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Ao dizer sobre uma ciência pura do direito, Kelsen não aceitando a ideia de juízes
como seres imaculados, que de nenhuma maneira poderiam ser influenciados pelo seu próprio
ideal de justiça, assim violando-a, ou legisladores que acreditava encarnar o espirito da lei,
confundido inúmeras vezes juízos morais com os jurídicos e políticos e ainda confundia-se os
enunciados descritivos (de verdade) com os prescritivos (ordens sobre condutas) causou um
grande impacto em sua época e muitos não o queria entende-lo, já que sua teoria conflitava
com as mais populares da época.
Mas na realidade Kelsen nunca havia dito que a moral nada tinha a ver com o direito,
nunca sustentou que a moral deveria ser desvinculada do direito, Kelsen foi mal interpretado,
não se dirigia ao direito e sim a ciência.
Kelsen se referia a uma ciência jurídica em sentido estrito (CJE) essa sim, pura,
afastada de considerações políticas, religiosas, sociológicas, ideológicas, históricas, morais,
valorativas etc. Criando assim uma teoria pura do saber e não do direito, “A pureza de Kelsen
está na forma de olhar e não no objeto olhado.”
As questões a serem discutidas na CJE são: que é uma norma jurídica? E quais são as
condições para o seu reconhecimento? Para ter condições de responde-las Kelsen elaborou
uma norma fundamental, que dá origem a todas as outras, uma norma que não exerce
influência do mundo físico, mas que por meio dela todas as outras normas são validadas,
Kelsen a chamou de Norma fundamental gnosiológica (NFG).