UNIVERSIDADE POTIGUAR

ALUNO(A): TALITA EVA FERNANDES DA COSTA

CURSO: LETRAS – LÍNGUA PORTUGUESA, 3NA

Luís de Camões escreveu sua Epopeia constituída de 10 cantos, cada um

composto por oitavas, com uma estrutura rítmica em abababcc sendo versos
decassílabos.

Canto I

[…]
Por mares nunca de antes navegados
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;
[…]

O trecho do canto I representa a força e o ato heroico dos navegadores que

saem em busca das novas terras. Demonstra o esforço que se sobrepõe ao medo e
a vontade de chegar ao “Novo Reino”, compreendido como as Índias, que é onde
Vasco da Gama almejava chegar.

Canto III

[…]
Põe tu, Ninfa, em efeito meu desejo,
Como merece a gente Lusitana;
Que veja e saiba o mundo que do Tejo
O licor de Aganipe corre e mana.
Deixa as flores de Pindo, que já vejo
Banhar-me Apolo na água soberana;
Senão direi que tens algum receio
Que se escureça o teu querido Orfeio.
[…]

Camões usa de mitologias para compor sua Epopeia, utiliza-se de deuses,

ninfas e nomes como Apolo, Orfeio (Orfeu) entre outros, mostrando características
da Literatura Classicista. No Renascimento, o gênero épico seguia o modelo greco-
romano, onde mostrava grandes feitos heroicos e personagens da mitologia pagã.

Canto V

[…]
Já a vista, pouco e pouco, se desterra
Daqueles pátrios montes, que ficavam;
Ficava o caro Tejo e a fresca serra
De Sintra, e nela os olhos se alongavam;
Ficava-nos também na amada terra
O coração, que as mágoas lá deixavam;
E, já depois que toda se escondeu,
Não vimos mais, enfim, que mar e céu.
[…]

Compreende-se o adeus a amada terra quando já é necessário partir. Uma

terra onde ficam coração e mágoas.