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e Autossuficiência
Guia Operacional para a Proteção de refugiado(as)
e Soluções em Áreas Urbanas
I
The UN Refugee Agency
OPERATIONAL GUIDANCE ON REFUGEE PROTECTION
AND SOLUTIONS IN URBAN AREAS
Todas as devidas precauções foram tomadas pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados para verificar as informações contidas nesta publicação.
No entanto, o material publicado está sendo distribuído sem qualquer tipo de garantia, seja expressa ou implícita. A responsabilidade para interpretação
e uso do material é do leitor. Em nenhuma circunstância o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados poderá ser responsabilizado pelos danos
decorrentes do seu uso.
Foto de Capa: Iêmen / refugiado / Área urbana de Basateen, Aden / Mohammed cobra US$ 10 para consertar um refrigerador. “Quando eu estou atrás
da minha mesa de trabalho, eu coloco minhas muletas de lado e esqueço a minha deficiência”. Com um lucro de US$ 20 diários, Mohammed ganha quarto
vezes mais que o salário médio de um funcionário público no Iêmen. / ACNUR/ R. Nuri / Abril , 2009
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Promovendo Meios de Subsistência
e Autossuficiência
Guia Operacional para a Proteção de
Refugiados(as) e Soluções em Áreas Urbanas
Índice
I. Siglas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
II. Visão geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
III. Objetivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
IV. Princípios fundamentais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
V. Guia operacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1. Acesso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2. Integração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
3. Diagnóstico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
4. Destinatários . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
5. Autossuficiência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
6. Parcerias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
7. Participação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
8. Monitoramento e avaliação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
9. Transferência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
VI. Anexo: Lista indicativa de Atividades de Subsistência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
VII. Bibliografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
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e Autossuficiência e Soluções em Áreas Urbanas
Siglas
OC Organização Comunitária
PI População de Interesse
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Visão Geral
O Direito ao Trabalho está previsto no Artigo 23.1 da Declaração Universal dos Direitos
Humanos e no Artigo 6 do Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais.
O trabalho permite que homens e mulheres de todas as idades e formação vivam com digni-
dade e se tornem autossuficientes. O direito ao trabalho estende-se aos refugiados(as)
conforme previsto nos Artigos 17, 18 e 19 da Convenção de Genebra de 1951.
Além de buscar a proteção desta população, o ACNUR considera que a defesa dos direit os
relacionados aos meios de subsistência e o apoio aos refugiados (as) na conquista desses
direitos são apropriados e necessários também em ambientes urbanos, pelas seguintes razões:
§ Muitos refugiados(as) vão para as cidades porque possuem habilidades que poderão ser
aproveitadas de modo mais efetivo nas áreas urbanas do que nas rurais. Programas de
subsistência promovem e preservam o uso destas habilidades, que podem resguardar
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Estas orientações são direcionadas a toda população de interesse (PI) atualmente sob o
mandato do ACNUR, incluindo refugiados(as), solicitantes de refúgio, pessoas deslocadas
internamente, apátridas e repatriados e repatriadas. As orientações também especificam
onde e quando as abordagens sobre os diferentes grupos podem variar. Para o propósito
deste manual, o termo “refugiado(a)” refere-se geralmente à população (homens e mulheres)
de interesse do ACNUR. Embora o ACNUR não possua o mandato para apoiar a população
local, é de conhecimento geral que ela deve ser incluída nas atividades planejadas nas áreas
com grande concentração de refugiados(as).
Este guia operacional é baseado em lições aprendidas e boas práticas reunidas durante as
operações em áreas urbanas desde 2008. É complementado por orientações gerais sobre
meios de subsistência, microfinanças e promoção do direito ao trabalho, disponíveis nas
páginas de Livelihood na Intranet (Protection and Operational themes > Livelihoods).
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Objetivo
Princípios Fundamentais
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Guia operacional
1. Acesso
Defender e garantir o direito dos(as) refugiados(as) ao acesso ao trabalho e à subsistência
em igualdade de condições com os nacionais. O ACNUR tem a obrigação de assegurar
que refugiados (as) possam desfrutar da liberdade de escolha de emprego que lhes per-
mita gerar renda para cobrir suas necessidades básicas sem que tenham que se submeter
a qualquer tipo de assédio, exploração, intimidação ou discriminação por parte das auto-
ridades governamentais ou da sociedade civil.
-- Analisar a Lei de Refúgio ou outra legislação e diretivas que descrevam os direitos do (a)
refugiado(a) a acesso ao trabalho e meios de subsistência. Identificar as reservas aos
Artigos 24, 17 e 18 da Convenção de 1951 que estão relacionados ao emprego. Monitorar
qualquer mudança política e manter atualizada a informação sobre o “Direito ao Trabalho”.
-- Identificar restrições quanto ao tipo ou áreas de emprego e negócios que são permitidos
aos trabalhadores estrangeiros. Defender a remoção de qualquer diretiva discriminatória
ou práticas que impeçam o acesso ao trabalho e aos meios de subsistência. Isto inclui taxa
mais elevadas para refugiados(as), marginalização de grupos de refugiados(as) ou indivíduos
com necessidades especiais, rejeição de refugiados(as) que perderam seus documentos/
diplomas, etc., ou discriminação e hostilidades com outros grupos minoritários.
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-- Adotar uma estratégia de promoção integrada para tornar os serviços públicos exis-
tentes acessíveis aos refugiados(as) e para melhorar as condições de saúde e educação
(ver Guia Operacional para a Proteção de Refugiados(as) e Soluções em Áreas Urbanas:
Garantir Acesso à Educação e à Saúde, ACNUR 2011).
1 CTA é um Programa Global com o objetivo de aprimorar o acesso à subsistência e a oportunidades de educação através da tecnologia, tais como o
ensino de informática e a distância. Foi desenvolvido em janeiro de 2011.
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2. Integração
Evitar a prestação ou criação de serviços paralelos. Utilizar medidas de promoção e fortalecimento
institucional para facilitar a integração do refugiado(a) nos serviços públicos e privados e nas
instituições que podem impulsionar o desenvolvimento da subsistência e da autossuficiêcia.
O ACNUR deve contribuir para o processo e o planejamento do desenvolvimento local e
investir recursos em serviços locais.
-- Defender a inclusão das questões do refúgio nas estratégias do país, nas propostas para
doadores e programas nacionais, intermediando com o governo, doadores bilaterais, equipe
das Nações Unidas no país (através da UNDAF) e grupos ou fóruns de coordenação sobre meios
de subsistência.
-- Defender o acesso dos(as) refugiados(as) a instituições públicas e serviços com custos meno-
res ou semelhantes aos dos nacionais.
-- Identificar programas de trabalho e emprego financiados por doadores e que possam
beneficiar refugiados(as) e nacionais.
-- Apoiar para que as atividades de subsistência das comunidades locais sejam oficialmente
reconhecidas e registradas nas instituições públicas ou privadas competentes.
-- Estimular sessões informativas sobre os direitos dos refugiados(as) para parceiros nacionais
e atores da sociedade civil a fim de expandir o alcance dos serviços públicos e incluir a comuni-
dade refugiada.
-- Identificar e demarcar “zonas de subsistência” onde reside um grande número de refugiados (as)
que compartilhem características similares, estratégias de subsistência e vulnerabilidades.
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-- Analisar as estratégias de subsistência levando em conta que elas são utilizadas diferente-
mente entre homens e mulheres e que mudam com o decorrer do tempo.
-- Famílias de renda superior: estas famílias são capazes de emprestar dinheiro para outras
famílias da comunidade, possuem uma maior visibilidade pública, empregam outros
indivíduos da comunidade, têm diversidade de bens produtivos e habilidades, além de
extensivos laços econômicos e sociais fora da sua comunidade e localidade.
-- Outros grupos que não se encaixam nestas categorias e que precisam de atenção incluem
famílias cuja renda é significativamente maior que a daquelas de renda superior.
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4. Destinatários
Uma vez que a avaliação sobre os meios de subsistência for finalizada, o próximo passo é se
engajar no processo de planejamento estratégico, novamente em consulta e coordenação
com uma ampla gama de parceiros e partes interessadas. Ações ou intervenções relativas
aos meios de subsistência devem ser feitas de modo a contornar normas obstrutivas e
encontrar formas de trabalhar dentro das restrições existentes para continuar apoiando os(as)
refugiados(as) (e comunidades de acolhida quando aplicável). Com base na avaliação, um
conjunto de ações adequadas para os grupos-alvo escolhidos pode ser implementado de
forma planejada, com o objetivo de apoiar metas múltiplas.
-- Apoiar serviços que tenham sido identificados como necessidades reais tanto para os
(as) refugiados(as) como para a comunidade local, sem questionar significativamente as
normas políticas, culturais e de gênero existentes.
-- Implementar um vasto leque de atividades, sendo que algumas serão específicas e outras
deverão apoiar a todos os(as) refugiados(as), independentemente de suas capacidades. Os
beneficiários deverão ser selecionados com base nos grupos socioeconômicos identificados.
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-- As intervenções para a provisão de meios de subsistência têm efeito direto e imediato no
bem-estar socioeconômico das pessoas, visando reduzir suas vulnerabilidades. Exemplo:
conceder assistência, subsidiar moradias e serviços básicos.
5. Autossuficiência
Autossuficiência é a habilidade social e econômica de um indivíduo, família ou comunidade
de satisfazer suas necessidades básicas (incluindo proteção, alimentação, água, moradia,
segurança pessoal, saúde e educação) de forma sustentável e digna. Autossuficiência, como
uma abordagem de Programa, refere-se ao desenvolvimento e fortalecimento dos meios
de subsistência das pessoas de interesse (PoC) e à redução de suas vulnerabilidades e da
dependência ao longo prazo de assistência humanitária ou externa. O programa e o planejamento
dos meios de subsistência devem ajudar os(as) refugiados(as) a se tornar autossuficientes.
A assistência direta com dinheiro / alimentação / aluguel deve ser temporária e condicional,
e deve levar gradualmente a atividades independentes como parte do desenvolvimento
a longo prazo.
-- Atividades de promoção e proteção social devem ser contínuas já que fornecem a base
para todas as outras formas de apoio. Enquanto as atividades de promoção podem aumentar
com o tempo, espera-se que a quantidade do apoio financeiro concedido diminua gradualmente.
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-- Criar capacidades por meio de medidas de provisão e proteção dos meios de subsistência,
em direção à promoção dos meios de subsistência a longo prazo.
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-- Identificar famílias e indivíduos em situação de risco elevado qualificados para a assistência
social durante o processo de avaliação das necessidades. Tais grupos deverão receber apoio
para integrá-los no sistema de bem estar social, quando aplicável.
-- Iniciar um diálogo político com o governo para influenciar as leis e diretrizes restritivas e para
apoiar as famílias refugiadas e os indivíduos em situação de risco elevado até que mudanças
positivas e concretas ocorram.
6. Parcerias
Embora o ACNUR possa assumir um papel de liderança no planejamento de uma estratégia
abrangente, geralmente seu protagonismo deve diminuir no momento de execução.
Algumas atividades deverão ser lideradas por organizações locais, ONGs internacionais ou
por órgãos do governo, sem o investimento direto do ACNUR. Atividades que sejam altamente
relevantes, mas que não tenham meios de serem implementadas por outras entidades, serão
de responsabilidade do ACNUR, demandando tanto parceiros implementadores como
operacionais. O ACNUR necessita trabalhar cada vez mais com governo e autoridades nacionais
e atrair parceiros que promovam o desenvolvimento para permitir uma transição suave de
um estado de emergência para um estado de desenvolvimento sustentável.
6.1 Conduzir uma análise sobre as partes interessadas e definir o papel dos parceiros
Reconhecer os distintos objetivos e o modus operandi de cada uma das organizações humanitárias
(curto prazo) e entidades empresariais (longo prazo), e respeitar seus diferentes mandatos, papéis
e abordagens, com a intenção de deixar determinadas ações a cargo das instituições com trajetória
e experiência comprovadas.
-- Agências bilaterais: Financiamento dos meios de subsistência para o governo com base em
acordos bilaterais; integração dos(as) refugiados(as) dentro do sistema público; provisão de
bolsas de estudos.
-- Nações Unidas e agências especializadas (PNUD, UNICEF, OIT, etc.): Promoção e financiamento
de atividades de subsistência; apoio a treinamento; engajamento em diálogo político:
integração dos(as)
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-- Utilizar estas reuniões de coordenação como plataformas para promover um maior acesso
e o aprimoramento dos serviços que estejam ligados a políticas e instituições adjacentes que
criam barreiras para a autossuficiência, tais como inexistência de renda regular, insegurança
alimentar, desnutrição, falta de moradia, saúde precária, falta de oportunidades de educação.
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-- Reconhecer as lideranças do governo e de instituições e participar nas reuniões organizadas
a nível nacional, municipal ou local em que as necessidades de subsistência das populações
urbanas, incluindo refugiados(as), sejam discutidas.
-- Identificar oportunidades de subsistência por meio do Quadro das Nações Unidas para
Assistência ao Desenvolvimento (UNDAF) e do Processo de Apelo Consolidado (PAC).
§ Apoiar os(as) refugiados(as) a acessar os serviços existentes, por exemplo, por meio de
atividades de promoção, apoio material e financeiro, coordenação com instituições locais
e provedores de serviços, coordenação com as comunidades interessadas; apoio para
capacitação.
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7. Participação
Envolver as comunidades locais e os(as) refugiados(as) em todos os aspectos do planejamento
dos programas, assim como na execução e no monitoramento. Aumentar a interação com
as comunidades de refugiados(as) e manter uma comunicação frequente; organizar atividades
de inclusão e informar aos refugiados(as) as opções de apoio aos meios de subsistência e
os critérios de elegibilidade.
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-- Analisar modos de reduzir as ameaças de proteção no contexto de atividades de subsistência,
tais como discriminação, abuso, exploração e violência sexual e de gênero.
-- Permitir a plena participação dos jovens nas atividades de subsistência. Eles possuem
não somente o direito de ser ouvidos nas questões que afetam suas vidas, mas também
devem ser convidados a participar ativamente na avaliação, planejamento de programas
e projetos de subsistência. Encorajar suas habilidades para iniciar uma mudança positiva e
transformar-se em agentes de desenvolvimento.
-- Fortalecimento do papel dos voluntários na promoção dos meios de subsistência para os (as)
refugiados (as) nas suas comunidades, assim como sua participação ativa nas comunida-
des locais ou em outros mecanismos consultivos tais como comitês de desenvolvimento
municipal/ distrital.
-- Defender uma legislação progressista que permita que os(as) refugiados(as) trabalhem
e que facilite seu acesso a empregos nos departamentos do governo, instituições de formação
profissional/vocacional e em outros setores como educação e saúde.
8. Monitoramento e avaliação
Monitorar e avaliar regularmente o progresso dos objetivos dos programas e os resultados
esperados com o intuito de retirar gradualmente a assistência direta, a necessária mudança
de estratégia e abordagem, bem como reduzir a dependência de recursos existentes. O
contexto operacional, ou seja, os perfis socioeconômicos e fatores externos da população
de refugiados(as) devem ser monitorados em intervalos regulares uma vez que possuem
influência direta na sustentabilidade das estratégias e planos de apoio aos meios de subsistência.
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-- Garantir que políticas e atitudes discriminatórias sejam reportadas e abordadas pelos
atores relevantes (como governo, agências da ONU, setor privado, uniões dos trabalhadores).
Assegurar que autoridades locais e parceiros-chave sejam envolvidos na procura por soluções
alternativas.
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9. Transferência
Desenvolver e executar uma estratégia de redução gradual e transferência (também chamada
de “estratégia de saída”), dentro de um plano plurianual com o propósito de transformar
gradualmente as ações de assistência direta em uma ajuda de subsistência de longo prazo.
A estratégia de saída deve ser feita por meio da redução das intervenções uma vez que
os indicadores de êxito tenham sido atingidos e que seja possível introduzir outros
requisitos mais sustentáveis. O objetivo de tal estratégia é criar um caminho para o fim da
pobreza e da dependência de ajuda humanitária, e promover uma mudança de atitude rumo
à autossuficiência.
-- Realizar uma retirada gradual de subsídios e assistência direta e organizar uma transição
para os serviços de subsistência tais como o microcrédito comercial, possibilitando acesso a
serviços de desenvolvimento empresarial e programas nacionais de treinamento.
24
9.2 Desenvolver e concordar com metas alcançáveis
-- Permitir que os resultados obtidos permitam o acesso dos(as) refugiados(as) aos serviços
públicos nacionais em parceria com a comunidade de acolhida, e também aos serviços do
setor privado (tais como bancos e instituições de microfinanciamento), de modo que não
sofram uma perda súbita de apoio.
-- Assegurar que a qualidade dos serviços públicos ou privados seja igual àqueles oferecidos
pelo ACNUR.
Bulgária / Mulher
solicitante de asilo
participa de um curso de
cosméticos no Centro Sofia
de Recepção e Integração
para Refugiados em Sofia /
ACNUR / B. Szandelszky /
Julho 2010
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Anexo
Provisión de medios de vida sosteni- Fornecer assistência (em dinheiro ou espécie) em situações
bles para satisfacer necesidades básicas emergenciais para subsidiar moradias e serviços básicos.
Proteger o capital produtivo (humano, Subsídios temporários para atividades de produção (uso de
social, natural, físico) e diversificar as recursos naturais, artesanatos e manufaturas)
fontes de renda
Proteger e criar capital humano e social, Planos de treinamentos específicos para desenvolver habilidades
e estratégias de trabalho decente laborais em manufatura, varejo e prestação de serviços (construção
e manutenção de infraestrutura, instalação de equipamento,
manutenção de computador, reparos elétricos e em veículos,
serviços de educação e saúde, assistência infantil, Tecnologia da
Informação e Comunicação) por meio do Acesso Comunitário à
Tecnologia.
Proteger e desenvolver o capital social Treinamento e capacitação em grupo tais como liderança, gestão,
formação de associações, organização comunitária e organização
social utilizando Tecnologia da Informação e Comunicação.
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Objetivo do Programa Atividade Indicativa
Promoção de Subsistência
Aperfeiçoar o capital humano e social e Facilitar o acesso a serviços de apoio empresarial, como
promover estratégias de trabalho decente aconselhamento jurídico, financeiro e inclusão em redes
para a criação de empresas.
Aperfeiçoar o capital político e social e Acesso a serviços jurídicos relativos a emprego, autorizações
promover estratégias de trabalho decente de trabalho e registro de empresas.
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Bibliografia
Fontes do ACNUR:
Fontes externas:
2 Este manual foi desenvolvido para proporcionar aos profissionais informações úteis e ferramentas necessárias para que possam criar e implementar
programas mais efetivos relativos aos meios de subsistência e que tenham como base: demanda de mercado e contextos apropriados; programas
elaborados sobre as habilidades e experiências existentes dentro da população-alvo; e programas que promovam a dignidade e forneça opções aos
deslocados.
3 EMMA é um conjunto de ferramentas e orientações desenhadas por grupos da sociedade civil (Practical Action, Oxfam e Cruz Vermelha Internacional)
para ajudar a equipe humanitária a melhor entender, acomodar e fazer o uso de sistemas do mercado. As ferramentas do EMMA são adaptáveis e ágeis,
e buscam orientar a equipe que não seja especialista em questões de mercado. Apesar do EMMA ser destinado a situações emergenciais, pode
facilmente ser adaptado para o uso em áreas urbanas.
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OPERATIONAL GUIDANCE ON REFUGEE PROTECTION
AND SOLUTIONS IN URBAN AREAS
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The UN Refugee Agency