Você está na página 1de 18

See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.

net/publication/325428804

(CANDEA, 2018) - Inovação, Indústria 4.0 e Educação Empreendedora

Preprint · March 2018


DOI: 10.13140/RG.2.2.17153.97120

CITATIONS READS

0 457

2 authors:

Bruno Rodrigues Candea Ricardo A. Rabelo


PwC Universidade Federal de Ouro Preto
22 PUBLICATIONS   0 CITATIONS    85 PUBLICATIONS   216 CITATIONS   

SEE PROFILE SEE PROFILE

Some of the authors of this publication are also working on these related projects:

Wireless Networks View project

Sistema de Teleoperação para Monitoramento de Correias Transportadoras View project

All content following this page was uploaded by Bruno Rodrigues Candea on 29 May 2018.

The user has requested enhancement of the downloaded file.


0

FEOP INOVA
INOVAÇÃO, INDÚSTRIA 4.0 E EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA EM OURO
PRETO E REGIÃO

#3 MARÇO 2018
INFORMATIVO - PESQUISA, DESENVOLVIMENTO E INOVAÇÃO
1
FUNDAÇÃO EDUCATIVA DE OURO PRETO

Presidência

Professor Dr. Ricardo Augusto Rabelo de Oliveira

https://www.linkedin.com/in/ricardo-rabelo-753402/

http://lattes.cnpq.br/5486578243421803

Superintendência

Diogo Ribeiro dos Santos

https://www.linkedin.com/in/diogo-ribeiro-dos-santos-176b6422/

Gerência de Projetos

Luiz Octávio Mendonça de Oliveira

https://www.linkedin.com/in/luiz-oct%C3%A1vio-de-andrade-mendon%C3%A7a-26654343/

Consultoria Jurídica

Alexandre Rodrigues Guimarães

https://www.linkedin.com/in/alexandre-guimar%C3%A3es-388542a3/

Consultoria em Gestão de Projetos

Isabela Rocha Nunes de Lima

https://www.linkedin.com/in/isabela-rocha-nunes-de-lima-78aa5922/

Coordenadoria Financeira e Administrativa

Camila Lopes Maia

https://www.linkedin.com/in/camila-maia/

Redação e Edição do Relatório

Bruno Rodrigues Candea – Compliance, Inovação e Analytics

https://www.linkedin.com/in/brunocandea/

http://lattes.cnpq.br/8778979902131900
2

SUMÁRIO
1 – Introdução ................................................................................................................................................ 1
2 – FEOP Inova ............................................................................................................................................... 4
2.1 – Inovação em Negócios ................................................................................................................ 4
2.1.1 – CRIAR: Centro de Referência em Inovação e Articulação Regional.................... 4
2.1.2 – APP - Active Project Prospection ..................................................................................... 5
2.1.3 – Business Innovation .............................................................................................................. 5
2.1.4 – Hubs de Inovação .................................................................................................................. 6
3 – FEOP e Indústria 4.0 .............................................................................................................................. 8
4 – FEOP, Realidade Virtual e Indústria 4.0 ......................................................................................... 9
5 – Fomento à Educação Empreendedora e Profissional ............................................................ 11
6 – Conclusões ............................................................................................................................................. 13
1

INOVAÇÃO, REALIDADE VIRTUAL PARA INDÚSTRIA 4.0 E


EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA EM OURO PRETO E REGIÃO

1 – INTRODUÇÃO

A FEOP – Fundação Educativa de Ouro Preto – é uma fundação de apoio, ou seja, uma
entidade privada sem fins lucrativos que visa dar suporte à pesquisa, ensino, extensão e
desenvolvimento institucional na Universidade Federal de Ouro Preto e em seu entorno. Sua principal
atividade econômica é o apoio à educação, e neste sentido agimos como um agente importante na
transformação de projetos em valor para a sociedade no geral.

Nos últimos anos, saímos da zona de conforto, passando de uma posição passiva na captação
de recursos para a universidade e passamos a agir como uma ponte ativa entre empresas, governo
e a UFOP, trazendo projetos para os pesquisadores, investindo em pesquisa e desenvolvimento e
firmando parcerias que nos colocassem na vanguarda da inovação e empreendedorismo no interior
mineiro. Uma das parcerias mais promissores que temos fortalecido desde 2016 é com a ANPEI –
Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras – e que nos tem
permitido participar de conselhos e debates sobre inovação com os maiores players deste cenário
no Brasil, ao lado de empresas como Embraer, 3M, Bosch, Natura, Vale e muitas outras.

Esta parceria nos permitiu ainda trazer para Ouro Preto os cursos da ANPEI sobre inovação,
tecnologia, gestão de projetos e patentes, e muitos outros, e temos orgulho do fato de sempre
termos conseguido que professores, pesquisadores e técnicos da UFOP fizessem parte destes
treinamentos, workshops e cursos de capacitação. É uma forma que encontramos de apoiar a
educação tecnológica dentro do ambiente acadêmico, e um investimento para formarmos a base de
uma universidade mais inovadora e empreendedora no futuro próximo.

Estamos adotando práticas de padrão global em Business Innovation para aproveitar as


oportunidades que têm surgido nos últimos anos na região, e, depois de realizarmos diversas
pesquisas, identificamos que existe um grande potencial para investimento em infraestrutura nas
cidades próximas à Ouro Preto. De fato, espera-se que cerca de R$ 21 bilhões têm sido investidos
desde 2010 na reestruturação da base de mineração da região do Alto Paraopeba (Congonhas,
Conselheiro Lafaiete, Jeceaba, São Brás do Suaçuí, Belo Vale, Entre Rios de Minas e Ouro Branco),
todas estas muito próximas de Ouro Preto. Dados do Sistema Nacional de Empregos (SINE) de
Congonhas revelam que nos últimos quatro anos, mais de 30 mil postos de trabalho foram criados
apenas na cidade, e a expectativa é de que este número cresça para mais de 45 mil. Em 2010 apenas,
o crescimento no emprego foi de 35%. O grau de investimento é tão alto que os municípios se
reuniram e criaram o CODAP – Consórcio Público de Desenvolvimento para o Alto Paraopeba, a fim
2

de coordenar ações de diagnóstico, elaboração e consolidação de melhorias em infraestrutura que


possam tornar a região mais capaz de absorver o crescimento esperado.

Depois de debates e pesquisas, identificamos uma abertura única para o desenvolvimento


tecnológico da região, por meio das ações que o próprio Governo Federal tem traçado para a
indústria nacional nos próximos 20 anos. Mirando aproveitar as metas e investimentos que o
governo fará para inovação da matriz tecnológica brasileira e o potencial de Ouro Preto e região, a
FEOP tem monitorado todo e qualquer nicho no qual possamos atuar dentre o universo de projetos
e recursos que podemos trazer para a universidade e seu entorno.

A ação do Governo Federal que mencionamos acima é recente, lançada em março de 2018, no
Fórum Econômico Mundial para a América Latina. A Agenda Brasil 4.0 é um plano de migração da
indústria brasileira para o conceito que surgiu com a quarta revolução industrial, no começo dos
anos 2000. A Agenda visa a modernização da indústria e a volta do Brasil ao topo dos países em
termos de competitividade da indústria. Isto porque o país, que ocupava o quinto lugar neste
aspecto em 2010, desceu para a 29° colocação no ranking em 2016, mostrando o quanto temos
ficado para trás no que diz respeito àquilo que já tem sido feito em outros países.

Retirado de: http://industria40.gov.br/

Visando as oportunidades que surgem tanto diante da Agenda Nacional para a Indústria 4.0,
quanto no desenvolvimento de aplicações, a FEOP tem adotado práticas de pesquisa,
desenvolvimento e inovação como o projeto dos HUBS de Inovação, que está sendo desenvolvido
junto ao governo do estado de Minas Gerais para fomentar o nascimento de novas empresas,
3

startups e negócios disruptivos, além de educação empreendedora e corporativa aos jovens que
impulsionarão a economia do estado no futuro.

Este report, portanto, demonstra como a fundação vem se posicionando diante deste cenário
e como suas ações se encaixam perfeitamente em sua atividade de fomento ao ensino, pesquisa,
extensão e desenvolvimento, entregando valor para a sociedade. Temos trabalhado novas formas
de diversificação da economia local, além de um modelo dinâmico de captação e prospecção de
novos projetos para a universidade. Deixamos, ao longo dos últimos 3 anos, de sermos uma
fundação que apenas recebia demandas de projetos para sermos, agora, um centro de atração de
recursos para a UFOP, ao mesmo tempo em que geramos novos negócios e ações de impacto
econômico e social para Ouro Preto e região.

Mais especificamente, começaremos tratando das metas que a fundação tem traçado para
apoiar a migração da indústria local e regional para o conceito de Indústria 4.0. O foco da fundação
é agir por meio de sua maior expertise, a gestão de projetos e atividades de apoio à educação,
atividade econômica principal e uma de suas razões de existir. Além disto, agiremos na captação de
recursos para pesquisa, atrairemos projetos para a universidade e seu entorno e fomentaremos a
criação de cursos, workshops e outras ações educativas para o estabelecimento da cultura de
inovação e empreendedorismo local.
4

2 – FEOP INOVA

A FEOP tem proposto medidas de inserção no universo de inovação e desenvolvimento


tecnológico, por meio de ações estratégicas na economia de Ouro Preto e região. Para estar
preparada a enfrentar os desafios que surgem de uma visão ampla e ambiciosa como esta,
precisamos manter a casa organizada e funcionando da melhor maneira possível. A inovação deve
partir de dentro para fora, e para isto realizamos pesquisas e projetos internos em todos os níveis
da atividade diária da fundação. De inovações nos modelos de negócios até a criação de um
ecossistema de inovação e empreendedorismo, a FEOP tem investido em seu programa de
modernização que passa desde a revisão e análise de processos até a integração entre Innovative
Compliance (compliance para empresas inovativas), negócios e analytics até a renovação na forma
como contratamos e mantemos talentos. O FEOP Inova nasce como um projeto interno de inovação
corporativa, preparando a base para levarmos a cultura inovadora e empreendedora à região.

2.1 – INOVAÇÃO EM NEGÓCIOS

2.1.1 – CRIAR – CENTRO DE REFERÊNCIA EM INOVAÇÃO E ARTICULAÇÃO


REGIONAL

Ainda em 2016, demos os passos iniciais em business innovation ao desenvolver o CRIAR –


Centro de Referência em Inovação e Articulação Regional. É um programa que tem como objetivo
atender e solucionar as demandas e entraves da inovação e empreendedorismo em Ouro Preto e
região, expandindo as fronteiras de negócios na linha de frente da economia local. O CRIAR abarcará
ações de coworking e codesign (por meio do projeto Hubs de Inovação, em parceria com o governo
do Estado). Teremos espaços para reuniões, cursos, workshops e eventos, integrando os espaços de
coworking e codesign aos empreendedores locais, às empresas juniores da UFOP e a programas de
mentoria e aceleração pela própria FEOP. A fundação tem um histórico de sucesso com aceleração
de startups, com o case do Cachaça Gestor, por exemplo, que realiza a gestão inteligente do negócio
de alambiques e que hoje já está operando como empresa consolidada. Além disto, o CRIAR já possui
o seu próprio portal de crowdfunding (criar.feop.com.br), para financiamento à projetos locais e que
já está operacional. A primeira campanha do crowdfunding do CRIAR arrecadou recursos para
restauração de parte do acervo da memória dos ex-alunos da Escola de Farmácia da UFOP,
mostrando a relação dos ex-alunos da universidade com sua vida atual. Este forte vínculo do corpo
de alumni com a universidade também tem sido aproveitado para estreitar as relações de negócio
em novos projetos. Nossa proposta com o CRIAR é aproveitar todas as pontas possíveis do processo
de integração entre universidade, empresas e sociedade. Colocar em um mesmo lugar alunos de
ensino médio, técnico, graduação e pós-graduação, professores e instrutores, empresas juniores,
5

empresários e empreendedores locais, ex-alunos e empresas, para aumentar de forma exponencial


a capacidade de geração de oportunidades na região. É um programa grande, que tem sido pensado
como uma ponte entre o desenvolvimento inovativo tecnológico, corporativo e de processos e a
comunidade local, acadêmica ou não, e que é um ponto chave do ecossistema de inovação e
empreendorismo que a FEOP está criando em Ouro Preto para diversificação e empoderamento da
economia local.

2.1.2 – APP - ACTIVE PROJECT PROSPECTION

Prospecção e captação ativa dos projetos, modificando o procedimento que existia até então,
e que é predominante no universo das fundações de apoio de apenas recebermos demandas de
projetos e cuidarmos da execução administrativa e financeira. Hoje, atuamos na fonte dos recursos,
indo até os financiadores, criando parcerias sólidas e até mesmo identificando suas demandas e
especificações técnicas para em seguida os conectarmos com os entes que possam atendê-los, seja
na universidade ou em outros centros de pesquisa, empresas e parceiros diversos. Este novo modelo
de gestão de projetos tem transformado a FEOP em uma ponte forte entre o ente que precisa inovar
e o centro de PD&I que precisa manter sua excelência e quer desenvolver mais e melhores projetos.

2.1.3 – BUSINESS INNOVATION

A FEOP deu início à revisão e reinvenção de todos os seus planos de negócios, utilizando
metodologias semelhantes àquelas que são usadas por agentes conhecidos mundialmente por sua
capacidade de inovação constante. Uma das metodologias que adotamos se chama Odyssey 3.14,
criada pela HEC Paris, uma das mais renomadas escolas de negócios do mundo e utilizada no dia-a-
dia de empresas como o grupo PSA Peugeot-Citroen e a Michelin, dois colossos em inovação e
tecnologia na indústria. Quando a gestão atual da fundação entrou em vigor, em 2015, carecíamos
de detalhamento dos negócios, dos processos e mesmo da certeza de conformidade com
regulamentações e padrões de qualidade.

Por isto, em 2015 mesmo já iniciamos o Plano de Gestão Estratégica, a princípio com uma
dinâmica de mapeamento de todos os processos que caracterizavam cada atividade de cada setor
da fundação. Este trabalho, desenvolvido ao longo de 2016 e 2017, nos permitiu rever a forma como
as coisas eram feitas, extinguir diversos pontos burocráticos desnecessários e solucionar alguns
entraves que dependiam apenas de nós e reduzir a morosidade em algumas relações tanto internas
quanto externas.

Estas ações reduziram em 20% o fluxo de documentos e nos permitiram iniciar um segundo
Plano, o de Gestão da Informação. Dentro desta ação, criamos um departamento de tecnologia que
está criando um software próprio de gestão de documentos, personalizado para fundações de apoio.
6

Tudo isto integrado a outro software, que já desenvolvemos em menos de um ano, para gestão e
compartilhamento do conhecimento dentro da FEOP.

Os procedimentos que haviam desde a chegada da proposta de execução de um novo projeto


até a elaboração de seu contrato e gestão também foram revisados, melhorados e readequados a
padrões de qualidade. Estamos trabalhando para conseguir certificações ISO na gestão de projetos
e elaborando um Programa de Auditoria Interna e Compliance Inovativo, modelo completamente
novo e avançado de elaboração de diretrizes e regulamentações que, ao mesmo tempo,
potencializam a manutenção de negócios éticos sem causar danos à estrutura corporativa de
inovação que estamos desenvolvendo na fundação. Esperamos, ao longo de 2018 e 2019, conseguir
esta certificação, operacionalizar o programa de Compliance e divulgar nossas experiências nesta
área administrativa para outras fundações e universidades. A FEOP já é uma das principais fundações
de apoio de Minas Gerais, mas nossas ações têm sido desenvolvidas pera elevar este status a um
patamar nacional. Em questão de suporte e comprometimento com a inovação, já somos referência
neste nível, reconhecidos como um agente de impacto na economia e desenvolvimento regional.

2.1.4 – HUBS DE INOVAÇÃO

Os Hubs de Inovação são uma ação dentro do programa Minas Digital, da Sedectes – Secretaria
de Desenvolvimento Econômico, Ciências, Tecnologia e Ensino Superior – no estado de Minas Gerais.
O projeto trabalha especificamente nas áreas de inovação, tecnologia e excelência corporativa,
oferecendo cursos, workshops, espaços para coworking e codesign, monitoria, mentoria e todo um
aparato avançado de iniciativas e recursos que visam a qualificação dos futuros empreendedores
mineiros. Em Belo Horizonte, uma parceria entre a Sedectes e o Iepha – Instituto Estadual do
Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais dará início a transformação do prédio Rainha da
Sucata em um ponto de referência para a ciência, inovação e empreendedorismo no estado. Além
disto, foi criado o Circuito da Liberdade, composto por 14 instituições, entre elas centros de cultura,
museus, bibliotecas, arquivo público e outras, mostrando o potencial que as parcerias feitas com a
Sedectes têm apresentado no estado.

O projeto dos Hubs engloba ainda uma rede de empreendedorismo fortemente baseada em
uma metodologia já aplicada com sucesso em Minas: a do programa Lemonade. Desta forma, os
Hubs servem ainda como espaço de pré-aceleração de startups, e aquelas que possuírem destaque
podem vir a integrar outros programas e receber recursos do estado em uma nova fase de
aceleração.

O programa já está sendo implantado em Ouro Preto, e temos sinais positivos de leva-lo para
Congonhas e Ouro Branco. Agora, já iniciamos um novo passo, e esperamos abarcar em breve a
segunda fase do projeto para a região, com os cursos do UAITEC, outro projeto de grande sucesso
que comporá a parte de qualificação dos empreendedores tecnológicos. A própria FEOP tem
também se reestruturado por meio de um Plano de Inovação para que possamos agregar projetos
internos a esta rede que está sendo criada, com a finalidade de transformar Ouro Preto e região em
7

um ecossistema embasado e organizado em torno da inovação, ciência, tecnologia e


empreendedorismo.

Este tipo de projeto integrando rede de empreendedorismo, inovação, tecnologia e


qualificação de futuros empreendedores não existia até então em Minas Gerais, e seu impacto para
a região do Alto Paraopeba é imenso. Por ser algo inédito na região, é uma iniciativa que tem sido
muito bem recebida como potencial solução de diversos entraves de um cenário que possui, ao
mesmo tempo, uma oportunidade sem igual pelo volume de investimentos disponíveis na casa de
bilhões de reais e pelo próprio potencial que a região possui em desenvolvimento tecnológico.

Esperamos conseguir investimentos dentro destes valores previstos para expandir nossas
ações na região, até mesmo em geração de PD&I para ramos de empresas tecnológicas, auxiliando
na redução da dependência econômica e concomitantemente na diversificação da economia
regional.

No aspecto quantitativo, os resultados se refletem em novas parcerias e negócios. Em 2017,


enquanto o número de projetos de pesquisa, ensino, extensão e desenvolvimento institucional caia
no país inteiro, a FEOP conseguiu 75 novos contratos de projetos apenas nestas áreas (39% a mais
do que 2016). Além disto, o faturamento da fundação, mesmo no cenário de crise previamente
comentado, saltou da ordem dos R$ 12,5 milhões em 2015 e R$ 15 milhões em 2016 para R$ 32
milhões em 2017. Este valor, inclusive, é mensurado apenas considerando indicadores financeiros
objetivos. Se considerarmos a possibilidade de comercialização dos softwares que estamos
desenvolvendo, além dos indicadores de valor econômico subjetivo que agregamos com o ganho
de imagem e posicionamento da marca FEOP nos últimos anos, podemos verificar um salto sem
precedentes no cenário da fundação. Agora em 2018 já começamos a pesquisar e planejar a
incorporação destes ativos intangíveis no Balanço da fundação, o que certamente nos levará a
resultados muito significativos já este ano. Além disto, temos previsão de aporte de mais recursos
ainda, de novos projetos que integrarão o CRIAR e outras ações de inovação e empreendedorismo
da FEOP.

No aspecto qualitativo, obtivemos um significativo ganho de imagem e posicionamento de


mercado ao longo do ano de 2017. Nossa área de atuação aumentou, passamos a atender projetos
em novas cidades e fechamos contratos de gestão administrativa e financeira de projetos
internacionais. Isto nos permitiu adquirir novos conhecimentos em conformidade com instrumentos
legais internacionais, além de abrir nossos olhos para uma realidade de investimentos bilaterais que
serão foco de parte da equipe de prospecção e captação de negócios da FEOP em 2018 e 2019.

A expertise adquirida através da gestão de projetos estruturantes e a própria consolidação dos


espaços de inovação e coworking no interior do estado de Minas através do programa Hubs de
Inovação também se destacam como ações relevantes para os próximos passos que a fundação
espera tomar nos próximos meses. Este projeto, dos Hubs, bem como outras iniciativas
desenvolvidas em conjunto, fez com que a FEOP alavancasse, junto às prefeituras da região, parcerias
em potenciais projetos locais, que nos levarão ao longo deste ano e dos próximos a gerar valor e
inovação para as empresas e a comunidade como um todo.
8

Esperamos que nossas ações e resultados criem condições para alavancarmos a pesquisa,
desenvolvimento e inovação na universidade e de seu entorno, que reflitam em nossas atividades
de qualificação da equipe, através de cursos de pós-graduação, participação em workshops,
palestras e treinamentos, e que ainda nos auxiliem a consolidar uma cultura de compartilhamento
do conhecimento na fundação. Uma importante parceria que nos tem agregado muito valor,
inclusive, neste aspecto, é a realização dos cursos do Educanpei nas instalações da FEOP.

Nossos desafios agora são de construir processos internos mais sólidos, éticos, criativos e
voltados para uma qualidade em gestão e liderança; inovar na forma de captar, conectar e multiplicar
novos negócios; e consolidar os esforços pela promoção da inovação e empreendedorismo na
região, e tudo o que estamos vivenciando em matéria de experiências tem servido para que
possamos, em 2018 e afrente, conquistar todas as metas e objetivos traçados ao longo de 2016 e
2017. Tudo isto integra nossa visão de que a cidade de Ouro Preto pode, e deve passar por um
processo de expansão de suas atividades econômicas nos próximos anos. A própria FEOP tem como
visão ser sustentável e eficiente na captação e gestão de projetos até 2020, e, com estes resultados,
esperamos dar continuidade a ações como desenvolvimento da equipe e prospecção de projetos
que nos tem trazido oportunidades únicas na história da instituição.

3 – FEOP E INDÚSTRIA 4.0

A Agenda Nacional para Indústria 4.0, que mencionamos na introdução deste report, define
cinco fases, pelas quais se distribuem 10 passos para a implementação da Indústria 4.0 no Brasil.
Estes passos tratam desde a divulgação dos conceitos e avaliação do grau de maturidade das
empresas nacionais, até a definição de políticas, parcerias e acordos pela inovação e
desenvolvimento tecnológico, fortalecendo a economia brasileira por meio do aumento da
qualificação da mão de obra e da produtividade e competitividade da indústria.

Dentre estes passos, abordados de forma mais detalhada no report FEOP Inova - Agenda Brasil
para Indústria 4.0, Programa Startup Indústria e HUBS de Inovação, destacamos alguns pontos nos
quais a FEOP tem condições de participar, tanto na forma de captação de recursos e novos projetos
para a UFOP, quanto no apoio a projetos de empreendedorismo, educação e capacitação
tecnológica em Ouro Preto e região.

De forma geral, uma das preocupações do Governo Federal que identificamos lida diretamente
com o processo de digitalização das indústrias brasileiras, descrito pelo Plano Brasil Mais Produtivo
4.0 (B+P 4.0), um projeto dentro da Agenda Nacional de Indústria 4.0 que pretende atacar o hiato
que pode surgir entre as micro e pequenas empresas e as grandes, já consolidadas no conceito 4.0.
Esta medida é, portanto, um programa que apoiará o fortalecimento de empresas que estejam
interessadas em aplicar a manufatura enxuta em frentes de digitalização e conectividade, visando
9

redução do custo de produção, aumento da produtividade, ganho em qualidade do processo


produtivo e retorno financeiro. A meta é de que 1,5 mil empresas sejam apoiadas em 2018 e 2019.

A FEOP pode fazer parte deste programa por meio do projeto HUBS de Inovação, com ações
de apoio a startups, suporte à geração de spin-offs dentro da universidade e ainda pelo apoio a
projetos de PD&I desenvolvidos em parceria com professores e pesquisadores, reforçando seu
caráter de fundação de apoio e fomentando a pesquisa dentro do ecossistema acadêmico e
empresarial em Ouro Preto e região.

Outra preocupação da Agenda trata mais especificamente da fase de prototipação das


empresas e experimentação de novos processos de implantação de tecnologias desenvolvidas. O
MDIC e a ABDI, estão realizando uma parceria com agências federais e estaduais de fomento para
financiar projetos de test beds (plataformas para testes com rigor científico e prototipagem industrial
de novas tecnologias) e a formatação de fábricas do futuro (que alinham a prototipação avançada
com uso de visualizações 3D, digital thread e outras tecnologias similares). As metas é que cerca de
20 test beds ou fábricas do futuro sejam apoiadas em um investimento de R$ 30 milhões em recursos
públicos e privados, já entre 2018 e 2019, e a FEOP pretende desenvolver a base para que, no futuro,
Ouro Preto e região recebam recursos para desenvolvimento da indústria local, gerando mais
pesquisa e projetos para a UFOP e outros parceiros.

Outra proposta de direcionamento para algumas das ações em inovação da fundação visa o
surgimento de startups na região, o que possui um impacto imenso para a economia, gerando novos
negócios, propostas disruptivas, manipulação e criação de novas tecnologias e muitos outros pontos
positivos. O Programa Nacional Startup Indústria 4.0, que também nasce no contexto da Agenda
Nacional para a Indústria 4.0, tem por objetivo massificar a conexão entre Universidade, Empresas e
Governo, no modelo da Tripla Hélice, com foco nas necessidades da indústria nacional e mirando a
migração do parque industrial brasileiro para os conceitos da Indústria 4.0.

O objetivo central é criação de um ambiente de promoção do desenvolvimento tecnológico


de soluções a partir de demandas industriais, fomento de novas formas de gestão de techdev e
disseminação de processos que promovam a mudança cultural necessária para a inserção dos
conceitos de Indústria 4.0 no Brasil. As metas são de que 50 indústrias e 100 startups sejam apoiadas,
e R$ 30 milhões sejam investidos em recursos públicos e privados em 2018 e 2019, e a FEOP já tem
trabalhado com ideias para desenvolvimento de startups e spin-offs em torno da UFOP.

4 – FEOP, REALIDADE VIRTUAL E INDÚSTRIA 4.0

O termo Realidade Virtual (RV) já é conhecido publicamente desde os anos 1980, mas o
framework que levou a seu nascimento remonta a mais de 70 anos atrás. Desde lá, dispositivos de
simulação, teatros multimídia, head mounted displays (HMD) e muitas outras invenções contribuíram
para que chegássemos, hoje, ao nível de maturidade tecnológica que estamos.
10

Vivemos a era do Digital Thread, onde produtos são inteiramente manufaturados, testados e
configurados no mundo digital primeiro, para só então serem produzidos inteiramente. Estudos da
Deloitte e do MIT1 mostram o potencial desta inovação que veio na vanguarda da quarta revolução
industrial, que deu à luz a Indústria 4.0.

No Brasil, empresas como a Embraer e a Vale investem em tecnologias de uso de realidade


virtual para novos projetos, reduzindo custos e, principalmente tempo no design, prototipagem e
construção de modelos e produtos finais. O Centro de Realidade Virtual da Embraer em São José
dos Campos – SP, por exemplo, já existe desde 2000 e foi crucial no desenvolvimento de diversas
aeronaves. Parcerias com a ABDI – Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial – foram cruciais
em alguns destes projetos, mostrando que há espaço para o nascimento de novos centros e salas
de pesquisa e desenvolvimento em RV no Brasil.

Uma análise da Grand View Research, empresa especializada em consultoria e pesquisas


estratégicas aponta que, até 2025, o mercado global de VR pode chegar a US$ 48,5 bilhões, baseados
em vendas de dispositivos e tecnologia para jogos e aplicações profissionais.2 O mesmo report
mostra que o Brasil é visto como maior mercado potencial para a tecnologia na América Latina, fato
que casa perfeitamente com a estratégia do Governo Federal de impulsionar a migração da indústria
nacional para o conceito 4.0 nos próximos 20 anos.

Os desafios, no entanto, são tão grandes quanto os potenciais: estudos da NVIDIA, fabricante
de componentes para aceleração gráfica de computadores e chipsets apontam que menos de 1%
dos PCs atualmente, no mundo todo, possuem capacidade para rodar aplicações de RV, dificultando
o uso e a ampla difusão desta tecnologia. Segundo a empresa, apenas 13 milhões de computadores
atualmente possuem tal capacidade, e a estimativa é de que este número cresça para 100 milhões
já em 2020.

Enquanto um computador preparado para jogos roda aplicações em média a 1080p de


resolução, a uma taxa mínima de 30fps (quadros por segundo) para uma experiência razoável, as
aplicações de realidade virtual são geralmente rodadas a mais de 3000p de resolução a taxas
superiores a 90fps para que o usuário não tenha problemas de desorientação, dores de cabeça ou
tontura. Isto faz com que os computadores para RV necessitem cerca de 7 a 10 vezes mais
capacidade de processamento do que computadores para jogos ou para uso comum. Isto justifica o
fato de serem naturalmente mais caros, geralmente usados para uso profissional ou acadêmico.
Outra questão diz respeito aos periféricos, componentes que são usados junto dos computadores.
Há dois ou três anos, óculos de realidade virtual eram muito mais caros, mas a medida em que novas
tecnologias são criadas e o mercado começa a se expandir, alguns modelos mais baratos começam
a ser lançados no mercado.

Em parceria com o projeto do Laboratório de Realidade Virtual da Universidade Federal de


Ouro Preto, coordenado pelo professor Dr. Cláudio Batista Vieira,3 do Departamento de Engenharia
Metalúrgica e de Materiais, a FEOP fez a aquisição em 2017 de dois notebooks Dell Alienware,

1
https://sloanreview.mit.edu/tag/following-the-digital-thread/
2
https://www.grandviewresearch.com/press-release/global-virtual-reality-vr-market
3
http://lattes.cnpq.br/6864214843044820
11

capacitados para rodar aplicações avançadas em realidade virtual para uso profissional na indústria.
O laboratório possui um óculos HTC Vive, imersivo (dispositivo no qual o usuário experiência apenas
o modelo carregado em seu visor, sem a visão do ambiente real “externo”) usado em demonstrações.

A parceria entre a FEOP e a UFOP visa a construção, em breve, de uma Sala de Realidade Virtual
que integrará o HUB de Inovação na sede da fundação em Ouro Preto, embora tenha a capacidade
de fazer demonstrações itinerantes para pequenos grupos em escolas, centros de capacitação
técnica e outros lugares. Uma terceira parte integrará a parceria, que é a empresa de consultoria,
serviços e soluções profissionais em RV GE21 Realidade Virtual. A empresa trabalha com aplicações
para mineração, geociências, engenharia, arquitetura e indústria, e fez a instalação de softwares nos
notebooks adquiridos para o projeto de RV aplicada à indústria 4.0 que estamos apoiando.

Com esta parceria, esperamos que cada parte entre com uma contrapartida diferente: a FEOP
concede os computadores, o laboratório do professor Cláudio desenvolverá aplicações e concederá
seus sistemas e periféricos, e a GE21 concederá a licença de seus softwares, que são geralmente
pagos, e consultoria durante o projeto. A ideia é que tenhamos, em Ouro Preto, um espaço avançado
de pesquisa, desenvolvimento e inovação em tecnologias para indústria 4.0, e este projeto de RV
será crucial para compor o ecossistema que estamos propondo com o CRIAR – Centro de Referência
em Inovação e Articulação Regional.

5 – FOMENTO À EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA E PROFISSIONAL

A medida em que as empresas migram para o conceito 4.0, o mercado de trabalho deve estar
preparado para esta nova era de inovação e tecnologia. Com foco em mapeamento de
competências, entendimento de demandas de mercado, requalificação de trabalhadores e
preparação das novas gerações, a Agenda Brasil 4.0 trabalhará com o seguinte planejamento:

- Formatar modelo nacional de competências para a Indústria 4.0, para ajudar as empresas e
profissionais nesta nova caminhada, permitindo a oferta e a demanda de cursos, por meio de uma
base nacional proposta;

- Atrelar o modelo nacional de competências para a Indústria 4.0 em diferentes itinerários formativos,
nas estruturas de oferta educacional pública e privada;

- Modelar “Fundo” para robotização e re-treinamento de trabalhadores, como forma de mitigar os


impactos no emprego, aplicado a pelo menos 5 mil trabalhadores, de forma experimental;

- Treinamento de 1,5 mil professores de educação profissional e tecnológica em Indústria 4.0, assim
como 10 mil alunos da rede federal de educação profissional e tecnológica;

- Implantar até 100 laboratórios voltados às tecnologias da quarta revolução industrial na rede de
educação profissional e tecnológica.
12

Visando este cenário promissor para a educação tecnológica e capacitação de profissionais


para esta nova realidade que vem com a indústria 4.0, a FEOP já está se programando para atuar
inclusive na criação de eventos, cursos, palestras e workshops na região, tanto por meio de sua
parceria com a ANPEI quanto por meio de criação de conteúdo educacional próprio. Além disto, o
projeto dos HUBS de Inovação poderá recepcionar estes eventos e preparar a próxima geração de
empreendedores mineiros na região. Com isto, fechamos o ciclo de disrupção com ações de pesquisa
e desenvolvimento em novas tecnologias, manufatura aditiva e fabricação digital e educação
corporativa e em inovação, ao mesmo tempo em que mantemos nossa natureza de fundação cuja
razão de existir é promover a educação e fomentar o ensino, pesquisa e extensão.

O projeto de PD&I em Realidade Virtual para Indústria 4.0 da FEOP, UFOP e GE21 pode
contemplar ainda uma segunda fase focada na educação tecnológica. A medida em que
capitalizarmos recursos para a compra de mais computadores similares aos adquiridos e periféricos
para acompanha-los, pretendemos levar demonstrações e workshops itinerantes aos outros HUBS
que a FEOP está consolidando. Cursos podem ser planejados para capacitar a mão-de-obra regional
em recursos de alta tecnologia e projetos 3D ou de Digital Thread. Em suma, contemplará diversas
expertises que a FEOP, como fundação de apoio voltada para educação, já possui, e que gerará valor
para toda a sociedade, desde alunos e corpo acadêmico até empresas e a sociedade em geral.
13

6 – CONCLUSÕES

O mundo tem evoluído a uma velocidade espantosa, e a cada dia uma nova inovação nasce e
modifica completamente a forma de pensar, agir e trabalhar. Mudanças em processos, produtos e
serviços são feitas a todo instante, muito embora não sejam tão rápidas assim em questão de
mentalidade e cultura. A tecnologia tem feito alguns empregos se tornarem obsoletos, mas também
tem gerado novos postos de trabalho, que demandam cada vez mais qualificação e capacidade de
adaptação dos trabalhadores do novo milênio.

O Brasil é um polo de oportunidades, mas possui tantos desafios quanto potencial. É preciso
trabalhar duro para reduzir o gap que já existe entre nós e os países desenvolvidos tecnologicamente
que andam na vanguarda da quarta revolução industrial há anos. Devemos renovar nossa matriz
industrial, investir em educação de primeira qualidade e na modernização de todos os centros de
pesquisa e desenvolvimento que estão em segundo plano no país, preparando a próxima geração
de empreendedores, industriais e profissionais que viverão intensamente o novo mundo que chega.
A FEOP tem acompanhado de perto estas mudanças, por meio de pesquisas, participação em fóruns,
eventos e cursos, parcerias como a feita com a ANPEI, e muitas outras ações mirando uma melhor
compreensão do momento que vive nosso país.

Estamos imersos em muitos assuntos, desde o uso de tecnologias para People Analytics até o
uso de Data Analysis para otimização de partes estratégicas dos nossos negócios, e muito tem sido
feito para criarmos um ambiente de inovação e empreendedorismo tanto na FEOP quanto em Ouro
Preto e região. Ainda há um longo caminho pela frente, mas é exatamente isto o que nos motiva.
Inovar e evoluir, sempre. Este é o destino da FEOP, da UFOP e de toda a sociedade em torno de nós.
1

View publication stats

Você também pode gostar