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TEMÁTICA: CIÊNCIAS DA SAÚDE

EFEITO TÓPICO DE ÓLEO DE Psidium guineense SOBRE A RESPOSTA


INFLAMATÓRIA INDUZIDA POR ÓLEO DE CROTON

LIMA, Nilton Fernando1; VISCOVINI, Pedro Guerrero1; SIMPLICIO, Danilo Armando


Tasso1; MONÇÃO, Renan Mateus Veríssimo1; SANTOS, Elisangela2; KASSUYA, Cândida
Aparecida Leite3.

¹ Estudante da Faculdade Ciências da Saúde Curso de Medicina, Universidade Federal da


Grande Dourados - MS (FCS- UFGD)
² Mestranda em Ciências da Saúde da UFGD - MS
³ Prof. Drª. em Farmacologia pela Universidade Federal de Santa Catarina – SC. Curso
Medicina da Faculdade Ciências da Saúde - UFGD.
E – Mail: <niltonfernandodelima@gmail.com>

Resumo
Introdução: O gênero Psidium possui cerca de 100 espécies, produtoras de madeira, de frutos
comestíveis e uso ornamental. Seus frutos possuem grande teor de vitamina C e são bem aceitos
tanto in natura quanto após processamento, além disso, sua casca, entrecasca e folhas tem uso
na medicina popular do cerrado. O estudo será baseado na espécie Psidium guineense,
popularmente conhecida como “araçá do campo”, que é originária da América do Sul e tem
ampla distribuição pelo continente; no Brasil é encontrada principalmente nos Estados do
Centro-Oeste e Tocantins. Atualmente a espécie não possui apelo comercial, mas vem
despertando interesse de indústrias farmacêuticas, devido a seu potencial efeito anti-
inflamatório e antioxidante, além de certa ação antibiótica pela ação sinérgica à antibióticos
sintéticos. Objetivos: Evidenciar as propriedades terapêuticas das folhas de P. guineense, por
meio da análise das atividades anti-inflamatória, antioxidante, anti-proliferativa e anti-
micobacteriana do seu óleo essencial e do espatulenol, seu constituinte majoritário. Métodos:
Para avaliação do potencial anti-inflamatório, o óleo essencial de P. guineense (OEPG) foi
extraído por meio da destilação à vapor e analisado por cromatografia gasosa acoplada à
espectrometria de massas. O espatulenol foi isolado por intermédio da cromatografia de coluna
e caracterizado pela ressonância magnética nuclear. A atividade anti-inflamatória foi analisada
no tratamento da pleurisia e edema em ratos. Observou-se capacidade antioxidante do OEPG e
do espatulenol por meio dos testes: DPPH, ABTS e MDA. Para avaliação do potencial
antimicrobiano do OEPG, foi realizada a técnica de micro diluição, na qual são obtidos
resultados quantitativos que são parâmetro para determinação da concentração inibitória
mínima (CIM) do OEPG. Nessa técnica, foram utilizadas cepas de Staphylococcus aureus
(ATCC 25923), isoladas de alimentos e espécimes clínicos em placas de Ágar-sangue. As cepas
isoladas apresentaram resistência a vários antimicrobianos, como os beta-lactâmicos e os
aminoglicosídeos. Foram utilizados para comparação no estudo: amoxilina+clavulanato,
cefoxitina, ciprofloxacino, gentamicina e meropenem. No procedimento foram manuseadas
microplacas de 96 poços previamente esterilizadas, nos poços foi utilizado como meio de
cultura para crescimento bacteriano o ágar mueller hinton e então foram pipetados 5μL de
suspensão bacteriana em cada cavidade até ser alcançada a concentração de 104 UFC/mL. O
extrato de P. guineense e as concentrações dos agentes antimicrobianos variaram de 7,25 a 1000
μg / mL e 3,12 a 400 μg / mL, respectivamente. A CIM foi relatada após 24h de incubação à
37o, com base nos poços que tiveram inibição do crescimento bacteriano e continham a menor
concentração de EOPG ou antimicrobianos. Resultados e discussão: Após o período de
incubação, foi possível constatar que o OEPG apresentou capacidade de inibir o crescimento
do Staphylococcus aureus nas seguintes concentrações: 1000, 500 e 250μl. Ademais, a
administração oral de OEPG e de espatulenol inibiu significativamente o edema e a pleurisia
em ratos. Conclusão: A técnica de micro diluição comprovou a capacidade inibitória do extrato
frente a Staphylococcus aureus, bactéria com alta relevância clínica. Aliado à comprovação de
atividade anti-inflamatória em ratos, demonstra-se a necessidade de novos estudos a respeito
de suas propriedades farmacológicas. Referências: Fernandes, T. G. et al. “In Vitro Synergistic
Effect of Psidium guineense (Swartz) in Combination with Antimicrobial Agents against
Methicillin-Resistant Staphylococcus aureus Strains,” The Scientific World Journal, vol. 2012.
// Nascimento, K. F. et al. Antioxidant, anti-inflammatory, antiproliferative and
antimycobacterial activities of the essential oil of Psidium guineense Sw. and spathulenol.
Journal of Ethnopharmacology, Volume 210, Pages 351-358. // Franzon, R.C. ; Campos,
L.Z.O.; Proença, C.E.B.; Sousa-Silva, J.C. Araçás do gênero Psidium: principais espécies,
ocorrência, descrição e usos. Embrapa Cerrados, Brasília (2009), pp. 1-48. // Manica, I., 2000.
Frutas nativas, silvestres e exóticas 1: técnicas de produção e mercado: abiu, amora-preta, araçá,
bacuri, biriba, carambola, cereja-do-rio-grande, jabuticaba. Embrapa Amazônia Oriental, Cinco
Continentes, Porto Alegre, 2000.

Palavras-chave: araçá do campo; inflamação; cerrado.

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