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jegunda-feira, 20 de Junho de 2011 DIARIO DA REPUBLICA ORGAO OFICIAL DA REPUBLICA DE ANGOLA [Série — N2 115 Prego deste mimero — Kz: 250,00 ondéncia, quer oficial, que reltva a aniacio assinauns do «Didrio da Republica», deve scr ditigida & Imprensa | ™* 88st (pg de cada Una publica os Didrion ano | domain 1 Kr:44037560| 3! sé Kr: 95.00, acrescida do ree Kr: 240 2500 | imposto do slo, dependent» policasao da Ke: 135 85000 Ke: 105 710000 1 sre eK: 750 pa epsito rvo afer Tesora ‘aingeensa Nacional — EP ALE sie Nacional — BP, en Lands, Cita Postal 13061 9 ee SUMARIO Assembleia Nacional Veins 29 Dos Comunicapdes Elctrinicas ¢ dos Sevigos da Sociedade da In formagio, ~Revoga a Lei n® WI, de 11 de Maio — Lei de Bases das Telecomunicaes toda legisla que conta 0 dsposto ta presente ASSEMBLEIA NACIONAL bein’ 23/11 de 20 de Junho As Tecnologias de Informacao e Ci co (TIC) ddesempenham um papel fundamental no desenvolvimento & competitividade de qualquer pais & escala mundial. As TIC contribuem para a melhoria das condigdes de vida das popu ages, © com particular incidéncia no progresso da educa 0, cultura, tecnologia, saide, justiga, indistria, governagio ¢ politica, bem como para a promogio da efics ficigneia dos servigos,o fomento da democracia part- cipativa e a participagio dos cidadios no exereseio demo: eritico. A sociedade da informagio, caracterizada pela conver sgéncia das comunicagdes, tecnologia e contesdos, bem como pela globalizagdo e massificagdo da informacio, consttui um novo paradigma social nascido de profuundas transformagix Tevadas a cabo pela revolugio das TIC. E uma sociedade assente no conhecimento, na interactividade ¢ na presenga das tecnologias ¢ da Internet em todas asf tores econdmicos, pelo que a sua promostio em Angol: damental para garantir 0 seu desenvolvimento e progresso. Para o eleito, entre outras medidas, deve ser assegurada ‘a modernizagio do quadro legal, adaptado & realidade do mercado angolano, mas reflectindo as melhores priticas internacionais e que assegure com eficdcia eeficiGneia acon. vvergéncia e interoperabilidade de plataformas e servigos; a |. inexisténeia de distorgdes ou entraves a.com conréncia: o acesso as infra-estruturas e recursos conexos de comunicagies electrénicas ¢ a neutralidade tecnolégica da regulaco, a criagSo e disponibilizacio de contetidos locais e a defesa da privacidade e prote 3s cloctrénicas. gio de dados no fimbito das Assim, Considerando que ao Estado cabe desempenhar 0 papel doterminante na promogo da sociedade da informagio, 2 elaboragio de planos de desenvolvimento © egies que’ ‘abelegam os objectivos e metas que se preten- dom atingir neste dominio, bem como a criagio de legisla fo adequada e efieazs ‘Tendo em conta que Estado Angolano es em promover a implantagio das TIC em Angola cempenhado mediante a criagio de um quadro tinico ede referénia comum que enun: cie os objectivos fundamentais da implementago das tecno- logias de informago e comunic: io e dos servigos da sociedade da informago e que permita que o seu desenvol vvimento se efectue de forma coordenada, harmoniosa e sus fentvel, em obedigncia a um conjunto de prinefpios & objectivos orientadores; A Assembleia Nacional aprova, por mandato do povo, nos termos do n.” 2 do artigo 165." ¢ da alinea d) do n° 2 do artigo 166.", ambos da Constituigdo da Repablica de Angola, a seguinte: 3206, DIARIO DA REPUBLICA LEI DAS COMUNICACOES ELECTRONICAS E DOS SERVICOS DA SOCIEDADE DA INFORMAGAO, TITULO 1 Das Disposigies Gerais ARTIGO 1° Onyecto) 1. Apresente lei estabelece as bases da disciplina e regu lamentago juridica das comunicagées electrinicas e dos ser- vigos da sociedade da informagao. 2. A implementagdo e desenvolvimento das TIC e da sociedade da informagio em Angola devem efectuar-se em obediéneia aos prineipios, objectivos e estratégias constan tes da presente lei, a qual constitui 0 quadro de referencia para a preparagio de legislago e planos de acgio neste dominio. 3. Apresente lel estabelece ainda o regime juridico rela- tivo ao tratamento de dados pessoais e & proteego da priva- cidade nas comunicagies electénicas, ARTIGO 2° mbio) ‘A presente lei aplica-se em todo 0 teritério nacional ARTIGO 3° efinigies) Para efeitos da presente lei, entende-se por: 4) Acesso universal: — possibilidade que deve ser dada a todos os cidadios, qualquer que seja 0 seu sgrau de literacia digital e a sua situag30 geogré fica e socioeconémica, de poder wilizar ou fazer uso de servigos de comunicagdes electt6nicas, tanto para comunicar como para aceder & infor: ‘magiio electrinica de uso publi b) Agéncia de Protecedo de Dados: — 0 érgio responsiivel pela fiscalizagio e auditoria do ‘cumprimento das disposigées legais relativas & proteccio de dadlos pessoais no sector das comu- nicagdes electrénicas; ) Aucoridade das Comunicagdes Electrénicas: — 0 titular do departamento ministerial que tutela as comunicagdes electrénicas: 4) Assinante: — a pessoa singular ou colectiva que é parte num contrato com um operador de comu- nicagdes electrOnicas acessiveis ao pablico; £&) Autoridadles Competentes: — os Tribunais, o Minis- tétio Pablica eos Grgios da Policia de Investiga- lo e Instrugo Criminal; D Base de dados: — a colectinea de obras, dados ou ‘outros elementos independents, dispostos de ‘modo sistemitico ou metédico e susceptiveis de acesso individual por meios electsénicos ou outros: 8) Consumidor: — a pessoa singular que utiliza ou soli- cita um servigo de comunicagies electrdnicas acessivel ao piilico para fins nao profissionais; 1) Cédigo de identficaedo do uiilizador (user ID}: ‘um cédigo ‘nico atribuido s pessoas. quando estas se tornam assinantes ou se registam num. servigo de acesso a Internet, ou num servigo de comunicagdo pela Internet: 1) Comunicagao electrénica: — qualquer informagio trocada ou enviada entre um niimero finito de partes mediante a utilizago de um servigo de comunicagses electrénicas acessivel ao publica; D) Consentimento: — toda a manifestagao de vontade expressa, directa, live, inequivoca, especitica, informada, através da qual o titular dos dados pessoais autoriza 0 seu tratamento a um opera dor de comunicagées electrénicas acessiveis 30 piilico; 4) Dados pessoais: — toda e qualquer informaczo, independentemente da sua natureza e do seu suporte relativos a uma pessoa fisica identificada on identificdvel; 1 Dados de localizagdo: — quaisquer dados tratados ‘numa rede de comunicagdes clectrénicas que indiquem a posigo geogrifica do equipamento terminal de um assinante ou de qualquer outro utilizador de um servigo de comuniecagies elee- udnicas acessivel ao paiblico; ‘m) Dados de trdfego — quaisquer dados tratados para efeitos de encaminhamento ¢ do envio de uma comunicagtio através de uma rede de comunica ‘des electrénicas acessiveis ao piblico, relatives 2 duragio, 0 tempo, ao volume, protocolo usado © 20 formato da comunicagio ou para facturagio da mesma; 1) DSL (Digital Subscriber Line}: —teenologia que permite aproveitar 0 conjunto de pares de cabo de cobre para fins de servigos de Internet de banda larga, existindo diferentes modalidades; 0) Enderego IP: — 0 conjunto de nimeros que per- ‘item a identificagio e a comunicagio consis tente entre equipamentos (normalmente compu tadores) de uma rede privada ou piblica, ‘mediante uma plataforma de Internet, ) Executivo: — Poder Executivo; @) Facturacao detathada: — documento escrito em suporte de papel ou electrSnico, emitide por um L SERIE — N2 115 — DE 20 DE JUNHO DE 2011 3207 operador de comunicagdes clectr6nicas aces- iveis ao piblico, do qual constam informagSes biisicas do cliente sobre os tipos de servigos e produtos, modalidades de pagamento, selece30 das chamadas nacionais ¢ internacionais da rede fixa e mével, niimero das chamadas, data, hora de inicio e hora de terminagdo, valor unitirio do. tempo por minuto, e6digo de barras de comer- cializagao: 1) Guias telefénicas: — documento escrito em suporte de papel ou electronico, onde esto descritos breviaturas precisas einteligivets, que permitam 4 idemtificagiio do nome, apelido, niimeros de telefone, enderego electrGnico, do assinante ou 4o utilizador,cuja insergio respeita a um proce- dimento gratuito e consentido: 8) Identificador de célula (cell ID}: ~ a identificaga0 da célula de origem e de destino de uma chamada telefonica numa rede mével; 1) dentificagao da linha chamadora: — servigo de comunicagées electrénicas acessivel ao piiblico ue permite ao assinante ou uilizador que recebe ‘a comunicago obterinformagies sobre 0 néimero da linha chamadora desde 0 ponto de origem da comunicaeso: ¥) Infra-estrutura critica: — aquela cuja destruigso total ou parcial perturbagio ou utilizago inde- vida & susceptivel de afectar, directa ou inditec- tamente, de forma permanente ou prolongada, a ‘manutengio de fungSes vitais para a sociedade, a saiide, a seguranga ou 0 bem-estar econdmico & social; ») Imverligagiio: — a ligagto fisica e logica de redes pdblicas de comunicagdes electrGnicas uilizadas por um mesmo operador ou por operadores dife- rentes, de modo a permitir a utlizadores de um ‘operador comunicarem com uilizadores deste ou e outros operadores ou acederem a servigos oferecidos por outro operador: ww) Indice de concentracio do mercado: — 0 indicador que mede o grau de concentragaio de um dado: 1) IMEI («International Mobile Equipment Identity») — océdigo pré-gravado nos telefones méveis da tecnologia GSM, que permite a idemtificaco do equipamento ou do terminal a nivel internacio- nal, a0 ser transmitido ou ao interligar-se a uma rede de comunicagées electr6nicas acessiveis 30 piiblico. Caso a tecnologia usada nio seja GSM considera-se 0 eédigo equivalente para a tecno- logia em questio; .)) IMSI («International Mobile Subcriber Identity»): — oc6digo tnico de identificagao para cada apa retho terminal de telefonia mével cuja integracio no cartdo SIM do telemével, permite a sua iden- tificagdo através das redes da tecnologia GSM e UMTS. Caso a tecnologia usada no seja GSM UMTS considera-e 0 e6igo equivalent para a tecnologia em questo; 2) Grado Regulador das Comunicardes Fectrnicas = oorganismo do Estado a quem compete regt- lar efisealizar 0 funcionamento das comunica- 0esclectrnicas: ‘aa) Operador de comunicagdes electrénicas acesst- veis ao ptiblico: — os operadores de tedes de comunicagves electrGnicas pailicas ¢ os opera: dores de servigos de comunicagbes electrénicas piilicos: bb) Operador de redes de comunicagdes electrénicas >piblicas: — um operador de comunicagies elec~ tténicas que oferece ou esté autarizado a oferecer uma rede pablica de comunicagdes electrénicas; ec) Operador com poder significative de mercado: — 1 operador de comunicagdes electrsnicas que individualmente ow em conjunto com outros, ‘goza de uma posigio equivalente a uma posi¢io ddominante,ou seja, de uma posigdo de forca eco- ‘némica que Ihe permita influenciar as condigdes de mercado, agindo ou podendo agir, em larga medida, independentemente dos concorrentes, dos clientes e dos consumidores: dd) Operador de comunicagdes electrénicas: — orga- nismos, pessoas colectivas de dircito pablico, as pessoas singulares ou colectivas de direito privado ou misto, que oferecem redes ou servigos de comunicagoes elecirGnicas; 2) Operador incumbente: — € 6 operador de comu- nicagies electténicas que o Estado utiliza para promover o desenvolvimento integrado e susten- tado das TIC e do respective mercado e a que & incumbida da responsabilidade pela gestio, ope- ragio e manutengio da rede basica de comunica ‘bes electrénicas: «ff Prestadores de servigos: — empresas que prestam servigos e produtos de comunicagdes electri cas publicamente disponiveis; 48) Provedores de servicos de comunicagdes electré- nnicas publicos: — um operador de comunicagoes clectrénicas que oferece ou est autorizado a ofe- recer um servigo de comunicagses electrSnicas acess{vel a0 piblico, suportado numa rede piiblica de comunicagdes electrGnicas operada por si ou por uma outra entidades hh) Recursos de numeracdo: — 0 conjunto estcutu rado de combinagbes de digitos que permitem identficar univocamente cada destino de uma rede ou conjunto de redes pablicas de comunica .gbes electrénicas; {i) Recursos orbitais: — 0 conjunto de posighes otbi tis consigndveis a0 posicionamento geoestacio- nirio ow niio de satélites de acordo com as normas ¢ tegulamentos intemacionais; 3208 DIARIO DA REPUBLICA Li) Rede bésica: — a rede de comunicagies clectréni- cas detida pelo Estado, que tem como finalidade induzir 0 desenvolvimento integrado e sustenté- vol das infra-estruturas de comunicagées elects. nicas em todo 0 territ6rio nacional, como meio privilegiado para assegurar 0 acesso universal is TIC, reduvir as assimettias e facilitar a inteliga- «0 entre operadores de comunicages electeni 88, 20 mesmo tempo que deve contribuir para generalizar 0 acesso aos servigos de banda larga, ‘40s novos servigos ¢ fs aplicages ¢ contetidos para as empresas e cidadios: Ik) Rede de conunicagées electrénicas: — os siste~ mas de transmissfo ¢, se for © caso, os equipa ‘mentos de comutagtio ou encaminhamento € 0s demais recursos que permitem 0 envio de sinais por cabo, meios radioeléctricos, meios Spticos, (04 por outros meios electromagnéticos,incluindo as redes de sales, as redes terrestres fixas (com comutagio de circuitos ou de pacotes, ineluindo 4 Internet) © méveis, os sistemas de cabos de electricidade, na medida em que sejam utilizados para a transmissio de sinais, as redes utiizadas para a radiodifusio sonora e televisiva eas redes de televisio por cabo, independentemente do tipo de informagao transmitida; 1) Redes publicas de comunicagdes electrénicas: — as redes de comunicagdes electrinicas utilizadas total ou principalmente para o fornecimento de servigos de comunicagies electvinicas acessiveis a0 piiblico; mm) Rede telefénica publica: — a rede de comunica- 60s clectrénicas tilizada para prestar servigos telefnicos acessiveis a0 piblico: nn) Rede de conunicacées electrénicas privativa: — © conjunto de redes corporativas ou individuais de comunicagies electrénicas, cujos servicos dis- ponibilizados se destinem, maioritiria ou prinei- palmente, a uso proprio ou a um grupo fechado de utilizadores; 00) RNG: — Redes de Nova Geragao: pp) Rede privativa do Estado: — a infra-estrutura de rede de comunicagdes administrativas de uso exclusivo das instituigées que compdem a Administragio Publica; 49) Servico de comunicagdes electrOnicas: — 0 ser- vigo oferecido, em geral, mediante remunerago, ue consist, total ou principalmente, no envio de sinais através de redes de comunicagdes elec- ‘w6nicas, incluindo os servigos de telecomunica- ges e os servigos de transmissio em redes utiizadas para a radiodifusdo: 19) Servico de comunicacaes electronicas acessivel ao iiblico: — 0 servigo de comunicagbes electréni- mu) Seguranea fisica: cas acessivel, mediante © preenchimento de doterminadas condigées técnicas ou contratuais ‘a qualquer consumidor ou empresa: 58) Servico de telecomunicagdes administrativas: — © servigo prestado pelo operador da rede priva- tiva do Estado que consiste no envio de sinais através da rede privativa do Estado, no sentido de garantic a comunicacio ene as instituigbes que compem a Administragio Publica 1) Servigo universal de comunicardes electrénicas: — 0 conjunto minimo de servigos de comu ‘bes electrSnicas, de qualidade especificada, a definir pelo Titular do Poder Executivo,em cada etapa de desenvolvimento das TIC, a disponibi lizar a toda a populagao a um prego acessivel, independentemente da sua localizago geogtitica em fungiio das condigbes nacionais; forma como o sistema é pro- tegido das ameagas resultantes dos fenémenos ¢ ceatistrofes naturais, acesso indevido de pessons, forma inadequada de tratamento © manuseio de rmaterais: vv) Seguranga Idgica: — forma como o sistema é pro- tegido no nivel do sistema operacional ¢ aplica ‘glo contra ameagas ocasionais por virus, acessos remotos a rede, back-up desactualizados, viola «iio de senhas ¢ outros: 1) Servigotelefnico: — qualquer um dos seguintes servigos: 1) 0s servigos de chamada, incluindo as chama- das vocais, 0 correio vocal, a teleconferéncia ou a transmissdo de dad {i) os servigos suplementares, incluindo 0 reen- caminhamento e a transferéncia de chamadas: {ti os servigos de mensagens e multimédia, inclu indo os servigos de mensagens curtas (SMS), 10s servigos de mensagens melhoradas (EMS) 0s servigos multimédia (MMS). 2) Servigas de valor acrescentado: — todos aqueles que requeiram o tratamento de dados de trifego ‘ou de dads de localizagio que no sejam dados de wafego, para além do necessrio & transmis sio de uma comunicagéo ow a facturagio da 13) Servicos de consultas telefonicas: — servigo das comunicagdes electrGnicas acessivels ao piblico, «que permite ao assinante ou o utilizadar a dispor de uma guia telefénica de modo gratuito, bem ‘coma reconhece 0 direito de solicitar a actuali- zag, a correccio, a eliminagio e bloqueio dos dads pessoais; 22) Tratamento de dados pessoais: — toda e qualquer ‘operagio ou conjunto de operagdes efectuadas LSERIE — N° 115 — DE 20 DE JUNHO DE 2011 sobre dados pessoais, com ou sem meios auto- nomizados, tais como a recolha, registo, organi zagio, conservagio, adaplagio ou alteragio, recuperagtio, perda, consulta, utilizao, comu- nicagio por transmissio, difusio ou qualquer outa forma de colocasio &disposigio, com com- pparago ou interconexio, bem como o blogueio, apagamento ou destruigo; ‘aaa Titular dos dados pessoais: — a pessoa fisica ou colectiva titular dos dados pessoais objecto de tratamento; bbb) Usilizador ou usudrio: — qualquer pessoa fisiea ou colectiva que utilize um servigo de cormuni- cages electrSnicas acessivel ao piblico para fins privados ou comerciais, nto sendo necessaria- ‘mente assinante desse servigo. ‘TITULO 0 Das Tecnologias de Informacio e Comunicagio ¢ dos Servigos da Sociedade da Informagio CAPITULO 1 Principios e Objectivos Orientadores seegao 1 Prinepios orientadores ARTIGO 4° (Principios orkentadores) Constituem prinefpios orientadores para a implementa ‘lo das TIC e da sociedade da informagio em Angola os prin- cipiosdainfoinclusdo,equidade social,coondenacao,participacio, neutralidade tecnol6gica, concorténcia, universalidade e pro- teegio do ambiente ¢ ordenamento do terrt6ri. axtiGo 5° (Principio da infoinclasioy (© Estado empenha-se na ctiago e promogo de condi- ‘gBes que possibilitem o acesso de todos os cidadios is TIC ‘© aos servigos da sociedade da informagio. ARTIGO 6° (Principio da equidade socal) ‘As TIC tém um papel essencial na promogio do hem-estar social geal da coesio territorial ¢ da solidariedade, coope- ragio e aproximagio entre o povo e a cultura angolana, ARrigo 7° (Principio da coordenagio) A promagio dos objectives de implementagiio ¢ desen- volvimento das TIC e dos servigos da sociedade da informa- ‘co em Angola implica a articulagio permanente entre os ‘érgios e departamentos ministeriais do Exccutivo, bem como na coordenagiio entre os sectores piiblico e privado. ARTIGO 8° (Principio da parteipagio) 0s cidadios tm o direito de patticipar activamente na definic30, planeamento e prossecuao dos objectivos sulbja- centes & implementago e desenvolvimento das TIC ¢ da sociedade da informagio e no acompanhamento ¢ avaliagio dos mesmos. ARTIGO 9° (Principio da neutrlidade teenoigica) As medidas de promogiio das TIC ¢ dos servigos da sociedade da informagdo devem ser tecnologicamente neu- tras, de modo a nio imporem nem discriminarem a favor de dterminada tecnologia, ARTIGO 10° (Principio da concorréncia) © Estado assegura a definigZo, aplicagio e fiscalizaco de um quadto logislativo que salvaguarda a livre concorrén. cia e a iniciativa privada nos varios dominios das TIC e dos servigos da soviedade da informagao, ARTIGO 11 (@rincipio da universaidade) (© Estado deve assegurar a universalidade de acesso as TIC e aos servigos da sociedade da informagiio, tendo em vista a satisfagio de necessidades de comunicagio da popu- ago, incluindo a disponibilidade de um servigo universal de comunicagbes, e das actividades econdmicas e sociais em {odo 6 territério nacional, tendo ainda em consideragio as cexigencias de um desenvolvimento econémico e social har- ‘monioso e equilibrado e o aumento da solidariedade social e cultural. Arrigo (rincipi da proteegio do ambentee do ardenamento do terete ‘A implementagio e desenvolvimento das TIC e da socie- dade da informagio garantem a protecg3o © promogo do ambiente, o desenvolvimento sustentivel e harmonioso da sociedade angolana ¢ 0 ordenamento do tetit6ro. SECCRO UL Objectvos Ortentadores ARTIGO 13" (Objectives gers) A politica de promogio ¢ desenvolvimento das TIC ¢ da sociedade da informago em Angola tem por objectivos gerais conteibuie para o combate & pobreza e para a melhoria das condigdes de vida dos cidadaos, bem como aumentar a competitividade, produtividade, emprego, coesto territorial e cultural, inelusdo social e protecgio dos diteitos dos consu- rmidores, 3210 DIARIO DA REPUBLICA ARTIGO 14° (Objectives espcitins) Siio objectivos espeetficas da politica das TIC eda socie- ) instalagdo de postes piblicos de acesso a Internet na administragio do Estado: ©) ctiago de pacotes de incentivos que promovam a aquisigdo de equipamentos de acesso & Internet: 4) medidas de promocio ¢ de publicitagio das TIC. 324 DIARIO DA REPUBLICA 3. Para fomentar a participagio dos cidadios nas TIC {deve ser promovido um programa de formato dos cidadios. ARTIGO 28." (Contratagio electrnica e conte) 1. Tendo em vista a promogiio dos negécios por via elec- ‘w6nica,nomeadamente através da Internet, nos temos e con- Ldigdes a definir pelo Titular do Poder Executivo, reco- nhecida: 4) a validade dos contratos celebrados por via ele: tréniea; +b) a validade das assinaturas electr6nicas, tal como dfinidas na lei, €, nos casos constantes da lei aplicivel, a sua equiparagio as assinaturas aut6- srafas. 2. Com 0 objectivo de promover a eriagtio de contetidos nacionais ¢ de consolidar © ambiente livre, independente © pluralistico da informagio: 4) aplicam-se aos contetides digitais, bem como as novas realidades, como os programas de com- putaclor eas bases de dados, nos termos definidos na lei, as regras de diteitos de autor e de direitos ‘conexos, com as devidas adaptagdes, nos termos da legislagio aplicével e sem prejuizo da mesma: 1b) € reconhecida protece30 aos contetidos digitais, ‘mediante 0 sancionamento de actos que visem neutralizar medidas tecnolégicas que protegem ‘uma obra contra usos nil autorizados, em tetmos a definir em diploma auténomo; ©) aplicam-se a0 ambiente digital as normas regula doras das actividades de imprensa,ridio difusio e televisio, nas condigdes previstas em diploma auténomo e sem prejuizo das particularidades especificas dos meios electrénicos. 3. Compete ao Titular do Poder Executive fomentar & e respectivos subdom{nios, bem como adop- tar as medidas necessérias para assogurar a atribuigdo © ges to eficiente e eficaz.de dominios, nomeadamente através do Jangamento de programas proactivos de registo de dominios de «.a0» pelo sector piblico e, de acordo com 0 contexto de aplicagSo da lei, pelo sector privado,e ainda da elaboragio de politicas de gestio de dominios, SECCAO mL “Movernizago de Infra-Bstruturas¢ Pquipamentos ARTIGO 31° (Desenvolvimento de infraestrutaras) 1, desenvolvimento e @ expansio de infra-estruturas de ccomunicagées electrénicas em Angola devem ter em atengio (0s soguintes vectores: .@) modemizagio das infra-estruturas existentes,aten- dendo, sempre que possivel, a um modelo de redes convergentes de multi-servigos: >) expansio das infra-estruturas de comunicagies lectrénicas a todo 0 territério nacional; 6) necessidade de assegurar a convergéncia, conec- tividade, interoperabilidade de servigas e inter ago de redes: 4) panilia de locais e recursos: ©) uilizagdo efectiva eeficiente de recursos escassos, nomeadamente do espectro radioeléctrico e de ‘numeraga0: itago da exposigo da popula ‘romagnéticos; 8) promogio da participago privada na construgio e expanso da infra-estrutura de comunicagdes; 1) proteogo do ambiente e promogio do desenvol ‘mento sustentavel e do ordenamento do tert io a campos clec- A6rio. A construgio de edificios e urbanizagdes, infra-estru- turas rodovisirias, ferrovidrias, de abastecimento de agua, ‘energia el6etrica ou gas, devem incluir sempre a instalagio de infra-estraturas aptas a alojar redes de comunicagées elec tnnicas, devendo a instalago destas infra-estruturas ser efec- LSERIE — N° 115 — DE 20 DE JUNHO DE 2011 321s tuada de harmonia com as normas aprovadas neste dominio polas entidades competentes. 3. 0 Titular do Poder Executivo pode, por diploma pré- prio, determinar a obtigagio de conceder acesso aos opera~ ores de comunicagdes electrénicas acessiveis ao piblico, de forma a estimular o desenvolvimento de redes de comunica- ‘g0es electrénicas e assegurar a partilha de locais ¢ recursos, as entidades, piblicas ou privadas, que detenham infra-estru- turas aptas a alojarredes de eomunicagbes electronicas. 4. Compete ao Titular do Poder Executivo detinir os pl nos de incentive ao desenvolvimento de RNG, definindo as linhas de orientagdo geral, pacotes de incentivos e outras ‘medidas consideradas necessétias de forma a assegurar uma base infra-estrutural de exceléncia em Angola, 5.1 da competéncia do vtuar do departamento minist- rial que tutela as comunicasdesclectrSnicas defini o quadro regulamentar aplicavel as infra-estruturas referidas no nmr anterior. ARTIGO 32: (Apetrechamentotcnoligico da Adminitagio Publica) 1, Compete ao Titular do Poder Executivo definir as medidas razoaiveis, exequiveis ¢ eficientes para o apetrecha- ‘mento tecnolégico dos servigos da Administragio Pablica, devendo abranger todos os respectives organisms. 2. 0 apetrechamento tecnolégico dos servigos da Admi- nistragio Publica deve envolver, no minimo, as seguintes medidas: 4) implementagio sectorial de uma estrutara de rede privativa, acompanhada de um centro de dados para armazenamento e partilha de dados: +) inteligactio de todos 0s servigos da Administragio Paiblica através da infra-estrutura da rede priva- tiva do Estado; ©) implementago de um centro de dados comum 20s servigos da Administragio Publica para suporte ¢ dlisponibilizagio de aplicagdes transversais; 4) informatizagio de todos os servigos da Administra glo Pablica, com vista a usufeuir de todos os beneficios das TIC e da sociedade da informa- so; «@) seguranga e flabilidade dos dados transmitidos nas redes de comunicagdes electrénicas; ‘P) desmaterializagio de documentos e simplificagio dos actos e procedimentos Administrativos. CAPITULO IV Governagio Electrénica SECCAO I Principio Pundamentais AKTIGO (rncipio da qualidade efiekcia dos services pablices) © Titular do Poder Executivo, na implementagao de infra-estruturas e recursos eleetrGnicos, acautela que a pres- tagio de servigos piblicos seja orientada para os cidadiios e para as empresas, de forma simples, segura e conveniente, com 0 objectivo de eliminar burocracias, redundancias e ineficigneias. ARTIGO 24" (Principio da coordenacoe convergénca) Com o objectivo de permitir a comunicagio e interacgio de forma articulada entre os érgdos e servigos da Adminis traglio Pablica ¢ entre estes e a Sociedade Civil, promovendo o alinhamento ¢ complementaridade de politicas, devem ser desenvolvidos mecanismos e infra-estruturas téenicas con vergentes,interoperdveis racionalizadas ARTIOO 35: (Principio da transparéncia) A implementagio de instrumentos e processos de gover nagio electronica garante a transparéncia dos servigos pibli- cos, bem como dos processes politicos, administrativos legislativos, tomnando-0s mais préximios dos cidados e das ARTIOO 36: (Principio da democraca clectniea) s cidadios desempenham um papel fundamental na \efinigdo das politicas do Estado, o qual deve ser alcangado ‘mediante 0 desenvolvimento ¢ implementagio de meas elee- UrGnicos através dos quais 0s cidadios possam obter infor- completa e detalhada sobre as politicas e estratégias do Titular do Poder Executive e participar na definigSo das ARGO 37° Principio da coesio digital O Estado deve promover 0 acesso aos recursos electtSni- cos pela populagio, com o objective de fomentar a wiliza- clo em larga escala dos mesmos pelos cidadios e pelas empresas, ultrapassando as assimetrias terttoriais e sovioe. cconémicas que subsistam neste dominio. 3216 DIARIO DA REPUBLICA A implementagio de processos de governagio electronica assegura a promogiio eficiente, coordenada e universal do Estado Angolano, nomeadamente da sua cultura, hist6ria, lingua e tradigBes, permitindo o reconhecimento de Angola a nivel internacional. SECCRO Ih (Promogio da Governagio Hletrénia) ARTIGO 39° (Planiicagioy 1, No dominio da governagio electrénica compete 20 ‘Titular do Poder Executivo aprovar e rever, periodicamente, © Plano de Acgio de Governagio Electrénica, 0 qual tem ‘como objectivo nuclear o aumento da convenigncia e satis- {aco dos cidadios, a promogio da eficiéncia com menores ‘custos, a transparéncia dos actos e procedimentos dos serv ‘¢0s da Administragio Pablica e a promogSo da participagio ‘demoeritica por parte dos cidadios, 2.0 Plano de Acgio e Governagiio Blectsénica refes ‘no nmero anterior deve abordar, pelo menos, os seguintes aspectos: 4) disponibilizagio e melhoria permanente de sitios institucionais: +) informatizaao de servigos pablicos: 6) desmaterializagio e simplificagio dos actos e de procedimentos de governagio electrGnica; 4) disponibilizagio de servigos piblicos através da Inernet; ©) criagdo de aplicagdes informisticas especificas: {P fomento da participagio dos cidadios nos sitios ins- titucionais do Estado: £8) contratacao piblica electrénica: 1) interoperabilidade dos servigos piblicos. 3.0s sistemas, programas ¢ aplicagdes a implementar nos servigos ¢ organismos piblicos devem ser seguros, interope- riveis, tansparentes, replicdveis e escalaveis. ARTIGO 40: (Moderntzagio das servigos pablicas) ‘Compete ao Titular do Poder Executive aprovar os pro- gramas de intervenciio necessérios para a modernizagao dos setvigos piiblicos, incluindo a simplificagao do acesso aos ‘mesmos, com a finalidade de melhorar os direitos dos cida- dios. capiTULO Vv Comunicages Electrénicas ARTIGO 41 (Linealizaso do sector das comnicagesclectrnicas) 1. consagrado o principio da liberalizasio do sector das comunicagbeseletrénicas, a exercer de acordo com legis- Jago apicsve 2. oferta de redes e servigos de comunicagdes electrs- nicas apenas pode ser condicionada por limitagses respei ‘antes recursos escassos, fais como, oespectto de frequéncias, ‘os recursos de numeragio ¢ outros a definir em diploma pr6- prio do Titular do Poder Executivo, em fungtio da evolugio do mercado, ou ainda, por razZes de seguranga ou ordem pailica, sempre de forma fundamentada e ni diserimina: (ria, 3.0 modelo c regime de acesso & actividade de operador de comunicagdes electrGnicas, e as regras de atribuigdo & exploragio de direitos de utilizagdo de frequéncias © de "nimeros sio estabelecidos no diploma aprovado pelo Titular do Poder Executivo, AKrIGO 42" (Ohjectivos de regulasio) L.A Aetividade de regulagio do sector des comunicagies elect6nicasprossese,enre outros, os seguinies objectives, a exercer pelo Orgio Regulador das Comunicagdes Elecr6 4) promover a concorréncia na oferta de redes e ser- vigos de comunicagées electrénicas, de acordo com a legislacao aplicavel: 1) encorajar investimentos eficientes em infra-estru- tras e promover a inovagdo e a investigagtio tec nol6gi ©) incentivar uma wtilizagio efectiva e eficiente de recursos de numeragio e de frequéneias e garan tir uma gestio efieaz destes recursos e de outros de igual natureza; 4) incentivar a expansio e a disponibilidade das tedes ce servigos de comunicagdes electrSnicas a todo © territério nacional, com qualidade e pregos acessiveis; ‘) assegurar a certificago de equipamentos de teleco- municagdes; LSERIE — N° 115 — DE 20 DE JUNHO DE 2011 3217 J) defender os interesses dos cidadiios, assegurando que todos tenham acesso ao servigo universal, impondo a transparéneia da informagio, das tari fas, das condigdes de utilizagio ¢ da qualidade de servigos .) contribuir para garantir um elevado nivel de pro- teegio dos dados pessoais dos cidadios e da pr vvacidade nas comunicagies. 2. intervengio nos mereados de servigos e redes de comunicagdeseletrnicas por parte do Orgdo Regulador das Comunicagies Electénicas prossegue os seguites object- vos em particular 4) facilitar a entrada de novos operadores de comuni- cagdes electronicas; +) garantir a interoperabilidade entre redes de comu niicagdes electrénicas; ©) minimizar ou eliminar os efeitos da existéncia de poder de mercado significative; 4) a fiscalizagio da prestagio do servigo universal, nomeadamente da qualidade e do progo dos ser- vigos oferecidos. 3. Adicionalmente, compete a0 Orso Regulador das Comunicagdes Electrénieas, em matéria de regalagio do mercado: 4@) defini a segmentagio do mercado para efeitos de regula: +) determinar o indice de concentragiio em cada mer- ceado e determinar se © mesmo & ou ndio concor- rencial: ©) declarar os operadores com poder de mercado sig nificativos 4) impor, manter, aterar ou suprimir obrigagdes aos ‘operadores com poder de mercado significative, incluindo a imposigio de condigdes aplicsveis os pregos 2 imterligago de redes: ©) proceder a regulagio de pregos, sempre que as con- dligdes de concorréncia no mercado se mostrem insuficientes para garantir a desejavel compet vidade. 4. A anilise de mercado e « imposigio de obrigagies ‘especificas aos respectivos operadores devem obedecer 20s prinefpios da fundamentacio plena e da proporcionalidade. ARTIGO 48: (Sistema Nacional de ComunicasdesHlestrnicas) 1. As reds piblicas de comunicagdes electrénicas deve desenvolver-se de forma harmonizada, integrando o conceito, de Sistema Nacional de Comunicagdes Electr6nicas (SNCE), de modo a satisfazer niio s6 as necessidades do mercado ‘como is necessidades da Administragio Piblica, 2. O Titular do Poder Executive organiza as formas de consulta e coordenagtio entre todos os participantes do (SNCE) por forma a assegurar que © desenvolvimento & modernizagao da rede basica, das redes proprias dos opera: dotes de comunicagdes electrdnicas € de teledifusio sejam orientados por um plano director, a aprovar pelo Titular do oder Executivo, que é articulate com os planos de ordenamento do territorio, para satisfagao das necessidades de desenvol- vimento econémico e social, de defesa, seguranga interna ¢ protecgio civil. 3.A interligago entre as virias redes piblicas de comu- nicagdes electronicas 6 obrigatéria e deve resultar numa rede nacional de comunicagbes electrGnicas plenamente integrada ce com acessibilidade universal, para beneficio dos seus usuai- ios e do piblico em geral. 4. pantilha de infra-estruturas ¢ estimulada como forma de aceleras a entrada de novos operadores de comunicagies clectrdnicas no mercado e com isso aumentar a oferta de ser vigos, sendo permit a patilha de qualquer tipo de infra-estru- ‘ura, nomeadamente de espacos para a acomodagao de equipamentos em edificios, repartidores, postes, toes e con- dlutas de telecomunicagies. 5. Eda competéncia do Titular do Poder Executive adop- tar as providéncias necesstrias para a execuetio do disposto ‘nos nimeros anteriores, aticulando-as com as politicas de dofesa nacional, seguranga intema, proteceao civil, industrial, ordenamento do terrt6rio, educagio, sade, justiga e desen- volvimento global de Angola, 6. Compete ainda 2o Titular do Poder Executive adoptar as medidas necessérias pata garantir a disponibilidade integridade das redes de com quer que sejam, em caso de catdstroles, crises, calamidades cages electsinicas, quais- fou guerra. ARTIGO 44" (Sequranca das reds einfra-etratnas criteas) 1. Compete ao Titular do Poder Executivo adoptar e api car as regras necessérias de forma a garamir a seguranga, inviolabilidade e disponibilidade da rede basica e dos servi 0s suportados nesta, em particular em situagdes de catés. trofes,calamidades ou guerras. 3218, DIARIO DA REPUBLICA 2. Compete ainda 20 Titular do Poder Executive defini, ‘em cada momento, as infra-estruturas eriticas, submetendo- as A regulagiio mais exigente em termos de seguranga, inte- sgridade, disponibilidade e fiabilidade, particularmente em situagdes de catstrofes, calamidades ou guerras. 3. Para efeitos do disposto nos niimeros anteriores, com- pete ao Titular do Poder Executivo legislar sobre a matéria de infra-estruturas erticas ¢ a sua regulamentagio, ARTIGO 45. (Desminte pabtceradlolitreo) 1. Oespago pelo qual podem propagar-se as ondas radio- eléctricas constitui dominio pablico radioeléctrico do Estado. 2.0 dom{nio piiblico radioeléctrico constitu um recurso ‘escasso que deve ser gerido com base nos prinefpios da efi- ) garantir que os dagos conservados sejam da mesma qualidade e estejam sujeitos & mesma protecg30 seguranca que os dados na rede; ©) tomar as medidas tGenicas e organizativas adequa- das A proteego dos dados previstos no arti- go 59. contra a destruigdo acidental ou ilfeita, a perda ou a alteragio acidental © o armazena- mento, tratamento, acesso ou divulgagio n3o autorizado ou ilicito: 4) tomar as medidas téenicas ¢ organizativas adequa- das para garantir que apenas pessoas especial- mente autorizadas tenham acesso aos dados referentes as categorias previstas no artigo 59°; ©) destruir os dados no final do periodo de conserva flo, excepto os datos que devam ser preserva dos por ordem das autoridades competentes; JD desiruir os dados que tenham sido preservados, ‘quando tal Ihe seja determinado por ordem das utoridades competentes. 2. Os dados referentes as categorias previstas no ati 20 59°, com excepetio dos dados relatives ao nome e ende- rego dos assinantes, devem permanecer bloqueados desde 0 inicio da sua conservagio,s6 sendo alvo de desblogueio para ‘efeitos de transmissio, nos termos da presente lei, As autori dades competente. 3. O disposto nos niimeros anteriores nfo prejudica a obser- vvagio dos prine‘pios nem © cumprimento das regras rel ‘vas & qualidade c & salvaguarda da confidencialidade © da seguranga dos dados pessoais. 4,.A autoridade pibliea competente para o controlo da aplicagio do acima disposto & a Agencia de Protecgio de Dados. ARTIGO 61 (Transmisso) A transmissio dos dados referentes as categorias provis tas no artigo 59. efectua-se nos termos dispostos na legisla- ‘clo sobre a prevengio e combate 8 criminalidade no dominio das TIC, especialmente no mbito da pesquisa de dados. ARTIGO 62: (Desteuigo de dads) A destruigdo dos dados na posse das autoridades compe: tentes, bem como dos dados preservados pelas entidades referidas nos artigos 57.°, 58° e 59. efectua da legislago sobre a prevencio e combate & criminalidade ‘no domfnio das TIC, especialmente no que se refere s con- Aigdies de conservagiio dos daclos. nos termos SECCRO in Facturagio Dtalhada eMdentificasao da Linha Chamadora ARTIGO 63° (Pacturagio deta) 1. Os assinantes e os utlizadores t2m 0 dreito de receber facturas dotalhadas ¢ nfo detalhadas, 2. Os operadores de comunicagbes electrGnicas acesst veis ao piiblico devem conciliar os direitos dos assinantes ¢ Uttizadores que recebem facturas detalhadas com 0 diteito a privacidade dos utilizadores autores das chamadas © dos LSERIE — N° 115 — DE 20 DE JUNHO DE 2011 3225 assinantes € ulilizadores chamados, nomeadamente subme- tendo a aprovagdo da Agéncia de Proteceio de Dados as pro- postas quanto aos meios que permitam aos assinantes e os utilizadores um acesso andnimo ou estritamente privado a servigos de comunicagées electrinicas acessfveis ao pablico. 3. A aprovagio por parte da Agéncia de Proteegio de Dados a que se refere o niimero anterior esté obrigatoria- mente sujeita ao parecer prévio do Orgio Regulador das ‘Comunicagdes Electr6nicas. 4, As chamadas facultadas ao assinante ¢ utilizadores a titulo gratuito, ineluindo chamadas para servigos de emer- gincia ou de assistencia, néo devem constar da facturagio detalhada, ARTIGO 64: (dentiieaso da ina chamadora eda tna concctada) 1. Quando for oferecida a apresentagio da identificagio ‘da linha chamadora, os operadores de comunicagdes eleetré- nicas acessiveis ao pablico devem garantir, chamada a ‘chamada, aos assinantes que efectuam as chamadas e, em ‘cada chamada, aos demais utilizadores a possibilidade de, através de um meio simples e gratuito, impedir a apresenta ‘glo da idemtificago da linha chamadora, 2. Quando for oferecida a apresentagio da identificagio «da linha chamadora, os operadores de comunicagdes electré- nicas acessiveis a piblico devem garantir a0 assinantc ‘chamado a possibilidade de imped através de um meio sim- ples gratuito, no caso de uma uilizagio razosvel desta fun- ‘Ho, a apresentagio da identificagdo da linha chamadora nas ‘chamadas de entrada, 3. Nos casos em que seja oferecida a identificagio da Tina chamadora antes de a chamada ser atendida, 0s opera- dores de comunicagies electrénicas acessiveis ao piiblico devem garantir a0 assinante chamado a possibilidade de rejeitar, através de um meio simples, chamadas de entrada rio identificadas. 4. Quando for oferecida a apresentagio da idemtificagio da linha conectada, os operadores de comunicagdes electr6- nicas acessiveis ao piblico devem garantir a0 assinante ‘chamado a possiilidade de impedlr através de um meio sim- ples e gratuito, a apresentaco da identificaco da linha ‘conectada 20 ulilizador que efectua a chamada. 5.0 disposto no n 1 do presente artigo igualmente aplicével s chamadas para pafses tereeiros originadas em territrio nacional 6. Os operadores de comunicagdes electtSnicas acesst veis 20 pilblico si obrigados a disponibilizar ao plblico, ¢ em especial aos assinantes, informacdes transparentes, claras e actualizadas sobre as possibilidades referidas nos ndimeros anteriores ARTIOO 65: scenes) 1. Os operadores de comunicagies electronicas aces veis ao pablico devem, suspender, quando tal for compativel com os prineipios da necessidade, da adequacdo, da final dade e da proporcionalidade, a eliminago, por um prazo ‘méximo de trinta dias, da apresentagio da linha chamadora. 2. 0 disposto no ndimero anterior, é atendido mediante pedido, feito por escrito e devidamente fundamentado, de um assinante que pretenda determinar a origem de chamadas no ‘dentificadas perturbadoras da paz familiar ou da intimidade da vida privada, 3. Nos casos previstos nos nimeros anteriores, a suspen- ‘So da eliminago da apresentago da linha chamadora deve ser precedida de parecer obrigatério por parte da Agéncia de Proteccio de Dados. 4, As empresas referidas non 1 do presente art go devem igualmente anular, numa base chamada a chamada, a climinagio da apresentagio da linha chamadora bem como registare disponibilizar e tomar acessfveis 0s daclos de loca- lizagio de um assinante ou utilizador, no caso previsto no 12 2 do antigo 58.°, de form a disponibilizar esses dados as organizagies com competéncia legal para receher chamadas de emergéncia para efeitos de resposta a essas chamadas. 5. Nos casos dos niimeros anteriores, deve ser obrigato riamente transmitida informasio prévia a0 titular dos referi- dos dados, sobre atransmissio dos mesmos, ao assinante que fs requereu nos termos do n.°2 do presente artigo ou aos ser- vigos de emergéncia nos termos do n.”3. 6.0 dever de informagio aos titulares dos dados deve ser exercido pelos seguintes meios: 4) nos casos do n. | do presente artigo, mediante a emissdo de uma gravagio automitica antes do estabelecimento da chamada, que informe os titulares dos dados que, a partir daguele momento ¢ pelo prazo previsto, 0 seu ntimero de telefone 3226 DIARIO DA REPUBLICA deina de ser confidencial nas chamadas efectua- das para o assinante que pediu a icentificagio do ndimero; 1b) nos casos do n.’ 3, mediante a insergao de cléusu- las contratuais gerais nos contratos a celebrar cente os assinantes e os operadores de comunica- bes electrinicas acessiveis ao pablico, ou ‘mediante comunicago expressa aos assinantes nos contratos ja celebrados, que possibilitem a ttansmissio daquelas informagies aos servigos de emergéncia. 7. Aexisténcia do registo © da comunicagio a que se referem os nL e 3 do presente artigo devem ser abjecto de formagio ao piblico ¢ a sua utiizagSo deve ser restringida ‘ao fim para que foi concedida. ARTIGO 66." (Reencaminhamentoautomdtio de cs 0s operadotes de comunicagies electrOnicas acessiveis| 0 pilblico devem assegurar aos assinantes e utilizadores a possibilidade de, através de um meio simples & gratuito, interromper o reencaminhamento automitico de chamadas ‘efectuado por terceiros para o seu equipamento terminal, ARTIGO 67 (Centra digits eanagieas) 1. 0 disposto nos artigos 64°, 65.’ ¢ 66.°€ aplicavel as linhas de assinantes ligadas a centrais digitais e, sempre que tal soja tecnicamente possivel e nfo exija esforgo econdmico desproporcionado, as linhas de assinantes ligadas a centrais anal6gicas 2. Compete s0 Grgio Regulador das Comunicagées Elec- tronicas confirmar os casos em «ie sea teeicamente impos- sivelou ecanomicamente deyproporcionado cumptir disposto nos artigos 64, 65. 66. da presente le e comunicar esse facto a Agéncia de Protecgio de Dados. ARTIGO 68: (Giastleénieas) 1. Os assinantes devem ser informados, gratuitamente e antes da incluso dos respectives dados em Listas, impressas ‘ou clectrénicas, acessiveis ao piiblico ou que possam ser ‘obtidas através de servigos de informagio de guias telef6ni- cas, sobre: 40s fins a que as guias telefénicas se destinam; 1b) quaisquer outras possibilidades de utilizagio bbaseadas em fungdes de procura incorporadas em versdes electednicas das guias telefénicas. 2. Os assinantes tém 0 direito de decidir da inclustio dos seus dados pessoais em guias telefénicas piblicas e,em caso afirmativo, decidir quais os dados a incluir, na medida em ue esses dados sejam pertinentes paras fins a que se des- ‘inam as guiastelefnicas, tal como estipulado pelo fornece- dor. 3. Deve ser garantida aos assinantes a possibilidade de, sem custos adicionais, verificar, corrigir, alterar, bloquear, cancelar ou retirar os dados incluidos nas referidas guias telefonicas, 4, Deve ser obtido 0 consentimento adicional expresso, informado, livre, inequévoco dos assinantes para qualquer Uuilizagio de guias telefénicas pablica que nito consista na busea de coordenadas das pessoas com base no nome e, se nevessério, num minimo de outros elementos de identifica- sho. SBC¢AO IV ‘Prestaglo de lformagées bs Autoridades Competent ARTIGO 69 (Colaboragio com as autores competentes) 0s operadores de comunicagdes electrénicas acessiveis 0 publica so obrigados a colaborar com as autoridades competentes, nos termos da legislasio aplicavel ‘CAPITULO I Regime Sancionatério ARIIGO 70° (Contravenges) 1. Nos termos da presente lei, constituem contravengio 4) ando observancia das regras das medidas de segu ranga impostas pelos artigos 55:°€ 59°; +b) violagio do dever de confidencialidade, a proibi fo de intercepedo ou a vigildncia das comuni cagdes e dos respectivos dados de trifego previstos no artigo 56." LSERIE — N° 115 — DE 20 DE JUNHO DE 2011 3227 ©) ano observiincia das condigoes de tratamento © armazenamento de dados de trifogo e de dados de localizagio previstas nos artigos 572° € 58." <) acriagio, oganizagio ou actualizagio de guias tele- {6nieas em violagio do disposto no artigo 68. «#) ano conservagiio das categorias dos dados previs- tas no artigo 59. J)0 incumprimento do prazo de conservagio previsto non. 1 do artigo 59.% 4) a nfo transmisso dos dads as autoridades com- petentes, quando autorizada nos texmios do dis- posto no artigo 61.2; 1) © incumprimento das medidas téenieas ¢ de orga- nizagao estabelecidas no disposto no artigo 60." 1) o incumprimento das medidas de destruigo dos ddados, nos termos do disposto no artigo 62.° 2. A tentativa e a negligéncia so puniveis. 3. 0 regime sancionatotio estabelecido nio prejudica os regimes sancionat6rios especiais vigentes. ARTIGo 71! ‘attas) 1. Sem prejuizo de outras sangoes que se mostrem apli- cveis, as violagdes ao disposto no presente diploma const tuem contravengées puniveis com multa em moeda nacional a valor equivalente a: 4) USD 75 000,00 a USD 150 000.00, no caso de vio- lagi do disposto nas alineas a), b), ) ¢ d) do n’ 3 do artigo 55.°, nos no 1 e 2do artigo 56.°, nas alineas a), 6) € ¢) don? 2 do artigo 59.", nos no | © 2 do artigo 60." ¢ no artigo 61.° da pre- sente le +b) USD 30 000,00 a USD 75 000,00, no caso de vio- Iago do disposto no n.° 1 do artigo 57.°, nos nS 1,3,4,5e 6 do artigo 58”, nas lineas d),e) ef don 2 do artigo 59.°e nos artigos 62." ¢ 68. da presente lei 2. Tratondo-se de pessoas colectivas, sociedades ¢ meras associagbes de facto, as contravengdes previstas no aimero anterior so agravadas ao triplo dos respectivos limites. agnico72: (Concurso de inracs es) 1, Seo mesmo facto constituir, ultaneamente, crime e ccontravengiio, o agente ¢ punido sempre a titulo de crime. 2. As sangies aplicadas as contravengées em concurso io sempre cumuladas materialmente ARTIGO 73" (Aplicagdo das mutta) 1. Compete & Agéncia de Protecgo de Dados a instrugio dos processos de contravengao. 2. A aplicagio das multas previstas na presente lei com- pete ao Presidente da Agéncia de Protecgao de Dados, sob prévia deliberago da Comissa0, 3. A deliberacdo da Agéncia de Proteccdo de Dados, depois de homologada pelo Presidente, constitui titulo executive, no caso de nio ser impugnada no prazo legal TITULOIV Disposigies Finais ¢ Transitérias ARTIGO 74° (Diplomas de desenvolvimento) 1. Compete a0 Titular do Poder Executivo eriar, adapiar fou rever 0$ actos normativos de desenvolvimento relativos as tecnologias de informagao e comunicagao, comunicagdes electrénicas e aos servigos da sociedade da informagio em vigor em Angola, incluindo a definigao ou a revisao do qua- dro legal sancionat6rio aplicavel em cada caso em matéria de contravengbes, 2..Na definigio do quado legal sancionat6rio deve ter-se em linha de conta os seguintes factores: @) a natureza do agente, ou seja, se pessoa colectiva ou singular: +b) a gravidade da infracgo, podendo o quadro legal dlistinguir entre contravengdes leves, graves e muito graves: 6) 0 grau de culpa do agente; <4) ocarécter ocasional, wterado ou continuo da infraccio. ARTIGO 75° isposgies transtirias) Até a0 langamento do procedimento referido no n.°4 do artigo 51. enquanto prevalecerem as condigées actuais de rmercado,a gestio e exploracdo da rede bisica ¢ incumbida 2 Angola Telecom, E. P., nos termos ¢ condigSes fixados em 3228 DIARIO DA REPUBLICA ccontrato especifico celebrado para o efeito com o Estado Angolano, ARTIGO 76: egulatnentagioy A presente lei deve ser regulamentada pelo Executivo no prazo de cento e oitenta dias a contar da data da sua publi AgniGo 712 (Dividaseomisses) As dvidas e as omissées suscitadas pela interprotagio e da presente lei sio resolvidas pela Assembleia ARTIGO 78: (Norma revoguéria) E revogada a Lei n2 8/01, de 11 de Maio — Lei de Bases das Telecomunicagbes ¢ toda a legislagdo que contratie 0 dis- posto na presente li ARIIGO 79° (Entrada em vigor) A presente lei entra em vigor & data da sua publicagio, ‘Vista e Aprovada pela Assembleia Nacional,em Luanda, ‘aps 24 de Maio de 2011 © Presidente da Assembleia Nacional, Anténio Paulo Kassoma. Pr mmulgada aos 8 de Junho de 2011 Publique-se. © Presidente da Repaiblica, Jost EDUARDO Dos Santos. OEMS is — ie ENE 2011

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