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Tanto pela experiência de observação em diversas pessoas como na minha própria, acredito
que o pânico ou uma crise de stress, são sintomas extremos de excesso de controle sobre a
nossa pessoa, sobre a vida, sobre os acontecimentos.
Do excesso de controle, temos por base o medo. O medo de sofrer, de perder, medo de ficar
sem, etc. Tomados por estes medos, passamos a ter um excesso de controle em manter o que
temos ou quem somos, esquecendo-nos completamente que a vida é um fluir constante de
experiências, de pessoas, de eventos, de emoções. Que conforme a Vida trás, também leva,
que há dias tristes, mas também há dias felizes, que às vezes é para chorar outras é para rir.
Quem resiste a este movimento natural de que a própria natureza é o nosso maior modelo,
cai no excesso de controle de querer manter as experiências, as pessoas, os eventos, as
emoções, tudo sob controle de maneira a nunca experienciar o seu lado negativo. No entanto
ao rejeitar a experiência dos lados negativos estão sem saber a fechar as portas ao positivo
pois ambas estão ligadas e procuram constantemente o equilíbrio. Quando chegamos a um
momento na nossa vida em que desistimos de controlar seja o que ou quem for, passamos a
estar em contacto com a única coisa que realmente podemos mudar ou controlar; a maneira
como reagimos à vida.
O Pânico não é mais do que o momento crítico em que a vida nos mostra através de um
acontecimento caótico ou imprevisto que não há nada a controlar, que a única saída é a
rendição à vida e a essa maravilhosa e sábia força maior.