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1 Introdução
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Graduanda em Ciências Biológicas pelo Centro Universitário Metodista Izabela
Hendrix, email para correspondência mtelesdacruz@yahoo.com.br
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Professora de Biologia Vegetal do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix
Esses medicamentos são conhecidos como fitoterápicos que utilizam
exclusivamente, como princípio ativo, a planta (ANVISA). É também
considerado como a prática do uso de plantas e suas partes com finalidade
terapêutica. A fitoterapia sobreviveu no Brasil devido às raízes profundas na
consciência popular que reconheceu sua eficácia e legitimidade. Essa terapia é
regulamentada pela Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) nº 17, de 24 de
fevereiro de 2000 que dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos
(OLIVEIRA et al, 2006).
Atualmente, essa prática vem crescendo a cada dia devido ao grande
interesse da população por terapias menos agressivas (YUNES et al., 2001),
por ser uma prática comum na sociedade e até mesmo pela falta de
medicamentos sintéticos (FERREIRA E PINTO, 2010). Segundo Arnous et al.
(2005) a procura pelos medicamentos fitoterápicos vem aumentando
atualmente, pois a população acredita nos benefícios do tratamento natural.
Por ser de baixo custo e de fácil acesso, ao contrário do que ocorre com outros
medicamentos, as pessoas veem na fitoterapia um método de cura e
prevenção mais acessível. Para tanto são necessários estudos que comprovem
a eficácia do fitoterápico em questão, sem que o mesmo cause danos à saúde
do paciente e dessa forma a população possa fazer uso do fitoterápico com
segurança (REZENDE E COCCO, 2002). A importância desse tipo de estudo
remete à necessidade de um conhecimento mais direcionado ao estudo da
fitoterapia e do entendimento de qual sua contribuição para a população atual.
2 Desenvolvimento
Achillea milefollium,
Cymbopogon citratus
(capim limão), Artemisia Ação contra o fungo Exserohilum turcicum, que
Meio de cultura Extrato bruto Scapin et al, 2010
camphorata (cânfora) e infecta grãos de milho
Rosmarinus officinalis
(alecrim)
Como mostra a tabela, estudos vem sendo realizados para testar a
eficácia das plantas no tratamento de enfermidades. O Pfaffia glomerata
(Spreng.), (ginseng brasileiro) obteve resultado satisfatório no teste
representando uma diminuição da ferida cirúrgica (SILVA et al. 2010). O extrato
de Lippia sidoides Cham., (alecrim pimenta) em concentração adequada (in
vitro) apresentou uma resposta positiva ao inibir em 98% o desenvolvimento
embrionário dos parasitas (SOUZA, et al. 2010). O estudo com Jatropha
gossypiifolia L. (pião roxo) obteve uma resposta na cicatrização da pele no
âmbito microscópico (SANTOS et al. 2006). No teste realizado com alecrim-do-
campo verificou-se sua eficácia no tratamento de uma ferida no pé de um
paciente portador de diabetes mellitus, apresentando uma cicatrização mais
rápida (SOUZA et al.). A espécie Lippia alba (Mill.) N. E. Brown, conhecida
popularmente como erva - cidreira, em estudo realizado apresentou,
principalmente sua raiz, boa atividade antimicrobiana contra microorganismos
como o Staphylococcus aureus, e incentiva as novas pesquisas com a planta
para testar seus constituintes isolados na tentativa de descobrir qual o
responsável pela atividade antimicrobiana (AGUIAR et al.2008). Brandt (2009),
estuda a relação da planta Vitex megapotamica (Spreng) Moldenke (V.
montevidensis Cham) com a redução dos níveis de colesterol e triglicérides,
sua pesquisa foi realizada com teste in vivo em ratos Wistar e apresentou
resultado satisfatório na redução dos niveis de colesterol e triglicérides,
reafirmando a utilização da planta na medicina popular (BRANDT et al., 2009).
O uso de fitoterápicos na odontologia vem merecendo destaque a cada
dia, no artigo de Paiva et al. 2009, objetivou-se testar o ação do gel
(comercialmente vendido) de Uncaria tomentosa, em pacientes com infecção
por Candida na boca, os resultados obtidos foram positivos mas ainda são
necessários mais pesquisas com o medicamento, pois na literatura não se
encontra relação entre a Uncaria tomentosa e a ação contra Candida na região
bucal.
O Lippia sidoides Cham, mencionado anteriormente, demonstra no
artigo de Silva et al. (2010), ação antibacteriana contra Staphylococus aureus
de ambiente hospitalar, ressaltando a importância de estudos posteriores para
avaliação de sua toxicidade in vivo.
Pectis jangadensis (S. Moore), é muito utilizada na forma de chá pela
população do estado do Mato Grosso. Na literatura, segundo Soares et al.
(2009), a planta não está relacionada a nenhum efeito farmacológico, no
entanto seu estudo procura demonstrar a atividade analgésica da planta. Os
resultados obtidos demonstram que por via oral não foi possível detectar
nenhum efeito analgésico do extrato, sendo necessários estudos com
administração do extrato por via endovenosa.
Figura 1: Número de artigos encontrados na literatura que objetiva estudar a ação de plantas
medicinais de acordo com doença ou ação:
A figura 1 agrupa artigos que foram encontrados para cada tipo de ação
do fitoterápico estudada, de acordo com os artigos da tabela (31), sendo que
no gráfico são apresentados 32, pois uma planta apresentou efeito cicatrizante
assim como efeito antibacteriano. De acordo Melo e colaboradores (2012) o
termo antimicrobiano é a ação contra qualquer microorganismo (nos casos
estudados os microorganismos são bactérias e fungos); antibacteriano
corresponde a ação contra bactérias e antifúngico ação contra fungos.
Atividade mutagênica é a capacidade da planta em induzir danos ao DNA
(VARANDA, 2006) e efeito antioxidante retarda o aparecimento de alterações
oxidativas (DUARTE-ALMEIDA et al., 2006).
Figura 2: Testes utilizados nos artigos que auxiliaram nos resultados obtidos:
20
15 in vitro
8 in vivo
10
19
VEIGA JUNIOR, Valdir F.; PINTO, Angelo C. e MACIEL, Maria Aparecida M..
Plantas medicinais: cura segura?. Quím. Nova, 2005, vol.28, n.3, pp. 519-
528.