Resumo: O trabalho pretende discutir como o Batuque de Umbigada (ou caiumba),
manifestação cultural de linha banto vivenciada no oeste paulista, pode ser compreendido como prática de liberdade, em que corpos insubmissos experienciam e promovem movimentos e letramentos de transgressão, resistência e (re)existência. As canções do Batuque de Umbigada, mais conhecidas como “modas”, expressam a crítica do cotidiano e denunciam as condições de vida do povo pobre e preto, sendo forças poéticas capazes de ressignificar possibilidades de ser por meio da arte. Nesse sentido, na cidade de Capivari- SP, a comunidade batuqueira está organizada na construção de um ponto de cultura, chamado Quintal da D. Marta, para sediar ações culturais e sociais especialmente junto às crianças e mulheres periféricas do município. Tanto o Batuque de Umbigada quanto o processo de construção do barracão cultural no quintal da D. Marta manifestam-se, ainda, como práticas que respeitam os princípios do que Abdias Nascimento denominou por Quilombismo, pelo caráter de coletividade com que são realizadas, respeito à ancestralidade e novas formas de pensar as relações sociais. A discussão é, também, tema de tese de doutorado em andamento na Universidade Federal de Uberlândia, sob orientação de Ivan Marcos Ribeiro e Cintia Camargo Vianna.
Palavras-chave: Batuque de Umbigada; Quilombismo; Letramentos; Resistência;