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Trabalho Reúso Das Águas - Pamela Moreno Final - Docx PDF
Trabalho Reúso Das Águas - Pamela Moreno Final - Docx PDF
AMBIENTAL
Outubro, 2013
Sumário
1. ÁGUA ................................................................................................................................... 2
2.2 Brasil.................................................................................................................................. 2
6. REÚSO DA ÁGUA.............................................................................................................. 6
7. LEGISLAÇÃO .................................................................................................................... 6
10.2 Considerações sobre a aplicação do telhado verde para captação de água de chuva
em sistemas de aproveitamento para fins não potáveis. .................................................... 21
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1. ÁGUA
2.1 Mundial
De acordo com a Uniágua (2006) estima-se que 2,5% do volume total de água
no planeta seja de água potável ou simplesmente água doce. Deste total apenas 0,266%
encontra-se em lagos, rios e reservatórios, estando o restante distribuído na biomassa e
na atmosfera sob a forma de vapor. Assim sendo, é estimado que somente 0,007% de
toda a água doce do planeta está em locais de simples acesso para o consumo humano.
As águas subterrâneas abrangem 29,9% do volume de água doce no planeta
enquanto que sua maior parte, 68,9% está congelada nas calotas polares do Antártico,
Ártico e nas regiões montanhosas. (TOMAZ, 2008).
A água encontra-se distribuída de maneira não uniforme pelo mundo, sendo que
na Ásia e na América do Sul têm-se os maiores volumes disponíveis. A Ásia detém a
maior parcela mundial deste recurso, detendo 31,6%. Por outro lado os menores
potenciais são encontrados na Oceania, Austrália e Tasmânia (TOMAZ, 1998).
2.2 Brasil
De acordo com Tomaz (2008) o Brasil detém 12% do total de água doce do
mundo, sendo considerado como país “rico em água”. Possui disponibilidade hídrica
estimada em 35.732 m³/hab./ano.
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Suas principais bacias hidrográficas são: Rio Amazonas; Atlântico Leste;
Atlântico Norte Nordeste; Atlântico Sul e Sudeste; Paraná e Paraguai, São Francisco;
Tocantins Araguaia; e do Rio Uruguai. A maior rede hidrográfica mundial é a da Bacia
Amazônica, com área de drenagem de 6.112.000 Km², ocupando cerca de 42% da
superfície do território brasileiro. (ANEEL, 2007).
O Aquífero Guarani é um dos maiores reservatórios de água subterrânea do
mundo abrangendo uma superfície de quase 1,2 milhões de km². Localiza-se na Bacia
Geológica Sedimentar do Paraná sendo a principal reserva de água subterrânea da
América do Sul, com um volume estimado em 46 mil km³ com 71% em território
brasileiro (AQUÍFERO GUARANI, 2007).
Entretanto, apesar de o Brasil possuir grande disponibilidade de recursos
hídricos, estes não são distribuídos de maneira uniforme pelo país. As regiões com
maior densidade populacional são as que possuem menor disponibilidade de água como
pode ser observado na tabela 1. (GHISI, 2006).
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superar o ritmo de ampliação da oferta tanto de alimentos quanto de água. (SOECO
/MG, 2004).
Segundo a Soeco/MG (2004) o crescimento anual é de cerca de 78 milhões de
habitantes. Como consequência, essa população acaba por exercer grande pressão sobre
os mananciais de água doce. Projeções que antecipam a escassez progressiva da água
num intervalo de 1955-2025 são realizadas (MANCUSO e SANTOS, 2004), sendo que
em alguns países essa realidade já pode ser observada (Tabela 2).
Tabela 2: Países em que se tem falta de água e que poderão vir a ter.
Período Países
Arábia Saudita, Barbados, Cingapura,
1955 Djibuti, Emirados Árabes, Israel, Jordânia,
Kuwait, Iêmen, Malta, Qatar e Tunísia.
Argélia, Burundi, Cabo Verde, Quênia,
1990
Ruanda e Somália.
África do Sul, Camarões, Egito, Etiópia,
2025
Haiti, Irã, Líbia, Marrocos, Omã e Síria.
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O índice de perdas da Companhia de Saneamento Básico de São Paulo, empresa
que opera em 366 municípios em todo o Estado de São Paulo, atualmente está em 33%,
o que representa perda de nove mil litros de água por segundo. (SABESP).
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6. REÚSO DA ÁGUA
Reúso de água ocorre quando se aplica uma tecnologia que pode ser desenvolvida
em maior ou menor grau em função de como a água tenha sido utilizada e a que
finalidade ela se destina. (MANCUSO et. al., 2003).
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS, 1973) o reúso pode ser
classificado como:
• Reúso Potável direto - uso planejado e deliberado de esgotos tratados para
determinadas finalidades, tais como: irrigação, uso industrial, recarga de
aquífero e água potável.
• Reúso Potável Indireto – quando a água usada, uma ou mais vezes, no uso
doméstico ou industrial, é descarregada nas águas superficiais ou
subterrâneas e empregada novamente à jusante, de maneira diluída.
• Reúso não Potável – pode ser utilizado, de acordo com a qualidade de uso
exigida, em diversos fins, não potáveis: agrícolas, industriais, recreacionais e
domésticos, como rega de jardins, descargas sanitárias e lavagem de pisos.
• Reciclagem Interna – reúso da água internamente às instalações industriais,
tendo como objetivo a economia de água e o controle da poluição.
7. LEGISLAÇÃO
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7.1 ABNT NBR 15527/2007
A preocupação com a edição de normas de proteção aos recursos hídricos teve início
em 1968 com o Decreto no 50.079/68 e, posteriormente com a Lei no 118/73 que deram
origem a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB).
A CETESB é uma agência reguladora que tem como responsabilidades o controle,
fiscalização, monitoramento e licenciamento das atividades geradoras de poluição,
visando garantir e promover a melhoria da qualidade do meio ambiente no Estado.
Em 1991, por meio da Lei no 7.663, de 30 de Dezembro de 1991, o Estado editou
normas a fim de se estabelecer a Política Estadual de Recursos Hídricos no Estado.
Em 2003, o Decreto Estadual no 48.138/03 instituiu medidas de redução do consumo
e da racionalização do uso da água.
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Já em 2005, a Lei Estadual no 12.183, de 29 de Dezembro, regulamentada pelo
Decreto no 50.667/06, estabeleceu a cobrança pela utilização dos recursos hídricos
visando reconhecer que a água é um bem público de valor econômico e incentiva seu
uso racional e sustentável.
A Lei no 12.526, de 2 de Janeiro de 2007 estabeleceu normas para contenção de
enchentes e destinação de águas pluviais determinando a implantação de sistemas de
captação e retenção de águas pluviais em lotes edificados ou não que possuíssem área
impermeabilizada superior a 500m².
De acordo com a ONU o uso da água pode ser divido da seguinte maneira:
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sanitários, de acordo com suas características físico-químicas e biológicas de seus
efluentes em função dos usos pretendidos.
O tratamento que geralmente se emprega para o reúso de águas cinza é o
biológico, com posterior armazenamento da água tratada em um reservatório de volume
adequado sendo completamente separada das instalações hidráulicas de uso potável,
sem conexão cruzada entre elas.
As águas cinza são empregadas para finalidades menos restritivas quando
compradas as águas de chuva devido à presença de alguns contaminantes em sua
composição.
Um tratamento utilizado para águas cinza em edificações é conhecido como
zona de raízes, leito cultivado construído ou wetland. É um sistema biológico em que se
utiliza vegetação de áreas alagadas, resistentes aos macro e micronutrientes e
aclimatadas as condições locais. Ocorrem, assim, sedimentação e processos biológicos
que promovem a redução da carga orgânica.
Cada pessoa precisa no mínimo de 20 a 25 litros de água por dia para garantir
sua sobrevivência. De acordo com o relatório de 2006 da ONU, em 2025, cerca de 2,3
bilhões de pessoas não terão acesso segura à água.
Nos Estados Unidos um indivíduo utiliza de 450 a 800 litros de água por dia ao
passo que um indivíduo na África Subsaariana se utiliza de 20 a 25 litros por dia.
Cerca de 20% da população espalhada em 30 países sofrem com a falta de água
com estimativa projetada pela ONU de que estes números cheguem a 30% da população
espalhadas por 50 países. Algumas metrópoles já sofrem com problemas de estiagem,
entre as quais: Buenos Aires, Cidade do México, Lima e Pequim, dependendo da
reciclagem da água para abastecimento.
Urge a implantação de sistemas economizadores, que segundo Deca S.A apud
Franco Júnior, podem proporcionar uma economia de até 60% da água, comparados aos
sistemas convencionais.
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Sistemas de água na habitação
As águas nas habitações podem ser divididas, de acordo com parâmetros de
qualidade e utilização, em:
• Água Potável;
• Água Pluvial;
• Águas Cinza;
• Águas negras ou esgoto;
De acordo com Mierzwa apud Franco Júnior, dentro de uma rede de abastecimento
residencial, o consumo de água pode ser distribuído da seguinte maneira:
Fonte: Mierzwa-USP.
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A rede de reúso, por sua vez, atende as funções em que a qualidade da água não é
fundamental como a rede que alimenta as bacias sanitárias. As águas da chuva também
podem ser coletadas e tratadas com o processo de filtração, sendo enviadas ao
reservatório entrando na rede de água para reúso.
Fonte: www.setin.com.br
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9. APROVEITAMENTO DE ÁGUA DE CHUVA
A água da chuva de captação direta pode ser considerada um recurso hídrico com
qualidade e quantidade suficiente para atender a diversas demandas. O sistema de
aproveitamento de água pluvial possui uma série de aspectos positivos, entre os quais:
- Redução do consumo de água potável com queda dos custos de água fornecida
pelas companhias de abastecimento;
-Diminui os riscos de enchentes;
-Preserva o meio ambiente;
-Reduz a escassez de recursos hídricos;
-Utiliza estruturas existentes na edificação (telhados, lajes, rampas);
-Complementa o sistema convencional;
-Serve como reserva de água em situações de emergência ou interrupção do
abastecimento público.
Para o emprego de um sistema de aproveitamento de água pluvial deve-se levar em
conta uma série de fatores: área de captação, demanda de água, precipitação, condições
ambientais locais, clima, fatores econômicos, finalidade e usos da água, sendo de suma
importância não padronizar as soluções técnicas.
Em regiões áridas ou semiáridas a água da chuva pode ser vital para a convivência
com situações de escassez de água podendo ser utilizada como um recurso hídrico
alternativo complementar de abastecimento.
Os principais objetivos do aproveitamento de Água de chuva são:
• Incentivar a população a fazer o aproveitamento correto da água de chuva;
• Fazer com que toda casa urbana tenha pelo menos um sistema simples
de Aproveitamento da Água de Chuva;
• Minimizar o escoamento do alto volume de água nas redes pluviais durante as
chuvas fortes;
• Usar a água para irrigações nos jardins e lavagens de pisos externos. Assim, essa
água vai infiltrar na terra e ir para o lençol freático, preservando o seu ciclo
natural;
• Usar a água para lavagens de pisos, carros, máquinas e nas descargas no vaso
sanitário.
A água de chuva pode ser empregada em diversas atividades com fins não potáveis
no setor residencial, agrícola e industrial. No setor residencial pode ser utilizada para
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lavar roupas, em sistemas de controle de incêndio, em descargas de vasos sanitários,
lavagem de automóveis, lavagem de piso e irrigação de jardins. No industrial para
resfriamento evaporativo, climatização interna, lavanderia industrial, lavagem de
maquinários, lava jato de veículos, limpeza industrial e abastecimento de caldeiras. Na
agricultura é empregada na irrigação de plantações.
Área de captação;
Calhas e condutores verticais e horizontais;
Dispositivos de descarte de sóldos;
Dispositivos para remoção de sólidos grosseiros;
Freio de água;
Caixas de inspeção;
Dispositivos de desvio da água dos primeiros escoamentos;
Sifão extravasor;
Conjunto flutuante de sucção;
Conjunto motobomba (quando necessário);
Sistema de suprimento com alimentação, com alimentação atmosférica não
cruzada, e com válvula solenoide;
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Sistema de desinfecção (quando necessário)
Fonte: www.sempresustentável.com.br.
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9.2 Experiência com a implantação de sistemas de aproveitamento de água de
chuva
Fonte: http://www.spaipa.com.br/captacaodaagua.htm.
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10. ESTUDOS DE CASO
Introdução e Objetivo
O reúso da água em edificações é possível, porém, deve ser projetado para este fim,
seguindo todas as diretrizes que devem ser analisadas. Deve-se evitar que a água
reutilizada seja misturada com a água tratada e não permitir seu uso para consumo
direto, preparação de alimentos e higiene pessoal. A qualidade necessária para atender
aos usos previstos deve ser rigorosamente avaliada a fim de se garantir a segurança
sanitária.
Águas Pluviais
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Metodologia
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Figura 6: Média dos resultados qualitativos das amostras das águas cinza coletadas.
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Figura 7: Volume gerado de água cinza em apartamento do Tipo 1.
Conclusões
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A reutilização da água cinza gerada nas edificações diminui o consumo de água
potável para fins menos nobres e contribui, dessa maneira, para a sustentabilidade
hídrica da cidade ao minimizar a quantidade de poluentes lançados nos corpos hídricos.
As avaliações da água cinza deste estudo evidenciaram:
• Variação na maioria dos parâmetros qualitativos, como coliformes fecais,
DBO, DQO, condutividade, exceto para os coliformes totais e pH;
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Estas águas podem ser reutilizadas para fins não nobres em qualquer edificação,
gerando economia de água potável, com redução da demanda nos sistemas urbanos
de captação, distribuição e tratamento de água.
O uso exclusivo da água cinza do chuveiro para a descarga das bacias sanitárias,
com um tratamento simples como filtração e desinfecção, viabiliza que a água cinza
seja reutilizada sem maiores problemas e com economia para o usuário e para as
concessionárias, contribuindo com a preservação ambiental obtendo reflexo nas
gerações futuras e minimizando a carga de esgotos nos rios.
É recomendado, assim, que os setores comercial, industrial e residencial adotem
uma postura em conformidade ambiental, com atenção para este recurso vital que é
a água além da conscientização adequada sobre a necessidade de sua utilização de
maneira racional em termos quantitativos e qualitativos.
Introdução e Objetivo
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Tabela 5: Comparação entre características do telhado verde e convencional com base na experiência de
Portland-EUA. (Extraído de Liptan e Strecker SD)
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-Gestão das águas urbanas: diminuição do volume de água superficial que atua em
enchentes e alagamentos, fonte alternativa de abastecimento na época de estiagem,
queda nos gastos com abastecimento.
Projetos de lei em diversas cidades do Brasil exigem que seja realizada a detenção
da água de chuva com o objetivo de atenuar o pico de vazão de enchente. O sistema de
aproveitamento de água de chuva abrange:
1-Coleta da água pluvial por meio de áreas de captação (telhados, pisos, etc);
2-Direcionamento através de calhas e condutores;
3-Armazenamento em reservatórios de acumulação;
4-Sistemas hidráulicos para condução da água de chuva aos pontos de utilização.
Com o emprego do telhado verde que funciona como um biofiltro retendo sólidos
grosseiros e, eventualmente, alguns contaminantes com menor tamanho médio de
partículas tem-se uma melhora considerável na qualidade da água. Evita-se o
desperdício decorrente do descarte, aumentando o volume de água passível de
aproveitamento e preservando a qualidade da água de chuva captada.
A problemática em relação a utilização da água de chuva efluente ao telhado verde
envolve: volume de água aproveitável (quantidade) e sua qualidade.
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Qualidade da água de chuva potencialmente armazenável
Conclusões e recomendações
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extravasamento de sistemas de aproveitamento de água de chuva com o emprego de
telhados convencionais.
Já, em relação aos aspectos qualitativos:
-O telhado verde pode tanto reter como carrear poluentes;
-Fatores determinantes no comportamento desse balanço: composição do substrato;
tipo de cobertura vegetal; vazão do escoamento; tempo de estabelecimento da
vegetação.
A análise dos resultados mostra que o telhado verde possui potencial para captar
água de chuva em períodos de chuva intensa ou com intervalos de ocorrência curtos.
O emprego do telhado verde conjugado a um sistema de aproveitamento de água de
chuva deve analisar os seguintes aspectos:
• Volume passível de ser captado (quantidade);
• Qualidade da água passível de ser captada;
Recomenda-se, dessa maneira, que seja investigado o tempo de retenção das
águas pluviais no telhado verde e a investigação da composição e a espessura do
substrato para maior compreensão dos aspectos que determinam a retenção e o
carreamento de diferentes poluentes.
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CARDOSO, M,P. Água de chuva em zonas urbanas: Estudo de caso no município de
Belo Horizonte. Dissertação programa de pós-graduação e Saneamento, Meio Ambiente
e recursos hídricos da Universidade Federal de Minas Gerais.2009.
GHISI, E. Potential for Potable Water Savings by Using Rainwater in the Residential
Sector of Brazil. Building and Environment,v. 41, n. 11, p. 1544-1550, 2006.
Importânciadaágua.Disponívelem:<http://www.mundovestibular.com.br/articles/569/1/I
MPORTANCIA-DA-AGUA/Paacutegina1.html>. AcessO em: 28 de Setembro de
2013.
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SOECO/MG. Gerenciamento Sustentável da Água da Chuva, 2003. Disponível em:
<http://soecomg.hpg.ig.com.br/agua8.htm>. Acesso em 28 de setembro de 2013.
TOMAZ, P. Conservação da água. 1 ed. São Paulo: Editora Parma, 1998. 239 p.
Reportagens:
2-) Governo estima que 429 mil famílias não tem cisternas no
semiárido: http://g1.globo.com/brasil/noticia/2013/07/governo-estima-que-429-mil-
familias-nao-tem-cisternas-no-semiarido.html
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