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Diferença entre Descentralização com Desconcentração

Descentralização é a distribuição de competências de uma para outra pessoa, física ou jurídica.


Difere da desconcentração pelo fato de ser esta uma distribuição interna de competências, ou
seja, uma distribuição de competências dentro da mesma pessoa jurídica; sabe-se que a
Administração Pública é organizada hierarquicamente, como se fosse uma pirâmide em cujo
ápice se situa o Chefe do Poder Executivo. As atribuições administrativas são outorgadas aos
vários órgãos que compõem a hierarquia, criando-se uma relação de coordenação e
subordinação entre uns e outros. Isso é feito para descongestionar, desconcentrar, tirar do
centro um volume grande de atribuições, para permitir seu mais adequado e racional
desempenho. A desconcentração liga-se à hierarquia. A descentralização supõe a existência
de, pelo menos, duas pessoas, entre as quais se repartem as competências.

Serviço descentralizado

Aqui, o Estado conta com atuações indiretas. O Poder Público atribui a pessoas juridicamente
distintas a ele, sejam da própria administração pública ou da esfera privada, a execução ou a
titularidade de seus serviços, por meio de outorga ou delegação.

Serviço desconcentrado

Trata-se de mera técnica de distribuição interna, na mesma entidade ou no mesmo órgão, de


competências para outros órgãos, enquanto unidades individualizadas, a fim de
descongestionar as atribuições centralizadas à própria Administração.

Curioso ressaltar que é possível haver a técnica da desconcentração tanto na centralização


quanto na descentralização, em havendo divisão interna de órgãos. A desconcentração pode
ocorrer em razão da matérias (ex:. Ministério da Fazenda), do grau de hierarquia (ex.: Chefias e
Diretorias) e do território (Superintendência da Receita Federal no estado do Maranhão).
Neste sentido, a jurisprudência do TRF-1.

1. O INSS é uma pessoa jurídica única, cujas atribuições são exercidas por unidades diversas,
cada qual com funções internas predeterminadas.

2. A divisão de funções entre os diversos órgãos de um mesmo ente constitui mera técnica de
distribuição interna de competências - "desconcentração administrativa -, podendo ocorrer
tanto na Administração Direta quanto na Indireta, para que a entidade possa melhor
desempenhar suas funções institucionais.

3. Agravo de instrumento provido.


Principais distinções

Notadamente, a centralização ocupa polo diametralmente oposto ao dos mais singelos


esboços de sapiência de descentralização, visto que condensa a realização do serviço público a
uma só pessoa, admitindo, apenas, pálidas repartições de competências.

Vale evidenciar, nada obstante, a linha tênue que diferencia os conceitos de descentralização e
desconcentração. Com efeito, a clarividência das relações de controle a que se submetem os
órgãos e as entidades perante a Administração Central é a condição que basta para o correto
entendimento desta diferença.Na descentralização, a Administração Indireta vincula-se à
Direta numa mera relação de controle ministerial (Decreto-Lei 200/67, art. 4º, parágrafo
único); na desconcentração, a relação é de hierarquia, sob coordenação e subordinação.TR1

Por um lado, a descentralização supõe a existência de, no mínimo, duas entidades distintas
sem qualquer vínculo hierárquico entre elas, mas somente o de controle previsto em lei, a
desconcentração sempre faz referência a uma só pessoa, cuja subordinação amolda-se ao
desenho hierárquico, consubstanciando uma real relação de subordinação.

As três modalidades de descentralização administrativa são:

Teritorial ou geográfica – onde existe uma entidade local geograficamente delimitada.


Exemplo: Territórios Federais;

Por serviços – onde há a criação de uma pessoa jurídica de direito público ou de direito privado
e a atribuição a ela da titularidade e da execução de determinado serviço público. Exemplo:
autarquia;

Por colaboração – onde se verifica a presença de contrato ou ato administrativo unilateral de


transferência somente da execução do serviço público. Exemplo: concessionária de telefonia.

Diferença entre Centralização com Concentração

CENTRALIZAÇÃO: é a prestação de serviços diretamente pela pessoa política prevista


constitucionalmente, sem delegação a outras pessoas. Diz-se que a atividade do Estado é
centralizada quando ele atua diretamente, por meio de seus órgão Jurídico Órgãos são simples
repartições interiores da pessoa do Estado, e, por isso, dele não se distinguem. São meros
feixes de atribuições; não têm responsabilidade jurídica própria; toda a sua atuação é
imputada às pessoas a que pertencem. São divisões da Pessoa Jurídica.

Se os serviços estão sendo prestados pelas Pessoas Políticas constitucionalmente


competentes, estará havendo centralização.

CONCENTRAÇÃO: na concentração há uma transferência das atividades dos órgãos periféricos


para os centrais. trata-se de uma técnica administrativa que visa transferir para os órgãos
centrais as atividades exercidas pelos órgãos periféricos, de forma que estes sejam eliminados
e haja um menor número de unidades administrativas.

O processo de concentração também acontece quando certa pessoa jurídica elimina de sua
estrutura órgãos ou unidades a ela pertencentes. Isso faz com que os órgãos ou unidades
restantes absorvam os serviços que eram de competência dos que foram extintos.

Centralização concentrada:

(Administração Direta) não há divisão de competências.

Centralização desconcentrada:

Administração Direta (a União, por exemplo) atuando por meio de órgãos públicos;

Descentralização desconcentrada:

Administração Indireta (uma sociedade de economia mista, por exemplo), atuando por meio
de órgãos públicos;

Descentralização Centralizada: A

dministração Indireta (fundação pública, por exemplo) atua sem a criação de órgãos públicos

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. – 23. ed. – São Paulo: Atlas, 2010. pág.
410
MELLO, Celso Antonio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. – 12ª. ed. – São Paulo:
Malheiros, 2000. pág. 126

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