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net/publication/269080196
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All content following this page was uploaded by Thiago Araújo on 26 July 2018.
RESUMO
Proposta: Este trabalho tem por objetivo apresentar as diretrizes para a elaboração de projetos de
manutenção utilizando a tecnologia Building Information Modeling (BIM). Método de
pesquisa/Abordagens: Será apresentada uma revisão bibliográfica sobre BIM e manutenção de
edifícios procurando identificar as informações necessárias para a manutenção e a sua inserção na
nova tecnologia. Resultados: Esclarecer como o BIM pode ser uma tecnologia fundamental para a
manutenção de edifícios por meio da proposta de diretrizes. Contribuições/Originalidade: A
tecnologia BIM no âmbito da manutenção não é abordada com frequência e os estudos relacionados
poderão fomentar cada uma das áreas.
ABSTRACT
Proposal: To present guidelines for the elaboration of maintenance projects using the technology
Building Information Modeling (BIM). Methods: A bibliographical revision will appear on BIM and
maintenance of buildings, indicating related points between the two areas. Findings: Clarify how the
BIM may be a fundamental technology for the maintenance of buildings by means of the proposed
guidelines. Originality/value: BIM in the context of maintenance is not addressed frequently and
related studies may promoting each of the areas.
10.4237/sbqp.11.277 749
1 INTRODUÇÃO
Trabalhos como Antunes e Calmon (2005) e Sanches e Fabricio (2009) entre outros,
relacionam a fase de projeto e manutenção enfatizando a importância de se pensar na
manutenção durante a fase de projeto. Neste trabalho, além de tratar desta importância,
aborda-se a utilização de uma ferramenta tecnológica para facilitar o projeto de manutenção.
O uso de tecnologia é abordado por Sampaio et al (2011) ao apresentarem um modelo de
realidade virtual para auxiliar a manutenção do edifício.
A partir destas considerações, o objetivo deste artigo é apresentar a tecnologia BIM como
uma ferramenta que atenda à confecção do projeto de manutenção. Busca-se também
abordar a importância da manutenibilidade dos edifícios como parâmetro a ser considerado
durante a fase de projeto.
Para o alcance destes objetivos o trabalho se inicia com uma revisão bibliográfica sobre BIM
e manutenção de edifícios, abordando como estas duas áreas de conhecimento se
relacionam. Posteriormente, são apresentadas as informações necessárias para um projeto
de manutenção e, através do uso de um software BIM, no caso o ArchiCAD da Graphisoft,
busca-se identificar a inserção das informações de manutenção nos parâmetros ou atributos
do objeto. Ao final é feita uma análise dos resultados, procurando caracterizar a utilização
do uso do BIM na confecção do projeto de manutenção.
De acordo com Santos (2009), com o BIM é possível criar um modelo digital integrado que
abrange todo o ciclo de vida da edificação, envolve a modelagem das informações do
edifício em várias etapas, de modo que em cada uma vão sendo agregadas diferentes
informações ao mesmo modelo (SANTOS, 2007). O projetista alimenta o modelo com as
informações de cada elemento durante todo o processo de projeto. Ao final é possível
visualizar o modelo com todas as suas características estabelecidas.
Os esquemas das Figura 1 e Figura 2 esclarecem essa diferença e enfatizam como o objeto
é visto. Na Figura 1, que representa um objeto (no caso uma porta), o que um software CAD
convencional tem a oferecer é um conjunto de linhas no caso da representação em 2D e um
conjunto de sólidos na representação em 3D. Estes elementos formarão a representação do
objeto porta. Na Figura 2, em ambientes que utilizam o BIM, pode-se visualizar o objeto
porta da mesma maneira, mas pode-se adicionar a esta representação outras informações.
O custo de mão de obra e de cada item desse objeto poderão também ser informados, bem
como os dados de fornecedores e quaisquer outros que se julgarem necessários. Crespo e
Ruschel (2007a) usam a expressão “se o objeto representa uma porta, ele age como uma
porta”.
O BIM melhora a visualização espacial do que esta sendo concebido (FLORIO, 2007;
LAUBMEYER et al., 2009) já que a qualquer momento do projeto, é possível visualizar a
edificação em 3D. Pode-se ainda incorporar outras dimensões no modelo (LEUSIN, 2007).
Um exemplo disto é o modelo em 4D que incorpora o tempo como variável na
representação para a execução. Um dos benefícios dessa incorporação é a facilidade no
planejamento da obra. É possível trabalhar com outras dimensões no modelo, com a
denominação N-D, alimentando informações sobre execução, uso e manutenção. Neste
caso, podem ser analisadas opções construtivas, automação de suprimentos e manutenção
(LEUSIN, 2007).
Com o BIM, um projeto complexo envolvendo muitos profissionais e muitas tecnologias pode
ser facilmente gerenciado, pois o BIM facilita o processo colaborativo. A integração é uma
ótima oportunidade de negócios para os fornecedores da construção (LEUSIN, 2007). Se
um fornecedor disponibilizar os produtos que dispõe na forma de modelos na plataforma
BIM, será muito mais fácil para o projetista especificar estes produtos. O fornecedor
disponibiliza os dados para que o projetista use o seu produto. O projetista por sua vez tem
a segurança de que as informações do modelo são confiáveis uma vez que foram
disponibilizadas pelo próprio fabricante.
As plataformas BIM exigem das empresas uma reorganização geral, uma reestruturação
nas formas de socialização e na organização do trabalho (LEUSIN, 2007). Os softwares
transformam o processo de projeto, implicando em novas organizações, refletindo até em
novos modelos contratuais, dependendo do nível em que a tecnologia esteja implantada.
3 MANUTENÇÃO DE EDIFICIOS
A manutenção de edifícios se define como sendo toda atividade a ser realizada para
conservar ou recuperar a capacidade funcional da edificação e de suas partes constituintes
(ABNT, 1998). Ao longo do tempo, cada componente da edificação vai deteriorando,
perdendo o desempenho. Quando o componente já não atende à sua finalidade, este
chegou ao fim da sua vida útil, pois atingiu o desempenho mínimo (ABNT, 1999). Justifica-
se, portanto, a necessidade de prevenir ou corrigir a perda de desempenho dos seus
componentes, a manutenção. Os elementos sofrem deterioração de forma singular, em
maior ou menos grau, dependendo de como foi projetado, executado, das condições
ambientais ou de como esta sendo usado (SEELEY, 1976 apud ANTUNES e CALMON,
2005). Como cada elemento possui características técnicas próprias, cada um também terá
sua própria necessidade e característica de manutenção.
4 ANÁLISE
Para o projeto da manutenção, são confeccionadas tabelas que relacionam cada elemento
da edificação com as suas respectivas características de manutenção (SAMPAIO et al,
2011). Por exemplo, para cada elemento podem ser incluídos seus prazos de validade,
informações sobre adequada conservação, possíveis anomalias, soluções e metodologias
de reparo. É possível então, ter um panorama de quais patologias cada elemento da
edificação poderá apresentar. Posteriormente, os dados são adicionados a um modelo
virtual tridimensional.
Uma vez que estas informações foram levantadas, há de se estudar como elas vão ser
adicionadas ao modelo virtual, discute-se como, quando e por quem as características de
manutenção devem ser inseridas dentro do BIM. Esta discussão já envolve os níveis 2.0 e
3.0 de implantação da tecnologia onde é necessário o planejamento das ações, pois
envolvem diferentes profissionais em diferentes etapas do ciclo de vida da edificação.
1º. Fabricantes ou responsáveis pelos materiais ou produtos usados nos ambientes: Atuará
por meio da configuração dos materiais e objetos no software ou da confecção de
modelos com características de manutenção dos elementos. Este agente poderá
fornecer seu produto com todas as características de manutenção necessárias,
informando todos os outros intervenientes das melhores práticas de reparo e cuidados.
A ordenação pode ser necessária uma vez que se o projetista (2º) tiver a necessidade de
mudar a especificação informada pelo fabricante (1º), o software terá que solicitar a
permissão de modificação ao fabricante (1º). Somente após esta autorização, o projetista
poderá informar a nova característica. A restrição de informações é necessária quando há o
trabalho simultâneo de vários profissionais, para que a modificação de um não altere a
informação de outro.
Caso os fabricantes ou responsáveis pelos materiais ou produtos usados nos ambientes não
fornecerem os dados relativos à manutenção, estes terão que ser informados pelos
projetistas e profissionais responsáveis especificadamente pelo projeto da manutenção.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
_______. NBR 14037: Manual de operação, uso e manutenção das edificações – Conteúdo
e recomendações para elaboração e apresentação. Rio de Janeiro, 1998.
CRESPO, Cláudia C.; RUSCHEL, Regina C. Solução BIM para a melhoria no processo
de projetos. In: V SIBRAGEC Simpósio Brasileiro de Gestão e Economia da Construção,
Campinas, 2007a, Anais... CD-ROM
______. Ferramentas BIM: um desafio para a melhoria no ciclo de vida do projeto. In: III
Encontro de Tecnologia de Informação e Comunicação na Construção civil, Porto Alegre,
2007b, Anais... CD-ROM.
FABRÍCIO, Márcio M.; BAÍA, Josaphat L.; MELHADO, Silvio B. Estudo da Seqüência de
etapas do projeto na construção de edifícios: Cenário e perspectivas. In. Encontro
Nacional de Engenharia de Produção – ENEGEP'98: A engenharia de produção e o futuro
do trabalho. Anais em CD-ROM: UFF/ABEPRO, Niterói, 1998.
FARIA, Renato. Construção Integrada. Techne. São Paulo, n. 127, p. 44-49, outubro 2007.
SANTOS, Eduardo T. Building Information Modeling você realmente sabe o que é? In:
VII Workshop Brasileiro de Gestão do Processo de Projetos na Construção de Edifícios
WBGPPCE, Curitiba, 2007, Disponível em:
<http://www.cesec.ufpr.br/workshop2007/PDF/0702%20Building%20Information%20Modelin
g%20-%20Toledo%20Santos.pdf>. Acesso em: 04 jul. 2009.
TSE T. K.; WONG K. A.; WONG K. F. The utilisation of building information models in
nD modelling: A study of data interfacing and adoption barriers. In.: ITcon Vol. 10 (2005),
Special Issue From 3D to nD modelling , pg. 85-110. Disponível em:
<http://www.itcon.org/2005/8>. Acesso em: 25 out. 2009.
7 AGRADECIMENTOS