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Engenharia Sistemas de

Ambiental saneamento
Prof. Paulo Igor Milen Firmino

Introdução Introdução
• O Saneamento tem como objetivo, por meio da adoção • As atividades do Saneamento compreendem:
de várias medidas, garantir às pessoas um ambiente • Coleta e destino final do lixo;
com as condições que proporcionem o seu bem-estar
físico, mental e social, ou seja, a sua saúde. • Drenagem de águas pluviais;

• Controle de insetos e roedores;


• As atividades do Saneamento compreendem: • Controle dos alimentos;
• Abastecimento de água;
• Controle da poluição ambiental.
• Sistemas de esgoto;
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Introdução
• Logo, são necessários profissionais de diversas áreas.

• Saneamento básico:
• Abastecimento de água;
Sistemas de
• Esgotamento sanitário;
saneamento
• Gestão de resíduos sólidos;
Abastecimento e tratamento de água
• Drenagem.
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Sistemas de abastecimento de água Sistemas de abastecimento de água


• Introdução • Introdução
• Os sistemas de abastecimento de água têm como objetivo • Os padrões de potabilidade são limites máximos de
proporcionar o suprimento desse recurso na qualidade e na impurezas físicas, químicas e biológicas que podem estar
quantidade necessárias aos seus diversos usos. presentes na água, sem causar danos à saúde humana.

• A água destinada ao consumo humano não deve conter • O abastecimento de água deve ser feito considerando a
impurezas em níveis superiores aos valores dos padrões de quantidade necessária aos seus diversos usos nos domicílios:
potabilidade, os quais foram fixados, no Brasil, pela Portaria • Ingestão;
nº. 2.914/2011 do Ministério da Saúde.
• Preparação de alimentos;
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Sistemas de abastecimento de água Sistemas de abastecimento de água
• Introdução • Introdução
• O abastecimento de água deve ser feito considerando a • O consumo de água, por habitante, varia em função de vários
quantidade necessária aos seus diversos usos nos domicílios: fatores:
• Lavagem de utensílios; • Hábitos;

• Higiene corporal; • Poder aquisitivo;

• Lavagem de roupas; • Nível de educação sanitária;


• Afastamento de dejetos; • Tipo de cidade;

• Higiene do ambiente. • Características climáticas.

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Sistemas de abastecimento de água Sistemas de abastecimento de água


• Introdução • Introdução
• Nos sistemas públicos, são adotados consumos per capita • No Nordeste do Brasil, têm sido adotados valores menores
médios de água, variáveis em função do porte da cidade. para pequenos aglomerados urbanos (80 L/hab·dia).
Cidades População (hab) Consumo (L/hab·dia)
Povoado rural < 5.000 90 – 140 • O abastecimento de água pode ser individual ou coletivo.
Vila 5.000 – 10.000 100 – 160
Pequena 10.000 – 50.000 110 – 180 • As soluções individuais se aplicam às zonas rurais, mas ainda
Média 50.000 – 250.000 120 – 220 são utilizadas em cidades devido à inexistência de sistemas
Grande > 250.000 150 – 300 coletivos, o que tem resultado em problemas sanitários.
Fonte: Von Sperling (2005)
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Sistemas de abastecimento de água Sistemas de abastecimento de água
• Introdução • Introdução
• A água para consumo humano pode ser obtida de várias • Mananciais subterrâneos (fontes de encostas, poços);
formas:
• Captação da água de chuva (cisternas);

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Sistemas de abastecimento de água Sistemas de abastecimento de água


• Introdução • Introdução
• Mananciais superficiais (rios, riachos, lagos, lagoas, açudes). • Nem sempre a água está disponível nos mananciais com a
qualidade recomendada para o consumo humano, havendo
necessidade de tratamento para torná-la potável.

• As águas de fontes de encostas e de poços profundos estão


menos sujeitas à contaminação do que as de poços rasos e de
mananciais superficiais.

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Sistemas de abastecimento de água Sistemas de abastecimento de água
• Cisternas • Cisternas
• São utilizadas, principalmente, em • Dimensionamento (volume):
zonas rurais, em regiões onde há
V = k∙N∙C∙D
carência de água (regiões semiáridas).
• Onde:
• V = volume da cisterna (L);
• São reservatórios construídos para
• k = coeficiente correspondente às perdas (valor usual = 1,1);
acumular água durante o período de
• N = número de consumidores;
precipitações pluviométricas para
• C = consumo unitário de água (L/consumidor·dia);
utilização na época de estiagem (secas).
• D = tempo de armazenamento de água (dias; valor usual = 240 dias).

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Sistemas de abastecimento de água Sistemas de abastecimento de água


• Cisternas • Cisternas
• Dimensionamento (volume): • Dimensionamento (área de captação):
Consumidor Consumo mínimo (L/consumidor·dia) V
A= A captação de água para as cisternas pode ser feita a
Homem* 14 Cs ∙p partir das coberturas das edificações ou do próprio
Bovino 53 reservatório, ou em área do solo adjacente.
• Onde:
Equino 41
• A = área de captação (m2);
Caprino, ovino ou suíno 6 • V = volume da cisterna (m3);
Ave (galinha) 0,2 • Cs = coeficiente de escoamento superficial;
* Água para beber, cozer alimentos e higiene do corpo, exceto banho. • p = precipitação média anual dos anos mais secos (m).
Fonte: Embrapa/Cpatsa (1984)
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Sistemas de abastecimento de água Sistemas de abastecimento de água
• Cisternas • Cisternas
• Dimensionamento (área de captação): • Alguns cuidados para garantir a qualidade da água acumulada
• O coeficiente de escoamento superficial (Cs) é a relação entre o volume em cisternas:
escoado e o volume precipitado, e depende do tipo de material.
• Não recolher as primeiras águas precipitadas, pois podem conter
Material da área de captação Cs sujeiras das coberturas;
Telha de barro 0,75
• A retirada da água das cisternas deve ser feita usando torneira ou bomba
Argamassa de cimento e areia 0,88 manual;
Asfalto 0,88
• As cisternas devem ser mantidas bem vedadas para evitar o acesso de
Polietileno 0,90
animais e detritos e a incidência da luz solar;
Fonte: Embrapa/Cpatsa (1984)
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Sistemas de abastecimento de água Sistemas de abastecimento de água


• Cisternas • Poços
• As cisternas de forma retangular devem ter os cantos arredondados • Têm sido utilizados para:
internamente para facilitar a limpeza;
• Abastecimento individual (meio rural e áreas urbanas sem sistemas
• Deve-se efetuar a limpeza das cisternas, pelo menos, uma vez por ano. públicos de fornecimento de água);

• Abastecimento coletivo.
• As cisternas também têm sido utilizadas como forma de
armazenar água para: • Podem ser:
• Suprimento das necessidades em grandes edificações; • Rasos (primeiro lençol de água);

• Medida de controle de enchentes urbanas. • Profundos (lençóis de água inferiores).


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Sistemas de abastecimento de água Sistemas de abastecimento de água
• Poços • Poços
• Poço freático: o nível da água fica sob a pressão atmosférica.

• Poço artesiano: o nível da água fica sujeito a uma pressão


superior à atmosférica.

• Poço artesiano jorrante: quando a água jorra acima da


superfície do solo.

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Sistemas de abastecimento de água Sistemas de abastecimento de água


• Poços • Poços
• Rasos: • Profundos:
• Podem ser escavados (cacimbas, cacimbões) ou tubulares (a própria • Geralmente, são tubulares, sendo executados por meio de máquinas
tubulação serve como parede lateral). perfuratrizes, usando diferentes métodos (percussão, rotativo, ar
comprimido).
• Normalmente, são executados por meio da escavação do solo ou por
meio de perfurações manuais. • Geralmente, as águas de poços profundos têm boa qualidade.

• As águas dos poços rasos estão mais sujeitas à contaminação pelas • Contudo, tem sido constatada a contaminação de poços com grandes
sujeiras presentes na superfície do solo ou pela infiltração de efluentes de profundidades, causada por deficiências na execução ou pela existência
fossas. de fraturas nas rochas, o que facilitam o acesso de poluentes.
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Sistemas de abastecimento de água Sistemas de abastecimento de água
• Poços • Poços
• Alguns cuidados para reduzir os riscos de contaminação da • Cobertura adequada do poço, com tampa bem vedada;
água de poços:
• Revestimento impermeável das paredes do poço até, pelo menos, 3
• Localização adequada, em relação à fossa:
metros de profundidade;
• Construção na parte mais elevada do terreno;
• Elevação das paredes a, pelo menos, 20 centímetros acima do solo;
• Afastamento de fossa seca: no mínimo, 15 metros;
• Evitar a retirada da água com baldes e cordas, usando, de preferência,
• Afastamento de sumidouros ou valas de infiltração: mínimo de 20 bomba manual ou a motor.
metros.
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Sistemas de abastecimento de água Sistemas de abastecimento de água


• Poços • Sistemas coletivos
• Realizar a limpeza e desinfecção do poço quando constatada • Compostos por várias unidades,
contaminação. desde a retirada da água do
manancial até a sua distribuição
nas edificações.

• Seu objetivo é tornar a água


potável e distribuí-la à população
na quantidade necessária aos
seus usos.
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Sistemas de abastecimento de água Sistemas de abastecimento de água
• Sistemas coletivos • Sistemas coletivos
• Normalmente, um sistema de abastecimento de água é
composto pelas seguintes unidades:

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Sistemas de abastecimento de água Sistemas de abastecimento de água


• Sistemas coletivos • Sistemas coletivos
• Manancial: • Captação:
• Recurso hídrico de onde é • Retirada da água do manancial, podendo ser feita por tomada direta ou
retirada a água, podendo ser utilizando sistemas de bombeamento.
superficial ou subterrâneo.

• A escolha do manancial
depende da sua localização,
da quantidade e da qualidade
de água disponível, etc.

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Sistemas de abastecimento de água Sistemas de abastecimento de água
• Sistemas coletivos • Sistemas coletivos
• Adução: • Tratamento:
• Transporte da água entre duas unidades do sistema de abastecimento, • Conjunto de processos adotados
através de tubulações ou canais (adutoras). visando à transformar a água
bruta em água potável.

• O tratamento é feito na Estação


de Tratamento de Água (ETA).

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Sistemas de abastecimento de água Sistemas de abastecimento de água


• Sistemas coletivos • Sistemas coletivos
• Reservação: • Reservação:
• Acumulação de água em reservatórios com os objetivos de:
• Compensar as variações de consumo;

• Garantir o abastecimento quando ocorrerem paradas nos sistemas


de captação e adução da água;

• Proporcionar a pressão mínima necessária na rede de distribuição.

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Sistemas de abastecimento de água Sistemas de abastecimento de água
• Sistemas coletivos • Sistemas coletivos
• Rede de distribuição: • Elevação:
• Tubulações dispostas nas vias públicas, para efetuar o fornecimento • Dependendo da topografia do terreno, em alguns sistemas de
da água às edificações. abastecimento, são necessárias estações elevatórias ou de recalque;

• Instalações de bombeamento
destinadas a proporcionar o
transporte da água de pontos
baixos para mais elevados.

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Tratamento de água Tratamento de água


• Unidade do sistema onde a água bruta é transformada • Estações de tratamento de água (ETA)
em água potável. • O tipo de ETA a ser utilizada depende:
• Da qualidade da água do manancial;
• Em sistemas de abastecimento, o tratamento é feito em
• Do número de pessoas a serem abastecidas;
Estações de Tratamento de Água (ETA).
• Dos recursos disponíveis;
• Porém, técnicas simplificadas podem ser adotadas na
• Das facilidades de operação e manutenção.
ausência de sistemas públicos de abastecimento.
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Tratamento de água Tratamento de água
• Estações de tratamento de água (ETA) • Estações de tratamento de água (ETA)
• Os principais processos utilizados em ETA são: • Decantação:
• Sedimentação dos flocos (sólidos da água), pela ação da gravidade, em
• Coagulação (mistura rápida):
unidades chamadas de decantadores.
• Aplicação de coagulantes (ex:. sulfato de alumínio ou cloreto férrico) à
água para a aglutinação de minúsculas partículas sólidas (pequenos
coágulos ou flocos). • Filtração:
• Passagem da água através de uma camada filtrante (leito de material
granular: areia, cascalho, antracito).
• Floculação (mistura lenta):
• Formação dos flocos em câmaras (floculadores) onde a água é
levemente agitada, permitindo a aglutinação das impurezas. • Os filtros podem ser lentos ou rápidos.

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Tratamento de água Águas de boa qualidade

• Estações de tratamento de água (ETA)


• Desinfecção: Cidades pequenas, água
• Adição de substâncias desinfetantes (ex.: compostos de cloro ou bruta com baixa turbidez
ozônio) para eliminar os microrganismos patogênicos.

• Fluoretação:
Filtros rápidos devem ser
• Aplicação de fluoreto de cálcio, fluorsilicato de sódio ou ácido
precedidos de coagulação
fluorsilício para prevenir a cárie dentária.

ETA convencional
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Tratamento de água Tratamento de água
• Estações de tratamento de água (ETA) • SAA Fortaleza – ETA Gavião:
• Nas ETA, pode ser necessária a correção do pH (faixa • Capacidade: 10,5 m³/s;
recomendada: 6,5 a 8,5):
• Tecnologia: filtração direta.
• ↓ pH: ácido clorídrico ou ácido sulfúrico;
Unidades Produtos químicos
• ↑ pH: cal hidratada, hidróxido de sódio ou bicarbonato de sódio.
 Coagulação (mistura rápida)  PAC

• Dependendo da qualidade da água bruta, processos específicos  Filtração  Polieletrólito


(complementares) podem ser necessários para a remoção de  Desinfecção  Cloro gasoso
contaminantes orgânicos e inorgânicos.  Fluoretação  Dióxido de cloro
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Tratamento de água Tratamento de água


• SAA Fortaleza – ETA Gavião: • Métodos simplificados
• Quando não existem sistemas públicos de abastecimento, a
água a ser ingerida deve ser tratada por métodos simplificados
nos domicílios.

• São recomendados:
• Filtração:
• Embora não removam todos os microrganismos, os filtros são
recomendados, pois retêm grande parte das impurezas.

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Tratamento de água Tratamento de água
• Métodos simplificados • Métodos simplificados
• Filtração: • Desinfecção domiciliar:
• Para maior segurança, propõem-se as combinações: filtração + fervura • A desinfecção domiciliar utilizando o cloro pode ser feita por:
ou filtração + desinfecção domiciliar. • Uso de dosadores de hipoclorito (de cálcio ou de sódio);

• Fervura: • Uso de líquidos ou pastilhas contendo cloro;


• Aquecimento da água a 100 °C para a eliminação de microrganismos
• Aplicação de água sanitária com 2% de cloro ativo.
patogênicos (10 a 15 minutos).
• Deve-se sempre promover a mistura completa do desinfetante com a
• Após a fervura, recomenda-se o arejamento da água (absorção de água e esperar um tempo de 15 a 30 minutos (tempo de contato) para
gases para melhorar o seu sabor). que ocorra a sua ação germicida.
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Sistemas de esgoto
• Introdução
• Grande parte da água distribuída nas edificações transforma-se
em esgoto, o qual deve ser coletado e tratado antes de ser
lançado no solo ou em corpos hídricos.

Sistemas de • Numa cidade, existem diversos tipos de esgoto, com suas


saneamento características variando em função dos usos da água:
• Esgotos industriais;
Coleta e tratamento de esgoto • Esgotos hospitalares;
• Esgotos domésticos.
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Sistemas de esgoto Sistemas de esgoto
• Introdução • Introdução
• Os esgotos domésticos, ou sanitários, contêm cerca de 99,9% • Os esgotos domésticos contêm dejetos de origem humana, os
de água e apenas 0,1% de sólidos orgânicos e inorgânicos. quais podem conter microrganismos patogênicos.

• Sua composição varia em função: • Além disso, a matéria orgânica presente nos esgotos, quando
• Das características da cidade; introduzida nos mananciais, provoca o consumo do oxigênio
dissolvido na água, com impactos sobre a vida aquática.
• Do clima;
• Da situação econômica; • Os esgotos industriais, além da matéria orgânica, podem
• Dos hábitos da população. conter substâncias químicas tóxicas.
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Sistemas de esgoto Sistemas de esgoto


• Introdução • Fossas
• Logo, os esgotos precisam ser coletados e ter um destino • Fossa seca:
adequado para: • Utilizada em edificações que não contam com instalações hidráulicas,
sendo os dejetos depositados diretamente na fossa.
• Evitar a transmissão de doenças;

• Minimizar os impactos ambientais. • Os dejetos são acumulados em um buraco escavado no terreno.

• As soluções para o esgoto podem ser: • Em alguns casos, dependendo da resistência do solo, pode ser necessário
• Individuais: meio rural ou áreas de residências esparsas (fossas); revestir a fossa ou parte dela (comumente com anéis de concreto, até a
profundidade em que o solo não ofereça risco de desmoronar).
• Coletivas: cidades (rede coletora + estação de tratamento de esgotos).
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Sistemas de esgoto Sistemas de esgoto
• Fossas • Fossas
• Fossa seca: • Fossa seca:
• A profundidade depende das condições de • É recomendável a instalação de tubo de ventilação (saída dos gases).
escavação do solo e do nível do lençol freático.
• Deve ser executada em locais não sujeitos a inundações e afastadas, no
• Recomenda-se um afastamento mínimo de mínimo, 15 metros de poços e de outras coleções de água.
1,50 m entre o fundo da fossa e o nível
máximo do lençol freático. • Em caso da ocorrência de maus odores ou da proliferação de insetos,
recomenda-se despejar cal, cinza, querosene ou óleo queimado na fossa.
• 1 m3 de volume: dejetos de uma família com 5
pessoas, durante 1 ano. • Não se deve jogar água na fossa.
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Sistemas de esgoto Sistemas de esgoto


• Fossas • Fossas
• Fossa seca: • Fossa seca:
• Quando houver dificuldades de escavação do • Outra alternativa é a fossa seca de
solo, ou nos casos em que o lençol freático for fermentação, em que são executados dois
elevado, o depósito de dejetos deve ser depósitos para dejetos, de uso alternado.
construído sobre o terreno (fossa seca
estanque). • O material do depósito, tendo sido
fermentado durante muito tempo, pode ser
• O depósito deve dispor de abertura para retirada utilizado como adubo orgânico.
do material acumulado, o qual deve ser
enterrado em local adequado.
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Sistemas de esgoto Sistemas de esgoto
• Fossas • Fossas
• Fossa séptica: • Fossa séptica:
• Utilizada quando os dejetos são transportados por via hídrica, ou seja, • O tanque séptico consta de um compartimento onde ocorre a decantação
pelas instalações sanitárias das edificações. dos dejetos (lodo) e a sua digestão anaeróbia (decanto-digestor), cuja
eficiência de remoção de DBO varia de 30 a 55%.
• Na realidade, o sistema é composto de duas unidades: o tanque séptico e
uma unidade de disposição do seu efluente. • Pode ter forma cilíndrica ou prismática e ser constituído de câmara única
ou de câmaras em série.
• O projeto, a construção e a operação desses sistemas são disciplinados
pelas normas NBR 7.229/1993 e NBR 13.969/1997 da Associação • Deve ser executado com material impermeável, não devendo ocorrer
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). infiltração de líquido no solo.
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Sistemas de esgoto Sistemas de esgoto


• Fossas • Fossas
• Fossa séptica: • Fossa séptica:
• Quatro alternativas podem ser • O sumidouro e as valas de infiltração constituem unidades de absorção
utilizadas para a disposição do do efluente do tanque séptico no solo.
efluente de uma fossa séptica:
• Sumidouro; • O filtro anaeróbio e as valas de filtração são unidades de tratamento,
devendo os seus efluentes ser lançados em um corpo receptor.
• Valas de infiltração;

• Filtro anaeróbio; • O sumidouro deve ser construído com material permeável (anéis de
concreto com furos, alvenaria de tijolos comuns com juntas livres
• Valas de filtração. alternadas, ou alvenaria de tijolos furados).
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Sistemas de esgoto Sistemas de esgoto
• Fossas • Fossas
• Fossa séptica: • Fossa séptica:
• As valas de infiltração são usadas quando não se podem atingir grandes • Os tanques sépticos devem situar-se a uma distância horizontal mínima
profundidades. de 15,0 m de poços freáticos e de corpos de água de qualquer natureza.

• Consta de tubos porosos ou com furos, assentados em valas escavadas • Sumidouros e valas de infiltração devem observar um afastamento
no terreno, com profundidade de 0,60 a 1,00 m, envoltas em brita nº 3, mínimo de 20,0 m de qualquer fonte de abastecimento de água e de
através dos quais o efluente da fossa séptica infiltra-se no solo. poços.

• Deve ser observado um afastamento mínimo de 1,50 m entre o fundo do • O filtro anaeróbio (fluxo ascendente) é uma unidade de tratamento
sumidouro ou das valas de infiltração e o nível máximo do lençol freático. biológico, onde o esgoto passa por uma camada de brita graúda (nº 4).
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Sistemas de esgoto Sistemas de esgoto


• Fossas • Fossas
• Fossa séptica: • Fossa séptica – Dimensionamento (NBR 7.229/1993):
• Nas valas de filtração, o efluente de uma fossa séptica é tratado, por
V = 1000 + N C∙T + K∙Lf
processo biológico, ao percolar por um leito de areia grossa.
• Onde: V = volume útil (L);
• Ocupam áreas grandes, se comparadas com o filtro anaeróbio, mas • Onde: N = número de pessoas ou unidades de contribuição;
ambos oferecem eficiências semelhantes de remoção de DBO. • Onde: C = contribuição de despejos (L/pessoa·dia ou L/unidade·dia);
Tabelas

• Onde: T = período de detenção (dias);


• As fossas devem ser usadas em edificações com contribuições não • Onde: K = taxa de acumulação de lodo digerido (dias);
elevadas de esgoto, adotando-se medidas para seu bom funcionamento
• Onde: Lf = contribuição de lodo fresco (L/pessoa·dia ou L/unidade·dia).
e, logo, para minimizar os seus impactos ambientais.
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Sistemas de esgoto Sistemas de esgoto
• Fossas • Fossas
• Fossa séptica – Dimensionamento (NBR 7.229/1993): • Fossa séptica – Dimensionamento (NBR 7.229/1993):
Prédio Unidade C Lf Prédio Unidade C Lf
1. Ocupantes permanentes 2. Ocupantes temporários
Residência: Fábricas Pessoa 70 0,3
- Padrão alto Pessoa 160 1 Escritórios e edifícios comerciais Pessoa 50 0,2
- Padrão médio Pessoa 130 1 Escolas (externatos) Pessoa 50 0,2
- Padrão baixo Pessoa 100 1 Bares Pessoa 6 0,1
Hotel Pessoa 100 1 Restaurantes Refeição 25 0,1
Alojamento provisório Pessoa 80 1 Cinemas e teatros Lugar 2 0,02
Sanitários públicos Bacia sanitária 480 4,0
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Sistemas de esgoto Sistemas de esgoto


• Fossas • Fossas
• Fossa séptica – Dimensionamento (NBR 7.229/1993): • Fossa séptica – Dimensionamento (NBR 7.229/1993):
Contribuição diária (L) Tempo de detenção (dias) Intervalo entre K por faixa de temperatura (t), em °C
≤ 1.500 1,00 limpezas (anos) t ≤ 10 10 < t ≤ 20 t > 20
1.501-3.000 0,92 1 94 65 57
3.001-4.500 0,83 2 134 105 97
4.501-6.000 0,75 3 174 145 137
6.001-7.500 0,67 4 214 185 177
7.501-9.000 0,58 5 254 225 217
> 9.000 0,50

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Sistemas de esgoto Sistemas de esgoto
• Fossas • Fossas
• Fossa séptica – Dimensionamento (NBR 7.229/1993): • Fossa séptica – Dimensionamento (NBR 7.229/1993):
Volume útil Profundidade útil Profundidade útil
(m3) mínima (m) máxima (m)
<6 1,20 2,20
6-10 1,50 2,50
> 10 1,80 2,80

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Sistemas de esgoto Sistemas de esgoto


• Sistemas coletivos • Sistemas coletivos
• É composto por:
• Rede coletora (tubulações dispostas nas vias públicas):
• Coletores secundários;

• Coletores principais (coletores-tronco);

• Interceptor.

• Estação de tratamento de esgoto (ETE);

• Lançamento final em um corpo receptor.

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Sistemas de esgoto Sistemas de esgoto
• Sistemas coletivos • Sistemas coletivos
• O acesso à rede, para fins de manutenção e limpeza, é feito por
poços de visita.

• Dependendo das profundidades que os coletores alcancem,


pode ser necessária a instalação de estações elevatórias para
recalcar o esgoto para níveis mais elevados.

• Nos sistemas coletivos, é importante a escolha do corpo


receptor para o efluente das estações de tratamento.
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Sistemas de esgoto Sistemas de esgoto


• Sistemas coletivos • Sistemas coletivos
• Portanto, devem ser
considerados:
• A capacidade do corpo receptor
de autodepurar a carga
poluidora remanescente;

• Os usos da água a jusante do


local de lançamento do efluente
da ETE.

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Tratamento de esgoto Tratamento de esgoto
• São vários os processos de tratamento, os quais são • Os processos de tratamento de esgoto podem ser
utilizados em função: agrupados nos seguintes níveis:
• Da composição do esgoto; • Preliminar:
• Remoção de sólidos em suspensão grosseiros (grades);
• Das características que se desejam para o efluente da ETE, as • Remoção de areia (desarenador);
quais dependem: • Remoção de gordura (caixas de gordura) e óleo (caixas de óleo).
• Da capacidade do corpo receptor de receber carga poluidora;
• Primário:
• Dos usos da água a jusante do local de lançamento. • Remoção de sólidos em suspensão (decantadores ou flotadores).

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Tratamento de esgoto Tratamento de esgoto

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Tratamento de esgoto Tratamento de esgoto
• Primário avançado: • Normalmente, utiliza-se até o nível de tratamento
• Remoção acelerada de sólidos em suspensão pela adição de reagentes secundário, sendo o terciário usado em casos especiais,
químicos ou através de filtração.
quando se deseja um efluente de qualidade melhor.
• Secundário:
• Remoção da matéria orgânica (tratamento biológico).
• O gradeamento e a remoção de areia têm a finalidade
• Terciário: de proteger as tubulações, válvulas, bombas e outros
• Remoção de nutrientes, metais pesados, compostos não biodegradáveis, equipamentos das ETE e das estações elevatórias.
microrganismos patogênicos, sólidos inorgânicos dissolvidos, sólidos em
suspensão remanescentes.
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Tratamento de esgoto Tratamento de esgoto


• Lagoas de estabilização • Lagoas de estabilização
• Processo de tratamento • O lodo presente no esgoto deposita-se no fundo da lagoa,
de esgoto que aproveita sendo decomposto por bactérias anaeróbias.
fenômenos naturais, sen-
do indicado para regiões • As lagoas facultativas têm profundidades pequenas, entre 1,0
de clima tropical. e 2,0 m, o que garante a penetração dos raios solares.

• Na lagoa facultativa, há • O uso de uma lagoa facultativa limita-se a pequenas vazões,


predominância de decom- pois, caso contrário, a demanda de área seria exagerada.
posição aeróbia.
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Tratamento de esgoto Tratamento de esgoto
• Lagoas de estabilização • Lagoas de estabilização
• Sistemas com somente uma lagoa facultativa também • Um dos inconvenientes desse tipo de lagoa são os maus odores
promovem baixas remoções de microrganismos patogênicos. que podem resultar da decomposição anaeróbia.

• As lagoas anaeróbias são reservatórios mais profundos (2,0 a


4,0 m), predominando o processo de decomposição anaeróbia.

• Elas ocupam áreas menores do que as lagoas facultativas, mas


têm menor eficiência na remoção de DBO.

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Tratamento de esgoto Tratamento de esgoto


• Lagoas de estabilização • Lagoas de estabilização
• Pode-se utilizar uma lagoa anaeróbia seguida de uma
facultativa, implicando em menores dimensões para a segunda
unidade, já que parte da carga orgânica é removida na primeira.

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Tratamento de esgoto Tratamento de esgoto
• Lagoas de estabilização • Lagoas de estabilização
• Porém, esse sistema nem sempre resulta na remoção • Algumas estações de tratamento contam com várias lagoas de
necessária, principalmente, de microrganismos patogênicos. maturação, dispostas em série após a lagoa facultativa.

• Para se obter uma elevada remoção de patógenos, devem-se


adicionar lagoas de maturação ao sistema de tratamento.

• Essas lagoas são, predominantemente, aeróbias, com


profundidades menores (0,8 a 1,2 m).

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Tratamento de esgoto Tratamento de esgoto


• Lagoas de estabilização • Lagoas de estabilização
• Quando se deseja reduzir a área da lagoa, introduz-se oxigênio
no sistema por meio de aeradores superficiais ou difusores.

• Têm-se, então, as lagoas aeradas, as quais:


• Ocupam áreas menores;

• Possuem um menor período de detenção do esgoto;

• Apresentam como desvantagem o consumo de energia elétrica.

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Tratamento de esgoto Tratamento de esgoto
• Lagoas de estabilização • Lagoas de estabilização
• O lodo que sai no efluente das lagoas aeradas precisa ser retido • Lagoas de alta taxa:
antes do lançamento no corpo receptor. • Projetadas para maximizar a
produção de algas;

• A lagoa de sedimentação de lodo (ou de decantação) tem por


• Têm profundidades reduzidas
objetivo a retenção e a digestão do lodo efluente. (inferiores a 0,80 m);

• Elevada remoção de patógenos


e de nutrientes.

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Tratamento de esgoto Tratamento de esgoto


• Lagoas de estabilização • Lodo ativado
• Lagoas de polimento: • O sistema convencional é composto por decantador primário,
• São semelhantes às lagoas de maturação; tanque de aeração e decantador secundário.
• São usadas, geralmente, após reatores UASB, para aumentar a remoção
de matéria orgânica e microrganismos patogênicos.

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Tratamento de esgoto Tratamento de esgoto
• Lodo ativado • Lodo ativado
• No tanque de aeração, o oxigênio, utilizado pelas bactérias
aeróbias, é fornecido por meio de aeradores ou difusores de ar.

• O lodo ativado é o floco produzido pelo crescimento de


bactérias ou outros microrganismos, na presença de oxigênio.

• Parte do lodo do decantador secundário é retornada ao tanque


de aeração.

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Tratamento de esgoto Tratamento de esgoto


• Lodo ativado • Lodo ativado
• Nos sistemas convencionais de lodo ativado (LAC), o esgoto • No LAAP, não há decantador primário nem unidade de digestão
permanece por cerca de 6 a 8 horas no tanque de aeração, e o do lodo.
lodo fica de 4 a 10 dias no sistema.

• Nos sistemas de lodo ativado com aeração prolongada


(LAAP), o tempo de detenção do esgoto no tanque de aeração
é bem maior (16-24 h), e o lodo permanece no sistema por um
período de 20 a 30 dias.

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Tratamento de esgoto Tratamento de esgoto
• Lodo ativado • Filtro biológico percolador
• A remoção de DBO, no LAAP, é superior ao do processo • Consta de um meio filtrante composto de pedras, brita,
convencional. cascalho, plástico, ou de outro material grosseiro, por onde o
esgoto percola de cima para baixo.
• Sua desvantagem é um maior consumo de energia no
funcionamento dos aeradores. • Na superfície do material filtrante, forma-se uma película de
microrganismos (biofilmes), a qual é responsável pela
decomposição da matéria orgânica do esgoto.

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Tratamento de esgoto Tratamento de esgoto


• Filtro biológico percolador • Filtro biológico percolador
• O ar circula nos espaços existentes entre o material filtrante, de
forma natural ou por meios artificiais (aeração forçada).

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Tratamento de esgoto Tratamento de esgoto
• Filtro biológico percolador • Reator anaeróbio de manta de lodo
• Em algumas estações, o efluente do decantador secundário é • Também denominado de
recirculado (FBP de alta carga). reator anaeróbio de fluxo
ascendente (RAFA) ou
reator UASB (upflow
anaerobic sludge blanket).

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Tratamento de esgoto Tratamento de esgoto


• Reator anaeróbio de manta de lodo • Reator anaeróbio de manta de lodo
• A biomassa (manta de lodo) cresce
dispersa no meio, formando pequenos
grânulos, correspondente à aglutinação de
diversas espécies microbianas.

• O fluxo do líquido é ascendente, e, como


resultado da decomposição anaeróbia da
matéria orgânica, são formados gases
(principalmente CH4 e CO2).
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Tratamento de esgoto Tratamento de esgoto
• Reator anaeróbio de manta de lodo • Reator anaeróbio de manta de lodo
• Acima da área onde fica a manta de lodo, são colocados
dispositivos que possibilitam a separação de gases e a
sedimentação dos sólidos (biomassa).

• O reator UASB pode ser utilizado de forma isolada (remoção


de DBO de 70%) ou seguido de pós-tratamento, objetivando o
aumento da eficiência global do sistema.

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Tratamento de esgoto
• Desinfecção
• Tem por objetivo a remoção de microrganismos patogênicos
presentes em esgotos tratados.
Processos naturais Processos artificiais
 Cloração Sistemas de
 Lagoas de maturação
 Disposição controlada no
 Ozonização saneamento
 Radiação ultravioleta
solo Gestão de resíduos sólidos
 Filtração por membranas

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Gestão de resíduos sólidos Gestão de resíduos sólidos
• Características dos resíduos sólidos • Características dos resíduos sólidos
• Como resultado das atividades humanas, são produzidos
De acordo com a NBR 10.004/2004, resíduos sólidos são
resíduos sólidos e semissólidos, os quais são dispostos no
resíduos nos estados sólidos e semissólidos, que resultam de
ambiente, resultando em problemas, como:
atividades da comunidade, de origem industrial, doméstica,
• Aspecto estético desagradável (desfiguração da paisagem); hospitalar, comercial, de serviços, de varrição ou agrícola.
• Produção de maus odores;
• Incluem-se lodos de ETA e ETE, resíduos gerados em sistemas
• Proliferação de insetos e roedores; de controle da poluição e líquidos que não podem ser lançados
na rede pública de esgotos, em função de suas particularidades.
• Poluição do solo, da água e do ar.
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Gestão de resíduos sólidos Gestão de resíduos sólidos


• Características dos resíduos sólidos • Características dos resíduos sólidos
• São vários os tipos de resíduos sólidos: • São vários os tipos de resíduos sólidos:
• Domiciliar: contém grande quantidade de matéria orgânica (~50%), • De serviços de saúde: proveniente hospitais, laboratórios, necrotérios,
papéis, plásticos, vidros, latas, embalagens, material de varredura, etc. funerárias, farmácias, etc. Pode conter material patogênico, produtos
químicos e radioativos, material perfurocortante, etc.
• Comercial: constituído, principalmente, por embalagens, papel, papelão,
plástico, além de restos de alimentos e outros detritos orgânicos, • Público: proveniente da varrição, capinação e raspagem de vias públicas,
provenientes de bares, restaurantes, hotéis, etc. caracterizado por folhas, capins, papéis, embalagens e areia.

• Industrial: de composição variável, dependendo do tipo de indústria, • De feiras e mercados: com predominância de matéria orgânica
podendo conter produtos químicos tóxicos. putrescível (frutas, palhas, restos de alimentos, folhas, etc.).
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Gestão de resíduos sólidos Gestão de resíduos sólidos
• Características dos resíduos sólidos • Características dos resíduos sólidos
• São vários os tipos de resíduos sólidos: • Além da matéria orgânica, que, geralmente, representa cerca
• Agrícola: proveniente das atividades agropecuárias, composto por folhas, de 50% dos resíduos, predominam papel, papelão, plásticos,
matéria orgânica, dejetos de animais, embalagens de agrotóxicos, etc. material metálico e vidro.

• Especial: restos de podações, animais mortos de grande porte, resíduos


da construção civil, móveis velhos, etc. • A matéria orgânica pode ser transformada em composto
(adubo orgânico), enquanto papel/papelão, metais, plástico e
• A composição do lixo varia em função das características do vidro podem ser reciclados.
lugar, dos hábitos e do poder aquisitivo da população.
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Gestão de resíduos sólidos Gestão de resíduos sólidos


• Atividades de gestão de resíduos sólidos • Atividades de gestão de resíduos sólidos
• As atividades de gestão de resíduos sólidos compreendem:
• Acondicionamento dos resíduos;
• Limpeza de logradouros públicos;
• Coleta e transporte dos resíduos;
• Tratamento e/ou destino final dos resíduos.

• Um bom sistema de gestão deve ter como prioridades a


redução, o aproveitamento e o tratamento de resíduos,
destinando-se os rejeitos para um aterro sanitário.
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Gestão de resíduos sólidos Gestão de resíduos sólidos
• Atividades de gestão de resíduos sólidos • Atividades de gestão de resíduos sólidos
• Acondicionamento • Acondicionamento
• Depende das características e da produção dos resíduos: • Depende das características e da produção dos resíduos:
• Vasilhame padrão: depósitos metálicos, de plástico ou PVC, estanques, • Caçambas estacionárias: grandes depósitos, com capacidade de até 7,0
leves, com tampa e alças, e capacidade de até 100 litros. m³, usados em mercados, shopping centers, feiras, indústrias, etc. São
intercambiáveis, havendo necessidade de caminhões com
• Sacos plásticos: com capacidade para 20, 30, 40, 60 ou 100 litros. poliguindastes para a sua remoção.

• Contêineres: depósitos com capacidade de 1,0 a 1,5 m³ e que podem ser • Depósitos para locais públicos: pequenos vasilhames destinados a
basculáveis nos caminhões compactadores de coleta. receber o “lixo miúdo” (invólucros, cigarros, papéis, etc.).

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Gestão de resíduos sólidos Gestão de resíduos sólidos


• Atividades de gestão de resíduos sólidos
• Limpeza de logradouros públicos
• São realizadas as seguintes atividades:
• Varrição:
• Manual: os garis utilizam vassouras e pás e coletam os resíduos em
carrinhos (lutocar);

• Mecanizada: uso de varredeiras, as quais são indicadas para vias com


pavimentação asfáltica ou similar.

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Gestão de resíduos sólidos Gestão de resíduos sólidos
• Atividades de gestão de resíduos sólidos • Atividades de gestão de resíduos sólidos
• Limpeza de logradouros públicos • Limpeza de logradouros públicos
• Capinação: • Raspagem:
• Remoção da vegetação que cresce nas ruas e outros locais públicos; • Remoção da areia que se acumula nas sarjetas;

• Manual: enxadas e pás; • Atividade realizada, geralmente, em conjunto com a capinação.

• Mecânica: capinadeiras; • A limpeza de uma cidade compreende, também, a realização de alguns


serviços complementares:
• Química: herbicidas. • Limpeza de mercados e feiras, e praias;

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Gestão de resíduos sólidos Gestão de resíduos sólidos


• Atividades de gestão de resíduos sólidos • Atividades de gestão de resíduos sólidos
• Limpeza de logradouros públicos • Coleta e transporte dos resíduos
• Lavagem de vias públicas; • A coleta dos resíduos deve ser planejada, considerando alguns aspectos:
• Raspagem e remoção de materiais de alagamentos; • Traçado das vias públicas e sentidos de tráfego;

• Desobstrução de bocas de lobo e de galerias de águas pluviais; • Quantidade estimada de lixo produzido;
• Coleta de restos de podações; • Características dos resíduos;
• Remoção de resíduos da construção civil;
• Peso específico dos resíduos;
• Limpeza de monumentos e de outros equipamentos urbanos;
• Topografia;
• Remoção de animais mortos de grande porte.
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Gestão de resíduos sólidos Gestão de resíduos sólidos
• Atividades de gestão de resíduos sólidos • Atividades de gestão de resíduos sólidos
• Coleta e transporte dos resíduos • Coleta e transporte dos resíduos
• Local de saída dos veículos de coleta; • Frequência:
• Diariamente: áreas comerciais, de interesse turístico ou de grande
• Local de disposição final dos resíduos;
produção de resíduos
• Velocidade estimada para os veículos de coleta;
• Dias alternados: nos bairros residenciais.
• Tipos de veículos coletores (capacidades);

• Localização de grandes produtores de lixo. • Semanal: deve haver um acondicionamento adequado.

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Gestão de resíduos sólidos Gestão de resíduos sólidos


• Atividades de gestão de resíduos sólidos • Atividades de gestão de resíduos sólidos
• Coleta e transporte dos resíduos
• O transporte dos resíduos sólidos é feito em veículos apropriados:
• Reboque puxado por trator;

• Caminhão basculante convencional;


• Caminhão tipo “baú” ou “Prefeitura”;

• Caminhão com compactador;

• Caminhão com poliguindaste.

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Gestão de resíduos sólidos Gestão de resíduos sólidos
• Atividades de gestão de resíduos sólidos • Atividades de gestão de resíduos sólidos
• Coleta e transporte dos resíduos • Coleta e transporte dos resíduos
• A escolha dos tipos de coletores depende de vários fatores: • Em grandes cidades, são utilizadas estações de transferência ou estações
• Características e quantidade dos resíduos; de transbordo, onde é feita a passagem dos resíduos dos veículos
coletores para grandes carretas, as quais transportam o lixo para os locais
• Custos dos equipamentos, de operação e manutenção; de destinação final distantes das áreas de coleta.
• Recursos disponíveis;
• Assim, evita-se que os veículos coletores gastem muito tempo
• Largura das vias e tipo de pavimentação; transportando os resíduos, obtendo-se economia nas fases de coleta e
transporte.
• Condições de tráfego.

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Gestão de resíduos sólidos Gestão de resíduos sólidos


• Atividades de gestão de resíduos sólidos • Atividades de gestão de resíduos sólidos
• Tratamento e/ou destinação final dos resíduos sólidos • Tratamento e/ou destinação final dos resíduos sólidos
• A disposição dos resíduos sólidos a céu aberto (lixões) não constitui • Reciclagem de materiais:
solução sanitária, apresentando muitos inconvenientes: • Retirada e aproveitamento de
• Desfiguração da paisagem e desvalorização de áreas; vários materiais que se encontram
no lixo, como papel, plástico,
• Maus odores;
vidro e material metálico.
• Proliferação de insetos e roedores transmissores de doenças;
• A triagem desse material é feita
• Presença de catadores;
por catação manual em esteiras.
• Poluição do solo, da água e do ar.
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Gestão de resíduos sólidos Gestão de resíduos sólidos
• Atividades de gestão de resíduos sólidos • Atividades de gestão de resíduos sólidos
• Tratamento e/ou destinação final dos resíduos sólidos
• Assim, há diminuição da utilização dos recursos naturais e da poluição
ambiental, e aumento da vida útil dos aterros sanitários.

• A triagem para a reciclagem pode ser feita já nas fases de


acondicionamento e coleta dos resíduos (coleta seletiva).

• A coleta seletiva consta da separação dos resíduos nas suas fontes


produtoras.

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Gestão de resíduos sólidos Gestão de resíduos sólidos


• Atividades de gestão de resíduos sólidos • Atividades de gestão de resíduos sólidos
• Tratamento e/ou destinação final dos resíduos sólidos • Tratamento e/ou destinação final dos resíduos sólidos
• Compostagem: • Compostagem:
• É um processo biológico pelo qual a matéria orgânica presente no lixo • A compostagem é precedida da triagem dos resíduos:
é convertida em adubo orgânico (composto) por ação de • Aproveitáveis: reciclagem;
microrganismos aeróbios, que é influenciada pela:
• Não aproveitáveis: aterros sanitários;
• Relação carbono/nitrogênio (C/N, idealmente 30/1);
• Matéria orgânica: compostagem.
• Aeração (fornecimento de oxigênio);
• Pode ser feita em usina, com instalações que aceleram o processo, ou
• Umidade. ocorrer em sistemas de decomposição natural.
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Gestão de resíduos sólidos Gestão de resíduos sólidos
• Atividades de gestão de resíduos sólidos • Atividades de gestão de resíduos sólidos
• Tratamento e/ou destinação final dos resíduos sólidos • Tratamento e/ou destinação final dos resíduos sólidos
• Compostagem: • Compostagem:

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Gestão de resíduos sólidos Gestão de resíduos sólidos


• Atividades de gestão de resíduos sólidos • Atividades de gestão de resíduos sólidos
• Tratamento e/ou destinação final dos resíduos sólidos • Tratamento e/ou destinação final dos resíduos sólidos
• Incineração: • Incineração:
• A queima dos resíduos sólidos é um processo que proporciona grande • Um dos problemas é o risco de poluição do ar pelos gases resultantes
redução nos resíduos (até 20 % do peso). da combustão (necessidade de tratamento).

• A combustão ocorre a temperaturas superiores a 1.000 °C. • É indicada para o destino final de resíduos contaminados (ex.: de
unidades de saúde) ou quando a produção do lixo é muito alta e há
• As cinzas e escórias resultantes da queima do lixo devem ser removidas pouca disponibilidade de áreas para a execução de aterros sanitários.
para local adequado, como um aterro sanitário.

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Gestão de resíduos sólidos Gestão de resíduos sólidos
• Atividades de gestão de resíduos sólidos • Atividades de gestão de resíduos sólidos
• Tratamento e/ou destinação final dos resíduos sólidos • Tratamento e/ou destinação final dos resíduos sólidos
• Aterro sanitário: • Aterro sanitário:
• É um método de disposição de resíduos sólidos no solo, acompanhada • Compactação dos resíduos;
de medidas objetivando evitar ou minimizar os impactos ambientais.
• Cobertura diária dos resíduos compactados com solo;
• Um aterro sanitário é executado por meio das seguintes atividades: • Coleta e tratamento do lixiviado;
• Preparação do terreno (abertura de valas e impermeabilização); • Coleta dos gases;
• Disposição dos resíduos; • Cobertura final com solo ou outro material impermeável.

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Gestão de resíduos sólidos Gestão de resíduos sólidos


• Atividades de gestão de resíduos sólidos • Atividades de gestão de resíduos sólidos
• Tratamento e/ou destinação final dos resíduos sólidos • Tratamento e/ou destinação final dos resíduos sólidos
• Aterro sanitário:
• Critérios de escolha de local para execução de aterro sanitário:
• Afastamento adequado das áreas urbanas;

• Distância satisfatória de recursos hídricos superficiais;

• Afastamento do lençol freático;

• Disponibilidade de material de cobertura;

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Gestão de resíduos sólidos Gestão de resíduos sólidos
• Atividades de gestão de resíduos sólidos • Atividades de gestão de resíduos sólidos
• Tratamento e/ou destinação final dos resíduos sólidos • Tratamento e/ou destinação final dos resíduos sólidos
• Aterro sanitário: • Aterro sanitário:
• Distância não muito grande das áreas de coleta; • O aproveitamento do local deve ocorrer depois de um período de, pelo
menos, dois anos após o término da operação do aterro.
• Facilidades de acesso (sistema viário);
• Riscos mínimos de impactos ambientais negativos. • O local do aterro sanitário deve ser isolado por uma faixa de terra com
vegetação de grande porte e contornado por cerca.
• A área de um aterro sanitário pode ser aproveitada após a sua
conclusão (ex.: parques, áreas de lazer, praças esportivas).

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Sistemas de drenagem
• Introdução
• A drenagem de águas pluviais é um problema que tem se
agravado nas cidades devido ao tipo de ocupação:
• Desmatamento e impermeabilização do solo: aumento do escoamento
superficial;
Sistemas de
• Aterramento e assoreamento de reservatórios e cursos de água:
saneamento redução da capacidade de escoamento ou de acumulação da água.
Drenagem de águas pluviais
• Esses fatores em conjunto: inundações nas cidades.

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40
Sistemas de drenagem Sistemas de drenagem
• Introdução • Introdução
• Os sistemas de drenagem têm por objetivo garantir o
adequado escoamento das águas pluviais.

• A drenagem deve ser vista dentro de um enfoque global, que


considere o sistema hídrico de uma bacia ou sub-bacia
hidrográfica como um todo.

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Sistemas de drenagem Sistemas de drenagem


• Macrodrenagem • Macrodrenagem
• A ocupação do solo nas cidades deve ser feita considerando os • Destinação de áreas de infiltração dentro dos lotes;
seguintes aspectos: • Utilização de pavimentos permeáveis nas vias públicas e pátios.
• Proteção dos caminhos naturais das águas;

• Não ocupação das áreas de amortecimento de cheias;

• Disciplinamento do uso e da ocupação de encostas;

• Disciplinamento do uso e da ocupação das planícies de inundações;

• Preservação nas margens de recursos hídricos;

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41
Sistemas de drenagem Sistemas de drenagem
• Microdrenagem • Microdrenagem
• Os sistemas de microdrenagem são constituídos de
dispositivos de captação e de escoamento das águas pluviais:
• Sarjetas: limites entre os pavimentos e os passeios das vias públicas, que
funcionam como canais triangulares a céu aberto, por onde circulam as
águas de chuva.

• Bocas de lobo: estruturas de captação das águas que escoam pela


superfície, dispostas em diversos pontos das sarjetas, proporcionando o
seu encaminhamento às galerias.

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Sistemas de drenagem Sistemas de drenagem


• Microdrenagem • Microdrenagem
• Poços de visita: possibilitam o acesso às canalizações, para efeito de
limpeza e inspeção.

• Caixas de ligação: utilizadas para permitir o acesso da água às galerias a


partir de bocas de lobo intermediárias ou para evitar a chegada de mais de
quatro tubulações em um poço de visita.

• Galerias de águas pluviais: tubulações coletoras das águas pluviais,


captadas nas bocas de lobo, que as transportam para canais, cursos de
água, lagoas, mar, etc.
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42
Sistemas de drenagem
• Microdrenagem

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Sistemas de drenagem Sistemas de drenagem


• Sistemas complementares • Sistemas complementares
• Garantir a retenção e infiltração das águas pluviais, sendo • Execução de superfícies de infiltração, valas de infiltração, bacias de
destinados para as galerias somente os excessos: percolação, poços de infiltração;

• Sistemas de infiltração: • Aumento de áreas verdes públicas (parques, jardins, praças e similares);
• Telhados verdes (jardins nos telhados das edificações);
• Uso de pavimentos porosos (estacionamentos e vias públicas).
• Drenos para infiltração da água captada nos telhados das edificações;
• Passeios das vias públicas com trechos permeáveis e com vegetação;
• Pavimentação permeável (estacionamento, pátios e vias internas);
• Execução de canteiros centrais permeáveis e com vegetação.
• Adoção de índices de permeabilidade ou de cobertura vegetal nos lotes;
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Sistemas de drenagem
• Sistemas complementares
• Sistemas de retenção:
• Armazenamento de águas de chuva (cisternas) nos lotes;

• Bacias de retenção (reservatórios abertos dimensionados para


manterem uma lâmina permanente de água);

• Bacias de detenção (reservatórios abertos para acumular a água durante


e após as chuvas, permanecendo secas durante os períodos de
estiagem);

• Reservatórios sob leitos de vias e logradouros públicos.


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Sistemas de drenagem
• Sistemas complementares

Avaliação de impactos
ambientais

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Introdução Introdução
• As alterações das características dos meios físico,
biótico e antrópico, as quais podem ser benéficas ou
adversas, causadas pelas atividades humanas são
denominadas de impactos ambientais.

• Embora impacto ambiental seja sempre referido a uma


ação humana, também pode resultar de fenômenos
naturais.
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Introdução Introdução
• É necessário que esses impactos sejam identificados e • Propor medidas mitigadoras para os impactos negativos,
avaliados, antes das atividades, para que sejam promovendo o aumento de seus benefícios.
adotadas medidas para minimizá-los ou evitá-los.
• Embora a Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº.
6.938/1981) tenha definido a avaliação de impactos
• O estudo de impacto ambiental (EIA) tem por objetivo: ambientais como um dos seus instrumentos de
• Identificar e avaliar as consequências de uma atividade implantação, somente por meio da Resolução nº.
humana (plano, política, projeto, construção, etc.) sobre os 001/1986 do CONAMA, foram estabelecidos os
meios físico, biótico e antrópico;
procedimentos para elaboração de EIA.
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Introdução Introdução
• Os impactos podem ser classificados quanto ao(à): • Ao EIA cabe identificar, classificar, interpretar e prever
Tipo Positivo (benéfico) ou negativo (adverso) a magnitude dos impactos que podem resultar de um
determinado empreendimento, por meio de uma
Modo Direto ou indireto
sistemática estabelecida pelos órgãos de controle
Magnitude De pequena, média ou grande intensidade
ambiental.
Duração Temporário, permanente ou cíclico
Alcance Local, regional, nacional ou global
Efeito Imediato, de médio ou de longo prazo
Reversibilidade Reversível ou irreversível
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Empreendimentos sujeitos a EIA Empreendimentos sujeitos a EIA


• A Constituição do Brasil estabelece que estão sujeitas a • Portos e aeroportos;
estudo prévio de impacto ambiental as obras ou • Linhas de transmissão de energia elétrica, acima de 230 KV;
atividades potencialmente causadoras de
significativa degradação do meio ambiente. • Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos;

• Extração de combustível fóssil e de minério;


• A Resolução nº. 001/86, do Conama, estabelece que • Aterros sanitários;
dependerá de elaboração de EIA atividades, como:
• Complexo e unidades industriais; etc.
• Estradas e ferrovias;
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Empreendimentos sujeitos a EIA Empreendimentos sujeitos a EIA
• Porém, é impossível elaborar uma lista completa com
todas as atividades para as quais deve ser exigido EIA.

• Assim, os órgãos estaduais e, em caráter supletivo, o


órgão federal de controle ambiental poderão exigir a
realização de EIA para atividades causadoras de
impactos que não constam na legislação.

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Empreendimentos sujeitos a EIA Componentes de um EIA


• Nem sempre é fácil fazer essa • Na execução de um EIA, é necessário:
avaliação, sendo importante I. Desenvolver um completo entendimento e uma clara
que o órgão público conte definição da ação proposta;
com a colaboração de profis-
II. Obter um completo entendimento do meio ambiente
sionais da comunidade. afetado;

III. Prever a implantação da ação proposta naquele local e


determinar os possíveis impactos nas características
ambientais, quantificando-os sempre que possível.
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Componentes de um EIA Componentes de um EIA
IV. Apresentar os resultados do estudo para que a análise das II. Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas,
prováveis consequências ambientais da ação proposta possa por meio da identificação, previsão de magnitude e interpretação da
importância dos prováveis impactos relevantes;
ser usada no processo de decisão.
III. Definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos;
• Resolução nº. 001/86:
IV. Elaboração de programa de acompanhamento e monitoramento dos
• O EIA deve ser realizado por equipe multidisciplinar
impactos positivos e negativos.
habilitada, desenvolvendo, no mínimo, as seguintes atividades:
I. Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto, com
completa descrição e análise dos recursos ambientais e suas
interações;
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Relatório de impacto ambiental (RIMA) Relatório de impacto ambiental (RIMA)


• Documento que apresenta os resultados dos estudos • Como se destina à comunidade, deve ser elaborado em
técnicos e científicos de avaliação de impacto linguagem acessível, ilustrado por mapas, cartas,
ambiental. quadros e gráficos.

• Deve esclarecer todos os elementos da proposta em • Assim, é possível entender, claramente, as prováveis
estudo para que possam ser divulgados e apreciados consequências ambientais do projeto e suas
pelos grupos sociais interessados e por todas as alternativas, comparando as vantagens e
instituições na tomada de decisão. desvantagens de cada uma delas.
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Relatório de impacto ambiental (RIMA) Relatório de impacto ambiental (RIMA)
• Resolução nº. 001/86: • Resolução nº. 001/86:
• O RIMA deve conter, no mínimo: V. A caracterização da qualidade ambiental futura da área de influência;
I. Os objetivos e justificativas do projeto;
VI. A descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras previstas
II. A descrição do projeto e suas alternativas tecnológicas e locacionais; em relação aos impactos negativos;

III. A síntese dos resultados dos estudos de diagnósticos ambientais da VII. Os programas de acompanhamento e monitoramento dos impactos;
área de influência do projeto;
VIII. Recomendações quanto à alternativa mais favorável (conclusões e
IV. A descrição dos prováveis impactos ambientais da implantação e comentários de ordem geral).
operação da atividade;
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Métodos de avaliação de impactos Métodos de avaliação de impactos


• Os principais métodos são: • Cada método apresenta suas vantagens e
• Métodos ad hoc; desvantagens, não havendo um que proporcione uma
• Listagens de controle; completa avaliação dos impactos ambientais.

• Matrizes de interação;
• Redes de interação; • É necessário que o método seja complementado com
uma descrição detalhada dos impactos sobre os meios
• Superposição de cartas; físico, biológico e antrópico.
• Modelos de simulação.
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Métodos de avaliação de impactos Métodos de avaliação de impactos
• Método ad hoc • Listagens de controle
• Consiste de reuniões de um grupo de especialistas, com • Apresentam uma relação dos impactos mais relevantes de um
formações variadas, escolhidos de acordo com o tipo de projeto empreendimento, podendo associá-los às características
a ser analisado, os quais realizam a avaliação, numa abordagem ambientais afetadas e às ações que os provocam.
inicial, dos principais impactos do empreendimento.
• Podem constar de uma simples relação de impactos, como
• Pode ser considerado como um método indicado para uma também atribuir valores a eles para indicar sua magnitude ou,
análise prévia dos impactos prováveis de um projeto, sendo ainda, fazer uma comparação entre diversas alternativas.
útil na definição da melhor alternativa a ser adotada.

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Métodos de avaliação de impactos Métodos de avaliação de impactos


• Listagens de controle • Matrizes de interação
• Permitem associar as ações de um empreendimento às
Impacto
Constr.
Planej.

Oper.

Impactos (Projeto de Integração do Rio São Francisco com características ambientais de sua área de influência, usando
as Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional)
uma listagem bidimensional:
Introdução de tensões e riscos sociais durante a construção x x - • Em um dos eixos, são relacionadas as características do ambiente e, no
Ruptura de relações sociocomunitárias durante a fase de obra x - outro, as ações do projeto, em suas diversas fases.
Possibilidade de interferências com populações indígenas x x -
• Na quadrícula de interseção dos dois eixos, são assinalados os impactos
Risco de acidentes com a população x - ambientais e sua avaliação.
Aumento das emissões de poeira x -
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Métodos de avaliação de impactos Métodos de avaliação de impactos
Matriz de impacto de um

• Matrizes de interação
• A primeira matriz foi proposta por Leopold et al. (1971):
• São utilizados dois atributos para os impactos: magnitude e importância;
aterro sanitário

• Adotam-se valores numéricos para os impactos: 10 a 1;

• Indica-se se o impacto é positivo ou negativo.

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Métodos de avaliação de impactos Métodos de avaliação de impactos

Impactos ambientais de
• Redes de interação
• É possível relacionar uma sequência de impactos a partir de

projeto de irrigação
determinada ação.

• São utilizados diagramas, gráficos ou fluxogramas, mostrando


os impactos diretos e indiretos.

• É indicado para ser utilizado em RIMA, devido a simplicidade e


clareza como mostra a sequência de impactos.

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Métodos de avaliação de impactos Métodos de avaliação de impactos
• Superposição de cartas • Superposição de cartas
• Elaboração de vários mapas de uma mesma área, cada um
destacando um aspecto ambiental.

• Podem-se identificar as áreas de maior valor ambiental, nas


quais os impactos são mais significativos.

• Utilizada no planejamento territorial, na realização de


diagnósticos ambientais e na definição de locais adequados
para implantação de determinados empreendimentos.
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Métodos de avaliação de impactos Métodos de avaliação de impactos


• Modelos de simulação • Modelos de simulação
• Os modelos matemáticos são utilizados para simular o
comportamento de determinado sistema ambiental após a
ocorrência de uma ou mais modificações.

• Pode apresentar bons resultados para a previsão em


determinadas situações específicas (ex.: autodepuração de um
recurso hídrico e a dispersão de poluentes atmosféricos).

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Plano básico ambiental (PBA) Plano básico ambiental (PBA)
• Apresenta, de forma detalhada, as medidas de controle • Porém, muitos órgãos de controle têm exigido o PBA
e os programas ambientais propostos no EIA. como requisito para autorizar o início das obras de
grande porte (para emissão da Licença de Instalação).
• Geralmente, o PBA tem sido apresentado após a
aprovação do EIA (emissão da Licença Prévia). • Exemplos de programas em um PBA:
• Programa de Recuperação de Áreas Degradadas;
• Não consta, na legislação vigente, como exigência para • Programa de Monitoramento da Qualidade da Água;
o licenciamento ambiental.
• Programa de Educação Ambiental.
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Licenciamento ambiental Licenciamento ambiental


• Resolução nº. 237/1997 do CONAMA: • Resolução nº. 237/1997 do CONAMA:
• Procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental • Licença de Instalação: autoriza a instalação do empreendimento ou
competente licencia a localização, a instalação e a operação atividade de acordo com as especificações constantes dos planos,
programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle
de empreendimentos e atividades. ambiental e demais condicionantes.

• O licenciamento deve ocorrer com a emissão de três licenças: • Licença de Operação: autoriza a operação da atividade, após a
• Licença Prévia: concedida na fase preliminar do planejamento, verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças
aprovando a sua localização e concepção, atestando a viabilidade anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes
ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a determinados para a operação.
serem atendidos nas próximas fases de sua implantação.

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Licenciamento ambiental Licenciamento ambiental
Empreendedor Órgão de controle ambiental Empreendedor Órgão de controle ambiental
 Solicita a LP para o  Emite termo de referência para  Implanta o empreendimento;  Confere as instalações do
empreendimento. elaboração do EIA/RIMA.  Solicita a LO. empreendimento;
 Providencia a elaboração do  Promove audiência pública para  Emite a LO.
EIA/RIMA. discussão do EIA/RIMA;  Inicia a operação do
 Analisa e aprova o EIA/RIMA; empreendimento.
 Emite a LP.
 Detalha os programas ambientais  Analisa e aprova o PBA;
propostos no EIA/RIMA, que  Emite a LI.
constituem o PBA;
 Solicita a LI.

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Introdução
• A gestão ambiental compreende um conjunto de ações
que envolvem políticas públicas, o setor produtivo e a
sociedade para incentivar o uso racional e sustentável
dos recursos ambientais.

Gestão ambiental • Portanto, é um processo que liga as questões da


conservação e do desenvolvimento em todos os níveis.

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Introdução Introdução
• São atividades de gestão ambiental: • São atividades de gestão ambiental:
• Caracterização e valoração ambiental; • Gestão de bacias hidrográficas;

• Estudos de impacto ambiental; • Gestão de resíduos;

• Licenciamento ambiental; • Gestão ambiental em empresas;

• Análises de riscos; • Legislação ambiental;

• Manejo de recursos ambientais; • Educação ambiental.

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Desenvolvimento e conservação Desenvolvimento e conservação


• Conservação: utilização de um recurso para obter um • O conceito de desenvolvimento sustentável tem três
bom rendimento, garantindo sua renovação. vertentes principais:
• Crescimento econômico;
• Os planos de desenvolvimento dedicavam muita ênfase
aos aspectos socioeconômicos. • Equidade social;

• Com o agravamento dos problemas ambientais, • Equilíbrio ecológico.


percebeu-se a importância da manutenção do equilíbrio
ecológico, buscando o desenvolvimento sustentável.
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Planejamento territorial e conservação Planejamento territorial e conservação
• O uso e a ocupação de uma área devem considerar os • Conservação dos recursos para as gerações futuras.
condicionantes do meio (físico, biológico e antrópico)
com base num planejamento ambiental global que • O planejamento pode ser feito em níveis nacional,
observe as inter-relações entre os sistemas naturais. regional, estadual ou municipal.

• O planejamento deve conduzir ao manejo adequado • Porém, às vezes, as características de uma área
dos recursos ambientais: estendem-se por mais de um município ou estado,
• Desenvolvimento social e econômico da população; havendo necessidade de um planejamento amplo.
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Planejamento territorial e conservação Planejamento territorial e conservação


• Gestão de bacias hidrográficas • Gestão de bacias hidrográficas
• Bacia hidrográfica: área geográfica que drena suas águas para • Deve-se considerar a bacia hidrográfica como um todo, em
um determinado recurso hídrico. que as características ambientais sejam os fatores limitantes
do processo de ocupação.
• É uma área com limites definidos, composta por:
• Recursos hídricos; • A gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e
• Solo; contar com a participação do Poder Público, dos usuários e das
• Vegetação,
comunidades, por intermédio dos Comitês de Bacias
Hidrográficas.
• Meio construído (antrópico).

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Planejamento territorial e conservação Planejamento territorial e conservação
• Gestão de bacias hidrográficas • Gestão de bacias hidrográficas
• No manejo de bacias hidrográficas, é imprescindível a • Topografia;
realização de um diagnóstico ambiental completo, o qual deve • Hidrologia.
caracterizar os meios físico, biótico e antrópico. • Meio biótico:
• Ecossistemas terrestres, aquáticos e de transição;
• Meio físico: • Flora (cobertura vegetal, áreas degradadas);
• Condições climáticas;
• Fauna (espécies em extinção).
• Características geológicas;
• Meio antrópico:
• Tipos de solo;
• Dados demográficos;
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Planejamento territorial e conservação Planejamento territorial e conservação


• Gestão de bacias hidrográficas • Gestão de bacias hidrográficas
• Usos do solo e da água; • Qualidade ambiental existente:
• Infraestrutura urbana existente; • Identificação das principais fontes poluidoras;
• Indicadores sociais e econômicos; • Estimativa das cargas poluidoras;
• Organização social; • Qualidade da água dos recursos hídricos.
• Aspectos culturais;
• Áreas de valor histórico-cultural; • Com base no diagnóstico ambiental, são propostas as medidas
de manejo da bacia hidrográfica:
• Informações arqueológicas;
• Aspectos políticos e institucionais. • Macrozoneamento da bacia hidrográfica;
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Planejamento territorial e conservação Planejamento territorial e conservação
• Gestão de bacias hidrográficas • Planejamento urbano
• Proteção de áreas especiais; • Conjunto de ações visando a atender as necessidades e a
resolver os problemas de uma cidade, de forma a proporcionar
• Faixas de proteção às margens de recursos hídricos;
uma melhor qualidade de vida para a sua população.
• Definição de usos múltiplos e enquadramento dos recursos hídricos;

• Programa de controle da poluição;


• Um dos instrumentos do planejamento urbano é o Plano
Diretor, e, de acordo com a legislação vigente, a política de
• Plano diretor de drenagem; desenvolvimento urbano deve ser executada pelo Poder
Público Municipal.
• Controle do parcelamento do solo.

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Planejamento territorial e conservação Planejamento territorial e conservação


• Planejamento urbano • Planejamento urbano
• O Plano Diretor deve conter as diretrizes e padrões de • O Plano Diretor compõe-se de várias leis básicas:
organização do espaço urbano, do desenvolvimento • De disciplinamento dos usos do solo (zoneamento);
socioeconômico e do sistema político-administrativo.
• De parcelamento do solo urbano;

• A elaboração de um Plano Diretor deve ser feita a partir de um • Do sistema viário;


Podem contribuir de forma
completo levantamento de dados e diagnóstico ambiental, significativa para a melhoria
• Código de obras;
incluindo os meios físico, biótico e socioeconômico da cidade. da qualidade do ambiente,
• Código de posturas. e, consequentemente, para
o bem-estar da população.
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Planejamento territorial e conservação Planejamento territorial e conservação
Exemplo de zoneamento
• Unidades de conservação
• São áreas que devem ser protegidas por legislação especial
devido as suas características ambientais.

• Foram definidos dois tipos de unidades de conservação:


• Unidades de Proteção Integral:
• Objetivo: preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto
dos seus recursos naturais;
• Unidades: Estação Ecológica, Reserva Biológica, Parque Nacional,
Monumento Natural e Refúgio de Vida Silvestre.
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Planejamento territorial e conservação Agenda 21


• Unidades de conservação • Documento elaborado pelas Nações Unidas,
• Unidades de Uso Sustentável: estabelecendo um projeto de ação global visando ao
• Objetivo: compatibilizar a conservação da natureza com o uso desenvolvimento sustentável.
sustentável de parcela dos seus recursos naturais;
• Unidades: Área de Proteção Ambiental, Área de Relevante Interesse
Ecológico, Floresta Nacional, Reserva Extrativista, Reserva de Fauna,
Reserva de Desenvolvimento Sustentável, Reserva Particular do • Foi adotado por chefes de Estado de 179 países
Patrimônio Natural. participantes da Conferência das Nações Unidas sobre
o Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio
de Janeiro, em junho de 1992.
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Agenda 21 Gestão ambiental nas empresas
• O objetivo maior a ser alcançado com as ações • Constitui a forma como uma organização administra as
propostas nos 40 Capítulos da Agenda 21 é: relações entre as suas atividades e o meio ambiente e
faz parte da gestão pela qualidade total.
Reverter os estados de pobreza e de degradação ambiental,
proporcionando à população maior acesso aos recursos que
ela necessita para viver de modo sustentável. • Para promover o desenvolvimento econômico consi-
derando os aspectos ambientais, surgiram as normas
ISO 14000, com o objetivo de garantir organizações que
façam uso de uma efetiva gestão ambiental.
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Gestão ambiental nas empresas Gestão ambiental nas empresas


• A ISO série 14000 constitui um conjunto de normas • Conservação dos recursos naturais;
para a implementação, pelas empresas, de um Sistema
de Gestão Ambiental (SGA). • Destinação adequada dos resíduos;

• Uso racional da energia;


• Com a implementação dessas normas, haverá uma
melhor relação entre os processos produtivos e o
• Controle da poluição ambiental.
meio ambiente, obtendo-se:
• Produtos e processos mais limpos;
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