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Rodada 15.2020
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Rodada 15.2020
1. A palavra factoring tem origem inglesa e está relacionada à necessidade de reposição do
capital de giro nas empresas, sendo bastante utilizado principalmente pelas empresas pequenas
e médias. Trata-se da venda do faturamento de uma empresa para outra, que se incumbe de
cobrá-lo, recebendo uma comissão ou juros por isso (Waldirio Bulgarelli. Contratos mercantis, p.
528 e 530). Nessa ordem de ideias, faça a distinção, em 15 linhas, das modalidades de factoring
maturity factoring e conventional factoring.
Comentários
O questionamento de Direito Empresarial referente à Rodada 15.2020 requer
do aluno Emagis o conhecimento sobre as modalidades de factoring (maturity
factoring e conventional factoring).
Pois bem.
Fábio Konder Comparato propôs a palavra faturização, que foi aceita pela
doutrina e pela jurisprudência. Muitos chamam o instituto de fomento
mercantil ou contrato de faturização. De acordo com Waldirio Bulgarelli
factoring é:
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indevida divulgação viola a Lei 9.610/98 e acarretará responsabilização civil e criminal dos envolvidos.
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não podem cobrar juros remuneratórios superiores a 12% ao ano, nos termos
da Lei de Usura (REsp 1.048.341/RS). Ainda, para o STJ, por não
envolverem relação de consumo, mas de fomento econômico, não se aplica o
CDC às relações contratuais entre o empresário e a empresa de factoring
(REsp 938.979/DF).
Melhores Respostas
Danilo Carlos Ferreira, de Patrocínio/MG:
Já no "conventional factoring" existe a negociação dos créditos que são cedidos pela faturizada
à faturizadora, a qual se encarregará de cobrá-los.
Mas a diferença é que a faturizadora adianta o valor desses créditos à faturizada, mediante
cobrança de juros ou deságio.
Dessa forma, a faturizada tem uma antecipação dos créditos, não precisando aguardar os
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2. Empresa pública federal instalou postes de energia na faixa de domínio público de rodovia
estadual para fins de distribuição de energia elétrica na região. A concessionária responsável
pela conservação da rodovia ajuizou ação cobrando pela utilização da faixa de domínio,
invocando a existência de Lei Estadual fixando taxa pela utilização do respectivo bem público
por concessionárias de serviço público, bem como previsão no contrato de concessão da
rodovia permitindo tal cobrança. A distribuidora de energia, por sua vez, aduziu a
inconstitucionalidade da Lei Estadual em questão e a inaplicabilidade da cláusula do contrato de
concessão invocada. Com base na doutrina e na jurisprudência dos Tribunais Superiores, qual
deve ser a solução dada à lide? Máximo 20 linhas.
Comentários
A questão dessa semana trata de dois temas relevantes do direito
administrativo, quais sejam, o uso dos bens públicos e a concessão de
serviços públicos. Indiretamente também discute o cabimento das taxas e a
competência para legislar e administrar os serviços públicos.
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O STF, por sua vez, entende ser inconstitucional lei estadual ou municipal
que institui taxa pela utilização da faixa de domínio de rodovia por prestadora
de serviço público de distribuição de energia. Nesse sentido, eis a ementa do
RE 581.947:
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Ressalva deve ser feita quanto à cobrança realizada pelo ente público ao
qual pertence o domínio da via pública, situação na qual o STJ se posiciona
pela impossibilidade da cobrança, ainda que não se dê com natureza jurídica
de taxa.
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Tal ADI se encontra atualmente com pedido de vistas do Min. Luiz Fux,
porém já conta com 4 votos no sentido da inconstitucionalidade da lei no que
tange à cobrança pelo uso das faixas de domínio por empresas prestadoras
de serviço de energia elétrica, cabendo ao aluno acompanhar a evolução do
julgamento desse relevante tema.
Por fim, entende a doutrina que a concessionária é parte legítima para cobrar
o preço da prestadora de serviço público, pelo uso da faixa de domínio,
quando houver autorização do poder concedente, pois, como delegatário,
tem direito subjetivo ao uso, formalizado pelo contrato de concessão.
Melhores Respostas
Resposta de Mariana Terra Silva Barros, de Belo Horizonte/MG:
“O STF e o STJ vêm decidindo, em casos similares ao narrado no enunciado, pela ilegalidade
da cobrança, seja a título de taxa ou de tarifa. Isso porque não há serviço público prestado ou
exercício de poder de polícia, fundamentos que autorizariam a cobrança de taxa (art. 77 do
CTN), bem como porque a utilização do bem público se dá em benefício da sociedade, motivo
pelo qual não é possível a fixação de preço público.
Ademais, a Lei n.º 8987/95, que rege contratos dessa espécie, prevê, em seu artigo 11, que a
concessionária pode possuir outras fontes provenientes de receitas alternativas,
complementares, acessórias ou de projetos associados. Nos termos autorizados por essa lei,
essa cobrança visa atingir o interesse público, o equilíbrio econômico-financeiro do contrato e,
ainda, o princípio da modicidade tarifária.
Por outro lado, a Lei Estadual mencionada é formalmente inconstitucional, já que a competência
para legislar sobre energia é privativa da União, conforme determina o artigo 22, IV da
Constituição Federal.
Dessa forma, é possível a cobrança pela ocupação do bem público, sendo indiferente, nos
termos da jurisprudência dos Tribunais Superiores, o fato de a empresa pública envolvida ser
federal, e não estadual. No entanto, a Lei Estadual existente não pode ser o fundamento para a
cobrança, mas sim a própria Lei n.º 8987/95, o edital da licitação e o contrato de concessão.”
“A respeito do tema, há divergência entre decisão proferida pelo Superior Tribunal de Justiça e a
última posição externada pelo Supremo Tribunal Federal no ano de 2019.
Segundo posição defendida pelo Superior Tribunal de Justiça, o artigo 11 da Lei nº 8.987/95
autoriza ao poder concedente estabelecer em contrato "a possibilidade de outras fontes
provenientes de receitas alternativas, complementares, acessórias ou de projetos associados,
com ou sem exclusividade, com vistas a favorecer a modicidade das tarifas". Nessa esteira, não
haveria impedimento, por parte do Estado, de dispor em lei e no contrato acerca da
possibilidade de a concessionária responsável pela conservação da rodovia cobrar pela
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utilização da faixa de domínio. Este entendimento seria aplicado inclusive nos casos de
ocupação da faixa de domínio público para fins de distribuição de energia elétrica, não invadindo
competência privativa da União.
Portanto, a solução da lide, observando a posição mais recente e exarada pelo Supremo
Tribunal Federal, seria no sentido de dar razão ao pleito da distribuidora de energia elétrica.”
Por outro lado, o STF deve decidir ADI na qual se discute sobre a utilização e a
comercialização, a título oneroso, das faixas de domínio e das áreas adjacentes às rodovias
estaduais e federais delegadas. A Relatora, Ministra Cármen Lúcia, votou pela
inconstitucionalidade da norma atacada, entendendo que a União é titular da prestação do
serviço público de energia elétrica e detém a prerrogativa constitucional de estabelecer o regime
e as condições da prestação desse serviço por concessionárias, o qual não pode sofrer
ingerência normativa dos demais entes políticos, sob pena de invasão à competência da União
para explorar, diretamente ou mediante concessão, os serviços e instalações de energia
elétrica, e para legislar sobre energia (arts. 21, XII, b, e 22, ambos da CRFB/1988).
Por outro giro, a decisão do STF não encerrou a discussão, pois envolveu o Poder Público e
uma concessionária de energia elétrica, mas não abarcou a hipótese de conflito entre duas
concessionárias que litigam pela cobrança da utilização da faixa de domínio.
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Para a jurisprudência dominante do Superior Tribunal de Justiça a cobrança é legítima, eis que
nos contratos de concessão rodoviária são permitidas receitas acessórias, como as
provenientes do uso da faixa de domínio, nos termos do art. 11, da Lei nº 8.987/1995.
Contudo, em recente decisão monocrática da lavra do Ministro Gilmar Mendes foi aplicado
raciocínio semelhante ao caso com repercussão geral reconhecida envolvendo o Poder Público
e concessionária de energia elétrica para negar a possibilidade de uma concessionária de
rodovias cobrar da concessionária distribuidora de energia pela implantação de linhões, postes
e torres no espaço concessionado.
De acordo com o Ministro Gilmar Mendes, a hipótese dos autos se amolda perfeitamente ao
tema de repercussão geral, uma vez que discorre sobre a pertinência da cobrança de taxa por
concessionárias de rodovias para instalação de postes e linhas de distribuição de energia
elétrica em faixas de domínio.
A concessionária da rodovia ainda pode mover recurso com o objetivo de levar a discussão ao
plenário do Supremo. No entanto, a decisão que por enquanto prevalece como referência define
que a concessionária de rodovia não pode cobrar da concessionária de energia elétrica pelo uso
da faixa de domínio.”
“A jurisprudência dos Tribunais Superiores entende que a cobrança de taxa pela utilização de
faixa de domínio público é inconstitucional, mas deve ser feito a ressalva quanto à previsão
editalícia e contratual. Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, firmada em sede
de repercussão geral, as faixas de domínio público das vias públicas - incluindo as ruas,
calçamentos, acostamentos e canteiros - constituem bens de uso comum do povo. Portanto,
devem se sujeitar à instalação de outros bens necessários à prestação de serviços públicos. Se
essa restrição não conduzir à extinção de direitos, não há razão para qualquer tipo de
indenização.
Este entendimento também já foi esposado pelo Superior Tribunal de Justiça em alguns
julgados. A Corte afirmou ser inadmissível a cobrança de taxa para a utilização de faixa de
domínio de rodovias para a instalação de cabos ou fios necessários à prestação de serviços
públicos. As taxas apenas poderiam ser cobradas para remunerar a prestação de serviços
públicos específicos e divisíveis ou o regular exercício do poder de polícia.
Portanto, a conclusão que se alcança é de que a cobrança será legítima quando feita por
concessionária de serviço público com fundamento no contrato de concessão (art. 11 da Lei nº
8.987/1995). Por outro lado, a jurisprudência reitera que a cobrança é ilegal quando feita
diretamente pelo ente público (e não pela concessionária) pela utilização de bens públicos.
Embora a matéria ainda cause controvérsia na jurisprudência, no caso em análise, a cobrança
deve ser tida por válida, consoante a jurisprudência dominante do Superior Tribunal de Justiça.”
3. Épossível a ampliação, por Constituição Estadual, da reserva de lei complementar para além
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Comentários
Prevê a Constituição Federal de 1988:
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Melhores Respostas
Leonardo Tokuda Pereira, de São Paulo/SP, assim respondeu:
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Comentários
Oi, pessoal, tudo bem? A rodada 15.2020, de questões discursivas,
demandou do/a aluno/a a construção de uma resposta simples (mas em
forma de texto, ou seja, não em tópicos). Fique atento para comandos
extensos, lendo com acurácia cada informação, sem precipitações, pois
muitas vezes o questionamento em si é objetivo. Procure enfrentar todas as
perguntas, pois é isso que faz com que sua pontuação se eleve (dado o fato
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Melhores Respostas
O aluno Antônio Paulik, de São Paulo/SP, com nota “bom”, respondeu à questão da seguinte
maneira, acertadamente quanto ao mérito:
“A solução jurídica para o caso proposto foi decido pelo STJ, fixando a tese de que o juízo da
execução pode promover a retificação do atestado de pena para constar a reincidência, com
todos os consectários daí decorrentes, ainda que não esteja reconhecida expressamente na
sentença penal condenatória transitada em julgado. De fato, embora seja pacífico que o juiz da
execução não possa alterar a quantidade da pena e a forma inicial de execução, em divergência
da sentença condenatória, após o trânsito em julgado, a reincidência tem diversos efeitos na
execução, como, por exemplo, no livramento condicional e progressão de regime, podendo o
juiz da execução reconhecer os efeitos da figura jurídica de modo, inclusive a agravar ou
impedir que o réu tenha acesso aos benefícios da Lei de execução penal nos prazos concedidos
aos réus primários.”
O aluno Carlos Humberto, de Criciúma/SC, com nota “bom”, respondeu à questão da seguinte
maneira, acertadamente quanto ao mérito:
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A aluna Samara Lima, do Rio de Janeiro/RJ, com nota “bom”, respondeu à questão da
seguinte maneira, acertadamente quanto ao mérito:
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