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A RESCISÃO

Apesar de comumente ser usado em substituição a resolução e a resilição, o


termo rescisão deve ser empregado nas hipóteses em que há ruptura do
contrato em que ocorreu lesão ou estado de perigo. Deve ser verificada, para a
sua caracterização, a existência de “desproporção” ou “desequilíbrio” entre as
prestações de um contrato comutativo, fruto da exploração ou da necessidade
da outra parte contratante no momento da formalização do contrato. Segundo
a doutrina:

A lesão é defeito do negócio jurídico que se configura quando uma pessoa, sob
premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação
manifestamente desproporcional ao valor da prestação assumida pelo outro
contraente (CC, art. 157). [...] a lesão consiste na desproporção ou
desequilíbrio entre a prestação executada ou prometida pela parte e a que deve
receber (que é de menor extensão): desproporção que decorre do estado de
necessidade em que se encontrava, que foi o motivo determinante do negócio e
do qual se aproveitou a contraparte para obter vantagem. (GONÇALVES, Carlos
Roberto. Direito civil brasileiro: contratos e atos unilaterais (e-book), vol. 3, 11.
ed. São Paulo: Saraiva, 2014)

Para a doutrina, a rescisão se aproxima, quanto a seus efeitos, da


anulabilidade, posto que admite o saneamento do vício com a complementação
da prestação em defasagem e apenas pode ser invocada pelo contratante
prejudicado. No entanto, produz efeitos que retroagem à formação do contrato,
tendo em vista o retorno das partes ao estado em que se encontravam, caso
rescindido. Deve ser declarada por sentença judicial, sendo seu efeito retroativo
à data de sua celebração, devendo a parte que recebeu a prestação restituí-la.
Seus efeitos não alcançam os terceiros

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