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25/11/2019 17:15
Crédito: Pixabay
Portanto, o impeditivo apontado pelo TJSP nos precedentes citados acima, nos
quais a penhora foi recusada diante da sua provável ine cácia, não mais subsiste.
Hoje, basta um único ofício – à Receita Federal do Brasil – para que se tenha acesso
aos dados de eventuais operações com moedas virtuais por parte dos devedores
tributários. Sob a ótica da Fazenda Pública, com a devida autorização judicial a
pesquisa nessa nova base de dados pode e deve ser incorporada às buscas de bens
rotineiramente utilizadas pelos advogados públicos para identi car patrimônio dos
devedores.
Renata Baião vai além, e analisa como se daria, na prática, esta penhora. A autora
sugere duas alternativas: a) a apreensão das criptomoedas; ou b) o bloqueio destas,
com conversão em moeda corrente nacional no momento da penhora. Para evitar os
problemas tecnológicos decorrentes da apreensão de um intangível, Renata sugere
que se adote o segundo procedimento, de conversão em moeda nacional, com o
consequente depósito judicial do valor penhorado. Segundo Alves e Silva, esta
sugestão encontra respaldo no art. 852, I, do CPC, que permite a alienação
antecipada dos bens penhorados, quando estes estiverem sujeitos a depreciação.
Assim, a conversão das criptomoedas em moeda corrente nacional, no momento da
penhora, encontra guarida no ordenamento jurídico.
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Behind Bitcoin is Changing Money, Business and the World. Nova Iorque: Penguin
(versão para Kindle), 2016. p. 3.