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República de Moçambique

Ministério da Administração Estatal

PERFIL DO DISTRITO DE MONTEPUEZ


PROVÍNCIA DE CABO DELGADO

Palma

Nangade

Mocimboa
Mueda da Praia

Muidumbe

Macomia

Ibo
Ibo
Meluco
Montepuez Quissanga

Pemba Metuge
Ancuabe
Cidade de
Pemba
Mecufi
Balama Chiure

Namuno

Edição 2014
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Todos os direitos reservados.

Publicado por

MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO ESTATAL


Direcção Nacional de Administração Local
Maputo - Moçambique
Primeira edição, primeira impressão 2012

Esta publicação está disponível na Internet em http://www.portaldogoverno.gov.mz

Montepuez

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Índice
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Índice
Prefácio v  

Siglas e Abreviaturas vii  

1   Breve Caracterização do Distrito 1  


1.1   Localização, Superfície e População 1  
1.2   Clima, Relevo e Solos 1  
1.3   Recursos Naturais 3  
1.4   Infraestruturas 5  
1.5   Economia e Serviços 6  
1.6   História e cultura 7  
1.7   Sociedade civil 7  

2   Demografia 10  
2.1   Estrutura etária e por sexo 10  
2.2   Traço sociológico 11  
2.3   Analfabetismo e Escolarização 12  

3   Habitação e Condições de Vida 14  

4   Organização Administrativa e Governação 18  


4.1   Governo Distrital 18  
4.2   Síntese das atribuições e da actividade dos órgãos distritais 21  
4.2.1   Secretaria Distrital 21  
4.2.2   Serviço Distrital de Actividades Económicas 21  
4.2.2.1   Agricultura e Desenvolvimento Rural 22  
4.2.2.2   Indústria, Comércio e Turismo 25  
4.2.3   Serviço Distrital de Educação, Juventude e Tecnologia 25  
4.2.3.1   Educação 26  
4.2.3.2   Cultura 29  
4.2.4   Serviço Distrital de Saúde, Mulher e Acção Social 30  
4.2.4.1   Saúde 30  
4.2.4.2   Acção Social 32  
4.2.4.3   Género 34  
4.2.5   Serviço Distrital de Planeamento e Infraestruturas 37  
4.2.5.1   Infraestruturas 37  
4.3   Finanças Públicas e Investimento 39  
4.4   Justiça, Ordem e Segurança pública 40  
4.5   Constrangimentos e Perspectivas 43  

5   Actividade Económica 45  
5.1   População economicamente activa 45  
5.2   Pobreza e Segurança Alimentar 48  
5.3   Infraestruturas de base 48  

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Índice
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5.4   Uso e Cobertura da Terra 50  


5.5   Sector Agrário 53  
5.5.1   Produção agrícola e sistemas de cultivo 53  
5.5.2   Pecuária 55  
5.5.3   Pescas, Florestas e Fauna bravia 56  
5.6   Indústria, Comércio e Serviços 56  

6   Visão e Estratégia de Desenvolvimento Local 58  


6.1   Visão 58  
6.2   Problemas e Potencialidades 58  
6.3   Estratégia de Desenvolvimento 59  
6.3.1   Área económica 59  
6.3.2   Área social 60  
6.3.3   Área de governação 61  
6.3.4   Assuntos transversais 62  

Lista de quadros
Quadro 1.   População por posto administrativo, 1/7/2012 10  
Quadro 2.   Pessoas residentes no distrito, segundo o local de nascimento 11  
Quadro 3.   Agregados familiares, segundo a dimensão 11  
Quadro 4.   Agregados familiares, segundo o tipo sociológico 11  
Quadro 5.   Distribuição da população, segundo o estado civil 11  
Quadro 6.   População com 5 anos ou mais, por língua materna e sexo 12  
Quadro 7.   População de 5 anos ou mais e conhecimento de Português 12  
Quadro 8.   População com 15 ou mais anos, e alfabetização, 2012 13  
Quadro 9.   Habitações segundo o regime de propriedade 14  
Quadro 10.   Tipo de habitações 14  
Quadro 11.   Habitações segundo o material de construção 15  
Quadro 12.   Habitações, água, saneamento e energia 17  
Quadro 13.   Famílias, segundo a posse de casa própria e bens duráveis 17  
Quadro 14.   População com 5 anos ou mais, e frequência escolar 26  
Quadro 15.   População de 5 anos ou mais, por nível de ensino 26  
Quadro 16.   Taxas de escolarização 27  
Quadro 17.   Escolas, alunos e professores, 2011 28  
Quadro 18.   População de 10 anos ou mais, por nível de ensino concluído 28  
Quadro 19.   Indicadores de cuidados de saúde, 2011 30  
Quadro 20.   População de 0-14 anos, por condição de orfandade, 2007 32  
Quadro 21.   População deficiente, 2007 32  
Quadro 22.   População portadora de deficiência, segundo a causa 33  
Quadro 23.   Uso de novas tecnologias (10 anos ou mais) 35  
Quadro 24.   Execução orçamental (em ‘000 MT) 39  

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Índice
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Quadro 25.   População segundo a condição de actividade 45  


Quadro 26.   População activa, ocupação e ramo de actividade, 2007 46  
Quadro 27.   População activa, ocupação e ramo de actividade, 2007 47  
Quadro 28.   Rede de estradas 49  
Quadro 29.   Uso e Cobertura da Terra 50  
Quadro 30.   Produção agrícola, por principais culturas: 2010-2012 55  

Lista de figuras
Figura 1.   População com 5 anos ou mais, por língua materna ........................................ 12  
Figura 2.   Tipo de habitações ................................................................................................. 15  
Figura 3.   Habitações segundo o material de construção .................................................. 16  
Figura 4.   Habitações e condições básicas existentes ......................................................... 16  
Figura 5.   População (5 anos ou mais) por grau de ensino frequentado ......................... 27  
Figura 6.   População (10 anos ou mais) por grau de ensino concluído ........................... 29  
Figura 7.   Indicadores de escolarização por sexos .............................................................. 35  
Figura 8.   População (15 anos ou mais), segundo a actividade e sexo ............................. 36  
Figura 9.   População segundo a posição no trabalho e sexo ............................................. 36  
Figura 10.   População com 15 anos ou mais, segundo a actividade................................. 46  
Figura 11.   População activa, segundo a ocupação principal ............................................ 47  
Figura 12.   População activa, segundo o ramo de actividade ............................................ 48  
Figura 13.   Explorações segundo a sua utilização ............................................................... 52  
Figura 14.   Explorações por classes de área cultivada ........................................................ 52  

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Siglas e Abreviaturas

APEs Agentes Polivalentes Elementares

BCI Banco Comercial e de Investimentos

BIM Banco Internacional de Moçambique

CDPRM Comando Distrital da Polícia da República de Moçambique

CENACARTA Centro Nacional de Cartografia e Teledetecção

CFM Caminhos de Ferro de Moçambique

CGRN Comité de gestão de recursos naturais

CISM Centro de Investigação em Saúde da Malária

CL’s Conselhos Locais

CNCS Conselho Nacional de Combate ao SIDA

COVs Crianças Órfãs e Vulneráveis

DNAL Direcção Nacional da Administração Local

DNPO Direcção Nacional do Plano e Orçamento

DPOPH Direcção Provincial de Obras Públicas e Habitação

DPPF Direcção Provincial do Plano e Finanças

DPS Direcção Provincial de Saúde

DTS Doença de Transmissão Sexual

EDM Electricidade de Moçambique

EN Estrada Nacional

EN1 Estrada Nacional nº 1

EP1 Ensino Primário do 1º Grau

EP2 Ensino Primário do 2º Grau

EPC Escola Primária Completa


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ESG1 Ensino Secundário Geral do 1º ciclo

ESG2 Ensino Secundário Geral do 2º ciclo

ET Ensino Técnico

FDD Fundo de Desenvolvimento Distrital

GD Governo Distrital

IAF Inquérito aos agregados familiares, sobre o orçamento familiar

IFP Instituto de Formação de Professores

INE Instituto Nacional de Estatística

IPCC’s Instituições de participação e consulta comunitária

ITS’s Infecções de Transmissão Sexual

LOLE Lei dos Órgãos Locais do Estado

MAE Ministério da Administração Estatal

Mcel Moçambique Celular

MF Ministério das Finanças

MINAG Ministério da Agricultura

MPD Ministério da Planificação e Desenvolvimento

ONGs Organizações Não Governamentais

ORAM Organização de Ajuda Mútua

PA Posto Administrativo

PARPA Plano de Acção Para Redução da Pobreza Absoluta

PEDD Plano Estratégico de Desenvolvimento Distrital

PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

PPFD Programa de Planificação e Finanças Descentralizadas

PQG Programa Quinquenal do Governo

PRM Polícia da República de Moçambique

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PSAA Pequeno Sistema de Abastecimento de Água

SD Secretaria Distrital

SDAE Serviço Distrital de Actividades Económicas

SDEJT Serviço Distrital de Educação, Juventude e Tecnologia

SDPI Serviço Distrital de Planeamento e Infraestruturas

SDSMAS Serviço Distrital de Saúde, Mulher e Acção Social

SIFAP Sistema de Formação em Administração Pública

STV Soico Televisão

TDM Telecomunicações de Moçambique

VODACOM Operadora de telefonia móvel

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1 Breve Caracterização do Distrito


1.1 Localização, Superfície e População
O distrito de Montepuez está localizado na parte sul da Província de Cabo Delgado a 210
km da Capital Provincial - Pemba, confinando a Norte com o distrito de Mueda, a Sul com
os distritos de Namuno e Chiúre, a Leste com os distritos de Ancuabe e Meluco e a Oeste
com os distritos de Balama e Mecula, este último da Província do Niassa.

A superfície do distrito1 é de 17.874 km2 e a sua população está estimada em 218 mil
habitantes à data de 1/7/2012. Com uma densidade populacional aproximada de 12,2
hab/km2, prevê-se que o distrito em 2020 venha a atingir os 249 mil habitantes.

A estrutura etária do distrito reflecte uma relação de dependência económica de 1:1.2, isto é,
por cada 10 crianças ou anciões existem 12 pessoas em idade activa. Com uma população
jovem (43%, abaixo dos 15 anos), tem um índice de masculinidade de 93% (por cada 100
pessoas do sexo feminino existem 93 do masculino) e uma taxa de urbanização do distrito é
de 39%, concentrada na Cidade de Montepuez e zonas periféricas de matriz semiurbana.

1.2 Clima, Relevo e Solos


Climaticamente a região é dominada por climas do tipo semiárido e sub-húmido seco. A
precipitação média anual varia de 800 a 1200 mm, enquanto a evapotranspiração potencial
de referência (ETo) está entre os 1300 e 1500 mm. A precipitação média anual pode
contudo, mais perto do litoral, por vezes exceder os 1500 mm, tornando-se o clima do tipo
sub-húmido chuvoso.

Em termos da temperatura média durante o período de crescimento das culturas, há regiões


cujas temperaturas excedem os 25ºC, embora em geral a temperatura média anual varie
entre os 20 e 25ºC.

O Distrito é atravessado por importantes rios não permanentes ao longo de todo o ano,
exceptuando o rio Lugenda que serve de limite com o Distrito de Mecula da vizinha
Província do Niassa.

1 Centro Nacional de Cartografia e Teledetecção http://www.cenacarta.com

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Os rios não são navegáveis devido ao seu curso acidentado, mas contribuem para a prática
de actividades agrícolas e de pesca artesanal, gerando rendimentos à população e tornando-
se uma fonte importante da economia do Distrito.

Uma parte considerável do interior é de altitudes compreendidas entre os 200 e 500 metros,
de relevo ondulado, interrompido de quando em quando pelas formações rochosas dos
“inselbergs”. Fisiograficamente a área é constituída por uma zona planáltica baixa que,
gradualmente passa para um relevo mais dissecado com encostas mais declivosas
intermédias, da zona subplanáltica de transição para a zona litoral.

Os dambos (ndabo nas línguas locais) são formas especiais dos vales, não sendo exclusivos
de uma zona agro-ecológica estão presentes de uma forma considerável na zona R7. São
depressões hidromórficas suaves ou vales extensos, não profundos, sem escoamento de
água na forma de uma linha de drenagem ou mesmo leito de rio.

O escoamento superficial é lento e difuso para além de poder ainda beneficiar da


contribuição do fluxo de água subterrânea, principalmente nas zonas cujos depósitos
apresentam texturas grosseira e arenosa. Estas unidades de terreno são ainda características
das áreas mais planas ao longo dos divisores de água dos rios.

A fisiografia é dominada pela alternância de interflúvios e os vales dos rios que, devido á sua
largura, profundidade e posição (em relação aos rios), poderão alternar com dambos. Os
vales dos rios são dominados por solos aluvionares (Fluvisols), escuros, profundos, de
textura pesada a média, moderadamente a mal drenados, sujeitos a inundação regular. Nos
dambos encontram-se solos hidromórficos de textura variada, desde arenosos de cores
cinzentas, arenosos sobre argila a solos argilosos estratificados, de cor escura (Mollic, Gleyic
e Dystric Gleysols, e Haplic e Luvic Phaeozems).

Os topos e encostas superiores dos interflúvios são dominados por complexos de solos
vermelhos e alaranjados (Rhodic Ferralsols, Chromic Luvisols), e amarelos (Haplic Lixisols
e Haplic Ferralsols). A maioria dos solos apresentam texturas média a pesada, sendo
profundos, bem a moderadamente bem drenados. Nas encostas intermédias dos interflúvios
os solos variam de cor, desde solos com cores pardo-acastanhada a castanho-amareladas,
moderadamente bem drenados, com textura argilosa.

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1.3 Recursos Naturais


Vegetação

As florestas da área de Montepuez pertencem à região sudano-Zambeze e são de folha larga


tipo mesofítica que seria esperada na zona dos 800 a 1000mm de chuva por ano. Elas são
maioritariamente dissíduas, isto é, perdem as suas folhas durante a estação seca e mantêm-se
desfolhadas pelo menos alguns meses, como resposta à longa estação seca em que a
humidade tem de ser conservada.

A vegetação é constituída por árvores como MTANGA, TANGA TANGA, MPACA E


MESSASSA, bem como pradaria e florestas medianas dissíduas por vezes brenhosas.

A vegetação da maior parte da área de Montepuez tem sido muito afectada pela actividade
do homem, particularmente pelas queimadas irregulares e pela limpeza das áreas de cultivo.
Isto é, particularmente notável no resto de povoados, mas ocorre em toda área. Grande
parte da floresta original da área, especialmente em todos os melhores solos, desapareceu e a
grande maioria dos registos mostram uma vegetação de uma ou de outra maneira
perturbada.

As repetidas queimadas desenvolvem a produção mais aberta com um estrato herbáceo


melhor desenvolvido e também favorece um aumento relativo na produção de espécies
resistentes às queimadas. Podem encontrar-se exemplos nas áreas baixas a Oeste de
Montepuez. A fauna é bastante rica com a existência de herbívoros, carnívoros, répteis,
insectos, aves, trepadores e outros.

Geologia

A vegetação está relacionada com a extensão à qual a geologia da rocha-mãe foi exposta à
meteorização, principalmente no rejuvenescimento da paisagem. A geologia da região de
Montepuez oferece formações cristalinas e vulcânicas do Pré-câmbrico.

Os principais recursos minerais existentes na região são:

• Grafite, cuja existência é conhecida entre Montepuez e Balama

• Mármore, em grandes quantidades, apresentando-se em camadas de 1.500m de


largura e estende-se por 25Km de um modo contínuo entre Montepuez – Balama.

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Os actuais níveis de exploração do mármore de Montepuez, podem-se considerar de baixo


rendimento devido à adopção de tecnologias rudimentares e a aplicação de equipamento
obsoleto. O elevado potencial do jazigo, quanto à disponibilidade de recursos, pode cobrir o
aumento da capacidade de exploração e, simultaneamente, assegurar um longo período de
extracção. As principais unidades pétreas apresentam as tonalidades cinzenta e branca.

• Pedra abundante utilizada no fabrico de cal para construção.

• Recursos hídricos, as águas subterrâneas são muito circunscritas e modestas. O rio


Montepuez, o maior do Distrito, não oferece potencial hidroeléctrico.

Floresta

O Distrito é rico em recursos florestais, existindo vários tipos de madeira de valor


comercial, como Umbila, Pau-rosa, Pau-preto, Chanfuta, Metonha, Metil, Marroto, Tule,
Mefuma e Messinge Jambire.

A exploração florestal no distrito é feita no regime de licenças simples para operadores


autorizados pela Província. Uma vasta variedade de plantas são usadas para fins medicinais,
construção de casas, barcos, utensílios, mobília e para lenha.

Fauna

A fauna original do distrito foi sendo profundamente alterada por influência humana. A
composição faunística original do Distrito deve merecer um reconhecimento próprio,
inventários actualizados. Seja a fauna típica das florestas dunares costeiras, seja da savana
aberta do interior, ambas foram sendo largamente perturbadas ao longo dos últimos anos.
As razões fundamentais para a redução da população de animais são as seguintes:

Redução dos habitats terrestres naturais; expansão das áreas cultivadas e o abate não
controlado. Não existindo levantamentos actualizados, apenas é possível listar aqueles de
provável ocorrência, em função de registos anteriores e da existência de habitats favoráveis.

Problemas
• Caça furtiva
• Queimadas descontroladas
• Abate indiscriminado de espécies madeireiras nativas de alto valor comercial;
• Fraca capacidade de fiscalização da actividade de exploração madeireira.

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1.4 Infraestruturas
As acções do sector de estradas estiveram concentradas na manutenção de rotina das
estradas principais. As vias de acesso pelo norte estão em mau estado de conservação.
Quanto às estradas terciárias, ainda prevalece o problema de falta de fundos para as deixar
transitáveis. O distrito de Montepuez é servido por transporte público rodoviário.

O Serviço de Transportes e Comunicações são de maior procura no Distrito, em particular


na sede do Distrito para as Localidades de Massingir, Mpupene, Nacololo, Unidade e mais.
A nível da cidade há pequenos transportadores, cujos percursos ligam a cidade aos Postos
Administrativos de Mapupulo, Nairoto, Mirate e Namanhumbir, assim como aos Distritos
vizinhos. Diariamente, chegam viaturas de “chapa 100” e poucos autocarros oriundos da
cidade de Pemba e Nampula, respectivamente.

No Distrito, em termos de comunicações, funcionam as Empresas Correios de


Moçambique, TDM e as redes de telefonia móvel da Mcel e Vodacom. A Cidade de
Montepuez beneficia dos serviços da Rádio Comunitária Girimba e do sinal da TVM. Foi
instalado o cabo de fibra óptica pela empresa TDM. Está em curso o processo de cadastro
dos contratos pré pagos das redes móveis que operam no Distrito. Igualmente, está em
curso a instalação da nova rede móvel no Distrito, denominada por Movitel.

Ao nível local funciona a Rádio Comunitária Girimba, com capacidade de captação da


antena Nacional da RM em FM. Os Postos Administrativos beneficiam de rádios de
comunicação HF/VHF.

Em 2011 foram construídos 46 furos de água. Existem 23 fontenários públicos, dos quais 5
operacionais, encontrando-se os restantes inoperacionais devido à incapacidade do sistema.

O Serviço de água de Montepuez produziu e abasteceu a Cidade e arredores com 191.200m³


de água.

A EDM produziu e emitiu 5.766 MGW/h para um total de 4.449 consumidores, em 2011, e
219 novas casas foram electrificadas na Cidade de Montepuez, Sede do Posto de
Namanhumbir e Aldeia Nanhupo. Do total registado, 3.842 são clientes domésticos, 355
instalações para fins comerciais e 9 grandes consumidores. A capacidade instalada na
subestação de Montepuez é de 5000 KVAS.

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O distrito possui 110 escolas (das quais, 107 do ensino básico), e está servido por 7 unidades
sanitárias, que possibilitam o acesso progressivo da população aos serviços do Sistema
Nacional de Saúde, apesar de a um nível bastante insuficiente.

Apesar dos esforços realizados, importa reter que o estado geral de conservação e
manutenção das infraestruturas não é suficiente, sendo de realçar a rede de bombas de água
a necessitar de manutenção, bem como a rede de estradas e pontes que, na época das
chuvas, tem problemas de transitabilidade.

1.5 Economia e Serviços


A agricultura é a actividade dominante e envolve quase todos os agregados familiares. De
um modo geral, a agricultura é praticada manualmente em pequenas explorações familiares
em regime de consociação de culturas com base em variedades locais.

A produção agrícola é feita predominantemente em condições de sequeiro, nem sempre


bem sucedida, uma vez que o risco de perda das colheitas é alto, dada a baixa capacidade de
armazenamento de humidade no solo durante o período de crescimento das culturas.

De uma forma generalizada pode-se dizer que a região é caracterizada pela ocorrência de
três sistemas de produção agrícola dominantes.

O primeiro corresponde à vasta zona planáltica baixa onde domina a consociação das
culturas alimentares, nomeadamente mandioca/milho/feijões nhemba e boer, como
culturas de 1a época (época das chuvas) e a produção de arroz pluvial nos vales dos rios,
dambos e partes inferiores dos declives.

O segundo sistema de produção é dominado pela cultura pura de mapira, ocasionalmente


consociada com milho e feijão nhemba. As culturas de mexoeira e amendoim podem
aparecer em qualquer uma das consociações. A mandioca é a cultura mais importante em
termos de área e é cultivada tanto em cultivo simples, como em cultivo consociado com
feijão ou amendoim.

O algodão corresponde ao terceiro sistema de produção, e constitui a principal cultura de


rendimento da região. Os três sistemas de produção agrícola aqui descritos ocorrem em
regime de sequeiro.

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O fomento pecuário no distrito tem sido fraco. Porém, dada a tradição na criação de gado e
algumas infraestruturas existentes, verificou-se algum crescimento do efectivo pecuário.

As árvores são a principal fonte de combustível doméstico, sob a forma de lenha ou carvão,
e todas as comunidades têm a elas acesso fácil. O distrito regista alguns problemas de
erosão.
A fauna bravia constitui um suplemento dietético importante para as famílias e a caça com
este fim é dirigida, principalmente, a pequenas aves, coelhos, porcos-do-mato e gazelas. O
peixe, do rio e mar, faz parte integrante da dieta das famílias locais.
Os produtos agropecuários locais são vendidos no distrito e nas províncias vizinhas, e há
conhecimento de alguns comerciantes a operarem em Montepuez, provenientes da capital
da província (Pemba), de Mocímboa da Praia e mesmo de Nampula.

1.6 História e cultura


Existem no Distrito grupos populacionais de diferentes etnias com línguas diferentes,
destacando-se a " Macua, a mais falada em todo o Distrito, seguindo-se as pequenas etnias
como a " Maconde ", Ngoni e Kimuane". Estes grupos professam as religiões Muçulmana e
Católica. Existem, porém, outros grupos considerados " Antes" que não professam qualquer
religião.

Nos casamentos tradicionais não existe obrigatoriedade de lobolo como acontece em vários
pontos do País. Antes do casamento as meninas passam por ritos de iniciação e os rapazes
pela circuncisão.

Principais pratos: arroz, farinha de milho (cereais), feijão jugo (legumes); Pratica-se a
escultura, cestaria, olaria; A principal actividade é a agricultura de subsistência e de
rendimento; Pratica-se a caça e a pesca em pequena escala.

A população possui as suas danças tradicionais que são praticadas por ocasião de festas,
ritos de iniciação e de tratamento de doenças.

1.7 Sociedade civil


O Distrito possui um Conselho Consultivo Distrital presidido pelo Administrador Distrital.

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No Distrito funcionam 4 Conselhos Consultivos dos Postos Administrativos, presididos


pelo respectivo Chefe do Posto Administrativo. No seu funcionamento participativo estes
envolvem os membros dos 10 Conselhos Consultivos de Localidade.

Os membros dos Conselhos Consultivos do Distrito são envolvidos na apreciação do


PEDD e PESOD e na avaliação periódica dos instrumentos da planificação territorial local,
bem como no que se refere à opinião sobre a viabilidade de projectos de iniciativa local, e
projectos com impacto directo nas comunidades, no âmbito de investimento local, que são
submetidos posteriormente para decisão do Conselho Consultivo Distrital.

A liderança tradicional é assegurada pelos seguintes representantes do poder ao nível da


comunidade:
Régulos e Secretários de Bairros;
Chefes de Grupos de Povoações;
Chefe da Povoação;
Chingore;
Outras personalidades na comunidade respeitadas e legitimadas pelo seu papel
social, cultural, económico e religioso.

Na liderança tradicional existe uma espécie de divisão de trabalho e de funções entre os


diferentes líderes das comunidades. Assim, os Secretários têm hoje como função principal a
mobilização da comunidade para as tarefas sociais e económicas. Os líderes tradicionais
tratam principalmente dos aspectos tradicionais, tais como, cerimónias, ritos e conflitos
sociais.

No âmbito da implementação do Decreto 15/2000 sobre as autoridades comunitárias de 1ª


e 2ª linhas (régulos, chefes de terras e secretários de bairro), de acordo com as entidades
provinciais e distritais, foi levado a cabo um trabalho de divulgação do mesmo em todos os
Postos Administrativos, Localidades, Aldeias e Povoações, tendo sido envolvidas todas as
camadas sociais.

Neste contexto, foram legitimados pelas respectivas comunidades e reconhecidos pela


autoridade competente 31 Líderes Comunitários de diversos escalões.

A relação entre a Administração do Distrito e as Autoridades Comunitárias é positiva e tem


contribuído para a solução dos vários problemas locais, nomeadamente os surgidos devido

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aos conflitos de terras existentes no distrito e outros que caem no âmbito das suas
competências, nomeadamente:

Colaboração na manutenção da Paz e harmonia social;


Articulação com os tribunais comunitários na resolução de conflitos de natureza
civil, tomando em conta os usos e costumes locais;
Mobilização e organização das populações para construção e manutenção de fontes
de abastecimento de água e aumento da área de produção;
Mobilização das comunidades locais na manutenção das vias de acesso, locais
sagrados e construção de latrinas melhoradas;
Educação cívica das comunidades sobre o uso sustentável e gestão de recursos
naturais, incluindo a prevenção das queimadas descontroladas e caça ilegal;
Mobilização e organização das populações para o pagamento do Imposto de
Reconstrução Nacional;
Mobilização dos pais e encarregados de educação para mandarem os seus filhos à
escola, principalmente as raparigas; e
Divulgação das Leis, deliberação dos Órgãos Locais do estado e outras informações
úteis à comunidade.

Através dos líderes comunitários, as populações têm-se envolvido na busca de soluções para
os problemas existentes, nomeadamente, no combate à criminalidade, em colaboração com
a Polícia Comunitária, através da apreensão e denúncia de delinquentes; no combate ao
cultivo, consumo e comercialização de estupefacientes (suruma); na abertura de vias de
acesso; na confecção de tijolos no âmbito do programa de “comida por trabalho” e na abertura
de poços comunitários usando material convencional ou local.

A religião dominante é a Muçulmana, praticada pela maioria da população do distrito.


Existem outras crenças no distrito, sendo prática corrente que os representantes das
hierarquias religiosa se envolvam, em coordenação com as autoridades distritais, em várias
actividades de índole social.

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Documentação consultada
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2
2 Demografia22
A superfície do distrito3 é de 17.874 km2 e a sua população está estimada em 218 mil
habitantes à data de 1/7/2012. Com uma densidade populacional aproximada de 12,2
hab/km2, prevê-se que o distrito em 2020 venha a atingir os 249 mil habitantes.

2.1 Estrutura etária e por sexo


A estrutura etária do distrito reflecte uma relação de dependência económica de 1:1.2, isto é,
por cada 10 crianças ou anciões existem 12 pessoas em idade activa. Com uma população
jovem (43%, abaixo dos 15 anos), tem um índice de masculinidade de 93% (por cada 100
pessoas do sexo feminino existem 93 do masculino) e uma taxa de urbanização do distrito é
de 39%, concentrada na Cidade de Montepuez e zonas periféricas de matriz semiurbana.

Quadro 1. População por posto administrativo, 1/7/2012


Grupos etários
TOTAL 0-4 5 - 14 15 - 44 45 - 64 65 e mais
Distrito do Montepuez 217,736 37,170 56,605 95,569 22,492 5,900
Homens 105,043 18,333 27,641 45,302 10,925 2,842
Mulheres 112,693 18,836 28,965 50,267 11,567 3,058
P.A. da Cidade de Montepuez 85,687 14,014 22,078 39,446 8,107 2,042
Homens 41,946 6,944 10,665 19,316 4,014 1,008
Mulheres 43,734 7,070 11,416 20,121 4,096 1,031
P. A. de Mapululo 53,775 9,547 13,661 23,075 6,065 1,426
Homens 25,496 4,692 6,600 10,676 2,855 673
Mulheres 28,282 4,855 7,063 12,402 3,207 755
P. A. de Mirate 43,605 7,570 11,563 18,605 4,590 1,279
Homens 20,853 3,670 5,741 8,584 2,226 633
Mulheres 22,750 3,899 5,820 10,024 2,364 644
P. A. de Nairoto 9,649 1,726 2,651 3,875 1,059 337
Homens 4,661 876 1,302 1,772 538 173
Mulheres 4,988 851 1,349 2,103 523 162
P.A. de Namanhumbir 25,020 4,313 6,652 10,569 2,670 816
Homens 12,086 2,152 3,332 4,953 1,293 355
Mulheres 12,939 2,161 3,318 5,617 1,377 466
Fonte: INE, Dados do Censo de 2007.

Das pessoas residentes no distrito, 80% nasceram no próprio distrito, o que denota fluxos
de migração significativos.

2 Os dados demográficos e da habitação, excepto nota contrária, estão referidos a 1/8/2007, última dataMontepuez
censitária.
3
Centro Nacional de Cartografia e Teledetecção http://www.cenacarta.com
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Documentação consultada
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Quadro 2. Pessoas residentes no distrito, segundo o local de nascimento


    Local  de  Nascimento  
No  próprio   Noutro  distrito  da   Noutra  
    distrito   mesma  província   Província  
Total   80.3%   16.9%   2.8%  
 -­‐  Homens   78.8%   17.5%   3.8%  
 -­‐  Mulheres   81.7%   16.4%   1.9%  
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007.

2.2 Traço sociológico


Das 58 mil famílias4 do distrito, o tipo sociológico familiar principal é o nuclear com filhos
(38%), isto é, com um ou mais parentes para além de filhos e têm, em média, 3.7 membros.

Quadro 3. Agregados familiares, segundo a dimensão


% de agregados, por dimensão
1-2 3-5 6 e mais
33.2% 47.8% 19.0%
Fonte: INE, Dados do Censo de 2007 e Projecções globais da população.

Quadro 4. Agregados familiares, segundo o tipo sociológico


TIPO SOCIOLÓGICO DE AGREGADO FAMILIAR
Monoparental (1) Nuclear
Unipessoal Alargado (2)
Masculino Feminino Com filhos Sem filhos
13.1% 1.5% 10.9% 37.8% 13.4% 23.3%
Fonte: Instituto Nacional de Estatística – Censo de 2007.
1) Família com um dos pais.
2) Família nuclear ou monoparental com ou sem filhos e um ou mais parentes.

Na sua maioria casados após os 12 anos de idade, têm crença religiosa, dominada pela
religião Islâmica.

Quadro 5. Distribuição da população, segundo o estado civil


Com 12 anos ou mais, por Estado civil

Casado ou Separado/
Total Solteiro união Divorciado Viúvo
100.0% 25.6% 64.2% 5.9% 4.3%
Fonte: Instituto Nacional de Estatística – Censo de 2007.
Tendo o Emakhuwa como língua materna dominante, constata-se que 34% da população do
distrito (com 5 ou mais anos de idade) tem conhecimento da língua portuguesa, sendo este
domínio predominante nos homens, dada a sua maior inserção na vida escolar e no
mercado de trabalho.

Montepuez
4 Estimativa para 2012 a partir das projecções da população do Censo de 2007.
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Quadro 6. População com 5 anos ou mais, por língua materna e sexo


GRUPO ETÁRIO
TOTAL 5-9 10 - 14 15 - 19 20 - 44 45 e mais
TOTAL 100.0% 100.0% 100.0% 100.0% 100.0% 100.0%
Emakhuwa 87.0% 91.3% 86.9% 84.3% 81.8% 87.1%
Shimakonde 4.0% 2.9% 4.2% 4.6% 4.6% 4.1%
Kimwani 0.7% 0.4% 0.6% 1.0% 0.7% 0.7%
Kiswahili 0.6% 0.2% 0.3% 0.4% 0.7% 0.8%
Português 4.8% 2.7% 5.8% 7.4% 6.7% 4.4%
Outras 3.5% 2.7% 2.5% 2.7% 6.2% 3.7%
Fonte: Instituto Nacional de Estatística – Censo de 2007.

Figura 1. População com 5 anos ou mais, por língua materna


Kiswahili,  0,6%   Outras,  3,5%  
Português,  4,8%  
Kimwani,  0,7%  

Shimakonde,  
4,0%  

Emakhuwa,  
87,0%  
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007.

Quadro 7. População de 5 anos ou mais e conhecimento de Português


Sabe falar Português Não sabe falar Português
Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres
Total 33.7% 45.7% 22.4% 66.3% 54.3% 77.6%
5 - 9 anos 12.9% 13.1% 12.8% 87.1% 86.9% 87.2%
10 - 14 anos 37.5% 38.9% 36.0% 62.5% 61.1% 64.0%
15 - 44 anos 50.2% 61.7% 40.0% 49.8% 38.3% 60.0%
45 anos ou mais 36.2% 54.6% 19.2% 63.8% 45.4% 80.8%
Fonte: Instituto Nacional de Estatística.

2.3 Analfabetismo e Escolarização


Com 34% da população alfabetizada, predominantemente homens,
o distrito tem uma taxa de escolarização normal, constatando-se Montepuez

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que 54% dos seus habitantes declararam no Censo 2007 que frequentavam ou já
frequentaram antes a escola, ainda que maioritariamente somente até ao nível primário.

Quadro 8. População com 15 ou mais anos, e alfabetização, 2012


Taxa de analfabetismo
TOTAL Homens Mulheres
Total 66.5% 50.7% 81.0%
15 - 19 anos 50.5% 38.7% 60.9%
20 - 24 anos 58.3% 41.2% 74.0%
25 - 29 anos 68.5% 54.9% 80.7%
30 - 44 anos 68.9% 51.1% 85.5%
45 anos ou mais 78.5% 62.0% 94.1%
P.A. da Cidade de Montepuez 48.6% 33.2% 63.7%
P. A. de Mapululo 79.7% 65.0% 92.7%
P. A. de Mirate 78.8% 62.9% 92.9%
P. A. de Nairoto 77.7% 61.5% 92.3%
P.A. de Namanhumbir 74.8% 59.2% 88.9%
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007.

Montepuez

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5
3 Habitação e Condições de Vida55
As características físicas das habitações, especialmente o material usado na sua construção e
o acesso a serviços básicos de água, saneamento e energia, são indicadores importantes do
nível de vida das famílias. As características do parque habitacional duma sociedade
constituem um indicador bastante relevante do nível de desenvolvimento socioeconómico.

Quadro 9. Habitações segundo o regime de propriedade


Total  de  Habitações   100.0%  
 -­‐  Próprias   93.2%  
 -­‐  Alugadas   0.9%  
 -­‐  Cedidas  ou  emprestadas   4.4%  
 -­‐  Outro  regime   1.4%  
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007.

A maioria (93%) das cerca de 58 mil habitações6 existentes no distrito são de propriedade
própria. O tipo de habitação dominante é a palhota (94%). A casa mista, que é um tipo de
habitação que combina materiais de construção duráveis e materiais de origem vegetal,
representa 5% do parque habitacional do distrito.

Quadro 10. Tipo de habitações


Casa convencional7 ou apartamento8 1.1%
Casa mista9 4.6%
Casa básica10 0.5%
Palhota11, casa improvisada12 e outras 93.7%
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007.

5 Os dados demográficos e da habitação, excepto nota contrária, estão referidos a 1/8/2007, última data censitária.
6 Estimativa para 2012 a partir das projecções da população do Censo de 2007.
7Casa convencional - é uma unidade habitacional unifamiliar que tenha quarto(s), casa de banho, cozinha dentro de casa, e
construída com materiais duráveis (bloco de cimento, tijolo, chapa de zinco/lusalite, telha/lage de betão). Pode ser de rés-do-chão,
mais de 1 ou 2 pisos.
8Flat/apartamento - é uma unidade habitacional que tenha quarto(s) casa de banho, cozinha pertencente a uma unidade
habitacional multifamiliar com 1 ou mais pisos podendo ser de um bloco ou conjunto de blocos.
9Casa mista – é uma casa construída com materiais duráveis (bloco de cimento, tijolo, chapa de zinco/lusalite, telha/lage de betão),
materiais de origem vegetal (capim, palha, palmeira, colmo, bambu, caniço, paus maticados, madeira, etc.) e adobe.
10Casa básica – é uma unidade habitacional que só tem quarto(s) e não tem casa de banho e ou cozinha, sendo construída com
materiais duráveis (bloco de cimento, tijolo, chapa de zinco/lusalite, telha/lage de betão). Inclui-se nesta categoria o conjunto de
quartos geminados (casa comboio) que utilizam os mesmos serviços (casa de banho, cozinha e água).
11Palhota – é uma casa cujo material predominante na construção é de origem vegetal (capim, palha, palmeira, colmo, bambu,
caniço, adobe, paus maticados, etc.).
12Casa improvisada – são habitações construídas com material improvisado e precário, tal como papel, saco, cartão,,Montepuez
latas, cascas de
árvores, etc.
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Figura 2. Tipo de habitações


Casa   Casa  mista  ,  
convencional   4,6%   Casa  básica  ,  
ou   0,5%  
Apartamento  ,  
1,1%  

Palhota  ,  93,7%  
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007.

Apesar de as condições de habitação serem diferentes entre as zonas urbanas e rurais do


distrito, verifica-se um padrão comum dos materiais de construção caracterizado por:
• O principal material usado nas paredes das casas é caniço/paus (58%);
• O principal material usado na cobertura das casas é capim ou palha (94%); e
• O principal material usado no pavimento das casas é adobe (74%).

Quadro 11. Habitações segundo o material de construção


Em  %  
    Total   Urbano   Rural  
Paredes   100.0%   100.0%   100.0%  
 -­‐  Blocos  de  cimento  ou  tijolo   1.9%   4.3%   0.6%  
 -­‐  Blocos  de  adobe   39.9%   49.2%   34.6%  
 -­‐  Caniço  /  Paus   58.0%   46.2%   64.7%  
 -­‐  Madeira  /  Zinco   0.1%   0.2%   0.0%  
 -­‐  Outro  material   0.1%   0.1%   0.1%  
Cobertura   100.0%   100.0%   100.0%  
 -­‐  Chapas  ou  telhas   5.9%   12.7%   2.0%  
 -­‐  Laje  de  betão   0.1%   0.3%   0.0%  
 -­‐  Capim  ou  outro  material   94.0%   87.0%   98.0%  
Pavimento   100.0%   100.0%   100.0%  
 -­‐  Cimento,  parquet  ou  mosaico   5.9%   14.3%   1.1%  
 -­‐  Adobe   74.2%   73.0%   75.0%  
 -­‐  Sem  nada   19.9%   12.7%   24.0%  
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007.
Montepuez

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Figura 3. Habitações segundo o material de construção


94,0%  

74,2%  
58,0%  
39,9%  

19,9%  
1,9%   5,9%   5,9%  
0,1%  

Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007.

O gráfico e quadro seguintes mostram a distribuição percentual das habitações segundo o


grau de acesso aos serviços básicos.
• A principal fonte de energia usada pelas famílias é a lenha (53%);
• Cerca de 21% das famílias tem acesso a fontes de água potável13; e
• Cerca de 8% das famílias usam sistemas de saneamento melhorados14.

Figura 4. Habitações e condições básicas existentes


Casas  com  
Casas  com   energia  
sistemas  de   eléctrica,  3,5%  
saneamento  
melhorados,  
7,6%  

Casas  que  
usam  fontes  de  
água  potável,  
20,6%  

Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007.

13Água canalizada (dentro e fora da casa), fontenário e poço/furo protegido c/ bomba. Montepuez
14Retrete ligada a fossa séptica, Latrina melhorada e Latrina tradicional melhorada.
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Documentação consultada
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Quadro 12. Habitações, água, saneamento e energia


Casa Casa Casa
HABITAÇÕES  E  CONDIÇÕES  BÁSICAS  EXISTENTES TOTAL Palhota
convencional mista básica
ENERGIA 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0
Electricidade 3.5 55.6 28.5 41.3 1.3
Gerador/placa solar 0.6 1.7 0.6 1.5 0.6
Gás 0.1 0.0 0.1 0.2 0.1
Petróleo/parafina/querosene 41.9 33.2 50.5 38.6 41.6
Velas 0.7 0.7 1.5 1.8 0.6
Baterias 0.2 0.0 0.2 0.2 0.2
Lenha 52.5 7.9 18.3 16.1 55.1
Outras 0.5 1.0 0.2 0.2 0.5
ÁGUA 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0
Água canalizada 3.1 56.9 16.0 16.1 1.7
- dentro da casa 0.8 45.9 5.2 0.0 0.0
- fora de casa 2.4 11.1 10.7 16.1 1.7
Não-canalizada 96.9 43.1 84.0 83.9 98.3
- fontenário 3.4 12.4 5.2 9.3 3.2
- poço/furo protegido c/ bomba 14.0 9.4 11.4 18.5 14.2
- poço sem bomba 76.2 19.6 64.1 54.7 77.7
- rio/lago/lagoa 3.0 1.5 2.9 1.1 3.0
- chuva 0.1 0.2 0.1 0.0 0.1
- mineral 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
- outros 0.2 0.0 0.3 0.2 0.2
SANEAMENTO 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0
Retrete ligada a fossa séptica 0.5 31.7 0.4 3.5 0.1
Latrina melhorada 2.5 22.1 18.7 24.1 1.2
Latrina tradicional melhorada 4.6 8.9 12.5 21.2 4.0
Latrina não melhorada 57.7 28.9 55.7 36.9 58.3
Não tem retrete/latrina 34.7 8.4 12.7 14.3 36.3
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007.

No que diz respeito a posse de bens, a incidência da posse de bens duráveis pelas famílias
residentes no distrito é apresentada na tabela seguinte.

Quadro 13. Famílias, segundo a posse de casa própria e bens duráveis


Casa Telefone Nenhum
própria Rádio Televisor fixo Computador Carro Motorizada Bicicleta bem
93.2%   40.0%   3.0%   0.5%   0.2%   0.4%   1.7%   46.4%   39.3%  
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007.

Constata-se que, exceptuando a casa própria, 39 por cento das famílias não possuem
nenhum dos bens listados na tabela e observados aquando do Censo da População de 2007.

Montepuez

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4 Organização Administrativa e Governação


O Distrito, para além da cidade de Montepuez, tem quatro Postos Administrativos:
Mapupulo, Mirate, Nairoto e Namanhumbir que, por sua vez, estão subdivididos em 10
Localidades.

MAPUPULO
MAPUPULO- SEDE
MPUTO
MASSINGIR
MIRATE
MIRATE-SEDE
CHIPEMBE
MARARANGE
UNIDADE
NAIROTO
NAIROTO-SEDE
NACOLOLO
NAMANHUMBIR
M'PUPENE

4.1 Governo Distrital


O Governo Distrital é dirigido pelo Administrador de Distrito e, ao abrigo da Lei nº 8/2003
de 19 de Maio, está estruturado na Secretaria Distrital e nos seguintes Serviços Distritais:
• Actividades Económicas;
• Saúde, Mulher e Acção Social;
• Educação, Juventude e Tecnologia; e
• Planeamento e Infraestruturas.

De acordo com o Estatuto Orgânico do Governo Distrital aprovado pelo Decreto nº


6/2006 de 12 de Abril, a Estrutura Tipo do Governo Distrital é a que é apresentada em
seguida.

Montepuez

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Documentação consultada
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Montepuez

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Documentação consultada
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Estrutura Tipo do Governo Distrital

Fonte: Decreto nº 6/2006 de 12 de Abril

Para além destes serviços, funcionam ainda as seguintes instituições públicas:


• Tribunal Judicial;
• Registo e Notariado;
• Comando Distrital da PRM;
• Procuradoria Distrital da República;
• Alfândegas;
• Migração;
• SISE.
Com um total de 2.139 funcionários e agentes do Estado (dos quais, 530 são mulheres), o
Distrito possui um Conselho Consultivo Distrital presidido pelo Administrador Distrital.
No Distrito funcionam 4 Conselhos Consultivos dos Postos Administrativos, presididos
pelo respectivo Chefe do Posto Administrativo. No seu funcionamento participativo estes
envolvem os membros dos 10 Conselhos Consultivos de Localidade.

Os membros dos Conselhos Consultivos do Distrito são envolvidos na apreciação do


PEDD e PESOD e na avaliação periódica dos instrumentos da planificação territorial local,
bem como no que se refere à opinião sobre a viabilidade de projectos de iniciativa local, e
projectos com impacto directo nas comunidades, no âmbito de investimento local, que são
submetidos posteriormente para decisão do Conselho Consultivo Distrital.

No contexto da reforma do sector público, foi nomeado o Secretário Permanente Distrital,


foram institucionalizados os Conselhos Locais (Localidade, Posto Administrativo e
Distrito), Balcão de Atendimento Único Distrital (BAUD), descentralizados os
investimentos no distrito, tramitados os expedientes para a
Montepuez

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Documentação consultada
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nomeação de directores dos serviços distritais bem como dos chefes de Localidade.

A governação tem por base os Presidentes das Localidades, Autoridades Comunitárias e


Tradicionais. Os Presidentes das Localidades são representantes da Administração e
subordinam-se ao Chefe do Posto Administrativo e, consequentemente, ao Administrador
Distrital, sendo coadjuvados pelos Chefes de Aldeias, Secretários de Bairros, Chefes de
Quarteirões e Chefes de Blocos.

4.2 Síntese das atribuições e da actividade dos órgãos distritais


Nesta secção, sem pretender ser exaustivo transcrevendo o rol de tarefas realizadas, focam-
se as principais actividades de intervenção pública directa que contribuem para o
desenvolvimento social e económico do distrito.

4.2.1 Secretaria Distrital


A Secretaria Distrital dirigida por um Secretário Permanente Distrital é o órgão do Governo
Distrital que tem como principais funções e realizou actividades no âmbito de (a) prestar
assistência técnica e administrativa ao Governo Distrital; (b) assegurar a gestão dos recursos
humanos, materiais e financeiros do Governo Distrital; (c) assistir na organização e controlo
das actividades do Governo distrital, bem como na elaboração de relatórios de análise de
actividades do Governo Distrital; e (d) garantir a assistência técnica e administrativa
necessária ao funcionamento dos postos administrativos, localidades e povoações.

Estrutura Orgânica da Secretaria Distrital

Secretário  Permanente
Distrital

Repartição  de  Planificação Repartição  de Repartição  de  Administração  Local Secretaria
e  Desenvolvimento  Local Finanças e  Função  Pública Geral

Fonte: MAE/DNAL.

4.2.2 Serviço Distrital de Actividades Económicas


Este Serviço é dirigido por um director e tem como funções específicas de entre outras: (a)
a promoção do uso adequado do solo e a gestão florestal; (b) o incentivo da produção
alimentar e de culturas de rendimento; (c) o fomento pecuário e a construção comunitária
de tanques carracicidas; (d) a emissão de licenças de pesca artesanal,
caça e de abate, bem como o combate a caça furtiva; (e) a Montepuez

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Documentação consultada
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promoção da piscicultura e da apicultura; (f) a divulgação do potencial económico,


industrial, turístico e cinegético local; (g) a promoção da pequena indústria e mineração
artesanal; (h) a emissão de pareceres sobre pedidos de licenciamento de actividades
económicas, licenciar actividades comerciais e emitir licenças turísticas; (i) efectuar o
recenseamento das actividades de artesanato; e (j) promover mecanismos de financiamento
das actividades produtivas.

4.2.2.1 Agricultura e Desenvolvimento Rural


Montepuez é um distrito extenso e com baixa densidade populacional mas, apesar disso,
registam-se alguns conflitos entre a população local pela posse de terra e o acesso a
pastagens, principalmente nas zonas de Mapupulo e Chipembe.

Cobertura geográfica da rede de extensão

A rede de extensão pública no distrito cobre todos os 5 postos Administrativos, 11


localidades, 72 aldeias e contava em 2011 com um efectivo de 16 técnicos, dos quais 1
mulher (5 técnicos profissionais agro pecuários, 3 técnicos de nível médio, 7 técnicos
básicos agrários e 2 técnicos superiores de N1, 1 oficial de tecnologias) e 13 extensionistas
de campo.

Camponeses assistidos

No geral, em 2011 foram assistidos 3.572 camponeses (dos quais 2.400 homens e 1.172
mulheres), representando um decréscimo de 16,7%, quando comparado a igual período de
2010.

Foram assistidas 107 Associações Agropecuárias de camponeses com 1.420 membros (949
homens e 471 mulheres). Por outro lado, foram legalizadas 11 associações das 24
planificadas, o que corresponde a 45% de realização.

Por outro lado, foram assistidos 159 grupos de camponeses de contacto com (192 homens e
63 mulheres), representando um decréscimo de 29%, em relação a igual período de 2010.

Principais actividades realizadas durante o período

Foram montados 178 CDRs (Campos de Demonstração de Resultados), representando um


aumento de 45,9% e um decréscimo de 45,9% comparativamente aos 122 CDR`s de 2010.

Foram construídos 20 (vinte e um) celeiros melhorados


pertencentes a igual número de famílias. Montepuez

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Documentação consultada
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ONGs e Empresas Fomentadoras


• Cruz vermelha – Apoia a segurança alimentar (SETSAN).

• AMA - opera nos postos de Mapupulo e Namanhumbir, com 4 extensionistas, dois dos
quais desempenham a função de supervisores. Foram assistidos 240 produtores na prática
de agricultura de conservação, bem como no maneio de animais de pequena espécie.

• Fundação Mundikidi - opera em 3 postos Administrativos (Mapupulo, Namanhumbir e


Mirate). Funciona com 6 animadores, dos quais um desempenha a função de supervisor.
Cerca de 80 produtores foram assistidos em agricultura de conservação, maneio de animais
de pequena espécie e fomento da cultura de caju.

• PLEXUS - opera em 4 postos Administrativos Montepuez-sede, Mapupulo,


Namanhumbir e Mirate. Funciona com uma rede de 13 extensionistas, dos quais 3
desempenham a função de supervisores. Assistem 5.721 produtores que praticam a cultura
de algodão.

Incaju
Foram registados 16 provedores com 42 atomizadores (13 operacionais e 29 avariados).
Recebidos e distribuídos 825 Lts de voltriad, 306 Lts de Forts – Lambda e 275 Kg de Oxi-
Cloreto de Cobre.

Em 2011 foi registada a limpeza e poda de 52.953 cajueiros. O período em análise foi
caracterizado por duas (2) importantes fases de tratamento, com destaque para a 2ª
aplicação onde foram tratadas 25.221 plantas a favor de 682 produtores (457 homens e 225
mulheres) contra 23.701 cajueiros de 2010.

Fomento Pecuário
Nesta componente, foram distribuídas aos beneficiários treinados em tracção animal 67
fêmeas para fins de reprodução, representando um crescimento na ordem de 85% quando
comparado com as 7 fêmeas de 2010.

Tracção Animal
Foram formados em tracção, no Centro de Fomento Pecuário de Napaha, 65 camponeses
de vários distritos da província, com igual número de juntas, carroças e charruas. É de
salientar que cada um dos formandos beneficiou de uma junta com os respectivos
implementos.
Montepuez

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Documentação consultada
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Sanidade Animal

Em 2011, o sector pecuário realizou os seguintes cuidados: Vacinação contra carbúnculos


(hemático e sintomático), brucelose, raiva, newcastle e carraças. Foram efectuados 70.176
banhos carracicidas.

Produção Pecuária

Durante o ano, o sector registou a produção pecuária nas seguintes quantidades: Carne
bovina – 3.941 Kg, Carne de frango – 7.699.5 Kgs, produção de Ovos – 1.497 dúzias, Carne
suína– 959 kg, Carne de pequenos ruminantes– 2.240 Kg.

Exploração Florestal

Em 2011, os técnicos do sector realizaram 26 consultas comunitárias para corte de madeira,


nos Postos Administrativos de Nairoto, Namanhumbir, Mirate e Mapupulo, Na campanha
2010/2012 foi autorizado o volume de 13.281m3 de madeira diversa para 23 operadores (2
em regime de concessão florestal e 21 de licença simples).

Durante o período em análise, foram fiscalizados 8.946,292m3 de diversas espécies de


madeira, com destaque para Umbila (1.096,948m3), Chanfuta (1.249,44m3) Jambire
(4.360,893m3) Monzo (120,293m3) Metonha (63,14m3) e Pau-preto (2.073,79). Foram
apreendidos 116 toros de jambire com volume de 29,00m3 e 780 barrotes (Metonha),
tendo-se lavrado 52 avisos de multa no valor de 263.323,00Mt.

Directiva Presidencial “Um Líder Uma Floresta Comunitária Nova”

Para 2010/2011 o sector tem disponíveis 3.300 plantas para distribuição e estabelecimento
de 80 florestas comunitárias em 128 aldeias, sendo uma por cada aldeia. O processo
continua com o início da época chuvosa, com vista à distribuição de mais mudas, sob
liderança da estrutura de base nas aldeias com apoio dos técnicos extensionistas.

Conflito Homem/Fauna Bravia

Foram registados casos de circulação de paquidermes, com maior incidência nos Postos
Administrativos de Mirate, Namanhumbir e Nairoto. Na sequência desta movimentação,
três pessoas perderam a vida, sendo 1 por elefante e 1 por um búfalo (Posto Administrativo
de Nairoto) e outra por crocodilo (Rio Montepuez do Posto Sede- Montepuez).

Um elefante foi abatido na Aldeia de Nanhupo, Posto


Administrativo de Namanhumbir, ao ficar enterrado na lama na Montepuez

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Documentação consultada
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sequência do abeberamento. Este elefante não causou qualquer dano.

Para inverter o cenário na campanha 2011/2012, os técnicos do sector intensificaram as


acções de sensibilização aos camponeses para a abertura de machambas em blocos.

Conflitos de Terra

Foram mediados e resolvidos 18 conflitos de Terra sendo, contra 14 de igual período do


ano de 2010, representando um crescimento na ordem de 28,5%. Foram principais causas
dos conflitos: ocupação ilegal de terrenos, venda de propriedades nas parcelas por parte dos
camponeses e invasão do gado nas áreas das comunidades.

4.2.2.2 Indústria, Comércio e Turismo


Indústria

Ao longo de 2011 foram registadas 3 unidades de micro-indústria e emitidas 3 licenças (1


moageira de farinação e empacotamento e 2 de farinação simples) contra 2 de igual número
de 2010, resultando numa receita de 4.538,00 Mt.

Comércio

Em 2011 foram tramitados 30 processos (29 licenças do regime simplificado, das quais 4 de
âmbito Provincial e 1 processo para cartão de importação/exportação) com uma receita
arrecadada de 26.642,50 mt, contra 29 processos de 2010.

Inspecção

Foram realizadas inspecҫões em 3 unidades de micro-indústria e emitidas 3 licenças (7


comerciais e 6 turísticas) contra 5 de 2010. As acções de fiscalização culminaram com a
apreensão de 56 latas de refresco (Coca-Cola), 8 caixas de sardinha em lata, assim como 540
kg de farinha de milho, avaliados em 16.105,00mt.

4.2.3 Serviço Distrital de Educação, Juventude e Tecnologia


Este Serviço é dirigido por um director e tem como funções específicas de entre outras: (a)
garantir o funcionamento de estabelecimentos de ensino, formação de professores,
alfabetização, educação de adultos e educação não formal; (b) realizar estudos sobre cultura,
diversidade cultural, valores locais e línguas nacionais; (c) promover o fabrico de
instrumentos musicais tradicionais; (d) incentivar o desenvolvimento de associações juvenis,

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Documentação consultada
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bem como promover iniciativas geradoras de emprego, autoemprego e outras fontes de


rendimento dos jovens; e (e) promover o uso de novas tecnologias.

4.2.3.1 Educação
Da população com 15 anos ou mais de idade 34% é alfabetizada e 54% das pessoas com 5
anos ou mais de idade, predominantemente homens, declararam no Censo 2007 que
frequentavam ou já frequentaram antes o nível primário do ensino. A análise por sexos
revela um melhor padrão de escolarização nos homens.

Quadro 14. População com 5 anos ou mais, e frequência escolar


P O P U L A Ç Ã O Q U E:
FREQUENTA FREQUENTOU NUNCA FREQUENTOU
Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres
Total 26.2% 28.9% 23.6% 27.8% 34.3% 21.6% 46.0% 36.7% 54.8%
P.A. da Cidade de Montepuez 35.4% 37.1% 33.7% 28.4% 34.7% 22.3% 36.2% 28.2% 43.9%
P. A. de Mapululo 21.4% 25.0% 18.2% 27.8% 34.5% 21.8% 50.8% 40.6% 60.0%
P. A. de Mirate 19.3% 22.5% 16.3% 26.6% 33.6% 20.1% 54.1% 43.9% 63.6%
P. A. de Nairoto 22.9% 26.0% 20.1% 28.8% 34.8% 23.2% 48.3% 39.2% 56.7%
P.A. de Namanhumbir 17.8% 20.7% 15.1% 27.1% 33.8% 20.9% 55.1% 45.5% 64.0%
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 1997.

A análise do nível de ensino frequentado pela população que actualmente atende a escola,
revela uma concentração significativa no nível primário de ensino.

Quadro 15. População de 5 anos ou mais, por nível de ensino


NÍVEL DE ENSINO QUE FREQUENTA
Total AEA EP1 EP2 ESG1 ESG2 Técnico Superior
TOTAL 100.0% 3.5% 66.5% 15.6% 10.1% 2.7% 1.3% 0.1%
5 - 9 anos 100.0% 0.3% 99.7% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0%
10 - 14 anos 100.0% 0.3% 83.3% 14.7% 1.6% 0.0% 0.0% 0.0%
15 - 19 anos 100.0% 1.7% 39.3% 34.0% 21.0% 2.1% 1.9% 0.0%
20 - 24 anos 100.0% 7.5% 16.9% 22.6% 35.4% 11.9% 5.6% 0.2%
25 e + anos 100.0% 20.5% 23.6% 19.3% 20.6% 11.2% 4.0% 0.8%
HOMENS 100.0% 2.9% 63.3% 17.1% 11.5% 3.5% 1.5% 0.2%
MULHERES 100.0% 4.2% 70.2% 13.9% 8.6% 1.8% 1.1% 0.1%
EP1 - 1º a 5º anos; EP2 - 6º e 7º anos; ESG I - 8º a 10º Anos; ESG2 - 11º e 12º Anos; ET – Ensino técnico; CFP – Curso de
formação de professores; AEA -Alfabetização e educação de adultos.
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007.

Montepuez

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Figura 5. População (5 anos ou mais) por grau de ensino frequentado


ESG2,  2,7%   Técnico,  1,3%   Superior,  0,1%   Alfab.,  3,5%  

ESG1,  10,1%  

EP2,  15,6%  

EP1,  66,5%  

Fonte de dados: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007.

Um aspecto importante é a observação das taxas de escolarização bruta e líquida. A


primeira taxa calcula-se dividindo o total de alunos de um determinado nível de ensino
(independentemente da idade) pela população do grupo etário correspondente à idade
oficial para o referido nível15. Para calcular a segunda taxa, divide-se o total de alunos cuja
idade coincide com a idade oficial para o nível pela população do grupo etário
correspondente a esse nível. Estas são as medidas mais comuns para estimar o
desenvolvimento quantitativo do sistema educativo.

Quadro 16. Taxas de escolarização


Taxa  Líquida  de  
Taxas  de  
Taxa  Bruta  de  Escolarização   Escolarização  
escolarização  
TOTAL   H   M   TOTAL   H   M  
EP1   95.9   98.8   93.1   47.9   47.5   48.2  
EP2   83.1   98.1   68.4   8.1   8.8   7.4  
ESG1   39.3   47.8   30.9   3.7   4.2   3.2  
ESG2   17.8   25.3   10.7   0.8   0.9   0.6  
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007
.
Como se pode observar, a taxa bruta de escolarização do Ensino Primário do 1º Grau é de
quase 100%, o que indica um elevado nível de cobertura escolar neste nível. Atendendo a
que a idade ideal para frequentar o EP1 é de 6 a 10 anos (para terminar este nível sem
nenhuma reprovação), este indicador em redor dos 100% reflecte a entrada tardia na escola,

Montepuez
15EP1 – 6 a 10 anos; EP2 – 11 a 12 anos; ESG1 – 13 a 15 anos; ESG2 – 16 a 17 anos; Superior – 18 a 22 anos.
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a reprovação e desistência escolar, levando a que exista um elevado número de alunos no


EP1, com idades superiores a 10 anos.

Efectivamente, a taxa líquida de escolarização no EP1 confirma o facto ao indicar que 48%
das crianças de 6 a 10 anos frequentam o nível de ensino correspondente a sua idade, neste
caso o EP1, e que somente 8% das crianças de 11 a 12 anos frequentam o nível de ensino
correspondente a idade, o EP2. Em geral, os rapazes apresentam melhores indicadores.

A situação global descrita reflecte, para além de factores socioeconómicos, o facto de a rede
escolar existente e o efectivo de professores, apesar de terem vindo a evoluir a um ritmo
significativo, serem insuficientes, o que é agravado por baixas taxas de aproveitamento e
altas taxas de desistência em algumas localidades do distrito, devido ao facto de haverem
muitos casamentos prematuros e emigração de jovens.

Quadro 17. Escolas, alunos e professores, 2011


NÍVEIS DE ENSINO E N.º de N.º de Alunos N.º de Professores
POSTOS ADMINISTRATIVOS Escolas M HM M HM
TOTAL DO DISTRITO 110 55.381 392 1.092
EP1 43.537 343 739
107
EP2 6.172 43 216
ESG I 3.308 3 46
2
ESG II 1.567 6 36
ETP 1 797 2 29
Fonte: SDEJT
EP1 - 1º a 5º anos; EP2 - 6º e 7º anos; ESG I - 8º a 10º Anos.

Em termos de grau de ensino concluído, constata-se que do total de população com 10 anos
ou mais de idade, 24% concluiu algum nível de ensino, na sua maioria o nível primário.

Quadro 18. População de 10 anos ou mais, por nível de ensino concluído


NÍVEL DE ENSINO CONCLUÍDO
TOTAL Alfab. Primário Secund. Técnico C.F.P. Superior Nenhum
TOTAL 24.2% 0.2% 18.9% 4.7% 0.2% 0.1% 0.0% 75.8%
10 - 14 anos 14.2% 0.0% 13.5% 0.6% 0.0% 0.0% 0.0% 85.8%
15 - 19 anos 37.2% 0.1% 33.3% 3.8% 0.1% 0.0% 0.0% 62.8%
20 - 24 anos 35.9% 0.2% 26.9% 8.4% 0.3% 0.2% 0.0% 64.1%
25 - 29 anos 25.7% 0.2% 18.1% 6.9% 0.2% 0.2% 0.1% 74.3%
30 e + anos 20.0% 0.2% 14.5% 4.8% 0.2% 0.2% 0.1% 80.0%
HOMENS 33.9% 0.2% 25.9% 7.3% 0.3% 0.2% 0.1% 66.1%
MULHERES 15.1% 0.2% 12.5% 2.4% 0.1% 0.1% 0.0% 84.9%
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007.

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Documentação consultada
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Figura 6. População (10 anos ou mais) por grau de ensino concluído

Alfab.,  0,2%  
Primário,  18,9%  

Secund.,  4,7%  
Técnico,  0,2%  

C.F.P.,  0,1%  

Superior,  0,0%  

Nenhum,  75,8%  

Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007.

4.2.3.2 Cultura
O Distrito possui 195 grupos culturais, sendo 108 das escolas e 87 da comunidade. Durante
a fase de preparação do festival Mapico foram envolvidos 4 grupos e participaram 3 na fase
distrital, sendo 2 dos Postos Administrativos de Namanhumbir e Mapupulo e 1 do Posto
Sede.

Durante as competições foi apurado o grupo do Posto sede que representou a fase
Provincial realizada no Distrito de Muidumbe, tendo ocupado o 10° lugar. Existem 10
lugares fixos de projecção de filmes, sendo 3 no Posto Administrativo de Mapupulo, 1 em
Mirate, 2 em Namanhumbir e 4 do Posto Sede.

Foi identificado um grupo de artes acrobáticas composto por 18 praticantes, dos quais 15
homens e 3 mulheres residentes no bairro de Napai, arredores da cidade de Montepuez.

Desporto

O Distrito possui uma comissão Distrital de futebol recreativo e respectiva assembleia.


Existem 120 clubes desportivos recreativos distribuídos aos níveis de escolas e Postos
Administrativos, para além de 1 clube federado.

Assim, existem 40 clubes ao nível dos Postos Administrativos e 80


ao nível das Escolas Secundárias e ensino básico. Montepuez

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Nas competições da Copa Coca-cola, o Distrito participou na fase provincial, tendo


ocupado o 1° lugar. Esta foi a 2ª vez sucessiva em que o Distrito arrecada o 1° lugar na
Copa Coca-cola.

Durante a preparação da fase provincial, o Distrito acolheu as seguintes: Futebol de “onze”,


voleibol, andebol e salto de cordas, em ambos os sexos, e futsal em masculinos.

4.2.4 Serviço Distrital de Saúde, Mulher e Acção Social


Este Serviço é dirigido por um director e tem como funções específicas de entre outras: (a)
assegurar o funcionamento das unidades sanitárias e incentivar a medicina tradicional; (b)
promover acções de apoio e protecção da criança, da pessoa portadora de deficiência e do
idoso; (c) desenvolver acções de prevenção da violência doméstica e de abuso de menores; e
(d) promover a igualdade e equidade do género.

4.2.4.1 Saúde
A rede de saúde do distrito, apesar de estar a evoluir a bom ritmo, é insuficiente,
evidenciando os seguintes índices de cobertura média:
Uma unidade sanitária por cada 29 mil pessoas;
Uma cama por 1.600 habitantes; e
Um profissional técnico para cada 1.203 residentes no distrito.
A Direcção Distrital de Saúde distribui regularmente por cada Centro de Saúde “Kits A e B”
e pelos Postos de Saúde “Kits B”. A tabela seguinte apresenta, para o ano de 2003, a
posição de alguns indicadores que caracterizam o grau de acesso e de cobertura dos serviços
do Sistema Nacional de Saúde.

Quadro 19. Indicadores de cuidados de saúde, 2011


Indicadores
Partos Institucionais 72.045
Saúde materno-infantil 163.361
Consultas externas 217.048
Taxa de baixo peso à nascença 10.8
Taxa de mau crescimento 2.3
Fonte: SDSMAS

De referir ainda a existência de vários programas de cuidados de saúde primários a vários


níveis que denotam uma evolução positiva nos últimos anos, nomeadamente:

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• Saúde ambiental: Esta actividade está sendo realizada em todas as unidades sanitárias,
bem como em brigadas móveis e nos locais de interesse público
• Saúde Ocupacional: Realizadas visitas de trabalho as empresas para vacinação aos
trabalhadores, bem como a todos os outros que manipulam géneros alimentícios
• Saúde reprodutiva
• Saúde Infantil, Nutrição, Saúde Escolar
• Suplementação de Vitamina ‘A’
• Programa alargado de vacinação
• Saúde Mental.

O quadro epidémico do distrito é dominado pela malária, diarreia e HIV/SIDA que, no seu
conjunto, representam quase a totalidade dos casos de doenças notificados no distrito.

Tétano  Neonatal   1  
PFA   2  
Meningite   1  
Sarampo   4  
Colera   98  
Disenteria   3628  
Diarreia   8393  
ITS   12991  
Malaria   25543  

0   5000   10000   15000   20000   25000   30000  

O programa de HIV/SIDA no Distrito tem evoluído satisfatoriamente, com o aumento da


cobertura do tratamento antirectroviral.

Registou-se um aumento de pacientes admitidos ao TARV, no seu geral em 12,4%, por


apresentarem os critérios de elegibilidade para tal.

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Casos de HIV/SIDA
Grupo Etário Casos Inscritos Administrados em TAR

2009 2010 2011 2009 2010 2011

Menos de 15 anos 52 68 49 17 7 24

15-24 anos 147 207 319 55 52 54

25 anos e mais 428 568 722 160 226 257

Total 627 843 1090 232 289 325

Fonte: Relatório Anual do Governo Distrital, 2011

Regista-se uma redução dos abandonos e redução de óbitos por SIDA em todas faixas
etárias, devido a um forte aconselhamento aos pacientes e prestação de serviços de
qualidade.

4.2.4.2 Acção Social


No distrito existem, segundo os dados do Censo de 2007, cerca de 8 mil órfãos (na sua
maioria órfãos de pai e entre os 10 e 14 anos de idade) e cerca de 4 mil pessoas portadoras
de deficiência (90% com debilidade física e 10% com doenças mentais).

Quadro 20. População de 0-14 anos, por condição de orfandade, 2007


    População   Órfão  de:  
    0-­‐14  anos   Total   Mãe   Pai   Pai  e  Mãe  
Total   100.0% 9.3% 2.9% 5.7% 0.7%
 -­‐  Homens   100.0% 9.4% 2.9% 5.8% 0.7%
 -­‐  Mulheres   100.0% 9.1% 2.8% 5.6% 0.8%
Grupos  etários:  
   -­‐  0  a  4  anos   100.0% 4.0% 1.1% 2.5% 0.3%
   -­‐  5  a  9  anos   100.0% 10.0% 3.1% 6.1% 0.7%
   -­‐  10  a  14  anos   100.0% 18.0% 5.6% 10.8% 1.6%
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007.

Quadro 21. População deficiente, 2007


População Sem Com deficiência
Grupos de Idade
Total Deficiência Total Física Mental
Total 100.0% 98.0% 2.0% 1.8% 0.2%
0 - 14 100.0% 99.2% 0.8% 0.6% 0.1%
15 - 44 100.0% 98.0% 2.0% 1.7% 0.3%
45 e mais 100.0% 94.0% 6.0% 5.8% 0.3%
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007.

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A tabela seguinte apresenta a distribuição percentual das cerca de 4 mil pessoas portadoras
de deficiência, segundo a causa.

Quadro 22. População portadora de deficiência, segundo a causa


TOTAL Física Mental
Total 100.0% 100.0% 100.0%
À nascença 23.2% 21.8% 34.2%
Doença 61.5% 61.8% 59.3%
Minas/Guerra 1.9% 2.2% 0.2%
Serviço Militar 1.7% 1.7% 1.1%
Acidente de Trabalho 2.6% 2.9% 0.2%
Acidente de Viação 1.7% 1.9% 0.0%
Outras 7.4% 7.7% 4.9%
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007.

A integração e assistência social a pessoas, famílias e grupos sociais em situação de pobreza


absoluta, dá prioridade à criança órfã, mulher viúva, idosos e deficientes, doentes crónicos e
portadores do HIV-SIDA, tóxico-dependentes e regressados.

Tem existido coordenação das acções de algumas organizações não governamentais,


associações e sociedade civil, promovendo a criação de igualdade de oportunidade e de
direito entre homem e mulher todos aspectos de vida social e económica, e a integração,
quando possível, no mercado de trabalho, processos de geração de rendimentos e vida
escolar.

Programa Apoio Social Directo

Em 2011 foram atendidos 132 beneficiários, dos quais (64 são mulheres e 68 são homens)
de uma meta anual planificada em cerca de 800 beneficiários. Saíram do programa 16
beneficiários, dos quais 13 homens e 3 mulheres. É de salientar que o apoio prestado
possibilita aos beneficiários minimizar a sua situação de carência.

Programa de Subsidio de Alimento

Com uma meta anual de 2.358 beneficiários, foram atendidos, em 2011, 2.251 beneficiários,
sendo destes 2.035 idosos, 189 portadores de deficiência física e 27 doentes crónicos,
correspondente a uma cobertura de 95.4%. Saíram do programa 76 beneficiários por
motivos de mudança de residência, falecimentos e fixação da pensão de sobrevivência.

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Documentação consultada
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Com vista à extensão do programa foram realizados 577 inquéritos sociais e as respectivas
visitas domiciliárias aos candidatos residentes nas diversas localidades.

Mapa de Localização de beneficiar os do programa Subsidio de alimentos referente ao ano


de 2012
Posto Administrativo Idosos Portador de Doentes Sub total
deficiência Crónicos Total
H M H M H M H M
Mapupulo 20 101 8 8 1 2 67 111 178
Namanhumbir 50 130 11 17 2 67 149 216
Nairoto 87 125 2 1 89 126 215
Posto Sede 274 467 41 43 10 4 333 508 841
Mirate 137 242 16 19 3 5 128 266 394
Totais 723 1.309 93 96 14 13 830 1.418 2.248
Fonte: Relatório Anual do Governo Distrital, 2011

4.2.4.3 Género
O distrito tem uma população estimada de 218 mil habitantes - 113 mil do sexo feminino -
sendo 11% dos agregados familiares do tipo monoparental chefiados por mulheres.
Tem sido privilegiada a coordenação das acções de algumas associações, organizações não
governamentais e sociedade civil, promovendo a criação de igualdade de oportunidades e
direitos entre sexos em todos aspectos de vida social e económica, e a integração da mulher
no mercado de trabalho, processos de geração de rendimentos e vida escolar.
Esta coordenação recorre a mecanismos de troca de informação, diálogo e concertação da
acção, evitando a sobreposição de actividades e racionalizando recursos de forma a
melhorar a eficácia e eficiência das acções governamentais e das iniciativas da comunidade e
do sector privado.
Tendo por língua materna dominante o Emakhuwa, 22% das mulheres do distrito com 5 ou
mais anos de idade têm conhecimento da língua portuguesa, sendo este domínio mais
acentuado nos homens (46%), dada a sua maior inserção na vida escolar e no mercado de
trabalho. A taxa de analfabetismo na população feminina é de 81%, sendo de 51% no caso
dos homens.

Das mulheres do distrito com mais de 5 anos, 55% nunca frequentaram a escola (no caso
dos homens só 37% nunca estudaram) e 12% concluíram o ensino primário (no caso dos
homens, 26% terminaram o primário).

Montepuez

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Documentação consultada
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Figura 7. Indicadores de escolarização por sexos

81%  
Homens  
Mulheres  
55%  
51%  
46%  
37%  
26%  
22%  
12%  

Taxa  de   Sabe  falar  Português   Sem  frequencia   Ensino  primário  


analfabefsmo   escolar   concluído  
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007.

No que diz respeito ao acesso a novas tecnologias também se verifica um desequilíbrio entre
sexos, como se pode deduzir da tabela seguinte.

Quadro 23. Uso de novas tecnologias (10 anos ou mais)


    Número de pessoas que usou: % de pessoas
    Computador Internet c/ Telemóvel
Total   0.3%   0.2%   3.9%  
 -­‐  Homens   0.5%   0.3%   6.1%  
 -­‐  Mulheres   0.1%   0.2%   1.8%  
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007.

No tocante a actividade económica, de um total em 2012 de 113 mil mulheres, 65 mil estão
em idade de trabalho (mais de 15 anos), das quais 46 mil são economicamente activas16. A
população não economicamente activa de mulheres com 15 anos ou mais (29%) é
constituída principalmente por senhoras domésticas (18%) e estudantes a tempo inteiro
(7%). O nível da participação no trabalho das mulheres (71%) é inferior ao dos homens
(79%).

16Segundo recomendações internacionais, a PEA é considerada como a população que participa na actividade económica e que
Montepuez
tenha 15 anos de idade e mais. Dito por outras palavras, a PEA compreende as pessoas que trabalham (ocupadas) e as que procuram
activamente um trabalho (desocupadas), incluindo aquelas que o fazem pela primeira vez.
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Documentação consultada
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Figura 8. População (15 anos ou mais), segundo a actividade e sexo


Trabalha,  
Trabalha,   79,1%  
74,9%   Trabalha,  
71,1%  

Domésfco(a),  
Domésfco(a),   Domésfco(a),   17,5%  
12,4%   6,7%   Só  estuda,  6,7%  
Só  estuda,  8,2%   Só  estuda,  9,8%  

Total   Homem   Mulher  

Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007.

A distribuição das mulheres economicamente activas residentes no distrito de acordo com a


posição no processo de trabalho e o sector de actividade é a seguinte:
Cerca de 94% são trabalhadoras agrícolas, familiares ou por conta própria;
3% são comerciantes, artesãs, ou empresárias; e
As restantes 3% são, na maioria, trabalhadoras do sector de serviços, incluindo
empregadas do sector comercial formal e informal.

Figura 9. População17 segundo a posição no trabalho e sexo

Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007.

Mulher,  94,1%  

Homem,  76,3%  

Homem,  12,9%  
Homem,  6,9%   Homem,  0,3%   Homem,  3,6%  
Mulher,  2,4%   Mulher,  2,6%   Mulher,  0,0%   Mulher,  0,8%  

Assalariados  Comerciantes  e  artesaos  Camponeses   Empresarios   Outras  

Montepuez
17 Com 15 anos ou mais.
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Documentação consultada
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4.2.5 Serviço Distrital de Planeamento e Infraestruturas


Este Serviço é dirigido por um director e tem como funções específicas de entre outras: (a)
elaborar propostas de Plano de Estrutura e de Ordenamento Territorial; (b) promover a
construção de fontes de abastecimento de água potável bem como a gestão dos respectivos
sistemas de abastecimento; (c) assegurar, em colaboração com outras entidades, a
disponibilidade do sistema de fornecimento de energia eléctrica e a promoção do
aproveitamento energético dos recursos hídricos e uso de energias renováveis; (d) assegurar
a reabilitação, manutenção das estradas não classificadas, pontes e outros equipamentos de
travessia; (e) promover a construção, manutenção e reabilitação de infraestruturas e edifícios
públicos, bem como de valas de irrigação, jardins públicos, infraestruturas desportivas e
parques de estacionamento; (f) promover o uso da bicicleta e da tracção animal; (g) elaborar
propostas de gestão ambiental; e (g) garantir a prestação dos serviços públicos tais como
cemitérios, matadouros, mercados e feiras, limpeza e salubridade, iluminação pública, jardins
campos de jogos e parques de diversão.

4.2.5.1 Infraestruturas
Estradas e pontes
O nível de transitabilidade das estradas no Distrito é bom, estando neste momento em
curso obras de melhoramento das estradas Mputo/Ntapata (7km), Posto Administrativo de
Mapupulo, Cruzamento R698/Nacuca (12km) Posto Administrativo de Mirate.
As obras da empresa CMC encontram-se momentaneamente paralisadas por falta de
pagamento das situações de trabalho, as quais já foram remetidas à ANE central, devendo
os trabalhos ser retomados tão logo as situações sejam pagas.
Abastecimento de água
Sub Sector de água rural
O Distrito planificou a construção de 50 furos de água para o ano de 2011, tendo sido
construídos 46.
Abastecimento de água à Cidade e arredores
Durante 2011, o Serviço de água de Montepuez produziu e abasteceu à Cidade e arredores
191.200m³ de água, dos 200.000m³ planificados para o ano de 2011.
Existem 23 fontenários públicos, dos quais 5 operacionais e os restantes inoperacionais,
devido à incapacidade do sistema.
Montepuez

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Documentação consultada
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O Pequeno Sistema de Abastecimento de Água do Posto Administrativo de Mirate sede,


encontra-se paralisado devido à avaria da bomba solar. Decorrem diligências para a sua
aquisição.
Saneamento do Meio e Promoção de Higiene
Em 2011 foram construídas 3.480 latrinas familiares em 20 comunidades e fornecidas 70
lajes nas escolas primárias. As tabelas abaixo mostram as infraestruturas de saneamento
existentes no Distrito:
Posto Administrativo Comité de Latrinas Latrinas Latrinas
água familiares melhoradas escolares
Mapupulo 84 1.509 1.500 8
Mirate 35 4.486 1.200 20
Namanhumbir 10 1.620 800 12
Nairoto 5 965 200 4
Posto Sede 10 7.701 2.000 16
Total 144 16.281 5.700 60
Fonte: Relatório Anual do Governo Distrital, 2011

Higiene e Saneamento Familiar (SANTOLIC) e Escolas com fontes de água


Posto Administrativo Aldeias Escolas Escolas com fontes
despertadas despertadas de água
Mapupulo 9 8 12
Posto Sede 4 8 5
Namanhumbir 5 5 6
Mirate 6 7 6
Nairoto - - 1
Total 24 28 30
Fonte: Relatório Anual do Governo Distrital, 2011

Edificações
Estavam em curso em 2011 as obras de Construção de duas residências de tipo III para
funcionários, uma sala de Sessões com dois gabinetes, instalações da Universidade
Pedagógica – Delegação de Montepuez e consignadas obras para a construção de 3 escolas
primárias completas (Nacate, Massingir e Mararange). Foram construídos e inaugurados
dois centros de saúde de tipo II
Energia Eléctrica
Em 2011, a EDM produziu e emitiu 5.766 MGW/h para um total de 4.449 consumidores,
sendo que 219 novas casas foram electrificadas na Cidade de Montepuez, Sede do Posto de
Namanhumbir e Aldeia Nanhupo. Do total registado, 3.842 são clientes domésticos, 355
instalações para fins comerciais e 9 grandes consumidores. A
capacidade instalada na subestação de Montepuez é de 5000 KVAS. Montepuez

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4.3 Finanças Públicas e Investimento


O financiamento do funcionamento dos Governos Distritais e das funções para eles
descentralizadas é assegurado por via de:
(i) Receitas próprias18que provém da comparticipação das receitas fiscais e consignadas ao
nível Distrital e as correspondentes taxas, licenças e serviços cobrados pelo Governo
Distrital; e
(ii) Transferências ou dotações orçamentais centrais para despesas correntes;
(iii) Transferências ou dotações orçamentais centrais para despesas de investimento (Fundo
de Desenvolvimento Distrital, Fundo de Investimento em Infraestruturas);
(iv) Fundos Sectoriais Descentralizados, nomeadamente dos sectores de águas, estradas,
educação e agricultura;
(v) Donativos provenientes de ONGs, cooperação internacional ou entidades privadas.

O Governo Distrital teve em 2011 a seguinte execução orçamental.

Quadro 24. Execução orçamental (em ‘000 MT)


Rubricas 2011
DESPESA TOTAL 206.015
Despesa corrente 188.037
- Despesas com pessoal 170.803
- Bens e serviços 16.678
- Outros gastos materiais 556
Despesa de Investimento 17.978
- Fundo de desenvolvimento distrital 8.490
- Fundo de investimentos em infraestruturas 9.488
- Fundos sectoriais descentralizados s.i.
Fonte: Ministério das Finanças, Conta Geral do Estado, 2011.

18 Receitas próprias do distrito provenientes de serviços e licenças cobradas fora do território das autarquias locais são: (a) utilização do património
público sob gestão do distrito; (b) ocupação e aproveitamento do domínio público e aproveitamento de bens de utilidade pública; (c) pedidos de uso e
aproveitamento da terra nas áreas cobertas por planos de urbanização; (d) loteamento e execução de obras particulares; (e) realização de infraestruturas
simples; (f) ocupação da via pública por motivo de obras e utilização de edifícios; (g) exercício da actividade de negociante e comércio a título precário;
(h) ocupação e utilização de locais reservados nos mercados e feiras; (i) autorização de venda ambulante nas vias e recintos públicos; (j) aferição e
conferição de pesos, medidas e aparelhos de medição; (k) autorização para o emprego de meios de publicidade destinados a propaganda comercial; (l)
licenças de pesca artesanal marítima e em águas interiores; (m) licenças turísticas nos termos de legislação específica; (n) licenças para a realização de
espectáculos públicos; (o) licenças de caça e abate; (p) licenças e taxas de velocípedes com ou sem motor; (q) estacionamento de veículos em parques ou
outros locais a esse fim destinados; (r) utilização de instalações destinadas ao conforto, comodidade ou recreio público; (s) realização de enterros,
concessão de terrenos e uso de instalações em cemitérios.
Constituem ainda receitas do distrito as taxas e tarifas por prestação dos serviços, nos casos em que os órgãos do distrito tenham sob sua
administração directa, a prestação de serviço público: (a) abastecimento de água; (b) fornecimento de energia eléctrica; (c) utilização de matadouros; (d)
recolha, depósito e tratamento de resíduos sólidos de particulares e instituições; (e) ligação, conservação e tratamento dos esgotos; (f) utilização de infra
estruturas de lazer e gimno-desportivas; (g) utilização de latrinas públicas; (h) transportes urbanos; (i) construção e manutenção deMontepuez
ruas privadas; (j)
limpeza e manutenção de vias privadas; (k) utilização de tanques carracicidas; (l) registos determinados por lei.
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No âmbito do investimento de iniciativa local (vulgo 7 milhões) o Governo Distrital


implementou 118 projectos locais de desenvolvimento em 2011, dos quais 46 para produção
de comida e 72 para geração de emprego e rendimento.

Por outro lado, o número de postos de trabalho criados em 2011 por estes projectos foram
de 541 postos de trabalho fixos ou directos e 711 sazonais ou indirectos.

Em 2010 foram criados 862 postos fixos de trabalho, fruto de 115 projectos aprovados, dos
quais 67 de geração de rendimento e 48 de produção de comida, de entre eles 12 de
associações, em que 2 são de mulheres.

4.4 Justiça, Ordem e Segurança pública


Registos e Notariado

Em 2011 foram praticados 17.927 actos diversos, o que representa um decréscimo de 2%,
quando comparado com os 18.285 actos registados em igual período do ano de 2010.

O decréscimo de actos sujeitos a registo deveu-se, por um lado, à exiguidade de material e à


demora na sua distribuição, caso aliado à demora de aprovação do orçamento e, por outro
lado, ao facto de nos meses de Março, Abril e Junho verificar-se uma menor procura pelos
serviços de Registo, visto que na região a maior parte da população é camponesa. Adiante se
expõem em tabelas os registos por áreas de actividade:

Registo Civil
Indicador Real
2010 2011
Nascimentos 16.289 14.842
Casamentos 33 12
Emancipação 05 01
Óbitos 06 148
Certidões diversas 236 2.811
Cédulas Pessoal 1.527 98
Proc. De Just. Adm. 111 00
Proc.Especiais 25 15
Proc. Judiciais 01 00
Transc. Diversas 01 00
Actos não esp. 01 00
Averbamentos 00 00
Total de actos 18.285 17.924
Fonte: Relatório Anual do Governo Distrital, 2011

Na área de Notariado em 2011 foram realizados 14.182 actos,


Montepuez
contra 1.914 actos planificados, o que representa uma realização de
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Documentação consultada
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741% e um crescimento de 29%, quando comparado com os 9.414 actos registados em


igual período do ano passado.
Notariado
Indicador Real
2010 2011
Reconh.de Assinaturas 4.364 4.758
Conf. Fotocópias 6.377 9.351
Escrituras diversas 32 23
Termos de autent. 163 11
Procurações diversas 45 50
Testamentos 00 00
Total Actos 10.981 14.182
Fonte: Relatório Anual do Governo Distrital, 2011

Foram praticados 38 actos sujeitos às Entidades Legais, contra 84 actos planificados, o que
representa uma realização de 45% e um decréscimo de 50% quando comparado com os 76
actos registados em igual período do ano passado.
Entidades Legais
Indicador Real
2010 2011
Apresentação 37 17
Certidões 36 17
Inscrições 00 00
Comerc. Individual 00 04
Sociedade 03 00
Cancelamento 00 00
Averbamentos 00 00
Total Actos 76 38
Fonte: Relatório Anual do Governo Distrital, 2011

Em termos de registo predial, foram praticados 37 actos sujeitos a Registo Predial, contra 47
actos planificados, o que representa uma realização de 79% e um crescimento de 95%,
quando comparado com os 19 actos registados em igual período do ano passado.
Registo Predial
Indicador Real
2010 2011
Apresentação 06 11
Certidões 06 13
Inscrições Diversas 04 09
Descrições 03 00
Hipotecas 00 04
Cancelamentos 00 00
Averbamentos 00 00
Total actos 19 37
Fonte: Relatório Anual do Governo Distrital, 2011 Montepuez

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Documentação consultada
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Em 2011, a Conservatória do Registo Civil arrecadou e remeteu aos cofres do Estado uma
receita de 402.023,00Mts, o que representa um decréscimo de 4%, quando comparado com
os 420.14800mts de igual período de 2010.

Tribunais Comunitários

Estes órgãos de justiça na base exerceram actividades dentro da normalidade e em


obediência aos critérios que regem tal actividade, a avaliar pela relativa calma registada.

Em 2011, a acção dos mesmos teve maior impacto na comunidade, uma vez que os
diferendos de menor gravidade puderam ser resolvidos por este órgão. No total, o Distrito
possui 109 Tribunais Comunitários distribuídos pelos Postos Administrativos, localidades,
aldeias e bairros, dos quais 2 se encontram paralisados por questões organizacionais.

Criminalidade

Durante o ano de 2011, foram registados 87 delitos comuns, dos quais 69 foram
esclarecidos, tendo 18 ficado por esclarecer, o que representa 79,31% de operatividade
policial em todo o Distrito.

Em conexão com os casos foram detidos 46 cidadãos de ambos os sexos, com idades
compreendidas entre os 16 e 59 anos de idade.

Acidentes de Viação

Durante 2011, foram registados e controlados 25 acidentes de viação, contra 26 de igual


período do ano passado, os quais tiveram como consequências: 19 mortos contra 17
anteriores, 05 Feridos graves contra 11 anteriores, 15 feridos ligeiros contra 11 anteriores,
09 danos materiais avultados nas vias públicas contra 06 anteriores, 11 danos materiais
ligeiros nas viaturas contra 12 anteriores.

No mesmo período foram fiscalizadas 12.094 viaturas e impostos avisos de multa a 645
viaturas, num valor de 904. 375,00 mts, tendo sido cobrado um total de 93.750,00mts.

Brigada de Investigação criminal

Durante 2011, o sector registou e controlou 217 casos, contra 292 casos de 2010, dos quais
105 com arguidos presos e 112 processos normais.

Igualmente durante o período, 189 processos foram remetidos ao Ministério Público, dos

Montepuez

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Documentação consultada
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quais 76 com arguidos presos e 113 normais, contra 128 processos do ano anterior.

Os delitos que caracterizaram o período em destaque foram: Roubos, furtos e ofensas


corporais.

Serviço Distrital de Identificação Civil

No âmbito de processamento de Bilhetes de Identidades, durante 2011 foi processado um


total de 3.824 Bilhetes Biométricos, contra 1.127 do mesmo período do ano anterior, tendo
sido levantados 1.325 Bilhetes, contra 567 no ano anterior.

Comando Distrital de Salvação Pública

Durante 2011, este sector registou 05 casos de incêndio, contra 08 anteriores. O sector
realizou, ainda, 66 inspecções, 57 palestras, formação de 09 trabalhadores contra 15 do ano
passado, 6 casos de prestação de socorros, contra 01 anterior e algumas reuniões de
esclarecimento nos bairros e em empresa públicas e privadas.

Gabinete de Atendimento a Mulher e Criança

Durante 2011, o Gabinete de Atendimento à Mulher e à Criança vítimas de violência


doméstica, registou 52 ofensas corporais; 36 abandonos de família contra 12 anteriores; 15
casos de violação de menores contra 04 anteriores; e 86 lares reconciliados contra 15
anteriores. Dos casos registados, 17 foram transferidos para os tribunais comunitários e 13
foram encaminhados ao Ministério público.

4.5 Constrangimentos e Perspectivas


No geral, de acordo com o Governo Distrital, são os seguintes os principais
constrangimentos observados durante a governação dos últimos anos:
Não alocação de fundos de investimentos para manutenção das vias de acesso;
Falta de fundos de investimento para manutenção dos PS de Água e dos furos nas
aldeias;
Falta de infraestruturas de educação e saúde para a população do distrito;
Insuficiência de salas de aulas com material convencional;
Insuficiência de fundos para responder às necessidades do Distrito;
Insuficiência de sementes melhoradas e outros insumos agrícolas para as culturas do
2º ciclo;
Montepuez

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Documentação consultada
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Escassez e irregularidade de chuvas que afectaram negativamente o


desenvolvimento normal das culturas;
Insuficiência de Forças de Segurança que satisfaçam as várias solicitações das
populações;
Insuficiência de fontes de água para o abastecimento nas zonas rurais
Demora no desembolso dos 20% da exploração florestal e turística
Insuficiência de residências para os funcionários.
Falta de viaturas para a Administração e de motorizadas para locomoção dos Chefes
dos Postos Administrativos; e
Ausência de um programa de construções para atender o crescimento do aparelho
de estado.

Face às restrições orçamentais existentes, tem sido essencial para a prossecução da


actividade do Governo Distrital e para o progresso do distrito, o envolvimento consciente e
participação comunitária, e o apoio do sector privado e de vários organismos internacionais
que operam neste distrito.

No geral, de acordo com o Governo Distrital, as principais perspectivas são:


Continuar com a reabilitação e construção de salas de aulas convencionais;
Angariar mais parceiros para apoiar as actividades de desenvolvimento do Distrito;
Junto do CIAM privilegiar a multiplicação de sementes melhoradas para responder
ao programa de combate à pobreza;
Monitorar o comportamento das chuvas, de acordo com o prognóstico
meteorológico, e intensificar a actividade de extensão junto dos produtores, com
vista à sementeira de culturas de segundo ciclo ou resistentes à seca;
Reforçar as medidas de segurança para neutralizar as quadrilhas de malfeitores;
Proceder à abertura de mais fontes de abastecimento de água nas zonas rurais.
Envidar esforços junto da Direcção Provincial do Turismo, tendo em vista o
desembolso dos 20% da exploração florestal e turística.
Continuar a programar nos PESODs dos anos subsequentes a construção de
residências.

Montepuez

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Documentação consultada
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5 Actividade Económica
5.1 População economicamente activa
De um total em 2012 estimado de 218 mil habitantes, 124 mil estão em idade de trabalho
(mais de 15 anos).

Quadro 25. População segundo a condição de actividade19


Total Homens Mulheres
Total 123,961   59,069   64,892  
Trabalhou 69.8%   73.5%   66.5%  
Não trabalhou, mas tem emprego 1.6%   1.8%   1.4%  
Ajudou familiares 3.5%   3.8%   3.3%  
Procurava novo emprego 0.0%   0.1%   0.0%  
Procurava emprego pela 1ª vez 0.2%   0.3%   0.1%  
População economicamente activa 20 75.2%   79.5%   71.3%  
Doméstico(a) 12.4%   6.7%   17.5%  
Somente estudante 8.2%   9.8%   6.7%  
Reformado(a) 0.3%   0.4%   0.2%  
Incapacitado(a) 2.3%   2.0%   2.6%  
Outra 1.7%   1.6%   1.7%  
População não activa 24.8%   20.5%   28.7%  
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007.

Verifica-se que 75% da população de 15 anos ou mais (93 mil pessoas) constituem a
população economicamente activa (PEA) do distrito. O nível da participação masculina na
PEA é superior à feminina: 80% contra 71%.

A população não economicamente activa (25%) é constituída principalmente por mulheres


domésticas e estudantes a tempo inteiro.

19Referido a situação na semana anterior a realização do Censo 2007.


20Segundo recomendações internacionais, a PEA é a população que participa na actividade económica com 15 anos de idade e mais.
Montepuez
A PEA compreende, pois, as pessoas que trabalham (ocupadas) e as que procuram activamente um trabalho (desocupadas),
incluindo aquelas que o fazem pela primeira vez. A análise da PEA que é apresentada nesta secção seguiu esta recomendação.
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Figura 10. População com 15 anos ou mais, segundo a actividade


Outra  
5%  
Somente  
estudante  
8%  

Domésfco(a)  
12%  

Trabalhou  
75%  

Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007.

A distribuição da população economicamente activa indica que 85% são camponeses por
conta própria, na sua maioria mulheres. A percentagem de trabalhadores assalariados é de
8% da população activa e é dominada por homens (as mulheres assalariadas representam
2% da população activa feminina e 13% no caso dos homens).

Quadro 26. População activa21, ocupação e ramo de actividade, 2007


OCUPAÇÃO PRINCIPAL
RAMOS DE Comerciantes
TOTAL
ACTIVIDADE Assalariados & Trabalhadores Empresário Outras e

Total Técnicos Operários Serviços Artesãos Camponeses Patrão desconhecido

Total 100.0% 7.6% 2.2% 1.0% 4.4% 4.8% 85.2% 0.2% 2.2%

- Homens 100.0% 12.9% 3.2% 1.8% 7.9% 6.9% 76.3% 0.3% 3.6%

- Mulheres 100.0% 2.4% 1.2% 0.3% 0.9% 2.6% 94.1% 0.0% 0.8%
Agricultura,
silvicultura e pesca 100.0% 1.3% 0.0% 0.0% 1.2% 0.0% 98.2% 0.0% 0.5%
Indústria, energia e
construção 100.0% 80.0% 1.2% 1.6% 77.2% 0.1% 0.5% 0.4% 19.0%
Comércio, Transportes
Serviços 100.0% 36.3% 22.2% 10.1% 4.1% 49.6% 0.8% 1.8% 11.4%
[1]  Com  15  anos  ou  mais,  excluindo  os  que  procuram  emprego  pela  
primeira  vez.  
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007.          

Montepuez
21Com 15 anos ou mais, excluindo os que procuram emprego pela primeira vez.
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Figura 11. População activa, segundo a ocupação principal


Assalariados,  
Outras,  2,2%  
Empresarios,   7,6%  
0,2%  
Comerciantes  e  
artesaos,  4,8%  

Camponeses,  
85,2%  

Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007.

A distribuição segundo o ramo de actividade reflecte que a actividade dominante no distrito


é agrária, que ocupa 87% da população activa do distrito. O comércio e outros serviços tem
tido uma importância crescente, ocupando já 10% da população activa do distrito.

Quadro 27. População activa22, ocupação e ramo de actividade, 2007


OCUPAÇÃO PRINCIPAL
RAMOS DE ACTIVIDADE TOTAL Assalariados Comerciantes Trabalhadores Empresário Outras e

Total Técnicos Operários Serviços e Artesãos Camponeses Patrão desconhecido

Total 100.0% 100.0% 100.0% 100.0% 100.0% 100.0% 100.0% 100.0% 100.0%

- Homens 50.1% 84.4% 73.0% 88.0% 89.3% 72.4% 44.9% 88.3% 81.5%

- Mulheres 49.9% 15.6% 27.0% 12.0% 10.7% 27.6% 55.1% 11.7% 18.5%
Agricultura, silvicultura e
pesca 86.6% 14.6% 1.1% 2.4% 24.3% 0.3% 99.9% 0.6% 17.8%
Indústria, energia e
construção 3.8% 39.9% 2.1% 5.9% 66.8% 0.1% 0.0% 7.1% 32.8%
Comércio, Transportes
Serviços 9.6% 45.5% 96.8% 91.7% 8.9% 99.7% 0.1% 92.2% 49.4%

[1]  Com  15  anos  ou  mais,  excluindo  os  que  procuram  emprego  pela  primeira  vez.  
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007.          

Montepuez
22Com 15 anos ou mais, excluindo os que procuram emprego pela primeira vez.
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Figura 12. População activa, segundo o ramo de actividade

Comércio,  
Indústria,   Transportes  
energia  e   Serviços,  9,6%  
construção,  
3,8%  

Agricultura,  
silvicultura  e  
pesca,  86,6%  

Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007.

5.2 Pobreza e Segurança Alimentar


Este distrito apresenta uma redução no Índice de Incidência da Pobreza23 desde um nível de
49% em 1997 para 36% no ano de 200724.
A Segurança alimentar e Nutricional no Distrito está garantida, dada a reserva alimentar que
existe no seio das comunidades. Na busca de medidas preventivas, os técnicos do sector
têm estado a sensibilizar as populações no sentido destes continuarem a garantir a reserva
alimentar, uma vez que em alguns locais continuam a ser vendidos produtos agrícolas
diversos. Igualmente, apesar da garantia que existe, os técnicos do sector têm estado a
sensibilizar as populações no sentido destas diversificarem a dieta alimentar, praticando a
horticultura nas zonas baixas.

5.3 Infraestruturas de base


As acções do sector de estradas estiveram concentradas na manutenção de rotina das
estradas principais. As vias de acesso pelo norte estão em mau estado de conservação.

23O Índice de Incidência da Pobreza (poverty headcount índex) é a proporção da população cujo consumo per capita está abaixo da linha
da pobreza.
24Relatório da Pobreza e Bem-Estar em Moçambique: 3ª Avaliação Nacional - Ministério da Planificação e Desenvolvimento,
Direcção Nacional de Estudos e Análise de Políticas, Outubro de 2010(District Poverty Maps for Mozambique: 1997Montepuez
and
2007Based on consumption adjusted for calorie underreporting).
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Quanto às estradas terciárias, ainda prevalece o problema de falta de fundos para as deixar
transitáveis. O distrito de Montepuez é servido por transporte público rodoviário.

Quadro 28. Rede de estradas


Localização Dimensão Classificação Transitável Reabilitada Tecnologia
(km) (S/N) (S/N) Utilizada
Nairoto-Mirate 45 - sim sim O
Montepuez-Balama 60 EN 242 sim sim O
Montepuez-Meluco 123 - não não -
Montepuez-Metoro 115 EN 242 sim sim M
Montepuez-Nairoto 68 ER 509 sim sim O
Montepuez-Namulo 60 ER 509 sim sim O
Nairoto-Mueda 139 - não não -
Classificação: EN- Estrada Nacional; ER- Estrada Regional secundária, não alcatroada; NC- Não Classificada, estrada rural terciária.
Tecnologia : M- Mecanizada; O- Trabalho Manual.
Fonte: Administração do Distrito

O Serviço de Transportes e Comunicações são de maior procura no Distrito, em particular


na sede do Distrito para as Localidades de Massingir, Mpupene, Nacololo, Unidade e mais.
A nível da cidade há pequenos transportadores, cujos percursos ligam a cidade aos Postos
Administrativos de Mapupulo, Nairoto, Mirate e Namanhumbir, assim como aos Distritos
vizinhos. Diariamente, chegam viaturas de “chapa 100” e poucos autocarros oriundos da
cidade de Pemba e Nampula, respectivamente.

No Distrito, em termos de comunicações, funcionam as Empresas Correios de


Moçambique, TDM e as redes de telefonia móvel da Mcel e Vodacom. A Cidade de
Montepuez beneficia dos serviços da Rádio Comunitária Girimba e do sinal da TVM. Foi
instalado o cabo de fibra óptica pela empresa TDM. Está em curso o processo de cadastro
dos contratos pré pagos das redes móveis que operam no Distrito. Igualmente, está em
curso a instalação da nova rede móvel no Distrito, denominada por Movitel.

Ao nível local funciona a Rádio Comunitária Girimba, com capacidade de captação da


antena Nacional da RM em FM. Os Postos Administrativos beneficiam de rádios de
comunicação HF/VHF.

Em 2011 foram construídos 46 furos de água. Existem 23 fontenários públicos, dos quais 5
operacionais, encontrando-se os restantes inoperacionais devido à incapacidade do sistema.

O Serviço de água de Montepuez produziu e abasteceu a Cidade e arredores com 191.200m³


de água.

A EDM produziu e emitiu 5.766 MGW/h para um total de 4.449 consumidores, em 2011, e
219 novas casas foram electrificadas na Cidade de Montepuez, Sede
Montepuez
do Posto de Namanhumbir e Aldeia Nanhupo. Do total registado,
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3.842 são clientes domésticos, 355 instalações para fins comerciais e 9 grandes
consumidores. A capacidade instalada na subestação de Montepuez é de 5000 KVAS.

Apesar dos esforços realizados, importa reter que o estado geral de conservação e
manutenção das infraestruturas não é suficiente, sendo de realçar a rede de bombas de água
a necessitar de manutenção, bem como a rede de estradas e pontes que, na época das
chuvas, tem problemas de transitabilidade.

5.4 Uso e Cobertura da Terra


A agricultura é a actividade dominante e envolve quase todos os agregados familiares.

Quadro 29. Uso e Cobertura da Terra


Classe Área Ha PCT(%)
Cultivado Sequeiro 35850.57 2.01
Cultivado Irrigado 402.03 0.02
Área Habitacional Semi Urbanizada 108.53 0.01
Área Habitacional Não Urbanizada 3275.85 0.18
Solo Sem Vegetação 11650.24 0.65
Formação Herbácea Inundável 668.31 0.04
Formação Herbácea Inundada 76.02 0.0
Formação Herbácea 97471.35 5.45
Moita (arbustos baixos) 51597.88 2.89
Matagal Médio 106407.49 5.95
Matagal Aberto 317105.55 17.74
Formação Herbácea Arborizada 635632.79 35.56
Floresta de Baixa Altitude Aberta 525731.62 29.41
Margens de Rio 1451.82 0.08
TOTAL 1787429.58 100.00
Fonte: Centro Nacional de Cartografia e Teledetecção (CENACARTA).

A restante informação desta secção25 foi extraída dos resultados do Censo Agropecuário
realizado pelo INE em 2009/10 e tem por objectivo descrever os traços gerais que
caracterizam a base agrícola do distrito.

25Apesar Montepuez
das reservas a colocar na representatividade dos dados ao nível distrital, a sua análise permite observar
tendências e os principais aspectos estruturais.
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Montepuez

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O distrito possui cerca de 31 mil explorações agrícolas com uma área média é de 1.5
hectares, sendo 96% ocupadas com a exploração de culturas alimentares.

Figura 13. Explorações segundo a sua utilização

100,0%  
96,0%  

74,1%  

Total   Com  culturas  alimentares   Com  árvores  de  fruta  

Fonte de dados: Instituto Nacional de Estatística, Censo agropecuário, 2009-2010

Com um grau de exploração familiar dominante, 70% das explorações do distrito têm
menos de 2 hectares.

Figura 14. Explorações por classes de área cultivada


5  a  20  ha   >=  20  ha  
1,7%   0,0%  

<    1  ha  
2  a  5  ha   22,2%  
28,2%  

1  a  2  ha  
47,9%  
Fonte de dados: Instituto Nacional de Estatística, Censo agropecuário, 2009-2010

Na sua maioria os terrenos não estão titulados e, quando


explorados em regime familiar, têm como responsável o homem da Montepuez

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família, apesar de na maioria dos casos ser explorada por mulheres a trabalharem sozinhas
ou com a ajuda das crianças da família. A maioria da terra é explorada em regime de
consociação de culturas alimentares.

5.5 Sector Agrário


5.5.1 Produção agrícola e sistemas de cultivo
A agricultura é a actividade dominante e envolve quase todos os agregados familiares. De
um modo geral, a agricultura é praticada manualmente em pequenas explorações familiares
em regime de consociação de culturas com base em variedades locais.

A produção agrícola é feita predominantemente em condições de sequeiro, nem sempre


bem sucedida, uma vez que o risco de perda das colheitas é alto, dada a baixa capacidade de
armazenamento de humidade no solo durante o período de crescimento das culturas.

Algumas famílias empregam métodos tradicionais de fertilização dos solos como o pousio
das terras, a incorporação no solo de restolhos de plantas, estrume ou cinzas. Para além das
questões climáticas, os principais constrangimentos à produção são as pragas, a seca, a falta
ou insuficiência de sementes e pesticidas.

De uma forma generalizada pode-se dizer que a região é caracterizada pela ocorrência de
três sistemas de produção agrícola dominantes.

O primeiro corresponde à vasta zona planáltica baixa onde domina a consociação das
culturas alimentares, nomeadamente mandioca/milho/feijões nhemba e boer, como
culturas de 1a época (época das chuvas) e a produção de arroz pluvial nos vales dos rios,
dambos e partes inferiores dos declives.

O segundo sistema de produção é dominado pela cultura pura de mapira, ocasionalmente


consociada com milho e feijão nhemba. As culturas de mexoeira e amendoim podem
aparecer em qualquer uma das consociações. A mandioca é a cultura mais importante em
termos de área e é cultivada tanto em cultivo simples, como em cultivo consociado com
feijão ou amendoim.

O algodão corresponde ao terceiro sistema de produção, e constitui a principal cultura de


rendimento da região. Os três sistemas de produção agrícola aqui descritos ocorrem em
regime de sequeiro.

Montepuez

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Somente em 2003, após o período de seca e estiagem que se seguiu e a reabilitação de


algumas infraestruturas, se reiniciou timidamente a exploração agrícola do distrito e a
recuperação dos níveis de produção.

Situação da Campanha Agrícola 2010/2011

Na campanha em análise, o distrito de Montepuez realizou 95% da área total planificada, ao


atingir 129.888 ha (Campanha normal, PAPA Central, Provincial e Segundo Ciclo) e um
decréscimo de 3,2%, quando comparado com a campanha 2009/2010.

A produção global foi de 248.496,9 toneladas de produtos agrícolas diversos, contra as


253.945,6 toneladas registadas na campanha 2009/010 (Campanha normal, PAPA Central,
Provincial e Segundo Ciclo), o que representa um decréscimo na ordem de 2%.

Situação da Campanha Agrícola 2011/2012

Na campanha 2011/2012, a área cultivada foi de 117.236,6ha de culturas alimentares


diversas, dos 121.128ha planificados, o que representa uma realização de 96,8%.

A área semeada registou uma perda de 3026ha, devido a factores como: irregularidade de
chuvas, incidência de pragas (rato do campo, elefantes, macacos e porcos) e abandono da
actividade agrícola por parte de alguns produtores para a actividade mineira.

Com vista à recuperação das perdas apontadas, o Distrito planificou para o 2º ciclo, uma
produção de 17.532 toneladas de culturas diversas em 4.691ha. Da área prevista, foram
preparados e semeados 4.800ha, o que representa um aumento de 2%. Para o efeito, o
SDAE recebeu da DPA 2.979 kg de sementes diversas, dos quais 1.500kg de feijão nhemba,
1.450kg de feijão vulgar e 29kg de hortícolas diversas.

Na campanha agrícola em referência, foram produzidas 238.523,1 toneladas de culturas


alimentares diversas, contra 243.930,2ton do período anterior, o que representa uma
realização de 95,8% e um decréscimo 2,2% quando comparado ao igual período do ano
transacto. O decréscimo registado ficou a dever-se às causas já mencionadas anteriormente,
no ponto onde se aborda a situação fitossanitária da campanha.

O aumento da produção do algodão deveu-se à sensibilização realizada pelo governo


distrital aos camponeses, no sentido destes aderirem à produção desta cultura de
rendimento e o preço promissor estipulado pelas empresas fomentadoras, tendo-se

Montepuez

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verificado um crescimento na ordem de 14,8% comparativamente ao ano transacto, como


ilustra a tabela.

Importa destacar que a cultura de jatropha foi abandonada pela população devido à falta de
mercado para a sua colocação.

Quadro 30. Produção agrícola, por principais culturas: 2010-2012


Campanha 2011/2012
Principais Área (ha) Produção
Culturas Semeada (Toneladas)
Milho 36.421 54.631,50
Arroz 10.826 8.660,80
Mapira 10.907 10.907
Feijões 11.339 12.561
Amendoim 12.317,50 11.085,80
Mandioca 30.726 122.904
Batata-doce 4.310 17.240
Batata-reno 20.125 181,10
Hortícolas 370 351,90
Gergelim 1.068,30 640,98
Algodão 17.140 13.712
Castanha de Caju - 13.712
TOTAL DO DISTRITO 135.444,90 252.886,08
Fonte: SDAE

5.5.2 Pecuária
O fomento pecuário no distrito tem sido fraco. Porém, dada a tradição na criação de gado e
algumas infraestruturas existentes, verificou-se algum crescimento do efectivo pecuário.

Dada a existência de boas áreas de pastagem, há condições para o desenvolvimento da


pecuária, sendo as doenças e a falta de fundos e de serviços de extensão, os principais
obstáculos ao seu desenvolvimento.

Os animais domésticos mais importantes para o consumo familiar são as galinhas, os patos
e os cabritos, enquanto que, para a comercialização, são os bois, os cabritos, os porcos e as
ovelhas.

Ao nível do Distrito a actividade pecuária é assegurada pelos sectores familiares, estatal e


privado, destacando-se o sector privado como responsável pelo abastecimento de carne aos
mercados locais e fora do distrito, com vista ao melhoramento da fonte de proteína.

O Distrito conta, actualmente, com um efectivo de 2.924 bovinos, 1.897 ovinos, 8.324

Montepuez

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caprinos, 5.820 suínos, 823 patos, 56.924 galinhas, 690 galinhas do mato, 876 coelhos, 715
gatos e 800 caprinos. A população bovina teve uma subida de 9,3% em relação a igual
período de 2010.

5.5.3 Pescas, Florestas e Fauna bravia


As árvores são a principal fonte de combustível doméstico, sob a forma de lenha ou carvão,
e todas as comunidades têm a elas acesso fácil. O distrito regista alguns problemas de
erosão.
Existem no distrito mangueiras, papaieiras, laranjeiras, goiabeiras, pereiras e cajueiros, cujos
frutos são consumidos frescos e/ou comercializados localmente. Os maiores obstáculos à
produção de árvores de fruto são a falta ou insuficiência de mudas, a falta de hábitos, a seca
e as pragas.
A fauna bravia do distrito tem um grande potencial para a caça comercial, bem como
turístico. Existem no distrito, elefantes, búfalos, cudos, elandes, hipopótamos, crocodilos,
leões, leopardos, gazelas, impalas, porco-do-mato, javalis, galinhas de mato, macacos e
antílopes.
A fauna bravia constitui um suplemento dietético importante para as famílias e a caça com
este fim é dirigida, principalmente, a pequenas aves, coelhos, porcos-do-mato e gazelas. O
peixe, do rio e mar, faz parte integrante da dieta das famílias locais.

5.6 Indústria, Comércio e Serviços


O parque industrial do Distrito em 2011 contava com 72 Unidades (4 fábricas, 5
carpintarias, 7 serrações e 156 moageiras).

Até finais de 2011, as actividades da empresa Marmonte ainda continuavam paralisadas.


Assim, a empresa conta com apenas 5 trabalhadores para garantir os serviços básicos
(segurança da empresa). Por outro lado, os garimpeiros ilegais continuam a extrair pedras
semi-preciosas no Posto Administrativo de Namanhumbir (aldeias de Nceue e Napula).

Em termos de minerais, Montepuez conta com jazigos de mármore branco e cinzento


(produto bastante apreciado no mercado internacional), para além dos minerais, tais como,
Níquel, Cobre e Ferro, cuja existência já foi confirmada em Xixano (Posto Administrativo
de Nairoto) através da empresa pesquisadora que se encontra no local.

A ocorrência de minerais semi-preciosos, tais como, corundo (Rubi


Montepuez
e Safira), águas marinhas, granada e outros, é uma realidade do
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Distrito, faltando apenas concretizar as quantidades existentes nos jazigos.

Importa salientar que mais de 120 garimpeiros ilegais dedicam-se à extracção de pedras de
construção numa área pertencente à empresa MINEX. O Sector ordenou aos garimpeiros
para abandonarem a zona, tendo, igualmente, orientado para se organizarem em
associações, de modo a permitir que lhes seja concedida uma área para a sua exploração.

Em 2011, o distrito contava com 25 estabelecimentos turísticos, dos quais 13 restaurantes, 7


pensões e 5 casas de hóspedes, com um total de 145 camas, tendo tido 10.069 hόspedes
(326 estrangeiros e 9.733 nacionais) e 84.673 dormidas.

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6 Visão e Estratégia de Desenvolvimento Local


Este capítulo tem como base as conclusões do PEDD - Plano Estratégico de
Desenvolvimento Distrital.

6.1 Visão

“Montepuez, capital agro-industrial e centro do ecoturismo de Cabo Delgado”

6.2 Problemas e Potencialidades

Área Problemas Potencial


• Conflito Homem-Animal; • Recursos florestais de elevado valor
• Fraca fiscalização sobre os recursos comercial;
• naturais; • Vias de acesso atinge todas as aldeias
• Crescente nº de vendedores informais; e locais potenciais de interesse
• Fraca rede de comercialização de produtos comercial;
agrícolas; • Recursos hídricos suficientes;
Económica • Insuficiência de unidades industriais de • Existência de associações e projectos
pequena escala, para o processamento de comunitários;
produtos agrícolas; • Existência de Mármore em grande
• Uso de técnicas rudimentares na prática da quantidade.
agricultura
• Degradação de vias de acesso; • . Existência de uma representação de
• Reduzido nº de fontes de água potável; ECMEP sem capacidade financeira;
Infraestruturas • Fraca cobertura da rede da telefonia móvel/ • Existência de um projecto destinados
fixo. para a reabilitação de estradas
• Degradação de infraestruturas
socioeconómicas.
• Elevado número de analfabetismo; • Existência de escolas de níveis
• Existência de muitos jovens desempregados; Primário, Secundário geral e Técnico
• Existência de casos de doenças, em particular profissional.
Sócio Cultural a diarreia e malária. • Existência de pequenos projectos de
• Insuficiência de Unidades Sanitárias. geração de rendimento (Programas do
INAS);
• Existência de programas educativas
para a saúde.
Governação • Insuficiência do pessoal técnico qualificado • Criação dos Conselhos Consultivos;
específico; • Gestão de recursos descentralizada a
• Degradação dos edifícios públicos; nível Distrital;
• Existência de corrupção de menor dimensão • Existência de uma comissão de
nas Instituições públicas; Reforma do Sector Público;
• Divergências políticas na implementação do • Promoção do empresariado local.
programa quinquenal do Governo. • Implantação da estrutura governativa
até à aldeia.

Montepuez

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• Queimadas descontroladas; • Existência de Comités de controlo das


• Erosão dos solos; queimadas descontroladas;
• Abate indiscriminada das árvores; • Existência de projectos de
Ambiente • Falta de ordenamento das construções reflorestamento;
habitacionais; • Lei de aproveitamento e uso de terra.
• Fecalismo a céu aberto de menor dimensão.

6.3 Estratégia de Desenvolvimento


O Plano estratégico de desenvolvimento do Distrito de Montepuez 2009- 2013 identificou
quatro pilares importantes para suplantar os actuais desafios de alívio a pobreza que atinge a
grande maioria da população do distrito:

• Área económica
• Área sociocultural
• Governação
• Área Municipal

6.3.1 Área económica


Objectivo estratégico: Melhorar o rendimento familiar das populações cobrindo as
necessidades básicas de sobrevivência e a criação de riqueza.

O desenvolvimento sustentável do distrito de Montepuez, só pode se atingir os níveis


desejados através do crescimento dos sectores produtivos, que preconiza no aumento da
produção e produtividade no sector familiar de modo a reduzir as carências alimentares.

Neste contexto, os esforços para os cinco anos serão concentrados na criação de condições
necessárias de modo a atingir um grau de desenvolvimento sustentável que contribua para a
redução significativa da pobreza absoluta em particular para as camadas desfavorecidas,
tendo em conta o impacto das questões transversais sobretudo HIV/SIDA.

Na área económica, serão priorizados os seguintes eixos de intervenção:


• Agro-pecuária
• Pesca artesanal
• Actividades turísticas

Agricultura é uma actividade preponderante do distrito de Montepuez visto que a maioria da


população depende desta actividade para sua sobrevivência e fonte de rendimento. Ao
longo do quinquénio a que se refere este plano estratégico, o
Montepuez
programa deste vector de desenvolvimento vai se orientar no apoio
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Documentação consultada
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aos pequenos produtores familiares, em tecnologias para o aumento de produção e


produtividade agrícola quer através de incentivar o prática e diversificação de culturas
alimentares, quer através do promoção de culturas de rendimento.

O distrito de Montepuez dispõe-se de grandes potencialidades na área do turismo, dada sua


localização e disponibilidade da reserva e parque Nacional das Quirimbas e Aeroporto que
são condições atractivas para o desenvolvimento de actividades turísticas. Portanto propõe
se potenciar este vector com o envolvimento das comunidades locais e incentivar o
empresariado local a tirar maior benefícios resultantes do potencial turístico do distrito.

Uma vez identificados os principais vectores de desenvolvimento económico, eis o conjunto


de objectivos específicos que o distrito se propõe alcançar nos próximos 5 anos:

6.3.2 Área social


Objectivo estratégico: Melhorar a qualidade de prestação de serviços sociais

O desenvolvimento de uma sociedade humana passa necessariamente por definição de


acções para a expansão dos serviços sociais prestados aos cidadãos com qualidade, equidade
de género e equilíbrio regional, dos quais o acesso a Educação, a cuidados primários de
saúde, assistência aos grupos mais desfavorecidos e disponibilização de água potável e
saneamento do meio.

Educação

No quadro da educação, durante os cinco anos, a estratégia global do desenvolvimento vai


priorizar a expansão da rede escolar e garantir a escolarização universal.

A Educação ocupa um lugar de mérito, pois actua directamente na criação e


desenvolvimento das capacidades e habilidades humanas contribuindo de modo decisivo
para o crescimento socioeconómico da população.

Nesta vertente, a base das acções do sector vão priorizar o envolvimento da mulher, pois
ela tem uma particularidade no processo de desenvolvimento, na melhoria de vida de toda a
sociedade, no campo de produção, redução da mortalidade infantil, prevenção de doenças
na família e na comunidade com destaque HIV/SIDA, enfim igualdade de género no
desenvolvimento.

Na área da cultura, constituirão como objectivos específicos, a valorização dos actos


tradicionais locais, promoção da consciência patriótica, dos valores
morais e cívicos. Montepuez

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Para área de Juventude e Desportos, os desafios concentram-se em apoiar as associações


juvenis, espírito criativo de modo a integrar os jovens na vida activa da comunidade,
promoção de desportos nas escolas, sensibilização dos jovens sobre seus valores na
sociedade e no combate ao HIV/SIDA.

Saúde

Uma das principais estratégias do sector de saúde para os próximos cinco anos é a melhoria
da qualidade dos serviços prestados a população, de modo a contribuir para redução dos
impactos negativos das doenças. Para o desenvolvimento sustentável duma sociedade,
constitui prioridade para garantir uma vida saudável da camada produtiva e não só,
salvaguardar o bem – estar para as gerações vindouras.

Neste contexto, os esforços serão concentrados na melhoria das infraestruturas básicas das
Unidades Sanitárias existentes, reforço da capacidade técnica, organização das Unidades
Sanitárias, equipamentos, aumento da capacidade de diagnóstico e tratamento,
abastecimento de água e combate as grandes endemias em particular HIV/SIDA.

Assegurar a assistência e integração Social dos grupos populacionais vulneráveis e


desfavorecidos é uma forma de garantir a sua participação activa no processo de
desenvolvimento, reduzindo assim os índices de extrema pobreza.

6.3.3 Área de governação


Objectivo estratégico: Melhorar o desempenho e a qualidade de prestação dos serviços
públicos às populações, de forma eficiente e eficaz.

A Governação é um dos elementos de extrema importância no processo de


Desenvolvimento Distrital. Boa Governação significa bom funcionamento das Instituições
do Estado, capacidade de aproximar os serviços aos cidadãos, a inclusão de forma
participativa na administração pública e a valorização de instrumentos tradicionais de
resolução de conflitos.

Constituem questões cruciais desta área as seguintes:

• Combate a corrupção;

• Assegurar a eficiência e responsabilidade dos agentes do Governo;

• Boa utilização do património do Estado;

• Garantir o registo e controlo na cobrança de Impostos;


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• Cumprir e garantir o cumprimento das leis vigentes.

É de salientar que para o alcance a médio longo prazo dos objectivos estratégicos definidos
para o pilar de governação, não se deve descurar a atenção especial pelas questões
consideradas transversais, priorizando a capacitação do funcionário público nas diversas
vertentes.

Abordar de forma integrada estes factores é crucial para o sucesso de toda a estratégia de
desenvolvimento do Distrito. A não consideração destes assuntos transversais pode minar
os objectivos do Plano Estratégico de desenvolvimento do Distrito de Montepuez.

6.3.4 Assuntos transversais


Dentro dos objectivos e estratégias de implementação para o desenvolvimento do distrito
destacou se cinco assuntos transversais que merece atenção. Estes pontos por fazem o
leque dos pilar para assegurar o desenvolvimento económico. Deste modo foram
identificados as seguintes áreas:

• Género;

• HIV/SIDA;

• Segurança alimentar;

• Meio ambiente e

• Calamidades.

2.3.1.1. Género

No quadro de boa Governação, é fundamental melhorar o nível de acesso das mulheres aos
serviços públicos bem como a sua participação activa na programação e implementação das
acções para o desenvolvimento distrital, procurando cultivar o equilíbrio de tratamento
entre homens e mulheres no processo de desenvolvimento distrital.

A mulher é um dos principais agentes da luta contra os principais males que afectam a
sociedade tais como a pobreza, a pandemia do HIV/SIDA, daí a necessidade de dar maior
atenção a mulher para reduzir os impactos destes males.

Deve-se realçar que a mulher é o agente mais efectivo para a melhoria do bem-estar
socioeconómico das comunidades, melhorando o seu estatuto, a mulher pode ser o
investimento mais eficiente e efectivo a longo prazo.

2.3.1.2. HIV-SIDA Montepuez

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Documentação consultada
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No que se refere ao HIV/SIDA a situação no distrito e bastante preocupante, é necessário


reduzir o seu impacto no seio da comunidade através de promoção de acções de combate e
mitigação dos impactos deste mal que compromete o desenvolvimento da população não só
de Montepuez, mas do pais no geral. É fundamental duplicar esforços na sensibilização as
comunidades aderir as praticas e medidas preventivas. Assegurar e acompanhamento dos
doentes no tratamento com o anti retroviral.

2.3.1.3. Segurança Alimentar

No âmbito de governação deve garantir a qualidade, diversidade, sustentabilidade das


práticas produtivas e ao respeito das culturas alimentares tradicionais.

Esta componente constitui elemento indispensável a vida das populações para satisfazer as
suas necessidades alimentares e as suas preferências em relação aos alimentos.

A questão de segurança alimentar requer que todas as pessoas tenham acesso físico e
económico de recursos para aquisição de alimentos em quantidades e qualidade suficientes
para autos sustento.

2.3.1.4. Meio Ambiente

Dada a importância de prevenção do meio ambiente e com vista a assegurar um adequado


planeamento de espaço físico e ordenamento territorial ao nível do Distrito, tem se
realizado diversas acções tais como educação e sensibilização das comunidades para
observância das medidas de conservação de higiene e salubridade na cidade, plantio de
árvores de sombra e de frutas não só para protecção de solos contra a erosão e remoção de
resíduos sólidos nos mercados.

Constituem grandes prioridades na área do meio ambiente, para a protecção dos recursos
naturais e seu uso sustentável, saneamento do meio, ordenamento territorial, prevenção da
degradação dos solos, controlo das queimadas descontroladas, através de capacitação
institucional, sensibilização e educação das populações na matéria de gestão e conservação
dos recursos naturais e florestais contribuindo assim, para a prevenção e redução dos efeitos
das calamidades naturais.

2.3.1.5. Gestão das calamidades.

As calamidades tem sido um dos embaraços no processo de implementação das acções de


desenvolvimento. É importante dotar medidas mitigadoras antes e depois da ocorrências de
catástrofes, produzindo plano de contingência e recursos material e
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financeiros para fazer fácil. Sensibilizar a população que se encontra
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em locais vulneráveis a calamidades a se precaver e tomar medidas preventivas.

ÁREA MUNICIPAL

Objectivo Estratégico: Melhorar a qualidade de vida dos Munícipes da vila de Montepuez.

A vila sede do Distrito de Montepuez, foi contemplado desde a criação de Municípios,


como uma vila Municipal. Porquê o desenvolvimento Municipal deve ser visto como algo
estratégico para a crescimento rápido da economia do distrito e melhoria das condições
sociais da população.

A área Municipal do distrito congrega cerca de 37.7% da população total do distrito, apesar
desse número habitantes relativamente expressivo, grande parte da mesma, dependente
economicamente da actividade agro – pecuária, praticadas nas áreas periféricas ou fora da
jurisdição administrativa municipal. Portanto, os limites administrativos não representam
obstáculos ao fluxo de bens e pessoas, antes porém há uma intrínseca dependência, entre a
área urbana e periférica (rural).

Outro aspecto não menos importante é facto da Montepuez, estar dotada de uma rede de
infraestruturas básicas e serviços públicos capazes de impulsionar o desenvolvimento sul,
particularmente o aeroporto, hospital rural, escola pré – universitária, centro de formação de
professores entre tantos outros.

Sendo assim, o potencial de que a vila dispõe pode representar igualmente um eixo que gere
sinergias para o desenvolvimento das restantes regiões do interior do distrito, através de
melhoria dos mecanismos de coordenação e de projectos de investimento, que por sinal
devem representar a mesma visão e objectivo comum.

Neste contexto, durante os cinco anos, os esforços serão concentrados no melhoramento


das infraestruturas de base na vila sede, vias de acesso, saneamento do meio através de
limpezas nas ruas, drenagem e outras acções conducentes ao bem-estar da população e o
desenvolvimento do Distrito no seu todo.

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- Balanço do Plano Económico e Social Durante o Ano de 2010, Governo
Distrital.

- Balanço do Plano Económico e Social Durante o Ano de 2011, Governo


Distrital.

- CENACARTA - http://www.cenacarta.com

- Conta Geral do Estado 2011 e 2010 – Ministério das Finanças, Direcção Nacional
do Orçamento.

- District Poverty Maps for Mozambique: 1997 and 2007 - Based on


consumption adjusted for calorie underreporting - Ministério do Plano e Finanças,
Direcção Nacional de Estudos e Análise de Políticas.

- Estrutura Tipo do Governo Distrital - Decreto nº 6/2006 de 12 de Abril.

- Fichas estatísticas para o perfil distrital – Serviços Distritais

- Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo agropecuário, 2009-2010.

- Instituto Nacional de Estatística, Dados do Recenseamento da População de 2007.

- Lei dos Órgãos Locais, n.º 8/2003 de 27 de Março.

- Ministério da Educação, Estatísticas Escolares.

- Ministério da Saúde, Estatísticas da Saúde.

- Perfil Distrital de 2005, Ministério da Administração Estatal, Direcção Nacional da


Administração Local.

- Plano Estratégico de Desenvolvimento Distrital, Governo Distrital (Plano para


cinco anos)
- Regulamento da Lei dos Órgãos Locais, n.º 8/2003 de 27 de Março.

- Relatório de Balanço das Actividades Desenvolvidas durante o Ano de 2010,


Governo Distrital.

- Relatório de Balanço das Actividades Desenvolvidas durante o Ano de 2011,


Governo Distrital.

- Relatório de Balanço das Actividades Desenvolvidas durante o Ano de 2011,


SDAE

- Relatório de Balanço das Actividades Desenvolvidas durante o Ano de 2011,


SDPI

- Relatório de Balanço das Actividades Desenvolvidas durante o Ano de 2011,


SDSMAS

- Relatório de Balanço das Actividades Desenvolvidas durante o Ano de 2011,


SDEJT

- Relatório sobre Pobreza e Bem-estar em Moçambique: 3ª Avaliação Nacional


(Outubro de 2010), Ministério do Plano e Finanças, Direcção Nacional de Estudos e
Análise de Políticas.

- Revista de Marketing Territorial – Ministério da Administração Estatal, Direcção


Nacional de Promoção do Desenvolvimento Rural.

 
A informação incluída nesta publicação provém de fontes consideradas fiáveis e tem uma natureza
informativa.

Copyright © 2012 Ministério da Administração Estatal

Todos os direitos reservados.

Publicado por

MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO ESTATAL


Direcção Nacional de Administração Local
Maputo - Moçambique
Primeira edição, primeira impressão 2012

Esta publicação está disponível na Internet em http://www.portaldogoverno.gov.mz

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