Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Álgebra Vetorial
1.1. Vetores
Observações:
a. Os segmentos nulos têm comprimento igual a zero
b. |𝐴𝐵| = |𝐵𝐴|
Dados dois segmentos orientados não nulos 𝐴𝐵 e 𝐶𝐷, dizemos que eles têm a mesma direção se as
retas suportes desses segmentos são paralelas:
ou coincidentes:
Observações
a. Só podemos comparar os sentidos de dois segmentos orientados se eles têm mesma direção.
b. Dois segmentos orientados opostos têm sentidos contrários.
Vetores
Chamamos vetor determinado por um segmento orientado 𝐴𝐵 ao conjunto de todos os
segmentos orientados iguais a 𝐴𝐵, ou seja, com mesma direção, o mesmo sentido e o mesmo
comprimento.
O vetor 𝑣 = ⃗⃗⃗⃗⃗
0𝐴 no plano é um par ordenado (𝑎, 𝑏) de números reais e se representa por
𝒗 = (𝑎, 𝑏):
O vetor 𝑣 = ⃗⃗⃗⃗⃗
0𝐴 no espaço é uma terna ordenada (𝑎, 𝑏, 𝑐) de números reais e se representa por
𝒗= (𝑎, 𝑏, 𝑐):
Na figura acima, o vetor 𝒗 corresponde à diagonal do paralelepípedo, cujos lados são determinados
𝑂𝑎 , ⃗⃗⃗⃗⃗
pelos vetores ⃗⃗⃗⃗⃗ 𝑂𝑏 e ⃗⃗⃗⃗
𝑂𝑐 .
Módulo de um Vetor:
O módulo, ou comprimento, do vetor 𝑣 = (𝑎, 𝑏) é um número real não negativo, definido por
|𝑣| = √𝑎2 + 𝑏 2
Em particular, quando |𝑣| = 1, dizemos que 𝑣 é um vetor unitário. Por exemplo, os vetores 𝑖 = (1,0) e
𝑗 = (0,1) são vetores unitários pois
|𝑖| = √12 + 02 = √1 = 1
e
|𝑗| = √02 + 12 = √1 = 1
Exemplos:
(a) Se 𝒗 = (2,1) e 𝒘 = (0,3), então
𝒗 + 𝒘 = (2 + 0,1 + 3) = (2,4)
Exemplos:
(a) Se 𝒗 = (1,0,3) e 𝒘 = (5,7,0), então
𝒗 + 𝒘 = (1 + 5,0 + 7,3 + 0) = (6,7,3)
(b) Se 𝒗 = (1,1, −1) e 𝒘 = (−3,4,1), então
𝒗 + 𝒘 = (1 + (−3), 1 + 4, (−1) + 1) = (−2,5,0)
Exemplos:
(a) Se 𝒗 = (5,6), então
2𝒗 = (2𝑥5,2𝑥6) = (10,12)
Exemplos:
(a) Se 𝒗 = (1,0,1), então
3𝒗 = (3𝑥1,3𝑥0,3𝑥1) = (3,0,3)
Múltiplo Escalar:
Dizemos que um vetor 𝑤 é múltiplo escalar de um vetor 𝑣 se existe uma constante 𝑘 diferente de zero,
tal que 𝑣 = 𝑘𝑤.
Exemplos:
Geometricamente, o produto 𝑘𝒗, de um número real 𝑘 por um vetor 𝒗, é o vetor com mesma direção
que 𝒗 obtido multiplicando a magnitude de 𝒗 por 𝑘 e mantendo o mesmo sentido se 𝑘 ≥ 0, ou sentido
oposto se 𝑘 < 0:
1.4. Dependência e Independência Linear
𝑎 + 2𝑏 − 𝑐 = 0
{ 𝑎 + 2𝑐 = 0
−2𝑎 + 3𝑏 + 3𝑐 = 0
Observação: Dois vetores são L.D. se, e somente se, um é múltiplo do outro.
(Observe que podemos colocar qualquer valor real para 𝑏, e obter o correspondente valor para a
constante 𝑎, contanto que seja diferente de zero!)
−𝑎 + 3𝑏 = 0
{ 0=0
𝑎 − 3𝑏 = 0
Resolvendo o sistema linear, obtemos 𝑎 = 3𝑏. Logo, para 𝑏 = 1, 𝑎 = 3 e, assim, obtemos constantes
não nulas que satisfazem o sistema. Portanto os vetores 𝒗𝟏 e 𝒗𝟐 são L.D.
1.5. Bases
Vetores colineares:
Exemplos:
Observação:
1. A primeira condição traduz o fato de que os vetores 𝒗𝟏 e 𝒗𝟐 são não colineares;
2. Qualquer base no plano é um conjunto formado por dois vetores.
Exemplo 1. Verifique que os vetores 𝒗𝟏 = (1,1) e 𝒗𝟐 = (0, −1) formam uma base no plano.
Solução: Dado um vetor 𝒗 = (𝑥, 𝑦) qualquer do plano, precisamos verificar as duas condições acima:
1º) Os vetores 𝒗𝟏 e 𝒗𝟐 são L.I.
De fato, se 𝑎𝒗𝟏 + 𝑏𝒗𝟐 = 0, então escrevendo os respectivos vetores temos
𝑎(1,1) + 𝑏(0, −1) = (0,0) ⟹ (𝑎, 𝑎 − 𝑏) = (0,0)
Logo, obtemos 𝑎 = 0 e 𝑏 = 0 e, portanto, 𝒗𝟏 e 𝒗𝟐 são L.I.
Para isso, observe que para resolver o sistema acima, precisamos encontrar os valores
de 𝑎 e 𝑏 com relação a 𝑥 e 𝑦. (Devemos tratar 𝑥 e 𝑦 como constantes fixadas, e encontrar o
valor das incógnitas 𝑎 e 𝑏!)
Logo, obtemos 𝑎 = 𝑥 e 𝑏 = 𝑥 − 𝑦. Portanto, podemos escrever qualquer vetor
𝒗 = (𝑥, 𝑦) do plano como 𝒗 = 𝑥𝒗𝟏 + (𝑥 − 𝑦)𝒗𝟐 , ou ainda, (𝑥, 𝑦) = 𝑥(1,1) + (𝑥 − 𝑦)(0, −1).
Exemplo 2. Escreva o vetor 𝒗 = (1,1) como combinação linear de 𝒗𝟏 = (2, −1) e 𝒗𝟐 = (1, −1).
Solução: Devemos encontrar constantes 𝑎 e 𝑏 tal que 𝒗 possa ser escrito como
𝒗 = 𝑎𝒗𝟏 + 𝑏𝒗𝟐
Assim, escrevendo os vetores na igualdade acima, obtemos
(1,1) = 𝑎(2, −1) + 𝑏(1, −1) ⟹ (1,1) = (2𝑎 + 𝑏, −𝑎 − 𝑏)
Logo, precisamos resolver o sistema abaixo:
2𝑎 + 𝑏 = 1
{
−𝑎 − 𝑏 = 1
de onde encontramos 𝑎 = 2 e 𝑏 = −3.
Portanto,
𝒗 = 2𝒗𝟏 − 3𝒗𝟐
Na prática, as bases mais utilizadas são as bases ortonormais, cujos vetores são ortogonais e
unitários.
Existem naturalmente infinitas bases ortonormais no plano ℝ2 , porém uma delas é
particularmente importante. Trata-se da base formada pelos vetores representados por segmentos
orientados com origem em 0 e extremidade nos ponto (1,0) e (0,1). Estes vetores são simbolizados por
𝒊 e 𝒋, respectivamente, e a base {𝒊, 𝒋} é chamada de base canônica.
Assim, qualquer vetor 𝒗 = (𝑥, 𝑦) do plano cartesiano pode ser escrito como
𝒗 = 𝑥𝒊 + 𝑦𝒋
onde o vetor 𝑥𝒊 é a projeção ortogonal de 𝒗 sobre 𝒊 (ou sobre o eixo 𝑥) e 𝑦𝒋 é a projeção ortogonal de 𝒗
sobre 𝒋 (ou sobre o eixo 𝑦).
2. Produto de Vetores
Exemplos:
(a) Se 𝑣 = (1,2) e 𝑤 = (3,4), então
𝑣 ∙ 𝑤 = 1.3 + 2.4 = 3 + 8 = 11
Logo, 𝑣 ∙ 𝑤 = 11.
Exemplos:
(c) Se 𝑣 = (2,1,0) e 𝑤 = (1,3,1), então
𝑣 ∙ 𝑤 = 2.1 + 1.3 + 0.1 = 2 + 3 = 5
Logo, 𝑣 ∙ 𝑤 = 5.
Vetores Ortogonais:
Dois vetores 𝑣 e 𝑤 são ortogonais se 𝑣 ∙ 𝑤 = 0.
Desta forma, podemos obter o ângulo 𝜃 entre dois vetores quaisquer 𝑣 e 𝑤, pois
𝑣∙𝑤
cos 𝜃 =
|𝑣||𝑤|
desde que nenhum dos vetores sejam nulos.
Exemplo: Dados os vetores 𝒗 = (1,2,3) e 𝒘 = (4,5,6), o produto vetorial entre 𝒗 e 𝒘 é dado por
𝑖 𝑗 𝑘
𝒗 × 𝒘 = |1 2 3| = −3𝑖 + 6𝑗 − 3𝑘 = (−3,6, −3)
4 5 6
Observamos que o produto vetorial é um vetor em 𝑅³.
Tomando 𝑖 = (1,0,0) e 𝑗 = (0,1,0), que estão no plano do 𝑧 = 0, o produto vetorial destes dois
vetores será 𝒗 × 𝒘 = (0,0,1) que é um vetor que está fora deste plano, daí a razão deste produto ser
denominado exterior.
Em geral, o produto vetorial 𝒗 × 𝒘 é um vetor ortogonal a 𝒗 e também ortogonal a 𝒘, isto é, o
produto vetorial é ortogonal ao plano que contém os dois vetores 𝒗 e 𝒘.
Uma cônica no plano é definida como o conjunto dos pontos 𝑃 = (𝑥, 𝑦) que satisfazem a equação
𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥𝑦 + 𝑐𝑦 2 + 𝑑𝑥 + 𝑒𝑦 + 𝑓 = 0
onde 𝑎, 𝑏, 𝑐, 𝑑, 𝑒 e 𝑓 são números reais, com 𝑎, 𝑏 e 𝑐 não simultaneamente nulos. Nesta seção, vamos
estudar a circunferência, a elipse, a parábola e a hipérbole, que podem ser obtidas da interseção de um
cone circular reto de duas folhas com um plano.
Vamos definir as cônicas como conjunto de pontos que satisfazem certas propriedades e
apresentar as equações que as representam.
3.1. Circunferência
Considere um cone circular de duas folhas e um plano qualquer paralelo à base do cone, como na
figura abaixo:
Obtivemos uma circunferência com a interseção da superfície do cone com o plano paralelo à sua
base. A circunferência é uma seção cônica.
Definimos a circunferência como o conjunto de todos os pontos de um plano que estão localizados à
mesma distância de um ponto fixo, desse mesmo plano, denominado centro da circunferência:
(𝑥 − 1)2 + (𝑦 − 1)2 = 22
ou ainda,
(𝑥 − 1)2 + (𝑦 − 1)2 = 4
Exemplo 2. A equação da circunferência com centro na origem (0,0) e raio 3 é dada por
(𝑥 − 0)2 + (𝑦 − 0)2 = 32
Isto é,
𝑥2 + 𝑦2 = 9
Utilizando o exemplo anterior, é fácil ver que a equação da circunferência com centro na origem (0,0) e
raio 𝑟 é dada por:
𝑥 2 + 𝑦2 = 𝑟2
e recebe o nome de forma canônica da circunferência.
É possível ainda encontrar a equação da circunferência tendo seu centro e um ponto da mesma.
Basta obter o raio através da equação da circunferência.
Exemplo 3. Vamos encontrar o raio da circunferência centrada em (3,2) e que passa por (9,10):
𝑟 2 = (9 − 3)2 + (10 − 2)2 = 62 + 82 = 36 + 64 = 100
logo,
𝑟 2 = 100
Portanto, a equação da circunferência de centro em (3,2) que passa por (9,10) é dada por
(𝑥 − 3)2 + (𝑦 − 2)2 = 100
A elipse é uma cônica formada pela interseção de um plano inclinado com a superfície lateral de um
cone, onde o plano não passa pela base, como na figura abaixo:
Definimos a elipse como o conjunto dos pontos de um plano cuja soma das distâncias a dois
pontos dados (fixos) desse plano é constante, que chamaremos de 2𝑎.
𝐷𝑖𝑠𝑡(𝑃, 𝐹1 ) + 𝐷𝑖𝑠𝑡(𝑃, 𝐹2 ) = 2𝑎
onde
𝐷𝑖𝑠𝑡(𝑃, 𝐹1 ) = 𝑑𝑖𝑠𝑡𝑎̂𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜 𝑃 𝑎 𝐹1
𝐷𝑖𝑠𝑡(𝑃, 𝐹2 ) = 𝑑𝑖𝑠𝑡𝑎̂𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜 𝑃 𝑎 𝐹2
A figura ao lado nos mostra como desenhar uma elipse no papel. Nos pontos 𝐹1 e 𝐹2 fixamos
dois percevejos e neles amarramos um fio não esticado. Com um lápis estendemos o fio, marcando o
ponto 𝑃1 . Então, a soma das distâncias 𝐷𝑖𝑠𝑡(𝑃1 , 𝐹1 ) e 𝐷𝑖𝑠𝑡(𝑃1 , 𝐹2 ) é o comprimento do fio. Se o lápis
deslizar sobre o papel, mantendo o fio sempre esticado, ficará traçada uma elipse de focos 𝐹1 e 𝐹2 . A
figura mostra outra posição 𝑃2 da ponta do lápis e, também para este ponto, a soma das distâncias
𝐷𝑖𝑠𝑡(𝑃2 , 𝐹1 ) e 𝐷𝑖𝑠𝑡(𝑃2 , 𝐹2 ) é o comprimento do fio. Assim, para as
infinitas posições da ponta do lápis, a soma das distâncias a 𝐹1 e 𝐹2 é o
comprimento do fio, isto é, um valor constante, que denominamos 2𝑎.
Elementos da elipse:
Com base na figura abaixo, temos:
Focos: são os pontos 𝐹1 e 𝐹2
Distância focal: é a distância entre 𝐹1 e 𝐹2 , que denotaremos por 2𝑐
Centro: é o ponto médio C do segmento 𝐹1 𝐹2
Eixo maior: é o segmento 𝐴1 𝐴2 de comprimento 2𝑎 (o segmento 𝐴1 𝐴2 contém os focos e os
seus extremos pertencem à elipse)
Eixo menor: é o segmento 𝐵1 𝐵2 , cujo comprimento chamaremos de 2𝑏 (𝐵1 𝐵2 é perpendicular a
𝐴1 𝐴2 no seu ponto médio)
Vértices: são os pontos 𝐴1 , 𝐴2 , 𝐵1 e 𝐵2 .
𝑥2 𝑦2
+ =1
6 2 82
Isto é,
𝑥 2 𝑦2
+ =1
36 64
Vértices: 5, −5, 3 e −3
3.3. Parábola
3.4. Hipérbole