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1.

Álgebra Vetorial

1.1. Vetores

Considere uma reta 𝑟 e sejam 𝐴 e 𝐵 dois pontos de 𝑟.


Se associarmos ao segmento de reta 𝐴𝐵, um sentido de 𝐴 para 𝐵, considerado positivo, obtemos o
segmento orientado de origem 𝐴 e extremidade 𝐵, denotado por 𝐴𝐵, e representado por uma seta.

Chamamos 𝐵𝐴 de segmento oposto de 𝐴𝐵, e quando a extremidade do segmento coincide com


a origem, o segmento é dito nulo.

Fixada uma unidade de comprimento, a cada segmento orientado podemos associar um


número real, não negativo, que é a medida do segmento em relação aquela unidade. A medida do
segmento orientado é o seu comprimento ou módulo. O comprimento do segmento 𝐴𝐵 é indicado por
|𝐴𝐵|.

Assim, o comprimento do segmento 𝐴𝐵 representado na figura abaixo é de 5 unidades de


comprimento:
|𝐴𝐵| = 5 𝑢. 𝑐.

Observações:
a. Os segmentos nulos têm comprimento igual a zero
b. |𝐴𝐵| = |𝐵𝐴|

Dados dois segmentos orientados não nulos 𝐴𝐵 e 𝐶𝐷, dizemos que eles têm a mesma direção se as
retas suportes desses segmentos são paralelas:
ou coincidentes:

Observações
a. Só podemos comparar os sentidos de dois segmentos orientados se eles têm mesma direção.
b. Dois segmentos orientados opostos têm sentidos contrários.

Vetores
Chamamos vetor determinado por um segmento orientado 𝐴𝐵 ao conjunto de todos os
segmentos orientados iguais a 𝐴𝐵, ou seja, com mesma direção, o mesmo sentido e o mesmo
comprimento.

O vetor determinado por 𝐴𝐵 é indicado por ⃗⃗⃗⃗⃗


𝐴𝐵 ou 𝐵 − 𝐴 ou 𝑣 .

Um mesmo vetor ⃗⃗⃗⃗⃗


𝐴𝐵 é determinado por uma infinidade de segmentos orientados, chamados
representantes desse vetor, e todos iguais entre si. Em particular, os segmentos nulos são
⃗.
representantes de um único vetor, que chamamos de vetor nulo, e indicamos por 0
O representante escolhido, quase sempre é o vetor cuja origem está em 0 e a extremidade está
em um ponto 𝐴.

O vetor 𝑣 = ⃗⃗⃗⃗⃗
0𝐴 no plano é um par ordenado (𝑎, 𝑏) de números reais e se representa por
𝒗 = (𝑎, 𝑏):

O vetor 𝑣 = ⃗⃗⃗⃗⃗
0𝐴 no espaço é uma terna ordenada (𝑎, 𝑏, 𝑐) de números reais e se representa por
𝒗= (𝑎, 𝑏, 𝑐):
Na figura acima, o vetor 𝒗 corresponde à diagonal do paralelepípedo, cujos lados são determinados
𝑂𝑎 , ⃗⃗⃗⃗⃗
pelos vetores ⃗⃗⃗⃗⃗ 𝑂𝑏 e ⃗⃗⃗⃗
𝑂𝑐 .

Módulo de um Vetor:
O módulo, ou comprimento, do vetor 𝑣 = (𝑎, 𝑏) é um número real não negativo, definido por

|𝑣| = √𝑎2 + 𝑏 2
Em particular, quando |𝑣| = 1, dizemos que 𝑣 é um vetor unitário. Por exemplo, os vetores 𝑖 = (1,0) e
𝑗 = (0,1) são vetores unitários pois

|𝑖| = √12 + 02 = √1 = 1
e

|𝑗| = √02 + 12 = √1 = 1

Igualdade entre Vetores:


Dois vetores 𝒗 e 𝒘 são iguais, e escreve-se 𝒗 = 𝒘, se, e somente se, cada uma de suas
componentes correspondentes são iguais.

Exemplo 1. Os vetores 𝒗 = (0,1,2) e 𝒘 = (0,1,2) são iguais.

Exemplo 2. Se o vetor 𝒗 = (𝑥 + 1,4) é igual ao 𝒘 = (5,2𝑦 − 6), de acordo com a definição de


igualdade entre vetores, devemos ter 𝑥 + 1 = 5 e 4 = 2𝑦 − 6, ou seja, 𝑥 = 4 e 𝑦 = 5. Assim, se
𝒗 = 𝒘, então 𝑥 = 4 e 𝑦 = 5.

1.2. Adição de Vetores


Adição de vetores no plano:
Se 𝒗 = (𝑎, 𝑏) e 𝒘 = (𝑐, 𝑑), definimos a soma dos vetores 𝒗 e 𝒘, por:
𝒗 + 𝒘 = (𝑎 + 𝑐, 𝑏 + 𝑑)

Exemplos:
(a) Se 𝒗 = (2,1) e 𝒘 = (0,3), então
𝒗 + 𝒘 = (2 + 0,1 + 3) = (2,4)

(b) Se 𝒗 = (−1,1) e 𝒘 = (2,5), então


𝒗 + 𝒘 = ((−1) + 2,1 + 5) = (1,6)

Adição de vetores no espaço:


Se 𝒗 = (𝑎, 𝑏, 𝑐) e 𝒘 = (𝑑, 𝑒, 𝑓), definimos a soma dos vetores 𝒗 e 𝒘, por:
𝒗 + 𝒘 = (𝑎 + 𝑑, 𝑏 + 𝑒, 𝑐 + 𝑓)

Exemplos:
(a) Se 𝒗 = (1,0,3) e 𝒘 = (5,7,0), então
𝒗 + 𝒘 = (1 + 5,0 + 7,3 + 0) = (6,7,3)
(b) Se 𝒗 = (1,1, −1) e 𝒘 = (−3,4,1), então
𝒗 + 𝒘 = (1 + (−3), 1 + 4, (−1) + 1) = (−2,5,0)

Propriedades da Adição de Vetores:

1. Comutativa: Para todos os vetores 𝒖 e 𝒗:


𝒗 + 𝒘 = 𝒘 + 𝒗
2. Associativa: Para todos os vetores 𝒖, 𝒗 e 𝒘:
𝒖 + (𝒗 + 𝒘) = (𝒖 + 𝒗) + 𝒘
3. Elemento neutro: Existe um vetor 𝟎 tal que para todo vetor 𝒖, se tem:
𝟎+ 𝒖 = 𝒖
4. Elemento oposto: Para cada vetor 𝒗 existe um vetor −𝒗 tal que:
𝒗 + (−𝒗) = 𝟎

Geometricamente, a soma de dois vetores 𝒗 e 𝒘 é obtida pela chamada lei do


paralelogramo, onde 𝒗 + 𝒘 é a diagonal do paralelogramo formado por 𝒗 e 𝒘:
1.3. Produto por Escalar

Produto por escalar no plano:


Se 𝒗 = (𝑎, 𝑏) e 𝑘 é um número real definimos o produto de 𝑘 por 𝒗 como:
𝑘𝒗 = (𝑘𝑎, 𝑘𝑏)

Exemplos:
(a) Se 𝒗 = (5,6), então
2𝒗 = (2𝑥5,2𝑥6) = (10,12)

(b) Se 𝒗 = (2,3), então


−2𝒗 = (−2𝑥2, −2𝑥3) = (−4, −6)

Produto por escalar no espaço:


Se 𝒗 = (𝑎, 𝑏, 𝑐) e 𝑘 é um número real definimos o produto de 𝑘 por 𝒗 como:
𝑘𝒗 = (𝑘𝑎, 𝑘𝑏, 𝑘𝑐)

Exemplos:
(a) Se 𝒗 = (1,0,1), então
3𝒗 = (3𝑥1,3𝑥0,3𝑥1) = (3,0,3)

(b) Se 𝒗 = (4, −1,2), então


−4𝒗 = (−4𝑥4, −4𝑥(−1), −4𝑥2) = (−16,4, −8)

Múltiplo Escalar:
Dizemos que um vetor 𝑤 é múltiplo escalar de um vetor 𝑣 se existe uma constante 𝑘 diferente de zero,
tal que 𝑣 = 𝑘𝑤.
Exemplos:

(a) Sejam 𝑣 = (1,2) e 𝑤 = (3,6). Então 𝑤 = 3𝑣, pois


(3,6) = 3(1,2)

(b) Sejam 𝑣 = (1,2) e 𝑢 = (−2, −4). Então 𝑢 = −2𝑣, pois


(−2, −4) = −2(1,2)

Propriedades do Produto por Escalar de Vetores:

Quaisquer que sejam 𝑎 e 𝑏 escalares, 𝒗 e 𝒘 vetores:


1. 1𝒗 = 𝒗
2. (𝑎𝑏)𝒗 = 𝑎(𝑏𝒗) = 𝑏(𝑎𝒗)
3. 𝑆𝑒 𝑎𝒗 = 𝑏𝒗, e 𝒗 é um vetor não nulo, então 𝑎 = 𝑏.
4. 𝑎(𝒗 + 𝒘) = 𝑎 𝒗 + 𝑎𝒘
5. (𝑎 + 𝑏)𝒗 = 𝑎 𝒗 + 𝑏𝒗

Geometricamente, o produto 𝑘𝒗, de um número real 𝑘 por um vetor 𝒗, é o vetor com mesma direção
que 𝒗 obtido multiplicando a magnitude de 𝒗 por 𝑘 e mantendo o mesmo sentido se 𝑘 ≥ 0, ou sentido
oposto se 𝑘 < 0:
1.4. Dependência e Independência Linear

Definição: Dizemos que os vetores 𝒗𝟏 , 𝒗𝟐 , … , 𝒗𝒏 são linearmente independentes (vetores L.I.) se a


equação
𝑎1 𝒗𝟏 + 𝑎2 𝒗𝟐 + ⋯ + 𝑎𝑛 𝒗𝒏 = 0
se verifica somente se as constantes 𝑎1 , 𝑎2 , … , 𝑎𝑛 forem todas nulas, ou seja, 𝑎1 = 𝑎2 = ⋯ = 𝑎𝑛 = 0.

Exemplo 1. Os vetores 𝒗𝟏 = (1,0) e 𝒗𝟐 = (−1,3) são linearmente independentes (L.I.)


De fato, para verificar, devemos escrever a expressão
𝑎𝒗𝟏 + 𝑏𝒗𝟐 = 0
e determinar as constantes 𝑎 e 𝑏.
Então, escrevendo os vetores 𝒗𝟏, 𝒗𝟐 e 0 na igualdade acima, obtemos
𝑎(1,0) + 𝑏(−1,3) = (0,0)
e, assim,
(𝑎, 0) + (−𝑏, 3𝑏) = (0,0)
ou seja,
(𝑎 − 𝑏, 3𝑏) = (0,0)
Observe que quando temos uma igualdade como acima, devemos igualar cada uma das componentes
correspondentes desses vetores, e então obtemos o seguinte sistema linear:
𝑎−𝑏 = 0
{
3𝑏 = 0
cuja solução é 𝑎 = 0 e 𝑏 = 0. Portanto, concluímos que as constantes são todas iguais a zero e,
portanto, os vetores são L.I.

Exemplo 2: Os vetores 𝒗𝟏 = (1,1, −2), 𝒗𝟐 = (2,0,3) e 𝒗𝟑 = (−1,2,3) são L.I.


De fato, escrevendo a expressão
𝑎𝒗𝟏 + 𝑏𝒗𝟐 + 𝑐𝒗𝟑 = 0
obtemos
𝑎(1,1, −2) + 𝑏(2,0,3) + 𝑐(−1,2,3) = (0,0,0)
isto é,
(𝑎, 𝑎, −2𝑎) + (2𝑏, 0,3𝑏) + (−𝑐, 2𝑐, 3𝑐) = (0,0,0)
ou seja,
(𝑎 + 2𝑏 − 𝑐, 𝑎 + 2𝑐, −2𝑎 + 3𝑏 + 3𝑐) = (0,0,0)

𝑎 + 2𝑏 − 𝑐 = 0
{ 𝑎 + 2𝑐 = 0
−2𝑎 + 3𝑏 + 3𝑐 = 0

Resolvendo o sistema linear, obtemos 𝑎 = 0, 𝑏 = 0 e 𝑐 = 0, ou seja, as constantes são todas nulas, e


portanto, os vetores são LI

Definição: Dizemos que os vetores 𝒗𝟏 , 𝒗𝟐 , … , 𝒗𝒏 são linearmente dependentes (vetores L.D.) se a


equação
𝑎1 𝒗𝟏 + 𝑎2 𝒗𝟐 + ⋯ + 𝑎𝑛 𝒗𝒏 = 0
se verifica para as constantes 𝑎1 , 𝑎2 , … , 𝑎𝑛 nem todas nulas, ou seja, pelo menos um dos escalares deve
ser diferente de zero.

Observação: Dois vetores são L.D. se, e somente se, um é múltiplo do outro.

Exemplo 3. Os vetores 𝒗𝟏 = (2,1) e 𝒗𝟐 = (4,2) são linearmente dependentes (L.D.)


De fato, escrevendo
𝑎𝒗𝟏 + 𝑏𝒗𝟐 = 0
precisamos mostrar que pelo menos uma das constantes é diferente de zero.
Então, escrevendo os vetores 𝒗𝟏, 𝒗𝟐 e 0 na igualdade acima, obtemos
𝑎(2,1) + 𝑏(4,2) = (0,0)
e, assim,
(2𝑎, 𝑎) + (4𝑏, 2𝑏) = (0,0)
ou seja,
(2𝑎 + 4𝑏, 𝑎 + 2𝑏) = (0,0)
Resultando no seguinte sistema linear:
2𝑎 + 4𝑏 = 0
{
𝑎 + 2𝑏 = 0
Assim, resolvendo o sistema obtemos que
𝑎 = −2𝑏
Logo, para 𝑏 = 1, obtemos 𝑎 = −2 e, assim, encontramos constantes 𝑎 e 𝑏 não nulas que satisfazem o
sistema. Portanto, os vetores 𝒗𝟏 e 𝒗𝟐 são L.D.

(Observe que podemos colocar qualquer valor real para 𝑏, e obter o correspondente valor para a
constante 𝑎, contanto que seja diferente de zero!)

Exemplo 4. Os vetores 𝒗𝟏 = (−1,0,1) e 𝒗𝟐 = (3,0, −3) são L.D.


De fato, escrevendo a expressão
𝑎𝒗𝟏 + 𝑏𝒗𝟐 = 0
temos que
𝑎(−1,0,1) + 𝑏(3,0, −3) = (0,0,0)
ou seja,
(−𝑎 + 3𝑏, 0, 𝑎 − 3𝑏) = (0,0,0)

−𝑎 + 3𝑏 = 0
{ 0=0
𝑎 − 3𝑏 = 0

Resolvendo o sistema linear, obtemos 𝑎 = 3𝑏. Logo, para 𝑏 = 1, 𝑎 = 3 e, assim, obtemos constantes
não nulas que satisfazem o sistema. Portanto os vetores 𝒗𝟏 e 𝒗𝟐 são L.D.

1.5. Bases

Vetores colineares:

Decomposição de um vetor no plano:


Dados dois vetores 𝒗𝟏 e 𝒗𝟐 não colineares, qualquer vetor v pode ser decomposto segundo as
direções de 𝒗𝟏 e 𝒗𝟐 . O problema consiste em determinar dois vetores cujas direções sejam as de 𝒗𝟏 e
𝒗𝟐 e cuja soma seja 𝒗. Em outras palavras iremos determinar dois números reais 𝑎1 e 𝑎2 tais que
𝒗 = 𝑎1 𝒗𝟏 + 𝑎2 𝒗𝟐
Quando podemos escrever o vetor 𝒗 como acima, dizemos que 𝒗 é combinação linear de 𝒗𝟏 e 𝒗𝟐 .

Exemplos:

1) Dados os vetores 𝒗𝟏 e 𝒗𝟐 não colineares e 𝒗 (arbitrário), é possível formar um paralelogramo


em que os lados são determinados pelos vetores 𝑎1 𝒗𝟏 e 𝑎2 𝒗𝟐 e, portanto, a soma deles é o
vetor 𝒗, que corresponde à diagonal desse paralelogramo:
2) Na figura seguinte, os vetores 𝒗𝟏 e 𝒗𝟐 são mantidos e consideramos um outro vetor v:

Para esta figura, tem-se 𝑎1 > 0 e 𝑎2 < 0.

3) Se, no caso particular, o vetor 𝒗 tiver a mesma direção de 𝒗𝟏 ou 𝒗𝟐 , digamos de 𝒗𝟏 , como na


figura, 𝒗 não pode ser diagonal do paralelogramo e, portanto, 𝑎2 deve ser igual a zero:

O par de vetores 𝒗𝟏 e 𝒗𝟐 , não colineares, é chamado base no plano. Os números 𝑎1 e 𝑎2 da


representação
𝒗 = 𝑎1 𝒗𝟏 + 𝑎2 𝒗𝟐
são chamados componentes ou coordenadas de 𝒗 em relação à base {𝒗𝟏 , 𝒗𝟐 }. O vetor 𝑎1 𝒗𝟏 é
chamado projeção de 𝒗 sobre 𝒗𝟏 segundo a direção de 𝒗𝟐 .Do mesmo modo, 𝑎2 𝒗𝟐 é a projeção
de 𝒗 sobre 𝒗𝟐 segundo a direção de 𝒗𝟏 .
Para verificar que um conjunto de vetores {𝒗𝟏 , 𝒗𝟐 } é uma base no plano, precisamos mostrar
duas condições:
1º) Os vetores 𝒗𝟏 e 𝒗𝟐 tem que ser L.I.;
2º) Dado qualquer vetor 𝒗 do plano, devem existir constantes 𝑎 e 𝑏 tal que possamos escrever
𝒗 = 𝑎𝒗𝟏 + 𝑏𝒗𝟐

Observação:
1. A primeira condição traduz o fato de que os vetores 𝒗𝟏 e 𝒗𝟐 são não colineares;
2. Qualquer base no plano é um conjunto formado por dois vetores.

Exemplo 1. Verifique que os vetores 𝒗𝟏 = (1,1) e 𝒗𝟐 = (0, −1) formam uma base no plano.

Solução: Dado um vetor 𝒗 = (𝑥, 𝑦) qualquer do plano, precisamos verificar as duas condições acima:
1º) Os vetores 𝒗𝟏 e 𝒗𝟐 são L.I.
De fato, se 𝑎𝒗𝟏 + 𝑏𝒗𝟐 = 0, então escrevendo os respectivos vetores temos
𝑎(1,1) + 𝑏(0, −1) = (0,0) ⟹ (𝑎, 𝑎 − 𝑏) = (0,0)
Logo, obtemos 𝑎 = 0 e 𝑏 = 0 e, portanto, 𝒗𝟏 e 𝒗𝟐 são L.I.

2º) Existem constantes 𝑎 e 𝑏 tal que 𝒗 = 𝑎𝒗𝟏 + 𝑏𝒗𝟐 .


De fato, vamos escrever os vetores na igualdade acima e encontrar as constantes.
𝒗 = 𝑎𝒗𝟏 + 𝑏𝒗𝟐 ⟹ (𝑥, 𝑦) = 𝑎(1,1) + 𝑏(0, −1)
⟹ (𝑥, 𝑦) = (𝑎, 𝑎 − 𝑏)
Logo, precisamos resolver o sistema
𝑥=𝑎
{𝑦 =𝑎−𝑏

Para isso, observe que para resolver o sistema acima, precisamos encontrar os valores
de 𝑎 e 𝑏 com relação a 𝑥 e 𝑦. (Devemos tratar 𝑥 e 𝑦 como constantes fixadas, e encontrar o
valor das incógnitas 𝑎 e 𝑏!)
Logo, obtemos 𝑎 = 𝑥 e 𝑏 = 𝑥 − 𝑦. Portanto, podemos escrever qualquer vetor
𝒗 = (𝑥, 𝑦) do plano como 𝒗 = 𝑥𝒗𝟏 + (𝑥 − 𝑦)𝒗𝟐 , ou ainda, (𝑥, 𝑦) = 𝑥(1,1) + (𝑥 − 𝑦)(0, −1).

Exemplo 2. Escreva o vetor 𝒗 = (1,1) como combinação linear de 𝒗𝟏 = (2, −1) e 𝒗𝟐 = (1, −1).
Solução: Devemos encontrar constantes 𝑎 e 𝑏 tal que 𝒗 possa ser escrito como
𝒗 = 𝑎𝒗𝟏 + 𝑏𝒗𝟐
Assim, escrevendo os vetores na igualdade acima, obtemos
(1,1) = 𝑎(2, −1) + 𝑏(1, −1) ⟹ (1,1) = (2𝑎 + 𝑏, −𝑎 − 𝑏)
Logo, precisamos resolver o sistema abaixo:
2𝑎 + 𝑏 = 1
{
−𝑎 − 𝑏 = 1
de onde encontramos 𝑎 = 2 e 𝑏 = −3.
Portanto,
𝒗 = 2𝒗𝟏 − 3𝒗𝟐

Na prática, as bases mais utilizadas são as bases ortonormais, cujos vetores são ortogonais e
unitários.
Existem naturalmente infinitas bases ortonormais no plano ℝ2 , porém uma delas é
particularmente importante. Trata-se da base formada pelos vetores representados por segmentos
orientados com origem em 0 e extremidade nos ponto (1,0) e (0,1). Estes vetores são simbolizados por
𝒊 e 𝒋, respectivamente, e a base {𝒊, 𝒋} é chamada de base canônica.

Assim, qualquer vetor 𝒗 = (𝑥, 𝑦) do plano cartesiano pode ser escrito como
𝒗 = 𝑥𝒊 + 𝑦𝒋
onde o vetor 𝑥𝒊 é a projeção ortogonal de 𝒗 sobre 𝒊 (ou sobre o eixo 𝑥) e 𝑦𝒋 é a projeção ortogonal de 𝒗
sobre 𝒋 (ou sobre o eixo 𝑦).

Decomposição de um vetor no espaço:


Todo o estudo de vetores feito até aqui, no plano, pode ser realizado no espaço de forma
análoga, consideradas as adequações necessárias.
No plano, qualquer conjunto {𝒗𝟏 , 𝒗𝟐 } de dois vetores, não colineares, é uma base e, portanto,
todo vetor v deste plano é combinação linear dos vetores da base, isto é, sempre existem os números
reais 𝑎1 e 𝑎2 tais que 𝒗 = 𝑎1 𝒗𝟏 + 𝑎2 𝒗𝟐 .
No espaço, qualquer conjunto de vetores {𝒗𝟏 , 𝒗𝟐 , 𝒗𝟑 } de três vetores, não coplanares é uma
base e, de forma análoga, demonstra-se que todo vetor v do espaço é combinação linear dos vetores da
base, isto é, sempre existem números reais 𝑎1 , 𝑎2 e 𝑎3 tais que
𝒗 = 𝑎1 𝒗𝟏 + 𝑎2 𝒗𝟐 + 𝑎3 𝒗𝟑
onde 𝑎1 , 𝑎2 e 𝑎3 são as componentes de 𝒗 em relação à base considerada.
Uma base no espaço é ortonormal se os três vetores forem unitários e dois a dois, ortogonais.
Por analogia ao que fizemos no plano, dentre as infinitas bases ortonormais existentes, escolhemos para
nosso estudo a base canônica representada por {𝒊, 𝒋, 𝒌}. Consideremos estes três vetores representados
com origem no mesmo ponto O e por este ponto três retas como mostra a figura abaixo. A reta com a
direção do vetor 𝒊 é o eixo 𝑥 (das abscissas), a reta com a direção do vetor 𝒋 é o eixo 𝑦 (das ordenadas) e
a reta com a direção do vetor 𝒌 é o eixo 𝑧 (das cotas). As setas indicam o sentido positivo de cada eixo.
Estes eixos são chamados eixos coordenados.

2. Produto de Vetores

2.1. Produto Interno

Produto Interno entre Vetores no Plano:


Considere os vetores 𝑣 = (𝑎, 𝑏) e 𝑤 = (𝑐, 𝑑). Definimos o produto interno entre os vetores 𝑣 e
𝑤, denotado por 𝑣 ∙ 𝑤, como sendo o número real obtido por
𝑣 ∙ 𝑤 = 𝑎𝑐 + 𝑏𝑑

Exemplos:
(a) Se 𝑣 = (1,2) e 𝑤 = (3,4), então
𝑣 ∙ 𝑤 = 1.3 + 2.4 = 3 + 8 = 11
Logo, 𝑣 ∙ 𝑤 = 11.

(b) Se 𝑣 = (1, −1) e 𝑤 = (2,5), então


𝑣 ∙ 𝑤 = 1.2 + (−1). 5 = 2 − 5 = −3
Logo, 𝑣 ∙ 𝑤 = −3.

Produto Interno entre Vetores no Espaço:


Considere os vetores 𝑣 = (𝑎, 𝑏, 𝑐) e 𝑤 = (𝑑, 𝑒, 𝑓). Definimos o produto interno entre os
vetores 𝑣 e 𝑤, denotado por 𝑣 ∙ 𝑤, como sendo o número real obtido por
𝑣 ∙ 𝑤 = 𝑎𝑑 + 𝑏𝑒 + 𝑐𝑓

Exemplos:
(c) Se 𝑣 = (2,1,0) e 𝑤 = (1,3,1), então
𝑣 ∙ 𝑤 = 2.1 + 1.3 + 0.1 = 2 + 3 = 5
Logo, 𝑣 ∙ 𝑤 = 5.

(d) Se 𝑣 = (−1,0,2) e 𝑤 = (1, −2,5), então


𝑣 ∙ 𝑤 = (−1). 1 + 0. (−2) + 2.5 = −1 + 10 = 9
Logo, 𝑣 ∙ 𝑤 = 9.

Propriedades do Produto Interno:


Dados os vetores 𝒖, 𝒗 e 𝒘 e a constante 𝑘, temos:
1. (𝒖 + 𝒗) ∙ 𝒘 = 𝒖 ∙ 𝒘 + 𝒗 ∙ 𝒘
2. (𝑘𝒖) ∙ 𝒗 = 𝑘(𝒖 ∙ 𝒗)
3. 𝒖∙𝒗 =𝒗∙𝒖
4. 𝒖 ∙ 𝒖 = |𝒖||𝒖| = |𝒖|2
Segue da Propriedade 4 que 𝒖 ∙ 𝒖 ≥ 0 e 𝒖 ∙ 𝒖 = 0 se, e somente se, 𝒖 = 0.

Vetores Ortogonais:
Dois vetores 𝑣 e 𝑤 são ortogonais se 𝑣 ∙ 𝑤 = 0.

Exemplo: Sejam 𝑣 = (1,2) e 𝑤 = (−1, 1⁄2 ). Então


1
𝑣 ∙ 𝑤 = 1. (−1) + 2. = −1 + 1 = 0
2
Portanto, 𝑣 ∙ 𝑤 = 0 e os vetores 𝑣 e 𝑤 são ortogonais.
Vetores ortogonais formam um ângulo de 90°
entre eles, quando esses vetores possuem
mesma origem.

Ângulo entre dois Vetores:

Outra forma de escrever o produto escalar entre os vetores 𝑣 e 𝑤 é


𝑣 ∙ 𝑤 = |𝑣||𝑤| cos 𝜃
onde 𝜃 é o ângulo formado entre 𝑣 e 𝑤.

Desta forma, podemos obter o ângulo 𝜃 entre dois vetores quaisquer 𝑣 e 𝑤, pois
𝑣∙𝑤
cos 𝜃 =
|𝑣||𝑤|
desde que nenhum dos vetores sejam nulos.

2.2. Produto Vetorial


Dados os vetores 𝒗 = (𝑣1 , 𝑣2 , 𝑣3 ) e 𝒘 = (𝑤1 , 𝑤2 , 𝑤3 ), definimos o produto vetorial (produto
exterior) entre 𝒗 e 𝒘, denotado por 𝒗 × 𝒘, como o vetor obtido pelo objeto matemático que não é um
determinante mas que pode ser calculado como se fosse um determinante.
𝑖 𝑗 𝑘
𝒗 × 𝒘 = |𝑢1 𝑢2 𝑢3 |
𝑣1 𝑣2 𝑣3
Ao contrário do produto interno, o produto vetorial é um vetor. Por essa razão, ele é chamado
produto vetorial de 𝒖 e 𝒗 e se aplica somente a vetores no espaço.

Exemplo: Dados os vetores 𝒗 = (1,2,3) e 𝒘 = (4,5,6), o produto vetorial entre 𝒗 e 𝒘 é dado por
𝑖 𝑗 𝑘
𝒗 × 𝒘 = |1 2 3| = −3𝑖 + 6𝑗 − 3𝑘 = (−3,6, −3)
4 5 6
Observamos que o produto vetorial é um vetor em 𝑅³.

Tomando 𝑖 = (1,0,0) e 𝑗 = (0,1,0), que estão no plano do 𝑧 = 0, o produto vetorial destes dois
vetores será 𝒗 × 𝒘 = (0,0,1) que é um vetor que está fora deste plano, daí a razão deste produto ser
denominado exterior.
Em geral, o produto vetorial 𝒗 × 𝒘 é um vetor ortogonal a 𝒗 e também ortogonal a 𝒘, isto é, o
produto vetorial é ortogonal ao plano que contém os dois vetores 𝒗 e 𝒘.

Propriedades do Produto Vetorial:


Dados os vetores 𝒖, 𝒗 e 𝒘 e a constante 𝑘, temos:
1. 𝒗 × 𝒘 = −𝒘 ×𝒗
2. 𝒖 × (𝒗 + 𝒘) = 𝒖 × 𝒗 + 𝒖 × 𝒘
3. 𝒌 (𝒗 × 𝒘) = (𝒌 𝒗) × 𝒘 = 𝒗 × (𝒌 𝒘)
4. 𝒊 × 𝒊 = 𝒋 ×𝒋 = 𝒌 × 𝒌 = 𝟎
5. 𝒊 × 𝒋 = 𝒌, 𝒋 × 𝒌 = 𝒊, 𝒌 × 𝒊 = 𝒋
6. Se 𝒗 × 𝒘 = 0 (𝒗 e 𝒘 não nulos) então 𝒗 e 𝒘 são paralelos

Ângulo entre dois Vetores:

O produto vetorial entre os vetores 𝒗 e 𝒘 pode ser escrito na forma:


𝒗 × 𝒘 = |𝒗| |𝒘| 𝑠𝑒𝑛(𝑡) 𝑈
onde 𝑡 é o ângulo formado pelos vetores 𝒗 e 𝒘, e 𝑈 é um vetor unitário que é paralelo ao produto
vetorial 𝒗 𝒙 𝒘, logo 𝑈 é perpendicular a 𝒗 e também a 𝒘.
Tomando o módulo em ambos os lados da igualdade acima, obtemos:
|𝒗 × 𝒘| = |𝒗| |𝒘| 𝑠𝑒𝑛(𝑡)
e isto significa que, com esta última definição de produto vetorial, podemos obter o ângulo 𝑡 entre dois
vetores 𝒗 e 𝒘, através de:
𝑠𝑒𝑛(𝑡) = (𝒗 × 𝒘) / (|𝒗|. |𝒘|)
sendo que 𝑡 é um número real pertencente ao intervalo [0, 𝜋].

2.3. Produto Misto

Dados os vetores 𝒖 = (𝑢1 , 𝑢2 , 𝑢3 ), 𝒗 = (𝑣1 , 𝑣2 , 𝑣3 ) e 𝒘 = (𝑤1 , 𝑤2 , 𝑤3 ), definimos o produto misto


entre 𝒖, 𝒗 e 𝒘, denotado por [𝒖, 𝒗, 𝒘] ou por 𝒖 ∙ (𝒗 × 𝒘), como o número real obtido a partir do
determinante
𝑢1 𝑢2 𝑢3
[𝒖, 𝒗, 𝒘] = 𝒖 ∙ (𝒗 × 𝒘) = | 𝑣1 𝑣2 𝑣3 |
𝑤1 𝑤2 𝑤3
2.4. Interpretações Geométricas
3. Cônicas

Uma cônica no plano é definida como o conjunto dos pontos 𝑃 = (𝑥, 𝑦) que satisfazem a equação
𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥𝑦 + 𝑐𝑦 2 + 𝑑𝑥 + 𝑒𝑦 + 𝑓 = 0
onde 𝑎, 𝑏, 𝑐, 𝑑, 𝑒 e 𝑓 são números reais, com 𝑎, 𝑏 e 𝑐 não simultaneamente nulos. Nesta seção, vamos
estudar a circunferência, a elipse, a parábola e a hipérbole, que podem ser obtidas da interseção de um
cone circular reto de duas folhas com um plano.
Vamos definir as cônicas como conjunto de pontos que satisfazem certas propriedades e
apresentar as equações que as representam.

3.1. Circunferência
Considere um cone circular de duas folhas e um plano qualquer paralelo à base do cone, como na
figura abaixo:

Obtivemos uma circunferência com a interseção da superfície do cone com o plano paralelo à sua
base. A circunferência é uma seção cônica.
Definimos a circunferência como o conjunto de todos os pontos de um plano que estão localizados à
mesma distância de um ponto fixo, desse mesmo plano, denominado centro da circunferência:

Assim, sendo C = (𝑎, 𝑏) o centro e 𝑃(𝑥, 𝑦) um ponto qualquer da circunferência, a distância de C a


𝑃(𝑥, 𝑦) é o raio 𝑟 dessa circunferência. Então:
A equação da circunferência de centro C = (𝑎, 𝑏) e raio 𝑟 é dada por
(𝑥 − 𝑎)2 + (𝑦 − 𝑏)2 = 𝑟 2

Exemplo 1. A equação da circunferência com centro em (1,1) e raio 2 é dada por

(𝑥 − 1)2 + (𝑦 − 1)2 = 22
ou ainda,
(𝑥 − 1)2 + (𝑦 − 1)2 = 4

Exemplo 2. A equação da circunferência com centro na origem (0,0) e raio 3 é dada por

(𝑥 − 0)2 + (𝑦 − 0)2 = 32
Isto é,
𝑥2 + 𝑦2 = 9

Utilizando o exemplo anterior, é fácil ver que a equação da circunferência com centro na origem (0,0) e
raio 𝑟 é dada por:
𝑥 2 + 𝑦2 = 𝑟2
e recebe o nome de forma canônica da circunferência.

É possível ainda encontrar a equação da circunferência tendo seu centro e um ponto da mesma.
Basta obter o raio através da equação da circunferência.
Exemplo 3. Vamos encontrar o raio da circunferência centrada em (3,2) e que passa por (9,10):
𝑟 2 = (9 − 3)2 + (10 − 2)2 = 62 + 82 = 36 + 64 = 100
logo,
𝑟 2 = 100
Portanto, a equação da circunferência de centro em (3,2) que passa por (9,10) é dada por
(𝑥 − 3)2 + (𝑦 − 2)2 = 100

Equação geral da circunferência: Dada a equação (𝑥 − 𝑎)2 + (𝑦 − 𝑏)2 = 𝑟 2 , podemos desenvolvê-la


para obter a forma geral da circunferência:
𝑥 2 + 𝑦 2 − 2𝑎𝑥 − 2𝑏𝑦 + 𝑎2 + 𝑏 2 − 𝑟 2 = 0
Por exemplo, a equação geral da circunferência do Exemplo 1, é
𝑥 2 + 𝑦 2 − 2𝑥 − 2𝑦 − 2 = 0
3.2. Elipse

A elipse é uma cônica formada pela interseção de um plano inclinado com a superfície lateral de um
cone, onde o plano não passa pela base, como na figura abaixo:

Definimos a elipse como o conjunto dos pontos de um plano cuja soma das distâncias a dois
pontos dados (fixos) desse plano é constante, que chamaremos de 2𝑎.

𝐷𝑖𝑠𝑡(𝑃, 𝐹1 ) + 𝐷𝑖𝑠𝑡(𝑃, 𝐹2 ) = 2𝑎
onde
𝐷𝑖𝑠𝑡(𝑃, 𝐹1 ) = 𝑑𝑖𝑠𝑡𝑎̂𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜 𝑃 𝑎 𝐹1
𝐷𝑖𝑠𝑡(𝑃, 𝐹2 ) = 𝑑𝑖𝑠𝑡𝑎̂𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜 𝑃 𝑎 𝐹2

A figura ao lado nos mostra como desenhar uma elipse no papel. Nos pontos 𝐹1 e 𝐹2 fixamos
dois percevejos e neles amarramos um fio não esticado. Com um lápis estendemos o fio, marcando o
ponto 𝑃1 . Então, a soma das distâncias 𝐷𝑖𝑠𝑡(𝑃1 , 𝐹1 ) e 𝐷𝑖𝑠𝑡(𝑃1 , 𝐹2 ) é o comprimento do fio. Se o lápis
deslizar sobre o papel, mantendo o fio sempre esticado, ficará traçada uma elipse de focos 𝐹1 e 𝐹2 . A
figura mostra outra posição 𝑃2 da ponta do lápis e, também para este ponto, a soma das distâncias
𝐷𝑖𝑠𝑡(𝑃2 , 𝐹1 ) e 𝐷𝑖𝑠𝑡(𝑃2 , 𝐹2 ) é o comprimento do fio. Assim, para as
infinitas posições da ponta do lápis, a soma das distâncias a 𝐹1 e 𝐹2 é o
comprimento do fio, isto é, um valor constante, que denominamos 2𝑎.

Veja a animação em:


http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/bc/ElipseAnimada
.gif

Se variarmos as posições de 𝐹1 e 𝐹2 mantendo fixo o comprimento do fio, a forma da elipse irá


variar. Assim, quanto mais afastados um do outro estiverem os ponto 𝐹1 e 𝐹2 , tanto mais “achatada” é a
forma da elipse. Por outro lado, se a distância de 𝐹1 e 𝐹2 está próxima de zero, a elipse é quase circular e
no caso de 𝐹1 = 𝐹2 , temos a circunferência de centro em 𝐹1 e raio 𝑎.

Elementos da elipse:
Com base na figura abaixo, temos:
Focos: são os pontos 𝐹1 e 𝐹2
Distância focal: é a distância entre 𝐹1 e 𝐹2 , que denotaremos por 2𝑐
Centro: é o ponto médio C do segmento 𝐹1 𝐹2
Eixo maior: é o segmento 𝐴1 𝐴2 de comprimento 2𝑎 (o segmento 𝐴1 𝐴2 contém os focos e os
seus extremos pertencem à elipse)
Eixo menor: é o segmento 𝐵1 𝐵2 , cujo comprimento chamaremos de 2𝑏 (𝐵1 𝐵2 é perpendicular a
𝐴1 𝐴2 no seu ponto médio)
Vértices: são os pontos 𝐴1 , 𝐴2 , 𝐵1 e 𝐵2 .

Observação: A elipse pode ter a forma mais alongada:

Nesse caso, dizemos que o segmento 𝐴1 𝐴2 é o


eixo menor, e o segmento 𝐵1 𝐵2 é o eixo maior
da elipse.

Equação da elipse com centro na origem:


A equação da elipse com centro em (0,0) é
dada por:
𝑥2 𝑦2
+ =1
𝑎2 𝑏 2

Observe que se na equação anterior fizermos 𝑥 = 0, obtemos 𝑦 = 𝑏 ou 𝑦 = −𝑏.


De fato, se 𝑥 = 0, então
02 𝑦 2 𝑦2
+ =1 ⟹ =1 ⟹ 𝑦2 = 𝑏2 ⟹ 𝑦 = ±𝑏
𝑎2 𝑏 2 𝑏2
Logo, a elipse intercepta o eixo 𝑦 nos pontos 𝑏 e – 𝑏. Por outro lado, para 𝑦 = 0, obtemos
𝑥 = 𝑎 ou 𝑥 = −𝑎 e, portanto, a elipse intercepta o eixo 𝑥 nos pontos 𝑎 e – 𝑎.

Exemplo 1. A equação da elipse dada na figura abaixo é

𝑥2 𝑦2
+ =1
6 2 82
Isto é,
𝑥 2 𝑦2
+ =1
36 64

Exemplo 2. Determine os vértices e o gráfico da elipse dada por 9𝑥 2 + 25𝑦 2 = 225.


Solução: Dividindo a igualdade acima por 225, obtemos
9𝑥 2 25𝑦 2 225 𝑥 2 𝑦2 𝑥 2 𝑦2
+ = ⟹ + =1 ⟹ + =1
225 225 225 25 9 5 2 32
Logo, a elipse tem centro em (0,0), intercepta o eixo 𝑥 nos pontos 5 e −5, e intercepta o eixo 𝑦 nos
pontos 3 e −3:

Vértices: 5, −5, 3 e −3
3.3. Parábola

3.4. Hipérbole

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