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O c�u vermelho de Caxias pulsava novamente como uma buceta que acabara de gozar.

O
som proibido tocava sem parar, sem cessar. Incomodava todos como um bom som deve
ser. Eu com meu fone de ouvido tocando sigur ros passei em frente ao pared�o de som
para falar com o avi�o. O avi�o trabalhador que s� trabalha ali porque outro trampo
n�o encontrou. E um pouco antes dos meus olhos encontrarem aquela raba que subia e
descia, sim, eu tive uma epifania. Al� era onde eu devia estar. Eu era o meio do
mundo. Eu era o centro do universo. E tudo em mim explodiu como aquele tamborz�o na
minha cabe�a. Minha raiva, minha tristeza, meu �dio e meu amor se misturaram como
uma salada de fruta ae �! A noite eu segurei o sol com as m�os e para voce meu amor
eu compus essa can��o. Apenas para voc�. Mesmo sem te conhecer. Mesmo quando voce
vier e me dizer que finalmente vamos ficar juntos em algum lugar desse universo
torto e estranho esse som vai tocar e vamos gozar juntos. E vamos pulsar juntos. E
vamos rir e chorar juntos. Voce est� sempre comigo mais eu s� lhe sinto quando meus
dedos lhe tocam no amago do meus ser. Voce pede um acorde e eu lhe dou minha alma
em troca de saber quem eu sou. Tudo faz sentido agora. Eu vejo em todos os lugares.
No pa�s do sol eu sou o som do calor. E voce � tudo tudo tudo nessa vida � o amor.
Vermelho e quente. Vermelho � dor. Vermelho � amor. O c�u vermelho pulsa novamente
agora na minha cara e eu vejo as estrelas que saem e tentam desesperadamente
brilhar por entre as nuvem de g�s que saem desse egoismo e violencia. N�o deixe em
me perder em mim mesmo agora que achei o caminho a seguir. Eu sei que minha grande
obra � encontrar contigo em algum momento e mudar tudo. N�o deixa pedra sobre pedra
por onde eu passar. Sim. As ruas de Caxias ainda tem lama e eu n�o tenho mais minha
bike. Eu n�o tenho mais minha casa nem meu gato nem nada. Mais agora tenho a mim
mesmo. Tenho todo o sentimento e vontade do mundo nas pontas dos meus dedos que
est� dentro de ti esse momento. Gaia goza pra mim depois de descer at� o ch�o e
estremecer ao som do tamborz�o bolado no baile do vai quem quer.

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