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Departamento de Biologia Molecular, Universidade Federal da Paraíba, 58059-900 João Pessoa-PB, Brasil
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Departamento de Medicina Veterinária, Universidade Federal de Campina Grande, 58700-970 Patos-PB, Brasil
RESUMO: “Atividade antimicrobiana de Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. do Nordeste do Brasil, contra
isolados clínicos de Staphylococcus aureus”. A Mimosa tenuiflora é uma planta nativa da região
Nordeste do Brasil onde é conhecida como jurema-preta sendo amplamente utilizada na medicina popular.
No presente trabalho a atividade anti-Staphylococcus aureus do extrato etanólico de M. tenuiflora foi
avaliada pela determinação da concentração inibitória mínima (CIM), pelo método da diluição em ágar, em
30 isolados clínicos e pela cinética de inativação com a linhagem referência. Os valores da CIM foram 0,18
mg/mL em 16 isolados e 0,36 mg/mL nos demais, bem como na linhagem referência. A cinética de
inativação mostrou apenas efeito bacteriostático nas concentrações do extrato até aquela correspondente
a 4x CIM e um efeito bactericida rápido na concentração correspondente a 8x CIM.
RESUMO: Mimosa tenuiflora é uma planta nativa do Nordeste do Brasil onde é popularmente conhecida
como “jurema-preta” e é amplamente utilizada na medicina popular. Neste trabalho a atividade anti-
Staphylococcus aureus do extrato etanólico de M tenuiflora foi avaliada pela determinação da concentração
inibitória mínima (CIM) de isolados clínicos pelo método de diluição em ágar e pelo ensaio time-kill utilizando
uma cepa de referência. Os valores de CIM contra 30 isolados foram 0,18 mg/mL (16/30) ou 0,36 mg/
mL (14/30, e também a cepa de referência). Nas cepas de referência, em concentrações até 4x MIC, foi
observado apenas efeito bacteriostático, mas em 8x MIC foi observado rápido efeito bactericida.
INTRODUÇÃO bronquite, tosse, febre, dor de cabeça e úlceras externas, e nos cultos
indígenas e afro-brasileiros como enteógeno (Albuquerque et al., 2007;
Staphylococcus aureus é reconhecido como um importante Agra et al., 2008; Souza et al, 2008). Investigações fitoquímicas de M.
patógeno nosocomial, adquirido na comunidade e responsável por uma tenuiflora resultaram no isolamento de diversas classes de compostos,
ampla gama de infecções. incluindo alcalóides indólicos, taninos, chalconas, esteróides,
Embora a introdução de antibióticos, desde o início da década de 1950, terpenóides e fenoxicomonas (Rivera-Arce et al., 2007; Souza et al.,
tenha reduzido a morbilidade e mortalidade devido a infecções por S. 2008 e referências nele contidas).
aureus , esta bactéria Gram-positiva desenvolveu/adquiriu mecanismos
de resistência a praticamente todos os antibióticos que foram Apesar da existência de relatos enfocando a atividade
introduzidos na prática clínica (Lowy, 2003; Hardy e outros, 2004). Na antimicrobiana de M. tenuiflora (Lozoya et al., 1989; Meckes-Lozoya et
verdade, os S. aureus resistentes à meticilina (MRSA) são al., 1990; Heinrich et al., 1992), estudos relativos a isolados bacterianos
frequentemente multirresistentes, um problema sério em todo o mundo. locais, bem como extratos de local espécimes de plantas são garantidos.
Novos agentes antimicrobianos são urgentemente necessários e Neste trabalho avaliamos a atividade antimicrobiana do extrato etanólico
atualmente tem havido um interesse crescente em avaliar a atividade de M. tenuiflora (EEMt) contra cepas de S. aureus isoladas de um
antimicrobiana de produtos naturais vegetais - extratos e fitoquímicos hospital universitário brasileiro.
(Gibbons, 2004, 2008; Stavri et al., 2007).
Itácio QM Padilha, Andréia V. Pereira, Onaldo G. Rodrigues, José P. Siqueira-Júnior, Maria do Socorro V. Pereira
A casca vaporizada de M. tenuiflora foi coletada em um e outros, 1990). Estudos realizados por grupos de pesquisa mexicanos
município (São José dos Espinharas) do semiárido do Estado da apoiam as atividades biológicas pela existência de compostos como
Paraíba, Brasil. O material vegetal foi identificado por Lúcio Valério esteróides, terpenóides, alcalóides, flavonóides, taninos, chalconas e
Coutinho e um espécime voucher (nº HC001) está depositado no outros compostos fenólicos em Mimosae tenuiflora (Rivera-Arce et al.,
Herbário “Caatinga” (Universidade Federal de Campina Grande). 2007).
A maioria dos estudos sobre extratos vegetais baseia-se na
A casca a vapor seca e em pó (100 g) foi extraída exaustivamente com medição da CIM. Uma limitação deste procedimento é a incapacidade
etanol utilizando um aparelho Soxhlet. A solução concentrada (57,8 mg/ do método de determinar a rapidez com que um agente atua no
mL) obtida foi armazenada a ca. 4 ºC até usar. organismo. O presente estudo foi aprimorado com o ensaio time-kill.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
RECONHECIMENTOS
Os valores de CIM de EEMt contra os trinta isolados clínicos
de S. aureus foram 0,18 mg/mL (16/30) ou 0,36 mg/mL (14/30, e O IQMP está muito grato a Amely Branquinho Martins pela
também a cepa ATCC 25923). O extrato etanólico de casca de vapor útil discussão durante o desenvolvimento deste trabalho. Este trabalho
da mesma espécie tem sido mencionado na literatura por sua atividade foi apoiado pelas agências brasileiras CNPq (PIBIC/UFPb) e FAPESQ-
antibacteriana sobre Staphylococcus epidermitis, Escherichia coli, PB.
Pseudomonas aeruginosa e atividade antifúngica sobre Candida
albicans (Lozoya et al., 1989; Meckes-Lozoya
Atividade antimicrobiana de Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. do Nordeste do Brasil contra isolados clínicos de Staphylococcus aureus
REFERÊNCIAS
Agra MF, Silva KN, Basílio IJLD, Freitas PF, Barbosa-Filho JM 2008.
Levantamento de plantas medicinais utilizadas na região Nordeste
do Brasil. Rev Bras Farmacogn 18: 472-508.
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Souza RSO, Albuquerque, UP, Monteiro, JM, Amorim, ELC 2008. Jurema-
Preta (Mimosa tenuiflora [willd] Poir): uma revisão do seu uso
tradicional, fitoquímica e farmacologia. Braz Arch Biol Technol 51:
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Stavri M, Piddock LJV, Gibbons, S. 2007. Inibidores da bomba de efluxo
bacteriano de fontes naturais. J Quimioterapia Antimicrobiana 59:
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