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2006-Moraes-Bicalho - Penetrometro Dinamico PDF
2006-Moraes-Bicalho - Penetrometro Dinamico PDF
PHN P
qd = (1)
As P + P'
4.1 Descrição do Local, Ensaios Realizados e Até os 10,00 metros de profundidade tem-se
Perfil Geotécnico um subsolo formado, em geral, por camadas de
areia média e fina, variando de fofa a pouco
A área em estudo tem aproximadamente compacta e de medianamente compacta a
9000m2, sendo que cerca de 30% corresponde a compacta, de cores cinza, marrom, vermelha ou
área para estacionamento. Foram realizadas 17 amarela (a Figura 3 mostra um perfil típico até
sondagens SPT e 17 sondagens com PD, a profundidade de 5,00 metros). Foi detectada a
locadas lado a lado, distanciadas de um metro presença de pedregulhos e detritos vegetais em
(Figura 2). Três sondagens SPT foram até alguns pontos localizados. O nível d’água do
35,45m de profundidade e as demais até lençol freático estava em torno de 1,35m de
25,45m, o que possibilitou o traçado de perfis profundidade. As camadas subjacentes não são
geotécnicos. Foram executados ensaios de descritas aqui por não serem motivo de estudo
caracterização nas amostras amolgadas obtidas neste artigo.
nas sondagens SPT. As Figuras 4 e 5 mostram a variação do NSPT
As sondagens por penetrômetro dinâmico e de qd com a profundidade.
(PD) foram executadas até 5,00m de
profundidade (na Figura 3 tem-se um perfil
geotécnico típico até esta profundidade). Os
resultados das análises de correlações entre os
ensaios SPT e PD obtidos neste artigo são,
portanto, restritos à profundidade de 5,00
metros. As principais características do
tensões efetivas e o fato de que o penetrômetro
dinâmico utilizado possui similaridades com o
ensaio SPT (tripé, peso do martelo, altura de
queda e diâmetro da ponteira) optou-se aqui
pela não correção dos dois índices quanto à
tensão efetiva e à energia do ensaio.
O ensaio SPT fornece um valor único de
NSPT para cada metro, ou seja, para uma
profundidade z qualquer (onde z é um número
inteiro) o NSPT é obtido no trecho compreendido
Figura 3. Perfil geotécnico típico das camadas entre z+0,15m a z+0,45m. O ensaio PD, por sua
superficiais (sondagens SPT e PD) vez, fornece valores de qd a cada 200mm.
Assim, adotou-se como critério para análise dos
NSPT (golpes/30cm) dados que o valor de qd a ser comparado será o
0 10 20 30 40 50 valor médio obtido entre as profundidades z e
0
z+0,40m. A correlação utilizada para análise
neste artigo é:
1
q d = KN SPT (2)
Profundidade (m)
5
q d = 5,7145 ⋅ N SPT (3)
Figura 4. Variação do NSPT com a profundidade.
sendo qd em kgf/cm2 e NSPT em golpes/300mm.
2
qd (Kgf/cm )
0 100 200 300 400
0 350 qd = 10.NSPT
300
Pontos pertencentes
1
qd (Kgf/cm )
250
2
2 150
100
3 Valor mínimo 50 qd = 2.NSPT
Valor médio
0
Valor máximo
4 0 5 10 15 20 25 30 35 40
NSPT (golpes/30cm)
5
Figura 6. Correlação NSPT x qd para as areias estudadas
Figura 5. Variação de qd com a profundidade.
Os dados, em sua maioria, estão
4.2 Correlações entre NSPT e qd compreendidos por valores de K entre 2 e 10
(Figura 6), sendo qd dado kgf/cm2 e NSPT em nº
Considerando que os dois índices de resistência golpes/300mm. Os pontos localizados fora
avaliados (NSPT e qd) são influenciados pelas desta faixa pertencem apenas às sondagens PD7
e SP7. Para estas sondagens houve uma grande
discordância entre os valores de NSPT e qd para a qc
mesma profundidade. Como os furos estavam K= (4)
N SPT
distanciados de apenas um metro, pode ser que
houvesse algum material mais resistente,
sendo qd em kgf/cm2 e NSPT em golpes/300mm
detectado apenas pela penetração contínua do
PD na profundidade avaliada, ou simplesmente
Danziger e Velloso (1986) obtiveram K = 6
algum erro. Na Figura 7 pode-se notar que a
(areia) e K = 5,3 (areia siltosa, argilosa, silto-
relação entre os valores médios de qd e NSPT não
argilosa ou argilo-siltosa) para areias do Rio de
é constante ao longo da profundidade analisada.
Janeiro. Politano et al. (2001) obtiveram K
Em alguns trechos a relação é muito maior que
variando de 2 a 10 para areias do Rio de
em outros (entre 1,00 e 2,00m por exemplo).
Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul (solos
Outra observação importante é quanto à
residuais).
dispersão dos dados apresentados na Figura 6,
Para as areias de Vitória, Castello e Polido
onde há um comportamento diferenciado para
(1994) obtiveram valores de K entre 7 e 10 e
valores de NSPT > 15. Uma análise estatística
Cordeiro (2004) encontrou um valor médio de 4
mais apurada será feita posteriormente (Moraes
(sendo observados valores na faixa de 2 a 8)
2006) para verificação de heterocedasticidade
para os solos estudados (Tabela 1).
(variância não constante ao longo dos dados do
Segundo Waschkowski (1983) a relação
estudo).
entre as resistências de ponta do penetrômetro
NSPT e qd dinâmico (qd) e do cone (qc) para areias fofas e
0 20 40 60 80 100
pouco compactas seriam equivalentes:
0
qd em kgf/cm2 qd
NSPT em golpes/30cm ≅1 (5)
1
qc
2
1983) aplica-se para as areias estudadas, os
resultados preliminares de correlações
3 Valor médio de qd
encontrados para a região em estudo e
apresentados na Figura 6 confirmam os valores
Valor médio de Nspt
previstos por correlações empíricas entre qc e
4
NSPT (Danziger e Velloso 1986, Politano et al.
2001, Castello e Polido 1994, Cordeiro 2004).
5
5 CONCLUSÕES
Figura 7. Variação NSPT e qd com profundidade (valores
médios). O presente trabalho investigou a correlação
entre os valores da resistência de ponta (qd) do
4.3 Correlações entre NSPT e qc ensaio de penetração dinâmica contínua (PD) e
o número de golpes (NSPT) do ensaio SPT para
Através do ensaio de penetração estática (CPT) areias da região da Grande Vitória-ES. As
são obtidos parâmetros que podem ser conclusões preliminares são:
relacionados diretamente à capacidade de carga 1. Os resultados mostraram uma correlação
das fundações (Danziger e Velloso 1986, linear entre NSPT e qd (PD), sendo qd em kgf/cm2
Bowles 1996). Tipicamente, a correlação entre e NSPT em nº golpes/300mm, com K variando
a resistência de ponta do cone (qc) e a de 2 a 10 (Figura 6). Estes valores estão de
resistência à penetração da sondagem de acordo com a literatura (Danziger e Velloso
simples reconhecimento (NSPT) apresentadas na 1986, Politano et al. 2001, Castello e Polido
literatura (Albiero 1990), tem a forma:
1994, Cordeiro 2004); 5th ed. USA: McGraw Hill, p. 162-163.
2. Os resultados encontrados também Castello, R. R. e Polido, U. F. (1988). “Sistematização
geotécnica dos solos quaternários de Vitória, ES”.
confirmam a relação sugerida por Waschkowski Anais do Simpósio sobre: Depósitos Quaternários
(1983) através da equação 5 (equivalência entre das Baixadas Litorâneas Brasileiras: Origem,
cones dinâmicos e estáticos). Características Geotécnicas e Experiências de Obras,
Resultados semelhantes foram encontrados ABMS, Rio de Janeiro. Tema 3.
para outros casos de obras da região da Grande Castello, R. R. e Polido, U. F. (1994). Comunicação
Pessoal. Centro Tecnológico, Universidade Federal
Vitória-ES e estão sendo analisados para do Espírito Santo, Vitória, Espírito Santo,.
divulgação posterior (Moraes 2006). Castello, R. R.; Polido, U. F., Bicalho, K. V. e Ribeiro,
R. C. H. (2001). Recalques observados de sapatas em
AGRADECIMENTOS solos terciários de São Paulo. Solos e Rochas, São
Paulo, Vol. 24, n. 2.
Cordeiro, D. D. (2004). Obtenção de Parâmetros
Os autores agradecem às empresas SOLO- Geotécnicos de Areias por meio de Ensaios de
Fundações e Geotecnia Ltda e STAN- Campo e de Laboratório, Dissertação de mestrado.
Fundações e Construções Civis Ltda pelo Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, ES,
fornecimento dos dados de suas obras. 198 p.
À Universidade Federal do Espírito Santo Danziger, B. R. e Velloso, D. de A. (1986). Correlações
entre SPT e os resultados dos ensaios de penetração
pela disponibilização do Laboratório de
contínua. VIII COBRAMSEF, Porto Alegre, RS, Vol.
Mecânica dos Solos. VI, p. 103-113.
ISSMFE (1989). Technical Committee On Penetration
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