coração se exâlçou: pe­
de minha mâo: para que vosso Deos lo que veio grande indignação sobre
vos possâ livrar ae minha mâo ? elle, e sobre Judá e Jerusalem.
15 Agora pois, nâo vos engane Je­ 26 Porem Jehizkias se h u m ilh o u pe­
hizkias, nem vos incite assim, nem o la e x a l t a ç ã o d e seu c o r a ç ã o , e lle e os
creais; porque Deos nenhum de al­ m o r a d o r e s d e Jerusalem: e assim a
guma naçâo, nem de algum reino, grande in d ig n a ç ã o d e J e h o v a h não
pode livrar a seu povo de minha mâo, v e io s o b re e lle s , nos d ia s d e J e h iz k ia s .
nem da mâo de meus pais: quanto 27 E teve Jehizkias riquezas e glo­
menos vosso deos vos poderá livrar de ria em graiide abundancia: e fez-se
minha mâo? thesouros de prata, e de ouro, e de pe­
16 Tambem seus servos fallárâo ain­ dras preciosas, e ae especiarias, e de
da mais contra J e h o v a h Deos, e con­ escuaos^ e de todo aviamento digno
tra Jehizkias seu servo. de desejar.
17 Escreveo tambem cartas, para 28 Tambem despensas para as ren­
blasfemar a J e h o v a h Deos de Israel: das do trigo, e mosto, e azeite: e es­
e para fallar contra elle, dizendo; co­ trebarias para toda sorte de bestas, e
mo osdeoses das naçóeá das terras náo T e b a n h o s de animaes cevados.

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n. CHRONICAS, xxxm. 476
29 Fez-se tambem cidades, e pos­ tíssimo mal em olhos de J e h o v a h , pa­
sessões de ovelhas e vacas em multi­ ra p provocar a ira.
dão: porque Deos lhe deu muitíssima 7 Tambem pôz huma imagem de
fazenaa. vulto do idolo, que fizéra, na casa de
30 Tambem o mesmo Jehi2kia tapou Deos, da qual Deos disséra a David e
o manancial superior das aguas de Gi- a Salam&o seu filho; nesta casa, em
hon, e as encaminhou abaixo em di­ Jerusalem, que elegi de todas as tribus
reito do Oriente da cidade de David: de Israel,porei meu nome para sempre.
porque Jehizkia prosperava em toda 8 E nunca mais ao pé de Israel farei
sua obra. desviar da terra, que ordenei a vossos
31 Porem com tudo por causa dos pais: com tanto que tenh&o cuidado
Embaixadores dos Principes de Baby­ ae fazer tudo quanto lhes mandei,
lonia, que enviârâo a elle. a pergunta­ conforme a toda a lei, e estatutos,
rem pelo miraculoso sinal, que nouvé- e direitos, dados pelo ministério de
ia naquella terra, Deos o desamparou: Moyses.
para atentàlo, para saber tudo em seu 9 Assim que Manasse tanto fez er­
coração. rar a Judá, e aos moradores de Jeru­
32 Quanto ao resto dos successos salem, que fizérâo peior que as gen­
de Jehizkia, e suas beneficencias: eis tes, que J eh o v a h destruíra de diante
qae est&o escritos na visão do Prophe­ dos nlhos de Israel.
ta Esaias, filho de Amos, e no livro dos 10 Bem fallou J eh o v a h a Manasse,e a
Beis de Judá e Israel. seu povo; porem nâo attentàr&o nisso.
33 E dormio Jehizkia com seus pais, 11 Pelo que J eh o v a h trouxe sobre
e o aepultàr&o no mais alto dos sepul­ elles aos Maioraes de guerra, que o
cros dos filhos de David; e todo Judá Rei de Assyria tinha, os quaes pren-
e 06moradores de Jerusalem lhe fizé- dér&o a Manasse entre os espinhos:
/io honras em sua morte : e Manasse e o amarràrâo com duas cadeas de
«ea filho, reinou em seu lugar. bronze, e o levàr&o a Babylonia.
12 E o angustiando elle, orou deve­
CAPITULO XXXUI.
ras a face ae J e h o v a h seu Deos: e
humilhou-se muito perante a face do
E doze annos de idade era Manas­ Deos de seus pais.
D se, quando reinou: e cincoenta e
cinco annos reinou em Jerusalem.
13 E como lhe orou, aplacou-se pa/a
com elle, e ouvio seu supplicaç&o, e o
2 E fez o que parecia mal em olhos tomou a Jerusalem a seu reino: ent&o
de J e h o v a h : conforme as abomina­ conheceo Manasse, que J e h o v a h era
ções das gentes, que J e h o v a h lançá- Deos.
ra fora de diante aos filhos de Israel. 14 E depois d’isto edificou o muro
3 Porque tomou a edificar os altos, de fora da cidade de David ao Occi­
que Jehizkia seu pai derribàra: e le­ dente de Gihon, no valle, e â entrada
vantou Altares aos Baalins, e fez bos­ dâ porta do pescado, e & roda até
ques, e postrou-se diante de todo o ex­ Ophel, e o levantou mui alto: tambem
ercito dos ceos, e o servio. pôz Maioraes de guerra em todas as
4 E edificou Altares na casa de Je­ cidades fortes de Judá.
hovah : da qual J e h o v a h dissera; em 15 E tirou da casa de J e h o v a h os
Jerusalem estàra meu nome por eter­ deoses estranhos, e o idolo, como tam­
nidade. bem todos os altares, que edificàra no
5 Edificou assim mesmo Altares a monte da casa de J e h o v a h , e em Je­
todo o exercito dos ceos, em ambos os rusalem : e os lançou fora da cidade.
pátios da c a s a de J e h o v a h . 16 E reparou ao Altar de J e h o v a h ,
6 Elle tambem fez passar a seus e offereceo sobre elle offertas gratifi­
filhos pelo fogo no valle do filho de cas e de louvor: e mandou a Judá, que
Hinnom, e usou de adevinhacões, e de servissem a J eh o v a h , Deos de Israel.
agouros, e de feitiçarias, e ordenou ad- 17 Mas ainda o povo sacrificava nos
evinhos e encantadores: e fez mui­ altos, aindaqua a J e h o v a h seu Deos.

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476 II. CHRONICAS, XXXIV.
18 O resto pois dos suc cessos de Ma­ vulto e de fundição quebrou e esmiu­
nasse, e sua oração a seu Deos, e as çou, e os espargio sobre as sepulturas
palavras dos Videntes, que lhe fallá- aos que lhes sacrificáráo.
r&o em nome d e J e h o v a h , Deos de 5 E os ossos dos Sacerdotes queimou
Israel: eis que estào nos cucessos dos sobre seus altares: e purificou a Judá,
Reis de Israel. e a Jerusalem.
19 E sua oraç&o, e como Deos se 6 O mesmo fe z nas cidades de Ma­
aplacou para com elle, e todo seu pec­ nasse, e de Ephraim, e de Sime&o, e
cado, e sua prevaricação, e os lugares ainda até Naphthali: em seus lugares
aonde edificou altos, e pôz bosques e do redor assolados.
imagens de vulto, antes que se numi- 7 E como derribàra os altares e os
lhasse: eis que està escrito nos livros bosques, e as imagens de vulto pilâra
dos Videntes. e esmiuçàra, e todas as imagens do
20 E dormio Manasse com seus pais, sol cortàra em toda a terra de Israel:
e o sepultárâo em sua casa: e Amon, entào se tornou a Jerusalem.
seu filho; reinou em seu lugar. 8 E aos dez e oito annos de seu rei­
21 De idade de vinte e dous annos nado, havendo ja purificado a terra,
era Amon, quando reinou: e dous an­ e a casa, enviou a Saphan filho de
nos reinou em Jerusalem. Asalias, e a Maaseias Maioral da ci-
22 E fez o que parecia mal em olhos cade, e a Joah filho de Joachaz Can-
de J eh o v a h , como fizera Manasse seu cellario, a reparàrem a casa de J e h o
pai: porque Amon sacrificou a todas as v a h , seu Deos.
imagens de vulto, que Manasse seu pai 9 E viérâo a Hilkias Summo Pontí­
fizéra, e servio-as. fice, e der&o o dinheiro, que se trouxé-
23 Mas nào se humilhou perante J e ­ ra à casa de J eh o v a h , e os Levita^
h o v a h , como Manasse seu pai se hu- que guardavào o umbral, aiuntárão da
milhàra: antes o mesmo Amon multi­ mão de Manasse, e de Ephraim, e de
plicou a culpa. todo o resto de Israel, como tambem
24 E seus servos conspirarão contra de todo Judá, e Benjamin: e tornàr
elle, e o matàrâo em sua casa. rão-se a Jerusalem.
25 Porem o povo da terra ferio a to­ 10 O der&o pois em m&os dos que
dos quantos conspiràrào contra o Rei tinhão cargo da obra, e estav&o orde­
Amon: e o povo da terra fez reinar nados sobre a casa de J e h o v a h : e es­
em seu lugar a Josias, seu filho. tes o dèrão aos que fazi&o a obra, e
trabalhavào na casa de J e h o v a h , para
CAPITULO XXXIV. concertarem e repararem a casa.
11 E o deráo aos mestres da obra,
E oito annos de idade era Josias, e aos edificadores, para comprarem
D quando reinou, e trinta e hum
annos reinou em Jerusalem.
pedras lavradas, e madeira para as
junturas: e para sobradarem as casas,
2 E fez o que era recto em olhos de que os Reis de Judá danificàrào.
J eh o v a h : e andou nos caminhos de 12 E estes varões trabalhavào fiel­
David seu pai, sem desviar se delles mente na obra; e os ordenados sobre
nem à m&o direita, nem à esquerda. elles erão Jahath e Obadias, Levitas,
3 Porque aos oito annos de seu rei­ dos filhos de Merari, como tambem
nado, sendo ainda mancebo, começou Zacharias e Mesullam, dos filhos dos
a buscar ao Deos de David seu pai: Kahathitas, para avançarem a obra:
e aos doze annos começou a purificar estes Levitas todo erão destros em in
a Judá e a Jerusalem, dos altos, e bos­ strumentos de musica.
ques, e imagens de vulto e de fundi­ 13 Tambem estavâo ordenados sobre
ção. os carretadores, e os solicitadores erão
4 E derribárão perante elle os alta­ de todos os que trabalhavào em obra
res dos Baalins; e cortou as imagens alguma: porque d*entre os Levitas
do sol, que por de cima estavâo sobre eráo os escrivàosj e os offiçiaeSj e 01
elles; e os tosques, ç as imagens de porteiros.

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tt. CHRONICAS, XXXV. 471
14 K tirando elles o dinheiro, que se 26 Pofem ao Rei de Judá, que vos
trouxéra à casa de J e h o v a h , Hilkias envidu a consultar a J e h o v a h , a&im
o Sacerdote achou o Livro da Lei de lhe direis: assim diz J e h o v a h , Deos
J e h o v a h . dada por m&o de Moyses. de Israel; quanto as palavras que ou­
15 E Hilkias respondeo, e disse a Sa­ viste :
phan o Escriváo; achei o Livro da lei 27 Porquanto teu coração se entef-
na casa de J e h o v a h : e Hilkias deu o neceo, e te humilhaste perante Deos,
L ívto a Saphan. ouvindo suas palavras contra este lu­
16 E Saphan levou o Livro ao Rei; e gar. e contra seus moradores, e te hu-
tornou tambem ao Rei com aviso, di­ milliaste perante mim, e rasgaste teus
zendo : teus servos fazem tudo quanto vestidos, e choraste perante mim: tam­
se lhes encommendou. bem eu te tenho ouvido, diz J e h o v a h
17 E ajuntârâo o dinheiro, que se 28 Eis que te ajuntarei a teus pais,
achou na casa de J e h o v a h : e o der&o e tu seràs recolhido a teu sepulcro em
em m&os dos ordenados, e em m&os paz. e teus olhos n&o ver&o todo este
doe que fazi&o a obra. mal, que hei de trazer sobre este lu­
18 De mais disto Saphan o Escrivão gar, e sobre seus moradores: e torná-
fez saber ao Rei, dizendo; o Sacerdote r&o com esta reposta ao Rei.
Hilkias me deu hum Livro: e Saphan 29 Ent&o enviou o R ei: e ajuntou a
leu nelle perante o Rei. todos os Anci&os de Judá, e Jerusalem.
19 Snccedeo pois que, ouvindo o Rei 30 E o Rei subio á casa de J e h o v a h ,
as palavras da lei, rasgou seus vesti­ com todos os varões de Judá, e os mo­
dos. radores de Jerusalem, e os Sacerdotes,
tO E o Rei mandou a Hilkias, e a e os Levitas, e todo o povo, desdo mai­
Atíkam filho de Saphan, e a Abdon or até o menor: e léráo perante seua
filho de Mica, e a Saphan o Escriv&o, ouvidos todas as palavras do Livro do
e a Asaias Ministro ao Rei, dizendo. concerto, que se achára na casa de J e­
21 Ide consultai a J e h o v a h por mim,h o v a h .
e pelo resto em Israel e em Judá, so­ 31 E o Rei se pôz em pé em seu lu-
bre as palavras d’estê Livro, que se ear, e fez aliança perante a face de
achou: porque grande he o furor de J eh o v a h , para andar apos J e h o v a h , e
J e h o v a h , que se derramou sobre nôs; para guaraar seus mandamentos, e se­
porquanto nossos pais n&o guardàr&o us testimunhos, e seus estatutos, com
a palavra de J e h o v a h , para fazerem todo seu coração, e com toda sua alma:
conforme a tudo quanto estâ escrito fazendo as palavras do concerto, que
neste Livro. estào escritas naquelle Livro.
22 Ent&o foi Hilkias, e os do Rei, a 32 E fez estar em jpé a todos quan­
ter com a Prophetissa Hulda, mulher tos se achára em Jerusalem, e em
de Sallum filho de Tokhath \ filho de Benjamin: e os moradores de Jerusa­
Hasra guarda dos vestimentos; e ha­ lem fizeráo conforme à aliança de De­
bitava ella em Jerusalem na segunda os, do Deos de seus pais.
p a rte : e fallâr&o-lhe segundo isto. 33 E Josias tirou todas as abomina
2 3 E ella lhes disse; assim diz J e ­ ções de todas as terras, que eráo dos
h o v a h , Deos de Israel: dizei ao va­ nlhos de Israel; e a toaos quantos se
r&o, que vos enviou a mim. achàr&o em Israel, obrigou a que com
24 Assim diz J e h o v a h ; eis que tra­ tal culto servissem a J eh o v a h seu De­
rei mal sobre este lugar, e sobre seus os : todos seus dias se n&o desviáráo
moradores: a sabe r todas as maldições, de apos J e h o v a h , Deos de seus pais.
que est&o escritas no Livro, que se
leu perante o Rei de Judá.
25 Porquanto me deixàrâo, e per- CAPITULO XXXV.
fumàr&o a outros deoses. para me pro­ NTAO Josias oelebroa a Pasooa a
vocarem a ira com toda obra de suas
m&os: portanto meu furor se derra­
E J eh o v a h em Jerusalem: • dego-
láráo o cordeiro da Pascoa aos quator­
mará neste lugar, e nâo se apagará. ze do mez primeiro.

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478 n. CHRONICAS, XXXV.
2 E pôz iioe Sacerdotes em suas guar­ rem os sacrificios aos do povo segundo
das: e esforçou os ao ministério da os repartimentos das casas paternas,
casa de J e h o v a h . para a J e h o v a h o offerecerem, como
3 E disse aos Levitas, que ensinavâo no Livro de Moyses està escrito: e
a todo Israel, e estavâo consagrados a assim fizérâo com os bois.
J eh o v a h ; ponde a Àrca sagrada na 13 E cozérâo a Pascoa ao fogo, se­
casa, que edificou Salamão filho de Da­ gundo o direito: mas as outras cousas
vid, Rei de Israel; ja nâo tendes este sagradas cozérâo em panelas, e em cal­
cargo aos hombros: agora servi a J e ­ deirasse em sartâs; e apresuradamen­
h o v a h vosso Deos, e a seu povo Israel. te as repartirão entre todos os do povo.
4 E apercebei-vos segundo as casas 14 Depois fizérâo prestes para si, e
de vossos pais, por vossos repartimen­ para os Sacerdotes: porque os Sacer­
tos: conforme â prescripçâo de Da­ dotes, filhos de Aaron, se occupárdo
vid Rei de Israel: e conforme à pre- até a noite com o sacrifício dos holo­
scripçâe de Salamão seu filho. caustos e dos sebos: pelo cjue os Le­
5 E estai no Santuario segundo a dis­ vitas fizérâo prestes para si, e para os
tinção das casas paternas, por vossos Sacerdotes, filhos de Aaron.
irmãos, os filhos ao povo: como tam­ 15 E os Cantores, filhos de Asaph,
bem segundo o repartimento das casas estavâo em sua estancia, segundo o
paternas dos Levitas. mandado de David, e de Asaph, e de
9 E degolai o cordeiro da Pascoa: e Heronn, e de Jeduthun vidente do Rei,
santificai-vos, e fazei o prestes para como tambem os porteiros a cada por­
vossos irmãos, fazendo conforme à pa­ ta : nâo necessitando de se desviarem
lavra de J e h o v a h , dada por mâo de de seu ministério; porquanto seus ir­
Moraes. mãos, os Levitas, faziâo prestes para
7 E apresentou Josias aos do povo, de elles.
gado miudo, cordeiros e cabritos, to­ 16 Assim todo o serviço de J ehovah
dos para os sacrifícios da Pascoa, por se adereçou naquelle a ia ; para cele­
todo o que ali se achou, contia de trin­ brar a Pascoa, e sacrificar holocaustos
ta mil, porém de bois tres m il: isto sobre o Altar de J e h o v a h : segundo
era da fazenda do Rei. o mandado do Rei Josias.
8 Tambem seus Principes apresen­ 17 E os filhos de Israel, que ali se
tarão offertas voluntarias ao povo, aos achárão, celebrarão a Pascoa, em
Sacerdotes, e aos Levitas: Hilkias, aquelle tempo : juntamente com a
e Zacharias, e Jehiel Maioral da casa festa dos asmos, 6ete dias.
de Deos, derâo aos Sacerdotes para sa­ 18 Nunca pois tal Pascoa se celebrou
crifícios da Pascoa duas mil e seis em Israel, desdos dias do Propheta
centas reses de gado miudo, e trezen­ Samuel: nem nenhuns Reis de Israel
tos bois. celebràrâo tal Pascoa, como a que ce­
9 E Conanias, e Semaias, e Natha- lebrou Josias com os Sacerdotes, e
nael, seus irmãos: como tambem Ha- Levitas, e todo Judá e Israel, que ali se
eabias, e Jeiel, e Jozabad, Maioraes achárão, e os moradores de Jerusalem.
dos Levitas, estes apresentàrâo aos Le­ 19 Aos dez e oito annos do rein ad o
vitas, para sacrifícios da Pascoa, cin­ de Josias, se celebrou esta Pascoa.
co mil reses de gado miudo e quinhentos 20 Depois de tudo isto,havendo Josi­
bois. as ja preparado a casa, subio Necho,
10 Assim se apercebeo o ministério: Rei de Egypto, para guerrear contra
e os Sacerdotes estavâo em sua estan­ Carechemis, junto ao Euphrates: e
cia, e os Levitas em seus repartimen­ Josias lhe sahio ao encontro.
tos, conforme ao mandado (lo Rei. 21 Entâo elle lhe mandou mensage­
11 Entâo degolárão o cordeiro da iros, dizendo, que tenho eu qtic fazer
Pascoa: e os Sacerdotes espargiâo o comtigo Rei ae Judá ? quanto a ti, con­
sangue tomado de suas mâos, e os Le­ tra ti hoje nào venho, senào contra
vitas esfolavâo as reses. huma casa que me faz guerra; e dis­
12 E apartàrâo o holocausto, para da­ se Deos, que me apresuraese: guar­

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U. CHRONICAS XXXVI. 479
da-ta de te tomares com Deos, que he 6 Subio oot5 contra elle Nebucadne­
comigo, para que não te destrua. zar, Rei ae Babylonia: e amarrou o
22 Porem Josias não virou sua face com duas cadeas de bronze, para o le­
delle, antes se disfarçou, para peleiar var a Babylonia.
com elle ; e não deu ouvidos &s pala­ 7 Tambem alguns aos vasos da casa
vras do Necho, que sahirâo da boca de de J e h o v a H levou Nebucadnezar a
Deos: antes veio a pelejar ao valle de Babylonia: e pôl-los em seu templo em
Megiddo. Babylonia.
23 E os frecheiros atirârào ao Rei 6 Quanto ao de mais dos successos
Josias: então o Rei disse a seus ser­ de Joiakim, e suas abominações, que
vos, tirai-me d1aqui; porque estou gra­ fez, e o de mais que se achou nelle;
vemente ferido. eis que estâ escrito no livro dos Reis
24 E seus servos o tirarão daquelle de Israel, e de Judá: e Joiachin, seu
carro, e o levarão ao carro segundo, filho, reinou em seu lugar.
que tinha, e o trouxérão a Jerusalem; 9 De idade de oito annos era Joiachin*
e morreo, e o sepultárâo nos sepulcros quando reinou, e tres mezes, e dez di­
de seus pais: e todo Judá e Jerusalem as reinou em Jerusalem: e fez o que
tomárâo o luto por Josias. parecia mal em olhos de J e h o v a h .
25 E Jeremias fez huma lamentação 10 E â volta do anno o Rei Nebu­
sobre Josias; e todos os cantores e cadnezar enviou, e mandou o trazer a
cantoras fallárâo de Josias em suas Babylonia, juntamente com os mais
Lamentações, ate o dia de hoje; por­ preciosos vasos da casa de J e h o v a h e
que as derâo por estatuto em Israel: pôz a Zedekias, seu parente, por Rei
e eis que estão escritas nas Lamenta­ sobre Judá e Jerusalem.
ções. 11 De idade de vinte e cinco annos
26 Quanto ao de mais dos successos era Zedekias, quando reinou: e onze
de Josias, e suas beneficencias; con­ annos reinou em Jerusalem.
forme estâ escrito na Lei de J e h o v a h : 12 E fez o que parecia mal em olhos
27 E seus successos, assim os primei­ de J eh o v a h seu Deos; nem se humi­
ros, como os derradeiros: eis que es­ lhou perante o Propheta Jeremias, que
tão escritos no livro dos Reis de Isra­ fatiava da parte de J e h o v a h .
el, e de Judá, 13 De mais disto tambem se rebel-
lou contra o Rei Nebucadnezar, que
CAPITULO XXXVI. o ajuramentâra por Deos: e tanto en­
dureceo seu toutiço, e tanto se obsti­

E NTAO o povo da terra tomou a Jo­


achaz, filho de Josias: e o fizerão
Rei em lugar de seu pai em Jerusalem.
nou em seu coração, que se não con-
verteo a J e h o v a h , Deos de Israel.
14 Tambem todos Maioraes dos Sa­
2 De idade de vinte e tres annos era cerdotes, e o povo, augmentavão de
Joachaz, quando reinou: e tres mezes mais em mais as prevaricações, segun­
reinou em Jerusalem. do todas as abominações das gentes:
3 Porque o Rei de Egypto o depoz e contaminârão a casa de J e h o v a h >
era Jerusalem : e pôz à terra pena de que santificára em Jerusalem.
cem talentos de prata, e hum talento 15 E J e h o v a h , Deos de Beus pais,
de ouro. mandou a elles por meio de seus men­
4 E o Rei de Egypto pôz a Eliakim, sageiros, madrugando e enviando-
seu irmão, por Rei sobre Judá, e Jeru­ W o s: porque relevou a seu povo e a
salem, e mudou seu nome em o de sua habitação.
Joiakim: mas a seu irmâo Joachaz 16 Porem zombárão dos mensagei­
tomou Necho, e levou ao Egypto. ros de Deos, e desprezárão suas pala­
5 De vinte e cinco annos de idade vras, e se abu8ârão contra seus Pro­
era Joiakim, quando reinou, e onze an­ phetas: até que o furor de J eh o v a h
nos reinou em Jerusalem: e fez o que tanto subio contra seu povo, que cura
pare c ia mal em olhos de J e h o v a h seu nenhuma mais houve.
Deos. 17 Porque fez subir contra elles ao

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m êsra, r.
Rei dos Chaldeos, o qual matou a seus 21 Para que se cumprisse a palavra
mancebos à espada, na casa de seu de J e h o v a h , por boca de Jeremias,
Santuario; e n&o perdoou nem a man­ até que a terra se agradasse de seus
cebos, nem a donzellas, nem a velhos, Sabbados: todos os aias da assolaç&o
nem a decrepitos: a todos os deu em repousou, até que os setenta annos se
éuas m&os. cumprir&o.
18 E a todos os vasos da casa de De­ 22 Porem o anno primeiro de Cyro,
os, grandes e pequenos, e aos thesou­ Rei de Persia, (para que a palavra de
ros da casa de J e h o v a h . e aos thesou­ J eh o v a h por boca de Jeremias se cum­
ros do Rei e de seus Principes, tudo prisse :) despertou J e h o v a h o espiri­
levou a Babylonia. to de Cyro, Kei de Persia, o qual fez
19 £ queimàr&o a casa de J e h o v a h , passar pregão por todo seu remo, oo­
e derribárão ao muro de Jerusalem: mo tambem por escrito, dizendo.
e a todos seus palacios queimár&o à 23 Assim aiz Cyro, Rei de Persia;
fogo, todos seus vasos preciosos tam­ J e h o v a h , Deos dos ceos me deu todos
bem destruindo. os reinos da terra; e me mandou, que
20 E os que escapàr&o da espada, lhe edificasse casa em Jerusalem, que
levou a Babylonia: e ficáráo-lhe a elle está em Judá: quem de vósoutros ha
e a seus íilhos por servos, até o reina­ entre todo seu poto, J e h o v a h seu De­
do do reino de Persia. os seja com elle, e suba.

0 L I VR O DE ESRA.

CAPITULO I.
dotes e os Levitas: juntamente com
todos aquellej, cujo espirito Deos àetr
O primeiro anno de Cyro, Rei de pertou, p&ra subirem a edificar a ca­
N Persia, (para que fce cumprisse a
palavra de por boca de Je­
J eh o v a h ,
sa de J e h o v a h . que está em Jerusa­
lem.
remias :) despertou J eh o v a h o espiri­ 6 E todos os que estavâo dos oredo-
to de Cyro, Rei de Persia; o qual fez res delles, lhes confortáráo as m&os
passar pregão por todo seu reino, co­ com vasos de prata, com ouro, coro
mo tambem por escrito, dizendo. fazenda, e com bestas, e com conias
2 Assim diz Cyro, Rei de Persia; Je­ >reciosas: de mais de tudo o que vo-
h o v a h Deos dos ceos, me deu todos Íunta riamente se deu.
os reinos da terra: e ellé me mandou, 7 Tambem o Rei Cyro tirou os vasos
que lhe edificasse casa em Jerusalem, da casa de J e h o v a h , que Nebucadne-
que està em Judá. zar trouxéra de Jerusalem, e os puzé-
3 Quem ha entre vósoutros de todo ra em casa de seu Deos.
seu povo, seu Deos seja com elle, e su­ 8 E tirou os Cyro, Rei de Persia, pot
ba a Jerusalem, que está em Judá: e mão de Mithredath o thesoureiro: que
edifique a casa de J eh o v a h , Deos de os contou a Sesbatsar,Principe de Juaa.
Israel; elle he o Deos que habita em 9 E este he seu numero: trinta ba­
Jerusalem. cias de ouro, mil bacias de prata, vin­
4 E todo aquelle que ficar a tras em te e nove facas.
alguns lugares, em que andar peregri­ 10 Trinta taças de ouro, mais outras
nando, os varões de seu lugar o ajuda­ quatro centas e dez taças de prata: *
rão com prata e com ouro, e com fa­ os de mais vasos, mil.
zenda, e com bestas: de mais das da­ 11 Todos os vasos de ouro e de prato
divas voluntarias, para a casa de Je­ foráo cinco mil e quatro centos: todos
h o v a h , que habita em Jerusalem. estes fez subir Sesbasar, quando subir
5 Então se levantárão os cabeças dos ráo os do cati veiro, de Babylonia *
pais de Judá e Benjamin, e os Sacer­ Jerusalem,

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ESRA, n. 4 tl

CAPITULO n . 24 Os filhos de Azm&veth, quarenta


e dous.
STES s&o o s filhos da provincia, qne 25 Os filhos de Kiriath-Arim, Che-
E subir&o do cativeiro dos transpor­ phira e Bearofh, sete centos e quaren­
tados, que Nebucadnezar, Rei de Ba­ ta e tres.
bylonia, transportâra a Babylonia e 26 Os filhos de Rama, e Gibea, seis
tomár&o a Jerusalem e a Judá, cada centos e vinte e hum.
qoal para sua oasa. 27 Os varões de Micrnas, cento e
2 Os quaes viér&o com Zorobabel, Jo­ vinte e dous.
sua, Nehemias, Serias, Reelaias^ Mar- 28 Os varões de Bethel e Ai, duzen­
docneo, Bilsan, Mispar, Bigvai, Re- tos e vinte e tres.
hnm, e Baana: numero aos varões do 29 Os filhos de Nebo, cincoenta e
povo de Israel. dous.
3 Oa filhos de Paros dous, mil t c en­ 30 Os filhos de Magbis, cento e cin­
to € setenta e dous. coenta e seis.
4 Os filhos de Sepbtias, trescentos e 31 Os filhos do outro Elam, mil e du­
setenta e dous. zentos e cincoenta e quatro.
5 Os filhos de Àrah, sete oentos e Be- 32 Os filhos de Harim, trezentos e
tenta e cinco. vinte.
6 Os filhos de Pahath-Moabjdos filhos 33 Os filhos de Lod, Hadid s Ono,
de Jesua-Joab, dous mil e oito centos sete centos e vinte e cinco.
e doze. 34 Os filhos de Jericho, trezentos •
7 Os filhos de Elam, mil e duzentos quarenta e cinco.
e cincoenta e quatro. 35 Os filhos de Senaa, tres mil e seis
8 O» filhos de Zatthu, nove centos e centos e trinta.
quarenta e cinco. 36 Os Sacerdotes: os filhos de Je-
9 Os filhos de Zaccai, sete centos e daias, da casa de Josua, nove oentos
sessenta. e setenta e tres.
10 Os filhos de Bani, centos e qua­ 37 Os filhos de Immer, mil e cinco-
renta e dous. ento e dous.
11 Os filhos de Bebai, seis centos e 38 Os filhos de Pashur, mil e duzen­
vinte e tres. tos e quarenta e sete,
12 Os filhos de Azgad, mil « duzen­ 39 Os filhos de Harim, mil e dez e
tos e vinte e dous. sete.
13 Os filhos de Adonikara, seis cen­ 40 Os Levitas: os filhos de Josua e
tos e sessenta e seis. Kadmiel, dos filhos de Hodavias, se­
14 Os filhos de Bigvai, dous mil e tenta e quatro.
cincoenta e seis. 41 Os cantores; os filhos de Asaph,
15 Os filhos de Adin, quatro centos cento e vinte e oito.
e cincoenta e quatro. 42 Os filhos dos porteiros; os filhos
16 Os filhos ae Ater, de Hizkia, no­ de Sallum, os filhos de Talmon, os
venta e oito. filhos de Akkub, os filhos de Hatira,
17 Os filhos de Besai, trezentos e os filhos de Sobai: por todos, cento e
vinte e tres, trinta e nove.
18 Os íilhos de Jora, cento e doze. 43 Os Nethineos: os filhos de Ziha,
19 Os filhos de Hasum, duzentos t os filhos de Hasupha, os filhos de Tab-
vinte e tres. baoth.
20 Os filhos de Gibbar, noventa e 44 Os filhos de Keros, os filhos de
cinco. Siaha. os filhos de Padon.
21 Os filhos de Bethlehem, cento e 45 Os filhos de Lebana, os filhos d*
vinte e tres. Hagaba, os filhos de Akkub.
22 Os varões de Netopha, cincoenta 46 Os filhos de Hagab, os filhos ds
e seis. Samlai, os filhos de Hanan.
23 Os varões de Anathoth, cento e 47 Os filhos de Giddel, os filhos de
vinte e oito. Gahar, os filhos de Reaias,
21
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482 ESRA, III.

48 Os filhos de Resin, os filhos de e se is: seus mulos, duzentos e qua­


Nekoda, os íilhos de Gazam. renta e cinco.
49 Os filhos de Uzar, os filhos de 67 Seus camelos, quatro centos e
Pascah, os íilhos de Beqpi. trinta e cinco: os asnos, seis mil e
50 Os filhos de Asna, os filhos dos sete centos e vinte.
Meuneos, os filhos dos Nephuseos. 68 E alguns dos cabeças dos pais,
51 Os filhos de Bakbuk, os filhos de vindo á casa de J e h o v a h , que habita
Hakupha, os filhos de Harhur. em Jerusalem, derào voluntarias offer­
52 Os filhos de Basluth, os filhos de tas para a casa de Deos, para funda­
Mehida, os filhos de Harsa. rem em seu assento.
53 Os filhos de Barkos, os íilhos de 69 Conforme a seu poder derào para
Sisera, os filhos de Thamah. o thesouro da obra, em ouro sessenta
54 Òs filhos de Nesiah, os filhos de e huma mil drachmas, e em prata cin­
Hatipha. co mil libras: e cem vestes sacerdo-
55 Os filhos dos servos de Salamão : taes.
os filhos de Sotai, os filhos de Sophe- 70 E habitârâo os Sacerdotes, e os
reth, os filhos de Peruda. Levitas, e alguns do povo, assim os
56 Os filhos de Jaala, os filhos de cantores, como os porteiros, e os Ne­
Darkon, os filhos de Giddel. thineos, em suas cidades: como tam­
57 Os filhos de Sephatias, os filhos bem todo Israel em suas cidades.
de Hattil, os filhos de Pochereth-Hat-
sebaim, os filhos de Ami. CAPITULO III.
58 Toaos os Nethineos, e os filhos
dos servos de Salamão: trezentos e HEGANDO pois o mez setimo, e
noventa e dous. C estando os filhos de Israel ja nas
59 Tambem estes subirão de Thel- cidades, se ajuntou o povo, como hum
Melah e Thel-Harsa, Chenib, Addan só varão, em Jerusalem.
« Immer: porem nào pudérào mostrar 2 E levantou-se Josua, filho de Jo«-
a casa de seus pais, e sua linhagem, dak, e seus irmãos os Sacerdotes, e
se de Israel fossem. Zorobabel filho de Sealthiel, seus ir­
60 Os filhos de Delaias, os filhos de mãos. e edificàrão o Altar do Deos de
Tobias, os filhos de Nekoda, seis cen­ Israel: para oíferecerem sobre elle ho­
tos e cincoenta e dous. locausto, como estâ escrito na Lei de
61 E dos filhos dos Sacerdotes, os Moyses, varào de Deos.
filhos de HabaiaSj os filhos de Kos: os 3 E firmarão o Altar sobre seu assen­
filhos de Barzillai, que tomou mulher to, porem com terror sobre si, por causa
das filhas de Barzillai Giliadita, e se dos povos das terras: e offerecérão
chamou de seu nome delias. sobre elle holocaustos a J e h o v a h , ho­
62 Estes buscárâo seu registo entre locaustos pela manhã e a tarde.
os que estavâo registados nas genealo­ 4 E celeDrárào a festa das cabanas,
gias, mas nào se achárão nellas: pelo como está escrito : offerecêráo holoca­
que por immundos forão regeitados do ustos de dia em dia por conta' confor­
Sacerdocio. me ao direito, cada cousa cada dia em
63 E o Thirsatha lhes disse, que nào seu dia.
comessem das cousas sagradas: até 5 E depois d5isto o holocausto conti­
que houvesse Sacerdote com Urim e nuo, e os das luas novas e de todas as
com Thummim. solemnidades santificadas de Jeho­
64 Toda esta congregação junta, fo i v a h : como tambem de qualquer que
quarenta e dous mü e trezentos e ses­ offerecia offerta voluntaria a J e h o v a h .
senta. 6 Desdo primeiro dia no mez setimo
65 De mais de seus servos e suas começàrào a offerecer holocaustos a
servas, que forão sete mil t trezentos e J e h o v a h : porem ainda não estávAo
trinta e sete : tambem tinhão duzen­ postos os fundamentos do Templo de
tos cantores e cantoras. Je h o v ah ,
66 Seus cavallos, sete centos e trinta 7 Assim que dérâo dinheiro aos cor­

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ESRA, IV. 483
tadores e artífices: como tambem co­rào do cativeiro, edificaváo o Templo
a J e h o v a h , Deos de Israel.
mida e bebida, e azeite aos Sidonios,
e aos Tyrios, para trazerem do Libano 2 Chegarão-se a Zerubabel e aos ca­
jnadeira de cedro ao mar de Joppe, beças dos pais, e dissérâo-lhes, deixai-
nos edificar comvosco; porque, como
c omo Cyro, Rei de Pérsia, lhes conce-
déra. vósoutros, buscaremos a vosso Deos:
8 E no segundo anno de sua vinda â como tambem ja lhe sacrificamos des­
casa de Deos em Jerusalem, no mez dos dias de Asar-Haddon, Rei de As-
segundo, começarão Zorobabel filho sur, que nos fez subir aqui.
de Sealtniel, e Josua filho de Josadak,3 Porem Zerubabel e Jesua, e os de
mais cabeças dos pais de Israel lhes
e o s de mais de seus irmãos, os Sacer­
dissérão, nâo convem que vós e nós
dotes e os Levitas, e todos os que vié-
edifiquemos casa a nosso Deos: mas
r á o do cativeiro a Jerusalem; e orde-
nárâo aos Levitas de idade de vinte nós sós a edificaremos a J e h o v a h .
Deos de Israel; como nos mandou el
a n n o s e a riba, para que tivessem cui­
Rei Cyro, Rei ae Pérsia.
dado da obra da casa de J e h o v a h .
4 Todavia o povo da terra debilitava
9 Entâo se levantou Jesua, seus íilhos,
e seus irmãos, Kadmiel e seus filhos, as mãos do povo de Judá: e pertur­
os filhos de Judá, como hum so varáo, bava-os, que não edificassem.
para terem cuidado dos que fazião a 5 E alugarão contra elles conselhei­
obra na casa de Deos: com os filhos ros, para aniauilar seu conselho: to­
dos os dias aè Cyro, Rei de Persia,
de Henadad, seus filhos e seus irmãos,
os Levitas. até o reinado de Dario Rei de Persia.
10 Como pois os edificadores puzerào6 E sob o reino de Ahasvero, no
principio de seu reinado, escrevérâo
os fundamentos do Templo de J e h o ­
huma accusação contra os moradores
vah, entâo ordenárão aos Sacerdotes,
jã revestidos com trombetas, e aos de Judá e Jerusalem.
Leritãs, filhos de Asaph, com psal- 7 E em dias de Arthasasta escreveo
Bislam, Mithredath, Tabeel, e os de
teiros, para louvarem a J e h o v a h con­
forme a instituição de David Rei de mais de sua companhia, a Arthasasta
Israel. Rei de Persia: e o escrito da carta
11 E cantavão a revezes, louvando estava escrito em Syriaco, e composto
e celebrando a J e h o v a h , porque he
em Syriaco.
bom; porque sua benignidade dura 8 Escrevérâo pois Rehum o Chan­
para sempre sobre Israeí: e todo o po­
celer, e Simsai o Escrivão, huma car­
vo jubilou com grande jubilo, quando ta contra Jerusalem, a el Rei Artha­
sasta, nesta maneira.
louvarão a J e h o v a h , pela fundação da
casa de J e h o v a h . 9 Entâo, digo, Rehum o Chanceler,
12 Porem muitos dos Sacerdotes e e Simsai o Escrivão, e os de mais de
Levitas e cabeças dos pais, ja velhos,
sua companhia: os Dinaitas e Aphar-
que virâo a primeira casa sobre seu sathchitas, Tarpelitas, Apharsitas, Ar-
fundamento, vendo perante seus olhos chevitas, Babylonios, Susánchitas, De-
esta casa, chorârão em altas vozes: havitas, Elamitas.
mas muitos levantarão as vozes com 10 E os de mais povos, que transpor­
jubilo e com alegria. tou o grande e affamado Asnappar; e
13 De maneira que nâo discernia o os fez habitar na cidade de Samaria:
povo as vozes do jubilo de alegria, das
e os de mais d’aquem do rio, e em tal
vozes do choro do povo : porque o po­tempo.
vo jubilava com tam grande jubilo,que 11 Este pois he o teor da carta, que
as vozes se ouvião de mui longe. ao Rei Artnasasta lhe mandarão: teus
servos, os varões d7aquem do rio, e
CAPITULO IV, em tal tempo.
12 Seja notorio a el Rei, que os Ju­
UVINDO pois os adversarios de Ju­ deos que subirão de ti, a nós viérüo a
O dá e Benjamin, que os que tomà- Jerusalem: e edificâo aquella rebelde

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484 ÊSRA, V.
e malvada cidade, e vâo restaurando cessou até o anno segundo do reinado
seus muros, e fechando seus fundamen­ de Dario, Rei de Persia.
tos.
13 Agora notorio seja a el Rei, que,
se aquella cidade se reedificar, e os CAPITULO Y.
muros se restaurarem, os direitos, os HAGGAI Propheta, e Zacharias,
tributos, e as rendas, nâo darâo; e as­
sim a fazenda dos Reis se danificará.
E filho de Iddó, Prophetas, prophe-
tizârâo aos Judeos que estavâo em Ju­
14 Agora pois, porquanto salariados dá, e em Jerusalem: em nome do
somos do Paco. e náo nos convem ver Deos de Israel lhes prophetizáráo.
a deshonra d’el Rei: porisso enviamos, 2 Entâo se levantáráo Zerubabel filho
e fizemos isto notorio a el Rei. de Sealthiel, e Jesua filho de Josadak,
15 Para que se busque no livro das e começáráo a edificar a casa de De­
Chronicas de teus pais, e acharás no os. que habita em Jerusalem: e com
livro das Chronicas, e saberás, que elles os Prophetas de Deos, que os
aquella foi cidade rebelde, e prejudi­ ajudavâo.
cial aos Reis e províncias, e que nella 3 Naquelle tempo veio a elles Thath-
fizérâo rebelli&o de tempos antigos: nai, Governador d’aquem do rio, e
pelo que aquella cidade foi assolada. Sthar-Boznai, e sua companhia e dis-
16 Assim que fazemos notorio a el serâo-lhes assim ; quem vos deu man­
Rei, que se aquella cidade se reedifi­ dado para edificar esta casa, e restau­
car, e seus muros se restaurarem, rar este muro?
d’esta maneira d^aquem do rio parte 4 Entáo assim lhesdissemos: e quaes
nenhuma terás. erão os nomes dos varões, que edifi-
17 E o Rei enviou esta reposta a Re- cávâo este edifício.
hum o Chanceler? e a Simsai o Escri­ 5 Porem os olhos de seu Deos esta­
vão, e aos de mais de sua companhia, vâo sobre os Anciáos dos Judeos, e
que habitavâo em Samaria: como nâo os impedirão, até que a causa
tambem aos de mais d’aquem do rio; viesse a Dario, e entâò respondessem
paz ajais! e em tal tempo. por carta sobre isso.
18 A carta que nos enviastes, de­ 6 Teor da carta, que Thathnai, o Go­
clarada se leo diante de mim. vernador d^quem do rio, com Stbar-
19 E o mandando eu, buscàrâo e Bosnai, e sua companhia, os Apherse-
achárão, que de tempos antigos aquel­ chaitas, que estavâo dJaquem do rio,
la cidade se levantou contra os Reis: enviárâo ao Rei Dario.
e rebelliáo e conjuração se fez nella. 7 Enviarão lhe huma relação: e as­
20 Tambem poderosos Reis houve sim estava escrito nella j toaa paz a el
sobre Jerusalem, que d?alem do rio Rei Dario!
dominàrâo em todo lugar: e direitos, 8 Seja notorio a el Rei, que fomos á
e tributos, e rendas se lhes dérâo. provincia de Judá, á casa do grande
21 Agora pois dai mandado para im­ Deos, que se edifica com grandes pe­
pedirdes a aquelles varões, que aquel­ dras, e ja a madeira se põem nas pa­
la cidade se náo edifique, até que por redes: e esta obra apresuradamente
mim se dê mandado. se faz, e prospéra em suas mâos.
22 E avisai-vos de náo cometerdes 9 Entâo perguntámos aos Anciáos,
erro nisto: porque creceria o dano e assim lhes dissemos: quem vos deu
para perda dos Reis ? mandado para edificar esta casa, e
23 Entâo, desde que o traslado na restaurar este muro !
carta do Rei Arthasasta se leo perante 10 De mais disto lhes perguntámos
Rehum, e Simsai o Escrivão, e suas tambem seus nomes, para tazer t’os
companhias, apresuradamente se fo­ saber: para que te pnclessemos escre­
ráo a Jerusalem aos Judeos e os impe­ ver os nomes dos varòes, que estâo
dirão à força de braço e com violência. por cabeças entre elles.
24 Entâo cessou a obra da casa de 11 E esta reposta nos dérâo, dizen­
Deos, que estava em Jerusalem: e do : servos somos do Deos dos ceos ff

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ESRA, VI, 485
da terfa, e edificamos a casa, que foi 4 Com tres carreiras de grandes pe­
edificada muitos annos antes; porque dras, e huma carreira de madeira nova:
hum grande Rei de Israel a ejlificou e os gastos se darão da casa d’el Rei.
e aperfeiçoou. 5 De mais disto os vasos de ouro e
12 Mas depois que nossos pais offen- prata da casa de Deos, que Nebucad­
dérào ao Deos dos ceos, entregou-os nezar transportou do Templo, que está
em mâos de Nebucadnezar, Rei de em Jerusalem, e levou a Babylonia,
Babylonia, o Chaldeo: o qual destruio se tomarão a dar, para que vâo a seu
esta casa, e a gente transportou a Ba­ lugar, ao Templo, que estâ em Jerusa­
bylonia. lem, e os levarão á casá de Deos.
13 Porem no anno primeiro de Cyro, 6 Agora pois, Thathnai Governador
Rei de Babylonia, o Rei Cyro deu man­ dJalem do rio, Sthar-Boznai, e sua com­
dado, para edificar esta casa de Deos. panhia, os Apharsechaitas, que estais
14 £ até os vasos da casa de Deos, d’alem do rio, apartai-vos «Pali.
que erão de ouro e prata, que Nebu­ 7 Deixai os na obra desta casa de
cadnezar tomou do Templo que estava Deos: para que o Governador dos Ju­
em Jerusalem, e os meteo no templo deos, e os Anciãos dos Judeos, edifi­
de Babylonia, el Rei Cyro os tirou do quem esta casa de Deos em seu lugar.
templo de Babylonia, e derâo-os a hum 8 Tambem por mim se dá mandado,
varâo, cujo nome era Sesbazar, a quem do que haveis de fazer com os Anci­
puzéra por Governador. ãos dos Judeos, para edificar esta ca­
15 £ disse-lhe, toma estes vasos, vai, sa de Deos: a saber, que da fazenda
e leva-os ao Templo, aue està em Je­ d’el Rei dos tributos d’alem do rio, lo­
rusalem : e faze edificar a casa de go se dem os gastos a estes varões, pa­
Deoft, em seu lugar. ra que os nào impidào.
16 Entào veio o dito Selbazar, e pôz 9 E o que for necessário, como be­
os fundamentos da casa de Deos, que zerros, e carneiros, e cordeiros, por
etUá em Jerusalem: e desde entâo holocaustos para o Deos dos ceos, tri­
iíé agora se edificou, e ainda nâo está go, sal, vinho, e azeite, segundo o di­
acabada. to dos Sacerdotes, que estâo em Jeru­
17 Assim que, se agora a el Rei pa­ salem ; e dè-se-lhes, de dia em dia,
rece bem, busque-se lá na casa aos para que náo haja falta.
thesouros d’el Rei, que está em Ba­ 10 Para que onereçâo sacrifícios de
bylonia, se seja que u’el Rei Cyro se suave cheiro ao Deos dos ceos: e orem
desse mandado, para edificar esta ca­ pela vida d’el Rei e de seus filhos.
sa de Deos em Jerusalem: e envio- 11 Tambem por mim se dà manda­
se-nos sobre isto a vontade d’el Rei. do, que, todos quantos mudarem este
decreto, hum madeiro se arrancará
de sua casa, e levantado o pendurarão
CAPITULO VI. nelle; e de sua casa se farà porisso
NTAO o Rei Dario deu mandado: hum monturo.
E e buscârâo na Chancelaria, aonde 12 O Deos pois, que fez habitar ali
se metião os thesouros em Babylonia. seu nome, derribe a todos os Reis e
2 £ em Achmetha no paço, que es­ povos, que estenderem sua mâo para
tá na provincia de Media, se achou o mudarem, e para destruírem esta ca­
hum rolo: e assim estava escrito nelle, sa de Deos, que està em Jerusalem :
M c m o r ia l . eu Dario dei o mandado; apresurada­
3 No anno primeiro do Rei Cyro, o mente se faca.
Hei Cyro deu este mandado; a casa 13 Entào Thathnai o Governador d7a-
de Deos em Jerusalem, esta casa se lem do rio, Sthar-Boznai e sua compa­
edificará para lugar, em que se ofFe- nhia, assim fizérâo apresuradamente,
reçâo sacrifícios, e seus fundamentos conforme ao que mandára o Rei Dario.
aerâo firmes: sua altura de sessenta 14 E os Anciàos dos Judeop hiào ed­
covados, e sua largura de sessenta co- ificando e prosperando pela prophecia
vados. do Propheta Haggai, e Zacharias filhos

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486 ESRA, VII.
de Iddó: e edificàráo e o aperfeiçoarão 5 Filho de Abisua, filho de Pinehas,
conforme ao mandado do Deos de Is­ filho de Eleazar, filho' de Aaron, o
rael, e conforme ao mandado de Cyro Summo Pontifice.
e Dario, e Arthasasta Rei de Persia. 6 Este Esra subio de Babylonia; e
15 E acabou-se esta casa o dia ter­ era Escriba destro na Lei de Moyses,
ceiro do mez de Adar: que era o se­ que deu J e h o v a h Deos de Israel: e
isto anno do reinado do Rei Dario. segundo a mâo de J ehovah seu Deos,
16 E os filhos de Israel, os Sacerdo­ estowfsobre elle, o Rei lhe deu tu*
tes, e os Levitas, e os de mais dos que r quanto lhe pedira.
vierão do cativeiro, fizeráo a consagra­ 7 Tambem subirão a Jerusalem a/-
ção desta casa de Deos com alegria. uns dos filhos de Israel, e dos Sacer-
17 E offerecérão para a consagração f otes, e dos Levitas, e dos cantores, e
desta casa de Deos, cem novilhos, du­ dos porteiros, e dos Nethineos: no an­
zentos carneiros, quatro centos cordei­ no setimo do Rei Arthasasta.
ros : e doze cabritos por expiação do 8 E no mez quinto veio a Jerusalem:
peccado de todo Israel, segundo o nu­ que era o anno setimo d7este Rei.
mero das tribus de Israel. 9 Porque ao primeiro do mez primei­
18 E puzerão aos Sacerdotes em se­ ro, foi o principio da subida de Baby­
us repartimentos, e aos Levitas em su­ lonia : e ao primeiro do mez quinto
as divisões, para o ministério de Deos, chegou a Jerusalem, segundo a boa
que estâ em Jerusalem; conforme ao mâo de seu Deos sobre elle.
escrito do livro de Moyses. 10 Porque Esra preparára seu cora­
19 E os que viérâo do cativeiro, ce- ção a buscar a Lei de J e h ova h e a fa­
lebràrâo a Pascoa, aos catorze do mez zer : e a ensinar seus estatutos e direi­
primeiro. tos em Israel.
20 Porque os Sacerdotes e Levitas, 11 Este he pois o traslado da carta,
iuntos se nurificárâo, e todos estavâo que o Rei Artnasasta deu ao Sacerdote
limpos: e degolárâo o cordeiro da Pas­ Esra, o Escriba: Escriba das p a la tT a s
coa por todos os que vierão do cativei­ dos mandamentos de J e h o v a h , e de
ro, e por seús irmãos, os Sacerdotes, e seus estatutos sobre Israel.
por si mesmos. 12 Arthasasta, Rei dos Reis, ao Sacer­
21 Assim comérão os filhos de Israel dote Esra, Escriba da Lei do Deos do
que tornàrâo do cativeiro, com todos ceo, paz perfeita, e em tal tempo.
os que se apartâráo da immundicia 13 Por mim se dá mandado, que to­
das gentes da terra a elles: para bus­ do aquelle que em meu r e in o do povo
carem ao J e h o v a h , Deos de Israel. de Israel, e de seus Sacerdotes e Levi­
22 E celebrârão a festa dos azimos tas quizer ir comtigo a Jerusalem, vá.
sete dias com alegria: porque J e h o ­ 14 Porquanto de parte 4 Jel Rei e de
v a h os alegràra, e convertéra o cora­ seus sete Conselheiros es mandado,
ção do Rei Assur a elles, para lhes es­ a fazer inquirição em Judea e em Je­
forçar as mâos na obra cía casa de De­ rusalem : conforme a Lei de teu De­
os, Deos de Israel. os, que esta em tua mâo:
15 E para levares a prata e o ouro,
CAPITULO VII. que el Kei e seus Conselheiros volun­
tariamente derâo ao Deos de Israel,
PASSADAS estas cousas no Rei­ cuja habitação está em Jerusalem:
E no de Arthasasta Rei de Persia:
Esra filho de Seraias, filho de Azarias,
16 E toda a prata e ouro, que acha­
res em toda a provincia de Babylonia,
filho de Hilkias: com as offertas voluntarias do povo, e
2 Filho de Sallum, filho de Zadok, dos Sacerdotes, que voluntariamente
filho de Ahitub: offerecerem, para a casa de seu Deos,
3 Filho de Amarias, filho de Azari­ que está em Jerusalem.
as, filho de Meraioth: 17 Portanto logo compra por este di­
4 Filho de Zerachias, filho de Uzi, nheiro novilhos, carneiros, cordeiros,
filho de Bukki : com suas offertas de manjares, e suas

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ESRA, v n i. 487
offertas de licores: e ofFerece-as sobre assim me esforçei, segundo a mâo de
o Altar da casa de vosso Deos, que esta J e h o v a h sobre mim, e ajuntei aos ca­
em Jerusalem. beças de Israel para subirem comigo.
18 Tambem o que a ti e a teus ir-
m&oe bem parecer fazerdes da de mais
prata e ouro, o fareis conforme à von­ CAPITULO VIII.
tade de vosso Deos. STES pois sâo os cabeças de seus
19 E os vasos que se te derâo para o
serviço da casa de teu Deos, restitue
E pais, com suas genealogias, dos
que subirão comigo de Babylonia so*
os perante o Deos de Jerusalem. bro reinado do Rei Arthasasta.
20 E o de mais, que for necessário 2 Dos filhos de Pinehas, Gersom: dos
para a casa de teu Deos, que te con- filhos de Ithamar, Daniel: dos nlhos
renha dar, o darás da casa aos thesou­ de David, Hattus.
ros d’el Rei. 3 Dos filhos de Sechanias, t doe filhos
21 E por mim mesmo, el Rei Artha­ de Pareos, Zacharias: e com elle por
sasta, se dâ mandado a todos os the- genealogias se contàrâo do varões cen­
soureiros, que estais d’alem do rio, qne to e cincoenta.
tudo quanto vos pedir o Sacerdote Es- 4 Dos filhos de Pahath-Moab, Elie-
ra, Escriba da Lei do Deos dos ceos, hoenai, filho de Zerachias: e com el­
apresuradamente se faca, le duzentos varões.
22 Até cem talentos ae prata, e até 5 Dos filhos de Sechanias, o filho de
cem Coros de trigo, e até cem Bathos Jahaziel: e com elle trezentos varões.
de vinho, e até cem Bathos de azeite; 6 E dos filhos de Adin. Ebed, filho
e sal sem conto. de Jonathan: e com elle cincoenta
23 Tudo quanto se ordenar, segundo varões.
o mandado do Deos do ceo. prompta- 7 E dos filhos de Elam, Jesaias, filho
meote se faça para a casa ao Deos do de Athalias: e com elle setenta varões.
ceo; porque para que haveria grande 7 E dos filhos de Sephatias, Zebadi-
indignação sobre o reino d’el Rei, e as, filho de Michael: e com elle oi
de seus íilhos 1 tenta varões.
24 Tambem vos fazemos saber ácer­ 9 Dos filhos de Joab, Obadias, filho
ca de todos os Sacerdotes e Levitas, de Jehiel: e com elle duzentos e de­
cantores, porteiros, Nethineos, e min­ zoito varões.
istros d a casa deste Deos, que se lhes 10 E dos filhos de Selomith, o filho
náo poesa impôr nem direito, nem an­ de Josiphias: e com elle cento e ses­
tigo tributo, nem renda. senta varões.
25 E tu Esra, conforme à sabedoria 11 E dos filhos de Bebai, Zacharias,
de te a Deos, que està em tua mâo, o filho de Bebai; e com elle vinte e
pòe Regedores e Juizes, que julguem oito varões.
a todo o povo, qne està d*alem dorio, 12 E dos filhos de Azgad, Johanan,
a todos os que sabem as Leis de teu o filho de Katan: e com eÚe cento e
Deos: e ao que as nâo sabe, as fareis dez varõea.
saber. 13 E dos últimos filhos de Adonikam,
26 E todo aquelle que nào fizer a cujos nomes erão estes; Eliphelet, Je-
Lei d e teu Deos e a lei d’cl Rei, logo iel e Semaias: e com elles sessenta
se faça justiça delle: ou para morte, varões.
ou para degredo, ou para pena de fa­ 14 E dos filhos de Bigvai, Uthai e
zenda, ou para prisão. Zabbud: e com élles setenta varòes.
27 Bemdito seja J e h o v a h Deos de 15 E ajuntei os ao rio que vai a Aha-
nossos pais: que tal inspirou no cora­ va, e alojamos-nos ali tres dias: entâo
ção do Rei, para ornarmos a casa de attentei para o povo e para os Sacer­
J e h o v a h . que esta em Jerusalem. dotes, e dos filhos de Levi achei nen­
28 E soore mim inclinou beneficen­ hum ali.
cia perante o Rei e seus conselheiros, 16 Assim que enviei a Eliezer, a Ari-
.e todos os possantes Principes do Rei: el. a Semaias, e a Elnathan, e a Jarib,

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4 «« ESRA, IX.
e a Rfrmihrei, e a Nathan, e a Zacha- J e h o v a h , e sagrados sâo estes vasos:
ria a , e a Mesullam, os cabeças: como como tambem esta prata e este ouro,
tambem a Joyarib, e a Elnathan, os offerta voluntaria, offerecida a Jrao-
Doutores. VÀH, Deos de vossos pais.
17 E dei-lhes mandado para Iddo, ca­ 29 Vigiai pois, e guardai-o, até que o
beça no lugar de Casiphia: e puz as peseis em presença dos Maioraes dos
palavras em sua boca, para dizerem a Sacerdotes, e aos Levitas, e dos Prin­
Iddo, seu irmào, e aosNethineos do lu­ cipes dos pais de Israel, em Jerusalem:
gar de Casiphia, que nos trouxessem na& camaras da casa de Deos.
Ministros para a casa de nosso Deos. 30 Entào recebérào os Sacerdotes a
18 E trouxérào-nos segundo a boa os Levitas o peso da prata, e do ouro,
m&o de Deos sobre nós, hum varâo e dos vasos: para o trazerem a Jerusa­
entendido dos íilhos de Machli, filho lem, â casa de nosso Deos.
de Levi, filbo de Israel: a saber, Sere- 31 Assim nos partimos do rio de Aha­
bías, com seua íilhos e irmàos, dezoito. va, aos doze do mez primeiro, para nos
19 E a Hasabias, eeom elle Jesaiaa, irmos a Jerusalem: e a mào de nosso
dos fílhos de Merari: com seus irmà­ Deos estava sobre nosoutros, e livrou-
os e seua fiihôs. vinte. nos da mào dos inimigos, e dos que nos
20 E dos Newaeos, que David e os armavào ciladas no caminho.
Principes dérâo para o ministério dos 32 E viemos a Jerusalem: e repou­
Levitas, duzentos e vinte Nethineos; samos ali tres dias.
que todos forão nomeados por nomes. 33 E o dia quarto ae pesou a prata,
21 Entào apregoei ali jejum iunto ao e o ouro, e os vasos, na casa de noa»
rio de Ahava, para nos humilharmos Deos em mâo de Meremoth filho do
diante da face de nosso Deos: para Sacerdote Uriaa, e com elle Eleasar
lhe pedirmos caminho direito para nôs, filho de Pinehaa: e oom elles Jozabad
e para nossos íilhos, e para toda nossa filho de Jesua, e Noadiaa filho de Bin-
iazenda. nui, Levitas.
22 Porque me envergonhei de pedir 34 Conforme ao numero e conforme
ao Rei exercito e cavaueiros, para nos ao peso de tudo aquillo; e todo o pe­
defenderem do inimigo no caminho: so se escreveo no mesmo tempo.
porquanto foliáramos ao Rei. dizendo, 35 E os transportados, que vierão do
a mâo de nosso Deos para bem está cativeiro, offerecérão em holocaustos
«obre todos os que o buscào. mas sua ao Deos de Israel, doze novilhos por
força e indignação sobre todos os que todo Israel, noventa e seis carneiros,
o deixâo. setenta e sete cordeiros, e doze bodes
23 Aasim que jejuamos, e pedimos em sacrificio pelo pecçado: tudo m
isto a noseo Deos: e moveo-se a noa- holocausto a J s h o v a h .
sas orações. 36 Entào derào as ordens do Rei aos
24 Entào separei doze dos Maioraes Governadores do Rei e aos Capitaens,
dos Saoerdotes: a Serebins, a Hasa­ d’aquem do rio: e ajudáràoao povoe
bias, e com elles a dez de seus irmâoe. à casa de Deos.
$5 E pesei-lhes a prata e o ouro, e os
v a s o s: que era a offerta para a casa de
noaao Deos, que oífereoérào o Rei e CAPITULO IX.
seus Conselheiros, e seus Principes, e CABADAS pois estas cousas, che-
todo Israèl, que se achou. A gárào-se a mim os Principes, di­
26 Asaim que pesei em suas mâos zendo, o povo de Israel, e os Sacerdo­
-aeis oentos e cincoenta talentos de pra­ tes, e os Levitas, se náo tem separado
ta,. e cem vasos de prata em talentos; dos povos destas terras: segundo so­
-e cem talentos de ouro: as abominações a saber, dos Cananeos,
*7 E vinte taças de ouro, de mil drag- dos Hetheos, dos Pheiezeos, dos Jebu­
mas, e dous vasos de bom metal lustro­ seos, dos Ammonitas, dos Moabitas,
so, aesejado como ouro. dos Egypcios, e dos Amoreos.
28 E disse-lhes, consagrados sois a 2 Porque tomárâo de suas filhas paia

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X. 489
ri, e para seus filhos, e assim h semen­ suir em herança, terra immunda he,
te santa se misturou com os povos des­ pelas immundicias dos povos das ter­
tas terras: e até a m&o dos Principes ras : por suas abominações com que a
e Magistrados foi a primeira nesta pre­ encherão, de cabo a cabo, de sua im­
varicação. mundicia.
3 £ ouvindo eu hum tal caso, rasgu­ 12 Agora pois vossas filhas não da­
ei meu vestido e minha capa: e arran­ reis a seus nlhos, e suas filhas não to­
quei os cabellos de minha cabeçâ e de mareis para vossos filhos, e nunca pro­
minha barba, e mo assentei attonito. curareis sua paz e seu bem : para que
4 Então se ajuntárâo a mim todos os vos esforçeis, e comais o bem da ter­
qne tremiao das palavras de Deos de ra, e a façais possuir a vossos filhos
Israel pela prevaricação dos transpor­ em herança para sempre.
tados : porem eu me fiquei assentado 13 E depois de tudo o que nos sobre
attonito até o sacrifício da tarde. veio por nossas más obras, e por nos­
5 £ perto do sacrifício da tarde me sa grande culpa: porquanto tu, ó Deos
levantei d e minha afflicçâo, havendo ja nosso, estorvaste que não fossemos
la a g a d o meu vestido e minha capa: e destruidos, por nossa iniquidade, e
inclinei-me sobre meus juelhos, e es­ ainda nos déste evasão como esta,
tendi minhas mãos a J e ho v a h meu 14 Tomaremos pois agora a aniquil­
Deos. ar a teus mandamentos, e a aparentar-
6 E disse. Deos meu, estou confuso nos com os povos destas abominaçõ­
e envergonnado, para levantara ti meu es ? não te indignarias tu assim con­
roto, Deos m eu: porque nossas iniqui- tra nós até de todo nos consumir, até
àades se multiplicarão sobre nossa ca­ que não ficasse resto nem evasão %
beça, e nossa culpa tem crecido até 15 Ah J e h o v a h Deos de Israel;
08 ceos. justo es: pois ficamos por evasão,
7 Desdos dias de nossos pais até o diacomo se vc neste dia: eis que estamos
de hoje estamos em grande culpa, e perante tua face em nossa culpa; pois,
por nossas iniqüidades somos entregu­ por isto ninguém ha, que possa subsis­
es, nós, nossos Reis; e nossos Sacerdo­ tir perante tua face.
tes, na mão dos Reis das terras, à es-
a o cativeiro, e ao roubo, e à con­
d e rosto, como se vè neste dia. CAPITULO X.
8 E agora, oomo em hum pequeno ORANDO Esra assim, e fazendo
momento, se nos fez graça de parte de E esta confissão, chorando, e derri­
J k h o v a h nosso Deos, para deixar-nos bando-se diante da casa de Deos:
evasão e para dar-nos huma estaca em 'ajuntou-se a elle de Israel huma mui
seu santo lugar: para aluminar nos­ grande congregação, de varòes e mu­
sos olhos, ó Deos nosso, e para dar-nos lheres e crianças) porque o povo cho­
huma pouca de vida em nossa servidão. rava com grande choro.
9 Porque servos somos; porem em 2 Então respondeo Sechanias filho
nossa servidão não nos desamparou de Jehiel, hum dos filhos de Elam, e
nosso Deos: antes inclinou sobre nós disse a Esra, nosoutros temos prevar­
beneficencia perante òs Reis de Per­ icado contra nosso Deos, que casámos
na, para que nos désse vida, para le­ com mulheres estranhas do poro da
vantarmos a casa de nosso Deos, e terra: mas tocante a isto, ainda ha es­
para restaurarmos suas assolaçóes; e perança para Israel.
para que nos désse vallado em Judá 3 Agora pois façamos aliança com
e em Jerusalem. nosso Deos. de que despediremos to­
10 Agora pois, ó Deos nosso, que di­ das as mulheres, e tudo o nascido del­
remos depois disto ? pois deixámos te­ ias, conforme ao conselho de J e h o ­
ns mandamentos. v a h , e dos que tremem ao mandado
11 Os quaes mandÀraa pelo ministé­ de nosso Deos: e faça-se oonforme a
rio de teu» servos os Propnetas, dizen­ Lei.
do, a terra em que entrais para a pos- 4 Levanta-te pois, porque te perten-
21*

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490 &SBA, » .
ce eate negocio, e n òt seremos eom- 16 Porem sòmeate JonathaiL filho de
tigo : esforça-te, e o faze. Ásahel, e Jehasias filho de filtra, ae
5 Entáo Esra se levantou, e ajura­ puzer&o sobre este negocio: e Mesul-
mentou aos Maioraes dos Sacerdotes e lam, e Sabbethai, Levita, os ajudário.
dos Levitas, e a todo Israel, de que fari- 16 E fizér&o assim os que tornário
&oconforme a esta palavra; e jurárfto. do cativeiro: e apartàr&o-se o Sacer­
6 E Esra se levantou de diante da dote Esra, eom os varões cabeças dos
casa de Deos, e entrou na camara de pais, segundo a casa de seus pais e
Johanan, filho de Eliasib: e vindo là, todos por seus nomes: e assentàrfto-se
p&o n&o comeo, e agua n&o bebeo; o dia primeiro do mez deoimo, para
porque estava annojado pela prevari­ inquirirem este negocio.
cação dos transportados. 17 E acabâr&o o com todos os ruõ­
7 E fizer&o passar preg&o por Judá es, que casàr&o com mulheres estra­
e Jerusalem, a todos os que vier&o do nhas, até o dia primeiro do primeiro
c ativeiro, que se ajuntassem em Jeru­ mez.
salem. 18 E achárào-se dos filhos dos Sacer­
8 E que todo aquelle que em tres dotes, que casàr&o oom mulheres es­
dias n&o viesse, segundo o conselho tranhas : dos filhos de Jesua filho de
dos Principes e dos Anci&os, toda sua Josadak, e seus irm&os, Maaseias, e
fazenda se poria em interdito: e elle Eliezer, e Jarib, e Gedalias.
seria separado da congregação dos 19 E dér&o sua m&o de despedir a
transportados. suas mulheres: e achando-se culpa­
9 Ent&o todos os varões de Judá e dos, offertctráo hum carneiro do re­
Benjamin em tres dias se ajunt&r&o em banho por sua culpa.
Jerusalem: que foi no mez noveno, 20 £ dos filhos de Immer, H&moi,e
aos vinte do mez: e todo o povo se as­ Zebadias.
sentou na praça da casa de Deos, tre­ 21 E doafilhos de Harim: Maaseias,
mendo por este negocio, e por causa e Elias, e Semaias, e Jehie), e Unas.
das grandes chuvas. 22 E dos filhos de Pashnr: Elioenai,
10 Ent&o se levantou Esra o Sacer­ Masaiaa, Ismael, Nathaneel, Jozabsd,
dote, e disse-lhes, prevaricado tendes e Elasa.
vósoutros, que casastes com mulheres 23 E dos Levitas: Jozabad, e Simei,
estranhas; multiplicando a culpa de e Kelaias, (este he Kelitas;) Pethahi*
Israel. as, Judá, e Eliezer.
11 Agora pois fazei confiss&o a Je­ 24 E dos cantores, Eliasib: e do«
h o v a h Deos de vossos pais; e fazei porteiros, Sallum, e Telem, e Uri.
sua vontade: e apartai-vos dos povos 25 E de Isra e ld o s filhos de Paros,
das terras, e das mulheres estranhas. Bamias, e Jezias, e Malchias, e Mi*
12 E respondeo toda a congrega­ amin,e Eleazar, e Malchias e Benaias.
ção, e disserão em altas vozes: assim 26 E dos filhos de Elam: Mattham-
seja, conforme a tuas palavras nos con­ as, Zacharias, e Jehiel, e Abdi, e Je-
vem fazer. remoth, e Elias.
13 Porem o povo he muito, e e tem­ 27 E dos filhos de Zattu: Elioenai,
po de grandes chuvas, e n&o se pode Eliasib, Matthanias, e Jeremoth, e Za-
estar aqui fora: nem he obra de num bad, e Aziza. ~
dia nem de dous; porque muitos de 28 E dos filhos de Bebai: Johansn,
nosoutros prevaricàr&o neste negocio. Hananias, Zabbai, Athlai.
14 Pelo que nossos Principes, por to­ 29 £ doa filhos ae Bani: MesullsJ®*
da a congregaç&o, se ponh&o sobr« este Malluch, e Adaias, Jasub, e Seal, Js-
negocio; e todos os que em nossas ci­ ramoth. ,
dades casar&o com mulheres estra­ 30 E dos filhos de Pahat-Moab. Ad-
nhas, venh&o a tempos apontados, e na, e Chelal: Benaias, Maseias, Mat­
com elles os Anci&os de cada cidaae, thanias, BesaleeL e Binnui, e Manasse.
e seus Juizes: até que desviemos de 31 E dos filhos de Harnn: Elw*®1»
nós o ardor da ira de nosso Deos, por Jesias. Malchias, Semaias, Súns&o.
esta causa.

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NEHEMLàg, I. II. 4 êt
n Btojattia, Maüoch, Somarias. 89 E Setomias, • Nathan, e Aduas.
33 Dos filhos de Hasum: Mathnai, 40 Machnadbai, Sasai, Sarai.
Mattbattha, Zabad^ Eliphelet, Je re­ 41 Asareel, e Selemias, Semanas.
mai, Manasse, Simei. 42 Sollum. Amarias, Joseph.
34 Dos filhos de Bani, Maadai, Am­ 43 Dos filhos de Nebo: Jeiel, Mat-
ram, e Uel. thithias, Zabad, Zebina, Jaddai, e Jo­
35 Benaias, Bedias, Cheluhu. el, Benaias.
36 Vanias, Meremóth, Eliasib. 44 Todos estes tomàrâo mulheres
37 Matthanias, Mathnai, e Jaasai. estranhas: e alguns delles tinhão mu­
38 E Bani, e Binnui, Simei. lheres, de qnem alcançarão filhos.

0 LI VRO DE N E H E M I A S .

CAPITULO I. 8 Lembra-te pois da palavra, que


mandaste a Moyses teu servo; aizen-
QUCCESSOS de Nehemias, filho de do: vósoutros prevaricareis, e eu vos
U Hachalias: e suooedeo no mex de espargirei entre os povos.
Chislen. no anno vigésimo, estando 9 E vos convertereis a mim, e guar­
ea em Susan, a fortaleza: dareis meus mandamentos, e os fa­
2 Qoe veio Hanani, ham de meus reis : entfto ainda aue vossos regeita-
innâos, elle e alguns de Judá: e per- dos estiveráo no cabo do ceo, de lá os
gratei-lhes pelos Judeos que escapá- ajuntarei, e os trarei ao lugar, que
rto, e do cativeiro restárão, e por Je- tenho escolhido, para fazer habitar ali
mafem. meu Nome.
3 £ dis8eiâo-me; os restantes, que 10 Ainda s&o teus filhos, e teu povo,
festàrâo do cativeiro, lá na provincia que resgataste com tua grande torça,
estâo em grande miséria e desprezo: e com tua forte mâo.
e o muro de Jerusalem fendido, e su­ 11 Ah J bbovah, estejão pois teus
as portas queimadas a fogo. ouvidos attentos á oração de teu ser-
4 E succedeo que, ouvindo eu estas vo; e á oração de teus servos, que de-
palavras, me assentei, e chorei, e me sejâo temer teu Nome; e faze pros­
anojei por alguns dias: e estive jeju­ perar hoje a teu servo, e dá lhe graça
ntado e orando perante a face dò perante este Varâo: ent&o eu era Co­
Deos dos ceos. peiro do Rei.
5 E disse, ah J s h o v a h , Deos dos
ceos, Deos grande e terrivel! que CAPITULO II.
gtaida o concerto e a benignidade à
aquelles que o amão, e guard&o seus UCCEDEO pois no mez de Nisan,
mandamentos.
6 Estejão pois teus ouvidos attentos,
S aos vinte annos do Rei Athasasta,
que, havendo vinho diante de sua fa­
e teus olhos abertos, para ouvires a ce, eu tomei o vinho, e o dei ao Rei;
oração de teu servo, que eu hoje oro porem nunca estivera triste perante
perante toa face, d n e noite, pelos sua face.
filhos de Israel, teus servos: e fiaco 2 Assim que o Rei me disse, porque
confissão pelos peccados dos filhos de tua face está triste, pois nâo estás en­
Israel; que peocámos contra t i ; tam- fermo ? não he isto senão tristeza de
te® «u e a casa de meu pai peocámos. Ooração: ent&o temi muito em grande
^ De todo nôs corrompemos contra maneira.
ti: o nâo guardámos os mandamentos, 3 E disse ao Rei. viva el Rei para
Bemos estatutos, nem os direitos, que sempre! como minna face nâo estaria
fcfcdaste la Moyses teu servo. im te, estando a cidade, o lugar dos

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492 NEHEMIAS, ITI.
sepulcros de meus pais, assolada, e e considerei o muro: e voltei, è entrei
suas portas consumidas a fogo ? pela porta do Valle, e assim me tornei.
4 £ o Rei me disse, que pedes pois 16 E n&o souber&o os Magistrados!
agora ? ent&o orei ao Deos dos ceos. aonde eu foi, nem o que fiz: porque
6 E disse ao Rei, se a el Rei parecer ainda nem aos Judeos, nem aos sa­
bem, e se teu servo he agradavel pe­ cerdotes, nem aos Nobres, nem aos
rante t i : peço que me envies a Judá, Magistrados, nem aos de mais, que
à cidade aos sepulcros de meus pais, fazão a obra, até entáo declaràra cou­
a edificála. sa alguma.
6 Ent&o o Rei me disse, estando a 17 Entáo lhes disse, bem vedes vó­
Rainha assentada junto a elle; quan­ soutros a miséria, em que estamos,
to durará tua viagem, e quando tor­ que Jerusalem está assolada, e suas
narás? e aprouve ao Hei enviar-me, portas queimadas a fogo: vinde pois
apontando-lhe eu hum certo tempo. e reedifiquemos o muro de Jerusalem,
7 Disse mais ao Rei, se a el Rei pa­ e nào sejamos mais em opprobrio.
rece bem, dem-se-me cartas para os 18 Entào lhes declarei a mào de meu
Governadores d’alem do rio: para que Deos, que fora boa sobre mim, como
me acompanhem, até que chegue a tambem as palavras do Rei, que elle
Judá. me tinha dito: entào disserão, levan­
8 Como tambem huma carta m ia temos-nos, e edifiquemos; e esforçá-
Asaph, guarda do jardim d’el Rei, rào suas màos para bem.
que me dè madeira, para soldar as 19 O que ouvmdo Saneballat o Ho-
portas do paço da casa, e para o muro ronita, e Tobias o servo Ammonita, e
da cidade, e para a casa em que eu Gesem o Arabio, zombàrào de nós, e
houver de entrar: e o Rei me as deu, desprezáráo-nos: e dissérâo, qae he
secundo a boa mào de Deos sobre isto que fazeis? quereis vós rebeUax
mim. contra el Rei ?
9 Entáo vim aos Governadores d’a- 20 Entào lhes respondi, e disse-lhes,
lem do rio, e dei-lhes as cartas do o Deos dos ceos he o que nos fará pros­
Rei: e o Rei mandára comigo Maio­ perar; e nosoutros, seus servos, nos
raes do exercito e cavalleiros. levantaremos,e edificaremos: que vó­
10 O que ouvindo Saneballat o Ho- soutros náo tendes parte, nem justiça,
ronita, e Tobias o servo Ammonita, nem memória em Jerusalem.
desagradou-lhes com grande desagra­
do : que alguem viesse a procurar o
bem dos filnos de Israel. CAPITULO in.
11 E cheguei a Jerusalem: e estive LEVANTOU-se Eliasid o summo
ali tres dias. E Pontífice, com seus irmàos os
12 E de noite me levantei, eu e pou­ Saoerdotes, e edificàrào a porta do
cos varões comigo, e nào declarei a Gado; a qual consagráráo, e levanta*
ninguém, o que meu Deos me pôz no rào suas portas: e até a torre de Mea
coraçào, que fizesse em Jerusalem: a oensagrárào, e até a torre de Hana-
e até animal nenhum estava comigo, neel.
senào o em que eu cavalgáva. 2 E a seu lado edificàrào os varões
13 E de noite 'sahi pela porta do de Jericho: tambem a seu lado edifi­
Valle, e para a banda da fonte do Dra- cou Zacchur filho de Imrí.
gáo, e para a porta do Monturo e con­ 3 E a porta do Pescado edificàrào os
siderei os muros de Jerusalem, que filhos de Senaa: a qual soldàr&o, e le-
estavâo fendidos, e suas portas consu­ vantárào suas portas com suas fecha­
midas à fogo. duras e seus ferrolhos.
14 E passei á porta da Fonte, e a* 4 E a seu lado reparou Meremoth
viveiro do Rei: e náo houve lugar, filho de Urias, o filho de Kôs; e a seu
para que a cavalgadura passasse de­ lado reparou Mesullam filho de B er^
baixo de mim. chias, o filho de Mesezabeel: e a seu
15 Ent&o de noite subi pelo ribeiro, lado reparou Zadok, filho de Baaiuu

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[IA9, III. 493
6 £ á 80Q lado reparàrào os The- cros de David, e ate o viveiro feito, é
boitas: porem seus Illustres nào met- até a casa dos Heròes.
tér&o sen pescoço ao serviço de seu 17 Depois delle reparàrào os Levitas,
Senhor. Rehum filho de Bani: a seu lado re­
6 £ a porta velha reparàrào Joiada parou Hasabias, Maioral da meia par­
filho de Pàseah, e Mesullam filho de te de Kègila. em sua parte.
Besodías: estes a soldárào, e levan- 18 Depois aelle reparàrào seus irmã­
táráo suas portas com suas fec haduras os, Bavai filho de Henadad; Maioral
e seus ferrolhos. dá outra meia parte de Kegila.
7 £ a seu lado reparàrào Melatias o 19 A seu lado reparou Ezer filho de
Gibeonita, e Jadon Meronothita, va­ Jesua, Maioral de Mispa, outra medi­
rões de Gibeon e Mispa: até o assen­ da : em fronte da subida à casa das
to do Governador d’aquem do rio. armas, à esquina.
8 A seu lado reparou Uziel filho de 20 Depois delle reparou com grande
Harhojas hum dos ourivez, e a seu fervor naruch filho de Zabbai, outra
lado reparou Hananias filho de hum medida: desda esquina até a portà da
dos boticários: e deixàrâo a Jerusa­ casa de Eliasib* o summo Pontifico.
lem até o muro largo. 21 Depois delle reparou Meremoth
9 E a seu lado reparou Rephaias filho filho de Urias, o filho de Kós, outra
de Hur, Maioral aa meia parte de Je­ medida: desda porta da casa de Elia­
rusalem. sib, até o cabo da casa de Eliasib.
10 E a seu lado reparou Jedaias filho 22 E depois delle reparàrào os Sa­
de Harumaph, e em fronte de sua casa: cerdotes, que habitavâo na campina.
seu laao reparou Hattus filho de 23 Depois reparou Benjamin, e Ha­
Huabneias. sub. em fronte de sua casa: depois
11 A outra medida reparou Malchias delle reparou Azarias filho de Maase-
filho de Harim, e Hasub filho de Pa- ias, o filho de Ananías, junto a sua
iistii-Moab: como tambem a torre dos casa.
fornos. 24 Depois delle reparou Binnui filho
12 E a seu lado reparou Sallum filho de Henadad, outra medida: dosda ca­
de Lohes, Maioral da outra moia parte sa de Azarias até á esquina, e até o
de Jerusalem : elle e suas filhas. canto.
13 A porta do Valle reparou Hanun, 25 Palal, filho de Uzai, em fronte da
aos moradores de Zanoah; estes a edi­ esquina e torre, que sahe da casa Real
ficàrào, e levantàrào suas portas com superior, que està junto ao pateo da
suas feohaduras e seus ferrolhos: co­ pnsáo: depois delle Pedaias, filho de
mo tambem mil covados no muro, até rarós.
a porta do Monturo. 26 E os Nethineos, que habitavâo em
14 £ a porta do Monturo reparou Ophel: até em fronte da porta das
Malchias nlho de Rechab, Maioral da aguas, ao Oriente, e à torre alta.
parte de Beth-Qierem: este a edifi­ 27 Depois reparàrào os Thekoitas
cou, e levantou suas portas com suas outra medida: em fronte da torre
fechaduras e seus ferrolhos. grande < alta, e até o muro de Ophel.
15 E a porta da Fonte reparou Sal­ 28 Desde riba da porta dos Cavallos
lum filho de Col-Hose, Maioral da par­ reparàrào os Sacerdotes, cada qual em
ta de Mispa: este a edificou, e a cu­ fronte de sua casa.
brio, e levantou suas portas com suas 29 Depois delles reparou Zadok, filho
fechaduras e seus ferrolhos: como de Immer. em fronte de sua casa: e
tambeni o muro do viveiro de Selah depois delle reparou Semaias filho de
junto ao jardim do Hei, e até os de- Sechaniasj guarda da porta Oriental.
|raoS| que descendem da oidade d a 30 Depois delle reparou Hananias
filho de Selemias, e Hanun filho de
16 Depois delle edificou Nehemias Zalaph, o seisto, outra medida: depois
filho de Azbuk, Maioral da meia parte delle reparou Mesullam, filho de Bere*
de Beth-Zur, até em. fronte dos sepul­ chias, em fronte de sua camara. -.

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4*4 NBHEMIAH, IV.
SI Dspois delle lepardu M&lchias, nadà saber&o disto, nèsà ver&o, ati
filho de hum ourivez, até a casa dos que entremos em meio delles, e os
Nethineos, e mercadores r em fronte matemos: assim faremoscessar a obia.
da porta de Miphkad, e até o cenácu­ 12 E foi que, vindo os Judeos qoe
lo do oanto. habitaV&o entre elles, bem dez vezes
32 E entre o cenác ulo do oanto até no-lo disser&o, de todos os lugares, por
a porta do Gado, repararão os ourivez, que tomáv&o a nós.
e os mercadores. 13 Pelo que puz guardai nos lugares
baixos tras o muro, e nos altos: e puz
ao povo por suas gerações com suai
CAPITULO IV. espadas, com suas lanças, e com seus
FOI que, ouvindo Saoeballat, que aroos.
E edificavamos o muro, enoendeo- 14 E attentei, e levantei-me, e disse
se em ira, e indignou-se muito: e es- aos Nobres, e aos Magistrados, e aos
cameceo dos Judeos. de mais do povo: n&o os temais: lem­
2 E fallou em presença de seus ir­ brai-vos úo grande e terrivel Senhor,
m&os, e do exercito de Samaria, e dis­ e pelejai por vossos irm&os, vossos
se, que fazem estes fracos Judeos? filhos e vossas filhas, vossas mulheres
permittir-se-lhes-ha isto ? sacrificár&o? e vòssas casas.
acabalo h&o em hum dia ? vivificar&o 15 E foi que, ouvindo nossos inimi­
dos montões do pó as pedras, que fo­ gos, que no-lo fizerâo saber, e Deos
r&o queimadas? disaipára seu oonselho: todos torná­
3 E estava com elle Tobias o Am- mos ao muro, cada qual a 6ua obra.
monita: e disse, ainda que edificâo, 16 E foi que desde aquelle dia ame­
com tudo, vindo huma raposa, bom tade de meus mocos trabalháv&o na
poderia derribar seu raüro ae pedra. obra, e ametade delles tinhão as lan­
4 Ouve, ó Deos nosso, que somostam ças, os escudos, e os arcos, e as coura­
desprezados, e toma seu opprobrio so­ ças: e os Maioraes estav&o tras toda
bre sua cabeça: e dá os em despojo, a casa de Judá.
era terra de cativeiro. 1 7 Os que edificav&o o muro, e os
6 E n&o cubras sua iniquidade, e seu que trazi&o as cargas, e os que carre-
peccado se n&o risque perante tua face: gav&o, cada qual com a huma m&o fa­
pois que te irritàr&o, pondo-se em fron­ zia a obra, e na outra tinha as armas.
te dos edificadores. IS E os edificadores cada qual tra­
6 Porem nos edificámos o muro, e zia sua espada cingida a se u s lombos,
todo o rauro se conjuntou até sua ame­ e edificav&o: e o que tocava a trom­
tade : porque o coraç&o do povo se in­ beta, estava junto a mim.
c linava a tr&bálhar. 19 E disse aos Nobres, e aos Magis­
7 E foi que, ouvindo Saneballat e trados, e ao de mais do povo, grande
Tobias, e os Arábios, e os Ammonitas, e larga he a obra: e nosoutros esta­
e os Asdoditas, que tanto hia orecendo mos apartados no muro, longe hum do
a reparação dos muros de Jerusalem, outro.
qüe ja as roturas se começav&o a ta­ 20 No lugar aonde ouvirdes o som da
par, muito se encendér&o em ira. buzina, ali vos ajuntareis oomnosco:
6 E ligár&o-se entre si todos, para nosso Deos pelejará por nós.
virem guerrear a Jerusalem: e para 21 Assim trabalhavamos na obra: e
os desviarem de seu intento. ametade delles tinh&o as lanças, desda
9 Porem nós orámos a nosso Deos: subida da alva, até o sair das estrella*.
e puzemos guarda oontra elles, dia e 2 2 Tambem naquelle tempo disse ao
noite por causa delles. povo. cada qual com seu moço passe
10 Ént&o disse Judá, ja desfalecérâo m noite em Jerusalem: para que de
as forças dos carretaaores, e o pó he noite nos sirv&o de guarda, e de dia
muito: e nós n&o poderemos edificar na obra,
o muro. 2 3 E nem eu, nem meus irm&os, nem
11 Disser&o porem nonos inimigos, meus moços, nem ©* varões da guar*

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NÍHIM IAS, V, V í. 496
áa, qne andavâo tras mim, no» despía­ nheiro, e do trigo, mesto, e azeite, que
mos i ioflBos vestidos * cada qual tinha lhes demandais.
soas armas, t agua. 12 Entâo disser&o; restituir-lh^o-he-
mos, e nada procuraremos delles, as­
CAPITULO V.
sim como dizes, faremos: ent&o cha­
mei aos Saceraotes, e lhes fiz jurar,
fc porem grande o clamor do povo, que fari&o conforme a esta palavra.
F e de suas mulheres, contra seus 13 Tambem meu seio sacudi, e disse,
irm&os, os Judeos. assim sacuda Deòs a todo var&o, que
2 Porque houve quem dizia, com nos­ n&o confirmar esta palavra de sua oa­
sos filhos, e nossas filhas, nosoutros so­ sa, e de seu trabalho, e assim seja sa­
mos muitos: pelo qne tomámos trigo, cudido e vazio: e toda a congregaç&o
para que comamos e vivamos. disse, Amen! e louváráo a J e h o v a h ;
3 Tambem houve que dizião, nossas e o povo fez conforme a esta palavra.
terras, e nossas vinhas, e nossas casas 14 Tambem desdo dia que me man­
empenhámos: para tomarmos trigo dou, que eu fosse seu Governador em
nesta fome. terra de Judá, desdo anno vinte, até
4 Outros houve que tambem dizi&o, o anno trinta e dous do Rei Arthasas­
tomámos emprestado dinheiro até pa­ ta, doze annos, nem eu, nem |neus ir-
ia o tributo do Rei, sobre nossas terras, máog comemos o páo do Governador.
e nossas vinhas. 15 E os primeiros Governadores, que
5 Agora pois tanto he nossa came foráo antes de mim, carregáráo o po­
como a carne de nossos irm&os, e nos- vo, e tomáráo-lhe páo e vinho, e ainda
•os filhos como seus filhos: e eis que de mais quarenta sidos de prata, co­
sujeitámos a nossos filhos e a nossas mo tambem seus moços dominaváo
filhas por servos; e até algumas dè nos- sobre o -povo: porem eu assim náo
na filhas s&o sugeitas, que n&o est&o fiz, por causa do tremor de Deos.
no poder de nossas m&os; e outros 16 Como tambem na obra deste mu­
tem nossas terras e nossas vinhas. ro fiz reparaçáo, e terra nenhuma com­
€ Ouvindo eu pois seu clamor, e es­ prámos : e todos meus moços se ajun-
tas palavras, muitome encendi emita. tárâo ali á obra.
7 £ meu coraç&o em mim consultou; 17 Tambem dos Judeos e dos Ma­
depois pelejei com os Nobres e com gistrados, cento e cincoenta varòes,
os Magistrados, e disse-lhes: carga to­ e os que vinháo a nós, dentre as gen­
mais cada hum de seu irm&o: e ajun­ tes, que estâo d’o redor de nòs, se pu-
tei oontra elles hum grande ajunta­ nháo á minha mesa.
mento. 18 E o que se fazia prestes para hum
8 E disse-lhes, nosoutros resgatámos dia, era hum boi, e seis ove{nas esco­
os Judeos nossos irmàos, que for&o lhidas; tambem aves se me apare­
vendidos ás gentes, conforme a nosso lharão, e cada dez dias de todo vinho
poder; e vósoutros outra vez vende- muitíssimo: e nem porisso procurei
rieis a vossos irm&os, ou venderiáo-se o p&o do Governador, porquanto a ser-
a nós! entáo se calláráo, e náo achá- vidáo deste povo era grande.
rto que responder. 19 Lembra-te de mim para bem, ò
9 Disee mais, náo he bem o que fa­ méu Deos: e de tudo quanto fiz a este
zeis: porventura n&o andaríeis no te- povo.
Bur ae nosso Deos, pelo opprobrío das CAPITULO V!.
gentes nossos inimigos?
10 Porventura tambem eu, meus ir- UCCEDEO mais qne, ouvindo Sk
mi08j e meus moços, ao ganho lhes S neballat e Tobias, e Gesem o Ará­
tanoa dado dinheiro ou trigo 1 oraqufr bio, e os de mais nossos inimigos, que
temos esta carga. eu edificára o muro, e que rotura ne­
U Tornai-lhes hoje, voa peço, soas nhuma se deixára nelle; ainda que
terra^ suas vinhas, seus olivaes, e suas até este tempo n&o puzéra as portas
caaat: como tambem a centena do di­ nos portada»:

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<496 f NEHEMIAS, Vlf.
' 2 Saneballat e Gesem enviârâo a di­ e de Saneballat, conforme ã estas b o m
zer, vem, e congreguemos-nos junta­ obras: e tambem da Prophetiasa No-
mente nas aldeas, no valle de Ono : adia, e dos de mais Prophetas, qne
porem pensávâo fazer-me mal. procurárâo atemorizar-me.
3 E enviei-lhes mensageiros a dizer, 15 Acabou-se pois o muro aos vinte
faço hama grande obra, assim que nâo e cinco de Elul: em cincoenta e dous
poderei descender: porque cessaria dias.
esta obra, em quanto eu a deixasse, 16 E foi que, ouvindo o todos nossos
e fosse a ter comvosco * inimigos, temerão todas as gentes, qae
4 E da mesma maneira enviarão a havia doredor de nòs, e abatérâo-se
mim quatro vezes: e da mesma ma­ muito em seus olhos: porque adverti­
neira lhes respondi. rão, que nosso Deos fizéra esta obra.
5 Entâo Saneballat da mesma ma­ 17 Tambem naquelles dias alguns
neira àquin-ta vez me enviou seu mo­ nobres de Judá escrevér&o muitas car­
ço : com huma carta aberta em sua tas. que hiâo para Tobias: e que de
mâo. ToDias vinhão para elles.
6 Em que estava escrito, entre as 18 Porque muitos em Judá se lhe
sentes se ouvio, e Gasmu diz; tu e os ajuramentár&o, porquanto genro era
Judeos intentais rebellar-vos; pelo que de Sechanias, nlho de Arah: e sen
edificas o muro: e tu lhes serás por filho Johanan tomàra a filha de Me­
Rei, segundo os negocios vâo. sullam, filho de Berechias.
7 E que puzeste Prophetas, para cla­ 19 Tambem suas bondades contario
marem de ti em Jerusalem, dizendo: perante mim, e minhas palavras lhe
este he Rei em Judá; assim que el Rei levavâo: portcmtoTóbws escrevia cer­
o ouvira, segundo os negocios vôo; vem tas, para me atemorizar.
pois agora e consultemos justamente.
8 Porem eu enviei a dizer-lhe, de
tudo o que dizes, cousa nenhuma suo c a p it u lo vn.
cedeo: mas tu ae teu coração as in­ UCCEDEO mais que, havendo seo
ventas.
9 Porque todos nos procuravão ate­
S muro ja edificado, eu levantei as
portas: e forão estabelecidos os por*
morizar, dizendo, suas mâos se deixa­ teiros, e os cantores, e os Levitas.
rão da obra, enâo se eífeituarâ: agora 2 E mandei a Hanani meu irmâo, e
pois esforça minhas mâos. a Hananias, Maioral da fortaleza em
10 E entrando eu em casa de Se­ Jerusalem, porque era como varâo. de
maias filho de Delaias, o filho de Me- fieldade, e temente a Deos mais que
hetabeel, (que estava encerrado:) dis­ muitos.
se elle, vamos juntamente a a casa de 3 E disse-lhes, as portas de Jerusa­
Deos, ao meio do Templo, e fechemos lem se nâo abrâo até que o sol nâo
as portas do Templo; porque virão a aquéça^ e em quanto os que assisti­
matar-te, si de noite viráo a matar-te. rem ali, fechem as portas, è vós a
11 Porem eu disse, hum varâo co­ apalpai: e ponhâo-se guardas dos mo­
mo eu fugiria I e quem ha, como eu, radores de Jerusalem, cada qual em
que entre no Templo, e viva ? em ma­ sua guarda, e cada qual em fronte de
neira nenhuma entrarei. sua casa.
12 E attentei, e eis que Deos o náo 4 E era a cidade larga de espaço, e
enviára: mas esta profecia fallou con­ grande, porem pouco povo havia den­
tra mim, porquanto Tobias e Sanebal­ tro delia: e ainda as casas nâo esta­
lat o alu£árão. vâo edificadas.
13 Assim que o alugárão, para me 5 Entáo meu Deos me pôz em men
atemorizar, e assim fazer, e peccar: coração, que ajuntasse aos Nobres; e
para que tivessem alguma causa, com aos Magistrados, e ao povo; para can­
aue me infamarem, e assim me af- tar as genealogias: e achei o liv ro da
froqtassem. genealogia, dos que subirão primeiro,
14 Lembra-te, Deos meu, de Tobias e assim achei escrito nelle.

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NEHEMIAS, VII. 497
6 Eatos s&o os filhos da provincia, 30 Os varões de Rama e Gaba, seis
qoe subirão do cativeiro dos transpor­ centos e vinte e hum.
tados, aue transportara Nebucadnezar, 31 Os varões de Michmas, cento e
Rei de Babylomà: e tomàrâo a Jerusa­ vinte e dous.
lem, e a Judá, cada qual k sua cidade. 32 Os varõès de Beth-El e Ai, cento
7 Os quaes vierão com Zorobabel, e vinte e tres. ;
Jesua, Nehemias, Azarias, Raamias, 33 Os varões de outra Nebo, cinco­
Nahamani, Mordechai, Bilsan, Mispe- enta e dous.
reth, Bigvai, Nehum, e Baana: este he o 34 Os filhos de outro Elam, mil e du­
numero dos varões do povo de Israel. zentos e cincoenta e quatro.
8 Forão os filhos de Paros, dous mil 35 Os filhos de Harim, trezentos e
e cento e setenta e dous. vinte.
9 Os filhos de Sephatias, trezentos e 36 Os filhos de Jericho, trezentos e
setenta e dous. quarenta e cinco.
10 Os filhos de Arach, seis centos e 37 Os filhos de Lod, Hadid e Ono,
cincoenta e dous. sete centos e vinte e hum.
11 Os filhos de Pahath-Moab, dos 36 Os filhos de Senaa, tres mil e no­
filhos de Jesua e de Joab: dous mil e ve centos e trinta.
oito centos e dezoito, 39 Os Sacerdotes: Os filhos de Jeda-
12 Os filhos de Elam, mil e duzen­ ias, da casa de Jesua, nove centos e
tos e cincoenta e quatro. setenta e tres.
13 Os filhos de Zatthu, oito centos 40 Os íilhos de Immer, mil e cinco­
e quarenta e cinco. enta e dous.
14 Os filhos de Zaccai, sete oentos 41 Os filhos de Pashur, mil e duzen­
eBessenta. tos e quarenta e sete.
15 Os filhos de Binnui, seis centos e 42 Os filhos de Harim, mil e dez e
qaarenta e oito. sete.
16 Os filhos de Bebai, seis centos e 43 Os Levitas: Os filhos de Jesua,
vinte e oito. de Kadmiel, dos filhos de Hodeva,
17 Os filhos de Azgad, dous mil e setenta e quatro.
trezentos e vinte e dous. 44 Os cantores: os filhos de Asaph,
18 Os filhos de Adenikam; seis cen­ cento e quarenta e oito.
tos e sessenta e sete. 45 Os porteiros; os filhos de Sallum,
19 Os filhos de Bigvai, dous mil e os filhos de Ater, os filhos de Talmon,
sessenta e sete. os filhos de Hacub, os filhos de Hattita,
20 Os filhos de Adin, seis centos e os filhos de Sobai: cento e trinta e oito.
cincoenta e cinoo. 46 Os Nethineos: os filhos de Ziha,
21 Os filhos de Ater, de Hizkia, no­ os filhos de Hasupha, os filhos de Tab-
venta e oito. baoth.
92 Os filhos de Hasum, trezentos e 47 Os filhos de Keros, os filhos de
vinte e oito. Sia, os filhos de Padon.
23 Os filhos Besai, trezentos e vinte 48 Os filhos de Lebana, os filhos de
e quatro. Hagaba, os íilhos de Salmai.
24 Os filhos de Hariph, cento e doze. 49 Os filhos de Hanan, os filhos de
25 Os filhos de Gibeon, noventa e Giddel, os filhos de Gahar.
cinco. 50 Os filhos de Reaias, os filhos de
26 Os varões de Bethlehem, e de Resin. os filhos de Nekoda.
Netopha, cento e oitenta e oito. 51 Os filhos de Gazam, os filhos de
27 Os varões de Anathot, cento e Uza, os filhos de Paseah.
vinte e oito. 52 Os filhos de Besai, os filhos de
28 Osvarões de Beth-Azmaveth, qua­ Meunim, os filhos de Nephussim.
renta e dous. 53 Os nlhos de Bakbuk, os filhos de
29 Os varões de Kiriath-Jearim, Ce- Hakupha^ os filhos de Harhur.
püira, e Beeroth, sete centos e quaren­ 54 Os filhos de Baslith, os filhos de
ta e tres. Mehida, os filhos de Harsa.

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498 NÊHÊMtAS, Vltl.
55 Os filhos de Barkos, os filhos de is derão para o thesouro da obia, dm
Sisera, os filhos de Thamah. ouro vinte mil dragmas: e em prata,
56 Os filhos de Nesiah, os filhos de duas mil e duzentas libras.
Hatipha. 72 fro que deu mais do poro, foi em
57 Os filhos dos servos de Salamào: ouro vinte mil dragmas: e em prata
os filhos de Sotai, os filhos de Sophe- duas mil libras: e sessenta e sete ves­
reth, os filhos de Perida. tes Sacerdotais.
58 Os filhos de Jaela, os filhos de 73 E habitârâo os Sacerdotes, e os
Darkon, os filhos de Giddel. Levitas, e os porteiros, e os cantores,
59 Os filhos de Sephatias, os filhos de e alguns do povo, e os Nethineos, e
Hattil, os filhos de Pochereth de Zeba- todoIsrael em suas cidades.
im, os filhos de Amon.
60 Todos os Nethineos, e os filhos dos CAPITULO vm.
servos de Salamão, trezentos e noven-
la e dous. CHEGADO o mez setimo, e es­
61 Tambem estes subíráo de Thel-
Melah, e Thel-harsa) Cherub, Addon,
E tando os filhos de Israel em soas
cidades:
Immer: porem não pudérâo mostrar 2 Todo o povo se ajuntou como hum
a casa de seus pais e sua linhagem, se só varão, na praça diante da porta das
erão de Israel. aguas: e dissérâo a Esra o Escriba,
62 Os filhos de Dalaias. os filhos de que trouxesse o livro da lei de Moyses,
Tobias, os filhos de Nekoda: seis cen­ que J ehov ah mandára a Israel.
tos e quarenta e dous. 3 E Esra o Sacerdote, trouxe a lei
63 E dos Sacerdotes, os filhos de Ha- perante a congregacão, assim dos va­
baias, oe filhos de Kos: os filhos de rões, como das mulheres, e de todos
Barzillai. que tomara mulher das filhas os entendidos para ouvirem: o pri­
de Barzillai, o Gileadita, e chamou-se meiro dia do mez setimo.
de seu nome delias. 4 E leu nelle diante da praça, que
64 Estes buscáráo sua escritura, que­ està diante da porta das aguas, aesda
rendo contar sua geração, porem não se alva até o meio dia^ perante varòes e
achou: pelo que como immundos forão mulheres, e entendidos: e os ouvidos
excluidos do Sacerdocio. de todo povo estavâo ao livro da lei.
65 E Hattirsatha lhes disse, que não 5 E Esra o Escriba estava em pé so­
comessem das cousas sagradas, até bre huma cadeira alta de madeira,
ue se apresentasse o Sacerdote com que fizérâo para aquillo ; e estava em
Sfrim e Thummim. pé junto a eHe, à sua mão direita, Mat-
66 Toda esta congregação junta, foi thithias, e Sema, e Anaias, e Urias, e
quarenta e dous mil e trezentos e ses­ Hilkias, e Maaseias: e &sua m&o es­
senta. querda, Pedaias, e Misael, e Melchi-
67 Excepto seus servos, e suas ser­ as, Hasum e Hasbaddana, Zacharias,
vas, que forão sete mil e trezentos e e Mesullam.
trinta e sete: e tinhão duzentos e qua­ 6 E Esra abrio o livro perante os ol­
renta e cinco cantores e cantoras. hos de todo o povo; porque estava pôr
68 Seus cavallos, sete centos e trinta em cima de todo o povo: e o abrin­
e seis: seus mulos, duzentos e quaren­ do elle, todo o povo se pôz em pé.
ta e cinco. 7 E Esra louvou a J e h o v a h , o gran­
69 Camelos, quatro centos e trinta e de Deos: e todo o povo respondeo,
cinco: asnos, seis mil e sete centos e Amen; Amen! levantando suas m&os,
vinte. e inclinàrão-8e; e adorárão a J ih o -
70 E huma parte dos cabeças dos v a h , com os rostos em terra.
pais derâo para a obra: Hattirsatha 8 E Jesua, e Bani, e Serebias, Jamin,
deu para o tnesouro em ouro, mil dra­ Akkub, Sabbethai, Hodias, Maaseias,
gmas, cincoenta bacias, e quinhentas Kelita, Azarias, Jozabad, Hanan, Pe-
e trinta vestes Sacerdotais. laias, e os Levitas ensinavão ao povo
71 E alguns mais dos cabeças dos pa­ na le i: e o povo estava em seu posto.

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NEHEMIAS, IX. 4M
9 E lérâo no livro, na lei de Deos. o aquelle dia: e houve mui grande ale-
declarando, e explicando o sentido, ta- gira .
zião que lendo, se entendesse. 19 E de dia em dia se leu no livro
10 E Nehemias, (que he Hattirsa- da Lei de Deos, desdo primeiro dia
tha) e o Sacerdote Esra o Escriba, e os até o derradeiro: e celebràrâo a so­
Levitas, que ensinavâo ao povo, disse­ lemnidade da festa sete dias, e ao dia
rão a todo o povo; este dia he consa­ oitavo, o dia da prohibiçâo, segundo o
grado a J kh ov ah vosso Deos, pelo que direito.
náo vos anojeis, nem choreis: porque
todo o povo chorava, ouvindo as pala­
vras d a lei. CAPITULO IX.
11 Disse-lhes mais, ide, comei as AOS vinte e quatro dias deste mez
gorduras, e bebei as doçuras, e enviai
partes aos que se não fez prestes; por­
E se ajuntárâo os filhos de Israel
com jejum e com sacos, e traziâo ter­
que consagrado he este dia a nosso ra soDre si.
Senhor: assim que vos nào entriste­ 2 E a geração de Israel se apartou
çais ; porque a alegria de J e h o v a h he de todos os estranhos: e puzerão-se
vossa força. em pé, e fizerâo confissão de seus pec­
12 E os Levitas fizérâo callar a todo cados, e das iniquidades de seus pais.
o povo, dizendo, callai-vos j que santo 3 Porque, levantando-se em seu pos­
he este d ia : pelo que vos nâo entris­ to, lerâo no livro da Lei de J e h o v a h
teçais. seu Deos huma quarta parte do dia :
13 Entâo todo o pose foi a comer, e a e na outra quarta parte fizerâo confis­
beber, e a enviar partes, e a fazer são, e adorárão a J eh o v a h seu Deos.
grandes alegrias: porque entendérâo 4 E Jesua, e Bani Kadmiel, Seba-
as palavras, que lhes fizérâo saber, nias, Bunni, Serebias, Bani e Chenani
14 E o dia seguinte ajuntârâo-se os se puzérão em pé no lugar alto dos
caòeças dos pais do todo o povo, os Levitas: e clamárào em alta voz a
Sacerdotes, e os Levitas, a Esra o Es­ J eh o v a h seu Deos.
criba : e isto para attentarem para as 5 E os Levitas Jesua, e Kadmiel, Ba­
palavras da Lei. ni, Hasabneias, Serebias, Hodias, Se-
15 E a c hárão escrito na Lei, que J e ­ banias, Pethacnias, dissérão, levantai-
hovah mandára pelo ministério de vos, bemdizei a J ehov ah vosso Deos
Moyses, que os filhos de Israel habi­ de eternidade em eternidade: oraben-
tassem em cabanas, na solemnidade digâo o Nome de tua gloriaque estâ le­
da festa , o setimo mez. vantado sobre toda bendição e louvor.
16 Assim que a publicârâo, e fizerâo 6 Tu es só J e h o v a h , tu nzeste o ceo,
passar pregão por todas suas cidades, o ceo dos ceos, e todo seu exercito, a
e em Jerusalem, dizendo, sahi ao terra e tudo quanto ha nella, os mares
monte, e trazei ramos de oliveiras, e e tudo quanto ha nelles, e os vivificas
ramos de arvores olearias, e ramos de a todos: e o exercito dos ceos te adora.
murtas, e ramos de palmas, e ramos de 7 Tu es J eh o v a h o Deos, que ele­
arvores espessas: para fazer cabanas, geste a Abram, e o tiraste de Ur dos
como estâ escrito. Chaldeos: e lne puzeste por nome,
17 Sahio pois o povo, e os trouxérâo. Abraham.
e fizérâo para si cabanas, cada qual 8 E achaste seu coração fiel perante
em seu terrado, e em seus pateos, e tua face. e fizeste com elle o concerto,
nosjpateos da casa de Deos: e na pra­ que lhe aarias a terra dos Cananeos, dos
ça da porta das aguas, e na praça da HetheoSj dos Amoreos, e dos Phereze-
porta ae Ephraim. os, e dos Jebuseos, e dos Girgaseos, pa­
18 E toda a congregação dos que ra a dares a sua semente: e confirmaste
tomàrâo do cativeiro, fizerâo cabanas, tuas palavras, porquanto es justo.
e habitàrâo em cabanas, porque nun­ 9 Eattentaste para a miséria de nos­
ca fizerâo assim os filhos de Israel^ sos pais em Egypto: e ouviste seu
desdos dias de Jesua, filho de Nun, ate clamor junto ao mar vermelho.

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NEHEMIAS, IX.

10 E déste sinaes e prodígios a Pha­ de sua boca, e agua lhes déste en


raó, e a todos seus servos, e a todo o sua sede.
povo de sua terra; porque soubeste, 21 De tal modo os sustentaste qua­
que soberbamente os tratarão: e assim renta annos no deserto, falta nenhuma
te aquiriste nome, como se vè este dia. tiverâo, seus vestidos se nâo envelhe-
11 E o mar fendeste perante elles, cérào, e seus pés se nào inchârâo.
e passàrâo pelo meio do mar em sec- 22 Tambem lhes déste reinos e po­
co: e a seus perseguidores lançaste vos, e repartiste-os por cantões: assim
nas profundezas, como pedra em agu­ possuirão em herança a terra de Sihon,
as violentas. a saber, a terra do Kei de Hesbon, e a
12 E com columna de nuvem os gui­ terra de Og, Rei de Basan.
aste de dia: e com columna de fogo de 23 E seus filhos multiplicaste como
noite, para os alumiares no caminho, as estrellas do ceo, e trouxeste osá
por onde haviâo de ir. terra, de que tinhas dito a seus pais,
13 E sobre o monte de Sinai descen­ que entrariâo nella, para a possuírem
deste, e fallaste com elles desdos ceos: em herança.
e déste lhes direitos justos, e leis ver­ 24 Assim os filhos entrârâo nella, e
dadeiras, estatutos e mandamentos tomárâo aquella terra em herança, e
bons. abateste perante elles aos moradores
14 E teu santo Sabbado lhes fizeste da terra, os Cananeos, e entregaste os
saber: e preceitos, e estatutos, e Lei em suas mâos: como tambem a seus
lhes mandaste pelo ministério de Moy­ Reis, e aos povos da terra, para faze­
ses teu servo. rem delles â sua vontade.
15 E pâo dos ceos lhes déste em sua 25 E tomárâo cidades fortes e tena
fome, e agua da penha lhes produziste grossa, e possuirão em herança casaa
era sua sede: e disseste-lhes, que en­ cheas de toda fartura, cisternas cava­
trassem a possuir em herança a terra, cadas, vinhas e olivaes, e arvores de
la qual alçaste tua mâo, que lh?a mautimento, em multidão: e come­
vias de dar. rão, e fartáráo-se, e engordarão, e vi-
16 Porem elles e nossos pais se hou- vérâo em delicias, por tua grande bon­
verâo soberbamente: e endurecérâo dade.
seu toutiço, e náo derâo ouvidos a te­ 26 Porem obstinárâo-se, e rebellá-
us mandamentos. râo-se contra ti, e lançarão tua Lei
17 E recusarão ouvir-fe, e nào se lem- tras suas costas, e matàrâo teus Pro­
bràrâo de teusprodigios, que lhes fizes­ phetas, que protestavâo contra elles,
te, e endurecérâo seu toutiço, e em sua para os tornarem a t i : assim fizérâo
rebelliâo levantarão hum cabeça, para grandes abominações.
se tomarem a sua servidão: porem tu, 27 Pelo que os entregaste em as mâ­
ó Deos perdoador, clemente e miseri­ os de seus angustiadores, que os an­
cordioso, longanime e grande em be­ gustiarão : mas no tempo ae sua an­
neficencia, com tudo os nâo desam­ gustia clamando a ti, desdos ceos tu
paraste. ouviste; e segundo tua grande mise­
18 £ até quando fizerão para si be­ ricordia lhes déste libertadores, que
zerro de fundição, e dissérâo, este he os libertarão das mâos de seus angus­
teu Deos, que te tirou de Egypto; e tiadores.
fizérâo-te grande injuria: 28 Porem em tendo repouso, torna-
19 Todavia tu por tua grande mise­ vâo a fazer m a l perante t u a f a c e : e tu
ricordia os náo deixaste no deserto : a os deixavas em as mâos de seus inimi­
columna de nuvem nunca delles se gos, para que dominassem sobre elles;
desviava de dia, para os guiar pelo ca­ e convertendo se elles, e c la m a n d o a
minho ; nem a columna ae fogo de noi­ ti, tu os ouviste desdos ceos, e segun­
te, para os alumiar, e isto pelo camin­ do tua misericordia os a r r a n c a s te em
ho, por onde haviao de ir. muitos tempos.
20 E teu bom Espirito déste; para os 29 E protestaste contra elles, para os
ensinar: e teu Manna nâo desviaste tomares a tua Lei; porem elles se hou-

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n e h e m ia s , x . 501
vérâo soberbamente, e nâo derào ou­
vidos a teus mandamentos, e contra CAPITULO X.
tens direitos, contra elles peccárão, PARA os sobresellos forão: Nehe­
pelos quaes o homem, que os fizer, vi­
vera j e puxárào seu hombro a tras, e
E mias Hattirsatha filho de Hachal-
ias, e Zedekias.
endurecerào seu toutiço, e nào ouvi­ 2 Seraias, Azarias, Jeremias.
rão. 3 Pashur, Amarias, Malchias.
30 Porem, estendeste tua benignida­ 4 Hattus, Se banias, Malluch.
de sobre elles muitos annos, e protes­ 5 Harim, Meremoth, Obadias.
taste contra elles por teu Espirito, pe­ 6 Daniel, Ginnethon, Baruch.
lo ministério de teus Prophetas j po­ 7 Mesullam, Abias, Miamin.
rem náo inclinàrâo os ouvidos: pelo 8 Maazias, Bilgai, Semaias : estes
aue os entregaste nas mâos dos povos forão os Sacerdotes.
das terras. 9 E os Levitas: a saber, Jesua filho
31 Mas por tua grande misericordia de Azanias. Binnui dos filhos de He-
os náo destruíste, nem desamparaste: nadad, Kaamiel.
porque Deos clemente e misericordio­ 10 E seus irmãos: Sebanias, Hodi-
so es. as, Kelita, Pelaias, Hanan.
32 Agora pois Deos nosso, 6 Deos 11 Micha, Rehob, Hasabias.
grande, poderoso e terrível, que guar­ 12 Zacchur,Serebias, Sebanias.
das o conc erto e beneficencia, nào te­ 13 Hodias, Bani, Beninu.
nhas em pouc a contá todo o trabalho, 14 Os cabeças do povo: Pareos, Pa-
que nos alcançou a nós, a nossos Reis, a hat-Moab, Elam, Zatthu, Bani.
nossos Principes, e a nossos Sacerdo- 15 Bunni, Asgad, Bebai.
tea, e a nossos Prophetas, e a nossos 16 Adoniás; Bigvai, Adin.
país* e a todo teu povo: desdos dias 17 Ater, Hiskias, Azur.
aos Reis de Assur, até o dia de hoje. 18 Hodias, Hasum, Besai.
33 Porem tu es justo em tudo quan­ 19 Hariph, Anathoth, Nebai.
to nos sobreveio: porque tu fielmente 20 Magpias, Mesullam, Hezir.
te ouveste, e nós impiamente nos ou- 21 Mezezabeel, Zadok, Jaddua.
vemos. 22 Pelatias. Hanan, Anaias.
34 £ nossos Reis, nossos Principes, 23 Hoseas, Hananias, Hassub.
nossos Sacerdotes, e nossos pais nâo 24 Hallohes, Pilha, Sobek.
effeituáráo tua Lei: e nâo dérâo ouvi­ 25 Rehúm, Hasabna, Maaseias.
dos a teus mandamentos, e a teus tes- 26 E Ahias, Hanan, Anan.
timunhos, que protestaste contra el­ 27 Malluch, Harim, Baana.
les. 28 E o demais do povo, os Sacerdo­
35 Porque elles nem em seu reino, tes, os Levitas, os porteiros, os canto­
nem na multidão de teus bens, que res, os Nethineos, e todos os que se
lhes déste, nem na terra espaciosa e apartârâo dos povos das terras para a
grossa, que lhes abrias, te servirão: Lei de Deos, suas mulheres, seusfilhos,
nem se convertérâo de suas más obras. e suas filhas; todo sabio e entendido?
36 Eis que hoje somos servos: e até 29 Firmemente se apegárâo a seus
a terra, que deras a nossos pais, para irmãos os mais nobres d^entre elles, e
comer seu fruto e seu bem, eis que vierão ao anathema e ao juramento, de
naquella somos servos. ue andarião na Lei de Deos, que foi
37 E muhiplica sua renda para os ada pelo ministério de Moyses, servo
Reis, que puzeste sobre nòs, por nossos de Deos: e de que guardaríâo e fariâo
peccados: e à sua vontade dominâo todos os mandamentos d e J e h o v a h ,
sobre nossos corpos, e sobre nossas bes­ nosso Senhor, e seus direitos, e sens
tas ; e estamos em grande angustia. estatutos:
38 E com tudo isto fizemos huma 30 E que nâo dariamos nossas filhas
firme aliança, e a escrevémos: e nos­ aos povos da terra: nem suas filhas
sos Principes, nossos Levitas, e nossos tomaríamos para nossos filhos.
Sacerdotes a sobreselláráo. 31 E que trazendo os povos da terra

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502 NEHEMIAS, XI.
em dia de Sabbado a vender algumas Sacerdotes que ministrão, e os portei*
fazendas, e qualquer grão, n&o a to­ ros, e os cantores: e que assim não de­
maríamos delles em Sabbado, ou em sampararíamos a casa de nosso Deos.
dia santo: e livre deixaríamos o anno
setimo, e toda e qualquer cobrança. CAPITULO XI.
32 Tambem nos puzemos preceitos,
impondo nos ao anno a terça parte de OS Maioraes do povo habitàrâo
hum siclo: para o ministério da casa
de nosso Deos:
E em Jerusalem: porem os de mais
do povo lançarão sortes, para tirarem
33 Para os paens da proposição, e hum de dez, que habitasse na santa
para a continua offerta de manjares, e cidade de Jerusalem, e as nove partes
para o continuo holocausto dos Sabba­ em as outras cidades.
dos, das Luas novas, para as festas so- 2 E o povo bemdisse a todos os va­
lennes, e para as cousas sagradas, e rões, que voluntariamente se offere-
para os sacrifícios pelo peccado, para cião a habitarem em Jerusalem.
reconciliar a Israel: e para toda a obra 3 E estes são os cabeças da provin­
da casa de nosso Deos. cia, que habitàrâo em Jerusalem: (po­
34 Tambem lançámos as sortes en­ rem nas cidades de Judá, habitou cada
tre os Sacerdotes, Levitas, e o povo, uai em sua possessão, em suaB cida-
ácerca da offerta da lenha, que se ha­ es, Israel, os Sacerdotes, e os Levitas,
via de trazer à casa de nosso Deos, se­ e os Nethineos, e os filhos dos servos
gundo as casas de nossos pais, a tem­ de Salamão.
pos determinados, de anno em anno: 4 Habitàrâo pois em Jerusalem d-
para queimar se sobre o altar de J e ­
h o v a h nosso Deos, como está escrito f uns dos íilhos de Judá. e dos filta
e Benjamin: dos filhos de Judá, Aüi-
na Lei. aias filho de Uzias, filho de Zacharias,
35 Que tambem traríamos as primei­ filho de Amarias, filho de Sephatias,
ras novidades de nossa terra, e todos filho de Mahalaleel, dos filhos de Pe­
os primeiros frutos de toda arvore, de res.
anno em anno, à casa de J e h o v a h . 5 E Maaseias filho de Baruch, filho
36 E os primogênitos de nossos íilhos, de Col Hose, filho de Hazaias, filho de
o de nossas bestas, como esta escrito na Adaiasj filho de Joiarib, filho de Zach­
Lei: e que os primogênitos de nossas arias, filho de Süoni.
vacas e de nossas ovelhas traríamos a 6 Todos os filhos de Peres, que habi-
casa de nosso Deos, aos Sacerdotes, tárão era Jerusalem, forão quatro ceu-
que ministrão na casa de nosso Deos. tos e sessenta e oito valentes varòes.
37 E que as prímicias de nossa mas­ 7 E estes são os filhos de Benjamin:
sa, e nossas offertas alçadiças, e o fru­ Sallu filho de Mesullam, filho de Joed,
to de toda arvore, mosto e azeite tra­ filho de Pedaias, filho de Kolaias, filho
ríamos aos Sacerdotes, ás camaras da de Maaseias, filho de Ithiel, filho de
casa de nosso Deos, e os dizimos de Jesaias.
nossa terra aos Levitas: e que os Le­ 8 E apos elle, Gabbai, Sallai: nove
vitas pagarião os dizimos em todas as centos e vinte e oito.
cidades de nossa lavoura. 9 E Joel, filho de Zichri, Superinten­
38 E que hum Sacerdote, filho de dente sobre elles: e Judá, filho de Se-
Aaron, estaria com os Levitas, quando nua, segundo sobre a cidade,
os Levitas recebessem os dizimos: e 10 Dos Sacerdotes: Jedaías, filho de
ue os Levitas trariào os dizimos dos Joiarib, Jachin.
izimos a casa de nosso Deos, às ca­ 11 Seraias filho de Hilkias, filho de
maras da casa do thesouro. Mesullam, filho de Zadok, filho de
39 Porque a aquellas camaras os filhos Meraioth, filho de Ahitub, Guia da
de Israel, e os filhos de Levi, devem casa de Deos.
trazer onertas alçadiças de grão, de 12 E seus irmãos, que fazião a obra
mosto e azeite ) porquanto ali estão os na casa, oito centos e vinte e dous: e
vasos do Santuario, como tambem os Ada ias filho de Jeroham, filho de Pela-

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NEHEMIAS, XII. 503
lias, filho de Amsi, filho de Zacha­ 26 E em Jesua, e em Mol&da, e em
rias filho de Pashur, filho de Mal­ Peth Pelet.
chias. 27 E em Hasar Suai, e em Berseba,
13 E seus irmàos, cabeças dos pais, e nos lugares de sua jurdiçâo.
duzentos e quarenta e dous: e Amas­ 28 E em Ziklag, e em Mechona, e
sai filho de Azareel, filho de Mesille- nos lugares de sua jurdiçâo. f
moth, filho de Immer. 29 E em En-Rimmon, e em Zora, e
14 E seus irmàos, Herões valentes, em Jarmuth.
c ento t vinte e oito: e Superintenden­ 30 Zanoah, Adullam, e suas aldeas;
te sobre elles, Zabdiel, filho de Gedo- Lachis, e suas terras; Azaka, e os lu-
lim. ares de sua jurdiçâo: e alojarão se
15 E dos Levitas: Semaias filho de t esde Berseba até o valle de Hinnom.
Hassub, filho de Azrikam, filho de Ha­ 31 E os filhos de Benjamin, de Geba
sabias, filho de Buni. habitarão em Michmas, e Aia, e Be­
16 E Sabbethai, e Jozabad, dos ca­ thel, e kigares de sua iurdiçào.
beças dos Levitas, presidiào sobre a 32 E em Anathoth, Nob? Anania.
obra de fora da casa de Deos. 33 Hasor. Rama, Gitthaim.
17 E Matthanias filho de Micha, filho 34 Hadia, Zeboira, Neballat.
de Zabdi, filhode Asaph, o cabeça, qne 35 Lod, e Ono, no valle dos artifi-
começava o fazimento de graças na ces.
oração, e Bakbúkias o segundo de seus 36 E alguns dos Levitas dos repar­
irm&os: entào Abda filho de Sammua, timentos de Judá e de Benjamin.
filho de Galai, filho de Jeduthun.
18 Todos os Levitas na santa cidade, CAPITULO XII.
forâo duzentos e oitenta e quatro.
19 E os porteiros, Akkub, Talmon, STES sâo os Sacerdotes e Levitas,
com seus irmàos, os guardas das por­
tas: cento e setenta e dous.
E que subirão com Zerubabel filho
de Sealthiel, e com Jesua: Seraias,
20 E o de mais de Israel, dos Sacer­ Jeremias, Ezra.
dotes e Levitas, esteve em todas as 2 Amarias, Malluch, Hattus.
cidades de Judá, cada qual em sua 3 Sechanias, Rehum, Meremoth.
herdade. 4 Iddo, Ginnethoi, Abias.
21 E os Nethineos habitârâo em 5 Miamin, Maadias, Bilea.
Ophel; e Ziha e Gispa presidiào sobre 6 Semaias, e Joiarib, Jedaias.
os Nethineos. 7 Sallu, Amok, Hilkias, Jedaias: es­
22 E o Superintendente dos Levitas tes forão os cabeças dos Sacerdotes e
em Jerusalem^ foi Uzzi filho de Bani, seus irmàos, em os dias de Jesua.
filho de Hasabias, filho de Matthanias, 8 E forão os Levitas: Jesua, Binnui,
filho de Micha: dos filhos de Asaph Kadmiel, Serebias, Judá, Matthanias:
os cantores, em fronte da obra da ca­ este e seus irmàos presidiào sobre os
sa de Deos. fazimentos de graças.
23 Porque havia mandado do Rei 9 E Bakbúkias, e Uni, seus irmàos,
ácerca delles: a saber, huma certa em fronte delle, nas guardas.
renda para os cantores, cada qual em 10 E Jesua gerou a Joiakim: e Joia­
seu dia. kim gerou a Eliasib, e Eliasib gerou
24 E Petahias, filho de Mesezabeel, a Joiada.
dos filhos de Zerah, filho de Judá, era 11 E Joiada gerou a Jonathan: e
a a mào do Rei, em todo negocio do Jonathan gerou a Jaddua.
povo. 12 E nos dias de Joiakim forão Sa­
25 E nas aldeas em suas terras cd- cerdotes cabeças dos pais: de Seraias,
guns dos filhos de Judá habitârâo em Meraias ; de Jeremias, Hananias.
Kiriath-Arba, e nos lugares de sua 13 De Esra, Mesullam; de Amarias,
jurdiçâo; e em Dibon, e nos lugares Johanan.
de sua jurdiçâo; e em Jekabseel, e 14 De Melichu, Jonathan*, de Seba*»
em suas aldeas, nias, Joseph.

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504 NEHEMIAS, Xn.
15 De Harim, Adna; de Meraioth, Judá sobre o muro: e ordenei doos
Helkai. grandes coros e procissões, hum à m&o
16 De Iddo, Zacharias; de Ginne- direita sobre o muro da banda da porta
tbon, Mesullam. do monturo.
17 De Abias, Zichri: de Minjamin 32 E apos elles hia Hosaias, e a me­
e^ie Moadias, Piltai. tade dos Principes de Judá.
18 De Bilga, Sammua; de Semaias, 33 E Azarias, Esra, e Mesullam.
Jonathan. 34 Judá, e Benjamin, e Semaias, e
19 E de Joiarib, Matthenai; de Je- Jeremias.
daias, Ezzi. 35 E dos filhos dos Sacerdotes, com
20 De Sallai; Kallai: de Amok, Ebèr. trombetas. Zacharias filho de Jona­
21 De Hilkias, Hasabias; de Jedai- than, o filno de Semaias, filho de Mat­
as, Nethanael. thanias, filho de Michaias, filho de
22 Dos levitas, forão em dias de Zacchur, filho de Asaph.
Eliasib, por cabeças de pais escritos, 36 E seus irm&os, Semaia^ e Aza-
Joiada, e Johanan, e Jaddua: como reel, Milalai, Gilalai, Maai, Netha-
tambem os Sacerdotes, até o reinado naeí, e Judá, e Hanani, com os instru­
de Dario o Persiano. mentos músicos de David, var&o de
23 Os íilhos de Levi por Cabeças de Deos: e Esra o Escriba Aia diante
pais escritos no livro das Chronicas: delles.
até os dias de Johanan filho de Eliasib. 37 Indo assim para a porta da fonte,
24 Forão pois os cabeças dos Levi­ e em fronte delles, subír&o as escadas
tas, Hasabias, Serabias, e Jesua filho da cidade de David pela subida
de Kadmiel, e seus irm&os em fronte muro: desde cima da casa de David,
delles, para louvarem, e darem graças, até à porta das aguas, da banda do
segundo o mandado de David, varâo Oriente.
de Deos: guarda contra guarda. 38 E o coro sfegundo hia de fronte,
25 Matthanias, e Bakbukias, Obadi­ e eu apos elle: e a metade do povo
as, Mesullam, Talmon, e Akkub, erão hia sobre o muro, desda torre dos for­
porteiros, que faziâo a guarda a as nos, até a muralha larga.
thesourarias d^s portas. 39 E desda porta de Ephraim, e pa­
26 Estes forão em os dias de Joiakim ra a porta do Peixe, e a torre de H»-
filho de Jesua, o filho de Josadak: naneel, e a torre de Mea, até â porta
como tambem nos dias de Nehemias do Gado: e p&ràr&oa a porta da prisáo.
o Governador, e do Sacerdote Esra o 40 Entáo ambos os coros parárâo na
Escriba. casa de Deos: como tapibem eu, e a
27 E na dedicação dos muros de metade dos Magistrados comigo.
Jerusalem buscârâo aos Levitas de 41 E os Sacerdotes Eliakim, Maa­
todos seus lugares; para os trazerem: seias, Minjamin, Michaias, Eíioenai/
afim de fazerem a dedicação com ale­ Zacharias, e Hananias, com trombetas.
grias, e com fazimentos ae graças, e 42 Como tambem Maaseias, e Se­
com canto, psalteiros, alaúdes, e com maias, e Eleazar, e Uzzi, e Johanan,
harpas. e Malchias, e Elam, e Ezer: e faziâo
28 E assim ajuntárâo aos filhos dos se ouvir os cantores, juntamente com
cantores: assim da campina do redor Izrahias o Superintendente.
de Jerusalem, como das aldeas de 43 E sacrificárâo no mesmo dia gran­
Netophati. des sacrifícios, e alegrárão-se; porqoe
29 Como tambem da casa de Gilgal, Deos os alegràra oom grande alegria ;
e dos campos de Gibea. e Azmaveth: e até as mulheres e os m e n in o s w
porque os cantores se edificárâo aldeas alegrár&o, cjue a alegria de Jerusalem
do redor de Jerusalem. se ouvio ate de longe.,
30 E purificàrâo-se os Sacerdotes e 44 Tambem no mesmo dia se orde-
os Levitas: entào purificárâo ao povo, nàr&o varòes sobre as camaras. para
e as portas, e ao muro. os thesouros, para as offertas alçadi*
31 Entfto fiz subir aos Príncipes de ças, para as prímicias, e para os dfci-

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NEHEMIAS, Xm. 605
moe, para ajuntarem nellaa das terras a cabo de alguns dias, tom ei a alcan­
das c idades as partes da Lei para os çar licença do Rei.
Sacerdotes e para os Levitas: porque 7 E vim a Jerusalem, e entendi o
Judá estava alegre por causa aos Sa­ mal, qtíe Eliasib fizera para Tobias,
cerdotes, e dos Levitas, que assistiáo fazenuo-lhe huma camara nos patios
ali. da casa de Deos.
45 E faziâo a guarda de seu Deos, 8 0 que muito me desagradou: pe­
e a guarda da purificação; como tam­ lo que lançei todas as alfaias da casa
bem 06 cantores e porteiros: confor­ de Tobias fora da camara.
me ao mandado de David, e de seu 9 E mandando o en pnrificàrâo as
filho Salamão. camalras: e tornei a trazer ali os vasos
46 Porque já em dias de David e da casa de Deos, com as offertas de
Asaph, desda antiguidade, havia ca­ manjares, e o incenso.
beças dos cantores, e dos cânticos de 10 Tambem entendi, que a parte
louvores, e dos fazimentos de graças, dos Levitas se lhes nâo dava: de ma­
a Deos. neira que os Levitas e os cantores, que
47 Pelo que todo Israel ja em dias faziâo a obra, se acolhéirâo cada qual
de Zorobabel, e em dias de Nehemias, à sua terra.
dava as partes dos cantores e dos por­ 11 Entâo pelejei com os Magistra­
teiros a cada qual em seu d ia: e san­ dos, e disse, porque se desamparou a
tificavâo aos Levitas, e os Levitas san- casa de Deos? porem eu os ajuntei,
tificav&o aos filhos de Aaron. e os restaurei em seu posto.
12 Entâo todo Judá trouxe os dizi­
c a p i t u l o xm . mos do grâo, e do mosto, e do azeitea
os celleiros.
AQUELLE dia se leo no livro 13 E por the8oureiros puz sobre os
N de Moyses, perante os ouvidos celleiros a Selemias o Sacerdote, e a
do povo: e achou Be escrito nelle, que Zadok o escrivão, e a Pedaias d’entre
Ammonitas e Moabitas eternafriente os Levitas; e à sua mâo Hanan filho
nâo entrassem na congregação de de Zacchur, o filho de Matthanias:
Deos. porauanto por fieis os tinhão: e assim
2 Porquanto não sahirâo ao encontro se lhes encarregou a elles a aestribui-
aos filhos de Israel, com pâo e agua: çâo para seus irmãos.
antes alugarão contra elles a Bileam 14 Poristo, Deos meu, te lembra de
para o amaldiçoar, ainda que nosso m im : e nâo risques minhas benefi-
Deos converteo a maldição em ben- cencias, que eu fiz à casa de meu
diçâo. Deos, e a suas guardas.
3 Succedeo pois que, ouvindo elles 15 Naquelles dias vi em Judá aos
esta Lei, apartàrâo toda mistura de que pisavâo lagares em Sabbado, e
Israel. traziâo feixes, que carregavâo sobre
4 E d’antes Eliasib Sacerdote, que asnos; como tambem vinho, uvas, e
presidia sobre a camara da casa de figos, e todas as dc mais cargas, que
nosso Deos, se tinha aparentado com traziâo a Jerusalem em dia de Sab­
Tobias. bado: e protestei contra elles o dia
5 E fizera lhe huma camara grande, que vendiâo mantimentos.
aonde d’antes se mettiâo as offertas de 16 Tambem Tirios habitavâo den­
manjares, o incenso, e os vasos, e os tro, que traziâo peixe, e toda merca­
dizimos de grâo, de mosto, e de aze­ doria, que em Sabbado vendiâo aos
ite, que se ordenàrâo para os Levitas, filhos de Judá, e em Jerusalem.
e cantores, e porteiros: como tambem 17 Assim que peleiei com os no­
a offerta alçadiça para os Sacerdotes. bres de Judá: e disse-lhes que mal he
6 Porem a tudo isto nâo estava eu este que fazeis, e profanais ao dia do
em Jerusalem: porque aos trinta e Sabbado ?
dous annos de Artasasta, Rei de Ba­ 18 Porventura nâo fizerão vossos pft-
bylonia, vim en a ter com o R ei; mas is assim, e nosso Deos trouxe todo este

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506 ESTH ER, I.
mal sobre nos a sobre e6ta cidade ? 25 Assim que pelejei com elles, e os
e vósoutros ainda mais acrecentais o amaldiçoei, e espanqueei a alguns va­
ardor de sua ira sobre Israel, profa­ rões delles^ e lhes arranquei os cabel-
nando o Sabbado. los: e os nz jurar por Deos dizendo,
19 Succedeo pois que, dando as por­ que náo dareis mais vossas filhas a se*
tas de Jerusalem jâ sombra aijtes do us filhos, e que nâo mais tomareis de
Sabbado, o mandando eu, as portasse suas filhas «tempara vossos filhos, nem
fecharão; e mandei que as não abris­ para vos.
sem até náo passar o Sabbado: e puz 26 Porventura nâo peccou nisto Sa­
a as portas tf/giítts de meus moços: pa­ lamão Rei de Israel? não havendo
ra que carga nenhuma entrasse em entre muitas gentes Rei semelhante a
dia de Sabbado. elle, e sendo amado de Deos. e pondo
20 Então os bofaiinheiros, e os ven­ o Deos por Rei sobre todo Israel: e
dedores de toda mercadoria passàrâo com tudo as mulheres estranhas o fize­
a noite fora de Jerusalem, huma ou rão peccar.
duas vezes. 26 E dar-vos hiamos nos ouvidos,
21 Assim que protestei contra elles, para fazer todo estie mal tão grande,
e lhes disse, porque passais a noite em prevaricando contra nosso Deos, ca­
fronte do muro í se outra vez o fizer­ sando com mulheres estranhas?
des, hei de pôr a mão em vosoutroé: 28 Tambem hum dos filhos de Joia­
desaaquelle tempo nâo viérão em Sab­ da, filho de Eliasib o summo pontífice,
bado. era genro de Saneballat o Horonita:
22 Tambem disse aos Levitas, que pelo que o affugentei de mim.
' 6e purificassem e viessem guardar as 29 Lembra-te delles, Deos meu: pois
portas, para santificar o Sabbado: nis­ contaminàrâo o Sacerdocio, como tam­
to tambem, Deos meu, te lembra de bem a aliança do Sacerdocio e dos Le­
mim: e perdoa me segundo a multi­ vitas.
dão ae tua benignidade. 30 Assim os alimpei de todo estranho
23 Vi tambem naauellas dias Jude­ e ordenei as guardas dos Sacerdotes, e
os, que tinhão casaao com mulheres dos Levitas cada qual^em sua obra.
Asdodioas, Ammonitas, e Moabitas. 31 Como tambem para com as offer­
24 E seus filhos a metade fallavão tas da lenha em tempos determina­
Asdodico, e nào podião fallar Judaico: dos. e para com as primicias: lembra
senâo segundo a lingoa de cada poyo. te ae mim, Deos meu, para bem.

0 LIVRO E S T H E R.

de seu reino, e o esplandor do ornato


CAPITULO I. de sua grandeza: por muitos dias a
SUCCEDEO em dias de Ahasue­ saber, cento e oitenta dias.
E ro, (este he o Ahasuero, que rei­
nou desda índia até Ethiopia, sobre
5 E acabados aquelles dias, fez o
Rei hum convite a todo o povo, que sc
cento e vinte e sete províncias:) achou na,fortaleza de Susanj desdo
2 Em aquelles dias, assentando-se o maiór até o menór> pór sete dias: no
Rei Ahasuero sobre o throno de seu pateo do jardim do palacio Real.
reino, que estâ na fortaleza de §usan: 6 A s tapeçarias eráo de brancó, ver­
3 No anno terceiro de seu reinado, de, e azul celeste, pendentes de cor­
que fez hum convite a todos seus Prin­ dões de linho fino e purpura, e argolas
cipes, e a seus servos: o poder de Per­ de prata, e colunnas de mármore: os
sia e Media, e os Maioraes Senhores leitos de ouro e prata, em campo de
das provir cias, estavâo perante elle. porphyro, e de mármore, e de alabas-
4 Para mostrar as riquezas da gloria trOj e de pedras preciosas.

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ESTHER, II. 507
7 £ dava se de beber em vasos de a Rainha Vasthi perante seu acata­
ouro, e os vasos erão differentes huns mento ; porem ella n&o veio.
doe outros; e havia muito vinho Real, 18 Tam neste mesmo dia as Prince-
segundo a faculdade do Hei. zas de Persia e de Media dirão o mes­
8 E o beber era por lei, que ningem mo a todos os Principes d’el Rei, ou­
forçasse a outrem: porque assim o vindo o feito da Rainha: e assim have­
mandára o Rei expressamente a todos rá assaz de desprezo e indignação.
os grandes de sua casa, que fizessem 19 Se bem parecer a el Rei, saia de
conforme â vontade de cada hum. sua parte hum mandado Real, e escre­
d Tambem a Rainha Vasthi fez hum va se nas leis dos Persas e dos Medos,
convite a as mulheres, na casa Real, e não se quebrante: a saber que Vas­
que tinha o Rei Ahasuero. thi mais não entre perante o acata­
10 E ao setimo dia, estando jà o co­ mento d’el Rei Ahasuero, e el Rei
ração "do Rei alegre ao vinho, mandou dê seu reino delia a sua companheira,
a Mehuman, Biztha, Harbona, Bigtha, que melhor que ella he.
e Abagtha, Zethar, e a Carchas, <jue 20 E ouvinao-se o mandado, que el
erão 06 sete Eunuchos, que servião Rei mandar em todo seü reino; (ainda
perante o acatamendo do Rei Ahas­ ue he grande:) todas as mulheres
uero : arão honra a seus maridos, desda
11 Que trouxessem a Vasthi a Rai­ maior até o menor.
nha, com a coroa Real, perante o aca­ 21 E pareceo esta palavra bem em
tamento do R ei: jpara mostrar aos po­ olhos do Rei e dos Principes: e fez o
ros e aos Principes sua formosura, Rei conforme á palavra de M emuchan.
porque era formosa de vista. 22 Então enviou cartas a todas as
12 Porem a Rainha Vasthi recusou provincias do Rei, a cada provincia
de vir ao mandado do Rei por mâo dos segundo suá escritura, e a cada povo
Eunuchos: pelo que o Rei jnuito se en- segundo sua lingoa: que cada varão
fureceOj e sua ira se encendeo nelle. fosse Senhor em sua casa, e fallasse
13 Ent&o disse o Rei aos Sabios, que conforme á lingoa de seu povo.
enlendião dos tempos: (poraue assim
se devião tratar osnegocios ao Rei em CAPITULO II.
presença de todos os que sabião lei e
o direito:
14 E os mais chagados a elle erão
Carsena, Çethar, Admatha, Tharsis,
P ASSADAS estas cousas, e apazi­
guado já o furor do Rei Ahasuero,
lembrou-se de Vasthi, e do que fizera,
Meres, Maraena, Memuchan, os sete e do que se concluíra sobre ella.
Principes dos Persas, e dos Medos, 2 Ent&o disserão os mancebos do Rei.
que n á o a face do Rei, e se assenta- que lhe servião: busquem se para el
vào os primeiros no reino Rei moças donzellas, formosas de vista.
15 Que segundo a lei se devia fazer 3 E el Rei ponha Commissarios em
da Rainha Vasthi, porquanto n&o fize­ todas as provincias de seu reino, que
ra o mandado do Kei Ahasuero, por ajuntem a todas as moças donzellas,
mão dos Eunuchos ? formosas de vista, na fortaleza de Su-
16 Entâo disse Memuchan em pre­ san, na casa das mulheres, debaixo da
sença do Rei e dos Principes; n&o só- máo de Hege, Eunuchod7el Rei, guar­
mente peccou contra el Rei a Rainha da das mulheres: e dem se lhes seus
Vasthi, porem tambem contra todos os enfeites.
Principes, e contra todos os povos, que 4 E a moça que parecer bem em
ha em todas as provincias d’el Rei olhos d’el Rei, reine em lugar de
Ahasuero. Vasthi: e isto pareceo bem cm olhos
17 Porque a noticia deste feito da do Rei, e fez assim.
Rainha sahirá a todas as mulheres, de 5 Havia entãó hum varão Judeo na
modo que desprezar&o a seus maridos fortalefea de Susan, cujo nome era
em seus olhos quando se disseT, man­ Mordechai, filho de Jair, filho de Si­
dou el Rei Ahasuero, que trou*e»sem mei, filho de Ki?, varão de Jemini.

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ftOS ESTHER, III.
6 Que fora transportado de Jerusa­ (que a tomára por sua filha,) para ir
lem, com os transportados, que forão ao Rei, cousa nenhuma pedio, senâo o
transportados com Jechonias Rei de que disse Hegai, Eunucho do Rei,
Judá: ao cjual transportâra Nebucad­ guarda das mulheres: e alcançava
nezar, Rei de Babylonia. Esther graça em olhos de todos quan­
7 E este he o óue criàra a Hadassa, tos avião.
(que he Esther nlha de seu tioj) por­ 16 Assim Esther foi levada ao Rei
que nào tinha pai nem mãi: e era Ahasuero, a sua casa Real, no mez de­
moça bella de parecer, e formosa de cimo, que he o mez de Tebeth: no
vista; e morrendo seu pai e sua mãi, anno setimo de seu reinado.
Mordechai a tomára por sua filha, 17 E o Rei amou a Esther mais qne
8 Succedeo pois que, divulgando-se a todas as mulheres, e alcançou pe­
o mandado do Rei e sua lei, e ajuntan­ rante elle graça e benevolencia mais
do-se muitas moças na fortaleza de que todas as aonzellas: e pôz a coroa
Susan Rebaixo da m&o de Hegai, tam­ Real em sua cabeça, e a fez Rainha,
bem levarão a Esther à casa do Rei, em lugar de Vasthi.
debaixo da m&o de Hegai, guarda das 18 Então o Rei fez hum grande con­
mulheres. vite a todos seus Principes e a seus
9 E a moça pareceo formosa em seus servos, que era o convite de Esther:
olhos, e alcançou graça perante elle ; e deu repouso a as províncias, e fez
pelo que se apresurou com seus enfei­ presentès segundo a faculdade do Rei.
tes, e com suas partes lhe dar, como 19 E ajuntando-se segunda vez as
tambem a sete moças de respeito da donzellas, Mordechai estava assenti­
casa do Rei lhe dar : e a passou com do a a porta do Rei.
suas moças ao melhor da casa das 20 Esther porem não declarâra na
mulheres. parentela e seu povo, como Morde­
10 Esther porem n&o declarou seu chai lhe mandára: porque Esther fa­
povo e sua parentela: porque Morde­ zia o mandado de Mordechai, como
chai lhe mandára, que o não decla­ quando a criàra.
rasse. 21 Naquelles dia&assentando-se Mor­
11 E passeava Mordechai cada dia dechai à porta do Rei, dous Eunuchos
diante ao pateo da casa das mulheres: do Rei^dos guardas da porta, Bigthan
para informar-se de como Esther pas­ e Theres, grandemente se inaignaràOj
sava, e do que lhe succederia. e procuràrão pôr as mãos em o Rei
12 E chegandoj á a vez de cada mo­ Ahasuero. •
ça, para vir ao Kei Ahasuero, desde 22 E foi isto entendido de Morde­
ue se houvesse usado com ella segun- chai, e elle o fez saber a a Rainha Es­
o a lei das mulheres, por doze mezes; ther : e Esther o disse ao Rei, em no­
(porque assim se cumpri&o os dias de me de Mordechai.
seus enfeites:) seis mezes com oleo de 23 E inquirida a causa, assim se
mirra, e seis mezes com especiárias, achou, e ambos forão enforçados em
e outros enfeites de mulheres. huma força: e foi escrito nas Chroni­
13 De modo que assim a moça vinha cas perante o Rei.
ao R ei: tudo quanto dizia, se lhe da­
va, para ir-se com aquillo da casadas
mulneres a casa do Kei. CAPITULO III.
14 A a tarde entrava, e pela manhã EPOIS destas cousas o Rei Ahas­
se tomava à segunda casa das mulhe­
res, debaixo da mào de Saasgaz? Eu-
D uero engrandeceo a Haman filho
de Hammedatha Agagita, e o exalçou:
nucho do Rei, guarda das concubinas: e pôz sua cadeira a riba de todos os
n&o tomava mais ao Rei. salvo se o Principes, que estavâo com elle.
Rei a desejasse, e fosse cnamada por 2 E todos os servos do Rei. que es-
nome. tavào à porta do Rei, se in c lin a vâo e
15 Chegando pois a vez de Esther, postravào perante Haman; porque as­
filha de Abigail, tio de Mordechai, sim o Rei mandára ácerca aelle; po

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ESTHER, IV. 509
rem Mordechai náo se inclinava, nem cia segundo sua escritura, e a cada
se postrava. povo segundo sua lingoa: em nome
3 Entáo os servos do Rei, que esta- do Rei Ahasuero se escreveo, e com
\ v à o á porta do Rei, disserão a Morde­ o anel do Rei se sellou.
chai : porque traspassas o mandado 13 E as cartas se enviârâo por mâo
d’e lR e i? dos correios a todas as provincias do
4 Succedeo pois que dizendo-lhe Rei, que destruíssem, matassem, e lan­
elles isto de dia em dia, e nâo lhes çassem a perder a todos os Judeos des-
dando elle ouvidos, o fizerâo saber a ao moço até o velho, crianças e mulhe­
Haman, para verem, se as palavras de res, em hum dia, aos treze do mez do­
Mordechai subsistirão; porque elle zeno, (que he o mez de Adar:) e que
lhes tinha declarado, que era Judeo. saqueassem seu despojo.
5 Vendo pois Haman, queMordechai 14 A sustancia do escrito era, que
se n&o inclinava nem se postrava a se denunciasse huma lei em todas as
elle: Haman se encheo de furor. provincias em publico a todos os po­
6 Porem em seus olhos em pouco te­ vos : que estivessem apercebidos para
ve de pôr as mâos só em Mordechai; aquelle dia.
(porque lhe haviâo declarado o povo 15 Assim os correios, impellidos pe­
de M ordechai:) mas Haman procurou la palavra do Rei, sahirão, e a lei se
destruir a todos os Judeos, que havia denunciou na fortaleza de Susan: e o
em todo o reino de Ahasuero, ao povo Rei e Haman se assentàrâo a beber;
de Mordechai. porem a cidade de Susan estava con­
7 No mez primeiro (que he o mez fusa.
de Nisan,) aos doze annos do Rei CAPITULO IV.
Ahasuero, se deitou Pur, isto he sorte,
perante Haman, de dia eta dia, e de TTINTENDENDO pois Mordechai tu-
mez em mez. até o mez dozeno, que JLj do quanto havia passado, rasgou
he o mez de Adar. Mordechai seus vestiuos, e vestio-se
8 Porque Haman disséra ao Rei Ahas­ de hum saco com cinza : e sahio-se
uero, ha hum povo espargido e diviso pelo meio da cidade, e clamou com
entre os povos em todas as provincias grande e amargo clamor.
de teu reino, cujas leis sâo differentes 2 E chegou até diante da porta do
dai leis de todos os povos, e tam pouco Rei: porque ninguém vestido de saco
fazem as leis cPel Rei; pelo que n&o podia entrar pelas portas do Rei.
convem a el Rei de os deixar ficar. 3 E em toda e cada provincia e lugar,
9 Se bem parecer a el Rei, escreva aonde a palavra do Rei, e sua lei cne-
se que os matem: e eu dez mil talen­ Çâva, havia entre os Judeos grande no­
tos de prata porei em mâos dos que jo, com jejum, e choro, e lamentação :
fizerem a obra. para que se mettâo e muitos jaziào em sacos e em cinza.
nos thesouros d*el Rei. 4 Entào vierão as donzellas de Es-
10 Entâo o Rei tirou seu anel de sua ther, e seus Eunuchos, e fizerâo-lh,o
m âo: e o deu a Haman, filho de Ham- saber, do que a Rainha muito se deo:
medatha Agagita, adversario dos Ju­ e mandou vestidos para vestir a Mor­
deos. dechai, e tirar-lhe seu saco; porem
H E disse o Rei a Haman, essa pra­ elle os nâò aceitou.
ta te he dada: como tambem esse po­ 5 Entâo Esther chamou a Hathach
vo, para fazeres delle, o que bem pa­ (hum dos Eunuchos do Rei, a quem
recer em teus olhos. puzera a seu serviço^) e deu-lhe man­
12 Entáo chamârâo aos escrivaens dado para Mordechai: para saber que
do Rei no mez primeiro, aos treze do era aquillo; e para que.
mesmo, e conforme a tudo quanto Ha­ 6 E sahindo Hathach a Mordechai,
man mandou, se escreveo aos Princi­ à praça da cidade, que çstava diante
pes do Rei, e aos Governadores que da porta do R ei:
havia sobre cada provincia, e aos prin- 7 Mordechai lhe fez saber tudo quan­
cip^eç de çada j»vo j a cada provin- to lhe succedéra: como tambem a of*

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610 ESTHER, V.
ferta da prata, aue Haman dissera, aue e o Rei estava assentado em seu thro»
daria para os thesouros do Rei, pelos no Real, na casa Real em fronte da
Judeos, para lançàlos a perder. porta do aposento.
8 TaraDem a sustancia da lei escri* 2 E foi que. Vendo ò Rei a Rainha
ta, que se publicâra em Susan, para Esther, que estava no pateo, alcançou
os destruir, lhe deu para o mostrar a graça em seus olhos, qúe o Rei apon*
Esther, e lh’o fazer saber: e lhe man­ tou para Esther com o ceptro de ouro,
dasse, que se fosse ter com o Rei, para que tinha em sua mào, e Esther che­
lhe pedir e supplicar na sua presença gou, e tocou a ponta do ceptro.
por seu povo. 3 Entào o Rei lhè disse, que he o
9 Veio pois Hathach, e fez sabera que tens, Rainha Esther ? ou qual he
Esther as palavras de Mordechai. tua petição ? até ametade do reino se
10 Entào disse Esther a Hathach, e te darà.
mandou-lhe dizer a Mordechai: 4 E disse Esther, se bem parecer a
11 Todos os servo9 do Rei, e o povo el Rei, venha el Rei e Haman hoje ao
das provinciasdo Rei, bem sabem, que convite, que lhe tenho preparado.
todo varâo ou mulher^ que entrar no 5 Entào disse o Rei, fazei apresurar
pateo de dentro ao Rei, sem ser cha­ a Haman, que faça o mandado de Es­
mado, sua mesma sentença he, que ther : vindo pois o Rei e Haman ao
morra, salvo se o Rei lhe apontar com convite, que Esther preparàra.
o ceptro de ouro, para que viva: e eu 6 Disse o Rei a Esther; no convite
estes trinta dias nào sou chàmada, pa­ do vinho, qual he tua petição ? e dar-
ra entrara o Rei. se-te-h&: e qual he teu petitorio? e sa
12 E fizerão saber a Mordechai as farà. ainda até ametade do reino.
palavras de Esther. 7 Entào respondeo Esther, e disse:
13 Entào disse Mordechai, que tor­ minha petição e petitorio he,
nassem a dizer a Esther: nào imagi« 8 Se àchei graça em olhos d’el Rei,
nes em teu animo, que escaparás na e se. bem parecer a el Rei conceder
casa do Rei, mais que todos os outros me minha petição, e outorgar-me meu
Judeos. petitorio, venha el Rei com Haman ao
14 Porque se de todo te callares neste convite, cjue lhes hei preparar e &ma­
tempo, respiração e livramento dou­ nhâ farei conforme ao mandado d’el
tra parte sahirá para os Judeos, mas Rei.
tu e a casa de teu pai perecereis: 0 9 Entào sahio Haman aquelle dia
quem sabe, se para tal tempo, como alegre e de bom animo: porem vendo
este, chegaste a este reino 1 Haman a Mordechai à porta do Rei, e
15 Entâo disse Esther, que tomassem que nào se levantàra, nem se movéra
a dizer a Mordechai : por elle, entâo Haman se encheo de
16 Vai, ajunta a todos os Judeos^ que furor contra Mordechai.
se acharem em Susan, e jejuai por 10 Porem Haman se refreou, e veio-
mim, e nâo comais nem bebais em tres se a sus} casa: e enviou, e mandou vir
dias. nem de dia nem de noite, e eu e a seus amigos, e a Zeres sua mulher.
minnas donzellas tambem assim jeju­ l l E contou-lhes Haman a gloria de
aremos : e assim entrarei a ter com o suas riquezas, e a multidão de seus
Rei, ainda que nâo he segundo a le i; íilhos. e tudo o em que o Rei o en-
e perecendo, pereça. ranctecéra, e o em que o exalçara so-
17 Entào Mordechai foi: e fez con­ f re os Principes e servos do Rei.
forme a tudo, quanto Esther lhe man­ 12 Disse mais Haman, tam pouco a
dou. Rainha Esther a ninguém fez vir com
CAPITULO V. o Rei ao convite, que preparàra, senão
a mim: e ainda para à manhâ estou
QUCCEDEO pois, que ao dia terceiro convidado delia juntamente com o Rei.
O Esther se vestio de vestidos Reais, 13 Porem tudo isto me nâo satisfaz:
e se pôz no pateo de dentro da casa todo o tempo que vejo ao Judeo Mor­
do Rei, em fronte do aposento do Rei: dechai assentado á porta do Rei.

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ESTHER; VI, VII. 511
14 Entâo lhe diste Zeréfl soa mulher, áura-te toma o vestido e o cavallo, co­
e todos seus amigos, faça se huma for­ mo disseste, e faze assim para com o
ca de cincoenta covados em alto, e â Judeo Mordechai, que està assentado
m anhâ dize ao Rei, que enforquem à porta dJel R ei: e palavra nenhuma
nella a Mordechai, e entâo entra com deixes cahir de tudo quanto disseste.
o Rei alegre ao convite: e este conse­ 11 E Haman tomou o vestido e o ca­
lho bem pareceo a Haman, e mandon vallo, e vestio a Mordeceai: e levou ao
fazer a forca. cavallo pelas ruas da cidade, e apre­
goou diante delle, assim se fará ao va­
râo, de cuja honra el Rei se agrada!
CAPITULO VI. 12 Depois disto Mordechai se tomou
AQUELLA mesma noite se tirou á porta do Rei: porem Haman se re­
N o sono ao Rei: entâo mandou tra­ tirou correndo a sua casa, anojado, e
zer o livro das memórias das Chroni* cuberta a òabeça.
c a s; e lerâo-se em presença do Rei. 13 E contou Haman a Zeres sua
2 £ aehou-se escrito, que Mordechai mulher, e a todos seus amigos, tudo
dera noticia de Bigthana, o de Theres, quanto lhe sücedéra: entâo seus Sa­
dous Eunuchos do Rei dos da guarda bios, e Zeres sua mulher, lhe disserão,
da p o rta: de que procurarão pelas mâ­ se Mordechai, diante de quem já co­
os no Rei Ahasuero. meçaste a cahir, he da semente dos
3 Entâo disse o Rei, que honra e Judeos, nâo prevalecerás contra elle:
magnificência se fez poristo a Mor­ antes certamente cahiràsperante elle.
dechai 1 e os mancebos do Rei, seus 14 Estando elles ainda íallando com
servos, disserão, consa nenhuma se elle, chegàrâo os Eunuchos do R ei: e
lhe fez. apresuràrâo-se a levar a Haman ao
4 Entâo disse o Rei, quem està noconvite, que Esther preparàra.
pateo ? (e Haman viera ao pateo de fo­
ra da casa do Rei, para dizer ao Rei, CAPITULO VII,
qne enforcassem a Mordechai na for­
ca, que lhe preparàra.) INDO pois o Rei com Haman, a
5 É os mancebos do Rei lhe disse* V beber se oom a Rainha Esther:
râo, eis que Haman està no pateo, e 2 Disse tambem o Rei a Esther o
disse o Rei, oue entrasse. segundo dia em o convite do vinho,
6 £ entrando Haman, o Rei lhe dis­ qual he tua petição, Rainha Esther í
se, que se farà ao varâo, de cuja hon­ e dar-se-te-hà : e qual he teu petito­
ra el Rei se agrada? entâo Haman dis­ rio % até a metade do reino, se farà.
se em seu coração, de quem se agra­ 3 Entâo respondeo a Rainna Esther,
dará o Rei para lhe fazer honra mais e disse, se ô Hei, achei graça em teus
que a mim 1 olhos, e se bem parecer ao R ei: dé •
7 Pelo que disse Haman ao Rei: ao se-me minha vida por minha petição,
var&o de cuja honra el Rei se agrada. e meu povo por meu petitorio.
8 Traga o vestido Real, de aue el Rei 4 Porque estamos vendidos, eu e meu
se costuma vestir: oomo tambem o ca­ povo, para nos destruirem, matarem,
vallo em que el Rei costuma cavalgar ; e lançarem a perder: se ainda por ser­
e ponha-se-lhe a coroa Real em sua ca­ vos e por servas nos vendessem, callar
beça. me-hia; ainda que o oppressor, nâo
9 E entregue-se o vestido e o cavallo, recompensaria a perda<r el-Rei.
em mâo de hum dos Principes d’el Rei, 5 Entâo fallou o Rei Ahasuero, e dis­
dos maiores Senhores, e vistâo delle a se à Rainha Esther: Quem he esse ?
aquelle varâo de cuja honra ei Rei se e aonde esta esse, qne encheo seu co­
agrada: e levem o a cavallo pelàs ru­ ração, para assim fazer ?
as da cidade^ e apregoe-se diante del­ 6 E disse Esther, o varâo, o oppres­
le, assim se farà ao varâo de cuja hon­ sor e o inimigo, he este mao Haman :
ra el Rei se agrada ! entâo Haman se perturbou perante o
10 Entâo disse o Rei a Haman, Apre- Rei e a Rainha.

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512 ESTHER, Vin.
7 E o Rei em seu furor se levantou tha, o Agagita, as quaes elle escreveo,
do convite do vinho, e se fo i ao jardim para lançarem a perder os Judeos, que
do palácio; e Haman se ficou em pé, na em todas as provincias d’el-Rei.
rogar a Rainha Esther por sua vi- 6 Porque, oomo poderei ver o mal,
r # porque vio, que ja o Rei por in­ que sobrevirá a meu povo ? e como
teiro tinha concluído o mal para cora poderei ver a perdição de rainha ge­
elle. raç&o?
8 Tomando pois o Rei do jardim do 7 Ent&o disse o Rei Ahasuero á, Rai­
palacio à casa do convite do vinho, nha Esther, e ao Judeo Mordechai:
Haman se deixara cahir sobre o leito, eis aue dei a Esther a casa de Haman,
em que estava Esther, ent&o disse o e a elle enforcàr&o em huma forca, por­
Rei, por ventura quereria elle tam* quanto quizéra pôr as m&os nos Judeos.
bera forçar a Rainha perante mim 8 Assim que escrevei pelos Judeos
nesta casa 1 Sahindo esta palavra da como parecer bem em vossos olhos,
boca do Rei, cubrír&o a Haman o rosto. em nome d7el Rei, e sellai o com o
9 Ent&o disse Charbona, hum dos anel d’el R ei: porque a escritura que
Eunuchos, que estava perante a face se escreve era nome d’el Rei, e se sei-
do Rei y eis aqui tambrâi a forca, que la com o anel d’el Rei n&o he para re­
Haman fizéra para Mordechai, que vogar.
fallàra para bem d’el Rei, està junto à 9 Ent&o for&o chamados os escrivães
casa de Hamande cincoenta covados do Rei naquelle mesmo tempo, e no
em altura ent&o disse o Rei, enforcai mes terceiro (que he o mes ae Sivan)
o nella. aos vinte e tres do mesmo: e escreveo-
10 Assim enforcàrào a Haman na se conforme a tudo quanto mandou
forca, que elle e fizéra preparar para Mordechai aos Judeos, como tambem
Mordechai: ent&o o furor do Rei se ap­ aos Satrapas, e aos Governadores: e
lacou. aos Maio&es das provincia^ que se
estendem da índia até Ethiopia, cento
CAPITULO VIU. e vinte e sete provincia*, a cada pro­
vincia segundo sua esbritura, e a cada
AQUELLE mesmo dia deu o Rei povo conforme a sua lingoa: como tam­
N Ahasuero à Rainha Esther a casa bem aos Judeoç segundo sua escritura,
de Haman, inimigo dos Judeos: e e conforme a sua lingoa.
Mordechai veio perante o R ei: por- 10 E escreveo-se em nome do Rei
ue Esther declaràra, quam aparenta- Ahasuero, e sellou-se com o anel do
3 o lhe era. R ei: e enviàr&o-se as cartas por mâo
2 E tirou o Rei seu anel, aue tom&ra de correios o cavallo, e que cavalga-
a Haman, e deu-o a Mordechai: e Es­ vâo sobre ginetes, e sobre mulos, filhos
ther ordenou a Mordechai sobre a ca­ de egoas.
sa de Haman. 11 Que el Rei aos Judeos, que havia
3 Fallou mais Esther perante o Rei, em cada cidade, concedia se ajunta»*
e lançou-se a seus pés: e chorou, e sem, e se puzessem em defensa de sua
supphcou-lhe, que revogasse a mal­ vida, para destruírem, matarem e as­
dade de Haman Agagita, e seu in­ solarem todas as forças de povo e pro­
tento, que intentàra contra os Judeos. vincia, que com elles apertassem,assim
4 E apontou o Rei para Esther com as crianças como as mulheres, o de se­
o ceptro de ouro: entáo Esther se le­ us bens os despojassem.
vantou, e se pôz em pé perante o 12 Em hum mesmo dia, em todas as
Rei. provincias d’el Rei Ahasuero: aos tre­
5 E disse, se bem parecer a el Rei, ze do mez dozeno, que he o mez de
e se eu achei graça perante elle. e se Adar.
este negocio he recto diante d’el Rei, 13 Era a sustancia de carta, que hu­
e se eu lhe agrado em seus olhos: es- ma ordem se denunciaria em todas as
creva-se, que se revoquem as cartas e provincias, publicamente a todos os
intento de Haman filho de Hammeda- povoô: paraque os Judeos estivessem

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ESTHER, IX. 613
preparad os aquelle dia, para se vinga­ 6 E na fortaleza de Susan matàrâo
rem de seus inimigos. e destruirão os Judeos quinhentos va­
14 Os correios sobre ginetes e mulos rões.
apresuradamente sahirâo, impellidos 7 Como tambem a Pharsandatha, e
pela, palavra do Rei: e foi DUDlicada a Dalphon, e a Aspatha.
esta ordem na fortaleza de Susan. 8 E a Poratha, e a Adalia, e a Ari-
15 Então Mordechai sahio de diante datha,
do Rei com hum vestido real de azul 9 E a Pharmasta, e a Arisai, e a
celeste e branco, como tambem com Aridai, e a Vaizatha.
hum a grande coroa de ouro, e com hu­ 10 Os dez íilhos de Haman, filho de
m a capa de linho fino e purpura: e a Hammedatha, o inimigo dos Judeos,
cidade de Susan jubilou e se alegrou. matarão: porem no despojo nào met-
16 E para os Judeos houve luz, e térào suas mãos.
alegTia, e gozo, e honra. 11 No mesmo dia veio perante o Rei
17 Tambem em toda e cada qual a contia dos mortos na fortaleza de
provincia, e em toda e cada qual ci­ Susan.
dade, aonde chegava a palavra do Rei 12 E disse o Rei à Rainha Esther,
e sua ordem, havia entre os Judeos na fortaleza de Susan matàrâo e lan­
alegria e gozo; convites e dias de fol­ çarão a perder os Judeos a quinhen­
guedo : e muitos dos povos da terra tos homens, e aos dez filhos de Ha­
se torna vâo Judeos: porque o temor man: nas de mais províncias d’el
dos Judeos cahira sobre elles. Rei que farião ? qual ne pois tua pe­
tição, e dar-se-te-ná ; ou qual he ain­
CAPITULO IX. da teu petitorio í e far-se-nà.
13 Então disse Esther, se bem pare­
íiO mez dozeno (que he o mez cer a El Rei, conceda-se tambem
E de Adar) aos treze dias do mes­ amanhã aos Judeos, que ha em Su­
mo, em que chegou a palavra do Rei san. que fação conforme ao mandado
e sua ordem para a executar: no dia de noje: e enforquem aos dez filhos
em que os inimigos dos Judeos espe- de Haman em huma forca.
ravão ensenhorear se delles; o con­ 14 Então disse o Rei, que assim se
trario succedeo, porque os Judeos fo­ fizesse; e deu-se mandado em Susan:
rão os que se ensennoreàrão de seus e enforcârão aos dez filhos de Haman.
aborrecedores. 15 E ajuntarão-se os Judeos que ha­
2 Porque os Judeos era suas cidades via em Susan. tambem aos catorze
em todas as províncias do Rei Ahas­ dias do mez de Adar, e matàrâo em
uero se ajuntarão para pôr as mãos Susan a trezentos homens: porem no
naquelles, que procuravão seu m al: e despojo não mettérão suas mãos.
ninguein parou diante delles; porque 16 Tambem os de mais Judeos, que
seu terror cahio sobre todos aquelles havia nas províncias do Rei, se ajun-
povos. táráo para se porem em defensa de
3 E todos os Maioraes das provín­ sua viaa, e haverem repouso de seus
cias, e os Satrapas, e os Governadores, inimigos; e matàrâo de seus aborre­
e os que faziâo a obra do Rei, exal­ cedores a setenta e cinco m il: porem
çavão aos Judeos: porque cahira so­ no despojo não mettérão suas mãos.
bre elles o temor de Mordechai. 17 Succedeo isto aos treze dias do mez
4 Porque Mordechai era grande em de Adar: e repousarão aos catorze do
casa do Rei, e sua fama sahia pòr to­ mesmo, e fizerão aquelle dia dia de
das as províncias: porque o varão convites e de alegria.
Mordechai se hia engrandecendo. 18 Tambem os Judeos que havia era
5 Assim que os Judeos ferirão a to­ Susan, se ajuntàrão aos treze e cator­
dos seus inimigos, as cutiladas da es- ze do mesmo: e repousàrâo aos quin­
a, e da matança, e da perdição: e ze do mesmo, e fizerão aquelle dia dia
rão de seus aoorrecedores o que de convites e de alegria.
quizérão. 19 Pelo que os Judeos das aldeas,
2 om

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514 JOB, I.
que habitavâo nas víllas, fizerão ao escrevéra delles, e segundo seu tempo
catorzeno dia do mez de Adar, dia determinado: todos e cada hum annos.
de alegria e de convites, e dia de fol­ 28 E que estes dias seriâo lembra­
guedo : e de mandarem huns aos ou­ dos e guardados em toda e cada hum a
tros presentes. geração, cada familia, cada provincia,
20 E Mordechai escreveo estes suc­ e cada cidade: e que estes dias de
cessos : e enviou cartas a todos os Ju­ Purim se não traspassariáo entre os
deos, que havia em todas as provín­ Judeos, e que sua lembrança nunca
cias do Rei Ahasuero, assim aos de teria fim entre os de sua semente.
perto, como aos de longo. 29 Depois disto escreveo a Rainha Es­
21 Ordenando-lhes que guardassem ther, filna de Abigail,e Mordechai o Ju-
o catorzeno dia do mez de Adar, e o deo, com toda força: para confirma­
quinzeno do mesmo: todos e cada rem segunda vez esta carta de Purim.
hum annos. 30 E mandarão cartas a todos os Ju­
22 Conforme aos dias, em que os deos, a as cento e vinte e sete provín­
Judeos houverâo repouso de seus ini­ cias do reino de Ahasuero: com pala­
migos ; e ao mez, que se lhes mudou vras de paz e fieldade.
de tristeza em alegria, e de nojo em 31 Para confirmarem estes dias de
dia de folguedo: para que os fizessem Purim em seus tempos determinados,
dias de convites e de alegria, e de como Mordechai o Judeo, e a Rainha
mandarem huns aos outros presentes, Esther lhes confirmàra, e como elles
e aosipobres dadivas,' mesmos já o confirmàrâo sobre si e
23 £ aceitârâo os Judeos de fazerem sobre sua semente: ácerca do jejum
o que já tinhão começado: como tam­ e de seu clamor.
bem o que Mordechai lhes escrevera. 32 E o mandado de Esther confir­
24 Porquanto Haman filho de Ham­ mou os successos daauelle Purim ; e
medatha o Agagita, de todos os Jude­ escreveo se em hum livro.
os inimigo, intentára lançar a perder
aos Judeos: e deitàra Pur, isto he, sor­ CAPITULO X.
te, para os assolar e lançar a perder.
25 Mas vindo isto perante o Hei, EPOIS disto pôz o Rei Ahasuero
mandou elle por cartas, que seu mâo D tributo sobre a terra, e sobre as
intento, que intentára contra os Ju­ ilhas do mar.
deos, tomasse sobre sua cabeça: pelo 2 E todas as obras de seu poder e de
que enforcarão a elle e a seus filhos seu valor, e a declaração da grandeza
em huma forca. de Mordechai, a quem o Rei engran-
26 Porisso aquelles dias se chamâo deceo: porventura não estão escritas
Purini; do nome de Pur; pelo que no livro das Chronicas dos Reis de
tambem por causa de todas as palavras Media e de Persia 1
d’aquélla carta: e do que yirâo sobre 3 Porque o Judeo Mordechai foi o
isso, e do que lhes sobre viéra. segundo depois do Rei Ahasuero, e
27 Confirmàrâo os Judeos, e tomâ- grande para com os Judeos, e agra-
râo sobre si, e sobre sua semente, e aavel para com a multidão de seus
sobre todos os que se achegassem a irmãos: que procurava o bem de seu
elles, que nâo se deixaria de guarda­ povo, e fallava pela prosperidade de
rem estes dous dias conforme ao que se toda sua nação.

0 L I VRO DE J O B .

varão sincero e recto, e temente a


CAPITULO I. Deos, e desviando-se do mal.
OUVE hum varão na terra de Us, 2 E nascérão-lhe sete filhos, e tres
H cujo nome era Job: e era este filhas.

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job , n. 515
3 E era seu gado sete mil ovelhas, e 15 Eis que os Sabeos derâo sobre
tres mil camelos, e quinhentas juntas elles, e os tomàrâo, e aos moços ferirão
de bois, e quinhentas asnas; era tam­ a fio da espada: e tam somente eu só
bem muitíssima a gente de seu ser­ escapei, para trazer-te as novas.
viço : de maneira que era este varáo 16 Estando este ainda fallando, veio
maior que todos os do Oriente. outro, e disse: fogo de Deos cahio do
4 E hiáo seus filhos, e faziâo convi­ ceo, e encendeo-se entre as ovelhas e
tes em casa de cada hum em seu dia: e entre os moços, e consumio-os: e tam
enviaváo, e convidaváo a suas tres ir­ sòmente eu só escapei, para trazer-te
mãos, a comerem e beberem com elles. as novas.
5 Era pois que, acabando-se em ro­ 17 Estando este ainda fallando, veio
da os dias dos convites, enviava Job, e outro, e disse, ordenando os Chaldeos
os santificava, e levantava-se de mad­ tres tropas, dérão sobre os camelos, e
rugada, e offerecia holocaustos segun­ os tomàrâo, e aos moços ferirão a fio
do o numero de todos elles; porque da espada: e tam sòmente eu só esca­
dizia Job, porventura peocárâo m e u B pei, para trazer-te as novas.
filhos, e bendisseráo a Deos em seu co­ 18 Estando este ainda fallando, veio
ração : assim fazia Job todos aquelles outro, e disse: estando teus filhos e
dias. tuas filhas comendo, e bebendo vinho,
6 E vindo hum dia, em que os filhos em casa de seu irmão o primogênito :
de Deos viérâo a apresentar-se peran­ 19 Eis que hum grande vento sobre
te J ehovah : tambem Satanás veio en­ veio d’alem do deserto, e deu nos qua­
tre elles. tro cantos da casa, e cahio sobre os
7 Então J ehovah disse a Satanás, mancebos, e morrérâo: e tam sòmente
d5onde vens 1 e Satanás respondeo a eu só escapei, para trazer-te as novas.
I khovah, e disse, de rodear a terra, e 20 Então Job se levantou, e rasgou
passeai por ella. sua capa, e tosquiou sua cabeça: e
8 E disse J ehovah a Satanás, atten- lançou-se em terra, e adorou.
tãste tambem para meu servo Job ? por­ 21 E disse, nuo sahi do ventre de mi­
que ninguém ha na terra semelhante nha mãi, e nuo tornarei para lá ; Je ­
a elle, varão sincero e recto, temente h o v a h o deu, e Je h o v a h o tomou:
a Deos, e desviando-se do mal. bemdito seja o nome de Je h o v a h .
9 Então respondeo Satanás a J e h o ­ 22 Em tudo isto Job não peccou: e
v a h , e disse: porventura teme Job a a Deos nâo attribuhio falta alguma.
Deos debalde?
10 Porventura de vallado não cercas­ CAPITULO II.
te a elle, e a sua casa, e a tudo quanto
tem 1 a obra de suas mãos abendiço- VINDO outro dia, em que os filhos
aste, e seu gado em multidão tresbor-
dou sobre a terra.
E de Deos viérâo a apresentar-se
perante Je h o v a h , tambem Satanás
11 Mas porem estende tua mão, e veio entre elles, a apresentar-se pe­
toca•lhe em tudo quanto tem : e verás7 rante Je h o v a h .
se te não bemdiz em tua face! 2 Então Je h o v a h disse a Satanás,
12 E disse J ehovah a Satanás, eis d5onde vens ? e respondeo Satanás a
que tudo quanto tem, está em tua mão; Je h o v a h ,e disse, de rodear a terra, e
somente a elle não estendas tua mâo: passear por ella.
e Satanás se sahio de diante do acata­ 3 E disse Je h o v a h a Satanás; atten-
mento de J ehovah. taste tambem para meu servo Job %
13 G succedeo hum dia; em que seus porque ninguém ha na terra seme­
filhos e suas filhas comião, e bebiâo lhante a elle, varão sincero e recto, te­
vinho em casa de seu irmâo o primo­ mente a Deos, e desviando-se do m al:
gênito : e que ainda retem sua sinceridade;
14 Que hum mensageiro veio a Job, havendo tu me incitado contra elle,
e lhe disse: estando os bois lavrando, para o consumir sem causa.
e as asnas pascendo a seus lados; 4 Entâo Satanás respondeo a Je h o -

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516 job , ra.
vah, e disse: pele por pele, e tudo quan­ 6 Escuridão tomára aquella noite, e
to o homem tem. dará por sua vida. nâo se gozára entre os aias do anno:
5 Porem estenae tua mâo, e toca-lhe e nâo viéra no numero dos mezes!
em seus ossos, e em sua carne: e verás 7 Ah se aquella noite fosse soUtaria:
se te não bemdiz em tua face! e suave musica nâo viéra a ella!
6 £ disse J e h o v a h a Satanás; eis- 8 Os amaldiçoadores do dia a amai-
que está em tua mâo: porem guarda diçoàrão, que se aparelháo, para le­
sua vida. vantar seu pranto!
7 Então se sahio Satanás de diante 9 As estrellas de seu lusco fusco se
do acatamento de J e h o v a h : e ferio a escurecérâo; esperára a luz, e náo vié­
Job de roins apostemas, desda pranta ra : e nâo vira as pestanas dos olhos da
de seu pé até a moleira de sua cabeça. alva!
8 E tomou hum pedaço de telha, para 10 Porquanto náo fechou as portas
coçar-se com ella: e estava assentado de meu ventre: nem de meus olhos
em meio da cinza. escondeo a canseira.
9 Entâo sua mulher lhe disse; ainda 11 Porque nào morri desda madre ?
retens tua sinceridade ? bemdize a e em sahiindo do ventre, nâo espirei ?
Deos, e morre. 12 Porque se me anticipàrâo os jue-
10 Porem elle lhe disse; como falia lhos ? e para que os peitos, que ma­
qualquer das doudas, falias tu : de mo­ masse?
do que receberíamos o bem de Deos, 13 Porque já agora jazéra e repou*
e o mal náo receberíamos ? em tudo sára: dormiria, e entâo haveria repou­
isto nâo peccou Job com seus beiços. so para m im :
11 Ouvindo pois tres amigos de Job 14 Com os Reis e Conselheiros da
todo este mal, que viéra sobre elle, vi­ terra, que se ediíicavâo casas noi luga­
érâo cada qual de seu luear: a saber res assolados:
Eliphaz o Themanitha, e Bilaad o Su- 15 Ou com os Principes, que tinhão
hita, e Zophar o Naamathita: e con- ouro: que suas casas enchiâo de prata.
certárâo juntamente de virem a con- 16 Ou como abortivo occulto, náo fó­
dolecer-se delle, e a consolálo. ra : como as crianças, que não vírâo a
12 E levantando seus olhos de longe, luz.
nâo o oonhecérâo: e levantarão sna 17 Ali os raaoe cessão de perturbar:
voz, e chorárâo: e cada qual delles e ali repousâo os cansados de forças.
rasgárão suas capas, e espargirão pó 18 A lt os presos juntamente repou­
sobre suas cabeças para o ceo, sâo : « nâo ouvem a voz do exactor.
13 Assim se assentarão juntamente 19 Ali o pequeno e o grande está em
com elle sobre a terra, sete dias e se­ repouso: e o servo está livre de seu
te noites: e nenhum lne faliava pala­ Senhor.
vra alguma, porque viâo que a dôr era 20 Porque dá luz ao miserável, e vi­
mui grande. da aos amargos de animo ?
21 Que esperão a morte, e náo *
CAPITULO m. acha: e em busca delia mais caváo,
que em a de thesouros occultos:
EPOIS disto abrio Job sua boca, e 22 Que de alegria saltáo: e se gozáo,
D amaldiçoou seu dia.
2 Porque Job respondeo, e disse.
achando a sepultura:
23 Ao varâo, cujo caminho he occul­
3 Pereça o dia, em que nasci: e a to, e a quem Deos o encubrio ?
noite em que se disse: macho foi con­ 24 Porque antes de meu pâo vem
cebido ! meu suspiro: e meus bramidos se der-
4 Aquella dia fora trevas: e Deos ramâo como agua.
desde riba náo tivéra cuidado delle ; 25 Porque temi temor, e veio-me: e
nem resplandor o esclarecéra! o qne arreceava, me sobre veio.
5 Trevas e sombra de morte o conta- 26 Nunca estive descansado, nem
minárão, nuvens habitârâo sobre elle: sosseguei, nem repousei, e turbação
os negros vapores do dia o espantárâo! me veio.

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JOB, V. 517
mento está no p ó : e se quebrantâo
CAPITULO IV. com a traça.
20 Desda manhâ até a tarde sâo des­
E2 NTAO respondeo Eliphaz o The-
manita, e disse.
Se intentaimos a fallar-te, enfadar-
pedaçados : e sem que a isso se atten-
de, eternamente perecem.
te-hâs? mas quem poderia deter as 21 Porventura sua excellencia se
palavras ? nâo vai com elles? morrem, porem
3 Eis que ensinaste a muitos: e as nâo com sabedoria.
mâos fracas esforças-te.
4 Tuas palavras levantàrâo ?oe tro- CAPITULO. V.
peçantes: e aos juelhos desfalecentes
fortiíicas-te. LAMA agora, se alguem ha que te
5 Mas agora a ti te vem, e te enfá-
das: e tocando-te, te perturbas.
C responda ? e a qual dos santos ta
tomarás ?
6 Porventura nâo era teu temor de 2 Porque a ira acaba ao louco : e o
Deos tua esperança ? e a sinceridade zelo mata ao tolo.
de teus caminhos tua atença ? 3 Bem vi eu ao louco arraigar-se:
7 Lei-ibra-te agora, qual he o inno- porem loco amaldiçoei sua habitação.
cente que perecesse ? e aonde os sin­ 4 Seus nlhos estavâo longe da salva­
ceros forão destruidos ? ção : e forão despedaçados as portas,
8 M as como eu tenho visto, os aue e nào houve auem os livrasse.
kvrâo iniquidade, e semeâo trabamo, 5 Sua sega aevOrou o faminto, e até
segâo o mesmo. dentre os espinhos a tirou: e o saltea­
9 Com o bafo de Deos perecem: e dor tragou sua fazenda.
com o assopro de seus narizes se con­ 6 Porque do pó nâo procede o enfa­
tornem. damento: nem da terra brota o tra­
10 0 bramido do leâo, e a voz do fe­ balho.
roz Jeâo, e os dentes dos leamzinhos 7 Mas o homém nasce para o traba­
se quebrantâo. lho: como as faiscas das brasas se
11 Perece o leâo velho, porquanto levantâo a voar.
nâo ha presa: e os filhos aa leoa se 8 Porem eu buscaria a Deos: e a
espargem. Elle endereçaria minha falia.
12 De mais disto huma palavra se 9 Pois faz tam grandiosas cousas,
me disse em segredo: e meus ouvi­ que se nâo podem esquadrinhar: e
dos alcançarão hum pouco delia. tantas maravilhas, que se nâo podem
13 Entre imaginações de visões noc­ contar.
turnas ; quando o sono profundo cahe 10 Que dá a chuva sobre a terra: e
sobre os nomens: envia aguas sobre os campos.
14 Espanto e tremor me sobreveio, 11 Para por aos abatidos em altura:
que todos os ossos me espantou. para que os enlutados se exalçem por
15 Entâo hum Espirito passou por salvação.
diante de minha face : fez arrepiarme 12 Aniquila as imaginações dos as­
o cabe 11o de minha carne. tutos : para que suas mâos cousa ne­
16 Parou elle, porem nâo conheci nhuma levem a diante. ^
sua feição; huma figura estava dian­ 13 Prende aos sábios em sua astú­
te de meus olhos: e callando, ouvi cia : para qne o conselho dos perver­
huma voz, que dizia. sos seja derribado.
17 Seria por ventura o homem mais 14 De dia encontrão oom as trevas:
justo que Deos? seria porventura o e como de noite, andào ás apalpade­
varâo mais puro que seu Fazedor? las ao meio dia.
18 Eis que em seus servos nâo con­ 15 Porem ao necessitado livra da
fiaria: ainda que pôz claridade em espada, < de sua boca delles, e da mâo
seus Anjos. do forçoso.
19 Quanto menos naauelles que ha­ 16 Assim ha atença para o pobre: •
bitâo em casas de lodo, cujo funda­ a iniquidade tapa sua boca delles.

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518 JOB, VI.
17 Eis que bemaventurado he o ho­ 9 E que Deos quizesse quebrantar-
mem, a quem Deos castiga: pelo que me, e sua mão soltasse, e me aca­
o castigo do Todopoderoso n&o engei- basse!
tes. 10 Isto ainda seria minha consola­
18 Porque elle faz a chaga, e elle ção, e me refrigeraria em meu tormen­
mesmo a lia : elle fere, e suas mâos to, náo me perdoando elle: porque nào
curão. occultei as palavras do Santo.
19 Em seis angustias te livrará: e 11 Que he minha força, para que
na setima o mal te não tocará. espére ? ou qual he meu fim, para que
20 Na fome te livrará da morte: e prolongue minha vida ?
na guerra da violência da espada. 12 He porventura minha força, força
21 Do açoute da lingua estarás en* de pedra ? Ou he minha carne de me­
cuberto: e náo temerás da assolação, tal ?
quando vier. 13 Ou não està minha ajuda em mim?
22 Da assolação e da fome te rirás: ou acolheo-se de mim a Sabedoria?
e dos animaes da terra não temerás. 14 Ao que estâ derretido, havia de
23 Porque até com as pedras do cam­ fazer bem o amigo : quando não, dei­
po terás tua aliança: e os animaes do xaria ao temor do Todopoderoso.
campo serão pacificos comtigo. 15 Meus irmãos aleivemente me fa-
24 E acharas, que tua tenda està lhàrão, como ribeiro: acolhem-se co­
em paz: e proverás tua habitação, e mo o tresbordar dos ribeiros.
assim não falharás. 16 Que estão encubertos com a gea­
25 Tambem acharás, que se multi­ da : e nelles se esconde a neve.
plicará tua semante, e teus gomos, 17 No tempo em que se derrefem
como a erva da terra. com o calor, se desfazem: e em aquen­
26 Ja na velhice virás à sepultura: tando-se, desaparecem de seu lugaí.
como o montão de trigo se recolhe a 18 As veredas de seus caminhos ee
seu tempo. desvião a huma e outra banda: sobem
27 Eis que isto, ja o havemos inqui­ pelo lugar vazio, e perecem.
rido, e assim he: ouve-o, e attenta 19 Os caminhantes de Tema os ve-
nisso por teu bem. em : os passageiros de Scheba atten-
táo para elles.
20 Foráo envergonhados, por confiar
CAPITULO VI. cada qual nelles: e chegando ali, se
AS Job respondeo, e disse : confundem.
2 Oh se minha magoa rectamen­ 21 Agora pois na verdade vara comi­
te se pesasse, e minha miséria junta­ go vos desfizestes em naaa: vistes
mente se alçasse em huma balança! meu espanto, e temestes.
3 Porque na verdade mais pesada 22 Porventura disse-vos eu, trazei-
seria, que a aréa dos mares: pelo que me : e de vossa fazenda-me dai pre­
minhas palavras se me afogão. sentes ?
4 Porque as frechas do Todopodero­ 23 Ou livrai-me das mãos do oppres-
so estão em mim, cujo ardente vene­ sor: e redemi-me das mãos dos ty-
no bebe meu espirito: os terrores de rannos ?
Deos se armão contra mim. 24 Ensinai-me, e eu me callarei: e
5 Porventura zurrará o asno nos mon­ dai-me a entender em que errei.
tes junto à relva ? ou berrará o boi 25 O quam fortes são as palavras da
junto a seu pasto. boa razão! mas que reprender ousa
6 Ou comer-se-ha o desenxabido sem alguem de vósoutros ?
sal ? ou haverá gosto na clara do ovo ? 26 Porventura cuidaréis palavras pa­
7 Minha alma refusa de tocar a vos­ ra reprender ? e as razões do deses­
sas palavras: pois s&o como minha perado lançáreis ao vento ?
oomida ensossa. 27 Assim vos lançais sobre o orffto:
8 Oh se meu desejo se me cumpris­ e cavais cova a vosso amigo.
se, e Deos me désse o que espero! 28 Agora pois, se sois servidos, vi-

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job, vn, vin. 510
rai-vos para m im ; e vede, se minto em 16 Ja eu os abomino, pois eterna­
vossa presença. mente nâo viverei: retira-te de mim,
29 Tomai-vos pois, nào haja iniqui­ pois meus dias sâo vaidade.
dade : tornai-vos, digo, que ainda mi­ 17 Que he o homem, para que tanto
nha justiça apparecerá nisso. o estimes ? e ponhas sobre elle teu co­
30 Haveria iniquidade em minha ração?
lingua ? Ou náo poderia meu padar 18 E cada manhã o visites ? e cada
dar a entender minhas misérias ? momento o proves ?
19 Até quando me não deixarás?
nem me soltarás, até que engula meu
CAPITULO VII. cuspo ?
ORVENTURA nâo temo h omem 20 Pequei eu, que te farei, o Guar­
P guerra sobre a terra ? e nào sáo
seus dias como os dias do iomaleiro ?
da dos nomens ? porque me puzeste
por tropeço, para que a mim mesmo
2 Como o servo suspira pela sombra) me seja pesado ?
e coroo o jornaleiro espéra por seu 21 E porque me não perdoas minha
salario. transgressão, e não tiras minha ini­
3 Assim me dérâo por herança me­ quidade? porque agora me deitarei *
zes de vaidade : e noites de trabalho no pò : e de madrugada me buscarás,
me preparárão. e nào serei mais.
4 Deitando-me a dormir, entâo digo;
quando me levantarei, e elle medirá CAPITULO VIII.
a noite ? e farto-me de voltear na cama
até a alva. NTAO respondeo Bildad o Suhita,
5 Minha came está vestida de bi-
ctos, e de terroens de pó : meu couro
E e disse.
2 Até quando fallarás taes cousas:
está fendido, e feito abominavel. e as razões de tua boca serão como
6 Meus dias sâo mais ligeiros que a vento impetuoso?
lançadeira do tecelão: e perecérâo 3 Porventura perverteria Deos o di­
sem esperança. reito ? e perverteria o Todopoderoso
7 Lembra-te, aue minha vida he hum a justiça í
vento: meus olnos nâo tomarào a ver 4 Se teus íilhos peccárão contra elle,
o bem. tambem elle os lançou na mão de sua
8 Os olhos dos que agora me vém, transgressão.
mais me nâo verâo, teus olhos estarão 5 Mas se tu de madrugada buscares
sobre mim, porem náo serei mais. a Deos, e ao Todopoderoso pedires
9 A nuvem se esvaece, e passa: as­ misericordia:
sim o que descende á sepultura, nun­ 6 Se fores puro e recto, certamente
ca tomará a subir. logo despertará por t i : e restaurará a
10 Nunca mais tomará á sua casa: morada ae tua justiça. /
nem seu lugar mais o conhecerá. 7 Teu princípio em verdade será pe­
11 Pelo que tambem eu náo reterei queno: porem teu ultimo estado irá
minha boca: fallarei com angustia de muito em crecimento.
meu espirito : me queixarei com amar­ 8 Porque pergunta agora a as gera­
gura de min na alma. ções passadas: e prepára te para a
12 Sou eu porventura o mar, ou ba- inquirição de seus pais.
lea: para aue me ponhas guarda ? 9 Porque nos somos desde hontem,
13 Dizendo eu; rainha cama me con­ e nada sabemos: porquanto nossos
solará ; meu leito tirará alguma cousa dias são sobre a terra como a sombra.
de minha queixa! 10 Porventura nâo te ensinarão os
14 Entáo me espantas com sonhos; taes, e te fallarâo, e de seu coração
e com visões me assombras: tirarão razões?
15 Pelo que minha alma escolheria 11 Porventura sobe o junco sem lo­
a affogadura; e mais a morte, que do ? ou crece a cana ae lagoa sem
meus ossos. agua?

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520 JOB, IX.
12 Estando ainda em soa verdura, tantas maravilhas, que se n&o podem
ainda que a n&o cortem, toda via antes contar.
de toda erva se secca. 11 Eis que passará por diante de
. 13 Assim são as veredas de todos mim, e nâo o verei: e repassará pe­
quantos se esquecem de Deos: e a rante mim, e nâo o sentirei.
esperança do hypocrita perecerá. 12 Eis que arrebatará, quem lh*o
14 Que se anojará de sua esperan­ fará restituir ? quem lhe airá, que fa­
ça : e sua confiança serà como a tea zes?
ae aranha. 13 Deos nâo revocará sua ira: de­
15 Encostar-se-ha à sua casa, mas baixo delle se encurvâo os soberbos
nâo se terá firme: apegar-se-ha a ella; ajudadores.
mas nâo ficará em pé. 14 Quanto menos lhe poderei eu re­
16 Está çumarento perante o sol: e sponder ? e minhas palavras escolher
seus renovos se sahem por cima de contra elle ?
sua horta. 15 Ao qual, ainda que eu fosse justo,
17 Suas raizes se entretravâo junto lhe nâo responderia: a meu Juiz pe­
a fonte: para o pedregal attenta. direi misericordia.
18 Arrancando-se elle de seu lugar, 16 Ainda que chamara por elle: e
negálo ha este, dizendo ; nunca te vi. elle me respondéra : nem porisso cre­
19 Eis que este he o prazer de seu ria, que désse ouvidos á minha voz.
caminho: e outros brotarão do pò. 17 Porque me quebranta com tem­
20 Eis que Deos nâo regeitará ao pestade : e multiplica minhas chagas
recto: nem toma pela mâo aos mal­ sem causa.
feitores : 18 Nem me concede respirar: an­
21 Até que de riso te encha a boca; tes me farta de amarguras.
e teus beiços de jubilaçâo. 19 Quanto ás forças, eis que elle he
22 Teus aborrecedores se vestirão o forte: e quanto ao juizo, quem me
de confusão: e nunca mais haverá citará com elle ?
tenda de impios. 20 Se eu me justificar, minha boca
me condenará : se for recto, ent&o me
declarará por perverso.
CAPITULO IX. 21 Se for recto, nâo estimo minha
AS Job respondeoj e disse. alm a: desprezo minha vida.
2 Na veraade sei, que he assim:
22 Esta ne cousa, por que razâo en
porque como se justificaria o homem digo: que elle consome ao recto, e ao
para com Deos ? impio.
3 Se quizer contender com elle, nem 23 Matando o açoute de improviso,
a huma de mil cousas lhe poderá re­ entâo se ri da tentação dos innocentes.
sponder. 24 A tenra se entrega em mâos do
4 He sabio de coração, e forte de impio; elle cobre o rosto dos juizes:
forças: quem se endureceo contra se nâo, quem he logo ?
elle, e teve paz? 25 E meus dias forão mais ligeiros,
5 Elle he o que transporta as mon­ que o correio: fugírâo, e nunca víráo
tanhas, sem que o sintâo: e o que as o bem.
trastoma em seu furor. 26 Ja passárâo como navios de pos­
6 O que remóve a terra de seu lu­ ta : como a aguia, que se lança á co­
gar : e suas columnas tremem. mida.
7 0 que manda ao Sol, e nâo sahe: 27 Se eu disser; me esquecerei de
e sella as estrellas. minha queixa; e deixarei meus ges­
8 O que só estende aos ceos: e an­ tos, e refrigerarme h ei:
da sobre as alturas do mar. 28 Arreceio todas minhas dóres:
9 O que faz a Ursa, o Orion, e o Sete Porque bem sei, que me nâo terás por
estrello, e as recamaras do Sul. innocente.
10 O que faz tam grandes cousas, 29 E sendo eu impio : porque traba­
que se nâo podem esquadrinhar: e lharei em vâo ?

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JOB, X, XI. 521
30 Ainda que me lave com agua de mim; e de minha iniquidade me n&o
neve; e purifique minhas m&os com escusarás.
sab&o: 15 Se for impio, ai de mim ! e sen-_
31 Entáo me submergeràs na cava j do justo, n&o levantarei minha cabe­
e meus vestidos me abominarão. ça: farto estou de affronta; mas at-
32 Porque não he homem, como eu, tenta para minha miséria.
a quem eu responda: vindo junta­ 16 Porque se vai crescendo; como
mente a juizo. le$o feroz me andas a cacar: tomas­
33 Não ha entre nos arbitro, qae po­ te, e poens-te a maravilhas contra
nha sua mão sobre nos ambos. m im
34 Tire de mim sua vara: e seu ter­ 17 Renovas tuas testimunhas em
ror me nào perturbe. fronte de mim, e multiplicas tua ira
35 E n táo fallarei, e nào 0 temerei: contra mim : d&o se me cada vez mais
porque assim nào estou comigo. grandes combates.
18 Porque pois me tiraste da madre ?
CAPITULO X. Ah se dera o espirito, e olhos nenhuns
me vír&o!
A yninha alma està enfadada de 19 Entáo fora, como se nunca ouvé-
J m inha vida: deixarei minha quei­
xa sobre mim ; fallarei com amargtíra
ra sido: e desdo ventre seria levado
a sepultura.
de minha alma. 20 Porventura n&o s&o poucos meus
2 Direi a Deos, nào me condénes: dias? cessa pois : e deixa-me, para
faze-me saber, porque comigo con­ que me refrigére hum pouco:
tendes? 21 Antes que me vá, (e nunca tome,)
3 Parece-te bem, que me opprimas? a a terra de escurid&o, e de sombra
qae regeites o trabalho de tuas m&os ? de morte:
e resplandeças sobre 0 conselho dos 22 Terra escuríssima, como a mes­
ímpios? ma escuridão, sombra de morte, e sem
4 Tens tu porventura olhos carnaes? ordem alguma, que resplandece como
vês tu como o homen vê ? a escurid&o.
5 S&o teus dias, como os dias do ho­
mem ? s&o teus annos, como os annos CAPITULO XI.
do vat&o ?
6 Para que inquiras minha iniqui­ NTAO respondeo Tsophar o Naa-
dade, e de meu peccado te informes ?
7 Bem sabes tu, que eu n&o sou im-
E mathita, e disse.
2 Porventura à multid&o de palavras
io : todavia ninguém ha, que me livre se não responderia ? E 0 homem pa­
§ e tua mào. roleiro teria raz&o?
8 Tuas mãos me fazem dores, ainda 3 Ou os homens callari&o tuas men­
que ellas me fizérâo: juntas estào ao tiras ? E zombarias tu, e ninguém te
redor de mim ; e tu me consomes. envergonharia?
9 Ora lembra-te, que me preparaste . 4 Pois disseste; pura he minha dou­
como limo: e me faràs tomar em pó. trina : e limpo sou em teus olhos.
10 Porventura me nào fundiste co­ 5 Mas na verdade, ouxalà que Deos
mo leite, e como queijo me não coa­ fallasse, e abrisse seus beiços contra
lhaste ? ti!
11 De couro e came me vestiste: e 6 E te fizesse saber os segredos da
de ossos e nervos me entreteceste. sabedoria, porquanto são dobres em
12 Com a vida benefiçencia me essencia; pelo que sabe, que Deos se
fizeste: e teu cuidado me guardou meu ésquece de ti por tua iniquidade.
espirito. 7 Porventura acharás o rasto de De­
13 Porem estas cousas occultaste em os? ou chegarás até a perfeição do
teu coração: bem sei eu, que isto es­ Todopoderoso ?
teve comtigo. 8 domo as alturas dos ceos he sua
14 Se eu peccar, tu çittentaràf por fobcdoria, que poderás tu fazer ? mais

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JOB, Xtt.
profunda qne o inferno, que poderás 6 As tendas dos assoladores tem des­
tu saber ? canso, e os que a Deos irritâo, segur-
9 Mais comprida he sua medida que anças: pelo que traz Deos com sua
a terrai e mais larga que o mar. m&o.
10 Se passar. e encerrar: ou se ajun­ 7 E na verdade, pergunta agora a as
tar ; quem o aesviará ? bestas, e cada qual delias te o ensina­
11 Porqne elle conhece aos homens rá : e a as aves dos ceos, e ellas te o fa­
vâos: e vé ao vicio; e n&o poria sen­ rão saber.
tido? 8 Ou falia com a terra, e ella teo en­
12 Ent&o o homem falto de entendi­ sinará : até os peixes do mar teo con­
mento será entendidissimo; ainda que tarão.
o homem nasce como o burro, como o 9 Quem n&o entende por todas estas
asno montez. cousas, que a m&o de J ehovah faz
13 Se tu preparaste tén coraç&o, es­isto ?
tende tnas m&os a elle! 10 Em cuja m&o está a alma de to­
14 Se viciõ algum ha em tua rfiáo, do quanto vive, e o espirito de toda
lança o longe de t i : e n&o deixes mo­
a carne humana.
rar injustiça em tuas tendas. 11 Porventura o ouvido nâò pro?ari
15 rorque ent&o teu rosto levantarásas palavras, como o pâdar gosta as co-
das maculas: e estarás firme, e n&o miaas ?
temerás. 12 Nôs já decrepitos está a sabedo­
16 Porqne te esquecerás dos traba­ ria, e na longura de dias o entendi­
lhos : e te lembrarás delles, como dasmento.
aguas, que ja passàrào. 13 Com elle està a sabedoria e a
17 E até teu tempo mais claro se le­força ? seu he o conselho e o entendi­
vantará, que o meio dia: entáo avoa- mento.
rás; serás como a manhãzinha. 14 Eis que elle derriba, e nâo se re­
18 E terás confiança: porque have­ edificará : encerra ao homem, e n&o
rá esperança: e cavarás, e repousarásse lhe abrirá.
seguro. 15 Eis que elle retem as aguas, e
19 E deitar-te-has, e ninguém te es­fteccar-se-n&o: e deixa as sahir, etiás-
pantará : e muitos sapplicar&o a teu tomâo a terra.
rosto. 16 Com elle está a força e a sabedo­
20 Porem os olhos dos impios se es* ria: seu ne o errado, e o que o faz er­
morecer&o, e perecerá seu refugio del­rar.
les: e sua atença será o espirar da 17 Aos conselheiros leva despojados:
alma. e aos juizes faz desvariar.
18 Solta a atadura dos Reis: e ata o
CAPITULO xn.
cinto a séus lombos.
19 Aos Maioraes leva despojados: e
OREM Job respondeo, e disse. aos poderosos trastoma.
P 2 Na verdade, que por vósoutros20 Aos leaes tira a falia: e toma o
serdes o só povo: porisso comvosco ha juizo aos.velhos.
de morrer a sabedoria. 21 Derráma desprezo sobre oa Prin­
3 Tambem eu tenho hum coraç&o cipes : e affroxa o cinto dos violentos.
como vósoutros, e nâo cedo a vósou­ 22 As profundezas das trevas mani­
tros : e em quem n&o ha semelhantes festa : e a sombra da morte tira â luz.
causas? 23 Multiplica as gentes e as faz pe­
4 Eu sou a risa de meus amigos; recer : esparge as gentes, e as guia
porem invoco a Deos, e elle me res­ 24 Tira o coraç&o aos cabeças das
ponde : o justo e o recto servem de gentes da terra: e os faz vaguear pe­
risa. los desertos, sem caminho.
5 Tocha desprezivel he na opini&o 25 Nas trevas and&o ás a p a lp a d e la s,
do que está descansado: prestes está sem terem l u z : e os faz vaguear, co­
a tropeçar com os pés. mo a borrachos.

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job , xm, xiv. 523
20 Tam sòmente duas còusas nâo
CAPITULO x m . faças para comigo: e ent&o me n&o
IS qne tudo isto virão metis olhos: esconderei de teu rosto.
E e meus ouvidos o ouvírào e enten- 21 A saber, desvia tua m&o longe
dér&o. de sobre m im : e teu terror me nào
2 Como vósoutros o sabeis, o sei eu espante.
tambem: a vós não cederei. 22 Chama pois, e en responderei:
3 Mas, eu fallarei ao Todopoderoso: ou eu fallarei, e tu me responde.
e quero defender-me para com Deos. 23 Quantas culpas e peccados eu
4 íorque na verdade vósoutros sois tenho ? noiifíca-me minha transgres­
inventores de mentiras :-e vós todos são, e meu peccado.
médicos de nada. 24 Porque escondes teu rosto, e me
5 Ouxalà vos callasseis de todo! que tens por teu inimigo?
vos seria attribuido à sabedoria. 25 Porventura quebrantarás a folha
6 Ora ouvi minha defensa: e attentai arrebatada do vento ? e perseguirás a
para os argumentos de meus beiços. a pragana seca?
7 Porventura por Deos fallaréis per­ 26 Porque escreves contra mim amar­
versidade? e por elle fatiareis en­ guras : e me fazes herdar as culpas
gano? de minha mocidade.
8 Ou fareis aceitação de sua pessoa ? 27 Tambem pões meus pés no tron­
cu c ontendereis por Deos? co, e attentas por todás minhas vere­
9 Ser-vos hia bom, se elle Vos es­ das: e te pões marca nas solas de
quadrinhasse ? ou zombareis delle, meuspés.
como se zomba de homem algum ? 28 Envelhecendo-se entretanto elle
10 Reprendendo vos reprenderá: se como a podridão, e como o vestido,
ea occulto fizerdes aceitação de pes­ que rôe a traça.
soas.
11 Porventura sua alteza vos nào CAPITULO XIV.
espantará? e sen temor n&o cahirà
•obre vós ? HOMEM nascido de mulher, he
12 Vossas memórias sào como a cin­
za: vossas alturas como alturas de
0
tação.
curto de dias, e farto dè inquie­
'
lodo. 2 Sahe como a flor, e logo he corta
13 Callai-vos perante mim, e falla­ do: e foge como a sombra, e n&o sub­
rei e u : e passe sobre mim o que pas­ siste.
sar. 3 Com tudo sobre este abres teus
14 Porque razâo tiraria minha came olhos: e me trazes a juizo comtigo.
com meus dentes, e poria minha alma 4 Quem do immundo tirará o puro ?
em minha palma ? nem ainda hum.
15 Eis que ainda que me matasse, 5 Ja que seus dias est&o determina­
porventura não esperaria? e com tudo dos ; comtigo està o numero de seus
meus caminhos defenderei perante dias: e tu lhe pu/este limites, e n&o
elle: passará cPalem delles.
16 Tambem elle será minha salva- 6 Desvia-te delle; para que tenha re­
ç&o: porem ò hypocrita nào virá pe­ pouso: até que, como o jornaleiro,
rante seu rosto. tenha contentamento em seu dia.
17 Ouvi com attençfto minhas ra­ 7 Porque ainda para a arvore ha al­
zões, e com vossos ouvidos minha de- gum a esperança, de que, sendo corta­
mostraçâo. da, ainda se renovará; e seus renovos
18 Eis que ja tenho ordenado meu nào cessarão.
direito: e sei que serei declarado por 8 Se àua raiz se envelhecer na terra,
justo. e seu tronco se amortecer no p ó :
19 Quem he o que contenderá co­ 9 Ao cheiro das aguas brotará: e
migo ? se eu agora me callasse, daria dará ramos como a planta.
o espirito. 10 Porem desfalecendo o homem, es-

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624 JOB, XV.

tá abatido: e dando o homem o espi­ 6 Tua boca te condena, e nào eu: e


rito, entào aonde està? teus beiços testificào contra ti.
11 As aguas se vâo do lago: e o rio 7 Es tif porventura nascido o pri­
se esgota, e se seca. meiro dos homens? ou foste gerado
12 Assim o homem se deita, e nào antes dos outeiros ?
se levanta: até que mais nào haja 8 Ou ouviste o secreto conselho de
ceos, nào acordarào; nem se erguer&o Deos? e a ti só retiraste a sabedoria?
de seu sono. 9 Que sabes tu, que nós nâo sabe­
13 Ouxalá me escondéras na sepul­ mos? e que entendes, que nào haja
tura, e me occultàras até que tua ira em nosoutros?
se desviasse: «me puzéras hum limi­ 10 Tambem ha entre nós velhos de
te, e te alembràras de m im ! çaâs e decrepitos, maiores em dias
14 Morrendo o homem, porventura que teu pai.
tomará a^vi ver ? todos os dias de meu 11 Porventura as consolações de De­
combate esperaria, até que viesse mi­ os te sâo pequenas ? ou cousa alguma
nha mudança ? se occulta em ti ?
15 Chama-me, e eu te responderei: 12 Porque te arrebata teu coração?
c affeiçoa-te à obra de tuas màos. e porque pestenejào teus olhos?
16 Porem agora contas meus passos: J3 Para que vires teu espirito contra
e me nào guardas por meu peccado. Deos, e deixes sahir taes razões de
17 Minha transgressão está sellada tua boca.
em huma trouxa: e amontoas minhas 14 Que he o homem, para que seja
iniquidades. puro ? e o que de mulher nasce, para
18 £ na verdade, cahindo a monta­ que fique justo ?
nha, perece: e a rocha se muda de 15 Eis que em seus santos nào con­
seu lugar. fiaria : e nem os ceos sâo puros em
19 As aguas gastào as pedras: e o seus olhos.
pò da terra affoga o que de si mesmo 16 Quantò mais abominavel e fedo­
nascer nella: assim tu fazes perecer rento he o homem, que bebe a iniqui­
a atençAo do homem. dade como agua?
20 Sempre prevaleces contra elle, e 17 Escuta-me, mostrar-te o hei: e o
passa: e demudando seu rosto, o des­ que vi, te contarei:
pedes. 18 O que os sabios denunciárào, 6
21 Seus filhos vem a ter honra, e elle o ouvindo de seus pais, o nào occul-
o nâo sabe: ou ficào attenuados, e nào tárão.
attenta por elles. 19 A sós os quaes se déra a terra:
22 Mas estando sua came ainda nel­ e nenhum estranho passou por meio
le, tem dores: e estando sua alma delles.
nelle, lamenta. 20 Todos os dias o impio se dà pena
a si mesmo: e poucos annos em nu­
CAPITULO XV. mero se reservarão para o tyranno.
21 O soido dos horrores está em seus
NTAO respondeo Eliphaz o The- ouvidos: até na paz lhe sobrevem o
E manita, e disse.
2 Porventura dará o sabio sciencia
assolador.
22 Nào cré, que tomará das trevas*
de vento por reposta? e encherá seu mas que està espiado da espada.
ventre do vento Oriental ? 23 Anda vagueando por pâo, aonde
3 Reprendendo com palavras, que quer que haja: òemsabe, que ja o dia
servem de nada; e com razões, com aas trevas está prestes em sua mâo.
que nada aproveita ? 24 Ansia e tribulação o assombrào:
4 E tu até o temor aniquilas: e dimi- « prevalecem contra elle, como o Rei
nues a oração perante o rosto de Deos, preparado para a peleja.
5 Porque tua boca declara tua ini­ • 25 Porque estende sua mâo oontra
quidade : e Xn escolheste a lingua dos Deos: e contra o Todopoderoso fCem*
astutos. bravepe,

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job, xvi, xvn.
&6 Arremete contra elle com a força 9 Sua ira me despedaça, e elle me
de seu pescoço, e com seus grossos e tem odio; range seus aentes contra
levantados escudos. mim: meu adversario aguça seus olhos
27 Porquanto cubrio seu rosto com contra mim.
sua gordura: e fez rugas nas ilhargas. 10 Bocejào com sua boca contra mim,
28 £ habitou em cidades assoladas^ com desprezo me ferem nas queixa­
como tambem em casas, em que se nào das : e contra mim se ajuntâo todos.
morava: que estavâo prestes para 11 Entregou-me Deos ao perverso:
montões de pedras. e nas mâos dos impios me fez ca­
29 Nâo enriquecerá, nem subsistirá hir.
seu poder* nem se estenderá pela 12 Descansado estava eu, porem elle
terra a perfeição delles. me quebrantou; e pegou-me pelo tou­
30 Nâo escapará das trevas, a chafna tiço, e despedaçou-me: e poz-me por
do fo g o secará seu renovo: « desapa­ seu alvo.
recera com o sopro de sua boca. 13 Cercârâo-me seus frecheiros; fen-
31 Nâo confie pois na vaidade, com deo-me os rins, e nâo me perdoou: e
foi enganado: senâo a mesma vai- meu fel derramou em terra.
e serà sua recompensa. 14 Quebrantou-me com quebranto
32 Nào sendo ainda chegado seu dia, sobre quebranto: arremeteo contra
ella lhe comprirà: porque seu ra­ mim, como o forçoso.
mo nâo enverdecerá. 15 Cosi saco sobre minha pele: e re­
33 Arrancarão suas uvas em agraço, volvi minha cabeça no pó.
como as da vide: e derribarão sua ílor, 16 Meu rosto toao està enlodado de
como a da oliveira. chorar; e sobre as capeHas de meus
34 Porque o ajuntamento dos hypo- olhos està à sombra de morte:
critas se farà solitário: e o fogo con­ 17 Nào havendo porém em minhas
sumirá as tendas das peitas. mâos violência; e sendo pura minha
35 Concebem trabalho, e parem vai­ oração.
dade : e seu ventre obra enganos. 18 Ah terra, nâo cubras meu sangue:
e nâo haja lugar para meu olamor!
19 Eis que tambem agora minha tes­
CAPITULO XVI. temunha està no ceo, e minha teste-
ESPONDEO porem Job, e disse. munhà nas alturas.
R 2 Ouvi muitas cousas como estas:20 Meus amigos sâo os que zombâo
todos vósoutros sois consoladores mo­ de m im : mas meus olhos estào destil-
lestos. lando para Deos.
3 Haverá porventura fim de palavras 21 An, se se pudesse contender com
de vento ? ou que he o que te aá força, Deos pelo homem: como o filho do
para assim responderes? homem por seu amigo!
4 De mais, fallaria eü como Vósou­ 22 Porque poucos annos em numero
tros / aliais ? se vossa alma estivéra em virâo ainda : e eu seguirei o caminho,
lugar de minha alma ? ou amontoaria por onde nào tornarei.
palavras contra vós? e moveria minha
cabeça contra vós? CAPITULO xvn .
5 Confortaria-vos com minha boca,
e o movimento de meus beiços se re­ EU espirito se vai corrompendo,
teria? M meus dias se vào apagando, e ja
6 Se fallo, minha dór nào cessa: e as sepulturas estào perante mim.
callando, que mal me deixa ? 2 Porventura nào estào zombadores
7 Em verdade agora me molestou : comigo: e meus olhos trasnoitâo em
ta assolaste toda minha companhia. suas amarguras?
8 Testemunha disto he. que ià me 3 Promete agora, e dá-me fiador pa­
fizeste arrugado: e minha magreza já ra comtigo: quem ha outro que me dê
se levanta contra mim, e em meu ros­ a m&o?
to testifica contra mim. 4 Porque seus corações encubnste

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526 JOB, XVIII, XIX.
de entendimento: pelo que os nào ex­ das: e sua lampada sobre elle se apa­
alçarás, gará.
5 O que lisongeando falia aos arai- 7 Os passos de seu poder se estreita­
tambem os olhos de seus íilhos rão : e seu consçlho o derribará.
n aleceráo. 8 Porque seus mesmos pés o lança­
6 Porem a mim me pôz por ditado rão á rede: e andará nos fios enreoa-
de povos: de modo que já sou abomi­ dos.
nação perante o rosto de cada qual. 9 O laço travará delle pelo calcanhar
7 Pelo que ja meus olhos se escure- e o salteador o vencerá.
cérào de magoa: e já todos meus mem­ 10 Sua corda está escondida debaixo
bros sáo como a sombra. da terra: é sua armadilha na vereda.
8 Os rectos pasmarão sobre isto : e 11 Os assombros o espantarão do re­
o imiocente se levantará oontra o hy-dor : e o farâo correr de huma a outra
pocrita. parte, por onde quer que apresse os
9 E o justo seguirá seu caminho fir­passos.
memente : e o puro de mâos irá cre- 12 Seu poder será desbaratado: e a
cendo em força. perdição está preparada à sua ilharga.
10 Mas na verdade tomai todos vós­ 13 0 primogênito da morte consumi­
outros, e vinda c á : porque sabio ne­
rá os ferrolhos de sua pele: consumi­
nhum acho entre vósoutros. rá digo, seus ferrolhos.
11 Já meus dias se passàrâo, meus 14 Sua confiança serà arrancada de
pensamentos se arrancárâo, as posses­sua tenda: e isto o fará caminhar pa
sões de meu coração. ra o Rei dos assombros.
12 A noite me mudâo em dia: a luz 15 Morará em sua mesma tenda, ain­
està perto do fim por causa das tre­ da que sua nâo seja:. espalhar-se-ba
vas. enxofre sobre sua morada.
13 Se eu esperar, a sepultura sérá 16 De debaixo se secarão suas rai­
minha casa: nas trevas estenderei mi­zes : e de riba serâo cortados seus ra­
nha cama. mos.
14 A a cova clamo, dizendo, meu pai 17 Sua memória perecerá da terra:
e s: e aos bichos, minha mãi e minha e pelas praças nâo terá nome.
irmâ sois. 18 Da luz o lancarâo nas trevas: e
15 Aonde pois estaria agora minha affugenta-lo-hâo do mundo,
attença} minha attença digo, quem a 19 Nâo terá filho, nem neto entre seu
poderá ver ? povo: e resto nennum delle ficará em
16 Com as barras da sepultura des­ suas moradas.
cenderão : quando juntamente no pò 20 De seu dia se espantarão os des*
haverá descanso. cendente8 : e os antigos serâo sobre-
saltados de horror.
CAPITULO XVIII. 21 Assim que taes são as moradas do
perverso: e este he o lugar do que nâo
NTAO respondeo Bild&d, o Suhitá, conhece a Deos.
E2 Atée disse.
quando náo fareis fim de pala­ CAPITULO XIX.
vras r attentai bem, e entáo fallaremos.
3 Porque somos estimados como bes­ ESPONDEO porem Job, e disse:
tas, e immundas em vossos olhos ? R 2 Até quando entristecerá is mi­
4 Oh tu, que despedaças sua alma nha alma, e me quebrantaréis com
em sua ira: serà a terra déixada por palavras ?
tua causa ? e mudar-se-hâo as rochas 3 Ja dez vezes me envergonhastes:
de seu lugar 1 vèrgonha nào tendes; contra mim vos
5 Na verdade a luz dos impios se endureceis.
apagará: e a faisca de seu fogo nâo 4 Seja porem que tambem era ver­
resplandecerá. dade errasse: comigo tresnoitará met*
6 A luz se escurecerá em suas ten­ erro.

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JOB, XX. 627
5 Se de veras vos levantais contra chumbo para sempre fossem esculpi­
m im : e proseguis contra mim meu das em huma penoa!
oprobrio: 25 Porque eu sei, que meu Redem­
6 Sabei agora, que Deos he o que me ptor vive: e que se levantarão ultimo
trastornou: e com sua rede me cercou. sobre o pô.
7 Eis que clamo, dizendo, violência 26 E roendo elles isto. depois de
me fazcnt) porem nào sou ouvido: gri­ roida minha pele, entào aesde minha
to, porem nào ha justiça. came verei a Deos.
8 Meu caminho entrincheirou, e ja 27 Aq qual eu verei para mim, e me­
nào posso passar: e sobre minhas ve­ us olhos o verâo, e nào outros: e isto
redas pôz trevas. meus rins interiormente desejào.
9 De minha honra me despojou: e 28 Na verdade que devieis dizer;
tirou-me a coroa de minha cabeça. porque razão o perseguimos? pois a
10 Derribou-me doredor, e assim me raiz do sobredito se acha en* mim.
vou ; e arrancou minha attença, como 29 Arreceai-vos da espada; porque
a huma arvore. . já o furor estâ sobre os delitos da es­
11 E fez inüamm&r contra mim sua pada : para que assim saibais, que ha­
ira: e estimou-me para comsigo, co­ verá juizo.
mo a seus inimigos.
12 Juntas viérâo suas tropa^ e pre- CAPITULO XX.
parárào contra mim seu caminho: e
puzérào-se em campo do redor de mi­ NTAO Zophar, o Naamathita res­
nha tenda.
13 A meus irmàos longe fez retirar
E pondeo, e disse.
2 Porisso meus pensamentos me fa­
de mim : e os que me conhecem) de zem responder: e portanto me apre-
veras m e estrannàrâo. suro.
14Meus parentes wç deixárão: e me­ 3 Eu ouvi a reprensâo, que me en­
us conhecidos se esquecérào de mim. vergonha: mas o espirito desde meu
15 Meus domésticos, e minhas ser­ entendimento responderá por mim.
vas, me tivérão por estranho: e sou 4 Porventura nâo sabes isto, que fo i
estrangeiro em seus olhos. desde todo tempo: desde que Deos
16 Chamei a meu criado, e elle me pôz ao hòmem no mundo ?
nào respondeo: supplicando-lhe eu 5 A saber que o jubilo dos impioshe
com minha própria Doca. breve, e a alegria dos hypocritas por
17 Meu bafo ne estranho a minha só hum momento ?
mulher : e eu a supplico pelos filhos 6 Ainda que sua altura subisse até o
de meu ventre. ceo, e sua cabeça chegasse até as nu­
18 Até os rapazes me desprezào: e vens.
levantando-me eu, fallào contra mim, 7 Com tudo como seu mesmo esterco
19 Todos os homens de meu secreto perecerá para sempre : e os que o ou-
conselho roe abominào: e até os que verem visto, dirâo, que he delle ?
eu amava, se tomàiào contra mim. 8 Como sonho voará, e nào será
20 Meus ossos se apegàrâo à minha achado: e serà affugentado, como a
pele e à minha cam e: e escapei só visâo da noite.
com a pele de meus dentes. 9 O olho que já o vio, nunca ja mais
21 Colhpadecei-vos de mim, amigos o verá: nem seu lugar olhará mais
meus, compadecei-vos de mim: por­ para elle.
que a mâo de Deos me tocou. 10 Seus filhos procurarão agradar aos
22 Pormie me perseguis como Deos: pobres : e suas mâos restaurarão seu
è de minna came vos nào fartais? -roubo.
23 Quem me déra agora, que minhas 11 Seus ossos se encherão de seus
a la v r a s se e s c re v e s s e m ! q u e m me occultos peccados; e juntamente se dei­
S é ra , q u e s e ta m b e m a p o n ta s se m e m tarão com elle sobre o pó.
h u m liv ro ? 12 Se o mal lhe he doce na boca, c
24 E que cozn penna de ferro, e com elle o esconde debaixo de sua lingo^.

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6fiS JOB, XXI.
13 E o guardo, e o n&o deixa; antes 3 Sopportai-me, e eu fallarei: e ha­
o retem entre sen pàdar: vendo eu fallado, entdo vósoutros zom­
14 Sua comida se mudará em suas bai.
entranhas; fel de áspides será em seu 4 Porventura eu me queixo a algum
interior. homem ? porem ainda que assim fos­
15 Engulio fazendas, porem vomi- se, porque meu espirito se n&o angus­
tal-as-hà : de seu ventre Deos as lan­ tiaria ?
çará : 5 Olhai para mim, e espantai-vos: e
16 Veneno de áspides sorverá: lin- ponde a mâo 6obre a boca.
gua de bibora o matará. 6 Porque qnando me lembro d’isto,
17 Nâo verá correntes, rios, e ribei­me perturbo: e minha came he sobre-
ros de mel e manteiga. saltada de hòrror.
18 Restituirá o trabalho, e n&o o en­ 7 Porque raz&o vivem os impios!
guli rà : conforme ao poder de sua mu­ envelhecem, e ainda Be esforçâoem
dança ; f n&o saltará de gozo. poder?
19 Porquanto opprimio, desamparou 8 Sua semente subsiste com elles
aos pobres: e roubou a casa, que n&o perante sua face; e seus renovos es­
edificou. tão perante seus olhos.
20 Porquanto n&o sentio sossego em 9 Suas casas tem paz, sem temor: e
seu ventre: de sua t&o desejada fa­ a vara de Deos nâo está sobre elles.
zenda cousa nenhuma reterá. 10 Seu touro cavalga, e n&o falha:
21 Nada lhe sobejará de que eom a: sua vaca emprenha, e n&o move.
pelo que sua fazenda n&o serà durável. 11 Mand&o fora suas crianças, como
22 Estando ja chea sua abastança, a rebanho: e seus íilhos andâo sal­
estará angustiado: toda m&o doB mi­ tando.
seráveis virá sobre elle. 12 Levant&o a voz, ao som do tambo­
23 Haja porem ainda de aue possa ril e ria harpa: e alegr&o-se ao som
encher seu ventre, coni tudo Deos man­ dos orgâos.
dará sobre elle o ardor de sua ira : e 13 Em prosperidade gastâo seus di­
sobre elle lhe choverá em sua comida. as : e em hum momento descendem
24 Ainda aue fuga das armas de fer­ à sepultura.
ro : o arco ae aço o atravessará. 14 E todavia dizém a Deos, desvia
25 Desembainhada a espada sahirá te de nosoutros: porque nada folgamos
de seu corpo, e resplandecendo virá de com conhecimento ae teus caminhos.
seu fel: e haverá sobre elle assom­ 15 Que c o u sa he o Todopoderoso,
bros. p a r a q u e n ó s o sirv a m o s ? e que nos
26 Toda escurid&o se occultarà em a p p ro v e ita rà , de ac o lh e r-n o s a e lle !
seus escondedouros: fogo n&o asso­ 16 Vede porem , que seu bem nâo
prado o consumirá; e ao que restar está em suas mâos delles: e s t e j a lon­
em sua tenda, lhe irá mal. ge de mim o conselho dos impios!
27 Os ceos manifestaráo seu iniqui­ 17 Quantas vezes suocede que a
dade : e a terra se levantará contra candea dos impios se apaga, e sua
elle. perdição lhes sobrevem dHmproviso.
28 As rendas de sua casa seráo trans­ e Deos em sua ira lhes reparte dores.
portados : no dia de sua ira todas se 18 Porque sâo como a palha diante
derramarão. do vento: e como a pragana, que ar­
29 Esta, da parte de Deos, he a par­ rebata o pé de vento.
te do varâo impio: e da parte de De­ 19 Deos guárda sua violência para
os a herança de seus ditos. seus filhos; e lhe d á o pago, que o
sente. "
20 Seus olhos vém sua ruina; e elle
CAPITULO XXI. bebe do furor do Todopoderoso.
ESPONDEO porem Job, e disse. 21 Porque, que prazer teria em w*
R 2 Ouvi attentamente minhascasa,
ra­ depois ae s i: cortando-se«w 0
zões : e seja isto vossas consolações. numero de seus mezes'*

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JOB, XXII. 529
22 Porventura a Deos se ensinaria 8 Mas para o violento era a terra: e
sciencia, julgando elle aos excelsos ? o varão ae respeito habitava nella.
23 Este morre na força de sua pleni- 9 A as viuvas despediste vazias: e
dão, estando todo quieto e descansado. os braços dos orfãos forão quebranta­
24 Suas ferradas estavâo cheas de dos.
leite : e o tutano de seus ossos hume­ 10 Pelo que ha laços do redor de ti:
decido. e pavor repentino te perturbou.
25 Ao contrario o outro morre em 11 Ou tu nào vês as trevas, e a abun­
amargura de coração, não havendo co­ dancia de agua te cobre.
mido do bem. 12 Porventura Deos nâo estâ na al­
26 Juntamente jazem no p ô : e os tura dos ceos? olha pois para o cume
bichos os cobrem. das estrellas, quam levantadas estão.
27 Eis que sei vossos pensamentos : 13 Pelo que dizes, que sabe Deos
como tambem os mãos intentos, com disto? porventura julgará por entre a
que me fazeis violência. escuridão ?
28 Porque direis, que he da casa do 14 As nuvens sâo escondedura para
Principe 7 que he da tenda das mora­ elle, para que nâo veja: e passéa pelo
das dos impios ? circuito dos ceos.
29 Porventura o não perguntastes aos 15 Porventura attentaste para a ve­
que passão pelo caminho ? e não con­ reda do seculo passado, que pisarão os
heceis seus sinaes ? varões iniustos ?
30 Que o mão he preservado no dia 16 Que forão arrugados antes de tem­
da destruição: e são arrebatados no po : sobre cujo fundamento hum dilu­
dia dos furores. vio se derramou.
31 Quem lhe mostrará seu caminho 17 Dizião a Deos, desvai-te de nôs:
em sua face ? e quem lhe dará o pa­ e que he o que o Todopoderoso lhes
go ào que faz ? fez?
32 Finalmente he levado ás sepultu­ 18 Sendo elle o que lhes enchéra su­
ras; e continua no montão, as casas de bens: pelo que o conselho
33 Os terròes do valle lhe são doces: dos impios esteja longe de mim.
e atrahe a si a todo homem; e dos que 19 Os justos o virão, e se alegrãrâo:
houve antes delle, não ha numero. e o innocente escameceo delles.
34 Como pnis me consolais com vai­ 20 Porquanto nosso estado nâo foi
dade ? pois em vossas repostas ainda destruido: mas o fogo consumio o resto
resta transgressão. delles.
21 Acostuma-te pois a elle; e tem
CAPITULO XXII.
paz: porisso o bem te sobrevirá.
22 Aceita ora a Lei de sua boca: e
NTAO respondeo Eliphaz o The- põem suas palavras em teu coração.
E manita, e disse. 23 Se te converteres ao Todopoaero-
2 Porventura o homem serà de algum so, serás edificado: aífasta a iniqui­
proveito a Deos ? antes a si mesmo o dade de tua tenda.
prudente sera proveitoso. 24 Entâo lançarás o ouro no p ó : e o
3 Ou he ao Todopoderoso util. que ouro de Ophir junto a as rochas dos
tu sejas justo ? ou cousa alguma ae ga­ ribeiros.
nho, que aperfeiçôes teus caminhos ? 25 E até o Todopoderoso te será ou­
4 Ou te reprenae, pelo temor que tem ro abundante, e tua prata maciça.
de ti? e vem comtigo a juizo? 26 Porque entâo te deleitarás no To­
5 Porventura não he grande tua ma- dopoderoso : e levantarás teu rosto a
licia ? e tuas iniquidades náo tem fim ? Deos.
6 Porque penhoraste a teus irmãos 27 De veras orarás a elle, e elle te
sem causa alguma: e aos nuos des­ ouvirá: e teus votos lhe pagarás.
piste os vestidos. 28 Determinando tu algum negocio,
7 Não déste de beber agua ao can­ te será firme: e era teus caminhos U
tado : e ao faminto retiveste o pão. resplandecerá a luz.
23

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1
530 JOB, k x ill, XXIV.

29 Quando abaterem a alguem, e tu CAPITULO XXIV.


disseres, haja exaltação: entâo Deos
salvará ao baixo de olhos.
30 E livrará até ao que nâo he inno- P ORQUE do Todopoderoso se nio
encubririâo os tempos: pois qne
cente : porque fica livre pela pureza os que o conhecem,nào vêm seus dias1
de tuas mâos. 2 Até dos limites lançáo mâo: rou-
bâo os rebanhos, e os apacentào.
3 Levâo o asno do oriào: penhorio
CAPITULO XXIII. o boi da viuva.
ESPONDEO porem Job7e disse. 4 Aos necessitados fazem arredarse
R 2 Até hoje minha queixa hedo re­caminho: e os miseráveis da tens
beldia : mais trabalhosa he minha pla­ juntos se escondem delles.
ga, que meu gemido. 5 Eis que como asnos monteses no
3 Ah se eu soubesse, que o poderia deserto sahem a sua obra, madrugan­
achar! entáo me chegaria a seu tribu­ do a roubar: o campo raso dá manti­
nal. mento a elle, e a seus moços.
4 Com boa ordem proporia meu direi­ 6 No campo segâo seu pasto: ven-
to perante sua face: e minha boca dimâo a vinha do impio.
encheria de argumentos. 7 Ao nuo fazem passar a noite sem
5 Saberia as palavras, que me respon- roupa: nâo tendo elle cuberta contia
• deria: e entenderia o que me diria. o frio.
6 Porventura segundo a grandeza de 8 Das correntes das montanhas eto 1
seu poder contenderia comigo ? não; molhados: e nâo tendo refugio, tbn-
antes elle attentaria para mim. çâo se com as rochas.
7 Ali o recto pleitearia com elle : e 9 Ao orfâozinho arrançâo da teU.
eu me livraria para sempre de meu e penhorâo o que ha sobre o pobre.
Juiz. 10 Aos nuos fazem ir sem vestido, e
8 Eis que se me adianto, ali náo es­ famintos aos que trazem gavelas.
tá : se tomo a tras, nâo o advirto. 11 Entre suas paredes espremem o
9 Se obra à mão ezquerda, nâo o azeite: pisào os lagares, e ainda tem
vejo: se se encobre à máo direita, nâo sede.
o enxergo. 12 Desdas cidades suspirâo os ho­
10 Porem elle conhece meu cami­ mens, e a alma dos feridos exclama:
nho : prove-me, e sahirei como o ouro. e com tudo Deos nào faz cousa inde- |
11 A seus passos meus pés se affir- cente.
márâo: seu caminho guardei, e nào 13 Elles estào entre os que se oppô-
me desviei delle. em â luz : nào conhecem seus cami­
12 O preceito de seus beiços nunca nhos dettoj e nào permanecem em sow
retirei de m im : e as palavras de sua veredas.
boca guardei mais que rainha por­ 14 De madrugada se levanta o homi­
ção. cida, mata ao pobre e necessitado: e
13 Mas se elle está contra alguem, de noite he como o ladrão.
quem entào o desviará ? o que sua al­ 15 Até o olho do adúltero a g u a rd a o
ma quizer, isso fará. entre lusco fusco da noite, aizendo;
14 Porque cumprirá o que està or­ olho nenhum me verá: e o rosto se
denado ae mim: e muitas cousas co­ arrebuça.
mo estas ainda tem comsigo. 16 Nas trevas mina as casaa, que de
15 Pelo que me perturbo perante dia se assinalàrâo: nào sabem da
sua face: o considéro, e temo delle. luz.
16 Porque Deos macerou meu cora­ 17 Porque amanhã a todos elles jun­
ção: e o Todopoderoso me pertur* tos lhes ne sombra de morte: porqu
bou. sendo conhecidos, sentem pavores da
17 Porquanto nâo foi desarreigado sombra de morte.
antes das trevas: e de minha face en- 18 He ligeiro sobre a superfície das
cobrio a escuridão. aguas ) maldita he sua parte sobre a

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JOB, XXV, XXVl, XXVII, 531
terra: nào se vira para o caminho das 6 0 inferno está nuo perante elle: e
rinhas. não ha cuberta para a perdição.
19 A secura e o calor desfazem as 7 Ao norte estende sobre o vazio: a
aguas da neve; assim a sepultura aos terra pendura em o nada.
que peccàrão. 8 As aguas amarra em suas nuvens:
20 A madre se esquecerá delle : os todavia a nuvem se não rasga debaixo
bichos lhe serão doces, nunca mais ha­ delias,
verá lembrança delle: e a iniquidade 9 Tem firme a plainura de seu thro­
se quebrará como pão. no : e sobre ella estende sua nuvem.
21 Afflige á esteril, que não pare: e 10 Assinalou limite sobre a super­
a a viuva nenhum bem faz. fície das aguas doredor delias, até a
22 Até aos poderosos atrahe com sua consummacão da luz e das trevas.
força: se se levanta, não ha vida segura. 11 As columnas do ceo tremem, e
23 Se Deos lhe dà descanço, estriba se espantão de sua ameaça.
nisso : seus olhos porem estão postos 12 Com sua força fende ao mar: e
em seus caminhos delles. com seu entendimento abate sua in­
24 Por hum pouco se alçào, e logo chação.
desaparecem: são abatidos, encerra­ 13 Por seu Espirito ornou os ceos:
dos como todos, e cortados como as sua mão formou a serpente enrosca-
cabeças das espigas. diça,
25 Se assim logo não he, quem me 14 Eis que isto são só as bordas de •
desmentirá, e desfará minhas razões ? seus caminhos j e quam pouco he o
que temos ouvido delle ! quem pois
CAPITULO XXV.
entenderia o trovão de seu poder?
NTAO respondeo Bildad o Suhita,
E2 Senhorio
e disse.
CAPITULO XXVII.
PROSEGUIO Job em proferir seu
e temor estão junto a
elle: elle faz paz em suas alturas. E
dito, e disse.
3 Porventura ha numero de suas tro­ 2 Vive Deos, que me tirou meu di­
pas? e sobre quem se não levanta reito : e o Todopoderoso, que amargu­
soa luz % rou minha alma.
4 Como pois o homem seria justo 3 Que, em quanto meu folgo estiver
para com Deos? e como seria puro, em mim, e o sopro de Deos em meus
aquelle que nasce de mulher ? narizes;
5 Olha d'aqui até à lua, e não darà 4 Meus beiços não fallarão iniquida­
respiandor: até as mesmas estrellas de, e minha lingoa nào pronunciará
não sâo puras ém seus olhos. engano.
6 E quanto menos o homem, que he 5 Tal nunça eu faça, que a vòs jus­
hum bicho, e o filho do homem, que he tifique : até cjue eu náo dê o espirito,
hum bichinho. nunca tirarei de mim minha sinceri­
dade.
6 A a minha justiça me apegarei, e
CAPITULO XXVI. não a deixarei ir: meu coração a não
OREM Job respondeo, e disse. desprezará por todos meus dias.
2 Como ajudaste ao que nâo ti­7 Seja meu inimigo como o impio:
nha força? e sustentaste ao braço, que e o que se levantar contra mim, oo­
náo tinha vigor ? mo o perverso.
3 Como aconselhas-te ao que não ti­ 8 Porque qual será a attença do hv-
nha sciencia, e por inteiro lhe fizeste icrita, liavendo sido avaro ? quando
saber a causa, assim como era? g
eos lhe arrancar sua alma ?
4 A quem relataste taes palavras? 9 Porventura Deos ouvirá seu cla­
e cujo ne o espirito que sahio de ti ? mor, sobrevindo-lhe a tribulação ?
5 Os mortos nascerão debaixo das 10 Ou deleitar-se-ha no Todopodero­
aguas, com seus moradores delias. so? ou invocará a Deos a todo tempo?

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532 JOB, XXVIII.
11 Ensinar- vos-hei ácerca da mâo de 7 A ave de rapina náo aoube a vere­
Deos: e nâo vos encubrirei o que está da : e os olhos da gralha a nâo vi­
com o Todopoderoso. rão.
12 Eis que todos vósoutros ja o vis­ 8 Nunca a pisàrâo filhos de animaes
tes : porque pois vos esvaeceis em vos­ altivos : nem o feroz leâo passou por
sa vaidade ? ella.
13 Esta pois he a parte do impio va­ 9 No seixal põem sua mâo: e de raiz
ráo para com Deos, e a herança, que os trastoma os montes.
tyrannos receberão do Todopoderoso. 10 Dos rochedos faz sahir rios: e se­
14 Se seus filhos se multiplicarem, us olhos vêr todo o precioso.
serà para a espada: e seus renovos se 11 Os rios tápa, e nem huma gota
nâo fartarão de p&o. sahe delles: e o occulto tira à luz.
15 Os que tiver de resto, na morte 12 Porem donde se achará a sabedo­
serâo enterrados: e suas viuvas nâo ria? e aonde està o lugar da intelli-
chorarão. gencia ?
16 Se amontoar prata como p ó ; e 13 O homem nâo sabe sua valia: e
aparelhar vestidos como lodo: nâo se acha na terra dos viventes.
17 Elle os aparelhará, porem o justo 14 O abismo diz; nâo està em mim:
os vestirá: e o innocente repartirá a e o mar diz; nem comigo tam vouco.
prata. 15 Nem por ouro fino se pò<le dar,
18 Edificará sua casa, como a traça: nem se pesar contra prata.
e como o guarda, que faz a cabana. 16 Nem se pòde comprar por ouro
19 Rico se deitará, e nâo será recolhi­ fino de Ophir: nem pelo precioso (bi­
do : seus olhos abrirá, mas elle nâo serà. che, ou Saphiro.
20 Pavores pegarão delle como agu­ 17 Com ella se nâo pode comparo
a s: pé de vento o arrebatará de noite. o ouro, ou o cristal: nem trocar dro
2 1 0 vento oriental o levará, e ir-se- joia de ouro maciço.
h a : e em tempestade o empuxará de 18 Nem do Ramoth, nem do Gabis
seu lugar. haverá alguma lembrança: porque a
22 E Deos lançara isto sobre elle, e pescaria da sabedoria he melhor que
nâo lhe perdoará: irá fugindo de sua a dos Robins.
mâo. 19 O Topázio de Cus se nâo pode
23 Cada qual baterá por elle as pal­ igualar com ella: nem se pòde com­
mas das mâos, e desde seu lugar lhe prar por ouro fino puro.
assoviarà. 20 í)’onde pois vem a sabedoria? e
aonde está o lugar da intelligencia?
c a p itu lo xxvm. 21 Porque està encuberta aos olhos
de todo vivente, e occulta a as aves do
A verdade que para a prata ha sa- ceo.
N hida: e para o ouro lugar, em que 22 A perdição, e a morte dizem:
o derretem. com nossos ouviaos ouvimos sua fama.
2 O ferro se toma do p ó : e da pedra 23 Deos entende seu caminho: e el­
se funde o metal. le sabe seu luçar.
3 O fim que Deos pôz às trevas, e to­ 24 Porque elle attenta até aos fins da
da extremidade, elle esquadrinha, com terra; e vê tudo debaixo dos ceos:
a pedra da escuridão e da sombra da 25 Pondo peso ao vento; e tomando
morte. a medida das aguas:
4 Tresborda o ribeiro junto ao que 26 Pondo limitada ordem a a chu­
habita a elle, de maneira que se nâo va : e caminho ao relampago dos tro­
possa passar a p é: entáo se esgota do vões.
homem, e as aguas se vâo. 27 Entâo a vio e relatou: a prepa­
5 Da terra o pão procede: e debaixo rou, e tambem a esquadrinhou.
de si se converte como em fogo. 28 Porem disse ao homem, eis gue o
6 Suas pedras sâo o lugar do Saphi- temor do Senhor he a sabedoria: o
ro; e tem pozinhos de ouro. o desviar-se do mal, a intelligencia.

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JOB, XXIX, XXX. 533

CAPITULO XXIX. e meu arco se reforçava em m i n h a .


mâo.

E PROSEGUIO Job em proferir seu 21 Ouvindo-me esperavâo: e calla-


dito, e disse. vâo-se a meu conselho.
2 Ah quem me désse, que fora co­ 22 Apos minha palavra nâo replica-
mo os mezes passados! como nos di­ vâo: e minhas razões destillavâo sobre
as, em que Deos me guardava! elles.
3 Quando fazia resplandecer sua can- 23 Porque esperavâo-me, como á chu­
dea sobre minha cabeça; e eu à sua va : e abriâo sua boca, como à chuva
luz caminhava pelas trevas: tardia.
4 Como era nos dias de minha mo­ 24 Se me ria para elles, nâo o criâo .
cidade : quando o segredo de Deos es­ e nâo faziâo abater a luz de minha
tava sobre minha tenda. face.
5 Quando o Todopoderoso ainda es­ 25 Se eu escolhia seu caminho, as­
tava comigo, e meus moços do redor sentava-me à cabeceira: e habitava
de mim. como Rei entre as tropas; como aquel­
6 Quando lavava meus pés na man­ le que consola aos chorosos.
teiga : e da rocha me corriâo ribeiros
de azeite. CAPITULO XXX.
7 Quando sahia â porta pela cidade;
e na praça fazia preparar minha cade­ "DOREM agora se riem de mim os de
ira: Jl menos dias que e u : cujos pais eu
8 Os moços me viâo, e se escondiáo: desdanhàra de os pôr com os caens de
e ati os decrepitos se levantavâo, e se meu rebanho.
pmhâo em pe. 2 De que tambem me serviria a for­
9 Os Maioraes detinháo as palavras: ça de suas mâos í ja de velhice pere-
e panháo a mâo sobre a sua boca. céra nelles.
10 A voz dos Principes se escondia: • 3 De mingoa e fome andavâo sós: e
e soa lingoa se pegava a seu padar. acolhiâo-se aos lugares secos, tenebro­
11 Ouvmdo-m* algum ouvido, me ti­ sos, assolados, e desertos.
nha por bemaventurado: v e n d o - a l­ 4 Apanhavâo malvas junto aos arbus­
gum olho, dava testemunho de mim. tos : e seu mantimento erão as raizes
12 Porque eu livrava ao miserável, dos zimbros.
que clam ava: como tambem ao orfào, 5 Do meio das gentes erão lançados:
que nâo tinha aiudador. e apupávâo-lhes, como a ladrões.
13 A benção ao que hia perecendo, 6 Para habitarem nos barrancos dos
vinha sobre mim: e eu o coração da valles, e nas cavernas da terra e das
viuva, fazia cantar alegre. rochas.
14 Vestia-me de justiça, e ella me 7 Bramavâo entre os arbustos: e ajun-
vestia a mim: meu juizo me era como tavâo-se debaixo das ortigas.
capa., e chapeo reàl. 8 Erão filhos de doudos, e filhos de
15 Eu era olhos ao cego, como tam­ nenhum nome, e lançados fora da terra:
bem. pés ao manco. 9 Porem agora sou sua chacota: e
16 Aos necessitados era pai: e a con­ sirvo-lhes de rifâo.
tenda que nâo sabia, inquiria com di­ 10 Abominào-me, e alongâo-se de
ligencia. mim : e nem ainda o cuspo retem de
17 E quebrava os qneixaes do per­ meu rosto.
verso : e de seus dentes tirava a presa. 11 Porque Deos desatou meu cordão,
18 E dizia, em meu ninho darei o espi­ e opprimio-me: pelo que sacudirão de
rito: e como area multiplicarei os si o freio perante meu rosto.
dias. 12 A a mâo direita se levantáo os
19 Minha raiz se estendia junto a as rapazes: rempuxâo meus p és; e pre-
aguas: e o orvalho tresnoitava sobre parâo contra mim o caminho de sua
meus ramos. perdição.
20 Minha honra se renovava em mim: 13 Derribâo meu caminho: promo*

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534 JOB, XXXI.
vem rainha miséria; n&o necessit&o CAPITULO XXXI.
de ajudador.
14 Vem contra mim como por huma IZ concerto com meus olhos: oo­
larga ruptura: e revolvem-se entre a F mo pois attentaria para a donzela*
assolação. 2 Porque qual he a parte de Deos de
15 Pavores se tornão contra mim: riba ? ou a herança do Todopoderoso
cada qual como vento presegue minha das alturas ?
nobre alma ; e como nuvem passou 3 Porventura a perdição nâo he nara
minha felicidade. o perverso ? e estranheza para os obra-
16 Peloque agora minha alma se der­ dores de iniquidade ?
rama em m im : dias de afflicçâo pegâo 4 Ou nâo vê elle meus caminhos? e
de mira. todos meus passos nâo conta ?
17 De noite fura meus ossos em mim: 5 Se andei com vaidade, e meu pé
e os pulsos de minhas veas nâo descan- se apressou ao engano :
sflo. 6 Pese-me em balanças fieis; e De­
18 Pela grandeza da força das dô-res os saberá minha sinceridade.
se demudou meu vestido: e elle cinge- 7 Se meus passos se desviàrâo do
me como o cabeção de minha roupeta. caminho; e meu coração se foi apos
19 Lançou-me na lam a: e fiquei se­ meus olhos, e a minhas mâos se ape­
melhante ao pó, e à cinza. gou cousa alguma:
20 Clamo a ti, porem tu nâo me res­ 8 Semée eu, e outro coma; e meus
pondes: estou empé, porem para mim renovos se arranquem.
náo attentas. 9 Se meu coração se deixou engodu
21 Tomaste-te cruel contra mim: apos mulher alguma, ou espreiteiiçoi*
com a força de tua mâo resistes odio­ ta de meu proximo:
samente. 10 Minha mulher móa com outro, e
22 Levantas-me sobre o vento, fazes- outros se encurvem sobre ella.
me cavalgar sobre elle: e derretes me 11 Porque he infamidade: e he de­
o ser. lito pertencente aos juizes.
23 Porque eu sei, que me levarás â 12 Porque he fogo, que consome até
morte, e á casa do ajuntamento de to­ a perdição: e desarreigaria toda min­
dos os viventes. ha renaa.
24 Porem nâo estenderá a mâo para 13 Se desprezei o direito de meu ser­
o montão de terra: porventura ha cla­ vo, ou de minha serva tendo comigo
mor nelles em sua oppressào ? contenda:
25 Porventura nâo chorei pelo que 14 (Que faria eu, quando Deos se le­
tinha duros dias ? ou nâo se angustiou vantasse? e inquinndo a causa, que
minha alma pelo necessitado ? lhe responderia ?
26 Todavia aguardando eu o bem, en­ 15 Ou o que me fez no ventre, nâo
tâo me veio o m al: e esperando eu a o fez tambem a elle ? ou nos nâo pre­
luz, veio « escuridade. parou do mesmo modo na madre?)
27 Minhas entranhas me fervem, e 16 Se retive o que os pobres deseja-
nâo estâo quietas: os dias da afflicçâo vâo, ou fiz desfalecer os olhos da viuva:
me prevenirão. 17 E só comi meu bocado, e o orfào
28 Denegrido ando, porem nào do nâo comeo delle.
sol; e levantando-me em a congrega­ 18 (Porque desde minha m ocidade
ção, exclamo. foi crecendo comigo como comseu pai •
29 Irmâo me fiz dos dragões, e com­ e desdo ventre de minha mãi a guiei.)
panheiro dos avestruzes. 19 Se a alguem vi perecer por falta
30 Minha pele se ennegreceo sobre de vestido; e ao necessitado por nâo
m im : e m e u s ossos e s tâ o inflamados ter cuberta:
da Bequidâo. 20 Se sua cintura me nâo bemdisse,
31 Pelo que minha harpa se tomou quando elle se aquentava com as pe­
em lamentação: e meus orgâos em les de meus cordeiros:
vozes de lamentantes. 21 Se movi rainha mâo contra o or-

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Job , x x x ii . 535
f à o ; porquanto via minha ajuda na nheiro, e fiz ofiegar a alma de seus
porta: donos:
22 Minha espâdoa caia do hombro, 40 Por trigo me produza cardos; e
e meu braço se quebre de sua cana. por cevâda, má erva. Aqui se aca-
23 Porque o castigo de Deos era pa­ bão as palavras de Job.
ra mim huma assombro: e eu nâo po­
dia a causa de sua alteza. CAPITULO x x x n ;
24 Se no ouro puz minha esperança;
ou disse ao ouro fino, tu es minha con­ NTAO aquelles tres varões cessâ-
fiança: E râo de responder a Job: porquan­
25 Se me alegrei de que minha fa­ to era justo em seus olhos.
zenda era muita, e de que minha mâo 2 E encendeo-se a ira de Êlihu, filho
alcançára muito: de Çaracheel o Buzita, da geração de
26 Se olhei para o Sol, quando re­ Ram: contra Job se encendeo sua ira;
splandecia ; ou para a Lua, indo glo­ porquanto mais justificava a si mesmo,
riosa : que a Deos.
27 E meu coração se deixou engo­ 3 Tambem sua ira se encendeo con­
dar em occulto, e minha boca beijou tra seus tres amigos: porquanto não
minha, m âo: achando que responaer, todavia con-
28 Tambem isto seria delito perten­ denavâo a Job.
cente ao juiz: pois assim negaria a a 4 Eliliu porem esperou a Job na*
Deos de riba. quella pratica: porquanto tinhão mais
29 Se-me alegrei da desgraça de idade, que elle.
meu aborrecedor: e me abalei, quan­ 5 Vendo pois Elihu, que jà nâo ha­
do o mal o achou. via reposta na boca daquelles treâ va­
30 (Tambem nâo deixei peccar a rões. sua ira se encendeo.
meu pàdar, desejando sua morte com 6 Pelo que respondeo Elihu, filho de
maldição.) Baracheel o Buzita, e disse: menos de
31 Se a gente de minha tenda nâo idade sou eu. e vós sois decrepitos:
disse: ah quem nos désse de sua car­ pelo que arreceei e temi, de declarar-
ne ! nunca nos fartaríamos delia. vos minha opinião.
32 O estrangeiro nâo passava a noite 7 Dizia eu ; fallem os dias: e a mul­
na ru a : minhas portas abria ao ca­ tidão dos annos faça saber sabedoria.
minhante. 8 Na verdade o Espirito, aue estâ
33 Se como Adam encubri minhas no homem, e a inspiração ao Todopo­
transgressões, occultando meu delito deroso os faz entendidos.
em meu seio. 9 Os grandes não são os sabios: nem
34 Na verdade eu poderia violenta­ os velhos entendem o direito.
mente opprimir huma grande multi- 10 Pelo que digo, dai-me ouvidos: e
dâOj porem o mais desprezivel das fa- tambem eu declararei minha opinião.
milias me espavoreceria: e eu me 11 Eis que aguardei a vossas pala­
caUaria, e não sahiria da porta. vras, e virei os ouvidos a vossas con­
35 Ah quem me desse a quem me siderações : até que buscásseis razões.
ouvisse! eis que meu intento he, que 12 Attentando pois para vósoutros,
o Todopoderoso me responda: e meu eis qua ninguém de vós ha, aue possa
adversario escreva hum livro. convencer a Job, nem responda a suas
36 Porventura o nâo traria a meus razões:
hombros, sobre mim o ataria por co­ 13 Para que não digais; achámos a
roa. sabedoria} Deos o derribou, e não
37 O numero de meus passos lhe homem.
mostraria: como Principe me chega­ 14 Tam pouco elle endereçou con*
ria a elle. tra mim palavras algumas: nem lhe
38 Se minha terra clamar contra mim, responderei com vossas palavras.
e seus regos juntamente chorarem: 15 Estão pasmados, nâo respondem
39 Se comi sua novidade sem di­ mais: faltão-lhes as palavras.

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536 JOB, XXXIII.

16 Esperei pois, porem n&o fallào: 14 Antes Deos falia huma ou doas
porque já paràrão, e nào respondem vezes; porem ninguém attenta para
mais. isso.
17 Tambem eu responderei minha 15 Em sonho, ou em visão de noite,
parte: tambem eu declararei minha quando o sono profundo cahe sobre os
opinião. homens; e se adormecem na cama:
18 Porque estou cheio de palavras: 16 Então o revela ao ouvido dos ho­
e o espirito de meu ventre me aperta. mens ; e sella-lhes seu castigo.
19 Eis que meu ventre he como mos- 17 Para desviar ao homem de soa
to, que n&o està aberto: e virá a arre­ obra, e esconder do varão a soberba.
benta^ como oàres novos. 18 Para desviar sua alma da perdi­
20 Fallarei, e respirarei: abrirei ção, e sua vida de passar pela espada.
meus beiços, e responderei. 19 Tambem em sua cama he com
21 Ouxalà eu nào tenha aceitação dóres castigado; como tambem a forte
de pessoas: nem use de sobrenomes multidão de seus ossos.
com o homem! 20 De modo que sua vida abomina
22 Porque não sei usar de sobreno­ até o pão, e sua alma a desejável co­
mes : meu Fazedor em breve me re­ mida.
tiraria. 21 Sua carne desaparece â vista di
olhos: e seus ossos, que se nâovify
agora aparecem:
CAPITULO XXXIII. 22 E sua alma se vai chegando a s
SSIM na verdade ó Job. ouve mi- cova, e sua vida a as cousas que ma-
A , nhas razões, e dá ouviaos a todas
minhas palavras.
tão.
23 Se com elle pois houver hum meu
2 Eis que jà abri minha boca: jà sageiro, hum interprete, só hum de
falia minha lingua debaixo de meu mu: para denunciar ao homem soa
padar. rectidão:
3 Minhas razões pronunciarão a sin­ 24 Então terá misericordia delle, e
ceridade de meu coração, e a pura lhe dirá; livra-o, que não descenda
sciencia de meus beiços. na perdição; ja achei resgate.
4 O Espirito de Deos me fez: e a 25 Sua came se reveríecerá mais
espiração do Todopoderoso me vivi­ do que era na mocidade: e tomará
ficou. aos aias de sua mancebia.
5 Se podes, responde-me: dispoem- 26 De veras orarà a Deos, o qual se
te perante mim, e persiste. agradará delle; e verá sua face com
6 Eis que sou de Deos, como tu : do jubilo: e tomará ao homem sua jus-
lodo tambem eu foi cortado. tiça.
7 Eis que meu terror não te pertur­ 27 Attentarà para os homens, e dirá;
bará: nem minha mão se agravará penuei, o perverti o direito, o que de
sobre ti. naaa me aproveitou.
8 Em verdade que disseste a meus 28 Porem Deos livrou minha alma
ouvidos; e eu ouvi a voz das palavras: de que não passasse à cova; assim
9 Limpo estou sem transgressão: pu­ que minha viaa vê a luz.
ro sou j e nâo tenho culpa. 29 Eis que tudo isto obra Deos, doas
10 Eis que acha contra mim acha­ ou tres vezes para com o homem.
ques: e me tem por seu inimigo. 30 Para desviar sua alma da perdi­
11 Poem meus pés no tronco, e at- ção, e o alumiar com a luz dos viven­
tenta por todas minhas veredas. tes.
12 Eis que nisto te respondo, não 31 Attenta pois, ó Job, escuta-me :
foste justo: porque maior he Deos, calla-te, e eu fallarei.
que o homem. 32 Se houver razões, responde-me.
13 Porque razão contendeste contra falia, porque desejo justificar-te.
elle 1 porque não rerponde ácerca de 33 Quando nào, tu me escuta: cal­
todos seus feitos. la-te, e ensinar-te-hei sabedoria.

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JOB, XXXIV. 537

CAPITULO XXXIV. 20 Em hnm momento falecem; e


até á meia noite os povos sâo sacudi­

R
ESPONDEO mais Eiihu, e disse. dos, e passâo: e o poderoso serà to­
2 mado sem mâo.
Ouvi, vós sabios, rainhas razõ­
es : e vòs entendidos, inclinai os ou­ 21 Porque seus olhos attentão para
vidos a mim. os caminhos de cada qual: e vê todos
3 Porque o ouvido prova as palavras: seus passos.
como o padar çosta a comida. 22 Nem trevas,nem sombra de morte
4 0 que he direito, escolhamos para ha, em que os obradores de maldade
nós: e conheçamos entre nôs o que he se possão encubrir.
bom. 23 Porque não carrega tanta ao ho­
5 Porque Job disse; soü justo: e mem, que contra Deos possa entrar em
Deos tirou meu direito. juizo.
6 Em meu direito me he forço men­ 24 Quebranta aos fortes, sem que se
tir: minha frecha he dolorosa, sem possa inquirir: e poem outros em seu
transgressão. lugar.
7 Que homem ha como Job, que 25 Pelo que conhece suas obras, de
bebe as zombarias, como aguai noite os trastoma, e ficâo esmiuça­
8 E caminha em companhia com os dos.
obradores de maldade: e anda com 26 Como a impios juntamente os es-
homens impios ? panquea, em lugar em que ha quem o
9 Porque d is s e ; de nada aproveita veja:
ao homem, de ter complacência em 27 Porquanto se desviârâo de apos
Deos. elle; e não entendéra nenhum de se­
10 Pelo que vósoutros, varões de en­ us caminhos.
tendimento, escutai-me: Deos esteja 28 Para trazer sobre elle o clamor do
fora de impiedade, e o Todopoderoso pobre, e ouvir o clamor dos aíHictos.
fora de perversidade ! 29 Se elle aquietar? quem então in­
11 Porque, segando a obra do homem, quietará? se encubrir o rosto, quem
Üe paga: e segundo o caminho de então attentará para elle ? assim para
cada hum lh?o faz achar. hum povo, como para hum homem só.
12 Tambem em verdade, Deos se 30 Para que o homem hypocrita nun­
^ ha impiamente : nem o Todopo­ ca mais reine; e nâo haja laços do
deroso perverte ao direito. povo.
13 Quem o pôz sobre a terra ? e quem 31 Na verdade que a Deos disse: su­
dispoz a todo o mundo ? portei teu castigo : nâo o corromperei.
14 Se puzesse seu coração contra 32 O de mais do que vejo. tu me o
elle: recolheria para si seu espirito, e ensina: se fiz alguma maldade, nunca
seu folgo. mais a hei de fazer.
15 Toda came juntamente daria o 33 Virá de ti como o recompensará,
espirito; e o homem se tornaria ao pois tu o desprezas ? farias tu pois, e
pó, nâo eu, a escolha: que he logo o que
16 Se pois ha em ti entendimento, sabes? falia.
ouve isto: e inclina os ouvidos ao quê 34 Os homens de entendimento di­
provo com razões. rão comigo; e o varâo sabio me ou­
17 Porventura o que aborrece o di­ virá :
reito, ataria as feridas ? e tu condena­ 35 Que Job nào fallou com sciencia;
i s ao extremamente justo ? e a suas palavras falta prudência.
18 Ou diria se a hum Rei, tu Belial ? 36 Pai meu ! provado seja Job para
eaos Principes, tu impio? sempre, por amor de suas repostas
19 Quanto menos a aquelle, cjue não entre os homens malinos.
faz aceitação de pessoas de Principes, 37 Porque a seu peccado acrecenta-
&em estima ao rico mais que ao po- ria transgressão, entre nós bateria as
we • porque todos sâo obras de suas palmas das mãos: e multiplicaria suas
lüâos, razões contra Deos.
23#

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038 JOB, XXXV, XXXVI.

CAPITULO XXXV. 4 Porque na verdade minhas pata


vras nào serão falsas: comtigo está
ESPONDEO mais Elihu, e disse. hum, que he sincero em siia opinião.
R 2 5 Eis que Deos he mui grande: com
Tens por direito, dizeres, mai­
or he minha justiça, do que a de Deos? tudo despreza a ninguém: grande he
3 Porque disseste, de que te servi­ em força de coraçào.
ria ella ? ou de que mais me aprovei­ 6 Náo deixa viver ao impio: e faz
tarei, do que de meu peccado ? justiça aos afflictos.
4 Eu te darei reposta: e a teus ami­ 7 Do justo nâo tira seus olhos; an­
gos comtigo. tes estão com os Reis no throno; ali
5 Attenta para os ceos, e v ê : e con­ os assenta para sempre, e assim s&o
templa as mais altas nuvens, que sáo exalçados.
mais altas que tu. 8 É se estando presos em grilhões,
6 Se peccare8, que mal troçarás con­ os detem amarrados com cordas de
tra elle ? se tuas transgressões se mul­ afflicçâo:
tiplicarem, que mal lhe farás 1 9 Entào lhes faz saber sua obra del­
7 Se fores justo, que lhe darás ? ou les, e suas transgressões; porquanto
que receberá de tua mào ? prevalecerão nellas.
8 Tua impiedade seria contra outro 10 E revela lh7o a seus ouvidos, pa­
tal como tu : e tua justiça aproveitaria ra seu ensino: e diz-lhes, que se con-
ao filho do homem. vertão da maldade.
9 Por causa da grandeza fazem cla­ 11 Se o ouvirem, e o servirem: aca­
mar aos opprimidos: exclamâo por barão seus dias em bem, e seus mos
causa do braço dos grandes. em delicias.
10 Porem ninguém diz: aonde está 12 Porem se o não ouvirem, á espfc
Deos meu fazedor, que entre noite dá da os passarão: e expirarão sem co­
Psalmos: nhecimento.
11 Que nos faz mais doutos do que 13 E os hypocritas de coração amon-
os animaes da terra: e nos faz mais toão ira : e amarrando-os elle, nâo cia-
sabios do que as aves dos ceos. mào.
12 Ali clamâo, porem elle nâo res­ 14 Acabará sua idade delles em
ponde : por causa da arrogancia dos sua mocidade: e sua vida entre osso-
mãos. mitigos.
13 O certo he que Deos nâo ouvirá 15 Ao afflicto livrará de sua afflicçâo:
â vaidade: nem o Todopoderoso at- e na oppressào o revelará a seus ou­
tentará para ella. vidos.
14 E quanto ao que disseste, que o 16 Assim tambem te desviaria da bo­
nâo verás: juizo ha perante sua lace; ca da angustia para largura, em que
pelo que espéra nelle. nào ouvesse aperto: e as iguarias de
15 Mas agora, porquanto nada he, tua mesa seriào cheas de gordura.
que sua ira visitasse a Job, e elle o não 17 E estarás satisfeito com o juizo
conhecesse tão perfeitamente: do impio: o juizo e o direito te sus­
16 Logo Job ouciosamente abriosua tentarão.
boca: e sem sciencia multiplicou pa­ 18 Porquanto ha furor, guarda-te de
lavras. que porventura te nâo empuxe com
huma pancada: e por grande preço tc
CAPITULO XXXVI. náo poderiâo retirar d’ali.
19 Estimaria elle tanto tuas rique­
ROSEGUIO ainda Elihu, e disse. zas, ou esforços alguns de força, çtw
P 2 Espéra-me hum pouco, e mos­ porisso nâo estivesses em aperto ?
trar-te-hei? que ainda ha razões por 20 Nâo suspires pela noite, em que
Deos. os povos sejão tomados de seu lugar.
3 Desde longe repetirei minha opi­ 21 Guarda-te, e nâo te tornes á mal­
nião : e a meu Criador attribuirei a dade: porquanto nisto a escolheste,
justiça. por c ausa de tua miséria.

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JOB, XXXVII. XXXVIII. 089
22 Eis qne Deos exalça com sua for* 9 Da recamara sahe o pé de vento;
ça : que doutor pois ha como elle ? e dos ventos espargintes o frio.
23 Quem lhe pedirá conta de seu 10 Por seu sopro Deos dá a geada *
caminho? ou, cjuem lhe disse, tu co­ e as largas aguas se endurecem.
meteste maldade ? 11 Tambem com a claridade faz can­
24 Lembra-te de que engrandeças sar as grossas nuvens: e esparge as
sua obra, que os homens contemplào. nuvens de sua luz.
25 Todos os homens a vém: e o ho­ 12 Entâo ellas segundo seu prudente
mem a enxerga de longe. conselho se tornão pelos rodêos, para
26 Eis que Deos he grande, e nôs o que ellas facão tudo quanto lhes manda
são comprendemos: e o numero de sobre a superfície do mundo, na terra.
seus annos se não pode esquadrinhar. 13 Seja que por vara, ou para sua
27 Porque enleva as gotas das agu­ terra, ou por beneficencia as faça vir.
as, que derramào a chuva de seu vapor: 14 A isto, ó Job, inclina teus ouvi­
28 A qual as nuvens destillão,*gote- dos : poem-te em pé, e considera as
jáo sobre o homem abundantemente. maravilhas de Deos.
29 Porventura tambem se poderão 15 Porventura sabes tu, quando De­
entender os estendimentos das nuvens, os considera nellas, e faz resplandecer
e os estalos de sua tenda ? a luz de sua nuvem ?
30 Eis que estende sobre elle sua 16 Tens tu noticia dos pesos das
luz: e encobre as raizes do mar. grossas nuvens: e das maravilhas da­
31 Porque por estas cousas julga aos quelle que he perfeito em sciencias ?
povos: e lhes dá mantimento em abun- 17 Ou de como teus vestidos aque­
aancia. cem, quando desdo Sul aquieta a ter­
32 Com as mâos encobre a luz: e faz- ra ?
lhe prohibiçào pela que passa por en­ 18 Ou e s te n d e s - te co m e lle os ceos,
tre ellas. h u e e stâ o firm e s com o e sp e lh o fu n d i-
33 0 que dá a entender seu estouro: o?
e os gados; como tambem do vapor 19 Ensina-nos o que lhe diremos:
qae sobe. porque nós nada poderemos propôr
com boa ordem, à causa de nossas tre­
CAPITULO XXXVII. vas.
20 Ou seria-lhe contado, quando eu
T\ISTO tambem treme meu coração, assim fallasse ? cuida alguem isso ?
jL) e salta de seu lugar. pois serà devorado.
2 Attentamente ouvi o movimento 21 E agora se nào pode olhar para o
de sua voz, e o soido que sahe de sua Sol, quando resplandece nos ceos; pas­
boca. sando e purificando-os o vento :
3 Ao qual envia por debaixo de todos 22 Quando o ouro vem do Norte: po­
os ceos: e sua luz até os fíns da terra. rem em Deos ha huma tremenda m a -
4 Depois disto brama com grande gestade.
voz; trovoa com sua alta voz: e, ouvi­ 23 Ao Todopoderoso nâo podemos
da sua voz, náo tarda com estas cousas. alcançargrande he em potência: po­
5 Com sua voz trovoa Deos terrivel­ rem a mnguem opprime em juizo, e
mente : faz grandes cousas, e nós as grandeza de justiça.
nâo comprendemos. 24 Porisso o temem os homens: elle
6 Porque à neve diz, está sobre a nâo respeita aos sabios de coração.
terra: como tambem ao chuveiro de
chuva; entào ha chuveiro de sua gran­ CAPITULO XXXVIII.
de chuva.
7 Entáo sella as mâos de todo ho­ EPOIS d isto J c h o v a h re sp o n d e o
mem : para que conheça todos os ho­
mens de sua obra.
D
a J o b d e s d e h u m a te m p e s ta d e , e
d isse.
8 E as bestas entrão nos covis: e 2 Quem he este, que escurece o oon-
ficâo-se em suas cavernas. selho com palavras sem sciencia I

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640 JOB, XXXIX.
3 Agora cinge teus lombos, oomo 23 Que eu retenho até o tempo da .
varâo: e perguntar-te-hei, e tu me en­ angustia: até o dia da peleja e da i
sina. guerra ? I
4 Aonde estavas tu, quando eu fun­ 24 Aonde esta o caminho, em quem j
dava a terra ? faze-m7o saber, se tens reparte a luz, e o vento Oriental se es­
intelligencia. parge sobre a terra ?
5 Quem pôz suas medidas ? pois tu 25 Quem repartioao chuveiro os ca­
o sabes: ou quem estendeo sobre ella nos, e o caminho aos relampagos do6
cordel ? trovões?
6 Sobre que estão fundadas suas ba­ 26 Para chover sobre a terra, aonde !
ses ? ou quem pôz sua pedra de esqui­ n&o ha ninguém: e no deserto, em
na ? que n&o ha gente.
7 Quando as estrellas da alva junta 27 Para fartar a terra deserta e asso- |
e alegremente cantav&o, e todos os lada: e para fazer crecer aos renovos I
íilhos de Deos jubilav&o. da erva. 1
8 Ou quem encerrou ao mar com por­ 28 Porventura a chuva tem pai? ou
tas, quando tresbordou. e sahio da ma­ quem géra as gotas do orvalho 1
dre ? 29 De cujo ventre procede o cara-
9 Quando puz as nuvens por sua ves­ mélo ? e quem géra a geada do ceo?
tidura, e a escuridão por sua faixa: 30 Como debaixo de pedra as aguas j
10 Quando passei sobre elle meu de­ se escondem: e a superfície do abis­
creto, e lhe puz portas e ferrolhos; mo se aparta.
11 £ disse, até aqui virás, e náo mais 31 Ou, poderás tu ajuntar as dilicit* '
a diante: e aqui se porá contra a so­ do Sete estrello ? ou soltar os atilhos
berba de tuas ondas, do Orion ?
12 Ou desde os teus dias mandaste 32 Ou produzir aos Mazarothosasea
a madrugada ? ou mostraste â alva seu tempo, e guiar a Ursa com seus fi­
lugar. lhos?
13 Para que pegasse dos fins da terra: 33 Sabes tu as ordenanças dos ceos?
e os impios fossem sacudidos delia ? ou podes dispor do senhorio dos ceos
14 £ se transformasse como lodo de sobre a terra ?
sello: e se puzessem como vestidos ? 34 Ou podes levantar tua voz até as
15 E dos impios se desvie sua luz: nuvens: para que abundancia de agu­
e o braço altivo se quebrante ? as te cubra ?
16 Ou entraste tu até as origens do 35 Ou enviarás aos raios, para que
mar ? ou passeaste no mais profundo sai&o? e te dig&o; eis-nos aqui ?
do abismo ? 36 Quem pôz a sabedoria nas entra­
17 Ou descubriráo-se-te as portas da nhas ? ou. quem deu ao sentido o en­
morte ? ou viste as portas da sombra tendimento ?
da morte ? 37 Quem numerará as nuvens com
18 Ou com teu entendimento che­ sabedoria? e os odres dos ceos, quem
gaste ás larguras da terra ? faze-m’o os abaterá.
saber, se sabes tudo isto. 38 Quando o pô se rega para se en­
19 Aonde està o caminho para onde durecer : e os torrões se apeg&o huns
mora a luz ? e quanto ás trevas, aonde aos outros ?
està seu lugar *
20 Para que as tragas a seus limites,
e que attentes para os caminhos de CAPITULO XXXIX.
sua casa. ORVENTURA tu caçarás a presa
21 Bem o sabes tu, porque jà ent&o
eras nascido; e teus aias s&o muitos
P para o leâo velho ? ou fa rta rá s a
fome dos filhos dos leões ?
em numero ? 2 Quando se agach&o nos c o v is: <
22 Ou entraste tu até os thesouros est&o à espreita nas covas 1
da neve ? e viste os thesouros da sa­ 3 Quem prepara aos corvos seu ali­
raiva? mento, quando seus pint&os grit&o a

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JOB, XL. 5*1
Deos; ê andáo vagueando,por n&o te­ 24 Escarva a terra, e folga em sua
rem comer? força: e sahe ao encontro varáo ar*
4 Sabes tu o tempo em que as cabras mado.
monteses parem? ou consideraste as 25 Ri-se do temor, e n&o se espan­
dores das cervas ? ta : e nâo torna a tras por causa da
5 Contarás os mezes que cumprem ? espada.
ou sabes o tempo de seu parto í 26 Contra elle rangem a aliava, o
6 Quando se encorváo, produzem a ferro fiamente da lança, e do dardo.
seus filhos com quebrantamento : e 27 Sacudindo-se, e removendo-se,
lanção de si suas aores. escarva a terra: e n&o faz caso do soi­
7 Esforção-se seus filhos, crecem com do da buzina.
o tz%o: sahem, e nunca mais tornáo 28 Na furia do soido das buzinas diz,
a ellas. H ea! e de longe cheira a guerra, t o
8 Quem despedio livre ao asno mon­ trov&o dos Principes, e o jubilo.
tes ? e quem ao asno sal vagem soltou 29 Ou vóa o gavião por tua intelli-
das ataduras? gencia, e estende suas azas para o
9 Ao qual dei o ermo por casa, e a Sul.
terra salgada por suas moradas. 30 Ou a aguia se alevanta em alto a
10 Ri-se do arroido da cidade : n&o teu mandado, e poem seu ninho na
ouve os muitos gritos do exactor. altura ?
11 O que descobre nos montes, he 31 Nas penhas mora e trasnoita: no
seu pasto: e busca toda verdura. cume das penhas, e em lugares segu­
12 Ou, querer-te-ha servir o unicor- ros.
nk> ? ou tresnoitar à tua maniadoura ? 32 DesdTali descobre a comida: seus
13 Ou amarrarás ao unicornio com olhos avistâo desde longe.
soa. corda aos regos ? ou gradará após 33 E seus filhos chupão sangue: e
ti os Talles ? aonde ha mortos, ahi está.
14 Ou te confiarás delle, por ser 34 Respondeo mais J sh o v a h a Job,
grande sua força? e deixarás a seu e disse.
cargo teu trabalho? 35 Porventura contender contra o
15 Ou lhe darás credito, de que te Todopoderoso, he ensinar? quemçtterf
renderá tua semente, e a juntará em reprender a Deos, responda a esta%
tua eira ? cousas.
16 Vem de ti as alegres azas dos pa­ 36 Ent&o Job respondeo a J eh o v a h ,
vões ? ou as pennas da cegonha e da e disse.
abestruz ? 37 Eis que sou v il; que eu te res­
17 A qual deixa seus ovos na terra, ponderia! minha m&o ponho em mi­
e os aquenta em o pó: nha boca.
18 E osquece-se de que pé algum 38 Ja huma vez tenho fallado; po­
os pise ; e os animaes do campo os rem mms n&o responderei: ou duas
calquem. vezes; porem n&o proseguirei.
19 Endurece-se para com seus filhos,
como se náo fossem os seus: debalde CAPITULO XL.
he seu trabalho, porquanto está sem
temor. NTAO J eh o v a h respondeo a Job
20 Porque Deos a privou de sabedo­
ria : e n&o lhe repartio entendimento.
E desda tempestade, e disse.
2 Ora pois, cinge teus lombos como
21 A seu tempo se alevanta em al­ varâo: eu te perguntarei, e tu me
to : ri-se do cavallo, e do que cavalga ensina.
sobre elle. 3 Porventura tambem tu aniquilarás
22 Ou tu daràs força ao cavallo ? ou meu juizo? ou tu me condenarás, pa­
vestirás seu pescoço com trovão ? ra te justificares?
23 Ou espanta-lo-has, como a gafa­ 4 Ou tens braço como Deos ? on po­
nhoto ? horrivel he o fasto do espirro des trovejar com a voz, como elle $
de seus narizes. 6 Orna-te pois com excellencia e

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642 JOB XLI.
alteza: e veste-te de magestade e por elle ? eu o repartirão entre oemeT-
gloria. cadores ?
6 Esparge os furores de tua ira: e 26 Encherás sua pele de ganchos?
attenta para todo soberbo, e o abate. ou sua cabeça com narpéosde pesca­
7 Attenta para todo soberbo, e o de­ dores !
prime : e atropela aos impios em seu 27 Poem tua mâo sobre elle: alem-
lugar. bra-te da peleja, e nunca mais o faças,
8 Esconde-os juntamente no pó: ata- 28 Eis que sna esperança falhará:
Ihes seus rostos em occuko. porventura tambem à sua vista seri
9 Entâo tambem eu te louvarei: derribado ?
porquanto tua mâo direita te haverá
livrado. CAPITULO XLI.
10 Ves aqui a Behemoth, ao qual fiz
cointipo: que come herva, como o boi, VTINGUEM ha táo atrevido, que a
11 Eis que sua força estâ em seus IN despertálo se atreva: quem pois
lombos: e seu poder no embigo de he aquelle, que se ousa pôr perante
Beu ventre. meu rosto ?
12 Quando quer, seu rabo he como 2 Quem me prevenio, para que eu
o cedro: os nervos de suas vergonhas lh?o recompense ? pois o que estâ de­
estâo entretecidos. baixo de todos os ceos, he meu.
13 Seus ossos sâo como o forte me­ 3 Nâo callarei seus membros: nem
tal: sua ossada he como barras de a relação de suas forças, nem a graça
ferro. de sua estatura.
14 He obra prima dos caminhos de 4 Quem descobriria a superfície de
Deos: o que o fez, Ike apegou sua es­ seu vestido ? quem entrará entre sra»
pada. queixadas dobradas ?
15 Porquanto os montes lhe produ­ 5 Quem abriria as portas de 6ua
zem pasto: porisso todos os animaes face ? pois do redor de s e u s dentes ha
do campo folgâo ali. espanto.
16 Deita-se debaixo das arvores som­ 6 Seus fortes escudos sâo excellen-
brias : no escondedouro das canas, e tissimos: cada qual fechado, como com
da lama. sello apertado.
17 As arvores sombrias o cobrem, 7 Hum ao outro se ajunta tam perto,
cada qual com sua sombra: os sal­ que o vento náo pode entrar por en­
gueiros do ribeiro o cerçâo. tre elles.
18 Eis que violenta ao rio, e nâo se 8 Huns aos outros se apegâo: tanto
apressa: confiando que o Jordão pos­ se travão entre si, que nâo se podem
sa entrar em sua boca. desviar.
19 Pode-lo-hiâo porventura caçar à 9 Cada qual de seus espirros faz res­
vista de seus olhos ? ou com laços lhe plandecer a luz: e seus olhos sâo co­
furar os narizes? mo as capellas dos olhos da alva.
20 Pescarás tu ao Leviathan ao an­ 10 De sua boca sahem tochas: fais­
zol ? ou sua lingua com a corda que cas de fogo arrebentào delia.
afFundas ? 11 De seus narizes procede fumo:
21 Porás-lhe hum junco nos narizes ? como de huma panella fervente, e de
ou com hum espinho furarás as quei­ huma grande caldeira.
xadas? 12 Seu folgo faria arder os carvões,
22 Te fará muitas supplicações ? ou e de sua boca sahe fíamma.
brandamente te fallará ? 13 Em seu pescoço ponsa a fortale­
23 Fará comtigo aliança ? ou o acei­ za : perante elle até a tristeza salta de
tarás por perpetuo escravo? prazer.
24 Brincarás com elle, como com 14 Os pedaços de sua carne estáo
hum passarinho ? ou o atarás para tu­ pegados entre si : cada qual estâ finne
as meninas? nelle, e nenhum se move.
€5 Os companheiros banquetearão 15 Seu coração he firme como huma

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JOB, XLn. 643

pedra: e firme como parte da mó de­ vras, J eh o v a h disse a Eliphaz o The-


baixo. maiiita; minha ira se encendeo con­
16 Levantando-se elle, os valentes tra ti, e contra teus dous amigos; por­
tremem: por seus abalos se purifi- que nâo fallastes de mim bem, como
cào. meu servo Job.
17 Se alguem lhe tocar com a espa­ 8 Pelo que tomai-vos sete bezerros,
da, náo pederá consistir: nem lança, e sete carneiros, e ide-vos a meu servo
dardo, ou couraça. Job, e offerecei holocaustos por vósou­
18 Ao ferro estima por palha, e ao tros, e meu servo Job ore por vós:
aço por pâo podre. porque de veras attentarei para seu
19 A seta a nâo fará fugir: as pe­ rosto, para que vos nâo trate confor­
dras das fundas se lhe tomáo em me a vossa louquice; porque de mim
arestas. nâo fallastes bem, como meu servo
20 As pedras atiradas estima como Job.
arestas: e ri-se do brandear da lan- 9 Entâo forão Eliphaz o Themanita,
ça. e Bildad o Suhita, e Zophar o Naama-
21 Debaixo de si tem conchas agu­ thita, e fizerão como J e h o v a h lhes
das: estende-se sobre cousas ponta- dissera: e J e h o v a h attentou para o
gudas como na lama. rosto de Job.
22 As profundezas faz 6erver, como 10 E J e h o v a h virou o cativeiro de
à huma panella : poem ao mar como Job, em orando por seus amigos: e
a cozinha de boticário. J eh o v a h acrecentou a Job outro tanto
23 Apos si alumia o caminho: pare­ em dobro, a tudo quanto tinha.
ce o abismo tomado em brancura de 11 Entâo viérâo a elle todos seus ir­
cá». mãos, e todas suas irmâs, e todos quan*
24 Na terra n&o ha cousa qne se lhe tos dantes o conhecér&o, e comérão
possa comparar: pois foi feito para com elle pâo em sua casa, e eondoó-
esfar sem pavor. râo-se d7elle, e o consolarão ácerca
25 Attenta para toda altura: he rei de todo o mal, que J e h o v a h trouxéra
flobre todos os filhos de animaes so­ sobre elle: e cada qual lhe dera hu­
berbos. ma peça de dinheiro, e cada hum hu­
ma joia de ouro.
12 E assim bemdisse J eh o v a h ao ul­
CAPITULO XLn. timo estado de Job, mais que o primei­
NTAO re s p o n d e o J o b a J e h o v a h , ro : porque teve catorze mil ovelhas?e
E2 Bem
e disse.
sei eu que tudo podes: e ne­
seis mil camelos, e mil juntas de bois,
e mil asnas.
nhum de teus pensamentos pode ser 13 Tambem teve sete filhos, e tres
impedido. filhas.
3 Quem he aquelle dizes tu que en­ 14 E chamou o nome da huma Je-
cobre o conselho sem sciencia ? assim mima, e o nome da outra Kesia; e 0
qae relatei o que nâo entendia; cou­ nome da terceira Kerenhappuch.
sas que para mim erão maravilhosís­ 15 E em toda a terra nâo se achárão
simas, e eu as nâo entendia. mulheres tam formosas, como as filhas
4 Escuta-me pois, e eu fallarei: eu de Job; e seu pai lhes deu herança
te perguntarei, e tu me ensina. entre seus irmãos.
5 Com o ouvido das orelhas te ouvi: 16 E depois disto viveo Job cento e
mas agora meus olhos te vém. quarenta annos: e vio a seus filhos, e
6 Pelo que me abomino, e arrependo- aos filhos de seus filhos, até em quatro
me em pó e cinza. gerações.
7 Succedeo pois que, acabando Je­ 17 Entâo morreo Job, velho e farto
h o v a h de fallar a Job aquellas pala­ de dias.

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544 p sa l m o s , í, n, m, iv.

0 L I V R O DOS P S A L M O S .

PSALMO I. te vos havei: vós Juizes da terra, dei-


xai-vos instruir.
EMAVENTURADO o varâo, que 1 1 Servi a J e h o v a h com temor : e
B nào anda no conselho dos impios: alegrai-vos com tremor.
nem està no caminho dos peccadores; 12 Beijai ao filho, para que se nâo
nem se assenta no assento dos zom­ ire, e pereçais no caminho; qoe em
badores. breve se encenderà sua ira: bemaven-
2 Antes tem seu prazer na Lei de turados todos os que coníiào nelle.
J ehovah : e em sua Lei medita de
dia e de noite. PSALMO m.
3 Porque será como a arvore, pran-
tada junto a ribeiros de aguas: que 1 Psalrao de David: quando fugia de
dá seu fruto a seu tempo, e suas fo­ diante da face de Absalâo, seu
lhas nào cahem; e tudo quanto fizer, filho.
prosperará. H J eh o v a h , quanto se tem multi­
4 Assim nào sào os impios: mas co­
mo a pragana que o vento espalha.
A plicado meus adversarios! Mui­
tos se levantâo contra mim.
5 Pelo que nem os impios subsisti­ 3 Muitos dizem de minha alma:
rão no juizo: nem os peccadores no nào ha para elle salvação em Derç
ajuntamento dos justos. Sela!
6 Porque J khovah conhece o cami­ 4 Porem tu J eh o v a h , es escudo pa­
nho dos justos: porem o caminho dos ra mim : minha gloria, e o que exal­
impios perecerá. ça minha cabeça.
5 Com minha voz clamei a J e h o v í h :
PSALMO II. e ouvio-me desdo monte de sua santi­
dade, Sela!
ORQUE as Gentes se amotinào, e
P os povos se imaginào vaidade ?
2 Os Heis da terra se levantâo, e os
6 Eu me deitei, e dormi: acordei;
porque J e h o v a h me sustentava.
7 Nào temerei de dez milhares de
Principes juntamente consultào. con­ povo, que se poem ao redor de mim.
tra J e h o v a h , e contra seu Ungiao, di­ 8 Levanta-te, J e h o v a h , salva-me,
zendo. Deos m eu; pois feriste a todos meus
3 Rompamos suas ataduras, e lançe- inimigos nas queixadas : os dentes
mos de nós suas cordas. aos impios quebrantaste.
4 Aquelle que habita nos ceos, se 9 De J e h o v a h vem a salvação: so­
rirá: o Senhor zombará delles. bre teu povo seja tua benção, Sela!
5 Entào lhes fallará em sua ira : e
em seu furor os conturbará. PSALMO IV.
6 Eu porem ungi a meu Rei sobre
Siào, o monte de minha santidade. 1 Psalmo de David para o Cantor mór,
7 Eu recitarei o decreto: J ehovah sobre Neginoth.
me disse, meu filho es tu ; eu hoje te LAMANDO eu, ouve-me, ó Deos
gerei.
8 Pede de mim, e te darei as gentes
C de minha justiça; na angustia me
déste largueza: tem misericordia de
por herança: e por tua possessão os mim, e ouve minha oração.
fins da terra. 3 Filhos dos homens, até quando tor­
9 Com ceptro de ferro os esmeuça- nareis minha gloria em mfamia, e
rás: como vaso de olleiro os despeda­ amareis a vaidade ? até quando busca­
çarás. reis a mentira ? Sela !
10 Agora pois, ó Reis, prudentemen­ 4 Sabei pois, que J eh o v a h separou

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PSALMOS, V, VI, VII. 645

para ai a hum bem querido: J k h ov a H confiâo em ti, jubilem eternamente;


ouvirá, quando eu clamar a elle. porquanto tu os cobres; e gozem-se
5 Perturbai-vos, e n&o pequeis: fal- em ti. os que amâo teu Nome.
lai em vosso coração sobre vossa ca­ 13 Pois tu, J e h o v a h , abendiçoaràs
ma, e callai-vos, Sela! ao justo: como com huma roaela o
6 S acrificai sa crifício s d e j u s t i ç a : e coroarás com tua benevolencia.
confiai e m J e h o v a h . »
7 Muitos dizem, quem nos fará ver PSALMO VI.
0 bem ? exalça sobre nós, J e h o v a h , a
luz de teu rosto. 1 Psalmo de David, para o Cantor mór
8 Déste-me alegria em meu coraç&o: era Neginoth, sobre Scheminith.
mais que no tempo em que seu trigo EHOVAH, nâo me reprendas em
e mosto se multiplioárâo.
9 Em paz juntamente me deitarei e
J tua ira: e nâo me castigues em
teu furor.
dormirei: porque só tu, J e h o v a h , me 3 Tem misericordia de mim, J eh o ­
farás habitar seguro. v a h ; porque estou mui debilitado:
B ára-roe, J e h o v a h ; pois meus ossos
PSALMO V. estâo perturbados.
4 Até minha alma està mui pertur­
1Psalmo de David para o Cantor mór, bada : e tu, J eh o v a h , até quando ?
sobre Nechiloth. 5 Torna, J e h o v a h ; livra minha al­
EHOVAH, dà ouvidos a minhas pa­ ma : salve-me por tua benignidade.
J lavras: entende minha meditação.
3 Attenta para a voz de meu clamor^
6 Porque na morte nâo ha lembran­
ça de ti : na sepultura quem te lou­
meu e Deos m eu: porque a ti vará ?
orarei. 7 Ja estou cansado de meu gemido;
4 JjfflovAH, pela manhâ ouvirás mi­ toda a noite faço nadar minha cama:
nharoz: pela manhâ me apresentarei com minhas lagrimas rego meu leito.
a ti, e farei a guarda. 8 Ja meus olhos estâo carcomidos de
5 Porque tu nâo es Deos, que tenhas magoa, e tem-se envelhecido por cau­
prazer na impiedade: comtigo nâo sa de todos meus adversarios.
tratará o mâo. 9 Apartai-vos de mim, todos os obra­
6 Nâo parar&o os loucos perante teus dores de maldade: poraue ja ouvio
olhos: aborreces a todos os obradores J eh o v a h a voz de meu cnoro.
de maldade. 10 J a ouvio J eh o v a h m in h a su p p li-
7 Destruirá* aos falladores de men­ c a ç â o : J e h o v a h a c e ita r á m in h a o ra ­
tiras : ao varão sanguinolento e frau­ çã o .
dulento abomina J e h o v a h . 11 Todos meus inimigos muito se en­
& Porem eu pela grandeza de tua vergonharão e perturbarão: tomarão
benignidade entrarei em tua casa: me a tras, e se envergonharão em hum
inclinarei para o paço de tua santida­ momento.
de, em teu temor.
9 J eh ov ah , guia-me em tua justiça, PSALMO VII.
por causa de meus adversarios: en-
doreça diante de mim teu caminho. 1 Schiggaionde David, que a J eh o v a h
10 Porque náo ha rectidão em sua cantou, sobre as palavras de Cus,
foca: suas entranhas sâo meras da­ filho de Jemini.
nificações: sepultura aberta he sua ÉHOVAH, meu Deos, em ti con­
garganta; com sua lingua lisongeâo.
U Declara-os por culpados, ó Deos,
J fio : salva-me de todos meus per­
seguidores, e livra-me.
e descaiâo de seus conselhos : por 3 Para que nâo arrebate minha al­
causa da multidão de suas transgres- ma, como leâo: despedaçando a sem
•te» os lança fora: pois se rebelíárâo que haja livrador.
contra ti. 4 J e h o v a h , meu Deos, se eu fiz isto;
12 Porem alegrem-se todos os que se ha perversidade em minhas mâos:

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646 PSALMOS, VDL IX.
5 Se paguei com mãi ao que tinha 4 Quando vejo teus ceos, obra de
paz comigo; (antes fíz escapar ao que teus dedos; a lua e as estrella», qoe
me opprimia sem causa:) preparaste:
6 Persiga o inimigo minha alma. e 5 Que he o homem para que te lem­
alcançe-a; e calque em terra minna bres delle í e o filho do homem, paia
vida: e faça habitar minha gloria no que o visites?
pó, Sela! 6 E o fizeste hum pouco menor qne
7 Levanta-te, J e h o v a h , em tua ira; os Anjos: porem com honra e gloria
exalta-te pelos furores de meus op- 0 coroaste;
pre8sore8: e desperta para comigo; 7 Ensenhorear o fazes sobre as obras
tu mandaste o juizo. de tuas mâos: tudo puzeste debaixo
8 Assim ajuntamento de povos te ro­ de seus pés.
deará : sobre elle pois te torna á al­ 8 Ovelhas e bois, e tudo o de mais:
tura. como tambem os animaes do campo.
9 J e h o v a h fará juizo aos povos: J e ­ 9 As aves dos ceos, e os peixes do
h o v a h , me julga conforme a minha m ar; e o que passa pelas veredas da
iustiça, e conforme á sinceridade, que mares.
na em mim. 10 Ah J eh o v a h , nosso Senhor Iquam
10 Tenha ja fim a malicia dos impios, illustre he teu, Nome sobre toda a
mas confirma ao justo: tu, ó justo De­ terra! ■
os, que provas os corações e os rins.
11 Meu escudo está junto a Deos, PSALMO IX.
que salva aos rectos de coração.
12 Deos he hum justo juiz: e hum 1 Psalmo de David, para oCaatorinfe,
Deos, que se ira todos os dias. sobre Muth-Labben.
13 Se n&o se converter, sua espada o u v a r e i a j e h o v a h com todo
aguçará; ja seu arco tem armado e
aparelhado:
L
meu coraçào: contarei todss W
maravilhas.
14 E ja para elle preparou armas 3 Em ti me alegrarei e saltarei de
mortaes; suas setas porá em obra con­ prazer: psalmodiarei a teu nome, ó
tra os furiosos perseguidores. Altissimo.
15 Eis que està com dores de per­ 4 Porquanto meus inimigos tornàiio
versidade: e concebeo trabalhos, e atias: cahirâo, e perecérào de diante
parirá mentiras. de tua face.
16 Ja cavou hum poço, e o fez fun­ 5 Porque tu despachaste meu direito
do : mas cahio na cova, que fez. e minha causa judicial: tu te assen­
17 Seu trabalho se tomará sobre sua taste no tribunal, julgando justamente.
cabeça; e sua violência descenderá 6 Asperamente reprendeste as gen­
sobre sua molleira. tes, destruiste ao impio: seu nome
18 Eu louvarei a J e h o v a h segundo desarreigaste para sempre e eterna­
sua justiça: psalmodiarei ao nome de mente.
J e h o v a h o Altissimo. 7 Oh inimigo, acabárâo-se já as aa-
solaçôes para sempre: e tu as c idadee
PSALMO VIII.
arrasaste? já pereceo sua memória
com ellas.
1 Psalmo de David, para o Cantor mór, 8 Porem J e h o v a h perpetuamente
sobre Gitthith. se assentará: já preparou seu tribu­
H J e h o v a h , nosso Senhor, <jham nal para julgar.
A illustre he teu nome sobre toda a 9 E elle mesmo julgará ao mundo
terra! pois puzeste tua magestade por com justiça: e fará justiça aos povos
cima dos ceos. com rectidóes.
3 Da boca das crianças, e dos que 1 0 E serà J e h o v a h hum alto refugio
mamào, fundaste força^ por causa de para o aíHigido: hum alto refugio em
teus adversarios, para fazer cessar ao tempos de angustia.
inimigo e vingativo. 11 E confiaráo em ti os que conhe-

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PSALMOS, X, XI. 541
cem te u n o m e : p o rq u e n u n c a d e s a m ­ 7 Sua boca està chea de maldição,
p a ra s te aoe q u e te b u sc âo , J e h o v a h . e de enganos, e de astúcia: debaixo
12 Psalmoaiai a J e h o v a h , que habi­ de sua lingua ha moléstia e maldade.
ta em Sião: denunciai entre os povos 8 Poem-se nas ciladas das aldeas;
suas façanhas. nos escondedouros mata ao innocente:
13 Porque busca os derramamentos seus olhos se agachão contra o pobfe.
de sangue, e lembra-se delles : nâo se 9 Arma ciladas no escondedouro,
esquece do clamor dos miseráveis. como o leâo em seu covil; arma cila­
14 Tem misericordia de mim, J e h o ­ das para roubar ao miserável: rouba
v a h ; attenta para minha miséria, que ao miserável, trazendo-o em sua rede,
me vem de meus aborrecedores: tu, 10 Encolhe-se, agacha-se, e acom­
que me exalças das portas da morte. panha dos pobres cahe em suas fortes
15 Para que eu conte todos teus lou­ unhas.
vores nas portas da filha de Sião: e 11 Diz em seu coração, jà Deos està
me goze em tua salvação. esquecido: jà encubno seu rosto, nun­
16 As gentes se affundárão na cova ca já mais o verá.
que ellas fizérâo: seu pé ficou preso 12 Levanta-te, J e h o v a h Deos, alça
na rede que encubrírâo. tua mâo: nâo te esqueças dos miserá­
17 J e h o v a h foi conhecido em o juizo veis.
que fez: enlaçado foi o impio nas 13 Porque o impio blasfema de De­
obras de suas mâos, Higgajon, Sela! os? dizendo em seu coração, tu o nào
18 Ob impios tornarão ao infemo ; e esquadrinharás.
todas as gentes q^e de Deos se es­ 14 Mui bem o estás tu vendo; porque
quecem. tu olhas para o trabalho e o enfado,
19 Porque nâo para sempre serà es- para o entregar em tuas mâos: a ti o
aueciÂo o necessitado: nem a attença pobre se remete; tu foste ajudador
dos miseráveis perecerá perpetua­ ao orfâo.
mente. 15 Quebranta o braço do impio e
20 Levanta-te, J e h o v a h ; nâo se es- malino : busca sua impiedade, até que
forçe o homem: sejâo julgadas as mais nào aches delia.
gentes perante tua face. 16 J e h o v a h he Rei eterno e perpe­
21 Poem-lhes medo, J e h o v a h : sai- tuo : de sua terra perecerão as gen­
bâo a s gentes, que sâo homens, Sela! tes.
17 J e h o v a h tu ouviste o desejo dos
mansos, confortarás seus corações e
PSALMO X. teus ouvidos estarão abertos para elles.
ORQUE, J eh o v a h , estàs de longe? 18 Para fazer justiça ao orfâo e ao
P porque te escondes em tempos de
angustia í
afüigido: para que o homem da terra
não mais prosiga em usar de violência.
2 Com arrogancia o impio furiosa­
mente persegue ao miserável: sejâo PSALMO XI.
presos nas ciadas, que maquinàrâo.
3 Porque o impio se gloria do dese­ 1 Psalmo de David, para o Cantor mor.
jo de sua alma: ao avarento bemdiz, M J e h o v a h confio; como pois di­
e b l a s f e m a de J e h o v a h ? E
zeis a minha alma: vagueai em
4 Pela altiveza de seu rosto o impio vossa montanha, como passaro ?
nâo esquadrinha: todas sua imagina­ 2 Porque eis que os impios armão o
ções sâo que nâo ha Deos. arco; poem suas frechas na corda, pa­
5 Em toao tempo seus caminhos ator- ra com ellas as escuras atirarem aos
mentâo, teus juízos estão longe delle rectos de coração.
em grande altura: a todos seus adver­ 3 Na verdade que ia os fundamentos
sarios lhes assopra. se trastomâo: que fez o justo ?
6 Diz em seu coração; não serei 4 J e h o v a h està em seu santo palá­
commovido: porque ae geração em cio, o throno de J e h o v a h está nos ce­
geração nunca estarei em mal. os: seus olhos attentáo; as cupellas

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548 PSALMOS, XII, XIII, XIV, XV.
de seus olhos provào aos filhos dos ho­ 5 Para que meu inimigo nâo diga,
mens. prevaleci contra elle: e meus adver­
5 Jjchovah prova ao justo: porem sarios se gozem, vindo eu a vacillar.
ao impio, e ao que ama a violência, o 6 Porem eu em tua benignidade
aborrece sua alma. confio: em tua salvação se gozará
6 Sobre os impios choverá laços, fo­ meu coração: cantarei a Jeh o v ah ;
go, e enxofre; e vento tempestuoso porquanto me fez bem a mim.
serà a parte.de seu copo.
7 Porque J e h o v a h he justo, e ama PSALMO XIV.
as justiças: seu rosto attenta para o
recto. 1 Psalmo de David, para o Cantor mór.
IZ o louco em seu coração; nâo ha
PSALMO XII. D Deos; já se tem corrumpido: fa-
zem-s« abominaveis com suas obras,
1 Psalmo de David, para o Cantor mór, jà ninguém ha que faça bem.
sobre Seminith. 2 J e h o v a h attentou desdos ceos pa­
alva, J ehovah, porque jà faltáo os ra os filhos dos homens: para ver, se
S benignos: porque já sâo poucos os
leas dentre os nlhos dos homens.
havia algum entendido, que buscasse
a Deos.
3 Cada qual falsidade falia a seu 3 Jà todos se desviàrâo, juntamente
proximo, com beiços lisongeiros: com se fizerão fedorentos: já ninçuem ha
coração dore fallâo. que faça bem, nem ainda ate hum.
4 J ehovah corte a todos os beiços li- 4 Pois nâo tem conhecimento todos
songeiros, e a lingua que falia grandio­ os obradores de maldade, que comem
samente. a meu povo, como se comessem pâo*
5 Pois dizem; com nossa lingua pre­ a J e h o v a h nâo invocâo.
valeceremos ; nossos beiços sâo nossos 5 Ali espavorecérâo de pavor: por­
proprios : quem he Senhor sobre nos ? que Deos está com a geração dos jus­
6 Pela assolação dos miseráveis, pe­ tos.
lo gemido dos necessitados, agora me 6 Vósoutros envergonhais o conselho
levantarei, diz J ehovah ; porei em dos miseráveis: porquanto J ehovah
salvo a aquelle para quem elle asso­ he seu refugio.
pra. 7 Ah se já de Sião viesse a redemp-
7 As palavras de J ehovah sâo pala­ çâo de Israel! quando J e h o v a h fizer
vras puras, prata refinada em forno de tornar os prisioneiros de seu novo, en­
barro; purificada sete vezes. tão Jacob se gozará, e Israel se ale­
8 Tu jehovah , os guardarás: desta grará.
geração os livrarás para sempre.
9 Cercando andâo os impios: em
quanto os mais vis dos filhos dos ho­ PSALMO XV.
mens sâo exalçados. 1 Psalmo de David.
EHOVAH, quem morará em toa
PSALMO XIII. J tenda? quem habitará no monte
de tua santiaade %
1 Psalmo de David, para o Cantor mór, 2 Aquelle que anda sinceramente, e
TE quando, J ehovah, de mim to obra justiça: e de coração falia a ver­
A esquecerás continuamente ? até
quando encubrirás de mim teu rosto ?
dade.
3 Aquelle que nào murmüra com
3 Até quando consultarei com minha sua lingua; nâo faz mal a seu compa­
alma, tendo tristeza em meu coração nheiro: e nenhum opprobrio aceita
de dia ? até quando se exalçará meu contra seu proximo.
inimigo sobre mim ? 4 Em seus olhos o réprobo he des­
4 Attenta para mim, ouve-me, J eho ­ prezado ; mos honra aos que temem
v a h , Deos meu: alumia meus olho6, a J e h o v a h : se veio a jurar com seu
para que nâo adormeça na morte. dano, com tudo nâo muda.

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PSALMOS, XVI, XVII, XVIII. 549
5 Seu dinheiro náo dá à usura, nem 4 Quanto ao trato dos homens, con­
toma peitas contra o innocente: quem forme à palavra de teus beiços eu me
faz isto, nunca ja mais vacillará. guardei aas veredas do violento:
5 Regendo meus passos em teus ca­
PSALMO XVI. minhos ; para que minhas pegadas nào
vacillassem.
Psalmo excellentissimo de David: 6 Eu te invoco, ó Deos, porquanto
UARDA-me,ó Deos; porque confio ouvidos me das: inclina teus ouvidos
G em ti. a mim, escuta minha palavra.
2 Tu, o alma minha, disseste a J eho­ 7 Faze maravilhosas tuas beneficen-
v a h , tu es o Senhor: minha bondade cias, tu que aos que confiào em li,
náo chega até a ti. livras dos que se levantâo contra tua
3 Mas aos santos que na terra estâo: mâo direita.
e aos illustres, em quem está todo meu 8 Guarda-me como o preto da me­
prazer. nina do olho: debaixo aa sombra de
4 As dores se multiplicarão dos que tuas asas me esconde :
a outro Deos fazem presentes: não 9 De diante dos impios, que me as-
offerecerei seus sacrifícios de licor de solào; de meus mortas inimigos, que
sangue, e nào tomarei seus nomes em me andào cercando.
meus beiços. 10 Engordào-se: com sua boca fal-
5 J e h o v a h he a parte de minha lâo soberbamente.
quinhào e de meu copo: tu sustentas 11 Agora em nossos passos nos cer­
minha sorte. carão : seus olhos poem em nós, para
6 Em lugares deleitosos me cahirâo derribar-nos no châo.
os cordéis: sim, huma formosa heran­ 12 Parece-se ao leão, que deseja ar­
ça me veio. rebatar : e ao leàosinho, que se poem
7 Louvarei a J e h o v a h , que me acon­ em escondedouros.
selhou : até de noite me ensinào meus 13 Levanta-te, J e h o v a h , o previne,
rins. 0 derriba; livra minha alma dos im­
8 Ponho a J e h o v a h continuamente pios com tua espada:
diante de mim: porquanto està a 14 Dos varões com tua mào, J e h o ­
minha mâo direita, nunca vacillarei. v a h , dos varões que sâo do mundo,
9 Pelo que està alegre meu coração, cuja parte está nesta vida, cujo ven­
e minha gloria se goza: tambem mi­ tre enches de teu 6ecreto thesouro:
nha came habitará segura. os filhos se fartão, e deixão seu sobe­
10 Porque nào deixarás minha alma jo a suas crianças.
no inferno: nào permittirás que teu 15 Eu porem attentarei para teu ros­
Santo veja corrupção. to em justiça: serei fartado de tua se­
11 Far-me-has saber a vereda da vi­ melhança, quando despertar.
da : fartura de alegrias ha em tua
presença; delicias estâo em tua mâo PSALMO XVIII.
aireita perpetuamente.
1 Para o Cantor mór: Psalmo do ser­
vo de J e h o v a h , David, o qual fal­
CAPITULO XVII. lou as palavras deste cântico a J e ­
Oração de David. h o v a h , no dia que J e h o v a h o livrou
UVE, J e h o v a h , a j u s t i ç a : a tte n ta das mâos de toaos seus inimigos, e
O p a r a m e u c h o ro ,d à o u v iao s à m in h a
o r a c â o , feita s e m b e iç o s d e e n g a n o .
das mãos de Saul.
ISSE pois: de coração te amarei,
2 De diante de teu rosto saia meu D J e h o v a h , fortaleza minha.
juizo: teus olhos attentem para a razão . 3 J e h o v a h he minha penha, e meu
3 Já provaste meu coração, visitas- lugar forte, e meu livrador, meu Deos,
te-wi* de noite, examinaste-me, nada meu rochedo, em quem confio: meu
achaste: o que imaginei, minha boca escudo, e a forçâ de minha salvação,
nào traspassa. meu alto refugio.

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550 PSALMO, x v m .
4 A J e h o v a h digno de louvor invo­ J e h o v a h : e impiamente me não apar­
quei: e de meus inimigos fiquei li­ tei de meu Deos.
vre. 23 Porque todos seus juizos estavâo
5 Cordéis de morte me cercárão: e diante de mim: e seus estatutos não
ribeiros de Belial me assombrarão. regeitei de mim.
6 Cordéis do inferno me cingirão: 24 Mas foi sincero com elle: e re­
encontrárào me laços de morte. catei-me de minha maldade.
7 Estando em angustia, invoquei a 25 E rendeo-me J e h o v a h conforme
J eh o v a h , e clamei a meu Deos: des­ a minha justiça : conforme à pureza
de seu palacio ouvio minha voz; e de minhas mãos perante seus olhos.
meu clamor perante sua face chegou 26 Com o benigno te mostras benig­
a seus ouvidos. no : e com o varão sincero te mostras
8 Ent&o a terra se abalou e tremeo, sincero.
e os fundamentos dos montes se mo- 27 Com o puro te mostras puro: mas
vérão, e abalàrão-se, porquanto se in­ com o perverso te mostras lutador.
dignou. 28 Porque tu livras ao povo afflicto:
9 Subio fumo de seu nariz, e de sua e abates aos olhos altivos.
boca fogo que consumia: carvões se 29 Porque tu fazes alumiar minha
encendérão delle. candea: J e h o v a h meu Deos faz es­
10 E abaixou os ceos, e deceo: e es­ clarecer minhas trevas.
curidão havia debaixo de seus pés. 30 Porque comtigo entro por hum
11 E cavalgou sobre hum Cherubim.e esquadrão: e com meu Deos salto por
avoou: e voou ligeiro sobre as asas ao hum muro.
vento. 3 1 0 caminho de Deos he perfeito:
12 Pôz as trevas por seu esconde- a palavra de J e h o v a h he refinada;
douro, sua tenda ao redor delle: es­ escudo he para todos os que nelle con-
curidade de aguas, nuvens dos ceos. fião.
13 Do resplandor de sua presença 32 Porque quem he Deos, senão Je ­
suas nuvens se espalhàrão: tambem a h o v a h ? e quem he rochedo, senão
saraiva, e as brasas de fogo. nosso Deos ?
14 E trovoou nos ceos J e h o v a h ; eo 33 Deos he o que me cinge de for
Altíssimo alçou sua voz: saraiva e ça: e aperfeiçoa meu caminho.
brasas de fogo cahirâo. 34 Faz meus pés como os das cer
15 E despedio suas setas, e dissi- vas: e em minhas alturas me poem.
pou-os: e multiplicou raios, e os per­ 35 Ensina minhas mãos a guerrear,
turbou. que hum arco de aço foi quebrado por
16 E as profundezas das aguas se meus braços.
virão, e os fundamentos do mundo se 36 Tambem me déste o escudo de
descobrirão por tua reprensão, J e h o ­ tua salvação, e tua mão direita-me
v a h , pelo assopro do vento de teu sostéve; e tua mansidão me engran-
nariz. deceo.
17 Desdo alto enviou, e me tomou: 37 Alargàste meus pàssos debaixo
tirou-me de muitas aguas. de mim: e meus artelhos não vacillá-
18 Livrou-me de meu possante ini­ rão.
migo, e de meus aborrecedores; por­ 38 Persegui a meus inimigos, e os
quanto mais poderosos erão que eu. alcançei: e nunca me tomei, até os
19 Enoontràrâo-me no dia ae minha náo consumir.
calamidade : porem J e h o v a h me foi 39 Atravessei-os, que mais se não
encosto. pudérão levantar: cahirâo debaixo de
20 E tirou-me à largura: arrebatou- meus pés.
me, porque tinha prazer em mim. 40 Porque me cingiste de força para
21 Recompensou-me J e h o v a h con­ a peleja: fizeste abater debaixo de
forme a minha justiça: conforme â mim, aos que contra mim se levan-
pureza de minhas mãos me rendeo. târão.
22 Porque guardei os caminhos de 41 E déste^me o toutiço de meus

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PSALMOS, XIX, XX. 561
m im ig o s: e d e s f iz a m e u s a b o r r e c e ­ 8 A Lei de J e h o v a h he perfeita, e
dores. converte a alma: o testemunho ae
43 C k m & rà o , p o r e m n&o h o u v e li- J e h o v a h he fiel, e dà sabedoria aos
t r a d o r : a J e h o v a h , p o r e m n&o l h e s simples.
respondeo. 9 Os preceitos de J xhovah s&o rec­
43 Ent&o os esmiuçei, como pò ao tos, e alegrão o coraç&o: o manda­
vento: como a lama das rnas os dei­ mento de J e h o v a h he puro, e alumia
tei fora. os olhos.
44 Livraste-me de contendas do po­ 10 O temor de J eh o v a h he limpo, e
vo: puzeste-me por cabeça das gen­ permanece eternamente : os juizos de
tes ; opovo çw n&o conheci, me servio. J e h o v a h s&o verdade; juntamente
45 Em ouvindo minha voz, logo me s&o justos.
obedecér&o: estranhos fingidamente 11 Mais desejáveis s&o que ouro. e
se me sugeitàr&o. mais que muito ouro fino: e mais ao*
46 Estranhos descahír&o: ed e medo ces que mel, e que o licor de seus
tremér&o de seus encerramentos. favos.
47 J e h o v a h vive, e bemdito seja 12 Tambem teu servo claramente
mea rochedo: e exalçado seja o Deos he amoestado por elles: em os guar­
de minha salvaç&o. dar, ha grande salario.
48 O Deos, que me dá inteira vin­ 13 Quem entenderia os erros 1 dos
gança : e sugeita os povos debaixo de encubertos me purga.
mim. 14 Tambem ae soberbas retem ateu
49 O que me livra de meus inimi­ servoj para que se n&o ensenhore-em
gos : tambem tu me exalças sobre os de mim: entâo serei sincero, e fica­
qae se levantâo contra mim; do varâo rei Kmpo de grande transpessâo.
▼iolento me livras. 15 Sejâo agradaveis os aitos de mi­
50 Pelo que, J e h o v a h , te louvarei nha boca, e a meditação de meu cora­
entre as gentes; e a teu Nome psal­ ç&o perante tua face, J e h o v a h , rocha
modiarei. minha, e Libertador meu !
51 Qae engrandece as salvações de
seu Rei, e usa de benignidade com PSALMO XX.
sen ungido, com David, e com sua
semente, para todo sempre. 1 Psalmo de David, para o Cantor mór.
EHOVAH te ouça no dia da angus­
PSALMO XIX. J
tia : o nome do Deos de Jacob te
ponha em alto retiro.
1 Psalmo de David, para o Cantor 3 Envie-te ajuda desde seu Santua­
mór. rio : e desde Si&o te sostenha.
S ceos relat&o a gloria de Deos: e 4 Lembre-se de todas tuas offertas
O o estendimento denuncia a obra
de suas m&os.
de manjares: e teus holocaustos des­
faça em cinza, Sela!
3 Hum dia derrama falia ao outro: e 5 Dê te conforme a teu coraç&o, e
huma noite mostra sabedoria à outra. cumpra todo teu conselho.
4 N&o ha lingua, nem palavras, aon­ 6 Jubilaremos por tua salvaç&o, e
de se n&o ouça sua voz. em nome de nosso Deos arvoraremos
5 Por toda a terra sahe seu cordel, e os pendões: cumpra J e h o v a h todas
suas razões até o fim do mundo: pa­ tuas petições.
ra o sol pôz huma tenda nelles. 7 Ja agora sei, aue J eh o v a h guarda
6 E elle he como o noivo, que sahe a seu Ungido: desdos ceos de sua
de seu thalamo: alegra-se como o he- santidade o ouvirá; a salvaç&o de sua
rôe, para correr seu caminho. mâo direita estará com poderios.
7 Dtesde hum cabo dos ceos he sua 8 Estes blasonáo de carros, e estou­
sahida, e seu curso até os outros cabos tros de cavallos: porem nós faremos
delles: e nada se esconde de sua quen- menção do nome de J e h o v a h nosso
toia. Deos.

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552 PSALMOS, XXI, XXII.
9 Estes se encorvárâo, e cahirâo: minha redemção, das palavras de mea
porem nôs nos levantámos, e ficamos bramido.
em pé. 3 Deos meu, clamo de dia, e n&ome
10 Salva-nos J e h o v a h : el Rei nos respondes: e de noite, e n&o tenho
ouça no dia de nosso clamor. sossego.
4 Porem tu es santo: o que habitas
entre os louvores de Israel.
PSALMO XXI. 5 Em ti confiârâo nossos pais: con-
1 Psalmo de David para o Cantor mór. fiárâo, e os livraste.
EHOVAH, em tua força se alegra 6 A ti clamàrâo, e escapàr&o: em
J el Rei: e ouam grandemente se
goza em tua salvação!
ti confiârâo, o nâo se confundirão.
7 Porem eu sou bicho, e não varào:
3 O desejo de seu coração lhe cum­ opprobrio dos homens, e desprezado
priste : e o que seus be iços pronun- do povo.
ciârão, não negaste, Sela ! 8 Todos os que me vém^ zomb&o de
4 Porque o prevens com benções de mim: arreganhâo os beiços, bolem
bens: pões em sua cabeça coroa de com a cabeça, dizendo.
fino ouro. 9 Remeteo-se a J e h o v a h , livre-o. e
5 Vida te pedio, e déste-lh’a : longu- o escape agora ; pois tem prazer nelle.
ra de dias, para sempre e perpetua­ 10 I n es porém o que me tiraste do
mente. ventre: o que me fizeste confiar, es­
6 Grande he sua honra por tua sal­ tando aos peitos de minha mãi.
vação : gloria e magestade lhe appro- 11 Sobre ti foi lançado desda madre:
priaste. desdo ventre de minha mãi tu es mea
7 Porque o pões em benções para Deos.
sempre: o alegras de gozo em tua 12 Nâo te alongues de mim, pois a
face. angustia está perto: pois nâo hia aju-
8 Porque el Rei confia em J eh o v a h :
e com a benignidade do Altíssimo 13 Muitos touros me cercárão: for­
nunca vacillarâ. tes touros de Basan me rodeàrào.
9 Tua mão alcançará a todos teus 14 Abrirão contra mim sua boca'
inimigos : tua mão direita alcançará
como leão que despedaça e brama.
a teus aborrecedores. 15 Como agua me derramei, e des-
10 Como forno de fogo os porás emconjuntàrâo-se todos meus ossos: meu
coração he como cera; derreteo-se em
tempo de teu ro6to irado: J e h o v a h
em sua ira os devorará: e o fogo osmeio de minhas entranhas.
consumirá. 16 Minha força se secou como testo,
11 Seu fruto destruirás da terra: e
e minha lingua està pegada a meu pá-
sua semente dos filhos dos homens. dar; e tu me pões no pò da morte.
12 Porque intentárão mal contra t i :
17 Porque caens me rodeàrào: ajun­
maquinàrâo abominação, porem nâo tamento de malfeitores me cercou;
prevalecerão. furárão-me as mâos e os pés.
13 Porque os porás por alvo: com 18 Poderia contar todos meus ossos:
tuas frechas postas nas cordas lheselles o estâo vendo, e attentâo para
apontarás ao rosto. mim.
14 Exalça-te, J e h o v a h , em tua for-
19 Partem entre si meus vestidos: e
a : entâo cantaremos, e psalmodian-
sobre minha vestidura lançâo sortes.
S 0 louvaremos teu poaer. 20 Porem tu, J e h o v a h , nâo te alon­
gues: minha força, apréssa-te a so­
PSALMO XXII. correr-me.
21 Faze escapar minha vida da es­
1 Psalmo de David para o Cantor pada : minha solitaria da violência do
mór, sobre Aieleth-Hassahar. câo.
EOS meu, Deos meu, porque me 22 Livra-me da boca do leâo: e ou­
D desamparaste ? alongando-te de ve-me dos eornos dos unicomios.

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psÀiAiôs. xxm, x#nr, xxv. 553
$3 Ent&o c ontarei teu nome a meus seguirão todos os dias de minha vida:
irmãos: em meio da congregação te e ficarei na casa de J e h o v a h por lon«
louvarei. gos dias.
24 Os que temeis a J ehovah, o lou­
vai ; e vos toda a semente de Jacob, PSALMO XXIV.
0 glorificai: e o respeitai, vós toda a
eemente de Israel. 1 Psalmo de David.
25 Porque nâo desprezou nem abomi­ E J e h o v a h he a terra, como tam­
nou a affliçâo do afflicto, nem escon-
deo delle seu rosto: antes clamando
D bem sua plenidão; o mundo, e os
que habitâo nelle.
a elle. ouvio. 2 Porque elle a fundou sobre os ma­
36 De ti serà meu louvor em grande res: e sobre os rios a aflirmou.
congregação: pagarei meus votos, pe­ 3 Quem subirá ao monte de J e h o ­
rante os que o temem. v a h 1 e quem estará no lugar de sua
27 Os mansos comerão, e se farta­ santidade í
rão; louvarão a J e h o v a h os que o 4 O limpo de mãos, e puro de cora­
buscão: vosso coração viverá eterna­ ção, que não entrega sua alma à vai­
mente. dade, e não jura enganosamente.
28 Todos os cabos da terra se alem- 5 Este receberá a benção de J eh o ­
brarâo disso, e se converterão a J e h o ­ vah ; e a justiça do Deos de sua sal­
vah : e todas as gerações das gentes vação.
adorarão perante tua face. 6 Esta he a geração daqu elles que
29 Porque o reino he de J e h o v a h : perguntâo por elle: dos que buscâo tua
e elle domina entre as gentes. face. convem a saber Jacob, Sela!
30 Todos os gordos da terra come- 7 Alçai, ó portas, vossas cabeças, e
rto, e adorarão, e perante seu rosto se levantai-vos, ó entradas eternas: pa­
pwharão todos os que descendem ao ra que entre 0 Rei da Gloria.
pó: como tambem os que nâo podem 8 Quem he o Rei d a Gloria? J e h o ­
reter sua vida. v a h forte e possante; J e h o v a h pos­
31 À s e m e n te o s e r v ir á : s e r á con­ sante em guerra.
tada a J e h o v a h , d e g e ra ç ã o e m g e r a ­ 9 Alçai, ô portas, vossas cabeças, e
ção. alçai-vos, ó entradas eternas: para
32 Chegarão, e denunciará» sua jus­ que entre o Rei da Gloria.
tiça ao povo que nascer, porquanto 10 Quem he este Rei da Gloria ? Je­
elle 0 fèz. h o v a h dos exercitos; elle he o Rei da
Gloria, Sela!
PSALMO XXIII.
1 Psalmo de David. PSALMO XXV.
EHOVAH he meu Pastor, nada me 1 Psalmo de David.
J faltará.
2 Em pastos ervosos me faz deitar: A TI, J eh o v a h , levanto minha alma.
2 Deos meu, em ti confio, nâo
mansamente me leva a aguas mui qui* me deixes confundir: nem a meus in­
etas. imigos que saltem de prazer por mim.
3 Refrigera minha alm a: guia-me 3 Como na verdade todos os que es-
por veredas de iustiça, por seu nome. perão em ti, nâo serâo confundidos:
4 Ainda que tambem andasse pelo confundidos serâo os que tratâo alei­
taDe da sombra de morte, nâo teme­ vosamente sem causa.
ria algum mal: porque estás comigo: 4 Teus caminhos, J e h o v a h . me faze
toa vara e teu cajado me consolâo. saber; ensina-me tuas veredas.
5 Aparelhas a mesa perante mim 5 Guia-me em tua verdade, e ensina-
cm fronte de meus adversarios: un­ me; pois tu es 0 Deos de minha sal*
ges minha cabeça com azeite, meu vação: por ti estou esperando todo o
copo tresborda. dia.
6 Pois 0 bem e a beneficencia me 6 Lembra-te, J e h o v a h , de tuas mi-
24
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554 PSALMOS, XXVI, XXVII.
sericordias e de tuas benignidades: rante meus olhos: e eu ando em toa
porque são desda eternidade. verdade.
7 Dòs peccados de minha mocidade 4 Nâo me assento com varõesv&os:
e de minhas transgressões te nâo lem­ e nâo converso com varões refolhados.
bres : mas segundo tua benignidade te 5 Aborreço a congregação dos mal­
lembra de m im : por tua bondade, J e ­ fazejos : e nâo me assento com os im­
hovah. pios.
8 Bom e recto he J e h o v a h : pelo que 6 Lavo minhas mâos em innocencia: 1
ensinará aos peccadores o caminho. e ando ao redor de teu altar, J e h o v a h . >
9 Guiará aos mansos em direiteza: 7 Para fazer ouvir a voz de louvores:
e ensinará aos mansos seu caminho. e para contar todas tuas maravilhas.
10 Todas as veredas de J ehovah sâo 8 J e h o v a h , amo a morada de toa
benignidade e verdade: para os que Casa, e o lugar do Tabemaculo de toa
guaraão seu concerto e seus testemu­ gloria.
nhos. 9 Não apanhes minha alma com os
11 Por teu nome. J eh o v a h , me per­ peccadores: nem minha vida com oi
doa minha maldade. pois he grande. varões sanguinolentos.
12 Qual he o varâo que teme a Je­ 10 Em cujas mâos ha malefícios: e
h o v a h % lhe ensinará o caminho, que cuja mâo direita estâ chea de peita*.
deve escolher. 11 Porem eu ando em minha sincer­
13 Sua alma pousará no bem : e sua idade : pelo que livra-me, e tem pieda­
semente possuirá a terra em herança. de de mim.
14 O se g re d o d e J e h o v a h h e piara 12 Meu p é e s tá posto e m caminko
o s q u e o t e m e m : e s u a a lia n ç a , p a ra p r a in o : louvarei a J eh o v a h nas coo*
lh ’o fa z e r sa b e r. gregações.
15 M e u s olh o s c o n tin u a m e n te e stâ o
e m J e h o v a h , p o rq u e e lle ti r a r á m e u s
p é s d a re d e .
PSALMO XXVII.
16 Olha para mim, e tem piedade 1 Psalmo de David.
de mim: porque estou solitário e mi­ EHOVAH he minha luz e minha
serável. J salvação, a quem temerei ? Jeho­
17 As ansias de meu coração se tem v a h he a força de minha vida, de
multiplicado: tira-me de meus apertos. quem me espavorecerei 1
18 Attenta para minha miséria e meu 2 Quando se chegárâo a mim os ma- .
trabalho: e tira todos meus peccados. linos, meus adversarios e meus inimi­
19 Attenta para meus inimigos, por­ gos, contra mim, para comer minhas
que se vão multiplicando: e com odio carnes j elles mesmos tropeçárâo e
violento me aborrecem. cahirâo.
20 Guarda minha alma. e escapa- 3 Ainda que hum exercito me cer­
me : nâo me deixes contundir: por­ casse, meu coração não temeria: ain­
quanto confio em ti. da que guerra se levantasse contra
21 Sinceridade e direiteza me guar­ mim, eu oonfio nisto.
dem: porquanto espero em ti. 4 Huma cousa pedi a J e h o v a h , esta
22 Redime, ó Deos, a Israel de todas buscarei: que possa morar na casa de
suas angustias. J e h o v a h todos os dias de minha vi­
da ) para ver a suavidade de J e h o v a h ,
PSALMO XXVI. e esquadrinhar em seu Templo.
5 Porque no dia do mal me esconde
1 Psalmo de David. em sua cabana: encobre-me no occul-
AZE-me justiça, J eh o v a h , pois eu to de sua tenda; alça-me sobre rochas.
F ando em minha sinceridade: e
confio em J e h o v a h , nâo vacillarei.
6 Tambem minha cabeça agora se­
rá alçada por cima de meus inimigo^
2 Prova me, J eh o v a h , e attenta me: que estâo do redor de mim, e sacrifica­
esquadrinha meus rins e meu coração. rei em sua terida sacrifícios de jubilo •
3 Porque tua benignidade estâ pe­ cantarei e psalmodiarei a J e h o v a h .

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p sa l m o s , xxvui, x m , xxx.
7 Oçre, J e h o v a h , minha voz, cla­ foi socorrido: pelo que meu coraçfto
mando eu *, e tem piedade de mim, e salta d e prazer; cora meu canto pois
responde-me. 0 louvarei.
8 Meu coração diz a ti, que tu dixes, 8 J e h o v a h he a força delles: e elle
buscai meu rosto: busco teu rosto Jx- he o esforço das redemções de seu
HOVAH. Ungido.
9 N&o escondas de mim teu rosto, n&o 9 Salva a teu povo, e beradize a tua
receites a teu servo com ira } tu foste herança: e apascenta-os, e exalça-os
minha ajuda; n&o me deixes, nem me para sempre.
desampares, ó Deos de minha salva­
ção.
10 Porque meu pai e minha mãi me PSALMO XXIX.
desamparárâo: mas J e h o v a h me re­ 1 Psalmo de David.
colherá. AI a J e h o v a h , ó filhos d o s pode­
11 Ensina me, J e h o v a h , teu cami­
nho, e guia-me pela vereda direita: força.
D rosos, d a i a J e h o v a h a glona e &
por causa dos que me andâo espiando. 2 Dai a J e h o v a h a gloria de seu no­
12 N&o me entregues a a vontade de me : adorai a J eh o v a h na gloria dò
meus adversarios: porque me levantá- Santuario.
Tio contra mim falsas testemu nhas, co­ 3 A voz de J e h o v a h se ouve sobrè
mo tambem o que assopra violênc ia. as aguas: o Deos de gloria trovóa; J e ­
13 Se eu n&o créra, aue veria os bens h o v a h está sobre as muitas aguas.
de Jkhovah na terra aos viventes; pe - 4 Sahe a voz de J e h o v a h com força:
rtaria sem ditvida. a voz de J e h o v a h com gloria.
14 Espera em J eh o v a h , esforça-te, 5 A voz de J e h o v a h quebra aos ce­
e elle esforçará teu coração; espera dros : e quebranta J e h o v a h aos cedros
poiSí JjtHOYAH. do Libano.
6 Como a bezerros os faz saltar: ao
Libano e a Sirion, como a filhos dé
PSAXMO XXVIII. unicomios.
1 Psalmo de David. 7 A voz de J eh o v a h lança lavaredas
TI, J e h o v a h rocha minha^ clamo, de fogo.
A n&o ensurdeças para comigo: pa­ 8 A voz de J ehov ah faz tremer ao
ia qne se te callares ácerca de mim, deserto: J e h o v a h faz tremer o deser­
nâo seja semelhante aos que descen­ to de Kadès.
dem à cova. 9 A voz de J e h o v a h faz parir as cer­
2Ouve a voz de minhas supplicaçôes, vas, e descobre as brenhas: porem
quandoclamar a ti: levantando minhas era seu templo cada qual lhe diz glo­
m&os ao oráculo de tua santidade. ria.
3 N&o puxes por mim com os Ímpi­ 10 J eh o v a h se assentou no diluvio;
os, nem com os obradores de ra a la a - e J e h o v a h se assenta por Rei perpe­
de: que fall&o de paz cora seu proxi- tuamente.
®o: porem ha mal em seu coração. 11 J eh o v a h dará força a seu povo:
4 Dá-lhes conforme a seu obrar, e J eh o v a h abençoará a seu povo com
conforme à malicia de seus tratos: aá- paz.
Ihes conforme à obra de suas m&os; PSALMO XXX.
toma-lhes suas recompensas.
5 Porauanto náo attent&o para os fei­ 1 Psalmo e cançáo de dedicaç&o da
to de JEHOVAH, nem para a obra de casa de David.
suas m&os: pelo que os derribará, e náo XALTAR-te-hei, J e h o v a h ; por­
edificará. E que tu me alçaste: e nâo alegras­
6 Bemdito seja J e h o v a h : pois ouvio te de mim a meus inimigos.
a voz de minhas supplicações. 3 J e h o v a h , meu Deos: clamei a ti,
1 J e h o v a h h e r a in h a fo rça, e m e u e seraste-me.
escudo nelle confiou m e u c o ra ç ã o , e 4 J e h o v a h , fizeste subir da sepultu*

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556 PSALMOS, XXXI.

ra minha alma: conservaste-me em 9 E n&o me entregaste em m&os 4o


vida, para que n&o descendesse á cpva. inimigo: meus pés fizeste estar em
5 Psalmoaiai a J khovah, vòs seus largura.
favorecidos: e celebrai a memória de 10 Tem misericordia de mim, J eho­
sua santidade. va h , porque estou angustiado: carco-
6 Porque hum momento ha em sua mér&o-se de nojo meus olhos, minha
ira, porem vida em seu favor: á tarde alma. e meu ventre.
tresnoita o choro; mas pela manhâ. ha 11; Forque minha vida se gastou de
jubilo. tristeza, e meus annos de suspiros:
7 Bem dizia eu em minha prosperi­ minha força descahio por minha mal­
dade : n&o vaciilarei jamais, dade : e meus ossos se carcomér&o.
8 Porque por teu favor, J ehovah, 12 Por causa de todos meus advens
fortaleceras minha montanha: porem, rios fui grande opprobrio, até a meus
encubrindo tu teu rosto, fiquei espan­ vezinhos, e horror a meus conhecidos:
tado. os que me vem na rua, fogem de miai.
9 A ti, J e h o v a h , clamei: e a J eho­ 13 Ja de coraç&o se esquecem de
vah suppliquei, dizendo. mim, como de morto: já sou como
10 Que ganhô ha em meu sangue, vaso fendido.
em minha decida à cova? porventura 14 Porque ouvi a murmuração de
0 pó te louvará? ou annunciarà tua muitos, temor ha do redor: porquan­
verdade ? to juntamente consult&o contra mim,
11 Ouve, J ehovah, e te m piedade trat&o de me tirar a vida.
de mim: J ehovah, sé me ajudador. 15 Porem eu em ti confio, J e h otab *
12 Tomaste meu pranto em folgue­ digo, tu es meu Deos.
do : desataste meu saco, e me cingis­ 16 Meus tempos est&o em tuas mi»
te de alegria. faze-me escapar das m&os de rueos
13 Para que minha gloria a ti psal- inimicos, e de meus perseguidores.
modie, e n&o se calle: Jehovah Deos 17 Faze resplandecer teu rosto sobre
meu, para sempre te louvarei. teu servo: salva-me por tua benigni­
dade.
PSALMO XXXI. • 18 J e h o v a h , n&o me deixes confnn*
dir • porque te invoco: deixa confundir
1 Psalmo de David para o Cantor mór. aos impiosr faze os callar na sepultura.
M ti, Jehovah, confio, náo me dei­ 19 Emmudeçâo os beiços falsarioi)
E xes confundir para sempre: livra-
me por tua justiça.
que fallào contra o justo c o u sa s duras,
com soberba e desprezo.
3 Inclina a mim teus ouvidos, faze- 20 Oh quam grande he teu bem, que
me escapar apressadamente: se me guardaste para os que te temem: *
por rocha firme, por casa fortissima, obraste para os que confiâo em ti j em
para salvar-me. presença dos filhos dos homens!
4 Porque tu es minha rocha e minha 21 No escondedouro de tua face os
fortaleza: pelo que, por teu Nome, me escondes das soberbas dos homens:
guia a me encaminha. em tua tenda os encobres da conten­
5 Tira-me da rede que escondérâo da de linçuas.
para mim: pois tu es minha força. 22 Bemdito s e ja J eh o v a h : pois fei
6 Em tuas m&os encommendo meu maravilhosa su a benignidade para co*
espirito: redimiste-me, J ehovah, De­ m igo uomo pondo-me em cidade segura-
os da verdade. 23 Bem oizia eu em minha pressa:
7 Aborreço aos que attent&o para estou cortado de diante de teus o!hos :
vaidades enganosas: e eu confio em porem ainda entáo, clamando eu a U,
J ehovah. ouviste a voz de minhas supplicaçóes.
8 Em tua benignidade me gozarei e 24 Amai a J e h o v a h , vós todos seus
alegrarei: porquanto attentaste para favorecidos: porque J eh o v a h guarda
minha miséria; reconheceste minha aos fieis, e paga. abundantemente ao
alma nas angustias. que usa de soberba.

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PSALMOS, x x x n , XXXIII, XXXIV. 557
25 Esforçai-vos, e elle esforçará vos­ 4 Porque recta he a palavra de J s ­
so coração, vós todos que esperais em h o v a h : e todas suas ooras fieis.
JkHOVÀH. 5 Elle ama justiça e juizo: a terra
està chea da benignidade de J e h o v a h .
PSALMO XXXII. 6 Pela palavra de J e h o v a h forão
feitos os ceos, e todo seu exercito pe­
1 Instrucç&o de David. lo Espirito de sua boca.
EMAVENTÜRADO aquelle, cuja 7 Ajunta as aguas do mar como em
B transgressão perdoada, e cujo peo-
c ado cuberto està.
hum montão: aos abysmos poem por
thesourarias.
2 Bemaventurado o homem, a quem 8 Toda a terra tema a J e h o v a h : to­
J e h o v a h n&o imputa a maldade: e dos os moradores do mundo se assom­
em cujo espirito n&o ha enganò. brem delle.
3 Em quanto callei, envelhecérâo se 9 Porque fallando elle, logo he feito:
meus ossos, em meu bramido todo o mandando elle, logo comparece.
dia. 10 J e h o v a h desfaz o conselho das
4 Porque de dia e de noite se agra­ gentes: quebranta os intentos dos po­
vava sobre mim tua m&o: meu humor vos.
se tomou em sequidões de estio, Sela! 11 Porem o conselho de J e h ova h per­
5 Meu peccado te notifiquei, e mi­ manece para sempre: os intentos de
nha malaade n&o encubri; dizia eu, seu coraç&o de geraç&o em geraç&o.
confessarei a J eh o v a h minhas trans­ 12 Bemaventurada a gente, cujo De­
gressões : e tu perdoaste a maldade de os he J e h o v a h : o povo, a quem esco-
meu peccado, Sela! lheo para si por herança.
6 Pelo que cada santo te adorará, em 13 Desdos Ceos attenta J e h o v a h , e
tempo de achar: até no tresbordar de està vendo a todos os filhos dos homèns.
moitas aguas, n&o chegarão a elle. 14 Desde sua firme habitação està
7 Tu es méu escondedouro, tu me attentando sobre todos os moradores
gnardas de angustia: tu me cinges de da terra.
cantos alegres de liberdade, Sela! 15 Elle forma o coraç&o de todos el­
8 Instruir-te-hei, e ensinar-te-hei o les : attenta por todas suas obras delles.
caminho que deves seguir: aconse- 16 N&o se salva o Rei com a gran­
lhar-te-hei, e porei meus olhos em ti. deza dô exercito: nem o herôe esca­
9 N&o Sejais como o cavallo, nem pa com a muita força.
como o mú que n&o tem entendimen­ 17 Falha o cavallo para a victoria:
to: cuja boca se ha de encabrestar e com sua grande força n&o livra.
com cabresto e freio, para que se n&o 18 Eis que os olhos de J e h o v a h es­
cheguem a ti. ' ■■ ' tào sobre os que o temem: sobre os
10 O im p io te m m u ita s d ô r e s : po­ que esper&o em sua benignidade.
re m a q u e l l e q u e co n fia e m J e h o v a h , 19 Para fazer escapar sua alma da
a b e n ig n id a d e o ro d e a rá . morte: e para os guardar em vida na
11 Alegrai-vos em J e h o v a h , e go­ fome.
zai-vos ò justos, e cantai alegremente 20 Nossa alma espera em J e h o v a h :
todos os rectos de coraç&o. elle he nossa ajuda, e nosso escudo.
21 Porque nelle se alegra nosso co­
PSALMO XXXIII.
raç&o : porquanto confiamos no nome
de sua santidade.
OS justos cantai alegres em J eh o ­ 22 Tua benignidade J eh o v a h , seja
V
vor.
v a h : aos rectos convem seu lou­ sobre nôs: como esperamos em ti.

2 Louvai a J e h o v a h com harpa:


psalmodiae a elle com alaude e instru­ PSALMO XXXIV.
mento de dez cordas. 1 Psalmo de David, quando mudou
3 Cantai-lhe canç&o nova: tangei seu sembrante perante Abimelech :
bem com jubilo. e o lançou fora, e se foi.

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568 PSàLMOS, XXXV.
o u v a r e i a J e h o v a h ©m todo 23 J e h o v a h re d im e a alm a de seu*
L t e m p o : c o n tin u a m e n te e s ta r á se u s e r v o s : e todos os que confi&o n oite)
lo u v o r e m m in h a b o c a . n â o s e râ o cu lp ad o s.
3 Em J e h o v a h se gloriará minha
alm a: os'mansos o ouvir&o, e se ale­ PSALMO XXXV.
grarão.
4 Engrandecei a J e h o v a h comigo: 1 Psalmo de David.
e exalçemos seu nome à huma. REITEA, J eh o v a h , contra m e a
5 Busquei a J e h o v a h . e elle me res­
pondeo: e livrou-me de todos meus
P p r e it e a n t e s : p e le ja contra os que
p e le iâ o c o n tra m im .
temores. 2 rega do escudo e rodela: e levan*
6 Para elle attentár&o, e a elle como ta-te em minha ajuda.
corrente de aguas se arremessár&o: e 3 E tira a lança, e tapa o caminho,
seus rostos se n&o confundir&o. ao encontro de meus perseguidores:
7 Clamou este miserável, e J e h o v a h dize a minha alma, eu sou tua salva-
ouvio: e de todas suas angustias o çâo.
salvou. 4 Envergonhem-se, e confundáo-ae
8 O A n jo d e J e h o v a h a s s e n ta o am p o os que buscâo minha vida: tornenne
ao re d o r d o s q u e o te m e m , e os liv ra . a tras, e envergonhem-se, os que in-
9 Gostai, e vede, que J e h o v a h h e tent&o mal contra mim.
bom : bemaventurado o varâo que 5 Sej&o como pragana perante o^es­
nelle confia. to : e o Anjo de J e h o v a h os rempoxe.
10 Temei a J e h o v a h , seus santos: 6 Seu caminho seja tenebroso, ede
porque falta nenhuma tem os que o todo escorregadiço: e o Anjo de W
temem. h o v a h os persiga.
11 Os filhos de leões empobrecem e 7 Poraue sem raz&o encubríráo de
tem fome: mas os que buscâo a Je- diante de mim a cova de sua rede :
h o v a h ; de nenhum bem tem falta. sem raz&o cavár&o diante de minha
12 Vinde filhos, ouvi-me: o temor alma.
de J e h o v a h v o s ensinarei. 8 Sobrevenha-lhe a assolação, antes
13 Qual he o varâo, que deseja vi­ que o saiba: e sua rede, que enoubrio,
da ? que ama largos dias, para ver o o prenda; assolado caia nella.
bem. 9 Assim minha alma se gozará em
14 Guarda tua lingua do m al: e teus J eh o v a h : alegrar-se-ha em sua sal­
beiços de fallar engano. vação.
15 Desvia-te do mal, e faze o bem: 10 Todos meus ossos dir&o; J eho­
busca a paz, e a segue. v a h quem como tut que livras ao
16 Os olhos de J e h o v a h estâo sobre miserável do mais forte que elle: e
os justos: e seus ouvidos attentos a ao miserável e necessitado, do que o
seu clamor. rouba.
17 A fa c e d e J eh ov ah e s t á c o n tra 11 Levant&o-se testemunhas violen­
o s q u e f a z e m m a l : p a r a d e s a rr e ig a r tas : demand&o-me 6 de que n&o sei.
d a te r r a a m e m ó r ia a e lle s . 12 Tom&o-me o mal pelo bem: a sa­
18 Clamâo, e J e h o v a h ouve: e de ber, o roubo de minha alma.
todas suas angustias os livra. 13 E eu, enfermando elles, meu ves­
19 Perto está J e h o v a h dos q u e b r a n ­ tido era hum sacco; affligia minha
tados de coração: e salva os contritos alma com jejuns ; e minha oraç&o se
de espirito. tornava a meu seio.
20 Muitas sâo as adversidades do 14 Como se amigo e como se men
justo: mas de todas o livra J e h o v a h . irm&o fora, andava de contino; de
21 Guarda a todos seus ossos: ne­ preto andava encorvado, como quem
nhum delles he quebrantado. chorasse por sua mãi.
22 A malícia matará ao impio: e os 15 Porem manquejando eu, se ale-
ue aborrecem o justo, serâo culpa- grav&o e congregavâo: congregai*®
os. se a mim como abatidos, e eu nada

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PSALMOS, XXXVI, XXXVII. 559

advertia; raagav&o seus vestidos, e nâo 4 As palavras de sua boca s&o mali-
ae callàv&o. cia e engano: deixa de entender para
‘ 16 Entre os fingidos zombadores ca- fazer bem.
laceiros, rangiào por mim os dentes. 5 Pensa malicia sobre sua cam a:
17 Senhor, até quando verás isto? poem-se em caminho, que n&o he
retira minha alma de suas assolaçòes: D o m : n&o reprova o mal.
minha solitaria dos filhos de leões. 6 Oh J e h o v a h , até nos ceos està tua
p18 Assim te louvarei na grande con­ benignidade : tua fidelidade chega até
gregação: entre muitissimo povo te às mais altas nuvens.
celebrarei. 7 Tua justiça he como os montes de
19 Não se alegrem de mim sem por­ Deos, teus juízos hum grande abismo:
que meus inimigos: nem com os olhos J e h o v a h , tu conservas os homens e
acenem os que sem razão me aborre­ os animaes.
cem. 8 Quam preciosa, ó Deos, he tua be­
20 Porquanto não fallão de paz: an­ nignidade I pelo que os filhos dos ho­
tes intentão cousas de engano contra mens se abrig&o à sombra de tuas
o* quietos da terra.
21 E de par em par abrem sua boca 9 Embebédão-se da gordura de tua
contra mim: dizem, ha, ha! nossos casa: e os abeberas do ribeiro de teus
olhos o tèm visto. deleites.
22 Tu J e h o v a h , o viste; n&o te cal- 10 Porque comtigo està o manancial
les: Senhor, não te alongues de mim. da vida: com tua luz vemos a luz.
23 Desperta-te e acorda para meu 11 Estende tua benignidade sobre
direito, Deos meu, e Senhor meu, pa­ os que te conhecem: e tua justiça so­
ra minha causa. bre os rectos de coração.
24 Julga-me conforme a, tua justiça,12 N&o venha sobre mim o pé dos
Jehovah meu Deos; e n&o os deixes soberbos: e a m&o dos impios me n&o
alegrar-se de mim. faça mover.
25 Nào digãò em seu coraç&o; ea 13 Ali cahirâo os obradores da mal­
sus, alma nossa! nem dig&o, ja o ha­ dade : forão rempuxados, e n&o se po­
vemos devorado! dem tomar a levantar.
26 Envergonhem-se e confundão-se
a huma, os que se alegrão de meu
m a l: vist&o-se de vergonha e confu- PSALMO XXXVII.
Fào, os que se engrandecem contra 1 Psalmo de David.
mim. AO te indignes contra os malfaze­
27 Alegremente cantem e se ale­
grem, os que am&o minha justiça: e
N
jos : nem tenhas inveja dos que
obr&o perversidade.
continuamente dig&o, seja engrande­ 2 Porque como erva presto ser&o cor­
cido J e h o v a h ; que a m a a p a z de seu
tados : e como verdura de renovo ca-
servo. hirão.
28 Assim minha lingua faliará de tua 3 Confia em J e h o v a h , e faze o bem :
justiça, e de teu louvor, todo o dia. habita a terra, e alimenta-te com fiel-
dade.
PSALMO XXXVI. 4 E deleita-te em J e h o v a h : e te
dará as petições de teu coraç&o.
1 Psalmo de David, servo de J e h o ­ 5 Vira teu caminho para J e h o v a h :
v a h , para o Cantor mór. e confia nelle; elle bem o farà.
DITO da prevaricaç&o do impio 6 E farà sahir tua justiça, como a luz:
0 està no mais intimo de meu co- e teu direito, como o meio dia.
ração: n&o ha temor de Deos perante 7 Caila-te para com J e h o v a h , e o
áeus olhos. espera: nao te indignes com aquelle
3 Porque se lisongea em seus olhos: cujo caminho prospéra; nem com o
quando se acha sua maldade, que he varão que executa astutos intentos.
para aborrecer. 8 Dà de m&o à ira, e deixa o furor:

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560 PSALMOS, xxxvm.
n&o te indignes, somente para fazer n&o desamparará a seus favorecidos*,
mal. para sempre estão guardados: porem
9 Porque os malfazejos ser&o desar­ a semente dos impios será desarrei­
reigados : mas os que esper&o a J s h o ­ gada.
v a h , elles possuir&o a terra em he­ 29 Os justos possuir&o a terra em
rança. herança: e para sempre habitario
10 E ainda hum pouco, e o impio nella.
n&o será: e attentaras para seu lugar, 30 A boca do justo pratica de sabe­
e n&o apparecerá. doria : e sua linígua falia do direito.
11 Porem on mansos possuir&o a ter­ 31 A Lei de seu Deos está em sea
ra em herança: e se deleilar&o com a coraç&o: seus passos n&o resvalarão.
muita paz. 32 0 impio espia ao justo, e procura
12 Maquina o impio contra o justo: mátàlo.
e range contra elle seus dentes. 33 Porem J e h o v a h o n&o deixa em
13 O Senhor se ri delle : porque vê, suas m&os: nem tam pouco o conde­
que jà vem seu dia. nará, quando for julgaao.
14 Os impios arrancàr&o a espada, e 34 Espera a J e h o v a h , e guarda seu
entesàr&o seu arco : para abaterem o caminho, e exalçar-te-ha, para habi­
miserável e o necessitado; para ma­ tares a terra em herança*, verás qae
tarem os rectos de caminho. os impios serão desarreigados.
15 Porem sua espada entrará em seu 35 Yi ao impio violento, que reverde­
coração : e seus arcos se quebrarão. ce como a arvore verde, natural ds
16 Melhor he o pouco do justo, do terra.
que a abundancia ae muitos impios. 36 Porem jà se passou^ e eis quenio
17 Porque os braços dos impios se apparece: e o busquei: e n&o foi
quebrarão: mas J e h o v a h sustenta achado.
aos justos. 37 Attenta para o sincero, e conside­
18 J eh o v a h conhece os dias dos rec­ ra aq recto: porque o fim ao tal varâo
tos : e sua herança permanecerá para serà paz.
sempre. 38 Porem os transgressores à huma
19 Nào ser&o envergonhados no m&o serão destruídos: o fim dos impios se­
tempo: e nos dias da fome se fartar&o. rá desarreigado.
20 Mas os impios perecerão, e os in­ 39 Porem a salvação dos justos vem
imigos de J eh ov ah como o mais pre­ de J e h o v a h : sua fortaleza no tempo
cioso dos cordeiros desaparecerão; em da angustia.
fumo se desfar&o. 40 E J e h o v a h os ajudará, e os livra­
2 1 0 impio toma emprestado, e n&o rá : dos impios os livrará, e os guar­
gaga: mas o justo se compadece, e dará ; porquanto confião nelle.
22 Porque seus bemditos possuir&o PSALMO x x x v m .
a terra em herança; mas os malditos
delle ser&o desarreigados. 1 Psalmo de David, para lembrança.
23 Do tal var&o os passos s&o confir­ TEHOVAH, nào me reprendas eip
mados por J e h o v a h ; e tem prazer J tua indignação: e não me casU-
em seu caminho. gues em teu furor.
24 Quando c a h e , n&o h e r e g e i t a d o ; 3 Porque tuas frechas decérão em
p o rq u e J eh o v a h s u s te n ta s u a m&o. mim: e tua m&o descendeo sobre mim.
25 Moço foi, e ja envelheci: porem 4 Ja n&o ha cousa inteira em minha
n&o vi ao justo desamparado; nem a came, por causa de tua cólera: janâo
sua semente. (jue buscasse p&o. ha paz em meus ossos, por causa de
26 Todo o (lia se compadece, e em­ meu peccado.
presta : e sua semente he parabenç&o. 5 Porque jà minhas maldades sobre
27 Aparta-te do mal, e faze o bçm : pass&o minha cabeca: comooatg*P*f
e habita a terra perpetuamente. sada se agrav&o soore minhas forças.
Porque J ehovah ama o direito, e 6 Ja feaem meus inchaços, ja est&o

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PSALMOS, XXXIX, XL. 661
apodrecidos, por causa de minha lou- ZIA eu, guardarei meus cami­
quice. nhos, para nào peccar com rainha
7 Ja estou encurvado, ja estou mui lingua: guardarei minha boca com
abatido: todo o dia ando de preto. freio; em quanto o impio ainda esti­
8 Porque minhas ilhargas est&o che- ver em fronte de mim.
as de ardor: e nâo ha cousa inteira em 3 Emmudeci em silencio, callei-me
minha carne. ácerca do bem : porem minha dôr se
9 Estou enfraquecido e mui quebran­ agravou.
tado : bramo pelo ruido de meu cora­ 4 Esquentou-se meu coração em mi­
ção. nhas entranhas, fogo se encendeo em
10 Senhor, perante ti està todo roeu minha meditação: entáo disse com
desejo; e meu gemido te nào he oc- minha lingoa.
culto. 5 Notificai-me, Jeh o v ah , meu fim,
11 Meu coração dà voltas; minha e qual seja a medida de meus dias:
força me deixou: como tambem a luz para que eu saiba, quam fragil sou.
de meus mesmos olhos jà nào està co­ 6 Eis que a palmos ordenaste meus
migo. dias, e o tempo de minha vida he co­
12 Meus amadores, e meus amigos mo nada diante de t i : pois todo ho­
estâo de em fronte de minha plaga: e mem, por mais firme que esteja, total­
meus achegados se poem de longe. mente he vaidade, Sela!
13 E os que busc&o minha alma, me 7 Na verdade que como em apparen-
irmâo laços; e os que procurào meu cia anda o homem; na verdade que
mal, pratição de danificações: e todo em vâo se inquietão: ajuntão, e nâo
o dia imaginão astúcias. sabem quem o levará.
14 Porem eu sou como surdo, nâo 8 Agora pois, ò Senhor, que espero
<raço: e como o mudo, que nâo abre eu? minha esperança estâ em ti.
60a boca. 9 Livra-me de tocias minhas trans­
15 E sou como varâo, que nâo ouve: gressões : não me ponhas em oppro-
e em cuja boca nào há nenhumas re­ brio ao louco.
plicas. 10 Estou emmudecido, não abrirei
16 Porque em ti, J e jio v a h , espero; minha boca: porquanto tu o fizeste.
tu, Senhor meu Deos, me ouvirás. 11 Tira de sobre mim tua plaga: es­
17 Porque dizia eu, ora não se ale­ tou desfalecido do combate de tua
grem de mim! ou quando meu pé titu­ mâo.
beasse, se engrandeceriâo contra mim. 12 Se castigas a alguem com repren-
18 Porque eu já estou prestes a man­ sões pela maldade, logo desfazes sua
quejar : e minha dôr está continua­ boa graça como traça: assim que todo
mente perante mim. homem he vaidade. Sela !
19 Porque te notifico minha malda­ 13 Ouve, J e h o v a h . minha oração, e
de : estou em grande cuidado por cau- inclina teus ouvidos a meu clamor; a
ca de meu peccado. minhas lagrimas náo te calles: por­
20 Porem meus inimigos estão vivos que peregrino sou para comtigo; fo­
e se esforção: e os que me aborrecem rasteiro, como todos meus pais.
sem causa, se engrandecem. 14 Desvia-te de mim; ate tomar re-
21 E os que pagão mal por bem, me frigerio: antes que me vá, e não seja
contrarião, porquanto sigo ao bem. mais.
22 Não me desampares, J e h o v a h :
meu Deos, não te alongues de mim.
23 Apresura-te â minha ajuda; Se­ PSALMO XL.
nhor, minha salvação. 1 Psalmo de David, para o Cantor mòr.

PSALMO XXXIX. E
SPERANDO esperei a Jeh o v ah :
e inclinou-se a mim, e ouvio meu
clamor.
t Psalmo de David, para o Cantor 3 Tirou-me de hum lago de grande
mòr, para Jeduthun. arroido, de hum lamaceiro de lodo:
24*

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662 ■ PSALMOS, XLI.
ejpoz meus pés sobre huma rocha; continuamente os que arçâo tua sal­
amrmou meus passos. vação, magnificado seja J e h o v a h .
4 E pôz em minha boca huma can­ 18 Bem estou eu miserável e neces­
ção nova, hum hymno para nosso De­ sitado, porem o Senhor cuida de mim:
os : muitos o verão e temerão, e con­ minha ajuda e meu libertador es tu ;
fiarão em J ehovah : ah meu Deos, não te detenhas.
5 Bemaventurado o varâo, que poem
a J e h o v a h por sua confiança: e nâo
attenta para os soberbos, e para os que PSALMO, XLI.
se desviáo â mentira. 1 Psalmo de David, para o Cantor
6 Tu, J ehovah meu Deos, multipli­ mòr.
caste para com nosco tuas maravilhas EMAVENTURADO aquelle, que
e teus pensamentos: por ordem se nâo
podem contar diante de t i : se eu os
B attenta para o miserável: J e h o ­
vah o livrará no dia do mal.
quiser denunciar e pronunciar, muitos 3 J e h o v a h o guardará, e o conserva­
mais sào do que eu os possa contar. rá em vida: virá a ser bemaventurado
7 De sacrificio e offerta de manjares na terra: portanto o não entregues á
te nâo agradaste, as orelhas me furas­ vontade de seus inimigos.
te ; holocausto, nem expiação pelo 4 J e h o v a h o sustentará na cama de
peccado demandaste. enfermidade : era sua doença mudas
8 Entãu disse eu; eis que venho: no toda sua cama.
rolo do livro está escrito de mim. 5 Dizia eu, J e h o v a h , tem piedade
9 Tenho desejo, ó meu Deos, de fa­ de m im : sàra minha alraa, porque pe­
zer tua vontade; e tua lei está no meio quei contra ti.
de minhas entranhas. 6 Meus inimigos fallão mal de mim,
10 Denuncio justiça na grande con­ dizendo ; quando virá a morrer, e pe­
gregação ; eis que não retenho meus recerá seu nome 1
beiços: tu J ehovah o sabes. 7 E se algum delles me vem a ver,
11 Tua justiça não encubro em meio falia refolhadamente, seu coração se
de meu coração; tua verdade e tua amontoa maldade; sahindo fora, falia
salvação apregoo: nâo escondo tua be­ d’ÍS60.
nignidade e tua fidelidade na grande 8 Todos os que me aborrecem, a hu­
congregação. ma murmurão de m im : contra mim
12 Tu J ehovah, nâo detenhas para imaginão o que he mal para mim, di­
comigo tuas misericórdias: tua benig­ zendo.
nidade e tua fidelidade continuamen­ 9 Feito de Belial se lhe tem apega­
te me guardem. do: e o que está deitado, nâo se le­
13 Porque males sem numero me vantará mais.
rodeárão, minhas maldades me pren- 10 Até o varâo de minha paz, em
dérão, e não as pôde v e r : muitas mais quem eu me confiava, o que comia
são do que os cabellos de minha cabe­ meu pâo, grandemente levantou con­
ça, e meu coração me desamparou. tra mim seu calcanhar.
14 Sejas servido, J ehovah, de livrar- 11 Porem tu, J e h o v a h , tem piedade
me: J ehovah, apresura-te a rainha de mim, e levanta-me : e eu lhes da­
ajuda. rei o pago.
15 Envergonhem-se, e confundão-se 12 Nisto sei eu, que tu te agradas da
a huma, os que buscâo minha alma m im : que meu inimigo nâo jubilará
para a destruírem: tornem-se a tras, sobre mim.
e confundão-se, os que tomão prazer 13 Porque quanto a mim. tu me sus­
em meu mal. tentas em minha sinceridade: e m e
16 Assolados sejâo em pago de sua puzeste perante tua face para sem­
affronta, os que dizem de mim, ha, pre.
ha! 14 Bemdito seja J e h o v a h , Deos d e
17 Folguem, e alegrem se em ti; to­ Israel, de seculo em seculo: Amei} •
dos aquelles que te buscâo: digâo mais Amen.

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PSALMOS, XLÜ, XLIIÍ, XLIV. 563'

. PSALMO XLD. leza ; porque me regeitas? porque de


contino ando de preto por causa da
1 Instracçâo, para o Cantor raòr, entre oppress&o do inimigo ?
os íilhos de Korah. 3 Envia tua luz e tua verdade, para
OMO o crevo brama pelas corren­ que ellas me guiem : para que me le­
C tes das aguas, assim minha alma
brama por ti, ò Deos.
vem ao monte de tua santidade, e a
tuas moradas.
3 Minha alma tem sede de Deos, do 4 E eu entre ao altar de Deos, ao
Deos vivente: quando entrarei; e me Deos da alegria de meu gozo: e te
apresentarei perante a face de Deos. louve com harpa, 6 Deos, meu Deos.
4 Minhas lagrimas dia e noite me 5 Porque te abates, ó alma minha, e
servem de mantimento: porquanto to­ porque te inquietas em mim ? espera
do o dia me dizem, aonde està teu em Deos; porque ainda o hei de lou­
Deos ? var: elle he a perfeita salvaç&o de
5 Disto eu me lembro, e derramo minna face, e meu Deos.
minha alma em mim; porquanto bem
sohia eu ir entre a companha, e com
elles entrar na casa de Deos: com PSALMO XLIV.
voz de alegre canto e louvor, feste­ 1 Instracçâo para o Cantor mór, entre
jando a multidão. os filhos de Korah.
6 Porque te abates, ó alma minha, H Deos, com nossos ouvidos ouvi­
e te inquietas em mim ? espera em
Deos; porque ainda o hei de louvar,
O mos, nossos pais nolo contár&o: a
obra que fizeste em seus dias, nos dias
pelas salvações de sua face. da antiguidade.
7 Deos meu, minha alma se abate 3 Tu com tua m&o lançaste as gen­
em mim: portanto me lembro de ti tes de sua possess&o, a elles porem os
desda terra do Jordão, e desdos Her- plantaste; maltrataste aos povos, a
monitas, desda montanha pequena. elles porem os fizeste brotar.
8 Hum abismo chama a outro abis­ 4 Porque nâo conquistârâo a terra
mo, ao ruido de teus canaés: todos teus por sua espada, nem seu braço os sal­
golfos e ondas tem passado sobre mim. vou : mas tua dextra, e teu braço, e a
9 Mas de dia J eh o v a h mandará sua luz de tua face; porquanto te agra-
misericordia, e de noite sua canç&o dáras delles.
estará comigo: oração ao Deos de mi­ 5 Tu mesmo es meu rei, ó Deos:
nha vida. manda as salvações de Jacob.
10 Direi a Deos, rocha minha, por- 6 Por ti acoraearemos a nossos ad­
ae té esqueces de mim? porque ando versarios : em teu nome atropelaremos
e preto, pela oppressâo do inimigo ? aos que se levantão contra nós.
1 1 Com ferida mortal era meus ossos 7 Porque nâo confio em meu arco:
me affrontâo meus adversarios : quan­ nem minha espada me livrará.
do todo o dia me dizem; aonde està 8 Porquanto tu nos livras de nossos
teu Deos. adversarios: e a nossos aborrecedores
12 Porque te abates, ò alma minha, confundes.
e porque te inquietas em mim ? es­ 9 Em Deos nos gloriamos todo o dia:
pera em Deos; porque ainda o hei de e eternamente louvaremos teu nome,
louvar; elle he a perfeita salvação de Sela!
minha face, e meu Deos. 10 Porem agora nos regeitaste e con­
fundiste; porquanto nâo sahes com
nossos exercitos.
PSALMO XLin. 11 Fazes-nos retirar do adversario:
AZE-me justiça, ó Deos, e preitéa e nossos aborrecedores saque&o nos
F meu preito, contra a gente mcom- para si.
passiva: livra me do var&o de engano 12 Entregas-nos, como a ovelhas, pa­
e de iniquidade. ra comer: e entre as gentes nos es­
2 Pois tu es o Deos de rainha forta­ parges.

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564 PSALMOS, XLY, XVI.
13 A teu povo vendes de graça: e teus beiços: pelo que te bemdisse De­
n&o levantas seu preço. os para sempre.
14 Poens-nos por opprobrio a nossos 4 Cinge tua espada à coxa, 6 heròe:
vezinhos: por escárnio e zombaria a tua magestade e tua gloria.
nossos ezndoredores. 5 £ em tua gloria prosperamente ea*
15 Poens-nos por ditado entre as valga, sobre a palavra da verdade, e
gentes: por movimento de cabeça en­ da justa mansidão: e tua dextra te
tre os povos. ensinará terribilidades.
16 Todo o dia minha afironta está 6 Tuas frechas são agudas: povos
diante de m im : e a confusão de meu cahirâo debaixo de t i ; acertarão no
rosto me cobre. coração dos inimigos d;el Rei.
17 Pela voz do affrontador, e do 7 Teu throno, ó Deos, he eterno e
blasfemo: por causa do inimigo, e do perpetuo: o cetro de teu Reino he ce­
vingativo. tro de equidade.
18 Tudo isto nos sobreveio; com tu­ 8 Amas a justiça, e aborreces a im­
do nos nâo esquecemos de ti: nem piedade : pelo que, ó Senhor, teu De­
nos ouvemos lalsamente contra teu os te ungio com azeite de gozo, maii
concerto. que a teus companheiros.
19 Nosso coração se não tomou a 9 Todos teus vestidos são mirra, e
tras: nem nossos passos se desviarão aloé, e cassia; dos palacios de mar­
de tuas veredas. fim, desd’onde te alegrão.
20 Ainda que nos quebrantaste em 10 Filhas de Reis ha entre tuas il
hum lugar de dragões: e nos cubriste lustres donzellas: a Rainha está á toa
com sombra de morte. mão direita, ornada de ouro finíssimo
21 Se nos esquecêramos do nome de Ophir.
de nosso Deos; e estendêramos nossas 11 Ouve, filha, e olha, e inclina tem
mâos a hum Deos alheio: ouvidos: e esquece-te de teu povo, e
22 Não o esquadrinharia Deos? pois da casa de teu pai.
sabe os secretos do coração. 12 Então el-Rei se affeiçoará de tot
23 Mas por amor de ti somos mor­ formosura: pois que elle he teu Se­
tos todo o d ia : somos estimados como nhor, inclina-te a elle.
ovelhas do açougue. 13 E a filha de Tiro, os ricos entrs
24 Desperta, porque dormes, Senhor ? 0 povo, supplicarão tua face com pre­
acorda, não-nos regeites para sem­ sentes.
pre. 14 Toda illustre he a filha d’el-Rei
25 Porque esconderias tua face ? e por dentro: de engastes de ouro he
te esquecerias de nossa miséria, e de seu vestido.
nossa oppressão ? 15 Com vestidos recamados a leva­
26 Porque nossa alma se abateo até rão a el-Rei: as donzellas a p o s ella,
0 pó: nosso ventre se apegou com a suas companheiras, as trarão a ti.
terra. 16 Com todo gozo e alegria as tra«
27 Levanta-te para nossa ajuda: e rào: entrarão no palacio d’el-Rei.
redi-me-nos por tua benignidade. 17 Em lugar de teus pais serào teus
filhos: por Principes os porás sobre
PSALMO XLY. toda a terra.
18 Farei memória de teu nome de
1 Instrucçào, e cântico de amor, para cada geração em geração: pelo que
o Cantor mór, entre os íilhos do os povos te louvarão eterna e perpe­
Korah, sobre Schoschannim. tuamente.
EU coração derrama palavras bo­
M as ; digo meus versos ácerca d’el
Rei: minha lingua he penna de des­ PSALMO XLVI.
tro escrivão. 1 Cântico sobre Alamoth: para o
3 Mui mais formoso es que os filhos Cantor mór, entre os filhos d# Ko­
dos homens; graça se derramou em rah.

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PSALMOS, XLVH, XLVin, XLIX. 516

DEOS nos he refugio e fortaleza: se assenta sobre o throno de soa santi­


aoha por eíRcaz ajuda nas angus­ dade.
tias. 10 Os nobres dos povos se ajuntàrâo
3 Pelo que nâo temeremos, ainda a o povo de Deos de Abraham: porque
que a terra se mude: e ainda que os os escudos da terra são de Deos ; mui
montes se traspassem ao coração dos exalçado està.
mares.
4 Bramem suas aguas, fervâo: os PSALMO XLVni.
montes tremâo por sua braveza, Sela.
5 Os ribeiros do rio alegrarão a ci­ 1 Cântico t Psalmo, para os filhos de
dade de Deos, o Santuario das mo­ Korah.
radas do Altíssimo. RANDE he J e h o v a h , e muito de
6 Deos està no meio delia, nâo titu­
beará : Deos a ajudará ao romper da
G louvar; na cidade de nosso Deos,
no monte de sua santidade.
manhâ. 3 Formosa de sitio, o gozo de toda a
7 As gentes bramarão, os reinos se terra he o monte de Sião, das bandas
movérào: levantando elle sua voz, a do Norte; a cidade do gram Rei.
terra se derreteo. 4 Deos està em seus palacios; he
8 J e h o v a h dos exercitos está com conhecido por alto retiro.
nosco; o Deos de Jacob he nosso alto 5 Porque, eis que os Reis se ajuntà­
retiro, Sela. râo : juntamente passàrâo.
9 Vinde, contemplai os feitos de Je­ 6 Assim como a virão, se maravilhà-
h o v a h , que faz assolações na terra. râo: assombràrão-se, apressàrão-se à
10 O que faz cessar as guerras até fugida.
0 fim da terra: quebranta o arco, e 7 Tremor ali os tomou: dóres como
corta a lança; aos carros queima a a mulher de parto.
fogo. 8 Com vento Oriental quebras os na*
11 Deixai, e sabei que eu sou Deos: vios de Tharsis.
serei exalçado entre as gentes, exalçar- 9 Como o ouvimos, assim o vimos na
me-hei sobre a terra. cidade de J s h o v a h dos exercitos, na
12 J e h o v a h dos exercitos está com cidade de nosso Deos: Deos a confir­
nosco : o Deos de Jacob he nosso alto mará para sempre, Sela!
retiro, Sela. 10 Lembramos-nos? ó Deos, de tua
beneficencia, em meio de teu Templo.
11 Conforme a teu nome, ó Deos,
PSALMO XLVn. assim he teu louvor até os fins da ter­
1 Psalmo, para o Cantor mór, entre os ra : tua mão direita está chea de jus­
filhos de Korah. tiça.
OS todos os povos, batei as palmas: 12 Alegre-se o monte de Sião, gozem
V jubilai a Deos com voz de alegre se as filhas de Judá: por causa de te­
canto. us jui/os.
3 Poroue J e h o v a h , o Altíssimo he 13 Rodeai a Sião, e a cercai: con­
treraenao: Rei grande sobre toda a tai suas torres.
terra. 14 Ponde vosso coraç&o em seu an-
4 Traz aos povos debaixo de nôs: e temuro, distintamente considerai seus
as nações debaixo de nossos pés. palacios: para que o conteis à seguin­
5 Elle nos escolhe nossa herança: a te geração.
gloria de Jacob, a quem amou, Sela. 15 Porque este Deos he nosso Deos
6 Deos sobe com jubilo: J eh o v a h para sempre e eternamente: elle nos
com voz de trombeta. acompanhará até a morte.
7 Psalmodiai a Deos, psalmodiai:
psalmodiai a nosso Rei, psalmodiai. PSALMO XLIX.
8 Porque Deos he o Rei de toda a ter­
ra: psalmodiai. com instrucçào. 1 Psalmo,para o Cantor mòr, entre os
9 Deos reina sobre as gente*: Deos se nlhos de Korah.

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566' PSALMOS, L.
20 Com tudo irâ para a geraç&o de se*
OUVI isto, vós todos os povos: incli­
nai os ouvidos, todos os morado­ us pais: para sempre n&o verão a luz.
res do mundo. 21 O homem que està em estima, e
3 Assim os filhos dos homens, como nào tem entendimento, he semelhan­
os íilhos dos varòes: juntamente ricos te a as bestas, que perecem.
e pobres.
4 Minha boca fallarà pura sabedo­ PSALMO L.
ria : e a imaginação de meu coração e
starà chea de entendimento. 1 Psalmo de Asaph.
5 Inclinarei meus ouvidos a senten­ Deos dos Deoses, J e h o v a h falia e
ças discretas: à harpa declararei mi­
nha enigma.
O chama a terra: desdo nascimen­
to do Sol, até onde se vai pôr.
6 Porque temeria eu nos dias do mal: 2 Desde Siào, a perfeição da formo­
quando a iniquidade dos que me armão sura, Deos apparece resplandecendo.
ciladas, me cercar ? 3 Virá nosso Deos, e nào se callarà:
7 Quanto aos que confiâo em sua fa­ de diante delle o fogo irá consumin­
zenda ; e da multid&o de suas riquezas do ; e do redor delle haverá grande
se gloríào. tormenta.
8 Nunca nenhum delles redimirá a 4 Chamará aos ceos do alto: e a t
seu irm&o; nem poderá dar a Deos seu terra, para juJgar a seu povo.
resgate. 5 Ajuntai-me meus privados, qne
9 Porque a redemç&o de sua alma he confirmào meu concerto com sacrifí­
caríssima, e cessará para sempre. cios.
10 E tam pouco viverá para sempre: 6 E os ceos denunciarão sua justiça:
nem deixara de ver a corrupção. pois Deos mesmo he o juiz, Sela!
11 Porque elle vê, que os sabios mor­ 7 Ouve, povo meu, e fallarei; Israel,
rem, que igualmente o louco e o brutal e protestarei entre t i : eu o Deos, soa
perecem: e deixào seus bens a outros. teu Deos.
12 Seu interior he, que suas casas se- 8 Não por teus sacrifícios te repren-
r&o perpetuas, e suas moradas de ge­ derei: porque teus holocaustos peran­
raç&o em geração: cham&o as terras te mim estão continuamente.
de seus nomes. 9 De tua casa nào tomarei bezerro,
13 Todavia o homem que està em nem bodes de teus curraes.
estima, nào permanece: antes he se­ 10 Porque meu he todo animal do
melhante a as bestas, que perecem. mato: tambem as bestas em milhares
14 Este seu caminho he sua loucu­ de montanhas.
ra : todavia seus descendentes se agra- 11 Conheço todas as aves dos mon­
dào de suas palavras, Sela ! tes : e as feras do campo estão comigo.
15 Como a ovelhas os poem na sepul­ 12 Se eu tivesse fome, nâo t’odina:
tura, a morte se apascentará delles: e pois meu he o mundo, e sua píenidão.
os rectos se ensenhorearão delles na­ 13 Comeria eu came de to u r o s ? ou
quella manhà; e a sepultura gastará beberia sangue de bodes *
sua apparencia, sahindo de sua morada. 14 Sacrifica a Deos louvor: e paga ao
16 Porem Deos redimirá minha al­ Altissimo teus votos.
ma da violência da sepultura: pois 15 E invoca-me no dia da angustia:
me tomará a riba, Sela! eu te farei escapar, e tu me glorifica­
17 Nào temas, quando hum varão se rás.
enriquece: quando a gloria de sua ca­ 16 Porem ao impio diz Deos, aue
sa se engrandece. tens tu que recitar meus estatutos ? e
18 Pois em sua morte nada tomará tomar meu concerto em tua boca ?
comsigo : nem sua gloria descenderá 17 Pois tu aborreces a correição: e
apos elle. lanças minhas palavras de tras de ti.
19 Ainda que bemdíz sua alma em 18 Se vês ao ladrão, logo tens com­
soa vida; e te louvem a ti, porque bem placência para com elle: e com o#
fazes a ti mesmo: adúlteros tens tua parte.

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PSALMOS, LI, L ü. 6*7
J.9 Taa boca soltas ao m al: e tita 13 Nâo me regeites de tua face : a
língua compoem engano. teu Espirito Santo nâo tires de mim.
20 Assentâs-te, falias contra teu ir­ 14 Torna a dâr-me o gozo de tua sal­
mâo : contra o filho de tua mãi te des­ vação : e faze que o espirito voluntá­
bocas em blasfémias. rio me sustente.
21 Estas cousas fazes, e callo-me; 15 Entáo ensinarei aos transgresso­
cuidas aue de veras sou como tu ? ar­ res teus caminhos: e os peccadores se
gui r-te-nei, e por boa ordem porei pe­ converterão a ti.
rante teus olhos. 16 Livra-me dos homicídios, 6 De­
22 Entendei pois isto, os que vos es­ os, Deos de minha salvação: e mi­
queceis de Deos: para que vos nâo ar­ nha lingua altamente louvará tua jus­
rebate, e nâo haja, quem vos livre. tiça.
23 Aquelle que sacrifica louvor, me 17 Abre-me, Senhor, os beiços: e
glorificará e ao que bem enderença seu minha boca denuuciarà teu louvor.
caminho, lhe farei ver a salvação de 18 Porque te nâo agradas de sacri­
Deos. fícios, que eu daria: em holocaustos
nâo tomas contentamento.
PSALMO LI. 19 Os sacrifícios de Deos sâo o espi­
rito quebrantado: hum coração que­
I Psalmo de David, para o Cantor brantado e contrito, ô Deos, nâo des­
mór. prezarás.
20 Faze bem a Sião segundo tua
QUANDO o Propheta Nathan veio a
elle : depois de entrar a Bathseba. boa vontade: edifica os muros de Je­
3 Tem misericordia de mim. ó De- rusalem.
osj segundo tua benignidade: desfaze 21 Entâo tomarás contentamento,
minhas transgressões segundo a mul­ nos sacrifícios de justiça, nos holocaus­
tidão de tuas misericórdias. tos, e nos sacrifícios de todo queima­
4 Lava-me bem de minha iniquida­ dos : entâo offerecerão bezerros sobre
de: e me purifica de meu peccado. teu altar.
5 Porque eu conheço minhas trans­
gressões : e meu peccado està contin­ PSALMO LII.
uamente diante de mim.
6 Contra ti, contra ti somente pe­ 1 Instracçâo de David, para o Cantor
quei, e fiz o que parece mal em teus mór. 2 Quando Doeg o Idumeo ve­
olhos: para que te justifiques no que io, e denunciou a Saul, e lhe dis­
disseres, e te purifiques no que julga­ se; David veio à casa de Ahimi-
res. lech.
ORQUE, ó valente, te gabas domai?
7 Eis que em iniquidade foi forma­
do : e em peccado me concebeo mi­ P pois a benignidade ae Deos per -
manece todo o dia,
nha mãi.
8 Eis que a verdade amas no inti­ 4 Tua lingua maquina danificaçõ­
mo : e em occulto me fazes saber sa­ es : como navalha amolada, que traça
bedoria. enganos.
9 Purifica-me de peccado com hyso- 5 Amas o mal mais que o bem : e a
po, e ficarei puro: lava-me, e serei mentira mais que fallar justiça, Sela.
m ais alvo que a neve. 6 Amas todas as palavras devoran-
10 Faze-me ouvir gozo e alegria: e tes, e lingua enganosa.
gozar-se-hâo os ossos, que quebran­ 7 Tambem Deos te derribará para
taste. sempre: arrebatar-te-ha, e arrancar-
I I Esconde tua face de meus pec­ te-ha da tenda; e desarreigar-te-lia da
cados, e desfaze todas minhas iniqui- terra dos viventes, Sela.
dades. 8 E os iustos o verâo, e temerão: e.
12 Hum coração puro me cria, ó se rirâo delle, dizendo.
Deos: e hum espirito firme me reno- 9 Vedes aqui o varâo, que nâo pôz a
y a no mais intimo. Deos por sua fortaleza: antes confiou.

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568 PSALMOS, Lm , LIY, LV.
na multidão de suas riquezas j e se es­
morte: nâo poem a Deos perante seu
forçou em sua danificação. olhos, Sela!
10 Porem eu serei como a oliveira 6 Eis que Deos he meu ajudador: o
verde na casa de Deos: confio na be­ Senhor està entre aquelles que sustea-
nignidade de Deos para sempre e eter­ tâo minha alma.
namente. 7 Elle pagará o mal aos aue me an-
11 Para sempre telouvarei, porquan­ dâo espiando: por tua veraade os de-
to tu o fizeste: e aguardarei teu No­sarreiga.
me ; porque he bom perante teus pri­ 8 Voluntariamente te offerecerei sa­
vados. crifícios: louvarei teu nome, Jeho­
v a h ; porque he bom.
9 Porque de toda angustia me livrou:
PSALMO Lm . e meus olhos virâo a vingança em me­
1 Instracç&o de David, para o Can­ us inimigos.
tor mór, sobre Macnalath.
IZ o louco em seu coração; n&o ha
D Deos: se corrompei^ e cometem PSALMO LV.
abominavel iniquidade, ja ninguém 1 Instracçâo de David, para o Cantor
ha que faça bem. mór, sobre Neginoth.
3 Deos attentou desdos ceos para os CLINA tèus ouvidos, ó Deos, t
filhos dos homens: para ver, se ha­ r minha oração: e n&o te escondas
via algum entendido, que buscasse a de minha supplicação.
Deos. 3 Està me attento, e ouve-me: voo-
4 Ja tòdos se desvi&r&o, juntamente me queixando, e estou rugindo.
se fizér&o fedorentos: ja ninguém ha 4 Pelo clamor do inimigo, e por cau­
que faça bem; nem amda hum. sa do aperto do impio: porque me le-
5 Pois n&o tem conhecimento os vantâo falsos, e com furor me aborre­
obradores de maldade, que comem a cem.
meu povo, como se comessem p&o? 5 Meu coração estâ doloroso em mea
n&o invoc&o a Deos. mais interior: e terrores de morte cãr
6 Ali se espavorecérâo de pavor. hírâo sobre mim.
aonde nfto havia pavor: porque Deos 6 Temor e tremor me sobrevem : e
derramou aos ossos daquelle que te horror me cobre.
cercava; tu os confundiste, porque 7 Pelo que digo, ah quem me désse
Deos os regeitou. asas como de pomba ! voaria, e pou­
7 Ah se ja de Si&o viessem as salva­ saria.
ções de Israel! quando Deos fizer 8 Eis que fugiria para longe: tras-
tornar os prisioneiros de seu povo, en­ noitaria no deserto. Sela!
tào Jacob se gozará; Israel se ale­ 9 Apresuraria-me a escapar, do ven­
grará. to funoso, tempestade.
10 Devóra-os, Senhor, divide sua
PSALMO LIV. lingua : porque ja vejo violência e
contenda na cidade.
1 Instrucc&o de David, para o Cantor 11 Dia e noite a cercão sobre seus
mór, soore Neginoth. 2 Quando os muros: e iniquidade e oppressâo ha
Zipheos viérâo, e dissérâo a Saul: dentro nella.
orventura n&o está David escondi- 12 Destruiçôes ha dentro nella: e
S o entre nosoutros? não se aparta de suas praças astúcia a
H Deos, por teu nome me salva: engano.
O e por teu poder me faze justiça. 13 Porque não he-inimigo, o que me
4 Oh Deos, onve minha oraç&o: in­ affronta ; que supportado o ouvera:
clina teus ouvidos a as razões de minha nem o que me aborrece, o que se en­
boca. grandece contra mim; que delle me
6 Porque estranhos se levant&o con­ esconderia.
tra mim, e tirannos procurâo minha 14 Mas tu o es, 6 homem de tanta

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PSALMOS, LVI, LVII.
estima como eu; meu guia, e meu co­ vras: todos seus pensamentos sâo con­
nhecido. tra mim para mal.
15 Que juntos suave e secretamente 7 A huma se ajuntão, escondem-se;
nos consultávamos: na casa de Deos elles espião a meus calcanhares, como
andávamos em companhia. aguardando minhà morte.
16 A morte, como executor, os sobre 8 Porventura escaparião por sua ini­
salteie, vivos descendão ao inferno: quidade ? oh Deos, em tua ira derriba
porque maldades ha em sua habita­ aos povos!
ção, em seu mais interior. 9 Minhas viravoltas tu contaste; po­
17 Porem eu a Deos clamarei: e Je­ em minhas lagrimas em teu odre:
h o v a h me livrará. porventura náo estão em teu registo I
18 A a tarde, e pela manhâ, e ao 10 Então tornarão meus inimigos a
meio dia, me queixarei e rugirei: e tras, no dia em que eu clamar: isto
ouvirá minha voz. sei eu, que Deos esta comigo.
19 Redemio em paz minha alma, da 11 Em Deos louvarei sua palavra:
peleja contra m im : porque em mul­ em J e h o v a h ipuvarei sua palavra.
tidão forão contra mim. 12 Em Deos confio, nâo temerei:
20 Deos ouyirá e os quebrantará, que me faria ò homem ?
como aquelle que preside desda anti­ 13 Sobre mim, ó Deos, e6tão teus
guidade, Sela! porquanto nâo ha nel­ votos: acções de graças te renderei.
les nennuma mudança, e tampouco 14 Porque livraste minha alma da
temem a Deos. morte, como tambem meus, pés de
21 Poem suas mâos nos gue tem paz tropeçar: para andar diante da face
com elle : profana sua aliança. de D eos; na luz dos viventes.
22 Sua boca he mais macia que man­
teiga, porem seu coração guerra: suas PSALMO LVII.
palavras são mais brandas que azeite,
ma* são espadas nuas. 1 Joia de ouro de David, para o Can­
23 Lança teu cuidado sobre J e h o - tor mòr, Altascheth: quando fugia
v a h ; e elle te conservará: nunca per­ de diante de Saul, na caverna.
mitirá que o justo titubeie. EM misericordia de mim, ó Deos,
24 Mas tu, ô Deos, os farás descen­
der ao poço da perdição; os varões
T tem misericordia de mim; porque
minha alma confia em t i: e á sombra
de sangue e de engano não dimidiarão de tuas asas me acolho; até que as
seus dias: porem eu confiarei em ti. destruiçôes se passem.
3 Clamarei ao Deos altissimo: a De­
PSALMO LVI.
os, que em mim ha de cumprir sua
obra.
1 Joia de ouro de David, para o Can­ 4 Enviará desdos ceos, e me livrará,
tor mór, sobre Jonath-felem-Recho- confundindo ao que me procura devo­
k im : quando os Philisteos o pren­rar. Sela! Deos enviará sua benigni­
derão em Gath. dade e sua verdade.
EM misericordia de mim, ó Deos, 5 Minha alma está em meio dos
T porque o homem me procura leões, jazo entre tições ardentes, filhos
devorar; todo o dia pelejando me de homens, cuios dentes são lanças e
aperta. frechas, e sua lingua espada aguaa.
3 Os que me andão espiando, todo o 6 Exalça-te, ó Deos. sobre os ceos:
dia me procurâo devorar: porque mui­ e levanta tua gloria soDre toda a terra.
tos pelejão contra mim, ó Altissimo! 7 Armárão rede a meus passos, ja
4 No dia em que eu temer, hei de minha alma estava abatida: cavãrâo
confiar em ti. perante mim huma cova, porem elles
5 Em Deos louvarei sua palavra: em mesmos cahirâo em meio delia, Sela!
Deos confio, nâo temerei; que me fa­ 8 Preparado está meu coração, ó De­
ria a carne ? os, preparado está meu coração: cai}?
6 Todo o dia torceip. minhas pala? tarei e psalmodiarei.

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570 PSALMOS, LVII1, LDf.
9 Desperta, ó gloria minha, desper­
ta, alaúde e harpa; despertarei na LIVRA-me de tnetis inimigos, ò
Deos m eu: poem-me em alto re­
alva do dia. tiro, contra os que se levantào contra
10 Louvar-te-hei entre os povos, ô mim.
Senhor: psalmodiar te hei entre as 3 Livra-me dos obradores de iniqui­
nações. dade : e salva-me dos varões de san­
11 Pois tua benignidade he grande gue.
até os ceos: e tua verdade até as nu­ 4 Porque eis que poem ciladas à
vens mais altas. minha vida; fortes se ajunt&o contra
12 Exalça-te sobre os ceos, ó Deos: mim : sem transgressão minha, e sem
tua gloria esteja sobre toda a terra. peccado meu, J e h o v a h .
5 Sem culpa correm, e se aperce­
bem : desperta a encontrar-me, e olha.
PSALMO LVM. 6 Tu pois, J e h o v a h , Deos dos exer­
í Joia de ouro de David, para o Can­ citos, Deos de Israel, desperta, a visi­
tor mór, Altascheth. tares todas estas gentes: n&o tenhas
ORVENTURA de veras fallais a misericordia de nenhum dos que obrào
justiça 6 Congregação ? julgais iniquidade, como aleives, Sela!
rectamente, ó íilhos dos homens? 7 Tomão a vir á tarde, ganem como
3 Antes de coraç&o obrais perversi- caens, e rodeâo a cidade.
dades: sobre a terra pesais a violên­ 8 Eis que se desboção com sua boca,
cia de vossas m&os. espadas tem em seus beiços: porque,
4 Aliénão-se os impios desda madre: quem o ouve ?
err&o desdo ventre os mentirosos. 9 Mas tu, J e h o v a h , te rirás delles:
5 Veneno tem, semelhante ao vene­ zombarás de todas as gentes.
no da serpente: s&o como a bibora 10 Contra sua força, te aguardarei:
surda, que tapa suas orelhas. porque Deos he meu alto retiro.
6 Para n&o ouvir a voz dos encanta­ 11 O Deos de minha benignidade
dores: do encantador sabio em en­ me previrá: Deos me fará ver a vin­
cantamentos. gança em os que me andão espiando.
7 Qh Deos, quebra-lhes os dentes 12 Não os mates de huma vez, para
em suas bocas: arranca ô J e h o v a h , que meu povo se náo esqueça; faze
aos filhos dos leões os queixaes. os vaguear por teu poder, e aDate os:
8 Escorr&o-se como aguas, que se v&o ó Senhor, escudo nosso.
de si mesmas: se armarem suas fre­ 13 Pelo peccado de sua boca, pela
chas, tomem-se como cortadas. palavaradeseus beiços: e sejáo pre­
9 Como a lesma, que se derrete, se sos em sua. soberba; e pelas maldi­
v&o: como o abortivo de mulher, nun­ ções, e pelas mentiras que cont&o.
ca vej&o o sol. 14 Consume-os em tua indignação,
10 Antes que vossas panellas sint&o consume os de tal maneira que nunca
os espinhos; assim vivos, como indig­ mais appareção: para que saibão, qne
nado, os arrebatará com tempestade. ainda Deos reina em Jacob; até os
11 O justo se alegrará, quando vir a fins da terra, Sela!
v i n g a n ç a ; seus pés lavará no sangue 15 A a tarde pois tonlenl a vir, ga-
do impio. não como caens, e rodeem a cidade.
12 Ent&o dirá o homem; de veras 16 Os tais vagueem por mantimen­
ha fructo para o justo: de veras ha to : e passém a noite, sem se fartarem.
hum Deos, que julga na terra. 17 Eu porem cantarei tua fortaleza,
e pela manhã com alegria louvarei tua
PSALMO LIX. benignidade: porquanto tu foste men
alto retiro, e refugio, no dia em que
1 Joia de ouro de David, para o Can­ eu estava angustiado.
tor mór, Altascheth: quando Saul 18 A ti, ó fortaleza minha, psalmo-
mandára os que guardassem sua ca­ diarei: porque Deos he meti alto re­
sa, para o matarem. tiro, 6 Deos de minha benignidade.

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PSALMOS, LX, LXI, LXfl. m

PSALMO LX. nidades : tomarei meu refugio no oc-


culto de tuas asas, Sela!
1 Joia de ouro de David, de doutrina, 6 Pois tu, ó Deos, ouviste meus vo­
para o Cantor mór, sobre Susan tos: déste-m« a herança dos que te­
Kduth. 2 Quando pelejou com os mem teu Nome.
Syrios de Mesopotamia. e com os 7 Dias sobre dias acrecentaràs ao
Syrios de Zoba: e JoaD tornando R ei: seus annos serão como de gera­
ferio no valle do Sal a doze mil dos ção em geração.
Edomeos. 8 Perpetuamente se assentará peran­
H Deos, tu nos regeitaste, tu nos te a face de Deos: aparelha-JAe benig­
A dissipaste: indignaste-te; toma­ nidade e verdade, que o guardem.
ste a nos outras. 9 Assim perpetuamente psalmodia­
4 Tu abalaste a terra, e a abriste: rei a teu Nome: para pagar meus vo­
cura suas quebras; porque titubéa. tos de dia em dia.
5 Fizeste ver a teu povo arduas cou­
sas : abeberaste-nos com vinho de per­ PSALMO LXII.
turbação.
6 Mas agora déste aos que te temem, 1 PsaJmo de David, para o Cantor mói,
huma bandeira, para a arvorarem em sobre Jeauthun.
a lto : pela verdade, Sela! ÍXR A para com Deos està callada mi-
7 Para que teus amados escapem: U nha alma: delle vem minha sal­
salva nos com tua dextra, e ouve-nos. vação.
8 Deos fallou em seu Santuario: jpe- 3 Ora elle he minha rocha a minha
io qae saltarei de prazer: repartirei salvação: meu alto retiro, não titube­
a Sichem e medirei o valle ae Suc arei muito.
coth. 4 Até quando maquinareis contra
9 Meu he Gilead. e meu he Manas­ hum só varão 1 a todos vos matarão:
se, e Ephraim a fortaleza de minha sereis como a parede encorvada, t o
-cabeça: Judá he meu Legislador. vallado empuxado.
10 Moab minha bacia de lavar; so­ 5 Tamsómente consultâo de o lança­
bre Edom lançarei meu çapato: jubi­ rem de sua altura; agradão-se de men­
la sobre mim, ô Palestina. tiras : com sua boca bemdizem; mas
11 Quem me levará a huma cidade em suas entranhas maldizem, Sela!
fortalecida ? quem me guiara até 6 Tu porém, 6 alma minha, para
Edom? com Deos te calla: porque delle vem
- 12 Porventura n&o o seras tu, 6 Deos, minha esperança.
aue nosj a tinhas regeitado: e n&o sa­ 7 Ora elle he minha rocha, e minha
rnas, ó Deos, com nossos exercitos? salvação: meu alto retiro, não titube­
13 Dà nos ajuda na angustia: que arei.
vaidade he o socorro dos homens. 8 Em Deos està minha salvaç&o e
14 Em Deos faremos proezas; e elle minha gloria; a rocha de minha for­
atropelará nossos adversarios. taleza, e meu refugio està em Deos.
9 Confiai nelle, ò povo, em todo tem­
po ; derramai perante sua face vosso
PSALMO LXI. coração: Deos ne nosso refugio, Sela!
1 Psalmo de David, para o Cantor mór, 10 Pois vaidade são os filhos do ho­
sobre Neginoth. mem, mentira os filhos do varão: pe­
UVE, 6 Deos, meu clamor: atten­ sados em balanças, elles juntos senão
O ta para minha oração. mais leves que a mesma vaidade.
3 Desdo cabo da terra clamo a ti, por 11 Não confieis em oppress&o, nem
desmaiar meu coração: leva-me à nu­ em rapina, nem vos esvaeçais: auç-
ma penha, que seja mui alta para mim mentando-se a fazenda, n&o ponhais
4 rois tu foste meu refugio: e torre nella o coraç&o.
forte diante do inimigo. 12 Huma cousa Deos fallou, duas ve­
5 Habitarei em tua tenda por eter­ zes a ouvi: que de Deos he a fortaleza.

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572 PSALMOS, LXUI, LX1V, LXV.
13 Tua he tambem, ô Senhor, a be­ ticão de occultarem laços: e dizem,
nignidade : pois tu pagarás a cada quem os verá %
hum conforme a sua obra. 7 Andão inquirindo maUcias; inqni-
rem tudo o que se pode inquirir: até
0 intimo de cada hum, e o profundo
PSALMO LXIII. coração.
1 Psalmo de David, quando estava no 8 Mas Deos os asseteará com Beta
deserto ae Judá. de repente: terão suas plagas.
H Deos, tu es meu Deos, busco te 9 E sua lingua os farà tropeçar con­
O & alva do dia: minha alma temtra si mesmos : qualquer que olhar
sede de ti, minha carne muito te para elles, logo se acolnerà.
deseja; em terra seca, cansada, sem 10 E todos os homens temerão: e
aguas. annunciarão a obra de Deos, e consid­
3 (De veras te vi no Santuario: ven­ erarão seu feito prudentemente.
do tua fortaleza e tua gloria.) 1 1 0 justo se alegrará em Je h o v a h ,
4 Porque melhor he tua benignidade e confiará nelle: e todos os rectos de
que a vida: meus beiços te louvarão. coração se gloriarão disso.
5 Assim te bendirei em minha vida:
em teu Nome levantarei minhas mâos. PSALMO LXV.
6 Como de tutanos e gordura se far­
tará minha alm a: e com beiços ale­ 1 Psalmo e çantiço de David, para 6
gres cantando, te louvará minha boca. Cantor mór.
7 Quando me lembro de ti em minha TI. ó Deos, em silencio, pertence
cama, nas vigias da noite cuido em ti.
8 Porque tu foste meu socorro : e à
A o
rá o voto.
louvor em Sião: e a ti se pagfr
sombra de tuas asas de contente can­ 3 Tu ouves as orações: a ti virá to­
tarei. da came.
9 Minha alma se apega apos ti: tua 4 Iniquidades prevalecerão sobit
dextra me sustenta. mim: porem tu expias nossas trans­
10 Mas estas, que procurão assolar gressões.
minha vida, irão ás profundezas da 5 Bemaventurado aquelle que tu es­
terra. colhes, e fazes chegar, para que habi­
11 Derriba-los-hão pela violência da te em teus pateos: seremos fartados
espada: serão porção das raposas, do bem de tua casa, do santo de tea
12 O Kei, porem, se alegrará em palacio. '
Deos: qualquer que por elle jurar, se 6 Cousas tremendas em justiça nos
gloriará; porque a boca dos mentiro­ responderás, ó Deos de nossa salva*
sos serà tapada. ào: ó esperança de todos os cabos
a terra, e dos ae mais longe junto ao
PSALMO LXIV. mar.
7 O que affirma os montes com soa
1 Psalmo de David, para o Cantor mór. potência: cingido de fortaleza.
0 UVE; o Deos, minha voz em meu
queixume: do horror do inimigo
8 O que aplaca o ruido dos mares, o
ruido ae suas ondas, e o rumor das
guarda minha vida. gentes.
3 Esconde-me do secreto conselho 9 E os que habitão nos cabos da ter*
dos malinos: e do tumulto dos obrado- rcu temem de teus sinaes: tu fazes ju­
res de maldade. bilar as sahidas da manhã e da tarae.
4 Que aguçào sua lingua como espa­ 10 Tu visitas a terra, e fazendo a de­
da ; e armârào por suas frechas pala­ sejosa, grandemente a enriqueces; o
vras amargas: Rio de Deos esta cheio de aguas: ha­
ò Para assetearem ao recto em lu­ vendo a assim preparado, aparelha#
gares occultos: e apresuradamente o lhes seu trigo.
asseteão, e não temem. 11 Seus regos enches de aguas, fazen­
6 Affirmão-se em feitoç raaos; pra- do as decer em suas margens; com

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PSALMOS, LXVT, LXVII, LXVffl. G73
muita chuva a amollentas, e bemdizes a Deos, e contarei o que fez à minha,
soas novidades. alma.
12 Coròas o anno de tua bondade: 17 A elle clamei com minha boca.
e tuas veredas destillâo gordura. e foi exalçado por minha lingua.
13 Destillâo sobre os pastos do deser­ 18 Se attentâra para iniquidade em
to: e os outeiros se cingem de alegria. meu coração, ó Senhor me nào ouviria.
14 Os campos se vestem de reba­ 19 Mas em verdade, Deos me ouvio:
nhos, e os val les estâo cubertos de tri­ attentou para a voz de minha oração.
go : do que jubilâo, e cantão. 20 Bemdito seja Deos, que nâo re­
geitou minha oracâo : nem desviou de
mim sua benignidade.
PSALMO LXVT.
1 Cântico e Psalmo,para o Cantor m ór: PSALMO LXVU.
TUBILAI a Deos, toda a terra.
J 2 Psalmodiae a a gloria de seu 1 Psalmo e cântico, para o Cantor
N om e: dai gloria a seu louvor. mór, sobre Neginoth.
3 Dizei a Deos, quam terrivel es em EOS tenha misericordia de nòs, e
tnas obras! pela grandeza de tua for­ Dnos bemdiga: faça resplandecer
taleza fingidamente se te sugeitarâo seu rosto sobre nós, Sela!
teus inimigos. 3 Para que se conheça na terra teu
4 Toda a terra te adore, e te psal- caminho, e entre todas as gentes tua
modie : psalmodie a teu Nome, sela! salvação.
5 Vinde, e vede os feitos de Deos: 4 Louvem-te, os povos, ó Deos: lou-
he terrivel de obra aos filhos dos ho­ vem-te todos os povos.
mens. 5 As nações se alegrem e jubilem:
6 Tomou o mar em seco; o rio pas- pois julgarás aos povos com equidade;
sârâo a pé : ali nos alegramos nelle. e guiarás as nações na terra, Sela!
7 Por sua fortaleza domina eterna­ 6 Louvem-te, os povos, ò Deos: lou­
mente ; seus olhos estâo de guarda so­ vem-te todos os povos.
bre as gentes: os rebeldes se nâo ex- 7 A terra dé seu fruto: bemdiga-nos
alçem, Sela! Deos, nosso Deos.
S Bemdizei, vos povos, a nosso De­ 8 Deos nos bemdiga: e todos os ca­
os: e fazei ouvir a voz de seu louvor. bos da terra o temâo.
9 O que poem nossas almas em vida:
é nâo consente, que nossos pós titu-
beem. PSALMO LXVIII.
10 Porque tu, ó Deos, nos provaste: 1 Psalmo e Cântico de David, para o
affinaste-nos como o ouro se affina. Cantor mór.
11 Metéras-nos era a rede: puzéras
huma estreita atadura a nossos lom­
bos.
L
EVANTAR-se-ha Deos, seus ini­
migos serâo dissipados: e os que
o aborrecem, fugirão ae sua face.
12 Fizéras cavalgar ao homem sobre 3 Como o fumo do vento he lançado
nossa cabeça: entráramos no fogo e ao longe, assim tu os lançarás: como
na agua; porem tu nos tiraste a hum a cera se derrete diante do fogo : assim
copioso refresco. os impios perecerão diante de Deos.
13 Entrarei em tua casa com holo­ 4 Porem os justos se alegrarão, de
caustos : te pagarei meus votos. prazer saltarão perante Deos, e folga­
14 Os que pronunciàrâo meus beiços, rão de alegria.
e fallou minha boca, estando eu an­ 5 Cantai a Deos, psalmodiae a seu
gustiado. Nome : aprainai os caminhos para o
15 Holocaustos de touros tutanosoe ue cavalga nas campinas, p o is s e u
S
te offerecerei, com perfume de car­ fome h e J e h o v a h ; e d e p r a z e r sa l­
neiros: prepararei Dois com bodes, tai perante elle.
Sela! 6 Pài he de orfâos, e juiz de viuvas:
)6 Vinde, ouvi, todos os que temeis Deos na habitação ae sua santidade,

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574, PSALMOS, LXIX.
7 O Deos que aos solitários colloca 23 Disse o Senhor; de Basan farei
em familia, aos presos em grilhões tomar a meu p ovo: das profundezas
tira : mas os rebeldes habitâo em ter­ do mar o tornarei.
ra seca. 24 Para que metas teu pé e a lin-
8 Oh Deos, sahindo tu diante de teu gua de teus caens no sangue dos ini­
govo : caminhando tu pelo deserto, migos, de cada qual delles.
25 Oh Deos, visto tem teus cami­
9 A terra se abalava, e os ceos des- nhos, os caminhos de meu Deos, da
tillavão perante o rosto de Deos; até meu Rei, no Santuario.
este Sinai, perante o rosto de Deos, o 26 Os cantores v&o diante, os tange-
Deos de Israel. dores de traz: entre as donzellas, que
10 Liberalmente, ó Deos, espargiste toç&o os adufee.
a chuva: e confortaste a tua herança, 27 Nas congregações celebrai a De*
estando cansada. os: ao Senhor, os que 60Ís do manan­
11 Nella habitava teu rebanho: por cial de Israel.
tua bondade, ó Deos, a acomodavas 28 Ali está Benjamin o pequeno,
ao miserável. ue domina sobre elles; os rrincipes
12 ô Senhor dava de que fallar: ha­ e Judá com seu ajuntamento: os
via hum exercito grande de anuncia­ Principes de Zabulon, e os Principes
dores de boas novas. de Naphthali.
13 Reis de exercitos fugi&o, fugi&o : 29 Teu Deos ordenou tua força: for­
e a que ficava em casa, repartia os talece, ó Deos, o que ja obraste em
despojos. nós.
14 Ainda que iazesseis entre duas 30 Por amor de teu Templo em Je­
carreiras de pearas, com tudo sereis rusalem, os Reis te trar&o presentes.
como as azas da pomba, cubertas de 31 Reprende a tera das canas, a con­
prata; e suas pennas lavradas com gregação dos touros, juntamente com
amarellidões de ouro. as bezerras dos povos; aos que se fa­
15 Espargindo o Omnipotente ali os zem pavimento por pedaços de pre­
Reis, alva ficou como a neve em ta : dissipou os povos, que desej&o
Tsalmon. guerra.
16 O monte de Basan he monte de 32 Embaixadores reaes virào de
Deps: o monte de Basan he monte Egypto: Ethiopia se apresurará a es­
corcovado. tender suas m&os a Deos.
17 Porque saltais, ô montes corco­ 33 Reinos da terra, cantai a Deos-
vados ? a este monte Deos deseiou psalmodiae ao Sennor, Sela!
para sua habitação: e J e h o v a h habi­ 34 Ao que cavalga sobre os ceos dos
tará nelle eternamente. ceos de antiguidade : eis que com sua
18 Os carros de Deos s&o vinte mil voz dá hum Drado vehemente.
milhares em dobro: o Senhor he en­ 35 Dai fortaleza a Deos: sobre Is­
tre elles hum Sinai em santidade. rael está sua alteza, e sua fortaleza
19 Subiste ao alto, cativaste o cati­ nas mais altas nuvens.
veiro, tomaste dons para repartir en­ 36 Tremendo es, ó Deos, desde teua
tre os homens: e até aos rebeldes, Santuarios: o Deos de Israel he o que
para habitarem comtigo ó J e h o v a h dà fortaleza e forças ao povo; bemdi­
Deos. to seja Deos!
20 Bemdito seja o Senhor: de dia
em dia nos carrega; Deos he nossa PSALMO LXIX.
salvaç&o, Sela!
21 Este Deos nos he hum Deos de 1 Psalmo de David, para o Cantor mór,
rfeita salvação: e com J eh o v a h o sobre Sosannim.
nhor ha sahidas da morte. IYRA-me 6 Deos: porque as aguas
'22 Pois Deos ferirá a cabeça de seus L entrárâo até a alma.
inimigos; a moleira cabelluda, do que 3 AfFundei-me em hum profundo te*
anda em suas culpas. macei ro, aonde se n&o pòde estar ejn

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PSALMOS, LXX. 575
p é: entrei nas piofundezas das aguas, minha vergonha, e minha confusão:
e a corrente me leva. diante de ti estâo todos meus angus-
4 Ja estou cansado de clamar, minha tiadores.
garganta enrouqueceo: meusolnosdes- 21 Affrontas-me quebrantàrâo o co­
falecérào, esperando eu a meu Deos. ração, e estou fraquíssimo: e esperei
5 Os que sem causa me aborrecem, compaixão, porem nenhuma se achou ;
sobrepassào os cabellos de minha ca­ como tam D em consoladores, porem
beça : tem se feito poderosos, os aue tam pouco os achei.
me procurâo arruinar, os que por fal­ 22 E até fel me dérâo por manti­
sidades se fazem meus inimigos; o mento: e em minha sede me abebe-
que nào furtei, entào o rendi. ràrâo com vinaere.
6 Tu, ó Deos, bem sabes minha lou­ 23 Tome-se-lhes sua mesa perante
cura : e minhas culpas nào estào en- elles era laço: e por inteira recom-
cubertas perante ti. peasa em ruina.
7 Nâo sejào envergonhados por mim 24 Seus olhos se escureçâo, aue nâo
aquelles que te esperào, ó Senho?, J e­ possão v er: e faze que seus lombos
h o v a h dos exercitos: nâo sejâo con­ continuamente titubeem.
fusos por mimos que te buscâo, ô De­ 25 Derrama sobre elles tua indigna­
os de Israel. ção : e o ardor de tua ira os prenda.
S Porque por amor dé ti supporto 26 Seu palacio se assole: em suas
afirontas: confusão cubrio meu rosto. tendas nâo haja morador.
9 Foi estranho a meus irmãos: e 27 Porque ao que tu feriste, persegu­
desc onhecido aos íilhos de minha mãi. em : e da dór de teus chagados fazem
10 Porque o zelo de tua casa me contos.
comeo: e as affrontas dos que te af- 28 Poem maldade sobre sua malda­
fnmtâo, cahirâo sobre mim. de : e nâo entrem em tua justiça.
11 £ chorei no jejum de minha al­ 29 Risquem-se do livro da vida: e
ma : mas isto se me tomou em af­ com os justos se nâo escrevâo.
frontas. 30 Eu porem estou afflicto e doloro­
12 E puz me por vestido hum sacco: so : tua salvação, ó Deos, me ponha
mas lhes foi por ditado. em alto retiro.
13 Paroleâo de mim os que se assen- 31 Louvarei o nome de Deos com
tâo a porta: e chacota sou dos bebe­ cântico: e magnificalo hei com acçâo
dores de cidra. de graças.
14 Eu porem faço minhâ oração a 32 E mais agradará a J e h o v a h , do
ti, J e h o v a h , no tempo do agrado; ô que boi, ou bezerro pontudo, e de un­
Deos, pela grandeza de tua benigni­ has divisas.
dade, ouve-me pela fieldade de tua 33 Os mansos vendo-o, se alegrarão :
salvação. e os que buscais a Deos, vosso cora­
15 Tira-me do lamaceiro,e nâo me de­ ção viverá.
ixes affundar: escape dos que me abor­ 34 Porque J ehovah ouve aos neces­
recem, e das profundezas das aguas. sitados : e nâo despreza a seus presos.
16 Nâo me leve a corrente das agu­ 35 Os ceos e a terra o louvem : os
as, e nâo me absorba a pofundeza: mares, e tudo quanto se move nelles.
nem o poço cerre sobre mim sua boca. 36 Porque Deos redimirá a Sião, e
17 Ouve-me, J e h o v a h : pois boa he edificará as cidades de Judá: e habi­
tua benignidade: segundo tua mui­ tarão ali, e a possuirão em herança.
tíssima piedade attenta para mim. 37 E a semente de seus servos a ner-
18 E nâo escondas teu rosto de teu darà: e os que amâo seu nome, hah-
servo: porque estou angustiado; apre- itarâo nella.
sura-te, e ouve-me.
19 Achega-te a minha alma, e a li­ PSALMO LXX.
berta: por causa de meus inimigos
me redime. 1- Psalmo de David, para o Cantor
20 Bem tu sabes minha affronta, e mòr, para lembrança. •

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676 PSALMOS, LXXt, LXXn.
13 Enveigonhem-se e pereçâo, oa
GHMira
Deos, para livrar-me: J ehovah,
mm ha ajuda te apresura. que se oppoem a minha alma: cudt&o-
3 Envergonhem-se, e pejem-se os se de opprobrio e confusão, aquelles
que proeu rào tirar-me a vida: tomem- que procurão meu mal.
se a tras, e confundâo-se, os que to- 14 Porem eu continuamente espera­
mâo prazer em meu mal. rei : e ainda muito mais magnificarei
4 Virem as costas por causa de seu todo teu louvor.
vergonhoso, os que dizem, ha, 15 Minha boca contará tua justiça,
todo o dia tua salvação: ainaa que
5 Folguem, e alegrem-se em ti, todos nâo saiba o numero,
aquelles que te buscâo: dig&o contin­ 16 Entrarei nos poderios do Senhor
uamente os que am&o tua salvaç&o, J e h o v a h : farei menção de tua sô ju­
magnificado seja Deos. stiça.
6 Eu porem estqu afflic to e necessi­ 17 Oh Deos, ensinaste-me desde mi­
tado j ò Deos, apresura-te a mim : tu nha mocidade : e até agora annuncio
es minha ajuda, a meu livrador; Je- tuas maravilhas.
h o v a h , não te aetenhas. 18 Pelo que ainda até a velhice e áft
caãs, ô Deos, me não desampares: até
PSALMO LXXI. que não denuncie teu braço a esta ge­
ração, e teu poder a todos os vindou­
ros.
M ti, J e h o v a h , confio : nunca me
E deixes confundir ja roais. 19 Tambem tua justiça, ó Deos,
2 Por tua justiça me faze escapar, e chega até as alturas: porque fifceste
livra-me: inclina a mim teus ouvi­ grandezas; ó Deos, quem he ctfmotu?
dos, o salva-me. 20 Pois fazendo-me ver muitos ma­
3 Sê-me por rocha, para habitar nel­ les e angustias, tomarás a dar-me a vi­
la, e de contino me retirar a ella; da* e aos abismos da terra tornar&s
mandado tens que eu seja salvo: por­ a tirar-me.
que tu es minha rocha e minha forta­ 21 Augmentaràs minha grandeza, e
leza. de novo me consolarás.
' 4 Deos meu, livra me das m&os do 22 Tambem eu te louvarei com o in­
impio : das mãos do perverso e aze­ strumento dealaude, como tambem tua
do. fieldade, 6 Deos meu : psalmodiar-te-
5 Pois tu es minha attença ô Senhor hei com harpa; ó Santo de Israel.
J e h o v a h ^ minha confiança desde mi­ 23 Meus beiçoe jubilarão, quando a
nha mocidade. ti psalmodiar: como tambem minha
6 A ti me ative desdo ventre; das alma, que tu tens redimido.
entranhas de minha mãi tu me tiras­ 24 Tambem minha lingoa todo o dia
te : de ti continuamente he meu lou­ fallará de tua justiça : pois já enver­
vor. gonhados, pois ja confundidos estâo
7 A muitos foi como prodigio: po­ aquelles que procurão meu mal.
rem tu es meu forte refugio.
8 Minha boca encha-se de teus lou­
vores : todo o dia de tua gloria. PSALMO LXXI1.
9 Não me regeites no tempo da ve­ 1 Para Salmão.
lhice : indo-se acabando minha força; H Deos, dà teus iuizos aoRei: etua
não me desampares. O justiça ao filho do Rei.
10 Porque meus inimigos fallão de 2 Julgará a teu povo com justiça, e
mim: e os que espião minha, alma, a teus aífiictos com juizo.
juntamente consultão. 3 Os montes trarão paz ao povo: co­
11 Dizendo, Deos o desampàrou: mo tambem os outeiros com justiça.
persegui e o tomai; pois ja n&o ha 4 Julgará os afflictos do povo, livra­
quem o livre. rá 08 nlhos do necessitado: é que­
12 Oh Deos, nâo te alongues de mim: brantará ao oppressor.
peos meu, à minha ajuda te apresura. 5 Teraer-te-nâo em quanto durarem

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PSALMOS, LXXIII. 577

o sol e a lua, de geração em gera­ se desviárão: quasi nada faltou para


ção. escorregarem meus passos.
6 Descenderá como chuva sobre a 3 Porque eu tinha inveja dos louoos.
erva cortada: e como as gotas do chu­ vendo a paz dos impios.
veiro, que humedecem a terra. 4 Porque não estâo em apertos ata
7 Em seus dias âorecerá o justo: e sua morte, e sua força estâ fresca.
a multidão de paz, até que mais náo 5 Não se achão em trabalhos como
haja lua. outra gente: e nâo sâo affligidos ou­
8 E dominará de mar a mar: e des­ tros homens.
do Rio até os cabos da terra. 6 Pelo que andâo rodeados de sober­
9 Os moradores dos desertos se aju- ba como de hum colar: vestem-se de
elh&rào ante seu acatamento: e seus violência como de ornamento.
inimigos lamberão o pó. 7 De gordura inchâo seus olhos: so-
10 Os Reis de Tharsis, e as ilhas, brepujão as imaginações do coração.
trarão presentes: os Reis de Scheba e 8 Fazem consumir aos homens, e
Seba apresentarão dons. maliciosamente tratâo de oppressão:
11 £ todos os Reis se inclinarãó a andâo falando como de alto.
elle: todas as gentes o servirão. 9 Poem nò ceo sua boca: e sua lin-
12 Porque livrará ao necessitado, que goa anda na terra.
clamar: como também ao aíflicto, e 10 Pelo que seu povo se toma aqui.
ao que nâo tem ajudadòr. e aguas de copo cheio se lhes espre­
13 Apiedar-se-ha do pobre e do affiiç- mem.
to: e as almas dos necessitados porá l l E dizem, como Deos o saberia í
em salvo. ou, haveria sciencia em o Altíssimo.
14 De astúcia e de violência liber­ 12 Eis que estes são impios: com
tará suas almas:. e seu sangue será tudo tem repouso perpetuo, e augmen-
precioso em seus olhos. tâo a fazenda.
15 E vivera; e dar-se-lhe-ha do ou­ 13 Ora em verdade que de balde
ro de Scheba: e continuamente se purifiquei meu coração j e lavei mi­
oiarâ por elle; e todo o dia o bemdi- nhas mãos em innocetícia:
râo. 14 Porquanto sou affligido todo o dia;
16 Se houver hum punhado de trigo e meu castigo toma caaa manhã.
na terra sobre os cabeçós dos montes: 15 Se eu disséra, tambem eu fallarei
seu fructo rugirá como o Libano; e assim: eis que seria aleive ã geração
desda cidade florecerâo como a erva de teus filhos.
da terra. 16 Todavia tiye pensamentos de vir
17 Seu nome permanecerá eterna­ a entender isto: porem era trabalhoso
mente ; em quanto o Sol durar, seu em meus olhos.
nome se irá propagando de pais em 17 Até que entrei nos Santuarios de
filhos: e bemdir-se-hâo nelle ; todas Deos: e attentei para seu fim.
as gentes o chamarão bemaventurado. 18 De veras os poens em escorre­
18 Bemdito J e h o v a h Deos, o Deos gadouros : os fazes cahir em assola-
de Israel: que só elle faz maravilhas. mentos.
19 E bemdito eternamente seu glo­ 19 Como quasi em num momento
rioso nome: e de sua gloria se encha forão assolados: acabárão, e se con­
toda a terra: Amen, e mais Amen. sumirão de pasmo:
20 Aqui se acabâo as orações de Da­ 20 Como sonho depois de acordar:
vid, filho de Israel. 6 Senhor, acordando tu desprezarás
sua aparência.
PSALMO LXXIII.
21 Azedando-se pois meu coração;
e sentindo picadas em meus rins:
1 Psalmo de Asaph. 22 Então me embruteci, e nada sa­
RA certamente bom he Deos para bia ) eu era huma besta para oomtigo.
O Israel; para os limpos de coração.
2 Eu porem, já quasi que meus pés
23 Ponanto de contino estarei com­
tigo : pegaste de minha mào direita,
25

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578 PSALMOS, LXXIV, LXXV.

24 Com teu c onselho me guiarás: e antiguidade, obrando redemçòes em


depois me receberás em gloria. meio da terra.
25 A quem outrem tenho no ceo? as- 13 Tu fendeste o mar com tua for­
sim que fora de ti nada me contenta taleza ; quebrantaste ás cabeças dos
na terra. dragões nas aguas.
26 Se minha carne e meu coração 14 Tu machucaste as cabeças do
desfalecem, Deos será a rocha de meu Leviathan: tu o déste por mantimen­
coração, e minha porção para 6empre. to ao povo do deserto.
27 Porque eis que os que se alongão 15 Tu fendeste a fonte e o ribeiro:
de ti, perecerão: perderas a todo o tu secaste rios impetuosos.
que se desvia de ti. 16 Teu he o dia, tua tambem he a
28 Mas quanto a mim, bom me he noite: tu preparaste a luz e o Sol.
de achegar me a Deos: ponho minha 17 Tu estabeleceste todos os limites
confiança em o Senhor J e h o v a h , pa­ da terra: verão e inverno tu os for­
ra contar todas tuas obras. maste.
18 Alembra-te disto, que o inimigo
PSALMO LXXIV. aífrontou a J e h o v a h : e povo louco
blasfemou de teu nome.
1 Instrucção de Asaph. 19 Não entregues a as bestas a alma
ORQUE, ó Deos, regeitas para sem­ de tua rola: não te esqueças para
P pre? porque fumea tua ira contra
as ovelhas de teu pasto.
sempre da Vida de teus afflictos.
20 Attenta para teu concerto: por­
2 Lembra-te de tua congregação, que os lugares tenebrosos da terra es­
que ja acquiriste desda antiguidade; tão cheios de moradas de violência,
a vara de tua herança, que redimiste: 21 O opprimido não tome envergon­
o monte de Sião, em que habitaste. hado : o afflicto e necessitado Ioüyo
3 Levanta teus pés a as eternas as- teu nome.
solações: já o inimigo tudo destruio 22 Levanta-te, ó Deos, preitôa teu
no Siantuario. )reito: alembra-te da atfronta que o
4 Teus adversarios bramárão no meio {ouco te faz cada dia.
de tuas Synagogas: puzérão seus si­ 23 Não te esqueças dos gritos de
naes nellas por sinaes. teus adversarios: o arruido dos que
5 Cada qual se faz afamado, como se levantâo contra ti, vai subindo con­
aquelle que levahta o machado contra tinuamente.
a espessura do arvoredo.
6 Assim agora todas suas entalhadu-
ras quebràrão com enxadas e mar- PSALMO LXXV.
tellos. 1 Para o Cantor mór, Al-Taflcheth:
7 Puzérão a fogo teus santuarios: Psalmo, e cântico de Asaph.
até o chão profanàrão a morada de
teu nome.
8 Dissérão em seu coração, de huma
L
OUVAMOS-te, ó Deos, louvamos-
tCj e teu nome está perto: ja se
cantão tuas maravilhas.
vez os despojemos queimarão todas as3 Recebendo eu o officio determina­
Synagogas de Deos na terra. do, de todo em todo rectan\ente jul­
9 Ja não vemos nossos sinaes: ja garei.
não ha mais Propheta; nem mais al­ 4 A terra e todos seus moradores ja
guém entre nós, que saiba até quando
andavdo derretidos: eu porem fortifi­
tsto durará. quei suas columnas, Sela!
10 Até quando, ó Deos, nos affron- 5 Disse eu aos loucos, não enlouque­
tará o adversario % o inimigo eterna­
çais : e aos impios, n&o levanteis os
mente blasfemará de teu nome ? cornos.
11 Porque retiras tua mão, a saber 6 Náo levanteis em alto vossos cor­
tua dextra ? dentre teu seio «caba de
nos : nem falíeis com pescoço, o levan­
tirála. tado cousas duras.
12 Todavia Deos he meu Rei desda 7 Porque nem do Oriente, nem do

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PSALMOS. LXXVI, LXXVII. 579
Occidente, nem do deserto vem a ex­ INHA voz a Deos, e cla­
altação.
8 Senâo Deos he o Juiz: que a este
M levanto
mo : minha voz levanto
e inclinará os ouvidos a mim.
a Deos,
abate, e a estoutro exalça. 3 No dia de minha angustia busquei
9 Porque J ehovah tem hum cono n a ao Senhor: minha mâo estava esten­
mâo, oom o viho que ferveo, cheio de dida de noite, e nâo cessava; minha
mistura, e dá a beber delle: porem alma refusava ser consolada.
todos os impios da terra beberão suas 4 Se me alembrava de Deos, rugia:
borras, sorvendo as. se imaginava alguma cousa} desfalecia
10 È en assim para sempre o denun­ meu espirito, Sela!
ciarei : psalmodiarei ao Deos de Jacob. 5 Detinhas as pálpebras de meus
11 £ todos os cornos dos impios ser­ olhos: estava moido, assim que nâo
iarei : porem os cornos do justo hâo fallava.
de ser exalçados. 6 Considerava os dias da antiguida­
de, e os annos dos séculos.
PSALMO LXXVI.
7 De noite lembrava-me de meu in •
strumento musical: meditava em meu
1 Psalmo, e cântico de Asaph: para coração; e meu espirito esquadrinha­
o Cantor mór. sobre Negmoth. va.
ONHECIDO ne Deos era Judá: 8 Regeitarà pois o Senhor para sem­
C grande he seu nome em Israel.
3 E em Salem està sua cabana: e
pre ? e nunca mais favorecerá ?
9 Cessou jà para sempre sua benig­
sua morada em Sião, nidade ? acabou-se jà a promessa de
4 Ali quebrantou as ardentes frechas geração em geração ?
<fo arco: o escudo, e a espada, e a 10 Esqueceo-se ja Deos de haver
guerra, Sela! misericordia? ou ja encerrou suas mi­
5 Mais illustre es tu, e Glorioso, do sericórdias em sua ira? Sela!
que os montes de presa. 11 Depois disse, isto me faz enfra­
6 Os onsados de coração forão des­ quecer : porem da dextra do Altíssimo
pojados • tosquenejàrâo em seu sono: he mudar fts cousas.
e doe valentes varòes nenhum achou 12 Lembrava-me das obras do Se­
suas mâos. nhor: porque estava alembrado de
7 Por tua reprensào, ó Deos de Ja­ tuas maravilhas antigas.
cob, ee adormecérâo e carros e cavai- 13 E meditava em todas tuas obras:
los. e fallava de teus feitos.
8 Tu, tu es terrivel; quem pois pa­ 14 Teu caminho, ó Deos, estâ no
rará perante ti, começando em tua irá? Santuario: quem he Deos táo grande
9 Desdos ceos fizeste ouvir juizo: a como Deos.
terra teme-o, e se aauietou : 15 Tu es o Deos, que faz maravi­
10 Qnando Deos se levantou a juizo; lhas: fizeste notoria entre os povos
para livrar a todos os mansos da terra. tua fortaleza.
Sela! 16 Redimiste por teu braço teu po­
11 Porque a cólera do homem redun­ vo: os filhos de Jacob e ae Joseph,
dará em teu louvor; o restante das Sela!
coleras tu amarrarás. 17 As açuas te virão, ó Deo& as
aguas te virâo, e tremérâo: tamoem
12 Votai, e o pagai a J ehovah vosso
I>eos: todos os que estâo do redorse abalàrâo os abismos.
18 As grossas nuvens lançárào inun­
delle, tragâo presentes ao Tremendo.
dações de aguas; as mais altas nuvens
13 Elle venaima o espirito dos prin-
retinirão: assim mesmo tuas frechas
d p e s : he tremendo aos Reis da terra.
corrérâo de huma a outra parte.
19 0 soido de teus trovões soou neste
PSALMO LXXVII. circuito; os relampagos alumiárâo ao
1 Psalmo de Asaph, para o Cantor mundo : a terra se abalou e tremeo.
mor, por Jeduthun. 20 Pelo mar fo i teu caminho, e tuas

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580 PSALMOS, LXXVIIi:
v e r e d a s p e la s m u ita s a g u a s : e tu a s deu-lhes de beber, como de abismos
p e g a d a s se n âo c o n h e c é râ o . grandes.
21 Guiaste a teu povo, como a hum 16 Porque tirou correntes da penha:
rebanho: por mâo de Moyses e de e fez descender as aguas, como rios.
Aaron. 17 E ainda proseguírâo em peccar
contra elle : irritando ao Altíssimo na
PSALMO LXXVIII.
secca solidão.
18 E attentàrào a Deos em seu cora­
1 Instracçâo de Asaph. ção : pedindo comida a seu appetite.
OVO meu, escuta minha doutrina: 19 E fallárâo contra Deos: e dissé­
P inclinai vossos ouvidos a as pala­ râo, poderia Deos preparar mesa no
vras de minha boca. deserto.
2 Abrirei minha boca em parabolas: 20 Eis que ferio a penha, e aguas
derramarei enigmas desda antigui­ corrérâo aella^ e ribeiros arrebentárâo
dade. em abundancia: poderia nos tambem
3 As quaes ouvimos e sabemos: e dar pâo? ou preparar carne a seu
nossos piais no-las contàrâo. povo ?
4 N â o as e n c u b rire m o s a se u s filhos, 21 Pelo que J e h o v a h os ouvio, e se
& g e ra ç ã o v in d o u ra c o n tan d o os lo u ­ encolerizou: e fogo se encendeo con­
v o re s d e J e h o v a h : co m o ta m b e m su a tra Jacob, e furor tambem subio oon­
fo rç a e a s m a ra v ilh a s , q u e fez. tra Israel.
5 Porque levantou o testemunho em 22 Porquanto náo crérâo em Deos:
Jacob, e a Lei pôz em Israel: a qual nem connàrâo em sua salvação.
deu a nossos pais, para que a fizessem 23 Ainda que mandou ás altas nu­
notoria a seus íilhos. vens de riba: e abrio as portas dos
6 Para que a vindoura geração a sou­ ceos.
besse ; os filhos que nascessem: e tam­ 24 E choveo sobre elles o Manna, pa­
bem elles se levantassem, e as contas­ ra comerem: e deu-lhes trigodos ceos.
sem a seus filhos. 25 Cada qual còmeo pâo de podero­
7 E puzessem em Deos sua esperan- sos : mandou-lhes comida a fartar.
a : e n â o se e s q u e c e s s e m d o s feito s 26 Fez ventar o vento do Oriente
S e Deos; mas guardassem seus man­ nos ceos: e trouxe-o do Sul com sua
damentos. fortaleza.
8 E nâo fossem como seus pais, ge­ 27 E choveo sobre elles carne como
ração contumaz e rebelde: geração pó: e aves de asas como area do mar.
que nâo regeo seu coração; e cujo es­ 28 E as fez cahir em meio de seu ar­
pirito nâo foi fiel com Deos. raial : do redor de suas habitações.
9 Os filhos de Ephraim, frecheiros 29 Entâo comérão, e fartárâo-se de-
armados de arco, viràrâo as costas o masiadamente: e cumprio-lhes sen
dia da peleja. desejo.
10 Nâo guardârâo o concerto de De­ 30 Nâo refrearão seu desejo: ainda
os : e recusarão andar em sua Lei. estava sua comida em sua boca:
11 E esq u e c é râ o -s e d e se u s f e i to s : e 31 Quando a ira de Deos subio contra
d e su a s m a ra v ilh a s , q u e lh e s fiz é ra elles, e matou os mais gordos delles:
v er. e derribou os escolhidos de Israel.
12 Perante seus pais fez maravilhas: 32 Com tudo isto ainda peccárâo: e
em terra de Egypto, no campo de nâo dérâo credito a suas maravilhas.
Zoan. 33 Pelo que consumio seus dias em
13 Fendeo o mar, e os fez passar por vaidade; e seus annos em terrores.
elle: e fez parar as aguas, como a 34 Matando os elle, entâo perguntá-
hum montão. vâo por elle : e toma vâo, e ae madru­
14 E guiou-os com huma nuvem de gada buscavâo a Deos.
d ia : e toda a noite com huma luz de 35 E lembravâo se de <jue Deos era
fogo. sua rocha, e Deos Altíssimo seu Re-
15 Fendeo as penhas no deserto * e demtor.

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PSALMOS, LXXIX. 581
36 Porem lisongeàvâo o com sua bo­ 56 Porem attentàrão e irritárâo ao
ca : e oom sua lingoa lhe mentião, Deos altissimo: e nào guardàrâo seus
37 Porque seu coração nâo era recto testemunhos.
para com elle : e nâo forão leaes em 57 E retiràrâo-se a tras, e houvérão-
seu concerto. se aleivemente como seus pais: virã-
38 Porem eUe,qt*«Ae misericordioso, râo-se como arco enganoso,
expiou sua iniquidade, e nâo os des- 58 E provocàrfto-o à ira com seus
tra io : mas muitas vezes desviou delles altos: e oom suas imagens de vulto o
sua ira; e nâo despertou todo seu furor. movérão a ciumes.
39 E lembrou-se que de carne erão: 59 Ouvio isto Deos, e indignou-se: e
e vento que vai, e nunca toma. grandemente desprezou a Israel.
40 Quantas vezes o irritárâo no de­ 60 Pelo que desamparou o Tabema­
serto ! e o molestàrâo na solidão! culo em Silo : a tendia que estabelecé
41 Porque tomàrâo, e attentàrão a ra por habitação entre os homens.
Deos: e limitàrâo a Santo de Israel. 61 E deu em cativeiro sua fortaleza:
42 Nâo se lembràrâo de sua mâo: e sua gloria em mâo do adversario.
do dia em que os livrou do adversario. 62 E entregou seu povo à espada: e
43 Como quando pôz seus sinaes em enfureceo-se contra sua herança.
Egypto: e Buas maravilhas no cam­ 63 A seus mancebos consumio o fo-
po deZoan. o: e suas virgens nâo forão louva-
44 E tomou em Bangue seusTios: e as.
suas correntes,para que não bebessem. 64 Seus sacerdotes cahirâo à espada:
45 Enviou entre elles mestnra de bi­ e suas viuvas não lamentàrão.
charada, que os consumio: e raãs, que 65 Então despertou o Senhor como
os destruirão. dormido: como Herôe que jubila com
46 E deu ao pulgão sua novidade: e o vinho.
•eu trabalho aos gafanhotos. 66 E ferio a seus adversarios por de
47 Com saraiva destruio suas vinhas: tras: e fez-lhes injuria perpetua.
e suas figueirtfs bravas com pedra ar­ 67 Porem regeitou a tenda de Jo­
dente. seph: e nâo elegeo a tribu de Eph­
48 E entregou seu gado à saraiva: e raim.
suas bestas às brasas ardentes. 68 Antes elegeo a tribu de Judá: o
49 Mandou entre elles o ardor de monte de Sião, q. que tinha amor.
soa ira, como tambem seu furor, e in­ 69 E edificou seu santuario como al­
dignação, e angustia: corri a missão turas : como a terra, que fundou para
de mensageiros de males. sempre.
50 Preparou caminho a sua ira : nâo 70 Como tambem elegeo a seu ser­
retirou suas almas da morte; e seus vo David: e tomou o dos curraes das
animaes entregou à peste. ovelhas.
51 E ferio a todo primogénito em 71 De apos as paridas o trouxe: pa­
Egypto: prímicias das forças nas ten­ ra apascentar a Jacob seu povo; e a
das ae Cham. Israel sua herança.
52 E levou a seu povo como a ove­ 72 E apascentou-os segundo a intei­
lhas : e guiou-os pelo deserto, como a reza de seu coração : e guiou-os com
rebanho. as industrias de suas mãos.
53 E guiou-os seguramente^ e nâo
temérâo: porque a seus inimigos cu- PSALMO LXXIX.
bríra o mar.
54 E trouxe-os até seus santos ter­ 1 Psalmo de Asaph.
H Deos, as gentes entràrão em tua
mos: a este monte,' que sua dextra
acquirio.
55 E lançou as gentes de diante
A herança; contaminàrâo teu santo
Templo: puzérão a Jerusalem em
delles, e as fez cahir em cordel de he­ montões de pedra.
rança : e fez habitar em suas tendas 2 Dérão os corpos mortos de teus
às tribus de Israel. servos por comida a as aves dos ceos:

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582 PSALMOS. LXXX LXXXI.
e a came de teus privados aos animaes 5 Ah J e h o v a h , Deos dos exercitos!
da terra. até quando fumearás contra a oraç&o
3 Derramârâo seu sangue como agua, de teu povo.
do redor de Jerusalem, e nâo houve 6 Tu os mantens com pâo de lagri­
quem os enterrasse. mas : e lhes das a beber lagrimas com
4 Somos feitos opprobrio a nossos vi­ bem grande medida.
zinhos: e zombaria, e escárnio, aos 7 Puzeste-nos por contenda entre
que estâo do redor de nós. nossos vizinhos: e nossos inimigos
5 Até quando, J e h o v a h ? porventura zombão de nós entre si.
te indignarás para sempre ? ou arde­ 8 Toma-nos a trazer, ó Deus dos ex­
rão teus ciumes como fogo ? ercitos : e faze resplandecer teu rosto,
6 Derrama teu furor sobre as gentes, e seremos redimidos.
que te nâo conhecem: e sobre os rei­ 9 A vide transportaste de Egypto
nos, que nâo invocâo teu nome. lançaste fora a as gentes, e prantaste
7 Porque devorárâo a Jacob: e as- a ella.
solàrâo suas aprazíveis moradas. 10 Aparelhaste-lhe lugar : e fizeste
8 Ja nâo te lembres de nossas passa­ arraigar suas raizes, e assim encheo a
das iniquidades: apresura-te, e tuas terra.
misericórdias nos anticipem; porque 11 Os montes se cubrirâo com soa
jà mui poucos somos. sombra, e seus ramos se fizeráocomo
9 Ajuaa-nosL ó Deos de nossa salva­ os cedros de Deos.
ção, pela floria de teu nome: e livra- 12 Fizeste espraiar suas ramas até o
nos, e expia nossos peccados por teu mar: e seus pimpolhos até o Rio.
nome. 13 Porque vois quebraste suas pare­
10 Porque diriào as gentes, aonde des : de modo que a depenicâo todos
està seu Deos ? notifique-se entre as os que passâo pelo caminho ?
gentes perante nossos olhos, a vingança 14 O porco do bosque a destruio: e
do sangue derramado de teus servos. as feras do campo a pascerão*
11 Venha perante tua face o gemido 15 Ah Deos dos exercitos, toma-te
dos presos: segundo a grandeza de pois: attenta desdos ceos, e vé; e
teu braço, preserva aos sentenciados à visita esta vide.
morte. 16 Como tambem a videira que tua
12 E to m a a no sso s v iz in h o s e m se u dextra prantou : e isto pelo filho, çw
re g a ç o s e te v e z e s ta n to d e s u a in ju ria , fortificaste para ti.
q u a n to te in ju ria rã o a ti, J e h o v a h . 17 Està queimada a fogo, e cortada:
13 Assim nosoutros, teu povo, e as pela reprensâo de tua face perecem.
ovelhas de teu pasto, te louvaremos 18 Seja tua mâo sobre o varâo de
eternamente: de geração em geração tua dextra: sobre o filho do homem,
contaremos teus louvores. que fortificaste para ti.
19 Assim te não viraremos as costas:
PSALMO LXXX.
guarda-nos em vida, e invocaremos
teu nome.
1 Para o Cantor mór, sobre Sosannim, 20 Ah J e h o v a h , Deos doa exercitos,
Eduth, Psalmo de Asaph. torna-nos a trazer; faze resplandecer
H Pastor de Israel, inclina a mim teu rosto, e seremos redimidos.
O os ouvidos; tu que pastoréas a Jo­
seph como a ovelhas: que te assentas
entre os Cherubins, mostra-te resplan­ PSALMO LXXXI.
decente. 1 Psalmo de Asaph.para o Cantor mór,
3 Perante Ephraim, e Benjamin, e sobre Gittith.
Manasse desperta teu poder: e vem ANTAI alegremente a Deos nossa
a redimir-nos.
4 Toma-nos a trazer, ó Deos: e faze cob.
C
fortaleza: jubilai ao Deos de Ja­
resplandecer teu rosto, seremos redi­ 3 Começai a psalmodiar, e dai-nos o
midos. adufe: a suave harpa, com o alaude.

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PSALMOS, LXXXII, LXXXEI. 58S
4 Ém a lua nova no tempo apontado, e cahireis como qualquer dos Prínci­
em nossa solennidade, tocai a buzina: pes.
6 Porque estatuto he em Israel: di­ 8 Levanta-te, ô Deos, julga a terra:
reito do Deos de Jacob. pois tu possúes todas as nações.
6 Por testemunho o pôz em Joseph,
qnando sahira contra a terra de Egyp­ PSALMO LXXXin.
to : aonde ouvi huma lingoa, que n&o
entendia. 1 Cântico e Psalmo de Asaph.
7 Tirei sens hombros de debaixo da H Deos, náo eBtejas em silencio:
O
c arga: suas m&os se livrarão dos cestos. nâo ensurdeças, nem te aquiete^
8 Na angustia clamaste, e retirei te ô Deos.
d e lia : respondi-te desdo escondedou- 3 Porque eis que teus inimigos fa­
ro doe trovões; provei-te a as aguas zem ruido: e teus aborrecedores ale-
de Meriba, Sela! vantâo a cabeça.
9 Ouve-me, povo meu, e çrotestar-te- 4 Astutamente tem conselho contra
h e i: ah Isjaá, se me ouvisses! teu povo: e consultâo contra teus es­
10 Nâo haverá entre ti Deos alheio: condidos.
e n&o te postrarás a Deos estranho. 5 Dissérâo, vinde, e desarraiguemo-
11 Eu sou J e h o v a h teu Deos, que te los, para que mais nâo sejâo povo: nem
fiz subir de terra de Egypto: abre tua mais memória haja do nome de Israel.
boca de par em par, e encher-t’a-hei. 6 Porque consultárâo de coração à
12 Mas meu povo nâo ouvio minha huma: fizerão alliança contra ti.
voz: e Israel me nâo quiz. 7 As tendas de Edom, e dos Ismaeli-
13 Pelo que o entreguei ao bom pa­ tas, de Moab, e dos Agarenos:
recer de seti coração: e andárâo em 8 De Gebal, e de Ammon, e de Am­
sens conselhos. alek : de Palestina, com os moradores
14 Ah se meu povo me ouvisse! se de Tyro.
Israel andasse em meus caminhos. 9 Tambem Assur se ajuntou com
15 Em breve abateria seus inimigos: elles: forão por braço aos filhos de
e vifaria minha mâo contra seus ad­ Lot, Sela!
versarios. 10 Faze-lhes como a Midian: como
16 Os que aborrecem a J e h o v a h , a Sisera, como a Jabin no ribeiro de
fingidamente se lhe haveriâo sugeita- Kison.
d o : e seu tempo seria eterno. 11 Que forão desfeitos em Endor:
17 E o sustentaria com gordura do viérão a ser esterco da terra.
trigo: e te fartaria com o mel da pe­ 12 Faze a elles e a seus Principes, co­
nha. mo a Oreb, e cemo a Zeèb: e a todos
PSALMO LXXXIL seus Duques cpmo a Zebah, e como a
Zalrauna.
1 Psalmo de Asaph. 13 Que disserão, tomemos para nós
EOS está no ajuntamento de Deos: em possessões hereditarias as formo­
julga em meio dos Deoses. sas habitações de Deos.
2 Até quando julgareis injustamente: 14 Deos meu, faze-os como a o tufâo,
e respeitareis a aparência da pessoa e como ás arestas diante do vento.
dos impios? Sela! 15 Como ao fogo que queima o bos­
3 Fazei justiça ào pobre é ao órfâo: que : e como a lavareda, que encènde
justificai o affligido e o pobre. as brenhas.
4 Livrai o pobre e necessitado; o ar­ 16 Assim perseeue-os com tua tem­
rebatai das mâos dos impios. pestade : e assombra-os com teu pé de
5 Nada sabem nem entendem, de vento.
contino andâo em trevas: pelo que va- 17 Enche suas faces de vergonha:
cilláo todos os fundamentos da terra. para que busquem tçu nome, J e h o v a h .
6 Bem disse eu. Deoses sois: e todos 18 NConfunaão-se e assombrem»**
Vósoutros filhos do Altíssimo : perpetuamente, e envergonhem-se, e
7 Todavia morrereis como homens: pereçâo.

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584 PSALMOS, LXXXV, LXXXVI.
19 Para que saibâo, que tu só com 3 Ja perdoaste a culpa de teu povo:
teu nome J ehovah es o Altissimo so­ coubriste todos seus peccados. Sela!
b re toda a terra. 4 Fizeste cessar toda tua indigna­
ção : desviaste-te do ardor de toa
ira.
PSALMO LXXXIV. 5 Torna-nos a trazer, ó Deos de nos­
1 Para o Cantor mór, sobre Gittith: sa sàlvação: e aniquila tua ira de so­
Psalmo para os íilhos de Korah. bre nós.
uam amaveis s&o tuas moradas, J e ­ 6 Ou, para sempre te irarás contia
Q h o v a h dos exercitos! nós ? ou estenderás tua ira de geraç&o
3 Minha alma està desejosa, e de sau­ em geração ?
dades tambem desmaia, pol-lôs patios 7 Ou náo tomarás tu a vivificar-nos?
de J e h o v a h : meu coração e minha para que teu povo se alegre em ti ?
carne exclaraão ao Deos vivente. 8 Mostra-nos tua benignidade, J e ho­
4 Até o pardal acha casa, e a ando­ v a h : e dá-nos tua salvação.
rinha ninho para si, aonde ponha seus 9 Escutarei o que fallar Deos J eho­
intainhos em teus altares. J e h o v a h v a h : porque fallará de paz com seu
S os exercitos, Rei meu, e Deos meu. povo, e com seus privados, com tan­
5 Bemaventurados os que habitâo to que se nâo tornem â locura.
em tua casa: continuamente te lou- 10 De veras sua salvação està perto
vào. Sela! dos que o temem: para que a gloria
8 Bèmaventurado o homem, cuja for­ habite em nossa terra,
taleza está em t i : e em cujo coração 11 A benignidade e a verdade se en­
estão os caminhos aprainados. contrarão : a justiça e a paz se beija­
7 Passando pelo valle dos moreiraes, rão,
0 poem por tonte: tambem a chuva 12 A verdade brotará da terra: e a
os cubrirà abundantemente. justiça olhará desdos ceos.
8 Vão indo de força em força: cada 13 Tambem J e h o v a h dará o bem:
qual delles apparecerâ perante Deos e nossa terra dará seu fruto.
em Sião. 14 A justiça irá díaúte delle: e a po­
9 J e h o v a h , Deos dos exercitos^ es­ rá no caminho de suas pisadas.
cuta minha oração: inclina os ouvidos,
ô Deos de Jacob, Sela! PSALMO LXXXVI.
10 Olha, ó Deos, nosso Escudo: e at­
tenta para o rosto de teu Ungido. 1 Oração de David.
rCLINA, J e h o v a h , teus ouvidos, <
11 Porque melhor he hum dia em
teus patios, do que em*ouíraparte m il:
antes escoíhéra estar à porta na casa
r ouve-me: porque estou affiicto e
necessitado.
de meu Deos, do que muito tempo 2 Guarda minha alma, porque sou
habitar nas tendas aa impiedade. teu privado ; ah Deos meu, livra ta a
12 Porque Jeh o v ah Deos nos he sol teu servo, que confia em ti .
e escudo: graça e gloria darâ Jeh o ­ 3 Tem misericordia de mim, ó Ji-
v a h ; náo reterá o bem aos que andão h o v a h : porque a ti clamo todo o dia.
em sinceridade. 4 Alegra a alma de teu servo: por­
13 Je h o v a h dos exercitos: bemaven- que a ti ó Senhor, alevanto minha
turado o homem, que poem sua confi­ alma.
ança em t i ! 5 Pois tu, J eh o v a h , es bom e perdo-
ador: e grande em benignidade paia
com todos os que te invocâo.
PSALMO LXXXV. 6 Inclina, J eh o v a h , teus ouvidos a
1 Psalmo para o Cantor mór, entre os minha oração: e attenta para a voz de
filhos d e K u ra h . minhas supplicações.
"ITIAVORECESTE, J e h o v a h , a tu a 7 No dia de minha angustia clamo
J t e r r a : fiz e ste to m a r o c a tiv e iro d e a t i ; porquanto tu me escutas.
Iacob. 8 Nâo na semelhante a ti entre os

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PSALMQS, LXXXVXJ, LXXXVin.
deosas, 6 Senhor; nem obràa como as PSALMO LXXXVin.
toas.
9 Senhor, todas as gentes que fizeste, 1 Cântico, e Psalmo, para os filhos de
virão, e se postrarão perante tua faoe: Korah. e para o Cantor mór, sobre
• glorificarão teu nome. Mahaíath Leannoth: instracçâo de
10 Porque grande es tu, e fases obras Heman Ezrahita.
mara vilhosas: tu só es Deos*. H J e h o v a h , Deos de minha salva­
11 Ensina-me, J e h o v a h , teu cami­ O ção, de dia e de noite clamo di­
nho, e andarei em tua verdade: une ante de ti.
meu coração ao temor de teu nome. 3 Minha oração chegue perante tua
12 Louvar-te-hei, Senhor Deos meu. face: inclina teus ouvidos a meu cla­
com todo meu coração; e glorificarei mor.
teu nome para sempre. 4 Porque jà minha alma està farta
13 Pois tua benignidade he grande de males: e ja minha vida chega a se­
para comigo, e arrebataste minha al­ pultura.
ma do mais profundo da sepultura. 5 Ja estou contado com os que des­
14 Oh Deos, soberbos se levantão cendem a cova: jà fiquei como homem
contra mim, e junta de tiranos procu- sem forças:
rio minha morte: e não te poem pe­ 6 Apartado entre os mortos: como
rante seus olhos. os de morte ierídos, que jà jazem na
15 Forem tu, Senhor, es Deos mise­ sepultura, que jà te não lembras mais
ricordioso e piedoso: longanime, e delles, e que jà estão cortados de tua
giande em benignidade e verdade. mão.
16 yira-te para mim, e tem piedade 7 Puzeste-me na cova mais profun­
de mim: dà tua fortaleza a teu servo; da : em trevas, e em profundezas.
e redime o filho de tua serva. 8 Sobre mira jaz teu furor: e com
17 Jaze-me s i n a l algum p a r a bem : todas tuas ondas me abateste, Sela!
p u a que meus a b o r r e c e d o r e s o v e jã o , 9 Alongas-te de mim meus conheci­
e ie c o o fu n d ã o , q u a n d o t u . J e h o v a h , dos : puzeste-me por extrema abomi­
ne a ju d a re s e c o n s o la r e s . nação para com elles; estou fechado,
e não posso sahir.
10 Ja meus olhos estão desmaiados,
PSALMO LXXXVn. por causa da opressão: clamo a ti, Je­
1 Psalmo e cântico, para os filhos de h o v a h , todo o dia; estendo a ti mi­
Korah. nhas mãos.
T?8TA seu fundamento nos montes 11 Faràs tu milagres aos mortos ? ou
-1-J da Santidade. os mortos se levantarão e te louvarão í
? Mais ama J e h o v a h as portas de Sela!
Sião, do que todas habitações de Ja­ 12 Ou tua benignidade se contará na
cob. sepultura t e tua fidelidade na perdi­
3 Cousas gloriosas se dizem de ti, ção?
oh cidade de Deos, Sela! 13 Ou saber-se hão tuas maravilhas
4 Farei menção de Rahab e Baby­ em as trevas ? e tua justiça na terra
lonia. entre os que me conhecera: eis do esquecimento %
qne do Philisteo,« Tyrio, com o Ethi- 14 Eu porem, J e h o v a h , clamo a ti:
°P«, se dirá , este he nascido ali. e minha oração te prevèm de madru­
5 E de Sião se dirá, este e aquelle gada.
oasceo ali: e o mesmo Altíssimo a 15 Porque, J e h o v a h , regeitas minha
fortificará. alma: e escondes tua face de mim %
6 Je h o v a h o s contará na descripção 16 Foi afflicto e estive espirando
dos povos, dizendo: este he nascido desda mocidade: eu padeço teus te­
»li, Sela! mores, e estou duvidoso.
7 E os cantores com os tangedores, 17 Tuas ardentes indignações vãe
COmf>tambem todas minhas fontes es­ passando sobre mim: teus espantos me
frio dentro de ti. fazem perecer.
25*

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MÓ PSALMOS, LXXXÍX.
18 Rodeão*me como aguas todo o tende o soido do jubilo: oh J ehovaHj
dia: todos juntos me sitião. em a luz de tua lace andarão.
19 Desviaste longe de mim amigos 17 Em teu nome se alegrarão todo o
e companheiros: meus conhecidos es­ d ia : e em tua justiça se exalçarão.
tão em trevas. 18 Porque tu es a gloria de sua for­
taleza: e por tua boa vontade serà
PSALMO LXXXDC. exalçado nosso como.
19 rorque de J e h o v a h he nosso Es­
1 Instrucção de Ethan Ezrahita. cudo : e do Santo de Israel nosso Rei.
S benignidades de J ehovah can­ 20 Então em visão fallaste de tea
A tarei perpetuamente: de geração Santo, e disseste; puz o socorro sobre
em geração manifestarei tua fidelida­ hum Heróe: do povo exalçei a hum
de por minha boca. eleito.
3 Porque disse eu, tua benignidade 21 Achei a David meu servo: com
serà edificada para sempre: até nos meu santo oleo o ungi.
ceos confirmaste tua fidelidade, dizen­ 22 Com o qual minha mão ficará fir­
do. me : tambem meu braço o esforçará.
4 Fiz concerto com meu Eleito: ju­ 23 O inimigo nào apertará com elle:
rei a meu servo David, dizendo. nem o filho de perversidade o affli-
5 Para sempre confirmarei tua se­ girà.
mente : e teu throno edificarei de ge­ 24 Mas eu quebrantarei a «eus ad­
ração em geração, Sela! versarios perante sua face: e ferirei
6 Pelo que louvem os ceos tuas ma­ aos que o aborrecem.
ravilhas, J khovah : pois tua fidelidade 25 E minha fidelidade, e minha be­
està na congregação dos santos. nignidade serão com elle: e em mea
7 Porque quem no ceo se pôde igua- nome se exalçará seu como.
lar com J ehovah í quem serà seme­ 26 E porei sua mão no m ar: e soa
lhante a J ehovah entre os filhos dos direita nos rios.
poderosos % 27 Elle me chamará, dizendo, meu
8 Deos he mui formidável no conse­ pai es tu : Deos meu, e a rocna de
lho dos santos: e mais terrível do que minha salvação.
todos seus doredores. 28 Tambem eu o porei por primo­
9 Oh J ehovah, Deos dos exercitos. gênito : por mais alto sobre os Reis
quem he forte como tu, J ehovah í da terra.
pois tua fidelidade està do redor de 29 Para sempre lhe guardarei minha
ti. benignidade: e meu concerto lhe serà
10 Tu dominas sobre a arrogancia firme.
do m ar: quando suas ondas se levan- 30 E conservarei a sua semente pa­
tâo, tu as fazes aquietar. ra sempre: e a seu throno, como aos
11 Tu auebrantas-te a Rahab como dias dos ceos.
a ferido ae morte : com teu forte bra­ 31 Se seus filhos deixarem minha
ço dissipaste a teus inimigos. lei; e não andarem em meus juizos:
12 Teus são os ceos, tambem tua he 32 Se profanarem meus estatutos; e
a terra: o mundo e sua plenidâo, tu o nâo guardarem meus mandamentos:
fundaste. 33 Então visitarei com vara soa
13 Ao Norte e ao Sul, tu os criaste: transgressão; e com açoutes sua ini­
Thabor e Hermon em teu nome jubi- quidade,
lão. 34 Porem minha benignidade nun­
14 Tu tens hum braço possante: for­ ca tirarei delle: nem faltarei em mi­
çosa he tua mão, e alta està tua dex­ nha fidelidade.
tra. 35 Não profanarei meu concerto: e
15 Justiça e juizo são o assento de o que sahio de meus beiços» não o
teu throno: benignidade e verdade mudarei.
Vão diante de teu rosto. 36 Huma vez jurei por minha San&
10 Bemaventurado o povo, que en­ dade, que nunca mentirei a David.

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PSALMOS, XC, x a . 587
$7 8aa somente durará para sem­ tamento: e dizes, tomai-vos, filhos dos
pre : e seu throno será como o Sol pe­ homens.
rante mim. 4 Porque mil annos sáo em teus olhos
38 Como a lua serà confirmado para como o dia de hontem, quando já pas­
sempre: e a testemunha no ceo he< sou : e como a vela da noite.
fiel; Sela! 5 Como com a corrente das aguas os
39 Porem tu o regeitàste e reprovas­ levas; sáo como o sono: de madruga­
te : indignaste-te contra teu Ungido. da sáo como a erva que se muda.
40 Aniquilaste o concerto de teu ser­ 6 De madrugada ílorece, e se muda:
vo : profanaste sua coroa contra terra. à tarde se corta, e se seca.
41 Derribas-te todas suas paredes: 7 Porque perecemos com tua ira: e
quebrantaste suas fortificações. com teu furor nos assombramos.
42 Todos os que passáo pelo cami­ 8 Poens nossas iniquidades perante
nho, o despojárâo: foi feito em oppro- ti: nosso peccado occulto à luz de teu
brio a seus vizinhos. rosto.
43 Exalças-te a dextra de seus ad- 9 Porque todos nossos dias se vào in­
yersarios: alegraste a todos seus in­ do por tua indignaçáo: acabamos nos­
imigos. sos annos como pratica.
44 Tambem embotaste os fios de sua 10 Quanto aos dias de nossos annos,
espada: e n&o o sustentaste na peleja. chegâo até setenta annos; e os que
46 Fizeste cessar sua formosura: e mais fortes somos, até oitenta annos;
seu throno deitaste por terra. e o melhor delles ho canseira e enfa­
46 Abreviaste os aias de sua moci­ damento : porquanto presto se corta, e
dade : coubriete o de vergonha, Sela! nos vamos avoando.
47 Até quando, J s h o v a h ? porventu- 11 Quem conhece a força de tua ira.
rote esconderás para sempre ? arderá e de teu furor, segundo es tremendo í
ten furor como fogo % 12 Ensina-nos a contar nossos dias
48 Lembra-te de qual era eu sou: de tal maneira, que alcançemos hum
porque de balde criarias a todos os coraçáo sabio.
nlhos dos homens ? 13 Toma-te, J e h o v a h ; até quando?
49 Que homem vive, que náo veia a e aplaca-te para com teus servos.
morte ? ou que faça escapar sua aíma 14 De madrugada nos farta de tua
do poder da sepultura ? Sela! benignidade: e jubilaremos, e nos ale­
50 Aonde est&o, Senhor, tuas benig- graremos por todos nossos aias.
nidades passadas, que juraste a David 15 Alegra-nos conforme os dias em
por tua fidelidade í que nos affligiste: e os annos em que
51 Lembra-te, Senhor, do opprobrio vimos o mal.
de teus servos, que eu trago em meu 16 Appareça a teus servos tua obra:
peito de todos e tam grandes povos. e tua gloria sobre seus filhos.
52 Com q u e diífaroào te u s inimigos, 17 £ a suavidade de J e h o v a h nosso
Jehovah , com q u e diffamào as pisa­ Deos seja sobre nòs: e a obra de nos­
das d e te u Ungido. sas m&os confirma tu sobre nós; a obra,
53 Bemdito J e h o v a h para todo sem­ digo, de nossas m&os, a confirma.
pre, Amen e Amen.
psalm o xa.
PSALMO XC. QUELLE que reside no esconde-
1 Oração de Moyses, varáo de Deos.
ENHOR, tu foste nosso retiro, de
A douro do Altissimo, trasnoitarà à
sombra do Omnipotente.
S geração em geração.
% Antes que os montes nascessem,
2 Direi a J e h o v a h , tu es meu refu­
gio, e minha fortaleza: Deos meu, em
e tu produzisses a terra e o mundo: e quem ponho minha confiança.
tambem de eternidade à eternidade tu 3 Porque elle te farà escapar do la­
os Deos. ço do pa88arinheiro: e da peste perni­
3 Tu tornas o homem ao quebran- ciosa.

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668 PSALMOS, XCTI, XCHL XCIV.
4 Com s u a s p e n n a s to oubrirá, e de­ 7 O homem brutal nâo sahe éeUa:
baixo de suas asas estarás confiado: nem o louco entende isto.
sua verdade he rodela e escudo. 8 Quando crecem os impios como a
5 N&o temerás do espanto nocturno: erva. e fiorecem todos os obradores de
nem da seta que voa ae dia. malaade: para serem destruídos per­
6 Da peste, que anda às escuras: da petuamente.
mortandade, que assola ao meio dia, 9 Mas tu es o Altissimo, < para sem­
7 A tua ilharga cahirâo mil, e à tua pre J e h o v a h .
dextra dez m il; porem a ti náo che­ 10 Porque eisque teus inimigos, is-
gará. h o v a h , porque^ digo} eisque teus íbí-
8 Tam sòmente oom teus olhes at- migos perecer&o: serâo dissipados to­
tentaràs: e verás a recompensa dos dos os obradores de maldade.
impios. 11 Porem tu exalçaste meu corpo,
9 Porque tu, J e h o v a h , es meu re­ como o do unicomio: eu fui ungido
fugio : ao Altissimo puzeste por teu com oleo fresco.
retiro. 12 £ meus olhos attentar&o para os
10 Mal nenhum te suocederà: nem que me and&o espiando: ácerca doo
alguma plaga çhegarà a tua tenda. malfeitores, que se levantâo oontra
11 Porque a seus Anjos te encomen­ mim, meus ouvidos o ouvirão.
dará : para que te guardem em todos 13 O justo fiorecerá como a palma:
teus caminhos. crecerà oomo o oedro no Libano.
12 Nas m&os te levarão: para que 14 Aos que est&o prantados na casa
com teu pé em pedra alguma n&o tro- de J eh o v a h , se lhes dará. que vio
péçes. crescendo nos natios de nosso Deos.
13 Pisarás sobre o feroz leâo e áspi­ 15 Até na velmce ja cã ainda darto
de : atropelarás ao filho do leâo, e ao fruto: serão viçosos e verdes.
dragão. 16 Para denunciar que J eho vah he
14 Porquanto tam affectuosamente recto : elle he minha rocha; e não ht
me amou, (diz o Senhor,) tambem eu iniquidade nelle.
o livrarei: em retiro alto o porei, por­
que conhece meu nome. PSALMO xcin.
15 Elle me invocará, e eu o escuta­
rei ; estarei com ellé na angustia: dei- TEHOVAH reina, estâ vestido de ma-
la o retirarei, e o glorificarei. J gestade: J k h o v a h està vestido de
16 De kragura de dias o fartarei: e fortaleza: se tem cingido; o mundo
lhe farei ver minha salvaç&o. tambem esta aífirmado, e ja n&o va-
oillarà.
PSALMO x c n . 2 Ja desd’ent&o teu throno está fir­
me : tu es desda eternidade.
1 Psalmo, e Cantioo, para o Sab­ 3 Os rios alç&o, J eh o v a h , os riosalcào
bado. seu arroido: os rios alç&o suas onais.
OM he louvar a J eh o v a h : e psal- 4 J eh o v a h porem no alto mais forte
B modiar a teu nome, 6 Altissimo. he que o arroido das grandes aguas, t
3 Para denunciar de madrugada tua que as fortes ondas do mar.
benignidade: e a as noites tua fideli­ 5 Mui fieis s&o teus testemunhos; a
dade. santidade formosêa tua casa, Je h o ­
4 Sobre o deeacordio, e sobre o akú- v a h , para muitos dias.
d e : com premeditado cântico sobre
a harpa. PSALMO XCTV.
4 P o rq n e m e a le g ra s te , J b h o v a r ,
co m te u s fe ito s: so lv e as o b ra s d e tu ­ H Deos das vinganças, JehovaE,
a s m â o s ju b ila re i. O Deos das vinganças, mostra-te res­
6 Q u a m g ra n d io sa s , J x h o v a h , s&o plandecente.
tu a s o b ra s T m u i p ro fu n d o s s&o te u s 2 Exalça-te, o Juiz da terra: dá ps*
p e n s a m e n to s . go aos soberbos.

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PSALMOS, XCV, XCVI. 388
8 Até q n an d o os im p io s, J e h o v a h : 23 E fará tomar sobre elles sua ini­
até qnando o s im p io s saltarA o d e p r a - quidade, e em sua malicia os destru­
ie r ? irá: destruilos ha J e h o v a h nosso
4 Desboc&o-se, faUáo oonsas dtnras: Deos.
gloriào-se todos os obradores de mal­
dade. PSALMO XCV.
5 A ten povo, J e h o v a h , quebrant&o:
e a tua herança affligem. T7TNDE, alegres cantemos a J eh o -
6 A a viuva e ao estrangeiro mat&o: V v a h : jubilemos à rocha de nos­
e aos orfàos tirào a vida. sa salvação.
? £ dizem, nâo o vè J e h o v a h : e 2 Saiamos-lhe ao encontro com lou­
pera isso náo attenta o Deos de Jacob. vores : com Psalmos jubilemos a elle.
8 Attentai ó brutaes dentre o povo: 8 Porque grande Deos he J e h o v a h :
e é loucos, quando sereis entendidos? e mais grande Rei que todos os deo­
9 Porventura o que pranta os ouvi­ ses.
dos, nâo ouviria ? ou o que forma os 4 Em cuja m&o eetáo as profundida­
olhos, náo veria? des da terra: e suas s&o as alturas dos
10 Ou o que redargue as gentes^ náo montes.
castigaria? o que ensina soiencia ao 5 Cujo tambem he o mar; pois elle
homem? o fez: e suas m&os formár&o a secca.
11 J eh o v a h conhece os pensamen­ 6 Vinde, adoremos e prostremos nos:
tos dos homens, que sáo vaidade. ajuelhemos-nos ante J b h o v a h , que
12 Bemaventurado he o var&o que nos fez.
iedargües, J e h o v a h , e em t u a lei o 7 Poraue elle he nosso Deos. e nòs
ennnas: o povo ae seu pasto, e as ovelnas de
18 Para lhe dares descanso dos dias sua mão: se hoje ouvirdes sua voz,
naos; até que para o impio se cave 8 N&o endureçais vosso coraç&o, co­
a cova. mo em M eriba: como o dia de Massa
14 Porque J e h o v a h náo deixará a no deserto:
wu povo: nem desamparará a sua 6 Aonde me attentár&o vossos pais:
herança. prováráo-me, tambem virfto minha
15 Poraue o juizo se tomará á justi­ obra.
ça: e todos os rectos de coraçáo o se* 10 Quarenta annos andei enfadado
gnir&o. com esta geraç&o, e disse, povo sáo
16 Quem eetarà por mim oontra os que erráo de coraçáo: e elles náo sa­
malfeitores? quem se porá por mim bem meus caminhos.
contra os obraaores de iniquidade? 11 Portanto jurei em minha ira, que
17 Se J e h o v a h me náo fora em aju­ nào entraríáo em meu descanso.
da, minha alma ja quasi moràra no
silencio.
18 Dizendo e u , m e u p é v a c i l l a : tu a
PSALMO XCVI.
b en ig n id ad e, J e h ov ah , me su s te n ­ ANTAI a J eh o v a h cançfto nova ;
tava. C cantai a J eh o v a h toda a terra.
19 Multiplicando-se meus pensa­ 2 Cantai a J eh o v a h , bemdizei a seu
mentos dentro de mim, tuas consola­ nome: annunciai sua salvação, de dia
ções recreár&o minha alma. em dia.
20 Porventura acompanhar-se-hia de 3 Contai entre as gentes sua gloria:
ti o throno pernicioso, que inventa entre todos os povos suas maravilhas.
canseira sobre o estatuto? 4 Porque grande he J eh o v a h , e mui­
21 A tro p a s se a ju n tá o c o n tra a a lm a to de louvar: mais tremendo he que
ào ju s to : e c o n d e n á o o s a n g u e inno- todos os deoses.
esnte. 5 Poraue todos os deoses dos povos
22 J ehovah p o re m fo i m e u a lto r e ­ s&o ídolos: porem J e h o v a h fez os
tiro : * m e u Deos a ro c h a de m e u re - ceos.
fepo. 6 Magestade e gloria ha perante soa

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590 PSALMOS, XCVH, XCVm, XCDL
face: força e formosura em seu San­ 11 A luz se 8emea para o justo: e a
tuario. alegria para os rectos de coraç&o.
7 Dai a J e h o v a h , ó familias dos po­ 12 Alegrai-vos, ó justos, em Je h o ­
vos, dai a J e h o v a h gloria e força. v a h : e fallai seus louvores em me­
8 Dai a J e h o v a h a gloria de seu no­ mória de sua Santidade.
me : trazei presentes, e entrai em se­
us patios. psalm o xcvra.
9 Adorai a J e h o v a h na gloria do
Santuario: assombrai-vos de sua pre­ 1 Psalmo.
sença vós toda a terra. ANTAI a J e h o v a h canç&o
nova;
10 Dizei entre as gentes, J eh o v a h
reina; tambem o mundo se aífirmará,
C porque fez maravilhas: sua dex­
tra e santo braço lhe alcançou a sal­
par que se nào abale julgará aos po­ vação,
vos com toda rectidào. 2 J e h o v a h fez notoria sua salvaç&o:
11 Alegrem-se os ceos, e goze-se a perante os olhos das gentes manifes­
terra: brame o mar com sua pleni- tou sua iustiça.
d&o. 3 Lembrou-se de sua benignidade e
12 Salte de prazero campo com tudo de sua fidelidade, para com a casa de
o que ha nelle: e jubilem todas as Israel: vír&o todos os cabos da terra
arvores do bosque. a salvaç&o de nosso Deos.
13 Perante a face de J e h o v a h , por­ 4 Jubilai a J e h o v a h , toda a teria:
que vem; porque vem a julgar a ter­ de prazer exclamai, e alegres cantai,
ra : julgará ao mundo com justiça; e e psalmodiai.
aos povos com sua verdade. 5 Psalmodiai a J e h o v a h com a har­
pa : com a harpa, e com a voz de canto.
6 Com trombetas, e soido de buzi­
PSALMO XCVIL nas, jubilai perante a face do Rei Ji-
TEHOVAH reina, a terra se regozije: HOVAH.
J alegrem-se as muitas ilhas. 7 Brame o mar com sua plenid&o: o
2 Nuvens e escuridade ha do redor mundo com os que habit&o nelle.
delle justiça e juizo s&o o assento de 8 Os rios bat&o as palmas: junta­
seu throno. mente as montanhas se regozijem
3 Fogo vai diante delle, que do re­ 9 Perante a face de J e h o v a h ; por­
dor abrasa seus adversarios. que vem a julgar a terra: julgará ao
4 Seu8 relampagos alumi&o o mun­ mundo com justiça, e aos povos com
do : a terra os vê e treme. toda rectidào.
5 Os montes oomo cera se derretem
pela presença de J eh ov ah : pela pre­ PSALMO XCIX.
sença do Senhor de toda a terra.
6 Os ceos denunci&o sua justiça: e EHOVAH reina, trem&o as gentes:
todos os povos vém sua gloria.
7 Confund&o-se todos os que servem
J o que se assenta entre os Chern-
bins; mova-se a terra.
ás imagens, e os aue se glorí&o de ído­ 2 J e h o v a h he grande em Sião: a
los : postraí-vos aiante delle, todos os mais alto he, que todas as gentes.
deoses. 3 Louvem teu grande e tre m e n d o
8 Sião o ouvio e se alegrou, e as nome, pois santo he.
filhas de Judá se gozàr&o: por causa 4 Como tambem a fortaleza do Rei,
de teus juízos, J eh o v a h . que ama o j u i z o : t u c o n firm a s te a i
9 Pois tu, J e h o v a h , es o mais alto so­ rectidões; tu fizeste juizo e ju s tiç a em
bre toda a terra: mui mais exalçado Jacob.
estás que todos os deoses. 5 Exalçai a J e h o v a h nosso Deos, o
10 Vós amadores de J e h o v a h , abor­ postrai-vos ante o escabello de sen»
recei ao m al: elle guarda as almas p és; pois santo he.
de seus privados; e os faz escapar 6 Moyses e Aaron estav&o entre se­
das m&os dos impios. us Ministros, e Samuel entre o» q<>*

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PSALMOS, C, Cl, CII. 691
iú v ocav&o seu nome: clamaváo a J e­ mentiras, náo será affirmado perante
hovah, e elle os escutava. meus olhos.
7 Na columna de nuvem lhes falla­ 8 Pelas manhás destruirei a todos os
va : elles guardaváo seus testemunhos, impios da terra: para desarraigar da
e os estatutos, que lhes déra. cidade de J e h o v a h a todos os obra-
8 Oh J e h o v a h Deos nosso, tu os es­ dores de iniquidade.
cutaste : tu lhes foste Deos perdoador;
ainda que tomando vingança de seus PSALMO CII.
feitos.
9 Exalçai a J ehovah nosso Deos, e 1 Oração do affligido, vendo-se desfal-
postrai-vos perante seu santo monte: leciao, e derramando sua queixa pe­
pois santo he J ehovah nosso Deos. rante a face de J e h o v a h .
H J eh o v a h , ouve minha oração:
PSALMO C.
O e meu clamar chegue a ti.
3 Nâo escondas de mim teu rosto,
1 Psalmo de louvor. no dia de minha angustia: inclina a
BILAI a J e h o v a h t o d a a t e r r a . mim teus ouvidos: no dia em que cla­
r 2 Servi a J e h o v a h com alegria: mo, apresura-te a escutar-me.
vinde perante seu rosto com alegre 4 Porque já meus dias se consumirão
canto. como fumo: e meus ossos se queimâ-
3 Sabei que J ehovah he Deos: elle, rão como o lar.
e n&o nôs, nos fez seu povo, e ovelhas 5 Meu coraçáo como a erva està fe­
de seu pasto. rido e secco: pelo que me esqueci de
4 Entrai-por suas portas com louvor, comer meu pâo.
por seus patios com canto de louvor: 6 Ja meus ossos se apegâo a minha
o louvai, e bemdizei seu nome. came, a causa da voz de meu gemido.
5 Porque bom he J eh o v a h : para 7 Sou semelhante ao pelicano do de­
sempre dura sua benignidade: e de serto : estou feito como o bufo das so-
geraçáo em geracâo sua fidelidade. lidões.
8 Ando vigiando, e estou feito como
PSALMO Cl. o pardal solitário sobre o telhado.
9 Todo o dia me afirontáo meus ini­
1 Psalmo de David. migos: os que se enfurecem contra
E b e n ig n id a d e e iu izo c a n t a r e i : a mim, jurâo por mim.
D ti, J e h o v a h , p sa lm o d ia re i. 10 Porque como cinza como páoj e
2 No recto cammno entenderei j mas minha bebida mesturo com lagrimas.
ndo virâs a mim ? em sinceridade 11 Por causa de tua ira e tua indig-
r meu coraçáo andarei em meio de naçâo:porque tu me levantaste, e me
minha casa. arremeça6te.
3 Náo porei perante meus olhos fei­ 12 Meus dias sáo como a sombra,
to de Belial: o obrar dos que se des- que declina: e eu como a erva me vou
viâo, aborreço; náo se me pegará a seccando.
mim. 13 Tu porem J e h o v a h , para sempre
4 0 coraçáo perverso se apartará de permaneces: e tua memória, de ge­
mim: ao mâo náo conhecerei. ração em geração.
5 O que murmura de seu proximo ás 14 Tu te levantarás, e te apiedarás
escondidas, ao tal destruirei: ao altivo de Sião: porque já chegou o tempo de
de olhos, e inchado de coraçáo náo o te apiedar delia; porquanto jà veio o
poderei sofrer. tempo determinado.
6 Meus olhos attentaráo pelos fieis 15 Porque teus servos se agradào de
da terra, para que se assentem comi­ suas pedras: e de seu pò se compa­
go : o que anda no recto cominho, esse decem.
tal me servirá. 16 Então as gentes temerão o nome
7 O que usa de engano, não ficará de J e h o v a h : e todos os Heis da teria,
dentro em minha casa: o que falia tua gloria.

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m PSALMOS» CHI, CIV.
17 Qoando J*hovah edificar a Siáo; 7 Seu caminhos fez notorio» a Moy­
e apparecer em sua gloria. ses : e aos filhos de Israel seus feitor
18 E se virar para a oraç&o do de­ 8 Misericordioso e piadoso he J eho­
samparado : e n&o desprezar sua ora­ v a h : looganime, e grande em benig­
ç&o. nidade.
19 Isto se e s c re v e rá p a r a a fu tu ra 9 N&o perpetuamente contenderá:
g era ç & o : e o povo q n e se c ria r, lou­ nem para sempre reterá a ira.
v a rá a J sho v a h . 10 N&o nos faz conforme a nossos
20 Porquanto olhára desde alto de peccados: nem nos paga conforme a
seu Santuario: e J e h o v a h attentára nossa» iniquidades.
desdos ceos para a terra. 11 Porque quanto estão altos os ceos
21 Para ouvir o gemido dos presos: sobre a terra: tanto prevalece sua be­
para soltar aos sentenciados à morte. nignidade sobre aquelles que o temem.
2 2 Para contarem o nome de J x h o - 12 Quam longe o Occidente està do
y a h em Siào: e seu louvor em Jeru­ Oriente, tam longe desvia de nós nos*
salem. sas transgressões.
23 Quando os povos se congregarem 13 Como o pai se apiada dos filhos;
em hum: e os reinos, para servirem a assim J e h o v a h se apiada d’aquelles
J eh o v a h . que o temem.
24 Abateo no caminho minha força; 14 Porque bem sabe elle que feitu­
abreviou meus dias. ra seja a nossa: lembrando-se que so­
25 Dizia eu, Deos meu, náo me le­ mos pó.
ves no meio de meus dias: de gera­ 15 Os dias do homem são como a er­
ção em geraçáo são teus annos. va : como a flor, do campo, assim flo-
26 Ja d’antes fundaste a terra: e os rece.
c eos s&o obra de tuas mãos. 16 Passando o vento por ella, lojo
27 Elles perecerão,porem tu perma­ perece: e seu lugar n^o conhece mau.
necerás : e todos elles como vestido- 17 Porem a benignidade de J e h o v a h
se envelhecerãoj como roupa os mu­ est& de eternidade em eternidade, so­
darás, e ficarão mudados. bre os que o temem: como tambem
28 Porem tu es o mesmo: eteus an­ sua justiça sobre os filhos de seus filhos.
nos nunca se acabarão. 18 A saber sòbre os que guardão seu
29 Os filhos de teus servos habitarão concerto : e sobre os que se lembráo
seguros : e sua semente será afirma­ de seus mandamentos, para os fazerem.
da perante ti. 19 J e h o v a h nos ceos affirmou seu
throno: e seu Reino domina sobre tudo.
PSALMO cm . 20 Louvai a J e h o v a h , seus Anjos:
vós valentes Herões, que guardais sua
1 P salmo de David. palavra; obedecendo á voz de sua pa­
OUVA, a lm a m in h a , a J e h o v a h : lavra.
L 21 Louvai a J e h o v a h , todos seus ex­
e to d a s m in h a s e n tr a n h a s a se u
sa n tís sim o n o m e . ercitos: vós seus ministros, que fa­
2 Louva, alma minha, a J eh o v a h : ezeis seu beneplácito.
não te esqueças de nenhuns de seus 22 Louvai a J eh o v a h , todas suas
beneficios. obras, em todas as partes de seu se­
3 Pois elle he oque perdôa todas tu­ nhorio: louva, alma minha, a J eeo -
as iniquidades: o que te sará de todas v a h .
tuas enfermidades.
4 O que redime tua vida da perdi­
ção : o que te coroa com benignidade PSALMO CIV.
e misericórdias.
5 O que farta tua boca de bem : e tua L
OUVA, aIma minha, a J e h o v a h : o
J e h o v a h Deos meu, magnificen-
mocidade se renova como a da aguia. tissimo e s; de magestade e gloria es­
6 J ehovah faz justiça, e juízos a to­ tás vestido.
dos os opprimidos. 2 Cobre-se com a luz, como com ves-

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PSALMOS, CV. 598
tido: estende aos ceos, como a corti­ 24 Quam muitas sâo tuas obras, 6
nas. J e hovah ! a todas com sabedoria as
3 Entabôa nas aguas seus cenáculos: fizeste: a terra está chea de teus bens.
das nuvens faz seu carro; anda sobre 25 Este grande e muito espaçoso
as asas do venjto. mar, nelle na reptiles innumeraveis,
4 A seus Anjos faz espirito, e a seüs animaes pequenos e grandes.
servos, fogo flammante. 26 Ali andâo os navios e o Leviathan
5 Fundou a teita sobre suas bases: que formaste, para que folgasse nelle.
nunca para sempre já mais vacillarâ. 27 Todos elles se atém a ti, que lhes
6 Com o abismo, como com vestido, dês seu mantimento a seu tempo.
a cubrirás: sobre os montes estavâo 28 Dàs-lh’o tu, elles o recolhem:
as aguas. abres tua mâo, e fartâo-sede teu bem.
7 De tua reprensâo fugirão: pela voz 29 Escondes tu teu rosto, ficâo assom­
de teu trovão se acolhéráo apresura­ brados : tiras-lhes tu o fólego, logo es-
damente. pirâo, e tomâo-se a seu pó.
8 Subirão os montes, descendérâo os 30 Envias tu teu Espirito, logo se
▼alies, ao lugar quelnes fundàras, criâo: e assim renovas a face da terra.
9 Termo lhes puzeste, que nâo tras­ 31 A gloria de J e h o v a h seja para
passarão : nâo cubrirào mais à terra. sempre: alegre se J e h o v a h em suas
10 Que envias as fontes pelos valles: obras.
para que andem entre os montes. 32 Attentando elle pará a terra, logo
11 Abebérâo a todos os animaes do treme; tocando nos montes, logo ra-
campo: os asnos montezes matâo com mêâo.
tüas a sede. 33 Cantarei a J e h o v a h em minha
12 Junto a ellas habitâo as aves dos vida: psalmodiarei a meu Deos em
ceos, dando sua voz d7entre os ramos. quanto tiver ser.
13 Abebéra aos montes desde seus 34 Minha meditação delle ácerca
cenáculos: a terra se farta do fructo suave cousa será: eu me alegrarei em
de tnas obras. J eh o v a h.
14 Faz brotar a erva para as bestas, 35 Os peccadores se consumirão da
e a verdura para serviço do homem: terrt, e os impios nâo serâo mais.
fazendo da terra produzir o pâo. Louva, alma minha, a J e h o v a h ; Hal-
15 E o vinho, que alegja o coração lelu-Iah.
do homem, fazendo reluzir o rosto com
azeite: com o pâo, que esforça o co­ PSALMO CV.
ração do homem.
16 Fartâo-8» as arvores de J e h o v a h :
os cedros do Libano, que plantou.
17 Aonde as aves se aninnâo: a casa
L OUVAI a J e h o v a h , invocai seu
nome: notificai entre os povos
seus feitos.
da cegonha sâo as faias. 2 Cantai-lhe, psalmodiai-lhe: atten-
18 Os altos montes sâo para as cabras tivamente fallai de todas suas mara­
montezes: as rochas, retiro para os vilhas.
coelhos. 3 Glorai-vos em seu santo nome:
19 Fez a Lua para as monções: o alegre-se o coração dos que buscâo a
Sol sabe seu poente. J ehovah.
20 Ordénas as eacuridades, e faz se 4 Inquiri de J eh o v a h e de sua for­
noite, em que sahem todos os animaes ça : buscai sua face de contino.
do mato: 5 Lembrai-vos de suas maravilhas,
21 Os filhos dos leões, bramando pe­ que fez: de seus prodígios, e dos juí­
la presa; e para buscar de Deos sua zos de sua boca.
comida. 6 Vós semente de Abraham seu ser­
22 Sahindo o Sol, logo se acolhem: vo : vós filhos de Jacob, seus eleitos.
e se vâo deitar em /seus covis. 7 Elle he J e h o v a h , nosso Deos: em
23 Entáo sahe o homem a sua obra, toda a terra estâo seus juízos.
e ã seu trabalho, até a tarde. 8 Lembra-se perpetuamente de seu

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504 PSALMOS, CVL
conc erto; da palavra que mandou ate de bicharada; e piolhos em todó I6Q
mil gerações. termo.
9 Do que contratou com Abraham ; 32 Tomou suas chuvas em saraifa*
e de seu juramento a Isaac. fogo flameante p ô z em sua terra.
10 O qual tambem a Jacob ratificou 33 E ferio suas vinhas, e seus figuei-
por estatuto, e a Israel por concerto raes: e quebrou os arvoredos de seus
eterno. termos.
11 Dizendo, a ti te darei a terra de 34 Fallou elle, e viérâo gafanhotos,
Canaan, o cordel de vossa herança. e pulgão sem numero.
12 Sendo elles poucos homens ém 35 E, comérão toda a erva de sua ter­
numero, poucos aigo, e estrangeiros, ra : e até o fructo de seus campos co-
nella. mérâo.
13 £ andárâo de gente em gente, e 36 Tambem ferio a todos os primo­
de hum reino a outro povo. gênitos em sua terra: as primieiasde
14 N&o permittio a ninguém, que os todas suas forças.
opprimisse: e por amor delles repren- 37 E tirou OB d 1ali com prata e ouro:
deo a Reis, dizendo. e d’entrp suas tribüs ninguém hoave
15 Nâo toqueis a meus ungidos: e a que tropeçasse.
meus Prophetas nâo façais mal. 38 Samndo elles, Egypto se alegrou:
16 £ chamou a a fòme sobre a terra: porque seu terror cahira sobre elles.
quebrantou a todo bordão de pâo. 39'£stendeo huma nuvem por cuber­
17 Mandou perante elles a hum va­ ta : e hum fogo, para alumiar a noite.
râo : por escravo foi vendido Joseph. 40 Oràrâo, e fez vir codomizes: eos
18 Apertarão seus pés no tronco: fartou de pâo celestial.
sua pessoa foi mettida em ferros. 41 Abrio huma penha, e corréiio
19 Até o tempo que chegou sua p a ­ delia aguas: e andárâo como rio pelas
la v r a : o dito d e J x h o v a h o purificou. securas.
20 Mandou o Rei, e o fez soltar; o 42 Porque se lembrou de sua santt
Senhoreador dos povos, e o largou. palavra: é de Abraham seu servo.
21 £lle o pôz por Senhor ide sua ca­ 43 Assim tirou d*ali a seu povo eom
sa : e por Senhoreador de todos seus folguedo: e com jubilo seus eleitos.
bens. 44 £ deu-lhes as terras das gentes:
22 Para sugeitar seus Principes a seu e o trabalho das nações possuirão em
gosto, e instruir seus Anciãos. herança.
23 Éntâo entrou Israel em Egypto : 45 Paraque guardassem seus estatu­
e Jacob peregrinou na terra de Cham. tos, e observassem suas leis. Halle-
24 £ fez crescer seu povo em grande
maneira: e o fez mais poderoso, que
seus adversarios.
25 Virou seu coração delles, para que PSALMO CVI.
aborrecessem a seu povo: para que as­ ALLELU-IAH. Louvai a J*ho-
tutamente tratassem com seus servos. v a h , porque he bom: pois soa
26 £nviou a Moyses seu servo: e a benignidaae du ra para sempre.
Aaron. a quem escolhéra. 2 Quem fallarà as valentias-de Jsho­
27 Fizérâo entre elles os mandados v a h 1 quem denunciaraseus louvores?
de seus sinaes: e seus prodigios em 3 Bemaventurados os que guardâoo
terra de Cham. juizo: o que obra justiça em todo
28 Mandou trevas, e a fez escurecer; tempo.
e nâo forão rebeldes a sua palavra. 4 Lembra-te de mim, J e h o v a h , se­
29 Tomou suas aguas em sangue : e gundo tua boa vontade p ara com teu
matou seus peixes. povo : visita-me com tua salvação.
30 Sua terra produzio raãs em abun­ 5 Para qne veja o bem de tuas elei-
dancia: até nas recamaras de seus tos; para que me alegre com a ale­
Reis. gria ae teu povo: para que me glo^e
31 Fallou elle, e veio huma mistura com tua herança.

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PSALMOS, CVI. 6M

6 Nós peccámos com nossos pais, 27 E que derribaria sua semente


perversamente fizemos, impiamente entre as gentes: e os espargiria pelas
tratámos. terras.
7 Nossos pais em Egypto náo atten- 28 Tam bem se ajuntárâo com Ba-
tárâo para tuas maravilhas, náo se a l-P e o r: e comérâo os sacrifícios dos
lembrarão da multidão de tuas bene- mortos.
ficencias: antes se rebellárâo junto ao 29 E o provocárâo a ira com suas
mar; pegado ao mar de juncos. obras: e a plaga fez abertura entre
8 Porem os livrou por seu nome pa­ elles.
ra fazer notorio seu poder. 30 Entâo se levantou Pinehas, e ex­
9 E reprendeo ao mar de juncos, e ecutou ju izo : e cessou aquella plaga.
logo se seccou: e os fez caminhar pe­ 31 E foi-lhe contado por justiça, de
los abismos, como pelo deserto, geração, em geração, para sempre ja­
10 E livrou os das mâos do aborre­ mais.
cedor : e redemio òs das mâos do ini­ 32 Tam bem muito o indignárâo jun­
migo. to às aguas da contenda: e succedeo
11 E cubrirào as aguas a seus ad­ mal a Moyses por causa delles.
versarios : nem hum só delles ficou de 33 Porque irritárâo seu espirito; de
resto. modo que desattentamente fallou com
12 Entâo crèrâo suas palavras: e can­ seus beiços.
tarão seus louvores. 34 Nâo destruirão os povos, que Je ­
13 Porem presto se esquecérâo de su- h o va h lhes disséra.
ts obras: nâo esperárâo seu conselho. 35 Antes se mesturárâo com as gen­
14 Mas deixárâo-se levar da cobiça tes : e aprendérâo suas obras.
no deserto: e attentàrão a Deos na 36 E servirão a seus idolos: e viérâo
solidão. a ser-lhes por laço.
15 Entâo lhes cumprio seu desejo: 37 De mais disto sacrificárâo seus
porem mandou maçreza a suas almas. filhos, e suas filhas aos diabos.
16 E tivérão enveja de Moyses no ar­ 38 É derramàrâo sangue innocente,
raial : e de Aaron, o santo de Je h o v a h . o sangue de seus filhos, e de suasfilhas,
17 Abrio-se a terra, e devorou a Da­ que sacrificárâo aos idolos de Canaan:
than : e cubrio a junta de Abiram. e assim se profanou a terra com este
18 E ardeo o fogo em sua junta: a sange.
flamma abrasou os impios. 39 E contaminárâo-se com suas ob­
19 Fizérâo hum bezerro em Horeb: ras : e fornicârâo com sous feitos.
e inclinàrâo-se a huma imagem de 40 Pelo que se encendeo a ira de Je­
fundição. h o v a h contra seu povo: e abominou
20 E mudàrâo sua gloria em a figu­ sua herança.
ra de hum boi, que come erva. 41 E entregou os nas mâos das gen­
21 Esquecérâo-se de Deos seu Salva­ tes : e os aue os aborrecião, se ensen-
dor, que fizéra grandezas em Egypto. horeáráo delles.
22 Maravilhas na terra de Cham: 42 E seus inimigos os opprimírâo: e
cousas tremendas no mar de juncos. forão humilhados sob suas mâos.
23 Pelo que disse, que os destruiria: 43 Muitas vezes os livrou: mas elles
se Moyses, seu eleito se nâo puzéra na o irritárâo com seu conselho delles, e
abertura perante sua face ;para desviar forão abatidos por sua iniquidade.
sua indignação, a fim de os nâo assolar. 44 Com tudo attentou para sua an­
24 Tambem desprezárâo a terra de­ gustia : ouvindo seu clamor.
sejável : nâo crérâo sua palavra. 45 E para seu bem se lembrou de
25 Antes murmurárâo em suas ten­ seu concerto: e arrependeo se segun­
das : nâo dérâo ouvidos á voz de Je­ do a multidão de suas beneficencia*.
hovah. 46 Pelo aue lhes deu misericordia,
26 Pelo que levantou sua mâo con­ perante toaos os que os tinhão presos.
tra elles: jurando, que os derribaria no 47 Salva-no^ Je h o v a h , Deos nosso,
deserto. e ajunta-nos (r entre as gentes: para

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596 PSALMOS, CVII.

que louvemos teu nome santo; e nos 19 Porem clamando a J e h o v a h em


gloriemos de teu louvor. seu aperto, livrou-os de suas angustias.
48 Bemdito Je h o v a h , Deos de Isra­ 20 Enviou sua palavra, e sarou-os:
el, desde seculo e em seculo, e todo e arrebatou os de suas sepulturas.
o povo diga, Amen, Hallelu-Iah! 21 Louvem perante J eh o vah suabe­
nignidade : e suas maravilhas peran­
P S A L M O CVII.
te os filhos dos homens.
22 E sacrifiquem sacrifícios de louvo­
O U V A I a J e h o v a h , porque h e bom : res : e relatem suas obras com jubilo.
L pois sua benignidade dura para
sempre.
23 Os que descendem ao mar em na­
vios, contratando em grandes aguas.
2 Digâo-o os redemidos de Je h o v a h ) 24 Esses vém as obras de J ehovah ,
os que redemio das m&os dos adver­ e suas maravilhas na profundidade.
sarios. 25 Fallando elle, faz levantar tor­
3 E 08 que das terras congregou: do mentas de vento, que alça suas ondas.
Oriente e do Occidente; do Norte e 26 Sobem aos ceos, descendem aos
do Mar. abismos: sua alma se derrete de an­
4 Os que andárâo desgarrados pelo gustia.
deserto, por caminhos solitários : os 27 Saltéâo e titubéâo como bêbados:
que não achárão cidade para morarem. e toda sua sabedoria se lhes devora.
5 Andárâo famintos e sedentos: sua 28 Porem clamando a J ehovah em
alma desfalecia nelles. seu aperto, tirou-os de suas angustias.
6 Porem clamando a J e h o v a h em 29 Faz cessar aslormentas: ecalláo-
seu aberto, feios escapar de suas an­ se suas ondas.
gustias. 30 Então se alegrão, porquanto se
7 E levou-os ao caminho direito: pa­ aquietarão : e elle os levou ao porto
ra irem à cidade, em que morassem. de seu desejo.
8 Louvem perante J e h o v a h sua b e ­ 31 Louvem pois perante Jehovah
nignidade : e suas maravilhas perante sua benignidade, e suas maravilhas
os filhos dos homens. perante os filhos dos homens.
9 Porque fartou a alma sedenta : e a 32 E exalçem o na congregação do
alma faminta encheo de bem. povo: e no assento dos Anciáos o glo­
10 Os que estavâo de assento em tre­ rifiquem.
vas e sombra de morte; presos com af- 33 Aos rios reduz em deserto , e aas
flicçâo e ferro: sahidas das aguas em terra seaenta:
11 Porquanto se rebellárâo contra os 34 A a terra fructífera em salgada,
mandados de Deos; e desprezivelmen­ pela maldade dos que habitão nella.
te regeitárão o conselho ao Altissimo. 35 Ao deserto reduz em lagôa, e á
12 Porisso lhes abateo o coração com terra seca em sahidas de aguas.
trabalhos : tropeçarão, e nâo houve 36 E faz habitar ali aos famintos: e
ajudador. elles edificão cidade para habitação.
13 Porem clamando a Je h o v a h em 37 E semêão campos, e prantáo vi­
seu aperto, livrou-os de suas angustias. nhas, que produzem fructo rendoso.
14 Tirou-os das trevas e da sombra 38 E elle os bemdiz, e multiplicio-
de morte: e quebrou suas prisões. se muito: e nâo diminúe seu gado.
15 Louvem perante J e h o v a h sua be­ 39 Depois se diminuem, e se aba­
nignidade : e suas maravilhas perante tem, por oppressâo mal e tristeza.
os filhos dos homens. 40 Derrama desprezo sobre os Prin­
16 Porque quebrou as portas de bron­ cipes : e os faz andar desgarrados por
ze : e despedaçou os ferrolhos de ferro. desertos, onde não ha caminho.
17 Os loucos pelo caminho de sua 41 Porem ao necessitado levanta as
transgressão, e por suas iniquidades oppressâo em hum alto retiro: 0 as
sâo affligidos. familias faz como a rebanhos.
18 Sua alma abominou toda com ida: 42 Os rectos o vem, e se alegrão:
e chegàrâo até as portas da morte. mas toda iniquidade tapa sua boca*

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PSALMOS, CVIIL CIX. 597
43 Quem h e sabio, attente para estas 4 Por meu amor se oppuzérào a mim;
cousas: e attentivam ente considérem mas eu estava continuamente emoração.
as ben ign idades de J eh o vah . 5 E pagárâo-me m al por b e m : e
odio por meu amor.
PSALMO CVIII. 6 Poem sobre elle ao impio: e Sa­
tanás esteia a sua dextra.
1 Cântico e Psalmo de David. 7 Sendo julgado, saia culpado: e sua
REPARADO estâ meu coração; ô oração seja peccadora.
P Deos: cantarei, e psalmodiarei, e
minha gloria tambem.
8 Seus aias sejâo poucos: outro to­
me seu officio.
3 Desperta-te, alaúde e hàrpa; que 9 Seus íilhos sejâo orfâos: e sua mu­
despertarei na alva do dia. lher viuva.
4 Louvar-te-hei entre os povos, J e ­ 10 É seus filhos andem vagueando,
h o v a h : e psalmodiar-te-hei entre as e mendiguem: e busquem o necessário
nações. em suas assolaçôes.
5 Porque tua benignidade he mais 10 O acredor lançe mâo de tudo
grande que os èeos: e tua verdade até quanto tem: e os estranhos saqueem
as nuvens mais altas. seu trabalho.
6 Exalta-te sobre os ceos, ó Deos; 12 Ninguém haja, que lhe faça be­
e tua gloria sobre toda a terra. neficencia : e ninguém haja que se
7 Para que teus amados escapem: compadeça de seus orfâos.
salva-nos com tua dextra, e ouve-nos. 13 Seus descendentes sejâo desar­
8 Deos fallou em seu Santuario: pe­ raigados : seu nome seja apagado na
lo que saltarei desprazer: repartirei a seguinte geracâo.
Sicnem; e medirei ao valle de Suc­ 14 A iniquidade de seus pais venha
coth. em memória perante Je h o v a h : e o
9 Meu he Gilead, meu he Manasse, peccado de sua mãi se nâo apague.
e Ephraim a fortaleza de minha cabe­ 15 Antes estejão sempre perante J e ­
ça: Judá meu legislador. h o v a h : e desarraigue sua memória
10 Moab minha bacia de lavar; so­ da terra.
bre Edom lançarei meu çapato: sobre 16 Porquanto se nâo lembrou de fa­
Palestina jubilarei. zer beneficencia: anles perseguio ao
11 Quem me levará a huma cidade varâo afflicto e necessitado; como
fortalecida ? quem me guiará até tambem ao quebrantado de coraçáo,
Edom? para o matar.
12 Porventura nâo o serás tu, ó De­ 17 Pois amou a maldição, porisso
os, que nos já tinhas regeitado ? e com lhe sobrevenha: e pois nâo aesejou a
nossos exercitos. ô Deos, nâo sahias. benção; porisso se alongue delle.
13 Dá-nos ajuaa para sahir da angus­ 18 E vista-se com maldição, como
tia : porque vaidade he o socorro dos com seu vestido: e como agua entre
homens. em suas entranhas, e como azeite em
14 Em Deos faremos proezas: e elle seus ossos.
atropelará nossos adversarios. 19 Sirva-lhe como de vestido com
que se cubra: e por cinto com que
PSALMO CIX. sempre se cinja.
20 Este seja o galardão de meus con­
1 Psalmo de Dâvid, para o Cantor mór. trários. de parte de J e h o v a h : e dos
O H Deos de meu louvor, ráo te cal-
les.
que fallâo mal contra minha alma.
21 Mas tu, ò J e h o v a h Senhor, usa
comigo de benignidade, por amor de
2 Porque a boca do impio, e a boca
enganosa já se abrirão contra mim: teu nome: e porquanto tua benigni­
faUàrâo comigo com lingoa falsa. dade he boa, livra-me.
3 E com palavras odiosas me cercá- 22 Porque estou afilicto e necessi­
r&o: e pelejârâo contra mim sem tado : e meu coração está ferido em
cansa. minhas entranhas.

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598 PSALMOS, CX, CXL CXI1.

23 Como a sombra, quando declina, 2 Grandes sâo as obras de Je h o v a h :


me vou: sou sacuaiao, como gafa­ Buscâo as todos os que tomâo prazer
nhoto. nellas.
24 De jejüar se enfraquecem meus 3 Gloria e magestade he sua obra:
juelhos: e minha cama tanto se em- E sua justiça permanece pata sempre.
magrece, que jà n&o tem gordura. 4 Fez memória de suas maravilhas:
25 £ ainda eu lhes sou opprobrio: Piedoso e misericordioso he Jehovah .
vendo-me, movem sua cabeça. 5 Mantimento deu aos que o temem:
26 Ajuda-me, Je h o v a h Deos meu: Lembra-se para sempre de seu con­
salva-me conforme a tua benignidade. certo.
27 Para que saib&o que essa he tua 6 A força de suas obras denuncioua
mâo: e que tu Je h o v a h , o fizeste. seu povo: Dando-lhes a herança das
28 MaJdigâo elles, mas bemdize tu: gente.
levantem-se, mas confundâo-se; e teu 7 As obras de suas mâos s&o verda­
servo se alegre. de e juizo: E fieis todos seus manda­
29 Meus contrários se vistâo de ver­ dos.
gonha : e cubrâo-se com sua confüsâo, 8 Firmes s&o para sempre jamais:
como com capa. E feitos em veraade e rectid&o.
30 Grandemente bemdirei a Jeh o ­ 9 Redemç&o enviou a seu povo • Seu
v a h com minha boca: e em meio de concerto ordenou para sempre: oanto
muitos o louvarei: e tremendo he seu nome.
31 Porque se porá á dextra do neces­ 10 O temor de Je h o v a h he principio
sitado : para o livrar dos que conde- de sabedoria: Bom entendimento tem
nâo sua alma. todos os que isto fazem: Seu louvor
permanece para sempre.
PSALMO CX’
psalm o cx n .
1 Psalmo de David.

J EHOVAH disse a meu Senhor, as-


senta-te à minha dextra: até que Ho ALLELU-IAH. Bemaveáturado
varâó que teme a J e h o vah:
ponha teus inimigos por escabello de Que em seus mandamentos toma gran­
teus pés. de prazer.
2 J e h o v a h te enviará o ceptro de tua 2 Sua semente será possante na ter­
fortaleza desde Sião: dizendo, Domina ra : A geração dos rectos será bem-
em meio de teus inimigos. dita.
3 Teu povo será mui voluntário no 3 Fazenda e riquezas haverá era sua
dia de teu exercito, em santos orna­ oasa: E sua justiça permanece para
mentos; da madre da alva se te pro­ sempre.
duzirá o orvalho de tua mocidade. 4 À luz sahe aos rectos nas trevas:
4 Jurou Je h o v a h , e nâo se arrepen­ piedoso, e misericordioso, e justo he.
derá, que tu es Sacerdote para sempre, 5 Bem lhe vai ao varâo, que tem
segundo a ordem de Melchisedek. misericordia, e empresta: Dispõem
5 O Senhor està à tua dextra: ferirá suas cousas com juizo.
aos Reis em o dia de sua ira. 6 Na verdade que nunca titubeará:
6 Julgara entre as gentes; tudo en­ O justo estará em memória eterna.
cherá de corpos mortos: e ferirá ao 7 Do máo rumor nâo temerá: Firme
cabeça de huma grande terra. está seu coração, confiando em Jeho-
7 Do ribeiro beberá no caminho: VAR.
pelo que exalçará a cabeça. 8 Bem confirmado seu coração nâo
temerá: Até que veja em seus adver­
PSALMO CXL sarios o que deseja.
9 Esparge, dá aos necessitados: Sua
H ALLELU-IAH. Louvarei a Je­ justiça permanece para sempre: Seu
h o v a h com todo o caraçâo. No corno se exalçará em gloria.
conselho e na congregação dos rectos. 10 O impio o verá, e raivara; 0*

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PSALMOS, CXIII, CXIV, CXV, XVI. 599
dentes rançerá; e consumir-se-hà: O 2 Porque diriáo as gentes: oraaonde
desejo dos impios perecerá. està seu Deos ?
3 Porem nosso Deos está nos ceos;
faz tudo quanto lhe apraz.
PSALMO CXIII. 4 Seus idolos sáo prata e ouro: e
H ÀLLELU-JAH. Louvai servos de obras de mãos de homens.
Jeh o v a h , louvai o nome de Je­ 5 Boca tem, porem náo falláo: olhos
tem, porem náo vêm.
hovah.
2 Seja o nome de Je Ho v a h bemdi­ 6 Ouvidos tem, porem não ouvem:
to, desd}agora para Bempre jamais. narizes tem, porem não cheirão.
3 Desdo nascimento ao Sol, até on­ 7 Mãos tem, porem não apalpão; pés
de se vai pôr, seja louvado o nome de tem, porem não andâo: não dão soido
JlHOVÀH. com sua garganta.
4 Alçado está Je h o v a h por cima de 8 Taes como elles se fação os que
todas as gentes: e sua gloria sobre os os fazem: tomo tambem todos os que
ceos. coníião nelles.
5 Quem he como Je h o v a h nosso De­ 9 Oh Israel, confia em J e h o v a h :
os? que habita em alturas. elle he sua ajjuda, e seu escudo.
6 Que se abaixa para ver, nos ceos, 10 Oh casa ae Aaron, confiai em Je­
e na terra. h o v a h : elle he sua ajuda, e seu es­
7 Que do pó levanta o pequeno; e cudo.
doesterco exalça ao necessitado: 11 Os que tem eis a J e h o v a h , oon-
8Para o fazer assentar com os Prin­ iiai em J e h o v a h : e lle he Bua ajuda*
cipes; com os Principes de seu povo. e seu escudo.
9Qae faz habitar á esteril em fami- 12 Je h o v a h se lembrou de nòs; elle
fe, <a faz alegre mãi de íilhos, Hal- bemdirá: elle bemdirà a casa de Is­
fefa-Jah. rael : elle bemdirá a casa de Aaron.
13 Bemdirà aos que temem a Je h o ­
v a h : a pequenos, e juntamente a
PSALMO CXIY. grandes.
AHINDO Israel de Egypto, e a ca­ 14 J e h o v a h vos augmentarà em ben­
S sa dé Jacob de hum povo bar- ções ; a vós, e a vossos filhos.
baro. 15 Bemditos vósoutros de J e h o v a h ,
2 Judá ficou, seu santuario, e Israel que fez os ceos e a térra.
«us Senhorios. 16 Quanto aos ceos, ceos sáo de Je­
3Omar o vio, e se acolheo: e o Jor­ h o v a h : mas a terra aeu aos filhos doa
dão tomou a tras. homens.
4 Os montes saltáráo como carnei­ 17 Os mortos não louvarão a Je h o ­
ros, os outeiros como cordeiros. v a h : nem os que descendem ao si­
5 Que tiveste, ô mar, que fugiste ? lencio.
«6 Jordáo, que tomaste à tras ? 18 Porèm nòs bemdiremos a J e h o ­
6 Ohmontes, que saltastes como car­ v a h , desd,agora para sempre jà mais.
neiros? e ò outeiros, como cordeiros? Halíelu-Jah.
7 Oh terra, treme pela presença do
Senhor: pela presença do Deos de Ja­ PSALMO CXVI.
cob.
8 Qne tornou a rocha em lago de MO porque J e h o v a h
aguas: ao seixo em fonte de agups. A a JEHorAH,
escuta minha voz, e minhas sup-
plicações.
2 Porque inclinou a mim seus ouvi­
PSALMO CXV. dos: pelo que o invocarei em meus
AO a nôs, Je h o v a h , náo a nòs: dias.
roas a teu nome dá gloria; por 3 Cercárão-me cordéis da morte, e
amor de tuabenignidade, por amor de angustias do inferno me achárão:
tua verdade, aperto e tristeza achei.

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600 PSALMOS, CXVTI. CXVm.
4 Porem ao nome de Jehovah invo­ 3 Diga agora a casa de Aaron, que
quei, dizendo: ah! Jehovah, arrebata sua benignidade dura para sempre:
minha alma. 4 Dig&o agora os gue temem a Je­
5 Piedoso he Jeh o v a h , e justo: e h o va h , que sua benignidade dura pa­
nosso Deos tem misericordia. ra sempre.
6 J k h o v a h guarda aos sim ples : des­ 5 Desa’a angustia invoquei a Jeho­
feito estava eu, porem a m im m e li­ vah : e J eh o vah me escutou, e me pôz
vrou. em largura.
7 Alma minha, toma a teu repouso: 6 Je h o v a h está comigo, nâo teme­
poisja Jehovah bem te fez. rei : que he o que me farà o homem ?
8 Porque tu, 6 J e h o f a Hj fizeste es­ 7 J e h o v a h está comigo entre aquel­
capar minha alma da m orte: meus les que me ajudâo: pelo que eu verei
olhos de lagrim as; e meus pés de tro­ nos que me aborrecem meu desejo
peço. cum prido.
9 Andarei perante a face de Je h o ­ 8 Melhor he acolher se a J e h o v ah
v a h , em a terra dos viventes. do aue confiar no homem.
10 Cri, portanto fallei: eu estive mui 9 Melhor he acolher-se a Je h o v a h ,
affligido. do que confiar em Principes.
11 Eu dizia em minha pressa : todo 10 Todas as gentes me cercárâo: po­
homem he mentiroso. rém em nome de J e h o v a h foi, que
12 Que pagarei a Jehova h por todos eu os despedacei.
os benefícios que me fe z ? 11 Cercárâo-me, e recercárâo-me:
13 Tomarei o copo de redemções: porém em nome de J e h o v a h foi, que
e invocarei o nome de Je h o v a h . eu os despedacei.
14 Meus votos pagarei a Je h o vah : 12 Cercárâo-me como abelhas; po­
agora, em presença de todo seu povo. rem apagárâo-se como fogo de espi­
15 Preciosa he em olhos de Jeho ­ nhos: porquanto em nome de J e h o ­
v a h a morte de seus privados. v a h foi, que eu os despedacei.
16 Ah Jeh o vah , devéras sou teu 13 Com forca me empuxaste, para
servo: sou teu servo, filho de tua ser­ me fazeres canir: mas J e h o v a h me
va ; tu soltaste minhas ateduras. ajudou.
17 Sacrifícar-te-hei sacrifício de lou­ 14 J eh o va h he-minha fortaleza e
vores : e invocarei o nome de Je h o ­ meu cantioo: poraue elle me salvou.
vah. 15 Nas tendas aos justos h a v o z d e
18 Meus votos pagarei a Jk h o vah : jubilo e de Balvaçâo: a dextra d e J e ­
agora, em presença de todo seu povo, h o v a h faz proezas.
19 Nos patios da casa de Je h o v a h , 16 A dextra de J e h o v a h se exalça:
em meio de ti, ô Jerusalem. Halle- a dextra de Je h o v a h faz proezas.
lu-Jah. l i -Nâo hei de morrer, senâo viver:
e hei de contar as obras de Je h o v a h .
PSALMO CXVII. 18 Bem me castigou J e h o v a h ; po­
rem nâo me entregou à morte.

L OUVAI a Jehovah, todas as gen­ 19 Vós me abri as portas de justiça:


tes : o celebrai todos os povos.
2 Porque sua benignidade prevale- vah .
entrarei por ellas, e louvarei a J e h o ­
ceo sobre nós, e a verdade de Jeho­ 20 Esta he a porta de J e h o v a h ; pe­
v a h dura perpetuamente. Hallelu-Jah. la qual os justos entrarão.
21 Louvar-te-hei, porque me escu­
PSALMO CXVIII. taste : e me salvaste.
22 A Pedra, que os edificadores re-
OUVAI a Jehovah, poraue he geitárâo, ficou por cabeça de esquina.
L b o m : pois sua benignidaae dura
para sempre.
23 De parte de J e h o v a h se fez isto;
e maravilhoso he em nossos olhos.
2 Diga agora Israel, que sua benig­ 24 Este he o dia que fez J e h o v a h :
nidade dura para sempre. gozemos-nos, e alegremos-nos nelle.

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PSALMOS, CXIX. 601

25 Ora, ah Je h o v a h , salva-nos; ora,


15 Teus mandados meditarei: e at-
ah Js h o v a h , prospéra-nos. tentarei para tuas veredas.
26 Bemdito aquelle que vem em o 16 E m teus estatutos me recrearei:
nome de Je h o v a h : bemdizemoa vos nâo m e esquecerei de tuas palavras.
desda casa de Je h o v a h . G im e l .
27 Je h o vah he o verdadeiro Deos 17 U sa tambem com teu servo, que
e a nôs deu a luz: atai as victimas viva, e observe tua palavra.
festa com cordas, para levalas até 18 Descobre meus olhos, para que
os cornos do altar. veja as maravilhas de tua lei.
28 Tu es meu Deos, porisso te lou­ 19 Peregrino sou na terra: nâo en­
varei : ô Deos meu, te exalçarei. cubras de mim teus mandamentos.
29 Louvai a Je h o v a h , porque he 20 Quebrantada està minha alma do
bom: pois suabenignidade dura para desejar teus juizos em todo tempo.
sempre. 21 Asperamente reprendes aos mal­
ditos soberbos, que errâo de teus man­
damentos.
PSALMO CXIX.
22 Revolve de sobre mim opprobriô
A le ph . e desprezo: pois guardei teus teste­
e m a v e n t u r a d o s os rectos em munhos.

B seus cam in h os : que andâo na lei 23 Assentando-se os Principes, e fal­


d e Je h o v a h . lando contra m im : teu servo entáo
2 Bemaventurados os que guardâo tratàva de teus estatutos.
seus testemunhos: « com todo cora­ 24 Tam bem teus testemunhos sâo
ção o buscâo. meus prazeres, e meus conselheiros.
3 E nâo obrâo iniquidade: mas an­ D a le th .
dâo em seus caminhos. 25 Minha alma està apegada ao p ô :
4 Tu JmaorjBj mandaste, que teus vivifica-me segundo tua palavra.
mandamentos mui bem se obser­ 26 Meus caminhos te contei, e tu me
vem. escutaste : ensina-me teus estatutos.
5 Ouxalà meus caminhos se ordenas­ 28 Dà-m e a entender o caminho de
sem a observar teus estatutos ! teus m andados: para tratar de tuas
6 Entâo me nâo confundiria: quando maravilhas.
attentasse para todos tens mandamen­ 28 Minha alma se destilla de triste­
tos. za : levanta-me conforme a tua pala­
7 Louvor-te-hei em rectidão de co­ vra.
ração, aprendendo os juizos de tua 29 Desvia de mim o caminho de fal­
justiça. sidade : e piedosamente me dà tua
8 Teus estatutos observarei: nâo me lei.
deixes totalmente. 30 Escolhi o caminho da verdade: e
Be t h . me propuz teus juizos.
9 Com que purificará o mancebo sua 31 M e apego a teus testemunhos: ô
vereda ? observando a conforme a tua Je h o v a h , nâo me confundas.
palavra. 32 Correrei pelo caminho de teus
10 Com todo meu coraçáo te busco: mandamentos: quando dilatares meu
nâo me deixes errar de teus manda­ coraçáo.
mentos. He.
11 Escondi teus ditos em mea cora­ 33
Ensina-me, Je h o v a h , o caminho
çáo : para nâo peccar oontra ti. de teus estatutos, e guarda-lo-hei até
12 Bemdito tu, Je I io v a h ; ensma»me o fim.
teus estatutos. 34 Dá-me entendimento, e guardarei
13 Com méus beiços contei todos os tua lei, e observa-la-hei ae todo cora­
juizos de tua boca. ção.
14 Mais folgo eu com o caminho de 35 Faze-me andar na vereda de teus
tens testemunhos, do que com todas mandamentos: porque nella tenho
as riquezas. prazer,
26

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602 PSALMOS, CXIX.
36 Inclina meu coração a tens teste­ Heth .
munhos, e nào ã avareza. 57 J e h o v a h he minha porç&o; eu
37 Desvia meus olhos de que fiâo disse, que observaria tuas palavras.
olhem para a vaidade: vivifica-me por 58 Deveras Orei a tua face com todo
teus caminhos. coraç&o: tem de mim piedade segun­
38 Confirma tua promessa a teu ser­ do tua promessa.
vo : pois he inclinado a teu temor. 59 Considerei meus caminhos: e tor- j
39 Desvia de mim o opprobrio, qüe nei meus pés a teus testemunhos.
temo: pois teus juizos s&o bons. 60 Apresurei-me, e n&o me detive
40 Eis que tenho affeiç&o a teus man­ a observar teus mandamentos. (
damentos : vivifica-me por tua jus­ 61 Tropas de impios me despojàrâo: ]
tiça. com tudo me n&o esqueci de tua lei.
V áu . 62 A a meia noite me levanto a lou- |
41 E sobrevenh&o-me ttias benigni- var-te, pelos juizos de tua justiça. \
dades, J e h o v a h : e tua salvaç&o, se­ 63 Companheiro sou de todos os que
gundo tua promessa. te temem, e dos que obsferv&o teus
42 Para que tenha que responderão mandados.
que me anronta: pois conno em tua 64 A terra está chea de tua benig- |
palavra. nidade, Je h o v a h ; ensina-me teus es- I
43 £ de minha boca nunca arranques tatutos. |
de todo a palavra de verdade: pois T eth . j
me atenho a teus juizos. 65 Bem usaste cora teu servo, ohJE-
44 Assim observarei tua lei de con- HovAH, conforme a tua palavra.
tino, para sempre e eternamente. 66 Hum bom sentido e sciencia me
45 E andarei em largura: pois bus­ ensina: pois cri a teus mandamentos.
quei teus mandados. 67 Antes de ser affligido, eu andava
46 Tambem fallarei de teus teste­ errado: porem agora guardo tua pa­
munhos perante Reis, e n&o me en­ lavra.
vergonharei. 68 Bom es tu e bemfeitor; ensina-
47 E recrear-me-hei em teus man­ me teus estatutos.
damentos, a que amo. 69 Os soberbos forjâr&o mentiras con­
48 E levantarei minhas m&ós à teUs tia mim: porem eu com todo coraçáo
mandamentos, a qüe amo, e tratarei guardo teus mandamentos. i
de teus estatutos. 70 Engorda-se seu coraç&o como se­
Z a in . bo : porem eu me recreio em tua lei. I
49 Lembra-te da palavra dada a teu 71 Bom me foi de haver sido affligi- |
servo, a que me fizeste' ater. do: para assim aprender teus estatutos. I
50 Isto he minha consolaç&o em mi­ 72 aíelhof me he a lei de tua boca,
nha afflicç&o: porque tua promessa do que milhares de ouro, ou de prata.
me vivificou. JoD.
51 Os soberbos zòmbârâo de mim 73 Tuas mâos me fizerâo e me com*
demasiadamente: cotri tudo me n&o puzérão: faze-me entendido, para que
desviei de tua lei. aprenda teus mandamentos.
52 Lembrei-me de teus juizos anti­ 74 Os que te temem, attentarâo para
quíssimos, Je h o v a h ; e assim me con­ mim, e se alegrarão: porquanto me
solei. ative a tua palavra.
53 Grande indignação me sobreveio 75 Bem*’ sei eu, J e h o v a h , que teus
por causa dos impios, que deixâo tua juizos S&o justos: e que segundo tu»
lei. . fidelidade me affligiste.
54 Teus éstàtutos me forão cânticos, 76 §irva pois tua benignidade de me
no lugar de minhas peregrinações. consolar a mim: segundo a promessa
55 De noite me lembrei de teu no­ que fizeste a teu servo. ..
me, J e h o v a h : e observei tua lei. 77 Venh&ò Mdbre mim toas misert*.
56 Isto fiz eu: porquanto gnardei còrdiasj para que viva: pois tua lei he
teus mandados. toda minha recreação.

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PSALMOS, e x a . 603

78 Confundào-se os soberbos, por­ M em .


quanto com mentiras me derribárão: 97 Oh quanto amo tua lei! todo o
«u porem trato de teus mandamen­ dia trato delia.
tos. 98 Mais sabio me faz com teus man­
79 Tomem se a mim os que te te- damentos, do que meus inimigos o
tnetn. e sabem teus testemunhos. são: porque sempre estão comigo.
80 Seja meu coração recto para com 99 Mais entendido sou que todos
teus estatutos: para que n&o seja con­ meus mestres: porquanto trato de
fundido. teus testemunhos.
Ca p h . 100 Mais prudente souque os velhos:
81 Ja minha alma desfaleceo de es­ porquanto guardei teus mandados.
perar por tua salvação: à tua palavra 101 Desviei meus pés de todo mão
me ative. Caminho: para observar tua palavra.
82 Já meus olhos desfalecerão de 102 Não me apartei de teus juizos.
esperar por tua promessa: entre tanto porque tu me ensinaste.
que dizia, quando me consolarás? 103 Quam doces forão teus ditos a
83 Porque já fiquei conlo odre ao meu padar! mais que mel a minha
fumo: porem me não esqueci de teuB boca.
estatutos. 104 De teus mandados alcançei en
84 Quantos serão os dias de teu ser­ tendimento: pelo que aborreço toda
vo ? quando me faràs justiça de meus vereda de mentira.
perseguidores? Nun.
85 us soberbos me cavárão covas: o 105 Tua palavra he lanterna para
que não he conforme a tua lei. meus pés: e luz para minha vereda.
86 Todos teus mandamentos são vet- 106 Jurei, e assim o cumprirei, de
dade: com mentiras me perseguem; guardar os juizos de tua justiça.
ajuda-me. 107 Jaestou affligidissimo, Je h o v a h :
87 Ja quasi me tem aniquilado so­ vivifica-me conforme a tua palavra.
bre a terra: porem eu nàó deixei te­ 108 Os sacrifícios voluntanos de mi­
us mandamentos. nha boca te sejão agradaveis, J eho ­
88 Vivifica-me conforme a tua be­ v a h : e ensina-me teus juizos.
nignidade: então guardarei o teste­ 109 Minha alma de contino està em
munho de tua boca. minha palma: todavia me não esque­
L am ed. ço de tua lei.
89 Para sempre, Je h o v a h , tua pa­ 110 Os impios me armárão laço: to­
lavra permanece nos ceos. davia não andei errado de teus man­
90 Tua fidelidade dura de geração dados.
em geração: tu affirmaste a terra, e 111 Para sempre por herança tomei
(tssim permanece firm e. teus testemunhos: pois são o gozo de
91 Por tuas ordenanças permanecem meu coração.
até o dia de hoje: porque todos são 112 Inclinei meu coração a guar­
teus servos. dar teus estatutos, para sempre até o
92 Se tua lei não fora toda minha fim.
recreação: ja muito ha que perecéra Sa m e c h .
em minha afflicção. 113 Aborreço dobrezes: porem amo
93 Nunca ia mais me esquecerei de a tua lei.
teus mandados: porque mo vivificaste 114 Tu es meu refugio, e meu escu­
por elles. do : me ative a tua palavra.
94 Teu sou eu, salva-me: porque 115 Desviai-vos de mim, malfeito­
busquei teus mandados, res : para aue possa guardar os man­
95 Os impios me aguardàrão, para damentos ae meu Deos.
me fazerem perecer: portm eu atten- 116 Sustenta-me conforme a tua pro-
to para teus testemunhos. mfessa^ para que viva : e náo me fa­
96 A toda perfeição vi fim : mas teu ças contundir em minha esperança.
nfondfânentò he amplíssimo. I !7 Susténta-me, e ficarei livre: en-

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€04 PSALMOS, CXIX.

tão de contino me recrearei em teus T sa d e .


estatutos. 137 Justo es tu, Js h o v a h : e recto
118 Tu atropelas a todos os que se cada qual de teus juizos.
desviâo de teus estatutos: pois seu 138 Altamente nos mandaste a jus­
engano mentira he. tiça de teus testemunhos, e a verdade.
119 Como a escorias tiraste a todos 139 M eu zelo m e consumio: poi*
os impios da terra: pelo que amo teus quanto meus adversarios se esquece­
testemunhos. rão de tuas palavras.
120 Os cabellos do corpo se me arre- 140 M u i refinada he tua palavra, e
piàrão com pasmo de ti: e temi de teu servidor a ama.
teus juizos. 141 Pequeno sou eu, e desprezado:
A in . porem me nâo esqueço de teus man­
121 Fiz juizo e justiça: não me en­ dados.
tregues a meus opprimidores. 142 Tua justiça he para sempre: e
122 Fica fiador por teu servo para tua lei verdade.
bem: nâo me deixes opprimir dos so­ 143 Aperto e angustia derâo comi­
berbos. go : porem teus mandamentos sflo me­
123 Ja meus olhos desfalecerão de us prazeres.
esperar por tua salvação, e pela pro­ 144 A justiça de teus testemunhos
messa de tua justiça. dura para sem pre; faze-m ’a entender,
124 U sa com teu servo segundo tua e viverei.
benignidade, e ensina-me teus estâ- K oph.
tutos. 145 Clamei com todo coração, es-
125 Teu servo sou, faze-me entendi­ cutame J e h o v a h ; e guardarei tens
do : e saberei teus testemunhos. estatutos.
126 Tem po he ja de que obre J e h o ­ 146 A ti te invoquei, salva-m e; e
v a h : porque ja quebrantàrão tua lei. observarei teus testemunhos.
127 Pelo que amo teus mandamen­ 147 Previm a alva da manháj e gri­
tos, mais que ao ouro, e ainda mais tei : « m e ative a tua palavra.
que ao ouro fino. 148 M eus olhos previerão as velas
128 Porisso todosteus mandados ácer­ da noite: para tratar d e tua pala­
ca de tudo estimei por rectos: porem vra.
toda vereda falsaria aborreci. • 149 Ouve minha, voz, segundo toa
Pe. benignidade : Je h o v a h , vivifica-me
129 Maravilhosos sâo teus testemu­ segundo teu juizo.
nhos : portanto minha alma os guarda. 150 Vào-se chegando a mim os que
130 A entrada de tuas palavras dà se dâo a mâos tratos: e se alongâo de
luz, fazendo entendidos aos simples. tua lei.
.131 Minha boca bem larga abri. e 151 Porem tu, Je h o v a h , estàs per­
respirei: porque desejei teus manda­ to : e todos teus mandamentos sâo ver­
mentos. dade.
132 Attenta para mim, e tem piedade 152 Ja desd’a antiguidade soube de
de mim: conforme ao direito dos que teus testemunhos, que para sempre os
amào teu nome. fundaste.
133 Confirma meus passos em tua R es.
palavra: e nenhuma iniquidade se 153 Attenta para minha afflicçâo, e
ensenhoree de mim. tira-me delia: pois me nâo esqueci de
134 Redim e-m e da oppressâo dos ho­ tua lei.
m ens : e observarei teus mandados. 154 Preitêa meu preito, e liberta-
135 Faze resplandecer teu rosto so­ me: vivifica-me conforme a tua pro­
bre teu servo: e ensina-me teus es­ messa.
tatutos. 155 A salvação està longe dos impi­
136 Ribeiros de aguas correm de os : porque nâo buscâo teus testemu­
meus olhos: porquanto nâo guardâo nhos.
tua lei, 156 Muitas sâo, J e h o v a h , tuasmise-

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PSALMOS, CXX, CXX1, CXXI1. 605
ricordias: vivifica-me conforme a te­
u s joizos.
PSALMO CXX.
157 Muitos sâo meus perseguidores 1 Cântico dos degraos.
\ e meus adversarios: pórem eu me n&o M minha angustia clamei a Jkho ­
desvio de teus testemunhos.
158 Vi aos aue se hÃo aleivosamen­
E v a h , e elle me escutou.
2 Jk h o v a h , faze escapar minha al­
te, e me enfadei, de que n&o observa- ma dos falsos beiços, e da lingoa en­
v&o tua palavra. ganosa.
159 Attenta, Jkh o vah , que amo teus 3 Que he o aue te dará, ou que te
mandamentos: vivifica-me conforme acrecentarà a lingoa enganosa ?
a tua benignidade. 4 Frechas agudas de valente, com
160 O principio de tua palavra he brasas vivas de zimbro.
v e r d a d e : e para sempre dura todo o 5 Ai de mim, que peregrino em Me-
juizo de tua justiça. sech: e habito nas tendas de Kedar!
Sin . 6 Já minha alma assaz de tempo
161 Principes me perseguirão sem habitou com os que aborrecem a paz.
causa: mas meu coraç&o temeo de 7 Pacifico sou eu; porem em euial-
tua palavra. lando, já elles est&o em guerra.
162 Folgo d e tua promessa : oomo
a q u e lle que acha gran d e deBpojo.
163 A falsidade aborreço e abomi­ PSALMO CXXI.
no : porem a tua lei amo. 1 Cântico dos degraos.
164 Sete vezes ao dia te louvo, pol-
lós juizos de tua justiça. A
LCO meus olhos aos montes: don­
de me virá. o socorro.
165 Os que am&o tua lei, tem muita 2 Meu socorro vem de Jk h o v a h , que
paz: e para elles n&o ha tropeço. fez o ceo e a terra.
166 3 Nâo deixará vacillar teu pé: nem
Espero em tua salvaç&o, Jkho ­
vah : e faço teus mandamentos. tosquenejará teu Guarda.
167 Minha alma observa teus teste­ 4 Eis que nâo tosquenejará, nem
munhos : e os amo grandemente. dormirá o Guarda de Israel.
168 Observo teus mandados e teus 5 J e h o v a h he teu guardador: Jk­
testemunhos: porque todos meus ca­ h o va h he tua sombra à tua dextra.
minhos est&o diante de ti. 6 Nem de dia o sol te picará; nem
T hau . a lua de noite.
169 Chegue meu clamor perante teu 7 Jk h o v a h te guardara de todo mal:
rosto, J k h o v a h : faze m e entendido guardará tambem tua alma.
conforme a tua palavra. 8 J e h o v a h guardará tua sahida e
170 Venha minna supplicaç&o peran­ tua entrada: aesd,agora para sempre
te tua face: c faze me escapar confor­ já mais.
me a tua promessa.
171 Meus beiços em abundanoia der-
ramar&o teu louvor: ensinando-mé tu
PSALMO CXX1I.
teus estatutos. 1Cântico dos degraos, de David.
172 Minha lingoa praticará de tua LEGRO-me dos que me dizem:
palavra: porque todos teus manda­
mentos sâo justiça.
A entraremos na Casa de J e h o v a h ,
2 Puzerâo-se nossos pés em tuas por­
173 Tua m&o me venha a socorrer: tas, ô Jerusalem.
pois elegi teuA mandados. 3 Jerusalem está edificada como ci­
174 Desejo tua salvação, Jkho vah : dade que estâ bem conjunta.
e tua lei he todo meu prazer. 4 Aonde sobem as tnbus, as tribus
175 Viva minha alma, elouvar-te-ha: de Je h o v a h , conforme ao testemunho
e teusJuizos me ajudem. de Israel: para darem graças ao nome
176 Desgarrei-me, como ovelha per­ de J e h o v a h .
dida ; busca a teu servidor: pois me 5 Porque ali estâo as cadeiras do jui*
nfto esqueci de teus mandamentos. zo : as cadeiras da casa de David.

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m psalmos, çxxin, cxxiv, cxxv, cxxvi, cxxvn.
6 Orai pela paz de Jerusalem: pros» 2 Ao redor de Jerusalem montesha:
perem os que te am&o. assim Je h o v a h està ao redor de se»
7 Paz haja em teu aatemuro: e pros- povo, desd;agora para sempre.
pq^dade em teus pagos. 3 Porque o ceptro da impiedade nâo
8 Por meus irmãos, e amigos, asaim repousará sobre a sorte dos justos: pa­
fallarei; paz haja em ti. ra que os justos nâo estendâo suasmâ­
9 Pela Casa de Je h o v a h nosso Deos os a iniquidade.
buscarei o bem para ti. 4 Faze bem, J e h o v a h , aos bons: e
aos rectos em boub coraç6es.
& Mas aos que se inclinâo aseus per*
PSALM O cxxra.
versos caminhos, J e h o v a h os faiá ir
1 Cântico dos degraos. com os obradores de maldade: paz
TI levanto meus olhos, o que estas haverá sobre Israel.
A nos ceos.
2 Eis que como os olhos dos servos PSALMO CXXVI.
atUntão para as m&os de seus Senho­
res.; e os olhos da serva para as mâos 1 Cântico dos degraos.
de sua Senhora: assim nossos olhos
attentáo para J e h o v a h nosso Deos, até
que tenha piedade de nós.
T ORNANDO Je h o v a h a trazer os
cativos de Sião, fomos oomo os qne
sonhâo.
3 Tem piedade de nôs, J e h o v a h , 2 Entâo nossa boca se encheo de ri­
tem piedade de nós: pois já assaz de so, e nossa lingoa de jubilo: entâo ae
fados estamos de desprezo. dizia entre .as gentes; Grandes cou­
4 Ja assaz de farta està nossa alma sas J e h o v a h fez a estes.
da zpmbaria dos insolentes, e do des­ 3 Grandes cousas J e h o v a h nos fez:
prezo dos soberbos. pelo que estamos alegres.
4• Faze tornar, J e h o v a h , nossa cati-
PSALM O CXXIV. vidade, como as correntes das aguss
no Sul.
1 Cântico dos degraos, de David. 5 Os que semèfto com lagrimas, se­
QJB nâo fora Je h o v a h , que foi por garão com jubilo.
O nós; diga agora Israel: 6 O que leva a semente, que se ha
2 Se nâo fora Je h o v a h , que foi por de semear vai andando e chorando:
nôs; quando os homens se levantàrâo parem tomando virá com jubilo, tra­
contra nós:
3 Vivos entâo nos tragariâo; quando zendo suas gavelas.
seu furordelles se encendèo contranós.
4 Entâo as aguas trasbordariâo sobre ps a lm o cxxvn.
nós: e a corrente passaria sobre nos­ 1 Cantioo dos degraos. de Salamão.
sa alma. E J e h o v a h não edinea a casa, em
5 Entâo as aguas altivas passariâo
sobre nossa alma. S vâo trabalhão nella seus edifica­
dores : se Je h o v a h nâo guarda a ci­
6 Bemdito Je h o vah , que nos nâo en­
tregou por presa a seus dentes. dade, em vâo vigia a sentinella.
2 Por de mais vos he levantar-vos a
7 Como ave nossa alma escapou do madrugar, repousar tarde, comer pâo
laço dos passarinheiros: quebrou o la­ de dôres: assim he que Deos dá a seu
ço, e nós escapámos.
8 Nossa ajuda he em nome de J e h o ­ amado o sono.
3 Eis aqui, que herança de J ehovah
v a h , que fez o ceo e a terra.
sâo os filhos: * galardão o fruto do
ventre.
PSALMO CXXV.
4 Quaes sâo as frechas na mâo do
1 Cântico dos degraos. valente: taes sâo os filhos da moe*
O S que confiâo em J e h o v a h , sâo co­ dade.
mo o monte de Sião, que nâo se 5 Bemaventurado o varâo que en­
abala, mas permanece para sempre. cheo delles suaaljava: nâo serão 4on-

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psalmos, cgavift exxix, cxxx, cxxxi, cxxxn. m
fedidos, quando fallarem com os in­ teus ouvidos attentos a a voz de min­
imigos á porta. has suppUcaçOes.
3 Se tu, ó Je h o v a h , observares as ip-
PSALMO CXXVIH. iquidades: Senhor quem persistirá %
4 Porem comtigo está o perdáo: pa­
1 Cântico dos degraos. ra que sejas temido.
EM aventurado qualquer que te­ 5 Espero a Jjehovah, minha alma es-
B e
mer a Jeh ovah, e andar em seus íra tambem: e me atenho a sua pa-
caminhos. vra.
2 Porque comerás do trabalho de 6 Minha alma aguarda ao Senhor:
tuas mâos: bem aventurado serás, e mais aue os guardas pela manhá, que
bem te irá. aguaraáo a amanhá.
3 Tua mulher será como a parra fruc- 7 Espere Israel a J e h o v a h : porque
tifera- a as ilhargas de tua casa: e te­ com J e h o v a h está a benignidade; e
us filnos como plantas de oliveira, ao muita redemç&o ha com elle,
redor de tua mesa. 8 E elle redimirá a Israel de todas
4 Eis que certo assim será bem dito suas iniquidades.
o va rá o, que tem er a J e h o v a h .
5 Je h o v a h te bemdirá desde Siáo :
e verás o bepri de Jerusalem, todps os PSALMO CXXXI.
dias de tua vida. 1 Cântico dos degraos, de David.
6 E verás os filhos de teus filhos: e TEHOVAH, meu coraç&o se náoexal-
a paz sobre Israel. J çou, nem meus olhos se levantá-
ráo: nem andei em grandezas, nem
PSALMO CXXÍX. em oousas maravilhosas para mim.
2 Se n&o fiz sossegar e callar minha
1 Cântico dos degraos. alma, como hum aestetado com sua
TA desde minha mocidade muitas mãi; como o destetado minha alma
y vezes me angustiáráo, diga agora está oomigo.
Israel. 3 Espere Israel a J e h o v a h , desda-
2 Já desde minha mocidade muitas gora para sempre já mais.
vezes me angustiáráo: todavia náo
prevaleoéTáo contra mim. PSALMO CXXXll.
3 Lavradores lavráráo sobre minhas
costas: compridos fizérâo seus regos. ' 1 Cânticos dos degraos.
4 J e h o v a h que he justo, cortou as
cordas dos impios. L EMBRA te, J e h o v a h , de David, e
de toda sua afflicçâo.
5 Confundáo-se, e tomem-se a tras, 2 Que jurou a Je h o v a h ; e votou &o
todos os que aborrecem a Siáo. Potente ae Jacob, dizendo.
6 Sej&o como a erva dos telhados, 3 Vive J eh o vah que n&o entrarei
que se seoca, antes que a arranquem. na tenda de minha casa; nem subirei
7 Com que náo enche sua máo o se­ no leito de minha cama.
gador, nem seu braço o que ata as 4 Nem darei sono a meus olhos;
gayelas. nem adormecimento a minhas pesta­
9 Nem tam pouco os que paasáo, di­ nas.
zem, a benção de Jeh o va h seja sobre 5 Até que n&o ache lugar para Je­
v ó b : bemdizemos vos em nome 4? h o v a h ; ç moradas para o Potente de
Jehovah. Jacob.
6 Eis que ouvimos delia em Ephra-
PSALMO CXXX. tha, e a achamos nos campos de Jaar.
7 Entraremos em suas moradas, e
1 Cântico dos degraos. nçs pararemos ao escabello de seus
1\AS profundeza# clamo a ti, ó Ja- pés.
U HOVAH. 8 Levantaste, Je h o v a h , a teu repou­
2 Senhor, escuta minha voz ; sejáo so : tu e a Arca de tua fortaleza.

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608 PSALMOS, cxxxm , CXXXIV, c x x x v .

9 Teus Sacerdotes se vist&o de jus­ 3 Bemdiga te J eh o vah desde Si&o,


tiça : e teus privados jubilem. que fez o ceo e a terra.
10 Por amor de David teu servo, nâo
faças virar o rosto de teu Ungido, PSALMO CXXXV.
11 Je h o v a h jurou a David a verdade,
n&o se apartará delia, quando disse:
do fruto ae teu ventre porei sobre teu
throno.
H ALLELU-JAH. Louvai o nome
de J e h o v a h : o louvai, servosde
J ehovah .
12 Se teus filhos guardarem meu 2 Os que assistis na Casa de Jeho­
concerto^ e meus testemunhos, que eu vah : nos pateos da Casa de nosso
lhes ensmar: tambem seus filnos per­ Deos,
petuamente se assentar&o sobre teu 3 Louvai a J e h o v a h porque Jeho­
throno. v a h he bom: psalmodiai a seunome,
13 Porque Je h o v a h elegeo a Si&o: porque he aprazível.
desejou a para sua habitação, dizendo. 4 Porque Je h o v a h escolheo parasi a
14 Esta ne meu repouso perpetua­ Jacob : e a Israel por sua propriedade.
mente : aqui hei de habitar, pois a de­ 5 Porque bem sei eu, que J ehovah
sejei. he grande: e Deos nosso Senhor por
15 Seu mantimento bemdirei abun­ cima de todos os deoses.
dantemente : e seus necessitados far­ 6 Tudo quanto J e h o v a h quer, faz:
tarei de p&o. nos ceos, e na terra; nos mares, e m
16 E a seus Sacerdotes vestirei de todos os abismos.
salvaç&o: e seus privados jubilar&o 7 Faz subir os vapores desdo caboáa
grandemente. terra: faz os relampagos coma chuu;
17 Ali farei brotar o como a David: os ventos produz de seus thesouros.
e jà preparei huma lanterna para meu 8 0 que ferio os primogénitos de
Ungido. Egroto: desd’oshomens ate as bestas.
18 A seus inimigos vestirei de con­ 9 Ênviou sinaes e prodígios em me­
fusão : mas sobre elle ílorecerà sua io de ti, ò Egypto: contra Pharáo, e
ooroa. contra todos seus servos.
10 O que ferio muitas gentes: e ma­
P S A L M O CXXXIH.
tou potentes Reis;
11 A Sihon Rei dos Amoreos^ e aOg
1 Cântico dos degraos, de David. Rei de Basan: e a todos os remos de
IS quam bom equam suave he, Canaan.
E que os irm&os tambem habitem 12 E deu sua terra em herança: em
juntamente. herança a seu povo de Israel.
2 Como o oleo precioso he sobre a 13 On Je h o v a h , teu nome dura per­
cabeça, o que descende sobre as bar­ petuamente : e tua memória, o Jeho­
bas, as barbas de Aaron; que descem v a h , de geraç&o em geraç&o.
sobre o cabeç&o de seus vestidos. 14 Porque a Je h o v a h julgará a seu
como o que descendè sobre os montes erá. S
3 Como he o orvalho de Hermon, e ovo: e sobre seus servos se arrepen-
de Si&o: porque ali Je h o v a h ordena 15 Os idolos das gentes sáo prata e
a benç&o e a vida, para sempre. ouro: e obra de m&os dos homens.
16 Tem boca, mas n&o faU&o: tem
P S A L M O CXXXIV.
olhos, mas n&o vém.
17 Tem ouvidos, mas n&o ouvem:
1 Cântico dos degraos. nem tem fôlego em sua boca.
IS agora celebrai a Jeh o vah todos 18 Como elle» se faç&o os que os fa­
E os servos de Je h o v a h : os que as­ zem : e todos os que confi&o nelles.
sistis na casa de Je h o v a h todas as19 Casa de Israel, celebrai a Jeho­
noites. v a h : oasa de Aaron celebrai a Jeho­
2 Alçai vossas m&os ao Santuario: e v a h .
celebrai a Je h o v a h . 80 Casa de Levi, celebrai a J shovah:

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PSALMOS, c n XVI, CXXXVD. 609

os que temeis a Je h o v a h , celebrai a 17 Ao aue ferio a grandes Beis: por­


JEHOVAH. que sua Denignidade dura para sem­
21 Bemdito seja Je h o v a h desde Si­ pre.
ão. qne habita em Jerusalem. Hal-le- 18 E matou a Reis iüustres: porque
hi-iah. sua benignidade dura para sempre.
19 A Sihon, Rei Amorreo: porque
P S A L M O CX XXVI.
sua benignidade dura para sempre.
20 E a Og, Rei de Basan: porque sua
OUVAI a Je h o v a h , poraue he bom: benignidade dura para sempre.
L I porque sua benignidade dura pa­21 E deu sua terra em herança: por­
ra sempre. que sua benignidade dura para sem­
2 Louvai ao Deos dos deoses: por­ pre.
que suabenignidade dura para sempre. 22 Em herança a seu servo Israel:
3 Louvai ao Senhor dos senhores: porque sua benignidade dura para
porque sua benignidade dura para sempre.
sempre. 23 O que em nossa baixeza se alem-
4 Ao que sô faz grandes maravilhas: brou de nós: porque sua benignidade
porque suabenignidade dura para sem­ dura para sempre.
pre. 24 Ê nos arrancou de nossos adver­
5 Ao que fez os ceos com entendi­ sarios : porque sua benignidade dura
mento : porque sua benignidade dura para sempre.
para sempre. 25 O que dâ mantimento a toda car­
6 Ao que estendeo a terra sobre as ne : porque sua benignidade dura pa­
aguas: porque sua benignidade dura ra sempre.
para sempre. 26 Louvai ao Deos dos ceos: porque
7 Ao que fez as grandes luminari- sua benignidade dura para sempre.
as: porque sua benignidade dura para
sempre.
8 Ao Sol para senhorear no dia: por­ PSALMO c x x x m
que sua benignidade dura para sem­ LI junto aos rios de Babylonia nos
pre. A assentámos e tambem chorámos:
9 A a lua e a as estrellas para se­ lembrando-nos de Sião.
nhorearem na noite : porque Sua be­ 2 Sobre os salgueiros, que ha no meio
nignidade dura para sempre. delia, pendurámos nossas harpas.
10 Ao que ferio aos Egjrçjcios em se­ 3 Quando os que nos tinhão cativos,
us primogênitos: porque sua benig­ ali nos pediâo palavras de canção, e
nidade dura para sempre. os que nos destruirão, que os alegrás­
11 E tirou a Israel ao meio delles: semos: dizendo, cantai nos algumas
porque sua benignidade dura para das canções de Sião.
sempre. 4 Ao que nós respondemos, como can­
12 Com mâo forte, e com braço es­ taríamos canções de J e h o v a h , em ter­
tendido : porque sua benignidade du­ ra estranha?
ra para sempre. 5 Se eu me esquecer de ti, ó Jeru­
13 Ao que partio ao mar de juncos salem, minha dextra se esqueça de si
em duas partes: porque sua benigni­ mesma.
dade dura pare sempre. 6 Minha lingoa se apegue a meu pa-
14 E passou a Israel por meio delle: dar, se de ti me nâo alembro: se a
porque sua benignidade dura para Jerusalem nâo exalço sobre o mais
sempre. alto de minha alegria.
15 E empuxou a Pharaó com seu 7 Lembra-te, Je h o v a h , dos filhos de
exercito no mar de juncos: porque sua Edom no dia de Jerusalem: ^ue di-
benignidade dura para sempre. ziâo, a descubri, adescobri, ate o fun­
16 Ao que guiou a seu povo pelo de­ damento que ha nella.
serto: porque sua benignidaae dura 8 Ah fima de Babylonia, que asso­
para sempre. lada hasdestr: bemaventurado aquel-
26*

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610 PSALMOS, cxxxvm, CXXXIX.

le qne te pagar o pago, que tu nos pa­ 6 Maravilhosíssima áepara mimtua


gaste a nos. sciencia: tam alta he, que não posso
9 Bemaventurado aquelle aue pegar chegar a ella.
de teus filhos, e dér com elles pelas 7 Para onde me iria de teu Espiri­
pedras. to? e para onde fugiria de tua face?
8 Se subisse aos ceos, lá tu estás: e
se fizesse minha cama no inferno, eis
P S A L M O CX X X V III.
te ali.
1 Psalmo de David. 9 Se tomasse as azas da alva; se ha»

L OUVAREI-te com todo meu cora­ bitasse no cabo do mar:


ção: e em presença dos deoses 10 Até ali tua mão me guiaria; e
psalmodiarei a ti. tua dextra me deteria.
2 Inclinarei-me ao teu santo Paço, e 11 Se dissesse, pelo menos as trevas
louvarei teu nome por tua benigni­ me encubrirâo entâo a noite servirá
dade, e por tua verdade : porque mag­ de luz ao redor de mim.
nificaste tua palavra alem de toda tua 12 Nem ainda as trevas me encubri-
fama. rão de t i: antes até a noite resplan­
3 No dia que clamei, me escutaste: dece como o dia, e assim sáo as tre­
e esforçaste-me com lorça em minha vas como a luz.
alma. 13 Porque tu possües meus rins: i
4 Louvarão-te, J e h o v a h , todos os cubriste-me no ventre de minha mãi.
Reis da terra: quando ouvirem as pa­ 14 Louvo-te, porque de tão terrivel
lavras de tua boca. modo, de táo maravilhosamente foi fei­
5 E cantarão dos caminhos de Je h o ­ to: maravilhosas5õotuas obras: e m i­
v a h : pois grande he a gloria de J e h o ­ nha alma mui bem o sabe.
vah. 15 Meus ossos não estavâo encuber-
6 Porque alto he a J e h o v a h , e toda tos de t i: quando foi feito em occulto,
via attenta para o hum ilde: mas ao e entretecido em as profundezas da
altivo conhece de longe. terra.
7 Andando eu no meio da angustia, 16 Teus olhòs vírào meu corpo ainda
tu me vivificas: contra a ira de meus informe, e todas estas cousas estav&o
inimigos estendes tua mão; e tua dex­ escritas em teu livro: como tambemos
tra me salva. dias em que Be devião formar; quan­
8 J e h o v a h o cum p rirá por m im tua do nem ainda huma delias havia.
b en ign id ad e, ó J e h o v a h . dura para 17 Assim que, o Deos, quam precio­
se m p re ; não d eixes a s oDras d e tuas sos me são teus pensamentos! quam
m ãos. muitissimas suas contas!
18 Se as contasse, muitas mais se-
P S A L M O CXXXIX.
riâo que a area: se acordo, ainda es­
tou comtigo.
1 Psalmo de David para o Cantor 19 Ah Deos, se matasses ao impio! e
m ór. vósoutros, varões sanguinolentos, des­

J EHOVAH, tu me esquadrinhas e viai-vos de mim.


conheces. 20 Que malvadamente fallâodeti:
2 Tu sabes meu assentar, e meu er­ e teus inimigos vãmente se exalcâo.
guer: de longe entendes meus pensa­ 21 Porventura, Je h o v a h , náo abor­
mentos. receria eu aos que te aborrecem ! e
3 Meu andar, e meu deitar cercas: dos que se levantão contra ti, me náo
e a todos meus caminhos estás acos­ enfadaria ?
tumado. 22 Com inteiro odio os aborreço; <
4 Nâo havendo ainda palavra algu­ tenho os por inimigos.
ma em minha lingoa, eis, Je h o v a h , 23 Esquadrinha-me, ó Deos, e conhe­
que ia tu sabes tudo. ce meu coração : prova-me, e conhe­
5 Tu por de tras e por diante me ce meus pensamentos.
apertas: e pões sobre mim tua mão. 24 E vê, se em mim haja algum ca*

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PSALMOS, CXL, CXLI, CXLH. 611
minho danifico: e guia-me pelo cami­ mento de minhas mâos, como a offerta
nho eterno. da tarde.
3 Poem, J e h o v a h , guarda a minha
P S A L M O CXL.
boca: eguarda a porta de meu* beiços.
4 Nâo inclines meu coração a cousas
I Psalmo de David para o Cantor mòr. mas, para impiamente tratar algua

F AZE-me escapar, J e h ovah , do cousa com varões que obrâo iniqui­


mâo homem: guàrda-me do va­ dade : e nâo coma de suas delicias.
5 0 justo me martéle benignidade
râo de violência.
3 Que pensão males no coração : ca­ me será, reprenda-me; será azeite da
da dia se ajuntâo a guerrear. cabeça, náo me quebrará a cabeça,
4 Aguçâo sua lingoa como a cobra: porque ainda orarei até em suas ad-
veneno de biboras ha debaixo de seus versidades.
beiços, Sela! 6 Seus juizes ficarão livres a huma
5 Guarda-me, Je h o v a h , das mâos do banda da rocha e ouvirão minhas pa­
impio, guarda-me do varâo de violen- lavras, que erão aprazíveis.
cia,<i’osque cuidâo empuxar meus pés. 7 Como se alguem fendéra e partira
6 Os soberbos me armârâo laços e lenha em terra, assim forão espalhados
cordas) estendérâo rede a huma ban­ nossos ossos â boca da sepultura.
da do caminho: e puzérâo-me laços 8 Porem meus olhos attentáo para ti,
corrediços. Sela! ó D eos Senhor: em ti confio, nâo des-
7 Disse J e h o v a h , tu es meu Deos: nues minha alma.
inclina, J e h o v a h , os ouvidos àvoz de 9 Guarda-me da violência do laço
minhas supplicaçôes. que me armârâo: e dos laços corredi
8 Oh D eos Sennor, fortaleza de m i­ ços dos obradores de iniquidade.
nha salvação, cubriste minha cabeça 10 Caiâo os impios cada qual em sua
oo dia da armadura. rede: até que eu inteiramente haja
9 Nâo concedas, J e h o v a h , ao impio passado:
sens desejos: nâo promovas seu mâo
proposito; porque se exaltaríâo, Sela!
10 Quanto à cabeça dos que me cer­ PSALMO CXL1I.
cão : a canseira de seus beiços os cubra. 1 Instrucçâo de David: oração quan­
II Sacudâo se sobre elles brasas vi­ do estava na caverna.
vas : faça os cahir no fogo, e em co­ O M minha voz clamei a J e h o v a h :
vas profundas, para que se nâo tomem
a levantar.
C com minha voz suppliquei a Jk ­
hovah.
12 O varâo de lingoa má nâo terà 3 Derramei minha queixa perante
firmeza na terra: o varâo mao de vio­ sua face: minha angustia denunciei
lência será perseguido, até que de to­ perante sua face.
do seia desterrado. 4 Estando meu espirito já angustia­
13 Ôem sei eu que J e h o v a h hade ex­ do em mim, tu conheceste minha ve-
ecutar o juizo do affiicto, e direito dos reda: no caminho, em que andava,
necessitados. escondérâo-me hum laço.
14 Assim que os justos hâo de louvar 5 Attentava da mâo direita, e vê que
teu nome: e os rectos hâo de perma­ nâo ha ninguém que me conhecesse:
necer perante tua face. já nâo ha nenhum refugio para mim;
nem ninguém procuráva por minha
P S A L M O CX LI.
ahna,
6 A ti, J e h o v a h , clamei, e disse, tu
1 Psalmo de David. es meu refugio: e minha porcâo na
O H Je h o v a h , invòco-te, apresura te terra dos viventes.
a mim: inclina os ouvidos a mi­ 7 Attenta para meus gritos, porque
nha voz, quando eu clamar a ti. estou mui acabado: faze-me escapar
2 Apresente-se minha oração, como de meus perseguidores, pois sâo mais
perfume, perante tua fa c e : e o alça- possantes que eu.

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612 PSALMOS, CXLin, CXLIV, XLV.

8 T ira minha alma da prisão, para 2 Benignidade minha, e mea cas-


louvar teu n om e: os justos me rodea* tello; retiro alto meu, e meu liberta­
rão, quando bem usares comigo. dor me es tu : escudo meu, em quem
eu me confio, e que a mim me sugeita
meu povo.
P S A L M O C X LIII.
3 On Je h o v a h , aue he o homem, q«e
1 Psalmo de David. o conheças l e o nlho do homem, que

O H Jeh o v a h , ouve minha oração, o estimes ?


inclina os ouvidos a minhas sup- 4 Semelhante he o homem à vaida­
plicaçôes: segundo tua verdade me de : t 86ub dias, como a sombra que
escuta, e segundo tua justiça. passa.
2 £ não entres em juizo com teu ser­ 5 Oh J e h o v a h , abaixa teus ceos, e
vo : porque nenhum vivente se achará descende: toca aos montes, e fumei-
justo perante tua face. em.
3 Porque o inimigo persegue minha 6 Relampaguèa relampagos, e dis­
alma, em terra atropela minha vida: sipa-os : envia tuas frecnas, e desba-
poem-me em escundades, como aos ràtaos.
que ja muito ha morrérão. 7 Estende tuas mãos desdo alto: li?-
4 Pelo que meu espirito se angustia ra-me. e arrebata-me das muitas agu­
em mim: e roeu coração pasma em as, e aas mãos dos filhos estrangeiros.
meio de mim. 8 Cuja boca falia v a id a d e : e sua
5 Lembro-me dos dias da antiguida­ dextra he dextra de falsidade.
de ; considéro todos teus feitos: fallo 9 A ti, ó Deos, te cantarei canção
comigo mesmo das obrasde tuas mãos. nova: com alaüde e decacordio te
6 Levanto a ti minhas mãos: minha psalmodiarei.
alma tem perante ti, como terra se­ 10 A ti que dâs viotoria aos Reis:
dente, Sela. e livras a teu servo David da espada
7 Com pressa-me escuta, Je h o v a h \ malina.
que desmaia meu espirito: nâo es­ 11 Livra-m e e arrebata-me dasmâoc
condas tua face de mim; pois seme­ dos filhos estrangeiros: cuja boca fal­
lhante seria aosqne descendem &cova. ia mentiras; e sua dextra he dextra
8 De madrugada me faze ouvir tua de falsidade.
benignidade; porque de ti me confio: 12 Para que nossos filhos sejâo como
faze-me saber o caminho que devo se­ plantas, e bem criados em sua moci­
guir: porque a ti levanto minha alma. dade : e nossas filhas como esquinas,
9 Faze-me escapar de meus inimi­ lavradas a modo de palacio.
gos, Jeh o v a h j pois a ti me tenho es­ 13 Nossas despensas cheas démde
condido. si provimento: nossos gados pairáo a
10 Ensina-me a fazer tua vontade; milhares, e aU a dez milhares multi­
pois tu es meu D eos: teu bom espirito pliquem em nossos bairros.
me guie por terra praina. 14 Nossosbois sejâo bera dispostos:
11 Por teu nome, Jehovah, me vi­ não haja nem assaltos, nem sahidas,
vifica : por tua justiça tira minha al­ nem gritos em nossas ruas.
m a da angustia. 15 Bemaventurado o povo, que assim
12 E, por tua benignidade, desarrai­ lhe acontece! bemaventurado o povo,
ga meus inimigos: e mata a todos os cujo Deos he Je h o v a h !
que angustião minha alma: porque sou
teu servo.
P S A L M O C X LV .
1 Cântico de David.
P S A L M O C X L IV .
T ^ X A L Ç A R E I-te , meus Deos, t Rei:
1 Psalmo de David. JJJ e bemdirei teu nome para sem*
E M D IT O Jehovah minha Rocha, pre e eternamente.
B que ensina minhas mãos para a
peleja, e meus dedos para a guerra.
2 Cada dia te bem direi: e louvarei
teu nome para sempre e eternamente.

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PSALMOS, CXLVI, CXLVH. 613

3 Grande hê Je h ovah e grandemente vida: psalmodiarei a meu Deos, em


louvavel: e sua grandeza mexcrutavel. quanto ainda vtvo.
4 Geraç&o e geraç&o celebrará tuas 3 Náo confieis em príncipes: em
obras: e denunciarão tuas proezas. filhos de homens, em quem náo ha
5 Da magnificência da gloria de tua salvação.
magestade, e de teus maravilhosos 4 Sahe se seu espirito, tomáo-se em
feitos fallarei. sua terra: e naquelle mesmo dia pe­
6 £ a força de teus terríveis feitos recem seus intentos.
relatarão: e eu tua grandeza contarei. 5 Bemaventurado aquelle, aue ao De­
7 Alembrança da grandeza de tua os de Jacob tem por sua ajuaa: e cuja
bondade abundantemente derrama­ esperança está posta em J e h o v a h seu
rão : e tua justiça denunciar&o com Deos.
jubilo. 6 Pois elle he o que fez os ceos e a
8 Piedoso e misericordioso he Jeho ­ terra, o mar, e tudo quanto ha nelles:
v a h : longanime, e grande em benig­ e o que guarda fieldaae para sempre.
nidade. 7 0 que faz direito aos opprimidos,
9 Bom he Je h o v a h para todos: e su­ o que aá pão aos famintos: J e h o v a h
as misericórdias sáo sobre todas suas solta aos presos.
obras. 8 J e h o v a h abre os olhos aos cegos;
10 Louvarã o-te; Je h o v a h , todas tuas Je h o v a h levanta aos abatidos: Je h o ­
o b ra s : e teus privados te bendirão. v a h ama aos justos.
11 A gloria de teu Reino publicarão: 9 Je h o v a h guarda os estrangeiros,
e tua potência relataráo. sostem o orf&o e a viuva; mas tras-
12 Fa.ra notificarem aos filhos dos torna o caminho dos impios.
homens suas proezas, e a gloria da 10 J e h o v ah reinará eternamente;
magnificência de seu Reino. «eu Deos, 6 Sião, he de geração em
13 Teu Reino he Reino de todos os geração. Hallelu-Iah.
séculos: e teu senhorio em toda gera­
ção e geração. PSALMO CXLVII.
14 Sostem Je h ovah a todos os que
cahem : e levanta a todos abatidos.
15 Os olhos de todos se atém a ti : e L
OUVAI ao Senhor; porque he bom
psalmodiar a nosso Deos: por­
tu lhes dás seu mantimento a seu quanto he suave; decente he o louvor.
tempo. 2 J e h o v a h edifica a Jerusalem: con­
16 Abres tua m&o: e a tudo o que grega aos espargidos de Israel.
vive fartas, segundo tua boa vontade. 3 Sara aos quebrantados de coração;
e cura os de suas dóres.
17 JustoheJe h o v a h em todos seusca­
minhos : e benigno em todas suasobras. 4 Conta o numero das estrellas: a
18 Perto está Jeh o v a h de todos os
todas chama nome por nome.
que o invoc&o : de todoe os que o in- 5 Grande he nosso Senhor, e de mui­
vocâo em verdade. tíssima potência: de seu entendimerir
19 Faz a boa vontade dos aue o te­ to não ha numero.
mem : e ouve seu clamor, e livra os. 6 J e h o v a h sostem aos mansos: e
20 Guarda Je h o v a h a todos os que
abate aos impios até a terra.
o ara&o: porem a todos os impios des- 7 Por coros cantai a Je h o v a h com
trúe. acção de graças: psalmodiai a nosso
21 Minha boca publicará os louvo­ Deos com a harpa.
res de Jeh o vah : e toda came louvará 8 Elle Juo que de nuvens cobre os ce­
seu santo nome para sempre e eterna* os, o que prepara chuva para a terra;
mente. o que aos montes faz produzir erva.
P S A L M O CX L VI.
9 O que dá ao gado seu pasto: como
tambem aos filhos dos corvos, quando
H ALLELU-JAH. Alma minha, lou­ clamáo.
va a J e h o v a h . 10 Não se agrada da força do cavallo:
2 Louvarei a Je h o v a h em minha nem se contenta das pernas do var&o.

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614 PSALMOS, CXLVm, CXIX, CL.

11 J e h o v a h se agrada dos que o te ­ vos : vos Principes, e todos os Juizes


m e m : como tambem dos que se atém da terra.
a sua benignidade. 12 Mancebos, e tambem donzellas:
12 Louva, ó Jerusalem, a J e h o v a h : vos velhos com os moços.
celébra, ó Sião, a teu Deos. 13 Todos estes louvem ao nome de Je­
13 Porque fortifica os ferrolhos de hovah; pois seu nome delle só he
tuas portas: beradiz a teus filhos den­ exaltado: sua magestade está sobre a
tro de ti. terra e o ceo.
14 Elle he o que poem teus termos 14 E exalçou o corno de seu povo,
em paz: e te farta com trigo excellen- a saber o louvor de todos seus priva­
tissimo. dos, os filhos de Israel, o povo chega­
15 O que envia seu mandado á ter­ do a elle. Hallelu-Jah.
ra : sua palavra corre mui ligeira.
16 O que dá a neve como lã: a
geada esparge como cinza. PSALMO CXLIX.
17 O que lança seu caramelo como
em pedaços: quem pararia perante seu
frio ?
H ALLELU-JAH. Cantai a Jeho­
vah cântico novo : seu louvor w-
teja na congregação de seus privados.
18 Manda sua palavra, e os faz der­ 2 Alegre-se Israel em seu Fazedor:
reter : faz assoprar seu vento, e escor­ os filhos de Sião se gozem era seu Rei.
rem se as aguas. 3 Louvem seu nome com fraula:
19 Notifica suas palavras a Jacob: psalmodiem-lhe com adufe e harpa.
e seus estatutos e seus direitos a Is­ 4 Porque J e h o v a h se agrada de sen
rael, povo: ornará os mansos com salvação.
20 Assim nào fez a outra nenhuma 5 Saltem de prazer seua privados, por
gente; e seus direitos náo conhecem. tal gloria: jubilem sobre suas camas.
Halielu-Jah. 6 Exaltações de Deos estarão era
sua garganta: e espada de dous fios
estará em sua mão.
P S A L M O C X L V Ü I.
7 Para tomarem vingança das gen­
H ALLELU-JAH. Louvai a J e h o ­ tes : e darem reprensões aos povos.
v a h desdos ceos: o louvai em as 8 Para aprisionarem a seus Reis com
cadeas: e seus veneráveis com gri­
alturas.
2 O louvai, todos seus Anjos: o lou­ lhões de ferro.
vai, todos seus exercitos. 9 Para fazerem nelles o juizo escri­
3 O louvai, vós Sol e Lua: o louvai, to : esta será gloria de todos seus pri­
todas as estrellas luzentes. vados. Hallelu-Jah.
4 O louvai, os ceos dos ceos: e as
aguas, que estais sobre os ceos.
5 Todas estas louvem ao nome de Je­ PSALMO CL.
h o v a h : porque o mandando elle, logo

forão creadas. H ALLELU-JAH. Louvai a Deos


em seu Santuario: o louvai no es-
6 E confirmou-as para sempre jà tendimento de sua fortaleza.
mais: e deu-lhes tal ordenança, que 2 O louvai em suas proezas: o louvai
nenhuma delias a traspassará. conforme à multidão ae sua grandeza.
7 Louvai a J e h o v a h os da terra: as 3 O louvai ao som de bozina: o lou­
baleai e todos os abismos. vai com alaúde e harpa.
8 O fogo e a saraiva, a n eve e o v a ­ 4 O louvai com adufe e frauta: o lou­
por : o vento tempestuoso, que execu­ vai com instrumentos de cordas, e com
ta sua palavra. órgãos.
9 Vós montes e todos os outeiros: 5 O louvai com cimbalos bem reti-
arvores fructiferas, e todos os cedros. nintes: o louvai com cimbalos de ale­
10 As feras, e toao gado: reptiles, e gre resonancia.
aves que tendes asas. 6 Tudo quanto tem fôlego, louve ao
11 Vos Reis da terra, e todos os po­ Senhor, Hallelu-Jah.

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PROVÉRBIOS) L 61b

PROVÉRBIOS, OU SENTENÇAS DE SALAMÃO.

CAPITULO I. 20 A suprema sabedoria altamente


clama de Tora: pelas ruas levanta sua
ROVÉRBIOS de Salamão filho de voz.
P David, Rei de Israel.
2 Para saber sabedoria e instracçâo:
21 Nas encruzilhadas, em que ha tu­
multos, clama: ás entradas das portas;
para entenderas razões da prudência. na cidade diz suas razões.
3 Para tomar a instracçâo de enten­ 22 Até quando, ò simples, amaréis
dimento : justiça e juizo, e equidades. a simplicidade? e vós zombadores,
4 Para dar aos simples discrição: e desejaréis a zombaria 7 e vós loucos,
aos mocos sciencia e bom siso. aborrecereis a sciencia?
5 O sabio ouvirá, e crecerà em dou* 23 Tornai-vos a minha reprensâo:
trina: e o entendido acquirirà sabios eis aue abundantemente vos derrama­
conselhos. rei ae meu espirito; t vos farei saber
6 Para entender provérbios e sua de­ minhas palavras.
claração: como tambem as palavras dos 24 Mas porquanto clamei, e recusas­
sabios, e suas adevinhações. tes ; estendi minha mâo, é nâo houve
7 O temor de J e h o v a h he o principio quem attentasse:
da sciencia: os loucos desprezào a sa­ 25 E regeitastes todo meu conselho;
bedoria e a instracçâo. e nâo quizestes minha reprensâo,
8 Filho meu, ouve a instracçâo de 26 Tambem eu me rirei em vossa
teu pai: e nâo deixes a doutrina de perdição; e zombarei, vindo vosso te­
toa mãi. mor.
9 Porque augmento de graça serâo 27 Vindo como a assolação vosso te­
para tua cabeça: e colares para teu mor, e vindo vossa perdição como pé
pescoço. de vento: sobrevindo-vos aperto e an­
10 rilho meu, se os peccadores te gustia :
ameigarem, nâo consintas. 28 Entâo a mim clamarão, porèm eu
11 Se disserem, vem comnosco: es­ nâo responderei; de madrugada me
piemos ao sangue; espreitemos o inno- buscarão, porem nâo me acharão.
cente sem razâo. 29 Porquanto aborreçérâo a sciencia;
12 Os traguemos, como a sepultura, e nâo elegérâo o temor de J e h o v a h .
vivos: e inteiros, como os que des­ 30 Não consentirão em meu conselho:
cendem à cova. e desprezârâo toda minha reprensâo.
13 Acharemos toda sorte de fato pre­ 31 Assim que comerão do fruto de
cioso : encheremos nossascasas de dea* seu caminho: e se fartarão de seus
pojos. conselhos.
14 Lançarás tua sorte entre nosou­ 32 Porque a aversão dos simples os
tros : teremos todos huma bolsa. matará: e a prosperidade dos loucos
15 Filho meu, nâo te ponhas a cami­ os destruirá.
nho com elles: desvia teu pé de suas 33 Porem o que me der ouvidos, ha­
veredas. bitará seguramente: e estará descan­
16 Porque seus pés correm ao mal: sado do temor do mal.
e se apresurão a derramar sangue.
17 Na verdade de balde se estende CAPITULO II.
a rede, perante os olhos de toda sorte
de aves.
18 E estes a seu proprio sangue es­ F LHO meu, se aceitares minhas pa­
lavras, e depositares em ti meus
mandamentos;
pião : e a suas almas espreitâo.
19 Assim sáo as veredas de todo 2 Para fazeres attentivos tens ouvi­
aquelle aue usa de avareza: ella pren­ dos á sabedoria, e inclinares teu cora­
derá a alma de seus amos. ção à intelligencia;

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610 PROVÉRBIOS, IH.

3 E se clamares à prudência, «à in­ 2 Porque longura de dias^eagnos do


telligencia alçares tua voz. vida. e paz te augmentaráo.
4 Se como a prata a buscares» e co­ 3 Benignidade e fidelidade não te
mo a thesouros escondidos a esquad­ desamparem: ata-as a teu pescoço;
rinhares : escreve as na taboa de teu coração.
5 Entfto entenderás o temor de Jeho­ 4 E (raZxiiAa por achares graça e bom
vah,e acharáso conhecimento de Deos. entendimento, em olhos de Deos e dot
6 Porque J e h o v a h dá a sabedoria: homens.
de sua boca vem o conhecimento e a 5 Confia em Jx h o v a h com todo teu
prudência. coração: e não estribes em tua pru­
7 Elle reserva o permanente ser pa­ dência.
ra os rectos: escudo he para os que 6 O reconhece em todas tuas obras:
andáo em sinceridade. e elle endereçará tuas veredas.
8 Para aue guardem as veredas do 7 N áo sejas sabio em teus olhos: te­
juizo: e elle o caminho de seus priva­ me a Je h o v a h , e aparta-te do mal.
dos conservará. 8 Mezinha será para teu embigo, e
9 Entâo entenderás justiça e juizo; tutano para teus ossos.
e equidades, e todo bom caminno. 9 Honra a J e h o v a h com tua fazenda,
10 Quando a sabedoria entrarem teu e com as prímicias de toda tua renda.
coração, e a sciencia for suave a tua 10 E se encherão teus celleiros de
alma. fartura: e teus lagares tresbordaráo
110 bom siso te guardará, e a intel­ de mosto.
ligencia te conservará. 11 Filho meu, nâo regeites a correi­
12 Para te fazer escapar do mao ca­ ção de J e h o v a h : nem te anojes de
minho, e do varáo que falia perversi- sua reprensâo.
dades. 12 Porque J e h o v a h ao que ama, a
13 Dos que deix&o as veredas de sin­ esse reprende, assim como o pai ao
ceridade, para andarem pelos cami­ filho, a quem quer bem .
nhos das trevas. 13 Bemaventurado o homem que acha
14 Que se alegrão de mal fazer, e fol- sabedoria, e o homem que produz in­
gão com as perversidades dos maos. telligencia.
15 Cujas veredas são torcidas, e des­ 14 Porque sua mercancia he melhor
viadas em suas carreiras. do que a mercancia de p r a t a : e soa
16 Para te fazer escapar da mulher renda, do que o mais fino ouro.
estranha, e da forasteira, que lisongea 15 M ais preciosa he do que rnbins:
com suas palavras: e tudo o que mais podes desejar, náo
17 Que deixa o guia de sua mocidade, se pode comparar a ella.
e se esquece do concerto de seu Deos. 16 Longura de dias ha em sua mâo
18 Porque sua casa se inclina para a direita: em sua esquerda riquezas e
morte, e suas veredas para os defuntos. honra.
19 Todos os que entrarem a ella, não 17 Seus caminhos sâo caminhos de
tornarão a sahir : e não atinarão com delicias: e todas suas veredas, paz.
as veredas da vida. 18 H e arvore da vida para os que
20 Para andares pelo caminho dos delia pegão: e bemaventurados sáo
bons, e guardares as veredas dosjustos. todos os que a retém.
21 Porque os rectos habitarão a ter­ 19 Je h o va h com sabedoria fundou a
ra: e os sinceros permanecerão nella. terra: preparou os ceos com intelli­
22 Mas os impios serão desarraiga­ gencia.
dos da terra, e os aleivosos arrancados 20 Com sua sciencia se fendérâo os
delia. abism os: e as nuvens gotejão orvalho.
21 Filho meu, não se apartem estas
C A P IT U L O U I.
de teus olhos: guarda a continua sa­
meu, não te esqueças de mi­
F LH O
nha lei: e teu coração guarde me­
us mandamentos.
piência, e bom siso.
22 Porque serão vida para tua ahzit,
e graça para teu pescoço.

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PROVÉRBIOS, IV. 617

23 Entfto andarás por teu caminho acquire pois sabedoria, e com toda tua
seguro: e com teus pes náo tropeçarás. possess&o acquire prudência.
24 Quando te deitares, n&ote assom­ 8 A exalta, e ella te exalçará: e a
brarás : mas te deitarás, e teu sono abraçando tu, ella te honrará.
será suave. 9 Darà a tua cabeça augmento de
25 N&o temas do pavor repentino: graça: e coroa de ornamento te en­
nem da assolaç&o dos impios, quando tregar.
vier. 10 Ouve, filho meu. e aceita minhas
26 Porque J$ h o v a h será tua esperan­ razões: e se te multiplicar&o annos
ça : e guardara teus pes de os prendé- de vida.
rem. 11 No caminho da sabedoria te en­
27 N&o detenhas o bem de seus do­ sino : e pelas carreiras direitas faço-te
nos, tendo em tuas m&os poder para o andar.
fazeres. 12 Por ellas andando, n&o se estrei-
28 N&o digas a teu proximo, vai, e tar&o teus passos: e se correres, n&o
torna, e amanhà Vo darei; o tendo tu tropeçarás.
comtigo. 13 Da correiç&o pega, e n&o a lar­
29 N&o maquines mal contra teu gues: a guarda, porque ella he tua
proximo, pois habita oomtigo confia­ vida.
damente. 14 Náo entres na vereda dos impios:
30 N&o contendas contra alguem sem nem andes pelo caminho dos m&os.
raz&o, se te n&o fez algum mal. 15 O regeita n&o passes por elle:
31 N&o tenhas enveja do var&o vio­ dosvia-te delle, e passa de largo.
lento : nem elejas algum de seus ca­ 16 Pois n&o dormem, se n&o fizerem
minhos. mal: e o sono se lhes tira, se n&o fizé­
32 Porque o perverso he abominação râo tropeçar a dgnem.
a Jc h o v a h : mas com os sinceros es­ 17 Porque comemp&o de impiedade:
tá seu segredo. e bebem vinho de violências.
33 A maldiç&o de J x h o v a h habita 18 Porem a vereda dos justos he co­
em casa do impio: mas á habitaç&o mo a luz resplandecente, que indo vai,
dos justos abençoará. e alumia até o dia cheio.
34 Certamente elle zombará doszom­ 19 O caminho dos impios he como
badores : mas aos mansos sua graça a escuridade: nem sabem em que tro-
dará. peçar&o.
35 Os sabios herdarão honra: porém 20 Filho meu, attenta para minhas
os loucos tom&o sobre si confusão. palavras: a minhas razões inclina te­
us ouvidos.
21 N&o as deixes apartar-se de teus
C A P IT U L O IV .
olhos: guarda-as no meio de teu cora­
filhos, a correiç&o do pai: e ç&o.
O U V I,
attentai, que saibais prudência.
2 Pois doa-vos boa doutrina: n&o dei­
22 Porque s&o vida para os que as
ach&o; e mezinha para todo seu corpo.
xeis a minha lei. 23 Sobre tudo o que se deve guar­
3 Porque eu era filho de meu pai: dar, guarda teu coraç&o : porque del­
tenro, e unico perante a face de mi­ le procedem as sahidas da vida.
nha mãi. 24 Desvia de ti a perversidade da
4 E ensinava-me, e dizia-me, rete­ boca: e alonga de ti a depravaç&o
nha minhas palavras teu coraç&o: dos beiços.
guarda meus mandamentos, e vive. 25 Teus olhos olhem direito : e tuas
5 Acquire sabedoria, acquire prudên­ pestanas se enderecem diante de ti.
cia : e n&o te esqueças nem te apartes 26 Pesa a carreira de teus pes: e to­
das razões de minha boca. dos teus caminhos sej&o bem ordena*
6 N&o a desampàres, e ella te guar­ dos.
dará : a ama, e conservar-te-há. 27 N&o te desvies à mão direita, nem
7 O principal de tudo he sabedoria: à esquerda: aparta teus pés do mal.

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PR0VERBI06, V, VI.

estâo perante os olhofl de Jkh q vah : e


CAPITULO V,
pesa todas suas carreiras.

F LttO meu, està attento a minha


sabedoria: a minha intelligencia
22 Ao impio suas iniquidades o prea-
derão : e com as cordas de seu pec­
inclina teus ouvidos. cado serà detido.
2 Paraque guardes todos avisos: e 23 Elle morrerá, porque sem corre­
teus beiços conservem a sciencia. ção andou: e pela grandeza de sos
3 Porque os beiços da estranha des- locura andará errado.
tilláo favos de mel: e seu pàdar he
mais macio que o azeite. C A P IT U L O V L
4 Porem seu fim amarga mais que
a alosna: he agudo como espada de ILH O meu, se ficaste fiador por tçn
dous fios.
5 Seus pés descendem à morte: seus
F proxim o: deste tua m âo ao estra­
nho.
passos pegão o inferno. 2 Enredaste-te oom as palavras de
6 Para que nào peses a vereda da vi­ tua b o c a : prendeste-te com as pala­
da, sáo suas carreiras variaveis, e nâo vras de tua boca.
saberás delles. 3 Faze pois isto açora, filho meu, e
7 Agora pois, filhos, dai me ouvidos: livra-te, pois jà cahiste nas mâos de
e nâo vos desvieis das razões de mi­ teu proximo, vai humilha-te, e eafor-
nha boca. ça a teu proximo.
8 Alonga delia teu caminho : e nào 4 Nâo dês sono a teus olhos, nem a
chegues â porta de sua casa. tuas pestanas adormecimento.
9 Para que nâo dês a outros tua hon­ 5 Livra-te como o corço das m&os
ra, nem teus annos a cruéis, do passarinheiro.
10 Para que nâo se fartem os estra­ 6 Vai-te a a formiga, ô prepuicoso:
nhos de teu poder: e todos teus afia- olha para seus caminhos, se e sabio.
digados trabalhos náo entrem na casa 7 A qual nâo tendo superior, nem
do forasteiro. official, nem dom inador:
11 £ brames em teu fim: quando jà 8 Prepara no verâo seu p â o ; na se­
se consumirem tua carne^ e teu corpo. ga ajunta seu mantimento.
12 E digas,como aborreci a correição? 9 Oh preguiçoso, até quando te esti­
e meu coraçáo desprezou a reprensâo. ras deitado ? quando te erguerás de
13 E não escutei a voz de meus en­ teu sono ?
sinadores: nem a meus mestres incli­ 10 Hum pouco de sono, hum pouoo
nei meus ouvidos. tosquenejando; hum pouco encruzan­
14 Quasi me achei em todo mal: em do as mâos, para estar deitado.
meio da congregação, e do ajunta­ 11 Assim te sobrevirá tua p o b re »
mento. como o cam inhante; e tua necessi­
15 Bebe agua de tua cistema, e de dade com varâo armado.
teu poço as correntes. 12 O homem de Bçlial, o homem tí-
16 Derramem-se por de fora tuas fon­ cioso, anda em perversidade de boca.
tes, e pelas ruas os ribeiros de aguas. 13 Acena com seus olhos, falia com
17 Sejâo para ti sô, e nâo para os es­ seus pes, ensina com seus dedos.
tranhos comtigo. 14 Perversidades ha em seu cora­
18 Teu manancial seja bemdito : e çáo, todo o tempo maquina m al: an-
alegra-te da mulher de tua mocidade. aa semeando contendas.
19 Cerva he mui amorosa, e gazela 15 Pelo que sua perdição virá re­
graciosa: suas tetas te fartem em to­ pentinamente : subitamente serà que­
do tempo: e em seu amor anda per­ brantado, e nâo haverá cura.
dido de contino. 16 Estas seis cousas aborrece Jeho­
20 E porque filho meu, andarias per­ v a h : e sete abomina sua alma.
dido pela estranha, e abraçarias o seio 17 Olhos altivos, lingoa mentirosa je'
da forasteira. mâos que derramâo sangue innocente,
21 Porque os caminhos do homem 18 O coração que maquina pensa-

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pro vérbio s , vn . 419
mentos viciosos; pés que se apresu- e rainha lei, como a$ meninas de teus
láo &correr para o mal, olhos.
19 A testemunha falsa, que sopra 3 Ata-os a teus dedos: escreve os na
mentiras; e o que semêa contendas taboa de teu coração.
entre irmãos. 4 Dize a a sabedoria, es minha ir­
20 Filho meu, guarda o mandamentomã: e á prudência chama parenta.
de tea pai: e não deixes a lei de tua 5 Para que te guardem aa mulher
mãi. alhea, da forastei ra, que lisongea com
21 Ata os de contino em teu cora­ suas palavras.
ção: e pendura os a teu pescoço. 6 Porque da janela de minha casa
22 Quando caminhares, te guiará; por minhas grades olhando eu.
ouandote deitares, te guardará: quan- 7 Vi entre os simples, attentei en­
ae acordares, ella fallarà comtigo. tre os moços, hum mancebo falto de
23 Porque o mandamento candea he, juizo;
8 Que passava pela rua junto a sua es­
e a lei luz: e as reprensões da correi­
ção são o caminho aa vida. quina, e seguia o caminho de sua casa;
24 Para te guardarem da má mu­ 9 Entre o lusco fusco, á tarde do dia,
na tenebrosa noite, e na escuridade.
lher; e das lisonjas da lingoa estranha.
25 Não cobices sua formosura em 10 E eis que huma mulher lhe sahio
teu coração: nem te prenda com seus ao encontro, com enfeites de rameira,
olhos. e astuta de coração.
26 Porque pela mulher rameira se 11Esta era alvoroçadpra,e contencio­
ekega a pedir hum bocado de pâo: e sa : não paravão seus pés em suacasa.
a mulher de varão, anda â caça da 12 Agora por fora, depois pelas ruas,
preciosa alma. e espreitanao por todos os cantos.
27 Porventura tomará alguem fogo 13 E pegou delle, e o beijou: esfor­
çou seu roçto, e disse-l^e:
«n seu seio, sem que seus vestidos se
queimem* 14 Sacrifícios gratificos tenho comi­
28 Ou andará alguem sobre as bra- go ; hoje paguei meus votos.
«8, sem que seus pés se abrasem. 15 Pelo que te sahi ao encontro;^a
29 Assim será o aue entrar à mulherbuscar diligentemente tua face, e te
de seu proximo: náo se terá por inno-achei.
cente, todo aquelle que a tocar. 16 Já concertei minha cama com or­
namentos de tapeçaria: com obras la­
30Nâo injunão ao ladrão, quando fur­
ta, para encher sua alma, tendo fome.vradas com linho fino de Egypto.
31 E achado, paga as setenas: dá 17 Já pçrfumei meu leito com mir-
toda a fazenda ae sua casa. rha, aloes, e canela.
32 Porem o que adultéra oom a mu­ 18 Vem, embebedemos nos de amo­
lher, he falto de entendimento: des- res até á manhã: alegremos nos em
tróe sua alma, o que tal faz. amores.
33 Achará castigo e vilipendio: e 19 Porque já o marido nâo estâ em
sua affronta nunca se apagará. sua casa: he ido caminho longe.
34 Pôrque ciumes são furores do ma­ 20 Hum amarrado de dinheiro tomou
rido : e em maneira nenhuma perdo­ em sua mão: ao dia apontado virá a
ará no dia da vingança. sua casa.
35 Nenhum resgate aceitará: nem 21 O moveo com a multidão de suas
eoosentirá, ainda que augmentes os palavras: com as lisonjas de seus bei­
presentes. ços o persuadio.
22 Foi-se apos ella logo: como se
vai o boi ao matadeiro; e como o lou­
CAPITULO vn. co ao castigo das prisões.
TRILHO meu, guarda minhas pala- 23 Até, que a frecha lhe atravesse o
H vras e deposita em ti meus man­ fígado; como a ave que se apresura
damentos. ao laço : e não sabe que estâ armado
* Guarda meus mandamentos,e vi ve: contra sua vida.

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620 PROVÉRBIOS, VIU.

24 Agora pois, filhos, escutai-me: e 15 Por mim reináo os Reis: e os


estai attentos a as palavras de minha Principes ordénão justiça.
boca. 16 Por mim dominão os Dominado­
25 Não se desvie a seus caminhos res : e Principes, todos os juizes da
teu coração: e não andes perdido em terra.
suas veredas. 17 Eu amo aos que me amào: e os
26 Porque a muitos feridos derribou: que de madrugada me buscâo, me
e muitíssimos fo rá o todos os mortos acharão.
por ella. 18 Riquezas e honra estão comigo:
27 Caminhos da sepultura são sua como tambemfazenda de dura e justiça.
casa, que descendem as recamaras da 19 Melhor he roeu fruto que o fino
morte. ouro, e que o ouro refinado: e minhas
novidades que a prata escolhida.
20 Faço andar pelo caminho de jus­
CAPITULO VIII. tiça : no meio das veredas do juizo.
ATAO clama porventura a Sabedoria? 21 Para que faça herdar bens per­
lN ea intelligencia da sua voz ? manentes aos que me amào: e eu en­
2 No cume das alturas, junto ao ca­ cha seus thesouros.
minho, nas encruzilhadas das veredas 22 J e h o v a h me possuío no principio
se poem. de seus caminhos: desd’entào, e an­
3 Da banda das portas da cidade. à tes de suas obras.
entrada da oidade: e ao entrar aas 23 Desda eternidade foi ungida, d«-
portas está gritando. do principio, desdas antiguidades da
4 A vósoutros, ò varões, clamo: e terra.
minha voz se encaminha aos filhos dos 24 Quando ainda nào havia abismo^
homens. foi gerada: quando ainda nâo havia
5 Entendei, simples, discrição: e vós fontes carregadas de aguas.
loucos, entendei ae coração. 25 Antes que os montes fossemaffir*
6 Ouvi poraue fallarei cousas excel- mados: antes dos outeiros, eu era gs>
lentes : e a abertura de meus beiços rada.
serà para equidade. 26 Ainda nâo tinha feito a terra, nem
7 Porque meu pàdar proferirá a ver­ os campos: nem o principio dos mais
dade : e meus beiços abominào a im­ miudos do mundo.
piedade. 27 Quando preparava os ceos, abi
8 Em justiça estão todas as razões estava eu: quando compassava ao re­
de minha boca: não ha nellas nenhu­ dor a sobreface do abismo.
ma cousa torcida nem perversa. 28 Quando aflirmava as nuvens de
9 Todas ellas são rectas para o que cima: quando fortificava as fontes do
bem as entende : e justais para os que abismo.
achào sciencia. 29 Quando punha ao mar seu termo,
10 Aceitai minha correição, e não para que as aguas não traspassassem
prata: e sciencia, mais que ouro fino seu mandado: quando compunha os
escolhido. fundamentos da terra.
11 Porque melhor he a sabedoria que 30 Então eu estava com elle poi
os rubins: e tudo o que se deseja mais, alumno: e eu era seus prazeres cada
nào se pode comparar com ella. dia; folgando perante elle em todo
12 Eu, a sabedoria, habito com a dis­ tempo.
crição : e acho a sciencia de aviso. 31 Folgando na redondeza de soa
13 0 temor de Je h o v a h he, aborrecer terra: e meus prazeres com os filhos
o m a l: a soberba, e a arrogancia, e o dos homens tomando.
maó caminho, e a boca de perversida- 32 Agora pois, filhos, ouvi-me: por­
des, aborreço. que bemaventurados serâo os que gu­
14 Meu he o conselho, e a real sapi­ ardarem meus caminhos.
ência : eu sou a prudência, minha ne 33 Ouvi a correição, e sede sabioe:
* fortaleza. e não a regeiteis.

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PROVÉRBIOS, IX, X. 621
34 Bemaventurado o homem que me 17 As aguas furtadas sâo doces; e o
dá ouvidos: vigiando a ffiinlias portas pâo escondido he suave.
cada dia; guardando os umbraes de 18 Porem nâo sabe que alli estâo os
minhas entradas. mortos: seus convidados sâo nas pro­
35 Porque o que me achar, achará a fundezas de infemo.
v i d a : e alcançará favor de J e h o v a h .
36 Mas o que peccar contra mim,
Violentará sua alma: todos quantos CAPITULO X.
me aborrecem, amâo a morte. ROVERBIOS de Salamão. O filho
sabio alegra ao pai: mas o filho
CAPITULO IX.
louco he tristeza de sua mãi.
2 Thesouros de impiedade de nada
SUPREMA sabadoria jà edificou aproveitâo: porem a justiça livra da
A
lumnas.
sua casa: jà lavrou suas sete co­ morte.
3 J e h o v a h nâo deixa ter fome a al­
2 Jà sacrificou seu sacrificio, mistu­ ma do iusto: mas a fazenda dos im­
rou seu vinho: e jà preparou sua pios recnàça.
mesa. 4 0 que trabalha com mâo engano­
3 Jà mandou suas criadas, jà anda sa, empobrece: mas a mâo dos dili­
convidando desdos pináculos das altu­ gentes enriquece.
ras da cidade, dizendo. 5 O que ajunta no verâo, he filho en­
4 Qualquer simple venha se aqui: tendido : mas o que dorme na sega,
aos faltos de entendimento diz. he filho envergonnador.
5 Vinde, comei de meu pâo: e be­ 6 Bendiçôes ha sobre a cabeça do
bei do vinho que tenho misturado. justo: mas a violência cobre à boca
6 Deixai a simplicidade, e vivei: e dos impios.
andai pelo caminho da prudência. 7 A memória do justo parará em
7 O que reprende ao zombador, af- bendiçâo: mas o nome dos impios se
fronta toma para si: e o que redargúe apodrecerá.
ao impio, pega-se-lhe soa mancha. 8 0 sabio de coração aceita os man­
8 Nâo reprendas ao zombador, para damentos : mas o louco de beiços se­
qne te nâo aborreça: reprende ao sá­ rá trastomado.
bio, e amar-te-há. 9 Quem anda em sinceridade, anda
9 Ensina, ao sabio, e se farà mais seguro: mas o que perverte seus ca­
s a b io : instrue ao justo, e se augmen- minhos, serà conhecido.
tarà em doutrina. 10 O que acena com os olhos, dà
10 O tem or de Je h o v a h he o prin­ dores: e o louco de beiços serà tras­
c ip io da sab ed oria: e a sciencia dos tomado.
santos, a prudência. 11 A boca do justo manancial da vi­
11 Porque por mim se multiplicâo da he: mas a tioca dos impios cobre
teus dias: e annos de vida se te aug- a violência.
mentarâo. 12 0 odio desperta contendas: mas
12 Se fores sabio, para ti sabio serás: a caridade cobre todas as transgres­
e se fores zombador, tu só o suportarás. sões.
13 A mulher louca he alvoroçadora, 13 Nos beiços do entendido se acha
a mesma simplicidade, e nâo sabe cou­ sabedoria: mas a vara nas costas do
sa nenhuma. falto de entendimento.
14 E assenta-se à porta de sua casa; 14 Os sabios escondem a sabedoria:
sobre huma cadeira, nas alturas da mas a boca do louco está perto da per*
cidade. turbação.
15 Para chamar aos que passâo pelo 15 A fazenda do rico he a cidade de
caminho, e endereçâo suas veredas, sua fortaleza: a pobreza dospequenos
dizendo. he sua perturbação.
16 Qualquer simples, venha se aqui: 16 A obra do justo he para vida: as
£ aos faltos de entendimento diz. novidades do impio, para peccado,

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622 PROVÉRBIOS, XI.

17 O caminiio para a vida, he d’a- affronta: mas com os humildes estâa


quelle que guarda a correição: mas o sabedoria.
que deixa a reprensão, faz errar. 3 A sinceridade dos sinceros os en­
18 O que encobre o odio, tem falsos caminha : mas a perversidade dos
beiços: e o que produz má fama, he aleives os perturba.
louco. 4 Não aproveitará a fazenda no dia
19 Na multidão de palavras n&o ha da indignação: mas a justiça escapa­
falta de transgressão: mas o que re- rá da morte.
frea seus beiços, he prudente. 5 A justiça do sincero endereçam
20 Prata escolnida he a lingoa do seu caminho: mas o impio por sua
justo: o coração dos impios serve para impiedade cahirá.
pouco. 6 A justiça dos virtuosos os fará es­
21 Os beiços do justo apascentáo a capar : mas aos aleives em sua per­
muitos: mas os loucos, por falta de versidade os prenderão.
entendimento, morrem. 7 Morrendo o homem impio, perece
22 A benção de J e h o v a h he a que sua attença: e a esperança mais firme
enriquece: e nào lhe acrecenta dores. se perde.
23 Como brinco he para o louco fa­ 8 O justo he livrado da angustia: e
zer abominação: mas para homem o impio vem em seu lugar.
entendido, usar de sabedoria. 9 0 hypocrita com a boca danificaa
24 O temor do im pio v irâ sobre elle seu proximo: mas os justos comscien*
m as o desejo dos justos Deos cum ­ cia sáo livrados.
prirá. 10 No bem dos justos: a cidade sal­
25 Como passa o pé de vento, assim ta de prazer: e perecendo os impios,
o impio mais náo he: mas o justo tem ha jubilo.
perpetuo fundamento. 11 Pela benção dos sinceros a cidaoa
26 Como o vinagre para os dentes, se exalta: mas pela boca dos impios
e como o fumo para os olhos: assim se quebranta.
he o preguiçoso para aquelles que o 12 0 que carece de entendimento,
mandão. despreza a seu proximo: mas o ho­
27 O tem or d e J e h o v a h augm enta mem bem entendido calla.
os d ia s : m as os annos dos im pios se­ 13 0 que anda .praguejando, desco­
rão abreviados. bre o segredo: mas o fiel de espirito,
28 A esperança dos justos he ale­ encobre o negocio.
gria : mas a expectação dos impios 14 Náo havendo sabios conselhos, o
perecerá. povo recahira: mas na multidão de
29 O caminho de Je h o v a h he for­ conselheiros consiste o livramento.
taleza para os rectos: mas perturba­ 15 Certamente quebrantado se fica­
ção para os obradores de maldade. rá, ficando alguem por fiador do es­
30 O justo nunca já mais será re­ tranho: mas o que aborrece os que
movido : mas os impios náo habitarão palmeáo estará seguro.
a terra. 16 A mulher aprazivel guarda a hon­
31 A boca do justo em abundancia ra: como os violentos guardáo as ri­
produz sabedoria: mas a lingoa de quezas.
perversidade será desarraigada. 17 0 horaembeniffno faz bem a sua
32 Os beiços do ju s to sabem o que alma: mas o cruel sua came ator­
a g ra d a : mas a boca dos im pios anda menta.
chea de perversidades. 18 O impio faz obra falsa: maspflf*0
que semea justiça,/wirerógalardáo fiei-
CAPITULO XI. 19 Como a justiça encaminha p*ra a
vida \ assim o que segue o mãi, ttf*
ALANÇA para sua morte.
B
enganosa abom inação
he ao J e h o v a h : m as o justo pe­ 20 Abominação sáo a J e h o v a h os
so, seu prazer. perversos de coração: mas os since^
2 Vinda a soberba, virá tambem a ros de caminho sâo seu prazer.

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PROVÉRBIOS, XII. 623

21 Ainda qtt* o m&o junte m&o à náo serâo mais: porèm a casa dos jus­
m&o, não serà inculpável: mas a se­ tos permanecerá.
mente dos iustos escapará. 8 Segundo Beu entendimento será
22 Baga ae ouro nà tromba da por­ louvado cada qual: mas o perverso de
ca, he a mulher formosa, que se apar­ coraçáo será em desprezo.
tada raz&o. 9 Melhor he o que se estima em pou­
23 0 desejo dos justos tam sómente co, e tem servos, do que o que se pre­
he o bem: mas a esperança dos im­ za a st mesmo, e tem mingoa de pâo.
pios he indignação . 10 O justo attenta a vida de seus
24 Algum: ha que espalh&o, e ainda animaes: mas as misericórdias dos
se lhes acrecenta mais: e outros que impios sâo crueis.
retemmais do que he justo, mas ne 11 O que lavra sua terra, se fartará
para falta. de pâo: mas o que segue aos ociosos,
25 A atrna abençoante engordará: està falto de juizo.
e o que re^gar, elle tambem será rega­ 12 Deseja o impio a rede dos males :
do. porem a raiz dos justos produzirá seu
26 0 que retem o trigo, o povo o fruto.
amaldiçoa: m as bençáo naverâ sobre 13 O laço do impio estâ em a trans­
a cabeça do vendedor. gressão aos beiços: mas o justo sahi­
27 0 que busca cedo o bera, busca rá da angustia.
fayor: porem o que procura o mal, a 14 Do fruto da boca cada qual se
esse lhe sobre virá. farta de bem: e a recompensa das
28 Aquelle que confia em suas ri- mâos do homem se lhe tomará.
Qnetas, ca h irà : mas os justos rever- 15 O caminho do louco he recto em
decetio como a rama. setis olhos: mas o que dà ouvidos ao
29 0 que turba sua casa, herdará conselho, he sabio.
vento: e o louco será servo do enten­ 16 A ira d’o louco se conhece no
dido de coraç&o. mesmo dia: mas o avisado encobre a
30 0 fruto do justo he arvore de affronta.
▼ida: e o que ganha almas, sabio he. 17 O que produz a verdade, notifica
31 Eift que ao justo he recompensa­ a justiça: porèm a testemunha de
dona terra: quanto mais o será o im­ falsidade, o engano.
pio, e o peccador. 18 Ha alguns, que fallâo palavras co­
mo estocadas de espada: porèm a lin-
C APITULO XII.
goa dos sabios he medicina.
19 O beiço de verdade ficará para
O QÜE ama a correição, ama a sci­
encia : mas o que aborrece a re-
prens&o, he brutal,
sempre: mas a lingoa de falsiaade
dura por hum sô momento.
20 Engano ha no coraçáo dos que
2 O homem de bem attrahirâ favor maquínâo mal: mas alegria tem os que
de Jehovah : mas ao homem de per­ aconselhâo a paz.
versas imaginações, condenalo ha. 21 Nenhum agravo sobrevirá ao jus­
3 O homem por impiedade náo serà to : mas os impios ficâo cheios de mal.
confirmado: porem a raiz dos justos 22 Os beiços de falsidade sâo abo-
náo será removida. minaveis a Je h o v a h : mas os que tra-
4 À mulher virtuosa he a coroa de tâo fielmente, seus prazeres.
seu Senhor: mas a que envergonha, 23 O homem avisado encobre a sci­
he como carcoma em seus ossos. encia : mas o coraçáo dos loucos apre­
5 Os pensamentos dos justos sâo jui­ goa loucura..
zo : mas os conselhos dos impios en­ 24 A mâo dos diligentes dominará:
gano. mas os enganadores serâo tributários.
6 As palavras dos impios vão enca­ 25 A Bohcitidâo no coração do ho­
minhadas a espiar o sangue: porem a mem o abate : mas huma boa palavra
boca dos rectos os fará escapar. o alegra.
7 Trastornados serâo os impios, e 26 Mais excellente he o justo que

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624 PROVÉRBIOS, XIII, XIV.
seu proximo: mas o caminho dos im­ 16 Todo prudente trata com «ciên­
pios os faz errar. cia : mas o louco espraia sua loucura.
27 0 enganador n&o assará sua ca- Í7 O im pio mensageiro cahirà no
: mas o haver precioso do homem, m a l: mas o embaixador fiel he mesi­
e do diligente. nha.
28 Na vereda da justiça està a vida: 18 Pobreza e affronta virá ao qoe
e no caminho de sua carreira n&o ha regeita a correição: mas o aue guar­
morte. da a reprensáo, serà venerado.
19 0 aesejo que se cumpre, deleita
a a lm a : mas apartar-se do mal, he
c a p it u l o xni. abom inavel para os loucos.

0 FILHO sabio ouve a correição do


pai: mas o zombador n&o escuta
a reprensáo.
20 O que anda com os sabios, ficará
s ab io : mas o que se acompanha com
os loucos, v irá a ser quebrantado.
2 Do fruto da boca cada qual co­ 21 O m al perseguirá aos peccadores:
merá o bem: mas a alma dosaleives, mas os justos serâo galardoados com
a violência. bem .
3 0 que guarda sua boca, conserva 2i O homem de bem deixará por
sua alma: mas o que de par em par herdeiros aos filhos de seiis filhos:
abre seus beiços, tem perturbaç&o. mas a fazenda do peccador para ojus­
4 Deseja, porem cousa nenhuma al­ to està depositada.
cança, a alma do preguiçoso: mas a 23 A lavoura dos pobres dá multidào
alma dos diligentes Se engorda. de m an tim en to: m as alguns ha qoe
5 0 justo aborrece a palavra de men­ se cônsomem por falta de juizo.
tira : mas o impio se faz vergonha, e 24 O que retem sua vara, aborrecs a
se confunde. seu filh o : porem o que o ama, madru­
6 A justiça guarda ao sincero de ca­ ga a castigalo.
minho : mas a impiedade trastómará 25 O justo come até que sua alma
ao peccador. se farta: mas o ventre aos impios te­
7 Ha alguns que se fazem ricos, e rá necessidade. s
nâo tem cousa nenhuma: e outros que
se fazem pobres, e tem muita fazenda.
8 0 resgate da vida de cada hum, CAPITULO XIV.
sâo suas riquezas: mas o pobre nâo rpODA mulher sabia edifica sua ca-
ouve as ameaças. X sa: porem a mui louca a derriba
9 A luz dos justos se alegrará: mas com suas mâos.
a candea dos impios se apagará. 2 O que anda em sua sinceridade,
10 Com soberba se nâo produz mais tem e a Je h o v a h : mas o que se des­
que contenda: mas com os que se v ia de seus caminhos, o despreza.
aconselhâo, sc acha a sabedoria. 3 Na boca do louco està a vara da
11 A fazenda que procede de vaida­ soberba: porem os beiços dos Sabios
de, se diminuirá: mas o que a ajunta os conservâo.
com a mâo, a augmentarâ. 4 Nâo havendo boia, o celleiro está
12 A esperança dilatada enfraquece limpo: mas pela força do boi ha abun-
o coração: mas arvore de vida he o dancia de novidades.
desejo que chega. 5 A testemunha verd ad eira nâo men­
13 O que despreza a palavra, pere­ tirá : mas a testemunha falsa se des­
cera : mas o que teme o manaamen- boca em mentiras.
to, será galardoado. 6 Busca o zombador sabedoria, po­
14 A doutrina do sabio he manan­ rem nenhuma acha: mas a sciencia
cial de vida, para se desviár dos laços para o prudente he facil.
da morte. 7 Vai-te de diante do homem louco:
15 O bom entendimento dà graça: porque nelle nâo devisarás beiços da
mas o caminho dos aleivosos he ás­ sciencia.
pero. 8 A sabedoria do prudente he enten*

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PROVÉRBIOS, XV. 625

der seu caminho: mas a loucura dos 28 Em a multidão do povo està a


loucos he engano. magnificência do Rei: mas em a falta
9 Cada qwd dos loucos faz zombaria de povo a perturbação do Principe.
da culpa: mas entre os rectos ha be- 29 0 longanime he grande em en­
nevolencia. tendimento : mas o apressado de ani­
10 O coração conhece sua mesma mo exalta a loucura.
amargosa tnsteza, e o estranho nâo se 30 O coração com saude he a vida
entremeterá em sua alegria. da came: mas a inveja podridão doe
11 A casa dos impios se desfará: ossos.
mas á tenda dos rectos florecerà. 310 que opprime ao pobre, affronta
12 Ha caminho que ao homem parece a seu fazedor: mas o que se apiada
direito: porem o fim delle s&o cami­ do necessitado, o honra.
nhos da morte. 32 Por sua malicia serà lançado fora
13 Até na risa terâ dor o coraç&o: e o impio: porem o justo até em sua
o fim da alegria he tristeza. morte tem confiança.
14 De seus caminhos se fartará o 33 Em o coração do prudente repou­
averso de coraç&o: porem o homem sa a sabedoria: mas o aue ba no in­
de bem de si mesmo. terior dos loucos, se conhece.
15 0 simple crê a toda palavra: mas 34 A justiça exalta ao povo: mas o
o prudente attenta por seus passos. peccado he affronta das nações.
16 O sabio teme, e aparta-se do mal: 35 0 Rei tem seu contentamento no
porem o louco se encoleriza, e des­ servo prudente: porem sobre o que
cuida. envergonha, cahira seu furor.
17 O que presto se indigna, fará lou-
quices: e o homem de más imagina­
ções serà aborrecido. CAPITULO XV.
18 Os simples herdar&o louquice :
mas os prudentes se coroarão com
sciencia.
A BRANDA reposta desvia o furor:
masapalavrade dorfaz subir aira.
2 A lingoa dós sabios adorna a sa­
19 Os mâos se inclinárâo perante a bedoria : mas a boca dos loucos der­
face dos bons: e os impios diante das rama loucura.
portas do iusto. 3 Os olhos de Je h o v a h estâo em to­
20 O pobre he aborrecido até de seu do lugar, oontemplando aos mâos, e
amigo: porem os amigos dos ricos s&o aos bons.
muitos. 4 A medicina da lingoa he arvore
21 O que despreza a seu proximo, de vida: mas a perversidade nella
p^cca: inas o que se apiada dos hu­ que brantamento ae espirito.
mildes, he bemaventurado. 5 0 louco desprezará a correição de
22 Porventura nâo errâo os que fa- seu pai: mas o que observa a repren­
bríeâo o mal? mas beneficencia e fidel­ sâo, prudentemente se haverá.
idade he para os, que fabricâo o bem. 6 Na casa do justo ha hum grande
23 Em todo trabalho molesto pro­ thesouro: mas na novidade do impio
veito ha: mas a palavra dos beiços só perturbação.
encaminha & pobreza. 7 Os beiços dos sabios derramarão
24 A coroa aos sabios he sua riqueza: sciencia: mas o coração dos loucos
a loucura dos lòucos he loucura. n&o fará assim.
25 A testemunha verdadeira livra as 8 0 sacrificio dos impios he abomi-
almas: mas o que se desboca em men­ navel a J e h o v a h : mas a oraç&o dos
tiras, he enganador. rectos seu oontentamento»
26 No temor de J e h o v a h ha firme 9 O caminho do impio ao Je h o v a h
confiança: e elle para seus filhos serà he abominavel: mas ao que segue a
refugio. justiça amaloha.
27 0 temor de Je h o v a h he manan­ 10 A correição he molesta ao que
c ia l da vida: para se desviar dos laços deixa a vereda: e o que aborrece a
d a morte. reprensâo, morrerá.
27

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626 PROVÉRBIOS, XVI.
11 O inferno e a perdição est&o p e­ 29 Longe está J k h o v a h dos impios:
rante J e h o v a h : quanto roais os cora­ mas escutará a oração dos justos.
ções dos filhos dos homens ? 30 A luz dos olhos alegra oooração:
12 N&o amara o zombador a aquelle a boa fama engorda os ossos.
que o reprende; nem se chegará aos 31 Os ouvidos, que escutâo a repren•
sabios. s&o da vida, no meio dos sabios tras
13 0 ooração alegre afermosea o ros­ noitar&o.
to ( mas pela dor do coração e espi­ 32 0 que regeita a correição, menos
rito se abate. preza sua alma: mas o'que escutas
14 O coração entendido buscará a reprens&o, acquire entendimento.
sciencia: mas a boca dos loucos se 33 O temor de J e h o v a h he a correi­
apascentará de loucura. ção da sabedoria: e diante da honia
15 Todos os dias do opprimido s&o vai a humildade.
maos: mas o coraç&o alegre he con­
vite continuo. CAPITULO XVI.
16 Melhor he o pouco com o temer
de Jxh ovah , do que hum grande the- T\Q homem s&o as preparações do
Bouro, aonde ha inquietação. U coraç&o: masde J k h o v a h arepos­
17 M elh or he a com ida de ortaliça^ ta da boca,
aonde tam bem ha amor, do que o boi 2 Todos os caminhos do homem rito
eevado, aonde se acha odio. limpos em seus olhos: mas o Je i o -
18 0 homem iracundo levanta con­ v à h pesa os espiritoe».
tendas : mas o longanime apaziguará 3 Encomenda a J e h o v a h tuasobia#:
a porfia. e teus pensamentos serâo afftrmadoe.
19 0 caminho do preguiçoso he co­ 4 Tuao fez Deos por amor de «inca­
mo a sebe de espinhos: mas a vereda rno, e até ao impio para o dia do mal
dos rectos está bem igualada. 5 Abominação he a J e h o v a h todo
20 0 filho sabio alegrará ao pai: mas altivo de coração: mãõ a m&o, nàose-
o homem louco despreza a sna mãi. rá innocente.
21 A loucura he alegria para o aue 6 Com misericordia e fieldade se re­
carece de entendimento: mas o ho­ concilia a iniquidade: e com o temor
mem entendido andará rectamente. de J e h o v a h se desvia do mal.
22 Ospensamentos se aniquilâo, quan­ 7 Sendo os caminhos do homem ag­
do não ha con selh o: mas com a m ul­ radaveis a J b H o v a h , até a seus ininú*
tid&o de conselheiros cada qual se gos pacificará com elle.
affirmarâ. 8 Melhor he o pouco com justiça, do
23 0 lkomem se alegra com a re­ que a multidão de novidades sem di­
posta de sua boca: e a palavra a seu reito.
tempo, quam boa he ! 9 0 coração do homem considera seu
24 0 cam inho da vid a he para riba caminho: mas o J e h o v a h endereça
ao en ten d ido: para que se d esvie do seus passos.
inferno d e baixo. 10 Adevinhaçâo he nosbeiços doRei:
25 Jeh o vah arrancará a casa dos so­ em juizo não prevaricará sua boca.
berbos: mas affirmarâ o termo da 11 Peso e balança direita s&o de J e­
viuva. h o v a h : obra sua s& o todas as pedias
26 Abomináveis são a J k h o v a h os de peso da bolsa.
pensamentos do mao: mas os dos lim­ 12 Abominac&o he para os Reis obra­
pos s&o aprazíveis razões. rem impiedade: porque com justiça
27 0 que exercita avareza, perturba se confirma o throno.
sua casa: mas o que aborrece pre­ 13 Os beiços de justiça s&o o conten­
sentes, viverá. tamento dos Reis: e cada qual delles
28 O coração do justo medita o que ha amará ao que falia cousas direitas.
de responder: mas a boca dos impi­ 14 O furor do Rei he como mensa­
os derrama em abundancia más cou­ geiros da morte: mas o homem sabio
sas. o apaziguará.

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PK0VERB10S, XVII. 627

16 Na luz do roeto do Rei he a vida: 33 A sorte se lança no regaço: mas


« soa benevolencia he como a nuvem de J e h o v a h procede toda sua direcç&o.
da chuva tardia.
lfr Quaato melhor he aoauirir a sabe­
doria, do que ouro cavado ? e acqui- CAPITULO xvn.
rir prudência, mais excellente, do que ELHOR he hum bocado seco, jun­
prata?
17 A carreira dos rectos he desviar-
M tamente com descanço: do que a
casa chea de victimas, cora contenda.
se do mal: o que guarda sua alma at­ 2 O servo prudente se ensenhorearà
tenta por sen caminho. do filho envergonhador: e entre os ir­
18 Antes do quebrantamento vem a mãos repartirá a herança. *
soberba: e antes da oahida a altivez de 3 O cnsol he para a prata, e o forno
espirito. para o ouro: mas Je h o v a h prova os
19 Melhor he ser humilde de espiri­ corações.
to com ós mansos, do que repartir des­ 4 0 malfazejo attenta para o beiço
pojos com os soberbos. injusto: a mentiroso inclina os ouvi­
20 O que attenta prudentemente para dos à lingoa danosa.
a p a la ç a , achará o b em : e o q u e c o n íia 5 0 que escarnece do pobre, affron-
e m J c h o v a h , será bemaventurado. ta a seu: fazedor: o que se alegra da
21 O- sabio de coração sefc chama­ calamidade nâo ficará innocente.
do prudente: e a doçura dos beiços 6 Coroa dos velhos sáo os filhos dos
augmentarà a doutrina. filhos: e o ornamento dos filhos sâo se
22 Manancial de vida he o entendi­ us pais.
mento, para aquelles que o possuem: 7 Nâo quadra ao louco beiço grave :
masa instracçâo dos loucoshe loucura. quánto menos ao Príncipe o beiço
23 O coração do sabio faz prudente mentiroso.
sua boca: e sobre seus beiços aug- 8 Pedra preciosa he o presente nos
mentará a doutrina. olhos de seus donos: para onde. quer
24 Favo d » mel sáo as palavras sua­ que se volver, servirá de proveito.
ves: doces para a alma, e mezinha 9 0 que encobre a transgressão, bus­
para os ossos. ca amizade: mas o que renova a cou­
25 Ha caminho, que parece direito sa, desvia o principal amigo.
ao homem : porem seu fim s&o cami­ 10 Mais profundamente entra a re-
nhos de morte.
26 A alma do trabalhador trabalha S rensâo no prudente, do que açoutan-
o cem vezes ao louco.
11 Na verdade o rebelde nâo busca
para si mesmo: porque sua boca se
mclina perante elle. • ' senâo o mal; raas mensageiro ornei
27 O var&o de Belial cava o mal: e se enviará contra elle.
em seus beiços se acha como hum fo­ 12 Encontre com o homem a ursa de
go ardente. Jühos roubada: raas nâo o louco em
28 Ó varâo perverso levanta conten­ sua loucura.
da: e o sopr&o faz desviar ao princi­ 13 Aquelle que torna mal por bem,
pal amigo. n&o se apartará o mal de sua casa.
29 0 varâo violento engoda a seu 14 Como o que solta as aguas, he o
proximo: e guia o por caminho nâo principio da contenda: pelo que antes
bom. que sejas envolto, deixa a porfia.
30 Fecha seus olhos para imaginar 15 0 que justifica ao impio, e conde­
parversidades: mordendo seus beiços na o justo, s&oabominaveis a Je h o v a h ,
eífeitua o mal. assim o hum, como o outro.
31 Coroa honóraria sâo as caâs, no ca­ 16 De que serviria o preço na mâo
minho de justiça se acha. do louco para comprar sabedoria, pois
32 Melhor he o longanime do que o náo tem entendimento.
valente; e o que se ensenhorea de 17 Em todo o tempo ama o amigo:
seu espirito do que, o que toma huma e o irmâo na angustia nace.
cidade. 18 0 homem fãlto de entendimento

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628 PROVÉRBIOS, XVHL XIX.

dà a mâo: ficando fiador por seu pro­ 9 Tambem o negligente emsoaobra,


ximo. he irmâo do dissipador.
19 O que ama a contenda, ama a 10 Torre forte he o nome de Jeho­
transgressão: o que alça sua porta, v a h : a elle correrá o justo, e estará

busca quebrantamento. em alto retiro.


20 0 perverso de coraçáo nunca acha­ 11 A fazenda do rico he a cidade de
rá o bem: e o que revolve com sua sua fortaleza: e como hum muro alto
lingoa, virà a cahir no mal. em sua imaginação.
21 O que gera ao louco, para sua tris­ 12 Antes do quebrantamento se en­
teza o serà: e o pai do doudo nâo se levará o coração do homem: e diante
alegrará. da honra vai a humildade.
22 O coraçáo alegre farà boa a me­ 13 O aue responde antes de ouvir,
zinha : mas o espirito abatido virà a loucura lhe he e vergonha.
secc ar os ossos. 14 O espirito do hom em eosteràsua
23 O impio tomarão presente do seio; en fe rm id a d e: m as o espirito abatido,
para perverter as veredas da direiteza. quem o levantará ?
24 No rosto do entendido se vê a sa­ 15 O coração do entendido acquire
bedoria : porem os olhos do louco sâo sciencia: e a orelha doe sabios busea
até o fim aa terra. sciencia.
25 O filho louco he tristeza para sen 16 A dadiva do homem lhe faz lar­
pai: e amargura para a que o pario. gura: e o leva perante a face dos gran­
26 Bom nâo he tambem de pôr pena des.
ao justo: nem que firâo os Principes 17 O que primeiro começa seu prei­
ao que obra justamente. to, parece que justo he: porem vem
27 Retem suas palavras o que sabe seu proximo, e examina-o.
sciencia : e de precioso espirito he o 18 A sorte faz cessar aos preitos: e
homem de entendimento. faz separação entre os poderosos.
28 Até o louco quando calla, serà es­ 19 O irmâo he mais rebelde do aue
timado por sabio: e o que cerra seus huma cidade forte: e as contendas
beiços, por entendido. sâo como ferrolhos de palácio.
20 Do fruto da boca ae cada qual se
c a p it u l o xvm .
fartará seu ventre: da novidade de se­
us beiços se fartará.
USCA cousas desejáveis aquelle, 21 A morte e a v id a estâo no poder
B que se sepàra: envolve-se cora da lin g o a : e aquelle que a ama, co­
toda firme sapiência. m erá a e seu fruto.
2 Nâo toma prazer o louco na intel­ 22 O qué achou mulher, achou o
ligencia; senâo em qne se descobre bem: e alcançou a benevolencia de
seu coração. Je h o v a h »
3 Vindo o impio, vem tambem o des­ 23 O pobre falia com rogos: mas o
prezo ; e com a vergonha, ignominia. rico responde com durezas.
4 Aguas profundas sâo as palavras 24 O homem que tem amigos, haja-
da boca do nomem; e ribeiro tresbor- se amigavelmente; porque ha amigo
dante he o manancial de sabedoria. mais chegado que o irmâo.
5 Nâo he bom ter respeito a a pes­
soa do impio, para derribar ao justo
em iuizo. CAPITULO XIX.
6 Os beiços do louco entrâo em con­ ELHOR he o pobre que anda em
tenda : e sua boca por pancadas brada. M sua sinceridade, do que o perver­
7 Aboca do louco he seu proprio que­ so de beiços, e que he louco.
brantamento : e seus beiços laço para 2 E a alma sem sciencia nâo he boa:
sua alma. e o pressuroso de pés, pecca.
8 As palavras do soprâo sâo como as 3 A loucura do hom em perverterá
palavras dos espanqueados: e ellas seu c a m in h o : e seu coração se irará
descendem ao intimo do ventre. contra Je h o v a h .

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PROVÉRBIOS, XX . 629

4 A fazenda grangéa muitos amigos: 22 0 desejo do homem he sua bene­


mas ao pobre seu proprio amigo o ficencia : porem o pobre he melhor do
deixa. que o homem mentiroso.
5 A falsa testemunha não ficará in- 23 O temor de J e h o v ah encaminha
nocente : e o que sopra mentiras, náo para a vida: porque o delle farto, pas­
escapará. sara a noite, nem o visitara mal ne­
6 Muitos supplicâo a face do Princi- nhum.
p é: e cada qual he amigo daquelle 24 0 preguiçoso esconde sua mão no
qne da dadivas. seio: até a sua boca elle não tomara.
6 Todos os irmàos do pobre o abor­ 25 Fere o zombador, e o simple se
recem ; quanto mais seus amigos se tomara avisado: e teprende ao enten­
alongarão delle ? corre apos elles com dido, aprenderá sciencia.
palavras, que servem de nada. 26 O <jue assola ao pai, ou7affugenta
8 O qué acquire entendimento, ama a a mãi filho he envergonhador e des-
ma alma: attenta pela intelligencia, honrador.
para achar o bem. 27 Cessa, filho meu, ouvindo a in­
9 A falsa testemunha náo ficará in- stracçâo, de desviares te das razões
nocente : e o que sopra mentiras, pe­ da sciencia.
recerá. 28 A testemunha de Belial escarnece
10 N&o quadra ao louco o deleite: do juizo : e a boca dos impios engole
? nanto menos ao servo, dominar sobre a iniquidade.
rincipes. 29 Preparados estâo juizos para os
110 entendimento do homem retem zombadores: e açoutes para as costas
sua ira: e sua gloria he dissimular a dos loucos.
transgressão.
12 Como o bramido do filho do leão,
he a indignação do Rei: mas como or- CAPITULO XX.
válho sobre a erva, sua benevolencia.
13 Grande miséria he para o pai o 0 VINHO he zombador, a cidra alvo-
roçadora: e todo aquelle que nel­
filho louco : e goteira continua as con­ les errar, nunca será sabio.
tendas da mumer. 2 Como o bramido do filho do leâo
14 A casa e a fazenda a herança he he o terror do Rei: o que se irá con­
dos pais: porem de J e h o v a h vem a tra elle, pecoa contra sua alma.
mulher prudente. 3 Honra he do homem, desviar-se de
15 A preguiça faz cahir em profun­ preito: mas todo louco se envolverá
do sono: e a alma enganadora pade­ nella.
cerá fome. 4 0 preguiçoso não lavrará por cau­
16 O que guardar o mandamento, sa do mverno: pelo que mendigará na
guardará sua alma: o que desprezar sega, porem nada haverá.
seus caminhos, morrerá. 5 Aguas profundas he o conselho no
17 Ao Je h o vah empresta, o que se coração do homem : mas o homem de
apiada do pobre: e elle lhe pagará seu intelligencia o esgotará.
beneficio, 6 Cada qual da multidão dos homens
18 Castiga a teu filho em quanto ha apregoa suà beneficencia: perem ho­
esperança: porem para o matar não mem de verdades, quem he o que o
alçarás tua alma. achará 1
19 O de grande indignação levará 7 0 justo anda de contino em sua
pena: porque, se tu o livrares, ainda sinceridade, bemaventurados serâo
tomarás a isso. . seus filhos depois delle.
20 Ouve o conselho; e toma a disci­ 8 Assentando-se o Rei no throno do
plina : para que sejas sabio em teus juizo, com seus olhos dissipei todo mal.
ultimos dias. 9 Quem poderá dizer, purifiquei meu
21 Muitos pensamentos ha no cora- coração : limpo estou de meu pecca­
çAo do homem: porèm o conselho de do'?
j jsh o vah permanecera. 10 Duas sortes de peso, e duas sor*

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630 PROVÉRBIOS, XXI.

ficação dos mâos: como tambem u


tes de m edida, abom inação a J e h o v a h
sáo, assim a huma, com o a outra. pancadas, que penetrâo até o mais in­
11 Até o rapaz se dará a conhecer timo do ventre.
por suas acções: se he que sua obra
serâ limpa e recta. CAPITULO XXI.
12 A orelha que ouve, e o olho que
vé, J e iio v a h os fez ambos. f^fOM O ribeiros de aguas, assimesta
13 Nào ames ao sono, para que nâo O o coração do Rei na mâo de Je­
empobreças: abre teus olhos, e te far­ h o v a h , a tudo quanto quer, o inclina.
tarás de pâo, 2 Toao caminho do homem te rec­
14 Mao he, maó he, dirá o compra­ to em seus olhos: mas J ehovah pesa
dor: mas em se indo, entâo se gabará. os corações.
15 Ha ourô e multidão de rubins: 3 Justiça e juizo fazer, he mais ace­
mas os beiços de sciencia sâo joia ito a J e h o v a h do que lhe offerecer sac­
preciosa. rifício.
16 Quando alguem pelo estranho fica 4 Altiveza de olhos, e inchação de
fiador, toma lhe sua roupa: e o penho­ coração, e a lavoura dos impios, he
ra pela estranha. peccado.
17 Suave he ao homem o pâo de 5 Os pensamentos do diligente só se
mentira: mas depois sua boca se en­ váo a a abundancia: porem todo pre-
cherá de pedrinhas de area. sujoso tam somente á pobreza.
18 Cada pensamento com conselho 6 Trabalhar por ajuntar thesouros
se confirma: pelo que com conselhos com falsa lingoa, he vaidade rempuxa-
prudentes faze a guerra. da daquelles, que busçâo a morte.
19 O que anda murmurando, desco­ 7 A assolação dos impios os virá a
bre o segredo: pelo que com o que destruir: porquanto refusào fazer jui­
affaga com seus beiços, nâo te entre­ zo.
metas. 8 0 caminho do homem he todo per­
20 O que, a seu pai, ou a sua mãi verso e estranho : porem a obra dopu­
amaldiçoar, sua candea se apagará em ro he recta.
trevas negras. 9 Melhor he morar em hum canto
21 Apresurandõ-se a herança no prin­ do terrado, do que com a mulher con­
cipio, seu fim nâo serâ bemdito. tenciosa, e isso em casa, em que mais
22 Nâo digas me vingarei do mal: companhia haja.
espera a J eh o va h , e elle te livrará. 10 A alma ao impio deseja o mal :
23 Duas sortes de pesos he abomina­ seu proximo lhe nâo agrada em seus
ção a Je h o v a h : e balanças engano­ olhos.
sas nâo sâo boas. 11 Castigando ao zombador, o sim-
24 De parte de Je h o v a h sâo os pas­ le se torna sabio: e ensinando ao sa­
sos do homem: o homem pois, como io, toma a sabedoria.
entendera seu caminho ? 12 Prudentemente considera o justo
25 Laço he do homem, engulir santi­ a casa do impio: quando Deos trastor-
dade : e feitos os votos, entáo inquirir. na aos impios para o mal.
26 O Rei sabio dissipa aos impios: 13 O qu e tapa seu ouvido a o clamor
e toma sobre elles a roda. do pobre, elle ta m bem clam ará, e nâo
27 Candea de J e h o v a h he a alma se rá ouvido.
do homem, que esquadrinha todos os 14 O presente em segredo abate a
retretes do ventre. ira: e a dadiva no seio a grande in­
28 Benignidade e verdade guardâo dignação.
ao Rei: e com benignidade sostem 15 Alegria he para o justo fazer jui­
seu throno. zo : mas espanto para os obradores de
29 O ornato dos mancebos he sua maldade.
fortaleza: e a fermosura dos velhos, 16 0 homem que anda errado do ca­
as caãs. minho do entendimento, na congrega­
30 Os vergões das feridas he a puri­ ção dos mortos repousará.

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fiíOVERBIOS. XXII. 631

17 Necessidade padecerá o que ama 6 Instrue ao meriifld cohfòrmé á seu


a alegria: o que ama o vinho e o azei­ caminho: e até quando envelhecer,
te, nunca enriquecerá. nâo se desviará delle.
18 O resgate do justo he o im pio ; e 7 O rico domina sobre os pobreè: 6
do recto o alei ve. o que toma emprestado, he servo do
19 Melhor he morar em terra deser­ que empresta.
ta, do que cotn a mulher contenciosa 8 0 que semear perversidade, sega­
e iracunda. rá moléstia: e a varà de sua indigna­
20 Thesouro desejável, e azeite, ha ção se acabará.
na casa do sabio: mas o homem lou­ 9 0 que he de bons olhos, será aben­
co o devorá. çoada: porque deu de seu pâo ao po-
21 O que segue a justiça e a bene­
ficência, achará a vida, a justiça, e a 10 Lança fora ao zombador, e se irá
Tionra. a contenda: e cessará o preito e a ver­
22 A cidade dos fortes sobe o sabio; gonha. *
ie derriba a força de sua confiança. 110 que ama a pureza do coração,
23 O que guarda sua boca e sua lin­ tem graça em seus beiços, seu amigo
goa, sua alma guarda de angustias. será o Rei.
24 O soberbo presumtuoso, zomba­ 1 2 Os olhos de J e h o v a h conservâo
dor he seil nome: trata com indigna­ a sciencia: mas as palavras do aleive
ção soberba. trastomará.
25 O desejo do preguiçoso o matará: 13 Diz o preguiçoso, hum leâo está
porquanto suas mios refusâo trabalhar. fora: no meio das ruas me matará.
26 Todo o dia deseja cousas de cobi­ 14 Cava profunda he a boca das es­
çar : mas o justo daráu e nada reterá. tranhas: contra quem J e h o v a h se
27 0 sacnficio dos ímpios he abo­ irar, cahirá nelja.
minação: quanto mais o offerecendo 15 A loucura está ligada no cora­
com maiina intenção ? ção do rapaz: mas a vara da correi­
28 A testemunha mentirosa perece­ ção a fará alongar delle.
rá : porem o homem que ouve, com 16 0 que opprime ao pobre para se
victoría fallarà. augmentar a si, e da ao rico, certa­
29 O homem impio se esforça em mente empobrecerá.
sua face: mas o recto fortifica seu ca­ 17 Inclina tua orelha, e ouve as pa­
minho. lavras dos sabios: e aplica teu cora­
30 Nem sabedoria, nem intelligen­ ção a minha sciencia.
cia, nem conselho ha contra Je h o v a h . 18 Porque he cousa suave, se as
3 1 0 cavallo se prepára para o dia guardares em tuas entranhas: junta­
d a b a t a lh a p o r e m de Je h o v a h vem mente se aplicarão a teus beiços.
a victoria. 19 Para que tua confiança esteja em
J e h o v a h : ati Vas faço saber hoje; tu
tambem a outros as faze saber.
CAPITULO XXII. 20 Porventura nâo.te escrevi herói­
AIS digno de escolher he o bom cas cousas, ácerca de todo conselho e
M nome, do que as muitas riquezas: sciencia ?
e a graça he melhor que prata e ouro. 21 Para fazer-te saber a certeza das
2 0 rico e o pobre se encontrão: a razões da verdade: para que possas
todos os fez Je h o v a h . responder razões de verdaae, aos que
3 0 avisado vê o mal, e esconde se : te enviarem.
mas os simples passão, e levâo a pena. 22 Nào roubes ao pobre, porque he
4 Ó galardão da humildade, com o pobre: nem atropeles na porta ao
temor de Je h o v a h , sâo riquezas, e afflicto.
honra, e vida. 23 Porque J e h o v a h defenderá sua
5 Espinho» * laços ha no caminho causa em juizo: e aos que os roubâo,
do perverso: o que sua alm a guarda, lhes roubará a alma.
ae alongará delle. 24 Nâo te acompanhes com o ira-

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632 PROVÉRBIOS, XXni.

condo, nem andes com varão colé­ 15 Filho meu, se sabio for teu cora­
rico. ção : alegrar-se-ha meu coração, e
25 Para que n&o aprendas suas vere­ tambem eu.
das, e tomes hum laço para tua alma. . 16 E meus rins saltarão de alegria,
26 Nâo estejas entre os que tocão a quando teus beiços fallarem cousas
m&o, e entre os que ficáo fiaaores rectas.
por aividas. 17 Náo inveje aos peccadores teu
27 Se náo tens com que pagar : por ooração: antes te emprega no temor
2 ue razâo tirariâo tua cama de baixo
e ti ?
de J e h o v a h todo o dia.
18 Porque devéras ha galardão: e
tua attença não será cortada.
28 Nâo trasponhas os limites anti­
gos, que fizérâo teus pais, 19 Ouve tu, filho meu e sé sabio: e
29 Viste homem ligeiro em sua obra? endereça ao caminho teu coração.
perante a faze dos Reis será posto: náo 20 Não estejas entre os tragôesda
serâ posto perante a face dos debaixa vinho: nem entre os comilões de
sorte. carne.
21 Porque o tragão e o comilaó em­
pobrecerão : e o pestènejar faz trazer
CAPITULO XXII1. vestidos rotos.
22 Ouve a teu pái, que te gerou: e
Q UANDO te assentares a comer com
algum dominador: attenta bem não desprezes a tua mãi, quando se
para o que estiver perante tua face. vier a envelhecer.
2 E poem huma faca à tua garganta: 23 Compra a verdade, e nâo a ven­
se fores comilâò. das : como tambem a sabedoria, e a dis­
3 Nâo cobices seus manjares gosto­ ciplina, e a prudência.
sos : porque sâo pâo de mentiras. 24 Grandemente fce gozará o pai do
4 Nâo te canses para enriqueceres: justo : e o que gerar sabio, se alegra­
dá de mâo a tua prudência, rá com elle.
5 Porventura espraiarás teus olhos 25 Alegrem-se teu pai, e tua mãi:
sobre a quillo que he nada? porque e goze-se a que te gerou.
certamente se fará asas; e voará ao 26 Dá-me. filho meu, teu coração : e
ceo, como a aguia. attentem teus olhos por meus cami­
6 Nâo comas o pâo d’aquelle quo he nhos.
maUno de olho: nem cobices seus 27 Porque cava profunda he a rame­
manjares gostosos. ira : e poço estreito a estranha.
7 Porque como imaginou em sua al­ 28 Tambem ella, como o roubador,
ma, assim te dirá: come e bebe, po­ se poem a espreitar: e multiplica en­
rem seu coração nâo estará comtigo. tre os homens aos aleives.
8 Vomitarias o bocado que comeste: 29 Para quem sâo os ais ? para quem
e danarias tuas suaves palavras. os pesares? para quem as pelejas?
9 Nào falles ante os ouvidos do lou­ para quem as queixas ? para quemas
co : porque desprezará o entendimen­ feridas de balde ? e para quem a ver­
to de tuas palavras. melhidão dos olhos ?
10 Nâo atrazes os limites antigos: 30 Senão para os que se detem iun*
nem entres nas herdades dos orfaos. to ao vinho : para os que andão bus­
11 Porque seu Redemptor he forte: cando bebida misturada.
que preiteará sua causa contra ti. 31 Nào attentes para o vinho quan­
12 Aplica-a a disciplina teu coração: do se mostra vérmelho J quando res­
e teus ouvidos a as palavras da sci­ plandece no copo, e para riba salta.
encia. 32 Em seu fim morderá como a co­
13 Nâo retires a disciplina do rapaz: bra : e como o basilisco picará.
quando o fustigares com a vara, nem 33 Teus olhos attentarão para as es­
por isso morrerá. tranhas : e teu coração f a l l a r á perver-
14 Tu o fustigarás com a vara: e liv­ sidades.
rarás sua alma do inferno. 34 E serás como o que dorme no

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PROVÉRBIOS, XXIV, XXV. 633
meio do mar: e como o qne dorme 17 Quando cahir teu inimigo, n&o te
no cume do mastro. alegres: nem quando tropeçar, se goze
35 E dirás, espanqueàr&o-me, e n&oteu coraçáo.
adoeci; maUiar&o em mim: e n&o o 18 Para. que Js h o v a h o nào veja, e
senti: quando virei a despertar? ain­ mào seja em seus olhos; e desvie
da mais o buscarei. delle sua ira.
19 Nào te indignes ácerca dos malfa­
CAPITULO XXIV.
zejos : nem tenhas invéja dos impios.
20 Porque o malino nào teràgalardào:
N
les.
AO tenhas inveja dos homens ma- e a lampada dos impios se apagará.
linos: nem desejes estar oom el­ 21 Teme a J e h o v a h , filho meu, e ao
Rei: e nào te entremetas com os que
2 Porque seu coraçáo imagina asso­ buscâo mudança.
lação : e de moléstia fall&o seus bei- 22 Porque sua perdiçào se levantará
Ç06. de repente: e a mina delles ambos
3 Com sabedoria se edifica a casa: quem sabe ?
e com intelligencia se aífirma. 23 Tambem estes provérbios sáo pa­
4 E com sciencia as recamaras se ra os sabios: ter respeitoa pessoas em
encher&o de todas alfaias preciosas e juizo nào he bom.
deleitáveis. 24 O que disser ao impio, justo es;
5 O var&o sabio he forte: e o var&o os povos o amaldiçoarão, as nações o
de sciencia corrobora a força. detestarào.
6 Porque com conselhos prudentes 25 Mas para os que o reprenderem,
faràs por ti a guerra: e a victoria con­ haverá delicias: e sobre elles se virá
siste na multid&o de conselheiros. a bemdiçào do bem.
7 Passa de alto para o louco toda 26 Beijados serào os beiços do que
sabedoria: na porta n&o abrirá sua palavras rectas responde.
boca. 27 Prepàra fora tua obra, e aparelha­
8 Ao qne cuida mal fazer, mestre da no campo: e entáo edifica tua casa.
de m&os intentos o chamar&o. 28 Nào sejas testemunha sem causa
9 A louca imaginaç&o he peocado: contra teu proximo: porque engana­
e abominavel aos homens o zombador. rias com teus beiços ?
10 Se te *mostrares frouxo no dia da 29 Nào digas, como me fez, assim
angustia, tua força será estreita. lhe farei: pagarei a cada qual confor­
11 Livra aos que estào tomados pa­ me a sua oDra.
ra a morte: porque se te detiveres, 30 Passei junto ao campo do pregui­
os levar&o para a matança. çoso, e junto a vinha do falto de juizo.
12 Se disseres, eis que o n&o sabe­ 31 E eis que toda estava creciaa de
mos : porventura aquelle que pesa os cardos, e sua superfície cuberta de or­
corações, elle n&o o entendera? e tigas: e sua cerca de pedra derribada.
aquelle aue attenta por tua alma, elle 32 Para o que attentando eu, tomei
n&o o saberá í porque pagará ao ho­ o no coraçáo: e o vendo, recebi in-
mem conforme a sua obra. strucçào.
13 Come mel, meu filho, porque he 33 Hum pouco de sono, tosquenejan-
bom: e o favo de mel he doce para do hum pouco; encruzando as mâos
teu pádar. outro pouco, estando deitado,
14 Tal serà o conhecimento da sabe­ 34 Assim te sobrevirá tua pobreza
doria para tua alma: se a achàres, como caminhante, e tua muita neces­
haverá para ti galardão; e tua atten­ sidade como varâo armado.
ça n&o será cortada.
15 N&o espies a habitaç&O do justo, CAPITULO XXV.
ó impio: nem assoles sua camara.
16 Porque sete vezes cahirà o justo,
e se levantará j mas os impios trope»
çar&o no mal.
T AMBEM estes s&o provérbios de
Salam&o; que copiár&o os varões
de Ezechias, Rei de Judá.
^ 27*

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634 PROVfiKBlOS, XXVI.
2 Gloria de Deos he encubrir ft cou­ vestido em tempo de frio, e corno vi­
sa : mas a gloria dos Reis, esquadrin­ nagre sobre salitre.
har a cousa. 21 Se o que te aborrece tiver fome,
3 Para a altura dos Ceos, e para a da-lhe pâo para comer: e se tiver se­
rofundeza da terra, e para o coração de, dà lhe agua para beber.
os Reis, nâo ha investigação. 22 Porque assim brasas amontoaras
4 Tira da pr^ta as escorias: e sahi­ sobre sua cabeça: e Jkh o vah t’o pa­
rá vaso pa-a o fundidor. gará.
5 Tir^ ao impio de diante da face do 23 O vento norte affugenta a chuva:
: e seu throno se affirmarâ com d a face irada a lingoa encuberta.
justiça. 24 Melhor he morar em hnm canto
6 Nâo presumas perante a façe do do terrado, do que com a mulher con­
Rei: nem te ponhas no lugar dos tenciosa, e isso em casa, em que mos
Grandes. companhia haja.
7 Porque melhor he que te dig&o,sube 25 Como agua fria à alma cansada,
aqui: ao que te abatão perante a face assim s&o as boas novas de terra longe.
do Principe, que ja virâo teus olhos. 26 Fonte turva, e manancial corrupto,
8 N&o saias presto a litigar: para he o justo que titubéa perante o impio.
que depois ao fim nâo saibas que fazer; 27 Comer muito mel nâo he bom:
podenao-te confundir teu proximo. mas a inquirição da gloria de tais cou­
9 Litiga teu litigio com teu proximo: sas he floria.
mas nâo descubras o segredo de outro. 28 Cidade derribada sem muro, heo
10 Para que nâo te deshonre o que var&o que n&o pode reter seu espirito.
o ouvir: porque tua infamia se nâo
desviaria. CAPITULO XXVI.
11 Como maç&s de ouro em salvas
de prata lavraaas, assim he a palavra
dita a seu tempo.
12 Pendentes de ouro, e gargantilhas
C OMO a neve no verfto, e oomo t
chuva na sega: assim n&o con­
vem ao louco a honra.
de ouro fino, he o sabio reprensor jun­ 2 Como ao passaro o vaguear, oomo
to ao ouvido ouvinte. a andorinha o voar: assim a maldição
13 Como frio de neve em tempo da sem causa n&o virà.
sega, assim he o mensageiro fiel para 3 O açoute para o cavallo, o cabresto
com os que o enviâo: porque a alma para o asno: e a vara para as costas
de seu Senhor recrea. aos loucos.
14 Como nuvens e ventos, que n&o 4 N&o respondas ao louco segundo
trazem chuva, assim he o var&o, que sua loucura: para que tambem te nfto
se gaba de falsas dadivas. faças sememante a elle.
15 Com longanimidade se persuade 5 Responde ao louco segundo soa
o Principe: e a lingoa branda que­ loucura: para que n&o seja sabio em
branta os 0S80S. seus olhos.
16 Achaste mel, come o que te bas­ 6 Os pés je corta, c o dano bebe quem
ta : para que porventura nâo te fartes manda mensagens por m&o de lonco.
delle, e o vennas a vomitar. 7 Alçai as pernas ao coixo: assimhe
17 Retem teu pé da casa de teu pro­ o provérbio na boca dos loucos.
ximo : para que se nâo enfade de ti, 8 Como o que àta a pedra preciosa
e te aborreça. n’afanda: assim he aquelle que dá ao
18 Martello, e espada, e frecha agu­ louco honra.
da, he o varâo, que falia contra seu 9 Como se entre o espinho na m&o
proximo falso testemunho. do bebado: assim he o provérbio na
19 Como dente quebrado, e pé de­ boca dos loucos.
sengonçado, he a confiança no aleive, 10 Os grandes molest&o a todos, o
em o tempo da angustia. alug&o aos louoos, e alugâo aos trans­
20 O que canta cancões ao coração gressores.
afflicto, he como aquelle, que despe o 11 Como o c&o que toma a seu vomi­

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PROVÉRBIOS, XXVÜ. 635

to: assim he o louco, que reitéra sua 2 Louve-te o estranho, e nâo tua bo­
loncura. ca : o forasteiro, e não teus beiços.
12 Visto homemsabio em seus olhos? 3 Pesada he a pedra, e a area tem
mais attença ha do louco, que delle. seu peso: porem a ira do louco he ma­
13 Diz o preguiçoso, hum feroz leâo is pesada que estas ambas.
ha no caminho; hum leâo està nas 4 Crueldade he o furor, e a impetu­
ruas. osa ira: mas quem parará perante a
14 Como a porta se revolve em seus enveja.
quicios: assim o preguiçoso em sua 5 Melhor he a reprensâo clara, do
cama. que o amor encuberto.
15 Esconde o preguiçoso sua mão no 6 Fieis sâo as feridas do que ama:
seio: cansa separa a tomar a sua boca.mas os beijos do que aborrece se de­
16 Mais sabio he o preguiçoso em vem deprecar.
seus olhos, do que sete que bem res­ 7 A alma farta atropela o favo de
pondem. mel: mas a alma faminta todo o amar­
17 O que passando, se entremete ira­go he doce.
do em preito alheo, he como aquelle 8 Qual he a ave, que vaguéa de seu
que pega ao câo pelas orelhas. ninho: tal he o homem, que anda va
18 Como o que nnge que endoudece, gueando de seu lugar.
e lança de si faiscas, frechas, e mor­ 9 0 oleo e o perfume alegrão ao co­
tandades : ração : assim ne a doçura do amigo
d’alguem com o conselho cordial.
19 Assim he o varâo que engàna a seu
proximo; e diz, pois que não zomba­ 10 Nâo deixes a teu amigo, nem ao
va eu4 ? amigo de teu pai; nem entres em ca­
20 Sem lenha, o fogo se apagará: e sa de teu irmão no dia de tua adversi­
nâo havendo soprâo, cessara a con­ dade ; melhor he o vizinho de perto,
tenda. do que o irmão de longe.
21 O carvão he para as brasas, e a 11 Sé sabio, filho meu, e alegra meu
lenha para o fogo; e homem porfíador coração: para aue tenha cousa algu­
para encender contendas ma que responaer a aquelle que me
22 As palavras do soprâo sâo como desprezar.
as palavras do espanaueado e ellas 12 0 avisado vé o mal, e esconde se;
descendem ao intimo ao ventre. mas os simples passão, e pagão a pena.
23 Como o testo de escorias de prata 13 Quando alguem pelo estranho fica
Cuberto: assim sâo os beiços encendi- fiador, toma sua roupa: e o penhora
dos, e o coração malino. pela estranha.
24 Se contrafaz em seus beiços aquel­ 14 O que bemdiz a seu amiço em
le que aborrece: mas em seu interior alta voz, madrugando pela manhâ, por
encobre o engano. maldição se lhe contará.
25 Quando te supplicar com sua voz, 15 Goteira continua em tempo de
nâo o creas: porque sete abominaçõ­ grande chuva, e mulher contenciosa,
es ha em seu coraço. huma à outra sâo semelhantes.
26 Cujo odio se encobre com enga­ 16Todos os que a esconderem, escon­
no, sua malícia se descobrirá na con- derão o vento: e o oleo de sua dextra
gregaçâo. clama.
27 O que cava cova, nella cahira: e o 17 Carmo o ferro com o ferro se agu­
ça : assim o homem aguça o rosto de
Çue revolve a pedra, sobre elle tomará.
28 A lingoa falsa aborrece aos que seu amigo.
illa mesma quebranta: e a boca bran­ 18 O que guarda a figueira, comerá
da obra trastomamento. de seu Iruto: e o que attenta por seu
Senhor, será honrado.
19 Como na aguas corresponde rosto
CAPITULO XXVII. a rosto: assim o coração do homemao
AO presumas do dia d’amanhâ: homem.
N porque nâo sabeso que parirá odia. 20 Como o inferno e a perdição nun­

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636 PROVÉRBIOS, XXVÜ!.
ca se fartâo: assim os olhosdo homem 10 O que faz errar aos rectos por mio
nunca se fartâo. caminho, elle mesmo cahirà em soa
21 Como o crisol he para a prata, e cava: mas os bons herdarão o bem.
o forno para o ouro: assim se prova o 11 O homem rico he sabio em seus
homem, o louvando. olhos: mas o pobre entendido o es­
22 Ainda que piles ao louco em hum quadrinha.
gral com sua mâo entre graés de ceva- 12 Quando os justos salt&o de pra­
Ha pilada, nào se irà delle sua loucura. zer, grande he a gloria: mas quando
23 Procura conhecer o rosto de tuas os impios sobem, buscâo ao homem
ovelhas: poem teu coraçáo sobre o estreitamente.
gado. 13 0 que encobre suas transgressões,
24 Porque o thesouro nào dura para nunca prosperará: mas o que as con­
sempre: ou durará a coroa de gera­ fessa e deixa, alcançará misericordia.
ção em geração 1 14 Bemaventurado o homem, que
25 Quando se mostrar a erva, e apa­ continuamente teme: mas o aue en­
recerem os renovos: ent&o ajunta as durece seu coração, virà a canir em
ervas dos montes. mal.
26 Os cordeiros ser&o para teus ves­ 15 Leão bramante, e urso faminto,
tidos, e os cabrões para o preço do he o dominador impio sobre hum po­
campo. vo pobre,
27 E a abastança do leite das cabras 16 0 Principe falto de intelligencia
para teu mantimento, para mantimen­ tambem multiplica as oppressões:
to de tua casa; e para sustento, de mas o que aborrece a avareza, prolon­
tuas criadas. gará dias.
17 0 homem opprimido pelo sangue
de alguma alma, fugirá até à cova,
CAPITULO XXVIII. ninguém o retenha.
Y OGEM os impios, semhaver quem
os persiga : mas qalquer justo
18 0 que anda sinceramente, salvar-
se-ha: mas o perverso em dous cami­
està confiado como o filho ao le&o. nhos, em hum delles cahirà.
2 Pela transgress&o da terra seus 19 O aue lavrar sua terra, se virá a
Principes s&o muitos; mas por ho­ fartar ae pão: mas o que segue a
mens prudentes e entendidos tambem ociosos, se fartará de pobreza.
haverá continuaçào. 20 O homem fiel abundara em ben-
3 O homeir. pobre, que opprime aos dições: mas o que se apresura a enri-
coitados, he chuva barredeira, com que queoer, nào serà innocente.
ha falta de pâo. 21 Ter respeito a apparencia de pes­
4 Os que tieixâo a lei, louv&o ao im- soas, não he Dom: porque até por hum
)io: porem os aue guard&o a lei, pe- bocado de pão prevaricará o homem.
Íejar&o contra elles.
5 Os homens mãos n&o entendem o
22 O que se apresura a fazenda, he
homem de mao olho: p o re m n&osabe
juizo: mas os que busc&o a J e h o v a h , que lhe vira a mingoa.
entendem todas as cousas. 23 0 que reprende ao homem, de­
6 Melhor he o pobre, que anda em pois acharámais favor, do que aquelle,
sua sinceridade, ao que o perverso de que lisongea com a lingoa.
caminhos, ainda que seia rico. 24 O que rouba a seu pai, ou a sua
7 O que guarda a lei, he filho enten­ mãi. e aiz. n&o he prevancaç&o; com­
dido : mas o companheiro de comilões, panheiro ne do homem dissipador.
envergonha a seu pai. 25 O altivo de animo levanta con­
8 O que augmenta sua fazenda com tendas : mas o que confia em Jeho­
usura e onzena, para o que se compa- v a h , engordará.
deçe do pobre o ajunta. 26 0 que confia era seu coraç&o, he
9 O que desvia seus ouvidos de ou­ louco: mas o que anda em sabedoria,
vir a lei, até sua oração sera abomi- elle escapará.
navel. 27 O que dà ao pobre, n&oterà falta:

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PROVÉRBIOS, XXIX, XXX. 637

mas o qae esconde seus olhos, terá 17 Castiga a teu filho, e te fará re­
muitas maldições, pousar : e dará delicias a tua alma.
28 Quando os impios vem a subir, os 18 N&o havendo profecia, o povo fica
homens se andâo escondendo: mas dissoluto: porem o que guarda a lei,
quando perecem, os justos se multi- elle he bemaventurado.
plic&o. 19 0 servo se nâo emenderá com
palavras: porque ainda qae te entenda,
todavia nâo responderá.
C APITULO XXIX.
20 Viste homem arremessado em
0 HOMEM, que muitas vezes re- suas palavras? mais attença ha de
prendido endurece o pescoço, de hum louco, do que delle.
repente será tam quebrantado, que 21 Quanao alguem regala a seu ser­
n&o haverá mais cura. vo desde sua mocidade: por derra­
2 Quando os justos se engrandecem, deiro quererá ser seu filho.
o povo se alegra: mas guando o im­ 22 O homem iracundo levanta con­
pio domina, o povo suspira. tendas : e o furioso multiplica as trans­
3 O homem que ama a sabedoria, gressões.
alegra a seu pai: mas o companheiro 23 A soberba do homem o abaterá:
de rameiras esperdiça a fazenda. mas o humilde de espirito reterá a
4 O Rei com juizo sostem a terrà: gloria.
mas o amigo de peitas a trastoma. 24 O que reparte com o ladrão, abor­
5 0 homem que lisongea a seu proxi­ rece sua alma: ouve maldições, e nâo
mo, rede arma a seus passos. o denuncia.
6 Na transgress&o do homem mao 25 O temor do homem armará la­
ha laço: mas o justo jubila, e se ale­ ços : mas o que confia em o Jc h o v a h ,
gra. serà posto em alto retiro.
7 Informa se o justo da causa dos 26 Muitos buscâo a face do Princi-
a sciencia. S
pobres: mas o impio n&o comprende e: mas o direito de cada hum vem
e Je h o v a h .
8 Homens zombadores encendem a 27 Abominação he para os justos o
cidade emfo g o: mas os sabios desvi&o homem iniquo: ma6 abominação he
a ira. para o impio o de rectos caminhos.
9 O homem sabio, que preitea com
o louco, quer se turbe, quer se ria, to­
davia n&o terá descanço. CAPITULO XXX.
10 Os homens sanguinolentos abor­ ALAVRAS de Agur filho de Jake,
recem ao sincero: mas os rectos pro-
cur&o seu bem.
P a profecia: disse este varâo a
Ithiel; a Ithiel, e a Uchal.
11 Todo seu espirito assoalha o lou­ 2 Na verdade que eu sou mais bru­
co : mas o sabio o encobre e reprime. tal que ninguém, e nâo tenho enten­
12 O dominador, que attenta para dimento humano.
palavras mentirosas, todos seus ser­ 3 Nem aprendi sabedoria: nem sou­
vos s&o impios. be sciencia de santos.
13 0 pobre e o onzeneiro se encon- 4 Quem subio ao ceo, e descendeo %
tr&o : e J e h o v a h os olhos de ambos quem encerrou aos ventos em seus
alumia.
E unhos ? quem amarrou as aguas em
14 O Rei que julga com verdade aos um pano? quem collocou todos os
pobres, seu throno se affirmará para fins da terra? qual he seu nome?
sempre. e qual o nome de seu filho ? se o sa­
15 A vara e a reprensâo d&o sabe­ bes?
doria : mas o rapaz solto envergonha 5 Toda palavra de Deos he pura: he
a sua mãi. escudo para os que confiâo nelle.
16 Quando os impios se multiplic&o, 6 Nada acrecentes a suas palavras:
xnultiplicâo-se as transgressões: mas para que nâo te reprenda, e sejas acha­
os justos ver&o sua cahida. do mentiroso.

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638 PROVÉRBIOS, XXXI.

7 Doas cousas te pedi: n&o m’as ne­ 25 As formigas s&o povo impoten­
gues, antes que morra, te : todavia no ver&o prepar&o sua co­
8 Vaidade e palavra mentirosa alon­ mida.
ga de mim: nào me dês pobreza nem 26 Os coelhos são povo impossante:
riqueza: mantem-me do p&o de minha e com tudo poem sua casa na penha.
ordinaria porçào. 27 Os gafanhotos não tem rei: e com
9 Para que porventura de farto te tudo todos sahem, e em bandos se re­
nào negue, e diga, quem he J e h o v a h ? partem.
ou que empobrecendo, n&o venha a 28 A aranha apanha com as mâos.
furtar; e lance m&o do nome de meu e està nos paços dos Reis.
Deos. 29 Estas tres tem hum bom andar:
10 Nâo murmures do servo para com e quatro que passeão mui bem.
seu senhor, para que te nâo amaldi­ 30 O leâo velho feroz entre os ani­
çoe, e fiques culpado. maes ; que por ninguém torna a tras.
11 Geração ha? que amaldiçoa a seu 310 mimai cingido pelos lombos, e
pai, e a sua mãi nâo bemdiz. o cabrão, e o Rei, a quem se não pode
12 Geração, pura em seufi olhos; e resistir.
nunca lavada ae Beu esterco. 32 Se loucamente te onveste, ele­
13 Geração, cujos olhos sâo altivos; vando-te : e se imaginaste mal, poem
e as capellas delles sáo alçadas. a mão na boca.
14 Geração, cujos dentes sâo espa­ 33 Porque o espremer do leite produz
das, e cujos queixaes faças: para con­ manteiga, e o espremer do nariz pro­
sumirem da terra aos atflictos, e den­ duz sangue: e o espremer da ira pro­
tre os homens aos necessitados. duz contenda.
15 A sambixuga tem duas filhas, a
saber, da, da : estaB tres cousas nunca
se fartâo) e quatro nunca dizem, Bas­ CAPITULO XXXI.
ta.
16 A sepultura, a madre esteril: a
terra nâo farta de agua; e o fogo nun­
P ALAVRAS do Rei Lemuel: a pro­
fecia com que ensinava o suamãi.
2 Que, filho meu % e aue, ó filho de
ca diz, Basta. meu ventre ? e que ó filho de minhas
17 06 olhos mie zombâo do pai, ou promes8as ?
desprezâo a oDediencia da mãi, 08 3 Nâo dês a as mulheres tua força;
corvos do ribeiro os arrancarão, e os nem teus caminhos, para destruir a
pint&os da aguia os comerão. Reis.
18 Estas tres cousae me maravilhâo; 4 Não he dos Reis, 6 Lemuel, nâo he
e quatro, que nâo eei. dos Reis beber vinho: nem dos Prin­
19 O caminho da aguia no ceo, o ca­ cipes, desejar sidra.
minho da cobra na penha; o caminho 5 Para que não bebâo, e se esqueçáo
do navio no meio do mar, e o cami­ do ordenado; e pervertâo o direito de
nho do varâo na donzella. todos os afflictos.
20 Tal he o caminho da mulher adul­ 6 Dai a eidra aos que perecem; e o
tera : come, e alimpa sua boca; e diz, vinho aos de amargo animo.
nâo cometi maldade. 7 Para que bebâo, e se esqueçáo de
21 Por tres cousas se alvoroça a ter­ sua pobreza; e de seu trabalho nâo
ra: e por quatro, que nâo pode supor­ se lembrem mais.
tar. 8 Abre tua boca pelo mudo; pelo di­
22 Pelo servo, auando reina; e pelo reito de todos que vão perecendo.
louco, quando anaa farto de pâo. 9 Abre tuaboca, julga rectamente: e
23 Pela mulher aborrecivel, quando faze justiça aos oppressos e necessi­
se casa, e pela serva, quando herda a tados.
sua senhora, 10 Mulher virtuosa quem a achará?
24 Estas quatro sâo as mais peque­ ponjue sua valia muito sobrepuja aos
nas da terra: porem sabias, bem pro­ rubins. *
vidas de sabedoria. 110 coraç&o de seu Senhor está nel-

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ECCLESIASTES, I. $39

la tão confiado, que fazenda lhe n&o 22 Faz para si tapeçaria: de linho
faltará. fino e purpura he seu vestido.
12 Faz lhe bem, e náo mal, todos os 23 Conhece-se seu marido nas por­
dias de sua vida. tas : quando se assenta com os anciáos
13 Busca lá e mais linho: e trabalha da terra.
com prazer de suas màos. 24 Faz pannos de linho fino, e vende-
14 He como navio de mercador; de os: e da cintas aos mercadores.
longe traz seu pâo. 25 Força e gloria são seus vestidos:
15 Ainda ate de noite se levanta, e e rise do dia raturo.
dá mantimento a sua casa; e a orai- 26 Abre sua boca com sabedoria: e
naria porção a suas servas. a doutrina de beneficencia está em sua
16 Considéra huma herdade, e acqui­ lingoa.
re a: pranta vinha do fruto de suas 27 Attenta pelos passos de sua casa:
máos. e não come páo de preguiça.
17 Cinge seus lombos de força: e 28 Levantáo se seus filhos, e prezáo
esforça seus braços. a por bemaventurada; como tambem
18 Gosta que he boa sua mercancia: seu marido, que a louva dizendo :
e sua lampada náo se apaga de noite. 29 Muitas filhas se houvérão virtuo­
19 Estende suas máos ao fuso: e as samente ; porem tu a todas as sobre­
palmas de suas mãos pegão da roca. pujas.
20 Sua mão estende ao aíflicto; e 30 Enganosa he a graça, e vaidade
ao necessitado alarga suas mãos. a formosura: mas a mulher, que teme
21 Não temerá da neve por sua ca­ a Je h o v a h , essa serà louvada.
sa : porque toda sua casa anda forrada 31 Dai-lhe do fruto de suas máos: e
de roupa dobrada. louvem a nas portas suas obras.

L I V R O DO E C C L E S I A S T E S , OU PREGADOR.

CAPITULO I. se não fartâo de ver, nem se enchem


os ouvidos de ouvir.
ALAVRAS do Prégador, filho de 9 O que foi, isso serà, e o que se fez,
P David, Rei em Jerusalem.
2 Vaidade de vaidades 1 diz ò Pré­
isso se fara: de modo que nada ha
novo debaixo do Sol.
gador, vaidade de vaidades! tudo he 10 Ha causa alguma de que se pos­
vaidade. sa dizer, veB isto, he novo í jà foi nos
3 Que ventagem tem o homem, de séculos passados, que foráo antes de
todo seu trabalho, com que trabalha nosoutros. *
de baixo do Sol ? 11 Jà náo ha lembrança das causas
4 Geração vai, e geração vem: po­ que preçedéráo: e das causas que hão
rem a terra para sempre permanece. <le ser, tambem delias não haverá lem­
5 E sahe o Sol, e poem-se o Sol: e brança, nos que ouverem de ser de­
aspira a seu lugar, aonde nasceo. pois.
6 Vai ao Sul, e rodéa para o Norte; 12 Eu, o Prégador, foi Rei sobre Is­
continuamente vai rodeando o vento, rael em Jerusalem.
e a seus rodeos torna o vento. 13 E dei meu coração a esquadri­
7 Todos os ribeiros vâo ao mar, e com nhar, e me informar com sabedoria de
tcdoomarnáo se enche: ao lugar aon­ tudo quanto succede de baixo do Ceo:
de os ribeiros vão, em là chegando-se esta enfadonha occupaçáo deu Deos
tomão elles. aos filhos dos homens, para nella os
8 Todas estas cousas se cansão tanto, entreter.
que ninguém o pode declarar: os olhos l 14 Alentei para todas as obras, que

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640 ECCLESIASTES, II.
se fazem debaixo do Sol: e eis que tu­ 10 E tudo quanto desejàT&o meus
do era vaidade, e afflicçâo de espirito. olhos, lhes n&o neguei: nem retive
15 O torcido nâo se pode endireitar: meu coraç&o de alegria alguma, mas
o defectuoso n&o se pôde contar. meu coração se alegrou de todo meu
16 Fallei eu com meu coração, di­ trabalho; e esta foi minha parte de
zendo, eis que eu me engrandeci, e todo meu trabalho.
augmentei em sabedoria, sobre toaos l l E attentei eu para todas as obras,
os que houve antes de mim em Jeru­ que fizerâo minhas m&os, como tam­
salem : e meu coraç&o vio multid&o de bem para o trabalho que obrei traba­
sabedoria e sciencia. lhando : e eis que tuao era vaidade
17 E dei meu corac&o a entender sa­ e afflicçâo de espirito, e que proveito
bedoria e sciencia desvarios e doudi- nenhum havia debaixo do Sol.
ces: e vim a saber, que tambem isto 12 Ent&o attentei eu a ver a sabe­
era afflicç&o de espinto. doria, e os desvarios e a doudice: por­
18 Porque na muita sabedoria ha que que homem haverá que possa se­
muito enfadamentos e o a que se aug- guir ao Rei no que já estâ feito?
menta em sciencia, augmenta molés­ 13 Entâo vi eu que a sabedoria he
tia. mais excellente do que a loucura: co­
mo a luz mais excellente he que as
CAPITULO II. trevas.
ISSE eu em meu coraç&o, ora ea, 14 Os olhos do sabio estâo em soa
D provarei-te com alegria, pelo que
attenta para o bem: porem eis que
cabeça, mas o louco anda em trevas:
tambem entâo entendi eu que o mes­
tambem isto era vaidade. mo successo lhes succede a todos.
2 Ao riso disse, estás doudo: e à ale­ 15 Pelo que eu disse em meu cora­
gria, de que serve esta ? ção, como succeder ao louco, assimme
3 Busquei em meu coraç&o, como succederà a mim; porque pois entâo
me daria ao vinho: (regendo porem eu mais busquei a sabedori a ? entâo
meu coroç&o com sapiência,) e como disse em meu coração, que tambem
reteria a loucura, até ver o que se ria isto era vaidade.
melhor que os filhos dos homens fizes­ 16 Porque nunca haverá mais lem­
sem debaixo do Ceo?durante o nume­ brança do sabio, que do louco: por-
ro dos dias de sua vida. uanto de tudo quanto agora ha, nos
4 Fiz-me obras magnificas: edifi- ias futuros total esquecimento have­
queime casas, plantei-me vinhas. rá: e como morre o sabio, como o
5 Fiz-me hortase jardins: e plantei louco ?
nelles arvores de toaa sorte de fructa. 17 Pelo que aborreci esta vida, por­
6 Fiz-me tanques de aguas; para que a obra que se faz debaixo do Sol,
regar com elles o bosque, em que re- me parece má: porque tudo he vai­
verdeci&o as arvores. dade e affliçcâo ae espirito.
7 Acquiri servos e servas, e filhos de 18 Tambem eu aborreci todo meu
casa tive: tambem tive mais grande trabalho, em que eu trabalhei debaixo
possess&o de vacas e ovelhas, do que do Sol porquanto o deixarei a outro ho­
todos os que houve antes de mim em mem, que virá depois de mim.
Jerusalem. 19 Porque quem sabe, se será sabi^
8 Ajuntei-mé tambem prata e ouro, ou louco1 todavia se ensenhoreará
e joias de Reis, e provincias provi me sobre todo meu trabalho em qoe tra­
de cantores e cantoras, e delicias de balhei. e que sabiamente adiante le­
filhos de homens, de instrumentos de vei debaixo do Sol: tambem isso he
musica, e de toda sorte de instrumen­ vaidade.
tos. 20 Pelo que eu me anpliquei a fazer
9 E mais me engrandeci, e augmen­ que meu coração percíesse a esperan­
tei, que todos quantos houve antes de ça de todo o trabalho, em que traba­
mim em Jerusalem: de mais disto lhei debaixo do Sol.
minha sabedoria ficou comigo. 21 Porque ha homem que trabalb»

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ECCLESIASTES, III. 641
com sabedoria e sciencia e destreza: 10 Tenho visto a occupaçáo que De­
todavia deixará seu trabalho, como sua os deu aos filhos dos homens, para com
parte, a homera que nào trabalhou ella os congoxar.
nelle; tambem istohe vaidade e gran­ 11 Tudo fez formoso em seu tempo:
de enfadamento. , tambem pôz o seculo em seu coraçáo
22 Porque, que mais tem o homem delles, sem que o homem possa alcan­
de todo seu trabalho, e fadiga de seu çar a obra que Deos fez, desdo prin­
coraçáo, em qué elle anda trabalhan­ cipio até o nm.
do debaixo do Sol? 12 Jà tenho advertido, que nào ha
23 Porque todos seus dias sáo dores, cousa melhor para elles, ao que ale-
e sua occupaçáo moléstia; até de noi­ grar-se, e fazer bem em sua vida.
te nào descança seu coraçáo: tambem 13 Como tambem, que todo homem
isto he vaidaae. coma e beb^, e goze do bem de todo
24 Nâo he pois bom para o homem, seu trabalho: isto he dom de Deos.
que coma e beba, e aue faça as ua al­ 14 Sei cu, que tudo quanto Deos faz,
ma gozar do bem ae seu trabalho ? isso durará eternamente; nada se lhe
tambem eu vi, que isto vem da máo deve acrecentar, e nada delle se deve
de Deos. diminuir; e isto faz Deos, para que ha­
25 (Porque quem d’isto comeria, ou ja temor perante sua face.
quem se apresurarja a isso melhor dp 15 O que houve d’antes, ainda o
qne eu ?) ha agora; e o que houver de ser,
26 Porque para o homem, que he já foi: e Deos rebusca ao ja rempux-
bom perante sua face, dà Deos sabe­ ado.
doria, e sciencia, e alegria: porem 16 Vi mais debaixo do Sol em o lu­
ao peccador dá oçcupaçào, para ajun­ gar do juizo, que havia ali impiedade;
tar e recolher, para o dar ao bom pe­ e no lugar da justiça, que ali havia im­
rante sua façe; tambem isto he vai­ piedade.
dade e afflicç&o de espirito. 17 Eu disse em meu coraçáo, ao jus­
to e ao impio ha de julgar Deos: por­
que ali ha tempo de todo intento, e
CAPITULO III. sobre toda obra.
r íDO tem seu tempo determinado:
e todo intento debaixo do Ceo tem
18 Disse eu em meu coraçáo ácerca
do estado dos íilhos dos homens, que
Deos lhes declararia; e elles o veriáo{
seu tempo.
2 Tempo de nascer, e tempo de mor­ que elles sáo, como as bestas em si
rer : tempo de plantar, e tempo de mesmos.
arrancar o plantado. 19 Porque o que succede aos filhos
3 Tempo de matar, e tempo de cu­ dosJiomens, isso mesmo tambem suc­
rar : tempo de derribar, e tempo de cede a as bestas, e o mesmo succede
edificar. a elles ambos; como tnorre o hum,
4 Tempo de, chorar, e tempo de rir: assim morre o outro, e todos a mesma
tempo de prantear, e tempo de saltar. respiraçáo tem: e a ventagem dos ho­
5 Tempo de espalhar pearas, e tempo mens sobre as bestas he nenhuma;
de ajuntar pedras: tempo de abraçar, porque todos sáo vaidade.
e tempo de alongar-se ae abraçar. ?0 Todos vâQa hum lugar: todos sáo
6 Tempo de buscar, e tempo ae per­ do pó. e todos se tornarão ao pó.
der : tempo de guardar, e tempo de 21 Quem adverte que a respiraçáo
lançar fóra. dos filhos dos homens para riba sobe:
7 Tempo de rasgar, e tempo de co­ e que a respiraçáo das bestas descen­
zer : tempo de callar, e tempo de fallar. de para debaixo da terra ?
8 Tempo de amar, e tempo de abor- 22 Assim que tenho visto, que náo
Tecer : tempo de guerrà, e tempo de ha cousa meihor do que alegrar se o
paz. homem de suas obras, porque essa he
9 Qnemaisventagemtemoqueobra, sua parte: porque quem o levará a
d’aquillo em que trabalha ? ver o que serà aepois delle ?

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642 ECCLESIASTES, IV, V.

baixo do Sol, apos o mancebo succes-


CAPITULO IV.
sor, que estará em seu lugar.
EPOIS me virei, e attentei para 16 Nâo tem fim todo o povo, todoo
D todas as oppressões que se fazem
debaixo do Sol: e eis que as lagri­
vi
que houve antes delles; tam pouco
os descendentes se alegrarão delle :
mas dosoppressos, e dos que náo tem na verdade que tambem isto he vai­
consolador; e a força estava da banda dade, e aíHiçáo de espirito.
de seus oppressores, porem elles náo If7 Guarda teu pé, quando entrares
tinhão consolador. na casa de Deos, e antes te chega a
2 Pelo que eu louvei aos mortos qne ouvir, do que para dar sacrifícios de
jà morrérâo, mais do que aos vivos, loucos : pois nâo sabem qne fazem
que vivem ainda. mal. .
3 E melhor qne estes amboshe aquel­
le que ainda não foi; que não vio as CAPITULO V.
mas obras,que se fazem debaixo do Sol.
4 Tambem vi eu que todo o trabalho,
e toda a destreza em obras, attrahe
ao homem a inveja de seu proximo:
N AO te precipites com tua bocâ,
nem ten coração se apresure, a
pronunciar p^Javra alguma perante a
tambem isto he vaidade, e afflicçâo de lace de Deos: porque Deos està nos
espirito. ceos, e tu estás sobre a terra; pelo qne
5 O louco ajunta suas mâos, e come tuas palavras sejâo poucas.
sua própria came: 2 Porque como da muita occupaçâo
6 Melhor he huma mão chea com des­ vem os sonhos: assim a voz do louco
canço, do que ambos os punhos chei­ da multidão das palavras.
os comtrabalho, e afflicçâo de espirito. 3 Quando a Deos votares voto algum,
7 Outra vez me tornei a virar, e vi nâo tardes no pagar; porque nào sb
huma vaidade debaixo do Sol. agrada de loupos: o que votares, pa*
8 E he que tal homem ha que só está, ga-o.
e nâo tem segundo, nem tam pouco 4 Melhor he que nâo votes, do que
filho, nem irmâ; e de todo seu traba­ votares, e não pagares.
lho não ha fim, nem sens olhos se far- 5 Não consintas a tua boca, que faça
tâo do riquezas: nem diz} para quem peccar a tua came; nem digas perante
trabalho eu ? e faço ter falta a minha a face do Anjo, que foi erro: porque
alma de bem ? tambem isto he vaida­ farias irar a tanto Deos com tua voz,
de e enfadonha occupaçâo. que destruisse a obra de tuas mâos?
9 Melhores sâo dous do que hum: por­ 6 Porque como na multidão dos so­
que tem melhor paga de seu trabalho. nhos ha vaidades; assim nas muitas
10 Porque se vierem a cahir, a hum palavras: mas teme a Deos.
levanta a seu companheiro: mas ai do 7 Se oppressâo de pobres, e violên­
só, pois cahindo, nâo haverá segundo cia do aireito, e da justiça, vires em
que o levante. alguma provincia; nâo te maravi-lhes
11 Tambem se dous dormirem jun­ de semelhante caso: porque o que
tos elles se aquentarão ? mas o só co­ mais alto he?que os altos, nisso atten­
mo se aquentará ? ta; e ha mais altos que elles.
12 E se alguem prevalecer contra o 8 0 proveito da terra he para todos:
hum, os dous bastarão contra elle: até o Kei se serve do campo.
poraue o cordão de tres dobras nâo se 9 O que amar o dinheiro, nunca se
quebra tâo de pressa. fartárà do dinheiro; e quem amar a
13 Melhor he o mancebo pobre e sa­ abundancia, nunca, se fartará dJa ren­
bio, do que o Rei velho e louco, que da : tambem isto he vaidade.
se não deixa mais amoestar. 10 Aonde a fazenda se multiplica,
14 Porque hum sahe do cárcere a ali se multiplicâo tambem os que a co­
reinar: e hum aue nascendo em seu mem : que mais proveito pois tem
reino,jpor derraaeiro empobrece. seus donos, do que a verem com seus
15 Vi a todos os viventes andar de­ olhos?

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ECCLESIASTES, VI, VII. 643

11 Doce bç o sono do trabalhador, não se fartasse do bem; e tambem


quer coma pouco, quer muito: porem náo tivesse sepultura: digo que o abor­
a fartura do rico náo o deixa dormir. tivo he melhor que elle.
12 Ha mal que vi debaixo do Sol, e 4 Porquanto debalde veio, e a as
attrahe enfermidades, as riquezas, que trevas se vai; e em trevas se encobre
seus donos guardào para seu proprio seu nome.
mal. 5 E ainda que nunca vio ao Sol, nem
13 Porque as mesmas riquezas se o conheceo: mais descanso tem que
perdem cora enfadonhas occupações: o tal.
e filho algum gerando» nada lhefica em 6 E ainda que vivesse mil annos
sua mão. duas vezes, e náo visse o bem: por­
14 Como sahio do ventre de sua mãi, ventura todos não vão o mesmo lugar ?
assim nuo se tornará* indo-se como 7 Todo o trabalho do homem he pa­
veio: e nada tomará, ae seu trabalho, ra sua boca: e com tudo nunca sua
para levar em sua máo. cobiça se enche.
15 Assim que tambem isto he hum 8 Porque, que mais tem o sabio do
mal, que attrahe enfermidades, que que o louco ? e que mais tem o pobre,
infallivelmente, como veio, assim se que sabe andar perante os vivos ?
va i: e que proveito lhe vem de tra­ 9 Melhor he a vista de olhos, do que
balhar ao vento ? o vaguear da cobiça: tambem isto he
16 E de haver comido todos seus dias vaidade, e afflicção de espirito.
em trevas; e de padecer muito enfa­ 10 Seja qualquer o que for, já seu
damento, e enfermidade te cruel furor. nome foi nomeado, e se sabe que he
17 Eis aquj o que eu vi, huma boa homem: e aue nâío pode contender
e formosa cousa: comer e beber, e com o mais forte que elle.
gozar-se do bem ae todo seu trabalho, 11 Na verdade que ha muitas cou­
em que trabalhou debaixo do Sol, du­ sas, que multipliçáo a vaidade: que
rante o numero dos dias de sua vida, mais tem o homem com ellas ?
que Deos lhe deu: porque esta he sua 12 Poraue quem sabe o que he bom
parte. nesta viaa paia o homem, durante o
18 E todo homem, a quem Deos deu numero dos dias da vida ae sua vai­
riquezas e fazenda, e lhe deu poder dade, os quaes gasta como sombra?
para comer delias, e tomar sua parte, porque quem declarará ao homem,
e gozar se de seu trabalho: isto he que he o que passará depois delle de­
dom de Deos. baixo do Sol ?
19 Porque não se lembrará muito,
dos dias ae sua vida, porquanto Deos CAPITULO VII.
lhe responde com alegria de seu co­
ração. ELHOR he a boa fama do (jue o
M melhor unguento; e o dia da
morte do que o dia do nascimento de
CAPITULO VI.
alguem.
A hum mal, que vi debaixo do Sol: 2 Melhor he ir á casa do pranto, do
e mui frequente he entre os ho­ que ir á casa do convite; porque nella
mens. ne o fim de todos os homens: e os vi­
2 Hum homefn a quem Deos deu ri­ vos 0 tomáo em seu coraçáo.
quezas, fazenda, e hoUra, e nada lhe 3 Melhor he o nojo que o riso: por­
ml ta de tudo qjuanto sua alma deseja j que com a tristeza do rosto se era-
e Deos náo lhe dá poder para dahi menda o coraçáo.
comer: antes o estranho.lho come: 4 O coração dos sabios està na casa
tambem isto he vaidade e mal traba­ do pranto: mas o coraçáo dos loucos
lhoso. na casa da alegria.
3 Se o homem gerára cem filhos, e 5 Melhor he ouvir a reprensâo do
vivéra muitos annos, e os dias de seus sabio, do que ouvir alsruem a cançáfr
annos forão muitos, porem sua alma do louco.

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644 ECCLESIASTES, VIII.

6 Poraue qual he o ruido dos espi­ parà que náo venhas a ouvir que teu
nhos debaixo de huma panela, tal he servo te amaldiçôa.
o riso do louco: tambem isto he vai­ 22 Porque teu coraçáo tambem )k
dade. confessou muitas vezes, que tambem
7 Verdadeiramente que a oppressâo tu amaldiçoaste a outros.
faria endoudecer até ao sabio: e a 23 Tudo isto inquiri com sabedoria:
peita corrompe ao coraç&o. - disse, sabedoria acguirirei; mas eUs
8 Melhor he o fim das cousas do que ainda estava longe de mim.
o principio delias: melhor he o lon- 24 O que longe estâ, e profundíssi­
ganime, do que o altivo de coraçáo. mo, quem o achará ?
9 Nào te apresures em teu espirito, 25 Eu rodeei è meu coraçáo, pan
para te irares: porque a ira no seio saber, e inquirir, e buscar a sabedoria
dos loucos repousa. e a razão: e para saber a impiedade
10 NunCa digas, porque os dias pas­ da loucura, e doudice dos desvarios.
sados foráo melhores que estes? por­ 26 E eu achei hüraa cousa mnif
que nunca disto perguntarias com sa­ amarga que a morte, a mulher cujo
bedoria. coraçáo sáo redes e laços, e suas máos
11 Boa he a sabedoria com a heran­ ataduras: quem for bom perante a fa­
ça: e os que ao Sol vém, tiráo pro­ ce de Deos, escapará delia; mas o pec-
veito delle. cador virá a ser preso delia.
12 Porque de sombra serve a sabe­ 27 Vedes aqui isto àchei, diz o Pre­
doria, e de sombra serve o dinheiro: gador, as cousashuma a huma olhani0,
mas a excellencia da sciencia he, que para assim achar a raz&o delias.
a sabedoria da a vida a seus possui­ 28 O que ainda busca minha alma,
dores. porem ainda náoo achei: hum homem
13 Attenta para a obra de Deos: entre mil achei eu, mas huma mulher
porque quem poderá endireitar o que entre todas estas nâo aohei,
ellè entortou? 29 Vedes aqui, que isto tam somente
14 No dia da prosperidade goza do achei, que Deos fez ao homem recto:
bem, mas no dia da adversidade at­ porem elles buscãráo muitas inven­
tenta : porque tambem Deos ao hum ções.
em fronte do outro faz; para que o
homem nada ache do que haverá de­ c a p it u l o vm .
pois delle.
15 Tudo isto vi nos dias de minha Q UEM semelhante ao sabio he? e
quem sabe a interpretação da*
vaidade: justo ha que perece em sua cousas ? a sabedoria do homem escla­
justiça; e impio ha, que prolonga seus rece sua face, e a aspereza de seuros­
dias em sua maldade. to se muda por ella.
16 Não sejas iusto demasiado, nem 2 Eu digo, attenta para a boca do
sejas demasiadamente sabio: para Rei: porem Segundo a palavra do ju­
que a ti mesmo te assolarias ? ramento quefizeste a Deos.,
17 Náo sejas impio demasiado^nem 3 Náo te apresures a te ires de veran*
sejas demasiado louco: para que mor­ te sua face; nem persistas em algum*
rerias fora de teu tempo ? cousa m á: porquanto tudo qnants
18 Bom he que retenhas isto, e tam­ quer, faz.
bem disto náo retires tua mâo: norque 4 Aonde ha palavra do Bei, a U es­
quem teme a Deos, escapa de tuuo isto. tá o Senhorio: e quem lhe dirá, qne
19 A sabedoria esforça ao sabio, mais fazes?
do que dez dominadores, que haja em 5 Quem guardar o mandamento, nlo
a cidade. experimehtará nenhum mal: e o tem­
20 Em verdade que náo ha homem po e o modo saberá o coraçáo do ss-
justo sobre a terra, que faça bem, e bio.
nunca peque. 6 Porque para todo iiitento ha tem­
21 Tampouco appliques teu coraçáo po e modo: porquanto o mal do ho*
a todas as palavras, qne se faUarem; raem he muito sobre elle.

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ÊCCLESÍASTES, DC. 645
7 Porqne n&o sabe o qae ha de suc- bio, que a virá & saber; nem porisso
ceder: e quando haja de succeder, a poderá alcançar.
quemlh’o dará a entender 1
8 Nenhum homem ha que tenha se­
nhorio sobre espirito, para reter ão es» CAPITULO IX.
pirito; nem tam pouco senhorio sobre E veras tudo isto puz em meu co­
o dia da morte; como tambem nem D raç&o, para claramente entender
armas nesta peleja: nem tampouco a tudo isto: que os justos, e os sabios, e
impiedade livrará a seus donos, suas obras, est&o em as m&os de Deos:
9 Tudo isto vi quando puz meu co­ como tambem que n&o conhece o ho­
raç&o em toda obra que se faz debai- mem nem o amor, nem o odio, por tu­
io do Sol: tempo ha em que hum ho­ do aue vassa peratite sua face.
mem se ensenhorea do outro homem, 2 Tudo succede aos huns, como a to­
para seu mal. dos os outros; o mesmo succede ao
10 Assim tambem vi aos impios se­ justo e ao impio, ao bom e ao puro,
pultados; e aos que vinhão, e sahiáo como ao impuro; assim ao que sacri­
do lugar do Santo; que for&o esque­ fica, como ao que n&o sacrifica: asaim
cidos na cidade, em que fizérâo bem: ao bom, como ao peccador; ao que ju­
tambem isto he vaidade. ra, como ao aue teme o juramento.
11 Porquanto ,logo se n&o exeouta o 3 Este mal ha entre tudo quanto se
juizo sobre a má obra, porisso o cora­ faz debaixo do Sol, que a todos succe-
ção dos filhos dos homens está cheio da o mesmq: e que tambem o cora­
nelles, para fazer mal. ç&o dos filhos dos nomens esteja cheio
12 Ainda que o peccador üaça mal de maldade, e que haja desvarios em
cemvezes, e os dias se lhe prolonguem: seu ooração em sua vida; e depois se
comtudo Dem sei eu, que na de ir bem tsáo aos mortos.
ara que temem a Deos, aos que teme­ 4 Porque para o que se acompanha
remperante siia faze. com todos os vivos, ha esperança :
13 Porem ao impio não irá bem, e (porque melhor he o cão vivo, do que
náo prolongará os dias, será como a o leâo morto.)
sombra: porquanto perante a face de 5 Porque os vivos sabem que hâo
Deos nâo teme. de morrer: mas os mortos nâo sabem
14 Ainda ha outra vaidade, que se oousa nenhuma, nem tam pouco mais
faz 6obi$ a terra: que ha justos, a tem paga; mas já n&o ha lembrança
cjuem succede segundo as obras aos de sua memória.
ímpios; e ha impios, a quem succede 6 Até seu amor, até seu odio, e até
legando as obras dos justos: digo, que sua inveja já pereceo: e já n&o tem
tambem isto he vaidade. parte nenhuma neste seculo, em tudo
15 ABsim que louvei eu a alegria, quanto se faz debaixo do Sol.
porouaato o nomem cousa nenhuma 7 Vai pois, come com alegria teu p&o,
melnor tem debaixo do Sol, do que e bebe com bom coraç&o teu vinho:
comer e beber, e alegrar-se: porque pois já Deos se agrada de tuas obras.
isso se lhe apegará de seu trabalho os 8 Em todo tempo sej&o alvos teus
dias de sua vida, que Deos lhe dá de­ vestidos: e nunca falte oleo sobre tua
baixo do Sol. cabeça. y
16 Dando eu meu coração a enten­ 9 Goza da vida, com a mulher que
der sabedoria, e a ver a occupaç&o amas, todos os dias da vida de tua vai­
aue se faz sobre a terra; que nem de dade, que Deos te deu debaixo do Sol,
aia, nem de noite vê o homem sono em todos os dias de tua vaidade: porque
•eus olhos: esta he tua parte nesta vida. e de teu
17 Ent&o vi toda a obra de Deos, que trabalho, em que tu trabalhaste de­
o homem n&o pode alcançar obra. que baixo do Sol.
ae faz debaixo do Sol; piela qual tra­ 10 Tudo quanto te vier á m&o para
balha o homem para a buscar, porem fazer, faze o conforme a tuas forças:
n&o a achará: e ainda que diga o sa­ porque já na sepultura, para onde tu

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646 ECCLESIASTES, X .

vas, nâo ha obra, nem industria, nem porque he mezinha que aquieta gran­
sciencia, nem sabedoria alguma. des peccados.
11 Volvi-me?e vi debaixo do Sol, que 5 Ainda hum mal ha, que vi debaiio
n&o he dos ligeiros a carreira, nem do Sol: como o erro que procede da
dos herões a peleja, nem tam pouco face do que domina.
dos sabios o p&o, nem tam pouco dos 6 Ao louco assentâo em grandes al­
prudentes as riquezas, nem tam pouco turas: mas os ricos estào assentados
dos entendidos a graça: mas que tempo na baixeza *
e occurrencia succede a todos estes. 7 Vi servos a cavallo: e Principes
12 Que tambem o homem n&o sabe que andav&o a pé como servos eoore
seu tempo, como os peixes que se pes- a terra.
c&o com a malina rede; e como os 8 Quem cavar cova, cahirà nella: e
passarinhos que se prendem com o la- quem romper mturo, cobra o morde­
S o: assim se enlançâo também os filhos
os homens no m&o tempo, quando
rá.
9 Quem acarretar pedras, padecerá
cahe de repente sobre eHes. dores por ellas: e o que fender lenha,
13 Tambem vi esta sabedoria de­ perigará por ella.
baixo do Sol, que foi para comigo 10 Se alguem embotou o ferro, e elle
grande. nâo amollar o còrte, entâo se devera
14 Houve huma pequena cidade, em pôr mais forças: mas excellente cou­
que havia pouoos homens: e veio con­ sa he a sabeaoria para endireitar d-
tra ella hum grande Rei, e cercou-a, guma cousa.
e levantou contra ella grandes tran­ 11 Se a cobra morder n&o encanta­
queiras. da: jà ent&o remedio nenhum se es­
15 E se achou nella hum homem pera de encantador algum, por mais
pobre sabio, que livrou aquella cidade eloquente que seja.
com sua sabedoria: e ninguém se lem­ 12 As palavras da boca do sabio
brava daquelle pobre homem. agradâo: porem os beiços do loucoo
16 Ent&o disse eu, melhor he a sabe­ devorâo.
doria do que a forca: ainda que a sa­ 13 0 principio das palavras de sua
bedoria do pobre loi desprezada, e su­ boca he locura: e o nm de sua boca
as palavras n&o for&o ouvidas. hum desvario òem.roim.
17 As palavras dos sabios com qui­ 14 Bem o louco multiplica as pa­
etação se devem ouvir: mais que o lavras: porem o homem nâo sabe que
clamor do que domina sobre os lou­ he o que ha de ser; e quem lhe fará
cos. saber o que será depois delle í
18 Melhor he a sabedoria do <jue as 15 0 trabalho dos loucos a cada qual
armas de guerra: porem hum so pec- delles fadiga: porquanto nâo sabem
cador destroe muitos bens. ir à cidade.
16 Ai de ty b terra, cujo Rei he
CAPÍTULO X. menino: e cujòs Principes comempe­
la manhãzinha.
f lO M O a mosca morta faz feder e 17 Bemaventurada tu, ô terra, cujo
evaporar ao unguento do perfu­ Rei he filho dos nobres: e cujos Prin­
mador : assim o faz ao famoso em sa­ cipes comem a seu tempo, para for- I
bedoria e em honra huma pouca de ças, e n&o para se emborracharem. |
lououra. 18 Pela muita presguiça se snfraqné-
2 O coraç&o do sabio està à sua dex­ çe o tecto: e pela froixidão das mâos
tra : mas o coraç&o do louco està â sua goteja a casa.
esquerda. 19 Para rir se fazem convites, e o
3 E até quando o louco vai pelo ca­ vinho alegra aos vivos: e por tudo o
minho, seu coraç&o lhe falta: e diz a dinheiro responde.
todos, que he louoo. 20 Nem ainda em teu pensamento
4 Levantando-se contra ti o espirito amaldições ao Rei, nem tam pouco no
dp que domina, n&o deixes teu lugar; mais interior de tua recáxnara

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ECCLESIASTE3, XL XII. 647

dições ao rico: porque as aves dos a dizer, nâo tenho nelles contenta­
ceos vixi&o a levar a voz, e os qae tem mento.
asas fariào saber a palavra. 2 Antes que se escureçâo o sol, e a
luz, e a lua, e as estrellas: e tornem as
nuvens apoz a chuva.
CAPITULO XI. 3 No dia em que tremerem os guar­
T ANÇA teu pâo sobre as aguas: que das da casa, e se encurvarem os for­
J j depois de muitos dias o acha­ tes varões: e cessarem os moedores,
rás. porquanto jà se tiverem diminuído; e
2 Dá huma parte a sete, e ainda até se escurecerem os que olhâo pelas ja-
a oito: porque nâa sabes que mal ha* neilas.
verá sobre a terra. 4 E as duas portas da rua se fecha­
3 Estando as nuvens cheas, vazão a rem por causa do baixo ruido da moe-
chura sobre a terra; e cahindo a ar* dura: e se levantar a a voz das aves,
vore para o Sul, ou para o Norte: no e todas as vozes do canto se encurta­
lngar em que a arvore cahir, ali se rem.
ficará. 6 Como tambem quando temerem
4 Quem attentar pára o vento, nun­ dos lugares altos, e houver espantos
ca semeará: e o que olhar para as nu­ no caminho; e ftorecer a amendoeira,
vens, nunca segará. e o gafanhoto se carregar a si mesmo,
5 Como tu nâo sabes quàl seia o ca­ e perecer o apetite: porque o homem
minho do vento^nem oomo se formem se vai a sua eterna casa, e os prante-
es ossos no ventre da mulher prenhe: adores andarão rodeando pela praça.
assim tu nâo sabes a obra de Deos, 6 Assim que antes que se afroxe a
que faz todas as cousas. cadéa de prata, e se despedace a copa
6 Pela manhâ «eméa tua semente, de ouro; e se quebre o cantaro junto
e à tarde nâo retires tua mâo: porque a fonte, e se despedace a roda junto
tu nâo sabes qual serà recto, se isto, ao poço:
se aquillo; ou se ambas estas cousas 7 E o pó se tome a a terra, como
igualmente serâo boas. era; e o espirito se torne a Deos, que
7 De veras suave he a luz: e agra- o deu.
davel he aos olhos ver o Sol. 8 Vaidade de vaidades, dis o Préga-
8 Porem se o homem viver muitos dor, tudo he vaidade.
annos, e em todos elles se alegrar: 9 E quanto mais o Pregador foi sa­
tambem se deve lembrar dos dias das bio : tanto mais sabedoria ao povo en­
trevas; porque hâo de ser muitos; e sinou, e attentou, e esquadrinhou,com-
tudo quanto succedeo. he vaidade. poz muitos provérbios.
9 Alegra-te, manceDO, e m tua mo­ 10 Procuro o Prégador achar palavras
cidade, e recree te teu coração nos agradaveis: e o escrito he a rectidào,
dias de tua mocidade ; e caminha nos palavras de verdade.
caminhos de teu corâcão, e na vista 11 As palavras dos Sabios sâo como
de teus olhos: porem saoe, que por to­ aguilhões, e como pregos, bem áífix-
das estas cousas, te trarà Deos ao ados pelos mestres das congregações;
juizo. que se nos dérão do unico Pastor.
10 Assim que desvia a ira de teu co­ 12 E de mais disto, filho meu, at­
ração, e tira de tua came o mal: por­ tenta: nào ha fim ae fazer muitos
que a adolescencia e a juventude he livros; e o muito ler, enfadamento he
vaidade. da came.
13 De tudo o que se tem ouvido, he
o fim da cousa: teme a Deos, e guar­
CAPITULO XII. da seus mandamentos; porque isto he
IRQUANTO te lembra de teu Cre- o dever de todo homem.
F ador nos dias de tua mocidade: 14 Porque Deos ha de trazer a juizo
antes que venhâo os maos dias, toda e obra, e até tudo o encubertoj
cheguem os annos, dos quaes venhas quer seja bem, quer seja mal.

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648 CANTARES, I, II.

CANTARES DE SALAMAO.

nhas de Engedi, he para mim meu


C APITULO I.
i amado.
de cânticos, que he de 15 Eis que es formosa, amigaminha;
C2 Beije-me
ÂNTICO
Salam&o.
elle com os beijos de sua
eis que es formosa, teus olhos s&o
olhos de pomba.
boca: porque melhor he teu ampr que 16 Eis que es gentil homem, e agra*
o vinho. davelj o amado meu; e nosso leito
3 Para cheirar teus unguentos s&o reverdece.
bons, unguento derramado he teu no­ 17 As traves de nossa casa s&o de
me : pelo que as donzellas te am&o. Cedro, nossas barandas d’acipreste.
4 Puxa por mim, correremos apos
ti: meteo-me o Rei em suas recama­ CAPITULQ n.
ras, em ti nosgozaremos e alegremos,
de teu amor nos lembraremos mais
que do vinho; os rectos te am&o a ti. E U sou a rosa de Saron, o lirio dos
valles.
5 Morena sou, porem bem estreada, 2 Qual o lírio entre os espinhos, tal
he minha amiga entre as mhas.
Íò filhas de Jerusalem): como as ten-
ias de Kedar, como as cortinas de Sa­ 3 Qual a. maceira entre as arvores
do bosque, tal he meu amado entre os
lam&o.
6 N&o attenteis que sou morena, por­ filhos: desejo muito sua sombra, e
que o Sol resplandeceo sobre mim: debaixo delia tne assento; e seu fruto
os filhos de minha mãi se indignàç&o he doce a meu pàd&r.
contra mim; puzer&o-me por guarda 4 Leva-me a a casa do vinho, e o
de vinhas, minha vinha, que me per­ amor he sna bandeira sobre mim.
tence n&o guardei. 5 Sustentai-me com frascos, esforçai
7 Dize-me, tu a quem minha alma me com maç&s: porque estou enfer­
ama, aonde apascentas o gado, aonde ma de amor.
o recolhes ao meio dia ? porque, por­ 6 Sua m&o esquerda esteja de baixo
que raz&o seria eu como a que se co­ de minha cabeça, e sua direita me
bre junto aos gados de teus compa­ abrace.
nheiros ? 7 Esconjuro-vos, 6 filhas de Jerusa­
8 Se tu o n&o sabes, ô a mais formo* lem, que andais com as corçasoucer­
sa entre as mulheres: sahe-te pelos vas do campo; que n&oacoraeisj nem
rastos das ovelhas, e apascenta tuas desperteis ao amor, até que queira.
cabras junto a as moradas dos pasto­ 8 Esta he a voz de meu amado, ve-
res. delo aqui, que jà vem; saltando sobre
9 A as égoas doB carros de Pharaó te os montes, pulando sobre os outeiros.
compàro, o amiga minha. 9 Meu amado he semelhante ao ga­
10 Agradaveis s&o tuas faces entre mo, ou ao filho dos veados: eis tjue
enfeites, tua garganta entre os colla- està de tras de nossa parede, olhando
res. pelas janelks,'reluzindo pelas grades.
11 Enfeites de ouro te faremos, com 10 Meu amado responde, e me diz:
bicos de prata. levantaste, amiga minha, minha for­
12 Em quanto o Rei està assentado mosa, e vem-te.
à sua mesa redonda, meu nardo dà 11 rorque eis que passo*o inverno:
seu cheiro. a chuva se acabou, e se foi.
13 Meu amado he para mim hum 12 As flores se mostr&o na terra, o
remalhete de myrrha, que tresnoita tempo de cantar chega: e a voz da
entre meus peitos. rola se ouve em nossa terra.
14 Hum cacho de Cypro nas vi­ 13 A figueira produz seus figuinhos,

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cà n ta u es, tn, iv . m
e as vidas em agraço dáo cheiro: le­ r a : o de dentro cuberto oom o amor
vanta-te, amiga minha, minha formo­ das filhas de Jerusalem.
sa, e vem-te. 11 Sahi, ó filhas de Si&o, e contem­
14 Pomba minha, andando nelas fen­ plai ao Rei Salam&o, com a coroa,
das das penhas no occulto das l&dei- com que o coroou sua m&i, no dia de
mostra-me tua vista, faze-me ou­ seu deposorio, e no dia do gozo de seu
vir tua voz: porque tua voz he doce, coraç&o.
e tua vista agradavel:
15 Tomai-nos as raposa* as raposi- C APITU LO IV.
nhas, que danifíc&o as vinnas, porque
nosaas vinhas estâo em agraço. IS que es formosa, amiga minha,
16 Meu amado he meu, e eu sou a
soa: elle apascenta entre os Urioe.
E eis que es formosa; teus olhos
s&o olhos de pomba entre tuas tren-
17 Até que chegue aquelle dia, e as cas; teu cabeUo como rebanho de ca­
sombras se acolhâo: toma-te, amado bras, <|ue past&o a erva do monte de
meu, faze-te semelhante ao gamo, ou
ao filho dos veados, sobre oa montes %Teus dentes s&o como rebanho de
de fiether. ovelhas tosquiadas, que sobem do la-
vatorio: e todas ellas produzem ge-
meoB, e nenhuma delias de esteril.
C A P IT U L O m .
3 Teus beiços s&o como hum fio de
S noites busquei em minha cama grft, e tua falia suave: a fonte de tua
A a quem minha alma ama: o bus­
quei, e n&o o achei.
cabeça como hum pedaço de rom&
entre tuas trenças.
2 Pois levantarei-me, e rodearei pe­ 4 Teu pescoço como a torre de Da­
la cidade, pelas ruas, e pelas praças, vid, edificada para pendurar armas:
buscarei a quem minha alma ama: o mil escudos pendem delia, todos ro­
busquei e nfto o achei. delas de Herões.
3 Achâr&o-me os guardas, que ron- 5 Teus dous peitos como dous filhos
dav&o pela cidade: eu lhes perguntei, gemeos de gama, que past&o entre os
vistes a quem minha alma ama ? Brios.
4 Apartando-me eu hum pouco del­ 6 Até que venha aquelle dia, e se
les logo achei a quem minha alma acolh&o as sombras: irei ao monte da
ama: peguei delle, e n&o ò deixei ir, myrrha, e ao outeiro do encenso.
até que o meti em casa de minha mãi, 7 Tu toda es formosa, amiga minha,
e na recamara da que me pario. e n&o ha tacha em ti.
5 Esconjuio-vos, 6 filhas de Jerusa­ 8 Vem comigo do Libano, ó esposa;
lem, que com as corças ou cervas do comigo do Libano vem : attenta desdo
campo andaes; que n&o acordeis, nem cume de Amanà, desdo oume de Se-
desperteis ao amor, até que queira. nir e de Hermon, desdas moradas das
6 Quem he esta que sobe do deserto, leôas, desdos montes dos leopardos.
como columnas de fumo; perfumada 9 Tiraste-me o coraç&o, irm& minha,
eommyrrha, com encenso. e eom toda ô esposa: tiraste-me o coraç&o com
sorte de pó de especieiro í hum de teus olhos, com hum collar de
7 Eis que a cama de Salam&o, ses­ teu pescoço.
senta herões est&o ao redor delia, dos 10 Quam fermoeos s&o teus amores,
herões de Israel. irm& oh esposa minha! quanto melho­
8 Todos com espadas nas m&os, des­ res s&o teus amores, do que o vinho !
tros na guerra: cada qual oom sua es­ e o cheiro de teus unguentos, do que
pada à ilharga, à causa do pavor da todas as especiarias!
noite. 11 Favos de mel est&o manando de
9 O Rei Salam&o se fez hum thalamo teus beiços, ó esposa: mel e leite es­
de madeira do Libano. t&o debaixo de tua lingoa; e o cheiro
10 Suas columna* fez de prata, seu de teus vestidos como o cneiro do Li­
soalho de ouro, seu sobreoeorft perpu- bano,
28
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650 CANTABES, V, VI.

12 Horta fechada es tu irmâ minha lem, que se achardes a meuamado, lhe


oh esposa: manancial fechado, fonte digais, que de amor estou enferma.
sellacta. 9 Que he teu amado mais do que o
13 Tens renovos s&o paraíso de ro­ outro amado, ó tu a mais formosa en­
mâs, com fructos excellentes, Cypro tre as mulheres * que he teu amado
com nardo. mais, do que o outro amado, que tan­
14 Nardo, e açafrão, calamo$ e cane­ to nos esconjuraste %
la, com toda sorte de arvores de en­ 10 Meu amado he branco e verme­
censo : myrrha. e aloes, com todas as lho, elle traz a bandeira entre dez mil.
principaes especiarias. 11 Sua cabeça he do mais fino e ma­
15 On fonte das hortas, poço das agu­ ciço ouro: suas gadelhas crespas, pre­
as vivas, que correm do Libano! tas como o corvo.
16 Levanta-te vento Norte, e vem tu 12 Seus olhos como os das pombas
vento Sul, assopra por minha horta, junto às correntes das aguas; lavado6
para que destiilem suas especiarias; em leite, encastoados como em aneis.
ah se viesse meu amado à sua horta, 13 Suas faces como hum canteiro
e comesse de seus excellentes fruc­ de especiaria, como caixas aromaticas,
tos ! que gotejâo de myrrha destillante.
14 Suas mâos como aneis de ouroen­
C APITULO V.
castoados de turquesas: seu ventre co­
mo alvo marsim, cuberto de saphiras.
A vim à minha horta, irmâo minha, 15 Suas pernas como columnas de
J oh esposa, colhi minha myrrha mármore, fundadas sobre bases do ou­
com minha especiaria, comi meu favoro mais maciço: seu parecer como o
com meu mel, bebi meu vinho com Libano, escolhido como os cedros.
meu leite: comei amigos, bebei, ô 16 Seu padàr a mesma doçura, e to­
amados, e embebedai-vos. do elle totalmente desejável: tal he
2 Eu estava dormindo, mas meu co­ meu amado, e tal meu amigo, ô filhas
ração vigiava : a voz de meu amado de Jerusalem.
era, que estava batendo : abre-me ir­
mâ minha, amiga minha, pomba mi­
CAPITULO VI.
nha, perfeita minha, porque minha
cabeca està chea de orvalho, minhas
gadethas das gotas da noite. A ONDE foi teu amado. 6 a mais
formosa entre aslnulneres? para
3 Ja despi meus Vestidos, como os onde virou a vista teu amado, e o bus­
tomarei a vestir? jà lavei meus pés, caremos comtigo %
como os tomarei a çujar ? 2 Meu amado descendeo â sua horta,
4 Meu amado meteo sua mâo pelo aos canteiros da èspeciaria; para pas­
buraco da porta, e minhas entranhas tar nas hortas, e a colher os lirios.
rugírâo por amor delle. 3 Eu sou de meu amado, e meu ama­
5 Eu me levantei para abrir a meu do he meu: elle pasta entre os lirios.
amado : e minhas mâos destiUavâo 4 Formosa es, amiga minha, como
myrrha, e meus dedos gotejaváo de Thirsâ, aprazível como Jerusalem; for­
myrrha sobre as aldravas da fecha­ midável como bandeiras de ezercitos.
dura. 5 Desvia teus olhos de mim, porque
6 Eu abri a meu amado, mas jâ meu elles me violentâo: teu cabello hé co­
amado se desviàra, e passâra: minha mo rebanho de cabras, que pastào a
alma se sahia por causa de seu fallar; erva de Gilead.
o busquei, e nâo o achei; o chamei, e 6 Teus dentes como rebanho de ove­
nâo me respondeo. lhas, que sobem do lavatorio; e todas
7 Achàrâo-me os guardas, que ron- produzem gemeos, e esteril nâo ha en­
davâo pela cidade, espanqueàrâo-me, tre ellas.
ferirâo-me : tiràrâo-me o meu veo os 7 Como hum pedaço de româ, assim
guardas dos muros. sâo tuas faces entre tuas gadelhas.
8 Esconjuro-vos, ó filhas de Jerusa­ 8 Sessenta sâo as Rainha», e oitenta

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CANTARES, VII, VIII. 651
às concubinas; e as donzellas sem nu­ que se entra a meu amado suavemen­
mero. te, e faz fallar aos beiços dormentes.
9 Porem huma he minha pombaj mi­ 10 Eu sou de meu amado, e elle me
nha perfeita; a unica de sua mãi, e a tem afifeiçâo.
mais querida daquella que a pario: a 11 Vem, ó amado meu, Baiamos nos
vendo as filhas a chamarão bemaven- ao campo, passemos as noites nas al­
turada; as Rainhas e concubinas a lou­ deas.
varão. 12 Madrugemos ir a as vinhas, veja­
10 Quem he esta que apparece co­ mos se florecem as vides, se se abre o
mo a alva do dia? formosa como a agraço, se ja brotâo as romeiras; ali
lua, lustrosa como o Sol, formidável te darei meu grande amor.
como bandeiras de exercitos ? 13 Os Dudains dâo cheiro, e a nossas
11 A a horta das nogueiras descen­ portas ha toda sorte de excellentes fru­
di, para ver os novos frutos do valle: tos, novos e velhos: oh amado meu,
a ver se floreciâo as vides, e brotavâo eu os guardei para ti.
as romeiras.
12 Antes de eu o sentir, me pôz mi­
c a pit u l o vni.
nha alma nos carros de meu povo vo­
luntário.
13 Toma-te, torna-te, Sulámitha;
toma-te,toma-te, e ver-te-hemos: que
 H quem me déra que me foras co­
mo irmâo. e mamâras os peitos
de minha mãi í que te achára na rua,
he o aue vedes na Sulamitba? he co­ e te beijàra! e nem me desprezariâo.
mo fileira de dous exercitos. 2 Levaria e introduziria te na casa
de minha mãi, e tu me ensinarias: e
C A P IT U L O VII.
te. daria a beber vinho aromatico, e
do raosto de minhas româs.
UAM fozrmosos sâo teus passos nos 3 Sua mâo esquerda esteja debaixo

S çapatos, ó filha do Principe: as de minha cabeça, e sua direita me


tas ae tuas coixas sâo como cadeas abrace.
preciosas, de obra de mâos de artifice. 4 Esconjuro vos, ó filhas de Jerusa­
2 Teu embigo como huma taça re­ lem, que nâo acordeis?nem desperteis
donda, a que nâo falta bebida : teu ao amor, até que queira.
ventre como montão, de trigo, sitiado 5 Quem he esta que sobe do deserto,
de lírios. e vem encostada tâo aprazivelmente
3 Teus dous peitos como dous íilhos sobre seu amado ? debaixo de huma
gemeos de gama. maceira te despertei, ali te pçoduzio
4 Teu pescoço como torre de mar­ tua mãi com dores; ali te produzio
fim: teus olhos como os viveiros de com dores aquella que te pario.
Hesbon junto à porta de Bathrabbin; 6 Poem me como sello sobre teu co­
teu nariz como a torre do Libano, que ração, como sello sobre teu braço; por-
està em fronte de Damasco.
5 Tua cabeça sobre ti como o monte 2ue forte he, como a morte, o amor, e
uros» como a sepultura, os ciumes:
Carmelo, e o trançado dos cabellos de suas Drasas sâo brasas de fogo, lava-
tua cabeça como purpura: o Rei estâ redas do Senhor.
como ataao ás barandas. 7 As muitas aguas nâo poderiâo apa­
6 Quam formoso es? quam aprazí­ gar este amor, nem os rios affogalo :
vel es, ó amor em delicias! ainda que désse alguem toda a fazen­
7 Esta tua estatura he semelhante da de sua casa por este amor, certa­
à palma, e teus peitos sâo semelhantes mente o desprezariâo.
aos cachos de uvas. 8 Temos huma irmâ pequena, que
8 Dizia eu: Eu sobirei à palma, pega­ ainda nâo tem peitos: que faremos a
rei de seus ramos: e entâo teus peitos esta nossa irmâ, no dia quando delia
serâo como cachos na vide, e o cheiro se fallar?
do teus narizes como o das maçâs. 9 Se ella for hum muro, edificaremos
9 E teu pàdar como o bom vinho, sobre ella hum palacio de prata: e se

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m ESAIAS, í.

ella for porta, à cercaremos com tabo­ perante minha face: as ttii moeáosà*
as de cedro. prata s&o para ti. ó Salamão, e dozen-
10 Eu sou hum muro, e meus peitos tas para os guardas de seu fruto.
como torres: entáo eu era em seus 13 O tu a que habitas nas hortas, pa­
olhos, como aquella que acha paz. ra tua voz os companheiros attent&o;
11 Teve Salamão huma vinha em faze tn}a pois tambem ouvir.
Baal Hamon; entregou esta vinha a 14 Vem de pressa, amado meu, e fa­
hun9 guardas: e caaa qual lhe trazia ze-te semelhante ao gamo, ou ao f3hb
por seu fruto, tnil moedas de prata. dos veados, nas montanhas aromati*
12 A minha vinha que tenho, està cas.

A PROPHECIA DE E S A I A S .

deixàra algum pouco de resto: jâco- |


CAPITULO I. mo Sodôma seriamos, e semelhantes
V lSAO de Esaias, filho de Amòs, a
qual vio sobre Judá e Jerusalem,
a Gomorra.
10 OuVi a palavra de Jjchovah, y6s
superiores de Sodôma: apercebei os
em dias de Uzias, Jotham, Achaz, e
Ezechias, Reis de Judá. ouvidos a a Lei de nosso Deos» vos b
2 Ouvi ó Ceos, e apercebe oè ouvi­ povo de Gomorra.
dos tu terra, porque falia Je h o v a h : 11 De que me serve a mim a multi­
criei íilhos e exalcei-os, mas elles pre- dão de vossos sacrifícios? diz Jxho­
varicàrâo contra mim. v a h ; jà estou farto dos holocaustos
3 0 boi conhece a seu possessòr. e o de carneiros, e do sebo de animaes
asno a manjadoura de seu Sennor:
mas Israel n&o tem conhecimento, f ordos: nem folgo com sangue de
ezerros, nem de cordeiros, nem de
bodes.
meu povo n&o entende.
4 Ai da gente peccadora, do povo 12 Quando vindes a aparecer peran­
carregado de iniquidade, da semente te minhaface: quem requereo isto de 1
de malinos, dos filhos corruptores: vossas mâos, que viésseis a pisar meos
deixàr&o a J e h o v a h , blasphemàr&o patios?
do Santo de Israel, retiráráo-se para 13 N&otragais mais offertas de balde;
tras. o perfume me he abominaç&o: asluas
5 Para que ainda mais serieis casti­ novas, e os sabbados, e a convocaçfto
gados ? ainda tanto mais vos rebella- dascongreeaçòes, n&oposso supportar:
rieis: toda a cabeça està enfermai e a iniquidaae he, ate os dias de prohi-
todo o coraç&o fraco. biç&o.
6 Desda planta do pé até a cabeça, 14 Vossas luas novas, e vossas solem-
n&o ha nelle cousa inteira, sendo feri­ nidades, as aborrece minha alma ii
das, e inchaços, e chagas podresj n&o me s&o pesadas: jà estou cansado ae
espremidas, nem vendadas, nem ne­ as levar.
nhuma d’ellas amollecida com azeite. 15 Pelo que quando estendeis vossas
7 Vossa terra he huma assolaç&o, mflos, escondo meUs olhos de vòs, e
vossas cidades est&o postas a fogo: até quando multiplicais a oraç&o. náo
vossa terra os estranhos agastár&o em ouço: porqae vossas m&os est&o cneias
vossa presença; e he huma assolaç&o de sangue.
como a subvers&o por estranhos. 16 Lavai-vos, purificai-vos, tirai a
8 E a filha de Si&o se fícotrcomo a maldade de vossos tratos de diante de
cabana na vinha, como a choupana no meus olhos: cessai de mal fazerdes.
pepinal, como a cidade cercaaa. 17 Aprendei a bem fazer, procurai
9 Se J x h o v a h dos exercitos nos n&o o direito, ajudai ao oppresso: fazei

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ISAIAS» 1L 653
justiçaao orpháo, tratai da causa das
viuva». CAPITULO II.
18 Vinde entáo, e entremos em de- TfISAO, que vio Esaias, filho de
*manda, diz Je h o v a h : ainda que vos- V Amos, tocante a Judá e a Jeru­
8oe peccados fossem como a gr&, como salem.
a neve se embranqüecer&o; ainda que 2 E acontecerá no ultimo dos dias,
fossem vermelhos como o carmesim, que se affirmarà o monte da casa de
se tomarão como a branca lá. Je h o v a h no cume dos montes, e se
10 Se quiserdes, e ouvirdes: oome- exalçará por cima des outeiros: e
réis o bom desta terra. ir&ò correndo a elle todas as gentes.
20 Se he aue porem recusardes, e 3 E ir&o muitos povos, e dirão, vinde,
fordes rebeldes: sereis devorados a a subamos ao monte de Je h o v a h , a a
espada; porque a boca de Jehovah casa do Deos de Jacob, para que nos
o disse. ensine ácerca de seus caminhos, e
21 Como se tornou a cidade fiel em andemos em suas veredas: poraue de
rameira! cheia estava de juizo, justi­ Si&o sahirá a Lei, e de Jerusalem a
ça habitava nella; poremagora homi­ palavra de Je h o v a h .
cidas. 4 E julgará entre as gentes, e re-
22 Tua prata se tornou em escorias: prenderà a muitos povos: e conver-
teu vinho se mesturou com agua. ter&o suas espadas em enxadões, e
23 Teus Príncipes s&o rebeldes, e suas lanças em fouces; n&o alçará es­
companheiros dos ladrões, cada qual pada gente contra gente, nem apren-
delles ama as peitas, e correm após os der&o mais a guerrear.
lalarios: náo fazem justiça ao orpháo, 5 Vinde, ó casa de Jacob: e ande­
e n&o chega perante elles a causa das mos à luz de J e h o v a h .
viuvas. 6 Porem tu desamparaste a teu po­
24 Porquanto diz o Senhor, o J e h o ­ vo, a a casa de Jacob: porque se
v ah dos e xercitoô. o Possante Isra­ enchér&o de impiedade mais que d’o
el: ora pois, consolarei-me ácerca de Oriente, e s&o agoureiros como os Phi­
meus adversarios, e vingarei-me de listeos : e mostr&o seu contentamento
meus inimigos. aos filhos dos estranhos.
25 E tomarei contra ti minha mào, e 7 E sua terra está chea de prata e
purificarei a puro sab&o tuas escorias: ouro, e n&o ha fim de seus thesouros:
e tirarei te todo teu estanho. tambem está chea sua terra de caval­
26 E restituirei te a teus juizes^ co­ los, e de seus carros n&o ha fim.
mo de primeiro, e a teus conselheiros, 8 Tambem' està chea sua terra de
como ao principio: e ent&o te chama­ idolos: inclinàr&o-se perante a obra
rão cidaae de justiça, cidade fiel. de suas m&os, perante o que fabricà-
27 Si&o com juizo serà redimida: e r&o seus dedos.
os tomados a ella, com justiça. 9 Ali o povo se abate, e os nobres
28 Mas para os transgressores e pec­ se humilh&o: pelo que mes n&o per­
cadores haverá juntamente quebran­ doarás.
tamento : e os que deixarem a Jbho ­ 10 Vai a entrar pelas rochas, e a es­
vah , ser&o consumidos. conder-te no pó, por causa da presen­
29 Porque, pelos carvalhos que cobi­ ça espantosa de J e h o v a h , e da gloria
çastes, se confundir&o: e pelas flores­ ae sua magestade:
tas que escolhestes, vos envergonha­ 11 Os olhos altivos dos hom ens ser&o
reis. abatidos, e a a ltive za dos varões serà
30 Porque sereis oomo o carvalho, a h u m ilh ada: e J e h o v a h só serà e xa l­
aue lhe cahem as folhas: e oomo a çado naquelle dia.
floresta, aue n&o tem agua. 12 Porque o dia de Je h o v a h dos
31 E o forte se tornará em estopa, e exercitos serà contra todo soberbo e
seu artífice em faisca: e ambos ar- altivo; e contra todo exalçado, para
der&o juntamente, e n&o haverá apa­ que seja abatido.
gador. 13 E contra todos os cedros do Li-

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654 ESAIAS, m.
bano, altos e sublimes} e contra todos verá contra o anciáo, e o vü contra o
os carvalhos de Basan. nobre.
14 £ contra todos os montes ahos; 6 Quando algum travará de seu ir-
e contra todos os outeiros levantados. máo da casa de seu pai, dizend), capa-
15 E contra toda torre alta; e contra tens, sé nosso Maioral, e toma sob
todo muro firme. tua máo este tropeço:
16 E contra todos os navios de Thar­ 7 Entào levantara sua mào naquelle
sis; e contra todas pinturas de seja- dia, dizendo, náo posso ser Cirurgião,
veis. nem tam pouco ha em minha casa nam
17 E a a ltiveza do h om em será hu­ nem vestido algum: me náo pormais
m ilhada, e a alteza dos varò es se aba­ por Maioral do povo.
te rá : e J e h o v a h só será exalçado 8 Porque tropeçou Jerusalem, e Ju­
naquelle dia. dá he cahido: porquanto sua lingoa e
18 E todos os idolos totalmente pe­ suas obras sáo contra J e h o v a h , para
recerão. irritarem os olhos de sua gloria.
19 Entáo se metterào pelas cavernas 9 A aparência de suas faces testifica
das rochas, e pelas concavidades da contra elles, e publicáo seus peccados^
terra, por causa da presença espan­ como Sodóma, náo os dissimulào: ai
tosa de Je h o v a h , e por causa da glo­ de sua alma, porque se fazem mal a
ria de sua magestaae, quando elle se si mesmos.
levantar, para espantar a terra. 10 Dizei ao iusto, que bem lh* irá;
20 Naquelle dia o homem lançará que comerão do fruto de suas obras.
seus idolos de prata, e seus idolos de 11 A i do impio, mal lhe irá: por­
ouro, que se fizerão para se prostra­ aue o galardáo de suas máos se lhe
rem diante delles, a as toupeiras e aos aará.
murcegos. 12 Os exactores de meu povo sáo ra­
21 E metteráo-se pelas fendas das pazes, e mulheres domináo sobre elle:
rochas, e pelas cavernas das penhas, ah povo meu, os que te guiáo-te en-
por causa da presença espantosa de ganáo; e devoráo o caminho de tuai
JSHOVAH, e por causa da gloria de veredas.
sua magestaae, quando elle se levan­ 13 J e h o v a h se apresenta a preitear,
tar, para espantar a terra. e se poem a julgar aos povos.
22 P e lo que deixai-vos d o hom em , 14 J e h o v a h vem a juizo contra os
cujo espirito está e m seus n arizes: Anciáos de seu povo, e contra seus
porque em que se d e v e e lle estim ar ? Principes: porque vósoutros consu­
mistes esta vinha, o despojo do afli­
gido está em vossas casas.
CAPITULO m. 15 Que tendes vósoutros^ que atro-
D ORQUE, eis que o Senhor, Jeho- polaes a meu povo, e moeis as faces
jL v a h dos exercitos tiraráde Jeru­ de afflictos ? diz o Senhor, o J e h o v a h
salem e de Judá o bordão e o cajado: dos exercitos.
a todo bordáo de páo, e a toda borda 16 Diz ainda mais J e h o v a h , por­
de agua. quanto as filhas de Siáo se exalçáo, e
2 Ao herôe, e ao soldado, ao Juiz, e andâo com o pescoço levantado, e
ao Propheta, e ao advinho, e ao an­ olháo com o rabo dos olhos: e indo
cião. andando, andâo como dançando, e
3 Ao Maioral de cincoenta, e ao res­ cascavelando com os pés.
peitável, e ao de conselho, e ao sabio 17 Portanto o Senhor fará tinhosa a
entre os artífices, e ao eloquente. molleira das filhas de Siáo: e Jeho­
4 E darei-lhes mancebos por Princi­ v a h descubrirá suas vergonhas.
pes, e rapazes dominarão sobre el­ 18 Naquelle dia tirará o Senhor o
les. enfeite das ligas, e as redezinhas, e
5 E o povo será constrangido; hum as luetae.
será contra o outro, e cada qual con­ 19 As bocetas cheirosas e as manil­
tra seu proximo: o mancebo se atre­ has, e os vestidos resplandecentes

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ESAIAS IV, V. 655

20 As diademas, e os enfeites dos


CAPITULO V.
braços, e os cenaaes, e as bolinhas
cheirosas, e as arrecadas. GORA cantarei a meu amado o
21 Os aneis, e as joias pendentes da
testa.
A cântico de meu bem querido de
sua vinha: meu amado tem huma vi­
22 Os vestidos de mudar, e os man­ nha, em hum outeiro fertil.
tos, e as coifas, e os alfenetes. 2 E a cercou, e alimpou a das pe­
23 Os espelhos, e as capinhas de dras, e plantou a de excellentes vicies,
linho finissimas, e as toucas, e os veos. e edificou no meio delia huma torre,
24 E serâ, que por especiaria have­ e tambem fundou nella hum lagar: e
rá fedor; e por cendal, soltura : e em esperava que desse uvas boas, porem
lu*ar de encrespadura de cabellos, deu uvas fedorentas.
calva; e em lugar de veste larga, cin- 3 Agora pois, ô moradores de Jeru­
gimento de saco: e queimadura, em salem, e vos outros varòes de Judá,
lugar de formosura. julgai, vos peço, entre mim; e minha
25 Teus varões cahirâo â espada; e vinha.
tens herôes na peleja. 4 Que mais se podia fazer a minha
26 E suas portas gemerão, e prante­ vinha, que eu lhe nâo tenha feito?
arão : e ella ficando vazia, sé assenta­ como esperando eu que désse uvas
rá no châo. boas, veio a dar uvas fedorentas?
5 Agora pois vos farei saber o que
eu hei de fazer a minha vinha: tira­
CAPITULO IV.
rei sua cerca, para que sirva de pas­
SETE mulheres lançarão mâo de tar ; derribarei sua parede, para que
E hum varâo naquelle dia, dizen­ seja pisada.
do, Nosoutras comeremos de nosso 6 E a tornarei em deserto, nâo serà
pâo, e nos vestiremos de nossos ves­ podada, nem cavada ; porem cresce­
tidos : tam somente se nomée teu no­ rão nella cardos e espinhos: e a as
me sobre nosoutras, tira nosso oppro- nuvens mandarei, que nâo chovâo
brio. chuva sobre ella.
2 NaqueLle dia o R e n o v o de J e h o ­ 7 Porque a vinha de Jehovah dos
vah servirô de ornamento e de gloria: exercitos he a casa de IsraeL e os
e o fruto da terra de excellencia e for­ varòes de Judá sâo a planta ae su­
mosura, para os que escaparem de Is­ as delicias: e esperou juizo, e eis
rael. aqui he sarna; justiça, e vedes aqui
3 E serà que aquelle aue ficar de clamor.
resto em Sião, e o deixado em Jeru­ 8 A i dos que ajuntào casa a casa,
salem, serà chamado santo: todo o achegâo herdade a herdade, até que
que em Jerusalem esta escrito para nâo haja mais lugar, e vósoutros sós
vida. fiqueis os moradores no meio da terra.
4 Quando o Senhor lavar a immun­ 9 Disse^ a meus ouvidos Jehovah
dicia das filhas de Sião, e alimpar o dos exercitos: Se muitas casas se nâo
sangue de Jerusalem do meio aella, tornarem em deserto, as grandes e ex­
com o Espirito de juizo, e com o Es­ cellentes sem moradores1
pirito de ardor. 10 E se dez geiras de vinha nâo de­
5 E criará J k h o v a h sobre toda hab­ rem só hum unico batho: e se hum
itação do monte de Sião, e sobre suas Homer de semente nâo der huma sò
congregações, huma nuvem de dia, e Epha.
hum fumo, e num resplandor de fogo 11 A i dos que se levantâo a madru­
flameante de noite :. porque sobre to­ gar pela manhâ, e seguiram a bebe­
da gloria haverá protecção. dice : e se detem ali até a noite, ati
6 E haverá huma cabana para som­ que o vinho os esquenta.
bra contra o calor do d ia : e para re­ 12 E harpas, e alaúdes, tamboris e
fugio e escondedouro contra o alaga­ gaitas, e vinho em seus banquetes ha:
mento, e contra a chuva. e nâo olhào para a obra de Jehovah,*

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656 ESAIAS, VI.

nem attentâp para a feitura de suas entre as gentes de longe, e lhes assobi­
m&os. ará a que venháo desdo cabo da terra:
13 Portanto meu povo serà levado e eisque virâo apresurada e ligeira­
cativo, porque n&o tem sciencia: e mente.
seus noDres padecer&o fome, e sua 27 N&o haverá entre elles cansado,
multid&o se seccarà de sede. nem tropeçante; ninguém tosquene-
14 Portanto a sepultura grandetnente jarà, nem dormirá: nem se lhe desa­
se alargou, e se abrio sua boca des­ tará o cinto de seus lombos, nem se
mesuradamente: para que caia sua lhe quebrará a correa de seus çapatos.
gloria, e sua multia&o, com seu arrui- 28 Suas frechas estarão aguoas, e to­
do, e com os que galhofé&o nella: dos seu8 arcos entesados: as unhas
15 Ent&o o homem se abaterá, e os de seus cavallos se estimarão como de
varões se humilhar&o: e os olhos dos penha, e as rodas de seus carros como
altivos se humilhar&o. redomoinho de vento.
16 Porem Jehovah dos exercitos se­ 29 Seu bramido será como de feroz
rà exalçado com juizo: e Deos o San­ le&o: e bramarão como filhos de leâo,
to serà santificado com justiça. e rugirão, e arrebatarão a presa, e a
17 E os cordeiros pastar&o como de levarão. e Redemptor n&o haverá.
costume; e os estranhos comerão dos 30 E Dramarâo contra elle naquelle
lugares assolados dos gordos. dia, oomo o bramido do m a r : ent&o
18 A i dos que puxâo pela iniquidade olharão para a terra, e eis aqui tre­
com cordas de vaidade, e pelo pecca­ vas e ansia, e a luz sé escurecerá em
do como eom cordagens de carros. suas assolações.
19 E dizem, apresure se jà, promová
sua obra, para que jà a vejamos: e
CAPITULO V I.
achegue se e venha jà o conselho do
Santo de Israel, para que o venhamòs Õ anno em que morreo o Rei Uri­
a saber. N as, eu vi ao Senhor assentado so-
20 A i dos que ao mal cham&o bem, bre hum alto e sublime throno: e su­
e ao bem m al: que fazem das escu- as fraldas enchi&o o templo.
ridades luz, e da luz escuridades; e 2 Seraphins estavâo por eima delle,
fazem d’o amargoso doce, e do doce cada hum tinha seis asas: com duas
amargoso. cubri&o seus rostos, e com duas cu-
21 A i dos que s&o sabios em seus briâo seus pés, e com duas voavâo.
olhos, e prudentes em si mesmos. 3 E clamav&o huns aos outros, di­
22 Ai dos herões para beber vinho, zendo. Santo, Santo, Santo he J*ho-
e varões fortes para mesturar sidra. v a h aos exereitos: toda a terra está
23 Dos que justific&o ao impio por jpe- cheia de sua gloria!
itas, e da justiça dos justos se desvi&o. 4 E os umbraes das portas se mové-
24 Pelo que como a lingoa do fogo râo com a voz do que clamava: e a ca­
consome a estopa, e a palha *e desfaz sa se encheo de fumo.
pela flamma; assim será sua r&iz como 5 Entâo disse eu, sd de m im ! que
etiguidade, e sua flor se esvaecerá co­ vou perecendo, porquanto sou de bei­
mo pó: porquanto regeitàr&o a Lei 4o ços ímmundos, e habito em meio de
Jehovah dos exercitos: e desprezà* povo immundo de beiços: e meus ol­
rfto a palavra do Santo Israel. hos vir&o ao Rei, Jehovah dos exer­
25 Pelo que se encendeo a ira de J e ­ citos.
ho vah contra seu povo, e estendeo sua 6 Porem hum dos Seraphins voo»
mâo contra elle, e o ferio, que as mon­ para mim, trazendo em sua m&o hu­
tanhas tremérâo, e seus cadáveres fo­ ma brasa viva} que tomára do Altar
r&o como immundicia pelo meio das com huma tenaz.
ruas: com tudo isto n&o tomou a tras 7 E com ella me tocou na boca, •
sua ira, antes ainda sua mâo he es­ disse, eisque isto te tocou nos beiços:
tendida. assim já se desviou de ti tua culpo, 8
26 Porque levantará huma bandeira jà está reconciliado teu peccado.

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ESAIAS, vn . 657
8 Depois disto ouvi a voz do Senhor, malino conselho, com Ephraim, e com
que dizia, a quem enviarei ? e quem o filho de Remalias, dizendo:
ha de ir por nós ? Entào disse eu, eis 6 Vamos a subir contra Judá, e o mo­
me aqui, a mim me envia. lestemos, e o repartamos entre nós: e
9 Entào disse elle, vai, e dize a este façamos reinar em meio delle por Rei
povo: ouvindo ouvi, e nào entendais; o filho de Tabeal.
e vendo vede, e nào attenteis. 7 Assim diz o Senhor Deos: Assim
10 Engorda ao coração deste povo, nâo subsistirá, nem tampouco serà.
e agrava-lhe os ouvidos, e fecha-lhe 8 Porem o cabeça de Syria 6erà Da­
os olhos: para que nào veja com seus masco, e o cabeça de Damasco Re­
olhos, e não ouça com seus ouvidos, sin : e dentro de sessenta e cinco an­
nem entenda com seu coração, nem nos Ephraim serà quebrantado, e náo
se converta, e elle o venha a curar. serà mais povo.
11 Entào disse eu, até quando Se­ 9 Entretanto cabeça de Ephraim se­
nhor í e respondeo, até que se asso­ rà Samaria, e cabeça de Samaria o
lem as cidades, e não fique morador filho de Remalias: se o não crerdes,
algum, nem homem algum nas casas, de veras nâo ficaréis firmes.
e a terra seja assolada de todo. 10 E proseguio J e h o v a h em fallar a
12 Porque J e h o v a h alongará delia Achaz, dizendo:
aos homens: e no meio da terra serâ 11 Pede para ti hum sinal de J e h o ­
grande o desamparo. v a h teu Deos; pede ou abaixo nas
13 Porem ainda a decima parte fica­ profundezas, ou pede ariba nas altu­
rá nella, e tomará a ser pastada: e ras.
como no ca rvalho, e como na azinhei­ 12 Porem disse Achaz: Náo o pedi­
ra, em que depois de desfolharem, rei, nem attentarei a J e h o v a h .
ainda fica firm eza; assim a santa se­ 13 Então disse: ouvi agora, ó casa
mente será a firmeza delia. de David: pouco vos he affadigardes
aos homens, se ainda náo affadigardes
tambem a meu Deos ?
C A P IT U L O vn. 14 Portanto o mesmo Senhor vos
QUCCEDEO pois em dias de Achaz dará hum sinal ; eisque huma virgem
O filho d « Jotham, filho de Uzias, conceberá, e parirá hum filho, e seu
Rei de Judá, que Resin Rei de Syria, nome chamará I m m a n ü e l.
e Pekah filho de Rèmalias, Rei de Is­ 15 Manteiga e mel comerá; até que
rael, 6ubírào a Jerusalem a guerrea­ elle saiba regeitar o mal, e escolher o
rem contra e lla : porem pelejando na­ bem.
da puderâo contra ella. 16 Na verdade antes aue este meni­
2 E denunciarão a a casa de David, no saiba regeitar o mãi, e escolher o
dizendo: os Syrios repousâo sobre bem, a terra, de que te enfadas, serà
Ephraim: entâo se commoveo seu desamparada de seus dous Reis.
coração, 6 o coração de seu povo, 17 Porem J e h o v a h fará vir sobre ti,
como se commovem as arvores do e sobre teu povo, e sobre a casa de
bosque com o vento. teu pai, dias, quaes nunca viérâo, des­
3 Entâo disse J e h o v a h a Esaias, do dia que Ephraim se desviou de Ju­
agora tu e teu filho Sear-Jasub, sahi ao dá, pelo Rei ae Assyria.
encontro a Achaz, ao fim do canal do 18 Porque ha de acontecer, que na­
viveiro superior, ao caminho alto do quelle dia assoviará J e h o v a h a= as
campo do lavanaeiro. moscas, que ha no fim dos rios de
4 E dize-lhe, guarda-te, e repousa Egypto, e a as atalhas, que andâo em
te; não temas, nem se enterneça teu terra de Assyria.
coração por causa destes dous rabos 19 Ê virão, e pousarão todas nos val-
de tições fumegantes: por causa do les desertos, e nas fendas das penhas,
ardor da ira de Resin, e dos Syrios, e e em todos os çarçaes, e em todas as
do filho de Remalias. florestas.
5 Porquanto o Syrio teve contra ti 20 Naquelle dia raspará o Senhor
28*

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658 ESAIAS, Yin.

com huma navalha de aluguer que suas correntes de aguas, e passará


està d’alem do rio, com o Rei de As­ sobre todas suas ribanceiras.
syria, a cabeça, e os cabellos dos pés: 8 E passará a Judá, se trasbordará
e até a barba totalmente tirará. sobre elle, e irà passando por elle,
21 E succederà naquelle dia, que chegará até o pescoço : e com as es-
crie alguem huma vaquinha, e duas tendeduras de suas asas encherão a
ovelhas. largura de tua terra, ó Immanuel.
22 E será que por causa da abundan­ 9 Ajuntai-vos em companhia, ó po­
cia do leite, que lhe derem, comerá vos, e quebrantai-vos; e dai ouvidos
manteiga: e manteiga e mel comerá todos os que sois de tenras longes: cin-
todo aquelle, que ficar de resto no gi-vos, mas quebrantai-vos.
meio da terra. 10 Consultai conselho, e serà dissi­
23 Será tambem naquelle dia, que pado : dizei a palavra, porem náo sub­
todo lugar, em que ouver mil vides, sistira; porque Deos he com nosco.
de mil moedas de prata, serà para os 11 Porque assim J e h o v a h me disse
espinhos, e para os cardos. com mâo forte; e me ensinou, que
24 Que com arco e frechas se ha­ nâo andasse pelo caminho deste povo,
verá de entrar nelle: porque toda a dizendo.
terra serà espinhos e cardos. 12 Nâo chameis conjuração, a tudo
25 E tambem todos os montes, que quanto este povo chama conjuração:
se costumáo cavar com enxadas, se e nâo temais seu temor, nem tampou­
nào irà a elles por causa do temor dos co vos assombreis.
espinhos e dos cardos: porem servi­ 13 A J e h o v a h dos exercitos, a elle
rão de enviarem a elles bois, e de os santificai: e elle seja vosso temor, e
pisarem gado miudo. elle seja vosso assombro.
14 Entáo elle vos serà por santuario:
mas por pedra de escandalo, e por
CAPITULO VIII. penha de tropeço, a as duas casas de
ISSE-me tambem J e h o v a h , toma­ Israel, por laço, e por rede aos mora­
D te hum grande volume; e escre­ dores de Jerusalem.
ve nelle com penna de varâo: apres­ 15 E muitos tropeçarão entre elles,
sando-se ao despojo, apresurou se a e cahirâo, e serâo quebrantados, e en­
a presa. laçados, e presos.
2 Entâo tomei comigo fieis testemu­ 16 Liga o testemunho: sella a Lei
nhas: a Urias Sacerdote, e a Zachari­ entre meus discipulos.
as filno de Jeberechias. 17 Pelo que esperarei a J e h o v a h ,
3 E acheguei-me a a Prophetiza, a que esconde seu rosto da casa de Ja­
qual concebeo e pario hum filho: e cob : e a elle aguardarei.
J e h o v a h me disse, chama seu nome 18 Eis-me aqui e os filhos, que me
Maher Salal Chas Baz. deu J e h o v a h , por sinaes e por ma­
4 Porque antes que o menino saiba ravilhas em Israel, de parte de Jeho­
clamar, pai meu, ou Mãi minha, se le­ vah dos exercitos, que habita no
varão as riquezas de Damasco, e os monte de Sião.
despojos de Samaria, ante a face do 19 Quando pois vos disserem, per­
Rei de Assyria. guntai aos aaevinhos e aos encanta­
5 E proseguio J e h o v a h a fallar ain­ dores, que chilrando entre dentes
da comigo, dizendo. murmurâo: respondei, porventura nâo
6 Porquanto este povo desprezou as perguntará o povo a seu Deos ?
aguas de Siloé, que Drandamente vem perguntar-se-hz pelos vivos aos mortos.
correndo; e com Resin e com o filho 20 A a Lei, e ao Testemunho: que
de Remalias se alegrou: se náo fallarem segundo esta palavra,
7 Portanto eis que o Senhor farà so- nunca verâo a alva.
bir sobre elles as aguas do rio fortes 21 E passarão pela terra duramente
e impetuosas, ao Rei de Assyria com opprimidos e famintos: e serà que
toda sua gloria; e sobirà sobre todas tendo fome, e enfurecerendo-se, entáo

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ESAIAS, IX, X. 659

amaldiçoarão a seu Rei e a sen Deos, tárào-se as figueiras bravas, mas em


olhando para riba. cedros as mudaremos.
22 £ olhando para a terra, eis an- 10 Porque Jehovah exalçará aos
ustia e escuridade; e serâo entene-
frecidos com ansia, e empuxados com
adversarios de Resin contra elle: e
mesturarâ entre si seus inimigos.
escuridão. 11 Por diante virão os Syrios, e por
23 Mas a terra que foi angustiada, de tras os Philisteos, e devorarão a Is­
nào será entenebrecida de todo; como rael â boca aberta: e nem com tudo
a envilecéra nos primeiros tempos, se­ isto sua ira se tomará, mas ainda sua
gando a terra de Zabulon, e segundo mâo està estendida.
a terra de Naphthali, assim nos últi­ 12 Porque este povo se nâo toma ac
mos a ennobreceo junto ao caminho ue o fere: nem busca a Jehovah
do mar, dalem do Jordão, na Galilea os exercitos.
das Gentes. 13 Pelo que Jehovah cortará a ca­
beça, e o rabo, o ramo, e o junco de
Israel em hum mesmo dia.
CAPITULO IX.
14 (0 ancião e o varâo de respeito
POVO que anda em trevas, verá he a cabeça: e o Propheta que ensina
0 huma grande luz: e os que ha­
bitâo em terra de sombra de morte,
falsidade, he o rabo.)
15 Porque os guias deste povo sâo
huma luz resplandecerá sobre elles. enganadores; e os guiados por elles
2 Bem tu multiplicaste a este povo, serâo devorados.
porem a alegria lhe nâo engrandeces­ 16 Pelo que o Senhor nâo tomará
te : todos só alegrarão perante ti, como contentamento em seus mancebos, e
se alegrão na sega, e como se gozâo se nâo apiadarà de seus orfâos e de
quando se repartem despojos. suas viuvas; porque todos elles sâo
3 Porque tu quebrantaste o jugo de hypocritas e malfazejos, e toda boca
sua carga, e a vara de seus hombros, falia doudices: c nem com tudo isto
€ o ceptro do que o guiava, como no sua ira se tomará, mas ainda sua mâo
dia dos M i dianitas. está estendida.
4 Quando toda a peleja daquelles 17 Porque a impiedade se encende
que pelejavâo, se fazia com ruido, e os como fogo, e até cardos e espinhos des­
vestidos se revolviâo em sangue, e se fará : e encenderà aos confusos tron­
queimavâo para mantimento do fogo. cos da brenha, que se alçàrâo como o
5 Porque num menino nos nasceo, fumo, que se levanta.
hum filho se nos deu, e o Principado 18 fe io furor de J ehovah dos exer­
està sobre seus hombros: e seu nome citos a terra se efurecerâ: e o povo
se chama Maravilhoso, Conselheiro, serà como mantimento do fogo; num
Deos forte, Pai da eternidade, Prin­ nâo perdoará ao outro.
cipe de paz. 19 Se cortar da banda direita, ainda
6 Da grandeza deste Principado, e terá fom e; e se comer da banda es­
da paz nâo haverá fim, sobre o throno querda, ainda se nâo fartará: cada
de David, e em seu Reino, para o qual comerá a came de seu braço.
affirmar, e o fortificar com juizo e 20 Manasse a Ephraim, e Epnrdim
com justiça desdagora para sempre: a Manasse, e ambos elles serâo contra
o zelo de Jehovah dos exercitos farà Judá: e nem com tudo isto sua ira se
isto. tomará, mas ainda sua mâo està es­
7 O Senhor enviou palavra a Jacob; tendida.
e cahio em Israel.
8 £ todo este povo o saberá, Eph­
C APITULO X.
raim, e os moradores de Samaria, em
soberba e altiveza de coração dizen­ I dos que ordenâo ordénanças in
do: Ajustas, e dos que prescrevem tra
9 Jà os ladrilhos cahirâo, mas com balho aos escrivâos.
cantaria tornaremos a edificar: cor- 2 Para desviarem aos pobres de seu

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ESAIAS, X.

direito, e para arrebatarem o direito 15 Porventura gloriar-se-ha o ma»


dos afnictos de meu povo: para des­ chado contra o que corta com eUef
pojarem a as viuvas, e para roubarem ou presumirá a serra contra o que paxa
aos orfâos. por elle ? como se o bord&o movesse
3 Mas que fareis vos outros no dia da aos que o levant&o ? ou levantando a
visitação, e da assolação, que ha de vir vara, porventura n&o fica pâo?
de longe ? a quem vos acolheréis por 16 Pelo que o Senhor, Senhor dos
ajuada? e aonde deixaréis vossa glo­ exercitos enviará magreza entre seus
ria'? gordos: e debaixo de sua gloria en-
4 Sem que cada qual se abata entre cenderà incêndio, como incêndio de
os presos, e caia entre os mortos? oom fogo.
tudo isto sua ira se nâo tornará, antes 17 Porqne a Luz de Israel virà a ser
ainda sua m&o està estendida. fogo, e seu Santo, lavareda, que abrase
5 Ai dos Assyriosj a vara de minha e consuma seus espinhos a seus car­
ira; porque minha mdignaç&o he paô dos em hum dia.
em suas m&os. 18 Tambem consumirá a gloria de
6 Envia-lo-hei contra gente fingida, sua brenha, e de seu campo fertil, des­
e contra o povo de men furor lhe da­ da alma até a cam e: e serà como
rei ordem: para que roube ao roubo, quando o alferes se desmaia.
e despoje ao despojo, e o ponha a pi­ 19 E o resto das arvores de sua bre­
sar de pés, como a lama das ruas. nha serà táo pouoo em numero, que
7 Ainda que elle n&o assim o cuide, hum menino as possa escrever.
nem seu coraç&o assim o imagine: 20 E acontecerá naquelle dia, aue
antes em seu coraç&o intentará des­ os residuos de Israel, e os escapaaos
truir e desarraigar gentes n&o poucas. da oasa de Jacob, nunca mais estri*
8 Porque diz: porventura todos meus bar&o sobre o que os ferio : antes es­
Principes n&o sâo Reis ? tribarão sobre Jehovah, o Santo de
9 Nâo he Cahio como Carchemis'? Israel, de veras.
n&o he Hamath como Arphad ? e Sa­ 21 Os residuos se converterão, os re­
maria como Damasco ? siduos digo de Jacob, ao Deos torte.
10 Como minha m&o achou os Rei­ 22 Porque ainda que teu povo, ó Is­
nos dos idolos: ainda que suas ima- rael, seja como a area do mar, tod*
ens de vulto fossem melhores que as avi só o resto delle se converterá: jà
e Jerusalem, e que as de Samaria. a destruição est& determinada, tras­
11 Por ventura como fiz a Samaria bordando em justiça.
e a seus idolos. n&o faria eu tambem 23 Porqne determinada ja a desltni-
assim a Jerusalem e a seus idolos ? ç&o, o Senhor Jehovah dos exercitos
12 Porque acontecerá, que havendo a executará em meio de toda esta ter­
o Senhor acabado toda sua obra no ra.
monte de Si&o e era Jerusalem, ent&o 24 Pelo que assim diz o Senhor J**
visitarei o fruto da arrogante grande­ hovah dos exercitos: n&o temas povo
za do coraç&o do Rei de Assvria, e a meu, que habitas em Si&o, a Assur,
pompa da altiveza de seus olnos. quando te ferir com vara, e contra ü
13 Porquanto disse: com a força de levantar seu bordÃo ao modo dos
minha m&o o fiz, e com minha sabe­ Esrypcios.
doria, porque sou entendido: e tirei 25 Porque daqui a bem pouco se
os limites dos povos, e roubei sua pro­ cumprir&o minha indignação, e minha
visão, e como violento abati aos mo­ ira, para os consumir.
radores. 26 Porque Jehovah dos exercitos le­
14 E minha mâo achou as riquezas vantará hum açoute contra elle, qual
dos povos como a ninho; e como se a matança de Midian junto à rocha
ajuntâo os ovos deixados, assim eu de Oreb; e qual sua vara sobre o mar,
ajuntei a toda a terra: e n&o houve que levantará ao modo dos Egypcios.
quem movesse asa, ou abrisse boca, 27 E acontecerá no mesmo dia, que
ou chilrasse. sua carga Be desviará de teu bombra»

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ESAIAS, XI, XII. 661

e sen jugo de teu pescoço: e o jugo


8 E brincará o menino de mama so­
será despedaçado por amor do Ungido.
bre o buraco do aspide; e o ja deste-
28 Ja vem chegando a Aiath, ja vai
tado meterá sua mâo na cova do basi­
passando por Migron: e em Michmas
lisco.
lança seus instrumentos. 9 Nâo se fará mal nem dano algum
29 Ja vâo passando o vaq, já se alo-
em nenhuma parte de todo o monte de
jâo em G eba: já Rama treme, e Gi­
minha santidade: porque a terra se
bea de Saul vai fugindo. encherá do conhecimento de J e h o ­
30 Grita altamente com tua voz, ó
v a h , como as aguas cobrem o fundo
filha de Gallim: ouçâo te até Lais, ó
do mar.
pobre de ti Anathotn. 10 Porque acontecerá naquelle dia,
31 Ja Madmena se acolhe j Os mo­ue as gentes perguntarão pela raiz
radores de Gebim vâo fugindo em e Isai, posta por pendão dos povos;
bandos. e seu repouso será glorioso.
32 Ainda hum dia parará em N ob : 11 Porque ha de acontecer naquelle
moverá sua mâo contra o monte da dia, que o Senhor tomará a pôr sua
filha de Siâo? o outeiro de Jerusalem. mâo para acquirir outra vez aos resi-
33 Porem e is que o Senhor, J e h o v a h duos de seu povo, que restarem de
dos exercitos decotará os ramos com Assyria, e de Egypto, e de Pathros, e
violência: e os de estatura alta serâo de Ethiopia, e de Elam, e de Sinear,
cortados, e os sublimes serâo abati­ e de Hameth, e das ilhas do mar.
dos. 12 E levantará hum pendão entre as
34 E cortará com ferro a espessura gentes, e ajuntará aos desterrados de
da brenha : e o Libano cahirâ pelo Israel: e aos espargidos de Judá con­
Grandioso. gregará desdos quatro confins da terra.
13 E a inveja de Ephraim se desvi­
ará, e os adversarios de Judá serão
C APITU LO XI. desarraigados: Ephraim nâo envejará
ORQUE sahirá huma vara do já a Judá, e Judá nâo opprimirâ a Eph­
P cortado tronco de Isai: e hum re­
novo crescerá de suas raizes.
raim.
14 Antes voarão sobre os hombros
2 E repousará sobre elle o Espirito dos Philisteos ao Occidente, e ambos
de Jehovjwh , o Espirito de sabedoria juntos despojarão aos do Oriente: em
e de intelligencia, o Espirito de conse­ Edom e Moab porão suas mâos, e os
lho e de fortaleza, o Espirito de co­ íilhos de Ammon lhes obedecerão.
nhecimento e de temor ae J e h o v a h . 15 E Jehovah porá em interdito ao
3 E seu cheirar será em o temor de braço do mar de Egypto, e moverá
Je h o v a h : e nâo julgará segundo a sua mão contra o rio com a força de
vista de seus olhos; nem reprenderá seu vento: e o ferirá nas sete corren­
segundo o ouvir de seus ouvidos. tes, e fará que se passe por elle com
4 Mas julgará com justiça aos po­ çapatos.
bres, e reprenderá com equidade aos 16 E haverá caminho praino para os
mansos da terra: porem ferirá a terra residuos de seu povo, que restarem
Com a vara de sua boca, e com o es­ de Assur: como succedeo a Israel no
pirito de seus beiços matará ao impio. dia, em que subio da terra de Egypto.
5 Porque justiça será o cinto de seus
lombos, e verdade o cinto de seus rins.
CAPITULO XII.
6 E morará o lobo com o cordeiro,
e o leopardo com o cabrito se deitará: DIRAS naquelle dia, graças te
e o bezerro e o filho de leãò, e o ani­
mal cevado andaráo juntos, e hum me­
E dou, ô Jehov ah, de que ainda
que te iraste contra m im ; com tudo
nino pequeno os guiará. tua ira se retirou, e tu me consolas a
7 A vaca e a ursa pascerão juntas, mim.
•cqb filhos se deitarão juntos ; e o leâo 2 Eis que Deos he minha salvação,
comerá palha como boi. nelle confiarei, e nao temerei: porque

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662 ESAIAS, XIII, XIV.

m inha força e meu cântico de D eos 11 Porque visitarei sobre o mundo a


J e h o v a h , e elle foi minha salvação, maldade, e sobre os impios sua iniqüi­
3 E vósoutros tiraréis aguas com ale­ dade : e farei cessar a arrogancia dos
gria das fontes da salvação. atrevidos, e abaterei a soberba dos ti-
4 E direis naquelle dia, dae graças rannos.
a Jehovah, invocai a seu nome, ma­ 12 Farei que hum varâo seja mais
nifestai seus feitos entre os povos: recioso que o ouro maciço, e hum
contai quam exalçado he seu nome. omem mais que o ouro fino de Ophir.
5 Psalmodiae a Jehovah, porque fez 13 Pelo que farei estremecer aos ce­
cousas grandiosas: saiba-se isto em os, e a terra se moverá de seu lugar,
toda a terra. por causa do furor de J e h o v a h dos
6 Jubila e canta de gozo, ô morado­ exercitos, e por causa do dia de sua
ra de Sião: porque o Santo de Israel ardente ira.
grande he em meio de ti. 14 E cada qual será como a corça
acossada, e como a ovelha que nin­
guém recolhe : cada qual attentarà
CAPITULO XIII.
para seu povo, e cada qual fugirá pa­
ARGA de Babylonia, que vio Esai­ ra sua terra.
C as, íilho de Amos.
2 Alçai huma bandeira sobre hum
15 Qualquer que for achado, será
atravessado: e qualquer que se ajun­
alto monte, levantai a voz a elles: mo­ tar com elle. canirà à espada.
vei a mâo em alto, para que entrem 16 E suas crianças serâo machucadas
pelas portas dos Principes. perante seus olhos: suas casas ser&o
3 Ja eu mandei a meus santificados: saqueadas, e suas mulheres forçadas.
ja tambem chamei a meus heròes 17 Eis que eu despertarei contra el­
para minha ira, os alegres de minha les aos Medos, que nâo farâo caso de
alteza. prata, nem tam pouco desejarão ouro.
4 Ja se ouve a voz de arroido sobre 18 Mas com seus arcos machucarão
os montes, como de muito povo: voz aos mancebos: e nào se apiedarão do
de reboliço de reinos de gentes ja con­ fruto do ventre; seu olho nâo perdoa­
gregadas ; Jehovah dos exercitos pas­ rá aos filhos.
sa a mostra do exercito de guerra. 19 Assim será Babylonia, o ornamen­
5 Já vem da terra de longe desdo to dos Reinos, a gloria e a soberba dos
cabo do ceo: assim Jehovah, como Chaldeos, como Sodóma e Gomorra,
os instrumentos de sua indignação, pa­ quando Deos as trastomou.
ra destruir toda aquella terra. 20 Nunca mais haverá habitação nel­
6 Huivai potSj porque o dia de Jeho­ la, nem se habitará de geração em ge­
v a h ja está perto : ja vem como asso­ ração : nem o Arabio armará ali sua
lação do Toaopoderoso. tenda, nem tam pouco os pastores ali
7 Pelo que todas as máos se deleixa- farão suas malhadas.
rão: e o coraçáo de todos os homens 21 Mas as bestas feras repousarão
se derreterá. ali, e suas casas 6& encherão de hor-
8 E assombrar-se-hão, dores e ais os riveis animaes: e ali habitarão as abes-
comprenderão, e se angustiarão, como tmzinhas, e os demonios pularão ali.
mulher com dores de parto: caaa qual 22 E as bestas feras apuparão humas
se espantará de seu proximo, seus ros­ ás outras em seus vazios palacios, co­
tos serâo rostos flameantes. mo tambem os dragões em seus pala­
9 Eis que o dia de Je h o v a h vem cios de prazer: pois bem perto ia vem
horrendo, com furor e ira ardente : chegando seu tempo, e seus aias ae
para pôr a terra em assolação, e des­ não prolongarão.
truir os peccadores delia.
10 Porque as estrellas dos ceos, e se­
us astros nâo luzirão com sua lu z : o
CAPITULO XIV.
Sol se escurecerá em nascendo, e a ORQUE J e h o v a h se apiedará de
Lua nâo resplandecerá com sua luz. P Jacob, e ainda escolherá a Israel*

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ESAIAS, XIV. 663

e os porá era sua terra: e ajuntar-se- 14 Subirei sobre as alturas das nu­
hâo com elles os estranhos, e achegar- vens, e serei semelhante ao Altissimo.
se-hão a a casa de Jacob. 15 E com tudo derribado seràs no
2 E os povos os receberão, e os le­ inferno, aos lados da cova.
varão a seus lugares, e a casa de Is­ 16 Os que te virem attentarão para
rael os possuirá em herança por ser­ ti, consiclerar-te-hão, e dirão: he este
vos e por servas, em a terra de J e h o ­ o varão, que fazia estremecer a terra,
vah : e cativarão aos que os cativá- e que fazia tremer os reinos ?
rão, e se ensenhorearão sobre seus op- 17 Que punha o mundo como a de­
pressore8. serto, e assolava suas cidades? que a
3 E serà que no dia em que Deos vi­ seus prisioneiros não deixava ir soltos
er a dar-te descanso de teu trabalho, a suas casas ?
e de teu tremor, e da dura servidão 18 Todos os reis das gentes, todos
com que te fizerâo servir: quantos elles sáo, jazem com honra
4 Então levantarás este dito contra cada hum em sua casa.
o Rei de Babylonia, e diràs: como já 19 Porem tu es lançado de tua sepul-
cessa o oppressor? como jà cessa a tura^ como renovo abominavel, como
doarada ? vestido de mortos, atravessados à espa­
5 Jà quebrantou J e h o v a h o bastão da : como os que descendem ao covil de
dos impios, e o ceptro dos dominado­ pedras, como corpo morto atropelado.
res. 20 Com elles não seràs ajuntado na
6 Aquelle que feria aos povos com sepultura; porque destruiste tua ter­
furor, com. plaga sem cessar; o que ra, e mataste a teu povo: »a semente
com ira dLominava sobre as gentes, dos malinos não serà nomeada para
agora he p erse gu id o , sem que alguem sempre.
o possa im pedir. ■21 Preparai a matança para seus
7 Jà descansa, jà estâ sossegada to­ íilhos pela maldade de seus pais: pa­
da a terra: jà de prazer exclamâo com ra que nâo se levantem, e possuão em
jubilo. herança a terra, e enchâo o mundo de
8 Até as faias se alegrão de ti, e os cidades.
cedros do Libano, dizendo: desde que 22 Porque levantar-me-hei contra el­
tu ahi jazes, jà ninguém sobe contra les, diz J e h o v a h dos exercitos: .e des­
nós, que nos possa cortar. arraigarei de Babylonia o nome e os re­
9 0 inferno abaixo se turbou por ti, síduos, e o filho, e o neto, diz J e h o v a h .
ara te sahir ao encontro em tua vin- 23 E pôla-hei por possessão heredi-
S a : desperta por ti aos mortos, e a to­
dos os cabrões da terra, e faz levantar
taria das curujas, e lagôas de aguas: e
barrela-hei com bassoura de perdição,
de seus thronos a todos os Reis das diz J e h o v a h dos exercitos.
gentes. 24 J e h o v a h dos exercitos jurou di­
10 Estes todos responderão, e te di­ zendo : tal náo disse se não succeder
rão : tu tambem adoeceste como nós, e assim como o pensei, e se nâo tiver
foste semelhante a nós. efFeito assim como o determinei.
11 Ja foi derribada no inferno tua 25 Porque quebrantarei ao Assur em
soberba com o som de teus alaúdes: minha terra, e em minhas montanhas
os bichinhos debaixo de ti se espargi­ o atropelarei: para que seu jugo se
rão, e os bichos te cubrirão. aparte delles, e Bua carga se desvie de
12 Como cahiste desdo ceo, 6 estrel­ seus hombros.
la da manhã, filho da alva do dia ? co­ 26 Este he o conselho, que se con­
mo cortado foste por terra, tu que de­ sultou sobre toda esta terra: e esta he
bilitavas as gentes. a mâo, que està estendida sobre todas
13 E tu dizias em teu coração, eu as gentes.
sobirei ao ceo, por cima das estrellas 27 Porque J e h o v a h dos exercitos o
de Deos exaltarei meu throno: e no determinou em seu conselho, quem pois
monte da congregação me assentarei, o invalidará ? e sua mão ja estenaida
da banda dos lados do Norte. està, quem pois a tomará a traz ?

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664 ESAIAS, XV, XVI.

28 No anno, em que morreo o Rei 8 Porque o pranto rodeará aos lim­


Achaz, aconteceo esta carga. ites de M oab: até Eglaim chegará
29 Náo te alegres ó tu toda Palesti­ seu huivo, e ainda até Beer-Elim che­
na, de que he quebrantada a vara que gará seu huivo.
te feria: porque da raiz da cobra sa­ 9 Porquanto as aguas de Dimon e*
hirá hum basilisco, e seu fruto será tão cheias de sangue, porque ainda
huma serpente ardente voador. acrecentarei a Dimon os sobejos: a
30 E os primogênitos dos pobres se­ saber leões aos escapados de Moal^
rão apascentados, e os necessitados se como tambem aos residuos da terra.
deitarão seguros: porem ferei morrer
tua raiz à pura fome, e elle matará
CAPITULO XVI.
teus residuos.
31 Huiva tu, ó porta, grita tu, ó cida­ NVTAE os cordeiros ao dominador
de, aue ja tu toda Palestina estàs der­
retida : porque do Norte vem fumo, e
E da terra desde Sela, ao deserto,
ao monte da filha de Sião.
nenhum solitário haverá em suas con­ 2 D’outro modo succederá, que serão
gregações. as filhas de Moab junto aos vaos de
32 Que pois se responderá aos men­ Amon como o passaro vagueante, lan­
sageiros ao povo? que J e h o v a h fun­ çado do ninho.
dou a Sião, para que os oppressos de 3 Toma conselho, faze juizo, poem
seu povo nella tenhão valhacouto. tua sombra no pino do meio dia como
a noite: esconde aos desterrados, e
náo descubras os vagueantes.
C APITULO XV.
4 Habitem entre ti meus desterrados,
ARGA de Moab. Certamente de ó Moab: só lhes refugio perante a
C noite foi destruida Ar-Moab? e foi
desfeita: certamente de noite foi, des­
face do destruidor: porque o oppres-
sor tem fim, a destruição he desteita,
truida Kir-Moab, e foi desfeita. c os atropeladores ja são consumidos
2 Vai sobindo a Baith, e a Dibon, e de sobre a terra.
a Bamoth, a chorar: por Nebo e por 5 Porque o throno se confirmará em
Medeba Moab huivarà; sobre todas su­ benignidade, e sobre elle no tabema­
as cabeças haverá calva, e toda barba culo de David em verdade se assenta­
será rapada. rá hum que julgue, e busque o juizo,
3 Cingirão-se de saccos em suas pra­ e se apresure a a justiça.
ças : em seus terrados, e era suas ru­ 6 Jà ouvimos a soberba de Moab o
as todos andão huivando, e vem de- soberbissimo: jà sua altiveza, e sua
cendo chorando. soberba, e seu furor, seus ferrolhos
4 Assim Hesbon como Eleale andáo nào são tam seguros.
gritando, até Jahas se ouve sua vo z: 7 Portanto Moab huivará por Moab \
pelo que os armados de Moab fazem todos à huma huivarão : gemereis pe­
grande grita?a alma de cada hum es­ los fundamentos de Kir-HÍareseth, pois
tà mal em si mesma. jà estão quebrados.
5 Meu coração dá gritos por Moab, 8 Porque jà os campos de Hesbon
ja sáo idos seus ferrolhos até Tsoar, a enfraquecérào, como tambem a vide dc
novilha de tres annos: porque vai so­ Sibma; jà os senhores das gentes atro-
bindo com choro pela subida de Lu- pelàrão suas melhores plantas, já vão
hith, porque no caminho de Horonaim chegando a Jaezer, andão vagueando
levantão hum lastimoso pranto. pelo deserto : seus renovos se esten-
6 Porque as aguas do Nimrim serão déráo, e já passàrâo d’alem do mar.
huma pura assolação: porque já a gra­ 9 Pelo que prantearei com pranto
ma se secou, pereceo a erva, e já ver­ por Jaezer, a vide de Sibma; reaar-
dura não ha. te-hei com minhas lagrimas, ó Hesbon
7 Pelo que a abundancia que ajuntà- e Eleale: porque jà o jubilo de tens
rão, e o de mais que guardárão, ao ri­ frutos do verão, e de tua eega csr
beiro dos salgueiros o levarão. hio.

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ESAIAS, XVII, XVIU. 666
10 Assim qu e jà se tirou o folguedo 8 E nâo attentarà para os altares,
e alegria do fertil campo; e }à nas obra de suas mâos: nem tampouco ol­
vinhas se nào canta, nem jnbilo al­ hará para o que fizérâo seus dedos,
gum se faz: jà o pisador nào pisará nem para os bosques, nem para as
as uvas nos lagares: jà fiz cessar ao imagens do Sol .
jobilo. 9 Naquelle dia suas cidades fortes
11 Pelo que minhas entranhas fazem serâo oomo plantas desamparadas, e
ruido por Moab como harpa, e meu como os mais altos ramos, os quaes vi­
interior por Kir-Hares. erão a deixar à causa dos filhos de Is­
12 E serà qúe quando virem que jà rael : ainda que haverá assolação.
Moab està cansado nos altos: entào 10 Porquanto te esqueceste ao Deos
entrará em seu santuario a orar, po­ de tua salvação, e nâo te lembras-te
rem nào poderá alcançar nada. dá rocha de tua fortaleza: pelo que
13 Esta he a palavra, que fallou Js ­bem plantarás plantas formosas, e a
hovah desd^ntâo contra Moab. cercarás de sarmentos estranhos.
14 Porem agora falia Jehovah. d i­ 11 £ no dia em qne as plantares, as
zendo, dentro em tres annos, (taes faràs crecer, e pela manná faràs que
quaes os annos de jornaleiro,) entào tua semente brote: porem somente
se virà a envilecer a gloria de Moab, serà hum montào do segado no dia da
com toda sua grande multidão: e o enfermidade e das dores insofríveis.
reaiduo serà pouco, pequeno e impos- 12 A i da multidão dos grandes po­
aante. vos, que bramâo como bramào os
mares: e do rugido das nações, que
rugem como rugem as impetuosas
CAPITULO XVII. aguas.
ARGA de Damasco. Eis que Da­ 13 Bem rugirão as nações, como ru-
C masco serà tirada de tal maneira, em as muitas aguas, porem repren-
f
qne mais n&o serà cidade, antes ha de e-lo-ha, e fugirá para longe : e serà
ser montào de ruina. afugentado comó a pragana dos mon­
2 As cidades de Aroer serâo desam­ tes diante do vento, e como a bola di­
paradas : háo de ser para os rebanhos ante do tufâo.
ao gado, e ali se deitarào, sem que 14 Ao tempo da tarde eis que ha pa­
alguem os espante. vor, mas antes que amanheça, ja nâo
3 E a fortaleza de Ephraim cessará, aparece: esta he a parte daquelles
como tambem o reino de Damasco, e que nos despojâo, e a sorte daquelles
o residuo dos Syrios: serâo como a que nos saqueâo.
gloria dos filhos de Israel, diz Jeho­
vah dos exercitos.
c a p it u l o xvrn.
4 E será naquelle dia, que a gloria
de Jacob se adelgaçará: e a gordura I da terra sombria a suas frontei­
de sua carne se emmagrecerà. A ras, que està aos lados dos rios
5 Porque serà como o segador, que de Ethiopia.
colhe a seàra, e com seu braço sega 2 Que envia embaixadores por mar,
as espigas: e serà tambem comO o e era navios de junco sobre as aguas;
qne colhe espigas no valle de Re­ ide mensageiros ligeiros à gente ar­
phaim. rastada e pelada; à povo terrivel des­
6 Porem ainda ficarão nelle aipins de que foi e dahi em diante: à gente
rebusoos, como ho sacudir da oliVei- de regra em regrà? e de atropelar, cu­
ra, em que sô duas m tres azeitonas ja terra despojâo os rios.
fiéáo na mais alta ponta dos ramos, e 3 Vós todos os habitadores do mun­
Quatro ou cinco em seus ramos fructi- do, e vós os moradores da terra: quan­
reros, diz Jehovaií, Deos de Israel. do se arvorar a bandeira nos montes,
7 Naquelle dia attentarà o homem o veréis; e quando se tocar a trombe­
para seu Fazedor: e seus olhos olha­ ta, o ouviréis.
do para o Santo de Israel. 4 Porque assim me disse Je h o v a h j

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666 ESAIAS, XIX.
estarei quieto olhando desde minha 8 E os pescadores gemerão, e sospi-
morada: como o ardor resplandecen­ rarão toaos quantos lançâo enzol nos
te sobre a chuva, como a nuvem de or­ rios: e os que estendem rede sobre
valho no ardor aa sega. as aguas, desfalecerão.
5 Porque antes da sega, quando ja 9 E envergonhar-se-hâo os que tra­
o gomo está perfeito, e as uvas ver­ balhão era lmho fino, e os que tecem
des madurecerem depois de brotar: pano branco.
entâo podará os sarmentos com a po- 10 Ejuntamente com seus fundamen­
doa, e cortando os ramos os tirará dculi. tos serão quebrantados todos os que
6 Juntamente serâo deixados a as fazem por pago viveiros de prazer.
aves dos montes, e aos animaes da 11 Na verdade loucos sâo os Princi­
terra: e sobre elles passarão o verâo pes de Tsoan. o conselho dos sabios
as aves de rapina, e todos os animaes conselheiros ae Pharaó se embrute-
da terra invernarâo sobre elles. ceo: como pois a Pharaó direis, sou
7 Naquelle tempo trará hum presen­ filho dos sabios, filho dos antigos Reis.
te a J k h o v a h dos exercitos o povo ar­ 12 Aonde estâo agora teus sabios?
rastado e pelado, e o povo terrivel notifiquem-te agora, ou informem-se
desde que foi e d’ahi em diante: gen­ que he o que Jkhovah dos exercitos
te de regra em regra, e de atropelar, consultou contra Egypto.
cuja terra despojâo os rios; ao lugar 13 Endoudecido se tem os Principe
do nome de J e h o v a h dos exercitos, de Tsoan, enganados estâo os Princi­
ao monte de Sião. pes de Noph: e farão errar a Egypto,
até as ultimas esquinas de suas tribus.
14 Ja Jkhovah derramou hum per­
CAPITULO XIX.
verso espirito em seu interior: e nzé-
ARGA de Egypto. Eis que Jk­ rão errar a Egypto em toda sua obra;
C h o v a h vem cavalgando em huma
nuvem ligeira, e virá a Egypto: e os
como o bebaao, quando se revolve em
seu vomito.
idolos de Egypto serâo movidos pe­ 15 E nâo aproveitará a Egypto obra
rante sua face ; e o ooração aos nenhuma, que possa fazer a cabeça, ou
Egypcios se fundirá em seu interior. o rabo, o ramo, ou o junco.
2 Porque rovolverei a Egypcios con­ 16 Naquelle tempo os Egypcios se­
tra Egypcios, e cada qual pelejará râo como mulheres: e tremerão e te­
contra seu irmâo, e cada qual contra merão à causa da moção da mão de
seu proximo: cidade contra cidade, Jehovah dos exercitos, que ha de mo­
Reino contra Reino. ver contra elles.
3 E o espirito dos Egypcios se es­ 17 E a terra de Judá serà hum es­
vaecerá em seu interior, e devorarei panto para os Egypcios; « quem di^
seu conselho: entâo perguntarão a so fizer menção, se assombrará de si
seus idolos, e encantadores, e adevi- mesmo: por causa do conselho de Je­
nhos, e mágicos.. h o v ah dos exercitos, que consultou
4 E encerrarei aos Egypcios em contra elles.
mãos de senhores duros: e Rei rigu- 18 Naquelle tempo haverá cinco ci­
roso dominará sobre elles, diz o Se­ dades em terra de Egypto, que fallem
nhor, J e h o v a h dos exeroitos. a lingoa de Canaan, e fação juramen­
5 E farão perecer as aguas do mar: to a Jkhovah dos exercitos: a huma
e o rio se esgotará e seccará. se chamará, cidade de destruição.
6 Tambem os rios farão tomar longe 19 Naquelle tempo Jehovah terá
a tras, e esgota-los-háo, e farão seccar hum altar em meio da terra de Egyp­
as correntes das cavas: a cana e o jun­ to: e hum titulo a Jeh ovah arvora­
co se murcharão. do, junto a seu limite.
7 A relva junto aos rios, junto as ri­ 20 E servirá de sinal e testemunho
banceiras dos rios, e tudo o semeado a J e h o v a h dos exercitos em terra de
iunto aos rios se seccará? ao longe se Egypto: porque a J e h o v a h clamarão
lançará, e mais não subsistirá. por causa dos oppressores; e elle lhes

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ESAIAS, XX, XXI. 667

mandará hum Redemptor e Protector, ra nos livrarmos da face do Rei de


que os livre. Assyria! como pois escaparemos nóe*
21 E Jehovah se farà conhecer aos
Egypcios, e os Egypcios conhecerão a
Jehovah naquelle d ia : e servi-lo-hào
CAPITULO XXI.
com sacrifícios e offertas, e votarão vo­ ARGA do deserto da banda do mar.
tos a Jehovah, e os pagarão.
22 E ferindo ferirá Jehovah aos
C Como os tufões de vento passdo
por meio da terra do Sul, assim do de*
Egypcios, e os curará: e converter-se serto virà, de terra horrivel.
háo a Jehovah, e mover-se-ha a suas 2 Visào dura se me notificou; o alei­
orações, e os curará. voso trata aleivosamente, e o destrui­
23 Naquelle dia haverá estrada pra- dor anda destruindo: sube, ó Elam,
ina de Egypto até Assyria; e os Ássy- ácerca, ô Medo, que ja fiz cessar todo
rios viráo a Egypto, e os Egypcios seu gemido.
a Assyria: e os Egypcios serviráo 3 Pelo que meus lombos estâo cheios
com os Assvrios a J k h o v a u . de grande enfermidade; angustias me
24 Naquelle dia Israel serâo tercei­ comprendérào, como as angustias da
ro entre os Egypcios e os Assyrios, que para: ja me encorvo de ouvir, e
huma benção em meio da terra. estou espantado de ver.
25 Porque Jehovah dos exercitos 4 Meu coraçáo anda errado, espavo-
os abençoará, dizendo: bemdito seja rece-me o horror: e o lusco fusco, que
meu povo de Egypto, e Assyria a obra desejava, me tornou em tremores.
de minhas mãos, e Israel minha he­ 5 P o «n a mesa, vigia bem atalaia,
rança. come, bebe: levantai-vos, Principes,
e antai o escudo.
6 Porque assim me disse o Senhor:
C A P IT U L O XX.
vai, poem centinella, e diga o que vir.
0 anno em que veio Thartan a As- 7 E vio hum carro, hum par de ca-
dod, enviando o Sargon Rei de valleiros, hum carro de asnos, e hum
Assyria \ e guerreou contra Asdod, e carro de camelos: e attentou attenta-
a tomou. mente com grande attepçâo.
2 No mesmo tempo fallou Jehovah 8 E clamou; hum leâo vejo: Senhor,
pelo ministério de Esaias, filho de na atalaia de vigia estou de contino
Amos, dizendo: vai, solta o sacco de de d ia ; e em minha guarda me ponho
teus lombos, e descalça teus çapatos as noites inteiras.
de teus pés: e assim o fez, indo nuo 9 E eis agora vem hum carro de ho­
e descalço. mens, e hum par de cavalleiros: en­
3 Entâo disse Jehovah, assim como táo respondeo, e disse: cahida he Ba­
anda meu seivo Esaias nuo e descal­ bylonia, cahida h e ! e todas as imag­
ço j por sinal e prodigio de tres annos ens de vulto de seus deoses quebran­
sobre Egypto e sobre Ethiopia: tou contra terra.
4 Assim o Rei de Assyria levará em 10 Ah malhada minha, e trigo de
cativeiro aos presos de Egypto, e aos minha eira ! o que ouvi de J e h o v a h
cativados de Ethiopia, assim mocos, dos exercitos, Deos de Israel, isso vos
como velhos, nuos e descalços, e aes- notifiquei.
cubertas as nádegas para vergonha 11 Carga de Duma. Dâo-ipe gritos
dos Egypcios. de Seir: guarda, que houve de noite ?
5 E assombrar-se-háo. e envergo- guarda, que houve de noite í
nhar-se-hào, por causa aos Ethiopes, 12 E disse o guarda; veio a manhâ,
üta quem attentavào, como tambem e ainda he noite : se quereis pergun­
S os Egypcios, sua gloriaçào. tar, perguntai \ tomai-vos, e vinde.
6 Entáo diráo os moradores desta 13 Carga contra Arabia. Nos bos­
ilha naquelle dia, olhai que tal fo i ques de Arabia passaréis a noite, ô
aquelle, para quem attentavamos, a viandantes de Dedanim.
quem nos acolhemos por socorro, pa­ 14 Sahi ao encontro dos sedentos com

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668 ESAIAi , xxn.
agua: os moradores da terra íle The- 11 Fareis tambem huma cava entxe
ma oom seu pâo encontrárão aos que ambos oS muros para as aguas do vi­
fugi&o. veiro velho: porem não olhastes a ri­
15 Porque fogem de diante das es­ ba para o que fez isto, nem attentas-
padas, de diante da espada nua, e de tes para o que o formou desda anti­
diante do arco armado, e de aiante guidade.
do peso da guerra. 12 E o Senhor Jehovah dos exerci­
16 Porque assim me disse o Senhor: tos chamará naquelle dia a choro, e a
ainda dentro de hum anno, como os pranto, e a calva, e a cingimento de
annos do jornaleiro, será arruinada to­ saoco.
da a glona de Kedar. 13 Porem eis aqui gozo e alegria,
17 £ os residuos do numero dos fre­ matando vacas e degolando ovelhas»
cheiros, os valentes dos filhos de Ke­ comendo carne, e bebendo vinho, e
dar, serâo diminuídos: porque assim dizendo: comamos e bebamos, que
o disse Jkhovah, Deos ae Israel. amanhã morreremos.
14 Mas J e h o v a h dos exercitos se
manifestou a meus ouvidos, dizendo:
CAPITULO xxn.
vivo eu que esta maldade náo vos será
ARGA do valle da vis&o. Que tens perdoada até que morrais, diz o Se­
C agora, que te sobiste toda aos te­ nhor J e h o v a h dos exercitos.
lhados. 15 Assim diz o Senhor J e h o v a h dos
2 Tu chea de arroidos, cidade tur­ exercitos: anda e vai-te com este the*
bulenta, cidade de alegria pilando: soureiro, com Sebna, o Mordomo, i
teus mortos n&o forão mortos à espa­ dize-lhe.
da, nem morrér&o na guerra. 16 Que he o que tens aqu i! ou a
3 Todos teus Maioraes juntamente se quem tens tu aqui, que te lavrasses
acolherão; os frecheiros os amarràr&o: aqui sepultura ? como o que lavra em
todos os que em ti se achárão, for&o lugar alto sua sepultura: e debuxa em
amarrados juntamente, e fugirão de penha morada para si.
longe. 17 Eis que Jehovah daqui te demo-
4 Portanto digo; virai de mim a vis­ dará de demudamento ae varão; e
ta, e chorarei amargamente: n&o vos de todo te cubrirà.
canseis mais em conaolar-rae pela des­ 18 Certamente te fará rodar, como
truição da filha de meu povo. se fiaz rodar a bola em terra larga *
5 Porque dia he de aívoroço, e de espaciosa: ali morrerás, e ali acabarão
atropelamento^ e de confusão de par­ os carros de tua gloria, ó opprobrio da
te do Senhor Jehovah dos exercitos, casa de teu Senhor!
em o valle da visão: dia de derribar 10 E regeitar-te-hei de teu estado;
o muro, e dar grita até o monte. e te rempuxarà de teu assento.
6 Porque jà Elam tomou a aljava, jà 20 E serâ naquelle dia, aue chamar
o homem està no carro, tambem ha rei a meu servo Eliakim, filho de Hil­
cavalleiros: e Kir descobre os escu­ kias.
dos. 21 E vesti-lo-hei de tua tunica, e es-
7 E serà que teus mais formosos val- força-lo-hei com teu talabarte, e entre­
les se encherão de carros: e os caval­ garei em suas mâos teu Senhorio: e
leiros se porão em ordem ás portas. será por pai aos moradores de Jerusa­
8 E desoubrirà a cuberta ae Judá: lem, e à casa de Judá.
e naquelle dia attentaràs para as ar­ 22 E porei a chave da casa de Da­
mas da casa do bosque. vid sobre seu hombro: e abrirá, e nin­
9 E vereis as roturas da cidade de guém fechará; e fechará, e ningnem
David, porquanto ja s&o muitas: e abrirá.
ajuntaréis as aguas do viveiro de baixo. 23 E prega-lo-hei como a prego em
10 Tambem contaréis as casas de lugar nrmc: e serà por cadeira de
Jerusalem: e derribaréis as casas, pa- honra à casa de seu pai.
fít fortalecer os muros. 24 E nelle pendurarão toda a hon»

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ESAIAS, XXin, XXIV. Ml
da casa de seu pai, dos renovos e dos alegria, 6 opprimida doazella, filha da
descendentes, como tambem todos os Sidon: levantaste, passa a Chittim; e
vasosmenores: desdos vasos das taças, ainda ali nâo terás descanso.
até todos os vasos dos odres. 13 Olhai a terra dos Chaldeos, ainda
25 Naquelle dia, diz J eh o v ah dos este povo nâo era povo; Assur o fun­
exercitos, o prego, pregado em lugar dou para os que moravâo no deserto:
firme, será tirado: e serà cortado, e levantàrâo suas fortalezas, e edificá-
cahirà, e a carga que nelle está, se râo seus paços; porem a arrumou de
cortará; porque Jehovah o disso. todo.
14 Huivai, navips de Tharsis: por­
qne jà he destruida vossa força.
CAPITULO XX1JI.
15 E será naquelle dia, que Tyro
ARGA de Tyro. Hnivai, navios serà posta em esouecimento por seten­
C de Tharsis, porque já assolada es­ ta annos, oomo diaa.de hum R e i: po­
tá, àté nella casa nenhuma mais ficar,rem a cabo de setenta annos haverá
c nella ninguém mais entrar: desda em Tyro cantigas, como cantiga de
terra de Chittim isto lhes foi revelado. rameiras.
2 Cãllai-vos, moradores da ilha: vôs 16 Toma a harpa, rodea a cidade, 6
a auem enchérâo os mercadores de rameira esqueckla: bem a toca, canta
Siaon, navegando pelo mar. e recanta, para que se tenha lembran­
3 E sua provisão era a semente de ça de ti.
Sichor, que vinha com as muitas aguas 17 Porque serà a cabo de setenta an­
da sega do rio : e era a feira das gen­ nos, que Jehovah visitará a Tyro, e
tes. se tomará a seu salario de rameira, e
4 Envergonhaste, ô Sidon, porque já fomicarà com todos os reinos da terra,
o rnar, a fortaleza do mar, digo, falia, que ha sobre a redondeza da terra.
dizendo: eu nâo tive dores de parto, 18 E seu comercio e seu salario de
nem pari, nem ainda criei mancebos, rameira serà consagrado a J e h o v a h ;
nm engrandeci a algumas donzellas. nâo se enthesourarà, nem se fechará:
5 Como forão as novas de Egypto, mas seu comercio será para os que
assim haverá dores, quando se ouvi­ habitâo perante Je h o v a h , para que
rem as de Tyro. comâo até fartar se, e tenhão durável
6 Passai-vos a Tharsis: huivai, mo­ cobertura.
radores da ilha.
7 He esta porventura vossa cidade,
CAPITULO XXIV.
que andava pulando de alegria? cuja
antiguidade ne dos dias antigos? pois IS que Je6ovah vazia a terra, e a
seu8 proprios pés a levarão longe a pe­
regrinar.
E assola: e trastoma sua face, e ea»
parge a seus moradores.
8 Quem consultou isto contra Tyro, 2 E tal como o povo, serà o Saoerdo-
a coroadora? cujos mercadores sâo te; tal como o servo, seu Senhor; tal
Principes, e cujos negociantes os mais como a serva, sua Senhora; tal o com­
nobres dá terra. prador. como o vendedor; tal o em-
9 J e h o v a h dos exercitos o consultou, prestador, como o que toma empresta­
para profanar a soberba de todo orna­ do j tal o onzeneiro, como o que toma
mento. e envilecer os mais nobres da à onzena.
terra. 3 De todo se vaziará a terra, e de to­
10 Passa-te como rio a tua terra, oh do será saqueada: porque Jeh o v a h
filha de Tharsis, pois já nâo ha pre­ pronunciou esta palavra.
cinta. 4 A terra prantéa e se murcha: o
11 Sua mâo estendfeo sobre o mar, e mundo enfraquece e se murcha: en­
tnrbou aos reinos: Jehovah deu man­ fraquecem os mais altos do povo da
dado contra Canaan, que se destruis- terra.
•em suas fortalezas. 5 Porque a terra está contaminada
12 E disse; nunca mais pularás de por causa da seu* moradores: porquan*

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670 ESAIAS, XXV.

to trasp&ssào as leis, mudào os estatu­ gressão se agravará sobre ella, e ca-


tos, e aniquilâo a alliança eterna. hirá, e nunca mais se levantará.
6 Porisso a maldiç&o consome a ter­ 21 E será, que naquelle dia Jkho-
ra : e os que habitâo nella, serâo asso­ v a h visitará aos exercitos do alto em
lados : porisso serâo queimados os mo­ a altura, e aos Reis da terra sobre a
radores da terra, e poucos homens terra.
ficarão de resto. 22 E juntamente serâo amontoados
7 Prantea o mosto, enfraquece a como presos em huma masmorra, e se­
vid e ; e suspirâo todos os alegres de râo encarcerados em hum cárcere: e
coração. outra vez serâo visitados depois de
8 Já cessou o folguedo dos tamboris, muitos dias,
acabou o arroido dos que pulâo de pra­ 23 E a Lua se envergonhará, e o
zer : e descansou a alegria da harpa. Sol se confundirá, quando J e h o v a h
9 Com cantàres nâo beberão vinno: dos exercitos reinar no monte de Sião,
a sidra amargará aos que a beberem. e em Jerusalem; e entâo perante seus
10 Já quebrantada estâ a cidade va­ Anciãos haverá gloria.
zia, todas as casas se fechàrâo, nin­
guém ja pôde entrar.
CAPITULO XXV.
11 Hum lastimoso clamor por causa
do vinho se ouve nas ruas: toda ale­ H Jehovah, tu es Deos meu, ex­
gria e escureceo, ja o gozo da terra
se acolheo.
12 Assolação ainda ficou de resto na
O altar te hei a ti, e louvarei a teu
nome, porque fizeste maravilhas: tuas
consultas antigas sâo verdade e fir­
eidade: e com estalidos se quebra a meza.
porta. 2 Porque da cidade fizeste hum mon­
13 Porque assim serà no interior da tão de pedras, e da forte cidade huma
terra, e no meio destes povòs: como inteira ruina: e do paço dos estranhos,
a sacudidura da oliveira, e como os que nâo Beja mais cidade, e nunca jà
rebuscos, quando està acabada a ven- mais se tome a edificar.
dima. . 3 Pelo que te glorificará hum pode­
14 Estes alçarão sua voz, e cantarão roso povo: e a cidade de gentes for­
com a legria: e por causa da gloria de midáveis te temerá.
J shovah jubilarão desdo mar. 4 Porque foste a fortaleza do pobre,
15 Porisso glorificai a Jehovah nos e a fortaleza do necessitado, em sua
valles, e nas flhas do mar, ao nome de angustia: refugio contra o alagamen­
Jehovah, Deos de Israel. to, e sombra contra o calor; poraue o
16 Dos últimos fins da terra ouvimos sopro dos tirannos he como o alaga­
psalmos para gloria do Justo; porem mento contra o muro.
agora digo eu; emmagreço, emma- 5 Como o calor em lugar secco. as­
greço, ai de m im ! os aleivosos tratâo sim abaterà&o impeto dos estrannos:
aleivosamente, e com aleiviosa tratâo como se aplaca o calor pela sombra da
os aleivosos aleivosamente. espessa nuvem, assim o cântico dos
17 Temor, e cova, e laço vem sobre tirannos serà humilhado.
ti, ó habitador da terra. 6 E Jehovah dos exercitos farà nes­
18 E serà que aauelle, que fugir da te monte a todos os povos hum convite
voz do temor, canirà na cova; e o de cevados, convite de vinhos puros*
que sobir da cova, o laço o prenderá: de tutanos gOrdos, e de vinhos puros,
porque ja as janellas do alto se abrem, bem purificados.
e os fundamentos da terra tremerão. 7 E devorará neste monte a mascara
19 De todo serà quebrantada a ter­ do rosto, com que todos os povos an-
ra : de todo se romperá a terra, e de dâo cubertos; e a cubertura com que
todo se moverá a terra. todas as nações se cobrem.
20 De todo balanceará a terra como 8 Devorará tambem a morte com vic-
o bebado; e serà movida e removida toria, e assim alimpará o Senhor Jeho ­
como a choça de noite: e sua trans­ vah as lagrimas (le todos os rostos: e

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ESAIAS, XXVI, x x m «7t
ti rará o opprobrio de seu povo de toda de: e n&o attenta para a alteza do
aterra; porque Jehovah o disse. Jehovah .
9 £ naquelle dia se dirà; eis que 11 Oh Jehovah, ainda que esteja ex­
este he nosso Deos, a quem aguardá­ altada tua m&o, nem porisso a v ém :
vamos, e elle nos salvará: este he Je­ ve-la-h&o porem, e con fundi r-se-h&o
hovah. a quem aguardávamos: em por causa do zelo que tens de teu po­
sua salvação pois nos gozaremos e ale­ vo; e o fogo consumirá a teus adver-
graremos. sarios.
10 Porque a máo de Jehovah des­ 12 Oh Jehovah, tu a nôs nos apare­
cansará neste monte: mas Moab serà lharás paz: pois tambem tu acabaste
trilhado debaixo delle, como se trilha todos nossos negocios.
a palha no monturo. 13 Oh Jehovah Deos nosso, ja outros
11 £ estenderá suas m&os por entre Senhores Senhorearão sobre nôs sem
elles, como as estende o nadador para t i : porem por ti só nos lembramos de
nadar: e abaterá sua altiveza com as teu nome.
ciladas de suas m&os delles. 14 Morrendo elles, n&o tornarão a
12 E abaixará as altas fortalezas de viver; falecendo, n&o resuscitar&o:
teus muros, abaterá e as derribara em porisso os visjtaste e destruiste, e pe­
terra até o pá. recer fizeste toda sua memória.
15 Tu Jehovah, augmentaste a esta
grente, tu augmentaste a esta gente,
CAPITULO XXVI.
hzeste-te glorioso: mas longe os lan­
AQUELLE dia se cantará este çaste a todos os fins da terra.
N cântico na terra de Judá : huma 16 Oh Jehovah, no aperto te visità
forte cidade temos, Deos lhe pôz a rào: vindo sobre elles tua correição,
salvação por rtiuros e ante muros. derramàr&o sua oraç&o secreta.
2 Abri as portas, para que entre 17 Como a mulher prenhe, quando
nellas a gente justa, que guarda fiel- se lhe achega o parto, tem aores de
dades. parto, e dà gritos em suas dores: as­
3 Deliberação firme he, que guardá- sim fomos-nos por causa de tua face,
ras as pazes: porque confiarão em ti. ô Jehovah !
4 Confiai em Jehovah perpetua­ 18 Bem concebemos nós e tivemos
mente : porque em D^os Jehovah ha dores de parto, porem parimos só ven­
huma rocha eterna. to : livramento nào trouxemos a terra,
5 Porque elle abate aos que habit&o nem cahír&o os moradores do mundo.
em lugares sublimes, como tambem a a 19 Os teus mortos viverào, como tam*
cidade exaltada: a humilhando a hu­ bem meu corpo morto, c assim resus-
milhará ate o ch&o, e a derribará fcté citarão, despertai e jubilai os que ha­
o pó: bitais no p ó ; poraue teu orvalho serà
6 0 pé a atropelará: os pés dos como o orvalho de nortaliças, e a terra
affligidos, e os passos dos pobres. lançará de si aos mortos.
7 O caminho ao justo he todo praino: 20 Vai poisj povo meu, entra em tuas
tu rectamente pesas o andar do justo. recamaras, e fepha tuas portas apos t i:
8 Até no cammho de teus juizos, Je­ esconde te por Jium só momento, até
hovah , te esperamos: em teu nome que passe a ira.
e em tua lembrança està o desejo de 21 Porque eis que Jehovah sahirá
nossa alma. de seu lugar, para visitar a iniquidade
9 Na minha alma te desejei de noi­ dos moradores da terra, sobre elles:
te, e com meu espirito, que está dentro e a terra descubrirà seus sangues, e
de mim, madrugarei a buscar t e : por­ mais não encubrirà seus mortos á es-
que havendo teus juizos na terra, os pada.
moradores do mundo aprendem justiça.
CAPITULO XXVII.
10 Ainda que se faça favor ao impio,
nem porisso aprende iustiça; até em AQUELLE dia Jehovah visitará
teria de dueitezas exercita iniquida­ N çom sua espada dura, grande, e

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m esaias, xxvra.
(orle, ao Leviathan, aquella serpente Assur, e os qne for&o lançados pua
comprida: e ao Leviathan, aquelle terra de Egypto, tornmráo a vir: s
serpente retorcida: e matará o diag&o, adorar&o a Jehovah no monte santo
qne està no mar. em Jerusalem,
2 Naquelle dia haverá huma vinha
de vinho vermelho, cantai deUa por
ooros.
c a p it u lo xxvni.
3 Eu Jehovah a guardo, e cada mo­ I da coroa de soberba dos bebadoi
mento a regarei: para qne o inimigo
a nâo visite, de noite e de dia a guar­
darei.
A de Ephraim, cujo glorioso orna­
mento he como a flor que cahe: que
està sobre a cabeça do fertil valle aos
4 Ja n&o ha furor em m im : quem feridos do vinho.
me poria como espinhos e cardos na 2 Eis que o Senhor tem hum valente
guerra, para que a combatesse, e a e poderoso, que vem como diluvio de
abrazasse juntamente ? saraiva, e porta de perdiç&o: e como
5 Ou pegaria de minha força, e faria diluvio de impetuosas aguas que tras-
paz comigo: paz faria comigo. bord&o, com sua m&o os derribará em
6 Dias virfto quando Jaoob lançará terra.
raizes, e florecerá e brotará Israel: e 3 As coroas de soberba dos bebadoi
a superfície do mundo enoher&o de de Ephraim ser&o pisadas aos pés.
fruto. 4 E a flor cahida de seu glonoso or­
7 Se he aue o ferio, como ferio ao namento, que està sobre a cabeça do
que o ferio 7 se he que o matár&o, co­ fertil valle, será como a bébera tempo-
mo matár&o a seus mortos % r& antes do ver&o, que vendo a alguem,
8 Com medida contendeste oom ella, e tendo a ainda na m&o, a engóle.
quando a regeitaste: quando a tirou 5 Naquelle dia Jehovah dos exerci­
com seu vento forte, em tempo do tos serà por coroa gloriosa, e por gri­
vento Oriental. nalda formosa, para os residuos de seu
9 Pelo aue assim se expiará a iniqui­ povo.
dade de Jacob, e este serà todo o fru­ 6 E por Espirite de juizo, para o que
to, que tirará seu peccado: quando se assenta a julgar, e por fortaleza pa­
fizer a todas as pedras do altar, como ra os que fazem retirar a peleja ate a
a pedras de cal espalhadas: entáo os porta.
bosques e as imagens do sol n&o po­ 7 Mas tambem estes err&o com o vi­
derão ficar em pe. nho, e com a sidra se desencaminh&o:
10 Porque a forte cidade ficará sp- ati o Sacerdote e o Propheta err&o com
Htaria, e a morada serà regeitada e a sidra, for&o devorados do vinho, se
desamparada como hum deserto: ali desencaminh&o com o vinho; andào
pastarão os bezerros, e ali se deitar&o, errados na vis&o, e tropeç&o no juizo.
e devorar&o suas ramas. 8 Porque todas suas mesas estâo che­
11 Quando suas ramas se seccarem, as de vomitos e çugidade: até mais nâo
ser&o quebrabas, e vindo as mulheres, haver lugar limpo.
as encender&o: porque este povO n&o 9 A quem pots ensinaria a sciencia?
he povo de entendimento; pelo que e a quem daria a entender o ja ouvi­
aquelle que o fez, n&o se apiedará do ? ao destetado do leite, e ao arran­
delle, nem aquelle que o formo», lhe cado dos peitos.
farà graça alguma, 10 Porque tudo he mandamento so­
12 E serà naquelle dia, que Jsho ­ bre mandamento, mandamento sobre
vah padejará o trieo, desdas corren­ mandamento, regra sobre regra, regra
tes do rio, até o rio ae Egypto: porem sobre regra: hum pouco aqui, htun
vòs, ò filhos de Israel, sereis colhidos pouco ali.
hum a hum. 11 Pelo que por beiços de gago, a
13 E serà naquelle dia, que se toca* por outra lingoa fallarà a este novo.
rà huma grande trombeta; e entâo os 12 Aò qual disse; este he o descan­
fjue andav&o perdidos pela terra de so, dai aescanso ao cansado; e esta

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ESAIAS, XXIX. 673

he o refrigerio: porem nâo quizér&o huma destruiç&o, e essa jà està deter­


oavir. minada sobre toda a terra.
13 Assim pois a palavra de Jehovah 23 Inclinai os ouvidos, e Ouvi minha
lhes serà mandamento sobre manda­ v o z : attentai bem, e ouvi meu dis­
mento, mandamento sobre madamen- curso.
to, regra sobre regra, regra sobre re­ 24 Porventura lavra todo o dia o lav­
gra, t hnm pouco aqui, hum pouco rador, para semear ? ou abre e dester­
ali: para que vâo, e cai&o para tras, roa tòao o dia sua terra ?
e se quebrantem, e se embarecem, e 25 Porventura n&o he assim ? quando
sejão presos. jà tem gradado sua superfície, ent&o
14 Pelo que ouvi a palavra de J e h o ­ esparge nella ervilha, e derrama co­
vah , varões escamecedores, domina­ minho : ou lança nella do melhor tri­
dores deste povo, que estâ em Jerusa­ go, ou cevada escolhida, ou centeo,
lem. cada qual em seu lugar.
15 Porquanto dizeis; fizemos allian- 26 É seu Deos o ensina, e o instrui
ç& com a morte, e com o inferno fize­ ácerca do que ha de fazer.
mos hum prudente contrato: quando 27 Porque a ervilha n&o se trilha
passar o diluvio do açoute, n&o che­ com trilho, nem sobre o cominho ro-
gará a nosoutros; porque puzemos a déa roda de carro: mas oom vara se
mentira por nosso refuçio, e debaixo sacode a ervilha, e o cominho com
da falsidade nos escondemos. p&o.
16 Portanto assim diz o Senhor Je­ 28 O trigo se quebranta, mas de con-
hovah ; e i» que eu fundo em Si&o hu­ tino trilhando o n&o trilha: nem o es­
ma pedra; huma pedra ja provada, miuça com as rodas de sen carro,
pedra preciosa de esquina, que està nem o quebranta com seus cavallos.
Dem firme m fundada: quem crer, n&o 29 Ate isto procede de Jehovah dos
ae apresure. exercitos: porque he maravilhoso em
17 E regrarei o juizo ao cordel, e a conselho; he grande em obra.
justiça ao n iv e l: e a saraiva barrerà o
refugio da mentira, e as aguas cubri-
CAPITULO XXIX.
rò© o escondedouro.
18 E vos&a alliança com a morte se I de Ariel Ariel, a cidade em que
anullarà, e vosso prudente contrato A David assentou seu arraial: acre-
com o inferno n&o subsistirá: e quan­ centai anno a anno, e sacrifiquem sa­
do o diluvio do açoute passar, ent&o crifícios festivaes.
sereis atropelados delle. 2 Com tudo porei a Ariel em aper­
19 Desde que começa a passar, vos to : e haverá pranto e tristeza: e a ci­
arrebatará, porque todas as manh&s dade me serà como Ariel.
passará, de dia e de noite: e serà que 3 Porque te cercarei com meu arrai­
somente ouvir a fama, causará grande al : e te sitiarei com baluartes, e le­
tnrbaç&o. vantarei tranqueiras contra ti.
20 Porque a cama serà tam curta, 4 Ent&o seràs abatida, fallaràs des­
que ninguém se poderá estender nel­ de baixo da terra, e tua falia desdo pó
la : e o cubertor tam estreito, que se sahirá fraca: e serà tua voz desae-
n&o possa cubrir com elle. baixo da terra, como a de hum feiti­
21 Porque Jehovah se levantará co­ ceiro, e tua falia assoviarà desdebmxo
mo no monte de Perazim; e se ano­ do pô.
jará como no valle de Gibeon: para 5 E a multid&o de teus soldados es­
fazer sua obra, sua obra estranha; e tranhos serà como pó miudo: e a
para obrar sua operação, sua operação multid&o dos tyrannos como a praga­
estranha. na que passa; e em hum momento
£2 Agora pois mais n&o escarneçais, repentinamente succederà.
para que vossas ataduras se n&o faç&o 6 De Jehovah dos exercitos serás
tanto mais fortes: porque jà ao Sennor visitada com trovões, e com terremo­
Jeh ovah dos exercitos ouvi fa lla r de tos, e grande arroido, com tuf&o de
29

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674 ESAIAS, XXX.

vento, e tempestade, e kvareda de obra dissesse a seu obreiro: náo me -


fogo consumidor. fe z ; e o vaso formado dissesse de seu
7 È feomo o sonho de visão de noite, oleiro: nada sabe.
assim será' a multidão de todas as gen* 17 Porventura em hum breve mo­
tes, que pelejarão contra AtíoI : como mento o Libano se nào converterá em *
tambem todos os que pelejarão contra campo fertil ! e o campo fertil se nà0j
ella e contra seus muros, e a porão em estimará por bosque %
aperto. 18 E naquelle dia os surdos ouvirão
i Será tambem como o faminto que as palavras do livro: e os olhos dos
sonha, e eis que lhe parece que come, cegos desda escuridão e desdas tre­
porem acordando, sua alma vazia se vas as verão.
acha; ou como o sedento que sonha, e 19 E os mansos terão gozo sobre go­
eis que lhe parece que bebe, porem zo em J e h o v a h : e os necessitados
acoraando, eis que ainda cansado se entre os homens se alegrarão mo San­
acha, e sua alma com sede : assim se­ to de Israel.
rà toda a multidão das gentes, que pe­ 20 Quando o tiranno íenecery e o
lejarem contra o monte de Sião. zombador se consumir, e todos os qne
9 Tardáo porem, pelo que vos mara­ se dão à iniquidade, forem desarrai­
vilhai : andão folgando, portanto cla­ gados.
mai : bêbados estão, mas não de vi­ 21 Os que fazem culpado ao hoznenn
nho; andão titubeando, mas não de por huma palavra, e armão laços ao'
sidra. que 05 reprende na porta: e os que
10 Porque Jehovah derramou sobre lanção ao justo para o deBerto.
vósoutros espirito de profundo sono, e 22 Portanto assim diz J s h o v a h , que
fechou vossos olhos: cegou aos Pro­ libertou a Abraham, a a oasa de Ja*
phetas, e a vossos Cabeças, e aos Vi- cob : ja açora Jacob não serfc jiuns en­
déntes. vergonhado, nem jà agora sua. face
11 Pelo que toda visão vos he como mais se descorará.
as palavras de livro sellado, que se dà 23 Porque vendo elle a seusolhos,
ao que sabe ler, dizendo : lê ora isto : a obra de minhas mãos, em meie de
ao que dirá; não posso, porque està si; entáo santificarão meu nome: e
sellado. santificarão ao Santo de Jacob, e te ­
12 Ou dà-se o livro ao que não sabe merão ao Deos de Israel.
ler, dizendo; lê ora isto: ao que dirà; 24 E os errados de espirito virâo a
não sei ler. ter entendimento, e os murmuradores
13 Porque o Senhor disse: por quan­ aprenderão doutrina.
to este povo com sua boca se chega a
mim, e com seus beiços me honrào,
orem seu coração longe affugentão CAPITULO XXX.
S e m im : e seu temor para comigo I dos filhos, que se rebelião, dix
consiste em só mandamentos de ho­
mens, em que forão instruidos.
A J e h o v a h , para tomarem conse­
lho, mas náo de m ím ; e para se cubrio
14 Portanto, eis que continuarei a rem com cubertor, mas náo que venha
tratar maravilhosamente com este po­ de meu espirito: para assim acrescen­
vo, maravilhosa e remaravilhosamen- tarem peccado sofcre peccado.
te : porque a sabedoria de seus sabios 2 Que se vão descender a Egypto, e
perecerá, e a prudência de seus enten­ não perguntão a minha boca: para s*
didos se esconderá. fortificarem com a força de rharaó,
15 A i dos que se querem esconder e se retirarem a a sombra de Egypto.
rofundamente de Je h o v a h , enco- 3 Porquê a força de Pharaó se vos
rindo seu conselho delles: e fazem tomará em vergonha, e o retiro a a
suas obras a às escuras, e d iz e m ; sombra de Egypto, em confusão.
quem nos vê? e quem nos conhece? 4 Havendo seus Principes estado em
16 Vossa perversidade he, como se o Zoan, e seus embaixadores chegada
oleiro fosse igual ao barro: e que a a Chanes:

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ESAIAS, XXX. 675

5 Entáo a todos os envergonhará gireis : e sobre cavallos ligeiros caval-


com hum povo que lhes aproveitará garémos; porisso vossos perseguido­
de nada; nem de ajuda, nem de pro­ res tambem serào ligeiros.
veito, antes de vergonha, e até de op- 17 M il de vósoutros fugiráo ao grito
probrio lhes servirá. de hum, e ao grito d/e cinco todos vó­
6 Carga das bestas do Sul. Para a soutros iugiréis: até que sejais deixa­
terra de afiliçâo e angustia, (donde dos como mastro no cume do monte,
vêm o leâo forte, e o leâo^velno, o ba­ e como bandeira em outeiro.
silisco, e o áspide ardente voador,) le­ 18 Porisso pois J e h o v a h esperará,
varão a as costas de poldros suas fa­ para se apiedar de vós; e porisso serà
zendas, e sobre as corcovas de came­ exalçado, para se compadecer de vós:
los seus thesouros, a povo, que de na­ porque J e h o v a h he Deos de juizo;
da lhes aproveitará. Damaventurados todos os que se atém
7 Porque Egypto os ajudará em vâo, a elle.
e por de mais: pelo que clamei sobre 19 Porque povo em Sião habitará,
isto: estarem se quietos, sua força se­ em Jerusalem: totalmente nâo chora­
rà. rás, certamente se apiedará de ti à
8 Vai pois agora, escreve isto em voz de teu clamor, e ouvindo-a te res-
huma taDoa perante elles, e aponta o pondera.
em hum liv ro : para que fique firme 20 Bem vos darà o Senhor pâo de
até o dia ultimo, para sempre, e per­ angustia, e agua de aperto: mas teus
petuamente. doutores nunca mais fugirão de ti} co­
9 Porque povo rebelde he este, sâo mo voando com azas; antes teus olhos
filhos mentirosos: filhos que nâo que­ verâo a todos doutores.
rem ouvir a Lei de J e h o v a h . 21 E teus ouvidos ouvirão a palavra
10 Que dizem aos Vidéntes: nào ve- do que estàdetrasde ti, dizendo: este
jais; e aos que attentâo: nâo atten- he o caminho, andai por elle, sem vos
teis para nós no cjue he recto: dizei desviardes à mâo direita, nem à es­
nos cousas apraziveis, e attentai-nos querda.
por enganos. 22 E teràs por contaminadas as cu­
11 Desviai-vos do caminho, apartai- be rturas de tuas esculpturas de prata,
vos da vereda: fazei que cesse o San­ e a cuberta de tuas esculpturas fun­
to de Israel de vir perante nos. didas de ouro: e as lançarás fora co­
12 Pelo que assim diz o Santo de Is­ mo a pano menstruoso, e dirás a cada
rael : porquanto regeitais esta palavra, qual aellas; fora daqui.
e coimais vos de oppressâo e perversi­ 23 Entâo te dará chuva sobre tua se­
dade, e sobre isso estribais. mente. com que semeares a terra, co­
13 Porisso esta maldade vos será co­ mo tambem pâo da novidade da ter­
mo a parede fendida, que vai cahindo, ra ; e esta serâ fértil e chea: naquelle
e jà dà à banda desdo mais alto mu­ dia tambem teu gado pastará em gran­
ro : cuja cahida virá subitamente, em des defezas.
hum momento. 24 E os bois, e os poldros, que lavrâo
14 E os quebrará, como quebrâo o a terra, comerão grâo puro; que for
vaso de oleiro; e quebrando os nâo se padejado com a pa, e cirandado com
compadecerá delles : nem ainda hum a ciranda.
testo se achará de seu quebrantamen­ 25 E haverá em todo monte alto, e
to, para tomar fogo do lar, ou tirar em todo outeiro levantado, ribeiros e
agua da poça. correntes de aguas; no dia da grande
15 Porque assim diz o Senhor J e h o ­ matança, quando cahirem as torres.
vah, o Santo de Israel, tomando-vos 26 E serà a luz da lua como a luz
e descansando, ficaríeis livres; e em do sol, e a luz do sol sete vezes maior:
sossego e em confiança estaria vossa como a luz de sete dias, no dia em
força: porem não quizestes. que J e h o v a h soldar a quebradura de
16 E dizeis, nâo; antes sobre caval­ seu povo, e curar a chaga de sua feri­
los fugirémos; mas porisso mesmo fu­ da.

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676 ESAIAS, XXXI, XXXII.

27 Eis que o nome de Jehovah vem cahirà o ajudado, e todos juntos te­
de longe, sua ira està ardendo, e a r ã o consumidos.
carga he pesada: seus beiços estâo 4 Porque assim me disse Jehovah:
cheios de indignação, e sua lingoa co­ como o leâo, e o filho de leão brama
mo fogo consumidor. sobre sua presa, ainda que se convo­
28 E seu sopro como ribeiro tresbor- quem contra elle multidão de pasto­
dando; que chega até o pescoço; para res; não se espanta de suas vozes,
sacudir as gentes com sacudidura de nem se lhes humilha por sua multi­
vaidade : e como freio de fazer errar dão : assim Jehovah dos exercitos des­
em as queixadas dos povos. cenderá, para pelejar pelo monte de
29 Hum cântico haverá entre vós, Sião, e por seu outeiro.
como na noite em que se santifica a 5 Como as aves andâo voando do re­
festa: e alegria de coração, como dor de seu nmAo, assim Jehovah do*
aquelle que anda com gaita, para vir exercitos amparará a Jerusalem: e
ao monte de Jehovah, a a Rocha de amparando a livrará, e passando a
Israel. salvará.
30 E Jehovah farà ouvir a gloria 6 Convertei vos vois a aquelle, con­
de sua voz, e farà ver o decendimen- tra quem os filhos de Israel se rebellá-
to de seu Draço, com indignação de rão tâo profundamente.
ira, e lavareda de fogo consumidor, 7 Porque naquelle dia cada qual re­
raios e diluvio, e pedra de saraiva. ceitará seus idolos de prata, e seus
31 Poraue cora a voz de Jehovah ídolos de ouro; que vossas mãos vos
serà desfeito em pedaços Assur, que fizerão para peccar.
ferio com a vara. 8 E Assur cahirà pela espada, nâo da
32 R serà em todas as partes por on­ varâo; e a espada, náo de homem, 0
de passar o bordão affincado,que sobre consumirá : e fugirá de perante a
aquelle que Jehovah o puzer, ali es­ espada, e seus mancebos se derre­
tarão com tamboris e harpas: porque terão.
combates moviveis combaterá contra 9 E de medo se passará a sua rocha,
elles. e seus Principes se assombrarão aa
33 Porque já Tophet está preparada bandeira; diz J e h o v a h , que tem fogo
desde hontem, e jà està preparada pa­ em Sião, e forno em Jerusalem.
ra o Rei, jà a affundou e alargou: sua
facha he de fogo, e tem muita lenha;
C APITULO XXXII.
o sopro de Jehovah como a torrente
de enxofre a encenderà. IS aue hum Rei reinará em justiça,

C APITULO XXXI.
E e Principes senhorearão segundo
juizo.
2 E serà aquelle varão como esconde-
I dos que descendem a Egypto douro contra o vento, e refugio contra
A por ajuda, e estribâo em caval­
los : e se atem a carros, porque sâo
o alagamento: como ribeiros de aguas
em lugares seccos, e como sombia
muitos, e a cavalleiros, porque sâo po­ de huma grande rocha em terra se­
derosíssimos; e náo attentâo para o denta.
Santo de Israel, e nâo buscâo a Jeho­ 3 E os olhos dos que vém, nâo olha-
vah . râo para tras: e os ouvidos dos que ou­
2 Todavia tambem elle he sabio, e vem, estarão attentivos.
faz vir ao mal, e não torna a tras su­ 4 E o coração dos imprudentes en­
as palavras: e se levantará contra a tenderá a sabedoria: e a hncoa dos
casa dos malfeitores, e contra a ajuda tataros estará prompta, para fallar di*
dos que obrâo iniquidade. tintamente.
3 Porque os Egypcios são homens, 5 O louco nunca mais se chamará li­
e nâo Deos; e seus cavallos carne, e beral ; e o avarento nunca mais se dirá
não espirito: e Jehovah estenderá largo.
pua mão, e tropeçará o ajudador, e 6 Porque o louco falia louquicefl) o*®

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. ESAIAS, xxxiii. eii
coraç&o obra in iq u id a d e : para usar d e
c a p it u l o x x x in .
hypocrisia, e p ara fallar erros contra
JtHOVAH, p ara d eixar va zia a a lm a do A I de ti assolador, que nâo foste as-
faminto, e fazer que o sedento ven h a Í 1 solado, e que tratas aleivosamente
à ter falta de beber. contra os que não tratàrâo aleivosa­
7 Tambem todos os instrumentos do mente contra t i: acabando tu de asso­
avarento sâo mâos: elle maquina in­ lar, serás assolado: e acabando tu de
venções malinas, para destruir aos af- tratar aleivosamente, se tratará alei­
ftictos com palavras falsas, como tam­ vosamente contra ti.
bem ao juizo, quando o pobre chega 2 J e h o v a h , tem misericordia de nós,
a fallar. por ti temos esperado: tu sé seu bra­
8 Mas o liberal consulta liberalida- ço nas madrugadas, como tambem nos­
âeSj e està sobre liberalidades. sa salvação em tempo de tribulação.
9 Levantai-vos mulheres repousadas, 3 Da voz do arroido os povos fugi­
è ouvi minha vo z: t vós filhas, que es- rão : por tua exaltação as gentes se
fais tâo seguras, inclinai os ouvidos a espargirão.
minhas palavras. 4 Entâo vosso despojo se colherá, co­
10 Muttos dias de mais do anno viréis mo se colhe o pulgão: como os gafa­
a ser turbadas, ó filhas, que estàis tâo nhotos saltâo, ali se saltará.
seguras: porque a vendima se acaba­ 5 J e h o v a h està exalçado pois habi­
rá, e colheita nâo virâ. ta nas alturas: encheo a Sião de juizo
11 Tremei-vos repousadas, e turbaí- e justiça.
vos vós filhas\ que estais tâo seguras: 6 E serà que a firmeza de teus tem­
despivos, e desnudai-vos, e cingi com pos, e a força de tuas salvações, será
saco vossos lombos. sabedoria e sciencia: c o temor ae Je­
12 Lam«ntar-se-ha sobre os peitos, h o v a h será o seu thesouro.
sobre os campos desejáveis, c sobre as 7 Eis que seus embaixadores estâo
vides fructuo6as. vozeando de fora: e os mensageiros
13 Sobre a terra de meu povo espi­ de paz estâo chorando amargamente.
nhos e cardos sobirâo: como tambem 8 As estradas estâo assoladas, os que
sobre todas as casas de alegria, na ci­ passâo pelas veredas, parâo: aesfaz a
dade que anda pulando de prazer. alliança, despreza as cidades, e a ho­
14 Porque o palaeio serà desampa­ mem nenhum estima.
rado, o arruido da cidade cessará: e 9 A terra geme e prantea; o Libano
Ophel e as torres da guarda servirão se envergonha e se marchita: Saron
de cavernas eternamente, para alegria se tomou como deserto; e Basan e
dos asnos montezes, e pasto dos gaaos. Carmelo forão sacudidos.
15 Até que se derrame sobre nós o 10 Agora pois me levantarei, diz Je­
Espirito do alto: entâo o deserto se h o v a h : agora serei exalçado, agora
tomará em campo fertil, e o campo serei ensaicado.
fertil se estimará por bosque. 11 Concebestes palha, pariréis pra­
16 E o juizo habitará no deserto, e a gana : vosso espirito vos devorará, co­
justiça morará em campo fertil. mo fogo.
17 E o effeito da justiça serà paz: e 12 E os povos serâo como os incendi-
a operação da justiçaj repouso e segu­ os de cal: como espinhos cortados quei-
rança, em toda eternidade. mar-se-hâo à fogo.
18 É meu povo habitará em morada 13 Ouvi vós os que estais longe, o
de paz; e em moradas bem seguras, e que tenho feito : e vósoutros os de
em quietos lugares de descanço. perto, conheci meu poderio.
19 Mas descendendo ao bosque, sa- 14 Os peccadores em Sião se assom­
íaivarà: e a cidade se abaixará ao brarão, tremor tomou aos hypocritas:
Baixo. e dizem, quem dentre nosoutros habi­
20 Bemaventurados vósoutros os que tará com o fogo consumidor? quem
■eineais sobre todas as aguas : e lá en­ dentre nosoutros habitará com as lava*
viais pé de boi e de asno. redas eternas,

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678 ESAIAS, XXXIV.

1£ 0 que anda em justiça, e o que fedor: e os montes se derreterão com


falia equidades: o que regeita o ga­ seu sangue.
nho de oppre8sôes, o que sacode suas 4 E todo o exercito dos ceos se gas­
mâos de nâo reter presentes, o que tapa tará, e os ceos-se enrolarão como li­
seus ouvidos para nâo ouvir sangues, e vro : e todo seu exercito cahirâ, como
fecha seus olnos para nâo ver o mal. cahe a folha da vide, e como cahe o
16 Este morará nas alturas, as forta­ fig o da figueira.
lezas das rochas serâo seu alto valha­ 5 Porque minha espada se embebe­
couto : seu pâo se lhe dà, suas aguas dou nos ceos: eis que sobre Edom
sâo certas. descenderá, e sobre o povo que puz
17 Teu8olhos attentarâo ao Rei em sua era interdito, a juizo.
formosura: e verâo terra que estâ longe. 6 A espada de J e h o v a h estâ chea
18 Teu coração considerará o assom­ de sangue, estâ engordada de borda­
bro, dizendo: que he do escrivão ? que ra de sangue de cordeiros e de bodes,
he do pegador 1 que he do que conta da gordura dos rins de carneiros: por­
as torres ? que J e h o v a h tem sacrifício em Boz-
19 Nâo veras mais aquelle povo es- ra, e grande matança em terra dos
pantavel; povo de falia tâo profunda, Edomeos.
que nâo se pode perceber, e de lingoa 7 E os unicornios descenderão com
tâo absurda, que nâo se poae entender. elles, e os bezerros com os touros: e
20 Attenta para Sião, a cidade de sua terra beberá sangue até se fartar,
nossas solemnidades: teus olhos verão e seu pó de gordura engordará.
a Jerusalem, habitação quieta, tenda 8 Porque será dia de vingança de
que não serâ derribada, cujas estacas Jehovah, anno de pagos : pela porfia
nunca serâo arrancadas, e de cujas de Sião.
cordas nenhuma se quebrará. 9 E seu8 ribeiros se tomarão em pez
21 Mas Jehovah ali nos será gran­ e seu pó em enxofre: e sua terra em
dioso, lugar de rios e correntes largas pez ardente.
serâ: barco nenhum de remo passará 10 Nem de noite, nem de dia se
por elles, nem navio grande navegará apagará, para sempre seu fumo subi­
por elles. rá : de geração em geração serà asso­
22 Porque Jehovah he nosso J u iz : lada ; ae seculo em seculo ninguém
Jehovah he nosso legislador: Jeho­ passará por ella.
vah he nosso Rei, elle nos salvará. 11 Mas o pelicano e a coruja a pos­
23 Tuas cordas se affrouxárâo: nâo suirão em herança, e o bufo e o corro
poderão ter firme seu mastro, e vela habitarão nella: porque estenderá so­
nâo estenderão: entâo a presa de abun­ bre ella cordel de deserto, e nivel de
dantes despojos se repartirá; e até os vaidade.
coixos roubarão presa. 12 A seus nobres (que jâ nâo ha nel­
24 E morador nenhum dirá, enfer­ la) ao Reino chamarão: porem todos
mo estou: porque o povo que habitar seus Principes serâo cousa nenhuma.
nella, será absolto de iniquidade. 13 E em seus palacios crecerão es­
pinhos, ortigas e cardos em suas for­
talezas : e serà habitação de dragões,
CAPITULO XXXIV.
e sala para os filhos de avestruz.

G ENTES, achegai-vos a ouvir, e vós


povos escutai: ouça a terra, e sua
plenidão; o mundo, e tudo quanto
14 E os caens bravos encontrarão aos
gatos bravos, e o demonio bradará a
seu companheiro: e os animaes noc­
produz. turnos ali pousarão, e acharão lugar
2 Porque a indignação de Jehovah de repouso para si,
anda sobre todas as gentes, e seu furor 15 A li a melroa brava se aninhará, e
nobre todo seu exercito: em interdito porá seus ovos, e tirará seus pintàos, e
as pôz, e as entregou â matança. os recolherá debaixo de sua sombra:
3 E seus mortos serâo arremeçados tambem ali os abutres se ajuntárâo
por ahi, e de seus corpos subira seu huns com os outros.

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ESAIAS, XXXV, XXXVI. 679

16 Buscai em o livro de Jehovah, e


lede; nenhuma destas cousas falhará, CAPITULO XXXVI.
nem huma nem outra faltará: porque ACONTECEO no anno catorzeno
minha própria boca o mandou, e seu
Espirito mesmo as ajuntará.
E do Rei Ezechias, que Senache-
rib Rei de Assyria, subio contra todas
17 Porque elle mesmo lançou as sor­ as cidades fortes de Judá, e as tomou.
tes por elles, e sua mâo lhes a repartio 2 Entâo o Rei de Assyria enviou a
com o cordel: para sempre a possui­ Rabsaké, desde Lachis a Jerusalem
r&o em herança, de geração em ge­ ao Rei Ezechias com hum grande ex­
ração habitarão nella. ercito : e parou junto ao cano da agua
do viveiro mais alto junto ao caminho
alto do campo do lavandeiro.
CAPITULO XXXV.
3 Entâo sahio a elle Eliakim, filho
DESERTO e os lugares secos se
0 gozarão disto: e o ermo se ale­
de Hilkias, o Mordomo; e Sefena o
Escrivão, e Joah filho ae Asaph, o
grará e florecerá como rosa. Chance rei.
2 Abundantemente florecerá, e tam­ 4 E Rabsaké lhes disse, ora dizei a
bem se alegrará de alegria, e jubilará; Ezechias: assim diz o grande Rei, el-
a gloria do Libano se lhe deu, o orna­ Rei de Assyria, que confiança he esta,
to do Carmelo e Saron: elles verão a em que confias?
ria de Jehovah, o ornato de nosso 5 Bem pudéra eu dizer, (porem pa­
È. 08
3 Confortai as mâos fracas, e esfor­
lavra de beiços h e ;) ha conselho e po­
der para a guerra : em quem pois ago­
çai os juelhos trementes. ra confias, que contra mim te rebellas ?
4 Dizei aos turbados de coração, con- 6 Eis que confias naquelle bordão de
fortai-vos, n&o temais: eis que vosso cana quebrada, a saber em Egypto, em
Deos virá a tomar vingança, com pa­ quem se alguem se encostar, se lhe
gos de Deos, elle virá, e vos salvará. entrará pela mâo, e a furará: assim ho
5 Então os olhos dos cegos serâo Pharáo, Rei de Egypto, para com to­
abertos: e os ouvidos dos surdos se dos os que nelle confiâo.
abrirão. 7 Porem se me disseres, em J e h o ­
6 Entáo os coixos saltarão como cer­ v a h , nosso Deos confiamos: porven­
vos, e a lingoa dos mudos jubilará: tura não he este aquelle; cujos altos e
porque aguas arrebentarão no deserto, cujos altares Ezechias tirou, e disse a
e ribeiros no ermo. Judá e a Jerusalem, perante este al­
7 E aterra seca se tornará em tan­ tar vos postraréis.
ques. e a terra sedenta em mananci- 8 Ea pois, aposta agora com meu
aes de aguas: e nas habitações em que Senhor. El Rei de Assyria: e eu te
jazião os dragões, haverá erva com ca­ darei aous mil cavallos, se tu podes
nas e juncos. dar cavalleiros para elles.
8 E ali haverá estrada aka e cami­ 9 Como pois farias virar o rosto a hum
nho, que se chamará o caminho san­ so Principe dos minimos servos de meu
to; o immundo nâo passará por elle, Senhor ? porem tu confias em Egypto,
mas será para estes: quem andar por por causa dos carros e cavalleiros.
iste caminho, até os mesmos loucos 10 Agora pois, subi eu porventura
nâo errarão por elle. sem J e h o v a h contra esta terra, para
9 Ali não haverá leâo, nem besta fera destruüa? J e h o v a h mesmo me aisse;
•obirà a elle, nem se achará nelle: sobe contra esta terra, e a destrue.
porem só os redimidos andarão por 11 Entâo disse Eliakim, e Sebntu e
tOt. Joah, a Rabsaké : pedimos-te que fal­
10 £ os resgatados de Jehovah tor­ les a teus servos em Syriaco; poraue
narão, e virio a Sião com jubilo, e ale­ bem o entendemos: e não nos falles
gria eterna haverá sobre suas cabeças: em Judaico, aos ouvidos do povo, que
gozo o alegria alcançarão, e tristeza estâ sobre o muro.
o gemido fugirá delles. 12 Porem Rabsaké disse: porven-

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680 ESAIAS, xxx vn .

tora mandou-me meu Senhor só a teu tidos: e cubrio se com hum saoo, e
Senhor e a ti, a fallar estas palavras ? entrou na casa de Jeh ovah .
e n&o antes aos varões, que est&o as­ 2 Entâo enviou a Eliakim o Mordo­
sentados sobre o muro, que juntamen­ mo, e a Sebnà o Escrivão, e os Anci­
te com vosco comerão seu esterco, e ãos dos Sacerdotes, cubertos de sacos,
beber&o sua ourina % a Esaias filho de Amos, o Propheta.
13 Rabsaké pois se pôz em pé, e cla­ 3 E dÍ88érâo-lhe: assim diz Ezechi­
mou à alta voz em Judaico, e disse: as ; este dia he dia de angustia, e de
ouvi as palavras do grande Rei, d’el vituperaç&o, e de blasfêmias: porque
Rei de Assyria. chegados sâo os íilhos ao parto, e tor­
14 Assim diz el R e i: n&o vos en­ ça nâo ha para parir.
gane Ezechias; porque n&o vos pode­ 4 Porventura J e h o v a h teu Deos ou­
rá livrar. virá as palavras de Rabsaké, a quem
15 Nem tam pouco Ezechias vos enviou seu Senhor o Rei de Assyria,
faça confiar em J e h o v a h , dizendo: para affrontar ao Deos vivenle, e a vi-
iníallivelmente nos livrará J e h o v a h : tuperalo com as palavras, que Je h o ­
e esta cidade n&o serâ entregue em v a h teu Deos tem ouvido: faze pois
m&os do Rei de Assyria. oraçao pelo resto, aue ainda se acha.
16 N&o deis ouvidos a Ezechias: 5 E os servos do Rei Ezechias vié­
porque assim diz el Rei de Assyria: râo a Esaias.
contratai comigo por presentes, e sa- 6 E Esaias lhes disse, assim direis a
hi a mim, e caaa qual coma dé sua vi­ vosso Senhor: assim diz J e h o v a h ;
de, e de sua figueira, e cada qual beba n&o temas das palavras que ouviste,
a agua de sua sistema. com as quaes os servos do Rei de A*•
17 Até que eu venha, e vos leve a syria blasfemarão de mim.
huma terra como a vossa: terra de 7 Eis que meterei nelle tal espirito,
trigo e de mosto, terra de p&o e de que ouvirá hum rumor, e se tornará a
vinhas. sua terra: e o derribarei  espada em
18 N&o vos engane Ezechias, dizen­ sua terra.
do, J e h o v a h nos livrará: porventura 8 Tomou pois Rabsaké, e achou M
os deoses das gentes livrarão cada qual Rei de Assyria pelejando contra Líb*
sua terra das m&os d’el Rei de Assyria ? n a: porque ouvira, que j á se partira
19 Que he dos deoses de Hamath e de Lachis.
de Arpad ? que he dos deoses de Se- 9 E ouvindo elle dizer, que Tirhaca,
pharvaim ? porventura livrârâo a Sa­ Rei de Ethiopia, sahira a lhe fazer
maria de minhas mâos. guerra: assim como o ouvio, tomou a
20 Quaes sâo dentre todos deoses enviar mensageiros a Ezechias, di­
destas terras os que livrarão sua terra zendo.
de minhas mâos ? para que J e h o v a h 10 Assim fallaréis a Ezechias, Rei
livrasse a Jerusalem de mmhas mâos ? de Judá, dizendo: nâo te engane teo
21 Porem elles calarão, e palavra ne­ Deos, em quem confias, dizendo: Je»
nhuma lhe respondér&o: porque man­ sü8alem nâo será entregue em m&oè
dado do Rei havia, dizendo, n&o lhe do Rei de Assyria.
responderéis. 11 Eis que já tens ouvido, o que fi»-
22 Ent&o Eliakim, filho de Hilkias, râo os Reis de Assyria a todas fts ter­
o Mordomo, e Sebna o Escriv&o, e Jo- ras, pondo-as em interdito: e escapa
ah filhó de Asaph, o Chancerel, viérâo rias tu ?
a Ezechias com os vestidos rotos: e 12 Porventura as livrarão os deo«*
fizerâo lhe saber as palavrás de Rab­ das gentes, ás quaes meus pais des­
saké. truirão, como a Gozan, e a. Haran, e à
Reseph, e aos filhos de Eden, que es­
tavâo em Telassart
C APITULO XXXVII.
13 Que he do Rei de Hamath, e dô
ACONTECEO que em o ouvindo Rei de Arpad, e do Rei da cidade d*
A o Rei Ezechias, rasgou seus ves­ Sepharvaim í Hena, e Iva.

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ESAIAS, XXXVII. 681.
14 Recebendo pois Ezechias as car­ fiz vir, para que til fosses o que des-
tas das m&os dos mensageiros, e lendo- truisses as ciaades fortes, e reduzisses
as, subio à casa de Jehovah, e Eze­ a montões assolados.
chias as estendeo perante a face de 27 Porisso seus moradores com as
Jehovah. mãos cahidas, andavâo atemorizados
.15 E orou Ezechias a Jehovah, di­ e envergonhados: erão como a erva
zendo. do campo, e a hortaliça verde, e o fe­
16 O J ehovah dos exercitos, Deos no dos telhados, e o trigo queimado
de Israel, que habitas entre os Cheru­ antes da Seara.
bins ; tu mesmo, tu só es Deos de to­ 28 Porem eu sei teu assentar, e teu
dos os reinos da terra: tu fizeste os sahir, e teu entrar, e teu furor contra
ceos e a terra. mim.
17 Inclina ó Jehovah, teu ouvido, e 29 Por teu furor contra mim, e por­
ouve; abre, Jehovah, teus olhos, e que teu tumulto subio a meus ouviaos;
olha: e ouve todas as palavras de Sen­ portanto porei meu enzol em teu na­
acherib, o qual enviou a aífrontar o riz, e meu freio em tua boca; e tor­
Deos vivente. nar te farei pelo caminho, por onde
18 Verdade he, Jehovah. que os vieste.
Reis de Assyria assolàrão toaasas ter­ 30 E isto te seja por sinal, que este
ras com suas comarcas. anno se comerá o que de si mesmo
19 E a seus deoses lançàrâo no fogo: nascer; e o anno segundo o que dahi
porquanto deoses n&o er&o, sen&o ob­ proceder: porem o terceiro anno se­
ra de m&os de homens, madeira e meai e segai, e prantai vinhas, e co­
pedra; porisso os destruir&o. mei seus frutos.
20 Agora pois, Jehovah nosso Deos, 31 Porque o que escapou da casa de
livra-nos de suas m&os: e assim sabe­ Judá, e ficou de resto, se tomará a ar­
rão todos os Reinos da terra, que tu raigar abaixo; e dará fruto por riba.
só es Jehovah. 32 Porque de Jerusalem sahirá o res­
21 Então Esaias, filho de Amos, tante, e ao monte de Sião o que esca­
mandou dizer a Ezechias: assim diz pou : o zelo de J e h o v a h dos exerci­
Jehovah, Deos de Israel; quanto ao tos fará isto.
que m e pediste ácerca de Senacherib, 33 Pelo que assim diz J e h o v a h ácer­
Rei de Assyria. ca do Rei de Assyria; não entrará
22 Esta he a palavra, que Jehovah nesta cidade, nem lauçarà nella fre­
fallou delle: a virgem, a filha de Sião, cha alguma: tam pouco virá perante
te despreza, de ti zomba; a filha de ella com escudo, nem levantará con
Jerusalem menea a cabeça apos ti. tra ella tranqueira alguma.
23 A quem affrontaste, e de quem 34 Pelo caminho que veio, por elle
blasfemaste ? e contra quem alçaste se. tornará: porem nesta cidade náo
a voz? e levantaste teus olhos em al­ entrará, diz J e h o v a h .
to, contra o Santo de Israel ? 35 Porque eu defenderei a esta ci­
24 Por meio de teus servos affron­ dade, para a livrar, por amor de mim,
taste ao Senhor, e disseste: com a e por amor de meu servo David.
multidão de meus carros subi eu aos 36 Então sahio o Anjo de J e h o v a h ,
cumes dos montes, aos lados do Liba­ e ferio no arraial dos Assyrios a cento
no : e cortarei seus altos cedros, e su­ e oitenta e cinco mil delles: e levan­
as mais fermosas faias, e virei a seu tando-se pela manhã cedo, eis que tu­
extremo cume, ao bosque de seu cam­ do erão corpos mortos.
po fertil. 37 Assim Senacherib, Rei de Assy­
25 Eu cavei, e bebi as aguas: e com ria, se partio, e se foi, e se tornou, e
as plantas de meus pés seccaréi todos ficou se em Ninive.
os rios de Egypto. 38 E succedeo que, estando elle pos-
26 Porventura n&o ouviste? que iá trado na casa de Nisroch seu Deos,
muito dantes eu fiz isto, e jâ desde Adramelech e Sarezer, seus filhos, o
dias antigos o formei ? agora porem o ferirão à espada; porem elles se es-

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662 ESAIAS, xxxvm, XXXIX.
capárão em terra cie Ararat: e Esar- gada, que como leão quebrantaria to­
Haddon, seu filho, reinou em seu cos meus ossos: desdo dia até a noite
lugar. me acabarás.
14 Como o grou, ou a andorinha, as­
sim chilrava, e gemia como a pomba:
C APITULO xxxvin.
alçava meus olhos alto; 6 Je h o v a h ; an­
AQUELLES dias Ezechias enfer­ do opprimido, fica-te fiador por mim.
mou de morte: e veio a elle 15 Que direi I como me o prometeu,
Esaias. filho de Amos, o Propheta, e assim o fez: assim passarei mansa­
disse-me: assim diz Jehovah, dispõ­ mente por todos meus annos, por cau­
em de tua casa; porque morrerás, e sa da amargura de minha alma.
nâo viverás, 16 Senhor, com estas cousas se vive:
2 Entáo virou Ezechias seu rosto pa­ e em todas ellas ^stà a vida de meu
ra a parede: e orou a Jehovah. espirito; porque tu me curaste, e me
3 E disse, ah Jehovah, lembraste, saraste.
te peço, de que andei perante tua face 17 Eis que até na paz a amargura
em verdade, e com inteiro coraçáo: me foi amarga: tu porem tam amoro­
e fiz o que era recto em teus olhos: e samente abraçaste minha abna, que
chorou Ezechias muitíssimo. nào cahio na cova de corrupção; por­
4 Ent&o veio palavra de Jehovah a que lançaste tras tuas costas todos
Esaias? dizendo. meus peccados.
5 Vai e dize a Ezechias, assim diz 18 Porque não te louvará a sepultu­
Jehovah, Deos de teu pai D avid; ou­ ra, nem a morte te glorificará: nem
vi tua oração, e vi tuas lagrimas: eis tam pouco esperarão em tua verdade
que acrecento a teus dias quinze annos. os que descendem à cova.
6 E das mãos do Rei de Assyria a 19 O vivente, o vivente digo he o que
ti livrarei e a esta cidade: e ampara­ te ha de louvar, como eü hoje o faço:
rei a esta cidade. o pai aos filhos fara notoria tua ver­
7 E isto te serâ por sinal de parte dade.
de Jehovah, de que Jehovah cum­ 20 Jehovah a sàlvar me veio: pelo
prirá esta palavra que fallou. que tangendo em meus instrumentos,
8 Eis que farei tornar a sombra dos lhe cantaremos todos os dias de nossa
graos que descendeo com o Sol pelos vida na casa de Jehovah.
grãos ao relogio de Achaz, dez grãos 21 Disséra porem E saias; tomem
a tras: assim tomou o Sol dez graos a huma pouca de massa de figos, e detta
tras, pelos grãos que ja tinha descen­ ponhão hum emprasto sobre o incha­
dido. ço ; e sarará.
9 Escritura de Ezechias, Rei de Ju­ 22 Tambem disséra Ezechias; qual
dá, de quando enfermou, e sarou de serà o sinal, de que hei de sobir â
sua enfermidade. casa de Jehovah.
10 Eu disse na cortadura de meus
dias; ir-me-hei às portas da sepultu­
CAPITULO XXXIX.
ra : jâ estou privado do resto de meus
annos. A Q U E L L E tempo enviou Mero-
11 Disse tambem; já não verei mais
a Jehovah digo, em terra de viven­
N dach-Baladan, filho de Baladan,
Rei de Babylonia, cartas e hum pre­
tes : jâ não olharei mais homens com sente a Ezechias: porque ouvira, que
moradores do mundo. enfermára, e tomára a convalecer.
12 Jà o tempo de minha vida se foi, 2 E Ezechias se alegrou delles, e
e foi traspassado de mim, como cho­ mostrou-lhes a casa de seu thesouro,
ça de pastor: cortei minha vida, co­ a prata, e o ouro, e as especiarias, e os
mo tecelão que corta sua tea: como melhores unguentos, e toda sua casa
desdos liços me cortará; desdo dia de armas, e tudo quanto se achou em
até a noite me acabarás. seus thesouros: cousa nenhuma hou­
13 Isto me propunha até a madru­ ve, nem em sua casa, nem em todo

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ESAIAS, XL. 688

sen senhorio, qne Ezechias lhes n&o soprando nellas o Espirito de J eh o ­


mostrasse. v a h : na verdade que erva he o povo.
3 Ent&o o Propheta Esaias veio ao 8 Seca-se a erva. e cahem as flores:
Rei Ezechias, e disse-lhe: que he o porem a palavra ae nosso Deos sub*
que aquelles varões disser&o, e donde siste eternamente.
viér&oati? e disse Ezechias: de ter­ 9 Ah Si&o, denunciadora de boas
ra de longe viér&o a mim, de Baby­ novas, sube te sobre hum monte alto;
lonia. ah Jerusalem, denunciadora de boas
4 E disse elle. que he o que vir&o novas, levanta tua voz fortemente?le-
em tua casa? e aisse Ezechias: vír&o vanta-a, n&o temas, t dize a as cida­
tudo quanto ha em minha casa; cousa des de Judá; eis aqui està vosso Deos.
nenhuma ha em meus thesouros, que 10 Eis que o Senhor J e h o v a h virá
lhes n&o haja mostrado. oontra o forte, e seu braço se ensenho-
5 Entào disse Esaias a Ezechias: ou­ rearà delle: eis que seu galardão vem
v e a palavra de J e h o v a h dos exer­ com elle, e seu salario diante de sua
citos. face.
6 Eis que dias vem, em que tudo 11 Como pastor apascentará seu re •
quanto houver em taa casa, e o que banho; entre seus braços recolherá
enthesouràr&o teus pais até o dia de aos cordeirinhos, e os levará em seu
hoje, serà levado a Babylonia: nada colo: as paridas guiará suavemente.
ficará de resto, disse J e h o v a h . 12 Quem medio com seu punho as
7 E ainda até de teus filhos, que pro­ aguas? e tomou a medida dos ceos
cederem de ti, e tu gerares, tomarão: aos palmos ? e recolheo na mór me­
para que sejào eanuchos no palacio dida o pó da terra ? e pesou os montes
do Rei de Babylonia. com peso, e os outeiros com balanças?
8 Ent&o disse Ezechias a Esaias: 13 Quem guiou o Espirito de J e h o ­
boa he a p ala v ra de J e h o v a h que v a h ? e que conselheiro o ensinou ?
disseste: disse mais; pois haja paz e 14 Com quem tomou conselho, que
verdade em meus dias. lhe desse entendimento, e lhe ensinas­
se o caminho de juizo ? e lhe ensi­
nasse sabedoria, e lhe fizesse notorio o
CAPITULO XL.
caminho das sciencias?
ONSOLAI, consolai a meu povo, 15 Eis que as gentes s&o estimadas
C dirà vosso Deos.
2 Fallai conforme ao coraç&o de Je­
delle como a gota de hum balde, e co­
mo o pó miudo das balanças: eis que
rusalem, e lhe bradai, que jà sua mi- lança por ahi as ilhas como a pó mi­
licia he acabada, que ja sua iniquida­ udo.
de està expiada: e que jà recebeo em 16 Nem todo o Libano basta para o
dobro da m&o de J e h o v a h , por todos fogo: nem seus animaes bast&o para
seus peccados. holocaustos.
3 Voz do que clama no deserto; apa­ 17 Todas as gentes s&o como nada
relhai o caminho de J e h o v a h : ende­ perante elle: e as estima por menos
reçai no ermo vereda a nosso Deos, que nada, e que vaidade.
4 Todo valle serà exalçado, e todo 18 A quem pois fareis semelhante a
monte, e todo outeiro ser&o abatidos: Deos ? ou que semelhança lhe appro-
e o torcido se endireitará, e o áspero priareis ?
se aprainarà. 19 O artifice funde a imagem, e o
5 É a glo ria de J e h o v a h se m ani­ ourivez a cobre de ouro: e cadeas de
fe s ta rá : e toda carn e juntam ente v e ­ prata lhe funde.
rá , qu e a boc a d e J e h o v a h o disse. 20 O empobrecido, que j& n&o tem
6 Voz que diz, olama; e disse, que que offerecer, escolhe madeira que n&o
hei de clamar? toda came he erva, e se corrompe : artífice sabio se busca,
toda sua benignidade como as flores para aparelhar hum& imagem, que
do campo. mover se n&o possa.
7 Seca-se a erva, e cahem as flores, 21 Porventura n&o sabeis? porvea-

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684 ESAIAS, XLI.

tura n&o ouvis ? ou desdo principio se as gentes a sua face? e o fez ensen-
vos nâo notificou ? ou nâo attentastes horear de Reis ? os entregou a sua es­
para os fundamentos da terra ? pada como pó, e como pragana arre­
22 Elle he o que està assentado so­ batada do vento a seu arco ?
bre o globo da terra, cujos moradores 3 Perseguio-os, e passou em paz, por
sâo para elle xwmo gafanhotos: elle vereda por onde com seus pés nunca
he o que estende os ceos como corti­ tinha caminhado.
na, e os espraia como tenda, para ha­ 4 Quem obrou e fez isto, chamando
bitar nelles. as gerações desdo principio ? eu Je­
23 O que toma em nada aos Princi­ h o v a h , o primeiro, e com os últimos o
pes ; e aos Juizes da terra faz como a mesmo.
vaicíade. 5 As ilhas o virâo, e temérâo; os
24 E nem se plantão, nem se seme- fins da terra tremérâo: achegárâo-se,
âo, nem se arraiga na terra seu tronco e viérâo.
cortado: e nelles soprando, se seca- 6 Hum ao outro ajudou, e a seu com­
râo, e hum tufâo como pragana os panheiro disse; esforça-te.
levará. 7 E o artífice animou ao ourivez, e
25 A quem pois me fareis semelhan­ o que alisa com o martello. ao que ba­
te, que lhe seja semelhante? diz o te na çafra, dizendo da solaadura, boa
Santo. h e; entâo com pregos o afürma, para
26 Levantai em alto vossos olhos, e que nâo venha a mover-se.
vede, quem criou estas cousas, que 8 Porem tu, ó Israel, servo meu, ta
produz por conta seu exercito : que Jacob, a quem ele g i; e tu semente de
a todas as chama por seus nomes; por Abraham, meu amigo.
causa da grandeza de suas forças, e 9 Tu a quem tomei desdos fius da
porquanto he forte em poder, nenhu­ terra, e te chamei dentre seus mais
ma delias vem a faltar. excellentes; e te disse, tu es mea
27 Porque pois dizes, ô Jacob, e tu servo; a ti te escolhi, e nunca te re-
falias, ô Israel: meu caminho està en- geitei.
10 Nâo temas, porque eu estou com­
cuberto de J e h o v a h , e meu juizo pas­
sa de largo por meu Deos. tigo ; nâo te assombres, porque eu soa
28 Porventura nâò sabes, porventura teu Deos : eu te esforço, e te ajudo, e
nâo ouviste, que o eterno Deos, J e h o ­
te sustento com a dextra de minha
v a h , o criador dos fins da terra, nem
justiça.
se cansa, nem fadiga? nâo ha esqua- 11 Ais que envergonhados e confun­
drinhaçâo de seu entendimento. didos serâO; todos os que se indigná-
29 Dá esforço ao cansado, e multipli­râo contra t i : tomar-se-hâo como na­
ca as forças ao que nâo tem nenhum da, e os que contenderem comtigo,
vigor. perecerão.
30 Os moços se cansarão, e fadi- 12 Busca-los-has, porem nâo os acha­
arâo: e os mancebos certamente ca­ rás ; os que pelejarem comtigo, tomar-
f irão. se-hâo como nada; e oomo cousa qae
he nada, os que guerrearem comtigo.
31 Mas os que se atém a J e h o v a h ,
renovarão as forças, subirão com asas 13 Porque eu J e h o v a h teu Deos te
como aguias: correrão, e nâo se can­ tomo por tua mâo direita; e te digo;
sarão ; caminharão, e nâo se fadigarão.nâo temas, que eu te ajudo.
14 Náo temas, ó bicho de Jacob, po-
vozinho de Israel: eu te a ju d a diz
CAPITULO XLI.
J e h o v a h , e teu Redemptor he o oanto
A L A I- vos perante mim ó ilhas, e de Israel.
C os povos renovem as forças: ache- 15 Eis que te puz por trilho agu­
guem-se, c entâo fallem : juntamente do novo, que tem dentes agudos: aos
a juizo nos cheguemos. montes trilharas, e moerás; e aos ou­
2 Quem despertou do Oriente ao jus­ teiros tomarás como a folhelho.
to? e o chamou apos seu pé ? quem aeu | 16 Tu os p adejarás, e o jrento os le-

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ESAIAS, XLH. 686

varâ, e o tafâo os espalhará: porem tasse, ou quem me respondesse pala­


tu te alegrarás em J e h o v a h , t te glo­ vra.
riarás no Santo de Israel. 29 Eis que todos sâo vaidade, suas
17 Os affligidos e necessitados bus- obras são nada; suas imagens de fun­
câo aguas, mas nenhumas ha; sua lin­ dição sâo vento e uada.
goa se seca de sede : eu J e h o v a h os
ouvirei, eu o Deos de Israel os nâo de­
CAPITULO X LII.
sampararei.
18 Abrirei rios em lugares altos, e IS aqui meu servo, a quem soste
fontes no meio dos valles: tomarei o
deserto em tanques de aguas, e a ter­
E nho, meu eleito, em quem se apraz
minha alma: puz meu Espirito sobre
ra seca em mananciaes de aguas. e lle ; juizo produzirá a as gentes.
19 Prantarei no deserto o cedro, a 2 Não clamará, nem alçará sua voz:
arvore de sitta, e a murta, e a olivei­ nem farà ouvir sua voz nas praças.
ra : juntamente porei no ermo a faia, 3 A cana trilhada não queDrantará,
o olmo, e o alamo. nem apagará o pavio que fumea: com
20 Para que todos vejão e saibâo, e verdade produzirá o juizo.
considerem, e juntamente entendão, 4 Não se encubrirá, nem será que­
que a mâo de J e h o v a h fez isto; e o brantado, até que ponha na terra o
Santo de Israel o criou. juizo: e as ilhas aguardarão sua dou­
21 Produzi vossa demanda, diz Je­ trina.
h o v a h : trazei vossas firmes razóes, 5 Assim diz Deos J è h o v a h , que cri­
diz o Rei de Jacob. ou os ceos, e os estendeo, e espraiou a
22 Produzâo e denunciem-nos as cou­ terra, e a tudo quanto produz: que dâ
sas que hâo de acontecer : denunciai- a respiração ao povo que habita nella,
nos quaes forão as cousas passadas, e o espirito aos que andâo nella.
para que attentemos para ellas, e sai­ 6 Eu J e h o v a h te chamei em justi­
bamos o' fim delias; ou fazei-nos ou­ ça, e te tomarei pela mão; e te guar-
vir as cousas futuras. aarei, e te darei por alliança do povo,
23 Annunciai-nos as cousas que ain­ e para luz das gentes.
da hâo de vir, para que saibamos que 7 Para abrir os olhos cegos : para ti­
sois Deoses: ou fazei bem, ou fazei rar da prisão aos presos, e da casa do
mal, para que nos assomoremos, e cárcere aos que jazem em trevas.
juntamente o veremos. 8 Eu sou J e h o v a h , este he o meu no­
24 Eis que sois menos que nada, e me : minha gloria pois a outrem não
vossa obra peior que a bibora: abomi­ darei, nem meu louvor a as imagens
nação he quem vos escolhe. de vulto.
25 Desperto a hum do Norte, que ha 9 Eis que as cousas dantes ja vié-
de vir do nascimento do Sol, e invo­ rào: e as novas eu vos denuncio, e
cará meu nome: e virá sobre os Ma­ antes que venhâo a luz, vo-las faço
gistrados, como sobre lodo, e como o ouvir.
oleiro pisa o barro, os pisará. 10 Cantai a J e h o v a h cântico novo,
26 Quem denunciou cousa alguma e seu louvor desdo fim da terra: como
desdo principio, para que o possamos tambem vós os aue navegais pelo mar,
saber; ou desdantes, para que diga­ e tudo quanto na nella; vós ilhas e
mos, justo he ? porem nâo ha quem tal seus moradores.
denuncí, nem tara pouco quem faça 11 Alçem a vos o deserto e suas ci­
ouvir cousa alguma, nem tam pouco dades, cora as aldeas que Kedar habi­
quem ouça vossas palavras. ta: jubilem os que habitâo nas ro­
27 Eu o primeiro sou que digo a Siâo? chas, e bradem do cume dos mon­
eis que ali estâo: e a Jerusalem darei tes.
hum alegre denunciador. 12 Dem a gloria a J e h o v a h , e de­
28 Porque attentei, porem ninguém nunciem seu louvor nas ilhas.
havia; até entre estes, porem consel­ 13 J e h o v a h como Heroe sahirá, co­
heiro nenhum havia, a quem pergun­ mo homem de guerra despertará ao

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686 ESAIAS, XLIII.

zelo : jubilará, e fará grande arraido; a fogo, porem nâo puzerâo nisso ooo-
e sugeitará a seus inimigos. raçâo.
14 Ja muito ha me caUei, quieto me
estive, e me retive: darei gritos como
CAPITULO XLin.
a que està de parto, e a todos os asso­ OREM agora^ assim diz J e h o v a h
larei, e juntamente devorarei.
15 Aos montes e outeiros tomarei
P teu criador, o Jacob, e teu forma­
dor, ó Israel: nào temas, porque ea
em deserto, e toda sua erva farei se­ te redemi; chamei-te por teu nome,
car : e tornarei aos rios em ilhas, e a meu es tu.
as lagoas seccarei. 2 Quando passares pelas aguas, es­
16 E guiarei aos cegos pelo caminho tarei comtigo; e pelos rios, nào te so-
que nunca soubérào; os farei cami­ verterão: quando passares pelo fogo,
nhar pelas veredas que nào soubérâo: nâo te queimarás, nem a flama te en-
tomarei as trevas em luz perante el­ cenderà.
les, e as cousas tortas farei direitas; 3 Porque eu sóu J e h o v a h teu Deooj
estas cousas lhes farei, e nunca os de­ o Santo de Israel, teu Salvador: dei
sampararei. por teu resgate a Egypto, a Ethiopia,
17 Mas serâo tomados a tras, e con- e a Seba, em teu lugar.
fundir-se-hào de vergonha os que con- 4 Em quanto foste precioso em meus
íiâo em imagens de vulto; e dizem olhos, tambem foste glorificado, e eu te
a as imagens de fundição; vôs sois am ei: pelo que dei homens por ti, e
nossos Deoses. povos por tua alma.
18 Surdos, ouvi; e vós cegos, olhai 5 Nâo temas pois, porque estou com­
para que possais vêr. tigo : trarei tua semente desdo Oriente,
19 Quem he cego senâo meu servo? e te ajuntarei desdo Occidente.
e tão surdo como meu mensageiro, a 6 Direi ao Norte, d à ; e ao Sul, nâo
quem envio ? e quem tão cego como o retenhas: trazei meus filhos de longe,
perfeito í e tão cego como o servo de e minhas filhas do fim da terra.
JEH O VAH ? 7 Todos os chamados de meu nome,
20 Bem vedes vós muitas cousas, e os que criei para minha gloria, os
porem vós as nâo guardais : ainda formei, e tambem os fiz.
que abre os ouvidos, com tudo nada 8 Trazei ao povo cego, que tem olhos;
ouve. e aos surdos, que tem ouvidos.
21 J e h o v a h se agradava delle por 9 Todas as gentes se congreguem a
amor de sua justiça: o engrandeceo huma, e os povos se conjuntem, a ver
pela lei, e o fez glorioso. quem delles isto denuncie ? ou nos
22 Porem agora he povo roubado e faça ouvir as cousas dantes? produ-
saqueado: todos estâo enlaçados em zâo suas testemunhas, para que se
cavernas, e escondidos nas casas dos justifiquem, e se ouça, e se diga; ver­
cárceres: sâo postos por despojos, e dade he.
ninguém ha quem os faça escapar; 10 Vós sois minhas testemunhas, diz
por roubo, e ninguém diz, restitui-os. J e h o v a h ; e meu servo, a quem elegi:
23 Quem de vósoutros dá ouvidos a para que o saibais, e me creais, e en­
isto ? quem attenta, e ouve o que ha de tendais que eu o mesmo sou, e que an­
ser depoÍ6 ? tes de mim Deos nenhum se formou,
24 Quem entregou a Jacob em rou­ e depois de mim nenhum haverá.
bo, e a Israel a roubadores ? porventu­ 11 Eu, eu sou J e h o v a h ; e fora de
ra nâo he J e h o v a h ? aquelle contra mim nâo ha Salvador.
quem peccamos ? porque nâo queriâo 12 Eu annunciei, e eu salvei, e eu o
andar em seus caminhos, e nâo da­ fiz ouvir, e Deos estranho nâo houve
vâo ouvidos a sua lei. entre vósoutros, e vós sois minhas tes­
25 Pelo que derramou sobre elles a temunhas, diz J e h o v a h , de que ea
indignação de sua ira, e a força da gu­ sou Deos.
erra : e os pôz em lavaredas do redor, 13 Ainda antes que ouvesse dia, eu
porem nisso nào attentárâo; e os pôz sou; e ninguém ha que possa fazer

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ESAIAS, XLIV. 687
escapar de minhas m&os: obrando eu,
CAPITULO XLIV.
quem o desviará.
14 Assim diz Jehovah teu Redemp­ GORA pois, ouve ó Jacob, servo
tor, o Santo de Israel: por amor ae
vósoutros enviei a Babylonia, e a to­
A meu, e tu o Israel, a quem elegi.
2 Assim diz J e h o v a h teu fazedor,
dos os fiz descender fugitivos, a saber, e teu formador desdo ventre, que te
aos Chaldeos, nos navios em que jubi- ajuda: nâo temas, ó Jacob servo meu,
lav&o. e tu Jeschurun, a quem elegi.
15 Eu sou Jehovah, vosso Santo: o 3 Porque derramarei agua sobre o
Criador de Israel, vosso Rei. sedento, e rios sobre a terra seca: der­
16 Assim diz Jehovah, o que pre­ ramarei meu Espirito sobre tua se­
parou no mar hum caminho; e nas mente, e minha benção sobre teus
aguas impetuosas huma vereda. descendentes.
17 O que trouxe carros e cavallos, 4 E brotarão entre a erva, como sal­
exercito e forças: todos juntamente gueiros junto aos ribeiros das aguas.
cahir&o, e nunca se levantar&o: ja 5 Este dirá, eu sou de J e h o v a h , e
est&o apagados, como hum pavio se aquelle se cnamarâ do nome de J a ­
apagar&o. cob : e aquelloutro escreverá com sna
18 Nào vos lembreis das cousas pas­ mâo; eu sou de J e h o v a h , e por so­
sadas, nem considereis as antigas. brenome se tomará o nome de Israel.
19 Eis que farei huma cousa nova, 6 Assim diz J e h o v a h , Rei de Israel,
agora sahirá à luz: porventura nào a e seu Redemptor, J e h o v a h dos exer­
sabereis'? porque porei hum caminho citos : eu sou o primeiro, e eu sou o
no deserto^ e rios no ermo. derradeiro, e fora de mim não ha ne­
20 Os animaes do campo me servi- nhum Deos.
r&o, os dragões, e os filhos do aves­ 7 E quem chamará como eu, e dan­
truz : porque porei aguas no deserto, tes denunciará isto, e o porá em boa
e rios no ermo, para dar de beber a ordem perante mim, desde que orde­
meu povo, meu eleito. nei hum povo eterno ? e denunciem
21 A este povo formei para mim, lhes as cousas futuras, e as que ainda
meu louvor relataráo. hâo de vir.
22 Porem tu nâo me invocaste a 8 Não vos assombreis, nem temais;
mim, ô Jacob; quando te cansaste porventura desde entâo não te o fiz
contra mim, ó Israel. ouvir, e denunciei ? porque vós sois
23 Não me trouxeste o gado miudo minhas testemunhas: porventura ha
de teus holocaustos, nem me honraste outro Deos fora de mim ? ao menos
com teus sacrifícios: nem te fiz servir- Rocha nenhuma ha demais, que eu co­
me com presentes, nem te fadiguei nheça.
com encenso. 9 Todos os formadores de imagens
24 Nào me compraste por dinheiro de vulto sâo vaidade, e suas cousas
cana aromatica, nem com a gordura mais desejáveis são de nenhum prés­
de teus sacrifícios me encheste: mas timo : e ellas mesmas são suas teste­
me déste trabalho com teus peccados, munhas, nada vém, nem entendera;
e me cansaste com tuas maldades. pelo que serão confundidos.
25 Eu, eu sou, o que desfaço tuas 10 Quem forma a Deos, e funde ima­
transgressões por amor de m im : e de gem de vulto, que he de nenhum prés­
teus peccados me nâo lembro. timo ?
26 Faze-me lembrar, entremos em 11 Eis que todos seus companheiros
juizo juntamente: aponta tu tuas ra­ ficarão confundidos, pois os mesmos
zões, para que te possas justificar. artifices são dentre os homens: ajun­
27 Teu primeiro pai peccou; e teus tem-se todos, e levantem-se; assom-
expositores prevaricâráo contra mim. brar-se-hão, e confundir-se-hâo junta­
28 Pelo que profanarei aos Maioraes mente.
do Santuario; e porei em interdito a 12 0 ferreiro fa z o machado, e tra­
Jacob, e a Israel em oprobrio. balha nas brasas, e o forma com mar-

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688 ESAIAS, XLV.

tellos: e o faz com a força de seu bra­ 23 Cantai alegres ó vós ceos, porqne
ço; tambem padece fome até que Jehovah o fe z; jubilai vós as Daixu-
mais nâo tem forças, e nâo bebe agua ras da terra; vos montes retumbai
até que desfalece. com jubilo, tambem vós bosques, e to*
13 O carpenteiro estende a regra, o das as arvores nelles: porque J e h o ­
debuxa com almagra, o appríiina com v a h redemio a Jacob, e glorificou-se
o cepilho, e o debuxa com o compas­ em Israel.
so : e o faz à semelhança de hum va­ 24 Assim diz J e h o v a h teu Redemp­
rão, conforme á formosura de hum tor, e que te formou desdo ventre: eu
homem, para 6e ficar em casa. sou J e h o v a h que faço tudo; que es­
14 Quando corta para si cedros, en­ tendo só os ceos, e que espraio a ter­
tão toma hum acipreste, ou hum car­ ra por mim mesmo.
valho, e esforça-se contra as arvores 25 Que desfaço os sinaes dos inven­
do bosque: pranta hum olmo, e a tores de mentiras, e enlouqueço aos
chuva o faz crecer. adevinhos; que faço tornar a tras aos
15 Entâo servirá ao homem para sabios, e endoudeço a sciencia delles.
queimar, e toma delles, e se aquenta, 26 Que confirma a palavra de seu
e os encende, e coze o pâo: tambem servo, e cumpre o conselho de seus
faz hum Deos. e se postra a elle; tam­ mensageiros: que diz a Jerusalem,tu
bem fabrica delle huma imagem de serás habitada, e a as cidades de Ju­
vulto, e se ajuelha a ella. dá ; sereis reeaificadas; e eu levanta­
16 Ametade delle queima no fogo, rei suas ruinas.
com a outra ametade come carne: as­ 27 Que diz a a profundeza, secca-te:
sa assado, e farta-se delle: tambem se e eu secarei teus rios.
aguenta, e diz, ora já me aquentei, já 28 Que diz de Cyro ; he meu pastor,
vi ao fogo. e cumprirá todo meu contentamento;
17 Entâo do resto faz hum Deos, pa­ dizendo tambem a Jerusalem; se edi­
ra sua imagem de vulto: ajuelha-se a ficada; e ao Templo, funda te.
ella, e se inclina, e ora a elle, e d iz;
livra-me, porquanto tu es meu Deos.
C APITULO X L V .
18 Nada sabem, nem entendem: por­
que untou-lhes os olhos, para que nâo SSIM diz J e h o v a h a seu Ungido
vejão; e seus corações, para que nâo
entendào.
A Cyro, ao aual tomo por sua mâo
direita, para abater as gentes diante
19 E nenhum delles toma isto em de sua face, e eu soltarei os lombos
seu coraçâoj e já não tem conheci­ dos Reis: para abrir diante de sua
mento, nem entendimento, para dizer; face as portas, e as portas se nâo cer­
ametade queimei no fogo, e cozi pão rarão.
sobre suas brasas, assei a ellas carne, 2 Eu irei diante de tua face, e en­
e a comi: e faria eu do resto huma direitarei os caminhos tortos: quebra^
abominação? ajuelhar-me-hia eu ao rei as portas de bronze, e despedaça­
que sahio de huma arvore. rei os ferrolhos de ferro.
20 Apacenta se de cinza, seu cora­ 3 E te darei os thesouros dasescuri-
çáo enganado o desviou: de maneira dades, e as riauezas encubertas: para
ue janâo pode livrar a sua alma, nem que possas saDer, que eu sou Jeho­
jzer; porventura náo ha mentira em v a h , que te chama por teu nome, a sar
minha máo direita ? ber, o Deos de Israel.
21 Lembra-te destas cousas, ó Ja­ 4 Por amor de meu servo Jacob, e
cob, e Israel, porquanto es meu servo; de Israel meu eleito: e te chamei por
eu mesmo te formei, meu servo es, ó teu nome; puz-te teu sobre nome, ain­
Israel, nâo me esquecerei de ti. da que me nâo conhecesses.
22 Desfaço tuas transgressões como 5 Eu sou J e h o v a h , e ninguém mais;
a nevoa, e teus peccados como a nu­ fora de mim nenhum D e o s ha : eu te
vem : torna-te a mim, porque iá eu te cingirei, ainda que tu me nâo conhe­
redemi. ças. •

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ESAIAS, XLVI. 68d

6 Para que se saiba desdo nascente tem criado os ceos. o Deos que for­
do Sol, e desdo poente, que fora de mou a terra, e a te z ; elle a confir­
mim nâo ha outro: eu óou Jehovah, mou, nào a criou vazia, mas a formou
e ninguém mais. para que fosse habitaaa: eu sou Je­
7 Eu formo a luz, e crio as trevas; h o v a h , e ninguém mais.
eu faço a paz, e crio o m al: eu Jeho­ 19 Nâo fallei em occulto, nem em
v a h , faço todas estas cousas. lugar algum escuro da terra: nâo dis­
8 éotejai vós ceos de riba, e as nu­ se a a semente de Jacob, buscai-me
vens destillem justiça: abra se a terra, em vâo: eu sou J e h o v a h , que falia
e produza se toda sorte de salvação, e justiça^ e annuncio cousas rectas.
a justiça frutifique juntamente; eu Je­ 20 Ajuntai-vos, è vinde, achegai-vos
h o v a h as criei. juntamente os que escapastes das gen­
9 A i daquelle que contende com seu tes: nada sabem os que trazem em
formador, como o testo com os testos procissão suas imagens de vulto, de
de barro: porventura dirá o barro a madeira feitas, e rogâo a hum Deos
seu formador, que fazes ? ou tua obra, que nâo pode salvar.
nâo tem mâos ? 21 Annunciai, e achegai-vos, e en­
10 A i daquelle que diz ao pai, que he trai juntamente em consulta: quem
o que geras ? e a a mulher, que he o fez ouvir isto desda antiguidade ? quem
que pares. desd’entâo o annunciou? porventura
11 Assiita diz Jehovah, o Santo de nâo o sou eu J e h o v a h ? e nâo ha ou­
Israel, e seu formador: perguntai-me tro Deos mais que eu; Deos justo e
de cousas futuras; manaai-me ácerca Salvador, ninguém mais que eu.
de meus filhos, e ácerca da obra de 22 Virai-vos para mim, e vos salvai,
minhas mâos? vós todos os cabos da terra: porque
12 E u fiz a terra, e criei nella áo ho­ eu sou Deos, e ninguém mais.
mem : eu o sou, minhas mâos esten- 23 Por mim mesmo tenho jurado, e
dérâo os ceos, e dei mandados a todos ja sahio de minha boca palavra de
seus exercitos. justiça, e nâo tomará a tras: que a
13 Eu o despertei em justiça, e to­ mim se dobrará todo juelho, e por
dos seus caminhos endireitarei: elle mim jurará toda lingoa.
edificará minha cidade, e soltará me­ 24 De mim se d irá: deveras em Je­
us cativos, nào por preço, nem por h o v a h ha justiças e força: até a elle
presentes, diz Jehovah, aos exerci­ chegarão; mas serâo envergonhados
tos. todos os que se indignarem contra elle.
14 Assim diz J e h o v a h ; o trabalho 25 Porem em J e h o v a h serâo justi­
de Egypto, e o comercio dos Ethiopes, ficados, e se gloriarão, toda a semente
e dos Sabeos, varões de alta estatura^ de IsraeL
se passarão a ti, e serâo teus; apos ti
irâo, passarão em grilhões: e a ti se
CAPITULO XLVI.
rostrarào, a ti supplicarâo, dizendo:
S e veras Deos esta em ti, e nenhum A Bei abatido está, ja Nebo se en-
outro Deos ha mais.
15 Verdadeiramente tu es o Deos
J corvou, seus idolos sâo postos so­
bre os animaes e sobre as bestas: as
aue se encobre: o Deos de Israel, o cargas de vossos fardos sâo canseira
áalvador. para as bestas ja cansadas.
16 Envergonhar-se-hào, e tambem 2 Juntamente-se encorvárâo, e se
confundir-se-hâo todos: juntamente abatérâo; nâo puderâo escapar da car­
se irâo com vergonha os que fabrícâo ga : mas sua alma entrou em cativei­
imagens. ro.
17 Porem IsTael he salvo por Jeho­ 3 Ouvi-me, ó casa de Jacob, e todo
v a h , por huma eterna salvação: pelo o residuo da casa de Israel: vós a
que nào sereis envergonhados nem con­ quem trouxe nos braços desdo ventre,
tundidos em todas eternidades. e levei desda madre.
18 Porque assim diz Je h o v a h , que 4 E até a velhice eu serei o mesmo,

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690 ESAIAS, XLVIl.

e ainda até aa caâs eu vos trarei: eu 5 Assenta-te eallada, e entra nas tre­
o fiz, e eu vos levarei, e eu vos trarei, vas, ó filha dos Chaldeos: porque ja
e vos guardei. nunca mais serás chamada Senhora
5 A quem roe fareis semelhante, e de Reinos.
com quem me igualaréis, e me compa- 6 Muito me irei contra meu povo,
raréis, para que sejamos semelhantes ? profanei minha herança, e os entre­
6 Gastào o ouro da bolsa, e pesão, a guei em tuas mâos: porem nào usaste
prata com as balanças: alugâo ao ou­ com elles de misericórdias, e até sobre
rivez, e daquillo faz hum Deos, e a elle os velhos muito agravaste teu jugo.
se prostrão, e se inclinâo. 7 E dizias; eternamente serei Se­
7 Sobre os hombros o tomâo, o le­ nhora: até agora nâo tomaste estas
vâo, e o poem em seu lugar; ali se cousas em teu coração, nem te lem­
està em pé, de seu íugar nào se m ove: braste do fim delias.
e se alguem clama a elle, reposta ne­ 8 Agora pois ouve isto ó deliciosa,
nhuma dà, nem o livra de sua tribula­ que habitas tâo segura, que dizes em
ção. teu coração; eu o sou, e ninguém ma­
8 Lembrai-vos disto, e tende animo: is que eu; não ficarei viuva, nem sa­
o reduzi ao coração, ô prevaricadores. berei de orfandade.
9 Lembrai-vos das cousas passadas 9 Porem ambas estas cousas virão
desda antiguidade: que eu sou Deos, sobre ti em hum momento no mesmo
e Deos nenhum mais ha, e nada a dia, orfandade e viu veza: em toda
mim semelhante. sua perfeição virão sobre ti, por causa
10 Que denuncio o fim desdo prin­ da multidão de tuas feitiçarias, por
cipio, e desda antiguidade as cousas causa da copia de teus muitos encan­
que ainda nâo succedérào: que digo; tamentos.
meu conselho serà firme, e farei toda 10 Porque confiaste em tua malda­
minha vontade. de, e disseste; ninguém me pode ver;
11 Que chamâo a ave de rapina tua sabedoria e tua sciencia, essa te
desdo Oriente, e ao varáo de meu con­ fez desviar, e disseste em teu cora­
selho desde terras de longe: porque ção ; eu o sou, e ninguém mais qae
assim o disse, e assim o farei v ir; eu eu.
o formei, tambem o farei, 11 Pelo que sobre ti virá mal, de
12 Ouvi-me, ò duros de coração: os que nào saberás a origem, e tal des­
que estais longe da justiça. truição cahirà sobre ti, que a nâo po­
13 Faço chegar minha justiça, não derás expiar: porque virá sobre ti de
estará ao longe, e minha salvação não repente tâo tempestuosa assolação,
tardará: mas porei salvação em Sião, que a nâo poderás conhecer.
9 a Israel minna gloria. 12 Tem te agora com teus encanta­
mentos, e com a multidão de tuas fe­
itiçarias. em que trabalhaste desde tua
CAPITULO XLVII.
mocidade : a ver se te podes aprovei­
ESCENDE, e assenta-te no pó, ó tar, ou se porventura te podes fortifi­
D virgem filha de Babylonia; as­
senta-te no chão, ia náo ha mais thro­
car.
13 Cansaste-te na multidão de tuas
no, ó filha dos Chaldeos: porque ja consultas: levantem-se pois agora os
nunca mais serás chamada a tenra contempladores dos ceos, os especula­
nem a deliciosa. dores das éstrellas, os pronosticadores
2 Toma a mó, e moe farinha: des­ das luas novas; e salvem-te do que ha
cobre tuas guedelhas, descalça os pés, de vir sobre ti.
descobre as pernas, e passa os rios. 14 Eis que serão como a pragana, o
3 Tua vergonha se descobrirá, e teu fogo os queimará; nâo poderão arran­
opprobrio se verá: tomarei vingança, car sua vida do poaer da lavareda: nâo
mas não irei contra ti como homem. serâo brasas, para se aquentar a ellaSj
4 O nome de nosso Redemptor he Je­ nem fogo{ para se assentar a elle.
h o v a h dos exercitos,o Santo de Israel. 15 Assim te serào aquelles com

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ESAIAS, XLVm, XLIX. m

ottem trabalhaste, teus contratantes 12 Dá-me ouvidos, ò Jacob, e tu 6


desde tua mocidade: cada qual irà Israel, meu chamado: eu sou o mes­
T&gueando por seu caminho; ningu­ mo, eu o primeiro, eu tambem o der­
ém* te salvará. radeiro.
13 Tambem minha mào fundou a
terra, e minha dextra medio os ceos
CAPITULO X L V IIL
a palmos: em os chamando eu, Zogo
U Y I isto, casa de Jacob, que vos aparecem juntos.
O chamais do nome de Israel, e sa- 14 Ajuntai-vos todos vósoutros, e ou­
histes das aguas de Judá: que jurais vi, quem ha dentre elles, que annun-
pelo nome de J e h o v a h , e fazeis men­ ciasse estas cousas ? J e h o v a h o amou,
ção do Deos de Israel, porem nào em e executará sua vontade contra Baby­
verdade^ nem em justiça. lonia, e seu braço será contra os Chal­
2 E ate da santa cidade se nomeào, deos.
e estribào sobre o Deos de Israel: Je­ 15 Eu, eu o tenho ditot tambem ja
h o v a h dos exercitos he seu nome. eu o chamei: e o farei vir, e serà
3 As cousas passadas ja desd 7entào prosperado em seu caminho.
denunciei, e procedérâo de minha bo­ 16 Achegai-vosamim, ouvi isto; nào
ca, e eu as fia ouvir: apresuradamen­ fallei em oculto desdo principio, mas
te as fiz, e viérâo. desdo tempo que aquillo se fez, eu es­
4 Porque eu sabia que eras duro, e tava a li: e agora o Senhor J e h o v a h
tua cervice nervo de ferro, e tua testa me enviou, eseu Espirito.
de bronze. 17 Assim 4 iz JfiH ov a h teu Redemp­
5 Porisso te o denunciei, desde entào, tor, o Santo de Israel: eu sou J e h o ­
t te o fiz ouvir antes que viesse; para v a h teu Deos, que te ensina o que he
cjue porventura nâo dissesses; meu util. e te guia pelo caminho, que deves
idolo fez estas cousas, ou minha ima- andar.
;em de vulto, ou minha imagem de 18 Ah se déras ouvidos a meus man­
Í ündiçâo as mandou. damentos ! entâo seria tua paz como
6 Já o tens ouvido, attenta bem pa- rio, e tua justiça como as ondas do
ra tudo isto; porventura assim vósou­ mar.
tros o nào aenunciaréis 1 desd’agora 19 Tambem tua semente seria como
te faço ouvir cousas novas, e ocultas, a area, e os que procedem de tuas
e qae nunca soubeste. entranhas, como as pedrezinhas dei-
7 Agora forão criadas, e nào desd’en- la : cujo nome nunca seria cortado,
tâo, e antes deste dia nào as ouviste: nem destruido de minha face.
para que porventura nâo digas; eis 20 Sahi de Babylonia, fogi d’entre os
que ia eu as sabia. Chaldeos; o denunciai-fcom voz de ju­
8 Nem tu as ouviste, nem tu as sou­ bilo, fazei ouvir isso, e o levai-ate o
beste, nem tam pouco desd7entâo teu fim da terra: d izei; J e h o v a h redimio
ouvido foi aberto: porque eu sabia, a seu servo Jacob.
que aleivosissimamente te averias, e 21 E nào tinhão sede, guando os le­
que foste chamado prevaricador desao vava pelos desertos; lez lhes correr
ventre. agua da rocha: e fendendo elle as ro­
9 Por amor de meu nome dilatarei chas, as aguas manavâo delias.
minha ira, e por amor de meu louvor 22 Porem os impios nâo tem paz,
me refrearei para comtigo: para que disse J e h o v a h .
te nào venha a cortar.
10 Eis que ja te purifiquei, porem
- CAPITULO XLIX.
nào como a prata: escolhi-te na for­
nalha de affliçào. UVI-me ilhas, e escutai vós povos
11 Por amor de mim, por amor de O de longe: J e h o v a h me chamou
mim o farei; porque como seria profa­ desd’o ventre, desd’as entranhas de
nado meu nome ? e minha honra nào a minha mãi fez menção de meu nome.
darei a outrem. 2 E fez minha boca como huma es­

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092 ESAIAS, XL1X.

pada aguda, com sombra de sua m&o porque ia Je h o v a h consokra a lèt


ine cobrio : e me pôz por frecha lim­ povo, e ae seus áffictòs Se cotnfràáè*
pa, è me escondeo em sua aljava. cerá.
3 E me disse; meu servo es tu : e 14 Porem Si&o d iz : ia ine desainpà-
Israel aquelle, por quem hei de ser rou J e h o v a h : e o Senhor se esqueceo
glorificado. de mim.
4 Porem eu disse; debalde tenho 15 Porventura pode-se huma mul­
trabalhado, inutil e v&mente gastei her tanto esquecer de seu Jüho Çné
minhas forcas: todavia meu direito es­ cria, que se n&o compadeça ao filho dé
tá perante Jehovah, e o meu salario seu ventre 1 ora ainda que estas se
perante meu Deos. esquecessem delles com tudo eu me
5 E agora diz Jehovah, cjue me for­ nâo escjuecerei de ti.
mou desd’o ventre para si por servo, 16 Eis que em ambas as palmas de
que lhe tomasse a Jacob; porem Is­ minhas m&os te tenho impressa: tens
rael n&o se deixará ajuntar: com tu­ mnros est&o continuamente perante
do em os olhos de Jehovah serei glo­ mim.
rificado, e meu Deos será minha for­ 17 Teus filhos apresuradamente vi­
ça. rão : porem teus destruidores e tem
6 Disse mais; pouco he, que sejas assoladores se sahirão de ti.
meu servo, para restaurares as tribus 18 Levanta teus olhos ao redor, é i
de Jacob, e tomares a trazer os guar­ olha; todos estès que se ajunt&o, vem
dados em Israel: tambem te dei pa­ a t i : vivo eu, diz J e h o v a h , que de
ra luz das gentes, para seres minha todos estes te vestirás, como de orna-
salvação até o cabo da terra. meiito, e te cingiras delles, como noiva.
7 Assim diz Jehovah o Redemptor 19 Porque em teus desertos e emteui
de Israel, seu Santo, a a alma despre­ lugares solitários, e em tua terra de»
zada, ao que a gente abomina, ao ser­ truida, agora te verás apertada dé
vo dos que dominâo; Reis o verâo, e moradores, e os que te devoravâo, se
Se levantar&o, tambem Principes, e a apartarão longe de ti.
t i se inclinar&o: por amor ae Jeho­ 20 E ainda até os filhos de toá or­
vah, que he fiel, e do Santo de Israel, fandade dirâo a teus ouvidos: mri
que te elegeo. estreito he para mim este lugar, aj>er-
8 Assim aiz Jehovah ; em tempo do ta-te de mim, para que possa habitar
agrado te ouvi, e no dia da salvaç&o te nelle.
ajudei: e te guardarei, e te darei por 21 E diras em teu coração; quem a
alliança do povo, para restaurares a estes me gerou í pois eu estava des-
terra, para façer possuir em herança filhada e solitaria: entrâra em cativei­
as herdades assoladas. ro, e me retirâra; pois quem me crioo
9 Para dizeres aos presos, Sahi; e a estes t eis que eu só fui deixada de
aos que est&o em trevas, aparecei: resto ? e estes aonde estavâo 1
pastarào nos caminhos, e em todos lu­ 22 Assim diz Senhor J e h o v a h ; eií
gares altos haverá seu pasto. que levantarei minha mâo a asgente^
10 Nunca ter&o fome nem sede, nem e aos povos arvorarei minha bandeiià:
a calma, nem o sol os affligirá: por­ entâo trarão teus filhos nos braços, 6
que o que se compadece delles; os tuas filhas serâo levadas sobre os noffl-
guiara, e os levará mansamente aos bros.
mananciaes das aguas. 23 E Reis serâo teus Aios, e suSI
11 E tomarei a todos meus montes Princesas tuas amas; a ti se inclina­
em caminho: e minhas veredas se- rão com o rosto em terra, e lamberão
r&o levantadas. o pó de teus pês: e saberás que en
12 Eis que estes vir&o de longe: e sou J e h o v a h ; que os que se atém.*
eis que aquelles do Norte, e do Occi­ mim, nâo serâo confundidos.
dente, e aquelloutros da terra Sinim. 24 Porventura se tiraria a presa »
13 Jubilai ó ceos, e alegra-te tu ter­ valente? ou os presos de hum nato
ra, e vos montes estalai com júbilos: escapariâo ?

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ESAIAS, L, LI. 69d
2Ç Porem assim diz J e h o v a h 3Si; da, quem he 0 que me condenará?
que 00 presos se tirarão ao valente, e eis que todos elles como vestidos se
a presa do tíranno escapará: porque envelhecerão, e a traça os comerá.
en contenderei com teus contende- 10 Quem ha entre vósoutros, aue te­
dores, e a teus filhos eu redimirei. ma a J e h o v a h , e ouça a voz ae seu
26 É sustentarei a teus oppressores servo ? quando andar em trevas, e nâo
oom sua própria came, e com seu pro- tiver luz nenhuma, confie no nome de
prio sangue se emborracharão, como J e h o v a h , e estribe sobre seu Deos.
com mosto: e toda came saberá, que 11 Eis que todos os que acendeis
eu sou Jehovah teu Salvador, e teu fogo, e vos cingis com faiscas: andai
Redemptor, o Possante de JacoD. entre as lavaredas de vosso fogo, e en­
tre as faiscas que encendestes: isto
vos vem de minha mâo, e em tormen­
CAPITULO L.
tos jazer é is.
SSIM diz Jehovah ; que he da car­
A ta de desquite de vossa mãi, com
CAPITULO LI.
que eu a despedi ? ou quem ha de me*
us acredores, a quem eu vos tenha UVI-me vós os que seguis justiça,
vendido ? eis que por vossas malda- O os que buscais a J e h o v a h : olhai
des fostes vendidos, e por vossas pre­ para a rocha, d1onde fostes cortados, e
varicações vossa mãi foi despedida. para a caverna do poço, d1onde fostes
2 Porque raz&o vim eu; e ninguém cavados.
appareceo? chamei, e ninguém res­ 2 Olhai para Abraham vosso Pai,e
pondeo ? porventura tanto se encolheo para Sara qae vos pario: porque sen­
minha mâo, que jà nâo possa redimir ? do elle só o chamei, e o abençoei e o
Ou nâo ha mais força em mim para li­ multipliquei.
vrar? eis que com minha reprensâo 3 Porque J e h o v a h consolará a Si&o;
faço secar 0 mar. tomo os rios em de­ consolará a todos seus lugares deser­
serto, até que feaem seus peixes, por­ tos, e farà a seu deserto como a Eden,
quanto nâo tem agua, e morrem de e a sua solidão como o jardim de J e ­
sede. h o v a h : gozo e alegria se achará nella,,
3 Eu visto aos ceos de negridâo: e acçâo de graças, e voz de melodia.
ponho hum saco para sua cubertura. 4 Estai me attento povo meu, e gen­
4 O Senhor Jehovah me deu lingoa te minha inclinai os ouvidos a m im :
de letrados, para que saiba fallar a seu porque Lei sahirá de mim, e meu jui­
tempo huma boa palavra com 0 cansa­ zo farei repousar para luz dos povos.
do: desperta-me todas as manhãs, 5 Perto está minha justiça, vem sa­
desperta-me o ouvido para que ouça, hindo minha salvação, e meus braços,
oomo aquelles que aprendem. julgarão aos povos: a mim as ilnas
5 0 Senhor Jehovah me abrio os me aguardarão, e em meu braço es­
ouvidos, e eu nâo sou rebelde: nào perarão.
m e retiro a tras. 6 Levantai vossos olhos aos ceos, e
6 Minhas costas dou aos que me fe­ olhai para a terra abaixo; porque qs
rem, e minhas faces aos que me arran­ ceos desaparecerão como fumo, e »
cão os cabellos: nâo escondo minha terra se envelhecerá como vestido, 0
face de opprobrios e de escarros, seus moradores morrerão semelhante­
7 Porque 0 Senhor Jehovah me aju­ mente : porem minha salvação dura-,
da, pelo que me nâo confundo: por rà para sempre, e minha justiça nào
íssq puz meu tosto como seixo, porque sera quebrantada.
sei que nâo serei confundido. 7 Ouvi-me vós que conheceis a jus­
8 Perto esta o que me justifica, quem tiça, vós povo em cujo coraçáo està
contenderá comigo ? compareçamos minha L ei: nào temais o opprobrio
jtmtamçnte: quem tem causa alguma de homens, nem vos turbeis por suas
oontra mim ? venha-se a ter comiço. injurias.
> Eis <jueo Senhor Jehovah me aju­ 8 Porque a traça os roerá como a

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694 ESAIAS, LII.

vestido, e o bicho os comerá como à 20 Ja teus filhos desmaiár&o, jazem


là: mas minha justiça durará para nas entradas .de todos os caminhos,
sempre, e minha salvação de geração como boi montez na rede; cheios es­
em gerações, tào do furor de Je h o v a h , e da repren-
9 Desperta-te, desperta-te, veste-te sáo de teu Deos.
de força, ó braço de Jehovah : des­ 21 Pelo que agora ouve isto, ó oj>-
perta-te como em os dias ja passados, pressa, e borracha, mas nào de vi­
como em as gerações antigas: porven­ nho.
tura não es tu aquelle, que cortaste 22 Assim diz teu Senhor, Jehovah
em pedaços a Ranab ? o que feriste e teu Deos, qae preiteará a causa de
ao dragào marino ? seu povo: eis que eu tomo de tua mão
10 N&o es tu aquelle que secaste o o calix da vagueaçâo, as fezes do calix
mar, as aguas do grande abismo? o de meu furor; nunca mais o beberás.
aue fizeste o caminho das profunduras 23 Porem o porei nas máos dos que
ao mar, para que passassem os redi­ te entrfstecéráo, que dizem a tua al­
midos. ma ; abaixa-te, e passaremos sobre ti:
11 Assim tornarão os resgatados de e tu abaixas tuas costas, como terra, e
Jehovah, e virão a Si&o com jubilo, e como caminho, aos que passão.
perpetua alegria haverá sobre suas
cabeças: gozo e alegria alcançarão,
CAPITULO L U .
tristeza e gemido fugir&o.
12 Eu, eu sou aquelle que vos con­ ESPERTA-te, desperta-te, veste-
sola : quem pois es tu, para que temas
do homem que he mortal ? ou do filho
do homem que se tornará em feno.
D te de tua fortaleza, ó Siáo: ves­
te-te de teus vestidos formosos, ô Je­
rusalem, cidade santa; porque nunca
13 E te esqueces de Jehovah teu mais entrará em ti nem mcircumciso,
fazedor, que estendeo os ceos, e fun­ nem immundo.
dou a terra, e temes continuamente 2 Sacude-te do pó, levanta-te e as-
todo o dia do furor do angustiador, senta-te, ô Jerusalem: solta-te das
quando se prepara a destruir: pois ataduras de teu pescoço, 6 cativa fi­
que he do furor do angustiador ? lha de Siáo.
14 O preso depressa andante serà 3 Porque assim diz Je h o v a h , debal­
solto: e n&o' morrerá na caverna, e de fostes vendidos: tambem sem di­
seu p&o lhe n&o faltará. nheiro sereis resgatados.
15 Porque eu sou Jehovah teu Deos, 4 Porque assim diz o Senhor Jeho­
que fendo o mar, e bramâo suas ondas : v a h ; meu povo em tempos passados
Jehovah dos exercitos he seu nome. descendeo a Egypto, para peregrinar
16 E ponho minhas palavras em tua l á : e Assur sem razào o opprimio.
boca, e te cubro com a sombra de mi­ 5 E agora, que tenho eu aqui que
nha m&o; para prantar os ceos, o para fazer ? aiz Je h o v a h , pois meu poro
fundar a terra, e para dizer a Si&o, foi tomado sem poraue: e os que do-
povo meu es tu. mináo sobre elle, o fazem huivar, dix
17 Desperta-te, desperta-te, levanta- Je h o v a h ; e meu nome de contino
te, ô Jerusalem, que bebeste da m&o todo o dia he blasfemado.
de Jehovah o calix de seu furor: be­ 6 Portanto meu povo saberá mea
beste e chupaste as fezes do calix da nome, por esta causa naquelle dia )
vagueaç&o. porque eu mesmo sou o que digo, eis
18 De todos os filhos que pario ne­ me aqui.
nhum ha que a guie mansamente: e 7 Quam suaves são sobre os montes
de todos os filhos que criou nenhum os pés do que evangeliza o bem, qn®
que a tome pela m&o. faz ouvir a paz; do que evangeliza do
19 Estás duas cousas te acontecérào, bem : que faz ouvir a salvação: do
quem tem compaixão de ti? assola­ que diz a Siáo; teu Deos reina.
ção, e quebrantamento, e fome, e es- 8 Huma voz de tuas atalaias se ouve,
pada ha; por quem te consolarei ? alçâo a voz, juntamente jubiláo: por-

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ESAIAS, LIÜ, LIV. 695

qne olho a olho veráo, quando Jeho­ transgressões, e moido por nossas ini-
vah tornar a trazer a Sião. quidades: o castigo que nos traz a
9 Clamai cantando, jubilai junta­ paz, estava sobre elle, e por seus ver­
mente, desertos de Jerusalem: por­ gões se nos deu saude.
que Jehovah consolou a seu povo, 6 Todos nosoutros andávamos des-
redimio a Jerusalem. arrados como ovelhas, cada qual se
10 Jehovah desnuou seu santo bra­ f esviava por seu caminno: porem Je­
ço perante os olhos de todas as gentes: h o v a h fez tornar sobre elle a iniqui­
e todos os cabos da terra verão a sal­ dade de nós todos.
vação de nosso Deos. 7 Pedindo-se-lhe, elle foi opprimido,
11 Retirai-vos, retirai-vos, sahi dahi, porem nâo abrio sua boca: como cor­
náo toqueis cousa im m unda: sahi do deiro foi levado ao matadeiro, e como
meio delia, purificai-vos os que levais a ovelha muda perante seus tosquia-
os vasos de Je h o v a h . dores, assim nâo abrio sua boca.
12 Porque náo sahireis apressada­ 8 Da ansia e do juizo foi tirado: e
mente, nem vos ireis fugindo: porque quem contará o tempo de sua viaa ?
Jxhovah irâ diante de vossa face, e o porque foi cortado da terra dos viven­
Deos de Jsraelserá vossa retaguarda. tes : pela transgressão de meu povo a
13 Eis que meu servo se haverá pru­ plaga estava sobre elle.
dentemente : serà ensalçado, e exal­ 9 E puzérão sua sepultura com os
çado, e mui sublime. impios, e com o rico estava em sua
14 Como muitos se espantárâo de ti, morte: porquanto nunca fez injustiça,
de que seu parecer estava tam desfi­ nem houve engano em sua boca.
gurado mais que outrem alguem, e 10 Porem a J e h o v a h agradou moelo,
sua figura mais que a dos outros filnos fazendo o enfermar; quando sua alma
dos homens. se puzer por expiação do peccado,
15 Assim salpicará a muitas gentes, verá semente, e prolongará os dias:
e sobre elle os Heis cerrarão suas bo­ e o bom prazer de J e h o v a h em sua
cas; porque aquelles, a quem nuncá mão prosperará.
foi denunciado, o verâo, e os que nun­ 11 Pelo trabalho de sua alma a verá
ca o ouvírâo, o entenderão. e se fartará; com seu conhecimento
meu servo o justo justificará a mui­
tos: porque suas iniquidades levará
C A P IT U L O LIII.
sobre si.
U EM creu a nossa pregação 1 e a 12 Pelo que lhe darei parte de mui­
Q , quem se manifestou o braço de tos, e aos poderosos repartirá como a
Jehovah ? despojo, porquanto derramou sua alma
2 Porque foi subindo como renovo na morte, e foi contado com os trans-
ressores: e levou sobre si o peccado
perante elle, e como raiz de terra se­
ca ; náo tinna parecer nem formosu­ f
e muitos, e orou pelos transgressores.
ra; e attentando nós para elle, nâo
havia apparencia nelle, para que o de-
CAPITULO LIV.
Bejassemos.
• 3 Era desprezado e o mais indigno A N T A alegremente, ó esteril, que
entre os homens, varâo de dores, e ex­
perimentado em enfermidade: e cada
C nào parias: exclama de prazer
com alegre canto, e jubila que nâo ti­
çwJ se havia como escondendo o rosto veste dores de parto; porque mais sâo
aelle; era desprezado, e não o esti­ os filhos da soíitaria, do que os filhos
mámos. da casada, diz J e h o v a h .
4 Verdadeiramente elle tomou sobre 2 Alarga o lugar de tua tenda, e as
w nossas enfermidades, e nossas do­ cortinas de tuas habitações se esten-
res levou sobre s i: e nós o estimava- dão; não o impidas: alonga tuas cor­
iuos por afflicto, ferido de Deos, e das, e affixa bem tuas estacas.
opprimido. 3 Porque trasbordarás â mão direita
5 Porem elle foi chagado por nossas e â esquerda; e tua semente possuirá

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m esaias, lv .
em herança as gentes, e far&o habitar duz a ferramenta para sua obra: tam­
as cidades assoladas. bem eu criei ao destruidor, para des­
4 N&o temas, porque n&o serás en­ fazer.
vergonhada; e n&o te envergonhes, 17 Toda ferramenta preparada con­
porque n&o serás confundida: antes tra ti, nâo serà prosperada, e toda lin­
te esquecerás da vergonha de tua mo­ goa que se levantar contra ti em juizo,
cidade, e n&o te lembrarás mais do tu a condenarás: esta he a herança
opprobrio de tua viuvez. dos servos de J e h o v a h , e sua justiça
5 Porque teu fazedor he teu marido, vem de mim; diz J e h o v a h .
Jx h o v a h dos exercitos he seu nome:
e o Santo de Israel he teu Redemptor;
C APITULO L V .
Deos de toda a terra será chamado.
6 Porque Je h o v a h te chamou como H vós todos os sedentos, vinde a
a mulher deixada, e triste de espiri­
to : com tudo tu es a mulher da mo­
cidade, ainda que foste desprezada,
O as aguas, e os que nâo tendes di­
nheiro, vinde, comprai, e comei, vin­
de pois, comprai sem dinheiro e sem
diz teu Deos. preço, vinho e leite.
7 Por hum pequeno momento te dei­ 2 Porque gastais o dinheiro naquillo
xei : porem com grandes misericór­ que náo he pâo ? e vosso trabalho pe­
dias te recolherei. lo que nâo pode fartar * ouvi-me at-
8 Com huma pouca de ira escondi tentamente, e comei o bem, e vossa
minha face de ti por hum momento: alma se deleite com a gordura.
porem com benignidade eterna me 3 Inclinai vossos ouvidos^ e vinde a
apiedarei de ti, diz Jc h o v a h teu Re­ mira, ouvi, e vossa alma viverá: por-
demptor. ue comvosco farei concerto perpetuo,
9 Forque isto serà para mim como as ando-vos as firmes beneficencias de
aguas de Noé, quando jurei, que as David.
aguas de Noé n&o passariào mais so­ 4 Eis que eu o dei por testemunha
bre a terra: assim jurei, que nâo me de povos, por principe e mandador
irarei mais contra ti, nem te repren­ povos.
de rei. 5 Eis que chamarás gente, que nun­
10 Porque montes se desviarão, e ca conheceste, e gente que nuncá te
outeiros titubearão: porem minha be­ conheceo, correrá para t i : por amor
nignidade se não desviará de ti, e o de J e h o v a h teu Deos, e do Santo de
concerto de minha paz nâo titubeará; Israel; porque elle te glorificou.
diz J e h o v a h que se apieda de ti. 6 Buscai a J e h o v a h em quanto s*
11 Tu opprimida, arrojada com tor­ pode achar; invocai-o em quanto esr
menta, e aesconsolada: eis que eu po­ tá perto.
rei tuas pedras com todo ornamento, 7 O impio deixe seu caminho, e o
e te fundarei sobre safiras. varâo malino seus pensamentos, e se
12 E tuas janellas de vidro farei cris­ converta a J e h o v a h , e se apiedar^
talinas, e tuas portas de rubins, e todos delle; como tambem a nosso De<*>
teus termos de pedras apraziveis. porque grandioso he em perdoar.
13 E todos teus filhos serâo doutri­ 8 Porque meus pensamentos nâo aió
nados de Je h o v a h : e a paz de teus vossos pensamentos? nem vossos ca­
filhos serà abundante. minhos meus caminhos, diz JkHO-
14 Com iustiça serás confirmada: vah.
alonga-te de oppressâo, porque ja nâo 9 Porque como os ceos mais
temerás; como tambem de espanto, sâo que a terra, assím meus caminhoj
porque nào chegará a ti. mais altos sâo que vossos caminhos, e
15 Eis que certamente se ajuntarão meus pensamentos que vossos peo*f*
contra ti, porem nâo comigo: quem se mentos.
ajuntar contra ti, cahirà por amor de ti. 10 Porque como a chuva e a neT*?
16 Eis que eu criei ao ferreiro, que descende dos ceos, e para là nâo tor­
pasopra as brasas no fogo, e que pro­ na, porem rega a terra, e a faz produ-

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ESAIAS, LVI, LVn. 697

rir, e brotar, e dar semente ao semea­ ajunta os lançados de Israel: ainda


dor, é pâo ao comedor: mais lhe ajuntarei, com os que jà se
11 Assim será minha palavra, que lhe ajuntárâo.
sahir de minha booa, n&o tornará a 9 Vós todas as bestas do oaropo, todas
mim va zia ; antes fará o que me apraz, as bestas dos bosques, vinde a comer.
e prosperará em para que a enviei. 10 Todas suas atalaias são cegas, na­
12 Porque com alegria sahiréis, e da sabem: todos sâo caens muaos, nâo
em paz sereis guiados: os montes e podem laarar: andâo adormecidos, es­
os outeiros exclamarão de prazer pe­ tâo deitados, e amáo o tosquenejar.
rante vossa face, e todas as arvores 11 E estes caens sâo golosos, nâo se
do campo baterão as palmas. podem fartar; e elles sâo pastores que
13 Em lugar da çarca crecerá a faia, nada sabem entender: todos elles se
em lugar da ortíga crecerá a murta: tomão a seus caminhos, cada qual a
o que será para Je h o v a h por nome, sua ganancia; cada qual por sua parte.
epor sinal eterno, que nunca se apa­ 12 Vinde, dtzem, trarei vinho, e bebe­
gará. remos sidra: e o dia d’amanhâ serà co­
mo este, e ainda maior, e mais famoso.
CAPITULO LVI. ,
SSIM diz Jeh o Va h ^ guardai o di­
A reito, e fazei justiça: porque jà
CAPITULO LVII.
minha salvação está perto para vir, e ERECE o justo, e ninguém ha que
mioha justiça para se manifestar.
2 Bemaventurado o homem que fizer
P ponha o coração nissò: e os bene-
ficos sâo recolhidos, sem que alguem
isto, e o filho do homem que se atèm attente, que o justo se recolhe antes
a isto; que se guarda dê profanar o do mal.
sabbado, e guarda sua mão de pérpe- 2 Entrará em paz: descansarão em
trar algum mal. suas camas, os que houverem andado
3 E não falle o filho do estrangeiro, em sua rectidão.
que se ou-ver chegado a Jehova h , di­ 3 Porem chegai-vos aqui, vósoutros
zendo : d e todo me apartou Jehovah os filhos da agoureira, semente adul-
de sen p o v o : nem tám pouco falle o terina, e que cometeis fornicação.
eunucho, eis que eu sou arvore seca. 4 De quem fazeis vosso passatempo ?
4 Porqne assim diz Je h o v a h dos eu­ cohtra quem alargais a boca ? e deitais
nuchos. que guardâo meus sabbados, pára fora a lingoa? porventura nâo
e escolhem-o em que eu me agrado, e sois filhos de transgressão, semente de
se atem a meu concerto: falsidade 1
5 Tambem lhes darei em minha ca­ 5 Que vos esquentais com os deoses
sa, e dentro de meus muros, lugar e debaixo de toda arvore verde, e sacri­
nome, melhor que de filhos e filhas; ficais os filhos nos ribeiros debaixo
nome eterno darei a cada qual delles, dos cantos dos penhascos.
que nunca se apagará. 6 Nas pedras lisas dos ribeiros está
6 E aos filhos aos estrangeiros, que tua parte; estas, estas são tua sorte :
se achegarem a Je h o v a h , para o ser­ a estas tambem derramas tua asper­
virem, e para amarem o nome de Je ­ são, e lhes offereces offertas; conten-
h o v a h , e para lhe servirem de servos; tar-me-hia eu destas cousas ?
todos os aue guardarem o sabbado, 7 Sobre montes altos e levantados
não o profanando, e os que se ative- pòes tua cama: e a elles sobes a sa­
rem a meu concerto: crificar sacrifioios.
7 Tambem os levarei a meu santo 8 E de tras das portas e dos umbra-
monte, e os festejarei em minha casa es pões teus memoriaes: porque des­
de oração, seus holocaustos e seus sa­ viando-te de mira, a outros te desco­
crifícios serão aceitos em meu altar; bres, e sobes, alargas tua cama, e fa­
Porque minha casa serà chamada ca- zes concerto com alguns delles; amas
** ae oração para todos povos. sua cama aonde quer que a vês.
8 Assim diz o Senhor J e h o v a h , que 9 E vás-te ao Rei com oleo, e mul­
30
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098 ESAIAS, LVm .

tiplicas teus perfumes: e envias teus beta : e denuncia a meu povo soa
embaixadores longe, e te abates até transgressão, e á casa de Jacob
os infernos. peccados.
10 Em tua comprida viagem te can­ 2 Ainda que me buscâo cadadia, e
saste, perem nâo dizes; he cousa de­ tom&o prazer em saber meus cami­
sesperada : o que buscavas, achaste 3 nhos, como povo que obra Justiça, e
porisso nâo adoeces. nâo deixa o direito de seu Deos^ per-
11 Mas de que te arreceaste, ou a guntâo-me pelos direitos de justiça, <
quem temeste ? porque mentiste, e nâo tem prazer em se achegarem a Deos,
te lembraste de mim, nem em teu co­ 3 Dizendo, porque jejumamos nós,e
ração me puzeste: nâo he porventura tu nâo attentas para isso ? porque af-
por que eu me callo, e 1550 jâ desde fligimos nossas almas, e tu o nâo sa­
muito tempo, e me nâo temes ? bes? eis que no dia que jejumais,
12 Eu publicarei tua justiça, e tuasachais vosso contentamento, e estrei­
obras, que nâo te aproveitarão. tamente requereis todo vosso trabalho.
13 Quando vieres a clamar, livrem 4 Eis que para contendas e debatei
te teus congregados; porem o vento jejumais, e para dardes punhadas im­
a todos os levará, e a vaidade os ar­ piamente : náo jejumeis como hoje,
rebatará : mas o que confia em mim, para fazej ouvir vossa voz no alto.
herdará a terra, e em herança possui­ 5 Seria este o jejum que eu escolhe­
rá meu santo monte. ria, que 0 homem hum dia afflija soa
14 E dir-se-ha, aplainai, aplainai aalma ? que incline suâ cabeça como
estrada, preparai o caminno: tirai os o junco, e estenda debaixo £e si saco
tropeços do caminho de meu povo. e cinza ? chamarias tu a isto Jejum, e
15 Porque assim diz 0 alto e <0 sub­dia àprazivel a Je h o v a h ?
lime, que habita na eternidade, e cujo 6 Porventura nâo he este o jejum
nome he santo; na altura e em lugar que escolhi ? que soltes os nôs ae im­
santo habito : como tambem com o piedade, que desfaças as ataduras do
jugo? e que deixes livres aos quebran­
contrito e abatido de espirito, para vi­
tados, e aespedaçes todo jugo ?
vificar o espirito dos abatidos, e para
vivificar o coração dos contritos. 7 Porventura náo he tambem, que re­
16 Porque para sempre nâo contende­ partas teu pão com o faminto, e aos
rei, nem continuamente me indignarei: pobres desterrados recolhas em casa?
porque 0 espirito de perante minha fa­ e vendo ao nuo, o cubras, e que nâo
ce se opprimiria, e as almas, que eu fiz.
te escondas de tua came ?
17 Pela iniquidade de sua avareza 8 Entáo tua luz sahirá com impeto
me indignei, e os feri; escondi-me, e como a alva, e tua cura apressada­
indignei-me-: com tudo rebeldes se­ mente brotará: e tua justiça irá dian­
guírão o caminho de seu coração. te de tua face; e a gloria de Jehovah
18 Seus caminhos vejo, e os sararei: será tua retaguarda.
e os guiarei, e lhes tornarei a dar con­9 Entâo clamaras, e J e h o v a h te re­
solações, a saber a seus pranteantes. spondera ; gritarás, e dirá, eis-me
19 Eu crio os frutos dos beiços: paz,aqui: se tirares do meio de ti 0 iugo;
paz, para os aue longe, e para os que 0 estender do dedo, e o fallar vaidaae.
10 E se abrires tua alma ao famin­
perto estâo, cliz J e h o v a h , e eu os sa­
rarei. to, e fartares a alma affligida: entto
20 Mas os impios sâo como o mar tua luz pascerá nas trevas^ e tua escu­
bravo, porque nào ae pode aquietar, e ridão sera como o meio dia.
suas aguas lançâo de si lama e lodo, 11 E J e h o v a h te g u i a r á continua­
21 Os impios, diz meu Deos, não tem mente, e fartará tua alma em grandes
paz. sequidões, e fortificará teus ossos: e
serás como jardim regado, e como
CAPITULO L V IIL manancial de aguas, cujas aguas nun­
L A M A em alta voz, nâo te rete­ ca faltão.
C nhas, levanta tua voz como trom­ 12 E os que de ti procederem, edifi-

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ESAIAS, LIX. 699

carâo os lugares antigamente assola­ nem ha direito em suas carreiras: su­


dos, e levantarás os fundamentos de as veredas torcem para si mesmos;
geraç&o em geração assolados: echa- todo aquelle que anda por ellas, n&o
mar-te-hào reparador das roturas, e tem conhecimento da paz.
restaurador de veredas para morar. 9 Pelo que o juizo está longe de nòs,
13 Se desviares teu pe do Sabbado, nem a iustiça nos alcança: esperava-
de fazeres tua vontade em meu santo mos a luz, e eis que trevas nos vem, os
dia, e chamares ao Sabbado delicias, resplandores, e andamos a as escuras.
para que Jehovah seja santificado, 10 Apalpamos as paredes como ce­
que deve ser glorificado; e o venera­ gos, e como sem olhos andamos apal­
res, n&o seguindo teus caminhos, nem pando : tropeçamos ao meio dia como
pretendas fazer tua própria vontade, entre lusco fusco, e em lugares deser­
nem fallares disso palavra alguma. tos somos como mortos.
14 Ent&o te deleitarás em JeHovaS, 11 Todos nos bramamos como ursos,
e te farei cavalgar sobre as alturas da e continuamente gememos como pom­
t e r r a : e te sustentarei com a herança bas: esperamos por juizo, e nâo ha,
d e teu pai Jacob; porque a boca ae por salvação, e está longe de nós.
Jehovah o fallou. 12 Porque nossas transgressões se
multiplicàrâo perante ti, e nossos pec­
cados testificâo contra nós: porque
C APITULO LIX.
nossas transgressões estâo com nosco,
IS que a m&o de Jehovah n&o es­
E
e conhecemos nossas iniquidades.
tà encolhida, para que n&o possa 13 Como o prevaricar e mentir con­
salvar: nem seu ouvido agravado, pa­ tra J e h o v a h , e o retirar-se de apos
ra nâo poder ouvir. nosso Deos: o fallar de oppressâo e
2 Mas vossas iniquidades fazem di- rebelliâo. o conceber e inventar pala­
vis&o entre vòs e vosso Deos: e vos­ vras de falsidade do coração.
sos peccados encobrem seu rosto de 14 Pelo que o direito se tomou a tras,
vós. para que n&o ouça. e a iustiça se pôz de longe: porque a
3 Porque vossas m&os est&o contam­ verdade anda tropeçando pelas mas,
inadas de sangue, e vossos dedos de e a equidade n&o poae entrar.
iniquidade: vossos beiços fall&o falsi­ 15 Ga verdade desfalece, e quem se
dade, vossa lingoa pronuncia perversi­ desvia do mal, arrisca-se a ser despo­
dade. jado : e J e h o v a h o vio, e pareceo mal
4 Ninguém ha que clame pela jus­ em seus olhos, por n&o haver juizo.
tiça, nem ninguém que compareça 16 E vendo que ninguém havia, ma­
em juizo pela verdade; confi&o em ravilhou-se de que nâo ouvesse algum
vaidade, e andâo fallando mentiras; intercessor: pelo que seu mesmo braço
concebeirftrabalho. e parem iniqui­ lhe trouxe a salvação, e sua própria
dade. justiça o sosteve.
5 Ovos de basilisco chocáo, e tecem 17 Porque vestio-se de justiça, como
teas de aranhas: o que comer de seus de huma couraça, e pôz o elmo de sal­
ovos, morrerá; e apertando os, sahe vaç&o em sua cabeça; e vestio-se de
delles huma bibora. vestidos de vingança por vestidura, e
6 Suas teas n&o prest&o para vesti­ cubrio se de zelo, como com capa.
dos, nem se poder&o cubrir com Buas 18 Como conforme ás obras, como
obras: suas obras s&o obras de iniqui­ conforme a ellas dará a recompensa,
dade, e feitura de violência ha em su­ furor a seus adversarios, e recompensa
as m&os. a seus inimigos: a as ilhas dará o pago.
7 Seus pés correm para o mal, e se 19 Então temerão o nome de J e h o ­
apresur&o para derramarem sangue v a h desdo poente, e sua "loria desdo
innocente: seus pensamentos sáo pen­ nascentedoSol: vindo o inimigo como
samentos de^iniquidade, destruição e corrente de aguas, o Espirito de J e h o ­
quebrantamento ha em suas estradas. v a h arvorará a bandeira contra elle.
8 Po caminho de paz n&o sabem, 20 E Redeniptcrr virá a Sião, a saber

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700 ESAIAS, LX, LXI.

pára os que se convertem de sua trans­ fecharão: para que tragào a ti o ex­
gressão em Jacob, diz Jehovah. ercito das gentes, e seus Reis atire*
21 Quanto a mim?este he meu con­ nhâo guiácfos.
certo com elles, diz J e h o v a h ; meu 12 Porque a gente e o Reino que te
Espirito que està sobre ti, e minhas nâo servirem, perecerão: e as taes
alavras que puz em tua boca, nào se gentes de todo serâo assoladas.
S esviarão de tua boca nem da Doca de 13 A gloria do Libano virá a ti, a
tua semente, nem da boca da semente faia, o pinheiro, e o buxo juntamente,
de tua semente, diz Jehovah, desda- para ornarem o lugar de meu santua*
gora e para todo sempre. rio, eglorificarei o lugar de meus pés.
14 Tambem virâo a ti inclinados oi
filhos dos que te opprimírâo, e pos>
CAPITULO LX.
trar se hâo a as plantas de teus pés to­
EVANTA-te, esclarece, porque já dos os aue de ti blasfemârâo: e cha*
L vem tua luz : e a gloria de Jeho* mar-te-nâo a cidade de Jehovah, a
vah jâ vai nascendo sobre ti. Sião do Santo de Israel.
2 Porque eis que as trevas cubrir&o 15 Em lugar de que foste deixada e
a terra, e a escuridào aos povos: po­ aborrecida, e ninguém passava por tty
rem sobre ti Jehovah virá nascendo, te porei em excellencia perpetua, m
e sua gloria se verá sobre ti. gozo de geração em çeraçâo.
3 E as gentes caminharão à tua luz, 16 E mamarás o leite cbas gentes, e
e os Reis ao resplandor que te nasceo. mamarás os peitos dos R eis: e saberás
4 Levanta do redor teus olhos, e v ç ; que eu sou je h o v a h , teu Salvador, e
todos estes ja se ajuntárâo, e vem a teu Redemptor, o Possante de Jacob.
t i : teus filhos virâo de longe, e tuas 17 Por bronze trarei ouro, e por feno
filhas se criarão à tua ilharga. trarei prata, e por madeira bronze, e
5 Entào o verás, e correndo virás, e por pedras ferro: e farei a teus Vedo­
teu coração se espantará e alargará, res pacificos, e a teus Exactores iustos.
porque a multidão do mar se tornará 18 Nunca mais se ouvirá violência
a ti, e o exercito das gentes virá a ti. era tua terra; nem destruição, nem
6 Multidão de camelos te cubrirá^ quebrantamento em teus termos: mas
dromedários de Midian e Epha, todos a teus muros chamarás Salvação, e a
virâo de Seba: ouro e encenso trarão, tuas portas Louvor.
e publicarão os louvores de Jehovah. 19 Nunca mais te servirá o Sol paia
7 Todas as ovelhas de Kedar se con­ luz do dia, nem com seu resplandor a
gregarão a ti, os carneiros de Nebay- Lua te alumiará: mas Jehovah serâ
oth te servirão: com agrado subirão tua perpetua luz, e teu Deos teu orna*
a meu altar, e eu glorificarei a casa mento. »
de minha gloria. 20 Nunca mais se porá teu Sol, nem
8 Quem sâo estes, que vera voando tua Lua mingoarà: porque JEHovâB
como nuvens, e como pombas a suas serà tua perpetua luz, e os dias de
janelas ? teu luto se virâo a acabar.
9 Porque as ilhas me aguardarão, 21 E todos os de teu povo serào jns*
e primeiro os navios de Tharsis, para tos, para sempre possuirão em heran­
trazer teus filhos de longe, sua prata ça a terra: serào renovo de minha
e seu ouro com elles, para o nome de plantagem, obra de minhas mâos, pa­
Jehovah teu Deos, e para o Santo de ra que seja glorificado.
Israel, porquanto te glorificou. 22 O mais pequeno virà a ser mil, e
10 E os filhos dos estrangeiros edifi­ o minirao hum povo grandíssimo : ea
carão teus muros, e seus Reis te ser­ Jehovah a seu tempo o farei presto.
virão : porque em meu furor te feri,
porem era rainha benignidade me
apiedei de ti. CAPITULO LXI.
11 E tuas portas estarão abertas de ESPIRITO de Senhor Jkhovah es­
ooQtÍDo^*nem de dia nem de noite se 0 tâ sobre mim: porquanto Jeho*

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ESAIAS, LXIL 701
vah me ungio, jmra dar boas novas
aos mansos ; enviou-me a vendar aos CAPITULO LXIL
contritos de coraçáo, a apregoar liber- OR amor de Sião me n&o callarei,
v dade aos cativos, e aòs presos abertu­
ra de prisão.
P è por amor de Jerusalem me não
aquietarei: até que náo saia sua jus­
2 A apregoar o anno do beneplácito tiça como resplandor, e sua salvação
de Jehovah, e o dia da vingança de como tocha acesa.
nosso Deos; a consolar todos os tris­ 2 E as gentes verão tua justiça, e to­
tes. dos os Reis tua gloria: e chamar-te-
3 A ordenar aos tristes de Sião, aue háo por hum nome novo, que a boca
se lhes dé ornamento por cinza, oleo de Jehovah expressamente nomeará.
de gozo por tristeza, vestidnra de lou­ 3 E serás coroa de gloria na máo de
vor por espirito angustiado: para qne Jehovah, e diadema Real na mào de
se chamem carvalhos de justiça, plan- teu Deos.
tagem de Jehovah, para que seja 4 Nunca mais te chamarão a deixa­
glorificado. da, nem a tua terra nunca mais no­
4 E edificarão os lugares antigamen­ mearão a assolada: mas chamar-te-
te assolados, e restaurarão os dantes hào; meu prazer està nella, e a tup.
destruídos, e renovarão as cidades as­ terra a casada; porque J e h o v a h se
soladas, destruidas de geraç&o em ge­ agrada de ti, e tua terra se casará.
ração. 5 Porque como o mancebo se casa
5 E haverá estrangeiros» e apascen­ com a donzella, assim teus filhos se
tarão vossos rebanhos: e estranhos casarão comtigo: e como o noivo se
serão vossos lavradores, e vossos vi- alegra da noiva, assim teu Deos se'
nheiros. alegrará de ti.
6 Porem vÔs sereis chamados Sacer­ 6 0 Jerusalem, sobre teus muros puz
dotes de Jehovah, e vos chamarão M i­ uardas; que todo o dia e toda a noite
nistros de nosso Deos: comereis a for­ f
e contino n&o callaráo: ô vos, os que
ça das gentes, e em sua gloria vos fazeis menção de J e h o v a h , não haja
gloriaréis. silencio em vós.
7 Por vossa dobre vergonha, e af- 7 Nem lhe deis a elle vagar, até que
fronta, jubilarão sobre sua parte: pe­ não confirme, e até que não ponha a
lo que em sua terra possuirão em he­ Jerusalem por louvor na terra.
rança o dobro, e terão perpetua alegria. 8 Jurou J e h o v a h por eua mão di­
8 Porque em Jehovah amo o juizo, reita, e pelo braço de sua força, que
aborreço a rapina no hotoeausto: e nunca mais darei teu trigo por comida
farei que sua obra seja em verdade; a teus inimigos, nem os estranhos be­
e farei concerto eterno com elles. berão teu mosto, em que trabalhaste.
9 E sua semente serà conhecida en­ 9 Porem os que o ajuntarem, o co­
tre a s gentes, e seus descendentes em merão, e louvarão a J e h o v a h : e os
m eio aos povos: todos quantos os vi­ aue o colherem^ beberão nos patios
rem , os conhecerão, que sáo semente ae meu Santuario.
ben dita de Jehovah. 10 Passai, passai pelas portas; pre­
10 Gozo-me mnito em Jehovah, mi­ parai o caminho ao povo : aprainai,
nha alma se alegra em meu Deos; aprainai a estrada, afimpai a das pe­
porque me vestio de vestidos de sal- dras : arvorai a bandeira aos jx jv o s.
vaçào, me cubrio com a capa de jus­ 11 Eis que J e h o v a h fez ouvir até o
tiça: como quando o noivo se orna cabo da terra; dizei a a filha de Sião,
com atavio sacerdotal, e como a noiva eis que ja tua salvação vem : eis que
ae enfeita com suas joias. seu galardão traz comsigo, e seu sala­
11 Porque como a terra produz seus rio vem diante delle.
renovos, e como o horto faz brotar o 12 E chama-los-hão povo santo, Re­
aue nelle se semea: assim o Senhor dimidos de J e h o v a h : e tu serás cha­
Jbh ovah fará brotar justiça e louvor mada a Busçada, a Cidade não de­
para todas as gentes. samparada.

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m esaias, Lxni, lxtv.
12 0 que o braço de sua gloria fez
CAPITULO LXin. andar á máo direita de Moyses? o
UEM he este, que vem de Edom, que fendeo as aguas perante suas fa­
Q com vestidos salpicados de Bos- ces, para se fazer nome eterno ?
ra? este ornado com sua vestidura ?13 O que os guiou pelos abismos:
que marcha com sua grande força? como cavallo no deserto, nunca tro­
eu, o que fallo em justiça, poderoso peçarão.
para salvar. 14 Como a besta que descende aos
2 Porque estás vermelho em tua ves­ valles, o Espirito de Jehovah lhes deu
tidura ? e teus vestidos como do que descanso: assim guiaste a teu povo,
pisa em lagar. para te fazeres nome glorioso.
3 Eu sô pisei o lagar, e ninguém 15 Attenta desdos ceos, e olha des­
dos povos nouve comigo; e os pisei de tua santa e tua gloriosa habitação:
em minha ira, e os atropelei em meu aonde està teu zelo e tuas forças ? o
furor: e seu sangue aspergio se sobre arroido de tuas entranhas, e de tuas
meus vestidos, e çugei toda minha misericórdias, detem se para comigo.
vestidura. 16 Porem tu es nosso Pai, porque
4 Porque o dia da vingança estava Abraham de nós náo sabe, e Israel
em meu coraçáo: e o anno de meus não nos conhece: tu ô Jehovah, es
redimidos era vindo. nosso P a i; nosso Redemptor desda
5 E olhei, e náo havia quem me aju­ antiguidade, teu nome he.
dasse ; e espantei-me de que náo hou­ 17 Porque ó Jehovah, nos fazes er­
vesse quem me sostivesse: pelo que rar de teus caminhos ? porque endure­
meu braço me trouxe a salvação, e ces nosso coração, para què te náo
meu furor me sosteve. temamos? toma por amor de teus
6 E atropelei os povos em minha ira, servos, os tribus de tua herança.
e os embebedei em meu furor: e sua 18 Por só hum pouco de tempo teu
força fiz descender em terra. santo povo a possui o : nossos adversa­
7 Das benignidades de Jehovah fa­ rios pisáráo teu santuario.
rei menção, e dos muitos louvores de 19 Somos feitos como aquelles de quem
Jehovah, conforme a tudo quanto Je­ nunca jà mais te ensenhoreaste; e co­
h ovah nos fe z : e da grande bondade mo os que nunca se chamàrão de teu
para com a casa de Israel, que usou nome.
com elles segundo suas misericórdias,
e segundo a multidão dé suas benig­
nidades. CAPITULO LXrvr.
8 Porque dizia; com tudo meu povo A H se feudesses os ceos, e descen-
sáo, filhos que nào mentirão: assim se IJ l desses, os montes se escorressem
lhes fez Salvador. de diante ae tua face!
9 Em toda sua angustia delles elle 2 Como o fogo arde de fundir, e o
era angustiado, e o Anjo de sua face oè fogo faz ferver as aguas; p ara fazeres
salvou : por seu amor, e por sua pie­ notorio teu nome a teus adversarios!
dade elle os redimio: e os tomou, e os e assim as gentes tremessem de tua
trouxe sobre si todos os dias da anti­ presença!
guidade. 3 Como quando fazias terribilidades,
10 Porem elles forão rebeldes, e con- quaes nunca esperávamos: quando des­
tristárâo seu Espirito Santo: pelo que cendias. e os montes se escorriâo de
se lhes tornou em inimigo, e elle mes­ diante ae tua face.
mo pelejou contra elles. 4 Nem desda antiguidade se ouvio,
11 Todavia se lembrou dos dias da nem com os ouvidos se percebeo: pem
antiguidade, de Moyses, e de seu po­ olho vio, fora de ti, ó Deos, o que ha
vo : porem aonde e6tá agora o que os de fazer a aquelle, que se atem a elle.
fez subir do mar com os pastores de 5 Sahiste ao encontro ao alegre, e ao
seu rebanho ? aonde está o que punha ue obra justiça, e aos que se Tembráo
em meio delles seu Espirito Santo ? e ti em teus caminhos: eis que te

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ESAIAS, LXV. 703

enfureceste, porque peccaroos; nel­ 6 Eis que està escrito perante mi­
les ha eternidade, para que sejâmos nha face : nào me callarei; porem eu
salvos. pagarei, e pagarei em seu seio.
6 Porem todos nosoutros somos como 7 Vossas iniquidades, e juntamente
o immundo, e todas nossas justiças co­ as iniquidades de vossos pais, diz Je­
mo trapo de immundicia: e todos nos­ hovah, que perfumárâo nos montes, e
outros cahimos como a folha, e nossas me affrontárâo nos outeiros: pelo que
culpas nos levâo como o vento. lhes tomarei a medir o antigo galar­
7 E já ninguém ha que invoque a dão de suas obras em seu seio.
teu nome, que se desperte, para pegar 8 Assim diz Jehovah, como quando
de t i : porque escondes teu rosto de se acha mosto em hum cacho de uvas,
nós, e nos fazes derreter, por meio dizem, nâo o esperdices. pois ha ben-
de nossas iniquidades. diçâo nelle: assim eu o farei por meus
8 Porem agora, ó Jehova h , tu es servos, e os nâo deitarei a perder todos.
nosso P a i: nós barro, e tu nosso olei­ 9 Porem produzirei semente de Ja­
ro ; e todos nosoutros a obra de tuas cob, e de Judá hum herdeiro, que pos­
m&os. sua meus montes: e meus eleitos pos­
9 Nâo te enfureças tanto, ó Jehovah, suirão a terra em herança, e meus ser­
nem perpetuamente te lembres da ini­ vos habitàrâo ali.
quidade : eis attenta agora, que todos 10 E Saron servirá de curral de ove­
nosoutros somos teu povo. lhas, e o valle de Achor de malhada de
10 Tuas santas cidades estâo feitas vacas, para meu povo, que me buscou.
hum deserto: Sião està feita hum de­ 11 Mas a vós os que vos apartais de
serto. Jerusalem està assolada. Jehovah, os que vos esqueceis de meu
11 Nossa santa e nossa gloriosa casa. santo monte, os que pondes a mesa ao
em que te louvavâo nossos pais, foi exercito, e os que misturais a bebida
queimada à fogo: e todas nossas de­ para o numero.
sejáveis cousas se tomàrâo em assola* 12 Tambem eu vos contarei à espa­
çàio. da, e todos vos encorvaréis à matan­
12 Reterte*hias tu ainda sobre estas ça ; porquanto chamei, e nào respon­
oousas, 6 Jehovah? callar-te-hias«m- destes, fallei, e nào ouvistes: mas fize­
day e nos opprimirias tanto ? stes o que mal parece em meus olhos,
e escolhestes o de que me nào agrado.
13 Pelo que assim diz o Senhor Je­
CAPITULO LXV. h o v a h , eis que meus servos comerão,
H buscado dos que nâo pergunta- porem vós padeceréis fom e: eis que
F vâo por mim, foi achado daquelles meus servos beberão, porem vós te-
que me nâo buscavâo: a povo que se réis sed e: eis que meus servos se
nâo chamavà de meu nome, disse; eis alegrarão, porem vós vos envergonha­
m e aqui, eis me aqui. reis.
2 Estendi minhas mâos todo o dia a 14 Eis que meus servos jubilarão de
povo rebelde: que caminha por cami­ bom animo, porem vós gritareis de
nho nâo bom, apos seus pensamentos. tristeza de animo, e huivaréis pelo
3 Povo que me irrita em minha face quebrantamento de espirito.
de contino; sacrificando em hortos, e 15 E deixaréis vosso nome a meus
perfumando sobre tijolos. eleitos por maldição; e o Senhor Je­
4 Assentando-se junto a as sepulturas, h o v a h te matará: porem a seus ser­
e passando as noites junto aos que sâo vos chamará de outro nome.
guardados: comendo came de poroo, 16 Assim que aquelle que se bemdis-
e tendo caldo de cousas abominaveis ser na terra, se bemdirà no Deos da
em seus vasos. verdade; e aquelle aue jurar na ter­
5 E dizem, tira-te lá, e nâo te che­ ra, jurará pelo Deos aa verdade: por­
gues a mim, porque sou mais santo que ja estarão esquecidas as angustias
que tu : estes sâo fumo em meus na- passadas, e porque jà estâo encubertas
nzes, e fogo que arde todo o dia. de diante de meus olhos.

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704 ESAIAS, LXVT.

17 Porque eis que eu orio ceos novos, porco; quem offerece perfume memo-
e terra nova: e n&o haverá nuas lem­ rativo <rencenso, abençoa ao idolo:
brança das cousas passadas, nem mais tambem estes escolhem seus próprios
sobir&o ao coraçáo. camiohos, e sua alma toma prazer em
18 Porem vósoutros vos gozai e yos suas abominações.
alegrai perpetuamente no que en crio: 4 Tambem eu escolherei o galardão
porque eis que crio a Jerusalem huma de seus escarnioe, ç seus temores farei
alegria, e a seu povo hum gozo. vir sobre elles; porquanto clamei, e
19 E me alegrarei de Jerusalem, e ninguém respondeo, tallei, e n&o escu-
me gozarei de meu povo : e nunca tár&o: má? fizérâo o que parece mal
mais se ouvirá nella voz de choro, em meus olhos, e escolher&o o em
nem voz de clamor. que náo tinha prazer.
20 Náo haverá mais d’ali nella ma- 5 Ouvi a palavra de J sh o vah , os que
mante de poucos dias, nem velho que tremeis de sua palavra: vossos irmá-
náo cumpra seus dias: porque o man­ os, que vos aborrecem, e longe de si
cebo morrerá de cem annos, porem o vos sepáráo por amor de meu nome,
peccador de cem annos será amaldi­ dizem, glorifique se J e h o v ah ; porem
çoado. apareoefà para vossa alegria, e elles
21 E edificàrào casas, e as habita- seráo confundidos.
r&o: e prantar&o vinhas, e comeráô 6 Huma voz de grande rumor have­
seu fruto. rá da cidade, huma voz do Templo, a
22 N&o edificar&o, para que outros ha­ voz de J^movah , que dà o pago a seus
bitem ; n&o prantar&o, para que outros inimigos.
com&o : porqueosdias de meu povo 7 Antes que estivesse de parto, pa­
ser&o como os dias das arvores, e meus rio: antes que lhe viessem as dores,
eleitos usar&o das obras de suas m&os lançou de si hum filho macho.
até a velhice. 8 Quem já mais ouvio tal cousa?
23 N&o trabalharáo debalde, nem quem vio cousa semelhante ? poderia
pari r&o para perturbaç&o: porque s&o se fazer parir huma terra em num só
a semente dos bemdifos de Jeho vah , dia ? nasceria huma nãçfto de huma
e seus descendentes eom elles. só vez ? mas jà Si&o esteve de pario,
24 E será que antes que clamem, eu e jà pario seus filhos.
responderei: fallando elles ainda, eu 9 Abriria eu a madre, e n áo geraria?
ouvirei. diz Je h o v a h : geraria eu, e fechar-
26 O lobo e o cordeiro pascer&o am­ me-hia? diz teu Deos.
bos juntòs, e o le&o comerá palha como 10 Gozai-vos com Jerusalem, e ale-
boi, e pó serà a comida da serpente: grai-vos defla, vós todos oe que a ‘ama­
mais nenhum mal nem dano far&o em is : alegrai-vos oom ella de alegria, to­
todo meu santo monte, dia Jeho vah . dos os que pranteastes por ella.
11 Pára que mameis, e vos farteis dos
peitos de suas consolações: para qne
CAPITULO LXVI.
chupeis, e vos deleiteis com o resplan*
SSIM diz Jehovah ; os ceos s&o
A meu throno, e a terra o escabel-
k> de meus pés: qual seria a casa que
dor de^sua gloria.
12 Porque assim diz Jeh o vah , eis
que estenderei sobre ella a paz coroo
vósoutros me edificaríeis ? e qual se­ hum rio, e a gloria das gentes como
ria o lugar de meu descanso ? hum ribeiro que tresboraa, entáo ma-
2 Porque minha m&o fez todas estas réis: ao oolo vos trar&o, e sobre os joe
cousas, e todas estas cousas for&o fei­ lhos vos affagar&o.
tas, diz Jehovah ; mas para aquelle 18 Como alguem a quèm Consola soa
attentarei, que he pobre e abatido de mãi, assim eu vos consolarei; o «u
espirito, e treme de minha palavra. Jerusalem vos consolar&o,
3 Quem mata boi, fere homem; quem 14 E o vereis, e alegrar-se-ha yotto
sacrifica oordeiro, degola c&o; quem coraç&o, e vossos ossos reverdeceria
offerece presente, ojjfareçe sangue de como a erva tenra: ent&o a m 4 °^

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JEREMIAS, I. 765

JlHOVAE serAnotoria a seqa servos, a 90 £ trarão a todos vossos irmãos


se indignará c ontra seos inimigos* dentre todas aa gentes de presente a
15 Porque eis que Je ho v aií virá com; JEHOVAH, sobre cavallos, e em carros,
fogo, e seus carros oomo tuíàfe de ven­ e em andas, e em mulos, e em drome­
ta : pera tornar sua ira em furor, e sua dários, a meu santo monte, a Jerusa­
reprensáo em chamas fogo. lem, aiz Jehova h : como quando os
16 Porque com fogo, e oom sua es­ filhos de Israel trazem seus presen­
pada Jjehovah entrará em juizo com te » em vasos limpos à casa de Jeho-
toda carne: e os mortos de J ehovah VAH .
serâo multiplicados. 21 £ tambem delles tomarei a al­
17 Os que se santificão, e se purificão guns para Sacerdotes, e para Levitas,
nos hortos huns apos os outros, no meio aiz Jkhovah.
delles ; os que comem carne de por? 22 Porque como os ceos novos, e a
co, e abominação, e ratos: juntamen­ terra nova, que hei de fazer, estarão
te serâo consumidos, diz Jchovah . perante minha face, diz Jehovah : as­
18 Suas obras, e seus pensamentos! sim tambem ha de estar vossa semen­
tempo vem, em que ajuntarei todas te, e vosso nome.
as gentes e lingoas: e virão, e verâo 23 £ será que desde huma lua nova
minna gloria. até a outra, e desde hum Sabbado até
19 £ porei nelles hum sinal, e osque o outro, virá toda carne a adorar pe­
delles escaparem, enviarei a as gen­ rante minha face, diz Jehovah.
tes, a Tharais, Pul, e Lud, frecheiros 34 £ sahirão, e verão os corpos mor­
a Thubal e Javan: até as ilhas de mais tos dos varòes, que prevaricárâo contra
longe, que nâo ouvirão minha fama, mim: porque seu bicho nunca morre­
nem virâo minha, gloria; e annunoia* rá, nem seu fogo se apagará; e serão
xâo minha gloria entre as gentes. em horror à toda came.

A P R O P H E C U DE J E R E M I A S ,

v ah ! eis qne nâo sei fallar; porque


CAPITULO I.
ainda sou moço.
A LA V R A S de Jeremias, filho de 7 Porem d is e me Jehovah, nâo di­
P Hilkias, dos Sacerdotes que esta-
yão em Anathoth, em terra de Ben­
gas que es moço; porque aonde quer
que eu te enviar, irás; e tudo quanto
jamin. te mandar, faUarás.
2 A o qual veio a palavra de Jeho­ 8 Nâo temas diante delles: porque
vah , em dias de Josias, filho de Amon estou comtigo para livrar-te, diz Je­
Rei de Judá; no anno trezeno de sen hovah.
reinado. 9 £ estendeo Jehovah sua mâo, e
3 Assim lhe veio tambem em dias de tocou me na boca: e disse-me Jeho­
Joiakim, filho de Josias, Rei de Jnda, vah, eis que ponho minhas palavras
até o fim do onzeno anno de Tsede- em tua boca.
kias, filho de Josias, Rei de Judá: até 10 Olha, ponho-te neste dia sobre as
que Jerusalem foi levada em cativeiro gentes, e sobre os reinos, para arran­
no quinto mez. car, e paia derribar, e para destruir, e
4 Assim que veio a mim a palavra para arruinar: e tambem para edificar
de Jehovah, dizendo: e para prantar.
5 Antes que te formasse no ventre, 11 Veio mais a palavra de Jehovah
te conheci, e antes que sahisses da a mim, dizendo, que he o que vés, Jere­
madre, te santifiquei; a as gentes te mias? e disse, vejo huma vara de
dei por Propheta. amendoeira.
&'Êntâo disse en: ah Senhor Jrao- < 12 £ disse-me Jehovah,. bem vista s j
30*

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706 JEREMIAS, II.

porque apresurar-rae-hei sobre minha 5 Assim diz Jehovah , que injustiça


palavra, para a pôr por obra. achárão vossos pais em mim, que se
13 E veio a mim a palavra de J e h o ­ alongàrâo de mim? e se for&o apos a
v a h segunda vez, dizendo, que he o vaidade, e se tomàr&o levianos?
que vês ? e disse; vejo huma panela 6 E n&o disser&o, aonde està Jeho­
lervente, cuja face està para a Danda v a h , que nos fez subir da terra de
do Norte. Egypto? que nos guiou pelo ermo,
14 E disse me J e h o v a h : do Norte por numa terra de desertos, e de co­
se descubrirà o mal, sobre todos os vas, por huma terra de sequidâo e som­
moradores da terra. bra de morte, por huma terra pela qual
15 Ponjue eis que eu convoco todas ninguém passava, e homem nenhum
as familias dos Reinos do Norte, diz- morava nella.
Jehovah : e virâo, e cada qual porá 7 E levei-vos a huma terra fertil, pa­
seu throno à entrada das portas de Jeru­ ra comerdes seu fruto, e seu bem:
salem, e contra todos seus muros ao re­ mas quando entrastes nella, contami­
dor, e contra todas as cidades de Judá. nastes minha terra; e de minha he­
16 E pronunciarei meus juizos con­ rança fizestes huma abominaç&o.
tra elles, por causa de toda sua mali- 8 Os Sacerdotes n&o diseér&o, aonde
c ia : pois me deixàrâo a mim, e per- està Jehovah ? e os que tratavào da
fumárâo a deoses estranhos, e encor- Lei, n&o me conheci&o, e os Pastores
vârâo-se a as obras de suas m&os. prevarica vâo contra m ira: e os Pro-
17 Assim que tu cinge teus lombos, hetas prophetizav&o por Baal, e an-
e levanta-te, e falla-lhes tudo quanto avâo apos o que aproveita de nada.
eu te mandar: n&o sejas espantado 9 Pelo que ainda contenderei com
diante delles, para que te n&o espante vosco, diz Je h o v a h : e até com os
diante delles. filhos de vossos filhos hei de contender.
18 Porque eis que te ponho hoje por 10 Porque passai a as ilhas dos Chi-
cidade forte, e por columna de ferro, titas, e vede; e envai a Kedar, e atten-
e por muros de bronze, contra toda a tai bem: e vede, se tal cousa succedeo.
terra j contra os Reis de Judá, contra 11 Houve naçâo alguma que haja
seus Principes, contra seus Sacerdo­ mudado de deoses?ainda que nâo se-
tes, e contra o povo da terra. jâodeoses? Todavia meu povo mudou
19 E pelejarão oontra ti, mas nào sua gloriâ pelo que aproveita de nada.
prevalecerão contra t i : porque eu es­ 12 Espantai-vos disto 6 ceos: e pas­
tou comtigo, diz Jehovah, para liv- mai, e sede grandemente assolados,
rar-te. diz JEHOVAH.
13 Porque meu povo fez duas mal-
dades: a mim me deixàrâo, o manan­
c a p it u l o n. cial de aguas vivas, para se cavarem
VEIO a mim a palavra de J e h o ­ cisternas, cisternas fendidas, que ja
E v a h , dizendo.
2 Vai, e clama aos ouvidos de Jeru­
nâo retem aguas.
14 He pois Israel servo, ou nascido
salem, dizendo, assim diz J e h o v a h ; em casa? porque pois veio a ser preso.
lembro-me de ti, da beneficencia de 15 Os filhos ae leâo bramàrâo sobre
tua mocidade, e do amor de teu des- elle, levantárâo sua vo z: e puzérâo
posorio: quando andavas apos mim no sua terra em assolação; suas cidades
deserto, em terra n&o semeada. se queimàrâo, e ninguém habita nella*.
3 Entáo Israel era santidade para J e ­ 16 Até os filhos de Nophe de Tach-
h o v a h , e primicias de sua novidade: phanes te quebrarão a molleira.
todos os que o comi&o, er&o tidos por 17 Porventura tu nâo te fazes isto a
culpados; o mal vinha sobre elles, diz ti mesmo ? pois deixas a Jehovah ten
J eh ovah . Deos, no tempo quanto te guia pelo ca­
4 Ouvi a palavra de J e h o v a h , 6 vós minho.
casa de Jacob, e todas as familia» da 18 Agora pois, que te importa a ti o
casa de Israel. caminho de Egypto, para beberes M

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JEREMIAS, TIL 707

agnas de Sihor ? e qne te importa a vósoutros prevaricastes contra mim^


ti o caminho de Assur, para beberes as diz Jehovah.
aguas do Rio ? 30 Em v&o espanqueei a vossos
19 Tua malicia te castigará, e teus filhos; o castigo n&o aceitàr&o: vos­
apartamentos te reprender&o; sabe sa espada devorou vossos Prophetas
pois. e vè. quam mal e amargo he, dei­ como Le&o destruidor.
xares a Jchovah teu Deos, e n&o te­ 31 Oh geraç&o, considerai vósoutros
res meu temor comtigo; diz o Senhor, a palavra de Jehovah ; porventura foi
Jehovah dos exercitos. eu deserto para Israel? ou terra da
20 Quando eu jâ muito ha quebrava mais espessa escurid&o? porque pois
teu jugo, e rompia tuas ataduras, di­ meu povo diz, somos Senhores, nunca
zias tu, nunca mais prevaricarei: com mais viremos a ti.
tudo em todo outeiro alto, e debaixo de 32 Porventura esquece-se a virgem
toda arvore sombria anoas correndo e de seus enfeites ? ou a esposa de se­
fomicando. us cendaes ? todavia meu povo se es-
21 Eu mesmo te prantei por vide queceo de mim, innumeraveis dias.
excellente, e todo fiel semente: como 33 Porque abonas teu caminho, pois
pois te me tornaste em ramos abastar­ andas buscando fomicaç&o ? pelo que
dados de vide estranha ? tambem a as malinas ensinaste teus
22 Pelo que ainda que te laves com caminhos.
salitre, e te amontões sab&o: com tudo 34 Até nas bordas de teus vestidos se
tua iniquidade està apontada perante achou o sangue das almas dos inno-
minha tace: diz o Senhor Jehovah. oentes necessitados: o que n&o achei
23 Como dizes logo, nunca me con­ minando, mas em todas estas cousas.
taminei, nem andei apos os Baales? 35 E ainda dizes, de veras que es­
olha tua caminho no vklle, conhece o tou innocente, pois ]à sua ira se des­
que fizeste, dromedaria ligeira, que viou de m im : eis que entrarei em jui­
anda torcendo seus caminhos. zo comtigo, porquanto dizes, n&o pe­
24 Asna mdhtés, acostumada ao de­ quei.
serto, que conforme ao desejo de sua 36 Porque discorres tanto, mudando
alma sorve o vento, quem deteria seu teu caminho? tambem de Egypto se­
encontro? todos os que a buscarem, rás envergonhada, como foste enver­
náo se cansar&o; em seu mes a acha- gonhada de Assur.
rfto. 37 Tambem d’aqui sahiràs com as
25 Retem teu pé de andar descalço, m&os sobre tua cabeça: porque Jeho­
e tua garganta de ter sede: porem tu v a h regeitou tuas connancas; pelo
dizes, jà ne cousa desesperada, n&o; que n&o prosperarás com ellas.
porque amo aos estranhos, e apos elles
nei de ir.
26 Como se envergonha o ladr&o, CAPITULO m .
quando o apanh&o; assim se enver- IZEM, se hum homem deixar sua
gonhâo-os aa casa de Israel: elles,
seus Reis, seus Principes, e seus Sa­
D mulher, e ella se for delle, e se
ajuntar a outro homem, porventura tor­
cerdotes, e seus Prophetas. nará a ella mais ? porventura aquella
27 Que dizem ao madeiro, meu pai terra de todo se n&o profanaria? ora
es tu, e a a pedra, tu me geraste; pois, tu fornicaste com tantos amantes;
porque me viràr&o as costas, e n&o o com tudo torna-te a mim, diz Jehovah.
rosto: porem no tempo de seu traba­ 2 Levanta teus olhos aos altos, e vè
lho dizem, levanta-te, e livra*nos. que lugar ha, em que te n&o amance­
28 Aonde pois est&o teus deoses, que basses? nos caminhos te assentavas
fizeste para ti ? levantem-se, se te po­ para elles, como o Arabio no deserto:
dem livrar no tempo de teu trabalho: assim profanaste a terra com tuas for­
porque conforme ao numero de tuas ci­ nicações, e com tua malicia.
dades s&o teus deoses, ô Judá. 3 Pelo que as chuvas se retivér&o, e
89 Porque contendeis oomigo ? todos chuva tardia n&o houve: porem tu

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TOS JOEMTAS, IV.

tens testa desoheira, e náo queres ter cardes e fruetificardetfna letra hacjoeV-
vergonha. les dias, diz Jxhovah, nunca mais di­
4 A o menos iiesd7agora náo chama­ rão,a Arca do concerto de Jxhovah,
rás por mim. dizendo, pai m eu: tu es nem lhes subirá ao coração: nem del­
guia de minna mocáaaae. ia se lembrarão, nem a visitarão; nem
5 Porventura reterá a ira para sem­ isto se fará mais.
pre? ou o guardará continuamente? 17 Naauelle tempo chamaiâo a Jeru­
eis que falias e fazes as ditas malda- salem, tkrono de Je h o v a h , e todas as
des, e prevaleces. gentes se ajuntarão a ella, à causa do
6 Disse-me mais Jehovah nos dias nome de J e h o v a h em Jerusalem: e
do Rei Josia&viste o que fez a rebel­ nunoa mais andarão segundo o propo­
de Israel ? ella foi-se a todo monte al- sito de seu ooração malino.
to? e debaixo de toda arvore verde, e 18 Naquelles dias irá a casa de Judá
ali andou fomioando. a a casa de Israel: e virâo junjamen-
7 £ eu disse, depois que fez tudo is­ te da terra do Norte, a a terra, quedei
to, converte-te a m im ; porem n&o se em herança a vossos pais.
eonverteo: vio isto a aleivosa, sua ir- 19 Bem dizia eu, como te porei en*
m& Judá. tre os filhos? e te darei a terra dese­
8 E vi, quando por causa de tudo is­ jável. a herança adornada dos exerci*
to, em que cometéra adultério a rebel­ tos dias gentes? porem eu disse, por
de Israel, a deixei, e lhe dei soa oar- mim chamarás, pai meu, e de apos
ta de desquite, que a aleivosa Judá mim te nâo desviarás.
sua irmâ náo temeo, porem foi-se, e 20 De veras como a mulher se aptr»
tambem ella mesma fomicou. te aleivosamente de seu companheiro:
9 E succedeo pela fama de sua for­ assim aleivosamente vos ouvestes co­
nicação, que profanou a terra: poraue migo. ó casa de Israel, diz Jehovah .
adulterou com a pedra e com o lenno. 21 Huma voz se ouvio em lugares
10 E com tudo, nem por tudo isto se altos, pranto e supplicações dos filhos
eonverteo a mim a aleivosa, sua irmâ de Israel: porquanto pénrertérâo na
Jada de todo seu coração; mas falsa­ caminho, e se esquecerão de Jehovah
mente, diz Jkhovah. seu Deos.
11 Pelo que me disse Jehovah. já a 22 Tomai-vos, 6 filhos rebeldes, ea
rebelde Israel justificou sua alma; curarei vossas rebelliôes: eis nosaqni,
mais do que a aleivosa Judá. vimos a ti, porque tu es Jehova h nos*
12 Vai pois, e apregoa estas palavras so Deos.
para a banda do Norte, e dize, conver- 23 De veras em vâo se confia n oto*
te-te, ó rebelde Israel, diz J e h o v a h ; teiros, t na multidão das montanhas:
e nâo farei cahir minha ira sobre vós­ de veras em Je h o v a h nosso Deoses*
outros : porque benigno sou, diz Je­ tá a salvação de Israel.
h o v a h , e nâo reterei a tra para sempre. 24 Porque a confusão devorou o tra­
18 Tam sòmente conhece tua iniqui­ balho de nossos pais desde nossa mo*
dade, que contra Jbhovah teu Deos cidade: soas ovelhas, e suas vaca%
prevaricaste: e que espalhaste teus ca­ seus filhos, e suas filhas.
minhos aos estranhos, debaixo de to­ 25 Jazemos em nossa confusão, e es­
da arvore verde; e nâo destes ouvi­ tamos cubertos de nossa vergonha;
dos a minha voz, diz Jehovah. porque peccámos contra Jehovah nos>
14 Convertei-vos, 6 filhos rebeldes^ so Deos, nós e nossos pais, desde nos­
diz J ehovah ; pois eu vos desposei sa mocidade, até o dia de hoje: enis
com igo: e vos tomarei, a hum de hu­ demos ouvidos a a vez de Jehovah
ma cidade, e a dous de huma gera­ nosso Deos.
ção ; e vos levarei a Sião.
15 E vos darei pastores conforme a
C APITULO IV.
meu coração; que vos apascentem
com sciencia e intelligencia. E te converteres, 6 Israel, diz Jsho*
16 E será que, quando .vos multipli­ S v a h , a mim te oonveite: e se tfct-

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JERfiMtAS, I? . Wí
n » tuas abominações de d&nte de mi* vento; séuscavaüosserâomàfe Kgei-
«h a face, náoandarás mais vagueando. ros do que as aguias; ai de nós, que
2 Porem jurarás, vive Je h o v a h , em somos assolados!
verdade, em jui2o, e em justiça: e nel­ 14 Lava teu coraçáo da malicia, 6
le se bendir&o as gentes, e nelle Be Jerusalem! para que te venhas a sal­
gloriarão. var: até quando deixarás trasnoitar
3 Porque assim diz Jchovah aos va­ em meio de d os pensamentos de tua
ròes de Judá e a Jerusalem, lavrai-vos vaidade ?
campo de lavoura, e náo semeeis en­ 15 Porque huma voz denuncia desde
tre espinhos. Dan, e faz ouvir calamidade do mon­
4 Circuncidai-vos a J e h o v a h , e tirai- te de Ephraim.
os prepúcios de vosso coraçáo, o varões 16 Disto fazei mençáo às gentes, eis
de Judá, e moradores de Jerusalem: aqúi, fazei o ouvir Contra Jerusalem;
para que minha indignaçáo n&o venha guardas Vem de terra remota, e levan-
a sahir como fogo, e se enoenda, e náo t&o sua voz contra as cidades de Judá.
haja quem a apague, pela maldade de 17 Como as guardas dos campoe, es­
vossos tratos. t&o contra ella do redor: porquanto
5 Denunciai em Judá, e o fazei ouvir se rebellou eontra mim, diz Je h o v a h .
em Jerusalem, e o dizei, e tocai a trom­ 18 Teu caminho e teus tratos te fizé-
beta na terra: clamai à voz chea, e di­ r&o estas cousas: esta he tua malicÚL
zei, ajuntai-vos, e entremos nas cida­ que tão amargoso he, que te chega ate
des fortes. o coraç&o.
6 Arvorai a bandeira para Si&o, reti- 19 An entranhas minhas, entranhas
rai-vos em tropas, náo detenhais: por­ minhas! estou com dores de parto,
que eu trago hum mal do Norte, e ah paredes de meu coraçáo ! ruge
grande quebrantamento. em mhn meu coraç&o, ia n&o me pos­
7 Ja o leáo subio de sua ramada, e jà so callar: porque tu o alma minha
ô destroidor das gentes se partio, e se ouves o som da trombeta, e o clamor
sahio de Ben lugar; para pôr tua terra da guerra.
em assolaçáo; tuas cidades serão des­ 20 Quebranto sobre quebranto se
truídas, e ninguém morará nellas. apregoa; porque jà toda a terra està
8 Pelo que cingi-vos de sacos, la­ destro ida: presurosamente se destruí-
mentai, e huivai: porque o ardor de r&o minhas tendas, e minhas cortinas
i fa de Je h o v a h náo se desviou de nós. em hum momento.
9 E serà naquelle tempo, diz Je h o ­ 21 Até quando verei a bandeira? e
v a h , que se desfará o ooraçfto do Kei, ouvirei a voz da trombeta ?
e o coraçáo dos Principes: e os Sacer­ 22 De veras meu novo está louco, jà
dotes pasmaráo, e os Prophetas se ma­ a mim me náo cormecem; sáo filhos
ravilharão. néscios, e nâo entendidos: sabios sáo
10 Entào disse eu, ah Senhor Je- para mal fazer, mas para bem fazer
H o v a H ! verdadeiramente enganaste nada sabem.
grandemente a este povo e a Jerusa­ 23 Vi a terra, e eis qne estava asso­
lem, dizendo, paz tereis; e a espada lada e vazia; e os ceos, e náo tinhão
chega até a alma. sua luz.
11 Naquelle tempo se dira a este po­ 24 Vi os montes, e eis que estav&o
vo e a Jerusalem; vento seco das al­ tremendo: e todos os outeiros eétre»
turas no deserto veto ao caminho da meci&o.
filha de meu povo; náo para padejar, 25 Vi, e eis que homem nenhum ha­
nem para alimpar. v ia : e jà todas as aves do ceo eráo fu­
12 mas hum vento me virá a mhn, gidas.
qtte lhes serà mais vehemente: agora 26 Vi, e eis que a terra fertil era hum
tambem eu pronunciarei juizos contra deserto: e todas suas cidades est&Vâo
elles. derribadas, de parte de Je H o v a h , de
13 Eis que virá subindo como nu­ porte do ardor ae sua ira.
vens, e seus carros oomo o tttfào de 27 Porque assim diz Je h o v a h ; to­

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710 JEREMIAS, V.

da esta terra será assolada: (de todo cidades» qu&lqüer qne sahir delias, se­
porem a n&o consumirei.) rà despedaçado: porque suas trans­
28 Pelo que a terra lamentará, e os gressões se multiplicàrào, multiplicá-
ceos a riba se ennegrecer&o: porquan­ r&o-se seus apartamentos.
to assim o disse, assim o propuz; e n&o 7 Como vendo isto, te perdoaria?
me pesará, nem me desviarei disso. teus filhos me deix&o a mim, e iurio
29 Do clamor dos cavalleiros e fre­ pelos que n&o s&o Deos: quando os
cheiros jà fugir&o todas as cidades; fartei, entâo adulteràr&o, e em casa
entrár&o pelas nuvens, e trepàr&o pe­ de rameira se ajuntàr&o em tropas.
los penhascos: todas as cidades ficá- 8 Como cavallos bem fartos, levan-
r&o desamparadas, e já ninguém ha* t&o-se pela manh&: cada qual anda
bita nellas. rin chando apos a mulher de seu pro­
30 Agora pois, que farás, ó assolada? ximo.
ainda que te vistas de gr&, ainda que 9 Porventura n&o faria visitaç&o so­
te ornes de ornamentos de ouro, ainda bre estas cousas, diz Jehovah %ou nâo
que faças arrebentar teus olhos de al- se vingaria minha alma de tal gente
vaiade; de balde te enfeitarias: já os como esta ?
amantes te desprez&o, e a vida te pro- 10 Subi a seus muros, e os destrui;
curar&o tirar. (porem n&o façais consumraaç&o:) ti­
31 Porquanto ouço huma voz, oomo rai suas amêas, porque n&o s&o de Js­
de huma que està de parto, huma an­ hovah.
gustia como da que està cora dores de 11 Porque aleivosissimamente as
parto do primeiro filho; voz da filha, de houvér&o contra mim a casa de Isra­
Si&o, oífaga, estende suas m&os, dizen­ el, e a casa de Judá, diz Jehovah.
do : oh ai de mim agora, porque jà mi­ 12 Neg&o a Jehovah. e dizem, elle
nha alma desmaia por causa dos mata­ n&o h e : e n&o nos sobrevirá mal, e
dores. n&o veremos espada nem fome.
13 E até os Prophetas parar&o em
CAPITULO V. vento, porque a palavra n&o está com
ISCORREI pelas ruas de Jerusa­ elles: assim lhes succederà a elles
D lem, e olhai agora, e informai-
vos, e buscai em suas praças; a ver se
mesmos.
14 Pelo que assim diz Jehovah De­
achais alguem, ou se ha algum, que os dos exercitos, porquanto fallastes
faça juizo, ou busque verdade: e eu tal palavra: eis que converterei mi­
lhe perdoarei. nhas palavras em tua boca em fogo, e
2 Ê ainda que dig&Og vive Je h o v a h : a este povo em lenha, e os consumi­
cora tudo falsamente jur&o. rá.
3 Ah Jehovah, porventura teus olhos 15 Eis que trarei sobre vós gente de
n&o attentdo para a verdade ? feriste- longe, ó casa de Israel, diz Jehovah :
os, e n&o lhes doeu: consumiste-os, e he gente robusta, he gente antiquíssi­
n&o quizér&o receber castigo: endure- ma, e gente cuja lingoa ignorarás, e
cér&o suas faces mais que rocha; n&o n&o entenderás o que fallar.
se quizér&o converter. 16 Sua aljava he oomo sepultura
4 Eu porem disse, deveras pobres aberta: todos elles s&o potentes.
s&o estes: and&o aloucados; pois n&o 17 E comerá tua sega e teu p&o, çm
sabem o caminho de Jehovah, o jui­ havi&o de comer teus filhos e tuas
zo de seu Deos. filhas; comerá tuas ovelhase tuas va-
5 Irei aos grandes, e fallarei com el­ cas; comerá tua vide e tua figueira:
les ; porque elles sabem o caminho de a tuas cidades fortes, em que confia­
Jehovah, o juizo de seu Deos: porem vas, empobrecerá à espada.
estes juntamente ouebrantár&o o jugo, 18 Com tudo ainda naquelles dis^
e rompér&o as ataduras, diz Jehovah, n&o farei consummsr
6 Pelo que hum le&o do bosque os ç&o de vós.
ferio, hum lobo dos desertos os asso­ 19 E serà qne quando disserdes; por*
lará; hum leopaido vigia contra suas qae nos fez Jehovah nosso Deos to*

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JEREMIAS, VI. 7)1

dâs estas cousas ? ent&o lhes dirás, co­


CAPITULO VI.
mo vósoutros me deixastes, e servis­
tes a deoses estranhos em vossa terra ; JGI em tropas, filhos de Benjamin,
assim servireis a estrangeiros, em ter­ _ do meio de Jerusalem; e tocai a
ia que n&o he vossa. bozina em Thekoa, e levantai o facho
20 Denunciai isto em a casa de Ja­ sobre Beth-Cherem: porque hum mal
cob, e 0 fazei ouvir em Judá, dizen­ està olhando dô Norte, e grande que­
do: brantamento.
21 Ouvi agora isto, ó povo louco, e 2 Bem comparei eu a a filha de Si&o
desacorçoado; que tem olhos e n&o com huma mulher formosa e delicio­
vém, que tem ouvidos, e nào ouvem. sa.
22 Porventura me n&o temereis a 3 Mas a ella vir&o pastores com seus
mim, diz Jehovah ? não assombrareis rebanhos: levantarão contra ella ten­
perante minha face ? que puz a aréa das ao redor, e cada qual apascentará
por termo ao mar, por ordenança eter­ em seu lugar.
na, a qual n&o traspassará: ainda que 4 Santificai guerra contra ella, le-
se mov&o suas ondas, com tudo n&o vantai-vos, e subamos ao pino do
prevalecer&o; e ainda que bramem, meio d ia: ai de nós, que jà declinou
com tudo n&o a traspassarão. o dia, que jà se vão estendendo as
23 Porem este povo he de coraç&o sombras da tarde.
rebelde e pertinaz: ja se rebellar&o e 5 Levantai-vos, e subamos de noite,
se for&o. e destruamos seus palacios.
24 E n&o dizem em seu coraç&o, te­ 6 Porque assim diz Jehovah dos ex­
mamos agora a Jehovah nosso Deos, ercitos, cortai arvores, e leventai tran­
aue dà chuva, a chuva tempor&a e tar- queiras contra Jerusalem : esta he a
aia, a seu tempo ; e as semanas, e cidade, que ha de ser visitada, mera
os tempos determinados da sega nos opprerá&o ha em meio delia.
guarda. 7 Como a fonte produz suas aguas,
25 Vossas iniquidades desvião estas assim ella produz sua malicia: vio­
cousas; e vossos peccados detem 0 lência e estrago se ouve nella; enfer­
bem de vósoutros. midade e feridas ha perante minha
26 Porque impios se ach&o entre face de contino.
meu povo: cada qual anda espiando 8 Reprende-te a ti ó Jerusalem, pa­
como se poem os passarinheiros; ar­ ra que minha alma n&o se aparte de
mão lacos perniciosos, com que pren­ t i : para que não te ponha por assola-
dem os nomens. mento, e terra nào nabitada.
97 Como a gaiola està chea de pas- 9 Assim diz Jehovah dos exercitos;
saiAs, assim suas casas estão cheas de diligentemente rabiscarão os residuos
engu ' 0 : porisso se engrandecér&o e de Israel como a vinha: torna tua
enriq.vHierâo. m&o, como vendimador, aos cestos.
28 Eivordão-se, alisão-se. e sobre 10 A quem fallarei, e testemunha­
puj&o aU» os feitos dos malinos; n&o rei, que ouç&o ? eis que seus ouvidos
julg&o cau \ nenhuma: nem até a cau­ est&o incircuncisos, e jà n&o podem
sa do orf&o, todavia prosper&o: nem escutar: eis que a palavra de Jeho­
julgáo o direito dos necessitados. vah lhes he cousa vergonhosa, e jà
29 Porventura sobre estas cousas n&o n&o gost&o delia.
faria visitaç&o, diz Jehovah ? n&o se 11 Pelo que jà estou cheio do furor
vingaria minha alma de tal gente co­ de Jehovah, e cansado de 0 reter: o
mo esta? derramarei sobre os meninos pelas
30 Cousa espantosa e liorrenda-se an­ ruas, e sobre o ajuntamento dos man­
da fazendo na terra. cebos juntamente: porque até o ma­
31 Os Prophetas prophetiz&o falsa­ rido com a mulher ser&o presos, e o
mente, e os Sacerdotes senhoré&o por velho com o cheio de dias.
suas m&o& e meu povo o quer ; 12 E suas casas se traspassar&o a
mas que fareis ao fim disto ? outros, herdades, e mulheres junta­

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712 JEREMIAS, Vn,
mente: porqne estenderei minha m&o mâos desfalecerão: jà angustia nos,
contra os moradores desta terra, diz tomou, e dores como da mulher que
JEHOVAH- está de parto.
13 Poraue desdo menor delles até 25 N&o saiais ao campo, nem andeis
o maior aelles, cada qual se dà a ava­ pelo caminho: porque espada de ini­
reza : e desdo Propheta áté o Sacer- migo e espanto na ao redor.
dote> cada qual usa de falsidade. 26 O filna de meu povo, cinge-te de
Í4 £ curáo o quebrantamento da saco, e revolve-te na cinza, prantea
filha de meu povo levianamente, di­ como por unico filho) pranto de amar­
zendo, paz, paz: e nào ha paz. guras : porque presto virá o destruidor
Í5 Porventura envergonhâo-se de fa­ sobre nosoutros.
zerem abominação %antes em manei­ 27 Por torre de guarda-te puz entre
ra nenhuma se envergonhâo, nem tam meu povo, por fortaleza: para aue
pouco sabem ser confusos; pelo que soubesses e examinasses seu caminno.
cáhir&o entre os que cahem; no tem­ 28 Todos elles sáo os mais rebeldes,
po de sua visitação tropeçarão diz Je­ que andáo murmurando, sâo duros
hovah. como bronze e ferro: todos elles sào
16 Assim diz Je h o v a h , ponde-vos corruptores.
nos cacaminhos, e olhai, e perguntai 29 Já o folie se queimon, o chumbo
pelas veredas antigas, qual seja o bom se consumio com o fogo: em vào fun-
caminho, e andai por e lle ; e acharéis dio o fundidor tam diligentemente,
descanso para vossa alma: e dizem, pois os m&os n&o sào arrancados.
n&o andaremos por elle. 30 Prata regeitada os chamâo: por­
17 Tambem puz atalaias sobre vo- que já Jehovah os regeitou.
soutrosj dizendo; estai attentos â voz
da buzma: e dizem, n&o escutaremos.
c a pit u l o vn.
18 Pelo que ouvi vós gentes: e in­
forma-te tu, ó congregaç&o! ao que A L A V R A que foi dita a Jeremias
se faz entre elles. P de Jehovah, dizendo:
19 Ouve tu, ó terra! eis que eu tra­ 2 Poem-te a a porta da casa de Je­
rei mal sobre este povo, a saber, o hovah, e clama ali esta palavra: ©
fruto de seus pensamentos: oorque dize, ouvi a palavra de Jehovah, 6
n&o est&o attentos a minhas palavras, todo Judá, os que entrais por estas
e minha lei regeit&o. portas, para adorardes a Jehovah.
20 Para que pois me virà o encenso 3 Assim diz Jehovah dos exercitos,
de Scheba, e a melhor cana aromati- Deos de Israel, melhorai vossos cami­
ca de terras remotas ? vossos holocaus- nhos e vossos tratos: e vos farei habi­
tQs nâo mc agradâo, nem vossos sacri­ tar neste lugar.
fícios me sâo suaves. 4 Nâo vos fieis em palavras falsas,
21 Portanto assim diz Je h o v a h ; eis dizendo : templo de Jehovah, templo
que armarei a este povo tropeços: e de Jehovah, templo de Jehovah no
tropeçar&o nelles pais e filhos junta­ este.
mente, o vezinho e seu companheiro; 5 Mas se de veras melhorardes vos­
e perecer&o. sos caminhos e vossos tratos; se de
22 Assim diz Je h o v a h ; eis que hum veras fizerdes juizo entre o var&o o
povo vem da terra do Norte : e huma entre seu proximo:
grande naçâo se levantará das bandas 6 Nem opprimirdes ao esfrangeiro,
da terra. orfáo; e viuva, nem derramardes san­
23 Arco e lança trarão, crueis sâo, gue mnocente neste luçar; nem an
e n&o usarão de misericordia; sua voz dardes apos deoses alheios para vowo
rugirá como o mar, e sobre cavallos m al:
cavalgarão: dispostos como varões 7 E vos farei habitar neste lugar, na
ara a guerra contra ti, ò filha de terra que dei a vossos pais^ de seculo
g iâo. em seculo.
24 Jà ouvimos sua fama, nossas 8 Eis que vósoutros vos fiais do pa­

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JEREMIAS, VIL 718

lavras falsas, que náo aproveit&o de 21 Assim diz Jehovah dos exercitos,
nada. Deos de Israel: acrescentai vossos
9 Porventura furtareis, matareis e holocaustos a vossos sacrifícios, e co­
adulterareis, e jurareis falsamente, e mei came.
rfumareis a Baal, e andareis apos 22 Porque nunca fallei a vossos pais,
oses alheios, a quem n&o conheceis? no dia em que os tirei da terra de
10 E entào vireis, e vos poreis pe­ Egypto, nem lhes mandei cousa algu­
rante minha face nesta casa, que se ma ae holocausto e de sacrificio.
cbama de meu nome, e direis: liber­ 23 Porem esta cousa lhes mandei,
tos somos, para fazermos todas estas dizendo; dai ouvidos a minha voz, e
abominaçôro. eu serei vosso Deos, e vos sereis meu
11 He pois esta casa, que se chama povo: e andai em todo caminho, que
de meu nome, huma caverna de sal­ vos manda^ para que vós vá bem.
teadores em vossos olhos? eis que 24 Porem n&o ouvir&o, nem incliná-
tambem eu o vi, diz Jehovah. râo seus ouvidos, mas andár&o nos
12 Porque ide agora a meu lugar, que conselhos, no proposito de seu cora­
estava em Silo, aonde fiz habitar meu ç&o malvado: e tomár&o-se a tras, e
neme ao principio: e vede o qne lhe n&o a diante.
fiz, pela maldade de meu pòvo Israel. 25 Desdo dia que vossos pais sahir&o
13 Agora pois, porquanto fazeis vó­ da terra de Egypto, até o aia de hoje,
soutros todas estas obras, diz Jeho­ mandei-vos a todos meus servos os
v a h ; e fallei a vós, madrugando e Prophetas, cada dia madrugando, e
fallando, e n&o ouvistes, e chamei-vos, enviando.
e náo respondestes: 26 Porem n&o me dér&o ouvidos,
14 Farei tambem a esta casa, que se nem inclinár&o seus ouvidos: mas en-
chama de meu nome, em que vós durecér&o seu toutiço, e fizer&o peior
confiais, e a este lugar, que dei a vós que seus pais,
e a vossos pais, como fiz a Silo. 27 Pelo que lhes dirás todas estas
15 E vos lançarei de diante de mi­ palavras, mas n&o te dar&o ouvidos:
nha fa c e : como lançei a todos vossos e chamar-lhes-has, mas n&o te respon­
irm&os, a toda a geração de Eph- derão.
raim. 28 Pelo que dize-lhes, esta he a gen­
16 Pelo que tu n&o ores por este po­ te, que n&o dá ouvidos a a voz de Je­
vo, nem levantes por elles clamor nem ho vah seu Deos, e n&o aceita castigo:
ocaç&o, mem me importunes: porque já pereceo a verdade, e se arrancou
eu n&o te ouvirei. de sua boca.
17 Porventura tu n&o vês, o aue an- 29 Tosquia o cabello de tua cabeça,
d&o fazendo nas cidades ae Judá, e e o deita fora, e levanta pranto sobre
nas ruas de Jerusalem? as alturasj porque já J ehovah regei­
18 Os filhos apanh&o a lenha, e os tou e desamparou a geraç&o de seu
pais acendem o fogo, e as mulheres furor.
amass&o a massa: para fazerem bolos 30 Porque os filhos de Judá fizér&o
lavrados á Rainha dos ceos, e ofere­ o que parece mal em meus olhos, diz
cerem aspersões a deoses alheios, pa­ Jehovah : puzér&o seus abominações
ra me imtarem a mim. na casa, que se chama de meu nome,
19 Porventtíra me irrit&o a mim ? para contaminala.
diz J e h o v a h : e n&o antes a si mes­ 31 E edificár&o os altos de Topheth,
mos, para confus&o de seus rostos ? que está no valle do filho de Hinnom,
20 Pelo que assim diz o Senhor Je­ para aueimarem a fogo seus filhos e
h o vah , eis que minha ira e meu furor suas filhas: o que nunca mandei, nem
■e derramará sobre este lugar, sobre subio em meu coraç&o.
os homens, e sobre as bestas, e sobre 32 Pelo que, eis que dias vem, diz
as arvores do campo, e sobre os frutos Jehovah, que nunca se chamará mais
da terra: e encender-se-ha, e n&o se Tophoth, nem valle do filho de Hin-
apagará. nom, mae o valle da matança: o en*

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714 JEREMIAS, VIU.

terrar&o em Topheth, por n&o haver 9 Os sabios for&o envergonhados, fo-


lugar. r&o espantados e presos: eis que re-
33 E ser&o os corpos mortos deste geitár&o a palavra de Jehovah, q a e
povo para comida a as aves dos ceos, sabedoria pois teri&o ?
e aos animaes da terra: e ninguém 10 Pelo que darei suas mulheres a
os espantará. outros, e suas herdades a quem as pos-
34 E farei cessar das cidades de Ju­ su&o; porque desdo menor até o m ai­
dá, e das ruas de Jerusalem, voz de or cada qual delles se dà à a va reza :
folguedo, e voz de alegria, voz de es­ desdo Propheta até o Sacerdote cada
poso, e voz de esposa: porque a terra qual delles usa de falsidade.
se tomará em assolação. l l E cur&o a quebradura da filha d e
meu povo levianamente, dizendo, p a z ,
paz: e n&o ha paz.
c a p it u l o vni. 12 Porventura envergonh&o-se d e fa ­
a q u e l l e tempo, diz jbhovah, zerem abominação ? antes em m anei­
N tirarão os ossos dos Reis de Judá, ra nenhuma se envergonh&o, nem sa­
e os ossos de seus Principes, e os os­ bem ser confusos: pelo que cahir&o
sos dos Sacerdotes, e os ossos dos Pro­ entre os que cahem, e tropeçar&o no
phetas. e os ossos dos moradores de tempo de sua visitaç&o, diz Jehovah.
Jerusalem, fora de suas sepulturas. 13 Certamente os apanharei, diz Ja-
2 E estende-los-hâo ao Sol, e a a hovah : já n&o ha uvas na viae, n em
Lua, e a todo o exercito do ceo. a quem figos na figueira, e até a folha cah io;
tinhão amado, e a quem tinh&o ser­ e ò que lhes dei, passará delles.
vido, e apos quem tinh&o ido, e a 14 Porque aqui nos assentamos ?
quem tinhão buscado, e a quem se ajuntai-vos, e nop entremos nas cida­
tmh&o prostrado: n&o ser&o recolhi­ des fortes, e ali nos callemos: pois jà
dos nem sepultados; ser&o por esterco Jehovah nosso Deos nos fez callar, e
sobre a face da terra. nos deu a beber agua de fe l; porquan­
3 E escolher-se-ha antes a morte do to peccamos contra Jehovah.
que a vida de todos os residuos dos 15 Espera se paz, mas n&o vem cou­
que restarem desta malina raça, em sa boa: tempo de cura, e eis terror.
todos os lugares dos residuos, aonde 16 Jà desde Dan se ouve o ronco de
os lançei. diz Jehovah dos exercitos. seus cavallos; toda a terra està tremen­
4 Dize-lhes mais, assim diz Jeho­ do do soido dos rinchos de seus fortes:
v a h ; porventura cahir&o, e n&o se e vem e devor&o a terra, e a abundan­
tornar&o a levantar? desviar-se-h&o, cia delia, a cidade e seus moradores.
e n&o tomar&o ? 17 Porque eis que envio entre vós­
5 Porque pois se desvia este povo de outros serpentes e basiliscos, contra
Jerusalem com continuo desvio: retem os quaes n&o ha encantamento: e vos
o engano, n&o querem tomar-se. morderão, diz Jehovah.
6 Bem escutei e ouvi, nâo fàll&o cou­ 18 Meu refrigerio está.em tristeza:
sa recta, ninguém ha, que se arrepen­ meu coraç&o desfalece em mim.
da de sua maldade, dizendo, que fiz 19 Eis que a voz do clamor da filha
eu ? cada aual se toma a sua carreira, de meu povo jà se ouve de tetTa de
como cavallo que arremete com Ím­ mui longe; porventura Jeh o vah n&o
peto na batalha. està em Si&o? ou n&o està seu Rei em
7 Até a cegonha no ceo conhece se­ ella? porque me provocàr&o a ira com
us tempos certos; e a rola, e o grou, suas imagens de vulto, com vaidades
e a andorinha, attent&o para o tempo dos alheios.
de sua vinda: roas meu povo n&o con­ 20 Jà passou-se a sega, jà acabou-
hece o juizo de Jshovah . se o ver&o: e nosoutros n&o estamos
8 Como pois dizeis: nosoutros somos salvos.
•abios. e a Lei de Jshovah està com­ 21 Jà estou quebrantado1pela que­
nosco ? eis qUe de veras em v&o tra­ bradura da filha de meu povo: jà an­
balha a falsa penna doe Escribas. do de preto, espanto pegou de mim.

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JEREMTAS, IX. 716
22 Porventura nâo ha unguento em tões de pedras. para morada de dra­
Gilead? ou n&o ha là medico? porque gões : e as cidades de Judá porei em
pois nâo cresceo a cura da filha de assolação, sem haver morador.
meu povo. 12 Quem he varâo sabio, que enten­
da isto ? e à quem fallou a boca de
J e h o v a h , qué o possa denunciar? por
CAPITULO IX. que razâo perece o a terra, qüeimou-se
XALA minha cabeça se tomasse como deserto, sem que alguem passa
O em açuas, e meus olhos em hum por ella ?
manancial de lagrimas! entâo chora­ 13 E disse J eh o v a h : porquanto dei-
ria dia e noite os mortos da filha de xàrâo minha Lei, que dei perante sua
meu pòvo. face, nem dérâo ouvidos a minha voz,
2 Oxalà tivesse no deserto huma es­ nem andárâo conforme a ella:
talagem de caminhantes! entâo dei­ 14 Antes andárâo apos o proposito
xaria a meu povo, e me apartaria del­ de seu coração, e apos os Baaüns, o
les; porque todos elles sâo adúlteros, que lhes ensinàrão seus pais.
e hum bando de aleivosos. 15 Pelo aue aseiiti diz Jehovah dos
3 E estendem sua lingoa como a seu exercitos, Deos de Israel, eis que da­
arco, para mentira; fortalecem se na rei de comer alosna a este povo, e o
terra, porem nâo para verdade : por­ abeberarei com agua de fel.
que se avançâo de malicia em mali- 16 E os espargirei entre gentes, que
cia, e a mim me nâo conhecem, diz nâo conhecerão, nem elles nem seus
J ehovah . pais: e mandarei espada apos elles,
4 Guardai-vos cada qual de seu ami­ até que venha a consumilos.
go, e de irmâo nenhum vos fiéis: por­ 17 Assim diz J eh o v a h dos exercitos,
que cada irmâo nâo faz mais que enga­ considerai, e chamai pranteadeiras,
nar, e cada amigo anda murmurando. que venhâo: e enviai por sábias, que
5 E enganosamente se hâo cada qual venhâo.
com seu amigo, e nâo fallâo a verda­ 18 Ese apresurem, e levantem pran­
de : ensinâo sua lingoa a fallar men­ to sobre nôs: e dedfaçâo-se nossos olhos
tirá, andâo-se cansando em tratar per­ em lagrimas, e nossas pestanas delles
versamente. se distillem etn aguas.
6 Tua habitação está no meio dé en­ 19 Porque huma voz de pranto se
gano : com engano refusâo conhecer- ouvio de Sião: como somos destrui
m e, diz J ehovah. dos! ficamos mui eávergonhados, por­
7 Portanto assim diz J ehovah dos que deixamos a terra, porquanto tras-
exercitos, eis que eu os fundirei, e os tornàrâo nossas nioraaas.
provarei: porque como d*outra manei­ 20 Ouvi pois, yôs mulheres, a pala­
ra faria com a filha de meu povo. vra de J e h o v a h , e vossos ouvidos re-
8 Frecha mortífera he sua lingoa, cebâo a palavra de sua boca: e en­
fallã engano : com sua boca falia de sinai pranto a vossas filhas, e cada hu­
paz com seu proximo; mas em seu in­ ma lamentação a sua companheira.
terior arma Ine ciladas. 21 Porque já a morte subio a nossas
9 Porventura por estas cousas nâo os janellas, jà entrou-em nossos palacios:
visitaria, diz J ehovah ? ou nâo se vin­ para desarraigar os meninòs das ruas,
garia minha alma de tal gente como aos mancebos das praças.
esta ? 22 Falia: assim aiz j e h o v a h , até os
10 Sobre os montes levantarei cho­ corpos mortos dos homens jazerão co­
ro e pranto, e sobre as cabanas do de­ mo esterco sobre a face do campo, e
serto lamentação ; porque já estâo como manolho de tras do segador, que
queimadas, e ninguém na que passe ninguém colhe.
por oJi, nem ouçâo berro de gado : já 23 Assim diz J e h o v a h , o sabio nâo
desdas aves dos ceos, até as bestas an- se glorie em sua sabedoria, nem o va­
dàrâo vagneando, e se acolhérâo. lente se glorie em sua valentia: o ri­
11 E tornarei a Jerusalem em mon­ co n&o se glorie em suas riquezas.

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71* JE£EMIAS,X.
24 M^aoque se gloriar, se glorie nis­ Rei eterno: de seu furor treme a ter­
to, em que me entende e me conhece, ra, e as gentes nâo podem sofrer soa
que e eu sou J e h o v a h , que faço benefi­ indignação.
cencia, juizo e justiça na terra: porque 11 (Assim lhes direis: os deoses,quo
destas cousas me agrado, diz J e h o v a h . n&o nzér&o os ceos e a terra, perece»
25 Eisque vem dias, diz J e h o v a h , e r&o da terra, e de debaixo deste oeo.)
visitarei a todo circuncidado, com o 12 Elle he aquelle, que fez a terra
que tem prepúcio. com sua potência, que preparou o
26 A Egypto, e a Judá, e a Edom, e mundo com sua sabedoria, e estendeo
aos filhos de Ammon, e a Moab, e a os ceos com sua intelligencia.
todos os que morão nos últimos cantos 13 Em dando elle sua voz. logo ha
da terra, que habit&o no deserto: por- arroido de aguas ho ceo, e faz subir
qüe todas as gentes tem prepúcio; mas os vapores do cabo da terra: f&z os
toda a casa de Israel tem o prepúcio de relampagos juntamente com a chuva,
coraç&o. e faz safar ao vento de seus thesouros.
14 Todo homem se embruteceo, e
CAPITULO X. n&o tem sciencia ; envergonha-se toído
fundidor da imagem de vulto: porque
UVI a palavra, que J eh o v a h vos sua imagem fundida* mentira he, e
O falia a vós, ó casa de Israel.
2 Assim diz J e h o v a h , n&o aprendaes
n&o ha espirito nellas.
15 Vaidade s&o, obra de enganos: no
o caminho das gentes, nem vos espan­ tempo de sua visitaç&o virão a perecer.
teis dos sinãesdos ceos: porquanto as 16 A parte de Jacob náo he como
gentes se espantâo delles. elles; porque elle he o formador de
3 Porque os estatutos dos povos sáo tudo, e Israel a vara de sua herança:
vaidade: pois he madeiro o que se J e h o v a h dos exercitos he seu^Nome.
corta do bosque, obra das m&os do ar­ 17 Recolhe tuá mercadoria da terra,
tífice, com macnado. ô moradora na fortaleza.
4 Com prata e com ouro o enfeit&o: 18 Porque assim diz J eh o v a h , eip
com pregos e com martelos o affinjiâo, que desta vez lançarei como com funda
para que não se abale. aos moradores da terra: e os aperta­
5 S&o como a palma de obra maciça, rei, para que venh&o a achalo, dizendo:
orem n&o podem fallar: necessitâo 19 O ai de mim por causa de meu
S e ser levados aos hombros* porquanto quebrantamento! minha chaga nu
n&o podem andar: n&o tennais temor causa grande dor: e eu havia dito,
delles, pois n&o podem fazer mal, nem certamente enfermidade he esta, que
tam pouco fazer bem ha nelles. poderei sofrer.
6 Pois ninguém he Bemelhante a ti, 20 Jà minha tenda he destruida, •
ó J e h o v a h : tu es grande, e grande he todas minhas cordas quebradas: jâ
teu nome em força. meus íilhos sahirâo-se de mim, e ne­
7 Quem n&o te temeria a ti, ó Hei nhum delles ha ; ninguém ha mais,
das gentes) pois isto te compete a ti; que estenda minha tenda, nem que
porquanto entre todos os sabios das levante minhas cortinas.
gentes, e em todo seu Reino, n&o ha 21 Porque os pastores se embrute-
semelhante a ti. cérâo, e não buscáráo a J eh ov ah : pe­
8 Pois juntamente todos se embrute- lo que nâo se ouvérâo prudentemente,
oer&o, e se viér&o a enlouquecer-se: e todos seus pastos se espargirão.
ensino de vaidades he o madeiro. 22 Eis que vem huma voz de fama,
9 Trazem prata estendida de Thar­ e grande tremor da terra do Norte:
sis, e ouro de Uphaz, vara obra do ar- para tomar em assolação as cidades
tifioe, e das m&os do tundidor: fazem de Judá, em morada de dragões.
«eus vestidos de azul celeste e purpu­ 23 Bem sei eu, ó J eh ov ah , que o
ra ; obra de sabios todos s&o. caminho do homem náo está em seu
10 Porem J e h o v a h Deos he a ver­ poder: nem do homem que caminha,
dade, elle qnesflio he o Peç? vivq, e o endereçar seus passos.

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JEREMIAS, XI. n t
24 Castiça-me, 6 J ehovah, porem us primeiros pâis, que hâo quizérâo
oom medida, nào em tua ira, para ouvir minhafe palaVras; e elles andà-
que nào me aniquiles. râo apos deoáes alheios, aos sérvirem.
25 Derrama tua indignaçào sobre as a casa de Israel, e a casa de Judá que-
gentes que nào te conhecem, e sobre brantàrâo meu coiicerto, que tinhà
as gerações, que nâo invocâo teu no­ feitò com seus pais.
me : porque comérâo a Jacob, e o tra- 11 Portanto assim diz J e ü o v a h : eis
gàrâo, e o consumirão, e assolàrâo sua que trarei mal sobre elles* de que nâo
morada. poderão escapar: e clamarão a mim,
e eu nâo os òuvirèi.
12 Entâo irâo as cidades de Judá, e
CAPITULO XI. os moradores de Jerusalem, e clama­
PALAVRA que veio a Jeremias rão aos deoses, a quem elles perfu-
A de J ehovah, dizendo.
2 Ouvi as palavras deste concérto, é
mârâo: porem em nenhuma maneira
os livrarão no tempo de seu mal.
fallai aos varões de Judá, 6 aos morà- 13 Porque segundo o numero de tuas
dores de Jerusalem. cidades, forão teus deoses, ô Judá: e
3 Dize-lhes pois, assim diz J xhovah, segundo o numero das ruas de Jerusa­
Deos de Israel: maldito o varâo, que lem puzestes altares a a impudência,
nâo escutar as palavras deste con­ altares para perfumardés a BaàL
certo. 14 Tu pois nào ores por este povo,
4 Que mandei a vossos pais no dia nem levantes por elles clamor nem
em que os tirei da terra de Egypto, oração: poraue nâo os ouvirei no tem­
do forno de ferro, dizendo: dai ouvi­ po em que clamarem a mim, por cau­
dos a minha voz, e as fazei conforme sa de seu mal.
a tudo quanto vos mando : e me sereis 15 Que tem meu amado em minha
por povo, e eu a vósoutros serei por casa que fazer t pois muitos fazem neU
Veos. la grande abominação, e jà as carnes
5 Para que confirme o juramento, santas se desviàrâo de ti? quando tu
que jurei a vossos pais, de dar-lhes hu­ fazes mal, entâo andas saltando de
m a terra, aue mana leite e mel, como prazer.
he neste dia: entâo eu respondi, e 16 Chamou J e h o v a h teu nome oli­
disse, Amen, ô J ehovah . veira verde, formosa pór especiosos
6 E disse me J ehovah : apregoa to­ frutos, porem agora à voz ae hum
das estas palavras nas cidades de Ju­ de tumulto encendéò fogo ao re-
dá, e nas ruas de Jerusalem, dizendo:
ouvi as palavras deste concerto, e as
r dellá, è seus ramos se quebrà-
râo.
fazei. 17 Porque J e h o v a h dos exercitos
7 forque severamente protestei a que te prantou, pronunciou mal sobre
vossos pais no dia em que os tirei da t i : pela maldade da casa de Israel e
terra de Egypto, até o dia de hoje, da casa de Judá, que fizérâo entre si
madrugando e protestando, dizendo: mesmos, -para roe provocarem á ira,
dai ouvidos a minha voz. perfumando a Baal.
8 Porem nâo ouvirão, nem inclinà- 18 E J eh o v a h me o fez saber, e as­
râo seus ouvidas, antes andárâo cada sim o soube: entâo me fizeste ver suas
qual conforme o proposito de seu co- acções.
raçâo malvado .*pelo que trouxe sobre 19 E eu era como cordeiro, como boi
elles todas as palavras deste concerto, que levâo a degolar: porque náo sabia
que lhes mandei que fizessem, porem que pensavâo contra mim pensamen­
nâo fizérâo. tos, dizendo, destruamos a arvore com
9 Disse-me mais Jeh o v a h : huma seu fruto, e o desarraiguemos da teria
conjuração se achou entre os varòes dos Viventes, e nâo haja mais mèmo-
de Judá, e entre os moradores de Je­ ria de deu nome.
rusalem. 20 Mas, ó J e h o v a h dos exercitoí,
10 Tornàrâo-se a as maldades de se* justo Juiz, que provas os rins eoco-

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718 JEREMIAS, XII, XIII.
ração: veja eu tua vingança delles; mo le&o em brenha: alevantou sua voz
pois a ti descubri minha causa: contra mim, pelo que a aborreci.
21 Portanto assim diz J ehovah dos 9 Minha herança me he ave de va­
varões de Anathoth, que procurâo tua rias cores; andâo as aves contra ella
morte, dizendo: n&o prophetizes em do redor: vinde pois, ajuntai-vos, to­
nome de J ehovah, para que n&o mor­ dos os animaes do campo, vinde a de­
ras a nossas m&os. vorál a.
22 Portanto assim diz J ehovah dos 10 Muitos pastores destruir&o minha
exercitos, eis que farei visitaç&o so­ vinha, pisáráo meu campo: tomárâo
bre elles: os mancebos morrerão a es­ em deserdo de assolaç&o meu campo
pada, seus filhos e suas filhos morre­ desejado.
rão ae fome. 11 Em assolaç&o o tomárâo, e clama
23 E nenhum resto haverá delles: a mim assolado : toda a terra està as­
porque trarei mal sobre os varões de solada, porquanto ninguém ha que isso
Anathoth, no anno de sua visitaç&o. tome a peito.
12 Sobre todos os lugares altos do
CAPITULO XII.
deserto viérâo destruidores; porque a
espada de J e h o v a h devora desde hum
TUSTO serias, ó J ehovah, ainda que caDO da terra até o outro cabo da ter­
J eu contendesse contra t i : com tu­ r a : nôo ha paz para nenhuma came.
do fallarei de teu* juizos coáitigo: por­ 13 Semeàr&o trigo, e segár&o espi­
que prospéra o caminho dos impios ? nhos; cansàr&o-se, mas aproveitár&o-
e vivem em paz todos que cometem se em nada: envergonhai-vos poisem
aleivosia aleivosamente * razâo de vossas novidades, c por cau­
2 Prantaste-ós, arraigárâo-se tam­ sa do ardor da ira de J e h o v a h .
bem, avançào-se, d&o tambem fruto: 14 Assim diz J e h o v a h , ácerca de
chegado estás a sua boca, porem lon­ todos meus mâos vizinhos, que toc&o
ge de seus rins. a minha herança, a quál dei por he­
3 Mas tu, 6 J ehovah, mè conheces, rança a meu povo Israel: eis que ar-
tu vês-me, e provas meu coraç&o para ranca-los-hei de sua terra, e a a casa
comtigo: arranca-os como a ovelhas de Judá arrancarei de em meio del­
para o matadeiro, e consagra os para les.
o dia da matança. 15 E será? que depois de os arran­
4 Até quando lamentará a terra, e car, tornarei, e me compadecerei del­
a erva de todo o campo se seccarà ? les : e tòrna-los-hei cada qual a sua
pela maldade dos que habit&o nella, herança, e cada qual a sua terra.
perecem os animaes e as aves; por­ 16 E será que, se diligentemente ap­
quanto dizem, n&o verá. nosso ultimo renderem os caminhos de meu povo,
urando por meu nome, dizendo, vive
5 Se corres com os pe&os, fazem te Jíeh ov a h , como ensináráo a meu povo
cansar; como pois te entremeterás en­ a jurar por Baal, edificar-se-háo em
tre os cavallos ? setáo somen(e em ter­ meio de meu povo. ,
ra de paz te confias, como te haverás 17 Porem se nâo quizerem outít,
em a crecença do Jord&o ? totalmente arrancarei a tal gente, e a
6 Porque até teus irm&os, e a casa farei perecer, diz J e h o v a h .
de teu pai, elles taríribem se h&o des­
lealmente contra ti; até os mesmos
CAPITULO XIII.
clam&o apos ti em altas r oses; n&o
lhes créas, quando de bem te falla- SSIM me disse vai, e
rem.
7 Ja desamparei minha casa, despe­
A J eh o v a h ,
compra-te hum cinto de linho, e
poem o a teus lombos: porem nâo o
di minha herança: entreguei a ama­ metas na agua.
da de minha alma em m&os de seus 2 E comprei o cinto, conforme a pa­
inimigos. lavra de J e h o v a h : e mo puz aos
8 Tornou-se-me minha herança co­ lombos.

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JEREMIAS, XIII. 719
3 Ent&o veio a pajavra de J e h o v a h 16 Dai gloria a J e h o v a h vosso Deos,
a mim segunda vez, dizendo: antes que faça escurecer, e antes que
4 Toma o cinto que compraste, e tra­ vossos pés tropeçem nos montes lus-
zes a teus lombos: e levanta-te, vai- cofuscos: e espereis luz, e elle a tor­
te ao Euphràtes, e esconde o ali na ne em sombra de morte, e reduza em
fenda de nüma rocha. escuridão.
5 E fui, e o escoudí junto ao Eu- 17 E se isto nâo ouvirdes, minha al­
j»hrátes: como J e h o v a h me mandára. ma chorará em lugares occultos por
6 Succedeo pois a cabo de muitos causa da soberba: e meu olho amar-
dias, que disse me J e h o v a h : levan- gosamente lagrimejará, e se desfará
ta-te, vai-te ao Euphràtes, e toma d’ali em lagrimas: porquanto o rebanho de
o cinto, que te mandei esconder ali. J ehovah foi levado cativo.
7 E fui ao Euphràtes, e cavei, e to­ 18 Dize ao Rei e a a Rainha: humi­
mei o cinto do lugar donde o havia es­ lhai-vos, e assentai-vos baixo: poraue
condido : e eis que o cinto apodrecéra, ja cahio todo o ornato de vossas cabe­
e para nada prestáva. ças, a coroa de vossa gloria.
8 Entáo veio a palavra de J eh o v a h 19 As cidades do Sul estâo fechadas,
a mim, dizendo, e ninguém ha, que as abra: todo Judá
9 Assim diz J e h o v a h : assim farei foi traspassado, todo inteiramente foi
apodrecer a soberba de Judá, como traspassado.
tambem a muita soberba de Jerusalem. 20 Levantai vossos olhos, e vede os
10 Este mesmo povo malino, que re- que vem do Norte: que he do reba­
fusa ouvir minhas palavras, que cami­ nho, que se te deu, e as ovelhas de
nha segundo o proposito de seu cora­ tua gloria?
ç&o, e anda apos deoses alheios, 'para 21 Que dirás, quandou vier a fazer
eervilos, e encorvar-se a elles: o tal visitação sobre ti; pois tu jà os ensi­
serà como este cinto, que para nada naste a serem Principes e Cabeça so­
presta. bre ti ? porventura nâo te tomarão as
11 Porque como o cinto està pegado dores como a mulher que está de par­
aos lombos do homem, assim eu fiz to :
pegar a mim toda a casa de Israel, e 22 Quando pois disseres em teu co­
toda a casa de Judá, diz J e h o v a h , pa­ ração, porque me sobreviérâo estas
ra me serem por povo, e por nome, e cousas f pela multidão de tuas malda­
por louvor, e por gloria: porem n&o des se descnbrirâo tuas fraldas, e a te­
aérâo ouvidòs. us calcanhares se fez força.
12 Pelo que dize-lhes esta palavra, 23 Porventurà mudará o Ethiope sua
assim diz J e h o v a h , Deos de Israel, to­ pele 1 ouo Leopardo suas manchas I
do odre se encherá de vinho: e dir- assim vos podereis fazer bem, sendo
te-h&o, porventura n&o sabemos mui ensinados a fazer mal.
bem, que todo odre se encherá de vi­ 24 Pelo que os espargirei como a es­
nho ? topa que passa ao vento do deserto.
13 Porem tu dize-lhes: assim diz J e ­ 25 Esta será tua sorte, a porção de
h o v a h , eis que eu encherei de bebe­ tuas medidas de mim, aiz J ehovah :
dice a todos os moradores desta terra, pois te esqueceste de mim, e confias­
e aos Reis, que est&o assentados a Da­ te em mentiras.
vid sobre seu throno, e a os Sacerdo­ 26 Assim tambem eu descubrírei tu­
tes, e aos Prophetas, e a todos os mo­ as fraldas até sobre teu rosto: e tua
radores de Jerusalem. confusão se verá,
14 E os farei em pedaços ao hum 27 Como tambem teus adulterais e
contra o outro, c juntamente aos pais teus rinchos, e a enormidade de tua
com os filhos, diz J eh o v a h : nâo per­ fornicação sobre os outeiros no cam­
doarei, nem fesctoarei, nem m e apie­ po ; já vi tuas abominações: ai de ti
darei, para nâo ps haver de destruir. Jerusalem ; porventura nâo te purifi­
15 Escutai, e inclinai os ouvidos, nâo carás ? quanto ainda depois disto es-
voe eleveis: porqne J e h o v a h disse. perarás.

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íèo JÉREMtAS, XtV.
v a í i , eis que os Prophetas lhes dizetn,
CAPITULO XIV.
nâo olhareis espada, e não te T e is fome:

P ALAVRA de J e h o v a h , que veio a


Jeremias ácerca dos negocios da
grande seca.
antes vos darei paz firme neste lugar.
14 É disse me J ehovah, os Prophe­
tas prophetizâo falso em meu Nome;
2 Anda chorando Judá, e suas por­ nunca os enviei, nem lhes dei man­
tas estâo enfraquecidas, andâo de lu­ dado, nem lhes fallei: visão falsa, e
to até o cháo: e o clamor de Jerusa­ adevinhaçâo, e vaidade, e o enga­
lem vai subindo. no de seu coraçáo elles vos propheti­
3 E seus mais illustres mandão a se­ zâo.
us menores por agua: vem a ascàvas, 15 Pelò que assim diz J éhovaH ácer­
e nâo acbáo agua, e tornâo com seus ca dos Prophetas, que prophetizâo em
vasos vazios: envergonhâo-se e con­ meu Nome, não havendo eu os mati-
fundem-se, e cobrem suas cabeças. dado, e com tudo dizem, nem espada
4 Pelo que a terra se fendeo, por­ nem fome haverá nesta terra: à es­
quanto nâo ha chuva sobre a terra: os pada e á fome consumir-se-hâo os
lavradores se envergonhâo e cobrem taes Prophetas.
suas cabeças. 16 Ê o povo a quem elles propheti-
5 Porque até as cervas no campo pa­ zárâo, serâo lançados nas ruas ae Je­
rem, e deixâo seus filhos : porquanto rusalem, por causa da fome e da es­
nâo na erva. pada ; e ninçuem háverá que os enter­
6 E os asnos montezes se poem nos re, assim a elles, coirío a suas mulheres,
lugares altos, sorvem o vento como e a seus filhos, e a suas filhas: assim
dragões: seus olhos desfalecera; por­ derramarei soore elles sua maldade.
quanto nâo ha erva. 17 Pelo que lhes dirás está palavra ;
7 Ainda que nossas maldades testi- meus olhos se desfarão em lagrimas
ficâo contra nós, ó J eh o v a h , o faze noite e dia, e nâo cessarão: porque a
por amor de teu Nome: porque nos­ virgem filha de meu povo está que­
sas rebeldias se multiplicárâo, contra brada de grande quebra, de chaga mui
ti peccamos. dolorosa.
8 Ah attença de Israel, e Redemptor 18 Se saio ao campo, eis aqui o»
seu em tempo de angustia! porque mortos a espada, e se entro na cidad^
serias como estrangeiro na terra? e eis aqui os enfermos de fome: e ate
como passageiro, que se retira a passar os Prophetas e os Sacerdotes corré-
a noite ? râo ao redor na terra, e nâo sabem
9 Porque serias como varâo cansado, nada.
como, Heròe, que nâo pode livrar? já 19 Porventura já de todo receitaste
tu estás em meio de nos. ó J e h o v a h , a Judá ? ou tua alma tem nojo ae Sião ?
e nós somos chamados ue teu Nome; porque nos feriste de tal modo, que já
nâo nos desampares. não ha cura para nòs? espera-se por
10 Assim diz J e h o v a h ácerca deste az, e nada ha de bem, e por tempo
§
povo: porquanto tanto amáráo o mo- e cura, e eis aqui turbação.
ver-se, e nâo detivé râo seus pés, por­ 20 Ah J ehovah, conhecemos nossa
tanto J bhovah se nâo agrada delles, impiedade, e*a maldade de nossos
mas agora se lembrará de sua nialda- pais: porque peccamos contra ti.
de delles, e visitará seus peccados. 2 1 Nâo nos regeites por a m o r de teu
11 Disse-me mais J e h o v a h : nâo ro­ Nome; nâo abatas o throno de tua
gues por este povo para bem. gloria: lembra-te, e não invalides teu
12 Quando jejumâo, nâo ouvirei seu concerto com nosco.
clamor, e quando offerecem holocaus­ 22 Porventura ha entre as vaidade»
tos e offertas de manjares, nâo me das gentes, quem faça chover ? ou po­
agradarei delles: antes eu os consu­ dem os ceos dar chuvas? n â o es tu
mirei com espada, e com fome, e com aquelle, ó J ehovah nosso Deos? peto
peste. que a ti esperarémos; pois tu faie®
13 Então disse eu, ah Senhor J eho - todas estas cousas.

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JEREMIAS,, XV, XVI. 721

CAPITULO XV.
11 Disse J eh o v a h : vivo eu qne teus
residuos ser&o para bem, que entre-
ISSE-me porem J , ainda virei por ti no tempo de mal, e no
D ehovah
qne Moyses e Samuel te puses­
sem perante minha face, minha alma
tempo de angustia, com o inimigo.
12 Porventura quebrará algum ferro
nào sefia com este povo: lança os de ao ferro do Norte, ou ao aço ?
diante de minha face, e saiáo se. 13 Tua fazenda e teus thesouros da­
2 E será aue, qnando te disserem, rei a saco debalde: e isso por todos
para onde saniremos ? dí r-lhes^has, as­ teus peccados, como tambem em to­
sim diz Jehovah ; o que para a morte, dos teus limites.
para a m orte ; e o qne para a espada, 14 E levar-te-hei cem teus inimigos
para a espada; e o que para a fome, k terra, que n&o sabes: porque fogo
para a fome j e o qne para o c ativeiro, se encendeo em minha ira, e sobre
parào cativeiro. vósoutros arderá.
3 Porqne visitalos hei com qnsftro 15 Tu, ó J e h o v a h , o sabes; lembra-
generos de males, diz Jehovah, com te de mim, e visita-me, e vinga-me
espada, para matar, e com caens, pa­ de meus perseguidores: nem me ar­
ra arrastrar, e com as aves dos ceos, rebates em quanto differes teu furor;
e com os animaes da terra, para de­ sabe, que por tua causa padeço ver­
vorar e destruir. gonha.
4 E entrega-kM-hei a desterro em 16 Achando-se tuas palavras, logo
todos os reinos da terra: por causa de as comi, e tua palavra me foi gozo e
Manasse, filho de Ezechias, Rei de Ju­ alegria a meu coraç&o : porque de teu
dá, pele qne fez em Jerusalem. nome me chamo, ó J e h o v a h , Deos
5 Porqne quem se oompadeceria de dos exercitos.
&Jerusalem ? ou quem se doeria de 17 Nunca me assentei em conselho
ti %ou quem se desviaria a perguntar- de zombadores, nem saltei de prazer:
to por paz? or causa de tua m&o me assentei so-
6 Jà tu me deixaste, diz Jehovah,
€ tomaste-te a tras: pelo que estende­
S tario ; porque me encheste de indig-
naç&o.
rei minha mAo oontra ti, e te destrui­ 18 Porque dura minha dor continua­
rei ; jà estou cansado de arrepender- mente, e minha ferida me dôe: já
me. n&o admitte cura ? porventura ser-me-
7 E padeja-los-hei oom pá a as por­ hias tu como hum mentiroso, e como
tas da terra: ja desfilhei e destrui a aguas inconstantes ?
meu poro; nâo se tornàr&o de seus 19 Pek> que assim diz J e h o v a h , se
caminhos. tu te tomares, ent&o te farei tomar, e
8 Suas viuvas mais se me multipti- estarás perante minha face; e se ti-
càrào oueas aréas des mares; trouxe- ráres o precioso do vil, serás como
lhes sobre a mãi hum mancebo, des­ minha boca: tomem-se elles a ti, po­
truidor ao meio d ia : fiz que désse he rem tu n&o te tomes a elles.
repente sobre ella, e enchesse a ci­ 20 Porque puz-te oontra este povo
dade de tenores. por muro forte de bronze; e pelejar&o
9 A que paria sete, se enfraqueoeo, contra ti, porem n&o prevalecerão con­
espirou sua alma, seu sol se pôz, sen­ tra t i ; porque eu estou comtigo para
do ainda de dia, oonfundio-se, e en- guardar-te, e arrebatar-te, diz J e h o ­
vergonhou-ss: e seus residuos entre­ v a h .
garei a a espada, perante a face de 21 E arrebatar-te-hei da m&o dos
seus inimigos, diz J ehovah. malinos: e livrar-te-hei da palma dos
tO Ai de mim, maá minha, porque tyrannos.
■se pariste, vatào de porfias, e varáo
ém contendas, à toda a terra: nunca
ttss dei a usara, nem elles me dérào CAPITULO XVI.
a mim usura, « ainda cada qual delles VEI0 a p a la v ra de J e h o v a h a
m è amakiiooa.
31
E mim, dizendo,

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722 JEREMIAS, XVII.
2 Náo tomarás para ti mulher: nem malvado coração, para n$o ouvir-me
terás íilhos nem filhas neste lugar. a mim.
3 Poraue assim diz J e h o v a h dos 13 Pelo que lançar-vos-hei fora des­
filhos e aas filhas, que nascerem neste ta terra, à terra, que nâo conhecestes
lugar; e de suas mais, que os parirem, vos nem vossos pais: e ah servireis a
e de seus pais, que os gerarem nesta deoses alheos dia e noite, porque nào
terra. usarei de misericordia com vosco.
4 Morrerão de enfermidades doloroi 14 Pelo que eisque dias vem, diz Je­
sas, nem serâo pranteados nem sepul­ h o v a h , em que nunca mais se dirá,
tados ; servirão de esterco sobre a ter­ vive J e h o v a h , que fez sobiraos filhos
ra : e à espada e á fome seráo consu­ de Israel da terra de Egypto.
midos, e seus corpos mortos servirão 15 Mas, vive J e h o v a h , que fezsobir
de mantimento para as aves do oeo, aos filhos de Israel da terra do Norte,
e para os animaes da terra. e de todas as terras, donde os lançàn:
5 Porque assim diz J e h o v a h , nâo poraue torüa-los-hei a soa terra, a
entres em casa de mortuorio, nem vas qual dei a seds pais.
a lamentar, nem te compadeças del­ 16 Eis que mandarei a muitos pes­
les : porque já deste povo? diz J e h o ­ cadores, diz J e h o v a h , os quaes06 pes­
v a h , tirei rainha paz, benignidade, e carão : e depois enviarei a muitos ot-
misericordia. çadores, os quaes os caçarão de sobre
6 Assim que morrerão grandes e todo monte, e de sobre todo outeiro, e
pequenos nesta terra, e nâo serâo se­ até das fendas das rochas.
pultados : e nâo os prantearão, nem 17 Porque meus olhos estão sobre
por elles se sarjarâo, nem se pela­ todos seus caminhos; náo sé escon­
rão. dem perante minha face; nem soa
7 E nada se lhes repartirá pelo dò, maldade ae encobre de diante de na­
para conaolalos por causa de morte: us olhos.
nem lhes darâo a beber da copa de 18 Pelo que lhes pagarei primeiro
consolação, nem por pai de alguem, em dobto sua maldade e seu peccado,
nem por mãi de alguem. porquanto profanárâo minha tem:
8 Nem entres em casa de eonvite, oom os corpos mortos de suas detesta*
para te assentares oom elles, a comer ções e de suas abominações enchério
e a beber. minha herança.
9 Porque assim diz J e h o v a h dos ex­ 19 O J e h o v a h , fortaleza minha, e
ercitos, Deos de Israel, eis que farei força minha, e refugio meu em diadi
cessar d’este lugar perante vossos angustia: a ti virâo as gentes desdos
olhos, e em vossos dias, a voz de go­ fins da terra, e dirão; ora mentira t
zo, e a voz de alegria, a voz de espo­ vaidade noesos pais possuirão em he­
so, e a voz de esposa. rança, em que náo havia nenhum pro­
10 E serà que, quando denunciares veito.
a este povo todas estas palavras, e 20 Porventura fará para si o homem
elles te disserem: porque falia J e h o ­ deoses ? porem os taes náo sâo deoses.
va h sobre nôs todo este grande mal ? 21 Pelo que eis que se fiarei conhe­
e qual he nossa iniquidade, e qual he cer desta vez, os farei conhecer, digo,
nosso peccado, que peccamos contra minha máo e meu poder: e sabeiÃo,
J ehov ah nosso Deos ? que meu Nome he J k h o v a h .
11 Então lhes dirás, porquanto vossos
pais me deixárão, aiz J eh ov a ^i , e se c a p i t u l o xvn.
forão apos deoses alheos, e os servi­
rão, e se postrarão a elles: e a mim PECCADO de Judá está esorito
me deixárão, e minha Lei nâo guar­ 0 oom penna de feno, oom peoj*
darão. de diamante, escnlpido na taboa de
12 E vósoutros fizestes peior que vos­ seu coração, e nos cornos de vesso*»*
sos pais: porque eisque cada quál de tares;
vósoutros anda aposopropçeito de seu 2 Como tambem seus filhos* W*

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JEREMIAS, XVII. 723
brâo de seus altares, e de seus bos­ 15 Eis aqui elles a mim me dizem:
ques junto a as arvores verdes, sobre que he da palavra de J e h o v a h í ago­
os altos outeiros. ra venha.
3 Minha montahha juntamente com 16 Porem eu me n&o entremeti mais
o campo, tua riqueza e todos teus the­ aue o pastor apos ti; nem tâo pouco
souros darei a saco: como tambem a (iesejei o dia mortal, tu o sabes; o que
tens altos, pelo peccado, em todos te­ sahio de meus beiços, foi perante tua
us termos. face.
4 Assim por ti mesmo te deixarás da 17 N&o me sejas por espanto: meu
herança tua que te dei, e far-te-hei refngio es tu em o dia de mal.
servir a teus inimigos, em terra, que 18 Envergonhem-se os que me per­
nào oonheces : porque fogo encen- seguem, e n&o me envergonhe e u ; as-
destes em minha ira, que araerà para sombrem-se elles, e n&o me assombre
sem pre; eu : traz? sobre elles o dia de mal, e
5 Assim diz J e h o v a h , maldito ova* quebranta-os com dobre quebranta­
râo, que confia em o homem, e poem mento.
c arne por seu braço: e cuja coraç&o 19 Assim me disse J e h o v a h , vai, e
se desvia de J e h o v a h . . poem-te à porra dos filhos do po\o,
6 Porque serà como a tamargueira no peta. qual entr&o os Reis de Judá, e
deserto, que nào sente, quando vem o pela qual sahem: como tambem a to
b e m : antes morará nas sequidôes do das as portas de Jerusalem*
deserto,em terra salgada e iimabitàVel. 20. E dize-lhes, ouvi a palavra de J e­
7 Porem b e m d ito o v a râ o q u e confia h o v a h , vós Reis de Judá, e todo Judá,
e m J s h o v a h : e c u ja c o n fia n ç a h e J e ­ e todos os moradores de Jerusalem,
hovah. que enttais por estas portas.
8 Porque serà como a arvore pran- 21 Assim diz J e h o Va h , guardai-vos
t&da junto as aguas, que estende suas sobre vossas almas; e n&o tragais car­
raizes ao ribeiro, e nâo sente, quando ga em dia de Sabbado. nem as metais
vem o calor, e saa folha se fica verde: pelas portas de Jerusalem.
e em anno de sequid&o nào se afadi- 22 Nem tireis carga de vossas casas
ga, nem cessa de dar fruto. em dia de Sabbado^ nem façais obra
9 Enganoso he o coraçáo mais que alguma: antes santifiqueis ao dia de
todas as cousas, e pérverso: quem o Saobado, como mandei a vossos pais.
conhecerá ? 23 Porem nào>derào ouvidos, nem in-
10" Eu J e h o v a h esquadrinho o cora­ clinàr&õ snaá orelhas: porem endnee-
ção, e provo os rins: e isto para dar a cér&o sen pescoço, para nflo ouvirèm,
cada qual conforme a seus caminhos, e para nào receberem correição.
e conforme ao fruto de seus tratos. 24 Serà pois que se diligentemente
11 Como a perdiz, que ajunta ovos, e me ouvirdes, diz J e h o v a h , n&o me­
nào os choca; assim he o que ajunta tendo carga pelas portas desta cidade
riquezas; porem nâo com direiteza: em dia de SaDbado: e santificardes tio
em meio de seus dias atf deixará, e em dia de Sabbado, n&ofazendo nelle obra
seu fim se fioarà doudo. nenhuma.
12 Throno de gloria, « altura desdo 25 Ent&o entrarão pelas portas desta
principio, he o lugar cie noado Santu­ cidade Reis e Principes, assentados
ario. sobre o throno de David, subidos sobre
13 O J e h o v a h attença de Israel, to­ carros e sobre cavallos^ assim elles co­
dos aquelles que te deixâo, ser&o en­ mo seus Principes, os varões de Judá,
vergonhados : e os que de mim se des- e on moradores de Jerusalem: e esta
viâo, ser&o escritos na terra: porque cidade se habitará para sempre.
deixâo a J e h o v a h , o manancial de 26 E vi râo das cidades de Judá, e
aguaevivas. das cidades «lo redor de Jerusalem* e
14 Sara-me-J e h o v a h , e sararei; sal- da terra de Benjamin, o das campinas,
va-me; e serei salvo: porque tu es e das montanhas, e do Sul, trãzeoito
m eâ ki«vo». . hataoauftfaB, a jaorifiota&r e offertaa%lu

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724 JEREMIAS, XVIII.
manjares, e encenso: como tambem qual de seu máo caminho, e melhorai
trazendo sacrifícios de louvores à casa vossos caminhos e vossas acções.
de J e h o v a h . 12 Porem dizem, já he cousa deses­
97 Porem, se náo me derdes ouvidos, perada: porque apos nossas imagina-
para santificardes o dia de Sabbado, e çòes andaremos, e faremos cada qual
para náo trazerdes carga nenhuma, o proposito de seu malvado coração.
quando entrardes pelas portas de Jeru­ 13 Pelo que assim diz J e h o v a h ; per­
salem era dia de Sabbado: encenderei guntai agora entre as gentes, quem ou­
fogo em suas portas, que eonsum»i& vio tal cousa 1 oousa mui horrenda fez
os pakoB os de Jerusalem, e náo se a virgem de Israel,
apagará. 14 Porventura deixar-se-ha a nere
do Libano per huma rocha do cam­
po 1 ou deixar-se-háo as aguas estra­
c a p itu lo xvm. nhas, irias, e correntes?
PALAVRA, que veio a Jeremias 15 Com tudo meu povo esqueceo ae
A de J b h o v a h , dizendo. de mim, perfumando a a vaidade:
2 Levanta-te, e descendo à casa do porque os fizérâo tropeçar em seus
oleiro: e ali te farei ouvir minhas pa­ caminhos, e nas veredas antigas, pan
lavras. que andassem por veredas de caminbo
8 E descendi á oasa do oleiro: e eis báo endereçado.
estava fazendo obra sobre ss ro- 16 Para pôr sua terra em espanto, t
perpetues assovios : todo aquelle, qu*
4 E o vaso, que elle fazia, quebrou passa por ella, se espantará, e mene­
se co m o bano em máo do ofoiro: en­ ará sua cabeça.
táo tomou a fazer delle outrO vaso, 17 Como com vento oriental ss es­
conforme ao qne pareceo bem aos pargirei diante da face do inimigo: o
olhos do oleiro para fazer. toutiço, e náo o rosto lhes deixarei m
5 Entáo veio a mira a palavra de Jb ­ no dia de sua perdiçáo.
h o v a h , dizendo. 18 Entáo disserão, vinde, e maqui­
ê Porventura, como este oleiro, náo nemos maquinações contia Jeremia*;
poderei eu fazer-vos, 6 casa de Israel ? porque náo perecerá a Lei do Sacer­
diz J b h o v a h : eisque coroo o b a ír o na dote, nem o conselho do sabio, nem»
máo de oleiro, assim sois vósoutros em palavra do Propheta: vinde, e fe*
minha máo, 6 oasa de Israel. mos o oom a lingoa, e náo attentei**
7 Em hum momento üaUaiei oontra a nenhuma de suas palavras.
huma gente, e oontra hum reino: para 19 Jehovah, attenta por mim^ e oure
arrancar, e para derribar, e para des­ a voz dos que contendem comigo.
truir. 20 Porventura pagar-se-ha mal por
8 Porem se a tal gente, oontra a qual bem? porque caváiáo huma cova ja*
fellei, se converter de. sua maldade: ra minna alm a: lembra-te qoe me
tambem eu me arrependerei do mal, puz perante ti. para fallar por seu bem,
que lhe cuidava fazer. para desviar oelles tua indignação.
9 Tambem em hum momento falla- 21 Portanto entrega seus nlhos à fo-
vei de huma gente e de hum reino, me, e faze os esoorrer à força de espa*
p u a edificar e para prantar: da, e sejáo suaa mulheres roubada*
10 Porem se nzer o mal diante de doe filhos, e viuvas, e s e u s maridos ae*
meus olhos, náo dando ooridos à mi­ iáo matados de m srte: seus manoe-
nha voz; entáo nfce arrependerei do Dos sejáo feridos à espada na peleja.
bom, que tinha dito de lhe fazer. 22 Ouça-se olamor de suss caasa,
quando trouxeres esquadrões «obreei-
de £ & aos*moradores de Jerusa­ les de repente: porouantooaviiáoJ»-
lem, dizendo; assim dia J k h o v a h , eis ma oova para pranoer-me, s armai*0
qne eu formo mal oontra vósoutros, e laooa a meus pés. .
p«n*o hnm pensamento oontra vósou­ 23 Mas tu, o J eh o v a h , sabes toao
tros : convertei-vos pois agora, cada seu oonselhó oontra mim (ara morte,

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JEREMIAS, XIX, XX. ?2ft
nâo te aplaques ácerca de sua malda­ 10 Entào quebraras &botija perante
de, nem apagues seu peccado de pe­ os olhos dos varões, que for&o com­
rante tua face: porem tropeçem pe­ tigo.
rante tua face; assim usa com elles 11 E dir-lhes-has, assim diz Jeho­
no tempo de tua ira. v a h , dos exercitos, assim quebranta­
rei a este povo e a esta cidade, como
CAPITULO XIX.
quebrào ao vaso do oleiro, que nào se
pode mais soldar: e os enterrarào em
SSIM diz J e h o v a h , vai e compra Thopheth, porquanto nào haverá mais
A huma botija de oleiro: e toma lugar para os enterrar.
comtigo dos anciáos do povo, e dos an­ 12 Assim farei a este lugar, diz J e­
ciãos dos Sacerdotes. h o v a h , e a seus moradores; e isso,
2 E sahe ao valle do filho de Hin- para pôr a esta cidade como a Tho­
nom, que està à entrada da porta do pheth.
Sol: e apregoa ali as palavras, que eu 13 E as casas de Jerusalem, e as ca­
te disser. sas dos Reis de Judá, serào immun­
3 E dize; ouvi a palavra de Jeho- das como o lugar de Thopheth: como
tah , ò Reis de Judá, e moradores de tambem todas as casas, sobre cujos
Jerusalem: assim diz J e h o v a h dos ex­ torrados perfumàrào a todo o exerci­
ercitos, Deos de Israel, ei& que trarei to dos ceos, e ofíerecérào aspersões a
hum mal sobre este lugar, que quem deoses estranhos.
jjuer que o ouvir, lhe retinirão as ore- 14 Vindo pois Jeremias de Tho­
pheth, aonde o mandára J e h o v a h a
4 Porquanto me deixàrào, e alienà- rophetizar, se pôz em pé no pateo
S
râo este lugar, e perfumàrào nelle a a Casa de J e h o v a h , e c a s s e a todo o
ootros deoses, que nunca conhecerão, povo.
nem elles nem. seus pais, nem os Reis 15 Assim diz J ehovah dos exerci­
de "Judá: e enchéráo este lugar com tos, Deos de Israel, eis que trarei so­
oogue de innocentes. bre esta cidade, e sobre todas suas ci­
5 Porque edificàrào os altos de Baal, dades, todo o mal, que fallei contra
para queimaram a fogo a seus filhos ella: porquanto endurecérâo seu pes­
em holocaustos a Baal: o que nunca coço, para nào ouvirem minhas pala­
lhes mandei, nem fallei, nem subio a vras.
meu coraçáo.
6 Pelo que eisque dias vem, diz J e ­ CAPITULO XX.
hovah , que este lugar nào se chama­
rá mais Thopheth,. ou valle do filho de PASCHUR, filho de Immer, o Sa­
Hinnom, porem valle da matança. E cerdote, que era posto por presi­
7 Porque esvaecerei ao conselho de dente na Casa de J e h o v a i i , ouvio a
Joda e Jerusalem neste lugar; e farei Jeremias, que prophetizava estas pa­
os cahir à espada diante de seus in­ lavras.
imigos, e na mào dos que busçào sua 2 E ferio Paschur ao Propheta Jere­
▼idadelles: e darei seus corpos mortoq mias : e lançou o no tronco( que està
por mantimento a as aves aos ceos, e a porta superior de Benjamin, a qual
«os animaes da terra. està na casa de J e h o v a h .
8 E porei a e s ta c id a d e p o r e s p a n to S E foi que o dia seguinte Paschur
e por asBovio: to d o a q u e lle q u e p a s s a r tirou a Jeremias do tronco: entào dis­
por elle, se e s p a n ta rá , e a s s o v ia rà so­ se-lhe Jeremias; J e h o v a h nào cha­
bre todas su a s p ra g a s . ma teu nome Paschur, senào Magor-
6 E os fa re i c o m e r a e a m e d e se u s Missabib.
filhos, e a c a rn e d e s u a s filh a s, e c a d a 4 Porque assim diz J e h o v a h : eis
ue ponno-te por espanto a ti e a to-
2
qoal co m erá a c a m e d e s e u p ro x im o ,
no cerco e no a p e rto , e m q u e o s a n e r- os teus amigos, e cahirâo a a espada
ferto seus in im ig o s, e os q u e b u s c â o a de seus inimigos, e teus olhos o verào:
« a vida d elles. • a todo Judá darei na mào do Rei de

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726 JEREMIAS, XXI.
Babylonia, e lèva-los-ha presos a Ba­ 15 Maldito o varâo, que deu novas a
bylonia, e feri-los-ha à espada. meu pai, dizendo, nasceo te hum filho
5 Tambem darei toda a fazenda des­ varâo, alegrando o grandemente.
ta cidade, e todo seu trabalho, e todas 16 E seja o tal varâo como as cida­
Riias cousas preciosas: e todos os the­ des, que J e h o v a h trastomou, e n&o se
souros dos Reis de Judá darei na máo arrependeo: e ouça clamor pela ma­
dé seus inimigos* e saquea-los-hâo, e nhâ, e grito ao tempo do meio dia.
toma-los-hâo. e íeva-los-hâo a Baby­ 17 Porque nâo me matou desda ma­
lonia. dre 1 ou minha mãi nâo foi minha
6 E tu Paschur, e todos os morado­ sepultura1 ou sua madre como da que
res de tua casa ireis em cativeiro: e estâ prenhe perpetuamente ?
virás a Babylonia, e ali morrerás, e ali 18 Porque sahi da madre, para ver
serás sepultado, tu e todos teus amigos, trabalho e tristeza ? para que se con-
aos quaes prophetizaste falsamente. sumâo meus dias em confusão ?
7 Persuadis-te-me, ô J ehovah, e
persuadido fiquei, mais forte foste que CAPITULO XXI.
eu. e prevaleceste: sirvo de escamio
PALAVRA que veio a Jeremias,
todo o dia, cada qual d7elles zomba de
mim. A de J e h o v a h , quando o Rei Tse-
é Porque desde que fallo, grito; cla­ dekias lhe enviou a Paschur filho de
mo violência e destruição: porquanto Malchias, e a Zephanias filho de Ma-
a palavra de J ehovah me serve de aseia, o sacerdote, dizendo:
aflronta e zombaria todo o dia. 2 Pergunta agora por nós a J e h o v a h ;
9 Pelo que disse, nâo me lembrarei porquanto Nebucadnezar Rei de Baby­
delle, e nâo mais fallarei em seu No­ lonia guerrea contra nôs: bem pode
me ; mas foi em meu coração como ser que J e h o v a h usará com nosco se­
fogo ardente, encerrado em meus os­ gundo todas suas maravilhas, e o fait
sos: e trabalhei pelp sofrer, porem sobir de nosoutros.
não pude. 3 Entâo Jeremias lhefc disse: asam
lO rorque ouvi a murmuração de direis a Tsedekias.
muitos ácerca de Magor-Missabib, qtte 4 Assim diz J e h o v a h Deos de Isra­
dizião, denunciai nolo, e o denuncia­ el, eis que virarei contra vós as arma»
remos ; todos os que tem paz comigo, de guerra, que estâo em vossas mâos,
attentâo por meu manquejar, dizendo: cora qu«5 vós pelejais contra o Rei de
bem pode ser, qae se deixará persua­ Babylonia, e contra os Chaldeos, que
dir, entâo prevaleceremos contra el|e, vos tem de cerco de fora do muro: e
e nos vingaremos delle. os ajuntarei em meio desta cidade.
11 Porem J ehovah está comigo co­ 5 E eu pelejarei contra vós com môo
mo hum Herõe terrivel; pelo que estendida, e com braço forte: e com
meus perseguidores tropeçarão, e nâo ira, e com indignação, e com grande
revalecerâo: ficàrâo mui confundi- furor.
S os; porquanto nâo se houvérâo pru­ 6 E ferirei aos moradores desta cida­
dentemente ; terão perpetua confusão, de, assim aos homens como a as bes­
que nunca se esquecerá. tas : de grande pestilencia morrerão.
12 Tu pois, ó J ehovah dos exerci- 7 E depois disto, diz J e h o v a h , entre­
tçs, que esquadrinhas ao justo, e vés garei a Tsedekias, Rei de Judá, e a se­
os rins e o coração: veja eu tua vin­ us servos, e ao povo, e aos que ficár*0
gança delles, pois já te descubri minha de resto nesta cidade da pestilência^ e
causa. da espada, e da fome, em mão de Ne-
13 Cantai a J ehovah, louvai a Je­ bucaanezar, Rei de Babylonia, e em
h o v a h : pois livrou a alma do neces­ mâo de seus inimigos, e em mão doe
sitado da mâo dos malfeitores. que bnsc&o sua vida delles: e fen-loe*
14 Maldito o dia em que nasci: o dia ha a fio de espada; nâo lhes perdo*
em que minha mãi me pario, n&o seja râ? nem se compadecerá, nem te»
bemdito. misericordia.

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JEREMIAS, XXU. 727
8 E a este povo diras, assim diz Jk­ 5 Porem se nâo derdes ouvidos a es­
hovah : eis aue ponho perante vossa tas palavras, por mim mesmo tenho
face o caminno da vida, e o caminho jurauo, diz J e h o v a h , que esta casa se
da morte. tomará em assolação.
9 Aquelle que se ficar nesta cidade, 6 Porque assim aiz J eh o v a h ácerca
ba de roorrèr a a espada, ou a a fome, da casa do Rei de Judá, tu es para mim
ou da pestilencia: porem o que sahir, Gilead, e a altura do Libano: vivo eu,
e ae render aos Chakleo^ que vos tem se nâo te tomar em deserto, e cidades
de cerco, viverá, e terà sua vida por deshabitadas!
despojo. 7 Porque prepararei contra ti destrui­
10 Porque puz meu rosto oontra està dores, cada qual com suas ferramen­
cidade para mal, e n&o para bem, diz tas : e cortarão teus cedros escolhidos,
J khovah : em mâo do Rei de'Babylo­ e lança-los-hâo no fogo.
nia se entregará, e queimala ha a fogo. 8 E muitas gentes passarão junto a
11 E a a casa do Roi de Judá dirás, esta cidade: e cada qual dirá a seu
ouvi a palayra de Jehovah. proximo, porque usou assim J e h o v a h
12 O casa de David, assim diz J eho ­ com está grande cidade ?
vah , julgai péla manhâ justamente, e 9 E dirão, porquanto deixárão o con­
livrai ao roubado da mâo dooppressor: certo de J eh o v a h seu Deos: e se pos-
para que náo saia meu furor oomo fo­ trárâo a deoses alheos, e os servirão.
go, e se encenda, que ninguém o apa­ 10 Nâo choreis pelo morto, nem las­
gue, por causa da maldade de vossas timeis vòs delle: chorai abundante­
acções. mente por elle que he do; porque nun­
13 Eis que eu sou contra ti? ó mora- ca mais tomará, nem verá a terra de
d o T a do valle, ó rocha da plainura, diz sua nascença.
J ehovah: os que dizeis, quem des­ 11 Porque assim diz J eh o v a h ácer­
cenderá contra nós? ou quem entrará ca de Sallum, filho de Josias, Rei de
era nossas moradás? Judá, que reinava em lugar de Josias
14 Porem farei visitação sobre vós seu pai: que sahio deste lugar, nunca
segundo o fruto de vossas acções, diz ali tomará mais.
J bhovah : e encenderei fogo em sua 12 Mas no lugar, aonde o levàrâo
brenha, que consumirá a tudo, que es­ preso, morrerá: e nunca mais verá
tá ao redor deàla. esta terra.
13 Ai daquelle, que edifica sua casa
CAPITULO XXII. com injustiça, e seus cenáculos com
semrazâo: que se serve do serviço de
SSIM diz J e h o v a h . descende à seu proximo de graça, e nâo dá lhe o
A casa do Rei de Judá: a falia ali
esta palavra.
salario de seu trabalno.
14 Que diz, edificar-me-hei huma ca­
2 E dize, ouve palavra de J ehovah , sa mui altaj e cenáculos de bons ares:
ó Rei de Judá, que te assentas no thro­ . e lhe abre janellas, e etetá forrada de
no de David: tu e teus servos e teu cedro, e pintada de vermelhão.
povo, que entrais por estas portas. 15 Porventura reinarás, porque te
3 Assim diz J ehovah, fazei juizo e mesturas cora o cedro ? ou teu pai nâo
justiça, e livrai ao roubado da mâo do comeo e bebeo, e usou de juizo e jus­
oppressor: e nâo opprimais ao estran­ tiça, e então lhe foi bem ?
g eiro nem ao orphão, nem à v iu v a ; 16 Julgou a causa do afflicto e ne­
n âo useis de violência, nem derram eis cessitado, entâo lhe foi bem ? porven­
sangue innocente neste lucar. tura não ne isto conhecer-me ? diz J e ­
4 Porque se deveras f iz e rd e s esta pa­ hovah.
lavra, entrarão p e la s p o rta s desta casa 17 Porem teus olhos e teu coração
os Reis, xjue se assentâo em lu g a r de nâo attentáo senão para tua avareza, e
David sobre seu th ro n o , su b id o s so b re para sangue innocente, a derramaío,
carros e sobre c a v a llo s, assim elle, co­ e para oppressâo, e para agravo, a
mo seus Bervos e seu povo. usar delles,

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729 JEREMIAS, XXIII.
18 Portanto assim diz J e h o v a h ácer­ algum varfto, qae se assentar thio-
ca de Joiakim, filho de Josias, Rei de no de David, e que reinar jà mais em
Judá, n&o lamentarão pior elle, dizen­ Judá.
do, ai irm&o meu, ou, ai irmã minha \
nem lamentarão por elle, dizendo, ai
c a p it u l o x x m .
Senhor, ou, ai sua magestade!
19 Com enterramento de asno será I dos pastores, que destruem e
sepultado : arrastando e lançando o
bem longe fora das portas de Jerusa­
A dissip&o as ovelhas de meu pasto,
diz J e h o v a h .
lem, 2 Portanto assim diz J e h o v a h , Deos
20 Sube ao Libano, e clama, e levan­ de Israel, ácerca dos pastores, que
ta tua voz em Basan: e clama pelas apascent&o meu povo; vos dissipas­
passagens; que já est&o quebrantados tes minhas ovelhas, e as affngenta*
teus namorados. tes, e n&o as visitastes: eis aue visi­
21 Fallei comtiço em tuas prosperi­ tarei sobre vósoutros a maldade de
dade», porem tu disseste, n&o ouvirei; vossas acções, diz J e h o v a h .
este he teu caminho desde tua moci­ 3 E eu mesmo recolherei o residoo
dade, que nunca déste ouvidos a mi­ de minhas ovelhas de todas as terras,
nha voz. para onde as afifugentei: e toraa-laa-
22 O vento apascentará a todos teus nei a seus curraes, e fractificarão, e
pastores; e teus namorados entrarão multiplicarão.
em cativeiro : certamente ent&o te 4 E despertarei sobre ellas pastores,
confundirás, e te envergonharás, por que as apascentem : e nunca maiste-
causa de toaa tua maldade. mer&o, nem se assombrar&o, nem fal­
23 O tu que habitas no Libano, e te tarão, diz J e h o v a h .
aninhas-nos cedros: quam favorecida 5 Eis que vem dias, diz J e h o v a h , ea
serás quando te vierem as dores, e os ue despertarei a David hum justo
ais como da que està de parto!
24 Vivo eu, diz J e h o v a h , que ainda
S lenovo: e sendo Rei reinará, e pros­
perará, e usará de juizo, e de justíçs
que Chonias, filho de Joiakim, Rei de na terra.
Judá, fosse anel de sello em minha 6 Em seus dias Judá será salvo, e
m&o direita, que dali te arrancarei. Israel habitará seguro : e este será
25 E te entregarei na m&o dos que seu nome, com que o nomearão, Jb­
busc&o a tua vida, e na mào daquelles, hovah JUSTIÇA N088A.
perante cuja face tu temes, a saber, 7 Portanto eis que vem dias, diz Js­
na m&o de Nebucadnezar, Rei de Ba­ h o v a h : e nunca mais dirão, vive Ji-
bylonia. e na m&o dos Chaldeos. h o v a h , que fez subir aos filh o s de Is­
26 E íançar-te-hei a ti e a tua mãi rael da terra de Egypto.
que te pario, em terra estranha, em 8 Mas, vive J e h o v a h , que fez subir,
que n&o nascestes: e àli morrereis. e que trouxe a geraç&o da oasa de
27 E a a terra, a que elles levan- Israel da terra do Norte, e de todas
tão sua alma, para tornarem a ella, a as terras, para onde os afifugentei: e
ella n&o tornar&o. habitarão em sua terra.
28 He pois perventura este homem 9 Quanto aos Prophetas, jà mea co­
Chonias num idolo vil quebrantado ? ração està quebrantado em meu inte­
ou vaso de que ninguém se agrada ? rior, todos meus ossos tremem; &a
porque ràz&o elle e sua geraç&o for&o como homem bebado, e oomo vsrfto
arremeçados fora ? e ainda lançados a quem senhorea o vinho: por cso*
em terra, que n&o conhecem. de J e h o v a h , e por causa das palavras
29 O terra, terra, terra! ouve a pa­ de sua santidaae.
lavra de J e h o v a h . 10 Porquanto a terra està ches à»
80 Assim diz J e h o v a h , escrevei que adúltero^ e a terra chora por eaoss
este var&o està roubado de filhos; ho­ da maldição, os pastos do aeserto se
mem que n&o prosperará em seus dias: secc&o: porquanto soa c a r r e i r a be ®âj
porque n&o prosperará de sua geraç&o e sua força n&o he recta.

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JEREMIAS, XXIII. 72*
11 Porqne assim o Propheta, como vras a meu povo, e fariào tomalos de
o Sacerdote são refolhados; até em seu roirn caminho, e da maldade de
m inha casa achei sua maldade, diz suas acções.
Jk h o v ah . 23 Porventura sou eu Deos de perto,
12 Portanto sen caminho lhes serà diz J e h o v a h ? e não tambem Deos de
como resvaladouros na escuridade, longe %~
serão repuxados, e cahirâo nelle: por­ 24 Esconder-se-hia alguem em es-
que trarei sobre elles mal no anno de condedouros, que eu nào o veja, diz
sua visitação, diz J e h o v a h . J e h o v a h ? porventura não encho eu
13 Nos Prophetas de Samaria bem os ceos e a terra, diz J e h o v a h ?
v i en semsaboria: prophetizavâo da 25 Tenho ouviao o que dizem aquel­
parte de Baal, e faziâo errar a men les Prophetas, prophetizando menti­
povo Israel. ras em meu Nome, dizendo: sonhei,
14 Mas nos Prophetas de Jerusalem sonhei.
vejo cousa horrenda, cometem adul­ 26 Até quando serâ isto ? ha pois
térios, e andão com falsidade, e es- ainda sonho no coração dos Prophetas,
forção as mãos dos malfeitores, para que prophetizão mentiras? são po­
aue ninguém se converta de sua mal­ rem Prophetas do engano de seu co­
dade, todos me são como Sodoma, e ração.
seus moradores como Gomorra. 27 Que cuidào, que farão esquecer
15 Pelo que assim diz J e h o v a h dos a meu povo de meu Nome, com seus
exercitos ácerca dos Prophetas} eis sonhos, que cada qual conta a seu
aue lhes darei a comer alosna, e os proximo: como seus pais se esquecé-
farei beber aguas de sal: porque dos rào de meu nome com Baal.
Prophetas de Jerusalem sahio o re­ 28 0 Propheta em quem ha sonho,
folho em toda a terra. oonte o sonho; e aquelle em quem es­
16 Assim diz J e h o v a h dos exerci­ tà minha palavra, falle minha palavra
tos, não deis ouvidos a as palavras com verdade; que tem a palha com o
dos Prophetas, que vos prophetizão; fa­ trigo ? diz J e h o v a h .
zem-vos esvaecer: fallão visão de seu 29 Porventura minha palavra nào he
coração; não da boca de J eh o v a h como o fogo, diz J e h o v a h ? e como
17 Dizem de contino aos que me hum martello que esmeuça a penha %
desprezão, J e h o v a h disse, paz tereis: 30 Portanto eis que eu sou contra
e a qualquer que anda segundo o pro­ os Prophetas, diz J e h o v a h , que fur-
posito de seu coração, dizem, não virâ tào minhas palavras, cada qual de seu
mal sobre vósoutros. proximo.
18 Porque quem esteve no conselho 31 Eis que eu sou contra os Prophe­
de J e h o v a h , e vio e ouvio sua palavra 1 tas, diz J e h o v a h , que usâo de sua
quem esteve attento a sua palavra, e lingoa, e dizem; assim o disse.
ouvio í 32 Eis que eu sou contra os que pro-
19 Eis que a tormenta de J eh o v a h phetizào sonhos falsos, diz J e h o v a h ,
sahio com indignação, e tormenta pe­ e os contào, e fazem errar a meu po­
nosa : cahirà cruelmente sobre a ca­ vo com suas mentiras, e com suas
beça dos impios. leviandades: e eu não os enviei, nem
2 0 Nâo se aesviaràa ira de J e h o v a h , lhes mandei, e n&o fizerâo proveito
até que nào execute, e ponha por obra nenhum a este povo, diz J e h o v a h .
os pensamentos de seu coração: no 33 Quando pois te perguntarem este
fim dos dias entendereis isso clara­ povo, ou Propheta, ou Sacerdote al­
mente. gum, dizendo; qual he a carga de J e ­
21 Não mandei os Prophetas, com h o v a h ? então lnes dirás; que carga ?
tudo elles forão correndo: nâo lhes que deixar-vos-hei. diz J e h o v a h .
fallei a elles, com tudo elles prophe- 34 E quanto ao Propheta, e o Sacer­
tizàrâo. dote, e o povo, que disser, carga de
22 Porem se estivérâo em meu con­ J eh o v a h : que eu visitarei sobre o tal
selho, entâo fariào ouvir minhas pala- homem e sobre sua casa.
31*
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730 JÉRÊM1AS, XXIV, XXV.
35 Assim direis cada qual a seu 6 E porei meus olhos nelles paia utt
proximo, e cada qual a seu irm&o: bem. e os tornarei a esta terra: e edi­
ue respondeo Jeh o v ah 1 e que fallou fica-(os-hei, e n&o os destruirei, e pan-
3 EHOVAH ? ta-los-hei, e não os arrancarei.
36 Mas nunca mais vos lembrareis 7 E dar-lhes-hei coraçáo, para que
da carga de J ehovah : poraue a cada me conheçáo, que eu sou J ehovah : e
qual sua. própria palavra lne servirá ser-me-hão por povo, e eu lhes serei
de carga; pois torceis as palavras do por Deos: porque se converter&o &
Deos vivente, de J ehovah dos exer­ mim de todo seu coração.
citos, nosso Deos. 8 E como os figos roins, que se n&o
37 Assim dirás ae Propheta: que te podiam comer de roindade: (porque
respondeo Jeh o v a h , e que fallou J e ­ assim J eh o v a h disse) assim usarei
hovah ? com Sedekias, Rei de Judá, e com
38 Mas porquanto dizeis, carga de seus principes, e com o residuo de
J ehovah ; por tanto assim diz J eho ­ Jerusalem, que ficàr&o de resto nesta
v a h ; porquanto dizeis esta palavra, terra, e com os que habitáo ua terra
carga ae J ehovah, havendo vos man­ de Egypto.
dado, dizendo, n&o direis, carga de 9 £ entrega-los-hei em tremor, pa­
J ehovah . ra seu mal, a todos os Reinos da terra:
39 Porisso, eisque tambem eu me para opprobrio, e por ditado, e por re-
esquecerei de vósoutros totalmente: moqua, e por maldição, em todos 00
e a vós, e a cidade que vos dei a vós, lugares para onde os repuxei.
e a vossos pais, arrancarei de minha. 10 E enviarei entre elles a espada, a
face. fome, e a peste: até que se consumio
40 £ porei sobre vósoutros perpetuo de sobre a terra, que dei a elles, e a
opprobrio, e eterna vergonha, que n&o seus pais.
será esquecida.
CAPITULO XXV.
CAPITULO XXIV. PALAVRA que veio a Jeremiai
F EZ me J ehovah ver, e eis aqui A ácerca de todo 0 povo de Judá,
dous açafates de figos, postos di­ no anno quarto de Joiakim, filho de Jo­
ante do Templo de J ehovah : depois sias, Rei de Judá: (que he o primeiro
que Nebucadnezar, Rei de Babylonia anno de Nebucadnezar, Rei ae Baby­
levou em cativeiro a Jechonias, filho lonia.)
de Joiakim, Rei de Judá, e os Prin­ 2 A qual fallou 0 Propheta Jeremias
cipes de Judá, e os carpinteiros, e os a todo o povo de Judá, e a todos os mo­
ferreiros de Jerusalem, e os trouxe a radores de Jerusalem, dizendo:
Babylonia. 3 Desdo anno treze de Josias, filho
2 Hum açafate tinha figos mui bons, de Amon, Rei de Judá, até este dia,
como os figos temporãos; porem o ou­ (que he o anno vinte e tres) veio pa­
tro açafate tinha figos mui roins, que lavra de J e h o v a h a m im : e vola fal-
n&o se podi&o comer de roindade. lei a vósoutros, madrugando e fallan­
3 E disse me J ehovah, que vês tu do ; porem n&o escutastes.
Jeremias ? e eu disse, figos: os figos 4 Tambem enviou J e h o v a h a vós­
bons mui bons, e os roins mui roins, outros todos seus servos. os Prophetas,
que n&o se podem comer de roindade. madrugando e enviando-os; (porem
4 Ent&o veio a mim palavra de J e ­ n&o escutastes, nem inclinastes vossos
hovah , dizendo: ouvidos para ouvir.)
5 Assim diz J ehovah, Deos de Isra­ 5 Dizendo, convertei-vos agora ca­
el, como a estes bons figos, assim tam­ da aual de seu mão caminho, e da
bem conhecerei aos de Judá levados malaade de vossas accõens; e habi­
em cativeiro; aos quaes enviei deste tai na terra, que vos deu J ehovah a
lugar á terra dos Chaldeos. para seu vos, e a vossos pais, de seculo em sé­
bem. culo.

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JEREMIAS, XXV. 781
6 E n&o andeis apos deoses alheoe, tes, a que J ehovah me tinha envia­
para os servirdes, e vos encurvardes a do:
elles: nem me provoqueis a ira com 18 A saber a Jerusalem, e a as cida­
a obra de vossas mâos, para que vos des de Judá, e a seus Reis, e a seus
n&o faça mal. príncipes; para os tomar em deserto,
7 Porem nào me déstes ouvidos, diz em espanto, em assovio, e em maldi­
J e h o v a h : para me provocardes a ira ção, como he neste d ia:
com a obra de vossas mãos, para vos­ 19 Como tambem a Pharaó, Rei de
so mal. Egypto, e a seus servos, e a seus Prin­
8 Portanto assim diz J e h o v a h dos cipes, e a todo seu povo:
exercitos, porquanto nâo escutastes 20 E a toda a mistura, e a todos os
minhas palavras: Reis da terra de Uz; e a todos os Reis
9 Eis que eu enviarei, e tomarei a to­ da terra dos Philisteos, e a Asauelon,
das as gerações do Norte, diz J ehovàHj e a Gaza, e a Ecron, e aos residuos de
como tambem a Nebucadnezar Rei Asdod:
de Babylonia meu servo; e tra-los-hei 21 £ a Edom, e a Moab, e aos filhos
sòbre esta terra e sobre seus morado­ de Ammon.
res, e sobre todas estas nações do re­ 22 E a todos os Reis de Tyro, e a to­
dor : e pelos-hei em interdito^ e pôlos- dos os Reis de Sidon: e aos Reis das
hei por espanto, e por assovio, e por ilhas, que estão dalem do mar.
perpetuos desertos. 23 A Dedan e a Thema, e a Buz, e
10 E farei perecer delles voz de fol­ a todos os que habitão nos últimos
guedo, e voz de alegria, voz de espo- cantos da terra.
soj e voz de esposa: como tambem o 24 E a todos os Reis de Arabia: e a
soido das môs, e a luz do candieiro. todos os Reis da mistura, que habitão
11 E toda esta terra se tomará em no deserto.
deserto e em espanto: e estas gentes 25 E a todos os Reis de Zimri, e a
servirão ao Rei de Babylonia setenta todos os Reis de Elam, e a todos os
annos. Reis de Media.
12 Será porem, que quando se cum­ 26 E a todos os Reis do Norte, os de
prirem os setenta annos, entáo visita­ perto, e os de longe, o hum com o ou­
rei sobre o Rei de Babylonia, e sobre tro, e a todos os Reinos da terra, que
esta gente, diz J e h o v a h , sua iniqui­ estào sobre a face da terra: e o Rei
dade, e sobre a terra dos Chaldeos; e de Sesah beberá depois delles.
pela-hei em perpetuos desertos. 27 Pois lhes diràs, assim diz J e h o ­
13 E trarei soore esta terfa todas v a h dos exercitos, Deos de Israel, be­
minhas palavras, que fallei contra el­ bei, e embebedai-vos, e vomitai, e
la : a saber, tudo quanto està escrito cani, e nào tomeis a alevantar-vos,
neste livro, que prophetizou Jeremias por causar da espada, que eu envio en­
contra todas estas gentes. tre vósoutros.
14 Porque tambem delles se servi­ 28 E serà, que se nào quiserem to­
rão muitas gentes e grandes Reis: mar o copo de tua mào para beber:
assim lhes pagarei conforme a seus então lhes diràs, assim díz J e h o v a h
feitos, e conforme a as obras de suas dos exercitos, certamente bebereis.
m&os. 29 Porque eis que na cidade, que se
15 Porque assim me disse J e h o v a h , chama de meu nome, começo a casti­
Deos de Israel j toma de minha m&o gar; e serieis vós totalmente inno-
este copo do vinho de furor: e o dà centes 1 não sereis innocentes: por­
de beber a todas as gentes, a que eu que eu chamo espada sobre todos os
te envio. moradores da terra, diz J eh o v a h dos
16 Para que beb&o, e trem&o, e en- exercitos.
louqueçào, por causa da espada, que 30 Tu pois lhes prophetizaràs todas
eu envio entre elles. estas palavras: e dir-lhes-has, J e h o ­
17 E tomei o copo da mão de J eho- vah desdo alto bramará, e darà sua
Vah ; e dei de beper a todas as gen­ voz desda morada de sua santidade;

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782 JEREMIAS, XXVI.
horrivelmente bramará contra sua ha­ eu cuido fazer-lhes por cansa da mai-
bitação, e com grito de alegria como dadede suas acções.
os lagareiros retumbará contra todos 4 Dize-lhes pois, assim diz J khovah,
os moradores da terra. se n&o me derdes ouvidos, para andar­
31 Chegará o estrondo até o cabo des em minha Lei, a qual dei perante
da terra, porque J ehovah tem conten­ vossa face:
da com as gentes, entrará em juizo 5 Ouvindo as palavras de meus ser­
com toda cam e: aos impios entrega­ vos os Prophetas, que eu vos envio,
rá a a espada, diz J khovah. madrugando, e enviando, mas n&oou­
32 Assim diz J ehovah dos exercitos, vistes.
eis que o mal sahe de gente a gente; 6 Ent&o porei a esta casa como a
e grande tormenta se levantará das Silo: e a esta cidade porei em maldi-
ilhargas da terra. ç&o a todas as gentes da terra.
33 E serào os mortos de Jeh o v ah 7 E ouvir&o os Sacerdotes, e os Pro­
naquelle dia desde hum cabo da terra phetas, e todo o povo a Jeremias fallar
até o outro cabo da te r ra : n&o serào eBtas palavras na casa de J khovah .
pranteados, nem levantados, nem se­ 8 E succedeo que, acabando Jere­
pultados : mas estar&o por esterco so­ mias de fallar tuao, quanto J khovah
bre a face da terra. mandára fallar a todo o povo, pegário
34 Huivai pastores, e òlamai, e re­ delle os Sacerdotes, e os Prophetas, e
bolai-vos na cinza, honrados de reban­ todo o povo, dizendo, certamente mor­
ho; porque ja se cumprírào vossos rerás.
dias para matar-voscomo tambem os 9 Porque prophetizaste em Nome de
de vossas dissipações; ent&o cahireis J e h o v a h ; dizendo, como Silo serâ
como vaso precioso. esta casa, e esta cidade serà assolada,
35 E n&o haverá fugida para os pas­ de sorte que n&o seja morador nellaf
tores : nem escapula para os honrados e ajuntou se todo o povo contra Jere­
do rebanho. mias, na casa de J k h o v a h .
36 Haverá voz de grito dos pastores, 10 E ouvindo os Principes de Judá
e huivo dos honrados do rebanho: estas palavras, subír&o da casa do Rei
porquanto J xhovah assolou seu pasto á casa de J k h o v a h : e se assentár&o à
delles. entrada da porta nova de J k h o v a h .
37 Porque suas pacificas malhadas 11 Ent&o fallár&o os Sacerdotes, e os
serâo desarraigadas, por causa do fu­ Prophetas aos Principes, e a todo o
ror da ira de J khovah. povo, dizendo: juizo ae morte he nes­
38 Desamparou sua cabana como o te homem, porque prophetizou contra
filho de leâo: porquanto sua terra esta cidade, como ouvistes com vossos
delles foi posta em assolaç&o, por cau­ ouvidos.
sa do furor do oppreasor, e por causa 12 E fallou Jeremias a todos os Prin­
do furor de sua ira. cipes, e a todo o povo, dizendo: Jk­
h o v a h me enviou a prophetizar contia
esta casa, e contra esta cidade, todas
CAPITULO XXVI. as palavias, que ouvistes.
"VTO principio do Reino de Joiakim, 13 Agora pois, melhorae vossos ca­
-LN filho de Josias, Rei de Judá, veio minhos e vossas acções, e ouvi a vo*
esta palavra de J ehovah, dizendo. de J e h o v a h vosso Deos: e arrepen-
2 Assim diz J xhovah, poem-te no der-se-ha J k h o v a h do mal, que ttlloa
pateo da casa de J ehovah , e falia a contra vòs.
todas as cidades de Judá, que vem a 14 Eu porem, eisque eu estou em
adorar na casa de J khovah, todas as vossas m&os: f a z e i d e mim como bom
palavras que te mandei, que lhes fal- e oomo recto he e m vossos olhos.
lasees: palavra nenhuma deixes. 15 Porem certamente sabei, que se
3 Bem pode ser que ouvem, e se con­ vósoutros me matardes a mim, de cer­
vertem cada qual de seu m&o cami­ to vósoutros trareis sangue innocente
nho: e me arrependeria do mal, que sobre vòs, e sobre esta cidade, e sodw

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JEREMIAS, XXVÜ. 788
sens moradores: porqne em verdade esta palavra a Jeremias de J e h o v a h,
J xhovah me enviou a vós, a fallar dizendo.
írante vossos ouvidos todas est&B pa- 2 Assim me disse J e h o v a h , faze-te
E vras. huns atilhos e jugos, e poem os sobre
16 Entâo disserão os Principes e to­ teu pescoço.
do o povo aos Sacerdotes, e aos Pro­ 3 É envia os ao Rei de Edom, e ao
phetas: nâo ha neste homem juizo Rei de Moab, e ao Rei dos filhos de
de morte, porqne em nome de J k h o ­ Ammon, e ao Rei de Tyro, e ao Rei
v a h nosso Deos nos fallou. de Sidon, pela mão dos mensageiros,
17 Tambem levantárâo-se alguns va­ que vem a Jerusalem a ter com Sede-
rões dos Anciãos da terra, e fallárâo kiaa. Rei de Judá.
&toda a congregação do povo, dizendo: 4 É manda-lhea, que digão a seus
18 Micheas o Morascnita propheti- senhores; assim diz J e h o v a h dos ex­
zon em dias de Ezechía, Rei de Judá, ercitos, Deos de Israel, assim direis a
e fallou a todo o povo de Judá, dizen­ vossos Senhores.
do, assim disse J ehovah dos exerci- 5 Eu fiz a terra, o homem, e os ani­
toe, Sião será lavrada como campo, e maes, qne estão sobre a face da terra,
Jerusalem será montões de pedras; e por minha grande potência, e por meu
o monte desta casa altos de mato. brçço estendido; e a dou a quem bom
19 Porventura logo o matàrâo Eze­ he em meus olhos.
chía, Rei de Judá e todo Judá? por­ 6 E agora eu jâ dei todas estas ter­
ventura nâo temeo a J ehovah, e sup- ras em mão de Nebucadnezar, Rei de
plicou â face de J ehovah 1 e J eho ­ Babylonia, meu servo: e ainda até os
v a h se arrependeo do mal, que fallâ- animaes do campo lhe dei, para que o
ia contra elles ? e nos fazemos grande sirvâo.
mal contra nossas almas. 7 E todas as gentes servirão a elle,
20 Tambem hum homem houve, e a seu filho, e ao filho de seu filho:
que prophetizava em nome de J eho­ até que tambem venha o tempo de sua
própria terra; entâo gentes muitas e
v a h , a saber Urias filho de Semaia, de
Kiriath-Jearim : o qual prophetizou Reis grandes se servirão delle.
oontra esta cidade, e contra esta terra, 8 E será, que a gente e o Reino, que
conforme todas as palavras de Jere­ não servirem-lhe, a saber a Nebucad­
mias. nezar, Rei de Babylonia, e que não
21 E ouvindo o Rei Joiakim. e todos userem sua cerviz sob o jugo do Rei
seus Valentes, e todos os Principes S
e Babylonia, com espada, e com fo­
soas palavras, procurou o Rei matâlo: me, e com peste visitarei á tal gente,
o que ouvindo Urias, temeo, e fugio, diz J eh o v a h , até que os consuma por
e foi-se a Egypto. sua m&o.
22 Porem o Kei Joiakim enviou al- 9 E vósoutros não deis ouvidos a vos­
jnms varões a Egypto, a saber a Elna- sos Prophetas e a vossos adevinhos, e
tnan, filho de Acnbor, e a outros va­ a vossos sonhos, e a vossos agoureiros,
rões com elle a Egypto. e a vossos encantadores, que fallão a
23 Os quaes tirârão a Urias de Egyp­ vósoutros dizendo, nâo servireis ao Rei
to, e o trouxérão ao Rei Joiakim, que de Babylonia.
o ferio á espada, e lançou seu corpo 10 Porque mentiras vos prophetizâo,
morto nas sepulturas do povo comum. para vos alonjarem de vossa terra, e
24 Porem a mão de Ahicam, filho de que eu vos affugente, e vos outros
Saphan, foi com Jeremias: para que pereçais.
o nâo entregassem em mão do povo, 11 Forem a a gente, que meter sua
para o matárem. cerviz no jugo do Rei de Babylonia, e
o servir, a essa deixarei em sua terra,
diz J e h o v a h . e lavra-la-ha, e habitará
CAPITULO XXVII. nella.
VTO principio do Reino de Joiakim, 12 E tallei com Sedekias, Rei de Ju­
JL l filho de Josias, Rei de Judá, veio dá conforme a todas estas palavras.

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734 JEREMIAS, XXVm.
dizendo: metei vossas cervizes no ju­ CAPITULO xxvm.
go do Rei de Babylonia, e servi a elle,
e a seu povo, e vivereis. FOI no mesmo anno, no principio
13 Porque morreríeis tu e teu povo E do Reino de Sedekias, Rei de
à espada, e à fome, e de peste ? como Judá, no anno quarto, no raez quinto,
J e h o v a h j á disse da gente, que náo que me fallou Hananis, filho de Azur,
servir ao Kei de Babylonia. o Propheta que era de Gibeon. na ca­
14 E nâo deis ouvidos a as palavras sa de J e h o v a h , perante os oitos dos
dos Prophetas, que fallào a vósoutros, Sacerdotes, e de todo o povo, dizendo:
dizendo, nào servireis ao Rei de Ba­ 2 Assim falia J e h o v a h dos exerci­
bylonia : porque prophetizão vos men­ tos, Deos de Israel. dizendo: jà que­
tiras. brantei o jugo do Kei de Babylonia.
15 Porque não os enviei, diz J eho ­ 3 Em tempo de dous annos cumpri­
v a h , e prophetizão em meu Nome dos eu tornarei a este lugar todos os
falsamente : para que eu vos affugen- vasos da casa de J e h o v a h , que tomou
te, e pereçais, vos outros e os Prophe­ deste lugar Nebucadnezar, Kei de Bar
tas, que vos prophetizão. bylonia, e os levou a Babylonia.
16 Tambem fallei aos Sacerdotes, e 4 Tambem a Jechonias, filho de Jo­
a todo este povo, dizendo, assim uiz iakim, Rei de Judá, e a todos os trans­
J e h o v a h , n àjo deis ouvidos às pala­ portados de Judá, que entràrão em
vras de vossos Prophetas, que vos pro­ Babylonia, eu tomarei a este lugar,
phetizão, dizendo, eis que os vasos da diz J e h o v a h ; porque quebrantarei o
casa de J e h o v a h tornarão de Baby­ jugo do Rei de Babylonia.
lonia agora presto: porque propheti- 5 Então fallou Jeremias o Propheta
vào vos mentiras. a Hananias o Propheta, perante os
17 Nâo deis ouvidos a elles, servi ao olhos dos Sacerdotes, e perante os
Rei de Babylonia^ e vivereis: porque olhos de todo o povo, que estavâo na
se tornaria esta cidade em deserto \ casa de J e h o v a h .
18 Porem se são Prophetas, e se ha 6 Disse jjois Jeremias o Propheta,
palavra de J e h o v a h com elles; orem Amen! assim faça J e h o v a h : J ehovah
agora a J e h o v a h dos exercitos, que confirme tuas palavras, com que pro-
os vasos, que íicârão de resto na casa hetizaste, que torne os vasos da casa
de J e h o v a h , e na casa do Rei de Ju­ e J e h o v a h , e todos os transportados
dá, e em Jerusalem, não venhâo a Ba­ de Babylonia a este lugar.
bylonia. 7 Porem ouve agora esta palavra,
19 Porque assim diz J e h o v a h dos que eu fallo perante teus ouvidos, e
exercitos ácerca das columnas, e do perante os ouvidos de todo o povo.
mar, e das basas, e do residuo dos 8 Os Prophetas, que já houve antes
vasos, que ficàrâo de resto nesta ci­ de mim e antes de ti desda antigui­
dade. dade, elles prophetizàrào contra mui­
20 Que Nebucadnezar, Rei de Ba­ tas terras, e contra grandes Reinos, de
bylonia, não tomou, quando de Jeru­ guerra, e de mal, e de peste.
salem a Babylonia transportou a Je­ 9 O Propheta, que prophetizar de
chonias, filho de Joiakim, Rei de Ju­ paz, vindo a palavra daquelle Prophe­
dá, como tambem a todos os nobres ta, serà conhecido o tal Propheta por
de Judá e Jerusalem. aquelle. a quem J e h o v a h enviou em
21 Assim pois diz J e h o v a h dos e x ­ verdaae.
ercitos, Deos de Israel, ácerca dos va­ 10 Então Hananias o Propheta to­
sos, que ficàrâo de resto na casa de mou o jugo da cerviz do Propheta Je­
J e h o v a h , e na casa do Rei de Judá, e remias, e o quebrou.
em Jerusalem. 11 E fallou Hanan ia perante os olhos
22 A Babylonia serão levados, e ali de todos o povo, dizendo, assim diz
se ficarão até o dia, em que os visita­ J e h o v a h , assim quebrantarei o jogo
rei, diz J e h o v a h j entâo os farei su­ de Nebucadnezar, Rei de Babylon»)
bir, e toma-los-hei a este ]uçar, em tempo de dous annos cumpridos,

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JEREMIAS, XXR. 735
de sobre a cerviz de todas as gentes: prantai hortas; e comei sen frutodel-
e foi-se Jeremias o Propheta seu ca­
minho. 6 Tomai mulheres, e gerai filhos e
12 Mas veio a palavra de J ehovah filhas, e tomai mulheres para vossos
a Jeremias: depois que Hananias o filhos, e dai vossas filhas a varões, e
Propheta quebrou o jugo de sobre a parirão filhos e filhas: e multiplicai-
cerviz de Jeremias Propheta, dizen­ vos ali, e nào vos diminuais.
do: 7 E procurai a paz da cidade, para
13 Vai e falia a Hananias, dizendo, onde voz fiz transportar, e orai por
assim diz J e h o v a h , jugos de madeira ella a J ehovah : porque em sua paz
quebraste; mas faràs em seu lugar vósoutros tereis paz.
jugos de ferro. 8 Porque assim diz J ehovah dos ex­
14 Porque assim diz J ehovah dos ercitos, Deos de Israel, nào vos enga­
exercitos, Deos de Israel: jugo de fer­ nem vossos Prophetas, que ha entre
ro puz sobre o pescoço de todas estas vósoutros, e vossos aaevinhos: nem
gentes, para servirem a Nebucadne­ deis ouvidos a vossos sonhos, que vó­
zar, Rei de Babylonia^ e servilo-hão: soutros sonhais.
e até os animaes do campo lhe dei. 9 Porque elles vos prophetizâo fal­
15 E disse Jeremias o Propheta a samente em meu Nome: nâo os en­
Hananias o Propheta, ouve agora Ha­ viei, diz J ehovah .
nanias: nào te enviou J e h o v a h , po­ 10 Porque assim diz J ehovah, cer­
rem tu fizeste a este povo confiar em tamente que em se cumprindo seten­
mentiras. ta annos em Babylonia, vos visitarei:
16 Pelo que assim diz Jehovah, eis e despertarei sobre vós minha boa pa­
que lançar-te-hei de sobre a face da lavra, tomando-vos a este lugar.
terra: neste anno tu morrerás, por­ 11 Porque eu bem sei os pensamen­
quanto fallaste rebellião contra Jeho­ tos, que eu penso de vósoutros, diz
vah . J ehovah : a saber pensamentos de paz,
17 E morreo Hananias o Propheta, e nào de mal, para dar-vos o fim, que
90 mesmo anno, no mez setimo. esperais.
12 Então me invocareis, e ireis, e
CAPITULO XXIX. orareis a m im : e eu vos ouvirei.
t3 E buscar-me-heis, e achareis,
ESTAS sào as palavras da carta, quando me buscareis com todo vosso
E que Jeremias o Propheta enviou
de Jerusalem, ao residuo dos anoiãos
coração.
14 E serei achado de vós, diz J eho­
transportados, como tambem aos Sa­ vah, e tornarei vosso cativeiro, e con-
cerdotes, e aos Prophetas, e a todo o eregar-vos-hei de todas as gentes, e
povo, que Nebucaonezar navia trans­ de todos os lugares, a que vos lançei,
portado de Jerusalem a Babylonia. diz J ehovah : e tomar-vos-hei ao lu­
2 Depois que sahírào o Rei Jecho­ gar, donde vos transportei.
nias, e a Rainha, e os Eunuchos, e os 15 Porquanto dizeis: J ehovah nos
Principes de Judá e Jerusalem, e os despertou Prophetas em Babylonia.
carpenteiros e os ferreiros de Jerusa­ 16 Portanto assim diz J ehovah ácer­
lem. ca do Rei, que se assenta no throno
3 Pela mào de Elasa, filho de Sa­ de David, e ácerca de todo o povo,
phan, e de Gemarias, filho de Hilki­ que habita nesta cidade: a saber de
as ; os quaes enviou Sedekias Rei de vossos irmãos, que nào sahirâo com
Judá a Babylonia, a Nebucadnezar, vosco em cativeiro.
Jtei de Babylonia, dizendo: 17 Assim diz J ehovah dos exercitos,
4 Assim diz J ehovah dos exercitos, eis que enviarei entre elles a espada,
Deos de Israel, a todos os que forào a fome, e a peste: e fa-los-hei como
transportados, os quaes fiz transportar a figos podres, que não se podem co­
de Jerusalem a Baoylonia: mer de roindade.
6 Edificai casas, e habitai n tlk u : e 18 E persegui-los-hei com a espada,

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736 JEREMIAS, XXX.
com a fome, e com a peste: e da-los- casas, e habitai neltas; e prant&i hor­
hei por commoçfto a todos os Reinos tas, e comei seu fruto.
da terra, como tambem por maldição, 29 E léra Zephanias o Sacerdote es­
e por espanto, e por assovio, e por op­ ta carta, perante os ouvidos de Jere­
probrio entre todas as gentes, a que mias Propheta.
os lançar. 30 Pelo que yeio palavra de Jeho­
19 Porquanto não dérâo ouvidos a v a h a Jeremias, dizendo.
minhas palavras, diz J e h o v a h : envi- 31 Manda a todos os transportados,
ando-lhes eu meus servos os Prophe­ dizendo, assim diz J e h o v a h acerca de
tas, madrugando e enviando: porem Semaias, o Nechelamita; porquanto
vos nâo escutastes; diz J e h o v a h . Semaias vos prophetizou, não havendo
20 Vósoutros pois ouvi palavra de eu o enviado, e vos fez confiar em
J eh o v a h ; todos os transportados, que mentiras.
enviei de Jerusalem a Babylonia. 32 Portanto assim diz J e h o v a h : eis
21 Assim diz J e h o v a h dos exercitos, que visitarei a Semaias o Nechelami­
Deos de Israel, ácerca de Achab, filho ta, e a sua semente; elle não terá a
de Colaias, e de Sedekias; filho de alguem que habita entre este povo, e
Maaseias, que vos prophetizâo falsa­ nâo verá o bem, que eu farei a meu
mente em meu nome : eis que da-los- povo, diz J e h o v a h : porquanto fallou
hei em mão de Nebucadnezar, Rei de de rebellião contra J e h o v a h .
Babylonia, e elle feri-los-ha perante
vossos olhos. CAPITULO XXX.
22 E tomarão delles maldição todos
os transportados de Judá, que estão PALAVRA que veio a Jeremias
em Babylonia, dizendo: ponha-te J e ­
h o v a h como a Sedekias, e como a
A de J e h o v a h , dizendo.
2 Assim diz J e h o v a h , Deos de Isra­
Echab, aos quaes o Rei de Babylonia el, dizendo, escreve te todas as pala­
assou ao fogo. vras, que te tenho fallado, em num
23 Porquanto fizerão locura em Is­ livro.
rael. e cometérâo adultério oom as 3 Porque eis que dias vem, diz Je­
mulneres de seus proximos; e fallà- h o v a h , em que tomarei a catividade
rão palavra em meu nome falsamente, de meu povo Israel e Judá, diz J eho­
que nâo lhes mandei: e eu o sei, e v a h : e toma-los-hei a trazer â terra,
sou testemunha disso, diz J e h o v a h . que dei a seus pais, e a possuirão em
24 E a Semaias o Nechelamita fal­ herança.
larás, dizendo. 4 E estas são as palavras, que fallou
25 Assim diz J e h o v a h dos exercitos, J e h o v a h de Israef e de Judá.
Deos de Israel, dizendo, porquanto tu 5 Porque assim diz J e h o v a h , ouvi­
enviaste em teu nome cartas a todo mos voz de tremor: temor ha, porem
o povo, que está em Jerusalem; como não paz.
tambem a Zephanias filho de Maase­ 6 Perguntai pois, e olhai, se o macho
ias, o Sacerdote, e a todos os Sacer­ pare ? porque pois veio a cada varão
dotes, dizendo: com suas mãos a seus lombos, como a
26 J eh o v a h te pôz por Sacerdote, que está parindo ? e todos os rostos
em luçar de Joiada, o Sacerdote, para tornados em amarellidão 1
que sejais veedores da casa de J e h o ­ 7 Ai l porque aquelle dia he tão gran­
v a h sobre todo varâo furioso,eprophe- de, que nâo houve outro semelhante:
tizante; para o lançares na prisão e e tempo de angustia he para Jacob;
no tronco. porem será livrado delia.
27 Agora pois, porque não repren- 8 Porque será naquelle dia, diz Je­
deste a Jeremias o Anathothita, que h o v a h dos e x e rc ito B , que eu quebra­
prophetiza a vósoutros % rei seu jugo de sobre teu pescoço, e
28 Porque porisso mandou a nosou­ romperei tuas ataduras: e estranhos
tros a Babylonia, dizendo, ainda o nunca mais se servirão delle.
cativeiro muito ha de durar: edificai 9 Mas servirão a J eh o v a h , s e u Deos,

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JEREMIAS. XXXI. 737
oomo tambem a David, sen Rei, qne guidade, e sua congregação será con­
lhes despertarei. firmada perante meu rosto: e farei
10 Nào temas pois tu, servo meu Ja­ visitação sobre todos seus oppresso-
cob, diz J e h o v a h , nem te espantes ó res.
Israel; porque eis que livraMe-heide 21 E seu Honrado serà delle, e seu
terras de longe, eomo tambem a toa Ensenhoreador sahirá do meio delle, e
semente da terra de seu cativeiro: e fa-lo-hei achegar, e achegar-se-ha a
Jacob tornará, e descançará e sosse­ mim : porque quem será aquelle, que
gará, e nào haverá quem o atemorize. ficiue por fiador oom seu coração, para
11 Porque oomtigo estou, diz J b h o ­ acnegar-se a mim ? diz J e h o v a h .
vah , para te livrar: porquanto farei 22 E ser-me-heis por povo: e eu se­
consumação de todas as gentes, entre rei a vósoutros por Deos.
ae quaes te espargi; porem de ti n&o 23 Eis que a tormenta de J ehov ah
farei consumação, mas castigar-te-hei sahio com indignação, tormenta espes­
com medida, e de todo n&o te terei sa : cahirà cruelmente sobre a cabeça
por innocente. dos impios.
12 Porque assim diz J e h o v a h , teu 24 Não se tomará o ardor da ira de
quebrantamento he mortal: tua oha- J e h o v a h , até que n&o haja feito, e até
ga he dolorosa, que n&o haja cumprido os pensamen­
13 N&o ha quem julgue tua causa tos de seu coraç&o: no fim dos dias
ácerca de inchaço: n&o tens empraa- entendereis isto.
tos de cura.
14 Todos teus amadores jà se esque­ CAPITULO XXXI.
cerão de ti, e n&o perguntão por ti:
porque te feri de ferida de inimigo, $ a q u e l l e tempo, diz Jehovah,
com castigo do cruel; D e la grandeza N serei por Deos a todas as gera­
de tua maldade, e multidão de teus ções de Israel: e ellas me serão a mim
peccados. por povo.
15 Porque gritas por causa de teu 2 Assim diz J e h o v a h , o povo dos que
quebrantamento, de que tua dor he escapár&o da espada, achou graça no
mortal ? pela grandeza de tua malda­ deserto : a saber, Israel, quando fui a
de, e multid&o de teus peccados, te fiz levalo a descançar.
estas cousas. 3 Jà muito ha que J e h o v a h me appa­
16 Pelo que todos os que te devor&o, receo, dizendo: porquanto com amor
serão devorados: e todos teus adver- eterno te amei, porisso te puxei com
sarios, todos irão em cativeiro: e os benevolencia.
que te roubão, serão dados em roubo: 4 Ainda te edificarei, e serás edifi­
e a todos os que te despoj&o, entrega­ cada, o Virgem de Israel: ainda seràs
rei em despojo. adornada com teus adufes, e sahirás
17 Porque far-te-hei crecer a saude, com a folia dos foliões.
e te sararei de tuas chagas, diz J e h o ­ 5 Ainda prantaràs vinhas nos montes
v a h : porquanto te cham&o a engeita- de Samaria: os prantadores as pran-
d a : Si&o he, dizem , já n&o ha quem tar&o, e gozar&o dos frutos.
pergunte por ella. 6 Porque haverá dia, em que clama­
18 Assim diz J e h o v a h , eis que tor­ rão os guardas sobre o monte de Eph­
narei a trazer a catividaae das tendas raim : Levantai-vos, e subamos a Sião,
de Jacob, e apiedar me hei de suas a J e h o v a h nosso Deos.
moradas: e a cidade será reedificada 7 Porque assim diz J e h o v a h , cantai
sobre seu montão, e o palacio estará sobre Jacob com alegria, e jubilai por
posto a seu costume. causa da Cabeça das gentes: fazei o
19 E sahirá delles acç&o de pracas, ouvir, cantai louvores, e dizei; salva
e voz de folguedo: e multiplica-los- J e h o v a h , a teu povo, o resto de Israel.
hei, e n&o serão diminuidos; e glori- 8 Eis que tra-los-hei da terra do Nor­
fica-los-hei, e não serão acanhados. te, e ajunta-los-hei dos de mais lados
20 E seus filhos serão como da anti­ da terra; entre os quaes haverá cegos

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738 JEREMIAS, XXXI.
e aleijados, prenhes, e paridas junta- 20 Porventura néo me he Ephraim
m ente: com grande congregação se filho precioso 1 filho de prazer náo me
tornarão para cá. he? porque depois que fallei com elle,
9 Virão com choro, e com supplica- ainda me alernbrarei delle cuidadosa­
ções os levarei, guia-los-hei aos ribei­ mente : pelo que minhas entranhasse
ros de aguas, por caminho direito, em me revolvem por elle: de veras com­
que não tropeçarão: porque sou a Is­ padecer me hei delle, diz J ehovah .
rael por pai, e Ephraim he meu pri­ 21 Levanta-te a ti sinaes, poem te
mogênito. pirâmides, applica teu coração para a
10 Ouvi palavra de J e h o v a h , 6 gen­ vereda, para o caminho por onde an­
tes, e a denunciai nas ilhas de longe: daste : toma te poisyó virgem de Isra­
e dizei, aquelle que espargio a Israel, el, toma-te para estas tuas cidades.
o ajuntará, e o guardará, como o pas­ 22 Até quando andarás vagabunda ó
tor seu gado. filha esquiva: porque J e h o v a h criou
11 Porque J e h o v a h resgatou a Jacob, cousa nova sobre a terra: huma femea
e o livrou da mào do mais forte que elle. cercará ao varão.
12 Assim que virào, e jubilarão na 23 Assim diz J e h o v a h dos exercitos,
altura de Sião, e concorrerão ao bem Deos de Israel, ainda dirão esta pala­
de J e h o v a h , ao trigo, e ao mosto, e ao vra em terra de Judá, e em suas cida­
azeite, e aos cordeiros e bezerros: e des, quando eu tornar seu cativeiro:
sua alma serà como horta regada, e J e h o v a h te bemdiga, ó morada de
nunca mais andarão tristes. justiça, ó monte de santidade.
13 Entào a virgem se alegrará na 24 E nella habitarão Judá, e todas
dança, como tambem os mancebos suas cidades juntamente: como tam­
e os velhos juntamente: e tornarei bem os lavradores, e os que caminhão
seu pranto em alegria, e consola-los- com o rebanho.
hei, e ale<rra-los~hei em sua tristeza. 25 Porque re^ei a alma cansada: e
14 E encherei a alma dos Sacerdotes toda alma entristecida enchi.
com gordura: e meu povo se fartará 26 (Sobre isto me despertei, e olhei:
de meu bem. diz J e h o v a h . e meu sono me era suave.)
15 Assim diz J e h o v a h : huma voz 27 Eis que dias vem, diz J ehovah ,
se ouvio em Rama, lamentação, choro quando semearei a casa de Israel, e a
amargo; Rachel chora por seusülhos: casa de Judá. com semente de homens,
nâo quer ser consolada por seus filhos, e com semente de animaes.
porquanto jà nâo são. 28 E serà que como velei sobre elles,
16 Assim diz J e h o v a h , reprime tua para arrancar, e para derribar, e para
voz de choro, e teus olhos de lagri­ trastornar, e para destruir, e para fa­
mas : porque ha galardão por teu tra­ zer m al: assim velarei sobre elles, para
balho, diz J e h o v a h ; porquanto tômá- edificar, e para plantar, diz J ehovah .
râo da terra do inimigo. 29 Naquelles aias nunca mais diráo,
17 E ha esperança para teus descen­ os pais comérão uvas verdes: e os
dentes, diz j e h o v a h : porquanto teus dentes dos filhos se desbotárão.
filhos tornarão a seu termo. 30 Mas cada qual morrerá por soa
18 Bem ouvi eu,que Ephraim se quei­ iniquidade: todo o homem que comer
xava, dizendo, castigaste-me, e foi cas­ as uvas verdes, seus dentes se desbo­
tigado como novilho por domar: con- tarão.
verte-me, e converter-me-hei; por­ 31 Eis que dias vem, diz J ehovah,
que tu es J e h o v a h meu Deos. em que farei concerto novo com a ca­
19 Na verdade que, depois que me sa de Israel, e com a casa de Judá.
converti, tive arrependimento; e de­ 32 Não conforme o concerto, que fiz
pois que me dei a conhecer a mim com seus pais, no dia em que os to>
mesmo, bati sobre a coixa: confundi- mei pela mão, para tiralos da terra de
me, e tambem me envergonhei; por­ Egypto: porquanto elles invalidâráo
quanto levei o opprobrio de minha meu concerto, ainda que me casei
mocidade, com elles, diz J e h o v a h .

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JEREMIAS, XXXII. 739
33 Mas este he o concerto, que farei 3 Porqne Sedekias Rei de Judá o en-
com a casa de Israel depois daqnelles cerràra, dizendo: porque prophetizas
dias, diz J e h o v a h ; darei minha Lei tu, dizendo, assim diz J eh o v a h , eis
em sen interior, e a escreverei em seu que entrego a esta cidade em mão do
coraçáo: e eu serei a elles por Deos, Rei de Babylonia, e a tomará.
e elles a mim seráo por povo. 4 E Sedekias Rei de Judá não esca­
34 E nâo ensinará alguem mais a seu pará da mão dos Chaldeos: mas cer­
roximo, nem alguem a 1seu irmâo, tamente serà entregue em mão do Rei
izendo, conheci a J e h o v a h : porque de Babylonia, e lhe fallarà de boca a
todos me conhecerão, desdo mais pe- boca, e ver-se-ha com elle de olhos a
ueno delles, até o mais grande delles^ olhos.
iz J e h o v a h ; porque lhes perdoarei 5 E levará a Sedekias a Babylonia, e
sua maldade, e nunca mais me lem­ ali estará, até que eu o visite, diz J e­
brarei de seus peccados. h o v a h : e ainda aue pelejeis com os
35 Assim diz J e h o v a h , que dá ao Chaldeos, náo gannareis.)
Sol para luz do dia, e as ordenanças da 6 Disse pois Jeremias: veio palavra
lua, e das est relias para luz da noite : de J eh ov ah a mim, dizendo.
que fende o mar, e suas ondasbramáo; 7 Eis que Hanameel, filho de Sallum,
J e h o v a h dos exercitos he seu Nome. teu tio, está vindo a ti, dizendo: com­
36 Se desviarem-se estas ordenan­ pra para ti minha herdade, que está
ças de diante de minha face. diz J e ­ em Anathoth, pois tens o juro de res
h o v a h : tambem a semente de Israel gate, para compràta.
cessará de ser gente diante de minha 8 Veio pois a mim Hanameel. filho
face, todos os dias. de meu tio, segundo a palavra ae J e­
37 Assim diz J e h o v a h , se os ceos a h o v a h , ao pateo da guarda, e me dis­
riba medir se podem, e esquadrinhar se, compra agora minha herdade que
se os fundamentos da terra abaixo: está em Anathoth, que he em terra de
tambem eu regeitarei toda a semente Benjamin; porque tens o juro heredi­
de Israel, por tudo quanto fizérâo, diz tário, e tens o resgate, compra a para
Jehovah. t i : entâo entendi, que isto era a pala­
38 Eis que dias vem, diz J e h o v a h , vra de J è h o v a h . 4
em que esta cidade serà reedificada 9 Pelo que comprei a herdade de Ha­
para J e h o v a h , desda torre de Hana- nameel, nlho de meu tio, a aual está
neel até á porta de canto. em Anathoth: e pesei-lhe o ainheiro,
39 E o nivèl de medir sahirá tambem a saber} dez e sete siclos de prata.
a diante em fronte delle, até o outeiro 10 E sobscrevi o conhecimento e o
de Gareb: e virar-se-ha para (Joath. sellei, e o fiz testificar as testemunhas:
40 E todo o valle dos corpos mortos, e pesei-lta o dinheiro em balanças.
e da cinza, e todos campos até o ribei­ H E tomei o conhecimento da com­
ro de Cedrâo, até a esquina da porta pra sellado, conforme ao mandado, e
dos cavallos ao Oriente, serão consa­ aos estatutos, e o traslado aberto.
grados a J e h o v a h : não se arrancará 12 E dei o conhecimento da compra
nem se derribará mais eternamente. a Baruch, filho de Nerias, filho de Ma-
asseas, perante os olhos de Hanameel,
filko de íneu tio, e perante os olhos
CAPITULO XXXII. das testemunhas, que sobscrevérão o
A PALAVRA, que veio a Jeremias conhecimento da compra, e perante os
de J e h o v a h , no anno decimo de olhos de todos Judeos, que se assenta­
Sedekias, Rei de Judá: este anno foi vão no pateo da guarda.
ó anno dezoito de Nebucadnezar. 13 E mandei a Baruch, perante oe
2 (Tinha porem entâo o exercito do olhos delles, dizendo.
Bei de Babylonia cercado a Jerusalem: 14 Assim diz J e h o v a h dos exercitos,
e Jeremias o Propheta estava encerra­ Deos de Israel, toma estes conheci­
do no pateo da guarda, que estava na mentos, este conhecimento de compra,
casa do Rei de Judá. assim o sellado, como este oonheoi*

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740 JEREMIAS, XXXII.
manto aberto, e ospoem em hum vaso 2 7 Eis qne ea soa Jkovab, Deos
de barro, para qoe durem muitos dias. de toda cam e: porventura ser-me hia
15 Porque assim diz J e h o v a h dos cousa alguma maravilhosa.
exercitos, Deos de Israel: ainda com- 2 8 Pelo que assim diz Jkhova h : eis
prar-se-hâo casas, e campos, e vinhas que eu entrego esta cidade em m&odos
nesta terra. Chaldeos, e em m&o de Nebucadne­
16 E depois que dei o conhecimen­ zar, Rei de Babylonia, e tomà-la-ha.
to da compra a Baruch, filho de Neri- 29 E Chaldeos, que pelej&o contra
as, orei a J e h o v a h , dizendo. esta cidade, entrar&o nella, e encen-
17 Ah Senhor J k h o v a h 1 eis que tu der&o esta cidade a fogo, e queima-la
fizeste os ceos e a terra com tua gran­ h&o juntamente com as casas, sobre
de potência, e oom tua braço estendido: cujos terrados perfumàr&o a Baal, e
n&o te he maravilhosa algum a cousa. onerecérâo aspersões a outros deoses,
18 Que usas de benignidade em mi­ para me provocarem a ira.
lhares, e rendes a maldade dos pais 30 Porque os filhos de Israel e os
no regaço dos filhos depois delles: o filhos de Judá somente fizér&o mal em
grande, o poderoso Deos, cujo nome meus olhos desde sua mocidade: por­
he J x h o v a h dos exercitos. que os filhos de Israel somente pro-
19 Grande em conselho, e magnifico vocàr&o-me a ira, com as obras de
em feito: porque teus olhos est&o aber­ suas m&os, diz Jehovah.
tos sobre todos os caminhos dos filhos 31 Porque para minha ira e a meu
dos homens, para dar a cada qual con­ furor me foi esta cidade, desdo dia
forme a seus caminhos, e conforme ao que a edificár&o, e até o aia de hoje:
fruto de suas obras. para que a tirasse de minha face.
20 Que Duseste sinaes e maravilhas 32 Por toda a maldade dos filhos de
em terra ae Egypto até o dia de hoje, Israel, e dos filhos de Judá, que fizé­
assim em Israel, oomo entre outros ho­ râo, para àie provocarem a ira, assim
mens: e te aquiriste tal Nome, qual he elles como seus Reis, seus Principes,
neste dia. seus Sacerdotes, e seus Prophetas, oo­
21 E tiraste a teu povo Israel da ter­ mo tambem os varões de Judá, e os
ra de Egypto, com sinaes e com ma­ moradores de Jerusalem.
ravilhas, e oom m&o forte. e.com bra­ 33 E me viràr&o as costas, e n&o o
ço estendido, e com grande espanto. rosto: ainda qne eu os ensinava, ma­
22 E déste-lhes esta terra, que ju­ drugando e ensinando-os, com tudo
raste a seus pais de dar-lhes: terra de elles n&o ouvirão, para receberem en­
que corre leite e mel. sino.
23 E entràr&o nella, e a possuirão 34 Antes puser&o suas abominações
em herança, porem n&o obedecér&o a na oasa, que se chama de meu Nome,
tua voz, nem andar&o em tua le i; tudo para a profanarem.
aue lhes mandaste, que fizessem, n&o 35 E edificárâo os altos de Baal, que
nzérào : pelo que fizeste encontrar estâo no valle do filho de Hinnom, pa­
lhes todo este mal. ra seus filhos e suas filhas fazer passar
24 Eis aqui os vallados! já viérâo à pelo foço a Molech; o que nunca lhes
cidade a tomala. e a cidade está dada mandei, nem subio em meu coração,
em m&o dos Cnaldeos, que pelej&o que fizessem tal abominação: para
oontra ella, por causa da espada, e da fazerem peccar a Judá.
fome, e da pestilencia: e o que fal­ 36 E portanto agora assim diz J**
laste, se fez, e eis aqui tu o vês. h o v a h , Deos de Israel, ácerca desta
25 Com tudo tu me disseste, Senhor cidade, da qual vósoutros dizeis: já
J e h o v a h , compra-te o campo por di­ está dada em mâo do Rei de Babvlo-
nheiro, e faze que o testifiquem teste­ nia, à espada, e à fome, e à pestilên­
munhas : sendo que a cidade està ja cia:
dada em m&o dos Chaldeos. 37 Eis que eu os ajuntarei de todas
26 Ent&o veio palavra de J k h o v a h a as terras, para onde os ouver lançado
Jeremias, dizendo: em minha ira, e em meu furor, e em

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JEREMIAS, XXXIII. 741
minha grande indignação: e torna- Chaldeos, mas isso he para os encher
los-hei a este lagar, e fa-los-hei habi­ de corpos mortos de homens, que fe­
tar seguramente. ri em minha ira e em meu furor: e
38 E m e ser&o por povo; e en lhes porquanto escondi meu rosto desta ci­
sereipor Deos. dade, por causa de toda sua malicia.
39 E lhes darei ham mesmo cora­ 6 Eis que eu lhes farei subir saude
ção, e hum mesmo caminho, para que e cura, e os sararei: e lhes manifes­
me temâo todos os dias, para seu bem, tarei aDundancia de paz e verdade.
e de seus filhos depois aelles. 7 E tomarei o cativeiro de Judá, e o
40 É farei com elles Concerto eterno, cativeiro de Israel, e os edificarei co­
ue nâo tomar-me-hei a traz delles, mo de primeiro.
3 e fazer-lhes bem : e darei meu temor 8 E os purificarei de toda sua mal­
em seu coração, para que nunca se dade, com que peccárâo contra mim:
apartem de mim. e perdoarei toaas suas maldades. com
41 E alegrar-me-hei delles, fazendo- qne peccárâo contra mim, e com que
lhes bem : e pranta-los-hei nesta ter­ prevaricàrâo contra mim.
ra fielmente, com todo meu coração, 9 E servir-me-ha de nome de ale­
e com toda minha alma. gria, de louvor, e de ornamento, entre
42 Porque assim diz J e h o v a h : como todas as gentes da terra, que ouvirem
eu trouxe sobre este povo todo este todo o bem, que eu lhes faço: e es-
grande mal, assim eu trarei sobre el­ pantar-se-hâo, e perturbar-se-hâo por
les todo o bem, que eu falloaobre elles. causa de todo o bem, e por causa de
43 E campos se comprarão nesta ,toda a paz, aue eu lhes aou.
terra, da qual vósoutros dizeis, já es­ 10 Assim aiz J e h o v a h , neste lugar
tà. tâo deserta, que nâo ha nella nem (de aue vos dizeis que està deserto, e
homem, nem animal; està dada em não na neüe nem homem nem animal)
mâo dos Chaldeos. nas cidades de Judá, e nas mas de Je­
44 Campos comprarão por dinheiro, rusalem, aue tão assoladas estâo, que
e 8obscreverâò os conhecimentos, e nâo ha neílas nem homem, nem mo­
os sellarâo, e farâo testificar cora tes­ rador, nem auimal, ainda se ouvirá;
temunhas, em terra de Benjamin, e 11 Voz de gozo e voz de alegria, voz
nos dorcdores de Jerusalem, e nas ci­ de esposo e voz de esposa, e voz dos
dades de Judá, e nas ciaades das que dizem, louvai a J eh o v a h dos ex­
montanhas, e nas cidades das plaine- ercitos, porque bom he J e h o v a h , por­
zas, e nas cidades do Sul: porque os que sua benignidade dura perpetua­
farei tornar de seu cativeiro, diz Je- mente ; como tambem dos que trazem
HOVAH. louvor a casa de J e h o v a h : porque
tornarei o cativeiro da terra como de
c a p it u l o x x x n i.
primeiro^ diz J e h o v a h .
12 Assim diz J e h o v a h dos exerci­
VEIO palavra de J e h o v a h a Je­ tos, ainda neste lugar, que està tão
E remias segunda vez: estando
elle ainda encerrado no pateo da guar­
deserto, que não ha nelle nem homem,
nem ainda animal, e em todas suas
da, dizendo. cidades, haverá morada de pastores,
2 Assim diz J e h o v a h , que o faz, Je­ que fação deitar o gado.
h o v a h , que forma isto, para o confir­ 13 Nas cidades das montanhas, nas
mar ; J e h o v a h he seu Nome. cidades das plainezas, e nas cidades
3 Clama a mim, e responder-te-hei: do Sul, e em terra de Benjamin, e nos
e denunciar-te-hei cousas grandes e doredores de Jerusalem, e nas cida­
firmes que nâo sabes. des de Judá, ainda passará o gado pe­
4 Porque assim diz J e h o v a h , Deos las mâos dos contadores, diz J ehovah.
de Israel, das casas desta cidade, e 14 Eis que dias vem, dia J e h o v a h ,
das casas dos Reis de Judá, que forão em que despertarei a palavra,boa, jque
derribadas com os trabucos, eàespada. fallei a a casa de Israel, e sobre a ca­
5 Bem entrârâo a pelejar contra os sa de Jada.

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742 JEREMIAS, XXXIV.
15 Naquelles diast e naquelle tempo nezar? Rei de Babylonia, e todo seu
farei brotar a David hum Renovo ae exercito, e todos os Reinos da terra,
justiça: e fará juizo e justiça na terra, que estavâo sob o Senhorio de sua
16 Naquelles dias Judá será salvo, mão, e todos os povos pelejavão con­
e Jerusalem habitará seguramente: e tra Jerusalem, e contra todas suas ci­
este he o que a chamará, J e h o v a h dades,) dizenao.
j u s t i ç a NOSSA. 2 Assim diz J e h o v a h , Deos de Is­
17 Porque assim diz J e h o v a h : nun­ rael, vai, e falia a Sedekias, Rei de
ca faltará a David varâo, que se as­ Judá: e dize-lhe, assim diz J e h o v a h ,
sente sobre o throno da casa de Israel. eis que eu dou a esta cidade em mâo
18 Nem aos Sacerdotes Leviticos fal­ do Rei de Babylonia, è queima-la-ha
tará varâo de diante de minha face, a fogo.
que offereça holocausto, e encenda 3 E tu não escaparás de sua mâo,
offerta de manjares, e faça sacrificio antes de certo serás preso, e serás en­
todos os dias. tregue em sua mào: e teus olhos ve­
19 E veio palavra de J e h o v a h a Je­ rão os olhos do Rei de Babylonia, e
remias, dizendo. sua boca fallarà com tua boca, e en­
20 Assim diz J e h o v a h , se puderdes trarás em Babylonia.
invalidar meu concerto ao dia, e meu 4 Todavia Ouve palavra de J e h o v a h ,
concerto da noite, de tal modo, que 6 Sedekias, Rei de Judá: assim diz
nâo haja dia e noite a seu tempo. J e h o v a h de ti, nâo morrerás a espada.
21 Tambem se poderá invalidar meu 5 Em paz morrerás, e conforme as
concerto com David meu servo, para ueimas de teus pois, os Reis preee-
que nâo tenha filho, que reine sobre entes, que forão antes de ti, assim
seu throno: como tambem com os farão queimas por ti, e prantear-te-hâo,
Levitas Sacerdotes, meus ministros. dizenao, ah Senhor! porque eu disse
22 Como náo pode contar-se o exer­ a palavra, diz J e h o v a h .
cito dos ceos, nem medir-se a area 6 E fallou Jeremias o Propheta, a Se­
do mar: assim multiplicarei a semente dekias, Rei de Judá, todas estas pala­
de David meu servo, e aos Levitas, vras, em Jerusalem:
que ministrâo a mim. 7 Quando o exercito do Rei de Ba­
23 E veio ainda palavra de J e h o ­ bylonia pelejava contra Jerusalem, e
v a h a Jeremias, dizendo. contra todas as cidades de Judá, que
24 Porventura nâo tens visto o que ficárão de resto: contra Lachis, e con­
este povo falia? dizendo, as duas ge­ tra Azeca: porque estas cidades for­
rações, as quaes J e h o v a h elegeo, tes ficarão ae resto, dentre as cidades
agora as regeitou: e desprezâo a meu de Judá.
povo, como se nâo fora mais povo pe­ 8 A palavra que veio a Jeremias de
rante seu rosto, J e h o v a h : depois que o Rei Sedekias
25 Assim diz J e h o v a h : se meu con* fez concerto com todo o povo, que hor
certo do dia e da noite nâo for; e eu via em Jerusalem, para apregoar lhes
nâo pôr as ordenanças dos ceos e da liberdade.
terra. 9 ^ u e cada qual a seu servo, e cada
26 Tambem regeitarei a semente de qual a sua serva, Hebreo ou Hebrea,
Jacob e de David meu servo, para largasse livres: de maneira que nin­
ue não tome de sua semente aos que guém se fizesse servir delles, sendo
ominem sobre a semente de Abra­ Judeos, seus irmãos.
ham, Isaac, e Jacob : porque tomarei 10 E ouvirão todos os Principes, e
seu cativeiro^ e apiedar me hei del­ todo o povo, que entrârâo no concerto,
les. que cada qual a seu servo, e cada qual
a sua serva largasse livres; de manei­
ra que nâo se fizessem mais servir
CAPITULO XXXIV. delles: ouvirão pois, e os largârâo.

A PALAVRA, que veio a Jeremias


de J s h o v a h , (quando Nebucad-
11 Porem depois se anependérto, e
tomárâo a trazer os sem*, e as ser­

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JEREMIAS, XXXV. 743
vas, que largârào livres: e os sugei- em mão de seus inimigos, e em m&o
tàrâo por servos e por servas. dos que procurão sua morte: a saber,
12 Pelo que veio palavra de J e h o ­ em mâo do exercito do Rei de Baby­
v a h a Jeremias, da parte de J e h o v a h , lonia, que já se retiràrão de vósoutros.
dizendo. 22 Eis que eu porei ordem, diz J e ­
13 Assim diz J ehovah, Deos de Is­ h o v a h , e os farei tomar a esta cida­
rael : eu fiz concerto com vossos pais, de, e pelejarão contra ella, e a toma­
no dia que os tirei da terra de Egypto, rão, e a queimarão a fogo: e as cida­
da casa de servos, dizendo. des de Judá porei em assolação, que
14 Ao fim de sete annos largareis ninguém habite nella.
cada qual a seu irmâo Hebreo, que te
for vendido a ti, e te houver servido CAPITULO XXXV.
a ti sei6 annos, e larga-lo-has livre de
t i : porem vossos pais me nâo ouvi­ PALAVRA que veio a Jeremias
rão, nem inclinárâo seus ouvidos. A de J eh o v a h : em dias de Joia-
15 E havieia-vos convertido hoje, e kim. filho de Josias, Rei de Judá, di-
tinheis feito o que he recto em meus zenao.
olhos, apregoando liberdade cada qual 2 Vai à casa dos Rechabitas, e falia
a sen proximo: e tinheis feito concer­ com elles, e leva os à casa de J e h o ­
to perante minha face, na casa que se v a h , a huma das camaras: e da-lhes
chama de meu noqie. de beber vinho.
16 Porem tomastes-vos, e profanas­ 3 Então tomei a Jasanias, filho de
tes meu nome, e tomastes a trazer Jeremias, filho de Habazinias, e a seus
cada qual a seu servo, e cada qual a irmãos, e a todos seus filhos, e a toda
sua serva, aos quaes jà tinheis largado a casa dos Rechabitas.
livres a sua vontade: e os sugeitastes 4 E os levei à casa de J e h o v a h , a a
a que vos sejão por servos, e por ser­ camara dos filhos de Hanan, filho de
vas. Jigdalias, varão de Deos: que està
17 Portanto assim diz J eh o v a h : vó­ junto à camara dos Principes, aue he
soutros me nào ouvistes a mim, para sobre a camara de Maseias, filho de
apregoar liberdade, cada qual a seu Sallum, guarda do umbral da porta.
irmâo, e cada qual a seu proximo: 5 E puz diante dos filhos da casa dos
pois eis qne eu apregoo-vos liberdade, RechaSitas tacas cheias de vinho e co­
diz J e h o v a h , para a espada, para a pos : e disse-lnes, Bebei vinho.
pestilencia, e para a fome; e dar-vos- 6 Porem elles dissérão, não beberé-
nei por espanto a todos os Reinos da mos vinho: porque Jonadab, filho de
terra. Rachab, nos6o pai? nos mandou, di­
18 E entregarei aos varões, que tras- zendo, não bebereis vinho vósoutros,
passàrâo meu concerto, que não con- nem vossos filhos perpetuamente.
nrmàrão as palavras do concerto, que 7 Nem edificareis oasa, nem semea­
fizérâo perante minha faoe, com o be­ reis semente, nem prantareis vinha,
zerro, que fenderão em duas partes, e nem tereis: mas habitareis em tendas
passàrão por meio de seus pedaços. todos vossos dias; ^para que vivais
19 A saber aos Principes ae Judá, e muitos dias sobre a faoe da terra, em
aos Principes de Jerusalem, aos Eu- que vos andais peregrinando.
nuchos, e aos Sacerdotes, e a todo o 8 Assim <iue obedecemos a voz de
povo da terra, que passàrão por meio Jonadab, filho de Rechab, nosso pai,
aos pedaços do bezerro. em tudo quanto nos mandou: de ma­
20 Entrega-los-hei, digo, em mão de neira que nâo bebemos vinho em todos
•eus inimigos, e em mão aos que pro­ nossos dias, nos, nem nossas mulheres,
curão sua morte : e o corpo morto del­ nem nossos filhos, nem nossas filhas,
les serà para mantimento às aves dos 9 Nem edificamos oasas para nossa
ceos, e aos da terra. lial?it*çào? flen* temos vinha, nem
21 E ató ao Rei Sedekias» Rei de oampo, nem semente.
Joda, e * MU4 Priucipe» en tn g w i 10 & babiterooi em tftpditj i Butim

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744 JEREMIAS, XXXVI.
ouvimos e fizemos conforme a tudo, que assista perante minha face, todos
quanto nos mandou Jonadab, nosso pai. os dias.
11 Succedeo porem, que subindo Ne­
bucadnezar, Rei de Babylonia, a esta CAPITULO XXXVI.
terra, dissemos, vinde, e vamos nos a
Jerusalem, por causa do exercito dos UCCEDEO pois no anno quarto de
Chaldeos, e por causa do exercito dos
Syrios: e assim ficamos em Jerusalem.
S Joiakim, nlho de Josias, Rei de
Judá, que veio esta palavra a Jeremias
12 Entâo veio palavra de J k h o v a h de J k h o v a h , dizendo:
a Jeremias, dizendo. 2 Tomai-te hum volume de livro, e
13 Assim diz J s h o v a h dos exercitos^ escreve nelle todas as palavras, que
Deos de Israel, vai, e dize aos varões te fallei a ti de Israel, e de Judá, e de
de Judá, e aos moradores de Jerusa­ todas as gentes, desd’o dia qu* te fallei
lem : porventura nunca aceitareis en­ a ti, desdos dias de Josias até o dia
sino. para ouvirdes minhas palavras, de hoje.
diz J e h o v a h . 3 Porventura ouvi râo os da casa de
14 As palavras de Jonadab, filho de Judá todo o mal, que eu penso fazer-
Rechab, que mandou a seus filhos, que lhes : para que cada quài se converta
nâo bebessem vinho, forão guardadas; de seu mâo caminho, e en perdôe sna
pois nâo bebérâo até este dia, antes maldade e seu peccado.
ouvirão o mandamento de seti pai: 4 Entâo Jeremias chamou a Baruch,
e eu vos fallei a vósoutros, madru­ filho de Nerias: e Baruch escreveo da
gando e fallando, porem vós nâo me boca de Jeremias todas as palavras de
ouvistes a mim. J e h o v a h . que lhe faUára, em hum
15 E enviei a vósoutros a todos meus volume ae livro.
servos, os Prophetas, madrugando e en­ 5 E Jeremias mandou a Baruch, di­
viando, e dizendo, convertei-vos agora zendo, eu estou preso, nâo posso entrar
cada qual de seu mao caminho, e fa­ na casa de J e h o v a h .
zei boas vossas acções, e nâo sigais a 6 Entra tu pois, e lé do volume, que
outros deoses a sèrvilos; e assim fica­ escreveste de minha boca, as pahvias
reis na terra, que dei a vôs> e a vos­ de J e h o v a h a ouvidos ao povo, na
sos pais: porem nâo inclinastes vos­ casa de J e h o v a h em o dia de Jejúm:
sos ouvidos, nem me obedecestes a e tambem as lerás a ouvidos de todo
mim. Judá, que vem de suas cidades.
16 Portanto, pois que os filhos de Jo­ 7 Porventura cahirà sua supplicação
nadab, filho de Rechab, guardàr&o o perante a face de J e h o v a h , e cada
mandamento de seu pai que lhes man­ qual se converterão de seu mâo ca­
dou : e este povo nâo me obedeceo. minho : por que grande he a ira, e o
17 Porisso assim diz J e h o v a h , Deos furor, que J e h o v a h pronunciou confia
dos exercitos, Deos de Israel, eis que este_povo.
trarei sobre Judá, e sobre todos os mo­ 8 R fçz Baruch, filho de Nerias, con­
radores de Jerusalem, todo o mal, que forme a tudo quanto lhe mandára Jere­
fallei contra elles: porauanto lhes tal- mias o Propheta, lendo naquelle litro
lei, e nâo ouvirão; e clamei a elles, e as palavras de J b h o v a h em a casa de
nâo respondérâo. Je h o v ah .
18 E a a casa dos Reohabitas disse 9 Por que aconteceo no anno quinto
Jeremias, assim diz J e h o v a h dos exer­ de Joiakim, filho de Josias, Rei de
citos, Deos de Israel, porauanto obe­ Judá, ao me* nono, que apregoarão
decestes ao mandamento ae Jonadab, jejum perante a face de J e h o v a h , a
vosso pai, e guardastes todos seus todo o povo em Jerusalem: como tam­
mandamentos, e fizestes conforme a bem a todo o povo, que vinhão das ci­
tudo, quanto vos mandou: dades de Judá a Jerusalem.
19 Portanto assim diz J e h o v a h dos 10 Leo pois Baruch naquelle livroas
exercitos, Deo* de Israel: nunoa fal­ patetras de Jerextqas em a casa deJ*»
tará vavàoa Jonadab, £Bho de Reckab, hovah, na camara de Gesuttiaè filho

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JEREMIAS, XXXVI. 745
de Saphan o Escriba, ao pateo de riba, na casa do inverno, no mez nono:
á entrada da porta nova da casa de e eslava diante delle hum brazeiro
J e h o v a h , a ouvido» de todo o povo. acendido.)
11 E ouvindo Micheas, filho de Ge* 23 E succedeo que, havendo lido Je-
manas, filho de Saphao, todas as pa­ hudi tres ou quatro capitulos, cortou
lavras de J eh o v a h daquelle livro; o com hum canivete de escriv&o, e o
12 Descendeo à casa de Rei a a ca> lançou no fogo que estava no brazei­
mara do Escriba; e eis que todos os ro : até que todo o volume se consn-
Prin c ipes estavâo ali assentados: a mio no fogo, que estava no brazeiro.
saber Elisama, o Escriba, e Delaias, 24 E n&o se espantàr&o nem reagá-
filho de Semaias, e Elnathan, filho de r&o seus vestidos, o Rei, e todos seus
Achbor, e Gemarias, filho de Saphan, servos, que ouvir&o todas estas pala*
e Sedekias, filho de Hananias, como vras.
tambem todos os Principes. 25 Ainda que Elnathan, e Delaias, e
13 E Micheas denunciou-lhes todas Gemarias, rogár&o ao Rei, que n&o
as palavras que ouvira: lendo as Ba- ueimasse o volume: porem n&o deu*
ruch no livro a ouvidos do povo.
14 Ent&o enviár&o todos os Prinoi-
a ies ouvido*
26 Antes mandou o Rei a Jerahmeel,
s a Jehudi, filho de Nethanias, filho filho de Hamelech, e a Seraias, filho
Selemias, filho de Cuschi, a dizer de Azriel, e a Selemias, filho de Ab*
a Baruch, o volume, em que leste a ou­ deei, que prendessem a Baruch, o es­
vidos do povo, toma-o em tua m&o, e crivão, e a Jeremias; o Propheta: mas
vem : e Baruch filho de Nerias tomou J e h o v a h os escondera.
o volume em sua m&o, e veio a el­ 27 Ent&o veio palavra de J eh o v a h
les. a Jeremias, depois que o Rei queimà»
15 E dissér&o-lhe, assenta-te agora, ra o volume, e as palavras que escre-
e o lè a nossos ouvidos: e Baruch leo véra Baruch da boca de Jeremias,
a seus ouvidos. dizendo.
16 E succedeo que, ouvindo elles 28 Toma-te ainda outro volume, e
todas aquellas palavras, espantárâo-se escreve nelle todas as palavras pri­
huns para com os outros: e dissérâo a meiras, que estav&o no primeiro vo­
Barucn, sem duvida nenhuma denun- lume, o qual queimou Joiakim, Rei
ciarémos ao Rei todas estas palav­ de Judá.
ras. 29 E a Joiakim, Rei de Judá, dirás,
17 E perguntàr&o a Baruch, dizen­ assim diz J e h o v a h : tu queimaste es­
do : declarados agora, com escreveste te volume, dizendo, porque escreveste
todas estas palavras de sua boca % nelle, dizendo, certamente virá o Rei
18 E disse-lhes Baruch, de sua boca de Babylonia, e destruirá esta terra,
dictava-me todas estas palavras: eeu e fará cessar nella homens e ani­
escrevia no livro com tinta. maes?
19 Ent&o diasér&o os Principes a 30 Pelo que assim diz J eh o v a h ácer­
Baruch, vai, esconde-te, tu e Jeremi­ ca de Joiakim, Rei de Judá, n&o terá
as : e ninguém saiba, aonde estais. que se assente sobre o throno de Da­
20 E forâo-se Ur com o Rei ao pa­ vid : e seu corpo morto será lançado
teo; porem ao volume despositàr&o ao calor de dia, e á geada de noite.
na camara de Elisama, o Escriba: e 31 E visitarei sobre elle, e sobre sua
denunciár&o a ouvidos do Rei todas semente, e sobre seus servos, sua in­
aqueHas palavras. iquidade : e trarei sobre elle e sobre
21 Ent&o enviou o Rei a Jehudi, a os moradores de Jerusalem, e sobre os
que tomasse o volume; e tomou o da varões de Judá, todo aquelle mal, que
camara de Elisama o Escriba, e Je­ lhes tenho fallado. e n&o ouvír&o.
hudi leo ao ouvidos do Rei, e a ouvidos 32 Tomou pois J e r e m ia s outro volu*
de todos os Principes, que estav&o me, e o deu a Baruch, filho de Nerias,
janto ao Rei. o escriv&o: o qual escreveo nelle d a
22 í Estava ent&o o Rei assentado boca de Jeremias todas a s palavras do
32

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746 JEREMIAS, XXXVII, XXXVIII.
livro, que Joiaklm Rei de Judá tinha retirar-se dali ligeiramente entre o
queimado a fogo: e ainda ae acre- meio do povo.
centârâo a ellas muitas palavras se­ 13 Porem estando elle à porta de
melhantes. Benjamin, era ali hum capitão dos da
arda, cujo nome era Jerias, filho de
CAPITULO XXXVII. lemias, filho de Hananias: o qual
prendeo a Jeremias, o Propheta, di­
REINOU o Rei Sedekias, filho de zendo, tu aos Chaldeos te queres ren­
E Josias, em lugar de Chonias, filho der.
de Joiakim; ao qual Nebucadnezar, 14 E Jeremias disse, falso he, nio
Rei de Babylonia, constituíra por Rei quero eu render-me aos Chaldeos; po­
em terra de Judá, rem não deu-lhe ouvidos: antes Jerias
2 Porem nem elle, nem seus servos, prendeo a Jeremias, e o levou aoi
nem o povo da terra, dérâo ouvidos a Principes.
palavras de J e h o v a h , que fallou pelo 15 E os Principes se irárão muito
ministério de Jeremias, o Propheta. contra Jeremias, e o ferirão : e o po-
3 Com tudo mandou o Rei Sedekias zérão na casa da prisão, em casa de
a Juchal, filho de Selemias, e a Se- Jonathan o escrivão: porque aquella
phanias, filho de Maaseias, o Sacerdo­ fizérâo casa do cárcere.
te, a Jeremias o Propheta, dizendo: 16 Entrando pois Jeremias na casa
roga a^ora por nosoutros a J e h o v a h da masmorra, e em suas camarinhas,
nosso Deos, estava ali Jeremias muitos dias.
4 E Jeremias entrava e sahia entre o 17 E enviou o Rei Sedekias, e man­
povo: porquanto n&o o tinhão posto dou trazelo; e o Rei perguntou-lhe
na casa do cárcere. em sua casa em segredo, e disse, ha
5 E o exercito de Pharaó sahira de porventura palavra alguma de Jeho­
Egypto: e ouvindo os Chaldeos, que v a h ? e disse Jeremias, si ha; e dis­
tinhão de cerco a Jerusalem, as novas se, em mão do Rei de Babylonia se­
disto, partírâo-se de Jerusalem. rás entregue.
6 Entfto veio palavra de J e h o v a h a 18 Disse mais Jeremias ao Rei Se­
Jeremias, o Propheta, dizendo. dekias : em que pequei contra ti, e
7 Assim diz J e h o v a h , Deos de Isra­ contra teus servos, e contra este poro,
el, assim direis ao Rei de Judá, que para que me puzésseis na casa do cár­
vos enviou a mim a peiguntar-me: cere í
eis que o exercito de Pharaó, que sa­ 19 Aonde estâo agora v o s so s Prophe­
hira a vós em socorro, tomar-se-ha a tas, que vos propnetizavão, dizendo,
sua terra em Egypto. o Rei. de Babylonia não virá contra
8 E tomarão os Chaldeos, e peleja­ vósoutros, nem contra esta terra?
rão contra esta cidade: e a tomarão, 20 Ora pois, ouve agora, meu Senhor,
e a queimarão a fogo. o R ei: caia agora minha supplicaçâo
9 Assim diz J e h o v a h , não enganeis perante tua face, e nâo me deixe*
vossas almas, dizendo, sem duvida os tomar á casa de Jonathan, o escriba*
Chaldeos partir-se-hãode nosoutros: para que não venha a morrer ali.
porque não se partirão. 21 Entâo mandou p Rei Sedekias,
10 Porque ainda aue ferísseis a todo que puzessem a Jeremias no pateo da
o exercito dos Chaldeos, que peleiâo guarda; e derão-lhe hum bolo de p&o
contra vós, o ficassem de resto delles cadadia, da rua dos padeiros, até qoe
varões atravessados: cada qual se le­ se acabou todo o pão da cidade: assim
vantaria em sua tenda, e queimaria a ficou se Jeremias no pateo da guarda.
fogo esta cidade,
11 E succedeo que. partindo-se o ex­
c a p it u l o x xxvm .
ercito dos Chaldeos de Jerusalem, pôr
causa do exercito de Pharaó; UVIO pois Saphatias. filho de Ma-
12 Jeremias se sahio de Jerusalem, O than, e Gedalias, filho de Pashnr,
para ir-se a terra de Benjamin: para e Juchal, filho de Seíemias, *

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JEREMIAS, XXXVm. 747
filho de Malchias, as palavras que fal­ a Jeremias, poem agora estes trapos
lava Jeremias a todo o povo, dizendo. velhos rotos e jâ gastados debaixo aos
2 Assim diz J e h o v a h , quem se ficar 8obacos de teus braços, por debaixo
nesta cidade, morrerá á espada, à fo­ das cordas; e Jeremias fez assim.
me, e de pestilencia: mas quem se 13 E tirár&o a Jeremias com as cor-
sahir aos Cnaldeos, viverá; porque sua das,e guindárâo-oa riba da masmorra;
alma lhe será por despojo, e viverá. e ficouse Jeremias no pateo da guarda.
3 Assim diz J ehovah : esta cida­ 14 Ent&o enviou o Kei Sedekias, e
de infallivelmente èntregar-se-ha em mandou trazer a si a Jeremias o Pro­
máo do exercito do Rei ae Babylonia, pheta, á entrada terceira, que estava
e toma-la-ha. na casa de J e h o v a h : e disse o Rei
4 E dissérâo os Principes ao Rei, a Jeremias, pergunto-te huma cousa,
ora morra este homem, pois assim elle n&o me eucubras nada.
enfraquece as máos aos varões de 15 E disse Jeremias a Sedekias, de-
gnerra, qne íicárâo de resto nesta ci- clarando-t’á eu, porventura n&o me
aade, e as mâos de todo o povo, fal­ matarás certamente ? e aconselhando-
lando-lhes taes palavras: porque este te eu, nâo me darás ouvido.
homem n&o busca a paz deste povo, 16 Entâo jurou o Rei Sedekias a Je­
porem o seu mal. remias em segredo, dizendo: vive J e­
5 E disse o Rei Sedekias, eis aue h o v a h , que nos fez esta alma, que nâo
ella está em vossa m&o: porque o Rei te matarei, nem te entregarei em mâo
n&o poderia cousa nenhuma contra destes varões, que procurâo tua morte.
vósoutros. 17 Entâo Jeremias disse a Sedekias,
6 Ent&o tomárâo a Jeremias, e o lan­ assim diz J e h o v a h , Deos dos exerci-
çarão na masmorra de Malchias, filho tõs, Deos de Israel: se voluntaria­
ae Hammelech, qne estava no pateo mente sahires aos Principes do Rei
da guarda; e guindárâo abaixo a Jere­ de Babylonia, entâo vivera tua alma,
mias com cordas: porem najnoasmor- e esta cidade nâo se queimará a fogo,
ra não havia agua, sen&o lama; e af- e viverás tu, e tua casa.
fundio-se Jeremias na lama. 18 Porem se nâo sahires aos Princi­
7 E ouvindo Ebedmelech o Ethiope, pes do Rei de Babylonia, entâo será
hum Eunucho, que ent&o estava em entregue esta cidade em mâo dos
casa do Rei, que puzérâo a Jeremias Chaldeos, e queima-la*hão a fogo: e
na tnasmorra (estava porem o Rei as­ tu nâo escaparás de suas mâos.
sentado á porta de Benjamin.) 19 E disse o Rei Sedekias a Jeremi­
8 Logo Ebedmelech se sahio da ca* as j eu temo por causa dos Judeos,
sa do R ei: e fallou ao Rei. dizendo. que se rendérâo aos Chaldeos; que
9 O Rei Senhor meu, mal fizérâo es­ porventura nâo me entreguem em su­
tes varões em tudo quanto fizerão a as mâos, e nâo escarneçâo de mim.
Jeremias, o Propheta, lançando-o na 20 E disse Jeremias, nâo te entrega­
masmorra: senao aue morreria em rão : ouve te peço, a voz de J e h o v a h ,
. seu primeiro lugar á fome; pois já n&o conforme a qual eu te fallo; e bem te
ha mais p&o na cidade. ira, e viverá tua alma.
10 Entáo mandou o Rei a Ebedme- 21 Porem se tu nâo quizeres sahir.
. lech o Ethiope, dizendo: toma comti­ esta he a palavra, que J e h o v a h me
go daqui trmta varões, e tira a Jere­ fez ver.
mias o Propheta da masmorra, antes 22 A saber, eis que todas as mulhe-
qne morra. res, qúe íicárâo de resto em casa do
11 E tomou Ebedmelech os varões Rei de Judá, serâo levadas fora aos
comsigo, e foi se á casa do Rei, ao Principes do Rei de Babylonia, e el­
luzar debaixo da thesouraria, e tomou las mesmas dir&o: teus pacificos te
dali trapos velhos rotos, e trapos ve­ incitár&o, e prevalecérâo contra ti,
lhos já gastados: e guindou os abaixo a tens pés atolárâo-se na lama, torná-
Jeremias na masmorra com as cordas. r&o-se para tras.
12 E disse Ebedmelech, o Ethiope 23 Assim que a todas tuas mulheres

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748 JEREMIAS, XXXIX.
e a teas filhos levarão fora aos Chal­ 6 E o Rei de Babylonia degolou aos
deos, nem tu escaparás de suas mâos, filhos de Sedekias em Ribla perante
antes pela mâo do Rei de Babylonia seus olhos: tambem desolou o Rei de
seràs preso, e esta cidade queimarás Babylonia a todos os nobres de Judá.
a fogo. 7 É cegou os olhos de Sedekias, e o
24 Entâo disse Sedekias a Jeremias, ligou com duas cadeas de bronze, pa­
ninguém saiba estas palavras, e nâo ra levàlo a Babylonia.
morrerás. 8 E os Chaldeos queimárào a casa
25 E ouvindo os Principes, que fal­ do Rei e as casas do povo a fogo: e
lei comtigo, vierem a ti, e te disse­ derribàrào os muros de Jerusalem.
rem, declara-nos agora, que fallaste 9 E o residuo do povo, que ficàra de
com o Rei, nâo nolo encubras, e nâo resto na cidade, e os rebeldes, aue se
te mataremos: e que te fallou o Rei .? lhe haviâo rendido, e o residuo ao po­
26 Entào lhes dirás, lançei eu minha vo, que ficàra de resto, levou Nebu»*
supplicaçâo perante a face do Rei, que radan, Capitão dos da guarda, a Baby­
nào me fizesse tornar à casa de Jona­ lonia.
than, para morrer ali. 10 Porem do povo dos pobres, qne
27 V indo pois todos os Príncipes a nào tinhão nada, deixou Nebuzaradan,
Jeremias, e perguntando-lhe, decla­
rou-lhes conforme a todas as palavras, de^Juda: e deiShes vináajTe campos
ue o Rei mandára: e deixàrâo-se naquelle dia.
elle, porquanto nâo se ouvio o negocio. 11 Mas Nebucadnezar, Rei de Ba­
28 E ficou Jeremias no pateo da bylonia, havia dado ordem acerca de
f uarda, até o dia em que foi tomada
erusalem: e ainda estava, sendo Je­
Jeremias, em mâo de Nebuzaradan,
Capitão aos da guarda, dizendo.
rusalem jà tomada. 12 Toma-o, e olha por elle, e nâo lhe
faças nenhum m al: antes como elle te
CAPITULO XXXIX.
disser, assim usarás com elle.
13 Assim que enviou Nebuzaradan,
O anno nono de Sedekias, Rei de Capitão dos aa guarda, e Nebuschas-
N Judá, no mez decimo, veio Nebu­
cadnezar, Rei de Babylonia, e todo
ban Rab Saris, e Nergal Sarezer, Rab-
mag, e todos os Principes do Rei de
seu exercito, contra Jerusalem, e a Babylonia:
cercárâo. 14 Enviárào pois, e tomàrâo a Jere­
2 No anno undécimo de Sedekias^ mias do pateo aa guarda, o entregarão
no mez quatro, aos nove do mes foi a Gedalias, filho de Ahicam, filHo de
rompida a cidade. Saphan, para que o levasse à casa: e
3 E entràrâo nella todos os Principes ficou se entre o povo.
do Rei de Babylonia, e paràrâo â por­ 15 Tambem a Jeremias veio a pala­
ta do meio; a saber Nergalsarezer, vra de Jkh ovah, estando elle ainda en­
Samgar Nebu, Sarsechim, Rab Saris, cerrado no pateo da guarda, dizendo,
Nergalsarezer, Rabmag, e todo» os de 16 Vai, e falia a Ebedmelech, o Ethi-
mais Principes do Rei de Babylonia. ope, dizendo, assim diz J e h o v a h dos
4 E succedeo que vendo os Sedeki­ exercitos, Deos de Israel, eis que en
as Rei de Judá, e todos os varões de trarei minhas palavras sobre esta cida­
uerra, fugirão, e sahirão-se de noite de para mal, e nâo para bem: e esta­
fa cidade, pelo caminho do Jardim rão perante tua faoe naquelle dia.
17 Porem te farei escapar naquelle
do Rei, pela porta dentre os dous mu­
ros : e sanio pelo caminho da campina. dia, diz J xhovah : e nâe serás entre­
5 Porem o exercito dos Chaldeos os gue em mâo dos varòes, perante ouja
perseguio; e alcançarão a Sedekias face tu temes.
nas campinas de Jericho, e o prendé- 18 Porque certamente te livrarei, e
râo; e o fizerâo subir a Nebucadnezar nào cahirás à espada: mas toa alma
Rei de Babylonia, a Ribla, èm terra terás por despojo; porquanto confiaste
de Hamath: e o sentenciou. ejn mim, dis Jshovah.

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JEREMIAS, XL, XLI. 749

CAPITULO XL. filhos de Et>hai, o Netophatita, e Jiza-


nias filho de hum Maachathita, elles
 PALAVRA
de J
que veio a Jeremias
, depois que Nebu-
ehovah
e seus varões.
9 E iurou Gedalias filho de Ahicam,
zaradan. Capit&o aos da guarda o déí- filho de Saphan, a elles e a seus va­
x&ra ir de Rama: quando o tomou, es­ rões. dizenao, nâo temais servir aos
tando elle ligado com cadeas no meio Chaldeos: ficai-vos na terra, e servi
d e tòdos os presos de Jerusalem, e de ao Rei de Babylonia, e bem vos irâ.
Judá. que for&o transportados a Baby­ 10 Eu porem, eisque eu habito em
lonia. Mizpa, para estar perante a face dos
2 Porque o Çapit&o dos da guarda Chaldeos, que viérem a nôs: e vósou­
tomou a Jeremias, e lhe disse, J eho­ tros recolhei o vinho, e os frutos do ve­
vah teu Deos fallou este mal sobre es­ rão, e o azeite^ e os metei em vossos
te lugar: vasos, e habitai em vossas cidades, que
3 E J shovah o trouxe, e fez como jà tomastes.
fa llo n : porque peccastes contra J eho­ 11 Como tambem todos os Judeos,
vah , e n&o obedecestes a sua v o z; pe­ ue estav&o em Moab, e entre os filhos
lo que vos succedeo esta cousa. e Ammon, e em Edom, e os que ha­
4 Agora pois, eis que soltei-te hoje via em todas aquellas terras, ouvirão,
das cadeas que estavâo sobre tuas m i­ que o Rei de Babylonia deixàra hum
os ; se bem te parece em teus olhos, residuo em Judá. e que puzéra sobre
para vir comigo a Babylonia, vem, e elles a Gedalias nlho de Ahicam, filho
porei meus olhos sobre ti; porem se de Saphan.
te parecer mal em teus olhos, para vir 12 £ tornâr&o-se todos os Judeos de
oomigo a Babylonia, deixa-o: olha, to­ todos os lugares, aonde for&o lançados,
da a terra esta perante tua face, aonde e viérâo a a terra de Judá a Gedalias
te parecer bem e recto em teus olhos a Mizpa: e recolhérâo vinho e frutos
para ir, ahi te vai. de verâo bem muitos.
5 Mas porquanto elle ainda n&o tor­ 13 E Johanan, filho de Careah, e to­
nará, tu te torna a Gedalias filho de dos os Principes dos exercitos, que es­
Ahicam, filho de Saphan, ao qual o Rei tavâo em campo, viér&o â Gedalias a
de Babylonia pôz sobre as cidades de Mizpa.
Judá, e habita com elle em meio do 14 E disserâo-lhe: porventura bem
povo; ou em toda parte aonde te pare- sabes, que Baalis, Rei dos filhos de
etr recto em teus olhos para ir. ahi te Ammon, enviou a Ismael, filho de Ne­
vai: e o Capit&o dos da £uaraa deu- thanias, a tirar-te a vida * porem n&o
lhe sustento para o caminho, e hum lhes creo Gedalias, filho de Ahicam.
presente, e o despedio. 15 Todavia Johanan, filho de Care-
6 Assim veio Jeremias a Gedaliàs, ah; fallou a Gedalias em segredo em
filho de Ahicam, a Mizpa: e habitou Mizpa. dizendo j irei agora e ferirei a
com elle em meio do povo, que fic&r&o Ismael, filho de Nethanias, e ninguém
de resto na terra. o saberá: porque razão te tiraria a vi­
7 Ouvindo pois todos os Principes da 1 e todo Judá que se ajuntàrâo a
dos exercitos, que estav&o no campo, ti, se espargiria, e pereceria o residuo
elles e seus varões, que o Rei de Ba­ de Judá ?
bylonia puzéra a Gedalias, filho de 16 Porem disse Gedalias, filho de
Ánicam sobre a terra; e que lhe en- Ahicam, a Johanan, filho de Careah,
commendara a elle os varões, e as n&o faças tal cousa: porque falias fal­
mulheres, e os meninoç, e dos mais so contra Ismael.
pobres da terra, os quaes n&o for&o le­
vados em cativeiro a Babylonia: CAPITULO XLI.
S Viérâo-se a Gedalias a Mizpa: a
saber, Ismael filho de Nethanias, e Jo- UCCEDEO porem no mez setimo,
tetuan, e Jonathan, filhos de Careah, S
que Ismael, nlho de Nethanias, filho
e Seraias, filho de Tanhumefh, e os de Elisama, de sangue real, e os Capi-

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750 JEREMIAS, XLH.
taes do Rei, a saber, dez varòes com Nethanias os levou em cativeiro, e
elle, viéra a Gedalias, filho de Ahicam, partio-se, para passar se aos filhos de
a Mizpa: e comérâo ali p&o junta­ Ammon.
mente em Mizpa. 11 Ouvindo pois Johanan, filho de
2 E levantou-se Ismael, filho de Ne­ Careah, e todos os Principes dos exer­
thanias, com os dez varões, qne erão citos. que havia com elle, todo o mal,
com elle, e feri rào a Gedalias, filho de que nzéra Ismael, filho de Nethanias:
Ahicam, filho de Saphan, a a espada; 12 Tomarão a todos os varões, e fo-
assim matou ao que puzéra o Rei de rão-se a pelejar com Ismael, filno de
Babylonia sobre a terra. Nethanias: e o acharão as muitai
3 Tambem ferio Ismael a todos os aguas, que estavâo em Gibeon.
Judeos, que havia com elle, a saber 13 E aconteceo que, vendo todo o
com Gedalias em Mizpa, como tam­ povo, qüe estava com Ismael, a Joha­
bem aos Chaldeos, varòes de guerra, nan, filho de Careah, e a toaos Prin­
que se achárão ali. cipes dos exercitos, que vinhão com
4 Succedeo pois no dia seguinte, de­ elle, alegrárão-se.
pois aue matára a Gedalias, e ninguém 14 E todo o povo que Ismael levàia
o soubesse; em cativeiro de Mizpa, virarão as cos­
5 Que viérâo varões de Sichem, de tas e tomârão-se. e se passàrão a Jo­
Silo, e de Samaria, a saber oitenta va­ hanan, filho de Careah.
rões, tendo a barba rapada, e os ves­ 15 Porem Ismael, filho de Nethani-
tidos rasgados, e sendo sarjados: e em as, escapou com oito varões de diante
suas mâos estavâo offertas de manja­ da face de Johanan: e foi-se aos filhos
res e encenso, para levarem a a casa de Ammon.'
de J e h o v a h . 16 Entâo tomou Johanan, filho de
6 E sahio Ismael, filho de Nethanias, Careah, e todos os Principes dos exer­
lhes ao encontro desde Mizpa, indo citos, que havia com elle, a todo o res­
chorando: e succedeo que. encontran­ to do povo, que tomára a trazer de
do a elles, lhes disse, vinde a Gedali­ Ismael, filho ae Nethanias, desde Miz­
as, filho de Ahicam. pa, depois de haver ferido a Gedalias,
7 Succedeo porem?que, entrando el­ filho de Ahicam: a saber aos homens
les até o meio da cidade, degolou os valentes de guerra, e ás mulheres, e
Ismael^ filho de Nethanias, e os lançou aos meninos, e aos eunuchos, que tor-
no meio de hum poço, elle, e os va­ nàra a trazer de Gibeon.
rões que estavâo com elle. 17 E forão, e fizérâo assento em Ge-
8 Mas dez varões acharâo-se entre ruth-Chimham, que está perto de (
elles, que dissérão a Ismael, nâo nos Bethlehem, para se partirem d^aUj a
mates a nós; porque temos thesouros entrarem em Egypto;
escondidos no campo, de trigo; e ce­ 18 Por causa aos Chaldeos, porque
vada, e azeite, e m el: e os deixou, e temiâo por causa delles: porquanto
nâo os matou entre seus irmãos. Ismael, filho de Nethanias, ferira a
9 E o poço em que lançou Ismael to­ Gedalias, filho de Ahicam. ao qual o
dos os corpos mortos dos varões, que Rei de Babylonia puzéra soire a terra.
ferio á ilharga de Gedalias, o mesmo
he, que fizéra o Rei Asa, por causa de
Baesa, Rei de Israel: a este encheo CAPITULO XLH.
Ismael, filho de Nethanias, com os NTAO chegárâo se todos os Prin­
traspassados.
10 E Ismael levou em cativeiro a to­
E cipes dos exercitos, e Johanan,
filho de Careah, e Jezanias, filho de
do o residuo do povo. que estava em Hosaias, e todo o povo, desd’o menor
Mizpa; a saber as filhas do Rei, e a até o maior.
todo o povo, os resíduos em Mizpa, que 2 E dissérão a Jeremias o Propheta,
Nebuzaradan, Capitão dos da guarda caia agora nossa supplicaçâo peiante
encommendãra a Gedalias, filho de tua face, e roga por nòs a J xhovah
Ahicam: assim que Ismael, filho de teu Deos, a saber} por todo este resto;

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JEREMIAS. XLm. 751
porqne ficamos de resto huns poucos de J e h o v a h , 6 relíquias de Judá: as­
ae muitos, como teus olhos nos vém: sim diz J e h o v a h dos exercitos, Deos
3 Para que Jeh o v ah teu Deos nos de Israel, se vósoutros totalmente pu-
ensine o caminho, em que havemos zerdes vossos rostos, para ir a Egypto,
de andar, e a cousa que havemos de e irdes para peregrinar ali;
fazer. 16 Será que a espada que vós teme­
4 E disse-lhes Jeremias o Propheta, is, ali vos prenderá em terra de Egyp­
bem o ouvi; eisaue orarei a J ehovah to : e a fome de que vós estais an­
vosso Deos conforme a vossas pala­ siados, ali se vos pegará em Egypto, e
vras: e serà que toda a palavra que ali morrereis.
J ehovah vos responder, denunciar- 17 Assim serâo todos os homens, que
vos-hei, nao vos encubrirei palavra puzérâo seus rostos, para se irem a
àlguna. Egypto, para peregrinarem lâ; mor­
5 Entâo elles dissérâo a Jeremias, rerão à espada, à fome, e da peste: e
seja J ehovah entre nòs testemunha delles nâo naverà quem reste e escape
da verdade e fieldade, se nâo fizermos do mal, que eu hei de trazer sobre
conforme a toda a palavra, com que elles.
J ehovah teu Deos te enviar a nós. 18 Porque assim diz J e h o v a h dos
6 Ora seja bem, ou mal, a a voz de exercitos, Deos de Israel, como se
J e h o v a h nosso Deos, ao qual nòs te derramou minha ira e minha indigna­
enviamos, obedecerémos: para que ção sobre os moradores de Jerusalem,
bem ms vã, obedecendo a a voz de assim se derramará minha indigna­
J e h o v a h nosso Deos. ção sobre vósoutros, entrando-vos em
7 E fo. a cabo de dez dias, cjue veio Egypto, e servireis de maldição e de
palavra de J e h o v a h a Jeremias. espanto, e de execração, e de oppro­
8 Entât chamou a Johanan, filho de brio, e nâo vereis mais a este lugar.
Careah, t a todos os Principes dos 19 Ja fallou J ehovah sobre vósou­
exercitos,que havia com elle: e a to­ tros, ó relíquias de Judá, nâo entreis
do o povo desd’o menor até o maior. em Egypto: certamente sabei, que
9 E disse-lhes, assim diz Je h o v a h , testifiquei contra vós hoje.
Deos de Ierael: ao qual me enviastes, 20 Porque enganastes vossas almas,
para lançar vossa supplicação perante pois vós enviastes-me a J e h o v a h v o s ­
sua :ace. so Deos, dizendo, ora por nòs a J e h o ­
10 Se boamente ficardes nesta terra, v a h nosso Deos: e conforme a tudo
entío edificar-vos-hei e nâo vos der­ quanto disser J e h o v a h nosso Deos,
rocarei; e plantar-vos-hei, e nâo vos assim nolo faze saber, e o faremos.
arrancarei: porque estou arrependido 21 E jà volo fiz saber hoje: porem
do nal que vos tenho feito. nâo dé8tes ouvidos à voz de J e h o v a h
11 Nâo temais a face do Rei de Ba- vosso Deos, nem a tudo o com que me
bylrnia, cuja face vós temeis: nâo o enviou a vos.
tenais* diz Je h o v a h ; porque com 22 Pelo aue agora de certo sabei,
v o g o nei de ser, para vos salvar, e que à espaaá, à fome, e da peste mor­
p aa fazer vos escapar de sua mâo. rereis no mesmo lugar, aonae desejas­
12 E usarei com vosco de misericor- tes entrar, para peregrinardes ali.
da, para que se apiàde de vósoutros,
evos torne a vossa terra. CAPITULO XLin.
13 Porem se vós disserdes, nâo fica­
remos nesta terra, nâo obedecendo a SUCCEDEO que, acabando Jere­
a voz de J ehovah vosso Deos;
14 Dizendo, nâo, antes iremos a a
E mias de fallar a todo o povo to­
das as palavras de seu Deos
Jehovah
terra de Egypto, em a qual nâo veré- delles, com que o enviàra a elles J e­
mos guerra, nem ouvirémos soido da h o v a h seu Deos delles, a saber todas
trombeta, nem teremos fome de pâo, estas palavras:
e ali ficarémos. 2 Entâo disse Azarias, filho de Ho-
15 Agora pois portanto ouvi palavra saias, e Johanan, filho de Careah, e

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m JEREMIAS, XLIV.
todos os varões soberbos, dizendo a Je­ 13 E quebrará as estatuas de Beth-
remias, mentiras tu falias; J e h o v a h Semes, que está em terra de Egypto :
nosso Deos te nâo enviou a dizer, nâo e as casas dos deoses de Egypto quei­
entreis em Egypto, para peregrinar ali. mará a fogo.
3 Antes Baruch, filho de Nerias, in-
cita-te contra nosoutros: para entre­ v CAPITULO XLIV.
gar-nos cm mâos dos Chaldeos, para
nos matar, ou para nos transportar a PALAVRA aue veio a Jeremias
Babylonia. A ácerca de toaos os Judeos, habi­
4 Assim nâo obedeceo Johanan, filho tantes em terra de Egypto; que habi­
de Careah, nem todos os Principes dos tavâo em Migdol, e em Tachpanhes,
exercitos, nem todo o povo, á voz de e em Noph, e em terra de Path;o^
J e h o v a h , para ficarem-se em terra de dizendo:
Judá. 2 Assim diz J e h o v a h dos exercitou
5 Antes tomou Johanan, filho de Ca­ Deos de Israel, vós vistes todo o nal
reah, e todos os Principes dos exerci­ que trouxe sobre Jerusalem, e soDre
tos a todo o resto de Judá, que tomá­ todas as cidades de Judá: e eis que já
râo dentre todas as gentes, aonde fo­ ellas sâo hum deserto hoje, e ningaem
rão lançados, a peregrinarem em terra habita nellas.
de Judá: 3 Por causa de soa maldade quefizé-
6 A varões e a mulheres, e a meni­ râo, para me irritar, indo a pertaraar
nos, e as filhas do Rei, e a toda al­ e a servir a deoses alheos, que nunca
ma que deixara Nebuzaradan, capitão conhecérâo, nem elles, nem vós, nem
dos da guarda, com Gedalias, filho de vossos pais.
Ahicam, filho de Saphan; como tam­ 4 E eu enviei a vósoutros tcdos me­
bem a Jeremias, o Propheta, e a Ba­ us servos, os Prophetas, rtiadrigando e
ruch, filho de Nerias: enviando, a dizer: nâo fàçaislogo esta
7 E viérâo á terra de Egypto, por­ cousa abominavel, que aborieço.
que nâo obedecérâo a a voz ae J e h o ­ 5 Porem nâo dérâo ouvidoi, nemin-
v a h : e viérâo até Tachpanhes, clinárâo suas orelhas, para sb conver­
8 Entáo veio palavra de J e h o v a h a terem de sua maldade, a nào perfu­
Jeremias, em Tachpanhes, dizendo: marem a deoseB alheos.
9 Toma em tua mâo pedras grandes, 6 Pelo que se derramou minha iniig^
e as esconde entre o barro no forno, naçâo e minha ira, e encendeo-se ias
que estâ à porta da casa de Pharaó cidades de Judá, e nas ruas de Jensa-
em Tachpanhes, perante os olhos de lem : e tornárâo-se em deserto esm
varòes Judeos. assolação, como se vé neste dia.
10 E dize-lhes, assim diz J e h o v a h 7 Agora pois, assim diz Jehovih,
dos exercitos, Deos de Israel, eis que Deos dos exercitos, Deos de IsneL
eu enviarei, e tomarei a Neüucadne- porque vósoutros fazeis táo grande nal
zar, Rei de Babylonia, meu servo, e contra vossas almas, para vos dear-
porei seu throno sobre eslas pedras, raigardes a vós, ao varâo, e á mulhír,
que escondi: e estenderá sua tenda â criança, e ao mamante, do meio le
réal sobre ellas. Judá: para nâo vos deixardes resida)
H E virá, e ferirá a terra de Egyp­ algum.
to : quem para a morte, para a morte; 8 Irritando-me com as obras de vos­
e. quem para o cativeiro, para o cati- sas mâos, perfumando a deoses alheoi
vveiro; e quem para a espada, para a em terra de Egypto, aonde vós entras­
espada. tes para peregrinardes a li: para que
12 E accenderei fogo a as casas dos vós desarraigueis a vós mesmos, e pa­
deoses de Egypto, e queima-los-ha, e ra que sirvais de maldição, e ae op­
leva-los-ha em cativeiro: e v estir-se- probrio entre todàs as gentes da terra.
ha da terra de Egypto, como se veste 9 Porventura jà vos esquecestes das
o pastor de seu vestiao, e sahirá de maldades de vossos pais, e das malda-
lá em paz. des dos Reis de Judá, e das maldades

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JEREMIAS, XLIV. 763
de ãm s mulheres, e de vossas mesmas tudo, e fomos consumidos 4 espada, e
maldades, e das maldades de vossas à fome.
mulheres, que fizé rio em terra de Ju­ 19 E quando nos perfumávamos á
dá, e nas ruas de Jerusalem? Rainha dos ceos, e lhe offerecíamos
10 N&o est&o contritos até o dia de aspersões: lhe fazíamos bolos lavra­
hoje: nem temérâo, nem andàr&o em dos^ para assim a retratar, e lhe offe-
minha Lei? nem em meus estatutos, reciamos aspersões sem nossos mari­
que vos dei perante vossa face, e pe­ dos?
rante a face de vossos pais. 20 Entâo disse Jeremias a todo o po­
1 1 Portanto assim diz J e h o v a h dos vo. aos homens e a as mulheres, e a
exercitos, Deos de Israel, eis que eu toao o povo que respondérão-lhe isto,
ponho meu rosto oontra vós para mal, dizendo.
e para desarraigar a todo Judá. 21 Porventura não se lembrou J b h o ­
12 E tomarei ao resto de Judá, que v a h , e ao coração lhe náo subio o per­
pazér&o suas faces a entrarem em ter­ fume que perfumastes nas cidades de
ra de Egypto, para peregrinarem ali, Judá, e nas ruas de Jerusalem, vos e
e consumir-se-hâo todos em terra de vossos pais, vossos Reis e vossos Prin­
Egypto; cahirâo á espada, e à fome cipes, como tambem o povo da terra?
consumir-se-hão, desd’o menor até o 22 De maneira que J e h o v a h não
m aior; à espada e â fome morrerão: mais o podia supportar, por causa da
e servirão de execração, e de espanto, maldade de vossas acções, por causa
e de maldição, e de opprobrio. das abominações que fizestes: pelo
13 Porque visitarei aos que habitâo que se tomou vossa terra em deserto,
em terra de Egypto, como visitei a Je­ e em espanto, e em maldição, que nin­
rusalem, à espiada, à fome. e com peste. guém habite nella, como se vi neste
14 De maneira que nâo haverá quem aia ?
escape, e fique de resto, do residuo de 23 Porque perfumastes, e porque
Judá, que entrou em terra de Egypto, peccastes contra J e h o v a h , e nào ofce-
para peregrinar l à : a saber para tor­ decestes â voz de J e h o v a h , e em sua
nar à terra de Judá, a que elles levan­ Lei, e em seus estatutos, e em seus
tâo sua alma, para se tomar a habitar testemunhos nào andastes: pelo que
là; porem nâo tornarão, senâo os que vos sobre veio este mal, como se vê
escaparem. neste dia.
15 Entâo respondérâo a Jeremias to­ 24 Disse mais Jeremias a todo o po­
dos os varões, que sabiâo que suas mu­ vo, e a todas as mulheres: ouvi pala­
lheres perfumavâo a deoses alheos, e vra de J e h o v a h toda Judá, que estais
todas as mulheres, que estavâo em pé em terra de Egypto.
em grande multidão, como tambem to­ 25 Assim diz J e h o v a h dos exerci­
do o povo que habitava em terra de tos, Deos de Israel, dizendo, vós e vos­
Egypto, em Pathros, dizendo. sas mulheres nâo somente fallastes por
16 Quanto a a palavra que fallaste a vossa boca, senâo tambem o cumpris-
nós em Nome de J x h o v a h , não obe- tes por vossas mãos, dizendo,certamen­
decerêmos a ti. te faremos nossos votos que votamos,
17 Antes certamente faremos toda a de perfumar a Rainha dos ceos, e lhe
palavra, que 6ahio de nossa boca, per­ offerecer aspersões: perfeitamente
fumando a a Rainha dos ceos, e offe- confirmastes vossos votos, e perfeita­
recendo-lhe aspersões, como fizemos mente fizestes vossos votos.
nos e nossos pais, nossos Reis. e nos­ 26 Portanto ouvi palavra de J e h o v a h
sos Principes, em as cidades de Judá, todo Judá, que habitais em terra de
e nas ruas de Jerusalem: quando nos Egypto: eis que eu juro por meu gran­
fartávamos de pão, è andávamos ale- de Nome, diz J e h o v a h , que nunca
‘gres, e não vimos algum mal. mais serâ nomeado meu nome pela bo­
18 Mas desde que cessávamos de ca de algum varão de Judá em toda a
perfumar à Rainha dos ceos, e offere- terra de Egypto, que diz, vive o Se­
cer-lhe aspersões, tivemos falta de nhor, J e h o v a h l
32*

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704 JEREMI VS, XLV.
27 Eis qne velarei sobre elles para 2 Ácerca de Egypto. Cbntraoexet-
mal, e n&o para bem : e ser&o consu­ cito de Pharaó Necho, Rei de Egyp­
midos todos os varões de Judá, que es­ to, que estava junto ao rio Éuphrates
t&o em terra de Egypto, & espada, e em Carchemis: ao qual ferio Neba-
â fome, até que se acabem de todo. cadnezar, Rei de Banylonia, no anno
28 E os que escaparem da espada, quarto de Joiakim, filho de Josias, Rei
tornar&o da terra de Egypto a a terra ae Judá.
de Judá, poucos em numero: e saberá 3 Preparai o escudo, e o pavés, e
todo o resto de Judá, que entrou em achegai-vos à guerra.
terra de Egypto, para peregrinar ali, 4 Sellai os cavallos^ e subi vós ca­
cuja palavra subsistirá, a minha, ou a valleiros, e apresentai-vos com morri»
sua. ões: alimpai as lanças, vesti-vos de
29 E isto vos servirá de sinal; diz couraças.
J ehovah, a saber que eu vos visitarei 5 Porque raz&o vejo os medrosos tor­
neste mesmo lu g ar; para que saibaes, nando a tras 1 e seus herões s&o aba­
que m inhas palavras certam ente sub- tidos, e v&o fugindo, sem olharem pa­
sistir&o contra vósoutros para mal. ra tras: terror ha d’oredor, diz J kho­
30 Assim diz J k h o v a h : eis que eu vah.
darei a Pharaó Hophra, Rei de Egyp­ 6 N&o fuja o ligeiro, e n&o escape o
to, em m&o de seus inimigos, e em herôe: para a banda do Norte, junto
m&o dos que procur&o sua morte: co­ a borda do rio de Éuphrates tropeçá-
mo dei a Sedekias, Rei de Judá, em r&o e cahjr&o. ,
m&o de Nebucadnezar, Rei de Baby­ 7 Quem he este, que vem sobindo oo­
lonia, sen inimigo, e que procurava mo a corrente ? cujas aguas se mo­
sua morte. vem como os rios.
8 Egypto vem subindo como a cor­
rente, e suas aguas se movem oom®
CAPITULO XLV. os rios: e disse, sobirei, cobrirei a ter­
PALAVRA que fallou Jeremias o ra, destruirei a cidade,e aos que ba-
A Propheta, a Baruch filho de Ne­
rias, escrevendo elle aquellas palavras
bit&o nella.
9 Subi ó cavallos, e rangei ó carrop
em hum livro da boca de Jeremias, e os herões venh&o a sahir: como tmr
no anno quarto de Joiakim, filho de bem os Ethiopes, e os Puteos, queto-
Josias, Rei de Judá, dizendo: m&o o escudo, e os Lydios que tomfto
2 Assim diz J e h o v a h , Deos de Isra­ e entes&o o arco.
el, ácerca de ti, ô Baruch. 10 Porem este dia he do Senhor Js­
3 Disseste, ai de mim agora! porque h o v a h dos exercitos, dia de vingaaça,
acrescentou-me J e h o v a h tristeza so­ para se vingar de seus adversarios, e
bre minha dor: jà estou cansado de a espada devorará, e fartar-se-ha, e
meu gemido, e n&o acho descanso. embebedar-se-ha de seu sangue: por­
4 Pelo que assim lhe diràs, assim diz que o Senhor J s h o v a h dos exercito»
J shovah , eis que o que edifiquei, eu tem sacrificio em terra do Norte, jan­
derribo, e o que prantei, eu arranco, to ao rio de Éuphrates.
até toda esta terra. 11 Sube a Gilead, e toma balsamo,
5 E tu te buscarias grandezas? n&o 6 virgem filha de Egypto: de balde
as busques: porque eis que trago mal multiplicas mezinhas, pois já n&o bs
sobre toda carne, diz J e h o v a h ; porem cura para ti.
te darei a ti tua alma por despojo, em 12 As gentes ouvír&o tua vergonha,
todos os lugares aonde fores. e a terra está chea de teu clamor:
poraue herõe contra herôe tropeçou,
CAPITULO XLVI. e canir&o ambos juntamente.
13 A palavra que fallou J xboyah a
ALAVRA de J e h o v a h que veio a Jeremias, o Propheta, ácerca da vin­
P Jeremias o Propheta, contra as
gentes.
da de Neouoadnezar, Rei de Babylo-
nia, para ferir a te m de «gypto.

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JEREMIAS, XLVII, XLVKI. 755
14 Defcunciai em Egypto, e fazei ou- rà habitada, comò nos dias antigos,
vir em MigdoL tambem fazei ouvir em diz J e h o v a h .
Noph, e em Tac hpanhes: dizei, apre­ 27 Não temas pois tu, servo meu Ja­
senta-te, e prepara-te, porque ja devo­ cob, nem te espantes, ó Israel; por­
rou espada o que está d;oredor de tL que eis que livrar-te-hei de terras de
15 Porque foráo derribados teus va­ longe, como tambem a tua semente da
lentes ? náo se pudérào estar em pé, terra de seu cativeiro: e Jacob torna­
porque J e h o v a h os rempuxou. rá, e descançará, e sossegará, e não
16 Multiplicou aos tropeçantes: tam­ haverá quem o atemorize.
bem cahirâo huns sobre os outros, e dis- 28 Tu nào temas, servo meu Jacob,
sérâo, levanta-te, e tornemos-nos a diz J e h o v a h ; porque estou comtigo :
nosso povo, e a terra de nosso nasci­ porquanto farei consumação de todas
mento, por causa da espada que op- as gentes, entre as quaes te lançei,
prime. porem de ti não farei consumação,
17 Clamàráo ali: Pharaó Rei de mas castigar-te-hei com medida, e de
Egypto he hum estrondo, deixou pas­ todo nào te terei por innocente.
sar o tempo assinalado.
18 Vive eu, diz o Rei, cujo Nome he CAPITULO XLVIL
J e h o v a h dos exercitos, que como
Thabor entre os montes, e como Car­
melo no mar virá certamente.
19 Aparelha-te vasos para a ida em
P ALAVRA de J e h o v a h , que veio
a Jeremias o Propheta, contra os
Philisteos, antes que ferisse Pharaó a
c ativeiro, ô moradora filha de Egyp­ Gaza.
to : porque Noph tomar-se-ha em as- 2 Assim diz J e h o v a h , eis que aguas
eolaçào, e será abrasada, até que nin­ subem do Norte, e tomar-se-hào em
guém mais ahi more. ribeiro tresbordante, e alagarão a ter­
20 Bezerra mui formosa he Egypto: ra e sua plenidào, a cidade, e aos que
já o carniceiro vem do Norte, vem. morào nella: e os homens clamarão,
21 Até seus soldados mercenários em e todos os moradores da terra huivarão.
meio delia, s&o como bezerros ceva­ 3 Por causa do soido do estrepito das
dos, porem tambem elles virárâo as unhas de seus fortes cavallos, por cau­
costas, fugirão juntamente, não esti- sa do arroido de seus carros, e do es­
véráo firmes: poraue já o dia de sua trondo de suas rodas: os pais nào aten-
ruina veio sobre elles, e o tempo de tárào pelos filhos, por causa da fraque­
sua visitação. za das mãos.
22 Sua voz irá como a da serpente: 4 Por causa do dia que vem, para ar­
porque irão com poder do exercito, e ruinar a todos os Philisteos, para cor­
virão com machados a ella, como cor­ tar a Tyro e a Sidon todo ajudador res­
tadores de lenha. tante : porque J e h o v a h arruinará aos
23 Cortáráo seu. bosque, diz J e h o ­ Philisteos, o resto da ilha de Caphtor.
v a h , ainda que nào se pode contar: 5 Veio peladura sobre Gaza, foi de­
porque mais são que gafanhotos, e nào sarraigada Ascalon, com o resto de seu
«e podem numerar. valle : até quando te sarjarás ?
24 A filha de Egypto está envergon­ 6 Ah! espada de J e h o v a h ! até quan­
hada: foi entregue em m&o do povo do nào te aquietarás ? torna-te em tua
do Norte. bainha, descansa e aquieta-te.
25 Diz J e h o v a h dos exercitos, De­ 7 Mais como te aquietarias? pois
os de Israel, eis que eu visitarei a mul­ J e h o v a h deu-lhe mandado contra As­
tidão de No, e a Pharaó, e a Egypto, calon, e contra o porto de mar, e ali a
e a seus deoses, e a seus Reis, e até a ordenou.
mesmo Pharaó. e aos que confiào nelle.
•26 E dà-los-hei em mão dos que pro- CAPITULO XLVm.
ourào sua morte, em mão de Nebu­
cadnezar, Bei de Babylonia, e em ONTRA Moab assim diz J e h o v a h
mão de seus servos, porem depois se­ C dos exercitos, Deos de Israel: ai

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756 JEREMIAS, XLVin.
dé Nebo, porqne foi arruinada; enver­ escolhidos descetidérâo ao degoladoú-
gonhada està Kiriathaim, jà he toma­ ro, diz o Rei, cujo nome he J e ho v ah
da : Misgab está envergonhada e es­ dos exercitos.
pantada. 16 Jà he chegada a vinda da perdi­
2 Jà não mais he a gloriaçâo de Mo­ ção de Moab: e seu mal apresora-se
ab ácerca de Hesbon, pensárâo mal muito.
contra ella, dizendo, vinde e a desar­ 17 Condoei-vos delle todos os que
raiguemos ; para que nâo seja mais po­ estais d7o redor delle, e todos os que
vo : tambem tu ó Madmen serás de­ sabeis seu nome: dizei, como quebrou
sarraigada ; espada irá apos ti. se a vara forte, o cajado formoso %
3 Voz de grito de Horonaim: ruina 18 Descende de tua gloria, e assen-
e quebrantamento grande. ta-te em secura, ô moradora filha de
4 Jà està quebrantado Moab: seus Dibon: porque jà o destruidor de Mo­
filhinhos fizé rão-se ouvir com gritos. ab subio contra ti, e ja desfez tuas
5 Porque na subida de Luhitn choro fortalezas.
subirá com choro: porquanto na des­ 19 Poem-te no caminho, e espia, 6
cida de Horonaim os adversarios de moradora de Aroer: pergunta ao que
Moab ouvirão hum lastimoso clamor. vai fugindo, e a que escapou, dize,
6 Fugi, fazei escapar vossa vida: e qpè succedeo ?
sereis como tamargueira no deserto. 20 Moab envergonhado està, porqne
7 Porque por tua confiança em tuas foi quebrantado; huivai, e gritai: de­
obras, e em teus thesouros tambem tu nunciai em Amon, que ja Moab he
serás tomada: e Camos sahirá em ca­ destra ido.
tiveiro, seus Sacerdotes e seus Princi­ 21 Tambem o juizo veio sobre a ter­
pes juntamente. ra da campina: a saber, sobre Holon,
8 Porque virá o destruidor sobre ca­ e sobre Jaza, e sobre Mephaath.
da qual das cidades, e nenhuma cida­ 22 E sobre Dibon, e soore Nebo, e
de escapará, e perecerá o valle, e des- sobre Beth-Diblathaim;
truir-se-na a campina: porque assim 23 E sobre Kiriathaim, e sobre Beth
J ih o v a h disse. Gamul, e sobre Beth-Meon.
9 Dai asas a Moab; porque voando se 24 E sobre Kerioth, e sobre Bozra:
sahirá: e suas cidades se tomarão em e até sobre todas as cidades da terra
assolação, e ninguém morará nellas. de Moab, as de longe, e as de perto.
10 Malaito aquelle que fizer a obra 26 Jà he cortado o como de Moab, e
de J e h o v a h fraudulosamente: e mal­ seu braço quebrantado, diz J e h o v a h .
dito aquelle, que detiver sua espada 26 Embebedai-o, porquanto oontra
do sangue. J e h o v a h se engranaeceo: e Moab se
11 Moab estéve descansado desde revolverá em seu vomito, e elle tam­
sua mocidade, e esteve quieto sobre bem serà por escárnio.
suas fezes, e não se vasou de vaso em 27 Porque nâo te foi tambem Israel
vaso, nem andou em cativeiro : por is­ por escárnio ? porventura foi achado
so ficou seu sabor nelle, e seu cheiro entre ladrões, porque desde qne falias
n&o se mudou. delle, ris-te ?
12 Pelo que eis que dias vem, diz 28 Deixai as cidades, e habitai no
J e h o v a h , em que lhe enviarei andan­ rochedo, ô moradores de Moab: e se­
tes, que o farâo andar a grandes pas­ jais como a pomba que se aninha nas
sos : e seus vasos vasarâo, e seus oares extremidades da boca da caverna.
romperão. 29 Jà ouvimos a soberba de Moab,
13 E Moab envergonhar-se-ha de que he soberbissimo: como tambem sua
Camos: como se envergonhou a casa arrogancia, e sua soberba, e sua alti-
de Israel de 6eth-El, sua confiança. veza. e a altura de seu coração.
14 Como direis pois, herões somos, e 30 Êu conheço, diz J e h o v a h , soa In­
valentes homens para a guerra ? dignação, porem assim nâo será: seus
15 Jà està dcstruido Moab, e de suàs ferrolhos nâo o assim farâo.
cidades he subido, e seus mancebos 31 Pelo que huivarei por Moab, o

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JEREMIAS, XLIX. 757

sntarei por todo Moab: pelos varões le, a saber sobre Moab, o anno de sua
ae Kir Heres gemerão. visitação, diz J e h o v a h .
32 Com o choro de Jaezer chorar-te- 45 Os que fugiào da força, paràr&o a
hei, ô vide de Sibma, jà teus ramos a sombra de Hesbon: porem fogo sa­
paaeàr&o o mar, e chegarão até o mar hio de Hesbon, e lavareda dentre Si­
de Jaezer: porem o destruidor cahio hon, e devorou o canto de Moab, e a
sobre os frutos de teu verão, e sobre moleira dos filhos de arroido.
tua vindima. 46 Ai de ti Moab; jà se perdeo o
33 Assim que jà se tirou o folguedo povo de Camos: porque teus filhos
e a alegria do fertil campo, e da terra forão levados em cativeiro, como tam­
de Moab: porque fiz cessar o vinho bem tuas filhas em catividade.
dos lagares, jà nào pisarão uvas com 47 Porem farei tomar o cativeiro de
jubilo: o jubilo nào serà jubilo. Moab no ultimo dos dias, diz J e h o ­
34 Por causa do grito de Hesbon até v a h . Até aqui o juizo de Moab.
Eleale e até Jahaz, derào sua voz des­
de Zoar até Honoraim, a bezerra de CAPITULO XLIX.
tres annos: porque até as aguas de
Nimrim tornar se hão em assolaçôes. ONTRA os filhos de Ammon. As­
35 E farei cessar em Moab, diz Je­
h o v a h , quem sacrifique no alto, e
C sim diz J e h o v a h , porventura Isra­
el náo tem filhos, nem tem herdeiro ?
quem perfume a seus deoses. porque pois herdou Malkam a Gad ? e
36 Portanto meu coração resotfrà por seu povo habitou em suas cidades ?
Moab como frautas; tambem meu co­ 2 Pelo que eis aue dias vem, diz J e ­
raç&o pelos varões de Kir-Heres deroa- h o v a h , em que farei ouvir em Rab­
rà como frautas: porquanto a abun­ ba dos filhos de Ammon clamor de
dancia que ajuntou, se perdeo. guerra, e tomar-se-ha em montão de
37 Poraue toda cabeça serà calva, e assolação, e os lunares de sua iurdi-
toda barba serà diminuída; sobre to­ çáo serão queimaaos a fogo: e Israel
das mãos ha sarjaduras, e sobre os herdará aos que o herdàrão, diz J e ­
lombos sacos. hovah.
38 Sobre todos telhados de Moab, e 3 Huiva ó Hesbon, porque já he des-
em suas ruas he pranto geralmente: truida A i ) clamai ô filhas de Rabba,
porque quebrantei a M o a b , como a cingi-vos de sacos, lamentai, e rodeai
vaso que nào a g ra d a , d iz J e h o v a h . pelos vallados: porque Malkam irá
39 Como foi quebrantado ? huivão; em cativeiro, seus Sacerdotes, e seus
como Moab virou as costas e enver- Principes juntamente.
gonhouse ? assim servirá Moab de es­ 4 Porque te glorias dos valles ? jase
cárnio, e de espanto a todos os que escorreo teu valle, ó filha rebelde,
est&o ao redor delle. que confia em seus thesouros, dizendo9
4 0 Porque assim diz J e h o v a h , eis quem virá contra mim ?
qae voarà como a aguia: e estenderá 5 Eis que eu trarei temor sobre ti,
soas asas sobre Moab. diz o Senhor, J e h o v a h dos exercitos,
41 Ja s&o tomadas as cidades, e as de todos os que estào do redor de t i :
fortalezas ganhadas: e serà o coraçáo e sereis lanç^os fora cada qual dian­
dos herões de Moab naquelle dia, co­ te de si, e ninguém recolherá ao des­
mo o coraç&o da mulher que està com garrado.
dores de parto. 6 Mas depois disto farei tomar o
42 E Moab serà destruido, para n&o cativeiro dos filhos de Ammon, diz
ser mais povo: porquanto se engran- Jehovah.
deceo contra J s h o v a h . 7 Contra Edom. Assim diz J e h o ­
43 Temor, e cova, e laço, vem sobre vah dos exercitos, porventura jà não
ti, ó morador de Moab, d iz J e h o v a h . ha mais sabedoria çm Theman 1 ià pe-
44 O que fugir do temor, cahirà em receo o conselho dos entendidos * cor-
a oova; e o que subir da cova, fícarà rompeo se sua sabedoria ?
preeo no laço: porque trarei sobre el­ 8 Fugi, tomai-vos, buscai profunde­

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758 JEREMIAS L.
zas para habitar, 6 moradores de De- 20 Pelo que ouvi o conselho de J * h o-
dan: porque eu trouxe sobre elle a ru­ v a h , que decretou contra Edom, e se­
ína de Esau, no tempo em que o visitei. us pensamentos, que pensou contra os
9 Se vindimadores viessem a ti, nâo moradores de Tneman: certamente
deixariâo rebuscos ? se ladrões de noi­ os mais pequenos do rebanho arras-
te viessem, náo te danificariâo, quanto ta-los-hâo: certamente assolará suas
lhes he sufficiente ? moradas sobre elles.
10 Mas eu despi a Esau, descobri 21 A terra estremeceo do estrondo
seus escondedouros, e nâo se poderá de sua cahida: tocante ao grito, até
esconder: he destruida sua semente, o mar vermelho se ouvio seu soido.
como tambem seus irmãos, e seus vi­ 22 Eis que como aguia sobirá, e vo­
zinhos, e jà elle mais nâo he. ará, e estenderá suas asas sobre Boz­
11 Deixa a teus orfâos, eu guarda-los- ra : e serà o coração dos herôes de
hei em vida: e tuas viuvas confiar se Edom naquelle dia, como o coração
hâo sobre mim. da mulher, que està oom dores de
12 Porque assim diz J e h o v a h , eis parto.
que os que nâo estavâo condenados a 23 Contra Damasco. Envergonhou-
beberem o copo, totalmente o beberão: se Hamath e Arpad; porquanto ouvi­
e tu mesmo totalmente serias absolto í rão maas novas, dèsmaiàrâo-se: no
nâo seràs absolto, mas totalmente o mar ha angustia, nâo pode descan­
beberás, sar-se.
13 Porque por mim mesmo jurei, diz 24 Enfraquecida està Damasoo; vi­
J e h o v a h , que Bozra servirá ae espan­ rou as costas para fugir, e tremor a to-
to, de opprobrio, de assolação, e de ex­ mòu: angustia e dores a tomàrâo, oo­
ecração : e todas suas cidades toraar- mo da que està de parto.
se-hâo em assolacões perpetuas. 25 Como nâo he deixada a affama-
14 A fama ouvi da parte de J e h o ­ da cidade ? a cidade de meu folguedo?
v a h , que hum embaixador he envia­ 26 Portanto cahirâo seus mancebos
do aos gentes, a lhes dizer: ajuntai- em suas ruas: e todos varões de guer­
vos, e vinde contra ella, e levantai- ra serâo consumidos naquelle dia, diz
vos a a guerra. J e h o v a h dos exercitos.
15 Porque eis que te fiz pequeno entre 27 E encenderei fogo no muro de
as gentes, desprezado entre os homens. Damasco: e consumirá aos palacios
16 Teu terror te enganou, e a arro- de Benhadad.
gancia de teu coração; que habitas 28 Contra Kedar, e contra os reinos
nas cavernas das rochas, que tens as de Hazor, que ferio Nebucadnezar,
alturas dos outeiros: ainda que alçes Rei de Babylonis. Assim diz J e h o ­
teu ninho como a aguia, de lá te der­ va h : levantai-vos, sobi contra Kedarr
ribarei, diz J e h o v a h . e destruí os filhos do Oriente.
17 Assim servirá Edom de espanto: 29 Tomarão suas tendas, e seus ga­
todo aquelle que passar por ella, es- dos, suas cortinas e todos seus vasos, e
pantar-se-ha, e assuviarà por causa de seus camelos levarão para si: e apre­
| todas suas plagas. goarão contra elles, medo de redor.
[ 18 Serà como o trastomamento de 30 Fugi, desviai-vos mui longe, bus­
Sodoma e Gomorra, e de seus vizinhos, cai profundezas para habitar, ó mora­
diz J e h o v a h : nâo habitará ninguém dores de Hazor, aiz JEHovàH: porque
ali, nem morará nella filho de homem. Nebucadnezar, Rei de Babylonia to­
19 mou conselho contra vósoutros, e pen­
Eis que como leâo sobirá da chea
do Jordão contra a morada do forte; sou pensamento contra vos.
porque em hum momento o farei cor­ 31 Levantai-vos, sobi contra gente
rer dali; e quem he o escolhido, a repousada, que habita seguramente,
quem ordenarei contra ella? porque diz J e h o v a h : que nâo tem portas»
quem he semelhante a mim ? e quem nem ferrolho, que sós morâo.
( me emprazaria ? e quem he o pastor, 32 E seu8 camelos serâo para presa,
> que subsistiria perante minha face. e a multidão de seus gados para des-

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JEREMIAS, L. 759
poio; e os espargirei a todo vento, a 5 Por Sião perguntarão, pelo cami­
saber aos que morâo nos últimos can­ nho pera oá seus rostos eruiereçardo:
tos da terra: e de todos seus lados lhes virâo, e se ajuntarão com J e h o v a h ,
trarei sua ruina, diz J e h o v â h . eom concerto eterno, que nunca será
33 E Hazor tornar-se-ha em morada esquecido.
de dragões, em assolação para sem­ 6 Ovelhas perdidas forão meu povo,
pre : mnguem habitara ali, nem mo­ seus pastores as fizérâo errar, pelos
rará nella filho de homem. montes as desviárâo: de monte em
34 Palavra de J e h o v a h , que veio a outeiro andavâo, esqueoérâo-se de sua
Jeremias o Propheta, contra Elam, no malhada.
rincipio do reino ae Sedekias, Rei 7 Todos quantos os achavão, os co-
S e Judá, dizendo: m iâo; e seus adversarios dizião, cul­
35 Assim diz J e h o v a h dos exercitos, pa nenhuma teremos: porque pecca-
eis que eu quebrantarei o arco de râo oontra J e h o v a h na morada da
Elam. o principal de seu poder. justiça, contra J e h o v a h , a attença de
36 E trarei sobre Elam os quatro seuspais.
ventos dos quatro cantos dos ceos, e 8 Fugi do meio de Babylonia, e sahi
espargi-los-hei por todos estes ventos: da terra dos Chaldeos: e sede como
e náo haverá gente, aonde náo venháo os carneiros diante do rebanho.
os degradados de Élam. 9 Porque eis que eu despertarei, e
37 E atemorizarei a Elam diante de farei soDir contra Babylonia, ajunta­
seus inimigos, e diante dos que procu- mento de grandes gentes da terra do
râo sua morte: e trarei sobre elles Norte: e preparar-se-h&o contra ella,
mal, a saber o furor de minha ira, diz e d’ali será tomada: suas frechas se­
J e h o v a h : e mandarei apos elles a râo como de valente herõe, nâo torna­
espada, até que venha a consumilos. rão a tras de vago.
38 E porei meu throno em Elam: e 10 E Chaldea servirá de presa: to­
destruirei d’ali ao Rei e aos Princi­ dos os que asaqueâo, serâo fartos, diz
pes, diz J e h o v a h . J eho v a h .
11 Porquanto vos alegrastes, porquan­
farei tornaro cativeiro de Elam,1dízÍ je­ to saltastes de prazer, 6 saqueadores
hovah . de minha herança: porquanto vos in­
CAPITULO L. chastes como bezerra gorda, e rin­
chastes como cavallos vigorosos.
PALAYRA que fallou J e h o v a h 12 Confundio-se muito vossa mãi,
A contra Babylonia, contra a terra envetgonhou-se a que vos pario: eis
dos Chaldeos, por máo de Jeremias,ue o a traseira das gentes tomou se em
Propheta. eserto, sequidâo, e solidão.
2 Denunciai entre as gentes, e fazei 13 Por causa do furor de J e h o v a h
ouvir, e levantai bandeira, fazei ouvir, nâo será habitada, antes se tornará
náo encubri: dizei, ja tomada he Ba­ em total assolação: qualquer que pas­
bylonia, envergonhado está Bei, atro­ sar por Babylonia. espantar-se-ha, e
pelado está Merodach, envergonhados assoviará sobre todas suas plagas.
estâo seus idolos, e atropelados estâo 14 Preparai-vos contra Babylonia d*o
seus deoses de esterco. redor, todos os que armais arcos, ati­
3 Porque subio contra ella gente do rai-lhe, nâo poupeis as frechas: por­
Norte, que porá sua terra em assola- que peccou contra J e h o v a h .
mento, e náo haverá morador nella: 15 Jubilai contra ella d’o redor, por­
desd’os homens até os animaes fugi* que iá deu sua m âo; ia cahirâo seus
t &o , e se acolhérâo. fundamentos, já sâo derribados seus
4 Naquelles dias. e naquelle tempo, muros: porque esta he vingança de
diz J e h o v a h , o s filhos de Israel virâo, J e h o v a h ; tomai vingança aella, oo­
elles e os filhos de Judá juntamente: mo ella fez, fazei-lhe.
andando e chorando virâo, e buscárâo 16 Arrancai o semeador de Babylo­
a J s h o v a h seu Deos. nia, e ao que se serva de fouoe no

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760 JEREMIAS, L .
tempo da sega: por cansa da espada h o v a h nosso Deos, a vingança de seu
qae opprime, cada qual ee tornará a Templo.
seu povo, e cada qual se acolherá a 29 Convocai contra Babylonia os fre­
sna terra. cheiros, todos os que arm&o arcos, as­
17 Cordeiro desgarrado he Israel, sentai o arraial contra ella ao redor,
qae leões affugentárâo : o primeiro ninguém escape delia, pagai-lhe con­
qae o comeo, foi o Rei de Assyria, e forme a sua obra, conforme a tudo o
este o ultimo, Nebucadnezar Rei de que fez, fazei-lhe: porque se houve
Babylonia lhe quebrou os ossos. arrogantemente contra J e h o v a h , con­
18 Pelo que assim diz J e h o v a h dos tra o Santo de Israel.
exercitos, Deos de Israel, eis que visi­ 30 Portanto cahir&o seus mancebos
tarei ao Rei de Babylonia, e a sua ter­ em suas ruas: e todos seus varões de
ra : como visitei ao Rei de Assyria: uerra seráo desarraigados naquelle
19 E tomarei a trazer a Israel a sua f ia, diz J e h o v a h .
morada, e pascerá no Carmelo. e em 31 Eis qüe eu sou contra ti, ó sober­
Basan: e sua alma fartar-se-na no bo, diz J e h o v a h , Deos dos exercitos:
monte de Ephraim, e em Gilead. porque ja veio teu dia, o tempo em
20 Naquelles dias, e naquelle tem­ que te hei de visitar.
po, diz J e h o v a h , buscar-se-ha a mal­ 32 Ent&o tropeçará o soberbo, e ca-
dade de Israel, porem n&o se achará ; hirá, e ninguém haverá que o levante:
como tambem os peccados de Judá, e encenderei fogo em suas cidades,
orem n&o se achar&o: porque per- que consumirá todos seus d’oredores.
S oarei aos que eu deixar de resto. 33 Assim diz J e h o v a h dos exerci­
21 Contra a terra de Merathaim. tos, os filhos de Israel, e os filhos ds
Sobe contra ella, e contra os morado­ Judá fbr&o opprimidos juntamente: e
res de Pecod : assola e de todo des- todos os que os tomàrâo cativos, os re-
true apos elles, diz J e h o v a h ; e faze tivérão, nâo os quizérâo soltar.
conforme a tuao o que te mandei. 34 Porem seu Redemptor he forte,
22 Estrondo de guerra ha na terra, J e h o v a h dos exercitos he seu Nome;
e quebrantamento grande. certamente preiteará seú preito: para
23 Como foi cortado e quebrantado dar descanso à terra, è a turbar os
o martello de toda a terra ? como tor­ moradores de Babylonia.
nou se Babylonia em espanto efltre as 35 Espada virá sobre os Chaldeos,
gentes ? diz J e h o v a h : como tambem sobre os
24 Laços te armei, e tambem foste moradores de Babylonia, e sobre seus
presa, ó Babylonia, e tu n&o o sou­ Principes, e sobre seus sabios.
beste : foste achada, e tambem pren­ 36 Espada virá sobre os menti rosoa
dida ; porque contra J e h o v a h te en­ e tomar-se-hâo loucos: espada vira
tremeteste em guerra. sobre seus herôes, e desmaiarão.
25 J e h o v a h ãbrio seu thesouro, e 37 Espada virá sobre seus cavallos,
tirou fora os instrumentos de sua in- e sobre seus carros, e sobre toda a
dignaç&o: porque esta obra he do mistura de povos, que está em meio
Senhor, J e h o v a h dos exercitos, em delia, e tomar-se-hâo em mulheres:
terra dos Chaldeos. espada virá sobre seus thesouros, ese­
26 Vinde contra ella desd’o cabo da râo saqueados.
terra7 abri seus celleiros, trilhai a co­ 38 Sequidâo virá sõbre suas aguas,
mo a pavéas, e a destrue de todo: na­ e secar-se-hâo: porque terra he de
da lhe fique de resto. imagens de vulto, e pelos horríveis
27 Matai &espada a todos seus no­ idolos andâo enfurecidos.
vilhos, descenda ao degoladouro: ai 39 Pelo que habitarão nella os ani-
delles! porcpie ja veio seu dia, o tem­ maes bravos do deserto, com os ani
po de sua visitaç&o. maes bravos das ilhas: tambem habi­
28 Voz ha dos que fugír&o, e se es- tarão nella as abestruzinhas; e nunca
eap&r&o da terra de Babylonia: para mais habitar-se-ha para sempre, nem
denunciar em Sião a vingança de J e­ será habitada de geração em geraçfto*

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JEREMIAS. LL 761
40 Como Deos t rastomon a Sodoma 0 Porque Israel e Judá n&o foi dei­
e a Gomorra, e a seus vizinhos, diz xado viuvo de seu Deos, de J e h o v a h
J e h o v a h : assim ninguém habitará ali, dos exercitos: ainda que sua terra es­
nem morará nella filho do homem. teja chea de culpas, perante o Santo
41 Eis que hum povo vem do Norte: de Israel.
e huma grande gente, e Reis podero­ 6 Fugi de em meio de Babylonia, e
sos despertar-se-h&o dos lados da terra. cada qual faze escapar sua alma, e
42 Arco e lança pegar&o, elles s&o n&o vos destruais a vos em sua mal­
crueis, e n&o ser&o oompassivos; sua dade : porque este he o tempo da vin­
Voz bramará como o mar, e sobre ca­ gança ae J e h o v a h , que lhe paga retri-
vallos cavalgarão: armado he como buiç&o.
homem para a guerra, contra ti, 6 7 Era Babylonia copo de ouro em
filha de Babylonia. m&o de J e h o v a h , que embebedava a
43 O Rei de Babylonia ouvio sua fa­ toda a terra: de seu vinho bebér&o as
ma, e enfraquecerâo-se suas m&os: gentes; porisso as gentes enlouquecé-
angustia o tomou e dòr, como da que r&o.
està de parto. 8 Em hum momento cahio Babylo­
44 Eis quò como le&o sobirá da chea nia,, e se quebrantou: huivai sobre
do Jord&o, contra a morada do forte, ella, tomai balsamo para sua dór, por­
porque em hum momento ò farei cor­ ventura sarará.
rer u’ali ■ e quem he o escolhido, a 9 Sarámos a Babylonia, porem n&o
este ordenarei contra ella: porque sarou-se; deixai-a, e vamos-nos cada
quem he semelhante a miüf? e quem qual a sua terra: porque seu juizo che­
me citaria a mim 1 e quem he aquelle gou até o ceo, e alçou se até as mais
pastor, que subsistiria perante minha altas nuvens.
face* 10 J e h o v a h tirou nossas justiças á
45 Portanto ouvi o conselho de J e­ lu z: vinde e contemos em Si&o a obra
h o v a h , que decretou contra Babylo- de J e h o v a h ; nosso Deos.
nia; e seus pensamentos, que pensou 11 Alimpai as frechas, preparai per­
contra a terra dos Chaldeos : certa­ feitamente os escudos; J e h o v a h des
mente os mais pequenos do rebanho pertou ao espirito dos Reis de Media:
arrasta-los-h&o: certamente assolará porque seu intento contra Babylonia
a morada sobre elles. ne, para destruila: porque esta he a
46 Do estrondo da tomada de Baby­ vingança de J e h o v a h , a vingança de
lonia estremeceo a terra: e o grito se seu templò.
ouvio entre as gentes. 12 Arvorai bandeira sobre os muros
de Babylonia,fortificai a guarda,ponde
guardas, aparelhai ciladas: porque co­
CAPITULO LI. mo J e h o v a h intentou, assim fez o que
SSIM diz J e h o v a h , eis que des­ tinha fallado ácerca aos moradores de
A pertarei hum vento destruidor
oontra Babylonia, e contra os que ha-
Babylonia.
13 Tu que habitas sobre muitas agu
bit&o no coraç&o dos que se levant&o as, rica ae thesouros: veio teu fim, a
contra mim. medida de tua avareza.
2 E enviarei padejàdores contra Ba­ 14 Jurou J e h o v a h dos exércitos por
bylonia, que a padejar&o, e vaziar&o si mesmo: ainda que te enchi de ho­
sua terra: porque vi r&o contra ella mens, como de pulg&o, com tudo can-
d’oredor no dia do mal. tarôp jubilo sobre ti.
3 O frecheiro arme seu arco contra 15 Aquelle que fez a terra com sua
o que arma seu arco, e contra o que fortaleza, o que ordenou o mundo com
presume de sua couraça: e n&o per­ sua sabedoria: e estendeo os ceos com
doeis a seus mancebos, destrui a todo seu entendimento.
■eu exercito. 16 Dando elle sua voz, grande es­
4 E os mortos cai&o em teria dos trondo de aguas ha nos ceos, e faz so-
Chaldeos, e os atravessados pelas ruas. bir os vapores desd’o fim da terra: faz

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762 JEREMIAS, LI.
os relampagos com a chuva, e tira o tos de J s h o v a h estâ firme contra Ba*
vento de seus thesouros. bylonia, para tomar a terra de Baby­
17 Embruteceo se todo homem, sci­ lonia em assolaç&o, de sorte que n&o
encia n&o tem ; envergonhou-se todo haja morador nella.
ourivez da imagem de vulto: porque 30 Os herões de Babylonia cessàr&o
sua imagem de fundiç&o mentira ne, de pelejar, ficár&o se nas fortalezas,
e n&o ha espirito nellas. destaleceo seu poder, tornàr&o-se em
18 Vaidade s&o, obra de enganos: mulheres: encendérào suasmoradaa,
no tempo de sua visitaç&o perecer&o. quebrár&o-se seus ferrolhos.
19 A parte de Jacob nâo he como 3 1 0 correo correrá ao encontro ao
elles: porque elle he o formador de correo, e o mensageiro ao encontro ao
tudo, e a vara de sua herança: J e h o ­ mensageiro, para denunciar ao Rei de
v a h dos exercitos he seu nome. Babylonia, que ja he tomada sua cida­
20 Tu me es martelio, e armas de de aesd’o cabo.
guerra: e comtigo despedaçarei gen­ 32 E jà os vaos s&o tomados, e os
tes, e comtigo destruirei a Reis. canaveaes s&o queimados a fogo: e os
21 E comtigo despedaçarei ao ca­ varões de guerra s&o assombrados.
vallo e a seu cavalleiro: e comtigo 33 Porque assim diz J e h o v a h dos
despedaçarei ao carro, e ao que sobe exercitos, Deos de Israel; a filha de
nelfe. Babylonia he como eira, jà he tempo
22 E comtigo despedaçarei var&o e a trilhala: ainda hum pouco, e o tem ­
mulher, e comtigo despedaçarei ao po da sega lhe virà.
velho e ao moço: e comtigo despeda­ 34 Nebiwdnezar, Rei de Babylo­
çarei ao mancebo e a virgem. nia me comeo, atropelou-me, tomou
23 E comtigo despedaçarei ao pastor me em vaso vazio, tragou me como
e a seu rebanho, e comtigo despeda­ drajv&o, encheo seu ventre de minhas
çarei ao lavrador, e a suas juntas de delicadezas: lançou-me fora.
bois: e comtigo despedaçarei a Du­ 35 A violência que se me fez a mim,
ques e a Magistrados. e a minha carne, venha sobre Baby­
24 Mas pagarei a Babylonia, e a to­ lonia, diga a moradora de Si&o: e
dos os moraaores de Chaldea, toda sua meu sangue sobre os moradores de
maldade, que fízér&o em Si&o perante Chaldea, diga Jerusalem.
vossos olnos, diz J e h o v a h . 36 Pelo que assim diz J e h o v a h , eis
25 Eis que eu sou contra ti, 6 monte que preitearei teu preito, e vingar-te-
destruidor, diz J e h o v a h , que destrues hei aa vingança, que se tomou de t i :
toda a terra: e estenderei minha m&o e secarei a seu mar, e farei que seu
contra ti, e volver-te-hei das ro; has, mauancial fique seco.
e tomar-te-hei em monte de queima. 37 E Babylonia tomar-se-ha em
26 E n&o tomar&o de ti pedra para montões, em morada de dragões, em
esquina, nem pedra para fundamen­ espanto, e em assovio; sem que algu­
tos: porque tornar-te-has em assola- em habite delia.
ções perpetuas, diz J e h o v a h . 38 Juntamente rugir&o como os filhos
27 Arvorai bandeira na terra, tocai dos leões: bramarão como le&osinhos.
bozina entre as gentes, santificai as 39 Estando elles jà esquentados,
gentes contra ella. convocai contra el­ lhes porei sua bebida, e embebeda-los-
la aos reinos de Árarath, Mini, e As- hei, para que andem saltando; porem
quenaz: ordenai contra ella capita» dormir&o em perpetuo sono, e n&o
ens, fazei sobir cavallos, como pulgão acordar&o: diz J e h o v a h .
arripiado. 40 Os farei descender como a corde­
28 Santificai contra ella as gentes, iros ao matadeiro, como carneiros com
aos Reis de Media, a seus Duques, e cabrões.
a todos seus Magistrados: como tam­ 41 Como foi presa Sesach, e tomada
bem a toda a terra de seu senhorio. a gloria de toda a terra ? como Baby­
29 Ent&o tremerá a terra, e doer-se- lonia tomou-se em espanto entre as
h a : porque cada qual dos pensamen­ gentes?

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JEREMIAS, LU. 763
42 0 mar sobio sobre Babylonia: 55 Porque J e h o v a h destrue a Baby­
com a multidão de suas ondas se cobrio. lonia, e farà perecer delia a sua grande
43 Suas cidades tornàrâo-se em as­ voz: porque suas ondas bramarão co­
solação, terra seca e deserta: terra mo muitas aguas, dar-se-ha arroido
em que ninguém habite, nem passe de suavoz.
por ella filho de homem. 56 Porque o destruidor vem sobre
44 E visitarei a Bei em Babylonia, ella, sobre Babylonia, e seus herôes
e tirarei de sua boca o que tragou, e serâo presos, ja estão quebrados seus
nunca mais as gentes concorrerão a arcos: porque J e h o v a h . Deos das re­
elle : tambem o muro de Babylonia compensas certamente Wo pagará.
cahio. 57 E embebedarei a seus príncipes,
45 Sahi do meio delia, ó povo meu, e a seus sabios, e a seus duques, e a
e fazei escapar cada qual sua alma, seus magistrados, e a seus herôes; e
por causa do ardor da ira de J e h o v a h . dormirão em perpetuo sono, e não
46 E para que porventura vosso co- acordarão: diz o Kei, cujo nome he
racão não se enternéça, e não temais J e h o v a h dos exercitos.
pelas novas, que se ouvirem pela ter­ 58 Assim diz J e h o v a h dos exerci*
ia : porque virão em hum anno novas, tos, os largos muros de Babylonia to­
e depois em outro anno novas ; e ha­ talmente serão derribados, e suas al­
verá violência na terra, dominador so­ tas portas serão encendidas a fogo: e
bre dominador. os povos trabalharão em vão, e as gen­
47 Portanto eis que dias vem, e vi­ tes para o fogo, e cansar-se-lião.
sitarei as imagens dovultode Babylo­ 59 A palavra que mandou Jeremias
nia, e toda sua terra serà envergonha­ o Propheta, a Seraias filho de Nerias,
da : e todos seus atravessados cahirâo filho ae Machseias, indo elle com Se­
em meio delia. dekias Rei de Juaa a Babylonia, no
48 E os ceos e a terra, com tudo anno quarto de seu reinado: e Serai­
quanto nelles ha, jubilarão sobre Ba­ as era principe pacifico.
bylonia : porque do Norte lhe virão os 60 Escreveo pois Jeremias em hum
destruidores, diz J e h o v a h . livro todo o mal, que havia de vir so­
49 Como Babylonia servio de cahi- bre Babylonia: a saber todas estas
da aos atravessados de Israel: assim palavra^ que estavâo escritas contra
em Babylonia cahirâo os atravessados babylonia.
de toda a terra. 61 E disse Jeremias a Seraias: em
50 Vós que escapastes da espada, chegando tu a Babylonia, verás, e le­
ide-vos, não pareis: lembrai-vos de rás todas estas palavras.
J e h o v a h de longe, e Jerusalem suba 62 E dirás, J eh ov ah ! tu fallaste so­
a vosso coração. bre este lugar, aue o havias de desar­
51 Direis porem, envergonhados es­ raigar, até não ncar nelle morador al­
tamos, porque ouvimos opprobrio, ver­ gum desde homem até o animal:
gonha cobrio nosso rosto: porquanto mas que se tornaria em perpetuas as-
viérâo estrangeiros sobre os santua- solações.
rios da casa de J e h o v a h . 63 E serâ que, acabando tu de ler
52 Polo que eis que dias vem, diz este livro, ata-lo-has a huma pedra, e
J e h o v a h , e visitarei as suas imagens lança-lo-has no meio de Euphràtes.
de vulto: e gemerá o atravessado em 64 E dirás, assim serà aâundada Ba­
toda sua terra. bylonia, e não se levantará, por causa
53 Ainda que Babylonia sobisse aos do mal que eu hei de trazer sobre el­
ceos, e ainda que fortificasse a altura la, e cansar-se-hão. Até aqui sâo as
de sua forteleza: todavia de minha palavras de Jeremias.
parte virâo destruidores sobre ella, diz
J E H OVAH.
54 Voz de gritos se ouve de Babylo­ CAPITULO U I.
nia: e grande quebrantamento da ter­ RA Sedekias de idade de vinte e
ra dos Chaldeos. E hum annos, quando começou a

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764 JEREMIAS, LIL
reinar, e reinou onze annos em Jeru­ 13 E queimou a casa de J e h o v a h , e
salem : e o nome de sua mãi era Ha- a casa do R ei: e tambem a todas as
mutal, filha de Jeremias, de Libna. casas de Jerusalem, e todas as casas
2 E f e z o q u e m a l e r a e m os o lhos dos grandes queimou a fogo.
d e J eh o v a h : co n fo rm e a tn do o q u e ' 14 E Todo o exercito dois Chaldeos,
fizéra Joiakim. ue estava com o capitão dos da guar»
3 Porque succedeo por causa da ira a, derribou a todos os muros de Je­
de J eh o v a h contra Jerusalem e Judá, rusalem ao redor.
até que elle os lançou de diante de 15 E dos mais pobres do povo, e ao
sua face, que rébeUou Sedekias contra de maisdo povo. que deixàrâo ficar na
o Rei de Babylonia. cidade, e aos rebeldes que se acolhé-
4 E aconteceo no anno nono de seu râo ao Rei de Babylonia, e ao resto da
reinado, no mez decimo, aos dez do multidão, Nebuzaradan capit&o dos da
mez, que veio Nebucadnezar, Reijde guarda levou presos.
Babylonia, contra Jerusalem, elle e 16 Mas dos mais pobres da terra dei-
todo seu exercito, e se pusérâo em xou Nebuzaradan capitão dos da guar­
campo contra ella: e levantarão con­ da ficar a alguns para vinheiros, e pa­
tra ella tranqueiras ao redor. ra lavradores.
5 Assim a cidade veio a estar de 17 Quebràrâo mais os Chaldeos as
cerco, até o anno onzeno do Rei Se­ colunnas de bronze, que estavâo na
dekias. casa de J e h o v a h , e as bases, e o mar
6 No mez quarto aos nove do mez, de bronze, que estavâo na casa de J s ­
uando jâ a fome prevaleceo na ci- h o v a h , e levàrão todo o bronze a Ba­
ade; e o povo da terra nâo tinha pâo: bylonia.
7 Entâo a cidade foi arrombada, e 18 Tambem tomárâo os caldeirões,
todos os homens de guerra fugirão, e e as pás, e os garfos, e as bacias* e os
se sahirâo da cidade de noite, pelo perfumadores, e todos os vasos de Dron-
caminho da porta entre os dous mu* ze, corti que se ministrava.
ros; que estavâo junto ao jardim do 19 E tomou o capitão dos da guar­
Rei; (porque os Chaldeos estavâo con­ da as copas, e os encensarios, e as ba­
tra a cidade do redor:) e forâo-se pelo cias, e os caldeirões, e os castiçaes^ e
cáminho da campina. os perfumadores, e as galhetas: assim
8 Porem o exercito dos Chaldeos se- o que de puro ouro, como o que de
guio ao Rei, e alcançârâo a Sedekias prata maciça era.
nas campinas de Jencho: e todo seu 20 As duas colunnas, o hum mar, e
exercito se espargio delle. os doze bois de bronze, que estavâo
9 E prendérâo ao Rei, e o fizérâo su­ no lugar das bases, que fizéra o Rei
bir ao Rei de Babylonia, a Ribla na Salamão para a casa de J eh o v a h : o
terra de Hamath : o qual pronunciou bronze delles, a saber de todos estes
juizos contra elle. vasos, nâo tinha peso.
10 E o Rei de Babylonia degolou aos 21 Quanto a as colunnas, a altura da
filhos de Sedekias perante seus olhos: huma oolunna era de dez oito covados,
e tambem degolou a todos os Princi­ e hum fio de dozè covados a cercava:
pes de Judá era Ribla. e era sua grossura de quatro dedos, e
1 1 E cegou os olhos a Sedekias: e o era oca.
atou com duas cadeas de bronze; e o 22 E tinha sobre si hum capitel de
Rei de Babylonia o levou a Babylonia, bronze, e a altura do capitel era de
e o pôz na casa do cárcere, ate o dia cinco covados, e a rede, e as româs dò
de sua morte. redor do capitel, tudo era de bronze:
12 E no mez quinto, aos dez do mez e semelhante a esta era o da outra co­
ite anno era o anno dez e nove do lumna, com as româs.
S i Nebucadnezar, Rei de Babylonia) 23 E havia noventa e seis româs em
veio Nebuzaradan, capitão dos da guar­ cada banda: todas as româs erfto cen­
da, qae assistia perante a face do Rei to, sobre a rede do redor.
de Babylonia, a Jerusalem. I 24 Tomou tambem o capitão dos da

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LAMENTAÇÕES, I. 765
guarda a Seraias, o Sacerdote primei­ 30 No anno vinte e tres de Nebu­
ro, e a Zephanias, o Sacerdote segun­ cadnezar, levou Nebuzaradan capitão
do : e aos tres guardas do umbral da dos da guarda em cativeiro d7os Ju­
porta. deos, sete centas e quarenta e cinco
25 E da cidade tomou a hum Eunu- almas: todas as almas são quatro mü
cho, que tinha cargo da gente de guer­ e sei8 centas.
ra, e a sete varões dos que vião a face 31 Succedeo pois aos trinta a sete
do Rei, que se achárão na cidade, co­ annos do cativeiro de Joiakim; Rei
mo tambem ao escrivão mór do exer­ de Judá, no mez dozeno, aos vinte e
cito, que registrava ao povo da terra conco do mez, que exalçou Evil-Mo-
para a guerra: e a sessenta varòes do rodach, Rei de Babylonia, no anno
vo da terra, que se acharão èm meio primeiro de seu reinado, a cabeça de
cidade. Joiakim Rei de Judá, e o tirou da casà
26 Tomando os pois Nebuzaradan, da prisão.
capitão dos da guarda, os trouxe ao 32 E fallou com elle benignamente:
Rei de Babylonia a Ribla. e pôz sua cadeira sobre a cadeira dos
27 E o Rei de Babylonia os ferio, e Reis, que estavâo com elle em Baby­
os matou em Ribla, na terra de Ha- lonia.
m ath: aseim Judá ae sua terra foi le­ 33 E mudou-lhe os vestidos de sua
vado em cativeiro. prisão: e de contino comeo pão pe­
28 Este he o povo que Nebucadne­ rante sua face, todos os dias de sua
zar levou em cativeiro, no setimo an­ vida.
no : tres mil e vinte e tres Judeos. 34 E quanto a seus gostos, o gasto
29 No anno decimo oitavo de Nebu­ ordinário do Rei de Babylonia lhe foi
cadnezar levou elle em cativeiro de Je­ dado, cada cotidiana porção em seu
rusalem, oito centas e trinta e duas dia, até o dia de sua morte, todos os
almas. dias de sua vida.

AS LAMENTAÇÕES DE J E R E M I A S .

CAPITULO I. seus sacerdotes suspirão; suas virgens


estão tristes, e ella mesma em amar­
C OMO jaz tam só aquella cidade,
que era tam populosa! tomou se
como viuva; a grande entre as gentes,
gura.
5 Seus adversarios são feitos por ca­
beça, seus inimigos são descansados;
a princeza entre as provincias tomou porque J e h o v a h a entristeceo, por
se tributaria! causa da multidão de suas prevarica­
2 Continuamente chora de noite, e ções : seus meninos vão em cativeiro
suas lagrimas estão correndo por suas perante o adversario.
faces; não tem quem a console entre 6 E da filha de Sião foi se toda sua
todos seus amadores: todos seus ami­ gloria: seus príncipes são como os via-
gos se ouvérào aleivosamente oom aos, que não achão pasto, e caminhão
ella, tornàcão-se em seus inimigos. sem força perante o perseguidor.
3 Judá foi se em cativeiro por causa 7 Jerusalem nos dias de sua afflicçâo,
da afflicçâo^ e por causa da multidão e dè suas rebelliòes lembrou-se de to­
de sua servidão; ella habita entre as das suas mais queridas cousas, que te­
gentes, não acha descanso: todos seue ve de tempos antigos: quando cahia
perseguidores a alcançào entre as es­ seu povo na mâo do adversario, e ella
treitaras. nâo tinha ajudador, os adversarios a
4 Os caminhos de Sião tem luto, por- virão, escarnecérâo de seus Sabbados.
auanto ninguém vem a a solennida- 8 Jerusalem gravemente peccou, pe­
a e ; todas suas portas estão assoladas; lo que se tornou oomo mulher separa­

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766 LAMENTAÇÕES, II.
d a : todos os que a honravâo, a des- dos os povos, e olhai para minha d o r;
prezàráo. porquanto virão sua nueza, minhas donzellas e meus mancebos se
ella tambem suspirou, e tornou se pa­ for&o em cativeiro.
ra tras. 19 Clamei a meus amadores, porem
9 Sua immundicia està em suas fral­ elles me enganàr&o; meus Sacerdo­
das, nunca se lembrou de seu fim; tes, e meus anci&os dér&o o espirito
pelo que descendeo maravilhosamen­ na cidade: porque buscav&o m anti­
te, nào tem consolador; attenta, J s ­ mento para si, para, refrescarem s o a
h o v a h , para minha afllicç&o, porque o alma.
inimigo se engrandece. 2 0 Olha J e h o v a h , porque estou a n ­
•10 O adversario estendeo sua m&o a gustiado; minhas entranhas se mo­
todas suas mais queridas cousas: pois vem, meu coraç&o està trastomado
ià vio que as gentes entràr&o em seu em meio de mim, porque gravemente
Santuario, das quaes mandaste, que rebelleii por de tora desfilhou-m* a
n&o entrassem em tua congregaç&o. espada, por de dentro està como a
11 Todo seu povo anda suspirando morte.
em busca de p&o, dér&o suas mais que­ 21 Bem ouvem que eu suspiro, porem
ridas cousas por mantimento, para re­ n&o tenho consolador; todos meus ini­
frescarem a alma: attenta, J e h o v a h , migos ouvindo meu mal, folg&o, por­
e contempla, que sou desprezível. que tu o fizeste: trazendo tu o dia que
12 Porventura n&o toca a vós todos apregoaste, ent&o ser&o como eu.
que passais pelo caminho; attentai e 22 Venha todo seu mal perante tua
vede, se ha dor, como a minha dor, face, e faze-lhes como fizeste a mim
que se me fez: eom que me entristeceo por causa de todas minhas prevaricar
j e h o v a h . no dia do ardor de sua ira. ções: porque meus suspiros s&o mui­
13 Desdo alto enviou fogo em meus tos, e meu coraç&o està desfalecido.
ossos, o qual se ensenhoreou: esten­
deo rede a meus pês, fez me tomar c a p i t u l o n.
para tras, fez-me assolada, e enferma
todo o dia. OMO o Senhor cqbrio de nuvens a
14 Jà o jugo de minhas prevarica­ C filha de Si&o em sua ira 1 derri­
ções està atado com sua m&o, est&o bou a gloria de Israel desdo ceo a a
entretecidas, sobir&o sobre meu pes­ terra: e n&o se lembrou do escabelk)
coço, fez cahir minha forca: o Senhor de seus pés, no dia de sua ira.
me entregou em m&os aos inimigos, 2 Devorou o.Senhor todas as mora­
n&o posso levantar-me. das de Jacob, e n&o lhes perdoou;
15 O Senhor atropelou todos meus derribou em seu furor as fortalezas da
fortes em meio de mim, apregoou con­ filha de Judá, e as fez tocar em terra:
tra mim ajuntamento, para quebrantar profanou ao Keino e a seus príncipes.
meus mancebos: o Senhor pisou o la­ 3 Cortou no ardor de sua ira toao o
gar da virgem da filha de Judá. como de Israel, retirou a tras sua
16 Por estas cousas eu ando choran­ dextra perante o inimigo: e se en­
do, e meu olho, meu olho se desfaz em cendeo oontra Jacob como lavareda
aguas, porquanto alongou-se de mim de fogo, que consome ao redor.
o consolador, que devia recrear minha 4 Armou seu arco oomo inimigo, pôz
alma: meus filhos est&o assolados, se com sua dextra como adversario, e
porquanto o inimigo prevaleceo. matou todas cousas agradaveis aos
17 Si&o estende suas m&os, n&o ha olhos; derramou sua indignaç&o como
consolador para ella; mandou J sho­ fogo na tenda da filha de Si&o.
v a h ácerca de Jacob, que os que es­ 5 Tornou-se o Senhor como inimigo,
t&o do redor delle, fossem seus adver­ devorou a Israel, devorou a todos seus
sarios : Jerusalem he como a mulher palacios, destruio a suas fortalezas: e
separada entre elles. multiplicou a a filha de Judá a lamen-
18 Justo he J e h o v a h , pois me re- taç&o e tristeza.
bellei contra sua boea; ouvi pois to­ 6 E arrancou sua cabana com vio*

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LAMENTAÇÕES, Hl. 767
Jenoia como a de hum horto, e destruio a filha de Jerusalem, dizendo: he es­
soa congregação: J k h o v a h em Sião ta a cidade, de que se dizia, perfeita
pôz em esquecimento a solennidade he em formosura, o gozo de toda a
e o Sabbado, e na indignação de sua terra.
ira regeitou com desprezo a Rei e 16 Todos teus inimigos abrem suas
Sacerdote. bocas sobre ti, assovião, e rangem os
7 Regeitou o Senhor seu altar, de­ dehtes; dizem, ià a temos devorado:
testou seu santuario, entregou na mão pois este he o dia que esperavamos,
do inimigo os muros de seus palacios: ja o achamos, jà o vimos.
levantàrâo grita na casa de J e h o v a h , 17 Fez J e h o v a h o que intentou, cum­
como em dia de solennidade. prio sua palavra, que mandára aesdos
8 Intentou J e h o v a h a destruir o mu­ dias da antiguiaade, derribou e não
ro da filha de Sião, ja estendeo o cor­ perdoou: e alegrou o inimigo sobre ti,
del sobre elle, nào retirou sua mão de levantou o como de teus adversarios.
devorar: e ja enlutou ao antemuro e 18 Seu coração delles deu gritos ao
ao muro juntamente, ja estão enfra­ Senhor: ó muralha da filha de Sião,
quecidos. derrama lagrimas como ribeiro dia e
9 Ja sovertérão-se suas portas em noite, não te dés descanso, nem ces­
terra, destruio e quebrou seus ferro­ sem as meninas de tens olhos.
lhos : seu Rei e seus Principes estão 19 Levanta-te, dà vozes de noite no
entre as gentes, ja não ha lei. nem principio dasvelas, derrama teu cora­
seus Prophetas achão visão alguma ção como aguas perante a face do Se­
de J s h o v a h . nhor: levanta-a elle tuas mãos pela
10 Estão assentados por terra, estão vida de teus meninos, que desfalecem
callados os anciãos da filha de Sião, de fome à entrada de todas as ruas.
lanção pó sobre suas cabeças, de sa­ 20 Attenta, J k h o v a h , e considera a
cos se tem cingido: as donzellas de quem fizeste de tal moao: porventura
Jerusalem abaixão suas cabeças à comerão as mulheres a seu fruto, aos
terra. meninos que trazem nos braços? ou
11 Ja se consumirão meus olhos com matar-se-na no Santuario do Senhor o
lagrimas, movem se minhas entranhas, Sacerdote e o Propheta %
meu figado derramou.se em terra por 21 Jazem em terra pelas ruas o mo­
causa do quebrantamento da filha de ço e o velho, minhas donzellas e meus
tneu povo : porquanto desfalecem o mancebos viérâo a cahir a a espada:
menino, e a criança de mama, pelas mataste-os no dia de tua ira, degolas­
ruas da cidade. te, nào perdoaste.
12 A suas mais dizem, aonde ha tri­ 22 Convocaste a meus temores do
go e vinho 1 quando desfalecem co­ redor como a dia solenne; nem houve
mo o ferido pelas ruas da cidade, der­ alguem no dia da ira de J e h o v a h que
ramando sua alma no regaço de suas escapasse, nem ficasse de resto: aos
roais. que trouxe nas mãos, e sustentei, meu
13 Que testemunhas te trarei? com inimigo os consumio.
que te compararei, ò filha de Jerusa­
lem ? a quem te assemelharei, para
te consolar a ti, 6 donzella, filha de CAPITULO m.
Sião ? porque tua québra tão grande U sou o varão, que vio afflicçâo na
, he como o m ar: quem te curará ?
14 Teus Prophetas te prevírào vai­
E vara de seu furor.
2 Me guiou e levou a trevas e nào á
dade e absurdidade, e não manifestà- luz.
rão tua maldade, para desviarem teu 3 De veras se tomou contra mim,
cativeiro: antes te prevírào cargas virou sua mão todo o dia.
vãs, e digressões. 4 Fez envelhecer minha carne e mi­
15 Todos os que passão pelo cami­ nhapelle, quebrantou meus ossos.
nho palméão sobre ti com as mãos, 5 Edificou contra mim, e oeroou-m*
sssovião e movem tuas cabeças sobre di fel s trabalho.

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768 LAMENTAÇÕES, Ifl.
6 Assentou-me em lugares escuros, 31 Porque o Senhor nâo regeitarà
como aos que morrérão ae ja muito ha. para sempre.
7 Cercou-me de sebe, e nâo posso 32 Antes se entristeceo a alguem,
sahir ; agravou meus grilhões. compadecer-se-ha delle, segundo a
8 Ainda quando clamo, e grito, cer­ grandeza de suas misericórdias.
ra seus ouvtdos a minha oração, 33 Porque não afftige nem entristece
9 Cercou de sebe meus caminhos aos filhos de homem de seu coração.
com pedras lavradas, perverteo mi­ 34 Para atropelar debaixo de seus
nhas veredas. pés a todos os presos da terra.
10 U rso e s p iâ o -m e h e a m im , e le â o 35 Para perverter o direito do homem
e m lu g a re s o ccu lto s, perante a face do Altissimo.
11 Desviou meus caminhos, e fez me 36 Para aggravar o homem em sua
em pedaços, deixou-me assolado. causa: porventura nâo o veria o Se­
12 Armou seu arco, e poz-me a a nhor.
frecha como alvo. 37 Quem he aquelle que dirá, qne
13 Fez entrar em meus rins as fre­ cousa alguma acontece, que o Senhor
chas de sua aljava. não mande.
14 Servi de escárnio a todo meu po­ 38 Porventura da boca do Altissimo
vo. de cantiga de seus tangéres todo não sahe o mal e o bem ?
o aia. 39 De que se queixa logo o homem
15 Fartou-me de amarguras, embe- viventé ? cada qual se queixe de seus
bedou-me de alosna. peccados.
16 Quebrou meus dentes com pedri- 40 Esquadrinhemos nossos caminho*
nhas de area; abaixou-me na cmza. e busquemos, e nos convertamos a Ji-
17 E affugentaste minha alma de H OVAH.
paz; esqueci-me do bem. 41 Levantemos nossos corações com
18 Entâo disse eu, jà pereceo minha as mâos a Deos em os ceos, dizendo:
força, como tambem minha esperan­ 42 Nosoutros prevaricamos e fomos
ça de J e h o v a h . rebeldes, porisso, tu náo perdoaste.
19 Lembra-te de minha afflicçâo, e 43 Cobriste-nps de tua irà, e nos per­
de meu pranto, da alosna, e do fel. seguiste, mataste, náo perdoaste.
20 Minha alma certamente ee lem­ 44 Cobriste-te cie nuvens, que náo
bra, e se abate em mim. passe a oração.
21 Isto reduzirei a meu coração; 45 Por cisco e regeitamento nos pu-
portanto esperarei. zeste em meio dos povos.
46 Todos nossos inimigos abrírto
22 As misericórdias dé J e h o v a h sâo
a causa que não somos consumidos; contra nos sua boca.
porquanto suas misericórdias não tem 47 Temor e cova viérão sobre nos­
fim. outros, assolação, e quebrantamento.
23 Novas são cada manhâ; grande 48 Em ribeiros de aguas se desfeí
he tua fidelidade. meu olho pelo quebrantamento da filha
de meu povo.
24 Minha porção he J e h o v a h , diz
minha alma; portanto esperarei nelle. 49 Meu olho se destilla e nâo cessa,
porquanto nâo ha descansos.
25 Bom he J eh o v a h para os que se
atem a elle, para a alma que o busca. 50 Até que attente e veja J ehovah
26 B om h e e s p e ra r, e c a lla r n a sa l­
desdos ceos.
vação d e J ehovah. 51 Meu olho causa dor a m in h a al­
27 Bom he ao varão levar o jugo em ma, por causa de todas as filhas de
sua mocidade. minha cidade.
28 Só se assente e calle; porquanto 52 De contino m e c a ç a r ã o como a
o pôz sobre elle. passarinho os que bSlo meus inimigo®
29 Ponha sua boca no pó, dizendo, sem razão.
porventura haverá attença. 53 Arrancárâo minha vida na mas­
30 Dê sua face ao que iere; farte se morra, e lançârâo pedras sobre mim.
de aífronta.

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LAMENTAÇÕES, IV. 769
54 OndeavAo as aguas sobre minha em hum momento, sem que trabalhas­
cabeça, eu disse, estou cortado. sem nella m&os algumas.
55 Invoquei teu nome, J e h o v a h , des­
7 Seus Nazareos erão mais alvos que
da mais profunda cova. a neve, er&o mais brancos que o leite:
66 Ouviste minha voz: náo escon­ er&o mais roxos de corpo que os ro-
das teu ouvido a meu suspiro, a meu bins, e mais lisos que a safira.
clamor. 8 Mas açora seu parecer escureceo
57 Achegaste-te no dia em que te se de pretid&o, n&o conhecem-se nas
invoque^ disseste, n&o temas. ruas: sua pelle estâ apegada a seus os­
58 Preiteaste, Senhor, as causas de sos, secou-se, ficou-se como hum pâo.
minha alma, redimiste minha vida. 9 Os mortos à espada mais ditosos
59 Viste, J e h o v a h , a semraz&o que
sâo do que os mortos à fome: porque
me fizér&o, julga minha causa. estes escorrem se como traspassados,
60 Viste toda sua vingança, todos por falta dos frutos dos campos.
seus pensamentos contra mim. 10 As mâos das mulheres compassi­
61 Ouviste seu opprobrio, J e h o v a h ,
vas cozérâo a seus filhos: servírâo-
todos seus pensamentos contra mim. Ihes de comida no quebrantamento da
62 Os ditos dos que se levant&o con­ filha de meu povo.
tra' mim, e suas imaginações contra 11 Cumprio J e h o v a h seu furor, der
mim todo o dia. ramou o ardor de sua ira : e encendeo
63 Attenta para seu assentar e seu fogo em Sião, que consumio seus fun­
levantar, eu sou a cantiga de seus tan- damentos.
géres. 12 Nâo crérâo os Reis da terra, nem
64 Rende-lhes recompensa, J e h o ­ todos os moradores do mundo, que en­
v a h , conforme a a obra ae suas m&os. trasse o adversario e inimigo pelas
65 Dà-lhes ansia de coraç&o, tua portas de Jerusalem.
maldição venha sobre elles. 13 Assim foi pelos peccados de se­
66 Era tua ira os persegue, e os des­ us Prophetas, pelas maldades de seus
faze de debaixo dos ceos de J e h o ­ Sacerdotes, que derramàrâo o sangue
vah. dos justos em meio delia.
14 Titubàvâo como cegos nas ruas,
CAPITULO IV. andavâo contaminados de sangue; de
maneira que nâo podião ser, sem to­
OMO se escureceo o ouro ? como se car seus vestidos.
C mudou o ouro fino e bom %como es- 15 Clamavâo-lhes, desviai-vos. im­
t&o espalhadas as pedras do Santuario mundo hãy desviai-vos, de6viai-vos,
ao canto de todas as ruas ? nâo toqueis; certo he que ja avo&r&o,
2 Os preciosos filhos de Si&o avalia­ tambem titubàr&o: dissérâo entre as
dos a puro ouro, como agora se cont&o gentes, nunca mais morarão.
por vasos de barro, obra das m&os de 16 A face de J e h o v a h o s apartou,
oleiro 1 nunca mais attentarà para elles: nâo
3 Até as vacas marinas abaix&o o reverenciarão a face dos Sacerdotes,
peito, d&o de mamar a seus filhos: po­ nem se compadecérâo dos velhos.
rem a filha de meu povo se encruele- 17 Estando nosoutros, ainda desfa-
ceo como as avestruzes no deserto. leciâo nossos olhos esperando a nosso
4 A lingoa do menino de mama se vâo socorro: olhavamos attentamente
pega a seu padar de sede: os meninos pela gente que nào podia livrar.
pedem p&o, e ninguém ha que lhes o 18 Espiarão nossos passos, que nâo
reparta. podíamos andar por nossas ruas, che­
6 Os qne oomi&o delicadezas, agora gado he nosso fim, nossos dias se cum­
desfalecem nás ruas: os que se criâ- prirão, porque nosso fim he vindo.
r&o em carmesim, abraç&o o esterco. 19 Nossos perseguidores mais ligeiros
6 E mais grande he a maldade da forão do que as aguias dos ceos: so­
filha de meu povo, do que o peccado bre os montes nos perseguír&o, no de­
de Sodoma, que foi trastoraada como serto armàr&o nos ciladas.

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770 EZECHIEL, I
2 0 O respiro d e nossos narizes, o un­ 10 Nossa pelle se ennegieceo como
gido d e Je h o v a h foi preso em suas ca­ hum forno, por causa do ardor da
v as : do qual dizíam os, debaixo de sua fome.
som bra viverém os e n tre a s g en tes. 11 Forcárâo as mulheres em Sião,
21 Goza-te, e alegra-te, ó filha de as donzellas nas cidades de Judá.
Edom, que habitas na terra de U z: 12 Os Principes forão enforcado*
porem ainda até a ti passará o copo: com suas mâos, as faces dos velhoB
embebedar-te-has, e te descubrirás. nâo forão reverenciadas.
22 Ja cumprio se tua maldade, ó filha 13 Aos mancebos tomàrâo para mo­
de Siáo, nunca mais te levará em ca­ er, e os moços tropeçarão debaixo da
tiveiro : visitará tua maldade, ó filha lenha.
de Edom, descubrirá teus peccados. 14 Os velhos cessàráo de se assenta­
rem a a porta, os mancebos de seos
CAPITULO V. tangéres.
15 O gozo de nosso coração cessou,
L EMBRA-te, J e h o v a h , d o que nos
tem succedido, attenta e olha pa­
ra nosso opprobrio.
nossa dança tomou se em dó.
16 Ja cahio a coroa de nossa cabe­
ça, ai agora de nós. porquanto peccs*
2 Nossa nerdade se volveo ao estran­ mos.
geiros, e nossas casas aos forasteiros. 17 Portanto foi desmaiado nono co­
3 Orfâos somos sem pai, nossas mais ração, poristo escurecérâo-se noaos
como viuvas. olhos.
4 Nossa agua bebemos por dinheiro, 18 Pelo monte de Sião, que está as­
nossa lenha vem por preço. solado, as raposas andâo por elle.
5 Padecemos perseguição sobre nos­ 19 Tu J e h o v a h permaneces eterna­
sos pescoços: estamos cansados, e mente, e teu throno de geração em
nos náo temos descanso. geração.
6 Aos Egypcios estendemos as mâos, 20 Porque para sempre te esquece­
e aos Syrios, para nos fartar de pâo. rias de nos? porque nos desempararias
7 Nossos pais peccàrâo, e ja nâo sâo, tanto tempo *
nos levamos suas maldades. 21 Converte-nos, J e h o v a h , a ti, e
8 Servos senhoréâo sobre nós, ningu­ nos converteremos: renova nossos di­
ém ha que nos arranque de suas mâos. as como d’antes.
9 Com perigo de nossas vidas traze­ 22 Porque porventura nos regeitarias
mos nosso pâo, por causa da espada do totalmente ? porventura te enfureceri­
d e s e rto . as contra nós em tam grande manein.

A P R O P H E C I A DE E Z E C H I E L .

o~ Sacerdote, em terra dos Chaldeos,


CAPITULO I. junto a a rio de Chebar: e ali a mio
FOI aos trinta annos, no mez quar­ de J e h o v a h esteve sobre elle.
E to, aos oinco do mez, estando eu 4 Entâo vi, e eis que hum vento
tempestuoso vinha do Norte, huma
em meio dos transportados, junto ao
rio de Chebar, aue se abrirão os ceos, grande nuvem, e hum fogo revol ren­
e eu vi visões ae Deos. do-se nella, e hum resplandor do redor
2 Aos cinco do mez, (que fo i no delia: e no meio delia havia ittma
uinto anno da transportação do Rei cousa como de cor de Ambar, que sahia
3 oiakim.) do meio do fogo.
3 Veio expressamente palavra de 5 E do meio delia sahia a semelhan­
J k h o v a h a Ezechiel, filho de Buzi; ça de quatro animaes; e esta era sua

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EZECHIEL, I. 771
aparência, semelhança de homens ti- as rodas junto a elles: e levantando-
nnâo. se os Animaes da terra, levantav&o-se
6 £ cada qual tinha quatro rostos: tambem as rodas.
como tambem cada qual delles quatro 20 Para onde o Espirito queira ir,
asas. hi&o, para onde o Espirito queria i r :
7 E seus pés er&o pés direitos: e as e as rodas se levantav&o em fronte
plantas de seus pés como a planta do delles; porque o Espirito dos Animaes
pé de huma bezerra, e luzi&o como a estava nas rodas.
cor de bronze açacalado. 21 Andando elles, andav&o ellas, e
8 E tinhão m&os de homem debaixo parando elles, parav&o ellas: e levan-
de suas asas, a suas quatro ilhargas: tando-se elles da terra, levantav&o-se
e todes quatro tinháo seus rostos e su­ tambem as rodas em fronte delles;
as asas. porque o Espirito dos Animaes esta­
9 Juntaváo suas asas hum ao outro: va nas rodas.
n&o se virav&o andando elles, e cada 22 E sobre as cabeças dos Animaes
qual andava em direito de seu rosto. havia a semelhança de hum estendi-
10 E a semelhançade seus rostos era mento, como a cor de hum cristal ter­
como o rosto de homem, e a a m&o di­ rível, estendido sobre suas cabeças de
reita todos quatro tinh&o rosto de le&o, riba.
e a a m&o esquerda todos quatro ros­ 23 E debaixo do estendimento esta­
to de b o i: e rostos de aguia todos v&o suas asas, direitas huma para com
quatro. a outra: cada qual tinha duas, que cu­
l l E seus rostos e suas asas estav&o bri&o seus corpos de huma banda; e
divididas por em cim a: cada qual ti­ cada qual tinha outras duas, que os cu­
nha duas asas juntas huma a a outra, bri&o da outra banda.
e duas cubri&o seus corpOs. 24 E andando elles ouvi o ruido de
12 E cada qual andava em direito suas asas, como o ruido de muitas
de seu rosto: para onde o Espirito aguas, como a voz do Omnipotente, a
queria ir, hi&o; indo elles, n&o se vi­ voz de hum estrondo, como o estre-
rà váo. pito de hum exercito: parando elles,
13 E quanto a a semelhança dos An­ abaixav&o suas asas.
imaes, seu parecer era como brasas 25 E ouvio-se huma voz de riba do
de fogo ardentes, ao parecer de tochas estendimento, que estava por cima de
acesas; o fogo de contino discorria suas cabeças: parando elles, abaixa­
entre os Animaes: e o fogo resplan­ v&o suas asas.
decia, e do fogo sahia relampago. 26 E sobre o estendimento, que es­
14 E os Animaes corri&o, e tomav&o, tava por cima de suas cabeças, havia
ao parecer de relampagos. a figura de hum throno, ao parecer de
15 E vi os Animaes: e eis que hu­ huma Safira: e sobre a figura do thro­
ma roda estava na terra junto aos Ani- no huma figura ao parecer de hum ho­
maes, segundo seus quatro rostos. mem, que estava sobre elle em cima.
16 0 parecer das rodas, e sua feitu­ 27 E vi como a cor de Ambar, como
ra, era como cór de Turqueza; e as o parecer de fogo dentro do redor del­
quatro tinhão huma mesma seme­ le, desdo parecer de seus lombos e
lhança : e seu parecer, e sua feitura para riba: e desdo parecer de seus
era como se estivéra numa roda no lombos e para baixo, vi como a seme­
meio de outra roda. lhança de fogo, e hum resplandor do
17 Andando ellas, andav&o sobre su­ redor delle.
as quatro ilhargas: andando ellas, n&o 28 Como o parecer do arco, que apa­
se vira vâo. rece na nuvem em dia de chuva, as­
18 E suas costas er&o t&o altas, que sim era o parecer do resplandor do
causaváo medo; e suas costas estav&o redor; este era o parecer da seme»
cheas de olhos do redor das quatro lhança da gloria de J e h o v a h : e ven­
rodas. do a eu, cahi sobre meu rosto, e ouvi
19 E andando os Animaes, andav&o a voz de hum, que fallava.

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772 EZECHIEL, II, HL

CAPITULO II. 4 E disse-me, filho do homem, vai,


entra na casa de Israel, e fallaJhee
DISSE-me : filho do homem, le- com minhas palavras.
E vauta-te sobre teus pés, e fallarei 5 Porque tu n&o es enviado a poro
comtigo. de profunda falia, nem de lingoa dif-
2 Eiiiâo eutrou em mim o Espirito, ficiL senão a a casa de Israel:
fallando elle comigo, que me pôz so­ 6 Nem a muitos povos de profunda
bre meus pés : e ouvi a aquelle, que falia, e de lingoa aifficil, cujas pala­
me fallava. vras n&o podes entender: se eu a el­
3 E disse-me, filho do homem, eu te les te enviara, porventura nâo te da-
envio aos íilhos de Israel, a gentes re­riâo ouvidos?
beldes, que se rebellâráo contra mim, 7 Porem a casa de Israel nâo te qne-
elles e seus pais prevaricâráo contra rerà dar ouvidos; porquanto nâo me
mim, até este mesmo dia. querem dar ouvidos a m im : porqoe
4 E sâo filhos duros de rosto, e obsti­toda a casa de Israel he obstinada de
nados de coração; eu envio-te a el­ testa, e dura de coração.
les: e dir-lhes-nas, assim diz o Senhor 8 Eis que fiz forte teu rosto contn
Jeh o v ah . seus rostos, e tua testa forte contra soi
5 E elles, quer oução, quer deixem testa. '
(porque elles sâo caga rebelde) com 9 Fiz tua testa como diamante, mais
tudo saberão, que Propheta houve en­ forte que penha: não os temas pois,
tre elles. nem te espantes de seus rosto*, por*
6 E tu, ó filho do homem, n&o os te­ quanto sâo casa rebelde.
mas, nem temas suas palavras; ainda 10 Disse me mais: filho do homem,
que são teimosos, e espinhos comtigo, e toma em teu coração todas minhas
tu habitas com escorpiões: não temas palavras, que te hei de fallar, e oore
suas palavras, nem te espantes de seu com teus ouvidos.
rosto j porque elles são casa rebelde. 11 Ea pois, vai-te aos transportado?,
7 Porem tu lhes fallarás minhas pa­ aos filhos de teu povo. e lhes fallarás,
lavras, quer oução, quer deixem: por­ e lhes dirás, assim diz o Senhor Jc-
quanto elles sáo rebeldes. h o v a h : quer oução, quer deixem.
8 Mas tu. ô filho do homem, ouve o 12 E levantou-me o Espirito, e ootí
que eu te íallo, não sejas rebelde, co­ de tras de mim huma voz de grande
mo a casa rebelde, abre tua boca, e estrondo, mie dizia : beradita seja a
come o que eu te dou. Gloria de J e h o v a h , de seu lugar.
6 Então vi, e eis que huma mão se 13 E ouvi o soido das asas aos Ani­
estendia para mim: e eis que nella maes, que tocavãohumas a a s ontras,
havia hum rolo de livro. e o soido das rodas em fronte delles^ e
10 E estendeo-o perante minha face, o soido de hum grande estrondo.
e esse estava escrito por diante e por 14 Então o Espirito me levantou, e
de tras: e nelle estavâo escritas la* me tomou: e fui-me mui triste pék)
mentações, e suspiro, ai. ardor de meu Espirito; p o r e m a mâo
de J e h o v a h era iorte sobre mim.
CAPITULO m. 15 E vim aos transportados a Tel
Abib, que moravão junto a o rio de
EPOIS me disse, filho do homem, Chebar, e eu morava aonde elles mo­
D come o que acnáres: come este ravão : e morava ali sete dias atonito
rolo, e vai, falia a a casa de Israel. entre elles.
2 Então abri minha boca: e me deu 16 E foi a cabo de sete dias, qw
a comer este rolo. veio a palavra de J eh o v a h a mim, di­
3 E disse-me,filho do homem, d& de zendo :
comer a teu ventre, e enche tuas en­ 17 Filho do homem, por atahfr-t*
tranhas deste rolo que eu te dou: en* puz sobre a oasa de Israel: assim qo*
t&o o comi, e era em minha boca doce ouvirás a palavra de minha boc») e oi
oomo mel. havisarás ae minha parte.

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EZECHIEL, IV. 773
18 Quando eu disser ao impio, certa­ 2 E poem cerco contra ella, e edifi­
mente morrerás, e tu o náo hav isares, ca contra ella baluarte, e levanta tran­
nem fallares, para havisar ao impio queira contra ella: e poem arraiais
ácerca de seu caminho impio, para o contra ella, e ordena contra ella vai­
conservar em vida: aquelle impio véns do reaor.
morrerá em sua maldade, porem seu 3 E tu toma-te huma sartã de ferro,
sangue demandarei de tua mao, e a poem jpor muro de ferro entre ti e
19 Porem avisando tu ao impio, e el­ entre a cidade: e endireita tua face
le não se convertendo de sua impie­ contra ella, e assim será cercada, e a
dade, e de seu caminho impio: elle cercarás; isto servirá de sinal a a ca­
morrerá em sua maldade, e tu farás sa de Israel.
escapar tua alma. 4 Tu tambem deita-te sobre tua il­
20 Semelhantemente^ quando ojus­ harga esquerda, e poem a maldade da
to se desviar de sua justiça, e fizer casa de Israel sobre ella: conforme ao
maldade, e eu puzer tropeço algum di­ numero dos dias, que te deitares sobre
ante de sua face, eHe morrerá; por- ella, levarás suas maldades.
uanto o não avisaste, em seu pecca- 5 Porque eu iâ te tenho dado os an­
o morrerá; e suas justiças que fizéranos de sua maldade, conforme ao nu­
não virão em memória; mas seu san­ mero dos dias, a saber trezentos e no­
gue demandarei de tua mão, venta dias: e levarás a maldade da
21 Porem avisando tu ao justo, para casa de Israel.
que o justo nâo peque, e elle não pec­ 6 E quando cumprires estes, tomar-
car; certamente viverá: porquanto foi te-has a deitar sobre tua ilharga di­
avisado: e tu fizeste escapar tua alma.reita, e levarás a maldade da casa de
Judá quarenta difis, cada hum dia te
22 E a mão de J e h o v a h éstava sobre
mim ali: e disse-me, levanta-te, e sa-dei por cada hum ánno.
he-te ao valle^ e ali íallarei comtigo. 7 Pelo qué endereçarás tua face para
23 E levantei-me, e sahi-me ao Valle,
com o cerco de Jerusalem, e teu braço
e eis que a Gloria de J eh o v a h estava
descuberto : e prophetizarás contra
ali, como a Gloria que ví junto ao rioella.
d e Chebar: ecahi sobre minha face. 8 E eis que porei sobre ti cordas: e
24 Então entrou em mim o Espirito, nào te virarás de tua huma ilharga,
e poz-me sobre meus pés: e fallou co­ até a outra ilharga; até que náo cum­
migo, e me disse, entra, encerra te pras os dias de teu cerco.
dentro de tua casa. 9 E tu toma-te trigo e cevada, e fa­
25 Porque tu, ó filho do homèm. eis vas, e lentilhas, e milho, e avêa, e os
que porião cordas sobre ti, e te liga-mete em hum vaso, e faze te delles
riâo com ellas: pelo que náo sahirás pâo: conforme ao numero dos dias,
entre elies. que tu te deitares sobre tua ilharga;
26 E tua lingoa farei pegar a teu pa-
trezentos e noventa dias comerás disso.
dar, e ficarás mudo, e nào lhes servi* 10 E tua comida^ que has de comer,
rás de reprensor : porque sào casa re­será de peso de vmte siclos cada dia:
belde. de tempo em tempo a comerás.
27 Mas quando eu fallar comtigo, 11 Tambem beberás a agua por me­
abrirei a tua boca, e lhes dirás, assim
dida, a saber, a seista parte de hnm
Hin: de tempo em tempo beberás.
d i z o Senhor J e h o v a h : cjuem ouvir,
ouça, e quem deixar, deixe; porque 12 E comerás hum bolo de cevada:
são casa rebelde. e o cozerás com o esterco que sahe
do homem, perante seus olhos.
13 E disse J e h o v a h : assim come­
CAPITULO IV. rão oà filhos de Israel seu pâo immun­
í pois, 6 filho do homem, toma te do, entre as gentes, entre as quaes os
r hum tiolo, e o poem perante tua lançarei.
face, e retrata nelle a cidade de Je­ 14 Entào disse eu, ah Senhor. J e h o ­
rusalem. va h , eis que minha alma nâo foi con-

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774 EZECHIEL, V, VI.
taminada: porque nunca comi cousa 8 Porisso assim diz o Senhor J eho­
morta, nem despedaçada, desde mi­ va h , eis que eu o hei comtigo, si ea:
nha mocidade até agora; nem carne porque executarei juizos em meio de
abonainavel entrou em minha boca. ti perante os olhos das gentes.
15 E disse-me, vè, tenho te dado 9 E farei em ti o que nunca fiz, e o
bosta de vacas, em lugar de esterco de qual nâo farei ja mais, por causa de
homem: e prepararás teu pâo com ella. todas tuas abominações.
16 Entáo me disse, filho do homem, 10 Pelo que os pais comerão aos
eis que eu quebranto o bordão do pâo filhos em meio de ti, e os filhos co­
em Jerusalem, e comerão o pâo por merão a seus pais: e executarei em
peso, e com desgosto: e a agua bebe­ ti juizos, e espargirei todo teu residuo
rão por medida e com espanto. a todos os ventos.
17 Para que o pâo e a agua lhes falte, 11 Pelo que, vivo eu, diz o Senhor J*-
e se espantem huns para os outros, e hovah, se (porquanto profanaste meu
se consumâo em suas maldades. Santuario com todas tuas detestaçòes,
e com todas tuas abominações,) tam­
bem eu nào te diminuir, e meu olho te
CAPITULO V. perdoar, e tambem eu me apiedar.
TU, ó filho do homem, toma-te 12 A terceira parte de ti morrerá da
E huma faca aguda, huma navalha peste, e se consumirá a a fome em
de barbeiro, esta te tomarás, e a farás meio de ti j e a outra terceira parte ca*
passar por tua cabeça e por tua bar­ hirá a a espada do redor de ti: e a outra
ba: entâo te tomarás huma balança, terceira parte espargirei a todos cs ven­
e partirás os cabellos. tos, e a espada arrancarei apos elles.
2 A terceira parte queimarás a fogo 13 Assim cumprir-se-ha minha ira,
no meio da cidade, quando se cum­ e farei reposar meu furor n e lle s , eme
prirem os dias do cerco: entâo toma­ consolarei: e saberão, que eu J eho­
rás a outra terceira parte, ferindo com v a h tenho fallado em meu zelo, quan­
huma espada do redor delia; e a outra do cumprir meu furor nelles.
terceira parte espargirás ao vento: 14 E te porei em assolação, e em
porque arrancarei a espada apos elles. òpprbbrio entre as gentes, que estâo
3 Tambem tomarás delles huns pou­ do redor de ti, perante os olhos de to­
cos em numero: e os atarás nas bor­ dos os que passarem.
das de teu vestido. 15 E o opprobrio e a infamia servi­
4 E delles ainda tomarás, e os lan­ rão de instracçâo e espanto a as gen­
çarás no meio do fogo, e queima-los- tes, que estâo do redor de t i : quando
has a fogo: e d;ali sahirá hum fogo eu executar em ti juizos com ira, e
oontra toda a casa de Jsrael. com furor, e com enfurecidos casti­
5 Assim diz o Senhor J c h o v a h , es­ gos; eu Je h o v ah o fallei.
ta he Jerusalem, a qual puz em meio 16 Quando eu enviar as más frechas
das gentes, e as terras do redor delia. da fome oontra elles, que servirão pa­
6 Porem ella mudou meus juizos em ra destruição, que eu mandar para vos
impiedade, mais que as gentes, e me­ destruir: entâo augmentarei a fome
us estatutos mais que as terras, que sobre vósoutros, e vos quebrantarei o
estâo do redor delia: porque regeitá- bordão do páo.
râo meus iuizos, e nâo andárâo em 17 E enviarei sobre vósoutros a fome,
minhas ordenanças. e roins animaes, que te roubarão de
7 Portanto assim diz o Senhor J e h o ­ filhos; e a peste, e o sangue passará
v a h , porquanto multiplicastes vossas por t i : e trarei a espada sobre ti? es
maldades mais que as gentes, que es­ J e h o v a h o fallei.
tâo do redor de vós; em meus esta­
tutos nâo andastes, nem fizestes meus
juizos, nem ainda fizestes conforme CAPITULO VI.
aos juizos das gentes, que estâo do re­ VEIO a palavra d e J ehovah *
dor de vòs. E m im , d iz e n d o :

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EZECHIEL, VH. 775

2 Filho do homem, endereça tua fa­ 13 Então sabereis que eu sou Jeho­
ce contra os montes de Israel, e pro- va h , quando estarão seus atravessa­
phetiza contra elles. dos em meio de seus deoses de ester­
3 E dirás, montes de Israel, ouvi a co, do redor de seus altares, em todo
palavra do Senhor J e h o v a h : assim diz alto outeiro, em todos cumes dos mon­
o Senhor J e h o v a h aos montes, e aos tes, e debaixo de toda arvore verde, e
outeiros, aos ribeiros, e aos valles, eis debaixo de todo carvalho espeso, o lu­
que eu, eu digo, trarei a espada sobre gar aonde offerecião perfume de suave
vós, e destruirei vossos altos. cheiro a todos seus deoses de esterco.
4 E vossos altares seráo assolados, e 14 Pelo que estenderei minha mão
nebradas vossas imagens de Sol, e sobre elles, e farei a terra assolada, e
erribarei vossos atravessados, peran­ mais assolada, do que o deserto da
te a face de vossos deoses de esterco. banda de Diblath, em todas suas habi­
5 E porei os corpos mortos dos íilhos tações : e saberão que eu souJ e h o v a h .
de Israel perante a face de seusdeoses
de esterco: e espargirei vossos ossos CAPITULO YII.
do redor de vossos íutares.
6 Em todas vossas habitações as ci­ EPOIS veio a palavra de J e h o v a h
dades serão destruídas, e os altos as­
solados : para que vossos altares sejão
D a mim, dizendo.
2 E tu, ó filho do homem, assim diz
destruídos e assolados, e vossos deoses o Senhor J e h o v a h ácerca aa terra de
de esterco se quebrem e cessem, e Israel, já o fim està: iá veio o fim so­
vossas imagens de Sol sejão cortadas, bre os quatro cantOB da terra.
e desfeitas vossas obras. 3 Agora veio o fim sobre ti; porque
7 E os atravessados cahirâo em meio enviarei minha ira sobre ti, e íulgar-
d e vósoutros: para que saibais que eu te-hei conforme a teus caminnos: e
sou Jehovah. trarei sobre ti todas tuas abominações.
8 Porem deixarei hum resto, para 4 E meu olho nào te perdoará, nem
que tenhais alguns que escaparem da me apiadarei de t i : porem teus cami­
espada entre as gentes, quando fordes nhos trarei sobre ti, e tuas abomina­
espargidos pelas terras. ções estarão em meio de ti; e sabe­
9 Então lembrar-se-hão de mim os reis, que eu sou J e h o v a h .
que escaparem de vos entre as gentes, 5 Assimdiz o Senhor J e h o v a h : hum
aonde forão levados em cativeiro; mal, eis que hum só mal veio.
porquanto me quebrantei por causa de 6 Ja veio o fim, ja veio o fim, des­
seu fomicario coração, que se desviou pertou se contra ti: eis que ja o veio.
de mim, e por causa de seus olhos, que 7 Ja veio amanhã a ti, ó habitador
andárâo fomicando apos seus deoses da terra: jà veio o tempo, chegado
de esterco: e terão nojo de si mesmos, he o dia aa turbação, e nào ha eco
por causa das maldades que fizerâo em dos montes.
todas suas abominações. 8 Agora presto derramarei meu fu­
10 E saberão que eu sou J e h o v a h : ror sobre ti, e cumprirei minha ira
que de balde não fallei, que lhes faria contra ti, e julgar-te-hei conforme a
este mal. teus caminhos: e porei sobre ti todas
11 Assim diz o Senhor J e h o v a h , bate tüas abominações.
com tua mâo, e patéa com teu pé, e 9 E meu olho nâo perdoará, nem
d ize; ah, por todas as abominações me apiadarei de t i : conforme a teus
das maldades da casa de Israel: por- caminhos trarei sobre ti; e tuas abom­
ue cahirâo a a espada, e de fome, e inações estarão em meio de ti; e sa­
e peste. bereis. que eu sou J e h o v a h , que firo;
12 O que estiver longe, morrerá de 10 Éis aqui o dia, eis que veio : já
peste; e o que de perto, cahirà a a es­ sahio a manhã; ja fioreceo a vara, já
pada ; e o que ficar de resto e cerca­ reverdeceo a soberba,
do, morrera de fome: e cumprirei 11 A violência levantou se para vara
meu furor contra elles. de impiedade: nada restará delles,

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776 EZECHIEL, Vni.

nem de sua multid&o. nem de seu ar- 24 Pelo que farei vir aos mais m&os
ruido, nem haverá lamentação por das gentes, e possuirão suas casas em
elles. herança: e farei cessar a arrogancia
12 Ja veio o tempo, ja he chegado o dos valentes, e os que os santific&o,
dia) o comprador n&o folgue, e o ven­ serão profanados.
dedor n&o se entristeça: porque jà 25 Jà vem a destruição, e buscarão
veio a ira ardente sobre toda sua mul­ a paz, porem não se achará.
tid&o. 26 Miséria sobre miséria virà, e ru­
13 Porque o vendedor n&o tomará ao mor sobre rumor haverá: então bus­
vendido, ainda que sua vida delles es~ carão visão de Propheta; porem a Lei
tivesse entre os vivos: porquanto a vi- perecerá do Sacerdote, como tambem
s&o n&o tornará para tras sobre toda o conselho dos Anciãos.
sua multid&o; nem ninguém esforça­ 27 O Rei se enlutará, e o Principe se
rá sua vida com sua iniquidade. vestirá de assolamento, e as mãos do
14 Ja tocár&o a trombeta, e tudo apa- povo da terra se conturbarão: confor­
relhárâo; porem ninguém vai a a pe­ me a seu caminho lhes farei, e com
leja : porque minha ardente ira está seus juizos os julgarei; e saberão, que
sobre toda sua multid&o. eu sou J eh o v a h .
15 A espada por de fora, e a peste e
a fome por de dentro, o que estiver no c a p it u l o vni.
campo, morrerá a a espada; e o que
estiver na cidade, a fome e a peste o UCCEDEO pois no seisto anno, no
consumirão.
16 E escaparão os que escaparem
S mez seisto, aos cinco do mez, estan­
do eu assentado em minha casa, e os
delles, porem estarão pelos montes, Anciãos de Judá estav&o assentados
como pombas dos valles, todos gemen­ rante minha face, que ali a m&o do
do, cada qual por sua maldade. nhor Jehovah cahio 6obre mim.
17 Todas mãos enfrequecerão> e to­ 2 E olhei, e eis aqui huma semelhan­
dos juelhos se escorrerão em aguas. ça, ao parecer de fogo; desdo parecer
18 E cingir-se-hão de sacos, e tremor de seus lombos, e para baixo, era fo­
cubri-los-ha : e sobre todos rostos ha­ go: e de seus lombos e para riba ao
verá vergonha, e sobre todas suas ca­ parecer de hum resplandor, como de
beças peladura. cor de Ambar.
19 Sua prata lançarão pelas ruas, e 3 E estendeo a figura de huma mio,
seu ouro serà para immundicia; nem e tomou-me pelos cabellos de minha
sua prata, nem seu ouro os poderá li­ cabeça: e o Espirito levantou-me en­
v ra r no dia do furor de J e h o v a h ; sua tre a terra e entre o ceo. e me trouxe
alma nào fartarão, nem suas entranhas a Jerusalem em visões ae Deos, até a
encherão: porque este serà o tropeço entrada da porta do pâteo de dentro,
de sua maldade. que olha para o Norte, aonde estavao
20 E a gloria de seu ornamento pôz assento da imagem aos ciumes, qne
era magnificência: porem imagens de provoca a ciumes.
suas detestáveis abominações fizérâo 4 E eis que a Gloria do Deos de Is­
nella: pelo que lhes o contei por im* rael estava ali: conforme ao parecer,
mundicm. que eu tinha visto no vale.
21 E entrega-lo-hei em mão dos es­ 5 E dÍ6se-me, filho do homem, le­
tranhos, por preza, e aos impios da vanta agora teus olhos para o caminho
terra por despojo: e profana-lo-hão. do Norte: e levantei meus olhos paia
22 E desviarei meu rosto delles; e o caminho do Norte; e eis que da ban­
profanarão meu occulto lugar: porque da do Norte, a a porta do altar, estava
quebrantadores entrarão nelle, e o pro­ esta imagem de ciumes na entrada.
fanarão. 6 E disse-me, filho do homem, vés
23 Faze-te huma cadea: porque a ter­ tu o que elles estão fazendo? as gran­
ra esta chea de juizo de sangues, e a des abominações que a casa de Israel
cidade està chea de violência. faz aqui, para alongar-me de meu San-

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EZECHIEL, IX. 777

toario? porem ainda tomarás a ver 18 Pelo que tambem eu usarei eom
maiores abominações. elles de furor, meu olho nâo perdoará,
7 E levou-me a a porta do pateo: en­ nem me apiadarei: e ainda que gri­
tâo olhei, e eis que havia hum buraco tem em mens ouvidos com grande
na parede. voz, com tudo os nâo ouvirei.
8 E disse-me, filho do homem, cava
agora naquella parede: e cavei na
parede, e eis que havia huma porta. CAPITULO IX.
9 Entâo me disse, entra, e vê as mali- TT^NTAO gritou em meus ouvidos com
nas abominações, aue elles fazem aqui. JLJ grande voz, dizendo, fazei chegar
10 E entrei, e olhei, e eis aqui toda aos Védores desta cidade: e cada qual
figura de reptiles, e Destas abomina- com suas armas destruidoras em sua
veis, e de todos deoses de esterco da mão.
c a s a de Israel, estavâo pintados na pa­ 2 E eis que seis varões vinhão do
rede do redor. caminho da porta alta, virada para a
11 E setenta varões dos Anciãos da banda do Norte? e cada qual com su­
casa de Israel, com Jaazanias filho de as armas destruidoras em sua mão, e
Saphan, que estava em meio delles, es- hum varâo entre elles vestido de linho,
tavâo perante suas faces, e cada qual com huma escrivaninha de escrivão á
tinha seu encensario em sua mâo: e sua cinta: e entrârâo, e se puzérão
huma espessa nuvem de perfume su­ junto ao Altar de bronze.
bia para riba. 3 E a Gloria do Deos de Israel le-
12 Entâo me disse, viste porventura, vantou-se de sobre o Cherubim, sobro
filho do homem, o que os Anciãos da que astava até o umbral da casa: e
casa de Israel fazem nas trevas, cada clamou ao varão vestido de linho, que
qual em suas pintadas camaras \ por- tinha a escrivaninha de escrivão â sua
ue dizem, J e h o v a h nos não vè, ja cinta.
3 esamparou J e h o v a h a terra.
13 E disse-me; ainda tomarás a ver
4 E disse-lhe J e h o v a h , passa pelo
meio da cidade, pelo meio de Jerusa­
maioraes abominações, que estes fa­ lem : e sinala com hum sinal as testas
zem. dos varões, que suspirâo, e que cla-
14 E levou-me a a entrada da porta mão, por causa de todas as abomina­
da casa de J c h o v a h . que està da ban­ ções. que se cometem em meio delia.
da do Norte: e eis ali mulheres assen­ 5 E aos de mais disse a meus ouvi­
tadas, que estavâo chorando a Tham- dos, passai pela cidade apos elle, e fe­
muz. ri : vosso olho nâo perdôe, nem vos api-
15 E disse-me. viste porventura isto, adeis.
filho do homem i ainda tomarás a ver 6 Matai velhos, mancebos, e donzel­
maiores abominações, que estas. las, e meninos, e mulheres, até os aca­
16 E levou-me ao pateo de mais a bardes de todo, porem nào chegueis a
dentro da casa de J e h o v a h , e eis que todo homem, que tiver o sinal; e co­
eatavão a a entrada do templo de J e h o ­ meçai desde meu Santuario: e come­
v a h entre o portico e entre o altar, çarão desdos varões velhos, que esta-
quasi vinte e cinco varões, com suas vào diante da Casa.
costas para o Templo de Jeh ovah , e 7 E disse-lhes, contaminai a Casa,
seus rostos para ô Oriente; e elles se e enchei os pátios de mortos, sahi: e
prostravão para o Oriente ao Sol. sahirâo, e ferirão na cidade.
17 Então me disse, viste isto, filho do 8 Succedeo pois que havendo os fe­
homem ? ha porventura cousa de me­ rido. e eu ficando ae resto?cahi sobre
nos peso para a casa de Judá, do que minna face, e clamei, e disse, ah Se­
fazer taes abominações, que fazem nhor Jehovah ! porventura tu has de
aqui ? havendo enchido a terra de vi­ destruir todo o restante de Israel, der­
olência, tomão-se a irritar-me; por- ramando tua indignação sobre Jerusa­
e eis que elles metem ramo de vi- lem.
a seus narizes. 9 Ent&o me disse, a maldade da oa-
33*

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778 EZECHIEL X.

flp. de Israel
e de Judá he grandíssima, 9 Então olhei, e eis que quatro iodas
e a terra encheo-se de sangues, e a estavâo junto aos Cherubins, huma ro­
cidade encheo-se de perversidade : da junto a hum Cherubim, e outra ro­
porque dizem, deixou J e h o v a h a ter­ da junto a outro Cherubim: e o pare­
ra, e Jjbhovah nào vê. cer das rodas era como cor de pedra
10 Pelo que tambem quanto a mim, de Turqueza.
meu olho n&o perdoará, nem me apia­ 10 E quanto a seu parecer, as quatro
darei: tornarei seu caminho sobre tinhão huma mesma semelhança: co­
suas cabeças. mo se estivéra a huma roda no meio
11 E eis que o varão vestido de li­ da outra roda.
nho, a cuja cinta estava a escrevani- 11 Andando estes, andavâo êstoutras
nha, tomou com a reposta, dizendo; sobre suas quatro ilhargas, não se vi-
fiz como me mandaste. rávâo andando: mas para o lugar, pa­
ra onde attentava a cabeça, hiâo a
traz, não se viràvâo andando.
CAPITULO X. 12 E todo seu corpo, e suas costas, •
TVEPOIS olhei, e eis que sobre o es- suas mãos, e suas asas, e as rodas, es­
U tendimento, aue estava por cima tavâo cheas de olhos do redor; os qua­
da cabeça dos Cherubins, era como tro tinhão suas rodas.
huma pedra de Safira, como ao pare­ 13 E quanto a as rodas, ellas forão
cer da semelhança de hum throno: e chamadas Galgai, a meus ouvidos.
appareceo sobre elles. 14 E cada qual tinha quatro rostos:
2 E disse ao varâo vestido de linho, o rosto da primeira era rosto de Che­
dizendo, entra até entre as rodas de­ rubim, e o rosto da segunda rosto de
baixo do Cherubim, e enche tuas mã­ homem, e a terceira era rosto de leão,
os de brasas acesas d’entre os Cheru­ e a quarta rosto de águia.
bins, e as esparge sobre a cidade: e 15 E os Cherubins se levantàrâo em
entrou perante meus olhos. alto: estes sâo os mesmos aoimaea,
3 E os Cherubins estavâo da banda que vi junto ao rio de Chebar.
direita da Casa, quando entro aquel­ 16 E andando os Cherubins, anda­
le varão: e huma nuvem encheo o vâo as rodas junto com elles: ele­
pateo de dentro. vantando os Cherubins suas asas, pa­
4 Então levantou-se a Gloria de Je­ ra se levantar em alto de sobre a ter­
h o v a h de sobre o Cherubim para o ra, tambem as rodas não se viravâo
umbral da Casa: e encheo-se a Casa de junto a elles.
de huma nuvem, e o pateo se encheo 17 Parando elles, paravâo ellas; s
do resplandor da Gloria de J e h o v a h . levantando se elles, íevantavâo-se es­
5 E o estrondo das asas dos Cheru­ tas: porque o Espirito dos animaes
bins ouvio se até o pateo de fora, co­ estava nellas.
mo a voz do Deos Todopoderoso, quan­ 18 Então se sahio a Gloria de Jeho­
do falia. v a h de sobre o umbral da Casa, e te
6 Succedeo pois, mandando elle ao pôz sobre os Cherubins.
varão vestido de linho, dizendo, toma 19 E os Cherubins levantàrâo soas
fogo d’entre as rodas. d’entre os Che­ asas, e se levantàrâo em alto da tena
rubins, que entrou elle, e se pôz junto perante meus olhos, quando sahirão;
a as rodas. e as rodas estavâo em fronte delles: o
7 Entâo estendeo hum Cherubim sua cada çual se pôz á entrada da porta
mão d7entre os Cherubins ao fogo, que oriental da Casa de J e h o v a h ; e a
estava entre os Cherubins; e o tomou, Gloria do Deos de Israel estava sobis
e o deu nas mâos do que estava ves­ elles em cima.
tido de linho: o qual o tomou, e se 20 Eptes sâo os animaes qne vi de­
sahio. baixo do Deos de Israel, junto ao rio
8 Poraue em os Cherubins apareceo de Chebar, e notei que erão Cheru­
a sèmelhança de huma mão humana bins.
debaixo de suas asas. 21 Cada qual tinha quatro rostoa, •

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EZECHIEL, XI. 779

cada qual quatro asas: e semelhança dastes, nem fizestes meus juizos: an­
de màos humanas havia depaixo de tes fizestes conforme aos juizos das
suas asas. gentes, que est&o do redor de vósou­
22 E a semelhança de seus rostostros.
era a dos rostos, que eu vira junto ao 13 E aconteceo, que prophedzando
rio de Chebar, seus pareceres, e elles eu, Pelatias filho de Benaias faleceo:
mesmos: cada qual andava em direi­ ent&o cahi sobre meu rosto, e clamei
to de seu rosto. v com grande voz, e disse: ah Senhor
J e h o v a h , porventura tu farás consum-
maç&o do resto de Israel ?
CAPITULO XI. 14 Ent&o veio a palavra de J e h o v a h
NTAO levantou-me o Espirito, e a mim, dizendo:
E me trouxe a a porta oriental da 15 Filho do homem, teus irm&os, teus
Casa de J e h o v a h , que olha porrairm&os
o 8&o, varões de teu parentesco,
Oriente; e eis que estav&o a a entrada e toda a casa de Israel, toda ella, a
da porta vinte e cinco varões: e em quem dissér&o os moradores de Jeru­
meio delles ví a Jaazanias, filho de salem, apartai-vos longe de J eh o v a h ,
Azur, e a Pelatias, filho de Benaias, esta terra se nos deu em possess&o
Principes do povo. hereditaria.
2 E disse-me, filho do homem, estes 16 Pelo que dize, assim diz o Senhor
sáo os varões, que pens&o perversida­ J e h o v a h , ainda que os lançei longe
de» e aconselhAo conselho mao nesta entre as gentes, e ainda nue os espar-
ciaade. i pelas terras, todavia lhes servirei
3 Que dizem, náo de perto se devem e Santuario em pouco tempo, nas ter­
edificar casas; porque esta cidade seria ras a que viér&o.
a caldeira, e nos a carne. 17 Pelo que dize, assim diz o Senhor
4 Pelo que prophetiza contra elles; J e h o v a h , ora ajuntar-vos-hei dos po­
prophetiza, ó filho do homem. vos. e vos recolherei das terras, a que
5 Cahio pois sobre mim o Espirito fostes lançados; e vos darei a terra de
de J e h o v a h , e disse-me, dize, assim Israel.
diz J e h o v a h , assim vósoutros dizeis, 18 E vir&o ali, e tirçr&o delia todas
o Casa de Israel: porquê eu sei cada suas detestações, e todas suas abomi­
qual das cousas, que sobem a vosso nações.
espirito. 19 E lhes darei hum mesmo cora­
6 Multiplicastes vossos mortos nesta ç&o, e espirito novo darei em suas en­
cidade, e enchestes suas ruas de mor­ tranhas : e tirarei o coraç&o de pedra
tos. de sua came, e lhes darei hum cora­
7 Portanto assim diz o Senhor J eh o­ ç&o de came.
v a h , vossos mortos, que deitastes no 20 Para que andem em meus estatu­
meio della^ esses s&o a came, e ella tos, e guardem meus juizos, e os faç&o:
he a caldeira: porem tirarei a vósou­ e me ser&o a mim por povo, e eu lhes
tros do meio delia. serei por Deos.
8 Temestes a espada: e a espada 21 Mas cujo coraç&o andar conforme
trarei sobre vós,diz o Senhor J e h o v a h . o coraç&o de suas detestações. e de
9 E tirarei a vósoutros do meio dei- suas abominações, seu caminho tor­
la, e vos entregarei em m&o de estra­ narei sobre suas cabeças, diz o Senhor
nhos : e farei juizos entre vôs. Jehovah.
10 Cahireis á espada, e no termo de 22 Ent&o os Cherubins levantár&o
Israel vos julgarei: e sabereis que eu suas asas, e as rodas em fronte delles:
sou J e h o v a h . e a Gloria do Deos de Israel era sobre
11 Esta n&o vos servirá de caldeira, elles por em cima.
nem vos servireis de came em meio 23 Ê a Gloria de J e h o v a h alçou se
delia: no termo de Israel vos julgarei; desdo meio da cidade, e se pôz sobre
12 E sabereis que eu sou J e h o v a h , o monte, que està em fronte do Ori­
porquanto em meus estatutos n&o an­ ente da ciaade.

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780 EZECHIEL, Xn.

- 24 Depois o Espirito me levantou, e aos ombros levará a as escoras os fa­


me levou a Chaldea, aos transporta­ tos ; e sahirá, na parede cavarão kum
dos, em vis&o pelo Espirito de Deos; buraco para os tirarem por ella: seu
e a vis&o que vi, foi-se a riba de mim. rosto cuDrirá, para que elle n&o veja
25 E fallei aos transportados todas a terra com o olho.
a s cousas d e J e h o v a h , qu e m e m oa- 13 Tambem estenderei minha rede
trára. sobre elle, e será preso em meu tesâo:
e o levarei a Babylonia a terra dos
Chaldeos, e com tudo n&o a verá, ain­
c a p i t u l o xn.
da que ali morrerá.
VE10 a p a la v ra d e J e h o v a h a 14 E a todos os que estiverem do re­
E mira, dizendo. dor delle em sua ajuda, e a todas soas
2 Filho do homem, tu habitas em tropas espargirei a todos os ventos; e
meio da casa rebelde: que tem olhos arrancarei a espada apos elles.
para ver? e n&o vém, e tem ouvidos 15 Assim saber&o que eu sou Jeho­
para ouvir, e nâo ouvem; porque elles v a h , quando eu os derramar entre as
s&o casa rebelde. gentes, e os espargir pelas terras.
3 Pelo que tu, ô filho do homem, 16 Porem delles deixarei ficar de
aparelha-te fatos de partida, e parte- resto alguns poucos da espada, da fo­
te de dia perante seus olhos: e te me, e da peste: para que contem todas
partirás de teu lugar a outro lugar pe­ suas abominações entre as gentes, a
rante seus olhos; bem pode ser que ne chegarem; e saber&o que eu soa
?
vejão, ainda que elles sâo casa rebelde. EHOVAH.
4 Assim que tirarás fora teus fatos, 17 Ent&o veio a palavra de Jehovah
como fatos de partida, de dia perante a mim, dizendo:
seus olhos: ent&o tu sahirás â tarde 18 Filho do homem, teu pâo come­
perante seusolhos, como os que sahem rás com tremor, e tua agua beberás
para se partirem. com estremecimento, e com receo.
5 Perante seus olhos cava-te hum bu­ 19 E dirás ao povo da terra, assim
raco na parede, e tira por elle os fatos. diz o Senhor J e h o v a h tocante aos mo­
6 Perante seus olhos sobre os ombros radores de Jerusalem, na terra de Is­
os levarás^ ás escuras os tirarás, tua rael ; seu p&o comerão com receo, e
face cubrirás, para que n&o vejas a sua agua beberão com espanto: por­
terra: porque te dei por sinal maravi­ quanto sua terrá será assolada de sua
lhoso a a casa de Israel. abundancia, por causa da violência de
7 E fiz assim, como se me mandára; todos quantos habit&o nella.
meus fatos tirei fora de dia, como fa­ 20 E as cidades habitadas serâo as­
tos de partida: ent&o a a tarde cavei soladas, e a terra se tornará era asso-
me hum buraco na parede com a m&o; lamento: e sabereis que eu sou Jeho­
ás escuras os tirei fora, e sobre os om­ v a h .
bros os levei perante seus olhos. 21 E veio ainda a palavra de Jeho­
8 E veio a palavra de J e h o v a h a v a h a mim, dizendo:
mim pela manh&, dizendo: 22 Filho do homem, que ditado he
9 Fnho do homem, porventura n&o este, que tendes vósoutros na terra de
te disse a casa de Israel, aquella casa Israel, dizendo: os dias prolongar-se
rebelde, que fazes tu ? h&o, e toda vis&o perecerá ?
10 Dize-lhes, assim diz o Senhor Je­ 23 Portanto dize-lhes, assim diz o
hovah : esta carga he contra o Prin­ Senhor J e h o v a h , farei cessar este di­
cipe em Jerusalem, e contra toda a tado, e n&o mais o usarão de ditado
casa de Israel, que está em meio delia. em Israel: porem dize-lhes, já se
11 Dize, eu sou vosso maravilhoso achegárâo os dias, e a palavra de toda
sinal: como eu fiz, assim se fará a vis&o.
elles; por transportação ir&oem cati­ 24 Porque nâo haverá mais alguma
veiro. visâo vâ, nem adevinhaçâo lisongeira,
12 E o Principe que está entre elles, em meio da casa de Israel.

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EZECHIEL, Xm. 781

25 Porque eu J e h o v a h fallarei, e a virfto a a terra de Israel: e sabereis


palavra que eu fallar, se farà, não que eu sou o Senhor J e h o v a h .
mais dilatar-se-ha: porque em vossos 10 Portanto, e porquanto andão en­
dias, ô casa rebelde, fallarei huma pa­ ganando a meu povo, dizendo, paz,
lavra, e a cumprirei, diz o Senhor Js­ nâo havendo paz; e hum edifica a
hovah. rede de lodo, e eis que outros a em-
26 Veio mais a palavra de J e h o v a h rrão com cal solta.
a mim, dizendo: 11 Dize aos que embàrrão com cal
27 Filho do homem,, eis que os da solta, que cahirà: haverá huma gran­
casa de Israel dizem, a visão que este de pancada de chuva, e vos^ ó pedras
ve, he para muitos dias, e elle prophe­ grandes de saraiva, cahireis, e hum
tiza de tempos, que estão longe. vento tempestuoso a fenderá.
28 Pelo que dize-lhes, assim diz o 12 Ora eis que cahindo a parede, não
Senhor Jbhovah, não se dilatará mais vos dirão entâo, aonde está a embar-
alguma de minhas palavras: e a pa­ radura, com que embarrastes ?
lavra que fallei, se farà, diz o Senhor 13 Pelo aue assim diz o Senhor Je­
JXHOVAH. h o v a h , si num vento tempestuoso fa­
rei romper em meu furor: e huma
c a p it u l o xm. grande pancada de chuva haverá em
minha ira, e grandes pedras de saraiva
VEIO a palavra de J s h o v a h a em minha indignação, para consumir.
E mim, dizendo:
2 Filho do homem, prophetiza con­
14 E derribarei a parede que em­
barrastes com cal solta, e darei com
tra os Prophetas de Israel, que pro- ella por terra, e seu fundamento se
hetizâo: e dize aos que prophetizâo descubrirà: assim cahirà, e perece­
S e seu coração, ouvi a palavra de Je­
hovah.
reis em meio delia, e sabereis que ea
6ou J eh ovah .
3 Assim diz o Senhor J sh o vah , ai 15 Assim cumprirei meu furor con­
dos Prophetas loucos, que andão apos tra a parede, e contra os que a embar-
«eu proprio espirito, e apos o que não râo com cal solta: e vos direi, jà nâo
virão. ha parede, nem os que a embarravâo.
4 Teus prophetas, ô Israel, são como 16 A saber os Prophetas de Israel,
raposas em desertos. que prophetizâo de Jerusalem, e vém
5 Não subistes a as brechas, nem para ella visão de paz, não havendo
tapastes o muro quebrado para a casa paz, diz o Senhor J e h o v a h .
de Israel, para estardes na peleja no 17 E tu, ó filho do homem, endere­
dia de J e h o v a h . ça teu rosto contra as filhas de teu
6 Vém vaidade e adevinhaçâo de povo, que prophetizâo de seu cora­
mentira, os que dizem, J c h o v a h dis­ ção : e prophetiza contra ellas.
te, e Je h o v a h os não enviou: e dão 18 E dize, assim diz o Senhor Jeh o ­
esperança de cumprirem a palavra. v a h , ai das que cosem coxins para to­
7 Porventura não vêdes visão de vai­ dos os covaaos dos braços, e que fa­
dade, e fallais adevinhaçâo de men­ zem toucadores para as cabeças de
tira, quando dizeis, J e h o v a h diz, não toda estatura, para caçarem as almas:
havendo eu tal fallado? porventura caçareis as almas de meu
8 Pelo que assim diz o Senhor J e h o ­ povo l e as almas para vos guardareis
v a h , porquanto fallais vaidade, e ve­ em vida ?
des mentira, portanto eis que eu sou 19 E me profanareis para com meu
contra vósoutros, diz o Senhor Jeho­ povo, por punhados de cevada, e por
vah . pedaços de pâo, para matardes as al­
9 E minha mão serà contra os Pro­ mas, que nâo haviâo de morrer, e pa­
phetas, quê vém vaidade, e que ade- ra guardardes em vida as almas, que
vinhâo mentira; na congregação de não haviâo de viver: mentindo assim
meu povo não estarão, nem no escrito a meu povo, que escuta a mentira?
da casa de Israel se escreverão, nem 20 Pelo que assim diz o Senhor Js-

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782 EZECHIEL, XIV.

h o v a h , eis qne o hei com vossos c ox­ de mim, e levanta seus deoses de es­
ins, com aue v ó s a li caçais as alm as terco sobre seu coraç&o. e o tropeço
e m os ja rd in s ; e os arrancarei de vos­ de sua maldade poem diante de seu
sos braços, e soltarei as alm as que vos rosto, e vem ao Propheta, para me per­
oaçais, a saber, as alm as em os jardins. guntar por elle, eu J e h o v a h lhe res­
21 E rasgarei vossos toucadores, e ponderei por mim mesmo.
liv ra re i m eu povo d e vossas m&os, e 8 E porei meu rosto contra o tal va-
nunca m ais ser&o em vossas m&os, pa­ rào, e o assolarei por sinal e por dita-
ra vossa caça, e sabereis que eu sou do8,earranca-k>-hei do meio de meu
Jkhovah. povo: e sabereis que eu sou Jehovah.
22 Porquanto entristecestes ao cora<> 9 E o Propheta sendo persuadido, e
ç&o do justo com falsidade, n&o haven­ fallando oousa alguma, eu Jehovah
do eu lhe causado dor nenhuma: e por­ persuadi ao tal Propheta: e estende­
quanto esforçastes as m&os do impio, rei minha m&o contra elle, e destrui-
para que se n&o desviasse de seu mao lo-hei do meio de meu povo Israel.
caminno, para guardalo em vida. 10 E levarão sua m aldade: como
23 Portanto n&omais vereis vaidade, for a maldade do que pergunta, assim
nem adevinhareis adevinhaç&o; mas serà a maldade do Propheta.
livrarei meu povo de vossas m&os, e 11 Para que a casa de Israel nâo
sabereis que eu sou J e h o v a h . mais erre de apos mim, nem se conta­
mine mais com todas suas transgres­
sões : ent&o me serâo a mim por povo,
CAPITULO XIV. e eu lhes serei por Deos, diz o Senhor
VIERÃO a mim alguns varões dos JEHOVAH.
E Anoi&os de Israel, e se assentá- 12 Veio ainda a palavra de Jehovah
r&o perante minha face. a mim, dizendo:
2 Ent&o veio a palavra d e J e h o v a h 13 Filho do homem, quando huma
a mim, dizendo: terra peccar contra mim, gravemente
3 Filno do homem, estes varões le- rebellando, ent&o estenderei minht
vantàr&o a seus deoses de esterco so­ m&o contra ella, e lhe quebrarei o bor-
bre seus corações, e o tropeço de sua d&o do p&o, e mandarei nella fome, e
maldade puzérão diante de sua face: ananoarei delia homens e animaes.
porventura pois de véras me pergun- 14 E ainda que estivessem no meio
t&o? delia estes tres varões, Noe, Daniel, e
4 Portanto falia com elles, e dize- Job, elles por sua justiça livrarí&o *»
lhes, assim diz o Senhor Jeh o vah , mente sua ahna, diz o Senhor Jbhovah.
qualquer var&o da casa de Israel, que 15 Se eu as más bestas fizer pasor
levantar a seus deoses de esterco so­ pela terra, e ellas a despojarem de
bre seu coraç&o. e o tropeço de sua nlhos, que ella seja assolada, e nin­
maldade puzer diante de sua face, e guém possa passar por ella por cai»
vier ao Propheta: eu J eh o v a h , vindo das bestas.
elle, lhe responderei conforme a mul­ 16 E estes tres varões estivessemdo
tid&o de seus deoses de esterco. meio delia, vivo eu, diz o Senhor Jf-
5 Para pegar à casa de Israel de seu h o v a h , que nem a filhos, nem a filhas
coraç&o, porquanto todos se estranhâ- livrari&o; elles sós ficariâo livres, e a
r&o cie mim por seus deoses de esterco. terra seria assolada.
6 Pelo que dize a a easa de Israel, 17 Ou se eu trouxer a espada sobrea
assim d\z o Senhor J e h o v a h , conver­ tal terra, e disser, espada, passa pela
tei-vos, e deixai-vos converter de vos­ terra, e eu arrancar delia homens e
sos deoses de esterco: e desviai vos­ bestas.
sos rostos de todas vossas abomina­ 18 Ainda que aquelles tres varões
ções. estivessem nella, vivo eu, diz o Senhor
7 Porque qualquer varâo da casa de J e h o v a h , que nem filhos, nem filh**
Israel, e dos estrangeiros que peregri- livrariáo, sen&o elles sòs ficaiifc» li­
nâo em Israel, que se desvia ae apos vres.

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EZECHIEL, XV, XVI. 788
19 Ou sê en mandar peste sobre a tal 7 Porqne porei minha face contra
terra, e derramar meu furor sobre ella elles; sahindo elles de hum fogo, ou­
com sangue, para arrancar delia ho­ tro fogo os consnmirà: e sabereis que'
mens e bestas. eu sou J e h o v a h , quando tiver posto
20 Ainda que Noe. Daniel, e Job es­ minha face contra elles.
tivessem em meio aella, vivo eu, diz 8 E tomarei a terra em assolaç&o,
o Senhor J e h o v a h . quenem hum filho,
nem huma filha livrari&o; elles por
sua justiça livrarí&o sua alma.
21 Porque assim diz o Senhor J e h o ­
v a h , quanto mais, se en meus quatro
CAPITULO XVI.
mãos juizos, a espada, e a fome, e as VEIO a palavra de J e h o v a h a
más bestas, e a peste, mandar contra
Jerusalem, para arrancar delia ho­
E mim. dizendo,
2 Filho ao homem, notifica a Jerusa­
mens e bestas ? lem suas abominações.
22 Porem eis que alguns dos qne es­ 3 E dize, assim diz o Senhor J eh o­
caparem, ficarão de resto nella, que v a h a Jerusalem, teus tratos, e teus
ser&o transportados, assim filhos como nascimentos procedem da terra dos Ca­
filhas; eis <jue elles sahir&o a vósou­ naneos : teu pai era Amorreo, e tua
tros, e vereis seu caminho e seus fei­ mãi Hethea.
tos: e ficareis consolados domai, que 4 E quanto a teus nascimentos, no
en trouxe sobre Jerusalem, e de tudo dia em que nasceste, n&o foi cortado
qne trouxe sobre ella. teu embigo, nem foste lavada com
23 E consolar-vos-h&o, quando vir­ agua, attentando eu vara t i: nem tam­
des seu caminho e seus feitos: e sa­ pouco foste esfragada com sal, nem
bereis aue n&o sem raz&o fiz tudo envolta em faixas.
quanto üz nella, diz o Senhor J eh o­ 5 N&o se compadeceo de ti alçam
vah. olho, para te fazer alguma cousa disto,
tendo misericordia ae t i: antes foste
lançada na face do campo, pelo nojo
CAPITULO XV. de tua alma, no dia em qne tu nas­
VEIO a palavra de J e h o v a h a ceste.
E mim, dizendo:
2 Filho do homem, que mais he o pao
6 E passando eu junto a ti, vi-te en-
sovalhada em teu sangue: e disse-te
da videira, do que todo outro pao 1 ou em teu sangue, vive; e disse-te em
o sarmento entre os paos do bosque ? teu sangue, vive.
3 Toma-se porventura delle madeira 7 Por milhares, como o renovo do
ara fazer obra alguma? ou toma-se campo te puz, e creceste, e te engran­
5 elle alguma estaça, para pendurar deceste, e chegaste & grande formo­
sura : teus peitos se engrandecér&o, e
delia vaso algum?
4 Eis que o entreg&o ao fogo, para teu pelo creceo; porem estavas nua e
qne seja consumido: ambas suas pon­ descuberta,
tas consume o fogo, e seu meio fica 8 E passando eu junto a ti, vi-te, e
queimado; serviria porventura para eis que teu tempo era tempo de amo­
obra alguma 1 res ; e estendi minha asa sobte ti, e
5 Eis que estando inteiro, n&o se fa­ cubri tua nueza: e jurei a ti, e entrei
zia delle obra; quanto menos sendo em concerto comtigo, diz o Senhor
consumido do fogo % e sendo queima­ J e h o v a h , e ficaste minha.
do, se faria ainda obra delle f 9 Ent&o te lavei com agua, e te en-
6 Portanto assim diz o Senhor J sh o ­ xagoei de teu sangue, e te ungi com
v a h , como he o pao da videira entre oleo.
os p&os do bosque; o que entrego a 10 E te vesti de bordadura, e te cal­
fogo, para que seja consumido: as­ cei de pele de teixtigo. e te cingi de
sim entregarei os moradores de Jeru­ íinho fino, e te cubri ae seda.
salem. 11 E te adornei de ornamentos, e puz

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784 EZECHIEL, XVI.

braceletes em tuas m&os, e colar a teu 25 A cada canto de caminho edifi­


pescoço. caste teu lugar alto, e fizeste abomi-
12 E puz joia pendente em tua tes­ navel tua formosura, e abriste teus
ta, e pendentes em tuas orelhas, e co­ pés a todo o que passava: e assim
roa de gloria em tua cabeça. multiplicaste tuas fornicações.
13 E assim foste adornada de ouro e 26 Tambem foraicaste com os filhos
prata, e teu vestido foi de linho fino, de Egypto, teus vizinhos de grandes
e seda, e bordadura; comeste flor de carnes: e multiplicaste tua foraica-
farinha, e mel, e oleo: e foste formo­ ç&o, para provocar-me a ira.
sa em grande maneira, e foste pros­ 27 Pelo que eis que estendi minha
pera, que vieste a ser Rainha. m&o sobre ti, e diminui tua porção: e
14 E sahio de ti a fama entre as te entreguei a a vontade das que te
gentes, por causa de tua formosura: aborrecem, a saber, das filhas dos Phi­
porquanto perfeita era, por causa de listeos, as quaes se envergonhav&o de
minna gloria, que eu tinha posto sobre teu caminho peccaminoso.
ti, diz o Senhor Jehovah. 28 Tambem foraicaste com os filhos
15 Porem confiaste em tua fermosu- de Assur, porquanto eras insaciavel:
ra, e foraicaste por causa de tua fama,e fornicanao com elles, nem ainda te
derramaste tuas fornicações a todo o fartaste.
que passava, para ser sua. 29 Antes multiplicaste tuas fomica-
16 E tomaste de teus vestidos, e te cões em a terra de Canaan até Chal-
aea: e nem ainda com isso te fartaste.
fizeste altares de diversas cores, e for-
nicaste sobre elles: taes cousas n&o 30 Quam fraco está teu coraç&o (diz
viér&o, nem h&o de vir. o Senhor Jehovah :) fazendo tu todas
17 E tomaste os vasos de teu orna­ estas cousas, obras de huma mulher
mento, que eu te dei de meu ouro, e solteira poderosa.
de minha prata, e fizeste-te imagens 31 Edificando tu tua abóbada ao
de varòes j e foraicaste com ellas. canto de cada caminho, e fazendo teu
18 E tomaste teus vestidos bordados, lugar alto em cada rua: nem sendo
e as cubriste: e meu oleo, e meu per­ como a solteira, desprezando o salario;
fume puzeste diante de suas faces. 32 Antes como a mulher adultera, que
19 E o meu p&o que te dei, a flor de em lugar de seu marido, recebe aos
farinha, e o oleo, e o mel, com oue eu estranhos.
te sustentava, tambem puzeste diante 33 A todas as solteiras d&o salario;
delias, em suave cheiroj e assim foi, mas tu dás teus salarios a todos teus
diz o Senhor Jehovah. amantes, e lhes dás presentes; para
20 De mais disto tomaste teus filhos, que venh&o a ti do redor, por tuas for­
e tuas filhas, que me pariste a mim, nicações.
e os sacrificaste a ellas, para os con­ 34 Assim que comtigo succede o
sumir : pouco he isto de tuas fornica­ contrario das mulheres, em tuas for-*
ções? nicayões, pois apos ti n&o and&o para
21 E mataste meus filhos, e os en­ fomicar: porque dando tu salario, e a
tregaste para fazélos passar pelo fogo ti n&o senao dado salario, és ao con­
a ellas. trario das outras.
22 E em todas tua6 abominações, e 35 Pelo que ó solteira, ouve a palav­
tuas fornicações, n&o te lembraste aos ra de Jehovah.
dias de tua mocidade: quando tu es­ 36 Assim diz o Senhor Jehovah, por-
tavas nua e descuberta, e estavas en- uanto se derramou teu dinheiro, e se1
sovalhada em teu sangue. escubrÍT&o tuas vergonhas por tuas
23 E succedeo depois de toda tua fornicações com teus amantes, como
maldade íai, ai de t i! diz o Senhor tambem com todosos deoses de ester­
Jehovah ;) co de tuas abominações, e no sangue
24 Que te edificaste huma abóba­ de teus filhos, que lhes aéste.
da, e te fizeste lugares altos por todas 37 Pelo que eis que ajuntarei a to­
ruas. dos teus amantes, com os quaes te*

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EZECHIEL, XVI. 785

misturaste, como tambem a todos que não fez Sodoma tua irmã, nem ella,
quantos amaste, com todos quantos nem suas filhas, como fizeste tu e tuas
aborreceste, e ajunta-los-hei contra ti filhas.
do redor, e uescubrirei tua nueza dian­ 49 Eis que esta foi a maldade de So­
te delleBjpara que vejão toda tua nueza. doma tua irmã: soberba, fartura de
38 E julgar-te-hei conforme aos jui­ pão, e abundancia de ouciosidade teve
zos das adulteras, e das derramadoras ella, e suas filhas; porem nunca esfor­
de sangue: e entre^ar-te-hei ao san­ çou a mào do pobre e do necessitado.
gue de furor e de ciumes. 50 E se ensoberbecérão, e fizérâo
39 E entregar-te-hei em suas m&os, abominação perante minha face: pe­
e derribar&o tua abóbada, e trastoma- lo que as tirei d’ali, vendo eu isto.
r&o teus altos lugares, e te despir&o de 51 Tambem Samaria náo cometeo
teus vestidos, e tomarãoos vasos de teu ametade de teus peccados: e multi­
ornamento, e te deixarão nua e descu- plicaste tuas abominações mais que
berta. ellas, e justificaste a tuas irmãs, com
40 Ent&o far&o sobir contra ti hum todas tuas abominações, que fizeste.
ajuntamento, e te apedrejarão com 52 Tu pois tambem leva tua vergo­
pedras, e te atravessar&o com suas nha, tu que julgaste a tuas irmãs, por
espadas. teus peccados, que fizeste mais abomi-
41 E qüeimar&o tuas casas a fogo, e naveis que ellas; mais justas são que tu:
executarão juizos oontra ti, perante os envergonha te logo tambem, e leva tua
olhos de muitas mulheres: e te farei vergonha, poisjustifioaste a tuas irmãs.
cessar de ser solteira, nem mais darás 53 Eu pois tornarei a trazer a seus
salario. cativos, a saber, os cativos de Sodoma
42 Assim farei descansar meu furor e suas filhas, e os cativos de Samaria
sobre ti, e meus ciumes desviar-se- e suas filhas, e os cativos de teu cati­
h&o de ti, e aquietar-me-hei, e nunca veiro entre ellas.
mais me indignarei. 54 Para que leves tua vergonha, e
43 Porquanto n&o te lembraste dos sejas envergonhada por tudo que fizes­
dias de tua mocidade, e me provocas­ te, dando-lhes tu consolação.
te a ira com tudo isto: pelo que eis 55 Quando tuas irmãs, Sodoma e
que tambem eu tomarei teu caminho suas filhas, tomarem a seuprimeiro es­
sobre tua cabeça, diz o Senhor Jeho- tado, e tambem Samaria e suas filhas
v a h ; e n&o faràs tal enormidade de tornarem a seu primeiro estado: tam­
mais de todas tuas abominações. bem tu e tuas filhas tomareis a vosso
44 Eis que todo o que usa ae provér­ primeiro estado.
bios. usarà de ti deste provérbio, di­ 56 Nem até Sodoma tua irmã foi
zenao : qual a mãi, tal sua filha. ouvida em tua boca, no dia de tuas
45 Tu es a filha de tua mãi. que tinha soberbas,
nojo de seu marido e de seus filhos: 57 A saber, antes que se descubrisse
e tu es a irm& de tuas irmãs, que tua maldade; como no tempo do des­
tinh&o nojo de seus maridos e de seus prezo das filhas de Syria, e de todos
íilhos; vossa mãi foi Hethea, e vosso ue estavâo do redor delia, as filhas
pai Amorréo. os Philisteos, que te desprezavão
46 E tua irm& maior he Samaria, ella desdo redor.
e suas filhas, a qual habita à tua m&o 58 Tua enormidade e tuas abomina­
esquerda: e tua irm& menor que tu, ções tu levarás, diz Jehovah.
aue habita à tua mão direita, ne So- 59 Porque assim diz o Senhor Jeho­
aoma, è suas filhas. vah, taxnbem te farei como fizeste:
47 Todâvia nào andaste em seus ca­ que desprezaste o juramento, que­
minhos, nem fizeste conforme a suas brantando o concerto.
abominações: como se isto mui pouco 60 Com tudo eu lembrar-me-hei de
fora; porem te corrompeste mais que meu concerto comtigo nos dias de tua
ellas, em todos teus caminhos. mocidade : ç estabelecerei comtigo
48 Vivo eu, diz o Senhor J e h o v a h , hum concerto eterno.

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786 EZECHIEL, XVH.

61 Ent&o te lembrarás de teus ca­ zes n&o arrancará, e seu fruto n&o
minhos, e te confundirás, quando re- cortará, e seccar-se-ha ? em todas as
cebéres a tuas irm&s maiores que tu, folhas de seus renovos se seccarâ, e
com as menores que tu: porque t’as isto n&o com braço grande, nem oom
darei por filhas, porem n&o por teu muita gente, para a levar desde suas
concerto. raizes.
62 Porque eu estabelecerei meu con­ 10 Mas eis que, porventura pranta­
certo comtigo: e saberás que eu sou da prosperará \ porventura tocando ao
Jehovah. vento oriental, ae todo n&o se secca-
63 Para qne te lembres diiso, e te rà ? nos canteiros de seus renovos se
envergonhes, e nunca mais abras tua seccarà.
boca por causa de tua vergonha : 11 Ent&o veio a palavra de J e h o v a h
uando me reconciliar comtigo de tu- a minij dizendo:
o quanto fizeste, diz o Senhor Jeho- 12 Dize agora a a casa rebelde, por­
VAH. ventura n&o sabeis que querem dizer
estas cousas ? dize, eis que veio o Rei
c a p it u l o xvn .
de Babylonia a Jerusalem, e tomou a
seu Rei e a seus Principes, e os levou
VEIO a palavra d e J e h o v a h a comsigo para Babylonia.
E mim, dizendo.
2 Filho do homem, propoem huma
13 E tomou hum da semente Real,
e fez concerto com elle: e o trouxe
parabola, e usa de huma comparação para fazer juramento; e tomou os po­
para com a casa de Israel: derosos da terra comsigo.
3 E dize, assim diz o Senhor Jeho­ 14 Para que o Reino &a8se humilha­
vah : huma grande aguia, grande de do, e n&o se levantasse: para que guar­
asas, comprida de plumagem; e chea dando seu concerto, pudesse subsistir.
de pennas de varias cores, veio ao Li­ 15 Porem se rebeilou contra elle, en­
bano, e tomou o mais alto ramo de viando seus mensageiros a Egypto,
hum Cedro. para que se lhe mandassem cavallos e
4 E arrancou o cume de seus reno­ muita gente: porventura prosperará?
vos, e o trouxe &terra de mercancia, ou escapará aquelle que faz taes cou­
na cidade de mercadores o pôz. sas? ou quebrantará o concerto, e
5 E tomou da semente da terra, e a ainda escapará.
lançou em hum campo de semente: 16 Vivo eu, diz o Senhor J e h o v a h ,
tomando-a, a pôz junto a grandes agu­ que morrerá no lugar do Rei que o fez
as com grande prudência. reinar, cujo juramento desprezou, e
6 E brotou, e tomou-se em huma vi­ cujo concerto quebrantou; com elle
deira de muita rama. porem baixa de em meio de Babylonia morrerá.
cepa, e seus ramos olhav&o para ella, 17 E Pharaó nem com grande exer­
porquanto suas raizes estav&o debaixo cito, nem com muita companhia nada
aella: e tomou-se em huma videira, acabará com elle em guerra, levan­
e produzia sarmentos, e brotava go­ tando tranqueira? e edificando balu­
mos. arte, para destruir muitas vidas.
7 E houve mais huma grande agu­ 18 Porque desprezou o juramento,
ia, graude de asas, e chea de pennas: uebrantando o concerto: e eis que
e eis que esta videira juntou suas rai­ eu sua m&o; havendo pois feito to­
zes para ella, e estendeo seus ramos das estas cousas, n&o escapará.
para ella; para que a regasse segundo 19 Pelo que assim diz o Senhor Je­
os canteiros de sua plantarem. h o v a h , vivo eu, que meu juramento
8 Em huma boa terra junto a mui­ que desprezou, e meu concerto que
tas aguas ella estava prantada, para quebrantou, isto tomarei sobre sua ca­
produzir ramos, e para dar fruto, para beça.
que fosse videira excellente. 20 E estenderei sobre elle minha
9 Dize, assim diz o Senhor Jehovah. rede. e ficará preso em meu tes&o: e
porventura prosperará? ou suas rai­ levaío hei a Babylonia, e ali entrarei

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EZECHIEL, XVIU. 787

em juizo com elle por sua rebeldia, injustiça, e fazendo juizo de verdade
com que se rebellou contra mim. entre homem e homem;
21 E todos seus fugitivos, com todas 9 Andando em meus estatutos, e
suas tropas, cahirâo a a espada, e os guardando meus juizos, para se haver
residuos serâo espargidos a todo o ven­ fielmente : o tal justo certamente vi­
to ; e sabereis que eu J e h o v a h o fal­ verá, diz o Senhor J e h o v a h .
lei. 10 E se elle gerar hum filho ladrão,
22 Assim diz o Senhor J e h o v a h , derramador de sangue, que fizer a seu
tambem eu tomarei ila eucuruta do irmâo alguma destas cousas;
Cedro alto, e a prantarei: do princi­ 11 E que nâo fizer todas as de mais
pal de seus renovos cortarei o mais cousas, antescomer sobre os montes, e
tenro, e o prantarei sobre hum monte contaminar a mulher dè seu proximo j
alto de suolime. 12 Que opprimir ao afflicto e neces­
23 No monte alto>de Israel o pran­ sitado, fizer roubos, nâo tornar o pen­
tarei, e produzirá ramos, e darà fruto, hor, e seus olhos levantar para os deo­
e se fará Cedro excellente: e habita­ ses de esterco, e fizer abominação.
rão debaixo delle todas as aves de to­ 13 Que der a usura, e receber sobe­
da sorte de azas; e a a sombra de seus jo: porventura viveria? não viverá ;
ramos habitarão. todas estas abominações elle fez, cer­
24 Assim saberão todas as arvores do tamente morrerá, seu sangue serà so­
campo, que eu J e h o v a h abaixei a ar­ bre elle.
vore alta, alçei a arvore baixa, sequei a 14 E eis que se tambem elle gerar
arvore verde, e fiz reverdecer a arvore filho, que vir todos os peccados, que
seca: eu J e h o v a h o fallei, e o farei. seu pai fez, e attentar que nâo faça
conforme a elles j
15 Nâo comendo sobre os montes, e
CAPITULO XVIII. nâo levantando seus olhos para os
VEIO a palavra de J e h o v a h a deoses de esterco da casa de Israel, e
E mim, dizendo,
2 Que tendes vósoutros, vósoutros
nâo contaminando a mulher de seu
proximo;
|ue dizeis esta parabola da terra de 16 E a ninguém opprimindo, e não
?srael, dizendo: os pâes comérão o retendo o penhor, e não fazendo rou-
bo; dando seu pâo ao faminto, e cu*
agraço, e os dentes dos filhos se des-
botàrão. brindo ao nuo com vestido,
3 Vivo eu, diz o Senhor J e h o v a h , 17 Sua mão desviando ao afflicto,
que nunca mais direis esta parabola nâo recebendo usura e sobejo, fazen­
em Israel. do meus juizos, e andando em meus
4 Eis que todas as almas minhas sâo; estatutos: o tal nâo morrerá pela mal­
como a alma do pâi. assim tambem a dade de seu pai, certamente viverá.
alma do filho, minnas sâo: a alma 18 Seu pai, porquanto fez oppressâo,
que peccar, essa morrera. roubou os bens do irmão, e fez o que
5 Sendo pois o homem justo, e fa­ não era bom em meio de seus povos:
zendo juizo e justiça; eis aqui que morrerá por sua maldade.
6 Sobre os montes nâo comendo, e 19 Porem dizeis, porque o filho nâo
seus olhos nâo levantando para os levará sobrè si a maldade do pai ? por­
deoses de esterco da casa de Israel, e quanto o filho fez juizo e justiça, e
nâo contaminando a mulher de seu guardou todos meus estatutos, e os pôz
proximo, e nâo se achegando a a mu­ por obra. porisso certamente viverá.
lher separada.; 20 A alma que peccar, essa morre­
7 E a ninguém opprimindo, tornan­ rá : o filho não levará sobre si a mal­
do seu penhor ao devedor, e nâo fa­ dade do pai. nem o pai levará sobre
zendo roubo, dando seu pâo ao fa­ si a maldade do filno; a justiça do
minto, e cubrindoao nuo com vestido: justo será sobre elle, e a impiedade
8 Não dando a usura, e nâo rece­ do impio será sobre elle.
bendo sobejo, desviando sua mâo de 21 Mas o impio convertendo-se de

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788 EZECHIEL, XIX.

todos seus peccados que cometeo, e CAPITULO XIX.


guardando todos meus estatutos, e fa­
zendo juizo e justiça, certamente v i­ TU levanta huma lamentação so­
verá, nâo morrerá. E bre os Principes de Israel.
2 E dize, quem foi tua mãi ? huma
22 Todas suas prevaricações que co-
meteo, n&o se lembrarão contra elle : leôa entre leões deitada: criou seus
por sua justiça, que obrou, viverá. cachorrinhos em meio dos leâozinhos.
23 Porventura eu em alguma manei­ 3 E fez crecer hum de seus cachor­
ra quereria a morte do impio ? diz o rinhos, e veio a ser leâozinho, e apren-
Senlior J e h o v a h : porventura náo que­ deo a roubar roubo, e comeo homens.
ro que se converta de seus caminhos, 4 E ouvindo delle as gentes, foi pre­
e viva ? so em sua cova delias: e o trouxerâo
24 Mas desviando-se o justo dè sua com ganchos ã terra de Egypto.
justiça, e obrando iniquidade, fazendo 5 Vendo pois ella, que havia espe-
conforme a todas abominações, que rado muito, e sua espera era perdida,
fazo impio; porventura viveria? todas tomou outro de seus cachorrinhos, t
suas justiças que obrou, nào virâo em o pôz por leâozinho.
memória; por sua transgressão, com 6 Este pois andando de contino em
que transgressou, e por seu peccado meio dos leões, veio a ser leâozinho;
com que peccou, em elles morrerá. e aprendeo a roubar roubo, e comeo
25 Dizeis porem, o caminho de J e ­ homens.
h o v a h nâo ne direito. Ouvi agora, ó 7 E conheceo suas viuvas, e destruio
casa de Israel, porventura meu cami­ suas cidades: e assolou-se a terra, e
nho não he direito? porventura nâo sua plenidâo, da voz de seu bramido.
sâo vossos caminhos indirectos ? 8 Então forão contra elle as gentes
26 Desviando-se o iusto de sua justi­ das provincias do redor e estendério
ça, e obrando iniquidade, morrerá por sobre elle sua rede; e foi preso em
ella: em sua iniquidade, que corae- sua cova delias.
teo, morrerá. 9 E o puzérão em cárcere com gan­
27 Porem convertendo-se o impio de chos, e o levárão ao Hei de Babylonia:
sua impiedade que cometeo, e obran­ em fortalezas o levárão, para que se
do juizo e justiça, esse sua alma con­ náo ouvisse mais sua voz nos montes
servará em vida. de Israel.
28 Porquanto attenta, e se converte 10 Tua mãi efa como huma videira
de todas suas prevaricações que come­ em tua quietação, prantada junto ás
teo, certamente viverá, nâo morrerá. aguas, frutificando, e foi chea de ra­
29 Com tudo diz a casa de Israel, o mos, em razão das muitas aguas.
caminho d e J e h o v a h nâo he direito : H E tinha varas fortes para cetros
porventura meus caminhos nâo seriâo de senhoreadores, e sua estatura se
direitos, ó casa de Israel ? porventura levantava em cima entre os espessos
vossos caminhos nâo sâo indirectos ? ramos: e foi vista em sua altura com
30 Portanto eu vos julgarei, cada a multidão de seus ramos.
qual conforme a seus caminhos, ò ca­ 12 Porem foi arrancada com furor, foi
sa de Israel, diz o Senhor J e h o v a h : abatida á terra, e o vento oriental sec-
tornai-vos, e convertei-vos de todas cou seu fruto: quebárão-se, e seccá-
vossas prevaricações: e a iniquidade rão-se suas fortes varas, o fogo as con­
nâo vos servirá aa tropeço. sumio.
31 Lançai de vós todas vossas pre­ 13 E agora estâ prantada no deser­
varicações, com que prevaricastes, e to, em terra secca e sedenta.
fazei-vos hum coração novo, e hum 14 E sahio fogo de huma vara de se­
espirito novo: porque por que razão us sarmehtos, que consumio seu fruto;
morrerieis, ò casa de Israel ? assim que nella não mais ha vara for­
32 Porque não tomo prazer na mor­ te, cetro para senhorear. Esta he a
te do que morre, diz o Senhor J e h o ­ lamentação, e servirá de lamenta­
v a h : pelo que oonvertei-vos, e vivei. ção.

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EZECHIEL, XX. 789

dos, para que servissem de sinal entre


CAPITULO XX. mim e entre elles: para que soubes­

E ACONTECEO no setimo anno, no sem, que eu sou J e h o v a h , que os san­


mez quinto, aos dez do mez, que tifico.
viérâo varòes aos Anciãos de Israel,13 Mas a casa de Israel rebellou se
para consultarem a J e h o v a h : e as* contra mim no deserto, nâo andando
sentàrâo-se perante minha face. em meus estatutos, e regeitando meus
2 Entâo veio a palavra de J e h o v a h juizos. os quaes fazendo o homem, ha
a mim, dizendo. de viver por elles; e meus Sabbados
3 Filno de homem, falia aos Anciãos profanàrâo grandemente : e disse eu,
de Israel, e dize-lhes, assim diz o Se­ que derramaria meu furor sobre elles
nhor J e h o v a h , vindes vósoutros a con­ no deserto, para os consumir.
sultar-me4? vivo eu?que vósoutros nâo 14 Porem fiz por amor de meu No­
me consultareis, diz o Senhor J e h o ­ me ; para aue nâo fosse profanado di­
vah. ante aos olnos das gentes, perante cu­
4 Porventura tu os julgarias, julgari­ jos olhos os tirei.
as tu, ô filho do homem 1 notifica-lhes 15 E com tudo eu levantei minha
as abominações de seus pais. mâo para elles no deserto, que nâo os
5 E dize-lhes, assim diz o Senhor Je­ levaria na terra que lhes déra, qne cor­
h o v a h , no dia que elegi à Israel, le­ re leite e mel, que he o ornamento de
vantei minha mâo para a semente da todas as terras.
casa de Jacob, e me dei a conhecer a 16 Porquanto regeitàrâo meus juí­
elles em terra de Egypto: e levantei zos, e nào andárâo em meus estatutos,
minha mâo para elles, dizendo, eu sou e profanàrâo meus Sabbados: porque
J e h o v a h vosso Deos, seu coração andava apos seus deoses
6 Naauelle dia levantei minha mâo de esterco.
para elles, que os tiraria da terra de 17 Porem meu olho lhes perdoou,
Egypto, a numa terra que jà tinha pre­ nâo os destruindo, nem os consumin­
visto para elles, que corre leite e rael, do nò deserto.
que he o ornamento de todas as terras. 18 Mas disse eu a seus filhos no de­
7 Entâo lhes disse, cada qual lançe serto, nâo andeis nos estatutos de vos­
fora as abominações de seus olhos, e sos pais, nemguardeis seusjuizos, nem
vos nâo contamineis com os deoses de vos contamineis com seus deoses de
esterco de Egypto: eu sou J e h o v a h esterco.
vosso Deos. 19 Eu sou J e h o v a h vosso Deos, an­
8 Porem rebellàrâo se contra mim, e dai em meus estatutos, e guardai me­
nâo me quizérâo ouvir; ninguém lan­ us juizos, e os fazei.
çava fora asabominaçõesde seusolhos, 20 E santificai meus Sabbados, e ser­
nem deixava os deoses de esterco de virão de sinal entre mim, e entre vós­
Egypto: pelo que disse, que derrama­ outros, para que saibais, que eu sou
ria meu furor sobre elles, para cum­ J e h o v a h , vosso Deos.
prir minha ira contra elles em meio 21 Mas tambem os filhos rebellàrâo-
da terra de Egypto. se contra mim, nâo andando em meus
9 Porem fiz por amor de meu Nome, estatutos, nem guardando meus juizos
ara aue nâo fosse profanado diante para fazelos; os quaes fazendo o ho­
S os olnos das gentes, em meio das mem, ha de viver por elles, tambem
quaes estavâo: aas quaes fui conheci­ meus Sabbados profanando: e disse
do diante dos olhos delias, para os ti­ eu, que derramaria meu furor sobre
rar fora da terra de Egypto. ellesj para cumprir minha ira contra
10 E os tirei fora da terra de Egyp­ elles no deserto.
to, e os levei ao deserto. 22 Porem retirei minha mâo, e fiz
11 E dei-lhes meus estatutos, e me­ por amor de meu Nome, para que nâo
us juizos lhes notifiquei: os quaes se fosse profanada perante os olhos das
os fizer o homem, ha de viver por elles. gentes, perante cujos olhos os tirei.
12 E tambem dei-lhes meus Sabba- 23 Tambem eu levantei minha mâo

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790 EZECHIEL, XXI.

para elles no deserto, que os espargi­ tendido, e com indignaç&o derramada,


ria entre as gentes, e os derramaria hei de reinar sobre vós.
pelas terras. 34 E tirar-vos-hei d’entre os povos,
24 Porquanto n&ofizérâojneus juizos, e congregar-vos-hei das terras, em
e regeitâr&o meus estatutos, e nrofan- |uaes andais espargidos, com máo
ár&o meus Sabbados, e seus olhos se ?orte, e com braço estendido, e com
indignaç&o derramada.
fórào apos os deoses de esterco de se­
us pais. 35 E levar-vos-hei ao deserto dos po­
25 Pelo que tambem eu lhes dei es­ vos : e ali entrarei em juizo com vos­
tatutos, que nâo er&o bons, como tam­ co de rosto a rosto;
bem juizos, pelos quais nâo viveriâo. 36 Como jâ entrei em juizo com vos­
26 Ê os contaminei em suas dadivas, sos pais, no deserto da terra de Egyp­
porquanto faziâo passar pelo fogo tudo to : assim entrarei em juizo com vos­
quanto abre a madre: para os assolar, co, diz o Senhor J e h o v a h .
para que soubessem que eu sou J e h o ­ 37 E vos farei passar debaixo da ra­
vah. ra : e vos levarei em vinculo do con­
27 Portanto falia a a casa de Israel, certo.
ó filho do homem, e dize lhes, assim 38 E separarei dentre vós aos rebel­
diz o Senhor J e h o v a h : ainda até des, e aos que prevaricàrâo contra
nisto me affrontárâo vossos pais, que mim ; da terra de suas peregrinações
prevaricÀrâo contra mim com prevari­ os tirarei, mas a a terra de Israel n&o
cação. tornarão: e sabereis que eu sou Je­
28 Porque havendo eu os introduzi­ hovah.
do na terra, pela qual eu levantara 39 E quanto a vós, 6 casa dé Israel,
minha mâo, que havia de dar-lhes: assim diz o Senhor J e h o v a h , ide ser­
entâo attentárâo para todo outeiro alto, vi cada qual'a seusdeoses de esterco,
e para toda arvore espesa. e sacrificá- depois tambem, se a mim me nâo
râo ali seus sacrifícios, e derâo ali su­ quereis ouvir: e nâo profaneis mais
as offertas irritantes, e puzérâo ali se­ meu Nome santo, cora vossas dadivas,
us suaves cheiros, e ali ofiferecérâo su­ e com vossos deoses de esterco.
as aspersões. 40 Porque em meu monte santo, no
29 E eu lhes disse, que altura he monte alto de Israel, diz o Senhor Jc­
essa, a que vósoutros ides ? e seu no­ h o v a h , ali me servirá toda a casa de
me foi chamado altura até o dia de Israel, toda ella, naquella terra: ali
hoje. tomarei prazer nelles, e ali demanda­
30 Pelo que dize a a casa de Israel, rei vossas offertas alçadiças, e as pri­
assim diz o Senhor J e h o v a h , estais micias de vossas dadivas, com todas
vos contaminados no caminho de vos­ vossas cousas santas.
sos pais ? e fornicais apos suas abomi­ 41 Com cheiro de suavidade tomarei
nações * razer era vós, quando eu vos tirar
31 Si, quando offereceis vossos dons, ’ entre os povoe, e vos congregar das
e fazeis passar vossos filhos pelo fogo, terras, em que andais espargidos: e
entáo vós estais contaminados com to­ serei santificado em vós perante osol­
dos vossos deoses de esterco, até este hos das gentes.
dia; e vós me consultaríeis ó casa de 42 E sabereis que eu sou Jehovah,
Israel 1 vivo eu, diz o Senhor J e h o v a h , quando eu vos houver t o r n a d o aa terra
que vósoutros me n&o consultareis. de Israel: a a terra pela qual leraotei
32 Pelo qne o que subio a vosso es­ minha m&o, para dàla a vossos pais.
pirito, em maneira nenhuma serà: 43 E ali vos lembrareis de vossos
quanto ao qne dizeis, seremos como caminhos, e de todos vossos tratos,
as gentes, como as de mais gerações com que vos contaminastes: e have­
das terras, servindo ao madeiro e a a reis nojo de vós mesmos, por todas
pedra. vossas maldades, que tendes come­
33 Vivo eu, diz o Senhor J e h o v a h , tido.
que oom m&o forte, e com braço es» 44 E sabereis que eu soa Je h otàH

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EZECHIEL, XXI. 791

aüando ea fizer comvosco por amor já vem, e se fará, diz o Senhor Jxho­
ae meu nome; nâo conforme a vossos v a h .
mãos caminhos, nem conforme a vos­ 8 E veio a palavra de J e h o v a h a
sos tratos corruptos, ó casa de Israel, mim, dizendo.
disse o Senhor J e h o v a h . 9 Filho do homem, prophetiza, e
45 E v e io a p alavra d e J e h o v a h a dize, assim diz J e h o v a h : dize, a es­
m im , dizendo. pada, a espada está aguçada, e tam­
46 Filho do homem, endereça teu bem açacalada.
rosto para o caminho do Sul, e gotéja 10 Para degolando degolar està agu­
contra o Sul, e prophetiza contra o çada, para reluzir està açacalada: al-
bosque do campo do Sul. egramos-hemos pois ? a vara de meu
47 E dize ao Dosque do SuL ouve a filho he, que despreza todo madeiro.
palavra de J e h o v a h : assim aiz o Se­ 11 E a deu a açacalar, para usar del­
nhor J e h o v a h , eis que encenderei em ia com a mão: esta espada està agu­
d hum fogo, que em ti consumirá to­ çada, e esta està açacalada, para a
da arvore verde, e toda arvore secca; meter na m&o do matador.
nào se apagará a chama flammante, 12 Clama e huiva, ó filho do homem,
antes com ella se queimarão todos os porque esta serà contra meu povo, se­
rostos, desdo Sul até o Norte. rà contra todos Principes de Israel:
48 E verá toda cam e, que eu J eh o ­ espantos haverá entre meu povo por
v a h o e n c e n d i: náo se apagará. causa da espada; portanto Date na
-49 Entáo disse eu, ah Sennor J e h o ­ coixa.
v a h ! elles dizem de mim, porventu­ 13 Quando havia provação, que ha­
ra este náo he inventor de paraboias ? via então? porventura tambem não
haveria vara desprezadora ? diz o Se­
nhor J e h o v a h .
CAPITULO XXI. 14 Pelo que tu, ô filho do homem,
VEIO a palavra d e J e h o v a h a profetiza, e bate a huma mão com a
E m im , dizendo. outra: porque a espada até a terceira
2 Filho do homem, endereça tua vez se dobrará, a espada he dos atra­
face contra Jerusalem, e gotéja òontra vessados: esta espada he dos atraves-
os Santuarios. e prophetiza contra a sados grandes, que entrará a elles até
terra de Israel. nas recamaras.
3 E dize a a terra de Israel, assim 15 Para que desmaie o coraç&o, e se
diz J e h o v a h , eis qué comtigo o hei7e multipliquem os tropeços, contra todas
arrancarei minha espada de sua bai­ suas portas puz a ponta da espada:
nha^ e desarraigarei de ti ao justo e ah que foi feita para reluzir, e està
ao impio. reservada para degolar.
4 E porquanto hei de desarraigar de 16 O espada une-te, vira-te a a m&o
ti ao justo e ao impio, porisso sahirá direita, prepara-te, vira-te a a m&o
minha espada de sua bainha contra esquerda, para onde quer que tua face
toda came, desdo Sul até o Norte. se endereçar.
5 E saberá toda cam e, que eu J e h o ­ 17 E tambem eu baterei minhas
v a h arranquei m inha espada d e sua m&os huma com a outra, e farei des­
b a in h a : nunca m ais tom ará nella. cansar minha indignaç&o: eu J e h o ­
6 Tu porem, ó filho do homem, sus­ v a h o fallei.
pira, suspira perante seus olhos, com 18 E veio a palavra de J x h o v a h a
quebrantamento de teus lombos, e com mim, dizendo.
amargura. 19 Tu pois, ó filho do homem, pro-
7 E será, dizendo te elles, porque tu poem-te douscaminho^ por onde venha
suspiras ? que dirás, pela fama, por­ a espada do Rei de Babylonia: am­
que já vem; e todo coraç&o desmai­ bos proceder&o de huma mesma terra;
ará, e todas m&os se enfraqueçerão. e e escolhe huma banda, no começo do
todo espirito se angustiará, e todos caminho da cidade a escolhe.
juelhos se desfar&o em aguas; eis que 20 Hum caminho te proporá^ por

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792 EZECHIEL, XXII.

onde virà a espada contra Rabba dos dignação, assoprarei contra ti nor fogo
filhos de Ammon, e contra Judá, em de meu furor, e entregar-te-nei em
a forte Jerusalem. mâos dos homens fogosos, inventores
21 Porque o Rei dc Babylonia para­ de destruição.
rá na encruzilhada, no começo dos 32 Para o fogo servirás de manti­
dous caminhos, para usar de adevi- mento, teu sangue estará em meio da
nhaçôes: aguçará suas frechas, con­ terra: nâo haverá memória de ti j por­
sultará aos teraphins, attentarà para o que eu J e h o v a h o fallei.
figado.
22 A sua mâo direita estará a adevi-
nhaçâo sobre Jerusalem, para ordenar CAPITULO XXH.
Capitaens, para abrir a boca na ma­ VEIO a palavra dè Jehovah a
tança, para levantar a voz com jubilo:
para pôr carneiros de arrombar contra
E mim, dizendo.
2 Tu pois, 6 filho do homem, porven­
as portas, para levantar tranqueira, tura julgarás, porventura julgarás aci­
para edificar baluarte. dade sanguinolenta ? notifica-lhe pois
23 Isto lhes será como adevinhaçâo todas suas abominações:
vâ em seus olhos, porquanto forão aju­ 3 E disse, assim diz o Senhor Jeho­
rados com juramentos entre elles: po­ vah, ah cidade, que derrama sangns
rem elle se lembrara da maldade, em meio de si, para que venha sea
para que sejâo prendidos. tempo: que faz deoses de esterco con­
24 Pelo que assim diz o Senhor Je­ tra si mesma, para se contaminar.
h o v a h , porquanto me fazeis lembrar 4 Com teu sangue que derramaste,
de vossa maldade, descubrindo vossas te fizeste culpada, e com teus deoses
prevaricações, apparecendo vossos de esterco, que fizeste, te comtami-
peccados em todos vossos tratos: por­ naste; e fizeste chegar teus dias, e
quanto viesteB em memória, sereis vieste a teuir annos: pelo que te dei
prendidos com a mâo. por opprobrio a as gentes, e por es­
25 E tu, o profano, e impio Principe cárnio a todas as terras.
de Israel, cujo dia virá no tempo aa 5 As que estâo perto, e as que estio
extrema maldade: longe dfe ti, escarnecerão de ti, im-
26 Assim diz o Senhor J e h o v a h , tira munda de nome, chea de inquietação.
fora o chapeo, e levanta de ti a coroa, 6 Eis que os Principes de Israel, c*
esta nâo será a mesma; ao humilde da qual conforme a seu poder, estivé-
levantarei, e ao levantado humilharei. râo em ti, para derramarem sangoe.
27 Ao revéz, ao revéz, ao revéz po­ 7 Ao pai e a mãi desprezárâo emòj
rei aquella coroa: e ella mais nào se­ para com o estrangeiro usárâo de op-
rá, até que aqtielle venha, cujo he o prèssâo em meio de t i: ao orfâo ea
direito; e a elle a darei, viuva opprimirfte em ti.
28 E tu, ó filho do homem, prophe­ 8 Minnas cousas sagradas despre­
tiza. e dize, assim diz o Senhor J e h o ­ zaste ; e meus Sabbados profanaste.
v a h ácerca dos filhos de Ammon, e 9 Detractores houve em ti, para der­
ácerca de seu despreso: dize pois. a ramarem sangue: e sobre os montes
espada, a espada está desembainhaaa, comérão em ti, enormidade fiíério
açacalada para a matança, para con­ em meio de ti.
sumir, para reluzir. 10 A vergonha do pai descnbrírto
29 Entretanto que te vém vaidade, em ti: a immunda de menstruo for-
entretanto que te adevinhâo mentira, çárâo em ti.
para te porem aos pescoços dos atra­ 11 Tambem o hum fez abominação
vessados pelos impios, cujo dia virá no com ã mulher d e seu proximo, e outro
tempo da extrema maldade. contaminou a sua nora enormemente:
30 Torna tua espada a sua bainha: e outro forçou em ti soa irmâ, filh* d0
no lugar aonde foste criado, na terra seu pai.
de tuas habitações te julgarei. 12 Presentes tomárâo em ti, pu*
31 E derramarei sobre ti minh* in­ demxnarem sangue: usnra e gani*

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EZECHIEL. XXni. 798

de sobejo tomaste, e usaste de avare­ 26 Seus Sacerdotes violent&o minha


za c om teu proximo, opprimindo o; Lei, e profan&o minhas cousas sagrar
rem de mim te esqueceste, diz o das; entre o santo e profano não fa­
nhor J k h o v a h . zem differença, nem discernem o im­
13 E eis que bati minhas mâos hu­ puro do puro: e de meus Sabbados
ma com a outra, por causa de tua ava­ escpndem seus olhos; e assim sou pro­
reza, de que usaste, e por causa de fanado em meio delles.
tea sangue, que houve em meio de ti. 27 Seus Principes em meio delia s&o
14 Porventura subsistirá teu cora­ como lobos que arrebatào presa, para
ção í porventura estarão fortes tuas derramarem sangue, para destrui rem
mãosj nos dias em que eu tratarei as almas, pára seguirem a avareza.
comtigo? eu J e h o v a h o fallei, e o 28 E seus Prophetas os embàrr&o
farei. com cal solta, vendo vaidade, e pre-
15 E espargi r-te-hei entre as gentes, dizendo-lhea mentira, dizendo, assim
e espalhar-te-hei pelas terras, e con­ diz o Senhor; J e h o v a h ; não havendo
sumirei tua immundicia de ti. J e h o v a h fallado.
16 Assim serás profanada em ti pe­ 29 O povo da terra opprimem grave­
rante os olhos das gentes, e saberás mente, e andão fazendo roubos; e fa­
que eu sou J e h o v a h . zem violência ao aíüicto e necessita-
17 E veio a palavra de J e h o v a h a do, e ao estrangeiro opprimem sem
mim, dizendo. razão.
18 Filho do homem, a casa de Israel 30 E busquei d’entre elles a hum
se me tornou em escorias: todos elles varão, que topa o muro, e está na bre­
são bronze, e estanho, e ferro, e chum­ cha perante minha face pela terra,
bo no jneia do forno: em escorias de para que eu a nào destruísse: porem
prata se tornarão. a ninguém achei.
19 Portanto assim diz o Senhor J e ­ 31 Pelo qüe derramei sobre elles mi­
h o v a h , porquanto todos vósoutros vos nha indignação, com o fogo de meu
tomastes em escorias, porisso eis que furor os consumi: seu caminho lhes
eu ajuntar-vos-hei no meio de Jeru­ tornei sobre suas cabeças, diz o Se­
salem. nhor J e h o v a h .
20 Como se ajuntão prata, e bronze,
e ferro, e chumbo, e estanho, no meio c a p it u lo xxin.
do forno, para assoprar fogo sobre el­
les^ para fundir: assim ajuntar-tws- EIO mais a palavra de J e h o v a h a
hei em minha ira, e em meu furor, e
ali vos deixarei, e fundirei.
V mim, dizendo,
2 Filho do homem, houve duas mu­
21 E congregar-vos-hei, e assoprarei lheres, filhas de huma mãi.
sobre vós no fogo de meu furor: e 3 Estas fomicár&o em Egypto, em
sereis fundidos no meio delia. sua mocidade fornicàrão: ali forão
22 Como se funde praja no meio do apertados seus peitos, e ali forão apal­
forno, assim sereis fundidos no meio padas as tetas ue sua virgindade.
delia: e sabereis que eu J e h o v a h 4 E seus nomes erão, Ohola a maior,
derramei meu furor sobre vósoutros. e Oholiba sua irmã: e forão minhas,
23 E veio a palavra de J e h o v a h a e parirão filhos e filhas: estes erão
mim, dizendo. seus nomes; Samaria he Ohola, e Je­
24 Filho do homem, dize-lhe, tu es rusalem Oholiba.
huma terra que não esta purificada, e 5 E fomicou Ohola em meu poder:
n&o tem chuva no dia da indignação. e namorou-se de seus amantes, os As-
25 A conjuracão de seus Prophetas syrios seus vizinhos.
he era meio delia, como o leão brami- 6 Vestidos de cardeo, Prefectos e
dor, que arrebata presa: almas co­ Magistrados, todos mancebos de cobi­
mem, thesouro e cousas preciosas to- çar, cavalleiros que andão a cavallo.
m&o, suas viuvas mnltiplicào em meio 7 Assim cometeo suas fornicações
com elles, os quaes todos er&o a esco­
34

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794 EZECHIEL, XXm.
lha dos filhos de Assar: e com todos concubinas, cuja cam e he como came
os de qaem se namoràva, com todos d e asnos, e cujo fluxo he como fluxo
seus deoses de esterco se contaminou. d e cavallos.
8 E suas fornicações, que trouxe de 21 Assim trouxeste à memória a
Egypto, nào deixou; poraue com ella enormidade de tua mocidade: quando
se deitàrão em sua mocidade, e elles sô de Egypto apalpavâo tuas teta», por
apalpàrão as tetas de sua virgindade, causa dos peitos ae tua mocidade.
e derramàrâo sua fornicação sobre 22 Pelo que, 6 Oholiba, assim diz o
ella. Senhor J e h o v a h , eis que eu desper­
9 Portanto a entreguei em mâo de tarei a teus amantes contra ti, dos
seus amantes, em mâo dos filhos de quaes se desviou tua alma: e os tra­
Assur, de quem se namoràra. rei contra ti do redor;
10 Estes descobrirão sua vergonha, 23 Os filhos de Babylonia, e todos
tomarão a seus filhos e a suas filhaS; os Chaldeos, Pecod, e Soa, e Coa, e
mas a ella matàrâo & espada: e foi todos os filhos de Assur com elles:
nomeada entre as mulheres, e fizérâo mancebos de cobiçar, Prefectos e M*
juizos nella. gistrados todos elles, Capitaens ea&
11 0 que vendo sua irmâ Oholiba, mados varões, todos que andâo a ca­
corrompeo seu amor mais que ella, e vallo.
suas fornicações mais que as fornica­ 24 E virâo contra ti eom carros, car­
ções de sua irmâ. retas^ e rodas, e com ajuntamento de
12 Namorou-se dos filhos de Assy- povos, rodelas, e escudes, e capacetes
ria, dos Prefectos, e dos Magistrados, se porâo contra ti do redor: e porei
seus vizinhos, vestidos em omado per­ o juizo perante sua face, e julgar-te-
feito, cavalleiros que andâo a cavallo, hfto conforme a seus juizos.
todos mancebos de cobiçar. 25 E porei meu zelo contra ti, e
13 E vi que era contaminada: hum usarfto de indignação comtigo; teu
mesmo caminho era a ambas. nariz e tuas orelhas te tirarão, eoaue
14 E augmentou suas fornicações: te ficar de resto, cahirà a a espada:
porque vio homens pintados na pare­ elles a teus filhos e a tuas filhas teto­
de. a saber imagens dos Chaldeos, pin­ marão, e o quto ficar de resto emti,
tados de vermelhão; consumir-se-ha do foço.
15 Cingidos com cinto do redor de 26 Tambem te despirão de tens ves­
seus lombos, e chapeos pintados em tidos, e tomar-te-hâo os vasos de teu
abundancia sobre suas cabeças, todos ornamento.
ao parecer Capitaens, á semelhança 27 Assim farei cessar tua enormi­
dos filhos de Babylonia em Chaldea, dade de ti, e tua fornicação da tens
a terra de seu nascimento; de Egypto: e nâo levantarás teusolhos
16 E se namorou delles, yendo os para elles, nem te lembrarás mais de
com seus olhos: e mandou-lhes men­
sageiros a Chaldea. 28 Porque assim diz o Senhor Jeho­
17 Entâo viérâo a ella os filhos de vah, eis que en entregar-te-hei na
Babylonia a a cama dos amores, e a mào dos que aborreces, na mào dos
contaminárâo com suas fornicações: quaes se desviou tua alma.
e elle se contaminou com elles; en­ 29 E usarão de odio comtigo, e to­
tâo desviou se delles sua alma delia. marão todo teu trabalho, e te deiia*
18 Assim descubrio suas fornicações, râo nua e despida: e descubrir-se ha
e descubrio sua vergonha: entâo mi­ a vergonha de tua fornicação, e ft»
nha alma se desviou delia, como jà enormidade, e tuas fornicações.
se desviara minha alma de sua irmâ. 30 Estas cousas se te farâo, porquan­
19 Porem multiplicou suas fornica- to tu fbmicaste apos as gentes, e por­
ções; lembrando-se dos dias de sua quanto te contaminaste com seus de­
mocidade, em que fornioára na terra oses de esterco.
de Egypto. 31 No caminho de tua mnâ andaste:
20 E namorou-se mais do que soas pelo que darei seu copo em tuamâo.

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EZECHIEL, XXIV. 795

82 Assim diz o Senhor J b h o va h , be­ a Ohola e a Oholiba, mulheres enor­


berás o copo de tua irmft fundo e lar­ mes.
go : servirás de riso e esoamio; por- 45 Assim qne varões justos, elles di­
quanto o copo cabe muito. go as julgarão conforme o juizo das
33 De bebedice e de dôr te enche­ adulteras, e conforme o juizo das der-
rás : o copo de tua irmâ Samaria he ramadoras de sangue : porque adulte­
copo de assolaç&o e solidão. ras sâo, e sangue ha em suas mâos.
34 Bebe-lo-has pois, e esgota-lo-has, 46 Porque assim diz o Senhor Jeho­
e seus testos quebrarás, e teus peitos v a h : farei subir congregação contra
arrancarás: porque eu o fallei, diz o ellas, e entrega-las-hei a desterro e ao
Senhor J e h o v a h . roubo.
35 Pelo que assim diz o Senhor Je­ 47 E a congregação as apedrejará
h o v a h , porauanto te esqueceste de oompedras,e asacutilarão com suases­
mim, e me lançaste de tras de tuas padas; a seus filhos e a suas filhas ma­
oostas. leva pois tu tambem tua enor­ tarão, e a suas casas queimarão a fogo.
midade. e tuas fornicações. 48 Assim farei cessar a enormidade
36 E aisse me J e h o v a h , filho do ho­ da terra: para que escarmentem todas
mem, porventura julgarias a Ohola, as mulheres, e nâo façâo conforme a
e a Oholiba 1 mostra-lhes pois suas vossa enormidade.
abominações. 49 E porâo vossa enormidade sobre
37 Porque cometérfto adultério,e san­ vòs, e levareis os peccados de vossos
gue ha em suas mâos, e com seus de- deoses de esterco: e sabereis que ea
0008 de esterco cometérâo adultério, sou o Senhor J e h o v a h .
e até a seus íilhos, qne me gerárâo,
fizérâo passar pelo fogo por si, para os
oonsumir. CAPITULO XXIV.
38 Ainda isto me fizérâo: contami- VEIO a palavra de J e h o v a h a
náráo meu santuario no mesmo dia,
e profanàrâo meus Sabbados.
E mim, aos nove annos, no mez de­
cimo, aos dez do mez, dizendo:
39 Porque havendo sacrificado seus 2 Filho do homem, escreve-te o no­
filhos a seus deoses de esterco, vinhão me deste dia, deste mesmo dia; por­
a mea santuario no mesmo dia a pro- que o Rei de Babylonia se achega a
fanalo: e eis que assim fizérâo no Jerusalem neste mesmo dia.
meio de minha casa. 3 E usa de huma comparação para
40 E o que mais he, que enviárâo a oom a casa rebelde, e dize-lhes, as­
varões, que haviâo de vir de longe: sim diz o Senhor J e h o v a h : poem ao
aos quaes fora enviado mensageiro, e fogo huma panella, poem-a, e tambem
eis qne viérâo, por amor dos qüaes te deita nella agua.
lavaste, coraste teus olhos, e te enfei­ 4 Ajunta seus pedaços nella, todos
taste de enfeites. bons pedaços, as pernas e as espado-
41 E te assentaste sobre hum leito as: de ossos eflcolnidos a enche.
honroso, ante o qual huma mesa esta­ 5 Do gado escolhido toma. e aoende
va preparada: e puzeste sobre ella tambem os ossos debaixo delia: a faze
meu perfume e mèu oleo. bem ferver; e assim seus ossos se co­
42 Aquietando-se pois nella o rumor zerão nella.
d a multidão, enviárâo por varões da 6 Portanto assim diz o Senhor J eho-
maltidào dos homens, e forão trazidos v a h , ai da oidade sanguinária, da pa-
bebarrões do deserto: e puzérâo bra­ nella cuja escuma està nella, e sua
celetes em suas mâos, e coroas de escuma nâo sahio delia: tira delia pe­
gloria sobre suas cabeças. daços a pedaços, nâo se deite sorte
43 Entâo disse a a envelhecida em sobre ella.
adultérios: agora acabarão de forni- 7 Porque seu flangue està em meio
car suasfornicaçõesjcopie tambemella. delia, em huma penha lisa o pôz: nâo
* 44 £ entrârâo a ella, como quem en­ o derramou sobre a terra, para o cu­
tra a mnlher solteira: assim entráifto brir com pô.

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796 EZECHIEL, XXV.
8 Para que eu faça subir a indigna­ filhos e vossas filhas, que deúnafes,
ção ; para tomar vingança, tambem eu cahirâo a a espada.
puz seu sangue em numa penha lisa, 22 E fareis como eu fiz: nâoto re­
para que nâo seja cuberto. buçareis, e nâo comereis pâo de ho­
9 Pelo que assim diz o Senhor J kh o­ mens,
v a h , ai da cidade sanguinária: tam­ 23 E vossos chapeos estarão sobre
bem eu farei huma grande fogueira. vossas cabeças, e vossos çapatos em
10 Acarreta muita lenha, acende o vossos pés; nâo lamentareis, nemcho-
fogo, consume a carne : e a tempera rareis: mas vos consumireis emvossas
com especiarias; eosossossejâo quei­ maldades, e suspirareis huns comos
mados. outros.
11 Entâo a porás vazia sobre suas 24 Assim Ezechiel vos servirá de
brasas, para que se esquente, e se quei­ hum sinal maravilhoso; conforme a
me sua ferrugem, e se funaa sua im­ tudo, quanto fez, fareis: vindo isto,
mundicia em meio delia, e se consu­ entáo sabereis que eu sou o Senhor
ma sua escuma. Jehova h .
12 Com vaidades cansou-me; e nâo 25 E tu, filho do homem, porventu­
sahio delia sua muita escuma; ao fo­ ra nâo será no dia que eu lhes tinr
go ha-dc ir sua escuma. sua fortaleza, o gozo de seu ornamen­
13 Em tua immundicia ha enormi­ to, o desejo de seus olhos, e a saudade
dade : porquanto te purifiquei, e tu de suas almas, seusfilhos e suasfilhas;
nâo te purificaste^ nunca mais serás 26 No mesmo dia virá hum escapa­
purificada de tua ímmundicifiL ate que do a ti, para o fazer ouvir aos ouvidos!
nâo faça descansar minha inaignaçâo 27 No mesmo dia abrir-se-ha tuabo­
sobre ti. ca para com o escapado, e fallarás, e
14 Eu J e h o v a h o fallei, virá, e o fa­ mais nâo serás mudo: assim lhesaep-
rei : nâo me tomarei a tras, e nâo es­ virás de hum sinal maravilhoso, e »
cusarei, nem me arrependerei: oon­ berâo que eu sou J e h o v a h .
forme a teus caminhos, e conforme a
teus tratos te julgarão, diz o Senhor
CAPITULO XXV.
Jehovah.
15 E veio a palavra de J e h o v a h a VEIO a palavra de J e h o v a h a
mim, dizendo.
16 Filho do homem, eis que tirarei
E mim. dizendo,
2 Filho ao homem, endereça tna fa­
de ti o desejo de teus olhos com huma ce contra os filhos de Ammon, e pro­
pancada: mas nâo lementarás, nem fetiza contra elles.
chorarás, nem deitarás lagrimas. 3 E dize aos filhos de Ammon, oovi
17 Descansa de suspirar, nâo farás a palavra do Senhor J e h o v a h : assim
luto por mortos, teu cnapeo atarás so­ diz o Senhor J e h o v a h , porquanto ta
bre ti, e teus çapatos porás em teus disseste, ha, ha! ácerca de meu San­
pés; e nâo te rebuçarás, e pâo de ho­ tuario, quando foi profanado, e ácerca
mens nâo comerás. da terra de Israel, quando foi assola­
18 E fallei ao povo pela manhâ, e da, e ácerca da casa de Judo, quando
minha mulher morreo a a tarde: e fiz forão em cativeiro:
pela manhâ como me fora mandado. 4 Portanto eis que te entregarei em
19 E o povo me disse: porventura possessão aos do Oriente, e estabele­
nâo nos farás saber, que nos significáo cerão seus paços em ti, o poráo saas
estas cousas, que tu,estás fazendo? moradas em t i: elles comorio tew
20 E eu lhes disse: a palavra de J e ­ frutos, e elles beberão teu leite.
h o v a h veio a mim, dizendo, 5 E tomarei a Rabba em estribaria
21 Dize a a casa de Israel, assim diz de camelos, e Os filhos de Ammonem
o Senhor J eh ò vah , eis que eu profa­ curral de ovelhas: e sabereis qus eu
narei meu Santuario, a gloria de vos­ sou J e h o v a h .
sa fortaleza, o desejo de vossos olhos, 6 Porque assim diz o Senhor Jxho*
e o regalo de vossas almas: e vossos vah, porquanto bateste com as m**

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EZECHIEL, XXVI. 797

e pateaste com os pés, e te alegraste râo que eu sou J e h o v a h , quando ou-


de coração em todo teu despojo sobre ver tomado minha vingança delles.
a terra ae Israel:
7 Portanto eis que eu estenderei mi­
nha m&o contra ti, e te darei por des­ CAPITULO XXVI.
pojo a as gentes, e te arrancarei den­ SUCCEDEO aos onze annos, ao
tre os povos, e te destruirei dentre as
terras; e te acabarei de todo; e sabe­
E primeiro do mez, que veio a pa­
lavra de J e h o v a h a mim, dizendo:
rás que eu sou J e h o v ah. 2 Filho do homem, porquanto Tyro
8 Assim diz o Senhor J e h o v a h : por­ disse tocante a Jerusalem, ha, ha! jà
quanto dizem Moab e Seir: eis que a estâ quebrantada a porta dos povos;
casa de Judá he como todas as gen­ já se virou para mim, eu me enche­
tes. rei, ella jâ està assolada.
9 Portanto eis que eu abrirei a ilhar­ 3 Portanto assim diz o Senhor J e h o ­
ga de Moab desdas cidades, desde v a h , eis que eu comtigo o hei, o Tyro,
suas cidades fora das fronteiras: o or­ e farei suDir contra ti muitas gentes,
namento da terra; Beth-Jesimoth, Ba- como se o mar fizesse subir suasondas;
al-Meon, e até Kiriathaim. 4 Que dissiparão aos muros de Tyro,
10 Para os do Oriente, com a terra e derribarão suas torres j e barrerei a
dos íilhos de Ammon, a qual entrega­ seupô delia, e a tornarei em penha lisa.
rei em possessão: para que n&o haja 5 No meio do mar servirá de esten­
memona dos filhos de Ammon entre der as redes; porque ja eu o fallei,
as gentes. diz o Senhor J e h o v a h : e servirá de
11 Tambem executarei juizos em despojo para as gentes.
Moab, e saber&o que eu sou J s h o ­ 6 E suas filhas, que estiverem no
vah. campo, serâo matadas a a espada: e
12 Assim diz o Senhor J eH ovah ,
por- saberão que eu sou J e h o v a h .
iuanto Edom somente de vingança o 7 Porque assim diz o Senhor J e h o ­
Íez contra a casa de Judá, e que se
fizérâo culpadissimos, quando se vin-
v a h , eis que eu trarei contra Tyro a
Nebucadnezar; rei de Babylonia, des­
gàrâo delles: do Norte, o rei dos reis, com cavallos,
13 Portanto apsim diz o Senhor Je­ e com carros, e com cavalleiros, e
h o v a h , tambem estenderei minha companhias, e muito povo.
mâo contra Edom, e arrancarei delia 8 Tuas filhas no campo matará a a
homens e animaes: e a tornarei em espada, e farà baluarte contra ti, e fun­
deserto desde Theman; e até Dedan dará tranqueira contra ti, e levantará
cahirâo à espada. rodelas contra ti.
14 E tomarei minha vingança de 9 E porá trabucos em fronte de si
Edom, por mâo de meu povo de Isra­ contra teus muros, e derribará tuas
el ; e farâo em Edom segundo minha torres com suas espadas.
ira, e secundo meu furor: e saberão 10 Com a multidão de seus cavallos
minha vingança, diz o Senhor J e h o ­ te cubrirá a seu pò: teus muros tre­
vah. merão com o estrondo dos cavalleiros,
15 Assim diz o Senhor J eh o vah , por­ e das todas, e dos carros; quando elle
quanto os Philisteos usàrâo de vingan­ entrar por tuas portas, como pelas en­
ça, e executàrâo vingança de coração tradas de huma cidade, em que se
com despojo, para destruírem com fez brecha.
perpetua inimizade: 11 Com as unhas de seus cavallos
16 Portanto assim diz o Senhor J e ­ pisará todas tuas ruas: a teu povo
h o v a h , eis que eu estendo minha mâo matara a espada, e as columnas de tua
contra os Philisteos, e arrancarei aos fortaleza derribar se hao em terra.
Cretheos, e destruirei o resto do porto 12 E roubarão tuas riquezas, e sa­
de mar. quearão tuas mercadorias, e derriba­
17 E executarei grandes vinganças rão teus muros, e arrasarão tuas casas
nelles, com castigos de furor, e sobe- preciosas: e tuas pedras, e tuas ma-

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m EZECHIEL, XXVII.
deiras, e teu pó, lançarão em meio 3 E dize a Tyro, que habita nas en­
das aguas. tradas do mar, e contràta coraospovos
13 E farei cessar o arroido de tuas em muitas ilnas: assim diz o Senhoi
cantigas, e o som de tuas harpas n&o J e h o v a h , ó Tyro, tu dizes, eu souper­
serà ouvido mais. feita era formosura.
14 E te farei como penha lisa; ser­ 4 Teus termos estào no coração dos
virás de estender redes, nunca mais mares; teus ediücadores aperfeiçoa­
seràs edificada: porque eu J e h o v a hrão tua formosura.
o fallei, diz o Senhor Je h o v a h . 5 Fabricárào todos teus convezes de
15 Assim diz o Senhor J e h o v a h afaias de Senir; trouxérâo Cedros do
Tvro : porventura nào tremerão as Libano^ para te fazerem mastros.
ilnas do estrondo de tua cahida, quan­ 6 Fizerâo teus remos de carvalhos de
do gemerem os atravessados, quando Basan: teus bancos fizérâo de mar­
houver espantosa matança em meio fim a companhia de Assyrios, das ilhas
de ti. dos Chiteo8.
16 E todos os Principes do mar de­ 7 Linho fino bordado de Egypto era
scenderão de seus thronos, e tirar&o detua cortina, para te servir de veh:
si suas capas, e despirão seus vestidoscardeo e purpura das ilhas de Elisa
bordados: de tremores se vesti rào, so­era teu toldo.
bre a terra se assentarão, e estremece­ 8 Os moradores de Sidon e de Árvad
rão a cada momento; e espantar-se- erão teus remeiros: teus sabios, ó Ty­
hào de ti. ro. que estav&o em ti, esses for&o tem
17 E levantarão lamentação sobre ti, pilotos.
e te dirào, como pereceste do mar, ò 9 Os anciàos de Gebal, e seus sabios
bem povoada e anamada cidade, que forào era ti os que reparávào tuas fen­
foi forte no mar, ella e seus morado­ das: todos os navios do mar e seos
res, que punhâo seu espanto a todos marinheiros forào em ti, para negociar
moradores delia. teus negocios.
18 Agora éstremecerào as ilhas no 10 Persas, e Lidios, e Puteos erio
dia de tua cahida: e as ilhas, que estào
em teu exercito teus soldados: esca-
no mar, turbar-se-hào de tua sahida. dos e capacetes pendurarão em ti; el­
19 Porque assim diz o Senhor J e h o ­
les te derào ornamento.
vah , quando eu te tornar em cidade 11 Os filhos de Arvad, e teu exerci­
assolada, como as cidades gue se nào to estavâo sobre teus muros ao redor,
habitâo; quando fizer subir sobre ti e os Garaaditas sobre tuas torres: pen­
hum abismo, e as aguas muitas te cu- duravào seus escudos sobre teus mu­
brirem; ros ao redor; elles aperfeiçoav&o toa
20 Entào te farei descender cora os formosura.
que descendem à cova ao povo antigo,, 12 Tharsis era a que negociáva com-
e te deitarei nas mais baixas partes da
tigo, por causa da multid&o de toda
terra, em lugares desertos antigos, cora
sorte de fazenda: com prata, ferro, es­
os que descendem a a cova, para que tanho, e chumbo aegociaváo em tuis
nào sejas habitada: e darei o orna­ feiras.
mento na terra dos viventes, 13 Javan, Tubal, e Mesech erão teus
21 Mas por grande espanto te porei mercadores: com almas de homens,
a ti, e nào serás mais: e quando te bus­
e vasos de bronze fizér&o negocios
carem, então nunca mais seràs achada comtigo.
para sempre, diz o Senhor J e h o v a h .14 Da casa de Togarma traziáo atu­
as feiras cavallos, e c&valleiros, e mu­
CAPITULO XXVIL los.
15 Os filhos de Dedan er&o teusmer­
VEIO a palavra de J e h o v a h a cadores ; muitas ilhas erão o commer*
E mira, dizendo, cio de tua m&o: dentes de marfim,«
2 Tu pois. ó filho do homem, levan­ pao preto tomavào a dar-te m pi*
ta huma lamentação sobre Tyro. sente.

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EZECHIEL, XXVni. 799

16 Syria negociava comtigo por cau­ 29 E todos os qne ns&o de remo, ma­
sa da multid&o de tuas obras: esmeral­ rinheiros, e todos os pilotos do mar
da, purpura, e obra bordada, e seda, e descenderão de seus navios, na terra
coraes, e onstal traziâo em tuas feiras. pararão.
17 Judá e a terra de Israel, elles 30 E far&o ouvir sua voz sobre ti, e
er&o teus mercadores: com trigo de gritarão amargamente: e lançarão pó
Mmith e Pannagh, e môl, e azeite, e sobre suas cabeças, na cinza se revol-
balsamo fizérâo negocios comtigo. ver&o.
18 Damasco negociava comtigo, por 31 E se far&o calvos por ti de todo,
causa da multid&o de tuas obras, por e se cingir&o de sacocu e chorarão so­
causa da multid&o dé toda sorte de fa­ bre ti com amargura da alma, e amar­
zenda : com vinho de Chelbon, e 1& ga lamentação.
branca. 32 E levantarão lamentaç&o sobre ti
19 Tambem Dan, e Javan, o cami­ em seu pranto, e lamentar&o sobre ti,
nhante, em tuas feiras tratav^o : fer­ dizendo, auem foi como Tyro? como
ro liso, canafistula, e cana arojnatica a destruiua no meio do mar 1
havia em teu negocio. 33 Quando tuas mercadorias proce-
20 Dedan negociava comtigo, com di&o dos mares, fartaste a muitos po­
panos preciosos para carros. vos; oom a multid&o de tua fazenda,
21 Arabia, e todos os Principes de e teu negocio, enriqueceste aos reis
Kedar, elles er&o os mercadores de da terra.
tna m&o: em cordeiros, e carneiros, 34 No tempo em que foste quebran­
e cabrões; nestas cousas negociav&o tada dos mares, nas profundezas das
comtigo. aguas; cahir&o teu negocio^ e toda tua
22 Os mercadores de Scheba, e Rah- congregaç&o em meio de ti.
ma, elles er&o teus mercadores: em 35 Todos os moradores das ilhas fo­
toda principal especiaria, e em toda r&o espantados sobre ti: e seus Reis
pedra preciosa, e ouro, contratav&o em tremérâo em grande maneira, e for&o
tuas feiras. pasmados em os rostos.
23 Haran, e Canne, e Eden, os mer­ 36 Os mercadores entre os povos as-
cadores de Scheba, Assur, e Kilmad soviàr&o sobre ti: te tornaste em gran­
negociáv&o comtigo. de espanto, e nunca ja mais serás para
24 Este er&o teus mercadores em sempre.
toda sorte de mercadorias, em fardos
de cardeo, e bordado, e em cofres de CAPITULO XXVIII.
roupas preciosas, amarrados com cor­
das, e metidos em cofres de cedro, em VEIO a palavra de J k h o v a h a
tna mercadoria. E mim, dizendo,
29 Os navios de Tharsis cantavâo de 2 Filho ao homem, dize ao Principe
ti por causa de teu negocio: e te en­ de Tyro, assim diz o Senhor J e h o v a h :
cheste, e te glorificaste moito no meio porquanto se levanta teu coração, e
dos mares. dizes, eu sou Deos, na cadeira de De­
26 Teus remeiros te trouxér&o a mui­ os me assento no meio dos mares, (sen­
tas aguas: o vento Oriental te que­ do tu homem, e n&o Deos,) e estimas
brantou no meio dos mares» teu coraç&o oomo sefora o coraç&o de
27 Tua fazenda, e tuas feiras, teu Deos.
negocio, teus marinheiros, e teus pi­ 3 Eis que mais sabio es que Daniel:
lotos ; os<]ue reparav&o tuas fendas, e nada de occulto ha que se possa es­
os que negociav&o teus negocios, e to­ conder de ti.
dos teus soldados, que ha em ti, junta­ 4 Com tua sabedoria, e com teu en­
mente eom toda tua con^regaç&o, que tendimento te ajuntaste poderio: e
està em meio de ti. cahir&o em meio aqueriste ouro e prata em teus the­
dos mares, no dia ae tua cahida. souros.
28 Ao estrondo do grito de teus pi­ 5 Com a multid&o de tua sabedoria
lotos tremer&o os arrabaldes. em teu commercio augmentaste teu

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800 EZECHIEL, XXIX.

poderio: e teu coração levanta se ã maldades, pela injustiça de teu com-


causa de teu poderio. mercio, profanaste teus Santuarioa:
6 Pelo que assim diz o Senhor J e h o ­ elo que fiz sahir hum fogo do meio
v a h : porquanto estimas teu coraçáo,
como se fora o coração de Deos;
S e ti. que te consumio a ti, e te tomei
em cinza sobre a terra, perante ob
7 Porisso eis <jue eu trarei estranhos olhos de todos quantos te vém.
sobre ti, os mais tyrannos das gentes, 19 Todos os que te conhecem entre
os quaes arrancarão suas espadas so­ os povos, estâo espantados sobre ti:
bre a formosura de tua sabedoria, e em grande espanto te tornaste, e nun­
profanarão teu lustre. ca mais serás para sempre.
8 A a cova te far&o descender; e 20 E veio a palavra de J e h o v a h a
morrerás da morte dos atravessados mim, dizendo:
no meio dos mares. 21 Filho do homem, endereça tnafa­
9 Porventura poisem alguma manei­ ce contra Sidon, e profetiza contraella.
ra dirás perante a face de teu mata­ 22 E dize, assim diz o Senhor J»
dor ; eu sou Deos, sendo tu homem, h o v a h , eis que eu o A h comtigo, ô
e nâo Deos, na mâo do que te atra­ Sidon, e serei glorificado em meio de
vesse? ti: e saberão que eu sou J e h o v a h .
10 De morte dos incircuâcisos mor­ quando nella executar juizos, e me
rerás, por mâo dos estranhos: porque santificar nella.
eu o fallei, diz o Senhor J e h o v a h . 23 Porque enviarei peste nella, e san­
11 Veio mais a palavra de J e h o v a h gue em suas ruas, e os atravessados
a mim? dizendo, cahirâo em meio delia á espada, qtu
12 Filho do homem, levanta laman- he contra ella do redor : e saberio
taçâo sobre o Rei de Tyro, e dizçlhe, que eu sou J e h o v a h .
assim diz o Senhor J e h o v a h , tu es o 24 E a casa de israel nunca mais
sellador da summa, cheio de sabedo­ terá espinhoque a espinhe, nem espi­
ria, e perfeito em formosura. nha que cause dor, de, todos que os
13 Estavas em Eden, o horto de De­ roubâo dos redores delles: e saberio
os, toda pedra preciosa era tua cuber- que eu sou o Senhor J e h g f v a h .
tura, a saber Sardonio, Topázio, e Di­ 25 Assim diz o Senhor J e h o v a h , ha­
amante, Turqueza, Onicho, e Jaspe, vendo eu congregado a casa de Israel
Safira, Cárbunculo, e Esmeralda, e d’ehtre os povos, entre os quaes estâo
ouro: a obra de teus tambores, e de espargidos, e eu me santificar entre
teus pifaros estava em ti; no dia em elles perante os olhos das gentes: en­
que foste criado, estavâo apercebidos. tão habitará» em sua terra, que dei a
14 Tu eras Cherub Ungido cubridor; meu servo, a Jacob.
e te estabeleci, no monte santo de 26 E habitarão nella seguros, e edi­
Deos estavas, no meio das pedras affo- ficarão casas, e prantarâo vinhas, e ha­
gueadas andavas. bitarão seguros: quando eu executar
15 Perfeito eras em teus caminhos, juizos contra todos que os roubâo dos
desdo dia em que foste criado, até que redores delles: e saberão, que eusoa
se achou maldade em ti. J e h o v a h seu Deos.
16 Com a multidão de teu commer-
cio enchérâo o meio de ti de violên­
cia, e peccaste : pelo que te lançarei CAPITULO XXIX.
profanado do monte de Deos, e te farei OS dez annos, no mez decimo, aos
]>erecer, 6 Cherub cubridor, do meio
das pedras aíFogueadas.
A doze do mex, veio a palavra de
J e h o v a h a mim, dizendo:
17 Exalçou se teu coraçáo, por causa 2 Filho do homem, enderèça toa
de tua formosura, corrompeste tua sa­ face contra Pharaó, rei de Egypto: e
bedoria por causa de teu lustre : por prophetiza contra elle e contra todo
terra te arrojei, perante a face aos Egypto.
reis te puz, para que as tentem para ti. 3 Falia, e dize, assim diz o Senhor
18 Por causa aa multidão de tuas J e h o v a h , eis que eu o kei comtigo, o

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EZECHIEL, XXX. 801
Phsjm6, rei de Ejrypto, o grande dra- 15 Mais baixo será que outros rei­
gôo marino, que jaz em meio de seus nos, e nunca mais se exalçará sobre
rios, que diz, meu he meu rio, e eu o as gentes: porque os diminuirei, para
fiz para mim. que n&o se ensenhoréem das gentes.
4 Porem eu -porei anzóes em tuas 16 E n&o servirá mais a a casa de
queixadas, e pegarei o peixe de teus Israel de confiança, para fazela lem­
noe a tuas escamas: e te tirarei do brar de sua maldade, quando attent&o
meio de teus rios, e todo o peixe de apos elles: antes saber&o que eu sou
teus rios se pegará a tuas escamas. o Senhor J k h o va h .
5 E te deixarei no deserto, a ti e a 17 E succedeo aos vinte e sete an­
todo o peixe de teus rios; em campo nos, no mez primeiro, ao primeiro do
aberto cahiràs; n&o seras recolhido mez, que veio a palavra de J e h o v a h a
nem ajuntado: aos animaes da terra, mim, dizendo:
e a as aves do ceo te dei por manti­ 18 Filho do homem, Nebucadnezar
mento. rei de Babylonia fez servira seu exer­
6 E saber&o todos os moradores de cito hum grande serviço contra Tyro;
Egypto, qne eu sou Jjchovah ; por* toda cabeça se tomou calva, e todo
quanto for&o bord&o de cana para a hombro se pelou: e n&o houve paço
casa de Israel. para elle, nem para seu exercito ae
7 Tomando-te elles pela tua m&o, te Tyro, pelo serviço que servio contra
quebrantaste, e lhes fendeste todas as ella.
ilhargas: e encostando-se elles a ti, 19 Pelo que assim diz o Senhor Jeh o ­
te quebraste, e lhes deixaste estar a v a h . eis aue eu darei a Nebucadnezar
todos lombos. rei ae BaDylonia, a terra de Egypto :
8 Pelo que assim diz o Senhor Jcho- e lavará sua multid&o, e despojará seu
vah , eis que eu trarei sobre ti espada, despojo, e roubará sua presa, e isto
e destruirei de ti homem e animal. será o pago para seu exercito.
9 E a terra de Egypto tornar-se-ha 20 Por pago de seu trabalho, com
em assolaç&o e deserto, e saber&o que aue servio contra ella, lhe dei a terra
eu sou Jxh ovah : porquanto disse, o de Egypto: porquanto o fizérâo por
rio he meu, e eu o fiz. mim, diz o Senhor J e h o v a h .
10 Pelo que eis que eu o hei comtigo, 21 Naquelle dia farei brotar o como
e com teus rios: e tornarei a terra da casa de Israel, e te darei abertura
de Egypto em desertas e assoladas de boca em meio delles: e saber&o
■olidões, desda torre de Sevene, até que eu sou J x h o v a h .
o termo de Ethiopia.
11 N&o passará por ella pé de ho­
mem, nem pé de animal passará por CAPITULO XXX.
ella, nem serà habitada quarenta an­ VEIO a palavra de J k h o v a h a
nos. -
12 Porque tomarei a terra de Egyp­
E mim. dizendo,
2 Filho ao homem, prophetiza, e di­
to em assolaç&o, em meio das terras, ze, assim diz o Senhor J x h o v a h : hui-
assoladas; esuas cidades no meio das vai, ah aquelle dia!
cidades desertas tornar-se-h&o em as­ 3 Poraue já està perto o dia, jà està
solaç&o por quarenta annos: e espar- perto, aigo, o dia de J e h o v a h : dia
irei aos Egypcios entre as gentes, e ennevoado: o tempo das gentes serà.
S errama-los-hei pelas terras.
13 Porem assim diz o Senhor Jkho-
4 E a espada virá em Egypto, e ha­
verá granae dor em Ethiopia, quando
v a h : a cabo de quarenta annos ajun­ cahirem os atravessados em Egypto:
tarei os Egypcios dentre os povos, e tomar&o sua multid&o, e seus funda­
entre os quaes for&o espaigidos. mentos quebrar-se-h&o.
14 E tornarei a trazer o cativeiro dos 5 Ethiopia. e Put, e Lud, e toda a
'Egypcios, e os tomarei a a terra de misturada cnusma, e Cub, e os filhos
dPathros, a a terra de seu commercio: dá terra do concerto, com elles cahi-
e ser&o ali hum Reino baixo. r&o à espada.
34*

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809 EZECHIEL, XXXI.

6 Asaim diz Jchovah, tambem ca­ 20 E succedeo aosonzeannos, no


hir&o os que sustent&o a Egypto, e mez primeiro, aos sete do mez, mtt
descenderá a soberba de sua fortale­ veio a palavra de J eh ovah a mim, di­
za : desda torre de Sevene nelle cahi- zendo :
r&o â espada, diz o Senhor J e h o v a h . 21 Filho do homem) quebrantei ao
7 E ser&o assolados no meio das braço pe Pharaó, rei de Egypto: e eis
terras assoladas: e suas cidades es- que n&o será vendado com emprastoa,
tar&o no meio das cidades desertas. nem lhe por&o venda para o vendar,
8 E saberão que eu sou J e h o v a h , para o esforçar, para pegar da espada.
quando eu puzer fogo a Egypto, e fo­ 22 Pelo que assim aiz o Senhor Ji-
rem quebrantados todos seus ajudado- h o v a h , eis que eu o hei com Phaisò,
res. rei de Egypto, e quebrarei seus bia*
9 Naquelle dia sahirâo mensageiros ços, assi o forte, como o quebrado: e
de diante de minha face em navios, tarei cahir a espada de sua m&o.
para espantarem a Ethiopia descuida- 23 E espargirei aos Egypcios entre
da: e haverá grandesdores nelles, co­ as gentes, e os espalharei pelas terras.
mo no dia de Egypto; porque eis que 24 E esforçarei os braços do rei de
jà vem. Babylonia, e darei minha espada em
10 Assim diz o Senhor J k h o v a h : eu sua m&o: porem quebrantarei os br*
pois farei cessar a multidão de Egyp­ os de Pharaó, e gemerá com gemidos
Babylonia.
S
to, por mâo de Nebucadnezar, rei ae o atravessado, perante sua face.
25 Esforçarei, aigo, os braços dom
11 Elle e seu povo oom elle, os mais de Babylonia, mas os braços de Pb»*
frannos das gentes ser&o levados a raó cahirâo: e saberão que ea soa
S estruir a terra: e arrancarão suas J e h o v a h , quando houyer dado minhi
espadas contra Egypto, e enoher&o a espada na m&o do Rei de Babylonis,
terra de atravessados. e elle a estender sobre a terra ds
12 E os rios farei seccos, e venderei Egypto.
a terra em m&o de malinos, e assola­ 26 E espargirei aos Egypcios entre
rei a terra e sua plenid&o por m&o dos as gentes, e os espalharei pelas ter­
estranhos; eu J e h o v a h o fallei. ras : assim saber&o que eu sou Jkbo-
13 Assim diz o Senhor Jeh o vah , VAH.
tambem destruirei aos deoses de es­
terco, e farei cessar os idolos de Noph; CAPITULO XXXI.
e n&o haverá mais principe da terra SUCCEDEO aos onze annos, no
de Egypto: e porei temor em terra
de Egypto.
E mez terceiro, ao primeiro doroei,
que veio a palavra de J e h o v a h a mim,
14 E asBolarei a PathroSj e porei fo­ dizendo,
go a Zoan, e execu tarei juizos em No. 2 Filho do homem, dize a Pharaó
15 E derramarei meu furor sobre rei de Egypto, e a sua multidão: a
Sin, a força de Egypto, e desarraigarei quem es semelhante em tua grandeza?
a multidão de No. 3 Eis que Assur era Cedro no Liba­
16 E porei fogo a Egypto; Sin terá no, formoso de ramos, sombrio de ra­
grande dor, e No será fendida, e Noph mas, e alto de estatura: e sua cocn-
terá angustias quotidianas. rúta estava entre espessos ramos.
17 Os mancebos de Aven, e Pibe- 4 As aguas o fizér&o crecer, o abis­
seth, cahirâo à espada: e as moças mo o exalçou: com suas correntes hia
irâo em cativeiro. do redor de sua planta, e enviava, se
18 E em Tachpanhes se escurecerá us canos de aguas a todas as arrorts
o dia, quando eu quebrantar ali o jugo do campo.
de Egypto, e nella cessar a soberba 5 Pelo que se exalçou sua estatura
de sua torça: huma nuvem a onbrirá, mais que todas as arvores do campo*
e suas filhas irâo em cativeiro. e seus ramos multiplicár&o-se, e sua*
19 Assim executarei juizos em E- ramas alongár&o-se, por cansa (bs
gypto, e saberão que eu souJehovah. i muitas aguas, que enmva.

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EZECHIEL, XXXH. 803

6 Todas as aves do ceo aninhavão- 16 Do som de sua cahida fiz tremer


ee em suas ramas, e todos os animaes as gentes, quando o fiz descender ao
do campo geravâo debaixo de seus ra­ inferno com os que descendem a&
mos : e todos os grandes povos se as­ cova: e todas as arvores de Eden. a
sentavâo à sua sombra. escolha e o melhor de Libano, touas
7 Assim ora formoso em sua gran­ as arvores que bebem aguas, consola-
deza, na compridão de seus ramos, vâo-se na terra mais baixa.
porquanto sua raiz estavo a junto às 17 Tambem estes com elle descen­
muitas aguas. derão ao inferno, aos atravessados a
8 Ob cedros nâo o escurecérâo no espada: e os que forão seu braço, e se
horto de Deos; as faias nâo erão se­ assentàrâo à sua sombra em meio das
melhantes a seus ramos, e os casta­ gentes.
nheiros nào erão como seus renovos: 18 A quem pois assim es semelhan­
nenhuma arvore no horto de Deos lhe te em gloria e em grandeza entre as
era semelhante em sua formosura. arvores de Eden ? antes seràs derri­
9 Formoso o fiz com a multidão de bado com as arvores de Eden à terra
seus ramos: e todas as arvores de mais baixa; em meio dos incurcun-
Eden, que estavâo no horto de Deos, cisos jazerás com os atravessados à
tivérão enveja delle. espada; este he Pharaó, e toda sua
10 Pelo que assim diz o Senhor Jb­ multidão, diz o Senhor J e h o v a h .
h o v a h , porauanto te exlaçaste por tua
estatura, si levantou sua cucuruta no CAPITULO XXXII.
meio dos espesos ramos, e seu cora­
ção exalçou se em sua altura: SUCCEDEO aos doze annos, no
11 Portanto o dei em mâo do mais
poderoso das gentes, para que o tratas­
E mes dozeno, ao primeiro do mez,
ue veio a palavra de J e h o v a h a mim,
se bastanterrlente; por sua impiedade
o lançei fora.
3 izendo,
2 Filho do homem, levanta huma la­
12 E estranhos o desarraigàrâo, os mentação sobre Pharaó, rei de Egyp­
mais tiranos das gentes, e o deixárão : to. e dize-lhe; semelhante eras a hum
cahirâo seus ramos sobre os montes e filno de leão entre as gentes, e tu
por todos os valles, e seus renovos fo­ foste como hum dragão marino nos
rào quebrantados por todas as corren­ mares, e traspassavas em teus rios, e
tes da terra; e todos os povos da terra turbavas as aguas com teus pés, e en­
se sahírâo de sua sombra, e o deixárão. lameavas seus rios.
13 Todas as aves do ceo habitavào 3 Assim diz o Senhor J e h o v a h , por­
sobre sua ruiua: e todos os animaes tanto estenderei sobre ti minha rede
do campo estavâo sobre seus renovos. com ajuntamento de muitos povos, e
14 Para que todas as arvores fartas te puxarão a riba em meu tesão.
de agua nâo se exalçem por sua esta­ 4 Entào te deixarei em terra; no
tura, nem levantem sua cucuruta no campo aberto te lançarei: e farei mo­
meio dos ramos espesos; nem todas rar sobre ti todas as aves do ceo, e
que bebem aguas, venhâo a confiar so­ fartarei de ti os animaes de toda a
bre si, por causa de sua altura: por­ terra.
que ja todos estâo entregues â morte, 5 E porei tua carne sobre os mon­
até a terra mais baixa, em meio dos tes, e encherei os valles .com tua al­
íilhos dos homens, com os que descen­ tura.
dem à cova. 6 E a terra aonde nadas, regarei com
15 Assim diz o Senhor J e h o v a h , no teu sangue até os montes; e as cor­
dia em que elle descendeo ao inferno, rentes se encherão de ti.
mandei fazer luto, fiz cubrir o abismo 7 E apagando-te eu, cubrirei os ce­
por elle, e detive seus rios, e as muitas os, e ennegTecerei suas estrellas: ao
aguas se retiverào: e cubri ao Libano Sol cubrirei de nuvem, e a Lua não
de preto por elle; e todas as arvores do deixará reluzir sua luz.
campo desfalecerão por elle. 8 A todas as luminarias da luz no oeo

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604 EZECHIEL, XXXII.

ennegrecarei sobre ti, e trarei trevas r&o os incircuncisos, atreveando» à


espada.
sobre tua terra, d iz o Senhor J e h o v a h .
9 E farei raivar ao coraçáo de mui­ 22 Ali està Assur com todo seuajun­
tos povos: quando eu levar teu que­ tamento, do redor delle est&o seus se-
brantamento entre as gentes, a as ter­ ulcros: todos elles forão atravessa»
ras que não conheceste. os, que cahir&o à espada.
10 E farei que muitos povos se es­ 23 Cujos sepulcros for&o postos ás
pantem sobre ti, e seus reis tremâo ilhargas da cova, e seu ajuntamento
em grande maneira, quando eu bran­ está do redor de seu sepulcro: todos
dir minha espada perante seus rostos: for&o atravessados, que cahir&o â es­
e estremecerão a cada momento cada pada, e dér&o espanto na terra dos vi­
cjual por sua alma, no dia de tua cahi- ventes.
24 Ali està Elam com toda sua mul­
11 Porque assim diz o Senhor J e h o ­ tidão do redor de seu sepulcro: todos
v a h ; a espada do rei de-Babylonia elles forão atravessados, que cahirâo i
virá sobre ti. espada, os quaes descenderão incir­
12 Farei cahir tua multid&o com as cuncisos a as mais baixas partes da
espadas dos herões, que todos s&o os terra; os que dérâo seu espanto na ter­
mais tiranos das gentes: e destruirão ra dos viventes, e levàrão sua vergo­
a soberba de Egypto, e toda sua mul­ nha com os que descendérâo a a co te.
tid&o serà perdida. 25 No meio dos atravessados lhe po-
13 E destruirei todos seus animaes zér&o huma cama entre toda sua mul­
de sobre as muitas aguas: nem as tur­ tid&o, do redor delle est&o seus sepul­
bará mais pé de homem, nem as tur­ cros : todos elles sáo incircuncisoí,
barão unhas de animaes. atravessados à espada; porquanto se
14 Entâo farei profundar suas aguas, deu espanto delles na terra dos viven­
e farei ir seus rios como azeite, aiz o tes, e levàr&o sua vergonha com os aue
Senhor J eh o vah . descendér&o a a cova; no meio aos
15 Quando eu tomara terra de Egyp­ atravessados foi posto.
to em assolação, e a terra for assolada 26 Ali està Mesech, e Tubal comto­
de sua plenidâo, e quando ferir a todos da sua multid&o; do redor delle estito
os que habitão nella; entâo saber&o seus sepulcros: todos eUes s&o incir­
que eu sou J ehovah . cuncisos, e atravessados à espada, por-
16 Esta he a lamentação, e a lamen­ uanto puzér&o seu espanto na teria
tarão ; as filhas das gentes a lamen­ os viventes.
tarão : sobre Egypto e sobre toda sua 27 Porem n&o iazer&o com os herõ­
multidão a lamentarão, diz o Senhor es, que cahirâo dos incircuncisos: os
J eh o v a h . quaes descendérâo ao inferno comsu­
17 E succedeo aos d oze annos, aos as armas de guerra, e puzérâo suases­
auinze do m ez, que v e io a palavra de padas debaixo de suas cabeças; e sua
je h o v a h a m im , dizendo, maldade està sobre seus ossos, por­
18 Filho do homem, prantea sobre quanto o espanto dos herões esteve na
a multidão de Egypto, e a faze des­ terra dos viventes.
cender, a ella e as filhas das gentes 28 Tambem tu serás quebrantadono
pomposas, na terra mais baixa, aos meio dos incircuncisos, e jazerás com
que descendem à cova. os atravessados à espada.
19 Mais que quem tu foste agrada- 29 Ali estâ Edom, seus reis e todos
vel ? descende, e te deita com os incir- seus príncipes, que com seu poder fo­
cuncisos. rão postos com os atravessados á espa­
20 No meio dos atravessados à espa­ da : estes jazem com os incircircun-
da cahirâo: à espada estâ entregue; cisos, e com os que descendérâo a a
puxai por ella e toda sua multidão. cova.
21 Os mais poderosos dos herões lhe 30 Ali estâo os Buques do Norte, to­
fallarâo, desdo meio do inferno, com dos elles, e todos os Sidonios, que de­
seus ajudadores: descendér&o, jazé- scenderão com os atravessado^ em

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EZECHIEL, XXXm. 809

sen espanto envergonhados de seu po­ maldade; porem ta fizeste escapar


der, e íazem incircuncisoscom os atra­ tua alma.
vessados à espada, e levâo sua vergo­ 10 Pelo que tu, ó filho do homem,
nha, com os que descendérâo a a cova. dize a a casa de Israel, assim vósou­
31 Pharaó os verá, e se consolará tros fallais, dizendo, pois que nossas
cora toda sua multidão) os atravessa­ prevaricações e nossos peccados estâo
dos â espada, Pharaó, e todo seu exer­ sobre nosoutros, e nos desfalecemos
cito, diz o Senhor J e h o v a h . nelles; como entâo viviríamos ?
32 Porque tambem eu dei meu espan­ 11 Dize-lhes, vivo eu, diz o Senhor
to na terra dos viventes: pelo queja ­ J e h o v a h , que nâo tenho prazer na
zerá no meio dosincircuncisoB,comos morte do impio, mas que o impio se
atravessados â espada, Pharaó e toda converta de seu caminho, e viva:
sua multidão, diz o Senhor Jk hovah . convertei-vos, convertei-vos de vossos
maos caminhos, pois por que razâo
morreríeis, ó casa de Israeli
CAPITULO XXXIII. 12 Assim que tu, ó filho do homem,
VEIO a palavra de J e h o v a h a dize aos filhos de teu povo, a justiça
E mim, dizendo,
2 Filho do homem, falia aos filhos
do justo nâo o farà escapar no dia de
sua prevaricação; e auanto à impie­
de teu povo, e dize lhes, quando eu dade do impio, nâo canirá por ella, no
trouxer espada sobre a terra, e o povo dia em que se converter de sua impi­
da terra tomar hum varáo de seus ter­ edade: nem o justo por ella poderá
mos, e o puzer por sua atalaia: viver, no dia em que peccar.
3 E elle vir que a espada vem sobre 13 Quando eu dizer ao justo, que cer­
a terra, e tocar a trombeta, e avisar tamente viverá, e elle confiar em sua
ao povo. justiça, e fizer iniquidade: de todas
4 E aquelle que ouve o som da suas justiças não naverá memória;
trombeda^ bem ouve, mas nâo se dà mas em sua iniquidade que faz, nella
por havisado, e a espada vier, e o to­ morrerá.
mar, seu sangue será sobre sua cabeça. 14 Quando eu tambem dizer ao im­
5 Ouvio o som da trombeta, e nâo se pio, certamente morrerás, e elle se
deu por havisado, seu sangue serà so­ converter de seu peccado, e fizer jui­
bre elle: mas o que se dà por havisa­ zo e justiça;
do, salvará sua vida. 15 0 impio restituindo o penhor, pa­
6 Porem quando a atalaia vir que a gando o furtado, andando nos estatu­
espada vem, e nâo tocar a trombeta, tos da vida, e nâo fazendo iniquidade;
e o povo nâo for havisado; e a espada certamente viverá, nâo morrerá.
vier, e delle tomar alma alguma: o 16 De todos seus peccados com que
tal em sua maldade bem foi tomado, peccou, nâo haverá memória contra
porem seu sangue demandarei da mâo elle: juizo e justiça fez, certamente
5a atalaia. viverá.
7 A ti pois, ó filho do homem, por 17 Ainda dizem os filhos de teu po­
atalaia te puz 6obre a casa de Israel: vo, nâo he recto o caminho do Senhor;
pelo que ouvirás a palavra de minha nâo sendo recto seu proprio caminho
ooca, e os havisaras de minha parte. delle*
8 Dizendo eu pois ao impioj ó im­ 18 Desviando-se o justo de sua jus­
pio, certamente morrerás; e tu lhe nào tiça, e fazendo iniquidade, morrerá
faliares, para dissuadir ao impio de seu nella.
caminho, aquelle impio morrerá em 19 E convertendo-se o impio de sna
sua maldade, porem seu sangue de­ impiedade, e fazendo juizo e justiça;
mandarei de tua mão. elle viverá nelles.
9 Mas quando tu dissuadires ao im­ 20 Ainda dizeis, nâo he recto o ca­
pio de seu caminho, para que se con­ minho do Senhor: julgar-vos-hei a
verta delle, e elle nâo se converter cada qual conforme a seus caminhos,
de seu caminho: elle morrerá em sua ó casa de Israel.

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806 EZECHIEL, XXXIV.
21 E succedeo aos doze annos, no 31 E elles vem a ti, como o povo
mez decimo, aos quinze do mez de costumava vir, e se assent&o perante
nossa transportação em cativeiro, aue tua face como meu povo, e ouvem tu­
veio a mim hum que escapàra de Je­ as palavras, mas n&o as poero por
rusalem, dizendo, ja feriaa he a ci­ obra: antes elles lisonge&o com saa
dade. boca, porem seu coração anda apos
22 Ora a m&o de J e h o v a h estivéra sua avareza.
sobre mim a tarde, antes que viesse 32 E eis que tu lhes es como canti-
o escapado, e abrira minha boca, até de amoTes, suave de voz, e qne
que cnegou a mim pela manh&: e em tange : pelo que ouvem tuas pa­
minha boca se abrio, e nunca mais foi lavras, mas n&o as poem por obra.
mudo, 33 Porem quando vier isto, (vedei
23 Ent&o veio a palavra de J e h o v a h aqui que vem,) ent&o saber&o, qae
a mim, dizendo. houve Propheta em meio delles.
24 Filho do homem, os moradores
destes lugares desertos da terra de Is­
rael fallando dizem, Abraham hum sò CAPITULO XXXIV.
varâo foi, e possuio esta terra em he­ VEIO a palavra de J e h o v a h a
rança; porem nosoutros somos mui­
tos, esta terra a nos foi dada em pos-
E2 Filho
mim, dizendo,
do homem, prophetiza con­
sess&o hereditaria. tra os Pastores de Israel: prophetiza
25 Pelo que dize lhes, assim diz o e dize lhes, aos Pastores: assim diz o
Senhor J e h o v a h , a carne com o san­ Senhor J e h o v a h , ai dos Pastores de
gue comeis, e vossos olhos levantais Israel, que apascent&o a si mesmos!
para vossos deoses de esterco, e der­ porventura os Pastores nâo apascen­
ramais sangue: e possuiríeis esta terra tarão as ovelhas ?
he reditariamente í 3 Comeis o gordo, e vos vestis da lâj
26 Atendes-vos sobre vossa espada, degolais o cevado, porem náo apascen­
cometeis abominaç&o, e contaminais tais as ovelhas.
cada qual a mulher de seu proximo: 4 As fracas n&o esforçais, e a doente
e possuiríeis a terra hereditariamente*? n&o curais, e a quebrada nâo vendai^
27 Assim lhes diràs, assim diz o Se­ e a desgarrada nâo tornais a trazer, e
nhor J e h o v a h , vivo eu, que os aue a perdida nâo buscais: porem senho­
estiverem em lugares desertos, cani- reais sobre ellas com rigor e dureza.
râo à espada, e que ao que estiver so­ 5 Assim se espargirão, porquantonâo
bre a face do campo, entregarei a a ha pastor; e ficàrâo para mantimento
fera, para que o coma, e que os que de toda a besta do campo, porquanto
estiverem em lugares fortes e em ca­ se espargirão.
vernas, morrer&o de pestilencia. 6 Mirthas ovelhas andâo desgarradas
28 Porque tomarei a terra em asso­ por todos os montes, e por todo aito
laç&o e espanto, e a soberba de sua outeiro: e minhas ovelhas andâo es­
força cessará: e os montes de Israel pargidas por toda a face da terra; e
ser&o tâo assolados, que ninguém pas­ ninguém ha que pergunte por dias, 0
se por elles. ninguém que as bnsque.
29 Ent&o saber&o que eu sou J e h o ­ 7 Pelo que, ô pastores, ouvi a pala­
v a h , quando eu tornar a terra em as­ vra de J e h o v a h .
solaç&o e espanto^ por todas suas abo­ 8 Vivo eu, diz o Senhor Jeh ovah ,
minações que fizer&o. que porquanto minhas ovelhas foiâo
30 E tu, ó filho do homem, os íilhos entregadas a roubo, e minhas ovelhas
de teu povo fall&o de ti junto às pare­ forão para mantimento de toda besta
des e nas portas das casas; e falia do campo; porquanto nâo ha pastor,
hum com o outro, cada qual com seu e meus pastores nào p e rg u n tâ o por
irm&o, dizendo, vinde ora e ouvi. que minhas ovelhas, e ôs pastores ap8*
he a palavra, que procede de J e h o ­ centâo a si mesmos, e nâo apascent&o
vah. minhas ovelhas:

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EZECHIEL, XXXV* 80T
9 Portanto, 6 pastores, ouvi a pala­ ombro remçuxais, e oom vossos oor*
vra de J e h o v a h . nos acomeaiB todas as fracas, até que
10 AflBim diz o Senhor Jbhovah, eis as esparjais fora.
que eu o hei com os pastores, e de* 22 Portanto livrarei minhas ovelhas,
mandarei minhas ovelhas de sua m&o, peja que n&o sirv&o mais de rapina:
e os farei cessar de apascentar as e julgarei entre gado pequeno, e gado
ovelhas, e os pastores n&o apascenta- pequeno.
r&o mais a si mesmos: e farei esca­ 23 E despertarei sobre ellas hum só
par minhas ovelhas de sua boca, e lhes Pastor, e elle aa apascentará, a saber
n&o mais servir&o de mantimento. a meu servo David: este as apascen-
11 Porque assim diz o Senhor J eh o- tára, e este lhes servirá de pastor.
que eu. eu digo, perguntarei
v a h , e is 24 E eu J e h o v a h lhes serei por De­
por minhas ovelnas, e as rebuscarei. os, e meu servo David serà Principe
12 Como o pastor rebusca a seu re­ em meio delles: eu J e h o v a h o fallei.
banho, no dia em que estâ no meio 25 E farei com elles concerto de paz,
de suas ovelhas espargidas; assim re­ e farei cessar a besta roim da terra, e
buscarei minhas ovelhas: e as farei habitarão no deserto seguramente, e
escapar de todos os lugares por onde dormir&o nos bosques.
and&o espargidas, no dia da nuvem e 26 E a elles, e aos lugares do redor
da escundaae. de meu outeiro, porei por bendiç&o:
13 E as tirarei dos povos, e as con­ e farei descender a chuva a seu tem­
gregarei das terras, e as trarei a sua po, chuvas de benç&ò serâo.
terra: e as apascentarei nos montes 27 E as arvores do campo dar&o seu
de Israel, junto âs correntes, e em to­ fruto, e a terra darà sua novidade : e
das as habitações da terra. estar&o seguros em sua terra: e sabe­
14 Em bons pastos as apascentarei, rão que eu sou J e h o v a h , quando eu
e nos altos montes de Israel serà sua quebrar as varas de seu jugo, e os
malhada: ali se deitar&o em boa ma­ livrar da m&o dos que fazi&o se servir
lhada, e pastar&o em pastos gordos nos delles.
naontes de Israel. 28 E n&o servir&o mais de rapina a
15 Eu apascentarei minhas ovelhas, as gentes, e a besta fera da terra nun­
e eu as terei em guarda, diz o Senhor ca mais os comerá: e habitarão se­
JSHOVAH. guramente, e ninguém haverá que os
16 A perdida buscarei, e a desgar­ espante.
rada tornarei a trazer, e a quebrada 29 E lhes despertarei huma Planta
vendarei, e a enferma esforçarei: mas de Nome: e nunca mais serâo arreba­
a gorda, e a forte destruirei; apas- tados da fome na terra, nem mais le­
centa-las-hei com juizo. varão sobre si o opprobrio das gentes.
17 Porque vòs, 6 ovelhas minhas, as­ 30 Saberão porem que eu J e h o v a h
seu Deos estou com elles: e que elles
sim diz o Senhor J e h o v a h : eis que eu
julgarei entre gado pequeno e gado sâo meu povo, a casa de Israel, diz o
pequeno, entre carneiros e cabrões. Senhor J e h o v a h .
18 Pouco vos he que pastais o bom 31 Vósoutros pois, ó ovelhas rainha*,
pasto? e o resto de vossos pastos pi­ ovelhas de meu pasto, homens sois:
sais com vossos pes? e que bebeis as porem eu sou vosso Deos, diz o Senhor
profundas aguas, e as que ficâo de J e h o v a h .
resto, enlameais com vossos pés ?
19 E minhas ovelhas pastar&o o que
foi pisado com vossos pes? e beber&o CAPITULO XXXV.
o enlameado com vossos pés ? YEIO a palavra de J e h o v a h a
20 Porisso o Senhor J e h o v a h assim E mim. dizendo.
lhes diz: eis que eu, eu dtgo, julgarei 2 Filho ao homem, endereça tua fa-
entre o gordo gado pequeno, e o ma­ çe contra o monte de Seir, e profetiza
gro gado pequeno. contra elle.
21 Porquanto com a ilharga e oom o 3 E dize-lhe, assim diz o Senhor Je*

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*08 EZECHIEL, XXXVI.

hovah, eis qne ea o hei comtigo, 6


CAPITULO XXXVI.
monte de Seir: e estenderei minha
mâo contra ti, e te porei em assolação TU, ò filho do homem, propheti­
e espanto. E za aos montes de Israel, e dize,
4 Tuas cidades porei em solidão, e montes de Israel, ouvi a palavra de
tu te tornarás em assolação: e sabe­ J e h o v a h .
rás que eu sou J e h o v a h . 2 Assim diz o Senhor J e h o v a h , por
5 Porquanto guardas inimizade per- quanto diz o inimigo sobre vósoutros,
e fizeste derramar aos filhoshadeha! até as eternas alturas sâo por
O à fio de espada, no temponossa de herança.
sua perdição, no tempo da extrema 3 Portanto prophetiza, e dize, assim
iniquidade. diz o Senhor J e h o v a h , porisso, por­
6 Pelo que, vivo eu, diz o Senhor Je­ quanto vos assolárâo e devorárâo do
h o v a h , que te prepararei para sangue, redor, para que vos fosseis herança ao
e o sangue te perseguirá: pois que n&o resto das gentes, e estais trouxidos aos
aborreceste ao sangue, o sangue te per­ beiços paroleiros, e á murmuração do
seguirá. povo;
7 E porei ao monte de Seir em ex­ 4 Pelo que ó montes de IsTael, ouvi a
trema assolação, e desarraigarei delle palavra do Senhor J e h o v a h ; assim
ao que passar por elle, e ao que tornar aiz o Senhor J e h o v a h aos montes, e
por elle. aos outeiros, ás correntes, e aos valles,
8 E encherei seus montes de seus aos lugares assolados e solitários, e s
atravessados: em teus outeiros, e em as cidades desamparadas, que se tor*
teus valles, e em todas tuas correntes nárâo em rapina e em escárnio ao res­
cahirâo os atravessados à espada. to das gentes, que ha do redor.
9 Em assolações perpetuas te porei, 5 Pelo que assim diz o Senhor J e h o ­
e tuas cidades nunca mais se habita­ v a h , certamente no fogo de meu z0*
rão : assim sabereis que eu sou Jeh o ­ lo fallei contra o resto das gentes^ s
vah. contra todo Edom, que se apropriárâo
10 Porquanto dizes, os dous povos, e minha terra em herança, com alegria
as duas terras serâo minhas, e as pos­ de todo coração, e com despojos de co­
suiremos hereditariamente: ainda que biçar, para ser lançada fora á rapina.
J e h o v a h ali estivesse. 6 Portanto prophetiza sobre a terra
11 Pelo que, vivo eu, diz o Senhor de Israel, e dize aos montes, e aos ou*
J e h o v a h , que usarei conforme a tua teiros, a as correntes, e aos valles; as­
ira, e conforme a tua enveja, de que sim diz o Senhor J e h o v a h , eis que fàl-
usaste com teu odio contra elles: e lei em meu zelo e em meu furor, por*
serei conhecido delles, quando te jul­ uanto levastes sobre vos a affronta
garei. as gentes.
12 E saberás que eu J e h o v a h ouvi 7 Pelo que assim diz o Senhor Jeh o*
todas tuas blasfêmias, que dizeste con­ v a h , eu levantei minha mâo, que as
tra os montes de Israel, dizendo, já es­ gentes, que estâo do redor de vós, le­
tâo assolados, a nosoutros sâo entrega­ varão seu opprobrio sobre si mesmas.
dos por mantimento. 8 Porem vos, ó montes de Israel,
13 Assim vos engrandecestes contra ainda produzireis vosso ramo, e dareis
mim com vossa boca, e multiplicastes vosso fruto a meu povo Israel: porque
vossas palavras contra mim: eu o ouvi. chegâo para vir.
14 Assim diz o Senhor J e h o v a h : co­ 9 Porque eis que eu estou comvos­
mo se alegra toda a terra, te porei em co : e olharei por vósoutros, e sereis
assolação. lavrados e semeados.
15 Como te alegraste da herança da 10 E multiplicarei homens sobre vó^
casa de Israel, porquanto estâ assola­ a toda a casa de Israel, a ella toda: s
da, assim te farei a ti: o monte de Sier, as cidades se habitarão, e as solidôes
e todo Edom em total assolação se tor­ se edificarão.
nará; e saber&o que eu sou J e h o v a h . 11 E multiplicarei homens e bestas

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EZECHIEL, XXXVI. 809

sobre vós, e m ultiplicar-se-hào, e fruc- J e h o v a h , diz o Senhor J eh o vah , quan­


tific a r à o : e vos fa re i habitar com o e m do eu for santificado em vósoutros, pe­
vossos dias passados, e o farei m elh or rante seus olhos.
q a e e m vossos p rin cip ios; e sabereis 24 Porque vos tomarei d7entre as
q a e e a sou Js h o v a h . gentes, e vos ajuntarei de todas as ter­
12 E farei andar sobre vos homens, ras, e vos trarei a vossa terra.
a saber, meu povo de Israel, elles te 25 Entào espargirei agua pura sobre
possuir&o; e serás sua herança, e nun­ vos, e ficareis purificados: de todas
ca mais os desfilharás. . vossas immundicias, e de todos vossos
13 Assim diz o Senhor J e h o v a h , por­ deoses de esterco vos purificarei.
quanto vos dizem, terra es que devo­ 26 E vos darei hum coraçáo novo, e
ra homens: e es terra que desfílhas darei hum espirito novo dentro de vós­
teus povos. outros : e tirarei o coraçáo de pedra
14 rorisso náo mais devorarás ho­ de vossa came, e vos darei hum cora­
mens, nem mãi* desfilharás a teus po­ ção de came.
vos ; diz o Senhor J e h o v a h . 27 E darei meu Espirito dentro de
15 E farei aue nunca mais se ouvirá vósoutros: e farei que andeis em me­
sobre ti a anionta das gentes, nem us estatutos, e guardeis meus juizos e
mais levaráa sobre ti o opprobrio das os façais.
nações, nem mais desfilharás a tuas 28 E habitareis na terra que dei a
gentes, diz o Senhor J e h o v a h . vossos pais: e sereis a mim por povo,
16 E veio a palavra de J e h o v a h a e eu serei a vós por J e h o v a h .
mim, dizendo. 29 E vos livrarei de todas vossas im­
17 Filho do homem, quando a casa mundicias : e chamarei ao trigo, e o
de Israel habitava em sua terra, entào multiplicarei, e vos náo imporei fome.
a contamináráo com seus caminhos, e 30 Multiplicarei o fruto das arvores,
com suas acções: como immundicia e a novidade do campo: para que nun­
de menstruosa era seu caminho pe­ ca mais recebais o opprobrio da fome
rante meu rosto. entre as gentes.
18 Pelo que derramei meu furor so­ 31 Entào vos lembraréis de vossos
bre elles, por causa do sangue que der- maos caminhos, e de vossos tratos, que
ramárâo sobre aterra, e por seusdeos­ nào forão bons: e tereis nojo em vos
es de esterco, com que a contamináráo. mesmos de vossas maklades, e de vos­
19 E os espargi entre as gentes e fo­ sas abominações.
rão espalhados pelas terras: conforme 32 Náo por vósoutros eu faço isto, diz
a seus caminhos, e conforme a seus o Senhor J e h o v a h ; notorio vos seja:
tratos os julguei. envergonhai-vos, e confundi vos de
20 E chegando ás gentes para onde vossos caminhos, ó casa de Israel.
ee forão, profanàrâo meu santo Nome: 33 Assim diz o Senhor J e h o v a h , no
porquanto se dizia delles, estes sáo o dia em que eu vos purificar de todas
povo de J e h o v a h , e sahirâo de sua vossas maldades: entâo farei habitar
terra delle. as cidades, e as solidôes se edificàrào.
21 Porem os escusei por amor de meu 34 E a terra assolada se lavrará, em
santo Nome, o qual profanou a casa de lugar de ser assolada perante os olhos
Israel eutre as gentes, para onde se de todos os que passavâo.
fóráo. 35 E dirào, esta terra assolada, ficou
22 Pelo que dize á casa de Israel, as­ como o horto de Edem: e as cidades
sim diz o Senhor J e h o v a h , nào por vos solitarias, e assoladas, e destruídas,
çu o faço, ò casa de IsraeL porem por estào fortalecidas e habitadas.
meu santq Nome, que profanastes en­ 36 Entào saberào as gentes, que fica­
tre as gentes, para onde vos fostes. . rem de resto do redor de vósoutros,
23 Porque eu santificarei meu gran­ ue eu J e h o v a h reedifico as cidades
de Nome, que foi profanado entre as estruidas, e replanto o assolado: eu
gentes, o qual profanastes em meio J e h o v a h o fallei, e farei.
aellas; e as gentes saberào que eu sou 37 Assim diz o Senhor Jeh ovah , ain-

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810 EZECHIEL, XXXVII.

da por isto terei requerido da casa de râo, e nossa atença pereoeo,nòs áto­
Israel, que lh’o faça: multiplica-loe- mos cortados.
hei de homens, como a ovelhas. 12 Pelo que prophetiza, e dize-lhes,
38 Como a ovelhas santificadas, co­ assim diz o Senhor Jshovah, eis que
mo as ovelhas de Jerusalem em suas eu abrirei vossas sepulturas, e vos fa­
solennidades, assim as cidades deser­ rei subir de vossas sepulturas, ó povo
tas serâo cheias de rebanhos de ho­ meu, e vos trarei à tem de Israel.
mens : e saber&o que eu sou Jehovah. 13 E sabereis que eu sou Jehovah,
quando eu abrir vossas sepulturas, e
CAPITULO xxxvn . vos fizer subir de vossas sepulturas,
o povo meu.
TX)I sobre mim a m&o de Jehovah, 14 E darei meu espirito em vòs, e
Jl e Jehovah me tirou em Espiri­ vivereis, e vbs meterei em vossa ter­
to, e me pôz no meio de hum valle, ra : e sabereis que eu Jehovah fallei
que estava cheio de ossos. isto, e o fiz, diz Jehovah.
2 E me fez passar perto delles do 15 E veio a palavra de Jshovah a
redor: e eis que bem muitos havia so­ mim, dizendo.
bre a face do valle; e eis que est&v&o 16 Tu pois, ò filho do homem, toma­
sequíssimos. te hum pao. e escreve nelle, a Jada
3 E me disse, filho do homem, por­ e aos filhos ae Israel, seus companhei­
ventura viver&o estes ossos? e eu ros: e toma-te outro pao, e escreve
disse. Senhor Jehovah, tu o sabes. nelle a Joseph, o pao ae Ephraim, e
4 Ent&o me disse, prophetiza sobre de toda a casa de Israel, seus comp*
estes ossos, e dize-lhes; ossos seccos, nheiros.
ouvi a palavra de Jehovah. 17 E os faze chegar hum ao outro,
5 Assim diz o Senhor Jehovah a es­ que sejáo a ti hum pao: e serâo em
tes ossos: eis que eu farei entrar es­ hum em tua m&o.
pirito em vòs, e vivereis. 18 E quando te fallarem os filhos de
6 E porei nervos sobre vòs, e farei teu povo, dizendo: porventura nâonoi
subir came sobre vòs, e estenderei declararás, que te signifudo estas coo-
couro sobre vós, e darei espirito em sas?
vòs, e vivereis: e sabereis que eu sou 19 Entâo lhes dir&s, assim diz o Se­
Jehovah. nhor Jehovah, eis que eu tomarei o
7 Ent&o prophetizei como me fora pao de Joseph, que esteve em mâo
mandado: e houve hum arroido, pro- ae Ephraim. e aas tribus de Israel,
phetizando eu; e eis huma commo- seuscompanneiros: e os ajuntarei com
ç&o se fe z ; e os ossos se chegarão, elle ao pao de Judá, e os farei hom
cada hum osso a seu osso. pao, e serào em hum em minha mio.
8 E olhei, e eis que vinhão nervos 20 E os paos sobre que houveres es­
sobre elles, e came subia sobre elles, crito, estarão em tua m&o perante se­
e estendeo couro sobre elles por ci­ us olhos.
ma : porem n&o havia espirito nelles. 21 Dize-lhes pois, assim diz o Se­
9 E me disse, prophetiza ao espiri­ nhor Jehovah. eis que eu tomarei 00
to, prophetiza, ò filho do homem, e filhos de Israel d’entreas gentes, aon­
dize ao espirito, assim diz o Senhor de se for&o 'r e ajunta-los-hei do redor,
Jehovah, vem desdos quatro ventos, e os levarei á sua terra.
ô espirito, e sopra sobre estes matados, 22 E delles fiarei huma gente na ter­
e viverão. ra nos montes de Israel, e todos elles
10 E prophetizei como me mandára: ter&o hum sô Kei por Rei: e nuncs
entâo o espirito entrou nelles, e vivé- mais serâo duas gentes, e nunca mais
râo, e se puzérão sobre seus pés, hum por diante se dividirão em dous Rei­
grandíssimo exercito. nos,
11 Entâo me disse, filho do homem, 23 E nunca mais se contaminarfto
estes ossos s&o toda a casa dè Israel: com seus deoses de esterco, nemcom
eis que dizem, nossos ossos se secc&- suas abominações, nem o o m suaspre-

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EZECHIEL, XXXVm. 811

varicaçòes, e os livrarei de todas soas tado, u o fim d os annos v irá s a a terra,


habitações, em que peccárâo, e os que se retirou da espada, e foi ajun­
purificarei; assim me serâo por povo, tada de muitos povos aos montes de
e eu lhes serei por Deos. Israel, que sempre servirão de asso­
24 E meu servo David serà Rei so­ lação : mas aquella terra dentre os po­
bre elles, e todos elles terâo hum Pas­ vos foi tirada, e todos elles habitarão
tor: e andarão em meus direitos, e seguramente.
guardarão meus estatutos, e os farâo. 9 Entâo subirás, virás como tempes­
25 E habitarão na terra, que dei a tuosa assolação, como nuvem serás
meu servo Jacob, em que habitârâo para cubrir a terra, tu e todas tuas
vossos pais: e habitarão nella elles e tropas, e muitos povos comtigo.
seus filhos, e os filhos de soub filhos, 10 Assim diz o Senhor J k h o v a h : e
para sempre, e David meu servo serà será naquelle dia, que subirão conse­
seu Principe eternamente. lhos em teu coração, e pensarás pen­
26 E farei com elles concerto de samento mâo.
paz; concerto perpetuo serà oom el­ 11 E dirás, subirei contra a terra das
les: e os porei, e os multiplicarei, e aldeas, virei contra os que estâo em
porei meu Santuario em meio delles repouso, que habitão seguros: todos
para sempre. elles habitão sem muro, e nâo tem
27 E meu Tabemaculo estará com ferrolho nem portas;
elles, e lhes serei por Deos, e elles 12 Para despojar despojo, e para rou­
me serâo por povo. bar roubo: para tomar tua mâo contra
28 E as gentes saberão que eu sou as terras desertas, que agora se habi-
J s h o v a h , que santifico a Israel: quan­ tâo; e contra o povo que se ajuntou
do estiver meu Santuario em meio dentre as gentes, e já tem gado e pos­
delles para sempre. sessões. m e habita no meio da terra.
13 ScneDa, e Dedan, e os mercado­
res de Tharsis, e todos seus filhos de
c a p it u l o xxxvm. leões te dirâo, porventura tu vens a
EIO mais a palavra de despojar despojo % ou ajuntaste teu
V a mim, dizendo.
Jehovah

2 Pilho do homem, endereça tlia face


ajuntamento para roubar roubo? pa­
ra levar prata e ouro ? para tomar ga­
oontra Góg, terra de Magos, Prínci­ do e possessões % para despojar gran­
pe mór de Mesech e TubaJ; e pro­ de despojo ?
phetiza contra elle. 14 Portanto prophetiza, ó filho do
3 E dize; assim diz o Senhor J s h o ­ homem, é dize a Gog, assim diz o Se­
v a h : eis que eu o hei comtigo, 6 Gogr, nhor J s h o v a h , porventura nâo o ex­
Príncipe mór de Mesech e de Tuba!. perimentarás naquelle dia, quando
4 E te farei tornar, e te porei anzoes meu povo Israel habitar seguramente ?
nas queixadas, e te lerarei a ti com 15 Virás pois de teu lugar das ban­
todo teu exercito, cavallos e cavallei­ das do Norte, tu e muitos povos com­
ros, todos vestidos bizarramente, con­ tigo, os quaes todos andâo á cavallo,
gregação grande, eom escudo e rode­ grande ajuntamento, e muito exercito.
la, que todos meneâo a espada. 16 E subirás contra meu povo Israel
5 Persas, Ethiopes, e Puteos com como nuvem, para oubrir a terra: no
elles, todos elles com escudo e capa­ fim dos dias isto serà; entâo te trarei
cete. contra minha terra, para que me co-
6 Gomer e todas suas tropas, a casa nheçâo as gerites, quando me houver
de Togarma, da banda do Norte, e to­ santificado em ti perante seus olhos,
das suas tropas: muitos povos comti­ 6 Gog.
go. 17 Assim diz o Senhor J s h o v a h ,
7 Prepara-te, e apercebe-te, tu e to­ porventura nâo es tu aquelle de quem
das tuas congregacôes, que se ajun- eu disse em os dias passados, pelo mi­
tárâo a ti, e serve lhes de guarda. nistério de meus servos os Prophetas
8 Depois de muitos dias serfcs v w - de Israel, que naquelles dias prophe-

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812 EZECHIKT^ AXXVlllé
tizárão largo* annos, qae te traria con­ 6 E enviarei fogo em Magog, e en­
tra elles? tre os que habitão seguros nas ilhas;
18 Serà porem naquelle dia, no dia e saberão, que eu sou J k h o v a h .
em aue vier Gog contra a terra de Isra­ 7 E farei notorio meu santo Nome
el, diz o Senhor J e h o v a h , que minha em meio de meu povo Israel, e nunca
indignação subirá a meus narizes. mais deixarei profanar meu santo No­
19 Porque fallei em meu zelo, no fo­ me : e as gentes saberão, aue eu soa
go de meu furor, que naquelle dia ha­ J e h o v a h , o Santo em Israel.
verá grande tremor sobre a terra de 8 Eis que he vindo, e serà, diz o Se­
Israel. nhor J e h o v a h : este he o dia, de que
20 De tal maneira} que tremerão di­ tenho fallado.
ante de minha face os peixes ao mar, 9 E os moradores das cidades de Is­
e as aves do ceo, e os animaes do rael sahirâo, e encenderãofogo, e quei­
campo; e todos os reptiles que andão marão annas, e escudos, e rodelas, com
de gatinhas sobre a terra, e todos os arcos e oom frechas, e com bastões de
homens que estão sobre a face da ter­ mào, e com lanças: e encenderão fo­
ra: e os montes derribar se hão, e os go com ellas por sete annos.
precipícios cahirâo, e todos os muros 10 E nào trarãolenha do campo, nem
cahirâo a terra. a cortarão dos bosques, mas com as
21 Porque chamarei sobre elle a es­ armas encenderão fogo: e roubarão
pada em todos meus montes, diz o Se­ aos que os roubàrào, e despojarão sos
nhor J e h o v a h : a espada de cada hum que os despojàrão, diz o Senhor Jeho­
serà contra seu irmão. vah.
22 E contenderei com elle com pes­ H E serà naquelle dia, que ali da­
te e com sangue: e huma grande pan­ rei a Gog hum lugar de sepultura em
cada de chuva, e grandes pedras .de Israel? a saber, o vaüe dos que passfto
saraiva, fogo, e enxofre choverei so­ ao Oriente do mar; e este tapará os
bre elle, e sobre suas tropas, e sobre os narizes aos que passarem: e ali sepul­
muitos povos, que estiverem com elle. tarão a Gog, e a toda sua multidão, e
23 Assim engrandecer-me-hei, e san- lhe chamarão, o valle da multidão de
tificar-me-hei, e serei conhecido pe­ Gog.
rante os olhos de muitas gentes, e sa­ 12 E a casa de Israel os enterrará,
berão que eu sou J e h o v a h . para purificar a terra, por sete mezes.
13 Pois todo o povo da terra os en­
CAPITULO XXXIX. terrará, e lhes será por nome, no dia
em que eu for glorificado, diz o Senhor

T U pois, ô filho do homem, prophe­ J e h o v a h .


tiza ainda contra Gog, e dize, as­ 14 E separarão varões, que de con­
tino passarão pela teria, e coveiros
sim diz o Senhor J e h o v a h : eis que
eu o hei comtigo, 6 Gog, Principe mòr com os que passão, para enterran»
de Mesech e ae Tubal. aos que forão deixados sobre a face
2 E te farei tornar, e te porei seis da terra, para a purificarem: a cabo
anzôes, e te farei subir das Sandas do de sete mezes farão escrutínio.
Norte, e te trarei aos montes de Israel, 15 E os que passão pela terra, pas­
3 E tirarei teu arco de tua mão es­ sarão, e vendo alguem osso de homem,
querda, e farei cahir tuas frechas de levantará junto a elle hum sinal: ate
tua mão direita. que os coveiros o ouverem enterrado
4 Nos montes de Israel cahiràs, tu e no valle da multidão de Gog.
todas tuas tropas, e os povos que estão 16 E tambem o nome da cidade se­
comtigo: a as aves ae rapma, e as rà Hamona: assim purificarão a teria.
aves de todas asas, e aos animaes do 17 Tu pois, o filho do homem, as­
oampo, te dei por mantimento. sim diz o Senhor J k h o v a h . dize a as
5 Sobre a face do campo cahiràs: aves de todas asas, e a todos os am*
porque eu o fallei, diz o Senhor Jjcho- maes do campo j ajuntai-vos e vinde,
VAH. congregai-vos do redor a mea sacrifi-

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EZECHIEL, XL. 813

cio, aue ea sacrifiquei pôr-vos, hum delles, quando eu houver derramado


sacrincio grande nos montes de Israel, meu Espirito sobre a casa de Israel,
e comei came, e bebei sangue. dize Senhor J e h o v a h .
18 Carne de herôes comereis, e san­
gue de principes da terra bebereis: CAPITULO XL.
de carneiros, de cordeiros, e de ca­
brões, t de bezerros, todos cevados de OS vinte e cinco annos de nossa
Basan. A transportaç&o em cativeiro, no
principio do anno, aos dez do mez,
19 E comereis gordura até vos far­
tardes, e bebereis sangue até vos em­ aos catorze annos desde que fora fe­
bebedardes, de-meu sacrifício qüe sa­ rida a cidade, em aquelle mesmo dia
crifiquei por vòs. veio sobre mim a m&o de J e h o v a h ,
20 E vos fartareis à minha mesa de e me levou para 1&.
cavallos, e de carros, de herôes, e de 2 Em visões de Deos me levou a a
todos homens de guerra, diz o Senhor terra de Israel: e me pôz sobre hum
Jehovah . monte mui alto, e havia sobre elle co­
21 E porei minha gloria entre as mo hum edificio de huma cidade para
gentes: e todas as sentes ver&o meu a banda do Sul.
juizo, que fiz, e minha m&o, que puz 3 E havendo-me levado ali, eis hum
nellas, var&o, cujo parecer era como parecer
22 E saber&o os da casa de Israel, de bronze, e tinha hum cordel de li­
qne eu sou J e h o v a h seu Deos, desde nho em sua m&o, e huma cana de me­
aquelle dia em diante. dir : e elle estava em pé a a porta.
23 E as gentes saber&o,' que os da 4 E aquelle var&o me fallou, filho do
casa de Israel por sua maldade for&o homem, olha com teus olhos, e ouvi
levados em cativeiro, porquanto se re- com teus ouvidos, e poem teu coraç&o
bellàr&o contra mim, e eu escondi mi­ em tudo quanto eu te fizer ver; por­
nha face delles: e os entreguei em que, para t’o fàzer ver, es trazido
m&o de seus adversarios, e todos ca- aqui: denuncia pois a a casa de Isra­
hír&o &espada. el tudo quanto tu vires.
24 Conforme a sua immundicia, e 5 E eis hum muro fora da casa do
conforme a suas prevaricações usei redor, e na m&o do var&o huma cana
com elles, e escondi minha face del­ de medir de seis covados, cada covado
les. de hum covado e hum palmo, e mé­
25 Pelo que assim diz o Senhor Je­ dio a largura do edificio de huma ca­
h o v a h , agora tomarei a trazer aos pre­ na, e a altura de outra cana.
sos de Jacob, e me apiadarei de toda 6 Ent&o veio a a porta, cuja face es­
a casa de Israel, e zelarei por meu tava para o caminho do Oriente, e su­
santo Nome. bio por seus degr&os, e medio o um­
26 Quando ouverem levado sobre si bral da porta de huma cana a largura,
m a vergonha, e toda suarebeldia, com e o outro umbral da outra cana a lar­
que se rebell&r&o contra mim, habi­ gura.
tando elles seguros em sua tena, e 7 E cada camarinha era huma cana
ninguém havendo que os espantasse. de compridão, e outra cana de largu­
27 Quando eu os tomar a trazer den­ ra, e entre as oamarinhas er&o cinco
tre os povos, e os houver ajuntado das covados: e o umbral da porta era jun­
terras de seus inimigos, e eu for san­ to o alpendre da porta por de dentro,
tificado nelles perante os olhos de de huma cana.
moitas gentes : 8 Tambem medio o alpendre da por­
28 Ent&o saber&o, que eu sou Jxh o­ ta por de dentro de huma cana.
v a h seu Deos, porquanto os fiz levar 9 Ent&o medio o outro alpendre da
em cativeiro entre as gentes, e os tor­ porta de oito covados. e seus pilares
nei a aiuntar em sua terra, e nenhum ae dous covados, e o alpendre aa por­
delles aeixei mais lá. ta por de dentro.
29 Nem esconderei mais minha faoe 10 E as camarinhas da. porta do ca-

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814 EZECHÍfiL, XL.

mixibo para o Orienta erão tres desta e snas palmas, erão da medida da pop»
e tres aa outra banda, de huma mes­ ta, cuja face estava pata o caminho
ma medida ellas tres: tambem os pi­ do Oriente: e subiâo a ella por eete
lares desta, e da outra banda, tinháo degrãos, e seus alpendres erão diante
huma mesma medida. delias.
11 Medio mais a largura da entrada 23 E estava a porta do pateo de den­
da porta de dez covados: e a compri­ tro* em fronte da porta do Norte e do
dão da porta de treze covados. Oriente: e medio de porta à porta
12 E o espaço de diante das cama­ cem covados.
rinhas era ae num covado de huma, e 24 Então me levou ao caminho do
de outro covado o espaço da outra Sul; e eis que estava huma porta p»-
banda: e cada camarinha tinha seis ra o caminho do Sul, e medio aens
covados de huma, e seis covados da pilares e seus alpendres, conforme a
outra banda. estãs medidas.
13 Então medio a porta desd’o te­ 25 E tinha tambem janellas do ve­
lhado de huma camarinha até o te­ dor de seus alpendres, como estas ja
lhado da outra, de largura de vinte e nellas: a longura era de cincoenta
cinco covados, porta contra porta. covados, e a largura de vinte e cinoo
14 Tambem tez pilares de sessenta covados.
covados, a saber, para o pilar do pateo 26 E de sete degrãos erão suas sa­
do redor da porta. bidas, e seus alpendres diante delias:
15 E desda dianteira da porta da en­ e tinha palmas numa de huma banda,
trada, até a dianteira uo alpendre e outra da outra banda em seus pi­
da porta interior, havia cincoenta co­ lares.
vados. 27 Tambem huma porta havia no
16 Havia tambem janellas de fechar pateo de dentro para o caminho do
nas camarinhas, e em seus pilares por Sul: e medio de porta á porta para o
de dentro do redor da porta; assim caminho do Sul, cem oovadoe.
tambem nos alpendres: e as janellas 28 Então me levou ao pateo de den­
estavâo por de dentro do redor, e nos tro pela porta do Sul: e medio a por­
pilares havia almas. ta do Sul conforme a estas medidas.
17 E me levou ao pateo de fora; e 29 E suas camarinhas, e seus pila­
eis que havia nelle camaras, e hum res, e seus alpendres erão conforme a
solhado que estava feito no pateo do estas medidas; e tinhão tambem ja­
redor: trinta camaras havia naquelle nellas do redor de seus alpendres: a
solhado. longura era de cincoenta covados, e a
18 E o solhado da banda das portas largura de vinte e cinco covados.
estava em fronte da lonçura das por­ 30 E alpendres havia do redor: a
tas: o solhado era debaixo» longura era de vinte e cinco covados^
19 E medio a largura da dianteira e a largura de cinco covados.
da porta debaixo até a dianteira do 31 E seus alpendres estavão no pa­
pateo de dentro, por de fora de cem teo de fora, e tinhão palínas em seus
covados, da banda do Oriente e do pilares: e de oito degraos erão soas
Norte. subidas.
20 E tocante a porta cuja face esta­ 32 Depois me levou ao pateo de den­
va para o caminho do Norte, no pateo tro, paia o caminho do Oriente, e me­
de fora, medio sua longura e sua lar­ dio a porta conforme a estas medidas.
gura. 33 Come tambem suas camarinhas,
21 E suas camarinhas, tres de huma e seus pilares, e seus alpendres, con­
banda, e tres da outra, e seus pilares, forme a estas medidas; e tinha tam­
e seus alpendres erão da meaida da bem janellas, do redor de seus alpen­
primeira porta: de cincoenta covados dres: a longura era de cincoenta co­
era sua longura, e a largura de viate vados, e a largura de vinte e cinoo
e cinco covados. covados.
22 E suas janellas, e seu* alpendres, 34 E sens alpendres estavâo no ps-

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EZKCHi k L, XLL 815

tio de fora: tambem havia palmas em cerdotes, que tem a guarda do Altar:
seos pilares de huma ede outra banda; estes sâo os filhos de Zadoc, que a Js­
e erão suas subidas de oito degraos. h o v ah se aehegâo dos filhos de Levi,
35 Entâo me levou à porta do Norte, para o servir.
e medio conforme a estas medidas. 47 E medio o patio, a longura de
36 Suas camarinhas, seus pilares, e cem covados, e a largura de cem oo-
seus alpendres, tambem tinha janellas vadois, quadrado: e o Altar estava di­
do redor: a longura era de cincoenta ante do Templo.
covados, e a largura de vinte e cinco 48 Entâo me levou ao alpendre do
eovados. Templo, e medio a cada pilar do alpen­
37 E seus pilares estavâo no patio dre, cinco covados de huma banaa, e
de fora, e palmas em seus pilares de cinco covados da outra; e a largura
huma e de outra banda: e erão suas da porta, tres covados de huma ban­
subidas de oito degrios. da, e tres corados da outra.
38 E sua camara e sua porta estavâo 49 A longura do alpendre, de vinte
junto os pilares das portas; aonde la- covados, e a largura ae onze covados;
vavâo o holocausto. e era com degrâos, pelos quaes se su­
38 E no alpendre da porta erão duasbia : e havia columnas junto aos pi­
mesas de huma banda, e duas mesas lares, huma de huma banda, e outra
da outra, para nellas degolar o holo­ da outra.
causto, e o sacrifício pelo peccado, e
pela'culpa.
40 Tambem da banda de fora da su­ CAPITULO XLI.
bida para a entrada da porta do Norte NTAO me levou ao Templo, e me­
havia duas mesas; e da outra banda, E dio os pilares, seis covados de
que estava no alpendre da porta, ha­ largura de huma banda, e «eis cova­
via duas mesas. dos de largura da outra, a largura da
41 Quatro mesas de huma, e quatro Tenda.
mesas da outra banda, a a banda da 2 E a largura da entrada de dez ce­
porta, oito mesas, sobre as quaes de- vados ; e as bandas da entrada, cinco
gdavâo. covados de huma banda, e cinco co­
42 E as quatro mesas para o holo­ vados da outra: tambem medio sua
causto, erão de pedras lavradas, de compridão de quarenta covados, e a
longura de hum covado e meio, e de largura de vinte covados.
largura de hum covado e meio, e de 3 E entrou dentro, e medio ao pilar
altura de hum covado: e sobre ellas da entrada de douB covados, e a en­
se punhâo os instrumentos, com que trada de seis covados, e a largura da
degolavâo o holocausto e o sacrifício. entrada de sete covados.
43 E as pedras do lar erão de hum 4 Tambem medio sua compridão de
palmo de grossura, bem ordenadas na vi nte covados, e a largura de vinte co­
casa do redor, e sobre as mesas a car­ vados, diante do Templo: eme disse,
ne de offerta. esta he a Santidade das Santidades.
44 E de fora da porta de dentro es- 5 E medio a parede do Templo de
tavâo as camaras dos cantores no patio seis covados, e a largura das camaras
de dentro, qne era da banda da porta aos lados de quatro covados, da redor
do Norte, e sua face para o caminho do Templo em roda.
do Sul: numa estava a a banda da 6 E as camaras aos lados, oamara
porta do Oriente, cuja face era para o sobre camara erão trinta e tres por or­
caminho do Norte. dem, e entravâo na parede, que tocava
45 E me fallou: esta camara, cuja ao Templo pelas camaras aos lados do
face está paia o caminho do Sul, he redor; para que estribassem neüas:
ra os Sacerdotes, que tem a guarda porque nâo estribavâo na parede do
Templo. Templo.
46 Mas a camara, cuja faoe está pa­ 7 E havia maior largura e volta nas
ra o oaminho do Norte, he para os Sa­ camaras aos lados para riba, porque o

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SIS EZECHIEL, XLU.
c aracol do Templo subia mui alto do 18 E se fez eomCherubins e palmas:
redor do Templo; pelo que o Templo de maneira que cada palma estava en­
tinha mais largura para riba: e assim tre Cherubim e Cherubim, e cadaChe­
de camara baixa se subia a a alta pe­ rubim tinha dous rostos.
lo meio. 19 A saber, hum rosto de homem
8 E olhei para a altura do Templo para a palma de huma banda, e hum
do redor: e erão os fundamentos aas rosto do filho de leão para a palma da
camaras aos iados de medida de huma outra: assim se fez por toda a casa em
inteira cana, seis covados, o covado to­ roda.
mado até o sobaco. 20 Desda terra até por cima da en*
9 A largura da parede das camaras trada estavâo feitos os Cherubins eu
aos lados do fora era de cinoo cova­ palmas: como tambempeta parede do
dos : e o que foi deixado vazio, era o
lugar das camaras aos lados, que er&o 21 As umbreiras do Templo er&o
junto ao Templo. quadradas: e tocante a dianteira do
10 E entre as camaras havia a largu­ Santuario, a feição da huma era como
ra de vinte covados, do redor do Tem­ a feição da outra.
plo em roda. 22 0 Altar de madeira era de tres
11 E as estradas das camaras aos la­ covados de altura, e sua compridão
dos sahido ao lugar vazio: huma en­ de dous covados, e tinha suas esqui­
trada para o caminho do Norte, e ou­ nas ; e sua compridão, e suas paredes
tra entrada para e do Sul: e a largura erão de madeira: e me fallou, estabe
do lugar vazio era cinco covados em a mesa, que estâ perante a face de
roda. Jshovah.
12 Era tambem o edifício, que esta­ 23 E o Templo e o Santuario, ambos
va diante da separação A esquina do tinhão duas portas.
caminho do Occidente, de largura de 24 E havia duas portas para as por­
setenta covados, e a parede do edifício tas: duas portas que se podiâo virar;
de cinco covados de largura em roda: duas para huma porta, e duas porias
e sua compridão era de noventa co­ para a outra.
vados. 25 E havia feitos nellas, a saber nas
13 E medio o Templo, de compridão portas do Templo, Cherubins e pe­
cem covados : como tambem a separa­ rnas, como estavâo feitos nas paredes;
ção, e o edifício, e suas paredes, de e havia huma viga grossa de madein
compridão cem covados. na dianteira do alpendre por de fora.
14 E a largura da dianteira do Tem­ 26 E havia janellas estreitas e pal­
plo, e da separação ao Oriente, era de mas. de huma e de outra banda, pelas
cem covados. banaaa do alpendre: como tambem
15 Tambem medio a compridão do nas camaras do Templo, e nas grossas
edifício, diante da separação, que es­ vigas.
tava de tras delle, e suas galenas de
huma e de outra banda erão de cem
covados, cora o Templo de dentro, e CAPITULO XLn.
os alpendres do patio. EPOIS disto me fez sahir ao patio
16 Os umbraes e as ianellas estrei­
tas, e as galerias do redor dos tres, em
D de fora, para a banda do cami­
nho do Norte: e me levou a as cama*
fronte do umbral, estavâo cubertas de ras, que estavâo em fronte do lagar
medeira do redor : e isto desda terra vazio, e que estavâo em fronte do
até as janellas; e as janellas estavâo edifício, da banda do Norte.
cubertas. 2 Em fronte da compridão de oem
17 Até o que havia de riba da porta, covados era a entrada do Norte: e a
e até ao Templo de dentro e de fora, largura era de cinooenta covados.
e até toda a parede do redor, por de 3 Em fronte dos vinte covadWj Ç®6
dentro e por de fora, tudo por medi­ tinha o patio de dentro; e em
da. do solhado, que tinha o patio de fofl»

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EZECHIEL, XLm . 817

havia galeria oontra galeria em tres 14 Quando os Sacerdotes entrarem,


andaimes. n&o sahir&o do Santuario para o patio
4 E diante das camaras era hum de fora; mas ali por&o suas vestes,
passeadouro de dez covados de largu­ com que ministràr&o, porque ellas s&o
ra, da banda de dentro; e hum cami­ santiaade: e vestir-se-hâo de outros
nho de hum oovado, e suas entradas vestidos, e assim se chegarão ao que
da banda do Norte. toca ao povo.
5 E as camaras de cima erão mais 15 E acabando elle de medir o Tem­
estreitas, (porquanto as galerias erão plo de dentro, tirou me pelo caminho
mais altas que aquellas,) a saber que as da porta, cuja face estâ para o cami­
debaixo, e que as do meio do ediíicio. nho do Oriente; e a medio em roda.
6 Porque ellas bem erão de tres an­ 16 Medio a banda Oriental com a ca­
daimes, porem n&o tinhão columnas na de medir, quinhentas canas com a
oomo as columnas dos patios: porisso cana de medir do redor.
eetav&o mais retrahidas que as debai­ 17 Medio a banda do Norte, qui­
xo, e as do meio, desda terra. nhentas canas com a cana de medir
7 E o muro que estava por de fora do redor.
em fronte das camaras, para o cami­ 18 A banda do Sul tambemmedio, qui­
nho do patia de fora por diante das nhentas canas com a cana de medir.
camaras, era de compnd&o de ciuco- 19 Rodeou a banda do Occidente, e
enta coradoe. medio quinhentas canas com a cana
8 Porque a oomprid&o das camaras, de medir.
que tinha o patio de fora, era de cin­ 20 A as quatro bandas a medio, <
coenta covados: e eis que em fronte tinha hum muro em roda, de compri­
de Templo havia cem covados. d&o quinhentas canas, e de largura
9 E debaixo destas camaras estava tambem quinhentas: para fazer diffe-
a- entrada do Oriente, quando se entra rença entre o santo e o profano.
nellas do patio de fora.
10 Na largura do muro-do patio pora CAPITULO XLm.
o caminho do Oriente, diante do lugar
vazio, e diante do edifício, havia tam­ NTAO me levou a a porta, a a por­
bem camaras.
11 E o caminho de diante delias era
E ta que olha para o caminho do
Oriente.
da feiç&o das camaras, que estav&o 2 E eis que a Gloria do Deos de Is­
para o caminho do Norte; conforme rael vinha do caminho do Oriente: e
a sua comprid&o, assim era sua largu­ sua voz era como a voz de muitas
ra : e todas suas sahidas er&o tambem aguas, e a terra resplandeceo por oau-
conforme a suas feições, e conforme sade sua gloria.
a suas entradas. 3 E o parecer da vis&o que vi, era
12 E conforme as entradas das ca- como o parecer, como o parecer que
roaras. que estav&o para o caminho vira, quando vim a destruir a cidaae;
do Sul, navia tambem huma entrada e ér&o os pareceres da vis&o, como o
no principio do caminho, do caminho parecer que vi junto ao rio de Che-
de diante do muro direito, para o ca­ bar; e cahi sobre meu rosto.
minho do Oriente, quando se entra por 4 E a Gloria de Jehovah entrou no
ellas. Templo peio caminho da porta, cujà
13 Ent&o me disse, as camaras do face està para o caminho ao Oriente.
Norte, e as camaras do Sul, que es­ 5 E levantou-me o Espirito, e me le­
t&o diante do lugar vazio, ellas s&oca- vou ao patio de dentro: e eis que a
maras santas, em que os Sacerdotes, Gloria de J b h o v a h encheo ao Templo.
que se ohegâo a J z h o v a h , comerão 6 E ouvi a hum, que fallava comigo
as cousas mais santas: ali por&oas cou­ desdo Templo, e num varâo estava
sas mais santas, e asoffertas de comer, em pé junto a mim.
e a expiação pelo peccado, e a pela 7 E me disse, filho do homem, este
culpa; porquanto o lugar he santo. he o lugar de meu throno, e o lugar
35

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818 EZECHIEL, XLIV.
das plantas de meus pes, aonde habi­ em seus quatro lados: e o contorno
tarei em meio dos filhos de Israel pà- do redor delia era de meio covado, é
ra sempre : e os da casa de Israel nâo o seio delia de hum covado do redor,
mais contaminarão meu Nome santo, e seus degrâos olhavão para o Ori­
nem elles, nem seus Reis, com suas ente.
fornicações, e com os corpos mortos 18 E m e disse, filho do homem,
de seus Reis em seus altos. assim diz o Senhor J eh ovah , estes s&o
8 Quando punhâo seu umbral junto os estatutos do altar, no dia em oue o
a meu umbral, e sua umbreira junto f a r â o : p ara offerecer sobre elle nolo-
a minha umbreira, e era huma parede causto, e p ara espargir sangue sobre
entre mim e entre elles: e contami- elle.
nàrâo meu santo Nome com suas abo­ 19 E aos Sacerdotes LeVitas, qae s&o
minações, que faziâo j pelo que os con­ da-semente de Zadoc, que Be chegâo
sumi em minha ira. a mim, (diz o Senhor J e h o v a h ) pau
9 Agora lançarão longe de mim sua me servirem, darâ hum bezerro, filho
fornicação, e os corpos mortos de se­ de vaca, para expiação pelo peccado.
us Reis: e habitarei em meio delles 20 E tomarás de seu sangue, e opo­
para sempre. rás em seus quatro cornos, e nas qua­
10 Tu pois ò filho do homem, mostra tro esquinas da listra, e no contorno
a a casa de Israel esta casa, para que ao redor: assim o alimparás, e o ex­
se envergonhem de suas maldades^ e piarás. -
midâo o exemplar delia. 21 Entâo tomarás o bezerro da ex­
11 E envergonhando-se elles de tu­ piação pelo peccado, e o queimario
do quanto fizérâo, faze-lhes saber a no lugár da casa, para isso ordenado,
forma desta casa, e sua estatura, e su­ fora ao Santuario.
as sahidas, e suas entradas, e todas 22 E ao segundo dia offerecerâshum
suas formas, e todos seus estatutos, si cabrão inteiro das cabras em expia*
todas suas formas, e todas suas leis, e çâo pelo peccado: e expiarão oafiar,
o escreve perante seus olhos: para como o expiárâo com o bezerro.
que guardem toda sua forma, e todos 23 E acaban do tu d e expiar, offerece-
seus estatutos, e os façâo. rás h um bezerro, filho inteiro de Taca,
12 Esta he a lei da casa: sobre o e hum carneiro inteiro do rebanho.
cume do monte todo seu contorno em 24 E os offerecerâs perante a face
roda serà santidade de santidades; de J e h o v a h : e os Sacerdotes deitarto
eis que esta he a lei da casa. sal sobre elles, e os offerecerão for
13 E estas sâo as medidas do altar, holocausto a J e h o v a h .
conforme aos covados, o covado toma­ 25 Por sete dias prepararás humca­
do a covado e hum palmo: e o seio de brão de expiação cadadia: tambem
hum covado de altura, e hum covado prepararão mim bezerro, filho de yaca,
de largura: e seu contorno de sua e hum carneiro do rebanho, inteiros.
borda do redor de hum palmo, e esta 26 Por sete dias expiarão ao altar,
he a costa do altar. e o purificarão, e encherão suasmios*
14 E do seio de sobre a terra até a 27 E acabando elles estes dias, serà
listra debaixo, dous covados, e de lar­ ao oitavo dia, e dali em diante, qoe
gura hum covado: e desda pequena os Sacerdotes prepararão sobre oaltar
nstra, até a listra grande, quatro cova­ vossos holocaustos, e vossos sacrifícios
dos, e a largura de hum covado. gratificos: e tomarei contentamento
15 E o Harel de quatro covados: e em vos, diz o Senhor J e h o v a h .
desde Ariel e até riba havia quatro
cornos.
16 E o Ariel tinha doze covados de CAPITULO XLIV.
compridão, e doze de largura: e era NTAO me fez tornar ao caminto
quadrado em seus quatro lados. E da porta dõ Santuario defora, (flfi
17 E a listra de catorze covados em olha para o Oriente, a qual estavafe­
compridão, e de catorze em largura, chada.

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EZECHIEL, XLIV. 619

2 E me disse J b h o vah , esta porta povo, e elles estarão perante elles, pa­
estará fechada, náo se abrirá, nem ra os servir.
ninguém entrará por ella, porquanto 12 Porquanto os servirão perante a
J e h o v a h Deos de Israel entrou por face de seus deoses de esterco; e fo­
ella: pelo que estará fechada. rão a casa de Israel por tropeço de
3 O Principe, o Príncipe, elle se as­ maldade: pelo que levantei minha
sentará nella, para comer pâo perante mão contra elles, diz o Senhor J e h o ­
a face de J e h o v a h : pelo caminho do va h , que levarão sobre si suamaldade.
alpendre da porta entrará, e pelo ca­ 13 E não Se chegarão a mim, para
minho delle sahirá. me servirem no Sacerdocio, nem para
4 Depois me levou pelo caminho da se chegarem a alguma de todas mi­
porta do Norte, diante da casa; e eis nhas cousas sagradas, as Santidades
que a gloria de J e h o v a h enohéra a de Santidades: mas levarão sobre si
casa de J e h o v a h : entáo cahi sobre sua vergonha, e suasabominações que
meu rosto. fizérâo.
5 E me disse J eh o vah , filho do ho­ 14 Portanto os porei por guardas da
mem, poem teu coraçáo, e olha com guarda da casa, em toao seu serviço,
teus olnos, e ouve com teus ouvidos, e em tudo quanto se houver de fazer
todo quanto eu fallar comtigo de todos nella.
os estatutos da casa de J e h o v a h , e de 15 Mas os Sacerdotes Leviticos, os
todas suas leis: e poem teu coraçáo filhos de Zadoc, que guardáráo a guar­
a a entrada da casa, com todas as sa­ da de meu Santuario, quando os nlhos
hidas do Santuario. de Israel andavão errados de mim, el­
6 E dize ao rebelde, a a casa de Is­ les se chegarão a mim, para me ser­
rael, assim diz o Senhor J e h o v a h : vir: e estarão perante minha face,
bastem-vos todas vossas abominações, para me offerecer a gordura, e o san­
ô casa de Israel! gue, diz o Senhor J e h o v a h .
7 Porquanto trouxestes estranhes a 16 Elles entrarão em meu Santuario,
minlm casa, incircuncisos de coração, e elles se chegarão a minha mesa, pa­
e incircuncisos de carne, para esta­ ra me servir; e guardarão minha gu­
rem em meu Santuario, para o profa­ arda.
narem, minha casa: quando offereceis 17 E será quando entrarem nas por­
meu pão; a gordura, e o sangue; e el­ tas do pátio de dentro, que se vesti­
les invalidarão meu concerto, por to­ rão de vestes de linho; e não subirá
das vossas abominações. lã sobre elles, quando servirem nas
8 E náo guardastes a guarda de mi­ portas do pátio de dentro, e mais a
nhas cousas sagradas: antes vósoutros dentro.
vós puzestes guardas de minha guar­ 18 Coifas de linho estarão sobre su­
da em meu Santuario. as cabeças, e ceroulas de linho esta­
9 Assim diz o Senhor J ehovah , ne­ rão sobre seus lombos: não se cingi­
nhum estranho, incircunciso de cora­ rão no suor.
ção, nem incircunciso de carne, entra­ 19 E sahindo elles ao patio de fora,
rá em meu Santuario de algum estra­ a saber ao pátio de fora ao povo, des­
nho que estiver entre os filhos de Is­ pirão suas vestes com que elles mi-
rael. nÍ8trárão, e as deporão nas santas ca­
10 Mas os Levitas aue se desviàrão maras: e se vestirão de outros vesti­
longe de mim, quanao Israel andava dos, para que não santifiquem ao po­
enado, os quaes andavão errados, des­ vo com suas vestes.
viados de mim apos seus deóses ae es­ 20 E sua cabeçsa não raparão, nem
terco. bem levarão sobre si sua mal­ as guedelhas deixarão crecer: antes
dade. como convem, tosquiarão suas cabe­
11 Com tudo serão ministros em meu ças.
Santuario, nos officios das portas da 21 E nenhum Sacerdote beberá vi­
casa, e servirão a casa: elles degola­ nho, quando entrarem no patio de
rão o holocausto, e o sacrificio para o dentro.

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820 EZECHIEL, XLV.
22 Nem viuva, nem repudiada se to­ 2 Serâo disto para o Santuario qui­
marão por mulheres: mas virgens de nhentas. com mais quinhentas, em
semente da casa de Israel, ou viuva, quadraao do redor: e terá cincoenta
que era viuva de Sacerdote, tomarão. covados parti arrabalde, do redor.
23 E a meu povo ensinarão a diffe- 3 E desta medida medirás a com-
rença entre o santoj e o profanô, e pridfto de vinte e cinco mil covados, e
lhes farão saber a differença entre o a largura de dez mil: e ali estará o
impuro e o puro, Santuario, e o lugar santíssimo.
24 E sobre o pleito elles assistirão a 4 Este será o lugar santo da terra,
elle para o julgar; por meus juizos o elle será para os sacerdotes que ad-
julgarão: e minhas leis e meus esta­ ministrâo o Santuario, e ae chegâo ça-
tutos em todas minhas celebridades ra servir a J e h o v a h : e lhes sefinri
guardarão, e meus Sabbados santifi­ de lugar para casas, e de lugar santo
carão. para o Santuario.
25 E ninguémdelles entrará a homem 5 E terão os Levitas ministros da
morto, para se contaminar: mas por Casa, dè compridão Vinte e cinco mil,
pai, ou por mãi, ou por filho, ou por e dez mil de largura, por sua posses­
filha, ou por irmão, ou por irmã que não são, para vinte camaras.
tiver marido, se poderão contaminar. 6 E para possessão da cidade, de
26 E depois de sua purificação lhe largura dareis cinco mil canas, e de
contarão sete dias. compridão vinte e cinco mil, em fron­
27 E no dia em que elle entrar no te da offerta santa: o que será paia
lugar santo, no pâtio de dentro, para toda a casa de Israel.
ministrar no lugar Banto, offerecerâ 7 O Principe porem terá sua partt
sua expiação pelo péccaao, diz o Se­ desta e da outra banda da santa offer-
nhor J e h o v a h . ta, e da possessão da cidade, diante da
28 E isto lhes será por herança, eu santa oíferta, e diante da possessãoda
serei sua herança: pelo que não lhes cidade, da esouina Occidental para o
dareis possessão em Israel: eu sou sua Occidente, e aa esquina Oriental para
possessão. o Oriente: e será a compridão, em
29 A offerta de manjares, e o sacri­ fronte de huma das partes, desdo ter­
fício pelo peccado, e o pela culpa elles mo Occidental, até o termo Oriental.
comerão: e toda cousa interdita em 8 E esta terra serà sua possessão em
Israel será sua. Israel: e meus príncipes nunca mais
30 E as prímicias de todos os pri­ opprimirão a meu povo; antes deixa­
meiros frutos de tudo, e toda offerta de rão a terra à casa ae Israel, conforme
tudo, de todas vossas offertasj serão a suas tribus.
dos Sacerdotes: tambem as prímicias 9 Assim diz o Senhor Jehovah, ji
de vossas massas dareis ao Sacerdote; vos baste, ó Principes de Israel, á vio­
para qne faça repousar a benção em lência e a assolação dai de mkoj e
tua casa. fazei juizo e justiça: tirai vossas im­
31 Nenhuma cousa morta, nem arre­ posições de meu povo, diz o Senhor
batada de aves, e de bestas, comerão Jehovah.
os Sacerdotes. 10 Balanças justas, e justo Epha,e
justo Batho tereis.
11 O Epha, e o Batho de huma mes­
CAPITULO XLV. ma medida serão, de maneira que o
UANDO pois rep artirdes a terra Batho contenha a decima parte de
Q por sortes em herança, offerece­ hum Homer. e o Epha a decima par­
te de hum Homer; conforme ao Ho­
re is h u m a offerta a J e h o v a h ; para lu­
g a r santo d a t e r r a ; a com p r i dão será mer serà sua medida.
a com pridão d e vinte e cinco m il ca­ 12 E o siclo sera de vinte Geias: Tin­
nas de m edir , e a largu ra de d ez m i l : te siclos, vinte e cinco siclos, e quinze
este será santo e m todo seu contorno siclos, vos servirão de hum arratel.
do redor. 13 Esta serà a offerta que haveisde

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EZECHIEL, XLVI. 821

o f f e r e c e r : a seista parte de hum Epha de manjares, a saber, hum Epha para


d e Homer de trigo; tambem dareis a cada bezerro, e hum Epha para cada
seis ta parte de hum Epha de Homer carneiro: e num Hin de azeite para
de cevada. cada Epha.
14 Tocante ao estatuto do azeite, de 25 Ao setimo mezy aos quinze dias
hum Batho de azeite oferecereis a de­ do mez, em a festa fará o mesmo to­
cima parte de hum Batho tirado de dos os sete dias : como o sacrificio
hum Coro, que he hum Homer de dez pela expiação, como o holocausto, e
Bathos: porque dez Bathos/azem hum como a offerta de manjares, e como o
Jlomer, azeite.
15 E huma cordeira do rebanho de
duzentas, da mais regada terra de Is­
rael, para offerta de manjares, e para CAPITULO XLVI.
holocausto, e para sacrifício gratifico: SSIM diz o Senhor J e h o v a h , a
ra fazer expiação por elles, d iz o
nhor J e h o v a h .
A porta do patio de dentro, que olha
para o Oriente, estará fechada os se­
16 Todo o povo da terra estará a es­ is dias de trabalhar: porem no dia de
ta offerta, pelo Principe em Israel. Sabbado se abrirá; tambem ao dia da
17 E o Principe será obrigado a of­ lua nova se abrirá.
ferecer holocaustos, e offertas de man­ 2 E o Principe entrará pelo caminho
jares, e aspersões, nas festas, e nas do alpendre aa porta por de fora, e
luas novasj e nos Sabbados, em todas estará em pé a a umbreira da porta;
as soíemmdades da casa de Israel: e os Sacerdotes prepararão seu holo­
elle fará a expiação por peccado, e a causto, e seus sacrifícios gratificos, e
offerta de manjares, e o holocausto, e elle se postrará no umbral da porta, e
oe sacrifícios gratificos; para fazer se sahirá: porem a porta náo se fecha­
expiação pela casa de Israel. rá até a tarde.
18 Assim diz o Senhor J e h o v a h , a 3 E o povo da terra se postrará á en­
o mez primeiro, ao primeiro do mez, trada da mesma porta, em os Sabba­
tomarás hum bezerro inteiro, filho de dos e nas luas novas, perante a face
vaca, e alimparás o Santuario. de J e h o v a h .
19 E o Sacerdote tomará do sangue 4 E o holocausto, que o Principe of­
do sacrificio pela expiação, e porá ferecerá a J e h o v a h , no dia do Sabba­
delle nas umbreiras da casa, e nas do, será seis cordeiros inteiros, e hum
quatro esquinas da listra do altar, e carneiro inteiro.
nas umbreiras da porta do pátio de 5 E a offerta de manjares será hum
dentro, Epha com cada carneiro; e com cada
20 Assim tambem farás ao setimo cordeiro, a offerta de manjares hum
do mez, por causa dos desgarrados, js dopa de sua máo, e de azeite hum Hin
por causa dos simplices: assim expi­ com cada Epha.
areis a casa. 6 Mas no dia da nova lua será hum
21 Ao mez primeiro, aos catorze di­ bezerro, filho da vaca, dos inteiros: e
as do mez, tereis a Paschoa: festa de seis cordeiros, e hum carneiro, intei­
mete dias; pâo azimo comer se ha. ros serâo.
22 E o Principe no mesmo dia por 7 E preparará por offerta de manja­
si, e por todo o povo da terra prepa- res hum Epha para o bezerro, e hum
jará hum bezerro de expiação pelo Epha para o carneiro; mas para os
peccado. cordeiros, conforme o que alcançar
23 E nos sete dias da festa prepara- sua mâo: e hum Hin de azeite para
Tá holocausto a Jeh ovah , de sete be­ hum Epha.
zerros, e sete carneiros inteiros, cada 8 E quando entrar o Principe, entra­
d ia todos os sete d ia s ; e sacrificio de rá pelo caminho do alpendre da porta,
exp ia ç ã o d e hum cabrão das cabras, e sahirá pelo mesmo caminho.
c a d a dia. 9 Mas quando vier o povo da terra
24 Tambem preparará huma offerta perante a face de J s h o v a h nas Solem-

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822 EZECHIEL, XLVH.

nidades; aquelle que entrar pelo cami­ ue meu povo nâo seja espargido, ca-
nho da porta do Norte a adorar, sahirá a qual de sua possessão.
yelo caminho da porta do Sul; e aquel- 19 Depois disto me trouxe pela en­
Í e que entrar pelo caminho da porta do trada, que estava ao lado da porta, aas
Sul, sahirá pelo caminho da porta do camaras santas dos Sacerdotes, qae
Norte: n&o tomará pelo caminho da olhavão para o Norte: e eis que ali es­
rta por onde entrou, mas sahirá pe­ tava hum lugar a ambos lados, paiaa
de em fronte. banda do Occidente.
10 E o Principe em meio delles en­ 20 E me disse, este he o lugar, aonde
trará, quando elles entrarem, e sahin­ os Sacerdotes hão de cozer ao sacrifi­
do elles, juntos sahirâo. cio pela culpa, e ao pelo peccado; i
11 E nas Festas e nas Solemnidades aonde cozerão a offerta de manjares,
será a offerta de manjares, hum Epha para que a nâo tragão ao patio de foia,
para o bezerro, e hum Epha para o para santificar ao povo.
carneiro; mas para os cordeiros hum 21 Entâo me tirou ao patio de fora,
dom de sua mâo: e de azeite hum Hin e me fez passar a as quatro esquinas
para hum Epha. do patio: e eis que em cãda esquina
12 E quando o Principe fará offerta do patio havia outro patio.
voluntaria de holocausto, ou de sacri­ 22 Nas quatro esquinas do patio ha*
fícios gratifícos, por offerta voluntaria via outros patios com chaminés, de
a J e h o v a h ; entào lhe abrirão a porta quarenta covados de compridão, e de
que olha para o Oriente; e fará seu trinta de largura: estas quatro esqui­
holocausto e seus sacrifícios gratifícos, nas tinhão huma mesma medida.
como houver feito ao dia do Sabbado; 23 E hum muro havia do redor del­
e sahirá, e se fechará a porta, depois ias, do redor dasquatro: e havia feitas
que elle sahir, cozinhas a baixo dos muros do redor.
13 E prepararás hum cordeiro in tei­ 24 E me disse: estas sâo as caos
ro de hum anno em holocausto a J e h o ­ dos cozinheiros, aonde os ministros da
v a h cada d i a : todas as manhãs o p re­ casa cozerão o sacrificio do povo.
pararás.
14 E por offerta de manjares farás c a p it u l o x l v ii.
juntamente com elle, todas as manhãs
a seista parte de hum Epha, e de a*zei- EPOIS disto me tomou a a entiada
te a terça parte de hum Hin, para so­
var a flor de farinha: por offerta de
D da casa, e eis aue aguas sahi&ode
baixo do umbral da casa para o Ori­
manjares para J eh o vah , por estatutos ente ; porque a face da casa estavajo-
perpetuos c contínuos, ra o Oriente, e as aguas descenddo
15 Assim prepararão ao cordeiro, e a de debaixo desda banda direita daca­
offerta de manjares, e ao azeite todas sa, da banda do Sul do altar.
as manhãs, por continuo holocausto. 2 E me tirou pelo caminho daportado
16 Assim diz o Senhor J e h o v a h , Norte, e me fez rodear pelo caminho
uando o Principe der hum presente de fora, ate a porta de fora, pelo cami­
e sua herança a alguem de seus íilhos, nho que olha para o Oriente: e eis qne
isto serà para seus íilh o s : serà posses­ aguas manavâo desda banda direita.
são d elles por herança. 3 E sahindo aquelle varão para o
17 Porem dando elle hum presente Oriente, tinha hum cordel de medir
de sua herança a alguem de seus ser­ em sua mão: e medio mil covados, e
vos, será delle até o anno de liberda­ me fez passar pelas aguas, e as aguas
de; entâo tornará ao Principe: porque chegaváo até os artelhos.
sua herança he; seus filhos, elles a 4 E medio mil covados, e me fei
herdarão. passar pelas aguas, e as agúas chegf
18 E o Principe não tomará nada da vâo até os juelhos: e medio mais roil,
herança do povo, para os defraudar de e me fez passar, e as aguas chegaváo
sua possessão delles; de sua possessão até os lomDos.
deixará herança a seus filhos: para 5 E medio mais mil, e era humribei-

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EZECHIEL, XLY1H.

ro , qne ea n&o podia p assa r: porque as tre o termo de Hamath: Hazer-Hatd-


açuas estavâo altas, açuas, que se des- chon, que està junto ao termo de Hav-
T iâ o passar a nado; ribeiro, p elo qual ran.
n â o se podia passar. 17 E 0 termo será desdo mar Hazer-
6 E me disse, porventura viste isto} Enon, o termo de Damasco, e o Norte,
ó filho do homem? entâo'me levou, ie olha para o Norte, e o termo de
e me tomou a trazer a a borda do ri­
beiro.
S amath: e este será o cabo do Norte.
18 E o cabo do Oriente medireis
7 E tomando eu, eis que a a borda desd7entre Havran, e desd^ntre Da­
do ribeiro havia grande multidão de masco, e desd’entre Gilead, e desde
arvores, de huma e de outra banda. entre a terra de Israel junto ao Jordão,
8 Então me disse, estas aguas 6ahem desdo termo até o mar do Oriente: e
ara a Galilea do Oriente, e descen- este serâ o cabo do Oriente.
S em à catnpina; e entrão no mar; e ao 19 E o cabo do Sul da banda do Sul
mar levadas, as aguas serâo curadas. serâ desde Thamar, até as aguas das
9 E serâ que toua alma vivente que contendas de Cades, junto ao ribeiro,
nadar, por onde quer que entrarem até o mar grande: e este serà o cabo
estes dous ribeiros, viverá, e haverá do Sul da banda do Sul.
muitíssimo peixe: porquanto entrarão 20 E o cabo do Occidente será o mar
ali estas aguas, e sararão, e viverá tu­ grande, desdo termo até que vimos de
do, por onde quer que entrar este rio. fronte ae Hamath: este serà o cabo do
10 Será tambem, que pescadores es- Occidente.
tar&o em pé junto a elle, desde En- 21 Repartireis pois esta terra entre
guedi até fen-eglaim; havera tambem vós, segundo as tribus de Israel.
lufares pará estender as redes: seu 22 Será porem, que a fareis cahir por
peixe secundo sua natureza serà, co­ sortes em herança a vós, e aos estran­
mo o peixe do mar grande, em gran­ geiros, que peregrinão em meio de
díssima multidão. vósoutros, que gerárâo filhos em meio
11 Porem seus charcos e seus lama- de vósoutros: e vos serâo como natu-
ceiros nâo sararão; estarão entregues raes dos filhos de Israel; com vosco
pàra sal. entrarão em herança, em meio das tri­
12 E junto,ao ribeiro, a sua borda de bus de Israel.
huma e de outra banda, subirá toda 23 E serà que na tribu, em que pe­
sorte de arvoredo para comer; não ca- regrinar o estrangeiro, ali lhe dareis
hirà sua fqlha, nem perecerá seu fru­ sua herança, diz o Senhor J c h o v a h .
to, em seus mezes produzirá novos fra­
tos; porque suas aguas sahem do San­
tuario : e seu fruto servirá para comer, CAPITULO XLVI1L
e sua folha para mezinha. ESTES são os nomes das tribus:
13 Âssim aiz o Senhor J e h o v a h , es­
te serâ o termo, eonforme ao qual toma­
E desdo fim do Norte, da banda do
caminho de Hethlon, vindo para Ha­
reis a terra em herança, segundo as math, Hazar-Enan, o termo de Da­
doze tribus de Israel: Joseph terá duas masco para o Norte, da banda de Ha­
partes. math ; e ella terá o cabo do Oriente;
14 E a herdareis o hum como putro; e do Occidente, Dan terá huma parte.
pela qual levantei minha mão, que eu 2 É junto ao termo de Dan, desdo
a dana a vossos pais: assim que esta cabo do Oriente, até o cabo do Occi­
mesma terra a vósoutros cahirà em dente, Aser terà huma parte.
herança. 3 E iunto ao termo de Aser, desdo
15 E este serà o termo da terra da cabo do Oriente, e até o cabo do Oc­
banda do Norte, desdo mar grande, cidente, Naphtali huma varte.
caminho de Hetnlon, por onde se vem 4 E junto ao termo de Naphtali, des­
a ZedaJ. do cabo do Oriente, até o cabo do Oc­
16 Hamath, Berotha, Sibraim, que cidente, Manasse huma parte.
estâo entre o termo de Damasco, e en­ 5 E junto ao termo de Manasse, des-

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624 EZECHIE ,, xLvra.

do cabo doOriente7até o cabo do Oc­ cabo do Occidente de quatro mil e


cidente, Ephraim huma parte. quinhentas.
6 E junto ao termo de Ephraim, des­ 17 E os arrabaldes da cidade serio
do cabo do Oriente, até o cabo do Oc­ para o Norte, de duzentas, e cincoenta
cidente, Ruben huma parte. canas ; e para o Sul de duzentas e cin­
7 E junto ao termo de Ruben, desdo coenta ; e para o Oriente, de duzentas
cabo ao Oriente, até o cabo do Occi­ e cincoenta; e para o Occidente, de
dente, Judá huma parte. duzentas e cincoenta.
8 E junto ao termo de Judá, desdo 18 E quanto ao que ficou de resto da
cabo do Oriente, até o cabo do Occi­ compridão, em fronte da santa offerta.
dente, serà offerta que haveis de of­ será dez mil para o Oriente, e dez mil
ferecer, a saber, vinte e cinco mil ca- ara o Occidente; e estará em fronte
nas de largura, e de compridão, como S a santa offerta: e sua novidade será
huma das de mais partes, desdo cabo para suBtento. aos que servem a a ti-
do Oriente, até o cabo do Occidente; dade.
e o Santuario estará em meio delia. 19 E os que servem a a cidade, à
9 A offerta que haveis de offerecer servirão de todas as tribus de Israel.
a Jehovah , serà de compridão vinte 20 Toda a offerta 6erá de vinte e
e cinco m il canas, e de largura dez mil. cinco mil canas, com mais vinte e cin­
10 E ali serà a offerta santa, a saber, co mil: em quadrado offereceréis a
pelos Sacerdotes^ para o Norte, de com- santa offerta, oom a possessão da ci­
pridáo vinte e cinco mil canas, e para dade.
o Occidente, de largura dez mil, e pa­ 21 E o que ficou de resto, serà paia
ra o Oriente, de largura dez m if e o Principe desta e da outra banda da
para o Sul, de compridào vinte e cin­ santa offerta, e da possessão da cida­
co mil: e o Santuario de Jehovah de, diante dás vinte e cinco mil canas
estará em meio delia, da offerta, até o termo do Oriente e
11 E serà para os Sacerdotes santi­ do Occidente, diante das vinte e cinco
ficados dentre os filhos de Zadoc, que mií, até o termo do Occidente, em
uardàrâo minha guarda, que nâo an- fronte vdas partes será para o Principe:
§ àrâo errados, quando os nlhos de Is­
rael andavâo errados, como errárâo os
e a offerta santa, e o Santuario da ca­
sa serà em meio delia.
outros Levitas. 22 ,E desda possessão dos Levitas, e
12 E o offerecido da offerta da terra desda posseSsâo da cidade, em meio
lhes serà santidade de santidades, jun­ do que será para o Principe, entre o
to ao termo dos Levitas. termo de Juaa, e entre o termo de
13 E os Levitas terâo em fronte do Benjamin, será para o Principe.
termo dos Sacerdotes vinte e cinco 23 E quanto ao residuo das tribos,
mil de compridão, e de largura dez desdo cabo do Oriente até o cabo Oc­
mil: toda a compridão serà vinte e cidente, Benjamin será huma partg;
cinco mil, e a largura dez mil. 24 E junto ao termo de Benjamin,
14 E nào venderâo d’isto, nem tro­ desdo cabo do Oriente até o cabo do
carão, nem traspassarão as primicias Occidente, Simeon huma parte.
da terra: porque he santidade a Je­ 25 E junto ao termo de Simeon, des­
h o vah . do cabo do Oriente até o cabo do 0o-
15 Porem as cinco mil, a saber, as cidente, Issaschar huma parte.
que ficàrâo de largura diante das vin­ 26 E junto ao termo ae Issaschar,
te e cinco mil. ficarão profanas para desdo cabo do Oriente até o cabo do
a cidade, para nabitaçâo e arrabaldes: Occidente, Zebulon huma parte.
e a cidade estará no meio del]as. 27 E junto ao termo de Zebnkra,
16 E estas serâo suas medidas; o desdo cabo do Oriente até o cabo do
cabo do Norte de quatro mil e qui­ Occidente, Gad huma parte.
nhentas canas, e o cabo do Sul de 28 E junto ao termo de Gad, ao ca­
quatro mil e quinhentas, e do cabo do bo do Sul da banda do Sul, serà o téf-
Oriente quatro mil e quinhentas^ e o mo desde Thamar até as aguas da

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DANIEL, L 885

contenda de Cades, junto ao ribeiro a saber, a porta de Joseph huma, a


até o mar grande. porta de Benjamin huma, a porta de
29 Esta he a terra, que repartireis Dan huma.
33 E a o cabo do Sul quatro mH e
quinhentas medidas, e tres portas: a
Senhor J x h o v a h . porta de Simeon huma, a porta de
30 E estas sâo as sahidas da cidade: Issaschar huma, a porta de Zebulon
desdo cabo do Norte quatro mil e qui­ huma.
nhentas medidas. 34 A o cabo do Occidente quatro
31 E as portas da cidade serâo con­ mil e quinhentas medidas, e suas tres
forme os nomes das tribus de Israel portas) a porta de Gad huma, a porta
tres portas para o Norte; a porta de ae Aser huma, a porta de Naphthali
Ruben huma, a porta de Judá huma, huma.
a porta de Levi huma. 35 Do redordezoito mil medidas: e
32 E ao cabo do Oriente quatro mil o nome da cidade desde aquelle dia
e quinhentas medidas, e tres portas: serà, J e h o v a h he ah.

A P R O P H E C I A DE D A N I E L .

7 E o Principe dos Eunuchos lhes


CAPITULO I. pôz outros nomes: a saber, a Daniel
0 anno terceiro do reinado de Joia- chamou Beltsasar, e a Hanania Sa-
kim, Rei de Judá, veio Nebucad­ drach, e a Misael Mesach, e a Azaria
nezar Rei de Babylonia a Jerusalem, Abed-Nego.
e a cercou. 8 E Daniel propoz em seu ooração,
2 E o Senhor entregou em suas mâos de nâo contaminar se com a porção do
a Joiakim, Rei de Judá, e huma parte manjar do Rei, nem com o vinho de
dos vasos aa casa de Deos; e os trouxe seus beberes: portanto pedio ao Prin­
A terra de Sinear, para a casa de seu cipe dos Eunuchos, de não se conta­
Deos: e meteo os vasos na casa do minar.
thesouro de seu Deos. 9 E Deos a Daniel deu çraça e mi­
3 E disse o Rei a Aspenaz, Principe sericordia, perante o Principe dos Eu­
de seus Eunuchos, que trouxesse al­ nuchos.
guns dos filhos de Israel, a saber da 10 Porque disse o Principe dos Eu­
semente Real, e dos Principes: nuchos a Daniel, tenho temor de meu
4 Mancebos em quem nâo houvesse Senhor o Rei, que ordenou vosea co­
alguma tacha, e formosos de parecer, mida e vossa bebida: pois porque elle
e entendidos em toda sabedoria, e sa­ veria vossos rostos mais tristes cjue os
bios em sciencia, e capazes de conhe­ dos mancebos, que são de vossa igual­
cimento; e que tivessem habilidade dade? assim farieis culpável minha.
para assistir no palacio do Rei: e que cabeça para com o Rei.
os ensinassem nas letras e na lingoa 11 Entâo disse Daniel a Melsar, a
dos Chaldeos. quem havia ordenado o Principe aos
5 E o Rei ordenou-lhes raçâo de ca­ Eunuchos sobre Daniel, Hanania, Mi­
da dia, da porção do manjar do Rei, sael e Azaria.
e do vinho de seus beberes; e que 12 Prova ora teus servos dez dias,
assim fossem criados tres annos: para e dé se a nós dos legumes a comer, e
qoe no fim delles assistissem perante agna a beber.
a face do Rei. 13 Então se veja nosso parecer pe­
6 E forão entre elles dos filhos de Ju­ rante ti, e o parecer dos mancetas,
dá, Daniel, Hanania, Misael e Azaria. que comem a porção do manjar do
36*
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826 DANIEL, Iti

B e i: e segundo que vires, faze com n&o fizerdes saber o sonho e sua im
teus servos. terpretaçâo, sereis despedaçados, e
14 E consentio-lhes isto, e os provou vossas casas serâo postas por montu­
dez dias. ros.
15 E ao cabo dos dez dias foi visto 6 Mae se declarardes o sonho e soa
seu parecer melhor, e elles erão roais interpretação, recebereis de miro dons,
gordos de came, que todos os mance­ e dadivas, e grande honra: portanto
bos, que comião porção do manjar da declarai-me o sonho e sua interpreta­
Rei. ção.
16 Ent&o succedeo que Melsar tirava 7 Respondér&o a segunda vez, e dis­
a porção do manjar delles, e o vinho sérâo : diga el-Rei o sonho a seos
de seus beberes, e dava lhes legumes. servos, e declararémos sua interpre­
17 Quanto a estes quatro mancebos, tação.
Deos lhes deu conhecimento e intel­ 8 Respondeo o Rei, e disse: conhe­
ligencia em todas letras e sabedoria: ço eu certamente, que vósoutros que-
mas a Daniel deu entendimento em reis ganhar tempo; porque vedes, qae
toda visão e sonhos. a palavra sahio de miro.
18 E ao cabo dos dias, dos quaes o 9 Que se roe não fazeis saber o so-
Rei disséra, que os trouxessem, o nho, huma só sentença será de vó­
Principe dos Eunuchos os trouxe pe­ soutros, a saber, palavra mentirosa e
rante Nebucadnezar. perversa aparelnastes a dizer perante
19 E o Rei fallou com elles, porem mim, até gue se muda o tempo: por­
entre todos elles não foi achado nin­ tanto dizei-me o sonho, para que en
guém como Daniel, Hanania, Misael entenda, que me podeis declarar sua
e Azaria: e assistião perante a face interpretação.
do Rei. 10 Respondér&o os Chaldeos perante
20 E em todo negocio de singular o Rei, e dissérâo; nâo ha ninguém
sabedoria, que o Rei lhes demandou, sobre a terra, que possa declararar t
os achou dez vezes mais doutos que palavra d ^ l-R e i: pois nenhum Rei
todos os Magos e Astrologos, que na­ na, Grande ou Dominador, que reqne-
via em todo seu reino. reo cousa semelhante de algum Mago,
21 E Daniel esteve até o primeiro ou Astrologo, ou Chaldeo.
anno do Rei Cyro. 11 Poraue a cousa que el-Rei re­
quer he aifiicil; nem na outrem, que
a possa declarar perante el-Rei, senão
CAPITULO n. os Deoses, cuja morada nâo he coma
NO segundo anno do reinado de carne.
E Nebucadnezar, sonhou Nebucad­
nezar sonhos; e seu espirito se pertur­
12 Porisso o Rei muito se irou e
enfureceo: e mandou, que matassem
bou, e seu sono se quebrantou nelle. a todos os Sabios de Babylonia.
2 Ê o Rei mandou chamar os Magos, 13 E o mandado sahio, e os Sabios
e os Astrologos, e os Encantadores, e forão matados: e buscárâo a Daniel e
os Chaldeos, para que declarassem a seus companheiros, para seremma­
ao Rei seus sonhos: os quaes viérão, tados.
e se apresentârâo perante a face do 14 Ent&o Daniel fallou avisada e
Rei. rudentemente a Arioch, Capitão dos
3 E o Rei lhes disse, tenho sonhado S a guarda do Rei, que sahira paia
hum sonho: e meu espirito estâ per­ matar aos Sabios de Babylonia.
turbado, por saber o sonho. 15 Respondeo e disse a Arioch, Pre-
4 E os Chaldeos fallárâo ao Rei em fecto do Rei. porque se apressa tanto
Syriaco: ó Rei, vive para sempre! o mandado aa parte d^l-Rei ? entâo
dize o sonho a teus servos, e declara- Arioch fez saber a cousa a Daniel.
rémos a interpretação. 16 E Daniel entrou, e pedio ao Rei,
5 Respondeo o Rei, e disse aos Chal­ que lhe désse tempo, em que decla­
deos: a palavra sahio de mim; se me rasse a interpretação ao Rei.

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DANIEL, II. §27

17 Entâo Daniel se foi a sna casa, e teus pensamentos subirão, a saber, o


fez saber a cousa a Hanania, Misael qtie ha de ser depois disto: aquelle
e Azaria, seus companheiros; pois que revela os segredos, te fez
18 Para que pedissem misericordia saber, o que ha de ser.
do Deos do ceo, sobre este segredo, 30 É a mim, nâo pela sabedoria, que
que Daniel e seus companheiros n&o em mim haja mais que em todos os
perecessem, juntamente com os de viventes, me foi revelado este segre­
xnais Sabios de Babylonia. do : mas a fim que a interpretação se
19 Entâo o segredo foi revelado a fizesse saber a el-Rei, e que esten­
Daniel em visâo de noite: entâo Da­ desses os pensamentos de teu oora-
niel louvou ao Deos do ceo. çâo.
20 Fallou Daniel, e disse, seja bem- 31 Tü, ó Rei, estavas vendo, e eis
dito o nome de Deos desdo seculo até aqui huma grande estatua; ésta esta­
o seculo: porque sua he a sabedoria tua era grande, e seu esplendor era
e a força. excellente, e estava em pe diante de
21 E elle muda os tempos, e as ho­ t i: e sua vista era terrivel.
ras; elle tira os Reis, e confirma os 32 Daqnella estatua a cabeça era de
Beis: elle da sabedoria aos Sabios, e bom ouro; seu peito e seus braços de
sciencia aos entendidos. rata; seu ventre e Suas coixas de
22 Elle revela o profundo, e o escon­ ronze:
dido : conhece o que estâ em trevas, 33 Suaspernas de ferro; seus pés era
e a luz mora com elle. parte de terro, e em parte de barro.
23 A ti, ó Deos de meus pais, te 34 Estavas vendo, até que huma
louvo e celebro eu, que me déste sa­ pedra foi cortada sem mâos, a qual
bedoria e força: e agora me fizeste ferio à estatua em seus pés de ferro
saber o aue te pedimos, porque lios e de barro, e os esmiuçou.
fizeste saber a cousa do Kei. 35 Entâo foi juntamente esmiuçado
24 Porisso Daniel entrou a Arioch, o ferro, o barro, o bronze, a prata e o
ao qual o Rei constituíra, para matar ouro; e tornárâo-se como pragàna das
os Sabios de Babylonia: foi-se, e dis­ eiras do estio, e o vento os levou, e
se-lhe assim) nâo mates os Sabios de nâo se achou algum lugar para elles:
Babylonia; mtroduze-me perante o mas a pedra, que ferio à estatua,
Rei, e decíararei ao Rei a interpreta­ ficou por hum grande monte, que en­
ção. cheo toda a terra,
25 Entâo Arioch depressa introduzo 36 Este he o sonho; tambem a in­
a Daniel perante o Kei, e disse-lhe terpretação delle diremos perante el-
assim; achei hum varâo dos trarís-
portados de Judá, o qual farà saber a 37 Tu, óRei, es Rei de Reis: poiso
el-Rei a interpretação. Deos do ceo te tem dado o remo, a
26 Respondeo o Kei, e dissè a Da­ potência, e a força, e a majestade.
niel, (cujo nome era Baltsasar) podes 38 E onde quer que habitâo filhos
tu fazer me saber o sonho que vi, e de homens, bestas do campo, e aves
sua interpretação? do ceo, os entregou em tuas mâos. e
27 Respondeo Daniel perante 0 Rei, fez que te ensenhoreasses de toaos
e disse: o segredo que el-Rei requer, elles: tu es a cabeça de ouro.
nem Sabios, nem Astrologos, nem Ma­ 39 E depois de ti se levantará outro
gos, nem Aaevinhadores o podem de­ reino, inferior que o teu: e outro ter­
clarar a el-Rei. ceiro reino de metal, o qual se ense-
28 Mas ha hum Deos nos ceos, o nhorearà de toda a terra.
qual revela os segredos: elle pois fez 40 E o reino quarto serà forte como
saber a el-Rei Nebucadnezar, o que ferro: da maneira que o ferro esmiu­
ha de ser a cabo de dias: teu sonho, e ça e enfraquece tudo; como o ferro,
as visões de tua cabeça sobre tua ca­ que quebranta todas estas cousas; as­
ma, he isto. sim esmiuçará e quebrantará.
29 Estando tu, qRei, sobre tua paina, 41 E o aue viste os pés e os dedos.

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828 DANIEL, Hl.
em parte de barro de oleiro, e em par­ era de sessenta covados, soa laigma
te de ferro; isso serà hum reino di­ de seis covados: levantou a no cam­
viso, com tudo haverá nelle alguma po de Dura, em a provincia de Baby­
cousa da firmeza de ferro: da manei­ lonia.
ra que viste o ferro misturado com 2 E o Rei Nebucadnezar mandoa
barro de lodo. ajuntar os Sátrapas, os Prefectos e
42 E os dedos dos pés, em parte de Presidentes, os Juizes, os Thesourei-
ferro, e em parte de Darro, querem di- ros, os Conselheiros, os Officiaes, eto­
i e r : por huma parte o reino serà for­ dos os Ensenhoreadores das provín­
te, e Dor outra serà fragil. cias : para que viessem à consagração
43 Quanto ao que viste o ferro mis­ da estatua, que o Rei Nebucadnezar
turado com barro de lodo; misturar- levantàra.
se-hâo com semente humana, mas 3 Ent&o se ajuntárào os Sátrapas, os
n&o se apegarão o hum ao outro: as­ Prefectos^ e Presidentes, os Juizes, os
sim como o ferro se nào mistura com Thesoureiros, os Conselheiros, os Offi­
o barro. ciaes, e todos os Ensenhoreadores das
44 Mas nos dias destes Reis o Deos províncias, à consagração da estatua,
do ceo levantará hum Reino, que pa­ que o Rei Nebucadnezar levantàra:
ra sempre n&o serà destruido; e este e estavâo em pé diante da estatua,
Reino n&o serà deixado a outro povo: que Nebucadnezar levantàra.
esmiuçará e consumirá todos estes 4 E o pregoeiro apregoava em aha
reinos, mas aquelle estará estabeleci­ voz, manda se a vósoutros, 6 povos,
do para sempre. nascões e lingoageus:
44 Da maneira aue viste» que do 5 Quando ouvirdes o som da bòzi*
monte foi cortada numa pedra, sem na, do pifaro, da guitarra, da sambu-
m&os, e esmiuçou o ferro, o bronze, o ca, do psalterio, da sinfonia, e de toda
barro, a prata, e o ouro; o Deos gran­ sorte de musica : prostrar-vos-heis, e
de fez saber a el-Rei o que ha de ser adorareis a estatua de ouro, que el-
depois disto: e certo he o sonho, e fiel Rei Nebucadnezar tem levantado.
sua interpretação. 6 E qualquer que se nào prostrar, e
46 Ent&o o Kei Nebucadnezar cahio a adorar, em a mesma hora serà lan­
sobre seu rosto, e adorou a Daniel: e çado dentro do forno de fogo ardente.
mandou, que lhe sacrificassem offerta 7 Pelo que no mesmo instante, qae
de manjares e suaves perfumes. todos os povos ouvír&o o som da bôzi-
47 Respondeo o Rei a Daniel, e dis­ na, do pífaro, da guitarra, da samba-
se, certo he que vosso Deos he Deos ca, do psalterio, e de toaa sorte de
de deoses, e o Senhor dos Reis, e o musica, prostrárâo-se todos os povos,
revelador dos segredos: pois pudeste nasções e lingoagens, e adorárão a
revelar este segredo. estatua de ouro, que o Rei Nebucad­
48 Ent&o o Rei engrandeceo a Da­ nezar levantàra.
niel, e deu lhe muitos e grandes dons, 8 Por isto no mesmo instante se chfi-
e o pôz por Governador ae toda a pro­ gàr&o alguns varões Chaldeos, eacca-
vincia ae Babylonia, como tambem sàr&o os Judeos.
por Principe dos prefectos sobre todos 9 Fallárâo, e dissérâo ao Rei Nebo-
os Sabios de Babylonia. cadnezar: ó Rei, vive para sempre!
49 E pedio Daniel ao Rei, e consti- 10 Tu, ó Rei, fizeste hum decreto,
tuio elle sobre os negocios aa provin­ que todo homem aue ouvir o somda
cia de Babylonia a Sadrach, Mesach, bôzina, do pifaro, a a guitarra, da sam-
e Abed-Nego: porem Daniel estava à buca, do psalterio; da sinfonia, e de
porta do Rei. toda sorte de musica, se postrasse, e
adorasse a estatua de ouro:
11 E qualquer que se nâo postrasse,
c a p it u l o ra.
e adorasse, fosse lançado aentro do
REI Nebucadnezar fez huma es­ forno de fogo ardente.
O tatua de ouro, a altura da qual 12 Ha huns varões Judeos, os qoaas

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DANIEL I?. 829

constituíste sobre o negocio da provin­ to, a chama do fogo matou a aquelles


cia de Babylonia, Sadrach, Mesach, varões, que levantàrâo a Sadrach, Me­
e Abed-Nego: estes varões, ô Rei, sach e Abed-Nego.
nâo fizérâo caso de t i; a teus deoses 23 E estes tres varões Sadrach, Me­
nào servem, nem a estatua de ouro, sach e Abed-Nego cahirâo atados den­
que levantaste, adorão. tro do forno de fogo ardente.
13 Entâo Nebucadnezar com ira e 24 Entâo o Rei Nebucadnezar se es­
furor mandou trazer a Sadrach, Me- pantou, e se levantou depressa: fallou
nach e Abed-Nego: entâo trouxérâo e disse a seus Capitaens, porventura
a estes varões perante o Rei. não lançámos tres varões atados den­
14 Fallou Nebucadnezar, e disse- tro do togo? respondérâo e disserão
lhes; porventura de proposito, ó Sa­ ao Rei, verdade he, o Rei.
drach, Mesach e Abed-Nego, vósou­ 25 Respondeo e disse, eis aqui veio
tros nâo servis a meus Deoses. nem quatro varões soltos, que andão pas­
adorais a estatua de ouro, que levan­ seando dentro do fogo; e nenhum da­
tei? no ha nelles: e o parecer do quarto
15 Agora pois, se estais prestes, quan­ he semelhante ao filho dos deoses.
do ouvirdes o som da bôzina, do pifa- 26 Então chegou-se Nebucadnezar
ro? da guitarra, da sambnca, do psal- ã porta do forno de fogo ardente; fal­
teiro, e da sinfonia, e de toda sorte de lou e disse; Sadrach, Mesach e Abed-
musica, para vos prostrardes e adorar­ Nego, servos do Deos Altissimo, sahi
des a estatua que fiz, bom he ; mas se e vinde ! então Sadrach, Mesach e
a nào adorardes, em a mesma hora Abed-Nego sahirão do meio do fogo.
sereis lançados dentro do forno de fo­ 27 E ajuntàrâo-se os Sàtrapas, os
go ardente: e quem he o Deos, que Prefectos. e os Presidentes, e os Ca­
vos faça escapar de minhas mâos ? pitaens ao Rei, contemplando estes
16 Responderão Sadrach, Mesach e varões, como o fogo nâo se ensenho-
Abed-Nego, e disserão ao Rei Nebu­ reàra ae seus corpos; nemcabellode
cadnezar; nâo necessitámos de res­ sua cabeça fora queimado, nem suas
ponder te sobre este negocio. capas se mudàrão, nem cheiro de fogo
17 Eis que he nosso Deos, a quem passara por elles.
nos servimos, que nos pode fazer es­ 28 Fallou Nebucadnezar, e disse,
capar : elle nos farâ escapar do forno bemdito seja o Deos de Sadrach, Me­
de fogo ardente, e de tua mâo, ô Rei. sach e Abed-Nego, que enviou seu
18 E se nâo, sabe tu, ó Rei, que nào Anjo, e fez escapar seus servos, que
serviremos a teus deoses, nem adora- confiàrào nelle: pois violàrão a pala­
rémos a estatua de ouro, que levan­ vra do Rei, e entregàrâo seus corpos,
taste. para que nào servissem nem adoras­
19 Entâo Nebucadnezar se encheo sem outro algum Deos, senâo seu
de furor, e a figura de seu rosto se mu­ Deos.
dou contra Sadrach, Mesach e Abed- 29 Por mim pois se faz hum decre­
Nego: respondeo e mandou, que o to, que todo povo, nação, e lingoagem,
forno se accendesse sete vezes tanto, ue disser blaspnemia contra o Deos
do que se costumara a accendelo. e Sadrach, Mesach e Abed-Nego, seja
20 E mandou aos varões mais va­ despedaçado, e sua casa seia posta
lentes de força, que estavâo em seu por monturo: porquanto não na outro
exercito, que atassem a Sadrach, Me­ Deos, que possa livrar como este.
sach e Abed-Nego, para lançàlos no 30 Entâo o Rei fez prosperar a Sa­
forno de fogo ardente. drach, Mesach e Abea-Nego, na pro­
21 Entâo estes varões forão atados vincia de Babylonia.
com suas capas, seus calções, e seus
chapeos, e seus vestidos: e forão lan­
çados dentro do forno de fogo ardente. CAPITULO IV.
22 Porisso, pois a palavra do Rei da­ e b u c a d n e za r Rei; a todos os
va pressa, e o forno se accendeo mui­ N povos, nações, e lingoagens, que

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880 DANIEL, IV.

morfto ém toda a terra, paz vos seja us ramos; arrancai suas folhas, e der­
multiplicada. ramai seu fruto, que fui&o as bestas
2 Me pareceo bem, fazer notorios os debaixo delia, e as avesde seusramos,
sinaes e maravilhas; qne Deos o Altís­ 15 Porem o tronco com suas raizes
simo tem feito comigo. deixai na terra; e com atadura de fer­
3 Quam grandes s&o seus sinaes, e ro e de bronze, na herva do campo:
quam poderosas suas maravilhas! seu e seja molhado do orvalho do ceo, e
reino he reino sempiterno, e seu se­ sua parte seja com as bestas em &
nhorio de geração em geraç&o. grama da terra.
4 Eu Nebucadnezar estava quieto 16 Seu coraç&o seja mudado, qne
em minha casa, e florecente em meu maiB n&o seja coraçáo de homem, e
palacio. seja lhe dado coraçáo de besta: e pas­
5 Vi hum sonho, que me espantou: sem sobre elle sete tempos.
e as imaginações em minha cama, e 17 Esta causa se faz por decreto dos
as visões de minha cabeça me tur- Vigiadores, e esta petição por dito dos
bârâo. Santos: a fim que conheç&o os viven­
6 Por mim pois se fez hum decreto, tes, que 0 Altíssimo se ensenhorea
para introduzir perante mim a todos dos reinos dos homens, e os dá, a quem
os Sabios de Babylonia, que me fizes­ quer j e até o mais baixo dos homens
sem saber a interpretação do sonho. constitüe sobre elles.
7 Ent&o entràr&o Magos, Astrologos, 18 Isto em sonho vi eu Rei Nebucad-
Chaldeos e Adevinhadores: e eu dis­ nezar: tu pois Beltsasar, dize a inter­
se o sonho diante delles, mas n&o me pretação ; porque todos os Sabiôs de
íizérfto saber sua interpretaç&o. meu reino n&o pudér&o fazer-me sa­
8 Porem por derradeiro entrou pe­ ber sua interpretaç&o, mas tu pode»;
rante mim Daniel, cujo nome he Belt- pois ha em ti espirito dos deoses san­
sasar, segundo o nome de meu Deos, tos.
e em o qual ha espirito dos deoses 19 Ent&o Daniel, cujo nome era Belt­
santos: e eu disse o sonho diante sasar, estava attonito quasi huma ho­
delle: ra. e seus pensamentos o espantarão:
9 Beltsasar, Príncipe dos Magòs, de fallou pois o Rei, e disse; Beltsasar,
uem eu sei, que ha em ti espirito dos n&o te espante o sonho, nem sua in­
3 eoses santos, e nenhum segredo te terpretação ; respondeo Beltsasar, e
he difficil: dize me as visões de meu disse; Senhor meu, o sonho toque a
sonho, que vi, a saber, sua interpreta­ teus aborrecedores, e sua interpreta­
ção. ção a teus inimigos.
10 Er&o pois as visões de minha ca­ 20 A arvore que viste, que crescera,
beça, em minha cama: eu estava e se fizéra forte: cuja altura chegan
vendo, e eis huma arvore em meio da até o ceo, e que foi vista por todaa
terra, cuia altura era grande. terra.
11 Crecia esta arvore, e se fazia forte: 21 E cujas folhas er&o formosas, e
assim que suaaltura chegava até o ceo, seu fruto muito, e em aue para toaos
e foi vista até o cabo de toda a terra. havia mantimento: debaixo da qual
12 Sua folhagem era formosa, e seu morâvâo as bestas do campo, e em cu­
fruto muito, e para todos havia man­ jos ramos habitavâo as aves do ceo:
timento nella: debaixo delia as bes­ 22 Tu és este, 6 Rei, que creceste*
tas do campo achavão sombra, e as e te fizeste forte: e tua grandeza cre-
aves do ceo faziâo morada em seus ra­ ceo, e chegou até o ceo, e teu senho­
mos, e toda came se mantinha delia, rio até o cabo da terra.
13 Eu estava vendo em as visões de 23 E quanto ao que vio o Rei, hum
minha cabeça, em minha cama: e eis Vigiador, hum Santo, que descendia
aue hum Vigiador, hum Santo descen­ do ceo, e disse; cortai a arvore, e a
dia do ceo. destruí, porem o tronco com snas rai­
14 Clamando fortemente, e dizendo zes deixai na terra; e com atadurade
assim; cortae a arvore, e decotai vé­ forro e de bronze, na herva do campo;

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DANIEL, V. 831

A seja molhado do orvalho do ceo, e Nebucadnezar levantei meus olhos ao


soa parte seja com as bestas do cam­ ceo, e meu entendimento se tomou a
po, até que passem sobre elle sete mim; e eu bendisse o Altíssimo, e lou­
tempos: vei e glorifiquei ao que vive para sem­
24 Esta he a interpretação, ô Rei: pre : cujo senhorio he senhorio sem­
e este he o decreto ao Altíssimo, que piterno, e seu reino de geração em
virà sobre o Rei, meu Senhor. geração.
25 A saber, te lançarão de entre os 35 E todos os moradores da terra
homens, e tua morada ha de ser com são contados como nada, e segundo
as bestas do campo, e serás apacentá- sua vontade faz como exercito do ceo,
do com herva como os bois, e serás e os moradores da terra: e ninguém
xnolhado do orvalho do ceo; e sete ha que possa estorvar sua mão, e lhe
tempos passarão sobre ti: até que en­ dizer, que fazes ?
tendas, que o Altíssimo se ensenho- 36 No mesmo tempo meu entendi*
rêa dos reinos dos homens, e os da, a mento se tornou a mim, e a dignida
quem quer. de de meu Reino, minha magestade
26 E quanto ao que foi dito, que de­ e meu resplandor se tomou sobre
ixassem o tronco com as raizes da ar­ mim; e meus Capitaens e meus Gran­
vore j teu reino te ficará firme, depois des me buscárão: e foi restabelecido
que tiveres ententido, que o Ceo reina. em meu reino, e maior gloria me foi
27 Portanto, ô Rei, praza a ti meu acrecentada.
conselho, e desfaze teus peccados por 37 Agora pois eu Nebucadnezar lou­
justiça, e tuas iniquidades por usar de vo, e exalço, e glorifico ao Rei do ceo;
misericordia com os pobres, se por­ porque todas suas obras são verdade,
ventura houver prolongaçáo de tua e seus caminhos juizo: e pode humi­
paz. lhar aos que andão com altiveza.
28 Todas estas cousas viérão sobre
o Rei Nebucadnezar. CAPITULO V.
29 Porque a cabo de doze mezes,
auando andava passeando sobre o pa- REI Belsasar fez humgrande ban­
Jacio Real de Babylonia.
30 Fallou o Rei, e disse, porventura
O quete a seus mil Grandes: e be­
beo vinho perante estes mil.
nào he esta a grande Babylonia, que 2 Havendo Belsasar gostado o vinho,
eu edifiquei para ser casa Real, com mandou trazer os vasos de ouro e de
& força de minha potência, e para glo­ prata, que Nebucadnezar seu pai tira­
ria de minha magnificência f ra do Templo, aue estava em Jerusa­
31 Ainda estava a palavra na boca lem : para que oebessem delles o Rei
do Rei, quando cahio huma voz do e seus Grandes, suas mulheres e suas
ceo: a ti se diz, ô Rei Nebucadnezar, concubinas.
o reino he traspassado de ti. 3 Entáo trouxérão os vasos de ouro,
32 E te lançarão de entre os homens, ue forão tirados do Templo da casa
e tua morada será com as bestas do
campo, com erva serás apacentado
3 e Deos, que estava em Jerusalem:
e bebérão delles o Rei e seus Gran­
como os bois; e sete tempos passarão des, suas mulheres e suas concubinas.
sobre ti; até que entendas, que o Al­ 4 Bebérão o vinho, e dérão louvo­
tíssimo se ensenhorêa dos reinos dos res aos deoses de ouro, e de prata, de
homens, e os dá, a quem quer. bronze, de ferro, de madeira, e de pe­
33 Em a mesma hora se cumprio a dra.
palavra sobre Nebucadnezar, e foi 5 Em a mesma hora sahi&o dedos
lançado de entre os homens, e comia da mão de homem, e escrevião diante
erva como os bois, e seu corpo foi do castiçal na caíadpra da parede do
molhado do orvalho do ceo: até que palacio Real: e o Rei via a parte da
seu pelo crecia como o de aguia, e mão, que estava escrevendo.
suas unhas como de aves. 6 Então se mudou o sembrante do
34 Mas ao fim d7aquelles dias eu Rei e seus pensamentos o turbàr&o;

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832 DANIEL, VI.

e as junturas de seus lombos se des- dérâo declarar a interpretação destas


conjuntárâo, e seus joelhos se batérâo palavras.
o hum com o outro. 16 Eu porem tenho ouvido de ti, que
7 E clamou o Rei com força, que se podes dar interpretações, e soltar aa-
introduzissem os Astrologos, os Chal­ vidas: agora se puderes ler esta es­
deos e os Adevinhadores: e fallou o critura, e fazer me saber sua interpre­
Rei, e disse aos Sabios de Babylonia; tação, serás vestido de purpura, e hu­
qual quer que ler esta escritura, e me ma cadea de ouro a teu pescoço, e em
declarar sua interpretação, serâ ves­ o reino serás o terceiro ensenhoreador.
tido de purpura, e huma caaea de ouro 17 Entâo respondeo Daniel, e disse
a seu pescoço, e serà no reino o ter­ diante do Rei; teus dons fiquem com­
ceiro ensenhoreador. tigo, e teus presentes dà a outrem:
8 Entâo entràr&o todos os Sabios do com tudo lerei a escritura a el-Rei, e
Rei: mas nâo pudérâo ler a escritura, lhe farei saber a interpretação.
nem ao Rei fazer saber sua interpre­ 18 Quanto a ti, ó Rei: Deos o Altís­
tação. simo deu a Nebucadnezar teu pai o
9 Entâo o Rei Belsasar espantou se reino, e a grandeza, e a gloria, e a
muito, e seu sembrante nelle mudou- magnificência.
se : e seus Grandes estavâo perturba­ 19 E pela grandeza, que lhe deu, to­
dos. dos os povos, nacões e Ungoagens trs-
10 A Rainha, pois por causa das pa­ miâo e temiào diante delle: a quem
lavras do Rei e de seus Grandes, en­ queria, matava, e a quem queria, data
trou na casa do banquete: fallou a vida; e a quem queria, engrandecia,
Rainha, e disse, ó Rei, vive para sem­ e a quem queria, abatia.
pre ! nâo te turbem teus pensamen­ 20 Mas quando seu coração se exal­
tos, nem se mude teu sembrante. çava, e seu espirito se enaureceo em
11 Ha hum varâo em teu reino, em soberba, foi derribado de seu throno
o qual ha espirito dos deoses santos; Real, e a gloria foi traspassada delle.
e em os dias de teu pai se achou nel­ 21 E foi lançado d’entre os filhos dos
le lume, e intelligencia, e sabedoria, homens, e seu coração foi feito seme­
oomo a sabedoria dos deoses: e o Rei lhante ao das bestas, e sua morada foi
Nebucadnezar teu pai, o constituio com os asnos montezes; com erva foi
por Principe dos Magos, dos Astrolo­ apacentado como os bois, e do orvalho
gos, dos Chaldeos e dos Adevinhado­ do ceo seu corpo foi molhado: até que
res ; teu pai, 6 rei. entendeo, que Deos o Altissimo se en-
12 Porquanto espirito excellente, e senhorèa dos reinos dos homens, e a
sciencia e entendimento, interpretan­ quem quer, constitue sobre elles.
do sonhos, e declarando enigmas, e sol­ 22 E tu seu filho Belsasar. nâo hn-
tando duvidas, foi achado naquelle milhasteteu coração: ainda que sou­
Daniel, ao qual o Rei pôz por nome beste tudo isto.
Beltsasar: chame se pois agora Dani­ 23 E te levantaste contra o Senhor
el, e elle declarará a interpretação. do ceo; pois trouxérâo os vasos de
13 Entâo Daniel foi introduzido pe­ sua casa perante ti, e tu e teus gran­
rante o Rei: fallou o Rei, e disse a des, tuas mulheres e tuas concubinas/
Daniel; es tu aquelle Daniel dos ca­ bebestes vinho delles; de mais d*isto
tivos de Judá, que o Rei men pai déste louvores aos deoses de prata, e
trouxe de Judá ? de ouro, de bronze, de ferro, de ma­
14 Poraue tenho ouvido de ti, que o deira e de pedra, que nem vem, nem
espirito aos deoses estâ em ti: e lu­ ouvem, nem sabem: mas ao Deos,
me, e entendimento, e sabedoria ex­ em cuja mâo estâ tua vidaj e todos teus
cellente se acha em ti. caminhos, a elle nâo glorificaste.
15 E agora forão introduzidos peran­ 24 Entáo delle foi enviada aquella
te mim os Sabios e os Astrologos, que parte da mâo, e esta escritura foi es­
lessem esta escritura, e me fizessem crita.
saber sua interpretação: mas nâo pu- 25 Esta pois he a escritura, quefoi e§-

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DANUEL. VI. 833

e r ita : M e n x , M e n e , T h e x e l , U p h a r - fizer huma petição para com algum


SIN. Deos ou homem fora de ti, 6 Rei, seja
26 Esta he a interpretação cPaquil- lançado na cova dos leões.
lo : M en e, contou Deos teu reino, e o 9 Agora pois, 6 Rei, confirma o Edic­
acabou. to, e assina a escritura, para que nâo
27 T h e k e l, pesado foste em balan­ se mude, conforme a lei dos Medos
ças, e foste acnado leve. e dos Persas, que se nâo pode revo­
28 P e r es, dividido foi teu reino, e gar.
deu se aos Medos, e aos Persas. 10 Por esta causa o Rei Dario assi­
29 Entâo mandou Belsasar, que ves­ nava esta Escritura e Edicto.
tissem a Daniel de purpura, e huma 11 Daniel pois, quando soube que a
cadea de ouro a seu pescoço, e aprego­ escritura estava assinada, entrou em
assem delle, que houvesse de ser o sua casa; (tinha porem em seu cená­
terceiro sennoreador em o reino. culo janellas abertas de fronte de Je­
30 Mas na mesma noite foi inatado rusalem :) e tres vezes ao dia se pu­
Belsasar, Rei dos Chaldeos. nha de joelhos, e orava, e confessava
diante de seu Deos, como o sahia fa­
zer d^tes.
CAPITULO VI. 12 Entâo aquelles varões se forão
DARIO de Media occupou o rei­ juntos, e achárão a Daniel orando e
E no, sendo de idade de sessenta e
dous annos.
supplicando diante de seu Deos.
13 Então chegârão-se, e disserão di­
2 E pareceo bem a Dario de consti­ ante do Rei, tocante o Edicto Real,
tuir sobre o reino cento e vinte Pre­ porventura não assinaste o Edicto, que
sidentes, que estivessem sobre todo o todo homem que pedir de qual quer
reino. deos ou homem por espaço de tnnta
3 E sobre elles, tres Principes, dos dias, senão de ti, ô Rei, serà lançado
quaes Daniel seria o primeiro: aos na cova dos leões ? respondeo o Kei,
quaes estes Présidentes dessem conta, e disse, esta palavra he certa, confor­
para que o Rei nâo recebesse dano. me à lei dos Medos e dos Persas, que
4 Entâo o mesmo Daniel sobrepujou senâo pode revosgar.
a estes Principes e Presidentes: por­ 14 Então responaérâo, e disserão di­
que nelle havia espirito excellente; ante do Rei, Daniel, que he dos trans­
pelo que o Rei pensava constituilo so- portados de Judá, não tem feito caso
Dre todo o reino. ae ti, ó Rei, nem do Edicto que assi­
5 Então os Principes e os Presiden­ naste : antes tres vezes ao dia faz sua
tes procuravão achar occasiâo contra oração.
Daniel por parte do reino: mas nào 15 Ouvindo o Rei entâo o negocio,
podião achar alguma occasiâo ou cul­ pesou lhe muito, e pôz o coração so­
pa ; porque elle era fiel, e nenhum vi­ bre Daniel, para fazek> escapar: e até
cio nem culpa foi achada em elle. que o sol se pôz, trabalhou para liv-
6 Então estes varões disserão; nun­ ràlo.
ca acharémos alguma occasiâo contra 16 Então aquelles varões se forão
este Daniel, se nâo a achamos contra juntos ao Rei, e disserão ao Rei: sai­
elle em a lei de seu Deos. bas, ô Rei, que he lei dos Meaos e
7 Entâo estes Principes e Presiden­ dos Persas, que nenhum Edicto ou or­
tes forão juntos ao Rei, e disserão-llie denança, que el-Rei determinou, 86
assim; ô Rei Dario, vive para sem­ pode mudar.
pre! 17 Então 0 Rei mandou, que trou­
8 Todos os Principes do Reino, os xessem a Daniel; e o lançarão na co­
Prefectos e Presidentes, Capitaens e va dos leões: e fallando o Rei disse a
Corregedores, aconselhárâo-se a de­ Daniel, teu Deos. a quem tu contina-
terminar hum Edicto Real, e fazer amente serves, elle te faça escapar.
hum mandamento firme, que qual­ 18 E foi trazida huma pedra, e foi
quer que por espaço de trinta dias posta sobre a boca da oova: e o Rei

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834 DANIEL, VII.

a sellou com seu anel, e com o anel CAPITULO VIL


de seus grandes, para que se n&o mu­
dasse a sentença ácerca de Daniel. 0 primeiro anno de Belsasar, Bei
19 Então o Rei se foi a seu palacio, de Babylonia, Daniel vio humso­
e ficou a noite em jejum, e não deixou nho, e visões de sua cabeca em ma
trazer perante si instrumentos de mu­ cama: logo escreveo o sonno, e rebr
sica : e seu sono se lhe tirou. tou a summa das cousas.
20 Então o Rei se levantou pela ma­ 2 Fallou Daniel, e disse, eu estan
nhã cedo: e se foi depressa a a cova vendo em minha visão ae noite: e
dos leões. eis que os quatro ventos do ceo oom-
21 E chegando se a a cova, clamou batião no Mar grande.
a Daniel com voz triste : e fallando o 3 E quatro animaes grandes subiáo
Rei disse a Daniel; Daniel, servo do do mar, diíferentes hum do outro.
Deos vivente! tambem teu Deos a 4 0 primeiro era como leão, e tinha
uem tu continuamente serves, te po- asas de aguia: eu estava olhando,até
ia livrar dos leões. que lhe forão arrancadas as asas; e
22 Então Daniel fallou ao Rei: ô foi levantado da terra, e posto empé
Rei, vive para semper! como homem, e foi-lhe dado ooiaçáo
23 Meu Deos enviou seu Anjo, e ta­ de homem.
pou a boca dos leões, para que não 5 E eis aqui outro segundo animal,
me fizessem dano: porque diante delle semelhante a hum urso, o qual se pôz
innocencia foi acnada em mim: e a hum lado, e tinha em sua boca tres
tambem contra ti, ó Rei, não tenho costelas entre seus dentes, e foi-lhe
cometido algum delicto. dito assim; levanta-te, traga came
24 Então o Rei muito alegrou se em muita.
si mesmo; e mandou tirar a Daniel da 6 Depois d7isto eu estava olhandae
cova: assim Daniel foi tirado da co­ eis aqui outro, que era como leopardo,
va, e nenhum dano se achou nelle; e tinha quatro asas de ave em soai
porque créra era seu Deos. costas: tinha tambem este animal
25 Então mandou o Rei, e forão tra­ quatro cabeças; e foi-lhe dado domí­
zidos aquelles varões, que tinhão ac- nio.
cusado a Daniel, e forão lançados na 7 Depois disto eu estava olhando nai
cova dos leões, elle& seus filhos, e visões de noite, e eis aqui o quarto
suas mulheres; e ainda nâo chegárâo animal, terrível e espantoso, e muilo
ao fundo da cova, quando os leões se forte; o qual tinha dentes grandes de
apoderârâo delles, e quebrantárão to­ ferro; tragava e quebrantava, e o
dos seus ossos. sobejo pisava com seus pés: e era
26 Entâo o Rei Dario escreveo a to­ diíferente de todos os animaes, qoe
dos os povos, nações e lingoagens, que forão antes d^elle, e tinha dez cornoi.
morão em toda a terra; paz vos seja 8 Estando eu attentando para os cor­
multiplicada. nos, e eis que outro como pequeno
27 De minha parte he feito hum de­ subia entre elles, e tres dos comos
creto, que em todo o senhorio de meu rimeiros forão arrancados de diante
reino todos tremão e ternâo perante a elle: e eis que neste corno havia
face do Deos de Daniel: porque elle olhos, como olhos de homem, e huma
he Deos vivente e permanecente para boca. que fallava grandezas.
sempre, e seu reino se não pode des­ 9 Eu estive olhando, até que forão
truir, e seu senhorio dura até o fim. postos thronos, e o Anciáo de dias se
28 Elle faz escapar e livra, e faz assentou: seu vestido era branco co­
sinaes e maravilhas no ceo e na terra: mo neve, e o cabello de sua cabeca
o qual fez escapar a Daniel do poder como lã limpa; seu throno chamas de
dos leões. fogo, e as roaas delle fogo ardente.
29 Este Daniel pois prosperava no 10 Hum rio de fopo manava, e sahia
reinado de Dario, e no reinado de Cy­ de diante delle; milhares de milhares
ro o Persa. lhe servião, e milhões de milhões es-

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DANIEL, Vin. 835

taváo em pé diante delle: o juizo foi e o juizo se déra aos Santos do Altís­
assentado, e os livros forão abertos. simo ; e o tempo viéra, que os Santos
11 Entào estive olhando, por causa possuíssem o Reino.
da voz das grandes palavras, que fal­ 23 Disse assim; o quarto animal se­
lava o corno: estive olhando, até que rà o quarto reino na terra, o qual serà
matàrâo o animal, e seu corpo foi des­ differente de todos reinos: e tragará
feito, e entregado para ser queimado a toda a terra, e a atropelará, e a es­
do fogo. miuçará.
12 E quanto aos outros animaes, seu 24 E quanto aos dez cornos; daquelle
senhorio foi tirado: poraue lhes fora mesmo reino se levantarão dez Reis:
dada prolongaçâo de vida, até certo e apos elles se levantará outro, o qual
espaço de tempo. será differente do3 primeiros, e aba­
13 Eu estava vendo em minhas vi- terá a tres Reis.
Bões de noite; e eis que estava vindo 25 E fallarà palavras contra o Altís­
cm as nuvens do ceo hum como Filho simo, e destruirá os Santos do Altissi­
de homem; e veio ao Ancião de di­ mo : e pensará de mudar os tempos
as, e o fizérâo chegar perante elle. e a le i; e serão entregues em sua mão
14 E foi lhe dado senhorio e honra, por tempo, e tempos, e huma parte de
e o reino, que todos povos, nações e tempo.
lingoagens lhe servissem: seu senho­ 26 E o juizo será assentado: e tira­
rio he senhorio eterno, que nâo serà rão seu senhorio, para o destruir, e
transitorio, e seu reino se não destru­ para o aniquilar até o fim.
irá. 27 E o reinoj e o senhorio, e a ma-
15 Quanto a mim Daniel, meu es­ gestade dos reinos debaixo de todo o
pirito foi abatido dentro do corpo; e ceo dar-se-ha ao povo dos Santos do
as visões de minha cabeça me espan- Altíssimo: seu reino serà reino eter­
tárão. no, e todos os senhorios lhe servirão,
16 Cheguei-me a hum dos que es­ e obedecerão.
tavâo em pé, e pedi-lhe a certeza 28 Até aqui foi o fim do negocio:
Ácerca de tudo isto: e fazendo-me sa­ quanto a mim Daniel, meus pensa­
ber a interpretação das cousas, me mentos muito me espantavão, e mu­
disse. dou se meu sembrante em mim; mas
17 Estes grandes animaes, que sâo guardei o negocio em meu coração.
quatro, sâo quatro Reis, que se levan­
tarão da terra.
18 E os Santos do Altissimo recebe­ CAPITULO VIII.
rão o Reino: e possuirão o Reino para
todo sempre, e de eternidade em eter­ N O anno terceiro do reinado do Rei
Belsasar, me appareceo huma vi­
são a mim Daniel, depois daquella
nidade.
19 Então tive desejo de ter certeza que me appareceo no principio.
do quarto animal, que differente era 2 E vi em huma visão, (e aconteceo
de todos os outros, muito terrivel; se­ quando vi, que eu estava em Susan
us dentes erão de ferro, e suas unhas metrópoli, que està na provincia de
de bronze; tragava, quebrantava, e o Elam) vi pois em huma visão, que eu
sobejo pisava com seus pés. estava junto ao rio Ulai.
20 Tambem dos dez cornos, que es­ 3 E levantei meus olhos, e vi, e eis
tavâo em sua cabeça, e do tmtro que aqui hum carneiro, que estava diante
subia, de diante do qual cahirâo tres: do rio, o qual tinha dous cornos: e os
daquelle como, digo, que tinha olhos, dous cornos erão altos, porem o hum
e boca que fallava grandezas; e cujo era mais alto que o outro; e o que era
parecer era maior que o de seus com­ mais alto, subio por derradeiro.
panheiros. 4 Vi ao carneiro ferindo com os cor­
21 Eu vira, que este como fazia nos ao Occidente, e ao Norte, e ao
guerra contra os Santos, e os vencia: Meio dia; e nenhuns animaes podião
22 Até que viéra o Ancião de dias, parar diante delle, nem havia quem

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836 DANIEL, VIII.

fizesse escapar de sua m&o: e fazia estava alguem, segundo o parecer de


conforme a sua vontade, e se engran­ hum var&o.
decia . 16 E ouvi huma voz de homem en­
5 E estando eu considerando, eis aqui tre U lai: qual bradou, e disse; Ga­
hum cabr&o das cabras vinha do Oc­ briel, dá a entender a este a vis&o.
cidente sobre toda a terra, e n&o to­ 17 E veio perto donde eu estava, e
cava a terra: e aquelle cabr&o tinha vindo elle, me assombrei, e cahi so
hum corno visivel entre seus olhos. bre meu rosto: porém elle me disse,
6 E vinha ao carneiro, que tinha os entende, filho do homem; porque es­
dous cornos, a quem eu vira estar di­ ta vis&o serà até o tempo do fim.
ante do rio: e correo contra elle com 18 E estando elle fallando comigo,
o impeto de sua força. adormeci cahido sobre meu rosto por
7 E o v i chegar junto ao carneiro, e terra: elle pois me tocou, e me tez
irritou-se contra elle, e ferio ao car­ estar em pé.
neiro, e quebrou seus. dous cornos; 19 E disse, eis que te farei saber, o
pois n&o havia força no carneiro, para que ha de acontecer no cabo da ira:
parar diante delle: e o derribou em porque a certo tempo serà o fim.
a terra, e o pisou; nem houve quem 20 Aquelle carneiro gue viste cotn
fizesse escapar o carneiro de sua m&o. dous cornos, s&o os Reis de Media e
8 E o cabrão das cabras se engran- de Persia.
deceo em grande maneira: mas es­ 21 Porem o cabr&o peludo, o Rei de
tando em sua maior força, aquelle Grécia: e o corno grande, que tinha
grande corno foi quebradoj e subi râo entre seus olhos, he o Rei primeiro.
em seu lugar outros quatro visiveis, 22 E que, sendo quebrado elle, se
para os quatro ventos do ceo. levantár&o quatro em seu lugar: sig­
9 E do hum delles sahio hum corno nifica que quatro reinos se levantáráo
mui pequeno, o qual creceo muito ao da mesma naç&o, mas n&o na força
Meio dia, e ao Oriente, e à terra for­ delle.
mosa. 23 Mas ao cabo de seu reino, quan-
10 E engrandeoeo-se até o exercito do os prevaricadores acabar&o de pre­
do ceo: e a alguns do exercito, con­ varicar, levantar-se-ha hum Rei, que
vem a saber? aas estrellas, deitou por terá cara de feroz, e será entendido
terra, e as pisou. em adevinhaçòes.
11 E até o Principe do exercito se 24 E sua força se reforçará, mas nâo
engrandeceo: e por elle foi tirado o com força sua; e destruirá marafi*
continuo sacrificio, e o lugar de seu lhosameute, e prosperará, e o fará: e
Santuario foi derribado. destruirá os fortes, e o povo dos san­
12 E o exercito foi entregado na tos.
prevaricaç&o contra o continuo sacri­ 25 E por seu entendimento tambem
ficio ; e abateo à verdade em terra, e farà prosperar o engano em sua máo;
o fez, e prosperou. e em seu coraç&o se engrandecerá, o
13 Depois ouvi hum Santo, que fal­ com tranquillidade destruirá muitos:
lava : e disse o Santo ao n&o nomeado, e levantar-se-ha contra o Principe
que fallava; até quando durará a vi­ dos Principes, mas sem m&o será que­
s&o do continuo sacrificio, e da preva­ brantado.
ricaç&o assoladora, que ha de ser en­ 26 E a vis&o da tarde e da manhâ,
tregado o Santuario, e o exercito, para que foi dita, he verdade: tu porem
ser pisado ? cerra a vis&o, porque he paia muitos
14 E elle me disse, até duas mil e dias.
trezentas tardes e manhãs, e o San­ 27 E eu Daniel enfraqueci, e esüte
tuario serà justificado. enfermo alguns dias: levantei-me po­
15 E aconteceo que, havendo eu is, e fiz o negocio ao Rei: e me e*
Daniel visto a vis&o, busquei síu en­ pantei ácerca da vis&Q, e nâo hana
tendimento, e eis que perante mim quem a entendesse.

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DANIEL, IX. 687

12 E elle estabeleceo sna palavra,


CAPITULO IX. que fallou sobre nosoutros, e sobre
■VTO anno primeiro de Dario filho de nossos Juizes, que nos julgavâo, tra­
JL\ Ahasvero, da naçâo dos Medos, o zendo sobre nosoutros hum grande
uai foi posto por Rei sobre o reino mal, que nunca foi feito debaixo de
os Chaldeos. todo o ceo, como foi feito em Jerusa­
2 No anno primeiro de seu reinado, lem.
eu Daniel attendi nos livros, que o nu­ 13 Como estâ escrito na Lei de Moy­
mero dos annos, dos quaes fallou Je­ ses, todo aquelle mal nos sobreveio:
h o v a h ao propheta Jeremias, que ha­ com tudo nâo supplicàmos a face de
via de acabar as assolaçôes de Jeru­ J e h o v a h nosso Deos, para converter
salem, era setenta annos. nos de nossas iniquidades, e attentar
3 E eu puz minha face ao Senhor para tua verdade.
Deos, para buscar a elle com oração e 14 E apressurou se J e h o v a h sobre
rogos, em jejum, e saco, e cinza. o mal, e o trouxe sobre nosoutros:
4 E orei a J e h o v a h meu Deos, e porque justo he J e h o v a h nosso Deos
confeèsei: e disse, ah Senhor1 Deos em todas suas obras, que fez; pois
grande e tremendo, que guarda o con­ nâo obedecemos a sua voz.
certo e a misericordia com os que o 15 Ora pois, ó Senhor nosso Deos, que
amâo, e guardâo seus mandamentos. tiraste teu povo da terra de Egypto
5 Pecçámos e cometemos iniquida­ com mâo poderosa, e ganhaste para
de, e fizemos impiamente, e tomos ti nome, como se vê neste dia: pec-
rebeldes, por apartar nos de teus cámos, fizemos impiamente.
mandamentos, e de teus juizos. 16 0 Senhor, segundo todas tuas jus­
6 E nâo ouvimos a teus servos os tiças se pois aparté tua ira e teu furor
Prophetas, que em teu nome fallàrâo de tua cidade Jerusalem, teu santo
a nossos Reis, a nossos Principes, e a monte: porque por nossos peccados, e
nossos pais: como tambem a todo o pelas iniquidades de nossos pais, Je­
povo da terra. rusalem e teu povo foi poropprobrio a
7 Comtigo, ó Senhor, està a justiça, todos os que estâo do redor de nós.
mas com nosco a confusão de rosto, co­ 17 Agora pois, ó Deos nosso, onve
mo sevi neste dia: com os varòes de Ju­ a oração de teu servo, e suas suppli-
dá, e com os moradores de Jerusalem, cações, e faze teu rosto resplandecer
e com todo Israel, os de perto e os de sobre teu Santuario assolado: por amor
longe, em todas as terras, por onde os do Senhor.
tens lançado, por causa de sua prevari­ 18 Inclina, 6 Deos meu, tens ouvi­
cação, com que prevaricàrâo contra ti. dos, e ouve; abre teus olhos, e olha pa­
8 0 Senhor, com nosco estâ a con­ ra nossas assolaçôes, e para a cidaae,
fusão de rosto, com nossos reis, com a qual he chamada ae teu nome: por­
nossos Principes, e com nossos pais: que nâo lançamos nossas supplicações
porque peccàmos contra ti. perante tua face, fiados em nossas justi­
9 Com o Senhor nosso Deos sâo as ças, mas em tuas muitas misericórdias.
misericórdias e perdões: ainda que 19 O Senhor, ouve: ó Senhor, per­
rebellámos contra elle. doa ; ó Senhor, està attento e o faze.
10 E nâo obedecémos à voz de Je­ sem tardar: por amor de ti mesmo, o
h o v a h nosso Deos, para andar em Deos meu; porqne tua cidade e teu
suas leis, que nos deu pela mâo de povo he chamado de teu nome.
sens servos os Prophetas. 20 Estando eu ainda fallando e oran­
11 E todo Israel traspassou tua Lei, do. e confessando meu peccado, e o
apartando-se por nâo obedecer a tna peccado de meu povo Israel, e lançan­
voz: pelo que a maldição e o jura­ do minha supplicaçâo perante a iace
mento, que està escrito na Lei de de J e h o v a h meu Deos, pelo monte
Moyses servo de Deos, se derramou santo de meu Deos.
sobre nosoutros; porque peccàmos 21 Estando eu, digo, ainda fallando
contra elle. na oração; o varâo Gabriel, ao qual

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838 DANIEL, X.

eu vira na visão d’antes, veio voando ca, nem me untei com unguento: até
apresuradamente, tocando-me, como que se comprírão as tres semanas de
à hora do sacrifício da tarde. dias.
22 E me instruio, e fallou comigo, e 4 E aos vintè e quatro dias do mez
disse; Daniel, agora sahi para fazer te primeiro eu estava na borda do gròo
entender o sentido. rio Hiddekel:
23 No principio de tuas supplicações 5 E levantei meus olhos, e olhei, e
sahio a palavra, e eu vim, para Vo de­ eis aqui hum varão vestido de linho,
clarar, porque es varâo mui desejado: e cingidos seus lombos de ouro fino
està pois attento à palavra, e entende de Uphaz.
a visão. 6 E seu corpo era como Turqueza,
24 Setenta semanas estâo determi­ e seu rosto parecia hum relampago, e
nadas sobre teu povo, e sobre tua san­ seus olhos como tochas de fogo, e seus
ta cidade, para cerrar a transgressão, braços e seus pés como de côr de bron­
e para se1lar os pecados, e para expi­ ze açacalado: e a voz de suas palav­
ar a iniquidade, e para trazer a justiça ras, como a voz de huma multidão.
eterna: e para seílar a visão e o Pro­ 7 E eu Daniel só vi aquella vis&o;
pheta, e para ungir a Santidade das mas os varões, que estavâo comigo, nâo
Santidades. virão aquella visão: com tudo cahio
25 Sabe pois e entende: desda sahi­ sobre elles hum grande temor, e fugi*
da da palavra para fazer tomar, e para rão escondendo-se.
edificar a Jerusalem, até o Messias o 8 Fiquei pois eu sô, e vi esta grande
Principe, sete semanas ha, e sessenta visão, e não ficou força em mim: e mi­
e duas semanas: as ruas e cavas se nha formosura em mim b& mudou em
reedificarão, porem em tempos angus­ desmaio, sem reter alguma força.
tiados. 9 E ouvi a voz de suas palavras, e
26 E depois das sessenta e duas se­ em ouvindo a voz de suas palavras, eu
manas o Messias serà desarraigado, cahi em alto sono sobre meu rosto, coo
mas não para si mesmo; e o povo do meu rosto em terra.
Principe que virà, destruirá a cidade 10 E eis que huma mão me tocou, e
e o Santuario, e seu fim serà com in­ fez que me movesse sobre meus jue*
undação ; e até o fim haverá guerra, e lhos, e as palmas de minhas mãos.
firmemente determinadas assolaçôes. 11 E me disse, Daniel varão mui de­
27 E confirmará o concerto a muitos sejado, està attento ás palavras, que eu
huma semana: e na metade da sema­ fallarei comtigo, e levanta-te sobre te­
na farà cessar o sacrificio e a offerta us pés; poraue agora sou enviado a ti:
de manjares; e sobre a asa das abo­ e fallando elle comigo esta palavra, ea
minações haverá assolador, e isso até a estava tremendo.
consummação, que firmemente deter­ 12 Entào me disse, nào temas, Da*
minada, se derramará sobre o povo as­ niel, porque desdo primeiro dia, ou*
solado. déste teu coração a entender, e a affli-
gir-te perante teu Deos, são ouvidas
tuas palavras: e eu vim por causa de
CAPITULO X. tuas palavras.
O anno terceiro de Cyro Rei de 13 Porem o Principe do reino de
Persia, foi revelada huma palav­ Persia se pôz em fronte de mim vinte
ra a Daniel, cujo nome se chama Bel- e hum dia; e eis que Michael hum
sasar: e a palavra he verdadeira, po­ dos primeiros Principes veio para aju-
rem em hum determinado grande tem­ dar-me: e eu me fiquei ali, com os
po : e entendeo esta palavra, e tinha reis de Persia.
entendimento da visão. 14 Agora vim, para fazer-te entendei
2 Em aquelles dias eu Daniel me en­ o que tia de acontecer a teu povo em
tristeci tres semanas de dias. os derradeiros dias: porque a visão
3 Manjar desejável não comi. nem ainda por muitos dias na.
came nem vinho entrou em minha bo­ 15 E fallando elle comigo estas p»*

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DANIEL, XI. 839
lavras, abaixei meu rosto em terra, e se-ha mais que elle, e reinará, * seu
emmudecí. Senhorio serà grande Senhorio.
16 E eis aqui alguem semelhante aos 6 Mas a cabo de alguns annos hum
filhos dos homens, tocou meus beiços: com o outro farà concerto; e a filha
entào abri minha boca, e fallei. e disse do Rei do Sul virá ao Rei do Norte,
a aquelle, que estava diante ae mim, para fazer as condições: mas ella nâo
Senhormeu! por causa da visâo mi­ terá força de braço j pelo que nem elle,
nhas dores se tornâo sobre mim, sem nem seu braço persistirá; porque ella
reter alguma força. será entregada, e os que a tiverem
17 Como pois pode o servo deste meu trazido, e seu pai, e o que a esforçava
Senhor fallar com aquelle meu Senhor 1 em aquelles tempos.
porque, quanto a mim, desde agora nào 7 Mas do renovo de suas raizes hum
resta força em mim, e nào me ficou se levantará em seu lugar: e virá com
folego. o exercito, e virá nas fortalezas do Rei
18 E alguem que pareceo como hum do Norte, e fará nellas à sua vontade,
homem, me tocou outra vez, e me con­ e esforçar-se-ha.
fortou. 8 E tambem seus deoses com seus
19 E disse, nào temas, varâo mui de­ Principes, com seus vasos preciosos de
sejado, paz a t i: esforça-te, sim esfor­ prata e ouro, levará cativos a Egypto:
ça-te : e fallando elle comigo, esfor- e por alguns annos elle persistirá con­
çei-me, e disse; falle meu Senhor, por­ tra o Rei do Norte.
que me confortaste. 9 Assim o Rei do Sul virà no reino,
20 E disse, Sabes, porque vim a ti ? e tomará para sua terra.
agora pois tomarei para pelejar com 10 Porém seus filhos se entremete­
o Principe dos Persas: e sahindo eu, rão em guerra, e ajuntarão grande nu­
eis que virà o Principe de Grecia. mero de muitos exercitos) e virà à
21 Porem eu te declararei o que es­ pressa, e inundará, e passará: e tor­
tá escrito na escritura da verdade : e nará a entremeter se em guerra, até a
ninguém ha que se esforce comigo sua fortaleza.
contra aquelles, senâo Micnael vosso 11 Entâo o Rei do Sul serà exaspe­
Principe. rado, e sahirá, e pelejará com elle, a
saber com o Rei ao Norte: o que po­
rá em campo grande multidão, mas
CAPITULO XI.
aquella multidão serà entregada em
'T7,U pois no anno primeiro de Dario sua mâo.
r i Medo estive, para o esforçar e cor­ 12 Quando serâ tirada aquella mul­
roborar. tidão, seu coração se levantará: ain­
2 E açora te declararei a verdade: da que derribará muitos milhares, com
eis aqui ainda tres reis estarão em tudo nào prevalecerá.
Persia, e o quarto serà enriquecido de 13 Pórque o Rei do Norte tomará, e
grandes riquezas, mais que todos; e es- porá em campo multidão maior que
forçando-se com suas riquezas, desper­ a primeira: e a cabo dos tempos de
tará a todos contra o remo de Grecia. alguns annos virá à pressa com gran­
3 Depois levantar-se-ha hum Rei va­ de exercito, e com muita fazenda.
lente, aue reinará com grande Senho­ 14 E em aquelles tempos muitos se
rio, e farà à sua vontade. levantarão contra o Rei do Sul: e os
4 Mas estando elle em pé, seu reino filhos dos prevaricadores de teu povo
será quebrantado, e serà repartido em se levantarão, para confirmar a visâo,
os quatro ventos do ceo: porém nào e cahirâo.
para sua posteridade, nem tam pouco 15 E o Rei do Norte virá. e levanta­
segundo seu Senhorio, com que reinou; rá baluarte, e tomará a cidade forte:
porque seu reino serà arrancado, e se­ e os braços do Sul nâo poderão sub­
rà para outros fora destes. sistir, nem seu povo escolhido, nâo ha­
5 E esforçar-se-ha o Rei do Sul, hum vendo força para subsistir.
de seus Principes: mas outro esforçar- 16 0 que ]x>is virà contra elle, farà

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840 DANIEL, XI.
à sua vontade, nem haverá quem pos­ prosperará; porque o fim ainda fove*
sa subsistir diante delle : e estará na rá para certo tempo.
terra do ornamento, e a destruição 28 E tornará para sua terra com
estará em sua mâo. grande riqueza, e seu coração será
17 E porâ seu rosto, para vir com a contra o santo concerto: e o fará, e
potência de todo seu reino, e rectos tornará para sua terra.
com elle, e o farâ : e lhe darâ huma 29 A certo tempo tornará a vir con­
filha das mulheres, para destruir a tra o Sul: mas nâo será a ultima, co­
ella, mas ella não subsistirá, nem se­ mo a primeira sorte.
rá por elle. 30 Porque virâo contra elle naos de
18 Depois virará seu rosto para as Chittim, de que se entristecerá; e tor­
ilhas, e tomará muitas: e hum Prin­ nará, e indignar-se-ha contra o santo
cipe fará cessar seu opprobrio contra concerto, e a fará: porque tomando
elle, e ainda fará tornar sobre elle seu attentarà p ara os que terão desempa*
opprobrio. rado o santo concerto.
19 Virará pois seu rosto para as for­ 31 E braços sahirâo delle, e profa­
talezas de sua terra: mas tropeçará, narão o Santuario, e a fortaleza: e ti­
e cahirà, e não será achado. rarão o continuo sacrificio , e porão hu­
20 E em seu lugar se levantará, ma abominação assoladora.
quem fará passar o arrecadador em 32 E aos violadores do concerto com
gloria Real: mas em poucos dias se­ lisonjas fará usar de hypocrisia: mãi
rá quebrantado, e isto não em ira, nem ao povo, que conhece a seu Deos^
em batalha. prenderão, e o farão.
21 Depois se levantará em seu lugar 33 E os entendidos do povo ensinario
hum vil, ao qual não darão a dignidade a muitos: e cahirâo à espada, e a fog^
Real: mas virá calladamente, e to­ a cativeiro, e a roubo, por muitos diaí.
mará o reino por enganos. 34 E em cahindo elles, serâo ajuda­
22 E os braços da inundação serâo dos de pequeno socorro: e muitos 86
inundados de diante delle, e serão que­ ajuntarão com elles por lisonjas.
brantados : como tambem o Principe 35 E alguns dos entendidos cahiiáoy
do concerto. para jproválos, e purgâlos, e embran-
23 E depois dos concertos com elle, quecelos, até o tempo do fim: porque
usará de engano: e subirá, e será es­ ainda haverá para oerto tempo.
forçado com pouca gente. 36 E este Rei fará à sua vontade. 0
* 24 Virá tambem calladamente em levantar-se-ha, e engrandecer-se-ia
lugares gordos da provincia, e fará o sobre todo Deos; e contra o Deos
que nunca fizérâo seus pais, nem os dos deoses fallarà cousas maravilho­
pais de seus pais; presa e despojos e sas : e será prospero, até que a ira se­
riqueza repartirá entre elles: e pen­ ja a cabada; porque o determinado
sará seus pensamentos contra as for­ será feito.
talezas j porem somente por tempo. 37 E para os Deoses de seus pafe
25 E despertará sua força e seu co­ não âttentará; nem para o amor das
ração contra o Rei do Sul, com grande mulheres, nem para outro algum Deos
exercito; e o Rei do Sul se entreme­ attentarà: porque sobre tuao se en­
terá em guerra com grande e mui po­ grandecerá.
deroso exercito: mas não subsistirá ; 38 E ao Deos Manzzim honrará em
porque pensárão pensamentos contra seu lugar: a saber, ao Deos, a quem
elle. seus pais não conhecétão, honrará
26 E os que comerão seus manjares, com ouro, e com prata, e com pedra*
o quebrantarão; e o exercito delle preciosas, e com cousas desejadas.
inundará, e cahirâo muitos atravessa­ 39 E fará os castellos fortes com o
dos. Deos alheio; aos que reconhecer, mul­
27 E o coraçáo de ambos estes reis tiplicará a honra: e os fará reinar so­
será para fazer mal; e em huma mes­ bre muitos, e repartirá a terra por
ma mesa tratarão mentira: mas não preço.

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HOSEAR, I. 841

40 E no tempo do fim o Reí do Sul 4 E tu Daniel, fecha estas palavras,


lhe dará cornadas, e o Rei do Norte e se] la este livro, até o tempo do fim :
contra elle arremeterá, com carros, e muitos esquadrinharão, e a sciencia
com cavalleiros, ecom muitos navios: multiplicar-se-ha.
e entrará nas terras, e as inundará, e 5 E eu Daniel olhei, e eis aqui ou­
passará. tros dous que estavâo em pé : o hum
41 E virá na terra do ornamento, e desta parte â borda do Rio, e o outro
muitas terras derribar-se-hão: mas es­ da outra parte à borda do Rio.
tes escaparão de sua mâo, Edom e Mo­ 6 E elle disse ao varâo vestido de
ab, e as primicias dos filhos de Ammon. linho, que estava sobre as aguas do
42 E estenderá sua mão as terras: e Rio: até quando serà o fim das mara­
a terra de Egypto nâo escapará. vilhas?
43 E apoderar-se-ha dos thesouros 7 E ouvi ào Varâo vestido de linho,
de ouro e de prata, e de todas as cou- que estava sobre as aguas do Rio, e le­
ftas desejadas de Egypto: e os Lybios vantou sua mâo direita e sua mâo es­
e os Ethiopes o seguirão. querda ao ceo, e jurou por aquelle que
44 Mas os rumores do Oriente e do vive eternamente : que depois do de­
Norte o espantarão: e sahirá com terminado tempo, determinados tem­
grande furor, para a muitos destruir, pos. e a metade do tempo. e quando
e pôr em interdito. acarar de espargir a mâo ao povo san­
45 E armará as tendas de seu pala- to, todas estas cousas serâo cumpri­
cio entre os mares, ao monte do santo das,
ornamento: mas virà a seu fim, e nâo 8 Eu pois ouvi, mas nâo entendi:
haverá ajudador. porisso eu disse, Senhor meu, que se­
rá o fim destas cousas ?
9 E disse, anda Daniel: porque es­
CAPITULO XII.
tas palavras sâo fechadas e selladas
E NAQUELLE tempo se levantará
Michael o grande Principe, que
até o tempo do fim.
10 Muitos serâo purgados, e embran­
está cm pé pelos filhos de teu povo \ quecidos, e provados; mas os impios
e serà tempo de angustia, qual nunca tratarão impiamente, e nenhum dos
foi desde que houve gente até aquelle impios entenderá; mas os entendidos
tempo porem naquelle tempo teu po­ entenderão.
vo serà livrado, todo o que se acha 11 E desde o tempo que o continuo
escrito no livro. sacrificio for tirado, e posta a abomi­
2 E muitos dos que dormem no pó nação assoladora, serâo mil e duzen­
da terra resuscitarâo: huns para vicia tos e noventa dias.
eterna, eoutrospam grande vergonha, 12 Bemaventurado o que espera e
e para nojo eterno. chega até mil, trezentos, trinta e cin­
3 Os Doutores pois resplandecerão co aias.
como o resplandor do firmamento: e 13 Tu porèm, anda até no fim ; por­
os que a muitos justificâo, como as que repousarás, e resuscitaràs em tua
estrellas sempre e eternamente. sorte, no fim dos dias.

A P R O P H E C I A DE HOS E AS .

as, reis de Judá: e nos dias de Jero­


CAPITULO I. beam, filho de Joas, Rei de Israel.
ALAVRA de J e h o v a h , aue foi fei­ 2 O principio da palavra de Jehovah
P ta a Hoseas, filho de Beèri, nos porHoseas: disse pois Jehovah a IIo-
dias de Uzia, Jotham, Achaz, Ezechi- seas: vai-te, a ti te toma huma mu-
36

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842 HOSEAS, II.

lher de fornicações, e filhos de forni­ 2 Para que eu nâo a despoje despi­


cações : porque a terra fornicando da, e a ponha como no dia em qne De
fomíca de apos J e h o v a h . nascida. e a faça como hum deserto,
3 E foi-se, e tomou a Gomer, filha e a ponna como huma terra seca, e a
de Diblaim: e ella concebeo, e lhe mate de sede:
pario hum filho. 3 E nâo me apiede de seus filhos:
4 E disse-lhe J e h o v a h : chama seu porque sâo filhos de fornicações.
nome Jizreél: porque a pouco d’aqui 4 Porque sua mãi fomíca, que os
visitarei os sangues de jizreel sobre concebeo, trata torpemente: porque
a casa de Jehu, e farei cessar o remo d iz; irei apos meus rufiões, que me
da casa de Israel, dào meu pâo, e minha agua, minha
5 E serà naquelle dia, que quebran­ lâ, e meu linho, meu oleo, e meu be­
tarei o arco de Israel no valle de Jiz- ber.
reèl. 5 Portanto eis que cercarei teu ca­
6 E tomou a conceber, e pario huma minho com espinhos ; e levantarei
filha, e elle lhe disse: chama seu no­ huma parede de seve, que nâo puder
me Lo-Ruchama: porque d’ahi em achar suas veredas.
diante nâo mais me apiedarei da casa 6 E correrá apos seus rufiões, mu
de Israel, mas certamente transporta- nâo os alcançará: e busca-los-ha, ma*
los-hei. nâo os achará : entâo dira; ir-rae-hei
7 Mas da casa de Judá me apiedarei, e tomar-me-hei a meu primeiro mari­
e os redimirei por J e h o v a h seu Deos; do, porque entâo melhor me foi da
pois nâo redimilos hei por arco, nem que agora.
por espada, nem por guerra, nem per 7 Eua pois nào reconhece, que en
cavallos, nem por cavalleiros. lhe dei o grâo, e o mosto, e o oleo.
8 Havendo pois ella desmamado a e lhe multipliquei a prata e o owo,
Lo-Ruchama, concebeo e pario hum do que usarão para Baal.
filho. 8 rortanto tomar-me-hei, e a §en
9 E elle disse, chama seu nome Lo- tempo tirarei meu grào, e meu mos­
Ammi; porque vôs nâo sois meu po­ to a seu determinado tempo : e arre­
vo, pelo que tambem eu nâo serei o batarei minha lâ e meu linho, senti­
vosso. do para cubrir sua nueza.
10 Todavia o numero dos filhos de 9 E agora descubrirei sua Ioucma
Israel serà como a area do mar, que perante os olhos de seus rufiões, e
nào pode medirse nem contar-se: e ninguém a livrará de minha mâo.
acontecerá, que no lugar aonde se 10 E farei cessar todo seu gozo, ffl**
lhes dizia, vós nâo sois meu povo, se festas, suas luas novas, e seus sabbs*
lhes dirâ, vos sois filhos do Deos vi­ dos, e todas suas festividades.
vente. l l E assolarei sua vide, e sua toei'
11 E os filhos de Judá e os filhos de ra, de que d iz; estas me sâo salano
Israel serào ajuntados em hum, e para de mandana, que meus rufiões me
bí porào huma unica cabeça, e subi­ derâo : eu pois as porei por bosque, e
rão da terra : porque o dia de Jizreel as bestas feras do campo as comerão.
serà grande. 12 E sobre ella visitarei os dias de
12 Dizei a vossos irmãos, Ammi, e Baal, em que lhe queimou perfumes,
a vossas irmâs, Ruchama. e se adornou de seus pendentes, e àe
suas gargantilhas, e andou apos seos
rufiões, mas de mim se esqueceo, falia
CAPITULO n. Jeh ovah.

( 10NTENDEI contra vossa raai; con-


J tendei, porque elja nào he minha
13 Portanto, eis que, eu a affagwei,
e a levarei no deserto, e fallarei se­
mulher, e eu nâo sou seu marido, e gundo seu coração.
ella tire suas fornicações de sua face, 14 E lhe darei suas vinhas destPan,
e seus adultérios de entre seus pei­ e o valle de Achor, para porta de es*
tos. perança: e ali cantará, como nosdias

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HOSEAS, m, IV. 848

de sua mocidade, e como no dia em Deos, e a David seu rei: e temendo


que subio da terra de Egypto. virão a J e h o v a h , e a sua bondade,
15 E serâ naauelle dia, falia J e h o ­ em o ultimo dos dias.
v a h , que me chamarás, meu mari­
do : e nâo mais chamar-rae-has, meu
Baal. CAPITULO IV.
16 E de sua boca tirarei os nomes UVI a palavra de J e h o v a h v ó s
des Baalins, e de seus nomes não mais
haverá lembrança.
O
filhos de Israel: porque J e h o v a h
tem contenda com os moradores da
17 E naquelle dia por elles farei ali­
terra; porque nem fidelidade, nem
ança com as bestas feras do campo, e benignidade, nem conhecimento de
cora as aves do ceo, e com os reptiles Deos na terra ha.
da terra: e quebrantarei o arco, e a 2 Mas perjurar, e mentir, e matar, e
espada, e a guerra da terra, e os fareifurtar, e adulterar prevalecem, e san­
deitar em segurança. gues a sangues tocão.
18 E desposar-te-hei comigo para 3 Portanto a terra lamentará, e qual­
sempre: desposar-te-hei comiço em quer que morar nella, desfalecerá, com
justiça, e em juizo, e em benignidade, os animaes do campo, e cora as aves
e em misericórdias. do ceo: e tambem os peixes do mar
19 E desposar-te-hei comigo em fé, serâo tirados.
e conhecerás a Jehovah. 4 Porem ninguém contenda, nem
20 E será naquelle dia, que ouvirei, reprenda a alguem : porque teu povo
fa lia Jehovah : eu ouvirei ao ceo, e he como os que contendem com o
este ouvira à terra. Sacerdote.
21 E a terra ouvirá ao trigo, como 5 Porisso cahiràs de dia, e o Prophe­
tambem ao mosto, e ao oleo, e estes ta comtigo cahirà de noite, e desar­
ouvirão a Jizreel. raigarei a tua mãi.
22 E a semearei para mim na terra, 6 Meu povo desarraigado he, porque
e apiedar-me-hei ae Lo-Ruchama: e sem conhecimento està: porquanto tu
a Lo-Amrai direi, tu es meu povo ; e regeitaste o conhecimento, tambem
elle dirá, ô meu beos. eu te regeitei, de que me nâo admi­
nistrares o Sacerdocio ; porquanto
te esqueceste da lei de teu Deos,
CAPITULO III. tambem de teus filhos esquecer-me-
ME disse Jehovah, vai-te outra hei.
E vez, ama a huma mulher, que 7 Como multiplicados forão, assim
contra mim peccárâo : eu sua honra
amada de seu amigo, com tudo adul-
téra: como Jehovah ama aos filhos tornarei em vergonha.
de Israel, mas elles attentâo para ou­ 8 Comem o peccado de meu povo; e
tros deoses, e amão aos frascos das desejâo cada hum com sua alma sua
uvas. injustiça.
2 E a comprei para mim por quinze 9 Portanto como o povo, assim será o
dinheiros de prata, e hum Homer de Sacerdote: e visitarei sobre elle seus
cevada, e hum meio Homer de ce­ caminhos* e lhe recompensarei seus
vada. tratos.
3 E disse-lhe : tu muitos dias por 10 O comerão, raas não se fartarão:
mim assentar-te-ha8 (não fomicarás, fbmicarâo, mas não se multiplicarão:
nem serás de outro varâo) e eu tam­ porque deixàrâo de venerar a J k h o ­
bem por ti. vah .
4 Porque os filhos de Israel muitos 11 Fornicação, e vinho, e mosto tira
dias as8entar-se-hâo, sem rei e sem o coração.
Principe, e sem sacrificio, e sem es­ 12 Meu povo pergunta a seu pao, e
tatua, e sem Ephod e Teraphim. seu bordão lh’o farà notorio: porque o
5 Depois os filhos de Israel se con­ espirito de fornicações os engana, que
verterão, e buscarão a Jehovah seu fomiquem de debaixo de seus Deos.

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844 HOSEAS, V, VI.

13 Sacrificáo sobre as alturas dos suas vacas irão, para buscarem a Jb­
montes, e queimâo perfumes sobre os hovah. mas não o acharão: elle reti-
outeiros, debaixo do carvalho, e âle- rouse d5elles.
mo, e olmo, porque sua sombra delias 7 Aleivosamente se ouvérão contra
boa he: porisso vossas filhas fornicão, J e h o v a h ; porque geràrâo filhos es­
e vossas noivas adultérão. tranhos : agora a lua nova os consu­
14 Eu não farei visitação sobre vos­ mirá com suas porções.
sas filhas; que forniçâo, nem sobre 8 Tocai a bozina em Gibea, a trom­
vossas noivas, que aaulterão; porque beta em Rama : clamai altamente en
ellas mesmas com as solteiras se apar- Beth-Aven; apos ti, Benjamin.
tào, e com as rameiras sacrificáo: pois 9 Ephraim sera para assolação no
o povo que não tem entendimento, se­ dia do castigo: notorio fiz entre astri*
rà trastornado. bus de Israel o que certo estâ.
15 Se tu, 6 Israel, queres fomicar, 10 Os Principes de Judá forão feitos,
Judá ao menos nâo se faça culpado: como os que traspassão os limites:
nào venhais em Gilgal, e não subais a derramarei pois meu furor sobre elles
Beth-Aven, e não jureis; vive Jkho­ como agua.
vah. 11 Epnraim oprimido, e justamente
16 Porque Israel rebelde he, como quebrantado he; porque assim quiz:
bezerra referteira: agora Jehovah os andou apos o mandamento.
apascentará como a cordeiro em lar­ 12 Portanto a Ephraim serei como
gura, traça, e à casa de Judá como podri­
17 Ephraim acompanhado esta com dão.
os idolos, deixa-o. 13 Vendo pois Ephraim sua enfer­
18 Sua bebedice rebelde he : fomi- midade, e Judá sua inchação, subio
cando fomicâo; seus escudos (affron- Ephraim a Assur, e enviou ao Rei Ja*
ta he) amâo a palavra Dai. reo: mas elle nâo poderá sarar-vos
19 Hum vento os atou em suas asas, nem curar vossa incnaçâo.
e envergonhar-se-hâo por causa de 14 Porque a Ephraim serei como
seus sacrifícios. Leâo, e como Leâozinho à casa de
Judá: eu, eu despedaçarei e anda­
rei, eu levarei, e nâo haverá redimi-
CAPITULO V. dor.
UVI isto, ó Sacerdotes, e attentai 15 Andarei, e tornarei a meu lugar,
O 6 casa de Israel, e escutai ó
sa d’el R ei; porque a vósoutros toca
até que se reconheção culpados, e bus­
ca­
quem a minha face: estando elles
este juizo: vistoque fostes laço em angustiados, de madrugada me bus­
Mizpah, e rede estendida em Tha­ carão.
bor.
2 E os que se desvião, até o profun­
CAPITULO VI.
do se abaixâo a matar: mas eu serei
correição de todos elles. T7TNDE e tomemos a J eh ovah :
3 Eu conheço a Ephraim, e Israel Y porque elle despedaçou, e curar-
ra mim não encuberto está: que tu nos-ha; ferio, e liar-nos-na.
Ephraim agora fomicas, e Israel 2 Depois de dous dias vivificar-nos-
contaminado ne. ha: ao terceiro dia nos resuscitará, e
4 Nâo regrão seus tratos a converter- viveremos diante de sua face.
se a seu Deos: porque o espirito das 3 Entâo conhecerémos, e prosigui-
fornicações està no meio (Pelles, e rémos em conhecer a J e h o v a h : sua
nâo conhecem a Jehovah. sahida aparelhada estâ como a alva;
5 Pelo que a soberba de Israel testi­ e a nos virà como a chuva; como a
ficará em seu rosto: e Israel é Eph­ chuva serôdia e temporâ da terra.
raim cahirâo por sua injustiça, e Judá 4 Que te farei, 6 Ephraim, que te
cahirà juntamente com elles. farei, õ Judá * porquanto vossa bene­
6 Entáo com suas ovelhas, e com ficencia he como a nuvem de manhâ,

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HOSEAS, Vn, VIU. 845

e como o orvalho de madrugada, que todos seus reis cahem, ninguém entre
passa. elles ha, que clame a mim.
5 Porisso os cortei pelos Prophetas: 8 Ephraim com os povos se embu-
pelas palavras de minha boca os ma­ rulha: Ephraim he bolo, que não foi
tei : e teus juizos sahirão a luz. virado.
6 Porque prazer tomo em beneficen­ 9 Estranhos consumem sua força, e
cia, e nâo em sacrifício: e em conhe­ não o sente: tambem a brancura es­
cimento de Deos, mais que em holo­ pargida està sobre elle, e não o sente.
caustos. 10 Pelo que a soberba de Israel tes­
7 Porem elles traspassàrào o concer­ tificará em sua face : porquanto não
to como Adam: ali tratârão aleivosa­ se convertem a J e h o v a h seu Deos,
mente contra mim. nem o buscão em tudo isto.
8 Gilead he cidade de obradores de 11 Porque Ephraim he como pomba
injustiça: calcada de sangue. parvoa, sem coração: invocão a Egyp­
9 Como as tropas dos salteadores a to, vão-se a Assur.
alguem esperào, assim he a compa­ 12 Indo elles, estenderei minha rede
nhia dos Sacerdotes; matáo fm o ca­ sobre elles, e como aves do ceo os fa­
minho para Sichem: verdadeiramen­ rei decer: castiga-los-hei, como jà
te fazem abominações. foi ouvido em sua congregação.
10 Vejo cousa abominavel na casa 13 Ai delles, porque vaguearão de
de Israek ali està a fornicação de mim; destruição sotjre elles, porque
Ephraim; Israel he contaminado. prevaricarão contra mim: eu bem os
11 Tambem a ti, ô Judá, posto tem redimiria, porem fallào mentiras con­
huma segada; quando fiz tomar os tra mim.
presos de meu povo. 14 Nem tão pouco a mim clamão
com seu coração, quando huivando
estão sobre suas camas: pelo trigo e
c a p it u l o vn. vinho se ajuntão, mas contra mim re­
belião.
S ARANDO eu a Israel, se descubre
a iniquidade de Ephraim, como
tambem as maldades de Samaria;
15 Eu bem os castigei, t esforçei se­
us braços: mas pensão mal contra
porque obrào falsidade: e o ladrão mim.
entra, a tropa dos salteadores despoja 16 Virão-se, mas nào a o Altissimo,
fora. como arco enganoso Bão: seus Princi­
2 E não dizem em seu coração, aue pes cahem à espada, por causa da có­
eu me lembro de toda sua maldaae: lera de sua lingoa; este he seu escár­
agora seus tratos os cerção; diante de nio na terra de Egypto.
minha face estão.
3 Com sua malicia alegrão ao rei, e
c a p it u l o vm .
com suas mentiras aos Principes.
4 Todos juntamente adultérào : se­ TROMBETA a tua boca; elle
melhantes são ao forno accendido pelo
padeiro: que cessa de vigiar, depois
A vem como a aguia contra a casa
de J e h o v a h , porque traspassàrão meu
que amassou a massa, até que seja le­ concerto, e apostatárào ae minha lei.
vedada. 2 Entâo a mim clamarão: Deos
5 E o dia de nosso rei: os príncipes meu! nos Israel conhecemos-te,
o fazem adoecer, por esquentamento 3 Israel regeitou o bem: o inimigo
do vinho: estende sua mão com os persegui-lo-ha.
zombadores. 4 Elles fizérâo reis, porem nào de
6 Porque como forno fazem achegar mimj constituirão principes, porem
seu coração a suas ciladas: toda a eu nào o sei: de sua prata, e de seu
noite dorme seu padeiro, pela manhã ouro fizérâo idolos para si, para que
arde como fogo nameante. sejão desarraigados.
7 Todos juntos esquentados estão co­ 5 Teu bezerro, ó Samaria, te regei­
mo forno, e consumem a seus juizes: tou ; minha ira accendida està contra

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H06EAS, IX.

elles; até qnando n&o soportarfto a riâo, seriâo immundos: porqne seu
pureza? p&o será por sua alma; nâo virà na
6 Porque tambem isso he de Israel, casa de J e h o v a h .
artífice o fez, e nâo he Deos, mas em 5 Que cousa vos fareis em hum dia
pedaços será desfeito, o bezerro de de solemnidade, e em hum dia festivo
Samaria. de J e h o v a h ?
7 Porque vento semeârâo. e pé de 6 Porque eis que elles se vâo por can­
vento segarão: seára n&o haverá, a sa da destruição; Egypto os recolhe­
novidade nâo fará farinha: se a caso rá, Moph os sepultará: desejo haveri
a fizer, estranhos a tragarão. de sua prata, ortigas os possuirão he­
8 Israel tragado he: agora entre as reditariamente, espinhos haverá em
gentes forão feitos como vaso, em que suas tendas.
ninguém tem prazer. 7 Ja viérâo os dias de visitação, jâ
9 Porque subirão a Assur, asno mon- viérâo os dias de retribuição; oade
tez para si só: os de Ephraim alugá- Israel o saberão: o Propheta he lou­
râo rufiões por salario de mundana. co, o var&o de espirito he furioso; pe­
10 Vistoque pois entre as genteaalu­ la grandeza de tua iniquidade tambem
garão rufiões por salario de mundana, o odio he grande.
tambem as congregarei: jâ hum Apou­ 8 O guarda de Ephraim com mea
co começár&o pela carga do rei dos Deos; mas o Propheta he laço de ca­
principes. çador de aves em todos seus caminhos;
11 Porquanto Ephraim multiplicou odio na casa de seu Deos.
os altares para peccar; os altares lhe 9 Mui profundamente se corrompe-
forão feitos para peccar. r&o, como em os dias de Gibea: leo-
12 Prescrevo-lhe as preminencias de brar-se-ha de suas injustiças, seus pec­
minha L e i: porem essas s&o estimadas cados visitará.
como oousa alheja. 10 Achei a Israel como uvas no de­
13 Quanto aos sacrifícios de meus serto, a vossos pais vi corao a fruta
dons, sacrificáo carne, e a comem, mas temporâ na fígueira em seu principio:
J e h o v a h nelles nâo toma prazer: ago­ porem entrârâo a Baal-Peor, e se apar-
ra se lembrará de sua injustiça, e vi­ tàrâo para esta Impudência, e por soa
sitará seus peccados; elles tornarão putaria feitos forão mui abominarei!.
a Egypto. 11 Quanto a Ephraim, sua gloria
14 Porque Israel se esqueceo de seu avoará como ave: desdo nascimento,
fazedor, e edificou Templos, e Judá e desdo ventre, e desdo concebimento.
multiplicou cidades fortes; mas eu 12 Ainda que vierem a criar seu»
meterei fogo em suas cidades, que filhos, com tudo os privarei d;elle^
consumirá seus palacios. d7entre os homens: porque tambem,
ai delles, quando me apartar delles.
13 Ephraim he, como vi a Tyro, qu«
CAPITULO IX. prantaaa está em aprazivel habitação:
NAOcomote alegres, ô Israel, até saltar,
os povos; porque fomicas
mas Ephraim a seus filhos ha de tirar
fora ao matador.
14 Dá-lhes J e h o v a h ; qne pois da­
de tras de teu Deos: o salario de mun­
dana amas em todas as eiras de trigo. rás ? dá-lhes madre movideira, e te­
2 A eira, e o lagar n&o os manterá: tas enxutas.
e o mosto lhes mentira. 15 Toda sua malicia ha em Gilgal,
3 Na terra de J e h o v a h n&o perma- porque ali os aborreci pela malicia de
necer&o: mas Ephraim tomará a seus tratos: os lançarei fora de minha
Egypto, e em Assyria comerão o im­ casa: nâo mais os amarei em diante;
mundo. todos seus Principes sâo rebeldes.
4 Offertas de licor de vinho a J e h o ­ 16 Ephraim foi ferido, sua raiz Be
v a h nâo farâo, nem lhe seriâo doces; seccou; nào dar&o fruto: e ainda que
seus sacrifícios lhes seriâo como pâo gerarem, toda via matarei o desejável
de pranto; todos os que d’elle come» ae seu ventre.

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HOSEAS, X, XI. 847

17 Meu Deos os regeitará, porquebuscar a J e h o v a h , ate que venha, e


n&o o ouvem: e vagabundos andarão a justiça chova sobre vós.
entre as gentes. 13 Lavrastes impiedade, segastes
perversidade, e comestes o fruto de
mentiras: porque confiaste em teu
CAPITULO X. caminho, na multidão de teus fortes.
I SRAEL he vide escavada; dà fru­ 14 Portanto entre teus povos se le­
to para s i: segundo a multid&o de vantará grande tumulto, e todas tuas
seu fruto multiplicou os altares; se­ fortalezas serão destruídas, como Sal­
gundo a bondade de sua terra, melho­ mão destruio a Beth-Arbel no dia da
rarão as estatuas. guerra: a mãi ali foi esmeuçada com
2 Dividio seu coração, agora assola­ os filhos.
dos serào; cortará seus altares, e des­ 15 Assim Beth-El vos fez, por causa
truirá suas estatuas. da malicia de vossa malicia: o rei de
3 Porque agora dirão: não temos rei: Israel na alva totalmente he desarrai­
porque nào tememos a J e h o v a h ; que gado.
pois nos faria hum rei ?
4 Fallárào palavras, jurando falsa­
CAPITULO XI.
mente em contratar concertos: pelo
que o juizo florecerá como erva peço­
nhenta, nos regos dos campos. Q UANDO Israel era menino, eu o
amei; e chamei a meu filho de
5 Os moradores de Samaria assom­ Egypto.
brados estarào pelo bezerro de Beth- 2 Mas como elles os chamavâo, as­
A ven : porque seu povo pelo mesmo sim se hião de sna face; Sacrificavão
ranteará, como tambem seus sacer- aos Baalins, e perfumavào a as ima­
otes (que pelo mesmo se alegravào) gens de vulto.
por causa de sua gloria, que se apar­ 3 Eu toda via ensinei andar a Eph­
tou d'elle. raim ; os tomou em seus braços, mas
6 Tambem a Assyria serâ levado, não conheciào, que eu os curava.
vor presente ao rei Jareb: Ephraim 4 Os puxei com cordas humanas,
Jfevará vergonha, e Israel envergonhar- com calabres de amor, e fui-lhes, co­
se-ha, por causa de seu conselho. mo os cjue levantâo o jugo de sobre
7 O rei de Samaria he cortado como suas queixadas: e lhe dei mantimento.
escuma de sobre a agua. 5 Nào tornará à terra de Egypto,
8 E os altos de Aven, peccado de mas Assur será seu rei: porque refu-
Israel, serào destruídos: espinhos e são converter-se.
cardos crecerào sobre seus altares: e 6 E a espada ficará em suas cidades,
dirào aos montes, cubri-nos, e aos ou­ e consumirá seus ferrolhos, e devorará,
teiros. cahi sobre nos. por causa de seus conselhos.
9 Desd’os dias de Gibea peccaste, ô 7 Porque meu povo pegado fica à
Israel: ali se pararão; a peleja em aversão de mim: bem o chamào ao
Gibea, contra os filhos de perversida­ Altissimo, porem nenhum d’elles e
de, nào os acometerá. exalça.
10 Em meu prazer he, que os atarei: 8 Como te deixaria^ ó Ephraim?
e povos serão congregados contra el­ como te entregaria, 6 Israel ? como te
les, quando os atarei em seu dous faria como Adama? te poria como
regos. Zeboim? meu coração se virou em
11 Porauanto Ephraim bezerra he, mim, todo meu arrependimento jun­
costumada de trilhar de boamente, tamente está accendido.
passei sobre a formosura de seu pes­ 9 Nào executarei o ardor de minha
coço : cavalgarei sobre Ephraim, Judá ira; nào tomarei a destruir a Ephraim:
lavrará, Jacob lhe gradará as terras, porque eu sou Deos, e nào homem, o
12 Semeai-vos para justiça, segai Santo em meio de t i; e nào entrarei
para beneficencia, e lavrai-vos campo na cidade.
de lavoura: visto que tempo he ae 10 Andarão apos Jshovah, elle bra-

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848 HOSEAS, xn, XIII.

marà como leão: bramando pois elle, Syria, e Israel servio porhuma miv>
os filhos desdo mar tremendo ache- lher, e apascentou por numa mulher.
gar-stí-hào. 14 Mas J e h o v a h a Israel fez subir
11 Tremendo achegar-se-hâo como de Egypto por hum Propheta, e por
passarinho de Egypto, e como pomba hum Propheta foi guardado.
da terra de Assur: e os farei habitar 15 Ephraim porèm mui amargosa-
em suas casas, falia J e h o v a h . mente o offenaeo: pelo que deixará
seu sangue sobre elle, e seu Senhor
lhe recompensará seu oprobrio.
CAPITULO XII.

OSmentira,
de Ephraim me cercárão com
e a casa de Israel com
CAPITULO XIII.
engano: mas Judá ainda dominava
com Deos, e com os Santos estava fiel. Q UANDO Ephraim fallava, tremia-
se ; exalçou-se em Israel: mas se
2 Ephraim se apascenta de vento, e fez culpado ae Baal, e morreo.
prosegue o vento Oriental; todo o aia 2 E agora adiantarão em peccar, e
multiplica mentira e destruição: e de sua prata se fizérâo huma imagem
fazem aliança com Assur, e o azeite de funaição, idolos segundo seu en­
se leva a Egypto. tendimento, que todos são obra de ar­
3 J k h o v a h tambem com Judá tem tífices, dos quaes dizem \ os homens^
contenda,e farà visitação sobre Jacob, que sacrifiçào, bejarão os bezerros.
segundo seus caminhos, segundo seus 3 Porisso serão como nuvem de ma­
tratos lhe recompensará. nhã, e como orvalho de madrugada,
4 No ventre da mãi pegou do calca­ que se passa: como folelho da eira, e
nhar de seu irmão: e em sua força como fumo de chaminé se leva.
como principe se ouve com Deos. 4 Eu pois sou J e h o v a h teu Deos
5 Como principe se ouve contra o desda terra de Egypto: portanto nâo
Anjo, e prevaleceo ; chorou e lhe sup- conhecerás a nenhum Deos, senâo a
plicou: em Bethel o achou, e ali fallou mim sô, porque náo ha Salvador se­
com nosco: nâo eu.
6 A saber, J e h o v a h , o Deos dos ex­ 5 Eu te conheci no deserto; em ter­
ercitos: J e h o v a h he seu memorial. ra de quenturas.
7 Tu pois te converte a teu Deos: 6 Depois elles se fartârâo segundo
guarda beneficencia e juizo, e de con­ seu pasto: estando pois fartos, exal­
tino espéra em teu Deos. çou-se seu coração: pelo que se es-
8 Na mão do mercador está balança quecérão de mim.
enganosa, ama oprimir. 7 Portanto lhes fui como leão : como
9 Ainda diz Ephraim; com tudo eu leopardo espiei no caminho.
estou enriquecido, e me aquirido te­ 8 Como urso privado de seus filhos
nho grandes bens: em todo meu tra­ os encontrei, e rompi o fecho de sen
balho nenhuma perversidade acharão coração: e ali os tragei como leâo ve­
em mim, que seja peccado. lho ; os animaes do campo os despe-
10 Mas eu sou J e h o v a h teu Deos daçárâo.
desda terra de Egypto: eu ainda te 9 Isso tua perdição era, ó Israel, por­
farei habitar em tendas, como em os que em mim está tua ajuda.
dias do ajuntamento. 10 Aonde agora está teu rei? con-
11 E fallarei aos Prophetas^ e mul­ serve-te em todas tuas cidades: e te­
tiplicarei a visão: e pelo ministério us juizes, dos quaes disseste; dá-me
dos Prophetas proporei semelhanças. hum rei e príncipes.
12 Certamente Gilead injustiça he, 11 Dei-te hum rei em minha ira, e
ura vaidade são; em Gilgal sacri- o tirei em meu furor.
çâo bois: seus altares como mon­ 12 A iniquidade de Ephraim está
tões de pedras são ’nos regos dos cam­ atada, seu peccado está guardado.
pos. 13 Dores de huma purioa lhe virão;
13 Jacob pois fugio a o campo de menino necio he; porque d?outra ma

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JOEL. I* 849

neira nenhnm tempo subsistiria na 4 Assur nos n&o salvará, n&o caval­
paridura. garemos sobre cavallos, e a a obra de
14 Eu pois 06 redimirei da violência nossas mâos nào mais dirémos, tu es
do inferno, e os libertarei da morte: nosso Deos: certamente o orfào serà
monde est&o, ó morte, tuas pestilenci- apiedado comtigo.
as? aonde està, ô inferno, tua perdi- 5 Eu sararei sua aversào, eu volun­
cào'1 arrependimento serà escondido tariamente os amarei: porque minha
ae meus olhos. ira se apartou d7elle.
15 Porque entre os irm&os produzi­ 6 Eu serei a Israel como orvalho,
rá frutos: porem o vento oriental virà, elle florecerá como o li rio: e espalhará
vento de Jehovah, subindo do deser­ suas raizes como o Libano.
to, e sua vea seccar-se-ha, e sua fonte 7 Seus pimpolhos estender-se-h&o, e
aeccar-se-ha; elle saqueará o thesou- sua gloria serà como a da oliveira: e
ro de todas as alfaias desejadas. cheirará como o Libano.
8 Tornar-se-hâo, assentando-se de­
baixo de sua sombra: serào vivifica
CAPITULO XIV.
dos como trigo, e florecerào como a

S AMARIA virá a ser deserta: por­


que rebellou contra seu Deos: à
espada cahirâo. seus filhos serào ma­
vide: sua memória serà como o vinho
do Libano.
9 Ephraim, que mais tenho eu com
chucados, e suás prenhes se abrirào. os idolos? eu o tenho ouvido, e aten­
2 Converte-te, ô Israel, a Jehovah tarei para elle, lhe serei como faia
teu Deos: porquê cahiste por tuas in­ verdej teu fruto foi achado de mim.
justiças. 10 Quem he sabio, entenda estas
3 Levai estas palavras com vosco, e cousas; quem he prudente, as saiba:
convertei vos a Jehovah : dizei-lhe; porque os caminhos de Jehovah s&o
tira toda iniouidade, e dà o bem; e pa­ rectos, e os justos andar&o nelles, mas
garemos os bezerros de nossos beiços. os transgressores cahir&o nelles.

A P R O P H E C I A DE J O E L .

seus dentes, s&o dentes de leâo, e tem


CAPITULO I. queixaes de hum le&o velho.
ALAVRA de Jehovah, que foi 7 Minha vide pôz em aesolaç&o, e
P feita a Joel, o filho de Pethuel.
2 Ouvi isto, vos Anci&os, e escutai
minha figueira em escuma: desnuan-
do a desnuou e derribou; seus sarmen­
todos os moradores da terra: porven­ tos embranquecér&o.
tura isto aconteceo em vossos dias ? 8 Prantea, como donzella. que està
ou tambem em os dias de vossos pais ? cingida de saco, pelo mariao de sua
3 Relatai d’isso a vossos filhos, e mocidade.
vossos filhos a seus filhos, e seus filnos 9 A offerta de manjar, e a offerta
a outra geraç&o. de licor está cortada aa casa de Jeho­
4 O que se ficou da oruga, comeo o v ah : os Sacerdotes, servos de Jeho­
gafanhoto, e o qoe se ficou do gafan­ vah, est&o entristecidos.
hoto, comeo o murr&o, e o que se ficou 10 O campo està assolado, e a terra
do murr&o, comeo o pulg&o. triste: porque o trigo està destruido,
5 Despertai-vos vós oebados, e todos o mosto se seccou, o oleo se affra-
que bebeis vinho, chorai e huivai pe­ çou.
lo mosto, porquanto cortado he de 11 Os lavradores se envergonh&o, os
voesa boca. vinhadeiros huiv&o, pelo trigo e pela
6 Porque huma gente subio sobre ceveda: porque a segada ao campo
minha terra-: poderosa e sem numero: pereceo.
36*

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èso joèl, n.
12 Â vide 0ê seccou, a figaeira áe d’ellé ftama arde; a téría diante d^cSé
affracou: a romeira, tambem a palm a he como horta de Eden, mas tras (PeDé
e macei ra; todas as arvores do campo como deserto assolado, nem tâo pooeo
Be seccàr&o, e a alegria se seccou en­ d*elle pode escapar-se.
tre os filhos dos homens. 4 Seu parecer lie como o parecer ds
13 Cingi-vos e lamentai, vôs Sacer­ cavallos: e correrão como cavalleiros.
dotes : huivai, vós ministros do altar; 5 Saltando iràO como o estrondo de
entrai e tresnoitai em sacos, vos mi­ carros sobre os cumes dos montes; co­
nistros de meu Deos: porque a offerta mo o soido da flama de fogo, que con­
de manjar, e a offerta de licor affasta- sume a pragana: como povo podero­
da está da casa de vosso Deos. so. ordenado para batalha.
14 Santificai hum jejum, apregoai 6 Os povos estarão com dores de sos
hum dia de prohibição, congregai aos face; todas as caras se escolherão co­
Anciãos, e a todos os moradores d’es­ mo panella.
ta terra na casa de Jehovah vosso De­ 7 Como hérôes correrão; como ho­
os : e clamai a Jehovah. mens de guerra stibir&o os muros: e
15 Ah aquelle dia! porque o dia de irâo cada qual em seus caminhos, e
Jehovah está perto, e virà como hu­ nâo torcerão suas veredas.
ma assoiaç&o do todopoderoso. 8 Tambem o hum nâo apertará a
16 Porventura o mantimento nào es­ outro: irâo cada qual em sua estrada:
tà cortado de diante de nossos olhos í e ainda que cahirem sobre armas, com
a alegria e folgueza da casa de nosso tudo nâo seriâo feridos.
Deos” 9 Irâo pela cidade, correrão pelos
17 A novidade apodreceo debaixo de muros, suDirâo nas casas: pelas jtnd*
seus torrões, os thesouros assolados, os las entrarão como ladrão.
celleiros derribados sâo: porque o tri­ 10 A terra se abala perante sua face,
go se seccou. o ceo treme: o Sol e a Lua se ame-
18 Como geme o gado! as manadas grecetti, e as estrellas recolhem oot
de vacas estào confusas; porque nào resplandor.
tem pasto: tambem os rebanhos de 11 E Jehovah levanta sua voz diifr
ovelhas sâo destruídos. te de seu exercito: porque seu exer­
19 A ti, ó Jehóvah, clamo: porque cito he mui grande; poique poderoio
o fogo consumio os pastos do deserte, he, fazendo sua palavra: porque o d»
e a flama accendeo todas as arvores de Jehovah he grande e mui terrivel,
do campo. e quem o supportarà ?
20 Tambem todas as bestas do cam­ 12 Ora pois tambem, falia Jehovah,
po clamâo a t i: porque os rios de agu­ convertei-vos a mim com todo voo»
as se seccàrâo, e o fogo consumio os coração: e isso com jejuns, e coni cho­
pastos do deserto. ro, e com pranto.
13 E rasgai vosso coraç&o, e n&o voo-
sos vestidos, e convertei-vós a Jiho-
CAPITULO II. vah vosso Deos: porque 1 » piedoéo, e

T OCAI a bozina em Si&o, e clamai


em alta voz no monte de minha
Santidade; perturbem se todos os mo­
tnisericordioso, longanime, e grande
em beneficencia, e se arrepende do
mal.
radores da terra: porque o dia de J e­ 14 Quem sabei poderia volver-eee
hovah vem, porque perto està. arrepender-se: e deixar huma bençlo
2 Dia de trevas, e ae escuridade, dia apos si, em offerta de manjar e offerta
de nuvens e grossas trevas, como a al­ de licor pàra Jehovah vosso Deos.
va espalhada sobre os montes: povo 15 Tocai a bozina em Sião: ewitifi
grande e poderoso, qual desd’antigo cai hum jejum, «pregoai hum dia ae
nunca houve, nem depois d’elle mais prohibiç&o.
haverá, até em annos de muitas gera­ 16 Congregai o povo, santificai a « * *
ções. gregaçâo, ájúntai os Anciãos, oonglt-
3 Diante d’elle fogo consome, e tras gai os fiíhinhoe, e os qus somoío m

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peitos: o noivo saia de sua reçamara, 29 E tambem sobre os servos, e so­
e a noiva de seu thalamo. bre as servas, naquelles dias derrama­
17 Os Sacerdotes, ministros de Jeho­ rei meu espirito.
v ah , chorem entre o alpendre e o al­ 30 E darei prodigios no ceo, e na ter­
tar : e dig&o, poupa a teu povo, o Jeho­ ra : sangue, e fogo, e columnas de fogo.
v a h , e nâo entregues tua herança pa­ 31 O Sol se converterá em trevas, e
ra oprobrio, para que as gentes se en- a Lua em sangue, antes que venha o
senhorearem d’ella; porque entre os grande e terrível dia de J e h o v a h .
povos diriáo, aonde està seu Deos? 32 E será que todo aquelle que invo­
18 Entâo Jehovah terá ciumes de car o nome de J e h o v a h , serà salvo:
eua terra: e poupará a^eu povo. porque no monte de Sião, e em Jerusa­
19 E Jehovah responderá, e dirà a lem haverá escapula j assim como J e ­
seu povo; eis que vos envio o trigo, e h o v a h tem dito; e isto, com os que
o mosto, e o oleo, e delles sereis far­ ficarem de resto, aos quaes J e h o v a h
tados : e n&o mais vos entregarei para chamará.
oprobrio entre as gentes.
20 E ao do Norte farei partir longe
de vós, e lança-lo-hei em terra seca e CAPITULO UI.
deserta, sua lace para o mar oriental, ORQUE eis que, naquelles dias, e
e seu fim para o mar trazeiro: e seu
fedor subirá, e sua çugidade subirá;
P naquelle tempo, em que farei tor­
nar o cativeiro de Judá e Jerusalem.
porque fez grandes cousas. 2 Ent&o congregarei todas as gentes,
21 Nâo temas, ó terra; goza-te, e ale- e as farei descender no valle de Josa­
gra-te; porque Jehovah fez grandezas. phat : e ali com ellas entrarei em jui­
22 N&o temais, vós animaes do cam- zo, por causa de meu povo, e de minha
S o ; porque os pastos do deserto rever-
ecérâo: porque o arvoredo darà seus
herança Israel, que espargir&o entre
as gentes, e repartirão minha terra.
frutos, a vide, e a figueira darâo sua 3 E lançàrâo a sorte sobre meu po­
força. vo; e derâo hum macho por huma
23 E vós íilhos de Sião, gozai-vos e mundana, e vendér&o huma femea por
alegrai-vos em Jehovah vosso Deos; vinho, para beberem.
porque elle vos darà o Doutor de jus­ 4 E tambem, que tendes comigo vos
tiça : e vos farà decer a chuva, a tem- Tyro e Sidon, e todos os termos ae Pa­
porâ e a tardia no primeiro mez. lestina ? vos tomaríeis a dar-me hu­
24 E as eiras se encherão de trigo: ma recompensa % mas se me quereis
e os lagares tresbordarâo de mosto e recompensar, facilmente, apressada­
oleo. mente yos farei tornar vossa recom­
25 Assim recompensar-vos-hei os an­ pensa sobre vossa cabeça.
nos, que comeo o gafanhoto, o mur­ 5 Porque levastes minna prata, e meu
r&o, e o pulgão, e a oruga: meu gran­ ouro: e minhas melhores joias metes­
de exercito, que enviei entre vós. tes em vossos templos.
26 E comereis abundantemente e até 6 E vendestes os filhos de Judá, e os
a fartura, e louvareis o Nome de J e­ filhos de Jerusalem aos filhos dos Gre­
h o v a h vosso Deos, que com vos tratou gos : para os apartar longe de seus
maravilhosamente: e meu povo n&o termos.
serà envergonhado para sempre. 7 Eis que eu os despertarei, do lugar
27 E vos sabereis, que eu estou no aonde os vendestes: e farei tomar vos­
maio de Israel, e que eu sou Jehovah sa recompensa sobre vossa cabeça.
vosso Deos, e ninguém mais : e meu 8 E venderei vossos filhos, e vossas
povo nunca mais serà envergonhado. filhas na m&o dos filhos de Judá, que
28 E depois serà, aue derramarei os vender&o aos de Scheba, a numa
meu espirito sobre toaa carne, e vos­ nasç&e que està longe: porque J e h o ­
sos filhos, e vossas filhas prophetiza- v a h o fallou.
x io : vossos velhos sonharão sonhos, 9 Apregoai isso entre as gentes, san­
yoesos mancebos ver&o visões. tificai huma guerra; despertai os hé«

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85* AMOS, I.

rôes, cheguem-se, subâo todos os ho­ ceos e a terra tremerão: mas Jihovih
mens de guerra. serà o refugio de seu povo, e a forta­
10 Fazei espadas de vossas enxadas, leza dos filnos de Israel.
e lanças de vossas fouces: diga o fra­ 17 E vósoutros sabereis aue eu sou
co, sou héroe. J e h o v a h vosso Deos, que Wbito em
11 Ajuntai-vos, evinde todos os po­ Si&o, o monte de minha santidade : e
vos do redor, e congregai-vos: (ó j b ­ Jerusalem serà santidade; e estranhos
h o v a h faze decer là teus hérôes!) n&o mais passar&o por ella.
12 As gentes levantar-se-h&o, e su­ 18 E serà naquelle dia, que os mon­
birão ao valle de Josaphat: mas ali tes destiliar&o mosto, e os outeiros
assentar-me-hei, a julgar todas as gen­ manar&o de leite, e todos os rios de
tes do redor. Judá estar&o cheios de aguas: e sahi­
13 Lançai a fouce: porque jà ma- rá huma fonte da casa de J eh ova h , e
dureceo a sega: vinde, decei. porque regará o valle de Sittim.
o lagar està cheio, e os vasos (los laga­ 19 Egypto tomar-se-ha em assolação,
res tresbord&o: porque suamaliciane e Edom em deserto assolado: pela
grande. violência, que fizér&o aos filhos de Ju­
14 Multidões, multidões no valle do dá, em cuja terra derramàr&o sangue
trilho: porque o dia de J e h o v a h està innocente.
perto, no valle do trilho. 20 Mas Judá ficará para sempre, e
15 0 Sol e a Lua ennegrecér&o, e as Jerusalem de geraç&o em geração,
estrellas recolhér&o seu resplandor. 21 E alimparei seu sangue, o aut en
16 £ J e h o v a h bramará ae Si&o, e n&o alimpàra: e J e h o v a h habitará
darà sua voz de Jerusalem, que os em Si&o.

A PROPHECIA D E AMOS.

levado em cativeiro a Kir, diz Jeho*


CAPITULO I.
VAH.
6 Assim diz J e h o v ah ;
por tres trans­
A S palavras de Amos, que estava
entre os pastores de Tiiecoa: as
quaes vio sobre Israel, nos dias de
gressões de Gaza, e por quatro, isto
nâo desviarei: porque levàxâo a mn
Úzia, Rei de Judá. e nos dias de Je- povo em cativeiro cora inteira trans­
roboam, filho de Joas, Rei de Israel; portação, para entregar a Edom.
dous annos antes do terremoto. 7 Porisso meterei fogo no muro de
2 E disse; J e h o v a h bramará de Si- Gaza, que consumirá seus palacios.
&o, e levantará sua voz de Jerusalem: 8 E desarraigarei o morador de As»
e as habitações dos pastores prante­ dod, e ao que pega de cetro de Às*
ai âo, e o cume do Carmelo seccar- calon: e tornarei minha m&o contra
se-ha. Ecron, e o resto dos Philisteos pere­
3 Assim diz J e h o v a h ; por tres trans­ cerá, diz o Senhor Jehovah.
gressões de Damasco, e por quatro, 9 Assim diz Jeh o vah ; por tres trans­
isto n&o desviarei: porque trilhàr&o a gressões de Tyro, e por quatro, isto
Gilead com trilhos ae ferro. nâo desviarei: porque entregàr&osus
4 Porisso meterei fogo na casa de povo com inteira transportação a
Hazael. que consumirá os palacios de Edom, e nâo se lembràrâo da alian­
Benhaaad. ça dos irmflos.
5 E quebrantarei o ferrolho de Da­ 10 Porisso meterei fogo no muro de
masco, e desarraigarei o morador de Tyro: que consumirá seus palacios.
Biaueat-Aven, e ao que pega de cetro 11 Assim diz Je h o vah ; por tres
de Beth-Eden: e o povo de Syria serà transgressões de Edom, e por quatro,

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AMOS, n , 1ÍL 863

isto n&o desviarei: porque perseguio o vinho dos apenados em a casa de se­
a seu irm&o à espada, e corrompeo us deoses.
suas misericórdias; e sua ira despeda­ 9 Eu ao contrario destrui ao Amor-
ça eternamente; e retem sua inaigna- reo diante de sua face; cuja altura
ç&o para sempre. foi, como a altura dos Cedros, e foi
12 Porisso meterei fogo em Theman: forte como os carvalhos: mas aestrui
que consimirà os palacios de Bozra. seu fruto a riba, e suas raizes abaixo.
13 Assim diz J e h o v a h : por tres 10 Tambem vos fiz subir da terra de
transgressões dos filhos de Ammon, e Egypto: e quarenta annos vos guiei
por quatro isto n&o desviarei: porque no deserto, para que a terra do Amor-
abrír&o as prenhes de Gilead, para reo possuísseis por herança.
dilatarem seus termos. 11 E a alguns ae vossos filhos desper­
14 Porisso accenderei fogo no muro tei para Prophetas, e de vossos man­
de Rabba, que consumirá seus pala­ cebos para Nazireos: e n&o he isto
cios, com jubilo no dia de batalha, assim, vos filhos de Israel, diz J e h o ­
com tempestade no dia do pé de vento. vah ?
15 E seu Rei irà em cativeiro: elle 12 Mas vós aos Nazireos déstes vi­
e seus príncipes juntamente, diz J e­ nho a beber: e aos Prophetas mandas­
hovah . tes, dizendo; n&o propnetizareis.
13 Eis que, eu apertarei vossos luga­
res : como aperta hum carro, cheio de
CAPITULO II. manolhos.

A SSIM diz Jehovah ; por tres trans­


gressões de Moab, e por quatro,
14 Assim que o ligeiro n&o escapará,
nem o forte esforçará sua força: nem
o herôe livrará sua alma.
isto n&o desviarei: porque' queimou
os ossos do Rei de Edom até toma- 15 E o que trata o arco, n&o subsis­
los em cal. tirá : nem o ligeiro de pês se livrará:
2 Porisso meterei fogo em Moab; nem t&o pouco o que cavalga, livrará
que consumirá os palacios de Queri- sua alma.
oth; e Moab morrerá com grande es 16 E o mais animoso entre os he-
trondo, com jubilo, com soido de bo­ rões naquelle dia fugirá nuo, falia J e ­
zina. hovah.
3 E desarraigarei o Juiz de seu meio:
e a todos seus príncipes com elle ma­
CAPITULO III.
tarei, diz Jehovah.
4 Assim diz Jehovah ; por tres trans­ U V I esta palavra, aue J e h o v a h
gressões de Judá, e por quatro, isto
náo desviarei: porque regeitàr&o a
O falia contra vós, vos nlhos de Isra­
el : a saber, contra toda a geraç&o, aue
L ei de Jehovah, e n&o guardâr&o se­ fiz subir da terra de Egypto, dizenao:
us estatutos, e suas mentiras os enga- 2 A vósoutros somente conheci de
nàr&o, apos que andàr&o seus pais. todas as gerações da terra: portanto
5 Porisso meterei fogo em Judá, que todas vossas injustiças visitarei sobre
consumirá os palacios de Jerusalem. vósoutros.
6 Assim diz J e h o v a h ; por tres trans­ 3 Porventura dous ir&o juntos, se
gressões de Israel, e por quatro, isto n&o se ajuntarem?
n&o desviarei: porque vendem o iusto 4 Bramará o le&o no bosque, quando
por dinheiro, e ao necessitado por num n&o houver preza ? levantará o leâo-
par de çapatos. zinho sua voz de sua cova, se nada
7 Desei&o que o pô da terra haja so­ tiver prendido ?
bre a cabeça dos pobres, e pervertem 5 Cahirà a ave no laço em terra, se
o caminho dos mansos: e o var&o e n&o houver laço para ella? levantar-
seu pai entr&o a huma moça, para se-ha o laço da terra, se nada houver
profanarem meu Santo nome. prendido ?
8 E deit&o junto a qualquer altar so­ 6 Tocar-se-ha a bozina na cidade,
bre as roupas empenhadas, e bebem ao povo n&o estremecerá? haverá al-

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m w & , iv .

gum mal na cidade, o que Jehovah huma diante d e s i: p fora lançarei* o


não fizer % que fo i trazido no palacio, falia Jpao-
7 Certamente o Senhor Jeho vah fa- vah .
ra nenhuma cousa, sem ter revelado 4 Vinde em Beth-El, e traspassai;
seu segredo a seus servos os Prophetas. em Gilgal, augmentai aa prevaricaçõ­
8 Bramou o leâo, quem n&o teme­ es, e de manh& trazei vossos sacrifí­
ria ? fallou o Senhor J s h o v a h , quem cios, vossos dizimos ao terceiro dia.
n&o prophetizaria ? 5 E perfumai sacrifioio de louvores
9 Fazei o ouvir nos palacios de As­ do lévado. e apregoai sacríficios vo­
dod, e nos palacios da terra de Egyp­ luntários, íazei o ouvir: poraue assim
to : e dizei; ajuntai-vos em os mon­ o quereis, ô filhos de Israel, falia o
tes de Samaria, e vede os grandes al­ Senhor J e h o v a h .
voroços no meio d’ella, e os oprimi­ 6 Porisso tambem a vósoutros dei
dos dentro d’ella. limpeza de dentes em todas vossas ci­
10 Porque n&o sabem fazer o que he dades, e falta de p&o em todos voasc*
recto, diz J e h o v a h : os que em seus lugares: oom tudo n&o vos convertes­
palacios ajunt&o thesouros por violên­ tes a mim, falia Je h o v a h .
cia e destruiç&o. 7 Alem d’isso vos detive a ohuva,
11 Portanto o Senhor J s h o v a h diz restando ainda tres mezes até a sega,
assim; o inimigo! e isso ao redor da e fiz chover sobre huma cidade, e so­
terra: elle de ti derribará tua fortale­ bre outra cidade n&o fiz chover: so­
za, e teus palacios seráo saqueados. bre hum campo choveo, mas o outro,
I \2 Assim diz J e h o v a h , como o Pas­ sabre aue n&o choveo; se seccou.
tor duas pernas. ou hum pedacinho de 8 E auas ou tres cidades rodeando
orelha livra da Doca do le&o: assim os anda vio a huma cidade, para bebe­
filhos de Israel ser&o livrados, qi}e rem agua, mas n&o se fartavào: com
habitâo em Samaria?no canto aa ca­ tudo n&o vos convertestes a mim, falia
ma, e na barra do leito. Jeh ovah.
13 Ouvi, e protestai na casa de J a­ 9 Feri-vos com pruido, e com teri-
cob, diz o Senhor J e h o v a h o Deoe dos cia; a multid&o de vossos hortos, e de
exercitos. vossas vinhas, e de vossas figueiras, e
14 Naquelle dia em que visitarei as de vossas oliveiras, comeo a oruça:
transgressões de Israel sobre elle; com tudo n&o vos convertestes a mim,
tambem farei visitaç&o sobre os alta­ falia J e h o v a h .
res de Beth-El: e os eornos do altar 10 Enviei a peste entre vósoutros, á
ser&o cortados, e cahir&o em terra. maneira de Egypto; vossos mancebos
15 E ferirei a casa do invemo, cora matei á espada, e vosbos cavallos dei­
a casa do estio: e as casas d e marfim xei levar presos: e o fedor de vossos
perecerão, e as casas grandes ter&o exercitos fiz subir em vossos narizes;
nm, diz Je h o v a h . com tudo n&o vos convertestes a mini}
falia J e h o v a h .
11 Trastomei a alguns entre vósou­
CAPITULO IV.
tros, como Deos trastomou a Sodoma e
UVI está palavra, vós vacas de Ba­
O san, vos que estais no monte de
Samaria; que oprimis aos pobres, que
Gomorra, sendo-vos como tiç&o esca­
pado do encendio: com tudo n&o vos
convertestes a mim, falia Jehovah.
quebrantais os necessitados: vòs que 12 Por tanto assim te farei, ó Israel:
aizeis a seus Senhores, trazei, para uanto pois isto te farei, aparelha-
que bebamos.
2 Jurou o Senhor J e h o v a h por sua
santidade, que eis que dias virào so­
n Israel, a encontrar a teu Deos.
13 Porque, eis que o que forma es
montes, e cria o vento, e faz notorioso
bre vósoutros; em que alçar-vos-h&o homem, qual seja seu pensamento
com enzoes, e a vossos descendentes que entenebrece a alva, e calca as al­
com enzoes de pesca. turas da terra; Jehovah , Deos dof
3 E ea&reis pdas aberturas, cada exercitos, he seu nome.

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AMOS, V.
exercitos, estarà eom voscs, como di­
CAPITULO V. zeis:

O UVI esta palavra, que levanto so­


bre vós; numa Lamentação, ó ca­
s a de Israel.
15 Aborrecei o mal, e amai o bem,
e ordenai o juizo na porta: porventu­
ra J e h o v a h , Deos dos exercitos, terà
2 A virgem de Israel cahio, nunca piedade do resto de Joseph.
mais levantar-se-ha: desamparada es* 16 Portanto assim diz j e h o v a h , De-
tà em sua terra, ninguém ha que a le­ 09 dos exercitos, o Senhor j em todas
vante. as ruas haverá pranto, e em todos os
3 Porque assim diz o Senhor Ji h o * bairos dirâo, ah! ah! e ao lavrador
V a h : a cidade, da qual sahem mil, chamarão a choro, e lamentação ha­
terà cento de resto, e da qual sahem verá para com os que tem entendi­
cento, terà dez de resto, na casa de mento de lamentar.
Israel. 17 E em todas as vinhas haverá
4 Porque assim diz J e h o v a h â casa pranto: porque passarei por meio de
de Israel, buscai-me, e vivei. ti, diz J e h o v a h ,
5 Porem nâo buscai a Beth-El, nem 18 Ai daquelles que desejâo o dia
vinde a Gilgal, nem passai a Berseba: de J e h o v a h ! para que pois vos será
porque G il^l certamente serà levado este dia de J e h o v a h ? trevas será e
preso, e Beth-El desfeito em nada. nâo luz.
6 Buscai a J e h o v a h , e vivei, pata 19 Como se alguem fugisse diante
que nâo acometa a casa de Joseph co­ da face do leâo, e o urso se encon­
mo fogo, que consume, assim que nâo trasse com elle: ou como se entrasse
haja. quem o apague em Beth-El. em alguma casa, e com sua mâo en­
7 Os que pervertem o juizo em alos­ costasse na parede, e fosse mordido de
na, e a justiça fazem deitar em teria. huma cobra.
8 0 que fa z o setestrello, e o Orion, 20 Nâo serà pois o dia de J e h o v a h
e tom a a som bra d a m orte em m an h â, trevas e nâo luz ? e escuridade, assim
e escurece o d ia com o a n o ite : qu e que nâo haja resplandor ?
c h a m a as a gu a s do m ar, e a s d erra­ 21 Aborreço, despreso vossas festas,
m a sobre a terra, J e h o v a h h e seu e vossos dias de prohibiçâo nâo posso
n om e . cheirar.
9 O que se refrigéra sobre o forte por 22 Porque ainda que me offereceis
assolamento: assim que vem o assol- holocaustos, como tambem vossas of­
amento sobre huma fortaleza. fertas de manjaresg nâo me agrado
10 Na porta aborrecem ao que re­ delias: e para as offertas gratificas de
prende. e tem abominação d’aquelle vossos animaes gordos nâo posso aten­
que falia sinceramente, tar.
11 Portanto, visto que atropelais ao 23 Abastai de mim a multidão de
pobre, e delle tomais huma carga de teus cânticos: tambem nâo posso ou­
trigo: bemedificastes casas de pedras vir os tangeres de teus alaúdes.
lavradas, mas nellas nâo habitareis: 24 Porem o juizo corra como as agu­
vinhas desejadas plantastes, mas nâò as, e a justiça como ribeiro impetu­
bebereis de seu vmho. oso.
12 Porque sei, que vossas transgres­ 25 Vós me trouxestes victimas e
sões sâo multiplicadas, e vossos pecca­ offertas de manjares no deserto por
dos muitíssimos: apertão o justo, to- quarenta annos, o casa de Israel ?
mâo resgate, e regeitâo os necessita­ 26 Antes carretastes a tenda de vos­
dos na porta. so Melech, e aChium, vossas imagens:
13 Portanto o prudente naquelle a Estrella de vosso Deos, que vos
tempo serà callado: porque o tempo mesmos vos fizestes.
serà mào. 27 Portanto vos levarei presos, lon­
14 Buscai o bem , e nâo o mal, para ge a cima de Damasco, diz J e h o v a h ,
qae vivais : e assim Jehovah, Deos dos cujo nome he Deos dos exercitos.

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866 AMOS, vi, vn.
vos que dizeis; n&o temos-nos alcan­
CAPITULO VI. çado cornos por nossa força?

A I dos descansados em Si&o, e dos


seguros no monte de Samaria:
oe s&o os principae8 das primicias
14 Porque eis que eu sobre vós, 6
casa de Israel, despertarei hum povo,
díz Jehovah Deos dos exercitos: e
3 as nações, e aos quaes vem os da
casa de Israel.
apremar-vos-h&o, desde onde se vem
a Hamath, até o ribeiro do deserto.
* 2 Passai a Calne, e vedej e d’ali ide
à grande Hamath: e decei a Gath dos
Philisteos, se s&o melhores que estes CAPITULO VII.
Reinos, ou seu termo maior que vos­
so termo.
3 Vos que dilatais o dia m&o: e fa­
0 SENHOR Jehovah assim me fez
ver; e eis que formava gafanho­
tos, no principio do crecimento da erra
zeis chegar a cadeira de violência. serôdia: e eis que era a erva serôdia,
4 Que aeit&o em camas de marfim, depois da segaaa do Rei.
e se estendem sobre seus leitos: e co­ 2 E aconteceo que, como elles de to­
mem os cordeiros do rebanho, aos be­ do tivessem comido a erva da terra, ea
zerros do meio do cevadouro. disse; Senhor Jehovah perdóa rogo;
5 Que cant&o ao som da alaude: e quem ficaria em pé de Jacob ? porque
invent&o para si instrumentos músi­ he pequeno.
cos como David. 3 Entáo Jehovah arrependeo se d’it-
6 Que bebem vinho de taças, e se so: isto n&o acontecera, disse Jeho­
ungem com o mais excellente oleo: v ah .
mas n&o s&o solícitos do quebranta­ 4 Mais o Senhor Je h o vah assim me
mento de Joseph. fez ver; e eis que o Senhor Jehovah
7 Portanto agora andarão presos en­ apregoava, que queria contender por
tre os primeiros que and&o em pri- fogo: e consumio hum grande abi*-
s&o: e o banquete dos deliciosos arre- mo, tambem consumio hum pedaço
dar-se-ha. de terra.
8 Jurou o Senhor J e h o v a h por si 5 Entáo eu disse: Senhor Jehovah,
mesmo; (diz J e h o v a h Deos dos exer­ cessa rogo, quem ficaria em pé <kJa­
citos) tenho abominaç&o da soberba cob ? porque he pequeno.
de Jacob, e aborreço seus Dalacios: 6 E Jehovah arrependeo-se d’isso:
pelo aue entregarei a cidade e sua nem isto acontecera, disse o Senhor
plenia&o. Jehovah.
9 E acontecerá, que ficando se de 7 Assim mais me fez v er; e eis qne,
resto dez vàrões em huma casa, mor­ o Senhor estava sobre hum muro, qne
rerão. era feito segundo o prumo: e humpru­
10 E o parente mais chegado levan­ mo havia em sua m&o.
tará a cada qual delles, ou o que o 8 E Jeh o vah me disse, que vé*
queima, para levar os ossos fora da ca­ Amos? e eu disse, hum prumo: eih
sa, e dirá ao que estar dentro das ban­ t&o disse o Senhor: eis que eu porei
das da casa, est&o ainda outros mais o prumo no meio de meu povo Isiael,
comtigo ? e elle dirá, nenhum: e dirá em diante nunca mais o passarei.
este, calla-te, porque n&o for&o para 9 Mas os altos de Isaac ser&o asso­
fazerem menção do nome de J e h o ­ lados, e os santuarios de Israel des­
vah. truídos : e levantar-me-hei com a es­
11 Porque eis que J e h o v a h dà man­ pada contra a casa de Jerobeam.
dado, e ferirá a casa grande de que­ 10 Ent&o Amazia, o Sacerdote em
braduras, e a casa pequena de fendas. Beth-El, enviou a Jerobeam rei de Is­
12 Porventura correr&o cavallos na rael, dizendo: Amos conspirado tem
rocha? arar-se-ha nella com vacas? contra ti, no meio da oasa de Isiael;
porque vósoutros pervertestes o juizo a terra n&o poderá soportar todas suas
em fel, e o fruto da justiça em alosna. palavras.
13 Vós que alegrais-vos de nada; 11 Porque assim diz Amos; Jerobe*

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AMOS, VUI, IX. 857

am morrerá à espada: e Israel certa­ 7 Jurou J e h o v a h pela gloria de Ja­


mente serà levado preso de sua terra. cob, se me esquecerei de todas suas
12 Depois Amazia disse a Amos; obras para sempre!
vai-te, o vidente, e fuge à terra de Ju­ 8 Nâo se abalaria a terra sobre isso ?
dá : e ali come pâo, e ali prophetiza. e nâo se contristaria todo aquelle que
13 Mas era Beth-El em diante nâo habita nella? certamente toda levan-
mais prophetizarás: porque he o San­ tar-se-ha como rio, e de huma a outra
tuario do rei, e a casa do reino. parte será removida e affogada, co­
14 E respondeo Amos, e disse a mo do rio de Egypto.
Amazia: eu nâo era Propheta, nem 9 E será naquelle dia, diz o Senhor
filho de Propheta: mas Boieiro, e co­ J e h o v a h , que farei que o Sol se po­
lhia figos bravos. nha ao meio dia?e a terra se entene­
15 Porsm Jeh o vah me tomou de breça ao claro dia.
apos o gado: e Jehovah me disse; 10 E tornarei vossas festas em luto,
vai-te, e prophetiza a meu povo Israel. e todos vossos cânticos em prantos, e
16 Ora pois, ouve a palavra de J e ­ trarei sacos sobre todos os lombos, e
h o v a h : tu aizés, nâo prophetizarás calva sobre toda cabeça: e porei a
oontra Israel, nem gotejarás contra a terra em luto, como ha sobre o uni­
casa de Isaac. génito, e seu fim como dia amargoso.
17 Portanto assim diz Jehovah ; 11 Eis que os dias vem, diz o Senhor
tua mulher fornicará na cidade, e te­ J e h o v a h , que enviarei fome na terra;
us filhos, e tuas filhas cahirâo à espa­ fome nâo de pâo, nem sede de agua,
da, e tua terra será repartida pelo mas de ouvir as palavras de J e h o v a h .
cordel: e tu morrerás na terra im­ 12 E irâo vagabundos de mar a mar,
munda : e Israel certamente será le­ e do Norte ao Oriente: rodeando cor­
vado preso de sua terra. rerão, buscando a palavra de J e h o ­
v a h , mas nâo a achárão.
13 Naquelle dia as virgens formosas
CAPITULO YIII. o os mancebos desmaiarão de sede.
0 SENHOR Jehovah assim me fez 14 Os que jurâo pela culpa de Sama­
v e r : e eis, hum cesto de frutos do ria, e dizem; vive teu Deos de Dan;
e vive o caminho de Ber-Seba: e ca­
estio.
2 E disse, que vês Amos ? e eu dis- hirâo, e nâo levantar-se-hâo.
« e ; hum cesto de frutos do estio: en­
tâo Jehovah me disse; o fim he vin­
do sobre roeu povo Israel, èm diante
CAPITULO IX.
nâo mais o passarei. T77 ao Senhor estando sobre o altar:
3 Mas os cânticos do Templo huiva- V e me disse, fere o capitel, que
râo naquelle dia, diz o Senhor Jeho­ tremâo os umbraes, e a toaos corta
v a h : muitos corpos mortos haverão, em pedaços na cabeça; e eu a seu
em todos os lugares calladamente se­ derradeiro matarei á espada: o que fu­
râo lançados fora. ge entre elles, nâo escapará, nem o
4 Ouvi isto, vós que tragais o neces­ que escapa entre elles, salvar-se-ha.
sitado: e isto para aniquilardes os 2 Ainda que cavarem até o inferno,
miseráveis da terra: minha mâo os tirará d’a li: e se subi­
5 Dizendo; quando passará a lua no­ rem ao Ceo, d’ali os farei decer.
va, que possamos venaer mantimento ? 3 Ese se esconderem no cume do Car­
e o Sabbado, que possamos abrir tri­ melo, busca-los-hei, e d’ali os tirarei:
go? diminuindo a Epha, e engrande­ e se se esconderem no fundo do mar
cendo o Siclo, e tratando perversa­ de diante de meus olhos, d’ali manda­
mente eom balanças enganosas: rei huma serpente, que os morderá.
6 Que possamos comprar os pobres 4 E se irem em pnsáo perante a fa­
por dinheiro, e o necessitado por hum ce de seus inimigos, d’ali mandarei a
p a r de çapatos: entâo venderémos o espada, que os mate: e porei meu olho
folhelho de trigo. contra elles para mal, e nào para bem.

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858 OBADIAS.

5 Porque o Senhor Jehovah dos exer­ morrerão à espada: os que dizem; o


citos he o que toca a terra, que se mal não chegará a nós, nem tu» en­
derréta, e todos os que habitâo nella, contrará.
se contristem: e que toda se levante 11 Naquelle dia tornarei a levantar
como rio, e seja anogada, como do rio a arruinada tenda de David: e cerca­
de Egypto. , rei suas roturas, e tornarei a levantar
6 O que seus cenáculos edifica no suas quebraduras, e a edificarei, como
ceo, e seu esquadrão fundou na terra: nos dias desda antiguidade.
o que chama as aguas do mar, e as 12 Para que possuão em herança o
derrama sobre a terra, J e h o v a h he restante de Edom, e todas as gentes
seu nome. que são chamadas de meu nome: dk
7 Não me sois, ó filhos de Israel, co­ J e h o v a h , que faz isto.
mo os fillios de JEthiopes, diz J e h o ­ 13 Eis que os dias vero, diz Jeho­
v a h ? nâo eu fiz subir a Israel da v a h , que chegará o arador ao sega­
terra de Egypto, e aos Philisteos de dor, e o pisador das uvas ao semeador
Caphtor, e aos Syrios de Kir? da semente: e os montes gotejarão
8 Eis que, os olhos do Senhor J e h o ­ mosto, e todos os outeiros derreter*
v a h estão contra este reino peccador, se-hão.
que o desarraigue da terra: salvo que 14 E tornarei o cativeiro de men po-
não de todo desarraigarei a casa de vo Israel, e reedificarão as cidades as­
Jacob, diz J e h o v a h . soladas. e nellas habitarão, e planta­
9 Porque eis que mandado dou, e rão vinnas, e beberão seu vinho, e fa­
sacudirei a casa de Israel entre toaas rão hortos, e comerão seus frutos.
as gentes; assim como semente se sa- 15 E planta-los-hei em sua terra, e
cude na peneira, e nenhuma pedrinha nào mais serâo arrancados de sua ter­
cahirá na terra. ra, que lhes dei: diz J e h o v a h tea
10 Todos os peccadores de meu povo Deos.

A P R O P H E C I A DE OBADIAS.

VISAO
nhor
de Obadias: assim diz o Se­
de Edom; ouvido
Jeh ovah
6 Como os bens de Esau forão bus­
cados, e seus escondidos thesouros es­
temos a pregação de J e h o v a h ; e e m ­ quadrinhados!
baixador foi enviado entre as gentes: 7 Todos teus confederados te levá*
levantai-vos, e levantemos-nos contra rão fora até os limites; os que gozio
ella em peleja. de tua paz, te enganarão, prevalece­
2 Eis que te fiz pequeno entre as rão contra t i: os que comem teu pâo,
gentes: tu es mui desprezado. porão inchação entre ti, nelle nâo ha
3 A arrogancia de teu coração te entendimento.
enganou; o que habita nas fendas das 8 Nào serâ naquelle dia, diz Jeho­
rocnas, em sua alta morada: que diz v a h , que farei perecer os Sabios de
em seu coração; quem me derribará Edom, e o entendimento da montanha
à terra 1 de Esau.
4 Se alçares como aguia, e puséres 9 Tambem teus Herôes, ó Thernan,
teu ninho entre as estrellas: d’ali te estarão atemorizados: para que cada
derribarei, diz J e h o v a h . qual da montanha de Esau seja desar­
5 Se a ti viessem ladrões, ou rouba- raigado pela matança.
dores de noite ; (como es desarraiga­ 10 Pela violência feita a teu irmâo
do!) porventura elles não furtassem Jacob, vergonha-te cubrirá: e seràs
quanto lhes bastar ? se vindimadores desarraigado para sempre.
viessem a ti, porventura elles não dei­ 11 No dia em que estavas de fronte;
xassem de resto hum rebusco % no dia em que os forasteiros levavão

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JONAS, I. *59

preso seu exercito, e os estranhos en­ bebe r&o é engolirão, e ser&o como se
trarão por suas portas, e lançavão sor­ n&o forão.
tes sobre Jerusalem; tu tambem eras 17 Porem no monte de Sião haverá
como hum (Pelles. escapula: e elle será santidade: e os
12 Ent&o tu n&o havias de ver para da casa de Jacob hereditariamente
o dia de teu irm&o, o dia de seu alnea- pòssuir&o suas herdades.
xnento; nem te alegrar sobre os filhos 18 E a casa de Jacob será fogo, e a
de Judá, no dia de sua ruina: nem casa de Joseph flama, e a oasa de
dilatar tua boca, no dia da angus­ Esau palha; e se encenderão contra
tia : elles, e os consumir&o: assim que nin­
13 Nem entrar pela porta de men guém mais restará da casa de Esau,
povo, no dia de sua perdição; nem tu porque Jehovah o fallou.
tão pouco havias de ver para seu mal, 19 E os do Sul hereditariamente pos­
no dia de sua perdição; nem estender suir&o a montanha de Esau, e os das
tuas máos contra seu exercito, no dia prainuras aos Philisteos: possuirão
de 6ua perdição: tambem hereditariamente os campos
14 Nem te parar nas encruzilhadas, de Ephraim, e os campos de Samaria:
para desarraigares 6eus escapados: e Benjamin a Gilead.
nem entregar seus residuos, no dia da 20 E os levados presos d’este exer­
angustia. cito dos filhos de Israel, o que era dos
15 Porque o dia de Jehovah es­ Cananitas, até Zarphad; e os levados
tà perto, sobre todas as gentes: co­ presos de Jerusalem, o que está em
mo tu fizeste, assim se fará a t i; tua Zepharad: as cidades do sul possui­
recompensa tomará sobre tua ca­ rão hereditariamente.
beça. 21 E levantar-se-hão Salvadores no
16 Porque como vósoutros bebestes monte de Si&o, para julgarem a monta­
no monte dé minha santidade; bebe­ nha de Esau: e o reino será de Jeho­
rão tambem de contino todas as gentes: vah .

A P R O P H E C I A DE J O N A S .

na não, para descarregala delles: po­


CAPITULO I. rem Jonas decéra a as ilhargas da não,

E VEIO a palavra de Jehovah a


Jonas, filho de Amithai, dizendo:
2 Levanta-te, vai-te a a grande cida­
e jazia, e estava carregado de hum
profunao sono.
6 E o Mestre da nâo chegou se a
de Ninive?e pregoa contra ella, porque elle, e disse-lhe, que tens dormidor?
sua malicia subio perante minha face. levanta-te, clama a teu Deos, porven­
3 E Jonas se levantava para fugir tura este Deos se lembrará de nosou­
de diante da face de Jehovah a Thar­ tros, para que nâo pereçamos.
sis, e deceo a Joppe, e achou huma 7 E dizião cada num a seu compa­
n&o, que se partia para Tharsis, e deu nheiro ; vinde, e lançemos sortes, pa­
seu frete, e deceo nella, a ir-se com ra que saebamos, por cuja causa este
elles a Tharsis, de diante da face de mãi nos sobrevenha: e lançavão sortes,
J e h o v ah . e a sorte cahio sobre Jonas.
4 Mas Jehovah lançou hum grande 8 Entâo lhe dizião; declara-nos ago­
vento no mar; e se fez grande tem­ ra, por cuja causa este mal nos sobre-
pestade no mar: assim que a nâo pen­ venha: que officio tens, e d*onde vens ?
sava quebrar-se. qual he tua terra ? e de qual povo es ?
5 Entâo temiâo os marinheiros, e 9 E elle lhes disse, Hebreo sou, e
clamavâo cada qual a seu Deos, e lan­ temo a Jehovah, o Deos do ceo, que
çavão no mar os vasos, que estavâo fez o mar e a seca.

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860 jo n as, n, III.

10 Ent&o estes varõeB tremerão com montes: os ferrolhos da terra estav&o


grande temor, e lhe dissérâo, porque ao redor de mim para sempre: roas
fizeste isto ? pois sabiâo os varões, que tu fizeste subir minha vida da perdi­
fugia de diante da face de Jehovah, ção, ó J e h o v a h , Deos itíeu.
porque lhes o declarára. 7 Estando minha alma oprimida em
11 E lhe dizião, que te farémos, pa­ mim, me lembrei de J e h o v a h : e mi­
ra que o mar se nos aquiete ? porque nha oração veio a ti, no Templo de
o mar mais e mais se hia embrave­ tua santidade.
cendo. 8 Os que guardào as fingidas vaida­
12 E elle lhes disse; levantai-me, e des : se desviâo de sua beneficencia.
lançai-me no mar, e o mar se vos 9 Mas eu1te sacrificarei com a voz
aquietara: porque sei, que esta gran­ do agradecimento; o que votei, paga­
de tempestade por causa de mim vem rei : de J e iio v a h vem a salvação.
sobre vós. 10 Fallou pois J e h o v a h ao peixe:
13 Mas os varões remavâo, para tor­ e vomitou a Jonas na seca.
nar a trazer a nao à seca; mas não
podiâo: porquanto o mar mais e mais
se hia embravecendo contra elles. CAPITULO III.
14 Entâo clamavâo a Jehovah, e FOI a palavra de J e h o v a h se­
dizâo, ah Jehovah ! nâo pereçamos E gunda vez a Jonas, dizendo:
por causa da alma d’este varâo, e nâo 2 Levanta-te, e vai-te â grande ci­
ponhas sangue innocente sobre nos: dade Ninive: e prega contra ella a
porque tu Jehovah fizeste, como te pregação, que te fallo.
agradou. 3 E levantava-se Jonas, e foi se a
15 E levantavâo a Jonas, e o lança­ Ninive, segundo a palavra de Jeho­
vão no mar; e o mar se aquietou de v a h : era pois Ninive grande cidade
seu furor. de Deos, de tres dias de caminho.
16 Pelo que estes varões temérâo a 4 E começava Jonas entrar pela ci­
Jehovah com grande temor: e sacri­ dade o caminho de hum dia; e pre­
ficavâo sacrifícios a Jehovah, e vota- gava, e dizia: ainda quarenta dias, e
vâo votos. Ninive será trastomada,
17 Ordenava pois Jehovah hum 5 E os varões de Ninive davâo cre­
grande peixe, que tragasse a Jonas, e dito a Deos: e apregoavâo hum jejum,
estava Jonas tres dias e tres noites nas e se vestião de sacos, desde seu maior,
entranhas do peixe. até o seu menor.
6 Porque esta palavra se che^on a
o Rei de Ninive, e levantou-se ae sea
c a p i t u l o n.
throno, e lançou de 6Í seu vestido: e
ORAVA Jonas a Jehovah seu cubrio se de saco, e assentou-se em
E Deos, das entranhas do peixe. cinza.
2 E dizia; de minha angustia clamei 7 E fez apregoar, e fallou se em
a Jehovah, e elle me respondeo: do Ninive por mandado do Rei e de seos
ventre do sepulcro gritei, e tu ouviste grandes, dizendo: nem homens, nem
minha voz. animaes, nem bois, nem ovelhas gos­
3 Porque tu me lançáras tio profun­ tem alguma cousa, nem se lhes dé
do, no coração dos mares, e a corrente pasto, nem bebão agua.
me cercava: todas tuas ondas e gol­ 8 Mas os homens e os animaes es­
fos passavâo sobre mim. tarão cubertos de sacos, e cJamaráo
4 E eu dizia; lançado estou de di­ fortemente a Deos, e se converterão
ante de teus olhos: todavia tornarei a cada hum de seu mao caminho, e da
ver o Templo de tua santidade. violência que está em suas máos.
5 As aguas me cercárão até á alma; 9 Quem sabe? Deos virar-se-ha, e
o abismo me cercava: o argaço estava arrepender-se-ha; e se apartará do
liado a minha cabeça. ardor de sua ira, que não pereçamos.
6 Eu decéra até os fundamentos dos 10 E Deos vio suas obras, que

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MICHEAS, I. 861

oonvertião de seu mao caminho: ,e Cabaça, e a fez subir sobre Jonas, pa­
Deos arrependeo 86 do mal, que dis­ ra que fizesse sombra sobre sua cabe­
séra, que lhes havia de fazer, e náo ça, a livralo de seu enfadamento: e
o fez. Jonas alegrou se com grande alegria
por causa da Cabaça.
7 Mas Deos ordenou hum bicho no
CAPITULO IV.
dia seguinte em subindo a alva; o
JONAS seanojou d^sso com gran­ que ferip a Cabaça, e seccou-se.
E de nojo, e sua ira se accendeo.
2 E orou a J e h o v a h , e disse; ah
8 E aconteceo, que em subindo o
sol, Deos ordenou hum vento calmoso
J e h o v a h , nâo foi esta minha palavra, oriental, e o sol ferio a cabeça de Jo­
estando eu ainda era minha terra'? nas, que se desmaiava: e sua alma
Ç »lo que o previnha, fugindo para
harsis : pois sabia; que es Deos gra­
desejou a morrer, dizendo, melhor me
he morrer, do que viver.
cioso o misericordioso, longanime e 9 Entáo disse Deos a Jonas; accen­
grande em benignidade, e que se ar­ deo se tua ira justamente por causa
repende do mal. da Cabaça? e elle disse, justamente
3 Ora pois J e h o v a h , tira minha al­ minha ira se accendeo até a morte.
ma de mira: porque melhor me he 10 E disse J e h o v a h ; a ti te doe da
morrer, do que viver. Cabaça, em que náo trabalhaste, e a
4 E disse J e h o v a h ; accendeo-se tua quem nâo criaste: que em huma noite
ira justamente ? nasceo, e era huma noite pereceo:
5 Jonas pois sahio da cidade, e as- l l E nâo doer-me-hei a mim da
Bentou-se ao Oriente da cidade ; e ali grande cidade Ninive ? em que estâo
se fez huma cabana, a assentou-se de­ mais que cento e vinte mil homens,
baixo delia na sombra, até que visse, que nâo sabem differença entre sua
que seria da cidade. mâo direita, e sua rnâo esquerda; e
6 E preparou Je h o v a h Deos huma alem d’isso muitos animaes ?

A P R O P H E C I A DE M I C H E A S .

el : que he o vrincipio da prevarica­


CAPITULO I. ção ae Jacob f náo o he Samaria ? e
ALAVRA de J e h o v a h , que foi quem o das alturas de Judá ? nâo o
P feita a Micheas Moraschita nos
dias de Jotham, Achaz, e Jehiskia,
he Jerusalem ?
6 Porisso porei a Samaria em mon­
reis de Judá; que vio sobre Samaria tão de pedras do campo, era planta­
e Jerusalem. ção de huma vinha: e suas pedras
2 Ouvi, todos vos povos; attenta tu derribarei no valle, e descubrirei se­
terra com sua plenidâo: pois o Senhor us fundamentos.
J e h o v a h será testemunha contra vós: 7 E todas suas imagens de vulto se­
o Senhor do Templo de sua Santi­ râo esmeuçadas, e todos seus salarios
dade. de mundanas queimados com fogo, e
3 Porque eis que, J e h o v a h sahe de todos seus idolos porei para assolação:
seu lugar, e descenderá: e pisara as porque do salano de mundanas os
alturas da terra. ajuntou: e para salario de mundanas
4 E os montes debaixo delle derre- tomar-se-háo:
ter-se-hâo, e os valles se fenderão, co­ 8 Porisso lamentarei e huivarei, an­
m o a cera diante do fogo, como as darei despojado e nuo: farei lamen­
aguas, que se derramâo na decida. tação como os dragões, e pranto como
5 Tudo isto, pela prevaricação de Ja- os filhos de avestruzes.
oob, e pelos peccados da casa de Isra­ 9 Porque suas plagas são mortaes:

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862 MICHEAS, n, m.
porque se chegâráo até Judá: chegou- 6 Nâo vos prophetizeis, dizem eÜtty
se até à porta de meu povo, até a Je­ prophetizem estes: elles nào prophe-
rusalem. tizào como estes: nâo se desvia ae ig­
10 Nào o denunciai em Gath, nem nominias.
chorai táo miseravelmente: revolve te 7 O vos que sois chamados a casa
no pó na casa de Aphra. de Jacob; està porventura encolhido
11 Passa-te, ó moradora de Saphir, o Espirito de Jehovah í porventura
com vergonha descuberta: a morado­ estas sâo suas obras ? e minha pala­
ra de Zaanan não sahe fora; pranto ha vras nâo fazem bem ao que anda rec­
em Beth-ha Ezel; tomara sua estan­ tamente 1
cia de vósoutros. 8 Mas ontem meu povo se levantou
12 Porque a moradora de Maroth es­ por inimigo, em fronte de huma rou­
tà enferma por causa do bem: porque pa ; despojais a capa d’aquelles, qoa
hum mal descendeo de J s h o v a h até passâo seguros, tomando da peleja.
à porta de Jerusalem. 9 Lançais fora as mulheres de meu
13 Junta os animae9 ligeiros ao car­ povo, a cadahuma da casa de seus de­
ro, ó moradora de Lachis: (esta he o leites: de seus meninos tirais mea or­
rincipio do peccado para a filha de namento para sempre.
iâo :) porque em ti se achárão as 10 Levantai-vos pois, e andai; por­
transgressões de Israel. que esta terra não será o descanao:
14 Porisso dà presentes a Moreschet porquanto está contaminada, vos cor­
Gath: as casas de Achzib serâo em romperá, e isso com grande corrupção.
mentira aos reis de Israel. 11 Se alguem ouver que siga o ven­
15 Ainda te trarei hum herdeiro* ó to, e está mentindo falsamente, diztn-
moradora de Marescha: chegar-se-ha do j te prophetizarei por vinho e por
até Adullam, até á gloria de Israel. cidra: tal he o propheta d5este poro.
16 Faze-te calva, e tros^uia te por- 12 Certamente ajuntando te ajunta-
via dos íilhos de tuas delicias: dilata rei, ò Jacob; certamente congregarei
tua calva como a aguia, porque forão o restante de Israel: o porei junto, co­
levados presos de ti. mo ovelhas de Bozra: como rebanho
em meio de seu curral farão estrondo
de homens.
CAPITULO II. 13 O quebrantador subirá perantes»

A I d’aquelles que pensão iniquida­


de, e obrào mal em suas camas:
face; elles perromperão, e entrarío
pela porta, e sahirâo por ella: esea
Kei irá perante sua face: e J ehovah
a a luz da alva o effeituão, porquanto
està no poder de sua mão. em sua dianteira.
2 E cobiçâo campos, e os roubâo: e
casas, e as tomào: assim fazem vio­
CAPITULO UI.
lência ao varão e a sua casa, e a cada
qual e a sua herança.
3 Portanto assim diz J e h o v a h ; eis M AIS disse eu; ouvi agora, vós Ca­
beças de Jacob, e vos Maioraes
ue penso mal sobre esta geração; da casa de Israel: porventura nàovos
^onde nào tirareis vossos pescosos, convem, saber ò direito?
nem andareis tão altivos ; porque o 2 Aborrecem o bem, e amão o mal:
tempo serà mâo. roubão-lhes sua pele, e sua came de
4 Naquelle dia se levantará hum pro­ seus ossos.
vérbio sobre vós; e se lementará quei­ 3 Elles sâo os que comem a came
xosa lamentação, dizendo; nos de to­ de meu povo, e lhe tirão sua pele, e
do estamos assolados; troca a porção quebrantão seus ossos: e repartem co­
de meu povo: como me despoja! elle mo em panela, e como carne no meio
reparte, affastando nossos campos. de caldeirão,
5 Portanto a ninguém terás, que lan- 4 Entâo clamarão a Jehovah, mas
çe o cordel na sorte, na Igreja de Jk­ não os ouvirá: antes esconderá&
hovah. face naquelle tempo diante delles:

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MICHEAS, IV. 863

como elles seus tratos fizérâo maos. castigará poderosas gentes até mui
5 Assim diz Jehovah contra os pro- longe: e converterão suas espadas em
phe tas, qae engànâo a meu povo: que enxadas, e suas lanças em fouces; gen­
mordem com seus dentes, e apregoào te contra gente nâo alçará espada, nem
paz; mas contra aquelle, que nadalhes mais aprenderão a guerra.
mete em sua boca, santificâo huma 4 Mas assentar-se-nâo. cada qual de­
guerra. baixo de sua videira, e debaixo de sua
6 Portanto se vos fará noite, por cau­ figueira, e não haverá quem os espan­
sa da visâo, e vos serâo trevas, por cau­ te : porque a boca de J e h o v a h dos ex­
sa da adevinhaçâo: e o sol se porá so­ ercitos o fallou.
bre estes Prophetas, e o dia ennegre- 5 Porque todas os povos andarão, ca­
cer-se-ha sobre elles. da qual em o nome de seu Deos; mas
7 E oc Ventes envergonhar-çe-hão, nos andaremos em o nome de J e h o ­
e os Adevinh^dores confundir-se-hào; v a h nosso Deos, eternamente e para
e todos juntoe cubrirào o beiço de riba: sempre.
porque nâo haverá reposto de Deos. 6 Naquelle dia, diz J e h o v a h , con­
8 Mas de certo eu sou cheio da for­ gregarei a que coixeava, e ajuntarei a
ça do Espirito de Jehovah, e cheio de qué estava desterrada, e a que eu ti­
juizo e animosidade: para denunciar nha maltratado.
a Jacob sua prevaricação, e a Israel 7 E a que coixeava, farei para res­
seu peccado. tante, e a que estava regeitada longe,
9 Ouvi agora isto, vos Cabeças da ca* para gente poderosa: e J e h o v a h serà
«a de Jacob, e vos Maioraes da casa rei sobre elles no monte de Sião des­
de Israel: que tendes abominação do de agora eternamente.
juizo, e perverteis tudo que he direito. 8 E tu torre de gado, tu Ophel da
10 Edificando a Sião com sangue, e filha de Sião, até a ti virá; certamen­
a Jerusalem com injustiça, te virá o primeiro dominio, o Reino da
11 Suas cabeças julgâo por peitas, e filha de Jerusalem.
seus Sacerdotes ensinâo por salario, e 9 Ora porque farias tão grande pran­
seus Prophetas adevinhâo pòr dinhei­ to ? nào ha rei em ti ? pereceo teu
ro : e ainda estribâo em Jehovah, di­ conselheiro, que te tomou dór, como
zendo; porventura nâo està Jehovah a da que pare ?
no meio de nosoutros? nenhum mal 10 Sofre dores, e trabalhos, para pro­
nos sobrevirá. duzir, o filha de Sião, como a que para:
12 Portanto por causa de vósoutros porque agora bem sahiràs da cidade, e
Sião serà lavrada como campo: e Je­ morarás no campo, e virás até em Ba­
rusalem seca feita em montões de pe­ bylonia ; ali porem serás livrada; ali
dras, e o monte d’esta casa em altu­ J e h o v a h te redimirá da mão de teus
ras de bosque. inimigos.
11 Agora muitas gentes bem estão
congregadas contra ti; que dizem;
CAPITULO IV. seja profanada, e nosso olho veja a

M AS no ultimo dos dias serà, qne o


monte da casa de Jehovah serà
confirmado no cume dos m ontes; e
Sião.
12 Mas não sabem os pensamentos
de J e h o v a h , nem entendem seu con­
será exalçado por cima dos outeiros: selho : de que as ajuntou como gave-
e os povos correndo virâo a elle. las para a eira.
2 E muitas gentes irâo, e dirâo; vin­ 13 Levanta-te a trilha, ó filha de Si­
de, e subamos ao monte de Jehovah, ão ; porque teu como farei ferro, e tu­
e à casa do Deos de Jacob; para que as unhas metal, e esmiuçarás a muitos
nos ensine de seus caminhos, e nos an­ povos: e seu ganho consagrarei a Je­
demos em suas veredas: porque de Si­ h o v a h , e sua fazenda ao Senhor de
ão sahirá a lei, e a palavra ae Jeho­ toda a terra.
v a h de Jerusalem. 14 Agora ajunta te com esquadrões,
3 E julgará entre grandes povos, e 6 filha de esquadrões, porá cerco ao

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864 MICHEAS, V, VI.

redor de nos: ao juiz de Israel ferirão que não mais te encorvarás diante da
com vara na queixada. obra de tuas mãos.
13 Tambem desarraigarei teus bos­
ques do meio de t i: e destruirei tuas
CAPITULO V.
cidades.
TU Bethlehem Ephrata, es tu pe­ 14 E com ira e com furor farei viu»
E quena, para estar entre os mima­ gança das gentes, que não ouvem.
res de Judá? de ti me sahirá, o que
será Senhoreador em Israel: e cujas CAPITULO VI.
sahidas sáo desd7antigo, desdos dias
da eternidade.
2 Pelo que os entregará, ate o tem­ O UVI agora o que diz J e h o v a h : le-
vanta-te, contende com os montes,
po, em que a aue parirá, tem parido: e oução os outeiros tua voz.
entáo o resto de seus irmàos se con­ 2 Ouvi vós montes a contenda de
verterão com os íilhos de Israel. J e h o v a h , e vos fortes fundamentos
2 E elle estará, e apascentará no es­ da terra: porque J e h o v a h tem con­
forço de Jehovah, na alteza do nome tenda com seu povo, e com Israel en­
de Jchovah seu Deos: e elles habi­ trará em juizo.
tarão. porque agora será grande até os 3 O povo meu, que te tenho feito ?
fins aa terra. e com que te enfadei ? testifica con­
4 E este será paz: quando Assur vi­ tra mim.
er em nossa terra, e quando entrar em 4 Certamente te fiz subir da ter»
nossos palacios, contra elle porémos de Egypto, e te livrei da casa de ser­
sete Pastores, e oito Principes de en­ vidão : e enviei diante de teu rosto a
tre os homens. Moyses, Aaron e Miriam.
5 Esses pacerão a terra de Assur á 5 Povo meu, ora lembra-te, que
espada, e a terra de Nimrod em suas aconselhava Balak, rei de Moab, e que
entradas. Assim nos livrará de Assur, lhe respondeo Bileam, filho de Beor,
quando vier em nossa terra, e quando desde áittim até Gilgal; para que co­
entrar em nossos termos. nheças as justiças de J e h o v a h .
6 E o resto de Jacob estará no meio 6 Com que cousa encontrarei a Jk­
de muitos povos, como orvalho de Je­ h o v a h , e me encorvarei perante o De
hovah, como gotas sobre a erva, que os alto ? encontra-lo-hei com holocaufr
não espéra a varão, nem aguarda a tos ? com bezerros de hum anno ?
íilhos de homens. 7 J e h o v a h teria agrado de milhares
7 E o resto de Jacob estará entre as de carneiros ? de dez mil de ribeiros
gentes, no meio de muitos povos, co­ de azeite ? darei meu primogênitopor
mo leão entre os animaes ao bosque, minha prevaricação ? o fruto de meu
como leãozinho entre os rebanhos de ventre pelo peccado de minha alma?
ovelhas: o qual quando passa, atro­ 8 Declarado te tem, ó homem, o que
pela e despedaça, que ninguém haja he bom: e que cousa J e h o v a h te pe­
que livre. de a ti, senâo fazer juizo. e amar be­
8 Tua mão será exalçada sobre teus neficencia, e andar humildemente com
adversarios; e todos teus inimigos se­ teu Deos ?
rão desarraigados. 9 A voz de J e h o v a h clama á cida­
9 E será naauelle dia, diz Jehovah, de, (porque teu nome ve as cousas:)
ue teus cavallos serão desarraigados ouvi ã vara, e a quem ordenou a ella.
e entre t i : e desfarei a teus carros. 10 Náo he ainaa na casa de cada
» 10 E destruirei as cidades de tua qual impio thesouros de impiedade.
terra, e derribarei todas tuas forta­ e Epha magrinha, o que he abominá­
lezas. vel ?
H E desarraigarei as feitiçarias de 1 í Seria eu limpo com balanças fal­
tua mão: e não terás encantadores. sas? e com algibeiras de pedias de
12 E desarraigarei tuas imagens de peso enganoso ?
vulto, e tuas estatuas do meio de ti; 12 Porquanto seus ricos estâo cheios

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MICHEAS Vn. 865

de violência, e seus moradores fallâo 8 O inimiga minha, nâo te alegres


mentiras; e sua lingua he enganosa de mim; sendo eu cahido, levantar-
em sua boca. me-hei: estando eu assentado em tre­
13 Assim eu tambem te enfraquece­ vas, Jehovah a mim será luz.
rei, ferindo-te, e assolando-fe por cau­ 9 Soportarei a ira de Jehovah ; por­
sa de teus peccados. que pequei contra elle: até que jul­
14 Tu comerâô, mas nâo te fartarás, gue minha causa, e execute meu di­
e tua humilhação estará em meio de reito; elle tirar-me-ha á luz; verei
ti, e tu prenderás, mas não levarás, meu prazer em sua justiça.
e o que tu levarás, entregarei á es­ 10 E minha inimiga o verá, e ver­
pada. gonha a cubrirà, que me diz; aonde
15 Tu semearás, mas nâo segarás : está teu Deos ? meus olhos verâo nel­
pisarás oliveiras, mas nâo te untarás la ; agora serà pisada como a lama das
com oleo; e mosto, mas nâo beberás ruas.
vinho. 11 No dia em que reedificará teus
16 Porque os estatutos de Omri se muros, naquelle dia o estatuto irá
guardâo,e toda a obrada casa de Achab; longe.
e vos andais em seus conselhos: para 12 Naquelle dia tambem virá até a
que te ponha por assolação, e seus ti, desde Assyria até ás cidades for­
rtoradores por assovio: assim levareis tes : e das fortalezas até o rio: e do
o opprobrio de meu povo. mar até mar, e da montanha até mon­
tanha.
13 Porem esta terra serâ para asso­
CAPITULO vn. lação. por causa de seus moradores,
A I de mim! porque sou, como quan- por causa do fruto de seus tratos.
. do os frutos do estio sâo recolhi­ 14 Tu pois apascenta a teu povo com
dos, como quando sâo feitos os rebus- teu bordão, o rebanho de tua herança,
cos na venaima: nâo ha cacho de uvas que mora só em o bosque, no meio da
para comer, minha alma deseja tem- terra fértil: apascentem-se em Basan
porá*, e Gilead, como em os dias desd’an-
2 Já pereceo o benigno da terra; e tigo.
nâo ha sincero entre os homens: to­ 15 Eu os farei ver maravilhas: como
dos armâo ciladas para sangue; caçâo em os dias, em que sahias da terrado
ciada qual a seu irmâo com rede. Egypto.
3 Para com ambas as mâos mal fa­ 16 As gentes o verâo, e envergonhar-
zer valerosamente; assim demanda o se-hâo, por causa de todo seu poder:
príncipe, e o juizjulga por recompen- porâo a mâo sobre a boca: suas ore­
s a : e o grande falia a corrupção de lhas ensurdecerão.
soa alma. e a torcem em hum. 17 Lamberão o pó, como serpentes,
4 O melhor delles he como espinho; como os animaes reptiles perturbar-
o mais sincero he mais agudo que es­ 8e-hão de seus encerramentos: com
pinhal : o dia de teus guardas, tua vi­ pavor virâo a Jehovah nosso Deos, e
sitação, veio: agora será sua confu­ temerão de ti.
são. 18 Quem he Deos como tu, que per-
6 Nâo creais ao amigo; nem confi­dôa a iniquidade, e traspassa a trans­
eis em o amigo mais principal: guar­ gressão dó restante de sua herauça ?
da as portas de tua boca da que aeita nâo retem sua ira para sempre, porque
em teu regaço. tem prazer na benignidade.
6 Porque o filho despreza ao pai; a 19 Tornará a apiedar se de nosou­
filha se levanta contra sua mãi, a no­ tros: apagará nossas iniquidades: e
ra contra sua sogra: os inimigos do tu lançarás todos seus peccados nas
homem sâo seus domésticos. profundezas do mar.
7 Eu porem attentarei para J e h o ­ 20 Tu a Jacob darás a fidelidade, a
v a h ; esperarei ao Deos de minha Abraham a benignidade, que juraste
salvação: meu Deos me ouvirá. a nossos pais desdos dias antigos.
37

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860 n à h ü m , í, n.

A P R O P H E C I A DE NAHUM.

dou, que mais ninguém de teu nome


CAPITULO I.
seja semeado: da casa de teu Deos
ARGA de Ninive. Livro da visâo desarraigarei as imagens de vulto e
C de Nahum o Elcoschita.
2 Jehovah he Deos zeloso e vinga­
de fundição, ali te farei hum sepulcro,
quando serás desprezado.
dor, vingador he Jehovah, e mui iro­ 15 Eis que sobre os montes os pês
so : Jehovah vingador he de seus ad­ do que denuncia o bem, que faz ouvir
versarios, e guarda a ira a seus inimi­ a paz: celebra tuas festas, ó Judá;
gos, paga teus votos, porque o varão de
3 Jehovah he longanime, porem Belial em diante nâo mais passará por
grande em força, e ao culpado nâo tem ti: desarraigado está de toao.
por innocente: o caminno de Jeho­
vah he em pé de vento, e em tempes­
C APITULO n.
tade, e as nuvens sâo o pó de seus
pês. DESBARATADOR sube contra tua
4 Reprende ao mar, e o faz seco, e
seôa todos os rios: desfalecem Basan
0 face, guarda a fortaleza, attenta
para o caminho, esforça os lombos, for*
e Carmelo; tambem desfalece a flor talece muito à força.
do Libano. 2 Porque J e h o v a h desviou a sober­
5 Os montes tremem perante elle, ba de Jacob, com a soberba de Israel,
e os outeiros se derretem : e a terra se porque os vazadores os vazárâo, e cor-
levanta perante sua face; e o mundo, rompérâo seus sarmentos.
e todos os que nelle habitão. 3 Os escudos de seus herões sáo fei­
6 Quem parará diante de seu furor? tos vermelhos, os varòes valentes aa-
e quem persistirá diante do ardor de dâo vestidos de grà, os carros estio
sna ira ? seu furor se derramou como no fogo das fachas, no dia em qtie ao
fogo, e as rochas se esmiuçâo d’elle. aparelha, e as lanças se sacudem.
7 Jehovah bom he; para fortaleza 4 Os carros fazem roido pelos bairoa,
he no dia da angustia, e conhece aos vagueâo pelas ruas: seu parecer he
que confíâo nelle. como fachas, discorrem como relam-
8 E com inundação passante aniqui­ pagos.
lará seu lugar: e trevas perseguirão 5 Lembrar-se-ha de seus iIlustres,
seus inimigos. elles porem tropeçarão em seu andar:
9 Que vos pensais contra Jehovah? apressar-se-hâo a seu muro, quando o
elle mesmo fará consumação: a an­ amparo será aparelhado.
gustia nâo se levantará duas veze*. 6 As portas dos rios se abrirão, e o
10 Porquanto estâo entretecidos em palacio derreter-se-ha.
si como espinhos, e sâo bêbados, co­ 7 E Husab será levada presa, man-
mo costumâo ser bêbados, inteira­ dar-se-ha que adiante, e suas virgens
mente se consumem como palha seca. a acompanharão, como com voz do
11 De ti sahio hum que p en sa m al pombas, batendo seus peitos.
contra J eh ova ii, conselheiro de Be­ 8 Ninive bem he como tanque do
lial. aguas, desdos dias que foi, porem el-,
12 Assim diz JehoVah : sendo elles lesfugirão: parai, parai, chmar-se-hii
prosperos e tâo muitos, assim tambem mas ninguém olhará para tras.
serâo trosqueados; e elle passará: 9 Roubai prata, roubai ouro, porqoo
bem te apremei, porem nâo mais apre- nâo ha fim de provimento, da gtona
mar-te-hei. de toda sorte de vasos desejados.
13 Mas agora quebrantarei seu jugo 10 Vazada, ja vazada está, esgotada,
de sobre ti, e romperei tuas ataduras. e seu coração se desmaia, e os joo-
14 Porem contra ti Jehovah man­ Ihoe tremem, e em todos os lombos W

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IÍAHÜM, m . - 807

dór. e os rostos de todos elles se enco­ redor ? cujo muro dianteiro he o mar,
lhem como panellaL sua muralha he de mar.
1) Aonde está agOta a morada dos 9 'Ethiopia e Egypto er&o sua forta­
leões, e aquelle pasto dos le&oziuhos ? leza, e não havia fim : Put e Lybia
em que passeava o le&o, o le&o velho, estavâo para tua ajuda.
e o filho de le&o, e n&o havia quem os 10 Todavia andou presa era cativei­
espantava. ro, tambem seus filhos são despedaça­
12 O le&o que assaz roubava para dos na cabeça de todas as praças, e
seus filhos, e affogava para suas leoas sobre seus honrados lançàrâo sortes,
velhas, que enchia suas cavernas de e todos seus Grandes forão encerrados
presa, e sua morada de roubo. em grilhões.
13 Eis que eu. diz J e h o v a h dos ex­ 11 Tambem tu estarás bebada, te
ercitos, a ti vennoj e queimarei a seus esconderás, tambem buscarás huma
carros com fumo, e a espada consumirá fortaleza por causa do inimigo.
a teus le&ozinhos, e desarraigarei a 12 Todas tuas fortalezas são figuei­
tua preza da terra, e a voz de teus ras com figos temporãos, se se sacu-
embaixadores n&o mais serà ouvida. dem, cahem na boca do que os quer
comer.
13 Eis aue teu povo em meio de ti
CAPITULO HL tomar-se-ha em mulheres: as portas
A I da cidade de sangue, que toda
està cheia de mentiras e rapina:
de tua terra abrindo se abrirão a teus
inimigos: o fogo consumirá teus fer­
rolhos.
o roubo n&o cessa.
2 Ali ha o soido do açoute, e o es­ 14 Tira-te aguas para o cerco, forti­
trondo do movimento das roaas: e os fica tuas fortalezas, entra no lodo, e
cavallos atropel&o, e os carros saltan­ massa o barro, refaze o forno dos la­
do v&o. drilhos.
3 O cavaileiro levanta assim a espa­ 15 O fogo ali te consumirá: a es­
da flameaote, como a lança relampa- pada te desarraigará, te comerá como
gueante, e ali haverá multid&o de o pulgão, multipuca-te como gafanho­
mortos, e grande multid&o de corpos tos.
defuntos, nem será fim dos corpos; 16 Multiplicas-te teus mercadores
tropeçar-se-ha em seus corpos: mais que as estrellas do ceo, o pulgão
4 Pela multid&o das fornicações da darà assalto, e voará.
fornicadora mui graciosa, da mestra 17 Teus coroados são como gafanho­
das feitiçarias, que vendeo os povos tos, e teus majoraes da guerra como
com suas fornicações, e as gerações os pulgões grandes, que se assentão
com suas feitiçarias. nas paredes de sevo em os dias de
5 Eis que eu, diz Jehovah dos ex­ frio: em subindo o sol veão, assim
ercitos, a ti venho, e descubrirei tuas que nào se conheça seu lugar, aonde
fraldas sobre tua face, e a as Gentes estivérão.
mostrarei tua nueza, e aos Reinos tua 18 Teus pastores tosquenejaráo, ô
vergonha. Rei de Assyria. teus illustres deitar-se-
6 £ sobre ti lançarei cousas abomi- hào, teu povo largamente se estende­
naveis, e te envergonharei, e te porei rá pelos montes, e ninguém o ajun­
com o espelho. tará.
7 E será, que todos os que te virem, 19 Nào ha cura para tua quebradu­
fagirào de ti, e dii&o: Ninive està ra, tua plaga he dolorosa: todos os
destruida. quem terá compaix&o del­ que ouvirem a fama de ti, baterão as
ia ? d;onae te buscarei consoladores? palmas das m&os sobre ti: porque so­
8 E i tu melhor que a povoada Nó, bre quem n&o passou tua malicia de
situada em os rios 1 que tem aguas ao contino?

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868 HABACUC, I, n.

A P R O P H E C I A DE H A B A C Ü C -

para os que tratâo aleivosamente 1


CAPITULO I.
porque senas callado; quando o impio
devora ao que mais justo he que elle?
AAtéCARGA
2
bacuc.
que vio o Propheta Ha-

quando, Jehovah, eu e
grito,
14 E porque farias os homens como
os peixes ao mar ? corno os animaes
n&o houves? ale quando clamo a ti, reptiles, que nâo tem ensenhoret*
violência, e nâo salvas ? dor?
3 Porque razâo me fazes vêr iniqui­ 15 Elle a todos tira com o anzol, em
dade, e vê* a vexação ? porque asso­ sua naça os ajunta, e os colhe em sm
lação e violência està em fronte de rede : pelo que se goza e se alegra.
mim, e contenda ha, e se levanta liti- 16 Porisso sacrifica a sua naça, e
gio. perfuma a 6ua rede: porque com d-
4 Pelo que a lei se deixa, e o juizo las se engordou sua porção, e sen
nunca sahe: porquanto o impio cerca manjar se engrossou.
ao justo, o juizo sahe torcido. 17 Vazará pois porisso sempre soa
5 Vede entre as gentes, e attentai, naça? nem poupará de matar os po­
e espantai-vos, espantai-vos, porque vos continuamente %
obro huma obra em vossos dias, que
nâo crereis, quando se contará. CAPITULO II.
6 Porque eis que desperto os Chal­
deos, povo amargo e ligeiro, que pas­
sa pelas larguras da terra, para pos­ E U estava em rainha g&arda, e me
punha na fortaleza, e atalaian
suir em herança moradas, que nâo sâo para ver, aue fallaria em mim, eqoa
suas. eu responderia à minha reprensâo.
7 Horrivel e terrivel he: seu direi­ 2 Ent&o Jeh o vah me respondeo, e
to e sua alteza sahe delle mesmo. disse, escreve a vis&o, e a poem cb*
8 Porque seus cavallos sâo mais li­ ramente em taboas, para que nella*
geiros, que os Leopardos, e mais agu­ lea, o que correndo passa.
dos que os lobos de tarae, e seus ca­ 3 Poraue a vis£o ainda serà até o
valleiros se espargem: seus cavallei­ tempo determinado, entáo o prõdazi-
ros virâo de longe, voarão cocno águi­ rà no fim, e n&o mentirá: se tardar,
as, que se apress&o à comida. espera o, porque oertamente virà, nem
9 Totalmente virà para viòlenoia, o ficará tras.
que sorverão com seus rostos, levarão 4 Eis que sua alma se exalça, nto
para o Oriente, e congregará os oati- .he recta nelle: mas o justo viverá pff
vos como area. sua fé.
10 E escarnecerá dos Reis, e os 5 E tambem porquanto aleivoamea-
Principes lhe serâo zombaria: elle te trata junto o vinho, varâo anogao-
se rirá de todas as fortalezas, porque te he, e nào se fica em sua habitação,
amontoará pó, e as tomará. cuja alma se dilata como o sepulcro,
11 Entâo mudará o espirito, e tras­ e semelhante he a a morte, qae n*>
passar, e se fara culpado, tendo esta se farta, e ajunta a si todas as Gen­
sua força por seu Deos. tes, e congrega a si todos os pevoe.
12 Porventura nâo es tu desde anti­ 6 Nôo levantariâo pois toaos esles
go Jehovah Deos meu, meu Santo? huma parabola delle, e huma declara­
nos nâo morrerémos: ó Jehovah , pa­ ção de adeviahaçôes delle? edir-ee-
ra juizo o puzeste, e ó Rocha, para ha; ai daquelle que multiplica o que
castigar o fundaste. n&o he seu; (até quando!) edaqnw®
13 Tu es mais puro de olhos, do que que carrega sobre si lodo espesso.
possas ver o mal, e a vexação n&o po­ 7 Porventura n&o levantar-se-h*o de
des contemplar: porque attentanas repente os que te morderfto? edes-

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ÜC, IO. 869

pertar-se-h&o os qne te comeverão ? e to Templo: calla-te perante seu rosto


ta lhes n&o seràs em despojo ? toda a terra.
8 Porquanto saqueaste a muitas gen­
tes, todos os povos resíduos saquear-
te-h&o por; causa do sangue dos ho­ CAPITULO III.
mens, e da violência ácerca da terra,
da cidade, e de todos seus morado­ 0 RACAO do Propheta Habacuc so-*
bre Sigionoth.
res. 2 Ouvindo eu, Jehovah, teus ditos,
9 A i daquelle que oom avareza ma- temi; conserva, ò Jehovah, tua obra
Hna cobiça para sua casa, para que na vida no meio dos annos, notifica-a
ponha seu ninho em alto, a ser liber­ no meio dos annos: na ira lembra-te
tado da máo do mal. de misericordia.
10 Vergonha maquinaste para tua 3 Deos veio de Theman, e o Santo
casa; desarraigando tu a muitos po­ do monte de Paran, Sela; sua gloria
vos, peccaste contra tua alma. cubrio os ceos, e a terra estava cheia
11 Porque a pedra da parede clama, de seu louvor.
e a trave da madeira lhe responde. 4 E houve resplandor como o da luz,
12 Ai daquelle que edifica a cidade tinha cornos em sua m&o, e ali sua
com sangues, e amrma a cidade com força estava escondida.
iniquidade. 5 A peste hia diante de seu rosto,
13 Eisque, porventura náo vem de e a brasa de fogo passava perante se­
J c h o vah dos exercitos, que os povos us pès.
trabalhão para o fogo, e os homens se 6 Parou se, e medio a terra, olhou,
cansâo em vão ? e soltou as gentes, e os montes çer-
14 Porque a terra se encherá, que petuos forão espalhados: os outeiros
confesse a gloria de Jehovah, como da eternidade se encurvàrào, os pas­
as aguas cubrem o fundo do mar. sos do seculo seus são.
15 Ai daquelle que dà de beber a 7 Vi as tendas de Cusan debaixo da
seu proximo, tu que a isso acrecen- vaidade: as cortinas da terra de Midi-
tas teu odre de vinho, e tambem em­ an tremião.
bebedas, para que vejas suas vergo­ 8 Anojouse Jehovah contra os rios ?
nhas. foi tua ira contra os ribeiros ? foi teu
16 Tambem tu serás fartado de des- furor contra o mar, quando cavalgaste
honra por honra, bebe tu tambem, e sobre teus cavallos? teus carros forão
descobre o prepúcio: o caliz da mão salvação.
direita de Jehovah se tornará a ti, e 9 O fundo nuo se descubrio por teu
vomito torpe haverá sobre tua gloria. arco, pelos juramentos feitos a as tribus
17 Porque a violência cometida con­ pela palavra, Sela! Tu fendeste os
tra Libanon, te cubrirà, e o assola- rios da terra.
mento das bestas os assombrará, por 10 Os montes te virão, e padecérão
causa do sangue dos homens, e da dor: o corrente de aguas passou, o
violência na terra, na cidade, e ácer­ abismo deu sua voz, levantou seus la­
ca de todos seus moradores. dos em alto.
18 Que aproveitará a imagem de 11 O sol, a lua se paràrão em suas
vulto, que seu formador a esculpio? moradas: com a luz tuas frechas an­
ou a imagem de fundição, que he darão, com resplandor tua lança re-
doutor de mentira, que o formador lampagueante.
confia em sua formadura, havendo 12 Com indignação passaste pela ter­
feito idolos mudos? ra ; com ira trilhaste as gentes.
19 Ai daquelle que diz ao madeiro, 13 Tu sahiste para redemção de teu
acorda-te, e à pexlra callada. desper- povo, para redemção com teu Ungi­
ta-te: porventura ensinará f eisque do : Tu feriste a cabeça da casa do
cuberta està de ouro e de prata, mas impio. descubrindo o fundo até o pes-
nenhum espirito ha no meio delia. coso, Sela!
20 Porem Je h o v a h está em seu san­ 14 Tu furaste com seus cajados a

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870 ZEPHANIAS, I.

cabeça da gente de soas aldeas; aco- 17 Ainda qne a figueira nào fioreee»
metérâoa espargir-me: alegravâo-se, rà nem fruto haveii. na vide, e a obra
como se haviâo de tragar os miserá­ da oliveira mentirá, e os campos nào
veis escondidamente. produzirão mantimento: e as ovelhas
15 Tu com teus cavallos passaste da malhada serâo arrebatadas, e nos
pelo mar, por montào de grandes curraes nào haverá vacas:
aguas. 18 Todavia eu me alegrarei era Je ­
16 Ouvindo o eu, meu ventre se per­ h o v a h : gozar-me-hei em o Deos d e
turbou, pela voz meus beiços treraé- minha salvação.
râo; podridão veio em meus ossos, e 19 Jehovah o Senhor minha forta­
me perturbei em meu lugar: certa- leza he, e fará meus pês como os de
meute descansarei no dia de angustia, cervas, e me farà andar sobre minhas
quando subirá contra o povo, para aco- alturas. Para o Cantor Mór sobre mea
metélo. Neginoth.

A P R O P H E C I A DE Z E P H A N I A S .

todos os que se vestem de vestidura


CAPITULO I.
estranha.
PALAVRA de feita a Ze­
Jehovah
phanias. filho de Cuschi, filho de
9 Farei tambem visitação naquelle
dia sobre todo aquelle, que salta 6obre
Gedalia, filho de Amaria, filho de His- o umbral: que enchem a casa de seus
kia, nos dias de Josia, filho de Amon, Senhores de violência, e engano.
rei de Judá. 10 E naquelle dia, falia J e h o v ah ,
2 Tudo arrebatando arrebatarei de haverá voz de clamor desda porta de
sobre a face desta terra, falia Jeho­ pescado, e huivo desda segunda par­
vah. te, e grande quebra desdos outeiros.
3 Arrebatarei os homens e os ani­ 11 Huivai vós moradores do valle:
maes, arrebatarei as aves do ceo, e os porque todo o povo mercador he cor­
peixes do mar, e os escanda los com tado, todos os carregados de dinheiro
os impios, e desarraigarei os homens sâo desarraigados.
desta terra, falia Jehovah. 12 E serà naquelle tempo; esqua­
4 E estenderei minha mào contra drinharei a Jerusalem com lanternas:
Judá, e contra todos os moradores de e farei visitação sobre os varòes, que
Jerusalem: e desarraigarei d’este lu­ estâo assentados sobre suas borras^ que
gar o resto de Baal, e o nome dos Che- dizem em seu coração, Je h o vah nào
marins com os Sacerdotes. faz bem, nem faz mal.
5 E os que sobre os telhados se eh- 13 Porisso seu poder será para des­
curvâo ao exercito do ceo, e que se in­ pojo, e suas casas para assolação: bem
clinando jurào por Jehovah, e jurào edificào casas, mas nâo habitarão nel-
por Malcham: las: e plantão vinhas, mas nào bebe­
6 E os que tornâo a tras de apos Je­ rão seu vinho.
h o vah : e os que nâo buscâo a Jeho­ 14 0 grande dia de J ehovah està
vah, nem perguntâo por elle. perto, perto está, e se apressa muito,
7 Calla-te perante a face do Senhor a voz do dia de Jehovah : ali o héroe
Jehovah, porque o dia de Jehovah clamará amargosamente.
està perlo, porque J ehovah aparelhou 15 Aquelle dia sera dia de indigna­
sacrificio, e santificou a seus convida­ ção : dia de angustia e de ancia, dia
dos. ae alvoroço e de assolação: dia de tre­
8 E será no dia do sacrificio de Jeho­ vas e de escuridade, aia de nuvem e
vah, que farei visitação sobre os prín­ de grossa escuridade.
cipe^ e sobre os filhos do rei, e sobre 16 Dia de bozina, e de toada oontra

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ZEPHANIAS, m. 871
as cidades fortes, e contra as torres de Ammon como Gomorra, campo do
áltas. ortigas, e mina de sal, e assolação per­
17 E angustiarei os homens, que an­ petua : o residuo de meu povo os sa­
darão como cegos, porque peccárâo queará, e o restante de meu povo os
contra Jehovah : e seu sangue derra­ possuirá hereditariamente.
ma r-se-ha como pô, e sua carne será 10 Isto terão por sua soberba, porque
como esterco. escarnecérào, e se engrandecérào con­
18 Nem sua prata, nem seu ouro os tra o povo de Jehovah dos exercitos.
poderá livrar ao dia do furor de Jeho­ 11 Jehovah será terrivel contra elles,
v a h , mas pelo fogo de seu zelo toda porque fara consumir a todos os deos­
esta terra serà consum ida: porque cer­ es da terra: e cada hum de seu lugar
tamente farà apressada consumação o adorará; todas as ilhas das gentes.
com todo3 os moradores desta terra. 12 Tambem vos Ethiopes sereis mor­
tos a minha espada.
13 Estenderá tambem sua mão con­
CAPITULO II. tra o Norte, e desfara a Assur: e a Ni­
SQUADRÍNHAI-vos, si esquadri­ nive porà era assolamento, em secura
E
sejo.
nhai, ó gente, que náo tem de­ como deserto.
14 E em seu meio os rebanhos se
2 Antes que o decreto paira (o dia deitarão, todos os animaes dos povos:
como pragana passa) em quanto o ar­ tambem o corvo marino, tambem a
dor da ira de Jehovah aincia nào vem coruja anoitecerão em suas romeiras:
sobre vósoutros: em quanto o dia da huma voz cantará nas janellas, asso­
ira de Jehovah ainda nào vem sobre lação estará no umbral, quando tiver
vósoutros. descuberto sua obra de cedro.
3 Buscai a Jehovah todos vós man­ 15 Esta he a cidade, que salta de ale­
sos da terra, que obrâo seu juizo: bus­ gria, que habita segura, que diz em
cai justiça, buscai mansidão, porven­ seu coração, eu o sou, e fora de mim
tura sereis escondidos em o aia de ira nào ha outra: como se tornou em asso­
de Jehovah. lação! em repouso dos animaes! qual­
4 Porque Gaza serà desamparada, e quer que a passar, assoviarà, e mene­
Ascalon será em assolação: Asdod ao ará sua mào.
meio dia serà expelida, e Ecron de­
sarraigada.
CAPITULO III.
5 Ai dos moradores do estirão do
mar, do povo dos Chereteos: a pala­ I da çujada, e da contaminada; da:
vra ae Jehovah será contra vós, o Ca­ A cidade oprimidora.
naan, terra dos Philisteos, e eu vos 2 Nào ouve à voz, nào aceita o cas­
desfarei, até que nào haja morador. tigo : nào confia em Jehovah ; nem
6 E o estirãq do mar serà por caba­ se achega a seu Deos.
nas, por poços cavados dos pastores, e 3 Seus príncipes sào leões braman-
se ves dos rebanhos. tes em meio delia: seus juizes lobos
7 E a comarca serà para o resto da de tarde, que os ossos nào quebrantão
casa de Judá, que nella apascentem: até a manhã.
â tarde se assentarão nas casas de As­ 4 Seus Prophetas são levianos, varões
calon, havendo Jehovah seu Deos os aleivosos: seus Sacerdotes profanào o
visitado, e tornado seu cativeiro. Santo, e forçào a lei.
8 Eu ouvi o escárnio de Moab, e as 5 Je h o v a h o justo està em meio del­
injuriosas palavras dos filhos de Am­ ia, que nào faz iniquidade : cada ma-
mon, com que escarnecérào de meu nhã tira seu juizo à luz, nada fa lta;
povo, e se engrandecérào contra seu porem o perverso de nenhuma vergo­
termo. nha sabe.
9 Portanto, vivo eu, diz Jehovah dos 6 Desarraigei as gentes, suas esqui­
exercitos, o Deos de Israel, certamen­ nas estào assoladas, suas praças fiz so
te Moab serà como Sodoma, e os filhos litarias, que ninguém as passe: suas

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872 HAGGEO, I.

cidades s&o destruídas, que nenhum em sua boca n&o se achará lingua en­
morador nellas haja. ganosa: mas ser&o apascentados, e
7 Eu dizia, certamente me temerás, deitar-se-háo, e n&o haverá quem os
aceitarás a instrucç&o, para aue sua espante.
morada n&o seria desarraigada: por 14 Canta alegremente ó filha de Sião,
tudo pelo que a visitei, de veras se le­ jubila, ó Israel: goza-te, e de todo
vantarão de madrugaua, corromperão coraç&o salta de alegria, ó filha de
todos seus tratos. Jerusalem.
8 Portanto aguardai-me, diz Jeho­ 15 Tirou Jehovah teus juizos, ex­
vah , no dia em que me levanto para terminou teu inimigo: Jehovah, o
despojo : porque meu juizo he, ajun­ Rei de Israel está em meio de ti, náo
tar as gentes, congregar os reinos, pa­ mais verás algum mãi.
ra sobre elles derramar minha indig- 16 Naquelle dia sé dirá a Jerusalem,
naç&o, e todo o ardor de minha ira, n&o temas: ó Siáo, n&o se enfraque-
porque toda esta terra será consumida ç&o tuas m&os.
pelo fogo de meu zelo. 17 Jehovah teu Deos está em meio
9 Ent&o certamente darei beiço pu­ de ti, heròe que salvará, gozar-se-ha
ro aos povos: para que todos invoquem de ti com alegria, callar-se-ha era seü
o nome de Jeiiovah, para que lhe sir- amor, regozijar-se-ha de ti cora jubilo.
v&o com hombro uniforme, 18 Aos tristes por causa do ajunta­
10 Palem dos rios dos Ethiopes, me­ mento congregarei, de ti s&o, o escár­
us zelosos adoradores, e a filha de mi­ nio sua carga he.
nha espargida, trarão sacrifício. 19 Eis que naquelle tempo desfarei
11 Naquelle dia n&o te envergonha­ a todos tens opressores, e salvarei a
rás de nenhum de teus tratos, com que coixea, e aiuntarei a lançada fora,
que prevaricaste contra mim: porque e os porei por louvor e por nome, em
ent&o tirarei do meio de ti os aue de toda a terra, em que for&o envergo­
alegria saltáo por via de tua sooerba, nhados.
e tu em diante n&o mais te alçarás 20 Naquelle tempo vos trarei para
por causa de meu monte santo. cá, a saber, no tempo em que vos
12 Mas em meio de ti farei restar ajuntarei: certamente vos porei por
hum povo coitado e pobre : elles con- nome e por louvor entre todos os povos
fiarão em o nome de Jehovah. da terra, quando farei tomar vossas
13 Os residuo de Israel n&o far&o catividades diante de vossos olhos, diz
iniquidade, nem fallar&o mentiras, e Jehovah.

A P R O P H E C I A DE HAGGEO.

3 Foi pois a palavra de Jehovah


CAPITULO I.
pelo ministério ao Propheta Haggeo,
N O anno segundo do rei Dario, no dizendo:
mez seisto, ao primeiro dia do 4 Porventura para vósoutros tempo
mez; foi a palavra de Jehovah pelo he, habitar em vossas casas abobada­
ministério ao Propheta Haggeo a Zo­ das, e esta casa ficará deserta !
robabel, filho de Sealtiel, principe de 5 Ora pois, assim diz Jehovah dos
Judá, e a Josua, filho de Joeaaac, o exercitos; ponde vossos corações em
summo pontífice, dizendo. vossos caminhos.
2 Assim falia Jehovah dos exerci­ 6 Semeais muito, e recolheis poooo:
tos, dizendo: este povo diz, n&o he comeis, porém n&o vos fartais; bebe­
vindo o tempo, o tempo que a casa de is, porém n&o vos embebedais; res­
Jehovah se eaifíque. teis-vos, porem n&o vos aquentais: e

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HAGGEO, n. 673
o qne recebe salario, reoebe o salario 3 Falia agora a Zorobabel, filho de
em bolsa furada. Sealtiel, principe de Judá, e a Josua,
filho de Josadac, summo pontifice, e
7 Assim diz Je h o v a h dos exercitos:
ponde vossos coraçOes em vossos ca­ ao resto do povo, dizendo:
minhos. 4 Quem entre vósoutros ficou de res­
8 Subi à montanha, e trazei madei­ to, que vio esta casa em sua primeira
ra, e edificai esta Casa, e delia me glona, e como agora a vedes? nào he
esta como nada em vossos olhos ?
agradarei, e serei glorificado, diz Je-
HOVAH. 5 Ora pois, esforça te Zorobabel diz
9 Attentais para muito, mas eisque, Jehovah, e esforça-te Josua, filho de
alcançais pouco, e qnando o trouxes­ Josadac, summo pontifice, e esforça-
tes em casa, eu sopro nisso: porqne te todo o povo da terra, diz Jehovah,
e obra; porque eu estou com vosco,
isto? falia J e h o v a h dos exercitos:
por causa de minha casa, que està diz Jehovah dos exercitos.
deserta, e cada hum de vósoutros cor­ 6 Com a palavra, em que estabeleci
re a sua própria oasa. o concerto com vosco, quando sahistes
10 Porisso os oeos se detem sobre de Egypto, e meu Espirito, ficando-se
em meio de vósoutros: nào temais.
yoe, de que nào haja orvalho, e a terra
detem seus frutos. 7 Porque assim diz Jehovah dos ex­
11 Porque chamei huma secura so­ ercitos, ainda huma vez, pouco d’aqui;
e fiarei tremer os ceos, e a terra, e o
bre a teri a, e sobre os montes, e sobre
o trigo, e sobre o mosto, e sobre o mar, e a seca.
azeite, e sobre o que a terra havia de 8 E farei tremer a todas as Gentes,
produzir: como tambem sobre os ho­ e virào a o Desejo de todas as Gentes,
mens, e sobre os animaes, e sobre to­ e encherei esta casa de gloria, diz Je­
do o trabalho das màos. h o v ah dos exercitos.
12 Entào ouvio Zorobabel, filho de 9 Minha he a prata, e meu he o ou­
Sealtiel, e Josua, filho de Josadao, ro, falia Jehovah dos exercitos.
summo pontífice, e todo o resto do 10 A gloria desta casa derradeira
serà maior, que a da primeira, diz
povo à voz de J e h o v a h seu Deos, e
às palavras do Propheta Haggeo, as­ Jehovah dos exercitos, e neste lugar
sim como Je h o v a h seu Deos o envi-darei paz, diz Jehovah dos exerci­
à r a : e o povo temia perante a face tos.
de JEHOVAH. 11 Ao vigésimo quarto do mez nono,
13 Entào Haggeo o embaixador de no segundo anno de Dario, foi a pa­
lavra de Jkhovah pelo ministério do
J e h o v a h , na embaixada de Je h o vah
fallou ao povo, dizendo; eu estou com Propheta Haggeo, aizendo:
Toeco, diz Je h o v a h . 12 Assim diz Jehovah dos exercitos,
pergunta agora aos Sacerdotes ácerca
14 E J e h o v a h despertou o Espirito
da Lei? dizendo:
de Zorobabel, filho de Sealtiel, pririoi-
e de Judá, e o espirito de Josua, filho13 Eis que, alguem leva Carne santa
S e Josadac, summo pontífice, e o es­
pirito do resto de todo o povo: e vié-
na borda de seu vestido, e com sua;
borda toca o pâo, ou a potagem, ou o
rào, e fizérâo a obra na casa de Jeho­vinho, ou o azeite, ou outro qualquer
va h dos exercitos seu Deos. mantimento; porventura isso serà san­
to I e os Sacerdotes respondendo di-
ziào, nào.
CAPITULO n. 14 E disse Haggeo, se algum immun­
O vigésimo quarto dia do seisto do por causa de hum corpo morto, to-’
A
rio.
mez, no segundo anno do Rei Da­ car alguma destas cousas, porventura
serà immunda? eos Sacerdotes res­
2 No setimo mez, ao vigésimo pri­ pondendo diziào, immunda serà.
meiro do mez, foi feita a palavra de 15 Entào respondeo Haçgeo, e die-
Jk hovah pelo ministério do Propheta se, assim este povo, e assim esta na­
Haggeo. dizendo. ção he diante de meu rosto, falia Jx-
' 87*

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«74 gAtttAftTAS, I.

hdvah,e assim he toda a obra de Ruas 20 Ainda ha semente no celleiro*


m&os: e tudo que ali offerecem, im­ até a videira, e a figueira, e a romeira,
mundo he. e a oliràra, que n&o deu frutos, deste
16 Agora pois, ponde vosso coraç&o dia as abençoarei.
nisto, desde este dia, e em diante, 21 E foi a palavra de Jehovah se­
antes, aue se ponha pedra sobre pe­ gunda vez a Haggeo, aosvinte e quatro
dra no Templo de Jehovah. do mez. dizendo:
17 Antes que estas cousas se faziâo, 22 Falia a Zorobabel Principe de
veio alguem ao mont&o de grao de Judá, dizendo, farei tremer os ceos e
vinte medidas, e forão somente dez: a teria.
vindo ao lagar, a tirar cincoenta do 28 E trastomarei o throno dos Rei­
lagar, haviáo somente vinte. nos, e destruirei a firmeza dos Reinos
18 Feri-vos com pruido, e com te- das gentes: e trastornarei o carro, e
ricia, e com saraiva, toda a qbra de os que nelle se aseent&o; e oe cavai*
vossas m&os: e n&o vos tomastes a los. ees que nelles cavalg&o, oahirty
mim, falia Jzhovah. cada hum na espada do outro.
19 ronde pois vosso coraç&o nisto, 24 Naquelle dia, diz Jeh o va h dos
desde este dia, e em diante: desde o exercitos, te tomarei, o Zorobabel,
vigésimo quarto dia do mez nono, des­ filho de Sealtiel, servo meu, diz Jb­
de o dia que o fundamento do Templo hovah, e te porei como anel de sel-
de Jehovah foi posto, ponde vosso lar, porque te elegi, diz Jeh o vah dos
coraç&o nisto. exercitos.

A P R O P H E C I A DE Z A C H A R I A S .

mo Jehovah dos exeroitos pensou a


CAPITULO I.
fazer nos segundo nossos caminhos, s
N O mes oitavo do segundo anno de
Dario foi a palavra de Jxh ôvah
ae Propheta Zacharias, filho de Bara-
segundo nossos tratos, assim fez com
nosco.
7 Ao dia vigésimo quarto do mas
chias, filho de Iddo, dizendo: undécimo (que he o mez de Schebat)
2 Jx h o v a h irou-se muito contra vos­no segundo anno de Dario, foi a pala­
sos pais, vra & Jxhovah ao Propheta Zacha­
3 Portanto dize-lhes, assim diz Jxho- rias, filho de Barachias, filho de Iddo,
v a h dos exercitos, tornai-vos a mim, dizendo.
falia Jkhovah dos exercitos, e me 8 "V i de noite, e eis que hnm n rto
tornarei a vósoutros, diz Jxh ovah dôs cavalgando sobre hum oavallo verme-
exercitos. lho, e parava entre as murtas, qoe
4 E n&o sejais como vossos pais, aos estav&o na profundeza, e apos elle
quaes os primeiros Prophetas clama- estav&o cavallos vermelhos, moreno^
v&o, dizendo, assim diz Jxh ovah dos ebrancos.
exeroitos; ora convertei-vos de vossos 9 E eu disse, Senhor meu, que sáo
m&os caminhos, e de vossos m&os tra­ estes? e disse-me o Anjo, que foliava
tos : porem n&o ouvi&o, nem me escu- comigo, eu te mostrarei, que sâo estes.
tav&o, falia Jshovah. 10 Entâo respondeo o varáo, qw
6 Vossos pais aonde est&o ? e os Pro­ estava entre as murtas, e disse, estes
phetas, elles viver&o para sempre ? s&o os que Jehovah tem enviaao, pe­
6 Com tudo minhas palavras, e meus ra andarem pela terra. #
estatutos, que eu mandára aos Prophe­ 11 E elles respondér&o ao Anjo de
tas meus servos, n&o tocàrflo a vosbos Jxhovah, que estava entre ss ntort*4
pais ? assim que tomando diziâo, oo­ e dissér&o; nós jà andamos pdft ttr*

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ZACHARIAS, n, m . 875

ta, e eis que toda a terra està assen­ ver, quanta serà sua largura, e quanta
tad a e quieta. sua longura.
12 Entào o Anjo de Jehovah res­ 3 E eis que, sahio o Anjo, que falla­
pondeo, e disse, Jehovah dos exer­ va comigo: e outro Anjo lhe sahio ao
citos, até quando nào te apiedarás de encontro.
Jerusalem, e das cidades de Judá? 4 E disse-lhe, corre, falia a este man­
contra as quaes foste irado estes seten­ cebo, dizendo: Jerusalem serà habita­
ta annos. da a modo de huma aldea, por causa
13 E respondeo Jehovah ao Anjo, da multidão dos homens, e dos ani­
que fallava comigo, palavras boas; pa­ maes, que estarão em meio delia.
lavras consolativas. 5 E eu, diz J e h o v a h , lhes serei mu­
14 E o Anjo, que fallava comigo, me ro de fogo ao redor: e serei para glo­
disse, clama, dizendo, assim diz Jeho­ ria em meio delia.
v a h aos exercitos: com grande zelo 6 Oulá, oh! fugi agora da terra do
zelando estou por Jerusalem e por Norte, diz J s h o v a h : porque vos es­
Sião. tendi pelos quatro ventos do ceo, diz
15 E com grandíssima ira estou irado Jeh ovah.
contra as gentes descançadas: porque 7 Oulà Sião! escapa-te que ainda
eu estava pouco irado, mas ellas aju- habitas com a filha de Babylonia.
darào para o mal. 8 Porque assim diz J e h o v a h dos ex­
16 Portanto Jehovah diz assim, tor­ ercitos, depois da gloria sobre ti me
nei-me a Jerusalem com misericórdi­ enviou a as gentes, que vos despojà-
as, minha casa nella serà edificada, diz râo: porque quem vos toca, toca a
J eh o vah dos exercitos, e o cordel serà menina de seu olho.
estendido sobre Jerusalem. 9 Porque eis que levantarei minha
17 Clama mais, dizendo, assim diz mâo sobre elles, e serâo a rapina do
J eh o vah dos exercitou minhas cida­ seus servos: assim vos sabereis, que
des ainda serâo estendidas por causa J e h o v a h dos exercitos me enviou.
do bem : porque Jehovah ainda con*r 10 Jubila, e alegra-te. ò filha de Sk
solará a Sião, e ainda escolherá a Je­ ào: porque, eis aue venno, e habitarei
rusalem, em meio de ti, diz J e h o v a h .
18 E levantei meus olhos, e v i : e eis 11 E naquelle dia muitas gente»
que, quatro cornos haviâo. ajuntar-se-hào a J e h o v a h , e me serâo
19 E eu disse ao Anjo, que faHava por povo, e habitarei em meio de ti,
comigo, que sâo estes? e me disse, e saberás, que J e h o v a h dos exerci­
estes sâo os cornos, que espargirão a tos me enviou a ti.
Judá, a Israel, e a Jerusalem. 12 Entâo J e h o v a h herdar! a Judá
20 E Jehovah me mostrou quatro por sua porçào, na terra santa, e ainda
ferreiros. escolherá a Jerusalem.
21 Entâo eu disse, que vem estes a 13 Calla-te toda a came perante a
fazer, e elle fallou, dizendo, estes sâo face de J e h o v a h : porque despertado
os cornos, que espargirão a Jerusalem, he de sua santa morada.
assim que ninguém levantava sua ca­
beça : estes pois vierão a assombràlos,
a derribar os cornos das gentes, que CAPITULO ffi.
alçàrâo o corno contra a terra de Judá,
para espargila. F
IPOIS me mostrou o Summo Pon­
tifice Josua, estando perante a
face do Anjo de J e h o v a h , e o Satanás
estava a sua mào direita, para resistir-
CAPÍTULO ü.
lhe.
rpORNEI * levantar meus olhos, e vi, 2 Porem J e h o v a h disse a Satanás,
JL e eis que hum varâo, em cuja mào J e h o v a h te reprehenda, ô Satanás, si,
estava hum cordel de medir. J e h o v a h te reprehenda, que escolho
2 E eu disse, por onde vàs ? e elle a Jerusalem: nào he este hum tiçào
me disse, a mecur a Jerusalem, para tirado do fogo ?

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876 ZACHARIAS, IV, V.
3 Josua pois era vestido de vestidos 5 Entâo respondeo o Anjo, que falk-
cujos, quando estava perante a face va comigo, e me disse, nâo sabes ttf
ao Anjo. que he isto? e eu disse, nâo, Senhor
4 Entáo respondeo, e fallou aos que meu.
estavâo diante de seu rosto, dizendo, 6 E respondeo, e fallou a mim, di­
tira-lhe estes vestidos çujos, e disse a zendo : esta he a palavra de Jehovah
elle, eis que tirei de ti tua iniquidade, a Zorobabel, dizendo; nâo por força,
e te vestirei de vestidos de mudar. nem por violência, senâo por meu Es­
5 Pelo que digo, ponhâo mitra limpa pirito o acontecerá, diz Jehovah dos
sobre sua cabeça: e pusérào huma mi­ exercitos.
tra limpa sobre sua cabeça, e o vesti­ 7 Quem es tu, 6 monte grande?
rão de vestidos, e o Anjo de Jehovah, perante a face de Zorobabel serás fei­
estava junto. to em campina: porque elle produzirá
6 E o Anjo de Jehovah protestou a a primeira pedra com algazares, Gra­
Josua, dizendo: ça, Graça lhe haia.
7 Assim diz Jehovah dos exercitos, 8 E a palavra cfe Jehovah mais veio
se andares em meus caminhos, e se a mim, dizendo:
tiveres cuidado de minha guarda, tam­ 9 As mâos de Zorobabel tem funda­
bem tu julgarás minha casa, e tam­ do esta casa: tambem suas mâos a
bem guardarás meus patios: e te da­ acabarão: para que saibais, que Jeho­
rei passos entre os que estâo aqui. v ah dos exercitos me enviou a vósou­
8 Ouvi pois Josua Summo Pontifice, tros.
tu e teus amigos, que se assentâo di­ 10 Porque quem despreza o dia da*
ante de teu rosto: poraue s&o prodí­ cousas pequenas ? pois aquelles sete
gio : porque eis que eu iarei vir meu se alegrarão, vendo o prumo na mio
servo, o Kenovo. de Zorobabel: esses sâo os olhos de
9 Porque eis aue, quanto à pedra, que Jehovah, que passâo por toda a terra.
puz perante a face de Josua, sobre es­ 11 Respondi mais, e disse-lhe, que
ta huma pedra estarão sete olhos: eis sâo as duas oliveiras à banda direita
ue eu esculpirei sua escultura, diz do castiçal, e a soa banda esquerda?
J ehovah dos exercitos, e tirarei a in­ 12 E respondendo-lhe outra vez, dis­
justiça desta terra em hum dia. se, que sâo aquelles dous raminhos
10 Naquelle dia, diz Jehovah dos das oliveiras, que estâo em as doas
exercitos, cada qual de vósoutros con­ almotolias de ouro, e derramâo ouro
vidará a seu proximo a debaixo da vi­ de si?
deira, e a debaixo da figueira. 13 E fallou a mim, dizendo, nâoss*
bes tu, que he isto ? e eu disse, nty
Senhor meu.
CAPITULO IV.
14 Entâo elle disse, estes sâo dous
E TORNOU ô Anjo, que fallava co­
migo: e despertou-me, como hum
varâo, que he despertado de seu sono.
ramos de oleo, que estâo diante do Se­
nhor de toda a terra.

2 E me disSe, que vês? e eu disse,


vejo, e eis que hum castiçal todo de
CAPITULO V.
ouro, e huma almotolinha de azeite so­
bre sua cabeça, e suas sete lampadas E
OUTRA vez levantei meus olhos,

•obre e lla ; e as lampadas sete e sete ante.


e vi, e eis que, hum volume vo-

tinhão canos, que estavâo em cima de 2 E me disse, que vês? e eu disse,


sua cabeça. veio hum volume voante, cuja lonçu-
8 E duas oliveiras junto a elle, huma ra he de vinte, e sua largura de dei
& banda direita da almotolinha de covados.
azeite, e huma a sua banda esquerda. 3 Entâo me disse, esta he a maldi­
4 E respondi, e disse ao Anjo, que ção, que sahirá por toda a terra: por­
fallava comigo, dizendo, Senhor meu, que qualquer que furtar, dahi confor­
que he isto? me a mesma maldiçáo ser4 desansi-

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ZACHARIAS, VI, VE. 877

gado: como tambem qualquer que ju­ 6 No carro em que erào os cavallos
rar falsamente, dahi conforme a mes­ pretos, estes sahem para a terra do
ma maldição serà desarraigado. Norte, e os brancos sahem apos elles,
4 Eu produzo esta maldição, falia Jk­ e os 8araivados sahem para a terra do
h o v a h dos exercitos, a que venha na Sul.
casa do ladrão, e na casa do que ju­ 7 E os cavallos fortes sahião, e pro­
rar falsamente por meu nome: e tras- curavão ir por diante, para andarem
noitarà no meio de sua casa, e a con­ pela terra: porque ja disséra; ide,
sumirá com seus madeiros, e com su­ andai pela terra: e andavâo pela
as pedras. terra.
5 E sahio o Anjo, que fallava comi­ 8 E me chamou, e me fallou, di­
go, e me disse, levanta agora teus zendo : eis que aquelles que sanirâo
olhos, e vè, que seja isto o que sahe. para a terra do Norte, fizerão repou­
6 E eu aisse, que he isto? e elle sar meu Espirito na terra do Norte.
disse, isto he hum Epha, que sahe: 9 E a palavra de J e h o v a h veio a
mais disse, este he o olho sobre elles mim, dizendo:
em toda a terra. 10 Toma dos (jue forão levados pre­
7 E eis huma lamina de chumbo foi sos : de Cheldai, de Tobias, e de Je-
levantada, e huma mulher estava as­ daia, (e vem naquelle dia, e entra na
sentada era meio do Epha. casa de Josia. filho de Zephanias,) que
8 E elle disse, esta he a impiedade, tornàrâo de Babylonia.
e a lançou dentro do Epha: e lançou 11 Toma, digo, prata e ouro. e faze
o peso de chumbo em sua boca. coroas: e as poem sobre a cabeça de
9 E levantei meus olhos, e vi, e eis Josua, filho de Josadac, Summo Pon­
que, duas mulheres sahirâo, e vento tifice.
havia em suas asas, e tinháo asas co­ 12 E falla-lhe, dizendo, assim falia
mo as asas de cegonha: e levantarão J e h o v a h dos exercitos, dizendo: eis
0 Epha entre a terra e o ceo. que hum varâo, cujo nome he Reno­
10 Entào eu disse ao Anjo, aue fal­ vo, que brotará de seu lugar, e edifi­
lava comigo: por onde estas levâo o cará o Templo de J e h o v a h .
Epha ? 13 Elle mesmo edificará o Templo
l l E elle me disse, para lhe edifi­ de J e h o v a h . e levará o ornamento, e
carem huma casa na terra de Sinear, assentar-se-na, e dominará em seu
a que ali seja aífirmado, e posto sobre throno; e serà Sacerdote em seu thro­
sua base. no, e o conselho de paz será entro
ambos estes.
14 E estas coroas serâo para Che-
CAPITULO VI.
lem, e para Tobias, e para Jedaia, o
E OUTRA vez levantei meus olhos, para Cnen, filho de Zephanias, por
e vi, e eis que, quatro carros sa- memorial no Templo de J e h o v a h .
hirâo de entre dous montes, e estes 15 E os que estâo longe, virâo, o
montes erão montes de metal. edificarão no Templo de J e h o v a h . o
2 No primeiro carro erào cavallos vósoutros sabereis, que J e h o v a h aos
vermelhos, e no segundo carro caval­ exercitos me tem enviado a vósoutros:
los pretos: isto acontecerá, se ouvindo onvirdes à
1 3 E no terceiro carro cavallos bran­ voz de J e h o v a h vosso Deos.
cos: e no quarto carro cavallos sarai­
vado», que erào fortes.
4 E respondi, e disse ao Anio, que
CAPITULO vn.
fallava comigo: que he isto, Senhor CONTECEO pois no anno quarto
meu? A do rei Dario. que a palavra de
5 E o Anjo respondeo, e me disse, J e h o v a h veio a Zacharias, ao quarto
estes sâo os quatro ventos do ceo, sa- do mez nono, que he Chisleu.
hindo de onde estavâo perante o Se­ 2 Quando forão enviados á casa do
nhor de toda a terra. Deos, Saresar, e Regem-Melech, o so-

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378 ZACHARIAS, Vm.
m varòes, para supplicarem a face de
c a p it u l o vra.
Je h o v a h .
3 Dizendo aos Sacerdotes, que esta-
v à o na casa de J e h o v a h dos exerci­
tos, e aos Prophetas, dizendo: chora­
D EPOIS veio a palavra de Jehovah
dos exercitos a mtm, dizendo.
2 Assim diz J e h o v a h aos exercitos,
rei eu no quinto mez, separando me, zelei por Sião com grande zelo: e com
oomo j à tenho feito tâo muitos an­ granefe furor zelei por ella.
nos? 3 Assim diz J e h o v a h , tornei-me a
4 Entâo a palavra de Jeh o vah dos Sião, e habitarei em meio de Jerusa­
exercitos veio a mim, dizendo. lem : e Jerusalem chamar-se-ha, cida­
5 Falia a todo o povo desta terra, e de de verdade, e o monte de Jehovah
aos Sacerdotes, dizendo: quando jeju- dos exercitos, monte de santidade.
mastes, e pranteastes, no quinto, e no 4 Assim diz J e h o v a h dos exercitos,
setimo mez, a saber estes setenta an­ ainda .velhos e velhas assentar-se-hâo
nos, porventura jejumando jejumastes nas praças de Jerusalem: e cada qual
para mim, para mim, digo ? terà seu bordão em sua mào, por can­
6 Ou quando comestes, e quando be­ sa da multidão dos dias.
bestes, nào fostes vos que comiâo, e 5 E as ruas da cidade se encherio
que bebiâo ? de machos e femeas, brincando emso­
7 Nâo sâo estas as palavras, eme as ruas.
Jehovah preçou pelo ministério aos 6 Assim diz J e h o v a h dos exercitos,
Prophetas primeiros, quando Jerusa­ porquanto isto he maravilhoso em oi
lem estava nabitada e auieta, com su­ olhos do restante deste povo nestes
as cidades ao redor delia ? e o Súl, e dias, seria o porisso tambem marari*
a campina se habitavâo ? lhoso em meus olhos? diz Jehovah
8 E a palavra de Jehovah veio a dos exercitos.
Zacharias, dizendo: 7 Assim diz J e h o v a h dos exercito^
9 Assim fallou Jkhovah dos exerci­ eis que redimirei a meu povo da tem
tos, dizendo: iulgai juizo verdadeiro, do oriente, e da terra do occidente do
e fazei piedade e misericórdias hum sol.
ao outro: 8 E os trarei para oà, e habitarão em
10 £ nâo agravai a viuva, nem o or­ meio de Jerusalem: e me serão por
fâo, o estrangeiro, nem o coitado: e o ovo, e lhes serei por Deos em veroa-
hum n&o pense mal contra o outro em S e, e em justiça.
9 Assim diz J e h o v a h dos exercito^
seu coração.
11 Porem nào quiserào attentar, e vossas mâos sejâo fortes, vós que nes­
puxàrào a tras seu ombro, e agravàrâo tes dias ouvistes estas palavras da bo­
suas orelhas, para que nâo ouvissem. ca dos Prophetas, que estivérào n o#
12 E fizérâo seu ooraçâo como dia­ em que foi posto o fundamento da ca-
mante, para que n&o ouvissem a lei, sa de J e h o v a h dos exercitos, para qae
nem as palavras, que Jehovah dos ex­ o Templo fosse edificado.
ercitos enviava em seu espirito pelo 10 Porque antes destes dias nâo hou­
ministério dos Prophetas primeiros, ve salario de homem, nem salario de
d7onde veio grande ira de Jehovah animal: e o que entrava, e o que sahia,
dos exercitos. nào tinha paz por causa do inimigo,
13 Pelo que aconteceo, que como el­ porque eu manaei a todos os homens,
le clamara, e elles nâo ouvirão: assim cada aual contra seu proximo.
tambem elles clamàrâo, mas eu nâo 11 Mas agora com o resto dests po*o
ouvia, diz Jehovah dos exercites. nâo farei, como em os primeiros aias,
14 É os espargi com tempestade en­ diz J e h o v a h dos exercitos.
tre todas as gentes, a as quaes nào ce- 12 Porque a semente serà prosperi,
nheciâo, e a terra foi assolado tras del­ a vide dará seu fruto, e a terra dará
les, assim que ninguém passava por sua novidade, e os ceos darâo sen or­
eüa, nem se tomava: poraue puzérào valho : e ao resto deste povo farei her­
a tenra desejada para assolação. dar tudo isto.

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ZACHABIAS, DC. 179
13 E será,ó eaaa de Judá, e ò casa de tem 0 olho sobrê o homem, oomo sobrs
Israel, que, como fostes maldiç&o en­ todas as tribus de Israel.
tre as gentes, assim vos guardarei; e 2 E tambem Hamath nella terà ter­
sereis benção: n&o temais, esforçem mo: Tyro e Sidon, ainda que seja mui
ae vossas m&os. sabia.
14 Porque assim diz Jkhovah dos 3 E Tyro edificou fortalezas para si,
exercitos: oomo pensei fazer-vos mal, e amontoou prata como pô, e ouro fino
uando vossos pais me offendér&o gmn- como lama aas roas.
3emente, diz Jehovah dos exercitos,
e n&o me arrependi d’isso:
4 Eis que, o Senhor a arrancara da
posse, e no mar desbaratará sua forta­
15 Assim torno a pensar de fazer bem leza e ella serà consumida pela fogo.
a Jerusalem, e & casa de Judá nestes 5 Aacalon o verà e temerá, semelhan­
dias: n&o temais. temente Gaza, e terà grande dòr, co­
16 Estas s&o as cousas que fareis, mo tambem Ecron, porquanto aquillo,
fallai verdade cada qual com seu pro­ para que attentav&o, os envergonhou:
ximo ; julgai verdaae e juizo de paz e o rei de Gaza perecerá, e Aacalon
em vossas portas. n&o serà habitada.
17 E ninguém pense mal em seu 6 E o bastardo habitará em Asdod, e
coraç&o contra seu proximo, nem desarraigarei a soberba dos Philisteos.
ameis juramento falso : porque eu 7 E tirarei seu sangue de sua boca,
aborreço todas estas cousas, falia Jx­ e suas abominações de entre seus den­
h ovah . tes : assim elle tambem ficará de res­
18 E a palavra de Jehovah dos ex­ to para nosso Deos: e serà como Prin­
ercitos veio a mim, dizendo, cipe em Judá, e Ecron como o Jebu­
19 Assim diz Jehovah dos exercitos, seo.
o jejum do quarto, e o jejum do quin­ 8 E me assentarei ao redor de minha
to, e o jejum do setimo, e o jeium do casa, por causa do exercito, por causa
decimo mez serà & casa de Judá para do que passa, e por causa do que se
goze, e para alegria, e para festividades toma, para que o exactor n&o mais
solemnes: amai pois a verdade e a paz. passe por elles: porque agora jà o vi
20 Assim diz J shovah dos exercitos: oom meus olhos.
ainda ser&; que os povos e os morado­ 9 Alegra te muito, ó filha de Si&o, ju­
res de muitas cidades h&o de vir. bila, ô filha de Jerusalem: eis que teu
21 E os moradores da huma ir&o a rei te virà justo, e Salvador: pobre e
os da outra, dizendo: vamos andando cavalgando sobre o asno, e sobre o pol­
para supplicar a face de Jehovah, e dro, filho das asnas.
para buscar a Jbh ovah dos exeroitos: 10 E destruirei os carros de Ephraim,
eu tambem irei. e os cavallos de Jerusalem: tambem
22 Assim muitos povos e poderosas o arco de guerra serà destruído, e elle
gentes vir&o, a buscar em Jerusalem fallarà paz a as gentes; e seu senho­
a Jehovah dos exercitos, e supplicax rio serà de mar até mar, e desdo rio
a face de Jehovah. até os cabos da terra.
23 Assim diz Jehov ah dos exercitos, 11 Quanto tambem a ti, ó Sião, pelo
naquelle dia serà, que dez varões de sangue de teu concerto soltei teus pre­
todas as lingoas das gentes pegar&o, sos da cova? em que n&o havia agua.
pegarão digo da fralda de hum var&o 12 Tornai vósoutros à fortaleza, ó
juoaico, dizendo: iremos com vósou­ presos que esperais: tambem hoje de­
tros, porque temos ouvido, qu* Deos nuncio, que vos renderei em dobro.
està com vósoutros. 13 Quando eu tiver entesado a Judá
para mim, e encher o arco para Eph­
raim, e tiver despertado teus filhos, ó
CAPITULO IX.
Si&o, contra teus filhos, ó Grecia, e te
/\ARGA de palavra de Jehovah so- tiver posto como espada de hum herõe.
\J bre a terra de Chadrach e de Da­ 14 É Jxhovah aparecerá çobre elles,
masco seu repouso* porque J s h o v a b e suas frechas sahir&o como relampa-

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680 ZÀGRABI LS> X, XL
g o : e o Senhor Jehovah tocará a bo­ 8 En lhes assoviarei, e os ajuntarei,
zina, e irà com tormentas do Sul. porque redimi-los-hei: e raokiplioar-
15 Jehovah dos exercitos os ampa­ se-hâo, como estavâo multiplicados
rará, e comerão, depois aue tiverem d1antes.
sogeitado as pedras da funda; tam­ 9 E semça-los-hei entre os povos, e
bem beberão, e farâo alvoroço, como lembrar-se-hào de mim em lugares
de vinho: e encher-se-hâo, como a ba­ remotos: e viverão com seus filhos, e
cia, como os cantos do altar. tomarão.
16 G J e h o v a h seu Deos naquelle dia 10 Porque tornarei a trazélos da ter­
os salvará, como ao rebanho de seu po­ ra de Egypto, e os congregarei de
vo : poTque pedras coroadas serâo le­ Assyria: e os levarei na terra de Gile­
vantadas em sua terra, como bandeira. ad e do Libano, mas lhes nâo bastará.
17 Poique quam grande serà seu 11 E elle passará pelo mar, angus­
bem ! e quam grand» serà sua formo­ tiando o, e ferirá as ondas no mar, e
sura ! o trigo farà fàllar os mancebos, todas as profundezas dos nos secar-
e o mosto as donzellas. se-hâo. entâo serà derribada a sober­
ba de Assur, e o ceptro de Egypto ie
retirará.
CAPITULO X. 12 E eu os oonfortarei em Jehovah,

P EDI chuva de J e h o v a h no tempo e andarão em seu nome, falia Jzbo>


da serodea: J e h o v a h faz os re- VAH.
lampagos: e lhes darà chuva bastan­
te, por cada qual erva do campo.
CAPITULO XI.
2 Porque os Teraphins fallâo vaida­
de, e os Adevinhadores veem falsida­ BRE tuas J>ortas, ô Libano, paia
de, e fallâo sonhos vâos, eom vaidade que o fogo consuma teus cedro*.
consolâo: pelo que se forão como ove­ 2 Huivai, 6 faias, porquanto os ce*
lhas : sâo oprimidos, porque nâo havia dros cahirâo, porquanto estas excej-
Pastor. lentes arvores sâo assoladas: huivti,
3 Contra os Pastores minha ira esta­ 6 carvalhos *de Basan, porquanto o
va encendida, e fiz visitação sobre os bosque forte he derribado.
cabrões: mas J e h o v a h dos exercitos 3 Voz de huivo dos Pastores se
visitará a seu rebanho, a casa de Ju­ porquanto sua gloria he assolada: vos
dá, e os porà como o cavallo de sua ae bramido dos filhos de leões, por*
magestade na peleja. quanto a soberba do Jordfto he ass*
4 Delle a pedra de esquina, delle a lada.
estaca, delle o arco de guerra, delle 4 Assim diz Jehovah meu Tkc^
juntamente sahirâo todos os exacto- apascenta estas ovelhas de matança.
res. 5 Cujos possessores as matâo, e o
5 E serâo como herões, que pelo lo­ nâo tem por culpa: e cada qual da-
do das ruas entrâo na peleja, e pele­ quelles que as vende, diz, louvado se­
jarão; porque J e h o v a h estará com ja Jehovah, de que estou enriqueci­
elles, e envergonharão aos que caval- do, e ninguém daquelles, que as apss*
gâo sobre cavallos. centa, as poupa.
6 E confortarei a casa de Judá, e 6 Certamente nâo mais pouparei a
salvarei a casa de Joseph, e tomarei os moradores desta terra, falia Jeho­
à plantàlos, porque me apiedei delles, v a h : mas eis que, entregarei os ho­
e serâo como se os nâo tivéra rejeita­ mens, cada qual na mâo de seu proxi­
do ; porque eu sou J e h o v a h seu Deos, mo, e na mào de seu rei, e esmeuç*
e os ouvirei. râo a esta terra, e eu nào os livrarei
7 E serâo como o herõede Ephraim, de sua mào.
è seu coraçáo se alegrará como de vi­ 7 Pelo que eu apascentei estas ove­
nho : e seus filhos o verâo, e gozar-se lhas de matança, p o r q u a n t o sáo ov*
háo ; seu coraçáo se alegrará em Je- lhas coitadas: e me tomei duasvara^
HOVAH. a huma chamei Suavidade, e a outm

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ZACHARIAS, XII. 881

chamei Conjuntadores, e apascentei copo de rodopio a todos os povos ao


as ovelhas. redor: e tambem serà sobre Judá, no
8 E cortei tres pastores em hum mez, cerco contra Jerusalem.
porque minha alma se enfadàra del­ 3 E serà naquelle dia, que porei a
les, e tambem sua alma se anojou de Jerusalem por pedra pesada a todos
mim. os povos, todos os que se carregarem
9 E eu disse; nâo mais vos apascen* deUa, certamente serâo cortados, e to­
tarei: o que morrer, morra, e o que das as sentes da terra se ajuntarão
for cortado, seja cortado, e as que contra ella.
íicàrem de resto, huma traga a carne 4 Naquelle dia, diz Jehovah, a to
da outra. dos os cavallos ferirei com espanto, e
10 E tomei minha vare Suavidade, e a seus cavalleiros com loucura: mas
a quebrantei, aniquilando meu con­ sobre a casa de Judá abrirei meus
certo, o que tinha estabelecido com olhos, e a todos os cayallos dos povos
todos estes povos. ferirei com cegueira.
11 Assim foi aniquilado naquelle dia, 5 Entâo os Guias de Judá dirâo em
e assim as coitadas entre as ovelhas,, seu coração, os moradores de Jerusa­
que me aguardavâo, reconhecérâoj lem me serâo fortaleza em Jehovah
que isto era a palavra de J e h o v a h . dos exercitos 6eu Deos.
12 Porque eu lhes tinha dito, se pa­ 6 Naquelle dia porei os Guias de Ju­
rece bem em vossos olhos, trazei meu dá como fogào de fogo debaixo da le­
salario, e se nâo, deixai-o; e pesàrâo nha, e como tocha de fogo debaixo
meu salario, trinta moedas de prata. das gavelas, e à banda direita e es-
13 J e h o v a h pois me disse, lança as
pelo oleiro, preço excellente com que 3 uerda consumirão a todos os povos
o redor: e Jerusalem ainda ficará em
elles me apreçarão: e tomei as trinta seu lugar em Jerusalem.
moedas de prata, e as lançei na casa 7 E Jehovah primeiramente salva­
de J e h o v a h pelo oleiro. rá aB tendas de Judá. para que a glo­
14 Entâo quebrei minha segunda va­ ria da casa de Davia, e a gloria aos
ra Conjuntadores,aniquilando a irman­ moradores de Jerusalem nào se exal-
dade entre Judá, e entre Israel. çe contra Judá.
15 Mais J e h o v a h me disse, toma-te 8 Naquelle dia Jehovah empararà
ainda o instrumento de hum Pastor os moradores de Jerusalem, e o que
louco. tropeçar entre elles, naquelle dia serà
16 Porque eis que, despertarei hum como David, e a casa de David serà
pastor nesta terra, qm nâo visitará o como deoses, como o Anjo de Jeho­
que esta cortado, nâo buscará o tenro, vah perante sua face.
e nâo sarará o quebrantado; nem car­ 9 E será naquelle dia, que procura­
retará o que para: mas comerá a came rei a destruir todas as gentes, que vie­
do gordo, e despedaçará suas unhas. rem contra Jerusalem:
17 Ai ao pastor de nada, do desam- 10 Porem sobre a casa de David, e
parador do rebanho, a espada ira so­ sobre os moradores de Jerusalem der­
bre seu braço, e sobre seu olho direi­ ramarei o Espirito de graça, e de ora­
to. seu braço secando se secará, e seu ções ; e me verào, a quem atravessa­
olno direito escurecendo se serà escu­ rão : e farâo pranto sobre elle, como
recido. o pranto sobre o unigénito; e chora­
rão amargosamente sobre elle, como
se chora amargosamente sobre o pri­
CAPITULO XII.
mogênito.
ARGA da palavra de Jehovah so­ 11 Naquelle dia o pranto em Jeru­
C bre Israel: Jehovah falia, o aue
estende o ceo, e funda a terra, e for­
salem serà grande, como o pranto de
Hadadrimmon no valle de Megiddon.
ma o espirito do homem em seu mais 12 E a terra pranteará, caaa gera-
intimo.
2 Eis que eu porei a Jerusalem por S âo em participar: a geração da casa
§ David em particular, e suas mu-

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882 ZACHARIAS, Xm, XIV.

Iheres em particular, e a geração da a prata, e a provarei, como se prova o


casa de Nathan em particular, e suas ouro : ella invocará a meu nome,e eu
mulheres em particular. a ouvirei; direi, meu povo he, e ella
13 A geração da casa de Levi em dirá, J e h o v a h meu Deos he.
particular, e suas mulheres em parti­
cular ; a geração de Simei em parti­
cular, e suas mulheres em particular. CAPITULO XIV.
14 Todas as de mais gerações, cada IS que o dia vem para J eh ovah ,
geração em particular, e suas mulhe­
res em particular.
E que teus despojos, ó Jerusalem>
ser&o repartidos em meio de ti.
2 Porque eu ajuntarei todas as gen­
tes para a peleja contra Jerusalem, e
c a p it u l o xni. a cidade serà tomada, e as casas se­
N AQUELLE dia haverá fonte aber­
ta pela casa de David, e pelos
rão saqueadas, e as mulheres força­
das : e a metade da cidade sahirá em
moradores de Jerusalem, contra o pec­ cativeiro, mas o resto do povo nâo se­
cado, e contra a immundicia. rà desarraigado da cidade.
2 E serà naquelle dia, diz Jehovah 3 E J e h o v a h sahirá, e pelejará con*
dos exercitos, que desfarei da terra tra estas gentes, como no dia em qoe
os nomes dos idolos, que nâo mais pelejou, no dia de batalha,
haja memória delles, e tambem os 4 E naquelle dia seus pés estarão do
Prophetas, e o espirito immundo tira­ monte das oliveiras, que está em fron­
rei da terra. te de Jerusalem ao Oriente: e o mon­
3 E serâ, que quando alguem mais te das oliveiras serà fendido pelo me­
prophetizar, seu pai, e sua mãi, que io para o Oriente, e para o Occidente,
o gerarão, Ine dirâo; n&o viverás, por- assim que haverá num mui grande val­
uanto fallaste falsidade em o nome le : e a metade do monte se apartará
e Je h o v a h : e seu pai e sua mãi para o Norte, e a outra metade delle
que o gerarão, o atravessarão, quando para o Sul.
prophetizar. 5 Ent&o fugireis pelo valle de men*
4 E sejà naquelle dia, que estes montes, (porque este valle dos mon­
Prophetas ser&o envergonhados, cada tes chegará até Asai) e fugireis, como
qual por causa de sua vis&o, quando fugistes pelo terremeto nos dias de
prophetizar: e n&o se vestir&o de Uzias rei de Judá: ent&o J ehovah
manto de pelos para mentir. meu Deos virá. e todos os santos comti­
5 Mas dirá; n&o sou Propheta, la­ go ô J f.h o v a h .
vrador da terra sou, porque certo ho­ 6 E será naquelle dia, que nâo have­
mem para isso me aquino desda mi­ rá preciosa luz. nem espessas escuri­
nha mocidade. dade.
6 E se alguem lhe dizer, que s&o es­ 7 Mas será hum unico dia, que Jf*
tas feridas em tuas m&os ? dirà elle, h o v a h conhecer; nem dia, nem noi­
feridas s&o com que fui ferido em a te serà: e acontecerá, que no tempo
casa de meus amadores. da vespera haverá luz.
7 0 espada, desperta-te contra meu 8 Naquelle dia tambem acontecerá,
Pastor, e contra o varáo, que he meu que aguas vivas correrão deJerusalem,
companheiro, diz Jehovah dos exer­ a metade delias para o mar oriental,*
citos ; fere a este Pastor, e as ove­ a metade delias até o mar traseiro, no
lhas ser&o derramadas; mas volverei estio e no inverno haver&o.
minha mâo para os pequenos. 9 E J e h o v a h será por rei sobre toda
8 E serâ em toda a terra, falia J e­ a terra: naquelle dia J e h o v a h serà
h o v a h , as duas partes nella ser&o de­ hum, e seu nome hum.
sarraigadas, e espirarão; mas a ter­ 10 Toda esta terra ao redor tornar-se-
ceira parte ficará de resto nella. haem plaineza, desde Geba até Rim-
9 E meterei esta terceira parte no mon, da banda do Sul de Jerusalem:
fogo, e a purificarei, como se purifica e será exalçada e habitada em seu ta«

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MALACfflAS I. , 883

ear, desda porta de Benjamin, até o de resto de todas as gentes, que viérâo
lugar da primeira porta, até a porta contra Jerusalem, subirão de anno
da esquina, e desda torre de Hana- em anno, para adorarem ao rei J e h o ­
neel até os lagares do rei. v a h dos exercitos, e celebrarem a fes­
H E habitarão nella, e nâo mais ha­ ta das Cabanas.
verá interdito, porque Jerusalem ha­ 17 E ancontecerà, se alguma das ge­
bitará segura. rações da terra nào subir a Jerusalem,
12 E esta serà a plaga, com que Je­ para adorar ao rei J e h o v a h dos exer­
h o v a h ferirá a todos os povos, que citos, nào haverá chuva sobre elles.
guerreárâo contra Jerusalem : fará 18 E se a geraçào dos Egypcios, so­
consumir a came de aualquer, aonde bre os quaes nào ha chuva, nâo subir,
està em seus pés, e orolhos de qual­ nem vier, a plaga sobre elles virà com
quer engelhar se hâo em suas caver­ que J e h o v a h ferirá as gentes, que nâo
nas, e a lingoa de qualquer se enge­ subirem, a celebrar a festa das Caba­
lhará em sua boca. nas.
13 Naaueile dia tambem acontece­ 19 Este serà o peccado dos Egypcios,
rá^ que haverá grande rumor de Je­ e o peccado de todas as gentes, aue
h o v a h entre elles, assim que cada nâo subirem, a celebrar a festa das
qual prenderá a mâo de seu proximo, Cabanas.
e a mâo de cada qual subirá contra a 20 Naquelle dia sobre os sinos dos
mâo de seu proximo. cavallos estará s a n t id a d e de J e h o ­
14 E tambem Judá pelejará em Je­ v a h : e as panellas na casa de J e h o ­
rusalem, e o poder de todas as gentes v a h serâo como as bacias diante do
ao redor serà ajuntado, ouro e prata, e altar.
vestidos em grande multidão. 21 E todas as panellas em Jerusalem
15 Assim tambem serà a plaga dos e em Judá serâo santas a J e h o v a h
cavallos, dos inulos, dos camelos, e dos exercitos, assim que todos que sa­
dos asnos, e de todos os animaes, que crificarem, virâo e delias tomarão, e
«stiverem naguelles exercitos, como nella» cozerão; enào mais haverá Ca*
foi a plaga delles. nanita na casa de J e h o v a h dos exer­
16 É serà, que todos os que ficárem citos naquelle dia.

A P R O P H E C I A DE M A L A C H I A S .

CAPITULO I. mo de impiedade, e povo contra quem


J e h o v a h està irado para sempre.

C ARGA da palavra de J e h o v a h a
Israel, pelo ministério de Mala-
chias.
5 E vossos olhos o verâo, e direis, J e ­
h o v a h seja engrandecido desdo ter*
mo de Israel.
2 Eu vos amei, diz J e h o v a h : mas 6 O filho honrará ao pai, e o servo a
▼ós dizeis; em que nos amaste ? nào seu senhor: pois se eu sou pai, aonde
foi Esau irmâo de Jacob ? falia J e h o ­ he minha honra ? e se eu sou Senhor,
v a h : todavia amei a Jacob. aonde he meu temor? diz J e h o v a h
3 E aborreci a Esau: e puz seus mon­ dos exercitos a vósoutros, ó Sacerdo­
tes para assolação, e sua herança pe­ tes, despresadores de meu nome: mas
los dragões do deserto. vós dizeis, em que desprezamos tea
4 Ainda que Edom dizia, empobreci­ nome ?
dos somos, porem tornarémos a edifi­ 7 Trazeis sobre meu altar pào con­
car os lugares desertos: assim diz J e ­ taminado, e dizeis, com que te conta­
h o v a h dos exercitos, elles edificarão, minamos? nisto, que dizeis, a mesa
e eu destruirei; e chamar-se-hâo; ter­ de J e h o v a h he desprezivel.

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884 MALACHIAS, II.

8 Porque quando trazeis mimai ceco 3 Eis que, vos corromperei a semen­
a sacrificâlo, n&o he mal Ae quando te, e espargirei esterco sobre vossas
trazeis coixo ou enfermo, nâo he mal: faces, o esterco de vossas festas, assim
ora apresenta-o a teu Principe j por­ que sereis tirados com elle.
ventura elle terà agrado em ti? ou 4 Entâo sabereis, que eu vos enviei
aceitará teu rosto 1 diz Jehovah dos este mandamento: para que meu con­
exercitos. certo seja com Levi, diz J e h o v a h dos
exercitos.
9 Agora pois, supplicai a face de De­
os, para que se apiede de nôs: isto foi5 Meu concerto com elle foi a vida
feito de vossa mâo: aceitará vossa fa­e a paz, e lhe as dei para temor, e me
ce 1 diz Jehovah dos exercitos. temeo: e assombrou-se por causa de
10 Quem ha tambem entre vòs, que meu nome.
cerre as portas por nada ? e vos nâo 6 A lei da verdade estava em sua
accendeis o fogo de meu altar por na­ boca, e nâo se achou injustiça em se­
da. Eu nâo tomo prazer em vósou­ us beiços: andava comigo em paz e
tros, diz Jehovah aos exercitos, e a rectidào, e convertia a muitos de ini­
offerta de manjar nâo me agrada de quidade.
vossas mâos. 7 Porque os beiços do Sacerdote
11 Mas desde o sol oriente até o oc­guardarão a sciencia, e de sua bocs
cidente meu nome será grande entre buscarão a Lei, porque elle he Anjo
as gentes: e em todo lugar se offere- de J e h o v a h dos exercitos.
cerà a meu nome perfume, e pura of­ 8 Mas vósoutros vo6 desviastes do
ferta de manjar: porque meu nome caminho, a muitos fizestes tropeçar
serà grande entre as gentes, diz Jeho­na L e i: corrompestes o concerto de
v a h dos exercitos. Levi, diz Jehovah dos exercitos.
12 Mas Yosoutros o profanais, quan­ 9 Porisso tambem eu vos fiz despre*
do dizeis, a mesa de Jehovah ne con­ ziveis, e indignos perante todo o povo,
taminada, e sua renda, sua comida he visto que nâo guardais meus camiíilio6,
desprezível. mas aceitais a face na Lei.
13 De mais dizeis, eis que, que can­ 10 Nâo temos nos todos hum mesmo
Pai 1 nào nos criou hum mesmo Deos!
seira ! mas vos o lançastes a desprezo,
diz Jehovah dos exercitos: vósoutros porque logo tratamos aleivosamente
tambem trazeis o roubado, e o coixo e num com o outro, profanando o con­
o enfermo: trazeis tambem çacriücio certo de nossos pais?
de maniar: isto me agradaria de vos­ 11 Judá trata aleivosamente, e abo­
sa mâo* diz Jeho v ah. minação se comete em Israel, e em
14 Pois maldito seja o enganador, Jerusalem: porque Judá profana a
que tendo macho em seu rebanho, Santidade de J e h o v a h , a qual ama,
promete e offereçe ao Senhor, o que porque se casou com a filha do Deos
he corrompido, porque eu sou grande estranho.
Rei, diz Jehovah dos exercitos, e meu 12 J e h o v a h desarraigará das tendai
nome he tremendo entre as gentes. de Jacob ao varâo, que fizer isto, ao
que vela, e ao que responde, e ao qae
offereçe offerta de manjar a J e h o v a h
CAPITULO n.
dos exercitos.
RA pois, ó Sacerdotes, a vósoutros 13 Tambem fazeis esta segunda coo*
O toca este mandamento. sa, a saber encubris o altar de Jeho-
2 Se o nâo ouvirdes, e se nâo pro- v a h de lagrimas, de choros, e de sos-
puzerdes no coração, de dar honra a piros: assim que nâo mais quer at­
meu nome, diz Jehovah dos exerci­ tentar para a offerta de manjar, nem
tos, enviarei a maldição entre vósou­ a aceitar com prazer de vossa mio.
tros, e amaldiçoarei vossas benções: 14 Vós pois dizeis, porque
e tambem ja tenho maldito a cada porquanto J e h o v a h foi testemunha
qual delias, porque vos nâo pondes entre ti, e entre a mulher de tna mo­
uso no coração. cidade, com que tratas aleivosamente,

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Ma l a c h ia s , in. &ap
sendo ella tna companheira, e a mu­ porisso vós, ó filhos de Jaoob, nào solp
lher de teu concerto. consumidgs.
15 E n&o fez elle somente hum, so­ 7 Desdos $ias de vossos pais vos des
bejando-lhe de espirito ? e porque viastes de meus estatutos, e nào os
somente este hum? buscava huma guardastes: tornai*vos a mim, e tor-
semente de Deos: portanto guardai- nar-me-hei a vósoutros, diz J e h o v a h
vos com vosso espirito, e ninguém dos exercitos: raas vós dizeis, em que
trate aleivosamente com a mulher de havemos de tornar ?
sua mocidade. 8 Roubará o homem a Deos? vós
16 Porque Jehovah Deos de Israel pois me roubais, e dizeis, em que te
diz, aue aborrece 0 quitai, ainda <jue roubamos; em os dízimos e offertas
encubra a violência com seu vestido, alçadiças.
diz Jehovah dos exercitos: portanto 9 Com maldição sois malditos, por­
guardai-vos com vosso espirito, que quanto me roubais, toda a naçâo.
nâo trateis aleivosamente. 10 Trazei todos os dizimos na casa
17 Enfadaes a Jehovah com vossas do thesouro, para que haja mantimen­
palavras: e ainda dizeis, em que o to em minha casa, e provai-me nisto,
enfadamos? nisto, que dizeis, qual- diz J e h o v a h dos exercitos, se eu entáo
ner que faz mal, Dom he em os olhos nâo vos abrirei as janellas do ceo, e
e Jehovah, e se agrada delles; ou, vos derramarei a benção, assim que
aonde està o Deos de juizo ? os celleiros nào bastarão.
l l E por causa de vósoutros redar­
guirei ao comilão, para que nâo vos
CAPITULO III.
corrompa o fruto da terra: e a vide
IS que eu envio meu Anjo, que no campo vos nâo serà esteril, diz Je­
E aparelhará o caminho perante mi­
nha face: e de repente virà a seu
h o v a h dos exercitos.
12 E todas as gentes vos chamarão
Templo o Senhor, a quem vósoutros bemaventurados: porque vósoutros
buscais, a saber, o Anjo do concerto, sereis terra deleitosa, diz J e h o v a h
em quem tendes prazer; eis que vem, dos exercitos.
diz Jehovah dos exercitos. 13 Vossas palavras prevalecérâo con­
2 Mas quem soportarà o dia de sua tra mim, diz J e h o v a h : mas vós di­
vinda ? e quem persistirá, quando elle zeis, que temos fallado contra ti ?
apparecer ? porque elle serà como o 14 Vos dizeis, debalde he servir &
fogo do ourivez, e como sabào dos la­ Deos: porque que nos aproveita, que
vandeiras. temos cuidado de sua guarda ? e que
3 E aasentar-se-ha, affinando e pu­ andamos vestidos de preto perante a
rificando a prata, e purgará os filhos face de J e h o v a h dos exercitos.
d e Levi, e os amnarà como ouro, e 15 Ora pois, nos estimamos bema­
como prata: entào a Jehovah trarào venturados os soberbos: tambem os
offerta de manjar em justiça. que fazem impiedade, se edifiçâo;
4 E a offerta de manjar de Judá, e tambem tentâo a J e h o v a h , e escapâo.
Jerusalem serà suave a Jehovah, co­ 16 Entào aquelles, que temem a Je ­
mo nos dias antigos, e como nos an­ h o v a h , fallâo cada qual a seu proxi­
nos primeiros. mo : todavia J e h o v a h o advirte e ou­
5 Ê chegar-me-hei a vósoutros para v e ; e ha hum memorial escrito diante
juizo, e serei testemunha ligeira con­ de sua face, para 08 que temem a Je ­
tra os feiticeiros, e contra os adúlteros, h o v a h , e para os que se lembrâo de
e contra os que jurào falsamente, e seu nome.
oontra os que forçadamente detem o 17 E elles, diz J e h o v a h dos exerci­
salario dos jornaleiros, que pervertem tos, naquelle dia qne farei, me serâo
o direito da viuva, e do orfâo. e do huma propriedade: e ospouparei, co­
estrangeiro, e nào me temem, aiz Je­ mo o varâo poupa a seu nlho, que lhe
h o v a h dos exercitos. serve.
6 Porque eu Jehovah nào me mudo: 18 Entâo vereis outra vez a differen-

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m MALACHIAS, IV.

3 E atropelareis os impios, porqtte


ça entre o justo e o im pio : entre o que
serve a Deos, e o que lhe n&o serve. se far&o cinza debaixo das plantas de
vossos pês, em o dia que farei, diz Ji-
h o vah dos exercitos.
CAPITULO IV. 4 Lembrai-vos da lei de Moyses,
ORQUE eis que, aquelle dia vem meu servo, que lhe mandei em tioreb
P ardendo como forno: ent&o todos a todo Israel, dos estatutos e direi­
os soberbos, e todos que fazem impie­ tos.
dade, ser&o palha, e o dia vindouro os 5 Eis que eu vos envio o Propheta
abrasará, diz Jehovah dos exercitos, Elias, antes que virà o dia gTande e
que lhes deixarã nem raiz, nem ramo. terrivel de Jehovah.
2 Mas a yosoutros. aue temeis meu 6 E converterá o coraç&o dos pais
nome, nascerá o Soi ae justiça, e saú­ aos filhos, e o coraç&o dos filhos a se­
de haverá debaixo de suas asas: e us pais: para que eu n&o venha, e
sahi reis, ecrecereis como bezerros de ponna a terra em interdito.
cevadouro.

VIM DO VXLHO TMTAMXKTO.

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Registro br JFatmiia,

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ÍUgistro i)t iamilia.

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R e g is tr o i » -fa m ilia .

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o

NOVO TESTAMENTO
DK MOMO

SENHOR E REDEMPTOR JESÜ CHRISTO,

traduzid o em po r tu g u ez

PBLO

PADRE JOAO FERREIRA A. D’ALM EIDA,


n n m o miíoador do sakto kvakobliio km batavu.

REIKPRES80 DA EDICAO DE 1898, REVISTA E EMENDADA.

NOVA YORK:

S O C I E D A D E A M E R I C A N A DA BÍBLIA,

FORMADA A . D. M DCCCXVI.

1848.

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IN D IC E D O N O V O T E S T A M E N T O .

Evangelho wgqndo 8. Mattheua-----------------— 88 L Epistola de & Paulo a Timotbeo—


Evangelho segundo S. Marco» ...................... - 16 IL Epistola da 8. Paulo a TimoÜseoM
Evangelho segundo 8. Lucas....... .. .................. 84 Epistola de 8. Paulo a T it a -
Evangelho segundo 8. Joao— -------------------— — 81 Epistola de 8. Paulo a F ilemon— ..
Actos dos Apostolos - ............... ...............— — 88 Epistola de 8. Paulo aos H ebreos .
Epistola de 8. Paulo aos Romanos.----- ....— — 16
Epistola de 8. Tiago -
I. Epistole i, Pa tilo aos Corinthios— -------- ~ 16
I. Epistola de 8. Pedro....
II. Epistola de 8. Paulo aos Corinthios_________13
IL Epistola de 8. Pedro..
Epistola de 8. Paulo aos Gaiatas.......... .. 6
L Epistola de 8. Joao-,
Epfatola de 8. Paulo aos Ef esi os....— 6
IL Epistola de 8. Joaa—
Epistola de 8. Paulo aos Filippenses___ ___ ____ _ 4
Epistola de 8, Paul* aos Colossans—-... ....... — — 4 I1L Epistola de 8. Joao..
L Epistola de 8. Paulo aosThessalonicens— 6 Epistola de 8. Judas..
IL Epistola da 8. Paulo aos Thessaloaioenses^.. 8 Apocalypee de 8. Joao..

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0 SANTO E V A N G E L H O
DK

NOSSO S E N H O R J E S U CHRISTO,
SECUNDO

S. MATTHEUS.

CAPITULO I. azar gerou a Matthan: e Matthan ge­


rou a Jacob.
IVRO da geração de Jesu-Christo, 16 E Jacob gerou a José, o marido
L I filho de David, filho de Abraham. de Maria, da qual nasceo Jesus cha­
2 Abraham gerou a Isaac: e Isaac ge­ mado o Cnristo.
ou a Jacob: e Jacob gerou a Judas, 17 De maneira que todas as geraço­
) a seus irm&os. ens desde Abraham até David sáo
3 E Judas gerou de Thamar a Pha- quatorze geraçoens; e desde David
ez e a Zara: e Pharez gerou a Esrom: até a transportação Babylonica qua­
; Esrom gerou a Aram. torze geraçoens; e desde a transpor­
4 E Aram gerou a Aminadab: e tação SabyWica até Christo quatorze
Aminadab gerou a Naason: e Naason geraçoens.
perou a Salmon. 18 E o nascimento de Jesu-Christo
5 E Salmon geron de Rachab a Booz: foi assim; que estando Maria sua
! Booz gerou de Ruth a Obed: e Obed mãi desposada com José, antes que
•erou a Jesse. se ajuntassem, foi achada prenhe do
6 E Jesse gerou ao Rei David: e o Espirito Santo.
lei David gerou a Salam&o da que 19 Ent&o José seu marido, como era
frra mulher de Urias. justo, e a náo quizesse infamar, quiz
7 E Salam&o gerou a Roboam: e deixá-la secretamente.
[oboem gerou a Abia: e Abia gerou 20 E intentando elle isto, eis que o
Asa. Anjo do Senhor lhe appareceo no son­
8 E Asa gerou a Josaphat: e Josaphat ho, dizendo: José, filho de David, nào
erou a Joram: e Joram gerou a Ozias. te mas receber a Maria tua mulher,
} E Ozias gerou a Joatham: e Joa- porque o que nella està concebido, do
iam gerou a Achaz: e Achaz gerou Espirito Santo he.
Ezechias. 21 E parirá hum filho, e chamarás
10 £ Ezechias gerou a Manasse: e seu nome JESUS: porque elle salvará
[anasse gerou a Amon: e Amon ge- a seu povo de seus peccados.
oi a Josias. 22 Tudo isto aconteceo, para que se
1 E Josiasgerou a Jechonias, e a seus cumprisse o que foi dito do Senhor
m&os na transportação Babylonica. pelo propheta, que disse;
\2 E depois da transportação Baby- 23 Eis que a virgem conceberá, e
nica Jechonias gerou a Salathiel: e parirá um filho, e chamarão seu nome
ilathiel gerou a Zorobabel. Emmanuel, que traduzido he, Deos
3 E Zorobabel gerou a Abiud: e comnosco.
biud gerou a Eliakim: e Eliakim 24 E despertando José do sonho, fez
»t o u a Azor. como o Anjo do Senhor lhe mandára,
4 E Azor gerou a Sadok: e Sadok e recebeo a sua mulher.
^rou a Achim: e Achim gerou a 25 E nào a conheceo até que pario a
l iu d . este seu filho o Primogénito, e pôz-lhe
5 E Eliud gorou a Eleazar: e Ele­ por nome JESUS.

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4 s. m a t t h e u s , il m.
14 E despertando elle, tomou ao me­
CAPITULO n . ' nino, e a sua mãi, de noite, e foi para
SENDO Jesus jà nascido em Beth­
E lehem de Judea, em dias d’el-Rei
Herodes, eis que vierão huns Sabios
lõ ^ ^ ste v e là até a morte de Herod­
es, para que se cumprisse o que do
do Oriente a Jerusalem, Senhor foi dito pelo Propheta, aue
2 Dizendo: aonde estÀ o nascido disse: do Egypto chamei a meu Fi­
Rei dos Judeos ? porque vimos sua es­ lho.
trella no Oriente, e viemos a adora-lo. 16 Vendo-se entâo Herodes escarne­
3 E ouvindo el-Rei Herodes isto tur- cido dos Sabios, indignou-se em gran­
bou-se, e com elle toda Jerusalem. de maneira, e mandou e matou a to­
4 E congregados todos os Principes dos os meninos em Bethlehem, e em
dos Sacerdotes, eos Escribas do povo, todos seus termos, de idade de dous an­
perguntou-lhes onde o Christo havia nos, e abaixo^ conforme ao tempo, qne
ae nascer. dos Sabios diligentemente inquiríra
5 E elles lhe disserão: em Bethle­ 17 Entâo se cumprio o que foi dito
hem de Judea, porque assim estâ es­ pelo Propheta Jeremias, quedine:
crito pelo Propheta: 18 Huma voz se ouvio em Ranu^li-
6 E tu Bethlehem, terra de Judá, em mentaçâó, choro, e grande pranto
maneira nenhuma es a menor entre chorava Rachel seus nlhoa, enàoquu
os Principies de Judá, porque de ti sa­ ser consolada, porque jà nào sâo.
hirá o Guia, que a meu povo Israel ha 19 Porem morto Herodes, eis queo
de apascentar. Anjo do Senhor apparece no Egyfto
7 Herodes entâo, chamando secreta­ a José no sonho,
mente aos Sabios, informou-se diligen­ 20 Dizendo: levanta-te, e toma ao
temente delles acerca do tempo, que a menino, e a sua mãi, e vai-te pan»«
estrella lhes apparecêra. terra de Israel, que mortos jà aio «
8 E enviando-os a Bethlehem, disse : que procuravão a morte do menino.
Ide e perguntai diligentemente j>elo 21 Entâo se levantou elle, e toara
menino, e como o achardes denunciai- ao menino, e a sua mãi, e veio pau
mo, para que eu tambem venha, e o a terra de Israel.
adore. 22 E ouvindo que Archelao reinar»
9 E havendo elles ouvido a el-Rei, se em Judea, em lugar de Herodes ■«
forão. E eis que a estrella, que ti­ pai, receou ir para lá ; mas admoes­
nhão visto no Oriente, ia diante delles, tado por divina revelação no aonho,
até que chegando, se pôz sobre aonde foi para as partes de Galilea.
estava o menino. 23 E veio e habitou em hum a cidade
10 E vendo elles a estrella, alegrá­ chamada Nazareth, para que se cum­
rão-se muito com grande alegria. prisse o que pelos Prophetas foi dito;
11 E entrando na casa, achárão ao que Nazareno se chamará.
menino, com sua mãi Maria, e pro­
strando-se o adorárão. E abrindo se­
us thesouros, lhe ofTerecerâo dons, c a p it u l o m .
ouro, e incenso, e mirra. NAQUELLES dias veio Joâo Bap­
12 E sendo por divina revelação
avisados no sonno, que não tomassem
Edea.
tista, prégando no deserto deJo*
a Herodes^ partirão para sua terra por 2 E dizendo: Arrepeadei-vos, por­
outro caminho. que chegado he o Remo dos ceos.
13 E partidos elles, eis que o Anjo 3 Porque este he aquelle do qual ioj
do Senhor apparece a José no sonho, dito pelo Propheta Isaias, q u e disse:
dizendo: levanta-te, e toma ao meni­ Voz ao que clama no deserto; apare;
no e a sua mãi, e foge para o Egypto, lhai o caminho do Senhor, endireitai
e fica-te lá até que eu to diga. Por­ suas veredas.
que Herodes ha de buscar ao meniuo 4 E tinha este Joâo seu vestido dé pel­
para o matar. les de camelo, e um cinto de couro ao

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S. MATTHEUS. IV.
redor de sens lombos, e seu sustento 2 E havendo jejuado quarenta dias
e ra gafanhotos e rael do mato. e quarenta noites, por derradeiro teve
5 Ent&o sahia a elle Jerusalem, e to­ fome.
d a Judea, e toda a provincia do redor 3 E chegando-se a elle o Tentador,
do Jord&o. disse: Se tu es Filho de Deos, dize
6 E for&o delle baptizados era o Jor­ que estas pedras se faç&o p&es.
dão, confessando seus peccados. 4 Porem respondendo elle, disse:
7 É vendo elle a muitos dos Phari- Escrito està; n&o só com p&o viverá o
eeos, e dos Sadduceos, que vinhão a homem, mas cora toda palavra que sa­
seu baptismo, dizia-lnes; Baça de he da boca de Deos.
viboras, quem vos ensinou a fugir da 5 Ent&o o levou o Diabo comsigo à
ir a que està para vir ? santa cidade, e o pôz sobre o pináculo
8 Dai pois frutos dignos de arrepen­ do Templo.
dimento. 6 E disse-lhe: Se tu es Filho de De­
9 E n&o presumais, dizendo era vós­ os, lança-te abaixo, porque está escri­
mesmos: a Abraham temos por pai. to, que a seus Anjos mandará ácerca
Porque eu vos digo, que ate destas de ti, e nas m&os te tomar&o, para que
pedras Deos pode despertar filhos a nunca com teu pé tropéces em peara
Abraham. alguma.
10 E jà agora està tambem o macha­ 7 Disse-lhe Jesus: outra vez está es­
d o posto à raiz das arvores; assim crito; n&o tentarás ao Senhor teu
que toda arvore que n&o dà bom fruto, Deos.
corta-se, e lança-se no fogo. 8 Outra vez o levou o Diabo comsigo
11 Bera vos baptizo eu com agua pa­ a hum monte mui alto, e mostrou-lhe
r a arrependimento; mas aquelle que todos os reinos do mundo, e sua glo­
após mim vem, mais poderoso he que ria delles.
eu, cujas alparcas n&o sou digno levar. 9 E disse-lhe: Tudo isto te darei, se
Este vos baptizará com Espirito Santo, prostrado me adorares.
e cora fogo. 10 Ent&o lhe disse Jesus; arreda-te
12 Cuja pà tem jà era sua m&o, e Satanás, que está escrito: ao Senhor
alimpará sua eira, e no celleiro reco­ teu Deos adorarás, e a elle só servirás.
lherá seu trigo, e a palha queimará 11 Ent&o o deixou o Diabo; e eis que
cora fogo que nunca se apague. chegar&o os Anjos, e o servião.
13 Ent&o veio Jesus de Galilea a Jo&o 12 Mas ouvindo Jesus que Jo&o es­
a o Jord&o, para delle ser baptizado. tava preso, tomou para Galilea.
14 Mas Jo&o lhe resistia rauito, di­ 13 E deixando a Nazareth, veio e
zendo : Eu hei mister ser baptizado habitou em Capemaura, cidade raar-
d e ti, e vens tu a mira í itiraa, nos confins de Zabulon e Neph-
15 Porem respondendo Jesus, disse- tali.
lh e: Deixa por agora, porque assim 14 Para que se cumprisse o que foi
nos convem cumprir toda justiça. En­ dito pelo Propheta Isaias, que disse:
t&o elle o deixou. 15 A terra de Zabulon, e a terra de
16 E sendo Jesus baptizado, subio Nephtali, Junto ao caminho do mar,
logo da agua: e eis que os ceos se lhe da outra banda do Jord&o, a Galilea
abrír&o, e vio ao Espirito de Deos, que das gentes.
descia como pomba, e vinha sobre elle. 16 0 povo assentado em trevas vio
17 E eis huma voz dos ceos, que di- huma grande luz, e aos assentados
x ia : Este he meu Filho araaao, era em regi&o e sombra da morte a luz
quem me agrado. lhes appareceo.
17 Desde ent&o começou Jesus a pré­
gar, e a dizer: Arrependei-vos, porqie
CAPITULO IV. chegado he o Reino dos ceos.
NT AO foi Jesus levado do Espirito 18 E andando Jesus junto ao mar de
ao deserto, para do Diabo ser ten­ Galilea, vio a dous irm&os, a saber a
tado» Sira&o chamado Pedro, e a André seu

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6 S. MATTHEUS, V.
irm&o, qae lançavão a rede ao mãi*; perseguiç&o por causa da justiça, p fer-
(porque er&o pescadores). que delles he o Reino dos ceos.
19 E disse-lhes: Vinde após mim, e 11 Bemaventurados sois vósoutros,
vos farei pescadores de homens. quando vos injuriarem, e perseguirem ,
20 Ent&o elles deixando logo as re­ e contra vós todo mal falarem p o r
des, o seguír&o. minha causa, mentindo.
21 E passando dali, vio a outros dous 12 Gozai-vos e alegrai-vos, que g ra n ­
irm&os, a saber a Jacobo filho de Ze­ de he vosso galardão em os c e o s: p o r­
bedeo, e a Jo&o seu irm&o, em hum que assim perseguirão aos Prophetas,
barco, com Zebedeo seu pai, que con- que forão antes de vósoutros.
certav&o suas redes, e os chamou. 13 Vós sois o sal da terra; pois se o
22 E elles logo deixando o barco, e sal se desbotar, com que se salg a rá *
a seu pai. o seguirão, para nada mais presta, senão p a ra se
23 E rodeava Jesus toda Galilea, en­ lançar fora, e se pisar dos hom ens.
sinando em suas Synagogas, e prégan­ 14 Vós sois a luz do mundo: n â o se
do o Evangelho do Reino, e curando pode esconder a cidade fundada sobre
toda enfermidade, e toda fraqueza en­ o monte.
tre o povo. 15 Nem se accende a candeia, e se
24 E corria sua fama por toda a Syria, pôem debaixo do alqueire, m a s no
e trazi&o-lhe todos os que se achavão candieiro, e alumia a todos quantoa
mal, alcançados de diversas enfermi­ estão em casa.
dades e tormentos, e os endemonin­ 16 Assim resplandeça vossa luz di­
hados, e aluados, e paralyticos, e os ante dos homens, para que vejão vos­
curava. sas boas obras, e glorifiquem a vosso
25 E o seguia huma grande multid&o Pai, que estâ nos ceos.
de gente de Galilea, e de Decapolis, 17 N&o cuideis que vim a desatar i
e de Jerusalem, e de Judea, e d’alem Lei, ou os Prophetas: n&o vim aos de­
do Jord&o. satar, senão aos cumprir.
18 Porque em verdade vos digo, que
CAPITULO V. até que náo passem o oeo e a terra7
nem hum jota, nem hum til se passa­
VENDO Jesus a multid&o subio
E a hum monte; e assentando-se,
chegarão-se a elle seus discipulos.
rá da Lei, que tudo não aconteça.
19 De maneira que qualquer qoe de-
satar hum destes mais pequenos man­
2 E abrindo sua boca os ensinava, di­ damentos, e assim ensinar aos ho­
zendo : mens, o menor será chamado no Rei­
3 Bemaventurados os pobres de es­ no dos ceos : porem qualquer que os
pirito, porque delles he o Reino dos fizer e ensinar, esse será chamado
ceos. grande no Reino dos ceos.
4 Bemaventurados os tristes, porque 20 Porque vos digo, que se vossa jus­
elles ser&o consolados. tiça náo sobre-pujar a dos Escribas e
5 Bemaventurados os mansos, porque Phariseos, em maneira nenhuma en­
elles herdar&o a terra. trareis no reino dos ceos.
6 Bemaventurados os que h&o fome 21 Ouvistes, que foi dito oosantigo6:
e sêde da justiça, porque elles ser&o n&o matarás; mas qualquer que ma­
fartos. tar, será reo do juizo.
7 Bemaventurados os misericordios­ 22 Porem eu vos digo, que qualquer
os, porque elles alcança r&o miseri­ ue contra seu irm&o sem raz&o se in-
cordia, ignar, será reo de juizo: e qualquer
8 Bemaventurados os limpos de co­ ue a seu irm&o disser Raca. será reo
raç&o, porque elles verâo a Deos. o supremo conselho: e qualquer que
9 Bemaventurados os pacificos, por­ lhe disser louco, será reo do fogo do
que elles ser&o chamados filhos de inferno.
Deos. 23 Por tanto se trouxeres teu presen­
10 Bemaventurados os que padecem te ao altar, e ali te lembrare^ que

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S. MATTHEUS, VI. 7
te» fem&o tem alguma eousa contra 88 Ouvistes qne foi dito: olho por
ti: olho, e dente por dente.
24 Deixa ali teu presente diante 39 Mas eu vos digo, que n&o resis­
do altar, e vai, reconcilia-te primeiro tais ao m al; antes a qualquer que te
com teu irm&o, e ent&o vem, e offer- der em tua face direita, viralhe tam­
ece teu presente. bem a outra.
25 Concorda-te depressa com teu ad- 40 E ao que quizer pleitear comtigo,
versario, entre tanto que com elle es­ e te tomar tua roupeta, larga-lhe tam­
tás no caminho, porque n&o aconteça bem a capa.
que o adversario te eatregue ao juiz, 41 E qualquer que te obrigar a ca­
e o juiz te entregue ao ministro, e te minhar numa legoa, vai com elle duas.
lançem na pris&o. 42 Dá a quem te pedir; e a quem de
26 Em verdade te digo, que em ma­ ti quizer tomar emprestado, n&o te
neira nenhuma sahiràs dali, até n&o desvies.
pegares o derradeiro ceitil. 43 Ouvistes que foi dito: amarás a teu
27 Ouvistes que foi dito aos antigos: próximo, e aborrecerás a teu inimigo.
n&o adulterarás. 44 Porem eu vos digo: amai a vos­
28 Porem eu vos digo, que qualquer sos inimigos, bemdizei aos que vos
que attentar para alguma mulher para maldizem, fazei bem aos que vos
a cobiçar, jà com ella adulterou em aborrecem, e rogai pelos que vos mal-
seu coraç&o. trat&o e vos perseguem.
29 Portanto se teu olho direito te es­ 45 Para que sejais íilhos de vosso
candalizar, arranca>o, e lança-o de ti; Pai que está nos ceos: porque faz que
qne melhor te he, que hum de teus seu sol saia sobre màos e bons, e cho­
membros se perca, do oue todo teu va sobre justos e injustos.
corpo seja lançado no inferno. 46 Porque se amardes aos que vos
30 E se tua m&o direita te escanda­ am&o, qne galard&o havereis? n&o
lizar, corta-a, e lança-a de ti; que me­ fazem os publicanos tambem o mes­
lhor te he que hum de teus membros mo?
8e perca, do que todo teu corpo seja 47 E se sòmente saudardes a vossos
lançado no interno, irm&os, que fazeis de mais ? n&o fazem
81 Tambem foi dito: qualquer que os publicanos tambem assim ?
deixar sua mulher, dè-lhe carta de 48 Sêde pois vósoutros perfeitos, co­
desquite. mo vosso Pai que está nos ceos he
32 Porem eu vos digo, que qualquer perfeito.
ue deixar sua mulher fora de causa
3 e fornicação, faz que ella adultére;
CAPITULO VI.
e qualquer que com a deixada se ca­
sar, adultéra. TTENTAI que não façais vossa
33 Outrosim ouvistes que foi dito aos A esmola perante os homens, para
antigos: n&o perjurarás, mas pagarás que delles sejais vistos: de outra ma­
ao Senhor teus juramentos. neira n&o havereis galard&o ácerca
34 Porem eu vos digo, que em manei­ de vosso Pai que está nos ceos.
ra nenhuma jureis: nem pelo ceo, 2 Portanto quando fizeres esmola,
porque he o throno de Deos: n&o faças tocar trombeta diante de
35 Nem pela terra, por que he o es- ti, como fazem nas Synagogas e nas
cabello de seus pés: nem por Jeru­ ruas os hypocritas, para dos homens
salem, porque he a cidade do grâo serem honrados: em verdade vos digo,
Rei. que já tem seu galard&o.
36 Nem por tua cabeça jurarás, pois 3 Mas quando tu fizeres esmola^ n&o
nem hum cabello podes fazer branco, saiba tua máo esquerda o que faz a
du preto. tua direita.
37 Mas seja vosso fallar. sim, sim, 4 Para que tua esmola seja em oe-
n&o, n&o: porque o que aisto pasea, cnlto, e teu Pai que vê em occulto,
procede do maligno. elle to renderá em publico.

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8 S. MATTHEUS, VL
6 £ quando orares, n&o sejas como gasta, e onde os ladroens n&o minio
os hypocritas; porque folg&o de orar nem roubâo.
em pe nas Synagogas, e nos cantos 21 Porque onde vosso thesouro esti­
das mas, paradoshomens serem vis­ ver, ali estará tambem vosso ooracào.
tos. Em verdade vos digo, que jà tem 22 A candeia do corpo he o orno;
seu galardão. assim que se teu olho for sincero, todo
6 Mas tu, quando orares, entra em teu corpo serà luminoso.
tua camara, e cerrando tua porta, ora 23 Porem se teu olho for maligno, to­
a teu Pai, que está em occulto, e teu do teu corpo serà tenebroso. Assim
Pai que vê em occulto, elle to rende­ que se a luz que em ti ha trevas sâo,
rá em publico. quantas as mesmas trevas serão.
7 E orando, n&o paroleis como os 24 Ninguém pode servir a dous sen­
gentios, que cuidào que por seu muito hores : pois ou ha de aborrecer a hum,
iallar h&o de ser ouvidos. e amar o outro; ou se ha de chegar a
8 N&o vos façais pois semelhantes a hum e desprezar o outro. Nào podeis
elles; que vosso Pai sabe o que vos he servir a Deos e a Mammon.
necessário, antes que vós lh?o peçais. 25 Portanto vos digo, nâo andeis sol-
9 Vósoutros pois orareis assim: Pai licitos por vossa vida, que haveis de
nosso, que estás nos ceos, santificado comer, ou que haveis de beber: nem
seja o teu nome. por vosso corpo, com que vos havei?
10 Venha o teu Reino. Seja feita a de vestir. Nâo he a vida mais qoe o
tua vontade assim na terra como no mantimento, e o corpo mais que oves­
ceo. tido?
11 O p&o nosso de cada dia nos dà 26 Olhai para as aves do ceo, que
hoje. nem semeão, nem segào, nem ajuntáo
12 E perdoa-nos nossas dividas, assim em celleiros; e com tudo vosso Pm
como nos perdoamos aos nossos deve­ celestial as alimenta. Não sois vós
dores. muito melhores que ellas í
13 E nào nos mettas em tentaç&o, 27 Mas qual de vósoutros poderá com
mas livra-nos do m al: porque teu he toda sua solicitude accrescentar hum
o Reino, e a potência, • a gloria, para covado a sua estatura ?
tòdo sempre. Amen, 28 E pelo vestido, porque andais wl-
14 Porque se aos homens perdoardes licitos f attentai paza os lirios do cam­
suas oífensas, tambem vosso Pai ce­ po, como crescem : nem trabalhão,
lestial vos perdoará a vós. nem fíâo.
15 Mas se aos homens nào perdoar­ 29 E vos digo, que nem ainda Sala­
des suas oífensas, tão pouco vos per­ mão, em toda sua gloria, foi vestido
doará vosso Pai vossas oífensas. como hum delles.
16 E quando jejuardes, n&o vos mos­ 30 Pois, se Deos assim veste a her­
treis tristonhas, como os hypocritas: va do campo, que hoje he, e amanh&
porque desfigur&o seus rostos, para aos se lança no forno; não vos vtsttré
nomens parecerem que jeju&o. Em muito mais a vós, homens de pooe»
verdade vos digo, que jà tem seu gal- fé?
ard&o. 31 Não andeis pois sollicitos. dizen­
17 Porem tu, quando jejuares, unge do : que comeremos, ou que oebere-
tua cabeça, e lava teu rosto. mos, ou com que nos vestiremos!
18 Para aos homens nâo pareceres 32 Porque todas estas cousas bnscio
que jejuas, senão a teu Pai, que está os Gentios: que bem sabe vos» P*»
em occulto: e teu Pai que vè em oc­ celestial, que de todas estas coo»*
culto. elle to renderá em publico. necessitais.
19 Nào ajunteis thesouros na terra, 33 Mas buscai primeiro o
onde a traça e a ferrugem tudo gasta, Deos, e sua justiça; e todas estas oou-
e onde os ladroens minâo e roubâo. sas vos ser&o accrescentadas.
20 Mas ajuntai thesouros no ceo, on­ 34 N&o andeis pois sollicitos
de nem a traça nem a ferrugem nada manh&; porque a manhã terá ca»**

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S. MATTHEUS, VIt, Vni. 9

do de si mesma. Basta a cada dia Por ventura colhem-se uvas dos espi­
•eu mal. nheiros, ou figos dos abrolhos?
17 Assim toda boa arvore dá bons fru­
tos : mas a mâ arvore dá mâos frutos.
CAPITULO VH. 18 Nào pode a boa arvore dar màos
AO julgueis, para que n&o sejais frutos: nem a mâ arvore dar bons
N julgados. frutos.
2 Porque com o juizo que julgardes, 19 Toda arvore que nâo dá bom fruto
sereis iulgados; e com a medida que se corta, e se lança no fogo.
medirdes^ vos tomar&o a medir. 2 0 Assim qu* por seus frutos os con­
3 E porque attentas tu para o arguei­ hecereis.
ro que está no olho de teu irraáo, e 21 Nâo qualquer que me diz; Se­
nâo enxergas a trave que em teu olho nhor, Senhor, entrará no Reino dos
está. ceos: mas aquelle que faz a vontade
4 Ou como diràs tu a teu irmâo: de­ de meu Pai que está nos céos.
ixa-me tirar de teu olho o argueiro; 22 Muitos me dirâo naquelle dia:
e eis aqui huma trave era teu olho ? Senhor. Senhor, nâo prophetizamos
5 Hvpocrita, tira primeiro a trave de nós em teu nome ? e em teu nome
teu olho, e entâo attentarãs em tirar lançamos fora os demonios? e em teu
o argueiro do olho de teu irmâo. nome fizemos muitas maravilhas?
6 Nâo deis as cousas santas aos câes, 2 3 E entáo claramente lhes direi :
nem lançeis vossas pérolas dianto dos nunca vos conheci: apartai-vos de
porcos, piara que por ventura com seus mim obradores de maldade.
pés as nâo pisem, e virando-se vos 2 4 Por tanto qualquer que me ouve
despedaçem. estas palavras, e as faz, compara-lo-
7 Pedi, e dar-vos-hâo ; buscai, e hei ao varâo prudente, que edificou
achareis; batei, e abrir-vos-hâo. sua casa sobre penha.
8 Porque qualquer que pede, recebe; 2 5 E desceo a chuva, e vierão rios,
e o que busca, acha; e ao que bate, e assopráráo ventos, e combatérâo
6e lhe abre. aquella casa, e nâo cahio, porque es­
9 E qual de vós he o homem que tava fundada sobre penha.
edindo-lhe seu filho pâo, lhe darà 2 6 Mas qualquer que me ouve estas
E uma pedra ? palavras, e nâo as faz, compara-lo-hei
10 E pedindo-lhe peixe lhe dará hu­ ao varâo parvo, que edificou sua casa
ma serpente ? sobre areia.
11 Pois se vós, sendo mâos, sabeis 2 7 E desceo a chuva, e viérâo rios,
dar boas dadivas a vossos filhos; quan­ e assopráráo ventos, e combatérâo
to mais darà vosso Pai. que está nos aquella casa, e cahio, e foi grande sua
ceos, bens aos que lhos pedirem. queda.
12 Por tanto tudo o que vós quizer- 2 8 E aconteceo, que acabando Jesus
des que os homens vos façâo, fazei- estas palavras, pasmou a muljidâo de
lhes vós tambem assim, porque esta sua doutrina.
he a lei e os prophetas. 2 9 Porque os ensinava como tendo
13 Entrai pela porta estreita: por­ autoridade, e nâo como os Escribas.
que larga he a porta, e espaçoso o ca­
minho, que leva á perdição; e muitos CAPITULO VIII.
sâo os que por elle entrâo.
14 Porque estreita he a porta, e aper­ DESCENDO elle do monte, o se-
tado o caminho, que leva â vida: e
poucos ha que o achão.
E guio huma grande multidão.
2 E eis que veio hum leproso, e o
15 Porem guardai-vos dos falsos Pro­ adorou, dizendo : Senhor, se quizeres,
phetas, que vem a vósoutros com ves­ bem me podes alimpar.
tidos de ovelhas, mas por dentro sâo 3 E estendendo Jesus a mâo, tocou-
lobos arrebatadores. o, dizendo; quero, seja limpo: e logo
16 Por seus frutos os conhecereis. de sua lepra ficou limpo.
38*
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10 S . MATTHEUS, Vm .
4 Entáo lhe disse Jesus: Olha que a 20 E Jesus lhe disse: As raposas tem
ninguém o digas, mas vai, mostra-te covis, e as aves do ceo niimos: m as
ao 6acerdote>e offerece o presente que o Filho do homem nào tem aonae e n ­
Moyses mandou, para que lhes conste. coste a cabeça.
5 E entrando Jesus em Capemaum 21 E outro de seus discipulos lh e
veio á elle o Centuriào, rogando-lhe, disse: Senhor, permitte-me que va
6 E dizendo ; Senhor, o meu moço primeiro e enterre a meu pai.
jaz em casa paralytico, gravemente 22 Porem Jesus lhe disse: Segue-me
atormentado. tu, e deixa aos mortos enterrar seus
7 E Jesus lhe disse: Eu virei, e o mortos.
sararei. 2 3 E entrando elle no barco, seus
8 E respondendo o Centuriào, disse : discipulos o seguirão.
Senhor, nào sou digno de que entres 2 4 E eis que se levantou hum a tâo
debaixo de meu telhado; mas dize grande tormenta no mar que o barco
somente huma palavra, e meu moço se cobria das ondas; porem elle dor­
sarará. mia.
9 Porque tambem eu sou homem 2 5 E chegando seus discipulos, o
debaixo de potestade, e tenho debaU acordárâo, dizendo; Senhor, salva-nos,
xo de mim soldados; e digo a este, que nós perecemos.
vai, e vai; e a outro, vem. e vem; e 2 6 E elle lhes disse: Porque temeis
a meu servo, faze isto, e ía-lo. homens de pouca fé ? então levantan­
10 E ouvindo Jesus isto maravilhou- do-se, reprehendeo aos ventos e ao
se, e disse aos que o seguiâo: em mar, e houve grande bonança.
verdade vos digo, que nem ainda em 2 7 E aquelles homens se maravilha
Israel achei tanta fé. râo, dizendo; quem he este? que até
11 Mas eu vos digo. que muitos vi­ os ventos e o mar lhe obedecem.
râo do Oriente, e do Occidente, e as- 2 8 E como passou da outra banda- á
sentar-se-hâo a mesa com Abraham, provincia dos Gergesenos, vierâo-lhe
e Isaac, e Jacob no Reino dos ceos. ao encontro dous endemoninhados,
12 E os íilhos do Reino serâo lança­ que sahião dos sepulcros, tâo ferozes
dos nas trevas exteriores: ali será o que ninguém podia passar por aquelle
pranto, e o ranger de dentes. caminho.
13 Entâo disse Jesus ao Centuriào: 2 9 E eis que clamàrâo, dizendo; que
vai, e assim como creste, te seja fei­ temos comtigo, Jesus Filho de Deos f
to. E naquella mesma hora sarou seu vieste aqui a nos atormentar antes de
moço. tempo?
14 E vindo Jesus â casa de Pedro, 30 E estava huma manada de muitos
vio a sua sogra deitada, e com febre. porcos longe delles pascendo.
15 E tocou-lhe a mâo, e a febre a 31 E os diabos lhe rogáráo, dizendo ;
deixou: e levantou-se, e servia-os. se nos lançares fóra, permitte-nos que
16 E como já foi tarde, trouxérâo- entremos naquella manada de por­
Ihe muitos endemoninhados, e lançou- cos.
lhes fóra os Espíritos malignos com a 32 E disse-lhes: Ide. E sahindo el­
palavra, e curou a todos os que mal les, entrârâo na manada dos porcos:
se achavão. e eis que toda aquella manada de por­
17 Para que se cumprisse o que es­ cos se precipitou no mar, e morrérâo
tava dito pelo Propheta Isaias, que nas aguas.
disse: Elle tomou sobre si nossas en­ 33 E os porqueiros fugiráo; e vindo
fermidades, e levou nossas doenças. á cidade, denunciarão todas estas cou­
18 E vendfo Jesus huma grande mul­ sas, e o que acontecera aos endemo-
tidão ao redor do si, mandou que pas­ ninnados.
sassem da outra banda. 34 E eis que toda aquella cidade sa­
19 E chegando-se hum Escriba a hio ao encontro a Jçsus, e vendo-o lhe
elle, disse-lhe: Mestre, aonde quer' rogarão que se retirasse de seus ter­
que fores te seguirei. 1mo*.

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S; MATTHEUS, IX. II
està? mas dias virão, quando o esposo
CAPITULO IX. lhes for tirado, e entào jejuarão.
ENTRANDO no barco, passou 16 Tambem ninguém deita remendo
E da outra banda, e veio á sua ci­
dade. E eis que lhe trouxérâo hum
de panno novo em vestido velho:
porque o tal remendo rasga o vestido,
paralytico, deitado em huma cama. e faz-se peior rotura.
2 E vendo Jesus sua fé delles, disse 17 Nem deitâo o vinho novo em odres
ao paralytico: Tem bom animo, filho, velhos; de outra maneira os odres se
teus peccados te Báo perdoados. rompem, e o vinho se derrama, e os
3 E eis que alguns dos Escribas di- odres se damnâo: mas deitâo o vinho
zifto entre si: este blasfema. novo em odres novos, e ambos junta­
4 E vendo Jesus seus pensamentos, mente se conservãQ.
disse : porque pensais mal em vossos 18 Dizendo-lhes elle estas cousas, eis
coraçoens ? ue veio hum Principal e o adorou,
5 Porque qual he mais fácil dizer: izendo: minha filha falleceo ainda
teus peccados te sáo perdoados ? ou agora: mas vem, e poem tua mão so­
dizer; levanta-te, e anda ? bre ella, e viverá.
6 Ora para que saibais, que o Filho 19 E levantando-se Jesus, seguia-o,
do homem tem authoriaaae na terra elle e seus discipulos.
para perdoar os peccados, (disse então 20 (E eis que huma mulher enferma
ao paralytico) levanta-te, toma tua de hum fluxo de sangue, doze annos
cama, e vai-te para tua casa. havia, vindo a elle por de tras, tocou
7 E levantando-se, foi para sua a borda de seu vestido.
oasa. 21 Porque dizia comsigo: se eu tâo
8 E vendo a multidão isto, maravi- somente tocar seu vestido, ficarei sá.
lhou-se e glorificou a Deos, que tal 22 E virando-se Jesus, e vendo-a^
authoridade tivesse dado aos homens. disse: tem bom animo, filha, tua fe
9 E passando Jesus dali, vio a hum te salvou. E desde a mesma hora
homem assentado na alfandega, cha­ ficou a mulher sá.)
mado Mattheus; edisse-lhe: segue- 23 E vindo Jesus á casa daquelle
m e. E levantando-se elle, seguio-o. Principal, e vendo os gaiteiros, e o
10 E aconteceo, que estando elle as­ povo que fazia alvoroço:
sentado à mesa na casa, eis que vierão 24 Disse-lhes: Retiraivos, porque a
muitos publicanos e peccadores, e se menina não está morta; mas dorme.
assentarão juntamente á mesa com E riâo-se delle.
Jesus e seus discipulos. 25 E como o povo foi lançado fóra,
11 E vendo isto os Phariseos, disser­ entrou e pegou-lhe pela mâo, e a me­
ã o a seus discipulos: porque come nina se levantou.
vosso Mestre com os publicanos e 26 E sahio esta fama por toda aquella
peccadores ? terra.
12 Porém ouvindó-o Jesus, disse- 27 E passando Jesus dali, o seguírão
lhes : os que estão sãos, náo necessitáo dous cegos clamando, e dizendo : tem
d e medico; senão os que estão doentes. compaixão de nós, filho de David.
13 Mas ide, e aprendei que cousa 28 E como veio à casa, vierão os
h e ; misericordia quero, e não sacri­ cegos a elle. E disse-lhes Jesus: crê-
fício. Porque eu não vira a chamar des vós que posso fazer isto ? disserão-
justos, senão peccadores à arrependi­ lhe elles: sim Senhor.
m ento. 29 Então lhes tocou os olhos, dizen­
14 Entáo vierão a elle os discipulos do : conforme a vossa fé se vos fáça:*
d e João, dizendo: porque jejuamos 30 E os olhos se lhes abrirão. E
nós e os Phariseos muitas vezes, e teus Jesus defendi&tlhes rigorosamente, di­
discípulos nâo jejuão ? zendo : olhai que ninguém o saiba.
15 Ê Jesus lhes disse: por ventura 31 Mas sahidos elles, divulgarão sua
podem os que estão de vodas andar fama por toda aqtlella terra.
tristes em quanto o esposo com elles 32 E sahindo elles, eis que Ure trouxe-

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12 S. MATTHEUS. X.
r&o hum homem mudo e endemonin­ 10 Nem alforges para o caminho,
hado. nem duas túnicas, nem alparcas; nem
33 E como o diabo foi lançado fóra, bordão: porque digno he o obreuo de
fallou o mudo: e a multid&o se ma­ seu alimento.
ravilhou, dizendo: nunca tal se vio 11 E em aualquer cidade, ou aklèa,
em Israel. que entraraes, informai-vos de (juem
34 Mas os Phariseos dizi&o: pelo nella seja digno, e ficai ali ate que
Principe dos demonios lança fora aos saiais.
demonios. 12 E quando entrardes em algum
35 E Jesus rodeava por todas as ci­ casa. saudai-a.
dades e aldêas, ensinando em suas 13 E se a casa for digna, venha sobre
Synagogas, e prégando o evangelho ella vossa paz: porém se digna náo
do Reino, e curando toda enfermidade, for, tome-se vossa paz a vósoutros.
e todo mal entre o povo. 14 E qualquer que vos nào receber,
36 E vendo a multid&o, moveo-se a nem vossas palavras ouvir, sahindo
intima compaúcào delles, porque an­ daquella casa, ou cidade, sacudi o pó
davâo desgarrados e derramados como de vossos pés.
ovelhas que n&o tem pastor. 15 Em verdade vos digo, que mais
37 Entâo disse a seus discipulos: tolerável serà para os da terra de So­
grande he em verdade a séga, porém doma e Gomorrha no dia do juizo, do
poucos os obreiros. que para aquella cidade.
30 Portanto rogai ao Senhor da séga, 16 Vêdes aqui, eu vos envio como a
que envie obreiros &sua séga. ovelhas no meio dos lobos: portanto
sêde prudentes como serpentes, e sim*
pies como pombas.
CAPITULO X. 17 Porém guardai-vos dos homens;
CHAMANDO a si a seus doze porque vos entregarão em concilioe, e
E discipulos, deo-lhes poder sobre vos açoutarão em suas Synagogas.
os espiritos immundos, para os lança­ 18 E até ante Governanadores t
rem fòra, e curarem toda enfermi­ Reis sereis levados por causa de mim,
dade, e todo mal. para que a elles, e aos gentios lhes
2 Ora os nomes dos doze Apostolos, conste.
são estes: o primeiro, Simão, chama­ 19 Mas quando vos entregarem, náo
do Pedro, e André seu irm&o: Jacobo estejais soUicitos de como, ou que ha­
o filho de Zebedeo, e Joâo seu irm&o. veis de falar: poraue naquella mes­
3 Philippe e Bartholomeo: Thomé, ma hora vos será dado o que haveis
e Mattheus o publicano: Jacobo o fi­ de falar.
lho de Alpheo: e Lebbeo, por sobre­ 20 Porque nào sois vós os que falais,
nome Thaddeo. mas o Espirito de vosso Pai, que em
4 Simão Cananita, e Judas Iscariota, vós fala.
o mesmo que o entregou. 21 E o irmâo entregará á morte ao
5 A estes doze enviou Jesus, e lhes irmâo , e o pai ao filho: e os filhosse
mandou, dizendo: pelo caminho das levantarão contra os pais, e os matar
Gentes n&o ireis, nem em cidade al­ râo.
guma de Samaritanos entrareis. 22 E de todos sereis aborrecidos por
6 Mas ide antes às ovelhas perdidas causa de meu nome: mas aquelle
da casa de Israel. que perseverar até o fim, esse sera
7 E indo, prégai, dizendo: chegado salvo.
he o Reino aos ceos. 23 Assim aue quando vos perseguir*
8 Curai aos enfermos, alimpai aos em nesta ciaade, fugi para outra; por­
leprosos, resuscitai aos mortos, lançai que em verdade vos digo, que náo
fóra aos demonios: de graça o rece­ acabareis de correr pelas cidades de
bestes, dai-o de graça. Israel, que n&o venha o Filho do ho­
9 Nâo possuais ouro, nem prata, nem mem.
cobre em vossas cintas. 24 0 discípulo n&o he mais qoe 0

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S. MATTHEUS, XI. 13
m e s t r e , nem o servo mais que seu se­ de propheta, galardão de propheta
n h o r. receberá; e quem recebe justo em
2 5 Baste ao discipulo ser como seu nome de justo, galardão de justo re­
m e s tr e , e ao servo como seu senhor: ceberá.
s e ao pai de familia chamarão Beel- 42 E qualquer que somente der hum
z e b ú , quanto mais a seus domésticos? púcaro de agua fria a hum destes pe­
26 Assim que não os temais: porque quenos em nome de discipulo, em
n a d a ha encuberto, que se não haja verdade vos digo, que em maneira
d e descobrir; e nada occulto, que se nenhuma perderá seu galardão.
n à o haja de saber.
27 O que vos digo em trevas, dizei-o
e m luz, e o que ouvirdes ao ouvido, CAPITULO XI.
pregai-o sobre os telhados. SUCCEDEO, que acabando Jesus
28 E não temais aos que matão o
eorpo; e não podem matar a alma:
E de dar mandamentos a seus doze
discipulos, foi dali a ensinar, e a pré­
te m e i antes àquelle, que assim a alma gar em suas cidades delles.
com o o corpo pode destruir no inferno. 2 E ouvindo João na prisão as obras
29 Não se vendem dous passarinhos de Christo, mandou-ifo dous de seus
p o r hum ceitil? e nem num delles discipulos.
cahirá em terra sem vosso pai. 3 Dizendo-lhe: Es tu aquelle que
30 E até os cabellos de vossa cabeça havia de vir, ou esperamos a outro?
todos contados estão. 4 E respondendo Jesus, disse-lhes:
31 Não temais pois: mais valeis vós Ide, e tomai a denunciar a João as
que muitos passarinhos. cousas que ouvis e vèdes:
32 Portanto qualquer que me con­ 5 Os cegos vêem, e os mancos andão:
fessar diantè dos homens, tambem eu os leprosos sâo limpos, e os surdos ou­
o confessarei diante de meu Pai, que vem : os mortos são resuscitados, e
está nos ceos. aos pobres he annunciado o Evange­
33 Porém qualquer que me negar lho.
diante dos homens, tambem eu o ne­ 6 E bemaventurado he aquelle que
garei diante de meu Pai, que está nos em mim se não escandalizar.
ceos. 7 E idos elles, começou Jesus a di­
34 Nào cuideis que vim a metter zer de João á multidão: Que 6ahistes
paz na terra; nào vim a metter paz, ao deserto a ver ? huma cana que se
senão cutélo. abala com o vento ?
35 Porque eu vim a pôr em dissensão 8 Mas que sahistes a ver? hum ho­
ao homem contra seu pai, e à filha mem vestido com vestidos brandos ?
contra sua mãi, e ã nora contra sua vèdes aqui os que trazem vestidos
sogra. brandos, nas casas dos Reis estão.
36 E serâo os inimigos do homem os 9 Mas que sahistes a ver ? Propheta %
que sáo seus domésticos. tambem vos digo, e muito mais que
37 Quem ama pai, ou mãi, mais que Propheta.
' a mim. nào he digno de m im ; e quem 10 Porque este he aquelle de quem
araa filho, ou filha, mais que a mim, está escrito : Eis que diante de tua
não he digno de mim. face envio a meu Anjo, que aparelha­
38 E quem nâo toma sua cruz, e rá teu caminho diante de ti.
eegue após mim, nâo he digno de 11 Em verdade vos digo, que d’entre
mim. os que de mulheres sáo nascidos, oit-
39 Quem achar sua vida perde-la- tro se nâo levantou maior que Joâo o
ha; e quem perder sua vida, por causa Baptista: mas aquelle que em o Reino
de mim, acha-la-ha. dos ceos he o menor, maior he que
40 Quem a vós recebe, a mim me elle.
recebe ; e quem a mim me recebe, 12 E desde os dias de João o Baptista
recebe áquelle que me enviou. até agora, se faz força ao Reino dos
41 Quem recebe propheta em nome ceos, e os violentos o arrebatào.

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14 S. MATTHEUS, XII.
13 Porque todos os Prophetas, e a cançados, e carregados, e eu vos farei
Lei, até Joâo prophetizarào. descançar.
14 E se o quereis receber, este he o 29 Tomai sobre vós meu jugo, e
Elias que havia de vir, aprendei de mim, que sou manso e
15 Quem tem ouvidos para ouvir, humilde de coração; e achareis des­
ouça. canço para vossas almas.
16 Mas com quem compararei esta 30 Porque o meu jugo he brando, e
geração ? Semelhante he aos meninos leve a minha carga.
que se assentâo nas praças, e chamão
a séus companheiros. CAPITULO XH.
17 E dizem: Tange mosvos com gai­
AQUELLE tempo ia Jesus por
ta, e nào bailastes: cantamos-vos la-
mentaçoens, e nâo pranteastes. N
huns semeados em Sabbado: e
18 Porque veio Joâo, nem comendo, seus discipulos haviâo fome, e come­
nem bebendo, e dizem: Demonio tem. çarão arrancar espigas, e a comer.
19 Veio o Filho do homem, comendo, 2 E vendo isto os Phariseos, disse-
e bebendo, e dizem : Védes aqui hum râo-lhe : vès ahi teus discipulos fazem
homem comilão, e beberrâo, amigo o que não he licito fazer em Sabbado.
de publicanos e peccadores: mas a 3 Porém elle lhes disse : Não tendes
lido o que fez David, quando tere
sabedoria foi justificada de seus filhos.
20 Entâo começou elle a deitar em fome, elle e os que com elle estavâo!
rosto ás cidades em que as mais de 4 Como entrou na casa de Deos, e
suas maravilhas se fizerão, aue nâo comeo os paens da proposição, que a
se tinhão arrependido) dizenao: elle lhe náo era licito comer, nem ate
que com elle estavâo 7 senâo só ao®
21 Ai de ti Chorazin, ai de ti Beth-
saida: porque se em Tyro e em Si­ Sacerdotes?
don forão feitas as maravilhas, que 5 Ou náo tendes lido na Lei, que nos
em vós se fizerão, muito ha que se Sabbados em o Templo, os Sacerdotes
houverâo arrependido com saco e com profanâo o Sabbado, e sâo inculpá­
cinza. veis?
22 Porém eu vos digo, que mais tol­ 6 Pois eu vos digo, que maior qne o
erável será para Tyro e Sidon, em o templo está aqui.
dia do jui/o, que para vósoutros. 7 Mas se vós soubereis que cousa
23 E tu Capemaum, que até os ceos he, misericordia quero e não sacrificio,
nâo condemnarieis aos innocentes
estás levantada, até os infernos serás
abatida : porque se em os de Sodoma 8 Porque até do Sabbado he o Filho
forão feitas as maravilhas que em tido homem Senhor.
se fizerão, até o dia de hoje permane-9 E partindo dali, veio á sua Syna*
cêrâo. goga delles.
24 Porém eu vos digo, que mais tol­ 10 E eis que havia ali hum homem
erável será para os de Sodoma, em o que tinha huma mão secca; e pergun­
dia do juizo» que para ti. tarão-lhe, dizendo: he tambem licito
25 Naquelle tempo, respondendo Je­ curar em Sabbados? (para o accusar-
sus, disse : Graças te dou, Pai, Senhor
em.)
do ceo e da terra, que escondeste es­ 11 E elle lhes disse: Qne homem
de vósoutros haverá ^ue tenha huma
tas cousas aos sabios e entendidos, e
as revelaste aos meninos. ovelha, e se a tal cahir em huma cora
26 Assim he ó Pai, porque assim foiem Sabbados, nâo lance mào delia, e
tua boa vontade diante de ti. a levante ?
27 Todas as cousas me estâo entre­ 12 Pois quanto mais vale hum ho­
gues de meu Pai; e ninguém conhece mem, que huma ovelha * Assim que
ao Filho, senâo o Pai; nem ninguém licito he fazer bem em Sabbados.
conhece ao Pai senâo o Filho, e a 13 Entâo disse áquelle homem: es­
quem o Filho o quizer revelar. tende tua mão; e elle a estendeo, o
28 Vinde a mim todos os que estais foi-lhe restiluida sfc como a outro*

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S. MATTHEUS, XÍT. 15
14 E sabidos os Phariseos, tive râo * 31 Portanto eu vos digo: Todo peo
conselho contra elle, de como o ma- cado e blasfêmia se perdoará aos ho­
tariào, mens; mas a blasfêmia contra o
15 Mas sabendo-o Jesus, retirou-se Espirito nâo se perdoará aos homens.
d a li: e o seguio huma grande multi­ 32 E qualquer que falar palavra al­
dão de gente, e a todos os curou. guma contra o Filho do homem, lhe
16 E defendia-lhes rigorosamente, será perdoado: mas qualquer que fa­
que o não manifestassem. lar contra o Espirito Santo, não lhe
17 Para que se cumprisse o que es­ será perdoado, nem neste século, nem
tava dito pelo Propheta Isaias, que no vindouro.
disse: 33 Ou fazei a arvore boa, e seu fruto
18 Vêdes aqui meu servo a quem bom; ou fazei a arvore ma, e seu fru­
escolhi, meu amado em quem minha to mão: porque pelo fruto se conhece
alma se agrada: sobre elle porei meu a arvore.
Espirito, e ás Gentes annunciará juizo. 34 Raça de viboras, como podeis vós
19 Nào contenderá nem clamará: fallar boas cousas, sendo máos ? por­
nem ninguém sua voz pelas ruas ou­ que da abundancia do coração fala a
virá. boca.
20 A cana trilhada não quebrantará, 35 O bom homem tira boas cousas do
e o pavio que fumega nào apagará, bom thesouro de seu coração, e o máo
até que tire o juizo em victoria. homem do máo thesouro tira más cou­
21 E em seu Nome esperarão as sas.
Gentes. 36 Mas eu vos digo. que de toda pa­
22 Entào lhe trouxerâo hum ende­ lavra ociosa que os nomens falarem,
moninhado cego e mudo: e de tal delia darâo conta em o dia do juizo.
maneira o curou, que o cego e mudo 37 Porque por tuas palavras serás
falava e via. justificado, e por tuas palavras serás
23 E toda a multidão pasmava? e condemnado.
dizia: nâo he este o Filho de David ? 38 Entào responderão huns dos Es­
24 Mas ouvindo os Phariseos isto, cribas e dos Phariseos, dizendo: Mes­
dizião: Este nâo lança fóra aos de­ tre, quizeramos ver de ti algum sinal.
monios, senâo por Beelzebú, principe 39 Mas elle respondeo, e disse-lhes:
dos demonios. a geração má e adulterina pede sinal:
25 Porém entendendo Jesus seus mas sinal se lhe n&o dará, senão o si­
pensamentos, disse-lhes: Todo Reino nal de Jonas o Propheta.
contra si mesmo diviso, he assolado: 40 Porque como Jonas esteve tres
e toda cidade, ou casa, divisa contra dias e tres noites no ventre da baleia,
si mesma, não subsistirá. assim estará o Filho do homem tres
26 E se Satanás lança fóra a Sata­ dias e tres noites no coraçáo da terra.
nás, contra si mesmo está diviso : co­ 41 Os de Ninive se levantarão em
mo subsistirá logo seu reino ? juizo com esta geração, e a condem -
27 E se eu por Beelzebú lanço fóra narào: porque com a pregação de
os demonios, por quem os lanção logo Jonas se arrependerão. E eis que
vossos filhos í Portanto elles serão mais que Jonas estâ aqui.
vossos juizes. 42 A Rainha do Austro se levantará
28 Mas se eu pelo Espirito de Deos em juizo com esta geração, e a con-
lanço fóra aos demonios, chegado he demnará; porque veio dos fins da
logo a vósoutros o Reino de Deos. terra a ouvir a sabedoria de Salamào.
29 Ou como pode alguem entrar em E eis que mais que Salamão está
casa do valente, e saquear seu fato, se aqui.
primeiro nào amarrar ao valente; e 43 E quando o espirito immtindo se
então saqueará sua casa. tem sahido do homem, anda por lu­
30 Quem comigo nào he, he contra gares seccos buscando repouso e nào
mim; e quem comigo não apanha, o acha. •
derrama. 44 Entào d iz: Tomarme-hei á mi­

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16 S. MATTHEUS, XTIT.
nha casa donde sahi. E vindo, acha- térios do Reino dos ceos, mas a elles
a desoccupada, varrida, e adornada. nào lhes he dado.
40 Entâo vai, e toma comsigo outros 12 Porque a quem tem, lhe serâ da­
sete espíritos peiores que elle; e en­ do, e terà em abundancia: mas a
trados. morâo ali: e sâo as cousas uem nâo tem, até aquillo que tem
a
derracíeiras do tal homem peiores que ie será tirado.
as primeiras. Assim acontecerá tam­ 13 Por isso lhes falo por parabolas;
bem a esta mâ geração. porque vendo, náo vêem ; e ouvindo
46 E falando elle ainda à multidão, náo ouvem, nem entendem.
eis que estavâo sua mãi e seus irmãos 14 E nelles se cumpre a prophecia
fóra, que lhe queriâo falar. de Isaias, que diz: De ouvido ouvireis,
47 E disse-lhe hum: Vês ali estão e náo entendereis; e vendo, vereis e
fóra tua mãi e teus irmãos, que te não enxergareis.
querem falar. 15 Porque o coração deste povo está
48 Porém respondendo elle, disse ao engrossado, e pesadamente dos ouvi­
que isto lhe dizia: Quem he minha dos ouvirão, e seus olhos fecharão:
mãi %e quem são meus irmãos ? para que por ventura não vejão dos
49 E estendendo sua mâo para seus olhos, e ouçâo dos ouvidos, e entendáo
discipulos, disse: Vêdes aqui minha do coração, e se arrependâo, e eu os
mãi e meus irmãos. cure.
50 Porque qualquer que fizer a von­ 16 Mas bemaventurados vossos ol­
tade de meu Pai, que está nos ceos, hos, porque vêem; e vossos ouvidos,
esse he meu irmão, e irmã, e mãi. porque ouvem.
17 Porque em verdade vos digo, qw
muitos prophetas e justos desejaiáo
capitulo x m .
ver o que vós vêdes, e não o virâo; e
SAHINDO Jesus de casa aquelle ouvir o que vós ouvis, e não o ouvirân.
E dia, assentou-se junto ao mar. 18 Ouvi pois vósoutros a parabola
2 E chegou-se a elle tanta gente, do Semeador.
que entrando em hum barco, se as­ 19 Ouvindo alguem a palavra do Rei­
sentou nelle; e toda a gente estava no, e nâo a entendendo, vem o mali­
na praia. gno, e arrebata o que era seu coraçao
3 E falou-lhes muitas cousas por pa- foi semeado; este he o que foi seme­
rabolas, dizendo: Eisque o Semeador ado junto ao caminho.
sahio a semear. 20 forem o que foi semeado em pe­
4 E semeando elle, cahio huma parte dregaes, este ne o que ouve a palav­
da semente junto ao caminho, e vierão ra, e logo a recebe com gozo.
as aves e a comêrão. 21 Mas não tem raiz em si mesmo,
6 E outra jfarte cahio em pedregaes, antes he temporal: e vinda a aíflic-
onde não tinha muita terra, e logo çâo, ou a perseguição pela palavra,
nasceo, porque nâo tinha terra funda. logo se offende.
6 Mas sahmdo o sol, queimou-se; e 22 E o que foi semeado em espinhos,
porque nâo tinha raiz, seccou-se. este he o que ouve a palavra, e o coi-
7 Ê outra parte cahio em espinhos, dado deste mundo, e o engano das
e oe espinhos crescêrâo, e a afogarão. riquezas afogâo a palavra, e fica sem
8 E outra parte cahio em boa terra, fruto.
e deo fruto; hum cento, outro sessen­ 23 Mas o que foi semeado em boa
ta, e outro trinta. terra, este he o que ouve e entende a
9 Quem tem ouvidos para ouvir, palavra, e o que dâ e produz fruto,
ouça. num cento, e outro sessenta, e outro
10 E chegando-se a elle os discipulos trinta.
dis8erão-lhe: porque lhes falas por 24 Outra parabola lhes propóz, di­
parabolas ? zendo : O Reino dos ceos he semel­
11 E resçcfodendo elle, disse-lhes: hante ao homem, que semea boa se­
Porque a vos he dado saber os mis­ mente em seu campo.

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S. MATTHEUS, XIII. 17
2 5 £ dormindo os homens, veio seu ue semea a boa semente he o Filho
inim igo, e semeou zizania entre o tri­ o homem.
g o , e sê foi. 38 E o campo he o mundo: e a boa
26 £ como a herva cresceo, e produ- semente, estes s&o os filhos do Reino;
z io fruto, ent&o appareceo tambem a e a zizania s&o os filhos do maligno;
zizania. 39 E o inimigo, que a semeou, he o
27 E chegando-se os servos do Pai Diabo; e a séga he o fim do mundo;
d e familia, disserão-lhe: Senhor, nao e os segadores s&o os Anjos.
sem easte tu boa semente em teu 40 De maneira que, como a zizania
cam po ? donde lhe vem logo a ziza­ he colhida e queimada a fogo; assim
n ia 1 serà na consummação deste mundo.
28 E elle lhes disse: O homem in­ 41 Mandará o Filho do homem a
im igo fez isto. E os servos lhe disse­ seus Anjos, e colherão todos os escan-
rão : queres logo que vamos, e a col­ dalos de seu Reino, e aos que iniqui­
ham os? dade fazem:
29 Porém elle lhes disse: N&o, por­ 42 E lança-los-h&o no forno do fogo:
q u e colhendo a zizania, nao arran­ ali serà o pranto e o ranger de dentes.
queis por ventura tambem com ella 43 Ent&o resplandecer&o os justos
o trigo. como o sol, em o Reino de seu Pai.
30 Deixai-os crescer ambos juntos Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.
a té a séga; e ao tempo da séga di­ 44 Item : Semelhante he o Reino dos
rei aos segadores: comei primeiro a ceos ao thesouro escondido em hurti
zizania, e atai-a em molhos, para a campo, que achando-o o homem, o
queimar; mas ao trigo ajuntai no escondeo; e de gozo delle vai, e ven­
m eu celleiro. de tudo quanto tem, e compra aquelle
31 Outra parabola lhes propoz, di­ campo.
zendo : 0 Reino dos ceos ne semel­ 45 Item : Semelhante he o Reino
hante ao gráo da mostarda, que to- dos ceos ao homem negociante, que
mando-o o homem, o semeou em seu busca boas pérolas.
campo. 46 Que achando huma perola de
32 0 qual, em verdade, he a menor grande valia, foi, e vendeo tudo quanto
de todas as sementes; mas crescendo, tinha, e comprou-a.
he a maior de todas as hortaliças; e 47 Item: Semelhante he o Reino
faz-se tamanha arvore, que vem as dos ceos á rede lançada no mar, e que
aves do ceo, e se aninh&o em suas ra­ colhe de toda sorte de peixes.
mas. 48 Que estando cheia, os pescadores
33 Outra parabola lhes disse: Semel­ a pux&o à piaia; e assentando-se, col­
hante he o Reino dos ceos ao fermen­ hem o bom em seus vasos; porém o
to, que tomando-o a mulher, o esconde ruim lanç&o fóra.
em tres medidas de farinha, até que 49 Assim serà na consummaç&o dos
tudo esteja levedado. séculos; sahirâo os Anjos, e separa­
34 Tudo isto falou Jesus por parabo- rão aos máos d7entre os justos:
las á multidão, e sem parabolas lhes 50 E lança-los-hão no forno do fogo:
nâo falava. ali será o choro e o ranger de dentes.
36 Para que se cumprisse o que foi 51 E disse-lhes Jesus: Entendestes
dito pelo propheta, que disse: Em pa­ todas estas cousas 1 disserão-lhe elles:
rabolas abrirei miima boca; cousas Sim Senhor.
escondidas desde a fundaç&o do mun­ 52 E elle lhes disse : Portanto todo
do produzirei. Escriba douto em o Reino dos ceos he
36 Ent&o Jesus, despedida a multi­ semelhante a hum Pai de familia, que
d&o, foi para casa. E chegarão-se de seu thesouro tira cousas novas e
seus discipulos a elle, dizendo; De- velhas.
clara-nos a parabola da zizania do 53 E aconteceo, que acabando Jesus
campo. estas parabolas, se retirou dali.
37 E respondendo elle, disse-lhes: 0 54 E vindo â sua patria, ensinava-oe

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18 S. MATTHEUS, XIV.
em soa Synagoga delles; de tal ma­ 13 E ouvindo-o Jesus, íetivon-se d a li
neira que pasmavão, e diziâo: Donde em hum barco a hum lugar deserto k
lhe vem a este esta sabedoria, e estas arte; e ouvindo-o o povo o seguio
maravilhas! S as cidades a pé.
55 Nâo he este o filho do carpinteiro ? 14 E sahindo Jesus, vio hum a grande
e nâo se chama sua mãi Maria? e multidão, e moveo-se a intim a com­
seus irmãos Jacobo, e José, e Simão, paixão delia: e curou aos que delles
e Judas ? navta enfermos.
56 £ não estão todas suas irmãas 15 E vinda jâ a tarde, chegarào-se
comnosco ? donde lhe vem logo a este a elle seus discipulos, dizendo: O lu­
tudo isto í gar he deserto, e o tempo he j à passa­
57 E escandalizavão-se nelle. Mas do ; despede a multidão, paraque vão
Jesus lhes disse: Não ha propheta pelas aldêas, e comprem p e ra si de
sem honra, senão em sua patria, e em comer.
sua casa. 16 Mas Jesus lhes disse: N âo tem
58 E não fez ali muitas maravilhas necessidade de irem; dai-lhes vósou­
por causa de sua incredulidade del­ tros de comer,
les. 17 Porém elles lhe disser&o: Nàe
temos aqui senão cinco pães, e dous
CAPITULO XIV. peixes.
18 E elle disse: trazeimos aqui.
AQUELLE tempo ouvio Herodes 19 E mandando à multid&o q a e se
N o Tetrarcha a fama de Jesus. assentasse sobre a herva, e tomando
2 E disse a seus criados: Este he os cinco pães e os dous peixes, e le­
João Baptista, resuscitado he dos mor­ vantando os olhos ao ceo, benzeo-os;
tos, e por isso obrão estas maravilhas e partindo os pães, deo-os aos discipu­
nelle. los, e os discipulos à multidão.
3 Porque Herodes prendêra a João, 20 E comerão todos e fartarão-se.
e o havia liado, e posto na prisão, por E levantarão do que sobejou dos p e­
causa de Herodias, mulher de seu ir­ daços, doze alcofas cheias.
mão Philippe. 21 E os que comerão forão quasi
4 Porque João lhe dizia: Não te he oinco mil varoens, fóra as mulheres e
licito tê-la. os meninos.
6 E querendo-o matar, temia-se do 22 E logo Jesus fez entrar no barco
povo, jx>rque o tinhão por propheta. a seus discipulos, e que fossem diante
6 Porém celebrando-se o dia do nas­ delle para a outra banda, entre tanto
cimento de Herodes, dançou a filha que despedia a multidão.
de Herodias diante delles, e agradou 23 E despedida a multidão sabio ao
a Herodes. monte k parte a orar, E vinda jà a
7 Pelo que com juramento lhe pro- tarde, estava ali sò.
metteo de dar tudo o que pedisse: 24 E jà o barco estava no meio do
8 E ella, instruída primeiro de sua mar atormentado das ondas: porque
mãi disse: Dá-me aqui em hum pra­ o vento era contrario.
to a cabeça de João Baptista. 25 Mas á quarta vela da noite desoeo
9 E el-Rei se entristeceo; mas pelo Jesus a elles, andando sobre o mar.
juramento, e pelos que com elle esta- 26 E vendo-o os discipulos andar so­
vâo á mesa, mandou que se lhe désse. bre o mar, turbarao-se, dizendo: fan­
10 E mandou, e degolou a João na tasma he, e derão gritos de medo.
prisão. 27 Mas Jesus lhes falou logo, dizen­
11 E foi sua cabeça trazida em um do : Tende bom animo, sou eu, nâo
prato, e dada à menina ,* e ella a le­ hajais medo.
vou a sua mãi. 28 E respondeo-lhe Pedro, e disse:
12 E vierão seus discipulos,e tomarão Senhor, se es tu, manda-me vir a ti
o corpo, e o enterrarão; e forão, e o sobre as aguas.
denunciarão a Jesus. 29 E elle disse: Vem. E descendo

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S. MATTHEUS, XV. 19
"Pedro tio barco, andou sobre as aguas, 10 E chamando a multid&o a si,
pcura vir a Jesus. disse-lhes: Ouvi e entendei.
30 Mas vendo o vento forte, temeo; 11 N&o he o que na boca entra, o
e começando-se a aífundar, clamou, que ao homem contamina: mas o
dizendo: Senhor, salva-me. que da boca sahe, isso contamina ao
31 £ estendendo Jesus logo a mão, homem.
pegou delle, e disse-lhe: homem de 12 Ent&o chegando-se seus discipu­
pouca fé, porque duvidaste ? los a elle, disserão-lhe: Sabes que os
32 E como subir&o no barco, o vento Phariseos, ouvindo esta palavra, se
ae aquietou. escandalizarão ?
33 Ent&o viérâo os que estavâo no 13 Mas respondendo elle, disse: To­
barco, e o adorarão, dizendo: Verda­ da planta, que meu Pai celestial n&o
deiramente es Filho de Deos. plantou, serà desarraigada.
34 E passando à outra banda, vier&o 14 Deixai-os, s&o cegas guias de
à terra de Genezareth. cegos: e se o cego guiar ao cego, am­
35 E como os varoens daquelle lugar bos cahirâo na cova.
o conhecerão, mandarão por toda 16 E respondendo Pedro, disse-lhe:
aquella terra ao redor, e trooxer&o- Declara-nos esta parabola.
lhe todos os que se achavão mal. 16 Porém Jesus disse: Até vósou­
36 E rogavào-lhe, que somente to- tros estais ainda sem entendimento ?
caflsem a borda de seu vestido; e to­ 17 N&o entendeis ainda, que tudo o
dos os que a tocavão ficavâo sãos. que na boca entra, vai ao ventre, e
se lança na privada 1
CAPITULO XV. 18 Mas o que sahe da boca, procede
do coraç&o, e isto ao homem contami­
NTAO se chegarão a Jesus certos na.
E Escribas e Phariseos de Jerusa­
lem, dizendo:
19 Porque do coração procedem
m&os pensamentos, mortes, adultérios,
2 Porque traspass&o teus discipulos fomicacoens, furtos, falsos testemu­
a tradição dos anciãos? pois não la- nhos, blasfêmias.
v&o as mãos, quando comem pão. 20 Estas cousas s&o as que ao homem
3 Porém respondendo elle, disse- contaminão; mas comer sem lavar
lhes : Porque traspassais vósoutros as mãos, nào contamina ao homem.
tambem o mandamento de Deos, por 21 E partindo Jesus dali, foi para as
vossa tradição í partes de Tyro, e de Sidon.
4 Porque Deos mandou dizendo: 22 E eis que numa mulher Cananea,
Honra a teu pai, e atua m&i: e, quem que tinha sahido daquelles termos,
mal-disser ao pai, ou à mãi, morra de clamou-lhe, dizendo: Senhor, Filho
morte. de David, tem misericordia de mim ;
5 Mas vós outros dizeis: Qualquer que minha filha está miseravelmente
que ao pai, ou à m&i disser; offerta endemoninhada.
he tudo o que de mim podeis apro­ 23 Mas elle nâo lhe respondeo pala­
veitar ; e em maneira nenhuma a seu vra. E chegando-se seus discipulos
pai, ou a sua m&i honrar, desobrigada a elle, rogarào-lhe dizendo: Deixa-a
fica. ir, que clama após nosoutros.
6 E assim invalidastes o mandamen­ 24 E respondendo elle, disse: Eu
to de Deos por vossa tradição. não sou enviado senão às ovelhas per­
7 Hypocritas, bem prophetizou Isaias didas da casa de Israel.
de vósoutros, dizendo: 25 Então veio ella, e o adorou, di­
8 Este povo com sua boca se achega zendo : Senhor, ajuda-me.
a mim, e com os beiços me honra: 26 Porém respondendo elle, disse:
mas seu coração estâ longe de mim. Nâo he razão tomar o pão dos filhos,
9 Mas em vâo me honrão, ensinando e lança-lo aos cachorrinhos.
vor doutrinas os mandamentos dos 27 E ella disse: Sim Senhor: po­
homens. rém tambem os cachorrinhos comem

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20 8. MATTHEUS, XVI.
das migalhas que cabem da mesa de 2 Mas respondendo elle, dfcse4bei.
seus Senhores. Quando j a tarde he vinda, dizeis:
28 Ent&o respondeo Jesus, e disse Bom tempo; porque o ceo se enver-
lhe: O7 mulher! grande he tua fé; melhece.
faça-se comtigo como queres. E i 3 E pela manh&: Hoje haverá tem-
rou sua filha desde aquella mesma istaae: porque o ceo se enverme-
bora. E
ece triste. Hypocritas, bem sabeis
29 E partindo Jesus dali, veio ao mar vós fazer differença na face do ceo;
de Galilea, e subindo a hum monte, e nos sinaes dos tempos n&o podeis?
assentou-se ali. 4 A geraç&o mà e adulterina pede
30 E veio a elle muito povo que ti­ sinal; e sinal lhe n&o será dado, se*
nha comsigo mancos, cegos, mudos, n&o o sinal de Jonas o propheta. £
aleijados, e outros muitos; e os lan­ deixando-os, se foi.
çarão aos pés de Jesus, e elle os sarou. 5 E vindo seus discipulos à outra
31 De tal maneira, que a multidão banda, havi&o-se esquecido de tomar
se maravilhou, vendo falar aos mudos, p&o comsigo,
s&os aos aleijados, andar aos mancos, 6 E Jesus lhes disse : Olhai bem, c
e ver aos cegos; e glorificava ao Deos guardai-vos do fermento dos Phariseos
de Israel. e Sadduceos.
32 E chamando Jesus a si seus dis­ 7 E elles arrazoav&o entre si, dizen­
cipulos, disse: Tenho intima compa­ do : Isto he porque comnosco n&oto­
ixão da multid&o, porque j tres dias mámos p&o.
ha que comigo persevera, e n&o tem 8 E entendendo-o Jesus, disse-lhes:
que comer: e deixa-la ir em jejum Que arrazoais entre vós mesmos, ho­
n&o quero, paraque n&o desmaie no mens de pouca fé, que n&o tomastes
caminho. comvosco p&o ?
33 E seus discipulos lhe disser&o: 9 Nao entendeis ainda, nem vos lesu-
Donde virião a nós tantos p&es no brais dos cinco p&es dos cinco mü
deserto, para fartar t&o grande mul­ homens, e quantas alcofas levantas­
tidão. tes?
34 E Jesus lhes disse: Quantos pães 10 Nem dos sete p&es dos quatro
tendes ? e elles disserão; sete, e huns mil, e quantos cestos levantastes ?
poucos de peixinhos. 11 Como n&o entendeis, que W
35 E mandou à multid&o que se as­ pelo p&o vos disse, que vos guarda*
sentasse pelo ch&o. seis do fermento dos Phariseos e Sad­
36 E tomando os sete paens e os duceos?
peixes, e dando graças, partio-os, e 12 Ent&o entender&o, que n&o dis­
deo-os a seus discipulos, e os discipu­ séra que se' guardassem do fermento
los á multidão. do p&o, senâo da doutrina dos Phari-
37 E comerão todos, e fartarão-se; seos e Sadduceos.
e levantarão do que 6obejou dos pe­ 13 E vindo Jesus ás partes de Ces-
daços, sete cestos cheios. rea de Philippo, perguntou a seus dis­
38 E erão os que tinh&o comido, cipulos, dizendo: Quem dizem os ho­
quatro mil varoens, fóra as mulheres, mens que sou eu, o Filho do homem?
e os meninos. 14 E elles disserão: Alguns Joao
39 E, despedida a multid&o entrou Baptista, e outros Elias, e outros Jere­
em hum barco, e veio aos termos de mias, ou almim dos Prophetas.
Magdala. 15 Disse-lhes elle: E vósoutros,
quem dizeis nue eu sou ?
16 E responaendo Simão Pedro, dis­
CAPITULO XVI. se : Tu es o Christo, o Filho do Deos
CHEGANDO-se os Phariseos e os vivente.
E Sadduceos a elle, tentando-o, pe- 17 E respondendo Jesus, disse-lhes:
dir&o-lhe que lhes mostrasse algum Bemaventurado es tu, Simão Bar-Jo*
sinal do Ceo. nas, porque came e sangue to p to if

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S. MATTHEUS, XVH. 21
vekra, tnas meu Pai, que istá nos 2 E transfigurou-se diante delles: e
ceos. resplandeceo seu rosto como o sol, e
18 £ tambem ea te digo, que tu es seus vestidos se fizerâo brancos como
Pedro7e sobre esta peara edificarei a luz.
minha Igreja; e as portas do inferno 3 E eis qne lhes apparecerâo Moyses
n&o prevalecer&o contra ella. e Elias, fallando com elle.
19 £ a ti te darei as chaves do reino 4 E respondendo Pedro, disse a Je­
doe ceos; e tudo o que liares na terra, sus: Senhor, bom he estarmos nós
serà liado nos ceos; e tudo o que des- aqui; se queres, façamos aqui tres ca­
liaresna terra, serà desliado nos ceos. banas, para ti huma, e para Moyses
20 Ent&o mandou a seus discipu­ huma, e huma para Elias,
los, aue a ninguém dissessem que elle 5 Estando elle ainda falando, eis
era Jesus o Christo. que huma nuvem resplandecente os
21 Desde ent&o começou Jesus amos­ cobrio com sua sombra, E eis huma
trar a seus discipulos, que lhe convin­ voz da nuvem, que disse: Este he o
ha ir a Jerusalem, e padecer muito meu amado filho, em quem me agra
dos anci&os, e dos príncipes dos sacer­ do: a elle ouvi.
dotes, e dos escriDas, e ser morto, e 6 E ouvindo os discipulos isto, cahi­
resuscitar ao terceiro dia. râo sobre seus rostos, e temerão em
22 E tomando-o Pedro comsigo, com­ grande maneira.
eçou a reprehende-lo, dizendo: Se­ 7 E chegando-se Jesus a elles, tocou-
nhor, tem compaixão de t i ; por nen­ os, e disse: Levantai-vos, e nâo te
hum modo te aconteça isto. mais.
23 Porém virando-se elle. disse a Pe­ 8 E levantando elles seusolhos, a nin -
dro : Arreda-te de diante ae mim, Sa­ guem virâo, senâo só a Jesus.
tanás, que escandalo me es: porque 9 E como descerão do monte, man-
n&o coznprehendes as cousas, que s&o dou-lhes Jesus, dizendo; A ninguém
de Deos, sen&o as que s&o dos homens. digais a visâo, até que o Filho ao ho­
24 Ent&o disse Jesus a seus dis­ mem nâo seja resuscitado dos mortos.
cipulos: Se alguem quizer vir após 10 Epercuntarâo-lhe seus discipulos,
mim, negue-se a si mesmo, e tome so­ dizendo: rorque dizem logo os escrib­
bre si sua cruz, e siga-me. as, que he necessário, que Elias ve­
25 Porque qualquer que quizer sal­ nha primeiro ?
var sua vida, perde-la-ha; porém qual­ 11 Ê respondendo Jesus, disse-lhes:
quer que por amor de mim perder sua Em verdade Elias virà primeiro, e re­
vida, acha-la-ha. staurará todas as cousas.
26 Porque, que aproveita ao homem, 12 Mas digo-vos, que jà veio Elias,
ee grangear todo o mundo, e perder e nâo o conhecerão \ antes fizerâo
eua alma ? ou que darà o homem em delle tudo o que quizerâo. Assim pa­
recompensa de sua alma 1 decerá tambem delles o Filho do no-
27 Porque o Filho do homem virà na mem.
gloria de seu Pai com seus anjos; e 13 Entâo entenderão os discipulos,
ent&o renderá a cada hum segundo que lhes disséra isto de Joâo Bap­
suas obras. tista.
38 Em verdade voe digo, que alguns 14 E como chegarão à multidão,
h a dos que aqui est&o, que n&o gosta­ veio hum homem a elle? pondo-se de
rão a morte, até que nâo vejão vir ao joelhos diante delle, e dizendo:
filho do homem em seu Reino. 15 Senhor, tem misericordia de meu
filho, que he aluado, e padece muito
m al: porçue muitas vezes cahe no fo­
CAPITULO xvn. go, e muitas vezes na agua.
DEPOIS de seis dias tomou Je­ 16 E trouxe-o a teus discipulos, e nâo
E sus comsigo a Pedro, e a Jacobo, o poderão curar.
e a Jo&o seu irm&o, e levou-os a hum17 E respondendo Jesus, disse: O9
monte alto à parte. geração incrédula, e perversa! até

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32 s. m a t t h e u s , x v n i.
quando hei de estar oomvoeeo? até como este menino, este he o maior rio
quando vos hei de soífrer? Trazei-mo reino dos ceos.
aqui. 5 E qualquer que a hum tal menino
18 £ oYeprehendeo Jesus, e sahio o de- receber em meu nome, a mim me re­
monio delle, e sarou o menino des­ cebe.
de aquella hora. 6 Mas qualquer que escandalizar a
19 Chegando-se ent&o os discipulos hum destes pequenos, que em mim
a Jesus à parte, disserão: Porque crêm, melhor lhe fóra que huma mó
o nào podémos nòs lançar fóra } de atafona se lhe pendurára ao pesco­
20 E Jesus lhes disse: Por vossa in­ ço, e se submergira no profundo do
credulidade : porque em verdade vos mar.
digo, que se tivesseis fé como hum 7 Ai do mundo por causa dos escan-
gráo de mostarda, a este monte diríe­ dalos: porque necessário he queven-
is : Passa-te daqui para acolá, e pas- h&o esoandalos: mas at daquelle ho­
sar-se-hia; e nada vos seria impossí­ mem por quem o escandalo vem.
vel. 8 Portanto se tua m&o, ou teu pé te
21 Mas este g:enero náo sahe sen&o escandalizar, corta-os, e lança-os de
por oraçoà e jejum. • ti: melhor te he entrar manco on
22 £ andando elles em Galilea, dis­ aleijado na vida, do que tendo duas
se-lhes Jesus: O Filho do homem se­ mãos, ou dous pés, ser lançado no fo­
rà entregue em m&os dos homens. go eterno.
23 E mata-lo-h&o, e ao terceiro dia 9 E se teu olho te escandalizar, ar-
resuscitará. E elles se entristecêr&o ranca-o, e lança-o de ti. Melhor te
em grande maneira. he entrar com hum olho na vida, do
24 E como entrar&o em Capernanm, que tendo dous olhos, ser lançado no
viérâo a Pedro os que cobrav&oasdi- foge do inferno.
dragmas, e disserão: n&o paga vosso 10 Olhai que nâo desprezeis a algmn
mestre as didragmas 1 destes pequenos; porque eu vosaigo.
25 Disse elle: Sim. E entrando em que sempre seus Anjos nos ceos vèem
casa, Jesus se-lhes anticipou, dizendo: a face de meu Pai, aue está nos ceos.
Que te parece, Sim&o í de quem co- 11 Porque o Filho ao homem he vin­
br&o os reis da terra os tributos on o do a salvar o que se tinha perdido.
censo í de seus filhos; ou dos alheios ? 12 Que vos parece? se algum ho­
26 Pedro lhe disse: dos alheios. Dis­ mem tivesse cem ovelhas, e huma
se-lhe Jesus: Logo livres sào os filhos ? delias se desgarrasse, n&o iria pelos
27 Mas para que os n&o escandalize­ montes, deixando as noventa e nove,
mos, vai ao mar, e lança o anzol, e o em busca da desgarrada ?
primeiro peixe que subir, toma-o, e 13 E se acontecesse achala, em ver­
abrindo-lhe a boca, acharás hum es- dade vos digo, que mais se goza da-
tatero; toma-o, e dá-lho por mim e quella, que das noventa e nove, <pe
por ti. se n&o desgarrár&o,
14 Assim n&o he a vontade de vosso
capitulo xvm . Pai, que está nos ceos, que hum des­
tes pequenos se perca.
AQUELLA mesma hora se chega- 15 Porém se teu irm&o peccar contra
N r&oos discipulos a Jesus, dizendo:
Ora auem he o maior em o reino dos
ti, vai, e reprehende-o entre ti e
só; se te ouvir, ganhaste a teu irmâo-
ceos* 16 Porem se te n&o ouvir, toma ainda
2 E chamando Jesus a si hum meni­ comtigo hum ou dous, para que em
no, pò-lo no meio delles. boca de duas ou tres testemunhas, so
3 E disse: Em verdade vos digo, confirma toda palavra.
que se vos n&o converterdes, e fordes 17 E se lhes n&o der ouvidos, díze-o
como meninos em maneira nenhuma à Igreja; e se tambem nào aer <#•
entrareis no reino dos ceos. vidos á igreja, tem-o por hum
4 Assim que qualquer que se abaixar e publicano.

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S. MATTHEUS, XIX. 23
18 Em verdade voa digo, aue tndo misericordia de teu oonservo, como eu -
o que liardes na terra, serà liado no tambem tive misericordia de ti í
ceo; e tudo o que desliardesna tenra, 34 E indignado seu Senhor, o entre­
serâ desliado no ceo. gou aos atormentadores, até que pa­
19 E digo-vos, que se dous de vós­ gasse tudo o que lhe devia.
outros se concordarem na terra, sobre 35 Assim vos farà tambem meu Pai
quatyuer cousa que pedirem, lhes se­ celestial, se de coração nâo perdoar­
rà feito por meu Pai. que está nos ceos. des cada hum a seu irmâo suas offen-
20 Porque aonde aous ou tres estive­ sas.
rem congregados em meu nome, ali
estou eu no meio delles. CAPITULO XIX.
21 Entào Pedro chegando-se a elle,
disse: Senhor, até quantas vezes ACONTECEO, que acabando Je­
neccarà meu irmâo contra mim, e eu
lhe perdoarei ? até sete I
E sus estas palavras, passou de
Galilea, e veio aos termos de Judea
22 Jesus lhe disse: Não te digo eu d;além do Jordão.
até sete, mas até setenta vezes sete. 2 E o seguio huma grande multidão
23 Pelo que o reino dos ceos se com­ de gente, e curou-os ali.
para a hum certo rei, que quiz fazer 3 Entâo chegarão-se a elle os Pha­
contas com seus servos. riseos, tentando-o, e dizendo-lhe: He
24 E começando a fazer contas, foi- licito ao homem despedir a sua mu­
lhe apresentado hum que lhe devia lher, por qualquer causa?
dez mil talentos. 4 Porém respondendo elle, disse-
25 E não tendo elle com que pagar, lhes: Nâo tendes lido, que o que os
mandou o seu Senhor vender a elle, e fez ao principio, macho e femea os
a sua mulher, e filhos, com tudo quan­ fez ?
to tinha, e que a divida se pagasse. 5 E disse: Portanto deixará o homem
26 Entâo aquelle servo, prostrando- pai e mãi, e achegar-se-ha à sua mu­
se, o adorava, dizendo: Senhor, sê lher, e serão dous em huma came.
longanimo para comigo, e tudo te pa­ 6 Assim que não sâo mais dous, senâo
garei. huma carne: portanto o que Deos ajun­
27 E movido o Senhor daquelle ser­ tou, nâo o aparte o homem.
vo a intima compaixão, o soltou, e 7 Disserão-lhe elles: Porque man­
quitou-lhe a divida. dou logo Moyses dar4he carta de des-
28 Sahindo porém aquelle servo, quite; e deixà-la ?
achou hum de seus conservos,auelhe 8 Disse-lhes elle: Pela dureza de
devia oem dinheiros; e lançando mâo vossos coraçoens vos permittio Moyses
delle, o afogava, dizendo: Paga-me o deixar a vossas mulheres: mas ao
que me deves. principio nâo foi assim.
29 Entâo seu conservo, prostrando- 9 Porem eu vos digo, que .qualquer
se a seus pés, rogava-lne, dizendo: que deixar a sua mulher, salvo por
Sê longanimo para comigo, e tudo te causa de fornicação, e com outra se
pagarei. casar, adultéra: o que com a deixada
30 Mas elle nâo quiz; senâo foi, e se casar, tambem adultéra.
o lançou na prisão, até que pagasse a 10 Disserâo-lhe seus discipulos: se
divida. assim he o negocio do homem com a
31 Vendo pois seus conservos o que mulher, não convem casar.
pensava. entristecèrâo-se muito; e 11 Porém elle lhes disse: Náo to­
vindo, aeclaràrào a seu Senhor tudo o dos comprehendem estas palavras, se­
que passàra. nâo aquelles a quem he aado.
32 Entâo chamando-o seu Senhor 12 Porque ha castrados, que do ven­
a si, disse-lhe: Servo malvado; toda tre da mãi assim nascerão; e ha cas­
aquella divida te quitei, porque me trados, que pelos homens forão castra­
rogaste: dos; e na castrados, que se castrarão
33 Nâo te convinha a ti tambem ter a si mesmos por causa do reino dos

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24 S. MATTHEUS, XX.
oeos. Quem isto pode comprehender, homem se assentar em o throno de
comprehenda-o. sua gloria, tambem vósoutros vos as­
13 Entâo lhe trouxerâo alguns me­ sentareis sobre doze thronos, para jul­
ninos. paraque puzesse as mâos so­ gar as doze tribus de Israel.
bre elles, e orasse; e os discipulos os 29 E qualquer que houver deixado
reprehendiâo. casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai,
14 Mas Jesus disse: Deixai os me­ ou m&i, ou mulher, ou filhos, ou tenas
ninos, e nâo os impedi de vir a mim; por amor de meu nome, cem vezes
porque dos taes he o reino dos ceos. tanto receberá, e a vida eterna her­
15 E havendo posto sobre elles as dará.
mâos, partio dali. 30 Porém muitos primeiros seito
16 E eis que chegando-se a elle hum? derradeiros; e muitos derradeiros, pn-
disse-lhe: Mestre bom, que bem farei meiros.
para haver a vida eterna?
17 E elle lhe disse: Porque me cha­ CAPITULO XX.
mas bom? ninguém ha bom, senâo
hum, convem a saber Deos. Porém ORQUE semelhante he o rei»
se queres entrar na vida, guarda os
mandamentos.
P dos ceos a hum homem pai <k
familia, que sahio de madrugadii
18 Disse-lhe elle; Quaes? e Jesus alugar traoalhadores para sua vinte
disse,estes;Nâo matarás, nâo adulter­ 2 E concertando-se com os traba­
arás, nâo furtarás, nâo darás falso tes­ lhadores por hum dinheiro ao dá,
temunho. mandou-os à sua vinha.
19 Honra a teu pai, e a tua m&i: 3 E sahindo perto da hora terceira,
e amarás a teu proximo como a ti vio outros, que estav&o na praça oci­
mesmo. osos,
20 Disse-lhe o mancebo: Tudo isto 4 E disse-lhes: Ide vósoutros tam­
guardei desde minha mocidade; que bem à vinha, e dar-vos-hei o qne fe
me falta ainda ? justo. E for&o.
21 Disse-lhe Jesus; Se queres ser 5 Sahindo outra vez perto da itftt
perfeito, vai, vende o que tens, e dá- sexta e nona, fez o mesmo.
o aos pobres, e terás hum thesouro 6 E sahindo perto da hora undecinu,
no ceo; e vem, segue-me. achou outros que estav&o ociosos, (
22 E ouvindo o mancebo esta palav­ disse-lhes: Porque estais aqui todoo
ra, se foi triste; porque tinha, muitas dia ociosos?
possessoens. 7 Disser&o-lhe elles: Porque nin­
23 E disse Jesus a seus discipulos: guém nos alugou. Disse-lhes elle-
Em verdade vos digo, que dtfficil- Ide vósoutros tambem á vinha, e re­
mente entrará o rico no reino dos ceos. cebereis o que for justo.
24 E outra vez vos digo, que mais 8 E vinda jâ a tarde, disse o Se­
facil he passar hum camelo pelo fundo nhor da vinha a seu mordomo: chaim
de huma agulha, do que entrar o rico aos trabalhadores, e paga-lhes o jo';
no reino de Deos. nal, começando aos derradeiros até
25 O que ouvindo seus discipulos, os primeiros.
espantarâo-se muito, dizendo: Quem 9 E vindo os de perto da hora un­
se póde logo salvar ? décima, recebêr&o cada hum hum
26 E olhando Jesus para elles} dis­ dinheiro.
se-lhes: Aos homens impossivel he 10 E vindo os primeiro^ cuidarto
isto; mas a Deos tudo he possivel. que havi&o de receber mais; e tam­
27 Entáo respondendo Pedro, disse- bem elles recebêr&o cada hum hum
lhe: Vès aqui tudo deixámos, e te dinheiro.
seguimos; que haveremos logo ? H E tomando-o murmuraváo contr*
28 E Jesus lhes disse: Em verdade o pai de familia.
vos digo, que vós que me seguistes 12 D izen d o: E stes derradeiros tra-
na regeneração, quando o Filho do balhár&o huma so hora, e os igualaste

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8, MATTHEUS, XXI. 25
comnosco, que levamos a carga e a 26 Mas entre vósoutros n&o serâ as­
c a lm a do dia. sim ; mas qualquer que entre vósou­
13 Porém respondendo elle, disse tros sê quizer fazer grande, seja vos­
a hum delles: Amigo, n&o te faço so ministro.
aggravo; n&o te concertaste tu comigo 27 E qualquer que entre vósoutros
p o r hum dinheiro ? quizer ser o primeiro, seja vosso servo.
14 Toma o que he teu. e vai-te; eu 28 Como o Filho do homem n&o
quero dar a este derradeiro tanto co­ veio a ser servido, senâo a servir, e a
m o a ti. dar sua vida em resgate por muitos.
15 Ou n&o me he a mim licito fazer 29 E sahindo elles ae Jericho, seguio-
d o meu o que quizer í ou he teu olho o grande multidão.
mào, porque eu sou bom ? 30 E eis que dous cegos assentados
16 Assim serào os derradeiros primei­ junto ao caminho, ouvindo que Jesus
ros ; e os primeiros derradeiros: por­ passava, clamarão, dizendo: Senhor,
que muitos sào chamados, porém pou­ filho de David, tem misericordia de
cos escolhidos. nós.
17 E subindo Jesus a Jerusalem, to­ 31 E a multidão os reprehendia, pa­
mou comsigo aos doze discipulos à ra que se calassem: mas elles cla­
parte no caminho, e disse-lhes: ma vâo tanto mais, dizendo: Senhor,
18 Vêdes aqui subimos a Jerusalem, filho de David, tem misericordia de
e o Filho do homem serà entregue aos nós.
princípes dos sacerdotes, e aos es­ 32 E Darando Jesus, chamou-os, e
cribas, e condemna-lo-h&o à morte. disse: Que quereis que vos faça ?
19 E o entregar&o às Gentes, para 33 Disserâo-lhe elles: Senhor, que
qne delle escameç&o, e o açoutem, nossos olhos sejáo abertos.
e crucifiquem: e ao terceiro dia re- 34 E movendo-se Jesus à intima com­
surgirà. paixão delles, tocou-lhes os olhos: e
20 Ent&o se chegou a elle a mãi dos logo seus olhos virâo, e o seguírão.
filhos de Zebedeo, com seus filhos, ad­
orando-o, e pedindo-lhe alguma cousa. CAPITULO XXI.
21 E elle lhe disse: Que queres?
disse-lhe ella: Dize que estes meus COMO chegar&o perto de Jeru­
dous filhos se assentem, hum à tua
máo direita, e outro à tua esquerda em
E salem. e viérâo a Bethphage,
ao monte aas Oliveiras; ent&o man­
teu reino. dou Jesus dous discipulos, dizendo-
22 Porém respondendo Jesus, disse: lhes:
N&o sabeis o que pedis; podeis vôs 2 Ide à aldêa que de fronte de vós
beber o cópo que eu hei de beber; está, e logo achareis huma burra liada,
e ser baptizados com o baptismo com e hum poldro com ella; desliai-a, e
que eu sou baptizado] aissérào-lhe trazei-mos.
elles: Podemos. 3 E se alguem vos disser alguma cou­
23 E disse-lhes elle: Em verdade sa. direis: Que o Senhor os ha mister,
que meu copo bebereis, e com o bap­ e logo os enviará.
tismo com que eu sou oaptizado, se­ 4 Ora tudo isto aconteceo, para que
reis baptizados; mas assentar-se à se cumprisse o que foi dito pelo Pro­
minha máo direita, e á minha esquer­ pheta, que disse:
da, n&o he meu da-lo, senâo aos que õ Dizei à filha de Sião: Vès aqui
de meu pai està aparelhado. teu rei te vem manso, e assentado
24 E como os dez ouvir&o tsto} in- sobre huma burra, e hum poldro, filho
dignârâo-se contra os dous irmàos. de burra de jugo.
25 Entâo, chamando-os Jesus a si, 6 E indo os discipulos, e fazendo
disse: Bem sabeis, que os príncipes como Jesus lhes mandára;
das gentes se ensennoreâo soDre ellas, 7 Trouxerâo a burra e o poldro, e
e os grandes us&o sobre ellas de po­ pozerào sobre elles seus vestidos, e o
testade, fizerâo assentar sobra elles,

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26 S. MATTHEUS, XXt.
• 8 E muitíssima gente estendia se­ este monte disserdes lAlça-te^knfa-
us vestidos pelo caminho, e outros te no m ar; far-seha.
cortatavào ramos das arvores, e os es­ 22 E tudo o aue na oraç&o pedirdes,
palhavâo pelo caminho. crendo, o recebereis.
9 E a multidão que ia diante, e a 23 E como veio ao Templo, che­
que seguia, clamavâo, dizendo: Ho- ga r&o a elle, estando jà ensinando, os
sanna ao filho de David; bemdito o príncipes dos sacerdotes, e os ancita
que vem em o nome do Senhor; do povo, dizendo: Com qne autori­
Hosanna em as alturas. dade fazes isto ? e quem te deo estt
10 E entrando elle em Jerusalem, autoridade ?
toda a cidade se alvoroçou, dizendo: 24 E respondendo Jesus, disse-lha
Quem he este? tambem eu vos perguntarei huma p*
11 E a multid&o dizia: Este he lavra; a qual se ma disserdes^ tambem
Jesus, o Propheta de Nazareth de eu vos direi, com que autoridade i*c
Galilea. faço.
12 E entrou Jesus no Templo de 25 O baptismo de Jo&o donde en-
Deos, e lançou fora a todos os que do ceo, on dos homens? e pensaw
vendiâo e comprav&o no Templo, e em si mesmos, dúsendo: Se diwe?*
transtornou as mesas dos cambiaaores, mos, Do oeo, dir-nos-ha: Porque p®
e as cadeiras dos que vendiâo pom­ o n&o crestes ?
bas. 26 E se dissermos, Dos homens, te­
13 E disse-lhes: Escrito està; Min­ memos ao povo: Porque todos tem
ha casa, casa de oraç&o será chamada; a Jo&o por propheta.
mas vósoutros a tendes feito cova de 27 E respondendo a Jesus, disserão
salteadores. N&o sabemos. E elle lhes disse:
14 E viérão a elle cegos e coxos ao eu tao pouco vos direi com que autor­
Templo, e curou-os. idade faço isto.
15 Vendo ent&o os príncipes dos sa­ 28 Mas que vos parece ? Hum ho­
cerdotes e os escribas as maravilhas mem tinha dous nlhos; e chegai
que fazia, e os meninos clamando no ao primeiro, disse: Filho, vai faje*
Templo, e dizendo: Hosanna ao fil­ trabalhar à minha vinha.
ho de David; indignárfto-se. 29 Porém respondendo elle, àm
16 E disserâo-lhe: Ouves o cjue estes N&o quero; e depois, arrependido,
dizem ? e Jesus lhes disse: Sim; nun­ se foi.
ca lèstes: Da boca dos meninos, e 30 E chegando ao segundo, disse*
dos que mamâo, te aperfeiçoaste o lhe da mesma maneira: e responden­
loavor ? do elle, disse: Eu, senhor,ro i,enfc
17 E deixando-os^ sahio fóra da ci­ se foi.
dade para Bethania, e passou ali a 31 Qual dos dous fez a vontade ®
noite. ii? dizem-lhe elles; O primeitf
18 E pela manhâ tornando para a S iz-lhes Jesus: Em verdade vos digo,
que os publicanos e as r a m e i r a s se tos
cidade, teve fome.
19 E vendo huma figueira perto do v&o diante ao Teino de Deos.
caminho, veio a ella, e n&o achou 32 Porque veio a vósoutros Jo&o, por
nella senão folhas 6omente. E disse- via de justiça, e não o c re ste s ; mis
lhe: Nunca de ti mais nasça fruto os publicanos^ e as rameiras o cie-
para sempre. E logo a figueira sec­ r&o: porém vósoutros, vendo isto, nem
cou. depois vos arrependestes, para ocreT
20 E vendo os discipulos isto, mara- 33 Ouvi outra parabola. Houve htnn
vilhárào-se, dizendo: Como seccou homem pai de familia, o qual plan*
logo a figueira ? tou huma vinha, e cercou-a com fa­
21 Porem respondendo Jesus, disse- lado, e fundou nella hum lagar, e
lhes: Em verdade vos digo, que se edificou huma torre, e arrendou** a
tiverdes fé e n&o duvidares, n&o sò huns lavradores, e partio para fó»
isto fareis à figueira, mas se até a terra.

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S. MATTHEUS, XXII. tf
3 4 £ chegando o tempo dos frutos, vos dizendo: Dizei aos convidados:
m andou seus servos aos lavradores Vêdes aqui meu jantar tenho aparel­
p a r a receberem seus frutos. hado, meus bois e cevados jà estao
35 £ os lavradores tomando a seus mortos, e tudo está já preparado, vin­
servos, a hum ferír&o, e a outro ma­ de às vodas.
tarão , e a outro apedrejàr&o. 5 Porém elles nâo fazendo caso, se
36 Outra vez mandou outros servos, forão, hum a seu campo, e outro a
m a is que os primeiros, e fízer&o-lhes sua mercancia.
o mesmo. 6 E o u tro s to m a n d o a se u s, a fro n tà -
37 E por derradeiro lhes mandour&o-os, e m a tá r â o - 05.
se u filho, dizendo: Ter&o respeito a 7 E ouvindo o rei isto, indignou-se j
m e u filho. e mandando seus exercitos, destruio
38 Mas os lavradores vendo ao filho, aquelles homicidas, e pôz a fogo sua
disser&o entre si: este he o herdeiro, cidade.
vinde, mate-mo-lo, e tomemos sua 8 Ent&o disse a seus servos: Em ver­
herança. dade aparelhadas est&o as vodas, po­
39 E tomando, o lançàrâo fóra da rém n&o erão dignos os convidados.
vinha, e o matárâo. 9 Ide pois às sahidas dos cami­
40 Pois, quando vier o Senhor da nhos, e chamai ás vodas a tantos quan­
v inha. que fará àqueDes lavradores ? tos achardes.
41 Dizem-lhe elles: Aos màos má 10 E sahindo os servos pelos cami­
morte darà, e a vinha arrendará a ou­ nhos, ajuntárâo a todos quantos achá­
tros lavradores, que lhe dêm os frutos rão, assim máos como bons; e as vodas
a seus tempos. se enchèrâo de convidados.
42 Diz-lhes Jesus: Nunca lestes nas 11 E entrando o rei, a ver os con­
Escrituras: A pedra que os edifica­ vidados, vio ali hum homem que
dores rejeitàrãOf esta foi feita por nâo estavá vestido com vestido de
cabeça aa esquina ? pelo Senhor foi vodas.
feito isto, e he maravilhoso em nossos 12 E disse-lhe: Amigo, como en­
olhos. traste aqui, nâo tendo vestido de vo­
43 Portanto vos digo, <jue o reino de das ? e emmudeceo.
Deos se vos tirará a vósoutros, e se 13 Entâo disse o rei aos servido­
darà â gente que renda seus frutos. res : Amarrai-o de pés e de mâos, e
44 E quem cahir sobre esta pedra, tomai-o, e lançai-o nas trevas exteri­
seràqueorantado* e sobre quem ella ores: ali serà o pranto e o ranger
cahir, esmaga-lo-na. de dentes.
45 É ouvindo os príncipes dos sacer­ 14 Porque muitos sâo chamados, po­
dotes, e os Phariseos estas suas para­ rém poucos escolhidos.
bolas, entendèrâo que falava delles. 15 Entâo, idos os Phariseos, tiverâo
46 E procurando prende-lo, temerão conselho como o apanhariâo em al­
ao povo; porquanto o tinhão por Pro­ guma palavra.
pheta. 16 E enviarâo-lhe seus discipulos,
juntamente com os Herodianos, aizen-
do: Mestre, bem sabemos que és
CAPITULO xxn. verdadeiro, e com verdade ensinas o
RESPONDENDO Jesus, tomou- caminho de Deos, e de ninguém se te
Ezendo :
lhes a falar por parabolas, di­ dâ, porque não attentas para a appa-
rencia de homens.
2 Semelhante he o reino dos ceos 17 Dize-nos pois, que te parece ? he
a hum certo rei, que fez vodas a seu licito dar tributo a Cesar, ou nâo ?
filho. 18 Mas Jesus entendendo sua mali­
3 E mandou a seus servos, que cha­ cia, disse: Porque me tentais hypo-
massem aos convidados ás vodas, e critas ?
nâo quizerâo vir. 19 Mostrai-me a moeda do tributo,
4 Outra vez pow mandou outros ser­ E elles lhe trouxer&o hum dinheiro,

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1 » S. MATTHEUS, xxm .
20 E elle lhes disse: Cuja he esta 39 E o segundo, kt semelhante a
imagem, e esta inscripçâo í este: Amarás a teu proximo como &
21 Dizem-lhe elles; De Cesar. En­ ti mesmo.
t&o lhes disse elle: Dai pois a Cesar 40 Destes dous mandamentos depen­
o que he de Cesar, e a Deos o que he de toda a Lei, e os Prophetas.
de Deos. 41 E congregados os Phariseos, Je­
22 E ouvindo elles isto, rnaravilhá- sus lhes perguntou,
r&o-se, e deixando-o, se for&o. 42 Dizendo: Que vos parece <k
23 Aquelle mesmo dia chegàr&oa Christo ? cujo filho he ? elles lhe d»
elle os Sadduceos, que dizem n&o ha­ ser&o: De David.
ver resurreiçâo; e perguntárâo-lhe, 43 Disse-lhes elle : Pois como Davü
24 Dizendo: Mestre, Moyses disse: em espirito o chama Senhor, dizendo
se algum morrer, nào tendo filhos, ca- 44 Disse o Senhor a meu Senhor
sar-se-ha seu irmâo com sua mulher, Assenta-te à minha mào direita, afc
e levantará semente a seu irmâo. que ponha a teus inimigos por esc*
25 Houve pois entre nòsoutros sete bello de teus pés.
irm&os, e casando-se o primeiro, mor­ 45 Pois se David o chama Senbfô
reo ; e n&o tendo semente, deixou sua como he seu filho ?
mulher a seu irm&o. 46 E ninguém lhe podia responda
26 Da mesma maneira tambem o palavra; nem ousou ninguém desk
segundo, e o terceiro, até os sete. aquelle dia a mais lhe perguntar.
27 Por derradeiro depois de todos
morreo tambem a mulher. c a p itu lo xxm .
28 Na resurreiç&o pois, cuja dos sete
serà a mulher í porque todos a tive- NTAO Jesus falou â multidão, ea
iâo. E seus discipulos,
29 Porém respondendo Jesus, disse- 2 Dizendo: Sobre a cadeira de Moy­
lhes : Errais, n&o sabendo as escritu­ ses se assentâo os Escribas e Pior?
ras, nem a potência de Deos. seos.
. 30 Porque na resurreiç&o, nem se 3 Assim aue tudo o que vos disserem
cas&o, nem se d&o em casamento; que guardeis, guardai-o, e fazen
mas s&o como os anjos de Deos no mas n&o façais segundo suas obra*
ceo. porque dizem e nâo fazem.
31 E ácerca da resurreiçáo dos mor­ 4 Porque liào cargas pezadas, e diS-
tos, n&o tendes lido o que Deos vos ceis de levar, e as põem sobre os hoc-
tem falado, que diz: bros dos homens; porém elles nen:
32 Eu sou o Deos de Abraham, e o ainda com seu dedo as querem mover
Deos de Isaac, e o Deos de Jacob 1 5 E todas suas obras fazem, paia »•
Deos nào he Deos dos mortos, mas dos rem vistos dos homens; porque abi*
viventes. gâo suas phylacterias, e estendem a
33 E ouvindo isto as turbas, pasmavâo bordas de seus vestidos.
de sua doutrina. 6 E am&o os primeiros assentos na*
34 E ouvindo os Phariseos, que havia ceas, e as primeiras cadeiras nas Sy­
tapado a boca aos Sadduceos, ajuntá- nagogas.
râo-se á huma. 7 E as saudações nas praças, e tf-
35 E perguntou hum delles, doutor rem chamados dos homens, Rabbi,
da lei, tentando-o. e dizendo: Rabbi.
36 Mestre, qual he o mandamento 8 Mas vósoutros nâo vos chameis
grande na Lei í Rabbi; porque hum he v o s s o Mestre,
37 E Jesus lhe disse: Amarás ao a saber o Christo: e todos vósontros
Senhor teu Deos com todo teu coraç&o, sois irmãos.
e com toda tua alma, e com todo teu 9 E n&o chameis a ninguém na terra
entendimento. vosso Pai; porque hum ne vosso
38 Este he o primeiro e grande man­ a saber o que está nos ceos.
damento, 10 Nem vos chameis Mestres; por*

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S. MATTHEUS, XXIIL. 29
o h u m h e vosèo Mestre, a saber o 25 Ai de vósoutros Escribas d Pha­
x isto. riseos, hypocritas: porque alimpais o
L P o ré m o maior de vósoutros Beja exterior do copo, ou do prato; mas de
sso servidor. dentro estâo cheios de roubo e intem­
2 E o q u e a si mesmo se levantar, perança.
r á h u m ilh ad o ; e o que a si mesmo se 26 Phariseo cego, alimpa primeiro o
m ilh a r, será levantado. que está de dentro do copo, e do prato,
3 M a s ai de vósoutros Escribas e para que tambem o exterior delles
íariseo s, hypocritas; porque cerrais fique limpo.
rein o dos ceos diante dos homens; 27 Ai de vósoutros Escribas e Pha­
ir quanto nem vósoutros entrais, nem riseos, hypocritas: porque sois seme­
>s q u e entrâo deixais entrar. lhantes aos sepulcros caiados, que
14 Ai de vósoutros Escribas e Pha- de fóra em verdade parecem formo­
seos, hypocritas; porque comeis as sos, mas de dentro estào cheios de os­
asas das viuvas, e isso com pretexto sos de mortos, e de toda immundicia.
e larga oração; por isso recebereis 28 Assim tambem vósoutros, de fóra
tais grave juizo. em verdade pareceis justos aos ho­
15 Ai de vósoutros Escribas e Pha- mens, porém de dentro estais cheios
iseos, hypocritas: porque rodeais o de hypocrisia e iniquidade.
nar, e a terra, por fazerdes hum prose- 29 Ai de vósoutros Escribas e Pha­
y to ; e quando já he feito, o fazeis riseos, hypocritas; porque edificais os
ilho do inferno, em dobro mais que a sepulcros dos Prophetas, e adornais
rÓBoutros. os monumentos dos justos:
16 Ai de vósoutros guias cegas, que 30 E dizeis: se fôramos em os dias
liz e is: Qualquer que jurar pelo Tem­ de nossos pais, nunca com elles houvé­
plo, não he nada; mas qualquer que ramos communicado no sangue dos
jurar pelo ouro do Templo, he deve­ Prophetas.
dor. 31 Assim contra vòs memos testifi­
17 Loucos e cegos; porque qual he cais, que sois filhos daquelles que ma­
maior, o ouro. ou o Templo, que san­ tarão aos Prophetas.
tifica ao ouro i 32 Enchei pois vós tambem a medida
18 Item: Qualquer que jurar pelo de vossos pais.
Altar, não he nada; mas qualquer 33 Serpentes, raça de viboras, como
que jurar pelo presente que está sobre escapareis da condemnaçâo do in­
elle, he devedor. ferno ?
19 Loucos e cegos; porque qual he 34 Portanto vêdes aqui vos mando
maior, o presente, ou o Altar, que Prophetas, e Sabios, e Escribas; e
6antifica ao presente ? delles a huns matareis, e crucificareis,
20 Por tanto o que jurar pelo Altar, e delles a outros açoutareis em vossas
jura por elle, e por tudo o que sobre Synagogas, e perseguireis de cidade
elle está. em cidade.
21 E o que jurar pelo Templo, jura 35 Para que venha sobre vósoutros
por elle, e pelo que nelle habita. todo o sangue justo, que foi derrama­
22 E o que jurar pelo Ceo, jura pelo do sobre a terra; desde o sangue de
Throno de Deos, e pelo que sobre elle Abel o justo, ate o sangue de Zacha­
e6tà assentado. rias, filho de Barachias, ao qual ma­
23 Ai de vósoutros Escribas e Pha­ tastes entre o Templo e o Altar.
riseos, hypocritas: porque dizimais a 36 Em verdade vos digo, que tudo
ortelà, e o endro, e o cominho, e deix­ isto virà sobre esta geraçião.
ais o mais grave da Lei, a saber o 37 Jerusalem, Jerusalem, que matas
juizo, e a misericordia, e a fé : isto aos Prophetas, e apedrejas aos que
era necessário fazer, e nâo deixar o te sâo enviados; quantas vezes quiz
outro. eu ajuntar teus filhos, como a gali­
24 Guias cegas, que coais o mosquito nha ajunta seus pintos debaixo de
e engolis o camelo. suas azas; e nâo quizestes.

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90 & MATTHEÜS, XXIV.
38 Vêdes aqui vossa casa ao vos nho a todas as gcntss, eebtto v»4
deixa deserta. o fim.
39 Porque eu vos digo, que desde 16 Portanto quando virdes a abomi­
agora mais me nâo vereis, até que di­ nação do assolamento, de que foi dito
gais : bemdito aquelle que veih em o por Daniel o Propheta, que está no lu­
nome do Senhor. gar santo, (quem lè, advirta.)
16 Entâo os que estiverem em Ju­
CAPITULO XXIV. dea, fujâo para os montes.
17 O que estiver sobre o telhado,
SAHINDO Jesus do Templo, se nâo desça a tomar alguma oousa de
E foi: e chegarâo-se a elle seus
discipulos, para lhe mostrarem os edi­
sua casa.
18 E o que estiver no campo, nfe
fícios do Templo. torne atras a tomar seus vestidos.
2 E disse-lhes Jesus: Nâo vêdes tu­ 19 Mas ai das prenhes, e das qoe
do isto ? em verdade vos digo, que nâo criarem naquelles dias.
serà deixada aqui pedra sobre pedra, 20 Orai porém, que vossa fugida nào
que nâo seja derribada. aconteça em inverno, nem em Sab­
3 E assentando-se no monte das Oli­ bado.
veiras, chegarâo-se a elle os discipu­ 21 Porque haverá entâo gTande aí-
los á parte, dizendo: Dize-nos, quan­ flicçâo, qual nunca houve desde o
do serâo estas cousas, e que sinal principio do mundo até agora, ues
haverá de tua vinda, e da consum- tâo pouco haverá.
maçâo do mundo ? 22 E se aquelles dias nâo fossos
4 E respondendo Jesus, disse-lhes: abreviados, nenhuma came se salva­
Olhai que ninguém vos engane. ria : mas por causa dos escolhidos, se­
5 Porque virâo muitos em meu nome, râo abreviados aquelles dias.
dizendo: Eu sou o Christo, e a muitos 23 Entâo se alguem vos disser: Eis
enganarão. aqui está o Christo, ou ali, não ocreae
6 E ouvireis de guerras, e de rumores 24 Poraue se levantarão falsos Chris-
de guerras: olhai que nâo vos espan­ tos, e falsos Prophetas; e tâo grandes
teis; porque he necessário, que tudo sinaes e prodígios farâo, que se pos­
isto aconteça: mas ainda nâo he o sível fóra, até aos escolhidos engana*
fim. riâo.
7 Porque se levantará gente contra 25 Vêdes aqui vo-lo tenho dito
gente, e reino contra reino; e haverá d’antes.
Fornes, e pestilencias, e terremotos em 26 Assim que se vos disserem: eflo
diversos lugares. aqui está no deserto, nâo saiais ; eü»
8 Mas todas estas cousas sáo somente aqui em as camaras, nâo o creais.
principio de dores. 27 Porque como o relampago, que
9 Entâo vos entregarão, para serdes sahe do Oriente, e apparece até ode-
aíHigidos. e matar-vos-hâo; e sereis cidente, assim será tambem a vinda
aborreciaos de todas as gentes, por do Filho do homem.
causa de meu nome. 28 Porque aonde quer que estiver o
10 E muitos entâo serâo escanda­ corpo m o rto , ali se ajuntarão as aguiaí.
lizados ; e entregar-se-hâo huns aos 29 E logo depois da afflicçâo da­
outros, e huns aos outros se aborre­ quelles dias, o sol se escurecerá, e a
cerão. lua nâo dará seu resplandor. e as es-
11 E muitos falsos prophetas se le­ trellas cahirâo do ceo, e as forças dos
vantarão, e a muitos enganarão : ceos se commoverâo.
12 E por se multiplicar a iniquidade, 30 Entâo apparecerá no ceo o sinal
a caridade de muitos se esfriará? do Filho do homem; e entâo todas as
13 Mas o que perseverar até o fim, tribus da terra lamentarão, e verão ao
esse será sal to . Filho do homem, que vem sobre as
14 E prégar-se-ha este Evangelho do nuvens do ceo, com grande potenc»
Reino em todo o mundo, em testemu­ e gloria.

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S. MATTHEUS, XXV. 31
31 JL mandará a seva anjos com 47 Em verdade vos digo, que sobre
g ra n d e voz de trombeta, e ajuntarão to d o s s e u s bens o p o r á .
a s e u s escolhidos desde os quatro ven­ 48 Porém se aquelle máo servo dis­
to s, desde hum cabo dos ceos até o ser em seu coração; meu Senhor tar­
outro. da em v ir;
32 £ da figueira aprendei a compa­ 49 E começar a espancar seus con-
ra ç ã o ; quando já seus ramos se en­ servos, e a comer, e a beber com os
v erdecem , e as folhas brotâo, sabeis borrachos:
q u e jà o verão está perto. 50 Virà o Senhor daquelle servo, ao
33 Assim tambem vósoutros, quando dia que nâo espera, e à hora que
v ird e s todas estas cousas, sabei que não sabe.
já. està perto às portas. 51 E separa-lo-ha, e porá sua parte
34 Em verdade vos digo, que nâo com os hypocritas: ali serà o pranto,
p assará esta geração, ate que todas e o ranger de dentes.
e sta s cousas nâo aconteçâo.
35 O ceo e a terra passarão, mas CAPITULO XXV.
m inhas palavras em maneira nenhu­
m a passarão. NTAO o reino dos ceos será sem­
E
36 Porém daquelle dia e hora, nin­ elhante a dez virgens, que to­
guém o sabe, nem os anjos do ceo, mando suas lampadas, sahirão ao en­
senâo só meu Pai. contro ao esposo.
37 E como forão os dias de Noé, as­ 2 E cinco delias erão prudentes, e
sim serà tambem a vinda do Filho do cinco parvas.
homem. 3 As que erão parvas, tomando suas
38 Porque como em os dias antes do lampadas, nâo tomarão azeite com­
dünvio audavâo comendo, e bebendo; sigo.
casando, e dando em casamento, ate 4 Mas as p r u d e n te B to m a r ã o a z e i t e
o dia que Noé entrou na arca; e m se u s v aso s, c o m su a s la m p a d a s .
39 E nâo o conhecèrâo, até que veio 5 E tardando o Esposo, toscaneja­
o diluvio, e os levou a todos: assim rão todas, e adormecérâo.
serà tambem a vinda do Filho do 6 E á meia noite se fez hum cla­
homem. mor, que dizia: Eisaqui vem o esposo,
40 Entâo estarão dous no campo,, sahi-lne ao encontro.
hum serà tomado, e outro serà dei­ 7 Entâo todas aquellas virgens se le­
xado. vantarão, e aparelharão suas lam­
41 Duas estarão moendo a hum moi­ padas.
nho, huma será tomada, e outra serà 8 E as parvas disserão às pruden­
deixada. tes : dai-nos do vosso azeite, porque as
42 Vigiai pois, porque nâo sabeis a nossas lampadas se apagâo.
que hora ha de vir vosso Senhor. 9 Mas as prudentes respondêrâo, di­
43 Porém isto sabei, que se o pai zendo : em maneita nenhuma, para que
de familia soubesse, a que vela da por ventura nâo nos falte a nos nem a
noite o ladrão havia ae vir, vigiaria, e vós; ide antes aos que o vendem, e
nâo deixaria minar sua casa. comprai para vósoutras.
44 Portanto tambem vósoutros es­ 10 E idas ellas a comprar, veio o
tai apercebidos^ porque o Filho do Esposo; e as que estavâo aparelhadas,
homem ha de vir à hora que nâo cui­ entrárâo com elle ás vodas, e fe-
dais. chou-se a porta.
45 Quem pois he o servo fiel e pru­ 11 E depois viérâo tambem as ou­
dente, ao qual seu Senhor pôz sobre tras virgens, dizendo: Senhor, Se­
seus servidores, para lhes dar sustento nhor, abre-nos.
a seu tempo í 12 E respondendo elle, disse: Em
46 Bemaventurado aquelle servo, ao verdade vos digo, que nâo vos con-
pal, auando seu Senhor vier, o achar heco.
? azenuo assim* 13 Vigiai pois porque não sabeis o

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S. MATTHEUS, XXV.
dia, nem a hora, em que o Filho do 28 Tirai-lhe pois o talento, e dai-o &o
homem ha de vir. que tem os dez talentos.
14 Porque he como hum homem, 29 Porque a qualquer que tiver, ser-
que partindo para fóra da terra, cha­ lhe-ha dado, e terà em abundancia;
mou a seus servos, entregoulhes seus porém ao que n&o tiver, até o que
bens. tem lhe serà tirado.
15 E a hum deo cinco talentos, e a 30 E ao servo inútil, lançai-o nastre*
outro dous, e ao terceiro hum, a cada vas exteriores: ali serà o pranto, e o
hum conforme a sua faculdade, e par­ ranger de dentes.
tio logo para longe. 31 E quando o Filho do homem vier
16 E partido elle, o que tinha recebi­ em sua gloria, e todos os santos anjos
do cinco talentos, negociou com elles, com elle, ent&o se assentará sobre o
e grangeou outros cinco talentos. throno de sua gloria.
17 Semelhantemente tambem, o que 32 E ser&o ajuntadas diante deBe
tinha recebido dous, grangeou tam­ todas as gentes, e aparta-los-ha hum
bem outros dous. dos outros, como aparta o pastor as
18 Mas o que tinha recebido hum, ovelhas dos cabroens.
foi. e enterrou-o no ch&o, e escondeo 33 E porá as ovelhas à sua máo dí*
o ainheiro de seu Senhor. reita, porém os cabroens à sua es­
19 E depois de muito tempo veio o querda.
Senhor daquelles servos, e fez contas 34 Ent&o dirá o rei aos que estivem
com elles. àsua máo direita: vinde bemditosde
20 E chegando o que tinha recebido meu Pai, possui por herança o reino,
cinco talentos, trouxe-lhe outros cin­ ue vos estâ aparelhado desde a fim-
co talentos, dizendo: Senhor, cinco 3 açâó do munao.
35 Porque tive fome, e déstes-mede
talentos me entregaste, eisaqui outros
cinco talentos tenho grangeado com comer; tive sêde, e déstes-me de be­
elles. ber j fui estrangeiro, e recolhestes-me :
21 E seu Senhor lhe disse : Bem es­ 36 Nu, e vestistes-me; enfermei, ®
tá, bom servo e fiel: sobre pouco fos­ visitastes-me; estive na prisão, e vi­
te fiel, sobre muito te porei; entra estes a mim.
em o gozo de teu Senhor. 37 Ent&o os justos lhe respondei ,
22 E chegando tambem o que tinha dizendo: Senhor, quando te vimos fa­
recebido dous talentos, disse: Senhor^ minto, e te sustentámos; ou sedento,
dous talentos me entregaste, eisaqui e te démos de beber ?
outros dous talentos tenho grangeado 38 E quando te vimos estrangeiro, t
com elles. te recolnemos; ou nu, e te vestimos?
23 Seu Senhor lhe disse: Bem estâ, 39 E quando te vimos enfermo, oo
bom servo e fiel: sobre pouco foste na pris&o, e viémos a ti ?
fiel, sobre muito te porei; entra em 40 E respondendo o rei, dir-lhes-íia'
o gozo de teu Senhor. em verdade vos digo, que em quanto
24 Porém chegando tambem o que o fizestes a hum destes de meus me*
tinha recebido hum talento, disse : ninos irmàos, a mim o fizestes.
Senhor, eu te conhecia, que es nomem 41 Ent&o dirà tambem aos qne esti­
duro, que ségas aonde nao semeaste, verem â máo esquerda; apartai-rofi
e apanlias aonde nao derramaste : de mim, malditos^ ao fogo eterno,apa­
25 E atemorizado, fui, e escondi teu relhado para o Diabo e seus Anjos.
talento na terra; ves aqui tens o teu. 42 Porque tive fome, e náo me dés*
26 Porém respondendo seu Senhor, tes de comer; tive sêde, e nâo me
disse-lhe: Servo maligno e negligente, déstes de beber. i
sabias que ségo aonde n&o semeei, e 43 Fui estrangeiro, e n&o me recol-
apanho onde n&o derramei. hestes; nu, e n&o me vestistes; enfer­
27 Portanto te convinha dar meu mo, e na pris&o, e nâo me visitastes.
dinheiro aos cambiadores, e vindo eu, 44 Ent&o tambem elles lhe res*
receberia o meu com usura. pouder&o, dizendo: Senhor, quando

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S . MATTHEUS, XXVI. 33
5 v im o s faminto, ou sedento, ou es- 15 E disse: Que me quereis dar, e
ra n g e iro , ou nu, ou enfermo, ou na eu vo-lo entregarei ? e elles lhe assi-
►risào, e nâo te servimos ? nalárâo trinta moedas de prata.
4 5 E n tã o lhes responderá, dizendo: 16 E desde entáo buscava opportu-
£m v erd ad e vos digo, que em quanto nidade, para o entregar.
t h u m destes meninos o nâo fizestes, 17 E ao primeiro dia da festa dos
ie m a m im o fizestes. pães asmos, vierão os discipulos a Je­
46 E irfto estes ao tormento eterno, sus, dizenao-lhe: Aonde queres que
jo ré m os justos à vida eterna. te aparelhemos para comer a Pas
coaf
CAPITULO XXVI. 18 E elle disse: Ide á cidade a hum
tal, e dizei-lhe: o Mestre diz: meu
ACONTECEO, que como Jesus tempo está perto; comtigo farei a
E tinha acabado todas estas pala­
vras, disse a seus discipulos:
Pascoa juntamente com meus disci­
pulos.
2 Bem sabeis, que daqui a dous di­ 19 E os discipulos fizerão como Je
a s he a Pascoa, e o Filho do homem sus lhes mandára, e aparelharão a Pas­
se rá entregue, para ser crucificado. coa.
3 Entào os principes dos sacerdotes, 20 E vinda a tarde, assentou-se á me­
e os escribas, e os anciãos do povo sa com os doze.
se ajuntáráo na sala do summo pon­ 21 E comendo elles, disse: Em ver­
tifice, o qual se chamava Caiphas. dade vos digo, que hum de vósoutros
4 E consultárào juntamente, para me ha de trahir.
prenderem a Jesus por engano, e o 22 E entristecendo-se elles em gran­
matarem. de maneira, começou cada hum del­
5 Porém dizião: nâo na Festa, por­ les a dizer-lhe : Por ventura sou eu,
que se nâo faça alvoroço entre o povo. Senhor ?
6 E estando Jesus em Bethania, em 23 E respondendo elle, disse: O que
casa de Simão o Leproso: comigo mete a máo no prato, esse me
7 Veio a elle huma mulher com hum ha de trahir.
vaso de alabastro, de uníjuento de 24 Em verdade o Filho do homem
grande preço, e derramou-lho sobre a vai, como delle está escrito r mas ai
cabeça, estando elle assentado á mesa. daauelle homem, por quem o Filho
8 E vendo-o seus discipulos, indigna- do homem he trahido; bom lhe fôra
râo-se, dizendo: De que serve este ao tal homem, se nâo houvera nascido.
desperdício ? 25 E responaendo Judas, o que o tra-
9 Porque este unmiento se podia ven­ hia, disse: Por ventura sou eu, Rabbi ?
der por muito, e dar-se o dinheiro aos elle lhe disse: Tu o disseste.
pobres. 26 E comendo elles, tomou Jesus o
10 Porém entendendo-o Jesus, disse- páo, e bemdizendo o partio, e o deo
lhes: Porque molestais a esta mu­ aos discipulos, e disse: Tomai, comei,
lher? pois me fez huma boa obra. isto he o meu corpo.
11 Porque aos pobres, sempre com­ 27 E tomando o copo, e dando gra­
vosco os tendes; porém a mim me nâo ças, deo-lho, dizenao: Bebei delle
tendes sempre. todos.
12 Porque derramando ella este un­ 28 Porque isto he o meu sangue, o
guento sobre meu corpo, para prepar­ sangue do novo Testamento, o qual
ação de meu enterramento o fez. por muitos he derramado, para remis­
13 Em verdade vos d iço, que aonde são dos peccados.
quer que este Evangelho em todo o 29 E digo-vos, que desde agora náo
mundo for prégado, tambem o que es­ beberei mais deste fruto de vide, até
ta fez será dito para sua memória. aquelle dia, quando comvosco o be­
14 Entâo hum dos doze, chamado ber novo em o reino de meu Pai.
Judas Iscariota, se foi aos principes 30 E havendo cantado o hymno, sahi
dos sacerdotes; ráo ao monte das Oliveiras.
39*

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34 S. MATTHEUS* XXVI.
31 Entâo Jesus lhes disse: Todos vós­ Filho do homem he entregue emmi-
outros vos escandalizareis em mim os dos peccadores.
esta noite ; porque está escrito: feri­ 40 Levantai-vos, vamo-nos, vèdes
rei ao pastor, e as ovelhas do reban­ aqui chegado he o que me trahe.
ho serâo derramadas. 47 E falando elle ainda, eis que vem
32 Mas depois de eu haver resusci- Judas, hum dos doze, e com elle huma
tado, irei diante de vósoutros a Gali­ grande multidão, com espadas e ba-
lea. toens, da parte dos principes dos sa­
33 Porém respondendo Pedro, disse- cerdotes, e dos anciãos do povo.
lhe : Ainda que todos em ti se escan­ 48 E o que o trahia, lhes tinha dade
dalizem, eu nunca me escandalizarei. sinal,dizendo: Ao que eu beijar, ease
34 Disse-lhe Jesus: Em verdade te he, prendei-o.
digo, que nesta mesma noite, antes 49 E logo chegando a Jesus, disse
que o gallo cante, me negarás tres Hajas gozo, Rabbi; e a beijou.
vezes. 50 Porém Jesus lhe disse: Amigo, a
35 Disse-lhe Pedro: Ainda que com­ que vens? então chegarão, e lis-
tigo morrer me seja necessário, nâo çárâo mâo de Jesus, e o prenaèrào
te negarei. E todos os discipulos dis­ 51 E eis que hum dos que estavéom
serão o mesmo. Jesus, estendendo a mão, puxou vk
36 Entào veio Jesus com elles a hum sua espada, e ferindo ao servo do s u b *
lugar, chamado Gethsemane, e disse mo pontifice, cortou-lhe huma orelha
aos discipulos: assentai-vos aqui, até 52 Entáo Jesus lhe disse : Toma tua
que vá, e ali ore. espada a seu lugar: porque todos i*
37 E tomando comsigo a Pedro, e aos que tomarem espada, á espada pe­
dous íilhos de Zebedeo, começou-se a recerão.
entristecer, e a angustiar em grande 53 Ou cuidas tu, que nâo possa es
maneira. agora orar a meu Pai, e elle me dara
38 Então lhes disse : Minha alma mais de doze legioens de anjos?
estâ totalmente triste até a morte; 54 Como pois se cumpririão as Escri­
ficai-vos aqui, e vigiai comigo. turas, que dizem, que assim conrem
39 E indo hum pouco mais adiante, que se faça ?
prostrou-se sobre seu rosto, orando, e 55 Naquella mesma hora disse Jesitf
dizendo: Pai meu, se he possivel, â multidão: Como a salteador sa­
passe de mim este copo; porém, nâo histes com espadas e bastoens a mt'
como eu quero, mas como tu queres. prender: cada dia me assentava com-
40 E veio a seus discipulos, e achou- vosco, ensinando no Templo, e náo me
os dormindo, e disse a Pedro: Basta prendestes.
que nem huma hora comigo podestes 56 Mas tudo isto se fez, para que a<
vigiar ? Escrituras dos Prophetas se cumprio
41 Vigiai, e orai, para cjue não en­ Entâo todos os discipulos fugirão, deh
treis em tentação: o espirito em ver­ xando-o a elle.
dade està prestes, mas a carne he fraca. 57 Eos que prenderão a Jesus, otroo*
42 E tomando segunda vez, orou, di­ xerão a Caipnas, o summo pontifice,
zendo : Pai meu, se este copo nâo po­ aonde os escribas e os anciãos estarão
de passar de mim, sem que eu o beba, congregados.
faça-se a tua vontade. 58 E Pedro o seguia de longe, até á
43 E vindo a elles, achou-os outra vez sala do summo pontifice : e entrando
dormindo, porque seus olhos estavâo dentro, assentou-se com os criado*
carregados. para ver o fim.
44 E deixando-os, tornou, e orou ter­ 59 E os príncipes dos sacerdotes, e
ceira vez, dizendo as mesmas palav­ os anciãos, e todo o concilio, busca*
ras. vão algum falso testemunho contra Jf*
45 Então veio a seus discipulos, e sus, para o poderem matar, e não o
disse-lhes: Dormi já e descançai; achavão.
vèdes aqui chegada he a hora, e o 60 E ainda que muitas falsas teste-

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S. MATTHEUS, XXVH. 35
m a n h a s se apresentavâo, comtudo nào
o achavão. CAPITULO XXVH.
61 Mas por derradeiro viérâo duas VINDA a manhâ, juntamente to­
fa lsa s testemunhas, e disserão : Este
d isse ; eu posso derribar o Templo de
E marão conselho todos os princi­
pes dos sacerdotes, e anciãos do povo,
D eos, e edifica-lo em tres dias. contra Jesus, para o matarem.
62 E levantando-se o summo ponti­ 2 E o levarão amarrado, e o entre­
fice, disse-lhe: Nâo respondes nada ? garão a Poncio Pilatos, o presidente.
q u e te8tiíicào estes contra ti ? 3 Entào Judas, o que o havia trahi-
63 Porém Jesus calava. E respon­ do, vendo que já estava condemnado,
dendo o summo pontifice, disse-lhe: tornou, arrependido, as trinta moedas
esconjuro-te pelo Deos vivente, que de prata aos Principes dos Sacerdotes,
nos digas, se tu es o Christo, o Filho e aos Anciãos:
d e Deos i 4 Dizendo: pequei^ trahindo o san­
64 Jesus lhe disse: Tu o disseste. gue innocente. rorem elles d isserào:
Porém digo-vos, que desde agora ve­ que nos toca isso a nós? vê-o tu.
reis ao Filho do homem, assentado à 5 E lançando elle as moedas de pra­
máo direita da potência ae Deos, e vin­ ta no Templo, partio, e foi, e enfor­
do em as nuvens do ceo. cou-se.
65 Entâo o summo pontifice rasgou 6 E os Principes dos Sacerdotes, to­
seus vestidos, dizendo: Blasfemou, mando as moedas de prata, disserão:
que mais necessitamos de testemu­ náo he licito pó-las no cofre das offer-
nhas 1 vêdes aqui agora ouvistes sua tas, porquanto preço de sangue he.
blasfêmia. 7 E tomando conselho juntamente,
66 Que vos parece? e respondendo comprarão conT ellas o campo do
elles, disserão: Culpado he de morte. Oleiro, para sepultura dos estrangei­
67 Entâo lhe cuspirão no rosto, e lhe ros.
derâo punhadas. 8 Pelo que aquelle campo foi cha­
68 E outros lhe davâo bofetadas, mado campo de sangue, até o dia de
dizendo: J^rophetiza-nos, ô Christo, hoje.
quem he o que te ferio í 9 Entâo se cumprio o que foi dito
69 E Pedro estava assentado fóra na pelo Propheta Jeremias, que disse: e
sa la; e chegou-se a elle huma criada, tomárâo as trinta moedas de prata,
dizendo : tambem tu estavas com Je­ preço do apreçado pelos íilhos de
sus o Galileo. Israel, ao qual elles apreçárão.
70 Mas elle o negou diante de todos, 10 E as derào pelo campo do Oleiro,
dizendo: nâo sei o que dizes. segundo o que me mandou o Senhor.
71 E sahindo à anteporta, o vio outra, 11 E Jesus esteve diante do Presi­
e disse aos que ali estavâo: tambem dente, e o Presidente perguntou-lhe,
este estava com Jesus o Nazareno. dizendo: es tu o Rei aos Judeos í e
7*2 E negou-o outra vez com jura­ Jesus lhe disse : tu o dizes.
mento, dizendo: nào conheço a esss 12 E sendo accusado pelos Principes
homem. dos Sacerdotes e os Anciãos, nada
73 E dali a hum pouco, chegando respondeo.
os que ali estavâo, disserão a Pedro : 13 Pilatos entâo lhe disse: náo ou­
Verdadeiramente tambem tu es del­ ves quantas cousas testificâo contra ti í
les: porque tua fala te manifesta. 14 E nâo lhe respondeo nem huma
74 Entâo começou elle a amaldiçoar, só palavra, de maneira que o Presi­
e a jurar, dizendo: nâo conheço a esse dente se maravilhava muito.
homem. 15 E na festa costumava o Presi­
75 E logo o gallo cantou. E lembrou- dente soltar hum preso ao povo, qual­
se Pedro da palavra de Jesus, que lhe quer que quizessem.
disséra: Antes que o gallo cante, me 16 E tinhão entáo hum preso bem
negarás tres vezes. É sahindo para conhecido, chamado Barabbas.
fóra, chorou amaigosamente. 17 Juntos pois elles, disse-lhes Pilatos:

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36 S. MATTHEUS, XXVII.
qual quereis que vos solte %a Barab- 32 E sahindo, acharão a hum homem
bas, ou a Jesus, que he chamado Cyreneo, por nome Simão: a este con-
Christo? strangêráo a que levasse sua cruz.
18 Porque sabia que por inveja o 33 E chegando ao lugar chamado
entregâráo. Golgotha, que se diz o lugar da Ca­
] 9 E estando elle assentado no tri­ veira.
bunal, sua mulher enviou a elle, di­ 34 Derão-lhe a beber vinagre mistu­
zendo: náo tenhas que fazer com rado com fel; e provando-o, não o
aquelle justo; porque hoje padeci quiz beber.
muitas cousas em sonhos por amor 35 E havendo-o crucificado, reparti­
delle. rão seus vestidos, lançando sortes:
20 Mas os Principes dos Sacerdotes paraque se cumprisse o que foi dito
e os Anciãos persuadirão à multidão pelo propheta: repartiráo entre á
pedissem a Earabbas, e a Jesus meus vestidos, e sobre minha tunica
matassem. lançàrâo sortes.
21 E respondendo o Presidente, dis- 36 E assentando-se, o guardavãoali,
se-lhes: qual destes dous quereis que 37 E pozerão por cima de sua ca*
vos solte 1 e elles disserão: a Barab- beça sua causa escrita: ESTE Hl
bas, JESUSj O REI DOS JUDEOS.
22 Pilatos lhes disse: que pois farei 38 Então forão crucificados com
de Jesus, que he chamado Christo ? elle dous salteadores, hum à máo di­
disserão-lhe todos: seja crucificado. reita, e outro à esquerda.
23 Porém o Presidente disse: pois 39 E os que passavão, blasphema*
que mal tem feito ? e elles clamavão vão delle, meneiando suas cabeças;
mais, dizendo: seja «tucificado, 40 E dizendo: Tu, que derribas o
24 Vendo pois Pilatos que nada apro­ Templo, e em tres dias o reedificas,
veitava, antes se fazia mais alvoroço, salva-te a ti mesmo. Se es Filho de
tomando agua, lavou as mãos dian­ Deos, desce da cruz.
te da multidão, dizendo: estou inno- 41 É da mesma maneira tambem os
cente do sangue deste justo: vêde-o Principes dos Sacerdotes, com os Es­
vósoutros. cribas, e Anciãos^ e Phariséos, escar­
25 E respondendo todo o povo, disse: necendo delle diziâo:
seu sangue venha sobre nós, e sobre 42 A o u tr o s s a lv o u , a s i m e sm o nâo
nossos filhos. s e p o d e s a lv a r . Se he o Rei de Is­
26 Então soltou-lhes a Barabbas: rael, d e B ç a a g o r a d a c r u z , e crere­
porém havendo açoutado a Jesus, o en­ m o s n ê l l e .
tregou para ser crucificado. 43 Confiou em Deos, livre-o agora,
27 Entáo os soldados do Presidente, se bem lhe quer; porque disse; aw
levando a Jesus comsigo â audiên­ Filho de Deos.
cia, ajuntarão a elle toda a quadri­ 44 E o mesmo lhe lançarão tambem
lha. em rosto os salteadores, que com elle
28 E despindo-o, o cobrirão com hu­ estavâo crucificados.
ma capa cie grã. 45 E desde a hora sexta, houve treras
29 E tecendo huma coroa de espi­ sobre toda a terra até á hora nona.
nhos, pozerão-lha sobre a cabeça, e 46 E perto da hora nona clamou Je­
huma cana em sua máo direita, e pon- sus com grande voz, dizendo: EU
do-se de joelhos diante delle, zom- ELI, LAMA SABACHTHANI: isto
bavão delle, dizendo: hajas gozo, Hei he, Deos meu, Deos meu, porque me
dos Judeos. desemparaste 1
30 E cuspindo nelle, tomarão a cana, 47 E alguns dos que ali estavâo, oü-
e dàvão-lhe com ella na cabeça. vindo-o, aiziáo : a Elias chama este.
31 E depois que o haviâo escarneci­ 48 E logo correndo hum delles, to­
do, despirão-lhe a capa, e o vestirão mou huma esponja, e enchendo-tf de
com seus vestidos, e o levarão a cru­ vinagre pó-la em huma cana, edava-
cificar. lhe ae beber.

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S. MATTHEUS, XXVIII. 37
49 Porém os outros dizião: Deixa, 65 E disse-lhes Pilatos: aguarda ten­
vejamos se Elias vem a livra-lo. des ; ide, segurai-o como o entendeis.
50 E Jesus clamando outra vez com 66 E indo elles, segurarão o sepulcro
grande voz, deo o espirito. com a guarda, seliando a pedra.
51 E eis que o véo do Templo se
rasgou em dous, de riba até abaixo, e a CAPITULO XXVIII.
terra tremeo, e as pedras se fendèrâo.
52 E os sepulcros se abrirão, e mui* TARDE depois do Sabbado, quan­
tos corpos de santos, que dormirão,
forão re8uscitados.
E do já começava esclarecer para
o primeiro dia da semana, veio Maria
53 E sahidos dos sepulcros, depois Magdalena, e a outra Maria, a ver o
de sua resurreiçâo, viérão à santa ci­ sepulcro.
dade, e apparecerão a muitos. 2 E eis que se fez hum grande ter­
54 E o Centuriào, e os que com elle remoto ; porque o Anjo do Senhor de­
guardavào a Jesus, vendo o terremoto, scendo do ceo, chegou, e revolveo a
e as cousas que haviâo succedido, te­ pedra da porta, e estava assentado so­
merão em grande maneira, dizendo: bre ella.
Verdadeiramente Filho de Deos era 3 E seu aspecto era como hum relam-
este. pago, e seu vestido branco como neve.
55 E estavâo ali muitas mulheres ol­ 4 E de medo delle ficarão os guardas
hando de longe, as quaes desde Gali­ mui assombrados, e tomarão-se como
lea haviâo seguido a Jesus, servindo-o. mortos.
56 Entre as quaes estava Maria Mag­ 5 Porém respondendo o Anjo, disse
dalena, e Maria mãi de Jacobo e de ás mulheres: não temais vosoutras,
José, e a mãi dos filhos de Zebedeo. porque eu sei que buscais a Jesus, o
57 E vinda ja a tarde, veio hum ho­ que foi, crucificado.
mem rico de Arimathea. por nome 6 Não está aqui, porque jà resusci­
José, o qual tambem era aiscipulo de tou. como disse ; vinde, vêde o lugar
Jesus. onae jazia o Senhor.
58 Este chegou a Pilatos; e pedio o 7 E ide presto, dizei a seus discipu­
corpo de Jesus. Entâo Pilatos man­ los que já resuscitou dos mortos; e
dou que o corpo se lhe désse. vêdes aqui, elle vos vai diante a Gali­
59 É tomanao José o corpo, embru­ lea, ali o vereis. Vêdes aqui, vo-lo
lhou-o em hum lançol limpo fino. tenho dito.
60 E pô-lo em seu sepulcro novo, 8 E sahindo ellas apresuradamente do
que tinha lavrado em huma penha; sepulcro, com temor e grande gozo, cor-
e revolvendo huma grande pedra á rèrão a ae nun ciá-lo a seus discipulos.
porta do sepulcro? se foi. 9 E indo ellas a denunciá-lo a seus
61 E estavâo ali Maria Magdalena, discipulos, eis que Jesus lhes sahe ao
e a outra Maria, assentadas de fronte encontro, dizendo: Hajais gozo. E
do sepulcro. chegando ellas, pegàrào de seus pés,
62 E o seguinte dia, que he depois da e o adorárão.
preparação, ajuntarâo-se os Principes 10 Entâo Jesus lhes disse: nâo te­
dos Sacerdotes, e os Phariseos a Pilatos, mais, ide, denunciai a meus irmàos,
63 Dizendo: Senhor, lembramos-nos, que vào a Galilea, e là me verâo.
ue aquelle ençanaaor, vivendo ain- H E indo ellas, eis que huns da
a, disse: Depois de tres dias resusci- guarda viérâo á cidade, e denuncià-
tarei. rão aos Principes dos Sacerdotes todas
64 Manda pois que o sepulcro se se­ as cousas que tinhão acontecido.
gure atà o dia terceiro, porque por 12 {^congregados elles com os An­
ventura nâo venhão seus discipulos ciãos, e tomando conselho entre si,
de noite, e o furtem, e digào ao povo, derào muito dinheiro aos soldados;
que dos mortos resuscitou: e assim 13 Dizendo: dizei; seus discipulos
serà o derradeiro erro peior que o vierão de noite, e o furtarão, dormindo
primeiro. nosoutros.

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38 S. MARCOS, I.
14 E se isto vier a ser ouvido do 18 E checando Jesus a elles, falou-
Presidente, nôs o persuadiremos, e lhes, dizenao: toda potestade m e h©
vos faremos seguros. dadp no ceo e na terra.
16 E elles tomando o dinheiro, fize- 19 Portanto ide, ensinai a todas
rào como estavâo instruidos. E foi as gentes, baptizando-as em nom e
este dito divulgado entre os Judeos do Pai, e do Filho, e do Espirito San­
até o dia de hoje. to:
16 E os onze discipulos se forão á 20 Ensinando-lhes que guardem to­
Galilea, ao monte aonde Jesus lhes das as cousas que vos tenho mandado.
tinha ordenado. E vêdes aqui, eu estou comvosco to­
17 E oomo o virâo, o adorárão; po­ dos os dias, até à consummaç&o do
rém alguns duvidaváo. mundo. Amen.

0 8 A N T 0 EVANGELHO

S. MARCOS.

CAPITULO I. 10 E logo, subindo da agua, vio abrir-


se os ceos, e ao Espirito, que como
RINCIPIO do Evangelho de Jesu- pomba descia sobre elle.
P Christo, Filho de Deos: 11 E ouvio-se huma voz dos ceos,
2 Como està escrito em os Prophe­ que dizia: tu es meu Filho amado,
tas : Eis que eu envio meu Anjo di­ em quem me agrado.
ante de tua face. que preparará teu 12 E logo o Espirito o impellio para
caminho diante ae ti. o deserto.
3 Voz do que clama em o deserto : 13 E esteve ali no deserto quarenta
Aparelhai o caminho do Senhor, en­ dias, tentado de Satanás: e estava
direitai suas veredas. com as feras, e os Anjos o servião.
4 Estava Joáo baptizando no deser­ 14 E depois que Joâo foi entregue a
to, e pregando o baptismo de arrepen­ prisão, veio Jesus a Galilea, prégando
dimento, para remissão dos peccados. o Evangelho do Reino de Deos:
5 E sahia a elle toda a provincia de 15 E dizendo: o tempo he cumpri­
Judea, e os de Jerusalem; e eráo to­ do, e o Reino de Deos està perto ; ar-
dos baptizados delle no rio de Jordão, rependei-vos, e crede no Evangelho.
confessando seus peccados. 16 E andando junto ao mar de Gali­
6 E Joáo andava vestido de pellos lea, vio a Simão, e a André seu ir­
de camelo, e com hum cinto de cou­ m&o, que lançavão a rede ao mar;
ro âo redor de seus lombos; e comia (porque erão pescadores.)
gafanhotos, e mel do mato. 17 E disse-lnes Jesus: Vinde apôs
7 E prégava, dizendo: Após mim mim, e farei que sejais pescadores de
vem o que he mais forte que eu ; ao homens.
uai eu náo sou digno de encurvado 18 E deixando logo suas redes>o se­
esatar a correa de suas alparcas. guirão.
6 Bem vos tenho eu baptizado com 19 E passando dali hum pouco
agoa, mas elle vos baptizará com Es­ mais adiante, vio a Jacobo JUho de
pirito Santo. Zebedeo, e a Joáo seu irmâo, que
9 E aconteceo naquelles dias, que estavâo no barco, concertando suai
veio Jesus de Nazareth, de Galilea, e redes.
foi baptizado de Joáo no Jordfto. 20 E logo os chamou; e elles dei-

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S. MARCOS, n . 39
indo a seu pai Zebedeo no barco com 39 E pregava em suas Synagoga*
3 jornaleiros, forão após elle. delles por toda Galilea, e lançava fo­
21 E entrarão em Capernaum; e lo- ra aos demonios.
o e m o Sabbado, entrando na Syna- 40 E veio hum leproso a elle, rogan-
o g a , ensinava. do-lhe, e pondo-se de joelhos diante
2 2 E espantavão-se de sua doutrina, delle, e aizendo-lhe: Se quizeres,
►orque os ensinava como tendo auto- bem me podes fazer limpo.
id a d e , e nào como os Escribas. 41 E Jesus movido de intima compa­
23 E estava em sua Synagoga delles ixão, estendeo a mão, e tocou-o, e dis­
iu m hom em com hum espirito im- se-lhe : Quero, sê limpo.
nu n d o , e clamou, 42 E havendo elle aito isto, logo a
24 D izendo: Ah, que temos comtigo. lepra se foi delle, e ficou limpo.
Jesus Nazareno 1 vieste a destruímos / 43 E defendendo-lhe rigorosamente m }
bem sei quem es, o Santo de Deos. logo o despedio de si.
25 E reprehendeo-o Jesus, dizendo: 44 E disse-lhe: olha que nâo digas
cala-te, e sahe delle. nada a ninguém; senâo vai, mostra-
26 E despedaçando-o o espirito im­ te ao Sacerdote, e offerece por tua
m undo, e clamando com grande voz, limpeza o que Moyses mandou, para
sahio delle. que lhes conste.
27 E de tal maneira se espantárào 45 Mas elle tendo sahido, começou
todos, que perguntavâo entre si, di­ a apregoar muitas cousas, e a divulgar
zendo : que he isto %que nova doutri­ o negocio; de maneira que ja náo
n a he esta ? que com potestade até podia entrar publicamente na cidade;
aos espíritos immundos manda, e lhe mas estava fora em lugares desertos,
obedecem ? e de todas as partes vinhão a elle.
28 E logo sua fama sahio por toda a
Provincia de redor de Galilea. CAPITULO II.
29 E sahindo logo da Synagoga, vie­
rão á casa de Simão, e de André, com DEPOIS de alguns dias entrou
Jacobo e João.
30 E a sogra de Simão estava deitada
E outra vez em Capemaum, e ou-
vio-se que estava em casa.
com febre, e falarão-lhe logo delia. 2 E logo se ajuntárâo tantos, que
31 Então, chegando-se a ella, tomon- nem ainda nos lugares junto à porta
a pela mâo, e levantou-a, e logo a fe­ cabiâo: e falava-mes a palavra.
bre a deixou, e os servia. 3 E vierão a elle huns que traziâo
32 E vinda a tarde, quando ja o sol hum paralytico ás costas ae quatro.
se punha, trazião-lhe todos os que se 4 E não podendo chegar a elle por
acnavào mal, e os endemoninhados. causa da multidão, descobrirão o te­
33 E toda a cidade se ajuntou ã lhado aonde estava, e fazendo hum
porta. buraco, abaixàrão por elle o leito em
34 E curou a muitos, que se achavão que jazia o paralytico.
mal de diversas enfermidades; e lan­ 5 E vendo Jesus sua fé delles, disse
çou fora muitos demonios; e nâo de­ ao paralytico: Filho, teus peccados
ixava falar os demonios, porquanto o te são perdoados.
conheciâo. 6 E estavâo ali assentados alguns
35 E levantando-se mui de manhâ, dos Escribas, que arrazoavão em seus
ainda bem de noite, sahio, e foi a hum coraçoens, dizendo:
lugar deserto, e ali orava. 7 Porque fala este assim blasfêmias ?
36 E seguio-o Simão, e os que com Quem pode perdoar peccados, senão
elle estavâo ; só Deos?
37 E achando-o, disserão-lhe: todos 8 E conhecendo logo Jesus em seu
te buscâo. espirito, que assim entre si arrazoa-
38 E elle lhes disse: Vamos ás alde­ vâo, disse-lhes: porque arrazoais des­
as vizinhas, para que eu pregue tam­ tas cousas em vossos coraçoens ?
bem ali, porque para isso sahi. 9 Qual he mais facil ? dizer ao pa-

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40 S. MARCOS, m .
ralytico ; teus peccados te sâo perdoa­ novo rompe os odres, e derrama-ee o
dos? ou dizer-lhe: levanta-te, e toma vinho, e os odres se damnâo: m as o
teu leito, e anda? vinho novo em odres novos se h a d o
10 Pois para que saibais, que o Filho deitar.
do homem tem poder na terra para per­ 23 E aconteceo, que passando e lle
doar peccados, (disse ao paralytico): pelos semeados em Sabbado, e indo
11 A ti te digo: levanta-te, e toma seus discipulos andando, com eçarão
teu leito, e vai-te para tua casa. a arrancar espigas.
12 E logo se levantou; e tomando o 24 E disserão-lhe os P hariseos: Vés
leito, sahio em presença de todos; de isto ? porque fazem o que nâo h e li­
tal maneira, que todos se espantarão, cito em Sabbado ?
e glorificâráo a Deos, dizendo: nunca 25 E elle lhes disse: nunca léstes o
tal vimos. que fez David, quando tinha necessi­
13 E tomou a sahir para o mar, e dade e fome, elle e os que co m elle
toda a multidão vinha a elle, e elle os estavâo ?
ensinava. 26 Como entrou na casa de Deos, em
14 E passando elle, vio a Levi, o filho tempo de Abiathar Summo Pontifice,
de Alpneo, assentado na Alfanaega, e comeo os pães da proposição, dos
edisse-lhe: Segue-me; e levantando- quaes não he licito comer, se n â o aos
se, o seguio. Sacerdotes, e tambem deo a o s que
15 E aconteceo, que estando elle as­ com elle estavâo ?
sentado ã mesa em sua casa, muitos 27 E dizia-lhes: o Sabbado p o r cau­
publicanos e peccadores estavâo tam­ sa do homem foi feito, não o homem
bem assentados á mesa com Jesus e por causa do Sabbado.
seus discipulos; porque erão muitos, 28 Assim que o Filho do ho m em até
e o tinhão seguido. do Sabbado he Senhor.
16 E os Escribas e os Phariseos, ven-
do-o comer com os publicanos e pecca­ CAPITULO HL
dores, dissérão a seus discipulos: Que
ENTROU outra vez em a Syna-
he istOj que come e bebe com os pub­
licanos e peccadores ?
17 E ouvindo-o Jesus, disse-lhes : os
E go<ra: e estava ali hum hom em ,
que tinha huma máo secca.
sãos não necessitão de Medico, senão 2 E atentavão para elle, se e m Sab­
os que estão doentes; eu náo vim a bado o curaria, para o accusarem.
chamar aos justos, senão aos peccado­ 3 E disse ao homem que tin h a a
res a que se arrependáo. mâo secca: Levanta-te no meio.
18 E os discipulos de João, e os dos 4 E disse-lhes: he licito fazer b e m
Phariseos jejuaváoj e vierão, e dis- em Sabbados, ou fazer mal? salvar
serâo-lhe: Porque jeiuão os discipu­ huma pessoa, ou matá-la ? e elles c a ­
los de João, e os dos Phariseos, e teus lavâo.
discipulos náo jejuão ? 5 E olhando para elles ao redor com-
19 E Jesus lhes disse: Podem por indignação, condoendo-se da dureza
ventura os íilhos de vodas jejuar, em de seu coração disse ao homem : es­
quanto o Esposo com elles está 1 en­ tende tua máo: e elle a estendeo; e foi
tre tanto que tem comsigo ao Esposo, sua mão restituida saã como a outra.
náo podem jejuar. 6 E sahindo os Phariseos, tivérão
20 Mas dias virão, quando o Esposo logo conselho juntamente com os He-
lhes for tirado; e entâo naquelles rodianos contra elle?como o matariâo.
dias jejuarão. 7 E retirou-se Jesus com seus disci­
21 E ninguém deita remendo de pulos para o m ar: e o seguio huma
panno novo em vestido velho; dJou- grande multidão de Galilea, e de
tra maneira o mesmo remendo novo Judea.
rompe o velho, e faz-se peior rotura. 8 E de Jerusalem, e de Idumea. e
22 E ninguém deita vmho novo em d^além do Jordão; e grande multidão
odres velhos; d’outra maneira o vinho dos de perto de Tyro, e de Sidon, oii-

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S. MARCOS, IV. 41
▼indo auà© grandes oous&a fazia, vie* 2 7 Ninguém pode roubar o fato do
r&o a elle. valente, entrando em sua casa, se an­
9 E disse a seus discipulos, que o tes n&o amarrar ao valente: e ent&o
barquinho de continuo estivesse perto roubará sua casa.
delle, por causa da multid&o; para 28 Em verdade vos digo, que todos
q u e n&o o opprimissem. os peccados ser&o perdoados aos filhos
10 Porque tinha curado a muitos, de dos homens, e toaa sorte de blasfê­
t a l maneira que todos quantos tinhão mias com que blasfemarem:
m a l algum, cahiâo sobre elle, para 29 Porém qualquer que blasfemar
tocá-lo. contra o Espirito oanto, nâo tem per-
11 E os espíritos immundos, vendo-o, d&o para sempre; mas he culpado do
ae prostravâo diante delle, e clama- eterno juizo.
v io , dizendo: Tu es o Filho de Deos. 30 Porque dizi&o: espirito immundo
12 E elle lhes defendia rigorosa­ tem.
mente. que o nào manifestassem. 31 Vier&o pois seus irm&os e sua
13 E subio ao monte, e chamou a si m&i; e estando de fora, enviárâo a
aos que quiz, e vierão a elle. elle chamando-o.
14 È ordenou aos doze para que es­ 32 E a multidão estava assentada ao
tivessem com elle, e para os mandar redor delle; e disserào-lhe : vês aqui
a prégar. tua mãi e teus irm&os te busc&o lá
15 E para que tivessem poder para fora.
curarem as enfermidades, e lançarem 33 E elle lhes respondeo, dizendo:
fora aos demonios. quem he minha m&i, ou meus ir­
16 A Simão, pôz por nome, Pedro. m&os?
17 E a Jacobo filho de Zebedeo, e 34 E olhando de redor para os que
a Joâo, irm&o de Jacobo; e poz-lhes ao redor delle estav&o assentauos,
or nome, Boanerges, que he, filhos disse: vedes aqui minha m&i, e meus
§ o trov&o. irm&os.
18 E a André, e a Philippe, e a 35 Porque qualquer que fizer a von­
Bartholomeo, e a Mattheus, e a Tho- tade de Deos, esse he meu irm&o, e
mé, e a Jacobo filho de Alpheo, e a minha irma&, e minha mãi.
Thaddeo, e a Sim&o o Cananita.
19 E a Judas Iscariota, o que tam­ CAPITULO IV.
bem o trahio. E vierão para casa.
20 E outra vez se ajuntou a multi­ COMECOU outra vez a ensinar
d&o, de tal maneira, que nem ainda
podi&o comer p&o.
E junto ao mar, e ajuntou-se a elle
huma grande multid&o, de tal ma­
21 E como isto ouvir&o ok seus, sa- neira que entrando em hum barco,
hirào a pegar delle ; porque dizi&o: se assentou no m ãi; e toda a multi­
está fora de si. dão estava em terra junto ao mar.
22 E os Escribas, que descerão de 2 E ensinava-lhes por parabolas mui­
Jerusalem, dizi&o: e Beelzebú tem, e tas cousas; e dizia-lhes em sua dou­
pelo Principe dos demonios lança fora trina:
aos demonios. 3 Ouvi, vedes aqui o semeador sahio
23 E chamando-os a si, disse-lhes a semear;
por parabolas: como ponde Satanás 4 E aconteceo, que semeando elle,
lançar fora a Satanás í cahio huma parte da semente junto ao
24 E se algum Reino contra si mes­ caminho, e vierão os passaros do ceo,
mo for diviso, nào pode o tal Reino e a comerão.
subsistir. 5 E outra cahio em pedregaes, aonde
25 E se alguma casa for divisa contra nào tinha muita terra; e logo nasceo,
si mesma, nào pode a tal casa subsistir. porque nâo tinha terra funda.
26 E se Satanás se levantar contra 6 Mas sahindo o sol, queimou-se; e
si mesmo, e for diviso, n&o pode sub­ porque nâo tinha raiz, seccou-se.
sistir, mas tem fim, 7 É outra cahio entre espinhos, Q,

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42 S. MARCOS, IV.
crescérào osespinhos, e aáègarfto-a, 23 Porauettfcrba>Bada encaberto
enâo deo fruto. que nâo haja de ser manifesto * nma
8 E outra cahio em boa terra, e deo nada se faz para ficar encuberto, áas
fruto, que subio, e cresceo: e deo para ser descuberto.
hum trinta, e outro sessenta, e outro 23 Se alguem tem ouvidos para on-
cento. vir, ouça.
9 E disse-lhes: quem tem ouvidos 24 E disse-lhes: olhai o que ouvis:
para ouvir, ouça. com a medida que medirdes vos me­
10 E quando esteve só, perguntarâo- dirão; e ser-vos-ha acrescentado a
lhe os que junto a elle estavâo com os vósoutros os que ouvis.
doze, ácerca da parábola. 26 Porque ao que tem, ser-lhe-te
11 É disse-lhes: a vósoutros vos he dado; e ao que nâo tem, até o que tea
dado saber os mysterios do Reino de lhe serà tirado.
Deos: mas aos que estào de fora, to­ 26 E dizia: assim he o Beino de
das estas cousas por porabolas se lhes Deos, como se o homem lançasse»
dizem. mente na terra.
12 Para que vendo, vejão, e náo ad- 27 E dormisse, e se levantasse de
virtâo; e ouvindo, ouçâo, e nâo en- noite e de dia, e a semente brota»
tendâo; porque por ventura se nâo e crescesse^ nâo sabendo elle como.
convertâo, e lhes sejâo perdoados os 28 Porque de si mesma fructific* i
peccados. terra? primeiro herva, depois espia*,
13 E disse-lhes: nâo sabeis esta depois giào cheio na espiga.
arabola? como pois entendereis to­ 29 E quando ja o fruta sé mostn,
S as as parabolas! logo lhe envia a fouce, porqaanto
14 O semeador he o que semêa a pal­ chegada he a sega.
avra. 30 E dizia: a que aasenvetbamoi
15 E estes sâo os de junto ao cami­ o Reino de Deos %ou cona qne part*
nho, em os que a palavra se semêa; bola o compararemos ?
mas havendo-a ouvido, vem logo Sa­ 31 Com o grâo da moètatda qoe
tanás, e tira a palavra que em seus quando se semea em terra, he o na*
coraçoens foi semeada. pequeno de todas as sementes que ia
16 E semelhantemente estes sào os terra ha.
que se semeâo em pedregaes j os que 32 E sendo ja semeado, sobe, e fiu-
havendo ouvido a palavra, logo com se a maior de todas as hortaliça e
gozo a recebem. cria grandes ramas, de tal maaein
17 E em si mesmos nâo tem raiz: que os passaros do ceo se possào ani­
antes sâo temporaes. Depois levan­ nhar debaixo de sua sombra.
tando se tribulação, ou perseguição 33 E com muitas taes parábolas lhes
por causa da p a la v T a , logo se escan- falava a palavra, segundo o qne po-
dalizâo. diâo ouvir.
18 E estes sâo os que se semeâo en­ 34 E sem parábola nâo lhes fahn ;
tre espinhos; a saber, os que ouvem mas a seus discipulos declarava tndo
a palavra: em particular.
19 E os cuidados deste mundo, e o 35 E disse-lhes aquelle dia, vinda j&
engano das riquezas, e as cobiças a tarde: passemos à outra banda.
ácerca das outras cousas, entrando, 36 E deixando elles a multidão, o
affogâo a palavra, e fica sem fruto. tomarão comsigo como estava no btr-
20 E estes sâo os que forão semeados co, e havia tambem com elle outros
em boa terra; os que ouvem a pala­ barquinhos.
vra, e a recebem, e dâo fruto, hum 37 E levantou-se huma grande tsm
trinta, e outro sessenta, e outro cento. pestade de vento, e davâo ss oodu
21 E disse-lhes: vem por ventura por cima do barco, de tal manei»
a candeia para se pôr debaixo do al­ que ia se enchia.
queire, ou debaixo da cama ? nâo vem 38 E elle estava na popa dormindo
antes para se pôr sobre o candieiro ? sobre huma almofada, e déep9f$i*o«

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S. MARCOS, V. 43
©, e disserão-lhe: Mestre, n&o se te erào quasi dous m il,) e affogarào-ae
dá de qae nos perdemos ? no mar.
39 E desperto elle, reprehendeo ao 14 E os que apascentav&o os porcos
vento, e disse ao m ar: cala-te, aaui- fugir&o, e der&o aviso na cidade, e
eta-te. E quietou-se o vento, e iez- nos campos; e sahirâo a ver que era
se grande bonança. aquillo que tinha acontecido.
40 E disse a elles: porque sois t&o 15 E vierào a Jesus, e vir&o ao en­
tímidos? como, n&o tendes fé ? demoninhado assentado, e vestido; e
41 E temérão com grande temor, e em seu siso ao que tivéra a legião: e
dizião huns aos outros: mas quem he temerão.
este, que até o vento e o mar lhe obe­ 16 E contar&o-lhes os que aquillo
decem? tinh&o visto, o que acontecéra ao en­
demoninhado, e ácerca dos porcos.
CAPITULO V. 17 E coraeçarào a rogar-lhe, que se
fosse de seus termos.
VIERÃO à outra banda do mar, 18 E entrando elle no barco, rogava-
E à provincia dos Gadarenos.
2 E sanindo elle do bareo, logo lhe
lhe o que fora endemoninhado, que
o deixasse estar cora elle.
sahio ao encontro hum homem das 19 Mas Jesus nào lho permittio, se-
sepulturas coir^ hum espixito immun­ n&o disse-lhe; vai-te a tua casa aos
do, teus, e denuncia-lhes qu&o grandes
3 Que tinha sua manida nas sepul­ cousaá o Senhor te fez, e como de ti
turas, e nem ainda com cadeias o po­ teve misericordia.
dia ninguém liar. 20 E foi, e começou a denunciarem
4 Porque muitas vezes fora liado Decapolis, qu&o grandes cousas Jesus
com grilhoens e cadeias, e as cadeias lhe fizera: e todos se maravilhavào.
for&o por elle feitas em pedaços, e os 21 E passando Jesus outra vez em
grilhoens em migalhas, e ninguém o hum barco para a outra banda, ajun-
podia amansar. tou-se a elle grande multid&o; e elle
5 E sempre de dia e de noite andava estava junto ao mar.
clamando pelos montes, e pelas se­ 22 E eis que veio hum dos Principes
pulturas, e ferindo-se com pedras. da Synagoga, por nome Jairo j e ven-
6 E como vio a Jesus de longe, cor­ do-o, prostrou-se a seus pés.
reo, e o adorou. 23 E rogava-lhe muito, dizendo:
7 E clamando com grande voz, dis­ minha fílhinha está na extremidade,
se : Que tenho eu comtigo Jesus, Fi­ rogo-te aue venhas, e ponhas as m&os
lho do Deos Altíssimo ? esconjuro-te sobre ella, para que sare, e viverá.
por Deos, que nào me atormentes. 24 E foi com elle, e o seguia huma
8 (Porque lhe dizia, Sahe deste ho­ grande multid&o, e o auertav&o.
mem, espirito immundo.) 25 E huma certa mulner, que tinha
9 E perguntou-lhe: qual he teu no­ fluxo de sangue, havia doze annos,
me ? e respondeo, dizendo: Legiào 26 E havia paaecido muito de mui­
he meu nome porque somos muitos. tos médicos, e gastado tudo quanto
10 E rogava-lhe muito que os n&o tinha, e nada lhe aproveitára, antes
enviasse tora daquella provincia. lhe ia peior:
11 E estava ali junto aos montes hu­ 27 Esta ouvindo de Jesus, veio en­
ma grande manada de porcos pas­ tre a multidào por de tras, e tocou
cendo. seu vestido.
12 E rogarâo-lhe todos aquelles dem­ 28 Porque dizia: se tào somente to­
onios, dizendo: manda-nos àquelles car seu vestido, sararei.
porcos, para que nelles entremos. 29 E logo a fonte de seu sangue se
13 E permittio-lho logo Jesus. E sa­ seccou; e sentio em seu corpo que ja
hindo aquelles espíritos immundos, daquelle açoute 6aràra.
entrar&o nos porcos: e a manada se 30 E conhecendo Jesus logo em si
lançou do alto abaixo no mar; (e mesmo a virtude que delle sahira, vi*

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44 S. MARCOS, VI.
rando-se na multidão, disse: quem| sabedoria he esta que lhe h e d a d a t
tocou meus vestidos? , e taes maravilhas que por suas m àot
31 E disserão-lhe seus discipulos: se fazem?
vês que a multidão te aperta, e dizes: 3 Nâo he este o carpinteiro, filho de
quem me tocou ? Maria, e irmâo de Jacobo, e d e Joees,
3*2 E elle olhava ao redor, para ver e de Judas, e de Simão ? e n â o estào
a que fizéra isto. aqui comnosco suas irmaâs ? e escan­
33 Entào a mulher temendo, e tre­ dalizavâo-se nelle.
mendo, sabendo o que em si fora 4 E Jesus lhes dizia: nâo h a Pro­
feito, veio, e prostrou-se diante delle, pheta sem honra, senâo em sua. patria,
e disse-lhe toda a verdade. e entre seus parentes, e em s u a casa.
34 E elle lhe disse: filha, tua fé te õ E nào podia ali fazer nenhum a
salvou, vai-te em paz, e sáura deste maravilha; somente, pondo a s mâos
teu acoute. sobre huns poucos de enferm os, os j
35 Estando elle ainda falando, vie­ curou.
rão alguns do Principe da Synagoga, 6 E estava maravilhado da incredu- *
dizendo: tua filha he morta; para 1idade delles. E rodeava a s aldeas j
que enfadas mais ao Mestre ? do redor, ensinando.
36 E Jesus, logo em ouvindo esta 7 E chamou a si aos doze, e come- ,
palavra que se dizia, disse ao Princi­ cou a envialos de dous em d o u s : e
pe da Synagoga: nâo temas, crê so­ aeo-lhes poder sobre os espiritos im- ^
mente. mundos.
37 E nâo permittio que alguem o se­ 8 E mandou-lhes, que nào tomas­
guisse, senâo Pedro, e Jacobo, e Joâo sem nada para o caminho, senâo so­
o irmâo de Jacobo. mente hum bordão; nem alforge,
38 E veio à casa do Principe da nem pâo, nem dinheiro na cinta.
Synagoga, e vio o alvoroço, e os que 9 Mas que calçassem alparcas; e
muito cnoravào, e pranteavâo. nào se vestissem ae duas túnicas.
39 E entrando, disse-lhes: porque 10 E dizia-lhes: aonde quer que en­
vos alvoroçais, e chorais ? a menina trardes em casa alguma, ficai ali até
nâo he morta, mas dorme. que dali 6aiais.
40 E riâo-se delle, mas elle havendo- 11 E todos aquelles que vos nâo re­
os lançado a todos fora, tomou comsi­ ceberem, nem vos ouvirem; sahindo
go ao pai e à mãi da menina, e aos dali, sacudi o pó que estiver debaixo
que com elle estavâo; e entrou aonde de vossos pés, em testemunho contra
a menina estava deitada. elles. Em verdade vos digo, que
41 E tomando a mâo da menina, mais tolerável serà aos de Sodoma ou
disse-lhe : Talitha cumi: que tradu­ Gomorrha no dia do juizo, do que
zido he, filhinha (a ti te digo) levan­ àquella cidade.
ta-te. 12 E sahindo elles, prégavâo que se
42 E logo a menina se levantou, e arrependessem.
andava, porque jâ era de doze annos: 13 E lançavão fora a nruiios demo­
e espantarão-se com grande espanto. nios, e ungiâo com azeite a muitos
43 E mandou-lhes muito, que nin- enfermos, e os curavâo.
uem o soubesse: e disse que lhe 14 E ouvio-o el Rei Herodes (porque
essem de comer. ja seu nome era notório) e disse:
Joâo, o que baptizava, he resuscitado
CAPITULO VI. dos mortos; e portanto estas maravi­
lhas obrâo nelle.
PARTIO dali, e veio à sua patria, 15 Outros dizião: he Elias; e ou­
E e o seguirão seus discipulos. tros dizião: he Propheta, ou como
2 E chegado o Sabbado, começou algum dos Prophetas.
a ensinar na Synagoga; e muitos ou- 16 Porém ouvindo Herodes tsío, dis­
vindo-o se espantavâo dizendo: donde se : este he Joâo. ao qual eu degol-
lhe vem a este estas cousas 1 e que le i: he resuscitaao dos morto.

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S. MARCOS, VI. 46
17 Porqne o mesmo Herodes enviára, muitos que iáo e vinhão, e nâo tinh&o
e prendera a Jo&o, e o tinha liado na lugar de comer.
pnsão, por causa de Herodias, mu­ 32 E forão em hum barco, a hum
lher de Philippe seu irmâo, por quan­ lugar deserto à parte.
to se casára com eJla. 33 E a multidão os vio ir, e muitos
18 Porque João dizia a Herodes: o conhecerão; e concorrerão lá a pé
n&o te he licito ter a mulher de teu de todas as cidades, e vierão antes
irrn&o. que elles, e chegavâo-se a elle.
19 E Herodias o espiava, e o queria 34 E sahindo Jesus, vio huma grande
matar, e nâo podia. multidão, e moveo-se a intima mise­
20 Porque Herodes temia a Joâo, sa­ ricordia delles; porque erão como
bendo que era varâo justo e santo, ovelhas que não tem pastor, e come­
e o estimava; e ouvindo-o, fazia mui­ çou-lhes a ensinar muitas cousas.
tas cousas, e o ouvia de boa mente. 35 E como já o dia fosse mui entra­
21 E vindo hum dia opportuno, em do, vierão seus discipulos a elle. e
que Herodes, no dia de seu nascimen­ disserão: O lugar he deserto, e o (lia
to, dava huma cea a seus Grandes, e he ja mui entrado:
Tribunos, e aos Principaes de Gali­ 36 Despede-os, para que vão aos
lea: lugares e aldeas de redor, e comprem
22 E entrando a filha da mesma para si pão; porque não tem que co­
Herodias, e dançando, e agradando a mer.
Herodes, e aos que juntamente á 37 Porém respondendo elle, disse-
mesa estavâo; disse el-Rei à menina: lhes: dai-lhes vósoutros de comer.
pede-me quanto quizeres, e eu to da­ E elles lhe disserão: iremos pois, e
rei. compraremos duzentos dinheiros de
23 E jurou-lhe: tudo o que me pe­ pâo,e lhes daremos de comer?
dires te darei, até a metade de meu 38 E elle lhes disse: Quantos paens
Reino. tendes ? ide e vede-o. E elles saben-
24 E sahindo ella. disse a sua mãi: do-o, disserão: Cinco, e dous peixes.
que pedirei %e ella disse: a cabeça 39 E mandou-lhes, que fizessem as­
cie Joâo Baptista. sentar a todos por ranchos sobre a her­
25 E entrando ella logo apresurada­ va verde.
mente a el-Rei pedio. dizendo: quero 40 E assentarão-se repartidos de
que logo me dés em num prato a ca­ cento em cento, e de cincoenta em
beça ae Joâo Baptista. cincoenta.
26 E entristeceo-se el-Rei muito: 41 E tomando elle os cinco paens e
todavia por causa do juramento, e os dous peixes, levantou os olhos ao
dos que juntamente à mesa estavâo, ceo, benzeo, e partio os paens, e os
nâo lna quiz negar. deo a seus discipulos, para que lhos
27 E logo el-Rei enviando o executor, pozessem diante: E os dous peixes
mandou trazer ali sua cabeça. E in­ repartio a todos.
do elle degollou-o na prisão; 42 E comérão todos, e fartárâo-se.
28 E trouxe sua cabeça em hum 43 E levantárâo dos pedaços doze
prato, e a deo à menina; e a menina cestos cheios, e dos peixes tambem.
a deo a sua mãi. 44 E erão os que comérão os paens,
29 E ouvindo-o seus discipulos, vie­ quasi cinco mil homens.
rão e tomarão seu corpo morto, e o 45 E logo constrangeo a seus disci­
puzerâo em hum sepulcro. pulos a subir no barco, e ir diante â
30 E os Apostolos se tornarão a ajun­ outra banda, em fronte de Bethsaida,
tar a Jesus, e denunciárão-lhe tudo, entre tanto que elle despedia a mul­
assim o que tinhão feito, como o que tidão.
tinhão ensinado. 46 E havendo-os despedido, foi ao
31 E elle lhes disse: vinde vósou­ monte a orar.
tros aquià parte a hum lugar deserto, 47 E vinda a tarde, estava o barco
9 repousai hum pouco; porque havia no meio do mar, e elle só em ternu

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46 S. MARCOS, VIt.
48 E vio que se fatigavâo muito re­ dâo teus discipulos conforme 4 trad i­
mando, (porque o vento lhes era con­ ção dos antigos? mas comem p&o
trario): e perto da quarta vela da com as mâos por lavar ?
noite, veio a elles andando sobre o 6 Porém respondendo elle, disse-
mar, e queria passar por elles de lar­ lhes: Bem prophetizou Isaias tle vós­
go- outros, hypocritas j como está escrito:
49 E vendoo elles andar sobre o este povo me honra com os beiços,
mar, cuidarão que era fantasma, e mas seu coração estâ longe de mim.
derâo grandes gritos. 7 Porém em vâo me honrão, ensi­
60 Porque todos o viáo, e turbarão-se: nando por doutrinas, mandamentos de
e logo falou com elles, e disse-lhes: homens.
Tende bom animo, sou eu, nâo te­ 8 Porque deixando o mandamento
mais. de Deos, retendes a tradição dos ho­
61 E subio a elles no barco, e o ven­ mens : como o lavar dos jarros^ e «los
to quietou: e grandemente se espan- copos: e fazeis outras muitas cousas
tavâo entre si, e se maravilhavâo. semelnantes a estas.
62 Porque ainda nâo tinhão enten­ 9 E dizia-lhes: Bem invalidais o
dido o milagre dos paens: porque seu mandamento de Deos, para guardar­
coração estava endurecido. des vossa tradição.
63 E quando jà forão da outra ban­ 10 Porqne Moyses disse: Honra a
da, vierão à terra de Gennezareth, e teu pai, e a tua mãi. E quem mal­
tomarão ali porto. disser ao pai, ou à mãi, morrerá de
64 E sahindo elles do barco, logo o morte.
conhecerão. 11 Porém vósoutros dizeis: Se o ho­
65 E correndo toda a terra do re­ mem disser ao pai ou à m ãi: Corban
dor, começarão a trazer os que mo­ (isto he, offerta) tudo o que de mim
lestos se achavão, em camas, aonde aproveitar-te podér, desobrigado Âca.
quer que ouviào que estava. 12 E nào lhe deixais mais nada fa­
66 E aonde quer que entrava, em zer por seu pai. ou por sua mãi.
lugares, ou cidades, ou aldeas, pun- 13 Invalidanao assim a palavra de
hâo nas praças aos enfermos, e roga- Deos por vossa tradição, que vós orde­
vâo-lhe que somente tocassem a bor­ nastes; e muitas cousas fazeis se­
da de seu vestido; e todos os que o melhantes a estas.
tocavâo, saravâo. 14 E chamando a si toda a multi­
dão, disse-lhes Ouvi-me todos, e en­
CAPITULO VIL tendei :
15 Nào ha fora do homem nada^ que
AJUNTARAO-se a elle os Pha­ nelle entre, que o possa contaminar;
E riseos, e alguns dos Escribas, mas o que delle sahe, isso he o que ao
que tinhão vindo de Jerusalem. homem contamina.
2 E vendo que alguns de seus disci­ 16 Se alguem tem ouvidos para ou­
pulos comiâo pâo com mâos impuras, vir, ouça.
isto he, por lavar, reprehendiâo-os. 17 E entrando da multidão em casa,
3 Porque os Phariseos, e todos os perguntarào-lhe seus discipulos ácer­
Judeos, retendo a tradição dos anti­ ca cia parabola.
gos, se muitas vezes nâo lavâo as mâ­ 18 E elle lhes disse: Assim tambem
os, nào comem. vósoutros estais sem entendimento?
4 E tornando da praça, se nào se não entendeis, que tudo o que de fora
lavarem, nâo comem: e outras mui­ entra no homem, nào o pode conta­
tas cousas ha. que tomarão para guar­ minar?
dar, como o lavar dos copos, e dos jar­ 19 Porque nâo entra em seu coração,
ros, e dos vasos de metal, e das ca­ senâo no ventre, e sahe à privada,
mas. purgando todas as comidas.
6 Depois lhe perguntarão os Phari­ 20 E dizia: O que do homem sahe,
seos e os Escribas; Porque nâo an- isso contamina ao homem.

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S MAffcCOS, VHÍ. 47
â l Porqoe de denteo do ooraçâo dos
itomens aaheraos maos pensamentos, CAPITULO Ym.
os adultérios, as fonncaíçoens, os ho­ AQUELLES dias, havendo mui
micídios, N grande multidão, e n&o tendo que
22 Os furtos, as avarezas, as malda­ comerem, chamou Jesus a seus disci­
des, o engano, a dissolução, o mao pulos a si, e disse-lhes:
olho, a blasfêmia, a soberba, a lou- 2 Eu tenho intima misericordia da
quice. multid&o, porque já ha tres dias que
23 Todos estes males de dentro pro­ est&o comigo, e n&o tem que comer.
cedem, econtaminão ao homem. 3 E se eu os deixar ir em jejum pa­
24 £ levantando-ee dali, foi aos ter­ ra suas casas, desmaiarão no cami­
mos de Tyro e de Sidon; e entrando nho ; porque alguns delles tem vindo
em iium a casa, náo quiz aue ninguém de longe.
o soubesse, mas náo se pôae esconder. 4 E seus discipulos lhe responder&o:
26 Porque huma mulher, cuja filha Donde poderá alguem fartar a estes
tinha hum espirito immunao, ouvindo de p&o aqui no deserto ?
delle, veio e lançou-se a seus pés. 5 E perguntou-lhes: quantos paens
26 E era esta mulher Grega, Syro- tendes í e elles disserão: Sete.
pbeaissa de naçâo; e rogava-lhe, que 6 E mandou à multid&o, que se as­
d e sua filha lançasse fora ao demônio. sentassem pelo ch&o. E tomando os
27 Mas Jesus lhe disse: Deixa pri­ sete paens, e havendo dado graças,
meiro fartar aos filhos; porque nào he partio-os, e os deo a seus discipulos,
bem tomar o p&o dos nlhos, e lançá- para que lhos puzessem diante; e os
- lo aos cachorrinhos. puzerâo diante da multid&o.
28 Porém ella respondeo, e disse-lhe: 7 E tinhão huns poucos de peixi­
Sim Senhor: mas tambem os cachor­ nhos ; e havendo dado graças, disse
rinhos comem debaixo da mesa, das que tambem lhos puzessem diante.
migalhas dos filhos. 8 E comer&o; e fartarão-sej e levan-
29 Ent&olhe disse elle: Por esta palav­ tar&o do sobejo dos pedaços, sete al­
ra vai, já o demonio sahio de tua filha. cofas.
30 E vindo ella a sua casa, achou 9 E er&o os que comerão quasi qua­
ue jà o demonio era sahido, e a filha tro m il; e os despedio.
2 eitada sobre a cama. 10 E logo entrando no barco oom se­
31 E tomando elle a sahir dos ter­ us discipulos, veio ás partes de Dal-
mos de Tyro e de Sidon, veio ao m u manutha.
de Galilea, por meio dos termos oe 11 E sahirâo os Phariseos, e come­
Decapolis. çarão a porfiar com elle, pedindo-lhe
82 É trouxei&o-lhe hum surdo, que sinal do ceo, tentando-o.
difficilmente falava, e rogar&o-lhe que 12 E suspirando elle profundamente
puzesse a m&o sobre elle. em seu espirito, disse: Porque pede
83 E tomando-o da multid&o à parte, sinal esta geraç&o ? em verdade vos
metteo-lhe seus dedos nos ouvidos, e digo, que sinal se nâo darà a esta ge­
cuspindo tocou-lhe a lingoa. raç&o.
34 E levantando os olhos ao ceo sus­ 13 E deixando-os, tomou a entrar no
pirou, e disse: Ephphata, isto he, barco, e foi para a outra banda.
abre te. 14 E seus discipulos se tinhão esque­
35 E logo seus ouvidos se abrir&o, e cido de tomar pão, e n&o tinh&o senâo
a atadura da lingoa se lhe soltou, e hum pâo comsigo no barco.
falava bem. 15 E mandou-lhes, dizendo: Olhai,
36 E mandou-lhes que a ninguém o guardaivos do fermento dos Phariseos,
dissessem; mas quanto mais lho man« e do fermento de Herodes.
dava, tanto mais o divulgaváo. 16 E arrazoav&o huns com os outros,
37 É sobre maneira muito se espan- dizendo: Isto he porque n&o temos
tav&o, dizendo: tudo fez bem : e aos p&o.
=«uidos foz ouvir, e aos mudos falar. 17 E entendendo-o Jesus, disse-lhes;

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48 S. MARCOS, DC.
Que arrazoais, que n&o tendes pâo? 32 E livremente dizia esta p e la ^ ta .
n&o considerais ainda, nem enten­ E Pedro o tomou à parte, e começou
deis ? ainda tendes vosso coração en­ a reprehende-lo.
durecido ? 33 Mas virando-se elle, e olhando
18 Tendo olhos, náo vedes ? e tendo para seus discipulos, reprehendeo a
ouvidos, nâo ouvis ? redro? dizendo: Arredate de diante
19 E nao vos lembrais, quando parti de mim Satanás: Porque n&o com-
os cinco paens entre os cinco mil, prehendes as cousas aue sâo de Deos,
quantos cestos cheios de pedaços le­ senâo as que sâo dos nomens.
vantastes? dizem-lhe elles: Doze. 34 E chamando a si a multid&o. ju n ­
20 £ quando parti os sete entre os tamente com 6eus discipulos, disse-
quatro mil, quantas alcofas cheias de lhes: qualquer que quizer v ir após
daços levantastes ? e elles disserão: mim negue-se a si mesmo, e tome
te. sobre si sua cruz, e sigame.
21 E elle lhes disse: Como n&o en­ 35 Porque qualquer que quizer sal­
tendeis ? var sua vida, peraé-la-ná; m as qual­
22 E veio â Befhsaida, e trouxérâo- quer que perder sua vida por am or de
lhe hum cego, e rogarâo-lhe que o mim, e do Evangelho, esse a salvará.
tocasse. 36 Porque, que aproveitaria ao ho­
23 E tomando ao cego pela mâo, ti­ mem, se gran geasse todo o mundo, e
rou-o fora da aldea, e cuspindo-lhe perdesse sua alma ?
nos olhos, e pondo-lhe as mâos em 37 Ou que dará o homem por res­
cima, perguntou-lhe se via alguma gate de sua alma ?
cousa? 38 Porque qualquer que se enver­
24 E levantando elle os olhos, disse: gonhar de mim e de minhas palavras
Vejo os homens; porqne vejo que nesta geração adulterina e peccadora,
andâo como arvores. tambem o Filho do homem delle se
25 Depois tornou a por-lhe as mâos envergonhará, quando vier na gloria
sobre os olhos, e fez-lhos levantar* e de seu Pai com os santos Anjos.
ficou restaurado, e vio de longe e
claramente a todos. CAPITULO IX.
26 E mandou-o para sua casa, di­
zendo : Nâo entres na aldea, nem na IZIA-LHES tambem: em verdade
aldea o digas a ninguém.
27 E sahio Jesus e seus discipulos
D vos digo, que alguns ha dos que
£qui e8táo, que nâo gostarão a morte,
para as aldeas de Cesarea de Phi- até que visto nâo hajâo que o reine
Iippe; e no caminho perguntou a seus de Deos vem com potência.
discipulos, dizendo-lnes: Quem di­ 2 E seis dias depois, tomou Je5iu
zem os homens, que eu sou ? comsigo a Pedro, e ar Jacobo, e a Joâo,
28 E elles respondérâo: Joâo Bap­ e os levou á parte sós a hum monte
tista ; e outros Elias; e outros algum alto: e transfigurou-se diante delles.
dos Prophetas. 3 E seus vestidos se tornar&o res­
29 E elle lhes disse : Porém vósou­ plandecentes, mui brancos como a
tros, quem dizeis que eu sou ? e res­ neve, quaes lavadeiro os nâo pode
pondendo Pedro, disse-lhe: Tu es o branquear na terra.
Christo. 4 E appareceo-lhes Elias com Moy­
30 E defendia-lhes rigorosamente, ses, e iaJavâo com Jesus.
que delle a ninguém aquiüo disses­ 5 E respondendo Pedro, disse a Je­
sem. sus : Mestre, bom he que nós esteja­
31 E começou a ensinar*lhes, que mos aqui, e façamos tres cabanas,
importava que o Filho do homem pa­ para ti huma, e para Moyses huma,
decesse muito, e fosse reprovado dos e para Elias huma.
Anciãos, e dos Principes dos Sacer­ 6 Porque nâo sabia o que dizia ; que
dotes, e dos Escribas, e que fosse mor­ estavâo assombrados.
to, e depojs de tres dias resuscitasse. 7 E desoeo hum^ nuvem, que os

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S. MARCOS, IX. 49
cobrio com sua sombra, e veio huma mas se podes alguma cousa, ajuda-
v oz da nuvem, que dizia: Este he nos, movendo-te a intima misericor­
m e u Filho amado; a elle ouvi. dia de nós.
8 E olhando logo ao redor, nâo virâo 23 E Jesus lhe disse: se podes crer,
m ais a ninguém, senâo só a Jesus ao que crê tudo he possivel.
com elles. 24 E logo o pai do menino claman­
9 E descendo elles do monte, man­ do, com lagrimas disse: creio. Se­
dou-lhes que a ninguém contassem o nhor ! ajuda minha incredulidaae.
a u e tinhão visto, senâo quando o Fi­ 25 E vendo Jesus que a multidão
lho do homem jâ dos mortos fosse re- concorria, reprehendeo ao espirito
suscitado. immundo, dizendo-lhe: Espirito mu­
10 E elles retivérâo o caso entre si, do e surdo, eu te mando, sahe delle,
perguntando huns aos outros, que se­ e nâo entres nelle mais.
ria aquillo, resusoitar dos mortos f 26 E clamando, e despedaçando-o
11 Eperguntárâo-lhe, dizendo: porque muito, sahio; e ficou o menino como
dizem os Escribas, que he necessário morto, de tal maneira, que muitos di-
que Elias venha primeiro 1 ziâo que estava morto.
12 E respondendo elle, disse-lhes: 27 E tomando-o Jesus pela mào, o
Em verdade primeiro Elias virá, e ergueo, e elle se levantou.
todas as cousas restaurará, e como do 28 E como entrou em casa, seus dis­
Filho do homem està escrito, a saber cipulos lhe perguntàrâo á parte: por­
que muito padeça, e seja aniquilado. que o nâo pudémos nós lançar fóra 1
13 Porém eu vos digo, que jà Elias 29 E disse-lhes: este genero com
he vindo, e fizerão-lhe tudo o que nada pode sahir, senâo com oração e
quizerâo, como delle está escrito. jejum.
14 E como veio aos discipulos, vio 30 E partidos dali caminhàrâo por
grande multidão ao redor delles, e Galilea, e nâo queria que alguem o
alguns Escribas, que com elles por­ soubesse.
fia vão. 31 Porque ensinava a seus discipu­
15 E logo toda a multidão vendo-o los, e aizia-lhes: o Filho do no-
se espantou, e correndo a elle, o sau­ mem será entregue em mãos dos ho­
darão. mens, e matà-lo-hào; e morto elle,
16 E perguntou aos Escribas: que resuscitarà ao terceiro dia.
porfiais com elles ? 32 Mas elles nào entendiâo esta pa­
17 E respondendo hum da multidão, lavra, e temiâo perguntar-lhe.
disse: Mestre, trouxe-te meu filho, 33 E veio a Cape mau m, e entrando
que tem hum espirito mudo. em casa, perguntou-lhes: que arra­
18 E aonde quer que o toma, o des­ zoave is entre vósoutros pelo caminho ?
pedaça, e escuma pela boca, e range 34 Mas elles se calarão, porque huns
os dentes, e se vai seccando; e eu com outros haviâo contendido pelo
disse a teus discipulos que o lanças­ caminho, qual delles havia de ser o
sem fora, e náo podérão. * maior.
19 E respondendo-lhe elle, disse : ó 35 E assentando-se elle, chamou aos
geração incrédula! até quando esta­ doze, e disse-lhes: se alguem quizer
rei amda comvosco í até quando vos ser o primeiro, será o derradeiro de
ainda hei de soíTrer ? trazei-mo. todos, e de todos o ministro.
20 E trouxerão-lho; e como o vio, 36 E lançando mâo de hum menino,
logo o espirito o despedaçou, e cahindo pô-lo no meio delles, e tomando-o
em terra, espojavase escumando pela entre seus braços, disse-lhes:
boca. 37 Qualquer que em meu nome re­
21 Eperguntou a seu pai: quanto ceber a hum dos taes meninos, a mim
tempo ha que isto lhe sobreveio ? e me recebe; e qualquer que a mim
elle lhe disse: desde sua meninice. me receber, nào me receoe a mim,
22 E muitas vezes o lançou tambem senâo ao que me enviou.
no fogo, e na agoa, para o destruir; 38 E respondeo-lhe Joâo, dizendo:
40

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60 S. MARCOS, X.
Mestre, temos visto a huifi, qne em 3 E vindo a elle os Phariseos, pergcm-
teu nome lançava fora aos demonios, tarâo-lhe, se era licito ao homem de­
o qual náo nos segue : e defendemos- ixar a stia mulher? tentando-o.
lho, porcjue nos nâo segue. 3 Mas respondendo elle. disse-lhes:
39 rorem Jesus disse : nâo lho de­ que vos mandou Moyses s
fendais ; porque ninguém ha que faça 4 E elles disserão: Moyses permit-
milagre em meu nome, e logo ae tio escrever-lhe carta de desquite, e
mim possa mal falar. deixá-la.
40 Porque quem náo he contra nós, 5 E respondendo Jesus, disse-lhes:
por nós ne. pela dureza de vossos coraçoens elle
41 Porque qualquer que vos der vos escreveo este mandamento.
hum púcaro de agua a beber em meu 6 Porém desde o principio da crea-
nome, porque sois discipulos de Chris­ çáo, macho e femea os fez Deos.
to, em verdade vos aigo, que nâo 7 Por isso, deixará o homem a sen
perderá seu galardão. pai e a sua mãi, e achegar-se-ha a
42 E qualquer que escandalizar a sua mulher.
hum destes pequenos que em mim 8 E os dous serão huma ca m e : as­
crêm; melhor lhe fóra que lhe poze- sim que ja nâo sáo dous, senâo huma
râo ao pescoço huma mó de atafona, carne.
e que tóra lançado no mar, 9 Portanto o que Deos ajuntou, não
43 E se tua máo te escandalizar, o aparte o homem.
corta-a; melhor te he entrar na vida 10 E em casa tomárâo os discipulos
aleijado, do que tendo duas máos ir a perguntar-lhe ácerca disto mesmo.
ao inferno, ao togo que nunca se apaga. 11 E disse-lhes: qualquer que deixar
44 Aonde seu bicho náo morre, e a sua mulher, e casar com outra, con­
seu fogo nunca se apaga, tra ella adultéra.
45 E se teu pé te escandalizar, cor- 12 E se a mulher deixar a seu mari­
ta-o; melhor te he entrar na vida do, e casar com outro, adultéra.
manco, do que tendo dous pés ser 13 E trazião-lhe meninos, para qne
lançado no inferno, no fogo que nunca os tocasse e os discipulos reprehen-
se apaga. diâo aos que lhos traziâo.
46 Aonde seu bicho náo morre, e o 14 Porém vendo-o Jesus, indignou-
fogo nunca se apaga. se, e disse-lhes: deixai vir os meni­
47 E se teu olho te escandalizar, nos a mim, e nâo os impeçais: porqne
lança-o fora ;*melhor te he entrar no dos taes he o Reino de Deos.
Reino de Deos com hum olho, do que 15 Em verdade vos digo, qne qual­
tendo dous olhos ser lançado no fogo quer que nâo receber o Reino de Deos
do inferno. como menino, em maneira nenhuma
48 Aonde seu bicho náo morre, e o nelle entrará.
fogo nunca se apaga. 16 E tomando-os entre seus braços,
49 Porque cad a q u al serà Salgado e pondo as mâos sobre elles, os aben­
com fogo, e c a d a sacrifício se rá sal­ çoou.
gado com sal. 17 E sahindo elle ao caminho, cor­
50 Bom he o salj mas se o sal se reo a elle hum j e pondo-se de ioelhos
tomar ensosso, com que o adubareis ? diante delle, perguntou-lhe: Mestre
tende sal em vós mesmos, e paz huns bom, que farei para herdar a vida
com outros. etemaj
18 E Jesus lhe disse: porque me
CAPITULO X. chamas bom ? ninguém ha bom senáo
hum. a saber Deos.
LEVANTANDO-se dali, foi aos ] 9 Os mandamentos sabes; náo adul­
E termos de Judea, além do Jor­
dão ; e tomou a multidão a ajuntar-
terarás ; nâo matarás; nâo furtarás;
náo darás falso testemunho ; náo de­
se a elle, e tomou a ensina-los como fraudarás a ninguém; honra a teu
de costume tinha. pai, e a tua mãi.

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S. MARCOS, X. 51
SO Porém respondendo elle, disse- 33 Dizendo: vedes aqui subimos a
lhe : Mestre, tudo isto guardei desde Jerusalem, e o Filho do homem será
minha mocidade. entregue aos Principes dos Sacerdo­
21 E olhando Jesus para elle, amou- tes, e aos Escribas; e á morte o con-
o, e disse-lhe; huma cousa te falta; demnarão, e ás gentes o entregarão.
vai, vende tudo quanto tens, e dá-o 34 E escarnece-lo-háo, e açouta-lo-
aos pobres, e terás hum thesonro no hão, e nelle cuspirão, e mata-lo-hão;
c e o : e vem, segue-me, tomando so­ e ao terceiro dia resuscitará.
bre ti a cruz. 35 E vierão a elle Jacobo e João,
22 Mas elle pesaroso desta palavra, filhos de Zebedeo, dizendo : Mestre,
se foi triste ; porque tinha muitas pos- bem quizéramos que nos fizesses o
sessoens. que pedirmos.
23 Entâo Jesus olhando ao redor, 36 E elle lhes disse: que quereis
disse a seus discipulos: qu&o difficil- que vos faça ?
mente entraráo no Reino de Deos os 37 E elles lhe disserão; dá-nos que
que tem riquezas! em tua gloria nos assentemos, hum à
24 E os discipulos se espantârâo des­ tua máo direita, e outro á tua esquer­
tas suas palavras: mas tornando Je­ da?
sus a responder, disse-lhes: filhos, 38 Mas Jesus lhes disse: não sabeis
quão difiicil he entrar no Reino de o que pedis; podeis vòs beber o copo
Deos os que em riquezas confião. que eu bebo, e ser baptizados com o
25 Mais facil he passar hum camelo baptismo com que eu sou baptizado ?
pelo fundo de huma agulha, do que 39 E elles lhe disserão: Podemos.
entrar o rico no Reino de Deos. Porém Jesus lhes disse : em verdade,
26 E elles se espanta vâo ainda mais, o copo que eu bebo, bebereis; e com
dizendo huns para os outros; quem o baptismo, com que eu sou baptiza­
pois se poderá «alvar ? do, sereis baptizados.
27 Porém olhando Jesus para elles, 40 Mas assentar-se à minha máo
disse : quanto aos homens impossível direita , ou á minha esquerda, nào he
h e ; mas quanto a Deos, náo : porque meu dá-lo, senâo aos que está apare­
todas as cousas sâo possiveis quanto lhado.
a Deos. 41 E como os dez ouvirão isto, co-
28 E começou Pedro a dizer-lhe: meçárão a indignar-se contra Jacobo
vês aqui nosoutros tudo deixámos, e e Joâo.
te seguimos. 42 Mas chamando-os Jesus a si, dis­
29 È respondendo Jesus, disse : em se-lhes : ja sabeis, que os que se esti-
verdade vos digo, que não ha ningu­ mão ser rrincipes das gentes, delias
ém que haja deixado casa, ou irmãos, se ensenhoréâo : e os grandes delias
ou irmaâs, ou pai, ou mãi, ou mulher, sobre ellas usão de autoridade.
ou íilhos, ou campos, por amor de mim 43 Mas entre vósoutros assim não
e do Evangelho; serâ: antes qualquer que entre vós
30 Que náo receba cem vezes tanto, qúizer ser grande, será vosso ministro.
agora neste tempo, casas, e irmãos, 44 E qualquer que de vósoutros
e irmaâs, e màis, e filhos, e campos, quizer ser o primeiro, será servo de
com perseguiçoens; e no seculo vin­ todos.
douro a vida eterna. 45 Porque tambem não veio o Filho
31 Porém muitos primeiros seráo do homem a ser servido, senão a servir,
derradeiros, e muitos derradeiros, pri­ e dar sua vida em resgate por muitos.
meiros. 46 E vierão a Jericho. E sahindo
32 E ião de caminho, subindo a Je­ elle, e seus discipulos, e huma grande
rusalem ; e Jesus ia diante delles, e multidão de Jericho, estava Bartimeo
espantavão-se, e o seguião atemoriza­ o cego, filho de Timeo, assentado
dos. E tornando a tomar comsigo junto ao caminho mendigando.
aos doze, começou-lhes a dizer as 47 E ouvindo que era Jesus o Naza­
cousas que lhe havi&o de sobrevir: reno, começou a Clamar, e a dizer:

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62 S . MARCOS, XI.
Jesus, Filho de David! tem miseri­ 11 E entrou Jesus em Jerusalem, e
cordia de mim. no Templo; e havendo visto tudo ao
48 E muitos o reprehendiào, para redor, e sendo já tarde, sahio para
que se cal lasse: mas elle clamava Bethania com os doze.
tanto mais: Filho de David, tem 12 E o dia seguinte, sahindo elles de
misericordia de mim. Bethania, teve fome.
49 E parando Jesus, disse que o 13 E vendo de longe huma figueira,
chamassem; e chamàrào ao cego, que tinha folhas, veio a ver se nella
dizendo-lhe: tem bom animo, levan­ acharia alguma cousa: e chegando a
ta-te, qxu te chama. ella, não achou senão folhas; porque
50 E lançando elle de si sua capa, nào era tempo de íigos.
levantou-se, e veio a Jesus. 14 E respondendo Jesus, disse-lhe:
51 E respondendo Jesus, disse-lhe: nunca mais coma ninguém fruto de
ue queres que te faça ! e o cego lhe ti para sempre. E isto ouvirão seus
isse: Rabboni, que veja. discipulos.
52 E Jesus lhe disse: vai-te; tua fé 15 £ vierão a Jerusalem: e entrando
te salvou. E logo vio; e seguia a Jesus no Templo, começou a lançar
Jesus pelo caminho. fora aos que no Templo vendiâo e
compravào: e transtornou as mezas
CAPITULO XI. dos cambiadores, e as cadeiras dos
que vendiâo pombas.
COMO já chegarão perto de Je­ 16 E nào consentia que alguem le­
E rusalem, em Bethphage e Betha-
nia, ao monte das Oliveiras, mandou
vasse vaso algum pelo Templo.
17 E ensinava, dizendo-lhes: nào
dous de seus discipulos. està escrito; minha casa, casa d e ora­
2 E disse-lhes: ide á aldea, que es­ ção serà chamada de todas as gentes ?
tà de fronte de vós; e logo, em ella mas vósoutros a tendes feito cova de
entrando, achareis hum poldro liado, salteadores.
sobre o qual nenhum homem se tem 18 E ouvirão isto os Escribas, e os
assentado; soltai-o, e trazei-o. Principes dos Sacerdotes, e busca vão
3 E se alguem vos disser: porque como o matarião; porque o temiâo,
fazeis isso 1 dizei, que o Senhor o ha porquanto toda a multidão estava es­
mister, e logo o mandará para ca. pantada ácerca de sua doutrina.
4 E forão, e achárão o poldro liado 19 E como já foi tarde, sahio fora da
à porta fora entre dous caminhos, e o cidade.
soltàrào. 20 E passando pela manhã, virão que
5 E alguns dos que ali estavâo lhes a figueira estava secca desde as rai­
disserão; que fazeis, soltando o pol­ zes.
dro í 21 E lembrando-se Pedro, disse-lhe:
6 Porém elles lhes disserão como Je­ Rabbi, vês aqui a figueira que amal­
sus lhes tinha mandado, e os deixa­ diçoaste, se seccou.
rão ir. 22 E respondendo Jesus, disse-lhes;
7 E trouxérão o poldro a Jesus, e lan­ tende fé em Deos.
çarão sobre elle seus vestidos, e as­ 23 Porque em verdade vos digo, que
sentou-se sobre e\h. qualquer que disser a este monte: al-
8 E muitos estendiào seus vestidos pe­ ca-te, e lança-te no m ar: e náo duvi­
lo caminho, e outros cortavão ramos uas dar em seu coraçáo, mas crer que se
arvores, e os espalha vão pelo caminho. fará o que diz, tudo o que disser se
9 E os que ião diante, e os que se- lhe fará.
guião olamavào, dizendo: Hosanna, 24 Portanto vos digo. que tudo o que
bemdito o que vem em o nome do Se­ pedirdes orando, creue que o recebe­
nhor. reis, e vir-vos-ha.
10 Bemdito o Reino de nosso Pai 25 E quando estiverdes orando, per­
David, que vem em o nome do Se­ doai, se tendes alguma cousa contra
nhor ; Hosanna em as alturas. alguem, para que vosso Pai, que es-

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S. MARCOS, XII. 53
i x * o s ceos, vos perdoe vossas offen- 7 Mas aquelles lavradores disser&o
an. entre si: este he o herdeiro, vinde,
2 6 M as se vósoutros nào perdoardes, matê-mo-lo: e será nossa a herança.
a m b e m vosso Pai, que está nos ceos, 8 E pegando delle matàrào-o, e lan­
ro s n&o perdoará vossas offensas, çarão-o tora da vinha.
■37 E tomàrâo a Jerusalem: e andan- 9 Que pois farà o Senhor da vinha ?
Vo e lle pelo Templo, vierão a elle os virà, e destruirá os lavradores, e a vi­
P rin c ip e s dos Sacerdotes, e os Escri- nha dará a outros.
? a s , e os Anciàos. 10 Nem ainda esta escritura tendes
Ü S E disserào-lhe: com que autori­ lido ? a pedra que os edificadores re-
d a d e fazes estas cousas? e quem te geitàrào, esta foi feita por cabeça da
d e o esta autoridade, para fazeres es­ esquina.
t a s cousas ? 11 Pelo Senhor foi feito isto, e he
2 9 Mas respondendo Jesus, disse- maravilhoso em nossos olhos.
lh .e s : tambem eu vos perguntarei hu­ 12 E procuravão prendè-lo, mas te-
m a palavra, e respondei-me \ e entáo miào a multidão; porque' entendiâo,
v o s direi com que autoridade faço es­ ue delles dizia aquella parabola: e
t a s cousas. eixando-o, se forào.
30 O Baptismo de Joào era do ceo, 13 E mandarão-lhe alguns dos Pha­
o u dos homens? Respondei-me. riseos e dos Herodianos, para que o
31 E elles arrazoavâo entre si, dizen­ apanhassem em alguma palavra.
do : se dissermos do ceo, dir-noj-ha: 14 E vindo elles, aisserào-lhe: Mes­
porque pois o nâo crestes ? tre, bem sabemos, que es homem de
32 Porém se dissermos dos homens, verdade, e nâo se te dá de ninguém,
tememos ao povo: porque todos ti­ porque nào attentas para a apparencia
nhão de Joâo que verdadeiramente dos homens, antes com verdade ensi­
era Propheta. nas o caminho de Deos: he licito dar
33 E respondendo, disserão a Jesus: tributo a Cesar, ou nâo ? daremos, ou
n&o sabemos. E respondendo Jesus, nâo daremos ?
disse-lhes: tambem eu vos nào direi 15 E entendendo elle sua hypocrisia,
com que autoridade faço estas cousas. disse-lhes: porque me tentais? tra-
zei-me a moeda, para que a veja.
16 E elles lha trouxerâo. E disse-
CAPITULO XII. lhes : cuja he esta imagem, e a ins-
COMECOU-LHES a dizer por par­ cripçâo ? e elles lhe disserão : de Cé­
E ábolas : Plantou hum homem hu­
ma vinha, e a cercou com valado, e
sar.
17 E respondendo Jesus, disse-lhes:
fundou nella hum lagar, e edificou hu­ Dai pois a Cesar, o que he de Cesar,
ma torre, e arrendou-a a huns lavra­ e a Deos o que he de Deos. E mara-
dores j e partio para fora da terra. vilhárào-se delle,
2 E chegado o tempo, mandou hum 18 E vierão a elle os Sadduceos, que
servo aos lavradores, para que dos lav- dizem que nâo ha resurreiçào, e per-
Tadores recebesse do fruto da vinha. guntarâo-lhe, dizendo:
3 Mas elles tomando-o^ ferirào-o, e 19 Mestre, Moyses nos escreveo, que
mandarâo-o embora vazio. se o irmâo de alguem morresse, e dei­
4 E tomou a mandar-lhes outro ser­ xasse mulher, e nâo deixasse filhos,
vo ; e elles apredejando-o, ferirào-o na que seu irmâo tomasse sua mulher, e
cabeça, e o mandarão afrontado. despertasse semente a seu irmào.
5 E tomou a mandar outro, e áauel- 20 Houve pois sete irmàos, e o pri­
le matarão, e a outros muitos, e a huns meiro tomou mulher, e morrendo, nào
ferirão, e a outros matarão. deixou semente.
6 Tendo pois elle ainda hum seu filho 21 Tomou-a tambem o segundo, e
amado, mandou-lhes tambem por der­ morreo; e nem este deixou semente;
radeiro a este, dizendo: pelo menos e o terceiro da mesma maneira.
terâo respeito a meu filho. 22 E a tomàrâo todos os sete, e t&o

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54 S. MARCOS, XIII.
pouco deixàrâo semente. Finalmen­ 35 E respondendo Jesus dizia, ensi­
te, depois de todos, morreo tambem a nando no Templo: como dizem os Es­
mulher. cribas que o Christo he Filho de Da­
23 Na resurreiçâo pois, quando re- vid ?
suscitarera, de qual destes será a mu­ 36 Porque o mesmo David disse pe­
lher? porque os sete a tivérâo por lo Espirito Santo: Disse o Senhor a
mulher. meu Senhor, assenta-te á minha imo
24 E respondendo Jesus, disse-lhes: direita, até que ponha a teus inimigos
por ventura nâo errais vósoutros, por­ por escabello de teus pés.
quanto nâo sabeis as Escrituras, nem 37 Pois David mesmo o chama sut
a potência de Deos 1 Senhor, como he logo seu filho I Ea
25 Porque quando resuscitarem dos grande multidão o ouvia de boa von­
mortos, nem se casarão, nem se da­ tade.
rão em casamento; mas serâo como 38 E dizia-lhes em sua doutrina:
os Anjos qjje estão nos ceos. rdai-vos dos Escribas, que folgio
26 E ácerca dos mortos que hajâo de r andarem vestidos à comprida, e
resuscitar; nâo tendes lido no livro de das saudaçoens nas praças:
Moyses, como Deos lhe falou em a 39 E das primeiras cadeiras nas Si­
6arça. dizendo: eu sou o Deos de nagogas, e dos primeiros assentos nas
Abranam, e o Deos de Isaac, e o Deos ceas.
de Jacob ? 40 Que devorão as casas das viuvas,
27 Deos nâo he Deos de mortos, se­ e isso com pretexto de larga oraçáo.
nâo Deos de vivos. Assim que muito Estes receberão mais grave juizo.
errais. 41 E estando Jesus assentado de fron­
28 E vindo a elle hum dos Escribas, te da arca do thesouro, attentava como
ue os ouvira contender, sabendo que a multidão lançava dinheiro na arca
3 ies tinha bem respondido, pergun­ do thesouro : e muitos ricos lançavão
tou-lhe : qual de toaos he o primeiro muito.
mandamento ? 42 E vindo huma pobre viuva, Jp-
29 E Jesus lhe respondeo: o primei­ çou dous minutos, que sâo dous reis.
ro de todos os mandamentos he: ouve 43 E chamando Jesus a si seus disci­
Israel, o Senhor nosso Deos he o unico pulos, disse-lhes: em verdade vosdi­
Senhor. go, que esta pobre viuva lançou ma*,
30 Amarás pois ao Senhor teu Deos que todos os que lançàrâo na arca do
de todo teu coração, e de toda tua al­ thesouro.
ma, e de todo teu entendimento, e de 44 Porque todos lançàrâo nella do qoe
todas tuas forças: Este he o primeiro lhes sobeja ; mas esta de sua pobre»
mandamento. lançou nella tudo o que tinha, todoseu
31 E o segundo, semelhante a este sustento.
h e : Amarás a teu proximo como a ti
mesmo: não ha outro mandamento
maior que estes. CAPITULO XIII.
32 E o Escriba lhe disse: Mui bem, SAHINDO elle do Templo, dis­
Mestre, e com verdade disseste, que
hum só Deos ha, e outro nâo ha senâo
E se-lhe hum de seus discipulos
Mestre, olha que pedras, e que edifí­
elle. cios!
33 E que amá-lo de todo coração, e 2 E respondendo Jesus, disse-lhe:
de todo entendimento, e de toda a al­ vês estes grandes edifícios ? náo serà
ma, e de todas as forças; e amar ao deixada pedra sobre pedra, que nào
proximo como a si mesmo, mais he seja derribada.
que todos os holocaustos e sacrifícios. 3 E assentando-se elle no monte das
34 E vendo Jesus que havia respon­ Oliveiras, em fronte do Templo, p®r*
dido sabiamente, disse-lhe: não estás guntárâo-lhe â parte Pedro, e Jacobo,
tu longe do Reino de Deos. E já nin­ e João, e Andre:
guém ousava mais lhe perguntar. 4 Dize-nos, quando serâo estas

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S. MARCOS, x m .
**#; e qqe sinal haverá de quando to* cipio da creaçâo das cousas, que Deos
das estas cousas se h&o de acabar. creoiL até agora, nem tão pouco serà.
5 E respondendo-lhes Jesus, come­ 20 É se o Senhor não abreviasse
çou a dizer: Olhai que ninguém vos aquelles dias, nenhuma came se sal­
engane: varia : mas por causa dos escolhidos,
6 Porque virâo muitos em meu nome, que escolheo, abreviou aquelles dias.
dizendo: eu sou o Christo; e a mui­ 21 E então se alguem vos disser:
tos enganarão. vedes aqui está o Christo; ou vêde-o
7 £ quando ouvirdes de guerras, e ali e6tá, não o creais.
d e rumores de guerras, nào vos turbe­ 22 Porque se levantarào falsos Chris-
is ; porque assim importa fazer-se: tos, e falsos P^pphetas, e farão sinaes
raas ainda nào serà o nin. e prodigios, para enganar, se fóra pos­
8 Porque gente se levantará contra sível, até aos escolhidos.
gente, e reino contra reino, e haverá 23 Mas vósoutros olhai, vedes aqui,
terremotos em diversos lugares, e ha­ tudo d’antes vos tenho dito.
verá fome8, e alvoroços. Principios 24 Porém naquelles dias, depois da-
de dores serâo estes. quella aíflicçâo, o sol se escurecerá,
9 Mas olhai por vos mesmos • porque e a lua não darà seu resplandor.
vos entregarão em Concilios, e em 25 E as estrellas do ceo cahirâo, e
Synagogas; sereis açoutados, e sereis as forças que estào nos ceos abalarão.
apresentados ante Presidentes e Reis, 26 E entào ao Filho do homem ve­
por amor de mim, para que lhes con­ rão vir em as nuvens, com grande po­
ste. tência e gloria.
10 E entre todas as gentes importa 27 E então enviará seus Anjos, e
se prégue primeiro o Evangelho. ajuntará seus escolhidos dos quatro
11 Porém quando vos levarem a en­ ventos, desde o cabo da terra, até o
tregar, nào estejais d’antes solicito» cabo do ceo.
do qae haveis de dizer, nem o pen­ 28 E da figueira aprendei a seme­
seis : mas o que naquella hora vos for lhança : quando jà seu ramo se vai fa­
dado, isso falai. Porque não sois vos zendo tenro, e brota folhas, bem sa­
os que falais, senão o Espirito Santo. beis que já o verào está perto.
12 E o irmão entregará á morte ao 29 Assim tambem vósoutros, quando
irmão, e o pai ao filho: e levantar-se- virdes succeder estas cousas, sabei
hão os filhos contra os pais, e mata- que ja está perto ás portas.
los-hâo. 30 Em verdade vos di^o, que náo
13 E sereis aborrecidos de todos por passará esta geração, ate que todas
amor de meu nome: mas quem per­ estas cousas nâo aconteçâo.
severar até o fim, esse serà salvo. 3 1 0 ceo e a terra passarão, mas mi­
14 Assim que quando virdes a abo­ nhas palavras não passarão.
minação do assolamento, que foi dito 32 Porém daquelle dia e hora nin­
pelo Propheta Daniel, estando aonde guém sabe, nem os Anjos que estâo
nào deve, (quem lé, advirta) então os no ceo. nem o Filho, senão o Pai.
que estiverem em Judea, fujâo para 33 Olnai, vigiai, e orai; porque nâo
os montes. sabeis quando será o tempo.
15 E o que estiver sobre telhado, não 34 Como o homem, que partindo pa­
desça à casa, nem entre a tomar algu­ ra fora da terra, deixou sua casa, e
ma cousa de sua casa. deo autoridade a seus servos, e a cada
16 E o que estiver no campo, náo hum sua obra, e mandou ao porteiro
tome atraz, a tomar seu vestido. que viçiasse.
17 Mas ai das prenhes, e das que cri­ 35 Vigiai pois, (porque nâo sabeis
arem naquelles dias. quando virá o Senhor da casa; se à
18 Orai porém, que não succeda vos­ tarde, se á meia noite, se ao canto do
sa fugida no inverno. gallo, se pela manhã.)
19 Porque serão aquelles dias de tal 36 Para que nâo venha d*improviso,
aíflicçâo, qual nunca foi desde o prin­ e vos ache dormindo.

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56 S. MARCOS, XIV.
37 E as cousas que a vósoutros vos trar-vos-ha hum homem, qoe levahtfsn
digo, as digo a toaos: Vigiai. cantaro de agua, segui-e.
14 E aonde quer aue entrar, dizei ao
Senhor da oasa: o Mestre d iz ; onde
CAPITULO XIV. està o aposento aonde hei de com er a
DALI a dous dias era a Paschoa, Paschoa com meus discipulos %
E e a festa dos paens asmos: e bus- 15 E elle vos mostrará hum grande
cavão os Principes dos Sacerdotes, e cenáculo, ornado e aparelhado; ah
os Escribas, como o prender ião por en- nos aparelhai.
gano? e matarião. 16 E sahirão seus discipulos, e vié­
2 Diziâo porém: não na festa, por­ râo á cidade, e achárão corno lhes ti­
que por ventura nâo se faça alvoroço nha dito, e aparelharão a Paschoa.
entre o povo. 17 E vinda a tarde, veio com os doze.
3 £ estando elle em Bethania, em 18 E como se assentassem d mesa, e
casa de Simão o Leproso, assentado á comessem, disse Jesus: em verdade
mesa, veio huma mulher, que tinha vos digo, que hum de vósoutros, que
hum vaso de alabastro de unguento comigo come, me ha de trahir.
de nardo puro, de muito preço, e que­ 19 E elles se começàrão a entristecer,
brando o vaso de alabastro, derramou- e a dizer-lhe hum após outro: por j
lho sobre a cabeça. ventura sou eu ? e outro: por ventura
4 E houve alguns que em si mesmos sou eu ?
Be indignarão, e disserão: para que se 20 Porém respondendo elle, disse- ,
fez esta perdição do unguento ? lhes: hum dos doze he} que m olha co­
5 Porque bem se podia isto vender migo no prato.
por mais de trezentos dinheiros, e dar- 21 Em verdade o Filho do homem
se aos pobres. E bramavâo contra vai, como delle está escrito: m as ai
ella. daquelle homem, por quem o Filho do
6 Porém Jesus disse: deixai-a: por- homem he trahido: bom lhe fóra ao
iue a molestais? boa obra me tem tal homem nâo haver nascido.
?eito. 22 E comendo elles, tomou Jesus o i
7 Que pobres sempre comvosco os pâo; e bem-dizendo partio-o. e deo-
tendes \ e quando quizerdes lhes po­ lho, e disse: Tomai, comei, isto he o
deis fazer bem : porém a mim sem­ meu corpo.
pre me não tendes. 23 E tomando o copo, e dando gra­
8 Esta o que podia fez; adiantou-se ças, deo-lho: e bebérão delle todos.
a ungir meu corpo, para preparação 24 E disse-lhes: Isto he o meu san­
de minha sepultura. gue, o sangtte do novo Testamento, que
9 Em verdade vos digo, que aonde por muitos he derramado.
quer que em todo o mundo este Evan­ 25 Em verdade vos digo, que nâo be­
gelho se pregar, tambem o que esta berei mais do fruto de vide, até aquel­
fez será dito em sua memória. le dia, quando o beber novo em o Rei­
10 E Judas Iscariota, hum dos doze, no de Deos.
se foi aos Principes dos Sacerdotes 26 E como cantàrâo o Hymno, sahi­
para lho entregar. rão ao monte das Oliveiras.
11 E elles ouvindo-o folgárão) epro- 27 E Jesus lhes disse: Todos vós­
mettérão de lhe dar dinheiro; e bus­ outros em mim vos escandalizareis es­
cava como o entregaria a tempo op- ta noite ; porque escrito está : ferirei
portuno. ao pastor, e as ovelhas serâo derra­
12 E o primeiro dia dos paens asmos, madas.
quando sacrificavão o cordeiro da Pas­ 28 Mas depois de eu haver resusci-
choa, seus discipulos lhe disserão: tado, vos irei diante a Galilea.
aonde queres que te vamos aparelhar, 29 E Pedro lhe disse: ainda que to­
para comeres a Paschoa ? dos se escandalizassem, nâo porém
13 E mandou dous de seus discipulos, eu.
e disse-lhes: Ide â cidade, e encon­ 30 E disse-lhe Je»u»: em verdade te

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S. MARCOS, XIV. éf
digo, quô hoje nesta noite, antes qne 45 E como velo, foi logo a elle, e dis*
o gallo cante duas vezes, me negarás se-lhe: Rabbi, Rabbi, e beijou-o.
tres vezes. 46 E lançárâo suas mâos nelle, e o
31 Mas elle muito mais dizia: ainda prendèrâo. *
qae comtigo morrer me seja necessá­ 47 E hum dos que ali presentes es*
rio, em maneira nenhuma te negarei. tavâo, puxando da espada, ferio ao
£ todos d iziâô tambem da mesma ma­ servo do Summo Pontifice, e cortou-
neira. lhe a orelha.
32 E vierão ao lugar cujo nome era 48 E respondendo Jesus, disse-lhes:
Gethsemane, e disse a seus discipulos: Como a salteador, com espadas e bas*
assentai-vos aqui até que ore. toens sahistes a prender-me ?
33 E tomou comsigo a Pedro, e a Ja­ 49 Cada dia comvosco estava no
cobo, e a Joâo, e começou-se a espavo- Templo ensinando, e nâo me prendes­
recer e a angustiar. tes ; mas assim se faz para que as Es­
34 E disse-lhes: minha alma total­ crituras se cumprâo.
mente está triste até à m orte: ficai- 50 Entâo deixando-o todos fugiráo.
■vos aqui, e vigiai. 51 E hum certo mancebo o seguia,
35 E indo hum pouco mais adiante, envolto em hum lançol sobre o corpo
prostrou-se em terra; e orou, que se nu. E pegârão delle os mancebos.
«fosse possirel, passasse delle aquella 52 E elle, largandò o lançol, fugiu
hora. delles nu.
36 E disse: Abba, Pai, todas as cou­ 53 E levárào a Jesus ao Summo Pon­
tas te sâo possiveis; traspassa de mim tifice | e ajuntárâo-se a elle todos os
este copo; porém nâo o que eu quero, Principes aos Sacerdotes, e os Anci­
senâo o que tu queres. ãos, e os Escribas.
37 E veio, e achou-os dormindo; e 54 E Pedro o seguio de longe até
disse a Pedro: Simão, dormes ? huma dentro da sala do Summo Pontifice,
hora vigiar nâo podes ? e estava assentado juntamente com
38 Vigiai, e orai, para que nâo en­ os servidores, e aquentando-se ao fo-
treis em tentação; o espirito em ver­ go.
dade está prestes, mas a carne he fra­ 55 E os Principes dos Sacerdotes, e
ca. todo o Concilio Duscavâo algum tes­
39 E tomando a ir, orou, dizendo as temunho contra Jesus, para o matar­
mesmas palavras. em, e nâo o achavão.
40 E tomando, achou-os outra vez 56 Porque muitos testificavâo falsa­
dormindo; porque seus olhos estavâo mente contra elle: mas os testemu­
carregados, e nâo sabiâo que respon­ nhos nào erão conformes.
der-lhe. 57 Elevantando-se huns, testifica­
41 E veio a terceira vez, e disse- vâo falsamente contra elle, dizendo:
lhe® : dormi já e descançai. Basta, 58 Nos lhe ouvimos dizer: eu der­
vinda he a hora. Vedes aqui o Filho ribarei este templo feito de mâos, e
do homem he entregue em mâos dos em tres dias edificarei outro, feito
peccadores. sem mâos.
42 Levantai-vos, vamos-nos: eis qne 59 E nem assim era seu testemu­
o que me trahe está perto. nho conforme.
43 E logo, falando elle ainda, veio 60 E levantando-se o Summo Pon­
Judas, que era um dos doze, e com el­ tifice no meio, perguntou a Jesus, di­
le huma grande multidão, com espa­ zendo: nâo respondes nada? quô
d as e bastoensL da parte dos Princi­ testificâo estes contra ti %
p e s dos Sacerdotes, e dos Escribas, e 61 Mas elle calava, e nada respon­
dos Anciãos. deo. O Summo Pontifice lhe tomou
44 E o que o trahia lhes tinha dado a perguntar, e disse-lhe: es tu o Chris­
hnm commum sinal, dizendo: ao que to. o Filho ao Deos bemdito ?
e n beijar, esse h e ; prendei-o, e levai- 62 E Jesus disse: eu o sou: e ver­
9 a bom recado. eis ao Filho do homem assentado 4
40*
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53 S. MARCOS, XV.
máo direita da potência de Deos, e vir 4 E perguntou-lhe outra vez Pilatos^
em as nuvens ao ceo. dizenao: não respondes nada? olha.
63 E rasgando o Summo Pontifice quantas cousas testificão contra t i !
seus vestidos, disse: que mais neces­ 5 Mas Jesus nada mais respondeo ;
sitamos de testemunhas? de maneira que Pilatos se maravilha­
64 Ouvido tendes a blasfêmia; que va.
vos parece ? e todos o condemnàrão- 6 E no dia da festa lhes soltava hum
por culpado de morte, preso, qualquer que elles pedissem.
65 E alguns começarão a cuspir nel­ 7 E havia num chamado Barabbas.
le, e a cobrir-lhe o rosto, e a dar-lhe preso com outros amotinadores, que
punhadas, e dizer-lhe : Prophetiza. E em hum motim tinha commettido
os servidores lhe davão de bofetadas. huma morte.
66 E estando Pedro em baixo na sa­ 8 E a multidão, dando gritos, come­
la, veio huma das criadas do Summo çou a pedir que fizesse como sempre
Pontifice; lhes tinna feito.
67 E vendo a Pedro, que se estava 9 E Pilatos lhes respondeo, dizendo:
aquentando, attentou para elle, e dis­ uereis que vos solte ao Rei dos Ju-
se: tambem tu estavas com Jesus o S eos?
Nazareno. 10 (Porque bem sabia elle, que por
68 Mas elle o negou, dizendo: não inveja o entregàrâo os Principes dos
o conheço, nem sei o que dizes. E Sacerdotes).
sahio fora ao alpendre; e cantou o 11 Mas os Principes dos Sacerdotes
gallo. incitárão a multidão, que lhes soltasse
69 E a criada vendo-o outra vez, co­ antes a Barabbas.
meçou a dizer aos que ali estavâo: 12 E respondendo Pilatos, disse-lhe*
delles he este. outra vez: que pois quereis que faça
70 Mas elle o negou outra vez. E do que chamais Rei aos Judeos ?
pouco depois disserão os que ali es­ 13 E elles tomárâo a clam ar; Cru­
tavâo outra vez a Pedro: verdadei­ cifica-o.
ramente delles es: pois tambem es 14 Mas Pilatos lhes disse: pois que
Galileo, e tua falia he semelhante. mal fez ? e elles clamavão tanto m ais:
71 E elle começou a anatematizar, Crucifica-o.
e a jurar, dizendo: nào conheço a es­ 15 Querendo porém Pilatos satisfa­
se homem que dizeis. zer à multidão, soltou-lhes a Barab­
72 E cantou o gallo a segunda vez. bas, e entregou a Jesus açoutado, pa­
E Pedro se lembrou da palavra que ra que fosse crucificado.
Jesus lhe tinha dito: antes que o gal­ 16 E os soldados o levàrão dentro á
lo cante duas vezes, tu me negarás sala, que he a Audiência; e convoca­
tres vezes. E retirando-se dali, cho­ rão toda a quadrilha.
rou. 17 E o vestirão de puip u ra; e te ­
cendo huma coroa de espinhos, poze-
rão-lha na cabeça.
CAPITULO XV. 18 E começàrâo a saudá-lo, dizendo:
LOGO em amanhecendo tiverâo hajas "ozo, Kei dos Judeos.
E conseho os Summos Pontífices
com os Anciãos, e oom os Escribas, e
19 E ferião-o na cabeça com huma
cana, e cuspião nelle, e prostrados de
com todo o Concilio \ e amarrando a joelhos o adoravão.
Jesus, o levarão e entregarão a Pila­ 20 E havendo-o escarnecido despi-
tos. rão-lhe a purpura, e o vestirão de
2 E perguntou-lhe Pilatos: Es tu o seus proprios vestidos, e o levarão fora,
Rei dos Judeos ? e respondendo elle, para o crucificarem.
disse-lhe: Tu o dizes. 21 E constrangérâo a hum Simão
3 E accusavão-o os Principes dos Cyreneo, que por ali passava, e vinha
Sacerdotes de muitas cousas; porém do campo, o pai de Alexandre e do
elle nada respondia, Bufo, que levasse sua cruz.

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S . MARCOS, XVI.
92 E o levárão ao lugar de Golgotha, delle estava, vendo que assim cia»
q u e traduzido h e ; o lugar da Cave­ mando expiràra, disse: Verdadeira­
ira. mente, Filho de Deos era este ho­
23 £ derão-lhe a beber vinho mir­ mem.
rado : mas elle nào o tomou. 40 E tambem ali estavâo algumas
24 E havendo-o crucificado, reparti­ mulheres olhando de longe, entre as
rão seus vestidos, lançando sortes so­ quaes estava tambem Maria Magda-
b re elles, que levaria cada hum. lena, e Maria mãi de Jacobo o menor,
25 E era a hora terceira, e o crucifi- e de Joses, e Salomé.
càrâo. 41 As quaes tambem, estando elle
26 £ o titulo de sua causa estava so­ em Galilea, o seguião, e o servião; e
b re elle escrito: O REI DOS JU­ outras muitas, que tinhão subido com
DEOS. elle a Jerusalem.
27 E crucificarão com elle dous sal­ 42 E vinda ja a tarde, por quanto
teadores, hum á sua máo direita, e ou­ era a preparação, que he o ante Sab­
tro à esquerda. bado :
28 E cumprio-se a Escritura, que 43 Veio José de Arimathea, Senador
d i z : e com os malfeitores foi conta­ honrado, que tambem esperava o
do. Reino de Deos, e ousado entrou a Pi­
29 E os que passavão delle blasfe­ latos, e pedio o corpo de Jesus.
m a vão, meneando suas cabeças, e 44 E Pilatos se maravilhou de que
dizendo: Ah! tu que derribas o jà fosse morto. E chamando a si ao
Templo, e em tres dias o edificas: Centuriâo, perguntou-lhe se ja havia
30 Salva-te a ti mesmo, e desce da muito que era morto.
cruz. 45 E havendo-o entendido do Centu-
31 E da mesma maneira tambem os riáo, deo o corpo a José.
Principes dos Sacerdotes, com os Es­ 46 O qual comprou hum lançol fino,
cribas, diziâo huns para os outros, e tirando-o da cruz, envolveo-o no
zombando: a outros salvou, a si mes­ lançol fino, e pô-lo em hum sepulcro
mo salvar-se nâo pode. lavrado em huma penha, e revolveo
32 O! Christo, o Rei de Israel, des­ huma pedra á porta do sepulcro.
ça agora da cruz, para que o vejamos, 47 E Maria Magdalena, e Maria
e o creamos. Tambem os que com mái de Joses, olhavão aonde o pu-
elle estavâo crucificados, o injuria- nhâo.
vâo.
33 E vinda a hora sexta, forão feitas CAPITULO XVI.
trevas sobre toda a terra, até á hora
PASSADO o Sabbado, Maria
nona.
34 E á hora nona exclamou Jesus E Magdalena, e Maria m á i de Ja*
com grande voz, dizendo: ELOI, cobo, e Salomé, compràrâo especia­
ELOI, LAMMA SABACHTHANI; rias, para virem, e o ungirem.
que traduzido, h e; Deos meu, Deos 2 E mui de manhã, o primeiro da
meu, porque me deseraparaste 1 semana, vierão ao sepulcro, sahindo
35 E ouvindo-o huns dos que ali es- já o sol.
tavão, diziâo : eis que a Elias chama. 3 E diziâo humas ás outras: quem
36 E correo hum, e encheo de vina­ nos revolverá a pedra da porta do se­
gre huma esponja, e pondo-a em hu­ pulcro ?
ma cana, dava-lhe de Deber, dizendo: 4 E attentando, virão que já a pe­
Deixai, vejamos se virá Elias a tirá- dra estava revolta: (porque era mui
lo. grande.)
37 E Jesus, dando huma grande 5 E entrando no sepulcro, virão hum
voz, expirou. mancebo assentado da banda direita,
38 E o véo do Templo se rasgou em vestido de huma roupa comprida bran­
dous de alto abaixo. ca : e espantárão-se.
39 E o Centuiiâo, que ali em fronte 6 Mas elle lhes disse: nào vos es-

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60 S. LUCAS, L
quiteis; buscais a Jesus Nazareno 14 Finalmente se manifestou a&t
•crucificado: jâ resuscitou; nào está onze, estando elles juntamentçj&saen»
aq u i: eis aqui o lugar aonde o pôzerão. tados, e deitou•lhes em rosto sua in­
7 Porém ide, dizei a seus discipulos, credulidade, e dureza de coraç&o,
e a Pedro, que elle vos vai diante a por nâo haverem crido aos que o t i ­
Galilea; ali o vereis, como elle vos nhão visto jà resuscitado.
disse. 15 E disse-lhes; Ide por todo o nuiDr
8 £ sahindo ellas apre-suradamente, do, prégai o Evangelho a toda crea*
fugiráo do sepulcro; e temor e espan­ tura.
to as tinha tomado; e nâo dizião na­ 16 Quem crer e for baptizado, será
da a ninguém, porque temiâo. salvo: mas quem nâo crer, se rà cqn-
9 E como Jesus resuscitou pela ma­ demnado.
nhâ, o primeiro da semana, primei­ 17 E estes sinaes seguirão aos que
ramente appareceo a Maria Magda­ crerem: em meu nome lançarão fora
lena, da qual tinha lançado sete de­ aos demonios; fallarâo novas lingua*'
monios. 18 Tirarão serpentes ; e se b e b e re a
10 Esta indo, dennnciou-o aos que cousa alguma mortifera, náo lh e s fará
haviâo estado com elle, os quaes es­ nenhum damno; sobre os enfermo»
tavâo tristes e chorando. porâo as mâos, e sararão.
11 E ouvindo elles que vivia, e delia 19 0 Senhor pois, depois de lhes ha­
havia sido visto, nâo o crérâo. ver falado, foi recebido arrib a no
12 E depois se manifestou em outra eeo, e assentou-se à máo direita de
forma a dous delles, que iâo de cami­ Deos.
nho para o campo. 20 E sahindo elles, pregáiâo por to­
13 E indo estes, o denunciàrâo aos das as parteeL obrando com elles 9
outros; porém nem ainda a estes cré­ Senhor, e confirmando a palavra com
râo. os sinaes que seguiâo. Amen.

0 8 À N T 0 EVANGELHO
SBOUNSO

S. LUCAS.

CAPITULO I. de Judea, hum Sacerdote, por nome


Zacharias, da ordem de Amas; e soa
ORQUANTO muitos emprehendé- mulher, das filhas de Aaron, e eru
P râo pôr em ordem a relação das seu nome Elisabeth.
cousas, que entre nós tivérâo sua in­6 E erão ambos justos diante de
teira certeza, Deos, andando em todos os manda­
2 Como nos entregàrâo os mesmos, mentos e direitos do Senhor sem re-
que desde o principio as virâo, e fo­ prehensâo.
rão ministros da palavra; 7 E nâo tinhão filhos, porquanto Eli
3 Pareceo-me tambem a mim bem, sabeth era esteril, e ambos erão ji
havendo me desde o principio jâ de vindos em altos dias.
tudo mui bem informado, escreve-las 8 E aconteceo, que administrando
por ordem a ti, ó excellentissimo The- elle o sacerdocio diante de Deos, em
ophilo; ordem de sua vez.
4 Para que conheças a certeza das 9 Conforme ao costume sacerdotal,
cousas de que já estás informado. lhe cahio em sorte entrar em o Tem­
6 Houve em os dias de Herodes, Rei plo do Senhor, a offerecer o perfume.

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S. LUCAS, L
r 10 £ toda a multidão do povo estava brièl enviado de Deos a huma cidade
fora orando, â hora do perfume. de Galilea, chamada Nazareth;
11 £ appareceo-lhe o Anjo do Se­ 27 A huma virgem desposada com
nhor, estando da banda direita do al­ hum varâo, cujo nome era José, da
ta r do perfume. ca8a de David; e o nome da virgem
12 £ turbou-se Zacharias vendo-o, e era Maria.
cahio temor sobre elle. 28 E entrando o Anjo a ella, disse:
13 Mas o Anjo lhe disse: Zacharias, Gozo hajas em çraça aceitaj o Se­
nâo temas, porque tua oração foi ou* nhor he comtigo, bemdita tu entre as
vida, e tua mulner Elisabeth te parirá mulheres.
hum filho, e chamaras seu nome Joâo. 29 E vendo-o ella, turbou-se muito
14 £ terás gozo e alegria, e muitos de suas palavras, e considerava que
se alegrerâo de seu nascimento. saudaç&o seria esta.
' 15 Porque será grande diante do Se­ 30 E disse-lhe o Anjo: Maria, nâo
nhor, e náo beberá vinho, nem cidra; temas, porque achaste graça diante
e òerá cheio do Espirito Santo, ate de Deos.
desde o ventre de sua mãi. 31 E vés aqui conceberás em o ven­
16 £ a muitos dos filhos de Israel tre, e parirás hum filho, e chamarás
converterá ao Senhor seu Deos delles. seu nome Jesus.
17 £ irá diante delle em o espirito e 32 Este será grande, e será chamado
Virtude de Elias, para converter os Filho do Altissimo; e dar-lhe-ha o
coraçoens dos pais aos filhos, e os re­ Senhor Deos o trono de David seu
beldes â prudência dos justos; para pai.
preparar ao Senhor hum povo bem 33 E reinará em a casa de Jacob
apercebido. eternamente, e de seu Reino nâo ha­
18 E disse Zacharias ao Anjo: em verá fim.
qne conhecerei isto i pois eu ja sou 34 E disse Maria ao Anjo: como se
velho, e minha mulher vinda em al­ fará isto? porquanto varâo nâo co­
tos dias. nheço.
19 £ respondendo o Anjo, disse-lhe: 35 E respondendo o Anjo, disse-lhe:
Chi sou Gabriél, aue assisto diante de o. Espirito Santo virá sobre ti, e a vir­
Deos, e fui manuado a falar-te, e a tude do Altissimo te cobrirá com sua
dar-te estas alegres novas. sombra. Pelo que tambem o Santo,
30 £ eis aqui que te ficarás callado, que de ti ha-de nascer, será chamado
e nâo poderás fallar, até o dia em que rilho de Deos.
eetas cousas aconteçâo, porquanto nâo 36 E vês aqui, Elisabeth tua prima
creste as minhas palavras, as quaes tambem tem concebido hum filho em
a seu tempo se cumprirão. sua velhice; e este he o sexto méz
31 E o povo estava esperando a daquella que era chamada a esteril.
Zacharias, e maravilhavâo-se de que 37 Porque nenhuma cousa serà a
tanto tardava no Templo. Deos impossivel.
22 E sahindo elle, nâo lhes podia fa­ 38 Entâo disse Maria: eis aqui a
lar : e entenderão, que tinha visto al­ serva do Senhor; cumpra-se em mim
guma visâo no Templo. E falava por segundo tua palavra. £ o Anjo par-
acenos, e ficou mudo. tio delia.
93 E succedeo, que cumpridos os 39 £ levantando-se Maria naquelles
dias de seu ministério, veio para sua dias, foi apresuradamente ás monta­
casa. nhas, a huma cidade de Judá.
34 E depois daquelles dias concebeo 40 E entrou em casa de Zacharias,
sua mulher Elisabeth, e encubria-se e saudou Elisabeth.
por cinco mezes, dizendo: 41 £ aconteceo, que como Elisabeth
35 Porque isto me fez o Senhor em ouvio a saudação de Maria, saltou a
os dias em que attentou, para tirar criança em seu ventre, e foi Elisa­
minha affronta entre os homens. beth cheia do Espirito Santo.
36 £ no sexto mez foi o Anjo Ga- 43 £ exclamou com grande voz, e

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62 S. LUCAS, I.
disse: Bemdita tu entre as mulheres, crever, escreveo. dizendo: Joâo h e
e bemdito o fruto de teu ventre. seu nome. E toaos se maravilharAo.
43 E donde rae vem isto a mim, que 64 E logo a boca se lhe abria, e a
a mãi de meu Senhor a mim venha! lingoa se lhe soltou; e falava, louvan­
44 Porque vês aqui, que em a voz do a Deos.
de tua saudação chegando a meus ou­ 65 E veio hum temor sobre todos
vidos, saltou a criança de alegria em seus circunvizinhos; e em todas as
meu ventre. montanhas de Judea forão divulgadas
45 E bemaventurada a que creo; todas estas cousas.
ois se h&o de cumprir as cousas que 66 E todos os que as ouvião, as pu-
S o Senhor lhe forão ditas. nhão em seus coraçoens, dizenao:
46 E disse M aria: minha alma en­ quem serà ora este menino? E &
grandece ao Senhor: mão do Senhor era com elle.
47 E meu espirito se alegra em Deos 67 E Zacharias seu pai foi cheio do
meu Salvador. Espirito Santo, e prophetizou, dizen­
48 Porquanto attentou para a bai­ do:
xeza de sua serva : pois eis aqui desde 68 Bemdito o Senhor Deos de Israel,
agora todas as geraçoens me chama­ porque visitou, e redemio a seu povo;
rão bemaventurada. 69 E nos levantou o corno d a salva­
49 Porque grandes cousas me fez o ção na casa de David seu se rv o ;
Poderoso, e santo he seu Nome. 70 Como falou por boca de seus san
50 E sua misericordia he de geraç&o tos Prophetas, que desde o p r in c ip io
em geraç&o, para com os que o te­ do mundo houve:
mem. 71 Que nos livraria de nossos inimi­
51 Com seu braço obrou valerosa- gos, e da m&o de todos os que nos
mente, e dissipou aos soberbos do aborrecem.
pensamento de seu coraç&o. 72 Para fazer misericordia a nossos
52 Aos poderosos dos tronos tirou, e pais, e se lembrar de seu santo con*
aos humildes levantou. certo:
53 Aos famintos encheo de bens, e 73 E do juramento, que jurou a
aos ricos enviou vazios. Abraham nosso pai que nos havia de
54 Alçou a Israel seu servo, lembran- dar:
do-se de sua misericordia. 74 Que libertados da m&o de nos­
55 (Como falou a nossos pais, a Abra­ sos inimigos, o serviríamos sem te­
ham, e á sua semente) para sempre. mor.
56 E ficou Maria com ella quasi tres 75 Em santidade e justiça diante
mezes; e tornou para sua casa. delles, todos os dias de nossa vida.
57 E a Elisabeth se lhe cumprio o 76 E tu, ó menino, Propheta do Al­
tempo de parir, e pario hum filho. tíssimo serás chamado: porque diante
58 E ouvirão os circunvizinhos, e da face do Senhor has ae ir, a apare­
seus parentes; que tinha Deos usado lhar seus caminhos;
de grande misericordia com ella; e 77 Para dar a seu povo conhecimen­
alegrarão-se com ella. to da salvaç&o, em remiss&o de seus
59 E aconteceo que ao oitavo dia peccados;
vierão para circuncidarem ao meni­ 78 Pelas entranhas da misericordia
no; e o chamavão do nome de seu de nosso Deos, com que o Oriente do
pai, Zacharias. alto nos visitou;
60 E respondendo sua mãi, disse; 79 Para apparecer aos que assenta­
não, senão João serà chamado. dos est&o em trevas, e em sombra de
61 E disserão-lhe: ninguém ha em morte; para endereçar nossos pés pe­
tua parentela que deste nome se lo caminho da paz.
chame. 80 E crescia o menino, e era confor­
62 E falarão por acenos a seu pai, tado em espirito. E esteve em os
como queria que lhe chamassem % desertos até o dia que se mostrou a
63 E pedindo elle a taboinha de es­ Israel.

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S . LU C AS, n . 63

CAPITULO n. 16 E vierão apresurâdamente, e a-


charão a Maria, e a José, e ao meni­
E ACONTECEO naquelles dias, que
sahio hum mandado da parte de
no deitado na manjadoura.
17 E vendo-o, divulgàrâo a palavra
Cesar Augusto, que todo o mundo se ue ácerca do menino lhes havia sido
matriculasse. ita.
2 (Esta primeira matricula foi feita 18 E todos os que a ouvirão, se ma­
sendo Presidente da Syria Cyrenio.) ravilharão do que os pastores lhes
3 E iâo todos a matricular-se, cada diziâo.
qual à sua própria cidade. 19 Mas Maria guardava todas estas
4 E subio tambem José de Galilea, palavras, conferindo-as em seu cora­
da cidade de Nazareth â Judea, à ci­ ção.
dade de David, que se chama Bethle­ 20 E tomàrâo os pastores glorifican­
hem; (porquanto era da casa e fa­ do e louvando a Deos, por todas as
milia de David.) cousas que ouvido e visto tinhão; co­
5 Para se matricular com Maria sua mo lhes havia sido dito.
mulher, com elle desposada, a qual 21 E cumpridos os oito dias, para cir­
estava prenhe. cuncidar ao menino, foi seu nome
6 E aconteceo, que estando elles chamado Jesus; o qual do Anjo lhe
ali, se cumprirão os dias em que ha­ foi posto, antes que no ventre fosse
via de parir. concebido.
7 E pario a seu filho o primogênito, 22 E cumprindo-se os dias de sua
e o envolveo em cueiros, e o deitou purificação delia, segundo a Lei de
na manjadoura; porque náo havia Moyses, o trouxerâo a Jerusalem, pa­
para elles lugar na estalagem. ra o apresentarem ao Senhor.
8 E havia pastores naquella mesma 23 (Como em a Lei do Senhor es­
comarca, que estavâo no campo, e tà escrito: Todo macho que abrir a
guardavâò as vigias da noite sobre madre serà chamado santo ao Se-
seu rebanho. nhorj
9 E eis que o Anjo do Senhor veio 24 E para darem a offerta, segundo
sobre elles, e a gloria do Senhor os o que na Lei do Senhor està dito, hum
cercou de resplandor, e temerão cora par de rolas, ou dous pombinhos.
grrande temor. 25 E eis que havia hum homem em
10 E o Anjo lhes disse: nâo temais, Jerusalem, cujo nome era Simeâo; e
porque vedes aqui vos dou novas de era este homem justo, e temente a
grande gozo, que será para todo o po­ Deos, e esperava a consolação de Is­
vo. rael ; e o Espirito Santo estava sobre
11 Que hoje vos he nascido o Salva­ elle.
dor, que he Christo o Senhor, na cida­ 26 E lhe fora feita divina revelação
d e de David. pelo Espirito Santo, que não veria a
12 E isto vos serâ por sinal: acha­ morte, antes que visse ao Christo do
re is ao menino envolto em cueiros, Senhor.
€ deitado na manjadoura. 27 E veio pelo Espirito ao Templo:
13 E no mesmo instante houve com e como os pais introduzirão ao meni­
o Anjo huma multidão de exercitos no Jesus, para com elle fazerem se­
celestiaes, que louvavâo a Deos, e di- gundo o costume da L ei:
zi&o: 28 Entâo elle o tomou em seus bra­
14 Gloria em as alturas &Deos, na ços, e louvou a Deos, e disse:
te r r a paz, e aos homens boa vontade. 29 Agora despedes. Senhor, em paz
15 E aconteceo, que como os Anjos a teu servidor, segundo a tua pa­
partirão delles para o ceo, disserão os lavra:
pastores huns aos outros: passemos 30 Pois jà meus olhos tem visto tua
p o is até Bethlehem, e vejamos isto salvação.
q u e snocedeo, e qae o Senhor nos no- 31 A qual aparelhaste perante a faoe
fiâoou. de todos os povos.

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64 8. L U C A S , m .

82 Luz pera illuminação das sentes, 47 E todos os que 4 otrvi&o, pasm a-


e para gloria de teu povo Israel. vâo de seu entendimento e respostas:
33 E José, e sua m&i. se maravilhá- 48 E vendo-o elles, espantàrâo-se ; e
rfto das cousas que delle se dizi&o. disse-lhe sua m&i: filho, porque asaim
34 £ Sime&o os abendiçoou, e disse comnosco o fizes-te ? vès aqui teu pai
a sua mài Maria: Vés aqui que este e eu, que com ancia te buscávamos.
he posto para queda e levantamento 49 E elle lhes disse: que ha, porque
de muitos em Israel; e para sinal que me buscáveis ? n&o sabíeis que em os
serà contradito, negocios de meu Pai me convém es­
35 (E tambem huma espada tras­ tar?
passará tua própria alma.) para que 50 E elles n&o entender&o a s palav­
de muitos coraçoens se manilestem os ras que lhes dizia.
pensamentos. 51 E desceo com elles, e veio a Naz­
36 E estava ali Anna Prophetiza, areth, e era-lhes sujeito. £ sua m á
filha de Phanuèl da tribu de Aser; guardava todas estas cousas em se*
esta tinha jà vindo em grande idade, coraç&o.
e havia vivido com seu marido sete 52 E crescia Jesus em sabedoria, c
annos desde sua virgindade. em estatura, e em graça p a ra con
37 E era viuva de quasi oitenta e Deos, e para com os homens.
quatro annos^ e n&o se apartava do
Templo em jejuns, e oraçoens, ser­ c a p i t u l o m.
vindo a Deos de noite e de dia.
38 E sobrevindo esta em a mesma NO anno qumze do império d»
hora, confessava juntamente ao Sen­ E Tiberio Cesar, sendo Poncio Pi­
hor, e fallava delle a todos os que es- latos Presidente de Judea, e Herodes
peravâo a redempç&o em Jerusalem. Tetrarcha de Galilea, e seu irm&o
39 E oomo acabár&o de cumprir to­ Philippe Tetrarcha de Iturea, e da
das as cousas, que segundo a Lei do Provincia de Trochcnite, e Lyaania
Senhor se deviâo fazer , tomárâo a Tetrarcha de Abylenia;
Galilea, para sua cidaae de Naza­ 2 Sendo Anríàs e Caiphas Summos
reth. Pontífices, foi feita a palavra de Deos a
40 E crescia o menino^ e era confor­ Jo&o, filho de Zacharias, em o deserto.
tado em espirito, e cheio de sabedo­ 3 E veio por toda a terra de redor de
ria ; e a graça de Deos estava sobre Jord&o, pregando o baptismo de arre­
elle. pendimento, para perdáo dos pecca­
41 E i&o seus pais todos os annos a dos.
Jerusalem, à festa da Pasehoa. 4 Como está escrito no livro das pa­
42 E sendo jà de doze annos, subi- lavras do Propheta Isaias, que d a ;
rfto a Jerusalem, segundo o costume Voz do que clama em o deserto; apa­
do dia da festa: relhai o caminho do Senhor, endirei­
43 E acabados jà aquelles dias, tor­ tai suas veredas.
nando elles, ficou o menino Jesus em 5 Todo valle se encherá, e todo
Jerusalem, e náo o soube José nem monte e outeiro se abaixará; e os a>
sua mãi. minhas torcidos se endireitarão; eos
44 Porém cuidando elles, que vinha caminhos ásperos se aplaina r&o.
de caminho na companhia, andarão 6 E verá toda carne a salvaç&o de
caminho de hum dia; e o buscav&o Deos.
entre os parentes, e entre os conhe­ 7 Dizia pois à multid&o dos que m -
cidos. lii&o a serem baptizados delle: Raça
45 E como n&o o acharão, tomarão de viboras; quem vos ensinou a fo-
em busca delle a Jerusalem. giides da ira que está para vir *
46 E aconteceo que depois de tres 8 Dai pois frutos dignos de arrepen­
dias, o achárão no Templo, assentado dimento, e n&o começeis a dizer e n
ao meio dos doutores, ouvindo-o»; e vos mesmos: temos a Abraham par
perguntando-lhes. Pai. Porque eu vos digo, que at(

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S. LUCAS, III. 65
dastas pedras pode Deos despertar e fez-se huma voz do ceo, que dizia:
filhos a Abraham. tu es o meu amado filho, em ti muito
9 £ tambem já o machado estâ pos­ me agrado.
to á raiz das arvores; por tanto, toda 23 £ o mesmo Jesus começava a ser
arvore que nâo dá bom fruto, se corta como de trinta annos, sendo (como se
e lança no fogo. cuidava) filho de José, e José de Heli,
10 E a multidão lhe perguntava, di­ 24 E Heli de Matthat, e Matthat de
zendo : que faremos logo * Levi, e Levi de Melchi, e Melchi de
11 £ respondendo elle, disse-lhes: Janna. e Janna de José.
quem tiver duas túnicas, parta com 25 E José de Mattathias, e Mattathias
o que nào tem ; e quem tiver alimen­ de Amos, e Amos de Naum, e Naum
tos, faça da mesma maneira. de Essi, e Essi de Naggai.
12 £ viérâo tambem a elle os publi­ 26 E Naggai de Maath, e Maath de
canos, para serem baptizados; e dis- Mattathias, e Mattathias de Semei,
sérâo-lhe : Mestre que faremos ? e Semei de José, e José de Judá.
13 £ elle lhes disse: nào peçais 27 E Judá de Johanna, e Johanna
mais do que vos está ordenado. de Rhesa, e Rhesa de Zorobabel, e
14 £ perguntárâo-lhe tambem os Zorobabel de Salathiel, e Salathiel de
soldados, dizendo: e nosoutros que Neri.
faremos ? e elle lhes disse : nào tra­ 28 E Neri de Melchi, e Melchi de
teis mal a ninguém, nem a ninguém Addi, e Addi de Cosam, e Cosam de
defraudeis; e contentaivos com vos­ Elmodam, e Elmodam de Er,
sos soldos. 29 E E r de José, e José de Eliezer,
15 £ estando o povo esperando, e e Eliezer de Jorim, e Jorim de Mat­
imaginando todos de Joâo em seus that, e Matthat de Levi.
coraçoens, se por ventura fosse o 30 E Levi de Simeon, e Simeon de
Christo} Judá, e Judá de José, e José de Jonan,
16 Respondeo Joâo a todos, dizendo; e Jonan de Eliacim.
bem vos baptizo eu com agua, mas 31 E Eliacim de Melea, e Meleaáe
vem quem mais forte he que eu, a Mainan, e Mainan de Matthatha, e
quem eu nâo sou digno de desatar- Matthatha de Nathan, e Nathan de
me a correa das alparcas; este vos David.
baptizará com £spirito Santo e com 32 E David de Jesse, e Jesse de Obed,
fogo. e Obed de Booz, e Booz de Salmon, e
17 Cuja pá està em sua mâo, e alim­ Salmon de Naasson.
pará sua eira, e ajuntará o trigo em 33 E Naasson de Aminadab, e Ami­
seu celleiro, porem a palha queimará nadab de Aram, e Aram de Esrom,
com fogo que nunca se apaga. e Esrom de Phares, e Phares de Ju­
18 Assim que admoestando tambem dá.
outras muitas cousas, aimunciava o 34 E Judá de Jacob, e Jacob de Isaac,
Evangelho ao povo. e Isaac de Abraham, e Abraham de
19 Porém sendo Herodes Tetrarcha Thare, e Thare de Nachor.
reprehendido delle por causa de He- 35 E Nachor de Saruch, e Saruch de
rodias, mulher de seu irmâo Philippe, Ragau, e Ragau de Phalegh, e Phalegh
e por todas as maldades que Heroues de Heber, e Heber de Sala.
tinha feito; 36 E Sala de Cainan, e Cainan de
20 Accrescentou ainda isto sobre tu­ Arphaxad, e Arphaxad de Sem, e Sem
do o de mais, que a Joâo encerrou no de Noé, c Noè de Lamech.
cárcere. 37 E Lamech de Mathusala, e Ma-
21 £ aconteceo, que como todo o thusala de Henoch, e Henoch de Jared,
povo se baptizava, e Jesus tambem e Jarcd de Maleleel, e Maleleel de
íoese baptisado, e orasse, o ceo se Cainan.
a b rio i 33 E Cainan de Henos, e Henos de
2 2 E desceo o Espirito Santo sobre Seth, e Seth de Adam. e Adam de
e lle em forma corporal, como pomba; Deos,

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66 S. LUCAS, IV.
ta Isaias; a como abria o Im o, ookoti
CAPITULO IV. o lugar aonde estava escrito:
JESUS cheio do Espirito Santo, 18 O Espirito do Senhor está sobre
E tomou do Jordfto, e foi levado pe­ mim, porquanto me ungio; para evan­
lo Espirito ao deserto. gelizar aos pobres me enviou, paia
2 E quarenta dias foi tentado do curar aos contritos de coração ;
Diabo: e nào comeo cousa nenhuma 19 Para apregoar liberdade aos cap-
naquelles dias; e acabados elles, tivosj e vista aos cegos; para enviai
finalmente teve fome. em liberdade aos quebrantados: para
3 E disse-lhe o Diabo: Se tu es Fi­ apregoar o anno agradavel do Senhor.
lho de Deos, dize a esta pedra que se 20 E cerrando o livro, e toraando-c
faça pâo. a dar ao Ministro, assentou-se; e <*
4 E Jesus lhe respondeo, dizendo: olhos de todos na Synagoga estavác
Escrito estâ, que não so com pão vi­ fitos nelle.
verá o homem, mas com toda palavra 21 E começou-lhes a dizer : boje se
de Deos. cumprio esta escritura em vossos oe-
5 E levando-o o Diabo a hum alto vidos.
monte, mostrou-lhe todos os Reinos 22 E todos lhe davâo testem unh o, e
do mundo em hum momento de tem­ se maravilhavão das palavras de gra­
po. ça que de sua boca sahião; e diziào
6 E disse-lhe o Diabo: a ti te darei náo he este o filho de José ?
todo este poder, e sua gloria: porque 23 E elle lhes disse: sem duvida es­
a mim me está entregue, e a quem te provérbio me direis: Medico, cs-
quero o dou. ra-te a ti mesmo; de todas quanta
7 Portanto se tu me adorares, tudo cousas ouvimos forão feitas em Cm-
serà teu. peraaum, faze tambem aqui algumas
8 E respondendo Jesus, disse-lhe: em tua patria.
Arreda-te de mim Satanás; porque 24 E disse: em verdade vos digo.
escrito está: Ao Senhor teu Deos ado­ que nenhum Propheta he agradavel
rarás, e a elle só servirás. em sua patria.
9 E levou-o a Jerusalem, e pô-lo so­ 25 Porem em verdade vos digo, que
bre o pináculo do Templo, e disse- muitas viuvas havia em Israel em di­
lhe : Se tu es o Filho de Deos, lança- as de Elias, quando o ceo se cenou
te daqui abaixo. por tres annos e 6eis mezes; de modo
10 Porque escrito está, que a seus que em toda a terra houve grande fo­
Anjos mandará ácerca de ti, que te me.
guardem. 26 E a nenhuma delias foi enviado
11 E que nas mãos te tomarão, para Elias, senão a Sarepta de Sidon, a he-
que nunca tropeces com teu pe em ma mulher viuva.
alguma pedra. 27 E muitos leprosos havia em Isra­
1*2 E respondendo Jesus, disse-lhe : el, em tempo do Propheta Eliseo; e
dito está: nào tentarás ao Senhor teu nenhum delles foi limpo senão Naa­
Deos. man o Syro.
13 E acabando o Diabo toda a tenta­ 28 E todos se encherão de ira na Sy-
ção, se foi delle por algum tempo. nago<ra, ouvindo estas cousas.
14 E tornou Jesus em virtude ao Es­ 29 E levantando-se, o lançarão fora
pirito para Galilea, e sahio sua fama da cidade, e o levàrão até o cume do
por toaa a terra do redor. monte, em que a cidade delles estava
15 E ensinava em suas Synagogas, edificada, para dali d’alto abaixo o
e de todos era louvado. lançarem.
16 E veio a Nazareth, onde fora 30 Mas passando elle por meio del­
criado, e entrou, segundo seu costu­ les, se foi.
me, hum dia de Sabbado, na Synago­ 31 E desceo a Capemaum, cidade de
ga ; e levantou-se a ler. Galilea; e ali os ensinava em ae Sab­
17 E foi lhe dado o livro do Prophe­ bados,

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S. LUCAS, V. 67
32 £ pasmavào de sna doutrina, por­ ouvirem a palavra de Deos, estava el­
que sua palavra era cora autoridade. le junto ao lago de Genezaret.
33 £ estava na Synagoga hum ho­ 2 £ vio estar dous barcos junto á praia
mem, que tinha hum espirito de hum do lago: e havendo os pescadores des­
demonio immundo, e clamou com cido delles, estavâo lavando as redes.
grande voz, 3 E entrando em hum daquelles bar­
34 Dizendo: Ah, que temos comtigo, cos. que era o de Simão, pedio-lhe que
Jesus Nazareno? vieste a nos destru­ o desviasse hum pouco de terra: e
ir ? bem sei quem es, o Santo de De­ assentando-se, ensinava a multidão
os. desde o barco.
35 £ Jesus o reprehendeo, dizendo: 4 E como deixou de falar, disse a Si­
calla-te, e sahe delle. £ derribando- mào : Leva em alto mar, e lançai vos­
o o demonio no meio, sahio delle, sem sas redes para pescar.
lh e fazer damno algum. 5 E respondendo Simào, disse-lhe:
36 £ veio espanto sobre todos; e fa- Mestre, havendo trabalhado toda a
lav&o entre si huns oom os outros, di­ noite, nada tomámos; mas em tua pa­
zendo : que palavra he esta \ que até lavra lançarei a rede.
aos espiritos immundos manda com 6 £ fazendo-o assim, colherão gran­
autoridade e potência, e sàhem ? de multidão de peixes, e sua rede se
37 £ sua fama Be divulgava em to­ rompia.
dos os lugares do redor daquella co­ 7 h capeàrào aos companheiros, que
marca. estavâo no outro barco, que viessem
38 £ levantando-se Jesus da Syna­ ajudar. £ vierão, e encherão ambos
goga, entrou em casa de Simào; e a os barcos, de tal modo, que quasi ião
sogra de Simão estava enferma de hu­ a pique.
m a grande febre, e rogarâo-lhe por 8 E vendo Simào Pedro isto, derri-
ella. bou-se aos pés de Jesus, dizendo: Sa­
39 £ inclinando-se para ella, repre­ he de mim, Senhor, que sou homem
hendeo a febre; e a febre a deixou. peccador.
E levantando-se logo, servia-os. 9 Porque espanto o tinha tomado, e a
40 £ pondo-se jà o sol, todos os que todos os que com elle estavâo, pela
tinhão enfermos de varias doenças, preza dos peixes que tomàrâo.
lhos traziào; e pondo as mâos soore 10 E semelhantemente tambem a
cada hum delles, curava-os. Jacobo e a João, filhos de Zebedeo,
41 £ tambem os demonios sahião de ue erão companheiros de Simão. £
muitos, clamando, e dizendo: Tu es isse Jesus a Simào: nào temas; des­
o Christo, o Filho de Deos: e repre- de agora tomarás homens.
hendendo-os elle, não os deixava fa­ 11E como levárão os barcos á terra,
lar, porque sabião que elle era o deixando tudo, o seguirão.
Christo. 12 E aconteceo^ que estando em hu­
42 £ sendo jà de dia, sahio, e foi a ma daquellas cidades, eis hum ho­
hum lugar deserto; e as multidoens o mem cheio de lepra, e vendo a Jesus,
buscaváo, e vierão até chegar a elle: prostrou-se sobre o rosto, e rogou-lhe,
e o detinhão, que delles se nào fosse. dizendo: Senhor, se quizeres, bem
43 Porém elle lhes disse: tambem me podes fazer limpo.
he necessário, que a outras cidades 13 E estendendo elle a mão, o tocou,
annuncie o Evangelho do Reino de dizendo: Quero, sejas limpo. E logo
Deos; porque para isso sou enviado. a lepra se foi delle.
44 £ prégava nas Synagogas de Ga­ 14 E mandou-lhe que o não dissesse
lilea. a ninguém : mas vai, disse, mostra-te
ao Sacerdote, e offereçe por tua lim­
CAPITULO Y.
peza, como mandou Moyses, para que
lhes conste.
ACONTECEO, que derribando- 15 Porém sua fama andava tanto
E se as multidoens sobre elle, por m ais: e ajuntárão-se muitas gentes a

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68 S. LUCAS, VI.
ouvir, e a serem curados por elle de quete em sua casa; e estava oii mui­
suas enfermidades. ta multidão de pubÚcanoa, e de outros
16 Mas elle se retirava aos desertos, que com elles assentados estavâo á
• ali orava. mesa.
17 E aconteceo hum daquelles dias 30 £ os Escribas delles, e os Phan-
que estava ensinando, e estavâo ali seos murmuravão contra seus discipu­
assentados Phariseos e Doutores da los, dizendo: porque comeis e bebeis
Lei, que tinhão vindo de todas as al­ com publicanos e peccadores ?
deas de Galilea, e de Judea, e de Je­ 31 É respondendo Jesus, disse-lhes:
rusalem ; e a virtude do Senhor esta­ os que estão sãos náo necessitáo de
va ali para os curar. medico, senão os que estão enfermos.
18 £ eis aqui huns homens, que tra­ 32 Náo vim eu a chamar aos justos,
ziâo em huma cama hum homem que senão aos peccadores a arrependimen
estava paralytico j e procuravão levá- to.
lo dentro, e pô-lo diante delle. 33 Então lhe disserão elles: porque
19 £ nào achando por onde o poder jejuào os discipulos de João muita*
levar dentro, por causa da multidão, vezes, e fazem oraçoens, como tam­
subirão em cima do telhado, e pelas bem os dos Phariseos; porém os teu*
telhas o abaixàrão com o catre ao comem e bebem 1
meio, diante de Jesus. 34 Mas elle lhes disse: podeis vós­
20 £ vendo elle a fé delles, disse-lhe: outros fazer jejuar aos que estão de
homem, teus peccados te são perdoa­ vòdas, em quanto o esposo està com
dos. elles 1
21 £ os Escribas e os Phariseos co- 35 Porém dias virão, quando o espo­
meçàrão a imaginar, dizendo: quem so lhes serà tirado; e então naqueue*
he este, que fala blasfêmias ? quem dias jejuarão.
pode perdoar peccados, senão só De­ 36 £ dizia-lhes tambem huma para­
os? bola : Ninguém deita remendo de
22 Porém conhecendo Jesus os pen­ panno novo em vestido velho; doui-
samentos delles respondeo, e disse- ra maneira, o novo rompe ao velho; e
lhes : que imaginais em vossos cora­ ao velho não convem remendo do
çoens ? novo.
23 Qual he mais facil, dizer: teus 37 E ninguém deita vinho novo em
peccados te são perdoados ? ou dizer: odres velhos; d’outra maneira rom­
levanta-te, e anda ? perá o vinho novo os odres, e derra-
24 Ora para que saibais, que o Filho inar-8e-ha o vinho, e os odres se dam-
do homem tem poder para na terra naráo.
perdoar peccados, (disse ao paralyti­ 38 Mas o vinho novo se ha de deitar
co :) a ti te digo, levanta-te, e toman­ em odres novos; e ambos juntamente
do teu catre, vai-te para tua casa. se conserváo.
25 £ levantando-se elle logo diante 39 E ninguém que beber o velho,
delles, t tomando-o em que estava auer logo o novo; porque d iz : me­
deitado, foi para sua casa, glorificando lhor he o velho.
a Deos.
26 £ tomou espanto a todos, e glori-
ficavão a Deos; e forão cheios de te­ CAPITULO VI.
mor, dizendo: hoje vimos cousas in- ACONTECEO que passou por
criveis. E huns semeados, o segundo Sab­
27 £ depois destas cousas, sahio; e bado primeiro, e ião seus discipulos
vio a hum publicano, por nome Levi, arrancando espigas, e comendo, esfre­
assentado na alfandega, e disse-lhe: gando-as com as mãos.
segue-me. 2 E alguns dos Phariseos lhes disse­
23 £ deixando elle tudo, levantou-se, rão : porque fazeis o que não he licito
e o seguio. fazer em Sabbados ?
29 £ fez-lhe Levi hum grande ban­ 3 E respondendo-lhes Jesus, d isse:

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S. LUCAS, VI. 6fr
ntmca léstes o que fez David, quando rusalem, e da costa marítima de Tyro,
teve fome, elle e os que com elle es- e de Sidon?
tavão? 18 Que tinhão vindo ao ouvir, e a
4 Como entrou na casa de Deos, e ser curados de suas enfermidades;
tomou e comeo, os pâes da proposição, como tambem os atormentados de es­
e deo tambem aos que estavâo com píritos immundos: e forão curados.
elle: os quaes nâo he licito comer se­ 19 E toda a multidão procurava to-
nâo só aos Sacerdotes ? cá-lo; porque sahia delle virtude, e
5 E dizia-lhes: o Filho do homem curava a todos.
até do Sabbado he Senhor. 20 E levantando elle os olhos para
6 E aconteceo tambem em outro seus discipulos, dizia: Bemaventura­
Sabbado que entrou na Synagoga, e dos vós pobres, porque vosso he o
ensinava: e estava ali hum homem Reino.de Deos.
que tinha a mâo direita seca. 21 Bemaventurados vós que agora
7 E attentavão os Escribas e os Pha­ tendes fome, porque sereis fartos.
riseos para elle, se em Sabbado o cu­ Bemaventurados vós que agora cho­
raria : jpor acharem de que o accusar. rais, porque rireis.
8 Porem bem sabia elle os pensa­ 22 Bemaventurados sereis quando os
mentos delles; e disse ao homem que homens vos aborrecerem, e quando
tinha a mâo seca: levanta-te, e poem- vos separarem, e vos injuriarem, e re-
te em pé no meio. E levantando-se geitarem vosso nome como mao, por
elle, poz-se em pé. amor do Filho do homem.
9 Entâo Jesus lhes disse : huma cou­ 23 Gozai-vos naquelle dia, e alegrai-
sa vos hei de perguntar: que he licito vos, porque vêdes aqui grande he nos
em Sabbados ? fazer bem, ou fazer ceos vosso galardão; porque assim
mal ? salvar huma pessoa, ou matá- faziâo seus pais aos Prophetas.
la? 24 Mas ai de vósoutros ricos, porque
10 E olhando para todos ao redor, já tendes vossa consolação.
disse ao homem: estende tua mão. 25 Ai de vósoutros que estais fartos,
E elle o fez assim: e foi-lhe a mão porque havereis fome. Ai de vósou­
restituída sã como a outra. tros que agora rides, porque lamenta­
11 E fícárão cheios de furor; e pra- reis, e chorareis.
ticavâo juntamente huns com os ou­ 26 Ai de vósoutros, quando todos os
tros, que farião a Jesus. homens de Vósoutros disserem bem;
12 E aconteceo que naquelles dias porque assim faziâo seus pais aos fal­
sahia ao monte a orar; e passou a sos Prophetas.
noite orando a Deos. 27 Mas a vósoutros, que isto ouvis,
13 E como já foi dia, chamou a si digo: amai a vossos inimigos; fazei
a seus discipulos, e escolheo doze del­ bem aos que vos aborrecem.
les, a quem tambem chamou Aposto- 28 Bemdizei aos que vos maldizem,
k>5. e orai pelos que vos calumniâo.
14 Convim a saber a Simão, ao qual 29 Ao que te ferir em huma face,
tambem chamou Pedro, e a André offerece-lhe tambem a outra; e ao
seu irmão; a Jacobo, e a Joâo; a que te tirar a capa, nem a roupeta
Philippe, e a Bartholomeo. lhe defendas de tirar.
15 A Mattheus, e a Thomas; a Ja­ 30 E a qualquer que te pedir, d á ; e
cobo filho de Alpheo; e a Simão, cha­ ao que te tomar o teu, não lho tornes
mado Zelote. a pedir.
16 A Judas irmão de Jacobo, e a Ju­ 31 E como vós quereis que vos fação
das Iscariota, o mesmo que foi o trai­ os homens, fazei-lhes vósoutros tam­
dor. bem da mesma maneira.
17 E descendo com elles, parou em 32 E se amardes aos que Vos amâo,
hum lugar plano, e com elle a compa­ que grado tereis ? porque tambem os
nhia de seus discipulos, e grande mul­ peccadores amâo aos que os amâo.
tidão de povo de toda Judea, e de Je­ 33 E se fizerdes bem aos que vos fa-

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70 S. LUCAS, m
zera bem, que grado tereis ? porque 47 Qualquer que vem a mim, e ouve
*tambem os peccadores fazem o mesmo. minhas palavras, e as faz; en vos
34 E se emprestardes áquelles de mostrarei a quem he semelhante.
quem esperais tornar a receber, que 48 Semelhante he ao homem que
grado tereis ? porque tambem os pec­ edificou huma casa. e cavou, e abrio
cadores emprestão aos peccadores, bem fundo, e pôz o fundamento sobre
para tornarem a receber outro tanto. penha; e vindo a enchente, deo a
35 Amai pois a vossos inimigos, e corrente com impeto naquella casa, e
fazei bem, e emprestai, sem disso na­ nâo a pode abalar, porqne estava fun-
da esperar; e serà grande vosso ga­ dada sobre penha.
lardão, e sereis íilhos do Altissimo ; 49 Mas o que as ouvir, e as n&o fizer,
porque he benigno até para com os semelhante he ao homem que edi&
ingratos e maos. cou huma casa sobre terra se m fun­
36 Sêde pois misericordiosos, como damento, na qual a corrente d eo con
tambem vosso Pai he misericordioso. impeto, e logo cahio; e foi grande a
37 E nio julgueis, e nâo sereis jul­ queda daquella casa.
gados; nâo condemneis, e nâo sereis
condemnados; soltai, e soltar-vos-hâo.
38 Dai, e ser-vos-ha dado; medida CAPITULO VII.
boa, recalcada, sacudida, e trasbor­ DEPOIS de acabar todas suas pa­
dando vos darâo era vosso regaço: E lavras em ouvidos do povo, en­
poraue com a mesma medida que trou em Capemaum.
mea irdes vos tomarão a medir. 2 E estando o servo de hum certo
39 E diz ia-lhes huma parabola: Po­ Centuriào, a quem muito estimava
de por ventura o cego guiar ao cego í enfermo, ia já morrendo.
nâo cahirâo ambos na cava ? 3 E como ouvio de Jesus, enviou-lhe
40 Náo he o discípulo sobre seu mes­ os Anciãos dos Judeos, rogando-lbe
tre ; mas qualquer será perfeito, que que viesse, e curasse a seu servo.
fo r como seu mestre. 4 E vindo elles a Jesus, rogarão-lbe
41 E porque attentas tu para o ar- encarecidamente, dizendo : que he
gueiro que estâ no olho de teu irmâo; digno de lhe concederes isto.
e a trave que está em teu proprio olho 5 Porque ama a nossa nação, e elle
nâo enxergas ? mesmo nos edificou a Synagoga.
43 Ou como podes dizer a teu irmâo: 6 E foi Jesus com elles: m as como
irmâo, deixa-me tirar o argueiro que jà nâo estivesse longe da casa man­
està em teu olho, não attentando tu dou-lhe o Centuriào ntms amigos, di­
mesmo para a trave que està em teu zendo-lhe : Senhor, nâo tomes traba­
olho ? hypocrita, tira primeiro fóra a lho, que nâo sou digno que entres de­
trave de teu olho, e entâo attentarâs baixo de meu telhado.
em tirar o argueiro que estâ no olho 7 Pelo que nem ainda m e tive por
de teu irmâo. digno de vir a t i ; mas dize huma »
43 Porque não he boa a arvore que palavra, e meu criado sarará.
dá mao fruto, nem má a arvore que dá 8 Porque tambem eu sou homem
bom fruto. sugeito à potestade de outros, que te­
44 Porque cada arvore se conhece nho debaixo de mim soldados, e digo
por seu proprio fruto: que não colhem a este: vai, e vai; e a outro, vem. e
ligos dos espinheiros, nem vendimâo vem ; e a meu servo, faze isto, e fa lo.
uvas dos abrolhos. 9 E ouvindo Jesus isto, maravilhou-
45 O bom homem do bom thesouro se delle; e virando-se, disse à multi­
de seu coração tira o bem ; e o mao dão que o seguia: digo-vos, que nem
homem do mao thesouro de seu cora­ ainda em Israel tenho achaoo tanta
ção tira o m al; porque da abundan­ fé.
cia do coraçáo fala sua boca. 10 E tomando para casa os que forão
46 E porque me chamais Senhor, enviados, achárão sâo ao servo enfer.
Senhor, e nâo fazeis o que digo ? mo.

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S. LUCAS, v n . 71
i 1 £ aconteceo o dia seguinte, que ia 26 Mas que sahistes a ver ? algum
a huma cidade chamada Nain, e ião propheta ? tambem vos digo, e muito,
com elle muitos de seus discipulos, e mais que propheta.
huma grande multidão. 27 Este he aquelle, de quem está
12 E como chegou perto da porta da escrito: Eis que envio a meu Anjo
cidade, eis que levavão hum aefunto, diante de tua face, o qual apare­
filho unigénito de sua mãi, que era lhará teu caminho diante de ti.
viuva: e havia com ella huma grande 28 Porque eu vos digo, que entre os
multid&o da cidade. nascidos de mulheres nâo ha maior
13 E vendo-a o Senhor, moveo-se a propheta que João o Baptista; mas o
intima compaixão delia, e disse-lhe : menor em o Reino dos ceos he maior
nâo chores. que elle.
14 E chegando-se, tocou a tumba; 29 E ouvindo-o todo o povo, e os pub­
(e os que a levavão parârão) e disse: licanos, que com o baptismo de João
Mancebo, a ti te digo, levanta-te, forão baptizados, justificárão a Deos.
15 E o aefunto se assentou, e come­ 30 Mas os Phariseos e os Doutores
çou a falar: e deu-o a sua mái. da Lei regeitarâo o conselho de Deos
16 E tomou temor a todos, e glorifi­ contra si mesmos, não sendo baptiza­
cavâo a Deos, dizendo: grande pro­ dos delle.
pheta se levantou entre nós, e Deos 31 E disse o Senhor: a quem pois
visitou a seu povo. compararei os homens desta geração ?
17 E sahio esta fama delle por toda e a quem sáo semelhantes ?
Judea, e por toda a terra de redor. 32 Semelhantes são aos rapazes, as­
18 E os discipulos de Joào lhe de­ sentados na praça, e huns aos outros
nunciarão todas estas cousas. clamáo, e dizem: Tangémos-vos com
19 E chamando João a certos dous frautas, e nâo bailastes; cantámos-
de aens discipulos, mandou-os a Jesus, vos lamentaçoens, e nâo chorastes.
dizendo: es tu aquelle que havia de 33 Porque veio João o Baptista, que
vir. ou esperamos a outro ? nem comia pão, nem bebia vinno, e
20 E como aquelles varoens vierão dizeis: Demonio tem.
a elle, disserão: João o Baptista nos 34 Veio o Filho do homem, que come
mandou a ti, dizendo: es tu aquelle e bebe, e dizeis: Vèdes aqui hum ho­
que havia de vir, ou esperamos a ou­ mem comilão, e bebedor de vinho,
tro? amigo de publicanos e de peccadores.
21 E na mesma hora curou a muitos 35 Mas foi a sabedoria justificada
de enfermidades, e males, e espiri­ de todos seus filhos.
to» mãos, e a muitos cegos deo a vista. 36 E rogou-lhe hum dos Phariseos
22 E respondendo Jesus, disse-lhes: que comesse com elle; e entrando
Ide, e denunciai a João as cousas que em casa do Phariseo, assentou-se á
tendes visto e ouvido, a saber, que os mesa.
cegos vêem, os mancos andão, os le­ 37 E eis huma mulher, que na cida­
prosos são limpos, os surdos ouvem, de era peccadora, entendendo que es­
oe mortos resuscitão, e aos pobres se tava á mesa em casa do Phariseo,
annuncia o Evangelho. trouxe hum vaso de alabastro de un­
23 E bemaventurado aquelle que guento.
em mim se não escandalizar. 38 E estando de tTas a seus pés, co­
24 E como se forão os mensageiros de meçou chorando a regar-lhe os pés
João, começou a dizer de João á mul­ com lagrimas; e alimpava-lhos com os
tidão : que sahistes a ver ao deserto ? cabellos de sua cabeça; e beijava-lhe
alguma cana que do vento he abalada ? os pés, e ungia-lhos com o unguento.
25 Mas que sahistes a ver? ateum 39 E como isto vio o Phariseo que o
homem vestido de vestidos brandos í tinha convidado, falava comsigo, di­
eis que os que com preciosos vestidos, zendo : se este fôra propheta, bem
e e m delicias andão, nos paços Reaes soubéra quem e qual he a mulher que
estão. o toca: porque peccadora he.

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72 S. LUCAS, VIII.
40 E respondendo Jesua, disse-lhe: 4 E ajuntando-se huma grande mul­
Simão, huma cousa tenho que te di­ tidão. e vindo a elle de todas as cida­
zer; e elle disse : dize-a Mestre. des, aisse por parabola:
41 Disse Jesus : Hum certo credor 5 Sahio hum semeador a semear
tinha dous devedores; hum lhe dovia sua semente: e semeando elle, cahto
quinhentos dinheiros, e o outro cinco­ huma parte junto ao cam inho, e foi
enta. pizada, e as aves do ceo a comerão.
42 E nâo tendo elles com que pagar, 6 E outra parte cahio sobre pedra;
quitou-lhes a divida a ambos. Dize e nascida seccou-se, porquanto náo
pois, qual destes o amará mais? tinha humidade.
43 E respondendo Simão, disse: Pa­ 7 E outra parte cahio e n tre espin­
ra mim tenho que aauelle a quem hos, e nascendo os espinhos juntamen­
mais quitou. E elle me disse: Bem te, a aífogàráo.
e direitamente julgaste. 8 E outra parte cahio em b o a tem.
44 E virando-se para a mulher, dis­ e nascida deo fruto a cento por hum
se a Simão : Vès tu esta mulher ? em Dizendo elle estas cousas, clam ara
tua casa entrei, e agoa aos pés me quem tem ouvidos para ouvir, ouça.
n&o déste, e esta os pés com lagri­ 9 E seus discipulos lhe perguntáváo.
mas me regou, e com os cabellos de dizendo : que parabola he esta 1
sua cabeça mos alimpou. 10 E disse elle: a vósoutros vos he
45 Beijo me nâo deste ; e esta, dés- dado entender os mysterios do Ren»
de que entrou, nâo cessou de me bei­ de Deos, mas aos outros por parabo
jar os pés. las, para que vendo náo vejão, e os-
46 A cabeça com oleo me náo un­ vindo nâo entendâo.
giste, e esta os pés com unguento me 11 Esta he pois a parabola: a se­
ungio. mente he a palavra de Deos.
47 Pelo que te digo, que seus mui­ 12 E os de junto ao caminho, esti*
tos peccados lhe sáo perdoados, por­ sâo os que ouvem; depois vem e
que muito amou: mas ao que pouco Diabo. e tira-lhes a palavra do cora­
se perdoa, pouco ama. ção, para que crendo se náo salvem-
48 E a ella lhe disse : Teus pecca­ 13 E os de sobre pedra, estes sáo oè
dos te sáo perdoados. que ouvindo, recebera a palavra c«n
49 E os que juntamente á mesa es­ gozo, e estes nâo tem raiz., que jw
tavâo assentados começàrâo a dizer num tempo crèem, e ao tempo da ten­
entre s i: quem he este, que tambem tação se desviáo.
perdoa peccados 1 14 E o que cahio entre espinhos, es­
50 E aisse â mulher: tua fé te sal­ tes sâo os que ouvirão, e idos, se aífo-
vou ; vai-te em paz. gâo com os cuidados, e riquezas, e
deleites da vida, e náo dâo fr u to em
CAPITULO VIII. perfeição.
15 E o que cahio era boa terra, estes
ACONTECEO depois disto, que sáo os aue ouvindo a palavra, a re­
E andava de cidade em cidade, e tém em num honesto e bom coraçáo,
de aldea em aldea, prégando e an- e dáo fruto em perseverança.
nunciando o Evangelho do Reino de 16 E ninguém, acendendo a can­
Deos: e os doze estavâo com elle. deia, a cobre com algum vaso, ou a
2 E tambem algumas mulheres que póem debaixo da cama; mas a pôem
haviâo sido curadas de espiritos mali- no candieiro, para que os que entrâo
gnos; e de enfermidades; a saber. vejão a luz.
Maria, chamada Magdalena, da qual 17 Porque náo ha cousa occulta, que
sahirâo sete demonios. náo haja de ser manifesta * nem cou­
3 E Joanna a mulher de Chusas, Pro­ sa escondida, que se náo naja de sa­
curador de Herodes; e Susanna, e ber, e vir à luz.
outras muitas, que lhe servião com 18 Olhai pois oomo ouvis: porqne a
suas fazendas. qualquer que tiver, lhe será dado; e

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S. LUCAS, v m . 73
a qualquer que n&o tiver, até o que 31 E rogovâo-lhe, que os n&o man­
lhe parece que tem. lhe serà tirado. dasse ir para o abysmo.
19 £ viér&o a elle sua mãi, e seus 32 E havia ali huma manada de
irmãos, e nào podiáo chegar a elle muitos porcos, que pascia no monte;
por causa da multidão. e rogàrão-lhe que lhes concedesse en­
20 E foi-lhe denunciado por alguns, trarem nelles: e concedeo-lho.
dizendo: tua mãi, e teus irmãos es­ 33 E sahidos os demonios daquelle
tão fóra, que te querem ver. homem, entrarão nos porcos; e a ma­
21 Porém respondendo elle, disse- nada se arrojou de hum despenhadei­
lhes : minha mãi e meus irmâorf são ro no lago, e aífogou-se.
aquelles, que ouvem a palavra de De­ 34 E vendo os que os pascião o que
os, e a fazem. acontecéra, fugirão: e indo, o denun-
22 E aconteceo hum daquelles dias, ciàr&o na cidade, e nos campos.
ue entrou em hum barco, elle e seus 35 E sahirão a ver o que acontecéra,
iscipulos; e disse-lhes: passemos e vierão a Jesus; e achárão ao ho­
da outra banda do lago. E partirão. mem, do qual havião sahido os demo­
23 £ navegando elles, adormeceo: nios, vestido e em seu sizo, assentado
e desceo huma tempestade de vento aos pés de Jesus: e teméráo.
no lago, e enchião-se de agoa, e peri­ 36 E contarão-lhes tambem os que
ga vão. o tinhão visto, como aquelle endemo­
24 E chegando-se a elle, o despertá- ninhado havia sido salvo.
rão, dizendo: Mestre, Mestre, que 37 E toda a multidão da terra dos
perecemos. E levantando-se elle, Gadarenos, ao redor, lhe rogàrão que
reprehendeo ao vento, e as ondas da se retirasse delles; porque grande te­
a^foa; e cessárão, e fez-se bonança. mor os tinha tomado. E entrando
25 E disse-lhes: que de vossa fé ? elle no barco, tomou.
mas temendo elles, maravilharão-se, 38 E aquelle homem, do qual havi-
dizendo huns aos outros: e quem he ão sahido demonios, lhe rogou que
este ? que até aos ventos, e à agoa podesse estãr com elle: mas Jesus o
manda, e lhe obedecem ? aespedio, dizendo:
26 E navegârâo para a terra dos Ga- 39 Torna-te para tua casa, e conta
darenos, que està de fronte de Gali­ quão grandes cousas Deos te fez. E
lea. elle se foi apregoando por toda a ci­
27 E sahindo elle á terra, veio-lhe dade, quão grandes cousas Jesus lhe
da cidade ao encontro hum homem, tinha feito.
ue já de muitos tempos atras tinha 40 E aconteceo que tornando Jesus,
emonios, e não andava vestido, e a multidão o recebeo; porque todos o
nâo parava em casa nenhuma, senão estavâo esperando.
pelas sepulturas. 41 E eis aue veio hum varâo, cujo
28 E vendo a Jesus, o exclamando, nome era Jairo, e era Principe aa
prostrou-se diante delle, e disse com Synagoga, e derribando-se aos pés de
grande voz: que tenho eu comtigo, Jesus, rogava-lhe que entrasse em sua
Jesus, Filho do Deos Altissimo ? pe- casa,
ço-te que me não atormentes. 42 Porque tinha huma filha unica,
29 Porque mandava ao espirito im­ como de doze annos, e estava à mor­
mundo que sahisse daquelle homem ; te. E indo elle, a multidão o aper­
porque já de muitos tempos atras o ar­ tava.
rebatava. E guardavâo-o preso com 43 E huma mulher que tinha hum
cadeias e grilhoens; mas quebrando fluxo de sangue, doze annos havia, a
elle as prisoens, era empuxado do de­ qual já com médicos tinha gastado
monio aos desertos. todo seu alimento, e de nenhum po-
30 E perguntou-lhe Jesus, dizendo: déra ser curada,
qoal he teu nome ? e elle aisso: Le­ 44 Chegando-se a elle pordetras. to*
gião ; porque muitos demonios tinhão cou a borda de seu vestido; e logp
entTado nelle, estancou o fluxo de seu sangue,
41
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74 S. L U C A S , IX .

45 E disse Jettis: quem he o que 5 E quaesqraer mie vo®n&o recebe­


me touco ? e negando todos, disse Pe­ rem, sahindo-vós aaquella cidade, até
dro e os que com elle estavâo: Mes­ o pó sacudi de vossos pés, em teste­
tre, a multid&o te aperta e opprime, munho contra elles.
e dizes: quem he o que me tocou % 6 E sahindo elles, passav&o por todas
46 E disse Jesus: alguem me tocou; as aldeas, annunciando o Evangelho,
porque bem conheci que de mim sa- e curando aos enfermas em todas u
nio virtude. partes.
47 Vendo a mulher ent&o que nâo 7 E ouvia Herodes o Tetrarcha to­
se lhe occultava, veio tremendo, e das as cousas, que fazia; e estan
rostando-se d iante delle, declarou-lhe em duvida, porquanto alguns dizüo
iante de todo o povo a causa porque que Jo&o resuscitàra dos mortos.
o havia tocado, e como logo saràra. 8 E outros, que Elias havia appare-
48 E elle lhe disse; tem bom animo cido; e outros, que algum propheta
filha, tua fè te salvou: vai em paz. dos antigos havia resuscitado.
49 Estando elle ainaa falando, veio 9 E disse Herodes: a Jo&o eu o de-
hum do Principe da Synagoga, aizen- gollei; quem pois he este, de quen
do>lhe: tua filha he jà morta, n&o taes cousas ouço ? e procurava ve-lo.
molestes ao Mestre. 10 E tornados os Apostolos, contarão-
50 Porém ouvindo-o Jesus, respon- lhe todas as cousas que tinh&o feifó
deo-lhe, dizendo: náo temas; crê so­ E tomando-os comsigo, retirou^e i
mente, e será salva. parte a hum lugar deserto da cidade,
51 E entrando em casa, a ninguém chamado Bethsaida.
deixou entrar, sen&o a Pedro, e a 11 E entendendo-o a multidão, o *•
Jacobo, e a Jo&o, e ao pai, e à m&i da guio; e elle os recebo, e lhes falando
menina. Reino de Deos; e ourava aos qae àt
52 E choravâo todos, e pranteav&o cura necessitavào.
a ella: e elle disse: n&o cnoreis, n&o 12 E já o dia começava a declinar;
he morta, mas dorme. e chegando-se a elle os doze, dissé-
53 E riào-se delle, bem sabendo que râo-lhe: despede a multid&o, ptn
estava morta. ue indo aos lugares e aldeas do re-
54 Porém lançando-os elle a todos or, se agasalhem, e achem qne oe-
fóra, e travando-a da m&o, clamou, mer; porque aqui estamos em lugu
dizendo: levanta-te menina. deserto.
55 E tomou seu espirito, e logo se 13 Porém elle lhes disse: dai-lhw
levantou: e mandou que lhe déssem vósoutros de comer. E elles disee-
de comer. r&o: n&o temos mais que cinco pàe*,
56 E seus pais se espantav&o, e elle e dous peixes; salvo irmos nós «o*
lhes mandou que a ninguém disses­ mos a comprar de comer para todo
sem o que havia succedído. este povo.
14 Porque havia ali quasi cinco mil
homens. Ent&o disse a seus disci­
CAPITULO IX. pulos : fazei-os assentar por ranchos,
CONVOCANDO seus doze disci­ de cincoenta em cincoenta.
pulos, deo-lhes virtude e poder 15 E fizeráo-o assim, e os fizeráoa
sobre todos os demonios, e para cura­ todos assentar.
rem enfermidades. 16 E tomando os cinco pâes, e os
2 E mandou-os a prégar o Reino de dous peixes, e olhando para o ceo,
Deos, e a curar aos enfermos. benzee-os, e partio-os, e deo-os a seus
3 E disse-lhes: nâo tomeis nada discipulos, para os pôrem diante da
comvosco para o caminho, nem bor- multidáo.
doens, nem alforge, nem pâo, nem di­ 17 E comérão todos, e fartáráo-ee;
nheiro, nem tenhais dous vestidos. e levantár&o, do que lhes sobejou do*
4 E em qualquer casa que entrardes, pedaços, doze cestos.
ficai ali, e sahi dali. 18 È aconteceo, que estando «Ue w

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S. LÍÍCAS, IX.
orando, eatavâo com elle os discipa- e como despertárâo, virâo sua gloria,
los 5 e perguntou-lhes, dizendo: quem e àquelles dous varoens que estavâo
diz a multidão que eu sou ? com elle.
19 E respondendo elles dissérâo: 33 E aconteceo, que apartando-se
alguns, João o Baptista; e outros, Eli­ elles delle, disse Pearo a Jesus: Mes­
as ; e outros, que algum propheta dos tre, bom ne estarmos nós aqui, e fa­
antigos resuscitou. çamos tres cabanas, para ti huma, e
20 E disse-lhes: e vósoutros, quem para Moyses huma, e huma para
dizeis que eu sou? e respondendo Elias: nâo sabendo o que dizia.
Pedro, aisse: o Christo de Deos. 34 E dizendo elle isto, veio huma
2 ! E defendendo-lhes rigorosamen­ nuvem que com sua sombra os cu­
te, mandou-lhes que a ninguém o dis­ brio ; e temerão, indo elles entrando
sessem: na nuvem.
22 Dizendo: necessário he que o 35 E veio huma voz da nuvem, que
Filho do homem padeça muitas cou­ dizia: Este he o meu amado Filho;
sas, e seja reprovado dos Anciáos. e a elle ouvi.
do9 Principes dos Sacerdotes, e aos 36 E dada aquella voz. Jesus foi
Escribas; e seja morto, e resuscite achado só : e elles se caJárâo, e por
ao terceiro dia. aquelles dias nâo contàrâo a ninguém
23 E dizia a todos: se alguem quer nada do que tinhão visto.
vir após mim, negue-se a si mesmo, 37 E aconteceo o dia seguinte, que
e tome cada dia sua cruz, e siga-me. descendo elles do monte, lhe sanio
24 Porque qualquer que quizer sal­ huma grande multidão ao encontro.
var sua vida, perdé-ía-hâ; porém 38 E eis que hum homem da multi­
qualquer que por amor de mim per­ dão clamou, dizendo: Mestre, peco-
der sua viaa, esse a sàlvarà. te que vejas a meu filho, que tenno
25 Porque, que aproveita ao homem, unigénito.
grangear todo o mundo, perdendo-se 39 E eis aqui hum espirito o toma,
a si mesmo, ou a si mesmo prejudi­ e de repente clama, e o despedaça
cando. até pela boca escumar, e apenas se
26 Porque qualquer que de mim, e aparta delle quebrantando-o.
de minhas palavras se envergonhar, 40 E roguei a teus discipulos que
do tal se envergonhará o Filho do ho­ lho lançassem fora. e nâo podérâo.
mem, quando vier em sua gloria, e 41 E respondenao Jesus, disse: ó
em a do Pai, e dos santos Anjos. geração incrédula e perversa, até
27 E digo-vos em verdade, que al­ quando estarei ainda comvosco, e vos
guns ha dos que aqui estâo, que nâo sofrerei ? traze aqui teu filho.
gostarão a morte ate que vejão o Rei­ 42 E como ainda vinha chegando, o
no de Deos, demonio o desconjuntou, e despeda­
28 E aconteceo, que quasi oito dias çou ; mas Jesus reprehendeo ao espi­
depois destas palavras, tomou comsi­ rito immundo, e curou ao menino, e
go a Pedro, e a Joâo, e a Jacobo, e o tomou a seu pai.
subio ao monte a orar. 43 E todos se espantavâo pela mag­
29 E estando elle orando, a apparen­ nificência de Deos. E maravilhando-
cia de seu rosto se transfigurou, e seu se todos de todas as cousas que Jesus
vestido ficou branco e mui resplande­ fazia; disse a seus discipulos:
cente. 44 Ponde vósoutros era vossos ouvi­
30 E eis que dous Varoens estavâo dos estas palavras: porque o Filho do
falando com elle, que erão MoyBes e homem serà entregue em mâos dos
Elias. homens.
31 Os quaes apparecérâo em gloria, 45 Mas elles nâo entendiâo esta pa­
e falav&o de sua sahida, a qual havia lavra, e era-lhes encuberta, assim que
de cumprir em Jerusalem. a nâo comprehendiâo: e temiâo per­
32 E Pedro, e os que estavâo com guntar-lhe ácerca desta palavra.
elle, estavâo carregados de somno; 46 E levantou-se entre ellas hum*

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S; LUCAS, X.
conferencia, a saber, qual delles seria en te seguirei; mas deixa-me despe­
o maior ? dir primeiro dos que estão em minha
47 Mas vendo Jesus o pensamento casa.
de seus coraçoens, tomou a hum me­ 62 E Jesus lhe disse: ninguém que
nino, e pô-lo a par de si. lançar sua mâo do arado, e olhar pata
48 E aisse-lhes: qualquer que rece­ tras, he habil para o Reino de Deos.
ber este menino em meu nome, a
mim me recebe; e qualquer que a
mim me receber, recebe ao que me CAPITULO X.
enviou: porque o que entre todos DEPOIS disto ordenou o Senhor
vósoutros for o menor, esse será o
grande.
E ainda outros setenta, e mandou-
os de dous em dous diante de su
49 E respondendo Joâo, disse: Mes­ face, a toda cidade e lugar, aoude el­
tre, temos visto a hum, que em teu le havia de vir.
nome lançava fóra aos demonios, e 2 E dizia-lhes: grande he em ver­
defendemos-lho, porque comnosco te dade a séga, mas os obreiros são poc-
nào, segue. cos; portanto rogai ao Senhor des*-
50 E Jesus lhe disse : nào lho defen­ ga, que empuxe obreiros a sua séga
dais, porque quem não he contra nós, 3 Aiidai: vedes aqui vos mando co­
por nos he. mo a comeiros em meio de loboe.
51 E aconteceo, que cumprindo-se 4 Nâo leveis bolsa, nem alforge, nem
os dias de sua assumpção, endereçou alparcas; e a ninguém saudeis pek>
seu rosto a ir a Jerusalem. caminho.
52 E mandou mensageiros diante de 5 E em qualquer casa que entrardes,
sua face: e indo elles entráráo em dizei primeiro: Pas seja nesta casa
huma aldea de Samaritanos, para ali 6 E se ali houver algum íiJhodepai
lhe prepararem pousada. vossa paz sobre elle repousará; es
53 E não o recebérão; porquanto não, a vósoutros se tomará.
seu rosto era como de quem ia a Jeru­ 7 E na mesma casa ficai, comendo,
salem. e bebendo do que tiverem: Pois dis-
54 E vendo seus discipulos, Jacobo no he o obreiro de seu salario. Nfo
e João, isto, disserão: Senhor, queres vos passeis de casa em casa.
que digamos que desça fogo do ceo e 8 E em qualquer cidade que entrar­
os consuma, como tambem Elias fez ? des, e vos recebérem, comei o qne voa
55 Porém virando-se elle, reprehen- pozerem diante.
deo-os, e disse : vósoutros não sabeis 9 E curai os enfermos que nella boo-
de que espirito sois. ver, e dizei-lhes: chegado he rósoo-
56 Porque o Filho do homem não tros o Reino de Deos.
veio a destruir as almas dos homens, 10 Mas em qualquer cidade que en­
mas a salvá-las. E se forào a outra trardes e vos náo recebérem, sahindo
aldea. por suas ruas, dizei:
57 E aconteceo, que indo elles pelo 11 Até o pó que de vossa cidade se
caminho, lhe disse hum : Senhor, nos pegou, sacudimos sobre vósou­
aonde quer que fores te seguirei. tros : isto todavia sabei, que jà o Reino
58 E disse-lhe Jesus: as rapozas de Deos he chegado a vósoutros.
tem covis, e as aves do ceo ninhos; 12 E digo-vos, que mais tolerável se­
mas o Filho do homem não tem aonde rá naquelle dia para Sodoma, do qne
recline a cabeça. para aquella cidade.
59 E disse a outro: Segue-me. Po­ 13 Ai de ti Chorazin, ai de ti Beth*
rém elle disse: Senhor, deixa-me qne saida; que se em Tyro e em Sidon
vá, e enterre primeiro a meu pai. forão feitas as maravilhas que em
60 Mas Jesus lhe disse: Deixa aos vósoutras forão feitas, já muito ha que
mortos enterrar a seus mortos; porém assentadas em saco e em cinza, »
tu vai, e annuneia o Reino de Deos. houverão arrependido.
61 E disse tambem outro: Senhor, 14 Fortanta para Tyro e Sidon w

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8. LUCAS, X. 77
mais tolerável em o juizo, do que pa­ 29 Mas querendo-se elle justificar a
ra vosoutras, si mesmo, disse a Jesus: e quem he
15 E tu Capemaum, que até o ceo meu proximo ?
estás levantada, até o inferno serás 30 E respondendo Jesus, disse: Hum
abaixada. homem aescia de Jerusalem a Jeri­
16 Quem a vósoutros ouve, a mim cho, e cahio em máos dc salteadores,
me ouve; e quem a vósoutros engeita, os quaes tambem o despojarão, e dan-
a mim me engeita; e quem a mim me do-lhe muitas pancadas se forão, dei­
engeita, engeita ao que me enviou. xando-o meio morto.
17 E tornárâo os setenta com alegria, 31 E acaso descia hum certo Sacer­
dizendo: Senhor, até os demonios se dote pelo mesmo caminho, e vendo-o,
nos sugeitâo em teu nome. passou de largo.
18 E disse-lhes: Bem via eu a Sata­ 32 E semelhantemente tambem hum
nás, que como raio cahia do ceo. Levita, chegando junto àquelle lugar,
19 Vèdes aqui vos dou poder para veio, e vendo-o passou de largo.
pizar sobre serpentes e escorpioens, e 33 Porém hum certo Samaritano,
sobre toda a força do inimigo, e nada que ia de caminho, veio junto a elle,
vos fará damno algum. e vendo-o, moveo-se a intima compa­
20 Mas nâo vos alegreis de que os ixão.
espíritos se vos sujeitem ; antes mui­ 34 E chegando-se, atou-lhe as feri­
to mais vos alegrai de que vossos no­ das, deitando-lhe nellas azeite e vi­
mes estâo escritos nos ceos. nho ; e pondo-o sobre sua cavalgadu­
21 Naquella hora se alegrou Jesus ra, levou-o a huma estalagem, e teve
em espirito, e disse: Graças te dou, cuidado delle.
ó Pai, Senhor do ceo e da terra, que 35 E partindo ao outro dia, tirou dous
escondeste estas cousas aos sabios e dinheiros, e deo-os ao hospede: e
entendidos, e as revelaste ás crian­ disse-lhe: Tem delle cuidado; e tudo
ças; assim he, ó Pai, porque assim o que de mais gastares, quando tomar
foi tua boa vontade diante de ti. to pagarei.
22 Todas as cousas me forão entre­ 36 Quem pois destes tres te parece
gues de meu Pai; e ninguém sabe que foi o proximo daquelle que cahio
quem seja o Filho, senâo o Pai, nem em máos aos salteadores ?
quem seja o Pai, senâo o Filho; e a 37 E elle disse: aquelle que com
quem o Filho o quizer revelar. elle usou de misericordia. Pelo que
23 E virando-se para seus discipulos, Jesus disse: Vai, e faze da mesma
disse-iAts á parte: Bemaventurados os maneira.
olhos que veem o que vós vedes. 38 E aconteceo, que indo elles ca­
24 Porque vos digo, que muitos Pro­ minhando, entrou em huma aldea: e
phetas e Reis dezejárâo ver o que vós huma certa mulher, por nome Martna,
vèdes, e náo o virâo; e ouvir o que o recebo em sua casa.
ouvis, e nâo o ouvirâo. 39 E esta tinha huma irmâ, chama­
25 E eis que hum certo Doutor da da Maria : a qual, assentando-se tam­
Lei se levantou, tentando-o, e dizendo: bem aos pés de Jesus, ouvia sua pa­
Mestre, que cousa fazendo, herdarei lavra.
a vida eterna 1 40 Martha porém andava mui dis-
26 E elle lhe disse : Que está escrito trahida em muitos serviços: e sobre­
na Lei % como lès? vindo, disse: Senhor, nâo se te dá de
27 E respondendo elle disse: amarás que minha irmâ me deixe servir a
ao Senhor teu Deos de todo teu cora­ mim só ? dize-lhe pois que me ajude.
çáo, e de toda tua alma, e de todas 41 E respondendo Jesus, disse-lhe:
tuas forças, e de to<lo teu entendi­ Martha, Martha, cuidadosa e fadiga­
mento : e a teu proximo como a ti da andas com muitas cousas.
mesmo. 42 Mas huma cousa he necessaria;
28 E disse-lhe: Bem respondeste; Porém Maria escolheo a boa parte, a
faze isso, e viverás. qual lhe n&o serà tirada.

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78 8. LUCAS, XI.

CAPITULO XI. teceo, que sahido o demonio, o mndo


falou, e a multidão se maravilhou.
ACONTECEO, que e6tando elle 15 Porém alguns delles diziâo: por
E orando em hum certo lugar, co­ Beelzebú, Principe dos demonios, lan­
mo cessou, lhe disse hum de seus dis­ ça fora aos demonios.
cipulos : Senhor, ensina-nos a orar, 16 E outros, tentando-o, pediào-lhe
como tambem Joâo ensinou a seus sinal do ceo.
discipulos. 17 Mas conhecendo elle seus pensa­
2 E elle lhes disse: Quando orardes, mentos, disse-lhes: todo Reino diviso
dizei: Pai nosso que estás nos ceos, contra si mesmo he assolado, e cahe
santificado 6eja o teu nome : venha a casa contra si mesma divisa.
o teu Reino: seja feita a tua vontade, 18 E se tambem Satanás contra u
assim na terra como no ceo. mesmo està diviso, como subsistirá
3 Dà-nos cada dia nosso pào quotidi­ seu Reino ? Porquanto dizeis, que por
ano. Beelzebú lança fora aos demonios.
4 E perdoa-nos nossos peccados, pois 19 E se eu por Beelzebú lanço fora
tambem nôs perdoamos a qualquer aos demonios; vossos íilhos por quem
que nos deve. E nào nos mettas em os lançáo ? portanto elles serào vossos
tentação ; mas livra-nos do mal. juizes.
5 Disse-lhes tambem: Qual de vós­ 20 Mas se eu pelo dedo de Deos lan­
outros terâ hum amigo, e a elle irá a ço fora aos demonios, certamente
meia noite, e lhe dirá: amigo, em­ chegado he a vósoutros o Reino de
presta-me tres pàes. Deos.
6 Porquanto hum amigo meu veio a 21 Quando o valente armado gnardi
mim de caminho, e nào tenho que seu paço, em paz està tudo quanto
lhe appresentar. tem.
7 E elle de dentro respondendo, di­ 22 Mas sobrevindo outro mais vales­
ga: Nào me inportunes, ja a porta te que elle, e vencendo-o, toma4kt
estâ fechada, e meus filhos estâo co­ toda sua armadura em que confku.
migo na recamara, nào posso levan­ e reparte seus despojos.
tar-me para t’os dar. 23 Quem comigo nào he, contra mim
8 Digo-vos, que ainda que se nào le­ h e j e quem comigo nào apanha, der­
vante a dar-lhe, por ser seu amigo; rama.
comtudo, por sua importunação se le­ 24 Quando o espirito immundo tem
vantará, e tudo lhe aarà quanto hou­ sahido do homem, anda por lugares
ver mister. secos, buscando repouso; e nâo *
9 E eu vos digo a vósoutros: pedi, achando, diz: tomar-me-hei a miabi
e dar-se vos-ha: buscai, e achareis: casa, donde sahi.
batei, e abrir-se-vos-ha. 25 E vindo acha-a varrida e adorna­
10 Porque qualquer que pede, rece­ da.
be ; e quem busca, acha; e a quem 26 Entào vai, e toma comsigo ootiw
bate, se lhe abrirá. sete espiritos peiores que elle, e en­
11 fe que pai, de vósoutros, a quem trados, nabitâo ali; e sào do tal ho­
o filho pedir pào, lhe dará huma pe­ mem as cousas derradeiras peiores
dra í ou, se tambem peixe, por peixe que as primeiras.
lhe dará huma serpente ? 27 E aconteceo, que dizendo elle es­
12 Ou se tambem pedir hum ovo, tas cousas, huma mulher da multidão,
lhe darà hum escorpião ? levantando a voz, lhe disse: Bema*
13 Pois se vósoutros, sendo maos, venturado o ventre que trouxe, e os
sabeis dar boas dadivas a vossos filhos, peitos que mamaste.
quanto mais dará vosso Pai celestial, 28 Mas elle disse : Antes bemaven-
o Espirito Santo, áquelles que lho pe­ turados os que ouvem a palavra de
direm 7 * ^ Deos, e a guardâo.
14 E estava lançando fora a hum 29 E ajuntando-se a multidão, come­
demonio, e era o tal mudo. E acon-1 çou a dizer; malina he estageraçio;

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S. LUCAS, XII. 79
Binai busca, e sinal lhe náo serà dado, amais os primeiros assentos nas Syna­
cenào o sinal de Jonas o propheta. gogas, e as saudaçoens nas praças.
30 Porque como Jonas foi sinal para 44 Ai de vósoutros Escribas ePhari­
os Ninivitas, assim o serà tambem o seos hypoc ritas, que sois como aB se­
Filho do homem para esta geração. pulturas que nào apparecem, e os ho­
31 A Rainha do Sul se levantará mens que sobre ellas andão o não sa­
em juizo com os homens de6ta gera­ bem.
ção, e os condemnarà; pois até dos 45 E respondendo hum dos Doutores
üns da terra veio a ouvir a sabedoria da Lei disse-lhe: Mestre, quando di­
de Salamão: e eis que mais que Sa­ zes isto tambem afrontas a nosoutros.
lamào està aqui. 46 Porém elle disse: Ai de vósou­
32 Os homens de Ninivé se levanta­ tros tambem Doutores da Lei, que
rão em juizo com esta geração, e a carregais aos homens com cargas pe­
condemnarào; pois com a pregação sadas para levar; e vós mesmos nem
de Jonas se convertérão: e eis que ainda com hum de vossos dedos as
mais que Jonas està aqui. ditas cargas tocais.
33 E ninguém, accendendo a cande­ 47 Ai de vósoutros, que edificais os
ia, a pôem em lugar occulto, nem de­ sepulcros dos Prophetas, e vossos pais
baixo do alqueire; senão no candieiro, os matàrâo.
para que os que entrarem, vejão a 48 Bem testificais pois, que tambem
luz. consentis nas obras de vossos pais:
34 A candeia do corpo he o olho. porque elles os matàrâo, e vósoutros
Sendo pois teu olho simple, tambem edificais seus sepulcros.
todo teu corpo serà luminoso: porém 49 Portanto diz tambem a sabedoria
se for mao, tambem todo teu corpo de Deos: Prophetas e Apostolos lhes
serà tenebroso. mandarei; e delles a huns matarão,
35 Olha pois que a luz que em ti ha e a outros lançarão fora:
não sejão escuridade s. 50 Para que desta geração seja re­
36 Assim que sendo teu corpo todo querido o sangue de todos os prophe­
luminoso, nào tendo parte alguma es­ tas, que desde a fundação do mundo
cura, todo serà luminoso, como quan­ foi derramado:
do a candeia com seu resplandor te 51 Desde o sangue de Abel, até o
alumia. sangue de Zacharias, que foi morto
37 E estando elle ainda falando, ro­ entre o altar, e a casa de Deos: assim
gou-lhe hum Phariseo que viesse a vos digo. serà desta geração requerido.
jantar com elle; e entrando assentou- 52 Ai ae vósoutros Doutores da Lei,
se á mesa. que tomastes a chave da sapiência;
38 E vendo-o o Phariseo, maravi- vós mesmos nào entrastes, e aos que
lhou*se, de que não se lavara antes entravão impedistes.
de jantar. 53 E dizendo-lhes estas cousas, os
39 E o Senhor lhe disse : agora vós­ Escribas e os Phariseos começàrào ao
outros os Phariseos, o exterior do copo apertar fortemente, e ao fazer falar
e do prato alimpais; porém vosso in­ de muitas cousas.
terior està cheio de rapina e maldade. 54 Armando-lhe ciladas, e procuran­
40 Loucos, o que fez o exterior nào do caçar alguma cousa de sua boca,
fez tambem o interior? para a poderem accusar.
4 1 Porém dai de esmola o que ten­
des; e eis aqui tudo vos serà limpo. CAPITULO XII.
42 Mas ai de vósoutros Phariseos,
que dizimais a ortelã; e a arruda, e JUNTANDO-se entretanto muitos
toda hortaliça; e pelo juizo e caridade A milhares de gente, tanto que
de Deos passais ae largo. Estas cou­ huns aos outros se atropeíavão, come­
sas importava fazer, e as outras não çou a dizer a seus discipulos: Primei­
deixar. ramente, guardai-vos do fermento dos
43 Ai de vósoutros Phariseos, que Phariseos, que he hypoorisia.

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80 S. LUCAS, XII.
2 £ nada ha encuberto que não haja 17 E arrazoava entre si, dizendo r
de ser descuberto: nem occulto que que farei? que não tenho aonde ajun­
não haja de ser sabido. tar meus frutos.
3 Portanto tudo o que dissestes em 18 E disse: isto farei; derribarei
trevas á luz será ouvido: e o que fa­ meus celleiros? e os edificarei maiores,
lastes ao ouvido nas recamaras sobre e ali ajuntarei toda esta minha novi­
os telhados se pregará. dade, e estes meus bens.
4 E digo-vos, amigos meus, nâo te­ 19 E direi a minha alma: Alma,
mais aos que matâo o corno, e depois muitos bens tens em deposito, para
náo tem mais que possáo lazer. muitos annos; descança, come, bebe,
5 Mas eu vos mostrarei a quem ha­ folga.
veis de temer ; temei aquelle, que de­ 20 Porém Deos lhe disse: Louco,
pois de matar, tambem tem pouer pa­ esta noite te pedirão tua alma j e o
ra lançar no inferno: assim vos digo, que tens aparelhado cujo será?
a este temei. 21 Assim he o que para si ajunta
6 Náo se vendem cinco passarinhos thesouros, e nâo he rico em Deos.
por dous ceitis? e nem hum delles 22 E disse a seus discipulos: Por­
estâ esquecido diante de Deos. tanto vos digo, nâo estejais sollicitos
7 E ainda até os cabellos de vossa por vossa vida, que comereis; nem
cabeça todos estão contados: não te­ pelo corpo, que vestireis.
mais pois; mais valeis vósoutros que 23 Mais he a vida que o sustento, e
muitos passarinhos. o corpo que o vestido.
8 E digo-vos, que todo aquelle que 24 Considerai os corvos, que nem
me confessar diante dos homens, tam­ semeâo, nem segáo; nem tem dis­
bem o Filho do homem o confessará pensa, nem celleiro; e Deos os ali­
diante dos Anjos de Deos. menta : quanto mais valeis vósoutros
9 Mas quem me negar diante dos que as aves?
homens, serà negado diante dos An­ 25 E quem de vósoutros pode, com
jos de Deos. sua solhcitude, accrescentar á sua es­
10 E a todo aquelle que disser pala­ tatura hum cóvado 1
vra alguma contra o Filho do homem, 26 Pois se nem ainda podeis o que
ser-lhe-ha perdoado, mas ao que blas­ he menos, porque estais sollicitos pelo
femar contra o Espirito Santo, nào de mais ?
lhe será perdoado. 27 Considerai os lirios, como cres­
11 E quando vos trouxerem ás Syna­ cem : nào trabalhão, nem fião; e di­
gogas, aos Magistrados e Potestades, go-vos, que nem ainda Salamão, em
não estejais solicitos; como, ou que toda sua gloria, se chegou a vestir co­
era defeza vossa hajais de dizer, ou mo hum delles.
que hajais de falar. 28 E se assim veste Deos a herva,
12 Porque na mesma hora vos ensi­ que hoje estâ no campo, e ámanhá
nará o Espirito Santo o que vos con­ he lançado no forno, quanto mais a
venha falar. vósoutros, homens de pouca fé ?
13 E disse-lhe hum da multidão: 29 Vósoutros pois, nâo pergunteis
Mestre? dize a meu irmâo que repar­ que hajais de comer, ou que hajais de
ta comigo a herança. beber; e não andeis suspensos.
14 Mas elle lhe disse: Homem, 30 Porque todas estas cousas, as gen­
quem me pôz a mira por juiz, ou re­ tes do mundo as buscâo; mas vosso
partidor sobre vósoutros ? Pai sabe que haveis mister estas cou­
15 E disse-lhes: olhai, e guardai- sas.
vos da avareza; porque não consiste 31 Mas buscai o Reino de Deos, e
a vida de ninguém na abundancia todas estas cousas vos serão accres-
dos bens que possue. centadas.
16 E propôz-lhes huma parabola, di­ 32 Nâo temas, ó pequeno rebanho;
zendo : a herdade de hum homem ri­ porque a vosso Pai agradou de dar a
co havia bem fructificado. vósoutros o Reino.

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S. LUCAS, x m . 81
33 Vélidei o qüe tendes, e dai es­ 48 Mas ó que a não soube, e fez cou­
mola. Fazei-vos bolsas que nào se sas dignas de pancadas, com poucas
envelheçào; thesouro nos ceos que pancadas será espancado. E a qual­
nunca desfaleça; aonde ladrão nào quer que muito for dado, muito se lhe
chega, nem traça nada gasta. pedirá, e ao que muito se lhe confiou,
34 Porque aonde estiver vosso the- muito mais lhe pedirão.
souro, ali estará tambem vosso coração. 49 Vim a lançar fogo na terra; e que
35 Estejão cingidos vossos lombos, e mais quero, se iá està acceso ?
accesas as candeias. 50 Porém de hum baptismo me im­
36 E sêde vósoutros semelhantes aos porta ser baptizado; e como me an­
homens, que esperào a seu Senhor, gustio até que se venha a cumprir!
quando das vodas ha de tornar; para 51 Cuidais vósoutros que vim a dar
que quando vier, e bater, logo lhe pos- paz á terra? nào, vos digo; porém
6áo abrir. antes dissensão.
37 Bemaventurados aquelles servos, 52 Porque daqui em diante estarão
os quaes, quando o Senhor vier, os cinco divisos em huma casa, tres con­
achar vigiando: em verdade vos di­ tra dous, e dous contra tres.
go que se cingirá, e os fará assentar á 53 O pai estará diviso contra o filho,
mescue chegando-se os servirá. e o filho contra o p a i: a mãi contra a
38 E ainda que venha à segunda vi­ filha, e a filha contra a m ãi: a sogra
gia ; e ainda que venha à terceira vi­ contra sua nora, e a nora contra sua
gia, e assim os achar, bemaventurados sogra.
são os taes servos. 54 E dizia tambem à multidão :
39 Isto porém sabei, que se o pai de Quando vêdes a nuvem que vem do
familias soubesse a que hora o ladrão occidente, logo dizeis: là vem chuva;
havia de vir, vigiaria, e nào deixaria e assim succede.
minar sua casa. 55 E quando sopra o sul, dizeis: cal­
40 Vósoutros pois tambem estai aper­ ma haverá, e assim succede.
cebidos; porque à hora que não im­ 56 Hypocritas, sabeis examinar a
aginais virà o Filho do homem. face da terra e do ceo: e este tempo
41 E Pedro lhe disse : Senhor, dizes como não o examinais ?
esta parabola a nosoutros, ou tambem 57 E porque tambem de vósoutros
a todos? mesmos não julgais o que he justo ?
42 E disse o Senhor: Qual he pois o 58 Pois quando com teu adversario
mordomo fiel e prudente, a quem o vas ao Magistrado, procura de te li­
Senhor pozer sobre seus servos, para vrares delle no caminho, porque por
que a tempo lhes dé ração ? ventura te nào leve ao Juiz, e o Juiz
43 Bemaventurado aquelle servo ao te entregue ao meirinho, e o meirinho
qual, quando seu Senhor vier, o achar te lance em prisão.
assim fazendo. 59 Digo-te, que dali não sahirás, até
44 Em verdade vos digo, que sobre que nào pagues o derradeiro ceitil.
todos seus bens o porá.
45 Mas se aquelle servo em seu co­ c a p it u l o x m .
ração disser : meu Senhor tarda em
v i r ; e aos criados e criadas começar NAQUELLE mesmo tempo esta-
a espancar, e a comer, e a beber, e a E vào ali presentes alguns, que lhe
emborrachar-se; contavão dos Galileos, cujo sangue
46 Virà o Senhor daquelle servo, o Pilatos com seus sacrificios mistu­
dia que elle o não espera, e à hora que rara.
elle nào sabe; e seperà-lo-hà, e porá 2 E respondendo Jesus, disse-lhes:
Bua parte com os desleaes. cuidais vósoutros que estes Galileos
47 E o servo que soube a vontade de hajào sido mais peccadores que todos
seu Senhor, e nào se apercebeo, nem os de mais Galileos, por tal padecido
fez conforme a sua vontade, cora mui­ haverem ?
tas pancadas será espancado. I 3 Não, vos digo; antes se vos nãq
41*

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82 s . L u ca s, x m .
arrependerdes, todos semelhantemen­ 18 E dizia; a qne he semelhante o
te perecereis. Reino de Deos ? e a que o compararei ?
4 Ou aquelles dezoito, sobre os quaes 19 Semelhante he ao grâo da mos­
a torre em Siloé cahio, e os matou; tarda, que tomando-o o homem, o lan­
cuidais que mais culpados fossem que çou em sua horta; e cresceo, e fez-se
todos quantos homens em Jerusalem arvore grande, e as aves dos ceos em
habitâo ? suas ramas se aninharão.
5 Nâo, vos digo; antes se vos nâo ar­ 20 E disse outra vez : a que compa­
rependerdes, todos semelhantemente rarei o Reino de Deos?
perecereis. 21 Semelhante he ao fermento, que
6 E dizia esta parabola : Tinha hum tomando-o a mulher, o escondeo ero
certo homem plantada huma figueira tres medidas de farinha, até tudo le­
em sua vinha, e veio a ella a buscar vedar-se.
fruto, e nâo o achou. 22 E andava de cidade em cidade,
7 E disse ao vinheiro : Yés aqui tres e de aldea em aldea ensinando, e ca­
annos ha, que venho a buscar fruto a minhando para Jerusalem.
esta figueira, e náo o acho: corta-a, 23 E disse-lhe hum : Senhor, sào
porque ainda occupa inutilmente a tambem poucos os que se saívâo*
terra ? e elle lhes disse :
8 E respondendo elle, disse-lhe : Se­ 24 Porfiai por entrar pela porta es­
nhor, deixa-a ainda este anno, até que treita : porque eu vos digo, que muitos
eu a escave, e a esterque: procurarão entrar, e nâo poderôo.
9 E se der fruto, deixa-a ficar ; quan­ 25 A saber desde que o pai de fami­
do nâo, cortá-la-hás depois. lias se levantar, e cerrar a porta, e co­
10 E ensinava em huma das Syna­ meçardes a estar de fóra, e bater á
gogas hum Sabbado. porta, dizendo: Senhor,Senhor, abre-
11 E eis que estava ali huma mulher, nos; e respondendo elle, vos disser:
que havia dezoito annos que tinha nâo vos conheço, nem sei donde sejais:
hum espirito de enfermidade ; e an­ 26 Entáo começareis a d iz e r: era
dava curcovada, e em maneira nenhu­ tua presença havemos comido e bebi­
ma se podia endireitar. do, e em noSsas mas tens ensinado.
12 E vendo-a Jesus, chamou-a a si, 27 E elle dirá: Digo-vos que nâo vos
e disse-lhe: Mulher, livre estás de conheço, nem sei donde sejais : apar-
tua enfermidade. tai-vos de mim, vós todos os obrado­
13 E pôz as mâos sobre ella, e logo se res de iniquidade.
tomou a endireitar, e glorificava a Deos. 28 Ali sera o choro, e o ranger de
14 E respondenao o Principe da Sy- dentes, quando virdes a Abraham, e
nagoffa, indignado de que Jesus tinha a Isaac, e a Jacob, e a todos os pro-
curado em Sabbado, disse â multidão: phetas no Reino de Deos; porém a vó­
seis dias ha em que he mister obrar: soutros lançados fóra.
nestes pois vinde a ser curados, e nâo 29 E virâo do oriente, e do occiden­
em dia de Sabbado. te, e do norte, e do sul, e assentar-se-
15 Porém o Senhor lhe respondeo, e háo á mesa no Reino de Deos.
disse : Hypocrita, nâo desata em Sab­ 30 E eis aqui que derradeiros ha que
bado cada hum de vósoutros seu boi, serâo primeiros, e primeiros ha que
ou seu asno da manjadoura, e o leva serâo derradeiros.
a dar de beber? 31 Aquelle mesmo dia chegárâo
16 E nâo convinha soltar desta lia- huns Phariseos, dizendo-lhe: sahe-te,
dura em dia de Sabbado a esta, que he e vai-te daqui; porqne Herodes te
filha de Abraham, a qual, eis que Sata­ quer matar.
nás a havia liado jáclezoito annos ha ? 33 E disse-lhes: Ide, e dizei àquella
17 E dizendo elle estas cousas, todos raposa: eis aqui lanço fora demonio*,
seus adversarios se confundiâo; e to­ e efTeituo curas hoje e ámanhâ, e ao
do o povo se alegrava de todas as glo­ terceiro dia sou consummado.
riosas oousas que por elle erão feitas. 33 Porém importa que hoje, e ároa-

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S. LUCAS, XfV. 83
nhã, e o dia seguinte caminhe: por­ que a si mesmo se humilhar, será ex­
que n&o succede que morra algum altado.
propheta fóra de Jerusalem. 12 E dizia tambem ao que o tinha
34 Jerusalem, Jerusalem, que matas convidado: quando fizeres hum jan­
aos prophetas, e apedrejas aos que te tar, ou huma cea, nào chames a teus
são enviados j quantas vezes (juiz eu amigos, nem a teus irmãos, nem a
ajuntar teus hlhos, como a galinha se­ teus parentes, nem a teus vizinhos ri­
us pintàos debaixo de suas azas, e não cos; paraque tambem elles em al­
quizestes ? gum tempo te nào tornem a convidar,
35 Eis aqui vossa caza se vos deixa e te seja recompensado.
deserta. E digo-vos em verdade, que 13 Mas quando fizeres convite, cha­
não me vereis até que venha o tempo ma aos pobres, aleijados, mancos, e ce­
quando digais: bemdito aquelle que gos.
vem em o nome do Senhor. 14 E serás bemaventurado, porquan­
to nào tem com que to recompensar:
CAPITULO XIV. porque recompensado te serà em a
resurreiçào dos justos.
ACONTECEO, que entrando elle 15 E ouvindo isto hum dos que jun­
E hum Sabbado a comer pão em tamente estavâo assentados á mesa,
casa de hum dos Principes dos Phari­ disse-lhe: Bemaventurado aquelle
seos. elles o estavâo espiando. que comer pào em o Reino de Deos.
2 E eis que hum certo homem hy- 16 Porém elle lhe disse : hum certo
dropico estava ali diante delle. homem fez huma grande cea, e con­
3 E respondendo Jesus, falou aos vidou a muitos.
Doutores da Lei, e aos Phariseos, di­ 17 E à hora da cea mandou a seu
zendo : he licito sarar em Sabbaao ? servo a dizer aos convidados: vinde,
•1Porém elles calarão: e tomando-o que já tudo está aparelhado.
elle, o curou, e o despedio. 18 E á huma se começàrào todos a
5 E respondendo-lhes, disse: de qual escusar. O primeiro lhe disse : com­
de vósoutros cahirà o asno, ou o boi prei hum campo, e importa-me sahir
em algum poço, que logo em dia de a ve-lo ; rogo-te que me hajas por es­
Sabbado o nào tire } cusado.
6 E nada lhe podião replicar a estas 19 E outro disse: comprei cinco jun­
cousas. tas de bois, e vou a prová-los; rogo-te
7 E disse aos convidados huma par­ que me hajas por escusado.
ábola, attentando como escolhião os 20 E outro aisse: caseime, e por­
primeiros assentos,dizendo-lhes: tanto não posso vir.
8 Quando de alguem ás vodas fores 21 E tornando aquelle servo, denun­
convidado, nào te assentes no primei- ciou estas cousas a seu Senhor. En­
'ro assento; porque por ventura outro tão indignado o pai de familia, disse
mais digno que tu nào esteja delle a seu servo: sahe depressa pelas ruas
convidado: e bairros da cidade, e traze aqui aos
9 E vindo o que te convidou a ti e a pobres, e aleijados, e mancos, e ce­
elle, te diga: dá lugar a este; e en­ gos.
tào com vergonha comeces a ficar 22 E disse o servo : Senhor, feito es­
com o derradeiro lugar. tá como mandaste; e ainda na lugar.
10 Mas quando fores convidado, vai, 23 E disse o Senhor ao servo: sahe-
e assenta-te no derradeiro lugar; pa­ te pelos caminhos, e valados, e força-
ra que quando o que te convidou vi­ os a entrar, para que minha casa se
er, te diga: amigo sobe mais para encha.
riba. Entào terás honra diante dos 24 Porque eu vos digo, que nenhum
que estiverem assentados á mesa co:n- daquelles varoens, que forão convida­
tigo. dos gostará minha cea.
11 Porque qualquer que a si mesmo 25 E huma grande multidão ia com
se exaltar, será humilhado; e aquelle elle; e virando-se, disse-lhes;

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84 S. LUCAS, XV.
26 Se alguem vier a mim, e nâo 7 Digo-vos, que assim haverá mm*
aborrecer a seu pai, e mãi, e mulher, alegria no ceo por hum peccador que
e filhos, e irmãos, e irmâs, e ainda se arrepende, do que por noventa e
tambem sua própria vida, nâo pode nove justos que cie arrependimento
ser meu discipulo. nâo necessitâo.
27 E qualquer que nâo levar sua 8 Ou que mulher tendo dez drach-
cruz, e náo vier após mim, náo pode mas, se a huma drachma perder, náo
ser meu discipulo. accende a candeia, e varre a casa, e
‘28 Forque qual de vósoutros, queren­ a busca com diligencia até a ach ar?
do edificar huma torre, se nâo assenta 9 E achando-a, náo convoque a s am­
primeiro a fazer as contas dos gastos, igas e as vizinhas, dizendo: alegrai-
se tem com que a acabar 1 vos comigo, porque já a drachm a per­
29 Porque por ventura depois de ha­ dida achei.
ver posto o alicerçe, e nâo a podendo 10 Assim vos digo, aue ha alegria
acabar, nâo comecem todos os que o diante dos Anjos de Deos p o r hnm
virem a escarnecer delle. peccador que se arrepende.
30 Dizendo: este homem começou a 11 E disse: Hum certo hom em ti­
edificar, e nâo póde acabar. nha dous filhos.
31 Ou qual Rei, indo á guerra a pe­ 12 E disse o mais moço delles ao
lejar contra outro Rei, se nâo assenta p a i: Pai, dàme a parte da fazenda
primeiro a consultar, se com dez mil que me pertence; e elle lhe repartio
pode sahir ao encontro, ao que com a fazenda.
vinte mil vem contra elle ? 13 E depois de nâo muitos dias,
32 D’outra maneira, estando o outro ajuntando o filho mais moço tudo, par­
ainda longe, manda-lhe embaixadores, tio para huma terra mui longe, e ali
e roga pelo que à paz convém. desperdiçou sua fazenda, vivendo dis-
33 Assim pois, qualquer de vósoutros solutamente.
que a tudo quanto tem nâo renuncia, 14 E havendo elle jà tudo gastado,
nâo pode ser meu discipulo. houve huma grande fome naquella
34 Bom he o sal; porem se o sal de­ terra, e começou a padecer necessi­
generar, com que se adubará ? dade.
35 Nem para a terra, nem para o 15 E foi, e chegou-se a hum dos ci­
monturo presta: fora o lançâo. Quem dadãos daquella terra; e mandou-o
tem ouvidos para ouvir, ouça. a seus campos a apascentar os porcos.
16 E desejava encher seu ventre das
CAPITULO XV. mondas que comiâo os porcos, e nin­
guém lhas dava.
CHEGAVAO a elle todos os pub- 17 E tornando em si, disse: Quantos
E licanos, e peccadores a ouvi-lo. jornaleiros de meu pai tem abnndan-
2 E murmura vâo os Phariseos, e os cia de pâo, e eu aqui pereço de fome.
Escribas, dizendo: este aos peccado­ 18 Levantar-me-hei, e ir-me-hei a
res recebe, e com elles come. meu pai, e dir-lhe-hei: Pai, contra o
3 E elle lhes propóz esta parábola, ceo, e perante ti pequei.
dizendo: 19 E jà nâo sou digno de ser chama­
4 Que homem de vósoutros tendo do teu filho : faze-me como a hum de
cem ovelhas, e perdendo huma delias, teus jornaleiros.
nâo deixa no deserto as noventa e no­ 20 E levantando-se, foi a seu pai.
ve, e vai após a perdida, até que a E como ainda estivesse de longe, vio-
venha a acnar ? o seu pai, e moveo-se a intima com­
5 E achando-a, a náo ponha sobre paixão ; e correndo, lançou-se-lhe ao
seus hombros gostozo ? pescoço, e beiiou-o.
6 E vindo à casa, náo convoque aos 21 E o filho lhe disse : Pai; contra o
amigos, e vizinhos, dizendo-lhes: ale- ceo, e perante ti pequei; e já náo sou
grai-vos comigo, porque já aohei mi­ digno de ser chamado teu filho.
nha ovelha perdida í 22 Mas o pai disse a seus servos;

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S. LUCAS. XVI. 85
Trazei o melhor vestido, e vesti-lho; devedores de seu Senhor, disse ao
e ponde hum annel em sua m&o, e al­ primeiro: quanto deves a meu Senhor?
parcas nos pés. 6 E elle disse: cem medidas de
23 E trazei o bezerro cevado, e ma­ azeite. E disse-lhe: toma teu con­
tai-o ; e comamos, e alegremo-nos. hecimento, e assentando-te escreve
24 Porque este meu filho, morto era, logo cincoenta.
e reviveo; tinha-se pera ido, e he 7 Depois disse a outro: e tu quanto
achado. E começárào-se a alegrar. deves? e elle disse: cem alqueires
25 E seu filho o mais velho estava no de trigo. E disse-lhe : toma teu con­
campo; e como veio, e chegou perto hecimento. e escreve oitenta.
da casa, ouvio a musica, e as danças. 8 E louvou aquelle Senhor ao injus­
26 E chamando a si a num dos ser­ to mórdomo, por prudentemente ha­
vos, perguntou-lhe, que era aquillo ? ver feito: porque mais prudentes sáo
27 É elle lhe disse : Teu irmâo he os filhos deste mundo, do que os filhos
vindo; e teu pai matou o bezerro ceva­ da luz, em seu genero.
do, porquanto o recuperou sào e salvo. 9 E eu vos digo: grangeai amigos
28 Porém elle se indignou, e nâo que­ com o injusto Mammon, para que
ria entrar. Assim que sahindo o pai. quando vos faltar, vos recebáo em os
rogava-lhe que entrasse. eternos tabemaculos.
à Mas respondendo elle, disse ao 10 Quem he fiel no minimo, tam­
p a i; eis aqui, tantos annos ha que te bem he fiel no muito; e quem he in­
sirvo, e nunca teu mandamento tras­ justo no minimo, tambem injusto he
passei, e nunca hum cabrito me déste, no muito.
para que com meus amigos me ale­ 11 Pois se no injusto Mammon nào
grasse. fostes fieis; quem vos confiará o ver­
30 Porém vindo este teu filho, que dadeiro ?
com mundanas desperdiçou tua fa­ 12 E se no alheio nào festes fieis;
zenda, o bezerro cevado lhe mataste. quem vos dará o vosso ?
31 E elle lhe disse; Filho, tu sem­ 13 Nenhum servo pode servir a dous
pre comigo estás, e todas minhas cou­ senhores, porque ou ha de aborrecer
sas sáo tuas. a hum, e amar ao outro, ou se ha de
32 Pelo que convinha alegrar-se e chegar a hum ; e desprezar ao outro.
folgar; porque este teu irmâo era Nâo podeis servir a Deos, e a Mam­
morto, e reviveo; e tinha-se perdido, mon.
e he achado. 14 E todas estas cousas ouviâo tam­
bem os Phariseos, que erão avaren­
tos, e faziâo delle zombaria.
CAPITULO XVI. 15 E disse-lhes: Vósoutros sois os
DIZIA tambem a seus discipulos: que a vós mesmos diante dos homens
E havia hum certo homem rico, o vos justificais: mas Deos conhece
vossos coraçoens. Porque o que en­
qu al tinha hum mordomo; e este ioi
perante elle accusado, como que seus tre os homens he sublime, perante
b e n s dissipava. Deos he abominação.
2 E chamando-o elle, disse-lhe : que 16 A Lei e os Prophetas até Joào
h e isto que ouço de ti ? dá conta de duráráo: desde entâo he o Reino de
tu a mordomia ; porque já nâo pode­ Deos annunciado, e quem quer lhe
r á s ser mais mórdomo. faz força.
3 E disse o mórdomo entre s i: que 17 E mais facil he passar o ceo e a
farei; pois meu Senhor me tira a mor­ terra, do que cahir hum til da Lei.
dom ia? cavar nào posso, mendigar 18 Qualquer que deixa sua mulher,
tenho vergonha. e se casa com outra, adultéra; e qual-
4 Eu sei o que hei de fazer, para- uer que se casa com a do marido
ue quando for desapossado da mór- eixada, tambem adultéra.
3 omia, me recebâo em suas casas. 19 Havia porém hum certo homem
ricoj e vestia-se de purpura, e de linho
5 £ cham ando a ei a cada hum dos

Digitized by G o o g le
86 S. LUCAS, XVIÍ.
finiasimo, e cada dia vivia regalada e 2 Melhor lhe fóra pôrem-lhe ao p e s ­
esplendidamente. coço huma mó de atafona, e ser la n ­
20 Havia tambem hum certo men- çado no mar, do que escandalizar a
digo, por nome Lazaro, o qual jazia â hum destes pequenos.
Bua porta cheio de chagas. 3 Olhai por vósoutros. E se teu
21 E desejava fartar-se das miga­ irmâo contra ti peccar, reprehende-o;
lhas que cahiào da mesa do rico: vi­ e se se arrepender, perdca-lhe.
nhão porém tambem os caens, e iam- 4 E se sete vezes ao dia peccar con­
bião-lne as chagas. tra ti, e sete vezes ao dia a ti tornar,
22 E aconteceo que morreo o men­ dizendo: arrependo-me, perdoar-lhe-
digo, e foi levado pelos Anjos aorega- has.
çode Abraham. 5 E disserão os Apostolos ao Senhor:
23 E morreo tambem o rico; e foi accrescenta-nos a fé.
sepultado. E levantando no inferno 6 E disse o Senhor: se tivesseis tan­
seus olhos, estando nos tormentos, vio ta fé como hum grão de mostarda, a
a Abraham de longe, e a Lazaro em esta amoreira dirieis: desarraiga-te
seu regaço. daqui, e planta-te no mar, e obede­
24 E clamando elle, disse: Pai Abra­ cer-vos-ia.
ham, tem misericordia de mim, e 7 E qual de vósoutros terà h u m ser­
manda a Lazaro que a ponta de seu vo lavrando ou apascentando eadc,
dedo molhe na agua, e me refresque que tornando do campo, logo lh e diga
a lingua; porque atormentado estou chega, e á mesa te assenta.
nesta flamma. 8 E nâo lhe diga antes: aparelha-
25 Porém Abraham disse: Filho, me que cear, e arregaça-te, e serve-
lembra-te que em tua vida rece­ me, até que comido e bebido h aja; e
beste teus bens, e Lazaro semelhante­ depois, come e bebe tu.
mente males: e agora este he conso­ 9 Por ventura dà graças ao tal servo,
lado, e tu atormentado. poraue fez o que lhe fòra mandado í
26 E de mais de tudo isto, hum tâo Cuido que nào.
grande abysmo está posto entre nós- 10 Assim tambem vósoutros, quando
outros e vósoutros, que os que daqui fizerdes tudo o que vos for mandado,
quizessem passar para vósoutros n&o dizei: Servos inúteis somos; porque
poderiào; nem tão pouco os de là fizemos somente o que deviamos fa­
passar para cà. zer.
27 E disse elle: Rogo-te pois, ó pai, 11 E aconteceo que indo elle a Jeru­
que o mandes à casa de meu pai. salem, passou por meio de Samaria e
28 Porque tenho cinco irmàos, para Galilea.
que disto lhes proteste; para que 12 E entrando em huma certa aldea,
tambem não venhào a este lugar de sahirào-lhe ao encontro dez homens
tormento. leprosos, os quaes pararào de longe.
29 Disse-lhe Abraham: a Moyses e 13 E levantárào a voz, dizendo: Je­
aos Prophetas tem, ouçào-os. sus, Mestre, tem misericordia de nós.
30 E aisse elle: não pai Abraham ; 14 E vendo-os elle, disse-lhes: Ide, e
mas se alguem dos mortos a elles mostrai-vos aos Sacerdotes. E acon­
fosse, arrepender-se-ião. teceo que indo elles, ficarão limpos.
31 Porém Abraham lhe disse : Se a 15 E vendo hum delles, que estava
Moyses e aos Prophetas não ouvem; são, tornou, glorificando a Deos à
tâo pouco persuadir-se deixarão, ainda grande voz.
que alguem dos mortos resuscite. 16 E derribou-se sobre seu rosto a
seus pés, dando-lhe graças: e era
CAPITULO XVII. este Samaritano.
17 E respondendo Jesus, disse: náo
DISSE aos discipulos: Impossivel forão dez os limpos ? e onde estâo os
E he que escandalos nào venhão ; nove ?
m a s a i daquelle por q u e m v ié re m . 18 Não houvo quem tomasse a dar

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S. LUCAS, í v m . 8t
gloria a Deos, senâo este estrangei­ 36 Dous estarão no campo; hum
ro? será tomado, e o outro será deixado.
19 E disse-lhe: Levanta-te, e vai-te; 37 E respondendo, disserão-lhe :
tua fé te salvou. aonde Senhor ? e elle lhes d isse:
20 E perguntado dos Phariseos, quan­ aonde estiver o corpo, ali se ajunta­
do o Reino de Deos havia de vir; re- rão as aguias.
spondeo-lhes, e disse: o Reino de De­
os nâo vem com apjparencia exterior.
21 Nem dirâo: ei-lo aqui, ou ei-lo CAPITULO XVIII.
a li; porque eis que o Reino de Deos DISSE-lhes tambem huma para­
entre vósoutros está. E bola acerca de que sempre im­
22 E disse aos discipulos: dias virâo, porta orar, e nunca desfalecer.
uando desejareis ver hum dos dias 2 Dizendo: havia hum certo Juiz em
o Filho do homem, e nâo o vereis. huma cidade, que nem a Deos te­
23 E dir-vos hâo : ei-lo aqui, ou ei-lo mia, nem a nomera nenhum respei­
ali está, náo vades, nem sigais. tava,
24 Porque como o relampago, relam- 3 Havia tambem naquella mesma
adejando désde huma parte debaixo cidade huma certa viuva, e vinha a
§ o ceo, resplandece ate a outra de­ elle, dizendo: faze-me justiça acerca
baixo do ceo, assim será tambem o de meu adversario.
Filho do homem em seu dia. 4 E por muito tempo nâo quiz : mas
25 Mas primeiro convém padecer depois disto, disse entre si, ainda que
muito, e-ser reprovado desta geração. nem a Deos temo, e a homem ne­
26 E como aconteceo nos dias de nhum respeito,
Noè, assim serà tambem nos dias do 5 Todavia, porque esta viuva me
Filho do homem. molesta, lhe hei de fazer justiça: por­
27 Comiâo, bebiáo, casaváo, e se da- que em fim nâo venha, e me impor­
vão em casamento, até o dia em que tune muito.
Noè entrou na Arca; e veio o diluvio, 6 E disse o Senhor: ouvi o que diz
e a todos os consumio. o injusto Juiz.
28 Como tambem da mesma manei­ 7 É nào fará Deos justiça a seus es­
ra aconteceo em os dias de Lot, co- colhidos, que dia e noite a elle cla-
mião, bebiáo, compravâo, vendiáo, mâo, ainda que longanimo para com
planta vâo, e edificavâo. elles seja ? *
29 Mas o dia em que Lot sahio de 8 Digo-vos que depressa lhes fará
Sodoma, choveo fogo e enxofre do justiça. Porém quando o Filho do
ceo, e a todos os consumio. nomem vier, achará por ventura fé
30 Assim será tambem no dia, em na terra ?
que o Filho do homem se ha de ma­ 9 E disse tambem a huns, que de si
nifestar. mesmos confiavâo que erão justos, e
31 Naquelle dia, o que estiver no aos outros desprezavâo, esta parábola:
telhado, e suas alfaias em casa, nâo 10 Dous homens subirão ao Templo
desça a tomá-las: e o que estiver no a orar, hum era Phariseo, e o outro
campo, assim mesmo náo torne ao Publicano.
q ue atras fica. 11 O Phariseo estando em pé, orava
32 Lembrai-vos da mulher de Lot. entre si desta maneira: ó Deos, gra­
33 Qualquer que procurar salvar sua ças te dou, que nâo sou como os de
vida, perdé-la-ha; e qualquer que a mais homens, roubadores, injustos,
perder, salvá-la-ha. adúlteros; nem ainda como este Pub­
34 Digo-vos, que naquella noite es­ licano.
ta rã o dous em numa cama, hum será 12 Jejuo duas vezes na semana, dou
tomada, e o outro serà deixado. dizimos de tudo quanto possuo.
36 Duas estarão juntas moendo, hu­ 13 E o Publicano, estando em pé de
m a será tomada, e a outra será dei­ longe, nem ainda queria levantar os
x ada. olhos ao ceo, mas batia em seu peito,

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*8 S. LUCAS, XIX.
dizendo: 6 Deos, tem misericordia vos digo, que ninguém ha, qne casa, on
de mim peccador. pais, ou irmàos. ou mulher, ou filhos,
14 Digo-vos, que mais justificado pelo Reino de Deos haja deixado.
desceo este a sua casa, do que aquel­ 30 Que muito mais neste tempo nâo
le : porque qualquer que a si mesmo haja de tomar a receber, e no seculo
se exalta, será humilhado; e qualquer vindouro a vida eterna.
que a si mesmo se humilna, serà ex­ 31 E tomando comsigo aos doze,
altado. disse-lhes: Vèdes aqui subimos a Je­
15 E trazião-lhe tambem meninos, rusalem. e cumprir-se-ha no Filho do
para que os tocasse • e vendo-o oe homem tudo o que pelos Prophetas
discipulos, reprehendiâo-os. está escrito.
16 Mas chamando Jesus os meninos 32 Porque ás gentes ha d e ser en­
a si, disse : deixai vir a mim os meni­ tregado, e escarnecido, e injuriado, e
nos, e n&o os empeçais; porque dos cuspido.
taes he o Reino de Deos. 33 E havendo-o açoutado, mata-lo*
17 Em verdade vos digo, que qual­ hào: e ao terceiro aia resuscitarâ.
quer que o Reino de Deos nào rece­ 34 E elles nada destas cousas enten-
ber como menino, n&o ha de entrar diâo, e esta palavra lhes era encuber-
nelle. ta : e n&o entendiâo o que se lhes dizà
18 E perguntou-lhe hum certo Prin­ 35 E aconteceo, que chegando elle
cipe, dizendo: Bom mestre, que he o perto de Jericho, estava n u m ceco
que fazendo herdarei a vida eterna ? assentado junto ao caminho, rnendi- I
19 E Jesus lhe diâse: porque me gando.
chamas bom ? ninguém ha bom senào 36 E ouvindo este passar a multidáo,
hum, a saber Deos. perguntou cjue era aquillo ?
20 Os mandamentos sabes: N&o 37 E disseráo-lhe, que Jesus Naza­
adulterarás, n&o matarás, n&o furta­ reno passava.
rás, n&o darás falso testemunho; hon­ 38 Entâo clamou, dizendo: Jesns.
ra a teu pai, e a tua m&i. Filho de David, tem misericordia dé
21 E disse e lle : Todas estas cousas mim.
tenho guardado desde minha moci­ 39 E os que iâo passando o repre-
dade. hendiào, para que calasse: porém
22 Porém ouvindo Jesus isto, disse- elle clamava tanto mais: Filho d?
lhe : ainda«huma cousa te falta: ven­ David, tem misericordia de mim .
de tudo quanto tens, e reparte-o en­ 40 Jesus então parando, mandou
tre os pobres, e terás hum thesouro que lho trouxessem : e chegando elle,
no ceo; e vem, segue-me, perguntou-lhe,
23 Mas ouvindo elle isto, ficou mui 41 Dizendo: que queres que te faça 1
triste, porque era mui rico. e elle disse : Senhor, que veja.
24 Ê vendo Jesus que mui triste 42 E Jesus lhe disse: Vé, tua fé te
ficàra, disse: qu&o dimcilmente en­ salvou.
trará^ no Reino de Deos os que tem 43 E logo vio, e seguia-o, glorifican­
riquezas. do a Deos. E vendo todo o povo tifo,
25 Porque mais facil cousa he en­ dava louvores a Deos,
trar hum camelo pelo fundo de huma
agulha, do que entrar hum rico no
Reino de Deos. CAPITULO XIX.
26 E os que isto ouvir&o, dissérâo: E ENTRANDO Jesus, foi passando
quem se pode logo salvar. por Jericho.
27 E elle disse: as cousas que acer­ 2 E eis que havia ali hum varâo
ca dos homens s&o impossíveis, possí­ chamado por nome Zaccheo, e era este
veis sâo acerca de Deos. Principe aos publicanos, e era rico.
28 E disse Pedro: eis aqui que tu­ 3 E procurava ver a Jesus quem fos­
do deixámos, e te havemos seguido. se, e n&o podia, por causa da multidfto,
29 E elles lhes disse: Em verdade porquanto era pequeno de estatuía.

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S. LUCAS, XIX. 89
4 £ oorrendo diante, subio a huma eis aqui tua mina, que em hum lenço
figueira brava, para o ver; porque guardei.
havia de passar por ali. 31 Porque tive medo de ti, que es
5 E como Jesus chegou áquelle lugar, homem rigoroso, que tomas o que nâo
olhando para riba, vio-o, e disse-lhe: pozeste, e segas o que nâo semeaste.
Zaccheo apressate, e desce; porque 22 Porém elle lhe disse: Servo ma­
hoje me importa pousar em tua casa. ligno, por tua boca te julgarei; sabias
6 E apressando-se, desce o, e o rece­ que eu era homem rigoroso, que tomo
beo gostoso. o que nâo puz, e que sego o que nâo
7 E vendo todos isto, murmura vâo, semeei.
dizendo: que entràra a pousar com 23 Porque pois nâo déste meu di­
hum homem peccador. nheiro ao banco; e vindo eu, o de-
8 E levantando-se Zaccheo, disse mandára com onzena ?
ao Senhor: Senhor, eis aqui a metade 24 E disse aos que com elle estavâo:
de meus bens dou aos pobres; e se tirai-lhe a mina, e dai-a ao que tem
em alguma cousa a alguem defraudei, as dez minas.
o rendo com os quatro tantos. 25 E elles lhe disserão: Senhor,
9 E Jesus lhe disse: Hoje houve sal- dez minas tem.
vaçáo nesta casa, porquanto tambem 26 Porque eu vos digo, que a qual­
este he filho de Abraham. quer que tiver, ser-lhe-ha dado; mas
10 Porque o Filho do homem veio a ao que nâo tiver, até o que tem, lhe
buscar, e a Salvar o que se havia per­ será tirado.
dido. 27 Porém àquelles meus inimigos,
11 E ouvindo elles estas cousas, que nâo quizerâo que eu sobre elles
proseguio, e disse huma parábola, reinasse, trazei-os aqui, e matai-os
porquanto estava perto de Jerusalem, diante de mim.
e cu idavâo que logo o Reino de Deos 28 E dito isto, ia caminhando diante,
se havia de manifestar. subindo a Jerusalem.
12 Disse pois: Hum certo homem 29 E aconteceo, que chegando perto
nobre partio a huma terra mui longe, de Bethphage, e de Bethania, ao mon­
a tomar para si hum Reino, e tomar. te chamado das Oliveiras, mandou a
13 E chamando a dez servos seus, dous de seus discipulos.
deo-lhes dez minas, e disse-lhes: Ne­ 30 Dizendo: Ide á aldea que está
gociai até que eu venha: defronte; aonde entrando, achareis
14 E seus cidadãos o aborrecião; e hum poldro liado, em que nenhum
rnandàrâo após elle embaixadores, di­ homem jàmais se assentou; soltai-o,
zendo : nâo queremos que este sobre e trazei-o.
nosoutros reine. 31 E se alguem vos perguntar, por­
15 £ aconteceo que tomando elle, que o soltais? dir-lhe-heis assim: por­
i a vendo tomado o Reino, disse que que o Senhor o ha mister.
h e chamassem áquelles servos, a 32 E indo os que haviâo sido man­
[uem havia dado o dinheiro, para sa- dados, acharão como lhes disse.
>er o que cada hum negociando havia 33 E soltando o poldro, seus donos
panhado. lhes disserão : porque soltais o poldro *
16 E veio o primeiro, dizendo: Se- 34 E elles disserão: o Senhor o ha
ihor, tua mina tem ganhado outras dez mister.
ninas. 35 E o trouxerâo a Jesus: e lançan­
17 E elle lhe disse: Está bem, bom do seus vestidos sobre o poldro, po-
e r v o ; pois no minimo foste fiel, so- zerâo em cima a Jesus.
r e dez cidades teràs potestade. 36 E indo elle andando, estendiâo
18 E veio o segundo, dizendo: Se- seus vestidos de baixo delle pelo ca­
h or, tua mina grangeou cinco minas. minho.
19 E tambem a este disse: E tu 37 E como já chegasse perto da de­
stá. tambem sobre cinco cidades. scida do monte das Oliveiras, toda a
20 £ veio outro, dizendo: Senhor, multidão dos discipulos gozando-se,

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90 S. LUCAS, XX.
começou com grande voz louvar a Tambem eu vos perguntarei b u í a
Deos, por todas as maravilhas que palavra; e dize Ume:
tinhão visto; 4 O baptismo de Joâo era do ceo, ou
38 Dizendo: Bemdito o Rei que vem dos homens ?
em nome do Senhor; Paz no ceo, e 5 E elles arrazoavão entre si, dizen­
Gloria em as alturas. do : se dissermos do ceo; d ir-nos h a ;
39 £ alguns dos Phariseos da multi­ porque pois o não crestes ?
d&o lhe disserão: Mestre, reprehende 6 E se dissermos, dos homens; todo
a teus discipulos. o povo nos apedrejará: pois por cer­
40 E respondendo elle, disse-lhes: to tem que Joâo era Propheta.
Digo-vos, que se estes se calarem, lo­ 7 E responderão, que nâo sabiâo,
go as pedras clamarão. donde era.
41 E indo já chegando, e vendo a ci­ 8 E Jesus lhes disse: nem tão poc-
dade. chorou sobre ella; co eu vos digo com que autoridade
42 Dizendo: Ah se tambem conhe­ estas cousas faço.
cesses, ao menos neste teu dia, o que 9 E começou a dizer ao povo este
à tua paz pertence! mas agora a teus arabola: Hum certo homem plantou
olhos está encuberto. E uma vinha, e arrendou-a a huns la­
43 Porque dias virâo sobre ti, em vradores, e partio para fora d a tem
que teus inimigos com tranqueiras te por muito tempo.
cercarão, e ao redor te sitiarão, e de 10 E a seu tempo mandou hum serro
todas as bandas em estreito te porão. aos lavradores, para que lhe désseis
44 E a ti, e a teus filhos dentro de do fruto da vinha; mas espancaade-
ti, â terra te derribarão; e pedra so­ o os lavradores, o mandárão vazio.
bre pedra em ti não deixarão, por­ H E tornou ainda a mandar cxffic
quanto nâo conheceste o tempo de servo: mas elles espancando e aároe-
tua visitação: tando tambem a este, o mandarão va­
45 E entrando no Templo, começou zio.
a lançar fóra a todos os que nelle 12 E tornou ainda a mandar ao ter­
vendiâo e compravâo : ceiro: mas elles ferindo tambem a
46 Dizendo-lhes: escrito está: Mi­ este, o lançárão fora.
nha casa, he casa de oração: mas 13 E disse o Senhor da v in h a : que
vósoutros cova de salteadores a ten­ farei ? mandarei a meu filho amado,
des feito. por ventura vendo-o, o respeitarão.
47 E ensiuava cada dia no Templo: 14 Mas vendo-o os lavradores, ina-
e os Principes dos Sacerdotes, e os zoárão entre si, dizendo: este he e
Escribas, e os Principes do povo, pro­ herdeiro, vinde, mate-mo-lo, paraque
curavão mata-lo. a herdade seja nossa.
48 E nâo achavão que lhe fazer, 15 E lançando-o fóra da vinha, o
porque todo o povo pendia delle, ou- matàrâo. Que pois lhes farà o Se­
vindo-o. nhor da vinha ?
16 Virá e destruirá a estes lavrado­
res, e a vinha dará a outros. E ou­
CAPITULO XX. vindo elles isto, disserão: assim ato
ACONTECEO hum daquelles seja!
E dias, que estando elle ensinando 17 Mas olhando elle paia elles, do­
se : Que pois he isto que escrito eetá *
ao povo no Templo, e annunciando o
Evangelho, sobrevierão os Principes a pedra que os edificadores reprová-
dos Sacerdotes, e os Escribas com os rão, essa foi feita por cabeça da es­
Anciãos. quina.
2 E falarão-lhe, dizendo: Dize-nos, 18 Qualquer que cahir sobre aquelk
com que autoridade fazes estas cou­ pedra, será quebrantado; e aquelle
sas? ou quem he o que te deo esta sobre quem ella cahir, fa-lo-ha em
autoridade % pedaços.
3 E respondendo elle, disse-lhes; 19 E procuravão os Principes dos

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S. LUCAS, XXI. 91
Sacerdotes, e os Escribas, de naquella 35 Mas os que por dignos forem ha­
mesma hora lançarem m&o delle, mas vidos de alcançar aquelle seculo, e a
temèrào ao povoj porque bem enten­ resurreiçâo dos mortos, nem se h&o de
derão que contra elles dissera esta casar, nem ser dados em casamento.
parabola. 36 Porque jà n&o podem mais mor­
20 E trazendo-o de sobre olho, man­ rer ; porque sào iguaes aos Anjos; e
darão espias, que se fingissem justos, s&o filhos de Deos, pois sào filhos da
para o apanharem em alguma palavra, resurreiçâo.
e o entregarem ao Senhorio e poder 37 E que os mortos haj&o de resus-
do Presidente. citar, tambem Moyses junto ao sarçal
21 E perguntarão-lhe, dizendo: Mes­ o mostrou, quando ao Senhor chama,
tre, nós sabemos que bem e direita­ Deos de Abraham, e Deos de Isaac,
mente falas, e ensinas; e que n&o at- e Deos de Jacob.
tentas para a apparencia da pessoa, 38 Ora Deos nào he Deos de mortos
antes com verdade ensinas o caminho mas de vivos; porque todos vivem
d e Deos. quanto a elle.
22 He-nos licito dar tributo a Cesar, 39 E respondendo huns dos Escribas^
ou nâo ? dissérào: Mestre, bem disseste.
23 E entendendo elle sua astúcia, 40 E nào ousavào perguntar-lhe mais
disse-lhes: porque me tentais? cousa alguma.
24 Mostrai-me huma moeda; de 41 E elle lhes disse: Como dizem
quem tem a imagem, e a inscripçào ? que o Christo he filho de David í
E respondendo elles, disserão: de 42 Dizendo o mesmo David no livro
Cesar. dos Psalmos: Disse o Senhor a meu
25 Ent&o lhes disse: dai pois a Cesar Senhor: assenta-te à minha mão di­
e que he de Cesar, e a Deos o que he reita.
d e Deos. 43 Até que a teus inimigos ponha
26 E n&o o podér&o apanhar em pa­ por escabello de teus pés.
lavra alguma diante do povo; e ma­ 44 Assim que Davia o chama seu
ravilhados de sua resposta, calàrào- Senhor; e como he seu filho ?
06. 45 E ouvindo-o todo o povo, disse a
27 E chegando-se alguns dos Saddu­ seus discipulos:
ceos, que contradizendo dizem nào 46 Guardai-vos dos Escribas, que
haver resurreiçâo, perguntarào-lhe. querem andar vestidos à comprida; e
28 Dizendo: Mestre, Moyses nos amào as saudaçoens nas praças, e as
escreveo, que se o irmào de alguem primeiras cadeiras nas Synagogas, e
falecer, tendo ainda mulher, e morrer os primeiros assentos nos convites.
sem filhos; tome seu irmào a mulher, 47 Que devor&o as casas das viuvas^
e desperte semente a seu irmào. e em apparencia us&o de larga oração.
29 Houve pois sete irm&os, e tomou Estes receberào maior condemnaçào.
o primeiro a mulher, e morreo sem
íilhos. CAPITULO XXI.
30 E tomou-a o segundo; e tambem
e ste morreo sem filhos. OLHANDO elle, vio aos ricos lan
31 E tomou-a o terceiro, e assim
mesmo tambem os sete, e n&o dei-
E çar suas offertas na arca do the-
souro.
xâráo filhos, e morrerão. 2 E vio tambem a huma pobre viu­
32 E por derradeiro depois de todos va lançar ali dous minutos.
morreo tambem a mulher. 3 E disse: em verdade vos digo, que
33 Em a resurreiçâo pois, mulher mais que todos lançou esta pobre
d e qual delles serà ? pois os sete a viuva.
tiverâo por mulher. 4 Porque todos aquelles, do que lhes
34 E respondendo Jesus, disse-lhes: sobeja, lançàrào para as offertas de
Os filhos deste seculo se cas&o, e se Deos: mas esta de sua probreza lan*
'làrt «m ra«ampnln BUfttpntn nnantn tinha.

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92 S. LUCAS, XXI.
5 E dizendo alguns do Templo, qne 21 Entáo os que estiverem em Ju­
estava adornado com formosas pedras dea, fujào aos montes; e os que es­
e dadivas, disse: tiverem em meio delia, saiào; e os
6 Estas cousas que vedes; dias vi­ que nos campos, nella não entrem .
râo, em que se não deixará pedra so­ 22 Porque dias de vingança sâo es­
bre pedra, que não seja derribada. tes: para que todas as cousas, que
7 E perguntárâo-lhe, dizendo: Mes­ estâo escritas, se cumprio.
tre, quando pois serão estas cousas ? 23 Mas ai das prenhes, e d as que
e que sinal haverá, quando estas cou­ criarem naquelles dias: porque çran-
sas hajão de acontecer? de aperto haverá na terra, e ira sobre
8 Entào disse elle: olhai que nào este povo.
vos enganem, porque virào muitos em 24 E cahirâo a fio de espada, e. por
meu nome, dizendo: eu sou o Christo. todas as gentes os levarão capttros;
E já o tempo está perto: portanto e Jerusalem será pizada dos Gentios,
nào vades apôs elles. até que os tempos dos Gentios se
9 E quando ouvirdes de guerras, e cumprâo.
de sed içoens, nào vos espanteis. Por­ 25 E haverá sinaes no sol, e n a loa,
que necessário he que estas cousas e nas estrellas; e na terra aperto de
aconteção primeiro; mas nem logo gentes com confusão, bram ando o
será o nm . mar e as ondas.
10 Entào lhes disse: Levantar-se-ha 26 Desmaiando os homens por cau­
gente contra gente, e Reino contra sa do temor, e da espera das cousas
Reino: que sobrevirão à redondeza d a terza.
11E haverá em vários lugares gran­ Porque as forças do ceo se abalarão.
des terremotos, e fomes, e pestilen- 27 E entâo ao Filho do hom em ve­
cias: haverá tambem cousas espan­ rão vir em huma nuvem, com grande
tosas, e grandes sinaes do ceo. poder e gloria.
12 Mas antes de todas estas cousas7 28 Ora quando estas cousas começa­
lançarão mào de vósoutros, e vos per­ rem a acontecer, olhai para cima, e
seguirão, entregando-vos em Synago­ levantai vossas cabeças, porquanto
gas, e prizoens, e trazendo-vos diante vossa redeínpçâo está perto.
de Reis, e Presidentes, por amor de 29 E disse-lhes huma parabola: Ol­
meu nome. hai a figueira, e todas as arvores:
13 E 8obrevir-vos-ha isto por teste­ 30 Quando jà brotão, e vós o vedes,
munho. de vós mesmos sabeis que jà o verto
14 Proponde pois em vossos coraço­ estâ perto.
ens, de nâo premeditar como hajais 31 Assim tambem vósoutros, quando
de responder. virdes acontecer estas cousas, sabei
15 Porque vos darei boca e sabedo­ que já o Reino de Deos està perto.
ria, a que todos quantos se vos oppo- 32 Em verdade vos digo, que nâo
zerem, contradizer nem resistir pode­ passará esta geração, até que tudo náo
rão, aconteça.
16 E até de pais, e irmãos, e paren­ 33 O ceo e a terra passarão, mas
tes, e amigos sereis entregues ; e a/- minhas palavras em maneira nenhu­
guns de vós matarão. ma passarão.
17 E de todos sereis aborrecidos por 34 E olhai por vósoutros, que por
amor de meu nome. ventura vossos coraçoens se nào car­
18 Mas nem hum cabello de vossa reguem de glotonana, e borracheira,
cabeça perecerá. e dos cuidados desta vida; e sobre
19 Vossas almas possuí em vossa vósoutros d5improviso venha aquelle
paciência. dia.
20 Porém quando virdes a Jerusa­ 35 Porque como hum laço ha de vir
lem cercada de exercitos, sabei en­ sobre todos os que habitão 9obre a face
tào, que já sua assolação chegada de toda a terra.
he. 26 Vigiai pois em todo tempo, oran*

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S. LUCAS, XXII. 98
do, que sejais havidos por dignos de nâo comerei, até qne no Reino de De­
evitar todas estas cousas, que hão de os se cumpra.
acontecer, e de estar em pé diante 17 E tomando o copo, e havendo
do Filho ao homem. dado graças, disse: Tomai-o, e repar­
37 E ensinava de dia no Templo; ti-o entre vósoutros.
porém sahindo às noites, as passava 18 Porque vos digo^ que do fruto de
no monte, chamado o das Oliveiras. vide nâo beberei, ate que o Reino de
38 E todo o povo vinha pela manhâ Deos nâo venha.
cedo a elle ao Templo, a ouvi-lo. 19 E tomando o pâo, e havendo da­
do graças, partio-o, e deu-lho, dizen­
CAPITULO XXII. do : Isto he o meu corpo, que por vós­
outros he dado; fazei isto em memór­
ÈSTAVA perto a festa dos pães ia de mim.
E asmos, chamada a Pascoa. 20 Semelhantemente tambem o co­
2 E os Principes dos Sacerdotes, e po, depois da cea, dizendo: Este co­
os Escribas procuravão como o ma- po he o Novo Testamento em meu
tariâo: porque temiâo ao povo. sangue, que por vósoutros he derra­
3 E entrou Satanás em Judas, o que mado.
tinha por sobrenome Iscariota, qual 21 Porém vedes aqui a mâo do que
era do numero dos doze. me trahe, está à mesa comigo.
4 E foi, e falou com os Principes dos 22 E bem vai o Filho do homem, se­
Sacerdotes, e com os Capitães, de co­ cundo o que está determinado: po­
mo lho entregaria. rém ai daquelle homem por quem ne
5 Os quaes folgárâo, e concertárâo trahido.
cle lhe dar dinheiro. 23 E começárâo a perguntar entre
6 E prometteo-lho, e buscava oppor- si, qual delles seria o que isto havia
tunidade para lho entregar sem alvo­ de fazer.
roço. 24 E houve tambem entre elles con­
7 E veio o dia dos páes asmos, em tenda, qual delles parecia ser o maior.
que importava sacrificar a Pascoa. 25 É elle lhes disse : os Reis das
8 E mandou a Pedro, e a Joâo, di­ gentes se ensenhoreâo deliam e os
zendo : Ide, aparelhai-nos a Pascoa, que sobre ellas tem potestade sâo
para que a comamos. chamados bemfeitores.
9 E elles lhe disserão: Aonde que­ 26 Mas vósoutros nâo assim: antes
re s que a aparelhemos ? o maior entre vósoutros seja como o
10 E elle lhes disse : Eis-que como menor; e o que precede, como o que
entrardes na cidade, vos encontrará serve.
hum homem, que leva hum cântaro 27 Porque qual he maior ? o que á
d e agoa: segui-o até à casa aonde mesa se assenta, ou o que serve ? Por­
entrar. ventura nào he o que á mesa se assen­
11 E direis ao pai de familia da ca­ ta ? Porém eu sou entre vósoutros
s a : o Mestre te diz; onde está o como aquelle que serve.
aposento, onde com meus discipulos 28 E vósoutros sois os que comigo
hei de comer a Pascoa í em minhas tentaçoens tendes perma­
1 2 Entáo elle vos mostrará hum necido.
srrande cenáculo já preparado; apare­ 29 E eu vos ordeno o Reino, como
lha i-a ali. meu Pai mo ordenou.
13 £ indo elles, achárão como lhes ti- 30 Para que em meu Reino á minha
aha d ito ; e aparelharão a Pascoa. mesa comais e bebais; e sobre thro-
14 E vinda a hora, assentou-se á me- nos vos assenteis, julgando ás doze
ut, e com elle os doze Apostolos. tribus de Israel.
15 E disse-lhes: Muito desejei de 31 Disse tambem o Senhor: Simão,
jomvosco comer esta Pascoa, antes Simão; vedes aqui que Satanás vos
jue padeça. desejou muito, para vos cirandar oo*
16 rorque vos digo, que delia mais mo a trigo.

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M S. LUCAS, XXtí.
32 Mas eu roguei por ti, <me tna fé 48 E Jesus lhe disse: Judas, com
n&o desfaleça; e tu quanao alguma beijo trahes ao Filho do homem ?
v e z t e converteres, conforta a teus ir­ 49 E vendo os que estavâo com elle
mãos. o que havia de succeder, disserão-lhe :
33 E elle lhe disse : Senhor, apare­ Senhor, feriremos ã espada ?
lhado estou, para ir comtigo até à pri­ 50 E num delles ferio ao servo do
são, e á morte. Principe dos Sacerdotes, e cortou-lhe
34 Mas elle disse: Pedro, digo-te, a orelha direita.
que nâo cantará hoje o gallo, antes 51 E respondendo Jesus, disse: Dei­
que tres vezes negues que me conhe­ xai-os até aqui: e tocando-lhe a ore­
ces. lha, curou-o.
35 E disse a elles: quando vos man­ 52 E dis6e Jesus aos Principes dos
dei sem bolsa, a sem alforge^ e sem Sacerdotes, e aos Capitaens do Tem­
alparcas, por ventura faltou-vos algu­ plo, e aos Anciãos, que contra elle ti­
ma cousa 1 e disserão: nada. nhão vindo: como a salteador, com
36 Disse-lhes pois: agora porém, o espadas e bastoens sahistes?
que bolsa tem, tome-a, como tambem 53 Estando comvosco cada dia no
o alforge: e o que nâo tem, venda Templo, contra mim as mãos nâo es­
seu vestiao, e compre espada. tendestes : mas esta he a vossa hora,
37 Porque vos digo, que ainda im­ e a potestade das trevas.
porta que em mim se cumpra aquillo‘ 54 E prendendo-o. trouxérão-o, e o
que está escrito: e com os malfeitores metteráo em casa ao Principe dos Sa­
foi contado. Porque o que de mim cerdotes. E Pedro o seguia de longe.
está escrito tem seu cumprimento. 55 E havendo accendido fogo no
38 E elles disserão: Senhor, eisaqui meio da sala, e assentando-se junta­
duas espadas. E elle lhes disse: mente, assentou-se Pedro entre elles.
Basta. 56 E vendo-o huma certa criada es­
39 E sahindo, se foi, como costuma­ tar assentado ao fogo, e postos os olhos
va, ao monte das Oliveiras; e o seguí­ nelle, disse : tambem este estava com
rão tambem seus discipulos. elle.
40 E como chegou áquelle lugar, dis­ 57 Porém elle o negou, dizendo:
se-lhes : Orai, que náo entreis em ten­ Mulher, nào o conheço.
tação. 58 E hum pouco depois, vendo-o ou­
41 E apartou-se delles, como hum tro, disse : tambem tu es delles. Po­
tiro de pedra. E pondo-se de juelhos, rém Pedro disse: Homem, não sou.
orava. 59 E como já quasi huma hora pas­
42 Dizendo: Pai, se queres, passa sada, affirmava outro, dizendo : ver­
este copo de mim ; porém não se faça dadeiramente tambem este estava
minha vontade, senão a tua. com elle, porque tambem he Gali-
43 E appareceo-lhe hum Anjo do leo.
ceo, que o confortava. 60 E Pedro disse: Homem, não sei
44 E posto em agonia, orava mais o que dizes. E logo, estando elle
intensamente. E fez-se seu suor co­ ainda falando, cantou o gallo.
mo gotas grandes de sangue, que cor- 61 E virando-se o Senhor, olhou para
rião até o chão. Pedro; e Pedro se lembrou da palav­
45 E levantando-se da oração, veio ra do Senhor, como lhe tinha dito:
a seus discipulos, e achou-os aormindo antes que o gallo cante, me negarás
de tristeza. tres vezes.
46 E disse-lhes: Que estais dormin­ 62 E sahindo Pedro para fora, cho­
do %levantai-vos, e orai, para que nâo rou amargosamente.
entreis em tentação. 63 E os homens que tinhão preso a
47 E estando elle ainda falando, eis Jesus, zombavão delle, ferindo-o*.
aqui a multidão: e hum dos doze, 64 E cobrindo-o, ferião-o no rosto; e
q u e s e chamava Judas, ia diante del­ perguntavão-lhe, dizendo: prophetiza,
le s , e chegou-se a Jesus, para o beijar. quem he o que te ferio t

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s. Lucas, xxrrt. *5
65 Eoütras multai cousas diziâo con­ dotes. e os Escribas, aecusando-o com
tra elle, blasfemando. granae vehemenoia.
66 E como jà foi de dia, ajuntàrào-se 11 E Herodes, com seus soldados,
os Anciãos d o povo, e os Principes dos desprezando-o, e delle escarnecendo,
Sacerdotes, e os Escribas, e o trouxe* o vestio de huma roupa resplandecen­
rào a seu concilio. te, e o tornou a enviar a Pilatos.
67 Dizendo: es tu o Christo? dize- 12 E no mesmo dia Pilatos e Hero­
no-lo. E disse-lhes: se vo-lo disser, des se fizérâo entre si amigos: por­
nâo o creréis: que d’antes andavâo em inimizade
68 E tambem se vos perguntar, nâo hum contra o outro.
me respondereis, nem soltareis. 13 E convocando Pilatos aos Princi­
69 Desde agora se assentará o Filho pes dos Sacerdotes, e aos Magistrados,
do homem à máo direita da potência e ao povo, disse-lhes:
de Deosj 14 Haveis-me apresentado este ho­
70 E disserão todos: es tu logo o Fi­ mem, como que perverte ao povo:
lho de Deos ? e elle lhes disse: vós­ e vedes aqui, examinando-o eu em
outros dizeis que eu sou. vossa presença, nenhuma culpa das
71 E disserão elles: aue mais ne­ de que o accusais, acho neste homem.
cessitamos de testemunho ? pois nôs 15 E nem ainda Herodes: porque a
mesmos o ouvimos de sua boca. elle vos remetti: e eis aqui que nenhu­
ma cousa digna de morte tem feito.
16 Castigá-lo-hei pois e soltá-lo-hei.
CAPITULO XXIII. 17 E era-lhe necessário soltar-lhes a
LEVANTANDO-se toda a multi­ hum, pela Festa.
E dão delles, levàrâo-o a Pilatos. 18 roréra toda a multidão clamou â
2 E começàrâo a accusâ-lo, dizendo: huma, dizendo: fóra daqui com este,
a este havemos achado, que perverte e solta-nos a Barrabbas.
a naçâo, e prohibe dar tributo a Cesar, 19 0 qual por huma sedição feita na
dizendo: que elle mesmo he Christo cidade, e por huma morte, fôra lan­
» Rei. çado na prisão.
3 E Pilatos lhe perguntou, dizendo: 20 Falou-/tas pois outra vez Pilatos,
?s tu o Rei dos Judeos ? E responden- querendo soltar a Jesus.
lo-lhe elle, disse: Tu o dizes. 21 Mas elles clamavâo em contra, di­
4 E disse Pilatos aos Principes dos zendo : crucifica-o, crucifica-o.
Sacerdotes, e à multidão: culpa ne- 22 E elle lhes disse a terceira vez:
í huma acho neste homem. pois que mal fez este ? nenhuma cul­
5 Mas elles tanto mais insistiâo, di- pa de morte nelle achei. Castigá-lo-
rendo: alvoroça ao povo, ensinando nei pois, e solta-lo-hei.
>or toda Judea, começando desde Ga- 23 Mas elles instavâo com grandes
ilea até aqui. gritos, pedindo que fosse crucificado.
6 Entào Pilatos, ouvindo de Galilea, E seus gritos, e os dos Principes dos
ergnntou se aquelle homem era Ga- Sacerdotes, se esforçavâo ainaa mais.
ileo. 24 Entào julgou Pilatos que se fizes­
7 E entendendo que era da jurisdiç­ se o que pediâo.
ão de Herodes, remetteo-o a Hero- 25 É soltou-lhes ao que fôra lança­
e s : o qual tamberp naquelles dias do na prisão por huma sedição e mor­
sta v a em Jerusalem. te, que era o que pediâo: porém a Je­
8 E vendo Herodes a Jesus, folgou sus lhes entregou à sua vontade.
í o ito : porqne havia muito que o des- 26 E indo-o já levando, tomàrâo a
ja v a ver, porquanto delle ouvia mui- hum Simào Cyreneo, que vinha do
19 oouaas: e esperava que algum si- campo, e puzérão-lhe a cruz ás costas,
al lhe veria fazer. para que a levasse após Jesus.
9 £ pergunta va-lhe com muitas pa- 27 h seguia-o grande multidão de
ivras, mas elle nada lhe respondia, povo, e de mulheres, as quaes tam­
i a E estavâo os Principes dos Sacer­ bem batiâo nos peitos, o o lamenta vâo,

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96 S. LUCAS, XXIV.
28 E virando-se Jesus para ellas, dis­ 44 E era já quasi a hora sexta, e
se : Filhas de Jerusalem, nào choreis houve trevas em toda a terra, até a
por mim, mas chorai por vós mesmas, hora nona.
e por vossos filhos. 45 E o Sol se escureceo, e o veo do
29 Porque vedes aqui, que dias vem, Templo se rasgou pelo meio.
em que airâo: Bemaventuradas as es- 46 E clamando Jesus com grande
tereis, e os ventres que nào parirão, e voz, disse: Pai, em tuas màos encom-
os peitos que nào criárào. mendo men espirito. E havendo di­
30 Entào começarào a dizer aos to isto expirou.
montes: Cahi sobre nosoutros; e aos 47 E vendo o Centuriào o que havia
outeiros: cobri-nos, acontecido, deo gloria a Deos. dizen­
31 Porque 6e isto fazem ao madeiro do: Verdadeiramente este nomem
verde, ao seco que se fará í era justo.
32 E levàrào tambem outros dous, 48 E toda multidão que se ajuntara
sendo malfeitores, a matar com elle. a este espectáculo, vendo o qne havia
33 E como vierào ao lugar chamado acontecido, tornava batendo nos pei­
a Caveira, crucificarào-o ali, e aos tos.
malfeitores, hum á máo direita, e ou­ 49 E estavâo do longe todos seus
tro â esquerda. conhecidos, e as mulheres^ qne junta­
34 E Jesus dizia: Pai, perdoa-lhes, mente desde Galilea o haviâo seguido,
porque nào sabem o que fazem. E vendo estas cousas.
repartindo seus vestidos, lançárâo sor­ 50 E eis aue hum varâo por nome
tes. José, Senaaor, homem de bem e justo,
35 E o povo estava olhando: e zom- 51 (Que nem em seu conselho, nera
bavào tambem delle os Principes jun­ em seus feitos havia consentia#) de
tamente com elles, dizendo: a outros Arimathea, cidade dos Judeos, e qne
salvou, salve-se agora a si mesmo, se tambem esperava o Reino de Deos.
he o Christo, o escolhido de Deos. 52 Este, chegando a Pilatos, pedioo
36 E escameciào delle tambem os corpo de Jesus.
soldados, chegando-se a elle, e apre­ 53 E havendo-o tirado, envolveo-o
sentando-lhe vinagre; em hum lançol fino, e pô-lo em hum
37 E dizendo: Se tu es o Rei dos Ju­ sepulcro, lavrado em huma penha,
deos, salva-te a ti mesmo. aonde ainda nunca ninguém havia si­
38 E estava tambem por cima delle do posto.
hum titulo escrito com letras Gregas, 54 E era o dia de Preparação, e o
e Romanas, e Hebraicas; ESTE HÉ Sabbado esclarecia.
Ü REI DOS JUDEOS. 55 E tambem as mulheres que com
39 E hum dos malfeitores que pen­ elle vierão de Galilea, o seguirão, e
durados estavâo, blasfemava delle, virâo o sepulcro, e como seu corpo
dizendo: Se tu es o Christo, salva-te nelle foi posto.
a ti mesmo, e a nosoutros. 56 E tomadas ellas, aparelhârâo es­
40 Porém respondendo o outro, re- peciarias e unguentosj e repousarão
prehendia-o, dizendo j nem ainda tu o Sabbado, conforme ao manaamento.
temes a Deos, estando na mesma con-
demnaçáo ? CAPITULO XXIV.
41 E nosoutros em verdade justa­
mente : Porque o que nossos feitos O primeiro dia da semana, mui
mereciào, isso recebemos; mas este
nenhum mal fez.
E de madtugada, forão ao sepolcro,
levando as especiarias que tinhão apa­
42 E disse a Jesus: Senhor, lembra- relhado ; e aigumas mais com ellas.
te de mim, quando vieres em teu Rei­ 2 E achárão a pedra jà revolta do
no. sepulcro.
43 E Jesus lhe disse: Em verdade 3 E entrando, nào achárão o corpo
te digo, que hoje estarás comigo no do Senhor Jesus.
Paraíso. 4 E aconteceo, que estando ellas d*

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S. LUCAS, XXIV.
>perplexas; eis que dous varoens dotes, e nossos Príncipes o entregàrâo
rárâo junto a ellas, com vestidos re- à condemnaçâo de morte, e o crucifi-
landecentes. cârâo:
• £ estando ellas mui atemorizadas, 21 E nosoutros espera vamos que el­
abaixando o rosto para o châo, lhes le era o que a Israel havia de redi­
sserão elles: Porque buscais ao vi- mir; porém ainda de mais de tudo
;nte entre os mortos? isto, hoje he já o terceiro dia desde
►Nâo está aaui, porém já resuscitou. que estas cousas tem succedido.
?mbrai-vos de como vos falou, es- 22 Ainda que tambem algumas mu­
ndo ainda em Galilea: lheres d’entre nosoutros nos espanta­
r Dizendo: Convém que o Filho do rão, as quaes de madrugada forão ao
>mem seja entregado em mâos de sepulcro:
>mens peccadores, e que seja crucifi- 23 E nâo achando seu corpo, vierão
ido, e resuscite ao terceiro dia. dizendo: que tambem tinhão visto
! E lembrarão-se de suas palavras. visâo de Anjos, que dizem que vive.
* E tomando do sepulcro, denunciá- 24 E forão alguns dos que estâo com­
üo todas estas cousas aos onze, e a to­ nosco ao sepulcro, e acharão ser assim
ra os de mais. como as mulheres tinhão dito: porém
10 E erão Maria Magdalena, e Jo- a elle náo o virâo.
ina, e Maria mãi de Jacobo, e as de 25 E elle lhes disse: ó jiescios, e
ais que com ellas estavâo, que dizião tardios de coração, para crer a tuao o
ttas cousas aos Apostolos. que falárâo os Prophetas!
L1 E a elles lhes pareciáo como des- 26 Por ventura nâo convinha pade­
irios suas palavras: e nâo as cré râo. cer o Christo estas cousas, e assim en­
12 Porém levantando-se Pedro, cor­ trar em sua gloria ?
to ao sepulcro; e abaixando-se, vio 27 E começando de Moyses, e de
t lançoes postos sós a huma banda ; todos os Prophetas, lhes declarava em
se foi maravilhado entre si deste todas as Escrituras o que delle estava
ISO. escrito.
13 E eis que dous delles iâo o mes- 28 E chegárâo á aldea, aonde iâo: e
0 dia a huma aldea, que estava de elle se houve como que ainda ia mais
írusalem sessenta estádios: cujo no- longe.
e era Emraaus : 29 E elles o constrangerão, dizendo:
14 E iâo falando entre si de todas fica-te comnosco; porque já he tarde,
luellas cousas que haviâo succedido. e já o dia se abaixou: e entrou para
15 E aconteceo, que indo elles entre ficar com elles.
falando, e perguntando-se hum ao 30 E aconteceo, aue estando com el­
itro, o mesmo Jesus se lhes chegou, les à mesa assentaao. tomando o pâo,
ia com elles. o benzeo; e partindo-o, lho deo.
16 Mas Beus olhos erão retidos, para 31 E os olhos se lhes abrirão, e o
ie o nâo conhecessem. conhecérâo, e elle lhes desappare-
17 E disse-lhes: Que praticas sâo ceo.
itas, que indo andando, entre vósou- 32 E dizião hum ao outro : por ven­
)& tratais, e estais tristes ? tura nâo estava nosso coraçáo em nos
18 E respondendo hum, cujo nome ardendo, quando nos falava pelo ca­
a Cleopnas, disse-lhe : Tu só es pe- minho, e quaudo nos abria as Escri­
grino em Jerusalem, e nâo sabes as turas ?
>usas que nella tem succedido estes 33 E levantando-se na mesma hora,
as? tomárâo a Jerusalem, e achárão con­
9 E elle lhes disse: quaes ? e elles gregados aos onze, e aos que estavâo
e disoérâo ; as tocante a Jesus Naz- com elles.
eno, o qual foi varâo Propheta, po- 34 Que dizião: verdadeiramente o
?roso em obras e em palavras diante Senhor resuscitou, e jâ appareceo a
1 Deos, e de todo o povo. Simão.
10 E como os Príncipes dos Sacer- 35 E elles contárâo as cousas que no
42

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S. JÓAO, I.
òaminho lhes suecedéráo: e como del­ e nos Prophetas, e nos Psalmos, de
les fora conhecido no partir do pâo. mim estão escritas.
36 £ falando elles destas cousas, o 45 Entâo lhes abrio o sentido, para
mesmo Jesus se pôz no meio delles, e que entendessem as Escrituras.
lhes disse: paz seja comvosco. 46 E disse-lhes: Assim está escrito
37 E espantados elles, e mui atemo­ e assim convinha, que o Christo pade­
rizados, pensavão que viâo algum es­ cesse, e ao terceiro dia resuscitasse
pirito. dos mortos:
38 E elle lhes disse: porque estais 47 E em seu nome se pregasse arre­
turbados, e porque sobem taes pensa­ pendimento, e remissão de peccado?
mentos em vossos coraçoens 1 em todas as gentes; começando de
39 Vede minhas mâos, e meus pés, Jerusalem.
ue sou eu mesmo. Apalpai-me, e ve- 48 E destas cousas vósoutros soi?
e que o espirito náo tem came nem testemunhas.
ossos, como vós vedes que eu tenho. 49 E vedes aqui, a promessa de mec
*40 É dizendo isto, lhes mostrou as Pai envio sobre vósoutros: porém vó­
mâos, e os pés. soutros ficai na cidade de Jerusalem,
41 E náo o crendo elles ainda de go­ até que do alto sejais revestidos com
zo, e maravilhados, disse-lhes: Ten­ potência.
des aqui alguma cousa que comer? 50 E levou-os fóra até Bethania; e
42 Entâo elles lhe apresentáráo par­ levantando suas mâos, os abençoou.
te de hum peixe assado, e de hum fa­ 51 E aconteceo, aue abençoando^
vo de mel. elle. se apartou delles, e foi recebido
43 O que elle tomou, e o comeo di­ arrioa no ceo.
ante de seus olhos. 52 E adorando-o elles, tomarão co»
44 E disse-lhes: estas sâo as pala­ grande gozo a Jerusalem.
vras que vos disse, estando ainda com- 53 E estavâo sempre no Tempto
vosco: que convinha se cumprissem louvando e bem-dizendo a De«*
todas as cousas, que na Lei de Moyses, Amen.

0 8 A N T 0 E VANGEL HO
SEGUNDO

S. JOAO.

CAPITULO I. 6 Houve hum homem enviado de


Deos, cujo nome era Joâo.
NOlavra
Principio era a Palavra, e a Pa­
estava junto de Deos, e a
7 Este veio por testemunho, pora
que testificasse da luz, paraque todos
Palavra era Deos. por elle cressem.
2 Esta estava no principio junto de 8 Nâo era elle a luz: senâo paraque
Deos. da luz testificasse.
3 Por esta forão feitas todas aB cou­ 9 E sta era a luz verdadeira, queafo*
sas, e sem ella se nâo fez cousa ne­ mia a todo homem que vem n o mundo.
nhuma do que foi feito. 10 No mundo estava, e por elle foi
4 Nella estava a vida, e a vida era a feito o mundo; e o mundo o náo co­
luz dos homens. nheceo.
5 E a luz resplandece nas trevas; e 11 Ao seu proprio veio, e os fsn» o
as trevas não a comprehendèrâo. nâo recebérâo.

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S. JOAO, I. 99
12 Mas a todos quantos o receberão, vir a elle, e disse: Vedes aqui ò Cor­
lhes deo potestade de serem feitos deiro de Deos, que tira o peccado do
filhos de Deos, convém a saber, aos mundo.
que crém em seu nome. 30 Este he aquelle, do qual eu disse:
13 Os quaes nâo são gerados de san- após mim vem hum varâo, que jà foi
ue, nem de vontade de came. nem antes de mim: porque já era primei­
f e vontade de varâo, senão de Deos. ro que eu.
14 £ aquella Palavra encarnou, e 31 E eu não o conhecia; mas para­
habitou entre nós: (e vimos sua glo­ que fosse manifesto a Israel, por isso
ria, gloria como do unigénito do Pai) vim eu baptizando com agua.
cheio de graça e de verdade. 32 E João testificou, dizendo: Eu vi
15 João delle testificou, e clamou, ao Espirito como pomba descer do
dizendo: Este era aquelle, de quem ceo, e repousou sobre elle.
en dizia: o que vem após mim he 33 E eu não o conhecia, mas aquelle
antes de mim : porque era primeiro que me mandou a baptizar com agua,
que eu. esse me disse : Sobre aquelle que vi­
16 E de sua plenidâo recebemos to­ res descer ao Espirito, e repousar so­
dos tambem graça por graça. bre elle, esse he o que baptiza com
17 Porque a Lei foi dada por Moyses: Espirito Santo.
a graça e a verdade foi feita por Jesu- 34 E eu o vi, e testificado tenho, que
Christo. este he o Filho de Deos.
18 A Deos nunca ninguém o vio; o 35 0 seguinte dia estava outra vez
unigénito Filho, aue està no regaço ali Joâo, e dous de seus discipulos.
do Pai, elle no-lo declarou. 36 E vendo por ali andar a Jesus,
19 E este he o testemunho de Joâo, disse: Vedes aqui o Cordeiro de
quando os Judeos mandàrão alguns Deos.
Sacerdotes e Levitas de Jerusalem, 37 E ouvirão os dous discipulos di
que lhe perguntassem: Tu quem es ? zer aquillo, e seguirão a Jesus.
20 E confessou, e não negou; e con­ 38 E virando-se Jesus, e vendo-os
fessou : Eu não sou o Christo. seguir, disse-lhes:
21 E perguntàrâo-Jhe, Que pois? Es 39 Que buscais? e elles lhe disse­
tu Elias? e disse: nâo sou. Es tu o rão : Rabbi, (que traduzido, quer di­
Propheta ? e respondeo: nâo. zer, Mestre) onde moras?
22 Disserão-lhe pois: Quem es? para 40 Disse-lhes elle: Vinde, e vede:
que dêmos resposta aos que nos envi­ viérâo, e virâo onde morava, e ficá-
árâo : Que dizes de ti mesmo ? rão com elle aquelle dia: e jà era
23 Disse: Eu sou a voz do que clama quasi a hora decima.
n o deserto; endireitai o caminho do 41 Era André, o irmâo de Simão
Senhor, como disse o Propheta Isaias. Pedro, hum dos dous que ouvirão
24 E os enviados erão dos Phariseos. aquillo de João, e o haviâo seguido.
25 E perguntârão-lhe, e disserão-lhe: 42 Este achou primeiro a seu irmão
Porque pois baptizas, se tu não es o Simão, e disse-lne: Já achámos ao
Christo, nem Elias, nem o Propheta ? Messias, que traduzido, he o Christo.
26 João lhes respondeo, dizendo: 43 E levou-o a Jesus. E olhando
E u baptizo com agua; mas em meio Jesus para elle, disse: Tu es Simão
d e vósoutros está a quem vósoutros o filho de Jonas; tu serás chamado
n â o conheceis. Cephas, que se interpreta, Pedro.
27 Este he aquelle que vem após 44 O dia seguinte quiz Jesus ir a
jnairn, o qual jâ foi antes de mim, do Galilea, e achou a Philippe, e disse-
c|ual eu não sou digno de lhe desatar lhe: Segue-me.
a correa da alparca. 45 E era Philippe de Bethsaida, a
28 Estas cousas acontecerão em Be- cidade de André e de Pedro.
tJiabara, da outra banda do Jordão, 46 Philippe achou a Nathanaèl, e
o n d e Joâo estava baptizando. disse-lhe: havemos achado áquelle de
29 O seguinte dia vio Joâo a Jesus quem Moyses escreveo na Lei, • 00

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100 s. joao , n.
Propheta», a sabtr a Jesus, e filho de 10 E disoe-lhe: Todo homem poem
Joee, de Nazareth. primeiro o bom vinho, e quando jà
47 E disse-lhe Nathanaèl: Pode de tem bem bebido, então o some-nos:
Nazareth haver cousa alguma boa 1 mas tu guardaBte o bom vinho até
disse-lhe Philippe: Vem, e ve-o. agora.
48 Vio Jesus vir a si a Nathanaèl, e 11 Este principio de sinaes fez Jesus
disse delle: Vedes aqui verdadeira­ em Cana ae Galilea, e manifesto» m
mente hum Israelita, em quem nâo gloria; e crê rào seus discipulos Del­
ha engano. le,
49 Disse-lhe Nathanaèl: Donde me 12 Depois disto desceo a Capemamo,
conheces tu a mim ? Respondeo Je­ elle e sua mãi, e seus irmãos, e seas
sus, e disse-lhe: Antes que Philipoe discipulos, e ficàrâo ali nào muitos
te chamàra, estando tu debaixo da dias.
figueira, eu te vi. 13 E estava perto a Paschoa dos Ju­
50 Respondeo Nathanaèl, e disse- deos,e subio Jesus a Jerusalem.
lhe : Rabbi tu es o Filho de Deos, tu 14 E achou no Templo aos que ven*
es o Rei de Israèl. diâo bois, e ovelhas, e pombas, e aos
51 Respondeo Jesus, e disse-lhe: cambiadores assentados.
Porque te disse: Debaixo da figueira 15 E feito hum açoute de cordei*, a
te vi, crês: cousas maiores que estas todos os lançou fora do Templo, cm
verás. tambem as ovelhas, e os bois; e odi­
52 E disse-lhe: Em verdade, em nheiro dos cambiadores derramou, e
verdade vos digo, que daqui em di­ as mesas trastomou.
ante vereis aberto o ceo, e aos Anjos 16 E aos que vendiâo as pombü
de Deos subir e descer sobre o Filho disse: Tirai daqni isto: e nâo faça»
do homem. casa de venda, a casa ae meu Psi-
17 E lembrarâo-se seus discipulos
que está escrito: O zek> de tua asa
c a p itu lo n. me comeo.
AO terceiro dia se fizerâo hninas 18 Responderão pois os Judeos«
E vodas em Cana de Galilea: e
estava ali a mãi de Jesus.
disserão-lhe: Que sinal nos mosto*
de que fazes estas cousas?
2 E foi tambem convidado Jesus, e 19 Respondeo Jesus, e disse-lhe*
seus discipulos às vodas. Derribai este Templo, e em tres da?
3 E faltando o vinho, a mãi de Jesus o levantarei.
lhe disse: Vinho não tem. 20 Disserão pois os Judeos: l*
4 Disse-lhe Jesus: Que tenho eu quarenta e seis annos foi este Tempk
comtigo, mulher 1 ainda minha hora edificado, e levanta-lohas tu em tm
nâo he vinda. dias?
5 Disse sua mãi aos servidores: Tu­ 21 Porém elle falava do Templo
do quanto elle vos disser fazei. seu corpo.
6 É estavâo ali postas seis talhas de 22 Portanto, qnando dos mortos re*
pedra, conforme â purificação dos suscitou, se lembrârâo seus dÍ9CÍpok#
Judeos, em cada huma das quaes ca­ que isto lhes havia dito j e crêrào na
bia o dous outres almudes. Escritura, e na palavra, que Jeffl*
7 Disse-lhes Jesus: Enchei estas lhes dissera.
talhas de agua. E enchêrão-as até 23 E estando elle em Jenaalempe­
riba. la Pascoa, no dia da Festa, crêri°
8 E disse-lhes: Tirai agora, e levai muitos em seu nome, vendo os sinaes
ao Mestresala. E apresentàrâo-ZAa. que fazia.
9 E como o Mestresala provou a 24 Mas o mesmo Jesus a si mesmo
agua, feita vinho (e não sabia donde delles se nào confiava, porquanto a
era, porém os servi dores, que haviâo todos os conhecia.
tirado a agua, o sabião) chamou o 25 E nâo necessitava de que algn*
Mestresala ao esposo: em do homem lhe testificasse, porque

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S. JOAO, III. 101
em sabia elle o que havia no ho- 16 Porque de tal maneira amou Deos
íem. ao mundo, que deo a seu Filho uni­
génito; pára que todo aquelle que
CAPITULO ffl. nelle crê, nào pereça, mas tenha a
vida etçma.
7* HAVIA hum homem dos Phari- 17 Porque náo mandou Deos a seu
lJ seos, cujo nome era Nicodemus, Filho ao mundo, para que condem-
rineipe dos Judeos. nasse ao mundo; mas para que o
2 Este veio a Jesus de noite, e disse- mundo por elle fosse salvo:
i e : Rabbi. bem sabemos que es 18 Quem nelle crer, náo he condem-
lestre vinao de Deos: porque nin- nado; mas quem náo crê, jà está con-
uem pode fazer estes sinaes que tu demnado: porquanto nâo creo no
izes, se Deos náo for com elle. nome do unigénito Filho de Deos.
3 Respondeo Jesus e disse-lhe: Em 19 E esta he a condemnaçáo, que a
erdade, em verdade te digo, que luz veio ao mundo, e os homens amà-
quelle que não tomar a nascer, não ráo mais as trevas que a luz: porque
ode ver o Reino de Deos. suas obras erão más.
4 DisSe-lhe Nicodemus: Como pode 20 Porque todo aquelle que faz mal,
homem nascer, sendo já velho? aborrece a luz, e nào vem a luz, para
or Ventura pode tomar a entrar no que suas obras náo sejáo redarguidas.
entre de sua mãi, e nascer ? 21 Mas quem obra verdade vem à
5 Respondeo Jesus: Em verdade, luz, para que suas obras sejâo mani­
m verdade te digo, que aquelle que festas, que sáo feitas em Deos.
âo nascer de agua e de Espirito, 22 iJepois disto veio Jesus com seus
ião pode entrar no Reino de Deos, discipulos à terra de Judea; e estava
6 O que he nascido de came, came ali com elles, e baptizava.
ie ; e o que he nascido de Espirito, 23 E baptizava tambem Joáo em
Sspirito ne. Enon, junto a Salim, por quanto havia
7 Nào te maravilhes de que te disse: ali muitas aguas; e vinhão aJt, e erão
Necessário vos he tomar a nascer. baptizados.
8 O vento sopra aonde quer, e ouves 24 Porque ainda João não fóra lan­
eu sonido; porém não sabes donde çado na prisão.
'em, nem para onde v a i: assim he 25 Houve pois questão movida dos
odo aquelle que he nascido do Espi- discipulos de João com os Judeos, so­
ito. bre a purificação.
9 Respondeo Nicodemus, e disse- 26 E viérão a Joáo, e disserão-lhe:
h e : Como se pode fazer isto ? Rabbi, aquelle que comtigo estava
10 Respondeo Jesus, e disse-lhe: Es dJalém do Jordáo, ao qual tu déste
u Mestre de Israêl, e isto não sabes ? testemunho, vês aqui baptiza, e todos
11 Em verdade, em verdade te digo, vem a elle.
]ue o que sabemos, isso falamos; e o 27 Respondeo João, e disse: Nào
]ue visto temo9, isso testificamos; e pode o homem receber cousa alguma,
ião aceitais nosso testemunho. se lhe náo for dado do ceo.
12 Se cousas terreaes vos disse, e não 28 Vósoutros mesmos me sois teste­
;rêdes; como crereis, se vos disser as munhas, que disse: Eu náo sou o
selestiaes ? Christo; mas que sou enviado diante
13 E ninguém subio ao ceo, senão o delle.
ue desceo do ceo; a sabet o Filho 29 Aquelle que tem a esposa, he o
o homem, que està no ceo. esposo; mas o amigo do esposo, que
14 E como Moyses levantou a ser- lhe assiste, e o ouve, com alegria se
pénte no deserto, assim importa que goza pela voz do esposo. Assim pois
0 Filho do homem seja levantado. jà este meu gozo he cumprido.
15 Para que todo aquelle que nelle 30 A elle convém crescer, porém a
crer, não pereça, mas tenha a vida mim diminuir.
•tema. 31 Aquelle que vem de riba| he io»

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102 S. JOAO, IV.
bre todos; aquelle que da terra vem, 12 Es tu maior que nosso pai Jacob,
.da terra he, e da terra fala. Aquelle ue nos deo o poço? e elle mesmo
<jue vem do ceo he sobre todos. elle bebeo, e seus filhos, e seu ga­
32 £ aquillo que vio e ouvio, isto do ?
testifica; e ninguém aceita 6eu teste­ 13 Respondeo Jesus, e disse-lhe:
munho. Qualquer que beba desta agua tornará
33 Aquelle que aceitou seu testemu­ a ter sede :
nho, esse sellou que Deos he verda­ 14 Porém aquelle que beber da agua
deiro. que eu lhe der, nunca terá sede, mas
34 Porque aquelle que Deos enviou, a agua que eu lhe der se fará nelle
as palavras de Deos fala; poraue nâo fonte de agua, que salte para vida
lhe dá Deos o Espirito por raeuida. eterna.
35 O Pai ama ao Filho, e todas as 15 Disse-lhe a mulher: Senhor, dá-
cousas lhe deo em sua mâo. me desta agua para que nâo mm te­
36 Aquelle que cré no Filho, tem nha sede, nem aqui venha a tirar.
vida eterna; mas aquelle que ao 16 Disse-lhe Jesus: Vai, chama &
Filho he incrédulo, náo verá a vida, teu marido, e vem cá.
mas a ira de Deos está sobre elle. 17 Respondeo a mulher, e disse
Nào tenho marido. Disse-lhe Jesus
CAPITULO IV. Bem disseste, nâo tenho marido.
18 Porque cinco maridos tiveste, e
OMO pois o Senhor entendeo, que o que agora tens nâo he teu marido
os Phariseos ouvirão, que Jesus isto com verdade disseste.
fazia e baptizava mais discipulos que 19 Disse-lhe a mulher: Senhor, vejo
Joáo: que es Propheta.
2 (Ainda que Jesus mesmo náo bapti­ 20 Nossos pais adorárão neste monte,
zava, senâo seus discipulos) e vósoutros dizeis que em Jerusalem
3 Deixou a Judea, e foi outra vez a he o lugar onde importa adorar.
Galilea. 21 Disse-lhe Jesus: Mulher, cré-me,
4 E era mister que passasse por Sa­ que a hora vera, quando nem nesfe
maria. monte, nem em Jerusalem adorarei
5 Veio pois a huma cidade de Sa­ ao Pai.
maria, cnaraada Sichar, junto á her­ 22 Vósoutros adoreis o que náo sa­
dade que Jacob deo a José seu filho. beis; nosoutros adoramos ò que sabe­
6 E estava ali a fonte de Jacob. Je­ mos : porque a salvação vem dos Ju­
sus pois cansado do caminho, se as­ deos.
sentou assim junto á fonte : Era isto 23 Porém a hora vera, e agora he,
quasi â hora sexta. quando os verdadeiros adoradores ao
7 Veio huma mulher de Samaria a Pai adoraráo em espirito e era verda­
tirar agua: Disse-lhe Jesus: Dá-me de : porque tambem o Pai bu6ca a
de beber. taes que o adorem.
8 (Porque seus discipulos eráo idos 24 Deos he Espirito, e os que o ado-
à cidade, a comprar de comer.) râo, importa que o adorem em espirito
9 Disse-lhe pois a mulher Samarita- e em verdade.
n a : Como, sendo tu Judeo, me pedes 25 Disse-lhe a mulher: Eu sei qae
a mim de beber, que sou mulher Sa- o Messias vem. (que se chama o Chris­
maritana? porque os Judeos náo se to ;) quando elle vier, todas as cousas
communicâo com os Samaritanos. nos denunciará.
10 Respondeo Jesus, e disse-lhe: Se 26 Disse-lhe Jesus: Eu sou o qw
tu conhecêras o dom de Deos, e quem comtigo falo.
he o que te diz, dá-me de beber; tu 27 E nisto vierão seus discipulo*; e
lhe pedirias, e elle te daria agua viva. maravilharáo-se de que falasse com
11 Disse-lhe a mulher: Senhor, tu huma mulher: todavia ninguém U*
nâo tens com que a tirar, e o poço he disse: Que perguntas ? ou, Que com
fundo: donde pois tens a agua viva 1 ella falas ?

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S. JOAO, V. ,103
8 Deixou pois a mulher seu cantaro, que fizéra em Jerusalem no dia da
foi á cidade, e disse á gente delia: Festa, porque tambem elles forão ao
9 Vinde, vêde hum homem que.rae dia da Festa.
sse tudo quanto tenho feito j não he 46 Veio pois Jesus outra vez a Cana
te por ventura 0 Christo? de Galilea, aonde da agua fizéra vi­
0 Sahíráo pois da cidade, e vierão nho. E estava ali hum Regulo, cujo
3lle. filho estava enfermo em Capernaum.
1 E entretanto lhe rogavão os dis- 47 Ouvindo este que Jesus vinha dq
imlos, dizendo: Rabbi, come. Judea a Galilea, foi ter com elle, e
2 Porém elle lhes disse: Huma co- rogava-lhe que aescesse, e curasse a
ida tenho que comer, que vósoutros seu filho, porque já estava á morte.
0 sabeis. 48 Disse-lhe pois Jesus: Se nào vir­
3 Dizião pois os discipulos huns aos des sinaes e milagres nào haveis de
tros: Por ventura trouxe-lhe alguem crer.
comer ? 49 0 Regulo lhe disse : Senhor, desce,
4 Disse-lhes Jesus: Minha comida antes que meu filho morra.
que faça a vontade daquelle que 50 Disse-lhe Jesus: Vai, teu filhò
e enviou, e cum pra sua ODra. vive. E creo o homem 11a palavra
5 Náo dizeis vósoutros, que ainda que Jesus lhe disse, e se foi.
. quatro mezes até que venha a se- 51 E descendo elle já, seus servos
? vêdes aqui vos digo: Levantai lhe sahirâo ao encontro, e lhe denun-
ssos olhos, e vêde as terras; que ja ciárão, dizendo: Teu filho vive.
tão brancas para a sega. 52 Perguntou-lhes pois, a <jue hora
6 E o que séga, recebe galardão, e se achára melhor: e disserão-lhe:
anta fruto para vida eterna; para Hontem ás sete horas 0 deixou a fe­
ie ambos se gozem, assim o que se- bre.
éa, como o que séga. 53 Entendeo pois o Pai, que aquella
7 Poraue nisto he o dito verdadei- era a mesma hora em que Jesus lhe
; que hum he o que semêa, e outro disse: Teu filho vive. È creo elle, e
que séga. toda sua casa.
8 Eu vos enviei a segar 0 em que 54 Este secundo sinal tornou Jesus a
>soutros náo trabalhastes } outros fazer, quando de Judea veio a Gali­
ibalfiárãOj e vósoutros entrastes em lea.
u trabalho.
9 E muitos dos Samaritanos da- CAPITULO V.
iella cidade crêrão nelle pela pala-
a da mulher, que testificava, dizen- EPOIS disto era hum, dia de Festa
>: Tudo quanto tenho feito me disse. D dos Judeos, e subio Jesus a Jeru­
0 Vindo pois os Samaritanos a elle, salem.
gárão-lhe, que ficasse com elles; e 2 E ha em Jerusalem à porta das
•ou ali dous dias. ovelhas hum tanque, que em Hebrep
1 E crerão ainda muitos mais por se chama Bethesda, e tem cinco alpen­
a palavra delle. dres.
2 E dizião à mulher: Ja não cre- 3 Nestes jazia grande multidão dè
os por teu dito; porque nós mesmos enfermos, cegos, mancos, e desseca­
temos ouvido, e sabemos que verda- dos, aguardando o movimento da
íiramente este he 0 Christo o Salva- agua.
>r do mundo. 4 Porque hum Anjo descia a certo
13 E depois de dous dias partio dali, tempo ao tanque, e revolvia a agua ;
foi a Galilea. e o primeiro que descia nelle, depois
14 Porque o mesmo Jesus testificou, do movimento da agua, sarava dè
ie não tem 0 Propheta honra em sua qualquer enfermidade que tivesse.
opria patria. 5 E estava ali hum certo homem,
15 Vindo pois a Galilea, os Galileos que havia trinta e oito annos que es­
recebêràO) vistas todas as cousas tava enfermo.

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104 S. JOAO, V.
resuscha, e vivifica ; assim tambem
6 Vendo Jesus a este deitado, e sa­
o Filho aos que quer vivifica.
bendo, que ja havia muito tempo que
22 Porque tambem 0 Pai a ninguém
cúi jazia, disse-lhe : Queres Sarar?
7 Respondeo-lhe o enfermo: Se­ julga, mas todo o iuizo deo ao Fnho.
nhor, não tenho homem nenhum, que 23 Para que todos nonrem ao Filho, co­
mo honrâo ao Pai. Quem nâo honra aa
quando a agua se revolva, me metta
no tanque: e em quanto eu venho, Filho, náo honra ao Pai que o envxw.
outro antes de mim desce. 24 Em verdade, em verdade vos
go, que quem ouve minha palavra, e
8 Disse-lhe Jesus: Levanta-te, toma
teu catre, e anda. crê no que me enviou, tem v id a eter­
9 E logo aquelle homem sarou; e na, e não virà em condemnaçâo, mas
passou da morte à vida.
tomou seu catre, e ia-se. E era Sab­
bado aquelle dia. 25 Em verdade, em verdade vos di­
go, que a hora vem, e agora h e, quau
10 Dissérão pois os Judeos àquelle
do os mortos ouvirão a voz do Filk
que fôra curado: Sabbado he, nào te
he licito levar o catre. de Deos, e os que a ouvirem, viveria
26 Porque como o Pai tem vida em s
11 Respondeo-lhes elle: Aquelle que
me curoa, esse me disse: Toma teumesmo, assim deo tam bem ao Fãfe
catre, e anda. que tivesse vida em si m esm o.
12 rerguntárâo-lhe pois: Quem he 27 E deo-lhe poder, para fa z e r ja'm
o homem que te disse: Toma teu porquanto he o Filho do hom em .
catre e anda ? 28 Nâo vos maravilheis d isto : por­
que a hora vem, em que todos os qoe
13 E o que fôra curado, nâo sabia
quem fosse: porque Jesus se haviaestâo em os sepulcros ouvirão sua vtn
retirado, porquanto naquelle lugar ha­
29 E sahirão os que fizérâo bem. í
via huma grande multidão. resurreiçâo de vida; e os q u e fizéife
14 Depois Jesus achou-o no Templo,
mal, à resurreiçâo de condemnação.
e disse-lhe: Vês aqui ja estás são;30 Nâo posso eu de per m im m ea^
fazer alguma cousa. Como ouço, *-
nâo peques mais, porque te nâo suc-
ceda alguma cousa peior. sim julgo: e meu juizo he jn s to ; po?-
que nào busco minha vontade, mas a
15 Foi aquelle homem, e denunciou
vontade do Pai que me enviou.
aos Judeos que Jesus era o que o cu-
râra. 31 Se eu testinco de m im mesme,
meu testemunho nâo he verdadeiro
16 E por isso perseguiâo os Judeos
32 Outro ha que testific a d e mim. €
a Jesus, e procuravão matà-lo, porque
fazia estas cousas em Sabbado. sei que o testemunho, que testifica
17 E Jesus lhes respondeo: Meu mim, he verdadeiro.
33 Vósoutros enviastes a Joâo, e elfc
Pai até agora obra, eeu tambem obro.
18 Por isto pois tanto mais procura­
deo testemunho à verdade.
vão os Judeos matá-lo, porque não só
34 Porém eu nâo tomo testemunb?
uebrantava o Sabbaao, mas tambem
de homem: mas digo isto, para qoe
vos salveis.
izia que Deos era seu proprio Pai,
fazendo-se igual a Deos. 35 Elle era huma candeia ardente e
1$ Respondeo pois Jesus, e disse*
resplandecente: e Vósoutros vos qni-
lhes: Em verdade, em verdade vos zestes por hum pouco de tempo ale­
digo, que não pode o Filho fazer cou­
grar em sua luz.
sa alguma de per si mesmo, se o nâo36 Mas eu tenho maior testemunho
vir fazer ao P a i: porque tuao quanto
que o de Joâo. Porque as obras que
elle faz, o faz tambem semeüiante-
o Pai me deo que cumprisse? as mes­
mente o Filho. mas obras aue eu faço; testificâo de
20 Porque o Pai ama ao Filho, e to­
mim que o Pai me enviou.
das as cousas que faz lhe mostra: e37 E o Pai que me enviou, elle mes­
maiores obras que estas lhe mostrará,
mo testificou de mira. Nunca ouvis*
para que vósoutros vos maravilheis.
tes sua voz, nem vistes seu parecer.
21 Porque como o Pai aos mortos 38 E não tendes sua palavra pem ut

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S . JOÁO, VI. 105
mie eíà vósoutros : porque ao qne 8 Disse-lhe hum de seus discipulos,
enviou, a esse vósoutros nâo crê- a saber, André, o irmâo de Simão Pe-"
dro:
Examinai as Escrituras; porque 9 Hum menino estâ aqui que tem
lutros cuidais que nellas tendes a cinco pães de cevada e dous peixi­
. eterna, e ellas sâo as que de nhos: mas que he isto entre tantos ?
i testificâo. 10 É disse Jesus: Fazei assentar os
E nào quereis vir a mim, para homens; e havia muita herva na­
tenhais vida. quelle lugar, Assentárâo-se pois os
Nâo tomo honra de homens. homens, como numero de cinco mil.
Mas bem vos conheço que nâo 11 E tomou Jesus os pâes, e havendo
es o amor de Deos em vos mes- dado graças, repartio-os aos discipu­
los, e os discipulos aos que estavâo
Eu vim em nome de meu Pai, e assentados; semelhantemente tam­
lutros me nâo aceitais; se outro bem dos peixes, quanto queriâo.
em seu proprio nome, a esse 12 E como ja estivérâo fartos, disse
tareis. a seus discipulos: recolhei os pedaços
Como podeis vósoutros crer, to- que sobejárão, para que nada se per­
ido honra huns dos outros ? e nâo ca.
íais a honra que só de Deos he } 13 Recolherão-os pois, e enchêrão
Nâo cuideis que eu vos haja de doze cestos dos pedaços dos cinco
isar para com o Pai: o que vos pães de cevada, que sobejarão aos
isa he Moyses, em quem vósou- que comérão.
esperais. 14 Vendo pois aquelles homens o si­
Porque se vósoutros crêsseis em nal que Jesus fizéra, disserão: Este
rses, tambem em mim me crerieis : he verdadeiramente o Propheta que
jue elle escreveo de mim. havia de vir ao mundo.
Porém se nâo credes em seus es- 15 Sabendo pois Jesus que haviâo
)8, como crereis em minhas pala- de vir, e arrebatà-lo; para o fazer Roi,
tornou-se elle só a retirar ao monte.
16 E como jà se fez tarde, descêrão
CAPITULO VI.
seus discipulos ao mar.
17 E entrando no barco, vierão da
EPOIS disto partio Jesus da outra outra banda do mar a Capemaum,
banda do mar de Galilea, que he E era já escuro, e ainda Jesus náo ti­
! Tiberias, nha vindo a elles.
2 o seguia huma grande multidão; 18 E o mar se levantou, porquanto
iue via os sinaes que fazia nos en- hum gt-ande vento soprava.
ios. 19 E havendo já navegado quasi vin­
S subio Jesus ao monte, e assen- te e cinco, ou trinta estádios, virão a
se ali com seus discipulos. Jesus vir andando sobre o mar, e che-
Z já a Pasooa, a Festa dos Judeos, gando-se ao barco; e temêrâo.
va perto. 20 Mas elle lhes disse: Eu sou, não
^evantando pois Jesus os olhos, e temais.
do que huma grande multidão 21 Elles pois o receberão de boa­
ia a elle, disse a Philippe: Donde mente no barco: e logo o barco che­
ipraremos pâes, para que estes gou à terra aonde iâo.
tâo? 22 O dia seguinte Vendo a multidão,
Mas isto dizia, attentando-o; por- que estava da outra banda do mar,
bem sabia elle o que havia de que não havia ali mais que hum bar­
;r.) quinho, em que seus discipulos entrá-
flespondeo-lhe Philippe: Duzentos rão; e que Jesus nâo entrára com seus
íeiros de pâo lhes não bastarão, discipulos naquelle barquinho, mas
i que cada hum delles tome hum que seus discipulos sós se haviâo ido:
co. 23 (Porém que outros barquinhos
42*

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106- S. JOAO, VI.
vierão de Tiberias, perto do lugar, deo, nada perca, mas qne o Tcftoflcite
aonde comêrâo o pão, havendo o Se* no ultimo aia.
nhor dado graças.) 40 E esta he a vontade daquelle que
24 Vendo pois a multidão <jue Jesus me enviou, que todo aquelle que vê
nâo estava ali, nem seus discipulos, ao Filho, e nelle crê, tenha vida eter­
entrarão elles tambem nos barcos, e n a ; e eu o resuscitarei no ultimo d ia.
vierão a Capemaum em busca de Je­ 41 Murmura vâo pois delle os Judeos,
sus. porque disséra: Eu sou o páo que des-
25 £ achando-o da outra banda do ceo do ceo.
mar, disserâo-lhe: Rabbi, quando cá 42 E dizião: Não he este Jesus, o
chegaste ? filho de José, cujos pai e mãi nósou-
26 Respondeo-lhes Jesus, e disse: tros conhecemos ? como pois diz e ste :
Em verdade, em verdade vos digo, Do ceo descido tenho ?
que me buscais, nâo pelos sinaes que 43 Respondeo pois Jesus, e disse-
vistes, mas pelo pâo que comestes, e lhes: Nào murmureis entre vósou­
vos fartastes. tros.
27 Obrai nko pela comida que perece, 44 Ninguém pode vir a mim, se o
mas pela comida aue permanece para Pai que me enviou o nâo puxar: e es
vida eterna, a qual o Filho do homem o resuscitarei no ultimo dia.
vos darà: porque a este sellou Deos 45 Está escrito nos Prophetas: E se­
Pai. rão todos ensinados de Deos. Assim
28 Disserâo-lhe pois: Que faremos, que, todo aquelle que do Pai o ouvio,
para obrarmos as obras de Deos ? e aprendeo, esse vem a mim.
29 Respondeo Jesus, e disse-lhes: 46 Náo que alguem visse ao Pai, se­
Esta he a obra de Deos, que creais na­ nâo aquelle que he de Deos ; este tem
quelle que elle enviou. visto ao Pai.
30 Disserão-lhe pois: Que sinal pois 47 Em verdade, em verdade vos di­
iazes tu para que o vejamos, e crea- go, que aquelle que crê em m im tem
mos em ti ? que obras ? vida eterna.
31 Nossos pais comêrâo o Manná no 48 Eu sou o pâo da vida.
deserto, como está escrito: Páo do 49 Vossos pais comérão M anná no
ceo lhes deo a comer. deserto, e morrêrãò.
32 Disse-lhes pois Jesus: Em verda­ 50 Este he o pâo que desce do ceo,
de, em verdade vos digo, que nâo vos para que o homem delle coma, e nâo
deo Moyses o pâo do ceo; mas meu morra.
Pai vos dá o verdadeiro pâo do ceo. 51 Eu sou o pâo vivo, que desceo do
33 Porque o páo de Deos he aquelle, ceo; se alguem comer aeste pão, pa­
ue do ceo desce, e dá vida ao mun- ra sempre na de viver. E o pâo que
o. eu hei de dar, he minha came, a qual
34 Disserâo-lhe pois : Senhor, dá-nos hei de dar pela vida do mundo.
sempre deste pâo. 52 Contendião pois os Judeos entre
35 £ Jesus lhes disse: Eu sou o pâo si, dizendo: Como nos pode dar este
da vida; quem vem a mim, em ma­ sua came a comer ?
neira nenhuma terá fome; e quem 53 Jesus pois lhes disse: Em ver­
crê em mim, nunca terá sede. dade, em verdade vos digo, que se
36 Mas já vos tenho dito, que tam­ não comerdes a came do Filho do ho­
bem me vistes, e nâo credes. mem, e náo beberdes seu sangue, não
37 Tudo o que o Pai me dá virá a tereis vida em vós mesmos.
mim; e ao que vem a mim, em ma­ 54 Quem come minha came, e bebe
neira nenhuma o lançarei fòra. meu sangue, tem vida eterna, e eu o
38 Porque eu desci ao ceo, nâo para resuscitarei no ultimo dia.
fazer minha vontade, senâo a vontade 55 Porque minha came verdadeira­
daquelle que me enviou. mente he comida; e meu sangue ver­
39 E esta he a vontade do Pai, que dadeiramente he bebida.
me enviou, que de tudo quanto me 56 Quem come minha came, e bebe

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S. JOAO, VII. 107
eu sangue, em mim permanece, e dar em Judea, porquanto os Judeos
i nelle. procuravão matá-lo,
>7 Como o Pai vivente me enviou^ e 2 E estava já perto a Festa das Ca­
i vivo pelo P ai; assim quem a mim banas dos Judeos.
e come, tambem por mim ha de 3 Disserâo-lhe pois seus irmãos: Pas­
ver. sa-te daqui, e vai-te a Judea, para que
>8 Este he o pào, que desceo do ceo. tambem teus discipulos vejão as obras
âo como vossos pais, que comêráo que fazes.
Manná, e morrérâo; quem comer 4 Que ninguém, que procura ser no­
te pâo, para sempre na de viver. meado, faz alguma cousa em occulto.
>9 Estas cousas aisse elle na Syna- Se fazes estas cousas, manifesta-te ao
>ga, ensinando em Capemaum. mundo.
10 Muitos pois de seus discipulos, 5 Porque nem ainda seus irmãos
ivindo isto, disserão: Dura he esta criâo nelle.
ilavra ; quem a pode ouvir ? 6 Disse-lhes pois Jesus: Meu tempo
11 Sabendo pois Jesus em si mesmo, ainda nào he chegado; mas vosso
te seus discipulos murmura vâo dis- tempo sempre estâ prestes.
, disse-lhes: Isto vos escandaliza? 7 Nâo vos pode o mundo aborrecer
12 Que seria pois, se visseis ao Filho a vósoutros, mas a mim me aborrece,
► homem 6ubir aonde estava primei- porquanto delle testifico que suas ob­
ras sâo más.
13 O Espirito he o cjue vivifica, a 8 Vósoutros subi a esta Festa: eu
irne para nada aproveita; as palavras náo subo ainda a esta Festa, porque
ie eu vos digo espirito e vida sáo. ainda meu tempo nâo he cumprido.
14 Mas alguns de vósoutros ha que 9 E havendo-lhes dito isto, ficou em
io crem. Porque bem sabia Jesus Galilea.
desde o principio, quem erão os 10 Mas havendo seus irmãos jà su­
ie nào criâo, e quem era o que o bido, entâo subio elle tambem à Fes­
ivia de entregar. ta, nâo manifestamente, mas como em
►5 E dizia: Porisso vos tenho dito, occulto.
ie ninguém pode vir a mim, se lhe 11 Buscavâo-o poisos Judeos na Fes­
10 for dado de meu Pai. ta, e diziâo: Aonde está elle ?
►6 Desde entào se tomarão muitos 12 E havia grande murmuração del­
>seus discipulos atras, e já nâo an- le na multidão. Alguns diziâo: Bom
ivâo com elle. he ; e outros diziâo: Nâo, antes en­
► 7 Assim que disse Jesus aos doze: gana a gente.
>r ventura quereis vósoutros tam- 13 Todavia ninguém falava delle
»ra ir? abertamente, com medo dos Judeos.
>8 Respondeo-lhe pois Simão Pedro: 14 Porém no meio da Festa subio
jnhor, a quem iremos? Tu tens as Jesus ao Templo, e ensinava.
ilavras da vida eterna. 15 E maravilhavâo-se os Judeos, di­
*►9 E jà nosoutros crêmos, e conhe-zendo : Como sabe este letras, nâo as
havendo aprendido ?
:mos que tu es o Christo, o Filho do
eos vivente. 16 Respondeo-lhes Jesus, e disse:
r0 Jesus lhes respondeo: Nâo vos Minha doutrina nâo he minha, senâo
•colhi eu doze; e num de vósoutros daquelle que me enviou.
í Diabo? 17 Se alguem quizer fazer sua von­
tade, da mesma doutrina conhecerá,
r 1 E isto dizia elle de Judas de Si­
ão Iscariota; porque este o havia se he de Deos, ou se eu falo de mim
mesmo.
i entregar, o qual era hum dos doze.
18 Quem fala de si mesmo busca sua
própria honra; mas quem busca â
CAPITULO vn. nonra daquelle que o enviou, esse he
7* DEPOIS disto andava Jesus em verdadeiro, e nâo ha nelle injüstiça.
11 Galilea j que jà nâo queria an­ 19 Nâo vos deo Moyses a Lei, e nio»

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108 S. JOAO, VU.
guem de vósoutros faz a Lei ? porque 35 Disserão pois os Judeos huns p a ia
me procurais matar ? os outros: Aonde se irà este, que náp
20 Respondeo a multidão, e disse: o acharemos? Por ventura ir-se-ha
O Demonio tens; quem te procura aos espargidos entre os Gregos, e a
matar ? ensinar os Gregos?
21 Respondeo Jesus, e disse-lhes: 36 Que dito he este que disse : Bu&-
Huma obra fiz, e todos vós maravi­ car-me-heis, e náo me achareis; e
lhais. aonde eu estou vósoutros não podeis
22 Por isso Moyses vos deo a cir­ vir ?
cuncisão (nâo porque seja de Moyses, 37 E no ultimo e grande dia da Fes­
mas dos pais) e em Sabbado circun­ ta se pôz Jesus em pé, e clamou, di­
cidais ao homem. zendo: Se alguem tem sêde, venha
23 Se o homem recebe a circuncisão a mim, e beba.
em Sabbado, para que a Lei de Moy­ 38 Quem crê em mim como diz a
ses nào seja quebrantada: indignais- Escritura, rios de agua viva manarão
vos comigo, porque em Sabbado curei de seu ventre.
a todo hum homem ? 39 (E isto disse elle do Espirito que
24 Nào julgueis segundo a apparen­ haviâo de receber aquelles que nelle
cia, raas julgai juizo justo. cressem. Porque ainda o Espirito
25 Diziào pois alguns dos de Jerusa­ Santo não era vindo, por quanto ainda
lem: Nào ne este ao que procurào Jesus não era glorificado.)
matar? 40 Assim que muitos da muhidio,
26 E eis aqui fala livremente, e nada ouvindo este dito, diziào: Verdadei­
lhe dizem: por ventura sabem ver­ ramente este he o Propheta.
dadeiramente os Principes que este 41 Outros dizião: Este he o Christo ;
he o Christo í e outros dizião: Virá pois de Galilea
27 Mas este bem sabemos donde h e : o Christo ?
Porém quando vier o Christo, ninguém 42 Nâo diz a Escritura que o Christo
saberá donde he. ha de vir da semente de David, e da
28 Clamava pois Jesus no Templo, aldea de Bethlehem, donde era Da
ensinando, e dizendo: E a mim me vid ?
conheceis, e sabeis donde sou ? e eu 43 Assim que havia dissensão na
nào vim de mim mesmo; mas aquel­ multidão por amor delle.
le que me enviou he verdadeiro, ao 44 E alguns delles o queriâo prender,
qual vósoutros nào conheceis. mas ninguém lançou mào delle.
29 Porém eu o conheço, porque del­ 44 Vierào pois os servidores aos Pon­
le sou, e elle me enviou. tífices e Phariseos; e elles lhes disse­
30 Procuravão pois prendé-lo, mas rão : Porque o não trouxestes ?
ninguém lançou mào delle, porque 46 Responderão os servidores: Nun­
ainda sua hora não era vinda. ca homem nenhum assim falou com*
31 E muitos da multidào crérào nel­ este homem.
le, e diziào: Quando o Christo viér, 47 Responderão-lhes pois os Phari­
farã ainda mais sinaes, do que os que seos : Estais vósoutros tambem enga­
este tem feito ? nados ?
32 Ouvírâo os Phariseos que a mul­ 48 Por ventura creo nelle algum dos
tidão murmurava delle estas cousas: Principes, ou dos Phariseos ?
e os Phariseos e os Principes dos Sa­ 49 Senão esta multidão, que não sa­
cerdotes mandarão servidores a pren­ be a Lei, maldita he.
dê-lo. 50 Disse-lhes Nicodemus, o que vie­
33 Disse-lhes pois Jesus: Ainda hum ra a elle de noite, que era hum del­
pouco de tempo estou com vosco, e en­ les.
táo me irei âquelle que me enviou. 51 Porventura julga nossa Lei ao ho­
34 Buscar-me-heis, e não me acha­ mem sem primeiro o ouvir, e enten­
reis ; e aonde eu estou vósoutros nào der o que iaz ?
podeis vir. 52 Responderão elles, e disserão-lhe:

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s. joao , vm . 109
a t u t a m b e m d e Galilea ? examina, meu testemunho he verdadeiro; por­
vê que nenhum Propheta se levan- que sei donde vim, e para onde vou:
>u de Galilea. porém vósoutros não sabeis, donde
53 £ foi cada hum para sua casa. venhoj nem para onde vou.
15 Vósoutros julgais segundo a carne,
CAPITULO VIII. eu náo julgo a ninguém.
16 E se eu tambem julgo, meu juizo
)O R EM Jesus se foi ao monte das he verdadeiro; porque nào sou eu só,
_ Oliveiras. mas eu, e o Pai que me enviou.
2 E pela manhã, cedo tomou ao Tem- 17 E tambem em vossa Lei está es­
lo, e todo o povo veio a elle : e as- crito, que o testemunho de dous ho­
mtando-se, ensinava-os. mens he verdadeiro.
3 E trouxérão-lhe os Escribas e Pha- 18 Eu sou o que testifico de mim
seos huma mulher tomado em adul- mesmo; e tambem de mim testifica o
irio : Pai, que me enviou.
4 E pondo-a no meio, disserão-lhe: 19 Disserão-lhe pois: Onde está teu
lestre, esta mulher foi tomada no Pai ? Respondeo Jesus: Nem a mim
le s m o feito, adulterando. me conheceis, nem a meu Pai: se
5 E na Lei nos mandou Moyses, que vós a mim me conhecesseis, tambem
s taes sejão apedrejadas: Tu pois conheceríeis a meu Pai.
ue dizes í 20 Estas palavras falou Jesus junto
6 E isto diziâo elles, tentando-o, para á arca do tnesouro, ensinando no Tem­
ue tivessem de que o accusar. Mas plo; e ninguém o prendeo, porque
nclinando-se Jesus, escrevia com o ainda sua hora nâo era chegada.
edo em terra. 21 Disse-lhes pois Jesus outra vez:
7 E como perseverassem perguntan- Eu me vou, e buscar-me-heis, e mor­
lo-lhe. endireitou-se, e disse-lhes: rereis em vosso peccado: aonde eu
Aquelle que de vósoutros está sem vou vósoutros não podeis vir.
►eccado, seja o primeiro que atire pe- 22 Diziâo pois os Judeos: Porventu­
tra contra ella. ra ha-se de matar a si mesmo, que
8 E tomando-se a inclinar, escrevia diz : Aonde eu vou vósoutros não po­
?m tejTa. deis vir?
9 Porém ouvindo elles isfo, e redar­ 23 E dizia-lhes: Vósoutros sois de
guidos da consciência, sahirão hum a baixo, eu sou de riba; vósoutros sois
i um, começando dos mais velhos até deste mundo, eu não sou deste mun­
>s últimos ; e Jesus ficou só, e a do.
nulher,que estava no meio. 24 Porisso vos disse, que morrereis
10 E endireitando-se Jesus, e nâo em vossos peccados; porque se nào
/endo a ninguém mais que a mulher, crerdes que eu sou, morrereis em vos­
lisse-lhe: Mulher, onde estão aquel­ sos peccados.
es teus accusadores ? ninguém te 25 Disserâo-lhe pois: Tu quem es ?
sondemnou ? Jesus lhes disse; O que já desde o
11 E disse ella: Ninguém, Senhor. principio tambem vos digo.
E disse-lhe Jesus: Nem eu tambem 26 Muitas cousas tenho que dizer e
'ulgar de vósoutros: mas verdadeiro
te condemno: vai-te, e não peques
mais. 1ie aquelle que me enviou; e eu o
1*2 Falou-lhes pois Jesus outra vez, que delle tenho ouvido, isso falo ao
dizendo: Eu sou a luz do mundo; mundo.
quem me seguir nâo andará em tre­ 27 Mas nâo entendérâo que lhes fa­
vas, mas terá lume de vida. lava do Pai.
13 Disserão-lhe pois os Phariseos: 28 Disse-lhespois Jesus: Quando le­
Tu testificas de ti mesmo; teu teste­ vantardes ao Filho do homem, entào
munho não he verdadeiro. entendereis que eu sou, e (pie nada
14 Respondeo Jesus, o disse-lhes: faço de mim mesmo: mas isto digo,
Ainda que eu testifico de mim mesmo, como meu Pai mo ensinou.

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110 S. JOAO, VIII.
29 E aquelle que me enviou està nelle verdade nâo h a; quando fala
comigo. O Pai nào me tem deixado mentira, do seu proprio fa la : porque
só, porque sempre faço o que lhe he mentiroso, e pai da mentira.
agrada. 45 Porém a mim, porque vos digo a
30 Falando elle estas cousas, muitos verdade, nâo me credes.
crerão nelle. 46 Quem de vósoutros me convence
31 Dizia pois Jesus aos Judeos, que de peccado ? e se digo a verdade, por­
criâo nelle: Se vósoutros permane­ que me nâo credes?
cerdes em minha palavra, verdadei­ 47 Quem he de Deos, ouve a s palav­
ramente sereis meus discipulos. ras de Deos; portanto as nâo ouvis
32 E entendereis a verdade, e a ver­ vósoutros, porquanto náo sois de
dade vos libertará. Deos.
33 Respondérâo-lhe: Semente de 48 Respondêrâo pois os Judeos, e
Abraham somos, e nunca servimos a disserâo-lhe : Nâo dizemos nos bem.
ninguém; como dizes tu logo: Liber­ que es Samaritano, e tens o demonio!
tos sereis ? 49 Respondeo Jesus: Eu não tenho
34 Respondeo-lhes Jesus: Em ver­ demonio, antes honro a m eu Pai; e
dade. em verdade vos digo, que todo vósoutros me deshonrais.
aquelle que faz peccado, servo he do 50 Eu porèm nâo busco m in h a glo­
peccado. ria ; ha quem a busque, e a julgue.
35 E o servo nâo fica em casa para 51 Em verdade, em verdade vos di­
sempre j o Filho fica para sempre. go. que se alguem guardar minha
36 Assim que, se o Filho vos litertar, palavra, nunca verá amorte.
verdadeiramente sereis libertos. 52 Disserâo-lhe pois os Ju d e o s: A^o*
37 Bem sei que sois semente de ra conhecemos que tens o deraon»
Abraham; porém procurais matar- Morreo Abraham, e os Prophetas; t
me, porque minha palavra em vós dizes tu : Se alguem guardar minha
nâo cabe. palavra, nunca gostará a m orte ?
38 Eu, o que vi junto a meu Pai, isso 53 Es tu maior que nosso p a i Abra­
falo; e vósoutros, o que tambem vis­ ham, o qual morreo ? e morrérâo os
tes junto a vosso pai isso fazeis. prophetas: Quem te fazes a ti mes­
39 Respondêrâo, e disserâo-lhe: Nos­ mo ?
so pai he Abraham. Disse-lhes Jesus: 54 Respondeo Jesus: Se eu m e glo­
Se fosseis filhos de Abraham, fizéreis rifico a mim mesmo, nada h e minha
as obras de Abraham. gloria; meu Pai he o que m e glori­
40 Porém agora procurais matar-me, fica : o qual dizeis que h e vosso
homem que vos tenho falado a ver­ Deos.
dade que de Deos tenho ouvido: nâo 55 E vósoutros nâo o conheceis, mas
fez isto Abraham. eu o conheço: e se disser, que o náa
41 Vósoutros fazeis as obras de vos­ conheço, serei mentiroso como vósou­
so pai. Disserâo-lhe pois: Nosoutros tros; mas conheço-o, e guardo soa
nâo somos nascidos de fornicação; palavra.
hum Pai temos, a saber Deos. 56 Abraham vosso pai saltou de pia-
42 Disse-lhes pois Jesus: Se Deos zer por ver meu dia; e o vio, e ale­
fòra vosso Pai, verdadeiramente me grou-se.
amarieis: porque eu sahi e venho de 57 Disserâo-lhe poisos Judeos: Ain
Deos; que náo vim de mim mesmo, da não tens cincoenta annos, e viste
porém elle me enviou. a Abraham ?
43 Porque nâo entendeis minha lin­ 58 Disse-lhes Jesus: Em verdade,
guagem ? porquanto nâo podeis ouvir em verdade vos digo, que antes que
minha palavra. Abraham fosse, eu sou.
44 Vósoutros sois de pai Diabo, e 59 Tomárâo pois pedras para lhe ati­
quereis fazer os desejos de vosso pai: rarem. Mas Jesus se escondeo, e sa­
elle foi homicida desde o principio, e hio do Templo, atravessando por meio
nâo pertóaneceo ná verdade, porque delles, e assim se foi.

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S. JOAO, IX, 111

CAPITULO IX. 17 Tomâo poi$ a dizer ao cego: Tu


que dizes delle, pois os olhos te abrio?
INDO Jesus passando, vio a hum e elle disse: que he propheta.
E homem cego desde seu nasci­ 18 Assim que os Judeos não criâo
mento. delle que houvesse sido cego, e agora
2 £ perguntarâo-lhe seus discipulos, visse; até que chamarão aos pais do
dizendo: Rabbi, quem peccou ? este. que agora via.
ou seus pais, para que nascesse cego í 19 Eperguntárâo-lhes, dizendo: He
3 Respondeo Jesus: Nem este pec­ este vosso filho, aquelle que dizeis que
cou, nem seus pais; mas assim he pa­ nasceo cego ? como pois agora vê ?
ra que as obras de Deos nelle se ma­ 20 Respondêrão-lhes seus pais, e dis­
nifestem. serão: Sabemos que este he nosso
4 A mim me convém obrar as obras filho, e que nasceo cego:
daquelle que me enviou, entretanto 21 Mas como agora veja, não o sa­
que he de dia: a noite vem, quando bemos ; ou, quem lhe haja aberto os
ninguém pode obrar. olhos, não o sabemos; idade tem,
5 Em quanto no mundo estou, eu perguntai-lhe a elle mesmo, elle fala­
sou a luz do mundo. rá por si mesmo.
6 Isto dito, cuspio em terra, e fez lo­ 22 Isto disserão seus pais, porque
do do cuspo, e untou com aquelle lo­ temiâo aos Judeos. Porquanto já os
do os olhos ao cego. Judeos à huma tinhão concluido, que
7 E disse-lhe: Vai? lava-te no tan­ se alguem confessasse ser elle o Chris­
que de Siloè (que se interpreta Envia- to, fosse lançado da Synagoga.
do). Foi pois, e lavouse; e tomou 23 Por isso disserão seus pais: Idade
vendo. tem, perguntai-lhe a elle mesmo.
8 Assim que os vizinhos, e os que 24 Chamárão pois segunda vez ao
d ?antes o virâo que era cego; diziào: homem que fôra cego, e disserâo-
Nâo he este aquelle que estava assen­ lhe : Dá gloria a Deos; nôs sabemos
tado, e mendigava ? que este homem he peccador.
9 Outros diziào: Este he. E outros: 25 Respondeo pois elle, e disse: Se
Parece-se com elle. Elle dizia: Eu he peccador, náo o sei; huma cousa
sou. sei, que havendo eu sido cego, agora
10 Diziáo-lhe pois: Como se te abri­ vejo.
rão os olhos? 26 E tomáráo-lhe a dizer: Que te
11 Respondeo elle, e disse: Aquelle fez ? como te abrio os olhos ?
homem chamado Jesus, fez lodo. e 27 Respondeo-lhes: Jâ vo-lo tenho
m e untou os olhos, e me disse: Vai dito, e ainda o nào ouvistes: que que­
ao tanque de Siloè, e lava-te. E fui, reis tornar a ouvir ? por ventura que-
e lavei-me, e vi. reis-V08 tambem fazer-vos seus dis­
12 Disserâo-lhe pois: Onde està el­ cipulos ?
le ? disse elle: Nâo o sei. 28 Assim que o injuriárâo e disse­
13 Levárâo-o pois aos Phariseos, a rão : Tu sejas seu discipulo: que nós-
saber o d7antes cego. outros somos discipulos de Moyses.
14 E era Sabbado, quando Jesus fez 29 Bem sabemos nosoutros que Deos
o lodo, e lhe abrio os olhos. falou a Moyses; mas este donde he,
15 Tomárâo pois tambem os Phari­ nâo sabemos.
seos a perguntar-lhe como vira, e elle 30 Respondeo aquelle homem, e dis-
lhes disse; Póz-me lodo sobre os ol­ se-lhes : Na verdade, que maravilho­
hos, e lavei-me, e vejo. sa cousa he esta! que vósoutros nào
16 Assim que alguns dos Phariseos sabeis donde seja este; e a mim me
diziào: Este homem não he de Deos: abrio os olhos.
pois nâo guarda o Sabbado. Outros 31 E bem sabemos que Deos náo
aiziâo: Como pode hum homem pec­ ouve aos peccadores; mas se alguem
cador fazer taes sinaes? E havia he temente a Deos, e faz sua vontade,
dissensão entre elles. a este ouve.

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S. JOAO, X.
32 Desde todos os séculos se n&o 8 Todos áü&iftolf tiériUf antes de
ouvio, que alguem abrisse os olhos a mim, são lauroens e salteadores : m as
hum que nasc eo cego. as ovelhas nâo os ouvirão.
33 Se este não fóra vindo de Deos, 9 Eu sou a porta ; se alguem entrar
nada pudéra fazer. por mim, salvar-se-ha: e entrará, e
34 Respondérão elles, e disserão-lhe: sahirá, e achará pasto.
Em pecc ados es todo nascido, e nos 10 O ladrão nâo vem senâo a roubar,
ensinas a nós ? e o lançàrâo fóra. e matar, e destruir: eu vim para que
35 Ouvio Jesus que o navião lançado tenhâo vida, e tenhào abundancia.
fóra, e achando-o. disse-lhe: Crês tu 11 Eu sou o bom Pastor: o bom Pas­
no Filho de Deos i tor pelas ovelhas póem sua vida.
3t6 Respondeo elle, e disse: Quem 12 Mas o jornaleiro, e que nào he o
he, Senhor, para que nelle crea? pastor, cujas náo sâo próprias a s ove­
37 E disse-lhe Jesus: Já o tens vis­ lhas, vê vir ao lobo, e deixa as ovelhas,
to ; e o que fala comtigo, esse he. e foge: e o lobo as arrebata, e dissipa
38 E elle disse: Creio, Senhor; e as ovelhas.
adorou-o. 13 E o jornaleiro foge, porquanto he
39 E disse Jesus: Eu vim a este jornaleiro, e das ovelhas n&o tem cui­
mundo para juizo, para que os que dado.
náo vêm, vejão; e os que vêm, cegu­ 14 Eu sou obom Pastor, e as minha?
em. conheço, e das minhas sou conhecido
40 E ouvirâo isto alguns dos Phari- 15 Como o Pai me conhece a mim,
Beos, que estavâo com elle; e disse- assim conheço eu tambem ao P a i: e
rão-fhe : Somos nosoutros tambem ce­ ponho minha vida pelas ovelhas.
gos? 16 Ainda tenho outras ovelhas qc?
41 Disse-lhes Jesus: Se fôreis cegos, não sâo deste curral; a estas tambem
nâo tivéreis peccado; mas agora di­ me convém trazer, e ouvirão minha
zeis: Vèmos; portanto vosso peccado voz, e far-se-ha huma grei, e hum pas­
permanece. tor.
17 Porisso me ama o Pai, porquanto
CAPITULO X.
ponho minha vida para tom â-la a to­
mar.
M verdade, em verdade vos digo, 18 Ninguém ma tira a mim, mas ec
E que aquelle que no curral aas de mim mesmo a ponho: poder tenho
ovelhas não entra pela porta, mas para a pôr, e poder tenho para a tor­
sobe por outra parte, he ladrão, e sal­ nar a tomar. Este mandamento re­
teador. cebi de meu Pai.
2 Mas aquelle que entra pela porta, 19 Tornou pois a haver dissensão
he o pastor das ovelhas. entre os Judeos, por causa destas pala­
3 A este o porteiro abre, e as ove­ vras.
lhas ouvem sua voz, e a suas ovelhas 20 E muitos delles diziâo: O demo­
chama nome por nome, e as leva fóra. nio tem. e está fóra de s i; para que
4 E quando tira fóra suas ovelhas, o ouvis ?
vai diante delias, e as ovelhas o se­ 21 Diziâo outros: Estas palavras
guem, porquanto conhecem sua voz. não sáo de endemoninhado; pode
6 Mas ao estranho em maneira ne­ porventura o demonio abrir os olhos
nhuma seguirão, antes delie fogirão; aos cegos ?
porquanto não conhecem a voz dos 22 E era a Festa da renovação do
estranhos. Templo em Jerusalem, e era inverno.
6 Esta parábola lhes disse Jesus: 23 E andava Jesus passeando no
porém elles não entendêrão que era o Templo, no alpendre de Salamão.
que lhes falava. 24 Koaeárâo-o pois os Judeos, e dis-
7 Tornou-lhes pois Jesus a dizer : serâo-lhe: Até quando em suspenso
Em verdade, em verdade vos digo, terás nossa alma ? Se tu es o Christo,
que eu sou a porta das ovelhas. dize-no-lo livremente.

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S. JOj 0, XI. 113
Respondeo-lhes Jesus: Já vo-lo
ho dito, e n&o o credes. As obras CAPITULO XI.
i eu faço em nome de meu Pai} ESTAVA enfermo hum certo ho•
as testincâo de mim. E mem} chamado Lazaro, de Betha­
í Mas vósoutros nâo credes, porque nia da alaea de Maria, e de Martha
>sois de minhas ovelhas, como já sua irmâ.
Io tenho dito. 2 (E era Maria a que ungio ao Se­
' Minhas ovelhas ouvem minha nhor com o unguento, e com seus ca-
e eu as conheço, e ellas me se- bellos lhe alimpou os pés; cujo irmâo
un. Lazaro era o que estava enfermo.)
I E eu lhes dou a vida eterna, e 3 Enviárâo pois suas irmãs a elle,
íca perecerão, e ninguém as arre­ dizendo: Senhor, vês aqui aquelle que
ará de minha m&o. amas, está enfermo.
) Meu Pai que mas deo, maior he 4 E ouvindo-o Jesus, disse: Esta en­
5 todos; e ninguém as pode arre* fermidade nâo he para morte, mas
ar da máo de meu Pai . para gloria de Deos; para que o Filhp
) Eu e o Pai somos hum. ae Deos por ella seja glorificado.
I Tomárâo pois os Judeos a tomar 5 E amava Jesus a Martha, e a sua
Iras, para o apedrejarem. irmâ, e a Lazaro.
I Respondeo-lhes Jesus: Muitas 6 Ouvindo pois que estava enfermo,
^ellentes obras de meu Pai vos te- ficou entâo ainda dous dias no lugar
0 mostrado; por qual obra destas onde estava.
; apedrejais * 7 Depois disto tomou a dizer aos
J Respondérâo-lhe os Judeos dizen- discipulos: Vamos outra vez a Judea.
: Por boa obra te nâo apedreja­ 8 Dizem-lhe os discipulos: Rabbi,
is. senâo pela blasfêmia; e porque ainda agora te procuravão os Judeos
iao tu homem, a ti mesmo te fazes apedrejar; e tomas para lá *
os. f> Respondeo Jesus: Nâo ha doze ho­
1 Respondeo-lhes Jesus: Náo está ras no dia ? Se alguem anda de dia,
srito era vossa L ei: Eu disse, De* nâo tropeça, porquanto vè a luz deste
ís sois ? mundo.
5 Pois se a Lei chamou Deoses 10 Mas se alguem anda de noite,
nelles, a quem a palavra de Deos tropeça; porquanto nelle nâo ha luz.
endereçada, e a Escritura n&o po- 11 Isto falou; e disse-lhes depois:
ser quebrantada: Lazaro nosso amigo dorme; mas vou
5 A mim, a quem o Pai sanctificou, a desperta-lo do somno.
to mundo enviou, dizeis vósoutros: 12 Disserão pois seus discipulos: Se­
isfémas; porque disse: Filho de nhor. se dorme, será salvo.
os sou ? 13 Mas isto dizia Jesus de sua mor­
7 Se nâo faço as obras de meu Pai, te ; porém elles cuidavâo, que falava
3 me creais, do repouso do dormir.
* Porém se as faço, e a mim me 14 Entâo pois lhes disse Jesus clara­
d credes, crede ás obras; para que mente : Lazaro he morto.
íheçais, e creais, que o Pai está em 15 E folgo, por amor de vósoutros,
m, e eu nelle. que eu lá nâo estivesse, para que cre­
) Procuravão pois outra vez prendé- ais : porém vamos ter com elle.
e elle sahio de suas mâos. 16 Disse pois Thomas, chamado o
) E tornou-se a ir da outra banda Didymo, aos condiscípulos: Vamos
Jordão, ao lugar aonde Joâo pri- nósoutros tambem, para que com elle
iro baptizava; e ficou ali. morramos.
I E muitos vinhão a elle, e dizi&o: 17 Vindo pois Jesus, achou que já
1 verdade que nenhum sinal fez havia quatro dias que estava na se-
io; mas tudo quanto Joâo disse pultura.
»te, era verdade. 18 (E Bethania estava como quasi
2 E muitos ali crérâo nelle. quinze estádios perto de Jerusalem.)

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S. JOAO, XI.

19 E muitos dos Judeos tinhão vindo 38 Movendo-se pois Jesua outra v e z


a Martha, e a Maria, a consolá-las muito em si mesmo, veio á sepultu­
ácerca de seu irmâo. ra : e era esta huma caverna, e estava
20 Ouvindo pois Martha que Jesus huma pedra posta sobre ella.
vinha, sahio-lhe ao encontro; mas Ma­ 39 Disse Jesus: Tirai a pedra. M ar­
ria ficou assentada em casa. tha, a irmâ do defunto, lhe d isse : Se­
21 Disse pois Martha a Jesus: Se­ nhor, já féde, que já he de quatro
nhor, se tu estivéras aqui, náo morréra dias.
meu irmâo. 40 Jesus lhe disse: Náo te tenho di­
22 Porém tambem sei agora, que tu­ to, que se crêreS, verás a gloria de
do quanto pedires a Deos, Deos t'*o Deos?
dará . 41 Tirárão pois a pedra donde o de­
23 Disse-lhe Jesus: Teu irmão ha funto jazia. Ê levantou Jesus os olhos
de resuscitar. para riba, e disse: Pai, graças te dou,
24 Martha lhe disse: Eu sei que ha que já me tens ouvido.
de resuscitar, na resurreiçâo, em o 42 rorém bem sabia eu que sempre
ultimo dia. me ouves; mas por amor da multidão,
25 Disse-lhe Jesus; Eu sou a resur­ que está ao redor, o disse; p ara qne
reiçâo, e a vida; quem crè em mim, creão que tu me enviaste.
ha de viver, ainda que esteja morto, 43 E na vendo dito isto. clamou com
26 E todo aquelle que vive, e crê grande voz : Lazaro, sane fóra.
em mim, nunca ha de morrer. Crês 44 E sahio o defunto liadas as mâos e
isto ? os pés com faixas, e seu rosto envolto
27 Disse-lhe ella: Sim Senhor; Já- em hum sudário. Disse-lhes Jesai
crí que tu es o Christo, o Filho de De6liaí-o e deixai-o ir.
Deos, que havia de vir ao mundo. 45 Pelo <jue, muitos dos Judeos, que
28 E dito isto? se foi, e chamou em a Maria tinhão vindo, e haviáo visto
segredo a Mana sua irmâ, dizendo: o que Jesus fizéra, crèrão nelle.
Aqui está o Mestre, e te chama. 46 Mas alguns delles forão aos Pbari*
29 Ouvindo ella isto, logo se levantou, seos, e disserão-lhes o que Jesus tinha
e foi ter com elle. feito.
30 (Que ainda Jesus nâo era chega­ 47 Os Pontifices pois, e os Phariseos,
do á aldèa; mas estava no lugar aonde ajuntárâo o Concilio, e diziâo: Que
Martha lhe sahira ao encontro.) faremos 1 que este homem faz muitos
31 Vendo pois os Judeos, que com sinaes.
ella estavâo em casa e a consolavão, 48 Se assim o deixamos, todos cre­
que Maria apresuradamente se levan- rão nelle, e virão os Romanos, e to-
târa, e sahira, seguírâo-a, dizendo: mar-nos-hâo assim o lugar como t
á sepultura vai, a chorar lá. naçào.
32 Vindo pois Maria aonde Jesus es­ 49 E Caiphas, hum delles, que era
tava, e vendo-o, derribou-se a seus Summo Pontifice daquelle anno, lhes
pés, dizendo-lhe: Senhor, se tu esti­ disse: Vósoutros nada sabeis:
véras aqui, não morréra meu irmão. 50 Nem considerais que nos convém,
33 Vendo-a pois Jesus chorar, e aos que hum homem morra pelo povo, e
Judeos, que com ella tambem vinhão toda a nação não pereça.
chorando; moveo-se muito em espi­ 51 E isto não disse elle de si mes­
rito, e turbou-se em si mesmo. mo; senâo, que como era o Summo
34 E disse: Onde o puzestes ? dis- Pontifice daquelle anno, propheti2 ou,
serão-lhe: Senhor, vem e vê-o. que Jesus pelo povo havia de morrer.
35 E chorou Jesus. 52 E não sòmente por aquelle povQ,
36 Disserão pois os Judeos: Vède mas tambem para que ajuntasse em
como o amava! hum aos íilhos de Deos, que espargi
37 E alguns delles disserão: não po­ dos andavão.
dia este, que abrio os olhos ao cego, 53 Assim que desde aquelle dia cosh
fazer que tambem este não morresse. sultavão juntos de o matarem.

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S. JOAO, XII. 115
54 De maneira aue jà Jesus nào an- 10 E consultárâo os Principes dos
iva mais manifestamente entre os Sacerdotes, de tambem matarem a
ideos, mas se foi dali á terra, junto Lazaro.
) deserto, a huma cidade chamada 11 Porque muitos dos Judeos iào por
phraim ; e ali andava com seus dis- amor delle, e criâo em Jesus.
pulos. 12 0 seguinte dia, ouvindo huma
35 E estava perto a Pascoa dos Ju- grande multidão, que viéra ao dia da
boSj e muitos daquella terra subirão Festa, que Jesus vinha a Jerusalem,
Jerusalem antes da Pascoa, para se 13 Tomárâo ramos de palmas, e lhe
i rificarem. sahirâo ao encontro, e ciamavào: Ho­
36 Buscavào pois a Jesus; e diziào sanna : Bemdito aquelle que vem em o
ins aos outros estando no Templo: nome do Senhor, o Rei de Israel.
ue vos parece ? que nào virá á Fes- 14 E achou Jesus hum asninho, e
í assentou-se sobre elle, como estã es­
>7 E os Pontifices e os Phariseos ti- crito.
í ão dado mandamento, que se al­ 15 Nào temas ô filha de Sião; eis
iem soubesse onde estava, o notifi- aqui teu Rei vem assentado sobre o
isse, para que o podessem prender. poldro de huma asna.
16 Porém isto não entendérào seus
CAPITULO XII. discipulos ao principio: mas sendo
Jesus jã glorificado, então se lembra­
TEIO pois Jesus seis dias antes da rão que isto delle estava escrito, e que
/ Pascoa a Bethania, aonde estava isto lhe fizerão.
azaro, o que falecéra, a quem resus- 17 A multidão pois, que estava com
tára dos mortos. elle, testificava, que a Lazaro chamá-
I Fizerào-lhe pois ali huma cea, e ra da sepultura, e o resuscitára dos
[artha servia; e Lazaro era hum dos mortos.
ie juntamente com elle á mesa esta- 18 Pelo que tambem a multidão lhe
io assentados. sahio ao encontro, por quanto ouvira
* Tomando pois Maria hum arratel que fizera este sinal.
3 unguento ue nardo puro, de muito 19 Disserão pois os Phariseos entre
eço, ungio os pés a Jesus, e alim- s i; vedes que nada aproveitais ? eis
>u-lhe os pés com seus cafeellos; e que o munao se vai após elle.
i cheo-se a casa do cheiro do unguen- 20 E havia alguns Gregos, dos que
haviâo subido a adorarem no dia da
l Entào disse Judas de Simào Isca- Festa.
ota, hum de seus discipulos, o que o 21 Estes pois vierão a Philippe, que
ivia de trahir: era de Bethsaida de Galilea, e rogá-
> Porque se nào vendeo este unguen- rào-lhe, dizendo: Senhor, queriamos
por trezentos dinheiros, e se deo ver a Jesus.
>s pobres % 22 Veio Philippe, e disse-o a André ;
5 E isto disse elle. nào pelo cuidado e André entào e Philippe o disserão a
ie tivesse dos pobres: raas porque Jesus.
•a ladrão, e tinha a bolsa, e trazia o 23 Porém Jesus lhes respondeo, di­
ie se lançava nella, zendo : Vinda he a hora, que o Filho
r Disse pois Jesus: Deixa-a; para o do homem ha de ser glorificado.
a de meu enterro guardou isto. 24 Em verdade, em verdade vos di­
i Porque aos pobres sempre coravos- go, se o grão de trigo, que cahe na
) os tendes, porém a mim sempre terra, não morrer, elle fica só; porém
ie nào tendes. se morrer, muito fruto dá.
) Entendeo pois muita gente dos Ju- 25 Quem ama sua vida, perdé-la-
3os, que elle estava ali: e viérâo, ha; e quem neste mundo aborrece
ao somente por amor de Jesus, mas sua vida, a guardará para a vida eter
mbem por ver a Lazaro, a quem na.
ísuscitára dos mortos. 26 Se alguem me serve, 6iga-me; e

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116 s. joao , xm .
onde eu estiver, ali estará tambem 42 Comtudo ainda até dos Principes
meu servidor. E se alguem me ser­ tambem Crérfto muitos nelle: m as n&o
vir, o Pai o ha de honrar, o confessavão por amor dos Phariseos;
27 Agora está turbada minha alm a; por náo serem lançados da Synagoga.
c que direi ? Pai, salva-me desta ho­ 43 Porque amaváo mais a gloria dos
ra : mas por isso vim a esta hora. homens, do que a gloria de Deos.
28 Pai glorifica teu Nome. Veio 44 E clamou Jesus, e disse: Quem
pois huma voz do ceo, que dizia : e já crê em mim, náo crè em mini, senão
o tenho glorificado, e outra vez o glo­ naquelle que me enviou:
rificarei. 45 E quem a mim me vê, vê aquelle
29 A multidão pois que ali estava, e que me enviou.
a ouvio, dizia: que havia sido trovão. 46 Eu sou a luz que vim ao mundo,
Outros diziâo: algum Anjo lhe tem para que todo aquelle que cré em
falado. mim, não permaneça em trevas.
30 Respondeo Jesus e disse: não veio 47 E se alguem ouvir minhas pala­
esta voz por amor de mim, senão por vras, e as náo crer; náo o julgo ea
amor de vósoutros. Porque náo vim a julgar ao mundo,
31 Agora he o juizo deste mundo: mas salvar ao mundo.
agora será lançado fóra o Principe 48 Quem a mim me engeitar; e mi­
deste mundo. nhas palavras não receber, já tem
32 E eu, quando for levantado da pem o julgue ; a palavra que tenho
terra, a toaos trarei a mim. ?alado, essa o ha de julgar no ultimo
33 (E isto dizia, significando de que dia.
morte havia de morrer.) 49 Porque eu náo tenho falado de
34 Respondeo-lhe a multidão: da mim mesmo: porém o Pai que me
Lei temos ouvido, que o Christo per­ enviou, elle me deo mandamento do
manece para sempre; e como dizes que hei de dizer, e do que hei de fa­
tu, que convém, que o Filho do ho­ lar.
mem seja levantado? quem he este 50 E sei que seu mandamento he
Filho do homem ? vida eterna. Assim que o que eu fe-
35 Disse-lhes pois Jesus: ainda por lo, assim o falo, oomo o Pai me tem
hum pouco de tempo a luz està com- dito.
vosco; andai em quanto tendes luz,
-aque as trevas vos não apanhem,
r quem anda em trevas, não sabe CAPITULO XIII.
aonde vai. ANTES da Festa da Pascoa, sa­
36 Em quanto tendes luz, crede na bendo Jesus que jà sua hora era
luz, para que sejais filhos da luz. Es­ vinda, para que deste mundo passasse
tas cousas falou Jesus, e indo-se, es- ao Pai, havendo amado aos seus,
condeo-se delles. que estavâo no mundo, até o fim os
37 E ainda que perante elles tinha amou.
feito tantos sinaes, nem porisso crião 2 E acabada a cea (havendo jà o Di­
nelle. abo mettido no coração de Judas de
38 Para que se cumprisse a palavra Simão Iscariota, que o trahisse.)
do Propheta Isaias, que dissej Senhor, 3 Sabendo Jesus que jà o Pai todas
quem creo nossa prégaçáo ? e a quem as cousas lhe tinha dado era as mftos,
foi revelado o braço do Senhor ? e que de Deos havia sahido, e a Deos
39 Por isso náo podião crer, por­ se ia.
quanto outra vez Isaias disse: 4 Levantou-se da cea, e tirou os ves­
40 Os olhos lhes cegou, e o coração tidos, e tomando huma toalha, oingio-
lhes endureceo; para que dos olhos se.
não vejão, e de coração náo entendão, 5 Depois deitou agua em huma bacia,
e se convertão, e eu os cure. e começou a lavar os pés aos discipu­
41 Isto disse Isaias, quando vio sua los, e alimpar-tòo5 com a toalha, com
gloria, e falou delle. que estava cingido.

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s. JOAO, xm . 117
Veio pois a Simão Pedro; e elle 22 Pelo que os discipulos se olhavâo
disse: Senhor, tu a mim me lavas huns para os outros, duvidando de
pés? quem %sto dizia.
Respondeo Jesus, e disse-lhe: o 23 E hum de seus discipulos, a quem
>o faço n&o o sabes tu agora; mas Jesus amava, estava assentado á mesa
k>ís o entenderás. recostado no regaço de Jesus.
Disse-lhe Pedro: nunca me lava- 24 A este pois fez sinal Simão Pedro,
os pés. Respondeo-lhe Jesus: Se que perguntasse, quem era aquelle de
te nào lavar, nào terás parte comigo. quem isto dizia í
Disse-lhe Simão Pedro: Senhor, 25 E derribando-se elle ao peito de
»só meüs pós, mas ainda as mãos Jesus, disse-lhe: Senhor, quem he ?
cabeça. 26 Respondeo Jesus: aquelle he a
) Disse-lhe Jesus: aquelle que está quem eu der o bocado molhado. E
ado nào necessita senào ue lavar molhando o bocado, o deo a Judas de
pés, mas todo estâ limpo. E vós- Simão Iscariota.
ros limpos estais porém nâo todos. 27 E após o bocado, entrou nelle Sa­
L Porque bem sabia elle quem o tanás. Disse-lhe pois Jesus: o que
ria de trahir: porisso disse; todos fazes, faze-o depressa.
> estais limpos. 28 E nenhum dos que á mesa esta­
2 Assim que havendo-lhes lavado vâo assentados, entendeo a que pro-
pés, e tomado seus vestidos, tor- posito lho disséra.
ii-se assentar á mesa, e disse-lhes: 29 Porque alguns cuidavâo. que por
tendeis o que vos tenho feito ? quanto Judas tinha a bolsa, lhe dizia
3 Vósoutros me chamais Mestre, e Jesus: Compra o que para o dia da
nhor? e bem dizeis; que eu o sou: Festa nos he necessário: ou, que al­
4 Pois se eu, o Senhor, e o Mestre, guma cousa désse aos pobres.
9 tenho lavado os pés, tambem vós- 30 Havendo elle pois tomado o bo­
tros vos deveis lavar os pés huns cado, logo sahio. E era iá noite.
s outros. 31 Sahido elle pois, disse Jesus:
5 Porque vos tenho dado exemplo, agora he o Filho do homem glorifica­
ra que como eu vos tenho feito, fa- do, e Deos he glorificado nelle.
is vósoutros tambem. 32 Se Deos nelle he glorificado, tam­
6 Em verdade, em verdade vos di- bem Deos o glorificará em si mesmo,
, qui nâo he o servo maior que seu e logo o ha de glorificar.
nnor; nem o embaixador maior que 33 Filhinhos, ainda hum pouco estou
uelle que o enviou. comvosco. Buscar-me-heis; e, como
7 Se sabeis estas cousas, sereis be- aos Judeos disse ; aonde eu vou, vós­
aventurados, se as fizerdes. outros nâo podeis vir: assim vo-lo di­
8 Nâo digo de todos vósoutros; bem go eu agora tambem.
i eu aos que tenho escolhido; mas 34 Hum mandamento novo vos dou,
ira que se cumpra a Escritura, que que vos ameis huns aos outros: co­
z: o que come comigo, levantou mo eu vos amei a vós, que tambem
•atra mim seu calcanhar. vós huns aos outros vos ameis.
9 Desde agora, antes que se faça, 35 Nisto conhecerão todos que sois
►-lo digo, para que, quando se fizer, meus discipulos, se vós tiverdes amor
eais que eu o sou. huns aos outros.
!0 Em verdade, em verdade vos di- 36 Disse-lhe Simão Pedro: Senhor,
t ; que se alguem receber ao que eu aonde vas? Respondeo-lhe Jesus:
iviar, a mim me recebe: e quem a aonde eu vou me nâo podes tu seguir
im me receber, recebe âquelle que agora; porém depois me seguirás.
e enviou. 37 Disse-lhe Pearo: porque agora te
II Havendo Jesus dito isto, turbou- nào posso seguir % por ti porei minha
; em espirito, e testificou, e disse: vida.
n verdade, em verdade vos digo. 3R 1^0 Tonia • rinç mim

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11 * S. JOAO, XIV.
dade te digo, quê o gallo náo cantará, 16 E eu rogarei ao Pai, e elle vòs
até que tres vezes me nâo negues. dará outro Consolador, para que para
sempre fique comvosco:
17 Ao Espirito de verdade, a quem
CAPITULO XIV. o mundo náo pode receber; porqu?
AO se turbe vosso coração: credes nâo o vè, nem o conhece; mas vós­
N em Deos, crede tambem em outros o conheceis, porque habita com*
vosco, e em vósoutros ha de estar.
mim.
2 Em casa de meu Pai muitas mora­ 18 Orfáos vos nâo deixarei, outra rr.
das h a ; quando náo, eu vo-lo diria; a vós virei.
vou a vos aparelhar lugar. 19 Ainda hum pouco, e mais o rotra-1
3 E quando eu fôr, e vos aparelhar do me náo verá : mas vósoutros m?
lugar, outra vez virei, e vos tomarei vereis: porquanto eu vivo, e vósoc
comigo, para que vósoutros tambem tros vivereis.
estejais onde eu estiver. 20 Naquelle dia conhecereis que e-
4 E jâ sabeis aonde vou, e sabeis o tou em meu Pai, e vósoutros em mim
caminho. e eu em vósoutros.
5 Disse-lhe Thomas: Senhor, nâo 21 Quem tem meus mandamentos
sabemos aonde vas; e como podemos e os guarda, esse he o que me ama
saber o caminho ? e quem a mim me ama serâ amade
6 Jesus lhe disse: Eu sou o cami­ de meu Pai, e eu o amarei, e a elk
nho, e a verdade, e a vida. Ninguém me manifestarei.
vem ao Pai, senâo por mim. 22 Disse-lhe Judas, nâo o Iscariota
7 Se vós a mim me conhecêreis, Senhor, que ha, porque a nósouttoet?
tambem conheceríeis a meu Pai; e has de manifestar, e nâo ao mundo1i
jâ désde agora o conheceis, e o tendes 23 Respondeo Jesus, e disse-lhe: * I
visto. alguem me ama, guardará minha pak- J
8 Disse-lhe Philippe: Senhor, mos­ vra, e meu Pai o amará, e viremos i í
tra-nos ao Pai, e basta-nos. elle, e faremos morada com elle.
9 Jesus lhe disse: tanto tempo ha 24 Quem me náo ama, náo guank j
que estou comvosco, e ainda me nâo minhas palavras. E a palavra ç*
tens conhecido Philippe? Quem a ouvis náo he minha, senâo do Pai j
mim me tem visto, ja tem visto ao que me enviou.
P ai; e como dizes tu ; mostranos ao 25 Estas cousas vos tenho dito, es­
Pai? tando ainda comvosco.
10 Nâo cres tu que eu estou no Pai, 26 Mas aquelle Consolador, o Espi­
e que o Pai está em mim ? as pala­ rito Santo, ao qual o Pai ha ae enviar
vras que eu vos falo, nâo as falo de em meu nome, esse vos ensinará ta* |
mim mesmo, mas o Pai que está em do, e tudo quanto vos tenho dito,
mim, elle he o que faz as obras. fará lembrar.
11 Crede-me que estou no Pai. e que 27 A paz vos deixo, minha paz ** |
o Pai está em mim : e quanclo náo, dou: náo como o mundo a dá, vo-fa
crede-me pelas mesmas obras. dou. Nâo se turbe vosso coração,
12 Em verdade, em verdade vos di­ nem se atemorize. !
go, que aquelle que crê em mim, as 28 Ja ouvistes que vos tenho dito:
obras que eu faço tambem elle as fa­ vou, e venho a vósoutros. Se nw |
rá : e fará maiores que estas. Por­ amásseis, verdadeiramente vos go»;
que eu vou a meu Pai. rieis, porquanto tenho dito, ao P*1
13 E tudo quanto pedirdes em meu vou: pois meu Pai maior he qoe eu.
nome, eu o farei: para que o Pai se­ 29 E já agora vo-lo disse antes qoè j
ja glorificado em o Filho. se faça, para que quando se fizer, o
14 Se alguma cousa pedirdes em creais. 1
meu nome, fala-hei. 30 Já comvosco náo falarei muito;
15 Se me amais, guardai meus man­ pois jâ o Principe deste mundo rato, *
damentos. nada em mim tem.

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S. JOAO, XV. 110
*31 Mas para que o inundo saiba que Senhor: mas tenho-vos chamado am­
éu amo ao P a i; e assim faço como o igos, porque tudo quanto ouvi de meu
Pai me mandou: levantai-vos, vamo- Pai, vos tenho feito notorio.
rios daqui. 16 Náo me elegestes vósoutros a
mim, porém eu vos elegi a vósoutros,
CAPITULO XV. e vos tenho posto, para que vades, e
deis fruto; e vosso fruto permaneça ;
U sou verdadeira vide, e meu Pai para que tudo quanto pedirdes ao Pai
E he o lavrador. em meu nome, elle vo-lo dé.
2 Todo sarmento qne em mim náo 17 Isto vos mando, para que vos
dâ fruto, o tira; e todo o que dá fru­ ameis huns aos outros.
to, o alimpa, para que dê mais fru­ 18 Se o mundo vos aborrece, sabei,
to. que antes que a vósoutros, me abor-
3 Já vósoutros estais limpos pela receo, a mim.
palavra, que vos tenho falado. 19 Se vos foreis do mundo, o mundo
■4 Estai em mim, e eu em vósoutros: amaria ao seu: mas porquanto nâo
como o sarmento de si mesmo nào sois do mundo, antes eu vos elegi do
pode dar fruto, se não estiver na vide, mundo, porisso vos aborrece o mundo.
assim tão pouco vósoutros, se nào es­ 20 Lembrai-vos da palavra, que vos
tiverdes em mim. tenho dito : nâo he o servo maior que
5 Eu sou a vide, vósoutros os sar­ seu Senhor. Se a mim me persegu­
mentos: quem está em mim, e eu irão, tambem a vós vos perseguirão ;
nelle, esse dá muito fruto; porque se guardârâo minha palavra, tambem
sem mim nada podeis fazer. guardarão a vossa.
‘ 6 Se alguem nâo estiver em mim, se 21 Mas tudo isto vos farâo por amor
lança fóra, como o sarmento, e seca- de meu nome: porquanto nâo conhe­
se : e os colhem, e os lançâo no fogo, cem âquelle que me enviou.
e ardem. 22 Se eu náo viéra, nem lhes houvé-
1 7 Se vós estiverdes em mim, e min­ ra falado, nâo teriâo peccado; mas
has palavras estiverem em vós, tudo jâ agora escusa náo tem de seu pecca­
o que quizerdes pedireis, ser-vos-ha do.
feito. 23 Quem a mim me aborrece, tam­
8 Nisto he glorificado meu Pai, em bem aborrece a meu Pai.
que deis muito fruto; e assim sereis 24 Se eu entre elles nào fizera obras,
meus discipulos. quaes nenhum outro tem feito, nâo
9 Como o Pai me amou, tambem eu teriâo peccado; mas agora jâ as tem
vos amei a vósoutros; estai neste meu visto, e aborrecérâo a mim, e a meu
amor. Pai.
10 Se guardardes meus mandamen­ 25 Porém isto he, para que se cum­
tos, estareis em meu amor; como eu pra a palavra, que em sua Lei está
guardado tenho os mandamentos de escrita: Sem causa me aborrecé-
meu Pai, e estou em seu amor. ráo.
11 Estas cousas vos tenho dito, para 26 Mas quando vier o Consolador,
que meu gozo esteja em vós, e vosso que eu do ra i vos hei de enviar, a sa­
gozo seja cumprido. ber aquelle Espirito de verdade, que
12 Este he meu mandamento, que sahe ao Pai, elle de mim testificará.
vos ameis huns aos outros, assim como 27 E tambem vósontros testificareis,
eu vos amei. pois estivestes comigo desde o prin­
13 Ninguém tem maior amor que cipio.
este, que alguem por amor de seus
amigos ponha sua vida. CAPITULO XVI.
14 Meus amigos sois vósoutros, se
STAS cousas vos tenho dito, para
fizerdes o que eu vos mando.
15 Jâ vos náo chamo mais servos; E que vos nâo escandalizeis.
porque o servo nâo sabe o que faz m u 2 Lançar-vos-hâo fóra das Synago­

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120 S. JOAO, XVI.
gas: ainda a hora vem, quando anal- 18 Assim qne difiâo: qne ha ifto
quer que vos matar, cuidará, fazer que diz 1 hum pouco! n&o sabemos
serviço a Deos. o que diz.
3 £ estas cousas vos farão, porquan­ 19 Conheceo pois Jesus, que lhe qne-
to nem ao Pai, nem a mim me co- riào perguntar, e disse-lnes: pergun­
nhecèr&o. tais entre vósoutros ácerca disto que
4 Porém isto vos tenho dito, para disse: hum pouco, e n&o me vereis,
que quando aquella hora vier, disso e outra v ez: hum pouco, e vêr-me-
vos lembreis, que já vo-lo tenho dito : heis 1
mas isto eu vos n&o disse desde o 20 Em verdade, em verdade voa di­
principio, porquanto estava comvos­ go, que vósoutros chorareis e lamenta­
co. reis, e o mundo se alegrará, e vósou­
6 E agora vou âquelle que me en­ tros estareis tristes: mas vossa triste­
viou ; e nenhum de vósoutros me per­ za se tornará em gozo.
gunta : aonde vas? 21 A mulher quando pare tem triste­
6 Antes, porque vos tenho dito estas za, porquanto sua hora ne vinda: mas
cousas, tnsteza encheo vosso cora­ havendo parido a criança, ià d a anck
ç&o. se n&o lembra, pelo gozo ae que hum
7 Porém vos digo a verdade, que homem haja nascido no mundo.
vos convém que eu v à : porque se eu 22 Assim que tambem vósoutros ago»
n&o for, o Consolador n&o virà a vósou­ ra na verdade tendes tristeza: mas
tros ; porém se eu for, vo-lo hei de outra vez vos verei, e gozar-se-ha vos­
enviar. so coraçáo, e ninguém de vósoutros
8 E vindo elle, ao mundo ha de con­ tirará vosso gozo.
vencer de peccado, e de justiça, e de 23 E naquelle dia nada me pergun­
juizo. tareis. Em verdade, em verdade vos
9 De peccado, porquanto n&o crêm digo, que tudo quanto pedirdes a mea
em mim: Pai em meu nome, vo-lo ha de dar.
10 E de justiça, porquanto vou a meu 24 Até agora nada pedistes em mec
Pai, e mais me n&o haveis de v èr: nome; pedi, e receOeréis, paia qne
11 E de juizo, porquanto já o Princi­ se cumpra vosso gozo.
pe deste mundo está jjulgaao. 25 Estas cousas vos falei por parabo»
12 Ainda tenho muitas cousas que las: porém a hora vem, quando por
vos dizer, mas agora ainda as n&o po­ parabolas vos n&o falarei mais, mas
deis supportar. vos denunciarei abertamente ácerca
13 Porem quando vier aquelle Espir­ do Pai.
ito de verdade, elle vos guiará em to­ 26 Naquelle dia pedireis em mec
da verdade. Porque de si mesmo nome ; e n&o vos digo, que eu ao Pai
n&o ha de falar; mas falará tudo o rogarei por vósoutros:
que ouvir: E as cousas que h&o de vir, 27 Pois o mesmo Pai vos ama, por
vos ha de denunciar. quanto vósoutros me amastes, e cres­
14 Elle me ha de glorificar, porque tes que de Deos sahi.
ha de tomar do meu, e vo-lo ha de 28 Sahi do Pai, e vim ao mundo;
denunciar. outra vez deixo o mundo, e vou ao
15 Tudo quanto tem o Pai, meu h e : Pai.
por isso disse, que ha de tomar do 29 Disserão-lhe seus discipulos: eis
meu, e vo-lo na de denunciar. aqui agora falas abertamente, e ne­
16 Hum pouco, e n&o me vereis; e nhuma parabola dizes.
outra vez, hum pouco, e vér-me heis: 30 Agora sabemos que sabes todas
porquanto vou ao Pai. as cousas; e n&o has mister qne nin­
17 Disser&o pois alguns de seus dis­ guém te pergunte. Por isso cremos
cipulos huns aos outros: que he isto que 8ahiste ae Deos.
que nos diz ? hum pouco, e nào me 31 Respondeo-lhes Jesus, agora cre­
vereis; e outra vez, hum pouco, e des?
vêr-me-heis; e porquanto vou ao Pai ? 32 Vedes aqui a hora vem, e já he

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s. joao, xvn, xvm. 121
Vmdfc, qâamlo cada hum sereis espar- os tenho: e nenhum delles se perdeo,
idos por seu cabo, e me deixareis sò. sen&o o nlho de perdiç&o, para que a
f ) comtudo n&o estou só, pois o Pai es­ Escritura se cumpra.
tá comigo. 13 Mas agora venho a ti, e falo isto
33 Estas cousas vos tenho dito, para no mundo, para que em si mesmos
ue paz tenhais em m im : em o mun- minha alegria tenh&o cumprida.
3 o tereis afflicçâo; porém tende bom 14 Tua palavra lhes dei, e o mundo
animo, jà eu venci ao mundo. osaborreceo, porquanto do mundo n&o
s&o, como eu do mundo n&o sou.
CAPITULO XVII. 15 N&o rogo que os tires do mundo,
sen&o que os guardes do maligno.
STAS cousas falou Jesus, e levan­ 16 N&o s&o do mundo, como eu n&o
E tou seus olhos ao ceo; e disse: sou do mundo.
Pai, vinda he a hora, glorifica a teu 17 Santifica-os em tua verdade: tua
Filha para que tambem teu Filho te palavra he a verdade.
glorifique a ti. 18 Como tu me enviaste ao mundo,
2 Como lhe déste poder sobre toda assim eu os enviei ao mundo.
came, para que a tudo quanto lhe dé- 19 E por elles a mim mesmo me
ate, lhes dè a vida eterna. santifico, para que tambem elles san­
3 £ esta he a vida eterna, que te tificados sejào em verdade.
oonheç&o a ti só Deos verdaaeiro, e a 20 E n&o somente rogo por estes, se*
Jesu-Christo, a quem tens enviado. n&o tambem por aquelles que em mim,
4 Ja eu na terra te glorifiquei; con- por sua palavra, n&o de crer.
summado tenho a obra que me déste, 21 Para que todos hum sej&o: como
que fizesse. tu, ó Pai, em mim, e eu em ti, que
5 £ agora glorifica-me tu, ó Pai, tambem elles em nós hum sej&o: pa­
ácerca de ti mesmo, com aquella glo­ ra que o mundo crea que tu me tens
ria que ácerca de ti tinha, antes que o enviado.
mundo fosse. 22 E eu lhes tenho dado a gloria que
6 Ja teu nome manifestei aos ho­ a mim me déste, para que hum sej&o,
mens, que do mundo me déste. Teus como nós tambem num somos.
erfto, e tu mos déste, e guardàráo tua 23 Eu nelles, e tu em mim, para que
palavra. perfeitos sejâo em hum : e para que
7 Agora jà tem conhecido, que tudo o mundo conheça, que tu me enviaste
quanto me déste he de ti. a mim, e a elles os tens amado, como
8 Porque as palavras que me déste, a mim me amaste.
lhes tenho dado a elles; e jà elles as 24 Pai, aquelles que me tens dado,
recebèrlo, e verdade íramente tem quero que aonde eu estou, elles tam­
conhecido, que de ti tenho sahido, e bem estej&o comigo; para que vej&o
crèr&o que me enviaste. minha gloria, que me tens dado, pois
9 Eu por elles rogo ; n&o rogo pelo tu me amaste aesde antes da funda­
mundo, sen&o por aquelles que me ção do mundo.
déste, porque teus s&o. 25 Pai justo, o mundo te n&o tem co­
10 É todas minhas cousas s&o tuas; nhecido ; mas eu te tenho conhecido,
e tuas cousas s&o minhas; e nelles e estes tem conhecido, que tu a mim
sou glorificado. me enviaste.
11 £ eu jà no mundo n&o estou: po­ 26 E eu lhes fiz notório teu nome, e
rém estes ainda no mundo est&o, e eu notório W o farei; para que o amor
venho a ti. Pai Santo, guarda-os em com aue me amaste, nelles esteja, e
teu nome, a saber àquelles que me eu nelles.
tens dado? para que hum sej&o, como
tambem nos.
12 Quando eu com elles estava no CAPITULO XVIII.
m ondo, em teu nome eu os guardava. AVENDO Jesus dito estas cousas;
A aquelles que tu me déste guardado H sahio com seus discipulos paro

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m s. jo á o , x v m .
alem do ribeiro de Cedron) aonde es­ Pedro: n&o es tu tambem dos disci­
tava huma horta, em que entrou elle pulos deste homem ? disse e lle : náo
e seus discipulos. sou.
2 £ tambem Judas, o que o trahia, 18 E estavâo ali os servos, e os min­
sabia aquelle lugar; porquanto mui­ istros, que haviâo feito brazas, por­
tas vezes se ajuntára ali Jesus com quanto fazia frio, e aquentavâo-se.
seus discipulos. Estava tambem cora elles Pedro, e
3 Judas pois tomando o esquadrão de aquentava-se.
soldados, e alguns dos ministros dos 19 Perguntou poiso Pontifice a Je­
Pontifices e aos Phariseos, veio ali sus ácerca de sens discipulos, e de sua
com lanternas, e fachas, e armas. doutrina.
4 Sabendo pois Jesus todas as cousas 20 Jesus lhe respondeo: E u aberta­
que 6obre elle haviâo de vir, se adi­ mente falei ao mundo; eu sem pre en­
antou, e lhes disse: a quem bus­ sinei na Synagoga e no Tem plo, aon­
cais? de os Judeos ae todos os lu g ares se
5 Respondérâo-lhe: a Jesus Naza­ ajuntâo, e nada falei em occulto.
reno. Disse-lhes Jesus: Eu sou. E 21 Que me perguntas a m im ? Per­
Judas, o que o trahia, tambem com el­ gunta aos que o ouvirão, que h e o que
les estava. lhes tenha falado ? vès aaui e ste s sa­
6 Como pois lhes disse: Eu sou, tor- bem que he o que tenho aito.
nárâo para tras, e cahir&o em terra. 22 E dizendo elle isto, hum dos min­
7 Tomou-lhes pois a perguntar: a istros, que ali estava, deo a Je su s hu­
quem buscais? e elles disserão: a Je­ ma bofetada, dizendo: assim respon­
sus Nazareno. des ao Summo Pontifice ?
8 Respondeo Jesus: Jâ vos tenho di­ 23 Respondeo-lhe Jesus; Se falei
to que eu sou. Por tanto se a mim me mal, dá testemunha do m a l; e ee
buscais, a estes deixai ir. bem, porque me feres ?
9 Para que se cumprisse a palavra, 24 (Assim pois amarrado o mandára
que tinha dito r dos que me déste, a Annas ao Summo Pontifice Caiphás.)
nenhum delles perdi. 25 E estava Simão Pedro ali, e aquen­
10 Entáo Simáo Pedro, que tinha es- tava-se : disserão-lhe pois: náo es to
ada, puxou delia, e ferio ao servo do tambem de seus discipulos? negou
F ontince, e cortou-lhe a orelha direi­
ta. E era o nome do servo Malco.
elle, e disse : náo sou.
26 Disse hum dos servos do Pontifice,
11 Disse pois Jesus a Pedro : mette parente daquelle a quem Pedro corta­
tua espada na bainha: náo beberei ra a orelha: náo te vi eu na horta com
eu o copo que o Pai me tem dade ? elle?
12 O esquadrão pois. e o Tribuno, e 27 Negou pois Pedro outra vez, e lo­
os servidores dos Judeos juntamente go cantou o gallo.
tomâráo a Jesus, e o amarràráo. 28 Leváráo pois a Jesus de Caiphás
13 E o levàráo primeiramente a An- â Audiência. E era pela m an h â: e
nà8, porque era sogro de Caiphás, o nâo entrârâo na Audiência, por nâo se
qual era Pontifice daquelle anno. contaminarem, mas que podessem co­
14 E era Caiphás o que aconselhára mer a Pascoa.
aos Judeos, que convinha que hum 29 Entáo sahio fora a elles Pilatos, e
homem morresse pelo povo. disse: que accusaçâo trazeis contra
15 E seguia a Jesus Simão Pedro, e este homem ?
outro discipulo. E era este discipu­ 30 Respondêrâo. e disserâo-lhe: Se
lo conhecido do Pontifice, e entrou este nâo fóra malfeitor, náo to entre­
com Jesus na sala do Pontifice. garíamos.
16 E Pedro estava fóra â porta. Sa­ 31 Disse-lhes pois Pilatos: Tomai-o
hio pois o outro discipulo, que era co­ vósoutros, e o julgai segundo vossa
nhecido do Pontifice, e falou à portei­ lei. Disserâo-lhe pois os Judeos: a
ra, e metteo dentro a Pedro. nós nâo nos he licito matar a alguem.
17 Disse pois a criada porteira a 32 Para que se cumprisse a palavra

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S. JOAO, XIX.
e Jeras, qne tinha dito, significando 6 Vendo-o pois os Principes dos Sa­
e qae morte havia de morrer. cerdotes, e os servidores^ clamàrâo,
33 Assim que Pilatos tomou a entrar dizendo: crucifica-o, crucifica-o. Dis-
a Audiência, e chamou a Jesus, e se-lhes Pilatos: Tomai-o vósoutros, e
isse-lhe: es tu o Rei dos Judeos ? crucificai-o; porque eu nenhum crime
34 Respondeo-lhe Jesus: Dizes tu acho nelle.
iso de ti mesmo, ou disserâo-to ou- 7 Respondêrâo-lhe os Judeos: Vós­
os de mim í outros temos Lei, e segundo nossa
35 Pilatos respondeo: por ventura Lei deve morrer: porque se fez Filho
?u eu Judeo ? tua gente, e os Princi- de Deos.
68 dos Sacerdotes te entregarão a 8 Como pois Pilatos ouvio esta pala­
iim: que fizeste ? vra, ficou mais atemorizado.
36 Respondeo Jesus: meu Reino nâo 9 E entrou outra vez na Audiência, e
e deste mundo: se meu Reino fóra disse a Jesus: donde es tu ? mas Je­
este mundo, meus servidores peleja- sus nâo lhe deo resposta.
iâo, para que eu aos Judeos nâo fos- 10 Disse-lhe pois Pilatos: a mim me
e entregue: porém agora meu Reino nâo falas ? nâo sabes que tenho poder
áo he daaui. para te crucificar, e tenho poder para
37 Disse-lhe pois Pilatos: Logo es te soltar ?
i Rei ? Respondeo Jesus: Tu dizes 11 Respondeo Jesus: nenhum poder
ue eu sou Rei. Eu para isto sou nas- contra mim terias, se te nâo fosse da­
ido, e para isto vim ao mundo, para do de riba; por tanto o que me entre­
ar testemunho à verdade. Todo gou a ti maior peccado tem.
quelle que he da verdade, ouve mi- 12 Desde entâo procurava Pilatos
ha voz. solta-lo; mas os Judeos clamavâo, di­
38 Disse-lhe Pilatos: que cousa he zendo : Se soltas a este, nâo es amigo
erdade ? e havendo dito isto, tomou de Cesar; qualquer que se faz Rei,
sahir aos Judeos, e disse-lhes; ne- contradiz a Cesar.
hum crime acho nelle. 13 Ouvindo pois Pilatos este dito, le­
39 Mas vósoutros tendes por costume, vou fóra a Jesus, e assentou-se no
ue eu vos solte hum pela Pascoa. Tribunal, no lugar chamado Lithostro-
tuereis pois que vos solte ao Rei dos tos, e em Hebrâico Gabbatha.
udeos? 14 E era a preparação da Pascoa, e
40 Tomárâo pois todos a clamar, di- quasi à hora sexta, e disse aos Judeos:
endo: nâo a este, senâo a BarabDas. vêdes aqui vosso Rei'.
1era JJarabbas hum salteador. 15 Mas elles bradàrâo: Tira, tira,
crucifica-o. Disse-lhes Pilatos: a vos­
so Rei hei de crucificar ? Respondé-
CAPITULO XIX. râo os Principes dos Sacerdotes: nâo
\ SSIM que entâo tomou Pilatos a temos outro Rei senão a Cesar.
JL Jesus, e o açoutou. 16 Então lho entregou, paraque fos­
2 E entretecendo os soldados huma se crucificado. E tomárâo a Jesus, e
>roa de espinhos, pozérâo-lha sobre leváráo-o.
cabeça, e o vestirão de huma veste 17 E levando elle ás costas sua cruz,
? grâ. sahio ao lugar chamado a Câveira,
* E diziào: hajas gozo, Rei dos Ju- que em Hebraico se chama Golgotha.
308. E davâo-lhe bofetadas. 18 Aonde o crucificàrâo, e com elle
I Sahio pois Pilatos outra vez fora. e outros dous, de cada banda hum, e a
sse-lhes: vêdes aqui vo-lo trago io- Jesus no meio.
para que saibais, que nenhum cri- 19 E escreveo tambem Pilatos hum
e acho nelle. rotulo e pô-lo em cima da cruz, e es­
> Sahio pois Jesus fora, levando a tava nelle escrito: JESUS NAZARE­
>roa de espinhos, e a veste de grâ. NO REI DOS JUDEOS.
disèe-lhes Pilatos: vèdes aqui o 20 Lérâo pois muitos dos Judeos es­
>mem. te rotulo; porque o lugar aonde Jesu*

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m s . jo a o , xx. j
çstava crucificado era perto da cida­ 34 Mas hüm dos soldados lho faroa
de ; e estava escrito em Hebraico, em com huma lança o lado, e logo sahia
Grego? e em Latim. sangue e agua.
21 Diziâo pois os Principes dos Sa­ 35 E o que vio isto, o testificou; e
cerdotes dos Judeos a Pilatos: nâo es­ seu testemunho he verdadeiro, e sabe
crevas Rei dos Judeos, senão que dis­ que he verdade o que diz, para que
se : Rei sou dos Judeos. vósoutros tambem creais.
22 Respondeo Pilatos: o que escrevi, 36 Porque estas cousas acontecertn,
escrevi. para que se cumprisse a Escritura a u
23 Havendo pois os soldados crucifi­ d iz: Osso delle nâo será quebrantado.
cado a Jesus, tomàrâo seus vestidos, 37 E outra vez diz outra Escritura:
(e fizerâo quatro partes, a cada solda­ Verâo ao que traspassárâo.
do huma parte) e a tu nica. £ era a 38 E depois rogou a Pilatos José de
tunica sem costura, toda tecida desde Arimathea, (que era discipulo d e Je­
riba até baixo. sus, porém occulto por medo dos Ju­
24 Disserão pois huns aos outros: nâo deos) que podeese ti rar o corpo de Je­
a partamos, senâo lançemos sortes so­ sus ; e Pilatos lho permittio. Veie
bre ella, cuja serâ; para que se cum­ pois e tirou o corpo ae Jesas.
prisse a Escritura, que d iz: Entre si 39 E veio tambem Nicodemu».
partirão meus vestidos, e sobre mi­ (aquelle que d’antes de noite tinha
nha veste lançàrâo sortes. Isto pois vindo a Jesus) trazendo hum ootnpo-
fizérâo os soldados. sto de myrrha e aloes. de quaai cea
25 E estavâo junto à cruz de Jesus, arvateis.
sua mãi, e a irmâ de sua mãi, Maria 40 Tomàrâo pois o corpo de Jesus,
mulher ae Cleopa, e Maria Magdalena. e o envolverão em lançoes eom as
26 E vendo Jesus a sua mãi, e ao especiarias, como he costume dos Ja-
discipulo a quem amava, que ali es­ deos sepultar.
tava, disse a sua mãi: Mulher, vès 41 E havia huma horta naquelle h-
ahi teu filho. ar, aonde fôra crucificado; e na
27 Depois disse ao discipulo: vês ahi g orta hum sepulcro novo, em qae
tua mãi. E desde aquella hora a re­ ainda nunca alguem havia sido posto.
cebeo o discipulo em sua casa. 42 Ali pois (por oausa da preparação.
28 Depois sabendo Jesus que ja to­ da Pascoa dos Judeos, e porque aquel­
das as cousas estavâo cumpridas, pa­ le sepulcro estava perto) pozérâo a
ra que a Escritura se cumprisse, dis­ Jesus.
se : tenho sede.
29 Estava pois ali hum vaso cheio CAPITULO XX.
de vinagre, e enchérâo huma esponja
de vinagre, e envolvendo-a com hy­ O primeiro dia da semana veio
sopo, chegàrâo-lha à boca. E Maria Magdalena de madruga­
30 Como pois Jesus tomou o vinagre, da, sendo ainda escuro, ao sepulcro;
disse: Consummadohe; eabaixando e vio a pedra ja tirada do sepulcro.
a cabeça, deo o Espirito. 2 Correo pois, e veio a Simão Pedis
31 Os Judeos pois, porque os corpos e ao outro discipulo a quem Jesus
nâo ficassem o Sabbado na cruz, por­ amava, e disse-lhes: ao Senhor tomà­
quanto entâo era a preparação, (por­ râo do sepulcro, e nâo sabemos onde
que era o grande dia do Sabbado) ro- o pozerâo.
gàrâo a Pilatos, que se lhes quebras­ 3 Sahio pois Pedro e o outro discípu­
sem as pernas^ e fossem tirados. lo, e viérâo ao sepulcro.
32 Viérâo pois os soldados, e na ver­ 4 E corriào estes dous juntos: e o
dade quebrarão as pernas ao primei­ outro discipulo correo diante mais de­
ro, e ao outro, que com elle fôra cru­ pressa que Pedro, e veio primeiro ao
cificado. sepulcro.
.33 Mas vindo a Jesus, $ Vendo-o ja 5 E abaixandorse, vio estar os lanço-
W>rto, nâo lhe quebràr&o as pernas. es: todavia nâo entron,

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S . JOAO, x x i; 125
r Veio pois Simão Pedro seguindo- Paz hajais; como o Pai Md enviou,
e entrou no sepulcro, e vio estar assim eu vos envio a vósoutros.
lançoes. 22 E havendo dito isto, soprou sóbr$
r E o sudário que fôra posto sobre elles, e disse-lhes: Recebei o Espirito
a cabeça nâo o vio estar com os Santo.
açoes, senâo envolto em hum lugar 23 A quem quer que perdoardes os
parte. peccados, lhes sâo perdoados; e a
; Entâo pois entrou tambem o outro quem quer que Os retiverdes, lhes sâo
scipulo, que primeiro viéra ao supul- retidos.
o, e vio, e creo. 24 E Thomé, hum dos doze, chama­
•Porque ainda nâo sabiâo a Escritu~ do o Didymo, nâo estava com elles,
, que era necessário que resuscitasse quando Jesus veio.
* mortos. 25 Disserâo-lhe pois os outros discip­
0 Tomârâo-se pois os discipulos pa- ulos : vimos ao áenhor. Porém eíe
casa. lhes disse: se em suas mâos nâo viro
11 E Maria estava fora chorando sinal dos cravos, e nâo metter meu
nto ao sepulcro. Estando ella pois dedo no lugar dos cravos, e nâo met­
lorando, abaixou-se ao sepulcro. ter minha mâo em seu lado, em ma­
2 E vio a dous Anjos vestidos de neira nenhuma o crerei.
anco, assentados hum à cabeceira, 26 E oito dias depois, estavâo seus
o outro aos pés, aonde jazéra o cor- discipulos outra vez dentro, e com el­
>de Jesus. les Thomé; e veio Jesus, fechadas ja
13 E disserâo-lhe elles: Mulher, por- as portas, e poz-se no meio, e disse:
ie choras? Disse-lhes ella: porquanto Paz hajais.
várâo a meu Senhor, e nâo sei aonde 27 Depois disse a Thomé, chega teu
pozerâo. dedo aqui, e vè minhas mâos; e che­
[4 E havendo dito isto, virou-se para ga tua mào, e mette-a em meu lado;
as, e vio estar a Jesus, e nâo sabia e nâo sejas incrédulo, senâo crente.
ie era Jesus. 28 E respondeo Thomé e disse-lheí
15 Disse-lhe Jesus: Mulher porque Senhor meu, e Deos meu,
íoras ? a quem buscas ? Ella cuidan- 29 Disse-lhe Jesus: Porque me vis­
) que era o hortelâo? disse-lhe: te, ô Thomé, creste; bemaventurados
jnhor, se tu o levaste, dize-me onde aquelles que náo virâo, e crerão.
pozeste, e eu o levarei. 30 Outros muitos sinaes fez Jesus
16 Disse-lhe Jesus: Maria! Viran- tambem ainda em presença de seus
>-se ella, disse-lhe, Rabboni, que se discipulos, que neste livro nâo estâo
z Mestre. escritos:
17 Disse-lhe Jesus: nâo me toques: 31 Porém estes estâo escritos, para­
>rque ainda nâo subi a meu P ai: po- que creais, que Jesus he o Christo, o
m vai a meus irmãos, e dize-lnes: Filho de Deos; e para que crenao,
íbo a meu Pai, e a vosso Pai; a tenhais vida em seu nome.
eu Deos. e a vosso Deos.
18 Veio Maria Magdalena^ e denun- CAPITULO XXI.
ou aos discipulos, que vira ao Se-
ior, e que estas cousas lhe dissera. EPOIS disto se manifestou Jesus
19 Vinaa pois ja a tarde, o primeiro D outra vez aos discipulos, junto ao
a da semana, e cerradas as portas mar de Tiberias; e manifestou-se as­
ide os discipulos, por medo dos Jude- sim.
í, se tinhão ajuntado, veio Jesus, e 2 Estavâo juntos Simão Pedro, e
3z-se no meio, e disse-lhes: Paz ha- Thomé. chamado o Didymo, e Na-
kis. thanael, o de Cana de Galilea, e os
20 E dizendo isto, mostrou-lhes suas filhos do Zebedeo, e outros dous de
iâos, e seu lado. Assim que os dis- seus discipulos.
ipulos se gozàrâo, vendo ao Senhor. 3 Disse-lhes Simão Pedro: vou a
21 Disss-mes pois Jesus outra vez: pescar. Dizem-lhe elles; tambem

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126 S. JOAO, XXI.
nòs vamos comtigo. For&o, e subir&o 16 Tornou-lhe a dizer a segunda vem:
logo no barco; e aquella noite nada Simão}filho de Jonas, amas-me 1 Dis­
tomárâo. se-lhe : Sim Senhor, tu sabes que te
4 £ fazendo-se ja manhâ, Jesus se amo. Disse-lhe: apascenta m inhas
pôz na praia: porém os discipulos ovelhas.
nâo sabiâo que era Jesus. 17 Disse-lhe a terceira vez: Simão,
5 Assim que Jesus lhes disse: Fil- filho de Jonas, amas-me ? Entriste-
hinhos, tendes alguma cousa que co­ ceo-se Pedro de que ja pela terceira
mer? Respondérâo-lhe: nâo. vez lhe dissesse: amas-me ? e disse-
6 E elle lhes disse: Lançai a rede lhe : Senhor, tu sabes todas as cousas,
da banda direita do barco, e achare­ tu sabes que eu te amo. Disse-lhe
is. Lançarâo-a pois. e ja a nâo po- Jesus: apascenta minhas ovelhas.
diâo tirar pela multidão dos peixes. 18 Em verdade, em verdade te di­
7 Disse pois aquelle discipulo, a go, que quando eras mais moço, tu
quem Jesus amava, a Pedro: o Se­ mesmo te cingias, e andavas p o r onde
nhor he. Ouvindo pois Simão Pedro querias; mas quando ja fôres velho,
que era o Senhor, cingio-se com o estenderás tuas mãos, e outro te cin­
capote, (porque estava nu,) e lançou- girá, e te levará aonde tu nâo quizé-
se ao mar, ras.
8 E os outros discipulos vierão com 19 E isto disse, significando com que
o barquinho, (porque nâo estavâo se­ morte a Deos havia de glorificar. E
nâo como duzentos covados longe de dito isto, disse-lhe: Segue-me.
terra) trazendo após si a rede de pei­ 20 E virando-se Pedro, vio que o se­
xes. guia aquelle discipulo a quem Jesus
9 Como pois descéráo à terra, virâo amava, o que tambem na cea se re-
ja as brazas postas, e hum peixe po­ costàra a seu peito, e disséra: Se­
sto nella», e mais pâo. nhor, quem he o que te ha de tra*
10 Disse-lhes Jesus: trazei dos pei­ hir?
xes aue tomastes agora. 21 Vendo Pedro a este, disse a Je­
11 Subio Simão Pedro, e puxou pe­ sus : Senhor, e este que ?
la rede a terra, cheia de cento e cinco­ 22 Disse-lhe Jesus: Se eu quero qne
enta e tres grandes peixes; e sendo elle fique, até que eu venha, que te
tantos, a rede nâo se rompeo. importa a ti ? Segue-me tu.
12 Disse-lhes Jesus: vmde, jantai. 23 Sahio pois este dito entre os ir­
E nenhum dos discipulos lhe ousava mãos, que aquelle discipulo nâo ha­
perguntar; tu quem es? sabendo que via de morrer. E Jesus não lhe dis­
era o Senhor. se, que não morreria, senâo; se eu
13 Assim que veio Jesus, e tomou o quero que elle fique, até que eu ven­
pâo, e deo-lho; e semelhantemente ha, que te importa a ti ?
do peixe. 24 Este he o discipulo que testifica
14 E esta era ja a terceira vez que destas cousas, e estas cousas escreveo;
Jesus se manifestou a seus discipu­ e sabemos que seu testemunho he
los, depois de haver resuscitado aos verdadeiro.
mortos. 25 Ainda porém ha outras muitas
15 Havendo elles pois ia jantado, cousas que Jesus fez, que se cada hn-
disse Jesus a Simão Pearo: Simão ma de por si se escrevessem, nem
filho de Jonas, amas-me mais do que ainda o mesmo mundo, cuido que
estes ? Disse-lne elle: Sim Senhor, poderia comprehender os livros diUês
tu sabes que te amo. Disse-lhe: escritos. Amen.
apascenta meus cordeiros.

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ACTOS DOS APOSTOLOS, I.

ACTOS DOS APOSTOLOS.

CAPITULO I. o qual está perto de Jerusalem, dis­


tante caminho de hum Sabbado.
PRIMEIRO livro, ó Theophilo, fiz 13 E entrando, subírâo ao cenáculo,
3 eu, ácerca de todas as cousas que onde ficàrâo, convém a saber, Pedro e
esus começou, assim a fazer, como a Jacobo, e Joâo, e André, Philippe e
nsinar: Thomé, Bartholomeo e Mattheus, t
2 Até o dia em que foi recebido a ri- Jacobo filho de Alpheo, e Simão Zelo-
>a, depois de pelo Espirito Santo ha- tes, e Judas irmào de Jacobo.
er dado mandamentos aos Apostolos 14 Todos estes perseveravâo concor-
ue escolhêra. demente em oraçoes e supplicaçoensj
3 Aos quaes tambem, depois de ha- com as mulheres, e com Maria a mãi
er padecido, se apresentou vivo com de Jesus, e com seus irmãos.
ciuitas e infalliveis provas; sendo 15 E levantando-se Pedro naquelles
elles visto por quarenta dias, e falan- dias, em meio dos discipulos, disse:
o-lhes das cousas que pertencem ao (e era a multidão junta como ae qua­
teino de Deos. si cento e vinte pessoas.)
4 E ajuntando-os, lhes mandou que 16 Varoens irmãos, convinha que se
e nâo apartassem de Jerusalem, mas cumprisse esta Escritura, que o Es-
ue esperassem a promessa do Pai, irito Santo pela boca de David pre-
[ue (disse) de mim ouvistes. isse ácerca de Judas, que foi o guia
5 Porque bem baptizou Joâo com daquelles que prendêrão a Jesus.
gua, porém vósoutros sereis baptíza- 17 Porque foi contado comnosco, e
los com o Espirito Santo, nào muitos alcançou sorte neste ministério.
lias depois destes. 18 Este pois adquirio o campo do
6 Aquelles pois que se havião ajun- alardào de iniquidade, e precipitan-
ado lhe perguntârâo, dizendo: Se- o-se, arrebentou pelo meio, e todas
hor, restaurarás tu neste tempo o Rei- suas entranhas se aerramàrão.
o a Israel ? 19 E foi notório a todos os que habi­
7 E disse-lhes: nâo he vosso saber tâo em Jerusalem: de maneira que
s tempos, ou as sazoens que o Pai aquelle campo se chama em sua pro-
>ôz em seu proprio poder. ria lingua, Aceldama, isto he, •ampo
8 Mas recebereis a virtude do Es- e sangue.
àrito Santo, que ha de vir sobre vós- 20 Porque no livro dos Psalmos está
utros; e ser-me-heis testemunhas escrito: Sua habitação se faça deser­
ssim em Jerusalem, como em toda ta, e não haja quem nella habite; e
udea, e Samaria, e até o cabo da ter- outro tome seu bispado.
a. 21 He pois necessário, que dos varo­
9 E havendo dito estas cousas, ven- ens, que comnosco conversarão todo o
lo-o elles, foi levantado em alto; e tempo em que o Senhor Jesus entre
tuma nuvem o tirou de seus olhos. nosoutros entrou e sahio,
10 E estando elles com os olhos pos- 22 Começando désde o baptismo de
os no ceo, entretanto que elle ia sti- João, até o dia em que de nós foi re­
indo , eis que dous varoens, em vesti- cebido a riba, se faça hum delles com­
los brancos, se pozérâo junto a elles. nosco testemunha ae sua resurreiçâo.
11 Os quaes tambem disserão: Va- 33 E apresentàrão dous, a saber José,
oens Gatileos, que estais olhando pa- chamado Barsabas, que tinha por so­
a o ceo % Este Jesus, que de vósou- brenome o Justo, e Matthias.
ros foi tomado a riba ao ceo, assim 24 E orando, disserão: Tu Senhor,
irá, como o vistes ir ao ceo. Conhecedor dos coraçoes de todos,
12 Ent&o toraárâo-se a Jerusalem, mostra a qual destes dous tens esco­
io monte que se chama das Oliveiras, lhido.
»
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m ACTOS DOS APOSTOLOS, U ,
35 Para que tome a sorte deste mi­ lou-lhes, dizendo: Varoens Judeos, %
nistério e Apostolado, do aual Judas se todos os que habitais em Jerusalem ,
desviou, para ir a seu proprio lugar. seja-vos isto notorio, e ponde m inhas
26 E lançárào-lhes as sortesj e ca­ palavras em vossos ouvidos:
hio a sorte sobre Matthias. E por 15 Porque estes nào estào bêbados
voto commum de todos foi coutado como vósoutros para vos tendes, sen­
oom os oiuse Apostolos. do ainda a hora terceira do d ia.
16 Mas isto he o que foi dito pelo
Propheta Joél.
CAPITULO II. 17 E será em os últimos dias, d iz De.
CUMPRINDO-se o dia de Pente- os. que de meu Espirito derram arei
E coste, estavlo todos concorde- sot>re toda came, e vossos filhos e vos­
mente iuntos. sas filhas prophetizarào, e vossos man­
2 E ae repente se fez hum sonido cebos verào visoens, e vossos velho*
do ceo como de hum vento vehemen- sonharão sonhos.
te e impetuoso, e encheo toda a oasa, 18 E tambem sobre meus servos, •
onde estavâo assentados. sobre minhas servas, naquelles dias
3 E forão delles vistas línguas repar­ derramarei de meu Espirito, e pro
tidas como de fogo, e sobre cada hum phetizarào.
delles se pôz. 19 E darei prodigios a riba no Ceo,e
4 E forão todos cheios do Espirito sinaes abaixo na terra, sangue, e fogo,
Santo, e começárâo a falar em outras e vapor de fumo.
linguas, como o Espirito Santo lhes 20 O sol se converterá em trevas, e
dava que falassem. a lua em sangue, antes que venha o
5 E navia Judeos, que habitavâo em dia grande e ílJustre do Senhor.
Jerusalem, varoens religiosos, de toda 21 E será, que todo aquelle que io-
agente dos que estào debaixo do ceo. vocar o nome do Senhor, será salvo,
6 E feita esta voz, ajuntou-se a mul­ 22 Varoens Israelitas, ouvi estas pa­
tidão ; e estava confusa, porque cada lavras: Jesus o Nazareno, varâo entre
hum os ouvia falar em sua própria lin­ vósoutros de Deos approvado cem
gua. maravilhai e prodigios, e sinaes. que
7 E todos pasmavão, e se maravilha- Deos por elle fez em meio d e vósou­
vâo, dizenao huns aos outros; vede» tros, como tambem vós mesmos bem
aqui, nào sâo todos estes, que estào sabeis.
falando, Galileos 1 23 Este, sendo entregue pelo deter­
8 Como pois os ouvimos cada hum minado conselho e presciencia de De-
em nossa própria lingua, em que so­ 0Sj tomando-o vósoutros, por m áos do*
mos nasciaos í injustos o crucificastes, e o matastes.
9 Parthos e Medos, e Elamitas, e os 24 Ao qual Deos resuscitou, soltas as
ue habitamos em Mesopotamia, e dores da morte; porquanto possível
udea, e Cappadocia, Ponto, e Asia. nâo era que delia fosse retido.
10 E Phrvgia, e Pamphylia, Egypto, 25 Porque delle diz David : Sempre
e partes de Libya, que está junto a diante de mim via ao Senhor, porque
Cyrene, e Romanos estrangeiros, as­ á minha máo direita estâ, para qos
sim Judeos como Proselytos, nào seja commovido.
11 Cretenses e Arábios, os ouvimos 26 Pelo que meu coraçáo está ale­
em nossas próprias linguas falar as gre, e minha lingua se goza, s ainda
grandezas de Deos. minha carne ha de repousar em es­
12 E todos pasmavào, e estavâo sus­ perança.
pensos, dizendo huns para os outros; 27 Pois nào deixarás minha alma no
Que quererá isto vir a ser ? inferno, nem entregarás a teu Santo,
13 É outros zombando, diziào: Che­ para que veja corrupção.
ios estâo de vinho doce. 28 Os caminhos aa vida me fizeste
14 Porém Pedro, pondo-se em pé notorios: com tua face me encherás
com os onze, levantou sua voz, e fa­ de gozo.

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ACTOS D06 APOSTOLOS, IIÍ. m
ft9 Varoens irm&os, licito me he di- 43 E em toda alma havia temor, e
ter-vos livremente ácerca do Patri- muitas maravilhas e sinaes se faziâo
ircha David, que morreo, e foi se­ pelos Apostolos.
pultado, e ainda sua sepultura está 44 E todos os que crião estavâo jun­
comnosco até dia de hoje. tos, e todas as cousas tinhão com-
30 Assim que sendo Propheta, e sa­ muns.
bendo que Deos com juramento lhe 45 E vendião suas possessoens e fa­
iav» jurado, que do fruto de seus zendas, e com todos as repartião, se­
«nibos, quanto á carne, levantaria ao gundo cada hum havia mister.
Christo, para o assentar sobre seu 46 E perseverando cada dia concor-
hrono: demente no Templo, e partindo o pão
31 Vendo-o dantes, falou da resurre- de casa em casa, comião juntos com
ção de Christo, que sua alma não ha- alegria, e com singeleza de coração.
(à sido deixada no inferno, nem sua 47 Louvando a Deos, e tendo graça
?arne haja visto corrupção. para com todo o povo. E acrecenta-
32 A este Jesus resuscitou Deos; do va o Senhor cada dia á Igreja aquel­
;}ue todos nosoutros somos testemu­ les que se salvaváo.
nhas.
33 Assim que exaltado ja pela m&o CAPITULO III.
iireita de Deos, e recebendo do Pai a
promessa do Espirito Santo?derramou SUBIAO Pedro e João juntos ao
isto que agora vedes, e ouvis. E Templo à hora da oração, que era
34 rorque não subio David aos ceos; a nona.
antes diz: Disse o Senhor a meu Se­ 2 E traziâo a hum certo varão, que
nhor ; assenta-te á minha máo direi­ era coxo desde o ventre de sua mãi,
ta : ao qual cada dia punhão à porta do
35 Até que ponha a teus inimigos Templo, chamada a Formosa, para
por escabello ae teus pés. pedir esmola aos que entravào no
36 Saiba pois certamente toda a ca­ Templo.
sa de Israel, que Deos o fez Senhor e 3 O qual, vendo a Pedro e a João,
Christo, a saber, a este Jesus, que vós­ que vinhão entrando no Templo, pe-
outros crucificastes. itio que lhe dessem huma esmola.
37 E ouvindo elles estas cousas, forão 4 E fitando Pedro com João os olhos
compungidos de coração, e dissérão a nelle, disse: attenta para nós.
Pedro, e aos de mais Apostolos: Que 5 E pôz os olhos nelles, esperando
faremos, varões irmãos í receber delles alguma cousa.
38 E Pedro lhes disse : Arrependei- 6 E dissse Pedro: Prata e ouro nâo
vos, e baptize-se cada hum de vósou­ tenho; mas o que tenho, isso te dou:
tros em o nome de Jesu Christo, para em o nome de Jesu-Christo o Naza­
perdão dos peccados; e recebereis o reno, levantate, e anda.
dom do Espirito Santo. 7 E tomando-o pela mão direita le­
39 Porque a vòs vos pertence a pro­ vantou-o, e logo seus pés e artelhos
messa, e a vossos filhos, e a todos os se firmárão.
que ainda estão longe, a tantos quantos 8 E saltando elle, pôz-se em pé. e an­
Deos nosso Senhor chamar. dou, e com elles entrou no Templo, an­
40 E com outras muitas palavras dando, e saltando, e louvando a Deos.
testificava, e os e.vhortava, dizendo : 9 E todo o povo o vio andar, e louvar
Salvai-vos desta perversa geração. a Deos.
41 Assim que, os que de boamente 10 E conhecião-o, que era o que se
recebéráo sua palavra, forão baptiza­ assentava á esmola à porta Formosa
dos ; e acrecentârão-se naquelle dia á do Templo; e ficàrâo cheios de pas­
Igreja quasi tres mil almas. mo, e de espanto, pelo que lhe acon­
42 E perseveraváo na doutrina dos tecéra.
Apostolos, o na communhão, e no par­ 1 1 E apegando-se o coxo, que fora
tir do pâo, e nas oraçoens. curado, ae Pedro e de João. toao o po-
43*

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ACTOS DOS APOSTOLOS, IV;
vo concorieo atanito a elles ao alpen­ 25 Vósoutros soi» os füfcoft 4o* Pro­
dre, que se chama de Salamão. phetas, e do concerto, qae Deos con*
12 Ê vendo Pedro isío, respondeo ao tratou com nossos Pais, dizendo a
povo : Varoens Israelitas, porque dis­ Abraham; em tua semente «erão
to vos marvilhais ? ou porque para nos bemditas todas as familias da terra-
tanto attentais, corno se por nossa pró­ 26 Re8Uscitando pois Deos a seu Fi­
pria virtude ou santidade a este ílzes- lho Jesus, primeiro a vós o enviou,
?emos andar. para que nisto vos bemdissesse, ^que
13 0 Deos de Abraham, e de Isaac, a cada qual de vósoutros desviasse de
e de Jacob, o Deos de nossos pais glo­ vossas maldades.
rificou a seu filho Jesus, ao qual vós­
outros entregastes, e perante a face CAPITULO IV.
de Pilatos o negastes, julgando elle
que houvéra de ser solto. ESTANDO elles falando ao povo,
14 Mas vósoutros negastes ao Santo viérâo sobre elles os Sacerdotes,
e ao Justo, e pedistes que hum ho­ e o Capitão do Templo, e os Saddc
mem homicida se vos désse. ceos:
15 E matastes ao Principe da vida, 2 Mui enfadados de que ao povo ea
ao qual Deos resuscitou aos mortos, smassem, e em o nome de Jesus de­
do que nós somos testemunhas. nunciassem a resurreicào dos mortos
16 E pela fé em seu nome confirmou 3 E lançâráo mão delles, e os poze-
seu nome a este, que vedes e oonhe- râo em guarda até o dia seguinte,
ceis; e a fé que por elle he, deo a porauanto ja era a tarde.
este esta perfeita saude em presença 4 É muitos dos que ouvirão a palav­
de todos vósoutros. ra, crêrâo: e fez-se o numero dos va­
17 E agora, irmãos, eu sei que por roens quasi até cinco mil.
ignorancia o fizestes, como tambem 5 E aconteceo o dia seguinte, qw
vossos principes. seus Principes, e Anciãos, e Escriba*
18 Mas Deos cumprio assim o que ja se aiuntÀrào. em Jerusalem :
d’antes por boca de todos seus Prophe­ 6 E Annâs, o Summo Pontifice, o Cai*
tas havia denunciado, que o Christo phas, e Joâo, e Alexandre, e tod<*
havia de padecer. quantos havia da linhagem Pontifical.
19 Arrependei-vos pois, e convertei- 7 E pondo-os no meio, pexguntáráo-
vos, paraque vossos peccados sejâo Ihes: com que poder, ou em cujo
apagados, quando viérem os tempos nome fizestes isto %
do refriçerio da presença do Senhor. 8 Entào Pedro, cheio do Espirito
20 E elle enviar a Jesu-Christo, que Santo, lhes disse: Principes do povo.
ja d’antes vos foi prégado. e vósoutros Anciáos de Israel:
21 Ao qual convem que o ceo rece­ 9 Pois que hoje juridicamente de­
ba até os tempos da restauração de mandados somos ácerca do beneficio
todas as cousas, que Deos falou por a hum homem enfermo feito, coroo
boca de todos seus santos Prophetas, haja sido curado:
desde todo seculo. 10 Seja-vos notorio a todos, e a lodo
22 Porque aos Pais disse Moyses: o povo de Israel, que em o nome de
De vossos irmãos levantará o Senhor Jesu-Christo, o Nazareno ; aquelle
vosso Deos hum Propheta como a que vósoutros crucificastes, ao qual
mim. a elle ouvireis, em tudo quanto Deos resuscitou dos mortos, nelfe
vos falar. está este perante vósoutros sào.
23 E serà aue toda alma que não 11 Este he a pedra que de vósoutros
ouvir a este Propheta, será desarrai­ os edificadores foi desprezada, a qual
gada do povo. foi feita por cabeça da esquina.
24 E tambem todos os Prophetas 12 E em nenhum outro ha salvação:
desde Samuel, e em diante, todos porque tambem nenhum outro nome
nuantos tem falado, tambem d;antes na debaixo do ceo, entre os homens
aenunciárâo estes dias. dado, em que devemos ser salvos.

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ACTOS DOS APOSTOLOS, IV. 131
(3 Vendo eltós entâo a ousadia de mo Poncio Pilatos, com a« Gentes e
Pedro, e de Joâo, e informados de qne os povos de Israel.
erão homens sem letras e idiotas, ma­ 28 Para fazerem tudo o que tua mâo,
ravilhárâo-se: e bem os conhecifto, e teu conselho ja d’antes tinha deter­
que haviâo estado com Jesus. minado, que se havia de fazer.
14 E vendo estar com elles ao ho­ 29 Agora pois, ó Senhor, poem os
mem que fôra curado, nada tinhão olhos em suas ameaças, e dà a teus
que dizer em contrario. servos, que com toda ousadia falem
15 E mandando-os sahir fora do Con­ tua palavra.
selho. conferiflo entre si; 30 Estendendo tua mâo para ouras,
16 Dizendo: Que havemos de fazer e que se façáo sinaes, e prodigios pe­
a estes homens ? porque que hum si­ lo nome de teu Santo Filho Jesus.
nal notorio por elles foi reito, mani­ 31 E havendo orado, moveo-se o lu­
festo he a todos os que habitâo em gar, em que estavâo ajuntados, e fo­
Jerusalem, e nâo o podemos negar. rão todos cheios do Espirito Santo, e
17 Mas para que de mais em mais falavâo a palavra de Deos com ousa­
se nâo divulgue entre o povo, amea- dia.
çêmo-los rigorosamente, que a homem 32 E da multidão dos que criâo, era
algum neste nome mais nâo falem. hum coração e huma alm a; e ninguém
18 E chamando-os, disséráo-lhe8,que dizia ser seu proprio cousa alguma do
totalmente mais nâo falassem, nem que tinha, mas todas as cousas lhes
ensinassem em o nome de Jesus. erão communs.
19 Porém respondendo Pedro, e Jo­ 33 E os Apostolos davâo testemunho
ão, dissérâo-lhes: Julgai vòs, se he da resurreiçâo do Senhor Jesus com
justo diante de Deos, ouvir-vos mais grande esforço • e em todos elles ha­
a vós, do que a Deos? via grande graça.
20 Porque náo podemos deixar de 34 Porque tambem nenhum necessi­
falar o que temos visto e ouvido. tado havia entre elles; porque todos
21 Mas elles ainda mais os ameaçá- os que possuiâo herdades, ou casas,
râo, nada achando porque os castigar, vendendo-as, traziáo o preço do ven­
e os deixárão ir por causa do povo: dido, e depositavâo-o aos pés dos
porque todos glorificaváo a Deos ácer­ Apostolos.
ca do que acontecéra. 35 E a cada hum se repartia segundo
22 Porque de mais de quarenta an­ cada qual tinha necessidade.
nos era o homem, em quem este mi­ 36 Entâo Joses, dos Apostolos por
lagre de saude se fizéra. sobrenome chamado Bamabas (que
23 E soltos elles, viérâo aos seus, e traduzido, he filho de consolação) Le­
20ntãrâo-lhes tudo quanto os Principes vita, natural de Cypro.
ios Sacerdotes, e os Andâoslhesdis- 37 Como tambem tivesse huma her­
aérâo. dade, a vendeo, e trouxe o preço, e o
24 E ouvindo elles isto, levantàrâo depositou aos pés dos Apostolos.
inânimes a voz a Deos, e dissérão:
Senhor, tu es o Deos, que fizeste o ceo, CAPITULO V.
; a terra, e o mar, e todas as cousas
HUM oerto varâo, por nome Ana-
jue nelles ha.
25 Que pela boca de David teu ser- E nias, com Sapphira sua mulher,
rn disseste: Porque bramâo as gen­ vendeo huma possessão.
tes, e os povos pensárâo cousas vâs í 2 E defraudou do preço, sabendo-o
26 Os Reis da terra se levantàrâo á tambem sua mulher; e trazendo hu­
kumOj e 08 Principes se ajuntárâo em ma parte delle, a depositou aos pés
ium contra o Senhor, e contra seu dos Apostolos.
Ungido. 3 E disse Pedro: Ananias, porque
27 Pornr*“ ------- onnlinn QntanAe ♦oll MMnlA tViramiA

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133 ACTOS DOS APOSTQLOS, V.
4 Guardando-a, n&o ficava para ti ? 18 E l&nçàrâo mâo dos Apostolos, e
e vendida, náo estava em teu poder ? os pozéráo na prisão publica.
Que he que propozeste em teu cora­ 19 Mas o Anjo do Senhor abrio de
çáo ? náo mentiste aos homens, senâo noite as portas da prisão, e tirando-os
a Deos. fóra, disse:
5 £ ouvindo Ananias estas palavras, 20 Ide, e pondo-vos em pé, falai no
cahio, e expirou. £ veio hum grande Templo ao povo todas as palavras
temor sobre todos os que o ouvirão. desta vida.
6 £ levantando-se os mancebos, o 21 E ouvindo elles isto, entrârâo pe­
tomárâo, e levando-o fóra, o sepultâ- la manhâ cedo no Templo, e ensina-
râo. vâo. Vindo porém o Summo Ponti­
7 £ passado ja espaço como de tres fice, e os que estavâo com elle, con-
horas, entrou tambem sua mulher, vocâráo o Concilio, e a todos os Anci­
náo sabendo o que havia aconteci­ ãos dos filhos de Israêl, e mandarão
do. ao cárcere, para que os trouxessem.
8 E Pedro lhe disse: Dize-me, ven­ 22 Mas como lá viérâo os servidores,
destes por tanto aquella herdade 1 e n&o os achárão na prisão; e tomando,
ella disse : sim, por tanto. denunciàrào-2Ao.
9 £ Pedro lhe disse: que ha que en­ 23 Dizendo: bem achámos nós o cár­
tre vos concertastes de tentar ao Es­ cere com toda segurança fechado, e
pirito do Senhor? Vés a qui à porta as guardas que estav&o de fóra ás por­
os pés dos que sepultárâo a teu mari­ tas ; mas como as abrimos, a ninguém
do, e tambem a ti te levaráo. achámos dentro.
10 E logo cahio a seus pés, e expi­ 24 Ouvindo entáo estas palavras o
rou. E entrando os mancebos, achà- Summo Pontifice, e o Capit&o do Tem­
rao-a morta; e a levàrão fóra, e a se­ plo, e os Principes dos Sacerdotes, do-
pultárâo junto a seu marido. vidavão delles, do que aquillo viris a
11 £ veio hum grande temor em to­ ser.
da a Igreja, e em todos os que ouvirào 25 E vindo hum, denunciou-lhes, di­
estas cousas. zendo: Vedes aqui os varoens que
12 E por mâos dos Apostolos se fazi- pozestes na prisão, estâo no Templo,
áo muitos sinaes e prodigios entre o e ensinão ao povo.
povo. E estavâo todos unanimes no 26 Entâo foi o Capitão cora os servi»
alpendre de Salamão. doreSj e trouxe-os, porém náo com vi­
13 E dos de mais ninguém se ousava olência, (porque temiâo ao povo, de
a ajuntar com elles; porém o povo os que não fossem apedrejados.)
tinha em grande estima. 27 E como os trouxérão, apresentà-
14 E a multidão dos que criâo em o r&o-os ao Concilio. E o Summo Ponti­
Senhor, assim de varoens como de fice lhes perguntou, dizendo:
mulheres, se augmentava de mais em 28 Nâo vos denunciámos nós enca-
mais. recidamente, que mais neste nome
15 De maneira, que aos enfermos náo ensinásseis ? e vedes aqui ja en­
traziâo às ruas, e os punháo em ca­ chestes a Jerusalem desta vossa dou­
mas e catres, para que, vindo Pedro, trina, e sobre nosoutros quereis trazer
ao menos tambem sua sombra a algum o sangue deste homem.
delles cubrisse. 29 Porém respondendo Pedro, e os
16 E até das cidades circunvizi­ Apostolos, disserão: mais importa
nhas concorria a multidão a Jerusa­ obedecer a Deos, do que aos homens.
lem, trazendo enfermos, e atormenta­ 30 O Deos de nossos rais resuscitou
dos de espiritos immunaos; os quaes a Jesus, ao qual vósoutros matastes
todos erão curados. pendurando-o no madeiro.
17 E levantando-se o Summo Ponti­ 31 A este exaltou Deos com sua máo
fice, e todos os que estavâo com elle, direita por Principe e Salvador, para
(que era a Seita dos Sadduceos) en- a Israel dar arrependimento e remis­
chêrão-se de inveja. são de peccados.

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ACTOS DOS APOSTOLOS, VI. 133
32 £ nosoutros somos suas testemu­ 2 E convocando os doze a multidão
nhas ácerca destas palavras, e tam­ dos discipulos, disserão: nâo he razão
bem o Espirito Santo, o qual Deos que nósoutros deixemos a palavra de
tem dado àquelles que lhe obede­ Deos, e sirvamos ás mezas.
cem. 3 Olhai pois irmãos por sete varoens
33 E ouvindo elles isto, arrebenta vâo d’entre vósoutros, de que haja bom
de raiva, e consultavão de os matar. testemunho, cheios do Espirito Santo
34 Levantando-se porém no Concilio e de sabedoria, aos quaes constitua­
hum certo Phariseo. por nome Gama- mos sobre este importante negocio.
liei, doutor da Lei, ae todo o povo ve­ 4 Nós porém perseverarémos na
nerado, mandou que aos Apostolos le­ oração, e no ministério da palavra.
vassem hum pouco fóra. 5 £ contentou esta palavra a toda a
35 £ disse-lhes: Varoens Israelitas, multidão, e elegerão a Estevão, va­
olhai por vósoutros, que ácerca destes rão cheio de fé e do Espirito Santo, e
homeus haveis de lazer. a Philippe, e a Prochoro, e a Nicanor,
36 Porque antes destes dias se levan­ e a Timon, e a Parmenas^ e a Nico-
tou Theudas, dizendo, que alguem lào o proselyto de Antiochia.
era; ao qual, numero de quasi quatro­ 6 Aos quaes apresentàrão ante os
centos homens se chegou; o qual foi Apostolos; e orando estes, pozerão as
morto, e todos os que lhe derâo ouvi­ mâos sobre elles.
dos forão dissipados, e tornados em 7 E crescia a palavra de Deos, e o
nada. numero dos discipulos se multiplica­
37 Depois deste se levantou Judas o va muito em Jerusalem, e grande
Galileo, em os dias da matricula, e multidão dos Sacerdotes obedecia à fé.
perverteo muito povo após si: e pere- 8 E Estevão cheio de fé, e de po­
ceo tambem este, e todos os que lhe tência, fazia prodigios, e sinaes gran­
dérâo ouvidos forão dissipados. des entre o povo.
38 £ agora, digo-vos, dai de mâo a 9 E levantàrâo-se huns, que erão da
estes homens, e deixai-os, porque se Synagoga, chamada a dos LibertinoB,
este conselho, ou esta obra ne de ho­ e Cyreneos, e Alexandrinos, e dos que
mens, desfar-se-ha. erão de Cilicia, e de Asia, e conten-
39 Mas se he de Deos, nâo a podereis diâo com Estevão.
desfazer: porque por ventura nào se­ 10 £ nào podião resistir á sabedoria,
jais achados, que tambem repugnais e ao Espirito, com que falava.
a Deos. 11 Entâo su D o rn à rã o a huns homens,
40 E dérâo-lhe ouvidos. £ chaman­ ue dissessem: Palavras blasfemas
do a si aos Apostolos, e havendo-os S ie ouvimos falar contra Moyses, e
açoutado, mandarão-/tas que em o contra Deos.
nome de Jesus mais não falassem; e 12 E commovérào ao povo, e aos An­
os deixàrâo ir. ciãos, e aos Escribas; e arremetten-
41 Forão pois de diante da face do do a elle o açebatárào, e o levàrão ao
Concilio, gostosos de que fossem havi­ Concilio.
dos por dignos de padecerem aífronta 13 £ apresentàrão testemunhas fal­
por seu nome. sas, que diziào: este homem não
42 £ todos os dias no Templo^ e pe­ cessa de falar palavras blasfemas
jas casas, nâo cessavão de ensinar, e contra este santo lugar, e contra a
annunciar a Jesu-Christo. Lei.
14 Porque nós lhe ouvimos dizer,
qne este Jesus Nazareno ha de des­
CAPITULO VI. truir este lugar, e mudar os costumes
NAQUELLES dias multiplican- que Moyses nos deo.
E do-se os discipulos, houve huma 15 Então todos os que estavâo assen­
tados no Concilio, pondo nelle os
murmurac&o dos Gregos contra os
Hebreos, de que suas viuvas erão des­ olhos, virâo seu rosto como o rosto de
prezadas no ministério quotidiano. hum Anjo.

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134 ACTOS DOS APOSTOLOS, VII.
16 E forão traspassados a Stcbem, e
CAPITULO VII. postos na sepultara <me Abraham,
DISSE o Principe dos Sacerdo­ por certa somma de dinheiro, com­
E tes : Como, he isto assim ? prou aos filhos de Eimnor pai de Si­
2 E elle disse: Varoens irm&os, e chem.
pais, ouvi; a nosso Pai Abraham ap­ 17 Mas como ja se chegasse o tem­
pareceo o Deos da gloria, estando po da promessa, que Deos tinha jura­
ainda em Mesopotamia, antes que do a Abraham, cresceo o povo^ e
habitasse em Charran. multiplicou-se em Egypto.
3 E disse-lhe: Sahe-te de tua terra, 18 Até que se levantou outro Rei,
e de tua parentéla, e vem â terra que que nâo conhecêra a José.
eu te mostrarei. 19 Este, usando de astúcia com nos­
4 Então sahio da terra dos Chaldeos, sa linhagem, maltratou a nossos pais,
e habitou em Charran. E dali, de­ até lhes fazer engeitar suas crianças,
pois que faleceo seu pai, o traspassou para que nâo se multiplicassem.
a esta terra, em que agora habitais. 20 No qual tempo nasceo MoysM*
5 E nào lhe deo nella herança, nem e era mui formoso, e foi criado tres
ainda a pégada de hum p é ; e pro- mezes em casa de sen pai.
metteo-?íe que lha daria em posses- 21 E sendo engeitado, ã filha de
Bão, e á sua semente depois delle, Pharaó o tomou, e o criou para si por
não tendo elle ainda filho, seu filho.
6 E falou Deos assim; Que sua se­ 22 E foi Moyses instruído em toda
mente seria peregrina em terra alheia, a sabedoria dos Egypcios; e era po­
e a susreitanâo em servidào, e a mal­ deroso em ditos e feitoá.
trata riíio por quatrocentos annos, 23 E como se Jhe cumprio o temp*
7 E a gente a quem servirem, eu a de quarenta annos, veio-lhe aó cora-
julgarei, disse Deos. E depois disto cão ir visitar a seus irmãos, os filhos
saliirâo, e me servirão neste lugar. ae Israel.
8 E deo-lhe o Concerto da circun­ 24 E vendo aggravar a hum delles,
cisão ; e assim gerou a Isaac, e o cir­ o defendeo; e vingou ao aggravad o,
cuncidou ao oitavo dia; e Isaac gerou matando ao Egypcio.
a Jacob, e Jacob aos doze Patriarchas. 25 E elle cuidava, que seus irmàos
9 E invejosos os Patriarchas, ven- entendessem, que Deos lhes havia de
dêrão a José para Egypto; e Deos dar liberdade por sua m ão; porém
era com elle. elles não o entendérão,
10 E o livrou de todas suas tribula- 26 E o dia seguinte, pelejando elles,
oens, e lhe deo graça e sabedoria foi delles visto, e constrangia-os ã
iante de Pharaó, Rei do Egypto, e o paz, dizendo: varoens, irm&os so»;
pôz por Governador sobre o Egypto, porque vos aggravais hum ao outit) *
e toda sua casa. 27 E o que aggravava a seu proximo,
11 E veio fome em toda a terra de o repellio, dizendo: Quem te pôz a
Egypto, e de Chanaan, e grande tribu­ ti por Principe e Juiz sobre nosoutr os!
lação; e nossos pais nâo achavão ali­ 28 Queres me tu tambem matar a
mentos. mim, como hontem mataste ao Egyp­
12 Porém ouvindo Jacob, que em cio?
Egypto havia trigo, mandou lá a nos­ 29 E a esta palavra fugio Moyses, e
sos pais a primeira vez. foi peregrino em tenra dé Madiam,
13 E na segunda foi José conhecido aonde gerou dous filhos.
de seus irmãos, e a linhagem de Jo­ 30 E cumpridos quarenta annos, o
sé foi manifesta a Pharaó. Anjo do Senhor lhe appareceo no de­
14 E enviou José, e mandou chamar serto do monte de Sina, em huma
a seu pai Jacob, e a toda sua paren­ ftamma de fogo de hum sarça].
téla, setenta e cinco almas por todas. 31 Entâo Moyses vendo-o, maiavfc
15 E desceo Jacob a Egypto, e mor­ lhou-se da visão; e ehegundo-se a
reo, elle, e nossos pais. ver, a voz do Senhor lhe foi feita.

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ACT0S DOS APOSTOLOS, VU
3 2 JH çtn do: E u sou o Deos de teus vos-hei pois para d;além de Babylo*.
■ais, o Deos de Abraham, e o Deos nia.
.e Isaac, e o Deos de Jacob ; e Moy- 44 No deserto estava entre nossos
es todo tremendo, não ousava atten- Pais o Tabemaculo do testemunho,
ar. como aquelle ordenára, que disse a
33 E disse-lhe 0 Senhor. Desoal- Moyses, gue o fizesse segundo a for*
a as alparcas de teus pés; porque o ma que tmha visto.
jgar em que estás, terra santa he. 45 0 qual recebendo-o tambem nos­
34 Attentamente tenho visto a afflic- sos Pais, com Jesus 0 levàrão á pos­
ào de meu povo, que está em Egyp- sessão aas Gentes, que Deos lançou
o, e ouvi seu gemido, e desci aos li- de diante da face de nossos Pais, até
Tar, agora pois vem, enviar-te-hei a os dias de David.
Egypto. 46 O qual achou graça diante de
35 A este Moyses pois, ao qual ha- Deos, e pedio que adiasse tabemacu­
rião negado, dizendo; quem te pôz lo para 0 Deos de Jacob.
K>r Principe e Juiz? a este enviou 47 E Salamào lhe edificou casa.
)eos por Principe. e Libertador, por 48 Mas o Altíssimo nào habita em
nào do Anjo, que íhe apparecêra no templos feitos de mão, como o Pro­
arçal. , pheta d iz:
36 Este os tirou fora, fazendo prodi- 49 0 ceo he o meu throno, e a terra
çios e sinaes na terra de Egypto, e no o estrado de meus pés; que casa me
nar vermelho^ e no deserto, por qua- edificareis? diz o Senhor; ou qual he
enta annos. 0 lugar de meu repouso í
37 Este he aquelle Moyses, que aos 50 Nâo fez por ventura minha mâo
ilhos de Israel disse: hum Propheta todas estas cousas ?
ros levantará 0 Senhor vosso Deos 51 Duros de pescoço, e incircuncisos
lentre vossos irmãos, como a mim, a de coração, e de ouvidos; sempre
3lle ouvireis. vós resistis ao Espirito Santo ; como
38 Este he aquelle que esteve na vossos Pais assim tambem vósoutros.
congregação do povo em o deserto, 52 A qual dos Prophetas nâo perse~
jom o Anjo, que lhe falava no monte guírão vossos Pais? e matàrâo aos
le Sina, e com nossos pais; o qual re­ que d7antes denunciárão a vinda do
cebeo as palavras viventes, para as Justo, do qual vósoutros agora fostes
lar a nòs. os traidores e homicidas*.
39 Ao qual nossos pais nào quizerâo 53 Que recebestes a Lei por dispo­
obedecer; antes 0 engeitárâo, e de sição dos Anjos, e não a guardas­
joraçâo se tomárâo a Egypto. tes.
40 Dizendo a Aarâo: Faze-nos De­ 54 E ouvindo estas cousas, rebenta*
sses, que vâo diante de nós. Porque vão em seus coraçoens, e rangião os
juanto a este Moyses, que nos tirou dentes contra elle.
tóra da terra de Egypto, nào sabemos 55 Mas elle estando cheio do Espiri*
que lhe aconteceo. to Santo, e postos os olhos no ceo, vio
41 E naquelles dias íizéráo o bezer­ a gloria de Deos, e a Jesus, que esta­
ro, e offerecérão sacrificio ao Idolo, e va á máo direita de Deos.
ie alegrarão nas obras de suas mãos. 56 E disse: Eis que vejo os ceos
42 E Deos tornou, e os entregou, a abertos, e ao Filho do homem, que
que servissem ao exercito do ceo, está á máo direita de Deos.
como está escrito no livro dos Prophe­ 57 Porém elles, clamando cora gran­
tas : Offerecestes-me por ventura vic- de voz, taparão seus ouvidos, e arre-
tiraas, e sacrificios no deserto, por mettérâo unanimes contra elle.
quarenta annos, ó casa de Israel ? 58 E lançando-o fora da cidade, ape­
43 Antes o tabemaculo de Molocb dreja vâo-o. E as testemunhas pozé-
tomastes aos hombros, e a estrella de | rão seus vestidos aos pés de hum
vosso Deos Remphan, figuras que vos 1 mancebo, chamado Saulo.
fizestes, para aaorárías; transportar- I 59 E apedrejarão a Estevão, invo*-

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136 ÀÒTOS DOS APOSTOLOS, VIII.
cando elle, ê dizendo: Senhor Jesus, 13 E até o mesmo Simão cteo; e
recebe meu espirito. sendo baptizado, ficou de c ontinuo
60 £ pondo-se de juelhos, clamou,com Philippe: e vendo os sinaes, e
com grande voz: Senhor, nào lhes as grandes maravilhas que se fazíào,
imputes este peccado. E havendo estava atonito.
dito isto, adormeceo. 14 Ouvindo pois os Apostolos, que
estavâo em Jerusalem, qpe Samaria
recebêra a palavra de I)eos, euvia-
CAPITULO VIII. râo-lhes a Pedro e a Joâo.
CONSENTIA tambem Saulo cm 15 Os quaes havendo descido, orà-
E sua morte. E naquelle dia foi râo por elles, para que recebessem o
feita huma grande perseguição con­ Espirito Santo.
tra a Igreia, que estava em Jerusa­ 16 (Porque ainda sobre penhum del­
lem; e todos forào espargidos pelas les descêra; mas somente erão bap­
terras de Judea, e de Samaria, excep­ tizados em o nome do Senhor JesoiJ
to os Apostolos. 17 Entâo pozérão as mâos sobre el­
2 E alguns varoens pios levárão jun­ les, e recebèrâo o Espirito Santo.
tos a enterrar a Estevão, e fizérâo so­ 18 E como Simào v*o, que pela im­
bre elle grande pranto. posição das mãos dos Apostolos se
3 E Saulo assolava a Igreia, entran­ dava o Espirito Santo, oflereceo-Jhes
do pelas casas; e puxanao por ho­ dinheiro.
mens e mulheres, entregava-os na 19 Dizendo: Dai-me tam bem a min
prisào. este poder, que sobre qualquer qoe
4 Os que pois espargidos anda vâo, eu puzer as mâos recêba o Espirito
iâo passando pela terra, e annuncian- Santo.
do a palavra. 20 Porém Pedro lhe disse: teu di
5 E descendo Philippe à cidade de nheiro seja comtigo para perdiçàn.
Samaria, prégava-lhes a Christo. ue cuidaste que o dom de Deos p«
6 E as multidoens estavâo concorde- inheiro 8e alcance.
mente attenta» às cousas, que Philip­ 21 Nâo tens tu parte nem sorte nes­
pe dizia, porquanto ouviào, e viâo os ta palavra; porque teu coração náo he
sinaes que fazia. recto diante de Deos.
7 Porque os espíritos immundos sa- 22 Arrepende-te pois desta tua mal*
hiâo de muitos, que os tinhão, cla­ dade? e ora a Deos, se por ventura
mando a grande voz; e muitos para­ esta imaginação de teu coração se te
lyticos e coxos erão curados. perdôe.
8 E havia grande gozo naquelle ci­ 23 Porque em fel de grande amar­
dade. gura, e em travadura de maldade,
9 E havia hum certo varâo, por no­ vejo que estás.
me Simão, que dantes naquella cida­ 24 Respondendo porém Simão, dis­
de usára da arte magica, e a gente se : Orai vósoutros por mim ao Senhor,
de Samaria havia illudido. dizendo para que nada do que dissestes venha
de si, per algum grande. sobre mim.
10 Do qual todos pendiâo, desde o 25 Havendo elles pois testificado e
mais pequeno até o mais grande, di­ falado a palavra do Senhor, tornáráo
zendo : este he a grande virtude de a Jerusalem, e em muitas aldeas do*
Deos. Samaritanos annunciàrâo o Evange­
11 E pendiâo delle, porqne com suas lho.
artes magicas os havia ja de muito 26 E o Anjo do Senhor falou a Phi­
tempo illudido. lippe, dizendo: Levanta-te, e vai pa­
12 Mas como crêrâo a Philippe, que ra a banda do Sul, ao caminho que
lhes annunciava o Evangelho do Rei­ desce de Jerusalem para Gaza, a qual
no de Deos, e o nome de Jesu-Christo, he deserta.
baptizavâo-se assim homens, como 27 E levantou-se, e foi, e eis hum
mulheres. varâo Kthiope, Eunuc ho, Mordomo

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ACTOS DOS APOSTOLOS, IX. 137
oór de G&ndaoe, Bainha dos Ethio- do Senhor, foi ao Prínoipe dos Sacer­
>es, o qual eslava posto sobre todos dotes.
ea» thesouros, e a adorar viéra a Je- 2 E pedio-lhe cartas para Damasco,
usaiem; para as Synagogas, para que se achas­
28 E tomava, e assentado em seu se alguns deste caminho, assim ho­
arro, lia ao Propheta Isaias. mens como mulheres, os trouxesse
29 E disse o Espirito a Philippe: prezos a Jerusalem.
!hega-te, e ajunta-te a este carro. 3 E indo ja de caminho aconteceo,
30 E correndo Philippe, ouvio que que chegando perto de Damasco, su­
ia ao Propheta Isaias e disse: mas bitamente o cercou hum resplandor
ntendes tu o que lês í de luz do ceo.
31 E elle disse: e como poderia, se 4 E cahindo em terra, ouvio huma
lguem me n&o ensinasse í e rogou a voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por­
'hilippe que subisse, e com elle se que me persegues?
ssentasse. 6 E elle disse: Quem es Senhor ? E
32 E o lugar da Escritura que lia disse o Senhor: Eu sou Jesus, a quem
ra este: Como ovelha foi levado ao tu persegues. Dura cousa te he dar
Mttadouro, e oomo o cordeiro está eouces contra os aguilhoens.
íudo diante do aue o tosquia, as- 6 E elle tremendo, e atónito disse:
m sua boca nâo abrio. Senhor, que queres que faça l e o Se­
33 Em seu abatimento foi seu juizo nhor lhe disse: Levanta-te, e entra
rado ; e sua geração quem a oon- na cidade, e dir-se-te-ha ali o que te
irá? porque da terra sua vida he ti- convém fazer.
tda. 7 E os varoens que de caminho iâo
34 E respondendo o Eunucho a Phi- com elle, parárâo atonitos, ouvindo
ppe, disse: Rogo-te? de quem diz bem a voz, porém nâo vendo a nin­
lo o Propheta ? de si mesmo, ou de guém.
ítro alguem ? 8 E levantou-se Saulo da terra, e
*5 E abrindo Philippe sua boca, e abrindo seus olhos, nâo via a nin­
nnecando desta Escritura, evange- guém. E guiando-o pela mâo, levà-
zou-lhe Jesus. râo-o a Damasco.
(6 E indo elles caminhando, chegá- 9 E esteve tres dias sem ver; e nâo
o a huma certa agua; e disse o comeo, nem bebeo.
anucho: eis aqui agua; que me 10 E havia em Damasco hum certo
ipede ser baptizado ? discipulo, por nome Ananias; e dis­
17 E Philippe disse: Se crês de to» se-lhe o Senhor em visâo: Ananias;
>coraçáo, licito he. E respondendo e elle respondeo: eis me aqui, Se­
le? disse: Creio que Jesu-Christo henhor.
Filho de Deos. 11 E o Senhor lhe disse: Levanta-te,
8 E mandou parar o carro: e descê- e vai à rua chamada a Direita, e per­
o amboe à agua, assim Philippe, gunta em casa de Judas por hum
mo o Eunucho; e o baptizou. chamado, Saulo, de Tarso; porque
9 E como subirão da agua, o Espi- vés aqui que óra.
o do Senhor arrebatou a Philippe, 12 E tem visto em visâo, que hum
nâo o vio mais o Eunucho, e foi seu varâo, por nome Ananias, entrava, e
rninho grozoso. sobre elle punha a mào, para que tor­
0 Mas Philippe se achou em Azoto; nasse a ver.
ndo passando pela terra, annuncia- 13 E respondeo Ananias: Senhor, a
0 Evançelho era todas as cidades, muitos deste varâo ouvi, quantos ma­
1 que veio a Cesarea. les tem feito a teus santos em Jerusa­
lem.
CAPITULO IX. 14 E aqui tem poder dos Principes
dos Sacerdotes, para prender a todos
' SAULO, assoprando ainda amea- os que invocâo teu nome.
é ças e mortes contra os discipulos 15 Porém o Senhor lhe disse; vai*

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138 ACTOS DOS APOSTOLOS, IX.
porque vaso escolhido me he este, pa­ putava tambem contra os Gregos, po­
ra levar meu nome diante das Gentes, rém elles procuravão matá-lo.
e dos Reis, e dos filhos de Israel. 30 Entendendo-o porém os irm&os, o
16 Porque eu lhe mostrarei, quanto acompanhàrào até Cesarea, e o en-
padecer deva por meu nome. viàrào a Tarso.
17 £ foi Ananias e entrou na casa, e 31 As Igrejas pois por toda Judea, e
pondo as màos sobre elle, disse: Saulo Galilea, e Samaria, tinhão paz, e er&o
irmâo, o Senhor (convém a saber, Jesus, edificaaas; e andando em o temor do
que no caminho, por onde vinhas, te Senhor, e na consolação do Espirito
appareceo,) me enviou, para que tor­ Santo, se multiplicavào.
nes a ver, e sejas cheio do Espirito 32 E aconteceo, que passando Pedro
Santo. por todas as partes, veio tam bem aos
18 E logo lhe cahirâo dos olhos como santos que habitavâo em Lydda,
escamas, e recebeo logo a vista, e le- 33 E achou ali a hum certo homem,
vantando-se, foi baptizado. por nome Enéas, que havia oito anu»
19 E como comeo, ficou confortado. que jazia em huma cama, qual era
E esteve Saulo alguns dias com os paralytico.
discipulos, que estavâo era Damasco. 34 E disse-lhe Pedro: Enéas, Jeso-
20 E logo nas Synagogas pregava a Christo te dà saude, levanta-te, e faze
Christo, que aquelle era o Filho de tua cama. E logo se levantou.
Deos. 35 E vir&o-o todos os que habitavio
21 E todos os que o ouviâo, estav&o em Lydda e Sarona, os quaes se coo*
atonitos, e diziào: nào he este aquelle vertêr&o ao Senhor.
que era Jerusalem assolava aos que 36 E havia em Joppe hum a cera
invocavào este nome? e a isso veio discípula, por nome Tabitha. que ta*
aqui, para os levar presos aos Princi­ duziao, se diz Dorcas. E sta eataii
pes dos Sacerdotes ? cheia de boas obras, e esmolas que
22 Mas Saulo muito mais se esforça­ fazia.
va, e confundia aos Judeos que habi- 37 E aconteceo naquelles dias, qoe
tav&o em Damasco, provando que enfermando ella, morreo; e haven­
aquelle era o Christo. do-a lavado, a pozer&o no cenáculo.
23 E como passarào muitos dias, ti- 38 E como Lydda estava perto de
vérâo os Judeos entre si conselho pa­ Joppe, ouvindo os discipulos que Pe­
ra o matarem. dro estava ali, mandàrào-lhe doos
24 Mas suas ciladas viér&o à noticia varoens, rogando-i&e que nào se de­
de Saulo; e elles guardav&o as portas, tivesse era vir a elles.
assim de dia como de noite, para o 39 E levantando-se Pedro foi oom
poderem matar. elles; o qual como chegou, o leváiào
25 Porém tomando-o os discipulos ao cenáculo, e todas as viuvas o rode­
de noite, o guindarão pelo muro abaixo àrào, chorando, e mostrando-U« as
em hum ceBto. túnicas e os vestidos que Dorcas fizé­
26 E como Saulo veio a Jerusalem, ra quando estava com ellas.
jrocurava ajuntar-se com os discipu- 40 Porém Pedro lançando-as fora a
Í os; porém todos delle se temiâo, nào todas, pôz-se de joelhos, e orou ; e vi-
crendo que fosse discipulo. rando-se para o corpo, disse: Tabitha,
27 Mas tomando-o Bamabé comsigo, levantate: e ella abrio seus olhos, e
trouxe-o aos Apostolos, e contou-lhes vendo a Pedro, assentou-se.
como no caminho vira ao Senhor, 41 E dando-lhe elle a mâo, levantou-
e lhe falâra, e como em Damasco a ; e chamando aos santos, e às viuvas,
falàra ousadamente em o nome de apresentou-2Àa viva.
Jesus. 42 E foi isto notorio por toda Joppe,
28 E andava com elles entrando, e e crêrâo muitos em o âenhor.
sahindo em Jerusalem. 43 E aconteceo, aue ficou muitos
29 E falando ousadamente em o dias em Joppe, com num certo Simão
uome do Senhor Jesus; falava e dis­ curtidor.

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ACTOS DOS APOSTOLOS, X. 139

CAPITULO X. e tornou-se o vaso &recolher a riba


ao ceo.
HAVIA hum certo varào em Ce­ 17 E estando Pedro duvidando en­
E sáreo, por nome Comelio, Centu-
iào, do esquadrão chamado o Italia-
tre si, que seria aquella visào, que
vira; eis que os varoens, que forào
10 . enviados de Cornelio, perguntando
2 Pio, e temente a Deos, com toda pela casa de Simào, paràrào à porta.
ma caza, e que fazia muitas esmolas 18 E chamando perguntàrào, se Si­
io povo, e de continuo orava a Deos. mào, que tinha por sobrenome Pedro,
3 Este vio claramente era visào, qua- pousava ali ?
»i á hora nona do dia, a hum Anjo de 19 E pensando Pedro naquella vi­
)eo8, (jue entrava a elle, e lh* dizia: sào, disse-lhe o Espirito: eis que tres
Comelio. varoens te buscào.
4 E elle postos nelle os olhos, e mui 30 Levanta-te pois, e desce, e vai
itemorisado, disse: Que he Senhor í com elles nào duvidando; porque eu
i disse-lhe: tuas oraçoens e tuas es- os enviei.
nolas tem subido em memória diante 21 E descendo Pedro aos varoens,
le Deos, ue de Cornelio lhe forào enviados,
5 Envia pois agora alguns varoens a isse; eis que eu sou o que buscais;
ioppe, e manda chamar a Simào, que qual he a causa porque estais aqui %
em por sobrenome Pedro. 22 E elles disserão: Comelio o Cen^
6 Este pousa em caza de hum Si- turiào, varào justo, e temente a Deos,
nào curtidor, que tem sua caza junto e que tem bom testemunho de toda a
io m ar; este te dirá o que deves fa- nação dos Judeos, por divina revela­
:er. ção foi amoestado de hum santo An­
7 E ido o Anjo, que falava com Cor- jo, que te mandasse chamar a sua
ielio, chamou a dous de seus criados, caza, e ouvisse de ti as palavras de
i a hum soldado pio, dos que de con- salvação.
inuo lhe assistiào. 23 Chamando-os pois dentro, rece-
8 E havendo-lhes contado tudo, en- beo-os em caza. Porém o dia seguinte
iou-os a Joppe. foi Pedro com elles; e forào com el­
9 E o dia seguinte, indo elles ja de le alguns dos irmãos de Joppe.
aminho, e chegando perto da cidade, 24 £ o dia seguinte viérâo a Cesa-
ubio Pedro ao terrado a orar, quasi á rea. E Comelio os estava esperan­
iora sexta. do, havendo jà convocado a seus pa­
10 E tendo elle fome, quiz comer; e rentes, e aos amigos mais familiares.
stando-tóo aparelhando, cahio sobre 25 E succedeo que entrando Pedro,
lie hnm arrebatamento de sentidos. Cornelio sahio ao receber, e derriban­
11 E vio o ceo aberto, e que descia do-se a seus pés, o adorou.
elle hum certo vaso, como hum 26 Porém redro o levantou, dizen­
rande lançol, atado pelas quatro do : levanta-te, que tambem eu mes-
ontas, e abaixando-se á. terra. mo sou homem.
12 Em que havia de todos os ani- 27 E falando com elle, entrou; e
laes da terra de quatro pés, e féras, e achou a muitos que ali se ajuntárâo.
íptis. e aves do Ceo. 28 E disse-lhes: Bem sabeis vósou­
13 E foi-lhe feita huma voz: levan- tros, como nào he licito a hum varào
i-te Pedro, mata, e come. Judeo ajuntar-se ou chegar-se a estran­
14 Porém Pedro disse: em maneira geiros : porém Deos me mostrou, que
enhuma, Senhor; porque cousa ne- a nenhum homem chame commum
b um a commum, nem immunda, ou immundo.
u n c a comi. 29 Pelo que sendo chamado, vim
15 E toruou-lhe a voz segunda vez a sem contra-dizer. Assim que per­
i x e r : o que Deos purificou, nào o fa- gunto, porque razào me mandaste»
&s tu commum. chamar 1
16 E aconteceo isto por tres vçzes; 30 £ 4ú0e Comelio: QuaUo dias to»

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«40 ACTOS DOS APOSTOLOS, XI.
qne até estas horas estava em meu Prophetas, de que todos os que nelle
jejum, e orava &hora nona em mi­ crerem, receberão perdào de pecca­
nha caza. dos por seu nome.
31 E eis que hum var&o se pôz di­ 44 E falando Pedro ainda estas pa­
ante de mim com hum vestido res­ lavras, cahio o Espirito Santo sobre
plandecente, e disse: Cornelio, tua todos os que ouvi&o a palavra.
oraç&o he ouvida, e tuas esmolas tem 45 E os fieis que er&o d a cireun-
vindo em memória diante de Deos. cis&o, tantos quantos tinhão vindo
33 Envia pois a Joppe, e manda com redro, se espantâr&o de que tam­
chamar a Simão, que tem por sobre­ bem sobre as Gentes se derramasse o
nome Pedro; este pousa em casa de dom do Espirito Santo.
Stm&o o curtidor, junto ao m ar; o 46 Porque os ouviâo falar e m língu­
qual vindo, te falará. as estranhas, e magnificar a Deos.
33 Assim que logo a ti enviei; e bem Entâo respondeo Pedro:
fizeste em aqui vir. Agora pois aqui es­ 47 Pode por ventura alguem impe­
tamos todos presentes diante de Deos, dir a agua, que nâo sejâo baptizados
para ouvir tudo quanto de Deos te he estes, que tambem como nos recebe­
mandado. rão o Espirito Santo ?
34 E abrindo Pedro a boca, disse: 48 E mandou que fossem baptiza­
Por verdade acho, que Deos n&o he dos em o nome do Senhor. Entfo
aoeitador de pessoas. lhe rogârâo que ficasse com elles por
35 Sen&o que, aauelle que em toda alguns dias.
naçâo o teme, e oDra justiça, lhe he
agradavel. CAPITULO XI.
36 Esta he a palavra que enviou aos
filhos de Israèl, annunciando a paz OUVIRÃO os Apostolos, e os ir­
por Jesu-Christo: este he o Seirnor E mãos que estavâo em Judea, que
ae todos. tambem as (rentes reeebérâo a pala­
37 Bem sabeis vósoutros a palavra vra de Deos.
ue veio por toda Judea, começando 2 E subindo Pedro a Jerusalem, con-
esde Galilea, depois do baptismo tendiâo contra elle os que erão da
que Joâo prégou. circuncisão.
38 Aeerea de Jesus de Nazareth; 3 Dizendo: entraste a varoens in-
« eomo Deos o ungio com o Espirito circuncizos, e comeste com elles.
Santo, e com virtude: o qual andou 4 Porém começando Pedro contoo-
pela terra, bem fazendo, e curando a lhes tudo por ordem, dizendo :
todos os opprimidos do diabo; por­ 5 Estando eu orando em a cidade
que Deos era com elle. de Joppe, vi, arrebatado dos sentidos,
39 E nôs somos testemunhas de to­ huma visâo, a saber hum certo vaso
das as cousas que fez, assim em a que descia como hum grande lançol,
terra de Judea, oomo em Jerusalem; pelas quatro pontas désde o ceo aba­
ao qual matáráo, pendurando-o de ixado, e vinha até junto a mhn.
hum madeiro. 6 No qual pondo eu os olhos, con­
40 A este resuscitou Deos ao terceiro siderei, e vi animaes da terra de qua­
dia, e fez que fosse manifesto: tro pés, e feras, e reptis, e aves do
41 Nâo a todo o povo, sen&o ás tes­ ceo.
temunhas que Deos d’antes ordená- 7 E ouvi huma voz que me dizia:
ra; a saber a nosoutros, que junta­ levanta-te Pedro, mata, e come.
mente com elle comêmos, e bebêmos, 8 Porém eu aisse: em maneira
depois que dos mortos resuscitou. nenhuma Senhor; porque nunca cou­
43 E nos mandou prégar ao povo, e sa alguma commum, nem immunda,
testificar que elle he aquelle que de entrou em minha boca.
Deos foi ordenado por Juiz dos vivos 9 Mas a voz me respondeo do ceo
e dos mortos. segunda vez: o que Deos puriíicouf
>43 ▲este d&o testemunho todos es aâe- o chames tu ooramum.

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ACÍOS DOS APOSTOLOS, m 14!
10 E sucoedeo isto por tres vezes ; 24 Porque era homem de bera, e
e tomou-se tudo a recolher a riba ao cheio do Espirito Santo, e de fé ; •
ceo. muita gente se chegou ao Senhor.
11 E eis que na mesma hora tres 25 E pàrtio Bamabé a Tarso, a bus­
varoens, enviados a mim de Cesarea, car a Saulo; e achando-o, trouxe-o a
parárào junto á casa aonde eu esta­ Antiochia.
va. 26 E succedeo que todo hum anno
12 E o Espirito me disse, que fosse se congregárâo naquella Igreja, e en­
com elles, nào duvidando; e tam­ sinarão a muita gente; e que os dis­
bem estes seis irmãos forào comigo, cipulos primeiramente em Antiochia
e entramos em casa daquelle varào. se chamárào Christáos.
13 E contou-nos como vira estar hum 27 E naquelles dias descêrão de Je­
Anjo em sua casa, e lhe disséra: en­ rusalem alguns Prophetas a Antiochia.
via alguns varoens a Joppe, e manda 28 E levantando-se hum delles, por
chamar a Simào, que tem por sobre­ nome Agabo, dava a entender pelo
nome Pedro. Espirito, que havia de haver huma
14 O qual te falará palavras, com grande fome em todo o mundo : a
que tu, e toda tua casa te salves. uai tambem veio em tempo de Clau*
15 E como comecei a falar, cahio o 2 io Ceaar.
Espirito Santo sobre elles, como tam­ 29 E os discipulos determinárào de
bem ao principio sobre nosoutros. cada hum, coniorme ao que podesse;
16 E lembrei-me do dito do Senhor, mandar algum socorro para serviço
como disséra: bem baptizou Joào dos irmàos que habitavào em Judea.
com agua, mas vósoutros sereis bapti­ 30 O que tambem fizérâo, enviando-
zados com o Espirito Santo. o aos Anciãos por mào de Bamabé e
17 Assim que se Deos lhes deo igual de Saulo.
dom, como tambem a nosoutros, que
j á em o Senhor Jesu-Christo nave-
jnos crido; quem era eu pois, que a CAPITULO xn.
Deos podesse estorvar ? POR aquelle mesmo tempo pôz
18 E ouvidas estas cousas, apaziguá- E el-Rei Herodes as màos em al­
rào-se, e çlorificárão a Deos, aizendo: guns da Igreja, para os maltratar.
d e maneira que tambem ás Gentes 2 E matou a Jacobo, o irmão de
deo Deos arrependimento para vida. Joào, á espada.
19 E os que forào espargidos por 3 E venao que isto agradára aos Ju­
causa da oppressào, que succedeo por deos, passou adiante, para tambem
via de Estevào, passàrão pela terra até prender a Pedro, (e erão os dias dos
Phenicia, e Cypro, e Antiochia, nào pães asmos.)
falando a ninguém a palavra, senào 4 Do qual tambem pecando, lançou-
aos Judeos sós. o na prisão, entregando-o a quatro
20 E havia delles huns varoens Cyp- quatemos de soldados, que o guardas­
rios, e Cyrenenses, os quaes entrando sem ; querendo tirá-lo ao povo depois
em Antiochia, falàráo aos Gregos, da Pascoa.
annunciando ao Senhor Jesus. 5 Assim que Pedro era guardado na
21 E a máo do Senhor era com elles, prisão; porém a Igreja fazia continua
e muito numero creo, e se eonverteo oração por elle a Deos.
ao Senhor. 6 E quando Herodes o havia de ti­
22 E chegou a fama delles a ouvidos rar, aquella mesma noite estava Pe­
da Igreja que estava em Jerusalem ; dro dormindo entre dous soldados,
e enviarão a Bamabé, que fosse ate liado com duas cadeias; e as guardas
Antiochia. diante da porta guardavào a prisão.
23 O qual como chegou, e vio a gra­ 7 E eis que sobreveio o Anjo do Se­
ça de Deos, gozou-se; e exhortou a nhor, e huma luz resplandeceo na
todos, qu« cem proposito do coração prisão; e dando a Pedro na ilhar­
permanecessem em o Senhor. ga, despertou*o, dizendo; Levanta*tt

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142 ACTOS DOS APOSTOLOS, XITL
apresuradamente: e as cadeias lhe le, e persuadindo a Blasto, qne era o
uahirâo daa m&os. Camareiro d’el-Rei, pediâo paz; por­
8 E disse-lhe o Anjo: cinge-te, e ata quanto sua terra se sustentava da de
tuas alparcas; e fê-lo assim.1 Ê dis­ el-Rei.
se-lhe : lança às costas tua capa, e 21 E hum dia assinalado, vestindo-
segue-me. se Herodes de vestidos Reaes, e as­
9 E sahindo, o seguia; e n&o sabia sentado no tribunal, fez-lhes huma
que fosse verdade o que se fazia pelo pratica.
Anjo, mas cuidava que via alguma 22 E o povo exclamava: Voz d?
vis&o. Deos, e nâo de homem.
10 E como passàrâo a primeira e 23 É no mesmo instante o Anjo de
segunda guarda, viér&o à porta de Senhor o ferio, porquanto nào deo a
ferro, que vai para a cidade, a qual gloria a Deos; e comido de bichos
se lhes abrio por si mesma; e sahi- expirou.
dos passór&o huma rua, e logo o Anjo 24 E a palavra de Deos crescia, e
se apartou delle. se multiplicava.
H E tomando Pedro em si, disse: 25 E Barnabé e Saulo, havendo cran
agora verdadeiramente sei, que o rido aquelle serviço, se tomáráo è
Í
Senhor enviou seu Anjo, e me livrou erusalem, tomando tambem com?]
da m&o de Herodes, e de tudo o que go a Joâo, o que tinha por sobrenome
o povo dos Judeos esperava. Marcos.
12 E considerando elle isto, foi a ca­
sa de Maria, a mãi de Joâo, que tinha
por sobrenome Marcos, onde muitos c a p i t u l o xm.
estav&o juntos, e orando. HAVIA em Antiochia, na Igreji
13 E batendo Pedro à porta do páteo, E que ali estava, alguns propheta*
sahio huma menina por nome Kode, e doutores, a saber Barnabé e Simeâfc
a escutar. chamado Niger e Lucio Cyreneo, «
14 E conhecendo a voz de Pedro, de Manahen, que fora criado com Hew-
gozo n&o abrio a porta do páteo, se- des o Tetrarcha. e Saulo.
náo correndo para dentro, annunciou 2 E servindo elles ao Senhor, e jejc*
que Pedro estava fora á porta do pá- ando, disse o Espirito Santo: aparüu-
teo. me a Barnabé, e a Saulo, para a obn
16 E dissérâo-lhe : estás fóra de ti. para que os tenho chamaao.
Mas ella aifirmava que assim era. 3 Entâo jejuando, e orando, e pon
E dizião: seu Anjo he. do sobre elles as m&os, os despei
16 Porém Pedro perseverava em ba­ râo.
ter ; e como abrirão, virâo-o, e espan- 4 Estes pois enviados pelo Espirita
tárâo-se. Santo, descêrâo a Seleucia, e dali d»
17 E acenando-lhes elle com a mâo, vegárâo para Cypro.
ue calassem, contou-lhes como o 5 E chegados a Salatnina, dennfr
enhor o tiràra da prisão; e disse: ciavâo a palavra de Deos em as Si­
denunciai isto a Jacobo e aos irmãos. nagogas aos Judeos; e tinhão tam­
£ sahindo, partio para outro logar. bem a Joâo por ministro.
18 E fazendo-se ja de dia, havia 6 E havendo atravessado a ilha até
nâo pouco alvoroço entre os soldados, Papho. achárão a hum certo encan­
que se houvesse leito de Pedro. tador, falso propheta, Judeo, cujo
19 E como Herodes o buscou? e nâo nome era Bar-Jesus.
o achou, feita inquirição juridica das 7 O qual estava com o Proc ônsul
guardas, mandou-os levar presos. E Sergio Paulo, varâo prudente. Este
partindo de Judea para Cesarea, ficou chamando a si a Barnabé, e a Saulo,
ali. procurava muito ouvir a palarra de
20 E intentava Herodes fazer guer­ Deos.
ra aos de Tyro, e de Sidon; porém 8 Mas resistia-lhes Elymas o encan­
Vindo elle» de commum accorao a el­ tador, (que assim interpreta aett

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ACTOS DOS APOSTOLOS, Xm.* 143
nome,) procurando apartar da fé ao 22 E tirando a este, levantou-lhes
Proconsul. por Rei a David, ao qual tambem deo
9 Porém Saulo, aue tambem se cha­ testemunho; e disse: a David filho de
m a Paulo, cheio ao Espirito Santo, e Jesse achei, varâo conforme a meu
pondo nelle os olhos, disse : coração, que fará toda minha von­
10 O* filho do Diabo, cheio de todo tade.
engano e de toda malicia, inimigo de 23 Da semente deste, conforme a
toda. justiça, nâo cessarás de perver­ promessa, levantou Deos a Jesus por
te r os rectos caminhos do Senhor ? Salvador de Israel.
11 Agora pois vês aqui a mâo do Se­ 24 Havendo Joâo primeiro, antes de
nhor contra tf, e serás cego, não ven­ sua vinda, a todo o povo de Israel
do o sol por algum tempo. E no mes­ prégado o baptismo de arrependimen­
m o instante cahio nell e escuridade, to.
e trevas; e andando ao redor, busca­ 25 Mas como Joáo cumprisse sua
v a quem o guiasse pela mâo. carreira, disse: Quem cuidais vós que
12 Entâo vendo o Procônsul o que eu sou i Eu nâo sou o Christo} mas
havia succedido, creo, pasmado da eis que após mim vem aquelle, cujas
doutrina do Senhor. alparcas dos pés eu nâo sou digno
13 E partidos de Papho, Paulo e os desatar.
que com elle estavâo, viérão a Perges 26 Varoens irmãos, filhos da gera­
cidade de Pamphylia. Porem Joâo, ção de Abraham, e os que entre vós­
apartando-se delles tornou a Jerusa­ outros temem a Deos, a vósoutros he
lem. enviada a palavra desta salvação.
14 E elles passando de Perges? vié­ 27 Porque nâo conhecendo os que
râo a Antiochia cidade de Pisidia; e habitavâo em Jerusalem, nem seus
entrando na Synagoga hum dia de Principes, a este; condemnando-o,
Sabbado, assentárâo-se. assim cumprirão as vozes dos Pro­
15 E depois da lição da Lei e dos phetas, que se lém todos os Sabbados.
Prophetas, os Principes da Synagoga 28 E nenhuma causa de morte
enviárâo a elles dizendo: Varoens achando, pedirão a Pilatos que fosse
irmãos, se em vósoutros ha alguma morto.
palavra de consolação para o povo, 29 E havendo elles cumprido todas
falai. as cousas, que estavâo escritas delle,
16 E levantando-se Paulo, e feito si­ tirando-o do madeiro, o pozérão na
lencio com a mão, disse: Varoens sepultura.
Israelitas, e os que temeis a Deos, 30 Porém Deos o resuscitou dos mor­
ouvi: tos.
17 0 Deos deste povo de Israel ele- 3 1 0 qual foi visto por muitos dias
geo a nossos Pais, e exaltou ao povo, dos que com elle de Galilea subirão
sendo elles estrangeiros em terra de a Jerusalem, e são suas testemunhas
Egypto, e com braço levantado os ti­ para cora o povo.
rou delia, 32 E nósoutros vos evangelizamos a
18 E por tempo de quasi quarenta promessa, que foi feita aos Pais; a
annos, supportou seus costumes no qual Deos já nos cumprio a nósoutros
deserto. seus filhos, a Jesus resuscitando.
19 E destruindo a sete gentes na 33 Como tambem estâ escrito no
terra de Chanaan, por sorte lhes re- Psalmo segundo; meu Filho es tu,
partio sua terra. hoje te gerei.
20 E depois disto, quasi auatrocen- 34 E que o resuscitasse dos mortos,
tos e cincoenta annos lhes aeo Juizes para nunca mais tornar á corrupção,
até o Propheta Samuel. assim disse: as fieis beneficencias de
21 E desde entâo pedirão Rei, e David vos darei.
deo-lhes Deos a Saul, filho de Óis, 35 Pelo que tambem em outro Psal­
varâo da tribu de Benjamin, por espa- mo diz: não darás a teu Santo para
f o de quarenta ânuos. que veja corrupção.

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144 ACTOS DOS APOSTOLOS, 30V.
86 Porque lia verdade, havendo Da­ mulheres religiosas • honradas, ê
vid em seu tempo servido ao conse­ aos principaes da cidade, e levaátà-
lho de Deos, dormio, e foi posto junto rào perseguição contra Paulo e Bar-
a seus pais, e vio corrupção. nabe, e os lançàrào fóra de seos ter­
37 Mas aquelle que Deos resuscitou, mos.
nenhuma corrupção vio. 51 Porém sacudindo oontra elles o
38 Seja-vos pois notorio, varoens ir­ pó de seus pés, viérâo a Iconio.
mão®, que por este se vos annunc ia re- 52 E os discipulos eachiâo-se de ale­
• missão dos peccados. gria, e do Espirito Santo.
39 E que de tudo do que pela Lei de
Moyses, nào podestes ser justificados, CAPITULO X IV .
neste he justificado todo aquelle que
crê. ACONTECEO em Iconio que e»>
40 Vêde pois, que sobre vósoutros E tràrào juntos na Synagoga d»
nào venha o que nos Prophetas està Judeos, e falarfto de tal m aneira, q&*
dito: creo huma grande multid&o, assim de
41 Véde, 6 desprezadores, e espan­ Judeos, como de Gregos.
ta i-v o s , e esvaecei-vos: porque obra 2 Porém os Judeos incrédulos incitá-
o b ro em v o s so s d ia s , o D ra que nào a rào e irritarfto os ânimos d as Gente*
crereis se alguem vo-la contar. contra os irmãos.
42 E sahidos da Synagoga os Judeos, 3 Detivérào-se pois <ãi muito tempo^
roçârào as Gentes que o Sabbado se­ falando ousadamente em o Senhor,
guinte as mesmas palavras se lhes fa­ o qual dava testemunho à palavra <k
lassem. sua graça, dando que sinaes e prodí­
43 E acabada a Synagoga, muitos gios se fizessem por soas m&os.
dos Judeos, e dos religiosos proseiytos, 4 E a multidào da cidade se dhridie;
segui rào a Paulo e a Bamabé; os e huns erào pelos Judeos, e outros pe­
quaes falando-lhes, os admoestavào, los Apostolos.
que permanecessem na graça de 5 E fazendo-se huma revolta, a s m
dos Judeos como das Gentes, junt*
44 E o Sabbado seguinte ajuntou-se menU com seus príncipes, para m
nuasi toda a oidade, a ouvir a palavra afrontarem, e apedrejarem:
ae Deos. 6 Entendendo-o elles, acolhêrào-se
45 Porém vendo os Judeos as multi- a Lystra, e Derbes, cidades de Lyca*
doens; enchèrào-se de inveja, e con- onia. e à provincia do redor.
tradiziào ao que Paulo dizia, contradi­ 7 E ali prégavào o Evangelho.
zendo. e blasfemando. 8 E hum certo varào em Lystra e»
46 Mas Paulo e Bamabé, usando de tava assentado, impotente dos pé&
ousadia, disserão: a vósoutros era coxo desde o ventre de soa m ãi, qne
mister, que primeiro a palavra de nunca tinha andado.
Deos se vos falasse; mas porque a 9 Este ouvio falar a Paulo; o qaal
engeitais, e vos nào julgais dignos da pondo os olhos nelle, e vendo que ti»
vida eterna, vêdes aqui que nos tor­ nha fé para sarar;
namos às Gentes. 10 Disse com grande voz: Levanta-
47 Porque assim no-lo mandou o Se­ te direito sobxe teus pés: e elle sal­
nhor, dizendo: Por luz das Gentes te tou, e andou.
puz, para que fosses por salvaçào até 11 E vendo as multidoens o que
o cabo da terra. Paulo fizéra, levantàrâo suas vozes,
48 E ouvindo isto as Gentes, ale- dizendo em lingua Lycaonia: os De­
gràrào-se, e glorificavâo a palavra do oses se tem feito semelhantes aos ho­
Senhor; e cré rào todos quantos esta- mens. e a nosoutros descérào.
vào or de nados para a vida eterna. 12 É a Bamabé chamavâo Júpiter;
49 E divulgava-se a palavra do Se­ e a Paulo, Mercúrio; porque este era
nhor por toda aquella provincia. o que falava,
50 Mas os Judeos incitàrào algumas 13 E o Sacerdote de Júpiter, qne es-

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ACTOS DOS APOSTOLOS, XV. 146
*v& dftante d» sua eidado, trazendo donde à gmçm de Deos foráo encom-
ouros e grinaldas á entrada da porta, mendados, para a obra que ja haviâo
som a multidão queria sacrificar-/^. cumprido.
14 Porém ouvindo-o os Apostolos 27 E como ali viérâo, e ajuntárão a
iarnabé e Paulo, rasgárâo seus vesti- Igreja, relatarão qu&o grandes cousas
los, e saltárâo entre a multidão, cla- Deos com elles fizéra; e como áa
nando, Gentes abrira a porta da fé.
15 E dizendo: varoens, porqne fa­ 28 E ficàrâo ali náo pouco tempo
ieis estas cousas ? Tambem nôs so- com os discipulos.
nos homens como vósoutros, sugekos
ts mesmas paixoens, e vos denuncia-
nos que vos convertais destas vaida- CAPITULO XV.
les ao Deo» vivo, que fez o ceo, e a ALGUNS que de Judea haviâo
erra, e o mar, e tudo quanto nelles
ia.
E descido, ensinavâo aos irmãos,
dizendo: Se conforme ao uso de Moy­
16 O aual nos tempos passado9 dei- ses vos nâo circuncidardes, nâo vos
iou andar a todas as Gentes cada hur podeis salvar.
na em seus caminhos. 2 Feita pois por Paulo e Barnabé
17 Ainda que com tudo a si mesmo nâo pequena reeistencia e contenda
« náo deixou sem testemunho, bem- contra elles, ordenárfto que Paulo e
azendo desde o ceo, dando-nos chu- Barnabé, e alguns outros delles su­
ras e tempos fructiferos, e enchendo bissem aos Apostolos, e aos Anciãos
io sso s coraçoens de mantimento e de a Jerusalem sobre esta questão.
ilegria. 3 Assim que acompanhados elles da
18 E dizendo isto. apenas detivérâo Igreja, passàrâo por Phenice, eSama-
is multidoens que lhes n&o sacrificas- ria, contando a conversão das Gentes:
iem. e davâo grande alegria a todos os ir­
19 Porém sobreviérão huns Judeos m&os.
le Antioehia, e de Iconio, e persuadi- 4 E vindos a Jerusalem, forão rece­
*áo a multidão; e apedrejando a Pau- bidos da Igreja, e dos Apostolos, e dos
o, trouxérâo-o arrastando fora da ci- Anciãos; e denunciàrâo-lhes «juâo
lade. cuidando aue era morto. grandes cousas Deos com elles tmha
20 Mas rodeando-o os discipulos, le- feito.
rantou-se, e entrou na cidade; e o 5 Porém oue alguns da seita dos Pha­
lia seguinte sahio com Barnabé para riseos, que naviâo crido, se levantárâo,
Derbes. dizenao: Que he necessário circun­
21 E havendo denunciado o Evan- cidá-los, e mandar-tòes que guardem
elho áquella cidade, e feito muitos a Lei de Moyses.
iscipulos, tornárâo-se a Lystra, e a 6 E congregãrâo-se os Apostolos, e
como, e a Antioehia: os Anciãos, para attentarem neste ne­
22 Confirmando os animos dos disci- gocio.
>ulos, e exhortando-os a que perma- 7 E havendo grande contenda, Pe­
íecessem na fé? e que por muitas tri- dro se levantou, e lhes disse: Varo-
>ulaçoens nos importa entrar em o ens irmãos, bem sabeis como ja vai
£eino de Deos. por muito tempo, que Deos entre nos
23 E havendo-lhes por commum me elegeo, para que por minha boca
consentimento eleito Anciáos em ca­ as Gentes ouvissem a palavra do
la Igreja, orando com jejuns, encom- Evangelho, e cressem.
nendárâo-os ao Senhor, em o qual ha- 8 E Deos, que conhece os coraçoens,
riâo crido. lhes deo testemunho, dando-lhes o Es­
24 E passando por Pisidia, viérâo a pirito Santo, como tambem a nósou­
Pamphylia. tros.
25 É havendo falado a palavra em 9 E nenhuma differença fez entre
>erges descér&o a Attalia. nósoutros e ellas, purificando pela fé
26 E dali navegárâo para Antioehia, seus ooraçoens.
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14* ACTOS DOS APOSTOLOS, XV.
10 Agora pois, porquê tentais a De­ que sahirão d’entre nosoutros, voe
os, pondo hum jugo sobre o pescoço perturbarão com palavras, e fizérâo
dos discipulos ; que nem nossos pais, titubear vossas almas, dizendo que de­
nem nosoutros podémos levar ? veis circuncidar-vos, e guardar a Lei,
11 Antes cremos, que pela graça do aos auaes tal não mandámos:
Senhor Jesu-Christo seremos salvos, 25 Pareceo-nos bem ajuntados con-
como tambem elles. cordemente, eleger alguns varoens, e
12 £ toda a multidão calou; e ouvi­ enviar-vo-los com nossos amados Bar­
rão a Barnabé e a Paulo, que conta- nabé, e Paulo.
vâo, quão grandes sinaes e prodigios 26 Homens que ja entregarão suas
Deos por meio delles entre as Gentes vidas pelo nome de nosso Senhor Jesu-
fizéra. Christo.
13 E havendo-se estes calado, res- 27 Assim que enviamos a Judas, e a
pondeo Jacobo, dizendo: Varoens ir­ Silas, os quaes tambem de boca o
mãos, ouvi-me. mesmo vos denunciarão.
14 Simeão contou, como primeiro 28 Porque ao Espirito Santo, ean ó *
Deos visitou as Gentes, para tomar soutros pareceo bem, de nenhuma
delias hum povo para seu nome. carga mais vos impór, senâo esta*
15 E com isto concordão as palavras cousas necessarias:
dos Prophetas, como està escrito: 29 Convem a saber: Que vos abste­
16 Depois disto tornarei, e reedifica­ nhais das causas sacrificadas aos ído­
rei o Tabemaculo de David, que ca­ los, e de sangue, e de afíbgado, e àe
hido està, e reedificarei suas ruinas, fornicação; aas quaes cousas, se vos
e o tomarei a levantar: guardardes, bem fareis. Bem vos
17 Para que o resto dos homens bus­ vá.
que ao Senhor, e todas as demais Gen­ 30 Despedidos pois elles, viérâo a
tes, sobre as quaes meiinome he in­ Antiochia, e ajuntando a multidão, en-
vocado, diz o Senhor, que faz todas tregârão a carta.
estas cousas. 31 E lendo-a alegrárão-se ácerca da
18 Notórias são a Deos desde ab consolação.
eterno todas suas obras. 32 Judas pois, e Silas, como tambem
19 Pelo que julgo, que os que das erão Prophetas, com muitas palavra
Gentes se convertem a Deos, nâo de­ exhortàrâo e confirmarão aos irmãos.
vem ser perturbados. 33 E detendo-so ali algum tempo, os
20 Senão escrever-lhes, que se ab- irmãos os deixárão tomar em paz aos
stenhão das contaminaçoens dos ido­ Apostolos.
los, e de fornicação, e de affogado, e 34 Porém a Silas lhe pareceo bem
de sangue. ficar ali.
21 Porque Moyses, desde os tempos 35 E Paulo e Bamabé ficàrâo em
antigos, tem em cada cidade quem o Antiochia, ensinando e evangelizan­
prégue, e nas Synagogas cafla Sabba­ do, com outros muitos, a palavra do
do he lido. Senhor.
22 Entáo pareceo bem aos Apostolos, 36 E depois de alguns dias, disse
e aos Anciãos, cora toda a Igreja, ele­ Paulo a Barnabé: Tomemos-uos a
ger delles alguns varoens, e os envi­ visitar a nossos irmãos por cada cida­
ar com Paulo e Bamabé a Antiochia: de, em que ja denunciamos a palavra
a saber a Judas, que tinha por sobre­ do Senhor, a ver como estão.
nome Barsabas, e a Silas; varoens 37 E Barnabé aconselhava, que to­
principaes entre os irmãos. massem comsigo a João chamado
23 E escrevérâo cora elles o seguin­ Marcos.
te : Os Apostolos, e os Anciãos, e os 38 Mas a Paulo lhe parecia razão,
irmãos, aos irmãos das Gentes^ que que nâo tomassem comsigo aquelle,
estão em Antiochia, e Syria, e Cilicia, que desde Pamphylia se apartára del­
aande. les, e com elles não fdra âquella
24 Porquanto ouvimos, que alguns^ obra.

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ACTOS DOS APOSTOLOS, XVI. 147
>89 Hoüve pois «fcire elles tal conten­ meira cidade desta parte de Macedo­
da, que se apartàr&o hum do outro: e nia, t he huma colonia: e estivemos
tomando Barnabé comsigo a Marcos, naquella cidade alguns dias.
navegou para Cvpro. 13 E o dia do Sabbado sahimos fóra
40 Porém Paulo escolhendo a Silas, da cidade ao rio, aonde se costumava
partio, encommendado dos irm&os & fazer a oraç&o: e assentando-nos, fa­
graça de Deos. lamos às mulheres que ali se ajunta­
41 E foi passando por Syria e Cilicia, rão.
confirmando as Igrejas. 14 E huma certa mulher, por nome
Lydia, vendedora de purpura, da ci­
CAPITULO XVI. dade ae Thyatira, que servia a Deos,
nos ouvio, o coração da qual o Senhor
VEIO até Derbes e Lystra: e eis abrio, para cjue estivesse attenta ao
E que estava ali hum certo discipu­ que raulo dizia.
lo, por nome Timotheo, filho de huma 15 E como foi baptizada ella e sua
mulher Judea fiel, mas de pai Grego. casa, rogou-nos, dizendo: Se haveis
2 Do qual dav&o bom testemunho os julgado que eu seja fiel ao Senhor,
irm&os, que estavâo em Lystra, e em entrai em minha casa e ficai ali. E
Iconio. constrangeo-nos.
3 Este quiz Paulo que fosse com el­ 16 E aconteceo, que indo nósoutros
le: e tomando-o, circuncidou-o, por à oraç&o, nos sahio ao encontro huma
causa dos Judeos, que estavâo naquel­ moça, que tinha espirito Pythonico:
les lugares: porque todos conheciâo a qual com advinhar trazia grande
seu pai, aue era Grego. ganancia a seus Senhores.
4 É indo passando pelas cidades, 17 Esta seguindo após Paulo e a nó­
lhes entregavâo as ordenanças, que soutros, clamava, dizendo: Estes ho­
for&o determinadas pelos Apostolos e mens sâo servos do Deos Altíssimo,
Anciãos em Jerusalem, para que as que nos denuncião o caminho da sal­
guardassem. vação.
5 Assim que as Igrejas erão confir­ 18 E isto fazia ella por muitos dias.
madas na fé, e cada dia se augmenta- Porém descontentando isto a Paulo,
váo em numero. virou-se,e disse ao espirito: em nome
6 E passando por Phrygia, e pela de Jesu-Christo te mando, aue delia
provincia de Galacia, impedio-se-lhes saias. E na mesma hora sanio.
pelo Espirito Santo, de falarem a pa­ 19 E vendo seus Senhores que a es­
lavra em Asia. perança de sua ganancia era ida, pe­
7 E como viérâo a Mysia, intentav&o garão de Paulo, e de Silas, e os levá-
ir a Bethynia; e n&o lho permittio o râo ã Praça, perante os Maioraes.
Espirito. 20 E apresentando-os aos Capitaens,
8 E passando de largo a Mysia, de- disserão: estes homens alvoroção nos­
ecér&o a Troas. sa cidade, nâo obstante serem Judeos.
9 E vio Paulo de noite huma vis&o; 21 E pregão ritos que não nos he li­
e foi que hum var&o Macedonio se lhe cito receber, nem fazer; visto que
pôz diante, ro^ando-lhe? e dizendo: somos Romanos.
Passa a Macedonia, e ajuda-nos. 22 E a multidão se levantou junta­
10 E como vio a vis&o, logo procurá­ mente contra elles; e rasgando-lhes
mos partir para Macedonia, concluin­ os Capitaens os vestidos, mandarão-
do dali que o Senhor nos chamava, os açoutar.
para lhes denunciar-mos o Evange- 23 E havendo-lhes dado muitos açou­
tes os lançarão na prisão; mandando
11 Navegando pois desde Troas, vi­ ao Tronqueiro que os guardasse se­
emos correndo caminho direito a Sa- guramente.
mothracia, e o dia seguinte a Neapo- 24 O qual recebido hum tal manda­
lee. mento, lançou-os no cárcere de mais a
12 E dali a Philippos, que he a pri­ dentro, segurou-lhes os pós no tronco.

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ACTOS DOS APOSTOLOS, XVU.
25 E perto d* m e» noite orando 40 E sabfcido de prnte, n t ffcto f*
Paulo e oilas, e cantando hymnos a casa de Lydia, e vendo aos irmâo^ os
Deos, escutâvâo-os os outros prezos. consolârâo; e da cidade sahirâo.
26 E de repente se fez hum tâo
grande terremoto, que os alicerces do c a p it u l o xm
cárcere se moviâo: e logo todas as
ortas se abrirão, e as prizoens de to- TOMANDO seu caminho por Am-
S os se 8oltàrâo. E phipolis e Appollonia, viérâo t
27 E acordando o Tronqueiro, e ven­ Thessalonica, âonde havia huma Sy­
do abertas as portas da prisão, tiran­ nagoga de Judeos.
do da espada, se houvéra de matar, 2 E entrou Paulo a elles, como tinha
cuidando que ja os prezos erão fugi­ de costume, e por tres Sabbados dis-
dos. putava com elles pelas Escrituras.
28 Porem Paulo clamou com grande 3 Declarando-os, e propondo-lha,
voz. dizendo: nâo te faças nenhum que convinha que o Christo padeces­
mal, que todos estamos aqui. se, e dos mortos resuscitasse: e <jue
29 ET pedindo luz, saltou dentro, e este Jesus he o Christo, qne en, èa*
grandemente tremendo, se derribou elUj vos denuncio.
aos pés de Paulo e Silas. 4 E alguns delles crê râo, e com Pm*
30 E tirando-os fóra, disse: Senho­ lo e Silas se ajuntárâo; e dos Grego*
res, que me he necessário fazer para religiosos grande multid&o; e mulne*
me salvar 1 res principaes nâo pouoas.
31 E elles lhe dissérâo: Crê em o 5 Porem os Judeos desobediente*
Senhor Jesu-Christo, e salvar-te has, movidos de inveja, tomárâo comsigo
tu, e tua casa. alguns homens malignos dos maga*
32 E falárâo-lhe a palavra do Senhor, nos, e ajuntando ao povo, alvoroçârâoa
e a todos os que estavâo em sua ca­ cidade : e acomettendo a casa de Ja­
sa. son, procuravão tira-los ao povo.
33 E tomando-os elle comsigo, na­ 6 È nâo os achando, trouxérão o*
quella mesma hora da noite, lavou- violência a Jason, e a alguns irmãos*
íkes os açoutes, e logo foi baptizado aos Maioraes da cidade, clamando;
elle, e todos os seus. estes que ao mundo tem alvoroçado
34 E levando-os a sua casa, pòz-lhes viérâo tambem até aqui.
a mesa; e gozou-se de que oom toda 7 Aos quaes Jason tem recolhido, e
sua casa cresse em Deos. todos estes fazem contra os mandaoos
35 E sendo ja de dia, mandàrâo os de Cesar, dizendo; que ha outra la ,
Capitaens aos quadrilheiros, dizendo: a saber Jesus.
solta áquelles homens. 8 E alvoroçàrâo a multidão, e aos
36 E o Tronqueiro denunciou estas Maioraes da cidade, que ouviâo estas
palavras a Paulo, dizendo; os Capita­ cousas.
ens tem mandado que vos soltem: as­ 9 Porem recebida satisfacçâo de Ja­
sim agora sahi, e iae em paz. son, e dos de mais, os soltarão.
37 Porem Paulo lhes disse: açoutan- 10 E logo os irmãos envi&rfto de
do-nos publicamente, e sem ser sen­ noite a Paulo, e a Silas, a Berea: os
tenciados, sendo homens Romanos, uaes chegando lâ, forão â Synagoga
nos lançárâo na prisão, e agOTa encu- os Judeos.
bertamente nos lançâo fóra ? nâo ha 11 E forão estes mais nobres que os
de ser assim, senâo que venhâo elles JudeoSj que estavâo em Thessalonica,
mesmos, e nos tirem fora. como aquelles que reoebèrâo a pala­
38 E tomárâo os quadrilheiros a di­ vra com toda boa affeiçâo, examinan­
zer aos Capitaens estas palavras: e do cada dia as Escrituras, se estas
temèrâo, ouvindo que erão Romanos. cousas assim erão.
39 E vmdo rogárâo-lhes, e tirando- 12 Assim que muifos delles crôTâo,
os fóra, pedirâo-lhes que da cidade e das mulheres Gregas honestas, e
«ahissera. dos varoens nâo poucos,

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ACTOS DOS APOSTOLOS, XVIII. 149
2d Mm eomo es Judeos de Thessa- 25 Nem t&o pouco servido he per
lonica entendér&o, que tambem em m&os de homens, cesno de eousa al­
Berea a palavra de Deos era denun­ guma necessitando : pois elle sô a to­
ciada por Paulo, viét&o tambem lá, dos dá a vida, e a respiração, e todas
e commovér&o as multidoens. as cousas.
14 Porem no mesmo instante man- 26 £ de hum sangue fez toda a ger­
dár&o os irm&os a Paulo, que fosse aç&o dos homens, para habitarem so­
como ao mar: mas Silas e Timo- bre toda a face da terra, determinan­
theo ficár&o ali. do os tempos já d’antes ordenados, e
15 £ os que a Paulo acompanharão, os termos de sua habitação.
o levárão até Athenasi e recebendo 27 Para que ao Senhor buscassem,
mandado para Silas e Timotheo, aue se por ventura o pudessem apalpar e
viessem a elle o mais c edo que puaes- achar: ainda que n&o está longe de
stm, rartiráo. cada hum de nosoutros.
16 £ em quanto Paulo os esperava 28 Porque nelle vivemos, e nos mo­
em Athenas, seu espirito se accendia vemos, e somos; oomo tambem al­
nelle, vendo a cidade táo dada á idol­ guns de vossos Poetas dissérão: Por­
atria. que tambem sua geraç&o somos.
17 Asaim que disputava na Synago- 29 Sendo pois geração de Deos, nâo
ga oom os Judeos, e com os Religio­ havemos de cuidar que a Divindade
sos ; o na praça cada dia, com os que seja semelhante a ouro, ou a prata, ou
lhe occorri&o. à pedra esculpida por artificio e
1 8 £ alguns dos Philosophos Epicu-f imaginaç&o de nomens.
reos, e Estoicos, contendi&o com elle: 30 Assim que dissimulando Deos os
e huns diziAo: Que quer dizer este tempos de ignorancia, agora denuncia
Paroleiro ? e outros: parece he préga- a todos os homens, e em todo lugar,
dor de Deoses estranhos; porquanto que se arrepend&o.
lhes evangelizava a Jesus e a resurei- 31 Porquanto tem estabelecido hum
ç&o. dia, em que justamente ha de julgar
1 9 £ tomando-o, trouxér&o-oao Areo- ao mundo, por aeuelle var&o, que para
pago, dizendo; Náo poderemos saber, isso tem ordenado; dando disso certe­
CjHedoatrinanova seja esta de que za a todos, reBuscitando-o dos mortos.
32 £ como ouvír&o da resurreiçâo
20 Porque cousas estranhas nos tra­ dos mortos, alguns zombav&o : e ou­
zes aos ouvidos: queremos pois saber, tros diziâo : outra vez ácerca aisto te
qne isto quererá vir a ser. ouviremos.
2 1 (Ent&o todos os Athenienses, e os 33 £ assim sahio Paulo do meio del­
hospedes estrangeiros, em nenhuma les.
outra cousa se occupavâo, senâo em 34 Porem chegando-se alguns varo­
dizer e em ouvir cousa alguma de ens a elle. crèrâo: entre os quaes foi
novo.) tambem Dionysio o Areopagita, e hu­
22 £ estando Paulo no meio do Areo- ma mulher por nome Damaris, e ou­
pago, d isso: Varoens Athenienses, tros mais com elles.
em tudo vos vejo como mais supersti­
ciosos. c a p itu lo xvm .
23 Porque passando eu pela cidade, e
vendo vossos Sanctuarios, achei tam­ DEPOIS disto partio Paulo de
bem hnm altar, em que estava escrito: E Athenas, e veio a Corintho.
AO DE06 NAO CONHECIDO. A es­ 2 £ achando a hum certo Judeo, por
te pois que vósoutros nâo conhecen­ nome Aquila, natural de Ponto, aue
do servis, a esse vos denuncio eu. havia pouco que tinha vindo de Italia,
S 4 O Deos que fez o mundo, e todas e a Priscilla sua mulher, (porquanto
as cousas que nelle h a ; este, sendo Cláudio mandára que todos os Judeos
Senhor do ceo e da terra, n&o habita de Roma sahissem) veio a elles.
em templos feitos de m&os. 3 £ porque era do mesmo ofBcio,

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150 ACTOS DOS APOSTOLOS, XDC.
ficou com elles, e trabalhava: porque tosqueado a cabeça em Cenchxas, por­
tinhão por officio fazer tendas. que tinha feito voto.
4 E disputava na Synagoga cada 19 E chegou a Epheso, e deixou-oo
Sabbado; e a Judeos, e a Gregos per­ ali: porem elle entrando na Synago­
suadia áfc. ga, disputava com os Judeos.
5 £ como Silas e Timotheo descerão 20 E rogando-/Ae elles, que com elle*
de Macedonia, foi Paulo constrangido por mais algum tempo ficasse, ofe
do Espirito, testificando aos Judeos conveio nisso.
que Jesus era o Christo. 21 Antes se despedío delles, dizeo
6 Porem resistindo, e blasfemando do; necessário me he era todo caso tera
elles, sacudio os vestidos, e disse-lhes: festa que vem em Jerusalem: mis
vosso sangue seja sobre vossa cabeça; outra vez, querendo Deos, a voaootn*
limpo estou eu : e desde agora às tomarei j e partio de Epheso*
Gentes irei. 22 E vmdo a Cesarea, subio a Jtrm
7 E partindo dali, entrou em casa lem, e saudando a Igreja, desoeo a àb-
de hum, por nome Justo, que servia tiochia.
a Deos, cuja casa estava a par da 23 E estando ali algum tempo partio.
Synagoga. passando successivamente pela pro­
8 E Crispo, o Maioral da Synagoga, vincia de Galacia e Phrygia, confir­
creo no Senhor com toda sua casa; e mando a todos os discipulos.
ouvindo-o muitos dos Corinthios, crê- 24 E chegou a Epheeo hum certo
rào e forão baptizados. Judeo, por nome Apollos, natural de
9 E disse o Senhor em visâo de noite* Alexandria, var&o eloquente, poderoso
a Paulo: nào temas, sen&o fala, e n&o em as Escrituras.
cales. 25 Este era ja instruido no caminb)
10 Porque eu comtigo estou, e nin­ do Senhor; e fervente de espirito.fi­
guém de ti lançará máo para te fazer lava e ensinava diligentemente
m al: porque muito povo tenho nesta cousas do Senhor: sabendo somente
cidade. o baptismo de Jo&o.
11 E ficou ali hum anno e seis meses, 26 E começou este a falar ousada­
ensinando entre elles a palavra de De­ mente na Synagoga; e ouvindo^)
os. Priscilla e Aquila, o tom&r&o comsigo,
12 Porem sendo Gallio Proconsul de e declararào-lhe mais pontualmente
Achaia, se levantár&o os Judeos con- o caminho de Deos.
cordemente contra Paulo, e o trouxé­ 27 E querendo elle passar a Achaia.
rão ao Tribunal, exhortando-o os irm&os, escrevérào
13 Dizendo; este persuade aos ho­ aos discipulos que o recebessem; o
mens a servir a Deos contra a Lei. qual vinao, aproveitou muito aos que
14 E querendo Paulo abrir a boca, criâo pela graça.
disse Gallio aos Judeos: Se algum 28 Porque com grande vehemencã
aggravo, ou crime enorme houvéra, publicamente convencia aos Judeos,
ò Judeos, com raz&o vos sofreria : mostrando pelas Escrituras, que Jesus
15 Mas se a questão he de palavras, era o Christo.
e de nomes, e da Lei que entre vos
ha, vède-o vos mesmos: porque des­ CAPITULO XIX.
sas causas não quero ou ser juiz.
16 E lançou-os do Tribunal. EM quanto Apollos estava em
17 Porem tomando todos os Gregos E Corintho succedeo, que havendo
a Sosthenes, o Maioral da Synagoga, Paulo passado por todas as regioens
ferião-o diante do Tribunal; e a Gal­ superiores, veio a Epheso: e achando
ho nada destas cousas se lhe dava. alt alguns discipulos,
18 E ficando Paulo ainda ali mui­ 2 Disse-lhes: Recebestes vós já o
tos dias, despedio-se dos irmãos, e da­ Espirito Santo quando crestes ? e el­
li navegou para Syria; e com elle les lhe dissérâo; antes nem ainda 00-
Priscilla e Aquila: havendo primêiro vimos, se haja Espirito Santo*

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ACTOS DOS APOSTOLOS, XIX. 151
3 £ elle lhes disse : em que pois 17 E foi isto notorio a todos os que
.sois baptizados 1 e elles dissérão: no habitavão em Epheso, assim a Judeos
baptismo de João. como a Gregos; e cahio temor sobre
. 4 Porem Paulo disse: bem baptizou todos elles; e assim era engrandecido
João com o baptismo de arrependi­ o nome do Senhor Jesus.
mento, dizendo ao povo, que cressem 18 £ vinhão muitos dos que criâo,
em o que havia de vir após elle, isto confessando, e publicando seus fei­
he, em Jesu-Christo. tos.
5 £ os que o ouvirão, forão baptiza­ 19 Tambem muitos dos que seguiâo
dos em o nome do Sennor Jesus. artes curiosas, seus livros trouxérâo, e
6 £ impondo-lhes Paulo as mãos, em presença de todos os queimàrão;
veio sobre elles o Espirito Santo, e e lançàrâo a conta de seu preço, e
em linguas estranhas falavão, e pro­ achárão que montava cincoenta mil
phetiza vão. moedas de prata.
7 E erão todos estes como até doze 20 Assim crescia, e prevalecia pode­
varoens. rosamente a palavra do Senhor.
8 E entrando elle na Synagoga, fa­ 21 E cumpridas estas cousas, propôz
lava ousadamente por espaço de tres Paulo em Espirito, de passando por
meses, disputando, e persuadindo as Macedonia, e Achaia irse a Jerusa­
cousas do Reino de Deos. lem, dizendo; desde que lá honver
9 Mas endurecendo-se alguns, e nào estado, me importa tambem vêr a
obedecendo, e do caminho do. Senhor Roma.
mal falando perante a multidão, des- 22 E enviando a Macedonia dous
viou-se delles • e apartou aos discipu­ daquelles que o servião, a saber a Ti-
los, disputando cada dia na escola de motheo e a Erasto, ficou elle por al­
hum certo Tyranno. gum tempo em, Asia.
10 E durou isto por espaço de dous 23 Porem naquelle mesmo tempo
annos; de tal maneira que todos os houve hum alvoroço nâo pequeno â
que em Asia habitavão, ouvirão a pa­ cerca do caminho ao Senhor.
lavra do Senhor Jesus, assim Judeos, 24 Porque hum certo ourives da pra­
como Gregos. ta, por nome Demetrio, que de prata
11 E fazia Deos maravilhas extraor- fazia templos de Diana, dava aos ar­
dinarias por mãos de Paulo : tífices não pouca ganancia.
12 De tal maneira que até os lenços e 25 Aos quaes, havendo-os ajuntado
cendaes de seu corpo se levavão sobre com os omciaes de semelhantes cou­
os enfermos, e as enfermidades iào sas, disse: Varoens, bem sabeis vós
delles, e os espíritos malignos sahião. que deste officio temos nossa prospe­
13 £ alguns exorcistas dos Judeos, ridade.
vagabundos, intentàrão invocar o no­ 26 E bem vêdes, e ouvis, que este
me do Senhor Jesus sobre os que tin­ Paulo, não somente em Epneso, mas
hão espíritos malignos, dizendo; por até quasi era toda Asia, tem persuadi­
Jesus que Paulo préga, vos esconjura­ do e apartado huma grande multidão,
mos. dizenclo, que não sâo Deoses os que
14 E erão sete íilhos de Sceva, Ju- com as mâos se fazem.
deo, Principe dos Sacerdotes, os que 27 E nào somente ha perigo de que
isto faziâo. isto se nos tome em desprezo, porém
15 Porem respondendo o espirito tambem que até o mesmo templo da
maligno, disse: a Jesus conheço, e grande Deosa Diana estimado seja
bem sei quem Paulo he) porem vós­ em nada; e cjue sua magestade, a
outros quem sois ? qual toda a Asia, e o mundo universo
16 E saltando nelles o homem em venera, venha a ser destruída.
quem o espirito maligno estava, e en- 28 E ouvindo estas cousas, enchêrâo-
senhoreando-se delles, podia mais que se de ira, e clamárâo, dizendo: gran­
elles; de tal maneira que nus, e feri­ de he a Diana dos Ephesios.
dos fugirão daquella casa. 29 £ toda a cidade se encheo d«

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15* ACTOS DOS APOSTOLOS, XX.
eonfiisào, e unanimes arremetèr&o 2 £ ha vende andado por aqoeBaa
ao Theatro, arrebatando comsigo a partes, e exhortando-os eom m oitas
Gayo, e a Áristarcho, Macedonios, palavras, veio a Grécia.
companheiros He Paulo na viagem. 3 E passando ah* tres mezes, e sendo-
30 E querendo Paulo sahir ao povo, lhe pelos Judeos postas ciladaa, ha­
os discipulos lho nào permittírâo. vendo de navegar para Syria, deter­
31 £ tambem alguns dos Maioraes minou a tornar por Macedonia.
de Asia, que erào seus amigos, enviá- 4 E acompanhou-o até Asia Sopater
r&o a elle, rogando-tò*, que se nfto Beroense; e dos Thessafotiioenses
apresentasse no Theatro. Áristarcho, e Segundo, e Gayo Der-
32 Clamáv&o pois, huns de huma, ou­ beo, e Timotheo; e dos Aaianos Ty-
tros de outra maneira: porque o ajun­ chice, e Trophimo.
tamento era confuso; e os mais n&o 5 Estes, inao adiante, nos eeperár &o
sabi&o por que cansa se aiuntár&o. em Troas.
33 £ tirâr&o fora da multid&o a Al­ 6 E depois dos dias dos paens asmos,
exandre, impellindo-o os Judeos para navegámos de Philippos, e em cinco
diante: e acenando Alexandre com a dias viémos ter com elles a Troas,
m&o, queria dar raz&o disto ao povo. aonde estivemos sete dias.
34 Porém entendendo que era Judeo, 7 E o primeiro, ajuntando-se os dis­
levantou-se huma voz de todos, clam­ cipulos a partir o pâo, praticava Pau­
ando por quasi espaço de duas horas: lo com elles, havendo ae partir o dia
grande he a Diana dos Ephesios. seguinte; e alargou a pratica até a
35 £ apaziguando o Escriv&o da Ci­ meia noite.
dade a multid&o, disse: Varoens 8 E havia muitas luzes em o cená­
Ephesios, qual he o homem que n&o culo. onde estav&o juntos.
saiba, que a cidade dos Ephesios he a 9 E estando hum certo manceba,
guardadora do Templo da grande Deo- por nome Eutycho, assentado em hu­
sa Diana, e da imagem que desceo de ma janella, tomado de hum somno
Júpiter. profundo, como Paulo ainda lhes esti­
36 Assim que pois isto n&o pode ser vesse largamente falando, foi derri­
contradito, convem que vos aplaque­ bado de somno, e cahio désde o ter­
is, e aue nada temerariamente façais. ceiro sobrado abaixo, e levantârâo-o
37 Porque trouxestes aqui a estee morto.
homens, que nem s&o sacrílegos, nem 10 Porém descendo Paulo,derribou-
blasfem&o de vossa Deosa. sé sobre elle, e abraçando-o disse:
36 Que se Demetrio, e os artifices n&o vos alvoroceis, que ainda sua
que oom elle est&o, contra alguem alma nelle estâ.
tem algum negocio; Audiências se 11 E tomando a subir, e partindo e
d&o, e Procônsules ha, huns aos ou­ gostando o páo, e falando-lhes larga­
tros se accusem. mente até a alva do dia, assim partio.
39 £ se outra alguma cousa deman­ 12 E trouxérão ao moço vivo, e nfto
dais, em legitimo ajuntamento se pouco forão consolados.
averiguará. 13 Porem adiantando-nos nósoutros
40 Que perigo corremos de que por ao navio, navegámos até Assoo, don­
hoje de sediç&o sejamos accüsados: de haviamos de receber a Paulo; por­
n&o havendo causa nenhuma porque que assim o ordenàra, e elle havia de
deste concurso possamos dar alguma ir a pé.
raz&o. E havendo dito isto, despedio 14 E como comnosco se ajuntou em
ao ajuntamento. Asson, to-mámo-lo comnosco, e vié­
mos a Mitylene.
15 E navegando dali, viemos o dia
CAPITULO XX. seguinte em fronte de Chio, e ao outro
CESSANDO o alvoroço, chamou dia nos aportámos a Samo: e ficando
E Paulo a si os discipulos, e abra­ nos em Trogyllio, o dia seguinte vié­
çando-os sahio, para ir a Macedonia. mos a Mileto,

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ACTOS DOS APOSTOLOS, XX. 153
16 Porquê já Paulo havia determina­ 30 E que dentre vósoutros mesmos
do de passar mais adiante de Epheso, se levantarão homens que falem cou­
por em Asia náo gastar o tempo. Por- sas perversas, para após si attrahirem
ue se apresurava estar (se possivel aos discipulos.
â ie fosse) no dia de Pentecoste em 31 Por tanto vigiai, lembrando-vos,
Jerusalem. como por espaço de tres annos, noite
17 Enviou porém desde Mileto a e dia nâo cessei, de vos amoestar a
Epheso; e mandou chamar os Anci&os cada hum de vósoutros com lagri­
da Igreja. mas.
18 £ como a elle viérâo, disse-lhes: 32 E agora irm&os, a Deos, e â palav­
Bem sabeis vós desde o primeiro dia ra de sua graça vos encommendo;
ue entrei em Asia, o moido como to- que poderoso ne para vos edificar, e
â o aouelle tempo estive comvosco: vos aar herança entre todos os santi­
19 Servindo ao Senhor oom toda hu­ ficados.
mildade, e com muitas lagrimas, e 33 De ninguém cobicei a prata, nem
tentaçoens, que pelas ciladas dos Ju­ o ouro. nem o vestido.
deos me tem sobrevindo. 34 Antes vós mesmos sabeis, que
20 Como nada. que util «os fosse, para o que a mim, e aos que comigo
deixei de vos denunciar, e ensinar estâo, necessário me era, me servi­
publicamente, e peias casas. rão estas mâos.
21 Testificando, assim a Judeos, co­ 35 Em tudo vos tenho mostrado
mo a Gregos, a conversão a Deos, e a que trabalhando assim, he necessário
fé em nosso Senhor Jesu-Christo. sobrelevar aos enfermos; e lembrar-
22 E agora, eis que liado eu do Es­ se das palavras do Senhor Jesus, que
pirito, me vou a Jerusalem, nâo sa­ disse: mais bemaveaturada cousa
bendo o que lâ me ha de acontecer: he dar, do que receber.
23 Senâo que o Espirito Santo de ci­ 36 E havendo dito isto, pondo-se de
dade em cidade me testifica, dizen­ joelhos, com todos elles orou.
do, que prisoens, e tribulaçoens me 37 E houve hum grande pranto de
espérâo. todos: e derribando-se sobre o pes­
24 Mas de nenhuma cousa faço caso, coço de Paulo, beijavâo-o:
nem minha vida por precioaa tenho, 38 Entristecendo-se muito, princi­
para que com alegria cumpra minha palmente pela palavra que disséra,
carreira, e o ministério que do Sen­ que mais seu rosto nâo veriâo: e o
hor Jesus recebi, para testificar do acompanhàrâo até o navio.
Evangelho da graça de Deos.
25 E agora vedes aqui que bem sei, CAPITULO XXI.
que todos vósoutros, por quem pré­
gando o Reino de Deos passei, mais COMO aconteceo que delles nos
meu rosto nâo vereis. E arrancámos, e navegámos, fomos
26 Por tanto no dia de hoje vos pro­ correndo caminho direito, e viémos a
testo, que do sangue de todos vósou­ Coos, e o dia seguinte a Rhodas, e
tros estou limpo. dali a Patara.
27 Porque nâo deixei de vos annun- 2 E achando hum navio que passa­
ciar todo o conselho de Deos, va a Phenice, embarcámos-nos nelle,
28 Portanto attentai por vósoutros, e e partimos.
por todo o rebanho, sobre que o Espi­ 3 E indo ja á vista de Cypro, e dei*
rito Santo por Bispos vos tem posto, xando-a ã máo esquerda, navegámos
para apascentardes a Igreja de Deos, a para Syria, e viémos a Tyro j porque
qual alcançou com seu proprio san­ o navio havia de descarregar ali sua
gue. carga.
29 Porque isto sei eu, que depois de 4 E ficámos nós ali sete dias, achan­
minha partida, entrarão entre vósou­ do aos discipulos; os quaes pelo E»pi-
tros I o d o s crueis, que nâo perdoarão rito diziâo a Paulo, que nâo subisse a
*o rebanho. Jerusalem,
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154 ACTOS DOS APOSTOLOS, XXL
5 £ havendo ali panado aquelles di­ 19 £ havendo-os andado, o o ã to n -
as, sahimos, e seguimos nosso cami- lhes por miudo o que Deos f iz é r a e n ­
nho,acompanhanao-nos todos com suas tre as Gentes por seu m inistério.
mulheres e íilhos até fora da cidade; 20 E ouvindo-o elles, gtoriâcá^Ao ao
0 postos de joelhos na praia orámos. Senhor; e diseérâo-lhe: Bem ▼és ir­
6 £ saudando-nos huns aos outros, mão, quantos milhares de J u d e o s ba
subimos ao navio; e elles tornarão epe crêm, e todos sâo z e la d o re s da
para suas casas.
7 £ nósoutros, acabada a navega­ 21 E já ácerca de ti inform ados fo­
ção de Tyro, viémos a Ptolemaida; rão, que a todos os Judeos, q a e estio
e havendo saudado aos irmàos, ficá­ entre as gentes, ensinas a apartárein*
mos com elles hum dia. se de Moyses, dizendo, q u e nfto hâp
8 £ o dia seguinte, partindo dali de circuncidar seus filhos, n e m andar
Paulo, e nòs que com elle esta vamos, segundo os costumes da L e i.
viemos a Cesárea; e entrando em 22 Que ha pois? em todo caso he
casa de Philippe. o Evangelista (que necessário que a multidão se a ju n te ;
era hum dos sete), ficámos com elle. porque ouvirão que ja es vindo.
9 £ este tinha quatro filhas ainda 23 Faze pois isto que te dizem os: qus*
donzellas, que profetizavâo. tro varoens temos, que fizérâo vota
10 £ ficando-nos ali por muitos dias, 24 Toma comtigo a estes, a santiá-
desceo de Judea hum Propheta, por ea-te com elles, e faze eom elles os
nome Agabo: gastos, para que a cabeça se rapeis,
11 E vindo elle a nósoutros, e to­ e todos saibão que não h a nada à»
mando a cinta de Paulo, e liando-se que forão informados ácerca de ti,
os pés e as mâos, disse: Isto diz o mas que tambem tu m esmo andas
Espirito Santo; assim liarão os Judeos guardando a Lei.
em Jerusalem ao varão, cuja he esta 25 Porém quanto aos que crêm da§
cinta, e o entregàrâo em máos das Gentes, ia nosoutros havemos eecnio,
Gentes. e achado por bem, que n ad a disto
12 E ouvindo nósoutros isto, Iht ro­ guardassem; senão que somente se
gámos. assim nòs, como os que eráo ardem do que se sacrifica aos ido-
daquelle lugar, que nâo subisse a Je­ S \j e ds sangue, e de afogad o , e éê
rusalem. fornicação.
18 Porém Paulo respondeo: Qae fa­ 26 Então tomando Paulo comsigo
zeis chorando, e magoando-me o co­ áauelles varoens, e santificado con
ração 1 porque eu, náo sò a ser liado, elles o dia seguinte, entrou no Tem­
mas ainda a morrer em Jerusalem, plo, denunciando serem ja cumpridos
estou prestes, pelo nome do Senhor os aias da santificação, ficando ali alé
Jesus. por cada hum delles se offerecer »
14 E eomo se nâo deixou persuadir offerta.
aquietámos-nos. dizendo; faça-se a 27 E indo-se ja os sete dias aeabsa-
vontade do Sennor. do, vendo-o os Judeos de Asia no
15 E depois daquelles dias, aperce­ Templo, alvoroçárão a todo o povo, e
bemos-nos, e subimos a Jerusalem. lançárão mão delle:
,16 E forão tambem comnosco alguns 28 Clamando: varoens Israelitas,
aos discipulos de Cesarea, trazendo acudi; este he o homem, que por to­
êomstgo a hum certo Mnason, Cypro, das as partes ensina a todos contra o
discipulo antigo, com o qual haviamos povo, e contra a Lei, e contra este to­
de pousar. gai ; e de mais disto tambem no Tem­
17 E como chegámos a Jerusalem plo introduzio aos Gregos, e profanou \
os irmãos nos receberão de mui boa este santo lugar.
vontade. 29 Porque (Pantes tinhão visto com
18 E o dia seguinte entrou Paulo elle na cidade a Trophimo e Ephesio,
oomnosco a Jacobo, e todos os Anciãos ao qual pensávão que Paulo introduzi*
viérão ali. ra no Templo.

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ACTOS DOS APOSTOLOS, XXIL, W

90 E todaa Cidade ee alvoroçou, e conforme ao mais puro modo da Lei


fez-se hum concurso do povo; o pe­ paterna ensinado, e zelador de Deoe,
gando de Paulo, o trouxerâo para fo­ como todos vósoutros hoje o sois.
ra do Templo: e logo as portas se fe- 4 Que até a morte tenho perseguido
chàr&o. este caminho, assim a varoens, como
31 £ procurando elles matá-lo, veio a a mulheres amarrando, e em priso-
nova ao Tribuno do esquadrão, que ens entregando.
toda Jerusalem estava em confusão. 5 Como tambem o Summo Pontifice
32 O qual, tomando logo comsigo me he testemunha, e todo o Conselho
soldados e Centurioens, correo a elles. dos Anci&os: dos quaes ainda to­
£ vendo elles ao Tribuno, e aos sol­ mando cartas para os irmàos, fui a
dados, cessàr&o de ferir a Paulo. Damasco a trazer amarrados aos que
33 Entáo checando e Tribuno, o ali estivessem a Jerusalem, para que
prendeo, e mandou amarrar com du­ fossem castigados.
as cadeias: e perguntou-lhe quem 6 Porém aoonteceo-me, que indo eu
era, e que tinha feito í ja de caminho, e perto de Damasco
34 £ na multid&o clamaváo huns chegando, quasi ao meio dia, de re­
desta, e outros de outra maneira: po­ pente me rodeou huma grande luz do
rém como por causa do alvoroço nada ceo.
de certo podia saber, mandou-o levar 7 E cahi em terra, e ouvi huma voz,
ao arraial. qué me dizia: Saulo, Saulo, porque
35 £ chegando às escadas succedeo, me persegues í
qne por causa da violência da multi- 8 £ respondi eu : quem es Senhor í
dào o levârâo às costas os soldados. e disse-me: Eu sou Jesus o Nazare­
36 Porque a multid&o do povo o se­ no, a quem tu persegues.
guia, clamando; fóra com elle. 9 £ os que comigo estav&o, em ver­
37 £ havendo de levar a Paulo ao dade vir&o a luz, e muito se atemo-
arraial, disse ao Tribuno: he me lici­ rizàr&o: porém a voz do que falava
to falar-te alguma cousa ? e elle disse; comigo, n&o ouvir&o.
Grego sabes ? 10 £ disse e u : que farei, Senhor í
38 N&o es tu por ventura aquelle e o Senhor me disse: levanta-te, e
Egypeio, que antes destes dias levan­ vai a Damasco, e ali se te dirà tudo o
tou huma sediç&o, e levou ao deserto que te he ordenado fazer.
os quatro mil salteadores í 11 £ como eu ja nfto via. por causa
39 Porém Paulo lhe disse: na ver­ da gloria daquella luz, fui levado pela
dade que hum homem Judeo sou, ci- m&o dos que estav&o comigo, e assim
dad&o de Tarso, cidade n&o pouco vim a Damasco.
celebre de Cilicia; rogo-te porém, 12 £ hum certo Ananias, var&o pio,
que me permittas falar ao povo. conforme a Lei, que tinha bom teste­
40 £ havendo-lho permittido, pondo- munho de todos os Judeos que ali
se Paulo em pé nas escadas, fez sinal morav&o;
com a m&o ao povo; e feito grande 13 Vindo a mim, e apresentando-se-
silencio, falou-lhes em lingua Hebrea, me, me disse: Saulo irm&o, recobra a
dizendo: vista; e naquella mesma hora o vi.
14 £ disse: o Deos de nossos Pais
CAPITULO XXII. d’antes te ordenou, para que conhe­
ças sua vontade, e vejas aquelle Jus­
TTAROENS irm&os, e pais, ouvi ago- to, e ouças a voz de sua boca.
V ra minha defeza para comvosco. 15 Porque testemunha para com to­
2 (E como ouvír&o que lhes falava dos os homens lhe has de ser, do que
em lingua Hebrea, tanto mais silencio visto e ouvido tens.
lhe dér&o; e disse:) 16 E agora, porque te detens? le­
3 Quanto a mim, var&o Judeo sou, vanta-te, e oaptiza-te, e lava teus
em Tarso de Cilicia nascido, e nesta peccados, invocando o nome do Se­
cidade aos pés de Gamaiièl criado, nhor..

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156 ACTOS DOS APOSTOLOS, XXIU.
17 Eaconteceo-me, tornando a Jeru­ dotes, e a todo seu Conselho j « tra­
salem, qne orando eu no Templo, fui zendo a Paulo, apresentou-o diante
arrebatado fóra de mim. delles.
18 E vi o que me dizia; dá-te pres­
sa, e sahe-te apresuradamente de Je­ CAPITULO x x n i.
rusalem: porque nfto receberão teu
testemunho ácerca de mim. PONDO Paulo os olhos no Conse­
19 E eu disse: Senhor, bem sabem
elles que eu em prisão lançava, e nas
E lho, disse: Varoens irmãos, com
toda boa consciência tenho andado
Synagogas açoutava aos que cri&o diante de Deos até o dia de hoje.
em ti. 2 Porem o Summo Pontifice Ananias
20 E quando o sangue de Estevão, mandou aos que com elle estafty
tua testemunha, se derramava, tam­ que na boca o ferissem.
bem eu presente estava, e consentia 3 Entâo Paulo lhe disse: Ferir-te-ha
em sua morte, e guardava os vestidos Deos, parede caiada: estás tu tam­
dos aue o matavâo. bem aqui assentado para me julgar
21 E disse-me: Vai, porque longe conforme a Lei, e contra a Lei me
te hei de enviar Ãs Gentes. mandas ferir ?
22 E ouvírâo-o até esta palavra, e 4 E os que ali estavâo dissérâo: ao
levantárâo a voz, dizendo; Fóra. da Summo Pontifioe de Deos injurias*
terra com tal homem; porque náo con­ 5 E Paulo disse: não sabia, irmâ»
vem que viva. que era o Summo Pontifice. Porqne
23 E clamando elles7 e lançando de escrito está: ao Principe de teu por?
si os vestidos, e de itando pó para nâo maldirás.
o ar, 6 E sabendo Paulo, que huma parte
24 Mandou o Tribuno que o levas­ era de Sadduceos, e outra de Phari*
sem ao arraial, dizendo, que com seos, clamou no Conselho: Varoens
açoutes o examinassem, para saber irmãos, eu sou Phariseo, filho de Pha­
por que causa contra elle assim cla­ riseo ; pela esperança e resurrerçáo
ma vâo. dos mortos sou julgado.
25 E estando-o amarrando com cor- 7 E havendo dito isto, houve dissea-
reas, disse Paulo ao Centuriào, que çâo entre os Phariseos e os Saddu­
ali estava: he vos licito açoutar a hum ceos: e a multidão se dividio.
homem Romano, sem primeiro ser 8 Porque os Sadduoeos dizem, qw
condemnado ? nâo ha resurreiçâo, nem Anjo, nem
26 E ouvindo o Centuriào isto, foi e o Espirito: mas os Phariseos confessâo
denunciou ao Tribuno, dizendo: olha ambas as cousas.
o que has de fazar, porque este ho­ 9 E fez-se huma grande grita; e le
mem he Romano. vantando-se os Escribas da parte dos
27 E vindo o Tribuno, disse-lhe: Di- Phariseos. contendiâo dizendo; ne­
ze-me, es tu Romano ? e elle disse: nhum mal achamos neste homem: e
sim. se algum Espirito, ou Anjo, lhe falou,
28 E respondeo o Tribuno: com nâo repugnemos a Deos.
muita somma de dinheiro alcancei eu 10 E havendo grande dissençáo, te­
o direito de cidadão desta cidade. E mendo o Tribuno que Paulo por elies
Paulo disse: e eu o sou de nasci­ nâo fosse despedaçado, mandou des­
mento. cer a soldadesca, e arreoatá-lo do meio
29 Assim que logo delle se apartárâo delles, e levá-lo ao arraial.
os que o haviâo de examinar: e até o 11 E a noite seguinte apresentando-
Tribuno teve temor, entendendo que se-lhe o Senhor, disse: Tem bom
era Romano, e que o havia liado. animo Paulo; porque como de mim
30 E o dia seguinte, querendo saber em Jerusalem testificaste, assim te
de certo a causa porque dos Judeos importa testificar tambem em Roma.
era accusado, soltou-o das prisoens, e 12 E vindo o dia, fizérâo alguns dos
xnandou vir aos Principes dos Sacer­ Judeos huma conspiração, e m coo-

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ACTOS DOS APOSTOLOS, XXIV. 167
•piraçio, e se oonjurár&o, dizendo, 24 £ aparelhem cavalgaduras, para
que nem comeriào, nem beberi&o, que pondo nellas a Paulo o levem
até aue a Paulo n&o matassem. emsalvo a Felix o Presidente.
13 £ er&o mais de quarenta os que 25 Escrevendo-ÍAe huma carta, que
esta conjuraç&o fizérâo. em summa isto continha:
14 Os quaes for&o aos Príncipes dos 26 Cláudio Lysias, a Feliz, potentis-
Sacerdotes, e aos Anci&os, e dissér&o: simo Presidente, saude.
conjurando-nos conjuramos, que nada 27 Preso este varâo pelos Judeos, e
gostaremos, até que a Paulo n&o ma­ estando jà em ponto de o matàrem,
temos. sobrevim eu com a soldadesca, e to-
15 Agora pois vósoutros, juntamente mei-lho informado que era Roma­
oom o Conselho, fazei saber ao Tri­ no.
buno que ámanhá vo-lo traga, como 28 £ querendo saber a causa poraue
que de seus negocios alguma cousa o accusav&o, levei-lho a seu conselno.
mais certa quereis saber; e antes que 29 O qual achei que accusavâo de
chegue, aparelhados estamos para o algumas questoens de sua Lei; mas
matar. que nenhum crime digno de morte,
16 £ ouvindo o filho da irm& de Pau­ ou de prisào, havia contra elle.
lo estas ciladas, veio, e entrou no ar­ 30 E sendo-me notificado, que os
raial,e denunciou-o a Paulo. Judeos a este var&o ciladas havi&o de
17 £ chamando Paulo a si a hum armar, logo to enviei: mandando
dos Centurioens, disse: Leva este tambem aos accnsadores, que peran­
mancebo ao Tribuno, porque tem que te ti dig&o o que contra elle tiverem.
lhe denunciar. Bem hajas.
18 Tomando-o elle pois, levou-o, ao 31 Tomando pois os soldados a Pau­
Tribuno, e disse : Chamando-me a si lo, como lhes fora mandado, trouxé-
o preso Paulo, me rogou que te troux­ r&o-o de noite a Antipatris.
esse este mancebo, que tem que te 32 £ o dia seguinte, deixando ir com
dizer. elle aos de cavallo, tomàr&o ao ar­
19 £ o Tribuno, tomando-o pela raial.
m&o, e apartando-se a huma banda, 33 Os quaes como chegàr&o a Cesa­
perguntou-íta; que tens que me de­ rea, e entregàráo a carta ao Presi­
nunciar ? dente, apresentàrào-lhe tambem a
20 £ elle disse: os Judeos se con- Paulo.
certàr&o de rogar-te, aue àmanh& a 34 £ o Presidente, lida a carta per­
Paulo leves ao Conselho, como que guntou, de que Provincia era; e en­
delle haj&o de inquirir alguma cousa tendendo que de Cilicia,
mais certa. 35 Ouvir-te-hei, disse, quando tam­
21 Porem tu n&o os creas. Poraue bem aqui viérem teus accusadores.
mais de quarenta homens delles lhe £ mandou que o guardassem na Au­
and&o armando ciladas, os quaes diência de Herodes.
sob pena de maldiç&o se obrigàr&o a
nem oomêrem nem bebêrem, até
que o n&o tenh&o mortoj e jà aperce­ CAPITULO XXIV.
bidos e6t&o, esperando de ti a pro­ CINCO dias depois, desceo o
messa. E Summo Pontifice Ananias, com
22 Entâo o Tribuno despedio ao os Anciãos, e hum certo Orador Ter-
mancebo, mandando-lhe, que a nin­ tullo: os quaes comparecerão peran­
guém mais dissesse que aquillo lhe te o Presidente contra Paulo.
manifestàra. 2 E sendo citado, começou Tertullo
23 E chamando a si a certos dous a accusa-lo, dizendo:
dos Centurioés, disse: apercebei du­ 3 Como assim seja que tanta paz por
zentos soldados que v&o até Cesarea, ti tenhamos, e que por tua prudência,
e setenta de cavallo. e duzentos ar- a este povo muitos e louváveis servi­
oheiros, para as tres noras da noite. ços se faç&o, totalmente e em todo

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*58 ACTOS DOS APOSTOLOS, XXV.
togar. ò potentiseimo Felix, com todo 18 Nisto ja Sanctificado no Tem plo
pgraaecimento o reconhecemos. mo achárão, nâo oom gente, nem
4 Porém porque muito te nfto dete­ com alvoroço, huns certos Judeos do
nha, rogo-te que brevemente, con­ Asia.
forme a tua equidade, nos ouças. 19 Os quaes convinha, que perante
5 Porque temos achado que este ho­ ti aqui presentes estivessem, e me ac-
mem he huma peste, e levantador de cusassem, se alguma cousa contra
sediçoens entre todos os Judeos pelo mim tivessem.
universo mundo, e o principal defen­ 20 Ou digâo estes mesmos, se em
sor da seita dos Nazarenos. mim iniquidade alguma achárão,
6 O qual tambem intentou o profa­ quando perante o Conselho estava.
nar o Templo: ao qual tambem pren­ 21 Senâo só desta palavra, com qne,
demos, e conforme a nossa Lei o entre elles estando, clamei : pela re­
quizemos julçar. surreiçâo dos mortos sou eu hoje de
7 Porém soorevindo o Tribuno Ly- vósoutros julgado.
sias, com grande violência d7entre as 22 Entâo havendo Felix ouvido estas
mâos no-lo tirou: cousas, pôz-lhes dilação, dizendo;
8 Mandando a seus aecusadores, que havendo-me melhor deste caminho
a ti viessem: do qual tu mesmo, ex- informado, quando o Tribuno Lysías
aminando-o, poderás entender tudo descer, entáo de vossos negocios in­
de que o accusamos. teira noticia tomarei.
d É tambem os Judeos ntsso consen­ 23 E mandou ao Centuriào que a
tirão, dizendo serem estas cousas as­ Paulo guardassem, e com alguma li­
sim. berdade estivesse, e que a ninguém
10 Paulo porém, fazendo-lhe o Pre­ dos seus prohibisse servião, ou vir a
sidente sinal que falasse, respondeo: elle.
Porquanto bem sei que ja vai pjor 24 E alguns dias denois, vindo Felix
muitos annos que desta gente es Juiz, com Drusilla sua mumer, que era Ju-
com tanto melhor animo por mim dea? mandou chamar a Paulo, e o
respondo. ouvio acerca de fé em Christo.
. 11 Pois bem podes entender, que 25 E tratando elle da justiça, e da
nâo ha mais de doze dias, que subi a temperança, e do juizo vindouro, es-
Jerusalem a adorar: pavorecido Felix, respondeo; vai-te
12 E nem com alguem no Templo por agora; e em tendo oportunidade,
falando me achárão, nem nas Syna­ te chamarei.
gogas. nem na cidade, ao povo amo­ 26 Esperando tambem juntamente
tinando. que Paulo lhe désse algum dinheiro,
13 Nem tâo pouco podem provar as para que o soltasse: Pelo que tam­
cousas de que agora me accusâo. bem muitas vezes o mandava cha­
14 Isto porém te confesso, que con­ mar, e falava com elle.
forme âquelle caminho, a que Seita 27 Porém cumpridos dous annos, te­
chamâo, assim ao Deos dos pais sir­ ve Felix por successor a Porcio Fes­
vo, crendo tudo quanto na Lei e nos to. E querendo Felix comprazer aos
Prophetas está escrito. Judeos, deixou a Paulo prezo.
15 Tendo em Deos esperança, como
estes mesmos tambem esperâo, que CAPITULO XXV.
ha de haver resurreiçâo dos mortos,
assim dos justos, como dos injustos. NTRANDO pois Festo na Provin­
16 E nisto me exercito, em que, as­E cia, subio dali a tres dias de
sim para com Deos, como para com Cesarea a Jerusalem.
os homens, sempre tenha huma con­ 2 E comparecerão perante elle o
sciência sem offensa. Summo Pontifice, e os Principaes dos
17 Porém muitos annos depois, vim Judeos, contra Paulo, e rogárâo-lhe,
a fazer esmolas e offertas a 3 Pedindo contra elle lavor, para
naçâo. que o fizesse vir a Jerusalem; jumau*

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A C tOS DOS APOSTOLOS, XXV. 159
?do4k* ciladas, para no caminho o tume dosRomanos> por favor entregar
matarem. a algum homem á morte, antes que o
4 Porém Festo respondeo, que em accusado tenha presentes seus accu-
Cesarea estava Paulo guardado, e sadores, e haja lugar de se defender
que elle presto para lá partiria. da accu8açâo.
5 Os que pois, disse, d’entre vósou­ 17 Assim que, chegando elles juntos
tros podem, desçâo juntamente com*- aqui, sem fazer dilação alguma, o dia
o, e se neste varâo cousa alguma in- seguinte, assentado no Tribunal, man­
f ecente houver, accusem-o. dei trazer ao homem.
6 E nâo se havendo entre elles de­ 18 Do qual os accusadores, estando
tido mais de dez dias, desceo a Cesa­ aqui presentes, nenhuma cousa apon-
rea ; e assentando-se no Tribunal o tárâo daquellas que eu suspeitava.
dia seguinte, mandou que trouxes­ 19 Tinhão porém contra elle algu­
sem a Paulo. mas questoens ácerca de sua super­
7 E vindo elle, rodeárâo-o os Judeos,stição, e de hum certo Jesus defunto,
que de Jerusalem haviào descido; que Paulo aífirmava viver.
trazendo contra Paulo muitas e graves 20 E duvidando eu ácerca da inqui­
accusaçoens, que nâo podiáo provar. rição desta causa, disse, se queria ir
8 Pelo que em sua defeza disse : a Jerusalem, e la ácerca destas cousas
Eu nem contra a Lei dos Judeos, nem ser julgado ?
contra o Templo, nem contra Cesar, 21 E appellando Paulo a ser reser­
esn oousa alguma pequei. vado ao conhecimento de Augusto,
9 Porém querendo Festo comprazer mandei que o guardassem, até que o
aos Judeos, respondendo a Paulo, enviasse a Cesar.
disse: Queres tu subir a Jerusalem, 22 E disse Agrippa a Festo: Bem
e ser lá perante mim ácerca destas quizéra eu tambem ouvir a este ho­
oousas julgado ? mem. E elle disBe: amanhã o ou­
10 E Paulo disse: Perante o Tribu­ virás.
nal de Cesar estou, aonde convém 23 Assim que o dia seguinte, vindo
que seja julgado: aos Judeos nenhum Agrippa, e Bernice, com muito ap-
aggTavo lhes fiz, como tambem tu parato, e entrando no Auditorio cont
mui bem o sabes. os Tribunos, e varoens mais princi-
11 Porque se aggravo algum fiz, ou paes da cidade, trouxerâo a Paulo por
cousa alguma digna de morte com- mandado de Festo.
metti, nâo recuso morrer: Porém se 24 E disse Festo: Rei Agrippa, e
nada ha das cousas de que estes me todos os varoens que aqui comnosco
accusâo. ninguém por lhes compra­ resentes estais, aqui vèdes aquelle,
zer a elles me pode entregar : a Ce­ e quem toda a multidão dos Judeos,
sar appello. assim em Jerusalem, como aqui me
12 Entáo, havendo Festo falado com tem falado, clamando, que nâo con­
o Conselho, respondeo: a Cesar ap- vém que mais viva.
pellaste ; a Cesar irás. 25 Porém achando eu que nenhu­
13 E passados alguns dias. viérâo ma cousa digna de morte fizéra, e
el-Rei Agrippa, e Bernice, a Cesarea, appellando elle mesmo tambem a
a saudar a Festo. Augusto, tenho determinado enviar-
14 E como ali se detivérâo muitos lho.
dias, contou Festo a el-Rei os negocios 26 Do qual nâo tenho cousa alguma
de Paulo, dizendo; hum certo varâo certa que escreva ao Senhor, pelo que
foi deixado por Felix aqui preso: perante vósoutros o trouxe; e mor­
15 Por cuja via, estando eu em Je­ mente perante ti, ó Rei Agrippa, pa­
rusalem, os Principes dos Sacerdotes, ra que, feita informação, tenha cousa
e os Anciãos dos Judeos perante mim alguma que escrever.
comparecêrâo, pedindo contra elle 27 Porque contra razâo me parece,
sentença. enviar a hum preso, e juntamente as
' 16 Aos quaes respondi, nfto ser cos­ accusaçoens oontra elle nfto notificar,’

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160 ACTOS DOS APOSTOLOS, XXVI.

CAPITULO XXVI.
que comigo iâo, com foa claridade
rodeou.
DISSE Agrippa a Paulo: permit- 14 E cahindo nòs todos em terra,
E te-se-te falar por ti mesmo. Pau­ ouvi huma voz que me falava, e em
lo entào estendendo a máo, assim em lingua Hebraica dizia: Saulo, Sanlo,
sua defeza respondeo: ue me persegues ? Dura cousa te
2 Por venturoso me tenho, 6 Rei a ar couces contra os aguilhoens.
Agrippa, de que perante ti me haja 15 E disse eu: Quem es, Senhor *
hoje de defender de todas as cousas, e elle disse: Eu sou Jesua, a quem
de que dos Judeos sou accusado. tu persegues.
3 Mormente sabendo eu, que tens 16'Mas levanta-te, e poem-te sobre
noticia de todos os costumes, e ques- teus pés, porque para isto te appareci,
toens que entre os Judeos n a : pelo para te pôr por ministro e testemu­
que te rogo que me ouças com paci­ nha, assim das cousas que ja tens vi­
ência. sto, como das em que ainda te hei de
4 Minha vida pois, até desde a mo­ apparecer:
cidade ; qual desde o principio entre 17 Livrando-te deste povo, e da
os de minha naçào em Jerusalem ha­ Gentes, a quem agora te envio.
ja sido, todos os Judeos o sabem: 18 Para lhes abrires os olhos, e das
5 Como aquelles que ja de muito an­ escuridades os convertéres á luz, e do
tes me conhecêrào (se he que testifi­ poder de Satanás a Deos: para que
car o querem), que conforme à mais recebáo remissão dos peccados, e sor­
perfeita seita de nossa Religião, sem­ te entre os santificados pela fé en
pre vivi Phariseo: mim.
6 E agora pela esperança da pro­ 19 Pelo que, ó Rei Agrippa, náo foi
messa, que de Deos aos Pais foi feita, desobediente à visâo celestial.
aqui estou, e julgado sou. 20 Antes primeiramente aoe qw
7 A’ qual nossas doze Tribus, servin­ em Damasco, e em Jerusalem, e por
do continuamente de dia e de noite toda a terra ae Judea estào, e ás Gen­
a Deos, espérâo chegar: pela qual tes denunciei, que se emendassem,
esperança, o Rei Agrippa, sou eu doe e se convertessem a Deos, fazendo
Judeos accusado. obras dignas de arrependimento.
8 Que í julga-se por cousa incrivel 21 Por causa disto pegàrâo de mim
entre vósoutros, que Deos aos mortos os Judeos no Templo, e me procura­
resuBcite ? rão matar.
9 Bem tinha eu imaginado, que con­ 22 Porém alcançando socorro de
tra o nome de Jesus Nazareno devia Deos, ainda até o aia de hoje perma­
eu usar muitas contrariedades. neço, testificando, assim a pequenos,
10 0 que tambem fiz em Jerusalem } como a grandes: náo dizendo nada
e havendo recebido poder dos Princi­ mais do que os Prophetas e Moyses
pes dos Sacerdotes, a muitos dos San­ dissérâo, que havia de acontecer.
tos encerrei em prisoens: e quando 23 Convem a saber, que o Christo de­
Q3 matavào, tambem eu dava meu via padecer, e sendo o primeiro da
voto. resurreiçào aoe mortos, havia de de­
11 E castigando-os muitas vezes por nunciar a luz a este povo, e ás Gen­
todas as Synagogas, os forcei a blas­ tes.
femar. E enfurecido demasiada­ 24 E dizendo elle isto em sua defe­
mente contra elles, até nas cidades za, disse Festo em alta voz: Deliras,
estranhas os persegui. Paulo, as muitas letras te fazem de*
12 Ao que indo ainda a Damasco, lirar.
com poder e commissâo dos Princi­ 25 Porém elle: náo deliro, disee, 6
pes dos Sacerdotes : potentiBsimo Festo; porém falo pala­
13 Ao meio dia, vi no caminho, ó vras de verdade, e de hum sáo juizo.
Rei, huma luz do ceo, que ao resplan- 26 Poraue el-Rei, a quem usando do
4or do sol excedia} e a mim, e ao* ousadia íalo, sabe tma b m dectac eou«

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ACT06 DOS APOSTOLOS, XXVU. 161
sss; poisttáo oreio que nada disto ae" abaixo de Creta! em freate d* Sal-
lhe ooculte: qae n&o so fez isto em mone.
algum canto. 8 E apenas costeando-a, ohegamos
27 Crés tu, ó Rei Agrippa, nos Pro­ a hum certo lugar, chamado os bons
phetas? Bem sei gue orês. portos, perto do qual estava a cidade
28 £ disse Agrippa a Paulo: por de Lasea.
pouco me persuadirás a que me faça 9 E passado muito tempo, e sendo a
ChristiLo. navegação ja perigosa, por quanto
29 E disse Paulo: Prouvéra a Deos, tambem ja passado era o jejum, Pau­
que ou por pouco^ ou por muito, nfto lo os amoestava.
somente tu, porem tambem todos 10 Dizendo-lhes: Varoens, bem vejo
quantos hoje me estào ouvindo, taes que com incommodo, e muito dam-
vos tomareis qual eu sou, excepto es­ no, nào só da carga, e do navio, po­
tas cadeias. rém tambem de nossas vidas, haverá
30 E dizendo elle isto, levantou-se de ser a navegação.
el-Rei, e o Presidente, e Bernice, e 11 Porém o Centuriào cria mais ao
os que com elles estavâo assentados. Piloto e ao Mestre, do que ao que
31 E apartando-se a huma banda, fa­ Paulo dizia.
la vâo huns com os outros, dizendo: 12 E nào sendo aquelle porto acom-
este homem nada faz digno de mor­ modado para invemar, forão os mais
te ou de prizoens. de parecer, de ainda dali passar, a
32 E disse Agrippa a Festo: Bem se ver se chegar podessem a Pnenix, a
podia este homem soltar, se a Cesar invemarem ali, que he hum porto de
nâo houvéra appellado. Creta, que attenta para a banda do
vento Africo, e do Choro.
CAPITULO XXVII. 13 E ventando ja brandamente o
sul, pareoeo-lhes que ja tinhão o
COMO se determinou aue havía­ ue intenta vâo, e dando à vela, forão
E mos de navegar para ltalia, en­ 3 e bem perto costeando à Creta.
tregàrâo a Paulo, e a alguns outros 14 Porem nào muito depois deo nel­
prezos. a hum Centuriào, por nome la hum pé de vento, chamado Euro-
Julio, ao esquadrão Imperial. clydon.
3 E embarcando-nos em hum navio 15 E sendo o navio delle arrebata­
Adramytino, havendo de navegar por do, e nào podendo navegar oontra o
junto aos lugares da Asia, partimos, vento, dando de mào a tudo, nos dei­
estando juntamente comnosco Aris- xámos ir à tóa.
tarcho, o Macedonio de Thessaloni- 16 E correndo abaixo de huma pe­
ca. quena ilha, chamada Clauda, apenas
3 E o dia seguinte chegámos a Si­ pudemos ganhar o batel.
don : e Julio tratando humanamente a 17 0 qual tomado a riba, usárào de
Paulo, permittio-/Àe que fosse aos todos os remedios, cingindo o navio, e
amigos, para delle terem cuidado. temendo darem à costa em Syrte,
4 E partindo dali, fomos navegando amainadas as velas, se deixáráo as­
abaixo de Cypro, porquanto os ventos sim ir à tôa.
erão contrários. 18 E andando ia vehementemente
5 E havendo passado o mar do lon- balanceados de huma tempestade, o
de Cilicia e Pamphylia, viémos a dia seguinte ali viàrâo o navio.
S yra em Lyoia. 19 E ao terceiro dia, nòs mesmos
6 £ achando o Centuriào ali hum com nossas próprias mâos lançámos
navio Alexandrino, aue navegava pa­ do navio a armação.
ra ltalia, nos fez nelle embarcar. 20 E nâo apparecendo ainda sol
7 E indo ja por muitos dias vagaro­ nem estrellas ja muitos dias havia, o
sam ente navegando, e havendo ape­ opprimindo-no5 huma tempestade nâo
nas em fronte de Cmdo chegado, nâo pequena, ja toda a esperança de ser
no-lo pennittmdo o vento, navegamos salvos se nos tirou.

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162 ACTOS DOS APOSTOLOS, XXVHt.
* 21 E havendo ja muito qne se náo alguma cousa, pois para voasa saade
comia, entâo pondo-se Paulo em pé importa; que nem num cabello da
no meio delles, disse: em verdade cabeça de nenhum de vósoutros ha
que razâo houvera sido, ó varoens, de canir.
haver-me ouvido a mim, e nâo partir 35 E havendo dito isto, e tomando o
de Creta, e evitar assim este incom- pâo, deo graças a Deos em presença de
modo. e esta perdição. todos: e partindo-o começou a comer
22 Porém agora vos amoesto, que 36 E tendo ia todos bom animo, po-
tenhais bom animo; porque nenhu­ zérâo-se tambem a comer.
ma perda haverá da vida de algum, 37 E eramos por todos no navio, do*
de vósoutros, senâo somente do na­ zentos e setenta e seis almas.
vio. 38 E abastados ja de comer, alivia­
23 Porque esta mesma noite esteve rão o navio, lançando o trigo ao mar
comigo o Anjo do Deos, cujo sou, e a 39 E vindo ja o dia, nâo conheciáoa
quem sirvo, terra; enxergàrâo porém hum a ense­
24 Dizendo: Paulo, nâo temas: im­ ada que tinha praia, na qual forão <k
porta que a Cesar sejas apresentado : parecer, se pudessem, a e irem dai
e vês aqui Deos te tem aado a todos com o navio.
quantos comtigo navegâo. 40 E levantando as ancoras, deixá-
25 Portanto, ó varoens, tende bom r&o-o ir ao mar, largando tambem as
animo: porque em Deos creio que amarras dos lemes, e alçando a vefa
assim ha de ser, como a mim me foi maior aa vento, forão dar com elle aa.
dito. praia.
26 Porém he necessário que vamos 41 Dando porém em hum lugar de
dar em huma ilha. dous mares, encalhàrâo ali o navio :
27 Vindo pois a decima quarta noi­ e fixa a proa, ficou immovel, porém a
te, sendo no mar Adriático, lançados popa se abria com a força das ondai
de huma para a outra banda à tóa, là 42 Entâo foi o conselho dos soldado*,
pela meia noite suspeitàrâo os ma­ que matassem aos prezos, para qoe
rinheiros, que alguma terra se lhes nenhum fugisse escapando a nado.
chegava. 43 Porém querendo o Centuri&o sal­
28 E lançando o prumo, achárão vin­ var a Paulo, estorvou-lhes este inten­
te braças ; e passando hum pouco to : e mandou que os que pudessem
mais a diante, tomando a lançar o nadar, primeiro se lançassem ao m ar,
prumo, achárão ciuinze braças. e se salvassem em terra.
29 E temendo ae ir dar em alguns 44 E os de mais, huns em taboas, e
lugares ásperos, lançàrâo da popa outros em cousas do navio. E assas
uatro ancoras, desejando que ja o aconteceo, que todos se 6alvàrào em
ia viesse. terra.
30 Procurando porém os marinheiros
fugir do navio, e guindando o batel CAPITULO XXVLII.
ao mar, como que queriâo largar as
ancoras da proa; HAVENDO escapado, entfto en-
31 Disse Paulo ao Centurião, e aos E tendêrào que a ilha se chamara
soldados: Se estes nâo ficarem no na­ Melita.
vio, nâo vos podeis vósoutros salvar. 2 E usárâo os Barbaros comnosco de
32 Entâo os soldados cortârâo os ca­ nâo pouca humanidade: porque accen-
bos do batel, e o deixárão cahir. denao hum grande fogo. nos recolhé-
33 E entretanto que o dia vinha, ex- rfto a todos, por causa aa chuva que
horta va Paulo a todos que comessem sobrevinha, e por amor do frio.
alguma cousa, dizendo: Hoje he ja o 3 E havendo Paulo achegado quan­
decimo quarto dia, que ainda espe­ tidade de vides, e pondo-as no fogo,
rando sem comer permaneceis, nâo sahindo da quentura huma víbora, lhe
havendo nada provado. acometteo à mâo.
94 Portanto amoestovos que comais 4 G vendo*llw os Barboroa a feicfe

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ACTOS DOS APOSTOLOS, XXVJH. 363
dependurada da m&o, dizi&o huns disse-lhes: Varoens irmàos, nâo ha­
aos outros : Certamente homicida he
vendo eu feito nada contra o povo, ou
este homem, ao qual do mar esca­ contra os ritos paternos, vim comtudo
pando, a vingança n&o deixa viver.prezo desde Jerusalem, entregue em
mâos dos Romanos.
5 Porém sacudindo elle a bicha no
fogo. nâo padeceo nenhum mal. 18 Os quaes, havendo-me examina­
6 £ elles esperavâo que se havia de
do, me queriâo soltar, por náo haver
inchar, ou cahir morto de repente.em mim nenhum crime de morte.
Porém havendo ja esperado muito, e 19 Porém contradizendo-o os Judeos,
vendo que nenhum mcommodo lhe me foi forçoso appellar a Cesar: nâo
porém como que tenha de que accu-
sobrevinha, mudados de parecer, dizi­
ào, que era Deos. sar a minha naçâo.
7 £ ali perto daquelle mesmo lugar20 Assim aue por esta causa vos te­
tinha humas herdades o principal da
nho chamado a mim, para vos ver e
ilha, por nome Publio; o qual nos falar: porque pela esperança de Is­
recebeo, e nos hospedou por tres dias
rael estou eu rodeado desta cadeia.
benignamente. 21 Porém elles lhe disserão: nósou­
8 E aconteceo, que estava o pai de
tros nem de Judea cartas algumas
Publio de cama, enfermo de febres,ácerca de ti recebemos, nem vindo
e dysenteria; ao qual Paulo entrou;
aqui algum dos irmãos, nos denunci­
e havendo oiado, pôz as mâos sobreou, nem falou de ti algum mal.
elle, e o curou. 22 Porém bem quizeramos ouvir de
9 Feito pois isto, viérâo tambem a
ti o que sentes : porque, quanto a es­
elle os de mais, que na ilha tinhão
ta Seita, notorio nos he que em todo
enfermidades, e saràrâo. lugar se lhe contradiz.
10 Os quaes tambem nos honrârâo 23 E havendo-lhe elles assinalado
oom muitas honras: e havendo de hum dia, viérâo a elle muitos á pou­
navevegar, nos provêrâo das cousassada ; aos quaes declarava, e testifi­
necessárias. cava o Reino de Deos; e procurava
11 £ tres mezes depois, partimos srsuadi-los â fé de Jesus, assim pela
em hum navio Alexandrino, que in- E
ei de Moyses, como pelos Prophetas,
desde pela manhâ ate a tarde.
vernàra na ilha: o qual tinha por in-
signia, Castor e Pollux. 24 E bem criâo alguns no que se di­
12 £ chegando a Syracusa, ficámos
zia; porém os outros nâo criâo.
ali tres dias. 25 E como ficàrâo entre si discordes,
despedirào-se, dizendo Paulo esta pa­
13 Donde indo costeando, viémos a
Rhegio; e hum dia depois ventando o
lavra : que bem falou o Espirito Santo
por Isaias o Propheta a nossos pais,
sul, viémos o segundo dia a Puteolos.
14 Aonde achando alguns irmãos, 26 Dizendo: Vai a este povo, e dize:
de ouvido ouvireis, e em maneira ne­
rogárào-nos aue por sete dias ficásse­
mos com elles, e assim viémos a nhuma entendereis: e vendo vereis,
Roma. e em maneira nenhuma enxergareis.
15 £ ouvindo os irmàos novas de 27 Porque engrossado está o coração
nósoutros, desde lá ao encontro nosdeste povo, e dos ouvidos pesadamen­
sahirâo até a praça de Appio, e ás te ouvirão, e os olhos fecnárâo; para
tres Vendas, e vendo-os Paulo, deo que nunca dos olhos vejão, nem dos
graças a Deos, e tomou animo. ouvidos ouçào, nem do coração en-
16 E como chegamos a Roma, entre-tendâOj e se convertào, e eu os cure.
28 Seja-vos pois notorio, que ás Gen­
ou o Centuriào os prezos ao General
f tes he enviada esta salvação de Deos;
os exercitos: porem a Paulo se lhe
permittio morar sobre si à parte, com
e ellas a ouvirão.
o soldado que o guardava. 29 E havendo elle dito isto, partirão
os Judeos, tendo entre si grande con­
17 E aconteceo, que tres dias depois,
convocou Paulo aos que erão os Prin-
tenda.
cipaes do» Judeos; e juntos elles, 30 £ Paulo fioou dous annos inteih»

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164 SWSTOLA AOS R0MAN06 lr
em seu proprio aluguer: e recebia a sinando oom toda onmriia s t iw w h
todos quantos a elle vinhão: pertenc entes ao Senhor Jesa-Christs
31 Prégando o Reino de Deos, e en­ sem algum impedimento.

E P I 8 T 0 L A DE 8. P À U 1 0
AOS

ROMANOS.

comvosco seja consolado pela fé mu­


c a p it u l o i .
tua, assim vossa, como minha.
13 Porém irmãos, nâo quero que ig­
PAULO servo de Jesu-Christo, cha­
mado para Apostolo, separaao pa­ noreis, que muitas vezes propuz Se
ra o Evangelho de Deos, vir a vósoutros (fui porém ate ageca
2 (Que d’antes havia promettido por estorvado), para que tambem algum
seus Prophetas em as santas Escri­ fruto tivesse entre vósoutros, como
turas.) tambem entre as de mais Gentes.
3 A’cerca de seu Filho (que foi fei­ 14 Assim a Gregos como a Barba roa,
to da semente de David segundo a assim a sabios como a náo sabios, soa
carne: devedor.
4 E declarado vor Filho de Deos em 15 Assim que, quanto a m im , pres­
potência, segundo o Espirito de santi­ tes estou, para tambem aos que esta*
ficação, pela resurreiçâo dos mortos) em Roma, vos denunciar o Evange­
convem a saber Jesu-Christo nosso Se­ lho.
nhor. 16 Porque nâo me envergonho do
5 (Pelo qual recebemos a graça, e o Evangelho de Christo, pois ne a po­
Apostolado, para a obediencia da fé tência de Deos para salvação, de tais
entre todas as gentes, por seu nome. aquelle que crê, primeiramente do
6 Entre as auaes sois vós tambem, Judeo, e tambem do Grego.
os chamados ae Jesu-Christo.) 17 Porque nelle se descobre a Justiça
7 A todos os que estais em Roma, de Deos de fé em fé : como està es­
amados de Deos, e chamados santos: crito : mas o justo viverá da fé.
Graça e paz hajais de Deos nosso Pai, 18 Porque a ira de Deos se manifesta
e do Sennor Jesu-Christo. do ceo sobre toda a impiedade e in­
8 Primeiramente dou graças a meu justiça dos homens, que detem a ver­
Deos por Jesu-Christo, acerca de to­ dade em injustiça.
dos vósoutros, de que vossa fé he de­ 19 Porquanto o que de Deos se pode
nunciada em todo o mundo. oonhecer, nelles està manifesto: por
9 Porque minha testemunha he De­ que Deos lho manifestou.
os, a quem sirvo em meu espirito no 20 Porque suas cousas invisíveis, as­
Evangelho de seu Filho, como sem sim sua eterna potência, como sna di­
cessar me lembro de vósoutros. vindade, se entendem, e claramente
10 Rogando sempre em minhas ora- se vêem, pelas creaturas, desde a
çoés, se por ventura em algum tempo creação do mundo, para que fiquem
se me dè boa occasiâo, de pela von­ inexcusaveis.
tade de Deos vir a vósoutros. 21 Porquanto conhecendo a Deos, o
11 Porque desejo de vos ver, para nâo glorificârão como a Deos, nem
vos repartir algum dom espiritual, pa­ lhe dérâo graças: antes em seus dis­
ra que sejais confortados. cursos se esvaecerão, e seu eoraç&o
12 Isto he, para que juntamente nescio se entenebrecei

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EPISTOLA aos ROMANOS» n . m
38 P&bHcando*ée por sabio*, se tor- demnas; pois tu que aos outros julgas,
nárfto loucos. fazes as mesmas cousas.
23 E mudàrào a gloria do Deos in­ 2 E bem sabemos que o juizo de
c orruptível em semelhança de ima­ Deos he segundo verdade, sobre
gem ae homem corruptível, e de aves, aquelles que taes cousas fazem.
e de animaes de quatro pés, e de rep­ 3 E cuidas tu, ó homem que iulgas
tis. aos que taes cousas fazem, que fazen­
24 Pelo que tambem Deos os entre­ do-as tu, escaparás do juizo de Deos ?
gou às eoncupÍ8cencias de seus cora­ 4 Ou desprezas tu as riquezas de sua
çoens em immundicia, para envilecé- benignidade, e paciência, e longani­
rem seus corpos entre si. midade, ignorando que a benignidade
25 Como aquelles que mudàrão a de Deos te encaminha a arrependi­
verdade de Deos em mentira, e hon- mento ?
ràrào e servirão à creatura mais que 5 Mas segundo tua dureza, e teu
ao Creador, que deve ser bemdito coração impenitente, enthesouras ira
eternamente, Amen. ara o dia da ira, e da manifestação
S
26 Pelo que Deos os entregou a o justo juizo de Deos.
affeetos infames. Porque ate suas 6 O qual recompensará a cada hum
mulheres mudàrão o uso natural, no segundo suas obras:
contrario à natureza. 7 A saber aos que, com perseveran­
27 E semelhantemente tambem os ça em bemfazer, procurão gloria, e
machos deixando o uso natural da mu­ honra, e incorrupção; a vida eterna:
lher, se accendêrào em sua sensuali­ 8 Mas aos que sâo contenciosos, e
dade huns para com os outros, com- desobedientes à verdade, e obedien­
mettendo torpeza machos com ma­ tes â injustiça; indignação, e ira.
chos, e em si mesmos recebendo a 9 Tribulação e angustia sobre toda
recompensa que convinha a seu erro. alma .do homem que obra o mal, pri­
28 E como a elles lhes nào pareceo meiramente do Judeo, e tambem do
bem de reconhecerem a Deos, assim Grego:
os entregou Deos em hum perverso 10 Porém gloria, e honra, e paz a
sentido, para fazerem cousas que nào qualquer que obra o bem: primei­
convém. ramente ao Judeo, e tambem ao Gre­
29 Cheios de toda a iniquidade, for­ go*
nicação. malicia, avareza, maldade: 11 Porque nâo ha aceitação de pes­
cheios de inveja; homicidio, contenda, soas ácerca de Deos.
engano, malignidade. 12 Porque todos os que sem Lei pec-
30 Malsins, detractores, aborrecedo­ cârâo, sem Lei tambem perecerão: e
res de Deos, injuriadores, soberbos, todos os que debaixo da Lei peccárâo,
presnmptuosos, inventores de males, pela Lei serâo julgados,
desobedientes a pais e a m&is: 13 (Porque nâo os ouvidores da Lei
31 Sem entendimento, quebrantado- sâo iustos diante de Deos: ma* os
res de concertos, sem affecto natural, obradores da Lei hâo de ser justifica­
irreconciliáveis, sem misericordia. dos.
32 Que sabendo o juro de Deos, (a 14 Porque quando as Gentes, que
saber que os que taes cousas fazem, nào tem a Lei, fazem naturalmente
sào dignos de morte,) nâo sòmente as as cousas que são da L ei: estas, nâo
fazem, mas tambem se agradâo dos tendo Lei, para si mesmas sâo Lei.
que as fazem. 15 Como aquelles que mostrâo a obra
da Lei escrita em seus coraçoens* tes­
CAPITULO n. tificando juntamente sua consciência,
e accusando-se, ou tambem escusan­
)RTANTO inexcusavel es, 6 ho­ do-se entre si seus pensamentos.)
F mem, quem quer que sejas, que 16 No dia em que Deos ha de julgar
ao$ outros julgas; porque naquilíoque os segredos dos homens por Jesu-
wo outro julgas, a ti mesno te oon- Christo, segundo meu Evangelho.

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166 EPISTOLA AOS ROMANOS* HL
17 Vês aqui tu te chamas por sobre­ I 4 Em maneira nenhuma: antes se­
nome Judeo, e te repousas na Lei, e ja Deos verdadeiro, e todo homem
te glorias em Deos: mentiroso; como está escrito : Para
18 E sabes sua vontade, e approvas que sejas justificado em tuas palavras,
as cousas discordantes, sendo instruí­ e venças quando julgares.
do pela Lei. 5 E se nossa injustiça encarece a
19 E confias que es guia dos cegos, justiça de Deos, que dirémos ? Sera
luz dos que estào em trevas: por ventura Deos injusto, trazendo
20 Instruidor dos néscios, Mestre ira sobre nós ? (Como homem falo.)
dos ignorantes, e que tens a forma da 6 Em maneira nenhuma: d ’outro
sciencia, e da verdade na Lei. modo, como julgará Deos ao mun­
2 1 0 que pois ensinas a outro, a ti do?
mesmo nâo ensinas? o que prégas 7 Porque se a verdade de Deos, por
que nâo se ha de furtar, furtas í minha mentira, para sua gloria foi
22 O que dizes que nâo se ha de mais abundante, porque ainda tam­
adulterar, adulteras ? o que abominas bem sou julgado como peccador ?
os idolos, commettes sacrilégio ? 8 E nâo dizemos nós antes, (como so­
23 O que te glorias na Lei, deshon- mos blasfemados, e como alguns di­
ras a Deos pela transgressão da Lei ? zem que dizemos:) Façamos males,
24 Porque blasfemado he o nome para que venhâo bens? Cuja condem-
de Deos por causa de vósoutros entre nação he justa.
as Gentes, como está escrito. 9 Pois que ? Somos nós m ais exceJ*
25 Porque bem he a circuncisão pro­ lentes ? em maneira nenhuma ; por­
veitosa, se tu guardares a Lei: po­ que já d’antes accusado temos, assis
rém se tu es transgressor da Lei, tua a Judeos, como a Gregos, que todos
circuncisão se toma em incircunci- estâo debaixo de peccado :
sâo. 10 Como està escrito: Não h a justo,
26 Pois se a incircuncisâo guardar nem ainda hum.
os direitos da Lei, nâo será por ven­ 11 Nâo ha ninguém que entenda,
tura sua incircuncisâo reputada por nâo ha ninguém que busque a Deos.
circuncisão ? 12 Todos se apartárâo, e juntamente
27 E se o que de natureza he incir­ forào feitos inúteis: não ha quem
cuncisâo cumpre a Lei, náo te julgará bem faça, nâo ha nem ainda até
por ventura a ti} que pela letra e cir­ hum.
cuncisão es transgressor da Lei ? 13 Sepulcro aberto he sna garganta:
28 Porque não he Judeo, o que em Com suas línguas tratâo enganosamen­
publico o h e ; nem circuncisão, a que te: Peçonha de áspides està debaixo
em publico o he na carne: de seus beiços:
29 Mas Judeo he, o que em occulto 14 Cuja boca está cheia de maldição
o he, e circuncisão, a que o he de co­ e amargura.
ração, em espirito, e nâo na letra: cu­ 15 Seus pés são ligeiros para derra­
jo louvor nâo vem dos homens, senâo mar sangue.
de Deos. 16 Destruição e miséria ha em seus
caminhos.
17 E o caminho de paz não conhe-
CAPITULO m . cêrão.
UAL he logo a vantagem do Ju­ 18 Nâo ha temor de Deos diante de
Q deo ? Ou qual a utilidade da cir­ seus olhos.
cuncisão ? 19 Ora nós sabemos que tndo o que
2 Muita em toda maneira. Porque, a Lei diz, aos que estão debaixo da
quanto ao primeiro, as palavras de Lei o diz, para que toda boca se tape,
Deos lhes forão confiadas. e todo o mundo seja condemnavel di­
3 Pois que ? Se alguns forão incrédu­ ante de Deos.
los, aniquilará sua incredulidade a fé 20 Pelo <jue nenhuma came serà jus­
de Deos? tificada diante delle pelas obras da

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EPISTOLA AOS ROMANOS, IV. 167
Lei . Porqne pela Xei he o conheci­ crê naquelle que justifica ao impio,
mento do peccado. sua fé lhe he imputada por justiça.
21 Mas agora se manifestou a justi­ 6 Como tambem David pronuncia
ça de Deos sem a Lei, tendo testemu­ bemaventurado ao homem, a quem
nho da Lei, e dos Prophetas. Deos imputa a justiça sem as obras:
22 Convém a saber a justiça de De­ 7 Dizendo, Bemaventurados aquel-
os pela fé de Jesu-Christo, para todos, les; cujas maldades são perdoadas, e
e sobre todos os que crêm : porque cujos peccados sâo cobertos:
não ha differença. 8 Bemaventurado o homem, a quem
23 Porque todos peccárâo, e desti­ o Senhor não imputa o peccado.
tuídos estâo da gloria de Deos. 9 Pois está esta pronunciaçâo de be-
24 Sendo justificados gratuitamente maventurança somente na circuncisão,
por sua graça, pela redempçâo que ou tambem na incircuncisâo? Por­
está em Christo-Jesu: que dizemos, que a fé a Abraham foi
25 Ao qual Deos propôz por recon­ imputada por justiça.
ciliação pela fé em seu sangue, para 10 Como pois lhe foi imputada ? es­
demonstração de sua iustiça, pela re­ tando na circuncisão, ou na incircun­
missão dos peccados d’antes commet- cisâo ? não na circuncisão, senão na
tidos. sob a paciência de Deos. incircuncisâo.
26 Para demonstração de sua justiça 11 E recebeo o sinal da circuncisão,
nesie presente tempo, para que elle por sello da justiça da fé que estâ na
seja justo, e o que justifica ao que he mcircuncisão, para que fosse pai de
da fé de Jesus. todos os que crém, estando na incir­
27 Aonde està logo a jactancia ? ex­ cuncisâo, afim que tambem a justiça
cluída he. Por qual Lei ? das obras ? lhes seia imputada:
nâo: senâo pela Lei da fé. 12 E fosse pai da circuncisão, a saber
28 Assim que concluímos, que o ho­ daquelles que não somente sâo da
mem he justificado pela fé, sem as circuncisão, mas que tambem andão
obras da Lei. em as pisadas da fe de nosso pai Abra­
29 He Deos por ventura somente ham, que fóra na incircuncisâo.
Deos dos Judeos ? e nâo o he tambem 13 Porque náo pela Lei fo i feita a
das Gentes? certamente que tambem Abraham, ou à sua semente a pro­
o he das Gentes. messa de que seria herdeiro do mun­
30 Porquanto hum só Deos ha, o do, mas pela justiça da fé.
qual justificará da fé à circuncisão, e 14 Porque se os que sáo da Lei,
pela fé â incircuncisâo. herdeiros sâo, vã he logo a fé, e ani­
31 Desfazemos logo a Lei pela fé? quilada he a promessa.
em maneira nenhuma; antes estabe­ 15 Porque a Lei obra ira. Porque
lecemos a Lei. aonde nâo ha Lei, tambem nâo ha
transgressão.
16 Portanto he pela fé, para que se­
CAPITULO IV. ja segundo graça; afim que a promes­
UE diremos logo, que Abraham sa seja firme a toda a semente, não
Q nosso pai segundo a came alcan­ somente à que he da Lei, mas tam­
bem á que he da fé de Abraham, o
çou ?
2 Poraue se Abraham foi justificado qual he Pai de nós todos:
pelas ooras, gloria tem, mas nào ácer­ 17 (Como está escrito: Por pai de
ca de Deos. muitas gentes te puz) perante aquel­
3 Porque, que diz a Escritura? e le no qual creo, a saber Deos, que vi­
creo Abraham a Deos, e foi-lhe impu­ vifica aos mortos, e chama as cousas
tado por justiça. que nâo são, como que se já fossem.
4 Ora âquelle que obra, não lhe he 18 O qual com esperança creo con­
o galardão imputado segundo graça, tra esperança, que seria feito pai de
mas secundo ai vida. muitas Gentes, conforme ao que lhe
5 Porem âquelle que nào obra, mãi fóra dito; Assim serà tua semente.

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168 EPISTOLA AOS ROMANOS, V.
19 E nfto se enfraquecendo na fè , 1 0 Porque se sendo nés mmàa inimi­
n&o attentou para seu proprio corpo gos, fomos reconciliados com Deo»
ja amortecido, pois já era de quasi pela morte de seu Filho, muito maii,
cem annos, nem tâo pouco que a ma­ sendo já reconciliados, seremessata»
dre de Sara iá estava amortec ida. por sua vida.
20 E n&o duvidou da promessa de 11 E n&o somente isto, mas tambea
Deos por desconfiança: mas foi esfor­ nos gloriamos em Deos por nosso Sen­
çado na fé, dando gloria a Deos: hor Jesu-Christo: pelo qual agora al­
21 E estando certissimo de que o cançamos a reconciliação.
ue tinha promettido, tambem era po- 12 Pelo que, oomo por hum homem
eroso para o fazer. o peccado entrou no mundo, e pelo
22 Pelo que tambem lhe foi imputa­ peccado a morte, assim tambem a
do por justiça. morte passou a todos os homem, *•
23 Ora n&o sô por elle està escrito, quelle em que todos peccár&o.
que lhe fosse imputado: 13 Porque até a Lei estava o peca­
24 Mas tambem por nós, aos quaes do no mundo: porém o peccado nfto
tambem será imputado, a saber aos he imputado, náo havendo Lei.
ue crêm naquelle que resuscitou 14 Mas a morte reinou desde Aiu
os mortos a Jesus nosso Senhor. até Moyses, até sobre aquelles qw
25 O qual foi entregue por nossos n&o peccárâo à semelhança da tn »
peccados, e resuscitou para nossa jus­ gress&o de Adam, o qual he figun
tificação. daquelle que havia de vir.
15 Mas não he o dom gratuito, como
a offensa. Porque se pela o f f e n a dt
CAPITULO V. hum muitos morrêrâo, muito maisi
ENDO pois justificados pela fé, te­ graça de Deos, e o dom pela graça
S mos paz para com Deos, por nos­ que he de hum homem Jesu-CKriáa
so Senhor Jesu-Christo. tem abundado sobre muitos.
2 Pelo qual tambem temos entrada 16 E nâo he o dom como a offense
pela fé a esta graça, em a qual firmes ot hum que peccou. Porque bem
estamos, e nos gloriamos na esperan­
ça da gloria de Deos.
E e a culpa de numa sô offetm par»
condemnaç&o: mas o dom gratuito he
3 E n&o somente isto, mas tambem de muitas offensas para justificação.
nos gloriamos nas tribulaçoens: sa­ 17 Porque se pela offensa de hum.
bendo que a tribulação obra paciência: a morte reinou por aquelle hum;
4 E a paciência experiencia, e a ex- muito mais os que recebem a abas*
periencia esperança. dancia da graça, e do dom da jostiça,
5 E a esperança n&o confunde, por- reinar&o em vida por este hum. a sa­
uanto o amor de Deos está derrama- ber Jesu-Christo.
o em nossos coraçoés pelo Espirito 18 Assim que como por huma offen­
Santo, que nos he aado. sa veio a culpa sobre todos os homens
6 Porque Christo, estando nôs ainda para condemnaç&o, assim tambem
fracos, morreo a seu tempo pelos im­ por huma justiça vem a grmç* sobre
pios. todos os homens para jnstiíicaoào de
7 Porque apenas morrerá alguem vida.
por hum justo: porque pelo bom po­ 19 Porque como pela disobediencã
derá ser que alguem ousará tambem daquelle hum homem, muitos forão
morrer. feitos peccadores; assim pela obedi*
8 Mas Deos encaréce sua caridade encia deste hum, muitos serio feitos
para comnosco, em que Christo por justos.
nôs morreo, sendo nos ainda pecca­ 20 Porém de mais disto entroa a Lei?
dores. para que a offensa abundasse; mas
9 Logo muito mais agora, sendo ja onde o peccado abundou, sfo* «obre
justificados em seu sangue, seremos abundou a graça.
por elle salvos da ira. 21 Para que como o peccado reinou

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EPISTOLA AOS ROMANOS, VI, VII. 169
para morte, assim reinasse tambem 14 Porque o peccado n&o se ense-
a graça por justiça para vida eterna, nhorearà de vósoutrosj pois n&o es­
por Jesu-Christo Senhor nosso. tais debaixo da Lei, sen&o debaixo
da graça.
CAPITULO VI. 15 Pois quel Peccaremos. porquan­
to nâo estamos debaixo aa Lei, se­
UE diremos logo? Permanecere­ nâo debaixo da graça ? em maneira
Q mos em peccado, para que a gra­ nenhuma.
ça abunde ? 16 Nâo sabeis vòs, que a quem vos
2 Em maneira nenhuma. Nós que apresentardes por servos para lhe
ao peccado estamos mortos, como obedecer, sois servos daquelle a quem
ainaa nelle viveremos ! obedeceis, ou do peccado para morte,
3 Ou n&o sabeis que todos quantos ou da obediencia para justiça ?
somos baptizados em Jesu-Christo, 17 Porém graças a Deos, aue bem
em sua morte baptizados somos ? fostes vós servos do peccaao: mas
4 Assim aue estamos sepultados com aue agora de coração obedecestes a
elle pelo baptismo na morte: para lorma da doutrina, a que estais en­
que como Christo resuscitou dos mor­ tregues :
tos para gloria do Pai, assim ande­ 18 E sendo libertos do peccado, es*
mos nós tambem em novidade de tais feitos servos da justiça.
vida. 19 Como homem falo, pela fraque­
5 Porque se com elle fomos feitos za de vossa came. Que como apre­
huma mesma planta na conformidade sentastes vossos membros para servi­
de sua morte, tambem o seremos na rem & immundicia, e à maldade para
conformidade de sua resurreiçâo. maldade: assim apresentai agora
6 Sabendo isto, que nosso velho ho­ vossos membros para servirem à jus­
mem com elle foi crucificado, para tiça em santificação.
que o corpo do peccado seja desfeito: 20 Porque quando ereis servos de
para que mais ao peccado n&o sirva­ peccado, livres estáveis da justiça.
mos. 21 Pois que fruto tinheis entâo das
7 Porque o que já he morto, justifi­ cousagL de que agora vos envergo­
cado está do peccado. nhais 1 porque o fim delias he a mor­
8 Ora se já com Christo morrèmos, te.
cremos que tambem com elle vivere­ 22 Mas agora, libertos do peccado,
mos. e feitos servos de Deos, tendes vosso
9 Sabendo que havendo Christo re- fruto em santificação, e por fim a
suBcitado dos mortos, jà mais n&o vida eterna.
m orre: jà a morte mais se n&o en- 23 Porque o salario do peccado he a
senhorea delle. morte: mas o dom gratuito de Deos
10 Pois porque morreo, de huma vez he a vida eterna, por Jesu-Christo
morreo para o peccado: e porque Senhor nosso.
vive, para Deos vive.
11 Assim tambem vósoutros, fazei c a p i t u l o vn.
conta que em verdade ja ao pecado
estais mortos: mas a Deos vivendo AO sabeis vós, irmãos, (porque
em Jesu-Christo Senhor nosso. falo com os que a Lei entendem)
12 Portanto n&o reine o peccado em que a Lei se ensenhorea do homem
vosso corpo mortal, para lhe obede­ todo o tempo que vive ?
cer em suas concupiscencias. 2 Porque a mulher que està sob o
13 Nem t&o pouco apresenteis vos- marido, vivendo o marido, esta-lhe
fos membros ao peccado por instru­ obrigada pela Lei: porém morto o
mentos de iniquidade : mas apresen- marido, livre està da Lei do marido.
tai-vos a Deos, como sendo de mortos 3 Assim que vivendo o marido, serà
'eitos vivos, e apresentai vossos mem­ chamada adultera, se fór de outro
{ bros por armas de justiça a Deos.
45
marido; mas morto o marido, livre

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170 : EPISTOLA AOS ROMANOS, VIA.
està da L ei: de maneira que nâo se­ 18 Porque eu sei que em mim, isto
rà adultera, se for de outro marido. he em minha came, nâo habita, ben
4 Assim que, irmãos meus, tambem alçum: porque o querer eetá em
vós mortos estais à Lei pelo corpo de mnn : porém effeituar o bem , nâo o
Christo, para que sejais d’outro, a sa­ alcanço.
ber daquelle que foi resuscitado dos 19 Porque o bem que quero, nâo o
mortos, para que para Deos fructifi- faço, mas o mal que nâo quero, isee
quemos. faço.
5 Porque quando na came estava- 20 Ora se eu faço o que nâo quero,
mos, os affectos dos peccados, que ià eu o nâo faço senâo o peccado qtte
sâo pela Lei, obravâo em nossos mem­ habita em mim.
bros, para fructificarem para a morte. 21 Assim que acho esta Lei e n hum,
6 Mas agora livres estamos da Lei, que quando quero fazer o bem , o mal
•endo mortos áquella, em que retidos me he proprio.
estavamos: assim que sirvamos em 22 Porque prazer tenho na Lei de
novidade de espirito, e nâo em ve­ Deos segundo o homem interior.
lhice de letra j 23 Mas vejo outra Lei em meof
7 Que dirémos logo? He a Lei pec- membros, que batalha contra a Lei
eado? em maneira nenhuma: antes de meu entendimento, e m e prende
eu nâo conheci o peccado, senâo pela debaixo da Lei do peccado, que esti
Lei: porque tâo pouco soubéra eu em meus membros.
jwe concupiscência era peccado, se a 24 Miserável homem de mim ! Quem
Lei nâo disséra: nâo cobiçarás. me livrará do corpo desta morte ?
8 Mas o peccado, tomando occasiâo 25 Graças dou a Deos por Jesu-
pelo mandamento, em mim obrou Christo Senhor noteo.
toda eottcupiscencia. Porque sem a 26 Assim que eu mésmo com o en­
Lei estâ o peccado morto. tendimento sirvo à Lei de Deos, mas
9 E sem a Lei vivi a eu algum tem­ com a carne à Lei do peccado.
po : mas vindo o mandamento, revi-
Veo o peccado. porém eu morri. c a p it u l o v m .
10 E o mandamento que era para
vida, me foi achado para morte. SSIM que agora nenhuma con-
11 rorque o peccado tomando occa- A dem nação ha para os que estâo
siâo pelo mandamento, me enganou, em Christo-Jesus, que nâo andfto se­
e por elle me matou. gundo a came, mas segundo o Espi­
12 Assim que a Lei santa he, e o rito.
mandamento santo, e justo, e bom. 2 Porque a Lei do Espirito de vida^
13 Logo tornou-se-me o bom em em Christo-Jesus, me livrou d a Lei
morte ? em maneira nenhuma. Mas do peccado, e da morte.
o peccado se me tornou em morte, pa­ 3 Porque o que era impossível à Lei,
ra que se mostrasse ser peccado, porquanto pela came estava enferma;
obrando-me a morte pelo bem : afim enviando Deos a seu Filho em seme­
aue o peccado, pelo mandamento, se lhança de came de peccado, e isso
nzesse excessivamente peccante, pelo peccado, condemnou ao peccad o
14 Porque bem sabemos que a Lei em a came.
he espiritual: mas eu sou carnal, 4 Para que a justiça da Lei se cum­
Vendido debaixo de peccado. prisse em nòs, que nâo andamos se­
15 Porgue o que faço, nâo o appro- gundo a came, mas segundo o Espirito.
vo. Pois o que quero, isso não faço; 5 Porque os que sâosegundo a came,
mas o que aborreço, isso faço. as cousas da carne imaginão: mas es
16 E se faço o que nâo quero, con­ que são segundo o Espirito, as cousas
sinto com a Lei, que he boa. do Espirito.
17 De maneira que agora já eu mais 6 Porque a imaginação da came he
aquillo nâo faço, senão o peccado que morte; mas a imaginação do Espiri*
em mim habita. to he vida e paz.

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k h s t o l à a o s ro m a n o s , v ra . 171
7 Porquanto a imaginação da came 21 Com esperança que tambem a
h e inimizade contra Deos: Pois à mesma creatura serâ liberta da servi­
Lei de Deos se náo sujeita: porquan­ dão de corrupcâo, para a liberdade
to tambem náo pode. da gloria dos nlhos ae Deos.
8 Portanto os que estáo na carne, 22 Porque bem sabemos, que toda a
nào podem a Deos agradar. creatura à huma suspira, e está jun­
9 Porém vósoutros nâo estais na car- tamente até agora como com dores de
üe, senâo no Espirito, se he que o parto.
Espirito de Deos habita em vós, Mas 23 E nâo somente ella, mas tambem
Se alguem náo tem o Espirito de nós mesmos, que temos as prímicias
Christo, o tal nâo he seu. do Espirito, nós mesmos digo em nós
10 E se Christo em vósoutros está, mesmos suspiramos, esperando a
em verdade o corpo está morto por adopção era filhos, convêm a saber, a
causa do peccado; mas o Espirito he redempçâo de nosso corpo.
vida por causa da justiça. 24 Porque em esperança somos sal­
11 E se o Espirito daquelle que dos vos. Ora a esperança què se vê, nâo
mortos resuscitou a Jesus, em vòs ha­ he esperança: Porque o que alguem
b ita : aquelle que a Christo resusci­ vê, porque tambem o esperará ?
tou aos mortos, tambem resuscitarà a 25 Mas se esperamos o que nâo vê-
vossos corpos mortaes, por seu Espi­ mos, com paciência o esperamos.
rito, que em vós habita. 26 E da mesma maneira tambem o
12 De maneira, irmãos, que deve­ Espirito a nossas fraquezas ajuda
dores somos, nâo à came, para viver juntamente: Porque nâo sabemos,
segundo a came. como convém, o que devemos orar:
13 Porque se viverdes segundo a mas o mesmo Espirito intercede por
came, morrereis: mas se pelo Espi­ nós com suspipiros inefTaveis.
rito mortificardes as operaçoens do 27 E o que examina os coraçoês, sa­
corpo, vivereis. be qual seja a intenção do Espirito:
14 Porque todos quantos sâo guia­ porquanto intercedè pelos santos se­
dos pelo Espirito ae Deos, sâo filhos gundo Deos.
de Deos. 28 E bem sabemos? que todas as
15 Poraue nâo recebestes o Espirito cousas juntamente ajuaâo em bem
de serviaâOj para outra vez estar em aos que amâo a Deos, a saber aos que
temor; porem recebestes o Espirito segundo seu proposito sâo chamados.
de adopção em filhos, pelo qual cla­ 29 Porque aos que d?antes conheceo,
mamos, Abba, Pai. tambem os predestinou, para serem
16 O mesmo Espirito testifica com conformes à imagem ae seu Filho,
nosso espirito, que somos filhos de para que seja o primogênito entre
Deos. muitos irmãos.
17 E se somos filhos, somos logo 30 E aos que predestinou, a esses
tambem herdeiros, herdeiros de Deos, tambem chamou : e aos que chamou,
e coherdeiros de Christo; se porém a esses tambem justificou: e aos que
com elle padecemos, para que tam­ justificou, a esses tambem glorificou.
bem com elle sejamos glorificados. 31 Pois que diremos a estas cousas %
18 Porque para mim por certo tenho, Se Deos he por nós, quem serâ contra
que as afBicçoéns deste presente tem­ nós?
po nâo sâo para contrapesar com a 32 Aquelle que nem até a seu pro-
loria que em nós ha de ser revela- prio Filho poupou, antes por nós todos
a. o entregou: como nos náo dará tam­
19 Porque esperando, como com ca­ bem com elle todas as cousas 1
beça levantaaa, espera a creatura a 33 Quem intentará accusaçfio con­
manifestação dos nlhos de Deos. tra os escolhidos de Deos 1 Deos he o
20 Porque a creatura està sujeita à que justifica.
vaidade, não por sua vontade, mas 34 Quem he o que condemnará ?
por causa do que a sujeitou á vaidade. Christo he o que morreo, e o que mãi*

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172 EPISTOLA AOS ROMANOS, IX.
he, o que tambem resuscitou: o qne messa: Perto deste tempo virei, e
tambem está á máo direita de Deos: Sara terá hum filho.
o que tambem por nos intercede. 10 E não somente esta: m as tam­
35 Quem nos apartará do amor de bem Rebecca he prova disto7 quando
Christo ? Tribulação, ou angustia, ou concebeo de hum, a saber ae nosso
perseguição, ou fome, ou nudez, ou pai Isaac.
perigo, ou espada ? 11 Porque não sendo ainda os meni­
36 (Como está escrito: Porque por nos nascidos, nem bem nem m al ha­
amor de ti todo o dia somos mortos; vendo feito, para que o proposito de
como ovelhas da carniceria somos Deos, que he segundo a eleição, ficas­
estimados.) se firme, não pelas obras, m as por
37 Antes em todas estas cousas so­ aquelle que chama:
mos mais que vencedores, por aquel­ 12 Lhe foi dito: o maior servirá ao
le que nos amou. menor.
38 Porque certo estou, que nem 13 Como está escrito: a Jacob amei,
morte; nem vida, nem Anjos, nem e a Esau aborreci.
Principados, nejn Potestades, nem o 14 Pois que diremos ? Que ha injus­
presente, nem o porvir, tiça ácerca de Deos? em maneira ne­
39 Nem altura, nem profundeza, nhuma.
nem alguma outra creatura nos pode­ 15 Pois a Moyses diz: Compadecer-
rá apartar do amor de Deos, que está me-hei do que me compadecer, e te­
em Christo-Jesus Senhor nosso. rei misericordia do que tiver miseri­
cordia.
16 Assim que não he do que quer,
CAPITULO IX. nem do que corre, senão de Deos que
ERDADE digo em Christo, náo se compadece.
V minto, (dando-me minha con­ 17 Porque a Escritura diz a Pharào:
Para isto mesmo te levantei, para.
sciência juntamente testemunho pe­
lo Espirito Santo.) mostrar em ti minha potência, e para
2 Que tenho grande tristeza e con­ que meu nome seja denunciado em
tinuo tormento em meu coraçáo. toda a terra.
3 Porque bem desejára eu mesmo 18 Assim que se compadece do que
ser separado de Christo por meus ir­ quer, e endurece ao que quer.
mãos, que são meus parentes segun­ 19 Dir-me-has logo: porque pois
do a cam e: ainda se queixa ? Porque quem resis-
4 Que são Israelitas, dos uuaes he a tio a sua vontade ?
adopção em íilhos, e a gloria, e os 20 Mas antes, ó homem, quem es
concertos, e a data da Lei, e o culto tu, que contestes contra Deos 1 Por
divino, e as promessas: ventura dirá a cousa formada ao que
5 Dos quaes são os pais, e dos quaes a formou j porque me fizeste assim.
he Christo quanto á carne, o qual he 21 Ou não tem o oleiro poder sobre
Deos sobre todos bemdito eternamen­ o barro, para de huma mesma massa
te: Amen. fazer hum vaso para honra, e outro
6 O que porém não digo como se a para deshonra ?
palavra de Deos houvesse descahida: 22 E se Deos, querendo mostrar sua
porque nem todos os que são de Isra­ ira, e dar a conhecer sua potência,
el, porisso são Israel. supportou com muita paciência os
7 Nem por serem semente de Abra­ vasos de ira, preparados para perdi­
ham porisso todos são íilhos: mas em ção:
Isaac te será chamada semente. 23 E para dar a conhecer as rique­
8 Isto he, não os íilhos da came, são zas de sua gloria nos vasos de miseri­
os filhos de Deos: mas os filhos da cordia. que para gloria ja d’antes pre­
promessa, são contados por semen­ parou :
te. 24 Aos quaes tambem chamou, con­
9 Porque esta he a palavra da pro­ vem a saber a nósoutros n&o soraen-

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EPISTOLA A06 ROMANOS, X. 173
te d’entre os Judeos, mas tambem que fizer estas cousas, viverá por el­
d’entre as Gentes ? las.
25 Como tambem diz em Oseas: ao 6 Mas a justiça que he pela fé, diz
que meu povo náo era, chamarei meu assim: Nào digas em teu coração,
povo: e à que nào era amada, minha quem subirá ao Ceo? isso he trazer de
amada. riba a Christo.
26 E será, que no lugar, aonde lhes 7 Ou, quem descerá ao abysmo ? is­
foi dito: Vósoutros nâo sois meu po­ so he tornar a trazer dos mortos a
vo, ahi seráo chamados filhos do De­ Christo.
os vivente. 8 Porém que diz ? Junto a ti a pa­
27 E tambem Isaias clama ácerca lavra està em tua boca, e em teu co­
de Israel: Ainda que o numero dos ração. Esta he a palavra da fé, que
filhos de Israel fosse como a arêa do pregamos.
mar, o restante será salvo. 9 A saber. Se com tua boca confessá-
28 Porque o Senhor dá fim, e abre­ re8 ao Sennor Jesus, e era teu coração
via o negocio em justiça: pois fará crères, que Deos o resuscitou dos mor­
hum negocio abreviado sobre a ter­ tos, serás salvo.
ra. 10 Porque com o coração se crê pa­
29 E como Isaias d’antes disse : Se o ra justiça, e com a boca se faz confis­
Senhor Zebaoth nos nào deixára se­ são para salvação.
mente, como Sodoma fôramos feitos, 11 Porque a Escritura diz: Todo
e a Gomorrha seriamos semelhantes. aquelle que nelle crer, não será con­
30 Pois que diremos ? Que as Gen­ fundido.
tes que nào buscavào a justiça, alcan- 12 Porque nào ha differença, nem
çáráo a justiça ? Sim : porém a justi­ de Judeo, nem de Grego: porque hum
ça que he pela fé. mesmo he o Senhor de toaos, rico pa­
31 Mas Israel, que buscava a Lei da ra com todos os que o invocào.
justiça, não chegou â Lei da justiça. 13 Porque todo aquelle aue invocar
32 Porque ? Porque a buscavào não o nome ao Senhor, será salvo.
pela fé, mas como pelas obras da Lei: 14 Como invocarão logo áquelle em
porque tropeçáráo na pedra de trope­ quem não crêrào ? e como crerão na­
ço. quelle de quem não ouvirão ? e oomo
33 Como está escrito: eis que em ouvirão sem haver quem lhes pré-
Sião ponho a pedra de tropeço, e a ro­ gue?
cha de escandalo; e todo aquelle 15 E como prégarão se não forem
ue crêr nella, nào será conlundi- enviados? como està escrito: Quão
o. formosos sào os pés dos que denun-
cião a paz, dos que denunciào as cou­
sas boas!
CAPITULO X. 16 Mas nào todos obedecérào ao
RMAOS, quanto á boa affeiçào de Evangelho: porque Isaias diz: Se­
I meu coração, e á oração que faço nhor, quem creo a nossa prégagaçào ?
17 Assim que a fé he pelo ouvir, e o
a Deos por Israel, he para sua salva­
ção. ouvir pela palavra de Deos.
2 Porque testemunho lhes dou, de 18 Mas digo: porventura nâo o ou­
que tem zelo de Deos, mas não com virão? antes certo por toda a terra
entendimento. sahio seu sonido, e suas palavras até
3 Porque nâo conhecendo a justiça os cabos do mundo.
de Deos, e procurando estabelecer 19 Mas digorporventura nâo o conhe­
sua própria justiça, se nâo sujeitào á ceo Israel 1 primeiramente Moyses
justiça de Deos. diz: a ciumes vos provocarei com
4 Porque o fim da Lei he Christo, aquelles que nâo sáo povo: com gente
para justiça de todo aquelle que crê. ignorante vos provocarei a ira.
5 Porque Moyses descreve a justiça 20 E Isaias se atreve, e diz: achado
que he pela Lei dizendo: o homem fui dos que me nào buscavào; inani-

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174 EPISTOLA AOS ROMANOS, XI.
festo fui aos que por mim nfto per- 13 Porque comvosco falo, G eatea, po­
guntavâo. rem quanto das Gentes sou ApoetoW,
21 Mas contra Israel diz: Todo o meu ministério illustro.
dia estendi minhas mãos a hum povo 14 Por ver se de alguma maneira
rebelde e contradizente. aos de minha carne provocar possa a
ciumes, e salvar a alguns delles.
CAPITULO XI. 15 Porque se sua rejeição h e a re­
conciliação do mundo, qual será o
IGO pois: porventura rejeitou De­ recebimento, senão vida d ’entre os
D os a seu povo ? em maneira ne­ mortos ?
nhuma : porque tambem eu sou Israe­ 16 E se as primicias sào santas, tam­
lita, da semente de Abraham, da tri­ bem a massa o h e : e se a raiz he
bu de Benjamin. santa, tambem os ramos o s&o.
2 Deos nào rejeitou a seu povo, ao 17 É se alguns dos ramos forão que­
qual d’antes conheceo. Ou nào sabeis brados, e sendo tu azambugeiro, em
o aue a Escritura diz de Elias? Como lugar delles foste enxertado, e fei»
fala a Deos contra Israél, dizendo ; participante da raiz, e da grossura da
3 Senhor, a teus Prophetas matárào, oliveira:
e a teus altares derribárão: e eu só 18 Nào te glories contra os ram »:
fiquei, e buscâo minha alma. e se contra elles te gloriares^ nào es
4 Mas que lhe diz a divina resposta ? tu o que sustentas a rais, senâo a raiz
Ainda sete mil varoés me reservei, a ti.
que nào dobràrào os joelhos diante de 19 Diràs pois: os ramos forão mie-
Baal. brados para que eu fosse enxertaao.
5 Assim que tambem agora neste 20 Bem; por incredulidade forte
tempo ficou hum restante, segundo a quebrados, e tu por fé estàs em pé:
eleição da graça. nào presumas, mas teme.
6 E se he por graça, ja nào he pelas 21 Porque se Deos aos ramos nato-
obras: d?outra maneira a graça ja raes nào perdoou, olha que por venta­
nào he graça. E se he pelas obras, ra tambem a ti te nào perdôe.
ja nào he por graça: d’outra manei­ 22 Olha pois a benignidade e seve­
ra a obra ja nâo he obra. ridade de Deos: sua severidade sobre
7 Pois que? o que Israél busca, os que cahirâo, porem sua benigni­
nâ» o alcançou: mas os eleitos o al- dade sobre ti, se permaneceres na
çançàrào, e os outros forão endureci­ benignidade: d’outra maneira tam­
dos. bem tu serás cortado.
8 (Como esta escrito: Deo-lhes Deos 23 Porem tambem elles^ se nào per-
espirito de profundo somno: olhos manecêrem na incredulidade, serâo
para nâo ver, e ouvidos para náo ou­ enxertados: porque poderoso ne De­
vir) até o dia de hoie. os, para os tomar a enxertar.
9 E David d iz: Sua mesa se lhes 24 Porque se tu foste cortado do na­
torne em laço, e em armadilha, e em tural azambugeiro, e contra natureza
tropeço, e por sua retribuição. enxertado na boa oliveira; quanto
10 Seus olhos se escurèção para não mais estes, que sào os naturaes, serão
verem, e as costas lhes corcovem enxertados em sua própria oliveira.
continuamente. 25 Porque nào quero, irmàos, que
11 Digo pois: Porventura tropeçàrâo ignoreis este segredo, (para que nâo
para que cahissem ? em maneira ne­ sejais sabios em vós mesmos:) a saber
nhuma: mas por sua queda veio a que o endurecimento em parte veio
salvação ás Gentes, para os provocar sobre Israél, até que entre a pleni-
a ciumes. dão das Gentes.
12 E se sua queda he a riqueza do 26 E assim todo Israél serà salvo,
mundo, e sua diminuição a riqueza como està escrito: De Sião virà o Li­
das Gentes, quanto mais sua pleni- bertador, e desviará as impiedades
de Jacob.

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EPISTOLA AOS ROMANOS, XIL 175
27 E etU meu ooncerto será para 4 Porque como em hum corpo temos
oom elles, quando eu tirar seus pec­ muitos membros, e todos os membros
cados. n&o tem a mesma operaç&o:
. 28 Assim que, quanto ao Evangelho, 5 Assim muitos 6omos hum corpo
inimigos sáo, por causa de vósoutros: era Christo: mas cada qual membros
mas quanto à eleição, amados, por huns dos outros.
causa dos Pais. 6 De modo que tendo differentes
29 Porque os dous gratuitos, e a vo­ dons, segundo a graça que nos he
cação de Deos, sâo sem arrependi­ dada;
mento. 7 Empreguemos estes dons, seja pro
30 Porque assim como vósoutros phecia, segundo a medida da íe : s&
tambem antigamente fostes desobe­ ja ministério, em administrar: seja
dientes a Deos, porem agora alcan­ que alguem ensine, em ensinar:
çastes misericoraia pela desobedien- 8 Seja que alguem exhorte, em ex-
cia destes: hortar: o que reparte, em sirtiplici-
31 Assim tambem agora estes for&o dade: o que preside, com cuidado: o
desobedientes, para tambem alcan­ que exercita misericordia,com aleçria.
çarem misericordia por vossa miseri­ 9 O amor seja n&o fingido. Abor­
cordia. recei o mal, o apegai-vos ao bem.
32 Porque Deos encerrou a todos de­ 10 Huns aos outros cordealmente
baixo da desobediencia, para de todos vos amai com caridade fraternal:
baver misericordia. Prevenindo-vos com honra huns aos
33 O’ profundidade das riquezas, outros.
assim da sabedoria como da sciencia 11 No cuidado nào sejais vagaro­
de Deos! Qu&o inescrutáveis s&o se­ sos. Sêde ardentes de espirito. Servi
us juizos, e investigáveis seus cami­ ao Senhor:
nhos! 12 Gozai-vos na esperança. Sêde
34 Porque, quem entendeo o intento pacientes na tribulaç&o. Perseverai
do Senhor ? ou quem foi seu conse­ na oraç&o.
lheiro ? 13 Comraunicai às necessidades dos
35 Ou quem a elle primeiro lhe deo, santos: Segui a hospitalidade.
e ser-lhe ha recompensado í 14 Bemdizei aos que vos perseguem:
36 Porque delle, e por elle, e para bemdizei, e n&o amaldiçoeis.
elle s&o todas as cousas: a elle pois 15 Alegrai-vos com os que se ale-
seja a gloria eternamente: Amen. gr&o: e chorai com os que chor&o.
16 Sêde unanimes entre vósoutros.
CAPITULO XII. N&o aífecteis cousas altivas: mas
acommodai-vos às baixas. N&o se*
OGO-vos pois. irm&os, pelas com- jais sabios em vos mesmos.
E paixoés de Deos, aue apresenteis 17 N&o tomeis a ninguém mal por
vossos corpos em sacrincio vivo, santo,
m al: procurai as cousas honestas pe­
e agradavel a Deos, que he vosso culto rante todos os homens.
racional. 18 Se for possivel quanto em vós he,
2 E n&o vos conformeis com este paz tende com todos os homens.
mundo, mas reformai-vos pela reno­ 19 Nào vos vingueis a vós mesmos,
vação de vosso entendimento, para amados, antes dai lugar à ira. Porque
que experimenteis qual seja a ooa, està escrito: minha he a vingança:
e agraaavel, e perfeita vontade de eu o recompensarei, diz o Senhor.
Deos. 20 Portanto se teu inimigo tiver fo­
3 Porque pela graça, que me he da­ me, da-lhe de comèr: se tiver sede,
da, digo a cada hum d’entre vósou­ da-lhe de beber. Porque fazendo is­
tros ; que mais n&o saiba do que sa­ to, brazas de fogo lhe amontoarás so­
ber convém: mas que saiba cora bre a cabeça.
temperança, conforme Deos repartio 21 N&o te deixes vencer do mal:
a cada hum a medida de fé. mas vence ao mal com o bem.

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176 EPISTOLA AOS ROMANOS, XIII, XIV.
borracheiras: n&o em camas, nem
c a p it u l o xm . ém dissoluçoens : n&o em penden-
ODA alma esteja sujeita ás Potes­ cias, nem em inveja:
T tades superiores. Porque nâo ha 14 Mas vesti-vos do Senhor Jesu-
Potestade, senâo de Deos; e as Po­ Christo, e n&o tenhais cuidado da
testades que ha, são ordenadas de came em suas concupiscenoias.
Deos,
2 Pelo que quem resiste à Potestade, CAPITULO XIV.
resiste á ordenação de Deos: e os
que lhe resistem, sobre si mesmos RA quanto ao que he enfermo na
trarão condemnaçào. O fé, recebei-o, vorem nâo em con­
3 Porque os Magistrados não sâo tendas de disputas.
para temor das boas obras, senão das 2 Porque hum crê que de tudo se
más. Queres tu pois nâo temer a Po­ pode comer, e outro, que he enfermo,
testade ? faze o bem, e terás louvor come hortaliça.
delia. 3 O que come, n&o despreze ao <jue
4 Porque he servidora de Deos, para nâo come, e o que nâo come, nâo jul­
teu bem. Mas se mal fizéres, tem e: gue ao que come: Porque Deos o to­
ue nâo traz debalde a espada, mou por seu.
C jue he servidora de Deos, e vinga­ 4 Quem es tu, que julgas ao servo
alheio ? Para seu proprio Senhor está
do a, para castigo do que faz mal.
5 Portanto necessário he estar sujei­ em pé, ou cahe: porém firmado se­
to, nào somente pelo castigo, mas rà ; porque poderoso he Deos para o
tambem pela consciênc ia. firmar.
6 Porque porisso tambem pagais tri­ 5 Bem faz hum differença entre dia
butos : porque sâo ministros de Deos, e dia, mas outro todos os dias esti­
nisto mesmo perseverando. ma iguaes. Cada hum em seu pro­
7 Portanto dai a cada hum o que de­ prio animo esteja seguro inteiramente.
veis : a quem tributo, tributo: a quem 6 Aquelle que faz caso do dia, o faz
renda, renda: a quem temor, temor: ara o Senhor: e o que nào faz caso
a quem honra, honra. S o dia, o nâo íaz para o Senhor. 0
8 A ninguém nada devais, senâo que que come, come para o Senhor, por­
vos ameis huns aos outros: Porque que dá graças a Deos: e o que nâo
quem ama a outro, cumprio a Lei. come, não come para o Senhor, e dá
9 Porque isto: nâo adulterarás: nfto graças a Deos.
matarás: não furtarás nâo dirás falso 7 Porque nenhum de nós vive para
testemunho: nâo cobiçarás: E se ha si: e nenhum morre para si.
outro algum mandamento, nesta pa­ 8 Porque seja oue vivamos, para o
lavra summaríamente se comprehen- Senhor vivemos: seja que morramos,
de, a saber nesta; Amarás a teu pro­ para o Senhor morremos. Assim que
ximo como a ti mesmo. seja que vivamos, seja que morra­
10 A caridade nào faz mal ao prox­ mos, do Senhor somos.
imo. Assim que o cumprimento da 9 Porque para isto tambem Christo
Lei he a caridade. morreo, e resuscitou, e tomou a vi­
11 E isto tanto mais. sabendo o tem­ ver, para se ensenhorear assim dos
po, que ja he hora de nos despertar­ mortos, como dos vivos.
mos do somno: porque a salvação 10 Mas tu, poraue julgas a teu ir­
mais perto está agora de nós, do que mâo ? ou tu tambem, porque despre­
quando primeiro crêmos. zas a teu irmâo ! Porque todos have­
12 A noite he jjassada; e o dia he mos de ser apresentados ante o Tri­
chegado. Lançemos pois de nós as bunal de Christo.
obras das trevas, e vistamos-nos das 11 Porque escrito está: Vivo eu, diz
armas da luz. o Senhor, que todo joelho se dobrará
13 Andemos honestamente, como de diante de mim: e toda lingua con­
dia; não em glotonarias, nem em fessará a Deos,

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EPISTOLA AOS ROMANOS, XV.- 177
.12 Do maneira qne cada hum de dou a si mesmo; mas como està es­
nòs darâ conta de si mesmo a Deos. crito : Sobre mim cahirâo as injurias
13 Assim que nos n&o julguemos dos que te injuriâo.
mais huns aos outros: mas antes jul­ 4 Porque todas as cousas que d7antes
gai isto, a saber, que nenhum tropeço, forão escritas, para nosso ensino fo­
ou escandalo ponhais ao irmâo. rão escritas: Para que por paciência
14 Eu sei, e certo estou em o Senhor e consolação das Escrituras tenhamos
Jesus, que nenhuma cousa de si mes­ esperança.
ma he immunda, senào que para 5 Ora o Deos de paciência e conso­
aquelle que alguma cousa estima ser lação vos dè, que entre vós sintais
immunda, para esse he immunda. huma mesma cousa, segundo Christo-
15 Mas se teu irmão se contrista por Jesus.
amor da comida, ja n&o andas con­ 6 Para que concordemente com hu­
forme à caridade. N&o destruas com ma boca glorifiqueis ao Deos e Pai de
tua comida aquelle por quem Chris­ nosso Senhor Jesu-Christo.
to morreo. 7 Portanto recebei huns aos outros,
16 Nào seja pois vosso bem blas­ como tambem Christo nos recebeo
femado. para glorid de Deos.
17 Porque o Reino de Deos nâo he 8 Digo pois? que Christo-Jesus foi
comida nem bebida; senâo justiça, e ministro da circuncisão, por causa da
paz, e alegria pelo Espirito Santo. verdade de Deos, para ratificar as
18 Porque quem nisto serve a Chris­ promessas feitas aos pais:
to, agradavel he a Deos, e acceito aos 9 E para que as Gentes a Deos glori­
homens. fiquem por causa da misericordia;
19 Sigamos pois as cousas que ser­ como estâ escrito. Portanto eu te
vem para a paz, e para a edificação de confessarei entre as Gentes, e psal-
huns para com os outros. modiarei a teu nome.
20 Nào destruas a obra de Deos por 10 E outra vez diz: Alegrai-vos
amor da comida. Verdade he que Crentes com seu povo.
todas as cousas sâo limpas, mas mao 11 E outra vez: Louvai ao Senhor
he para o homem que come com es­ todas as Gentes, e celebrai-o todos os
candalo. povos.
21 Bom he nâo comer came, nem 12 E outra vez diz Isaias; huma
beber vinho, nem fazer outra cousa al­ raiz de Jesse ha de haver, e hum que
guma em que teu irmâo* tropéce, ou se alevantarà para reger as Gentes:
se escandalize, ou se enfraqueça. nelle as Gentes esperarão.
22 Tens tu fe ? tem-a em ti mesmo 13 Ora o Deos de esperança vos en­
diante de Deos. Bemaventurado cha de todo gozo, e paz, em a fé, pa­
aquelle que a si mesmo, em o que ra que em esperança abundeis pela
approva, se nâo condemna. virtude do Espirito Santo.
23 Mas o que duvida, se come, ja es­ 14 Porem irmàos meus, certo estou
tà condemnado, porque nâo come por tambem de vósoutros, que tambem
fé : e tudo o que nâo he de fé, pecca­ cheios estais de bondade, recheios de
do he. todo conhecimento, e poderosos sois
para tambem huns aos outros vos
amoestardes.
CAPITULO XV. 15 Mas, irmàos, em parte mais atre­
AS nósoutros, que somos fortes, vidamente vos escrevi, como trazen-
M devemos supportar as fraque­ do-vos outra vez isto à memória, pela
zas dos fracos, e nâo nos agradar a graça que de Deos me foi dada:
nòs mesmos. 16 Para que seja ministro de Jesu-
2 Portanto cada qual de nós agrade Christo entre as Gentes, administran­
a seu proximo em bem, para edifica­ do o Evangelho de Deos, para que a
ção. offerta das Gentes seja agradavel, san«
3 Porque tambem Christo se nfto agra- tificada pelo Espirito Santo.
45 *

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178 EPISTOLA AOS ROMANOS, XVI.
17 Assim qne tenho gloria em Jesu- que estfto em Judea, e qne esta. mi­
Christo, nas cousas que pertencem a nha administração, que a Jerusalem
Deos. faço, seja aceite aos santos.
18 Porque nâo ousaria dizer alguma 32 rara <jue, pela vontade do Deos,
cousa, que Christo por mim n&o tenha com alegria venha a vósoutros, e com­
feito, para obediencia das Gentes, por vosco me possa recrear.
palavra e por obra: 33 E o Deos de paz seja com todos
19 Com potência de sinaes e prodí­ vósoutros. Amen.
gios, e pela virtude do Espirito de De­
os : de maneira que desde Jerusalem, CAPITULO XVI.
e pelas terras de redor, até Illyrico,
cumpri o Evangelho de Christo. ENCOMMENDO-vos a Phebe
20 E assim affectuosamente me es­ E nossa irmft, a qual he ministra
forcei a denunciar o Evangelho, nâo da Igreja, que está em Cenchrea.
aonde 'Christo se houvesse nomeado, 2 Para que a recebais em o SenhoT,
para que nfto ediücasse sobre funda­ como convem aos santos; e lhe assis­
mento alheio : tais em qualquer cousa, que de vos
21 Antes, como está escrito: Os a necessitar. Forque a muitos tem
quem delle nâo foi denunciado, o ve­ hospedado, como tambem a mim mes­
râo, e os que o nâo ouvirâo, o enten­ mo.
derão. 3 Saudai a Priscilla, e a Aquila, me­
22 Pelo cjue tambem muitas vezes us cooperadores era Christo-Jesus:
fui impedido de vir a vósoutros. 4 Que pozérâo seu pescoço por mi­
23 Mas agora, nestas partes nâo te­ nha vida; aos quaes nâo so eu dou as
nho mais lugar, e ja por muitos annos graças, mas tambem todas as Igrejas
tive grande desejo de vir a vósoutros: das Gentes.
24 Quando partir para Hespanha, vi­ 5 Saudai tambem á Igreja que esU
rei a vósoutros: porque espero que em sua casa. Saudai a Epeneto meu
de passagem vos verei, e para lâ de amado, que he as primicias de Achaia
vósoutros serei acompanhado, depois em Christo.
de primeiro em parte me fartar de 6 Saudai a Maria, que trabalhou mui­
vossa presença. to por nós.
25 Mas por agora vou a Jerusalem, 7 Saudai a Andronico, e a Jnnia.
para lá administrar aos santos. meus parentes, e meus companheiros
26 Porque aos de Macedonia e Achaia na prizâo, que sâo insignes entre os
pareceo bem fazer huma contribuição Apostolos, e tambem forão antes de
para os pobres de entre os santos, que mim em Christo.
estfto em Jerusalem. 8 Saudai a Amplias meu amado em
27 Porque assim bem lhes pareceo, o Senhor.
e tambem lhes sâo devedores. Por- 9 Saudai a Urbano nosso cooperador
ue se as Gentes forão participantes em Christo, e a Stachys meu amado.
e seus bens espirituaes, tambem lhes 10 Saudai a Apelles, approvado em
devem administrar os carnaes. Christo. Saudai aos que sáo da fam i­
28 Assim que concluido isto, e ha- lia de Aristobulo.
vendo-lhes consignado este fruto, de 11 Saudai a Herodiâo, meu parente.
lá, passando por vósoutros, irei à He- Saudai aos que sáo da familia de Nar-
Rpanha. cisso, a saber aos que estâo em o Se­
29 E bem sei que vindo a vósoutros, nhor.
virei com plenidâo da bemdiçâo do 12 Saudai a Tryphena, e a Trypho-
Evangelho de Christo. sâ, as quaes trabalhão em o Sennor.
30 E rogo-vos, irmftos. por nosso Se­ Saudai a Persida. a amada irmâ, a
nhor Jesu-Christo, e peia caridade do qual muito trabalhou em o Senhor.
Espirito, que comigo por mim comba­ 13 Saudai a Rupho o eleito em o Se­
tais em oraçoés a Deos. I nhor, e a sua mãi e minha.
31 Para que seja livre dos rebeldes | 14 Saudai a Asyncrito, a Phlegonte,

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I. EPISTOLA AOS CORINTfflOS, I. 179
a Hermas, a Patrobas, a Hermes, e rador, e Lucio, e Jason, e Sosipater,
aos irmàos que estào com elles. meus parentes.
15 Saudai a Philologo e a Júlia, a 22 Eu Tercio, que esta carta escrevi,
Nereo, e a sua irmà, e a Olympa, e a vos saudo em o Senhor.
todos os sautos que com elles estào. 23 Gayo meu hospede, e de toda a
16 Saudai-vos huns aos outros com Igreja, vos sauda. Erasto procurador
santo beijo. As Igrejas de Christo da cidade vos sauda, e mais Quarto o
vos saudào. irmâo.
17 £ rogo-vos, irmàos, que attenteis 24 A graça de nosso Senhor Jesu-
pelos que fazem dissençoés e es- Christo seja com todos vósoutros.
candalos contra a doutrina, que de Amen.
nos aprendestes; e delles vos desviai. 25 Ora âquelle que he poderoso, pa­
18 Porque os taes nào servem a nos­ ra vos conhrmar segundo meu Evan­
so Senhor Jesu-Christo, senào a seu gelho, e segundo a prégaçào de Jesu-
ventre: e com suaves palavras e li­ Christo, conforme à revelaçào do mys-
sonjas enganào os coraçoés dos sim­ terio. que foi encuberto desde os tem­
ples. pos aos séculos :
19 Porque chegada he vossa obedi- 26 Mas agora se manifestou, e se noti­
encia ao conhecimento de todos. Assim ficou pelas Escrituras Propheticas, se­
que me gozo de vósoutros; e quero gundo o mandado do Deos eterno, para
que sejais sabios em o bem, porem obediencia da fé entre todas as gentes:
simples em o mal. 27 Ao mesmo só Deos sabio seja glo
20 E o Deos de paz quebrantará pre­ ria por Jesu-Christo para todo sempre.
sto a Satanás debaixd de vossos pés. Amen.
A graça de nosso Senhor Jesu-Christo Escrita de Corintho aos Romanos,
seja comvosco. Amen. e enviada por Phebe ministra da
21 Saudào-vos Timotheo meu coope- Igreja de Cenchrea.

L EPISTOLA DE S. PAULO, APOSTOLO.


AOS

CORI NT HÍ OS.

5 Que em todas as cousas estais en­


CAPITULO I. riquecidos nelle, em toda a palavra,
AULO chamado Apostolo de Jesu- e em todo conhecimento:
P Christo pela vontade de Deos, e 6 Como o testemunho de Jesu-Chri­
sto foi confirmado entre vósoutros.
o irmão Sostnenes:
2 A’ Igreja de Deos que està em 7 De maneira que nenhum dom vos
Corintho, aos santificados em Christo- falta, esperando a manifestação de
Jesus, chamado santos, com todos os nosso Senhor Jesu-Christo.
que em todo lugar invocào o nome de 8 E Deos tambem vos confirmará
nosso Senhor Jesu-Christo, Senhor del­ até o fim, para serdes irreprehensi-
les, e nosso : veis em o dia de nosso Senhor Jesu-
3 Graça hajais e paz de Deos nosso Christo.
Pai, e do Senhor Jesu-Christo. 9 Fiel he Deos, por quem fostes cha­
4 oempre a meu Deos graças dou mados a commuimào de seu Filho Je­
por causa de vósoutros, ácerca da su-Christo nosso Senhor.
gTaça de Deos, que vos he dada em 10 Rogo-vos porem, irmàos, pelo no­
Cbristo-Jesus, me de nosso Senhor Jesu-Christo, que

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180 I. EPISTOLA AOS OORINTfflOS, Q.
todos faleis huma mesma cousa, e n&o is sabia aue os homens: e a fraqueza
haja dissençoés entre vósoutros: an­ de Deos ne mais forte que os homens.
tes estejais conjunctos em hum mes­ 26 Porque bem vêdes vossa vocação,
mo sentido, e em hum mesmo pare­ irmàos, que nào sois muitos sabioese^
cer. gundo a came, nem muitos poderosos,
11 Porque, irm&os meus, de vós me nem muitos nobres.
foi notihcado pelos da familia de 27 Mas Deos escolheo o louco deste
Chloés, que ha contendas entre vós­ mundo, para confundir aos sabios: e
outros. o fraco deste mundo escolheo Derç
12 E isto digo, aue cada hum de vós para confundir ao forte.
diz : Eu sou de Paulo, e eu de Apol- 28 E o vil deste mundo, e o despre-
los, e eu de Cephas, e eu de Cnri- zivel escolheo Deos, e o que n&o he,
sto. para aniquilar o que he.
13 Està Christo diviso ? Foi Paulo 29 Para que nennuma cam e se glo­
por vósoutros crucificado ? On fostes rie perante elle.
vósoutros em nome de Paulo baptiza­ 30 Mas delle sois vós em Jesu-Chri­
dos? sto, o qual de Deos nos foi feito sabe­
14 Graças dou a Deos que a nenhum doria, e justiça, e santificação, e ie-
de vós baptizei, sen&o a Crispo, e a dempçào:
Gayo. 31 Para que, como está. escrito ;
15 Para que ninguém diga, que eu Aquelle que se gloria, se glorie em o
tenha baptizado em meu nome. Senhor.
16 Porém tambem baptizei à familia
de Estephanas: No de mais nào sei CAPITULO II.
se a outrem alguem tenha baptiza­
do. EU irmàos^ quando vim a vósou­
17 Porque Christo nào me enviou a E tros, nào vim com excellencia de
baptizar, senào a Evangelizar: nào palavras, ou de sabedoria, denuncian­
com sabedoria de palavras, para que do-vos o testemunho de Deos.
a cruz de Christo se nào esvaeça. 8 Porque nào propúz saber alguma
18 Porque bem he a palavra aacruz cousa entre vósoutros, sen&o a Jesu-
loucura para os que perecem: mas Christo, e esse crucificado.
ara nos os que se salvào, he potência 3 E eu estive comvosco em fraque­
S e Deos. za, e em temor, e em grande tre­
19 Porejue està escrito: destruirei a mor.
sapiência dos sabios, e aniquilarei a 4 E minha palavra, e minha préga-
intelligencia dos entendidos. cào, nào foi em palavras persuasonas
20 Que he do Sabio ? que he do Es­ de sabedoria humana, mas em de­
criba? que he do Inquiridor deste monstração de espirito e de potencit.
seculo ? Por ventura nào enlouqueceo 5 Para que vossa fé nâo fosse em sa­
Deos a sabedoria deste mundo \ bedoria de homens, mas em potência
21 Porque pois, na sabedoria de De­ de Deos.
os. o mundo a Deos nào conheceo por 6 E falamos sabedoria entre os per­
sabedoria, agradou a Deos salvar aos feitos: Porem huma sabedoria nào
crentes pela loucura da prégaçào: deste mundo, nem dos Principes deste
22 Porquanto os Judeos pedem sinal, mundo, que se aniquil&o:
e os Gregos buscâo sabedoria. 7 Mas talamos a sabedoria de Deos,
23 Mas nósoutros prégamos a Christo em mysterio escondida, a qual Deos,
crucificado, que he escandalo para os ordenou antes dos séculos para nossa
Judeos, e loucura para os Gregos. gloria.
24 Porem aos que sào chamados, as­ 8 A qual nenhum dos Principes des­
sim Judeos como Gregos, lhes prega­ te mundo conheceo. Porque se a
mos a Christo potência de Deos, e sa­ conhe cê râo, nunca crucificàr&o ao
bedoria de Deos. Senhor da gloria.
95 Porque a loucura de Deos he ma* 9 Mas como està escrito: As ©ousm

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I. EPISTOLA AOS CORINTfflOS, Hl. 181
que olho n&o vio, e ouvido n&o ou­ 6 Eu plantei, Apolloe regou: mas
vio, e em coraç&o de homem n&o su­ Deos deo o crecimento.
birão, sáo as que Deos preparou para 7 Pelo que nem o que planta he al­
os que o am&o. guma cousa, nem o que rega; sen&o
10 Porem Deos no-las revelou por Deos que dà o crecimento.
seu Espirito. Porque o Espirito pe­ 8 E o que planta, e o que rega, s&o
netra todas as cousas, até as profun­ hum ; mas cada hum receberá seu
dezas de Deos. galard&o segundo seu trabalho.
11 Porque quem dos homens sabe as 9 Porque somos cooperadores de De­
cousas que s&o do homem, sen&o o os : vósoutros sois lavoura de Deos, e
espirito do homem, que nelle està? o edificio de Deos.
assim tambem ninguém sabe as 10 Segundo a graça de Deos que me
cousas de Deos, sen&o o Espirito de foi dada, puz eu como sabio architec-
Deos. to o fundamentoj e outro edifica sobre
12 Porem nòs n&o recebemos o es­ elle : mas olhe cada hum como edifi­
pirito do mundo, mas o Espirito que ca sobre elle.
ne de Deos: para que saibamos as 11 Porque ninguém pode pôr outro
cousas que de Deos nos s&o dadas. fundamento, do gue ja està posto, o
13 As quaes tambem falamos, n&o qual he Jesu-Christo.
com palavras, que a sabedoria huma­ 12 E se alguem sobre este funda­
na ensina, sen&o com as que ensina mento edificar ouro, prata, pedras
o Espirito santo, acommodando as preciosas, madeira, feno, palhiço;
cousas espirituaes às espirituaes. 13 A obra de cada hum se manifestará:
14 Mas o homem natural n&o com- Porque o dia a declarará; porquanto
prehende as cousas que s&o do Espiri­ por fogo se descobre: e qual he a ob­
to de Deos: porque lhe sâo loucura; ra de cada hum, o fogo farà a prova.
e nâo as pode entender, porquanto se 14 Se a obra de alguem, que edifi­
discernem espiritualmente. cou sobre elle, permanecer; recebe­
15 Porem o espiritual bem discerne rá galard&o.
todas as cousas, mas elle de ninguém 15 Se a obra de alguem se queimar,
he discernido. padecerá detrimento: salvar-se-ha
16 Porque quem conheceo a mente porem o tal, todavia, como por fogo.
do Senhor, para que o possa instruir ? 16 N&o sabeis vós, que sois o tem­
mas nós temos a mente de Christo. plo de Deos; e que o Espirito de De­
os habita em vós?
CAPITULO III. 17 Se alguem violar o templo de De­
os, Deos ao tal violará: Poraue o tem­
EU, irmãos, nào vos pude falar plo de Deos he santo, o qual sois vós­
E como a espirituaes, mas como a outros.
18 Ninguém se engane a si mesmo:
camaes, como a meninos em Christo.
2 Com leite vos criei, e nâo com se alguem entre vósoutros neste mun­
manjar; porque ainda nâo podieis; do cuida ser sabio, faça-se louco, para
nem tâo pouco ainda agora podeis. que seja sabio.
3 Porque ainda sois camaes. Por­ 19 Porque a sabedoria deste mundo
que como entre vósoutros haja inveja, he loucura ácerca de Deos. Porque
e contendas, e dissençoés, porventura està escrito: aos sabios apanha em
nâo sois camaes, e andais segundo os sua astúcia.
homens ? 20 E outra vez: Conhece o Senhor
4 Porque dizendo hum : Eu sou de os discursos dos sabios, que sâo vâos.
Paulo, e outro, Eu de Apollos, porven­ 21 Pelo que ninguém se glorie em
tura não sois camaes'? homens: porque tudo he vosso.
5 Quem pois he Paulo, e quem he 22 Seja Paulo, seja Apollos, eeja Ce-
Apollos, senâo ministros, pelos auaes phas, seja o mundo, seja a vida, seja
crèstes, e isso conforme o Senhor a a morte, seja o presente, seja o por­
cada hum deo ? vir ; tuao he voaao:

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182 I. EPISTOLA AOS C0RINTHI06, IV, V.
23 Porem vósoutros sois de Christo, e bemdizemos: somos perseguido^
e Christo he de Deos. e sofremo-lo:
13 Somos blasfemados, e rogamos:
CAPITULO IV. Somos feitos como o cisco do mundo,
e como a rapadura de todos, até o
SSIM nos estimem os homens co­ presente.
A mo a ministros de Christo, e 14 Nâo escrevo estas cousas para
dispense iros dos mysterios de Deos. vos envergonhar: mas vos amoesto
2 E no demais, requerse nos dis- como a meus amados filhos.
penseiros, que cada hum se ache 15 Porque ainda que tivéreis dez
mil aios em Christo, comtudo náo
3 Porem a mim, mui pouco se me tendes muitos pais. Porque eu vos
dâ de ser julgado de vósoutros, ou de jj^erei em Christo-Jesus pelo Evange-
juizo algum humano: nem eu tâo
pouco a mim mesmo me julgo. 16 Portanto vos amoesto, que sejais
4 Porque em nada me sinto culpá­ meus imitadores.
vel : mas nem porisso estou iustifica- 17 Por esta causa vos m andei a Ti-
do: antes o que me julga, ne o Se­ motheo, que he meu am ado e âel
nhor. filho em o Senhor: o qual vos lem­
5 Assim que nada julgueis antes de brará meus caminhos em Christo, oo­
tempo, ate que o Senhor venha, o mo por todas as partes ensino em ca­
qual tambem trará à luz as cousas da Igreja.
occultas nas trevas, e manifestará os 18 Mas alguns andâo inchados, co­
conselhos dos coraçoés: e entâo cada mo se eu nâo houvesse de vir a vós­
hum terá louvor de Deos. outros.
6 E estas cousas, irmãos, me acom- 19 Porem presto virei a vósoutros,
modei eu, por semelhança, a mim e se o Senhor quizer: e entáo entende­
a Apollos por amor de vósoutros: pa­ rei, nâo as palavras, senâo a virtude
ra que em nós aprendais a nâo presu­ dos que andâo inchados.
mir mais do que está escrito: Para 20 Porque o Reino de Deos nâo com-
que por amor de outro, hum contra o siste em palavras, senào em virtude.
outro vos nâo incheis. 21 Que q u e r e i s ? Virei a vósoutros
7 Porque quem te discerne a ti ? E com vara, ou com caridade e espirito
que tens tu que nâo hajas recebido ? de mansidão ?
É se o recebeste, porque te glorias,
como se o nâo houvéras recebido ?
8 Ja estais fartos, ja estais ricos, sem CAPITULO V.
nós reinastes; e oxalá reineis, para OTALMENTE se ouve que entre
que tambem nós reinemos comvosco. T vósoutros ha fornicação, e tal
9 Porque tenho para mim, que Deos fornicação, qual nem ainua entre a*
a nós, que somos os últimos Aposto­ sentes se nomèa: de maneira que
los, tem posto à mostra, como ja con- hum tenha a mulher de seu pai.
demnados á morte : pois estamos fei­ 2 E ainda estais inchados, e nâo vos
tos espectáculo ao mundo, e aos An­ entristecestes antes muito mais, para
jos, e aos homens. se tirar do meio de vósoutros o que
10 Nós somos loucos por amor de commetteo tal feito ?
Christo, mas vós sabios em Christo: 3 Porem eu como ausente de c orpo,
Nós somos fracos, mas vós fortes: vós mas presente de espirito, ja determi­
illustres, mas nós vis. nei como se estivesse presente, que o
11 Até esta presente hora padece- que tal assim commetteo,
mo» fome e sede, e estamos nus, e 4 Estando vós e meu espirito juntos,
recebemos punhadas, e nâo temos em nome de nosso Senhor Jesu-Chris­
certa pousada. to, em virtude de nosso Senhor Jesu-
12 E trabalhamos, obrando com nos­ Christo,
sas próprias mâos: somos injuriados, 5 De entregar ao tal a Satanás» para

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I. EPISTOLA AOS COMNTffiOS VI. 183

destruição da came, para qne o espi­ ha pois entre vósoutros sabio, nem
rito seja salvo, em o dia do Senhor ainaa hum, que entre seus irmãos
Jesus. possa julgar ?
6 Nào he boa vossa jactancia. Nào 6 Mas irmâo com irmào vai a juizo,
sabeis que hum pouco de fermento e isto perante infiéis.
faz levedar toda a massa ? 7 Assim que totalmente ja entre vós­
7 Alimpai pois o velho fermento, outros ha falta, pois entre vós tendes
para que sejais nova massa, como demandas. Porque nào sofreis antes
estais sem fermento. Porque Christo a 8emrazâo ? Porque nâo sofreis antes
nossa Pascoa foi sacrificado por nós. o damno ?
8 Pelo que façamos festa, nâo em o 8 Mas vós mesmos fazeis a semrazâo,
velho fermento, nem em o fermento e fazeis o damno, e isto aos irmãos.
de maldade, e de malicia, senào em 9 Ou nào sabeis que os injustos nâo
páes asmos de sinceridade e de ver­ hâo de herdar o Reino de Deos ?
dade. 10 Nâo erreis: nem os fornicadores,
9 Ja na carta vos tenho escrito, que nem os idolatras, nem os adúlteros,
nâo vos mistureis com os fornicadores. nem os effeminaaos, nem os aue com
10 Nào porem de todo com os forni­ machos se deitâo, nem os ladroés,
cadores deste mundo, ou com os ava­ nem os avarentos, nem os bêbados,
rentos. ou com os rouDadores, ou com nem os maldizentes, nem os roubado-
os idolatras: Porque d’outra maneira res, hâo de herdar o Reino de Deos.
necessário vos seria sahir do mundo. 11 E isto ereis alguns: Mas ja estais
11 Mas agora vos escrevi, que nâo lavados, mas ja estais santificados,
vos mistureis, quero dizer que se al­ mas ja estais justificados em o nome
gum, chamando-se irmào, for forni- do Senhor Jesus, e pelo Espirito de
cador; ou avarento, ou idolatra, ou nosso Deos.
maldizente, ou beberrâo, ou roubador, 12 Todas as cousas me sâo licitas,
com o tal nem ainda comais. mas nem todas as cousas convém:
12 Porque, que tenho eu tambem todas as cousas me são licitas, porém
que julgar dos que estâo de fora? eu nâo deixarei sugeitar-me ao poder
Nâo julgais vós dos que estâo de den­ de ninguém.
tro? 13 Os manjares sâo para o ventre, e
13 Mas Deos julga aos que estão de o ventre para os manjares: mas Deos
fóra. Tirai pois d’entre vósoutros a os aniquilará^ assim a hum, como aos
eBte mao. outros. Porem o corpo nâo he para
a fornicação, senão para o Senhor, e
CAPITULO VI. o Senhor para o corpo.
14 Ora tambem Deos resuscitou ao
USA algum de vósoutros, tendo al­ Senhor, e tambem por sua potência
O gum negocio contra outro, ir a nos resuscitará a nós.
juizo perante os injustos, e nâo peran­ 15 Nâo sabeis vós aue vossos corpos
te os santos ? sâo membros de Cnristo? Tomarei
2 Nâo sabeis vós que os santos hâo ois os membros de Christo, e fa-los-
de julgar ao mündo ? E se o mundo E ei membros de huma meretriz ? Tal
por vós he julgado, sois porventura nâo haja.
jndignos de julgar de cousas mini- 16 Ou nâo sabeis, que o que se ajun­
mas? ta com a meretriz, he num corpo
3 Nâo sabeis vós que havemos de com ella ? Porque os dous, diz, seiào
julgar aos Anjos? dhianto mais as huma mesma carne.
cousas a esta vida pertencentes? 17 Mas o que se ajunta com o Se­
4 Assim que se tiverdes negocios de nhor, com elle hum mesmo Espirito he.
juizo, pertencentes a esta vida, ponde 18 Fugi da fornicação: Todo j)ecca*
na cadeira aos que de menos estima do que o homem fizer, fora do corpo
sâo na Igreja. he: mas o que fomíca, contra seu
5 Para vos envergonhar o digo, Nfto proprio corpo pecca.

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184 I. EPISTOLA AOS CORINTHIOS, TIL
19 Ou nfto sabeis que vosso corpo he 13 E se alguma mulher tem marido
templo do Espirito Santo, o quai està infiel, e elle consente em com ella
em vósoutros, o qual tendes de Deos, habitar, nâo o deixe.
e que não sois vossos proprios ? 14 Porque o marido infiel he santi­
20 Porque caros fostes comprados: ficado pela mulher: e a mulher
glorificai pois a Deos em vosso corpo, infiel he santificada pelo marido.
e em vosso espirito, os quaes sào de Que d’outra maneira seriâo vossos fi­
Deos. lhos immundos: porem agora aio
CAPITULO VII. santos.
15 Mas se o infiel se apartar, aparte-
RA tocante âs cousas de aue me se. Em tal caso o irmão, ou a irmã
O escrevestes, bom he ao homem nâo estâo sujeitos à servidão: mas
nâo tocar mulher. Deos vos chamou a paz.
2 Mas por causa das fomicaçoés. te­ 16 Porque, que sabes ta mulher,
nha caaa hum sua própria mulli er, se salvarás ao marido ? ou que sabes
e cada huma tenha seu proprio mari­ tu marido, se salvarás a m ulher T
do. 17 Porem cada hum assim ande,
3 Pague o marido à mulher a devi­ como Deos lhe repartio, cad a hum
da benevolencia, e semelhantemente como o Senhor o chamou; e assim
a mulher ao marido. ordeno em todas as Igrejas.
4 A mulher nào tem poder sobre 18 He algum chamado, estando ja
seu proprio corpo, senào o marido: e circuncidado? nâo esteja incircw *a-
tambem da mesma maneira o marido dado. He algum chamado estando
nâo tem poder sobre seu proprio cor­ ainda na. incircuncisâo ? nâo se circun­
po, senâo a mulher. cide.
5 Nâo vos defraudeis hum ao outro, 19 A circuncisão nada he, e a incir­
senào for por consentimento de ambos cuncisâo nada he, senào a guarda doe
por algum tempo, para que vos desoc- mandamentos de Deos.
cupeis para o jejum, e para a oração: 20 Cada hum fique na vocação em
e tomai-vos outra vez a ajuntar, para que he chamado.
ue Satanás vos nâo tente, por causa 21 Es chamado sendo servo 1 nâe
e vossa incontinência. se te dê disso: mas se tambem te po­
6 Isto porem digo por permissão, nâo des forrar, procura o mais.
por mandado. 22 Porque o que em o Senhor he
7 Porque quizéra que todos os ho­ chamado, sendo servo, forro he do Se­
mens fossem como eu mesmo: mas nhor: da mesma maneira tambem,
cada hum tem seu proprio dom de o que he chamado, sendo livre, servo
Deos, hum de huma maneira, -outro he de Christo.
de outra. 23 Caros fostes comprados, nâo vos
8 Digo porem aos solteiros, e ás viu­ façais servos dos homens.
vas, que bom lhes he, se como eu 24 Irmàos, cada hum fique ácerca
ficarem. de Deos naquillo, em que he chama­
9 Mas se conter-se nâo podem, ca­ do.
sem-se : Porque melhor he casar-se, 25 Ora tocante ás virgens, nâo tenho
que abrazar-se. mandado do Senhor: aou porem meu
10 Porem aos casados mando, nâo parecer, como aquelle que tenho al­
eu, senâo o Senhor, que a mulher se cançado misericordia do Senhor paia
nâo aparte do marido. ser fiel.
11 E se se apartar, por casar fique, 26 Tenho pois isto por bom, por cau­
ou se reconcilie com o marido; e que sa da necessidade instante, que bom
o marido náo deixe a mulher. he ao homem estarse assim.
12 Mas aos outros digo eu, nâo o 27 Estás liado á mulher, nâo bus­
Senhor: Se algum irmâo tem mulher ques soltura. Estás solto ae mulher,
infiel, e ella consente em com elle nâo busques mulher.
habitar, nâo a deixe. 38 Mas »e tambem te catares, nfto

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I. EPISTOLA AOS CORINTfflOS, YIIT. 166
peccás: ©se a virgem se casar, náo E tambem eu cuido, que tenho o Espi­
pecca. Todavia ter&o os taes na rito de Deos.
came tribulação. Porem eu vos es­
cuso. CAPITULO VIII.
29 Isto porem digo. irm&os, que o
tempo, que resta, he fcreve: para que RA tocante ás cousas sacrificadas
tambem os que tem mulheres, sej&o O aos idolos; Bem sabemos que to­
como se as n&o tivessem : dos temos sciencia. A sciencia in­
30 E os que chor&o, como se n&o cha, mas a caridade edifica.
chorassem \ e os que folgâo, como se 2 E se alguem cuida saber cousa
n&o folgassem; e os que compr&o, alguma, ainda nada tem conhecido,
como se n&o possuíssem, como convem conhecer.
31 E os que deste mundo us&o, como 3 Mas se algum ama a Deos, o tal
se delle n&o abusassem. Porque a ap­ delle he conhecido.
parencia deste mundo passa. 4 Assim que quanto ao comer das
32 E bem quizéra eu?que estivesseis cousas sacrificadas aos idolos; Bem
sem cuidado. O solteiro tem cuidado sabemos que o idolo nada he no mun­
das cousas do Senhor, como ao Se­ do, e que n&o ha outro algum Deos,
nhor ha de agradar: sen&o hum.
33 Mas o que he casado, tem cuida­ 5 Porque ainda que tambem alguns
do das cousas do mundo, como à mu­ haja, que se chamem Deoses, seja no
lher ha de agradar. ceo, seja na terra (como ha muitos
34 A mulher casada, e a virgem s&o Deoses e muitos Senhores),
difierentes: a por casar tem cuidado 6 Todavia nôs náo temos mais aue
das cousas do Senhor, para ser santa, hum só Deos, o Pai, do qual sáo toaas
assim do corpo como de Espirito: as cousas, e nosoutros para elle: e
mas a casada tem cuidado das cousas hum só Senhor Jesu-Christo, pelo qual
do mundo, como ha de agradar ao sáo todas as cousas, e nós por elle.
marido. 7 Mas n&o em todos ha esta sciencia:
35 Isto porem digo para vosso pro- porem alguns até agora comem com
prio proveito; n&o para vos enlaçar, consciência do idolo. como de cousas
sen&o para vos guiar ao que he sacrificadas aos idolos: e sendo sua
decente e conveniente, para sem al­ consciência fraca, fica contaminada.
ma distracç&o bem vos apagar ao 8 Ora o manjar n&o nos faz agrada-
nhor. veis a Deos. Porque seja que coma­
36 Mas se alguem lhe parece, que mos, nada de mais temos; e seja que
indecentemente trata com sua vir­ n&o comamos, nada nos falta.
gem, se passar a flor da idade, e as­ 9 Mas olhai que este vosso poder n&o
sim convem fazer-se: faça o tal o seja em alguma maneira escandalo
que quizer, n&o pecca, casem-se. para os fracos.
37 Forem o que está firme em seu 10 Porque se algum te vir a ti, que
coraç&o. n&o tendo necessidade, mas tens esta sciencia, assentado á mesa no
tem poaer sobre sua própria vontade, templo dos idolos, n&o será a consci­
e isto em seu coraç&o determinou, de ência do que he fraco, induzida a co­
guardar sua virgem, bem faz. mer das cousas sacrificadas aos idolos?
38 Assim que o que a dá em casa­ 11 E perecerá assim, por tua scien­
mento, bem faz: mas o que a n&o dà cia, o irm&o fraco, pelo qual Christo
em casamento, melhor faz. morreo ?
39 A mulher casada pela Lei està 12 Porem assim peccando contra os
liada todo o tempo que seu marido irm&os, e ferindo sua fraca consciên­
vive: mas se seu marido falecer, livre cia, peccais contra Christo.
fica, para com quem quizer se casar; 13 Feio que, se o manjar escandali­
com tanto que seja em o Senhor. zar a meu irm&o, nunca ja mais co­
40 Porem mais bemaventurada he, merei came, para que a meu irm&o
se assim ficar, segundo meu parecer. n&o escandalize.

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J86 L EPISTOLA AOS CORINTHIOS, IX.
15 Porém eu de nenhnma destas
CAPITULO IX. cousas usei; e nem isto escrevi, pata
AO soa eu Apostolo? N&o sou que assim se faça comigo: Porque
N livre ? Nâo v i eu a Jesu-Christo melhor me fóra morrer, do que al
Senhor nosso? Nào sois vósoutros guem esvaecer esta minna gloriaçào.
minha obra em o Senhor ? 16 Porque se denunciar o Evange­
2 Se para os outros náo sou Apostolo, lho, para mim nào he gloriaç&o, poà
ao menos para vósoutros o sou. Por­ necessidade me he imposta. E ai
que vós sois o sello de meu Aposto­ de mim, se nào denunciar o Evan­
lado em o Senhor. gelho.
3 Esta he minha defeza para com 17 Porque se de boamente o faço,
os aue me condemnào. premio tenho: mas se de m â mente,
4 Nào temos nós poder de comer e todavia a dispensaçào me he confiada
de beber? 18 Que premio teuho logo ? a saber
5 Nào temos nós poder de trazer este} que evangelizando, proponhâ o
comnosco huma mulher irmâ, como Evangelho de Christo de graça, para
tambem os de mais Apostolos, e os nào abusar de meu poder no Evange­
irmàos do Senhor, e Cephas ? lho.
6 Ou só eu, e Bamabas, nào temos 19 Porque estando eu livre de todoi
poder de nào trabalhar ? me fiz servo de todos, por aàmda ga­
7 Quem jamais milita a seu proprio nhar a mais.
soldo ? Quem planta a vinha, e nào 20 E me fiz aos Judeos, como Judso,
come de seu fruto ? Ou quem apas­ por ganhar aos Judeos: aos que e*-
centa o gado, e nào come do leite do tào debaixo da Lei, como se estives*
gado? debaixo da Lei, por ganhar aoa q&e
8 Digo eu isto segundo os homens ? estào debaixo da Lei.
ou nào diz a Lei tambem o mesmo ? 21 Aos que estào sem Lei, como »e
9 Porque na Lei de Moyses està es­ estivesse sem Lei (nào estando porém
crito ; ao boi que trilha nào liarás a para com Deos sem L ei; m as pan
boca. Porventura tem Deos cuidado com Christo debaixo da Lei) por ga­
dos bois? nhar aos que estào sem Lei.
10 Ou totalmente por nósoutros o diz ? 22 Fiz-me oomo fraco aos fracos,
Porque por nós está isto escrito: por- por ganhar aos fracos: tudo m e fiz a
uanto o que lavra, com esperança todos, para por todas as vias vir a sal-
eve lavrar; e o que trilha com espe­ var a alguns.
rança, de sua esperança deve ser par­ 23 E isto faço eu por causa do Eva*
ticipante. gelho, para que tambem delle seja
11 Se nós vos semeamos as cousas participante.
espirituaes, he muito que seguemos 24 Nào sabeis vós que os que cor­
as vossas carnaes ? rem em o corro, todos em verdade
12 Se outros sào participantes deste correm; mas que hum leva o premio !
poder sobre vós, porque nào tanto Correi de tal maneira, que o alcan­
mais nósoutros ? Mas nós deste po­ ceis.
der nào usamos: antes tudo suppor- 25 E todo aquelle que luta por prê­
tamos, para que nào demos algum mio, de tudo se abstem: Assim qne
impedimento ao Evangelho de Chri­ aquelles o fazem por só receber hu­
sto. ma coroa corruptível, porém nós por
13 Nào sabeis vós, que os que admi- huma incorruptível.
nistrào as cousas sagradas, do sagrado 26 Corro pois assim, nào como à ooo-
comem ? E que os que de continuo sa incerta: assim combato, nào como
estào junto ao altar, com o altar par- ferindo o ar.
ticipào? 27 Antes sojugo meu corpo, e o re­
14 Assim ordenou tambem o Senhor, duzo a servidão, para que aos outros
aos que denunciào o Evangelho, que prégando, eu mesmo em alguma ma*
vivào do Evangelho. neira nfto fique rep&vaffo*

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I. EPISTOLA AOS CORINTHIOS, X. 187
17 Porque comohum p&o he, assim nós
CAPITULO X.
muitos somos hum corpo: porquanto
f\R A , irm&os, nfto quero que ignoreis, todos participamos de hum pào.
U que nossos pais todos debaixo da 18 Vede a Israel segundo a cam e:
nuvem estivérâo, e todos pelo mar nào são porventura os que comera os
passàr&o: sacrifícios, participantes do altar ?
2 £ todos em Moyses na nuvero>e 19 Que digo logo ? Que o idolo he
no mar forào baptizados: cousa alguma ? ou que o sacrifício ido-
3 E todos de num mesmo manjar latrico seja cousa alguma ?
espiritual comêr&o: 20 Antes digo, que as cousas que as
4 E todos de hum mesmo beber es­ Gentes sacrifícào,aos demonios as sa-
piritual bebèr&o. Porque bebi&o da crificão, e nâo a Deos. E nào quero
pedra espiritual que os seguia; e a que sejais participantes dos demonios.
pedra era Christo. 21 N&o podeis oeber o copo do Se*
5 Mas da maior parte delles se n&o nhor, e o copo dos demonios: n&o po­
agradou Deos: porque prostrados fo­ deis ser participantes da mesa do Se­
r&o em o deserto. nhor, e aa mesa dos demonios.
6 E estas cousas nos forão feitas em 22 Ou irritamos ao Senhor ? Somos
exemplo^ para que n&o cobicemos nós mais fortes que elle ?
oousas roins, como elles cobiçár&o. 23 Todas as cousas me 6&o licitas,
7 E n&o vos façais idolatras, como mas nem todas as cousas convém:
alguns delles, oomo està escrito: As- todas as cousas me sào licitas, mas
sentou-se o povo a comer, e a beber, nem todas as cousas edific&o.
e levantàr&o-se a folgar. 24 Ninguém busque o seu proprio,
8 E n&o fomiquemos, como alguns antes cada hum o que he do outro.
delles fornicàrào, e em hum dia vin­ 25 De tudo quanto se vende no açou­
te e tres mil cahir&o. gue. comei, sem vós inquirir por cau
9 E n&o tentemos a Christo, como sa aa consciência.
tambem alguns delles o tentàr&o, e 26 Poraue a terra he do Senhor, e to*
perecér&o pelas serpentes. da sua plenidâo.
10 E n&o murmureis, como tambem 27 E se alguem dos infiéis vos con­
alguns delles murmuràr&o, e perecè- vidar, e quizerdes ir, comei de tudo o
r&o pelo destruidor. que se pozer diante de vós, sem vós
11 E todas estas cousas lhes sobre- inquirir por causa da consciência.
viér&o em figura, e est&o escritas pa­ 28 Mas se alguem vos disser: Isto
ra nosso aviso, em quem ja os ôns he sacriíicio idolatrico, n&o comais,
doe séculos s&o chegados. por causa daquelle que vo-lo advertio,
12 O que pois cuida que està em e por causada, consciência. Porque a
pé, olhe que n&o caia. terra he do Senhor, e toda sua plemd&o.
13 N&o vos tomou tentaç&o, sen&o 29 Digo porém a consciência, n&o
humana: porém fiel he Deos, que tua, sen&o a do outro. Poraue pois
mais de que podeis vos n&o deixará minha liberdade he julgada de cutra
tentar, antes cora a tentaç&o tambem consciência ?
darà a sahida, para que a possais sup- 30 E se eu por graça participo da co­
portar. mida, porque sou blasfemado naquillo
14 Portanto, meus amados, fugi da de que dou graças ?
idolatria. 31 Assim que seja que comais, seja
15 Como a entendidos falo: Julgai que bebais, ou que façais qualquer
vós mesmos o que digo. outra cousa, fazei tudo para gloria de
16 O copo de beradiç&o, ao qual Deos.
dando graças bemdizemos. n&o he 32 Sêde taes que n&o deis escandak),
orventura a coraraunhào ao sangue nem a Judeos, nem a Gregos, nem à
S e Christo 1 O p&o que partimos, n&o Igreja de Deos.
he por ventura a communh&o do oor- 33 Como tambem eu a todos em tu-»
po ae Christo} do agrado, não butca&do mioha pife

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188 r. EPÍSTOLA AOS CORINTfflOS, XL
priacommodidade, sen&o a de mui­ 17 Tsto porém vos declaro, que nâo
tos, para que assim se poss&o salvar. vos louvo de que vos ajuntais, n&o pa­
ra melhor, senào para peior.
18 Porque primeiramente, quando oa
CAPITULO XI. Igreja vos ajuntais, ouço que ha dis-
EDE meus imitadores, como eu sençoés entre vós: e em parte o creio.
S tambem de Christo. 19 Porque até heresias importa qae
2 E louvo-vos irmàos, de que em tudo haja entre vósoutros, para que os qae
vos lembrais de mim. e retendes as or­ sâo sinceros, se manifestem entre vó.
denanças,assim como vo-las entreguei 20 Assim que quando em hum vos
3 Mas quero que saibais, que a ca­ ajuntais, isso nào he comer a Cea do
beça de todo varào he Christo; e a Senhor.
cabeça da mulher o varão • e a cabe­ 21 Porque cada hum, comendo de
ça de Christo, Deos. antes toma sua própria c e a : e hum
4 Todo var&o que ora ou prophetiza, tem fome, e outro está bebado.
tendo alguma cousa sobre a cabeça, 22 Por ventura nâo tendes casas
sua própria cabeça deshonra. para comer e para beber ? ou des­
5 Mas toda mulner que ora, ou pro­ prezais a Igreja de Deos, e envergon­
phetiza, com a cabeça descuberta, sua hais aos que nâo tem ? Que vos direi!
própria cabeça deshonra: porque o Louvar-vos-hei %nisto não vos louvo.
mesmo he que se se repasse. 23 Porque eu recebi do Senhor, o
6 Porque se a mulher se n&o cobre, que tambem vos entreguei; que o
tosauie-se tambem : mas se para a Senhor Jesus na noito em que foi tia-
mulher he cousa torpe tosquiar-se, ou hido, tomou o p&o:
rapar-se, cubra-se. 24 E havendo dado graças, o partio,
7 Porque o varão nào deve cubrir a e disse: Tomai, comei: isto h e o mea
cabeça, pois he a imagem e a gloria corpo que por vósoutros he partido;
de Deos: mas a mulher he a gloria fazei isto em memória de m im .
do varào. 25 Semelhantemente tambem, de*
8 Porque n&o vem o varâo da mu­ )is de cear, tomou o copo, dizendo;
lher, sen&o a mulher do varào. Ê ste copo he o novo Testamento em
9 Porque tambem n&o foi o varâo meu sangue. Fazei isto todas a s vezes
criado por amor da mulher, senâo a que o beberdes, em memória de mim.
mulher por amor do varâo. 26 Porque todas as vezes que com­
10 Portanto deve a mulher ter sobre erdes este pâo, e beberdes este cope,
a cabeça sinal de poderio, por causa a morte do Senhor denunciais, até que
dos Anjos. venha.
11 Todavia nem o var&o he sem a 27 Assim que qualquer que comer
mulher, nem a mulher sem o varâo, este pâo. ou beber este copo do Se­
em o Senhor. nhor indignamente, serà culpado do
12 Porque como a mulher vem do corpo e sangue do Penhor.
varâo, assim he tambem o varâo pela 28 Portanto prove-se o homem a «
mulher: porem tudo de Deos. mesmo, e assim coma deste p&o,e
13 Julgai-vos entre vós mesmos: He beba deste copo.
decente que a mulher ore a Deos des- 29 Porque o que come e bebe indig
cuberta ? namente, para si mesmo come e bebe
14 Ou nâo vos ensina a mesma nat­ juizo, nâo discernindo o corpo do Se­
ureza, que criar cabelleira he des­ nhor.
honra jpara o varâo ? 30 Por esta maneira muitos fracos e
15 Mas aue criar a mulher cabelle­ doentes entre vós ha, e muitos dor­
ira, lhe he nonra, porquanto a cabelle­ mem.
ira lhe he dada por cubertura ? 31 Porque se nós a nós mesmos nos
16 Porem se algum parece ser con­ julgáramos,nâo seriamos julgados.
tencioso, nós nâo temos tal costume, 32 Mas quando somos julgados, rep-
Bem as Igrejas de Deos. rehendido8 somos do Seimor; paia

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L EPISTOLA AOS CORINTHIOS, XH. 169
qne n&o sejamos condemnados com baptizados somos em hum Espirito,
o mundo. para hum corpo, quer Judeos, quer
33 Portanto, meus irm&os, quando Gregos, quer servos, quer livres e to­
vos ajuntais a comer, huns aos outros dos abeberados estamos para hum
esperai. Espirito.
34 Porém se algum tiver fome, em 14 Porque tambem o corpo n&o he
sua casa coma; para qne vos náo hum só membro, sen&o muitos.
ajunteis para juizo. Quanto as de 15 Se o pé disser: Pois que n&o sou
mais cousas, as ordenarei quando mão, não sou do corpo; Porisso não
vier. he do corpo ?
16 E se a orelha disser: Pois que
CAPITULO xn. n&o sou olho. n&o sou do corpo; Por­
isso não he ao corpo ?
TOCANTE aos dons espirituaes, 17 Se todo o corpo fôra olho, aonde
E n&o quero, irm&os, que sejais ig­
norantes.
estaria o ouvido ? Se todo fôra ouvido,
aonde estaria o olfato ?
2 Bem sabeis vôs que ereis Gentios, 18 Mas agora pôz Deos aos mem­
levados aos idolos mudos, segundo bros no corpo, a cada qual delles co­
ereis guiados. mo quiz.
3 Por isso notorio vos faço, que nin­ 19 Que se todos forão hum só mem­
guém pelo Espirito de Deos falando, bro, aonde estaria o corpo )
a Jesus chama anathema: e ninguém 20 Mas bem ha agora muitos mem­
pode dizer que Jesus he o Senhor, se- bros, porém somente hum corpo.
n&o pelo Espirito Santo. 21 E náo pode o olho dizer à mâo;
4 Ora variedade ha de dons: porém n&o tenho necessidade de t i : ou ainda
o mesmo Espirito he. a cabeça aos pés; nâo tenho necessi­
5 E variedade ha de administra- dade de vós:
çoens: e o mesmo Senhor he. 22 Antes até os membros do corpo,
6 E variedade ha de operaçoés: po­ que nos parecem ser os mais fracos,
rem o mesmo Deos he, que tudo em necessários sâo.
todos obra. 23 E os que cuidamos que os menos
7 Mas a cada hum he dada a mani­ honrados sâo do corpo, a esses muito
festação do Espirito, para o que for mais honramos: e os nossos mais fei­
ntil. os tem muito mais atavio.
8 Poraue a hum he dada, pelo Espi­ 24 Porém os nossos mais formosos
rito, palavra de sabedoria: e a outro disto nâo tem necessidade: mas assim
palavra de sciencia, pelo mesmo Es­ Deos conjuntou o corpo, muito mais
pirito. honra dando ao que tinna falta delia.
9 E a outro fé pelo mesmo Espirito: 25 Para cjue nào haja divisão em o
e a outro dons de curas, pelo mesmo corpo, porem que os membros huns
Espirito : dos outros tenhâo igual cuidado.
10 E a outro operaçoés de maravil­ 26 E seja que hum membro padeça,
has : e a outro prophecia: e a outro tambem os membros padeçem junta­
o dom de discernir aos espiritos: e a mente: seja que hum membro he
outro variedade de linguas: e a outro honrado, toaos os membros se gozào
interpretação de linguas. juntamente.
11 Mas todas estas cousas obra hum 27 E vós sois o corpo de Christo, e
e o mesmo Espirito, repartindo par­ membros em particular.
ticularmente a cada hum como quer. 28 E Deos pôz a huns na Igreja, pri­
12 Porque como o corpo he hum, e meiramente Apostolos, segundamen­
tem muitos membros^ e todos os mem­ te Prophetas, terceiramente Doutores:
bros deste hum corpo, sendo muitos, depois Potestades, depois Dons de cu­
todavia hum só corpo s&o: assim o he ras, Socorros, Governos, Variedades
tambem Christo. de linguas.
13 Porque tambem todos nosoutros 29 São porventura todos Apostolos ?

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190 I. EtlSTOLA AOS CORfNTHlOS, XHT, * V .
Sâo todos Prophetas ? Sâo todos Don- 13 E agora permanece a fiê, a eso®-
fores ? 8âo todos Potestades ? rança, e a caridade, estas tres: Po­
30 Tem todos dons de curas ? Falâo rém a maior destas ne a caridade.
todos varias linguas í Interpretâo to­
dos? CAPITULO XIV.
31 Porem procurai com zelo os me­
lhores dons; e eu vos mostro ainda ROSEGUI a caridade, e procurai
hum caminho mais excellente. P com zelo os dons espirituaes: po­
rém maiormente que prophetizeis.
CAPITULO XIII. 2 Porque o que fala lingua estranha,
não fala aos nomens, sen&o a Deos:
INDA que eu falasse as linguas porque ninguém o entende, porém em
A dos homens, e dos Anjos, e nâo Espirito fala mysterios.
tivesse caridade, seria como o metal 3 Mas o que prophetiza, fala aos ho­
que tine, ou como o sino que retine. mens para edincaç&o, e exhortaçào. e
2 E ainda que tivesse o dom de j)ro- consolação.
phecia, e soubesse todos os mysterios, 4 O que fala lingua estranha, a si
e toda a sciencia: e ainda que tives­ mesmo se edifica: mas o que prophe­
se toda a fé, de tal maneira que trans- tiza, edifica à Igreja.
pozesse os montes, e nào tivesse ca- 5 E bem auero eu que todos vósou­
ridade; nada seria. tros faleis línguas estranhas, m as mm-
3 E ainda que distribuísse toda minha to mais que prophetizeis : porque o
fazenda para mantimento dos pobres, que prophetiza he maior que o qne
e ainda que entregasse meu coipo a fala linguas estranhas, se n&o for qoe
ser queimado, e nâo tivesse caridade, juntamente interprete, para qne a Igre­
nada me aproveitaria. ja receba edificaç&o.
4 A caridade he longanima: he be­ 6 E agora, irmàos, se eu a vósoutros
nigna : a caridade não he invejosa: viesse Talando linguas e stra n h a s , qae
a caridade não trata levianamente, vos aproveitaria, se vos n&o falasse ou
n&o se incha. por revelaç&o, ou por sciencia, ou por
5 N&o trata indecentemente: n&o prophecia, ou por doutrina ?
busca a si mesma: n&o se irrita: não 7 E ati as cousas inanimadas, que
cuida mal. d&o sonido, seja frauta, seja citara, se
6 Não folga da injustiça: porém fol­ n&o derem distincç&o de sons, como
ga da verdade. se saberá o que se tange com a frauta,
7 Tudo encobre, tudo cré, tudo es­ ou com a citara %
pera, tudo supporta. 8 Porque tambem se a trombeta der
8 A caridade nunca se perde : Po­ sonido incerto, quem se aperceberá
rém sejão prophecia8, aniquiladas se­ para a guerra í
rão : Sejâo linguas, cessarão: Seja 9 Assim tambem vósoutros, se com a
sciencia, aniquilada serà. lingua n&o derdes palavra bem signifi-
9 Porque em parte conhecemos, e cante, como se entenderá o que se diz?
em parte prophetizamos: porque estareis como falanao ao ar.
10 Mas quando vier o perfeito, entâo 10 Por exemplo, tantos generos de
o que he em parte, serà aniquilado. vozes ha no muna o, e nenhuma dei-
11 Quando eu era menino, falava co­ las he muda.
mo menino, sentia como menino, dis­ 11 Pois se eu nâo souber a força da
corria como menino : mas como me voz, serei barbaroao que fala: eoqae
fiz homem, o que era de menino, ani­ fala, me será barbaro a mim.
quilei. 12 Assim tambem vósoutros, pois
12 Porque agora vemos por espelho tanto appeteceis jm dons espirituaes,
em enigma, mas então veremos cara rocurai de nelles abundar, para edi-
a cara: Agora conheço em parte, mas caçâo da Igreja.
entâo conhecerei, como tambem sou 13 Pelo que o que fala em lingua e$~
conhecido. trcmhoj ore que possa interpretar.

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Y. EPISTOLA aos COfelfoTHIOS, XV. 191
’ 14 Porque se eu orar em lingua «- 29 E falem dous ou tres Prophetas, e
tranha, oem meu espirito ora, mas os outros julguem.
m eu entendimento fica sem fruto. 30 Porem se a outro, que estiver as­
15 Que ha pois? Orarei com o espi­ sentado, for revelada cousa alguma,
rito, mas tambem orarei com o enten­ cale-se o primeiro.
dimento : Cantarei com o espirito, mas 31 Porque todos podeis prophetizar
tambem cantarei com o entendimento. hum após o outro, para que todos
16 D’outra maneira se tu bemdisse- aprendão, e todos sej&o consolados.
res com o espirito, como dirá o que 32 E os espiritos dos Prophetas est&o
òccupa lugar de idiota. Ámen soDre sujeitos aos Prophetas.
tua benção? Pois n&o sabe o que dizes. 33 Porque Deos nâo he Deos de con-
17 Porque bem em verdade tu das fus&o, senâo de paz, como em todas
graças; mas o outro n&o he edificado. as Igrejas dos Santos.
18 Graças dou a meu Deos, que ma­ 34 Vossas mulheres calem-se nas
is linguas estranhas falo que todos vó­ Igrejas: Porque náo lhes he permit-
soutros. tido falarem nellas, mas que estejão
19 Porem mais quero eu falar na sujeitas: como tambenl a Lei o
Içreja cinco palavras com meu enten- diz.
dimento, para que tambem aos outros 35 E se quizerem aprender alguma
possa instruir, do que dez mil pala­ cousa, perguntem a seus proprios ma­
vras em lingua estranha. ridos em casa: porque cousa feia he
20 Irm&os, n&o sejais meninos no en­ falarem as mulheres na Igreja.
tendimento, mas sêde meninos na 36 Porventura sahio de vósoutros a
malicia, e adultos no entendimento. palavra de Deos? ou tâo somente a
31 Em a Lei està escrito: a este po­ vós chegou ?
vo falarei por gente de outras linguas, 37 Se algum cuida que he Propheta,
e por outros beiços: e ainda assim ou espiritual, reconheça que as cou­
me n&o ouvir&o, aiz o Senhor. sas que vos escrevo, sâo mandamen­
22 Assim que as linguas estranhas tos do Senhor.
s&o por sina]; n&o para os fieis, sen&o 38 Porem se algum ignora, ignore.
para os infiéis: e a prophecia n&o pa­ 39 Portanto irmãos, procurai com
ra os infiéis, sen&o para os fieis. zelo parar prophetizar, e nâo impidais
23 Se pois toda a Igreja se ajuntar a o falar em linguas estranhas.
huma, e todos falarem em linguas es­ 40 Faça-se tudo decentemente, o
tranhas, e entrarem idiotas, ou infiéis, com ordem.
n&o dir&o porventura que aesvariais ?
24 Mas Be todos prophetizarem, e al­
gum infiel, ou idiota entrar, de todos CAPITULO XV.
h e convencido, de todos he julgado. AMBEM, irm&os, vos notifico o
25 E assim os segredos de seu cora- T Evangelho, que jâ denunciado
cào fic&o manifestos, e assim lançan­ vos tenho, o qual tambem recebestes,
do-se sobre seu rosto, a Deos adorará, em o qual tambem estais.
publicando que verdadeiramente De­ 2 Pelo qual tambem sois salvos, se
os està entre vósoutros. o retiverdes naquella maneira, em
26 Que ha pois, irmãos? Quando vos que vo-lo tenho denunciado: Se nâo
ajuntais, tem cada hum de vos psal­ he que crestes em vâo.
mo, tem doutrina, tem lingua estranha, 3 Porque primeiramente vos entre­
tem revelação, tem interpretação, tu­ guei o que tambem recebi, que Cliri-
do se faça para edificaç&o: sto morreo por nossos peccados, se­
27 E se algum falar lingua estranha, gundo as Escrituras:
faça-se isso por dous, ou ao mais por 4 E que foi sepultado, e que resus-
tres, e por vezes, e hum interpréte. citou ao terceiro dia, segundo as Es­
28 Mas se n&o nouver interprete, ca- crituras:
le-se na Igreja: fale porem comsigo 5 E que foi visto de Cephas, depois
mesmo, e oom Deos, dos doze.

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193 h EPISTOLA AOS CORINTHIOS, XV.
6 Depois foi visto huma vez de mais Christo as primicias: Depois os qae
de quinhentos irm&os, dos quaes ainda sào de Christo, em sua vinda.
a maior parte vive, e tambem já al­ 24 Depois serà o fim, quando entre­
guns dormem. gar o Reino a Deos e ao Pai, e quan­
7 Depois foi visto de Jacobo, depois do aniquilar todo império, e toda po­
de todos os Apostolos. testade, e força.
8 E por derradeiro de todos tambem 25 Porque convém que reine até
foi visto de mim como de hum abor­ que haia posto a todos os inimigos de­
tivo. baixo de seus pés.
9 Porque eu sou o menor dos Apos­ 26 O ultimo inimigo, que serà ani­
tolos, que nào sou digno de ser cha­ quilado, he a morte.
mado Apostolo, porquanto persegui a 27 Porque todas as cousas sujeitou
Igreja de Deos. debaixo de seus pés. Porém quando
10 Mas pela graça de Deos sou o diz, que todas as cousas lhe estâo su­
|ue sou: e sua graça para comigo nào jeitas, claro està, que ae excepto*
? oi và: antes trabalhei muito mais aquelle que todas as cousas lhe sujei­
que todos elles: todavia nâo eu, se­ tou.
nâo a graça de Deos que està comigo. 28 E quando todas as cousas lhe fo­
11 Assim que, seja eu, sejâo elles, rem sujeitas, ent&o tambem o mesn o
assim prégamos, e assim crestes. Filho se sujeitará âquelle, que todas
12 Ora se se préga que Christo re­ as cousas lhe sujeitou, para que Deos
suscitou dos mortos, como dizem al­ seja tudo em toaos.
guns dentre vósoutros, que nâo ha 29 Doutra maneira, que far&o os
resurreiçào dos mortos ? que se baptizâo pelos mortos, se to­
13 E se nâo ha resurreiçào dos mor­ talmente os mortos nâo resuscit&o?
tos, tambem Christo nâo resuscitou. Porque pois se baptizâo pelos mortos ?
14 E se Christo nâo resuscitou, vâ 30 Porque tambem nós a toda hon.
he logo nossa prégaçâo, e vâ he tam­ estamos em perigo ?
bem vossa fé. 31 Cada dia morrendo ando, por nos­
15 E assim somos tambem achados sa gloriação, a qual tenho em Christo-
falsas testemunhas de Deos: pois de Jesus nosso Senhor.
Deos testificamos, que a Christo re­ 32 Se como homem em Epheso con­
suscitou, ao qual porém nâo resusci­ tra as bestas combati, que m e apro­
tou, se na verdade os mortos nào re- veita, se os mortos nào resuscitàol
suscitâo. Comamos e bebamos, que amanhi
16 Porque se os mortos nâo resusci- morreremos.
tâo, tambem Christo nâo resuscitou. 33 Nào erreis. As más convem-
17 E se Christo nâo resuscitou, vâ çoens corrompem os bons costumes.
he vossa fé, e ainda estais em vossos 34 Despertai justamente, e n&o pe­
peccados. queis : Porque ainda alguns n&o tem
18 Como tambem sâo perdidos os o conhecimento de Deos. Para ver­
que dormirão em Christo. gonha vossa o digo.
19 Se nesta vida somente esperamos 35 Mas dirá alguem: como resusci-
em Christo; os mais miseráveis so­ tarão os mortos? E com que corpo
mos de todos os homens. virâo?
20 Mas agora ja Christo resuscitou 36 Louco, o que tu semeas, náo he
dos mortos, e foi feito as primicias vivificado, se primeiro não morrer.
dos que dormirão. 37 E o que semeas, nào semeas o
21 Pois porquanto a morte veio por corpo que ha de sahir. senào o grâo
um homem, tambem por hum homem nu, como o de trigo, ou de outro qual­
veio a resurreiçào dos mortos. quer erão .
22 Porque assim como em Adam to­ 38 Mas Deos lhe dà o corpo como
dos morrem, assim tambem em Chris­ quer, e a cada semente seu proprio
to todos serâo vivificados. corpo-
23 Mas cada hum em sua ordem; 89 Toda came nào he «m esm a c t i t

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I. EPISTOLA AOS CORINTHIOS, XVI. 193
na: mas huma he a came doa ho- 5 5 Aonde està, 6 morte, teu agui
roens, e outra a came dos animaes, e lhâoT Aonde está, ó inferno, tua vio
outra a dos peixes, e outra a das aves. toria?
40 E ha corpos celestiaes, e corpos 56 Ora o aguilhão da morte he o pec
terreaes: mas huma he a gloria dos cado, e a força do peccado he a Lei.
celestiaes, e outra a dos terreaes. 57 Mas graças a Deos, que nos dá
41 Outra he a gloria do Sol. e outra victoria por nosso Senhor Jesu-Christo.
a gloria da Lua, e outra a g loria das 58 Assim que, meus amados irmàos,
Êstrellas: porque huma estrella diffe- sêde constantes, immoveis, e sempre
re em gloria de outra estrella. abundantes em a obra do Senhor, sa­
42 Assim tambem ha de ser a resur- bendo que vosso trabalho nào he vâo
reiçào dos mortos. Semea-se o corpo em em o Senhor.
corrupção, resuscitaràem incorrupçào.
43 Semea-se era deshonra, resusci-
tarâ em gloria. Semea-se em fraque­ CAPITULO XVI.
za, resuscitarà em força. RA tocante à collecta, que se fa z
44 Semea-se corpo animal, resusci­
tarà corpo espiritual. Ha corpo ani­
O para os Santos, fazei-vos tambem
como ordenei às Igrejas de Galacia.
mal, e ha corpo espiritual. 2 Cada primeiro dia da semana po­
45 Assim está tambem escrito: O nha cada hum de vós alguma cousa
primeiro homem Adam foi feito em a parte, enthesourando para isso con­
alma vivente: o ultimo Adam em forme a prosperidade que tiver alcan­
espirito vivificante. çado, para que quando eu vier, entào
46 Mas nào he primeiro o espiritual, se nào façào as collectas.
aenào o animal, depois o espiritual. 3 E quando eu vier, enviarei aos que
47 O primeiro homem da terra he por cartas approvardes, para que le­
terreno: o segundo homem, que he o vem vossa dadiva a Jerusalem.
Senhor, he do Ceo. 4 E se for necessário que eu mesmo
48 Qual he o terreno, taes são tam­ tambem va, irâo comigo.
bem os terrenos; e qual o celestial, 5 Virei porem a vósoutros, havendo
taes tambem os celestiaes. passado por Macedonia : (Porque por
49 E como trouxemos a imagem do Macedonia hei de passar.)
terreno, assim tambem traremos a 6 E bem pode ser que ficarei comvos­
imagem do celestial. co, ou tambem invemarei: para que me
50 Porem isto digo, irmàos, que a acompanheis aonde quer que eu for.
carne e o sangue nào podem herdar 7 Porque nào vos quero ver agora
o Reino de Deos, nem a corrupção de passagem: mas espero ficar com­
herda a incorrupçào. vosco algum tempo, se o Senhor o
51 Vedes, aqui, vos digo hum my- permittir.
sterio: Nem todos em verdade dormi­ 8 Ficarei porem em Epheso até o
remos: porem todos seremos trans­ Pentecoste.
formados. 9 Porque huma porta grande e efli-
52 Em hum momento, em hum caz se me abrio, c muitos adversarios
abrir e cerrar de olhos, â ultima trom­ ha.
beta : Porque a trombeta soará, e os 10 E se vier Timotheo, olhai que
mortos resuscitarào incorruptíveis, e esteia sem temor comvosco: porquo
nós seremos transformados. tambem, como eu, faz a obra do se­
53 Porque convém que isto corrup- nhor.
tivel vista a incorrupçào, e isto mor­ 11 Portanto ninguém o despreze:
tal vista a immortalidade. mas acompanhai-o em paz, para que
54 E quando isto corruptível vestir venha a mim: porque com os irmàos
a incorrupçào, e isto mortal vestir a o espero.
immortalidade, entào se cumprirá a 12 E ácerca do irmão Apollos, muito
palavra que està escrita: Tragada he lhe roguei que com os irmãos viesse
a morte em victoria. a vósoutros: mas totalmente não teve
46

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194 I. EPISTOLA AOS CORINTHIOS, XVl.
vontade de Vir por agora: porém, of- 19 As Igrejas de Asia vos satidáo.
ferecendo-se-lhe boa occasiâo virà. Saudâo-vos affectuosamente em o Se­
13 Velai, estai na fé firmes, varonil­ nhor, Aquila e Priscilla, com a Igreja
mente vos havei, e vos esforçai. que estâ em sua casa.
14 Todas vossas cousas se fação em 20 Todos os irmãos vos saudio.
caridade. Saudai-vos huns aos outros c om santo
15 Rogo-vos porem, irmãos, pois sa­ beijo.
beis que a casa de Estephanas he as 21 Saudação de minha própria máo,
prímicias de Achaia, e que se tem de Paulo.
dedicado ao ministério dos Santos; 22 Se alguem náo ama ao Senhor
16 Que tambem vos sujeiteisaostaes, Jesu-Christo, seja anathema Marana-
e a todo aquelle que juntamente obra tha.
e trabalha. 23 A graça do Senhor Jesu-Christo
17 Folgo porem da vinda de Este­ seja comvosco.
phanas, e cie Fortunato, e de Achai- 24 Minha caridade seja com todos
co; pois estes suprirão o que de vos­ vósoutros em Christo-Jesus. Amen.
sa parte me faltava. A primeira Epistola aos Cormthios,
18 Porque recreárâo meu espirito, e toi escrita de Philippos, e envia­
tambem o vosso. Reconhecei pois da por Estephanas, Fortunato,
aos taes. Achaico, e Timotheo.

I I . E P I S T O L A DE S. P A U L O , A P O 8TOLO,

AOS

CORI NTI I I OS .

CAPITULO I. vação, a qual se obra na tolerancà


das mesmas aíflicçoens, que nôs tam­
AULO Apostolo de Jesu-Christo, bem padecemos: seja que sejamos
P pela vontade de Deos, e o irmâo consolados, tambem para vossa conso­
Timotheo, à Igreja de Deos que está lação e salvação he.
em Corintho. com todos os santos que 7 E nossa esperança de vósoutros he
estâo em toaa Achaia: firme, como bem sabendo, que como
2 Graça e paz de Deos nosso Pai, e sois participantes das affliccoens, as­
do Senhor Jesu-Christo. sim o sois tambem da consolação.
3 Bemdito seja o Deos e Pai de nos­ 8 Porque, irmãos, não queremos qoe
so Senhor Jesu-Christo, o Pai das ignoreis nossa tribulação, qae em
misericórdias, e o Deos de toda con- Asia nos sobreveio, que sobre mane­
solaçao: ira somos aggravados, mais do qae
4 Que nos consola em toda nossa podíamos supportar, de tal modo que
tribulação, para que tambem possa­ até da vida estivemos em grande du­
mos consolar aos que estiverem em vida.
tribulação alguma, com a consolação 9 Em tanta maneira, que jà em nós
com aue nós mesmos de Deos somos mesmos tinhamos a sentença de mor­
consolados. te, para que em nós mesmos nfto con­
5 Porque como em nós abundâo as fiemos, senão em Deos, que resuscita
aíflicçoens de Christo, assim abunda aos mortos:
tambem por Christo nossa consolação. 10 O qual nos livrou de tamanha mor­
6 Porem seja que sejamos atribula­ te, e ainda nos livra: em o qual espe­
dos, he para vossa consolação e sal­ ramos que tambem ainda nas livrará:

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II. EPISTOLA AOS CORINTfflOS, I. 105
11 Trabalhando vós tambem junta­ vossa fé ; porém cooperadores somos
mente com oração por nósoutros, pa­ de vosso gozo: Porque pela fé estais
ra que pela merce, que por muitas em pé.
peasoas nos fo i feita, por muitas tam­
bem sejâo dadas graças por nós. CAPITULO II.
12 Porque esta he nossa gloriaçâo, a
saber, o testemunho de nossa consci­ OREM isto comigo mesmo deli­
ência, que com simplicidade e sin­ P berei, ae nâo vir mais a vósoutros
ceridade de Deos, nâo com sabedoria com tristeza.
carnal, mas com a graça de Deos, nos 2 Porque se eu vos contristar, quem
houvemos em o mundo, e maiormen- serà logo o que me alegrará, senâo
te comvosco. aquelle que por mim foi contristado %
13 Porque nenhumas outras cousas 3 E isto mesmo vos escrevi, para
vos escrevemos, senâo as que jà sa­ que quando lá vier, nào tenha triste­
beis, ou tambem reconheceis: e es­ za dos que me havia de alegrar: con­
pero que tambem até o fim as recon­ fiando de vós todos, que meu gozo o
hecereis. he de todos vósoutros.
14 Como tambem jà em parte nos 4 Porque em muita tribulação e an­
tendes reconhecido, aue somos vossa gustia de coração vos escrevi com
gloriaçâo, como tamDem vós sois a muitas lagrimas, nâo para que vos
nossa no dia do Senhor Jesus. contristásseis, mas para que enten­
15 E com esta confiança quiz prim­ des-seis a caridade, que tenho em
eiro vir a vósoutros, para que tives- abundancia para comvosco.
seis huma segunda graça. 5 Porem se alguem me contristou,
16 E por vósoutros passar a Macedo­ nâo me contristou a mim senâo em
nia ; e de Macedonia vir outra vez a parte a vós todos, para que ao tal nâo
vósoutros; e de vósoutros ser guiado aggrave.
a Judea. 6 JBasta-tóe ao tal esta reprehensâo
17 Assim que deliberando isto, usei fe ita por muitos.
porventura ae leviandade ? Ou o que 7 De maneira que antes ao contrario
delibero, porventura o delibero segun­ lhe haveis de perdoar, e consolar, para
do a came, para que em mim haja que da demasiada tristeza o tal em
sim, sim, e nâo, nâo ? alguma maneira nâo seja devorado.
18 Antes Deos he fiel, aue nossa pa­ 8 Pelo que vos rogo, que para com
la vrapara comvosco nâo foi sim e nâo. elle confirmeis a caridade.
19 Porque o Filho de Deos Jesu- 9 Porque tambem para isso vos es­
Christo, que por nós entre vósoutros crevi, para saber vossa provação, se
foi prégado, a saber por mim, e Sil- em tuao sois obedientes.
vano, e Timotheo, nào foi sim e nâo, 10 E ao que cousa alguma perdoar­
mas foi sim nelle. des, tambem eu lhe perdoo : Porque
20 Porque todas quantas promessas se tambem eu cousa alguma perdoei,
de Deos ha, sáo nelle Sim, e nelle a quem perdoado a tenho, por amor
Amen, para gloria de Deos por nósou­ de vós o fiz em presença ae Christo :
tros. Para que de Satanás nâo sejamos
21 Mas o que comvosco nos confir­ vencidos.
ma em Christo, e o que nos ungio, he 11 Porque nâo ignoramos seus ardis.
Deos. 12 No demais, como vim a Troas
22 O qual tambem nos sellou, e nos para prégar o Evangelho de Christo,
deo as arras do Espirito em nossos co- e abrindo-se-me porta em o Senhor,
raçoés. nào tive em meu espirito repouso,
23 Porém invoco a Deos por teste­ por nâo achar a Tito meu irmâo.
munha sobre minha alma, que, por 13 Porem despedindome delles, par­
voe escusar, até agora nâo vim a Co­ ti para Macedonia.
rintho. 14 E graças a Deos, que sempre nos
24 Nâo que nos ensenhoreómos de faz triunfar em Christo, e por nósou-

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n . EPISTOLA AOS CORINTHIOS, II.
tros em todo lagar manifesta o chei­ 10 Porque tambem o qne foi riorifr
ro de seu conhec imento. cado, nesta parte nâo foi glorificado,
15 Porque para Deos somos bom por causa desta excellente çloria.
cheiro de Christo, em os que se sal- 11 Porque se o que se aniquila. foi
vâo, e em os que se perdem. para gloria, muito mais o he em gloria
16 Para estes certamente cheiro de o que permanece.
morte, para morte : mas para aquel­ 12 Assim que tendo tal esperança,
les cheiro de vida, para vida. E para usamos de muita ousadia no falar.
estas cousas quem ne idóneo ? 13 E nâo fazemos como Moyses, qu
17 Porque nòs nâo trazemos com punha hum veo sobre sua face, para
muitos, a vender a palavra de Deos, que os filhos de Israel nâo fitassem os
antes como de sinceridade, antes co­ olhos no fim do que se aniquila: i
mo de Deos, em presença de Deos, a 14 Porem seus sentidos forão endu­
falamos em Christo. recidos : Porque até o dia de hoje fica
o mesmo veo por descubrir na liçâo
do Velho Testartiento, o qual por Chri­
CAPITULO III. sto he aniquilado:
OMEÇAMOS por ventura a lou­ 15 Antes até o dia de hoje, qnando
C vamos a nòs mesmos outra vez Moyses he lido, está o veo posto so­
para comvosco ? Ou necessitamos oo­ bre seu coração delles.
mo alguns, de cartas de recommen- 16 Porem quando se converterem so
daç&o para vósoutros, ou de recom- Senhor, entáo o veo se tirará.
mendaçâo de vósoutros ? 17 Ora o Senhor he o Espirito: e
2 Vósoutros sois nossa carta, escrita onde estâ o Espirito do Senhor, ahi
em nossos coraçoés, conhecida e lida ha liberdade.
de todos os homens. 18 E attentando nós todos com cara
3 Como jà manifestos estais^ que so­ descuberta, como em hum espelho,
is a carta de Christo, administrada para a gloria do Senhor, transforma­
por nòs, e escrita, nâo com tinta, se­ dos somos de gloria em gloria, segiaido
não com o Espirito do Deos vivente, a mesma imagem, como pelo Espiri­
nâo em taboas de pedra, senâo em ta­ to do Senhor.
boas de came do coração.
4 E tal confiança temos por Christo CAPITULO IV.
para com Deos.
5 Nâo que sejamos capazes para ELO que tendo este ministério, se­
pensar alguma cousa de nos, como de P gundo a misericordia que nos fui
nòs mesmos, mas nossa capacidade feita, nâo desfalecemos.
he de Deos: 2 Antes já as cuberturas de vergon­
6 O qual tambem nos fez capazes ha rejeitamos,nâo andando com a^n-
para ser ministros do Novo Testamen­ cia, nem falsificando a palavra de
to, nâo da Letra, senâo do Espirito. Deos, mas encommendanao-nos a to­
Porque a Letra mata, mas o Espirito da consciência de homens, em a pre­
vivifica. sença de Deos, pela manifestação <to
7 E 6e o ministério de morte em le­ veraade.
tras, impresso em pedras, foi para 3 Porem se tambem nosso Evange­
gloria, de maneira que os filhos de Is­ lho está encuberto, para os que ae
rael nâo podiáo fitar os olhos na face perdem está encuberto:
de Moyses, por causa da gloria de seu 4 Em os quaes o Deos deste seculo
rosto, que havia de ser aniquilada: cegou os entendimentos, o saber os
8 Como nâo serà tanto mais para dos incrédulos, para que lhes nâo
gloria o ministério do Espirito % resplandeça a illuminaçâo do Evan­
9 Porque se o ministério de con- gelho da gloria de Christo, qué he a
demnaçâo foi gloria, muito mais ex­ imagem de Deos.
cede em gloria o ministério de jus­ 5 rorque nâo pré gamos a nós rüet-
tiça. mos, senâo a Christo-Jesuá oSénhor:

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D. EPISTOLA AOS CORLNTHIOS VI. 197
e a nós mesmos, servas vossos, por CAPITULO V.
amor de Jesus.
6 Porque o Deos que disse, que das ORQUE bem sabemos, que se
trévas resplandecesse a luz, he o que
em nossos coraçoés resplandeceo, pa­
P nossa casa terrestre deste tabei-
naculo se des fizer, temos hum edifício
ra illuminaçào do connecimento da de Deos, huma casa nào feita de má.
gloria de Deos em a face de Jesu- os, porem eterna em os ceos.
Christo. 2 rorque por isso tambem gememos,
7 Porem temos este thesouro em va­ desejando ser revestidos de nossa ha­
sos de barro, para que a excellencia bitação, que he do ceo.
da efficacia seia de Deos, e nào de nós. 3 Se tambem achados formos vesti­
8 Como aquelles que em tudo somos dos, £ nào nus.
atribulados, porem nào estreitados: 4 Porque tambem nós os que neste
duvidosos, porem nào desmaiados. tabemaculo estamos, gememos carre­
9 Perseguidos, porem nào desempa- gados : por quanto nào queremos ser
rados: abatidos, porem nào perdi­ despidos, senào revestidos: para que
dos: o mortal seja da vida devorado.
10 Sempre por todas as partes tra­ 5 Ora o que para isto mesmo nos
zendo a mortilicaçào do Senhor Jesus preparou, he Deos, o qual tambem
no corpo, para que tambem a vida de nos deo as arras do Espirito.
Jesus em nossos corpos se manife­ 6 Pelo que sempre temos bom ani­
ste. mo, e sabemos que no corpo habitan­
11 Porque sempre nós, os que vive­ do, peregrinamos do Senhor.
mos, somos por amor de Jesus entre- 7 (Porque andamos por fé e nào por
es à morte, para que tambem a vi­ vista.)
de Jesus em nossa came mortal 8 Porém temos bom animo, e mais
se manifeste. queremos fora do corpo peregrinar,
12 De maneira que bem obra em e habitar com o Senhor.
nósoutros a morte, porem em vósou­ 9 Pelo que tambem muito deseja­
tros a vida. mos de lhe sermos agradaveis ou pre­
13 Ora porquanto temos o mesmo sentes, ou ausentes.
Espirito de fé, como està escrito: Cri, 10 Porque todos devemos compare­
por isso falei; nósoutros tambem cre­ cer ante o Tribunal de Christo, pa­
mos, por isso tambem falamos. ra que cada hum leve, segundo o
14 Sabendo que o que resuscitou ao que tiver feito no corpo, ou bem, ou
Senhor Jesus, tambem a nós por Je­ mal.
sus nos resuscitarà; e nos porá com­ 11 Assim que sabendo o terror do
vosco. Senhor, persuadimos aos homens à
15 Porque todas estas cousas sào fé, e a Deos somos manifestos: porem
por amor de vósoutros, para que a co- tambem espero que em vossas con­
piosissima graça, pelo fazimento de sciências estamos manifestos.
ffraças de muitos, abunde para gloria 12 Porque nào nos encommenda-
de Deos. mos outra vez a vósoutros: Mas da-
16 Por isso nào desfalecemos: antes, mos-vos occasiâo de vos gloriar de
ainda que nosso homem exterior se nós: para que tenhais que responder
corrompa, todavia o interior de dia aos que se gloriào na face, e nào no
em dia se renova. coraçáo.
17 Porque nossa leve, e momenta- 13 Poraue seja que deliremos, para
nea tribulacào; nos produz hum pezo Deos deliramos: seja que estejamos
eterno de gloria excellentissima. em bom siso, para vósoutros o esta-
18 Porquanto nào attentamos para mos.
-as cousas que se vêem, senào para 14 Porque a caridade de Christo, nos
a# q u e s e nào v ê e m : porque as cousas constrange.
que se vêem, sào temporaes: mas as 15 Tenao isto por resolvido, que so
que se nào vêem, sào eternas. hum por todos morrão, logo todos

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198 II. EPISTOLA AOS CORINTHIOS, VI, VH.
morrérâo. £ elle morreo por todos, Espirito Santo, em caridade nâo fia-
para que os que vivem, nào vivâo gida.
' mais para si, sen&o para aquelle que 7 Em palavra de verdade, em po­
por elles morreo e resuscitou. tência de Deos, por armas de justiça,
16 Assim que daqui por diante a ás direitas, e ás esquerdas.
ninguém conhecemos segundo a car­ & Por honra e por deshonra, por in-
ne, e ainda que tambem conhecido famia e por boa fam a: como enga­
haiamos a Christo segundo a carne, nadores, e todavia verdadeiros:
todavia jà agora segando a came o 9 Como ignorados, e todavia conhe­
náo conhecemos. cidos : como morrendo, e vêdes aqui
17 Assim que se alguem está em vivemos : como castigados, e atnda
Christo, nova creatura he : já as cou­ nâo mortos.
sas velhas passàrâo, eis que tudo eslà 10 Como contristados, porém sempre
feito novo. alegres, como pobres, porém a mui­
18 E tudo isto vem de Deos, o qual tos enriquecendo: como nada tendo,
por Jesu-Christo comsigo nos recon­ e todavia tudo possuindo.
ciliou. e nos deo o ministério da re­ 11 Para comvosco, ô Corinthios, está
conciliação. aberta nossa boca; nosso coração es­
19 Porque Deos estava em Christo tá dilatado.
reconciliando comsigo ao mundo, se­ 12 Nâo estais estreitos em nós, mas
us peccados nâo lhes imputando ; e estais estreitos em vossas entranhas.
pôz em nôs a palavra da reconcilia­ 13 Ora em recompensa disto^ (como |
ção. a íilhos falo) vos dilatai vósoutros
20 Assim que somos embaixadores tambem.
da parte de Christo, como se Deos 14 Nâo vos ajunteis em outro jugo
por meio nosso rogasse : Rogamos-vos com os infiéis. Porque, que partici­
pois da parte de Christo, que vos re­ pação tem a justiça com a injustiça*
concilieis com Deos. E que communicaçâo tem a luz com
21 Porque ao que nâo conheceo pec­ as trevas.
cado, fez peccado por nôs: para que 15 E aue conveniencia tem Christo
nós nelle fossemos feitos justiça de com Belial? Ou que parte tem o âel
Deos. com o infiel ? •
16 E que consentimento tem o tem­
CAPITULO VI. plo de Deos com os idolos ? Porqne
vósoutros sois o templo do Deos vi­
NOS como juntamente obreiros, vente, como Deos disse : Nelles ha­
E vos rogamos, que a graça de De­ bitarei, e entre elles andarei: e eu se­
os recebido nâo hajais em vâo. rei seu Deos, e elles serâo meu
2 Porque d iz: Em tempo agradavel povo.
te ouvi, e no dia da salvação te socor­ 17 Pelo que sahi do meio delles» e
ri ; vèdes aqui agora o tempo agrada­ vos apartai, diz o Senhor ; e nào to­
vel, vêdes aqui agora o dia da salva­ queis cousa immunda, e eu vos acei­
ção : tarei.
3 Escandalo nenhum damos em cou­ 18 E eu vos serei por Pai? o vós me
sa alguma, para que a ministério nâo sereis por filhos e filhas, diz o Senhor
seja vituperado. Todopoderoso. v
4 Antes como ministros de Deos em
tudo nos fazemos agradaveis, em mu­ CAPITULO vn.
ita tolerancia, em afflicçoés, em ne­
cessidades, em angustias. RA amados, pois taes promessas
5 Em açoutes, em prisoés, em re­
voltas, em trabalhos, em vigilias, em
O temos, alimpemo-nos de toda im­
mundicia da came e do espirito,
jejuns. aperfeiçoando a santificação em o te­
6 Era pureza, em sciencia, em lon­ mor de Deos.
ganimidade, em benignidade, em 2 Dai-nos lugar; a ninguém aggra-

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II. EPISTOLA AOS CORINTHIOS, VHI. 199
vvamos, a ninguém corrompemos, de nos alegramos ácerca da alegria de
ninguém buscamos nosso proveito. Tito, de que seu espirito foi recre­
. 3 N&o digo isto para vossa condem- ado de toaos vósoutros.
nação. Porque ja d’antes disse, que 14 Porque se em alguma cousa para
.estais em nossos coraçoés, para junta­ com elle de vósoutros me gloriei, nào
mente morrer e viver. fiquei enverganhado: antes como tu­
4 Muita confiança tenho para com­ do com verdade vos dissemos; assim
vosco: muita gloriação de vós ten­ tambem nossa gloriação, de que para
ho ; cheio estou de consolação; 60- com Tito usei, se achou verdadeira:
breabundo de gozo em todas nossas 15 E suas entranhas estão mais
.tribulaçoés. abundantes para comvosco, lembran-
5 Porque até quando viemos à Ma­ do-se da obediencia de toaos vósou­
cedonia, nenhum repouso teve nossa tros, de como o recebestes com temor
came : antes em tudo fomos atribula­ e tremor.
dos : combates por fora, temores por 16 Assim que me regozijo, de que
dentro. em tudo me posso confiar ae vósou­
; 6 Mas Deos, que consola aos abati­ tros.
dos, nos consolou com a vinda de Tito.
7 E não sòmente com sua vinda, CAPITULO VIII.
mas tambem com a consolação, com
que foi consolado ácerca de vòs, con- AMBEM, irmãos, fazemos-vos sa­
tando-nos vossas saudades, vosso cho­ T ber a graça de Deos, dada às
Igrejas de Macedonia.
ro, e vosso zelo por mim, de maneira
que tanto mais me regozijei. 2 Que em muita provação de tribu­
8 Porque ainda que vos contristei lação redundou a abundancia de seu
com a carta, não me arrependo; ain­ gozo, e sua profunda pobreza, em ri­
da que me arrependi; porque vejo quezas de sua beneficencia.
que aquella carta, posto que por pou­ 3 Porque segundo seu poder (o que
co tempo, vos contristou. eu mesmo testifico), e ainda sobre seu
9 Agora folgo, não porque fostes con­ poder, forão voluntários.
tristados, mas porque contristados fos­ 4 Pedindo-nos com muitos rogos, que
tes para arrependimento. Porque fos­ aceitassemos a mercé e a communi-
tes contristados secundo Deos; de cação deste serviço, que para os san­
maneira que em nenhuma cousa dam­ tos se fazia.
no algum padecestes por nos. 5 E não somente fizérâo como nós
10 Porque a tristeza segundo Deos, esperavamos, mas a si mesmos se dé­
obra arrependimento para salvação, rão, primeiramente ao Senhor, e depois
de que ninguém se arrepende : Mas a nosoutros, pela vontade de Deos.
a tristeza do mundo obra morte. 6 De maneira que exhortavamos a
11 Porque eis que, isto mesmo, que Tito, que assim como d;antes come­
segundo Deos fostes contristados, çara, assim tambem acabasse esta
quanta diligencia em vós obrou? mercé entre vósoutros.
ainda defensa. ainda indignação, ain­ 7 Portanto assim como em tudo
da temor, ainoa saudades, ainda ze­ abundais, em fé, e em palavra, e em
lo, ainda vingança; em tudo vos sciencia, e em toda diligencia, e em
mostrastes estar puros neste nego­ vossa caridade para comnosco; olhai
cio. que tambem abundeis nesta graça.
12 Assim que ainda que vos escre­ 8 Não digo isto como mandando, se­
vi, nào foi por causa do que fez o não por tambem provar a sinceridade
aggravo, nem por causa do que pade- de vossa caridade pela diligencia dos
-ceo o aggravo; mas para que nossa outros.
diligencia por vósoutros, diante de 9 Porque ja sabeis a graça de nosso
. Deos, vos fosse manifesta. Senhor Jesu-Christo, oue sendo rico,
. 13 Portanto fomos consolados ácer­ por amor de vòs se fez pobre: para
ca 4e vossa consolação; e muito mais que com sua pobreza enriqueces**is.

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200 H. EPISTOLA AOS SOBINTHIOS, IX.
10 E nisto dou m u p&reoer: Porque j&o nossos irmÃos, embaixadora* tfto
isto vos convc m} como aquelles, quedas Igrejas, e gloria de Christo.
n&o somente a fazelo, mas tambem a 24 Portanto, para com elles mostiai
quere-lo, começastes ja desde o anno a prova de vossa caridade, e de nossa
passado. gloriaç&o ácerca de vós, perante a
11 Agora porém acabai tambem o face das Igrejas.
ja começado: para que assim como o
animo foi prompto em o querer, as­ CAPITULO IX.
sim o seja tambem em o acabar do
que tenues. ORQUE da administração que pa­
12 Porque se primeiro houver promp- P ra os santos se fa z , nâo necessi­
tid&o de animo, serà algum aceito se­ to escrever-vos.
gundo o que tem, e n&o segundo o que 2 Porque bem sei a promptid&o de
n&o tem. vosso animo, do qual ácerca de vós
13 Porque n&o digo isto para que ou­ me glorio para com os Macetlooios,
tros tenh&o alivio, e vósoutros oppres- que ja Achaia desde o anno passado
s&o. està prestes; e o zelo que d e vós
14 Mas paro que igualmente, neste começou, a muitos tem provocado.
tempo presente, vossa abundancia 3 Porém a estes irm&os enviei, para
supra a falta dos outros, para que que nossa gk>riaç&o ácerca de vós
tambem sua abundancia supra vossa nesta parte n&o seja v&: para qne
falta, para que haja igualdade. (como ja disse) possais estar pres­
15 Como està escrito: O que muito tes.
colheo, n&o teve mais: e o que pouco, 4 Para que se acaso vierem oomigo
nfto teve menos. os Maceuonios, e vos acharem des­
16 Porém graças a Deos, que por apercebidos, n&o nos envergonhemos
vósoutros pôz a mesma diligencia no a nós, (por n&o dizer a vós) neste
coraç&o de Tito: firme fundamento de gloriaçâo.
17 Pois aceitou a exhortaç&o, e mui 5 Portanto tive por cousa necessaria
diligente partio voluntariamente para exhortar a estes irm&os, que viessem
vósoutros. primeiro a vósoutros, e aparelhassem
18 E tambem com elle enviamos ao primeiro vossa bemdiç&o, ja dhuites
irmào, que tem louvor no Evangelho denunciada, para que esteja prestes
por todas as Igrejas. assim como bemdiç&o, e n&o como
19 E n&o somente isto, mas tambem escaceza.
foi escolhido das Igrejas por compa­ 6 Isto porem digo, que o que seroe*
nheiro de nossa viagem com esta escassamente, tambem segará escas­
mercé, que por nósoutros he adminis­ samente : e o que semea em bemd»ço-
trada para gloria do mesmo Senhor, e ens, tambem segará em bemdiçoens.
promptid&o de vosso animo. 7 Cada qual faça como propõem em
20 Evitando isto, que ninguém nos seu coraç&o, nâo com tristeza, ou por
vitupére nesta abundancia, que por necessidade. Porque Deos ama so
nós ne administrada. dador alegre.
21 Como aquelles, que procuramos o 8 E poderoso he Deos para fazei
ue he honesto, nâo somente diante abundar em vós toda graça, para qae
3 o Senhor, mas tambem diante dos
homens.
tendo sempre, em tudo, toda suffici-
encia, abundeis em toda boa obra.
22 Com elles enviamos tambem a 9 Como està escrito: Derramou, deo
nosso irm&o, ao qual muitas vezes em aos pobres: sua justiça permanece
muitas cousas ja provamos, que he dili­ para sempre.
gente, e agora amda muito mais dili­ 10 Ora aquelle que dà a semente ao
gente pela muita confiança, que para que semea, tambem vos dé p&o, para
comvosco tem. comer, e multiplique vossa semen­
23 Seja pois Tito, meu companheiro teira, e augmente os frutos de vossa
e cooperador he para comvosco; Se- justiça:

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D. EPISTOLA AOS CORINTHIOS, X, XI. 201
11 Para qne em tudo enriqueçais nosso poder, o qual o Senhor nos deo
em toda beneficencia, a qual por nôs para edificação, e não para vossa de­
obra, que se dém graças a Deos. struição, não me envergonharei:
12 Forque a administração deste 9 Para que nâo pareça como se vos
serviço, n&o somente supre a falta quizéra espantar por cartas.
dos santos, mas tambem abunda em 10 Porque as cartas (dizem) são em
que se dão muitas graças a Deos. verdade graves e fortes, mas a pre­
13 Porquanto pela prova desta ad­ sença do corpo he fraca, e a palavra
ministração glorificão a Deos ácerca desprezível.
da submissão de vossa confissão ao 11 Isto pense o tal, que quaes somos
Evangelho de Christo, e da benefi­ em a palavra por cartas ausentes, taes
cencia da communicação para com somos tambem por obra presentes.
elles e para com todos: 12 Porque não ousamos a nos contar^
14 E por sua oração por vósoutros, ou comparar com alguns, que a si
tendo de vós saudades, por causa da mesmos se louvão: mas nâo enten­
excellente graça de Deos sobre vós­ dem estes que se medem a si mes­
outros. mos comsigo mesmos, e se compàrão
15 Ora graças a Deos por seu dom a si mesmos comsigo mesmos.
ineffavel. 13 Porem não nos gloriaremos fora
de medida: senâo que, conforme &
CAPITULO X. medida da regra, a qual medida Deos
nos repartio, tambem chegamos até
LEM disto eu Paulo mesmo, pela vósoutros.
A mansidão e benignidade de Chri­ 14 Porque nâo nos estendemos a nós
sto, vos rogo, que presente em verdade mesmos mais do que convém, como se
sou baixo entre vós, porém ausente até vósoutros não nouvessemosde che­
atrevido para comvosco : gar: pois tambem ja até vósoutros
2 Rogo pois, que quando estiver pre­ chegamos em o Evangelho de Christo.
sente, nâo venna a ser atrevido com 15 Não nos gloriando fora de medida
a confiança, de que ousadamente sou em trabalhos alheios: antes tendo
estimado usar com alguns, que nos esperança, que vindo vossa fé a cres­
estimão como se andassemos segundo cer, abundantemente seremos engran­
a came. decidos entre vósoutros conforme à
3 Porque andando em a carne, nâo nossa regra:
miiitamos segundo a carne. 16 Para denunciar o Evangelho nos
4 Porque as armas de nossa milicia lugares que estâo d’alem de vósou­
nâo são camaes, senâo poderosas tros : e não para nos gloriar em regra
por Deos, para destruição de fortale­ alheia ácerca do que ja està apare­
zas. lhado.
5 Pois destruímos conselhos, e toda 17 Porem o que se gloria, se glorie
alteza que se levanta contra o conhe­ em o Senhor.
cimento de Deos, e a todo entendi­ 18 Porque nâo o que a si mesmo se
mento levamos preso à obediencia de louva, senão o a quem louva o Se­
Christo. nhor, esse he o approvado.
6 E estamos prestes para vingar to­
da desobediencia, quando ja vossa CAPITULO XI.
obediencia for cumprida.
7 Attentais vós para o que está di­ XALA* me supportasseis hum po­
ante dos olhos? Se alguem de si mes­ O uco em minha louquice: porem
mo confia que he de Christo, pense o supportai-me ainda.
tal outra vez isto comsuro mesmo, 2 Porque zeloso estou de vósoutros
que como elle he de Christo, assim com zelo de Deos. Porque prepara­
nôs tambem somos de Christo. do vos tenho, para vos appresentar,
8 Porque se eu tambem ainda mais como huma virgem pura, a num ma­
xne quizer gloriar de cousa alguma de rido, convem a saber, a Christo.
46 *
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soa II. EPISTOLA AOS CORINTHIOS, XI.
3 Mas temo que oomo a serpente Senhor; senào c omo por louquice,
com sua astuciçt enganou a Eva, tam­ neste firme fundamento de gloriaçâo;
bem assim em alguma maneira vos- 18 Pois muitos se gloriâo segunüo a
o s sentidos se nào corrompão, desvi­ carne : tambem eu me gloriarei.
ando-se da simplicidade que està em 19 Porque de boamente tolerais aos
Christo. néscios, porquanto sois sabios.
4 Porque se aquelle que vem, a ou­ 20 Pois tolerais se alguem vos poem
tro Jesus prégasse que nós nào temos em servidão, se alguem vos devora,
pregado, ou se outro espirito recebes- se alguem cousa alguma vos toma. se
seis que nâo recebestes: ou outro alguem se exalta, se alguem vos lere
Evangelho que nâo aceitastes, com no rosto.
razão o sofrerieis. 21 Por afronta o digo; como se hon-
5 Porque penso que em nada fui in­ vessemos sido fracos: antes no ooe
ferior aos mais excellentes Apostolos. outro he atrevido (com louquice falo),
6 E se tambem sou rude em a pala­ tambem eu sou atrevido.
vra, comtudo nâo o sou na sciencia; 22 São Hebreos ? tambem e u : Sào
mas em tudo ja totalmente manifes­ Israelitas ? tambem e u : Sâo semente
tos estamos entre vós. de Abraham? tambem eu.
7 Pequei porventura, humilhando- 23 Sâo ministros de Christo? (como
me a mim mesmo, para que vós fos­ imprudente falo) eu mais que elles:
seis exaltados 1 Porquanto de graça em trabalhos, muito m ais: em pan­
vos denunciei o Evangelho de Deos 1 cadas, mais que elles: em prisoens,
8 Outras IgTejas despojei eu, delias muito mais: era perigo de morte,
recebendo salario, para servir a vós: muitas vezes,
e estando comvosco presente, e ten- 24 Dos Judeos recebido tenho cinco
.do necessidade, a ninguém fui pezado. quarentenas de açoutes menos hum.
9 Porque minna falta suprirão os ir­ 25 Por tres vezes fui açoutado com
mãos, que viérâo de Macedonia; e vergas, huma vez fui apedrejado, tres
em tudo me guardei de vos ser peza­ vezes padeci naufragio, huma noite e
do, e ainda me guardarei. hum dia passei no abismo.
10 A verdade de Christo está em 26 Em viagens muitas vezes, em
mim, que esta gloriaçâo nas partes de perigos de rios, em perigos de saltea­
Achaia me nâo será ímpediua. dores, em perigos da minha naçâo,
11 Porque? Porque vos nâo amo? em perigos das Gentes, em perigos na
Deos o sabe. cidade, em perigos no deserto, em
12 Mas o que faço, ainda o farei, perigos no mar, em perigos entre fal­
para cortar a occasiâo aos que buscâo sos irmãos:
occasiâo: para que, naquillo em que 27 Em trabalho e fadiga, em vigílias
se gloriâo, sejâo achados como nós. muitas vezes, em fome e em sede,
13 Porque taes falsos Apostolos sâo em jejuns muitas vezes^ em frio e
obreiros fraudulentos, transfigurando- nueza.
se em Apostolos de Christo. 28 Sem as cousas de fora, cada dia
14 E nâo he maravilha: porque o me sobrevem o cuidado de todas as
mesmo Satanás se transfigura em An­ Igrejas.
jo de luz. 29 Quem enfraquece, que eu tam­
15 Assim que náo he muito, se tam- bem não enfraqueça ? Quem se escan­
oem seus ministros se transfi^urâo, daliza, que eu me não queime ?
como se farão ministros de Justiça: o 30 Se convem gloriar-se, das cousas
fim dos quaes será conforme a suas de minha fraqueza me gloriarei.
obras. 31 O Deos e Pai de nosso Senhor Je­
16 Outra vez digo, que ninguém su-Christo, que eternamente he bem­
cuide que sou nescio: Ou senâo, co­ dito, sabe que não minto.
mo a nescio me recebei, para que 32 Em Damasco guardára o Gover­
tambem hum pouco me glorie. nador d’el-Rei Aretas a cidade dos
17 O qtie digo, nâo o digo segundo o Damascenos, querendo me prender.

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II. EPISTOLA AOS CORINTHIOS, XH, XIII. 203
33 E em hum cesto fui descido por 13 Porque que ha, em que inferiores
huma janella, do muro: e assim es fostes ás outras Igrejas, senâo em que
capei ae suas m&os. eu mesmo vos nào fui pezado; per
doai-me este aggravo.
CAPITULO XII. 14 Vedes me aqui estou prestes pa­
ra a terceira vez vir a vósoutros, e vos
M verdade qne me nâo convém nâo serei pezado. Porque nâo busco
E gloriar. Porque virei ás visoens o vosso, senâo a vós. Porque náo de­
e revelaçoenS do Senhor. vem os íilhos enthesourar para os pais,
2 Conheço hum homem era Christo, senâo os pais para os íilhos.
que quatorze annos ha (se no corpo, 15 Eu porem de mui boamente gas­
nâo o sei, se fora do corpo, náo o sei: tarei, e gastar me deixarei por vossas
Deos o sabe) foi arrebatado até o ter­ almas, ainda que amando-vos tanto
ceiro Ceo. mais, seja amado menos.
3 E sei que o tal homem (se no cor­ 16 Porem seja assim, que vos nâo
po, se fora do corpo, nâo o se i: Deos fui pezado: mas como era astuto, por
o sabe): engano vos tomei.
4 Foi arrebatado ao paraiso, e ouvio 17 Porventura, de vos me aproveitei,
palavras ineffaveis, que ao homem por algum dos que vos enviei ?
nào he licito falar. 18 A Tito roguei, e com elle ao ir­
5 De hum tal me gloriarei eu, mas mão enviei; porventura Tito de vós
de mim mesmo nâo me gloriarei sen&o se aproveitou ? Porventura nâo anda­
em minhas fraquezas. mos em o mesmo espirito? em as
6 Porque se gloriar-me quizer, né­ mesmas pisadas ?
scio nâo serei: Porque a verdade di­ 19 Cuidais ainda que comvosco nos
rei : Porém deixo-o, porque ninguém desculpamos ? Perante de Deos em *
de mim cuide mais do que em mim Christo falamos: E tudo isto, ó ama­
vé, ou de mim ouve. dos, para vossa edificação.
7 E porque me nào exaltasse pela 20 Porque temo que quando vier,
excellencia das revelaçoés, me foi da­ vos nâo ache em maneira alguma
do hum espinho na carne, a saber taes, quaes eu quizera: e eu de vos
hum Anjo de Satanás, para me bofe- achado seja tal, qual vósoutros n&o
te a r. para que me nào exaltasse. quizéreisj para que em alguma ma­
8 Sobre o que tres vezes orei ao Se­ neira n&o haja pendencias, invejas,
nhor. para que de mim se desviasse. iras, porfias, detracçoés, mexericos,
9 E disse-me : Minha graça te bas­ inchaçoens, e sediçoés.
ta : porque minha potência em a fra­ 21 Para que outra vez, quando vier,
queza se cumpre. Assim que de me- me nâo humilhe meu Deos para com
lhormente antes me gloriarei em mi­ vosco, e chore por muitos dos que
nhas fraquezas, para que a potência d’antes peccáráo, e ainda se náo ar-
de Christo em mim habite. rependéráo da immundicia, e fornica­
10 Portanto prazer tenho em fraque­ ção, e deshonestidade, que coramet-
zas, em injurias, em necessidades, térào.
em perseguiçoés, em angustias por
amor de Christo. Porque quando es­ CAPITULO XIII.
tou fraco, entâo sou poderoso.
11 Nescio fui em me gloriar: vós me STA he a terceira vez que venho
constrangestes: que de vósoutros ha­ E ! a vósoutros: Era boca ae duas ou
via eu de ser louvado, pois em nenhu­ tres testemunhas consistirá toda pa­
ma cousa fui inferior aos mais excel- lavra.
lèntes Apostolos, ainda que nada sou. 2 Ja d’antes tenho dito, e d’antes oo­
12 Effeituadas forão entre vósoutros mo presente a segunda vez o diao, e
em toda paciência as marcas de Apo­ agora ausente o escrevo aos que aJan-
stolo, com sinaes, prodigios, e mara­ tes peccáráo, e a todos os de mais, que
vilhas. •e outra vez venho, n&o lhes perdoarei •

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304 EPISTOLA AOS GALATAS, I.
3 Pois buscais prova de Christo aue 9 Pois nos regozijamos quando esta­
em mim fala, o qual em vós nâo he fra­ mos fracos, e vós estais fortes: e isto
co, antes he poderoso entre vósoutros. tambem desejamos, a saber, vossa con-
4 Porque ainda que por fraqueza foi summaçâo.
crucificado, com tudo vive pela po­ 10 Por isso escrevo estas cousas au­
tência de Deos. Porque tamDem nós sente : para que estando presente náo
nelle somos fracos, piorém com elle use de rigor, segundo o poder que o
viveremos pela potência de Deos em Senhor me tem dado, para edificação,
vósoutros. e nâo para destruição.
5 Examinai-vos a vós mesmos, se es­ 11 No demais, irmàos, regozijai-v os,
tais na fé : provai-vos a vós mesmos. sede perfeitos, estai consolado, sêde
Ou nâo vos conheceis a vós mesmos, de hum mesmo parecer, vivei em paz;
que Jesu-Christo está em vós? Senâo e o Deos de caridade e de paz será
he que ja em maneira alguma sejais comvosco.
reprováveis. 12 Saudai-vos huns aos outros com
6 Espero porém que entende reis que santo beijo. Todos os santos vos sau­
nâo somos reprováveis. dào.
7 E desejo de Deos, que nenhum 13 A çraca do Senhor Jesu-Christo,
mal façais: não para que sejamos e a candaae de Deos, e a communi-
achados approvados, mas para que vós cação do Espirito Santo, seja com to­
façais o bem, e nós sejamos como re­ dos vósoutros. Amen.
prováveis. A segunda Epistola aos Corinthios
8 Porque nada podemos contra a ver­ foi eserita de Philippos, em Mace­
dade, senâo pela verdade. donia, e enviada por Tito, e Lucas.

E P I S T O L A D E S. P A U L O , APOSTOLO,

GALATAS.

CAPITULO I. 7 Sendo que náo ha outro, senão que


ha alguns que vos inquietão, e que­
AULO Apostolo (náo dc parte dos rem transtornar o Evangelho de Chri­
P homens, nem por homem, mas sto.
por Jesu-Christo, e por Deos o Pai, 8 Porem ainda que nós, ou hum An­
que dos mortos o resuscitou). jo do Ceo, vos annunciar outro Evan­
2 E todos os irmàos que comigo es­ gelho alem do que jâ vos temos an-
tâo, ás Igrejas de Galacia: nunciado, seja maldito.
3 Graça e paz de Deos Pai, e de nos­ 9 Como d’antes temos dito, tomo
so Senhor Jesu-Christo: tambem agora a dizer; Se alguem vos
4 O qual se deo a si mesmo por nos­ annunciar outro Evangelho alem do
sos peccados, para nos tirar deste pre­ que iá recebestes, seja maldito.
sente mao mundo, segundo a vontade 10 Porque prégo eu agora a homens,
de nosso Deos e Pai. ou a Deos ? Ou procuro comprazer a
5 Ao qual seja gloria para todo sem­ homens ? Porque se ainda comprazé-
pre. Amen. ra a homens, nâo fóra servo de Chri­
6 Maravilho-me de que daquelle que sto.
vos chamou à graça de Christo, tâo 11 Mas faço-vos saber; irmãos, que
presto fostes traspassados a outro o Evangelho que por mim foi annun-
Evangelho. ciado, nâo he segundo os homens.

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EPISTOLA AOS GALATAS, II. 205
12 Porque o nâo recebi, nem appren- que comiço estava, sendo Grego, foi
di de homem algum, senâo por reve­ constrangido a circuncidar-se.
lação de Jesu-Christo. 4 E isto por causa dos falsos irmãos,
13 Porque já ouvistes qual antiga­ que se tinháo entremettido, e secre­
mente foi meu trato em o Judaísmo, tamente entrarão a espiar nossa liber­
ue sobre maneira perseguia a Igreja dade, que temos em Christo-Jesus, pa­
e Deos, e a assolava. ra nos pôrem em servidão.
14 E como no Judaismo levava van­ 5 Aos quaes nem ainda por huma
tagem a muitos de minha idade em hora cedemos com sujeição alguma,
minha nação: Sendo extremamente para que a verdade do Evangelho per­
zeloso das tradiçoés de meus pais. manecesse em vósoutros.
15 Mas quando prouve a Deos (que 6 E daquelles que erão estimados de
desde o ventre de minha mãi me se­ ser cousa alguma, quaes antes hajáo
parou, e por sua graça me chamou). sido, nào se me d à : Deos nào aceita
16 De em mim revelar a seu Filho, a apparencia da pessoa do homem:
para que entre as Gentes o evangeli­ porque os que estavâo em estima, na­
zasse, nâo tomei logo conselho com da me contribuirão.
came e sangue: 7 Antes ao contrario, como virâo que
17 Nem tornei a Jerusalem aos que o Evangelho da incircuncisâo me es­
jà antes de mim erão Apostolos: an­ tava confiado, como a Pedro o da cir­
tes me fui a Arabia, e outra vez tor­ cuncisão :
nei a Damasco. 8 (Porque aquelle que em Pedro
18 Depois passados tres annos, tornei com eíficacia obrou no Apostolado da
a Jerusalem a ver a Pedro, e fiquei circuncisão, esse obrou tambem com
com elle quinze dias. eíficacia por mim entre as Gentes).
19 E vi a nenhum outro dos Aposto­ 9 E como Jacobo, e Cephas, e Joáo,
los, senâo a Jacobo, o irmâo ao Se­ que erão estimados serem as colum­
nhor. nas. conhecérâo a graça que me era
20 Ora das cousas que vos escrevo, daaa, a mim e a Barnabé dérâo a
eis que diante de Deos testifico, que máo direita de parçaria para que nós
nâo minto. fossemos ás Gentes, e elles á circunci­
21 Dej»ois vim ás partes de Syria e são.
de Cilicia. 10 Somente nos pediráo que nos lem­
22 E nâo era conhecido de vista das brássemos dos poDres: o que tambem
Igrejas de Judea, que em Christo es­ com diligencia procurei fazer.
tâo. 11 E vindo Pedro a Antioehia, lhe
23 Mas somente tinhão ouvido dizer: resisti em a cara, por quanto era de
Que aquelle que d’antes nos perse­ reprehender.
guia, agora annuncia a fé, a qual d’an- 12 Porque antes que alguns viessem
tes assolava. de parte de Jacobo, tambem comia
24 E a Deos em mim glorificavâo. com as Gentes: mas como vierão, se
retirou, e delles se apartou, temendo
aos que erào da circuncisão,
CAPITULO II. 13 E tambem os outros Judeos simu-
EPOIS, passados quatorze annos, lavão com elle, de maneira que até
D outra vez subi a Jerusalem com Barnabé se deixava levar de sua si­
Barnabé, tomando tambem comigo a mulação.
Tito. 14 Mas quando vi que nâo anda vâo
2 E subi por revelação e propuz-lhes bem e direitamente conforme à ver­
o Evangelho que entre as Gentes pré- dade do Evangelho, disse em presen­
go, e particularmente aos que estavâo ça de todos a Pedro: Se tu, sendo Jü-
em estima; para que em maneira al­ deo, vives como Gentio, e nâo como
guma nâo corresse, ou houvesse corri­ Judeo, porque constranges as Gentes
do em vâo. a viverem como Judeos ?
3 Porem tambem nem ainda Tito, 15 Nósoutros de natureza Judeos so*

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206 EPISTOLA AOS GALATAS, IV.
mos, e nâo peccadores d’entre as Gen­ lho a Abraham, dizendo: todas as
tes : gentes em ti serâo bemditas.
16 Sabendo porem que o homem nâo 9 Assim que os que sâo da fé, 8&o
he justificado pelas obras da Lei. se­ bemditos com o crente Abraham.
nâo pela fé de Jesu-Christo) tamfcem 10 Porque todos quantos sâo das
em Christo Jesus havemoá crido, pa­ obras da Lei, estâo dfebaixo de mal­
ra que fossemos justificados pela fé dição. Porque escrito está: Maldito
de Christo, e nâo pelas obras da L ei: todo aquelle que nâo permanecer em
uanto nenhuma carne será justi- tudo quanto está escrito no üvto da
n a pelas obras da Lei. Lei, para o fazer.
17 Mas se nós, os que em Christo 11 È que pela Lei ninguém seja jus­
procuramos ser justificados, tambem tificado diante de Deos, he manifesto:
nós mesmos somos achados peccado­ porque o justo viverá pela fé.
res, he porisso Christo ministro de 12 Porém a Lei nào he da f é : mas
peccado ? Em maneira nenhuma. o homem que fizer estas cousas, por
18 Porque se as cousas que jâ des­ ellas viverá.
trui, as mesmas torno a edificar, a mim 13 Christo nos resgatou da maldi­
mesmo me constituo por transgressor. ção da Lei, feito por nós raaldiçáo.
19 Porque pela Lei morto estou á Porque escrito está: Maldito todo
Lei, para que viva para Deos. aquelle que for pendurado em ma­
*20 Cora Christo já estou crucificado. deiro.
E vivo, náo mais eu, mas Christo vi­ 14 Para que a bemdição de Abra­
vo em mim : e o que agora na came ham viesse ás Gentes em Christo Je­
vivo, pela fé do Filho de Deos o vivo, sus, e para que nós pela fé recebesse-
o qual me amou, e a si mesmo se en­ mos a promessa do Espirito.
tregou por mim. 15 Irmãos, como homem falo; até o
21 Nâo aniquilo a graça de Deos: concerto de hum homem ja confir­
porque, se a justiça he pela Lei, logo mado, ninguém o aniquila, ou lhe
de balde morreo Christo. acrecenta.
16 A Abraham pois, e á sua semente,
forào ditas as promessas. Nâo diz:
CAPITULO III. e ás sementes, como de muitos, se-
} GALATAS sem sizo, quem vos nào como de hum : e à tua semente,
0 enfeitiçou para nâo obedecerdes a qual he Christo.
á verdade ? aos quaes Jesu-Christo ia 17 Isto porém digo, que o concerto
foi retratado perante os olhos, sendo d’antes confirmado por Deos em Chri­
entre vós crucificado. sto, pela Lei que veio quatrocentos e
2 Isto só de vós quizéra aprender; trinta annos depois, nâo he invalidado,
Recebestes-vós o Espirito pelas obras para aniquilar a promessa.
da Lei, ou pela pregação da Fé ? 18 Porque se a nerança he pela Lei,
3 Tão sem sizo estais, que havendo ja náo he mais pela promessa: po­
começado com o Espirito, acabais rem Deos pela promessa graciosa­
agora com a came ? mente a deo a Abraham.
4 Tanto em vâo padecestes ? Se he 19 Para que pois he a Lei ? Ordena­
que tambem he em vâo. da foi por causa das transgressoé^
5 Logo aquelle que vos dâ o Espirito, até que viesse a semente, a quem sa
e obra maravilhas entre vós, falo pelas fez a promessa; e pelos Anjos foi
obras da Lei, ou pela prégaçâo da fé ? posta em a mâo do Medianeiro.
6 Como Abraham creo a Deos, e foi- 20 E o Medianeiro n&o he de hum,
lhe imputado por justiça. porem Deos he hum.
7 Assim que bem entendeis, que os 21 He logo a Lei contra as promes­
que sâo da fé, sâo filhos de Abraham. sas de Deos ? em maneira nenhuma;
8 E vendo a Escritura d'antes, que porque se a Lei fôra dada para poder
Deos pela fé havia de justificar as vivificar, verdadeiramente a justiça
Gentes^ d?antes annunciou o Evange­ fôra pela Lei*

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EPISTOLA AOS GALATAS, IV. 0 0 7

22 Mas a Esc ritura encerrou tudo 9 E agora, a Deos conhecendo, an­


debaixo de peccado, para que a pro­ tes muito mais de Deos sendo conhe­
messa fosse dada aos crentes pela fé cidos; como outra vez vos tornais
de Jesu-Christo. aos primeiros fracos e pobres ensinos,
23 Porem antes que viesse a fé, es­ aos quaes outra vez de novo quereis
ta vamos guardados debaixo da Lei, e servir %
encerrados até aquella fé que se havia 10 Guardais dias, e mezes, e tem­
de manifestar. pos, e annos.
24 De maneira que a Lei foi nosso 11 Temo de vósoutros, que em ma*
aio para nos levar a Christo, para que neira alguma para comvosco nào ha­
pela fé fossemos justificados: ja trabalhado em vâo.
25 Mas vinda a fé, ja nào estamos 12 Irmàos, rogo-vos: sêde como eu :
debaixo de aio. porque tambem eu sou comd vósou­
26 Porque todos sois filhos de Deos tros ; nenhum aggravo me fizestes.
pela fé em Christo-Jesus. 13 E vósoutros sabeis^ que com fra­
27 Porque todos quantos fostes bapti­ queza de carne primeiro vos annun-
zados em Christo, ja vos vestistes de ciei o Evangelho:
Christo. 14 E nào rejeitastes nem desprezas­
28 Nào ha nisto Judeo nem Grego; tes a tentação, que em minha came
nào ha servo nem livre; nâo ha ma­ tinha, antes me recebestes como a
cho nem femea. Porque todos vós­ hum Anjo de Deos, e como ao mes­
outros sois hum em Christo Jesus. mo Christo-Jesus.
29 E se sois de Christo, logo sois se­ 15 Qual era logo a estima de vossa be-
mente de Abraham, e conforme á maven tu rança? Porque testemunho
promessa herdeiros. vos dou, de que, 6e possivel fóra, vos­
sos olhos arrancaríeis, e m’os darieis.
CAPITULO IV. 16 Fiz-me logo vosso inimigo, dizen­
do a verdade f
IGO porém, que todo o tempo que 17 Nâo tem zelo de yós como con­
D o herdeiro he menino, em nada vem ; mas a nós querem excluir, pa­
differe do servo, ainda que de tudo ra que vos tenhais zelo delles.
seja Senhor. 18 Bom he ser zelosos, porem sem­
2 Mas está debaixo de tutores e pre em bem : e nào só quando com­
procuradores, até o tempo d’antes pe- vosco estou presente:
Ío pai determinado. 19 Meus fiíhinhos, dos quaes tomo a
3 Assim tambem nósoutros: quando estar de parto, até que Christo seja
éramos meninos, reduzidos estava- formado em vós.
mos á servidào debaixo dos primeiros 20 Bem quizera eu agora estar pre­
ensinos do mundo. sente comvosco, e mudar minha voz:
4 Mas vindo a plenidào do tempo, porque de vós estou era duvida.
enviou Deos a seu Filho, feito de 21 Dizei-me, os que quereis estar
mulher, feito sujeito á Lei: debaixo da Lei; nâo ouvis vósoutros
5 Para que redimisse aos que esta­ a Lei ?
vâo debaixo da Lei: e nós alcanças- 22 Porque escrito está, que Abra
se-mos a adopção de filhos. ham tinha dous filhos, hum da criada,
6 E porquanto sois íilhos, enviou e hum da livre.
Deos o Espirito de seu Filho em vos­ 23 Mas o que era da criada, nasceo
sos coraçoés, o qual clam a: Abba, segundo a came, porem o que era da
Pai. livre, pela promessa.
7 Assim que ja nâo es mais servo, 24 0 que se entende por allegoria:
senào filho: E se filho, tambem her­ porque estes sâo os dous concertos:
deiro de Deos por Christo. hum do monte de Sina, gerando para
8 Porém quando d’antes nâo conhe­ servidão, que he Agar.
cíeis a Deos, servieis aos que de na­ 25 Porque esta Ágar he Sina, hum
tureza nâo sào Deoses. monte em Arabia, e quadra com a

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208 EPISTOLA AOS GALATAS, V .
qae agora he Jerusalem, e serv e com 11 Eu porem, irmãos, se ainda pr£-
seus mhos. go a circuncisão, porque logo sou per­
26 Mas a Jerusalem que està a riba, seguido ? Aniquilado está logo o es-
he livre: a qual he a mãi de todos candalo da cruz.
nósoutros. 12 Oxalá tambem cortados fossem
27 Porque escrito estâ: Alegra-te os que inquietando-vos andâo.
esteril, a que nâo pâres; Esforça-te e 13 Porque vósoutros irmàos, â liber­
clama tu, que nâo estás de parto: dade fostes chamados. Somente náo
porque muitos mais sâo os filhos da useis da liberdade para dar occasiâo à
solitaria, que os da que tem marido. came, porem por caridade vos servi
28 Nós porem irmãos, como Isaac, huns aos outros.
somos fijhos da promessa. 14 Porque toda a Lei em huma só
29 Porem como entáo, aquelle que palavra se cumpre; a saber nesta;
fora gerado segundo a carne, perse­ Amarás a teu proximo como a ti mes­
guia ao que era gerado segundo o es­ mo.
pirito, assim he tambem agora. 15 Porem se huns aos outros vos
30 Mas que diz a Escritura ? Lança mordeis, e vos devorais, olhai que
fora a criada, e a seu filho, porque em tambem huns aos outros vos não con­
maneira nenhuma o filho da criada sumais.
herdará com o filho da livre. 16 Digo porem, andai em Espirito.
31 De maneira, irmãos, que nâo so­ E nâo cumprais a concupiscência da
mos filhos da criada, senâo da livre. came.
17 Porque a carne cobiça contra o
Espirito, e o Espirito contra a c am e:
CAPITULO V. e estes hum ao outro se oppoem; de
STAI pois firmes na liberdade maneira que náo façais o que que
E com que Christo nos libertou, e rieis.
nAo torne is a embaraçar-vos com o 18 Porem se pelo Espirito sois
jugo de servidão. guiados, não estais debaixo da Lei.
2 Vèdes aqui, eu Paulo, vos digo, 19 Ora manifestas sâo as obras da
aue se vos deixardes circuncidar, na- came, que sáo adultério, fornicação,
aa Christo vos aproveitará. immunaicia, dissolução.
3 E a protestar tomo a todo homem, 20 Idolatria, empeçonnamento, ini­
<me se deixar circuncidar, que està mizades, porfias, emulaçoés, iras, pe­
obrigado a guardar toda a Lei. lejas, dissençoés, heresias,
4 Vazios estais de Christo, os que 21 invejas, homicídios, bebedices,
quereis justificar-vos pela Lei; da glotonarias, e cousas semelhantes a
graça tendes cahido. estas: das quaes d7antes vos digo,
5 Porque aguardamos pelo espirito como ja tambem d’antes vos disse,
da fé a esperança da justiça. que os que taes cousas fazem, nâo
6 Porque em Christo-Jesus nem a herdarão o Reino de Deos.
circuncisão tem alguma virtude, nem 22 Mas o fruto do Espirito he cari-
a incircuncisâo: senâo a fé, que obra dade; gozo, paz, longanimidade, be­
por caridade. nignidade, bondade, fé, mansidão
7 Corneis bem ; quem vos impedio temperança.
de náo obedecerdes a verdade % 23 Contra os taes nâo ha Lei.
8 Esta persuasão náo vem daquelle 24 Porem os que sào de Christo,
que vos chama. crucificárâo a came com seus affec-
9 Pouco fermento levéda toda a tos, e concupiscencias.
massa. 25 Se em Espirito vivemos, tambem
10 Confio de vós em o Senhor, que em espirito andemos.
nenhuma outra cousa sentireis: Mas 26 Nâo sejamos cobiçosos de vã*
aquelle que vos inquieta, levará o gloria, irritando huns aos outros, inve*
juizo, seja elle quem quer que jando huns aos outros.
íor.

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EPISTOLA AOS EPHESIOS, I. 209

CAPITULO VI. temos, bem façamos a todos: porem


maiormente aos domésticos da fé.
RMAOS, se tambem algum homem 11 Olhai quão larga carta de minha
I for sobre salteado em offensa al­ mào vos escrevi.
guma, vós que sois espirituaes, enca­ 12 Todos os que em a came querem
minhai ao tal com espirito de mansi­ mostrar boa apparencia, esses a vos
dão ; attentando para ti mesmo, por­ circuncidar vos constrangem, por so­
que tambem nào sejas tentado. mente nào serem perseguidos á causa
2 Levai huns as cargas dos outros: da cruz de Christo.
e assim cumpri a Lei ae Christo. 13 Porque nem ainda os mesmos
3 Porque se alguem cuida ser cousa que se circuncidào, guardào a Lei:
alguma, sendo nada, a si mesmo se mas querem que vos circuncideis,
engana em seu animo. por se gloriarem em vossa carne.
4 Mas cada hum prove sua própria 14 Mas longe esteja de mim gloriar-
obra, e entào terà gloriação em si me, senão em a cruz de nosso Senhor
mesmo só, e não em outro. Jesu-Christo, pelo qual o mundo me
5 Porque cada qual levará sua pró­ he crucificado a mim, e eu ao mundo.
pria carga. 15 Porque em Christo Jesus, nem a
6 E o que na palavra he instruido, circuncisào tem alguma virtude, nem
de todos seus bens communique com a incircuncisâo, senão a nova crea­
aquelle que o instrue. tura.
7 Nào erreis: Deos nào se deixa es­ 16 E todos quantos conforme a esta
carnecer: porque tudo o que o ho­ regra andarem, paz e misericordia
mem semear, isso tambem segará. haverá sobre elles, e sobre o Israel
8 Porque o que em sua carne se­ de Deos.
mear, da came segará corrupção: 17 No de mais ninguém me dé mo­
Porem o que em o Espirito semear, léstia: poraue em meu corpo trago
do Espirito segará a vida eterna. as marcas do Senhor Jesus.
9 Porem nào desfaleçámos no bem- 18 A graça de nosso Senhor Jesu-
fazer, porque a seu tempo segarémos, Christo seja, irmàos, com vosso espi­
ee desmaiado nào houvermos. rito. Amen.
10 Assim que entretanto que tempo Escrita de Roma aos Gaiatas.

EPISTOLA D E S. P A U L O , A P O S T OL O ,
A 08

EPHESIOS.

4 Como nelle nos elegeo antes da


CAPITULO I. fundaçào do mundo, para que fosse­
AULO Apostolo de Jesu-Christo, mos santos e irreprehensiveis diante
P pela vontade de Deos, aos santos delle em caridade.
5 E nos predestinou em adopção de
que estào em Epheso, e fieis em
Christo-Jesus. filhos por Jesu-Christo em si mesmo,
2 Graça e paz hajais de Deos nosso segunuo o beneplácito de sua vonta­
Pai, e do Senhor Jesu-Christo. de.
3 èemdito seja o Deos e Pai de nos- 6 Para louvor da gloria de sua gra­
jê o Senhor Jesu-Christo, o qual nos ça, pela qual nos fez agradaveis a si
bemdisse com toda bemdiçào espiri­ em o Amado.
tual em o Ceo em Christo. 7 Em o qual temos redempçào por

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filO EPISTOLA AOS EPHESIOS, II.
«eu sangue, a saber, a remissão das do. e Potestade, e Potência, e Senhorio,
ofensas, segundo as riquezas de sua e que todo nome que se noméa, nào
^grraça: somente neste mundo senâo tambem
8 Com a qual em nòs abundou em no vindouro.
■toda sabedoria e prudência. 22 E todas as cousas sujeitou a seos
9 Notificando-nos o mysterio de sua pés, e à Igreja o deo por cabeça sobre
vontade segundo seu beneplácito, o todas as cousas.
qual propozéra em si mesmo. 23 A qual he seu corpo, t o cumpri­
10 rara em a dispensaçào do cum- mento daquelle, que em todos cum­
rimento dos tempos em Christo to­ pre tudo.
S as as cousas tomar a congregar, as-
sim as que nos Ceos, como as que na CAPITULO II.
terra estào:
T A M B E M vos vivificou estando
11 Naquelle em quem tambem so­
mos feitos herança, havendo sido E vós mortos em oífensas e pecca­
predestinados conforme ao proposito dos,
daquelle, que todas as cousas obra 2 Em que d’antes andastes segundo
segundo o conselho de sua vonta- o seculo deste mundo, segundo o
Principe da potestade do ar, do espi­
12 Para que fossemos para louvor rito que agora obra em os filhos de
de sua gloria, nós os que primeiro es­ desobediencia.
peramos era Christo. 3 Entre os quaes tambem todos
13 Em quem vós tambem estais, de­ nósoutros d?antes andavam os em os
pois que ouvistes a palavra da verda­ desejos de nossa carne, fazendo a
de, a saber o Evangelho de vossa sal­ vontade da carne e dos pensamen­
vação : em quem tambem, havendo tos ) e de natureza éramos íilhos de
crido, fostes sellados com o Espirito ira, como tambem os de mais.
Santo da promessa. 4 Porem Deos, que he rico em mise­
14 0 qual he as arras de nossa he­ ricordia, por sua muita caridade, com
rança, até alcançar a redempçào, pa­ que nos amouj
ra louvor de sua gloria. 5 Estando nos ainda mortos em nos-
15 Pelo que ouvindo eu tambem a sas oífensas, juntSKnente com Christo
fé, que no Senhor Jesus entre vós ha, nos vivificou, (de graça estais s a l T o s ) .
-e a caridade para com todos os san­ 6 E juntamente nos resuscitou, e
tos: nos fez assentar em os Ceos em Chri­
16 Nào cesso de dar graças a Deos sto-Jesus.
por vósoutros, lembrando-me de vós 7 Para que nos séculos vindouros
em minhas oraçoés: mostrasse as abundantes riquezas de
17 Para que o Deos de nosso Se­ sua graça, por sua benignidade para
nhor Jesu-Christo, o Pai da gloria, comnosco em Christo Jesus.
vos dé o Espirito de sabedoria, e de 8 Porque de graça estais salvos pela
revelaçào em seu conhecimento: fé, e isto nào de vós; que dom de De­
18 A saber illuminados os olhos de os he.
vosso entendimento, para que saibais 9 Nào por obras, para que ninguém
qual seja a esperança de sua vocação, se glorie.
e quaes as riquezas da gloria de sua 10 Porque feitura sua somos, criado*
herança em os santos: em Christo Jesus para boas o oras, as
19 E qual seja a sobre-excellente quaes Deos preparou, para que nelhs
grandeza de sua potência em nós os andassemos.
aue cremos, segundo a operaçào da 11 Portanto lembrai-vos de que vós,
força de sua potência: que d7antes ereis Gentios em a carne,
20 A qual em Christo obrou, re- e chamados incircuncisâo dos que em
suscitando-o dos mortos; e o collocou a came se chamâo circuncisão, que
à sua mào direita em os Ceos, com a mào se faz:
21 Mui mais aJto que todo Principa-1 12 Quç naquelle tempo estáveis sem

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EPISTOLA AOS EPHESIOS, Ui. 311
Christo, alienados da republica de Is­ 6 A saber, que as Gentes s&o coher-
rael, e estrangeiros dos concertos das deiras, e de hum mesmo corpo; e con­
promessas, nâo tendo esperança, e sortes de sua promessa em Christo pe­
sem Deos em o mundo: lo Evangelho:
13 Mas agora em Christo Jesus, vós 7 De que sou feito ministro pelo dom
que d7antes estáveis longe, ja pelo da graça de Deos, que me foi dado
sangue de Christo chegastes perto. segundo a operação de sua potência.
14 Porque elle he nossa paz, que 8 A mim, o minimo de toaos os san­
destes ambos fez hum; e derribando tos, he daaa esta graça, para entre as
a separação da parede d’entre meio, Gentes denunciar pelo Evangelho a
15 Em sua came desfez as inimiza­ incomprehensivel riqueza de Christo:
des, a saber a Lei dos mandamentos, 9 E iiluminar a todos para que vos-
que em tradiçoés consistia: para criar sáo entender qual seja a communn&o
em si mesmo os dous em hum novo do mysterio, que desde todos os sécu­
homem, fazendo a paz: los esteve escondido em Deos, o qual
16 E pela cruz reconciliar com Deos por Jesu-Christo criou todas as cou­
a ambos em hum corpo, nella as ini­ sas.
mizades matando. 10 Para que agora pela Igreia seja
17 E vindo elle, a paz vos evangeli­ notificada aos Principados e Potesta­
zou, a vós os que longe, e aos que des em os Ceos a multiforme sabedo­
.perto estavâo. ria de Deos:
18 Porque por elle ambos temos en­ 11 Segundo o eterno proposito, que
trada por hum mesmo Espirito ao Pai. fez em Christo Jesus Senhor nosso.
19 Assim que ja n&o sois estrangei­ 12 Em o qual temos ousadia e entra­
ros nem forasteiros, sen&o concida­ da com confiança pela fé nelle.
dãos dos santos, e domésticos de Deos. 13 Portanto vos peço, que nào desfa­
20 Edificados sobre o fundamento leçais em minhas tnbulaçoés por vós­
dos Apostolos, e dos Prophetas, de outros, que he vossa gloria.
nue Jesu-Christo he a summa pedra 14 Por esta causa me ponho de joe­
da esquina. lhos perante o Pai de nosso Senhor
■ 21 Em quem todo o edificio bem Jesu-Christo j
.ajustado, cresce para templo santo em 15 Do qual todo o parentesco se no-
o Senhor. méa em os Ceos e em a terra:
. 22 Em quem tambem vós juntamen­ 16 Para que segundo ás riquezas de
te estais edificados para morada de sua gloria vos dé, que com esforço se­
Deos em Espirito. jais corroborados por seu Espirito em
0 homem interior:
CAPITULO III. 17 Para que por fé Christo habite
em vossos coraçoens: e vós arraiga­
OR esta causa sou eu Paulo o pri­ dos e fundados estejais em caridade:
P sioneiro de Jesu-Christo, por vós­
outros os Gentios.
18 Para que perfeitamente com to­
dos os santos possais comprehender,
2 Se porem tendes ouvido a dispen- qual seia a largura, e a longura, e a
saç&o da graça de Deos, que para profundeza, e a altura:
comvosco me foi dada: 19 E conhecer a caridade de Christo,
3 0 qual por revelação me notificou que excede a todo entendimento: Pa­
este mysterio, (como d7antes em breve ra que sejais cheios de toda plenid&o
vos escrevi: de Deos.
4 Do gue lendo podeis entender mi­ 20 Ora àquelle, que he poderoso para
nha sciencia neste mysterio de Chri- tudo fazer mui mais abundantemen­
eto), te do que pedimos ou pensamos^ se­
5 0 qual em outros séculos notifica­ gundo a potência que em nós obra,
do n&o foi aos filhos dos homens; co­ 21 A elle seja a gloria em a Igreja,
mo agora pelo Espirito he revelado por Christo-Jesus, em todas as gera­
a seus santos Apostolos e Prophetas. ções para todo sempre. Amen.

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213 EPISTOLA AOS EPHESIOS, IV.

CAPITULO IV. sua m e d id a , a lc a n ç a a u g m e n to d e


c o rp o , p a r a s u a m e s m a e d i f i o a ç à o e m
OGO-vos pois, eu o preso em o Se­ caudaae.
R nhor, que andeis oomo he digno 17 Assim que isto digo. e testifico
da vocação, com aue sois chamados: em o Senhor, que nào andeis mais co­
2 Com toda humildade e mansidão: mo as outras Gentes andão, em a vai­
com longanimidade, supportando-vos dade de seu sentido:
huns aos outros em caridade: 18 Entenebrecidos no entendimento,
3 Procurando guardar a uniào do alheios da vida de Deos pela ignorai!
Espirito pelo vinculo da paz. cia que nelles ha, pela dureza de seu
4 Hum corpo e hum Espirito ha, co­ coraçáo.
mo tambem sois chamados à huma 19 Os quaes havendo perdido o sen­
mesma esperança de vossa vocação: tido, se entregàrâo à dissolução, para
5 Hum Senhor, huma fé, hum ba­ avàramente commetter toda immnn-
ptismo. dicia.
6 Hum Deos e Pai de todos, o qual 20 Mas vós nào aprendestes assim &
està sobre todos, e por todos, e em to­ Christo.
dos vósoutros. 21 Se porem o tendes ouvido, e por
7 Porem a cada hum de nós he dada elle fostes ensinados, como a verdade
a graça segundo à medida do dom de em Jesus està:
Christo. 22 A sabér, que quanto ao trato pas­
8 Pelo que diz: subindo ao alto le­ sado vos despojeis do velho homem,
vou captiva a captividade, e aos ho­ que se corrompe pelas concupiscen-
mens deo dons. cias do engano:
9 Ora isto que subio, que he, senAo 23 E vos renoveis em o espirito de
que tambem primeiro desceo ás mais vosso sentido:
baixas partes da terra. 24 E vos vistais do novo homem,
10 Aquelle que desceo, he tambem aue segundo Deos he criado em ver­
o mesmo, que subio mui mais alto dadeira justiça em e santidade.
que todos os ceos, para cumprir todas 25 Pelo que deixai a mentira, e fa­
as cousas. lai a verdade cada hum com seu pro­
11 E o mesmo deo huns para Apos­ ximo : porque membros somos huns
tolos, e outros para Prophetas, e ou­ dos outros.
tros para Evangelistas, e outros para 26 Irai-vos, e nào pequeis: nfto se
Pastores e Doutores. ponha o sol sobre vossa ira.
12 Para aperfeiçoamento dos santos, 27 Nem deis lugar ao diabo.
para a obra do ministério, para edifi­ 28 O que furtava, nào furte mais:
cação do corpo de Christo. antes trabalhe, obrando com suas mi­
13 Até que todos venhamos á unida­ os o que he bom, para que tenha que
de da fé, e do conhecimento do Filho repartir com o que tiver necessi­
de Deos, em varâo perfeito, à medida dade.
da estatura da plenidâo de Christo. 29 De vossa boca nenhuma palavn
14 Para que mais nào sejamos meni­ torpe saia: senào a que for boa para
nos fiuctuantes, e ao redor levados utilidade de edificação; para que dé
com todo vento de doutrina pelo en­ graça aos que a ouvem.
gano dos homens com astúcia, para 30 E nào contristeis ao Espirito San­
íraudulosamente enganar. to de Deos, pelo qual estais sellados
15 Antes seguindo a verdade em ca­ para o dia da redempçào.
ridade, cresçamos em tudo naquelle 31 Toda amargura, e ira, e cólera,
que he a cabeça, convem a saber Chri­ e grita, e blasfêmia se tire de vósou­
sto. tros, com toda malicia.
16 Do qual todo o corpo bem aiusta- 32 Antes sêde huns para com os ou­
do, e firmado juntamente por toaasas tros benignos, misericordiosos, perdo-
conjuncturas da sub-ministraçào, se­ ando-vos huns aos outros, como tam­
gundo a operação de cada parte em bem Dc^s vos perdoou em Christo.

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EPISTOLA AOS EPHESIOS, V, VI. 913
CAPITULO V. e hymnos, e cânticos eipmtuaes:
EDE pois imitadores de Deos co­ cantando e psalmodiando ao Senhor
S mo amados filhos: em vosso coração.
2 E andai em caridade, como tam­ 20 Dando sempre graças por todas
bem Christo nos amou, e a si mesmo as cousas a nosso Deos e Pai, em o
por nós se entregou em offerta e sa­ nome de nosso Senhor Jesu-Christo:
crifício a Deos, em suave cheiro. 21 Sujeitando-vos huns aos outros
3 Mas fornicação e toda immundicia, em o temor de Deos.
ou avareza, nem ainda entre vós se 22 Vós mulheres sujeitai-vos a vos­
nomée, como a santos convém: sos proprios maridos, como ao Senhor:
4 Nem torpezas, nem parvoices, nem 23 Porque o mariao he a cabeça da
chocarrices, que náo convém: mas mulher, como tambem Christo a ca­
antes fazimento de graças. beça da Igreja: e elle mesmo he o
5 Porque bem sabeis isto, que ne­ Salvador do corpo.
nhum fornicario, ou immundo, ou 24 Assim <jue como a Igreja está su­
avarento, que he idolatra, tem heran­ jeita a Christo, assim o estejão tam­
ça no Reino de Christo e de Deos. bem as mulheres a seus proprios ma­
6 Ninguém vos engane com palavras ridos em tudo.
vâs; porque por estas cousas vem a 25 Vós maridos amai a vossas pró­
ira de Deos sobre os filhos de deso- prias mulheres, como tambem Chri­
bediencia. sto amou a sua Igreja, e a si mesmo se
7 Portanto nâo sejais seus compa­ entregou por ella:
nheiros. 26 Para que a santificasse, purifican­
8 Porque d’antes ereis trevas, mas do-a com o lavatorio da agua pela pa­
*gora sois luz em o Senhor: andai lavra.
como filhos de luz: 27 Para a si mesmo apresentar por
9 (Porque o fruto do Espirito consiste Igreja gloriosa, que nâo tivesse macu­
em toda bondade, e justiça, e verdade.) la, nem ruga, nem cousa semelhante:
10 Provando o que he agradavel ao mas que fosse santa e irreprehensivel.
Senhor. 28 Assim devem os maridos amar a
11 E nâo communiqueis com as ob­ suas próprias mulheres, como a seus
ras infructuosas das trevas, mas an­ propnos corpos. Quem ama a sua
tes tambem as redargui. própria mulher, ama a si mesmo:
12 Porque o que estes em occulto 29 Porque ninguém aborreceo ja­
fazem, torpe cousa he tambem di- mais sua própria carne, antes a ali­
ze-lo. menta e sustenta, como tambem o
13 Mas todas estas cousas se mani- Senhor a Igreja.
festáo, sendo da luz redarguidas: por­ 30 Porque somos membros de seu
que tudo o que cousa alguma manifes­ corpo, de sua carne, e de seus ossos.
ta, he luz. 31 Portanto deixará o homem a seu
14 Pelo que diz: Desperta tu o quepai e a sua mãi, e ajuntar-se-ha com
dormes, e levanta-te dos mortos, e sua mulher: e serâo os dous em hu­
Christo te esclarecerá. ma carne.
15 Portanto olhai como andeis pru­ 32 Grande he este mysterio: o que
dentemente, nâo como néscios, senâo porém digo em respeito de Christo, e
como sabios. aa Igreja.
16 Redimindo o tempo: porquanto 33 Assim tambem vósoutros cada
os dias sâo maos. hum em particular, cada qual ame
17 Pelo que nâo sejais imprudentes, a sua própria mulher como a si mes­
mas entendei qual seja a vontade do mo, e que a mulher tema ao marido.
Senhor. CAPITULO VI.
18 E nâo vos embebedeis com vi-
ÓSOUTROS filhos, sêde obedien­
nho? em que ha dissolução, mas en-
chei -vos ao Espirito: V tes a vossos pais em o Senhor:
19 Falando entre vós com psalmos, porque isto he justo.

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914 EPISTOLA AOS PHÍLlPPENSES, Vfc
2 Honra a teu pai, e a tua mãi (qne o dia mao, e havendo tudo effeitaado,
he o primeiro mandamento com pro­ ficar firmes.
messa.) 14 Estai pois firmes, cingidos vosãos
3 Para aue te vá bem, e vivas muito lombo^ com a verdade, e vestido*
tempo sobre a terra. com as couraças de justiça:
4 £ vós pais, nâo provoqueis à ira a 15 E calçados os pes com a prompti-
vossos filhos, mas criai-os em a dou­ dào do Evangelho de paz.
trina, e amoestaçào do Senhor. 16 Tomando sobre tudo o escudo da
5 Vós servos, obedecei a vossos Sen­ fé, com o qual possais apagar todo»
hores segundo a came, com temor os dardos infiammados do maligno.
e tremor, em simplicidade de vosso 17 Tomai tambem o capacete da
coração, como a Christo. salvação, e a espada do Espirito, qae
6 Nào servindo ao olho, como com­ he a palavra de Deos:
prazendo aos homens, senào como 18 Orando em todo tempo com toda
servos de Christo, fazendo de coraçáo sorte de oração, e supplicaçào em Es-
a vontade de Deos. pirito, e velanao nisto com toda per­
7 Servindo de boa vontade ao Se­ severança, e supplicação por todos os
nhor, e nào aos homens. santos: •
8 Sabendo aue cada hum receberá 19 E por mim, para que me seja da­
do Senhor toao o bem que fizer, seja da palavra em abertura de minha bo­
servo, seja livre. ca com confiança, para fazer notorio
9 E vós Senhores, fazei o mesmo o mysterio do Evangelho.
para com elles, deixando as ameaças; 20 Pelo que sou embaixador em ho*
sabendo tambem que vosso Senhor e ma cadeia: para que delle possa falar
o seu està nos Ceos, e que para com confiadamente,como me convém falar
elle nào ha aceitação de pessoas. 21 E para que tambem vósoutros pen­
10 No de mais, irmàos meus, esfor- sais saber meus negocios: e o que faço,
çai-vos em o Senhor, e em a força de tudo vos notificará Tycnico o irmâo
sua potência. amado, e fiel ministro em o Senhor:
11 Vesti-vos de toda a armadura de 22 O qual para o mesmo fim tos en­
Deos, para que possais estar firmes viei. para que saibais n o sso s negocios,
contra as astutas ciladas do diabo. e elle console vossos coraçoens.
12 Porque nào temos a luta contra 23 Paz seja com os irmãos, e caridade
came e sangue, senào contra os prin­ com fé, de Deos Pai, e do Senhor Je­
cipados, contra as potestades, contra su-Christo.
os poderosos do mundo, das trévas 24 A graça seja cora todos os qo*
deste seculo, contra as malicias espi­ araào a nosso Senhor Jesu-Christoera
rituaes em os ares. incorrupçào. Amen.
13 Portanto tomai toda a armadura Escrita de Roma aos Ephesios, e
de Deos, para que possais resistir em enviada por Tychico.

E P I S T O L A D E S. P AUL O, A P O S T O L O ,

AO S

PHÍLlPPENSES.

c a p it u l o t.
Christo Jesus, que estào em Philippe?
com os Bispos e Diáconos:
)AULO e Timotheo, servos de Je­ 2 Graça e paz hajais de Deos nosso
su-Christo, a todos os santos em Pai, e ao Senhor Jesu-Christo.

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EPISTOLA AOS PHILIPPENSES, II.* 213
3 Grraças dou a meu Deos todas as 18 Pois que % Todavia em toda ma-'
vezes que de vòs me lembro. neira, ou com fingimento, ou em ver­
4 (Sempre em todas minhas oraçoens dade, Christo he annunciado: e nisto
com gozo fazendo oração por todos me regozijo, e tambem me regozijarei.
vósoutros). 19 Porque sei que isto me resultará
5 Por vossa communicaçâo com o em salvação por vossa oração, e pela
Evangelho desde o primeiro dia até- socorro do Espirito de Jesu-Christo;
gora: 20 Segundo minha intensa expecta-
6 Isto mesmo confiando, que aquelle ç&o e esperança, que em nada serei
[ue em vós começou a boa obra, aper- confuso: antes com toda confiança,
?eiçoarà até o dia de Jesu-Christo: como sempre, assim tambem agora
7 Como tenho por justo sentir isto Christo será engrandecido em meu
de vós todos, porquanto retenho em corpo, seja por vida, seja por morte.
meu coraç&o, que todos vósoutros fos­ 21 Porque o viver me he Christo, e
tes participantes de minha graça, as­ o morrer me he ganancia.
sim em minhas prisoés, como em mi­ 22 Mas se o viver em a came me
nha defesa e confirmação do Evange­ seja util, e que he o que deva esco­
lho. lher, nâo o sei.
8 Porque Deos me he testemunha 23 Porque de ambas as bandas estou
das muitas saudades que de todos vós apertado, tendo desejo de ser deslia-
tenho, com entranhavel affeiç&o de do, e estar com Christo. Porque isto
Jesu-Christo. he ainda muito melhor.
9 E isto peço a Deos, que vossa cari­ 24 Mas ficar em a carne, he mais
dade ainda ae mais em mais abunde necessário por amor de vósoutros.
em reconhecimento, e em todo sen­ 25 E isto confio e sei, que ainda fica­
tido. rei, e perseverarei com todos vósou­
10 Para provardes as cousas discre­ tros, para vossa promoç&o, e çozo da fé.
pantes, para que sejais sinceros, e sem 26 Para que vossa gloriação em
dardes algum escandalo até o dia de Christo Jesus abunde em mim, por
Christo. minha tornada a vósoutros.
11 Cheios de frutos de justiça, que 27 Tâo somente vos havei digna­
por Jesu-Christo s&o para gloria e lou­ mente como convém ao Evangelho de
vor de Deos. Christo, para que seja que venha, e
12 E quero irm&os, que saibais, que vos veja, ou que esteja ausente; ouça
as cousas que me acontecerão, for&o de vossos negocios, que estais em
para tanto maior promoç&o do Evan­ hum mesmo Espirito, com hum mes­
gelho: mo animo juntamente combatendo
13 De maneira que rainhas prisoés pela fé do Evangelho.
em Christo for&o manifestas em toda 28 E que em cousa nenhuma vos
a Audiência, e a todos os de m ais: espantais dos que resistem j o que para
14 E que a maior varte dos irm&os elles em verdade he indicio de perdi­
em o Senhor, tomanao confiança com ção, mas rara vósoutros de salvaç&o;
minhas prisoens, ousáo falar a pala­ e isto de Deos.
vra mais abundantemente, sem te­ 29 Porque a vósoutros vos foi gratui­
mor. tamente dado em o negocio de Chri­
15 Verdade he que tambem alguns sto, n&o somente de nelle crer, mas
a Christo prég&o por inveja e porfia, tambem de por elle padecer:
mas outros tambem de boamente. 30 Tendo o mesmo combate, qual
16 Huns em verdade denunci&o a jà em mim tendes visto, e agora em
Christo por porfia, n&o puramente, mim ouvis.
cuidando acrecentar afflicçâo a mi­
nhas prisoens. CAPITULO II.
17 Mas outros por caridade, sabendo
que posto estou para a defesa do Evan­ SSIM que, se ha alguma consola­
gelho. A ção em Christo, se ha algum ali-

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316 EPISTOLA AOS PHÍLlPPENSES, Ift
vio de caridade, se ha alguma com- 17 E se he que tambem for o d e »
municaçâo de Espirito, se ha alguns eido por aspersão de sacrifício e ser­
entranháveis affectos e compaixoés: viço ae vossa fé, folgo, e me regocqo
2 Cumpri meu gozo, em que sintais o com todos vósoutros.
mesmo, tendo a mesma caridade, 18 E vós tambem pelo mesmo vos
sendo de hum mesmo animo, sentindo regozijai, e tambem vos alegrai co­
huma mesma cousa. migo.
3 Nada façais por contenda, ou por 19 E espero em o Senhor Jesus, de
và-gloria: mas por humildaae hum presto vos mandar a Timotheq, pata
ao outro estime por mais excellente que tambem eu tenha bom animo,
que a si mesmo. entendendo vossos negocios.
4 Não attenteis cada hum para o 20 Porque a ninguém tenho de tâo
qne he seu, mas cada qual attente igual animo, que de vossos negocies
tambem para o que he dos outros. sinceramente cuide.
5 Porque este sentido seja em vós, 21 Porque todos buscâo o que he
o qual tambem esteve em Christo Je­ seu, nâo o que he de Christo Jesus.
sus, 22 Mas bem sabeis sua prova, qo%
6 Que sendo em forma de Deos, nfto comigo no Evangelho servio, como o
teve por rapina ser igual a Deos: filho ao pai.
7 Mas se aniquilou a si mesmo, to­ 23 Assim que bem espero logoenvi-
mando forma de servo, e foi feito se­ ar-vos a este, havendo provido a meus
melhante aos homens: negocios.
8 E achado em forma como homem, 24 Porem em o Senhor confio, qne
se humilhou a si mesmo, sendo obedi­ tambem eu mesmo em breve a vés
ente até a morte, e essa morte de cruz. virei.
9 Pelo que tambem Deos o exaltou 25 Mas por necessário tive mandar-
supremamente, e lhe deo hum nome, vos a Epaphrodito, meu inmfto, e co*
que he sobre todo nome. operador, e conguerreiro, e vosao en­
10 Para que ao nome de Jesus se viado. e administrador de m inha ne­
dobre todo joelho, daquelles que es­ cessidade :
tâo nos Ceos, e na terra, e debaixo 26 Porquanto muitas saudades tinha
da terra: de vós todos? e estava mui angustia­
l l E toda lingua confesse que Jesu- do, de que tivesseis ouvido que esti­
Christo he o Senhor, para gloria de vera doente.
Deos Pai. 27 E de facto doente esteve até á
12 Assim aue, meus amados, como morte: Porém Deos delle se apiedou,
sempre obeaecestes, não somente em e não delle somente, mas tambem de
minna presença, mas muito mais mim: para que eu nfto tivesse tris­
agora em minha ausência, assim tam- teza sobre tristeza.
bem obrai vossa salvação com temor 28 Assim que tanto mais depressa o
e tremor. enviei, para que vendo-o outra vez,
13 Porque Deos he o que em vôs vos regozijeis, e eu tenha tanto menos
obra assim o querer, como o efifeituar, tristeza.
segundo sua boa vontade. 29 Recebei-o pois em o Senhor com
14 Fazei todas as cousas sem mur­ todo gozo: e tende em estima aos
murações e contendas. taes.
15 Para que sejais irreprehensiveis 30 Porque pela obra de Christo
e sinceros, íilhos de Deos, inculpáveis chegou até bem perto da morte, nfc>
em meio de huma geração avessa e fazendo caso da vida, por suprir para
perversa: entre* os quaes resplande­ comigo a falta de vosso serviço.
ceis como luminarios no mundo.
16 Retendo a palavra da vida, por
minha gloriaçâo em o dia de Christo, CAPITULO n r.
de aue não tenho corrido nem traba­ ESTA, meus irmftos^ mr* voe rego­
lhado em vão. R zijeis em o Senhor. Escreveivvos

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EPISTOLA AOS PHTLIPPEN8ES. ÍV, ai»
t ó mesmas eotisas me nào he molesto, 16 Porém nacjuittó a qne já chega*
e a vósoutros he seguro. mos, andemos segundo a mesma re*
2 Guardai-vos dos caens, guardai-vos gra, e sintamos o mesmo.
dos maos o-breirosj guardai-vos da 17 Sêde tambem meus imitadores,
cortadura. irmãos, é tende sentido em os que
3 Porque nós somos a circtmcisão, assim andão, como nos tendes por ex­
os que a Deos em Espirito servimos, emplo.
e em Christo Jesus nos gloriamos, e 18 Porque muitos andão d1outra
iião confiamos na carne: maneira, dos quaes muitas vezes vos
4 Ainda que tambem tenho de que disse, e açora tambem digo chorando,
confiar em a carne: Se outro alguem que são inimigos da cruz de Chri­
cuida que em a carne tenha de que se sto.
confiar, eu ainda mais: 19 Cujo fim he a perdição, cujo Deos
5 Circuncidado ao oitavo dia, da li­ he o ventre, e cuja gloria consiste em
nhagem de Israel, da tribu de Benja­ sua confusão: os quaes imaginâo cou«
min, Hebreo de Hebreos, segundo a Sas terrenas.
Lei Phariseo: 20 Mas nosso trato he em os Ceos,
6 Segundo o zelo; perseguidor da donde tambem esperamos ao Salva­
Igreja: Segundo a justiça que na Lei dor, a saber ao Sennor Jesu-Christo:
Jha, írreprenensivel. 21 O qual transformará nosso corpo
7 Mas o que para mim era ganho, o abatido, para que seja conforme a
tivepor perda, por amor de Christo. seu corpo glorioso, segundo a effica-
8 E na veraade tambem todas as cia, pela qual tambem a si pode suje*
Cousas tenho por perda, pela excel- itar todas as cousas.
lencia do conhecimento de Christo
Jesus meu Senhor, por amor do qual CAPITULO IV.
contei por perda todas estas cousas, e
as tenho por esterco, para que possa SSIM que, meus amados e mui
ganhar a Christo: A queridos irmãos, minha alegria e
.9 E nelle seja achado, não tendo coroa, assim firmes estai em o Sen­
minha justiça <jue he da Lei, mas a hor, amados.
çue he pela fe de Christo, a saber a 2 Amoesto a Euodias, e amoesto a
justiça que de Deos he nela fé : Syntycho, que sintão o mesmo em o
10 Para o conhecer a elle, e a virtude Senhor.
de sua resurreiçâo, e a communica- 3 E peço-te tambem a ti meu verda­
ção de suas amicçoés, sendo feito deiro companheiro, que ajudes a essas
conforme a sua morte. mulheres, que comigo combatérâo
11 Vendo se em maneira alguma no Evangelho, como tambem com
possa chegar â resurreiçâo dosmortos: Clemente, e com os de mais meus
12 Não gue ja o tenha alcançado, ou cooperadores, cujos nomes estão no
que ja seja perfeito: mas prosigo para livro da vida.
o prender, para o que tambem de 4 Regozijai-vos sempre em o Sen*
Christo Jesus fui prendido. hor: Outra vez digo, regozijai-vos.
13 Irmãos, para mim nâo tenho qué 6 Seja vossa equidade notoria a todos
o haja prendido. os homens. Perto está o Senhor.
14 Porem huma cousa faço , esque­ 6 De nada estejais solicitos: antes
cendo-me das cousas que atras fícâo, em tudo sejão vossas petiçoés a Deos
è adiantando-me âsque estâo adiante, notorias, por oração, e supplicaçâo,
prosigo para o alvo, ao prémio da vo­ com fazimento de graças.
cação soberana de Deos em Christo 7 E a paz de Deos, que excede todo
Jesus. entendimento, guardará vossos cora-
15 Pelo que todos quantos jâ perfei­ coés e vossos sentidos em Christo
tos somos, isto mesmo sintamos: e se Jesus.
àlçUma cousa sentirdes d’outra ma­ 8 Resta, irmãos, que tudo o que he
neira, tambem Deos vo-lo revelará, verdadeiro, tudo o honesto, tudo o

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218 EPISTOLA AOS COLOSSENSES, I.
justo, tudo o puro, tudo o amavel, receber, me communicou co n m d ffk
tudo o que he de boa fama; se ha al­ ma, senâo vósoutros sós.
guma virtude, e se ha algum louvor, 16 Porque tambem, a Theasalonict,
isso pensai. me mandastes o necessário, huma e
9 O que tambem aprendestes, e rece­ outra vez.
bestes, e ouvistes,e em mim vistes, isso 17 Nâo que procure dadivas, mw
fazei; e o Deos de paz serà comvosco. procuro o fruto, que he abundaínte *
10 Ora grandemente me regozijei vossa conta.
em o Senhor, de que finalmente vos 18 Mas tudo tenho recebido, e tenho
reverdecestes em vos lembrardes de abundancia: cheio estou, havendo
m im : do que tambem vos lembrastes, recebido de Epaphrodito o que de
mas nào tivestes a opportunidade. vossa parte me fo i enviado, em cheiro
11 Nào que isto diga em respeito de suavidade, e sacrificio a Deos
de alguma necessidade: porque jà agradavel e aprazível.
aprendi a contentar-me com o que sou. 19 Porém meu Deos, segundo suas
12 E bem sei estar abatido, e tam* riquezas suprirá toda vossa necessi­
bem sei ter abundancia: em toda dade. em gloria por Christo-Jesus.
maneira, e em todas as cousas estou 20 óra a nosso Deos e Pai seja a
instruído, assim a estar farto, como a gloria para todo sempre. Amen.
ter fome: assim a ter abundancia, 21 Saudai a todos os santos em
como a padecer necessidade. Christo-Jesus. Os irmàos, que estâo
13 Todas as cousas posso em Christo, comigo, vos saudào.
que me fortalece. 22 Todos os santos vos saudào, e mãi*
14 Todavia bem fizestes de commu- ormente os que sào da casa de Cesar.
nicar com minha aíiliccão. 23 A graça de nosso Senhor Jesu-
15 E bem sabeis tambem vôs Phi- Christo seja com todos vósoutros.
lippenses, que ao principio do Evan­ Amen.
gelho, quando parti de Macedonia, Escrita de Roma aos Philippenses, c
nenhuma Igreja, em razào de dar e enviada por Epaphrodito.

E P IS T O L A DE S. P A U L O , A P O S T O L O ,

COLOSSENSES.

CAPITULO I. 5 Pela esperança que vos está reser­


vada em os ceos» da qual d’antes lá
AULO Apostolo de Jesu-Christo,
P pela vontade de Deos, e o irmâo
Timotheo:
ouvistes pela palavra da verdade do
Evangelho.
6 O qual já checou a vósoutros, como
2 Aos santos e fieis irmàos em tambem em tooo o mundo : e jâ vai
Christo, aue estào em Colossas: Gra­ fructificando, como tambem em vósou­
ça e paz najais de Deos nosso Pai, e tros, desde o dia que ouvistes e conhe­
do Senhor Jesu-Christo. cestes a graça de Deos em verdade:
3 Graças damos ao Deos e Pai de 7 Como tambem aprendestes de
nosso Senhor Jesu-Christo, sempre Epaphra nosso amado conservo, que
orando por vósoutros: para vósoutros he hum fiel ministro
4 Porquanto ouvimos de vossa fé ae Christo:
em Christo Jesus, e da caridade que 8 0 qual tambem nos declarou vos*
fendes para com todos os santos; sa caridade em o Espirito.

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EPISTOLA AOS COLOSSENSES, II. 219
£ Portanto tambem desde o dia que 23 Se porém permanecerdes funda­
o ouvimos, n&o cessamos de por vós­ dos e firmes na fé, e não vos mover­
outros orar, e pedir que sejais cheios des da esperança do Evangelho, que
do conhecimento de sua vontade, em ouvido tendes, o qual he prégado entre
toda sabedoria e intelligencia espiri­ toda creatura, que ha debaixo do Ceo:
tual : do qual eu Paulo estou feito ministro:
10 Para que possais andar digna­ 24 E agora me regozijo em o que
mente em o Senhor, agradando-lhe padeço por vósoutros, e cumpro em
em tudo, fmctificando em toda boa minha came o resto das amicçoes
obra, e crescendo em o conhecimen­ de Christo, por seu corpo, que he a
to de Deos. Igreja.
11 Corroborados em toda fortaleza, 25 Da qual eu estou feito ministro
segundo a força de sua gloria, em to­ segundo a dispensação de Deos, que
da paciência e longanimidade com para vós me foi dada, para cumprir a
gozo: palavra de Deos:
12 Dando graças ao Pai, que nos 26 Convem a saber o mysterio que
fez idoneos para ter parte na herança foi occulto desde todos os séculos, e
dos santos em a luz. desde todas as geraçoés: mas agora
13 0 qual nos tirou da potestade das he manifestado a seus santos.
trevas, e nos transportou ao Reino do 27 Aos quaes Deos quiz fazer noto­
Filho de seu amor. rio, quaes sejão as riquezas da gloria
14 Em o qual temos a redempçào deste mysterio entre os Gentios, que
or seu sangue, a saber a remissão entre vósoutros he Christo, a esperan­
S os peccados. ça da gloria:
15 0 qual he a imagem do Deos in- 28 Ao qual annunciamos, amoestando
visivel, o primogénito de toda crea- a todo homem, e ensinando a todo ho­
tura. mem em toda sabedoria : para que a
16 Porque por elle for&o creadas to­ todo homem apresentemos períeito,
das as cousas cjue ha nos Ceos e na ter­ em Christo Jesus
ra, visiveis e invisiveis, sejâo thronos, 29 Em o que tambem trabalho, com­
sejâo dominaçoés, seião principados, batendo segundo sua eíficacia, que
sejâo potestades: todas as cousas fo­ em mim obra com potência.
rão creadas por elle e para elle:
17 E elle he antes de todas as cou­ CAPITULO II.
sas, e todas as cousas consistem por
elle. ORQUE quero que saibais, quão
18 E elle he a cabeça do corpo da P grande combate tenho por vós,
Igreja, sendo o principio e o primo­ e pelos que estão em Laodicea, e por
génito dos mortos, para que entre to­ quantos meu rosto em carne não vi­
dos .tenha o primado. rão :
19 Porque o bom prazer do Pai foi, 2 Para que seus coraçoés sejão con­
que toda plenidào nelle habitasse: solados, e estejão juntos em caridade,
20 E que havendo por elle feito a e isso em todas as riquezas da inteira
paz pelo sangue de sua cruz, por elle certeza de intelligencia, para conhe­
comsigo mesmo reconciliasse todas cimento do mysterio de Deos, e do
as cousas, seja as que na terra, seja Pai, e de Christo:
as que nos ceos estão. 3 Em quem estâo todos os thesouros
.21 E a vós que d’antes estáveis alie­ de sabedoria, e de sciencia escondi­
nados, e ereis inimigos no entendi­ dos.
mento, em obras más, todavia agora 4 E isto digo, para que ninguém vos
vos reconciliou: engane com palavras persuasorias em
22 Em o corpo de sua carne, pela apparencia.
morte, para perante si vos apresentar 5 Porque ainda que com corpo este­
p p r santos, e irreprehensiveis, e in­ ja ausente, todavia com o espirito es­
culpáveis ; tou comvosco, regozijando-me, e ven-

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220. EPÍSTOLA AOS COLOSSENSÊS, tttt
do voste ordem, e a firmeza de vossa 20 Se pois áôs primeiros ensino* dè
fé em Christo. mundo estais mortos com Christo, por­
6 Como pois ao Senhor Christo Jesus que ainda de tràdiçoés vos carregfto,
recebestes, assim tambem nelle andai: como se no mtindo vivesseis %
7 Nelle arraigados, e sobre edificados, 21 Como, nâo pegues, nem gostes,
e confirmados na fé, como já fostes nem toques.
ensinados, nella abundando com fazi- 22 As quaes cousas todas pelo xsm
mento de graças. perecem, introduzidas segundo «
8 Olhai que ninguém vos sobresal- mandamentos e doutrinas dos homens.
teie por rhilosophia, e vâo engano, 23 As quaes em verdade tem alguma
segundo a tradição dos homens, se­ apparencia de sabedoria, em devoção
gundo os primeiros ensinos do mundo, vôluntaria, e humildade, e em que náo
e nfto segundo Christo. poupâo o corpo ; nâo sáo porem de al­
9 Porque nelle habita corporalmen­ guma estima senáo só para fartura da
te toda a plenidàoda divindade. carne.
10 E estais perfeitos nelle; o qual
he e cabeça de todo principado e po­ c a p it u l o m .
testade :
11 Em o qual tambem estais circun­ ORTANTO se ja resuscitastes com
cidados com huma circuncisão feita P Christo, buscai as cousas que es­
tão a riba, aonde Christo está. assen­
sem mâo, em o despojamento do cor­
po dos peccados da came, pela cir­ tado a máo direita de Deos.
cuncisão de Christo: 2 Pensai naS cousas que est&o á riba,
12 Sepultados com elle em o baptis­ nâo nas que estâo na terra.
mo, era quem tambem com elle resus- 3 Porque mortos ja estais, e vosaa
citastes pela fé da operação de Deos, vida com Christo está escondidá em
que dos mortos o resuscitoii. Deos.
13 E estando vós mortos em offen- 4 Quando pois Christo, que he noísa
sas, e na incircuncisâo de vossa car­ vida, se manifestar, entâo tambem
ne, vos vivificou juntamente com elle, vós com elle vos manifestareis em
perdoando-vos gratuitamente todas gloria.
vossas offensas. 5 Mortificai pois vossos membroê,
14 Havendo riscado a cedula que que estâo sobre à terra, a saber forai-
contra nós -havia em ordenanças, a cacâo, immundicia, appetite desorde-
qual em alguma maneira nos era con­ naao. roim concupiscência, e avareza,
traria, e a tirou do meio, encravando- que ne idolatria.
a na cruz. 6 Pelas quaes cousas vem a ira de
15 E despojando aos principados e Deos sobre os filhos de desobediencia:
potestades, publicamente os pôz a 7 Nas quaes tambem de antes an­
vergonha, e nella delles triunfou. dastes, quando nellas vivieis.
16 Portanto ninguém vos julgue em 8 Mas agora despojai-vos tambem de
comer, ou em beber, ou em respeito todas estas cousas, a saber, cólera, ira,
de dia de festa, 011 de lua nova, ou de malicia, maledicencia, torpes pala­
Sabbados. vras de vossa boca.
17 Que sáo a sombra das cousas fu­ 9 Nâo mintais huns aos outros, pois
turas, mas o corpo he de Christo. ja vos despistes do velho homem com
18 Ninguém pois a seu prazer vos seus feitos:
senhoreie em humildade e serviço de 10 E vos vestistes do novo homem, que
Anjos, mettendo-se em cousas que se renova para conhecimento, segun­
nunca vio, de balde inchado do senti­ do a imagem daquelle que o creou:
do de sua came. 11 Em que nâo ha Grego, nem Ju­
19 E nâo retendo a cabeça, da qual deo, nem circuncisão, nem incirconci-
todo o corpo, provido e conjunto pelas sâo, nem Barba ro, nem Scytha, nem
conjunturas e liaduras, vai crescendo servo, nem livre: mas Christo he tu*
em augmento divino. do, e em todos,

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EPISTOLA AOS COLOSSENSES, IV. 221
- 12 Porisso vesti-vos (como eleitos de que tambem tendes hum Senhor em
JDeos, santos, e amados) de entranhas os ceos.
de misericordia, benignidade, humil­ 2 Perseverai em oração, velando
dade, mansidão, longanimidade. nella com fazimento de graças:
13 Supportando-vos huns aos outros, 3 Orando tambem juntamente por
e perdoando-vos huns aos outros, se nós, para que Deos nos abra a porta
algum tiver queixa contra outro: as­ da palavra, para falar do mysterio de
sim como Christo vos perdoou, assim Christo, pelo qual tambem estou pre­
o fazei vós tambem. so :
14 E sobre tudo isto, vesti-vos de ca­4 Para que o manifeste, como me
ridade, que he o vinculo de perfeição. convem falar.
15 E a paz de Deos senhoreie em 5 Andai com sabedoria para com os
vossos coraçoés, para a qual tambem que de fora estâo, redimindo o tem­
em hum corpo sois chamados: e sê­ po.
de agradecidos. 6 Vossa palavra seja sempre aprazí­
16 A palavra de Christo habite em vel, adubada com sal, para que sai­
vós abundantemente em toda sabedo­ bais como vos convenha responder a
ria ; ensinando-vos, e amoestando-vos cada hum.
huns aos outros com Psalmos, Hym- 7 Todos meus negocios vos farâ sa­
nos, e Cânticos espirituaes, cantando ber Tychico o amado irmâo. e fièl
ao Senhor com graça em vosso cora­ ministro, e conservo em o Sennor:
ção. 8 Ao qual para o mesmo fim vos en­
17 E tudo quanto fizerdes por pala­ viei, para que de vossos negocios sai­
vras ou por obras, fazei tudo em no­ ba, e vossos coraçoés console :
me do Senhor Jesus, dando graças a 9 Juntamente com Onesimo, o fiel e
Deos, e ao Pai por elle. amado e irmâo, que dos vossos h e ;
18 Vós mulheres sêde sujeitas a vos­ elles vos farâo saber tudo o que por
sos proprios maridos, como convém cà passa.
em o Senhor. 10 Sauda-vos Áristarcho que comigo
19 Vós maridos amai a vossas mu­ està preso, e Marcos o sobrinho de
Barnabé. ácerca do qual ja recebes­
lheres, e nfto vos irriteis contra ellas.
20 Vós filhos obedecei em tudo a tes mana amen tos; se a vósoutros vier,
vossos pais: porque isto he aprazível recebei-o:
ao Senhor. 11E Jesus chamado Justo, os quaes
21 Vós pais náo irriteis a vossos sâo da circuncisão, estes sós sào meus
filhos, para que nfto percâo o animo. cooperadores em o Reino de Deos, e
22 Vós servos obedecei em tudo a para mim forão consolação.
vossos Senhores segundo a came, nâo 12 Sauda-vos Epaphras, que dos vos­
servindo ao olho, como para compra­ sos he, servo de Christo, combatendo
zer aos homens, mas com simplici­ sempre por vósoutros em oraçoés, para
dade de coração, temendo a Deos. que fiqueis firmes, perfeitos, e con-
23 E tudo quanto fizerdes, fazei-o desummados em toda a vontade de
coraçáo, como ao Senhor, e nâo aos Deos.
homens. 13 Porque eu lhe dou testemunho,
24 Sabendo que do Senhor haveis de de que por vós tem gTande zelo, e pe­
receber o galardão da herança: por­ los que estâo em Laodicea, e pelos
que a Christo o Senhor servis. que estâo em Hierapolis.
25 Porem quem fizer aggravo, levará 14 Sauda-vos Lucas o medico amado,
o aggravo que fizer: e nâo ha respeito e Demas.
de pessoas. 15 Saudai aos irmàos que estâo em
Laodicea, e a Nympha, e à Igreja
CAPITULO IV. que em sua casa está.
16 E quando esta Epistola for lida
06 Senhores, fazei direito e equi­ entre vósoutros, fazei que tambem
V dade a vossos servos, sabendo seja lida na Igreja dos Laodicenses,

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£22 I. EPISTOLA AOS THESSALONICENSES, I, II.
« que a que veto de Laodicea, a leais 18 Saudaç&o de minha m&o, de Pao-
tambem vósoutros. lo : Lembrai-vos de minhas pràoés.
17 E dizei a Archippo: attenta para A graça seja comvosco. Amen.
o ministério que em o Senhor recebes­ Escrita de Roma aos Colossenses,
te ; para que o cumpras. e enviada por Tychico, e Onesino.

I. E P I S T O L A 8. PAULO,

THESSALO NICENSES.

CAPITULO I. mos, e como dos idolos a Deos m


convertestes, para servir ao Deos vivo
AULO) e Silvano, e Timotheo, à e verdadeiro:
P Igreja dos Thessalonicenses, qual 10 E para dos ceos esperar a m
he em Deos o Pai, e em o Senhor Jesu- Filho, a quem dos mortos resuscitou,
Christo : Graça e paz hajais de Deos a saber a Jesus, que nos livra da ira
nosso Pai, e do Senhor Jesu-Christo. futura.
2 Sempre damos graças a Deos ácer­
ca de todos vósoutros, fazendo men-
ç&o de vós em nossas oraçoés. CAPITULO n.
3 Lembrando-nos sem cessar da ORQUE bem sabeis vós rnesmot,
obra de vossa fé, e do trabalho da P irmàos, que nossa entrada pua
caridade, e da tolerancia da espe­ comvosco nào foi và.
rança em nosso Senhor Jesu-Christo, 2 Antes, ainda que em Philippos ja
diante de nosso Deos e P ai: d’antes padecemos, e tambem aggra*
4 Sabendo, amados irm&os, vossa vados fomos, como vósoutros bem sa­
eleiç&o de Deos: beis, usamos comtudo de ousadia em
5 Porque nosso Evangelho n&o foi nosso Deos, para com grande combate
entre vósoutros somente em palavras, vos falar o Evangelho de Deos.
mas tambem em potência, e em Es­ 3 Porque nossa exhortaçào náo foi
pirito Santo, em muita certeza: co­ com engano, nem com immundicia,
mo bem sabeis quaes entre vós fo­ nem com fraudulência:
mos, por amor de vósoutros, 4 Mas como fomos provados de Deos,
6 E vós fostes feitos imitadores nos­ para que o Evangelho nos fosse con­
sos, e do Senhor, recebendo a palavra fiado, assim falamos} náo como aos
em muita tribulaçào, com gozo do homens comprazendo, senào a Deos,
Espirito Santo. que prova nossos coraçoens.
7 De maneira que para todos os fieis 5 Porque nunca usamos de palarras
em Macedonia e Achaia fostes ex­ lisongeiras, como bem sabeis, nem
emplos. de pretexto de avareza: Deos he tes­
8 Porque por vósoutros soou a pala­ temunha.
vra do Senhor, n&o somente em Ma­ 6 Nem buscando gloria de homens,
cedonia e Achaia, mas tambem ja em nem de vós, nem de outros, ainda qae
todo lugar vossa fé para com Deos de vos podíamos ser pezados como Apos*
tal maneira tem sahido, que ja delia nos tolos de Christo:
nào he necessário falar cousa alguma. 7 Antes brandos fomos entre vósou­
9 Porque elles mesmos declarâo de tros, oomo a ama que cria a seu
noa qual entrada para comvosco te­ filhos.

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I. EPISTOLA AOS THESSALONICENSES, HL 223
* 8 Assim que, nós estando-vos tâo ventura n&o o sois tambem vósoutros
affeiçoados, de boa vontade vos qui­ diante de nosso Senhor Jesu-Christo
séramos communicar, não somente o em sua vinda ?
Evangelho de Deos, mas tambem até 20 Porque vós sois nossa gloria e
nossas próprias almas, porquanto tâo gozo.
queridos nos ereis.
9 Porque bem vos lembrais, irmãos,
de nosso trabalho e fadiga: pois de CAPITULO III.
noite e de dia trabalhando, por a ne­ ELO que não o podendo mais so-
nhum d*entre vós ser pesados, o Evan­ P frer, de boamente nos quizemos
gelho de Deos vos pregámos. deixar ficar sós em Athenas:
10 Vós e Deos sois testemunhas, de 2 E enviamos a Timotheo nosso ir­
quão santa, e justa, e irreprehensi- mão, e ministro de Deos, e nosso co-
velmente nos houvémos, para com­ operador em o Evangelho de Christo,
vosco. os que crestes. para vos confortar, e vos exhortar
11 Como bem sabeis como a cada ácerca de vossa fé :
hum de vós, como o pai a seus filhos, 3 Para que ninguém nestas tribula-
vos exhortàvamos, e consolávamos, çoés se mova: Porque vós mesmos
12 E protestávamos que andasseis sabeis, que para isto estamos ordena­
dignamente para com Deos, que vos dos.
chama para seu Reino e gloria. 4 Porque tambem quando comvosco
13 Pelo que tambem sem cessar da­ estávamos, vosprediziamos que havi-
mos graças a Deos, de que, havendo amos de ser afSigidos, como tambem
de nós recebido a palavra da préga- assim succedeo, e vós o sabeis.
çáo de Deos a recebestes, não como 5 Portanto tambem eu, nào podendo
a palavra de homem, mas (como em mais sofrer, o mandei a saber de vos­
verdade o he) como a palavra de Deos, sa fé, se porventura o Tentador vos
a qual tambem obra em vósoutros, os não tentasse, e nosso trabalho náo
que credes. viesse a ser em vão.
14 Porque vós, irmãos sois feitos imi­ 6 Porem tomando Timotheo agora
tadores das Igreias de Deos, que estão de vósoutros a nosoutros, e trazendo-
em Judea, em Christo Jesus: porquan­ nos boas novas ácerca de vossa fé e
to tambem de vossos proprios cida­ caridade, e de como sempre tendes
d&os as mesmas cousas padecestes, boa lembrança de nós, desejando mui­
oomo tambem elles dos Judeos. to ver-nos, como tambem nós a vós­
15 Os quaes tambem matàrão ao outros :
8enhor Jesus, e a seus proprios Pro­ 7 Pelo que, irmãos, ficamos consola­
phetas, e a nós nos perseguirão, e a dos ácerca de vós em toda nossa
Deos não agradão, e a todos os ho­ afflicçâo e necessidade, por vossa fé.
mens são contrários. • 8 Porque agora vivemos, se no Se­
16 E nos impedem que falemos ás nhor estais firmes.
Gentes, para que se possão salvar: 9 Porque, que fazimento de graças
para sempre encherem a medida de podemos nós dar a Deos por vósou­
seus peccados. E ja he vinda sobre tros, ácerca de todo o gozo, com que
elles a ira até o fim. diante de nosso Deos, por vossa causa,
17 Mas, irmãos, sendo nós por hum gozamos:
momento de tempo, de vista, nâo do 10 Orando abundantemente de noite
coração, de vósoutros privados, tanto e de dia, para que possamos ver vosso
mais com grande desejo procuramos rosto, e supramos o que falta a vossa
de ver vosso rosto. fé?
18 Pelo que bem quizémos vir a vós­ 11 Ora nosso mesmo Deos e Pai. e
outros (pelo menos eu Paulo) huma e nosso Senhor Jesu-Christo, encaminne
outra vez, mas impedio-no-lo Satanás, nossa viagem a vósoutros.
t 19 Porque qual he nossa esperança, 12 E o Senhor vos augmente, e faça
ou gozo, ou ooroa de gloriação ? . Por­ abundar em carida4© huns paia oom

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224 I. EPISTOLA AOS THBBSALOtflCJEMSpS, fV, V.
os outros, e para com todo% como tam* jais ignorantes ácerca d o s jádor-
bem abundamos para co$)vq$co : mem: para que vos não entristeça^
lâ Para confortar vossos coraçoés, como tambem os de mais, que ato
para que sejais irreDrejiensiveis em tom esperança.
santificação, diante ae nosso Deos e 14 Porque se cremos que Jesus mor­
Pai, na vinda de nosso Senhor Jesu- reo, e resuscitou, assim tambem aw
Christo com todos seus santos. que em Jesus dormem, Deos com eHe
os tornará a trazer.
15 Porque isto vos dizemos pela ps-
CAPITULO IV. lavra do Senhor, que nósoutros qpt
SSIM que, irm&os, no de mais voe restarmos vivos para a vinda do Se­
A rogamos, e amoestamos em o nhor, n&o precederémos aos que dor­
Senhor Jesus, que asaim como de nós mem.
recebestes, como vos convenha andar, 16 Porque o mesmo Senhor do ceo
e a Deos agradar, assim nistç mais descerá com algazares, e com voz de
abundeis. Archaujo, p com a trombeta de Deos :
2 Porque bem sabeis vós, que man­ e os que em Christo morrérâo, pri­
damentos vos demos pelo Senhor Jesus. meiro resuscitarào:
3 Porque esta he a vontade de Deos, 17 Depois nósoutros, que ficarmos
a saber vossa santificação, que vos ab­ vivos, seremos juntamente com elle*
stenhais de fornicaç&o: em as nuveis arrebatados, sakzndo ao
4 Que cada hum de vós saiba pos­ encontro ao Senhor em o ar: e as­
suir seu vaso em santificaç&o e honra: sim estarémos sempre com o Senhor.
5 N&o em sensualidade dp concu­ 18 Assim que huns aos outros 00020-
piscência, como as Gentes, que n&o lai-vos com estas palavras.
conhecera a Deos.
6 Ninguém opprima nem engane em CAPITULO V.
negocio algum a seu irm&o: Porque
o Senhor he vingador de todas estas OREM, irmàos, ácerca dos tem­
cousas, como jâ tambem d’antes vo- P pos e das sazoés, n&o necessitais
Jo temos dito e testificado. de que se vos escreva.
7 Porque nâo nos chamou Deos á 2 rorque vós mesmos sabeis mw
immundicia, senâo à santificação. bem. que o dia do Senhor virá, comp
8 Pelo que quem isto despreza, nâo o ladrào de noite.
despreza a homem, senâo a Deos, o 3 Porque quando disserem, paz e 80-
qual lambem nos deo seu Espirito gurança ha; ent&o lhes sobrevirá re­
Santo. pentina destruição, como as dores
9 E quanto á caridade fraternal, n&o parto áquella que está prenhe, e ero
necessitais de que delia vos escreva: maneira nenhuma escaparão.
porque já vós mesmos estais instruí­ 4 Mas vós, irmãos, jâ n&o estais em
dos de Deos, que vos ameis huns trévasj para que aquelle dia vos apa­
aos outros. nhe como ladrào.
10 Porque tambem já assim o fazeis 5 Todos vósoutros sois filhos da lu%
para com todos os irmãos, que estâo e filhos do dia: nem nós somoa dà
em toda Macedonia. Exhortamos- noite, nem das trevas.
vos porém, irmàos, que ainda nisto 6 Assim que nâo dormamos, como#
mais abundeis: demais; mas velemos, e sejamofl só­
11 E procureis de andar quietos, e brios.
fazer vossos proprios negocios, e tra­ 7 Porque os que dormem, de noite
balhar com vossas próprias mâos, co­ dormem, e os que çe embeoédào, de
mo já vo-lo temos mandado: noite se embebédâo.
12 Para que andeis honestamente 8 Mas nós que somos do dia, seja­
para com os que estâo de fora, e de mos sob rios, vestindo-nos da couraça
cousa nenhuma necessiteis. da fé, e da caridade, e por capacste,
13 Nào quero porénig irmào^ se­ a «eperança da fafraçfo

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H. EPISTOLA AOS THESSALONICENSES, I. 225
9 Porque Deos nâo nos tem ordena­ 17 Orai sem cessar.
do para ira, senâo para acquisiçâo 18 Em tudo graças dai a Deos. Por­
da salvação, por nosso Senhor Jesu- que esta he a vontade de Deos em
Christo : Christo Jesus para comvosco.
10 O qual por nosoutros morreo, para 19 Não apagueis o Espirito.
que, quer velêmos, quer dormamos, 20 Não desprezai as prophecias.
juntamente com elle vivamos. 21 Provai todas as cousas: retende
11 Pelo que vos exhortai huns aos o bom.
outros, e huns aos outros vos edificai \ 22 De toda apparencia de mal vos
como tambem o fazeis. abstende.
12 E rogamos-vos, irmãos, que re­ 23 E o mesmo Deos de paz vos san­
conheçais aos que entre vósoutros tifique em tudo e totalmente: e todo
trabalhão, e sobre vós em o Senhor vosso sincero espirito, e alma, e corpo,
presidem, e vos amoestão: seja conservado irreprehensivel em a
13 E estimai-os em muito com cari­ vinda de nosso Senhor Jesu-Christo.
dade, por causa de sua obra. Sêde 24 Fiel he o que vos chama, o qual
pacificos entré vósoutros. tambem o fará.
14 Rogamos-vos tambem, irmãos, 25 Irmãos, orai por nosoutros.
que amoesteis aos desordenados, con­ 26 Saudai a todos os irmãos com
soleis aos de pouco animo, sustenteis santo beijo.
aos fracos, c sejais longanimes para 27 Pelo Senhor vos esconjuro, que a
com todos. todos os santos irmãos se léa esta
15 Olhai que ninguém a outrem Epistola.
torne mal por mal, mas sempre segui 28 A graça de nosso Senhor Jesu*
o bem, assim huns para com os ou­ Christo seja comvosco. Amen.
tros, como para com todos. A primeira Epistola aos Thessalo-
16 Sempre vos regozijai. nicenses foi escrita de Athenas.

II. E P I S T O L A D E S. PAULO,

AOS

THESSALONICENSES.

CAPITULO I.
Deos, por causa de vossa paciência e
fé, em todas vossas perseguiçoés, e
P AULO, e Silvano, e Timotheo, à
Igreja dos Thessalonicenses, que
aíflicçoens que supportais.
5 Prova clara do justo juizo de Deos,
está em Deos nosso Pai, e em o Sen­ para que sejais havidos por dignos do
hor Jesu-Christo. Keino de Deos, pelo qual tambem pa­
2 Graça e paz hajais de Deos nosso deceis :
Pai, e do Senhor Jesu-Christo : 6 Pois justo he diante de Deos, pa­
3 Sempre a Deos devemos dar gra­ gar com tribulação aos que vos atri-
ças por vósoutros, irmãos, como tam­ bulâo:
bem he razão, porquanto vossa fé 7 E a vós, os que sois atribulados,
grandemente cresce, e a caridade de refrigerio juntamente comnosco, em a
cada hum de vós todos, de huns para revelação do Senhor Jesus, desde'o
com os outros abunda: ceo com os Anjos de sua potência,
4 De maneira que nôs mesmos de 8 Com lavareda de fogo, tomando
vós nos gloriamos em as Igrejas de vingança dos que a Deos não conhe-
47 *
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326 II. EPISTOLA AOS THESSALONICENSES, II. IJI.
cem, e dos que n&o obedecem ao 9 Aquelle digo. cuia vinda he segun­
Evangelho de nosso Senhor Jesu- do a efficacia ae Satanás, com toda
Christo : potência, e sinaes, e prodígios de
9 Os quaes por castigo padecerão a mentira.
eterna perdição, desde a face do Se­ 10 E com lodo engano de iniquidade
nhor, e da gloria de sua força: em os que perecera: porquanto náo
10 Quando vier a ser glorificado em recebérào o amor da verdade, para
seus santos, e a fazer-se admiravel se salvarem.
naquelle dia em todos os que crém, 11 E portanto Deos lhes enviará effi-
(porquanto nosso testemunho entre cacia de error, para que creáo i
vósoutros foi crido). mentira.
,11 Pelo que tambem sempre por 12 Para que sejáo condemnados to­
vósoutros rogamos, que nosso Deos dos os que não crérão à verdade,
vos faça digno da sua vocação, e cum­ antes tivérão prazer na iniquidade.
pra todo o bom prazer de sua bon­ 13 Mas sempre devemos dar graças
dade, e a obra da té com potência. a Deos por vósoutros irmãos, que do
12 Para que o nome de nosso Se­ Senhor sois amados, de que Deos vos
nhor Jesu-Christo seja em vós glorifi­ elegeo desde o principio para salva­
cado, e vós nelle, secundo a graça de ção, em santificação do Espirito, efé da
nosso Deos, e do Senhor Jesu-Christo. verdade:
14 Para o que por nosso Evangelho
CAPITULO II. vos chamou, para acquiriç&oda gloria
de nosso Senhor Jesu-Christo.
RA, irmãos, rogamos-vos pela vin­ 15 Pelo que, irmãos, estai firmes, e
O da de nosso Senhor Jesu-Christo, retende as tradiçoés, que vos forão
e por nosso recolhimento a elle. ensinadas, seja por palavra, ou por
2 Que vos não movais facilmentô Epistola nossa.
do entendimento, nem vos perturbeis, 16 E nosso Senhor Jesu-Christo me*
nem por espirito, nem por palavra, mo, e nosso Deos e Pai, que nosamou;
nem por Epistola como de nós escrita, e em graça nos deo huma eterna con­
como se o dia de Christo ja estivéra solação, e boa esperança.
perto. 17 Console vossos coraçoés, e vos
3 Ninguém vos engane em maneira conforte em toda boa palavra e obra.
nenhuma: porque náo virá até que
primeiro não venha a apostasia, e se CAPITULO III.
manifeste o homem de peccado, o
filho de perdição. O de mais, irmãos, rogai por nó^
4 O qual se oppoem, e se levanta N para que a palavra do Senhor te­
sobre tudo o que se chama Deos, ou nha seu curso, e seja glorificada, coroo
como Deos se adora: assim que como tambem entre vósoutros:
Deos no templo de Deos -se assentará, 2 E para que livres sejamos de ho­
fazendo-se parecer Deos. mens dissolutos e mãos, porque nâo
5 Náo vos lembrais, que estando eu he de todos a fé.
ainda comvosco, estas cousas vosdizia? 3 Mas fiel he o Senhor, que vos con*
6 E agora bem sabeis vós que he o fortará, e guardará do maligno.
que o retenha, para que a seu proprio 4 E de vós confiamos em o Senhor,
tempo seja manifestado. que tambem fazeis, e fareis o que voe
7 Porque ja o mysterio de injustiça mandamos.
se obra: somente o que agora o re­ 5 Ora o Senhor encaminha vossos
tem, o reterá até que do meio seja coraçoés á caridade de Deos, e á pa­
tirado. ciência de Christo.
8 E entâo será manifestado aquelle 6 Mandamos-vos porem, irmáos, effl
injusto, ao qual o Senhor desfará, pelo nome de nosso Senhor Jesu-Christo,
Espirito de sua boca, e o aniquilará que vos aparteis de todo irxnáo que
peio apparecimento de sua vinda: anda desordenadamente, e nâo se*

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I. EPISTOLA A TIMOTHEO, I.
gundo a tradição que de nós outros amoestamos, por nosso Senhor Jesu-
recebeo. Christo, que com quietação trabal­
7 Porque vós mesmos sabeis como hando, seu proprio páo comâo.
convem imitar-nos: pois desordenada­ 13 E vós, irmàos, náo desfaleçais em
mente entre vós nos nâo houvemos: bem fazer.
8 Nem de graça o pâo de alguem 14 Porém se alguem nâo obedecera
comémos, mas com trabalho e can- nossa palavra, nesta Epistola escrita,
ceira, noite e dia trabalhando, por a notai ao tal, e com elle vos nào mis­
nenhum de vósoutros ser pesaaos. tureis, para que tenha vergonha:
9 Nâo porque a authoridade nâo ten­ 15 Todavia como a inimigo o nâo te­
hamos, senâo porque nós mesmos por nhais, mas como a irmâo o amoestai.
exemplo a vósoutros nos déssemos, 16 Ora o mesmo Senhor de paz vos
para assim nos imitardes. dé sempre em toda maneira paz. O
10 Porque tambem quando comvos­ Senhor seja com todos vósoutros.
co estavamos, isto vos mandavamos, 17 A saudação de minha própria
que se alguem nâo quizer trabalhar, mâo, de Paulo, que he meu sinal em
tambem não coma. cada Epistola: assim escrevo.
11 Porque ouvimos que alguns entre 18 A graça de nosso Senhor Jesu-
vósoutros andão desordenadamente, Christo seja com todos vósoutros.
não trabalhando, senâo cousas vãs fa­ Amen.
zendo. A segunda Epistola aos Thessaloni­
12 Aos taes porém, mandamos e censes foi escrita de Athénas.

I. E P I S T O L A D E S. P A U L O , A P O S T O L O ,

TIMOTHEO.

c a p it u l oI. huma boa consciência, e de huma fé


nâo fingida.
AULO Apostolo de Jesu-Christo, 6 Do que desviando-se alguns, se
P segundo o mandado de Deos nos­ tornârâo a vaidade de palavras:
so Salvador, e do Senhor Jesu-Christo, 7 Querendo' ser doutores da Lei, t
esperança nossa. nào entendendo, nem o que dizem,
2 A Timotheo, meu verdadeiro filho nem o que affirmào.
enf*a fé ; graça, misericórdia, e paz 8 Porem bem sabemos que a Lei he
de Deos nosso Pai, e de Christo Jesus boa, se alguem delia legitimamente
nosso Senhor. usa:
3 Como te amoestei quando hia para 9 Sabendo isto; que a Lei náo he
Macedonia, que te ficasses em Ephe- posta para o justo, senâo para os in­
so, assim o faço ainda, para que man­ justos e obstinados, para os impios e
des a alguns, que não ensinem outra peccadores, para os profanos e irreli­
doutrina: giosos, para os patricidas e matricidas,
4 Nem se dém a fabulas, nem a ge­ para os homicidas:
nealogias infinitas, que mais produ­ 10 Para os fornicadores, para os so­
zem questoé8, do que edificação de domitas, para os ladroes ae homens,
Deos. que consiste na fé. para os mentirosos, para os perjuros,
5 Mas o fim do mandamento he a e se outra cousa alguma ha contraria
caridade, de hum coraçáo puro, e de à s â doutrina.

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228 I, EPISTOLA A TIMOTHEO, II, IU.
11 Segundo o Evangelho da gloria 5 Poraue hum só Deos ha, e hum
de Deo» bemaventurado, que me he só Medianeiro entre Deos, e os ho­
confiado. mens, o homem Christo Jesus.
12 E graças dou ao que me tem con­ 6 O qual se deo a si mesmo em pre­
fortado, a saber a Christo Jesus Se­ ço de redempçào por todos, para ser
nhor nosso, de que me teve por fiel, testemunho a seu tempo :
pondo-me no ministério: 7 Para o que estou posto por Prégi-
13 A mim que d antes fui hum blas­ dor e Apostolo, (verdade digo em
femo, e perseguidor, e oppressor: po­ Christo, e nào minto J Doutor das Gen­
rem foi-me feita misericordia por­ tes em fé, e em verdade.
quanto ignorantemente o fiz em inttiha 8 Quero pois que os varoés orem cm
infidelidade: todo lugar, levantando as mâos san­
14 Mas a graça de nosso Senhor foi tas sem irá nem contenda.
ainda mais abundante, com a fé e 9 Semelhantemente tambem, aue as
amor, que em Christo Jesus ha. mulheres se ataviem de trajo hone­
15 Esta he huma palavra fiel, e dig­ sto, com vergonha e modéstia, náo
na de toda aceitação, que Christo com encrespamento de cabellos, ou ou­
Jesus veio ao mundo, para salvar aos ro, ou pérolas, ou vestidos preciosos:
peccadores, dos quaes eu sou o prin­ 10 Mas (como he decente a mu­
cipal. lheres que fazem profissão de servir
16 Mas porisso me foi feita mise­ a Deos) com boas obras.
ricordia, para que Jesu-Christo em 11 A mulher aprenda em silencio,
mim, que sou o principal, mostrasse com toda sujeição.
toda sua longanimidade, para exem­ 12 Porem nâo permitto que a mu­
plo dos que nelle houverem de crér lher ensine, nem use de authoridade
para vida eterna. sobre o marido, mas que esteja em
17 Ora ao Rei dos séculos, immortal, silencio.
invisível, ao só Deos sabio, seja honra, 13 Porque primeiro foi formado
e gloria, para todo sempre. Amen. Adam, e aepois Eva.
18 Este mandamento te encommen- 14 E nâo loi Adam enganado: mas
do, filho meu Timotheo, que segundo a mulher, sendo enganada, cahio em
as prophecias, que d’antes ácerca de transgressão.
ti houve, milites nellas boa milicia: 15 Porém salvar-se-ha parindo filhos:
19 Retendo a fé, e a boa consciência, se permanecer em a fé, e caridade, e
a qual alguns rejeitando, fizérâo nau- santificação, com modéstia.
fragio da fé.
20 Dentre os quaes he Hymeneo, e c a p it u l o n t.
Alexandre, que entreguei a Satanás
para que aprendâo a nào blasfemar. STA he huma palavra fiel: se al­
E guem deseja Bispado, excellente
CAPITULO II. obra deseja.
2 Convem pois que o Bispo seja ir-
MOESTO pois ante tudo, que se reprehensivel, marido de huma mu­
A façâo deprecaçoés, oraçoés, in- lher, vigilante, temperado, honesto,
terces8oés, e fazimentos de graças por hospedador. apto para ensinar:
todos os homens: 3 Nâo daao ao vinho, nâo feridor,
2 Pelos Reis, e por todos os que es­ nâo cobiçoso de torpe gananc ia : mas
tào em eminencia, para que teimamos moderado, nâo contencioso, nâo ava­
huma vida quieta e socegada, em to­ rento :
da piedade e honestidade. 4 Que governe bem sua própria ça-
3 Poraue isto he bom e agradavel sa, tendo a seus filhos em sujeição
diante ae Deos nosso Salvador: com toda modéstia.
4 O qual quer aue todos os homens 5 (Porque se alguem nâo sabe go­
se salvem, e vennáo ao conhecimento vernar sua procria casa, como terá
da verdade. cuidado da igreja de Deos?)

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I. EPISTOLA A TIMOTHEO, IV, V. 229
6 Nào noviço: porque inchando-se* boa, e nào ha nada que enjeitar, to­
nâo caya na condemnaçáo do dia­ mando-se com fazimento de graças.
bo. 5 Porque pela palavra de Deos, e pe­
7 Convem tambem que tenha bom la oração he sanctificada.
testemunho dos que estâo de fora pa­ 6 Estas cousas propondo aos irmãos
ra que nâo caya era afíronta, e em serás bom ministro de Jesu-Christo,
laço do diabo. criado nas palavras da fé, e da boa
8 Semelhantemente os Diáconos, se­ doutrina, que seguiste.
jáo honestos; nào de duas linguas, 7 Mas rejeita as fabulas profanas e
náo dados a muito vinho, nào cobiço­ das velhas: e exercita-te a ti mesmo
sos de torpe ganancia : em piedade.
9 Tendo o mysterio da fé em huma 8 Porque o exercício corporal para
pura consciência. pouco aproveita: porem a piedade
10 E Tambem estes sejào primeiro para tudo he proveitosa, tendo as pro­
provados, e depois sirvâo, se forem messas desta presente, e da outra
irreprehensiveis. vida.
11 Semelhantemente as mulheres, 9 Esta he palavra fiel, e digna de
sejáo honestas, nào maldizentes, só­ toda aceitação.
brias. e fieis em todas as cousas. 10 Porque para isto tambem traba­
12 Ós Diáconos sejào maridos de lhamos, e somos injuriados, porquan­
huma mulher, que governem bem to esperamos em o Deos vivente, que
seus filhos, e suas próprias casas. he o conservador de todos os homens,
13 Porque os que bem servirem, pa­ maiormente dos fieis.
ra si aequirem hum bom degrao, e 11 Estas cousas encommenda e en­
muita confiança em a fé, que ha em sina.
Christo Jesus. 12 Ninguém despreze tua mocidade:
14 Estas cousas te escrevo, esperan­ mas sejas exemplo dos fieis, em pala­
do de bem presto vir a t i : vra, em trato, em caridade, em espir­
15 Mas se tardar, para que saibas ito, em fé, e em pureza.
como convem andar em a casa de 13 Persiste no ler, exhortar, e ensi­
Deos, que he a Igreja de Deos vivo, a nar, até que eu venha.
columna e firmeza da verdade. 14 Nào desprezes o dom que em ti
16 E sem duvida nenhuma, grande está, o qual te foi dado pela prophe­
he o Mysterio da piedade: Deos foi cia, com a imposição aas màos da
manifestado em a carne, foi justifica­ Anciania.
do em Espirito, visto dos Anjos, pré- 15 Medita estas cousas, nellas teoc-
gado aos Gentios, crido no mundo, e cupa: para que teu aproveitamento a
recebido a riba em gloria. toaos seja manifesto.
16 Tem cuidado de ti mesmo, e da
doutrina : nestas cousas persevéra.
CAPITULO IV. Porque fazendo isto, te salvarás assim
OREM o Espirito diz expressamen­ a ti mesmo, como aos que te ouvem.
P te, que nos últimos tempos desca-
hirào alguns da fé, dando-se a espíritos CAPITULO V.
enganadores, e a doutrina de demo­
nios. SPERAMENTE não reprehendas
2 Pela hypocrisia de faladores de A aos velhos, mas amoesta-os como
mentiras, tendo cauterizado sua pró­ a pais: aos mancebos, como a irmãos:
pria consciência: 2 A’s velhas, como a m âis: às mo­
3 Prohibindo casar-se, e mandando ças, como a irmãs, em toda pureza.
abster-se dos manjares que Deos cre- 3 Honra ás viuvas, que verdadeira­
ou para os fieis, e para os que conhe­ mente sáo viuvas.
cerão a verdade, para delles usarem 4 Mas se alguma viuva tiver filhos,
com fazimento ae graças. ou netos, aprendão primeiro a exer­
4 Porque toda creatura de Deos he citar piedade para com sua própria

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230 I. EPISTOLA A TIMOTHEO, VI.
casa, e a recompensar a seus pais. em presença de todos, para que tam­
Porque isto he bom e agradavel dian­ bem os outros tenhão temor.
te de Deos. 21 Coniuro-te diante de Deos, e do
5 Ora a que verdadeiramente he viu­ Senhor Jesu-Christo, e dos Anjos elei­
va, e deixada só, espera em Deos, e tos, que sem prejuízo algum estas cot-
persevéra de noite e de dia em rogos sas guardes, nada fazendo por afei­
e oraçoés. ção.
6 Mas a que segue sua sensualidade, 22 A ninguém apresuradamente im­
vivendo está morta. ponhas as mâos, nem communiqoes
'7 Encommenda pois estas cousas, em peccados alheios: puro te conser­
para que sejâo irreprehensiveis. va a ti mesmo.
8 Porém se alguem nào tem cuida­ 23 Nâo bebas mais somente agua,
dos dos seus, e principalmente de seus mas usa tambem de hum pouco de ri-
domésticos, negou a fé, e peior he nho, por causa de teu estomago, e de
qne infiel. tuas frequentes enfermidades.
9 A viuva se eleja nào menos que 24 Manifestos sâo d’antes de algnns
de sessenta annos, e que haja sido homens os peccados, e se adiantào
mulher de hum marido: para sua condemnaçáo; e em algum
10 Tendo testemunho de boas obras, seguem tambem depois.
se criou filhos, se de boamente hospe­ 25 Semelhantemente tambem as bo­
dou, se lavou os pés aos santos, se so- as obras dantes se manifestào: e as
correo aos affligidos, se seguio toda ue dJoutra maneira sâo, se nâo põ­
boa obra. em esconder.
11 Mas as viuvas moças nào admit-
tas : porque havendo sido lascivas CAPITULO VI.
contra Christo, casar-se querem:
12 Tendo jâ swa condemnaçáo, por S servos quantos estâo debaixo de
haverem aniquilado sua primeira O iugo, estimem a seus Senhores
fé. por dignos de toda honra j para que
13 E juntamente tambem aprendem o nome de Deos, e a doutrina nâo se­
andar ociosamente de casa em casa : jâo blasfemados.
e nào somente ociosas, mas tambem 2 E os que tem Senhores fieis, nâo
paroleiras, e curiosas, falando o que os desprezem, por serem irmãos: an­
nào convem. tes tanto mais os sirvâo, porquanto
14 Quero pois que as viuvas moças sâo fieis e amados, como tambem par­
se casem, gerem filhos, governem a ticipantes deste beneficio. Isto ensi­
casa, e nenhuma occasiâo dém ao ad­ na e exhorta.
versario de maldizer. 3 Se alguem ensina outra alguma
15 forque jâ algumas se desviârào doutrina, e se nâo conforma com &
após Satanás. sâs palavras de nosso Senhor Jesu-
16 Se algum fiel, ou alguma fiel, tem Christo, e com a doutrina que hecop-
viuvas; socorra-as, e nào se carregue forme à piedade:
a Igreja, para que possa sustentar -ás 4 Inchado he. e nada sabe, porém
que de veras sào viuvas. delira ácerca cie questoés e contendas
17 Os Anciãos que bem çovemão, de palavras: das quaes nascem inw
sejâo estimados por dignos de dobra­ jas, porfias, blasfémias, roins suspeitas,
da honra, principalmente os que em 5 rerversas contendas de homens
a palavra e doutrina trabalhão. corruptos de entendimento, e privados
18 Porque a Escritura d iz: Ao boi da verdade, cuidando que a piedade
ue trilha, nào amarrarás a boca; e seja ganancia: Aparta-te dos taes.
igno he o obreiro de seu salario. 6 Grande ganancia he porém a pie­
19 Contra o Ancião nâo aceites accu- dade cora contentamento.
saçâo, senâo com duas ou tres teste­ 7 Porque nada ao mundo trouxemos,
munhas. e manifesto he que nada delle pode­
20 Aos que peccarem, os redargue mos levar.

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D. EPISTOLA A TIMOTHEO, I. 231
8 Tendo porém sustento, e com que bemaventurado e só poderoso Senhor,
nos cubramos, estejamos com isso Rei dos reis, e Senhor dos Senhores:
c ontentes. 16 O qual só tem immortalidade, e
9 Mas os que se querem enriquecer habita em huma luz inaccessivel: a
cahem em tentação^ e em laço, e em quem nenhum dos homens vio, nem
muitas loucas e nocivas concupiscen- pode ver, ao qilal seja honra, e potên­
cias, que aos homens afogão em per­ cia sempiterna. Amen.
dição e ruina. 17 Aos ricos neste mundo manda,
10 Porque o amor do dinheiro he a que não sejão altivos, nem ponháo
raiz de todos os males: o que apete­ sua esperança na incerteza das rique­
cendo alguns se desviàrâo aa fé, e se zas, senâo em o Deos vivo, que todas
traspassârâo a si mesmos com muitas as cousas nos dà abundantemente,
dores. para delias gozar:
11 Mas tu, ó homem de Deos, foge 18 Que bem fação, em boas obras
destas cousas: e segue a justiça, a enriqueção, de boamente repartão, e
piedade, a fé, a caridade, a paciência, sejão communicaveis:
c a mansidão. 19 Enthesourando para si mesmos
12 Milita a boa milicia da f é ; lança hum bom fundamento para em o por­
mão da vida eterna, para a qual tam­ vir, para que possão alcançar a vida
bem es chamado, e já confessaste a eterna.
boa confissão diante de muitas teste­ 20 O* Timotheo. guarda o deposito a
munhas. ti confiado,' tenclo horror dos profa­
13 Mando-te diante de Deos, que to­ nos e vãos clamores, e das opposi-
das as cousas vivifica, e de Christo çoês da falsamente chamada scien­
Jesus, que diante de Poncio Pilatos cia :
testificou a boa confissão: 21 A qual alguns professando, se
14 Que guardes este mandamento desviárão da fe. A graça seja com­
sem macula e reprehensão, até o ap- tigo. Amen.
parecimento de nosso Senhor Jesu- A primeira Epistola a Timotheo foi
Christo : escrita de Laodicea, que he a
15 Ao qual a seu tempo mostrará o Metropoli da Phrygia Pacaciana.

I I . E P I S T O L A D E S. P A U L O , A P O S T O L O ,

TI MOTHEO.

CAPITULO I. consciência sirvo, como sem cessar


tenho lembrança de ti em minhas
AULO Apostolo de Jesu-Christo, oraçoés noite e dia.
P pela vontade de Deos, segundo a 4 Desejando muito verte, lembran­
promessa da vida, que està em Chris­ do-me de tuas lagrimas, para me en­
to Jesus: cher de gozo.
2 A Timotheo meu amado filho; 5 Trazendo ã memória a fé não fin-
graça, misericordia, e paz de Deos ida que está em ti, a qual primeiro
Pai, e de Christo Jesus Senhor nos-
so.
f abitou em tua avo Loyda, e em tua
mãi Eunice: e certo estou, que tam­
3 Graças dou a Deos, ao qual desde bem habita em ti.
meus antepassados com huma pura 6 Pela qual causa te lembro, que

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232 II. EPISTOLA A TIMOTHEO, II.
despertes o dom de Deos, que em ti 2 E o que de mim entré mnitas teè*
està pela imposição de minhas mâos. temunhas ouviste, o encommenda á
7 Porque nào nos deo Deos espirito homens fieis, que forem idoneos para
de temor, senâo o de fortaleza, e de tambem a outros ensinarem.
amor, e de moderaçào. 3 Tu pois. sofre as afflicçoés, como
8 Portanto náo te envergonhes do bom soldaao de Jesu-Christo:
testemunho de nosso Senhor, nem de 4 Ninguém que milita, se erabarara
mim, que sou seu prisioneiro: antes em negocios desta vida, por agradar
participa em padecer afflicçoés com âquelle que o registou para a guerra.
o Evangelho segundo a potência de 5 E se tambem alguem milita, nâo he
Deos: coroado, se náo militar legitimamente.
9 O qual nos salvou, e chamou com 6 Trabalhando o lavrador deve pri­
huma santa vocação: nâo segundo meiro entào gozar dos frutos.
nossas obras, mas segundo seu pró­ 7 Advirte o que digo: dé-te porem
prio proposito, e graça, que em Chri­ o Senhor entendimento em tudo.
sto Jesus nos foi dada antes dos tem­ 8 Lembra-te que Jesu-Christo resos-
pos dos séculos. citou dos mortos, o qual he da semen­
10 Mas agora he manifesta pelo ap- te de David, segundo meu Evangelho:
parecimento de nosso Salvador Jesu- 9 Pelo que até as prisoens, como
Christo ; o qual aniquilou a morte; e malfeitor, padeço oppressoés: mas a
â luz trouxe a vida e a incorrupçào, palavra de Deos nào está preza.
pelo Evangelho. 10 Portanto tudo sofro por amor dos
11 Para o que estou posto por Pré­ escolhidos, para que tambem elles al­
gador, e Apostolo, e Doutor das Gen­ cancem a salvação, que estâ em Chri
tes. sto Jesus com gloria eterna.
12 Por qual causa tambem padeço 11 Palavra fiel, que se com elle mor­
estas cousas: porém náo me enver­ rermos, tambem com elle viveremos:
gonho. Porque eu sei a quem cri, e 12 Se sofrermos, tambem com elle
estou certo aue poderoso he para, reinaremos: se o negarmos, tambem
guardar meu aeposito até aquelle dia. elle nos negará:
13 Retém o exemplar das sâs pala­ 13 Se formos infiéis, elle fica fiel: a
vras, que de mim tens ouvido, em a si mesmo se nâo pode negar.
fé, e caridade que està em Christo 14 Estas cousas á memória traze,
Jesus. protestando diante do Senhor, que
14 Guarda o bom depoeito pelo Es­ nâo tenhào contendas de palavn*,
pirito Santo, que em nósoutros habita. que para nada aproveitáo, senáo para
15 Bem sabes isto, que os que estâo perversão dos ouvintes.
em Asia, de mim todos se apartàrâo: 15 Procura de te apresentares appro-
entre os quaes he Phygello e Hermo- vado a Deos, como obreiro que nào tm
genes. de que se envergonhar, que bem corta
16 Dé o Senhor misericordia à casa a palavra da verdade.
de Onesiphoro; porque muitas vezes 16 Mas aos profanos e vàos clamores
me recreou, e ae minha cadeia se nào te oppoem: porque ainda em mtata
envergonhou. mais impiedade proseguirâo.
17 Antes vindo elle a Roma, com 17 E sua palavra roerá como cancro;
muito cuidado me buscou, e me achou. entre os quaes sâo Hymeneoe Phileto:
18 0 Senhor lhe dé que naquelle dia 18 Os quaes da verdade se desvia­
para com o Senhor acne misericordia; rão : dizendo, que ja a resurreiçào he
e quanto em Epheso me ajudou, tu feita ; e a fé de alguns pervertera.
melhor o sabes. 19 Todavia o firme fundamento de
Deos fica, tendo este sello: 0 Senhor
CAPITULO II. conhece os que sâo seus; e qualquer
que noméa o nome de Christo, se apar­
U pois, meu filho, fortifica-te em a ta da iniquidade.
T graça que está em Christo Jesus: 20 Ora em huma grande casa nâo

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11. EPISTOLA A TIMOTHEO, Hl, IV. 233
somente ha vasos de ouro e de prata, resistem à verdade: homens corrup­
mas tambem de pao e de barro; e tos de entendimento, e reprováveis
huns paia honra, porem outros para quanto a fé.
deshonra. 9 Porem não irão mais avante: por­
21 Assim que se alguem destas cou­ que a todos seu desvario serà mani­
sas se purifica, serà vaso para honra, festo, como tambem o foi o daquelles.
santificado e idoneo para uso do Se­ 10 Porem tu tens seguido minha
nhor. t preparado para toda boa obra. doutrina, modo de viver, intenção, fé,
22 Mas foge dos desejos da mocida­ longanimidade, caridade, paciência;
de ; e prosigue a justiça, a fé, a cari­ 11 Minhas perseguiçoens, e minhas
dade, e a paz com os que de puro co- afflicçoês. taes c^uaes me acontecé-
raçào invocào ao Senhor. rào em Antiochia, em Iconia, e em
' 23 E rejeita as questoés loucas e som Lystra: quaes perseguicoés padecij
instrucção, sabendo que produzem e o Senhor de todas me livrou.
contendas. 12 E tambem todos os que piamente
24 E nào convém ao servo do Senhor querem viver em Christo Jesus, pade­
conteuder: senão ser manso para com cerão perseguição.
todos, apto para ensinar, e supportar 13 Mas os nomens maos, e engana­
aos maos: dores, irào por diante em peior, enga­
25 Com mansidão instruindo aos que nando, e sendo enganados.
resistem se por ventura Deos lhes dé 14 Porem tu fica nas cousas que
arrependimento para conheoerem a aprendeste, e das quaes foste inteira*
verdade: do, sabendo de quem as tens apren­
26 É se tomem a despertar do laço dido:
do diabo, em que à sua vontade es­ 15 E que desde tua meninice sou­
tào presos. beste as sagradas letras: as quaes te
podem fazer sabio para salvação pela
c a p it u l o ra. fé que ha em Christo Jesus.
16 Toda a Escritura he divinamente
STO porem saibas, que em os últi­ inspirada, e proveitosa para doutrina,
I mos dias sobrevirão tempos traba­ para redarguiçâo, para correição, e pa­
lhosos. ra instrucçào em justiça :
2 Porque haverá homens amantes 17 Para que o homem de Deos seja
de si mesmos, avarentos, presumptu- perfeito, e para toda boa obra perfei
osos, soberbos, blasfemos, desobedi­ tamente instruído.
entes a pais e a màis, ingratos, profa­
nos: CAPITULO IV.
3 Sem affecto natural, irreconciliá­
veis, calumniadores, incontinentes, ONJURO-te pois diante de Deos, e
cruéis sem amor para com os bons: C
do Senhor Jesu-Christo; que aos
vivos e aos mortos ha de julgar em
4 Traidores, temerários, inchados,
seu apparecimento, e em seu Reino:
mais, amantes dos deleites, do que
amantes de Deos. 2 Préga a palavra, insiste em tempo
e fora ae tempo: redargúe, reprehen-
5 Tendo a apparencia da piedade,
de, e exhorta com toda longanimida­
mas negando a efhcacia delia. Tam­
bem aborrece a estes. de e doutrina.
6 Porque destes sào os que entrâo
3 Porque haverá tempo quando não
pelas casas, e levâo captivas as mu-
sofrerão a sâ doutrina, antes tendo nas
werinhas carregadas de peccados, le­
orelhas comichão, se amontoarào dou­
vadas de varias concupiscencias: tores segundo suas próprias concupi­
7 Que sempre aprendem, e nunca scencias :
podem chegar ao conhecimento da 4 E seus ouvidos desviarão da verda­
verdade. de, e tomarão ás fabulas.
5 Porem tu véla em todas as cousas,
8 E como Jannes e Jambres resisti­
rá® a Moyses* assim tambem estes sofre as afflicçoês, cumpre a obra de

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2 3 4 EPISTOLA A TITO, L
•Ev angelista, $ faze que de teu minis­ 15 Do qual tu tambem te guaida,por*
tério haja inteira certeza. que muito resistio a nossas palavras.
6 Porque ja agora a mim me offere- 16 Em minha primeira defesa nin­
cem por aspersão de sacrifício, e ja o guém me assistio, antes todos me de-
tempo da minha soltura està perto. semparárào. Oxalá lhes náo seja im­
7 Bom combate combati, a carreira putado.
acabei, e a fé guardei. 17 Mas o Senhor me assistio, e me
8 No de mais, a coroa de iustiça me fortaleceo; para que por mim tivesse
está guardada, a qual o Senhor, aquel­ inteira certeza da prégaçáo, e todas
le justo juiz, naquelle dia me d arà: as gentes a ouvissem: e da boca do
e náo somente a mim, porem tambem leâo fiquei livre.
a todos os que amarem seu appareci- 18 E o Senhor me livrará de toda
mento. mà obra, e me guardará para seu
9 Procura de vir presto a mim. Reino celestial: ao qual seja gloria
10 Porque Démas me desemparou, para todo sempre. Amen.
amando o presente seculo, e se foi a 19 Sauda a Prisca e a Aquilla,ea
Thessalonica; Crescente a Galacia, casa de Onesiphoro.
e Tito a Dalmacia. 20 Erasto ficou em Corintho. e a
11 Lucas só estâ comigo: Toma jun­ Trophimo deixei doente em Mileto.
tamente a Marcos, e o traze comtigo: 21 Procura vir antes do inverno. Ed-
Porque mui util me he para o minis­ bulo, e Pudens, e Lino, e Claudia, e
tério. todos os irmàos te saudào.
13 Mas a Tychico enviei a Epheso. 22 O Senhor Jesu-Christo seja com
13 Quando viéres, traze comtigo a teu Espirito. A graça seja comvosco.
maléta, que deixei em Troas em casa Amen.
de Carpo, e os livros, particularmente A segunda Epistola a Timotheo (o
os pergaminhos. primeiro Bispo eleito em Ephe­
14 Alexandre o Latoeiro me occasio- so) foi esorita de Rohml quando
nou muitos males: o Senhor pague- Paulo a segunda vez foi apre­
lhe segundo suas obras. sentado a Cesar Nero.

E P I 8 T 0 LA DE 8. PAULO, APOSTOLO,

TITO.

CAPITULO I. Tito meu verdadeiro filho, segundo a


commum fé :
AULO servo de Deos, e Apostolo 4 Graca, misericordia, e paz de Deos
P de Jesu-Christo, segundo a fé dos Pai, e do Senhor Jesu-Christo, nos»
eleitos de Deos, e o conhecimento da Salvador.
verdade, que he sesundo piedade : 5 Por esta causa te deixei em Creta,
2 Em esperança da vida eterna, a para que proseguisses pôr em bc*
qual Deos, que nào pode mentir, pro- ordem as cousas que cánda restâo, e
metteo antes dos tempos dos séculos, de cidade em cidade estabelecesses
mas a seu tempo a manifestou. Anciáos como ja te encommendei:
3 A sahcr sua palavra, pela prégaçáo 6 Se algum for irreprehensivel, ma­
que me he confiada segundo o manda­ rido de huma mulher, que tenha
mento de Deos nosso Salvador: A filhos fieis, que nào possào sej «•

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EPISTOLA à. TITO, H, Hl. 235
cusados de dissolução, ou desobedi- 5 A serem temperadas, castas, boas
isntes. caseiras, sujeitas a seus maridos: pa­
7 Porque convém que o Bispo seia ra que a palavra de Deos nâo seja
Irreprenensivel, como dispenseiro da blasphemada.
casa de Deos, nâo cabeçudo, nâo ira­ 6 Exhorta semelhantemente aos
cundo, nâo vinolento, nâo espanquea- mancebos, que sejáo moderados.
dor, nem cobiçoso de torpe ganancia: 7 Em tudo te dá por exemplo de
8 Mashospeaador, amante dos bons, boas obras, em a doutrina mostra in-
moderado, justo, santa continente: corrupçâo, gravidade, sinceridade:
9 Retendo firme a nel palavra que 8 Palavra sâ e irreprehensivel: para
he conforme a doutrina, para que seja que o adversario se envergonhe, nâo
poderoso, assim para amoestar com a tendo nenhum mal que dizer de vós­
«â doutrina, como para convencer aos outros :
fcontradizentes. 9 Aos servos amoesto, que a seus Sen­
10 Porque tambem ha muitos desor­ hores se sujeitem, em tudo agradem,
denados, faladores de vaidades? e en­ nâo contradizendo:
ganadores dos sentidos, particular­ 10 Nâo defraudando, antes mostran­
mente os da circuncisão: do toda boa lealdade: para que em
11 Aos quaes convem tapar a boca; tudo adornem a doutrina de Deos
que as casas inteiras transtomâo, en­ nosso Salvador.
sinando o que nâo convém, por torpe 11 Porque a graça salutifera de Deos
ganancia. se manifestou a todos os homens:
12 Disse hum delles, seu propriô Pro­ 12 Ensinando-nos, que renunciando á
pheta: Os Cretenses sempre sâo menti­ impiedade, e às concupiscencias
rosos, bestas roins, ventres preguiçosos. mundanas, vivamos neste presente
13 Este testemunho he verdadeiro. mundo soDria, justa, e piamente.
Portanto os redargúe asperamente, 13 Aguardanao a bemaventurada
para que sejâo sâosr na fé : esperança, e o appareüimento da glo­
14 Nâo se dando a fábulas Judaicas, ria do grande Deos e Salvador nosso
e a mandamentos de homens, que da Jesu-Christo:
verdade se desviâo. 14 O qual a si mesmo deo por
15 Bem sâo todas as cousas puras nosoutros, para nos redimir de toda
aos puros: mas aos contaminados e iniquidade, e para si mesmo purificar
infiéis nada he puro; antes seu enten­ hum povo particular, zelador de boas
dimento e consciência ambos estâo obras.
.contaminados. 15 Isto fala, e exhorta, e redargue
16 Professâo aue a Deos conhecem, com toda authoridade. Ninguém te
xnas com as obras o negâo, pois sâo despreze.
abomináveis, e desobedientes, e para
toda boa obra reprovados. CAPITULO III.
MOESTA-os que se sujeitem aos
CAPITULO n . A Pricipados e Potestades, lhes obe-
U porem, fala o que convém à sâ deçâo. e estejão aparelhados para toda
T doutrina: boa o tr a :
2 Aos velhos que sejâo sobrios, graves, 2 De ninguém infamem, náo sejâo
prudentes, sâos na fé, na caridade, e pendenciosos, mas modestos, mostran­
na paciência. do toda mansidão para com todos os
3 Ar velhas da mesma maneira, que homens.
andem em habito como convém a san­ 3 Porque tambem nós d’antes éra­
tas, nâo sejáo calumniadoras,nâo dadas mos néscios, desobedientes, errados,
a muito vmho, porem mestras do bem : servindo a varias concupiscensias e
4 Para que ensinem ás moças a se­ delicias, vivendo em malicia e inve­
rem prudentes, a amarem a seus ma­ ja, aborreciveis, e huns aos outros
ridos, a amarem a seus filhos: aporrecendo. . -

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236 EPISTOLA A PHILEMON.
4 Mas quando a benignidade e cari­ 10 Ao homem herege, depois dç
dade de Deos nosso Salvador para huma e outra amoestaçâo, rejeíta-Õ:
çom os homens appareceo; 11 Sabendo que o tal està perverti­
5 Nào pelas obras de justiça, que do, e pecca, ja em si mesmo coa-
houvessemos feito, mas segundo sua demnaao.
misericordia nos salvou pelo lavatorio 12 Quando te enviar a Artemas, oa
da regeneração, e da renovação do a Tychico, procura vir a mim a Nioo-
Espirito Santo: polis, porque lá deliberei invernar.
6 Ao qual abundantemente derra­ 13 A Zenas Doutor da Lei, e a
mou em nós outros por Jesu-Christo Apollo accompanha com muito cui­
nosso Salvador: dado, para que nada lhes falte.
7 Para que sendo justificados por 14 É tambem aprendáo os nossos a
sua graça, sejamos leitos herdeiros se applicarem a boas obras, pata 09
segundo a esperança da vida eterna. usos necessários, para que nào sejâo
8 Palavra fiel, e isto quero que de- infructuosos.
véras affirmes, para que os que em 15 Todos os que comigo estào, te
Deos crém, procurem de se applica- saudào. Sauda tu aos que nos amào
rem a boas obras; estas cousas são em a fé. A graça seja com todos
boas e proveitosas aos homens. vósoutros. Amen.
9 Mas resiste às questoés loucas, e A Epistola a Tito? 0 primeiro Bispo
às genealogias e contendas, e aos de­ eleito da Igreia aos Cretense^
bates da Lei: porque sào inúteis e foi escrita de Nicopolis em Ma­
v^os. cedonia.

E P I S T O L A D E S. P A U L O, A P O S T O L O ,
A

PHILEMON.

"RAULO prisioneiro de Christo Jesus, ti, ó irmâo, as entranhas dos santos


JT e 0 irmâo Timotheo. a Philemon forão recreadas.
0 amado, e nosso cooperador: 8 Pelo que ainda que em Christo
2 E à amada Appia, e a Archippo tenha grande confiança para o que te
nosso companheiro d’annas, e à Igrejaconvém te mandar:
que em tua casa està: 9 Todavia te peço antes por caridade,
3 Graça e paz hajais de Deos nosso ainda que tal eu seja, a saber, Paolo
Pai, e do Senhor Jesu-Christo. o velho, e tambem agora o preso do
4 Graças dou a meu Deos, sempre Jesu-Christo.
me lembrando de ti em minhas ora- 10 Peço-te pois por meu filho Oneo*
çoens: mo, que tenho gerado em minhas
5 Ouvindo tua caridade, e a fé que prisoés.
tens para com o Senhor Jesus, e para 110 qual d’antes te era inutil, mas
com todos os santos: agora a ti e a mim mui u til: 0 qual
6 Para que a communicaçào de tua te tomei a enviar:
fé seja efficaz na notificação de todo 12 Tu porem, como a minhas entran­
o bem, que em vósoutros ha por Chris-has, o torna a receber:
to-Jesus. 13 Bem eu o quizéra reter comigo,
7 Porque temos grande gozo e con­ para que por ti me servisse nas pri­
solação de tua caridade, de qua por. sões do Evangelho:

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ÉPláTOLA AOS HÊtefeOS, I. ' 28f
Í4 PÒrwtt lliidá quiz faiér Sem tén dizer, qué tambem ainda tá â ti mèv>
parecer, para que tua beneficencia mo a mim nle te deves.
nfto fosse como por força, mas como 20 Assim que, irmâo, regozija eu dè
de livre vontade. ti nisto em o Senhor: recréa minhas
15 Porqute bem pode ser que porisso entranhas em o Senhor.
elle de ti se apartou por algum tempo, 21 Confiado de tua obediencia té
para que o retivesses para sempre: escrevi, sabendo que ainda mais faràà
16 Nâo ja como a servo, porém mais do que digo.
que a servo, a saber como a amado 22 E juntamente me aparelha tam*
irmâo, particularmente de mim, e bem pousada: porque espero que por
quanto mais de ti, assim em a came, vossas oraçoens vos hei de ser dado.
como em o Seuhor ? 23 Saudâo-te Epaphras. meu com­
17 Assim que se me tens por com­ panheiro na prisão em Cnristo Jesus,
panheiro, como a mim mesmo o re- 24 Marcos, Áristarcho, Demas, e
c ébe. Lucas, meus cooperadores.
18 E se algum damno te fez, ou cousa 25 A graça de nosso Senhor Jesu-
(âguma te deve, â minha conta o pòem. Christo seja com vdsso espirito. Amen.
19 Eu Paulo de minha própria mâo Escrita de Roma a Philemon, e en*
* escrevi, eu o pagarei: por te nâo viada pelo servo Onesimo.

EPISTOLA D E S. P A U L O , A P O S T O L O ,

AOfl

HEBREOS.

I.
c a p it u l o
6 E introduzindo outra vefc no mum
do ao primogênito, diz: E adorem-o
T T AVENDO Deos antigamente mui- todos os Anjos de Deos.
X I tas vezes, e em muitas maneiras, 7 E quanto aos Anjos, bem diz elle:
falado aos pais pelos Prophetas, nos Que a seus Anjos faz espiritos, e a
falou a nôs em estes últimos dias pelo seus Ministros lavareda de fogo :
Filho: 8 Porem quanto ao Filho d iz : O?
2 Ao qual constituio por herdeiro de Deos, teu throno por séculos de sécu­
todas as cousas, pelo qual tambem los durcu sceptro de direiteza he 0
fez o mundo. sceptro ae teu Reino.
3 O qual sendo o resplandor de sua 9 Amaste a justiça, e aborreceste à
gloria, e a expressa imagem de sua iniquidade : Porisso, ô Deos, teu Deos
pessoa, e sustentando todas as cousas te ungio com oleo de alegria mais do
ela palavra de sua potência, haven- que a teus companheiros.
S o feito por si mesmo a purgação de 10 E Tu Senhor no principio fundaste
noesos peccados, se assentou à uextra a terra, e os ceos sâo obras de tuas
da Magestade em as alturas: mâos:
4 Feito tanto mais excellente que os 11 Elles perecerão, porem tu sempri
Anjos, quanto mais excellente nome permanéces: e todos elles como rou­
herdou do que elles. pa se envelhecerão:
5 a qual dos Anjos disse ja­ 12 E como a manta os envolverás, é
mais: Tu es meu Filho, hoje te gerei? mudar-sehâo: porem tu es o mesmo;
E outra vez : Eu lhe serei por Pai, e e teus annos n&o cessarão.
lllè me se ri por Filho í 13 E &qual dos Anjos disse jamais;

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êM EPISTOLA AOS* HEBREOS, II. HL
«Assentaste á* minha dextra, ató qae grasse por afflicçoés mo Prinoiper do
sua salvação.
Sonha a teus inimigos por escabello
e teus pés ? 11 Porque assim o que santifica, co­
14 Porventura nào sào todos espiri- mo os que sào santificados, todos sào
tos administradores, enviados a servir, de hum : Por cuia causa se nào en­
por amor daquellesque hào de herdar vergonha de os cnamar irmãos:
a salvação ? 12 Dizendo: A meus irmãos denun­
ciarei teu nome, no meio da congre­
gação te cantarei louvores.
CAPITULO II. 13 E outra vez: Nelle porei minha
ORTANTO nos convém attentar confiança. E outra vez: Eis-me aqui
P com tanta mais diligencia para a mim, e aos filhos que Deos me deo.
as cousas que ja temos ouvido, para 14 Assim que porquanto os filhos
que em tempo algum nos não venha­ participào da carne e do sangue,
mos a esquecer. tambem elle participou dos mesmos,
2 Porque se a palavra pelos Anjos para que pela morte aniquilasse ao
pronunciada foi firme? e toda trans­ que tinha o império da morte, isto he,
gressão e desobediencia recebeo jus­ ao Diabo:
ta retribuição: 15 E livrasse a todos os que c om
3 Como escaparemos nósoutros, se medo da morte por toda a vida esta-
para huma tâo grande salvação nâo vào sujeitos à servidão.
attentarmos ? A aual começando a 16 Porque na verdade nào toma aos
ser denunciada pelo Senhor, a o s foi Anjos, mas toma à semente de Abra­
confirmada pelos que a elle ouvirão: ham.
4 Testificando Deos ainda mais dis­ 17 Pelo que convinha que em tudo
to juntamente com sinaes. e milagres, fosse semelhante aos irmãos, para ser
e varias maravilhas, e aistribuiçoés misericordioso e fiel Summo Pontí­
do Espirito Santo, segundo sua von­ fice nas cousas que para com Deos
tade. se deviáo fazer , para expiar os pecca­
5 Porque aos Anjos nâo sujeitou o dos do povo.
inundo futuro, do qual agora lalamos. 18 Porque naquillo que elle mesmo,
6 Porem em certa parte testificou sendo tentado, padeceo, pode socor­
alguem dizendo: Que he o homem, rer aos que tentados forem.
que delle te lembres ? ou o Filho do
homem, que o visites ?
7 Hum pouco menor aue os Anjos o CAPITULO ra .
fizeste, de gloria e de nonra o coro­ ELO QUE, santos irmãos, partici­
aste, e sobre as obras de tuas mâos o P pantes da vocação celestiaL con­
estabeleceste. siderai ao Apostolo e Summo Ponti­
8 Todas as cousas debaixo dos pés fice de nossa profissão, Christo Je­
lhe sujeitaste. Porque por em quan­ sus:
to todas as cousas lhe sujeitou, nada 2 Sendo fiel ao que o constitnio, co­
deixou que lhe nâo seja sujeito: po­ mo tambem Moyses em toda sua casa.
rem agora ainda nâo vemos que toaas 3 Porque estimado he este por dig­
as cousas lhe estejão sujeitas: no de tanto maior gloria que Moyses,
9 Vemos porem coroado de gloria e quanto mais honra tem, que a casa,
de honra áquelle Jesus, que hum pou­ aquelle que a edificou.
co menor que os Anjos fôra feito, por 4 Poraue toda casa por alguem he
causa da paixão da morte: para que edificada: porem o que toaas estas
pela graça de Deos por todos gostasse cousas edificou, he Deos.
a morte. 5 E bem foi Moyses, como servo, fiel
10 Porque convinha áquelle por cu­ em toda sua casa, em testemunho
ja causa sào todas as cousas, e por das cousas que depois se haviâo dç
auem todas as cousas sào, a muitos dizer:
filhos trazendo a gloria, que consa* 6 Mas Christo, como Filho sobre so^

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EPISTOLA AOS HEBREOS, IV. * fi3Ç
veitau, porquanto nâo estava mistura-v
própria, c asa c u ja casa nos somos, se
tao somente até o fim retivermos fir­ da com a fe naquelles que a ouvirão.
me a confiança, e a gloriaçâo da es­ 3 Porque nós, os que já crêmos, en­
perança. tramos no repouso, como disse: Porn
7 Portanto, como diz o Espirito San­tanto jurei em minha ira, que em
to: Hoje, se ouvirdes sua voz: meu repouso nâo entrarão: posto que
8 Nâo endureçais vossos coraçoens, jâ suas obras estivessem acabadas
como em a irritação, no dia da tenta­ desde a fundação do mundo.
ção, em o deserto : 4 Porque assim^m certo lugar, disse
9 Aonde vossos pais me tentárâo, do setimo dia: JE repousou Deos de
me provárâo, e minhas obras virâo todas suas obras ao setimo dia.
por quarenta annos. 5 E ainda outra vez neste lugar:
10 Por onde contra esta geração me Em meu repouso nào entrarão.
indignei, e disse: Sempre em seu 6 Assim que pois resta, que alguna
coraçáo errâo, e nâo conhecérâo meus nelle entrâo, e que aquelles, aos quaes.
caminhos. primeiro foi evangelizado, nâo entrâ­
11 Assim que em minha ira jurei, râo por causa da aesobediencia:
que em meu repouso nâo entrarão. 7 Outra vez determina hum certo
12 Olhai, irmãos, que nunca em ne­ dia, a saber Hoje, dizendo por David*
nhum de vósoutros haja hum mao e tanto tempo depois: (como dito he)
infiel coração, para se apartar do Deos
Hoje, se ouvirdes sua voz nâo endu­
vivente. reçais vossos coraçoés.
13 Antes cada dia huns aos outros 8 Porque se Jesus os houvéra intro­
vos exhortai, entretanto que se noméa duzido ao repouso, depois disso .de
Hoje: para que nenhum de vós se en­ outro dia nâo falàra.
dureça por engano do peccado. 9 Assim que ainda resta hum repou-,
14 Porque estamos feitos participan­so para o povo de Deos.
tes de Christo, se porem até o fim fir­ 10 Porque aquelle que em seu repou­
memente retivermos o principio deste so entrou, o mesmo tambem de suas
firme fundamento: obras repousou, como tambem Deos
15 Entretanto que se diz: Hoje se das suas.
ouvirdes sua voz, nâo endureçais vos­ 11 Procuremos pois de entrar na­
sos coraçoés. como em a irritação. quelle repouso; para que ninguém
16 Porque navendo a alguns ouvido, caya no mesmo exemplo de desobedi-
o irritarão; porem nâo todos os que encia.
por Moyses ae Egypto sahirâo, 12 Porque a palavra de Deos he vi-
17 Mas com quaes por quarenta an­ va e efncaz, e mais penetrante do
nos se indignou ? Nâo foi por ventura que espada alguma de dous cortes, e
com os que peccárâo, cujos corpos no penétra até a divisão da alma e do
deserto cahirâo ? espirito, e das conjunturas e dos tuta­
18 E ás quaes jurou que em seu re­ nos, e he juiz dos pensamentos e ima­
pouso nâo entrariâo. senâo aos que gina coés do coração.
forão desobedientes \ 13 E nâo ha creatura alguma encu-
19 E vemos que nâo pudérâo entrar berta diante delle: antes todas as
por causa de sua incredulidade. cousas estâo nuas e patentes aos olhos
daquelle com quem o negocio have­
CAPITULO IV. mos.
14 Assim que pois jâ temos hum
EMAMOS pois, que deixada em Summo Pontifice, a saber a Jesus, o
T algum tempo a promessa de en­ Filho de Deos, que penetrou pelos
trar em seu repouso, nâo pareça que ceos, retenhamos firmemente esta
algum de vósoutros fique atrás. profissão,
2 Porque tambem a nós evangeliza- 15 Porque nâo temos hum Summo
do nos foi como tambem a elles: mas Pontifice, que de nossas fraquezas se.
* palavra da prégaçáo nada lhes apro- nâo possa compadecer: antes hum t<ú%

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240 EPÍSTOLA AOS HEBRÈ08, V, VI.
qne como nòs, èm tndo foi tefctado, sejão os primeiros princípios das ça*
excepto o peccado. lavras de Deos: e vos tendes feito
16 Cheguemos pois com confiança taes, que ainda necessitais de leite, e
ao throno da graça, para que possa­ nào de solido mantimento.
mos alcançar misericordia, e ache­ 13 Porque qualquer que ainda parti­
mos graça, para sermos ajudados em cipa do leite, não está experimentado
tempo opportuno. na palavra aa justiça: porque ainii
menino he.
14 Mas o mantimento solido he dos
CAPITuCo V. perfeitos, os quaes pelo costume jà
ORQUE todo Summo Pontifice to­ tem os sentidos exercitados, para do-
P mado d^entre os homens, em lu­ tincçâo assim do bem, como do mal.
gar dos homens se constitue nas cou­
sas que para com Deos se hâo de fazer , CAPITULO VI.
para que ofTereça dons e sacrifícios
pelos peccados. ELO QUE deixando o principio
2 E que convenientemente se possa P da doutrina de Christo, prossiga­
compadecer dos ignorantes e errados: mos adiante até a perfeição, náo tor­
pois tambem elle mesmo rodeado es­ nando a pôr o fundamento da conver­
tá de fraqueza. são das obras mortas, e da fé em De­
3 E por causa desta/ra-queza deve os:
elle, assim pelo povo, como tambem 2 Da doutrina dos baptismos, e da
por si mesmo, offerecer pelos pecca­ imposição das mâos, e da resurreiçâo
dos. dos mortos, e do juizo eterno.
4 E ninguém toma esta honra, senão 3 E isto tambem faremos, se h itfti
0 que de Deos he chamado, como Deos o permittir.
Aaron. 4 Porque impossivel he, que os que
5 Assim tambem Christo se não glo­ ja huma vez forão illuminados, egos-
rificou a si mesmo, para se fazer tárâo o dom celestial, e forão feitos
Summo Pontifice; mas aquelle que do Espirito Santo participantes:
lhe disse: Tu es meu Filho, hoje te 5 E gostârào a boa palavra de Deos,
gerei. e as potências do seculo futuro:
6 Como tambem em outro lugar 6 vierem a recahir, sejão ontra
diz: Tu es Sacerdote eternamente vez renovados para conversão; pois
segundo a ordem de Melchisedec. assim, quanto a elles, outra vez ao
7 O qual em os dias de sua carne Filho de Deos crucificâo, e o expõ­
ofFerecendo, com grande clamor e la­ em a vitupério.
grimas, oraçoés e supplicaçoés ao 7 Porque a terra que embebe a chu­
que o podia livrar da morte, e sendo va, que muitas vezes vera sobre ella,
ouvido do medo; e produz herva acommodada para
8 Ainda que era o Filho, todavia aquelles por quem tambem he lavra­
aprendeo obediencia pelas cousas que da, recebe a benção de Deos.
padeceo: 8 Mas a que produz espinhos e
9 E sendo elle consagrado, foi feito abrolhos, he reprovável, e está perto
causa da eterna salvação a todos os da maldição, cujo fim he para a quei­
que lhe obedecem: ma.
10 E nomeado de Deos por Summo 9 Porem de vós, 6 amados, melho­
Pontifice segundo a ordem de Mel- res cousas confiamos, e chegados â
chisedeC. salvação, ainda que assim falamos.
11 Do qual temos muito que dizer, c 10 Porque nâo ne Deos injusto, para
difficil de declarar: porquanto vos se esquecer dó vossa obra, e do tra­
fizestes negligentes para ouvir. balho da caridade, que paracòmsett
12 Porque havendo jâ de ser mes­ nomé mostrastes, em quanto aos san­
tres, visto o tempo, ainda necessitais tos ministrastes, c ainda ministrais.
de que se vos tome a ensinar quaes 11 Mae desejamos qne cada quslds

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EPISTOLA AOS HEBREOS, VH. 241
vósoutros mostre o mesmo cuidado, 4 Considerai agora quào grande foi
para inteira certeza da esperança, este, ao qual até Abraham o Patriar-
até o fim: cha tambem deo os dizimos do dos-
12 Para que vos nào façais negligen­ pojo.
tes, mas sejais imitadores dos que por 5 E os que d’entre os filhos de Levi
fé e paciência herdào as promes­ recebem o Sacerdocio, bem tem elles
sas. preceito de dizimarem ao povo se­
13 Porque quando Deos a Abraham gundo a Lei, isto he, a seus irmàos,
fez a promessa, porquanto nào tinha ainda que sahissem dos lombos de
outro maior por quem jurasse, jurou Abraham.
por si mesmo: 6 Mas aquelle que nào tinha sua
14 Dizendo: Certamente abençoan­ genealogia delles, dizimou a Abra­
do te abençoarei, e multiplicando te ham, e abençoou ao que tinha as
multiplicarei. promessas.
15 £ assim, esperando com paciên­ 7 Ora, sem contradicçào alguma, o
cia, alcançou a promessa. menor bemdito he do maior.
16 Porque bem jurào os homens por 8 E bem tomào aqui os dizimos os
algum maior que elles, e o juramento homens que morrem: mas lá aquelle,
para confirmação lhes he o fim de to­ do qual se testifica que vive.
da contradicçào. 9 E, por assim falar, tambem Levi,
17 Em o que, querendo Deos mais que toma os dizimos, foi dizimado em
abundantemente mostrar a immuta- Abraham:
bilidade de seu conselho aos herdei­ 10 Porque ainda elle estava nos lom­
ros da promessa, se entrepóz com ju­ bos do pai, quando Melchisedec lhe
ramento : sahio ao encontro.
18 Paraque por duas cousas immu- 11 Assim que se em verdade a per­
daveis, em que he impossivel que De­ feição fóra pelo Sacerdocio Levítico,
os minta, tenhamos firme consolação, (porque debaixo delle o povo recebeo
a saber nós os que tomamos nosso re­ a Lei) que mais necessidade havia
fugio em retér a proposta esperança: de que outro Sacerdote se levantasse
19 A qual temos como por numa se­ segundo a ordem de Melchisedec, e
gura e firme ancora da alma, e que ue chamado nào fosse segundo a or­
entra até dentro do véo : em de Aaron ?
20 Aonde por nòs entrou nosso pre­ 12 Porque mudando-se o Sacerdocio,
cursor Jesus, feito eternamente Sum­ necessariamente tambem se faz mu­
mo Pontifice segundo a ordem de dança da Lei.
Melchisedec. 13 Porque aquelle de quem se di­
zem estas cousas, pertence a outra
CAPITULO VII. tribu, da qual ninguém se achegou
ao altar.
ORQUE este Melchisedec era Rei 14 Visto ser notorio, que nosso Senhor
P de Salem, Sàcerdote do Deos Al­
S rocedeo de Judá, sobre a qual tribu,
tíssimo, o qual sahio ao encontro a loyses nada falou do sacerdocio.
Abraham, tornando elle do estrago 15 E ainda isto muito mais notorio
dos Reis, e o abençoou: he, se outro sacerdote se levantar à
2 Ao aual tambem Abraham repar- semelhança de Melchisedec.
tio os dizimos de tudo; e primeira­ 16 O qual nào foi feito segundo a
mente se interpreta Rei de justiça: e Lei do mandamento carnal, senào se­
depois tambem Rei de Salem, que ne, gundo a virtude da vida incorruptível.
Rei de paz: 17 Porque assim testifica elle: Tu
3 Sem pai, sem mài; sem genealogia, es Sacerdote eternamente segundo a
nem tendo principio de dias, nem fim ordem de Melchisedec.
de vida: mas sendo feito semelhante 18 Porque o mandamento precedente
ao Filho de Deos, para sempre fica se abroga, por causa de sua fraqueza
Sacerdote. e inutilidaae.
48

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243 EPISTOLA AOS HEBREOS* VIII, IX.
19 Porque a Lei nenhuma cousa 4 Porque se ainda na terra estivesse,
aperfeiçoou: se n&o a introducç&o de nem tào pouco seria Sacerdote, ha­
huma melhor esperança, pela qual vendo ainda Sacerdotes que segundo
checamos a Deos. a Lei offereçào presentes:
20 E tambem por em quanto sem ju­ 5 Os quaes servem ao exemplar e à
ramento nâo foi feito: (porque bem sombra das cousas celestiaes, como
aquelles sera juramento for&o feitos Moyses divinamente foi avisado, et-
Sacerdotes: tando ja para acabar o Tabemaculo.
21 Mas este com juramento, por Porque olha, diz, que tudo faças con­
aquelle que lhe disse: Jurou o Senhor, forme à forma que no monte se te
e n&o se arrependerá; Tu es Sacer­ mostrou.
dote eternamente segundo a ordem 6 Mas agora alcançou tanto mais ex­
de Melchisedec.) cellente ministério, quanto he M ediar
*22 De tanto melhor concerto Jesus neiro de hum melhor concerto, que
foi feito fiador. em melhores promessas està conár-
23 E aquelles em verdade for&o mado.
muitos Sacerdotes, por quanto pela 7 Porque se aquelle primeiro fóia
morte for&o impedidos de permanecer. irreprehensivel, nunca se buscàra lu­
24 Mas este, porquanto eternamente gar para o segundo.
permanece, tem hum Sacerdocio per­ 8 Porque reprehendendo-os lhes diz:
petuo. Eis que dias vem, diz o Senhor, e so­
25 Portanto tambem perfeitamente bre a casa de Israél, e sobre a casa
pode salvar aos que por elle a Deos se de Judá, estabelecerei hum novo coa-
achegào, viyendo sempre para por certo:
elles interceder. 9 Não seçundo o concerto que com
26 Porque tal Summo Pontifioe nos seus pais hz no dia qtw os tomei pek
convinha, santo, innocente, immacu- mão, para os tirar da terra de Egy]*o:
lado, apartado (los peccadores, e feito porque nào permanecérào naquelle
mais sublime que os ceos: meu concerto, e eu para elles náo at-
27 Que, como os Summos Pontífices, tentei, diz o Senhor.
n&o necessitasse de offerecer cada 10 Porque este he o concerto, que
dia sacrifícios, primeiramente por depois daquelles dias com a casa de
seus proprios peccados, e depois pelos Israel farei, diz o Senhor: Mini*»
do povo: porque isto fez elle huma Leis em seu entendimento porei, e
vez offerecendo-se a si mesmo. em seu coraçáo as escreverei; e eu
28 Porque a Lei constitue por Sum­ lhes serei por Deos, e elles me serto
mos Pontífices a homens fracos: mas por povo.
a palavra do juramento, que depois da 11 E cada hum a seu proximo nâo
Lei fo i feita, ao Filho constitue, que ensinará, nem cada hum a seu irmâo,
para sempre foi consagrado. dizendo j Conhece ao Senhor: porque
todos mo conhecer&o desde o menor
CAPITULO VHI. delles até o maior.
12 Porque serei misericordioso pari
RA a sumrna do que falamos he, com suas injustiças, e de seus pecca­
O que temos hum tal Summo Ponti­ dos, e de suas prevaricaçoens ma»
fice, que està assentado à dextra do me nâo lembrarei.
throno da Magestade em os ceos, 13 Dizendo Novo, ao primeiro enve-
2 Ministro do Santuario, e verdadei­ lheceo: ora o que foi envelhecido, •
ro Tabemaculo, o qual o Senbor fun­ se envelhece, perto estâ de se esvae­
dou, e nào o homem. cer.
3 Porque todo Summo Pontifice he
constituído para offerecer presentes,
e sacrifícios: pelo que necessário era, CAPITULO IX.
que tambem este tivesse algum a cou­ A SSIM que tambem o primeiro bett
ta que offerecer. jLJL tinha ordenanças de Cultorfi*#*>
ê o santuario muiklano.

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EPISTOLA AOS HEBREOS, IX. 243

2 Porque o Tabemaculo foi prepara­ que pelo Espirito eterno a si mesmo


do, a saber o primeiro, em que estava se onereceo imroaculado a Deos, pu­
o candieiro, e a mesa, e os paés da rificará vossas consciências das obras
proposição, que se chama o Santuario. mortas, para servirdes ao Deos vivo ?
3 Mas após o segundo veo estava o 15 E porisso he Medianeiro do Novo
Tabemaculo, que se chama o Santo Testamento, para que intervindo a
dos Santos: morte, para reconciliação das trans-
4 Que tinha o incensário de ouro, e gressoés que havia debaixo do primei­
a Arca do concerto, toda ao redor cu­ ro Testamento, os chamados recebâo
berta de ouro: em que estava a talha a promessa da herança etema.
de ouro, onde estava o mannà, e a 16 Porque aonde ha testamento, ne­
vara de Aaron, que florecéra, e as ta­ cessário he que a morte do testador
boas do concerto. intervenha.
5 E de sobre a Arca os Cherubins 17 Porque o Testamento se confirma
de gloria, que faziâo sombra ao pro­ nos mortos: porquanto valido nâo he,
piciatorio ; das quaes cousas agora em quanto o testador vive.
náo falarémos pontualmente. 18 Pelo que tambem o primeiro nâo
6 Ora estando estas cousas assim foi consagrado sem sangue.
preparadas, bem a todo tempo entra- 19 Porque havendo Moyses pronun­
v*o os Sacerdotes no primeiro Taber- ciado a todo o povo todos os manda­
naculo, para cumprir os serviços divi­ mentos segundo a Lei, tomou o sangue
nos : dos bezerros, e dos bodes, com agua,
7 Mas no segundo só o Summo Pon­ e lâ purpurea, e hysopo, e assim as-
tifice, huma vez no anno, nào sem pergio ao mesmo livro, como a todo o
sangue, o qual offerecia por si mesmo, povo,
e pelas culpas do povo: 20 Dizendo; Este he o sangue do
8 Dando o Espirito Santo isto a en­ Testamento, que Deos vos tem man­
tender, que ainda o caminho do San­ dado.
tuario nfto era descuberto, em quanto 21 E semelhantemente tambem ao
o primeiro Tabemaculo ainda estava Tabemaculo, e a todos os vasos do
em pé: serviço aspergio com o sangue.
9 0 qual era figura para o tempo 22 E quasi todas as cousas, segundo
presente d’entâo, em que se offere- a Lei, se purificào com sangue; e
ciào presentes, e sacrifícios, <jue em sem derramamento de sangue nâo se
quanto a consciência, nâo podiáo san­ faz remissão.
tificar ao que fazia o serviço. 23 Assim que bem era necessário
10 Pois somente consistido em man­ que as figuras das cousas que estào
jares, e beberes, e varios lavamentoa, nos ceos, se purificassem com estas
e justificaçoés da carne, impostas ate cousas; porem as mesmas celestiaes
o tempo da correição, com melhores sacrifícios que estes.
11 Mas vindo Christo, o Summo Pon­ 24 Porque Christo nào entrou no San­
tifice dos bens futuros, por hum maior tuario feito de mâo, figura do verda­
e mais perfeito Tabemaculo, nâo deiro; porem no mesmo Ceo, para
feito de mâos, isto he, nâo desta fei­ agora por nós comparecer perante a
tura : face de Deos.
12 Nem por sangue de bodes e be­ 25 Nem tambem para si mesmo se
zerros. mas por seu proprio sangue offerecer muitas vezes, como o Sum­
huma vez entrou em o Santuario, ha­ mo Pontifice com sangue alheio cada
vendo efifeituado huma eterna re- anno entra no Santuario:
dempçào. 26 (D’outra maneira necessário lhe
13 Porque se o sangue dos touros e fôra padecer muitas vezes desde a
bodes, e a cinza da bezerra espargida fundação do mundo) mas agora na
sobre os immundos, os santifica para consummaçâo dos séculos huma vez
limpeza da came: se manifestou, para aniquilar o pec-
14 Quanto mais o sangue de Christo, cado pelo sacrifício de fti mesmo.

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244 EPISTOLA AOS HEBREOS, X.

37 E como aos homens está ordena­ 13 Esperando o restante, atéqaes»>


do morrerem huma vez, e depois dis­ us inimigos sejâo postos por escabelto
so o juizo: de seus pés.
28 Assim tambem Christo, oífere- 14 Porque com huma oblação con-
cendo-se huma vez para tirar os pec­ summou para sempre aos que sào san­
cados de muitos, a segunda vez sem tificados.
peccado serà visto daquelles que o 15 E tambem o Espirito Santo no-b
esperão para salvaç&o. testifica.
16 Porque depois de haver dJantes
dito: Este he o concerto que com
CAPITULO X. elles farei depois daquelles aias, diz
ORQUE tendo a Lei a sombra dos o Senhor; minhas leis porei em seus
P bens futuros, náo a mesma ima­ coraçoés, e as escreverei em seus en­
gem das cousas, nunca pelos mesmos tendimentos :
sacrifícios, que cada anno continua­ 17 E de seus peccados, e de suas
mente se ofíerecera, pode sautifícar iniquidades, mais me nâo lembrarei.
aos que a elles se achegâo. 18 Ora aonde disto ha remissão, nào
2 D’outra maneira cessaríâo de se of­ ha mais oblação pelo peccado.
ferecer, porquanto, purificados huma 19 Assim que irmãos, pois ia temos
vez os ministrantes, nao teriâo mais ousadia, para pelo sangue de Jesus
nenhuma consciência de peccado. entrar no Santuario,
3 Porem agora nestes cada anuo se 20 Pelo recente e vivo caminho, que
faz recommemoraçâo dos peccados, elle nos consagrou pelo veo, convem
4 Porque impossivel he, que o san­ a saber, por sua came:
gue dos touros e dos bodes tire os pec­ 21 E pois que temos hum grande Sa­
cados. cerdote sobre a casa de Deos;
5 Pelo que, entrando no mundo, diz: 22 Acheguemos-nos com verdadeiro
Sacrificio e offerta nào quizeste, mas coração em inteira certeza de fé; e
o corpo me preparaste: ja os coraçoés purificados da má con­
6 Holocaustos e oblaçoes pelo pecca­ sciência, e o corpo lavado com agua
do te nào agradárâo: limpa:
7 Entào disse: Eis aqui venho, (no 23 Retenhamos firmes a invariavel
principio do livro está escrito de confissão da esperança: (porque fiel
mim:) ò Deos, para fazer tua von­ he o que o prometteo).
tade. 24 E attentemos huns para os outros,
8 Dizendo dantes: Sacrificio, e of­ para nos provocarmos á caridade e a
ferta, e holocaustos, e oblaçoes pelo boas obras:
peccado não quizeste, nem te agradá- 25 Nào deixando nossa mutua con­
rào: (os quaes se oíferecem segundo gregação, como alguns ja tem de cos­
a Lei). tume : antes amoestando-nos huns <m
9 Então disse: Eis aqui venho, ó outros: e isto tanto mais, quanto
Deos? para fazer tua vontade. Assim vêdes que aquelle dia se vai che­
que tira o primeiro, para estabelecer gando.
o segundo. 26 Porque, se depois de ja havermos
10 Em a qual vontade somos santi­ recebido o conhecimento da verdade,
ficados pela oblação do corpo de Je­ voluntariamente peccarmos, ja pelos
su-Christo huma vez feita. peccados mais não resta sacrificio:
11 E bem assistia todo Sacerdote 27 Senào huma horrenda expectação
cada dia administrando e oíferecen­ de juizo, e hum ardor de fogo, que aos
do muitas vezes os mesmos sacrifí­ adversarios ha de devorar.
cios, que nunca podem tirar os pec­ 28 Quebrantando alguem a Lei de
cados : Moyses, sem misericordia nenhuma,
12 Mas este havendo offerecido hum por só o testemunho de duas ou tres
sacrifício pelos peccados, está assen­ testemunhas, morre:
tado para sempre á dextra do Deos: 29 De quanto maior castigo cuidais

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EPISTOLA AOS HEBREOS, XI. 245

vós* será julgado por digno aquelle alcançou testemunho de qne era justo,
xjue aos fés pisar ao Filho de Deos, e porquanto Deos deo testemunho de
tiver por profano o sangue do Testa­ seus presentes: e defunto, ainda fala
mento, com que foi santificado; e por ella.
fizer aggravo algum ao Espirito da 5 Por fé foi Enoch transportado, para
graça? náo ver a morte: e nâo foi acnado,
30 Porque bem conhecemos ao que porquanto Deos o transportára: por­
disse: Minha he a vingança, eu darei que antes de sua transportação alcan­
a recompensa, diz o Senhor. E outra çou testemunho de que a Deos agra­
v ez: o Senhor julgará a seu povo. dava.
31 Horrenda cousa he cahir em as 6 Ora sem fé impossivel he agradar
mâos do Deos vivente. a Deos. Porque necessário he, que
32 Lembrai-vos porem dos dias pas­ aquelle que a Deos se achega, crea
sados, em que depois de serdes íllu- que o ha, e que he galardoador dos
minados, supportastes grande com­ que o buscâo.
bate de afflicçoés. 7 Por fé Noe, divinamente advertido
33 Quando em parte, com vitupérios das cousas que ainda se náo vião,
e tribulações fostes tirados a públicos temeo. e para salvamento de sua fa­
theatros: e em parte communicando milia labricou a Arca: pela qual con­
com os que assim forão tratados. demnou ao mundo, e foi feito herde­
34 Porque tambem vos compade­ iro da justiça que he segundo a fé.
cestes de minhas prisoens, e com gozo 8 Por fé Abraham, sendo chamado,
recebestes o roubo de vossos bens, obedeceo, para sahir ao lugar que
bem sabendo que em vós mesmos havia de receber por herança; o
tendes hum melhor e permanecente nâo sabendo aonde viria, sahio.
bem em os Ceos. 9 Por fé habitou na terra de promis­
35 Nâo rejeiteis pois vossa confiança, são, como em terra alheia, morando
que tem grande remuneração de em cabanas com Isaac e com Jacob,
galardão. herdeiros com elle da mesma pro­
36 Porque de paciência necessitais, messa.
para que havendo feito a vontade de 10 Porque esperava a cidade que
Deos, possais alcançar a promessa. tem fundamentos, da qual Deos he o
37 Porque ainda hum poucochinho, artífice e o fabricador.
e o que ha de vir, virá, e nâo tardará. 11 Por fé recebeo Sara mesma tam­
38 Mas o justo viverá da f é : e se bem virtude de dar semente, e ja
alguem se retirar, minha alma nâo fora do tempo de sua idade pario,
tem nelle prazer. porquanto teve por fiel âquelle, que
39 Mas nós nâo somos daquelles, lho tinha promettido.
ue se retirâo para perdição, senâo 12 Pelo que tambem de hum, e esse
aquelles que crém para a conser­ ja amortecido, tantos em multidão
vação da alma. nascérâo, como as estrejlas do Ceo,
e como a innumeravel areia que está
na praia do mar.
CAPITULO XI. 13 Todos estes morrérâo na fé, náo
RA a fé he o firme fundamento recebendo as promessas, senâo, ven­
O das cousas que se esperâo, e a
prova das cousas que se nâo vêem.
do-as de longe, e crendo-cu, e abra­
çando-as, confessárâo que erão estra­
2 Porque por ella os antigos alcan- ngeiros e peregrinos na terra.
çárão testemunho. 14 Porque os que isto dizem, clara­
3 Por fé entendemos que o mundo mente mostráo que buscâo outra pa­
ela palavra de Deos foi composto; tria.
S e maneira que as cousas que se vê- 15 E se daquella se lembrárâo, de
èm, nâo foráo feitas das que se vêem. que haviâo sahido, que teriâo tempo
4 ror fé offereceo Abel maior sacri­ assaz para tomarem a ella.
fício a D#os, do que Çain: pelo qual 16 Mas agora desejâo huma melhor^

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946 EPISTOLA AOS HEBREOS, XTt.
isto he, a celestial. Pelo qne tambem me faltará, contando de Gideon, e de
Deos se nào envergonha delles para Barac, e de Sampson, e de Jephte, e de
se chamar seu Deos: porque ja lhes David, e de Samuel, e dos Prophetas :
tinha aparelhado huma cidade. 33 Os quaes por fé Vencéráo Reinos,
17 Por fé offereceo Abraham a Isaac, exercitàrào justiça, alcançàrâo as pro­
quando foi tentado; e aquelle que messas, as bncas tapárào aos leoés:
recebéra as promessas, offereceo a 34 Apagàrào a força do fogo, esca-
seu unigénito; párào do fio da espada, da fraqueza
18 (Sendo-lhedito: Em Isaac se te tirárào forças, em Datalha se esforça­
chamará semente) considerando que rão, pozérào em fugida aos exercitos
Deos era poderoso para até dos mor­ dos estranhos:
tos o resuscitar: 35 As mulheres tomárào a receber
19 Por onde tambem em semelhan­ por resurreiçâo seus mortos: e outros
ça o tornou a cobrar. forão estirados, nào aceitando a ofe­
20 Por fé abençoou Isaac a Jacob e recida soltura, por alcançarem huma
a Esau, tocante às consas futuras. melhor resurreiçâo.
21 Por fé, morrendo Jacob, a cada 36 E outros experimentàrâo escame
hum dos filhos de José abençoou: e os e açoutes, e até cadeias e prisoés:
adorou encostado à ponta de seu bor­ 37 Forão apedrejados, serrados, ten­
dão. tados, mortos ao fio dá espada ; an-
22 Por fé, morrendo José, fez men- dárào vestidos de pelles de ovelhas e
çào da sahida dos filhos de Israel, e de cabras: desemparadoe, affligidos,
aeo ordem ácerca de seus ossos. e maltratados:
23 Por fé Moyses, ja nascido, foi es­ 38 (Dos quaes o mundo nào era dig­
condido por seus pais tres mezes, por­ no) perdidos pelos desertos, e montes,
quanto virào qne era hum formoso me­ e covas, e cavernas da terra.
nino, e nào temérào o mandamento 39 E todos e6tes tendo testemunho
dei Kei. pela fé, nâo alcançàrâo a promessa:
24 Por fé Moyses, sendo ja grande, 40 Provendo Deos alguma cousa
recusou ser chamado filho da filha de melhor para nósoutros, para que sem
Pharaó: nòs nào fossem aperfeiçoados.
25 Escolhendo antes ser maltratado
com o povo de Deos, do que por hum
jhjuco de tempo ter o gozo do pec­
CAPITULO xn.
cado. ORTANTO nós tambem, pois de
26 Tendo por maiores riquezas o
vitupério de Christo, do que os the­
P huma tâo grande nuvem de teste­
munhas estamos rodeados, deixemos
souros de Egypto: porque attentava toda carga, e o peccado, que facfl
para a recompensa do galardão. mente nos rodéa, e corramos com pa­
27 Por fé deixou o Egypto, nào te­ ciência a carreira que nos estâ pro­
mendo a ira d^l R ei: Porque firme posta :
esteve, como vendo ao invisível. 2 Olhando para Jesus, Principe e
28 Por fé celebrou a Pascoa, e o consummador da f é : o qual pelo gozo
derramamento de sangue^ para que o que lhe estava proposto, supportou a
destruidor dos primogénitos os nào cruz, desprezando a afronta, e se a»
tocasse. sentou á dextra do throno de Deos.
29 Por fé passàrão o mar vermelho, 3 Porque considerai aaueUe qne con­
como por terra seca, o que os Egyp­ tra si mesmo huma tal contradicçâo
cios intentando, se afibgàrâo. dos peccadores supportou: para qae
30 Por fé os muros de Jericho ca­ nâo enfraqueçais, desfalecendo em
hirâo, sendo por sete dias rodeados. vossos ânimos.
81 Por fé Rachab a meretriz nào 4 Ainda nâo resististes até o sangue,
treoeo cem os desobedientes, reco- combatendo contra o peccado:
K endo em paz os espias. 5 E ja vos esquecestes da exhorta-
£ que mais direi 1 Qne o tempo çào qàe oomvosco, oomo a filhos voe

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EPÍSTOLA AOS HEBREOS, Xtií. 247

iala: íilho meu, nào estimes em pouco das palavras: a qual os que a ouviâo,
a disciplina do Senhor, nem desmaies pedirão que mais se lhes nâo falasse.
quando d’elle fôres reprehendido. 20 (Porque náo podiâo supportar o
6 Porque o Senhor castiga ao que que se lhes mandava. Que se até hu­
ama, e açouta a qualquer, que recebe ma besta tocasse ao monte, seria ape­
por filho. drejada, ou passada com huma frecna.
7 Se supportais a disciplina, Deos se 21 E táo terrivel era a visâo, que
vos apresenta como a íilhos, (porque disse Moyses: Todo assombrado e
que filho ha a quem o pai n&ocastigue?) tremendo estou).
8 Mas se estais sem disciplina, da 22 Antes chegastes ao monte de
qual todos s&o feitos participantes, Sião, e à cidade do Deos vivente, à
bastardos sois logo, e n&o filhos. Jerusalem celestial, e aos muitos mil­
9 Tambem em verdade por castiga­ hares de Anjos:
dores tivemos aos pais de nossa came, 23 A ) universal congregação e Igre­
e os reverenciávamos: n&o nos sujei­ ja dos primogênitos, que estâo escri­
taremos pois muito mais ao Pai dos tos nos Ceos, e a Deos o Juiz de todos,
espíritos, e viverémos ? e ao espiritos dos ja perfeitos justos:
10 Porque aquelles em verdade, por 24 E a Jesus o Medianeiro do Novo
hum pouco tempo, nos castigarão, Testamento, e ao sangue do espargi-
como a elles bem mes parecia; porem mento. que fala melhores cousas que
este para nosso proveito, para que de o de Abel.
sua santidade sejamos participantes. 25 Olhai que nâo rejeiteis ao que
11 £ toda disciplina em verdade, ao fala: porque se aquelles, aue rejeitâ-
presente, n&o parece ser causa de go­ râo ao que na terra dava aivinas res­
zo, senào de tristeza: mas depois de postas, nâo escapàrâo, muito menos
«i dà hum fruto pacifico de justiça aos escaparemos nósoutros, se nos desviar­
exercitados por ella. mos daquelle que he dos Ceos:
13 Portanto tomai a levantar as 26 A voz do qual entâo moveo a
m&os oançadas, e os joelhos descon­ terra: porem agora denunciou, di­
juntados : zendo; Ainda huma ver commoverei,
13 E fazei rectas veredas para vossos n&o só a terra, senâo tambem ao Ceo.
pés: para que o qne manqneija^ se n&o 27 E o que diz: Ainda huma vez,
torça, mas que antes muito mais sare. mostra a mudança das cousas moveis,
14 Segui a paz com todos, e a san- como aquellas que forão feitas, para
tificaç&o, sem a qual ninguém verà que as immoveis permaneçâo.
ao Senhor: 28 Pelo que recebendo o Reino im-
15 Attentando que ninguém desfa­ movel, retenhamos a graça, com que
leça da graça de Deos: que alguma sirvamos a Deos sgrada-velmente
raiz de amargura brotando vos n&o com reverencia e piedade.
perturbe, e por ella muitos se con­ 29 Porque nosso Deos he hum fogo
taminem. consumidor.
16 Que ninguém seja fornicador, ou
profano, como Esau, aue por hum
c a p it u l o xm .
manjar deo seu direito de pnmogeni-
tura. CARIDADE fraternal permane­
17 Porque bem sabeis que ainda de­
pois querendo herdar a benção, foi
A
ça.
2 Nâo vos esqueçais da hospeda­
rejeitado: porque nâo achou lugar degem : porque por ella alguns hospe-
arrependimento, ainda que com la­ dàrâo aos Anjos, nâo o sabendo.
grimas o buscou. 3 Lembrai-vos dos presos, como se
18 Porque nâo chegastes ao monte juntamente estivéreis presos: e doa
maltratados, como sendo vós mesmos
que se podia tocar, e ao fogo incendi-
ao, e à escuridão, e às trévas, e â tambem no corpo maltratados.
tempestade: 4 Venerável he entre todos o matri­
19 £ ao sonido da trombeta, e & voz monio, e a cama sem macula: porem

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348 EPISTOLA A S. JACOBO, I.
aos fornicadores, e aos adúlteros, De­ 16 E não vos esqueçais da. benefi-
os os ha de julgar. cencia e communicação: porque em
5 Vosso costume seja sem avareza, taes sacrifícios toma Deos contenta­
contentando-vos com o presente. Pois mento.
disse: Nào te deixarei, nem te de- 17 Obedecei a vossos Pastores, evos
sempararei. sujeitai a elles. Porque velão por
6 De maneira que com confiança vossas almas, como aquelles que dei-
ousemos dizer: O Senhor he meu aju- las hào de dar conta: para que o fa­
dador, e nào temerei o que o homem ção com alegria, e não gemendo: por­
me possa fazer. que isso não vos seria util.
7 Lembrai-vos de vossos pastores, 18 Rogai por nôs: porque confiamos,
[ue a palavra de Deos vos faiarão: â que temos boa consciência, como
? é dos quaes imitai, attentando para aquelles que em tudo queremos tratar
honestamente.
a sahida de sua conversação.
8 Jesu-Christo he o mesmo hontem, 19 E tanto mais vos rogo que assm o
e hoie, e eternamente. façais, para que eu tanto mais presto
9 Nao vos deixeis levar ao redor com vos seja restituído.
varias e estranhas doutrinas. Porque 20 Ora o Deos da paz, que pelo san­
bom he que o coração se fortifique gue do Testamento eterno, tornou a
com graça, nào com manjares, os trazer dos mortos ao grande Pastor
quaes de nada aproveitàrào aos que das ovelhas, nosso Senhor Jesu-Chri­
se dérão a elles. sto :
10 Hum altar temos, do qual não 21 Esse vos aperfeiçoe em toda boa
tem poder para comerem os que ser­ obra, para fazerdes sua vontade, obran­
vem ao Tabemaculo. do em vós o que perante elle he agra­
11 Porque os corpos dos animaes, davel por Christo Jesus: ao qual seja
cujo sangue pelo peccado se trazia pe­ a gloria para todo sempre. Amen.
lo Summo Pontifice ao Santuario, erão 22 Rogo-vos porem irmãos, que sup-
queimados fora do arraial. porteisa palavra desta amoestaçào:
12 Portanto tambem Jesus, para que porque em breve vos escrevi,
ao povo por seu proprio sangue santi­ 23 Sabei que ja o irmão Timotheo
ficasse, padeceo fora da porta. està solto, com o qual (se presto vier)
13 Sayamos pois a elle fora do arrai­ vos verei.
al, levando seu vitupério. 24 Saudai a todos vossos Pastores, e
14 Porque nào temos aqui cidade a todos os santos. Os de Italia vos
permanecente, mas buscamos a futura. saudào.
15 Portanto offereçamos sempre por 25 A graça seja com todos vósoutros.
elle a Deos sacrifício de louvor, isto Amen.
he, o fruto dos beiços, que confessem Escrita de Italia aos Hebreos, e en­
seu nome. viada por Timotheo.

EP I S T OL A U N I V E R S A L DO APOSTOLO

S. JACOBO.

CAPITULO I. gozo, quando cahirdes em varias ten-


taçoés:

J ACOBO servo de Deos e do Senhor 3 Sabendo que a prova de vossa fé


Jesu-Christo, ás doze tribus que obra paciência.
andão espargidas, saude. 4 Tenha porem a paciência a obra
2 Meus irmào?, tende por grande perfeita, para que sejais perfeitos e

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EPISTOLA DE 3. JACOBO, II. 249
totalmente sinceros, em nada faltan­ dicia e superfluidade de malicia, re­
do. cebei com mansidão a palavra em
5 E se algum de vósoutros tem falta vós enxertada, a qual pode salvar vos­
de sabedoria, a peça a Deos, que a sas almas.
todos liberalmente a dá, e em rosto o 22 E sêde obradores da palavra, e
náo deita: e lhe será dada. nâo somente ouvidores, enganando-vos
6 Porem a peça em fé. náo duvidan­ com falsos discursos.
do : porque o que duvida. semelhan­ 23 Porque se alguem he ouvidor da
te he á onda do mar, que do vento he palavra, e nào obrador. semelhante
levada, e de huma à outra parte lan­ he ao varào que ao espelho considéra
çada. seu rosto natural.
7 Porque náo pense o tal homem que 24 Porque se considerou a si mesmo,
receberá cousa alguma do Senhor. e se foi, e logo se esqueceo que tal
8 O homem de dobrado coraçáo em era.
todos seus caminhos he inconstante. 25 Porem aquelle que bem attenta
9 Porem o irmâo abatido se glorie para a perfeita Lei de liberdade, e
em sua alteza. nisso persevéra, nâo sendo ouvidor es-
10 E o rico, em seu abatimento: quecediço, senào fazedor da obra:
rque se passará como a flor da este tal digo, será bemaventurado em
rva. seu feito.
11 Porque com ardor o sol sahio, e a 26 Se alguem entre vósoutros cuida
herva secou, e sua flor cahio, e a for­ ser religioso, e não refrea sua lingua,
mosa apparencia de seu aspecto pe- antes engana seu coração, vâ he a re­
receo: assim tambem o rico se mur­ ligião do tal.
chará em seus caminhos. 27 A religião pura e immaculada
Bemaventurado o varáo que sofre para com nosso Deos è Pai, he esta:
a tentação: porque quando for prova­ visitar aos orfâos e às viuvas em suas
do, receberá a coroa da vida, a qual tribulações, e se guardar immacula­
o Senhor tem promettido aos que o do do munao.
amáo.
13 Ninguém, sendo tentado, diga;
c a p it u l o n.
De Deos sou tentado: porque Deos
náo pode ser tentado dos males, e táo EUS irmàos, nâo tenhais a fé de
pouco a ninguém tenta.
14 Porem cada hum he tentado,
M nosso Senhor Jesu-Christo, o Se­
nhor da gloria, em aceitação de pes­
quando de sua própria concupiscência soas.
he atrahido e engodado. 2 Porque se em vosso ajuntamento
15 Depois havendo a concupiscência entra algum homem com anel de ou­
concebido, pare o peccado; e sendo ro no dedo, e com vestidos preciosos;
o peccado consummado, gera a morte. e entra tambem algum pobre singe­
16 Nào erreis, meus amados irmàos. lamente vestido:
17 Toda boa aadiva, e todo dom per­ 3 E attentardes para o que traz o
feito he do alto, que desce do Pai das vestido precioso, e lhe disserdes: As­
luzes: em quem não ha mudança, senta-te tu aqui honradamente : e ao
nem sombra de variação. pobre disserdes: Està-te tu ali em
18 Segundo sua própria vontade elle pé; ou, assenta-te abaixo de meu
nos gerou pela palavra da verdade: estrado:
para que fossemos como primicias de 4 Porventura nào fizestes diíferença
suas creaturas. em vós mesmos, e vos fizestes juizes
19 Assim que, meus amados irmãos, de maos pensamentos:
todo homem seja prompto para ouvir, 5 Ouvi, meus amados irmàos, por
tardio para falar, tardio para se irar. ventura nâo escolheo Deos aos pobres
20 Porque a ira do varão náo obra a deste mundo para ser ricos em fé, e
justiça ae Deos. herdeiros do Reino, que promette ao*
91 Pelo qae rejeitando toda immun- que o amáo 1
48 *
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250 EPISTOLA DE S. JACOBO, HL
6 Porem vósoutros deshonrastes ao
pobre. Porventura nfto vos oppri­ offereceo a seu Sho Isaac sobre e
mem os ricos com tyrannia, e por vós altar?
puxâo aos tribunaes ? 22 Vês tu fogoque a fé cooperou oom
7 Porventura nâo blasphemâo elles suas obras, e que a fé foi aperfeiçoa­
o bom nome que sobre vósoutros foi da pelas obras:
invocado ? 23 E a Escritura se cumprio, a qual
8 Todavia, se conforme á Escritura, diz; e creo Abraham a Deos, e foi
cumprirdes a Lei real: Amarás a teu lhe contado por justiça, e foi chama­
proximo como a ti mesmo, bem fa­ do amigo de Deos.
zeis : 24 Vèdes logo agora que o homem
9 Porem se aceitais a apparencia da he justificado pelas obras, e nâo so­
pessoa, cometteis peccado; e da Lei mente pela fé f
como transgressores sois redargui­ 25 E semelhantemente Rachab a
dos. meretriz, por ventura nâo foi tambem
10 Porqne qualaoer que guardar to­ ustificacia pelas obras, quando recol-
Í
da a Lei. e onender em hum só ponto, ieo aos mensageiros, e os despedio
por outro caminno %
culpado ne de todos.
11 Porque aquelle que disse: N&o 26 Porque assim coroo o corpo sem
cometteràfl adultério, tambem dis­ o espirito está morto, assim tambem a
se : N&o matarás. Pois se tu nâo fé sem as obras está morta.
cometteres adultério, mas matares,
transgressor da Lei estás feito.
12 Assim falai, e assim obrai, como CAPITULO m .
aquelles que haveis de ser julgados EUS irmãos, nâo sejais muitos
pela Lei da liberdade. M mestres, sabendo que recebere­
13 Porque juizo sem misericordia vi­ mos tanto maior condemnaçâo.
rá sobre aquelle^ que nâo fez miseri­ 2 Porque todos tropeçamos em mui­
cordia: e a misericordia se gloria tas cousas. Se alguem nâo tropeça
contra o juizo. em palavra, o tal varâo perfeito íeT
14 Meus irmãos, que aproveita, se poderoso para tambem refrear todo o
alguem disser que tem a fé, e nâo ti­ corpo.
ver as obras % porventura o pode sal­ 3 Vèdes aqui nosoutros aos cavallos
var a tal fé ? pômos freios nas bocas, para aue no»
15 E se o irmâo, ou a irmâ estive­ obedeçâo, assim viramos todo seu
rem nus, e tiverem falta do manti­ corpo.
mento quotidiano: 4 Vêdes aqui tambem as náos? sen­
16 E algum de vos lhes disser: Ide do tâo grandes, e levadas de impe­
em paz, aauentai-vos, e fartai-vos: tuosos ventos, comtudo se virâo com
e lhes nâo aerdes as cousas necessa- hum bem pequeno leme para onde
rias para o corpo, que prpveito lhes quer que quizer a vontade daquelle
virá aahi ? que as governa.
17 Assim tambem a fé, se nâo tiver 5 Assim tambem a lingua he hum
as obras, em si mesma està morta. bem pequeno membro, e se gloria de
18 Porem dirá alguem: Tu tens a grandes cousas. Vèdes aqui num pe­
fé, e eu tenho as obras: mostra-me queno fogo quâo grande bosque en-
tua fé por tuas obras, e eu te mostra­ cende.
rei minha fé por minhas obras. 6 A lingua tambem he hum fogo,
19 Tu cres que ha hum só Deos: hum mundo de iniquidade: a »im a
bem fazesj tambem os demonios o lingua está posta entre nossos mem­
crem, e estremecem. bros, e contamina todo o corpo, e in-
20 Mas, ó homem vâo, queres tu flamma a roda dê nossa nascença, e
saber que a fé sem as obras está se inflamma até do inferno.
morta? 7 Poraue toda a natureza, assim de
21 Porventura nâo foi Abraham nos- bestas feras como de aves, assim d*

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EPISTOLA DE S. JACOBO, IV, 251

reptis como de animaes do mar, se 4 Adúlteros, e adulteras, nâo sabeis


amansa, e foi amansada pela nature­ vós que a amizade do mundo, he in­
za humana: imizade contra Deos? Portanto qual­
8 Mas nenhum homem pode amansar quer que quizer ser amigo do mundo,
a lingua. Hum mal que se não pode se constitue por inimigo de Deos.
refrear: cheia de peçonha mortal. 5 Ou cuidais vós que a Escritura d iz
9 Com ella bemdizemos a nosso De­ em vâo: Porventura o Espirito que em
os e Pai, e com ella maldizemos aos nos habita, tem desejo de inveja?
homens, feitos a semelhança de Deos. 6 Antes ainda dà maior graça. Por­
10 De huma mesma boca procede tanto diz a Escritura: Deos resiste
benção, e maldição. Meus irmãos, aos soberbos, porem dá graça aos hu
nào convem que isto se faça assim. mildes.
11 Porventura deita alguma fonte 7 Sujeitai-vos pois a Deos: resisti ao
por hum mesmo manancial o doce, e diabo, e fugirá de vósoutros.
o amargoso ? 8 Chegai-vos a Deos, e elle chegará
12 Meus irmãos, pode tambem a a vósoutros. Alimpai as mâos pecca­
figueira produzir azeitonas, ou a vi­ dores : e vós dobrados decoração, pu­
deira figos? Assim tambem nenhuma rificai os coraçoés.
fonte pode produzir agua salgada, e 9 Senti vossas misérias, e lamentai,
doce. e chorai: vosso riso se converta em
13 Quem he sabio e entendido entre pranto, e vosso gozo em tristeza.
vósoutros ? mostre por seu bom trato 10 Humilhai-vos perante o Senhor, e
suas obras em mansidão de sabedo­ elle vos exaltará.
ria. 11 Irmãos, não faleis mal huns dos
14 Porem se tendes inveja amarga, outros. Quem de seu irmão fala mal,
e contenda em vosso coração, não vos e julga a seu irmâo, da Lei fala mal,
glorieis nem mintais contra a ver­ e julga a Lei. E se tu julgas a Lei,
dade. ja nâo es fazedor da Lei, senâo juiz.
15 Não he esta a sabedoria que do 12 Hum só Legislador ha, que pode
alto desce; senão terrena, animal, e salvar e destruir. Porem quem es tu
diabólica. que iulgas a outro ?
16 Porque onde ha inveja e conten­ 13 Eia pois agora vós. os que dizeis:
da, ahi ha perturbação, e toda obra Hoje, ou amanhã, iremos a huma tal
perversa. cidade, e là passaremos hum anno, e
17 Mas a sabedoria que he do alto, contrataremos, e ganharémos:
primeiramente he pura. depois paci­ 14 Vós, digo, que nào sabeis o que
fica, moderada, tratavel, cheia de mi­ àmanhà acontecerá: Porque, que he
sericordia, e de bons frutos, parcial­ vossa vida ? Pois hum vapor he, que
mente nâo julgando, e não fingida. por hum pouco apparece, e depois se
18 Ora o fruto de justiça se seméa esvaéce.
em paz, para os que paz exercitâo. 15 Em lugar que devieis dizer: Se o
Senhor quizer, e vivermos, isto ou
aquillo faremos.
CAPITULO IV.
16 Mas agora vos gloriais em vossas
?ONDE vemguerras e pelejas entre presumpçoés: toda a tal gloriaçâo he
D vósoutros? Porventura nâo vem maligna.
17 Assim que aquelle, que sabe fa­
daqui, a saber de vossos deleites, que
em vossos membros guerreâo ? zer o bem, e não o faz, commette pec­
2 Cobiçais, e nada tendes: sois in­ cado.
vejosos e cobiçosos, e nâo podeis al­
cançar : combateis e guerreais, e na­ CAPITULO V .
da tendes, porque não pedis,
3 Pedis, e nâo recebeis: porque pe­ IA pois agora vós ricos, chorai e
dis mal, para o gastardes em vossos
deleites.
Epranteai por vossas misérias, que
sobre yós hão de yít.

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252 I. EPISTOLA DE S. PEDRO, L

S Vossas riquezas est&o apodrecidas, tes a totenmcia, de Job, e vistes o fim


e vossos vestidos est&o oomídos da do Senhor; que o Senhor he mãi
traça: misericordioso e piedoso.
3 Vosso ouro e prata está ferrugen­ 12 Porem-sobre tudo, irmáoa meus,
to : e sua ferrugem vos será em tes­ n&o jureis pelo Ceo, nem pela terra,
temunho, e comerá vossa came como nem qualquer outro juramento: mas
fogo: enthesourastes para os últimos V0S60 sim, seja sim, e vosso nào, náo:
dias. para que nâo cayaisem condemna*
4 Vêdes aqui o jornal dos trabalha­ çâo.
dores, que segàrâo vossas terras, e o 13 Está alguem entre vósoutros affli
qual por vôs foi diminuido, clama: e gido? Ore: está alguem contente!
os clamores dos que as segàrào entrâ- Psalmodie.
r&o em os ouvidos do Senhor dos ex­ 14 Está entre vósoutros alguem do­
ercitos. ente? chame a si aos Anciáos da
5 Deliciosamente vivestes sobre a Igreja, e orem sobre elle, ungindo-o
terra, e vos deleitastes: cevastes vos­ oom azeite em o riome do Sentior.
sos coraçoens como em dia de ma­ 15 E a oração de fé salvará ao do­
tança. ente, e o Senhor o levantará: e se
6 Ao justo condemnastes e matas­ houver comettido peccados, lhe serào
tes : t elle vos n&o resistio. perdoados.
7 Sêde pois, irm&os, pacientes até á 16 Confessai vossas culpas huns aos
vinda do Senhor. Eis aqui o lavra­ outros, e orai huns pelos outros, para
dor espéra o fruto precioso da ter­ que sareis: a oração efficaz do juste
ra, aguardando-o com paciência, até pode muito.
ue receba a chuva temporá e serò- 17 Elias era homem sujeito ás mes­
ia. mas paixoés que nós, e orando, pedio
8 Vós tambem sêde pacientes, e for­ que nâo chovesse: e nào choveo so­
talecei vossos coraçoés: poraue ja a bre a terra por tres annos e seis me­
vinda do Senhor vem chegando. zes.
9 Irm&os, n&o suspireis huns contra 18 E outra vez orou, e o Ceo dee
os outros, para que nâo sejais condem- chuva, e a terra produzio seu fruto.
nados. Eis que o Juiz està á porta. 19 Irmàos, se alguem entre vósou­
10 Meus irmãos, tomai por exemplo tros tem errado da verdade, e alguem
de afllicçáo e de paciência aos Pro­ o converter:
phetas, que falàrào em nome do Se­ 20 Saiba o tal que aquelle que con­
nhor, verter a hum peccador do erro de seu
11 Vêdes aqui temos por bemaven- caminho, de morte salvará huma al­
turados aos que sofrem. Bem ouvis­ ma, e cubrirá multidão de peccados.

I. E P I S T O L A U N I V E R S A L DO APOSTOLO

S. P E D R O .

c a p i t u l o I. sangue de Jesu-Christo: Graça e paz


vos seja multiplicada.
TJEDRO Apostolo de Jesu-Christo,aos 3 Bemdito seja o Deos e Pai de nos­
X estrangeiros espargidos em Ponto, so Senhor Jesu-Christo, o qual segun­
Galacia, Cappadocia, Asia, e Bythinia : do sua grande misericordia, nos re­
2 Eleitos segundo a presciencia de generou para huma viva esperança,
Deos Pai, em santificação de Espiri­ pela resurreiçào de Jesu-Christo d’en-
to, para a obediencia e aspers&o do tre os mortos ;

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L EPISTOLA DE S. PEDRO, II. 263
'4 Para a herança incorruptível, e 17 E ae por Pai invocais aquelle,
incontaminavel, e que se não pode que sem aceitação de pessoas, julga
murchar, guardada em os Ceos para segundo a obra ae cada hum: andai
vósoutros. em temor o tempo de vossa nabita-
5 Que pela fé estais guardados em çâo:
a virtude de Deos, para a salvação, 18 Sabendo que de vosso vão cos­
ja prestes para se revelar em o ulti­ tume, que por tradição dos pais rece­
mo tempo. bestes, fostes resgatados, nào com
6 Em que vósoutros vos alegrais, cousas corruptíveis, como com prata
estando por agora (se he que assim ou com ouro:
importa) por hum pouco contristados 19 Senão com o precioso sangue de
com varias tentações: Christo, como de num immaculado e
7 Para que a prova de vossa fé, mui­ incontaminado cordeiro:
to mais preciosa que o ouro que pere­ 20 O qual bem ja d’antes foi conhe­
ce, e pelo fogo he provado, se ache cido desde antes da fundação do
em louvor, e honra, e gloria, na reve­ mundo, porem manifesto nestes últi­
lação de Jesu-Christo. mos tempos por amor de vósoutros:
8 Ao qual não o havendo visto, o 21 Que por elle credes em Deos. o
amais; em o qual, não o vendo ago­ uai dos mortos o resuscitou, e Ine
ra, porem orendo, vos alegrais com
gozo ineffavel e glorioso.
2 eo gloria, para que vossa fé e espe­
rança estivesse em Deos.
9 Alcançando o fim de vossa fé, a 22 Portanto purificando vossas almas
saber a salvação das almas. pelo Espirito em a obediencia dá ver­
10 A1cerca da qual salvação inquiri­ dade, para caridade fraternal não fin­
rão e examinarão os Prophetas, que gida; amai-vos ardentemente huns
prophetizarão da graça que vos foi aos outros de hum puro coração:
23 Sendo ja regenerados, nào de se­
11 Indagando quando, ou em qual mente corruptível, senão incorruptí­
tempo, o Espirito de Christo, que nel­ vel, pela viva palavra de Deos, e que
les estava, significasse, e d’antes tes­ para sempre permanece.
tificasse as paixoés que a Christo ha­ 24 Porque toda carne he como a
vido de vir, e a gloria que se lhe havia herva, e toda a gloria do homem co­
de seguir. mo a flor da herva. Secouse a herva,
12 Aos quaes foi revelado, que não e cahio sua flor:
para si mesmos, senão para nosoutros 25 Mas a palavra do Senhor perma­
administravão estas cousas, que agora nece para sempre: e esta he a pala­
vos forão denunciadas pelos que pelo vra que entre vós foi evangelizada.
Espirito santo do Ceo enviado, vos
pregàrão o Evangelho: nas quaes CAPITULO II.
cousas os Anjos, até o mais interior,
desejào olhar. EIXANDO pois toda malicia, e to­
13 Portanto cingindo os lombos de
vosso entendimento, e sobrios, esperai
D do engano, e fingimentos, e in­
vejas, e todas murmuraçoés,
inteiramente na graça, que se vos 2 Desejai affectuosamente, como
offereceo na revelação de Jesu-Chri­ meninos novamente nascidos, o leite
sto. racional, nào falsificado, para que
14 Como íilhos obedientes, não vos por elle vades crescendo:
conformando com as concupiscen- 3 Se porém ja gostastes que o Senhoi
cias, que dJantes havia em vossa ig- he benigno.
norancia. 4 Ao qual chegando-vos, como a hu­
15 Mas como aquelle que vos cha­ ma pedra viva. dos homens em ver­
mou, he santo, sêde vósoutros tam­ dade reprovaaa, porém para com
bem santos em todo vosso costume. Deos eleita e preciosa:
. 16 Porquanto escrito està. Sêde 5 Tambem como pedras vivas, vos
santos, porque eu sou santo. edificai por casa espiritual e santo

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254 I. EPISTOLA DE. S. PEDRO, III.

sacerdocio, para offerecer sacrifioios I 18 Vósoutros servos, suieitai-vos com


espirituaes, a Deos agradaveis por I todo temor a vossos Senhores, nâo só»
Jesu-Christo. mente aos bons e humanos, mas tam­
6 Pelo que tambem na Escritura se bem aos rigorosos.
contém: Eis que ponho em Sião a 19 Porque cousa agradavel he, se
principal pedra da esquina, eleita, e alguem, por causa da consciência pa­
preciosa: e quem nella crer náo será ra com Deos, sofre moléstias, pade­
confundido. cendo injustamente.
7 Assim que para vós os que cre­ 20 Porque, que louvor he, se peccan-
des, preciosa vos he : mas para os do, sois abofeteados e o sofreis ? Mas
rebeldes se diz: a pedra que os edi­ se fazendo bem, sois afiligidos, e o
ficadores reprovárào, essa foi feita sofreis j isso he agradavel a Deos.
por cabeça da esquina, e por pe­ 21 Poraue para isto sois chamados,
dra de tropeço, e por penha de escan- pois tambem Christo por nós padeceo,
dalo: deixando-nos exemplo, para que si­
8 A saber para aauelles que tropeção gais suas pisadas.
em a palavra, sendo rebeldes, para o 22 O qual nâo commetteo peccado,
que tambem foráo ordenados. nem engano em sua boca foi acha­
9 Mas vósoutros sois a geração elei­ do.
ta, o sacerdocio real, a gente santa, e 23 O qual quando o injuriavâo. náo
o povo acquirido: para que denun­ tornava a injuriar: e quando paaecia,
cieis as virtudes daquelle que vos nâo ameaçava: mas se remettia áquel-
chamou das trevas para sua maravi­ le que justamente julga:
lhosa luz: 24 O qual mesmo levou nossos pec­
10 Vós que d*antes nâo ereis povo, cados em seu corpo sobre o madeiro:
mas agora sois o povo de Deos: que para que mortos para os peccados, vi
d’antes nâo alcançáreis misericor­ vamos para a justiça: por cuja ferida
dia, mas agora alcançastes miseri­ sarastes.
cordia. 25 Porque ereis como ovelhas des­
11 Amados, como a peregrinos e garradas : mas agora ja estais conver­
forasteiros vos amoesto, que vos ab­ tidos ao Pastor e Bispo de vossas al­
stenhais das concupiscencias camaes, mas.
que contra a alma militâo.
12 Tendo vossa conversação honesta
entre as Gentes: para que em o que de CAPITULO UI.
vós, como de malfeitores, falâo mal, EMELHANTEMENTE vós mu­
no dia da visitação glorifiquem a lheres, sede sujeitas a vossos pro-
Deos, pelas boas obras que em vós prios maridos: para que tambem, se
virem. alguns à palavra nâo obedecem, pelo
13 Portanto sujeitai-vos a toda or­ trato das mulheres, sejâo gannados
denação humana por amor do Senhor: sem palavra.
seja ao Rei como a Superior: 2 Considerando vosso casto trato em
14 Seia aos Governadores, como aos temor.
que delle sâo enviados, para castigo 3 O enfeite das quaes seja, nâo o ex
em verdade dos malfeitores, mas para terior, em encrespamento de cabellos,
louvor dos que bem fazem. ou atavio de ouro, ou compostura de
15 Porque assim he a vontade de De­ vestidos:
os, que bem fazendo, tapeis a boca à 4 Senâo o homem encuberto do co­
ignorancia de homens loucos: raçáo, em o incorruptível enfeite de
16 Como libertos, e náo como tendo hum espirito manso e quieto: que he
a liberdade por cobertura de malicia, precioso diante de Deos.
senâo como servos de Deos. 5 Porque assim se enfeitavâo tam­
17 Honrai a todos: amai a frater­ bem antigamente as santas mulheres,
nidade : temei a Deos: honrai ao que esperavâo em Deos, e erão sujei­
Hei. tas a seus proprios maridos:

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I. EPISTOLA DE S. PEDRO, IV. H55

. 6 Como Sara obedecia a Abraham, 19 No qual tambem indo, prégouaos


chamando-lhe Senhor; da qual vós­ espiritos em prisão postos.
outros sois feitas filhas, bem fazendo, 20 Os quaes antigamente forão re­
e nâo temendo nenhum espanto. beldes, quando a longanimidade de
7 Semelhantemente vós maridos, ha­ Deos aguardava huma vez em os di­
bitai com ellas com entendimento, as de Noè, aparelhando-se a Arca:
dando honra á mulher, como a vaso em a qual poucas (isto he oito) almas,
mais fraco, como aquelles que junta­ pela agua se salvàrão.
mente com ellas sois herdeiros aa gra­ 21 A cujo correspondente exemplar
ça da vida: para que vossas oraçoés o baptismo tambem agora nos salva,
nào sejào impedidas. não o do despojamento da immundi­
8 E finalmente, sêde todos de hum cia do corpo, mas o da interrogação
mesmo sentido, compassivos, amando de huã boa consciência para com
aos irm&os, entranhavelmente mise­ Deos, pela resurreiçâo de Jesu-Chri­
ricordiosos, e affaveis: sto:
9 Náo tornando mal por mal, ou in- 22 O qual está à dextra de Deos, sen­
‘uria por injuria: antes ao contrario,
{>emdizendo: sabendo que a isto sois
do subido ao ceo: havendo-se-lhe su­
jeitado os Anios, e as potestades, e as
chamados, para que em herança al­ potências.
canceis a Denç&o:
10 Porque quem quer amar a vida,
e ver os dias bons^ refreye soa lingua CAPITULO IV.
de mal, e seus beiços, que n&o falem RA pois ja que Christo padeceo
engano.
U Aparte-se do mal, e faça o bem:
O por nós em a came, vós tambem
vos armai com este mesmo pensa­
busque a paz, e a siga. mento, a saber que aquelle que pa­
12 Porque os olhos* do Senhor est&o deceo em a came. ja cessou ao pec­
sobre os justos, e seus ouvidos attentos cado:
a suas oraçoes: mas o rosto do Senhor 2 Para ja o tempo que ainda resta em
he contra os que fazem males. a carne, nào mais viver segundo as
13 E qual he aquelle que vos farà concupiscencias dos homens, senão
m al; se fordes imitadores do bem % segundo a vontade de Deos.
14 Mas se tambem padecerdes por 3 Porque bem nos basta que o tem­
amor da justiça, sois bemaventurados: po passado da vida cumprimos a von­
e n&o temais por temor delles, nem tade dos Gentios, e andamos em dis-
vos turbeis: soluçoés, concupiscencias, borrachi-
15 Antes santificai ao Senhor Deos ces, çlotonarias, Debedices, e abomi-
em vossos coraçoés: e sempre estai naveis idolatrias.
aparelhados, para responder com man­ 4 0 que em vósoutros estranhão, por
sidão e temor a cada qual que vos nào correrdes com elles no mesmo
jpedir razão da esperança que em vós desenfreamento de dissolução, de vós
blasfemando:
16 Tendo huma boa consciência, pa­ 5 Os quaes hão de dar conta ao que
ra que em o que de vós, como de mal­ està aparelhado para julgar aos vivos,
feitores, fal&o mal, fiquem confundi­ e aos mortos.
dos os que blasfem&o de vosso bom 6 Porque para isto tambem foi evan­
trato em Christo. gelizado aos mortos, para que em ver­
17 Poraue melhor he que padeçais dade fossem julgados segundo os ho­
fazendo bem (se a vontade de Deos mens em a came, porem vivessem
assim o quer) do que fazendo mal. segundo Deos em Espirito.
18 Porque tambem Christo padeceo 7 E ja o fim de todas as cousas està
huma vez pelos peccados, o justo pe­ perto: Por tanto «ède sobrioS, e vigi­
los injustos: para que nos levasse a ai em oraçoés.
Deos, mortificado em verdade na car­ 8 Mas sobre tudo tende ardente ca*
pe, porem vivificado pelo Espirito; ridade huns para com os outros; pofr

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2Ô6 I. EPISTOLA DE S. PEDRO, V.
que a caridade cnbriri mnltidáo de nha das afSicçoés de Chriflto, e parti­
peccados. cipante da gloria que se ha de reve­
9 Hospedai-vos huns aos outros, sem lar :
murmurações. 2 Apascentai o rebanho de Deos que
10 Cada hum como recebeo o dom, entre vósoutros está, tendo cuidado
assim o administre aos outros, como delle, nào por força, mas voluntaria­
bons dispenseiros da varia graça de mente : nem por torpe ganancia, mas
Deos. de hum animo prompto:
11 Se alguem falar, fede como as pa­ 3 Nem como tendo senhorio sobre
lavras de Deos: se alçuem adminis­ as herdades do Senhor, senào servin­
trar, administre como da potência que do de exemplos ao rebanho.
Deos dá : para que em tudo Deos se­ 4 E quando o Summo Pastor appare-
ja glorincado por Jesu-Christo: a cer, alcançareis a coroa incorruptível
quem pertence a gloria, e a potência da gloria.
para todo sempre, Amen. 5 Semelhantemente vós mancebos,
12 Amados, náo estranheis o ardor sêde sujeitos aos Anciáos: e to­
da afflicçáo, que vos sobrevêm para dos sêde sujeitos huns aos outros: ves-
vos tentar, como se alguma cousa es­ ti-vos de humildade: porque Deos re­
tranha vos acontecesse : siste aos soberbos, mas dá graça aos
13 Antes assim como communicais humildes.
as afEicçoés de Christo, assim tambem 6 Humilhai-vos pois debaixo da po­
nellas vos alegrai: para que tambem tente mào de Deos, para que vos er-
em a revelação de sua gloria vos re­ alte a seu tempo:
gozijeis e alegreis. 7 Lançando sobre elle toda vossa so­
14 Se pelo nome de Christo sois vi­ licitude : por que elle tem cuidado
tuperados, bemaventurado* sois: por­ de vós.
que o Espirito da gloria, e o de Deos 8 Sêde sobrios, e velai: porqne vos­
repousa sobre vósoutros: o qual, quan­ so adversario. o Diabo, anda come
to a elles, he blasfemado, mas quanto Leâo braminao ao redor de vósoutros,
a vós glorificado. buscando a quem possa tragar.
15 Porém nenhum de vós padeça 9 Ae qual resisti firmes na fé : sa­
como homicida, ou ladrào, ou malfei­ bendo que as mesmas afílicçoés se
tor, ou como o que se entremette em cumprem em vossa irmandade no
negocios alheios: mundo.
16 Mas se vadece como Christâo, náo 10 Ora o Deos de toda graça, que
se envergonne, antes glorifique a De­ em Christo Jesus nos chamou a sua
os nesta parte. eterna gloria, depois de havermos pa­
17 Porque ja he tempo que o juizo decido num pouco, o mesmo vosapei*
começe desde a Casa de Deos: e se feiçoe, confirme, fortifique, e estabe­
primeiro de nós começa, qual será o leça,
fim daquelles, que sáo desobedientes 11 A elle seja a gloria, e a potência
ao Evangelho de Deos ? para todo sempre. Amen.
18 E se o justo apenas se salva, aonde 12 Por Silvano, vosso fiel irmâo, co­
apparecerá o impio e peccador ? mo cuido, vos escrevi brevemente,
19 Portanto tambem os que segundo exbortando-vos o testificando, que es­
a vontade de Deos padecem, lhe en- ta he a verdadeira graça de Deos em
commendem suas almas, como ao fiel que estais.
creador, bem fazendo. 13 Sauda-vos a Igreja que está co-
eleita em Babylonia, e tambem Mar­
cos meu filho.
CAPITULO V.
14 Saudai-vos huns aos outros com
OS Anciáos, qne entre vósoutros beijo de caridade. Paz seja com to­
A estào, amoesto eu. que juntamen­ dos vósoutros, os que estais em Chri­
te com elle» sou Aneiáo, e testemrv. sto Jesus, Amen»

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ü; EPISTOLA DO S. PEDRO, I, H. 957

II. E P I S T O L A U N I V E R S A L DO APOSTOL O

S. PEDRO.

CAPITULO I. bem as saibais, e na verdade presen­


te estejais confirmados.
S IMÃO Pedro, servo e Apostolo de
Jesu-Christo, aos que alcançá-
rão comnosco igual preciosa fé pela
13 E por justo tenho, em quanto
neste tahemaculo estiver, de vos des­
pertar com amoestaçoés:
justiça de nosso Deos e Salvador Jesu- 14 Sabendo que brevemente hei de
Christo : deixar este meu tabemaculo, como
2 Graça e paz vos seja multiplicada, tambem nosso Senhor Jesu-Christo
pelo conhecimento de Deos, e de Je­ já m’ 0 tem revelado.
sus nosso Senhor: 15 Mas tambem eu em toda occa-
3 Como sua divina potência nos deo sião procurei, que depois de meu tran­
tudo o que pertence à vida e piedade, sito tenhais lembrança destas cousas.
pelo conhecimento daquelle que nos 16 Porque a virtude e vinda de nos­
chamou a gloria e virtude : so Senhor Jesu-Christo vos não fize­
4 Pelas quaes nos sào dadas grandís­ mos saber seguindo fabulas artificial­
simas e preciosas promessas, paraque mente compostas, mas nós mesmos
por ellas fiqueis participantes da na­ vimos sua Magestade.
tureza Divina, havendo escapado da 17 Porque de Deos Pai recebeo hon­
corrupção, que ha no mundo pela ra e gloria, quando huma tal voz da
concupiscência. magnifica gloria lhe foi enviada, Es­
5 E vósoutros tambem pondo nisto te he meu amado Filho, em quem te­
mesmo toda diligencia, accrescentai nho meu bom contentamento.
à vossa fé virtude, e à virtude sciencia, 18 E esta voz enviada do Ceo ouvi­
6 E à sciencia temperança, e à tem­ mos, estando nós com elle no monte
perança paciência, e â paciência pie­ santo.
dade, 19 E temos a palavra dos Prophetas,
7 E ã piedade amor fraternal, e ao mui firme: à qual bem fazeis de es­
amor fraternal caridade para comtodos. tardes attentos, como a huma luz que
8 Porque se estas cousas em vós alumia em lugar escuro, até que o
houver, e abundarem, não vos deixa­ dia esclareça, e a estrella d5alva saya
rão ociosos, nem estereis, no conhe­ em vossos coraçoés.
cimento de nosso Senhor Jesu-Chri­ 20 Sabendo primeiramente isto, qne
sto. nenhuma prophecia da Escritura he
9 Porque aquelle em quem estas de particular interpretação.
cousas não ha, he cego, nada vendo 21 Porque a propnecia não foi anti­
de longe, havendo-se esquecido da gamente procíuzida por vontade de
purificação de seus antigos peccados. algum homem, mas os santos homens
10 Portanto, irmãos, tanto mais pro­ de Deos a falárâo, inspirados do Es­
curai de fazer firme vossa vocação e pirito Santo.
eleição: Porque fazendo isto nunca
jamais tropeçareis.
11 Porque assim vos serà abundan­ c a p i t u l o n.
temente forneoida a entrada em o TAMBEM houve falsos Prophe­
Reino eterno de nosso Senhor e Sal­ tas entre o povo, como tambem
vador Jesu-Christo. entre vós haverá falsos Doutores, que
12 Pelo que não deixarei de sempre encubertamente introduzirão heresias
▼os exhortar a esta# cousas, ainda que de perdição, e negarão ao Senhor que

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II. EPISTOLA DE S. PEDRO, tlt.
os comprou, trazendo sobre si mesmo 14 Tendo os olhos cheios de adulté­
repentina perdiçào. rio, e nunca cessando de peccar: en­
2 E muitos seguírão suas perdiçoés, godando as almas inconstantes, tendo
pelos quaes o caminho da verdade se­ exercitado o coraçáo em avareza,
rá blasphemado. filhos de maldiçào:
3 E por avareza, de vósoutros far&o 15 Que deixando o caminho direito,
mercadoria com palavras contrafei­ errárào, seguindo o caminho de Ba-
tas : sobre os cjuaes jà de largo tem­ laam, filho de Bosor, que amou o ga­
po náo está ociosa a oondemnaçào, e lardão de injustiça:
sua perdição nào tosqueneja. 16 Porem teve a reprehensãode sua
4 rorque se Deos nào perdoou aos mesma transgressào: Porque o mudo
Anios que peccaráo, antes havendo- animal de jugo; faiando em voz de
os lançado no inferno, os entregou às homem, impedio a louquice do Pro­
cadeias de escuridào, ficando reser­ pheta.
vados para o juizo: 17 Estes sào fontes sem agua, nu­
5 E tambem nào perdoou ao mundo vens levadas do redomoinho de ven­
antigo, mas guardou a Noé oitavo to: para os quaes a escuridào das
pregoeiro de justiça* trazendo o dilu­ trevas eternamente se reserva.
vio sobre o mundo aos impios: 18 Porque falando cousas mui arro­
6 E condemnou as cidades de Sodo­ gantes de vaidade, engodâo com as
ma e Gomorra à subversão, redu­ oancupiscencias da came, e com dia-
zindo-as a cinza, e pondo-as por ex­ soluçoés, aos que ja devéras tinháo
emplo aos que vivessem impiam­ escapado daquelles que em error an-
ente : dáo:
7 E livrou ao justo Lot, jà enfadado 19 Promettendo-lhes liberdade, sen­
da dissoluta vivenda dos abominaveis do elles mesmos servos de corrapçào.
homens: Porque de quem alguem he vencido,
8 (Porque, habitando este justo en­ do tal tambem se faz servo.
tre elles, cada dia affligia sua alma 20 Porque se depois de ja, pelo con­
justa, vendo e ouvindo suas injustas hecimento do Senhor e Salvador Je­
obras.) su-Christo, escaparem das sugidades
9 Assim sabe o Senhor livrar aos do mundo, e tomando-se a envolver
pios das tentaçoés, e reservar aos in­ nellas, forem vencidos, peiores lhes
justos para o dia do juizo, para serem sào as ultimas, do que as primeiras
castigados. cousas.
10 Porem maiormente aos que se­ 21 Porque melhor lhes fóra nào con­
gundo a came andào em concupi­ hecerem o caminho da justiça, do
scência de immundicia, e desprezào que conhecendo-o, desviarem-se do
as dominaçoés, atrevidos, agradando- santo mandamento que lhes fóra
se a ai mesmos, nào receando de blas­ entregado.
femar das dígnidades: 22 Porem sobreveio-ZAts o que por
11 Como quer que os Anjos, sendo hum verdadeiro provérbio se diz:
maiores em força e potência, contra Tomou-se o cào a seu próprio vomi­
ellas perante o Senhor nào produzào to, e a porca lavada ao espojadouvo
juizo Dlasfemo. da lama.
12 Mas estes, como animaes irraci-
onaes, que seguem a natureza; feitos
para serem presos e mortos, blasfe­ c a p i t u l o m.
mando do que nào entendem, perece- MADOS, agora esta segunda car­
rào era sua corrupção:
13 Reoebendo o galardão de injusti*
A ta vos escrevo, em ambas as qua­
es desperto com esta exhortaçào vosso
ca, tendo por prazer as quotidianas sincero animo:
aelioias, sendo tachas e maculas, de» 2 Para que vos lembreis das pala­
leitando-se em seus enganos» banque* vras que d’antes pelos santos Prophe­
teando oomvoaoo; tas forito ditas, e de nosso manda*

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L EPÍSTOLA DE S. JOAO, L
mento, qne somos Apostoles do Se­ 11 Havendo pois todas estas oousas
nhor e 8alvador. de perecer, qaaes vos convem a vós»
3 Isto primeiro sabendo, que em os outros ser em santo trato e piedade,
ulthnos dias vir&o escamecedores, an­ 12 Aguardando e apresurando-ttos
dando segundo suas próprias concu­ para a vinda do dia de Deos, em que
piscência 6: os ceos incendidos se desfiarãoj e os
4 E dizendo: Aonde estâ a promes­ elementos ardendo se fundir&o?
sa de sua vinda * Porque desde que 13 Porem, segundo sua promessa,
os Pais dormir&o, todas as cousas aguardamos novos ceos, e nova terra,
persever&o como desde o principio da em que a justiça habita.
creaç&o. 14 Pelo que, amados, aguardando
5 Porqne voluntariamente isto igno- estas cousas, procurai que delle sejais
rào, que pela palavra de Deos jà desde achados immaculados e irreprehen*
a antiguidade forão os Ceos, e a terra, siveis em paz:
que da agua e na agua consiste. 15 E tenae por salvaç&o a longanimi­
6 Pelos quaes o mundo d’ent&o pere­ dade de nosso Senhor: como tam*
ceo, cuberto oom as aguas do dilnvio. bem nosso amado irm&o Paulo vos
7 Mas os Ceos e a terra que agora escreveo. segundo a sabedoria que
s&o, pela mesma palavra se reserv&o lhe foi aada:
como thesouro, e se guard&o para o 16 Como tambem em todas suas
fogo até o dia de juizo, e da perdiç&o Epistolas destas cousas nellas fala:
dos homens impios. entre as quaes ha algumas difficeis
8 Porem, amados, huma cousa n&o de entender, que os indoctos e incon­
ignoreis, que hum aia para com o Se­ stantes torcem, como tambem as de
nhor, he como mil annos, e mil annos mais Escrituras, para sua própria per­
como hum dia. diç&o.
9 0 Senhor n&o retarda sua promessa, 17 Portanto vósoutros, amados, sa­
(como alguns a tem por tardança): bendo isto de antes. guardai-vos de
mas he longanhne para comnosco, que pelo engano aos abominaveis
n&o querendo que alguns se percáo, homens, juntamente n&o sejais arre­
sen&o que todos venhâo a se arrepen­ batados, e descayais de vossa fir­
der. meza :
10 Mas o dia do Senhor virà como o 18 Antes crescei em a graça e con­
ladr&o em a noite, no qual os ceos pas­ hecimento de nosso Senhor e Salvador
sarão com grande estrondo, e os ele­ Jesu-Christo. A elle seja a gloria,
mentos ardendo se desfar&o, e a terra, assim agora, como em o dia da eter­
e as obras que nella ha, se queimar&o. nidade. Amen.

I . E P I S T O L A U N I V E R S A L DO APOSTOLO

S. J O A O .

CAPITULO I. 2 (Portjne manifesta he ja a vida. e


nos a vimos, e testificamos, e vos de­
OQUE em desde o principio, o aue
ouvimos, o que com nossos olnòs
nunciamos a vida eterna, que com o
Pai estava, e manifestada nos foi.)
vimos, o que temos contemplado, e 3 Assim que o que vimos e ouvimos,
«essas m&os tOCârâo, da Palavra da isso vos denunciamos, para que tam*
tida: ’ bem comnosco tenhais communhârç

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260 I. EPISTOLA DE S. JOAO. II.
m esta nossa oortmmnhâo tambem seja te mandamento antigo he a palavra
eom o Pai, e oom seu Filho Jesu- que desde o principio ouvistes.
Christo. 8 Outra vez hum mandamento novo
4 E estas cousas vos escrevemos, vos escrevo: que o que nelle he ver­
para que vosso gozo se cumpra. dadeiro, tambem em vósoutros o seja:
5 E esta he a aenunciaçáo que delle porque as trevas passáo, e já a verda­
ouvimos, e vos denunciamos, que deira luz alumia.
Deos he luz, e n&o ha nelle trevas 9 Aquelle que diz que està em a luz,
nenhumas. e aborrece a seu irmâo, até agora està
6 Se dissermos que com elle temos em trevas.
communháo, e em trevas andarmos, 10 Aquelle qne ama a seu irmâo,
mentimos, e a verdade náo trata­ està em a luz, e náo ha nelle escan-
mos. dalo.
7 Porem se em a luz andarmos, como 11 Mas aquelle que aborrece a seu
elle em a luz está, comtnunháo huns irmâo, està em trevas, e anda em tre­
com os outros temos, e o sangue de vas, e náo sabe para onde va : porque
Jesu-Christo eeu Filno nos purga de as trevas lhe cegàráo os olhos.
todo peccado. 12 Filhinhos, escrevo-vos, porque
8 Se dissermos que peccado náo te­ or seu nome os peccados vos sáo per-
mos, a nòs mesmos nos enganamos, e
a verdade em nòs náo está.
S oados.
13 Pais, escrevo-vo^ porque jà con­
9 Se nossos peccados confessarmos, hecestes âquelle que he desde o prin­
fiel e justo he elle, para que nos per­ cipio. Mancebos, escrevo-vos, porque
doe os peccados, e nos purgue de toda jà vencestes ao maligno. Filhos, es-
iniquidade. crevo-vos, porque ja conhecestes ao
10 Se dissermos que náo peccamos, Pai.
mentiroso o fazemos, e sua palavra 14 Pais, escrevi-vos, porque já con­
em nôs náo està. hecestes âquelle que he desde o prin­
cipio. Mancebos, escrevi-vos, porque
sois fortes, e a palavra de Deos está
CAPITULO n. em vós, e jà vencestes ao maligno.
EUS íilhinhos, estas cousas vos 15 Nào ameis ao mundo, nem as cou­
M escrevo, para que nào pequds:
e se alguem peccar, hum Advojgado
sas que no mundo ha: se alguem ama
ao mundo, o amor do Pai náo está
temos para com o Pai, a Jesu-Christo o nelle.
justo. 16 Porque tudo o que no mundo ha,
2 E elle he a propiciação por nossos como a concupiscência da came, e a
peccados: e náo somente pelos nossos, concupiscência dos olhos, e a soberba
mas tambem pelos de todo o mundo. da vida, náo he do Pai, mas he do
3 E nisto sabemos que o temos con­ mundo.
hecido, se seus mandamentos guar­ 17 E o mundo passa, e sua concu­
darmos. piscência : mas aquelle que faz a von­
4 Aquelle que diz: Eu o conheço, e tade de Deos.permanece para sempre.
seus mandamentos náo guarda, men­ 18 Filhinhós, ja he a ultima hora: e
tiroso he, e a verdade nelle náo està. como ja ouvistes que o Antichristo
5 Mas aualquer que sua palavra vem, assim tambem ja agora muitos
guarda, nelle verdadeiramente o amor se tem ieito Antichnstos: por onde
de Deos està aperfeiçoado: nisto co­ conhecemos que ja he a ultima hora.
nhecemos que nelle estamos. 19 De nós sahirâo. porem náo eráo
6 Aquelle que diz que nelle està, de nós: porque se ae nós fôráo, com­
tambem deve andar como elle an­ nosco ficàrâo; mas isto he para que se
dou. manifestassem, que náo sáo todos de
7 Irmàos, mandamento novo vos náo nós.
escrevo, se náo o mandamento antigo, 20 Mas vósoutros tendes a unçâo do
que jà desde o principio tivestes. Es­ Santo, s sabeis todas as cousas.

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I. EPISTOLA DE S. JOAO, UI. 36!
21 Náo voe escrevi porque n&o sou- tou. para tirar nossos peecados: e
besseis a verdade ; mas porquanto a nelle n&o ha peccado.
sabeis, e porque nenhuma mentira he 6 Qualquer que permanece nelle,
da veraaae. n&o pecca: qualquer que pecca, n&o
22 Quem he o mentiroso, sen&o o vio, nem o conheceo.
aquelle que nega que Jesus he o Chri­ 7 Filhinhos, ninguém vos engane.
sto? Aquelle he o Antichristo, que Quem obra justiça, he justo, assim
nega ao Pai, e ao Filho. como elle he justo.
23 Qualquer que nega ao Filho, tam­ 8 Quem faz peccado, he do diabo:
bem n&o tem ao Pai. porque o diabo pecca aesde o princi­
24 Portanto o que desde o principio pio. Para isto o Filho de Deos se
ouvistes, permanéça em vósoutros. manifestou, para desfazer as obras do
Se o que aesde o principio ouvistes, diabo.
permanecer em vósoutros, tambem 9 Qualquer que he nascido de Deos,
permanecereis em o Filho e em o não faz peccado: porque sua semen­
Pai. te permanece nelle j e nào pode pec­
25 E esta he a promessa, que elle car, porque he nascido de Deos.
nos prometteo, a saber a vida eterna. 10 Nisto são manifestos os filhos de
26 Estas cousas vos escrevi ácerca Deos, e os filhos do diabo. Qualquer
dos aue vos engan&o. que nào obra justiça, e nào ama a
27 E a unç&o que vós delle recebes­ seu irmão, não ne de Deos.
tes, fica em vós, e n&o tendes neces­ 11 Porque esta he a denunciaçào
sidade de que alguem vos ensine: que desde o principio ouvistes, que
antes como a mesma unç&o vos ensina huns aos outros nos amemos.
de todas as cousas, assim tambem he 12 Nào como Caim, que era do ma­
verdadeira, e n&o he mentira; e como ligno, e matou a seu irmào. E porque
ella vos ensinou, assimnelle ficareis. causa o matou? Porque suas obras
28 E agora, filhinhos, nelle perma­ erão más, e as de seu irmào, justas.
necei : para que, quando se manifes­ 13 Meus irmãos, não vos marávw
tar, tenhamos eonnança, e confundi­ lheis se o mundo vos aborrece.
dos n&o sejamos delle em sua vinda. 14 Bem sabemos que ja da morte
29 Se sabeis que elle he justo, tam­ passámos a vida, porquanto amamos
bem sabeis, aue qualquer que obra aos irmãos. Quem nào ama a seu ir­
justiça, delle he nascido. mào, fica na morte.
15 Qualquer que aborrece a seu ir­
mão, he homicida. E bem sabeis
CAPITULO Hl. vós que nenhum homicida tem em si
LHAI qu&o grande caridade o Pai permanecente a vida eterna.
O nos tem dado, que fossemos cha­ 16 Nisto conhecemos a caridade, em
mados filhos de Deos. Porisso nos que sua vida por nós pôz: e nós tam­
n&o conhece o mundo, porquanto a bem devemos pôr as vidas pelos ir­
elle o n&o conhece. mãos.
2 Amados, agora somos filhos de 17 Quem pois tiver o bem do mun­
Deos. e o que havemos de ser, ainda do, e vir passar a seu irm&o necessi­
n&o ne manifesto. Porém sabemos dade, e lhe cerrar suas entranhas,
que quando elle se manifestar, a elle como a caridade de Deos está nelle?
seremos semelhantes: porque assim 18 Meus filhinhos, não amemos de
como he o verémos. palavra, nem de lingua, senão de
3 E qualquer que nelle esta esperan­ obra e ae verdade.
ça tem, a si mesmo se purifica, como 19 E nisto conhecemos que somos
tambem elle he puro. da verdade, e diante delle nossos co-
4 Qualquer que faz peccado, tambem rayoés assegurarémos.
faz a injustiça: Porque o peccado he 20 Que se nosso coração tios oon-
injustiça. demna, maior he Deos que nosso co*
5 E bem sabeis que elle se manifes­ ração, e conhece todas as cousas.

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<m I. EPISTOLA DE 8. JOAO, IV, V.
21 Amados, ae nosso coraç&o nos nòs a Deos hajamos amado^ mas qne
n&o condemna, confiança temos para elle a nós nos amou, e enviou a seu
oom Deos. Filho por propiciaç&o por nossos pec­
22 £ qualquer cousa que pedimos cados.
delle, a recebemos: porquanto seus 11 Amados, se Deos assim nos amou,
manaamentos guardamos, e as cou­ tambem huns aos outros nos devemos
sas perante elle agradaveis fazemos. amar.
23 E este he seu mandamento, que 12 Ninguém vio a Deos jamais: se
creamos em o nome de seu rilho huns aos outros nos amamos, em nòs
Jesu-Christo, e huns aos outros nos Deos está, e em nós sua caridade he
amemos, como nos deo o mandamento. perfeita.
24 E aquelle que seus mandamen­ 13 Nisto conhecemos que nelle esta­
tos guarda, nelle estã, e elle nelle. mos, e elle em nós, porquanto de seu
E nisto conhecemos que elle em nos Espirito nos deo.
está, a saber pelo Espirito que nos tem 14 E vimo-lo, e testificamos que o
dado. Pai enviou a seu Filho por Salvador
do mundo.
15 Qualquer que confessar que Jesus
CAPITULO IV.
he o Filho de Deos, Deos está nelle,
MADOS, n&o creais a todo espiri­ e elle em Deos.
A to, mas provai aos espiritos se 16 E ja conhecemos e cremos o
sào de Deos: porque ja muitos falsos amor que Deos nos tem. Deos he ca­
prophetas tem sahido no mundo. ridade: e quem está em caridade,
2 Nisto conhecereis ao Espirito de em Deos está, e Deos nelle.
Deos. Todo espirito que confessa 17 Nisto he perfeita a caridade para
ue Jesu-Christo veio em a carne, he comnosco, para que em o dia do jui­
3 e Deos: zo tenhamos confiança, a saber que
3 E todo espirito que nào confessa qual elle he, taes somos nòs tambem
que Jesu-Christo veio em a carne, n&o neste mundo.
he de Deos: e tal he o espirito do 18 Na caridade n&o ha temor, antes
Antichristo, do qual ja ouvistes que a perfeita caridade lança fora ao te­
ha de vir, e ja agora no mundo está. mor : porque o temor tem pena, e o que
4 Filhinhos, de Deos sois, e ia venci­ teme, n&o està perfeito em caridade.
do os tendes: porque maior ne o que 19 Nós o amamos a elle, porquanto
està em vós ao que o que está no elle primeiro nos amou.
mundo. 20 Se alguem diz: Eu amo a Deos,
5 Do mundo s&o, por isso do mundo e aborrece a seu irm&o, mentiroso he.
fal&o, e o mundo os ouve. Porque quem n&o ama a seu irm&o,
6 Nósoutros somos de Deos. Aquelle ao qual vio, como pode amar a Deos,
que a Deos conhece, nos ouve: aquel­ ao qual n&o vio ?
le que n&o he de Deos, nos n&o ouve. 21 E delle temos este mandamento,
Nisto conhecemos nós ao Espirito da que quem a Deos ama, tambem ame
verdade, e ao espirito do error. a seu irm&o.
7 Amados, amemos-nos huns aos ou­
tros : porque a caridade he de Deos:
CAPITULO V.
e qualquer que ama, he nascido de
Deos, e conhece a Deos.
8 Aquelle que n&o ama, conhecido
n&o tem a Deos: porque Deos he ca­
T ODO aquelle que cré que Jesus he
o Christo, he nascido de Deos: e to
do aquelle que ama ao que gerou, tam
ridade. bem ama ao que delle he nascido.
9 Nisto se manifestou a caridade de 2 Nisto conhecemos que aos filhos
Deos para comnosco, que Deos enviou de Deos amamos, auanuo amamos a
a seu Filho unigénito ao mundo, para Deos, e seus manaamentos guarda­
que por elle vivamos. mos:
10 Nisto está a caridade, n&o que 3 Porque esta he a caridade de Deo^

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U. EPISTOLA A JOAO, I. 263
que aeus mandamentos guardemos: que credes em o nome do Filho de
e seus mandamentos n&o s&o pezados. Deos: para que saibais que tendes a
4 Porque tudo o que he nascido de vida eterna, e para que creais em o
Deos, vence ao mundo: e esta he a nome do Filho ae Deos:
victoria que ao mundo vence, convem 14 E esta he a confiança que.temoe
a saber nossa fé. para com elle, que se alguma cousa
5 Quem he aquelle que ao mundo segundo sua vontade pedirmos, elle
vence, senâo aauelle que cré que Je­ nos ouve.
sus he o Filho ae Deos? 15 E se sabemos que tudo o aue lhe
6 Este he aquelle que veio por agua pedimos nos outorga, tambem sabemos
e sangue, a saber Jesus o Christo: que as petiçoés, que lhe pedimos, as
n&o so por agua, sen&o por agua e alcançamos.
por sangue. E o Espirito he o que 16 Se alguem vir peccar a seu ir-
testifica, que o Espirito he a verdade. m&o, peccado aue n&o he para morte,
7 Porque tres sào os que testificào orará a Deos, e lhe darà a vida: àquel-
no ceo, o Pai, a Palavra, e o Espirito les digo que para morte n&o pecca-
Santo: e estes tres sào hum. rem. Peccado ha para morte, pelo
8 E tres sào os que testificào na ter­ qual n&o digo que ore.
ra, o Espirito, e a Agua, e o Sangue: 17 Toda iniquidade he peccado:
e estes tres convem em hum. porem peccado ha que n&o he para
9 Se o testemunho recebemos dos morte.
homens, o testemunho de Deos he 18 Bem sabemos que todo aquelle
maior: porque este he o testemunho que d%Deos he nascido, n&o pecca:
de Deos, que de seu Filho testificou. mas o que de Deos he gerado, a si
10 Quem cre no Filho de Deos, teste­ mesmo se conserva, e o maligno lhe
munho tem em si mesmo: quem a nào pega.
Deos nâo cré, mentiroso o fe z : por­ 19 Bem sabemos que de Deos somos,
quanto n&o creo o testemunho, que e que todo o mundo jaz em a maldade.
Deos de seu Filho testificou. SO Porém sabemos aue ja o Filho de
11 E este he o testemunho, a saber, Deos he vindo, e nos deo entendimen­
que Deos nos deo a vida eterna: e to, para conhecer ao Verdadeiro; e
esta vida está em seu Filho. no Verdadeiro estamos, a saber em
12 Quem tem ao Filho, tem a vida: seu Filho Jesu-Christo. Este he o
quem n&o tem ao Filho de Deos, n&o verdadeiro Deos, e a vida eterna.
tem a vida. 21 Filhinhos, guardaivos dos idelos.
13 Estas cousas vos escrevi a vósyos Amen.

I I . E P I S T O L A DO APOSTOLO

S. J OAO.

ANCIAO á Senhora eleita, e a


0 seus filhos, aos quaes em verda­
de amo: e náo somente eu, mas tam­
Pai, e do Senhor Jesu-Christo, o Filho
do Pai, seja comvosco em verdade e
caridade.
bem todos os que a verdade tem con­ 4 Muito me alegrei por achar qu»
hecido : alguns de teus filhos andâo em a ver­
2 Por amor da verdade que em nós dade, como recebèmos o mandamen­
està, e comnosco para sempre estará: to do Pai.
3 Graça, misericordia, t paz de Deos 5 E agora, Senhora, te rogo, n&o co*

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264 III. EPISTOLA DO S. JOAO, i,
mo escrevendo-te hum novo manda­ 9 Todo aquelle que prevarica, e nâo
mento) mas o que desde o principio persevéra na doutrina de Christo, nào
tivemos, a saber que huns aos outros tem a Deos: <juem na doutrina de
nos amemos. Christo persevera, o tal tem assim ao
6 E esta he a caridade, que ande­ Pai, com ao Filho.
mos segundo seus mandamentos. Es­ 10 Se alguem vem a vósoutros, e nào
te he o mandamento, como ja desde traz esta doutrina, em vossa casa o
o principio ouvistes, a saber que nelle nfto recebais, nem tfto pouco o saudeis.
andeis. 11 Porque quem o sauda, com suas
7 Porque ja muitos enganadores en- más obras communica.
tràrfto no mundo, os quaes nfto con- 12 Muitas cousas tenho que vos es­
fessfto que Jesu-Christo veio em a crever, porem nfto quiz com pape] e
carne. Este tal he o Enganador e o tinta: mas espero vir a vósoutros, e
Antichristo. vos falar de Doca a boca, para que
8 Olhai por vós mesmos, para que o nosso gozo seja cumprido.
que ja trabalhamos, nfto percamos; 13 Os filhos de tua irmft, a eleita, te
antes o inteiro galardfto recebamos. • saudào. Amen.

I I I . E P I S J O L A DO A P OS T OL O

S. J OAO.

0 ANCIAO ao amado Gayo, a quem


em verdade amo:
trephes, que entre elles procura ter o
primado, nfto nos recebe.
2 Amado, antes tudo desejo que bem 10 Pelo que se eu vier, trarei à me­
te vá. e tenhas saúde? como tambem á mória as obras que faz, palrando con­
tua alma bem lhe vai. tra nós com maliciosas palavras: e
3 Porque muito me alegrei quando nfto contente com isto, aos irmftos nào
os irmftos viérfto, e testificarão de tua recebe, e impede aos que os querem
verdade, como tu em a verdade an­ receber, e os lança fora da Igreja.
das. 11 Amado, nfto sigas o mal, senào o
4 Maior gozo nfto tenho do que nisto bem. Quem faz bem, de Deos he:
aue ouço, que meus filhos em a ver­ mas quem faz mal, nfto tem visto a
dade andfto. Deos.
5 Amado, fielmente fazes em tudo 12 Todos dfto testemunho a Deme-
o que fazes para com os irmftos, e pa­ trio, ate a mesma verdade: e tam­
ra com os estranhos. bem nós testemunhamos, e bem sa­
6 Os quaes em presença da Igreja beis vós que nosso testemunho he
testificârfto de tua caridade: aos quaes, verdadeiro.
se como para com Deos digno he, os 13 Tinha muito que escrever, porém
acompanhares, bem farás. te náo quero escrever com tinta e pen-
7 Porque por seu nome sahirâo, na­ na:
da tomando das Gentes. 14 Mas espero brevemente ver-te, •
8 Portanto aos taes devemos receber, falaremos ue boca a boca.
Çara que sejamos cooperadores da 15 Paz seja comtigo. Os amigos
verdade. te saudào. Sauda aos amigos nonu
9 Escrito tenho à Igreja: porém Dio- por nome.

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EPISTOLA DE S. JUDAS, I. 265

E P I S T O L A U N I V E R S A L DO APOSTOLO

S. J U D A S .

não sabem; e o que, como animaes


CAPITULO I. irracionaes naturalmente conhecem,
TUDAS servo de Jesu-Christo, e ir- nisso se corrompem.
J m&o de Jacobo, aos ja chamados, 11 Ai delles; porque pelo caminho
santificados por Deos Pai, e por Jesu- de Caim entrârâo, e pelo engano do
Christo conservados. galardão de Balaam se derramârâo, e
2 Misericordia, e paz, e caridade pela contradicçào de Coré perecérâo.
vos seja multiplicada. 12 Estes sâo manchas em vossos con­
3 Amados, procurando eu escrever- vites de caridade, e comvosco ban­
vos com toda diligencia ácerca da queteando, a si mesmo se apascentâo
commum salvação, por necessário ti­ sem temor: sâo nuvens sem agua, le­
ve escrever-vos, e exhortar-ros a ba­ vadas dos ventos de huma a outra
talhar pela fé, que huma vez aos san­ parte: sâo como arvores murchas, in-
tos foi entregada. fructiferas, duas vezes mortas, e de­
4 Porque alguns se introduzirão, que sarraigadas :
ja iPantes escritos estavâo para esta 13 Ondas feras do mar, que escumâo
mesma condemnaçáo, homens impios, suas mesmas abominaçoens: estrel­
aue convertem a graça de Deos em la» errantes, para os quaes a escuri­
aissoluçâo, e negâo ao sô Dominador dão das trevas está reservada eterna­
e Senhor nosso Jesu-Christo. mente.
5 Porem lembrar-vos quero, como 14 E destes prophetizou tambem
aos que ja huma vez isto sabeis, que Enoch, o setimo depois de Adam, di­
havendo o Senhor a seu povo livrado zendo: Eis que vindo he o Senhor
da terra de Egypto, depois destruio com seus santos dez milhares.
aos que nào cnào. 15 Para fazer juizo contra todos, e
6 E aos Anjos que sua origem nào castigar a todos os impios d’entre el­
guardárâo, antes sua própria habita­ les, por todas suas obras de impiedade,
ção deixàrâo, debaixo da escuridão, que impiamente commettérâo, e por
e em prisoens eternas reservou até o todas as duras palavras que contra
juizo daquelle grande dia. elle falarào os impios peccadores.
7 Como Sodomo e Gomorra, e as ci­ 16 Estes sâo murmuradores, queixo­
dades circunvizinhas, que ao modo sos de seu estado, segundo súas con­
daquellas havendo fornicado, e após cupiscência® andando: e sua boca fa­
outra carne ido, forão propostas por la cousas mui arrogantes: admirando
exemplo, levando a pena do fogo as pessoas por causa de proveito.
eterno. 17 Mas vósoutros, amados, lembrai-
8 E comtudo tambem estes seme­ vos das palavras que forão preditas
lhantemente adormecidos, contami- pelos Apostolos de nosso Senhor Jesu-
nâo a came, e rejeitâo a Dominação, Christo :
e vituperào as Dignidades. 18 Como vos diziào, que no ultimo
9 Porém Michaèl o Archanjo, quan­ tempo haveria escarnecedores, que
do contendia com o diabo, e tratava andariào segundo suas impias concu-*
do corpo de Moyses, nào ousou a pro­ piscencias.
nunciar contra elle juizo de maldição: 19 Estes sâo os que a si mesmos se
porem só disse; o Senhor te redar­ separâo, homens sensuaes, que nâo
gua- tem o Espirito.
30 Porem estes dizem mal do que 20 Mas vósoutros, amados, vosedifi*
49

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266 APOCALIPSE DE S. JOAO, I.

cai a vòs mesmos sobre vossa san­ e os arrebatai do fogo, e abomcéi


tíssima fé, orando em o Espirito até a roupa da came manchada.
Santo, 24 Ora áquelle que poderoso he,
21 Conservai-vos a vós mesmos em para vos guardar de tropeçar, e vos
a caridade de Deos, esperando a mis­ apresentar irreprehensiveis com ale­
ericordia de nosso Sennor Jesu-Chri­ gria perante sua gloria:
sto para a vida eterna. 25 Ao só sabio Deos nosso Salvador,
22 E vos apiedai de huns, usando de seja gloria e magestade, força e po­
discrição: tência, assim agora como para todo
23 Mas aos outros salvai por temor, sempre. Amen.

APOCALIPSE

DO A P O S T O L O S. J O A O .

Que era, e Que ha de vir, o Todopo­


CAPITULO I. deroso.
EVELACAO de Jesu-Christo, a 9 Eu Joâo, que tambem sou vosso ir­
R qual Deos lhe deo, para a seus mâo, e companheiro na afflicçâo, e
no Reino, e na paciência de Jeso-
servos mostrar as cousas que breve­
mente devem acontecer: e por seu Christo, estava na ilha chamada Pat-
Anjo as enviou, e as notificou a Joâo raos, pela palavra de Deos, e pelotes*
seu servo. temunho cie Jesu-Christo.
2 O qual testificou da Palavra de De­ 10 E hum dia do Senhor fui arreba­
os, e ao testemunho de Jesu-Christo, tado em espirito, e de tras de mim
e de tudo que tem visto. ouvi huma grande voz, como de trom­
3 Bemaventurado aquelle que lê, e beta.
os que ouvem as palavras desta Pro­ 11 Que dizia: Eu sou o Alpha e
phecia, e guardâo as cousas que nel­ Omega, o primeiro e o derradeiro: e
la estâo escritas: Porque o tempo es­ o que vés o escreve em hum livro, e o
tá perto. envia às sete Igrejas, que estâo era
4 Joâo, às sete Igrejas que estâo em Asia, a saber a Epheso e a Smyraa, e
Asia: Graça e paz seja comvosco da a Pergamo, e a Thyatira, e a Sardo, e
parte daquelle Que he, e Que era, e a Philadelphia, e a Laodicea.
Que ha de v ir: e dos sete Espiritos' 12 E virei-me para ver a voz que
que diante de seu throno estâo: comigo falàra: e virando-me, vi sete
5 E de Jesu-Christo, que he a fiel castiçaes de ouro:
testemunha, o primogénito dos mor­ 13 È no meio dos sete castiçaes hum
tos, e o Príncipe dos Reis da terra. semelhante ao Filho do homem, ves­
Aquelle que nos amou, e de nossos tido até os pés de hum vestido com­
peccados em seu sangue nos lavou, prido, e pelos peitos cingido com hum
6 E nos fez Reis e Sacerdotes para cinto de ouro:
Deos e seu P a i: A elle seja a gloria e 14 E sua cabeça e seus cabellos
a potência* para todo sempre. Amen. erão brancos como lâ branca, como a
7 Eis que vem com as nuvens, e to­ neve: e seus olhos como flamma de
do olho o verá, até os mesmos que o fogo:
traspassàrâo: e todas as tribus da ter­ 15 E seus pes semelhantes a iatâo
ra lamentarão sobre elle: Sim, Amen. reluzente, e ardentes como em forna­
8 Eu sou o Alpha e Omega, o princi­ lha : e sua voz, como voz de muitas
pio, e o fim, diz o Senhor, Que he, e aguas.

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APOCALIPSE DE S. JOAO, II. 267
16 E em soa mão direita tinha sete na escreve: Isto diz o primeiro e o
estrellas: e de sua boca sahia huma derradeiro, que foi morto, e reviveo:
espada aguda de dous fios: e seu 9 Eu sei tuas obras, e tribulação, e
rosto era como o sol quando em sua pobreza, (porem tu es rico) e a blas-
força resplandece. phemia dos que se dizem serem Ju­
17 E quando eu o vi, cahi a seus pes deos, e o nào sâo, senâo a Synagoga
como morto: e elle pôz sobre mim de Satanás.
sua mào direita, dizendo-me; nâo 10 Nada temas das cousas que has
temas: Eu sou o primeiro e o derra­ de padecer. Eis que o Diabo lança­
deiro : rá alguns de vósoutros em prisão, para
18 E o que vivo, e fui morto: e eis que sejais tentados: e tereis tribula­
aqui vivo para todo sempre. Amen. ção de dez dias. Sé fiel até a morte,
E tenho as chaves do inferno e da e te darei a coroa da vida.
morte. 11 Quem tem ouvidos, ouça o que o
19 Escreve as cousas que tens visto, Espirito diz ás Igrejas: o que vencer,
e as que sâo, e as que depois destas damno não receberá da morte se­
hâo de acontecer: gunda.
20 O mysterio das sete estrellas, que 12 E ao Anjo da Igreja que está em
viste em minha máo direita, e os sete Pergamo, escreve: Isto diz aquelle
castiçaes de ouro. As sete estrellas que tem a espada aguda de dous
sâo os Anjos das sete Igrejas: e os fios:
sete castiçaes que viste, sâo as sete 13 Eu sei tuas obras, e aonde habi­
Igrejas. tas, a saber aonde está o throno de
Satanás: e retens meu nome, e nâo
negaste minha fé, até nos dias em
c a p it u l o n.
que Antipas minha fiel testemunha
SCREVE ao Anjo da Igreja de vivia, o qual entre vósoutros foi morto,
E Epheso: Isto diz aquelle que tem
as sete estrellas em sua máo direita,
aonde Satanás habita.
14 Porem algumas poucas cousas

3uee ouro:
anda no meio dos sete castiçaes tenho contra ti, que tens lá aos que
retem a doutrina de Balaam, o qual
2 Eu sei tuas obras, e teu trabalho, ensinava a Balac a lançar tropeço di­
e tua paciência, e que nâo podes so­ ante dos filhos de Israél, para que co­
frer aos maos: e provaste aos que se messem dos sacrificios idolatricos, e
dizem ser Apostolos, e o não sâo: eos fornicassem.
achaste mentirosos: 15 Assim tens tambem aos que re­
3 E sofreste, e tens paciência: e tem a doutrina dos Nicolaitas: o que
trabalhaste por meu nome, e nâo te eu aborreço.
cançaste. 16 Arrepende-te: e se não, presto
4 Porem tenho contra ti, que deix­ virei a ti, e contra elles batalharei
aste tua primeira caridade. com a espada de minha boca.
5 Lembra-te pois donde descahiste, 17 Quem tem ouvidos, ouça o que o
e te arrepende, e faze as primeiras Espirito diz ás Igrejas: ao que ven­
obras: e senão, presto a ti virei, e de cer, dar-lhe hei a comer do Manná
seu lugar tirarei teu castiçal, se te não escondido, e lhe darei hum seixo
arrependeres, branco, e no seixo hum nome novo
6 Isto porem tens, que aborreces as escrito, o qual ninguém conhece, se­
obras dos Nicolaitas, as quaes eu tam­ nâo aquelle que o recebe.
bem aborreço. 18 E ao Anjo da Igreja que em Tby-
7 Quem tem ouvidos, ouça o que o atira está, escreve: Isto diz o Filno
Espirito diz âs Igrejas: ao que ven­ de Deos, que tem seus olhos coipo
cer, dar-lhe hei a comer da arvore da flamma de fogo, e seus pés seme­
vida, que no meio do paraiso de Deos lhantes ao latão reluzente:
estâ. 19 Eu sei tuas obras, e caridade, e
8 E ao Anjo da Igreja dos de Smyr- serviço, e fé, e tua paciência, e tuas

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APOCALIPSE DE S. JOAO, m .
obras, e que a« derradeiras s&o mais dgumas poucas pessoas, qne n&o osa-
qu e a s prim eiras. taminàrào seus vestidos, e comigo t u
20 Porem algumas poucas cou9as vestidos brancos andarão: porquanto
tenho contra ti: que deixas ensinar a disso s&o dignos.
mulher Jezabel, que se diz Prophetis- 5 O que vencer, de vestidos brancos
sa, e enganar a meus servos, paraque será vestido: e seu nome em maneira
fomiquem, e com&o dos sacrifícios nenhuma riscarei do livro da vida, e
idolatrícos. seu nome confessarei diante de raea
21 E dei-lhe tempo para que de sua Pai, e diante de seus Anjos.
fomieaç&o se arrependesse; e n&o se 6 Quem tem ouvidos, ouça o que o
arrependeo. Espirito diz ás Igrejas:
22 Eis que na cama a deito, e aos 7 E ao Anjo da Igreja, qae està ent
que com ella adultér&o, em grande Philadeíphia escreve: Isto diz o San­
tribulação, se de suas obras se n&o to, o Verdadeiro, que tem a chave de
arrependerem. David: que abre, e ninguém cerra:
23 £ a seus íilhos matarei de morte: e cerra, e ninguém abre:
e todas as Igrejas saber&o, que eu sou 8 Eu sei tuas obras: eisque a porta
aquelle, que penetro os rins e os co­ aberta diante de ti te dei, e ninguém
raçoés. E a cada hum de vósoutros a pode cerrar: porque pouca força
darei segundo vossas obras. tens, e minha palavra guardaste, e
24 Mas eu vos digo a vósoutros, e meu nome n&o negaste.
aos de mais qne est&o em Thvatira, a • Eis aqui te dou alguns da Syna-
todos quantos nfto tem esta doutrina, goga de Satanás, dos que se dizem ser
e n&o conhecèr&o as profundezas de Judeos, e n&o o são, mas mentem: eis
Satanás, como dizem; outra carga vos ue eu farei que venh&o, e adorem
n&o porei. iante de teus pés, e saib&o que eu te
25 Porem o que tendes, o retende amo.
até que eu venna. 10 Porquanto a palavra de minha
26 E ao que vencer, e minhas obras paciência guardaste, tambem eu te
até o fim guardar, lhe darei poder guardarei aa hora da tentaç&o^ que
sobre as Gentes: sobre todo o mundo ha de vir, para
27 E com vara de ferro as apascen­ tentar aos que na terra habitâo.
tará: t como vasos de oleiro ser&o 11 Eisque venho presto, guarda o que
uebrantadas: como tambem de meu tens, para que ninguém tome tua
Í 'ai recebi: coroa.
28 E lhe darei a estrella de manhft. 12 A quem vencer, eu o farei colum­
29 Quem tem ouvidos, ouça o que o na em o templo de meu Deos, e delle
Espirito diz ás Igrejas. nunca mais sahirá: e sobre elle es­
creverei o nome de meu Deos, e o
nome da cidade de meu Deos, o saber
CAPITULO III. o da nova Jerusalem, que desce do
AO Anjo da Igreja, aue está em ceo de meu Deos, e tambem meu novo
E Sardo, escreve: Isto aiz o que tem nome.
os sete Espiritos de Deos, e as sete , 13 Quem tem ouvidos, ouça o que o
estrellas: Eu sei tuas obras; que tens Espirito diz às Igrejas.
nome de que vives, e estás morto. 14 E ao Anjo da Igreja dos Laodi-
2 Sé vigilante, e confirma o resto que censes escreve: Isto diz o Amen, a
está para morrer: porque nâo achei testemunha fiel e verdadeira, o prin­
tuas obras inteiras aiante de Deos. cipio da creaçâo de D eos:
3 Lembra-te pois do que recebido e 15 Eu sei tuas obras, oue nem es
ouvido tens, e guarda-o, e te arre­ frio, nem quente: oxalá frio fôraa, ou
pende. E se nâo veláres, sobre ti quente!
virei como ladrão, e nâo saberás a 16 Assim que, porquanto es morno, e
que hora sobre ti virei. nem frio, nem quente es, de zninna
4 Porem tambem em Sardo tens boca te vomitarei.

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APOCALIPSE DE S. JOAO, IV, V. 269

17 Porque di2es: Rico sou. e enri­ throno, quatro animaes cheios de


quecido estou, e de nada tenno falta: olhos, por diante, e por de tras.
e nâo sabes que estás miserável, e 7 E era o primeiro animal seme­
coitado, e pobre, e cego. e nu. lhante a hum leâo. e o segundo ani­
18 Aconselho-te, que ae mim com­ mal semelhante a num bezerro, e ti­
pres ouro, provado do fogo, para que nha o terceiro animal o rosto como
te enriqueças: e vestidos brancos, pa­ de homem, e era o quarto animal se­
ra que te vistas, e a vergonha de tna melhante a huma aguia volante.
nudez nâo apçareça: e unge teus 8 E os quatro Animaes tinhão cada
olhos com colyno. para que vejas. hum de pur si seis azas ao redór, e
19 Eu reprehenao e castigo a todos por dentro estavâo cheios de olhos:
quantos eu amo, sé pois zeloso, e te e nâo tem repouso dia nem noite, di­
arrepende. zendo ; Santo, Santo, Santo he o Se­
20 Eisque à porta estou, e bato: se nhor Deos, o Todo-poderoso, Que era,
alguem ouvir minha voz, e abrir a e Que he, e Que ha de vir.
porta, a elle entrarei, e cora elle cea­ 9 E quando os Animaes davâo glo­
rei, e elle comigo. ria, e honra, e fazimento de graças ao
21 Ao que vencer, lhe darei que co* que assentado estava sobre o throno,
migo se assente em meu throno, as­ ao que vive para todo sempre:
sim como eu venci, e com meu Pai 10 Entáo os vinte e quatro Anciãos
em seu throno me assentei. se prostravâo diante do que assenta­
22 Quem tem ouvidos, ouça o que o do estava sobre o throno, e ao que
Espirito diz ás Igrejas. vive para todo sempre, aaoravfto, e
lançavão suas coroas aiante do throno,
dizendo:
CAPITULO IV. 11 Digno es, Senhor, de receberes
EPOIS destas cousas olhei, e eis gloria, e honra, e potência: porque
D que huma porta aberta em o tu creaste todas as cousas, e por tua
ceo: e a primeira voz, aue como de vontade sâo, e forão creadas.
huma trombeta, ouvira falar comigo^
disse: Sobe aqui, e eu te mostrarei
as cousas, que depois destas devem CAPITULO V.
acontecer. VI na mao direita do que assen­
2 E logo fui em espirito arrebatado: E tado estava sobre o throno, hum
e eisque hum throno estava posto livro escrito por de dentro e por de
no ceo, e sobre o throno hum assen­ fora, « sellado com sete sellos.
tado. 2 E ví hum forte Anjo, apregoando
3 E o que sobre elle estava assenta­ com grande voz: Quem he digno de
do, era, ao parecer, semelhante â pe­ abrir o Kvro, e desliar seus sellos?
dra jaspe e sardonia: e o arco celeste 3 E ninguém no ceo, nem na terra,
estava ao redór do throno, ao parecer nem debaixo da terra podia abrir o
semelhante á esmeralda. livro, nem olhar para elle.
4 E ao redór do throno havia vinte 4 E eu chorava muito, porque nin­
e quatro thronos: e vi sobre os thro- guém fòra achado digno de abrir o
nos vinte e quatro Anciáos assenta­ livro, nem de o ler, nem de olhar pa­
dos, vestidos de vestidos brancos: e ra elle.
sobre suas cabeças tinhão coroas de 5 E hum dos Anciãos me disse:
ouro. Nfto chofes; vês aqui o Leâo da Tri-
6 E do throno sahião relampagos, e bu de Judá, a raiz de David venceo,
trovoés, e vozes: e sete lampadas de para abrir o livro, e desliar seus sete
fogo ardifto diante do throno, as quaes sellos.
sâo os sete Espiritos de Deos. 6 E olhei, e eis que no meio do thro­
6 E diante do throno havia hum no, e dos quatro animaes, e no meio
mar de vidro, semelhante ao cristal. dos Anciftos, hum Cordeiro que esta­
£ no meio do throno, e ao redor do va como matado, e tinha sete eomoa,

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270 APOCALIPSE DE S. JOAO, VI.

e sete olhos: qae sáo os sete Espíri­ ouvi o segundo Animal; dizendo:
tos de Deos em toda a terra enviados. Vem, e vé.
7 E veio, e tomou o livro da máo di­ 4 E sahio outro cavallo vermelho:
reita do que sobre o throno assentado e ao que sobre elle assentado estava,
estava. foi dado que tirasse a paz da terra, e
8 E havendo tomado o livro, os qua­ que huns aos outros se matassem: e
tro animaes, e os vinte e quatro An­ huma grande espada lhe foi dada.
ciãos se prostrarão diante ao Cordei­ 5 E havendo aoerto o terceiro sello,
ro, tendo cada hum harpas, e salvas ao terceiro animal ouvi dizer: Vem,
de ouro cheias de perfumes, que sào e vè. E olhei, e eis hum cavallo pre­
as oraçoés dos santos. to, e o que soDre elle assentado esta­
9 E hum cântico novo cantavào, di­ va, tinha huma balança em sua mão.
zendo : Digno es de tomar o livro, e 6 E ouvi huma voz no meio dos
abrir seus sellos: por que foste morto, uatro Animaes, que dizia: humame-
e com teu sangue para Deos nos com­ 3 ida de trigo por hum dinheiro, e
praste, de toda tribu, e lingua, epovo, tres medidas de cevada por hum di­
e nação: nheiro: e ao azeite e ao vinho não
10 E para nosso Deos nos fizeste damnifiques.
Reis e Sacerdotes: e sobre a terra 7 E havendo aberto o quarto sello,
reinaremos. ouvi a voz do quarto animal, que di­
11 E olhei, e ouvi huma voz de mui­ zia: Vem; e vê.
tos Anjos ao redor do throno, e dos 8 E olhei, e eis hum cavallo amarel­
Animaes. e dos Anciãos: e era o nu­ lo, e o que sobre elle assentado esta­
mero delles milhoens de mühoens, e va, tinha por nome. Morte; e o ln
milhar de milhares. femo o seguia. E foi-lhes dada po­
12 Que com grande voz diziào: Dig­ testade para matar a quarta parte da
no he o Cordeiro, que foi morto, de terra, com espada, e com fome, e com
receber potência, e riquezas, e sabe­ morte, e com as féras da terra.
doria, e força, e nonra, e gloria, e fa- 9 E navendo aberto o quinto sello,
zimento de graças. vi debaixo do altar as almas dos qae
13 E ouvi a toda a creatura que estâ por amor da palavra de Deos forão
no ceo, e na terra, e debaixo da terra, mortos, e por amor do testemunho
e que estão no mar, e a todas as cou­ que tinhão.
sas que nellas ha, dizendo : Ao que 10 E clamavào com grande voz, di­
sobre o throno està assentado, e ao zendo : Até quando, ó santo e verda­
Cordeiro, seja fazimento de graças, deiro Dominador, não julgas e vingas
e honra, e gloria, e potência, para to­ nosso sangue dos que sobre a terra
do sempre jamais. habitão ?
14 E os quatro Animaes dizião, 11 Edérão-se-lhesa cada hum vesti­
Amen. E os vinte e quatro Anciãos dos brancos compridos: e foi-lhes dito,
se prostràrào, e adorárão ao que vive que ainda hum pouco de tempo repou­
para todo sempre. sassem, até que tambem seus conser-
vos e seus irmàos se cumprissem, que
ainda como elles haviâo de ser mortos.
CAPITULO VI. 12 E havendo aberto o sexto sello,
HAVENDO o Cordeiro aberto
E hum dos sellos, olhei, e ouvi a
hum dos quatro Animaes, que dizia
olhei, e eis que foi feito hum grande
tremor de terra: e o Sol se tomou
reto como hum saco de cilicio, e a
como com voz de trovão: Vem, e vé. E ua se tornou como sangue.
2 E olhei, e eis hum cavallo branco: 13 E as estrellas do ceo cahir&o so­
e o que sobre elle assentado estava, bre a terra, como qnando a figueira
tinha hum arco: e huma coroa lhe de si lança seus figos verdes, abalada
foi dada, e sahio victorioso, e para de hum grande vento.
que vencesse. 14 E o ceo se retirou como hum
3 E havendo aberto o segundo sello, livro que se envolve: e todos os moa*

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APOCALIPSE DE s. jo a o , vn* vm . 2 71
tes, e ilhas se moverão de seus luga­ naçoés, e tribus, e povos, e lin g u a s,
res. que estavâo diante do throno, e pe­
15 E os Reis da terra, e os Grandes, rante o Cordeiro, vestidos de vestidos
e os Ricos, e os Tribunos, e os Po­ brancos compridos, e com ramos de
de rosos^ e todo servo, e todo livre se palmas em suas mâos.
esconderão nas cavernas, e nas rochas 10 E clamavâo com grande voz, di­
das montanhas. zendo: a Salvação seja para nosso
16 E diziâo aos montes: e às rochas: Deos, que sobre o throno està assen­
cahi sobre nosoutros, e nos esconde tado, e tambem para o Cordeiro.
do rosto daquelle que sobre o throno H E todos os Anjos estavâo ao redor
està assentado, e da ira do Cordeiro: do throno, e dos Anciãos, e dos qua­
17 Porque vindo he o grande dia de tro Animaes: e se prostràrào sobre
sua ira; e quem poderá subsistir. seus rostos diante do throno, e a Deos
adorarão,
12 Dizendo: Amen. Louvor, e glo­
c a p it u l o vn.
ria, e sabedoria, e fazimento de gra­
DEPOIS destas cousas vi quatro
E Anjos estar sobre os quatro can­
tos da terra, que retinhâo os quatro
ças, e honra, e potência, e força seja
a nosso Deos, para todo sempre.
Amen.
ventos da terra, para que nenhum 13 E hum dos Anciãos respondeo,
vento soprasse sobre a terra em sobre dizendo-me: Estes que vestidos es­
o mar, nem oontra arvoro alguma. tâo de vestidos brancos compridos,
2 E vi outro Anjo subir da banda do quem sâo, e donde vierão?
Sol nascente, que tinha o sé11o do 14 E eu lhe disse : Senhor, tu o sa­
Deos vivente, e clamou com grande bes. E elle me disse : Estes sâo os
voz aos auatro Anios, aos quaes fôra que viérâo de grande tribulação: e
dado poder para daiímificar à terra no sangue do Cordeiro seus compridos
e ao mar. vestidos lavárào, e branqueàrào seus
3 Dizendo: nào damniíiques á terra, compridos vestidos.
nem ao mar, nem às arvores, até que 15 rorisso diante do throno de Deos,
aos servos de nosso Deos, em suas estào, e lhe servem dia e noite em
testas nào hajamos assinalado. seu templo: e aquelle que assentado
4 E ouvi o numero dos assinalados: està sobre o throno, os cubrirà com
e forào cento e quarenta e quatro mil sua sombra.
assinalados de todas as tribus dos fi­ 16 Nào mais terâo fome, nem mais
lhos de Israel. terão sede \ nem Sol, nem calma al­
5 Da tribu de Judá, doze mil assi­ guma mais cahirà sobre elles.
nalados : da tribu de Ruben, doze mil 17 Porque o Cordeiro, que està no
assinalados; da tribu de Gad, doze meio do throno, os apascentará, e de
mil assinalados: Guia lhes servirá às fontes vivas das
6 Da tribu de Aser, doze mil assina­ aguas: e Deos de seus olhos alimpará
lados: da tribu de Nephthali, doze toda lagrima.
mil assinalados: da tribu de Manas­
se, doze mil assinalados:
CAPITULO VIII.
7 Da tribu de Simeon, doze mil assi­
nalados : da tribu de Levi, doze mil HAVENDO aberto o setimo sello,
assinalados: da tribu de Issachar,
doze mil assinalados:
E se fez silencio em o ceo, quasi
por meia hora.
8 Da tribu de Zabulon, doze mil as­ 2 E vi os sete Anjos que estavâo di­
sinalados: da tribu de José, doze ante de Deos: e sete trombetas se
mil assinalados: da tribu de JBenja- lhes dérão.
min, doze mil assinalados. 3 E veio outro Anjo, e se pôz junto
9 Depois destas cousas olhei, e eis ao altar, tendo na máo hum incensá­
aqui huma grande multidào, a qual rio de ouro: e muitos perfumes se
ninguém podia contar, de todas as lhe dirâo, para os pôr com as oraçoés

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APOCALIPSE DE S. JOAO, IX.
de todos os santos sobre o altar de ra do ceo na terra e lhe foi dada a
ouro. que està diante do throno. chave do poço do abysmo.
4 E o fumo dos perfumes com as ora- 2 E abrio o poço do abysmo: e sabio
çoés dos santos, subio desde a mâo do fumo do poço, como o fumo de huma
Anjo até diante de Deos. grande fornalha: e o Sol, e o Ar se
5 E o Anjo tomou o incensário, e o escurecèrâo do fumo do poço.
encheo do fogo do altar, e o lançou 3 E do fumo sahirâo gafanhotos so­
sobre a terra: e se fizérâo vozes, e bre a terra: e lhes foi dado poder co­
trovoês, e relampagos, e terremotos. mo o poder que tem os escorpioés da
6 E os sete Anjos, que tinhão as seteterra.
trombetas, se preparàrâo para as to­ 4 E foi-lhes dito, que nào fizessem
carem. damno à herva da terra, nem a nen­
7 E o primeiro Anjo tocou sua trom­ huma verdura, nem anenhuma arvore:
beta, e nouve saraiva e fogo mistura­ senâo somente aos homens que em
do com sangue, e lançados forão na suas testas nâo tem o sinal de Deos.
terra: e a terceira parte das arvores 5 E foi-lhes dado, nào que os matas­
se queimou, e toda a herva verde foi sem, senâo que por cinco mezes os
queimada. atormentassem : e seu tormento era
8 E o segundo Anjo tocou sua trom­ semelhante ao tormento do escorpião,
beta : e huma cousa como hum gran­ quando fere ao homem.
de monte ardendo em fogo, foi lança­ 6 E naquelles dias os homens busca­
da no mar: e a terceira parte do mar rão a morte, e nào acharão: e deseja-
se tomou em sangue. rào morrer, e a morte fugirá delles.
9 E a terceira parte das creaturas, 7 E o parecer dos gafanhotos era
que tinhão vida no mar, morreo: e a semelhante ao de cavallos aparelha­
terceira parte das nâos se perdeo. dos para a guerra: e sobre suas cabe­
10 E o terceiro Anjo tocou sua trom­ ças havia como coroas, semelhantes
beta, e cahio do ceo huma grande es­ ao ouro, e seus rostos erão como rostos
trella, ardendo como huma tocha, e dp homens.
cahio na terceira parte dos rios, e nas 8 E tinhão cabellos como cabeUos
fontes das aguas. de mulheres: e seus dentes erão co­
11 E o nome da estrella se chama mo dentes de leoés.
Absynthio, e a terceira parte das 9 E tinhão couraças como couraças
aguas se tomou em absynthio: e mui­ de ferro: e o ruido de suas azas era
tos homens morrêrão pelas aguas, como o ruido de carros quando muitos
porque se tomárâo amargas. cavallos correm ao combate.
12 E o quarto Anjo tocou sua trom­ 10 E tinhão rabos semelhantes aos
beta : e a terceira parte do Sol, e a dos escorpioés, e aguilhões em seus
terceira parte da Lua, e a terceira rabos: e seu poder era de por cinco
parte das Estrellas foi ferida: para­ mezes damnincarem aos homens.
que a terceira parte delles se escure­ 11 E tinhão sobre si por Rei ao Anjo
cesse, e a terceira parte do dia nâo se
do abysmo: e era seu nome era He-
alumiasse, e semelhantemente a da bréo Abaddon, e era Grego por nome
noite. tinha Apollyon.
13 E olhei, o ouvi hum Anjo voar pe­ 12 Passado he ja hum ai; eisque
lo meio do ceo, dizendo com grande ainda depois disto vem dous ais.
voz: Ai, ai, ai. dos que habitão sobre 13 E o sexto Anjo tocou sua trombe­
a terra, pelas de mais vozes das trom­ta, e ouvi huma voz dos quatro cornos
betas aos tres Anjos, qne ainda hâo do altar de ouro, o qual estava diante
de tocar. de Deos,
14 Que dizia ao sexto Anjo, que tin­
CAPITULO IX. ha a trombeta; solta aos quatro An­
jos, que estâo prezos junto ao grande

E O quinto Anjo tocou sua trombe­ rio de Éuphrates.


ta : e vi huma Estrella que cahi­ 15 E forão soltos os quatio Anjos, qu*

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APOCALIPSE DÉ S. JOAO, X, XI. 273
êitavfio preste» para a hora, e dia, e 6 E jurou por Aquelle, que vivo pa­
me*, e anno, para matarem a terceira ra todo sempre jamais, o qual creou o
parte dos homens. ceo, e as cousas que nelle ha, e a ter­
16 E o numero dos exercitos dos de ra e as cousas que nella ha, e o mar
cavallo era duzentos milhoés; e ouvi e as cousas que nelle ha, que mais
o numero delles. tempo náo haverá:
17 E assim ví aos cavallos nesta 7 Porem que nos dias da voz do se­
visâo: e os que sobre elles cavalgavâo timo Anjo, quando sua trombeta to­
tinhão couraças de fogo, e de hyacin- car, o secreto de Deos se cumprirá,
to, e de enxotre: e as cabeças dos ca­ como a seus servos os Prophetas o de­
vallos erão como cabeças de leoés: e nunciou.
de suas bocas sahia logo, e fumo, e 8 E a voz que eu do ceo tinha ouvido,
enxofre. tomou a falar comigo, e disse: Vai, e
18 Por estes tres a terceira parte dos toma o livrinho aberto da mão do
homens foi morta, a saber pelo fogo, Anjo, que está sobre o mar e sobre a
elo fumo, e pelo enxofre, que sania terra,
S e suas bocas.
19 Porque seu poder estâ em sua
9 E fui ao Anio, dizendo-lhe: Da-
me o livrinho. E elle me disse: To­
boca, e em seus rabos. Porque seus ma-o, e come-o: e fará amargo teu
rabos sáo semelhantes a serpentes, e ventre, porem em tua boca será doce
tem cabeças, e com ellas damnâo. como mel.
20 E os de mais homens, que por 10 E tomei o livrinho da mâo do
estas plagas nâo forão mortos, náo se Anjo, e o comi: e era em minha bo­
arrependèrâo das obras de suas mâos, ca doce como mel: e havendo-o com­
para nâo adorarem aos Demonios, e ido, meu ventre ficou amargo.
aos idolos de ouro, e de prata, e de 11 E elle me disse: Ainda te impor­
latâo, e de pedra, e de madeira, que ta prophetizar outra vez a muitos po­
nem ver. nem ouvir, nem andar po­ vos, e naçoés, e linguas, e Reis.
dem.
21 E nâo se arrependerão de seus
CAPITULO XI.
homicídios, nem de suas feitiçarias,
nem de sua fornicação, nem de suas ME foi dada huma cana seme­
ladroices. E lhante a huma vara de medir; e
o Anjo chegou, e disse: Levanta-te,
e mede o templo de Deos, e o altar, e
CAPITULO X. os que nelle adorâo.

E VT outro forte Anjo, que descia do


ceo, vestido de numa nuvem: e
por cima de sua cabeça estava o arco
2 Porem deixa de fora ao pateo, que
está fora do templo, e nâo o meças:
porque dado he ás Gentes: e pizarão
celeste: e seu rosto era como o Sol, e a santa cidade por quarenta e dous
seus pés como columnas de fogo. mezes.
2 E em sua mâo tinha hum livrinho 3 E darei poder a minhas duas tes­
aberto: e pôz seu pé direito sobre o temunhas, e prophetizarâo por mil e
mar. e o esquerdo sobre a terra. duzentos e sessenta dias, vestidos de
3 E clamou com grande voz, como sacos.
quando brama o leâo: e havendo cla­ 4 Estas sâo as duas oliveiras, e os
mado, os sete trovoésdérâo suas vozes. dous castiçaes, que estão diante do
4 E havendo os sete trovoés dado Deos da terra.
suas vozes, eu as houvéra de escrever: 5 E se alguem lhes quizer empecer,
e ouvi huma voz do ceo, que me dizia: fogo sahirá de sua boca, e devorará a
Sella as cousas que os sete trovoés fa- seus inimigos: e se alguem lhes qui­
lárâo, e nâo as escrevas. zer empecer, assim importa que seja
5 E o Anjo que vi estar sobre o mar e morto.
•obre a terra, levantou sua máo ao 6 Estes tem poder para cerrar o ceo,
paraque em oa dias de soa propheci*

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374 APOCALIPSE DE S. JOAO, XII.
n&o chova: e tem poder sobre as aguas 18 E as naçoés se iráráo, e ja he
para as converter em sangue, e pa­ vinda tua ira, e o tempo dos mortos
ra ferir a terra com toda sorte de plaga, para que sejão julgados, e para dares
todas quantas vezes quizerem. o galardão a teus servos os Prophetas,
7 E como acabarem seu testemunho, e aos Santos, e aos que temem teu
a Besta, que sobe do abysmo, lhes fa­ nome, a pequenos e a grandes: e para
rá guerra, e os vencerá, e os matará. destruir aos que destruem a terra.
8 E seus corpos mortos jazerào na 19 E o templo de Deos se abrio no
praça da grande cidade, que espiritu­ ceo, e a Arca de seu concerte foi vis­
almente se chama Sodoma e Egypto, ta em seu templo: e houve relampa­
onde nosso Senhor tambem foi cru­ gos, e vozes, e trovoês, e terremotos, e
cificado. grande saraiva.
9 E os homens dos povos, e tribus, e
linguas, e naçoés, verão seus corpos
mortos por tres dias e meio, e náo CAPITULO XII.
permittiráo que seus corpos mortos se­ SE vio hum grande sinal no ceo:
jâo postos em sepulcros.
10 E os que na terra habitão, se re­
E a saber huma Mulher vestida do
Sol, e a Lua debaixo de seus pés, e so­
gozijarão sobre elles, e se alegrarão, bre sua cabeça huma coroa de doze
e mandarão presentes huns aos outros: estrellas:
porquanto estes dous Prophetas ator­ 2 E estava prenhe? e com dores de
mentarão aos que habitão sobre a parto, e gritava ancias de parir.
terra, 3 E se vio outro sinal no ceo ; e eis
11 E depois daquelles tres dias e aue era hum grande Dragão verme-
meio, entrou nelles o espirito de vida lno, que tinha sete cabeças e dez cor­
de Deos, e se pozerâo sobre seus pé6, nos, e sobre suas cabeças sete Diade­
e cahio grande temor sobre os que os mas.
virâo. 4 E seu rabo após si levava a ter­
12 E ouvirâo huma grande voz do ceira parte das estrellas do ceo, e as
ceo, que lhes dizia: Subi cá. E su­ lançou sobre a terra: e o Dragão pa­
birão ao ceo em huma nuvem: e seus rou diante da Mulher, que havia de
inimigos os viráo. parir: para que em parindo, tragasse
13 E naquella mesma hora se fez a seu filho.
hum grande terremoto, e a decima 5 E pario hum Filho macho, que
parte da cidade cahio, e no terremo­ com vara de ferro todas as Gentes
to forão matados sete mil nomes de havia de apascentar; e seu Fiiho foi
homens: e os de mais ficárào mui arrebatado para Deos, e para seu
atemorizados, e dérâo gloria ao Deos throno.
do ceo. 6 E a Mulher fugio para o deserto,
14 Passado he o segundo ai, eis que aonde ja tinha lugar preparado de
o terceiro ai vem presto. Deos, paraque là a mantivessem mil e
15 E o setimo Anjo tocou sua trom­ duzentos e sessenta dias.
beta, e houve grandes vozes no ceo, 7 E houve batalha no ceo: Michaèl
que diziào: os Reinos do mundo sào e seus Anjos batalhavâo contra o
reduzidos a nosso Senhor, e a seu Dragão: e batalhava tambem contra
Christo, e reinará para toao sempre elles o Dragão e seus Anjos.
jamais. 8 Mas nâo prevalecerão, nem seu
16 E os vinte e quatro Anciãos, que lugar mais se achou em os Ceos.
diante de Deos em seus thronos estâo 9 E foi lançado o grande Dragão, a
assentados, se prostràrão sobre seus Serpente antiga, chamada o Diabo e
rostos, e adorárão a Deos. Satanás, que engana a todo o mundo,
17 Dizendo: Gracas te damos, Se­ lançado foi digo em a terra, e tambem
nhor Deos Todopoderoso, Que he, e seus Anjos lançados forão com elle.
Que era, e Que na de vir, de que to­ 10 E ouvi huma grande voz no ceo,
maste tua grande potência, e reinaste; que dizia; agora feita está a aalma^

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APOCALIPSE DE S. JOAO, XIII. 275

-rào, e a força, e o Reino de nosso rão à Besta dizendo: Quem he seme­


Deos, e a potência de seu Christo: lhante á Besta ? quem poderá bata­
porque ja o accusador de nossos ir­ lhar contra ella %
mãos derribado he, o qual diante de 5 E boca se lhe deo, para falar gran­
nosso Deos dia e noite os accusava. dezas e blasfémias; e poder se lhe
l l E elles o vencêrão pelo sangue deo, para assim o fazer quarenta e
do Cordeiro, e pela palavra de seu dous mezes.
testemunho, e até a morte não amâ- 6 E abrio sua boca em blasfémias
rão suas vidas. contra Deos, para blasfemar de seu
12 Pelo que alegrai-vos ceos, e os Nome, e de seu Tabemaculo, e dos
que nelles habitais. Ai dos que ha- que no ceo habitâo.
bitâo na terra, e no mar; porque o 7 E poder se lhe deo, para fazer
Diabo desceo a vósoutros, e tem uerra aos santos, e os vencer: e po-
grande ira, sabendo que ja tem pouco f er se lhe deo sobre toda tribu, e lin­
tempo. gua, e gente.
13 E quando o Dragão vio que fôra 8 E todos os que sobre a terra habi-
lançado em terra, perseguio a Mulher tào a adorárão, cujos nomes não es­
que parira ao Filho macho. tâo escritos no livro da vida do Cor-
14 E forão dadas á Mulher duas deiroj que desde a fundação do mun­
azas de grande aguia. para que voas­ do foi morto.
se ao deserto a seu lugar, aonde he 9 Se alguem tem ouvidos, ouça.
sustentada por tempo, e tempos, e a 10 Se alguem leva em cativeiro, em
metade de tempo, fora da vista da cativeiro irá: se alguem matar á es­
Serpente. pada, necessário he que à espada se­
15 E a Serpente lançou de sua boca ja morto. Aqui está a paciência e a
após a Mulher agua como de hum rio, fé dos santos.
para que pelo rio a fizesse arrebatar. 11 E vi outra Besta subir da terra,
16 E a terra ajudou a Mulher, e a e tinha dous cornos semelhantes aos
terra abrio sua boca, e tragou ao rio, do Cordeiro: e falava como Dragão.
que o Dragão lançára de sua boca. 12 E exercita todo o poder da pri­
17 E o Dragão se irou contra a Mu­ meira Besta em sua presença: e faz
lher, e se foi a fazer guerra contra os que a terra, e os que nella habitâo,
demais de sua semente, que guardão adorem à primeira Besta, cuja chaga
os mandamentos de Deos, e tem o mortal fôra curada.
testemunho de Jesu-Christo. 13 E faz grandes sinaes, de ma­
18 E eu me puz sobre a areia do mar. neira que até fogo faz descer do ceo
ã terra , diante aos homens.
14 E aos que na terra habitâo, enga­
CAPITULO XIII.
na com os sinaes, que em presença
VI subir do mar huma Besta, que da Besta se lhe dérão que fizesse; di­
E tinha sete cabeças e dez cornos, zendo aos que na terra habitâo, que
e sobre seus cornos dez Diadémas: e à Besta, que recebéra a ferida da es­
sobre suas cabeças hum nome de blas­ pada, e tornára a viver, fizessem hu­
fémia. ma imagem.
2 E a Besta que vi, era semelhante 15 E foi-lhe dado que désse espirito
ao leopardo, e seus pés como de urso, à imagem da Besta, para que tambem
e sua boca de leâo: e o Dragão lhe a imagem da Besta falasse, e fizesse
deo sua potência, e seu throno, e gran­ que todos os que não adorassem a
de poder. imagem da besta, fossem mortos.
3 E vi huma de suas cabeças como 16 E faz que a todos, pequenos e
ferida de morte, e sua chaga mortal grandes, ricos e pobres, livres e ser­
foi curada: e toda a terra se maravi­ vos, ponna hum sinal em sua mâo di­
lhou após a Besta. reita, ou em suas testas :
4 E adorárão ao Dragão, que à Bes­ 17 E que ninguém possa comprar ou
ta dera seu poder; e tambem adorá­ vender, senâo aquelle que tiver o si-

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276 APOCALIPSE DE S. JOAO, XIV, XV.
uai, ou o nome da Besta, ou o nume­ da ira de Deos, que se deitou paro da
ro ae seu nome: taça de sua ira, e com fogo e enxofre
18 Aqui está a sabedoria: aquelle serà atormentado diante dos santos
que tem entendimento, conte o nu­ Anjos, e diante do Cordeiro.
mero da Besta: porque numero de 11 E o fumo de seu tormento sobe
homem he; e seu numero he seis cen­ para todo sempre jamais: e dia e
tos e sessenta e seis. noite nào tem repouso os que adorào
a Besta e a sua imagem, e se alguem
recebe o sinal de seu nome.
CAPITULO XIV. 12 Aqui está a paciência dos santos:
OLHEI, e eis que o Cordeiro es­ aqui estâo os que guardào os raanda
E tava sobre o monte de Siáo, e mentos de Deos e a fé de Jesus.
com elle cento e quarenta e quatro 13 E ouvi huma voz do ceo, que me
mil, que o nome de seu Pai em suas dizia: Escreve; Bemaventurados os
testas tinhão escrito: mortos, que em o Senhor morrem des­
2 E ouvi huma voz do ceo comoa voz de agora: Sim, diz o Espirito: para
de muitas aguas, e como a voz de hum que descancem de seus trabalhos; e
grande trovão: e ouvi huma voz de har­ suas obras os seguem.
pistas, que com suas harpas tangiào. 14 E olhei, e eis huma nuvem bran­
3 E cantavào como hum cântico no­ ca, e hum semelhante ao Filho do
vo diante do throno, e diante dos homem assentado sobre a nuvem;
quatro animaes, e dos Anciãos: e nin­ que sobre sua cabeça tinha huma
guém podia aprender aquelle cântico, coroa de ouro, e em sua mâo huma
senâo os cento e quarenta e quatro fouce aguda.
mil, que da terra forão comprados. 15 E outro Anjo sahio do templo,
4 Estes sâo os que com mulheres clamando com grande voz ao que so­
nâo estâo contaminados: porque vir­ bre a nuvem estava assentado: enria
gens sâo. Estes sâo os que seguem tua fouce, e sega: porque ja a hora
ao Cordeiro para onde quer aue vai. de segar vos he vinda, porquanto ja
Estes sâo os que d’entre os homens a sega da terra està madura.
forão comprados por primicias para 16 E aquelle que sobre a nuvem es­
Deos, e para o Cordeiro. tava assentado, enviou sua fouce á
5 E engano se nào achou em sua bo­ terra, e a terra foi segada.
ca: porque irreprehensiveis sào di­ 17 E sahio do templo, que está no
ante do throno de Deos. ceo, outro Anjo, o aual tambem ti­
6 E vi outro Anjo voar pelo meio do nha huma fouce aguda.
ceo, e tinha o Evangelho eterno, para 18 E sahio do altar outro Anjo, que
que o evangelizasse aos que sobre a tinha poder sobre o fogo, e clamou com
terra habitào, e a toda nnçâo, e tribu, rande voz ao que tinha a fouce agu-
e lingua, e povo. a, dizendo: envia tua fouce aguda, e
7 Dizendo com grandfc voz: temei vendima os cachos da vinha da terra:
a Deos, e lhe dai gloria: porque vin­ porque ja suas uvas maduras estâo.
da he a hora de seu juizo. E adorai 19 E o Anjo enviou sua fouce à ter
âquelle, que fez o ceo, e a terra, e o ra, e vendimou as uvas da vinha da
mar, e as fontes das aguas. terra, e as lançou no grande lagar da
8 E seguio outro Anjo. dizendo: Ca­ ira de Deos.
hida he: Cahida he Bakylonia, aquel­ 20 E o lagar foi pizado fora da cida­
la grande cidade, porquanto a todas de, e sahio sangue do lagar até os
as naçoés deo a beber do vinho da ira freios dos cavallos, por mil e seis cen­
de sua fornicação. tos estádios.
9 E o terceiro Anjo os seguio, dizen­
do com grande voz: Se alguem ado­
rar a Besta e a sua imagem, e receber CAPITULO XV.
o sinal em sua testa, ou em sua mâo, VI outro grande e admiravel sinal
10 Tambem o tal beberá do vinho E no ceo, a saber sete Anjos, que

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APOCALIPSE DE S. JOAO, XVI. 277

tinha/i as sete ultimas plagas: porque salva era os rios, e nas fontes das
nellas a ira de Deos esta consumma- aguas, e se tomárâo em sangue.
da. 5 E ao Anjo das aguas ouvi, que di­
2 E vi como hum mar de vidro mi­ zia : Justo es tu, ô Senhor, Que he, e
sturado cora fogo: e aos qae tivérão Que era, e Que ha de ser, que julgaste
victoria da Besta, e de sua imagem, e estas cousas.
de seu sinal, e do numero de seu no­ 6 Porquanto derramarão o sangue
me, que junto ao mar de vidro esta­ dos Santos e dos Prophetas, tambem
vâo, e tinhão as harpas de Deos: tu lhes déste sangue a beber. Por­
3 E cantavâo o cântico de Moyses, o que disto sào dignos.
servo de Deos, e o cântico do Cordei­ 7 E ouvi a outro do altar, que dizia:
ro, dizendo: Grandes e maravilhosas Na verdade, ó Senhor Deos Todopo­
sào tuas obras, Senhor Deos Todopo­ deroso, verdadeiros e justos sào teus
deroso: teus caminhos sào justos e juizos.
verdadeiros, ó Rei dos santos. 8 E o quarto Anjo derramou sua sal
4 Quem te nào temeria, ó Senhor, e va sobre o sol: e foi lhe dado, que
nào magnificaria teu Nome ? Porque aos homens com fogo abrazasse.
tu só es santo: porque todas as gentes 9 E os homens forão abrazados com
virâo, e adorarão diante de ti, porque grandes calmas, e blasfemàrao do no­
teus juizos manifestos sào. me de Deos, que tem poder sobre es­
5 E depois disto olhei, e eisque o tas plagas: e nâo se arrependérào,
templo ao Tabemaculo do testemu­ para lhe darem gloria.
nho se abrio em o ceo. 10 E o quinto Ajajo derramou sua sal­
6 E os sete Anios, que tinhão as sete va sobre o throno da Besta, e seu rei­
plagas, sahirâo ao templo, vestidos de no se fez tenebroso, e de dór mordiâo
linho puro e resplandecente, e cin­ suas linguas.
gidos com cintos de ouro ao redor de l l E por causa de suas dores, e por
seus peitos. causa de suas chagas, blasfemàrào do
7 E hum dos quatro Animaes deo Deos do ceo: e de suas obras se nào
aos sete Anjos sete salvas de ouro, arrependérào.
cheias da ira de Deos, que vive para 12 E o sexto Anjo derramou sua sal­
-todo sempre jamais. va sobre o grande rio de Éuphrates;
8 E o templo se encheo com o fumo e sua agua se secou, para que se pre­
da floria de Deos, e de sua potência: parasse o caminho dos Reis do Sol
e ninguém podia entrar no templo, nascente.
até que as sete plagas dos sete Anjos 13 E da boca do Dragão, e da boca
se nào consummassem. da Besta, e da boca do falso Prophe­
ta, vi sahir tres espiritos immundos,
semelhantes a rãs.
14 Porque sâo espiritos de Demoni­
CAPITULO XVI.
os, e fazem sinaes, os quaes se vâo
OUVI huma grande voz do tem­
E plo, que dizia aps sete Anjos:
Ide, e derramai as sete salvas da ira
aos Reis da terra, e de todo o mundo,
para os congregar â batalha daquelle
grande dia do Deos Todopoderoso.
de Deos sobre a terra. 15 Eisque venho como ladrào. Be­
2 E foi o primeiro, e derramou sua maventurado aquelle que véla, e
salva sobre a terra: e se fe2 huma guarda seus vestidos, para que nào an­
chaga ma e maligna em os homens, de nu, e nâo se vejão suas vergonhas.
que tinhão o sinal da besta, e que 16 E os congregárâo no lugar, que
adoravào sua imagem. em Hebreo se chama Armageddon.
3 E o segundo Anj<j derramoa sua 17 E o setimo Anjo derramou sua
salva em o mar, e se tornou em san­ salva no ar: e sahio huma grande voz
gue corno de morto, e toda alma vi­ do templo do ceo, do throno, dizendo:
vente em o mar morreo. Feito he.
4 E o terceiro Anjo derramou sua 18 E houve vozes, e trovoés, e re-

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278 APOCALIPSE DE S. JOAO, XVII, XVIII.

lampagos: e se fez hum grande terre­ admirarão, vendo a Besta, que era, e ja
moto, qual nunca foi feito desde que não he, ainda que he.
homens sobre a terra houve : tal e tâo 9 Aqui ha sentido, que tem sabedoria.
grande este terremotofoi. As sete cabeças sâo sete montes, sobre
19 E a grande cidade se fendeo em os quaes a Mulher está assentada.
tres partes, e as cidades das Gentes 10 E tambemsâo sete Reis, os cinco sâo
cahirâo: e a grande Babylonia veio cahidos: e hum ja he, o outro ainda
em memória diante de Deos, para lhe nâo he vindo; e quando vier, convem
dar a taça do vinho da indignação de que hum pouco de tempo dure.
sua ira. 11 E a Besta que era, e ja nâo he,
20 E toda ilha fugio, e os montes se esta he tambem o oitavo Rei} e he dos
n&o achárão. sete, e se vai a perdição.
21 E sobre os homens cahio do ceo 12 E os dez cornos que viste, sâo dez
huma grande saraiva, como de nezo de Reis, que ainda nâo recebéráo o Rei­
hum talento: e por causa da plaga da no : porem receberão poder como Reis
saraiva os homens blasfemàrão de De­ em huma horajuntamente com a Besta.
os : porque sua plaga mui grande era. 13 Estes tem hum mesmo intento, e
entregarão 6ua potência e authorida­
de á Besta.
CAPITULO XVII. 14 Estes combaterão contra o Cor
VEIO hum dos sete Anios, que ti­ deiro, e o Cordeiro os vencerá: (porque
E nhão as sete salvas, e falou comi­
go, dizendo-me: Vem, mostrar-te-hei a
elle he o Senhor dos senhores, e o Rei
dos reis) e os que com elle estâo, sáo
condemnaçáo da grande Fornicadora, os chamados, e eleitos, e fieis.
que está assentada sobre muitas aguas: 15 E disse-me: As aguas que viste,
2 Com a qual fornicàrào osReis da ter­ aonde a Fornicadora se assenta, sào po­
ra, e os que habitâo na terra se erabe- vos, e multidoens, e naçoés, e linguas.
bedárão com o vinho de sua fornicação. 16 E os dez cornos que na Besta vis­
3 E me levou em espirito a hum de­ te, sâo os que aborrecerão a Fornica­
serto, e vi huma mulher assentada dora, e a farão assolada, e nua: e come­
sobre huma Besta de cór de grã, que rão sua carne, e a queimarão com fogo.
estava cheia de nomes de blasphemia, 17 Porque Deos lhes deo em seus co­
e tinha sete cabeças e dez cornos. raçoés, que cumprâo seu intento, e
4 E a Mulher estava vestida de pur­ que tenhào hum mesmo intento,e que
pura e de grã, e adornada com ouro, seu Reino dém à Besta, até que as
e pedras preciosas, e pérolas, e em sua palavras de Deos se cumprâo.
mâo tinha huma taça ae ouro cheia das 18 E a Mulher que viste? he a gran­
abominaçoés, e da sugidade de sua de cidade, que tem o Remo sobre os
fornicação: Reis da terra.
5 E em sua testa escrito o nome, Mys­
terio, a grande Babylonia, a mãi das
fomicaçoés e abominaçoés da terra. c a p it u lo xvm.
6 E vi que a Mulher estava bebada
do sangue dos Santos, e do sangue das
testemunhas de Jesus. E vendo-a eu,
E DEPOIS festas cousas vi outro
Anjo descer do ceo, que tinha
rande poder, e a terra foi alumiada
me admirei com grande admiração. e sua gloria.
7 E o Anjo me disse : Porque te ad­ 2 E clamou fortemente com grande
miras ? Eu te direi o mysterio da Mu­ voz, dizendo: Cahida he, Cahida he a
lher, e da Besta que a traz, a qual tem de Babylonia, e feita he morada
as sete cabeças e os dez cornos,
8 A Besta que viste, foi, e ja náo he:
n emonios, e couto de todo espirito
immundo, e couto de toda ave im­
e ha de subir do abysmo, e ir-se ã per­ munda e aborrecivel.
dição : e os que habitâo na terra, (cu­ 3 Porquanto todas as gentes bebérào
jos nomes náo estão escritos no livro da do vinho da ira de sua fornicação, e
vida, desde a fundação do mundo) se os Reis da terra fomicárào com dia, e

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APOCALIPSE DE S. JOAO, XIX. 279

os mercadores da terra se enriquecê- ge pelo temor de seu tormento, cho­


t&o da abundancia de suas delicias. rando e lamentando:
4 E ouvi outra voz do ceo, que dizia: 16 E.dizendo: Ai, ai daquella gran­
Sahi delia povo meu, para que nâo se­ de cidade, que vestida estava de li­
jais participantes de seus peccados, e nho fino, e purpura, e grâ; e adornada
para que nâo recebais de suas pla­ com ouro, e com pedras preciosas, e
gas. com pérolas: Porque em numa hora
5 Porque ja seus peccados se accu- tantas riquezas forão assoladas.
mulàrâo ate o ceo, e Deos se lembrou 17 E todo piloto, e todo navegante
de suas iniauidades. em náos, e todo marinheiro, e todos
6 Rendei-lhe como ella vos tem rendi­ os que contratâo por mar, se pozérâo
do, e em dobro lhe duplicai conforme de longe:
a suas obras: na taça em que de be­ 18 E vendo o fumo de seu incêndio,
ber vos deo, em dobro lhe dai a ella. clamàrâo, dizendo: Que cidade era
7 Quanto ella se glorificou, e em de­ semelhante a esta grande cidade ?
licias esteve, tanto lhe dai de tormento 19 E lançàrâo pó sobre suas cabe­
e pranto. Porque em seu coração diz! ças, e clamàrâo, chorando, e lamen­
Par Rainha estou assentada, e nâo sou tando : dizendo: Ai, ai daquella
viuva, e nenhum pranto verei. grande cidade, em que todos os que
8 Portanto em hum dia virâo suas tinhão náos no mar, de sua opulência
plagas, a saber morte, e pranto, e fome, se enriquecêrâo: porque em huma
e será queimada com fogo: porque hora foi assolada.
forte he o Senhor Deos, que a julga. 20 Alegra-te sobre ella, ó ceo, e vós
9 E os Heis da terra aue fomicàrâo tambem santos Apostolos e Prophetas:
com ella, e vivêrâo em delicias, a cho­ porque ia Deos vossa causa julgado
rarão, e sobre ella prantearão, quando tem delia.
virem o fumo de seu incêndio: 21 E hum forte Anjo levantou huma
10 Estando de longe pelo temor de pedra, como huma grande mó, e a
seu tormento, dizendo: Ai, ai. daquel- lançou no mar, dizendo: Com tanto
la grande cidade de Babylonia, aauel- impeto serà lançada Babylonia, aquel­
la forte cidade! pois em huma hora la grande cidade, e nâo serà mais
veio teu iuizo. achada.
11 E sobre ella chorarão e lamenta­ 22 E voz de harpistas, e de músicos,
rão os mercadores da terra, porquanto e de gaiteiros, e de trombeteiros, em
ninguém mais compra suas mercan­ ti mais se nâo ouvirá: e nenhum ar­
cias: tífice de arte alguma em ti mais se
12 Mercancia de ouro, e de prata, e achará: e ruido ae mó em ti mais se
de pedras preciosas, e de pérolas, e nâo ouvirà.
de linho fino, e de purpura, e de seaa, 23 E luz de candeia mais nâo alumi­
e de grâ: e de todo páo cheiroso, e ará em t i : e voz de esposo e de espo­
de *todo vaso de marfim, e de todo sa mais em ti se nâo ouvirá: porque
vaso de pâo preciosíssimo, e de latâo, teus mercadores erão os Grandes da
e de ferro, e de mármore: terra, porque por tuas feitiçarias todas
13 E canela, e perfumes, e unguento as gentes lorâo enganadas.
odorífero, e incenso, e vinho, e azeite, 24 E nella se achou o sangue dos
e flôr de farinha, e trigo, e cavalga­ Prophetas, e dos Santos, e de todos oe
duras, e ovelhas; e de cavallos, e de que na terra forão matados.
carros, e de corpos, e almas de ho­
mens.
. CAPITULO XIX.
14 E o fruto dodesejode tua alma se
foi de t i: e todas as cousas gostosas DEPOIS destas cousas, ouvi como
e excellentes se forão de t i: e mais
as nâo acharás.
E
huma grande voz de nuâ grande
multidão em o ceo, que dizia: Halle-
15 Os mercadores destas cousas, que lu-jah: Salvação, e gloria, e honra, Q
delle se enriquecerão, estaifto de lon* potência uja ao Senhor nosso Deos,

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APOCALIPSE DE S. JOAO, XX.
2 Porque verdadeiros e justos são 15 E de sua boca sahio huma espa»
seus iuizos: pois julgou a grande For­ da aguda, para ferir com ella as Gen­
nicadora, que com sua fornicação tem tes: e as apascentará com vara de
corrompido a terra, e de sua mâo vin­ ferro: e elle piza o lagar do vinho do
gou o sangue de seus servos. furor da ira do Todopoderoso Deos.
3 E outra vez dissérâo: Hallelu-jah. 16 E em seu vestido, e em sua coxa
E seu fumo sobe para sempre jamais. tem escrito este nome; Rei dos Reis>
4 E os vinte e quatro Anciáos, e os e Senhor dos Senhores.
quatro Animaes se prostràrão, e ado­ 17 E vi hum Anjo que estava no
rárão a Deos, assentado no throno, di­ Sol: e clamou com grande voz, di­
zendo : Amen, Hallelu-iah. zendo a todas as aves, que pelo meio
5 E sahio huma voz do throno, que do ceo voavào: Vinde, e vos ajuntai
dizia: Louvai a nosso Deos vósoutros á cea do grande Deos:
todos seus servos, e vós que o temeis, 18 Para que comais a came dos
assim pequenos como grandes. Reis, e a came dos Tribunos, e a car­
6 E ouvi como a voz de huma grande ne dos fortes, e a carne dos cavallos
multidão, e como a voz de muitas agu­ e dos que soore elles se assentào; e
as, e como a voz de grandes trovoés, a came de todos livres e servos, e pe­
<fue diziào: Hallelu-jah: pois ja o Se­ quenos e grandes.
nhor Deos Todopoderoso reinou. 19 E vi a Besta, e aos Reis da terra,
7 Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e a seus exercitos juntos, para faze­
e lhe demos gloria: porque vindas rem guerra contra o que assentado
hão as vodas do Cordeiro, e ja sua estava sobre o cavallo, e contra seu
mulher se aparelhou. exercito.
8 E lhe foi dado, que se vestisse de SOE a Besta foi presa, e com ella o
linho fino puro e resplandecente: por- falso Propheta, que diante delia fizé­
ue o linho fino sào as justiíicaçoés ra os sinaes, com que enganara aos*
3 os Santos. que receberão o sinal da Besta, e
9 E me disse: Escreve: Bemaven­ adorárão sua imagem. Estes dous
turados aquelles que chamados sào à forão lançados vivos em o lago do fo­
cea das vodas do Cordeiro. E me go ardente de enxofre.
disse: Estas sào as verdadeiras pala­ 21 E os de mais forão mortos oom
vras de Deos. a espada, que sahia da boca do qne
10 E eu me lancei a seus pés para assentado estava sobre o cavallo, e de
o adorar: e elle me disse: Olha que suas carnes se fartàrâo todas as aves.
o nâo faças, teu conservo sou, e de
teus irmàos, que tem o testemunho
de Jesus: adora a Deos. Porque o CAPITULO XX.
testemunho de Jesus he o espirito VI a hum Anjo descer do ceo,
de prophecia.
11 E vi o ceo aberto; e eis hum ca­
E que tinha a chave do Abysmo,
e huma grande cadeia em ma mão:
vallo branco: e o que sobre elle as­ 2 E prendeo ao Dragão, a Serpente
sentado estava, se chama Fiel e Ver­ antiga, que he o Diabo e Satanás, e o
dadeiro, e julga e guerréa em justiça. amarrou por mil annos.
12 E seus olhos erào como flamma 3 E o lançou em o abysmo, e ali o
de fogo: e sobre sua cabeça havia encerrou, e o sellou sobre elle: para
muitas Diadémas: e tinha hum nome que mais nâo engane as Gentes, até
escrito, que ninguém sabia senâo elle ue os mil annos se acabassem. E
mesmo. epois importa que solto seja por hum
13 E vestido estava de hum Vestido pouco de tempo.
tingido em sangue, e seu nome se 4 E vi thronos, e se assentárào sobre
chama a Palavra de Deos. elles, e lhes foi dado o juizo: e vi as
14 E os exercitos no ceo o seguiâo almas daquelles que peio testemunho
em cavallos brancos, vest idosde linho de Jesus, e pela palavra de Deos forão
tino branco e puro. degolados; e que nem á Besta, nem

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APOCALIPSE DE S. JOAO, XXI. 881
a sua imagem adorárão, e que nào e a primeira terra passara, e ja n&o
recebèrão seu sinal em suas testas, ehavia mar.
em suas màos: e com Christo mil an­ 2 E eu Joào vi a santa cidade, a no­
nos vivèrào e reináráo. va Jerusalem, que de Deos descia do
5 Mas os de mais dos mortos nào re-ceo, adereçada como a esposa para
vivèrâo, até que os mil annos se não seu marido ataviada.
acabarão. Esta he a resurreiçâo pri­ 3 E ouvi huma grande voz do ceo,
meira. que dizia: Eis aqui o Tabemaculo de
6 Bemaventurado e santo aquelle, Deos está com os liomens, e com elles
que tem parte na primeira resurrei- habitará, e elles serào seu povo, e
ção: sobre estes nào tem poder a se­ Deos mesmo estará com elles, e seu
gunda morte: porem serào Sacerdotes Deos será.
de Deos e de Christo, e com elle mil 4 E Deos alimpará toda lagrima de
annos reinarão. seus olhos; e nào haverá mais morte;
7 E acabando-se os mil annos, Sata­
nem pranto nem clamor, nem traba­
nás serà solto de sua prisão. lho mais haverá: porque ja as pri­
8 E sahirá a enganar as gentes, que
meiras cousas passàrão.
estào sobre os quatro cantos da terra,5 E o aue estava assentado sobre o
a Gog, e a Magog, para os ajuntar em throno, aisse: Eis que todas as cousas
batalna: dos quaes o numero he como faço novas. E disse-me: Escreve;
a areia do mar. porque estas palavras são verdadeiras
9 E subirão sobre a largura da terra,
e fieis.
e cercárâo o arraial dos santos e a ci­
6 E disse-me: Feito h e : Eu sou o
dade amada: e desceo fogo de Deos Alpha e o Omega, o principio e o fim.
do ceo, e os devorou. A quem tiver sede, de graça lhe darei
10 E o Diabo, que os enganava, foi da fonte da agua aa vida.
lançado no lago de fogo e enxofre, 7 Quem vencer, herdará todas as
aonde estão a Besta e o falso Prophe­cousas: e eu serei seu Deos, e elle
ta: e dia e noite serào atormentados serà meu filho.
para sempre jamais. 8 Mas quanto aos tímidos, e aos in­
11 E vi num grande throno branco, crédulos, e aos abominaveis, e aos
e ao que sobre elle estava assentado,homicidas, e aos fornicadores, e aos
de cujo rosto fugio a terra e o ceo, e
feiticeiros, e aos idolatras, e a todos
para elles lugar se nào achou. os mentirosos, sua parte será no lago,
12 E vi aos mrtrtos, grandes, e peque­
que arde com fogo e enxofre: que ne
nos, que estavâo diante de Deos: e osa morte segunda.
livros se abrirão: e outro livro se abrio,
9 E veio a mim hum dos sete Anjos,
que he o da vida: e os mortos forào que tinhão as sete salvas cheias das
julgados pelas cousas aue nos livros sete ultimas plagas, e falou comigo,
estavâo escritas, segundo suas obras.dizendo: Vem, e te mostrarei a espo­
13 E o mar deo os mortos que nelle sa, a mulher do Cordeiro.
havia; e a morte e o inferno derão os 10 E me levou em espirito a hum
mortos que nelles havia: e forào jul­grande e alto monte: e me mostrou
gados cada hum segundo suas obras, a grande cidade, a santa Jerusalem,
14 E a morte e o infemo forào lan­ que de Deos descia do ceo:
çados no lago de fogo: esta he a mor­ 11 E tinha a gloria de Deos: e sua
te segunda. luz era semelhante a huma pedra pre­
15 E aquelle que nào foi achado es­ciosíssima, como a pedra de Jaspe,
crito no livro da vida, foi lançado em
como cristal resplandecente.
o lago de fogo. 12 E tinha hum grande e alto muro
com doze portas, e nas portas doze
Anjos, e nomes nellas escritos, qne
CAPITULO XXI. sào os nomes das doze tribus dos filhos
VI hnm novo ceo, e huma nova de Israel.
E (erra. Porque ja o primeiro ceo 13 Da banda do Levanta tinha tres

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282 APOCALIPSE DE S. JOAO, XXII.

portas, da banda do Norte tres portas, C APITULO xxn.


aa banda do Meio dia tres portas, e da
banda do Poente tres portas. M E mostrou o rio puro da agua
14 E o muro da cidade tinha doze
fundamentos, e nelles os nomes dos
E da vida, claro como cristal, que
rocedia do throno de Deos, e do Cor-
doze Apostolos do Cordeiro. eiro.
15 E aquelle que falava comigo, ti­ 2 No meio de sua praça, e de huma
nha huma cana de ouro, para medir a e outra banda do rio, estava a arvore
cidade, e suas portas, e seu muro. da vida, que produz doze frutos, seu
16 E a cidade estava situada em fruto dando de mez em m e z : e as
quadro, e sua longura era tanta quanta folhas da arvore sào para a saude das
bua largura. E medio a cidade com a Gentes.
cana até doze mil estádios: e sua 3 E ali nenhuma maldição mais ha­
longura, largura, e altura, erào iguaes. verá contra alguem: e nella estará o
17 E medio seu muro de cento e throno de Deos e do Cordeiro, e seus
quarenta e quatro covados, segundo servos o servirào:
medida de homem, que era a do An­ 4 E verão seu rosto, e seu Nome es­
jo. tará em suas testas.
18 E a fabrica de seu muro era de 5 E ali mais náo haverá noite, e nào
Jaspe; e a cidade de ouro puro, seme­ necessitarão de candeia, nem de luz
lhante a vidro puro. de Sol: porque o Senhor Deos os alu­
19 E os fundamentos do muro da ci­ mia ; e para todo sempre reinarão.
dade estavâo adornados com toda pe­ 6 E me disse: Estas palavras sào
dra preciosa. O primeiro fundamento fieis e verdadeiras: e o oenhor o De­
era Jaspe: o segundo, Saphira: o ter­ os dos santos Prophetas enviou a seu
ceiro, Chalcedonia: o quarto, Esme­ Anjo, para mostrar a seus servos as
ralda : cousas que presto hào de acontecer.
20 O quinto, Sardonix : o sexto; Sar- 7 Eis aqui que venho presto : bema­
dio: o setimo, Chrysolito: o oitavo, venturado aquelle que guarda as pa­
Beryl; o nono, Topázio; o decimo, lavras de Prophecia deste livro.
Chnsopraso: o undécimo, Hyacinto: 8 E eu Joào sou aquelle, aue vi e ou­
o duodécimo, Amethysto. vi estas cousas. E havendo-as ouvi­
21 E as doze portas eráo doze péro­ do e visto, prostrei-me para adorar
las: cada huma das portas era de hu­ ante os pés do Anjo, que me mostrava
ma perola: e a praça da cidade de estas cousas.
ouro puro. como vidro transparente. 9 E me disse: Olha que o nào faças:
2*2 E nella nào vi templo, porque porque eu sou teu conservo, e de teus
delia o templo he o Senhor Deos To­ irmàos os Prophetas, e dos que guar-
dopoderoso. e o Cordeiro. dào as palavras deste livro. Adora a
23 E a ciaade nào necessita de sol, Deos.
nem de luà para que nella resplande- 10 E me disse: nào selles as pala­
çào: porque a gloria de Deos a tem vras deste livro, porque perto está o
alumiado, e o Cordeiro he sua can­ tempo.
deia. 11 Quem he injusto ainda seja injus­
24 E as gentes que se salvarem, to : e quem he sujo. sujo seja ainda,
andarão em sua luz: e a ella os Reis e quem he justo, ainda seja justificado:
da terra trarào sua gloria e honra. e auem he santo, ainda seja santifi­
25 E suas portas de dia se nào fecha­ cado.
rão: porque ali nào haverá noite. 12 E eis que venho presto, e meu
26 E a ella trarào a gloria e honra galardão está comigo, para render a
das Gentes. cada hum, como for sua obra.
27 E nella nào entrará cousa alguma 13 Eu sou o Alpha e o Omega, o
ue contamine, e faça abominaçào, e principio e o fim, o primeiro e o der­
iga mentiras: senào os que no livro radeiro.
da vida do Cordeiro estào escritos; 14 Bemaventurado# aquelles qae

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guardào seus mandamentos, para que 18 Porque eu protesto a cada qual


tenhào poder na arvore da vida, e aue ouvir as palavras da Prophecia
na cidade possâo entrar pelas portas. aeste livro, que se alguem acrecentar a
15 Porém de fora estarão os caens, e estas cousas, Deos Ine acrecentarà as
os feiticeiros, e os fornicadores, e os plagas que neste livro estão escritas:
homicidas, e os idolatras, e qualquer 19 E se alguem das palavras do livro
que ama e commette mentira. desta Prophecia diminuir, Deos lhe
16 Eu Jesus enviei a meu Anjo, para tirará sua parte do livro da vida, e da
vos testificar estas cousas nas Igreias: santa cidaae, e das cousas que neste
Eu sou a raiz e geracâo de David, a livro estào escritas.
resplandecente estrella da alva. 20 Aquelle que testifica estas cousa*,
17 E o Espirito e a Espoza dizem: diz: certamente,presto venho. Amen.
Vem. E quem o ouve, diga: Vem. Ora vem Senhor Jesus.
E quem tem sede, venha: e quem 21 A graça de nosso Senhor Jesu-
quizer, de graça tome da agua da Christo seja com todos vósoutros.
vida. Amen.

FIM.

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BIBLE. P ortuguêse.
Fe r reira A. d ’Almeida.
I85O.
A Biblia Sagrada... *
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