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METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO

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ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS
1. INTRODUÇÃO........................................................................................................... 3
2. CONCEITO DE ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS ..................................... 3
3. ANÁLISE DE DADOS QUALITATIVOS ..................................................................... 4
4. ANÁLISE DE DADOS QUANTITATIVOS .................................................................. 5
Análise Estatística ........................................................................................... 6
5. RESUMO DA AULA................................................................................................... 9
6. REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 10

Este conteúdo foi produzido pelo Núcleo de Educação a Distância da Universidade Brasil e sua reprodução e distribuição são autorizadas
apenas para alunos regularmente matriculados em cursos de graduação, pós-graduação e extensão da Universidade Brasil e das
Faculdades e dos Centros Universitários que mantêm Convênios de Parceria Educacional ou Acordos de Cooperação Técnica com a
Universidade Brasil, devidamente celebrados em contrato.
AULA 6

ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO
DE DADOS

Identificar as etapas para a análise e interpretação de dados


qualitativos e quantitativos.

Conhecer as técnicas para representação dos dados.

Refletir sobre a diferença entre analisar e interpretar os dados.

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1. INTRODUÇÃO

A análise e interpretação dos dados constituem o núcleo central da pesquisa. A


importância dos dados está não em si mesmos, mas em proporcionarem respostas às
investigações (LAKATOS; MARCONI, 2003). Muitos alunos concluem que as etapas mais
difíceis e demoradas são finalizadas com a coleta de dados. Estão enganados! Para que a
análise de dados seja bem realizada é necessário um planejamento de tempo adequado e a
utilização das ferramentas adequadas para essa finalidade. Como você aprendeu nas aulas
anteriores, a pesquisa pode ser qualitativa ou quantitativa, desse modo, cada um dos tipos de
pesquisa possui uma forma diferente para a análise de dados. Vamos verificar quais são elas
nessa aula.

2. CONCEITO DE ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS

A análise e interpretação de dados são conceitos distintos e complementares para a


realização da pesquisa cientifica. A análise (ou explicação) é a tentativa de evidenciar as
relações existentes entre o fenômeno estudado e outros fatores. Essas relações podem ser
"estabelecidas em função de suas propriedades relacionais de causa-feito, produtor-produto,
de correlações, de análise de conteúdo etc. A análise é realizada em três níveis (LAKATOS;
MARCONI, 2003):

a. Interpretação. Verificação das relações entre as variáveis independente e


dependente, e da variável interveniente (anterior à dependente e posterior à
independente), a fim de ampliar os conhecimentos sobre o fenômeno (variável
dependente).
b. Explicação. Esclarecimento sobre a origem da variável dependente e necessidade
de encontrar a variável antecedente (anterior às variáveis independente e
dependente).
c. Especificação. Explicitação sobre até que ponto as relações entre as variáveis
independente e dependente são válidas (como, onde e quando).

A interpretação é a atividade intelectual que procura dar um significado mais amplo às


respostas, vinculando-as a outros conhecimentos. Em geral, a interpretação significa a
exposição do verdadeiro significado do material apresentado, em relação aos objetivos

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propostos e ao tema. Esclarece não só o significado do material, mas também faz ligações
mais amplas dos dados discutidos. Na interpretação dos dados da pesquisa é importante que
eles sejam colocados de forma sintética e de maneira clara e acessível. Dois aspectos são
importantes (LAKATOS; MARCONI, 2003:

a. Construção de tipos, modelos, esquemas. Após os procedimentos estatísticos,


realizados com as variáveis, e a determinação de todas as relações permitidas ou
possíveis, de acordo com a hipótese ou problema, é chegado o momento de
utilizar os conhecimentos teóricos, a fim de obter os resultados previstos.
b. Ligação com a teoria. Esse problema aparece desde o momento inicial da escolha
do tema; é a ordem metodológica e pressupõe uma definição em relação às
alternativas disponíveis de interpretação da realidade social.

FIQUE ATENTO

Variável independente: uma variável independente é a “causa, antecedente,


origem de um fenómeno, um processo, que constitui o objeto de estudo. Por
exemplo, um vendedor recebe 4 reais por cada produto vendido. A variável
independente é o número de produtos vendidos.
Variável dependente: representa uma quantidade cujo valor depende da
forma como a variável independente é manipulada. No exemplo dado
anteriormente a quantidade de dinheiro é a variável dependente. Pois a
quantidade de dinheiro a ser recebida depende da quantidade de produtos
vendidos.1

3. ANÁLISE DE DADOS QUALITATIVOS

Na pesquisa qualitativa, são utilizadas observações e entrevistas – que podem ser


abertas ou semiestruturadas, conforme um roteiro pré-estabelecido. As informações colhidas
nem sempre rendem comparações exatas, já que a ideia é compreender as particularidades
de uma situação. O relatório fica mais calcado nas descrições e na seleção de trechos
importantes dos depoimentos. Assim, o texto principal deve conter apenas as passagens
relevantes, que ajudem a atingir os objetivos e responder ao problema de pesquisa. A

1Fonte: adaptado de https://pt-pt.khanacademy.org/math/pre-algebra/pre-algebra-equations-expressions/pre-algebra-


dependent-independent/a/dependent-and-independent-variables-review.

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transcrição completa das entrevistas pode aparecer nos apêndices do trabalho (RAYMUNDO,
2017). De acordo com Gray (2012), as seguintes etapas devem ser realizadas para a análise
de dados qualitativos.

 Transcrição: realize notas de campo.


 Codificação: codifique as informações assim que for tendo acesso a elas.
 Familiarização: leia todas as anotações sem interpretá-las.
 Leitura dirigida: realize uma leitura dirigida dos dados, sublinhando questões
importantes.
 Revisão: verifique a existência de códigos repetidos.
 Produção de conclusões: procure conexões entre categorias e conceitos que vão
surgindo nos dados.

4. ANÁLISE DE DADOS QUANTITATIVOS

Na análise de dados quantitativos, tem-se um volume de informações que podem ser


comparadas. Elas são colhidas a partir de formulários ou questionários. O conteúdo pode ser
visualizado em gráficos ou tabelas. Os números devem ser interpretados pelo pesquisador,
de modo a considerar variáveis como idade, condição socioeconômica e estilo de vida dos
indivíduos. Assim, podem-se gerar estatísticas (RAYMUNDO, 2017). De acordo com Azevedo
(2013) e Marconi e Lakatos (2017), para a análise de dados quantitativos deve-se realizar as
seguintes etapas:

Seleção: verificar criticamente os dados, a fim de detectar falhas ou erros, evitando


informações confusas, distorcidas e incompletas. Muitas vezes, o pesquisador, não sabendo
quais aspectos são mais importantes, registra grande quantidade de dados; outras vezes,
talvez por instruções mal compreendidas, os registros ficam incompletos e sem detalhes
suficientes. A seleção cuidadosa pode apontar tanto o excesso como a falta de informações.
Neste caso, a volta ao campo para reaplicação do instrumento de coleta de dados, pode sanar
esta falha. A seleção concorre também para evitar posteriores problemas de codificação.

Codificação: é a técnica operacional utilizada para categorizar os dados que se


relacionam. Mediante a codificação, os dados são transformados em símbolos, podendo ser
tabelados e contados. A codificação divide-se em duas partes: 1. classificação dos dados,
agrupando-os sob determinadas categorias; 2. atribuição de um código, número ou letra,

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tendo cada um deles um significado. Codificar quer dizer transformar o que é qualitativo em
quantitativo, para facilitar não só a tabulação dos dados, mas também sua comunicação. A
técnica da codificação não é automática, pois exige certos critérios ou normas por parte do
codificador, que pode ser ou não o próprio pesquisador.

Tabulação: é a disposição dos dados em tabelas, possibilitando maior facilidade na


verificação das inter-relações entre eles. É uma parte do processo técnico de análise
estatística, que permite sintetizar os dados de observação, conseguidos pelas diferentes
categorias e representá-los graficamente. Dessa forma, poderão ser melhor compreendidos
e interpretados mais rapidamente.

Representação: é a representação das informações por meio de gráficos, tabelas e


quadros. As tabelas, quadros e gráficos são excelentes para a apresentação dos dados, uma
vez que facilita, ao leitor, a compreensão e intepretação rápida da massa de dados, podendo,
apenas com uma olhada, apreender importantes detalhes e relações. Todavia seu propósito
mais importante é ajudar o investigador na distinção de diferenças, semelhanças e relações,
por meio da clareza e destaque que a distribuição lógica e a apresentação gráfica oferecem
às classificações.

Os gráficos podem ser informativos ou analíticos. Os gráficos informativos objetivam


dar ao público ou ao investigador um conhecimento da situação real e atual do problema
estudado. Os gráficos analíticos, além do de informar, objetivam oferecer ao pesquisador
elementos de interpretação, cálculos, inferências e previsões. Ex.: históricos, políticos e
geográficos.

Análise Estatística

Geralmente, o objetivo da análise é medir a frequência dos fenômenos e entender a


relação entre eles. Com a Informática, esse trabalho ficou mais fácil: o que não falta são
softwares para quem quer submeter seus dados a vários testes estatísticos. A análise
estatística costuma percorrer um caminho formado por três etapas: análise univariada,
análise bivariada e análise multivariada.

A análise univariada inclui todos os métodos de Estatística Descritiva que permitem a


análise de cada variável separadamente. Ela calcula a frequência de cada questão que
pesquisamos. A análise univariada é importante porque ela irá demonstrar as características
de sua amostra, como idade, sexo e renda, por exemplo (MACARENHAS, 2012).

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A análise bivariada inclui métodos de análise de duas variáveis, podendo ser ou não
estabelecida uma relação de causa/efeito entre elas. Demonstra se há correlação — positiva
ou negativa — entre duas variáveis. Por exemplo, vamos supor que sua pesquisa tenha o
objetivo de verificar se a idade influencia o gosto pela política. Digamos que depois de analisar
os dados você descubra que, quanto maior a idade, menor o gosto pela política. Esse
resultado revela uma correlação negativa entre as variáveis. Isto é, quando uma variável
diminui, a outra aumenta. A correlação será positiva caso as duas aumentassem e
diminuíssem juntas (MACARENHAS, 2012).

FIQUE ATENTO

Estatística descritiva é o ramo da estatística que visa sumarizar e descrever


qualquer conjunto de dados. Em outras palavras, é aquela estatística que está
preocupada em sintetizar os dados de maneira direta, se preocupando menos
com variações e intervalos de confiança dos dados. Exemplos de estatísticas
descritivas são a média, o desvio padrão, a mediana, etc. 2

A análise multivariada inclui os métodos de análise das relações de múltiplas variáveis


dependentes e/ou múltiplas variáveis independentes, quer se estabeleçam ou não relações
de causa/efeito entre estes dois grupos. É utilizada para situações mais complexas
(MACARENHAS, 2012).

SAIBA MAIS

Existem diversas técnicas estatísticas para análise multivariada. Caso queira


conhecer um pouco mais sobre o assunto acesse o link. 3

Depois de organizar os dados e submetê-los à análise estatística, o pesquisador pode


passar para a próxima etapa: a interpretação! Ou seja, fazer com que os resultados dos testes
conversem com os objetivos gerais e específicos estabelecidos no início do estudo,
explicando como os dados respondem à pergunta de pesquisa.

Considerando todas as informações apresentadas, é possível sintetizar a análise de


dados quantitativos conforme apresentado na Figura 1.

2 Fonte: https://www.fm2s.com.br/estatistica-descritiva-basica-e-centralidade/.
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Fonte:http://www.pucrs.br/ciencias/viali/especializa/realizadas/ceea/multivariada/textos/Introducao.pdf.

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Figura 1: Síntese do processo de análise quantitativa de dados.4

EXEMPLIFICANDO

A tabela 1 apresenta um exemplo de estatística univariada, enquanto o


gráfico 1 apresenta um exemplo de estatística bivariada.

Tabela 1: Estatística descritiva. 5

Gráfico 1: Exemplo de correlação. 6

4 Fonte: Elaborada pela autora com base na literatura (2018).


5 Fonte: Elaborada pela autora (2018).
6 Fonte: Elaborado pela autora (2018).

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5. RESUMO DA AULA

Nessa aula você aprendeu que tanto os dados qualitativos quanto os dados
quantitativos devem ser analisados de forma sistemática. Os dados podem ser representados
por gráficos, quadros e tabelas

Você aprendeu também que a análise se refere à identificação das relações existentes
entre os dados e a interpretação consiste na conexão dos dados analisados com objetivo do
estudo.

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6. REFERÊNCIAS

AZEVEDO, Celicina Borges. Metodologia cientifica ao alcance de todos. 2 ed. Barueri, SP:
Manole, 2013.

GRAY, David E. Pesquisa no mundo real [recurso eletrônico]. 2. Ed. Porto Alegre: Penso, 2012.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia científica.


8. ed. Rio de Janeiro: Atlas, 2017.

MASCARENHAS, Sidnei Augusto. Metodologia Científica. São Paulo: Pearson Education do


Brasil, 2012.

RAYMUNDO, Rafael Tourinho. Análise de dados quantitativos e qualitativos: aprenda como


fazer. 2017. Disponível em https://viacarreira.com/analise-de-dados-quantitativos-e-
qualitativos-123019/ . Acesso em 15 set 2018.

Este conteúdo foi produzido pelo Núcleo de Educação a Distância da Universidade Brasil e sua reprodução e distribuição são autorizadas
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Faculdades e dos Centros Universitários que mantêm Convênios de Parceria Educacional ou Acordos de Cooperação Técnica com a
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