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POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DE SÃO PAULO

ACADEMIA DE POLÍCIA

RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA

PARA CONDOMÍNIOS E RESIDÊNCIAS

São Paulo

2010
Polícia Civil do Estado de São Paulo
Academia de Polícia
Recomendações de segurança

ALBERTO GOLDMAN
Governador do Estado de São Paulo

Antonio Ferreira Pinto


Secretário da Segurança Pública

Domingos Paulo Neto


Delegado Geral de Polícia

Adilson José Vieira Pinto


Diretor da Academia de Polícia Civil

Tabajara Novazzi Pinto


Coordenador do Centro de Direitos Humanos e Segurança Pública da Acadepol
“Celso Vilhena Vieira”

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Polícia Civil do Estado de São Paulo
Academia de Polícia
Recomendações de segurança

Material didático-
didático-informativo elaborado pela
pela
Academia de Polícia “Dr. Coriolano Nogueira Cobra” – ACADEPOL
Praça Reynaldo Porchat, 219 – Cidade Universitária – São Paulo – SP

Supervisão Geral
Professor Tabajara Novazzi Pinto

Redação
Redação
Professor Édson Luís Baldan

Revisão de conteúdo
Professor Luiz Antonio Pinheiro

Diagramação e Capa
André Luis Aguiar Coelhas

É autorizada a reprodução, divulgação e citação desta cartilha, desde que mencionada a fonte.

Academia de Polícia
Praça Professor Reynaldo Porchat, 219 - Cidade Universitária – CEP 05507-040 – São Paulo – SP
Tel.(0xx11) 3039-3400
Impresso na Seção Gráfica da Acadepol
Setembro/2009

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Recomendações de segurança

ÍNDICE

Apresentação...................................................................................................... .......05
I – Colaboração dos moradores é fundamental ..........................................................06
II – Cadastro de Moradores.........................................................................................08
III – Obras e serviços dentro do condomínio...............................................................08
IV – Seleção e contratação de pessoal doméstico e funcionários do
condomínio..........................................................................................................09
V – Treinamento dos funcionários....................................................................... .......09
VI – Crachá para os não moradores............................................................................10
VII – Funcionários e Condôminos........................................................................ .......10
VIII – Atendimento aos visitantes........................................................................ .......11
IX – Entrega de encomendas.......................................................................................12
X – Limpeza externa e recolhimento de lixo........................................................ .......13
XI – Entrada e saída de veículos..................................................................................13
XII – Entrada de prestadores de serviços............................................................. .......14
XIII – Unidade para venda ou locação........................................................................ 15
XIV – Instalações físicas e equipamentos eletrônicos de segurança......................................15
XV – Vigilância armada...............................................................................................19

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Recomendações de segurança

RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA PARA


CONDOMÍNIOS E RESIDÊNCIAS

As recomendações de segurança constantes desta sintética cartilha foram


escritas com os olhos postos nos casos atendidos pela Polícia, a partir dos quais foi
possível constatar que um expressivo número de roubos (assaltos) e furtos a casas e
edifícios acontece também por desatenção de moradores e funcionários quanto a
regras elementares de segurança, descuidos que os criminosos não ignoram.

Prova a experiência policial que de nada adianta uma parafernália


eletrônica instalada se os empregados não sabem operá-la ou se os moradores
desrespeitam o trabalho dos funcionários na fiscalização dos procedimentos de
segurança.

Trata-se, sem dúvida, de recomendações simples, quase triviais, mas cuja


observância teria evitado uma série de crimes com seus decorrentes dissabores aos
cidadãos vitimados.

Assim, se algum mérito estas linhas podem ter é, exatamente, o de


despertar a atenção de moradores e funcionários de condomínios para suas
responsabilidades concorrentes na manutenção da própria segurança.

Cremos, ademais, que com esse alerta cumprimos e fazemos cumprir a


Constituição Federal que, em seu artigo 144, proclama que a segurança pública é
dever do Estado e responsabilidade de todos.

Boa leitura !

São Paulo, junho de 2010.

Tabajara Novazzi Pinto


Delegado de Polícia Coordenador do
Centro de Direitos Humanos e Segurança Pública
“Celso Vilhena Vieira”

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I - Colaboração dos moradores é fundamental

1 – Campanhas educativas, palestras e reuniões com os moradores devem ser


realizadas periodicamente, objetivando neles despertar a responsabilidade pela
segurança do condomínio. Esse tema pode ser objeto de discussão em assembléias e
também figurar nos quadros de aviso. De nada valem a dedicação dos funcionários e
os equipamentos eletrônicos se os condôminos teimam em desobedecer os
procedimentos de segurança.

2 – É importante o engajamento de todos os moradores, funcionários e


representantes da administração na detecção dos pontos de vulnerabilidade do prédio
e, a partir disso, o trabalho conjunto de elaboração do plano de segurança do
condomínio. A participação coletiva nessa tarefa garantirá uma adesão massiva para
correta execução dos procedimentos consensualmente ajustados.

3 – Devem, sobretudo, os moradores ser orientados a legitimar e estimular o


trabalho dos porteiros e vigilantes: jamais demonstrar hostilidade ou falta de
acatamento em relação aos procedimentos de segurança por eles adotados, ainda que
tais medidas de cautela possam causar algum transtorno ou inconveniência eventual
ao condômino ou visitante.

4 – Quando da entrada ou saída do condomínio jamais deixar o portão aberto


para ingresso de pessoa estranha, sobretudo se esta fala (ou simula falar) ao interfone
com a portaria. O único responsável pela permissão de entrada de visitantes é o
porteiro de serviço.

5 – O morador deve ser extremamente discreto quanto a bens ou valores


mantidos em casa, em especial jamais mencionando a terceiros a existência de cofres,
jóias, obras de arte, moeda estrangeira, armas etc.

6 – Ao entrar ou sair da garagem deve-se observar eventual presença de


pessoas estranhas em atitude suspeita, caso positivo devendo ser retardada a manobra
de saída mediante espera dentro do condomínio ou então com uma volta pelo
quarteirão antes da entrada. Persistindo a situação suspeita, a polícia e o porteiro
deverão ser alertados.

7 – Os portões automáticos não devem ser acionados a uma longa distância


pelo motorista que pretende ingressar na garagem, especialmente se houver a
presença de prováveis intrusos oportunistas nas imediações.
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8 – Ao ingressar no condomínio acompanhado de visitante, deve o morador


respeitar as regras de segurança e submeter seu acompanhante à identificação de
rotina e liberação de acesso pelo serviço de portaria.

9 – Jamais deve o morador permanecer conversando diante do prédio,


especialmente no horário noturno. Menos ainda abandonar o portão de entrada aberto
nessas ocasiões.

10 – O morador deve procurar conhecer seus vizinhos e com eles combinar


sinais e medidas de auxílio mútuo (por exemplo sinais luminosos, telefonemas ou
outros códigos convencionados de emergência).

11 – Se dominado por criminosos, o morador deve manter o quanto possível


uma atitude calma e controlada, em especial evitando discutir ou encarar diretamente
o agressor. Se possível o diálogo, procurar informar ao criminoso que não possui
valores guardados em casa e que está aguardando a chegada de visitas.

12 – Os veículos estacionados na garagem, ainda que por breve tempo, devem


ser mantidos trancados, com os alarmes acionados e sem bolsas ou objetos à mostra.

13 – Não deixar à vista no interior do veículo, quando em uso externo, o crachá


de estacionamento que identifique o condomínio onde reside.

14 – É dever do morador manter o serviço de portaria sempre informado


quanto a eventual visita ou encomenda que esteja aguardando, jamais autorizando a
entrada de pessoa em quem não confie inteiramente (pois essa conduta pode violar
não só a própria segurança como a de todas as demais famílias ! ).

15 - Sempre descer à recepção para apanhar suas encomendas, jamais


autorizando a subida de entregadores, tampouco permitir a entrada de prestador de
serviços não requisitado, de vendedores desconhecidos, de pessoas que se anunciam
como funcionários de instituições de caridade etc.

16 – Nunca abrir a porta do apartamento a pessoas estranhas, ainda que estas


se apresentem acompanhadas de funcionário do condomínio.

16 – Estabelecer e treinar constantemente um sistema de “senhas” e “códigos


de emergência” para emprego em situações de perigo. Essa comunicação através de
palavras, gestos, sinais sonoros ou visuais etc, previamente combinados, pode servir
como sinal de alerta ou pedido de socorro a ser usado entre moradores e funcionários,
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devendo ser descomplicada e facilmente perceptível (mesmo através de um diminuto


olho mágico). Tais códigos devem ser periodicamente modificados para impedir que
ex-funcionários os repassem a criminosos.

17 – Na contratação de empregados domésticos (faxineiras, babás, motoristas


etc.) recebê-los na portaria e exigir documentação completa e fontes de referências
que devem ser cuidadosamente checadas.

18 – Não é aconselhável a manutenção de jóias ou elevadas somas de dinheiro


mantidos guardados em casa (mesmo dentro de cofres), sendo recomendada a
utilização de cofres em bancos.

II - Cadastro de moradores

19 - Manter cadastro atualizado de todos os moradores, com completos dados


pessoais e de veículos de cada um, bem como meios de contato de parentes ou
pessoas de confiança deles que devam ser avisadas em casos de emergência.

III - Obras e serviços dentro do condomínio

20 – Deve o síndico acompanhar pessoalmente o andamento de todos os


serviços realizados no edifício.

21 – Para as obras devem ser preferencialmente contratadas empreiteiras, as


quais devem assumir a responsabilidade de identificar todos seus trabalhadores com
crachá contendo fotografia e, antes do início dos serviços, fornecer relação destes
(com nome, RG, filiação, endereço e demais dados) à Administração do condomínio.

22 - Porteiros e zeladores devem ser orientados a permitir a entrada


unicamente daqueles funcionários portadores de crachá e cujos nomes constem da
lista previamente fornecida pela empreiteira.

23 – O zelador deve ficar responsável pela autorização de entrada dos


prestadores de serviços que realizarão serviços na área comum e nos demais
equipamentos do condomínio.

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- Seleção e contratação de pessoal doméstico e funcionários do condomínio


IV-

24 – Funcionários criteriosamente recrutados, suficientemente treinados,


amplamente respeitados pelos moradores em seu trabalho e, por fim, bem
remunerados representam a chave do sucesso de qualquer programa de segurança.

25 – A seleção deve ser rigorosa, exigindo-se sempre referências idôneas dos


funcionários a serem contratados. Se possível checar pessoalmente as fontes de
referências, não se contentando com meras “cartas”, mantendo sempre arquivo
reservado com fotografias de todos os funcionários.

26 – Deve ser exigida a apresentação de atestados de antecedentes criminais


dos candidatos às vagas, depois da contratação cuidando-se para a atualização
periódica dessas informações.

27 – Deve ser dada preferência aos candidatos que possuam cursos de


formação e treinamento específico para a atividade pretendida.

28 – Deve ser mantido, por tempo indeterminado, arquivo de ex-funcionários e


de prestadores de serviços (classificados por período de trabalho), sempre que
possível ilustrado com fotografias.

29 – Lembre-se: condomínios que selecionam e remuneram mal seus


funcionários apresentam uma rotatividade constante em seus quadros, fragilizando
qualquer procedimento de segurança.

V - Treinamento dos funcionários

30 – Periodicamente submeter os funcionários a cursos teóricos e treinamentos


práticos de reciclagem profissional, a fim de manter a capacidade de todos para uma
correta atuação em situações rotineiras e, sobretudo, em casos de emergência, sempre
focando a segurança do condomínio.

31 – Os porteiros, zelador e funcionários em geral devem ser adequadamente


orientados e permanentemente alertas para os diferentes disfarces e tipos de fraudes
utilizados pelos criminosos para ingressar no prédio.

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32 – Também devem receber treinamento adequado de segurança os


funcionários que, ainda que raramente, possam servir de substituto aos porteiros, os
quais deverão estar capacitados para desempenhar os mesmos procedimentos de
segurança.

33 – O treinamento de todos os funcionários deve incluir o ensino sobre o


correto uso dos equipamentos e sistemas de segurança, sob pena de se configurar
desperdício os altos investimentos nesses aparelhos. Jamais devem ser esquecidos os
faxineiros que, em regra, têm acesso a áreas de circulação restrita e por isso mantêm
visão privilegiada de tudo o que ocorre dentro e no entorno do condomínio: os olhos
desses funcionários equivalem a muitas câmeras instaladas !

34 – Não se deve esquecer que boa parte das invasões a condomínios ocorre
pela porta de pedestres e é favorecida pela atuação incorreta de porteiros, os quais
ignoram os procedimentos de segurança por falta de treinamento, por desleixo
decorrente da rotina ou, pior, por desestímulo resultante de freqüente contestação
pelos moradores que, por comodismo, não aceitam submeter-se aos procedimentos
de segurança.

VI - Crachá para os não-


não-moradores

35- Deve ser estabelecido um sistema de identificação pessoal com crachá para
todos os visitantes, com espaço para assinatura do condômino visitado, comprovando
a regularidade do ingresso e saída.

VII - Funcionários e Condôminos

36 – Nunca devem ser deixadas aos cuidados do porteiro (ou de outros


funcionários do condomínio) as chaves dos apartamentos ou dos automóveis dos
moradores.

37 – Os funcionários devem ser sempre discretos e jamais comentar sobre a


vida pessoal e hábitos dos moradores (por exemplo horários de saída e chegada, local
de trabalho ou estudo, ausência por viagem etc).

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38 – Deve ser proibido aos funcionários do condomínio receber visitas em seu


local de trabalho.

39 – A intimidade entre os funcionários do condomínio com os serviçais e


moradores compromete a segurança porque permite o vazamento de informações
relativas à vida e rotina privadas dos condôminos.

VIII - Atendimento
Atendimento aos visitantes

40 – O atendimento a não-moradores deve ser feito sempre com os portões


fechados e com o visitante mantido do lado de fora, até a liberação. O diálogo com o
visitante deve ser feito sempre através de intercomunicadores (porteiro eletrônico ou
similar).

41 - Somente deve ser aberto o portão e autorizada a entrada do não-morador


após procedimentos seguros de checagem, dentre os quais:
a – identificar o visitante;

b – consultar o morador sobre a conveniência da entrada, esclarecendo a


identidade do visitante e os motivos anunciados da visita;

c – aguardar a liberação de entrada pelo morador;

d – em caso de dúvida quanto à identificação do visitante solicitar ao


morador que compareça à portaria para identificação pessoal;

e – não dispensar jamais o pedido de autorização do morador, mesmo que


a pessoa que pretende a entrada se trate de visitante habitual;

f – no caso de o visitante apresentar-se acompanhado exigir igualmente a


identificação do acompanhante e avisar previamente o morador sobre tal
circunstância.

42 – Atenção redobrada deve ser mantida no momento de entrada e saída dos


empregados domésticos no condomínio, pois, em grande número de casos
registrados, a invasão dos criminosos ocorreu nessa oportunidade. O ideal seria

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franquear a entrada de um empregado por vez, utilizando-se o sistema de “gaiolas”,


no qual a porta interna somente é aberta na seqüência do fechamento seguro da porta
de acesso à rua, evitando assim o ingresso de intrusos oportunistas durante essa
operação.

43 – Acompanhantes de serviçais somente devem ser autorizados a entrar no


condomínio se expressamente autorizados pelo morador.

44 - Em ocasiões de festas ou outros eventos sociais, deve ser exigida


previamente do condômino responsável uma lista contendo a identificação dos
convidados, a qual será utilizada na liberação dos acessos.

45 – Dois lembretes valiosos:


A - pessoas mal intencionadas não gostam de ser identificadas ou
tampouco questionadas !
B – é erro grave avaliar as pessoas pelas roupas que usam: criminosos
também vestem terno e gravata e roupas de grife!

IX - Entrega de encomendas

46 - No caso de entrega de encomendas:


A – nunca permitir a entrada do entregador para entrega pessoal da
encomenda dentro do edifício;

B – sempre avisar o morador e solicitar que este venha pessoalmente à


portaria retirar a encomenda;

C – na hipótese de o morador encontrar-se ausente, solicitar o retorno do


entregador em ocasião a ser marcada pelo morador ou, não sendo isso
possível, guardar a encomenda na portaria para posterior entrega, jamais
abandonando o posto de trabalho.

47 - Recomenda-se a instalação do “passador de encomendas” : uma caixa


com portinhola ou abertura na recepção para o recebimento de encomendas, assim
evitando a entrada do entregador.
48 - Encomendas que não estejam sendo esperadas pelo morador devem ser
recusadas, ainda que o portador compareça acompanhado de empregado do

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condomínio. Se se tratar de volume pequeno, pode ele ser deixado na caixa de


recepção mencionada no item anterior.

X - Limpeza externa e recolhimento de lixo

49 – Nas ocasiões de limpeza e recolhimento de lixo, manter as entradas do


edifício sempre fechadas.

50 - O funcionário que efetuar limpeza na parte externa do condomínio jamais


deve portar as chaves que permitam o acesso, devendo esse empregado estar
suficientemente treinado para agir numa situação de abordagem por criminosos.
Saiba: a Polícia registrou inúmeros casos em que crimes foram evitados a partir da
ação dos faxineiros externos que, notando situação anormal nas proximidades do
prédio, deram o alerta que permitiu ao porteiro a adotar corretos procedimentos de
segurança.

XI - Entrada e saída de veículos

51 - Antes de abrir o portão da garagem, identificar o motorista e observar se


não há risco de algum intruso aproveitar-se da abertura para ingressar juntamente
com ele.

52 - Jamais libere a entrada do veículo unicamente pela observação de suas


placas: a averiguação deve dar-se pela identidade das pessoas ocupantes e não pelas
placas ostentadas pelo veículo (as quais podem ser facilmente “clonadas”).

53 - Não abrir o portão se não houver condições de reconhecer os ocupantes


do veículos, devendo os moradores colaborar na identificação, acendendo a luz interna
do carro e abaixando o vidro se este for escurecido. Nessa ocasião deve o porteiro
certificar-se de que o motorista age espontaneamente e não se encontra sob
coação.Deve, enfim, olhar atentamente o interior do veículo à procura de eventual
intruso escondido.

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54 - Combinar senhas simples com os moradores para ingresso (por exemplo,


dias ímpares um toque de buzina, ou um sinal de luz; dias pares dois toques, duas
piscadas de faróis) bem como códigos para situações de emergência (por exemplo
faróis totalmente apagados: emergência!).

XII - Entrada de prestadores de serviços

55 - Ao receber prestadores de serviços (encanadores, eletricistas, pedreiros,


instaladores em geral etc) :
a – exigir documento de identificação legível e com fotografia recente,
anotando os dados do documento exibido;

b – contactar o morador e, somente após autorização deste, permitir que o


prestador de serviços tenha acesso às dependências internas do edifício,
mesmo assim com acompanhamento obrigatório por funcionário do
condomínio (para evitar o perambular pelo prédio);

c – orientar os moradores a sempre comunicar à portaria com a


antecedência possível a visita esperada de prestador de serviços para
determinada data e horário;

c.1. se possível, quando dessa comunicação prévia, deve o morador


fornecer ao serviço de portaria a identificação da pessoa que virá executar
o serviço, não sendo suficiente a menção ao nome da empresa (criminosos
usam uniformes e veículos com símbolos e nomes de empresas idôneas!);

d – deve o morador informar ao serviço de portaria que os trabalhos foram


executados a contento e, portanto, deve o prestador de serviços ser
liberado normalmente; caso essa liberação não ocorra, deve o porteiro
entrar em contato com o morador da unidade visitada para, só depois da
confirmação de regularidade e de que tudo encontra-se em ordem,
autorizar a saída do contratado.

56 – Sempre, ao abrir o portão para entrada ou saída de pessoas do


condomínio, certificar-se de que não há indivíduos suspeitos nas proximidades.

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XIII - Unidades para venda ou locação


locação

57 - As imobiliárias contratadas para intermediar a venda ou locação de


unidades do condomínio devem ser orientadas a preencher ficha de cadastro e solicitar
cópias de documentos pessoais de seus clientes interessados na compra ou aluguel,
com isso evitando-se o acesso de criminosos às moradias do condomínio sob tal
pretexto.

58 – É de extrema importância o cadastramento prévio dos corretores de


imóveis junto ao condomínio sempre que houver alguma unidade disponível para
venda ou locação.

XIV - Instalações
Instalações físicas e equipamentos eletrônicos de segurança

59 – Na proteção perimetral do condomínio prefira sempre os muros e não as


cercas ou grades (pois estas permitem, a partir da rua, a visualização da rotina
interior).

60 – Muros, cercas ou alambrados devem ser compostos de material resistente


e de altura elevada (não inferior a 3 metros), dotados no seu topo de obstáculos
cortantes e dispositivos eletrônicos (vide abaixo) para impedir sua escalada e
transposição.

61 - Árvores ou plantas próximas aos muros e cercas diminuem a segurança


pois servem para ocultar o invasor e, igualmente, como ponto de apoio para facilitar
escalada.

62 - Todas as entradas do edifício (tanto a social quanto a de serviço e a


garagem), as áreas comuns e a calçada devem estar bem iluminadas, preferindo-se os
equipamentos fotossensíveis que fazem automaticamente acender luz quando da
presença ou movimento de alguém.

63 – O aparelho de gravação de imagens do circuito interno de TV devem ser


mantidos em sala trancada, à qual os porteiros e zeladores não tenham acesso (pois
em muitos casos os criminosos obrigam os funcionários a entregar DVD contendo a
gravação do crime).

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64 - A guarita deve estar situada recuada do edifício, situada entre portão de


pedestres e o da garagem. A partir dela deve o porteiro ter ampla visão das entradas e
das áreas comuns do condomínio. O posicionamento da guarita deve possibilitar que o
porteiro fique isolado e que o criminoso jamais assuma seu posto.

65 – Uma guarita ideal é uma verdadeira “célula de segurança”, para tanto deve
ela: a) ser blindada; b) permanecer permanentemente trancada internamente; c) ser
equipada com ar condicionado, banheiro e água potável para impedir a saída constante
do porteiro; d) estar dotada de película escurecida (“insufilm”) e reduzida iluminação
interna à noite objetivando obstar a visão de seu interior; e) apresentar-se munida de
“passa documentos” e “passa encomendas” para evitar o contato direto com
entregadores; f) estar servida de dispositivos de alarme luminosos ou sonoros de fácil
acionamento (inclusive com os pés) em situações de emergência (botão de pânico); g)
conectada através de aparelhos de comunicação (telefones, interfones, inter-
comunicadores portáteis etc) às unidades residenciais e a outros condomínios
vizinhos; h) funcionar com dois porteiros por turno de serviço, impedindo que a
rendição de apenas um acarrete o comprometimento inteiro do edifício.

66 - O portão da garagem deve ser visível e ter seu fluxo acompanhado e


controlado pela portaria. Recomenda-se a adoção do sistema de portões duplos
(“gaiola”) com dispositivo de inter-travamento (em que o segundo portão somente é
aberto após o completo fechamento do primeiro), pois a lentidão na abertura e
fechamento dos portões, bem como o grande espaço que deixam disponível têm
facilitado a ação de assaltantes que se aproveitam desse momento de vulnerabilidade
para a intrusão. A “gaiola” deve ser circundada por muros ou grades altas, que
impeçam sua escalada.

67 – Recomenda-se a instalação de portas com sistema de abertura de dentro


para fora (pois facilitam a fuga numa situação de emergência e dificultam o
arrombamento), dotadas de barra anti-pânico.

68 – Inúmeros equipamentos elétricos e eletrônicos podem contribuir para a


segurança dos condomínios. Todavia é preciso ter o cuidado na compra e a
consciência de que tais dispositivos não substituem as medidas de cautela exigidas
dos funcionários e moradores. Dentre os equipamentos disponíveis no mercado
brasileiro, citam-se os seguintes:

a – “botão de pânico” : sistema de comunicação para emergências que


possibilita o acionamento de outros prédios vizinhos interligados ou
mesmo de uma empresa de segurança em caso de invasão ou outra
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anormalidade. Móvel ou fixo, acionado pelo porteiro, zelador ou até pelos


moradores, o “botão de pânico” deve ter seu dispositivo de acionamento
em pontos estratégicos do condomínio;

b – “alerta de porteiro ausente”: também instalado junto à central de


alarme, exige que o funcionário de plantão o desarme em intervalos de
tempo programados (por exemplo, de 15 em 15 minutos, de 1 em 1 hora
etc). Assim, caso o porteiro esteja adormecido, ausente ou dominado, por
um período maior que o pré-determinado na programação do
equipamento, um alarme será disparado automaticamente na central;

c - circuito fechado de TV, com câmeras móveis e/ou fixas, dotadas de


caixa de proteção, ocultadas em cúpulas, monitores (de preferência
coloridos), garantem o monitoramento, gravação, armazenamento ou, até
mesmo, a transmissão das imagens captadas para visualização pelos
próprios moradores;

d - vídeo time lapse: aparelho que grava centenas de horas de imagens


em uma só fita VHS. A fita não deve jamais permanecer em local
facilmente visível e acessível a eventuais criminosos, sendo preferível o
armazenamento das imagens em discos rígidos (“HD”) ou mesmo arquivos
virtuais mantidos em provedores;

e – multiplexador: permite visualização de todas as câmeras em uma única


tela, dividindo-a, ainda permitindo a sobreposição de imagens e a
programação de seqüência de exibição;

f - cercas eletrificadas pulsativas de proteção perimetral: essas proteções


feitas por correntes elétricas de energia intermitente são instaladas sobre
os muros periféricos do condomínio, emitindo choques em caso de
tentativa de invasão ou corte. Tais cercas também disparam alarmes e,
interligadas a um sistema com computador, podem denunciar com
exatidão e de imediato o ponto de invasão. Essas cercas devem ser
instaladas por empresas com reconhecida capacitação técnica e com
padrões uniformes de segurança: implantação em ângulo de 45º e com
travamento em intervalos máximos de dois metros;

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g – controle biométrico de entrada: aparelhos de acesso de uso ainda não


muito difundido e que funcionam com base na biometria (impressão
digital, íris, voz, palma da mão);

h - ''transponder'' para automóveis: equipamento emissor de sinais que,


captados por uma antena receptora instalada na entrada do condomínio,
permitirá ao porteiro identificar imediatamente o veículo que está prestes a
entrar na garagem (evitando assim o ingresso de carros “clonados”);

i – alarmes luminosos: a instalação de uma lâmpada sinalizadora de perigo,


visível de edifícios vizinhos, denunciando a ocorrência de perigo quando
acesa;

j – alarmes sonoros: não são totalmente recomendados, porque ao emitir


forte ruído podem provocar reação violenta do criminoso e representar um
risco a eventual refém em poder deste;

l – inter-comunicadores: esses equipamentos portáteis são importantes


para a comunicação entre os funcionários e entre estes e os moradores,
principalmente em áreas extensas e no período noturno;

m – interfones;

n – olhos mágicos com visão de 180º ;

o – alarmes sonoros instalados em janelas, portas, portões, topos de muros


e cercas;

p – espelhos retrovisores nas extremidades angulares sobretudo nas


garagens;

q - porteiro eletrônico;

r – códigos de acesso a elevadores informatizados;

s – alarmes sem fios;

t – micro-câmeras dissimuladas pelo ambiente;

u – catracas eletrônicas;
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v - Câmara falsa – devem ser colocadas no mesmo padrão das câmaras


reais, funcionando apenas como recurso adicional;

x - Sensores de presença com holofotes;

z - sensores de infravermelho com detecção de invasão para instalação em


muros.

Insistimos: os equipamentos eletrônicos apenas serão eficazes se operados


por funcionários capazes, treinados e bem remunerados, incluídos os
faxineiros que, por circularem permanentemente por áreas pouco vistas
pelos demais funcionários e moradores, constituem valiosos vigilantes
prontos a dar o alarme, substituindo com seus olhos uma dezena de
câmeras.

XV - Vigilância armada

69 – Não é recomendável a contratação de vigilantes armados para atuação


dentro do condomínio, pois podem eles representar fator adicional de perigo caso
sejam mal treinados ou então pertençam a empresas clandestinas (não registradas ou
fiscalizadas pela Polícia Federal, nos termos da Lei Federal nº 7.102/83). Em caso de
dúvida na contratação, consultar a Polícia Federal.

70 – Deve ser advertido que apenas armas de fogo não bastam: sem um projeto
de segurança, sem instalações físicas e equipamentos adequados, sem um
levantamento prévio das ocorrências mais comuns na área, enfim, sem planejamento
responsável, a arma torna-se mais um risco para os moradores.

71- Os procedimentos de segurança devem ser constantemente atualizados,


haja vista que a mudança de métodos de operação dos criminosos exige, em resposta,
novas medidas de segurança por parte do condomínio e vice-versa: a não-revisão
periódica desses tópicos possibilita que os criminosos passem a conhecer e, assim,
consigam burlar os mecanismos de segurança do condomínio.

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72 - É necessário que o síndico faça uma visita à Delegacia de Polícia do bairro


e tenha sempre em mãos os telefones para emergências: bombeiros (193), polícia
militar (190), ambulância (192) e polícia civil (197).

73 - Não hesite em comunicar à Polícia qualquer anormalidade dentro do


condomínio ou atitude suspeita nas imediações do prédio, dedicando especial cautela
em relação a:

a – pessoas paradas ou perambulando pelas adjacências do condomínio,


parecendo prestar atenção sobre a portaria e a garagem;

b – ocupantes de automóveis ou motocicletas que passem em baixa


velocidade e repetidas vezes defronte o condomínio;

c – pessoas que demonstrem inexplicado interesse pelo sistema de


segurança do condomínio;

d - indivíduos trajando roupas de inverno em dias quentes ou de tamanho


nitidamente maior, pois podem ocultar sob elas armas de fogo;

e – supostos prestadores de serviços técnicos (água, energia elétrica,


telefone, TV a cabo etc) que insistam em ingressar no condomínio sem se
submeter aos procedimentos rotineiros de segurança;

f – pessoas paradas próximas à entrada do edifício simulando falar ao


telefone e, na verdade, apenas aguardando a abertura do portão a um
morador para, de forma oportunista, ingressar clandestinamente no
condomínio;

g – veículo estacionado por longo período de tempo nas proximidades do


condomínio, com ocupante ou ocupantes em seu interior.

74 - Em caso de necessidade de contato telefônico com a Polícia observe as


seguintes regras:

a – mantenha a calma e passe as informações com precisão;

b – seja claro no fornecimento do endereço, se possível indicando um


ponto de referência;

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Polícia Civil do Estado de São Paulo
Academia de Polícia
Recomendações de segurança

c – responda com clareza e objetividade às perguntas que forem feitas pelo


policial atendente, pois elas são valiosas para preparar a ação policial;

d – sempre que possível forneça descrição física e de vestimenta


pormenorizada de pessoas envolvidas;

e – alerte a Polícia sobre a eventual existência de alguém armado ou ferido.

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