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FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E ARTES DE LIMEIRA

ALEX RIBEIRO VIANA

SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO
(SAC e SPC)

Limeira
2020
ALEX RIBEIRO VIANA

SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO
(SAC e SPC)

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso


de Administração, área Matemática Financeira, da
FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E ARTES DE
LIMEIRA, como requisito parcial para a Obtenção do
grau de Bacharel em Administração.

Limeira, 14 de abril de 2020

BANCA EXAMINADORA
TIAGO GIORGETTI CHINELLATO
SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO CONSTANTE (SAC) E SISTEMA
DE PRESTAÇÃO CONSTANTE (SPC)

Nos dias atuais, há inúmeras formas de operações de crédito para alguém que
deseja investir em sua empresa, abrir seu próprio negócio, financiar carros,
imóveis, entre outras opções.
As instituições financeiras oferecem um valor que deverá ser devolvido com
juros em um período pré-determinado.
São inúmeras as formas de quitar esse empréstimo. O SAC (Sistema de
Amortização Constante), é uma delas.
A tabela ou sistema SAC, também conhecido como “Hamburguês”, origina-se
de sua principal característica, que é amortizar o valor do empréstimo de forma
constante e periódica, não necessariamente mensais, fazendo com que a taxa
de juros incida sobre um saldo devedor decrescente a essa constante. Como
consequência, os juros e as prestações também decrescem a um valor
constante, caracterizando uma progressão aritmética, cuja razão é o resultado
da multiplicação do valor dessa amortização constante pela efetiva periódica.
Nessa modalidade, o pagamento da dívida é baseado em parcelas de
amortizações iguais com prestações e juros decrescentes.
Ao financiar a compra de um imóvel, o consumidor precisa optar por um
sistema de amortização de empréstimo que vai pedir a construtora ou ao
banco. A maneira como a dívida será paga ao longo do prazo de financiamento
é definida por eles. As maneiras mais comuns são a Tabela Price e o Sistema
de Amortização Constante (SAC). O Sistema de Amortização Crescente
(SACRE), utilizado somente pela Caixa Econômica Federal, já não é oferecido
com frequência. Em todos eles, o comprador paga juros em cima do saldo
devedor total.
Na tabela price, as parcelas são fixas. Nessa modalidade a maior parte da
primeira prestação é composta por juros. Ao longo do financiamento, o valor
pago em juros cai e a amortização sobe, mas o valor da parcela será sempre o
mesmo.
Já o SAC mantém durante o financiamento, o mesmo valor de amortização,
mas diminui o valor pago em juros, o que reduz o valor da prestação durante o
contrato.
Vamos analisar o seguinte exemplo: no sistema Price quando financiamos R$
100 mil a 14% ao ano (1,16% ao mês), por um período de 120 meses, vamos
desembolsar R$ 186.319 até o final do financiamento, pagando mensalmente
R$ 1.552,86. Sendo que, a primeira prestação seria composta por R$ 1.160 de
juros (ou 1,16% de R$ 100 mil) e R$ 392,86 de pagamento da dívida. Já a
segunda parcela R$ 1.155,4 seria formada pelos juros em cima do saldo
devedor, ou 1,16% de R$99.607, além de R$ 397,4 da dívida.
Se utilizarmos o SAC nas mesmas condições acima, a primeira parcela seria
de R$ 2mil, composta por R$ 833 referentes à amortização e R$ 1.167
referentes aos juros. Já no segundo mês, a amortização continuaria a mesma,
mas com os juros diminuindo a R$ 1.150, resultado de 1,16% do saldo devedor
menos os R$ 833 pagos no mês anterior (R$ 99.167). Esta segunda parcela já
seria menor, de R$ 1.983. Com isso, no final do contrato, o reembolso seria de
R$ 172.796.
A diferença básica entre essas duas operações, é que pelo sistema Price as
primeiras parcelas são baixas comparadas as primeiras do SAC.
Mas, como no decorrer do prazo as parcelas do SAC vão diminuindo, o saldo
final do financiamento dessa modalidade o torna mais barato.
Uma vantagem do SAC para financiamento de longo prazo, é o efeito
psicológico que gera no endividado. Ele se sente mais satisfeito observando
que sua dívida está reduzindo mês a mês.
Uma das desvantagens é que as primeiras prestações são muito altas se
comparado a outros sistemas de amortização.
Como os bancos só oferecem financiamentos onde o valor da primeira parcela
não ultrapasse 30% da renda familiar, e o valor das primeiras parcelas pelo
SAC é mais elevado, então terá que dar uma entrada maior ao banco, ou
aumentar o prazo. Nestes dois casos, isso é usado para reduzir o valor das
parcelas até que ela não comprometa mais de 30% de seus rendimentos.
No entanto, o SAC, apesar de exigir uma renda maior por ter uma parcela
inicial mais alta, permite economizar no pagamento total de um financiamento.
Quanto mais o comprador amortizar o saldo devedor, mais barata a dívida fica
no futuro. E quanto menor o prazo do financiamento, apesar das parcelas mais
altas, menor também será o montante de juros cobrados.
Também é possível quitar o saldo devedor durante o financiamento, evitando
pagar os juros que teriam nas parcelas seguintes.
O SAC se tornou bastante popular no Brasil por ser utilizado no SFH (Sistema
financeiro de habitação). Muito utilizado por financiamento popular, em imóveis
da CDHU e pela Caixa Econômica Federal.
O SFH foi criado em 1964, baseado na lei 4.380, e foi o pilar de crédito
imobiliário no Brasil, o que gerou reformas no mercado de capitais e bancário,
se tornando o principal instrumento de captação de recursos para a habitação.
Integram o SFH como agentes financeiros: os Bancos Múltiplos com carteira de
crédito imobiliário; as Caixas Econômicas; as Sociedades de Crédito
Imobiliário; as Associações de
Poupança e Empréstimo; as Companhias de Habitação; as Fundações
Habitacionais; os Institutos
de Previdência; as Companhias Hipotecárias; as Carteiras Hipotecárias dos
Clubes Militares; os
Montepios Estaduais e Municipais e as Entidades e Fundações de Previdência
Privada.
O SFH ainda é o sistema que oferece a maior parte do montante de crédito ao
público em geral. Devido ao fato de seus recursos terem origem da poupança
popular e não de grandes investidores, possui grande regulamentação jurídica.
E foi a partir de 1971 que o SAC foi utilizado pelo SFH na aquisição da casa
própria.
É muito comum o uso da tabela SAC pelo sistema financeiro habitacional, em
seus contratos de SFH e SFI, além de ser aplicada em outras modalidades
como: financiamento habitacional, capital de giro, cédulas de crédito rural,
financiamento do BNDS.
Como tem aumentado o número de financiamentos imobiliários no Brasil,
também é importante analisar qual o melhor sistema de amortização disponível
no mercado, como também, qual modelo se enquadra melhor no planejamento
financeiro de cada família.
Em nosso país, há um grande déficit habitacional, causado por uma carência
social, e esse financiamento imobiliário pode ser utilizado para diminuir esse
déficit, principalmente para a população de baixa renda.
Vamos ver o seguinte exemplo:
Um empréstimo de R$ 60.000,00 deve ser devolvido de acordo com o sistema
de amortizações constantes em 120 prestações mensais a uma taxa de juros
de 1% ao mês. Vamos calcular o valor das amortizações constantes mensais,
dividindo o valor do financiamento pelo número de prestações: 60000/ 120=
500.
Segue uma planilha referente as 5 primeiras prestações:
Meses Saldo Amortização Juros Prestação
Devedor Amortização
+ Juros
0 60 000 ------- ------ -----
1 59 500 500 60 000 * 1% 1 100
= 600
2 59 000 500 59 500 * 1%= 1 095
595
3 58 500 500 59 000 * 1% 1 090
= 590
4 58 000 500 58 500 * 1%= 1 085
585
5 57 500 500 58 000 * 1%= 1 080
580
Outra operação financeira bem comum nos dias atuais é o Sistema de
Prestação Constante (SPC), que é muito utilizado em operações direto ao
consumidor (CDC) e em financiamentos habitacionais, consiste no pagamento
da divida por meio de prestações constantes, sucessivas e periódicas. Cada
prestação ou renda é composta em duas partes:
Juro do período: que é calculado sobre o saldo devedor do início do período;
Amortização do principal: que corresponde à diferença entre o valor da
prestação e o juro do período.
Ao comprar um bem pagando em várias parcelas, provavelmente você se
deparou com Crédito Direto ao Consumidor (CDC). Contas a prazo de cartão
de crédito também podem ser consideradas como CDC. O real motivo da
existência desse crédito é dar o direito de possuir um bem sem precisar pagar
seu valor total no ato da compra.

O CDC, que também é conhecido como Crédito Direto ao Consumidor, é uma


das modalidades de empréstimo mais conhecidas no mercado, para a
obtenção de crédito. Apesar disso, muitas pessoas o contratam porque é a
primeira opção que ficam conhecem, ou porque lhes foi oferecido. Mas é
importante entender o que é Crédito Direto ao Consumidor.

Este tipo de crédito é considerado um dos mais simples de se obter, e até por
isso, é um dos mais solicitados. Ele pode ser utilizado em diversas
modalidades de empréstimo, mas costuma ser mais comum na aquisição de
bens, como veículos.
Esse crédito pode ser adquirido com a obtenção de dinheiro em espécie para
aquisição do bem, ou ainda em forma de crédito, como é o caso dos famosos
crediários de lojas. No caso do dinheiro em espécie, o crédito precisa ser
solicitado em bancos ou instituições financeiras. Mas os crediários, são
solicitados diretamente nas lojas. Além disso, o crédito disponível para
utilização no cartão de crédito, também é considerado um tipo de CDC.
O parcelamento para essa modalidade de empréstimo é de 60 meses, e os
juros aumentam conforme o prazo do parcelamento, conforme ocorre também
com outras modalidades. Outro detalhe importante, é que para o caso de
quitação antecipada das parcelas, é possível adquirir desconto no valor de
cada parcela. Logo, se houver possibilidade de quitar o contrato antes do final
do parcelamento, você conseguirá uma boa economia sobre os juros.
Falando sobre a modalidade crédito direto ao consumidor (CDC), utilizado para
aquisição de bens ou serviços, é uma das modalidades mais conhecidas no
mercado, para aquisição de crédito. Quando contratado, o consumidor poderá
utilizar o bem imediatamente, assumindo um compromisso de pagamento em
prestações futuras, as quais são acrescidas de uma taxa de juros e ainda
imposto sobre operações financeiras (IOF). Podemos ressaltar inúmeras
vantagens em adquirir um CDC, no entanto a principal delas é no caso de
financiamento de veículos, onde o mesmo não fica alienado ao banco, o que
facilita no caso de o proprietário intentar a venda do automóvel antes de
concluir o pagamento das prestações devidas Além disso, com o CDC é
possível adiantar quantas parcelas forem necessárias, e assim, reduzir o índice
de juros incidentes, pois consoante ao prazo de antecipação, os encargos são
abatidos proporcionalmente.
Exemplo de um veículo adquirido por CDC:
Imaginando que estamos comprando um pelo valor de R$ 32.000,00 um carro
popular, as condições são, financiar R$ 27.000,00. Segue tabela do
financiamento:
Valor do bem a vista R$ 32.000,00
Valor da entrada R$ 5.000,00
% da entrada 15,65%

Valor do financiamento Juros ao mês


R$ 27.000,00 2,11%

Valor da parcela Quantidade parcela Valor total das parcelas


R$ 797,56 60 R$ 47.853,54

Valor total dos juros


Valor total do bem R$ 52.853,54 R$ 20.853,54
financiado

Temos o sistema de prestação constante em juros simples, que é um sistema


de amortização de dívidas, mediante pagamento de prestações iguais e
consecutivas, calculadas com juros simples. A equivalência financeira entre
valores, no regime de juros simples, deve ser efetivada, obrigatoriamente,
adotando a data zero como focal, porquanto, qualquer outra data definida como
focal caracteriza juros compostos, em razão da incidência de juros sobre um
valor que contém juros.
É um sistema não muito utilizado pelo mercado financeiro, pois não é muito
atrativo para as instituições financeiras, por cobrar juros simples. Em
contrapartida, é um sistema muito aplicado nas revisionais de contratos
bancários, revisional de SFH e renegociação de dívida.
Há também o sistema de prestação constante método gauss, este sistema foi
pretensamente desenvolvido no regime de juros simples, com a equivalência
sendo realizada na data do valor futuro , para a liquidação de operações por
meio de pagamentos periódicos e iguais, resultado do somatório dos encargos
financeiros (juros), e da parcela de capital (amortização), que é crescente em
progressão aritmética, com o intuito de substituir a tabela price, que se realiza
no regime de juros compostos, com a amortização crescente em progressão
geométrica.
Assim como o sistema de prestação constante de juros simples, o método
gauss também é um sistema não muito utilizado pelo mercado financeiro, pois
não é muito atrativo para as instituições financeiras, por se cobrar juros
simples.
Em contrapartida, também é um sistema muito aplicado nas revisionais de
contratos bancários, porém, não muito aceito na visão dos juízes, revisional de
contratos bancários, revisional se SFH e renegociação de dívida.
Da mesma forma que sistema price, esse sistema tem como a principal
característica, a liquidação de empréstimos em prestações constantes,
periódicas e postecipadas, entretanto, as amortizações evoluem em
progressão aritmética, com equivalência sendo feita a juros simples, na data do
futuro, enquanto que na price, as amortizações crescem geometricamente, com
a equivalência sendo, costumeiramente, feita na data do valor presente, a juros
compostos. O argumento básico dos idealizadores desse sistema é que para o
credor é indiferente receber o valor emprestado, com juros devidos, em uma
única vez ou em prestações periódica e iguais. Nos dois casos, irá receber o
valor emprestado, mais os juros devidos, pois essas duas alternativas são
equivalentes, no regime de capitalização simples.
A princípio, entendemos que juros é uma aplicação sobre uma taxa de valor
emprestado, olhado pelo método de gauss não se tem esse mesmo conceito.
Falando sobre minha opinião a respeito tanto do SAC como SPC, conheço as
duas modalidades. Tenho um apartamento na cidade de Campinas, que foi
financiado pelo sistema SAC, quando financiei na caixa econômica, a parcel
girava em torno de R$ 890,00, e atualmente está em cerca de R$ 255,00,
desse valor, pelo menos R$ 130,00 são juros, e caso eu queira quitar, vale
super a pena.
Quanto ao sistema de SPC, uma de suas modalidades é o CDC, eu fui
vendedor em uma concessionária de automóveis, e muitos a clientes que
achavam altas as prestações de financiamentos dos bancos que operavam
dentro da concessionária, eu dava a sugestão de ir à agência bancária onde
possuíam a conta, e solicitassem um CDC, que tinha taxas muito atraentes e
que cabiam no orçamento.
Vai de cada pessoa procurar orientação ao adquirir um bem ou serviço, ver
qual modalidade é mais viável.
Anotar
Referências:

https://exercicios.brasilescola.uol.com.br/exercicios-matematica/exercicios-
sobre-sac-sistema-amortizacoes-constantes.htm#resp-1

https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4683489/mod_resource/content/1/ENS
%20-%20MTF%20191S%20-%20Aula%2010%20S%20Amortizacao.pdf

https://brasilescola.uol.com.br/matematica/sac-sistema-amortizacoes-
constantes.htm
file:///C:/Users/alexv/Downloads/Joao_Francisco_Marques_Neto.PDF
https://www.cesadufs.com.br/ORBI/public/uploadCatalago/15401218082016Mat
ematica_Financeira_e_Analise_de_Investimento_Aula_5.pdf

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