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HS Arquitetura Moderna PDF
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MUDANÇA DE PARADIGMA
Gabriel Franco
Renata Fraga
Ana Maria de Souza Martins Farias
RESUMO
Este artigo pretende introduzir uma análise, ainda que breve, das tendências
arquitetônicas do século XX reconhecidas como movimento moderno e pós-moderno. São
apresentadas as características desses movimentos, considerando um recorte histórico de
seu processo, seus expoentes e obras produzidas a partir das concepções que se inserem
no contexto artístico e cultural do movimento moderno e do pós-moderno. É importante
também destacar que a pluralidade e a diversidade são características fundamentais da
pós-modernidade. Para tanto, evolução, construção e realidade técnica das referidas
tendências, objetos da pesquisa e fundamentação teórica da análise e estudos foram
aliados à apresentação de imagens representativas dos dados colhidos a partir da pesquisa
e da análise de informações imprescindíveis ao trabalho. Assim foi possível discutir as
diversas tendências da arquitetura no final do século XX e início do século XXI.
PALAVRAS-CHAVE
ABSTRACT
1. INTRODUÇÃO
Uma das principais características dos modernos era a rejeição dos estilos
históricos do passado, representada pela repulsa ao ornamento e exemplificada pela
obra de Adolf Loos, Ornamento é Crime (1908), um ensaio que critica a preocupação
dos profissionais da arquitetura com o supérfluo e o superficial (SÁ, 2005, p.83). Loos
foi um dos pioneiros da arquitetura moderna. Precursor da nova objetividade, procurou
sempre a solução mais simples para seus projetos e métodos de construção, empregando
apenas ocasionalmente motivos ornamentais como elementos articuladores. Apresentou
uma concepção arquitetônica baseada na funcionalidade. Suas obras mais célebres e
importantes são a moradia Steiner (1910) e a moradia de Michaelplatz (1910-1911), em
Viena, e a residência Tzara, em Paris.
Dessas críticas, a partir dos anos 60 até o início dos anos 90, do século XX,
figuras como Robert Venturi, Philip Johnson e Michael Graves nos Estados Unidos, 35
Aldo Rossi na Itália, além de James Stirling e Michael Wilford na Inglaterra, entre
outros, tornam realidade um novo pensamento sobre a produção arquitetônica. Segundo
(MONTANER, 2001, p.152):
A metodologia adotada neste artigo foi o estudo de alguns clássicos que discutem
a mudança de paradigma referida, como Josef Maria Montaner, Paolo Portuguesi, David
Harvey, Leonardo Benevollo, entre outros que abordam o tema.
Menos radical que o movimento “Arts & Crafts”, o “Art Nouveau” possuía
uma atitude menos resistente à indústria, privilegiava os novos materiais do mundo
moderno como o ferro, o vidro e o cimento, assim como a racionalidade das ciências e da
engenharia.
No entanto, o estilo que veio com a intenção de integrar a arte, a lógica industrial
e a sociedade de massa, reunindo os princípios básicos da produção em série foi o “Art
Decó”, transformando-se em um estilo de massa.
A Escola de Bauhaus combate “a arte pela arte” e estimulava a livre criação com
a finalidade de ressaltar a personalidade do homem. Segundo Gropius, o mais importante
era formar homens ligados aos fenômenos culturais e sociais mais expressivos do mundo
moderno. A pesquisa conjunta de artistas, mestre de oficinas e alunos era muito usada no
ensino em Bauhaus, pois para Gropius a unidade arquitetônica só podia ser obtida pela
tarefa coletiva, que incluía os mais diferentes tipos de criação como a pintura, a música, a
dança, a fotografia e o teatro (GROPIUS, 1974).
Bauhaus foi concebida como uma escola livre de artes e ofícios apta a preparar
os seus estudantes para o conhecimento das diferentes formas de artes aplicadas,
a arte industrial e ao artesanato. Outro detalhe importante da escola era o aspecto
Junto com Gropius na Escola “Bauhaus” destacou-se Mies van der Rohe, com
uma arquitetura limpa, transparente, formada por grandes lâminas de vidro, que utilizava
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com estruturas independentes em aço. A disciplina rígida de Mies van der Rohe exerceu
profunda influência a arquitetura moderna, que ele começou a produzir na Europa e se
propagou para a arquitetura americana na década de 1950.
Mies van der Rohe produzia uma arquitetura que procurava a forma pura, como
a sua famosa frase, “menos é mais”, com uma busca constante de espaços interiores
fluídos e contínuos (GIEDION, 2004).
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2.3. O PÓS-MODERNISMO
2.3.1. Archigram
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Muitos desses ideais de arquitetura foram apresentados pela revista criada pelo
próprio grupo, a Archigram, pois o movimento ficou somente no mundo das ideias sem
sequer uma única edificação construída, mas com ideais que serviram de fundamentos
para os mais variados projetos de arquitetura e urbanismo.
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Essa forma de pensar arquitetura sofreu um grande golpe com a chegada da crise 45
do final da década de 70, em que se destaca uma falência do sistema tecnológico vigente
unido ao alto valor que era necessário para o desenvolvimento dessa arquitetura de alta
tecnologia (MONTANER, 2001).
Desta forma, por um lado existia a busca pela identidade perdida, na forma
da cidade e na expressão das edificações, principalmente nos países do terceiro
48 mundo, que para os críticos do movimento moderno era de fundamental importância,
uma vez que as soluções dadas a cidades e a edificações dos grandes conjuntos
habitacionais propostos em diversas partes do mundo haviam transformado os
bairros em lugares sem identidade, com uma arquitetura considerada repetitiva.
E por outro lado emergia também preocupações com os recursos naturais e as
fontes de energia que necessitavam ser preservadas, pois o padrão capitalista de
consumo não considerava o esgotamento desses recursos, o que levou a se pensar
na sustentabilidade na arquitetura.
Nos anos sessenta e setenta houve uma perda da esperança e confiança na ciência
e na tecnologia e começou a emergir uma forte corrente na busca de retorno à natureza,
no sentido de produzir um ambiente urbano construído mais humano e que respeitasse
mais o meio ambiente.
Desta forma houve efetivamente pela primeira vez a aplicação, mesmo que de
forma limitada no caso do Brasil, de energia eólica, energia solar, energia das marés e
outros tipos de energias renováveis (RUANO, 1999).
50 Uma nova realidade proposta buscou projetar de forma irrefutável uma realidade
marcada pela combinação da alta tecnologia construtiva vigente com elementos da
arquitetura de outros momentos históricos.
Essa breve análise não pretende esgotar um tema tão complexo e diverso, porém
não pode deixar de trazer para as suas últimas considerações modificações importantes
sofridas ao longo dos anos oitenta e noventa como a metodologia projectual de Peter
Eisenman, as modificações da geometria que de acordo com as novas formas das
edificações, para serem representadas já não podem contar apenas com os recursos
da geometria euclidiana e a geometria mongena que dominaram a representação dos
projetos no movimento moderno.
SOBRE OS AUTORES
REFERÊNCIAS
GIEDION, Sigfried. Espaço tempo e arquitetura. São Paulo: Martins Fontes, 2004.
KOPP, Anatole. Quando o moderno não era um estilo e sim uma causa. São Paulo:
Nobel,1990.
PORTOGHESI, Paolo. Depois da arquitetura moderna. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
SANTOS, Jair Ferreira de. O que é Pós-Moderno. São Paulo: Brasiliense, 1987.
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