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São Mateus-ES
2016
Monique Pirola da Silva
Monografia apresentada ao
Departamento de Ciências
Naturais – DCN-CEUNES,
Universidade Federal do Espírito
Santo, como parte dos requisitos
para obtenção do título de
Licenciada em Química.
São Mateus-ES
2016
Monique Pirola da Silva
Monografia apresentada ao
Departamento de Ciências Naturais
– DCN-CEUNES, Universidade
Federal do Espírito Santo, como
parte dos requisitos para obtenção
do título de Licenciada em Química
BANCA EXAMINADORA
São Mateus-ES
2016
Dedico esse trabalho àqueles que são a razão da minha existência: meus pais Lélio e
Aparecida.
Agradecimentos
Agradeço primeiramente à Deus, pois sem Ele eu não teria forças para essa
longa jornada.
Agradeço aos meus pais, Lélio e Aparecida, pela confiança em mim e por todo
apoio do mundo que não me deixaram desistir quando eu já não tinha mais ânimo de
estudar.
Agradeço aos meus irmãos Leonardo e Filipe por todo carinho.
Agradeço ao meu querido noivo Tairony, que me trouxe paz a correria de cada
semestre, pelo amor, pelo carinho, cuidado e compreensão.
Agradeço especialmente à minha professora orientadora Christiane, que teve
paciência comigo em todo o tempo.
À todos os professores do curso também, que foram essenciais na minha vida
acadêmica.
Agradeço à todos meus amigos, principalmente Caio César Freitas, Lorena
Ventura e Priscila Fachetti, que juntos lutaram comigo e me fizeram vencer.
Agradeço à banca examinadora, pela leitura e pela análise crítica.
Agradeço ao professor Marconi Rocha, que disponibilizou suas aulas com todo
carinho para que o projeto fosse aplicado.
E por fim, agradeço aos alunos do 3º ano da escola Estadual de São Mateus,
participantes do projeto “fazendo perfumes”, porque sem eles nada disso teria
acontecido.
“Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé”. 2 Timóteo 4;7.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 13
2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 14
CONTEXTUALIZAÇÃO NO ENSINO DE QUÍMICA ....................................... 14
O PAPEL DAS ATIVIDADES EXPERIMENTAIS NO ENSINO DE QUÍMICA
................................................................................................................................ 15
EXPERIMENTOS DE BAIXO CUSTO ................................................................ 15
HISTÓRIA DO PERFUME ................................................................................... 16
MÉTODOS DE EXTRAÇÃO DE ÓLEOS ESSENCIAIS PARA FABRICAÇÃO
DE PERFUME ....................................................................................................... 18
2.5.1 Óleo Essencial ............................................................................................................... 18
2.5.2 Métodos de extração ...................................................................................................... 20
2.5.3 Enfloração ..................................................................................................................... 20
2.5.4 Arraste a vapor .............................................................................................................. 21
2.5.5 Solventes orgânicos ....................................................................................................... 21
2.5.6 Prensagem à frio ........................................................................................................... 21
2.5.7 Solvente supercrítico ..................................................................................................... 22
FIXADORES .......................................................................................................... 22
COMPOSIÇÃO DA ESSÊNCIA DE UM PERFUME .......................................... 23
FATORES EXTERNOS QUE CONTRIBUEM PARA O AROMA DE UM
PERFUME .............................................................................................................. 23
ANÁLISE ECONÔMICA DO SETOR PERFUMES ............................................ 24
ASPECTOS SUSTENTÁVEIS RELACIONADOS A PERFUMES .................... 24
3 OBJETIVOS ............................................................................................................... 25
OBJETIVO GERAL ............................................................................................... 25
OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................. 25
4 METODOLOGIA ....................................................................................................... 26
PREPARO DO PRÉ E PÓS – TESTE ................................................................... 26
PREPARO DA AULA TEÓRICA ......................................................................... 27
REALIZAÇÃO DA AULA TEÓRICA ................................................................. 27
FABRICAÇÃO DO DESTILADOR ..................................................................... 27
FABRICAÇÃO DO PERFUME ............................................................................ 29
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................................ 30
ANÁLISE DA AULA ............................................................................................ 30
ANÁLISE DO PRÉ-TESTE................................................................................... 34
ANÁLISE DO PÓS-TESTE................................................................................... 38
6 CONCLUSÃO ............................................................................................................. 43
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 45
8 ANEXOS...................................................................................................................... 49
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 15– Gráfico das respostas dos alunos do pré-teste: 8ª questão ...................... 38
This project aimed to use perfume thematic to provide the Chemistry contextualization to
students using low cost materials. It was carried out in the State School Ceciliano Abel de
Almeida, located in Sao Mateus, State of Espirito Santo, with students from the third year
of high school and it allowed the approach of several contents related to chemistry, such
as: separation of mixtures, volatility, organic functions, nomenclature of organic
compounds, chemical composition of perfume and extraction methods of essential oils.
After teaching the contents, the students manufactured alternative distillers using a
regional special type of pan, called “cuscuzeira”, and glass bottles, in which the students,
always supervised, were able to extract the essential oil from clove and orange peel. As
the extracted oil was not sufficient for the perfume production, they used synthetic
essence. Eight classes were necessary to get this project done. In the first class, we
stimulated the sensory part of the students to enter the subject and apply the pre-test. In
the second class, the history of perfume was taught. The next class, we presented the basic
chemical concepts involved in the perfume manufacturing. In the fourth and fifth classes
the students, in groups, produced low cost distillers. In the sixth class, the essential oil was
distilled. The next class, they made perfume, and in the last class we applied the post-test.
The work had a qualitative approach and its data gathering was through observation and
surveys. The first questionnaire applied had the objective to evaluate the students’
knowledge about perfume and basic concepts of chemistry. After a theoretical class, it was
applied the second questionnaire, post-test, with the objective to evaluate the impact of a
class in the learning process. In order to analyze the results, it was used the methodology
proposed by Bardin. After theoretical and experimental classes, the students had
improvement on the learning process. They were able to differentiate organic functions
and describe the whole perfume production process associating it with chemical concepts.
One of the factors contributing to this improvement were practical classes, where the
students were able to make their own perfume, and distilled essential oils from making a
low-cost distiller, proving practical class is a important teaching aid.
1 INTRODUÇÃO
2 REFERENCIAL TEÓRICO
O ensino de Química tem sido realizado a partir de conteúdos que não contém
contextualização. De acordo com Silva et al (2012), contextualizar a química não é criar
uma ligação artificial entre o conhecimento e o dia-a-dia do aluno. A contextualização tem
muito a ver com a motivação do aluno, ou seja, dar sentido aquilo que ele aprende, fazendo
com que relacione o que está sendo ensinado com seu cotidiano.
De acordo com os parâmetros curriculares nacionais (PCN, 1998):
“O ensino de Química tem se reduzido à transmissão de informações, definições e
leis isoladas, sem qualquer relação com a vida do aluno, exigindo deste quase
sempre a pura memorização, restrita a baixos níveis cognitivos. Enfatizam-se
muitos tipos de classificação, como tipos de reações, ácidos, soluções, que não
representam aprendizagens significativas. Transforma-se, muitas vezes, a
linguagem química, uma ferramenta, no fim último do conhecimento. Reduz-se o
conhecimento químico a fórmulas matemáticas e à aplicação de “regrinhas”, que
devem ser exaustivamente treinadas, supondo a mecanização e não o
entendimento de uma situação-problema. Em outros momentos, o ensino atual
privilegia aspectos teóricos, em níveis de abstração inadequados aos dos
estudantes”.
É necessário que o professor reflita sobre sua prática pedagógica, para ter
consciência se realmente está sendo utilizada a contextualização nas suas aulas. Segundo
Maldaner (1994):
“O professor-pesquisador que se pretende seja construído é aquele capaz de
refletir a sua prática de forma crítica, que vê a sua realidade de sala de aula
carregada de teorias e intenções de achar saídas para os problemas que aparecem
no dia-a-dia. É o professor-pesquisador que procura saber o pensamento do aluno
e o coloca em discussão para possibilitar a construção de um conhecimento mais
consistente, mais defensável, mais útil para a tomada de decisões”.
experimentais de Química têm se tornado cada vez mais escassos (BENITE e BENITE,
2009).
Uma forma intermediária entre ter e não ter um laboratório é a proposta da
realização de experimentos com material de baixo custo ou sucata (por exemplo, para
medir-se o tempo, basta um relógio digital de pulso de marca popular, que garante a
precisão da medida). (SILVA e ZANON, 2000).
A experimentação de baixo custo representa uma alternativa cuja importância
reside no fato de diminuir o custo operacional dos laboratórios e gerar menor quantidade de
lixo químico (além de permitir que mais experiências sejam realizadas durante o ano letivo)
(VIEIRA et al., 2007).
HISTÓRIA DO PERFUME
Os perfumes são cosméticos conhecidos por todos. Para atingirem o nosso nariz,
essas moléculas devem ser voláteis. Além disso, segundo Retondo e Faria (2006), as
moléculas devem ter uma parte lipossolúvel, para interagirem com os quimiorreceptores, e
uma parte hidrossolúvel, para interagir com o muco do nariz, que é uma solução aquosa de
proteínas e carboidratos.
De acordo com Dias e Silva (1996), os primeiros perfumes surgiram,
provavelmente associados à religião, há mais ou menos 800 mil anos atrás, logo quando o
homem descobriu o fogo. Os deuses eram homenageados com a oferenda de fumaça
proveniente da queima de madeira e de folhas secas. Daí o termo ‘perfume’ origina-se das
palavras latinas per (que significa origem de) e fumare (fumaça).
Fontanari (2008) afirma que no Egito encontram-se registros que relatam
informações a respeito dos costumes da época em que já existiam dados sobre a perfumaria.
Os egípcios produziam aromas extraídos da maceração de pétalas e folhas que serviam de
aromatizadores e quando misturados com óleos, leite ou mel, produziam pomadas e loções
que prometiam eterna juventude ou simplesmente uma pele macia, hidratada e protegida do
sol escaldante do Egito.
No que se refere ao profano, Sena (2013) ressalta que o perfume tem ligação com o
universo da sedução. Cleópatra era usuária de perfumes, sendo considerada uma das
primeiras mulheres a utilizar o perfume como “arte de sedução”, para atrair olhares e
marcar presença.
O passo seguinte na evolução do uso dos aromas, de acordo com Dias e Silva
17
(1996), foi para o uso particular, algo que provavelmente aconteceu entre os egípcios. Um
avanço posterior foi a descoberta de que certas flores e outros materiais vegetais e animais,
quando colocados em óleo, deixavam uma parte de seu princípio odorífero. Assim eram
fabricados os ungüentos e os perfumes mencionados na Bíblia. Os árabes faziam essas
extrações a partir de flores maceradas, geralmente em água, obtendo ‘água de rosas’ e
‘água de violetas’.
Speziali (2012) relata que no decorrer da história, muitos eventos foram marcados
pelo comportamento de algumas pessoas importantes. Nero dizia que nenhuma orgia estaria
completa se não houvesse perfumes. Os materiais aromáticos tiveram grande repercussão na
Europa devido às incursões de Marco Polo às Índias e à China e à comercialização de ervas
e especiarias. A comercialização de materiais aromáticos se deve em grande parte aos
navegadores ibéricos.
Porém, segundo Aftel (2006), os óleos essenciais naturais custavam muito caro, o
que fazia do perfume um luxo para poucas pessoas. Na tentativa de fazer com que todos
pudessem usufruir dos perfumes, surgiram os produtos sintéticos. Por causa dos preços
baixos e da sua estabilidade, os sintéticos aos poucos começaram a substituir as essências
naturais na produção dos perfumes, com exceção dos florais, que eram muito difíceis de
serem reproduzidos.
No século dezessete, as cidades começaram a crescer muito e as ruas ficavam
sujas, liberando um odor desagradável. Assim, com o intuito de resolver o problema, os
perfumes foram muito usados. As pessoas também eram sujas e continham mau hálito, e
mascavam gomas aromáticas para encobrir o mau cheiro. Era mais comum usar perfumes
que tomar banho (LUCCA, 2010).
Assim, deste modo, segundo Esposito e Milaré (2011), a fabricação dos perfumes
através dos anos se expandiu por todo mundo, principalmente na Grécia, Roma e Paris,
havendo uma grande inovação aos processos de destilação utilizados para extrair os óleos
essenciais das substâncias naturais.
De acordo com Jesus (2013), hoje, os perfumes são compostos de mistura de
fragrâncias que podem ser dividias em 14 grupos, conforme a volatilidade das substâncias
componentes, segundo a sequência em ordem decrescente: cítrica, lavanda, ervas, aldeídica,
verde, frutas, floral, especiarias, madeira, couro, animal, almíscar, incenso, baunilha.
18
2.5.3 Enfloração
A extração por arraste a vapor é realizada colocando o material vegetal sobre uma
placa com orifícios que possibilitam a passagem do vapor introduzido no sistema de forma
indireta. O vapor, ao passar pelo material vegetal, destrói as glândulas e arrasta o óleo
essencial contido nas mesmas. A mistura óleo e água é condensada e posteriormente as
fases são separadas. (PINHEIRO et al 2014).
FIXADORES
3 OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
4 METODOLOGIA
todos os momentos.
FABRICAÇÃO DO DESTILADOR
Para o outro método da garrafa de vidro que foi utilizado pela turma A e B, foram
necessários os seguintes materiais dispostos na Tabela 3.
FABRICAÇÃO DO PERFUME
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
ANÁLISE DA AULA
O projeto teve início trabalhando as concepções prévias dos alunos sobre o tema
perfumes. Na primeira aula foram dados alguns vidrinhos contendo líquidos de cheiros
diferentes como: água, vinagre, álcool, acetona, Coca-Cola e etc, nas duas turmas (A e B),
que continham, respectivamente, 27 e 23 alunos do 3º ano do Ensino Médio. Os alunos
cheiraram os vidrinhos para descobrir o que tinha dentro. Quando descobriam qual era o
líquido desconhecido logo falavam alto o que era para sala inteira. Feito isso, foi
questionado aos alunos algumas coisas como: como o nariz capta o cheiro? Porque
conseguimos sentir o cheiro desses líquidos desconhecidos? As emoções conseguem ser
transmitidas através do cheiro? De acordo com as perguntas e as respostas que foram
surgindo, foi explicado cada questionamento. A partir disso, aplicou-se o primeiro teste, o
pré-teste, para saber o que realmente eles sabiam sobre o tema.
Na segunda aula do projeto, iniciou-se a aula ministrada através de apresentação de
slides, para a Turma A e para a Turma B, que relatava sobre a história dos perfumes, e
como se deu a evolução dele a partir dos anos (Figura 12). Os alunos participaram bastante
da aula, visto que era um assunto do cotidiano deles, e fizeram bastante perguntas
relacionada a história dos perfumes.
Na aula seguinte, foi abordada a composição dos perfumes e a volatilidade das
fragrâncias. Foram apontadas diversas estruturas de óleos essenciais utilizados na
fabricação de perfumes, para que eles pudessem identificar as funções orgânicas presentes
31
em cada uma das estruturas. Nessa aula participaram bastante quando foi apontada as
estruturas orgânicas presentes nas essências, visto que os alunos tinham aprendido a pouco
tempo sobre função orgânica, e então, com a aula, eles iam relembrando e falando em voz
alta quando sabiam qual era aquela função.
Figura 10: Aula teórica sobre composição dos perfumes (Fonte própria)
Figura 11: Destilador utilizando cuscuzeira fabricado pelos alunos (Fonte própria)
Figura 12: Destilador utilizando garrafas de vidro fabricado pelos alunos (Fonte própria)
Figura 14: Vidrinhos contendo o perfume fabricado pelos alunos (Fonte própria)
Por fim, na oitava e última aula, foi passado o segundo questionário, o pós-teste,
para avaliar como a aula auxiliou os alunos no processo de aprendizagem.
34
ANÁLISE DO PRÉ-TESTE
Com o objetivo de pesquisar quais os conhecimentos prévios que os alunos
tinham a respeito do tema perfumes e sobre conceitos de Química envolvidos, foi aplicado o
pré-teste, na primeira aula do projeto. Segue a análise do pré-teste.
Questão 1. Quais são os conceitos químicos que estão relacionados com a fabricação de
perfume?
Nessa questão, as respostas dos alunos foram agrupadas em categorias conforme
palavras em comum. As respostas podem ser observadas na tabela 4.
Com essa questão, era esperado que alunos respondessem que os conceitos
químicos relacionados eram a solubilidade, interações intermoleculares, polaridade,
misturas homogêneas e heterogêneas e não quais os “ingredientes” eram necessários para se
fabricar o perfume. Conclui-se que apenas 52% dos alunos responderam corretamente a
essa questão.
Segundo Wartha, Silva e Bejarano (2013), ensinar conteúdos científicos da
química utilizando fatos do dia a dia, o cotidiano pode servir como uma exemplificação ou
ilustração, ou seja, com a aula que foi apresentada sobre os conceitos químicos relacionados
a fabricação do perfume, os alunos poderão responder essa questão, apenas relacionando o
cotidiano (perfume) com a química de maneira mais didática.
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A maioria dos alunos respondeu que perde a essência, mas nem todos souberam
justificar o fato do álcool ser volátil. Mesmo assim, conclui-se que 78% dos alunos
responderam a questão corretamente.
Abaixo estão algumas respostas dos alunos dessa questão:
A4: “O seu aroma vai se perdendo aos poucos”.
A5: “Na minha opinião, vai saindo o cheiro por causa do álcool”.
36
A6: “O cheiro contido no frasco vai ficando cada vez mais fraco”.
Questão 4. Você sabe como se faz para obter a essência de um perfume? Como ela é
extraída?
As respostas foram agrupadas em categorias, e se encontram na tabela 7.
A maioria, 63% dos alunos, não soube responder à questão. Apesar de 37%
responder que o processo de destilação é usado para extração do óleo essencial, nenhum
deles considerou a criação de essências feitas em laboratórios (sintéticas).
Questão 5. Porque alguns perfumes ficam mais no corpo das pessoas do que outros?
As respostas foram agrupadas em categorias, e estão dispostas na tabela 8:
A maioria dos alunos não soube responder a essa questão. Apenas 41% dos alunos
responderam corretamente. Nenhum dos alunos considerou o fato do fixador ajudar na
fixação do perfume. Com a aula teórica e prática, os alunos poderão concluir que o fixador
ajuda a diminuir a dispersão das essências voláteis e ficar mais no corpo das pessoas.
A partir das respostas obtidas nessa questão, fica evidente que quase todos os
alunos sabem que o perfume é composto de substâncias orgânicas, porém uma minoria
(15%) respondeu que era inorgânico. Mas, com a aula teórica dada sobre o assunto, eles
poderão concluir que o perfume é orgânico.
Questão 8. Dentre as moléculas abaixo, marque a molécula que apresenta a função orgânica
ácido carboxílico com a letra (A), hidrocarboneto com a letra (B), cetona com a letra (C) e
éster com a letra (D).
38
15
15
12
10
10
6
5
5
0
Ácido carboxílico Hidrocarboneto Cetona Éster
Funções orgânicas
Ficou evidente com essa questão, que muitos alunos confundiram as funções
orgânicas, principalmente éster com ácido carboxílico. Alguns alunos também fizeram essa
questão colando do outro e outros chutaram as respostas. Então, não é possível concluir algo
concreto com essa questão.
ANÁLISE DO PÓS-TESTE
Questão 1. Quais são os conceitos químicos que estão relacionados com a fabricação de
perfume?
39
Fica evidente a diferença nas respostas contidas nessa questão do pré-teste, em que
os alunos só responderam que se fazia perfume utilizando álcool e essência, e nessa questão,
no pós-teste, após aulas teóricas e aula experimental de fabricação de perfume. No pré-teste,
18% dos alunos erram essa questão. Já no pós-teste, apenas 3% dos alunos erraram. Os
40
alunos tiveram conhecimento que se utiliza também, além do álcool e da essência, água e
propilenoglicol. Além disso, os alunos consideraram também o fato da destilação para
extrair óleos essências para fabricação do perfume. Os alunos, com a aula experimental,
puderam ter o contato com o aparelho de destilação na fabricação do próprio destilador de
baixo custo, tendo assim uma aprendizagem significativa. Merçon (2005) afirma que as
aulas práticas são fundamentais para a construção do conhecimento no processo de ensino-
aprendizagem, portanto, foi a partir da aula experimental que os alunos puderam responder
corretamente essa questão.
Todos os alunos responderam corretamente. Porém, uma parte da turma ainda não
soube justificar o fato do perfume evaporar, mas todos souberam responder que pelo menos
evapora, visto que na questão do pré-teste, apenas 78% dos alunos responderam
corretamente. O fato dos alunos não justificarem pode ser devido o tempo de aulas teóricas
apresentadas ter sido insuficiente.
A resposta que se esperava no pré-teste apareceu aqui, que era o fato de se obter
essência em laboratórios (sintética). Pode-se concluir que os alunos puderam entender que
41
Questão 5. Como explicar, a partir da aula, o fato de os perfumes fixarem na nossa pele?
Assim como nas outras questões, as questões foram agrupadas. A tabela 15 mostra
a relação das respostas dos alunos:
Fica claro que os alunos entenderam, a partir das aulas apresentadas, o fato dos
perfumes fixarem na nossa pele, seja utilizando fixador, seja em dias mais frios, que os
perfumes evaporarão menos, ou seja, devido às reações que acontecem com o nosso corpo
(suor, hormônios). Nessa questão do pré-teste, 41% dos alunos responderam corretamente.
Já no pós-teste, 93% dos alunos responderam corretamente. Ou seja, há um grande aumento
de acertos, provando que os alunos aprenderam significativamente.
Conclui-se que com a aula teórica, os alunos puderam entender que a temperatura
influencia sim na essência do perfume, visto que em dias que nosso corpo está mais quente,
o perfume evapora mais rápido. O aumento de acertos do pré-teste para o pós-teste é
grande, sendo de 37%.
Questão 8. Dentre as moléculas abaixo, marque a molécula que apresenta a função orgânica
ácido carboxílico com a letra (A), hidrocarboneto com a letra (B), cetona com a letra (C) e
éster com a letra (D).
30 26 27 26 25
Número de alunos
20
10
1 0 1 2
0
ácido carboxílico hidrocarboneto cetona éster
Função Orgânica
Fica evidente que a maioria acertou todas as respostas nessa questão. É clara a
diferença comparada com a questão do pré-teste. Essa diferença foi possível devido a aula
que foi apresentada aos alunos em que foi mostrada diferentes estruturas dos óleos
essenciais que continham as funções orgânicas.
43
6 CONCLUSÃO
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANJOS, V. Afinal, perfume tem fixador? Sepha perfumaria, 2013. Disponível em:
<http://www.sepha.com.br/blog/perfumes/afinal-perfume-tem-fixador/>. Acesso em 03 de
maio de 2016.
BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011, 229 p.
SILVA, R. R.; BAPTISTA, J. A.; GAUCHE, R. Oficinas para alunos do ensino médio:
uma estratégia de integração entre ensino de graduação e extensão na formação
inicial de professores de Química. UnB, v. 11, p. 26-34, 2011.
8 ANEXOS
Nome:
Série: Data:
1) Quais são os conceitos químicos que estão relacionados com a fabricação de perfume?
4) Você sabe como se faz para obter a essência de um perfume? Como ela é extraída?
5) Porque alguns perfumes ficam mais no corpo das pessoas do que outros?
8) Dentre as moléculas abaixo, marque a molécula que apresenta a função orgânica ácido
carboxílico com a letra (A), hidrocarboneto com a letra (B), cetona com a letra (C) e
éster com a letra (D).
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Nome:
Série: Data:
1) Quais são os conceitos químicos que estão relacionados com a fabricação de perfume?
8) Dentre as moléculas abaixo, marque a molécula que apresenta a função orgânica ácido
carboxílico com a letra (A), hidrocarboneto com a letra (B), cetona com a letra (C) e
éster com a letra (D).