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História do Plástico

Substâncias elásticas extraídas de resinas naturais, como a da seringueira, já eram


conhecidas em certas regiões da América, Oceania e Ásia em épocas primitivas. Até o
século XIX o aproveitamento desses materiais foi muito pequeno, mas o
desenvolvimento da química permitiu seu aperfeiçoamento e o melhor aproveitamento
de suas propriedades. Em 1862 o inglês Alexander Parkes criou a parquesina, o
primeiro plástico propriamente dito. Sete anos mais tarde John Wesley Hyatt descobriu
um elemento de capital importância para o desenvolvimento da indústria dos plásticos: a
celulóide. Tratava-se de um material fabricado a partir da celulose natural tratada com
ácido nítrico e cânfora, substância cujos efeitos de plastificação foram muito usados em
épocas posteriores.
A fabricação dos plásticos sintéticos teve início com a produção da
baquelita(produzida pelo americano de origem Belga Leo Hendrik Baekeland) , no
início do século XX, e registrou um desenvolvimento acelerado a partir da década de
1920. O progresso da indústria acompanhou a evolução da química orgânica que,
principalmente na Alemanha, permitiu o descobrimento de muitas substâncias novas.
Hermann Standinger comprovou em 1922 que a borracha se compunha de unidades
moleculares repetidas, de grande tamanho, que passaram a ser chamadas de
macromoléculas. Essa comprovação abriu caminho para a descoberta, antes da metade
do século, dos poliestirenos, do vinil, das borrachas sintéticas e das poliuretanas e
silicones, todos de amplo uso e obtidos a partir de matérias-primas vegetais e minerais.

Algumas das razões para tanto sucesso do plástico são sua leveza (o que facilita o
transporte), o fato de ser maleável e não se estilhaçar quando se quebra.

Mas o que é necessariamente o plástico?

Plástico é todo composto sintético ou natural que tem como ingrediente principal uma
substância orgânica de elevado peso molecular. Em seu estado final é sólido, mas em
determinada fase da fabricação pode comportar-se como fluido e adquirir outra forma.
Em geral, os plásticos são materiais sintéticos obtidos por meio de fenômenos de
polimerização ou multiplicação artificial dos átomos de carbono nas grandes correntes
moleculares dos compostos orgânicos, derivados do petróleo ou de outras substâncias
naturais. O nome plástico vem do grego plastikos, "maleável". Os polímeros, moléculas
básicas dos plásticos, estão presentes em estado natural em algumas substâncias
vegetais e animais como a borracha, a madeira e o couro. Assim os polímeros são a base
de grande número de matérias plásticas. De uma forma geral, quanto maiores as
moléculas dos polímeros, melhores as propriedades físicas dos plásticos que produzem.

O QUE SÃO POLÍMEROS?

Polímeros são materiais compostos por macromoléculas. Essas macromoléculas são


cadeias compostas pela repetição de uma unidade básica, chamada mero. Daí o nome:
poli (muitos) + mero.
Os meros estão dispostos um após o outro, como pérolas num colar. Uma
macromolécula assume formato muito semelhante ao de um cordão.

Logo, pode-se fazer uma analogia: as moléculas de um polímero estão dispostas de uma
maneira muito semelhantes a um novelo de lã. É difícil extrair um fio de um novelo de
lã. Também é difícil remover uma molécula de uma porção de plástico, pois as cadeias
“seguram-se” entre si.

Por exemplo, o polietileno (ou, abreviadamente, PE) - plástico extremamente comum


usado, por exemplo, em saquinhos de leite - é composto pela repetição de milhares de
unidades da molécula básica do etileno (ou eteno):

onde n normalmente é superior a 10.000. Ou seja, uma molécula de polietileno é


constituída da repetição de 10.000 ou mais unidades de etileno.

O parâmetro n é definido como sendo o Grau de Polimerização do polímero, ou seja, o


número de meros que constitui a macromolécula.

Vejamos agora a definição formal de polímero: materiais, cujo elemento essencial é


constituído por ligações moleculares orgânicas, que resultam de síntese artificial ou
transformação de produtos naturais.

Alguns polímeros podem ser constituídos da repetição de dois ou mais meros. Neste
caso, eles são chamados copolímeros. Por exemplo, a macromolécula da borracha
sintética SBR é formada pela repetição de dois meros: estireno e butadieno:

Para enfatizar que um polímero é formado pela repetição de um único mero, ele é
denominado homopolímero.
COMO SÃO PRODUZIDOS OS POLÍMEROS?

A matéria prima que dá origem ao polímero chama-se monômero. No caso do


polietileno (PE) é o etileno (ou eteno).

Por sua vez, o monômero é obtido a partir do petróleo ou gás natural, pois é a rota
mais barata.

É possível obter monômeros a partir da madeira, álcool, carvão e até do CO2, pois
todas essas matérias primas são ricas em carbono, o átomo principal que constitui
os materiais poliméricos. Todas essas rotas, contudo, aumentam o preço do monômero
obtido, tornando-o não competitivo.

No passado, os monômeros eram obtidos de resíduos do refino do petróleo. Hoje o


consumo de polímeros é tão elevado que esses “resíduos” de antigamente tem de ser
produzidos intencionalmente nas refinarias para dar conta do consumo!

COMO SE DIVIDEM OS POLÍMEROS?

Há diversas maneiras de se dividir os polímeros. A classificação conforme as


características mecânicas talvez seja a mais importante. Ela decorre, na verdade, da
configuração específica das moléculas do polímero.

Sob este aspecto, os polímeros podem ser divididos em termoplásticos, termorrígidos


(termofixos) e elastômeros (borrachas).

Termoplásticos:

São os chamados plásticos, constituindo a maior parte dos polímeros comerciais.

A principal característica desses polímeros é poder ser fundido diversas vezes.


Dependendo do tipo do plástico, também podem dissolver-se em vários solventes.
Logo, sua reciclagem é possível, uma característica bastante desejável nos dias de
hoje.

As propriedades mecânicas variam conforme o plástico: sob temperatura ambiente,


podem ser maleáveis, rígidos ou mesmo frágeis.

Estrutura molecular: moléculas lineares dispostas na forma de cordões soltos, mas


agregados, como num novelo de lã.
Exemplos: polietileno (PE), polipropileno (PP), poli(tereftalato de etileno) (PET),
policarbonato (PC), poliestireno (PS), poli(cloreto de vinila) (PVC),
poli(metilmetacrilato) (PMMA)...

Termorrígidos (Termofixos):

São rígidos e frágeis, sendo muito estáveis a variações de temperatura.

Uma vez prontos, não mais se fundem. O aquecimento do polímero acabado a altas
temperaturas promove decomposição do material antes de sua fusão. Logo, sua
reciclagem é complicada.

Estrutura molecular: na verdade, os cordões estão ligados fisicamente entre si,


formando uma rede ou reticulado. Eles estão presos entre si através de numerosas
ligações, não se movimentando com alguma liberdade como no caso dos termoplásticos.
Pode-se fazer uma analogia com uma rede de malha muito fina.

Exemplos: baquelite, usada em tomadas e no embutimento de amostras metalográficas;


poliéster usado em carrocerias, caixas d'água, piscinas, etc., na forma de plástico
reforçado (fiberglass).

Elastômeros (Borrachas):

Classe intermediária entre os termoplásticos e os termorrígidos: não se fundem,


mas apresentam alta elasticidade, não sendo rígidos como os termofixos.

Reciclagem complicada pela incapacidade de fusão, de forma análoga aos


termorrígidos.

Estrutura molecular: a estrutura é similar à do termorrígido mas, neste caso, há menor


número de ligações entre os “cordões”. Ou seja, é como se fosse uma rede, mas com
malhas bem mais largas que os termorrígidos. Exemplos: pneus, vedações, mangueiras
de borracha.

PROPRIEDADES FÍSICAS DOS POLÍMEROS

. Leves

Mais leves que metais ou cerâmica. Ex: PE é 3 vezes mais leve que o alumínio e 8
vezes mais leve que o aço.
Motivação para uso na indústria de transportes, embalagens, equipamentos de esporte...
. Propriedades Mecânicas Interessantes

Alta flexibilidade, variável ao longo de faixa bastante ampla, conforme o tipo de


polímero e os aditivos usados na sua formulação;

Alta resistência ao impacto. Tal propriedade, associada à transparência, permite


substituição do vidro em várias aplicações. Quais seriam? lentes de óculos (em acrílico
ou policarbonato), faróis de automóveis (policarbonato), janelas de trens de subúrbio,
constantemente quebradas por vândalos (policarbonato);

Note-se, contudo, que a resistência à abrasão e a solventes não é tão boa quanto a do
vidro. Lentes de acrílico riscam facilmente e são facilmente danificadas se entrarem em
contato com solventes como, por exemplo, acetona!

. Baixas Temperaturas de Processamento

Conformação de peças requer aquecimento entre Tamb e 250oC. Alguns plásticos


especiais requerem até 400oC.

Disso decorre baixo consumo de energia para conformação.


E também faz com que os equipamentos mais simples e não tão caros quanto para
metais ou cerâmica.

. Ajuste Fino de Propriedades através de Aditivação

Cargas inorgânicas minerais inertes (ex. CaCO3) permitem reduzir custo da peça sem
afetar propriedades. Exemplo: piso de vinil/cadeiras de jardim (PP), que contém até
60% de cargas.

Uso de fibras (vidro, carbono, boro) ou algumas cargas minerais (talco, mica, caolim,
wolastonita) aumentam a resistência mecânica; As cargas fibrosas podem assumir forma
de fibras curtas ou longas, redes, tecidos.

Negro de fumo em pneus (borracha) e filmes para agricultura (PE) aumentam


resistência mecânica e a resistência ao ataque por ozônio e raios UV.

Aditivos conhecidos como plastificantes podem alterar completamente as


características de plásticos como o PVC e borrachas, tornando-os mais flexíveis e
tenazes.

A fabricação de espumas é feita através da adição de agentes expansores, que se


transformam em gás no momento da transformação do polímero, quando ele se encontra
no estado fundido.
. Baixa Condutividade Elétrica

Polímeros são altamente indicados para aplicações onde se requeira isolamento


elétrico. Explicação: polímeros não contém elétrons livres, responsáveis pela condução
de eletricidade nos metais.

A adição de cargas especiais condutoras (limalha de ferro, negro de fumo) pode tornar
polímeros fracamente condutores, evitando acúmulo de eletricidade estática, que é
perigoso em certas aplicações.

Há polímeros especiais, ainda a nível de curiosidades de laboratório, que são bons


condutores. O Prêmio Nobel de Química do ano 2000 foi concedido a cientistas que
sintetizaram polímeros com alta condutividade elétrica.

. Baixa Condutividade Térmica

A condutividade térmica dos polímeros é cerca de mil vezes menor que a dos metais.
Logo, são altamente recomendados em aplicações que requeiram isolamento térmico,
particularmente na forma de espumas.

Mesmo explicação do caso anterior: ausência de elétrons livres dificulta a condução de


calor nos polímeros.

. Maior Resistência a Corrosão

As ligações químicas presentes nos plásticos (covalentes/Van der Walls) lhes conferem
maior resistência à corrosão por oxigênio ou produtos químicos do que no caso dos
metais (ligação metálica).

Isso, contudo, não quer dizer que os plásticos sejam completamente invulneráveis ao
problema. Ex: um CD não pode ser limpo com terebentina, que danificaria a sua
superfície.

De maneira geral, os polímeros são atacados por solventes orgânicos que apresentam
estrutura similar a eles. Ou seja: similares diluem similares.

. Porosidade

O espaço entre as macromoléculas do polímero é relativamente grande. Isso confere


baixa densidade ao polímero, o que é uma vantagem em certos aspectos.

Esse largo espaçamento entre moléculas faz com que a difusão de gases através dos
plásticos seja alta. Em outras palavras: esses materiais apresentam alta permeabilidade
a gases, que varia conforme o tipo de plástico.
A principal conseqüência deste fato é a limitação dos plásticos como material de
embalagem, que fica patente no prazo de validade mais curto de bebidas
acondicionadas em garrafas de PET. Por exemplo, o caso da cerveja é o mais crítico.

Essa permeabilidade, contudo, pode ser muito interessante, como no caso de


membranas poliméricas para remoção de sal da água do mar.

. Reciclabilidade

Alguns polímeros, como termorrígidos e borrachas, não podem ser reciclados de


forma direta: não há como refundí-los ou depolimerizá-los.

A reciclagem de polímeros termoplásticos, apesar de tecnicamente possível, muitas


vezes não é economicamente viável devido ao seu baixo preço e baixa densidade.
Compare com o caso do alumínio... Somente plásticos consumidos em massa (PE, PET,
...) apresentam bom potencial econômico para reciclagem.

Problema adicional: o plástico reciclado é encarado como material de segunda classe,


ao contrário do que ocorre com aço ou mesmo o alumínio.

Nos casos em que a reciclagem do polímero não for possível, sempre é possível
queimá-lo, transformando-o em energia, em incineradores ou alto-fornos. Esta última
saída é mais favorável, pois o carbono do polímero seria usado na redução do minério.

Contudo, plásticos que contém halogêneos (PVC e PTFE, por exemplo) geram gases
tóxicos durante a queima. Solução: identificação desse material, que deve ser
encaminhado para dehalogenação antes da queima.

ALGUNS POLÍMEROS DE IMPORTÂNCIA INDUSTRIAL

Certos plásticos se destacam por seu baixo preço e grande facilidade de processamento,
o que incentiva seu uso em larga escala. São os chamados plásticos ou resinas
commodities, materiais baratos e usados em aplicações de baixo custo. São o
equivalente aos aços de baixo carbono na siderurgia.

Os principais plásticos commodities são: polietileno (PE), polipropileno (PP),


poliestireno (PS) e o policloreto de vinila (PVC).
. Polietileno (PE)

 Mero: etileno (designação antiga do eteno):

 G.P. = 50.000 a 300.000


 Principais propriedades:
o Baixo custo;
o Elevada resistência química e a solventes;
o Baixo coeficiente de atrito;
o Macio e flexível;
o Fácil processamento;
o Excelentes propriedades isolantes;
o Baixa permeabilidade à água;
o Atóxico;
o Inodoro.
 Há quatro tipos básicos:
o Polietileno de Baixa Densidade (PEBD): 0,910-0,925 g/cm3. Apresenta
moléculas com alto grau de ramificação. É a versão mais leve e flexível
do PE. É utilizado basicamente em filmes, laminados, recipientes,
embalagens, brinquedos, isolamento de fios elétricos, etc. Produção
brasileira em 1998: 652.647 t.
o Polietileno de Baixa Densidade Linear (PEBDL): 0,918-0,940 g/cm3.
Apresenta menor incidência de ramificações, as quais se apresentam de
forma mais regular e são mais curtas que no PEBD. Suas propriedades
mecânicas são ligeiramente superiores ao PEBD em termos de
resistência mecânica. Seu custo de fabricação é menor. Sua flexibilidade
e resistência ao impacto recomenda sua aplicação para embalagens de
alimentos, bolsas de gelo, utensílios domésticos, canos e tubos.
Produção brasileira em 1998: 175.053 t.
o Polietileno de Alta Densidade (PEAD): 0,935 - 0,960 g/cm3. Apresenta
estrutura praticamente isenta de ramificações. É um plástico rígido,
resistente à tração, com moderada resistência ao impacto. Utilizado em
bombonas, recipientes, garrafas, filmes, brinquedos, materiais
hospitalares, tubos para distribuição de água e gás, tanques de
combustível automotivos, etc. Produção brasileira em 1998: 692.864 t.
o Polietileno de Ultra Alto Peso Molecular (PEUAPM): G.P. da ordem
de 3.000.000 a 6.000.000. Alta inércia química, alta resistência à abrasão
e ao impacto, baixo coeficiente de atrito, alta maciez. Praticamente
infusível, processado com grande dificuldade, geralmente através de
sinterização. Aplicações: engrenagens, componentes para bombas de
líquidos corrosivos, implantes de ossos artificiais, isolamento de fios e
cabos, mancais, revestimentos de pistas, trilhos-guias, etc. O Brasil ainda
não produz este tipo de plástico.

. Polipropileno (PP)

 Mero: propileno (designação antiga do propeno):

 Propriedades muito semelhantes às do PE, mas com ponto de amolecimento


mais elevado.
 Principais propriedades:
o Baixo custo;
o Elevada resistência química e a solventes;
o Fácil moldagem;
o Fácil coloração;
o Alta resistência à fratura por flexão ou fadiga;
o Boa resistência ao impacto acima de 15oC;
o Boa estabilidade térmica;
o Maior sensibilidade à luz UV e agentes de oxidação, sofrendo
degradação com maior facilidade.
 Aplicações:
o Brinquedos;
o Recipientes para alimentos, remédios, produtos químicos;
o Carcaças para eletrodomésticos;
o Fibras;
o Sacarias (ráfia);
o Filmes orientados;
o Tubos para cargas de canetas esferográficas;
o Carpetes;
o Seringas de injeção;
o Material hospitalar esterilizável;
o Autopeças (pára-choques, pedais, carcaças de baterias, lanternas,
ventoinhas, ventiladores, peças diversas no habitáculo).
o Peças para máquinas de lavar.
 Atualmente há uma tendência no sentido de se utilizar exclusivamente o PP no
interior dos automóveis. Isso facilitaria a reciclagem do material por ocasião do
sucateamento do veículo, pois se saberia com qual material se estaria lidando.
 Produção brasileira de PP em 1998: 702.795 t.
. Poliestireno (PS)

 Mero: estireno:

 Termoplástico duro e quebradiço, com transparência cristalina.


 Principais propriedades:
o Fácil processamento;
o Fácil coloração;
o Baixo custo;
o Elevada resistência a ácidos e álcalis;
o Semelhante ao vidro;
o Baixa densidade e absorção de umidade;
o Baixa resistência a solventes orgânicos, calor e intempéries.
 Produção brasileira em 1998: 129.879 t (excluindo isopor).
 Há quatro tipos básicos:
o PS cristal: homopolímero amorfo, duro, com brilho e elevado índice de
refração. Pode receber aditivos lubrificantes para facilitar
processamento. Usado em artigos de baixo custo.
o PS resistente ao calor: maior P.M., o que torna seu processamento mais
difícil. Variante ideal para confecção de peças de máquinas ou
automóveis, gabinetes de rádios e TV, grades de ar condicionado, peças
internas e externas de eletrodomésticos e aparelhos eletrônicos,
circuladores de ar, ventiladores e exaustores.
o PS de alto impacto: contém de 5 a 10% de elastômero (borracha), que é
incorporado através de mistura mecânica ou diretamente no processo de
polimerização, através de enxerto na cadeia polimérica. Obtém-se desse
modo uma blenda. Muito usado na fabricação de utensílios domésticos
(gavetas de geladeira) e brinquedos.
o PS expandido: espuma semi-rígida com marca comercial isopor(R). O
plástico é polimerizado na presença do agente expansor ou então o
mesmo pode ser absorvido posteriormente. Durante o processamento do
material aquecido, ele se volatiliza, gerando as células no material. Baixa
densidade e bom isolamento térmico. Aplicações: protetor de
equipamentos, isolantes térmicos, pranchas para flutuação, geladeiras
isotérmicas, etc. Produção brasileira em 1998: 10.000 t.
o
. Poli(cloreto de vinila) (PVC)

 Mero: cloreto de vinila:

 Principais propriedades:
o Baixo custo;
o Elevada resistência a chama, pela presença do cloro;
o Processamento demanda um pouco de cuidado.
 Restrições:
o O monômero é um potente cancerígeno; deve haver controle do teor
residual que permanece no polímero, particularmente em aplicações em
que o polímero vai entrar em contato com alimentos.
o Plastificantes (aditivo usado para tornar o polímero mais flexível) a base
de ftalatos também são considerados cancerígenos. O Greenpeace vem
promovendo ampla campanha para banir o uso do PVC que contenha
esse aditivo, particularmente em brinquedos e produtos que ve-nham a
entrar em contato com alimentos.
 Produção brasileira em 1998: 649.840 t.
 Há quatro tipos básicos:
o PVC rígido, isento de plastificantes. Duro e tenaz, com excelentes
propriedades térmicas e elétricas. Resistente à corrosão, oxidação e
intempéries. Usado na fabricação de tubos, carcaças de utensílios
domésticos e baterias.
o PVC flexível ou plastificado, que contém de 20 a 100 partes de
plastificante por 100 de polímero. Usado no revestimento de fios e cabos
elétricos, composições de tintas (látex vinílico), cortinas de banheiros,
encerados de caminhão (sanduíche filme de PVC + malha de poliéster +
filme de PVC), etc.
o PVC transparente, isento de cargas.
o PVC celular ou expandido.

Há também os chamados plásticos de engenharia, que são resinas que apresentam


propriedades superiores às chamadas resinas commodities. Seu preço, porém, é bem
mais elevado. Seriam os equivalentes aos aços-liga da siderurgia.

A seguir estão listados os mais comuns.


. Poli(tereftalato de etileno)

 Plástico da família do poliéster.


 Mero: ácido tereftálico ou tereftalato de dimetila e glicol etilênico.

 Principais propriedades:
o Boa resistência mecânica térmica e química;
o Boas propriedades de barreira: absorção de oxigênio é de 10 a 20
vezes menor que nos plásticos “commodities”;
o Fácil reciclabilidade.
 Produção brasileira em 1998: 143.000 t.
 Trata-se de um polímero de engenharia que, graças ao contínuo
aperfeiçoamento de seu processo de fabricação e à enorme aceitação na
fabricação de garrafas de refrigerante, acabou mudando de status: passou de
plástico de engenharia para commodity.
 Aplicações:
o Como garrafas para bebidas carbonatadas, óleos vegetais, produtos de
limpeza, etc.;
o Na forma de fibras, sob marcas Tergal ® (ICI) ou Dracon ® (Du Pont),
apresentam excelente resistência mecânica e ao amassamento, bem como
lavagem e secagem rápida;
o Na forma de películas transparentes e altamente resistentes, sob
marca Mylar ®, mas algo caras. São usadas em aplicações nobres:
isolamento de capacitores, películas cinematográficas, fitas magnéticas,
filmes e placas para radiografia;
o Resina para moldagem com reforço de 30% de fibra de vidro, sob
marca Rynite ® (Du Pont), usada na fabricação de carcaças de bombas,
carburadores, componentes elétricos de carros, etc.
. Policarbonato

 Plástico da família dos poliésteres aromáticos.


 Monômeros: fosgênio e bisfenol A. Há suspeitas de que o bis-fenol A
mimetizaria efeitos de hormônios humanos, o que po-deria causar distúrbios
endócrinos. Contudo, elas não foram confirmadas até o momento.

 Principais propriedades:
o Excelente resistência ao impacto;
o Excelente transparência: 96%;
o Boa estabilidade dimensional e térmica;
o Resistente aos raios ultravioleta;
o Boa usinabilidade;
o Alta temperatura de deflexão;
o Boas características de isolamento elétrico.
 Produção brasileira em 1995: 10.000 t.
 Este importante plástico de engenharia foi acidentalmente descoberto em 1898
na Alemanha, mas só em 1950 é que seu desenvolvimento foi retomado,
passando a ser comercializado a partir de 1958.
 Aplicações:
o Compact-Discs (CD’s);
o Janelas de segurança (por exemplo, em trens de subúrbio);
o Óculos de segurança;
o Carcaças para ferramentas elétricas, computadores, copiadoras,
impressoras...
o Bandejas, jarros de água, tigelas, frascos...
o Escudos de polícia anti-choque;
o Aquários;
o Garrafas retornáveis.

Que tal vermos a cotação desses materiais? Em dezembro de 1998, o preço por quilo
em reais era

 PEBD: 1,19
 PEAD: 1,15
 PP: 1,17
 PS: 1,18
 PET: 1,20
 HIPS: 1,18
 PS Exp.: 1,78
 PVC rígido: 1,38
 PVC flexível: 1,38
 PC: 6,85

Contudo, a crise cambial ocorrida no início de 1999 provocou acréscimo de preços de


até 50% no preço das resinas, de acordo com manifesto da Abiplast em fevereiro
daquele ano.

A figura abaixo mostra, de forma aproximada, como se distribuem as aplicações dos


plásticos. Note-se que aqui não estão incluídos alguns polímeros importantes, como as
borrachas.

Reciclagem de Plástico            
O lixo brasileiro contém de 5 a 10% de plásticos, conforme o local. São materiais que,
como o vidro, ocupam um considerável espaço no meio ambiente. O ideal: serem
recuperados e reciclados. Plásticos são derivados do petróleo, produto importado (60% do
total no Brasil). A reciclagem do plástico exige cerca de 10% da energia utilizada no
processo primário.

Do total de plásticos produzidos no Brasil, só reciclamos 15%. Um dos empecilhos é a


grande variedade de tipos de plásticos. Uma das alternativas seria definir um tipo
específico de plástico para ser coletado.

Os plásticos recicláveis são: potes de todos os tipos, sacos de supermercados, embalagens


para alimentos, vasilhas, recipientes e artigos domésticos, tubulações e garrafas de PET,
que convertida em grânulos é usada para a fabricação de cordas, fios de costura, cerdas de
vassouras e escovas.

Os não recicláveis são: cabos de panela, botões de rádio, pratos, canetas, bijuterias,
espuma, embalagens a vácuo, fraldas descartáveis.

A fabricação de plástico reciclado economiza 70% de energia, considerando todo o processo


desde a exploração da matéria-prima primária até a formação do produto final. Além disso,
se o produto descartado permanecesse no meio ambiente, poderia estar causando maior
poluição. Isso pode ser entendido como uma alternativa para as oscilações do mercado
abastecedor e também como preservação dos recursos naturais, o que podendo reduzir,
inclusive, os custos das matérias primas. O plástico reciclado tem infinitas aplicações, tanto
nos mercados tradicionais das resinas virgens, quanto em novos mercados.

O plástico reciclado pode ser utilizado para fabricação de:


- garrafas e frascos, exceto para contato direto com alimentos e fármacos;
- baldes, cabides, pentes e outros artefatos produzidos pelo processo de injeção;
- "madeira - plástica";
- cerdas, vassouras, escovas e outros produtos que sejam produzidos com fibras;
- sacolas e outros tipos de filmes;
- painéis para a construção civil.

Processos de Reciclagem de Plástico             


 

 
 
Reciclagem Química            
A reciclagem química re-processa plásticos, transformando-os em petroquímicos básicos
que servem como matéria-prima em refinarias ou centrais petroquímicas. Seu objetivo é a
recuperação dos componentes químicos individuais para reutilizá-los como produtos
químicos ou para a produção de novos plásticos.

Os novos processos desenvolvidos de reciclagem química permitem a reciclagem de


misturas de plásticos diferentes, com aceitação de determinado grau de contaminantes
como, por exemplo, tintas, papéis, entre outros materiais.

Entre os processos de reciclagem química existentes, destacam-se:

 Hidrogenação: As cadeias são quebradas mediante o tratamento com hidrogênio e calor,


gerando produtos capazes de serem processados em refinarias.
 Gaseificação: Os plásticos são aquecidos com ar ou oxigênio, gerando-se gás de síntese
contendo monóxido de carbono e hidrogênio.
 Quimólise: Consiste na quebra parcial ou total dos plásticos em monômeros na presença de
Glicol/Metanol e água.
 Pirólise: É a quebra das moléculas pela ação do calor na ausência de oxigênio. Este processo
gera frações de hidrocarbonetos capazes de serem processados em refinaria.
Reciclagem Mecânica            
A reciclagem mecânica consiste na conversão dos descartes plásticos pós-
industriais ou pós-consumo em grânulos que podem ser reutilizados na produção
de outros produtos, como sacos de lixo, solados, pisos, conduítes, mangueiras,
componentes de automóveis, fibras, embalagens não-alimentícias e outros.
Este tipo de processo passa pelas seguintes etapas:
 Separação: separação em uma esteira dos diferentes tipos de plásticos, de acordo
com a identificação ou com o aspecto visual. Nesta etapa são separados também rótulos
de diferentes materiais, tampas de garrafas e produtos compostos por mais de um tipo
de plástico, embalagens metalizadas, grampos, etc.
Por ser uma etapa geralmente manual, a eficiência depende diretamente da prática das
pessoas que executam essa tarefa. Outro fator determinante da qualidade é a fonte do
material a ser separado, sendo que aquele oriundo da coleta seletiva e mais limpo em
relação ao material proveniente dos lixões ou aterros.
 Moagem: Após separados os diferentes tipos de plásticos, estes são moídos e
fragmentados em pequenas partes.
 Lavagem: Após triturado, o plástico passa por uma etapa de lavagem com água para
a retirada dos contaminantes. É necessário que a água de lavagem receba um tratamento
para a sua reutilização ou emissão como efluente.
 Aglutinação: Além de completar a secagem, o material é compactado, reduzindo-se
assim o volume que será enviado à extrusora. O atrito dos fragmentos contra a parede
do equipamento rotativo provoca elevação da temperatura, levando à formação de uma
massa plástica. O aglutinador também é utilizado para incorporação de aditivos, como
cargas, pigmentos e lubrificantes.
 Extrusão: A extrusora funde e torna a massa plástica homogênea. Na saída da
extrusora, encontra-se o cabeçote, do qual sai um "espaguete" contínuo, que é resfriado
com água. Em seguida, o "espaguete" é picotado em um granulador e transformando em
pellet (grãos plásticos).

Reciclagem Energética            
É a recuperação da energia contida nos plásticos através de
processos térmicos.
A reciclagem energética distingue-se da incineração por utilizar
os resíduos plásticos como combustível na geração de energia
elétrica. Já a simples incineração não reaproveita a energia dos
materiais. A energia contida em 1 kg de plástico é equivalente à
contida em 1 kg de óleo combustível. Além da economia e da
recuperação de energia, com a reciclagem ocorre ainda uma
redução de 70 a 90% da massa do material, restando apenas
um resíduo inerte esterilizado.

O Plástico e a Geração de Energia            


 A presença dos plásticos é de vital importância, pois aumenta o rendimento da
incineração de resíduos municipais.
 O calor pode ser recuperado em caldeira, utilizando o vapor para geração de energia
elétrica e/ou aquecimento.
 Testes em escala real na Europa comprovaram os bons resultados da co-combustão
dos resíduos de plásticos com carvão, turfa e madeira, tanto técnica, econômica, como
ambientalmente.
 A queima de plásticos em processos de reciclagem energética reduz o uso de
combustíveis (economia de recursos naturais).
 A reciclagem energética é realizada em diversos países da Europa, EUA e Japão e
utiliza equipamentos da mais alta tecnologia, cujos controles de emissão são
rigidamente seguros, anulando riscos à saúde ou ao meio ambiente.

O futuro dos plásticos: biodegradáveis e


fotodegradáveis

A busca por soluções que levem a um plástico descartável ideal vem mobilizando
cientistas e ambientalistas há algum tempo. As pesquisas apontam na substituição dos
plásticos convencionais por plásticos biodegradáveis e fotodegradáveis, uma vez que
segmentos de mercado que apresentam uma grande conscientização da população pela
preservação do meio ambiente, se disponibilizam a pagar a mais por um produto não
poluidor, resultando daí ganhos ambientais, econômicos e sociais.

Plástico Biodegradável preparado a partir de Amido

Nos últimos anos, vários países em todo o mundo têm reconhecido a necessidade de se
reduzir à quantidade de materiais plásticos desperdiçados e descartados, além de
incentivarem a reciclagem, que apesar de depender, em grande parte da coleta e seleção
do produto, e apesar de grande parte dos municípios brasileiros possuírem algum tipo de
coleta seletiva, não atingem a totalidade de recicláveis. Neste contexto, o interesse na
utilização de produtos que tenham origem vegetal e a produção de materiais,
principalmente plásticos com caráter biodegradável tem se intensificado como política
em diversos setores da sociedade.

Em face ao contexto atual, uma nova tecnologia vem revolucionando o mercado de


descartáveis: é o amido termoplástico, que é produzido a partir do amido. O amido,
reserva de alimentos de plantas como o milho, arroz, mandioca, entre outras, é
encontrado abundantemente na natureza graças ao cultivo extensivo e intensivo de
cereais, é renovável, possui custo relativamente baixo, é um importante segmento da
economia e pode ser convertido química, física e biologicamente em compostos úteis à
indústria. O amido, sob pressão e temperatura, e na presença de um agente plastificante,
pode ser gelatinizado, e sob efeito de cisalhamento se transformar em um fundido. Este
material é denominado amido termoplástico.

O estudo para o emprego do amido termoplástico na substituição do plástico


convencional (de origem petroquímica) destinado a algumas aplicações específicas vem
ganhando força e recebendo considerável atenção no cenário dos recursos renováveis.
Pode ser empregado como saco de lixo, filmes para proteger alimentos, fraldas infantis,
hastes flexíveis com pontas de algodão para uso na higiene pessoal; na agricultura vem
sendo empregado como filme na cobertura do solo e recipientes para plantas. Também
pode ser usado na preparação de cápsulas, na substituição do poliestireno expandido
(ISOPOR®) na proteção de equipamentos durante o transporte; na produção de talheres,
pratos e copos descartáveis, na fabricação de canetas, lapiseiras, brinquedos e outras
aplicações onde o caráter biodegradável seja requerido.

Com o intuito de se estudar, entender, aperfeiçoar e inovar o amido termoplástico,


vários pesquisadores têm trabalhado nesta área. Na Universidade de São Paulo, no
campus de São Carlos, atualmente são desenvolvidos três estudos sobre o amido
termoplástico, todos com financiamento da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado
de São Paulo (FAPESP), sendo dois deles sob orientação do Prof. Dr. Antonio Aprígio
da Silva Curvelo (Instituto de Química de São Carlos) e um sob orientação do Dr. Luis
Henrique Capparelli Mattoso (Embrapa). Um dos doutoramentos é realizado no estudo
da utilização de novos plastificantes aplicados à preparação do amido termoplástico,
desenvolvido pela doutoranda Alessandra Luzia Da Róz; um segundo estudo visa o
emprego de proteína derivada do milho (zeina) e amido termoplástico na preparação de
blendas, realizado pela doutoranda Elisângela Corradini. Estes dois trabalhos são
desenvolvidos junto ao Programa de Pós-Graduação Interunidades em Ciência e
Engenharia de Materiais. Um terceiro trabalho é o estudo da incorporação de lignina em
amido termoplástico, desenvolvido pelo doutorando Luis Carlos de Morais, junto ao
Instituto de Química de São Carlos. O primeiro trabalho já concluído neste tema
estudou o reforço de amido termoplástico utilizando fibra vegetal, defendido
recentemente pelo Dr. Antonio José Felix de Carvalho, também pelo Programa de Pós-
Graduação Interunidades em Ciência e Engenharia de Materiais.

No estudo de novos plastificantes empregados na preparação de amido termoplástico, a


doutoranda Alessandra utiliza amido de milho em mistura com diversos glicóis e
procede ao processamento da mistura em um misturador intensivo, com tempo e
temperatura controlados. Após o processamento o amido termoplástico é submetido à
prensagem, de onde se obtém corpos de prova para a realização de diversas análises,
inclusive análises mecânicas para avaliação das propriedades e características deste
novo material. Além da pesquisa acima citada, Alessandra está estudando, por meio de
modificações químicas do amido, a diminuição da natural absorção de água apresentada
pelo amido, o que conseqüentemente afeta as propriedades dos amidos termoplásticos.
A tecnologia para a produção do amido termoplástico vem sendo estudada e algumas
empresas estrangeiras, como a Novamont, já estão produzindo e comercializando filmes
e peletes de blendas de amido termoplástico.Produtos obtidos exclusivamente de amido
termoplástico são mais baratos que os plásticos sintéticos derivados de petróleo e
possuem a vantagem adicional de serem biodegradáveis. Adicionalmente, o amido
termoplástico é compostável e pode ser processado nos mesmos equipamentos
tradicionalmente empregados para o processamento dos plásticos convencionais.
Como conseqüência dos resultados já obtidos pelos trabalhos realizados junto ao
Programa de Pós-Graduação do Instituto de Química de São Carlos e do Programa
Interunidades em Ciência e Engenharia de Materiais, ambos da Universidade de São
Paulo, já foram depositadas duas patentes junto ao INPI, havendo também o interesse
manifesto de indústrias na produção e comercialização de produtos derivados de amido
termoplástico.

Argila pode dar novas propriedades e tornar o plástico biodegradável

Pesquisadores da Penn State University (EUA) produziram plásticos com propriedades


físicas totalmente novas, além de serem biodegradáveis. O efeito foi conseguido com a
dispersão de pequenas quantidades de argila natural micronizada durante o processo de
produção.

A adição da argila tornou o plástico menos permeável a líquidos e gases e mais


resistente ao fogo, além de manter sua transparência. A menor permeabilidade pode
tornar o plástico PET, utilizado em garrafas de refrigerantes, adequado também ao
armazenamento de cerveja e vinho. A maior resistência ao fogo pode tornar o método
de larga utilização na indústria, principalmente na produção de revestimentos para cabos
e fios. Isso porque os métodos atuais de produção de plásticos resistentes ao fogo
utilizam bromo; esse metalóide retarda a combustão mas, caso chegue a se queimar,
produz gases altamente tóxicos.

Para que o polímero possa se misturar quimicamente com a argila, esta deve ser
inicialmente tratada com um sulfactante. As pesquisas estão utilizando argilas naturais,
como bentonita e montmorilonita. Mas os pesquisadores acreditam que produtos de
maior valor agregado poderão exigir argilas sintéticas, devido ao maior controle sobre
suas propriedades.

Plásticos Fantásticos::
polímeros que são condutores elétricos

Plásticos (polímeros) são conhecidos por serem bons isolantes: não conduzem
eletricidade. Certo? Depende. Um grupo especial de polímeros conduz eletricidade.
E, além disso, emitem luz quando submetidos a um determinado potencial elétrico.
"Descobertos" há menos de 30 anos, estes polímeros estão abrindo possibilidades
fantásticas na indústria tecnológica, como monitores de plástico e músculos
artificiais.

Light Emitting Polymers (LEP): Displays.

Esta história começa em 1970. Um grupo de químicos


descobriu que alguns polímeros eram condutores elétricos.
Desde então, começou-se a pensar em fios de plástico,
circuítos mais leves, músculos artificiais, entre outros. Alguns
destes polímeros tinham outra propriedade: emitiam luz
quando conduziam eletricidade, dependendo do potencial
aplicado. Estes polímeros são conhecidos como LEP - light emitting polymers.
A utilização destes polímeros eletroluminiscentes como displays foi também cogitada;
mas, na época, os displays de cristais líquidos (LCD) haviam sido recentemente
introduzidos no mercado, e eram a grande vedete das indústrias de eletrônicos.
Porém, após quase duas décadas, a tecnologia de LCD já oferece algumas limitações. É
ai que entram os Plásticos Brilhantes.

Ligações Conjugadas
Estes polímeros possuem ligações pi conjugadas - permitindo a mobilidade eletrônica
ao longo da cadeia. As propriedades ópticas e elétricas destes polímeros estão
relacionadas com sua conformação molecular, e podem ser modificadas pela introdução
de grupos à cadeia polimérica, pela variação da temperatura, pressão, interação com
solventes, ou pela aplicação de um potencial elétrico. Polianilina é um dos mais
importantes polímeros condutores e tem sido intensivamente estudada nos últimos
anos, tanto do ponto de vista teórico como experimental.

Unicamp desenvolve plástico fotodegradável

Um plástico revolucionário no mercado, que se deteriora com a luz solar e pode reduzir
a poluição no meio ambiente, foi desenvolvido e patenteado por pesquisadores do
Instituto de Química (IQ), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Trata-se
do plástico fotodegradável, que se decompõe, pelo menos, dez vezes mais rápido do que
o plástico comum.

O produto foi desenvolvido em dois anos de pesquisa no Laboratório de Polímeros


Condutores e Reciclagem (LPCR), do IQ, da Unicamp. O químico Marco-Aurelio De
Paoli, professor do IQ e coordenador das pesquisas, disse que a idéia foi criar um
plástico para ser usado em embalagens descartáveis, que se degradasse mais rápido.
“Com isso, o plástico que é jogado no lixo fica menos tempo no solo e deixa de
prejudicar o meio ambiente”, disse De Paoli.

O plástico fotodegradável conta com todas as propriedades do plástico comum, porém


possui outros ingredientes na fórmula que aceleram a degradação, quando exposto à luz
solar. “Os raios ultravioleta destróem a cadeia de polietileno no período de um a dois
anos. O plástico comum, mantido nas mesmas condições de exposição ao Sol, é
destruído em 20 anos, no mínimo”, explicou o químico. De Paoli lembrou que o plástico
comum pode se manter no meio ambiente por muito mais tempo e até por séculos,
dependendo da existência de microrganismos e das condições de umidade, temperatura
e solo.

O químico e professor Ralf Giesse, que também desenvolveu o novo tipo de plástico,
disse que o produto poderá ser amplamente usado como sacola de lixo ou em
embalagens diversas – desde as que são utilizadas em pães, frutas, legumes e verduras
até nas embalagens de lojas e hipermercados. “Poderá ser útil nas embalagens de pão e
alguns alimentos, por exemplo, que possuem prazos de validade e são descartados
rápido pe-los consumidores’, afirmou Giesse.

Positivo

O custo-benefício do novo plástico é também um fator positivo, que tornará o novo


produto viável para as empresas. De Paoli disse que o plástico fotodegradável é até 2%
mais pesado do que o comum, por passar por um processo a mais na fabricação. “Por
isso, poderá ser um pouco mais caro que o comum, mas vai ser mais barato que o
plástico biodegradável”, comparou.

Além de exigir pouco investimento no processo de fabricação, o novo plástico tem outra
vantagem, comparado ao plástico biodegradável – que já está sendo utilizado no
mercado por algumas empresas. “O biodegradável decompõe mais lentamente e exige
investimento maior em tecnologia”, disse.

De Paoli ressaltou a importância de reduzir o impacto ambiental, causado pelo descarte


inadequado de plásticos. “A solução a curtíssimo prazo é a reciclagem do produto; a
solução a médio prazo é o uso de plástico fotodegradável e a solução a longo prazo é o
uso de plástico biodegradável”, completou o químico.No Brasil, são descartadas mais de
100 toneladas por ano de resíduos sólidos e os polímeros representam quase 10% deste
total.

Giesse lembrou que o novo produto já obteve licença de patente, em agosto do ano
passado, pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) e recebeu o prêmio de
menção honrosa, em novembro do mesmo ano, no Prêmio Governador do Estado de
São Paulo “O Invento Brasileiro”, fornecido aos principais inventos patenteados no
Brasil. Algumas empresas já estão interessadas em adotar o plástico fotodegradável em
suas linhas de produção, mas não houve, ainda, pedido de licença concedido pela
Unicamp.

Conclusão
Concluímos que há vários tipos de polímeros e sua descoberta foi de grande
importância para o Mundo, porque através dos polímeros hoje é possível fabricar
diversos produtos com características necessárias ao nosso dia a dia. Mas os Polímeros
trazem um ponto negativo em sua fabricação que é o impacto ambiental, uma vez que o
mesmo demora muito tempo para se decompor e como sua utilização é muito grande
sua poluição é cada vez mais grande, devido isso, estudos vem sendo realizados no
propósito de diminuir esses impactos.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

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http://www.cosmo.com.br/especial/cosmo_especial/2003/08/17/materia_esp_63825.sht
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http://www.cafebandeira.com.br/histplast.htm Às 19:11 horas no dia 27 de abril de 2006.

http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=110160010907 às
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http://www.agronline.com.br/artigos/artigo.php?id=144 às 22:06 dia 28 de abril de 2006

http://www.qmc.ufsc.br/qmcweb/exemplar14.html Pego em 28 de abril de 2006 Às


15:07 horas.

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